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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O MARKETING E SUAS FERRAMENTAS COMO DIFERENCIAL NA
CONSTRUÇÃO DE UMA EMPRESA
Renata Rizzuto da Cruz
Orientadora
Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O MARKETING E SUAS FERRAMENTAS COMO DIFERENCIAL NA
CONSTRUÇÃO DE UMA EMPRESA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre
– Universidade Candido Mendes como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em Gestão
Empresarial
Por: Renata Rizzuto da Cruz
3
AGRADECIMENTOS
Em primeiro agradeço a Deus, que sempre
esteve comigo, me mostrando que nada é
impossível.
Agradeço a toda minha família que sempre
estiveram presentes no decorrer desses anos.
Agradeço a minha irmã Roberta Rizzuto da Cruz,
por ter sido sempre minha amiga e companheira.
Para finalizar, agradeço a todos que sempre
desejaram o meu bem e sempre torceram por
minha felicidade e sucesso.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso,
aos meus pais Aydgton Gomes da Cruz Filho
e Leila Márcia Rizzuto da Cruz, que
contribuíram para a minha formação pessoal
e acadêmica, sempre me apoiando,
incentivando e nunca deixando faltar nada
para que eu me tornasse quem eu sou hoje.
5
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso pretende mostrar as estratégias de
marketing utilizadas pela Assolan (empresa do segmento de lã de aço), bem como
de outras empresas que atuam no setor dela. Relata a estória do surgimento do
produto no Brasil, assim como o surgimento da Assolan e sua principal concorrente.
De forma sintética, ressalta a importância do marketing na construção da marca de
uma empresa ou de um produto – possuindo como foco o objeto da pesquisa: lã de
aço Assolan. Analisa a relevância do marketing ao proporcionar o conhecimento do
produto pelos consumidores, bem como a melhor maneira de atingir o seu público
específico. Analisa também as mídias a serem utilizadas, de maneira criativa,
atraente e eficiente.
6
METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa foi bibliográfica, desenvolvida através da leitura,
análise e interpretação de diversas fontes. Foram realizadas pesquisas nas
bibliotecas de universidades particulares no Município do Rio de Janeiro como:
Universidade Gama Filho, Estácio de Sá e Moacyr Sreder Bastos.
As fontes utilizadas foram primárias e secundárias. A primeira (fonte
primária), foi realizada através de entrevista informal com o diretor de marketing
da Assolan, Sérgio Guzzo. Cabe ressaltar que o uso da fonte primária foi feito de
modo informal. Não foi utilizada nenhuma metodologia específica, e nem se
obedeceu a nenhum tipo de técnica de entrevista. Sendo assim, também não se
utilizou nenhum tipo de instrumento de coleta de dados – segundo critérios
técnicos de pesquisa científica.
Já na segunda fonte (secundária), o material adquirido foi a partir de
fontes já existentes como livros de autores de marketing, propaganda e marca.
Foram feitas também buscas em sites especializados em matérias de
comunicação, relações públicas, marketing, publicidade, entre outros que
continham informações referentes ao tema em questão.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
CAPÍTULO I – MARKETING: PRINCIPAIS CONCEITOS E DEFINIÇÕES..........11
CAPÍTULO II – MARCA: VALOR AGREGADO AOS BENS DE CONSUMO......26
CAPÍTULO III – O MERCADO DE LÃ DE AÇO NO BRASIL. UM BREVE
HISTÓRICO..............................................................................................................37
CAPÍTULO IV – ASSOLAN: “O FENÔMENO” – UM ESTUDO SOBRE A LÃ DE
AÇO QUE REVOLUCIONOU O MERCADO..........................................................51
CONCLUSÃO..........................................................................................................67
ANEXOS...................................................................................................................69
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................79
ÍNDICE.....................................................................................................................82
8
INTRODUÇÃO
O produto lã de aço se tornou conhecido no Brasil a partir da década de 30 e
teve sua produção iniciada no país em 1948, sendo pioneira a empresa Abrasivos
Bombril Ltda, hoje nomeada Bombril S/A. Mais tarde, em 1958 a família Pardelli
passa a disputar o mercado desse tipo de produto com a marca Assolan.
No decorrer do tempo, foram surgindo novas empresas concorrentes como
as fabricantes das marcas Limppano, Ypê e Rosatex. Esse crescimento do mercado
de lã de aço proporcionou o aprimoramento do produto sendo desenvolvidas novas
versões, com perfume, em formatos menores, com embalagens diferenciadas, com
sua composição reformulada com o intuito de preservar o meio ambiente, entre
outras.
O marketing se faz presente tendo como finalidade compreender o
consumidor e seu comportamento. Essas informações podem ser utilizadas pelos
profissionais da área para oferecer ao seu público um produto ou um serviço que
atenda às suas necessidades e desejos. Essa tarefa tem como meta agradar o
público, bem como aumentar os lucros da empresa.
O mix de marketing que constitui os 4 Ps – preço, promoção, praça e
produto- pode ser utilizado pelas empresas na divulgação de seus produtos no
mercado. Para permitir ao consumidor estabelecer associações e criar uma
identidade, é criada uma marca que passa a ser a referência da empresa e dos
produtos. Com o objetivo de fortalecer essa marca são destacados os atributos e
benefícios oferecidos por ela.
9
O primeiro capítulo discute os conceitos e definições do marketing, suas
ferramentas e subdivisões além de suas estratégias e ainda um estudo mais
aprofundado a respeito da publicidade realizada através de campanhas
veiculadas na mídia, em especial na televisão. Para tal, foi importante a leitura de
autores como Philip Kotler, Gilbert Churchill, Sérgio Roberto Dias, além de fontes
como os sites: Avon, BNDES, UFMG e Meio e Mensagem.
No segundo capítulo, a marca será o assunto abordado, ressaltando a
sua importância como um item que agrega valor aos bens de consumo,
apresentando sua definição e seus principais aspectos, como a criação, registro e
estratégias de posicionamento da mesma. Foram utilizados para embasar o
assunto em questão Philip Kotler e Gilbert Churchill e publicações dos sites:
Sebrae RJ, Garnier, H. Stern e Jornal Estado de São Paulo.
O terceiro capítulo trata do surgimento da lã de aço no Brasil, composto por
um breve histórico da trajetória do produto. Aborda as empresas que primeiro
fabricaram o produto e as atuais, descrevendo as estratégias de marketing que cada
uma delas utilizou -especialmente a líder de mercado no segmento de lã de aço no
país: Bom Bril. Neste capítulo foram utilizados Kotler, Churchill e consulta à internet
nos sites: Bombril. Assolan, Máquina da Notícia, Jornal do Commercio, Freedom
Comunicações, entre outros.
Para finalizar, o capítulo quatro apresenta um estudo sobre a marca
Assolan, descrevendo desde sua fundação até os dias atuais, mais
especificamente sobre a lã de aço comercializada pela empresa, o
posicionamento adotado e as suas estratégias de marketing. Dessa maneira,
10
pretende-se identificar a relevância do marketing e suas ferramentas para a
construção da imagem da lã de aço Assolan, bem como seu destaque em meio
às demais. O capítulo teve como referência bibliográfica os autores já citados acima
e os sites: Assolan, Meio e Mensagem, Terra, News Net, Revista Marketing...
11
CAPÍTULO 1
MARKETING: PRINCIPAIS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Este primeiro capítulo tem como objetivo conceituar e definir o marketing,
bem como mostrar a sua função e finalidade. Como poderá ser observado, o
marketing é responsável por compreender o comportamento e a mente do
consumidor, criando ou adaptando produtos, marcas ou serviços que atendam às
suas expectativas. Logo, o principal objetivo dos profissionais de marketing é
atender aos desejos e necessidades dos consumidores.
Segundo Philip Kotler (2000, p.30), o marketing pode ser dividido em dois
grupos: marketing social e marketing gerencial. No primeiro, o autor descreve o
marketing como sendo uma ferramenta capaz de dar às pessoas o que elas
necessitam e/ou desejam, através de produtos e serviços. Kotler afirma que
“Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas
obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre
negociação de produtos e serviços de valor com outros.”
Quanto ao marketing gerencial, o autor diz que é freqüentemente
simplificado na tarefa de vender, não havendo maior ênfase no planejamento que
os profissionais de marketing devem realizar até disponibilizarem o produto e/ou
serviço para os consumidores. O foco principal é na venda dos produtos. Para
Kotler (2000, p.30), "Marketing (administração de) é o processo de planejar e
executar a concepção, a determinação do preço (pricing), a promoção e a
12
distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas
individuais e organizacionais".
Essa definição que Kotler faz do marketing gerencial não é unânime. Para
Peter Drucker (apud Kotler 2000, p.30), o principal objetivo do marketing não é a
venda do produto. Se os desejos dos clientes forem estudados e compreendidos,
o produto simplesmente se fará presente na vida deste consumidor.
Pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível. (DUCKER apud KOTLER, 2000, p.30)
Uma das definições mais básicas das tarefas do marketing é saber
identificar e atender às necessidades e desejos humanos e sociais; sendo assim
atendendo à demanda e lucrando para a empresa. Para isso, o profissional de
marketing dispõe de algumas ferramentas, que serão vistas ainda neste capítulo.
Quando a empresa dispõe de pouca verba, um dos principais desafios do
marketing é otimizar ao máximo seus recursos, sendo objetivo e criando soluções
para que as necessidades sejam atendidas. Neste caso, pode haver a não
utilização de algumas das ferramentas do marketing. Foi o que aconteceu com
empresas como a Avon Cosméticos, que desde o seu início em 1959 adotou
como principal ferramenta de marketing o contato direto com o consumidor, a
chamada “venda direta”, ou venda pessoal, que segundo Churchill (2000, p.452) “
é a venda que envolve interação pessoal com o cliente”.
13
Em seu início, a Avon não investia em campanhas publicitárias. Ela se
aproximou de seus clientes, entendendo melhor suas necessidades, criando uma
relação mais direta com os mesmos, oferecendo produtos de qualidade,
conquistando assim a fidelidade dos clientes. Segundo seu site, “mais conhecido
como venda porta a porta, a venda direta, adotada desde o início da história da
Avon, tornou-se um modelo de sucesso que passou a ser seguido por outras
empresas ao redor do mundo”. De acordo com o site do BNDES, “a venda direta
foi introduzida empresarialmente no Brasil em 1959 com o estabelecimento da
pioneira Avon Cosméticos.” Ainda de acordo com o site, “ a Avon é a líder do
setor no Brasil com faturamento de US$1,2 bilhão em 1996”.
Agradar a todos os consumidores é uma tarefa árdua. Por isso, os
profissionais de marketing segmentam o mercado. De acordo com Kotler (2000,
p.278) segmentação de mercado pode ser definida como “um esforço para
aumentar a precisão do marketing da empresa”. Ou seja: eles estudam os
diferentes grupos de compradores e analisam quais deles poderão oferecer
maiores oportunidades de se encaixar ao perfil da empresa, e poderão se tornar
possíveis consumidores. Sendo assim, a empresa se posiciona atendendo aos
desejos e necessidades do mercado alvo. De acordo com Kotler (2000, p.33),
para que o produto seja bem aceito por seu público-alvo, “o profissional de
marketing precisa tentar compreender as necessidades do mercado - alvo, seus
desejos e suas demandas.”
Produto pode ser entendido como um bem material, ou um bem não
material, que atende à um desejo ou necessidade do consumidor. O produto pode
14
ter um atrativo que desperte a atenção e curiosidade do consumidor em adquiri-lo
(uma blusa nova, por exemplo), pode ter utilidade no dia a dia (detergente, por
exemplo), ou pode ainda ser um serviço, que é o produto não material: porém,
deve também atender seus desejos e necessidades (um salão de beleza, por
exemplo). Para Kotler (2000, p.33), “um produto é qualquer oferta que possa
satisfazer a uma necessidade ou um desejo.”
O profissional de marketing deve adaptar o produto aos desejos e
necessidades do consumidor junto a sua demanda. Todos precisam de ar, água,
comida, moradia e roupa para sobreviver, que representam as necessidades.
Quando essas necessidades se tornam específicas, chamamos de desejos, que
será melhor explicado nos parágrafos seguintes, quando for abordada a
hierarquia de Maslow.
Para Kotler (2000, p.33) o desejo é característico de cada sociedade,
moldado pela cultura e por gostos individuais. Um homem pode sentir fome e se
alimentar de feijão, arroz, bife e salada, tendo sua necessidade atendida. Já o
mesmo homem pode sentir fome e desejar um Big Mac, principalmente se for nos
EUA (cultura alimentar ligada ao fast food). A demanda se caracteriza na junção
do desejo com a possibilidade de compra, por isso a importância de se conhecer
o mercado alvo.
A teoria de Maslow, criada por Abraham Maslow ajudará no processo de
compreensão das necessidades do ser humano, pois ela demonstra o modo de
pensar e agir do consumidor em relação ao consumo de um produto levando em
consideração suas necessidades, que são dispostas hierarquicamente. Para
15
ilustrar o dito, o autor desenvolveu uma pirâmide que poderá ser observada no
anexo A. Para Maslow (apud Kotler, 2000, p. 194):
(...) as necessidades humanas são dispostas em uma hierarquia, da mais urgente para a menos urgente. Em sua ordem de importância elas são necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e necessidades de auto-realização. (MASLOW apud KOTLER, 2000, p.194)
Além dos fatores que dizem respeito ao produto, como a escolha do seu
público-alvo, o estudo sobre seus atributos, seu posicionamento, a determinação
do seu preço, a praça onde o produto estará disponível, a estratégia de marketing
que será criada, entre outros; existem ainda fatores que têm ligação direta com a
empresa e podem interferir no seu relacionamento com os consumidores. Nesse
caso, a empresa não tem qualquer domínio sobre eles, que são denominados
ambientes de marketing.
Gilbert A. Churchill (2000, p.6) divide o ambiente de marketing em dois
grupos: macroambiente, que “é o estudo de processos, atividades, instituições e
resultados de marketing no nível da sociedade”. E o microambiente que, “é o
estudo de processos e atividades de marketing nos níveis organizacional, de
produto ou de marca”.
No microambiente as forças estão próximas à empresa, e afetam sua
capacidade de servir aos seus clientes, como os seus fornecedores, a própria
empresa, os públicos, os concorrentes, seus próprios clientes e os intermediários
do marketing. No macroambiente as forças representam os ambientes
econômicos, demográficos, naturais, tecnológicos, políticos, socioculturais, e
competitivos.
16
Para consolidar o trabalho realizado pelos profissionais de marketing são
utilizadas algumas ferramentas. Elas constituem o mix de marketing, que as
empresas podem utilizar para desenvolver seus planejamentos de marketing.
Através das quais elas podem trabalhar para apresentar seu produto ao público,
com o intuito de despertar nele o interesse em consumi-lo. De acordo com
McCarthy (apud Kotler 2000, p.37) essas ferramentas são divididas em quatro
grupos, e esses grupos ainda subdivididos, como observa- se a seguir:
Produto: Algo oferecido por profissionais de marketing para clientes com propósito de troca. Preço: A quantidade de dinheiro ou outros recursos que devem ser dados em troca de produtos e serviços. Promoção: Os meios pessoais e impessoais usados para informar, convencer e lembrar os clientes sobre produtos e serviços. Praça: Os canais de distribuição usados para levar produtos e serviços ao mercado. (MCCARTHY Apud KOTLER, 2000, p.37)
O estudo do produto engloba a variedade de produtos, a qualidade, o
design, as características, o nome da marca, a embalagem, o tamanho, os
serviços, as garantias e devoluções. O preço do produto é o valor que o
consumidor deverá pagar para adquirir o produto. É feito um planejamento onde
estão incluídos preços de lista, descontos, concessões, prazo de pagamento,
condições de financiamento.
É através da promoção que o consumidor vai conhecer o produto e,
quando bem feita, conhecer os atributos e vantagens que ele pode oferecer. Os
tipos de promoção subdividem-se em promoção de vendas, publicidade, força de
vendas, relações públicas, marketing direto.
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Praça é onde o produto estará disponível para o consumidor. É todo o
estudo da logística e distribuição para os pontos de venda, que incluem os
canais, cobertura, variedades, locais, estoque, transporte.
1.1. O “P” de promoção: ferramentas promocionais
Após criado o produto, determinado o preço e sua distribuição, o próximo
passo é apresentá-lo ao consumidor, oferecendo ao público informações sobre o
mesmo, marca, lojas ou organizações. Outro passo é criar uma identidade para o
produto; ou seja: definir como a empresa deseja que ele seja visto pelos
consumidores, criando na mente das pessoas avaliações positivas sobre ele,
satisfazendo seus desejos e necessidades e conquistando a fidelidade dos
compradores em potencial. Após criado o posicionamento do produto, a
promoção entra em cena para propagar essa mensagem ao consumidor.
A promoção é uma das ferramentas do mix de marketing voltada para o
aumento das vendas. Após todo o planejamento que foi feito anteriormente, é
hora de divulgar ao consumidor, visando o consumo e a lucratividade. Para
Sérgio Roberto Dias (1989, p.353), promoção é “o conjunto de estratégias e
ações de comunicação definidas, objetivas e harmonicamente integradas ao
composto de marketing.” A promoção pode ser mais amplamente subdividida em
propaganda, publicidade, promoção de vendas, força de vendas, relações
públicas, marketing direto, merchandising.
Segundo Churchill (2000,p.472): “Propaganda é qualquer anúncio ou
mensagem persuasiva veiculada nos meios de comunicação de massa em
18
determinado período e espaço pagos ou doados por um individuo, companhia ou
organização identificados”. Assim como a propaganda, a publicidade tem como
finalidade tornar público produtos, empresas e marcas. De acordo com Churchill
(2000, p.496):
Publicidade é a comunicação vista como não paga de informações sobre a organização ou produto, geralmente por alguma forma de mídia. Assim como a propaganda, a publicidade deve ser planejada, implementada e controlada como parte do esforço integrado de comunicação de marketing. (CHURCHILL, 2000, p.496)
Existem pequenas divergências na utilização dos dois termos pelo fato da
publicidade ter um aspecto mais informativo e a propaganda ser mais persuasiva
e objetiva. Propaganda e publicidade se confundem em seus conceitos, já que o
objetivo de ambas é expor idéias, além dos itens citados anteriormente. Segundo
Carlos Alberto Rabaça (2001, p. 598), “a publicidade adquiriu no século XIX,
também um significado comercial: qualquer forma de divulgação de produtos ou
serviços, através de anúncios geralmente pagos e veiculados sob a
responsabilidade de um anunciante identificado, com o objetivo de interesse
comercial”.
Outra ferramenta inserida é a promoção de vendas. Ela é eficaz para
gerar aumento imediato de vendas. As promoções podem ser dirigidas aos
consumidores, como também aos varejistas e atacadistas. Para Churchill
(2000,p.489), pode-se entender promoção de vendas como:
A promoção de vendas é a pressão de marketing exercida na mídia e fora dela por um período predeterminado e limitado visando ao consumidor, varejista ou atacadista, para estimular experiências com um produto, aumentar a demanda dos consumidores ou melhorar a disponibilidade do produto. (CHURCHILL, 2000, p.489)
19
Já de acordo com Dias (1989, p.353), a promoção de vendas pode ser
entendida como:
Esforços de comunicação mercadológica, utilizados em espaços e tempo determinados, junto aos canais de revenda e consumidores, com o objetivo de agilizar as vendas, incrementando o volume total consumido ou imediatizando o consumo futuro. (DIAS, 1989, p.353)
Existem alguns tipos de promoções de vendas, que apesar de terem o
mesmo objetivo, o aumento nas vendas, possuem mecânicas diferentes. Elas
poderão ser observadas no anexo B.
De acordo com Kotler (2000, p.638) “os vendedores servem de elo
pessoal da empresa com os clientes. O profissional de vendas é a empresa para
muitos dos clientes dela. É ele que traz as tão necessárias informações sobre o
cliente.” A força de vendas é o quadro de vendas da empresa, através dela tanto
os clientes como a empresa se beneficiam. Os primeiros por receberem dos
vendedores, informações sobre o produto que permitirão maior agilidade,
eficiência e satisfação na compra. E a empresa obtém retorno quanto as
necessidades, reclamações, desejos dos clientes em relação ao seu produto,
permitindo assim uma adequação do produto à demanda do mercado.
A força de vendas constitui-se em profissionais capacitados para
manterem contato direto ou indireto com os consumidores. No primeiro caso
(contato direto), a venda é classificada como face a face, e ocorre da seguinte
maneira: estes profissionais divulgam o produto, mostram ao consumidor
atributos, características, fazendo demonstrações de uso, etc. O segundo é outra
alternativa de vender para o cliente o seu produto. Essa opção permite em alguns
20
casos o contato por 24 horas, pois muitas empresas disponibilizam os
profissionais durante todo o dia e a noite.
Outro importante profissional é o Relações Públicas, que segundo o site
da Universidade Federal de Minas Gerais, “atua na administração do
relacionamento entre uma organização e seus diversos públicos, ele é o
responsável pelo diagnóstico, planejamento, acompanhamento e avaliação dos
planos de comunicação das organizações, fazendo a intermediação entre estas e
seus públicos, promovendo a imagem da organização”. Neste processo de
construção do relacionamento entre o consumidor e a empresa, a interação entre
as diversas áreas da organização (como a de comunicação, de vendas, de
logística, entre outras) auxilia no desenvolvimento das suas estratégias e ações,
visando o fortalecimento de uma imagem capaz de influenciar favoravelmente os
consumidores.
O marketing direto é uma ação de marketing dirigida para clientes em
potencial, proporcionando assim menor dispersão da verba publicitária. O
marketing direto ainda é uma ferramenta que age em contato direto com seu
público, tornado- os mais próximos da empresa.
Para Kotler (2000,p.668), “o marketing direto é um sistema de marketing
interativo que usa um ou mais meios de propaganda para obter uma resposta
mensurável e/ou uma transação em qualquer local”. Sendo assim, o marketing
direto estabelece um relacionamento permanente entre o cliente e a empresa,
estreitado por meio de contatos periódicos que visam a fidelização do cliente.
21
O exemplo a seguir, retirado do site Meio e Mensagem, ilustra uma ação
de marketing direto com foco em um público específico, neste caso, gestores de
tecnologia e profissionais da área de compras das empresas.
Até o final de abril, a Sharp realizará ações de marketing direto focadas nos gestores de tecnologia e profissionais da área de compras das empresas. A campanha, assinada pela Barco/Calejon, conta com a exibição da marca em um estudo online do IDG Computer World sobre terceirização, patrocinado pela Sharp; newsletters na área de impressão e mercado, enviados aos principais executivos de TI; criação de hotsite; e veiculação de banners em portais de tecnlogia. (www.meioemensagem.com.br)
O merchandising pode ser entendido como a ação de se expor o produto
aos consumidores, após serem estudadas as condições do mercado, com as
principais informações referentes ao seu público alvo mais atualizados possível.
É a partir daí que se escolhe como, quando e onde o produto terá essa
visibilidade, podendo ser nos próprios pontos de venda, como supermercados,
lojas, mercearias, entre outros. Pode ainda optar pela inserção de sua imagem
em um programa dentro de um contexto diferenciado, como a aparição do
produto em novelas, seriados, filmes, peças, e outros programas. Segundo Dias
(1989, p.354), AMA define merchandising como a “operação de planejamento
necessária para se introduzir no mercado o produto certo, no lugar certo, no
tempo certo, em quantidade certa e a preço certo.” Ainda para o autor, de acordo
com a visão e utilização das ações de merchandising no mercado brasileiro, o
mesmo define-se como:
a) a identificação e exposição espontânea ou comercializada da marca e/ou produto em espaços editoriais dos veículos de comunicação através de: eventos e programas produzidos, editados e transmitidos pelas emissoras; cobertura jornalística de eventos; transmissão de eventos transmitidos por terceiros; matérias editadas pelos órgãos de imprensa e b) criação e produção de material promocional e peças para exibição e exposição nos pontos de venda, geralmente em complementações às campanhas publicitárias. (DIAS, 1989, p.354)
22
Um exemplo da primeira classificação de merchandising foi que, no ano
de 2006, o shampoo Garnier Fructis anti caspas fazia parte de uma cena na
novela da TV Globo, Malhação. O ator Sérgio Hondjakoff tomava banho e usava
o shampoo para lavar seu cabelo, enquanto descrevia os benefícios do produto.
A segunda classificação poderá ser ilustrada através do anexo C, onde
podem ser vistas as divulgações realizadas dos produtos Assolan, nos pontos de
vendas em gôndulas de supermercados.
1.2. A publicidade: considerações sobre campanhas na televisão
Como se pode observar no subcapítulo anterior existem várias
ferramentas que permitem que o consumidor conheça o produto e tudo que é
pertinente a ele. O capítulo em questão abordará a escolha da mídia, ou seja, o
meio a ser utilizado, em especial a mídia televisão. Segundo Dias (1989, p.185):
mídia é absolutamente parte integrante do processo mercadológico e podemos dizer que, se a Propaganda é uma função de Marketing, a Mídia, por sua vez, é função de Propaganda. A atividade de Mídia situa-se no ponto terminal da entrega da mensagem ao consumidor-alvo de uma marca. (DIAS, 1989, p. 185)
Após ter sua mensagem criada, ter seu público alvo estabelecido, deve-
se decidir em qual ou quais tipos de mídia essa mensagem será veiculada. Para
Dias (1989, p. 185), “a sua função básica, em face dos objetivos / estratégias de
mercado e comunicação, é propor caminhos (estratégias e táticas) para que a
mensagem chegue ao público-alvo”.
23
O anunciante deseja que seu produto seja adquirido pelos consumidores,
mas para esse objetivo ser alcançado, depende do nível de conhecimento que
eles terão sobre o mesmo. Esse primeiro momento (de conhecimento do produto)
depende de algumas decisões a respeito da: cobertura, freqüência e impacto,
além da audiência também importante nesse processo, que são definidas por
Kotler (2000, p.605, 608):
Cobertura: o número de pessoas ou famílias diferentes expostas a determinada programação da mídia pelo menos uma vez, durante um período de tempo específico; Freqüência: o número de vezes durante determinado período de tempo em que uma pessoa ou família é exposta à mensagem, em média. Impacto: o valor qualitativo de uma exposição através de determinado meio. Audiência: é o número de pessoas expostas ao veículo. (KOTLER, 2000, p.605, 608)
De acordo com Kotler (2000, p.606), um dos motivos de se optar por
veicular a mensagem na televisão, é que ela atinge um grande número de
pessoas. Além disso, ela possui outra vantagem sobre os demais meios, pois
combina som, imagem e movimento. Nesse tipo de mídia, a visualização e
identificação por parte do público pode ser imediata, o que permite num primeiro
momento despertar no espectador o desejo de consumir um determinado produto.
Caso que não ocorre com o rádio, que só faz uso do som, e gera no ouvinte a
possibilidade de criar uma imagem distinta em relação ao que está sendo
divulgado.
A escolha pela mídia também depende de que atributo você deseja
enfatizar sobre o produto. Dependendo do caso e o objetivo que se pretende
atingir pode-se optar pela utilização da mídia eletrônica (televisão, rádio, cinema,
24
internet...) ou mídia impressa (jornais, revistas, encartes, folhetos...). Em se
tratando da potência de um carro, a televisão é a mais aconselhada, pois nela é
possível ouvir o ronco do motor, ver a velocidade que o carro é capaz de atingir,
entre outros. Já uma apresentação de um novo modelo de relógio, funciona
melhor em revistas.
A predominância na escolha da mensagem veiculada por meio da
televisão, se dá por algumas razões que segundo afirma Kotler (2000, p.607)
foram a grande concorrência de anúncios na televisão, (por certa rejeição aos
comerciais devido ao uso do controle remoto, onde os telespectadores mudam de
canal nos intervalos das programações); e também à queda de audiência, devido
ao surgimento dos canais a cabo, videocassetes e aparelhos de DVD. Os
planejadores de mídia (profissionais encarregados de selecionar a mídia para a
divulgação do produto) se viram obrigados a mesclar a televisão (diminuindo o
número de inserções) com outros tipos de mídia, a fim de atingir um número
maior ainda de consumidores, barateando o custo.
A compra de um espaço para anúncio em televisão é feita de acordo com
o tempo de exposição - em segundos- e o horário em que entrará no ar.
Geralmente os comerciais de televisão possuem trinta segundos. A exibição dos
anúncios leva em consideração o público alvo das mensagens, por isso, a
escolha do horário de veiculação dos comerciais depende do público espectador
de cada programação e a audiência de cada emissora.
Um anúncio de um produto dedicado a donas de casa, por exemplo,
poderá ser veiculado à noite no intervalo de um programa como novela. A razão
25
pela escolha do horário se dá pelo fato desse tipo de programação estar mais
voltada para o público em questão que durante o dia ele provavelmente estará
trabalhando e não estará assistindo televisão.
Segundo Kotler (2000, p.611, 612), para veiculação de campanhas
destinadas a lançamentos de novos produtos na televisão (bem como em outras
mídias), o anunciante deve escolher entre os tipos de propagandas:
Concentrada: os gastos totais dos recursos destinados à propaganda são feitos em um único período, proporcionando a venda do produto para uma única ocasião, como por exemplo, Páscoa, Dia das Mães, Natal ou liquidações. Contínua: são programadas exposições regulares durante um certo período. São mais freqüentes quando se deseja um aumento nas vendas, ampliação de mercado, com itens comprados com freqüência. Intermitente: é a propaganda contínua em níveis baixos. Utiliza- se de uma força contínua e alternada. Quem opta pela intermitente acha que o público irá compreender mais completamente a mensagem, e pode-se economizar dinheiro. (KOTLER, 2000, p.611, 612)
A primeira imagem que se cria na mente do consumidor é a que
normalmente tende a permanecer, por esse motivo algumas empresas investem
maciçamente em comunicação. A escolha do tipo de mídia mais adequada, a
mensagem que será transmitida, o merchandising, as promoções de vendas, o
público alvo a ser atingido, entre outros, são questões relevantes que o profissional
de marketing deve observar para o sucesso das campanhas publicitárias, e
conseqüentemente da empresa.
CAPÍTULO 2
MARCA: VALOR AGREGADO AOS BENS DE CONSUMO
Em um mercado onde a cada momento surge um novo produto, uma
nova marca, é necessário criar um posicionamento, conforme será visto no
subcapítulo 2.1. Muitas das vezes, as pessoas consomem um produto não
por ele em si, mas pela marca que o mesmo representa; por confiar,
acreditar e reconhecer aquela marca com sendo um sinônimo de qualidade,
de modernidade, entre outras características, dependendo do objetivo de
cada empresa. Um dos maiores objetivos dos profissionais de marketing é
fazer com que a marca seja reconhecida por atributos positivos.
Segundo a AMA, (apud Kotler 2000, p.426) , “Uma marca é um
nome, termo, símbolo ou desenho – ou uma combinação desses elementos
– que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou grupo de
empresas e diferenciá-las da concorrência”. Para (Kotler 2000, p.426 ), “o
estabelecimento de uma marca é a arte e a essência do marketing.” Quando
a marca é criada, os profissionais de marketing estabelecem associações
positivas em relação a ela criando uma identidade, personalidade.
A marca pode representar a referência da empresa e dos produtos;
portanto, se uma determinada marca é vista pelos consumidores de maneira
positiva, conseqüentemente à primeira vista, os produtos também serão
vistos da mesma forma. De acordo com o site do SEBRAE – RJ: “A marca é
o principal elo entre o negócio e o cliente, pois é através dela que ele
27
identifica o negócio e o diferencia dos demais. Com o passar do tempo, a
marca passa a ser o referencial da qualidade daquele produto ou serviço.
De modo geral, a marca é a identificação da empresa. Portanto, é
importante que a empresa registre sua marca, para não haver duplicidade
da mesma. Para tanto, existem instituições como o INPI (Instituto Nacional
da Propriedade Industrial), onde a empresa pode requerer o domínio da sua
marca registrando-a legalmente. Esse registro dá ao proprietário o direito
exclusivo de uso sobre ela, tornando-a uma marca registrada ou marca de
serviço. Dessa forma, o “dono” da marca fica protegido contra prováveis
cópias da mesma.
Conforme o site do Sebrae –RJ, o registro da marca pode ser
concedido para “qualquer pessoa física ou jurídica que esteja exercendo
atividade legalizada e efetiva: profissionais liberais, produtores rurais,
sociedade civil, sociedade limitada, autarquias, estatais, artesãos etc.” As
marcas são bens intangíveis das empresas e precisam ser bem gerenciadas
para manter seu valor no mercado. Valor esse atribuído de acordo com a
qualidade e o adicional que ela agrega ao preço do produto. Segundo Kotler
(2000, p.426), a marca pode trazer até seis níveis de significado:
1- Atributos: uma marca traz à mente certos atributos. 2- Benefícios: os atributos devem ser traduzidos em benefícios funcionais e emocionais. 3- Valores: a marca também diz algo sobre os valores da empresa. 4- Cultura: a marca pode representar certa cultura 5- Personalidade: a marca pode projetar certa personalidade. 6- Usuário: a marca sugere o tipo de consumidor que compra ou usa o produto. (KOTLER, 2000, p.426)
Os atributos se referem às empresas que utilizam como principal
objetivo da marca mostrar aos consumidores suas qualidades e
28
características. É o caso da marca Vivo, que em toda sua campanha faz
questão de deixar claro que a marca é a quem tem melhor cobertura em
todo país e em vários países do mundo, que seu sinal é melhor- tanto que o
mais recente slogan da empresa é: “Vivo, sinal de qualidade.”
O item 2 é o caso da empresa que transmite em sua marca os
benefícios que o consumidor terá ao dar preferência à sua marca em
detrimento de outra existente no mercado, como por exemplo, a marca de
linha de shampoos e condicionadores Garnier Fructis, que tem como
principal característica mostrar que os produtos da Garnier deixarão os
cabelos saudáveis. Tal afirmação pode ser observada através do trecho
retirado do seu site “Garnier Fructis é a 1ª linha de tratamento fortificante
com concentrado ativo de frutas que deixa seus cabelos 2x mais fortes e 3x
mais brilhantes”;
As empresas que tem como principal meta mostrar aos seus
consumidores o valor da sua marca, se encaixam no item 3. É o caso dos
pneus Bs Colway, em que toda sua estratégia de marketing mostra o quanto
a marca é preocupada com a preservação do meio ambiente, que é um dos
principais valores da empresa, conforme pode-se observar no trecho
retirado do seu site: “A Política da Qualidade e da Qualidade Ambiental da
BS Colway Pneus é de aplicar todos os esforços, economicamente viáveis
ao nível do porte da empresa, para que sejam cumpridos os preceitos de
proteção ao meio ambiente e aos recursos naturais(...)”.
Como exemplo do nível de significado cultura, observa-se o caso da
Petrobras, que reforça a origem da marca (genuinamente brasileira), cuja
29
logomarca é “BR”, sigla que sintetiza a palavra Brasil. Isso pode ocorrer
também com outras marcas que desejam ressaltar sua origem ou cultura.
A H.Stern é um exemplo de marca que se enquadra no item
personalidade. A marca é vista por seus consumidores como sinônimo de
elegância e estilo, onde são vendidas peças exclusivas e de alta qualidade.
Em trecho retirado do site da H.Stern, pode-se observar a preocupação da
marca em ser a primeira a lançar tendências: “(...) A H.Stern precisava ficar
na vanguarda, antecipando tendências, modismos e comportamentos.”
As campanhas da empresa Alpargatas fabricantes das sandálias
Havaianas deixam claro que seu público alvo são os jovens; sendo uma
marca inovadora, e atenta às tendências do momento, criando novos
modelos, sempre ousados, coloridos e despojados. Por isso, esse exemplo
encaixa-se no item 6 (usuário).
Foi ressaltado até este ponto a marca com enfoque em seu valor, o
que ela representa e para quem representa. Agora a marca será vista como
uma demonstração gráfica. As marcas podem ser apresentadas em forma
de palavras, números, letras, símbolos, desenhos, designs gráficos, etc.
Para que a marca possua uma identidade visual, faz-se necessário o uso da
mesma tipologia e o mesmo esquema de cores.
O Mc Donald’s é um caso de sucesso no que diz respeito a marca. A
logomarca - como é chamada a representação gráfica da marca- é igual em
todos os países onde a rede de fast food está instalada. O tamanho do “M”,
a cor, a tipologia é sempre a mesma, em qualquer lugar.
30
O valor da marca e sua reputação positiva podem atrair novos
clientes, e ajudar a fazer com que os consumidores se tornem fiéis a ela,
aumentando assim as vendas e reduzindo os custos. Para Churchill (2000,
p.245, 246), existem três diferentes tipos de marca:
Marca do fabricante é uma marca de propriedade e uso do fabricante do produto. Marca própria é uma marca de propriedade e uso de um revendedor.Marcas genéricas ou produtos genéricos são definidos como produtos identificados apenas por sua classe genérica. (CHURCHILL, 2000, p.245, 246)
As marcas do fabricante as que mais existem. São representadas
pelas marcas das empresas em geral, como Coca-Cola, Mc Donalds, Tim,
Gillete, entre tantas outras.
Uma marca de propriedade e uso de um revendedor (como
atacadista ou varejista) é chamada de marca própria. Como exemplo de
marca própria observa-se a rede de supermercados Sendas, que possui
produtos disponíveis aos consumidores com sua marca própria, a marca
Sendas. Existem refrigerantes, como Sendas Cola, milhos e ervilhas
Sendas, batata palha Sendas - e uma diversificada gama de produtos.
Os remédios que não apresentam nome da marca em sua
embalagem se enquadram como produtos genéricos. Eles possuem apenas
a composição química do remédio, tornando-os menos caros.
Grandes marcas são conhecidas pelo público, e reconhecidas por
eles de maneira tão positiva que a marca se sustenta por si só. É o caso de
marcas como Coca-Cola, Microsoft, IBM, dentre outras conhecidas
mundialmente. Essas marcas são mais valiosas do que os produtos
31
oferecidos por elas, como se pode observar no trecho a seguir, retirado do
site do Jornal O Estado de São Paulo:
A Coca-Cola lidera a lista das marcas mais valiosas do mundo de 2006, com um valor de US$ 67 bilhões, mantendo a posição em que esteve no ano passado. O ranking é publicado todos os anos e elaborado pela consultoria de avaliação de marcas Interbrand em parceria com o grupo de mídia BusinessWeek. (www.estadao.com.br)
O anexo D, relaciona as 10 marcas mais valiosas do mundo, de
acordo com matéria publicada no site Portal da Propaganda. E no anexo E,
serão apresentadas as 10 marcas brasileiras mais valiosas, segundo
pesquisa publicada pela BrandAnalytics em 2006.
A marca tanto pode emprestar quanto ganhar valor do produto. Se o
produto é desconhecido, - mas faz parte de uma marca cujo valor é
percebido positivamente pelos consumidores, - a marca empresta seu valor
ao produto. Quando a marca não é tão conhecida, - mas o produto é de
gosto popular -, ela ganha valor do produto.
A tarefa dos profissionais de marketing ao criar uma marca deve
levar em consideração diversas questões concernentes a ela. Essas
questões abrangem pontos como: que nome de marca usar, que valores
ressaltar, que usuários atingir, entre outros.
32
2.1. O posicionamento como item fortalecedor da marca
O posicionamento de uma marca tem como objetivo diferenciar a
mesma de outras já existentes no mercado. Entre tantas outras marcas, o
consumidor escolhe aquela que lhe transmite confiança, qualidade,
segurança.
Para Kotler (2000, p. 321), “posicionamento é o ato de desenvolver a
oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente
dos clientes – alvo.” O posicionamento oferece aos consumidores razões,
motivos, preferências que levem os mesmos a comprarem um produto de
uma certa marca e não de outra.
De acordo com Kotler (2000, p.321), para que isso ocorra, os
produtos devem ser diferenciados entre os demais. O autor ainda cita que,
para essas diferenciações serem significativas e se sobressaírem, devem
satisfazer os seguintes critérios:
Importância: a diferença oferece um benefício de alto valor a um número suficiente de compradores. Destaque: a diferença é oferecida de maneira destacada. Superioridade: a diferença é superior a outras maneiras de se obter benefícios. Exclusividade: a diferença não pode ser facilmente copiada pelos concorrentes. Acessibilidade: o comprador deve poder pagar pela diferença. Lucratividade: a empresa deve considerar a diferença lucrativa. (KOTLER, 2000, p. 321)
Para Al Ries e Jack Trout (apud Kotler 2000, p.321), “o
posicionamento é um exercício criativo feito com um produto ou marca
33
existente.” A reflexão de ambos os autores sobre posicionamento encontra-
se a seguir:
O posicionamento começa com um produto. Uma mercadoria, um serviço, uma empresa, uma instituição ou até mesmo uma pessoa...Mas o posicionamento não é o que você faz com o produto. O posicionamento é o que você faz com o cliente potencial. Ou seja, você posiciona o produto na mente do cliente potencial. (AL RIES e JACK TROUT Apud KOTLHER 2000, p.321)
Como vimos no capítulo anterior, a marca pode ser vista de várias
maneiras, e isso ocorre quando há estratégias de posicionamento (conforme
será visto no subcapítulo 2.2). Para o consumidor decidir entre tantas marcas,
ele precisa ter em sua mente uma imagem sólida daquela que mais atende
suas necessidades ou desejos.
2.2. Principais estratégias de posicionamento
Existem algumas estratégias que auxiliam no posicionamento da marca
e que podem ser de grande valia para a empresa. Quando se lança uma nova
marca no mercado onde já existe um “líder” naquele segmento ou já existem
muitos concorrentes, a tarefa de posicionamento requer uma avaliação
analítica do impacto que se pretende provocar e a melhor forma de atrair os
consumidores para que não sejam em vão todo o investimento financeiro e de
tempo que a empresa disponibilizou.
Para Al Ries e Jack Trout (apud Kotler 2000, p.321,322), produtos e
marcas conhecidas são resultado de um posicionamento certo, e que
dificilmente os concorrentes conseguirão mudar a idéia que o consumidor
tem de tal marca, principalmente porque esse posicionamento já está fixado
34
em sua mente. Os autores acima enumeram algumas estratégias
alternativas que podem ser utilizadas pelos concorrentes.
Uma delas é mostrar a sua posição atual, fazendo com que ela fique
na mente do consumidor. Outra forma é ocupar uma posição não ocupada;
ou seja, identificar o que seu produto ou marca tem a oferecer e que
nenhuma outra empresa tenha se posicionado.
Pode-se ainda abalar a confiança que o consumidor tem em relação
ao concorrente, destruindo-o ou reposicionando-o. Para finalizar, quando
a marca ocupa a terceira posição, ela pode se posicionar como “uma das
três maiores” empresas, que remete a idéia de que ela pertence ao grupo
das três melhores. Essa estratégia é denominada “clube exclusivo”.
Segundo Ries e Trout (2000, p.321) “a mente freqüentemente
identifica as marcas em uma escada de produto”. A tendência dos
consumidores é lembrar da empresa, da marca ou dos produtos líderes; por
isso, todas elas almejam essa primeira posição.
Para não cometer erros no planejamento de posicionamento, Kotler
(2000, p.323), apresenta questões que devem ser evitadas:
Subposicionamento: algumas empresas descobrem que os compradores têm apenas uma vaga idéia da marca. A marca é vista como ‘mais uma’ em um mercado já saturado. Superposicionamento: os compradores podem ter uma imagem demasiadamente estreita de uma marca. Posicionamento confuso: os compradores podem possuir uma imagem confusa da marca, que resulta de um excesso de alegações ou de mudanças muito freqüentes no posicionamento. Posicionamento duvidoso: os compradores podem achar difícil acreditar no que a marca alega possuir, tendo em vista as características, o preço ou o fabricante do produto. (KOTLER, 2000, p.323)
35
Nada adianta elaborar uma ótima estratégia de posicionamento,
utilizar de todas as ferramentas disponíveis se o mix de marketing (produto,
preço, praça e promoção) não for compatível com a estratégia desenvolvida.
Uma nova marca ao chegar no mercado e mostrando aos consumidores que
seu produto é melhor, que possui mais benefícios que o outro de marca
conhecida, e o produto realmente não possuir esses atributos, poderá ter a
credibilidade do consumidor abalada em relação àquela marca. Ele adquirirá
um produto com uma expectativa, que não sendo correspondida pode
destruir todo o posicionamento da marca. Caso o posicionamento da marca
seja o de oferecer produtos de qualidade a um preço baixo, e esse preço
não corresponder à promessa, ou prometer que o consumidor pode achá-lo
em todo o Brasil, e for vendido em apenas alguns Estados, o mesmo
acontece.
Para se posicionar uma marca no mercado, pode-se optar por
explorar um ou mais atributos, que serão diferenciados em relação às
demais. Algumas características que podem ser abordadas ao se elaborar
as estratégias de posicionamento são a qualidade do produto, o atendimento
da empresa, o preço, o valor, a segurança, a rapidez, a praticidade, a
tecnologia utilizada, entre outros. De acordo com Ries e Trout (apud Kolter,
2000, p.322), “Se uma empresa trabalhar com afinco em um desses
posicionamentos e conseguir entregá-lo ao cliente, ela provavelmente será
mais conhecida e mais lembrada por esse ponto forte.”
Ainda de acordo com os autores, no caso de duas ou mais empresas
estarem disputando a liderança do mercado focando no mesmo aspecto, é
36
válido investir no “posicionamento de duplo benefício”, onde a empresa destaca
dois atributos oferecidos pelo produto ou marca. Há casos de “posicionamento
triplo” quando o foco está em três atributos. Porém, a medida que mais
atributos são afirmados sobre a marca, maior o risco de elas perderem o
posicionamento e o crédito, e também de não serem captadas com facilidade
pelo consumidor.
Trabalhando no(s) atributo(s) que se pretende fixar na mente do
público, a marca pode-se tornar fortalecida, conhecida e de credibilidade, Kotler
(2000, p.323) enumera ainda algumas estratégias de posicionamento que
podem ser utilizadas pelos profissionais de marketing.
1. Posicionamento por atributo: uma empresa se posiciona com base em um atributo. 2. Posicionamento por benefício: O produto ou marca é posicionada como líder em certo benefício. 3. Posicionamento por aplicação ou utilização: posicionamento do produto como o melhor para algum uso ou aplicação. 4. Posicionamento por usuário: posicionamento do produto como o melhor para algum grupo de usuários. 5. Posicionamento por concorrente: alega-se que o produto é de algum modo melhor que o do concorrente. 6. Posicionamento por categoria de produtos: o produto é posicionado como líder em uma determinada categoria de produtos. 7. Posicionamento por qualidade ou preço: o produto é posicionado como o que oferece o melhor valor. (KOTLER, 2000, p.323)
Diversas são as estratégias que poderão ser adotadas na busca pelo
melhor posicionamento de um produto no mercado. No momento da escolha
entre elas, cada empresa deve ter bem definidos seus objetivos e metas,
realizando um detalhado planejamento que poderá servir de base no
momento da decisão de posicionamento frente aos consumidores e aos
concorrentes.
37
CAPÍTULO 3
O MERCADO DE LÃ DE AÇO NO BRASIL. UM BREVE HISTÓRICO
De acordo com o site da Assolan (www.assolan.com.br), a partir da
década de 30, o Brasil começa a conhecer um novo produto: a lã de aço,
produto esse que tem como finalidade auxiliar as donas de casa no trabalho
doméstico. As lãs de aço são importadas dos Estados Unidos pela família
Pardelli.
Já em janeiro de 1948, as lãs de aço começaram a ser produzidas
no Brasil pela Abrasivos Bombril Ltda, hoje nomeada Bombril S.A. Foi uma
novidade para as donas de casa, que logo adaptaram o produto para ser
utilizado em outros trabalhos domésticos.
A família Pardelli, que na década de 30 importava a lã de aço,
começa em 1956 também a produzir o produto no Brasil após adquirir uma
máquina da Itália. Em 1958, as lãs de aço fabricadas por essa família, (que
nesse tempo virou Pardelli S/A Indústria e Comércio), ganharam a marca
Assolan.
A partir daí, as esponjas começaram as ser vendidas em
embalagens plásticas. Outras empresas também lançaram a lã de aço no
mercado, investiram em estratégias de marketing (que serão vistas no
subcapítulo 3.2), e foram se aperfeiçoando, inovando esse produto.
38
Como a lã de aço é um “commodity”, que de acordo com o Dicionário
de Termos de marketing (1996, p.55) “é o produto que não apresenta
diferenciação”, as empresas fabricantes investem em estratégias de
marketing. Campanhas publicitárias, elaboração das embalagens, escolha
dos canais de distribuição, definição de preços que proporcionem destaque
nas gôndolas dos pontos de vendas, o que pode levar o consumidor a
decidir comprar o produto de uma marca e não de outra.
Segundo Churchill (2000, p.234) “bens e serviços vendidos para
consumidores são conhecidos como produtos de consumo”. Os produtos de
consumo ainda podem ter outras classificações. As lãs de aço se
enquadram na categoria de bens de conveniência básicos. Estes são
definidos por Kotler (2000, p.418) como sendo “aqueles que o consumidor
compra com freqüência, imediatamente e com o mínimo de esforço”, ou
seja, o consumidor além de adquirir o produto regularmente, não exerce
grandes esforços na comparação com outras lãs de aço e na compra.
A diferenciação entre os preços do produto é pequena e como
possuem a mesma finalidade, a escolha da marca se torna indiferente.
Apesar disso, o mercado de lã de aço cresceu, e algumas empresas se
destacaram nesse segmento, como será visto no subcapítulo a seguir.
39
3.1. Os principais fabricantes e as suas estratégias de marketing
Um dos principais fabricantes de lã de aço no Brasil, a Bombril, ao
longo dos 59 anos se destacou utilizando como uma das estratégias a
divulgação do seu produto. Essa divulgação se deu através de anúncios
veiculados em mídias impressas (jornais e revistas) e eletrônicas (rádio e
televisão).
A Bombril sempre teve como principal produto a lã de aço Bom Bril
(líder brasileira no segmento de lã de aço), de acordo com o site Máquina da
Notícia (www.maquinadanoticia.com.br). Foi ela que abriu espaço no
mercado para a entrada de outros produtos da empresa como o sapólio
Radium, detergente Limpol, desinfetante Pinho e Kalipto, sabão em pó
Quanto e amaciante Mon Bijou. A estratégia da Bombril, sempre foi focar no
“P” de produto conforme pode ser observado no site do Jornal do
Commercio (www.jornaldocommercio.com.br), “Os investimentos em
pesquisa e em atendimento ao consumidor são outra prioridade da
empresa”, evidenciando a preocupação da empresa em ouvir a opinião do
consumidor para criar produtos que atendam às suas necessidades. Além
de focar também no “p” de promoção e “P” de praça, pois a lã de aço Bom
Bril é distribuída em todo o Brasil, e segundo o site Mixmarketing
(www.mixmarketing.com.br) “o produto está presente em 88% dos lares
brasileiros”.
Quanto ao “P” de produto, a lã de aço já chegou ao mercado sendo
vista como um bom produto, pois tinha diversas finalidades. De acordo com
o site da Bombril (www.bombril.com.br), “foi uma revolução para as donas
40
de casa, pois sua função ia além do polimento das panelas: limpava vidros,
louças, azulejos, ferragens”. Além de ter muita funcionalidade, o produto
possuía uma qualidade superior por ser eficiente em sua tarefa e ainda
durar muito tempo. Com o tempo, as lãs de aço Bom Bril foram sendo
aperfeiçoadas com o objetivo de satisfazer ainda mais os consumidores, o
que é afirmado pelo site da empresa: “Em 2003, a empresa traz o
lançamento da Esponja de Lã de Aço Bom Bril Fácil, com seu tamanho
reduzido do original, facilitando ainda mais a limpeza e com uma embalagem
super moderna.”
Além de investimentos no produto, a Bombril, cuja conta pertence a
Agência W/Brasil, investiu muito em propagandas e promoções de venda,
como será aprofundado no subcapítulo 3.2. No site da Bombril pode ser
visto que, o ator Carlos Moreno, conhecido como o “Garoto Bom Bril”, esteve
presente na casa dos consumidores durante quase 30 anos. Além de filmes
na TV, o Garoto Bom Bril também podia ser visto em contracapas de
revistas caracterizado e interpretando cantores, atores, atrizes e
personalidades em evidência da época, conforme pode ser visto nos anexos
F, G, H E I.
Como um dos patrocinadores da primeira e segunda edições do
programa Big Brother Brasil exibido na TV Globo, não só a lã de aço Bom
Bril mas toda a linha de produtos Bombril obtiveram mais visibilidade, além
das promoções de venda que serão discriminadas no subcapítulo 3.2.
De acordo com o site da Assolan, as primeiras lãs de aço com a
marca da vice-líder de vendas neste segmento chegaram ao mercado em
41
1958. Acompanhando a tecnologia, a lã de aço Assolan foi a primeira a vir
embalada em saquinhos plásticos, uma maneira encontrada para dar maior
qualidade e higiene ao produto e ao mesmo tempo permitir uma
diferenciação em relação às outras marcas existentes no mercado.
Conforme retirado do seu próprio site a lã de aço Assolan “foi
adquirida pela Holding Monte Cristalina pertencente ao Grupo Alvez de
Queiroz –antigos proprietários da Arisco formando assim uma nova empresa
chamada Assolan Industrial Ltda.” A partir desse momento são
implementadas algumas estratégias de marketing, com o objetivo de dar
maior visibilidade ao produto.
Em 2003, a agência Africa, comandada pelo publicitário Nizan
Guanaes fica com a conta da Assolan, e é a partir desse momento que os
consumidores passam a conhecer o “fenômeno”. Uma das primeiras
estratégias utilizadas foi a inserção da marca Assolan no programa Big
Brother Brasil. Na terceira edição do programa, Bombril é substituído por
Assolan. O sucesso é tanto que, nas edições 4, 5, 6 e 7, estava presente o
mascote, criado por Nizan Guanaes, que pode ser entendido como uma
representação da imagem que a empresa quer transmitir aos consumidores
e uma forma de conquistar a empatia do público por meio de bonecos
animados, animais ou objetos. No caso da Assolan, o mascote é um boneco
criado a partir da embalagem de lã de aço. Além disso, foram realizados
investimentos nos pontos de venda. O mascote da Assolan se transformou
em gôndolas nos principais supermercados do Brasil, como pode ser visto
42
no anexo J. As lãs de aço ficavam expostas nestes mascotes de tamanho
aumentado, o que facilitava a visualização.
O mascote começa a ser visto em mobiliários urbanos, revistas,
jornais, outdoors, busdoors, luminosos, entre outras mídias. A televisão
aberta permitia que a Assolan divulgasse de maneira mais abrangente o seu
produto, através de filmes de 30 segundos, exibidos em diversas emissoras,
onde o mascote aparecia cantando e dançando hits do momento, que será
visto com mais detalhes no capítulo 4.
Conforme afirmam as empresas Bombril e Assolan em seus
respectivos sites, as lãs de aço foram os primeiros produtos das empresas
as quais pertencem. Ambas empresas aproveitaram o sucesso das lãs de
aço e lançaram novos produtos, como se pode perceber no discurso de
Nelson Mello (Presidente da empresa Assolan) “Podemos não chegar a ser
líderes, mas vamos abrir mercado para nossos outros produtos.”
De acordo com o site da Freedom Comunicações
(www.freedom.com.br) e Force News (www.forcenews.com.br), o mesmo
não aconteceu com as marcas Limppano, Ype, e Rosatex. As mesmas já
possuíam uma linha de produtos de limpeza no mercado, tais como
detergente, sabão em pó, desinfetante, panos de limpeza, entre outros,
quando decidiram entrar também para o segmento de lã de aço.
Segundo o site Force News, em setembro de 2004, surge no
mercado mais uma marca para concorrer no segmento. A lã de aço Urca,
fabricada pela empresa Rosatex, que vem aumentar a linha de produtos de
limpeza que a empresa já possui e é composta por uma gama de mais de
43
120 itens. Uma das estratégias de marketing utilizadas foi contar com
setenta distribuidores no Brasil para disponibilizar as lãs de aço Urca em
todo o país. De acordo com José Domingues (diretor da empresa Rosatex),
em matéria encontrada no site Freedom Comunicações “o objetivo da
Rosatex é conquistar uma pequena fatia do mercado e , também, aproveitar
o frete de outros produtos em seus canais de distribuição. A lã de aço Urca
será transportada em espaços que sobram nos caminhões.”
Ainda de acordo com o site Freedom Comunicações, em 2007, a
Limppano lança a Lã de Aço Limppano para acirrar ainda mais a
concorrência no segmento. Para tanto foram investidos R$ 3 milhões para
lançar o produto. A distribuição do produto teve início no estado do Rio de
Janeiro, com meta de atingir todo o Brasil. Além disso, a Limppano focou no
“P” de produto. Para Alex Buchheim (gerente geral da Limppano), “o
diferencial do produto é a durabilidade. Nossa lã de aço demora mais para
enferrujar.” Ainda segundo o site Freedom Comunicações, “ a Limppano
também vê no ponto-de-venda a oportunidade de crescer, com ações
agressivas em merchandising, participações em tablóides, promoções, etc.”
Conforme o site Portal Exame (www.portalexame.com.br), a Química
Amparo, empresa que controla os produtos da marca Ypê, lança sua lã de
aço para incrementar sua linha de produtos de limpeza e se torna mais uma
concorrente no mercado do segmento deste tipo de produto. De acordo com
Waldir Beira Júnior, diretor de marketing da Química Amparo, a empresa
“Em 2006, investiu R$ 8 milhões em uma linha de produção de lã de aço,
com vistas a concorrer com Bombril e Assolan”.
44
De acordo com o site da Ypê (www.ype.ind.br), foram veiculadas
campanhas publicitárias divulgando produtos como detergentes, sabão em
pó e sabonetes, entre outros produtos oferecidos pela empresa, onde a atriz
Suzana Vieira é a “garota propaganda”. No site Portal Exame, Waldir afirma:
“Somos líderes de mercado em detergente e sabão em barra e queremos
que o consumidor associe a marca também a outros produtos, como
desinfetantes, lã de aço e amaciante.”
De acordo com o que foi observado no site Freedom Comunicações,
a Química Amparo acredita que a embalagem do produto lã de aço Brilho
Ypê, que é feita de polietileno laminado e causa um efeito brilhante, em um
primeiro momento chamará a atenção do consumidor nas gôndolas dos
supermercados- e conseqüentemente ocasionará na compra da lã de aço.
Ainda de acordo com o site, os responsáveis pelo marketing da empresa
mencionam que “as embalagens dos produtos Ypê proporcionam
diferenciação.”
A embalagem além de significar uma diferenciação do produto,
também se torna um fator relevante em sua promoção. Elas podem agregar
valor e atender necessidades dos clientes em diversos aspectos como
segurança, conveniência, atividade e funcionalidade.
45
3.2. Bombril: Décadas de liderança no mercado de lã de aço
No Brasil quando se trata de lã de aço é comum notar a associação
entre o produto e a marca Bombril. Embora haja outras marcas e empresas
atuantes nesse segmento como pôde visto no subcapítulo 3.1.
Toda a história de sucesso da Bombril começou em 14 de janeiro de
1948. Inspirado no produto existente nos Estados Unidos, Roberto Sampaio
Ferreira fundou a Abrasivos Bombril Ltda. Logo em seu primeiro ano de
existência, de acordo com o próprio site quarenta e oito mil unidades do
produto foram vendidas. E foi também neste ano que as donas de casa
(principal público alvo da Bom Bril) descobriram as outras utilidades da lã de
aço, que como já foi dito, servia não só para limpar e polir as panelas, como
também vidros, azulejos, ferrugens, louças, etc. Neste momento surge o
slogan “Bom Bril, 1001 utilidades”. No início de sua fabricação a lã de aço
era vendida sem embalagem, continha apenas um selo vermelho colado no
produto, onde estava escrito Bom Bril, conforme pode ser observado no
anexo K.
Dois anos depois, no ano de 1950, com o rádio em auge, a Bombril
lança o programa “Gente que brilha”( Programa criado pela Bombril veiculado
na Rádio Nacional) na Rádio Nacional e dá início as campanhas da Bom Bril,
com o jingle, transcrito do site da Bombril “...tanta coisa aparecendo...e
brilhando com Bom Bril...Bom Bril tem mil e uma utilidades...então o que
seria de nós sem Bom Bril...tuda passa, Bom Bril fica...ninguém passa sem
Bom Bril...”. Com a chegada da televisão no Brasil, a empresa criou o
46
programa “Cirquinho Bombril” que era exibido na Tv Tupi e apresentado pelo
palhaço Carequinha.
Nos anos 60 a Bombril realizou algumas promoções. A primeira
delas foi o sorteio de um carro por mês. Segundo o site da Bombril: “o
sucesso foi aumentando até chegar a três carros sendo sorteados todo
mês”.
Ainda conforme o site da empresa, em 1972, ao se incorporar à
Indústria de Lã de Aço Mimosa Ltda, do Rio de Janeiro, e no ano seguinte
com a Q’ Lustro, a Bombril adquire mais de 25% de participação no mercado
de lã de aço no Brasil. Nesta década a conta da Bombril pertencia à Agência
DPZ ( Agência de publicidade fundada em 1968 por Roberto Duailibi, Fransesc
Petit e José Zaragoza), e foi nesse período que surgiu o “Garoto Bombril”, o
garoto propaganda interpretado pelo ator Carlos Moreno, que foi escolhido
entre tantos outros atores por representar o tipo de perfil valorizado pela
sociedade naquela época. Segundo o site da Bombril, “as mulheres, em
especial, começavam a valorizar mais homens com um quê de
desprotegidos, tímidos ou carentes em detrimento do estereótipo machão e
atlético, ‘símbolo’ de força e segurança”. Em 1994, “a campanha da Bombril
vai para o Guinness Book– como a série de publicidade mais longa do
mundo.”
No decorrer dos anos, a empresa Bombril faz alianças,
incorporações, vende ações e insere novos produtos à sua linha. Em 1999 a
lã de aço moderniza seus visual e a empresa lança novos produtos de
limpeza da marca Bom Bril como Bom Bril Luxo, Palha de Aço Bom Bril
47
Mágica, Limpadores Perfumados Bom Bril, Limpador Desinfetante Gel
Clorado Bom Bril, Limpa Limo Bom Bril, Desengordurante Bom Bril e
Limpador Limpeza Pesada Bom Bril 2 litros. Ainda no ano de 1999, aparece
na pesquisa Top of Mind(Pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha para
saber as lembranças dos consumidores em relação as diversas marcas ),
como a 9º marca mais lembrada pelo público. Também em 1999, conforme
informações do site da Bombril, ao lançar sua nova embalagem, é criada
também a campanha “As panelas do Brasil inteiro já estão comemorando”,
que foi vencedora de prêmios do Festival Brasileiro de Promoção,
Embalagem e Design da Revista About (Primeiro veículo especializado em
comunicação em marketing do Brasil ), na categoria Material de Comunicação
com Públicos Internos e Intermediários. No mesmo ano, a marca Bombril foi
considerada a Marca do Século. De acordo com seu site, “este
reconhecimento veio de um time de estrelas de Propaganda e Marketing que
elegeu as 21 marcas mais prestigiadas pelos consumidores brasileiros neste
século”.
No ano 2000, a estratégia de marketing utilizada pela Bombril foi
criar duas promoções para a lã de aço. Em abril, sorteios realizados no
programa da Hebe Camargo, no SBT, presenteavam os ganhadores com
anéis de brilhante e uma casa, entre outros prêmios na promoção “Família
Premiada”. De julho a setembro foi a vez da promoção “Bom Bril
conquistando corações por todo Brasil”, onde juntando quatro embalagens
da lã de aço mais R$ 5,00 o consumidor adquiria uma corrente com pingente
banhados à ouro.
48
Em 2002, Bombril foi um dos patrocinadores do Big Brother Brasil (1ª
e 2ª edições). O produto aparecia sendo utilizado pelos integrantes do
programa e durante os intervalos eram transmitidos comerciais como o filme
“Pintou sujeira passa um Bom Bril.”
Em 2003, Bom Bril lança uma lã de aço de tamanho reduzido e nova
embalagem, a “Esponja de lã de aço Bom Bril Fácil”. Com o lançamento,
mais de 70 milhões de sacos do produto foram vendidos, de acordo com o
que a empresa afirma em seu site. Ainda em 2003, foram lançadas várias
promoções. Conforme site da Bombril a “Promoção 1001 prêmios” ofereceu
800 vales brindes nas embalagens das lãs de aço Bom Bril. Enviando três
embalagens dos produtos participantes da promoção, os consumidores
concorriam a vários prêmios como casas e carros. Houve também o
concurso “Bom Bril cuida da sua casa e de você também”,onde os prêmios
eram, entre outros, tratamentos de beleza e uma viagem a Porto Seguro –
Bahia.
“Bombril por toda sua casa” foi mais uma promoção criada pela
empresa. A promoção consistia na compra de duas lãs de aço Bom Bril mais
outros produtos da mesma marca, de um determinado valor, para que o
consumidor ganhasse um terceiro produto. Na internet também era possível
participar de promoções como o concurso cultural “Dia Internacional da
Mulher”, onde as cem primeiras mulheres que respondessem a pergunta
“Qual o produto que tem 1001 utilidades?” ganhavam uma calcinha e lã de
aço Bom Bril. Havia ainda o concurso cultural “Dia dos Namorados”, onde as
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trinta melhores respostas da pergunta “Por que Bom Bril é bom à dois”
ganhavam uma calcinha e uma cueca.
Em 2004, Carlos Moreno passa a não ser mais o garoto propaganda
da Bombril. E no ano seguinte, em 2005, a empresa Bombril investe R$ 3,2
milhões em marketing cultural, colaborando na reforma de um cinema na
cidade de São Paulo que seria desativado. A ação teve como objetivo não
somente apoiar a cultura brasileira, mas também aliar seu nome como
incentivador e divulgador da cultura nacional, o que ajuda a manter a marca
Bombril presente na memória dos paulistas. Segundo matéria da Gazeta
Mercantil publicada no site Meio e Mensagem que descreve a importância
desta ação não só para a empresa como para a população da cidade.
Localizado no Conjunto Nacional, marco da capital paulista, e um dos endereços mais conhecidos da avenida Paulista, a sala Bombril vai ser a primeira do país dedicada ao cinema brasileiro e a filmes latinos. Com inauguração prevista para 21 de outubro, durante a 29ª Mostra Internacional de Cinema, o Cine Bombril inclui a marca no circuito cultural paulistano. (www.meioemensagem.com.br)
Três anos depois, segundo site da Bombril, após passar por
problemas financeiros e ser negociada por outras empresas, a Bombril
passa a ser controlada por Ronaldo Sampaio Ferreira, filho do fundador da
empresa. O ano de 2007 marca a nova fase da Bombril no mercado
publicitário. No dia 29 de abril, o ator Carlos Moreno retorna às campanhas
da Bombril para mostrar que só o melhor, só o número 1 quer ser imitado, e
que todas as imitações passam, só Bombril fica. De acordo com o site da W
/ Brasil (www.wbrasil.com.br), a agência: “lançou a campanha que marca a
nova fase de Bom Bril no mercado publicitário. Composta por seis filmes e
50
cinco diferentes anúncios, que serão publicados nas principais revistas do
Brasil.”
Nestes filmes, Carlos Moreno contracena com o ex-jogador Pelé e o
cantor Nelson Ned, além de interpretar Charlie Chaplin. Ainda no site da
agência, Washington Olivetto explica que “a variedade de formatos, a
princípio, pode causar estranheza, mas no conjunto revela-se harmônica e
perfeita ao demonstrar que quem é líder acaba ofuscando todos os tipos de
imitação, que aparecem e desaparecem muito rapidamente.”
Nota-se acima que o publicitário faz referência às novas empresas
que surgiram no mercado, como a Assolan. Essas empresas tentaram
conquistar o espaço deixado enquanto a Bombril esteve fora da mídia, já
que, em geral, a propaganda permitia aos consumidores lembrar dos
produtos, além de reforçar a imagem da empresa.
51
CAPÍTULO 4
ASSOLAN: “O FENÔMENO” – UM ESTUDO SOBRE A LÃ DE AÇO QUE
REVOLUCIONOU O MERCADO
Este capítulo tem como objetivo mostrar toda a trajetória da
Assolan. Inicia-se com a criação do produto, até sua chegada ao mercado,
passando pelas estratégias de marketing que foram utilizadas para obter o
reconhecimento dos públicos nos dias atuais.
De acordo com o site da Assolan, a história da empresa começou
em 1956, quando a família Pardelli iniciou a produção a lã de aço no Brasil,
mais exatamente na Zona Norte de São Paulo, cuja máquina que fabricava o
produto fora importada da Itália. A fábrica possuía apenas treze
funcionários. Mas foi em 1958 que surgiu a marca Assolan.
Com o decorrer do tempo, após acompanharem toda a evolução do
mercado e todas as inovações que surgiam, a família Pardelli passou a
comercializar a lã de aço em embalagens plásticas. Antes disso, o produto
era vendido individualmente sem nenhuma proteção, o que é enfatizado no
site da Assolan: “Após várias transformações do mercado e acompanhando
as inovações do segmento de embalagens, as esponjas de lã de aço
Assolan são as primeiras a serem embaladas em saquinhos plásticos e
continuam até nos dias atuais”.
Como revela o site da Assolan, no ano de 1996, a empresa Pardelli
é vendida para o Grupo Arisco, pertencente ao goiano João Alves de
52
Queiroz Filho, conhecido como Júnior. Três anos depois foi vendida por 500
milhões de dólares para a empresa americana Bestfoods, que foi
incorporada pela Unilever.
Em 2002, a Prátika Industrial passa a ser Assolan Industrial Ltda,
que no ano de 2007 vira Hypermarcas Industrial Ltda, cuja fábrica
permanece instalada na cidade de Goiânia, em Goiás. Segundo site
Máquina da Notícia, “a participação da Assolan no segmento de lã de aço
deve ficar entre 28% e 28,5%, atrás da líder Bombril.”
Nos próximos subcapítulos será abordado o posicionamento da lã de
aço na sua inserção, as estratégias que foram utilizadas e a análise das
principais campanhas, após terem a conta da empresa aos cuidados da
Agência África, do publicitário Nizan Guanaes.
4.1. O posicionamento da lã de aço Assolan
Conforme abordado no subcapítulo 2.1, ao se inserir um produto no
mercado, o profissional de marketing desenvolve um planejamento visando
atingir metas e objetivos e implementa estratégias para alcançá-los. No
momento em que a Asolan insere no mercado sua lã de aço, a liderança
neste tipo de segmento era exercida pela Bombril, que já dispunha do
reconhecimento dos consumidores e detinha um grande volume de vendas.
Para concorrer com a líder de mercado, a Assolan precisou evidenciar
algum atributo que a diferenciasse da concorrência..
De acordo com Al Ries e Jack Trout (apud Kotler 2000, p.321) “(...) o
posicionamento não é o que você faz com o produto. O posicionamento é o
53
que você faz com o cliente potencial. Ou seja, você posiciona o produto na
mente do cliente potencial”.
O principal posicionamento utilizado pela Assolan foi focar na
relação promoção, e no primeiro momento ela chega às gôndolas dos
supermercados com um preço inferior ao principal concorrente, Bom Bril,
com o intuito de conquistar o conhecimento dos consumidores e atrair novos
clientes motivados por preços mais acessíveis. De acordo com Sérgio
Guzzo- diretor de marketing da Assolan-, em matéria publicada pelo site
Freedom, “o consumidor sempre busca inovações que tornem a limpeza do
dia-a-dia mais rápida e prática. A Assolan busca sempre ter a melhor
relação custo-benefício com performance de produto”.
Após investir cerca de 500 mil reais em pesquisas por ano, a
Assolan percebe que os consumidores de lã de aço do Brasil reclamam do
odor emitido pelo produto. De acordo com o site Máquina da Notícia, foi
então que a Assolan lançou no mercado a lã de aço perfumada. Ainda
segundo Sérgio, “ouvir o cliente é essencial. A lã de aço perfumada, por
exemplo, foi um produto que nasceu do pedido do consumidor”.
A Assolan utiliza a comunicação integrada que de acordo com
Churchill (2000,p.455) pode ser entendida como “a coordenação dos
elementos do composto de comunicação (propaganda, vendas pessoais,
promoção de vendas e publicidade) em um tocante coerente, de modo a
fornecer maior clareza e impacto na comercialização”, para construir na
mente do consumidor uma imagem de empresa que oferece um produto
inovador, com praticidade e qualidade. O símbolo utilizado para isso é o
54
mascote da Assolan, que foi apresentado no subcapítulo 3.1, que está
presente na televisão, nos pontos-de-venda em cartazes, gôndolas,
plásticos de forração, mobiliários urbanos, entre outras mídias. Para Nelson
Mello, de acordo com o site da Assolan, “Nosso mascote é visto pelas
pessoas como ícone de eficiência em limpeza, e aval Assolan de qualidade.
Por isso, unificamos a identidade visual das embalagens com o uso deste
poderoso atributo da marca Assolan”.
Os consumidores reagem a imagens ou símbolos que são utilizados
pelas empresas para identificar um produto ou marca, pois eles podem
transmitir a personalidade da organização de forma distinta de maneira que
a diferencie dos concorrentes. Uma imagem bem construída e divulgada,
tende a levar o público a associá-la a determinada empresa, produto ou
marca.
4.1. Análise das estratégias de marketing da Assolan
Para entrar no segmento de mercado de lã de aço, cujo produto não
apresenta diferenciação, chamado de commodity (vide capítulo 3), e possuir
como principal concorrente uma marca conhecida do público e líder de
vendas -Bom Bril-, a Assolan teve de investir em estratégias de marketing.
Para elaborar essas estratégias, o profissional da área utiliza as ferramentas
do mix de marketing (conforme visto no capítulo 1) que melhor se
enquadrem às necessidades da empresa.
As empresas podem, segundo suas necessidades e objetivos,
utilizar um, dois, três ou os quatro Ps do mix de marketing. No caso da
55
Assolan, segundo informações retiradas do seu site, a empresa “tem como
estratégia comercial três vertentes: capacidade de produção com alta
qualidade, distribuição pulverizada e comunicação direta com o mercado de
consumidores.” Ela investiu na qualidade do produto (P de produto), na
eficiente distribuição (P de praça) e na comunicação com os consumidores
(P de promoção). De acordo com o site da Assolan, Nelson afirma que:
A estratégia simples e eficaz em que se baseia a empresa – o investimento massivo em mídia aliado à qualidade do produto e a ótima distribuição – tem apresentado ótimos resultados: ao reassumir a marca, em janeiro /2002, a Assolan tinha 9,5% de market share e chegamos ao final do ano (dez/02) com 16,5% de participação. (www.assolan.com.br)
No tocante ao P praça, a Assolan possui uma rede de distribuição,
que abastece todo o Brasil e alguns países como Chile, Uruguai, Paraguai e
Venezuela. Toda a distribuição é de controle da própria empresa, que possui
uma estrutura de logística.
No que diz respeito ao P de produto, desde sua aparição na mídia, a
Assolan procura ressaltar e mostrar a qualidade, a praticidade, eficácia e
durabilidade do produto. Conforme o site da Assolan, em 2004, são
lançadas novas esponjas com o objetivo de suprir as necessidades
específicas dos consumidores como por exemplo, a eliminação do odor
exalado pela lã de aço tradicional, que culminou na criação da lã de aço
perfumada, ampliando a linha de esponjas da Assolan.Os produtos lançados
foram a Esponja Limpa Grill Assolan, a Esponja Special Assolan, e a
Esponja Limpa Banheiro Assolan. A criação de tipos de esponjas para
finalidades específicas, tem uma explicação para Sérgio, conforme pode ser
visto em seu discurso retirado do site Máquina da Notícia, “as consumidoras
56
estão migrando do multiuso para o uso específico”. Para isso a Assolan
investiu em diversidade e qualidade de seus produtos. No site da empresa,
Sérgio afirma: “Estudamos o mercado e o hábito de limpeza da consumidora
nacional e percebemos que, cada vez mais, o que se procura são produtos
específicos para cada necessidade e que tenham atributos que consigam
supri-las da melhor forma”.
Já em 2005, a novidade foi o Rollitos Assolan, uma lã de aço que
possui tamanho reduzido e em formato de bisnagas. O produto, além de
apresentar as propriedades tradicionais, tem como diferenciação a utilização de
matéria biodegradável, o que demonstra a preocupação da empresa com o
meio ambiente. De acordo com o site da Assolan, “ o Rollitos Assolan possui
pequenas ondulações que facilitam a absorção do detergente e a penetração
em áreas mais difíceis das superfícies. Além disso, o lançamento é
confeccionado de aço carbono em material biodegradável, que contribui para a
preservação do meio ambiente”.
Segundo o site Meio e Mensagem, no ano de 2006 foi criada a lã de
aço perfumada, uma novidade em 50 anos de existência desta categoria de
produtos, que assim como o Rollitos Assolan, também se preocupou com a
preservação do meio ambiente. Resultado de três anos de estudos e
investimentos. Em matéria publicada no site Máquina da Notícia, “o novo
produto segue os mais modernos processos industriais e contribui para a
preservação do ambiente: a lã de aço é feita em aço de baixo teor de
carbono, material biodegradável.”
57
No ano de 2002, o valor em investimentos em contratos de
merchandising chegou a dez milhões de reais. Em matéria publicada no site
Meio e Mensagem, os contratos foram renovados com as emissoras Globo,
SBT e Record e Assolan continuava em aparições nos programas do
Faustão, Ana Maria Braga, Gugu, Hebe Camargo e Raul Gil.
Ainda segundo o mesmo site, ao longo do ano de 2003 foram
empregados vinte milhões de reais da verba em marketing e a primeira ação
da Assolan foi substituir a Bombril que patrocinou as edições 1 e 2 do
programa da Rede Globo, o Big Brother Brasil 3 realizado em janeiro. Para
tal, a Assolan investiu 4,2 milhões de reais. A vinheta desenvolvida para o
programa traz o mascote da Assolan em um pódio formado por utensílios de
cozinha fazendo um “V” de vitória com as mãos. A partir daí surgiu o
slogan: “Assolan, o fenômeno que não para de crescer”.
No mesmo ano, uma promoção envolvendo a empresa Assolan, a
General Motors, e o ex-piloto Nelson Piquet distribuiu trinta carros Celta
para os ganhadores. Segundo o site Máquina da Notícia para concorrer, o
consumidor deveria “enviar três códigos de barra das embalagens da lã de
aço Assolan para uma caixa postal e responder a uma pergunta.” A
promoção durou quatro meses e foi divulgada por meio de filme de trinta
segundos exibido nos intervalos de programas das emissoras Globo, SBT,
Record, Rede TV e Bandeirantes.
A preocupação da Assolan era também atingir o consumidor
intermediário, que de acordo com o Código de Defesa do Consumidor “é
aquele que adquire o produto para a venda”. Foi criado o “Assolan Card”,
58
que foi segundo o site Máquina de Notícias, um “programa de milhagem
voltado exclusivamente a revendedores e distribuidores da marca. Essa
ação, além de manter a fidelização desse público, fez aumentar em número
significativo as vendas dos produtos da marca”.
Além de patrocinar o Big Brother Brasil 3, Assolan também foi
patrocinadora do programa Boa Noite Brasil, da emissora Bandeirantes.
Esta ação de merchandising proporcionou mais divulgação da Assolan.
Ainda em 2003, de acordo com o site Meio e Mensagem, Assolan investiu
quatrocentos mil reais em ação de marketing cultural, patrocinando o filme
Lisbela e o Prisioneiro. Ainda investindo em cultura, Assolan também
patrocinou o espetáculo Paixão de Cristo, em Pernambuco, no ano de 2003.
Na Rede TV!, o mascote entra em cena juntamente com a apresentadora do
programa dominical Manual, conforme veiculou o site Meio e Mensagem:
a partir do dia 13 de julho de 2003, o Manual, ancorado por Cristina Arcangeli na Rede TV!, terá ações de merchandising de Assolan e Gafisa. As empresas vão divulgar, respectivamente, a esponja de lã de aço e o empreendimento imobiliário Villaggio Panamy. Segundo a organização do programa, o mascote da Assolan vai contracenar com a apresentadora num diálogo divertido. (www.meioemensagem.com.br)
De acordo com o site acima mencionado, o ano de 2003 também foi
marcado por ações em pontos de venda, onde o mascote esteve nas
gôndolas dos supermercados e na mídia impressa com peças publicitárias
veiculadas nas revistas Isto É, Isto É Gente, Claudia, Nova, Quem, Caras e
Veja. Foi nesse ano que o mascote estreou na televisão, em filmes criados
pela agência África, que será visto com mais detalhes no subcapítulo 4.3.
59
O ano de 2004 começa novamente com o patrocínio da Assolan no
programa Big Brother Brasil. Assolan esteve nas edições 4 e 5. A
programação foi escolhida visando atingir o grande número de
telespectadores que assitia o reality show que abrange parte dos
consumidores de lã de aço. Em matéria do site Terra (www.terra.com.br),
Nelson afirma que “lã de aço é um setor que exige exposição na mídia.
Quando não há propaganda, o nível de venda cai automaticamente.”
Ainda em 2004, foi lançado um novo filme da Assolan, que será visto
mais detalhadamente no subcapítulo 4.3. Os horários selecionados para
esse lançamento foram os intervalos do último capítulo da novela que a
Globo exibia, Celebridade, e também nos intervalos da estréia do programa
de Preta Gil na Bandeirantes, o Caixa Preta. As duas programações foram
escolhidas devido a grande audiência esperada para esses dois programas.
A quinta e a sexta edições do Big Brother Brasil, de acordo com o
site Newsnet (www.newsnet.com.br), são novamente patrocinadas pela
Assolan, bem como pelas empresas Fiat Automóveis, Minuano, Azaléia e
Niely. Nos anos de 2005 e 2006, o mascote da Assolan esteve presente em
campanhas na televisão, nos pontos de venda, em mobiliários urbanos,
entre outros. Na sexta edição, todas as terças feiras (dia de eliminação dos
participantes do programa), o mascote estava presente no site da Globo, no
link do Big Brother Brasil (www.globo.com/bbb), simulando ser um dos
participantes do reality show. No site da Globo, estavam disponíveis
informações completas sobre o mascote (nome, idade, profissão, etc) e
vídeos, da mesma forma como acontecia com os participantes reais do
60
programa. De acordo com o site Meio e Mensagem, “A ação ainda contará
com vinhetas de oportunidade. O mascote, no confessionário, escolhe seus
eliminados: ‘a craca, a sujeira, a crosta ou a mancha’”. A Assolan ainda
patrocinou o programa Big Brother Brasil Ao Vivo, pertencente ao canal de
TV fechada Multishow, que era exibido após o fim da transmissão pela TV
Globo.
O mascote também esteve presente no Carnaval de Salvador,
quando a Assolan patrocinou a cantora Ivete Sangalo. Segundo o site Meio
e Mensagem, “Os carros de apoio dos trios estarão adesivados, trazendo o
“Mascote”, símbolo da Assolan, de peruca verde-amarela, soltando confete e
serpentina pelas avenidas. Além disso, quem passar pelo Camarote Cerveja
& Cia receberá brindes especiais”.
Em 2007, a 7ª edição do Big Brother também foi patrocinada pela
Assolan. Nesta edição, o produto utilizado pelos participantes do programa
era a lã de aço perfumada, por ser o mais novo lançamento da empresa.
4.3. Análise das principais campanhas publicitárias
Como foi visto no subcapítulo 4.2, a Assolan sempre investiu muito
em promoção. Além de patrocínios, ações de merchandising e promoções
de venda, as campanhas publicitárias estiveram presentes nesses cinco
anos, tanto na mídia impressa, como na mídia eletrônica - especificamente
em filmes exibidos na televisão.
61
Na mídia impressa, uma das campanhas foi veiculada na revista Isto
É, em janeiro de 2003. O mascote da Assolan aparece na sobrecapa da
revista, dentro de um carro desfilando pelas ruas da capital brasileira,
Brasília. Para Nizan Guanaes, em matéria no site Meio e Mensagem, “a
imagem pretende passará idéia de que o mascote, como o presidente Lula,
enfrenta líderes e se apresenta como a melhor opção.” No dia 26 de
fevereiro do mesmo ano, é a vez dos assinantes da revista Caras verem o
mascote. Nesta edição, o mascote aparece na capa como se estivesse
dando uma entrevista exclusiva à revista, contando o segredo de ter
conquistado tantas mulheres e virado um “fenômeno (de vendas)”. Essa
denominação “fenômeno de vendas” passou a ser referência da lã de aço
Assolan devido a evolução no crescimento da participação de mercado num
intervalo curto de tempo, como foi descrito em 2004 pelo site Meio e
Mensagem:
A Bombril ainda domina com folga um mercado que movimenta R$ 300 milhões por ano, mas o bombardeio da Assolan já causou avarias. Comandadas pela agência Africa, de Nizan Guanaes, a publicidade tem dado resultados. Em janeiro de 2002, a Assolan tinha pouco mais de 9% do mercado. Um ano depois, passou para 16,5% e hoje detém 24,2%. (www.meioemensagem.com.br)
Nas campanhas veiculadas na televisão, os dois primeiros filmes
criados pela agência África não contaram com a presença do mascote. O
primeiro filme que foi veiculado para campanha publicitária da Assolan,
“Brasília”, faz alusão à política, economia e indústria do país, com a história
da lã de aço Assolan, desde seu início até o momento em que suas vendas
começam a crescer, em 2002. O filme é veiculado no início de 2003, ano
62
seguinte às eleições presidente do Brasil, que elegeram Luiz Inácio Lula da
Silva . A seguir, o texto do filme “Brasília”, retirado do site da Assolan:
Repórter: Você nunca imaginou que um partido de esquerda ia chegar na Presidência. Mas chegou. Na política. Na indústria. No comércio. O Brasil está mudando de líderes. E Assolan, a esponja de aço que mais cresceu no ano que passou, é um desses novos líderes que está despontando nesse novo Brasil que está mudando. Locutor: Assolan. A esponja de aço que não para de crescer. (www.assolan.com.br)
Já no filme “Genérico”, um repórter conversa com o telespectador,
dizendo que a Fiat assumiu a liderança que pertencia à outra marca após
alguns anos. Depois ele fala a mesma coisa em relação a Assolan, dando a
entender que a mesma é líder no setor de lã de aço. Tudo isso acontece
dentro de um galpão onde são montados os carros, conforme pode ser
observado de acordo com o site da Assolan:
Repórter: Como você tem lido nos jornais e revistas, depois de muitos anos surge um novo líder de vendas na indústria automobilística brasileira, a Fiat. Na política, na indústria, no comércio, o Brasil está mudando de líderes. E Assolan, a esponja de aço que mais cresceu no ano que passou, desponta como um desses líderes do futuro, de um Brasil que está mudando. (www.assolan.com.br)
Dando seqüência aos dois primeiros filmes criados pela África, é a
vez do terceiro -“Varejo”- ir ao ar. Esse segue a mesma linha de raciocínio
dos anteriores, que fala sobre política, economia e indústria, sempre
baseado em fatos recentes. Dessa vez as comparações são feitas com a
Mesbla (Cadeia de lojas de departamento brasileira que iniciou suas atividades
em 1912, como filial de uma firma francesa, e teve sua falência decretada em
1999) e Mappin (Rede de magazines de origem inglesa que iniciou suas
atividades no Brasil em 1913 e teve sua falência em 1999), que por anos
foram líderes de mercado em seus segmentos - e hoje, novas marcas
63
assumiram suas posições, como pode ser observado segundo o site da
Assolan:
Repórter: A Mesbla e o Mappin antes dominavam o varejo brasileiro. Hoje, são outras lojas de varejo que você vê anunciando aqui na TV. Na política, na indústria, no comércio, o Brasil está mudando de líderes. E Assolan, a esponja de aço que mais cresceu no ano que passou, desponta como um desses líderes do futuro, de um Brasil que está mudando. Locutor: Assolan. A esponja de aço que não para de crescer. (www.assolan.com.br)
Dando continuidade, ainda no ano de 2003, o mascote da Assolan
se alia ao novo sucesso pop do momento, o grupo Rouge - e sua música de
trabalho mais tocada do momento, “Ragatanga”. Para a Assolan, esta é uma
nova fase, pois é nesse momento que o mascote passa a fazer parte das
campanhas publicitárias da empresa, passando a ser o ator principal do
filme, pois antes só fazia pequenas aparições na TV em vinhetas. A partir de
27 de fevereiro de 2003, passou a ser exibido o filme de trinta segundos na
mídia eletrônica – televisão que traz o mascote dançando a coreografia do
grupo ao som da música Ragatanga, que tem sua letra adaptada ao produto.
Seguindo a mesma estratégia da campanha publicitária anterior, em
fevereiro de 2004, Nizan Guanaes lança a nova campanha da Assolan,
aproveitando o sucesso do cantor Felipe Dylon, que segundo matéria do site
da Assolan “foi vencedor de júri popular no programa ‘Domingão do
Faustão’, em dezembro, que elegeu a revelação musical de 2003,
desbancando as cantoras Maria Rita e Luka”. No filme, o mascote interpreta
o novo “fenômeno” pop do Brasil. O boneco aparece cantando a versão
adaptada para a lã de aço da música “Deixa Disso” e tocando uma guitarra;
enquanto isso as fãs levava a platéia ao delírio.
64
As peças publicitárias tiveram grande repercussão e renderam à
empresa alguns prêmios. Conforme divulgado pelo site Revista Marketing
(www.revistamarketing.com.br), “Assolan ganha o prêmio Marketing Best
(Prêmio que homenageia anualmente as empresas que, através da utilização
de diversas disciplinas e ferramentas de marketing, possam ser reconhecidas
por seu desempenho, produtos ou serviços) 2003, com o case “Assolan – O
fenômeno” e Top de Marketing (Premiação realizada anualmente pela ADVB
destinada à organizações que primam pela melhor sustentação de seu produto,
serviço ou marca) da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e
Marketing do Brasil) em 2004 como uma das melhores campanhas deste
ano.
Em 2005, o mascote dá lugar ao ator Daniel Warren (Ator contratado
pela agência Africa para protagonizar as campanhas da Assolan ), e a
campanha criada pela África volta a fazer alusão ao crescimento da marca e
a trajetória em busca de ser a nova líder no segmento de lã de aço, sempre
comparada com algum assunto que está em evidência. Desta vez, os
escolhidos foram o desenvolvimento da China e as mudanças tecnológicas
que acontecem no mundo. Dois filmes forma criados, “China”, comparando o
crescimento da marca Assolan com o do país, e “Mundo”, demonstrando a
modernização da Assolan e a rápida mudança tecnológica que acontece no
mundo. Os anúncios são veiculados na Rede Globo, SBT, Record,
Bandeirantes e Rede TV, de acordo com o site da Assolan.
Outro filme da Assolan, foi o filme “Bebês”. No anúncio apareciam
crianças usando perucas de lã de aço, que saíam engatinhando de dentro
65
de pacotes gigantes. Neste filme, os bebês, caracterizadas de lãs de aço,
além de mostrarem o próprio produto, apresentam também os novos
produtos da linha Assolan.
Ainda neste ano de 2005, foi ao ar o filme da Assolan “The
Phenomenon”, com a atuação de Daniel mais uma vez. A campanha teve
como objetivo apresentar ao público a matéria que foi publicada pelo jornal
Financial Times que conta a história de sucesso da Assolan. A peça foi
veiculada na Rede TV, no intervalo do programa Showbusiness (Programa
veiculado na Rede TV pelo apresentador João Dória Junior ) e dos programas
de canais pagos, segundo o site da Assolan.
No ano de 2006, ao perceber o sucesso que o cantor Latino faz com
a música “Festa no Apê”, a agência África desenvolve um novo filme onde o
mascote, de volta à TV neste ano, dança a música fazendo passos idênticos
aos do cantor, que foi quem criou a coreografia do boneco para essa
campanha. Nesta campanha, o próprio Latino é quem canta a música, que
tem letra adaptada para mostrar ao público toda sua linha de produtos - e o
motivo pelo qual Assolan se tornou “O Fenômeno”, conforme pode ser
observado de acordo com o site da Assolan: “Hoje é festa na casa e no apê.
Usou, passou, limpou. É Assolan fenômeno. Tem esponja, lã de aço, panos
multiuso, saponáceos. Hoje é festa na casa e no apê. Usou, passou, limpou.
É Assolan fenômeno.”
O ano de 2007 tem como trilha sonora a música “Isto é Calypso” da
Banda Calypso. Neste filme, o mascote dança a música adaptada para a
Assolan, que é interpretada pelos cantores Chimbinha e Joelma. Observa-se
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a seguir, um trecho da música retirada do site Meio e Mensagem: “Assolan
ganhou a multidão. E o fenômeno não pára de pára de crescer. Vem nesse
ritmo comigo. Sucesso que Assolan precisa agrader, você, você, você, você.
Fenômeno. Fenômeno. Vem brilhar comigo amor...”
Essa campanha foi a primeira realizada pela nova agência de
publicidade, a MPM, que a partir do final do ano de 2006 assumiu a conta da
Assolan, substituindo a agência Africa, do mesmo grupo – Ypy, responsável
pelas campanhas da empresa desde 2003. Alguns motivos concorreram
para a troca de agências. Um deles foi a redução dos investimentos em
mídia para a aquisição da Etti, empresa de produtos alimentícios recém
adquirida pela Assolan. Outro seria a laço existente entre o presidente da
Assolan e o proprietário da Africa, o que contribuiu para que a conta da
empresa fosse assumida por uma agencia pertencente ao mesmo grupo.
Porém outro fator relevante foi a entrada da concorrente Parmalat na África.
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CONCLUSÃO
Com base na pesquisa realizada, cujo objetivo foi analisar o
marketing e o uso de suas ferramentas em relação ao produto e a marca,
em especial a lã de aço Assolan, foi observado a importância de pôr em
prática os conceitos e fundamentos do marketing. O modelo dos 4 Ps de
McCarthy, pode ser pensado como uma maneira de obter o conhecimento
do consumidor em relação ao produto e sua fidelidade a ele. Esse modelo
descreve os atributos que podem ser levados em consideração pela
empresa ao desenvolver um novo produto ou ao reposicionar um já
existente. No aspecto referente ao preço, são sintetizados a forma de
oferecer um produto no mercado, com um preço que atenda à demanda de
maneira que também ofereça lucros à empresa. No tocante a distribuição,
esse modelo analisa a maneira de tornar o produto disponível aos
consumidores, através de uma logística organizada. Os 4 Ps de McCarthy,
fornecem ainda condições para que a empresa divulgue seus produtos, e
torne-os conhecidos do consumidor.
A Assolan, como pôde ser visto, investiu continuamente em
promoção com o intuito de aumentar sua participação no mercado e se
tornar competitiva frente a Bombril, sua principal concorrente. Essa
estratégia culminou nos resultados esperados, que estão sendo percebidos
pelo mercado através de sua evolução constante, apresentada na pesquisa.
Em contrapartida, pôde ser observado também que a falta de divulgação
freqüente afeta a imagem que o consumidor tem em relação a determinado
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produto, o que pode acarretar na diminuição das vendas, fato ocorrido com
as lãs de aço Bombril.
Pode –se concluir que a utilização do marketing, bem como a análise
de seus profissionais e sua criatividade, são atitudes que podem garantir o
sucesso da empresa e do produto, além da satisfação do consumidor.
Apesar do trabalho ser focado nas ferramentas do marketing, não se pode
dizer que as mesmas são os únicos meios de uma empresa atingir seus
objetivos. Todo e qualquer ser humano tem a possibilidade de criar,
modificar, reinventar estratégias e ações, de acordo com as necessidades e
realidade da empresa.
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ANEXOS
Índice de anexos
ANEXO A – PIRÂMIDE DE MASLOW ...................................................................
ANEXO B – TIPOS DE PROMOÇÃO DE VENDAS .................................................
ANEXO C – MERCHANDISING EM PONTO DE VENDA........................................
ANEXO D – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA ...........................................
ANEXO E – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA IMPRESSA .......................
ANEXO F – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA IMPRESSA .......................
ANEXO G – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA IMPRESSA .......................
ANEXO H – PRIMEIRAS LOGOMARCAS DA BOMBRIL .......................................
ANEXO I – PRIMEIRAS LOGOMARCAS DA
BOMBRIL.....................................
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ANEXO A – PIRÂMIDE DE MASLOW
FONTE: KOTLER (2000, P.194)
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ANEXO B – TIPOS DE PROMOÇÃO DE VENDAS
FONTE: KOTLER (2000, p.491)
Cupons Estimular vendas por meio de reduções de preço de curto prazo; fazer com que produtos novos sejam experimentados
Ofertas especiais Estimular as vendas de produtos e visitas às lojas; aumentar as quantidades adquiridas
Brindes ou prêmios Atrair novos clientes para produtos existentes; criar prestígio; oferecer maior valor
Concursos e sorteios Chamar a atenção; criar prestígio; aumentar as vendas; gerar publicidade
Amostra grátis Encorajar o uso para que os consumidores possam experimentar os benefícios do produto
Experiências grátis com o produto
Estimular vendas pela redução do risco de insatisfação depois da compra; fornecer experiência do desempenho do produto
Displays no ponto de venda Dar mais destaque aos produtos nas lojas; aumentar as chances das compras por impulso; lançar novos produtos
Abatimentos posteriores Encorajar as compras, particularmente para artigos caros; obter informações sobre os clientes para os bancos de dados
Programas de fidelização Recompensar a lealdade do cliente; apoiar esforços de marketing de relação; aumentar o volume de vendas
Exposições Gerar atenção e conhecimento sobre os produtos de uma indústria; identificar clientes potenciais; realizar vendas
Brindes promocionais Gerar consciência sobre a companhia, bem como sobre seus produtos e locais de venda; obter repetidas exposições às mensagens; criar prestígio
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ANEXO C – MERCHANDISING EM PONTO DE VENDA
FOTO TIRADA NO SUPERMERCADO SENDAS DIAS DA CRUZ –
MÉIER – RIO DE JANEIRO
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ANEXO D – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA
IMPRESSA
(REVISTA VEJA)
CARLOS MORENO CARACTERIZADO DE ITAMAR FRANCO
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ANEXO E – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA
IMPRESSA
(REVISTA VEJA)
CARLOS MORENO CARACTERIZADO DO CANTOR REGINALDO ROSSI
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ANEXO F – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA
IMPRESSA
(REVSITA VEJA)
CARLOS MORENO CARACTERIZADO DE MILENE E RONALDO
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ANEXO G – PROPAGANDA DA BOMBRIL EM MÍDIA
IMPRESSA
(REVISTA ÉPOCA)
CARLOS MORENO CARACTERIZADO DE FERNANDO HENRIQUE
CARDOSO E RUTH CARDOSO
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ANEXO H – MASCOTE ASSOLAN
MATERIAL PROMOCIONAL DA ASSOLAN – BRINDE
DISTRIBUÍDO PARA A EQUIPE DE VENDAS.
CADERNO COM O DESENHO DO MASCOTE DA
ASSOLAN
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ANEXO I – PRIMEIRAS LOGOMARCAS DA BOMBRIL
FONTE: WWW.BOMBRIL.COM.BR
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BIBLIOGRAFIA
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São
Paulo: Prentice Hall, 2000.
CHURCHILL, Gilbert A. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo:
Saraiva, 2000.
DIAS, Sérgio Roberto. Tudo que você queria saber sobre propaganda e
ninguém teve paciência de explicar. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 1989.
SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para
construir marcas e empresas de sucesso. Rio de janeiro: Campus, ABR, 1997.
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de
Termos de Comunicação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MOREIRA, Julio César Tavares et all. Dicionário de Termos de Marketing.
São Paulo: Atlas, 1996.
80
WEBGRAFIA
WIKIPÉDIA. Disponível em www.wikipedia.com
AVON. Disponível em www.avon.com.br
BNDES. Disponível em www.bndes.gov.br
MEIO E MENSAGEM. Disponível em www.meioemensagem.com.br
SEBRAE RJ. Disponível em www.sebraerj.com.br
GARNIER FRUCTIS. Disponível em www.garnier.com.br
BS COLWAY. Disponível em www.bscolway.com.br
H STERN. Disponível em www.hstern.com.br
PETROBRAS. Disponível em www.petrobras.com.br
VIVO. Disponível em www.vivo.com.br
HAVAIANAS. Disponível em www.havaianas.com.br
ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em www.estadao.com.br
PORTAL DA PROPAGANDA. Disponível em
www.portaldapropaganda.com.br
ASSOLAN. Disponível em www.assolan.com.br
MÁQUINA DA NOTÍCIA. Disponível em www.maquinadanotica.com.br
JORNAL DO COMMERCIO. Disponível em www.jornaldocommercio.com.br
MIX MARKETING. Disponível em www.mixmarketing.com.br
BOMBRIL. Disponível em www.bombril.com.br
W/BRASIL. Disponível em www.wbrasil.com.br
FREEDOM COMUNICAÇÕES. Disponível em www.freedom.com.br
FORCE NEWS. Disponível em www.forcenews.com.br
PORTAL EXAME. Disponível em www.portalexame.com.br
81
YPÊ. Disponível em www.ype.ind.br
TERRA. Disponível em www.terra.com.br
NEWS NET. Disponível em www.newsnet.com.br
GLOBO.COM. Disponível em www.globo.com
REVISTA MARKETING. Disponível em www.revistamarketing.com.br
REVISTA VEJA. Disponível em www.veja.abril.com.br
UFMG. Disponível em www.fafich.ufmg.br
PORTAL RP. Disponível em www.portalrp.com.br
INFO CORPORATE. Disponível em www.info.abril.com.br
ISTO É DINHEIRO. Disponível em www.istoedinheiro.com.br
MUNDO DO MARKETING. Disponível em www.mundodomarketing.com.br
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – Marketing: Principais conceitos e definições 11
1.1 – O “P” de promoção: ferramentas promocionais 17
1.2 – A publicidade: considerações sobre campanhas na televisão 22
CAPÍTULO II – Marca: Valor agregado aos bens de consumo 26
2.1 – O posicionamento como item fortalecedor da marca 32
2.2 – Principais estratégias de posicionamento 33
CAPÍTULO III – O mercado de lã de aço no Brasil. Um breve histórico 37
3.1 – Os principais fabricantes e as suas estratégias de marketing 39
3.2 – Bombril: Décadas de liderança no mercado de lã de aço 45
CAPÍTULO IV – Assolan: “O fenômeno” – Um estudo sobre a lã
de aço que revolucionou o mercado 51
4.1 – O posicionamento da lã de aço Assolan 52
4.2 – Análise das estratégias de marketing da Assolan 54
4.3 – Análise das principais campanhas publicitárias 60
CONCLUSÃO 67
ANEXOS 69
BIBLIOGRAFIA 79
ÍNDICE 82
83
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: O marketing e duas ferramentas como diferencial na
construção de uma empresa.
Autor: Renata Rizzuto da Cruz
Data da entrega: 17/09/2009
Avaliado por: Mônica Melo Conceito: