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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A LIDERANÇA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: O PAPEL DO LÍDER NO SÉCULO XXI Por: Priscila da Silva Duarte Orientadora Prof.ª Drª Adélia Araújo Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL:

O PAPEL DO LÍDER NO SÉCULO XXI

Por: Priscila da Silva Duarte

Orientadora

Prof.ª Drª Adélia Araújo

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: O PAPEL DO LÍDER NO SÉCULO XXI

PRISCILA DA SILVA DUARTE

Trabalho de conclusão de curso orientado

pela professora Drª Adélia Araújo

apresentado ao Curso de Pós-Graduação

em Gestão de Recursos Humanos do

Instituto a Vez do Mestre como requisito

parcial obtenção de formação em Gestão de

Recursos Humanos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a oportunidade de fazer a

pós Graduação, à minha família – pela dedicação.

Aos meus amigos – pela caminhada solidária,

confiança e carinho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares, amigos e

professores pelo apoio e carinho recebido durante

toda essa caminhada.

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RESUMO

A produção deste trabalho está pautada na liderança no contexto organizacional, enfocando a essência do novo líder no século XXI. Para sua composição foram utilizados conceitos de teóricos como Chiavenato, Bennis e Nanus, Hunter, dentre outros com o intuito de pensar na liderança dentro do mercado competitivo atual e em constante evolução. Assim, o trabalho compõe-se em definir os conceitos de liderança e o papel que ela exerce para o sucesso da organização, além de suas competências e ações para o século XXI. Neste contexto destaca a liderança diante de uma nova realidade no mundo globalizado, fazendo com que lideres e liderados desenvolvam suas potencialidades e competências promovendo resultados cada vez melhores para a organização como um todo. Salienta também o papel do líder como um estrategista e catalisador de talentos, promovendo a motivação dos liderados e focalizando as pessoas como figuras centrais para o alcance da sustentabilidade organizacional, em decorrência da real capacidade que os líderes têm de influenciar as pessoas mantendo-se atuante em sua missão de vida, mas alcançando uma visão clara de futuro.

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METODOLOGIA

Pretende-se pesquisar o tema liderança no contexto organizacional e o

papel do novo líder do século XXI no mercado de trabalho atual,

fundamentando-se nos estudos da Administração e da Psicologia.

A metodologia utilizada que leva ao problema proposto é uma

abordagem descritiva utilizando pesquisa do tipo bibliográfica exploratória com

base nos estudos da Psicologia. Foram consultadas obras, tais como livros,

revistas, artigos e material acadêmico, disponibilizados em mídias impressas e

digitais. O referencial teórico será composto principalmente da análise das

seguintes obras e seus respectivos autores: “Como se tornar um líder servidor”

(2006) e “O monge e o executivo” (2004), cujo autor é James C. Hunter;

“Gerenciando pessoas: transformando executivos em um excelente gestor de

pessoas” (2005), de autoria de Idalberto Chiavenato; “Líderes: Estratégias para

assumir a verdadeira liderança”, que tem por autores Warren Bennis e Burt

Nanus (1988); “Gestão de pessoas, não de pessoal” (1997), de Victor Vroom;

“Liderança” (2008), escrito por Daniel Goleman; “Gigantes da Liderança”, cujo

autor é Raúl Candeloro, dentre outros autores.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – LIDERANÇA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS 10

CAPÍTULO II – O IMPACTO DA LIDERANÇA PARA O SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO 18 CAPÍTULO III – LIDERANÇA NO SÉCULO XXI: CARACTERÍSTICAS, COMPETÊNCIAS E AÇÕES 27 CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

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INTRODUÇÃO

Às portas do século XXI reconhecemos que com o avanço tecnológico

as organizações vêm sofrendo mudanças e inovações passando por um

processo em seu ambiente organizacional.

Percebe-se que o fenômeno da tecnologia tem proporcionado

mudanças estruturais no modo de se organizar o trabalho humano. Com essa

mudança, surge uma nova forma de liderança no contexto organizacional; onde

o autoritarismo deve ser descartado dando espaço a relações mais humanas.

Ao reformular a forma de liderança, o novo líder não apresenta mais

um poder de comando sobre seus liderados; mas sim uma posição

estrategista.

O novo líder no século XXI tem desenvolvido suas habilidades

influenciando e motivando seus liderados, diferente dos líderes do passado que

usavam o autoritarismo como forma de poder e controle. Com esta mudança

na forma de liderar surge a pergunta como problema de pesquisa: Qual é a

importância da atual forma de liderança para o sucesso da organização?

A realização desta pesquisa é justificada em razão de que o líder do

futuro influencia no desempenho dos profissionais e na realização de suas

tarefas como força motivadora de energia. Além de utilizar o melhor de cada

um, a fim de oportunizar aos seus liderados a enfrentar novos desafios,

motivando e estimulando-os a contribuírem para o sucesso da organização.

Assim, vive-se um momento de introdução de um novo tipo de

liderança dentro das organizações que está presente como uma capacidade de

eficiência na agilidade das tarefas e nas relações interpessoais para a melhora

no desenvolvimento e nos resultados obtidos pela empresa. É preciso

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9compreender que o líder nos dias atuais desempenha um novo papel nas

organizações diferente do que exercia no passado.

Um líder eficaz deverá ser aquele com grande habilidade e

comprometimento capaz de solucionar problemas, ser criativo, trabalhar em

equipe, apresentar conhecimentos variados e principalmente desenvolver a

capacidade de servir.

Neste contexto destaca-se a liderança diante da nova realidade do

ambiente organizacional como a habilidade de influenciar pessoas abrindo

caminho para o sucesso duradouro.

O principal objetivo desta monografia é apresentar o novo papel da

liderança no contexto organizacional e sua importância estratégica para um

melhor desempenho empresarial. Dentre os objetivos específicos pode-se

destacar: Conceituar liderança; discorrer sobre estilos de liderança; relatar o

papel do líder na motivação e aprimoramento das relações interpessoais;

demonstrar a importância da liderança do século XXI para a melhoria dos

resultados das organizações.

Frente ao tema em questão, levanta-se a seguinte hipótese: A

liderança do século XXI tem uma importância estratégica dentro do contexto

organizacional para as empresas obterem maior produtividade e alcançarem

melhores resultados e crescimento sustentável.

O trabalho compõe-se no primeiro capítulo em apresentar os conceitos

de liderança e seus fundamentos. O segundo capítulo enfoca o impacto da

atuação da liderança nas organizações. O terceiro capítulo apresenta o papel

do líder no século XXI, suas características, competências, ações e importância

estratégica para o sucesso das organizações.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS

Devido à globalização da economia e a disseminação da Era da

Informação, a competição e a concorrência entre as empresas atingiram níveis

muito elevados, levando as mesmas a melhorar suas gestões para se

manterem competitivas e conseguirem enfrentar os desafios do mercado.

Sendo assim, passou-se a dar um valor muito maior às pessoas do que

no passado, para que seja feito o enfrentamento dessa nova realidade de

forma eficaz. Tal conjuntura levou a área de Recursos Humanos a ter uma

posição estratégica nas organizações, deixando de ser um simples

departamento para tornar-se um agente transformador dentro das mesmas, à

medida que busca soluções, provoca mudanças, propõe ações para a melhoria

dos resultados, etc.

Um dos destaques do RH atualmente é o novo papel do líder nas

organizações, que se mostra um instrumento eficaz na gestão de empresas.

Mauriz (2008) diz que face a um mercado tão competitivo, o ser

humano tornou-se o recurso mais importante de uma organização. O principal

agora, e futuramente, é ter pessoas que maximizem a utilização do capital e

que saibam gerar, desenvolver e aplicar conhecimentos, métodos e

tecnologias, notadamente às relacionadas com o ser humano, de como tornar

as pessoas motivadas para atingirem os objetivos organizacionais. Para que se

tire o máximo de proveito dos Recursos Humanos de uma empresa, é

necessário que sejam bem recrutados, selecionados, ensinados e treinados,

motivados, mantidos e envolvidos. Neste processo o papel dos líderes é

fundamental.

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11Podemos citar grandes personalidades como Jesus Cristo, Gandhi,

Jack Welch, Julio César, Martim Luther King, Niccolò Machiavelli, Alexandre, o

Grande, Henry Ford, Visconde de Mauá, Bill Gates, Juscelino Kubitscheck e

outros que se tornaram grandes líderes e também influenciaram muitos no

decorrer da história.

Existe diferença entre chefia e liderança, ser gerente e ser líder. De

acordo com Maximiano (2002, p. 47-48): “os gerentes são os protagonistas do

processo administrativo”. O papel desempenhado por eles, pode variar de uma

organização para outra, com delegação ou não de responsabilidades, tarefas,

funções, etc. Este autor cita que no século XX vários pesquisadores estudaram

os papéis dos gerentes nas organizações, tais como: a) Henri Fayol (1916),

com o processo administrativo; b) Chester Barnard (1938), com as funções

do executivo; c) Herbert Simon (1960), com o processo decisório; d)

Henry Mintzberg (1973), com os papéis dos gerentes; e) Rosemary

Stewart (1982), com o processo decisório; f) Fred Luthans (1988), com o

desempenho dos gerentes; e g) Andrew Grove, (1983) com os princípios de

administração de alta performance.

Entende-se que a função do gerente em uma organização é planejar,

organizar, dirigir e controlar, visando a atingir objetivos e a tomada de decisão

é uma das atividades essenciais do cargo. Contudo, a liderança é diferente da

autoridade formal do gerente.

Maximiano (2002, p. 303) afirma que liderança é “o processo de

conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade das

pessoas ou é a realização de metas por meio da direção de colaboradores”.

Ele ressalta que a liderança é diferente de gerenciamento, a liderança é

diferente da autoridade formal que é uma das bases das organizações e um

atributo dos cargos gerenciais. Em contrapartida, a liderança fundamenta-se na

crença dos seguidores a respeito das qualidades do líder e de seu interesse

em segui-lo. Os seguidores obedecem ao líder e à missão que ele representa,

sendo instrumento para solucionar problemas da organização.

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“As habilidades necessárias à liderança permaceram constantes, mas nosso entendimento que ela é, como funciona, e as maneiras pelas quais as pessoas aprendem a aplicá-la mudou” (BENNIS E NANUS, 1988, p.2)

Chiavenato (2005, p. 183) relata que liderança define-se como: “a

influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida pelo processo

de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos

específicos”.

Definindo a liderança como uma influência significa que ela pode ser

uma capacidade adquirida aprendida e desenvolvida; não pode ser nomeada

atribuída. Deve ser conquistada.

Bowditch e Buono (2002, p. 118) dizem que “[...] a liderança pode ser

considerada como um processo de influência, geralmente uma pessoa, através

do qual um indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e

atingimento de metas”. Portanto, a liderança é uma relação entre pessoas

através da influência e do poder e são distribuídos de maneira desigual em

uma base legítima (contratual ou consensual).

Ao longo da história muitos líderes por ocuparem posição de

hierarquia abusam do poder com arrogância para dominar seus liderados, pois

acreditavam que dessa forma alcançariam o respeito das pessoas dentro de

uma organização.

A liderança apresenta hoje uma nova essência, antes vista como uma

posição de hierarquia poder e autoridade, nos dias atuais assumem uma

postura estratégica. Então, surge uma nova forma de liderar focada nas

pessoas e nos resultados, despertando novos líderes.

Os novos líderes devem estimular as pessoas em suas tarefas, porém

antes devem primeiramente estimular sua emoção agindo com o coração.

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13Atualmente a visão estratégica implementada nas organizações é de uma

autoridade que é conquistada e não que impõe poder e medo. Deste modo, é

possível compreender que todos têm necessidades individuais e que precisam

ser sanadas para que possamos manter o equilíbrio.

A liderança nos dias atuais prima por doar-se e ser humilde e tem o

amor e o respeito como ferramenta de gestão. O amor nesse contexto

apresentado no sentido bíblico da palavra em doar-se, em suprir as

necessidades do próximo.

A força de trabalho hoje em dia é bem mais intelectual do que no

passado, onde era utilizada nas organizações uma força braçal. Como salienta

Chiavenato:

“Para ser bem-sucedido como líder, o executivo deve ser saber lidar com aspectos relativos à motivação, à comunicação, às relações interpessoais, ao trabalho em equipe e a dinâmica de grupo” (2005, p.183).

Tornou-se necessariamente fundamental no planejamento estratégico de

RH, que as ações da liderança alcancem novos desafios. A essência da

liderança é a que o líder envolva e contagie seus liderados ao rumo estratégico

de visão real no contexto organizacional.

Uma liderança eficaz influencia estimulando e desenvolvendo o

crescimento profissional dos seus liderados, ajudando crescentemente a

desenvoltura de suas habilidades, encorajando os mesmos a novos talentos.

Dessa forma, entendemos que antigos métodos como gritos e ameaças não se

aplicam mais ao desenvolvimento da liderança e a construção do caráter de um

líder inovador. Os líderes eficazes são capazes de adaptar seu estilo de

comportamento de líder às necessidades dos liderados e à situação.

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14A liderança não atua isoladamente, ela se dá com a ajuda dos

colaboradores (liderados) conforme as necessidades e requisitos de uma

determinada situação. Apesar dos gerentes terem poderes legítimos para

conduzir as atividades relacionadas ao trabalho, entretanto, nem todos os

gerentes são líderes. De um modo geral, segundo uma importante coletânea

de diversos autores sobre Liderança e Gestão de Pessoas (2002), os líderes

apresentam como características principais: a capacidade de dar direção e

significado ao que se faz, a capacidade de inspirar confiança em seu pessoal, o

otimismo e a busca de resultados.

Nesse sentido, como relata Pereira (2003), não há líder sem liderados.

Para se caracterizar um amplo conceito de liderança são necessárias três

coisas: de um líder, de um grupo e de uma situação - e dentro das

organizações são encontradas várias situações em que o líder vai se defrontar

e como tal vai expressar os seus posicionamentos em relação à tomada de

decisão com que se depara, desenvolvendo modelos de competências de

liderança. Com bastante frequência, as organizações colocam seus dirigentes

em situações de desafios, com o objetivo de sucesso na tomada de decisão

frente a problemas cujas soluções, podem levar ao desenvolvimento e a

sobrevivência do profissional na organização.

A autora complementa afirmando que em função de um conjunto de

transformações que no dia-a-dia nos são apresentadas, com as mudanças

constantes, as empresas são frequentemente, colocadas em cheque, são

desafiadas, e o único modo de enfrentar tais desafios, será uma nova forma de

liderança capaz de revitalizar as empresas para enfrentar os competidores.

Os estudos envolvendo o tema liderança costumam basear-se em

diferentes teorias, sendo que três delas são mais discutidas: a Teoria dos

Traços (vê a liderança como uma combinação de traços pessoais); a Teoria

Comportamental (enfatiza o comportamento do líder) e a Teoria Situacional

(discute como as condições que determinam a eficácia da liderança variam de

acordo com cada situação).

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15Vários autores denominaram os estilos de liderança. Para Chiavenato

(2005) existem três estilos de liderança:

• Liderança autocrática: Na tomada de decisões apenas o líder decide e fixa

as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. Determina providências para

a execução das tarefas, na medida em que são necessárias e de modo

imprevisível para o grupo e define qual a tarefa que cada um deverá executar e

qual seu companheiro de trabalho. Na verdade, o líder é pessoal e dominador

nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada um;

• Liderança Liberal ou Laissez-faire: Onde há liberdade para decisões

grupais ou individuais, com participação mínima do líder, pois a participação do

mesmo é limitada, apresentando apenas alternativas ao grupo. Absoluta falta

de participação do líder;

• Liderança democrática: As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo

que é estimulado e assistido pelo líder. A divisão das tarefas fica a critério do

grupo.

Robbins (2002), ao descrever as Teorias Neocarismáticas, relaciona

quatro tipos de liderança: a Liderança Carismática (os liderados fazem

atribuições das capacidades heróicas ou extraordinárias de liderança quando

observam certos comportamentos), a Liderança Transacional (líderes que

direcionam ou motivam seus seguidores na direção das metas estabelecidas

através do esclarecimento dos papéis e das exigências das tarefas), a

Liderança Transformacional (Líderes que oferecem consideração

individualizada e estímulo intelectual a seus liderados, além de possuírem

carisma) e a Liderança Visionária (capacidade de criar e articular uma visão

de futuro realista, atrativa e acreditável para a organização ou unidade

organizacional).

Goleman (2008) afirma que a função básica dos líderes é imprimir em

seus liderados um sentimento positivo e ele considera que os executivos

utilizam seis tipos de liderança:

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•••• Estilo coercitivo: onde predomina a decisão extrema de um líder, de cima

para baixo, o que pode travar o surgimento de novas idéias, é o menos eficaz

em muitas situações;

•••• Estilo confiável: o líder motiva pessoas através de esclarecimentos a elas

de como seus trabalhos se encaixam dentro de uma grande visão para a

organização, é o mais eficaz dentre os demais. Os líderes confiáveis dão às

pessoas a liberdade para inovar, experimentar e assumir os riscos calculados;

•••• Estilo agregador: onde o líder anseia por manter os funcionários felizes e

cria harmonia entre eles, controlando mediante a construção de fortes laços

emocionais e, então, colhe os benefícios dessa abordagem denominada

intensa lealdade. O estilo também tem um efeito acentuadamente positivo na

comunicação. Os líderes agregadores dão às pessoas a liberdade de fazer seu

trabalho na forma que elas pensam ser a mais eficaz;

•••• Estilo democrático: onde o líder permite que os liderados tenham uma

palavra nas decisões que afetam seus objetivos e em como fazer o trabalho.

Entretanto, o estilo democrático tem suas desvantagens, que determinam por

que seu impacto no clima não é tão alto como alguns dos outros estilos;

•••• Estilo agressivo: onde o líder estabelece padrões de desempenho

extremamente altos e exemplifica a si mesmo neles, exigindo muito das

pessoas e ameaçando-as. De fato, o estilo agressivo destrói climas. Muitos

funcionários se sentem sobrepujados pelas exigências agressivas por

excelência, e seu moral cai. A flexibilidade e a responsabilidade evaporam; o

trabalho se torna uma tarefa tão focada e rotineira que é tediosa;

•••• Estilo conselheiro: ajudam os liderados a identificar suas forças e fraquezas

exclusivas e a conectá-las às suas aspirações pessoais e de carreira. Eles

encorajam os funcionários a estabelecer um desenvolvimento de objetivos de

longo prazo e os ajudam a idealizar um plano para alcançá-lo. Dos seis estilos,

o estilo conselheiro é menos frequente. Muitos líderes declaram que não têm,

nesta economia em que prevalece a alta pressão, o tempo para o lento e

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17monótono trabalho para ensinar pessoas e ajudá-las a crescer. Mas após a

primeira reunião, isso toma pouco ou nenhum tempo extra. Os líderes que

ignoram esse estilo estão perdendo um poderoso recurso: seu impacto no

clima e no desempenho é acentuadamente positivo.

Como destaca Goleman (2008), muitos estudos mostram que quanto

mais estilos um líder exibe, melhor. Os líderes que dominam quatro ou mais

estilos, principalmente o confiável, o democrático, o agregador e o conselheiro,

têm os melhores climas e desempenho de negócios. E os mais eficazes líderes

trocam flexivelmente entre os estilos de liderança quando necessário.

Conforme o autor, a liderança não é uma ciência exata, mas não deverá

representar um completo mistério para aqueles que a praticam. O ambiente de

negócios está em constante mudança e um líder deve responder em qualidade.

Os executivos devem sempre desempenhar seus estilos de liderança como um

profissional, usando o certo, no tempo certo e na medida certa. A recompensa

está nos resultados.

Liderar não é exercer poder, mas sim conseguir influenciar pessoas

para que façam o necessário para o alcance dos objetivos em uma

organização. A liderança requer uma série de habilidades contínuas com

capacidade de fazer aprimorar os talentos de cada individuo dentro de uma

organização. A figura do líder é hoje fundamental para o clima organizacional,

sendo muito importante para motivar e criar relações dentro da organização,

contribuindo diretamente com o resultado das empresas. As habilidades, a

forma de trabalhar dos líderes, somada à motivação, desenvolvendo

ferramentas que levem as equipes a terem um melhor desempenho e sejam

atingidos melhores resultados é o que será apresentado a seguir.

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CAPÍTULO II

O IMPACTO DA LIDERANÇA PARA O SUCESSO DA

ORGANIZAÇÃO

As mudanças e transformações ocorridas no mundo nas últimas

décadas afetaram os negócios, causando um grande impacto e exigindo que

as organizações se adaptassem e enfrentassem os desafios com instrumentos

de gestão diferentes, e passando a dar uma importância maior ao capital

humano. Com relação aos gerentes, estes em especial tiveram que

desenvolver novas habilidades e atitudes com relação ao acompanhamento e à

orientação de suas equipes. Com esses novos paradigmas estabelecidos, as

organizações precisam continuamente repensar seus modelos de gestão.

Segundo Jordão:

“Antigamente, existia o modelo de gerenciamento através do modo “comando e controle” de dirigir uma organização. Atualmente, na maioria das organizações, nós não obedecemos mais ordens, pelo menos sem que haja uma boa razão. “Comando e controle”, baseado na mentalidade militar, eram apropriados até os anos 80, num clima social diferente e num ambiente empresarial estável. Hoje em dia essa estabilidade acabou e o que existe é um ritmo frenético de mudança. No seu lugar surgiram novos valores como auto-estima e responsabilidade individual.

Os líderes de hoje terão que destruir as barreiras erguidas pelas lideranças passadas e construir pontes. Devem implantar um novo estilo de gestão, voltado para ajudar os colaboradores a realizarem o que são capazes de fazer, criando um ambiente propício à discussão, assegurando a liberação da capacidade criativa, formulando uma visão para o futuro, encorajando, emocionando, treinando, ensinando, facilitando, cultuando o desprendimento e a diversidade, admirando e respeitando as diferenças, e aproveitando as peculiaridades para obter as melhores ações, intenções e soluções” (http://www.portalcmc.com.br/lid_art24.htm).

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19De acordo com o dicionário Michaelis (2007) a palavra líder se define

como chefe ou guia tipo representativo de um grupo. Em uma visão mais

contemporânea e voltada para o RH, líder é um orientador, pessoa que chefia

uma empresa, corrente de opinião ou um grupo. Assim, o gerente que dá

ordens vem sendo substituído pelo líder facilitador e mentor.

Para Robbins (2002), a missão básica da liderança é de natureza

emocional, porque o líder estabelece um padrão emocional à medida em que é

responsável pelo clima organizacional. Essa condição emocional e as atitudes

do líder afetam verdadeiramente o estado de espírito de seus liderados e, por

conseguinte, seu desempenho. Dessa forma, a qualidade de administração dos

humores da equipe pelo líder e o modo como ele os influencia, tornam-se

componentes importantes dos resultados da empresa.

Goleman (2008) declara que as principais funções do líder são gerar

entusiasmo, otimismo em relação ao trabalho a fazer, além de cultivar uma

atmosfera de cooperação e confiança.

“O líder pode gerar novas perspectivas de futuro e sintetizá-las e articulá-las com genialidade, mas isto se torna significativo somente quando a visão é divulgada com sucesso através da organização e efetivamente institucionalizada como um princípio orientador” (BENNIS E NANUS, 1988, p.89).

Conforme Jordão (2008), a tarefa dos líderes de hoje é simples e

difícil: necessitam encontrar as melhores pessoas que puderem, motivá-las

para que façam o trabalho da maneira mais bem feita possível e da forma delas

próprias. Todos os esforços empreendidos pelos líderes e suas equipes devem

contemplar a melhoraria da flexibilidade, velocidade e qualidade e ainda

priorizar o que permanece como uma das medidas mais importantes: a

produtividade. Segundo a autora, liderança diz respeito à mudança, à

condução de uma organização ou de um grupo de pessoas e um líder é

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20alguém capaz de tirar um grupo de onde ele está e levá-lo aonde devia estar. O

líder ajuda as pessoas a entenderem os porquês e o que devem fazer para

chegar à liderança. Por essa razão, tanto os profissionais de cargos de chefia

quanto seus colaboradores precisam saber tomar decisões, porque nem

sempre haverá um superior por perto, em momentos de deliberação. Dessa

forma, as organizações vencedoras formam líderes em cada nível da

organização, para que estes possam tomar as decisões corretas nos

momentos certos, sem depender única e exclusivamente de seus superiores.

Temos novos paradigmas de liderança que precisam ser traçados nas

organizações neste novo século para um mundo em constante evolução. Numa

época de transformações na forma de liderança das organizações os líderes

enfrentam muitos desafios diferentemente do que ocorria no passado. O perfil

do novo líder vai até além de aumentar a produtividade da empresa e das

pessoas, pois precisa ser um inovador para estimular e motivar seus liderados

com a criatividade e produtividade para mantê-los em alta performance.

O líder deve ter visão estratégica e habilidade para estimular e

contagiar a todos a contribuírem e participarem da estratégia da empresa

levando a produzir grandes resultados. Quando falamos em transformação, o

processo de criatividade entra em ação onde o líder favorece as idéias de cada

um individualmente dando-lhes liberdade para agir, criar e inovar. Esse novo

líder é um motivador e gerador de talentos.

As organizações têm que lidar com métodos inovadores de atuação,

porque as mudanças só ocorrem se houver inovação, mas é preciso o

engajamento de toda a organização e nesse trabalho, a figura do líder é

essencial.

O sucesso da organização está bastante relacionado à excelência da

liderança. Dentro de uma organização encontramos colaboradores com

diferentes habilidades e objetivos e para que estes possam trabalhar com

satisfação é necessaria a liderança como ferramenta gerencial.

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21A liderança é que vai definir as necessidades da organização e

elaborar as metas a serem seguidas nas tomadas de decisões, para que todas

as pessoas da empresa executem suas tarefas de forma eficaz.

O líder assume um tipo de influenciação com seus liderados

provocando intencionalmente motivar as pessoas com intuito de levantar a

autoestima e o sentimento de realização.

Segundo Chiavenato (2005, p. 184) a liderança é uma influência

interpessoal, através da qual uma pessoa modifica ou provoca o

comportamento de outra pessoa de maneira intencional. Essa influência é

exercida em uma determinada situação e dirigida pelo processo de

comunicação humana para consecução de um ou mais objetivos específicos. O

autor afirma que tal processo organiza-se através dos graus de influência

como: coação, persuasão, sugestão e emulação.

• Coação: Refere-se a forçar, coagir ou constranger mediante

pressão, coerção ou compulsão;

• Persuasão: Prevalecer sobre uma pessoa, sem forçá-la com

conselhos, argumentos ou induções para que faça alguma coisa;

• Sugestão: Colocar ou apresentar um plano, uma idéia ou uma

proposta a uma pessoa ou grupo, para que considere, pondere ou

execute;

• Emulação: Procurar imitar com vigor, para igualar ou ultrapassar,

ou, pelo menos chegar a ficar quase igual a alguém.

O processo de influenciação vem a ser um conjunto de interações entre

influenciador e influenciado, onde o primeiro busca produzir intencionalmente

comportamentos no segundo.

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22Segundo Leroy (2003) para desenvolver a liderança é necessário que o

líder esteja sempre buscando o crescimento, para inspirar seus liderados em

novos processos, porque quando o líder deixa de se desenvolver, ele começa a

exercer o poder e não a liderança, deixando o clima organizacional em

desavença.

Cada organização trabalha com um estilo diferente de liderança e essa

variação aparece de acordo com o perfil de cada empresa. Algumas assumem

a posição de uma liderança centrada na tarefa na qual visa somente à

execução do trabalho e seus resultados, enquanto outras possuem uma

liderança centrada nas pessoas preocupando-se com aspectos mais humanos.

A liderança centrada somente na tarefa pode provocar alto índice de

insatisfação, rotatividade e aumento de absenteísmo que acaba interferindo na

produção. Por isso o líder poderá assumir diversos padrões de liderança não

existindo um modelo único e específico a ser seguido. Há características no

líder que podem afetar o relacionamento interpessoal com seus liderados como

sentimento de aceitação ou desconfiança e lealdade ou representação.

“Somos ou não líderes na vida, dependendo das nossas atitudes. De como vemos o mundo que nos cerca. Se o enxergamos como oportunidade para transformação mudanças, melhoria, evolução, somos líderes” (TEJON, 2007, p.74).

A liderança induz as pessoas a fazerem aquilo que deve ser feito,

dando assistência na resolução dos problemas que irão surgir, determinando

as soluções. Nesse contexto, mantendo seus liderados motivados ao trabalho

em equipe e a dinâmica de grupo.

Para o sucesso da organização em um mercado com um nível alto de

competitividade há uma necessidade de treinar e desenvolver as pessoas para

inovações e novos desafios obtendo ações de alta produtividade.

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23 A liderança pode ser dirigida de diversas formas dentro da

organização com definições de metas e avaliação de desempenho além de

treinamento com aplicação de feedback.

Discorrer sobre a estratégia escolhida para a empresa competir no

mercado é vital para os negócios, mas cabe ao líder criar o melhor método de

gestão para sincronizar a qualidade de seus liderados para as facetas da

inovação em um mundo globalizado. Trata-se de novas descobertas para

tomada de decisões estratégicas que gerem lucros de forma eficiente para um

crescimento sustentável.

Dentre os segredos das empresas campeãs em inovação no Brasil em

2010, relatados pela revista Época Negócios, destacam-se a criatividade,

liderança, cultura, colaboração, disciplina e persistência.

Com as mudanças no cenário socioeconômico as empresas precisam

alcançar a sustentabilidade no mercado de trabalho atual para que possam

continuar produzindo no futuro com crescimento e eficiência com o mínimo de

tempo possível.

O trabalho em conjunto entre empresa e colaborador, certamente será

garantia do sucesso da organização, em consequência, clientes satisfeitos,

formando um ciclo de sucesso e satisfação para a empresa como um todo e

para todos que têm algum tipo de ligação com a mesma. Promovendo assim, o

crescimento de quem quer que entre nesse circuito de sucesso, onde as falhas

do processo se tornam pequenos e passíveis de correção diante da harmonia

que se impera.

Segundo Levek e Malschitzky, as habilidades de um líder envolvem:

“Para ser um líder, é necessário desenvolver atitudes e habilidades que auxiliem na condução de um grupo de pessoas, buscando tomar decisões e ações acertadas, tendo em mente objetivos orientados para resultados. Para tanto, uma inteligência

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24privilegiada não basta. É necessária a combinação com outras qualidades pessoais, como espírito democrático, entusiasmo pelo trabalho em equipe, habilidade em inspirar confiança, competência técnica, habilidade de delegação, controle emocional, autenticidade, compreensão da natureza humana, respeito pelo ser humano, habilidade em propor e estimular idéias, habilidade em ensinar e despertar melhores talentos” (2002, p. 39).

Existem algumas qualidades de liderança que irão influenciar no

sucesso das organizações como destaca Jordão

(http://www.gostodeler.com.br):

1) Entusiasmo – Você consegue pensar em algum líder que não tenha

entusiasmo? É difícil, não?

2) Integridade – Essa é a qualidade que faz com que as pessoas acreditem

em você. E confiança é essencial em todos os relacionamentos humanos,

sejam profissionais ou pessoais. Integridade significa tanto inteireza pessoal

quanto à adesão a valores externos a você, principalmente bondade e

sinceridade.

3) Imparcialidade – Líderes eficientes tratam indivíduos diferentemente,

porém, de forma igualitária. Eles não têm favoritos. São imparciais ao darem

recompensas ou penalidades pelo rendimento.

4) Firmeza – Muitas vezes os líderes são pessoas exigentes, sendo incômodo

tê-los por perto pelo fato de seus padrões serem muito elevados. Eles são

obstinados e persistentes. Líderes querem ser respeitados, mas não

necessariamente populares.

5) Zelo – A insensibilidade não leva a bons líderes. A liderança envolve o

coração, assim como a mente. Gostar do que você faz e importar-se com as

pessoas é igualmente essencial.

6) Confiança – É essencial. As pessoas sentem a sua presença, e, portanto, o

desenvolvimento de autoconfiança é sempre anterior ao exercício da liderança.

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25Mas não se permita que a autoconfiança seja excessiva, atitude que é o

primeiro passo para o caminho da arrogância.

7) Humildade – Uma qualidade própria dos grandes líderes. O oposto da

humildade é a arrogância. Os sinais de um bom líder são o desejo de ouvir as

pessoas e a ausência de egocentrismo.

Podemos citar ainda entre outras tantas qualidades o

Comprometimento, Altruísmo, Abnegação, Bom ouvinte, Iniciativa, Ambição,

Empatia, Maturidade, Sociabilidade, Bom senso, Conhecimento.

O’Neil (2002) afirma que há três qualidades importantes da atuação do

líder, a saber:

•••• Realizador: tem a função de obter resultados, dar oportunidades liberando o

potencial dos indivíduos, garantirem o padrão de qualidade, realizar formação

continuada.

•••• Integrador: tem as funções de conciliar interesse entre setores, desenvolver

e estimular uma cultura e liderança forte, garantir o andamento das atividades e

organizações, inovar e usufruir do conhecimento corporativo.

•••• Visionário: definição das funções e valores corporativos, transformação do

ambiente de trabalho, estruturação do ambiente de trabalho, atender as

necessidades do cliente.

Através dos anos com a quantidade de desafios e rapidez das

transformações, vivemos uma liderança estratégica global, onde encontramos

líderes como agentes de mudanças. Nos dias atuais as organizações passam

por mudanças súbitas em suas condições internas e externas e não podem

alcançar o sucesso sem uma liderança efetiva. A liderança passou a ser usada

como direção geral que faz com que a organização tenha visão e que a mesma

vire uma realidade.

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26Espera-se que um bom administrador seja um bom líder, mas um líder

não precisa ser um administrador. O mundo globalizado demanda líderes em

todos os níveis organizacionais, por isso essa é uma competência que deve ser

exercida por todos que pretendem obter sucesso em sua carreira profissional.

A liderança é uma habilidade pessoal que pode ser nata ou aprendida, mas a

questão é entender que se não houver liderança, não se consegue atingir os

objetivos almejados (GABRIELA, 2006).

O sucesso é resultado de uma visão que é o maior dom dado por Deus

para o homem, pois ela não se limita somente ao presente, mas sim abrange

todo o futuro e vai além do que os olhos podem ver. As pessoas com suas

atitudes no ambiente organizacional, conhecimentos e habilidades são o

verdadeiro alicerce para construção de um sucesso duradouro. Vimos que com

a crise de 2008/2009 novas situações transformaram grandes desafios em

oportunidades. A chave para uma liderança de sucesso é na verdade uma

combinação de criatividade e inovação, aceitação de riscos e paixão pela

missão.

Os líderes são agentes transformadores e estes são responsáveis pela

incorporação das mudanças nos processos e rotinas organizacionais mediante

a colaboração das equipes para a sustentação e crescimento da organização,

frente aos desafios e dificuldades enfrentados nos dias atuais. Nesse sentido,

numa gestão contemporânea, a liderança é imprescindível nas organizações e

faz toda a diferença.

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27

CAPÍTULO III

LIDERANÇA NO SÉCULO XXI: CARACTERÍSTICAS,

COMPETÊNCIAS E AÇÕES

As organizações que sobrevivem nesse novo século estão focadas na

transformação e renovação de seus colaboradores fazendo com que líderes

mudem radicalmente, assumindo novos estilos de liderança.

“O principal papel do líder do século XXI é comunicar às pessoas seu valor e seu potencial de forma tão clara que elas acabem encontrando o líder que existe em si” (KRETLY, 2007, p. 113).

O líder no século XXI precisou mudar seu modelo de gestão para que

pudesse atuar com visão de futuro extraindo o melhor desempenho daqueles

nos quais trabalha com treinamento, desenvolvimento e coaching. Com o

objetivo de promover a aprendizagem desenvolvendo competências e

praticando feedback. Hoje o que se valoriza em um líder é principalmente a

transparência, pois todo ser humano possui fraquezas e contradições. Os bons

líderes entendem que não há como motivar sem fazer do trabalho algo que

tenha sentido para a vida do trabalhador.

O termo coaching, como explicam Levek e Malschitzky (2002) tem

origem na área esportiva, usado como o processo de pessoas na elaboração

de um autodiagnóstico e aprimoramento de capacidades de raciocínio e

análise, objetivando torná-las aptas a estabelecer metas, determinar

prioridades e identificar as melhores soluções para os problemas pessoais e

profissionais que surgem no dia-a-dia, como por exemplo ter paciência,

imparcialidade, responsabilidade, credibilidade, maturidade, flexibilidade,

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28empatia e, o fundamental, gostar de gente. Já feedback, que inglês significa

retorno, resposta, está ligado ao processo de comunicação que é um fator

muito importante na liderança, significando manter as pessoas informadas,

dando retorno (feedback) adequados, explicando decisões e políticas com

franqueza. Assim, destacam as autoras, o líder tem um papel preponderante no

papel de comunicador, devendo expressar de forma clara as crenças e os

valores do ambiente em que atua. É necessário que transmita uma direção

firme, envolvendo a todos numa única causa e criando um clima de confiança

que possibilite a troca de feedback, promovendo um clima de cooperação em

que a crítica é encarada como uma forma de crescimento interpessoal. A boa

comunicação transmite mensagens claras, que concorrem para que as

pessoas trabalhem de forma produtiva e harmonicamente, sem

incompreensões e interpretações equivocadas. Portanto, é necessário que o

líder saiba lidar com situações em que é preciso o levantamento de

informações adequadas e fidedignas para que seja possível tomar decisões

acertadas.

A antiga forma de liderança era tida para tomada de decisões e para

explorar as habilidades do funcionário, enquanto hoje além de desenvolver

pessoas, é criativa e aberta a novas culturas. O novo modelo de liderança do

século XXI conta com líderes absolutos capazes de ampliar a produtividade

com competência para assumir riscos, pois as organizações buscam novas

formas de planejamento estratégico. Neste processo o coaching tem sido uma

ferramenta desenvolvida para liderança nos tempos modernos. No quesito

motivação e comprometimento tem o objetivo de identificar necessidades

individuais e aspirações profissionais, potencializando o desempenho e

promovendo o alinhamento. Na gestão de clima o coaching identifica e

diagnostica elementos de satisfação no trabalho.

Os executivos estão se tornando treinadores ou coach e deixando suas

antigas características de gerentes convencionais. Atualmente fornecem

informações instruções, orientações, direção, aconselhamento, estímulo e

incentivo para ajudar as pessoas a melhorar continuamente seu desempenho

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29no trabalho. O coach procura eliminar barreiras quanto ao desenvolvimento e

estimula o desempenho em crescimento contínuo.

No desenvolvimento interpessoal prepara a equipe a ter uma visão

mais clara e abrangente dos diversos componentes intrínsecos em um

relacionamento, levando à compreensão, trabalha as variáveis que motivam as

partes.

Conforme Levek e Malschitzky, o papel do coach é:

“Liberar o potencial de cada indivíduo - as mudanças constantes exigem o aprendizado de coisas novas, direcionando o desenvolvimento de novos métodos de trabalho e de novas posturas diante dos clientes, buscando cada vez mais um diferencial de competitividade.

Incentivar as pessoas para o autodesenvolvimento - são elas as principais responsáveis pelo seu plano de carreira e sua empregabilidade. A segurança pessoal e profissional vem do conhecimento daquilo sobre o que cada um tem maior interesse e aptidão, cabendo ao coach direcionar o indivíduo à realização de atividades que lhe tragam satisfação e que possam atingir seus objetivos.

Ouvir e ensinar - a atenção e percepção sobre as necessidades das pessoas são fatores fundamentais para o coach. Muitos problemas podem ser identificados por quem escuta com atenção. Além de estar atento ao conjunto de palavras, é necessário perceber os pedidos de ajuda, explícitos ou não. Portanto, o coach deve ouvir com interesse a verdade do colaborador, especialmente quando esta opinião for diferente da sua. O coach deve estar aberto para transmitir seus conhecimentos sem ter medo da .sombra, ou seja, sem temer que seus ensinamentos possam ser uma ameaça para si próprio. Assim, deve buscar constantemente o seu desenvolvimento, agregando cada vez mais conhecimentos, para estar atualizado e poder repassar essas informações aos demais.

Compartilhar responsabilidades - o coach deve assumir a responsabilidade de analisar, juntamente com o colaborador, as situações inesperadas, e então redirecionar os planos de ação sempre que for preciso. A responsabilidade pela obtenção dos resultados nos projetos efetuados pelas pessoas deve ser calcada no compromisso mútuo. O comprometimento com as realizações deve ser compartilhado entre o coach e o indivíduo, uma vez que é imprescindível uma condução adequada nos projetos, bem como uma definição clara daquilo que é possível fazer.

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30Orientar as pessoas - o coach analisa, juntamente com as pessoas, as situações que interferem na condução dos projetos e redireciona os planos de ação sempre que necessário. O direcionamento das estratégias para a obtenção dos objetivos estabelecidos faz com que o coach oriente para o melhor caminho a seguir, tanto com relação ao desenvolvimento técnico necessário para o desempenho das atividades, quanto com relação ao comportamento eficaz para atender às necessidades do projeto. Nesse caso, terá que desenvolver algumas habilidades próprias para levar adiante os objetivos pretendidos, como determinação, paciência e persuasão. As pessoas, quando passam por um processo de mudança, naturalmente tendem a resistir a um novo paradigma, por inúmeros motivos. O principal deles é o desconhecido, que afeta a rotina já estabelecida, e o aprendizado de coisas novas, que poderá interferir em sua .zona de conforto e na acomodação a uma situação já conhecida. O coach precisa ter argumentações persuasivas que direcionem para a aceitação de novos paradigmas, diminuindo resistências e conduzindo esforços para que um novo modelo possa ser desenvolvido e implementado, de acordo com os objetivos traçados.

Saber reter talentos - o maior desafio das organizações é gerir seu capital intelectual, criando condições para o seu constante desenvolvimento. O coach pode ajudar as pessoas na obtenção de novos conhecimentos, no desenvolvimento de novas habilidades e na busca do aprendizado constante. Assim, surgem os talentos que precisam ser mantidos na empresa para contribuir para as novas formas de trabalho e promover resultados competitivos no mercado. O coach pode estimular a trajetória do profissional, reforçando positivamente os comportamentos desejados e estimulando cada vez mais a busca da aplicabilidade de seus conhecimentos” (2002, p. 37-38) .

Artur Diniz (http://www.crescimentum.com.br) destaca oito

características para líderes do futuro, a saber:

• Conhecer a si;

• Saber sua missão;

• Implementar sua visão de futuro sem medo;

• Conhecer seus valores e os vivenciar;

• Ser criativo;

• Ser um coaching;

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• Ter uma vida equilibrada;

• Ter integridade.

Os líderes de hoje são estimulados também a fazerem seus seguidores

se fazerem perguntas tais como: Quem sou eu? Qual a minha razão de ser?

Qual meu propósito de vida? Quais meus talentos e qualidades? Como fazer

esses talentos e qualidades transformarem meus valores pessoais em

realizações concretas na minha vida?

Tudo que o líder faz tem efeito sobre os liderados, assim para ser

eficaz essa habilidade deve ser naturalmente desenvolvida de forma não

permitida, mas conscientemente, demonstrada através de ações. As teorias no

âmbito da liderança e do relacionamento humano têm agregado muito no

campo dos sistemas organizacionais.

O empreendedor do século XXI é capaz de ver no presente sinal de

futuro, antecipa problemas, situações críticas e como solucioná-las.

Hunter (2006) trouxe uma nova tendência de liderança que surgiu

apenas há alguns anos e vem ganhando espaço a cada dia nas organizações.

Acredita-se que a liderança servidora será a mais utilizada nas próximas

décadas. Esse tipo de liderança baseia-se na teoria de que liderar significa

servir. O autor define liderança como a sua capacidade de influenciar as

pessoas a agir. Ele cita Jesus Cristo como um grande líder porque ele era

capaz de fazer com que as pessoas o seguissem por livre e espontânea

vontade e isso significa exercer a liderança através da autoridade e não do

poder. Quando você usa o poder, você obriga as pessoas a fazerem a sua

vontade, por conta da posição que você ocupa. Quando usa a autoridade, as

pessoas fazem o que você quer de boa vontade, por sua influência pessoal.

Esse é o único meio de contar com o coração, a mente e o espírito dos

profissionais.

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32 A verdadeira liderança no século XXI requer que o líder doe-se para

que mantenha um relacionamento saudável com seus liderados, clientes,

parceiros, acionistas e fornecedores. Neste novo século é necessário romper

de vez com os antigos métodos que ficaram no passado e adotar um novo

ângulo para as práticas gerenciais irem ao encontro de um modelo de gestão

que traga mais resultados para a organização e colaboradores associados a

ela. Esse processo de transformação leva tempo, pois muitas das vezes

investimento em pessoas, dedicação e disciplina não acontecem da noite para

o dia.

Enquanto os líderes não decidirem mudar sua forma de trabalho

melhorando seus atos e ações assumindo liberdade pessoal e liberdades de

crescimento irão permanecer os velhos estilos de liderança.

Uma característica do líder moderno não é a capacidade de mandar e

sim a capacidade de servir e, a partir da força dessa atitude exemplar, causar

comportamento semelhante em seus seguidores.

Hunter (2006) afirma que a maior dificuldade que o líder enfrenta para

aprender a amar e a servir é vencer o ego, pois isso atrapalha muito. É uma

questão de escolha, pois não se pode ser um líder que só serve a si mesmo,

mas segundo o autor, isso está mudando. Ele relata que pensou muito antes

de incluir a palavra amor no seu modelo de liderança servidora, nós

associamos amor a sentimento, mas o verdadeiro amor significa servir ao outro

espontaneamente, servir o outro e ajudá-lo a se tornar o melhor que ele pode

ser. Esse é o grande teste da liderança. Quando as pessoas partem, elas estão

melhores do que quando chegaram? Elas cresceram? Se desenvolveram? São

profissionais melhores? Ajudá-las a fazer isso exige amor - o que não significa

ser bonzinho. Algumas vezes, amar significa "abraçar". Em outras, "bater".

Além da postura do servidor, também é esperado do líder do futuro:

responsabilidade, postura de facilitador; parcerias, preocupação

socioambiental, criatividade, estímulo à liderança nos outros.

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33Cabe ao líder desenvolver competências que interfiram nos resultados

e que provoque um olhar que vá além dos lucros que a empresa venha obter;

mas que aponte uma liderança moderna que seja capaz de inspirar e capacitar

pessoas para que todos os membros da empresa trabalhem em conjunto. Por

isso neste século muitas empresas estão investindo em programas para

desenvolvimento de líderes.

A capacitação de líderes gera benefícios para os gestores como a

melhoria no desempenho, melhoria de autoestima e autoimagem. Para a

empresa - eficácia na eficiência dos processos. Para as equipes - chefias

melhores e bem preparadas. Para clientes e fornecedores - equipes satisfeitas.

Relata Graça Guerra em entrevista ao site (www.rh.com.br).

Enfim, liderar neste novo século, segundo Vianna envolve as seguintes

características:

”· Visão Estratégica: é evidente que o caminho a ser escolhido deverá ser dotado de um rumo estratégico correto. São inúmeros os casos de conhecidos líderes carismáticos que levaram suas empresas e equipes à falência;

· O Profeta da Mudança: Um líder destes novos tempos deve ser um profundo aprendiz, estudioso e conhecedor do ambiente estratégico no qual sua equipe e organização estejam inseridos. Transpondo os limites vigentes, o novo profissional deverá compartilhar este conhecimento com seus liderados de forma madura e profunda.

· Instigador de Mutantes: sua função seguinte é persuadir, instigar e cutucar seus liderados nos limites da obsessão para que eles também sejam amigos, partícipes e implementadores de processos modificadores flexíveis. O lema de sua equipe será: “Existirão dois tipos de empresa em 2020 – as que mudaram e as que desapareceram”.

· Criação de Unidade da Missão: além do carisma, já comentado, a energia transformadora dos liderados deverá receber o importante combustível do diálogo no nível da excelência. Esse processo passa pela definição estratégica da “Razão de Ser da Equipe”, e de forma complementar em efetivo sistema de comunicação e acompanhamento.

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34· Negociação dos Desafios: papel importante do novo líder é estabelecer os pontos de avanço de sua equipe, compartilhar com ela formalmente – se possível através da negociação de contrato de gestão - os desafios a serem conquistados e até ultrapassados.

· Multiplicador de Inteligências: um líder efetivo deve ter consciência de que o QI grupal de seu time deverá ser muito maior do que a soma dos QI´s individuais. Por isto mesmo, a maximização da integração e a minimização dos conflitos destrutivos farão parte intrínseca do seu rol de atribuições.

· Assertividade: nada disso adiantará se o líder não tiver persistência no limite da obsessão para implementar idéias e conceitos. Sua energia de “fazer acontecer”, sua força de empuxo para que outros também façam, deverá ser prioridade permanente.

· Conselheiro Amigo: o líder desses novos tempos deverá tratar sua equipe como seres humanos, entendendo-os profundamente em sua estrutura psicológica, operando, em verdade como um tutor. Deverá haver entendimento natural sobre as dificuldades que as pessoas apresentam ao lidar com o momento de turbulência e incerteza.

· Amar o que faz: o líder do século deste século será aquele que conseguir passar a crença, o comprometimento, a energia e a paixão por aquilo que faz. O amor pelo trabalho será o combustível necessário às suas atividades profissionais. Se não convencer pela emoção ele poderá então racionalizar e divulgar por meio das palavras: “Só amando o que você faz, você fará tão bem feito a ponto de vencer os desafios e a competitividade desses tempos”” (http://www.rh-lf.com.br).

A liderança hoje é exercida com grande mérito. Os executivos do

século XXI além de criativos são abertos a novas culturas e com originalidade

precisam se adequar às demandas do mercado atual. Para o novo líder não é

necessário ser especialista, mas sim estrategista para absorver conhecimentos

e avançar. Não basta somente o conhecimento técnico, mas sim potencial

para manter sua equipe integrada promovendo o diálogo e a comunicação.

Realmente, é preciso que se tenha de liderança em todos os níveis da

organização, porque a falta dela pode acarretar em uma ausência de visão

para o futuro. Claro que os que ocupam cargos de liderança não decidem tudo

por si só. Fazem parte de um sistema de integração que conta com a política

administrativa além das condições de meio ambiente e estrutura, com a

natureza das atividades do clima organizacional e também com os objetivos e

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35características dos liderados. Todos esses fatores incluídos dinamicamente

juntos passaram a elaborar a cultura da organização.

Diante de tantas demandas ser um líder neste século é um trabalho

árduo e ao mesmo tempo desafiante para qualquer gestor, pois o mesmo terá

que ter habilidades técnicas, humanas e conceituais além de competências

gerencias para conhecer e usufruir das ferramentas utilizadas no mercado de

trabalho atual, sabendo como irá aplicá-las internamente na organização.

Dentre essas ferramentas podemos destacar cursos de capacitação e

treinamento, palestras, benchmarking, avaliação e feedback.

A reestruturação das organizações no século XXI foi imprescindível

para que empresas optassem por mais qualidade em seus serviços,

sobrevivendo à competitividade e garantindo a sustentabilidade no mundo

globalizado. As características e competências necessárias de um líder ético

que age com estratégia de inovação, que faz com que essa realidade seja

constante. O líder também apresenta uma liderança sustentada por uma

gestão participativa voltada para todos os níveis de relacionamento da

empresa, seja ele interno ou externo. No desenvolvimento das atividades a

serem exercidas pelos liderados, mobilizam um conjunto de capacidades

comunicativas e partilham informações e metodologia que facilitam o

gerenciamento do pessoal; inclusive auxilia no processo de geração da

motivação dos colaboradores para que almejem novas metas sejam elas

crescimento profissional, anseios pessoais ou planejamento de aumento da

remuneração. Esses novos líderes têm como objetivo treinar a equipe para

desenvolver uma visão clara dos componentes intrínsecos do relacionamento

de ambas as partes sejam líderes ou liderados.

As organizações funcionam como um sistema de processamento que

devem se adaptar ao mercado para não deixarem de existir. Para líderes que

não têm visão, as mudanças surgem como um ataque fora de controle que

podem levar grandes empresas ao fracasso, por isso há uma necessidade de

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36renovação com qualidade total e desenvolvimento geral se tornando uma

vantagem sobre a concorrência.

A empresa da nova era busca líderes com a visão de gestão de

competências, onde seus profissionais podem desenvolver seus estudos a

respeito de conhecimento técnico e comportamental e poder para interpretar as

mudanças as mudanças ocorridas nas organizações.

Durante o século XXI a liderança foi implantada não para avaliação da

performance dos liderados ou para detectar fatores negativos, mas sim visando

ao desenvolvimento pessoal, valorizando a pessoa como individuo e não como

uma maquina de produção. Foram feitas codificações para que levassem as

organizações a um método eficiente de trabalho que antes visava somente a

controlar os empregados. Nos dias atuais, houve a necessidade de uma

liderança com iniciativa, benevolência, equidade e espírito de união que gera

harmonia entre aspectos humanos e técnicos voltados ao empregado.

Vimos que a liderança é capaz de impulsionar a produtividade à

medida que promove ações que levem os funcionários a produzirem mais e

melhor, pois a liderança pode atuar na motivação, na melhoria das relações

interpessoais e do clima organizacional.

A capacidade e a qualidade de liderança exercida neste século são

elementos chaves que irão definir o destino das organizações no mundo

globalizado. Os processos da liderança deverão seguir caminhos lógicos e

fluentes para a concretização dos ideais a serem alcançados no contexto

organizacional. As organizações que desejam ser bem-sucedidas, não podem

deixar de considerar a importância e a eficácia da liderança nos dias de hoje.

A liderança tornou-se uma ferramenta eficaz da atualidade para que as

organizações consigam influenciar seus liderados a produzirem mais satisfeitos

com a organização visando a alcançar os objetivos traçados para o bem

comum e assim, todos ganham e a organização não somente consegue

manter-se num mercado tão competitivo, bem como se desenvolver e crescer.

Page 37: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATU … · um, a fim de oportunizar aos seus liderados a enfrentar novos desafios, motivando e estimulando-os a contribuírem para o

37Em razão de um conjunto de transformações que o dia-a-dia nos

apresenta, com constantes mudanças contínuas, as empresas são

continuamente, postas em cheque, e a única forma de enfrentar esses

desafios, será uma nova forma de liderança capaz de revitalizar as empresas

para enfrentar os competidores. Os gestores que ainda não acordaram para

essa realidade e continuam apenas exercendo o poder sem desenvolver sua

liderança, precisam repensar urgentemente seu estilo de gestão, caso

contrário, podem ficar ultrapassados e surgir outros gestores em seus lugares

que tenham habilidade para influenciar seus liderados ao invés simplesmente

de ditar regras.

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CONCLUSÃO

Diante do exposto ao longo deste trabalho, concluímos que a liderança

no contexto organizacional é o fator de sucesso que faz com que líderes se

voltem para a busca de desenvolvimento de suas competências com uma

perfeita integração entre desenvolvimento e potencial. Promovendo assim, a

satisfação de quem quer que entre nesse circuito de sucesso, onde líderes

motivam a equipe, atravessando as relações de forma que se possa haver um

contato horizontal de comunicação no ambiente interno de trabalho. Neste

novo contexto, as pessoas deixam de ser recursos e passam a participar

ativamente no processo de evolução da empresa.

Muitas empresas atualmente têm se preocupado com a motivação de

seus colaboradores e pelo o que isso representa em nível de resultados para a

organização, sejam positivos ou negativos. No século XXI podemos ver que o

líder trata de desenvolver as competências e potencialidades de seus liderados

aplicando a liderança como um verdadeiro coach. Podemos verificar também

que a liderança se tornou a peça chave para o sucesso da organização, pois

ela que define que caminho a organização irá traçar ou quais horizontes irá

alcançar para se manter em constante evolução nesse novo mercado

globalizado.

A liderança nas organizações passou a ser adotada como uma

ferramenta que propicia experiências e trocas permitindo a interação da equipe,

possibilitando a resolução de problemas e dificuldades que venham surgir no

ambiente de trabalho. O líder se tornou uma peça chave que pode promover

transformações significativas para a inovação das formas de planejamento

estratégico da empresa, trazendo maiores resultados. Com isso, surgiu a

necessidade do líder se capacitar cada vez mais atingindo a qualidade total de

liderança, fazendo dessa forma com que empresas alcancem o sucesso

duradouro e vençam a concorrência acirrada, encontrando a sustentabilidade

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39em um mundo em constante evolução. Assim, o verdadeiro líder tira proveito

dessa ferramenta para motivar e influenciar os seus liderados conseguindo

alcançar o melhor resultado, obtendo satisfação plena. Fazendo com que seus

liderados estejam sempre satisfeitos com o clima organizacional,

transformando o seu jeito de liderar em uma liderança do servir, onde busca

atender as reais necessidades de seus liderados.

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