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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DE TREINAMENTO ALUNA: ZEIMARA DE ALMEIDA SANTOS ORIENTADORA: ANA CRISTINA GUIMARÃES 2010

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATO ... · sob o enfoque da norma da qualidade ISO 9001, versão 2000 e as recomendações da norma NBR ISO 10015. A ISO 10015

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS

AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DE TREINAMENTO

ALUNA: ZEIMARA DE ALMEIDA SANTOS

ORIENTADORA: ANA CRISTINA GUIMARÃES

2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS

AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DE TREINAMENTO

Trabalho apresentado para conclusão do curso de Pós-

Graduação em Gestão de Recursos Humanos

NITERÓI / RJ

2010

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RESUMO

Este trabalho transcorre no desenvolvimento de um estudo teórico sobre

o retorno de investimento em uma avaliação de impacto, Treinamento. O ROI

(Return on investment) é um dos indicadores que fornecem insumos para que o

RH possa verificar e acompanhar os resultados de suas ações.Calcular o

retorno do investimento em treinamento já é visto com importância, porém

questiona-se como mensurá-lo e,ainda se a mensuração está correta.

O treinamento é um processo educacional, aplicado de maneira

sistemática e organizado, que colabora com outras estratégias para o aumento

do desempenho do negócio de forma positiva. O valor de retorno do

investimento por avaliação pode ser um aliado na hora de convencer a alta

administração a não eliminar ou até aprovar um programa de capacitação.

A avaliação de treinamento tem como foco reação, aprendizagem,

comportamento e resultados. São apontados processos de avaliação de

resultados do treinamento parametrizado sob o enfoque de normas de

qualidade.

Palavras-chave: Treinamento, RH, Retorno de investimento, Resultado e

Avaliação.

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METODOLOGIA

A metodologia para desenvolvimento deste trabalho estará voltada a

uma revisão da bibliografia que envolve o tema.

O referido projeto permeará na pesquisa bibliográfica e entrevistas com

profissionais capacitados da área de interesse.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------06

CAPÍTULO I

1- TREINAMENTO ----------------------------------------------------------------------------07

CAPÍTULO II

2-QUALIDADE DE TREINAMENTO -----------------------------------------------------11

2.1- VANTAGENS DE INVESTIR EM TREINAMENTO -----------------------------14

2.2- COMPARAR O INVESTIMENTO EM TREINAMENTO COM O

DESEMPENHO DA EMPRESA ------------------------------------------------------------17

2.3- A IMPORTÂNCIA DE MEDIR O RETORNO DO INVESTIMENTO ---------19

CAPÍTULO III

3- AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TREINAMENTO --------------------------------22

4 – CONCLUSÃO-------------------------------------------------------------------------------30

4.1- BIBILOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------------31

4.2- ANEXO--------------------------------------------------------------------------------------33

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INTRODUÇÃO

Atualmente a aprendizagem no trabalho vem sendo cada vez mais

relevante, fato que leva ao investimento em Treinamento.O presente trabalho

tem como objetivo dentro do âmbito de Recursos Humanos, conceituar

Treinamento como uma ferramenta que pode levar a resultados tangíveis de

negócio.

A avaliação é um processo de feedeback para a organização que vive

constante pressão pela redução de custos. Por isso a pesquisa desse trabalho

revela que é possível medir o retorno de investimento,capacitação e formação

profissional.

A relação entre lucro gerado e montante do investimento realizado é

também responsabilidade do setor que desenha e orienta as estratégias de

atração e desenvolvimento das pessoas, maximizando os resultados do

negócio, ou seja, gerência de recursos humanos.

Com base na percepção de práticas de avaliação de programas

empresariais, é possível afirmar que Treinamento pode transformar o processo

de aprendizagem organizacional, desde que não seja utilizado de forma

mecânica.

Grande parte das empresas de hoje, ainda pertencem ao tempo da

filosofia industrial, daí as dificuldades em mensurar o custo /benefício dos

investimentos de uma maneira geral. A cúpula da organização muitas vezes

não acredita muito na eficiência e nos resultados do investimento e, dá pouca

credibilidade ao Treinamento, dificultando assim o processo de mudança.

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CAPÍTULO I

TREINAMENTO

As pessoas têm uma enorme capacidade para aprender novas

habilidades, novos conhecimentos e modificar comportamentos e atitudes.

A partir dos anos noventa, os trabalhadores eram vistos como pessoas

com vontades, capazes de criar. A forma de ver essas pessoas mudou de rumo

e passou a se chamar Recursos Humanos.

A atitude dos Recursos Humanos tem contribuído de forma crescente

para a humanização das relações de trabalho nos últimos tempos. Daí a

necessidade de subsistemas de desenvolvimento de Recursos Humanos,

englobando treinamento.

O treinamento organizacional fornece suporte aos objetivos estratégicos

da organização, a fim de necessidades comuns dos projetos e das pessoas.

“Treinamento é um parâmetro chave para o delineamento de todos os

trabalhos que chamamos de profissionais.” ( Henry Mintzberg 2003 p. 46)

Percebe-se que o treinamento pode trazer um enorme retorno tanto para

a empresa quanto para o profissional, pois o indivíduo melhor qualificado será

mais produtivo, desta maneira poderá contribuir efetivamente para melhores

resultados da organização.

8

Treinamento é um processo de assimilação cultural em curto prazo,

que objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes

relacionadas diretamente a execução de tarefas ou a sua otimização no

trabalho.(Marras 2001 p. 145)

Conforme a norma ISO 10015, o treinamento precisa “assegurar que o

treinamento requerido seja orientado para satisfazer as necessidades da

organização”. A norma ISO 10015 é uma norma auxiliar das normas de gestão,

enfatiza a contribuição do treinamento para a melhoria contínua e tem como

objetivo ajudar as organizações a tornarem seus programas de treinamento um

investimento com retorno garantido.

O objetivo da norma 10015 é fornecer diretrizes para que a empresa

possa desenvolver o treinamento com eficiência, de acordo com o ciclo do

treinamento nas seguintes fases:

A= Levantamento das necessidades de treinamento- Deve-se fazer um

diagnóstico da situação de forma relevante. Partindo das competências

essenciais que estão relacionadas com o que de melhor a empresa faz, a

seguir identificar competências específicas das áreas da organização.

Finalizando com a identificação das lacunas de competências que estão

relacionadas com os objetivos estratégicos da organização.

B= Programação de treinamento- Visa planejar como as necessidades

diagnosticadas deverão ser atendidas.

É necessário definir prioridades, valores de investimento, logística, métodos e

técnicas utilizadas com uma definição correta dos objetivos, enfim programas

focados em resultados.

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C= Execução do treinamento- Visa a realização do treinamento com sucesso.

Para autores como Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001 p. 220-221) o

treinamento tem como objetivo a preparação das pessoas para a execução

imediata das diversas tarefas peculiares à organização, dando oportunidades

para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas no cargo atualmente

ocupado, mas também em outros que o indivíduo possa vir a exercer, mudança

nas atitudes das pessoas, a fim de criar entre elas um clima mais satisfatório,

aumentando-lhes a motivação e tornando-as mais receptivas as técnicas de

supervisão e gestão.

D=Avaliação dos resultados do treinamento- A avaliação (de eficiência e

eficácia) de treinamento, ao invés de reduzir e checar desvios entre objetivos

desejados e consultados observados assume um papel flexível e abrangente o

suficiente para captar tendências e sustentar a tomada de decisão de recursos

humanos.

Para Chiavenato (2009 p.43) a avaliação deve considerar dois aspectos:

1=Verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no

comportamento dos empregados.

2=Verificar se os resultados do treinamento apresentam relação com o alcance

das metas da empresa.

Dooley (1946, p.72) já colocava que treinamento não é alguma coisa que

é feita uma vez com os novos empregados, é usado continuamente em todas

as empresas bem administradas. Todas as vezes que você coloca alguém para

10

fazer uma tarefa de uma determinada, está treinando. Cada vez que você

orienta ou discute um procedimento, está treinando.

Segundo diversos profissionais da área de treinamento de empresas

distintas no Rio de Janeiro, pode-se dizer que o treinamento deve proporcionar

resultados como:

� Melhoria da imagem da empresa;

� Redução do absenteísmo

� Aumento de produtividade

� Aumento as habilidades das pessoas

� Redução do índice de acidentes

� Melhoria da qualidade dos produtos e serviços

� Aumento da eficiência

� Melhoria do clima organizacional

� Melhor atendimento ao cliente.

11

CAPITULO II

QUALIDADE DE TREINAMENTO

A industrialização levantou questões relativas à padronização, ao

gerenciamento de processos e a qualidades de produtos. A padronização

internacional começou pela área eletrotécnica, com a constituição em 1906.

Em 1987, o governo britânico persuadiu a organização internacional

para a padronização (ISO), com uma norma padrão internacional.

ABNT (Associação Brasileira de Norma Técnica) – NBR (Norma

Brasileira Regulamentadora) 9000: 2000 – Especifica requisitos para um

sistema de gestão da qualidade onde uma organização precisa demonstrar sua

capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos

requisitos regulamentares aplicáveis, e objetivos aumentar a satisfação do

cliente.

O processo da avaliação dos resultados do treinamento é parametrizado

sob o enfoque da norma da qualidade ISO 9001, versão 2000 e as

recomendações da norma NBR ISO 10015.

A ISO 10015 vincula os investimentos em treinamento com o

desempenho organizacional e exige que o treinamento tenha por base os

princípios pedagógicos e os de aprendizagem organizacional. Oferece também

uma ferramenta nova de gestão no setor específico da qualidade, para

assegurar a ligação entre o treinamento e as necessidades do desempenho

12

organizacional, facilitando o processo para garantir o sentido lógico entre as

etapas para qualquer processo de treinamento.

Em conferencia Internacional ASTD( American Society for Training and

Development), com 568 empresas em todo mundo, revela que o continente

que mais investe em Treinamento e Desenvolvimento é a Ásia. ASTD conclui

também que na nova economia o treinamento deve estar associado à

estratégia da empresa e deve haver mensuração de como ele serve essa

estratégia.

Treinamento necessita ser gerenciado com cuidado, como qualquer

outro investimento. Neste aspecto, a ISO 10015 serve como um instrumento

para gerenciar e assegurar que, o treinamento é organizado de maneira

eficiente no seu uso de recursos( finanças, tempo, etc). e como o objetivo de

acabar com a deficiencia que possa existir no desempenho.

A ISO 10015 oferece para as organizações a oportunidade de examinar

seus modelos de treinamento e, ainda operar premissas pelo uso de uma

informação clara.

A norma ISO 10015 (Diretrizes para Treinamento) enfatiza a contribuição

do treinamento para a melhoria contínua e tem como objetivo ajudar as

organizações a tornarem seus programas de treinamento um investimento com

retorno garantido.

Textualmente a norma diz o seguinte:

É conveniente que a organização defina a competência necessária a

cada atividade que afeta a qualidade dos produtos e serviços, avalie a

competência do pessoal para realizar a atividade e elabore planos para

eliminar quaisquer lacunas de competências que possam existir.

13

Fonte: Grupo Prime Consultoria.

No Brasil, a norma NBR ISO 10015 vem sendo implementada pelas

empresas já certificadas, por aquelas que pretendem ser certificadas e

principalmente por aquelas que estão implementando a chamada “Gestão por

Competências”.

O que caracteriza a competência é a coordenação e a integração de um

conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que na sua manifestação

produzem uma atuação diferenciada.

A NBR ISO 10015:2001, está em vigor no Brasil desde 30/05/2001, e

pode ser aplicada sempre que uma orientação for necessária para interpretar

referências a educação e a treinamento.

Para que uma competência seja considerada essencial deve passar por

três testes:

A= Valor percebido pelos clientes: Uma competência essencial deve permitir

a empresa agregar valor de forma consistente e diferenciada a seus produtos e

serviços.

B= Diferenciação entre concorrentes:Uma competência essencial deve

diferenciar a empresa de seus competidores. Precisa ser algo percebido pelo

mercado como específico da marca, do produto ou da própria empresa.

C= Capacidade de expansão: Uma competência essencial deve abrir as

portas do futuro para a empresa. Não basta que ela seja a base para os

produtos e serviços atuais.É necessário que ela possa sustentar novos

produtos e serviços.

14

2.1 VANTAGENS DE INVESTIR EM TREINAMENTO

No meio empresarial, discussões sobre a eficácia e o valor de se investir

em treinamento de pessoal, é comum, dúvidas acabam confluindo em questões

de como mensurar e avaliar financeiramente os resultados dos investimentos, e

como garantir a sua utilização prática.

As empresas estão investindo, cada vez mais, na preparação dos

funcionários. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de

Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), todos os setores da economia

aumentam em 20% as horas de treinamento na comparação entre 2006 e

2005. A pesquisa ainda mostra que 48% das empresas oferecem até 40 horas

de treinamento por aluno. De acordo com os dados da ABTD, o setor que mais

investe em treinamento e desenvolvimento é o industrial, com 116 horas.

Uma organização para se ajustar as mudanças de demanda das

condições de mercado, tem que investir e elevar o perfil de competência dos

seus recursos humanos.

A maioria dos gerentes não sabe como alcançar o retorno do

investimento em treinamento, nem estão equipados com ferramentas

necessárias para tal.

Muitos gerentes não admitem treinar ou desenvolver seus funcionários,

alegando que estão fornecendo conhecimento a alguém que, após adquiri-lo,

deixará a empresa por um emprego melhor.A empresa que não investe em

treinamento poderá deixar seus funcionários desmotivados e da mesma

15

maneira perde-los para uma empresa mais atraente.O treinamento beneficia

ambos (empregador e empregado), pois trata-se de um processo de

disseminação e compartilhamento de conhecimento.

Para que uma empresa seja competitiva, não basta investir em

tecnologia e insumos. A tendência nas novas estruturas organizacionais

apontam para treinamentos,auxiliando na aquisição de habilidades,

desenvolvendo conhecimento e facilitando transferências de competências

para o trabalho.

Geralmente,para implantar um planejamento de qualificação interna, a

empresa tem que reavaliar quais as suas necessidades e criar um plano

estratégico para iniciar um processo ao longo prazo.Situações serão avaliadas

como responsabilidade,iniciativa, visão espacial,dedicação e a visão de futuro

que o funcionário tem com relação a empresa.

Treinar para atingir os melhores desempenhos, é vital para qualquer

atividade, especialmente nos ambientes atuais, de grande competitividade.

Principais motivos para treinar os funcionários

Motivos %

Retenção de executivos/técnicos 56

Melhoria da qualidade 56

Valores e cultura corporativa 48

16

Melhoria de processos 48

Lealdade dos empregados 40

Lealdade dos consumidores 40

Mensuração dos resultados 38

Certificação 36

Inovação 20

Sugestões de empregados 12

Fonte: Sales and Management Review, janeiro- 1999

As vantagens são inúmeras como a profissionalização da empresa, evita

gastos desnecessários, melhoria técnica, interação entre as equipes, melhor

comunicação, organização e respeito. O sucesso do treinamento não é medido

apenas porque as pessoas melhoram suas competências individuais, mas

porque elas podem contribuir para o desempenho organizacional .Treinamento

não é uma despesa e sim um investimento cujo retorno é altamente

compensador para a organização.

É necessário ,que as empresas no que se refere ao aspecto profissional,

possam desenvolver pessoas num conceito mais amplo que significa dotar o

funcionário de capacidade crítica, com competências e valores que o

capacitem a interagir e transformar o ambiente em que trabalha e vive, por

intermédio do treinamento.

17

Ao se treinar um empregado, este pode se sentir prestigiado perante sua

empresa, pois desta forma ela demonstra sua peocupação em capacitar bem

seus profissionais, dando-lhe a oportunidade de crescimento pessoal e

profissional. Importante também ressaltar que o treinamento não serve apenas

para solucionar problemas mas sim antecipá-los na medida do impossível.

“Todos nós adoramos vencer, mas quantas pessoas adoram

treinar?”(Mark Spitz, 1950,p102)

2.2- COMPARAR O INVESTIMENTO EM TREINAMENTO COM O

DESEMPENHO DA EMPRESA

O impacto do treinamento no trabalho,é composto por transferência de

treinamento e o desempenho no trabalho, sendo o desempenho influenciado,

entre outros fatores, pelo treinamento.

A empresa deve ser capaz de relacionar a decisão de conduzir um

treinamento com o desempenho concreto de suas necessidades.

Goldstein (1991) definiu treinamento como uma aquisição de atitudes,

conhecimentos e habilidades que resultam na melhoria do trabalho.

O treinamento oferece vários benefícios as organizações que buscam

melhorar seu desempenho de forma abrangente, pois orienta melhor os

funcionários para descreverem como é seu trabalho, como ele deveria ser, e

como eles contribuem para as metas da organização.Pode-se destacar

também que o estímulo dos funcionários e supervisores a chegarem a um

acordo quanto as formas de medir o desempenho após um treinamento é

bastante relevante.

18

O treinamento ganhou status de investimento estratégico, nos dia atuais,

e como tal, deve ter seus resultados devidamente avaliados.

“A função da Norma 10015 é fornecer diretrizes que possam auxiliar uma

organização a identificar e analisar as necessidades de treinamento, projetar

treinamento ,executar o treinamento, avaliar os resultados do treinamento,

monitorar e melhorar o processo de treinamento, de modo a atingir seus

objetivos. Esta norma enfatiza a contribuição do treinamento para a melhoria

continua e tem como objetivo ajudar as organizações a tornar seu treinamento

um investimento mais eficiente e eficaz.”Fonte: Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT

O recursos humanos através do treinamento pode conseguir extrair das

pessoas altos níveis de criatividade participação, engajamento e inovação,

gerando resultados significativos para uma organização .É importante observar

que o treinamento é um processo que exige cuidados em sua aplicação, pois

os indivíduos são diferentes entre si, por isso a empresa tem que conhecer as

diversidades de seus funcionários, para que com isso possa adequar o jeito

certo de motivar cada indivíduo.

Segundo Bueno (2002,p.50) É importante destacar que as

necessidades humanas seguem padrões culturais.Cada pessoa tem sua

própria estrutura de referência e traz consigo os seus padrões de

comportamento e seu sistema de valores e crenças. Estes padrões e sistemas

mentais são componentes importantes num processo de transformação

pessoal e organizacional.

Para criar um ambiente favorável ao treinamento, instrutor e colaborador

precisam estar sintonizados, a forma como se comunicam,se interagem, é

crucial para a obtenção de bons resultados no processo de aprendizagem. O

instrutor que tem forte influencia deve monitorar a melhoria do processo de

19

aprendizagem, utilizando metodologias adequadas, visando aprimorar o

desempenho profissional do colaborador.

A expectativa dos acionistas é de toda verba disponibilizada para

atividades de treinamento de funcionários seja bem aplicada e gere retorno

sobre a forma de ganhos de rentabilidade para o negócio, através do aumento

da produtividade dos funcionários.

2.3- A IMPORTÂNCIA DE MEDIR O RETORNO DO

INVESTIMENTO

As tendências mundiais mostram forte inclinação para soluções de

treinamento com várias tecnologias.Na América Latina cerca de 16% do

investimento total em capacitação está sendo destinado a iniciativas de e-

learning.

Apesar da dificuldade de medir o retorno de investimento de um

treinamento, as organizações que se orientam de e-learning estão obtendo

melhores resultados, dados apontados pela ASTD( American Society for

Training and Development) realizada em 2002 – Las Vegas.

O e-learning permite melhorar os processos de capacitação, e como

mensurar esse impacto.As empresas que apresentam casos bem sucedidos de

e-learning são as que conseguem medir a eficiência de seus processos de

capacitação e desenvolvimento em uma proporção muito maior do que aquelas

20

que não mensuram seus resultados ou que não enfrentam o treinamento como

algo estratégico voltado para o negócio.

O e-learning possui padrões de avaliação divulgados pela ASTD:

1 -Verificar se o programa possui um módulo de orientação com

aspectos que indicam ao treinando sua posição em relação ao conteúdo do

curso.

2- Avaliar o programa quanto ao fornecimento de históricos de uso que

arquivem seções,unidades ou módulos do treinamento acessados ou

completados pelo treinando.

3- Verificar se o treinamento em e-learning possibilita ao treinando

iniciar,sair,mover para frente,mover para trás,salvar,retornar ao menu principal

ou mudar de nível do curso quando desejar ou necessitar.

Fases do processo de avaliação do investimento:

1. Análise= É a fase inicial, uma avaliação das necessidades.A análise

efetiva dessas necessidades responde algumas perguntas como:

• O treinamento é a resposta para o problema?

• Que conhecimentos e habilidades devem ser incluídos no curso de

treinamento?

• Quem precisa ser treinado?

2. Projeto= É a fase que é desenvolvido um fluxo estratégico do

treinamento que inclui objetivos,esboço,estrutura, métodos e meios de

treinamento.

3. Desenvolvimento= Desenvolver e testar um conjunto de materiais de

treinamento com o público-alvo, revisando o necessário.

21

4. Implementação= Fase relacionada para assegurar a transferência do

aprendizado para o ambiente de trabalho.

5. Avaliação= Fase final do processo que consiste em determinar se o

treinamento foi bem sucedido.

O sucesso da avaliação do treinamento depende de fatores como a

maturidade organizacional, competências necessárias (planejamento ,pesquisa

,coleta de dados, solução do problema,análise) e análise das necessidades.

A avaliação comparativa dos investimentos em treinamento com a

economia ou outros benefícios como resultado do treinamento, frequentemente

objetiva a inclusão da descrição da atividade a ser demonstrada, as condições

sob as quais ela será desempenhada e os padrões para julgar o nível

desejado.

Após o treinamento, deve-se comparar o valor previsto com o valor real do

programa, e verificar se as necessidades foram satisfeitas pelo

treinamento.deve-se considerar também resultados mensuráveis, período de

retorno, custo da não intervenção e outros benefícios.

22

CAPITULO III

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TREINAMENTO

A avaliação da eficácia do treinamento não se resume na avaliação da

satisfação, nem na aprendizagem dos participantes apenas, é necessário mais

impacto, com resultados tangíveis e indicadores mensuráveis.

Em 1975 foi publicada no Training and Development Journal (

metodologia clássica de Donald Kirkpatrick) que contempla quatro níveis de

avaliação.

Nível 1 Reação ou Satisfação - Avalia se os participantes gostaram do

treinamento

Nível 2 Aprendizagem Observa o conhecimento adquirido pelos

participantes

Nível 4 Resultados Avalia o impacto na organização pós

treinamento

Fonte: Palmeira, Cristina 2009

Convertendo dados em valor monetário na seguinte fórmula:

23

ROI = Benefícios Líquidos do Programa ( Benefícios – Custos) X 100

Custos do Programa

Fonte: Phillips,Jack 2003

O modelo do ROI de Jack Phillips trabalha no processo para coleta de

dados, isolando os efeitos do programa, capturando o ROI – Retorno sobre

investimento em treinamento atual que é definido em fases o processo:

FASE 1: Revisão dos objetivos da solução- São identificados os líderes

empresariais específicos da solução, medidas claras e objetivos estabelecidos.

FASE 2: Desenvolvimento do plano de avaliação e coleta de dados:Essa

fase inclui a determinação da estratégia de coleta de dados e planejamento de

detalhes necessários.

FASE 3: Coleta de dados durante a implementação da solução: É a

organização da coleta de dados durante a implementação da solução.

FASE 4: Coleta de dados após solução implementada: São convertidos

dados de impacto empresariais e valores monetários para calcular o ROI.

24

FASE 5: Isolando os efeitos da solução: São isolados os efeitos da solução

para determinar a extensão que as medidas empresariais foram influenciadas

pela solução.

FASE 6: Conversão de dados em valores monetários: Esta fase é aplicada

quando o propósito da avaliação é incluir o cálculo do ROI. Se os

patrocinadores do projeto determinar que não haja nenhum interesse no

cálculo de ROI para uma iniciativa específica, então é informado dado de

mudança de comportamento menos o cálculo.

FASE 7: Identificação de Intangíveis

FASE8: Levantamento de despesas com a solução

FASE 9 :Cálculo de retorno sobre investimento

FASE10: Comunicação dos Resultados: São informados dados das sete

fases, junto com melhorias empresariais.Ainda são informadas as conclusões e

recomendações. Informações que ajudam a tomada de decisão futura,

definindo os próximos passos de melhor.

Muitas vezes, os dados para medir resultados e convertê-los em

resultados monetários não estão facilmente disponíveis. A dificuldade em se

obter os dados passa por uma gestão de mudança,fato que envolve

conscientização das áreas que fornecem os dados.

25

De acordo com ASTD em congresso 2002 a metodologia do cálculo do

ROI envolve tempo e custo, porém os custos de processo de avaliação e

mensuração não devem ser superiores a 4 ou 5 % do orçamento.

Entre os benefícios da metodologia do ROI estão:

• Poder mostrar a contribuição de um programa.

• Ganhar o respeito da Gerência ou a confiança dos clientes.

• Melhorar os treinamentos e os processos de performance.

• Desenvolver uma abordagem baseada em resultados.

• Alterar ou eliminar programas não efetivos.

Calculando o ROI antecipadamente, mostra-se o quanto de prejuízo pode

ser evitado em uma operação que pode ser melhorada de maneira fácil, desde

que sejam tomadas ações corretivas para melhorar o portifólio de programas

de treinamento.

Para o RH mostrar o quanto o treinamento gerou resultados para o negócio,

o RH deve estar com seus programas de T&D alinhados as estratégias da

organização.

Parry,S 2002 descreve em congresso da ASTD, quatro métodos de

mensuração do ROI de treinamento:

• Economia de Tempo (Menos tempo para realizar uma tarefa, menos

tempo de supervisão);

• Melhoria na produtividade, com foco na quantidade;

• Melhoria de resultado, ou seja, qualidade (custos mais baixos, redução

de acidentes)

26

• Diminuição do absenteísmo, diminuição de reclamações,melhorando a

saúde e reduzindo despesas médicas.

O ROI é uma medida que pode ajudar a provar o valor adicionado pelos

programas de treinamento/capacitação ao negócio, mostrando o resultado do

trabalho do departamento de recursos humanos ou de consultorias

especializadas em treinamento/capacitação.

Resultados podem mudar a qualquer hora tanto para negativo quanto para

positivo.O progresso destes resultados, depende de supervisão de novas

ações de treinamento e desenvolvimento.

A ABTD destacou, na divulgação de sua pesquisa anual de 2007, que

indicadores de desempenho foi o formato preferido das organizações na hora

de medir os impactos de treinamento.

Segundo Millioni 1995, na avaliação de resultados de treinamento, ainda

não existe um modelo pronto, cada organização deverá buscar a construção de

sua própria solução.

É preciso que profissionais de recursos humanos sejam capacitados para a

aplicação do processo de avaliação.

A presente proposta visa a consistência do programa de T&D voltado para

treinados e gestores. Em sua aplicação pode-se utilizar uma matriz de

avaliação, de acordo com o modelo de KIRKPATRICK (1998)

27

Avaliação de

Resultados

Funadamento em

contrato pedagógico

ou didático individual

com cada treinando e

baseado e baseado

em Indicadores de Resultados obtidos

pela unidade de

trabalho do treinando.

Indicadores de

Resultado

Treinando

Programa de T&D

Dentro da teoria da avaliação educacional vários autores criaram um

modelo de avaliação de treinamento:

� TYLER (1932)- Enfoque na avaliação por objetivos.

� CRONBACH (1963)- Enfoque na avaliação com resultados

multidimensionais.

� SCRIVEN (1967)- Enfoque na avaliação de mérito.

� STAKE (1967 E 1984)- Enfoque na avaliação responsiva.

� PARLLET E HAMILTON (1972)- Enfoque na avaliação iluminativa.

� STUFFLEBEAM (1968)- Enfoque avaliação para tomada de decisão.

Nível de

Avaliação

Aplicação Avaliador Avaliado

28

O processo avaliativo deve ser contínuo,deve ser pensado, planejado e

realizado de forma coerente e consequentemente com os objetivos propostos.

“Treinamento é um processo que provoca reações, que provoca

aprendizado, que provoca mudanças de comportamento no cargo,

que provocam mudanças na organização, que provocam mudanças

na consecução dos objetivos finais”. ( Hamblin, 1978,P20).

Os profissionais de RH, devem utilizar alguns indicadores para mensurar

resultados de treinamento.Os indicadores devem na elaboração do programa

de treinamento, junto com os objetivos do programa, tendo como base NBR

ISSO 10015:2001.

Alguns indicadores para mensurar resultados de treinamento:

A= Desligamento Voluntário: Se alguma área é identificado um número

elevado de funcionários que solicitam desligamento em razão da chefia,pode-

se usar essa informação para justificar um treinamento.Treinando essa chefia e

logo após realizando uma avaliação para verificar se o número de

desligamento de funcionários caiu.Caso o resultado seja positivo, é sinal de

que a empresa ganhou com o investimento em treinamento.Pode-se calcular

também o “turnover” e seus custos, e demonstrar aos executivos da empresa,

a fim de conseguir apoio para a implementação do projeto de treinamento.

B= Riqueza criada por empregado: é o total da riqueza criada pela empresa

dividida pela média do número de funcionários. Pode-se com isso indicar a

contribuição média de cada um na riqueza gerada pela organização.

C= Horas/Treinamento: Para ASTD, uma empresa em nível de excelência em

treinamento, é aquela que deve atingir a média de 100h/treinamento por

29

empregado.Para isoo é importante avaliar os resultados dos treinamentos

realizados.

D= Retorno de investimento: A maioria das empresas estam procurando

mensurar resultados após seus treinamentos, que pode ser calculado da

seguinte forma:

*Calcular os benefícios de treinamento

*Calcular os custos

*Subtrair os custos dos benefícios

*Dividir o benefício líquido pelo custo.

30

CONCLUSÃO

Pode se concluir que a mensuração e avaliação de resultados do

investimento em T&D, está relacionada a melhoria do desempenho no negócio.

A avaliação de retorno de investimento compara benefícios líquidos resultantes

de um programa de treinamento com seus custos.

O cenário de mensuração do retorno de investimento em treinamento no

Brasil mudou. As empresas brasileiras que contam com programa de educação

corporativa já estão evoluindo em avaliação e na prática de mensuração do

impacto de suas soluções.Ainda há poucos casos práticos de medição de ROI

de treinamento publicados no país, somente algumas empresas de grande

porte, na região sudeste aplicam o método.

A evolução dos profissionais de RH e a necessidade de criar outros

indicadores para a área de treinamento podem garantir o fortalecimento desses

profissionais que trabalham na área e da continuidade de investimentos.

É preciso ter consciência da relevância das ações de treinamento e o

benefício da mensuração do retorno em investimento nas organizações. É

preciso justificar o valor gasto em programas em treinamento, provando que o

investimento compensa e dá retorno.

31

BIBLIOGRAFIA

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ASTD – American Society for Training and Develnopment, 2002.

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HOYLER, S. Manual de relações industriais, 1970.

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32

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ULRICH, D. Os Campeões de Recursos Humanos. São Paulo, 1988.

www.rhportal.com.br-- 25/01/2010

33

ANEXO

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TREINAMENTO

Atividade:_______________________________________________________

___________________

Objetivo:________________________________________________________

___________________

_______________________________________________________________

____________________

_______________________________________________________________

____________________

Data:___/___/___

Instrutor:__________________________________________________

Nome:__________________________________________________________

___________________

Área:_______________________ Chefia

Imediata:___________________________________

Legenda 1 - Fraco 2 - Regular 3 - Bom 4 – Excelente

Avaliação do Treinamento

1 Curso Ministrado

1.1 Seqüência dos Assuntos na Apostila

1.2 Relacionamento Teoria X Prática

1.3 Cumprimento do Conteúdo Programático

34

2 Instrutor

2.1 Pontualidade

2.2 Domínio do Assunto

2.3 Capacidade de Transmitir

2.4 Esclarecimento de Dúvidas

2.5 Administração do Tempo

2.6 Consegue Motivar a Turma

3 Organização do Evento

3.1 Instalações

3.2 Apoio Administrativo

3.3 Material Didático

3.4 Recursos Visuais

4 Auto-Avaliação

4.1 Interesse pelo Curso

4.2 Assimilação do Assunto

4.3 Nota Geral do Curso

5 Conclusão

5.1 Você atingiu seu objetivo de aprendizado? ( ) Sim ( ) Não

5.2 Você indicaria este curso? ( ) Sim ( ) Não

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