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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
FACULDADE INTEGRADA AVM
INTEGRAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA
APRENDIZAGEM (MOODLE) NO ENSINO SOBRE
TRANSTORNOS DO SONO NA RESIDÊNCIA MÉDICA EM
NEUROLOGIA
Por: Marleide da Mota Gomes
Orientadores: Ana Paula Oliveira e
Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2014
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
FACULDADE INTEGRADA AVM
INTEGRAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA
APRENDIZAGEM (MOODLE) NO ENSINO SOBRE
TRANSTORNOS DO SONO NA RESIDÊNCIA MÉDICA EM
NEUROLOGIA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Docência no Ensino Superior
Por: Marleide da Mota Gomes
AGRADECIMENTOS
Aos que contribuíram diretamente com
esta monografia, expresso minha
gratidão: ao professores da AVM, Ana
Paula Oliveira e Vilson Sérgio de
Carvalho, aos colegas do Instituto de
Neurologia-UFRJ (José Luiz de Sá
Cavalcanti, Gisele S. Moura Neves,
Cristiane Ribeiro Afonso) e ao
profissional do Núcleo de Computação
Eletrônica da UFRJ (Alexandre Bento).
RESUMO
Esta monografia estuda a educação à distância (EaD) no Brasil e no
mundo, o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e suas principais
ferramentas, e o ensino sobre sono e seus transtornos, através de um relato de
caso. A plataforma de aprendizagem a ser aplicada é a de um sistema de
gerenciamento de cursos de código aberto (Moodle) para médicos residentes
de neurologia. É ressaltada a importância da EaD na educação continuada
médica, pela sua interatividade e auto-promoção da aprendizagem, em uma
pedagogia construtivista.
METODOLOGIA
Este é um estudo de caso, de elaboração de um curso a transcorrer na
residência em neurologia do Instituto de Neurologia da UFRJ. O objetivo geral
do projeto foi fazer um estudo piloto com o uso da plataforma Moodle de apoio
à aprendizagem sobre sono e seus transtornos para médicos residentes em
neurologia. Além disso, o projeto foi desenhado para demonstrar a eficácia de
um curso on-line como uma ferramenta educacional nesses médicos. Os
objetivos específicos incluem: investigar se o Instituto de Neurologia-UFRJ
possa manter uma aprendizagem de qualidade, através do desenvolvimento,
entrega e manutenção de uma aprendizagem baseada na Internet; explorar
estratégias pedagógicas inovadoras para distribuir informação científica e
técnica para residentes de neurologia. Foi baseado em uma revisão realizada
utilizando uma metodologia qualitativa e análise de fontes primárias e
secundárias. Alguns funcionários da universidade informalmente forneceram
informações para a construção do curso. Discussões informais com técnico de
ambiente virtual de aprendizagem (AVA) – plataforma Moodle, proveu
subsídios para o planejamento da montagem do curso on line.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - ENSINO À DISTÂNCIA 11
CAPÍTULO II - AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 17
CAPÍTULO III - PLATAFORMA MOODLE: UM ESTUDO DE CASO 24
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 31
8
INTRODUÇÃO
Há carência de educação à distância (EaD) complementar ao ensino
presencial no curso de graduação ou pós-graduação em medicina no Brasil,
assim como o ensino sobre sono e seus transtornos. Essa é uma lacuna que
pode ser atenuada se houver a proposta de estratégias de ensino associadas
às convencionais em curriculum de modalidade presencial já congestionado.
Educadores em escolas médicas em todo o mundo estão atualmente
experimentando formas inovadoras de utilizar a aprendizagem baseada na web
para complementar o ensino e processo de aprendizagem existente. Quais
seriam as alternativas oferecidas pela EaD para o aprendizado na pós-
graduação em medicina?
A EaD foi adotada baseada na sugestão de que ela possa promover
uma abordagem ativa e importante para aprender com bons resultados dos
alunos. Além disso, acredita-se que o uso da plataforma Moodle pode distribuir
de forma eficaz os materiais de aula através do meio on-line. O uso
de multimídia e tecnologias de Internet, e-learning , pode melhorar a qualidade
das atividades de aprendizagem, facilitando o acesso a recursos e serviços,
bem como o intercâmbio e a colaboração remota. Essas ferramentas
oferecem aos alunos controle sobre tempo, conteúdo, sequência, ritmo de
aprendizagem, permitindo-lhes adaptar as suas experiências para atender
seus objetivos pessoais de aprendizagem (RUIZ et al., 2006). Há dois modos
de aprendizagem eletrônica comuns: EaD e instrução assistida por
computador. A EaD utiliza as tecnologias da informação para fornecer
instruções para os alunos que estão em locais remotos de um site central. A
instrução assistida por computador (também chamada de aprendizado baseada
em computador e treinamento baseado em computador) usa computadores
para auxiliar na entrega de pacotes multimídia autônomos de aprendizagem e
de ensino (RUIZ et al., 2006). Menciona-se que a Internet é usada para a
educação de adultos na maioria dos domínios profissionais, mas na educação
médica continuada é menos desenvolvida. As vantagens são observadas tanto
para os professores quanto para os alunos e o e-learning parece ser pelo
menos tão eficaz como a instrução tradicional. No entanto, os alunos não vêem
9
o e-learning como a substituição de treinamento orientado por instrutor
tradicional, mas como um complemento a ele, que faz parte de uma estratégia
semipresencial - blended-learning (RUIZ et al., 2006). Além disso, Fordis et al.
(2005) consideram que a educação médica continuada baseada na Internet
pode produzir mudanças no comportamento objetivamente medidos, bem como
ganhos em conhecimento sustentado ao longo de 12 semanas, como
estudado, que são comparáveis ou superiores aos realizados a partir
de atividades eficazes ao vivo. Participantes da educação médica continuada
on-line muitas vezes completam a atividade de aprendizagem ao longo de
várias sessões, em contraste com um único workshop interativo, ao vivo.
Repetidas visitas ao site podem fornecer reforço adicional de aprendizagem. O
desempenho pode ser também incrementado, pois os participantes da
educação médica continuada on-line são capazes de se mover no site e
estruturar sua própria aprendizagem. Lakhan et al. (2013) relatam que
estudantes e médicos residentes de hoje são alvos móveis, com multitarefa,
trabalhando em várias posições, e, muitas vezes servindo a populações que
estão longe de seu instrutor e instituição de ensino. Da mesma forma, na
prática, os médicos modernos são muitas vezes chamados para trabalhar em
locais distantes, sem apoio acadêmico adequado. Assim, as tecnologias de
colaboração modernas podem ser usadas para fornecer apoio diagnóstico e
social, ajudando residentes de neurologia para ser mais bem sucedidos em sua
aprendizagem e prática profissional. Mais provavelmente, a maneira mais
eficaz de usar a tecnologia moderna será em conjunto com métodos de
aprendizagem tradicionais à beira do leito, de acordo com Lakhan et al. (2013).
A importância da EaD também é ressaltada na criação da Secretaria de
EaD – SEED do Ministério da Educação, estabelecida oficialmente via Decreto
nº 1.917, de 27 de maio de 1996. Assim, a SEED atua como um agente de
inovação de métodos didático-pedagógicos por incentivo ao uso de
tecnologias de informação e comunicação e de EaD.
Este presente trabalho teve como objetivo geral investigar, analisar e
apontar características relevantes de uma ferramenta de EAD, distribuída
livremente na internet, no que se refere à utilização e alinhamento com as
recomendações da SEED como ambiente virtual de ensino e aprendizado com
qualidade em vários aspectos (MEC, 2007).
10
Foi também objetivo deste trabalho conhecer a importância da plataforma
Moodle para o sucesso do ensino sobre sono e seus transtornos:
• Reconhecer como são realizados os processos de implantação da
plataforma Moodle;
• Discriminar os principais componentes da Plataforma Moodle;
• Analisar um modelo de aprendizagem para apresentação do material de
ensino;
• Estudar um ensino cooperativo.
Este trabalho está dividido em três capítulos, além da introdução e
conclusão. A introdução levanta a questão do e-learning , seus diferentes
aspectos e sua importância na medicina. O primeiro capítulo aborda o EaD, no
mundo e no Brasil. O segundo capítulo faz considerações sobre o ambiente
virtual de aprendizagem e o último constrói um estudo de caso sobre o uso de
uma ferramenta de EaD, Moodle, explorando as suas capacidades. A
conclusão se apoia na investigação e análise realizadas, bem como nas
limitações e dificuldades encontradas para sua realização, além das propostas
para futuros estudos.
11
CAPÍTULO I
ENSINO À DISTÂNCIA
Um problema principal deste capítulo diz respeito à definição da
tecnologia de aprendizagem que é transcrita de formas diversas e
intercambiavelmente: ambientes de EaD, e-learning e ensino on-line. Um outro
problema diz respeito às características do ambiente de aprendizagem, o que
será visto nas próximas seções, mas já é dado um breve histórico da EaD. A
EaD tem uma história que se estende por pelo menos dois séculos, desde a
correspondência básica por meio do serviço postal até a grande variedade de
ferramentas disponíveis através da internet (MOORE et al., 2011). A forma
mais moderna, aprendizagem on-line, ocorreu a partir dos anos 1980. O
desenho de diferentes tipos de ambientes de aprendizagem pode depender do
objetivo de aprendizagem, público-alvo, o acesso (físico, virtual e / ou
ambos), e do tipo de conteúdo. É importante saber como o ambiente de
aprendizagem é utilizado, as influências das ferramentas e técnicas nos
resultados de aprendizagem e como a tecnologia evolui. Existe um problema
de termos usados, como já mencionado. O e-learning é também chamado de
aprendizagem baseada na web, aprendizagem on-line, aprendizagem
distribuída, instrução assistida por computador, ou aprendizagem baseada na
Internet (RUIZ et al., 2006). Como os computadores tornaram-se envolvidos na
oferta de educação, uma proposta de definição identificou a entrega de
materiais didáticos, utilizando mídia impressa e eletrônica. A entrega de
instrução inclui um instrutor que estava fisicamente localizado em um lugar
diferente do aluno, bem como, possivelmente, fornecendo a instrução em
forma assíncrona. A definição também afirmou que a EaD utiliza mídias
emergentes e experiências associadas para proporcionar oportunidades de
aprendizagem. Em relação às diferentes expectativas e percepções sobre os
rótulos dos ambientes de aprendizagem (ensino à distância, e-learning e
ensino on-line), de acordo com Moore et al. (2011), muitos autores acreditam
que haja relação entre eles, mas parecem inseguros em suas próprias
narrativas descritivas (MOORE et al. 2011). Em seguida, o termo evoluiu para
descrever outras formas de aprendizagem, por exemplo, aprendizagem on-
12
line, e-learning, mediada por tecnologia, colaborativa on-line, virtual,
baseada na web, etc. Assim, as semelhanças encontradas em todas as
definições é que alguma forma de instrução ocorre entre duas partes (um aluno
e um instrutor), é realizada em diferentes épocas e / ou locais, e usa
diferentes formas de materiais instrucionais. Tavangarian et al. (2004), apud
Moore et al. (2011), incluíram o modelo teórico construtivista como parte da
definição deste ensino, afirmando que o e-learning não é apenas processual,
mas, também, mostra alguns transformação da experiência de um indivíduo
para o conhecimento do indivíduo através do processo de construção do
conhecimento. Como afirmado por Moore et al. (2011), é óbvio que há
alguma incerteza quanto ao que exatamente são as características do termo,
mas o que está claro é que todas as formas de e-learning, sejam eles
aplicativos, programas, objetos, sites, etc, podem, eventualmente,
proporcionar uma oportunidade de aprendizagem para os indivíduos.
Aprendizagem on-line é descrita pela maioria dos autores como o acesso a
experiências de aprendizagem através do uso de alguma tecnologia. Muitos
autores acreditam que haja uma relação entre EaD e aprendizagem on-line,
mas parecem inseguros em suas próprias descrições. Outra característica do
núcleo de ambientes de aprendizagem é a metodologia de projeto. Cursos,
programas e objetos de aprendizagem estão disponíveis no Ambiente de
Aprendizagem on-line, pode ser individualizado, auto-dirigido ou guiado pelo
instrutor. A forma mais comum de desenho do curso à distância em ambientes
tradicionais de ensino, como as universidades, é ministrado por instrutor que
orienta os alunos através do conteúdo de instrução exigido. Neste tipo de
ambiente de aprendizagem, o professor controla o sequenciamento de
instrução e ritmo, e todos os alunos participam das mesmas atividades de
aprendizagem em horários especificados (MOORE et al., 2011).
Nos primórdios da EaD, as primeiras iniciativas ocorreram por meio de
cursos por correspondência, e, após, com apoio do rádio e televisão. O
incremento desta modalidade de ensino nos anos de 1990 foi também facilitado
pela disseminação das tecnologias de informação e de comunicação. Assim,
começaram a surgir programas oficiais e formais de EaD. No Brasil, os
primeiros programas formais foram devotados à Formação Continuada de
Professores da Rede Pública, e às iniciativas de oferta de cursos de Lato
13
Sensu, cursos de extensão e cursos livres (MUGNOL, 2009). No início, houve a
preocupação constante com o acesso à educação dos excluídos da educação
escolar presencial, mas posteriormente com abrangência maior.
Houve também a necessidade do desenvolvimento de um sistema
normativo para a EaD, e o Ministério da Educação vem publicando uma série
de portarias normativas que estão servindo de fonte legal para demarcar os
espaços, as formas de atuação das instituições e as características dos cursos
(MEC, 2007). Deu-se início assim a uma era de amplos debates sobre esta
modalidade, apesar de rejeição de uma parte significativa da comunidade
educacional (MUGNOL, 2009). Em associação a esta legislação, aprofunda-se
o desenvolvimento e a utilização das tecnologias de comunicação e
informação, inclusive com o desenvolvimento de equipamentos tecnológicos e
softwares especialmente voltados para a EaD, com atenção às especificações
locais da América latina, sobretudo do Brasil, no que se refere à igualdade de
acesso a informação e diferenças regionais (MUGNOL, 2009). No Brasil, como
em outros países da América Latina, o ensino por correspondência foi
acompanhado e em muitos casos superado por metodologias que utilizavam a
radio-difusão ou tele-difusão, pois o governo brasileiro iniciou certa tradição ao
utilizar a rede de emissoras de rádio para a distribuição de programas
educativos e culturais (MUGNOL, 2009). A partir da década de 1970, o governo
brasileiro criou uma série de programas cujo objetivo era fomentar as
iniciativas de EaD, como o Programa Nacional de Tecnologias Educacionais, o
Projeto Minerva, a TV escola de São Luís do Maranhão, a TV Universitária de
Recife, a TVE do Rio de Janeiro, a TV Cultura em São Paulo, o projeto
FEPLAN no Rio Grande do Sul, o IRDEB na Bahia e o Projeto SACI no Rio
Grande do Norte, como mencionado por Mugnol, 2009. Ao mesmo tempo, foi
incentivada a modalidade de EaD que, a partir de então, passou a ser
desenvolvida principalmente pela iniciativa privada.
No Brasil, a EaD vem tendo grande incremento após a promulgação da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394, de 20 de dezembro de
1996. A EaD, conforme dispõe o parágrafo 4º, do inciso IV, do artigo 32,
passou a ser definida como uma modalidade utilizada para “complementação
da aprendizagem ou em situações emergenciais”; e segundo o inciso 2, do
artigo 87, cada município deve ser responsável por “prover cursos presenciais
14
ou à distância aos jovens e adultos insuficientemente escolarizados” como
referido por Mugnol, 2009. O Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005,
estabeleceu o reconhecimento no sistema oficial de ensino dos cursos
ofertados na modalidade por Instituições credenciadas pelo MEC (MUGNOL,
2009). Conforme os Referenciais de Qualidade para a EaD no Brasil (2007), a
modalidade de EaD obteve respaldo legal em todos os níveis e modalidades
de ensino com a LDB-1996 que estabelece, em seu artigo 80, a possibilidade
de uso orgânico da modalidade de EaD. Esse artigo foi regulamentado
posteriormente pelos Decretos 2.494 e 2.561, de 1998, que foram revogados
pelo Decreto 5.622, em vigência desde sua publicação em 20 de dezembro de
2005 (MUGNOL, 2009).
Desde então, temos observado o surgimento crescente de cursos de
graduação à distância no Brasil, principalmente na área de formação de
professores. Em 2007, o MEC publicou uma série de referenciais de qualidade
para regular o setor (MEC, 2007). Hoje, segundo o MEC, a expansão do
sistema está acelerada e grande parte dos cursos está qualificada.
Conforme os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior à
distância no Brasil (MEC, 2007), os cursos superiores à distância devem prever
momentos de encontros presenciais, e a instituição deverá em seu projeto de
curso:
• descrever como se dará a interação entre estudantes, tutores e
professores ao longo do curso, em especial, o modelo de tutoria;
• quantificar o número de professores/hora disponíveis para os
atendimentos requeridos pelos estudantes e quantificar a relação
tutor/estudantes;
• informar a previsão dos momentos presenciais, em particular os
horários de tutoria presencial e de tutoria a distância, planejados
para o curso e qual a estratégia a ser usada;
• informar aos estudantes, desde o início do curso, nomes,
horários, formas e números para contato com professores, tutores
e pessoal de apoio;
• informar locais e datas de provas e datas limite para as
diferentes atividades (matrícula, recuperação e outras);
15
• descrever o sistema de orientação e acompanhamento do
estudante, garantindo que os estudantes tenham sua evolução e
dificuldades regularmente monitoradas, que recebam respostas
rápidas a suas dúvidas, e incentivos e orientação quanto ao
progresso nos estudos;
• assegurar flexibilidade no atendimento ao estudante, oferecendo
horários ampliados para o atendimento tutorial; · dispor de pólos
de apoio descentralizados de atendimento ao estudante, com
infra-estrutura compatível, para as atividades presenciais;
• valer-se de modalidades comunicacionais síncronas e
assíncronas como videoconferências, chats na Internet, fax,
telefones, rádio para promover a interação em tempo real entre
docentes, tutores e estudantes;
• facilitar a interação entre estudantes, por meio de atividades
coletivas, presenciais ou via ambientes de aprendizagem
adequadamente desenhados e implementados para o curso, que
incentivem a comunicação entre colegas;
• planejar a formação, a supervisão e a avaliação dos tutores e
outros profissionais que atuam nos pólos de apoio
descentralizados, de modo a assegurar padrão de qualidade no
atendimento aos estudantes;
• abrir espaço para uma representação de estudantes, em órgãos
colegiados de decisão, de modo a receber feedback e aperfeiçoar
os processos.
Ainda conforme os mencionados Referenciais (MEC, 2007), é importante
que a proposta de material didático para cursos superiores à distância inclua
um Guia Geral do Curso, impresso e/ou em formato digital, que:
• Oriente o estudante quanto às características da EaD e quanto
aos direitos, deveres e normas de estudo a serem adotadas,
durante o curso;
• Contenha informações gerais sobre o curso (grade curricular,
ementas, etc.);
16
• Informe, de maneira clara e precisa, que materiais serão
colocados à disposição do estudante (livros-texto, cadernos de
atividades, leituras complementares, roteiros, obras de referência,
CD Rom, web-sites, vídeos, ou seja, um conjunto - impresso e/ou
disponível na rede - que se articula com outras tecnologias de
comunicação e informação para garantir flexibilidade e
diversidade);
• Defina as formas de interação com professores, professores e
colegas;
• Apresente o sistema de acompanhamento, avaliação e todas as
demais orientações que darão segurança durante o processo
educacional.
Em relação ao conteúdo de cada material educacional é recomendado
pela SEED (MEC, 2007) que também seja disponibilizado um outro Guia que:
• oriente o estudante quanto às características do processo de
ensino e aprendizagem particulares de cada conteúdo;
• informe ao estudante a equipe de docentes responsável pela
gestão do processo de ensino;
• informe ao estudante a equipe de tutores e os horários de
atendimento;
• apresente cronograma (data, horário, local - quando for o caso)
para o sistema de acompanhamento e avaliação.
17
CAPÍTULO II
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
Com o advento de uma nova era em tecnologia da informação, a
aprendizagem baseada na web está se tornando um componente importante
do processo do ensino e aprendizagem em instituições de ensino superior. O
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é o “local virtual” onde, em geral, os
cursos na modalidade à distância ou semipresencial acontecem e existem
recursos que permitem a interação dos alunos entre si e com a equipe de
professores e educadores. No entanto, a terminologia de AVA não é
uniformemente aplicada. O AVA é por vezes também chamado de Virtual
learning environment (VLE) – Entorno Virtual de Aprendizagem; Learning
Management System (LMS) – Sistemas de Gestão de Aprendizagem; Course
Management System (CMS) – Sistema de Gestão de Cursos; Managed
Learning Environment (MLE) – Ambiente Controlado de Aprendizagem;
Integrated learning system(ILS) – Sistema Integrado de Aprendizagem;
Learning Support System (LSS) – Sistema Suporte de Aprendizagem; Learning
Platform (LP) - Plataforma de Aprendizagem, etc (RODRIGUEZ, 2009). Por
mais que os termos sejam usados como sinônimos, alguns autores vêem cada
um de forma diferente (MOORE et al., 2011). Rodriguez (2009) resume-os
como “contentores de cursos” que também inserem ferramentas de
comunicação e acompanhamento dos alunos.
Os AVA podem ser vistos como ferramentas ou plataformas construídas
com diferentes tipos de aplicações com uma divisão "tradicional" em
ferramentas de desenvolvimento de autoria / conteúdo de conteúdo de software
e sistemas de gestão de cursos / aprendizagem. Os sistemas podem integrar
as duas funções. São ambientes que utilizam plataformas especialmente
planejadas para abrigar cursos, como a Moodle. Neste caso, existem áreas
para apresentação de conteúdos em vídeo, animações, textos, atividades de
verificação da aprendizagem – não avaliativas e avaliativas, assim como
espaços para interação síncrona, por meio de chat, e interação assíncrona,
através dos fóruns de discussão. A organização do ambiente virtual permite ao
aluno um acompanhamento organizado e sistematizado daquilo que é
18
estudado a cada semana. A recuperação da informação e dos conteúdos
estudados também é um dos benefícios proporcionados por cursos à distância
que utilizam AVA que podem ser comerciais ou desenvolvidas pelas próprias
instituições de ensino. Exemplo de AVA-LMS de código aberto é o Moodle
(Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) que tem sido cada
vez mais utilizado em todo o mundo. Ferramentas da web 2.0 e redes sociais
também passaram a ser usadas como plataformas em EaD, tais como blogs e
microblogs, wikis, redes sociais e as Google Apps (ferramentas do Google).
Muitas instituições de ensino superior têm adotado sistemas de gerenciamento
de cursos a fim de facilitar as atividades de ensino on-line. Elas consistem em
pacotes de software que permitem que os educadores construam sites de
aprendizagem on-line. Isto favorece o carregamento de materiais de conteúdo,
facilita a comunicação estudante-estudante/estudante-professor via fóruns de
discussão, e-mail e funções de chat, cria questionários on-line e gerencia
estudantes individualmente ou grupos. Esses recursos podem ajudar os
educadores a organizar os seus materiais do curso, distribuir materiais de
aprendizagem de forma eficiente e introduzir métodos criativos de ensino.
Esses meios também podem ser usados para implementar avaliação do curso
em andamento, facilitar a aprendizagem colaborativa e melhorar a
aprendizagem dos alunos. Outras características da boa plataforma de
aprendizagem dizem respeito a sua facilidade de usar, ser prontamente
disponível, estável, flexível e capaz de se integrar com outras plataformas.
Embora plataformas comerciais estejam disponíveis sob uma taxa de
licenciamento, muitas instituições estão adotando aplicativos de código aberto,
que carregam benefícios em termos de custo e funcionalidade. A mais
amplamente usada é a Moodle que foi criado por Martin Dougiamas (Curtin
University of Technology, Perth, WA, Austrália). Há uma grande comunidade de
usuários do Moodle em todo o mundo, inclusive na UFRJ.
Como informado no site do Google, em 15 de janeiro de 2014, existem
66148 currently sites ativos que são registrados em 233 países. No Brasil
existem 4440 sites total (1362 são privados).
19
Afghanistan Albania Algeria American Samoa Andorra Angola Anguilla Antarctica Antigua And Barbuda
Argentina Armenia Aruba Australia Austria Azerbaijan Bahamas Bahrain Bangladesh Barbados Belarus Belgium Belize Benin Bermuda Bhutan Bolivia, Plurinational State Of Bonaire, Sint Eustatius
And Saba Bosnia And Herzegovina Botswana Bouvet Island Brazil Brunei Darussalam Bulgaria Burkina Faso
Burundi Cambodia Cameroon Canada Cape Verde Cayman Islands Chile China Christmas Island
Cocos (Keeling) Islands Colombia Comoros Congo, The Democratic Republic Of The Cook Islands Costa Rica Croatia Cuba Cyprus Czech Republic Côte D'Ivoire Denmark Djibouti Dominica Dominican Republic Ecuador Egypt El Salvador Estonia Ethiopia Faroe Islands Fiji Finland France French Guiana French
Polynesia Gabon Gambia Georgia Germany Ghana Gibraltar Greece Greenland Grenada Guadeloupe Guam Guatemala Guernsey Guyana Haiti Holy See (Vatican City State) Honduras Hong Kong Hungary Iceland
India Indonesia Iran, Islamic Republic Of Iraq Ireland Israel Italy Jamaica Japan Jersey Jordan Kazakhstan Kenya Korea, Democratic People's Republic Of Korea, Republic Of Kuwait Kyrgyzstan Lao People's Democratic Republic Latvia Lebanon Liberia Libya Liechtenstein Lithuania Luxembourg Macao Macedonia, The
Former Yugoslav Republic Of Madagascar Malawi Malaysia Maldives Mali Malta Marshall Islands Martinique
Mauritania Mauritius Mayotte Mexico Micronesia, Federated States Of Moldova, Republic Of Monaco Mongolia Montenegro Morocco Mozambique Myanmar Namibia Nepal Netherlands New Caledonia New Zealand Nicaragua Niger Nigeria Northern Mariana Islands Norway Oman Pakistan Palestine, State Of Panama Papua New
Guinea Paraguay Peru Philippines Poland Portugal Puerto Rico Qatar Romania
Russian Federation Rwanda Réunion Saint Kitts And Nevis Saint Lucia Saint Pierre And Miquelon Saint Vincent And The Grenadines Samoa Sao Tome And Principe Saudi Arabia Senegal Serbia Sierra Leone Singapore
Slovakia Slovenia Solomon Islands South Africa Spain Sri Lanka Sudan Suriname Swaziland
Sweden Switzerland Syrian Arab Republic Taiwan Tajikistan Tanzania, United Republic Of
Thailand Timor-Leste Togo Tokelau Tonga Trinidad And Tobago Tunisia Turkey Turks And Caicos Islands
Uganda Ukraine United Arab Emirates United Kingdom United States United
States Minor Outlying Islands Uruguay Uzbekistan Vanuatu Venezuela, Bolivarian Republic Of Viet Nam Virgin Islands, British Wallis And Futuna Western Sahara Yemen Zambia Zimbabwe Åland Islands
Existem revisões abrangentes no que diz respeito às características da
platafoma Moodle e desenvolvimento de cursos on-line, além disso, muitos
educadores estão atualmente experimentando formas inovadoras de usá-la,
seja para ministrar cursos totalmente on-line ou complementar ao seu ensino
presencial. Como já comentado, a plataforma Moodle é um software livre de
licenciamento e de construção modular que facilita o desenvolvimento de
funcionalidades adicionais. Quanto à sua implantação e bases técnicas, são
transcritas as suas características, segundo BRADL (2005):
“Moodle funciona sem modificação em Unix, Linux, Windows, Mac
OS X, NetWare e qualquer outro sistema que suporte PHP
20
(linguagem de script embutida no HTML), incluindo a maioria dos
provedores de hospedagem. Os dados são armazenado numa
base de dados única: MySQL e PostgreSQL dão melhor suporte,
mas também pode ser usado Oracle, IBM DB2, Microsoft SQL
Server, Borland Interbase, Informix, Visual Foxpro, SAP DB,
SQLite, Sybase, Microsoft Access, ADO, e acesso genérico
ODBC de banco de dados, uma vez que utiliza ADOdb
(http://www.adodb.sourceforge.net). "
A plataforma Moodle é baseado em uma pedagogia socio-construtivista,
com a participação de alunos e professores na experiência educacional. Em
outras palavras, há a criação de oportunidades para facilitar a expressão de
todos, favorecendo e construindo novas ideias. A ressaltar que os alunos
aprendem melhor ao agir efetivamente, sendo o aprendizado resultado não
apenas pela interação com o professor, mas também com os demais alunos e
consigo mesmo (NAKAMURA, 2009). Assim, o objetivo desta plataforma é
fornecer um conjunto de ferramentas que suporta uma aprendizagem on-line
baseada em inquérito-descoberta, e que se propõe a criar um ambiente para a
interação colaborativa autônoma entre os alunos, ou, além do ensino em sala
de aula convencional (BRANDL, 2005). Cada usuário é identificado
genericamente no Moodle como “participante” e pode ser classificado como
Administrador (acesso total), Criador de curso (acesso total e pode ser um dos
professores), Professor (compete ministrar o curso), Tutor (não pode alterar
atividades), Aluno ou Usuário e Convidado (menor privilégio) (NAKAMURA,
2009).
As características da plataforma Moodle são apresentadas a seguir:
Administração (do site, dos usuários, de curso) e módulos (Tarefa, Chat,
Pesquisa de Opinião, Fórum, Questionário, Recursos, Pesquisa de Avaliação,
Laboratório de avaliação). Vide também quadros nas páginas seguintes.
22
Como mencionado por Seluakumaran et al. (2011), em termos de
educação médica de graduação, vários estudos têm relatado o uso da
plataforma Moodle no ensino de farmacologia, cirurgia, radiologia,
dermatologia, medicina de emergência e disciplinas eletivas. Isto sugere que a
implementação do Moodle foi geralmente bem aceita pelos alunos como um
complemento aos métodos tradicionais de ensino e fez uma contribuição
efetiva para o processo de ensino e aprendizagem.
23
Um exemplo de aplicação de sucesso do Moodle foi o de reforço ao
ensino presencial de parasitologia e micologia na graduação de medicina no
Brasil, como referido por Mezzari et al. (2012). Isto é o que se chama ensino
semipresencial, em inglês, blended learning, onde a maior parte dos
conteúdos é transmitido em EaD, em associação a situações de aprendizagem
presenciais.
Outra plataforma similar a Moodle, é a Constructore que é uma
ferramenta de autoria de cursos/AVA do Laboratório de tecnologias Cognitivas
do NUTES/UFRJ para facilitar a construção de atividades educativas
enriquecidas pelos recursos da Internet por docentes universitários, sem que
precisem ter o domínio da programação computacional ou recorrer ao auxílio
de outros profissionais (ESPÍNDOLA et al.). A Constructore possui três
ambientes principais (do professor, de criação do curso, do curso) e dispõe de:
Página inicial (página com apresentação do curso); Módulos (onde os objetos
de aprendizagem, atividades e formulários são inseridos e organizados; na
página inicial de cada módulo pode ser inserida uma apresentação de seus
objetivos, atividades, etc); Comunicação (avisos, fórum, e-mail e perguntas
freqüentes); Consulta (glossário, links e bibliografia); Participantes (lista de
todos os participantes, com acesso às suas páginas pessoais); Página pessoal
(página do usuário); e Gerência (recursos para acompanhamento do curso, tais
como administração de usuários, boletim, histórico de navegação e estatísticas
de uso).
Em relação aos cursos on line sobre sono para profissionais da área
da saúde, eles são disponíveis na América do Norte e na Europa, mas não no
Brasil. A apresentação da EaD sobre sono fornecida a psicólogos segundo
PEACHEY e ZELMAN (2012) dão a dimensão da viabilidade da proposta a ser
feita no próximo capítulo.
24
CAPÍTULO III
PLATAFORMA MOODLE: UM ESTUDO DE CASO
Atualmente, a plataforma de e-learning Moodle já é utilizada na UFRJ
em algumas iniciativas isoladas. Foi proposta o uso desta plataforma no curso
Fundamentos sobre Transtornos do Sono, abreviadamente denominado
Neurologia-Sono, no curso de residência de neurologia do Instituto de
Neurologia-UFRJ. A plataforma Moodle inclui recursos que promovem a
aprendizagem ativa e permite o carregamento de informações do curso e de
materiais relevantes das aulas.
O Curso Online, Neurologia-Sono
O sono é um dos processos mais importantes da vida e serve para
várias funções, incluindo a preservação, restauração e processamento da
memória. A interrupção repetida do ciclo natural do sono ou a falta de iniciar o
sono (ou seja, transtorno do sono) pode levar a um déficit de sono, o que por
sua vez provoca fadiga física, mental e emocional. Isso é evidenciado pelo fato
de que muitos indivíduos com um transtorno do sono pode ter diminuição da
qualidade de vida. Este curso irá fornecer informações sobre a fisiologia do
sono, as causas, fatores de risco, epidemiologia e fisiologia de uma variedade
de transtornos do sono; diagnóstico, incluindo o histórico do paciente, avaliação
de hábitos de sono, exame físico, exames laboratoriais e estudos do sono, e
tratamentos para melhorar os padrões de sono, incluindo estilo de vida /
mudança de comportamento (i.e., "higiene do sono"), farmacoterapia e outras
opções de tratamento para os pacientes. É reservado espaço para conhecer os
fundamentos do estagiamento do sono na polissonografia.
Público
Este curso introdutório é projetado para os residentes médicos do
Instituto de Neurologia-UFRJ.
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Objetivo Geral
Fornecer aos neurologistas informações necessárias para identificar e
tratar eficazmente os pacientes com transtornos do sono, melhorando assim a
sua qualidade de vida.
Objetivos específicos
1. Discutir a fisiologia do sono normal.
2. Descrever a classificação dos transtornos do sono.
3. Comparar e contrastar os tipos de insônias e seu diagnóstico e
tratamento associado.
4. Avaliar os principais tipos de transtornos respiratórios relacionados
com o sono, a apnéia obstrutiva do sono em particular.
5. Identificar os sinais e sintomas da narcolepsia.
6. Descrever as características de hipersonia não narcoléptica.
7. Analisar as complicações e os sintomas de transtornos do sono do
ritmo circadiano.
8. Descrever as características, diagnóstico e tratamento de
parassonias.
9. Avaliar a apresentação e tratamento dos transtornos do movimento
relacionados com o sono.
10. Analisar os diferentes estágios de sono, transtornos respiratórios,
movimentos anormais de um ponto de vista prático, com base em
registros de polissonografia.
Pressupostos - No processo de desenho do curso, uma das preocupações
fundamentais é a pedagogia e a definição de qual o modelo de formação
considerado útil e motivador, não só para os formandos, mas também para os
professores. Os pressupostos que surgiram dessa reflexão, bem como da
experiência na utilização da plataforma Moodle em sistema de EaD, são a
base deste curso.
Contextualização da unidade curricular - O sono e seus transtornos ainda
não constituem uma das disciplinas obrigatórias oferecidas no curso de
residência neurológica, apesar de sua importância. A residência é
26
tradicionalmente ensinada através de palestras professorais e sessões
práticas, que envolvem interações face-a-face com os alunos.
Plano de estudos - Esta unidade decorrerá no período aproximado de 11
semanas, a primeira de apresentação da plataforma, e as demais de uma
semana para cada módulo. O plano de estudos está abaixo.
Conteúdo
1. Neurobiologia do sono;
2. Classificação dos transtornos do sono;
3. Abordagens diagnósticas;
4. Abordagens terapêuticas;
5. Insônia;
6. Sonolência excessiva diurna;
7. Movimentos ou comportamentos anormais durante o sono;
8. Incapacidade de dormir na hora desejada;
9. Polissonografia: aspectos gerais;
10. Polissonografia: introdução ao estagiamento.
Desenvolvimento e metodologia - No ano letivo de 2013 a residência de
Neurologia contou com nove residentes de neurologia. O curso de residência
tem um componente teórico e um prático. Com a utilização de um modelo on
line, sobre transtonos do sono, juntou-se a estes dois componentes um
terceiro, o e-learning . A plataforma potencialmente possibilitará um importante
veículo de sustentação e complementaridade da comunicação entre os
participantes, bem como um potencial instrumento de trabalho de grupo. Todas
as mensagens colocadas nos fóruns serão automaticamente redireccionadas
para o e-mail institucional de todos os participantes. É ainda fornecido aos
residentes uma orientação geral sobre o curso.
Aparentemente, este deverá ser o primeiro curso na plataforma Moodle
para este grupo de alunos de pós-graduação. Os residentes serão convidados
ao auto-registro no site da Neurologia-Sono usando nomes de usuários
individuais e endereços de e-mail. Eles receberão uma breve explicação sobre
Neurologia -Sono durante a semana introdutória. Junto com um conjunto de
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instruções sobre o registro, os alunos também registrarão sua senha de acesso
ao site e serão automaticamente alocados em dois grupos de até cinco alunos.
As inscrições para Neurologia-Sono serão eletivas. O conteúdo do curso em
Moodle será organizado em tópicos sob a forma de leitura e exercícios
semanais. Para cada tópico do programa será realizado um trabalho em grupo.
Cada grupo terá acesso ao enunciado do trabalho através da página on-line da
unidade e, posteriormente, também o submeterá, dentro do prazo estabelecido
para entrega, por esta via. Os trabalhos serão distribuídos ao longo das
semanas do curso e servirão para aplicação e consolidação dos
conhecimentos adquiridos. O conteúdo Neurologia - sono será projetado
usando os temas já apresentados. A seção de comunicação entre alunos-
alunos e alunos-professores será feita através de um fórum de discussão
online (Neurologia-sono também permitirá aos alunos enviar mensagens
pessoais entre eles e os professores para discussão privada). O fórum
também permite aos tutores a postagem de anúncios para um grupo ou todos
alunos. Os diapositivos utilizados em um workshop sob a coordenação da
autora serão adaptados e disponibilizados para carregamento, logo antes do
início de cada módulo-tópico (dez arquivos em pdf), além de um texto
panorâmico em pdf sobre transtornos do sono (NEVES et al., 2013) e outro
também em pdf sobre estagiamento da polissonografia (RODRIGUES et al.,
2012). Perguntas serão enviadas antes das sessões programadas com a
recomendação de preparar as respostas no final de cada sessão para envio na
seção de tarefas (vide métodos de avaliação). Os comentários sobre esses
exercícios serão diponibilizados após o encerramento das atividades de cada
módulo. Um total de três recursos audiovisuais na forma de vídeos serão
também disponibilizados. Para os materiais obtidos a partir da internet, as
fontes relevantes da web serão reconhecidas.
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Figuras. Plataforma de aprendizagem do curso Neurologia-Sono, acesso
(acima), apresentação geral de seus módulos básicos e os de domínio do
administrador do curso (no meio), além dos recursos e atividades (abaixo).
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Métodos de avaliação - A avaliação da unidade curricular terá três
componentes: os trabalhos semanais (40%), para os quais a plataforma
Moodle funcionará como um instrumento de trabalho, a arguição durante a
leitura de registros de polissonografia (20%) e o exame final presencial (40%).
Os trabalhos semanais consistirão na resolução, em grupo (ou
individualmente), de um conjunto de problemas que serão propostos ao longo
do período do curso on-line, através da página da unidade curricular na
plataforma Moodle. O exame final seguirá uma estrutura semelhante aos
trabalhos semanais.
Hospedagem e suporte tecnológico - A parte de hardware/software ficará
hospedada no Núcleo de Computação Eletrônica - UFRJ. Todo o suporte, bem
como as rotinas de atualizações, anti-vírus e demais questões de segurança do
site, serão de responsabilidade do Núcleo de Computação Eletrônica – UFRJ.
Administração - Os alunos serão cadastrados a partir do envio de uma
planilha eletrônica, onde devem ser preenchidos alguns campos previamente
acertados com o professor coordenador da disciplina. A administração do site
ficará a cargo do Núcleo de Computação Eletrônica-UFRJ, sendo dos
professores a tarefa de administrar os seus respectivos cursos, abastecendo-
os com as atividades que julgarem pertinentes no processo de aprendizagem,
permitindo assim, que a parte administrativa do site fique efetivamente
desvinculada da parte pedagógica. Na administração do curso, o professor-
criador de curso ficará responsável por todas as configurações, podendo, por
exemplo, organizar o conteúdo do curso por semana, ou por tópicos – opção
feita neste curso. Tais opções estarão disponíveis no momento da criação da
nova disciplina, podendo sofrer alterações a critério do professor-criador de
curso. É também de responsabilidade do professor- criador de curso o backup
de seu curso, como forma de se resguardar de possíveis contratempos,
podendo, ainda, aproveitar dados e atividades de um curso na elaboração de
outros a posteriori.
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CONCLUSÃO
A integração da Plataforma Moodle no ensino de médicos residentes
pode proporcionar várias vantagens. Esta plataforma é amigável, tem muitos
recursos interativos que podem melhorar a experiência de aprendizagem dos
alunos, e permitem uma maior flexibilidade no ensino. A introdução desta
plataforma também pode melhorar o desempenho dos alunos em seus exames
finais, o que sugere impacto positivo na aprendizagem do aluno.
Recomendamos a Plataforma Moodle, disponível gratuitamente, como uma
opção para os educadores de neurologia que estão interessados em incorporar
educação médica continuada com AVA em seu domínio de ensino. A proposta
deste curso é um modelo para os futuros cursos e para mais investigações.
Recomenda-se que programas de graduação e pós-graduação, além de
estágios, devam melhorar a formação na abordagem educacional sobre sono o
que pode ser feito por meio de EaD ou ensino semipresencial (blended
learning). Assim, a utilização desse complemento no ensino dos cursos
médicos pode aumentar a efetividade da formação profissional. O emprego
dessas ferramentas pode também detectar um aumento significativo das notas
dos alunos que participaram plenamente das atividades oferecidas. Esses
dados apontam para possível avaliação positiva da aprendizagem dos
residentes de neurologia com o uso desse recurso. Este estudo finaliza com o
alerta aos docentes sobre as muitas opções disponíveis para qualificar o
ensino presencial, a partir da busca permanentemente de estratégias
significativas e interacionistas nas atividades docentes.
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BIBLIOGRAFIA
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