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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A APLICAÇÃO DO ART. 475 – J DO CPC AO PROCESSO DO
TRABALHO
Por: Álvaro Agostinho Ferraz
Orientador
Prof. José Roberto
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A APLICAÇÃO DO ART. 475 – J DO CPC AO PROCESSO DO
TRABALHO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre, como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Direito e Processo do Trabalho.
Por: Álvaro Agostinho Ferraz
3
AGRADECIMENTOS
Aos professores e equipe do Instituto a
Vez do Mestre pelo trabalho
desenvolvido.
4
DEDICATÓRIA
À minha família, que, com
compreensão e amor, caminharam
comigo todos os anos de minha vida e
aos amigos e colegas de trabalho pelo
apoio e incentivo.
5
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo primeiro demonstrar o processo de
execução no processo de trabalho e a dificuldade de efetivação da prestação
jurisdicional. Será demonstrado todo o processo de liquidação de sentença e
da execução propriamente dita. Além disso, poderemos observar também os
recursos cabíveis nesta fase processual.
Tendo em vista a morosidade na fase de execução no processo de
trabalho, a possibilidade de aplicação do art. 475-J do CPC na Justiça do
Trabalho, apesar de grande divergência, pode possibilitar uma maior celeridade
processual.
Será também realizado um estudo sobre os princípios aplicáveis ao
Direito do Trabalho. E a partir deles, entre outras razões, analisar o art. 475-J
do CPC e sua compatibilidade com a CLT e o processo do trabalho.
Ao final ficará demonstrado que é possível a aplicação do art. 475 –J do
CPC no âmbito da Justiça de Trabalho. E aliado a outras ferramentas, como
BACEN JUD, RENAJUD, INFOJUD e JURISCALC, pode facilitar a tramitação
dos processos atendendo a uma importante questão que é a demora na
solução das demandas. Tal questão é de suma importância, no âmbito da
Justiça do Trabalho, tendo em vista que o processo deve ser célere para
cumprir seus fins, tendo em vista o seu caráter extremamente social.
6
METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica,
buscando na doutrina a sua essência, além de consulta a sítios jurídicos e
jurisprudência dos Tribunais que procurou o mais atual pensamento sobre a
matéria aqui abordada.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - EXECUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 10
1.1 - Liquidação de sentença 11 1.2 - Correção monetária 15 1.3 - Penhora 17 1.4 - Embargos à Execução 20 1.5 - Embargos de Terceiro 22 1.6 - Arrematação, adjudicação e remição 23
CAPÍTULO II - RECURSOS 28
2.1 - Agravo de Petição 28 2.2 - Recurso de Revista 30
2.3 - Agravo de Instrumento 31 2.4 - Embargos de Declaração 32
CAPÍTULO III – PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO - ASPECTOS GERAIS 33
CAPÍTULO IV – O ARTIGO 475 – J DO CPC 39
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 56
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo sobre o
processo de execução no âmbito da Justiça do Trabalho analisando a
aplicação do art. 475 – J do CPC como uma possibilidade de imprimir uma
maior celeridade na prestação jurisdicional em tal procedimento.
Deve demonstrar como se dá o processo de apuração do crédito
trabalhista e os recursos cabíveis nesta fase processual, que compreende o
período que se estende do trânsito em julgado da sentença até o arquivamento
do processo com baixa e a conseqüente satisfação do crédito do autor da ação
trabalhista. Tal demonstração se dá de forma geral observando-se a prática
efetuada dentro da Secretaria de uma das Varas do Trabalho do Tribunal
Regional do Trabalho da 1ª Região.
Após a definição do total devido ao Autor da ação trabalhista através da
liquidação de sentença, incluindo-se nesta apuração os valores devidos a título
de contribuições previdenciárias e fiscais, inicia-se a fase de execução
propriamente dita. A partir daí podem ocorrer duas hipóteses: o depósito da
quantia devida ou a penhora de bens da executada. No primeiro caso é
expedido alvará ao autor e a conseqüente satisfação de sua pretensão, e, no
segundo caso, os bens penhorados são levados à hasta pública, podendo
ocorrer arrematação, adjudicação ou remição.
As questões referentes ás possíveis distorções no processo de
execução são enfrentadas através de Embargos à Execução e de Embargos
de Terceiro, que também serão alvo do presente trabalho.
Outro aspecto a ser abordado, é a questão referente aos recursos
cabíveis, tais como o Agravo de Petição, o Recurso de Revista e o Agravo de
Instrumento. Bem como do cabimento de Embargos de Declaração.
9
O presente estudo tem como objetivo final apresentar, a partir da análise
do processo de execução, a compatibilidade do art. 475 – J com o processo do
trabalho, podendo produzir efeitos mais eficazes no que diz respeito à
aplicação do Princípio da Celeridade Processual no procedimento de execução
na Justiça do Trabalho e a omissão presente na CLT com relação a
penalidades impostas ao executado, em observância ao art. 769 da CLT.
O procedimento do processo de execução está previsto basicamente
nos arts. 876 a 892 da Consolidação das Leis do Trabalho, aplicando-se
subsidiariamente o Código de Processo Civil.
A importância deste trabalho tem como base a necessidade de reformas
no Poder Judiciário com a implementação de uma profunda modificação no
atual sistema da prestação judiciária ao cidadão.
A Justiça do Trabalho tem sofrido críticas quanto a sua morosidade,
havendo processos que tramitam há vários anos, sem se ter a efetiva
prestação jurisdicional. São inúmeros os processos em pauta e os que se
encontram em andamento em fase de execução, todos a exigirem da máquina
judiciária trabalhista, a devida atenção e presteza no andamento processual.
Este trabalho se dispõe a defender a aplicação do art. 475 – J do CPC,
na Justiça do Trabalho, visando a imprimir maior celeridade e facilidade no
processo de execução. Tal aplicação somada às novas ferramentas
disponíveis, como BACEN JUD, RENAJUD, INFOJUD e JURISCALC, atende a
uma importante questão que é a demora na solução das demandas, e, em
especial, na esfera trabalhista, face ao seu caráter extremamente social, uma
vez que o processo trabalhista deve ser célere para cumprir seus fins.
Adotando-se tais medidas aliadas aos princípios e normas que regem a
execução e levando-se em conta a natureza salarial do crédito decorrente da
relação de emprego, é possível afastar os entraves à desejável celeridade da
execução trabalhista.
10
CAPÍTULO I
A EXECUÇÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Podemos definir execução como “a atividade desenvolvida pelos órgãos
judiciários para dar à atuação a sanção recebe o nome de execução; em
especial, execução civil é aquela que tem por finalidade conseguir por meio do
processo, e sem o concurso da vontade do obrigado, o resultante prático a que
tendia a regra jurídica que não foi obedecida (...) A execução é feita para a
atuação de uma sanção justificada pelos fatos ocorridos entre as partes, isto e,
para satisfazer direito efetivamente existente”. (LIEBMAN, 1968, apud
OLIVEIRA, Francisco Antonio de, 1999, p. 23). A sanção executiva é a sujeição
do patrimônio do devedor a esses atos que se destinam a obter a satisfação do
direito do exeqüente.
“A relação jurídica obrigacional vincula
credor e devedor, obrigando este ao
cumprimento de obrigação previamente
avençada. O inadimplemento autoriza a
movimentação do aparato judiciário
(interesse de agir) para que o credor
satisfaça o seu crédito, lançando mão, se
necessário, do patrimônio do devedor, com
oportuno praceamento”. (OLIVEIRA,
Francisco Antônio de, 1999, p. 25.)
11
Seu objetivo não é julgar quem tem ou não razão, não se discute mais o
mérito. O processo se desenvolve a partir da realização de alguns atos que
buscam a satisfação do direito do credor. Na penhora, por exemplo, os bens
ficam vinculados à execução de modo a garantir a futura expropriação, a sua
conversão em dinheiro e, portanto, o pagamento do credor.
No processo trabalhista a execução é o arremate da fase de
conhecimento, não possuindo a independência observada no processo comum
entre as fases de conhecimento e de execução.
São considerados títulos executivos, e, portanto passíveis de execução
as sentenças condenatórias com trânsito em julgado, a execução definitiva; as
sentenças condenatórias sem trânsito em julgado, a execução provisória,
através de Execução Provisória em Autos Suplementares; e, os acordos
homologados.
Não sendo a sentença condenatória líquida, antes do processo de
execução será necessário que se faça a liquidação que pode simplesmente ser
feita por um cálculo do contador, quando for um simples cálculo aritmético. Ou
por arbitramento, através de Perito Judicial nomeado pelo juiz ou, ainda, por
artigos quando as partes apresentam os valores que entendem devidos.
1.1 - Liquidação de sentença
“A liquidação de sentença constitui fase
intermediária entre a fase de conhecimento e
a de execução. Esta tem o seu marco
inaugural com a citação para o pagamento
do quantum, em 48 horas, ou garantia da
12
execução, sob pena de penhora (art. 880
CLT).
A liquidação de sentença constitui incidente
da fase cognitiva. Sua natureza é
declaratória, posto que apenas o na
debeatur é conhecido. Há incerteza no que
respeita ao quantum. Conhecido este, ela se
torna integrativa da execução.” (OLIVEIRA,
Francisco Antônio de., 1999, p. 68.)
Conforme os arts. 876 e seguintes da CLT a liquidação de sentença é
colocada no capítulo da execução, art. 879 da CLT.
O início da fase de execução propriamente dita se dá após a liquidação
de sentença, pois a parte somente pode promover a execução após a
apuração dos valores devidos, e com a citação do devedor, de acordo com o
art. 880, § 1º da CLT.
No caso de sentença líquida onde os valores devidos são fixados pelo
juiz, o quantum, já é conhecido e se inicia de imediato a execução após o
transito em julgado da sentença condenatória.
Na liquidação de sentença devem ser observados os princípios de que
não se pode modificar ou inovar a sentença liquidanda transitada em julgado,
bem como discutir matéria superada pela coisa julgada.
Há casos em que a liquidação é feita provisoriamente, pois ainda não se
verificou o trânsito em julgado da sentença condenatória. São os casos em que
há a interposição de Recurso Ordinário, com efeito devolutivo, e a
requerimento do exeqüente é extraída a Execução Provisória em Autos
Suplementares (antiga Carta de Sentença). Tal procedimento só pode ser
efetivado até a garantia do juízo, com o depósito do valor devido ou com a
penhora de bens. O que feito os autos da Execução Provisória em Autos
13
Suplementares ficam aguardando o retorno dos autos principais para posterior
prosseguimento da execução após o trânsito em julgado da sentença
condenatória.
A liquidação de sentença poderá ser efetivada através de cálculos,
arbitramento ou por artigos.
A liquidação por cálculos é possível quando depender de simples cálculo
aritmético. Haverá a remessa dos autos ao Contador Judicial para a elaboração
dos cálculos. Após a apuração do total devido, as partes terão 10 dias
sucessivos para manifestações, e, sendo necessário serão procedidas as
retificações devidas de acordo com o fixado pela sentença liquidanda. O que
feito são homologados os cálculos para posterior execução.
Será necessária a liquidação por arbitramento quando determinado pela
sentença ou convencionado pelas partes ou quando o exigir a natureza do
objeto da liquidação.
Conforme o art. 765 da CLT o juiz possui ampla liberdade na direção do
processo e pode, sempre que achar necessário, determinar qualquer diligência
para maiores esclarecimentos.
Determinada a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará um perito de
sua confiança, fixando prazo para a entrega do laudo. As partes poderão se
manifestar no prazo de 10 sucessivos.
Após a manifestação das partes e esclarecimentos do perito, o laudo
pericial será homologado, com as retificações solicitadas pelas partes, se
necessário.
A modalidade mais comum na Justiça do Trabalho é a liquidação por
artigos. Neste caso são as partes que liquidam a sentença condenatória.
Normalmente o exeqüente apresenta seus artigos de liquidação demonstrando
os valores que entende devidos. O juiz determinará o processamento dos
14
artigos tendo o executado prazo de 10 dias para apresentar impugnação,
conforme o art. 879, § 2º da CLT.
Da impugnação é aberto prazo de 10 dias para o exeqüente se
manifestar. Após, os autos são remetidos ao Contador Judicial, para exame e
pronunciamento.
Desta manifestação resulta na elaboração de novos artigos de
liquidação ou na homologação dos valores apresentados por uma das partes.
Os artigos de liquidação devem ser refeitos tantas vezes quantas forem
necessárias para que estejam de acordo com a sentença liquidanda, fazendo
com que esta fase se prolongue por tempo indefinido.
Nas três modalidades após a homologação dos valores ajustados à
coisa julgada, os autos são remetidos ao Contador Judicial para cálculos de
juros de mora e correção monetária, para posterior citação do executado
dando-se início à execução.
Uma recente reforma processual correspondente principalmente no que
diz respeito às cotas previdenciárias e à sua execução foi implantada na
Justiça do Trabalho, de acordo com as alterações introduzidas pela Lei nº
10.035/00.
Edilton Meirelles (2000) observa que a Lei nº 10.0350/00 introduziu
importantes modificações no processo do trabalho, em especial na fase de
liquidação dos julgados e na execução da contribuição previdenciária.
A liquidação, de acordo com o art. 879, § 1º-A da CLT, incluirá também o
valor referente às contribuições previdenciárias.
Existe ainda grande divergência sobre o procedimento a ser adotado
com relação aos valores devidos ao INSS e, portanto, tal tema não será objeto
deste estudo. Além do mais as
15
“alterações introduzidas pela Lei nº
10.035/00 decorre muito mais da
preocupação do Governo Federal em
aumentar a arrecadação das contribuições
previdenciárias do que, necessariamente,
introduzir modificações que contribuam para
a maior celeridade e presteza dos órgãos
judiciários trabalhistas”. (MEIRELES, Edilton,
2000, p. 9.)
1.2 - Correção monetária
Ultrapassada a fase relativa às questões quanto ao estabelecimento dos
títulos constantes da liquidação, são elaborados os cálculos de juros moratórios
e correção monetária.
A correção monetária é a recomposição do valor e do poder aquisitivo do
mesmo. Trata-se, na verdade, de adequação numérica do valor monetário
aviltado pela inflação.
Na realidade, a inclusão de correção monetária reflete a exata perda do
poder aquisitivo da moeda representa, acima de tudo, o fortalecimento do
Poder Judiciário, pois o pagamento de créditos desatualizados representaria
uma tutela jurisdicional sem qualquer efetividade.
Relativamente à metodologia de correção monetária, devem ser
observadas as leis que regulamentam a forma como a moeda nacional foi
alterada, corrigida e atualizada nas últimas décadas.
O Decreto-lei 75/66 de 25 de novembro de 1986 estabeleceu como
época própria o 10º dia do mês subseqüente ao vencido para empregados com
16
pagamento mensal e o 5º dia para empregados com pagamento quinzenal e
semanal, e, estipulava a correção trimestral pela ORTN.
O Decreto-lei 2322/87 de 26 de fevereiro de 1987 revogou o DL 75/66,
sendo omisso relativamente à época própria e estabeleceu correção mensal
com base na OTN.
A Lei 7738/89 de 15 de outubro de 1989 manteve a correção monetária
mensal empregando como índices os mesmos aplicados pelas cadernetas de
poupança.
A Lei 7855/89 de 24 de outubro de 1989 provocou uma alteração do
parágrafo primeiro do art. 459 da CLT, cuja nova redação estabelece que o
prazo máximo para o pagamento de salários é o 5º dia útil do mês subseqüente
ao vencido.
A Lei 8177/91 de 01 de março de 1991 estabeleceu a correção
monetária pela IDTR ou TR pro rata die, cujo critério de correção é a TR (Taxa
Referencial) tomado pela variação em cada dia do mês.
Após a apuração do capital corrigido monetariamente, este é
remunerado pela aplicação de juros de mora que tem como marco inicial à data
do ajuizamento da ação. Os juros representam uma penalidade imposta à mora
do devedor.
O Decreto-lei 75/66 estabeleceu juros simples de 6% ao ano, o que foi
alterado pelo Decreto-lei 2322/87 passando a vigorar juros de 12% ao ano de
forma capitalizada.
A partir da Lei 8177/91 foi estabelecido que os juros de mora são de
12% ao ano de forma simples. No caso da Fazenda Pública deve ser
observado, que a partir da Medida Provisória 2.180-35, de 24.08.2001, os juros
de mora a serem aplicados são de 0,5% ao mês de forma simples de acordo
com o art. 1º – F da Lei 9.494/97.
17
Em qualquer situação deve ser sempre evitado o anatocismo, que é a
contagem de juros sobre juros, ou seja, a incorporação dos juros vencidos ao
capital, e a cobrança de juros sobre este total.
Quanto á época própria temos duas correntes: uma, sustenta que a
contagem da correção monetária deve ter início a partir do mês da prestação
do serviço, fato gerador do pagamento dos salários, pois tal pagamento é mera
faculdade conferida pelo legislador ao patrão adimplente; e outra que considera
como época própria o quinto dia do mês subseqüente ao vencido, pois, não há
inadimplência, pela simples razão de que o procedimento terá sido de acordo
com a lei. É esta que permite o pagamento até o quinto dia útil do mês
subseqüente ao vencido, mais precisamente, o parágrafo único do art. 459 da
CLT.
Tal tema já pacificado com a edição as Súmula 381 do C. TST que fixa
como época própria o mês subseqüente ao da prestação de serviço.
1.3 - Penhora
Após a fixação do crédito atualizado do exeqüente dá-se início a fase de
execução propriamente dita.
A fase de execução começa com a citação do executado para o
pagamento do crédito do exeqüente, em 48 horas, ou garantir a execução, sob
pena de penhora, conforme o art. 880 da CLT.
Estabelecido o valor da execução é expedido o mandado de citação
penhora e avaliação ou carta precatória executória para que o executado seja
notificado através de Oficial de Justiça, para depositar a quantia em 48 horas.
Se não o faz, dá-se o início aos atos destinados a obter coercitivamente o
adimplemento.
18
Na suposição de cumprimento desse mandado podem resultar as
seguintes hipóteses:
a) o executado efetua o pagamento fornecendo ao Oficial de Justiça o
comprovante de depósito feito junto à Caixa Econômica Federal ou Banco do
Brasil.
b) o executado não paga, mas oferece bens à penhora.
c) o executado não paga e nem oferece bens à penhora. Nesta hipótese
o Oficial de Justiça procederá à penhora de bens tantos quantos forem
necessários ao cumprimento integral do mandado de citação penhora e
avaliação.
Caso não ocorra a citação ou não haja bens suficientes para garantir a
execução, o exeqüente deverá ser intimado a fornecer elementos necessários
ao prosseguimento da execução e à localização do executado.
Segundo Francisco Antonio de Oliveira (2000) a penhora é o meio
coercitivo que o exeqüente se utiliza para vencer a resistência de devedor
inadimplente e renitente ao comando judicial.
A nomeação de bens à penhora pelo executado deve obedecer à
gradação prevista no art. 655 do CPC.
A regra geral é a de que não haja nomeação de bens cabendo ao Oficial
de Justiça penhorara tantos bens quantos forem necessários à garantia do
juízo.
Havendo penhora, esta se materializa num registro documental que é o
auto de penhora, o qual se reveste de formalidade que devem ser preenchidas
para que o ato tenha eficácia, valendo ressaltar, entre outras, a necessidade de
indicação correta da pessoa a quem incumbirá a guarda do objeto penhorado
quando não há sua remoção, ou seja, a qualificação completa daquele que
será o depositário, o qual ficará obrigado a resguardá-lo para posterior entrega
19
ao arrematante ou ao exeqüente. Esta questão é importante, porque em caso
de não atendimento pelo depositário dessa condição de guardião, configura-se
o mesmo como depositário infiel, ficando passível de sanções legais que
podem culminar com a determinação de sua prisão.
Ainda relativamente à penhora, convém que se atente para a exigência
de registro em órgãos regulamentadores, dependendo da natureza do bem.
Desta forma, se a penhora recai sobre veículo, deve a mesma ser anotada pelo
respectivo DETRAN; se sobre imóvel, pelo respectivo Cartório de Registro de
Imóveis. Este registro é imprescindível para a formalização e eficácia do ato.
Há situações em que são penhorados os bens dos sócios da executada.
Admitida de forma mais abrangente, a doutrina da desconsideração,
atinge o patrimônio dos sócios, estabelecendo que além da empregadora, seus
sócios são responsáveis pelos débitos trabalhistas.
Note-se que não se exige prova de fraude ou abuso para que os sócios
respondam por dívidas trabalhistas de suas empresas, bastando simplesmente
que não existam bens da executada a serem penhorados ou esta tenha
encerrado suas atividades, devendo ser observado o disposto no art. 596 do
CPC. Primeiro devem ser excutidos os bens da executada, somente na total
impossibilidade de tal procedimento é que se atinge o patrimônio dos sócios.
Com a finalidade de tutelar o trabalhador, para compensar sua
inferioridade econômica com a superioridade jurídica, e como reflexo de uma
justiça de caráter social e sensível à realidade econômica, a aplicação da
desconsideração da personalidade evita que ocorram abusos e outras práticas
nocivas ao trabalhador.
Na hipótese de o executado concordar com os valores da execução e
não houver a oposição de Embargos à Execução, e, se for o caso de execução
definitiva, ocorrem as seguintes hipóteses:
20
a) quando houver o pagamento do valor devido são expedidos os
respectivos alvarás judiciais com conseqüente arquivamento dos autos com
baixa na distribuição.
b) quando houver penhora de bens estes serão levados à hasta pública,
podendo ocorrer a arrematação, a adjudicação ou a remição.
Pode ocorrer ainda a hipótese de que os bens penhorados sejam de
terceiro que não faça parte da relação processual, cabendo para tanto a
oposição de Embargos de Terceiro.
Caso o executado não concorde com os valores da execução temos a
oposição de Embargos à Execução.
1.4 - Embargos à Execução
A primeira defesa do executado, depois de fixado a valor da execução, é
exercida por meio de Embargos à Execução (ou à Penhora), instrumento pelo
qual o devedor ataca a decisão que homologou o valor, intentando provar que
houve erros em seu estabelecimento.
Neste mister lança mão de duas modalidades de ataque:
a) às parcelas constantes da liquidação, alegando a inclusão de títulos
não postulados ou não deferidos.
b) à metodologia de correção monetária.
O prazo para a oposição de Embargos à Execução é de cinco dias
contados a partir da data do depósito ou da penhora de bens.
Ensina-nos Christóvão Piragibe Tostes Malta (1997) que segundo
corrente majoritária, os embargos à execução são uma ação incidental e não
21
um recurso, entre outros argumentos porque configuram um ataque ao título
executivo.
Propostos os embargos à execução devem ser verificadas a sua
tempestividade e a existência de garantia do juízo. Preenchidos estes
requisitos é aberto prazo de cinco dias para o exeqüente, no caso embargado,
apresentar sua contestação.
Em sede de embargos à execução é vedado debater questões já
decididas pela sentença, sendo o remédio utilizado para apontar incorreções
nos cálculos homologados e anteriormente impugnados; quando o exeqüente
extrapola os limites da sentença liquidanda; quanto à metodologia de correção
monetária; bem como nulidades de citação, excesso de penhora ou de
execução, etc.
Após a manifestação do embargado os autos serão remetidos á
conclusão do juiz para julgamento. O juiz poderá converter o julgamento em
diligência designando perícia contábil para elucidação da controvérsia, ou
quando não for necessário proferirá a sua decisão.
No caso de o exeqüente não concordar com a homologação dos
cálculos ou com a metodologia de correção monetária caberá a oposição de
Impugnação que terá o mesmo procedimento e pressupostos dos Embargos à
Execução.
Quando a execução se processar através de Carta Precatória
Executória, os Embargos à Execução devem ser processados e julgados pelo
Juízo Deprecado quando contestarem os atos nele praticados, sendo também
do Juízo Deprecado a competência para apreciar as questões relativas ao bem
por ele penhorado. Com relação às demais matérias a competência é do Juízo
Deprecante, ou quando este indicar bens a penhora.
Da decisão de embargos à execução cabe a interposição de Agravo de
Petição para o Tribunal Regional do Trabalho pela parte vencida.
22
1.5 - Embargos de Terceiro
“Os embargos de terceiro são oponíveis por
quem, não sendo parte no processo, sofrer
turbação ou esbulho na posse de seus bens
por ato de apreensão judicial, em casos
como a penhora, depósito, arresto,
sequestro, alienação judicial, arrecadação,
arrolamento, inventário ou partilha.
Processam-se de acordo com o CPC, arts.
1046 e s.(CARRION, Valentin, 2010, p. 840.)
mas devendo ser adequados à realidade do processo trabalhista.
Procedimento semelhante ao descrito para os embargos à execução é
empregado nos casos de embargos de terceiro, propostos por aquele que,
mediante atos de constrição sobre bens de sua propriedade, vêm aos autos
alegando condição de terceiro e pleiteando a cessação da constrição. Os
embargos de terceiro são ação distinta da representada nos autos da
reclamação e, portanto são autuados em apartado.
Conforme Francisco Antônio de Oliveira (2000), Terceiro é a pessoa
física ou jurídica que não conste do título executório, mas pode responder
subsidiária ou solidariamente, tais como, o sócio, a empresa de grupo
econômico, o responsável nos termos do art. 455 da CLT.
O prazo para a oposição de embargos de terceiro é de cinco dias
contados a partir do conhecimento do ato de apreensão judicial ou se não
houver tomado tal conhecimento, o prazo será de cinco dias após a
arrematação, adjudicação ou remição.
23
As situações mais comuns que ensejam a oposição de embargos de
terceiro são os casos em que o embargante alega que foi sócio da executada;
de que é meeiro; de que é o proprietário dos bens que foram alugados à
executada ou que é sucessor.
Neste caso devem ser observados os elementos que possam esclarecer
se o embargante é realmente estranho à execução ou não.
Recebido o embargo de terceiro o mesmo é enviado ao Juiz Distribuidor
para autuação e compensação, sendo autuado em autos apartados.
O prazo para contestação é de 10 dias, conforme o art. 1053 do CPC.
Contestados os embargos de terceiro são os autos conclusos para
apreciação e julgamento, cabendo a interposição de Agravo de Petição para o
Tribunal Regional do Trabalho pela parte vencida.
1.6 - Arrematação, Adjudicação e Remição
Com a penhora de bens da executada ou do sócio e com o trânsito em
julgado da homologação do crédito do Autor podem ocorrer os seguintes
procedimentos: arrematação, adjudicação ou a remição.
Os bens penhorados são levados à hasta pública (praça ou leilão),
conforme o art. 888 da CLT.
Através do Edital de Praça que deve conter a descrição dos bens
penhorados, o valor do bem, o lugar onde ele se encontra, existência de ônus e
o dia, lugar e hora da praça, conforme o art. 686 do CPC, são divulgados os
bens que serão oferecidos. Tal edital deve ser publicado com antecedência de
vinte dias da data marcada para a realização da praça ou leilão.
24
Deve ser assegurado o direito do executado de tomar ciência do dia em
que será realizado o ato de alienação e para tanto o art. 687, § 5º do CPC
determina a intimação pessoal do Réu. É recomendada também a intimação
pessoal do exeqüente.
“A praça é uma fase processual, conjunto de
atos processuais de consequências graves
para o executado e de grande interesse para
o exequente; os atos que se praticarem
naquele momento judiciário obrigam a todos,
inclusive o executado, mas só se tiver
ciência pessoalmente do local, dia e hora de
sua realização” (CARRION, Valentin, 2010,
p. 846.)
por isso a necessidade de intimação pessoal das partes.
“No local, dia e hora designados para a
praça, o funcionário para isso designado
pelo diretor de secretaria lerá o edital de
convocação em voz alta e perguntará aos
presentes se fazem alguma oferta.
No processo trabalhista o leilão e a praça
fazem-se mediante funcionários da vara. Em
alguns poucos casos, quando não se
consegue a alienação dos bens, recorre-se a
leiloeiro público, como previsto na CLT, 888,
§ 3º”. (MALTA, Christóvão Piragibe
Tostes,1997, p. 141/142.)
25
Durante a realização da praça normalmente é aceito qualquer lance,
mas para garantia dos interesses das partes envolvidas, exeqüente, executada
a arrematante, não deve ser aceito o lance considerado vil, conforme critérios
estabelecidos pelo Juiz.
Os bens serão vendidos pelo maior lance e a arrematação é o
instrumento pelo qual o bem penhorado é transformado em dinheiro.
Terminada a praça o arrematante recebe uma guia de depósito judicial
expedida pela secretaria da vara com valor de pelo menos 20% do lance
efetuado, devendo ser complementado o restante do valor ofertado em 24
horas, sob pena de perder o valor do depósito efetuado.
Após a arrematação é lavrado o Auto de Arrematação que deve conter a
indicação dos bens arrematados, a qualificação do arrematante, o valor do
lance e as assinaturas do funcionário, do arrematante e do juiz, deste após a
comprovação do depósito integral do lance vencedor.
Os efeitos da arrematação são: a obrigação de pagar o preço ofertado,
constituição de um título para aquisição do domínio do bem pelo arrematante,
direito de imitir-se na posse do bem, transferência do bem arrematado para o
valor pago, sendo este responsável pela satisfação do credor.
Até o momento da assinatura do auto de arrematação pode ocorrer sua
impugnação ou o requerimento da remição ou da adjudicação. No direito do
trabalho é comum que qualquer interessado apresente impugnação à
arrematação por simples petição ao juiz sem maiores formalidades.
Após a assinatura do auto de arrematação é expedido o Mandado de
Entrega. O arrematante de posse deste mandado dirige-se ao depositário dos
bens arrematados e dele os recebe. Se houver necessidade, deve ser
expedido um mandado, que deve ser cumprido por Oficial de Justiça para
cumprimento da determinação.
26
O valor depositado pelo arrematante é liberado ao exeqüente através de
alvará judicial. Se o valor for suficiente para satisfazer o crédito do Autor, os
autos são arquivados com baixa na distribuição. Se ainda houver crédito
remanescente, o exeqüente deve fornecer os meios necessários para o
prosseguimento da execução. Após a satisfação do crédito exeqüendo pode
ainda haver saldo e este será liberado ao executado.
Em não havendo licitante ou a requerimento do exeqüente pode ocorrer
a adjudicação.
Temos a adjudicação quando o exeqüente recebe, como pagamento, os
bens penhorados e não o valor da sua venda na praça ou leilão, conforme art.
685-A do CPC.
Quando o exeqüente requer ou aceita a adjudicação ocorrerá uma
compensação entre o seu crédito e o valor da avaliação feita pelo Oficial de
Justiça do bem penhorado.
Na hipótese de o crédito ser maior, o processo de execução irá
prosseguir devendo ser penhoras outros bens até que o crédito remanescente
seja satisfeito. Se o crédito for menor, o exeqüente deverá depositar a
diferença, que será devolvida ao executado.
Após a realização da praça sem licitantes, o juiz pode determinar a
notificação do exeqüente para dizer se tem interesse em adjudicar os bens
penhorados.
Deferida a adjudicação é expedida a respectiva Carta, com a qual pode
o exeqüente receber do depositário, os bens penhorados.
Pode ocorrer ainda a remição que é o pagamento do valor da execução
para que os bens penhorados sejam excluídos da execução, conforme o art. 13
da Lei 5584/70.
27
Na execução trabalhista somente o executado pode remir, depositando o
total da condenação. Neste caso ocorre o cumprimento da obrigação e não a
remição propriamente dita.
O prazo para se requerer a remição é até a homologação da
adjudicação ou da arrematação.
Deferida a remição é determinada a expedição de alvará judicial ao
exeqüente com o arquivamento dos autos com baixa na distribuição.
Deve ser observado que na hipótese de penhora de imóveis, automóveis
e linha telefônicas deve ser efetuado levantamento da penhora junto aos
órgãos competentes.
Das decisões que homologam a arrematação, adjudicação ou remição
cabe a interposição de Agravo de Petição.
28
CAPÍTULO II
RECURSOS
Recurso é o requerimento para novo exame dos autos para modificação
da primeira sentença. Para a parte sucumbente ou para quem pode ser
prejudicado é o instrumento legal disponível com o qual se demonstra a
insatisfação com uma decisão que pretende seja reformada no todo ou em
parte.
Tem como objetivo maior, a modificação de uma sentença naquilo que
lhe é desfavorável, mas, também é utilizado de modo meramente
procrastinatório por aqueles que vêem na ultrapassada lei processual um
instrumento que lhe permite fugir de suas obrigações. O vencido utiliza o
sistema recursal para adiar por tempo indeterminado o cumprimento de uma
sentença.
O número excessivo de recursos, tanto na fase de conhecimento como
na fase de execução, é responsável, em grande parte, pela tão criticada
morosidade da Justiça, pois muitas das vezes, são interpostos com o objetivo
de eternizar a tramitação de um processo.
Na Justiça do Trabalho durante o processo de execução, o devedor tem
basicamente os seguintes recursos: Agravo de Petição, Recurso de Revista e
Agravo de Instrumento.
2.1 - Agravo de Petição
Recurso próprio do processo de execução trabalhista, o Agravo de
Petição é disciplinado nos arts. 893 e 897 da CLT e tem como objetivo corrigir
29
os desvios da execução ou de irregularidades no julgamento dos Embargos à
Execução.
Tal recurso deve ser interposto no prazo de oito dias, contados a partir
da ciência da decisão que deseja ver reformada, com contraminuta em igual
prazo, conforme o art. 897, § 1º da CLT.
Basicamente cabe interposição de Agravo de Petição das decisões de
embargos (Execução, Terceiro e Penhora) ou impugnação e também de com
relação a despachos que têm efeitos de decisões; o indeferimento para
produzir novos cálculos, o indeferimento de cálculos de diferença de juros entre
a data do cálculo e a data do depósito, etc.
O Agravo de Petição deve ser dirigido ao juiz que julgou os embargos à
execução e suas razões de agravo ao tribunal que for julgá-lo, e versará sobre
a matéria que foi objeto de embargos à execução. Não pode a agravante
discutir matéria não apreciada em sede de embargos à execução, pois sobre a
mesma ocorreu a preclusão.
O juiz ao receber a petição despachará no sentido de se intimar o
agravado para contraminutar o agravo, no prazo de oito dias, através de
petição dirigida ao juiz da Vara do Trabalho requerendo a juntada da
contraminuta, cujas razões devem ser dirigidas ao Tribunal.
Cabe ao agravante delimitar a matéria a ser apreciada de forma
justificada e apresentar os valores que entende devidos conforme o art. 897, §
1º da CLT.
É processado nos próprios autos tendo, portanto efeito suspensivo e
devolutivo. É comum, quando há o depósito da quantia executada, antes da
remessa dos autos ao Tribunal, ocorrer a liberação da parte incontroversa
através de alvará judicial, nos termos e valores reconhecidos pelo agravante.
Após a manifestação do agravado os autos são remetidos ao Tribunal
Regional do Trabalho para distribuição e posterior julgamento.
30
2.2 - Recurso de Revista
No processo de execução trabalhista cabe a interposição de Recurso de
Revista para o Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas pelos
Tribunais Regionais, em Agravo de Petição, quando versar sobre matéria
constitucional, conforme o art. 896, § 4º da CLT.
Tem como objetivo a reforma da decisão que violou norma
constitucional. Esta violação deve ser literal (violação da letra do texto), como
nos casos de violação do art. 5º, inciso XXXVI, em face do instituto da coisa
julgada, em hipótese de execução de verbas que extrapolam a sentença
transitada em julgado, ou nos casos em que houve violação do art. 5º, II, da
Constituição Federal quando há determinação contrária a um dispositivo
legal.
A admissibilidade do Recurso de Revista depende da demonstração
inequívoca de violência direta à Constituição Federal, conforme a Súmula n.
266, do TST.
O Recurso de Revista deve ser interposto no prazo de oito dias devendo
ser dirigido ao Presidente do Tribunal recorrido, que fazendo o juízo de
admissibilidade, recebe ou não a recurso.
Se o recurso não for recebido, cabe Agravo de Instrumento para o TST.
Sendo recebido o recurso será determinada a notificação do recorrido
para, no prazo de oito dias, apresentar suas contra-razões. O que feito os
autos serão remetidos para o Tribunal Superior do Trabalho para distribuição e
posterior julgamento.
31
2.3 - Agravo de Instrumento
No processo trabalhista, diferentemente do processo comum, o Agravo
de Instrumento tem como único objetivo destrancar os recursos que tiveram a
sua interposição denegada, conforme o art. 897, ”b”, da CLT.
Toda vez em que for negado seguimento a um recurso pode a parte
prejudicada interpor agravo de instrumento, cujo processamento não poderá
ser negado pelo juízo que indeferiu o recurso, cabendo a instância superior o
juízo de admissibilidade.
Tem efeito devolutivo não suspendendo o processo de execução, mas
este deve ser suspenso antes do praceamento dos bens ou da expedição de
alvará judicial.
O Agravo de Instrumento é um meio de se corrigir os equívocos
cometidos pelo juízo inferior ao determinar o trancamento de um recurso
interposto por uma das partes.
Há a possibilidade do juízo de retratação, onde o juízo da instância
inferior pode reconsiderar o despacho denegatório e destrancar o recurso e
determinar a sua regular tramitação.
O prazo para interposição do agravo de instrumento é de oito dias
contados a partir do conhecimento do despacho denegatório, conforme o art.
897 da CLT, tendo o agravado o mesmo prazo para apresentar a contraminuta.
Os autos são remetidos a instância superior para julgamento e desta
decisão não cabe recurso.
32
2.4 - Embargos de Declaração
Tem como objetivo corrigir obscuridade, omissão ou contradição de
sentença ou acórdão.
O objetivo dos Embargos de Declaração é adequar a sentença à
realidade dos autos eliminando as contradições (dupla manifestação), as
omissões (lacuna) ou as obscuridades (falta de clareza).
O prazo para oposição é de cinco dias, podendo a parte adversa ser ou
não intimada para apresentar contestação em igual prazo.
Os Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso, conforme o art. 538 do CPC. Deve ser observado que quando este
não for conhecido, o que ocorre é a suspensão do prazo para recorrer.
O não conhecimento de um recurso ou incidente é decorrente da falta de
um pressuposto para a sua admissibilidade, tais como, tempestividade,
preparo, sucumbência, legitimidade e interesse.
Portanto, cabe a interposição de Embargos de Declaração de qualquer
decisão proferida em sede de execução.
33
CAPÍTULO III
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
ASPETOS GERAIS
Princípio é um ponto de partida. Um fundamento. É a diretriz do
pensamento. Identificar os princípios do direito processual do trabalho é
identificar sua idéia básica. Temos os princípios jurídicos, que servem de base
para orientar o intérprete do direito e nortear o legislador; e temos os princípios
constitucionais, que são norma e, portanto, fontes do direto. Podemos citar
como princípios jurídicos e constitucionais do processo do trabalho:
- Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Este princípio está presente na Constituição Federal em seu artigo 1º, III
representando um dos fundamentos do estado democrático de direito e tem
como base o respeito e integridade da pessoa humana envolvendo vários
aspectos, tais como, morais, religiosos, econômicos, sociais, entre outros.
- Princípio do devido processo legal
Conforme a CRFB/88 em seu art. 5º, LIV: “ninguém será privado da
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;”.
Este princípio determina as garantias mínimas que devem ser
observadas durante o processo: como direito a ser corretamente citado para a
defesa, direito a ter um julgamento rápido, direito a ter um julgamento
conduzido por leis anteriores ao fato imputado em juízo, direito a tratamento
igual ao dispensado à parte adversa, etc.
34
O que este princípio determina é a observância de regras que sejam do
conhecimento das partes e do juiz. Com isso é garantido além de um processo
com desenvolvimento regular a imparcialidade do juiz.
- Princípio da inafastabilidade da jurisdição
Não se pode restringir o acesso ao Poder Judiciário segundo o art. 5º,
XXXV, da CRFB/88 que garante o direito público e subjetivo de ação: “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”.
Garante assim a tutela jurídica a ser fornecida pelo Estado quando da
lesão ou ameaça ao direito.
- Princípio do contraditório e Principio da ampla defesa
Estes princípios garantem o direito de “deduzirem aquilo que for de seu
interesse, pretensões ou defesa, produção de provas ou contraprovas, ou seja,
de serem tratados paritariamente em relação ao contendor e adversário
processual.”, conforme o art. 5º, LV, CRFB/88: “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”.
- Princípio do juiz natural
Este princípio traduz a idéia de que todos os julgamentos deverão ser
efetuados por juízos preexistentes, não se admitindo tribunais de exceção,
conforme o art. 5º, XXXVII, da CRFB/88: “não haverá juízo ou tribunal de
exceção;”.
35
- Princípio da publicidade e da fundamentação das decisões estatais
Todos os atos realizados durante o desenvolvimento do processo devem
ter como princípio a transparência assegurando sua fiscalização, salvo
naqueles que existe a necessidade de segredo de justiça.
As decisões prolatadas obedecem ao Princípio da fundamentação. O
juiz deve declarar todas as considerações, razões e fundamentos que
demonstrem o seu convencimento para adotar determinada decisão. O juiz
tem livre convicção para decidir dentro de sua consciência, conforme o art. 93,
IX: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o
interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes;”.
- Princípio da autoridade competente
Este princípio é previsto no art. 5º, LIII, CRFB/88: “ninguém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;”.
A jurisdição é restrita ao Poder Judiciário e dentro dele qualquer juízo
não pode julgar qualquer causa, sob pena de nulidade da decisão proferida.
Cada um deles tem a sua competência para fazê-lo.
- Princípio da leicidade dos meios de prova
As provas devem ser produzidas pelas partes através de meios lícitos e
legítimos, conforme os artigos 5º, LVI, CRFB/88 e 332, CPC: “são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;” e “Todos os
meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados
36
neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a
ação ou a defesa.”.
- Princípio da boa-fé e da lealdade processual
A intenção de das partes envolvidas no processo de utilizar a má-fé não
tem acolhida na ordem jurídica brasileira. Os casos de má-fé são elencados no
art. 17 do CPC. As partes que empregarem a má-fé na intenção de prejudicar
ou a pratica de erro grosseiro podem ser condenadas a pagar indenização que
pode chegar a 20%, honorários advocatícios e despesas processuais. Ela pode
ser declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes.
- Princípio da verdade real e da livre investigação das provas
O juiz ao fazer seu julgamento deve buscar a verdade real dos fatos, o
que verdadeiramente ocorreu. Deve trazer para o mundo dos autos o que
realmente ocorreu no mundo dos fatos. A verdade real deve se sobrepor a
verdade formal.
Conforme o art. 131, CPC o juiz pode buscar provas que não foram
trazidas pelas partes, mas elas devem constar nos autos e a decisão deve
constar a fundamentação do convencimento do juiz.
- Princípio da oralidade
Por este princípio fica autorizada a manifestação oral em determinadas
fases do processo, principalmente na fase de instrução e julgamento, tendo
como exemplo as razões finais orais. Inclusive na Justiça do Trabalho se
admite a reclamação oral, conforme o art. 840 da CLT.
37
- Princípio da celeridade processual
A prestação jurisdicional deve ser tal que a satisfação dos pedidos das
partes deve ser imediata. Deve-se buscar a celeridade processual. De acordo
com o art.7º, LXXVIII a Constituição Federal, deve ser razoável a duração do
processo e assegurados os meios que garantam a celeridade processual.
- Princípio da demanda e do impulso oficial
O juiz não pode prestar tutela jurisdicional sem provocação de pessoa
física ou jurídica, conforme o art. 262 do CPC: “O processo civil começa por
iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.”
Estando presentes os pressupostos processuais e as condições da ação
o juiz deve julgar a ação dentro dos limites propostos.
A iniciativa de levar o processo a uma decisão cabe ao juiz com a
determinação da citação do réu, da inclusão do feito em pauta, etc.
- Princípio da eventualidade
Cabe ao réu fazer constar na contestação toda a matéria de sua defesa
e especificar as provas que pretende produzir, conforme art. 300 do CPC.
- Princípio da proteção do Trabalhador
Devido às peculiaridades do autor de uma reclamação trabalhista e do
desequilíbrio presente na relação entre trabalhador e empregador, este
princípio visa a equilibrar esta relação e engloba outros princípios: prevalência
38
da condição mais benéfica ao trabalhador (condição mais favorável prevalece
sobre outras), intangibilidade e irredutibilidade salarial (previsto no art. 7º, VI da
Constituição Federal, protege o salário contra descontos que não estejam
previstos em lei e garantir a estabilidade econômica), da continuidade da
relação de emprego (protege o trabalhador contra a dispensa injusta, conforme
art. 7º, I da Constituição Federal), aplicação da norma mais favorável (opção
pela norma mais favorável ao trabalhador), entre outros.
- Princípio do duplo grau de jurisdição
Este princípio garante a revisão das decisões prolatadas em primeiro
grau, principalmente em casos de erro no julgamento realizado.
- Princípio da conciliação
Este princípio é mais característico da Justiça do Trabalho. No processo
trabalhista há a obrigatoriedade de o juiz fazer duas propostas de acordo na
fase de instrução e julgamento, sob pena de ser nula a sentença prolatada.
- Princípio do não enriquecimento ilícito
Tal princípio traduz a idéia de que ninguém pode obter vantagem
patrimonial ou financeira em detrimento de outra, sem justa causa e está
previsto no art. 884 do CC.
39
CAPÍTULO IV
O ARTIGO 475 – J DO CPC
O aumento da demanda pelos serviços jurisdicionais, principalmente
com o comportamento da população brasileira que passou a buscar seus
direitos, não veio acompanhado de uma evolução dos aparelhos estatais
destinados à solução dos conflitos de interesses. As alterações elaboradas
propiciaram uma melhora na eficiência da atividade judiciária, mas não foi
proporcional ao aumento da demanda.
Importantes modificações na órbita legislativa têm buscado imprimir uma
maior celeridade e efetividade na prestação jurisdicional. A introdução no
ordenamento jurídico do aperfeiçoamento de antigos institutos, mostrou que a
tramitação de tais instrumentos legais se tornou mais célere e com isso se
atingiu uma maior eficácia na prestação jurisdicional.
Porém, a par das inovações promovidas, constata-se, principalmente no
processo do trabalho por sua natureza alimentar, que não está sendo
observado o Princípio da Celeridade.
O simples julgamento da causa, não implica necessariamente na
solução efetiva do litígio com a concreta reparação do direito violado ou
ameaçado. Julgada a ação e esgotadas as possibilidades recursais, inicia-se o
tortuoso, moroso e acidentado caminho da execução.
O procedimento executório atual tem como característica básica o
retardamento quase ao infinito de seu desfecho, seja pela multiplicidade de
incidentes, seja pela fraqueza e ineficácia dos mecanismos repressores de
condutas processualmente desleais, seja pela falta de estrutura do Poder
40
Judiciário (falta de servidores, juízes, material ou informatização), ou seja, pela
defasada legislação processual.
Se não houver pagamento, o sistema de execução trabalhista é fundado
no método da constrição patrimonial: apreendem-se bens do devedor para que,
praceados, arrematados ou adjudicados, se arrecade a importância
correspondente ao crédito executado.
Tal sistema parte da premissa de existência de bens em nome do
devedor, de que tais bens são localizáveis e de que o todo o procedimento será
rápido. Todavia, tais premissas nem sempre se mostram verdadeiras.
Também é rotineiro que a evasão patrimonial do devedor seja fruto de
manobras societárias, tais como a cisão da sociedade e a transferência fictícia
de cotas ou ações, enfraquecendo a empresa e envolvendo pessoas que
sirvam como testas-de-ferro do verdadeiro devedor. Tais manobras têm sido
comumente o álibi para que o real responsável pela dívida trabalhista em
cobrança jamais venha a ser molestado pelo juízo executório e, pior, reinicie
sua empresa sob nova fachada, repetindo os mesmos procedimentos, em
contínuo processo de enriquecimento à custa de lesões aos direitos
trabalhistas.
Ademais, beneficiário de uma legislação confusa, dispõe o devedor de
valiosos mecanismos procrastinatórios que lhe permitem, sucessivamente,
discutir o valor da dívida, insurgir-se contra a penhora ou novamente rebelar-se
contra o valor da liquidação, recorrer ao TRT e ao TST e, vencido, renovar
embargos e agravos de petição ainda que preclusa a matéria.
A execução é uma verdadeira prova de resistência de duração
indeterminada e imprevisível para os trabalhadores, advogados, juízes e
serventuários, e conseqüentemente não tem conseguido corresponder aos
anseios populares de efetividade, exibindo lentidão e ineficácia.
41
Ao lado de inovações procedimentais úteis, como BACEN JUD, sistema
que além de fornecer informações sobre o executado, possibilita a penhora de
valores, por via eletrônica, existentes em conta corrente e aplicações
financeiras e posterior transferência á disposição do Juízo, RENAJUD,
ferramenta eletrônica que possibilita, junto ao Departamento Nacional de
Trânsito – DENATRAN, consultas e o envio de ordens judiciais de restrição e
de retirada de restrição de veículos automotores, além de possibilitar a consulta
da existência de bens do executado, INFOJUD, sistema que fornece
informações cadastrais e cópias de declarações do imposto de renda e
JURISCALC, sistema oficial para elaboração de cálculos trabalhistas do
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que também fornece, além do
crédito do trabalhador, os créditos relativos à receita federal e á previdência
social, e deve ser adotado também pelo Tribunal regional do Trabalho da 1ª
Região, é urgente que se introduzam medidas que visem à satisfação completa
e célere dos créditos oriundos de títulos judiciais, sobretudo na Justiça do
Trabalho por seu caráter social.
É preciso que o processo trabalhista tenha mecanismos que assegurem,
efetivamente, os mínimos direitos que venham a ser atribuídos, sob pena de se
tornar inócuo. Um desses mecanismos é a aplicação do art. 475 –J do CPC.
Juntamente com as ferramentas acima elencadas a compatibilidade
deste artigo com o processo do trabalho tem base nos Princípios do Direto do
Trabalho, principalmente o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, o
Principio da Celeridade Processual e o Princípio do Não Enriquecimento Ilícito.
O artigo 475 – J foi acrescentado ao Código de Processo Civil pela Lei
11.232/2005, o qual acrescenta multa de 10% ao valor da condenação, quando
o devedor não efetua o pagamento no prazo de 15 dias: “Caso o devedor,
condenado ao pagamento, de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o
efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de
multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado
o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e
42
avaliação.” E consagrou o processo sincrético no ordenamento processual no
Brasil.
“Sincretismo significa a fusão de dois ou mais elementos em um só. É
uma tendência no Direito Processual Civil Brasileiro a unificação de todas as
etapas processuais, de forma a se prestar a tutela jurisdicional com maior
agilidade, simplicidade e efetividade.” (GRAÇA COUTO, Thiago, 2008,
www.jusvi.com)
A modificação introduzida pela Lei 11.232/2005 tem como objetivo
“promover uma simplificação processual, transformando os processos
cautelares e de liquidação e execução em simples etapas do processo de
conhecimento, agilizando e tornando mais efetiva a prestação jurisdicional.”
(GRAÇA COUTO, Thiago, 2008, www.jusvi.com)
Não há na CLT classificação quanto aos pronunciamentos judiciais e
esta “omissão de regulamentação específica pelas normas processuais
trabalhistas, bem como a ausência de incompatibilidade com a ordem jurídica
processual trabalhista e com os princípios do processo do trabalho, por isso,
conduzem à utilização subsidiária do art. 162 do CPC (CLT, art. 769).
Assim, (a) se a sentença é o pronunciamento do juiz que examina a
relação jurídica processual (e extingue o processo) e material; e, (b) se a
sentença que examina o mérito não extingue o processo (CPC, art. 269),
inegável a conclusão de que também no processo do trabalho foi instalado o
modelo do processo sincrético para as obrigações de pagar.” (BEBBER, Julio
Cesar, 2006, www.trt24.gov.br.)
A aplicação subsidiária do CPC como fonte de Processo do Trabalho é
prevista no art. 769 da CLT. Tal aplicação é autorizada quando a legislação
trabalhista é omissa e esteja presente uma compatibilidade com os Princípios
que regem o Direto do Trabalho. Portanto as inovações introduzidas pela Lei
11.232/2005 são compatíveis com o Direto Processual do trabalho.
43
Acrescentando a isto, temos, principalmente, o Princípio da Dignidade
da Pessoa Humana. Sendo um dos fundamentos do estado democrático de
direito, conforme art. 1º, III da Constituição Federal, está baseado no respeito e
integridade da pessoa humana. Não pode o trabalhador, que teve sua força de
trabalho despendida, não receber o correspondente valor em pecúnia.
Além disso, estaria o empregador-executado obtendo vantagem
patrimonial ou financeira em detrimento de outra, sem justa causa em descordo
com o art. 884 do CC e com o Princípio do Não Enriquecimento Ilícito.
Temos ainda o Principio da Celeridade Processual que deve ser
observado ao longo de todo o andamento do processo. Ao invés de o
executado ser citado através de Oficial de Justiça, o que pode se tornar em
longas e intermináveis diligências, simplesmente, procede-se a intimação por
Diário Oficial ou via postal. Com isso se ganha um tempo precioso e a
conseqüente redução da duração do processo, observando, inclusive o art. 5º,
LXXVIII.
Com relação à multa imposta pelo referido dispositivo legal,
“A multa de 10% tem natureza jurídica
híbrida, tanto de “astreinte”, ou seja, de
coerção pecuniária para cumprimento da
obrigação, como de sanção pecuniária pelo
não cumprimento espontâneo do
pagamento. Portanto, a natureza da multa é
inibitória (evitar que a obrigação não seja
cumprida) e sancionatória (pena para o
descumprimento da obrigação). O valor da
multa será revertido para o
exequente.”(SCHIAVI, Mauro, 2009, p. 852.)
44
Portanto, nos diz Mauro Schiavi que “o art. 475 –J do CPC se encaixa
perfeitamente ao Processo do Trabalho, pois compatível com os princípios que
regem a execução trabalhista, quais sejam: a) ausência de autonomia da
execução em face do processo de conhecimento; b) lacuna de efetividade da
legislação trabalhista; c) celeridade, efetividade e acesso real do trabalhador à
Justiça do Trabalho; d) interpretação sistemática dos arts. 841 e 880 da CLT.
”(SCHIAVI, Mauro, 2009, p. 855.)
No mesmo sentido temos o pensamento do Ministro Mauricio Godinho
Delgado, bem como o entendimento de outros Tribunais Regionais do
Trabalho, conforme jurisprudência abaixo:
“MULTA PREVISTA NO ART. 475-J DO
CPC. EXECUÇÃO TRABALHISTA.
SITUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE. A
multa executória do novo art. 475-J do CPC
(Lei nº 11.232/2005), instituída para dar
efetividade às decisões judiciais relativas ao
pagamento de quantia certa ou já fixada em
liquidação, em obediência a comando
constitucional enfático (art. 5º, LXXVIII, da
CF), não se aplica ao processo do trabalho
quando for incompatível, seja por se tratar
de execução meramente provisória (Súmula
417,III/TST), seja por se tratar de execução
de acordo, quando este já estabelecer
cominação específica (non bis in idem).
Tratando-se, porém, de execução definitiva,
determinante do pagamento incontinenti em
dinheiro, conforme jurisprudência firmemente
consolidada (Súmula 417, I e II/TST,
ratificando as anteriores Orientações
45
Jurisprudenciais 60 e 61 da SBDI-2 da Corte
Superior), que autoriza, inclusive, o imediato
bloqueio bancário do valor monetário
correspondente à conta homologada
(convênio BACEN-JUD), desponta clara a
compatibilidade da nova regra cominatória
do CPC com o processo executório
trabalhista, que sempre priorizou a
celeridade e efetividade da prestação
jurisdicional. Em conseqüência, deve
prevalecer a multa arbitrada no caso
concreto, já que a cominação do art. 475-J
foi fixada, sujeitando-se sua incidência ao
trânsito em julgado da decisão, depois de
homologada a conta e efetivada a
notificação para pagamento, oportunidade
em que a devedora deverá ser advertida
sobre a penalidade prevista no art. 475-J do
CPC. Recurso de revista conhecido e
desprovido.(RR-128000-04.2007.5.21.0021,
Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,
Data de Julgamento: 30/09/2009, 6ª Turma,
Data de Publicação: 09/10/2009).
(www.tst.jus.br)
“MULTA PREVISTA NO ART. 475-J DO
CPC. EXECUÇÃO TRABALHISTA. A Dt.
SBDI-1 do TST, em 26/06/2010, nos autos
do processo E-RR 38300-
47.2005.5.01.0052, acerca da aplicabilidade
do art. 475-J do CPC, firmou entendimento
no sentido de que o processo do trabalho
46
deve seguir as normas específicas contidas
na CLT quanto à execução de suas
decisões, não cabendo se aplicar a multa do
novo preceito do CPC. Ressalvado o
posicionamento deste Relator no sentido de
que a multa executória do novo art. 475-J do
CPC (Lei nº 11.232/2005), instituída para dar
efetividade às decisões judiciais relativas ao
pagamento de quantia certa ou já fixada em
liquidação, em obediência a comando
constitucional enfático (art. 5º, LXXVIII, da
CF), não se aplicaria ao processo do
trabalho quando for incompatível, seja por se
tratar de execução meramente provisória
(Súmula 417, III, TST), seja por se tratar de
execução de acordo, quando este já
estabelecer cominação específica (non bis in
idem), seja por se tratar de execução
imprópria (precatório) contra o empregador
estatal. Tratando-se, porém, de execução
definitiva, determinante do pagamento
incontinenti em dinheiro, este Relator
entende que despontaria clara a
compatibilidade da nova regra cominatória
do CPC com o processo executório
trabalhista, que sempre priorizou a
celeridade e efetividade da prestação
jurisdicional. No entanto, como já visto, esse
não é mais o entendimento jurisprudencial
atual desta Corte Superior, que julga não ser
aplicável ao processo do trabalho a multa do
art. 475-J do CPC. Recurso de revista
47
conhecido e provido, no particular.”( RR -
17600-54.2009.5.08.0201, Relator Ministro:
Mauricio Godinho Delgado, Data de
Julgamento: 08/09/2010, 6ª Turma)
(www.tst.jus.br)
“EMENTA: MULTA PREVISTA NO ARTIGO
475-J CPC - PROCESSO DO TRABALHO -
APLICAÇÃO. A multa do artigo 475-J CPC é
aplicável ao processo do trabalho, porque a
execução trabalhista não tem igual
dispositivo para compelir o devedor ao
pagamento da dívida (artigos 880 a 883
CLT). A aplicação subsidiária do Código de
Processo Civil (artigo 769 CLT), restrita à
fase de conhecimento (artigo 889 CLT), deve
ocorrer quando houver omissão na norma
celetista, o que acontece no caso. Sem
olvidar que o inciso LXXVIII artigo 5º da
Constituição Federal, acrescentado pela
Emenda Constitucional nº 45 de 08.12.2004,
assegurando a todos os litigantes o direito à
duração razoável do processo, autoriza a
aplicação daquela regra do Código de
Processo Civil no processo do trabalho.
Entendimento da douta maioria da Eg. 2ª.
Turma.” (AP-0074800-69.2002.5.03.0050,
Relator Juiz Convocado: Ricardo Marcelo
Silva, Data de Julgamento: 30/06/2009, 2ª
Turma). (www.mg.trt.gov.br)
48
“EMENTA: AGRAVO DE PETIÇÃO. ARTIGO
475-J DO CPC. Vencida a Relatora,
prevalece na Turma julgadora o
entendimento de que cabível a aplicação do
disposto no art.475-J do CPC, uma vez que
as alterações promovidas pela Lei nº
11.232/05, no âmbito do processo civil, se
ajustam aos princípios da celeridade e da
economia processual, aplicáveis ao Direito
Processual do Trabalho, com fundamento
nos arts. 889 e 769 da CLT. Agravo não
provido.” (AP-0089700-97.2004.5.04.0005,
Relatora: Carmen Gonzalez. Data de
julgamento: 23/09/2009, 9ª Turma)
(www.trt4.jus.br)
“PROCESSO DO TRABALHO.
APLICAÇÃO DO ART.475-J DO CPC.
POSSIBILIDADE. Nada impede que as
disposições do art. 475-J do CPC sejam
aplicadas no processo do trabalho, à
inexistência de previsão igual ou
semelhante na sistemática legislativa que
disciplina o processo do trabalho. Seria um
contra-senso, para esta Justiça Especial
que tanto se tem destacado nos âmbitos
da economia e celeridade processuais,
desprezar as inovações com que o Código
de Processo Civil contribui para otimizar a
satisfação cabal dos créditos exequendos.”
(AP-00100-2007-421-02-00-3, Relatora:
49
Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva,
4ª Turma) (www.trtsp.jus.br)
“MULTA DO ART. 475 - J DO CPC.
APLICAÇÃO SUPLETIVA. A aplicação
supletiva do dispositivo do artigo 475-J do
CPC ao processo do trabalho atende aos
princípios e garantias constitucionais da
razoável duração do processo, efetividade e
celeridade. Recurso a que se nega
provimento.” (AP 0021200-
67.2003.5.05.0463, Relatora: Maria Adna
Aguiar, Data de Julgamento: 30/06/2010, 5ª
Turma) (www.trt5.jus.br)
“MULTA. ARTIGO 475-J DO CPC.
APLICABILIDADE. A multa prevista no art.
475-J do CPC, com redação dada pela Lei
nº 11.232/05, aplica-se ao processo do
trabalho, pois não havendo determinação
específica na execução trabalhista a
compatibilidade de sua inserção é plena,
desestimulando o uso de meios e arguições
inúteis e desnecessárias. Ademais, busca
concretizar o disposto no art. 5º,LXXVIII, da
Constituição Federal, pelo qual "a todos, no
âmbito judicial e administrativo, são
assegurados o tempo razoável do processo
e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação." O papel social do trabalho e
como tal dos créditos trabalhistas, de cunho
fundamentalmente alimentar, somente se
50
tornará realidade quando receber, ao menos,
o tratamento e as garantias deferidas aos
créditos cíveis.” (RO 07519-2007-036-12-
00-8, Relatora: Viviane Colucci, Data de
Julgamento:16/10/2009, 1ª Turma)
(www.trt12.jus.br)
“PROCESSO DO TRABALHO. MULTA.
ARTIGO 475-J DOCPC. É compatível com a
legislação laboral a norma do artigo 475- J,
do CPC já que ela tem como escopo agilizar
a efetiva satisfação do direito reconhecido na
sentença, em perfeita harmonia com os
princípios da celeridade e economia
processuais. Ausência de antinomia com o
artigo 769, da CLT.” (AP 00541-2006-006-
10-00-5, Relatora: Sandra Nara Bernardo
Silva, 2ª Turma) (www.trt10.jus.br)
Contudo, há pensamento contrário à aplicação do art. 475 – J do CPC
no âmbito da Justiça do Trabalho. Tendo em vista que na CLT existe
normatização para a execução, conforme os artigos 880 e seguintes que
determinam que o executado pague o valor devido em 48 horas ou indique
bens a penhora não seria possível a aplicação subsidiária do CPC nesta
situação.
No pensamento de Manoel Antonio Teixeira Filho “... o art. 769, da CLT,
permite a adoção supletiva de normas do processo civil desde que: a) seja
omissa quanto à matéria; b) a norma do CPC não apresente incompatibilidade
com a letra ou com o espírito do processo do trabalho. Não foi por obra do
acaso que o legislador trabalhista inseriu o requisito da omissão antes da
51
compatibilidade: foi, isto sim, em decorrência de um proposital critério lógico-
axiológico. Desta forma, para que se possa cogitar da compatibilidade, ou não,
de norma do processo civil com a do trabalho, é absolutamente necessário, ex
vi legis, que antes disso, se verifique se a CLT se revela omissa a respeito da
material. Inexistindo omissão, nenhum intérprete estará autorizado a perquirir
sobre a mencionada compatibilidade. Aquela constitui, portanto, pressuposto
fundamental desta”. (TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio, apud SCHIAVO,
Mauro, 2009, p. 853.)
A Seção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior
de Trabalho decidiu pela incompatibilidade de tal norma. Segundo o relator
Brito Pereira “o artigo 769 da CLT só permite a aplicação subsidiária da norma
processual civil no processo do trabalho quando houver omissão da legislação
sobre o tema e compatibilidade da norma. Assim, na medida em que a CLT
tem dispositivos específicos para tratar de liquidação e execução de sentença
(artigos 876 a 892), a aplicação do artigo 475 – J, nessas condições, afronta o
comando do artigo celetista”. (JORNAL ACAT, Ano I, nº 12, Julho/2010)
Na mesma sessão de julgamento foi apresenta voto divergente pelo
Ministro Vieira de Mello Filho que no seu entender “as normas celetistas,
quanto ao cumprimento da decisão final por parte do devedor, não tratam,
especificamente, da aplicação da penalidade – condição que atende ao
primeiro requisito do artigo 769 da CLT no que diz respeito à necessidade de
omissão da legislação trabalhista para autorizar a utilização subsidiária das
regras do processo comum.” (JORNAL ACAT, Ano I, nº 12, Julho/2010). A
compatibilidade também esta presente, tendo em vista “que a aplicação da
regra do artigo 475 – J do CPC agiliza o cumprimento das decisões transitadas
em julgado.” (JORNAL ACAT, Ano I, nº 12, Julho/2010).
Deve ser observado que na Justiça do Trabalho é utilizada a “legislação
processual civil para aplicar multas com o objetivo de impedir atos processuais
protelatórios que retardam o desfecho da causa.” (JORNAL ACAT, Ano I, nº 12,
Julho/2010). Pode ser citado como exemplo “a aplicação da multa prevista no
52
parágrafo único do artigo 538 do CPC nos casos de embargos de declaração
protelatórios, ainda que o artigo 897-A da CLT trate das hipóteses de
cabimento dos embargos de declaração, sem se referir a qualquer tipo de
penalidade.” (JORNAL ACAT, Ano I, nº 12, Julho/2010), portanto também
cabível a aplicação da multa de 10% prevista no art. 475 – J do CPC no
processo do trabalho.
Por fim, não há óbice à aplicação do art. 475 – J do CPC no processo do
trabalho, pois com ele é compatível estando de acordo com os Princípios do
Direto do Trabalho, principalmente o Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana, o Principio da Celeridade Processual e o Princípio do Não
Enriquecimento Ilícito e está presente a omissão, pois a CLT não trata de
penalidade ao executado. Atende, portanto os requisitos do artigo 769 da CLT.
Na prática podemos observar que, após a liquidação de sentença e
fixado o valor do crédito do Autor, proferindo-se a sentença homologatória, o
Executado é intimado, via Diário Oficial ou mesmo via postal, a pagar o valor
da condenação, na foram do art. 475 – J do CPC. No prazo de 15 dias é
efetuado o depósito, sem a aplicação de multa de 10%, e se for o caso, é
expedido alvará ao Autor complementando a prestação jurisdicional.
No caso de não haver o depósito, o valor homologado é acrescido da
multa de 10% com posterior determinação de penhora via sistema BACENJUD,
também complementando a prestação jurisdicional.
Nada impede que no prazo de 15 dias o Executado ofereça bens à
penhora, nos termos do art. 655 do CPC, ou que requeira o parcelamento do
valor devido na forma do art. 745 - A do CPC, que permite o executado
requeira o parcelamento do valor devido em até 6 vezes, com depósito prévio
de 30% do valor total. Neste procedimento não cabe oposição de Embargos à
Execução nem a concordância do Autor. Inovação acrescentada pela Lei
11.382 de 06/12/2006 e compatível com o processo do trabalho.
53
Tal procedimento é muito mais célere e eficaz que o previsto na CLT nos
arts. 876 a 892 que prevê a expedição do Mandado de Citação Penhora e
Avaliação que deverá ser cumprido pelo Oficial de Justiça o que demanda, face
ao acúmulo de processos, um lapso temporal, muitas vezes superior a 30 dias,
e com todos os percalços já demonstrados, não compatível com o Princípio da
Celeridade
Fica demonstrado que a aplicação do art. 475 – J do CPC ao processo
do trabalho juntamente com a utilização de ferramentas, como BACEN JUD,
RENAJUD, INFOJUD e JURISCALC, a morosidade na prestação jurisdicional
seria atenuada, o que é de fundamental importância face ao caráter social da
Justiça do Trabalho.
54
CONCLUSÃO
Finalmente, após o estudo realizado sobre o procedimento de execução
na Justiça do Trabalho é possível extrair algumas conclusões.
Trata-se de procedimento que visa a apuração do crédito exeqüendo
englobando desde a fase de liquidação, inclusive contribuições previdenciárias
e fiscais, passando pela metodologia de correção monetária, penhora, defesa
do Réu ou impugnação do Autor, arrematação, adjudicação, remição,
intervenção de terceiro, recursos, sendo de conhecimento daqueles que
vivenciam a prática do direito do trabalhista, que a maioria dos processos, em
tramitação, podem percorrer longos anos até a total satisfação da pretensão
deduzida.
É praticamente unânime o sentimento de necessidade de reformas no
Poder Judiciário. Não só em sua estrutura como também na modernização das
leis processuais
Ciente de tal fato devemos estar atentos, em especial, às necessidades
da Justiça do Trabalho face ao seu caráter eminentemente social.
Verifica-se assim a necessidade de se buscar alternativas que
possibilitem se empregar uma celeridade na prestação jurisdicional, e, em
especial ao procedimento de execução na Justiça do Trabalho. A utilização de
ferramentas como BACEN JUD, RENAJUD, INFOJUD e JURISCALC atende
em parte esta necessidade.
Este estudo teve como objetivo demonstrar a compatibilidade do art. 475
– J do CPC com o processo do trabalho com base nos Princípios da Celeridade
Processual que deve estar presente não só no processo de conhecimento, mas
também na fase de execução, bem como os Princípios da Dignidade da
55
Pessoa Humana e do Não Enriquecimento Ilícito e a omissão presente na CLT
no que diz respeito a penalidades impostas ao executado, em observância ao
art. 769 da CLT.
De todo o exposto, conclui-se que a questão da morosidade da
prestação jurisdicional, e, em especial na Justiça do Trabalho, e,
particularmente no processo de execução, pode ser, não obstante as demais
dificuldades, atenuado com a utilização das novas ferramentas existente com
BACEN JUD, RENAJUD, INFOJUD e JURISCALC e a aplicação do art. 475 –J
do CPC no processo do trabalho, alcançando com isso os resultados
pretendidos com a valorização do Princípio da Celeridade Processual.
56
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