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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O RECONHECIMENTO DO PEDAGOGO NO ÂMBITO EMPRESARIAL. Por: EDITH AMARA RODRIGUES DA SILVA Orientadora Prof. MS. MARIA LUCIA DE SOUZA MOREIRA NITERÓI 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · o motivo pelo qual a Pedagogia Empresarial surgiu neste setor e não em outro. Recurso significa ato ou efeito de recorrer, auxílio,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O RECONHECIMENTO DO PEDAGOGO NO ÂMBITO

EMPRESARIAL.

Por: EDITH AMARA RODRIGUES DA SILVA

Orientadora

Prof. MS. MARIA LUCIA DE SOUZA MOREIRA

NITERÓI

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O RECONHECIMENTO DO PEDAGOGO NO ÂMBITO

EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito final para obtenção

do grau de especialista em Pedagogia Empresarial

Por: Edith Amara Rodrigues da Silva.

3

AGRADECIMENTOS

.... Á minha avó, minha mãe e todos

que acreditaram em mim.

4

DEDICATÓRIA

...dedicam-se á minha avó e minha mãe

5

RESUMO

O tema desta monografia é o Pedagogo na Empresa e decorre da

seguinte questão central: Por que o Pedagogo não é reconhecido dentro da

empresa, uma vez que o Pedagogo e a Empresa fazem uma ótima

combinação, pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo de

formar cidadãos críticos com competências para exercerem suas funções. É

diante dessa constatação que esta monografia tem como foco central mostrar

que o Pedagogo deve ser reconhecido dentro da empresa já que ele é um

especialista na área de educação e por meio desta é capaz de transmitir novos

conhecimentos organizacionais aos funcionários a fim de atingir os resultados

desejados pela empresa. No decorrer dos capítulos dessa monografia serão

abordados o conceito da Pedagogia Empresarial e o seu surgimento, a

importância do Pedagogo para a empresa, a atuação desse profissional e suas

formas de atuar dentro da empresa. Para a realização dessa monografia optou-

se pela pesquisa bibliográfica como possibilidade de ampliação do estudo

sobre a temática em questão.

6

METODOLOGIA

Esta monografia trata de uma pesquisa bibliográfica pelo fato de que os

métodos utilizados para obter o conhecimento da solução do problema foram

através de referências ao assunto estudado em livros e periódicos

(considerados material científico). A metodologia utilizada foi com enfoque

empírico por se tratar de idéias e conceitos científicos que foram

fundamentados com base em livros e periódicos (considerados material

científico)

Os principais autores utilizados na realização desta monografia foram

Idalberto Chiavenato, Izolda Lopes, Amélia Escotto do Amaral Ribeiro e José

Abrantes.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – CONCEITUANDO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL 10

CAPÍTULO II – A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA 22

CAPÍTULO III – FORMAS DE ATUAÇÃO 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS 45

REFERÊNCIAS 47

INDICE 49

8

INTRODUÇÃO

O presente tema sugerido é de fundamental relevância, pois a

Pedagogia e a Empresa fazem um casamento perfeito, já que ambas têm como

objetivo semelhante à relação com as pessoas cujo é o foco dos tempos atuais.

Destaca-se que tanto a Empresa como a Pedagogia agem em realização de

ideais e objetivos definidos no trabalho de provocar mudanças no

comportamento das pessoas. Pode-se dizer que nesse sentido de processo de

mudança provocado no comportamento das pessoas em direção a um objetivo

chama-se APRENDIZAGEM e APRENDIZAGEM é a especialidade da

Pedagogia e do Pedagogo.

Seguindo esta linha de pensamento RIBEIRO (2008) descreve:

Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e conhecimentos. (RIBEIRO, 2008 p: 11)

Diante do exposto acima, a Pedagogia vem de encontro ao

aperfeiçoamento das relações nesta fase de reorganização do ambiente

organizacional e de gestão de pessoas uma vez que qualificar profissionais

para atuarem no âmbito empresarial, visando os processos de planejamento,

capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da

empresa é o foco da Pedagogia Empresarial.

Os objetivos desta monografia são de conscientizar as empresas sobre

a importância do pedagogo nas organizações, conceituar a Pedagogia

Empresarial para que haja um entendimento melhor na área, abordar a atuação

9

do pedagogo empresarial a fim de quebrar paradigmas presentes com relação

a atuação desse profissional, abranger a função desse profissional na Gestão

de Pessoas1 onde é especificamente a área de atuação desse profissional e

ressaltar as formas de atuação do Pedagogo Empresarial.

Diante dos objetivos expostos acima a atuação e o reconhecimento do

Pedagogo é imprescindível já que o Pedagogo estimula a reflexão dos

funcionários de modo que esses aprimorem o aprendizado da ação e com isso

estarão motivados e dispostos a darem o melhor de si para o sucesso da

empresa.

A fundamentação teórica da presente monografia se encontra dividida

em três capítulos o qual o capítulo I vem com o propósito de conceituar a

Pedagogia Empresarial, a fim de elucidar que a Pedagogia e a Empresa fazem

um casamento perfeito e destacar a importância do Pedagogo na Empresa. No

capítulo II é abordada a atuação do Pedagogo Empresarial com o intuito de

mostrar de que forma essa atuação ocorre dentro da estrutura da empresa.

Nesse capítulo também há abrangência da função do Pedagogo na Gestão de

Pessoas. Por último, o capítulo III vem com o propósito de ressaltar as formas

de atuação desse profissional dentro da empresa, a fim de mostrar como a

atuação desse profissional é ampla.

1 Gestão de Pessoas é o termo atual da antiga área de Recursos Humanos

10

CAPÍTULO I

CONCEITUANDO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL

A pedagogia, não é uma ciência exata, não é uma ciência de fatos, mas sim, de possibilidades da alma do educando (ou funcionário) em submeter-se às influências educativas.

(WILBOIS)

Antes de conceituar a Pedagogia Empresarial é necessário abordar a etimologia do termo Pedagogia para que dessa forma possa entender o sentido

e o propósito que a Pedagogia Empresarial tem para as organizações

aprendentes.

Pedagogia pode ser resumida como a ciência da educação e a arte de

ensinar onde tem sua origem na Grécia Antiga o qual paidós significa criança e

apogé significa condução. Logo Pedagogos na Grécia Antiga eram os adultos

(normalmente escravos) que conduziam as crianças para a escola uma vez

que como o próprio termo significa aquele que conduz a criança.

Pedagogia é o campo do conhecimento científico, que se ocupa do estudo sistemático da educação em suas várias modalidades, e da prática educativa concreta, que se realiza em todos os aspectos que formam uma sociedade (ações educativas). (LOPES, TRINDADE e CADINHA, 2008, p.21)

A Pedagogia Empresarial está relacionada à aprendizagem das empresas

e de seus funcionários ou capital intelectual como é visto atualmente pelas

empresas. Ela dentro das empresas designa das atividades de estimulo ao

desenvolvimento profissional e pessoal. Tendo em vista que Pedagogia e

Empresa fazem um casamento perfeito já que ambas se completam por terem

objetivo semelhante em relação às pessoas.

11

De acordo com Maria Luiza Marins Holtz

Uma empresa sempre é associação de pessoas, para explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo Empresário, pessoa empreendedora, que dirige e lidera a atividade com o fim de atingir idéias e objetivos também definidos.

A Pedagogia é a ciência que estuda e aplica doutrinas e princípios visando um programa de ação em relação a formação, aperfeiçoamento e estímulo de todas as faculdades da personalidade das pessoas, de acordo com ideais e objetivos definidos. A pedagogia também faz o estudo dos ideais e dos meios mais eficazes para realizá-los, de acordo com uma determinada concepção de vida. (IN: LIÇÕES DE PEDAGOGIA EMPRESARIAL p.6)

Conforme o exposto acima tanto a empresa como a Pedagogia de

acordo com Maria Luiza Marins Holtz agem em direção a realização de ideais e

objetivos definidos, no trabalho de provocar mudanças no comportamento das

pessoas.

1.1 O surgimento da Pedagogia Empresarial

No período (1970), devido à escola formal não atender às expectativas

do mercado, a formação profissional se dava no próprio local de trabalho e

passou a ser de grande relevância proporcionando uma demanda grande

de treinamento. Diante disto a educação sofreu mudanças em seu

conceito, e logo deixou de ser restrita ao processo ensino aprendizagem

em espaços escolares formais, saindo assim do ambiente escolar partindo

para diferentes e diversos segmentos. Decorrente disto o profissional

12

pedagogo também se transformou tendo que adequar-se a essa nova

realidade, posicionando-se como profissional capacitado juntamente com a

sociedade em transformação. É neste contexto que surge a Pedagogia

Empresarial.

Neste novo cenário de Educação em espaços não escolares, a

pedagogia na empresa caracterizou-se como uma das possibilidades de

formação/ atuação do pedagogo bastante recente, em especial no

contexto brasileiro. Pode se dizer que tem seu surgimento dentro da

empresa vinculado a idéia da necessidade de formação e/ou preparação

do Recursos Humanos. Porém nem sempre, as empresas preocuparam-

se com o desenvolvimento de seus recursos humanos, o qual deve ser

entendido como o fator principal do êxito empresarial.

É válido ressaltar a definição de Recursos Humanos a fim de elucidar

o motivo pelo qual a Pedagogia Empresarial surgiu neste setor e não em

outro.

Recurso significa ato ou efeito de recorrer, auxílio, meio ou posses. Humano quer dizer próprio do homem, relativo ao homem bondoso e humanitário. Assim, podemos definir Recursos Humanos como um conjunto de políticas e práticas que servem para direcionar, conduzir, definir aspectos de uma posição gerencial que venha a interagir e relacionar-se às pessoas, aos grupos ou aos cargos de uma empresa. (COCENZA e COSTA, 2009, p.14)

Pode- se dizer que o setor de Recursos Humanos de uma empresa está

ligado à Direção já que

... Deve funcionar como parceiro interno nas tomadas de decisão que envolvem os colaboradores ( como são chamados, modernamente, os funcionários), seja na admissão, na demissão, no recrutamento, na seleção, no treinamento, no desenvolvimento, no gerenciamento de conflitos, na manutenção de cargos e salários, na avaliação de

13

desempenho, nos benefícios e até mesmo na organização de eventos internos ou externos. (COCENZA e COSTA, 2009, p.14)

Estas mesmas autoras dizem que é importante ter o conhecimento da

cultura da empresa, da missão, dos objetivos organizacionais, dos valores,

para que assim, ao recrutar e selecionar pessoal não haja conflito entre os

objetivos da empresa e o perfil de seus novos funcionários. Neste contexto o

pedagogo empresarial deve também estar ciente da cultura, missão,dos

objetivos organizacionais e dos valores da empresa.

A preocupação do surgimento da pedagogia na empresa decorre de uma

necessidade ao mesmo tempo interna e externa. Por ter como foco o melhor

desempenho e formação profissional vem recebendo inclusive incentivos

governamentais para sua operacionalização, já que a formação e o

desenvolvimento de profissionais merecem incentivos do governo para sua

viabilização. Atualmente as empresas não utilizam mais a lei nº 6.297/75 ,

porém foi essa lei que passou a permitir que as empresas descontassem do

imposto de renda, um percentual dos gastos feitos com treinamento de mão de

obra de seus funcionários. Para relembrar essa lei que deu inicio do surgimento

da pedagogia na empresa segue abaixo um trecho2:

Lei 6.297/75- Lei nº 6.297 de 15.12.1975

D.O.U.: 16.12.1975

Dispõem sobre a dedução do lucro tributável, para

fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas,

o dobro das despesas realizadas em projetos de

formação profissional, e dá outras providências.

2 Este trecho da lei foi retirado do site: HTTP://www.fiscosoft.com.br/indexsearch.php?PID=476#.

Acesso: 22/10/2009

14

Art. 1º As pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro tributável, para fins do

imposto sobre renda, o dobro das despesas comprovadamente realizadas,no

período –base, em projetos de formação profissional, previamente aprovados

pelo Ministério do Trabalho

Parágrafo único: A dedução a que se refere o caput deste artigo não deverá

exceder, em cada exercício financeiro, a 10% (dez por cento) do lucro

tributável, podendo as despesas não deduzidas no exercício financeiro

correspondente serem transferidas para dedução nos três exercícios finaceiros

subseqüentes.

Art.2º Considera-se formação profissional, para os efeitos desta Lei, as

atividades realizadas, em território nacional, pelas pessoas jurídicas

beneficiárias da dedução estabelecida no Art. 1º que objetivam a preparação

imediata para o trabalho de indivíduos, menores ou maiores, através da

aprendizagem metódica, da qualificação profissional e do aperfeiçoamento e

especialização técnica, em todos os níveis.

§ 1º As despesas realizadas na construção ou instalação de centros de

formação profissional, inclusive a aquisição de equipamentos, bem como as de

custeio do ensino de 1º grau para fins de aprendizagem e de formação

supletiva, do 2º grau e de nível superior, poderão, desde que constantes dos

programas de formação profissional das pessoas jurídicas beneficiarias ser

consideradas para efeito de dedução.

De acordo com Ferreira (1985) é a partir da criação dessa lei que o

pedagogo passa a ganhar espaço nas empresas enquanto alguém que atua na

área de Desenvolvimento de Recursos Humanos. O ramo específico desse

profissional dentro desse setor é o treinamento de pessoal o qual torna-se

15

responsável pela preparação/ formação de mão de obra para atender as

especificidades da organização. Desse modo

Um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade organizacionais. (FERREIRA, 1985, p.74, Apud: RIBEIRO, 2008, p.9)

É interessante perceber que nessa atuação dentro empresa deve se ter

como pressupostos principais a Filosofia e a Política de Recursos Humanos

adotadas pela empresa. É necessário refletir que

...o impacto das transformações da sociedade nas organizações possibilita constatar o destaque dado a pontos como competências necessárias ao profissional moderno: espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró-atividade e aprendizagem contínua. (LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA, 2006. Apud: RIBEIRO, 2008, p. 10)

É nesse contexto de “novas” exigências mencionadas por estas autoras

que a Pedagogia Empresarial é vista como um elemento de articulação entre o

desenvolvimento das pessoas e das estratégias organizacionais. Deve-se

ratificar que o pedagogo empresarial desenvolve suas atividades com o setor

de Recursos Humanos. Em outras palavras “compreendem que o espaço

organizacional é, sobretudo um espaço de valorização da dimensão e da

dignidade humana” (RIBEIRO, 2008)

De acordo com RIBEIRO (2008)

Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também aprendente, cabe a Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/ apropriação de informações e conhecimentos, tendo sempre como pano de fundo a realização de ideais e objetivos precisamente definidos. Tem como finalidade principal provocar mudanças no comportamento das pessoas

16

de modo que estas melhorem tanto a qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal. (RIBEIRO, 2008, p. 11)

Permanecendo nesta linha de pensamento a Pedagogia Empresarial

existe “portanto para dar suporte em relação à estruturação das mudanças

quanto em relação á ampliação e à aquisição de conhecimento organizacional”.

(RIBEIRO, 2008)

Nesta perspectiva a Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com

os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes que são

diagnosticados como indispensáveis, necessários a melhor produtividade do

funcionário ou capital intelectual.

1.2 A Pedagogia Empresarial

O processo de influências recebidas

pelos participantes de uma Empresa,

durante todo o tempo em que

trabalha nela, é Educação. (IN:

Lições de Pedagogia Empresarial)

Como foi abordado no tópico anterior devido às novas competências

exigidas no mundo atual, como espírito de liderança, orientação para o cliente,

orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e

adaptabilidade, criatividade e produtividade, iniciativa e pró-atividade e

aprendizagem contínua fazem com que a Pedagogia Empresarial se apresente

como uma ponte entre o desenvolvimento das pessoas e das estratégias

organizacionais. Isto decorre do fato de que “a pedagogia é a ciência que

17

estuda de forma sistematizada o ato educativo, isto é, a prática educativa

concreta que se realiza na sociedade”. (CADINHA, 2008)

Continuando nesta mesma linha de pensamento, esta mesma autora

relata que

... Diante dos níveis de exigência ocorrida no mundo empresarial, surge a Pedagogia Empresarial, um ramo da Pedagogia que se ocupa em delinear frentes para que ocorra o desenvolvimento dos profissionais, como um diferencial entre as empresas. Ela procura favorecer uma aprendizagem significativa e o aperfeiçoamento do capital intelectual (produto da Pedagogia Empresarial) para o desenvolvimento de novas competências que atendam ao mercado de trabalho. (CADINHA, 2008, p.32)

Outro aspecto a ser ressaltado nesta linha de pensamento é que a

exigência do mercado de trabalho atual não abriga mais o trabalhador

mecanizado, mero executor de tarefas personificado na figura robotizada do

personagem do filme Tempos Modernos de Charles Chaplin. O ambiente

organizacional contemporâneo solicita o trabalhador pensante, criativo, pró-

ativo, analítico, com habilidade para resolução de problemas e tomada de

decisões, capacidade de trabalho em equipe e total contato com rapidez de

transformação e à flexibilização dos tempos atuais.

Diante deste aspecto ressaltado acima fica claro de qual a Sociedade em

que o trabalhador se encontra, ou seja, a famosa e complicada Sociedade do

Conhecimento no qual o recurso controlador não é mais o capital ou a mão de

obra, mas, sim a capacidade e experiências dos indivíduos. Decorrente disso

qualificar profissionais para atuarem no âmbito empresarial, visando os

processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e

desenvolvimento funcional da empresa é o foco da Pedagogia Empresarial.

18

A Pedagogia Empresarial enquanto ciência ligada ao desenvolvimento de

uma aprendizagem significativa vem com o intuito de contribuir para que as

empresas desenvolvam esse trabalhador (o ser humano) em todos os aspectos

intelectual (conhecimentos e habilidades), social e afetivo ( atitudes).

É fundamental que o pedagogo empresarial esteja ciente de que a

Educação é o processo de formação da personalidade humana, durante toda a

sua vida o qual trabalha com as experiências úteis do passado e com os

conhecimentos que ensinam construir o futuro, procurando desenvolver e

utilizar todas as potencialidades da pessoa humana, através de atividades

práticas educativas ,ou seja, construtivas . Assim,

Educação é o conjunto de ações, processos, influências e estruturas que intervém no desenvolvimento humano, na sua relação ativa com o meio natural e social, em um contexto de relações entre grupos e classes sociais. (CADINHA, 2008,p.32)

Diante do aspecto mencionado de desenvolver e utilizar todas as

potencialidades do ser - humano através de prática educativas LIBÂNEO

(2001) diz

É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o entendimento de que as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos a docência, embora estas devem ser a referência da formação do pedagogo escolar. Sendo assim o campo de atuação do profissional formado em pedagogia é tão vasto quanto as práticas educativas na sociedade. “Em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia.” (LIBÂNEO, 2001, p. 116).

Esta citação mostra que as práticas educativas não se dão de forma

isoladas das relações sociais o qual caracterizam a estrutura econômica e

política de uma sociedade, mas estão subordinadas a interesses de grupo e de

19

classes sociais. Logo o pedagogo é um profissional capacitado para lidar com

fatos e situações diferentes da prática educativa.

De acordo com GRECO (2005) esse novo profissional precisa atuar em

sintonia com outros profissionais de gestão, pois

A assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa. (...) O que o pedagogo empresarial busca é efetivar ao saberes corporativos e como seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da qualidade laboral, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de todos. (p.4)

O pedagogo empresarial conforme RIBEIRO (2008) precisa de uma

formação filosófica, humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a

capacidade de atuação junto aos Recursos Humanos da empresa.

1.3 A importância do Pedagogo na Empresa

Como transformar o ambiente de trabalho em um ambiente de

aprendizagem? É diante deste contexto que aparece a figura do pedagogo

empresarial. Cada vez mais as empresas descobrem a importância da

educação no trabalho e com isso começam a desvendar a influência da ação

educativa do pedagogo na empresa. A Pedagogia conta com o pedagogo

empresarial dentro da empresa por ter como visão, melhorar sempre a

qualidade de prestação de serviço.

20

Nos dias atuais, a empresa começa abrir espaço para que este

profissional de maneira consciente e competente possa solucionar problemas,

elaborar projetos a fim de visar à melhoria dos processos instituídos na

empresa, garantindo desta forma a qualidade do atendimento e contribuindo

para a instalação da cultura institucional da formação continuada dos

empregados.

Pode-se dizer que o pedagogo na empresa produz e difunde o

conhecimento, exercendo assim o seu papel de educador. Ressalta-se que a

maneira desse profissional atuar na empresa deve buscar modificar o

comportamento dos trabalhadores, de modo que estes melhorem tanto suas

qualidades no desempenho pessoal e profissional.

Segundo RIBEIRO (2008) as empresas que almejam ter um diferencial no

mercado, estão investindo no trabalho a fim de aumentar a capacidade de

competitividade, gerenciando o desenvolvimento de suas equipes e agregando

investimento à educação através do desenvolvimento humano, da construção

do conhecimento por parte do trabalhador.

Portanto, tanto a Pedagogia como a Empresa só tem a ganhar com esse

casamento pelo fato de que são responsabilidades3 do pedagogo empresarial:

• Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvam a

otimização da produtividade das pessoas humanas- o objetivo de toda

empresa.

• Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da

Empresa onde trabalha.

3 Essas responsabilidades citadas no corpo do trabalho foram retiradas do artigo “Lições de Pedagogia Empresarial”

21

• Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa-

dirigentes e funcionários- na direção dos objetivos humanos, bem como os

definidos pela empresa.

• Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações

pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável,

estimulador da produtividade.

• Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das

chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a fim de

favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial.

• Promover as condições e atividades práticas necessárias- treinamento,

eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões etc. - ao

desenvolvimento integral das pessoas influenciando-as positivamente

(processo educativo), com o objetivo de aperfeiçoar a produtividade

empresarial.

Conforme os tópicos expostos e todos os aspectos abordados até aqui,

fica evidente o motivo pelo qual esse ramo da Pedagogia vem ganhando força

no mundo empresarial e conquistando cada vez mais espaço dentro das

empresas.

22

CAPÍTULO II

A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA

“O homem é o patrimônio vivo da empresa; é o conhecimento, a inteligência e a alma da organização.” (LOPES, 2008)

Como foi visto no capítulo anterior, a Pedagogia Empresarial tem como

proposta ajudar as empresas a “aprender a aprender” isto dentro do contexto

de educação continuada que as pessoas encontram-se inseridas, ou seja, num

mundo em constante mudança. Destaca-se também que é proposta da

Pedagogia Empresarial estabelecer programas de aperfeiçoamento e

diversificação contínua às capacidades dos funcionários, aumentando assim a

capacidade deles mudarem por meio da conscientização e reconhecimento da

realidade a qual estão inseridos. A Pedagogia dentro da empresa tem como

foco estimular a reflexão dessa mão de obra, de modo que haja o

aprimoramento do aprendizado da ação, haja motivação e disposição para a

dar o melhor de si para o sucesso da empresa.

2.1 O pedagogo na empresa

A atuação do pedagogo empresarial está aberta por ser ampla e extrapolar a aplicação de técnicas o qual visam estabelecer políticas

educacionais. Isto ocorre pelo fato de que o pedagogo empresarial tem o

domínio de técnicas, conhecimentos e práticas que somados à experiência dos

profissionais de outras áreas constituem instrumentos importantes para a

atuação na área de gestão de pessoas como: coordenando equipes

23

multidisciplinares no desenvolvimento de projetos; evidenciando formas

educacionais para aprendizagem organizacional significativa e sustentável;

gerando mudanças culturais no ambiente de trabalho na definição de políticas

voltadas ao desenvolvimento humano permanente e prestando consultoria

interna relacionada a treinamento e desenvolvimento das pessoas nas

organizações.

Uma questão importante a ser ressaltada é que o desafio desse novo

profissional, diferentemente do que alguns podem pensar não se resume a

conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de treinamento para o qual as

pessoas não enxergam uma necessidade imediata. Perante isso é preciso

estudo e observações cuidadosas do que está acontecendo dentro da empresa

a fim de entender como funciona e porque existe um desequilíbrio. Tal

diagnóstico requer do pedagogo empresarial coragem, preparo técnico,

ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta dos pontos de

desequilíbrio dentro da organização.

Outra questão importante para a formação e atuação do Pedagogo

Empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos

dentro do contexto organizacional, tendo em vista que toda essa atuação está

pautada na dimensão humana. Há de se ressaltar que as políticas de Recursos

Humanos, por si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou

menos efetivos, porém tem no elemento humano o seu ponto chave.

Diante do exposto no parágrafo anterior a maneira de agir desse

profissional o qual já foi mencionado no capítulo anterior, precisa ocorrer de

forma relacionada e cooperativa com outros profissionais de gestão.

Dentro de uma organização a atuação do pedagogo é específica, ou seja,

de acordo com a tendência mais atual em Gestão de Pessoas, o desempenho

24

do funcionário é avaliado pelo seu gestor e cabe ao pedagogo elaborar um

processo educativo de acordo com as necessidades encontradas na avaliação

desse gestor. Destaca-se que ao iniciar qualquer tipo de trabalho é realizado

um treinamento que vai integrar o trabalhador à empresa e diante disso o

pedagogo que irá acompanhar todo o desenvolvimento do funcionário, ou seja,

o seu desempenho a fim de direcionar para o caminho que este deverá seguir

dentro da empresa, facilitando, enquanto agente provocador de mudança de

mentalidade e de cultura.

Outro aspecto a ser abordado o qual é muito importante, diz respeito ao

Recursos Humanos em quem para alcançar a plenitude das necessidades do

mundo atual, segundo Cadinha (2008) deve ser composto por três áreas do

conhecimento: Administração, Pedagogia e Psicologia- para que dessa

composição cada uma com sua especificidade possam desenvolver os

requisitos fundamentais do trabalhador- o CHA e os SSS que são importantes

para poder assegurar o sucesso de qualquer empresa.

De acordo com Cadinha (2008) desenvolvendo o CHA (Conhecimentos,

Habilidades, Atitude) o profissional irá atender as três necessidades básicas da

própria satisfação- SSS- Saber (a mente precisa de conhecimento) Satisfação

do ser nas suas necessidades básicas (saúde, moradia, alimentação, lazer) e a

Sagrada realização pessoal.

Conforme o exposto acima, o esquema a seguir vem para elucidar o que

foi mencionado no parágrafo anterior no que diz respeito à nova concepção de

Departamento de Recursos Humanos

25

D.R.H4

Outro aspecto a ser analisado com base neste esquema decorre de uma

atividade importante que pode ser desenvolvida pelo pedagogo, em sintonia

com a administração e com psicologia o qual é tratar de envolver parceiros e

funcionários nos projetos da empresa. Além disso, através do trabalho do

pedagogo, a empresa pode incentivar seus fornecedores para que também

assumam compromissos de responsabilidade social, evitando dessa maneira

fornecedores que tenham condições de trabalho inadequadas e degradantes.

4 Departamento de Recursos Humanos

Administrador Pedagogo Empresarial Psicólogo

Desenvolver a estrutura organizacional

Criar metodologias que favoreçam o desenvolvimento da aprendizagem do trabalhador

Desenvolver a motivação para o trabalho

DESENVOLVIMENTO DO PROFISSIONAL

SUCESSO DA EMPRESA

Esquema retirado do livro: Pedagogia Empresarial: Formas e contextos de atuação. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008 p:35

26

A responsabilidade Social é o foco do mundo contemporâneo onde

novos papéis estão sendo cobrados das empresas. Para elucidar melhor esta

afirmação segue uma das definições sobre a questão da responsabilidade

social.

Responsabilidade social é o modo de pensar e agir eticamente na minha relação com o outro. No universo das empresas, a responsabilidade social pode ser traduzida como um princípio ético, aplicado à realidade através de uma gestão que leva em consideração as necessidades e opiniões dos diferentes stakeholders5, isto é, dos públicos envolvidos ou impactados pelo negócio da empresas: clientes, funcionários, acionistas, comunidades, meio ambiente, fornecedores, governo e outros. (Disponível em: hhtp://WWW.bsd-net.com Acesso: 16/10/2009)

2.2 O pedagogo na área da Gestão de Pessoas

Na área de Gestão de Pessoas, (antiga Recursos Humanos da empresa) o pedagogo dá continuidade ao processo educacional da pessoa, enfocando

agora as competências profissionais, as quais viabilizam o atingimento dos

resultados esperados pela empresa. Para que isso ocorra o pedagogo utiliza

instrumentos pedagógicos para diagnosticar as necessidades de educação

desse funcionário comparando-as ao perfil esperado pela empresa/ cargo. Isto

decorre da formação na área de gestão escolar, mais precisamente na área de

planejamento o qual o pedagogo tem condições de ajudar a empresa na

elaboração de declaração da missão, visão em que constem as metas e

aspirações, valores, cultura e estereótipos a serem utilizados, envolvendo

funcionários e colaboradores.

5 Stakeholder em português significa parte interessada ou interveniente é um termo usado em

administração que se refere a qualquer pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma empresa. (Definição retirada da Wikipédia no dia 10/07/2009)

27

CHIAVENATO (1999) diz que

Quando as organizações são bem sucedidas, elas tendem a crescer ou, no mínimo, sobreviver. O crescimento acarreta maior complexibilidade dos recursos necessários ás suas operações, com o aumento do capital, incremento de tecnologia, atividade de apoio etc.; além disso, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de se intensificar a aplicação de sues conhecimentos, habilidades e destrezas indispensáveis à manutenção e competitividade do negócio. (CHIAVENATO, 1999, p. 4)

De acordo com esta citação, as pessoas passam a significar o diferencial

competitivo e promove nesse sentido o sucesso organizacional, tendo em vista

que elas passam a constituir a competência básica da organização, ou seja, a

principal vantagem competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e

fortemente competitivo.

2.2.1 O contexto da Gestão de Pessoas

O contexto da Gestão de Pessoas ,como o próprio nome diz, é formado por pessoas e organizações, visto que as pessoas passam grande parte de

suas vidas trabalhando dentro de organizações que dependem das pessoas

para poderem funcionar e alcançar sucesso. Dentro desse contexto, fica difícil

estabelecer uma separação entre o comportamento das pessoas e o das

organizações. “As organizações funcionam através das pessoas que delas

fazem parte, que decidem e agem em seu nome” CHIAVENATO (1999)

Diante dos aspectos abordados o contexto em que se situa a Gestão de

Pessoas é representada pelas organizações e pelas pessoas. Em síntese, as

organizações dependem delas para atingir os objetivos e cumprir as missões

28

impostas pelas organizações. Para as pessoas, as organizações constituem o

meio pelo qual elas podem alcançar os vários objetivos pessoais com um

mínimo de tempo, espaço e conflito.

Portanto as organizações sugerem a fim de aproveitar a sinergia dos

esforços, que as pessoas trabalhem em conjunto já que muito dos objetivos

pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pessoal

isolado. Logo sem organizações e sem pessoas certamente não haverá a

Gestão de Pessoas.

2.2.2 O conceito de Gestão de Pessoas

CHIAVENATO (1999) ressalta que

A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois dependem de vários aspectos com a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes. (p. 6)

Conforme esta citação a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos

fundamentais:

1. As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade própria, profundamente diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da organização.

2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais: como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e

29

aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos.

3. As pessoas como parceiros da organização: capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. – na expectativa de colher retornos desses investimentos- como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendência certamente será a manutenção ou o aumento do investimento. Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos. (IN: CHIAVENATO, 1999, p.7 - 8)

Como foi visto até aqui as pessoas constituem o principal ativo da

organização. Diante disso surge a necessidade de tornar as organizações mais

conscientes e atentas a seus funcionários. Pode-se dizer que as organizações

podem crescer prosperar e assim manter a continuidade se forem capaz de

aperfeiçoar os parceiros tendo como o foco principal o investimento nos

empregados.

Pode-se afirmar que

A Gestão de Pessoas nas organizações é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas - empregado, funcionários, recursos humanos ou qualquer denominação utilizada- para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. (CHIAVENATO, 1999, p. 8-9)

Pode se dizer que esse profissional dentro da área de Gestão de Pessoas planeja as ações educacionais, executa as ações que podem ser um

curso, workshop, estágios, rodízios de funções, vistas, viagens, reuniões de

feedback, coaching individualizado. Continuando nessa linha de raciocínio o

30

pedagogo ainda desenvolve mecanismo de acompanhamento e avaliação dos

resultados do processo de aprendizagem.

Diante dos aspectos abordados neste capítulo, vê-se como é

imprescindível a atuação do pedagogo na empresa mais especificamente na

área de Gestão de Pessoas, pois ele atua no comportamento das pessoas.

De acordo com CADINHA (2008)

Vive-se em um mundo onde o conhecimento está constantemente mudando e com uma rapidez imensurável. Observa-se também uma intelectualização nos processos de produção, exigindo-se um conhecimento mais amplo e demandando um profissional mais qualificado. (CADINHA, 2008, p.21)

É nessa citação acima que o pedagogo empresarial entra enquanto

profissional capacitado para desenvolver dentro das empresas essas

exigências decorrentes do mundo contemporâneo. Permanecendo com esta

mesma autora, ela menciona que isto ocorre

(...) porque vivemos na Era do Conhecimento, em que as empresas passam a dar mais importância para o que há mais de valioso dentro de seu espaço organizacional- o capital intelectual de seus profissionais- único diferencial capaz de manter o acervo de informações e conhecimentos das empresas, tornando-as mais valiosas e competitivas no mercado. (CADINHA, 2008,p. 26)

Conforme forme foi abordado até aqui, vive-se na era do conhecimento

em que o conhecimento é uma mistura da experiência condensada, dos

valores, das informações contextuais e do discernimento a que venham

proporcionar a uma pessoa, uma estrutura para avaliação e incorporação de

novas experiências o qual as pessoas transformam continuamente a

31

informação, fazendo comparações, analisando as conseqüências, buscando as

conexões e conversando com outras pessoas sobre as informações recebidas.

Diante disso um dos fatores mais valorizados atualmente pelas empresas é o

capital humano.

Portanto a troca do conhecimento, o processo ensino-aprendizagem

empresarial mais do que nunca é atual e necessário para que as empresas

sobrevivam neste cenário pressionado pela acirrada competitividade.

Perante tudo o qual já foi abordado neste capítulo deve-se finalizar

destacando que a atuação do pedagogo dentro da empresa decorre do perfil

que as empresas desejam os quais são baseados nas seguintes habilidades:

criatividade, espírito de inovação, trabalho em equipe, compromisso com os

resultados, pensamento estratégico, direção de grupos de trabalho, condução

de reuniões, enfrentamento e análise em conjunto das dificuldades cotidianas

das empresas, bem como problemas profissionais.

32

CAPÍTULO III FORMAS DE ATUAÇÃO

A cultura organizacional conduz o

dia-a-dia, as formas de expressão,

até de criticar, reivindicar, avaliar.

(LOPES, 2008)

Como está sendo abordado até aqui a Pedagogia extrapola o âmbito

escolar. Surge a Pedagogia Empresarial, um ramo da Pedagogia que se ocupa

em delinear frentes para que ocorra o desenvolvimento dos profissionais com

um diferencial entre as empresas.

Diante disso a Pedagogia Empresarial procura favorecer uma

aprendizagem significativa e o aperfeiçoamento do capital intelectual para o

desenvolvimento de novas competências que atendam ao mercado de

trabalho.

O presente capítulo tem como propósito ressaltar as formas de atuação do

pedagogo nas empresas que buscam “aprender a aprender”.

3.1) Na assessoria em Pedagogia Empresarial

O motivo pelo qual se busca assessoria em Pedagogia Empresarial

decorre do nascimento de duas questões principais: O POR QUE DA

PEDAGOGIA EMPRESARIAL? e PARA QUE A PEDAGOGIA EMPRESARIAL?

As respostas dessas questões se pautam no ambiente laboral o qual os

profissionais se encontram, ou seja, num ambiente em constante mudança e

profissionais com defasagens.

De acordo com Lopes (2008)

33

Profissionais com defasagens são encontrados em todas as escalas hierárquicas e não apenas no operacional, no chão de fábrica onde, ás vezes, o nível de escolaridade é menor. E não podemos esquecer que existe defasagem em todas as áreas do desenvolvimento humano, ou seja, no social, no motor, no afetivo, no lógico, no espacial, no cognitivo. E por que devemos nos preocupar com as defasagens? Porque quando elas ocorrem quer dizer que falta algo na base, em uma ou mais áreas citadas anteriormente e em algum nível da formação acadêmica necessário a um bom desempenho da função, e esta base é pré-requisito para não só acompanhar, mas também fazer parte das mudanças, agregar valores a elas e ampliar o próprio conhecimento. (p.51 e 52)

Continuando com essa mesma autora ela ressalta que o motivo de

preocupação com as defasagens é evitar que gerem frustrações sucessivas e

desmotivação o qual são estas as principais conseqüências que ocorrem

independentemente da idade do indivíduo.

Decorrente disso é que se utiliza a Pedagogia em contextos profissionais,

para alavancar potencialidades mal utilizadas, a fim de ter indivíduos,

colaboradores mais envolvidos, confiantes, produtivos e consciente de seu

valor e de sua importância na “engrenagem da empresa”. Também se utiliza a

Pedagogia para a organização de forma útil e dinâmica para o conhecimento

construído dentro das empresas. Conhecimento este que de acordo com Lopes

(2008) “se valorizado, lapidado e sempre renovado, dará suporte para novos

investimentos, novas formatações de atuações, novas fontes de

aprendizagem”.

Por isso é importante ter o conhecimento de que quando se decide utilizar

a Pedagogia Empresarial é necessário estar ciente da mudança das pessoas

cujo seja para melhor ou para pior. A Pedagogia Empresarial é também

fundamental para resgatar o que foi sufocado na escola e para construir o que

faltou.

Partindo desse ponto norteador as formas de atuação do pedagogo dentro

da empresa serão desenvolvidas com segurança e qualidade, iniciando-se por

34

conhecer e reconhecer as estratégias de aprendizagem e contextualizá-las no

momento do desenvolvimento do individuo.

Lopes (2008) diz:

Para promover uma educação em serviço com qualidade e prazerosa, o Pedagogo Empresarial tem de estudar/conhecer o produto e/ou o serviço e agregá-lo ao paradigma, apara realmente promover o desenvolvimento pessoal e, conseqüentemente, o empresarial, ou seja, você conhece bem o produto, o serviço, toda sua cadeia de produção, de divulgação. Isso tudo associado a uma conduta consistente que é proporcionada pela escolha e pelo conhecimento do paradigma leva ao desenvolvimento empresarial porque toda empresa é feita de pessoas. (p.57)

Dificuldades = Defasagens = DIFICULDADES

É diante deste contexto que a primeira forma de atuar do pedagogo

empresarial é conhecer e saber reconhecer as estratégias de aprendizagem o

qual se faz muito necessária, já que os adultos não manifestam dúvidas por

sentirem que isso ameaça seus empregos, suas promoções e também sua

imagem. “É ilusão pensar que 100% dos adultos, em uma situação de

aprendizagem, vão verbalizar dúvidas e dificuldades.” Lopes (2008)

“Pode se dizer que na empresa, os conteúdos são elencados acordo

com as demandas profissionais de aperfeiçoamento, atualização ,isto é, no

contexto empresarial, os indivíduos podem saber o que querem”.(Lopes 2008)

Diante do que foi abordado até aqui é dever do Pedagogo Empresarial

desenhar funções com o objetivo de elucidar para cada um e verificar se todos

os envolvidos no processo estão conscientes de suas funções, se entenderam

suas funções, para que dessa forma saibam agregar valor as mesmas e

procurar o autodesenvolvimento.

35

É importante destacar que os espaços de atuação para o Pedagogo

Empresarial são todos aqueles onde haja pessoas exercendo suas funções

variadas, os quais podem melhorar cada vez mais como indivíduos inseridos

num processo mais humanizado.

Contudo em qualquer lugar onde se pretende ter um retorno financeiro e

para isto se tornar possível, faz se necessário estar sempre focado em

autodesenvolvimento, em desenvolvimento contínuo da equipe, em formas

diferenciadas de aprendizagem e em melhoria dos serviços prestado e/ou da

qualidade do produto.

Portanto para finalizar esse tópico é importante ressaltar que o pedagogo

que trabalha com assessoria deve ter Neutralidade visto que

É uma virtude indispensável para quem quer trabalhar com assessoria em qualquer área porque é lógico que simpatias e antipatias aparecem durante o processo, mas o importante é exercitar a empatia, pois é ela que garantirá o profissionalismo e este favorecerá uma atitude empática. Ética, discrição e autovigilância são outras atitudes saudáveis e necessárias. (LOPES, 2008, p.65)

3.2) Na liderança

Ao falar sobre o Pedagogo Empresarial e a liderança, uma questão

importante a ser destacada é quanto a formação e a atuação desse profissional

que diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto

organizacional, o qual toda a sua atuação está pautada na dimensão humana.

Além disso, sendo o Pedagogo Empresarial o articulador de interesses,

torna-se ele mesmo um líder na dinâmica organizacional. Essa afirmação é

ratificada por Ribeiro (2008) que diz:

Ocupar seu espaço de líder implica reconhecer que as relações interpessoais implicam o trato com diferentes tipos humanos e, conseqüentemente, de lideranças (todas elas legítimas), se

36

considerado os papéis que desempenham dentro de um determinado grupo. (Apud: Temas atuais em Pedagogia- Aprender para ser competitivo. p.13)

Pode se dizer que “ o entendimento do comportamento humano nas

organizações permite uma compreensão mais apurada acerca da liderança e

de como esta se constitui nesses espaços”. (RICCO, 2004 Apud:

RIBEIRO,2008)

3.2.1 Conceito de Liderança

Antes de iniciar a questão da liderança, é necessário destacar a

importância do Pedagogo no desenvolvimento da liderança, uma vez que

liderança é um comportamento que pode ser desenvolvido. De acordo com Hitt

(Apud RICCO,2004p.63)

Liderança é geralmente definida como influência, arte ou processo de influenciar pessoas de modo que lutem desejosamente para a realização de metas grupais. Esta influência é adquirida por meio de um relacionamento pessoal efetivo entre o líder e seus seguidores.

O autor Hunter (2004) ressalta em sua obra que “o papel da liderança é

servir, isto é, identificar e satisfazer as necessidades legítimas. Nesse processo

de satisfazer necessidades será preciso fazer sacrifícios por aqueles que

servimos”

Diante do que foi explicitado até aqui, aquele que é capaz de realizar

eficazmente todas as funções provavelmente é o bom líder. É por esta razão

que a primeira tarefa do Pedagogo Empresarial ao atuar dentro da empresa é

fazer com que o empresário perceba com nitidez que seu ideal de vida, suas

aspirações e objetivos pessoais correspondem a uma questão ética e social na

empresa.

37

Pode se dizer que os melhores chefes conseguem resultados brilhantes

porque são líderes educadores .Por líderes educadores6 entendem-se como

aquele que age sem saber e sem querer, apenas por causa das suas intenções

e dos seus exemplos de conduta; afirma-se acima de tudo pela sua maneira de

ser; provoca o entusiasmo e o treino através do seu modo de ser e do seu

prestígio, que são os principais meios.

3.2.2 As características do Líder

Com base na obra de Sun Tzu “Manual Prático da Arte da Guerra” (Apud

RIBEIRO,2008), destacam-se alguns pontos considerados relevantes para o

pedagogo empresarial, pois na maioria das vezes, para desempenhar suas

funções de modo mais eficiente ,o pedagogo precisa ser “estrategista”.

Tendo como base a obra citada acima, as características que se espera

que um líder tenha são: ser consciente; cuidadoso; honesto e justo; econômico;

perceptivo; preparado; saber “onde pisa” e ser resguardado. As virtudes

desejáveis para a liderança são humanidade; coragem; fidelidade; retidão e

sabedoria.

A citação desses pontos acima serve para refletir a respeito de como são

percebidos, desenvolvidos e priorizados na dinâmica organizacional enquanto

fenômenos inerentes ás relações humanas, em especial as relações as quais

se estabelecem entre os líderes (dentre estes o pedagogo) nas diversas

instâncias da organização.

Portanto cabe “a liderança desenvolver antes a habilidade para

transformar as situações do que tentar agir sobre as pessoas e suas vontades

individualizadas” (Ribeiro, 2008)

6 Definições tiradas do artigo “ lições de pedagogia empresarial” Ver bibliografia

38

3.3 Na Comunicação Empresarial

No âmbito organizacional, um dos fatores cruciais para o alcance dos objetivos institucionais e pessoais é a comunicação, especialmente a circulação e a difusão da informação. Nesse sentido, o pedagogo empresarial precisa estar atento ás formas de processamento, decodificação e reinvenção da informação de modo que se garanta o equilíbrio das relações intrapessoais e interpessoais no contexto institucional. (Apud RIBEIRO, 2008, p.129)

Pode-se perceber que de alguns anos para cá que o principal ativo das

empresas tem sido seus funcionários (capital intelectual) onde o debate sobre a

importância da comunicação interna se intensificou de forma a colocá-la como

uma das principais estratégias da empresa com relação aos seus

colaboradores.

Outro aspecto a ser abordado é que “a cada dia que passa a comunicação

vem assumindo um importante papel nas empresas”. CHIAVENATO (Apud.

Abrantes, p.182)

O processo de comunicação entra as pessoas é um movimento de

mensagens sempre em duas direções, de ida e de volta. Isto quer significar

que uma mensagem é considerada comunicação somente quando quem

recebe compreende claramente aquilo que está sendo emitido.

A figura a seguir serve para elucidar melhor o processo de comunicação

onde mostra também suas fases.

39

Legenda:

Fonte ou Emissor: Pessoa ou processo que inicia a comunicação (emite a

mensagem)

Transmissor: Meio que transporta a mensagem, podendo ser: voz, telefone,

vídeo e outros.

Canal: É o meio ou ambiente externo da comunicação, ligando a fonte ao

destino.

Receptor: É o processo que recebe e decodifica a mensagem, transformando-

a em informação.

Destino: É a pessoa o processo a quem é destinada a mensagem vinda da fonte.

Ruído: São fatores externos que perturbam, deturpam e alteram as

mensagens.

Retroinformação ou o termo em inglês feedback : É o retorno, a resposta ou

a reação da informação entre o destino e a fonte. Quanto mais rápido for o

feedback, melhor e mais eficaz terá siso a comunicação.

Fonte ou emissor Transmissor Canal Receptor

RETROINFORMAÇÃO (FEEDBACK)

Ruído

Destino

Esquema retirado do livro: A Pedagogia Empresarial nas organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009, p: 182

40

Tendo como ponto de análise a atuação do pedagogo na comunicação

empresarial, vale destacar que são os “ruídos” que promovem os

desentendimentos e as incompreensões no relacionamento entre as pessoas.

Alguns estudos da Ciência da Comunicação mostram várias providências que

podem ser tomadas com sucesso pelo Pedagogo Empresarial na eliminação

dos “ruídos”.

Diante disto o Pedagogo Empresarial através de treinamento pode criar

hábitos nos funcionários e dirigentes para que esses “ruídos” não ocorram,

através de simulações que farão com que os envolvidos no processo comecem

a ter hábitos de perguntar quando não entendeu, de se explicar e fazer se

entender.

Outro aspecto a ser ressaltado é que o processo de comunicação em

uma empresa tem duas categorias: formais e informais. Por categorias formais

entendem-se que são aquelas transmitidas segundo a linha hierárquica, de

cima para baixo, ou seja, do posto mais alto até a base. Já categorias informais

são as que não seguem os caminhos formais e hierárquicos dentro da

empresa.

No contexto da contemporaneidade, comunicação não é, portanto apenas

uma forma de interação atribuída a uma ação individual, mas é uma forma de

diferenciação e auto-inovação de sistemas sociais.

41

3.4 No treinamento do Capital Humano

Treinamento é o processo de ensinar aos novos empregados as habilidades básicas que eles necessitam para desempenhar seus cargos.

Treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitude e habilidades em objetivos definidos. (CHIAVENATO, 1999, p.295)

Pode se dizer que uma das principais e reconhecidas formas de atuação

do Pedagogo Empresarial dentro da área de Gestão de Pessoas é no Processo

de Desenvolver Pessoas mais especificamente no Treinamento e

Desenvolvimento das Pessoas. Neste tópico o foco será em treinamento por

ser uma maneira eficaz de agregar valor às pessoas e a organização o qual

passa a ser uma fonte de lucratividade, por permitir que as pessoas contribuam

efetivamente para os resultados do negócio.

Na conjuntura do mundo contemporâneo as pessoas constituem o

principal patrimônio das organizações, ou seja, o capital humano das

organizações. De acordo com CHIAVENATO( 1999)

O capital humano é o principal diferencial competitivo das organizações bem-sucedidas. Em um mundo mutável e competitivo, em uma economia sem fronteiras, as organizações precisam preparar-se continuamente para os desafios da inovação e da concorrência. (...) As organizações mais bem sucedidas investem pesadamente em treinamento para obter um retorno garantido. (p.294)

È importante destacar a diferença entre Treinamento e Desenvolvimento

de Pessoas. O treinamento tem como foco o presente, ou seja, o cargo atual e

busca melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com o

desempenho imediato do cargo. Já o Desenvolvimento de Pessoas tem como

foco os cargos a serem ocupados futuramente na organização e nas novas

42

habilidades e capacidades que serão requeridas. Tanto o Treinamento quanto

o Desenvolvimento (T&D), constituem processos de aprendizagem.

Conforme RIBEIRO (2008) “por meio das atividades de treinamento a

empresa viabiliza a obtenção dos seus propósitos” visto que do ponto de vista

das vantagens do treinamento, há de se ressaltar

Ø Aumento da produtividade em menor espaço de tempo Ø Funciona como forma de diagnóstico permanente das

necessidades de formação/treinamento. Ø Permite um acompanhamento mais preciso dos desempenhos

individuais e grupais Ø Oferece feedback permanente Ø Aprimora aspectos relacionais e motivacionais Ø Oferece oportunidades de valorização do aprendiz Ø Contribui para a diminuição dos desperdícios quer na utilização

dos equipamentos, quer na utilização do tempo Ø Permite identificar as potencialidades e os talentos

(RIBEIRO, 2008, p.67)

CHIAVENATO (1999) diz que “aprendizagem significa uma mudança no

comportamento da pessoa através da incorporação de novos hábitos, atitudes,

conhecimentos e destrezas.” Logo é através do Treinamento que a pessoa

pode assimilar informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e

comportamentos diferenciais e desenvolver conceitos abstratos.

Tendo como base a aprendizagem ressaltada acima, o processo de

ensino tem como objetivo principal mudar o comportamento de quem está

recebendo as “lições” de forma positiva e duradoura para que dessa forma

consiga a aprendizagem.

Com o mercado cada vez mais exigente, as empresas vêm sentindo a

necessidade de investir cada vez mais em recursos humanos, acrescentando

em seu capital o conhecimento que é originado através do investimento em

capital humano qualificado, que cada dia se torna mais valorizado. O capital

Intelectual é a mais nova “fonte de recursos” das empresas.

43

Para elucidar os termos: Capital Humano e Capital Intelectual fazem-se

necessárias as conceituações desses termos tão valorizados nas empresas.

Para entender o que significa Capital Humano e Capital Intelectual, é

importante abordar o conceito de Capital.

Pode-se dizer que Capital é um fator de produção que representa o poder

ou a capacidade de ser transformado ou transformar algo de maneira

produtiva. Esse termo não representa um produto ou serviço no presente, mas

a capacidade de produzi-lo ao longo do tempo. Seu conceito está ligado com o

de investimento, por existir um custo de oportunidade de seu uso. Logo Capital

é um estoque que pode ser convertido em fluxo de riquezas.

Diante desta definição mais geral, e de acordo com EDVISSON (1998),

pode-se conceituar Capital Humano e Capital Intelectual das seguintes formas:

• Capital Humano representa o potencial de um ser humano

transformar, interpretar e produzir já que, está ligada a capacidades

técnicas e cognitivas. Em outras palavras é representado pela

quantidade e qualidade da informação adquirida pelos indivíduos e

por ele reproduzida e aplicada no processo produtivo. Uma das

principais fontes de Capital Humano é a Educação.

• Capital Intelectual inclui o Capital Humano. São os ativos intangíveis

relacionados ao conhecimento que a Organização tem sobre seu

negócio e que aumentam o seu valor de mercado para além do valor

mensurado. Em outras palavras é a soma do conhecimento de todos

em uma organização, é a capacidade de criar continuamente e

proporcionar o valor de qualidade superior. O Capital Intelectual

engloba dois tipos de Capital: O Capital Humano e o Capital

Estrutural. O Capital Estrutural se subdivide em Capital de Clientes e

44

Capital Organizacional, sendo que esse último ainda se subdivide em

Capita de Inovação e Capital de Processos.

Portanto o Capital Humano deve ser bem aplicado e desenvolvido, e diante

desse motivo que o treinamento é uma fonte de lucratividade por aumentar

esse capital. Diante dos aspectos abordados até aqui, compreende-se que o

Treinamento do capital intelectual e dos colaboradores da empresa é uma das

principais áreas e formas de atuação do pedagogo. Isto decorre do fato de que

o Pedagogo pode atuar e, todas as áreas que requerem um trabalho educativo,

já que se sabe que a educação é uma tarefa que se realiza como resposta as

exigências sociais e da conjuntura atual do mercado de trabalho.

45

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que se pôde observar com clareza no decorrer dos capítulos desta

monografia é que a atuação do Pedagogo na empresa é muito importante para

o sucesso desta e por conta disso fica difícil de imaginar empresas sem essa

atuação tão completa, já que o Pedagogo Empresarial cumpre um importante

papel dentro das empresas articulando as necessidades encontradas dentro da

empresa. Cabe a este profissional provocar mudanças comportamentais nas

pessoas envolvidas, ou seja, o funcionário que quando motivado e por dentro

dos conhecimentos necessários, sente-se melhor e produz mais e a empresa

que quando se mantém com pessoas qualificadas obtêm melhores resultados e

maiores lucratividades.

Os pedagogos são profissionais especialistas em educação providos de

conhecimentos referentes à qualificação na gestão, planejamento, organização,

avaliação, seleção, recrutamento e treinamento dos funcionários, sabem lidar

com as relações humanas e contribuir dessa forma para que a empresa seja

sempre um ambiente de relações harmoniosas, um excelente clima de trabalho

em equipe que por meio da troca de experiências e estimulando os

funcionários a adquirirem um conhecimento amplo da empresa.

Portanto como foi explicitado no decorrer dos capítulos elaborados desta

monografia, não existe uma fórmula mágica ou uma receita infalível que defina

exatamente o que faz um Pedagogo na empresa. Há de se desenvolver a

competência nos funcionários e dirigentes da empresa para discernir quais

encaminhamentos teóricos metodológicos mais adequados. (RIBEIRO, 2008)

46

Percebe-se no decorrer que o Pedagogo e a Empresa fazem uma ótima

combinação, pois em tempos modernos ambos têm o mesmo objetivo de

formar cidadãos críticos com competências para tal função. Diante disso é

essencial desenvolver a sensibilidade a fim de proceder às devidas

adequações de modo que atendam sempre ao mesmo tempo os anseios dos

indivíduos e da própria organização.

47

REFERÊNCIAS

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ABRANTES, José. Pedagogia Empresarial nas organizações que aprendem. Rio de Janeiro, WAK, 2009

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Capital Humano. Disponível em: HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Capital_humano. Acesso: 14/01/2010

Capital Intelectual. Disponível em: HTTP://www.facape.be/socrates/Trabalhos/ Capital%20Intelectual.htm. Acesso: 14/01/2010

Capital Intelectual.Disponível em: http://ptwikipedia.org/wiki/Capital_intelectual. Acesso: 14/01/2010

Capital. Disponível em: HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Capital (economia) Acesso: 14/01/2010

CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999

COCENZA,Danielle. Recrutamento e seleção/ Danielle Cocenza e Marília Maia Costa. Rio de janeiro: WAK,2009

EDVINSSON, Leif. Capital Intelectual: descobrindo o valor real de sua empresa

pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Books, 1998

48

HOLTZ, Maria Luiza Marins.Lições de pedagogia empresarial. Disponível em: HTTP://www.mh.etc.br/documentos/licoe_de_pedagogia_empresarial.pdf. Acessado em: 28/06/2009

HUNTER, James C. O monge e o executivo. Tradução de Maria da Conceição Fornos de Magalhães. - Rio de Janeiro: Sextante, 2004

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 4ª.ed. São Paulo: Cortez Editora, 2001

LOPES, Izolda. Pedagogia Empresarial: formas e contextos de atuação. 2ª Ed. Rio de Janeiro: WAK,2008

O papel do pedagogo no ambiente empresarial. Disponível em: http://www.assertiva.com.br/revis08.htm Acesso: 16/10/2009

O Pedagogo empresarial atuando em espaços não escolares. Disponível em: HTTP://www.adminstradores.com.br/artigos/o_pedagogo_empresarial_atuando_em_espaco_nao_escolares/14164/ Acesso: 16/10/2009

RIBEIRO, A.E.A. Pedagogia Empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 5ª Ed. Rio de Janeiro: WAK,2008

RIBEIRO, A.E.A. Temas atuais em Pedagogia Empresarial: aprender para ser competitivo. 2ª Ed. Rio de Janeiro: WAK,2008

49

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITUANDO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL 10

1.1 – O Surgimento da Pedagogia Empresarial 11

1.2- A Pedagogia Empresarial 16

1.3- A importância do Pedagogo na empresa 19

CAPÍTULO II

A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA 22

2.1- O Pedagogo na empresa 22

2.2-O Pedagogo na área de Gestão de Pessoas 26

2.2.1 – O contexto de Gestão de Pessoas 27

2.2.2 - O conceito de Gestão de Pessoas 28

CAPÍTULO III

FORMAS DE ATUAÇÃO 32

3.1- Na assessoria em Pedagogia Empresarial 32

3.2- Na Liderança 35

3.2.1- Conceito de Liderança 36

3.2.2- As características do líder 37

50

3.3- Na Comunicação empresarial 38

3.4- No treinamento do Capital Humano 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS 45

REFERÊNCIAS 47