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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA ALFABETIZAÇÃO DO DOWN NA ESCOLA PRIVADA NO INÍCIO DO ENSINO BÁSICO Por: Adiléa Carvalho Cruz Orientadora: Profª Mary Sue de Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALFABETIZAÇÃO DO DOWN NA ESCOLA PRIVADA NO INÍCIO

DO ENSINO BÁSICO

Por: Adiléa Carvalho Cruz

Orientadora: Profª Mary Sue de Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

ALFABETIZAÇÃO DO DOWN NA ESCOLA PRIVADA NO INÍCIO

DO ENSINO BÁSICO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação Especial e Inclusiva

Por: Adiléa Carvalho Cruz

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AGRADECIMENTOS

A vida me enriqueceu criando em mim sensibilidade, respeito,

delicadeza para que eu pudesse valorizar tudo de bem que sou gratificada,

pela vivência do dia a dia, que somaram benefícios recebidos.

Quero expressar a minha gratidão às crianças que por uma

patologia, isto é, crianças diferentes, que me ofereceram a vivência com elas,

da qual extrai práticas que me ensinaram a compreendê-las melhor.

Agradeço a Deus a chegada do meu querido neto NOAH, com

Síndrome de Down, que já está com 7 anos de idade, e no período dos estudos

da alfabetização, o qual tornou-se o meu laboratório de estudos, de onde pude

me envolver com muito amor.

Obrigada ao meu marido pelo apoio, incentivo e força que me

facilitaram o meu caminhar nesta pesquisa que tanto me orgulha, por ter

conseguido mais este avanço na minha vida de educadora.

À equipe de professores e funcionários do AVM Faculdade

Integrada, que foram fiéis no percurso deste curso sem deixar em nenhum

momento a corrente da seriedade, do respeito e da ética, resultando por isso

um belo trabalho cumprido com dignidade.

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DEDICATÓRIA

Ao buscar pesquisar as dificuldades que uma criança com

Síndrome de Down apresenta, no processo de alfabetização, já traduz a

dedicação que tenho pelo meu neto.

Executei este trabalho, focado nele e tirando dos meus estudos

muitos ensinamentos que servirão para ajudá-lo a ser uma criança sempre e

cada vez mais, feliz.

Ao elaborar as pesquisas estou contribuindo para que outros

estudos possam ser realizados e dessa maneira as crianças Down, cada vez

mais terão os seus caminhos abertos para a alfabetização e

conseqüentemente para a sua felicidade.

Noah Moura Carvalho Cruz, você foi a minha inspiração, a

motivação e a força para que eu, sua avó pudesse abraçar este estudo com

muita garra e alegria, até porque estava convicta que realizava um bem

imensurável a você e tenho certeza que em uma bela hora, você lerá este

trabalho que foi inteiramente dedicado a você.

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EPÍGRAFE

Os Diferentes

Descobriu-se na Oceania, mais precisamente na Ilha de

Ossevaolep, um povo primitivo, que anda de cabeça para baixo e tem vida

organizada.

È aparentemente um povo feliz, de cabeça muito sólida e mãos

reforçadas. Vendo tudo ao contrário, não perde tempo, entretanto, em refutar a

visão normal do mundo.

E o que eles dizem com os pés dá a impressão de serem coisas

aladas, cheias de sabedoria.

Uma comissão de cientistas europeus e americanos estuda a

linguagem desses homens e mulheres, não tendo chegado ainda a conclusões

publicáveis. Alguns professores tentaram imitar esses nativos e foram

recolhidos ao hospital da ilha. Os cabecentes-para-baixo, como foram

denominados à falta de melhor classificação, tem vida longa e desconhecem a

gripe e a depressão.

Carlos Drummond de Andrade – Livro A Cor de Cada Um.

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RESUMO

É a pesquisa da importância para os estudos do meio acadêmico,

com a intenção de melhorar o entendimento em sala de aula, relação professor

e aluno Down.

Trabalho realizado para selecionar condutas e metas a serem

atingidas para se chegar a um desenvolvimento, ou melhor, à aprendizagem da

alfabetização para crianças que apresentam dificuldades exigindo dos

profissionais da educação a busca da aprendizagem em si.

Investigar o início da alfabetização do Down conceituando tipos de

fatores essenciais para criança com deficiência, que oferecem ao professor e a

família meios para chegar a alfabetização da criança com Down.

Considera o comprometimento da visão, da audição e da

linguagem da criança Down, na alfabetização da criança, que pode ocorrer

gradativamente sem tempo definido, respeitando o limite da criança.

Provoca para novos estudos da área, através do lúdico ao

desenvolvimento intelectual, social e afetivo da criança diferente, como também

o brincar, o jogar e a psicomotricidade como eixo central que traz a motivação

necessária, devolve a altoestima,a segurança

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METODOLOGIA

A construção desta pesquisa será distribuída em três capítulos

e que serão apresentados através de uma vasta bibliografia, com bases na

história passada chegando nos dias presentes com vivências e reflexões na

inclusão, na área da educação, para alfabetização da criança portadora de

síndrome de Down no início de ensino básico, nas escolas regulares

brasileiras.

Este trabalho aplicará a metodologia que levará no decorrer da

descrição da pesquisa à educação assistiva, como mecanismo da inclusão que

poderá contribuir enormemente no processo da alfabetização do aluno Down

na escola no início do ensino básico.

Diante desta perspectiva, o trabalho deverá ser construído baseado

em leis, que respaldam a inclusão e a formação continuada do educando onde

as pesquisas desenvolvidas na escola, em sala de recursos multifuncionais e

em outros ambientes, favoreçam as finalidades propostas.

Investigações e conceituações serão realizadas no decorrer da

pesquisa, que estará envolvida num processo de interdisciplinaridade. A

relevância do lúdico, do afeto, da acessibilidade, a interação do professor, com

o aluno e a família, dará maiores oportunidades para a construção do

conhecimento no ambiente escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Desenvolvimento da criança no ensino básico 11

CAPÍTULO II - Alfabetização da criança no ensino básico 22

CAPÍTULO III – Importância dos fatores essenciais na alfabetização

da criança com Down 32

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 44

ANEXO 45

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INTRODUÇÃO

Percebendo que as crianças portadoras da síndrome de Down

no ensino básico encontram grandes dificuldades na leitura e na escrita,

pretende-se por se tratar de uma investigação científica e crítica sobre a

alfabetização do Down, onde serão estudados fatores que dificultam a

aprendizagem que deve ser estudada por meio deste estudo apresentar

atuação do professor com as atividades lúdicas, estimulando, facilitando e

fazendo despertar um maior interesse pelas atividades apresentadas, com a

finalidade de atingir mais eficácia no desenvolvimento e desempenho da

criança.

A importância desta pesquisa do meio acadêmico tem a

intenção de melhorar o entendimento na sala de aula entre aluno e professor.

Por ter um neto com 7 anos de idade, com síndrome de Down e

que ainda não conseguiu ser alfabetizado, embora haja uma equipe de

profissionais especializados nas áreas de educação e saúde a sua volta e eu

como avó, pesquiso buscando ensinamentos, não somente para colaborar com

as diferenças da minha escola, como também com o aprendizado do meu neto.

A partir desta premissa, este trabalho tem a meta de contribuir

para novos estudos da área, através do lúdico ao desenvolvimento intelectual,

social e afetivo da criança, como também investigar o início da alfabetização do

Down, conceituar tipos de fatores essenciais e oferecer ao professor e família

condições para chegar à alfabetização do aluno portador de Down.

O trabalho é direcionado também à psicomotricidade, quando a

movimentação do corpo da criança, para que ela possa através da estimulação

psicomotora, atingir um melhor resultado e podendo então atuar mais

livremente e mais liberta, no intuito da colocação do seu corpo no espaço, seus

movimentos, seus pensamentos e também adquirir uma vida mais saudável e

chegando favoravelmente a seu desenvolvimento, em conjunto com o valor que

nos traz as atividades lúdicas facilitando o seu aprendizado.

Fazem parte deste trabalho considerações que levam a

identificar o lúdico com relação do bom desenvolvimento na alfabetização.

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Partir do momento que a utilização das atividades lúdicas deixa

a criança ser criança, ela estará se ajudando para o seu próprio

desenvolvimento, não esquecendo que o acompanhamento e observação do

adulto são de grande valia, pois para que atinja postura de decisão nas suas

atitudes, de forma a não quebrar o respeito às pessoas.

Quando uma criança apresenta atitudes que levam em conta

considerações aos fatos importantes que influenciam as suas decisões no

modo de agir, acreditamos que seja uma criança enriquecida e amadurecida

que aproveita estas etapas alcançadas, demonstrando prontidão para a sua

aprendizagem.

Será mostrada a necessidade de acompanhar o crescimento da

criança e de seu comportamento, num caminho de busca, juntamente com a

observação e investigação dos fatores essências para uma aprendizagem

como a visão, audição e linguagem, fatores que se tornam de grande

importância e essenciais para uma aprendizagem, somando grande valia para

a alfabetização, até porque considerando o comprometimento da visão,

audição e linguagem de uma criança portadora de síndrome de Down, a

alfabetização poderá ocorrer gradativamente sem tempo definido, respeitando-

se os limites da criança.

É um estudo que será desenvolvido nos primórdios da

alfabetização do Down, ressaltando as dificuldades que a síndrome de Down

apresenta e que dificultam esse processo de ensino-aprendizagem.

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CAPÍTULO I

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO ENSINO

BÁSICO

Coll, (1995) o psiquismo humano aparece como resultado do

cruzamento do “inconsciente biológico” e do “inconsciente social” e a

Psicologia Humana apontam o organismo biológico como estrutura que se

fundamenta nos processos psíquicos humanos. À medida que o

desenvolvimento toma formas evolutivas vai também impondo as limitações

à mudanças a cada instante propício.

Ainda no pensamento do autor citado acima, o desenvolvimento

está relacionado com as leis biológicas que por sua vez estão ligadas ao

físico calendário maturativo, enquanto o desenvolvimento psicomotor não só

uma realidade biológica como também uma via à interação e à estimulação.

A evolução física do ser humano não acontece de um momento

para o outro, ele é um processo organizado por uma sequência e um

determinado calendário maturativo existindo projetorias e certos controles

internos que proporcionam ao corpo imatural inicial o nível de crescimento

de maturação.

Seguindo a linha de Olivier (2011) os fatores orgânico, como

anoxia, que anunciam como consequências as dificuldades de

aprendizagem,que atualmente é muito pesquisa e considerada uma das

principais causa da dislexia e outros distúrbios da aprendizagem.

O autor afirma que essas dificuldades da aprendizagem devem

ser bem controladas e trabalhadas por uma junta de profissionais que

formam o tratamento muitidisciplinar envolvendo: psicopedagogo,

neurologista e ou psiquiatra, observando a gravidade de cada caso.

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1.1 - Desenvolvimento psicomotor da criança no ensino

básico

Essa trajetória pode ser natural, sendo que por quaisquer

desvios dessa trajetória, esse crescimento pode ser atingido, porém

acontecendo o desvio, mais adiante ela se recupera, por ter organização

sequencial de onde virá surgindo a maturação.

Coll (1995) mostra nos seus estudos a existência de uma

regularidade nesse processo de crescimento, como no processo de

recuperação mostrando que o crescimento está diretamente relacionado

com os mecanismos endógenos, isto é o mecanismo interno ao organismo.

Conforme ressaltamos a seguir, o crescimento resultante de algo

elaborado e reformulado pelas suas vivências, como também a esse

crescimento é somado os exemplos passados pelos seus pais:

... crescimento é um processo muito

organizado, com uma evolução

prescrita pelos genes, aberto às

influências do meio mas não de

maneira ilimitada, senão dentro de

certas margens preestabelecidas

na herança que o indivíduo recebe

de seus pais.

(Coll, 1995, p. 32)

A partir de Coll (1995) o crescimento pré-natal ao mesmo tempo

em que se apresenta como processo rápido é também de muita importância

para a formação dessa criatura complexa sob o ponto de vista anátomo-

psicológico e especialmente bem construída.

Existem duas etapas no crescimento intra-uterino: a embrionária

e a fetal. Tanto uma etapa como a outra são de grande importância para o

desenvolvimento da criança.

A etapa embrionária trata-se de um embrião da segunda até a

oitava semana após a fecundação, é um processo de morfogêneses, isto é,

formação progressiva das partes do corpo e um processo histogêneses que

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é a diferenciação das células em tecidos especializados. Com isso a fase

embrionária se completa dando capacidade de um sistema nervoso com

reações. Já na fase fetal o crescimento ocorre com mais velocidade,

tomando proporções e parando de crescer após ocupar todo o espaço

disponível.

Seguindo Coll, (1995) ao crescer a criança deve estar equipada

com os reflexos de sucção, enraizamento, palmar, Moro e de marcha. São

reflexos toda criança normal se fazem presentes no momento do seu

nascimento. Além desses reflexos ela possui uma bateria sensorial que lhe

permite ver, ouvir, perceber dor, temperatura, doce, amargo e odores. Nesse

período a criança cresce rapidamente até os 3 anos e em seguida esse

crescimento torna-se mais desacelerado.

O crescimento do cérebro relacionado com os processos

psicológicos merece também toda atenção, visto que o córtex, no ponto de

vista filogenético é o menos desenvolvido no recém-nascido e a medida que

vai ocorrendo seu desenvolvimento, vai acontecendo do centro para a

periferia do cérebro, desaparecendo os reflexos neonatais substituindo pelos

movimentos involuntário. Mais adiante aos doze meses o cérebro já

apresenta uma maturação importante relacionada com o desenvolvimento

da linguagem.

Segundo Coll,(1995) a psicomotricidade está diretamente

relacionada com o desenvolvimento psicológico do ser humano, através das

respostas aos reflexos nos seus movimentos, nas suas atividades corporais

com influência do estado do seu organismo e do meio em que ele está se

desenvolvendo, isto é, das relações psiquismo-movimento e movimento-

psiquismo.

A criança quando recém-nascida nas primeiras semanas não

controla seu corpo, não sustenta, por exemplo, sua cabeça, não consegue

manter-se sentada, etc. Já aos dois anos e meio através do processo

progressivo atinge o domínio do controle corporal, isto é, a lei céfalo-caudal,

quando as partes do corpo mais próximo a cabeça são controladas antes e a

lei próximo-distal, quando as partes do corpo mais próximas do eixo corporal

são controladas antes das que estão situadas mais afastadas desse eixo.

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Lê Boulch, (1982) reforça a grande importância do estímulo

duplo do amadurecimento biológico independente do crescimento e do meio

em que a criança vive, fazendo refletir que o desenvolvimento psicomotor vai

aparecendo como resultado desses estímulos. Para o autor, “Com tudo que

se relaciona ao crescimento, o desenvolvimento psicomotor ocorre

impulsionado pelo estímulo da maturação biológica inerente ao processo de

crescimento e estimulação social que a criança recebe”. (Lê Boulch, 1982).

Em conformidade com as leis fundamentais do desenvolvimento

da criança e o progresso maturativo alimentado pelos estímulos que a

criança vai recebendo e vivenciando resulta na produção de um controle de

postura. Como por exemplo, temos: a postura da cabeça, a coordenação

olho-mão, posição sentada, locomoção antes de andar, isto é, engatinhar.

Para Lê Boulch, (1982) esse desenvolvimento maturativo varia

de uma criança para a outra, alterando o calendário evolutivo, dependendo

da criança mais precoce e da outra mais lenta. Algumas apresentam uma

motricidade mais orientada e explorada pelo meio imediato, enquanto outras

interessam-se pela exploração do espaço mais amplo. É evidente que ao

lidarmos com crianças com desejos, ou melhor, motivações diferentes, seus

resultados também serão diferentes.

Ao observar duas crianças, sendo uma observadora, muito ativa

e se mostra com grande vontade de explorar e a outra que passa a maior

parte do seu tempo observando parte do seu corpo, provavelmente cada

uma apresentará seu desenvolvimento psicomotor bem distintos.

Mesmo que a maturação venha pelo processo organizado, a

criança precisa de situações que estimulem a aprendizagem de certas

habilidades e sua prática posterior, não só necessitando de orientação,

motivação, exemplos, estímulos para que sirva de apoio ao crescimento que

surge por ela mesma, mas alimentado por esses aspectos afetivos.

Na pesquisa de Lê Boulch (1982) menciona o tônus como um

dos aspectos de relevância, aparecendo como elemento de grande valor,

pelo seu grau de contração que os músculos exercem a cada momento,

também o grau que oscila entre hipertonia, que representa a tensão e a

hipotonia, que vem a ser o relaxamento. O tônus de cada músculo está

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predisposto ao controle voluntário, levando em consideração que podemos

conscientemente levar nossos músculos a tencionar ou a relaxar.

As crianças vão aprendendo a ajustar seu tônus muscular às

exigências de suas necessidades, isto é, a cada situação que surja,

dependendo do esforço que terá que dispor, como um momento segurando

algo leve e em outro momento algo pesado. Essa regulagem é muito

importante, por garantir uma maior adequação da ação a seu objetivo, mas

também a representação e controle voluntário do seu próprio corpo. A partir

de cada exigência nova que obriga o tônus muscular reagir, surge uma

evolução no desempenho da função e consequentemente o

desenvolvimento da criança. Sua lateralização e também com o

desenvolvimento cognitivo e da linguagem. Cada um deles tem seu papel

especial para a integração e controle corporal, que se vai estimulando no

período da primeira infância.

A independência dos segmentos corporais faz com que a

criança se liberte e vai conquistando uma autonomia ao longo do tempo

nessa fase da primeira infância.

A coordenação, a automatização de movimentos, o tônus, o

controle respiratório, o controle de postura, o controle do equilíbrio, a

estruturação do espaço, a estruturação do tempo, a integração de todos

esses elementos em uma totalidade muito complexa, porém bem articulada

sustenta o esqueleto corporal. O corpo aparece como o integrador das

outras atividades psicomotoras.

Para Alves, (2012) quando se diz educar psicomotoramente é

aquela que acontece ou é realizada em casa, no ambiente familiar, na

escola, em sala de aula ou em qualquer outra atividade. Qualquer indivíduo

pode e tem a possibilidade de se educar, pois nós temos a aquisição de

habilidade motora que acontece por meio da função de processos biológicos

inatos, aspecto que ajudam a formar argumentos para trabalhar as

habilidades.

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1.2 Desenvolvimento da personalidade da criança

(intelectual, social e linguagem)

Com base nos estudos de Lapierre (1989), as passagens de um

estágio para o outro, muito influenciam o desenvolvimento da criança e por isso

mesmo devem ser bem observadas e acompanhadas para facilitar esse

desenvolvimento.

Observamos a passagem do estágio sensório-motor Piaget (1967)

no estágio perceptivo-motor, no momento do desenvolvimento da linguagem

verbal da criança como também na descoberta das maneiras de se expressar,

que surge da reunião dos objetos, isto é, das construções ou modelagens e

traços gráficos. Inicialmente a criança apresenta como meio de perpetuar seu

pensamento, a afetividade inconsciente, a qual está entregue inteiramente e

apresenta-se totalmente dependente dela.

O processo educacional deve permitir a passagem progressiva da

fase afetiva à fase racional através de situações simbólicas também

progressivas de afeto. Exatamente quando se desvincular o racional do afeto

entre o real, o simbólico e o imaginário é aí que a inteligência conceitual

provavelmente de desenvolverá de um lado e por outro a afetividade

consciente. Dessa mesma forma acontece na criança a passagem do

pensamento mágico ao pensamento lógico.

A passagem do egocentrismo à socialização inicia-se com a

chegada da criança na escola maternal, pois a criança viveu no seu meio

familiar relações afetivas privilegiadas, tanto positivas quanto negativas,

descobrindo um modo de relacionamento com seus iguais, com

desconhecidos, como também com quem não tem qualquer tipo de afetividade

particular.

É uma etapa fundamental na evolução racional a passagem de um

consentimento de imitação a um consentimento de complementação. Para que

haja participação eficaz torna-se necessário aceitar a outra e compreendê-la,

isto é, entrar na dinâmica do pensamento. A criança trancada no seu

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egocentrismo não compreende essa relação em que o adulto lhe dá o exemplo,

da mesma forma que deve ter iniciativa, pedir para outro compreendê-la,

aceitá-la e complementá-la.

Seguindo a mesma corrente de Piaget (1967) o fracasso da criança

está diretamente relacionado com o professor, que por sua vez passa para a

criança messe fracasso, por isso a formação do professor deveria assemelhar-

se ao adestramento de animais que quando fracassado assumem sua culpa,

facilitando um novo trabalho, portanto um novo resultado.

Essa culpabilidade de fracasso deve ser superada, visto que tanto

o professor quanto a criança fazem parte desse jogo, portanto cabe ao

professor e a criança, nesse episódio, analisar com objetividade para tirar

conclusões positivas e continuar com esta postura, sem parar, para melhor

adaptação.

Segundo Lapierre (1989) a educação não se inicia aos seis anos

chegando junto com a aprendizagem estereotipada da escrita, da leitura e do

cálculo e sim, na escola maternal, com crianças de tenra idade que pela

formação dos procedimentos e pensamentos, pela formação de um ser capaz

de assumir seu próprio desejo de conhecimento e não pelo que o outro deseja,

embora respeite o desejo e pensamento do outro.

Já nas escolas iniciais as atividades lúdicas são valorizadas e

fundamentais para o desenvolvimento das crianças, as quais devem fazer parte

dos artifícios utilizados para se atingir um desenvolvimento e aprendizagem

fluidos dessas práticas. Desde que as crianças apresentem disponibilidade

criadora, as aprendizagens escolares não oferecem problemas e também não

precisaram de artifícios complicados, bastando responder à demanda, dando-

lhe as contribuições de conhecimentos indispensáveis, deixando que ela

própria se organize e organize bem. Neste momento, os jogos, asa

brincadeiras, ou melhor, as atividades lúdicas pesarão e muito para facilitar seu

desempenho e aprendizagem na vida escolar.

Lapierre (1989) segue a linha de que embora com tão poucos anos

de experiência, a criança mesmo sem treinamentos especiais é capaz de

desfazer a complexa trama de relações espaciais, temporais, causais e até

mesmo motivacionais e das quais constrói a experiência cotidiana.

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Desde muito cedo o conhecimento do mundo é adquirido pela

criança que através da rotina vai acumulando experiências nas atividades

diárias e a interação permanece com os objetos e pessoas.

Do mesmo modo do adulto a organização do conhecimento em

esquemas facilita o funcionamento cognitivo favorecendo a aprendizagem da

criança.

A capacidade da criança para a resolução de problemas e de

entendimento às regras e princípios vem através das vivências e atividades

com suas próprias estratégias de aprendizagem.

É evidente que a criança tem muito a aprender, porém o seu

raciocínio não totalmente aleatório e intuitivo. Não podemos substituir as

possibilidades educacionais da criança da fase da educação escolar inicial e

sim proporcionar a estas crianças um meio cultural e de experiências

enriquecedoras como facilitadores de um desenvolvimento pleno das suas

capacidades.

São as experiências escolares vivenciadas na educação escolar

inicial que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento das habilidades

sociais responsáveis pela integração futura da vida escolar da criança.

Tendo em vista as buscas de Coll (1995) a criança que traz uma

experiência escolar no sentido de conhecer as rotinas escolares, integra-se em

grupos de iguais, conhecer e aceitar seus instrutores ou cuidadores propicia

sua adaptação sempre que novas situações escolares se apresentem.

O desenvolvimento da criança, segundo as diferentes escolas

segue da mesma forma que as grandes correntes dos pensadores

contemporâneos, parecem diferentes, pois, se referem aos problemas do ser e

de estar diante do mundo numa visão diferente. A visão psicanalística insiste

na importância das relações afetivas e o mundo exterior.

Wallon (Galvão, 2005) dá importância particular aos fenômenos de

maturação do sistema nervoso em relação ao meio social. Admite o organismo

como condição primeira do pensamento, por ser toda função psíquica, espera

ser um equipamento orgânico. Adverte, porém que não lhe constitui uma razão

suficiente, sabendo que o objeto da ação mental do exterior, isto é, do grupo ou

do ambiente no qual o sujeito se insere.

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Piaget sinaliza a lógica da formação da evolução da inteligência na

criança.

A linha de Erikson (1976) parte da psicanálise, que vê o

desenvolvimento da criança em função da inserção dessa criança no mundo

dos outros.

As diferentes maneiras de abordagens mostram no decorrer da

primeira infância um denominador comum, que é a presença do mundo do

outro.

Coll (1995) lembra que as etapas da conquista da autonomia pela

criança e a cada uma destas etapas terão necessariamente, orientações e

modalidades privilegiadas que fazem parte da ação educativa, onde se

contribui com as atividades lúdicas para uma situação de conforto,

descontração que geram a aprendizagem e o desenvolvimento com alegria e

entusiasmo.

Pelo exposto acima o corpo e a ação corporal tornam-se base de

toda atividade diferenciada e a educação corporal visando favorecer a

organização do Ego e a comunicação com o mundo dos outros.

Já o desenvolvimento da personalidade da criança é uma auto-

elaboração que surge da organização temporal das diferentes funções que

permitem ao ser humano, viver em harmonia com o seu meio, ser lúdico

compreendendo a significação de suas ações e reações, não cabendo ao

adulto intervir diretamente sobre a manutenção do processo nervoso.

Através dos estudos de Coll (1995) entende-se que o meio é

favorável, traz estimulações necessárias, utiliza e favorece a integração da

linguagem, a qual será valorizada pela escola, também nas relações pais-

crianças que contribuem para o equilíbrio psico-tônico e disponibilidade

corporal que é a condição de qualidade das trocas e das comunicações

asseguradas pela criança com o mundo que a envolve.

Podemos contribuir com o equilíbrio tônico-relacional da criança

desde que sejam catalisadas e orientadas as comunicações da criança com

seu meio, onde todos os meios trazidos pela educação corporal sirvam também

para facilitar o desenvolvimento da sua personalidade.

Ao pesquisar Lê Boulch (1982) vemos a possibilidade da afirmação

no sentido de que a personalidade da criança na confrontação do real torna-se

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possível através do desenvolvimento das funções gnósicas. Esse autor afirma

que a educação psicomotora é um suporte privilegiado favorecendo a

passagem de um mundo sincrético da apreensão das informações para uma

organização dessas informações, comprometendo um duplo processo de

análise e síntese dos dados sensoriais.

Vayer e Rocin (1989) nos direcionam ao que é possível

compreender, através dos relatos das suas experiências, suas técnicas

aplicadas e observações valiosas que aplicam nos momentos próprios,

portanto devemos adotar atitudes e comportamentos de abertura com a

finalidade do professor perceber o funcionamento da classe, ou seja, do grupo,

do ponto de vista da criança. Cabe ao professor praticar uma atividade que

deva servir de suporte, como por exemplo, uma atividade em grupo, onde cada

qual se mobilize com o desejo de lavá-la a termo.

Nesse processo está centrada a criança em suas relações com os

outros, onde dentro do grupo, a expressão de confiança, de otimismo em suas

possibilidades de desenvolvimento é fundamental para que, através das

atividades lúdicas possa favorecer naturalmente o desenvolvimento da criança.

Como afirma Vayer e Rocin (1989) é certo que o desenvolvimento

da criança e do seu conhecimento do mundo é algo íntimo regido por leis que

nada têm a ver com a forma de expressá-los. As diferenças precisam ser

observadas e respeitadas e dessa forma usufruir da criatividade para atuar com

as atividades lúdicas de modo a permitir uma participação individualizada,

descontraída e feliz.

Quando Vayer e Rocin citam a animação e o desempenho em sala

de aula, mostram o quanto se deve valorizá-la para ajudar ao desenvolvimento

da criança e atingir uma liberdade. Segundo os autores; “... A animação e os

ritmos da classe, a aproximação relacional e dinâmica facilita o

desenvolvimento da criança, pois lhe restitui o sentimento de ser autônomo e

portanto, responsável...”(Vayer e Rocin, 1989).

Ainda seguindo a linha de Vayer e Rocin (1989) o estado

emocional do adulto, a afetividade demonstrada à criança, como também a boa

relação entre os colegas e professor, somam para o bom desenvolvimento da

criança.

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Procurando segmento na pesquisa de Vayer e Rocin (1989) temos

a compreensão que a criança absorve é o resultado não do exercício como tal

foi estabelecido, mas sim de seu próprio engajamento pessoal, dado a ela por

ela mesma, na atividade que vai condicionar a busca ativa da informação e sua

avaliação ao projeto de ação ou àquela situação presente.

Está sempre presente e embasando todas as atividades da criança,

o ambiente, o material e o relacional, visto que, são eles que dão o suporte e a

significação à atividade do momento facilitando ao seu tempo seu

desenvolvimento. A criança apresenta a compreensão e consegue se integrar

dependente dos modelos que ela tem a sua volta. Vai depender desses

modelos a qualidade das comunicações e das interações que vai construir e

assumir como forma de vida. Dessa forma as atividades oferecidas para uma

boa aceitação e resultados satisfatórios devem estar voltadas para o lúdico

fazendo uma ponte de acesso fácil ao desenvolvimento e aprendizagem da

criança.

As linhas de Vayer e Rocin (1989) orientam que no lúdico as

representações que se constituem vínculos que incentivam ao desenvolvimento

da criança onde as influências do meio social agem sobre a criança a partir da

relação de troca com outras pessoas adultas ou crianças, dos brinquedos e das

representações sociais.

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CAPÍTULO II

ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA NO ENSINO BÁSICO

“ ... a criança ama a regra: na regra

ela encontra o instrumento mais

seguro da sua afirmação; pela

regra, ela manifesta a permanência

de seu ser, da sua vontade,

de sua autonomia”.

Jean Chateau

As crianças praticam o brincar não só pelo simples ato ou fazer de

gostar de brincar, mas como Winnicott (1982) a criança gosta de brincar por se

tratar de um ser humano possuidor de pensamento, logo a razão o leva a

brincar por um objetivo determinado, pelo seu desejo de brincar.

Ao brincar as crianças se apresentam grande satisfação em tudo

que estão realizando tanto na brincadeira física quanto emocional.

Com as brincadeiras a criança aplica suas experiências anteriores

e exteriorizando suas frustrações, suas insegurança, seus fantasmas. As

brincadeiras nos revelam uma série de problemas que ao serem detectados

dão a oportunidade de serem trabalhados a favor de um desenvolvimento

melhor dessa criança.

De acordo com Campbell, (2009) o professor trabalhar o aluno

deficiente com o mesmo material igual da turma, mostra não haver naquela

sala de aula discriminação. O que se deseja é o acontecimento de

aprendizagem seja qual for.

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2.1 Por que as crianças brincam?

Ao demonstrar o gosto pelo brincar, a criança oferece a chance de

ampliar suas experiências, através das brincadeiras fortalecidas pelo

apresentar de materiais e ideias dadas à criança de preferência com dosagem

sucinta, pois a criança é capaz suficientemente de criar suas próprias

brincadeiras e aí sim transferindo a elas o seu verdadeiro pensamento.

Seguindo a linha de Winnicott (1982) a criança ao brincar parece

poder extrair, como se quisesse jogar fora o ódio e a agressão através das

brincadeiras como se o ódio e a agressão pudessem ser tirados de dentro dele

e jogado fora como uma arrumação feita por ele em seu quarto, o que não

descartamos ao pensar num ressentimento recalcado e as experiências

coléricas remetem a criança a concluir que existe algo mau dentro dela.

Portanto ao brincar a criança não deve passar por censura, pois a criança ao

brincar se apresenta aplicando a honestidade e a liberdade de expor seu

sentimento sem julgamento e se não for dessa maneira a criança não está

brincando.

De acordo com Winnicott (1982) para a criança, no ato das

brincadeiras, a agressão aparece como um momento agradável e não do jeito

que pensamos ser, porque ali é momento só de prazer. A criança apresenta

oportunidade de trabalhar ela mesma a agressividade ao brincar, não ficando

restrita sua agressividade somente quando zangada.

Acompanhando o pensamento de autor na visão do adulto as

crianças brincam só por brincar, mas as crianças brincam para dominar suas

angustias, controlar suas ideias e seus impulsos que conduzam à angustia. A

criança revela acentuadamente aquele tipo de brincadeira, não é proibindo que

se esteja solucionando algum problema na criança e sim deixando ela se

extravasar ao mesmo tempo em que se oferece uma variedade através de

material e sim o deixando a sua altura para que ela mesma queira trocar sem

perceber que o adulto ali colocou para uma maior opção a alívio daquilo que

talvez a esteja incomodando.

Pela linha deste autor a criança tem prazer no brincar porque para

ela o brincar é verdadeiro e livre, dando margens à criatividade e com isso

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abrindo cada vez mais sua inteligência, buscando sem perceber, novas

defesas para as suas frustrações, isto é, mais vivência.

Nos estudos do Winnicott (1982) brincando a criança adquire

experiência, ela vive exatamente o que deseja no seu mundo imaginário,

trabalhando suas fantasias, como nos adultos a personalidade que se

desenvolve através das suas experiências. A grande diferença está na

consciência da situação que para a criança não se faz presente.

Em princípio a criança brinca com o seu próprio corpo, seguindo

brinca com a sua mãe para mais adiante brinca com os objetos e finalmente

com seus amiguinhos ou sozinho onde a criatividade torna-se adoçada e

valorizada, onde cada papel vivenciado vai fortalecendo suas atitudes e

decisões futuras.

Acompanhando o raciocínio do autor, essas brincadeiras infantis

fornecem uma organização para uma iniciação de relações emocionais que

colaboram para o desenvolvimento social da criança, formando a sua

personalidade.

A relação corpo e brincadeira estão muito presentes nas

brincadeiras das crianças fazendo uma ligação indivíduo e realidade externa.

Nos momentos das brincadeiras as ações conscientes e

inconscientes se misturam e se equilibram, produzindo as atividades corporais

proporcionais ao tom do conteúdo das brincadeiras.

Pesquisando Huinzinga (2000) observa-se quando a criança ainda

bebezinho expressa procurar o seio materno para saciar sua fome e ao

encontrar irradia bem-estar e satisfação, quando expressa um sorriso para a

mãe ou uma outra pessoa que ela já identifica e manifesta aproximar sua

mãozinha até a pessoa, trocar um olhar e obter uma sensação de alegria ou

prazer, dizemos que este bebê buscou uma saída para perceber a pessoa a

seu lado e liberar um gesto na tentativa do toque.

Seguindo o pensamento do autor, desde tenra idade já existe a

busca à conquista do que deseja, que chega como reflexo psicológico, ela

ultrapassa os limites da atividade puramente física e biológica.

A motivação surge através da troca em brincadeiras com seus pais,

no descobrir através dos brinquedos, que não precisam, ser necessariamente

“brinquedos” podem ser o mais próximo que estiver naquele momento como:

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chaves, panelas, cobertas, frutas, flores e tudo mais que chame atenção

naquele momento. É tão interessante quando um bebê descobre que você

esconde sua chupeta embaixo do travesseiro e sozinho levanta com toda a

sua dificuldade o seu travesseiro e encontra a sua chupeta. Fica estampado

com seus olhinhos o sabor da vitória, pois agora ele confia que vai buscar e vai

consegui. Isso cria força para ele sempre tentar novas descobertas e

crescendo dessa forma uma criança independente.

Seguindo a mesma linha de estudo é evidente que a criança

precisa ser trabalhada e estimulada sempre sem idade definida para seu

término. A caminhada deve ser paralelamente com a educação, isto é, por todo

tempo, são processos indeterminados que crescem, se fortalecem á cada

experiência nova acontecida.

Também é importante observar que o ambiente familiar tem peso

no crescimento dessas atitudes, que é obstruída quando o amor fala mais alto

e os desejos do bebê são adivinhados e saciados prontamente, evitando a

tentativa, por parte dele da conquista, que chegaria com certeza e junto viria

mais crescimento, mais independência, mais liberdade e mais sabor de vitória.

É enriquecedor o amparo, a orientação, a proteção em relação a criança ao

tentar chegar ao que deseja, porém na dosagem do respeito ao que ele já tem

condições de fazê-lo, mesmo que seja do jeitinho e tempo dele.

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2.2 A importância das atividades escolares lúdicas no ensino

básico

Os seres pequeninos nos seus ensaios e erros se comportam

como estivesse em um jogo. “ Se os animais são capazes de brincar, é porque

são alguma coisa mais do que simples seres mecânicos. Se brincamos e

jogamos, e temos consciência disso, é porque somos mais do que seres

racionais, pois o jogo é irracional” (Huinzinga, 2000, p.6).

As atividades com jogos não é tão fácil, pois cada um poderá

entender seu significado de modos diferentes, já que falar em jogos numa

infinidade de maneiras: jogos de crianças, de adultos, animais ou de roda,

amarelinha, pique-esconde, adivinha, futebol, dominó, quebra-cabeça e muitos

mais. Todos são jogos, porém cada um com sua especialização. Toda

brincadeira recai numa jogada, onde se precisa pular mais alto, esconder

melhor, coordenar com firmeza, ter habilidade manual e mais uma infinidade de

jogadas.

Desde a educação inicial o jogo tem seu influente papel na

desenvoltura da criança, isto é, no crescimento das habilidades infantis, da

astúcia diante de seus colegas, da estratégia que surge diante a situação

competitiva, da flexibilidade de conduta que o leva a experimentar, do

desenvolvimento de habilidades cognitivas manual ou social subjacentes

àquela situação.

“ O gato que rola uma bola tem o comportamento igual ao de uma

criança que brinca com a bola? Enquanto a criança tem consciência de seus

atos, escolhe deliberadamente brincar, ou não, no caso do gato, não seriam os

instintos biológicos do animal os estimulantes da ação de rolar a bola? Pode-se

afirmar que o jogo do animal é semelhante ao jogo infantil?” ( Kishimoto, 2000,

p.14).

Dentro da linha de Kishimoto (2000) nos leva a pensar a

semelhança da criança com certas reações dos animais. No caso do brincar

com uma bola, a criança e o gato apresentam semelhanças, porém nitidamente

a criança se diferenciando do gato pela consciência presente no ser humano.

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Portanto a criança ao brincar de desenvolve através da consciência, da razão e

da percepção que são componentes valiosas do crescimento da criança.

Da mesma forma ao ver os curumins se divertirem com arco e

flecha em pequenos animais, nos parece uma brincadeira que poderá ser para

a comunidade indígena uma preparação para garantir sua subsistência futura

da tribo. Pergunto é um jogo? É um preparo profissional? É um exercício para a

formação do índio adulto? Vai depender de que significado lhe foi atribuído.

As crianças praticam o brincar não só pelo simples ato de gostar de

brincar, mas como Winnicott (1982) a criança gosta de brincar por se tratar de

um ser humano possuidor de pensamento, logo a razão o leva por objetivo

determinado, pelo seu desejo de brincar.

O jogo está muito mais presente nas nossas vidas do que

pensamos. Se pararmos analisando nossas atitudes, vamos logo sentir a

presença da competição e do prazer do “consegui!”, “ganhei!”, “achei!”,

“concluí!”, etc.

Na educação básica os jogos têm uma responsabilidade enorme e

é através deles que a criança se encanta, corresponde, interessa, realiza e

cresce.

Na fase escolar do pequeno ao grande a necessidade do jogo se

faz presente e se torna um instrumento que facilita o desenvolvimento físico,

cognitivo, afetivo, social e moral, quando envolvendo com a criança uma

relação de respeito mútuo, de afeto e de confiança, favorecendo o seu

desenvolvimento global. Com as crianças menores exploramos os jogos do faz-

de-conta, onde acriança eleva seu grau de fantasia quase igualando com a

realidade, representando um desvio à compreensão da criança a respeito das

regularidades do mundo que começa a perceber. A realidade do cotidiano,

diante das fantasias da criança parece mais fácil de ser assimilada por ela.

No caso das crianças maiores os jogos necessitam valores,

competição mais evidentes, raciocínio, dificuldade, comprovante de

conhecimento, inteligência, memória, rapidez, isto é, as dificuldades vão

evoluindo de acordo com as diferentes faixas etárias, ou melhor, dependendo

do desenvolvimento individual de cada aluno. Sabendo que todos levam ao

caminho do crescimento, da conquista, do desenvolvimento físico e mental.

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O importante é sentir que todas às vezes que o aluno, da

alfabetização no início do ensino básico, consegue atingir o resultado

satisfatório no jogo, seja qual for a disciplina, ou melhor, o assunto, ela passa a

olhar para aquela direção com entusiasmo e porque não com sabedoria. Isso

porque já conseguiu, através do jogo, uma motivação interna que o levará a

múltiplas aprendizagens, o que mostra confiança no que faz.

A criança cresce amadurece, desenvolve, se libera, através dos

jogos e brincadeiras que são os exercícios responsáveis pela vida adulta. O

jogo proporciona crescimento da auto-estima, liberdade, autoconfiança,

incorpora valores, conceitos e conteúdos. É também através dos jogos que

ampliamos a capacidade do desenvolvimento de habilidades e potencialidades

e até mesmo como terapia em casos de distúrbios específicos na

aprendizagem.

A criança trabalhada com o material lúdico e que incorpora alguns

valores essenciais à vida, porque percebe que é capaz de realizar, de inventar

coisas com utilidades, dando valor para os objetos que nasceram de seus

pensamentos.

Ao brincar com jogos a criança lida com a competitividade, com

limites impostos pelas regras que fazem parte das brincadeiras, onde tem que

respeitar as regras, evitando não ser eliminada e dessa forma aceita, aprende,

faz com prazer, refaz, porque o que mais quer é participar e conquistar a

vitória.

O jogo está presente em tudo que acontece no mundo, sua

influência nas nossas atitudes cotidianas ou novas, mostrando que a

competição, ou melhor, o jogo nos acompanha sem até mesmo nos levarmos

em conta que estamos participando de um jogo.

A confecção dos jogos pela própria criança apresenta uma

motivação especial, produza um ótimo desenvolvimento psicomotor, do mesmo

modo que oferecerá a criança a oportunidade dela mesma criar novos jogos ou

brincadeiras, que será enriquecido pelo seu desenvolvimento infantil dentro do

seu processo vivenciais, que atendam as suas necessidades no momento,

fazendo essa criança crescer, amadurecer com iniciativas próprias.

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A vivência nos diversos jogos, cria novos hábitos salutares que

automaticamente são absorvidos pela praticante, dando condições dessa

criança recriar sua visão de mundo e sua atuação nele.

As crianças tímidas, com baixa alta-estima com sentimentos de

menos-valia, apresentam dúvidas para suas decisões, o que o jogo irá

trabalhar, fazendo com que ela própria crie algo que possa fazê-la vitoriosa,

mudando seu pensamento a seu respeito, nascendo a confiança que é o eixo

de sustentação para uma autonomia.

No momento da confecção do jogo, a criança é envolvida a

respeitar suas vontades, diminuindo sua ansiedade, sem deixar de cumprir as

regras que ela criou, aumentando sua autoconfiança.

O lúdico faz surgir uma visão nos limites, eleva a crença na

autocapacidade de realização, diminui a dependência, aprimora a coordenação

motora, afasta a ansiedade, dá liberdade, propiciando a autonomia. “As

crianças e os animais brincam porque gostam de brincar, e é precisamente em

tal fato que reside sua liberdade.” Huinzinga (2000, p.10).

O jogo a qualquer instante pode engolir o jogador, sendo

necessária uma entrega total e permanente da confiança e liberdade de tomar

suas decisões nas jornadas. Esta postura de liberdade confiante diante de um

jogo, é a parte aberta para a entrada segura do seu crescimento e da sua

renovação.

O jogo acompanha o ser humano até o final da sua vida,

relacionando-se com as diversas atitudes que surgem neste percurso. A vida é

um jogo, precisamos as todo momento estar atentos com o que ocorre a nossa

volta e no nosso adiante. A competição existe e precisamos estar preparados

para ultrapassar os obstáculos com precisão como numa jornada certa e

decisiva, para isso é necessário ser autenticamente seguro nas nossas saídas,

sem apresentar dependência para que “alguém” decida por nós.

Segundo Relvas (2015) e relacionando a criança e a emoção, a

aprendizagem emocional é ponto fundamental da aprendizagem cognitiva, pois

a aprendizagem emocional surge em um contexto dinâmico, relacional e

emocional inconsciente. O crescimento das capacidades cognitivas,

normalmente, são provocadas pelos processos cognitivos e emocionais.É a

emoção que vai dando o acabamento à cognição e a aprendizagem. Quando

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surge crise emocional ao desenvolvimento ou específica da pessoa, ao utilizar

jogos, evidentemente elas vão influenciar de uma maneira crônica a evolução

dessa mesma aprendizagem.

Caminhando junto ao pensamento de Relvas (2015) o

desenvolvimento visto como um cenário com vários feixes de luz, que

representa cada função psíquica cognitiva ou afetiva, se entrelaçam,

mesclando-se e quando um se adapta, causa uma modificação diversa

desorganizando o cenário. O desenvolvimento da criança acontece desde a

postura rudimentar indo até a capacidade de socializar-se com convicção

objetiva, descentralizando pensamento, chegando a autoimagem em busca de

novos conhecimentos.

Relvas (2015) afirma que a eficácia emocional da criança está

diretamente relacionada com a percepção da própria capacidade de lidar,

manejar e mudar sentimentos variados que vem tolir, inibir as tentativas de

busca a um objetivo. A criança necessita ter uma percepção integrada de si

mesma e interpretar corretamente os sinais sociais, podendo experimentar

sentimentos e não pedir auxílio, o que o leva a ser um aluno eficiente.

Conforme Relvas (2015) os jogos promovidos através de eventos

educacionais, trazem uma boa colaboração no sentido, não só de atingir a

aprendizagem, mas como também, a sociabilidade que resgata o prazer de

aprender, propondo desafios, conseguindo a aprendizagem através da

educação cooperativa.

A criança no começo da sua vida escolar, pode agir batendo,

ofendendo, liderar um grupo contra um colega, na maioria das vezes esta

atitude tem uma origem familiar e pode ser caracterizada com um grito Torna-

se interessante trabalhar com jogos que toda criança gosta e por possuir

conteúdos genéticos, psíquicos próprios, porém a família e o ambiente onde a

criança vive, são responsáveis por grande parte deste comportamento. Pais

agressivos ou tolerantes em excesso pais com alto grau de exigência ou pais

super protetores, através dos jogos a criança passa a ter outras atitudes.

A criança ao iniciar sua vida social e escolar, pode apresentar

agressividade, porque o seu cérebro ainda passa pelo processo de

educabilidade. Ao iniciar na escola passa por dois pontos cruciais a alegria e a

ansiedade, visto que tanto para a criança como para os pais a ocasião é muito

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dramática e quando essa situação acontece a criança reage com ataque

agudo de ansiedade, que é diferente do medo, que ao ser forçada a encarar a

situação, a mesma entra em pânico, isto é, irracional e incontrolável.

Seguindo o pensamento de Campbell, (2009) no caso da criança

com síndrome de Down as limitações genéticas e no pouco que se pode fazer,

a educação pode apresentar melhoras expressivas resultados

independentemente do seu início. A dedicação dos pais, familiares,

professores, terapeutas irão produzir desenvolvimento e aprendizagem na

criança. Cabe também ao educador, a família, à comunidade e à sociedade

oferecer condições para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Pela

pouca informação sobre as possibilidades de desenvolvimento do Down,

acreditando-se com isso preconceituosamente considerá-lo incapaz, inútil e

até mesmo um ônus.

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CAPÍTULO III

IMPORTÂNCIA DOS FATORES ESSENCIAIS NA

ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA COM DOWN

O bom rendimento escolar de determinados alunos é muito mais

fácil e agradável de ser obtido o êxito, do que de uma criança com dificuldades.

Os elogios aparecem espontaneamente, enquanto aquelas que apresentam

dificuldades de aprendizagem, os problemáticos, o difícil é exatamente

encontrar com facilidade as pessoas certas para entendê-las, estimulá-las e

levá-las a um rendimento bom.

De acordo com Leibig (2009), todo indivíduo que traz consigo

dificuldades na sua aprendizagem, é condenado a carregar com ele as

dificuldades para aprender e ser considerado pouco inteligente para o resto da

sua vida.

O autor em pesquisa traz um novo olhar sobre a dificuldade de

aprendizagem por um certo número de criança, quando menciona a

neuroeducação, no que diz respeito a um novo olhar afirmando que as

dificuldades de aprendizagem são nada mais do que comportamentos

limitantes e por isso mesmo podem ser modificados, embora a criança seja

portadora de uma sídrome ou não.

O sentir, o saber e o querer também são aspectos essenciais, que

tanto o professor ou quem estiver lhe dando com esse tipo de criança,

necessita junto com ela desejar muito a aquisição da aprendizagem.

Fazer com que a ideia-chave está na migração do estado de ser,

através da movimentação do indivíduo do seu estado atual chegar ao seu

estado desejado, com a utilização do modelo de intervenção da

neuroeducação, trazendo mudanças no seu potencial de inteligência. Estudos

comprovam que os bebês antes mesmo, do seu nascimento, os bebês já estão

aptos a aprender.

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3.1 Valores dos fatores essencias (linguagem, audição e

visão)

Na pesquisa de Leibig (2009) ao perceber que a criança apresenta

desmotivação, desinteresse e desconcentração no desempenho da

aprendizagem da linguagem verbal ou escrita, a qual troca fonemas e achando

que tudo é difícil, está criança aponta o porque ela não aprende. O importante

está no fazer com que esta criança acredite mais nela e permita que venha de

dentro para fora aquilo que simplesmente ela mantém trancado dentro dela.

A criança apresenta nervosismo e ansiedade por ter acanhamento

de ler para alguém: alguma letra, palavra, frase, texto mínimo o que seja, não

importa a quantidade ou mesmo a dificuldade ou facilidade no que ela acha ter

e como ultrapassar essas dificuldades perante alguém ou a turma.

Dentro do estudo da autora, é focado a insegurança da criança, a

baixa autoestima, a desorganização, timidez, algum desajusto no foco da

atenção e o acompanhamento de uma preguiça. Tanto uma situação ou

algumas situações, não se torna necessário que sejam todas, resultará na

dificuldade de linguagem, ou melhor, da aprendizagem em si.

De acordo com Leibig (2009) quando a criança apresenta um

transtorno específico na leitura ela frequentemente tem antecedentes de

transtornos da fala ou da linguagem. Esse transtorno vem comumente

acompanhado de transtorno emocional e de transtorno do comportamento

durante a escolarização.

Quando a criança apresenta transtorno de leitura, sua leitura oral é

marcada por distorções, substituições ou omissões, isso acontecendo na leitura

em voz alta ou silenciosa acompanhada por lentidão e erros na compreensão.

Seguindo o pensamento de Leibig (2009) o aluno apresentando

dificuldade de focar a atenção, apresentar ansiedade, ter impulsividade,

preguiça além de ser desligado em alguns momentos, traz alerta no sentido de

ser identificado como desastrado, ansioso, irritado, mal humorado,

desinteressado, no entanto os estudos nos apontam dificuldades no

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processamento auditivo central, que vem a ser mais um fator responsável da

dificuldade na alfabetização.

O foco de atenção da mente quando não acontece corretamente

logo sabemos que esta criança apresentará dificuldades com a aprendizagem

não só apenas na alfabetização, como também no processo geral da

aprendizagem.

Seguindo a linha de estudo de Leibig (2009) o foco de atenção

possui dois modos operacionais: um voltado para o meio ambiente que é

direcionado para o mundo externo (quando vemos os objetos, as pessoas,

paisagem etc) e o outro voltado para o nosso meio interno, quando entramos

em contato com a realidade interior tomada pelos pensamentos, lembranças,

sensações, emoções etc. Esse foco funciona como um raio de laser. Tudo vai

depender do bom funcionamento da visão da criança e da atenção do

professor, um olhar diferente que possa perceber a diferença e a necessidade

de ajuda para se obter uma aprendizagem.

De acordo com PUESCHEL (2007) o educador deve acompanhar a

necessidade de uma avaliação completa da visão, tempo de atenção e nível de

desenvolvimento cognitivo.

Acompanhando a autora LIMA, Elvira (2010) é de grande

importância que nunca devemos esquecer que o aluno não é só uma cabeça

que aprende e sim um corpo todo do ser humano é um ser de cultura um ser

com emoções e com uma história. Não só um ser de cultura como também um

ser com experiência simbólica. É este cenário, este percurso que dá à

aprendizagem da escrita através do desenvolvimento da função simbólica no

ser humano.

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3.2 A importância da investigação e curiosidade na

alfabetização do Down

Direcionado pelo autor Drago (2013) vimos que durante bastante

tempo muitas síndromes eram totalmente desconhecidas pelos professores em

virtudes, dos mesmos estarem hospitalizados ou em asilos, sendo

acompanhados pela área médica, totalmente desligado da área educacional.

Valeu apenas muitas ações desenvolvidas de lá para cá ditas educacionais que

não deixavam de obras assistenciais e as escolas passam a receber essas

pessoas e discutir suas bases como proposta de educação conhecida como

inclusiva.

Continuando com Drago (2013) para termos uma escola inclusiva

torna-se necessário que: em todas as fases do aluno haja estímulo, o conteúdo

deve ser contextuado ao nível de aprendizagem que o aluno precisa,

momentos de planejamento coletivo para um objetivo pedagógico, atividades

imaginativas utilizando histórias infantis, materiais concretos para atender a

formação de conceitos,uso de recurso audiovisuais e da musicalidade para

garantir a compreensão e a aprendizagem significativa, atenção constante

em valorizar o contato físico com demonstração de afeto e carinho,sempre

reorganizando e ressignificando o espaço do tempo das aulas e das atividades,

usar outras ou novas tecnologias de informação, uso de histórias, músicas,

cantigas, jogos, materiais coloridos e diversificado, texturas, dramatização,

fotografias, por serem grandes apoios pedagógicos como foco central no

desenvolvimento da linguagem oral e escrita da criança especial, reorganizar

currículo com atenção no que a criança traz de sua vida cotidiana, ver o aluno

como sujeito real da ação educativa, escola no seu todo acolhedora, agradável

e estimulante, professor e escola têm o dever da busca de pesquisar sobre as

características da especialidade da deficiência do aluno.

A escola precisa criar situações para os sujeitos com deficiência

ou transtornos globais do desenvolvimento possam contribuir com os colegas

de turma, incentivar práticas mais cooperativas e menos competitivas, criação

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de rotinas diferenciadas com toda a turma ou colégio onde todos possam

receber apoio para participar de forma igual e plena, analisar e escolher

abordagens de ensino para trabalhar com diferentes níveis, celebrar os

sucessos e procurar aprender com desafios, procurar romper paradigmas e

estar sempre presente na constante mudança educacional e analisar dia a dia

nossas vidas e levando essa análise para dentro da escola, refletir o que é ser

igual ou diferente, olhar ao redor e concluir que não tem ninguém igual ao

outro, no pensamento, no agir, no comportamento, na ação e que ser diferente

não significa não ser capaz.

Seguindo a linha de estudo de LIMA, Elvira (2010) qualquer criança

pode aprender a ler e a escrever, porém as situações devem ser diferenciadas

de acordo com o e sua questão individual. Todo processo de aprendizagem

está vinculado com a história da própria criança que por ser um ser humano

pode aprender mais facilmente quando o novo relacionado com algo da sua

experiência prévia, com o conhecimento anterior, tudo tem peso para se chegar

a uma aprendizagem. O cérebro do ser humano é organizado em torno da

formação de significados, que é a rede de informações e experiências vividas

entre si. O conhecimento prévio da criança facilita a formação de novos

significados.

LIMA, Elvira (2009) afirma que o cérebro e a escrita formam um

instrumento para o próprio pensamento da pessoa, fazendo a própria pessoa

que escreve dialoga consigo mesma, forma instrumentos mentais para seu

pensamento estabelecendo parâmetros para a comunicação com os outros.

Estudando LIMA, Elvira (2014) afirma que para escrever

precisamos ter consciência de como as palavras se ajustam para formar uma

sentença e como as sentenças se reúnem e montar um parágrafo.

Ainda seguindo a mesma linha da autora, coloca os estudos sobre

o cérebro destacando o verbo da ação como a categoria gramatical que opera

como peça fundamental para a formação da sentença.

Pelo pensamento de RODRIGUES, Janine (2015) os ideais da

educação inclusiva são fortalecidos nos princípios universais dos direitos

humanos onde aponta a igualdade e a diferença como valores indissociáveis,

impedindo qualquer tentativa de exclusão.

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Seguindo TEIXEIRA E NUNES (2014) a análise das necessidades

educacionais especiais de cada aluno é de imenso valor, ou melhor, extrema

importância para uma substancial mudança e um avanço significativo nos

projetos pedagógicos com esse tipo de diferença. Ao lidar com uma criança

com Down surge em nós uma inquietação esta diante de alguma coisa que

para nós têm uma simbologia de condição sine qua non para que possa

assumir seu papel de cidadão ativo.

De acordo coma autora Alves (2011) afirma:

“ A superproteção pelos pais e educadores

nas crianças Down faz com que todos se

concentrem nas deficiências delas, aten-

tem-se mais pelos fracassos do que pelos

sucessos das crianças.”

A criança com Down tem o fator disfunção cerebral presente, e com

isso, apresentando probabilidade de convulsões. Síndrome conhecida como

Mongolismo ou Trissomia 21, genericamente doença localizada no cérebro,

encefalopatia, não é progressiva, tendo tendências para melhoras espontâneas

sabendo que seu Sistema Nervoso Central, continua amadurecendo com o

tempo. Não existe oferecer a cura, pois devemos nos sentir contemplado com a

melhora do quadro. Os tratamentos são de vários profissionais e de longa

duração e contribuição da família.

Estudando PUESCHEL (2007) a criança portadora de Down

igualmente a qualquer outra criança se apresenta ao nascer, pronta para

aprender, dependendo do bebê ele pode apresentar primeiramente as

habilidades grossas antes de estar pronta maturamente para envolver-se nas

habilidades motoras finas de qualquer porte ou complexibilidade. Devido a

fraqueza muscular da criança com Down, pode apresentar um atraso no seu

desenvolvimento de motricidade grossa, como a doença cardíaca congênica

muito como no Down e outras complicações físicas.

“As mãos são os instrumentos da inteligência do

homem”

(Maria Montessori)

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De acordo com PUESCHEL (2007) o desenvolvimento infantil pode

determinar na avaliação do brincar, orientando os pais como brincar com ele

com eficácia, escolhendo o brinquedo que tem atrativo, colorido, que ele possa

criar seus movimentos e transformá-lo no que deseja com suas próprias

mãozinhas. O que deve contar na escolha dos amiguinhos da criança com

Down, é o nível de desenvolvimento da criança e não a idade cronológica,

porque as crianças com síndrome de Down, sentem se mais à vontade com

crianças de idade menores do que com idades maiores. No caso de mediação

como nas brincadeiras do faz-de-conta ou jogos de papéis vai praticá-lo muito

sua habilidade sensório-motora, portanto o aprendizado em si ocorre num

ambiente menos competitivo e focalizado na velocidade.

Para PUESCHEL (2007) a hipotonia dos músculos que é o tônus

muscular diminuído, dificulta a sucção, e por isso é aconselhado oferecer a

alimentação (leite, água ou sucos) na mamadeira e manter uma postura que

garanta o gargalo sempre cheio e evitar a dobra do bico, pois uma continuidade

na saída do líquido é que vai facilitar a sucção. Ao manter a boca aberta e a

língua projetada durante a alimentação, a deglutição será certamente

prejudicada.

Pelo olhar do autor em pesquisa, a fase da educação infantil é

também um dos lugares que oferece uma das mais valiosas oportunidades de

adquirir habilidades que a criança Down permanentemente precisa estar

conquistando, isto é, aprender a brincar. O brincar é o veículo natura que

produz crescimento e aprendizagem.

Quando está sendo inserida na vida escolar, de acordo com

Pueschel (2007) a criança com Down precisa ser colocada de forma a adquirir

desempenho escolar, embora cada um apresenta seu potencial, que deve ser

explorado, avaliado e por último desafiado.

Seguindo o pensamento do autor acima, a criança necessita que a

abordagem educacional vise à humanização nesse momento de ensino,

observando que cada aluno, como cada criança que seja respeitada a sua

integridade individual, fator este que encoraja, aumenta sua alto-estima e

estimula novas tentativas. Um sorriso, um gesto de aprovação ou algumas

palavras como elogios, tornando-se o ideal para que essa criança Down, tenha

prazer e se esforce um pouco mais para obter mais desenvolvimento.

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Pesquisando Pueschel (2007) é cada vez mais frequente que os

especialistas em desenvolvimento de crianças com deficiência descubram que

o manejo orientado precoce do desenvolvimento dessa criança garante um

desempenho futuro. Muitas vezes os especialistas de desenvolvimento

trabalham com as crianças e famílias onde discutem técnicas variadas de como

lidar com essas crianças.

O autor estudado é a favor que sempre que possível a criança

portadora de deficiência seja qual for, necessita participar das atividades

frequentadas pelas crianças não deficientes. Da mesma forma as escolas têm

o dever de reavaliar as dificuldades que a criança apresenta na alfabetização e

oferecer um desenvolvimento diferenciado num programa de ensino

individualizado, atendendo as necessidades de aprendizagem incluindo um

reforço pedagógico em certas áreas de desenvolvimento do tipo motricidade ou

linguagem.

Estudando Pueschel (2007) considera de grande importância o fato

a se considerar que a compatibilidade entre as habilidades sociais da criança

especial, sua coordenação, independência na vida diária, interesse nas

atividades apresentadas e as expectativas do planejado. Selecionar as

atividades de lazer, que a criança tenha oportunidade de aprender algo sobre

participação em grupo, oferecer apoio e solicitar ajuda dos participantes e ao

mesmo tempo em que ela possa se divertir.

Seguindo a mesma linha é afirmada que aprender a brincar é uma

das mais valiosas habilidades que a criança recebe numa pré-escola que

servirão de base para o momento da alfabetização. O brincar traz naturalmente

o crescimento e a aprendizagem, faz a criança feliz pelas descobertas

acontecidas nos primeiros estágios na pré-escola e a criança portadora de

síndrome de Down, precisa de assistência ao brincar, sendo que ela mesma

solicita muito alguém para brincar para brincar com ela, indiferente de idade ou

qualquer outra diferença. Pais, irmãos mais velhos ou qualquer adulto devem

preparar o ambiente para uma atividade lúdica, isto é, uma brincadeira que

tenha uma meta que venha despertar na criança o desenvolvimento social e

habilidades cognitivas que encorajem o jogo ou a brincadeira usando o

imaginário e a fantasia para provocar a fala de boneca ou que transfira

conhecimentos pré adquiridos.

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De acordo com ALVES, Fátima (2012) a inclusão não é uma tarefa

fácil, portem sabe-se que não é impossível, por isso mesmo deve-se agilizar o

processo de confiança e crédito da pessoa dita normal para com o ser especial.

Esse que se diz normal tem que ter consciência de que a pessoa com

necessidades especiais tem toda capacidade dentro do seu limite de realizar

alguma coisa que desejar, vencendo obstáculos, superando os conceitos nesta

sociedade que se apresenta como perfeita, consciente,compreensiva e normal.

Seguindo o pensamento da autora a educação inclusiva com

certeza só alcançará sua postura ideal a partir do momento em que todos

estiverem preparados para conviver, respeitar, estes seres como também

aqueles que na verdade se dispuserem a trabalhá-los e ter certeza de como

fazê-lo. Cada um tem o seu lugar, dependendo somente de quem pode

determinar, para que verdadeiramente possamos caminhar pelos caminhos da

educação inclusiva oferecendo aos portadores de deficiência fundamentos e

instrumentos para se vencer a batalha.

RELVAS, (2015) ressalta que na educação com criança que

apresenta deficiência intelectual em classe regular, o educador diante da

desafiadora tarefa de ajudá-lo a se adaptar à escola necessita utilizar as

experiências concretas, estímulos e motivação, elogio e recompensa individual

ou em grupo e atenção individual. Essa criança necessita ter atenção especial

pelo menos para ter a chance de ser atendida dentro da sua idade mental e as

outras aptidões, como também para desenvolver suas potencialidades sociais,

estéticas e intelectuais, que para isso torna-se necessário não se utilizar nas

aulas desafios que poderão aborrecê-lo ou constrangê-lo resultando a quebra

de interesse, consequentemente não aprendizagem. Em alguns casos tem

criança que não é bem compreendida e aceita pelo grupo, causando a ela

desajuste no seu comportamento ou até mesmo nos problemas psicológicos.

Aconselha aos pais a não tratá-lo como adulto , porque sente falta de carinho e

afeto infantil.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que a alfabetização do Down na escola privada no início

do ensino básico tornou-se uma ferramenta desta pesquia em virtude do meu

neto Noah ser portador da Síndrome de Down e a dificuldade encontrada no

processo da alfabetização com o mesmo.

O estudo comprova aspectos fundamentais do organismo biológico

nos processos psíquicos humanos que ajudam no desenvolvimento da criança

desde tenra idade e sempre muito focados na área psicomotora da criança,

que traz o desenvolvimento bem estimulado através dos movimentos do corpo

e o desenvolvimento da personalidade intelectual, social e afetiva como

resultantes da trabalho paralelo com a psicomotricidade aplicada a partir do

nascimento da criança.

Percebe-se o valor do brincar, onde as brincadeiras por serem

livres deixam transparecer seus pensamentos e sentimentos, dando

oportunidade dela criar uma outra brincadeira onde surge a transparência do

seu interior que para o educador é um grande auxiliador e a importância em

utilizar as atividades lúdicas que faz com que o desenvolvimento da criança

brote com mais facilidade, criando hábitos de respeito, ordem, sequência,

coleguismo, como saber ser perdedor ou vencedor, o que traz o bom

crescimento no seu desenvolvimento.

Os fatores essenciais: linguagem, audição e visão contribuem para

a alfabetização da criança com Down ou sem Down, mas quando surgem

nesse processo: a insegurança, a baixa altaestima, a desorganização, a

timidez resultando na dificuldade de linguagem, ou melhor, da aprendizagem

em si. O processamento auditivo central deve ser investigado, como também a

visão deve ser avaliada para colaborarem com a alfabetização da criança.

O cérebro do ser humano é realizado em torno da formação de

significados vindos das experiências vividas entre si.

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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO ........................................................................................ 2

AGRADECIMENTO ........................................................................................... 3

DEDICATÓRIA .................................................................................................. 4

EPÍGRAFE ......................................................................................................... 5

RESUMO ........................................................................................................... 6

METODOLOGIA ................................................................................................ 7

SUMÁRIO........................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9

CAPÍTULO I

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO ENSINO BÁSICO.......................... 11

1.1 – Desenvolvimento psicomotor no ensino básico.................12

1.2 – Desenvolvimento da personalidade da criança

( intelectual, social e linguagem ).........................................................16

CAPÍTULO II

ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA NO ENSINO BÁSICO............................... 22

2.1 – Por que as crianças brincam?............................................. 23

2.2 – A importância das atividades escolares lúdicas no ensino

básico .......................................................................................... 26

CAPÍTULO III

IMPORTÂNCIA DOS FATORES ESSENCIAIS NA ALFABETIZAÇÃO DA

CRIANÇA COM DOWN................................................................................... 32

3.1 – Valores dos fatores essenciais

( linguagem, audição e visão ).................................................... 33

3.2 A importância de investigação e curiosidade na

alfabetização do Down............................................................................. 35

CONCLUSÃO................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 42

ÍNDICE.............................................................................................................. 44

ANEXO............................................................................................................ 45