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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NO SEC XXI. Por: Heide Gomes Casagrande Orientador(a) Prof. (a) Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NO SEC XXI.

Por: Heide Gomes Casagrande

Orientador(a)

Prof. (a) Mônica Ferreira de Melo

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NO SEC XXI.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior.

Por: Heide Gomes Casagrande

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AGRADECIMENTOS

A todos os meus colegas, que

passaram todas as tardes de sábado

comigo durante este ano.

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DEDICATÓRIA

Dedico a todos os meus colegas.

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RESUMO

O presente texto aborda o histórico da Educação Superior no Brasil, o

surgimento das primeiras universidades até a difusão acelerada de faculdades

que presenciamos hoje. A preocupação com a formação de professores que

tem surgido nas últimas décadas, deixando de pautar somente no

conhecimento de conteúdos específicos da área de execução do docente. A

atuação destes profissionais nos variados contextos, enfatizando a falta de

cursos para formação de professores e sua prática. A aplicabilidade da didática

no curso superior e o estudo da andragogia para auxiliar o docente em sua

prática profissional.

Palavras chave: Educação Superior, formação em docência, didática e

andragogia.

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ABSTRACT

This article discusses the history of higher education in Brazil, and the

emergence of the first universities until the accelerated spread of colleges that

currently occurs. The concern for teacher education in recent decades, breaking

the paradigm of prepare them only for the specific contents area of teaching.

The work of these professionals in various contexts, emphasizing the lack of

training courses for teachers and their practice. The applicability of teaching in

higher education and the study of andragogy to assist teachers in their

professional practice.

Keywords: higher education, training in teaching, teaching and andragogy

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METODOLOGIA

O estudo foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas e

webgráficas, cujos principais autores foram: Antônio Carlos Gil, Marília Costa

Morosini, Selma Garrido Pimenta, Léa das Graças Camargos Anastasiou, entre

outros autores detentores de conhecimentos em educação e renomados

pesquisadores na área.

O conhecimento adquirido ao longo do curso de pós-graduação em

“Docência do Ensino Superior” e a observação da atuação de professores

cotidianamente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 9

CAPÍTULO I A PROFISSÃO ACADÊMICA NO BRASIL -------------------------- 11

CAPÍTULO II - A FORMAÇÃO DO PROFESSOR OU PERFIL ------------------ 18 PROFISSIONAL

CAPÍTULO III - DA APLICABILIDADE DA DIDÁTICA NO ENSINO ------------- 29 SUPERIOR

CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ----------------------------------------------------------- 41

BIBLIOGRAFIA CITADA -------------------------------------------------------------------- 43

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------------------- 47

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INTRODUÇÃO

O processo educacional brasileiro passou por várias modificações desde

que foi implementado. A formação das primeiras universidades foi a partir do

aglomerado de faculdades, no qual cursos diferentes se uniam em um

determinado local para formar a Instituição.

Com o tempo, o número de universidades foi aumentando no país, como

também o número de faculdades particulares. Hoje contamos com diversas

faculdades espalhadas pelo Brasil, apesar de estarem em maior número no

sudeste.

Diante do desenfreado aumento de cursos superiores, nos perguntamos

como está sendo desempenhado o papel do professor nessas instituições, e o

que observamos é que a maioria dos docentes não possui preparação

adequada para ministrarem aulas em Instituições de Ensino Superior. Muitos

professores possuem outros empregos e encaram o ato de “dar aula” como

uma renda a mais no final do mês, sem possuírem qualquer preparação para

transmitir conhecimentos em salas de aula.

Na maioria das instituições de ensino superior há o despreparo e falta de

experiência de professores, mesmo aqueles que já possuem anos de profissão

(PIMENTA E ANASTASIOU, 2010).

Ao obter um panorama internacional, notamos a crescente preocupação

com o desenvolvimento profissional do professor e modificações no processo

didático. No Brasil há algumas décadas essa preocupação também se fez

presente e persiste atualmente, porém tem ocorrido de forma lenta. (PIMENTA

E ANASTASIOU, 2010).

Pimenta e Anastasiou (2010) afirmam que o ensino é realizado e

modificado por seres humanos, mas esse mesmo processo modifica e

reconstrói o ser humano, ou seja, elas acreditam que a educação é um

processo cíclico e por isto pode ser considerado um fator de aperfeiçoamento e

progresso tanto do ensino no país quanto para sociedade.

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Outro fator de suma relevância que será abordado ao longo do texto se

refere aos tipos de formações em docência que os professores adquirem ao

longo de sua carreira e como ocorre essa preparação, que apesar de não ser

exigida pela maioria das faculdades, tem despertado o interesse de docentes.

De acordo com Pimenta e Anastasiou (2010), programas de mestrado e

de doutorado pouco enriquecem na prática de docência, eles são de suma

importância para o conhecimento e atualização de conteúdos dos profissionais,

porém não costumam abordar matérias e práticas para realizarem aulas. Com

isso, vários profissionais entram no mercado de trabalho com uma gama de

conhecimentos, mas sem preparação para transmiti-los.

O fator de docência tem sido um assunto muito discutido, como também

cursos que abordam preparação para professores estão lentamente se fazendo

presentes. Além desses fatores, a formação continuada é outro ponto crucial

para o bom desempenho do docente, pois com a globalização os

conhecimentos estão sendo difundidos com uma velocidade absurda e para ser

um profissional atualizado o professor deve estar em constante formação, tanto

nos conhecimentos e descobertas novas, como também na formação em

docência.

Além de todo conhecimento que o docente deve possuir, o principal se

refere na sua forma de agir em sala de aula, da ética e sensibilidade que ele

deve adquirir, pois os alunos absorvem dos professores não somente o que

eles ministram em salas de aula, essa transmissão vai além e perpassa por

fatores relacionados ao modo de atuação dos professores em suas respectivas

áreas profissionais, muitos alunos se espelham em atitudes e formas de agir

dos docentes e por essa razão o professor deve desempenhar seu papel com

muita cautela e ética profissional.

O aprendizado da andragogia tem ajudado nos procedimentos dos

docentes, pois se refere ao modo de realizar aulas para adultos. Esses e outros

fatores serão detalhados ao longo do texto, facilitando maior entendimento da

atuação do professor nos diferentes contextos.

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CAPÍTULO I

A PROFISSÃO ACADÊMICA NO BRASIL

1.1 – Histórico da Educação Superior

Um fator de suma importância é o resgate e a construção da informação

histórica da educação brasileira, cujo intuito é de oferecer subsídios que

possibilitem a relevante compreensão da problemática das questões atuais

sobre a formação do professor. Para isso, é fundamental relembrar alguns

momentos importantes no surgimento das primeiras Universidades do Brasil.

Segundo Oliven (2002), o desenvolvimento do Sistema Superior no Brasil

pode ser considerado bem diferente do que ocorreu no contexto latino-

americano. O Brasil colônia não criou instituições de ensino superior até o

início do século XIX, criando quase três séculos mais tarde que a maioria dos

países da América. Dessa forma, para se graduarem, os estudantes da elite

portuguesa, nascidos no Brasil, tinham que se deslocar para estudar na

metrópole, na Universidade em Portugal.

No Brasil colonial o ensino era realizado pela Companhia de Jesus,

através dos jesuítas, que tinham a responsabilidade de realizarem os

ensinamentos formais. Quando a família real se deslocou para o Brasil, em

1808, para escapar das tropas de Napoleão Bonaparte, Dom João VI, o

príncipe regente, foi solicitado a criar uma universidade no Brasil, porém esse

empreendimento sairia caro para a coroa portuguesa, que em vez da

universidade, criou em Salvador o curso de cirurgia, anatomia e obstetrícia

(OLIVEN,2002).

No ano de 1827, foram criados dois cursos de Direito, um em São Paulo e

outro em Pernambuco, além da escola de Minas Gerais na cidade de Ouro

Preto. Eles seguiam modelos europeus de ensino, privilegiando o ensino à

pesquisa. As primeiras faculdades brasileiras eram independentes umas das

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outras e se localizavam em cidades importantes, além de possuírem orientação

profissional elitista. Porém, durante o período imperial, apesar das propostas,

não foram criadas universidades no país uma vez que a universidade de

Coimbra tinha um excelente conceito, com isso, a elite preferia deslocar seus

filhos para Portugal a fim de realizarem a graduação.

Durante o período da república deram mais importância a cursos laicos de

orientação técnicos profissionalizantes. Uma das primeiras universidades

brasileiras foi criada em 1920, a Universidade do Rio de Janeiro, que era

localizada na antiga capital do Brasil (OLIVEN, 2002). Esta universidade reunia

administrativamente faculdades que já existiam.

Segundo Oliven (2002), na nova república foram criadas mais de vinte

Universidades Federais e, a partir dos anos 30, consolidou-se a sociedade

urbano-industrial e isso gerou a criação de novos empregos tanto no setor

público quanto no privado, desencadeando o aumento da demanda de ensino

superior, aumentando o número de matrículas nos vestibulares. Ainda nesse

período, o presidente Getúlio Vargas criou o Ministério de Saúde e Educação e

em 1931 foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras, em que a

Universidade poderia ser pública ou privada e deveria incluir pelo menos três

cursos, dentre eles: Direito, Medicina, Educação, Ciências e Letras.

Em 1934, a igreja manifestava grande interesse na criação de uma

universidade, tanto que havia criado alguns cursos nas áreas de humanas e

sociais, cujo objetivo era de ressocializar a elite brasileira. Os jesuítas

organizavam, administravam e orientavam pedagogicamente os cursos

(OLIVEN, 2002), mas foi em 1946 que surgiu a primeira universidade católica

do país.

De acordo com Penim (2001), foi através da criação da Universidade de

São Paulo (USP) que desencadeou um divisor de águas na história do sistema

de educação superior. A USP tinha como objetivo promover através da

pesquisa o progresso da ciência, como também através do ensino gerar

conhecimentos que enriquecessem não somente o aprendizado escolar, mas

também conhecimentos que fossem úteis a vida.

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Na década de 40, com a expansão do ensino médio e aceitação da

mulher no mercado de trabalho, os cursos de filosofia passaram a ser

frequentados pelas mulheres que pretendiam ministrar aulas no ensino médio.

A feminilização das matrículas universitárias continua crescendo, o número de

mulheres que frequentam universidades, em muitas instituições, são maiores

que o número de homens.

Retomando a linha do tempo relacionada ao surgimento e expansão das

universidades, temos o período populista, que data da década de 40 e vai até a

década de 60, que gerou o surgimento de universidades que vincularam

faculdades e se tornaram federais em sua maioria.

Em 1961 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Brasileira, que reforçou o modelo tradicional de instituições de ensino superior

vigente no país, gerando uma inércia do sistema universitário. Esta lei deixou

ilesas as cátedras vitalícias, as faculdades isoladas e a universidade composta

por união de faculdades, além de manter o foco no ensino e não na pesquisa

(OLIVEN, 2002).

Após a transferência da capital brasileira do Rio de Janeiro para Brasília,

Oliven (2002) revela que foi criada, ainda em 1961, a Universidade de Brasília,

esta foi a primeira que surgiu de forma integrada, ou seja, sem aglutinação de

faculdades já existentes. Essa faculdade objetivava o desenvolvimento de uma

cultura e de uma tecnologia nacional ligada ao projeto desenvolvimentista.

Com a tomada de poder pelos militares, em 1964, grande número de

professores foi afastado de suas funções. Os militares tinham o objetivo de

coibir atividades do governo que considerava “subversivas”. Com o passar do

tempo, após anos de coibição do desenvolvimento das universidades, o

congresso Nacional aprovou a Reforma Universitária, que gerou um grande

número de inovações, dentre elas: a criação de departamentos, o sistema de

crédito, vestibulares classificatórios deixando de ser eliminatórios, além da

dedicação exclusiva dos professores universitários - valorizando sua titulação e

a produção científica (OLIVEN, 2002). As universidades privadas, por sua vez,

se adaptaram a reforma.

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Para Neves (2002), muitas das medidas da Reforma Universitária

continuam a orientar e conformar a organização do nível superior de ensino.

Com o passar do tempo, o número de pessoas a cursar o ensino superior

aumentou significativamente, esta pressão por criação de vagas desencadeou

a expansão do setor privado de ensino, consequentemente, criou-se um

grande número de faculdades isoladas de acordo com a demanda da época.

De acordo com o texto “Histórico da educação superior no Brasil”, Oliven

(2002) menciona que na década de 80, mais da metade dos alunos de terceiro

grau estavam matriculados em estabelecimentos isolados de ensino superior,

sendo 86% em redes privadas. Através da nova Lei de Diretrizes da Educação

Nacional (LDB), pela lei n° 9.394/96, introduziu-se o processo regular e

sistemático da avaliação dos cursos de graduação e das instituições de ensino

superior, avaliando o desempenho. Caso alguma instituição apresentasse

qualquer deficiência, tinham um determinado tempo para saná-la.

Através do Ministério da Educação, os formandos dos vários cursos eram

submetidos a uma avaliação de conhecimento em relação ao curso, essa

avaliação não fazia parte do currículo dos alunos, mas servia para avaliar a

qualidade dos cursos das várias instituições do país.

Segundo Neves (2002), foi instituído em 1992 o CAPES, que representou

uma agência de fomento da pós-graduação cuja finalidade era elaboração de

propostas do Plano Nacional de Pós-graduação, promovendo estudos e

avaliações, apoiando o desenvolvimento científico e tecnológico atual, entre

outros.

A importância dada ao desenvolvimento econômico fez com que os

militares incentivassem a formação de recursos humanos de alto nível, com

isso foram criados cursos de mestrado e doutorado, forneciam verbas para

bolsas - a princípio para formar professores no exterior -, entre outras medidas

relevantes.

Para Solange Alfinito (2007) pensar em desenvolvimento do país

perpassa pelo sistema de ensino, o conhecimento da população. Durante os

anos compreendidos entre 1994 – 2003, a educação superior sofreu mudanças

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expressivas, sendo que a principal foi a rápida expansão deste setor, que

contava com 851 em 1994 e atingiu 1.859 Instituições de Ensino Superior em

2003.

Seguindo a linha de raciocínio de Gomes (2009), observamos que até a

metade da década de 90, ocorreu a expansão das instituições de ensino

superior, a privatização do setor, a diversidade social dos acadêmicos, a

interiorizações de novas instituições, como também a expansão das

universidades do setor privado com orientação empresarial.

Baseado no estudo sistematizado do INEP (2006), referente ao período

que compreende 1991 – 2004, o divisor que reformula o processo de educação

brasileira é a LDB, que a partir de 1996 gerou uma profunda mudança no

sistema de educação do ensino superior. Cujos principais resultados foram:

credenciamento de várias instituições, com abertura de vários cursos em cada

uma delas, gerando o crescimento do número de cursos no Brasil, que em

1996 contava com 6.644 instituições e em 2004 esse número subiu para

18.644; Aumento significativo nas redes privadas de ensino superior, gerando

uma centralização progressiva do ensino.

A partir de 1996, como resultado da LDB, houve um expressivo aumento

de faculdades no norte e nordeste do país, diminuindo a concentração no

sudeste, esta ampliação não se deu somente no campo geográfico, mas

também no âmbito social, uma vez que a classe média baixa e os

trabalhadores foram atraídos para formação superior, principalmente nas

instituições privadas com cursos mais baratos e de curta duração. A LDB

tornou o sistema flexível ao mesmo tempo em que estabelecia mecanismos de

controle de qualidade.

Apesar da escassez de estudos que compreende a área de docência do

ensino superior, o INEP realizou uma coletânea de dados que compreende o

mesmo período citado acima sobre o estado do Rio de Janeiro. O censo da

educação superior de 2004 registra um total de 293.242 funções docentes,

incluindo as de docentes em exercício e as de afastados por qualquer motivo.

De acordo com a distribuição percentual, a taxa de crescimento de funções

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docentes (em exercício e afastados) é de 22,5% em 1991, chegando a 34% em

2004, apesar de ter sido um crescimento oscilante durante o período.

De acordo com a visão de Neves (2002), a educação superior do Brasil

abarca um complexo e diversificado sistema de redes públicas e privadas, com

diferentes cursos e programas de ensino, desde a graduação, pós-graduação

lato e stricto sensu.

1.2 - Atual situação do ensino superior brasileiro:

Podemos afirmar que atualmente o número de instituições brasileiras de

ensino superior tem aumentado significativamente, juntamente com este

aumento, pode ocorrer a massificação da educação superior. De acordo com

Silva e Ourique (2012), a massificação do ensino superior brasileiro ocorreu

principalmente em decorrência da forte expansão do número de vagas em

universidades públicas e a proliferação de instituições privadas. Quando o

neoliberalismo assumiu lugar de destaque no cenário brasileiro, houve

repercussão nas universidades através da tentativa constante de regular a

educação superior pelo mercado de globalização.

Nas últimas décadas, as instituições privadas expandiram muito mais que

as federais e as estaduais. As redes públicas, principalmente as federais,

cresceram em um ritmo lento e encontrando dificuldades de suprir a demanda

da população; A relativa estagnação deste setor mostra o possível

esgotamento da capacidade do governo de aumentar os investimentos nessas

instituições (MARTINS, 2000).

É evidente que expandir o ensino superior como instrumento de

democratização é relevante, principalmente quando está vinculado a políticas

concretas como o PROUNI (Programa Universidade para Todos). Entretanto, a

cautela quanto ao possível crescimento desordenado é fundamental nesses

casos, principalmente nos setores privados, que enviam muitas solicitações de

aberturas de cursos para o MEC. Esta forma de proceder acaba por gerar o

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fracionamento dos recursos, uma vez que estes recursos poderiam ser

utilizados para os cursos já existentes na instituição (FRANCO, 2008).

De acordo com Franco (2008), diante da expansão desgovernada das

instituições superiores de ensino, lidamos com a situação problemática que é a

contratação impulsiva de professores que se vinculam as instituições mediante

docência por horas, que são aqueles professores contratados pelas horas de

trabalho sem vinculação específica com a instituição. Esse procedimento

fragiliza as pesquisas nessas instituições superiores, pois os professores

limitam sua atuação na escolarização.

Juntamente com o processo de mudanças do ensino superior, houve a

incorporação de um público diferenciado, ou seja, o aumento significativo do

ingresso de estudantes do sexo feminino e de estudantes já integrados no

mercado de trabalho, além do acentuado processo de interiorização e de

regionalização do ensino (MARTINS, 2000).

De acordo com o autor citado anteriormente, um dos desafios mais

relevantes do ensino superior é a formulação de políticas não direcionadas

somente para uma das partes do sistema. É preciso ações conjuntas que

tenham por objetivo abarcar as instituições superiores brasileiras em sua

totalidade. Trata-se de criar mecanismos reais que qualifiquem

academicamente o sistema como um todo.

Pode-se observar que o Brasil precisa avançar bastante no que diz

respeito oferecer educação superior de qualidade para um contingente maior

de sua população. Mas, para que essa expansão seja realizada de forma

organizada e sistemática, há necessidade de uma constante reflexão sobre o

ensino superior brasileiro, para que a oferta esteja de acordo com as

necessidades apresentadas pela sociedade, já que esta se movimenta de

acordo com a mudança de perfil da demanda do mercado de trabalho. Porém,

a cultura da educação brasileira prioriza, na maioria dos casos, a aprovação

em universidade do que a qualidade do conhecimento adquirido pelo corpo

discente.

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Diante da ênfase dada a quantidade em detrimento da qualidade do

ensino, Sguissardi (2008) revela que:

“Como corolário da tendência de tudo ser

transformado em mercadoria pela sociedade capitalista, é

que se pode entender que os serviços educacionais,

como um direito e um bem público, possam ser

considerados como uma mercadoria, a educação-

mercadoria, objeto de exploração de mais-valia ou de

valorização.” (p.1013)

O autor evidencia que com a expansão do ensino superior de forma

desordenada, juntamente com a sociedade capitalista que estamos inseridos, a

tendência é a “educação – mercadoria”. Dessa forma, nos deparamos com o

ensino superior privilegiando o “comércio” de diplomas em detrimento de sua

qualidade.

CAPÍTULO Il

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR OU PERFIL

PROFISSIONAL

2.1 – A formação docente de professores:

Por muito tempo os professores eram abordados como “enciclopédia” na

docência, pois havia um distanciamento entre a prática, teoria e reprodução de

conhecimento. O professor realizava a atividade e o aluno sem qualquer

questionamento copiava e absorvia o conhecimento (BEHRENS, 2007).

Behrens (2007) em seu texto “O paradigma da complexidade na formação

e no desenvolvimento profissional de professores universitários” afirma que

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com o passar do tempo o preparo dos professores ficou centrado no domínio

de conteúdos, este tipo de formação conservadora nos acompanhou até

meados do século XX.

Atualmente, apesar do grande embasamento teórico que um professor

possa ter, observa-se o despreparo e até mesmo o desconhecimento científico

do que seja o processo de ensino-aprendizagem. Com grande frequência, os

professores universitários recebem emendas prontas pelas universidades e

acabam por realizarem os planejamentos de aula individualmente, sem que

haja qualquer processo de organização didático-pedagógico. Segundo Pimenta

e Anastasiou (2010), os professores não recebem orientação do departamento

sobre os processos de planejamentos, metodológicos ou avaliatórios, não

prestam conta e nem fazem relatórios.

A formação continuada do professor é outro ponto crucial que deve ser

discutido neste capítulo, pois o docente deve estar sempre buscando

informações sistematizadas. Porém, estas questões nem sempre são

observadas na prática, pois acreditam que o bom professor não requer

formação no campo do ensinar, mas sim conter um aglomerado de títulos e o

suficiente domínio de conhecimentos específicos.

Para Mizukami (2005), dois focos básicos devem ser considerados pelos

docentes, que são: a melhoria da prática profissional e a formação continuada

ao longo de seu trabalho, pois professores devem ser também eternos alunos.

Dias (2009), ao analisar algumas características da formação inicial do

professor, pontua o quanto a identidade profissional é pouco definida no

decorrer do processo de formação. O que se observa, são muitos alunos que

realizam cursos de formação para área docente sem muitas vezes saberem o

que irão fazer com o título adquirido. Diante disso, é relevante que este tipo de

formação cumpra um papel complementar à formação do sujeito.

Para Dotta et al (2010) em um mesmo grupo de profissionais

professores, encontramos diferentes formas identitárias, isso deve as

características de cada pessoa, como também as categorias de tempo e

espaço que cada ser humano vivencia. Estes fatores dificultam a rotulação do

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profissional, mesmo que ele ocupe um cargo semelhante em uma mesma

instituição. Porém uma identidade coletiva, mesmo que pareça utópica e mal

definida, pode ser identificada devido a linguagem e projetos comuns que os

docentes possuem, construindo uma simbólica identidade coletiva.

Segundo Pimenta e Anastasiou (2010), na construção da identidade

docente é necessária a focalização em alguns pontos, como: intencionalidades

em algumas tarefas, criatividade e equilíbrio em cada nova situação vivenciada,

disponibilidade para mudanças, envolvimento no contexto educacional,

coragem para enfrentar desafios cotidianos e muita flexibilidade mental para

lidar com situações previsíveis e imprevisíveis.

Para Morosini (2000), a pedagogia universitária do país é exercida por

professores que não possuem identidade única, como foi explicitado

anteriormente, e a política de formação destes professores é realizada de

forma indireta. O governo determina parâmetros de qualidade institucional e

desenvolve políticas de capacitações dos docentes, além de exigir cursos de

capacitação em pós-graduação, mestrado, doutorado. Entretanto, diretamente

o governo não estabelece normas de capacitação didática do docente. Mesmo

que haja essa avaliação de forma indireta, é visível para todos que não é

exigido dos professores universitários que tenham formação em docência.

Consequentemente, lidamos com um corpo docente sem conhecimentos de

didática.

Foi a partir da profissionalização do ensino, que assuntos sobre a

formação de professores foram ressaltados visando garantir a legitimidade da

profissão. Na década de 90, houve buscas de novos enfoques e paradigmas

com intuito de compreender a prática docente e os saberes dos professores.

Porém, os estudos sobre a formação de professores são escassos e ainda

persistem numa dissociação entre a formação e a prática cotidiana. (NUNES,

2001).

Ao entender que a democratização do ensino passa pela sua formação,

pela valorização profissional, pelo trabalho, isso nos leva a refletir sobre a

importância do investimento no desenvolvimento profissional do professor. É

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importante constatar que esse desenvolvimento ocorre devido a formação

inicial e continuada do docente, além da valorização da identidade e

profissionalismo do professor. Valorizar o trabalho docente implica dotar os

professores de perspectivas de análise que o ajudará a compreender o

contexto em que está inserido.

O processo do profissional docente deve ser baseado no processo

gradual e contínuo de autoformação, desenvolvidos no contexto e nos

momentos diversificados. Segundo Mizukami (2005) a docência do ensino

superior é um terreno tímido e também o mais recente que vem fazendo parte

de debates de forma mais sistemática.

Para Behrens (2007), a participação do docente é fundamental na

elaboração e mudanças na educação, pois através de sua prática ele pode

inserir problemáticas ainda não questionadas. Nesse contexto o autor propõe:

“A formação continuada exige a elaboração de

propostas alicerçadas com base nas necessidades dos

docentes, com intuito de gerar a mudança desejada na

prática pedagógica. Para tanto, as propostas para

formação do profissional docente são construídas com

eles, e não para eles.” (p. 450)

O autor acima coloca em questão a fundamental e relevante participação

do professor na construção de propostas que irão fazer parte de sua formação

e de mudanças que devem ser realizadas. Pois ninguém sabe mais do que os

próprios professores das mudanças que devem ser implementadas.

De acordo com as cláusulas de contrato de trabalho para professores de

ensino superior, não é exigido a busca de formação pedagógica, como já foi

dito. Somente a cerca de duas décadas que essa questão de formação para o

exercício de docência começa a ser discutida no país, devido a autocrítica por

vários membros do ensino superior, principalmente de professores. Logo,

podemos notar que por muito tempo o saber para ensinar foi visto como um

simples adereço aos saberes disciplinares, deixados em segundo plano. Ainda

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hoje, pouco se sabe sobre os processos pelos quais o professor passa para

aprender a ensinar (FERENC e MIZUKAMI, 2005).

O docente, muitas vezes é inserido no ensino superior sem preparação

precedente, depois que ele se encontra na instituição “continuam as omissões

de jogos de responsabilidades” (FERENC e MUZUKAMI, 2005, p.05) e o

professor individualmente passa a ter que dar conta de seu papel, ou seja, a

instituição entende a formação do professor como autônoma, e o profissional

se sente confrontado a investir na área científica, assim, a aprendizagem para

saber ensinar fica destinada a iniciativas individuais.

Ferenc e Muzikami (2005) retomam a falta de preparação que o estudante

se depara para se tornar um profissional professor, dessa forma, os autores

destacam que “em um dia se é estudante, no outro já se é professor e está a

assumir todas as tarefas que os experientes já executam”(p.6). Assim, o

iniciante se depara com a realidade de uma faculdade dotada de normas e

regras que devem ser cumpridas, logo, o profissional passa a acreditar que a

aprendizagem pode ocorrer somente mediante a experiência cotidiana.

Contudo, de acordo com Morosini (2000), segundo dados do INEP, do

período compreendido entre 1990 – 1998 ocorreu o aumento significativo do

número de professores com títulos de mestrado e doutorado. Os professores

com mestrado subiu de 21% para 27% no período citado acima e os

professores com título de doutorado variou de 13% em 1990 para 19% em

1998.

Ainda para Morosini (2000), as instituições públicas possuem professores

mais qualificados que as redes particulares: nas públicas somam-se 28% de

doutores, 30% de mestres e 24,8% de especialistas, já nas instituições

particulares, esses números variam para 9% de doutores, 25% de mestres e

45% de especialistas.

Mesmo diante desse aumento da qualificação profissional do professor,

na visão de Cunha (2000), muito dos problemas da formação do professor

pode ser respaldado na concepção de conhecimento que se instala no mundo

ocidental, pois a visão que possuímos é extremamente mecanicista com o

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predomínio da razão instrumental sobre as demais dimensões do

conhecimento humano. Nessa perspectiva, o professor, ao fazer sua formação,

muitas vezes adquire competência técnico-científica em detrimento de uma

visão amplificada e abrangente da sociedade. Logo, são necessárias medidas

muito mais amplas do que a discussão pedagógica quando se deseja realizar

uma ponte entre docência e formação.

Parece relevante que para o professor construir sua profissionalidade, ele

precise recorrer a saberes da prática e teoria, pois a prática vem sendo cada

vez mais valorizada como uma construção de saberes, seja na formação de

professores ou na aprendizagem de alunos (CUNHA, 2000). Também é

importante que a formação dos professores universitários esteja inserida numa

reflexão sobre a prática educativa em favor da autonomia do aluno, uma vez

que formar alunos é muito mais do que simplesmente educar.

Observamos que a questão de docência na universidade ultrapassa os

limites de salas de aula e chegamos a nos perguntar a finalidade de uma

graduação. Uma boa universidade deveria se caracterizar por produzir

conhecimentos, estimular a formação crítica dos alunos, incentivar pesquisas,

como também gerar problematizações das questões relacionadas ao contexto

social que estamos inseridos. Porém, não vimos este modelo sendo

concretizado em nossas universidades, mas sim muitos formandos apáticos,

sem senso crítico e completamente despreparados para atender a demanda

atual do mercado de trabalho.

2.2 – A trajetória do professor do ensino superior:

A profissão do professor de ensino superior não gerou qualquer tipo de

preocupação durante muitos anos, pois acreditavam que quem detinha o

conhecimento saberia transmiti-lo. Somente em 1930, depois da criação das

primeiras universidades, que houve interesse dos órgãos governamentais em

verificar a competência do professor universitário. Foi através dessa

preocupação em avaliar o desempenho do professor, que surgiram os

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primeiros passos para criação de cursos de pós-graduação no país (GIL,

2011).

A partir da criação de cursos de pós-graduação, esses se tornaram

requisitos de extrema importância para obtenção de cargos em universidades

públicas, principalmente após a Reforma Universitária (GIL, 2011).

Por volta de 1980, devido iniciativas de movimentos de educadores

juntamente com o Ministério da Educação, a preocupação com a carreira do

professor assume lugar de destaque, baseada na crítica da legislação vigente e

na realidade observada nas instituições formadoras.

Em 1983, através do Conselho Federal de Educação, foi decretado

condições para validade de cursos de pós-graduação. Ficou estabelecido que

os cursos deveriam ter carga horária mínima de 360 horas, e que pelo menos

60 horas da carga horária seriam utilizadas para disciplinas relacionadas a

formação didático-pedagógica. Mas com o tempo, mudanças ocorreram

gerando alterações nas resoluções como foram as que ocorreram em 2001, em

que alguns dispositivos foram alterados, suprimindo a exigência de disciplinas

pedagógicas (GIL, 2011).

Na trajetória do professor, ele constrói e reconstrói seus conhecimentos

de acordo com a necessidade de utilização dos mesmos, como também suas

experiências, seus percursos formativos e profissionais (NUNES, 2001).

De acordo com Nunes (2001), tanto a escola como os professores

mudaram com o tempo, logo a questão dos saberes docentes também se

modificaram, isto em decorrência da influência da literatura internacional e as

pesquisas brasileiras que colocaram o professor como um profissional que

adquire e constrói conhecimentos a partir da prática e no exercício da

profissão.

Segundo Gil (2011), durante a profissão, o professor experimenta

diferentes expectativas, frustrações, preocupações e satisfações. Dessa forma,

o autor diz ser possível falar em “ciclos de vida do professor” (p. 31), de forma

geral os professores passam por cinco etapas durante a profissão, são elas:

Entrada na carreira, na qual o professor estabelece os primeiros contatos,

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depara com a realidade da profissão; Estabilização na carreira, que é a etapa

em que o professor adquire seu próprio “estilo” e passa a ter mais confiança;

Questionamento, em que há uma melhora na carreira docente, mas ao mesmo

tempo pode haver um gradativo descompromisso com a profissão; Serenidade,

pois eles podem se tornar menos enérgicos ou podem ficar presos ao

conservadorismo. A quinta e última etapa é o desinvestimento, que também é

observado nas diversas profissões, caracterizado no fim da carreira, em que o

profissional passa a dedicar-se a si próprio.

Essas etapas citadas anteriormente não podem ser observadas em todos

os docentes e nem sempre ocorrem dessa forma objetiva e com sequência

determinada, pois quando o foco é o ser humano, muitas atitudes são

imprevisíveis. A sequência ditada no parágrafo anterior foi estabelecida a partir

de um estudo que ocorreu na Suíça, com Huberman (1989), realizada com

professores de ensino secundário. O autor Antônio Carlos Gil, no livro “Didática

do Ensino Superior”, descreveu como sendo processos semelhantes ao que

acorrem no Brasil.

2.3 – A profissão do professor na atualidade:

Para Pimenta e Anastasiou (2010), atualmente o contexto em que o

professor está inserido é bem diferente de décadas passadas, esse fator

decorre principalmente em razão da nova configuração da sociedade, da

informação e do conhecimento, das novas tecnologias e a mínima participação

do Estado na empregabilidade.

Ao analisar o mercado de trabalho do professor de ensino superior, é

visível que as oportunidades de emprego vêm aumentando, principalmente

com a expansão das instituições particulares. Contudo, esse aumento

numérico da empregabilidade não está diretamente associado a processos de

formação continuada, já que a exigência para a docência superior está ligada a

graduação específica (PIMENTA E ANASTASIOU, 2010).

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De acordo com Pimenta e Anastasiou (2010), para se tornar um professor

universitário, o sujeito deve estar preparado para algumas possíveis

exigências, - “Docência, atividades de extensão e pesquisa” (p.142) – dessas

três tarefas, a docência é a exigida em qualquer instituição.

Quando o “professor” realiza um concurso, nos editais constam que é

necessário o saber específico, porém, nada se fala em saber transmiti-lo, já em

contratações sem concurso, normalmente, exige muito menos do profissional.

Retomando o aumento significativo do número de professores

empregados, observa-se que em sua maioria são docentes improvisados, sem

preparo para exercer suas funções e sem formação pedagógica. Muitos destes

professores exercem a carreira docente como complementar, um trabalho extra

para aumentar a renda e enriquecer seu currículo, porém sequer se perguntam

o significado de ser professor (PIMENTA E ANASTASIOU, 2010).

Ainda na perspectiva de Pimenta e Anastasiou (2010), no Brasil há

algumas experiências pontuais de profissionalização continuada para docentes

do ensino superior. Mas esse processo deve ocorrer de forma gradual, pois

não se trata de uma palestra de algumas horas, demanda tempo e prática.

Mesmo sendo importante essa contínua formação do professor, Moura (2010)

especifica que a formação continuada da carreira docente já foi considerada

sinônimo de seu desenvolvimento, porém atualmente não se restringe somente

a esse procedimento. Muitos teóricos afirmam que vai além, pois não envolvem

apenas a formação continuada, como também aspectos multidimensionais que

englobam o desenvolvimento pessoal do docente.

É educativa a postura do professor como um garimpeiro do ensino, como

alguém que não tem métodos ou processos definitivos, mas alguém que está

sempre procurando uma forma melhor de exercer o seu trabalho, contando

com a parceria dos estudantes, pois, passa para o aprendente o conceito

verdadeiro da avaliação, visando um aperfeiçoamento contínuo e a atitude de

busca, de procura de novas soluções, tão importantes no mundo atual.

Nunes (2001) salienta a importância da prática social como objetivo

central por parte do docente, possibilitando uma re-significação dos saberes na

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formação dos professores, que até pouco tempo era pautada na capacitação e

eficiência na sala de aula, contudo, essa visão vem sendo substituída pela

abordagem de analisar a prática que o professor está desenvolvendo,

enfatizando a temática do saber docente como também a busca de uma base

de conhecimento para os docentes que sejam incluídos saberes da

experiência.

De acordo com Moura (2010), os professores produzem saberes que vão

além das salas de aula, saberes estes que nascem da prática cotidiana da

profissão docente. São as experiências vivenciadas pelo professor dentro e

fora da sala de aula, através da convivência com colegas de trabalho e com a

própria instituição em que trabalha. A autora afirma:

“O processo de profissionalização constitui-se, em

algo além de um esforço individual e intimista de

capacitar-se para a docência, mas envolve a abertura de

um panorama maior diante do professor, que passa a

perceber que é parte de um ambiente macro, que sai da

sua sala de aula, envolve a escola, passa pela estrutura

de ensino em que está envolvido e chega à sociedade.”

(p.9).

Assim, a carreira docente não deve ser considerada como estática, mas

inclui um aglomerado de variáveis: tanto em ministrar aulas e conviver com os

alunos, quanto nas tarefas do cotidiano e convivência social.

Segundo Behrens (2007), na educação surgiu um novo paradigma, ele

exige a interconexão de variadas abordagens. Este novo paradigma busca a

superação de uma lógica linear e parte para um eixo mais articulado e

complementar, gerando uma nova visão do homem e da sociedade. Diante

dessa nova forma de preparação docente, o professor deve se atentar para

uma qualificação diferenciada que priorize a visão crítica e transformadora da

sociedade.

Pimenta e Anastasiou (2010) acrescentam a visão que se pode ter da

educação brasileira:

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“A educação tem sido encarada como um bem de

consumo, um meio para sobrevivência financeira e social

– para conseguir emprego -, mas também para o

desenvolvimento humano, uma vez que somente na

sociedade humana existe um processo intencional para

tornar humanos os animais humanos.” (p. 95)

Nesse contexto, todos valorizam a educação, a sociedade acredita que a

educação é necessária e de extrema importância para conquistar seus

objetivos. Pois vivenciamos um contexto em que o conhecimento e a

informação fazem toda diferença, seja no momento de conseguir uma vaga de

emprego ou no convívio diário com a sociedade.

Diante da “sociedade da informação” que tem emergido, é inevitável a

preparação do docente para o incerto, para mudanças bruscas e para

situações inusitadas. Logo, o professor deve ser qualificado para uma visão

crítica e reflexiva tanto de seu trabalho quanto da configuração da sociedade

(BEHRENS, 2007).

De acordo com Behrens (2007), existem aqueles professores voluntários

que investigam novas metodologias para ensinar e aprender, porém outros

docentes se incomodam com as críticas recebidas através de avaliações

institucionais ou dos próprios alunos e possuem enorme dificuldade em

modificar a dinâmica da docência. Muitas vezes, estes sabem que devem

alterar seu processo de ensino, mas não sabem o que fazer.

Segundo esse mesmo autor a mudança de uma abordagem conservadora

para uma mais atualizada requer muito esforço e dedicação com leitura, além

de uma boa orientação pedagógica. Para este tipo de mudança, os professores

também devem aprender com suas experiências de formação.

Na atualidade, o papel do professor tem sido bastante questionado,

surgem novas teorias de desenvolvimento de aprendizagem, preocupações

sobre a interferência da tecnologia da informação e da comunicação no ensino,

as metodologias utilizadas na contemporaneidade, as técnicas e os materiais

de apoio. Contudo, reverter um quadro de má formação no Brasil é um

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processo que demanda muitos anos, até mesmo décadas (CAPELLINI e

SANTOS, 2005).

De acordo com Capellini e Santos (2005), não será criando cursos

variados que esta estrutura formada há anos se modificará, é de suma

importância perguntar quem são os atores e de que forma eles responderão

diante da “nova formação”. Para modificar os pilares da formação do docente, é

fundamental que haja uma política de acompanhamento e de desenvolvimento

dos cursos de formação.

Para Gil (2011), apesar de atualmente a formação continuada ser

considerada a porta de entrada para atividade docente nas universidades, não

contemplam de forma geral a formação pedagógica. Os programas de

mestrado/doutorado pouco valorizam disciplinas relacionadas a aprendizagem

didático - pedagógica. Diante dessa falha, algumas universidades oferecem

cursos de Metodologia e Didática do Ensino Superior. O autor ainda afirma

que o mestrado tem como objetivo proporcionar conhecimentos e habilidades

em pesquisas científicas, a fim de tornar o professor um construtor de

conhecimentos, mas não enfatiza a forma de transmitir esses conhecimentos.

CAPÍTULO III

DA APLICABILIDADE DA DIDÁTICA NO ENSINO

SUPERIOR

3.1 - Histórico da didática

O termo “didática” já era usado desde a Grécia Antiga e seu significado se

remetia aos ensinamentos que os mais velhos transferiam aos mais jovens.

Esse significado foi ganhando especificidade a partir do século XVII, no qual

passou a ser reconhecido como uma arte de ensinamento das mais variadas

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áreas de conhecimento que poderia ser transmitida a todas as pessoas

(PIMENTA e ANASTASIOU, 2010).

Esse processo de poder ensinar a todos sem discriminação gerou um

grande avanço para sociedade durante a Reforma Protestante. Pimenta e

Anastasiou (2010) enfatizam que ensinar a todos de modo que toda população

tivesse acesso direto às Escrituras, sem que a Igreja Católica interferisse, seria

de grande valia, já que esta manipulava a população com uma forma

educacional baseada nos ensinamentos da Companhia de Jesus. Diante desse

avanço, houve a generalização do termo “escola” a toda população,

culminando no desenvolvimento do comércio, na construção de cidades e mais

tarde no capitalismo industrial.

Pimenta e Anastasiou (2010), no livro “Docência no Ensino Superior”

colocam que com o tempo e as modificações dos modelos de ensinar, as

crianças foram ganhando destaque como “sujeitos de aprendizagem” (p. 47).

No início, nem a escola e nem os professores tinham responsabilidades do não

aprendizado da criança, mas esta sim poderia não ter condições naturais e

sociais para adquirir os conhecimentos. No século XX, com o desenvolvimento

tecnológico, a didática passa a ser designada de forma mais ampla, com

utilização de instrumentos mais eficientes.

Para Gil (2011), no século XX a didática passou a buscar fundamentos

nas mais variadas áreas de conhecimentos, este processo era denominado de

“Escola Nova”. Esta surgiu devido a modificação em tratar problemas em

educação, objetivando reformular o ensino tradicional, tendo como princípio

que o aluno aprende melhor por si próprio.

No Brasil, este movimento tornou-se conhecido na década de 20, porém

em pouco tempo foi duramente criticado, principalmente por educadores mais

conservadores. Estes alegavam que essa forma de ensinamento não exigiria

do aluno, além de abandonar conteúdos tradicionais para acreditar na

espontaneidade do aluno em “guiar” a matéria. Dessa forma, a escolanovista

não conseguiu muito êxito no Brasil, contudo, no meio universitário alguns

resquícios permaneceram até a década de 50 (GIL, 2011).

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A partir de 1950, a didática brasileira primou pela neutralidade científica e

eficiência na aprendizagem, nesta época, foi confundida com Metodologia de

Ensino. Por volta de 1970, ocorreram críticas a essa didática, principalmente no

que dizia respeito a esta neutralidade científica, dando margem para o

surgimento da “didática crítico-social” (GIL, 2011, p. 4).

Considerando especificamente o ensino superior, a polêmica em relação

à didática não aparece com tanta ênfase, pois a maioria dos professores não

acreditam ser necessário uma formação adequada para praticar a docência.

Acreditavam que muitos aprendem com a prática, errando até se adequar a

função. Contudo, por mais que o professor tenha domínio da sala de aula,

muitas especificidades relacionadas aos alunos ele não controla, são os

sentimentos, interesses, ou seja, as características pessoais (GIL, 2011).

Retomando ao histórico da didática, temos que na década de 70 o termo

Andragogia começa a se popularizar, porém muitos nem sabem de sua

existência atualmente. A andragogia pode ser designada como um método,

arte ou ciência para orientar os adultos a aprenderem. De acordo com Gil

(2011), a andragogia fundamenta-se em alguns princípios, dentre eles estão:

“Necessidade de conhecimento, motivação para aprender, experiência” (p.12).

Essa nova forma de educação destinada a adultos permanece até hoje e

vem se aperfeiçoando a cada dia. Nas universidades, os professores têm

procurado conhecer e se adequar a esse processo de transmitir o

conhecimento. Uma educação pautada na Andragogia requer planejamentos

de tarefas que envolvam os alunos, criação de um espaço que seja eficaz para

aprendizagem, para ensinamentos relacionados com situações problemas,

técnicas que favoreçam o empirismo, valorização da exposição de temas para

discussão, enfatizar tarefas coletivas, centrar temas que sejam de necessidade

e interesse da turma em questão. A adoção destes e de outros procedimentos

pode gerar um grande crescimento tanto para o docente, quanto para o

discente, porém nem todos conhecem e adotam essa forma de ensinamento.

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3.2 – A didática no ensino superior

Por muito tempo, acreditava-se que para professores do ensino superior

bastaria ter conhecimentos sólidos e facilidade em comunicação para lecionar

aulas, pois pensavam que por serem adultos os alunos não precisariam de

auxílios pedagógicos. Devido este pensamento, que não havia até

recentemente a preocupação das autoridades educacionais com o docente do

ensino superior, preocupavam-se somente com a produção científica que

possuíam (GIL, 2011).

Ao realizar levantamentos da aprendizagem dos alunos de ensino

superior, fica clara a deficiência da formação do corpo docente. Devido este

aspecto, os professores atuais têm procurado com mais frequência formação

em didática nos cursos de pós-graduação (GIL, 2011).

De acordo com Gil (2011) a tarefa destinada a didática se refere a

compreender o funcionamento do ensino nas diversas circunstâncias, as

funções sociais que o ensino possui e seus processos estruturais, relacionar

com outros campos de conhecimento, além de proceder com olhar crítico

diante do conhecimento.

É fato que o desejo da maioria dos professores é que seus alunos

aprendam da melhor forma possível os conhecimentos que ele tem a passar,

por mais limitações que ele possa ter, o docente sabe que no momento que

entra em uma sala de aula tem a responsabilidade de proporcionar aos alunos

um bom ensino (LIBÂNEO, 2001), porém isso nem sempre ocorre, devido a

falta de preparação que o professor possui antes de começar a lecionar ou até

mesmo durante esse processo.

De acordo com Gil (2011), alguns fatores são imprescindíveis para que o

aprendizado seja eficaz: “o professor, o aluno e o curso” (p.13). Essas variáveis

apesar de interagirem entre si possuem aspectos particulares. Ao analisar o

aluno, nos deparamos com as diferenças individuais de cada um sendo um

fator de grande relevância para o processo de aprendizagem, outro aspecto

fundamental é a motivação do aluno, pois esta impulsiona para a realização de

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ações, um terceiro fator relacionado ao aprendizado do aluno diz respeito aos

seus hábitos, pois os que se preocupam em destinar um horário para seus

estudos, anotam a matéria ministrada em aula tem grande chance de adquirir

um aprendizado mais eficiente.

Ainda o mesmo autor se refere às variáveis que os professores possuem

para facilitar a assimilação da matéria pelos alunos. Um aspecto fundamental

do docente é sua capacidade em fazer com que a disciplina pareça mais

interessante, a sua forma de ministrar as aulas trazendo a atenção total aos

seus ensinamentos. O aprendizado dos alunos também está diretamente

relacionado com a motivação do professor, o entusiasmo ao entrar na sala de

aula tende a fazer desta sala um ambiente mais propício para a aprendizagem.

A terceira variável que Gil (2011) coloca é o curso, porque muito

influencia os objetivos desse curso e seu grau de organização. Esses fatores

estão intimamente ligados tanto com o professor quanto com os dirigentes da

faculdade, as crenças dos professores nem sempre são as de seus dirigentes,

logo, nos deparamos com coordenadores de curso que minimizam a

importância de certas matérias e oferecem o mínimo de recursos para o

docente realizar suas aulas.

Contudo, não devemos analisar somente de forma isolada essas

variáveis, pois na realidade elas entrelaçam uma nas outras, para constatar se

a aprendizagem está sendo eficaz é importante avaliar que uma sala de aula é

local onde as pessoas têm suas relações interpessoais, seja com colegas ou

professores. A relação entre alunos e professores é muito intensa e não

apenas um processo didático, considerando isto, Gil (2011) explicita:

“Os estudantes não trazem pra sala de aula apenas

motivação para aprender. O ensino universitário também

oferece oportunidades para satisfazer às necessidades de

domínio e para enfrentar e superar com sucesso os

desafios.” (p.57)

O autor diz da importância da relação professor-aluno na universidade

para que haja crescimento não somente no aprendizado profissional, mas

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também pessoal. Este autor ainda salienta que a medida que se estuda o

processo de relacionamento entre professores e alunos, muito se responde

sobre a “aprendizagem não intencional” (p.58), pois os alunos aprendem

muitas coisas que vão além daquelas que o professor deseja que eles

aprendam, como também os professores ensinam muito mais do que desejam

ministrar.

Ao pensar em uma perspectiva histórico-social, o ensino tem o objetivo de

desenvolver capacidades dos alunos através de uma assimilação consciente e

ativa de conteúdos. Em uma sala de aula o professor utiliza seu conhecimento

para expor a matéria específica com intuito de ajudar o aluno a desenvolver

suas competências e habilidades, sempre equiparando com a realidade e

contexto que vivencia, ajudar os alunos a pensar por si próprios além de

elaborar formas de conhecimento para lidar com seu dia a dia (LIBÂNEO,

2001). Mas poucos são os professores que possuem essa consciência e

conseguem imprimir para prática todo esse arsenal “didático”.

A didática que um professor deve adquirir irá ajudá-lo a tomar direções e

se orientar nas tarefas que deve cumprir em suas atividades, fornecendo-lhe

uma segurança profissional. Mas ele não deve perder de vista que o

conhecimento que passa se realiza em uma sociedade formada por grupos

sociais que possuem visões distintas, dessa forma, não há técnica pedagógica

sem ter uma concepção de homem e de sociedade. Assim, o planejamento de

ensino deve iniciar com propósitos claros da finalidade do ensino no contexto

vivenciado, esta finalidade o ajudará na seleção dos conteúdos e métodos a

utilizar (LIBÂNEO, 2001).

Quando nos referimos ao termo “didática”, observamos que este traz um

arsenal de mitos que até hoje são muito difundidos. Segundo Pimenta e

Anastasiou (2010):

“No caso da docência universitária, essa expectativa

se traduz em alguns mitos. Um deles relaciona-se a

resumir a preparação docente universitário a uma

disciplina pedagógica, considerando a pedagogia, teoria

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da educação, e a didática, teoria do ensino, apenas como

um corpo de conhecimentos técnicos instrumentais, capaz

de apresentar receitas às situações de ensino.” (p.47)

Podemos constatar que a pedagogia e a didática não devem ser

consideradas formas de aprendizagens estáticas e instrumentais, pois

vivenciamos contextos diferenciados e com alunos e professores que possuem

características próprias. Essas autoras ainda ressaltam que outro mito muito

comum é o de se pensar que o campo da Pedagogia e da Didática resume-se

ao aprendizado de crianças e adolescentes, não se destinando a adultos. Além

destas crenças, muitas outras são vivenciadas atualmente.

Levando em conta a didática e suas finalidades, outro ponto fundamental

que Libâneo (2001) frisa é a subjetividade e a experiência dos alunos, porque

um professor que deseja ter uma boa didática precisa aprender a cada dia

como lidar com a subjetividade dos alunos, a linguagem utilizada e suas

percepções.

Atualmente, a didática necessita atentar-se para ajudar na constituição de

alunos pensantes, com visão crítica e sabendo argumentar diante do

conhecimento que lhe foi fornecido (LIBÂNEO, 2001).

3.3 – Andragogia e seus métodos

Na década de 40 foram divulgados os principais elementos para se

conceituar o aprendizado para adultos, porém esses elementos ainda se

encontravam fragmentados, com o tempo, as pesquisas foram se

intensificando e muitas disciplinas passaram a se interessar pela forma

adequada de se transmitir os conhecimentos para adultos, com isso, o conceito

de Andragogia surge como um modelo de princípios de aprendizagem (NOFFS

e RODRIGUÊS, 2011).

Giancaterino (2008) considera que para atender o público do ensino

superior se faz necessários conceitos Andragógicos nos currículos, além de

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abordagens de didática, os acadêmicos precisam que seja dito o que devem

aprender e qual caminho devem seguir. Entretanto, devem ser estimulados a

desenvolverem suas próprias ideias, a serem críticos e eficientes.

Essa metodologia é voltada para a participação ativa dos alunos

juntamente com a flexível maneira de organização curricular. A andragogia

tem seu foco no processo de aprendizagem e não apenas no conteúdo. Essa

forma de aprendizagem é um caminho de duas vias, pois não apenas o aluno

aprende, mas o professor também, uma vez que leva em conta a experiência

adquirida.

Atualmente podemos associar que a dificuldade de aprendizagem no

ensino superior pode estar correlacionada diretamente com a adoção do

modelo pedagógico destinado ao ensino dos mais jovens (NOFFS e

RODRIGUÊS, 2011).

Dentre os princípios da andragogia, é relevante observar que a

experiência prévia pode facilitar a aquisição de conhecimentos que estão

sendo ministrados. Outro aspecto que também é importante se refere a

orientação de aprendizagem de adultos que é centrada na vida, pois a

educação é um processo de desenvolvimento dos níveis de competências para

que atinjam o potencial complexo (NOFFS e RODRIGUÊS, 2011).

De acordo com Nogueira (2004), os adultos aprendem melhor quando se

deparam com problemas e consequentemente visualizam melhorias em função

de sua dedicação e energia dispensada para resolução desse problema.

Assim, as experiências de vida dos adultos devem ser incluídas no processo

educativo. O ambiente de aprendizagem deve caracterizar-se pela confiança,

respeito e colaboração, além do diálogo, que deve ser o ponto principal para o

processo de aprendizagem.

No processo andragógico nos deparamos com a flexibilidade, para

facilitação e adaptação dos indivíduos. Nesse modelo de aprendizagem leva-

se em conta a ênfase em quem aprende como o pilar do processo educativo.

De acordo com Nogueira (2004), o processo andragógico conta com sete

fases:

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“Estabelecer um clima conducente à aprendizagem;

Criar mecanismos para planificação mútua; Diagnosticar

as necessidades de aprendizagem; Formular objetivos

programáticos que satisfaçam as necessidades

identificadas; Elaborar um plano de experiências de

aprendizagem; Conduzir as experiências de

aprendizagem com técnicas e materiais adequados;

Avaliar os resultados da aprendizagem e re-diagnosticar

as necessidades de aprendizagem.” (p.5)

De acordo com a autora, estes sete procedimentos são essenciais para

uma boa aprendizagem dos adultos. O ambiente em que ocorre a

aprendizagem é muito relevante para o sucesso desse modelo, esse ambiente

deve conter certa informalidade, conforto, respeito e confiança. Para que o

clima psicológico seja adequado, Nogueira (2004) salienta que os adultos

devem se sentir confiantes e autodirigidos com os recursos encontrados na

sala e através do docente.

O método de exposição de conteúdos não é considerado algo crucial e

único pela perspectiva andragógica, em contrapartida o docente deve ilustrar

os novos conceitos explorando as experiências de vida dos estudantes. O

professor deve construir em conjunto com o discente uma forma de experiência

de aprendizagem, em que fique identificado como pretendem aplicar as novas

experiências no dia a dia da profissão pretendida (NOGUEIRA, 2004).

Segundo o mesmo autor, a diferenciação entre a educação de crianças e

de adultos representa um passo relevante para a andragogia, esta apela pela

experiência prévia do aluno, além de suas particularidades como ponto inicial

do processo de aprendizagem, dessa forma, a aprendizagem é um processo

interativo entre quem aprende e o mundo externo.

É válido destacar que gerar uma mudança do ensino clássico para o

andragógico demanda tempo e esforço. Para que ocorra esse processo, o

corpo docente deve estar bem preparado e disposto a modificar um modelo até

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então utilizado, logo, o professor deve estar em contínua formação para

conseguir atender este público (GIANCATERINO, 2008).

CONCLUSÃO

Constatamos que as Universidades brasileiras têm um papel fundamental

no desenvolvimento científico e tecnológico do país, além de influenciar no

âmbito social, econômico e político. Contudo, desde o surgimento das

universidades do Brasil nos deparamos com a falta de preparação adequada e

de políticas públicas sólidas para a formação de docentes.

Por muitas décadas as universidades preocupavam-se unicamente com a

formação profissional do docente, com o número de titulações que o

profissional possuía. Com o tempo e muitas pesquisas, se verificou que a

transmissão de conhecimento deve ser visto como pilar no processo

educacional, pois nem sempre o detentor de conhecimento sabe transmiti-lo de

forma clara e objetiva para o bom entendimento dos alunos.

O desenvolvimento da educação superior no país foi baseada desde a

demora na implementação de cursos e segue um caminho árduo até o

funcionamento de faculdades e universidades. Atualmente, encontramos um

aglomerado de faculdades pelo país, muitas sem preparação adequada para

receber alunos e professores e sem qualquer preocupação na atuação do

docente. Há poucas décadas que surgiu interesse pela melhora da educação,

mas esse processo é demorado e depende da mudança de muitos fatores que

se encontram arraigados na sociedade.

Frente às reformas e transformações que tem ocorrido na educação hoje,

principalmente após a criação da LDB, que fez do sistema educacional superior

mais flexível, é fundamental pensar o papel dos professores, pois para que

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ocorra uma mudança nas universidades tradicionais, a formação continuada e

o investimento em docentes torna-se imprescindível.

Atualmente, tem surgido vários cursos de pós graduação relacionados

com a docência do ensino superior e sua procura tem sido significativa. A

preocupação em ministrar uma boa aula dentro dos padrões exigidos pelas

universidades tem aumentado, mas este processo tem sido gradual.

Os professores devem possuir a visão de que não são apenas líderes

pedagógicos, mas também líderes das relações pessoais e importantes para

que o ambiente de sala de aula seja harmonioso e democrático e ao mesmo

tempo deve trabalhar com intuito de formar alunos com senso crítico da

realidade.

Segundo Gil (2011), as principais dificuldades que os professores

observam não se referem à seleção de conteúdos ou estratégias para ministrar

aulas, mas sim no relacionamento com integrantes na faculdade, sejam eles

alunos, coordenadores e até outros professores. Porém, para questões de

relacionamento não há formas claras e objetivas de agir, pois envolvem

valores, pessoas com personalidades diferentes e todo arsenal que possa estar

presente no ser humano.

O mesmo autor escreve que diante do poder que um docente pode ter em

sala de aula, é relevante que ele trace seu caminho com ética e

responsabilidade. Diferente de outras profissões, o professor não possui um

conselho ou entidades que possa funcionar como tribunais éticos, o que torna

ainda mais dificultoso o controle da atividade docente.

É visível que muitos professores não saibam do poder que podem exercer

na vida de um aluno e as repercussões que podem ser geradas devido ao

comportamento inadequado de um docente, é preciso conscientizar que o

papel do professor é fundamental para formação pessoal e profissional do

discente. Mas esse fato não deve ser encarado como um peso para os

professores, mas sim um incentivo de praticar suas atividades baseadas na

ética e empenho para fornecer bons exemplos para seus alunos.

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A universidade que queremos hoje se preocupa com as transformações e

repensa o processo educacional brasileiro, levando em conta fatores inerentes

aos seres humanos que até então não eram considerados. Dessa forma,

chegamos a conclusão que a universidade desejada é aquela que está sempre

se preocupando em modificar e transformar para melhorar a cada dia o

ambiente para professores e alunos e , consequentemente, toda sociedade.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO----------------------------------------------------------------------- 2

AGRADECIMENTO ---------------------------------------------------------------------- 3

DEDICATÓRIA ---------------------------------------------------------------------------- 4

RESUMO ----------------------------------------------------------------------------------- 5

ABSTRACT -------------------------------------------------------------------------------- 6

METODOLOGIA -------------------------------------------------------------------------- 7

SUMÁRIO ---------------------------------------------------------------------------------- 8

INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 9

CAPÍTULO I

A PROFISSÃO ACADÊMICA NO BRASIL --------------------------------------- 11

1.1 – Histórico da educação superior ---------------------------------------------- 11

1.2 – Atual situação do ensino superior brasileiro ------------------------------ 16

CAPÍTULO II

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR OU PERFIL PROFISSIONAL --------- 18

2.1 – A formação docente de professores --------------------------------------- 18

2.2 – A trajetória do professor do ensino superior ----------------------------- 23

2.3 – A profissão do professor na atualidade ----------------------------------- 25

CAPÍTULO III

DA APLICABILIDADE DA DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR ----------- 29

3.1 – Histórico da didática ------------------------------------------------------------ 29

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3.2 – A didática no ensino superior --------------------------------------------- 32

3.3 – Andragogia e seus métodos ----------------------------------------------- 35

CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------- 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ------------------------------------------------- 41

BIBLIOGRAFIA CITADA ----------------------------------------------------------- 43

WEBGRAFIA -------------------------------------------------------------------------- 44

ÍNDICE ---------------------------------------------------------------------------------- 47