Upload
vankiet
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PEDAGOGIA EMPRESARIAL
Benefícios e Resultados da Qualidade de Vida no Trabalho
Por: Luciana Machado dos Santos
Orientadora
Profa Mary Sue
Rio de Janeiro
2003
ii
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PEDAGOGIA EMPRESARIAL
Benefícios e Resultados da Qualidade de Vida no Trabalho
Apresentação de monografia à Universidade Cândido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia
Empresarial.
Por: Luciana Machado dos Santos
iii
AGRADECIMENTO
Agradeço ao meu marido Álvaro
que me apoiou para realizar a
Pós-Graduação em Pedagogia
Empresarial.
iv
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu marido Álvaro,
aos meus familiares dos quais recebi total
incentivo e ao Sr. José Jorge da Silva Marques,
presidente da CIPA do BNDES, que muito me
ajudou na realização dessa pesquisa.
v
RESUMO
Atualmente as empresas estão despertando para o fato de que o seu maior
diferencial é o seu capital humano. O bem estar e o desempenho de seus
colaboradores serão também os da empresa.
Seguindo-se esta idéia foram levantados diversos fatores que interferem na
Qualidade de Vida (QV) dos colaboradores nas empresas e foram buscados
exemplos de empresas que atuam diretamente na melhoria desta qualidade.
O resultado observado foi que os investimentos feitos na qualidade de vida de seus
funcionários oferecem resultados na redução de gastos com assistência médica,
menos faltas ao trabalho e funcionários mais satisfeitos, sendo todos unânimes em
afirmar que os efeitos são sempre positivos.
vi
SUMÁRIO
Introdução .............................................................................................................. 1
Objetivo e Desenvolvimento deste Estudo ................................................ 3
1 - Fatores que Interferem na QVT .............................................................. 4
2 - Qualidade de Vida nas Empresas........................................................ 10
3 - Conclusões.................................................................................................... 28
4 - Bibliografia Consultada............................................................................. 29
Índice de Textos................................................................................................. 31
Folha de Avaliação............................................................................................ 32
1
INTRODUÇÃO
Até a década de 30 o ser humano era visto profissionalmente apenas como uma
máquina. Surgiu, em oposição, na década de 30, a Escola das Relações Humanas
que lançou as bases para o que hoje se entende como movimento de Qualidade de
Vida no Trabalho (QVT). Sua relevância foi, principalmente, apresentar a
importância do ser humano ser respeitado em seus aspectos físicos, orgânicos,
mentais e sociais.
Nos anos 50 surgiram as tentativas de se resgatar o trabalho mais digno, mais
humano, equilibrando isto com uma melhor organização técnica.
No período que se seguiu, houve uma maior reflexão sobre os aspectos
motivacionais no trabalho.
Já na década de 70, na França, foi aprovada sob forma de lei, a obrigatoriedade de
todas as organizações desenvolverem um planejamento que visasse a melhoria da
"Qualidade de Vida no Trabalho". Nesta época, desenvolveu-se a idéia de que as
necessidades e as aspirações humanas também são parte da "responsabilidade
social do empregador".
Na década de 80, o ponto central dos estudos versou sobre a necessidade de uma
maior participação do empregado nas decisões da organização.
O período desde a década de 90, está sendo marcado pela necessidade de se ir
além dos cuidados com o empregado dentro da empresa, mas da abrangência dos
cuidados e das orientações para com a saúde geral destes, e dos seus familiares
também. As organizações começam a entender que a "Qualidade de Vida no
Trabalho" não pode ser dissociada da "Qualidade de Vida" do ser humano como um
todo .
Com o processo de urbanização e desenvolvimento das comunidades, muitos
benefícios à saúde foram conseguidos, como o maior controle de doenças infecto-
contagiosas e de fatores da natureza que ameaçavam a integridade física.
Entretanto, vários hábitos que foram adquiridos com este estilo de vida moderno,
2
têm proporcionado efeitos negativos à saúde. Algumas características das
mudanças ocorridas no estilo de vida das sociedades urbanas e industrializadas
incluem:
(a) vida mais sedentária;
(b) excesso de peso;
(c) alimentação pobre em alimentos integrais e rica em alimentos industrializados
(refinados, hipercalóricos e com pouca qualidade nutricional);
(d) Poluição e contaminação ambiental;
(e) Maior competitividade e necessidade de atualização devido a um crescente
número de informações do meio e
(f) Maior envolvimento social e maior exposição à violência.
O estresse é considerado uma grande fonte moderna de risco à saúde. Alguns tipos
de estresse muito comuns atualmente são o estresse do trabalho e o estresse por
isolamento social.
Segundo estudos realizados, os trabalhadores do “chão de fábrica” (operários,
operadores de máquinas, mecânicos) apresentam maiores índices de doenças do
que os profissionais de escritório, devido aos maiores índices de estresse
apresentados por este grupo. Alguns dos fatores que contribuem para esta situação
são o trabalho monótono e o maior número de desempregos neste grupo. Outro
fator diz respeito aos recursos para resistência aos fatores estressores, os quais
incluem dinheiro e conhecimento - quanto mais conhecimentos a pessoa tiver e
maiores forem os seus recursos financeiros, maiores são as suas chances de
manejar os estresses negativos da vida.
Outro fator causador de riscos para a saúde é o sedentarismo. A vida moderna
propicia pouca ou nenhuma oportunidade para o envolvimento em atividades físicas;
no trabalho exige-se cada vez mais capacidade intelectual e decisão diante de
equipamentos informatizados e automatizados e menor atividade muscular.
3
OBJETIVO E DESENVOLVIMENTO DESTE ESTUDO
O tema por mim escolhido surgiu na ânsia de descobrir o que se tem feito, e ainda
se pode fazer, para que o trabalho seja um ambiente de prazer e não de estresse.
Sabemos que muitas pessoas adquirem doenças devido a vários problemas que
podem ser amenizados e até evitados com a implantação de um sistema de
Qualidade de Vida.
A meu ver , a satisfação pessoal está ligada a satisfação profissional e vice-versa.
Se estou num ambiente de trabalho em que sou valorizada e me sinto bem, com
certeza meu trabalho renderá muito mais. Coisas simples como uma massagem,,
fazer ginástica toda semana ou até uma simples caminhada podem ajudar e muito.
O objetivo deste trabalho é analisar os dados e estudos de diversas empresas em
relação à ligação entre os resultados de seus funcionários e a qualidade de vida
destes.
O estudo quer demonstrar que quanto maior é a qualidade de vida dos funcionários
de uma empresa, melhor é o desempenho destes e demonstrar o quanto as
empresas estão investindo e, em conseqüência, economizando a médio / longo
prazo com políticas de melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho.
O estudo foi realizado em cima dos relatos dos resultados das empresas
acompanhadas. Todas as informações foram obtidas em informes proporcionados
pelas empresas nos seus sites e em publicações na área de QVT. O trabalho tem
cunho teórico.
Um dos locais onde busquei muitas informações e vi de perto o rico trabalho que
vem sendo realizado, foi na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) do
BNDES. O presidente desta CIPA, o Sr. José Jorge da Silva Marques, vem fazendo
um excelente trabalho que culminou na conquista do VII Prêmio Nacional de
Qualidade de Vida oferecido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida
(ABQV).
4
1 – FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DE VIDA
Segundo a Organização mundial de saúde, “Saúde é um estado de completo bem-
estar físico, social e mental, e não somente de ausência de doenças”.
A saúde está relacionada à pessoa como um todo (corpo, mente, espírito). Para
manter-se saudável é necessário estar bem nos 3 (três) níveis de classificação da
saúde: física, emocional e intelectual.
Diversos fatores interferem direta ou indiretamente na Qualidade de Vida das
pessoas e, em conseqüência, na saúde destas. Dentre estes destacam-se:
1.1 –ESTRESSE
O ESTRESSE é a resposta do nosso organismo a estímulos e pressões internas e
externas (do ambiente). Ele é positivo quando atingimos um alto nível de eficiência.
Muitas pessoas e organizações necessitam de um certo grau de estresse para ter
um bom desempenho. O que ocorre é que se a pressão for alta, irá gerar um grau
de tensão elevado ficando o desempenho comprometido e se a pressão for baixa ,
haverá pouca motivação. Como não podemos eliminar o estresse, devemos então
enfrentá-lo aprendendo a gerenciar os fatores que levam a ele, para com isso obter
uma harmonização necessária.
O controle do estresse é fundamental para a melhoria da qualidade de vida, estando
relacionado com maior imunidade e menor prevalência de doenças.
Dois tipos de estresse ambiental crônico parecem aumentar o risco de doenças: o
estresse do trabalho e o estresse por isolamento social.
5
Os principais fatores que causam o estresse são os seguintes:
Materiais - falta de dinheiro, dívidas, perda de emprego, alterações da renda familiar
para menos ou para mais, desafios intelectuais, transporte, trânsito...
Emocionais - perda de entes queridos, casamento, rompimento de
relacionamentos, nascimento de filhos, fortes paixões, medo do futuro.
Os sintomas e os sinais característicos de um quadro de ESTRESSE são:
- apatia/depressão
- aumento de transpiração
- tontura ou palpitações
- cansaço e falta de energia
- dificuldades sexuais
- problemas de memória
- tensão muscular e dores nas costas
- irritabilidade
- mãos frias
- perda de apetite
- ansiedade
- insônia
- boca seca
6
1.2 - SEDENTARISMO
A vida moderna propicia pouca ou nenhuma oportunidade para o envolvimento em
atividades físicas; no trabalho exige-se cada vez mais capacidade intelectual e
decisão diante de equipamentos informatizados e automatizados e menor atividade
muscular. O fato da população não estar envolvida em trabalhos ativos fisicamente
não traria tantas conseqüências, se o lazer não fosse também sedentário e o dia-a -
dia cheio de comportamentos agressivos ou danosos à saúde.
Existem vários estudos clássicos relacionando o sedentarismo e as doenças
crônico-degenerativas. O aspecto que chamou a atenção destes estudiosos foi que
havia menor prevalência de doenças cardiovasculares entre os trabalhadores cuja
ocupação envolvia maior atividade física do que mental.
1.3 – ATIVIDADES FÍSICAS
Os exercícios físicos aumentam a disposição, pois provocam descargas de
substâncias como endorfinas que funcionam como analgésicos naturais e diminuem
dores nas pernas, nos músculos, favorecendo um bem-estar ao organismo.
Devido ao problema do sedentarismo exposto no item anterior, a população não
está, a princípio, pré-disposta a desenvolver atividades físicas. O processo de
mudança de comportamento que é necessário para que um indivíduo adquira o
hábito de se exercitar, ocorre em estágios: Pré-contemplação, contemplação, ação e
manutenção. Os indivíduos, hipoteticamente, movem-se através destes estágios,
para frente e para trás, possivelmente desistindo por algum tempo de qualquer
investimento, até adquirir um padrão estável de comportamento.
O conhecimento sobre a prática adequada de atividades físicas pode ser um fator
importante para os primeiros estágios da adoção de exercícios, mas outros fatores
parecem interferir mais na sua manutenção, como a importância que os indivíduos
conferem a este fator. Uma grande pesquisa canadense, o Canadá Fitness Survey,
de 1984, obteve que a maioria dos respondentes, de idades acima de 35 anos,
7
considera outros comportamentos relacionados à saúde, tal como dieta saudável e
descanso adequado, como sendo mais importantes para a sua saúde do que a
prática regular de atividades físicas (Lee, 1993).
As pesquisas apontam para alguma efetividade nas estratégias para o incentivo às
mudanças de comportamento, pelo menos por algum tempo e principalmente
naquelas pessoas que já estão praticando alguma mudança em seu jeito de viver,
no entanto, elas falham em descobrir o que motiva os indiferentes adultos,
sedentários, que seriam os mais beneficiados.
Uma caminhada ligeira, entre outras atividades físicas, pode também reduzir ou até
eliminar sintomas de depressão. A liberação natural de endorfinas na circulação e no
cérebro, ativa o sistema nervoso neutralizando a depressão. Hoje já se sabe que
caminhar apenas 15 minutos por dia fora de casa, ao ar livre é um verdadeiro
antídoto contra a depressão.
1.4 – BOM HUMOR
Não fumar, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercício físico, todos
sabemos, são fatores-chave para viver mais e melhor. Mas agora a medicina está
estudando a importância do bom humor e dos sentimentos positivos na prevenção
de determinadas doenças e como fatores de recuperação. Pesquisas recentes
comprovam que as gargalhadas protegem o coração, aliviam o stress, fortalecem o
sistema imunológico, facilitam a digestão e “limpam” os pulmões.
Os benefícios do riso
Por se tratar da expressão mais explícita do bom humor e da positividade, o riso tem
sido o principal objeto da maioria destes estudos, além de que a sua interferência no
funcionamento do corpo é mais fácil de ser avaliada.
O psiquiatra americano William Fry, da Universidade de Stanford, afirma: “Quando
rimos, rimos com o corpo todo”, e por isso libertamos menos hormônios associados
ao stress, como cortisol e adrenalina. A liberação, em excesso, dessas substâncias
8
enfraquece as defesas do organismo e aumenta a pressão arterial, predispondo o
indivíduo ao desenvolvimento de infecções ou até mesmo a sofrer um enfarte.
Lee Berk, patologista e diretor do Centro de Neuro-Imunologia da Universidade de
Loma Linda, na Califórnia, levou a cabo um estudo sobre os benefícios do bom
humor para a saúde do coração. Durante um ano, Berk e a sua equipe
acompanharam 100 homens que já tinham sido vítimas de enfarte, controlando
diariamente a pressão arterial, as taxas de adrenalina e as doses de medicamentos
de cada um deles. Dividiram os pacientes em dois grupos, um dos quais era
obrigado a assistir diariamente a uma comédia televisiva durante meia hora. O
resultado foi surpreendente: os que foram submetidos às sessões de gargalhadas
sofreram menos episódios de arritmia, baixaram a pressão arterial e tiveram de
tomar menos remédios contra a angina de peito. A recorrência de enfarte no grupo
dos que assistiam à comédia foi de 8%. No outro grupo, de 42%.
A Fisiologia do bom humor
Quando soltamos uma boa gargalhada, nem imaginamos de que forma estamos a
ajudar o nosso organismo. Os impactos que os risos provocam no corpo humano
são:
- Coração
O ritmo cardíaco acelera. Em alguns casos, os batimentos podem atingir 120
pulsações por minuto — em repouso, o coração tende a bater, em média, 70 vezes
por minuto. Quando a pulsação aumenta, existe mais sangue a circular pelo
organismo, o que provoca uma maior oxigenação dos tecidos.
9
– Pulmões
Durante uma gargalhada, a absorção de oxigênio pelos pulmões aumenta. A
inalação de ar é mais profunda e a expiração mais forte. Com a maior ventilação
pulmonar, o excesso de dióxido de carbono e vapores residuais é eliminado,
promovendo uma «limpeza».
- Músculos abdominais
Os músculos mais trabalhados durante uma gargalhada são os abdominais. Os
movimentos funcionam como uma espécie de massagem para o sistema
gastrintestinal, melhorando a digestão.
- Vasos sanguíneos
Com o maior bombeamento de sangue promovido pelo coração, os vasos
sanguíneos dilatam-se, originando uma redução da pressão arterial.
- Sistema imunológico
Durante a gargalhada, os níveis de hormônios do stress baixam. Com menos cortisol
e adrenalina a circularem no organismo, o sistema imunológico fortalece-se.
Produzidas nos gânglios linfáticos e na medula óssea, as células de defesa do
organismo não só aumentam em quantidade como também se tornam mais ativas.
10
2 – Qualidade de Vida nas Empresas
O tema QVT está conquistando o mundo corporativo, que vem se tornando mais
consciente sobre a importância de uma força de trabalho saudável e sobre a
necessidade de cuidar melhor das pessoas.
Algumas empresas vêm investindo em campanhas de esclarecimento, programas de
mudanças de hábitos de vida e na construção e manutenção de espaços para
atividades físicas para seus funcionários e familiares, no entanto, a longo prazo,
estes gastos são comprovadamente compensados, pois as pessoas que têm um
estilo de vida mais saudável ficam menos doentes e, se ficam doentes, levam menos
tempo para se recuperar.
As pesquisas demonstram que investir em programas de atividade física e mudança
de hábitos reduz sensivelmente os custos com seguro e assistência médica e as
faltas ao trabalho. A Gillette, por exemplo, refere ter obtido uma relação custo-
benefício de 1/2,5 $, ou seja: para cada dólar investido nos programas de prevenção
e promoção da saúde, foi reduzido o custo com saúde dos funcionários em 2,5
dólares.
Isto explica, em parte, o grande interesse atual das empresas em investir em planos
de prevenção, pois prevenir significa gastar bem menos. A outra parte, é explicada
pela própria sociedade, que hoje reivindica mais e melhores condições de vida e de
trabalho.
11
2.1 - Coca-cola
Segundo a Dra. Mônica Vieira, Gerente de Saúde da Divisão Brasil dessa empresa
global, com a sede no Rio de Janeiro, a companhia implantou um programa de
qualidade de vida e promoção de saúde porque, em um cenário de mudanças
constantes, os colaboradores precisam estar preparados para enfrentar, da melhor
maneira possível, as diferentes situações e os desafios que se apresentam. Nesse
sentido, o programa é, certamente, uma importante ferramenta para cada um atingir
sua melhor condição. O PQV da Coca-Cola foi implantado gradativamente. A
filosofia do programa foi construída a partir de quatro eixos básicos: o social, o
psicológico, o laboral e o de higidez.
Hoje, o colaborador da Coca-Cola pode contar com uma série de benefícios: desde
o reembolso de preservativos até o atendimento do profissional médico da própria
companhia em situações de emergência a qualquer hora do dia ou da noite. Ele
pode se exercitar no Fitness Center da empresa, receber orientação e
aconselhamento pessoal por profissionais especializados e participar de atividades
externas – como uma descida de rafting pelo rio Paraibuna, por exemplo – ou
assistir palestras do Vigilantes do Peso. Por outro lado, o programa procura apoiar e
estimular iniciativas de outras áreas, como a adoção de horário flexível; o uso de
trajes mais informais; a instituição de uma tarde de sexta-feira livre por mês no
verão; a restrição total ao fumo nos escritórios, ou seja, ações que efetivamente
contribuam com a melhoria da qualidade de vida.
O Fitness Center é um referencial importante da companhia. É operado pela
Fisilabor e a taxa de adesão ultrapassou 40% do total de funcionários. Oferece
instalações e equipamentos de primeira linha e uma programação variada e
motivante, buscando atender às necessidades e limitações individuais. A empresa
procura de várias formas estimular a adesão ao Fitness Center.
A Coca-Cola já contava com uma política de benefícios bem acima da média do
mercado. Com a chegada do novo diretor de Recursos Humanos, Pedro Gomes,
12
decidiu-se pela efetiva implantação de um Programa de Qualidade de Vida, que
pudesse englobar todas as iniciativas existentes e integrá-las a outras, formando um
programa. "Procuramos manter divulgação permanente das atividades, criando
atrativos e ampliando a oferta para atender aos interesses e à variedade do nosso
público. A adesão é maciça.
O programa Fitness da Coca-Cola é acompanhado por projetos paralelos de saúde,
como uma alimentação balanceada para as refeições da empresa elaboradas por
nutricionistas, sauna para uso misto e de torneios de vôlei, squash, tênis e futsal. O
Fitness Center foi tão bem sucedido que implantou-se uma variação nas demais
regiões brasileiras em que a Coca-Cola está sediada. “Naturalmente, não é possível
manter um Fitness Center em cada filial, por isso foram realizados convênios com
academias para atender à demanda cada vez maior" informa a Dra. Mônica.
Existe uma preocupação da companhia em escolher criteriosamente os
estabelecimentos conveniados, de modo a oferecer serviços de elevada qualidade e
condições compatíveis com os padrões exigidos pela empresa. Um referencial
significativo é o uso do plano médico. Com o Projeto Qualidade de Vida cria-se um
novo tipo de mentalidade, mais voltado para o bem-estar e para a preocupação com
a saúde. As metas são reduzir o número de patologias e os problemas provocados
pelo stress, desenvolver hábitos de prevenção de doenças e estimular práticas de
aconselhamento e orientação.
A multinacional aferiu que cada dólar investido no programa de medicina preventiva
e qualidade de vida dos funcionários representa uma economia de quatro dólares
em despesas de assistência médica.
13
2.2 - Shell
O objetivo do Espaço Movimento, que faz parte do programa Fórmula Vida, criado
pela Shell do Brasil em novembro de 1995 é estimular uma melhor qualidade de
vida, e com isso um menor absenteísmo.
De acordo com Cristina Pose, o interesse da empresa é melhorar a condição física
(a capacidade respiratória e a tonicidade muscular), pois são pessoas que por si só
não procurariam qualquer atividade física. "O conceito que norteia o nosso programa
é estimular no funcionário a idéia de autogestão de saúde. Assim, ele terá a
liberdade para agir com conhecimento", explica a chefe de comunicação com
empregados.
Além das atividades físicas dentro e fora da empresa, o Programa Vida da Shell
inclui a realização de palestras, a distribuição de folhetos elucidativos com relação a
alimentação e a manutenção de uma linha direta 0800 para atendimento a
problemas pessoais dos funcionários e seus familiares diretos. Através desta linha,
um grupo de psicólogos procura viabilizar problemas das mais diferentes origens,
oferecendo desde orientação até tratamento psicológico.
Ao que tudo indica, a Shell acertou no ponto fraco do mercado, no que diz respeito à
retenção de talentos. O que buscam alguns dos executivos mais cobiçados por head
hunters é justamente maior qualidade de vida. É esta uma das moedas de
negociação mais valorizadas atualmente.
Existem alguns aspectos importantes a serem analisados. O primeiro deles é a
qualidade de vida buscada por estes profissionais. Outro ponto é a consciência que
estes executivos têm de que possuem um índice de empregabilidade e, portanto,
são mais exigentes na hora de analisar uma proposta. E, finalmente, com as
recentes mudanças no mercado, a noção de que ninguém é profissional de uma
empresa, mas está profissional de determinada corporação, é cada vez mais sólida.
14
2.3 - Xerox do Brasil
A Xerox do Brasil fez uma parceria com a Associação dos Empregados da Xerox
(AEX) para criar o projeto Qualidade de Vida. Dora Figueiredo, diretora dos fundos
de pensão São Rafael e vice-presidente da AEX, conta que a empresa possui uma
completa academia de ginástica, cujo custo inicial foi de R$ 39 mil.
Segundo o médico Basile Polyogopoulos, clínico geral da empresa, não há registros
oficias sobre absenteísmo ou licenças médicas. Ele garante que o projeto Qualidade
de Vida, junto com a Semana da saúde, realizada anualmente, tem ajudado a
controlar a saúde e a produtividade dos funcionários. "Os resultados dos exames
são imediatos, e isto atrai o empregado", complementa.
Ele afirma que, de 96 para 97, conseguiu reduzir a incidência de gripe em 80% por
conta das vacinas e da política de prevenção. A taxa de fumantes também vem
diminuindo. Em 96, 25% dos empregados eram tabagistas; no ano seguinte esta
taxa caiu para 19% e, para 98, está prevista uma redução ainda maior. "Muitos
funcionários fizeram tratamento com laser para largar o cigarro. Isto é uma grande
vitória".
"Este projeto é interessante, importante e positivo", avalia.
Desde a sua criação, em 1992, o Prêmio Nacional da Qualidade foi concedido nas
categorias do mercado competitivo a algumas empresas, dentre elas a Xerox do
Brasil:
• 1992 - IBM - Unidade Sumaré (Manufaturas)
• 1993 - Xerox do Brasil (Manufaturas)
• 1994 - Citibank - Unidade Global Consumer Bank (Prestadoras de Serviços)
• 1995 - Serasa Centralização de Serviços dos Bancos (Prestadoras de
Serviços)
• 1996 - Alcoa - Unidade Poços de Caldas (Manufaturas)
15
• 1997 - Citibank Corporate Banking (Prestadoras de Serviços)
Copesul - Companhia Petroquímica do Sul (Manufaturas)
WEG Motores Ltda (Manufaturas)
• 1998 - Siemens - Divisão Telecomunicações (Manufaturas)
• 1999 - Caterpillar Brasil Ltda (Manufaturas)
Cetrel S/A - Empresa de Proteção Ambiental (Médias Empresas)
Elevadores Atlas S/A (finalista na categoria Manufaturas)
• 2000 - SERASA - Centralização de Serviços dos Bancos S/A (Grande
Empresas)
• 2001 - Bahia Sul Celulose S/A (Grandes Empresas)
• 2002 - Gerdau Aços Finos Piratinia (Grandes Empresas)
Politeno Indústria e Comércio S/A, (Médias Empresas).
16
2.4 – Ipiranga
Os funcionários da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga podem se exercitar
em esteiras, bicicletas ergométricas... numa academia dentro da empresa.
Resultado: diretores, gerentes, boys e estagiários economizam tempo e dinheiro
malhando sem sair do local de trabalho.
Para esta nova empreitada da lpiranga foram investidos R$ 500 mil. A idéia foi
lançada por integrantes do programa de recursos humanos. "Um funcionário
saudável rende muito mais. Trabalha bem disposto", explica Fernando Guimarães,
gerente-geral de Recursos Humanos. "Toda empresa que investe no bem-estar dos
funcionários reduz consideravelmente os custos médicos". A próxima meta é
instaurar entre os funcionários um programa de técnicas de relaxamento. Não à toa.
Foi o item mais votado em uma pesquisa interna.
A ginástica começa cedo, as 6h15min, supervisionada por uma professora de
educação física e dois estagiários. Para malhar na academia é preciso o aval de
uma junta médica formada por cardiologistas e nutricionistas que pedem ao
candidato a atleta uma batelada de exames e avaliações. Só depois é dado o sinal
verde. Os exercícios também são acompanhados de perto pelo computador. "Onze
máquinas são ligadas a computadores que reduzem automaticamente a velocidade
se a pessoa ultrapassar seus limites.
Esta não é a primeira academia da Ipiranga. Uma outra funcionou em 1997, porém,
segundo Guimarães, de forma precária. Por isso, a empresa resolveu investir em um
novo lugar destinado ao cuidado com o corpo e com a saúde este ano. Além da
academia, os funcionários podem se exercitar na quadra de esportes da empresa,
onde acontecem campeonatos de basquete, vôlei e futebol de salão.
Quando a Ipiranga surgiu, em 1937, as atividades ligadas ao petróleo no Brasil ainda
estavam começando. Assumiu-se o compromisso de criar uma empresa que se
dedicasse a esse ramo de negócio. Desde o início, era sabido que um fator para o
bom desempenho destas atividades estava localizado no relacionamento ético com
colaboradores e com a sociedade.
17
Desde o início distribui regularmente dividendos aos seus acionistas, sem preterir
aqueles que no dia-a-dia mantêm a Ipiranga fiel à sua filosofia. Hoje, a Ipiranga é
formada por uma comunidade com quase 4 mil colaboradores diretos. A empresa
estende suas ações também aos familiares e à sociedade, na forma de benefícios
diretos e indiretos estabelecidos em suas políticas de recursos humanos, de
comunicação e de ações sociais e culturais. Não poderia agir diferente, pois está
convicta de que o crescimento e o desenvolvimento de uma empresa resultam dos
princípios éticos que norteiam toda sua trajetória.
O compromisso foi sempre fator fundamental na pauta da política de relações
humanas da Ipiranga. Desde o início de suas atividades, a empresa tem em seus
colaboradores um alicerce para o seu desenvolvimento e crescimento. Já no
encerramento do primeiro ano de atividades, os dirigentes assumiram o
compromisso de distribuir uma parcela dos lucros aos funcionários, processo que se
ampliou com a implantação da participação nos resultados, que adiciona à
remuneração básica, parcela do resultado anual do desempenho da empresa.
Outros benefícios concretos, instituídos há vários anos, como as gratificações para
cada 10 anos de serviços prestados na empresa, os programas de treinamento e
capacitação, o cuidado com a saúde e o empenho em desenvolver práticas que
melhoram a qualidade de vida no trabalho, favorecem o clima coeso que caracteriza
o ambiente interno da Ipiranga e contribuem para fortalecer sua identidade
corporativa.
No que diz respeito à educação, reconhecer e formar seus próprios talentos é a
estratégia adotada pela Ipiranga para garantir a aprendizagem constante e o
desenvolvimento profissional de seus colaboradores. A diversidade dos programas
de treinamento e capacitação técnica envolve múltiplas ações sobre modernas
tendências tecnológicas e de gestão, que contribuem para elevar o padrão de
desempenho da empresa e estimular continuamente todos os colaboradores. Para
os executivos e profissionais de alto potencial, o Master EPI é uma estratégia de
desenvolvimento continuado por meio de ações especialmente formatadas para as
18
necessidades atuais e futuras dos negócios da empresa. Com essa estratégia os
participantes podem trocar experiências, reciclar conhecimentos e aprender a lidar,
na prática, com situações-problema. Um programa de estágio de abrangência
nacional envolve estudantes de diversas áreas, tanto os do 3o grau quanto os do
profissionalizante de 2o grau, na busca de um contato real com o cotidiano de uma
organização.
A Ipiranga investe também no aperfeiçoamento profissional, incentivando a
participação em cursos de pós-graduação, implantando, inclusive, cursos
específicos, como o de Varejo, desenvolvido pela Ipiranga em parceria com o Ibmec,
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais. Para aqueles do corpo funcional que
ainda não concluíram o 1o ou 2o graus, o programa de aprendizagem e cidadania,
desenvolvido desde 1996 pela Ipiranga, proporciona condições para a retomada dos
estudos fundamentais dentro do ambiente de trabalho, agregando um importante
componente, o estímulo e apoio dos colegas. Desde 1995, a educação dos filhos
dos funcionários também está contemplada na política de relacionamento da
empresa com seus colaboradores, por meio do programa de Incentivo ao
Desempenho Escolar. A cada ano letivo, estudantes de 1o e 2o graus e de cursos
superiores têm no programa o estímulo para atingir um desempenho escolar
elevado, recebendo uma justa homenagem e o reconhecimento da empresa.
A Ipiranga também se preocupa com a integração, visto que logo no primeiro ano de
atividades da Ipiranga, em 1937, o espaço para o lazer e a integração de todos já
estava garantido, com a criação do Ipiranga Atlético Clube, IAC. Poucos anos
depois, as associações dos empregados da Ipiranga, Sameisa e SEI, vieram
formalizar muitos dos benefícios oferecidos pela empresa aos seus colaboradores. A
atenção com a saúde, promovida pelos departamentos médicos ou por meio de
convênios estabelecidos, abrange todos os colaboradores e seus familiares.
Periodicamente os funcionários são submetidos a um check-up médico que objetiva
planejar ações educativas, preventivas e corretivas de manutenção da saúde. Esse
cuidado também se estende ao dia-a-dia da empresa, através dos programas
complementares que englobam orientação nutricional, prevenção e tratamento de
19
dependência química e de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente a
AIDS, além do estímulo às práticas que melhoram a qualidade de vida, como por
exemplo as desenvolvidas nas salas de ginástica instaladas nos edifícios-sede de
Porto Alegre, do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nas colônias de férias e nas
atividades recreativas periódicas há espaço para o lazer e a integração de todos,
garantindo também por meio de ações de comunicação interna. Com quase 20 anos
de circulação, a revista Nossa Gente é um canal dinâmico de comunicação para os
colaboradores e parceiros da Ipiranga, permitindo atualizar as informações sobre a
empresa e fortalecer os vínculos corporativos.
Em reconhecimento todo funcionário do grupo, ao completar dez anos de trabalho
na empresa, recebe, além da gratificação decenal, uma homenagem especial,
simbolizada por um botão de mérito. E não são poucos os colaboradores presentes
nesta galeria. Na Ipiranga a estabilidade do corpo funcional é um importante
componente da cultura da empresa. O espaço para o reconhecimento também está
reservado no "Memória Ipiranga", local especialmente construído para divulgar a
trajetória da companhia e de seus personagens, como, por exemplo, aqueles que
recebem botão de mérito. Localizado no edifício-sede de Porto Alegre, o "Memória
Ipiranga" conta com modernos recursos de multimídia e está aberto a toda a
comunidade. A Ipiranga também é reconhecida pelo mercado por seu desempenho
em diversas áreas. Vários prêmios foram conquistados ao longo desses anos, como
Profissionais do Ano, em 1997 e 1998, da Rede Globo, pela campanha publicitária
nacional; Top Ecologia, em 1998, pela Associação dos Dirigentes de Vendas e
Marketing do Brasil; entre outros.
A Ipiranga é uma organização acostumada a trabalhar em parceria e é com este
enfoque que a empresa exerce sua responsabilidade social, apoiando projetos
sociais e culturais provenientes das comunidades ao seu redor. Educação, saúde,
música, dança, cinema, literatura, artes plásticas e preservação do patrimônio
histórico são áreas nas quais a participação da Ipiranga permite estreitar seus laços
com a sociedade. Instituições e organizações voltadas para programas de
alfabetização, educação profissionalizante, ensino fundamental e de terceiro grau
20
contam com a parceria da Ipiranga em seus projetos, assim como entidades
voltadas para os atendimentos emergencial, preventivo e educativo de comunidades
carentes, crianças, adolescentes e jovens. Na área cultural, o apoio envolve projetos
de larga repercussão na sociedade, permitindo o acesso da população a
manifestações artísticas em diferentes áreas da cultura brasileira.
O espírito de cidadania da empresa também estimula muitos de seus colaboradores
para práticas solidárias, por meio do trabalho voluntário e do envolvimento em
campanhas que beneficiam comunidades e instituições.
21
2.5 - Pão de Açúcar
O Grupo Pão de Açúcar é exemplar no que diz respeito à busca da Qualidade de
Vida de seus colaboradores. Ter um estilo de vida saudável é uma atitude
extremamente valorizada nessa empresa, que desenvolveu e implantou um dos
melhores e mais bem sucedidos programas de promoção de saúde e qualidade de
vida do Brasil. Atuando no ramo de comércio varejista e sediado em São Paulo, o
Grupo Pão de Açúcar emprega o impressionante contingente de 51.000 pessoas e
cuidar bem delas faz parte de sua estratégia. Segundo João Paulo Diniz, vice-
presidente do conselho, a filosofia da empresa foi sempre de proporcionar aos
funcionários melhores condições de vida, tanto no âmbito profissional quanto no
pessoal: "Queremos, de fato, que o Grupo Pão de Açúcar seja um lugar de gente
feliz e que isso não seja apenas um slogan. O Programa Viva Melhor foi
desenvolvido para atender às cinco áreas que consideramos mais importantes para
o ser humano: convívio e integração com a família, saúde, educação, esporte e
lazer. São 30 projetos vinculados a essas cinco áreas".
Sem dúvida, o comprometimento da alta administração da empresa é um dos
principais fatores para o retumbante sucesso obtido pelo programa, que tem entre os
principais objetivos estratégicos oferecer condições para o desenvolvimento de um
estilo de vida mais saudável; manter um quadro de profissionais motivados e
produtivos; reduzir os índices de afastamento do trabalho por motivo de doença; ter
um diferencial de atratividade e retenção de bons profissionais em relação ao
mercado e fortalecer a noção de cidadania em todos os profissionais da empresa.
Hoje, todas as lojas, a sede e as centrais de distribuição possuem refeitórios com
alimentação balanceada, orientada por nutricionistas.
Nesse contexto, a academia é fundamental para a manutenção do condicionamento
físico e também do equilíbrio emocional, já que por meio do exercício são
minimizados os efeitos do stress gerado pela pressão do trabalho. Uma infra-
estrutura completa, com medicina, fisiologia, e nutrição, dá suporte aos
freqüentadores.
22
2.6 – Embratel
A Embratel é a empresa que possui a maior rede de telecomunicações à longa
distância da América Latina. Joaquim de Sousa Correia, diretor de recursos
humanos dessa empresa com 7.300 funcionários, entende que para uma
organização ser saudável necessita se preocupar em ter profissionais saudáveis.
"Foi neste sentido que desenvolvemos e implantamos o Programa Embratel de
Qualidade de Vida”. Dentre as ações do projeto Embratel de qualidade e Vida
(PEQV) destacam-se a criação de um site específico para o autogerenciamento da
qualidade de vida, com inúmeras informações sobre promoção da saúde,
atualizadas permanentemente, para utilização interna, via Intranet, e externa, para
os familiares dos empregados, via Internet; a promoção de palestras via TV-
Executiva para todos os auditórios e pontos de presença da Empresa no país; a
realização de ginástica laboral no ambiente de trabalho; a realização de sessões de
shiatsu, com agendamento eletrônico; a campanha de combate ao fumo, que
restringiu o hábito de fumar no ambiente de trabalho; a campanha de vacinação
contra a gripe, realizada anualmente e a implantação de um centro de
condicionamento físico, dotado de equipamentos de última geração. Segundo
Correia "a Embratel entende que a boa capacidade física contribui muito para a
saúde e, conseqüentemente, para a produtividade dos colaboradores e não mediu
esforços para implantar um centro de condicionamento físico compatível com essas
necessidades e com os melhores fitness centers do mercado".
O PEQV conta com o incentivo do corpo gerencial e da diretoria da empresa, que
inclusive participa dessas atividades com freqüência. O Programa trouxe inúmeros
resultados altamente positivos, tanto para os colaboradores quanto para a empresa.
Estes resultados contemplaram a Embratel com o Prêmio Nacional de Qualidade de
Vida de 2001, instituído pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida - ABQV.
23
2.7 – BNDES
O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma
organização que utiliza os programas de saúde física e mental como forma de
promover maior integração entre os funcionários e melhorar o rendimento no
trabalho. Desenvolvido no centro de treinamento da organização, sob supervisão da
Cipa - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, dirigida por José Jorge da
Silva Marques, o Projeto Saúde é extensivo a inativos e pensionistas de todo o
Grupo BNDES. O Projeto Saúde do BNDES alcança alto grau de aceitação entre os
funcionários, que em horário de almoço ou após o expediente se dedicam a
atividades que vão da antiginástica e relaxamento/alongamento ao desenvolvimento
de aptidões artísticas nas sessões de desenho a mão livre e com o lado direito do
cérebro. Estímulo é o que não falta para a participação dos funcionários no Projeto
Saúde. Exposições revelam artistas de primeira linha que nunca tiveram
oportunidade de mostrar ao público suas obras. Mas não é só esse o objetivo dos
cursos de desenho. Orientados por especialistas, os participantes soltam a
imaginação, se realizam e se livram do estresse. Paralelamente ao cuidado com a
saúde mental dos funcionários, o Projeto Saúde do banco desenvolve também
atividades para melhorar a condição física através de aulas de antiginástica,
alongamento/relaxamento e meditação, além de campanhas de vacinação e
palestras com especialistas. Um dos pontos altos do projeto são as reuniões dos
Vigilantes do Peso que, muito mais do que prescrever um regime para emagrecer,
orientam sobre a forma mais saudável de alimentação, promovem o bem-estar e
aumentam a auto-estima.
A CIPA / BNDES recebeu o VII Prêmio Nacional de Qualidade de vida . O programa
em que o banco se inscreveu tinha como tema: “A Cipa como instrumento de
promoção da saúde e da qualidade de vida no trabalho”.
Visitei o BNDES e pude verificar de perto todo o trabalho e dedicação do presidente
Sr. José Jorge da Silva Marques e funcionários.
24
Para garantir a qualidade de vida de seus funcionários, a CIPA promove semanas
de saúde e prevenção para os funcionários, as chamadas Sipats, onde ocorrem
exames médicos, terapias, debates, exposições, oficinas e muito mais.
Faz parte também da rotina dos funcionários a ginástica Laboral desenvolvida pela
empresa Supporte que tem como objetivo combater o estresse , o sedentarismo e
de evitar doenças causadas por erros de postura e esforço repetitivo; o shiatsu na
cadeira onde os funcionários marcam hora para serem atendidos; terapia...
A Cipa também tem um portal com o objetivo de ampliar a divulgação de
informações relativas à prevenção e à promoção da saúde e da qualidade de vida
por intermédio da publicação de artigos e de links. Entre os links disponíveis estão o
Projeto agita BNDES, Qualidade de Vida, Shiatsuterapia ...
2.7.1 - Edifício Verde:
O BNDES decidiu adequar o seu Edifício de Serviços do Rio de Janeiro (EDSERJ)
ao conceito de Prédio Verde. Tratava-se de planejar a melhoria das condições
ambientais do EDSERJ, visando renovar e transformar suas instalações, para torná-
lo um local de trabalho limpo, seguro e saudável, propiciando condições ideais de
saúde e bem-estar dos seus ocupantes e usuários, inclusive redução do
absenteísmo decorrente de causas alérgicas, posturais, visuais e outras, conforme
identificado nos Mapas de Risco, prevenção de doenças crônicas associadas à
qualidade do ambiente interno e equipamentos de escritório, reduzindo gastos com
saúde, e redução de desperdícios de um modo geral, por gerenciamento eficiente de
recursos não-financeiros, segundo o conceito amplo de ecoeficiência, com a
conseqüente redução dos gastos condominiais.
25
Parâmetros que foram considerados:
- QUALIDADE DO AR
ar interno: qualidade, monitoramento, análise bacteriológica do ar ambiente e no
interior dos dutos e demais componentes do sistema de condicionamento do ar.
Poluentes: natureza, padrões, reconhecimento, avaliação e controle.
ar condicionado: máquinas, sistema - projeto e manutenção, limpeza de dutos,
conservação de energia, renovação de ar, filtragem de ar
pisos: limpeza, absorção de ruído,
controle da temperatura ambiente / conforto térmico
tabagismo: fumódromos
controle de agentes alérgicos: higienização de superfícies
controle de odores
materiais isolantes do teto e divisórias: lãs de vidro, lãs de rocha e/ou outros
materiais
- INSUMOS ENERGÉTICOS
fornecimento de energia, subestação, estudos de co-geração, fontes emergenciais
energia e iluminação: fontes, eficiência, consumo, qualidade
conservação de energia e outros insumos: eficiência
26
- INSUMOS HÍDRICOS
água: consumo, custo, qualidade, avaliação da eficiência, características dos
sistemas de água e esgoto, torneiras e válvulas de descarga, economicidade dos
controles
- MATERIAIS AMBIENTALMENTE CORRETOS
arquitetura, Interiores e Decoração
materiais, Forrações
paisagismo: plantas ornamentais
isolamento acústico / redução dos níveis de ruído
padrões ambientais e de eficiência no uso dos insumos,
- SEGURANÇA DO TRABALHO E HIGIENE OCUPACIONAL
medicina do Trabalho, Alergia, Asma, Epidemiologia
aspectos ergonômicos: mobiliário, equipamentos, iluminação e outros
radiações e vibrações
mapeamento de risco elaborado pela CIPA/SETRAB em julho/2000, visando eliminar
os fatores negativos apontados pelos ocupantes do EDSERJ.
softwares para utilização pela FAPES e Banco para controle de absenteísmo e
perdas de homens x hora motivado por doenças ocupacionais e outros atribuíveis
aos fatores negativos apontados pelos Mapas de Risco.
estimativa dos custos para o Banco e a FAPES das perdas motivadas pelas perdas,
abrangendo insumos e força de trabalho e conseqüente estimativa das economias
que seriam obtidas pela implantação de medidas ecoeficientes e de melhoria da
qualidade de vida.
27
- ASPECTOS ERGONÔMICOS
adequação do prédio para acesso e utilização por deficientes físicos
mobiliário
iluminação
arquitetura, interiores e decoração
uso do Espaço - Manejo de Ambientes Interiores
- RESÍDUOS SÓLIDOS
tratamento e disposição do lixo - gerenciamento integrado do lixo - geração, coleta
seletiva e programas educativos
- AUTOMAÇÃO PREDIAL
COC - Centro de Operação e Controle
segurança contra incêndio e pânico
pisos: adequação ao tipo ideal das redes elétricas, telecomunicações, lógica e de
automação predial, integração de todos os sistemas.
detecção e combate a incêndio
sensores de diversos tipos,
monitoramento das condições ambientais.
28
3 – CONCLUSÕES
Segundo foi pesquisado, uma seguradora americana, a Health Partners,
acompanhou durante 18 meses um grupo de 5.800 segurados com mais de 40 anos
e constatou que o grupo de pessoas fisicamente ativas, de peso normal e não
fumantes, gerou gastos com tratamentos de saúde 49% menores que o de pessoas
sedentárias, com excesso de peso e fumantes. São dados impressionantes. Além
disso, funcionários que recebem esses cuidados têm melhor relacionamento com as
empresas em que trabalham e boa saúde é quesito básico para a produtividade.
Em nosso meio, as estatísticas não são muito diferentes e as repercussões
econômicas para as empresas são semelhantes. No Brasil, muitas empresas estão
tomando iniciativas nesse sentido e algumas se destacam pela abrangência e
sofisticação dos programas de qualidade de vida.
A apresentação de dados e resultados quantificando os ganhos obtidos por estas
empresas não estão consolidados ou disponíveis no Brasil. A grande maioria das
empresas brasileiras não possuem, ainda, uma política de captação e divulgação
destes dados, pratica que já é amplamente utilizada em empresas fora do país. Em
função disto não foram apresentados resultados numéricos, mas sim as práticas
aplicadas por estas empresas e a percepção dos benefícios alcançados.
Os resultados observados nas empresas estudadas no capítulo anterior comprovam
e reafirmam a idéia de que investir na melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho de
seus colaboradores traz benefícios para as empresas. Como resultado foi verificada
a redução de gastos com assistência médica, menos faltas ao trabalho (menor
absenteísmo), maior atratividade para retenção de “talentos” e funcionários mais
satisfeitos, sendo todos unânimes em afirmar que os efeitos são sempre positivos.
29
4 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1) CPH Tecnologia em Saúde. “Opção: Saúde”. São Paulo: CPH, 2001.
2) Fritzen, Fabiano Milano. “Responsabilidade Ambiental – Um estudo da
Refinaria Ipiranga S.A.” – FURG.
3) Holden, Robert & Renshaw, Bem. “Como Equilibrar Vida Pessoal e
Trabalho” . São Paulo: Publifolha, 2002.
4) Larosa, Marcos & Ayres, Fernando. “Como Produzir uma Monografia
Passo a Passo ...” . Rio de janeiro: WAK Editora, 2002.
5) Paladini, Edson Pacheco. “Controle de Qualidade: uma abordagem
abrangente”. São Paulo: Ed. Atlas, 1990.
6) Rodrigues, Avelino & Gasparini, Ana. “Stress e Trabalho”. São Paulo: Ed.
Atlas, 1994.
7) Teixeira, Pedro (org.). “Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar”.
Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1996.
SITES
1) “A malhação que se faz no trabalho” -
www.uol.com.br/JC/_2001/2304/fa2204_4.htm – JC On line – Jornal do
Comércio – 22/04/2001.
2) Bergallo, Carlos. “Corporate Fitness e qualidade de vida nas empresas” –
www.fitnessbrasil.com.br - Revista Fitness Business no1, 2002.
3) ”Edifício Verde”- www.bndes.gov.br/empresa/ambiente/ed.verde.asp.
4) “Empresas e Trabalhadores Lucram com Programas de QVT” – www.cra-
rj.org.br/jornal/jor351.htm0 - Jornal do Conselho Regional de Administração
– RJ – No35 – Ago/set/1999.
30
5) “Exercício para manter a qualidade de vida” -
www.gestaoerh.com.br/visitante/artigos/saud_002.php - RH em Síntese no
22 Mai/jun 1998 – Ano IV – Pág 44 a 45.
6) Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade - www.fpnq.org.br.
7) “Ponha sua Empresa para se Mexer” -
www.sesi.org.br/programas/jornal/sesi40b.pdf - Jornal SESI - Maio 2002 –
Ano IV – No 40.
8) “Qualidade de vida ganha destaque nas organizações” -
www.gestaoerh.com.br/visitante/artigos/saud_005.php - RH em Síntese no
29 Jul/ago 1999 – Ano V – Pág 24 a 26.
9) “Sucesso empresarial com responsabilidade social” -
www.gestaoerh.com.br/visitante/artigos/empr_005.php - RH em Síntese no
24 Set/out-1998 – Ano IV – Pág 06 a 08.
10) Tohmatsu, Delloite. “Salários e Benefícios geram produtividade” –
www.gestaoerh.com.br/visitante/artigos/saud_004.php - RH em Síntese nº
37 – nov/dez 2000 - Ano VII - Pág 03 a 05.
11) “Vida saudável nas empresas” -
www.gestaoerh.com.br/visitante/artigos/saud_009.php - RH em Síntese no
13 Nov/dez 1996 – Ano II – Pág 46 a 48.
JORNAIS
1) Kátia, Perelberg, et al. “A Busca da Produtividade através da Qualidade de
Vida”. Rio de Janeiro: Gazeta Mercantil, Gazeta do Rio, 28/04/1998 – Pág
01 e 02.
2) “Programas Promovem Bem-estar Físico e Mental”. São Paulo: Jornal “O
Estado de São Paulo”, 19/04/1998.
31
Índice de Textos
Introdução .............................................................................................................. 1
Objetivo e Desenvolvimento deste Estudo ................................................ 3
1 - Fatores que Interferem na QVT .............................................................. 4
1.1 - Estresse .................................................................................................... 4 1.2 – Sedentarismo .......................................................................................... 6 1.3 – Atividades Físicas ................................................................................... 6 1.4 – Bom Humor.............................................................................................. 7
2 - Qualidade de Vida nas Empresas........................................................ 10
2.1 - Coca-cola................................................................................................ 11 2.2 - Shell ........................................................................................................ 13 2.3 - Xerox do Brasil....................................................................................... 14 2.4 - Ipiranga ................................................................................................... 16 2.5 – Pão de Açúcar ....................................................................................... 21 2.6 – Embratel................................................................................................. 22 2.7 – BNDES.................................................................................................... 23 2.7.1 – Edifício Verde .......................................................................... 24
3 - Conclusões.................................................................................................... 28
4 - Bibliografia Consultada............................................................................. 29
Índice de Textos................................................................................................. 31
Folha de Avaliação............................................................................................ 32
32
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Universidade Cândido Mendes
Curso:
Pós-graduação em Pedagogia Empresarial
Título da Monografia:
Benefícios e Resultados da Qualidade de Vida no Trabalho
Autor(a):
Luciana Machado dos Santos
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: