Upload
buihanh
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A DIFICULDADE DA ÁREA PSICOMOTORA
CONHECIMENTO CORPORAL - LATERALIDADE EM
CRIANÇAS DE 9 À 10 ANOS
Por: Ana Servidio
Orientadora:
Prof. Ms. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2004
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A DIFICULDADE DA ÁREA PSICOMOTORA
CONHECIMENTO CORPORAL – LATERALIDADE EM
CRIANÇAS DE 9 À 10 ANOS
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes
como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em
Psicomotricidade.
Por: Ana Servidio
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Davino e Nina e
irmã Lutia que sempre se
esforçaram para que eu abrisse
as portas do meu futuro.
Ao meu grande amor Francesco
que compartilhou meu ideal,
alimentando-o e incentivando-
me a seguir na jornada fossem
quais fossem os obstáculos.
À minha amiga Valéria por ser
incansável na constituição deste
trabalho.
À Prof. Ms. Mary Sue Pereira
pela sua contribuição rica e
fundamental.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu adorado filho Rodrigo,
por ser a minha vida e porque
desde o seu nascimento todas as
minhas conquistas só têm
motivo de se realizarem pelo
fato dele existir.
5
RESUMO
O presente trabalho vem esclarecer de maneira objetiva, os fatores que
dificultam o desenvolvimento da Área Psicomotora Conhecimento Corporal –
Lateralidade em crianças de 9 à 10 anos. Esses fatores são: a falta de estímulo que a
criança tem desde o início da sua vida, primeiramente em casa pela mãe ou familiar
que for responsável por ela; e a partir do momento que passa a freqüentar a escola,
obrigatoriamente dos 6 aos 7 anos, o não planejamento das aulas para o
desenvolvimento da Lateralidade do aluno.
Esses dois fatores quando bem estimulados, levam a criança, que
posteriormente se tornará um adulto, a ter o pleno domínio do seu corpo.
6
METODOLOGIA
Este estudo apresenta-se a partir da observação de atividades
propostas para o domínio do Conhecimento Corporal – Lateralidade, em crianças na
faixa etária de 9 à 10 anos da Escola Municipal Olegário Mariano – Rocha Miranda –
Rio de Janeiro, e através de pesquisas bibliográficas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................. 8 CAPÍTULO I CONHECIMENTO CORPORAL – LATERALIDADE .............. 9 CAPÍTULO II PSICOMOTRICIDADE................................................................. 14 CAPÍTULO III A EDUCAÇÃO E A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA............. 20 CAPÍTULO IV A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA RECREAÇÃO NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL......... 23 CONCLUSÃO................................................................................ 35 BIBLIOGRAFIA............................................................................ 36 ATIVIDADES CULTURAIS........................................................ 37 ÍNDICE.......................................................................................... 38 FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................... 40
8
INTRODUÇÃO A psicomotricidade vem sendo estudada ao longo dos anos. Primeiro
o seu estudo concentrou-se no desenvolvimento motor, depois na relação entre atraso
motor e intelectual. Atualmente, é usada como uma técnica que se utiliza do
movimento para atingir aquisições mais elaboradas por parte da criança. A psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que
represente suas necessidades e permita sua relação com os demais.
Para uma criança agir em sua totalidade, é preciso que ela domine o
conhecimento de si mesma, tendo como ponto de partida o próprio corpo, sua
imagem corporal, interiorizando sensações e realizando ações com objetos,
mostrando domínio sobre eles.
Deve-se destacar também, a importância da família neste processo,
uma vez que o primeiro contato que a criança estabelece é com os membros da
mesma, em especial com os pais. É indispensável que tenha uma estimulação
adequada no toque com os objetos, na valorização da brincadeiras e na utilização de
jogos lúdicos e pedagógicos.
A família e a escola têm um papel fundamental quando lhe oferecem
um suporte de participação e atenção, interagindo com ela numa troca de
experiências, demonstrando segurança e elevando a auto-estima.
Este trabalho pretende divulgar e levar ao professor de Educação
Física a necessidade de utilizar atividades psicomotoras em crianças na faixa etária
de 6 à 7 anos, contribuindo para minimizar as dificuldades, num trabalho preventivo,
e também corrigindo problemas já existentes, em crianças numa faixa etária de 9 à 10
anos.
“Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do
que em um ano de conversa”.
9
(Platão)
1 - CONHECIMENTO CORPORAL – LATERALIDADE
“ É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal
maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática”. (Paulo Freire) O Conhecimento Corporal – Lateralidade é uma Área Psicomotora
muito importante na evolução da criança. Influi diretamente na idéia que ela tem de
si mesma, na formação do seu esquema corporal, na percepção da simetria do seu
corpo, e relaciona esse eixo ao seu meio ambiente.
A Lateralidade pode ser:
Ü Homogênea: a criança é destra ou canhota do olho, da mão e do
pé.
Ü Cruzada: a criança é destra da mão e do olho e canhota do pé.
Ü Ambidestra: a criança é tão forte e destra do lado esquerdo quanto
do lado direito.
Quando a criança não tem a lateralidade bem definida, ela encontra
problemas de ordem espacial, não sabe a diferença entre a esquerda e a direita, é
incapaz de seguir a direção gráfica ( a leitura e a escrita começam pela esquerda).
Entre 5 e 7 anos, a criança percebe seu próprio corpo por meio de
todos os sentidos. O seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo,
capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores,dor e calor e movimenta-se. O
esquema corporal revela-se gradativamente à criança. O conhecimento corporal
abrange a imagem corporal, ou seja, a representação visual do corpo, a impressão
que a pessoa tem de si própria.
Chamamos a Lateralidade de bússula do nosso corpo, a qual
possibilita nos situarmos no ambiente. A Lateralidade é a dominância de um lado em
relação ao outro, levando-se em conta a força e a precisão. A dominância lateral
corresponde a dados neurológicos, além de ser influenciada por certos hábitos
sociais. Quantas vezes já ouvimos que o mundo é feito para os destros? Tesouras,
carteiras escolares, marcha de automóvel, etc. Pois é, por esse motivo, que muitas
10
pessoas ainda forçam os filhos a escreverem com a mão direita e ás vezes ainda o
fazem por acharem que ser canhoto é um problema”. Na verdade, os destros não são
mais inteligentes que os canhotos ou vice-versa.
Conhecimento esquerda-direita é exatamente o que o próprio nome
diz: saber o que é o lado esquerdo e lado dirieto em relação ao próprio corpo, aos
objetos, ou seja, a localização de ambos. Primeiro a criança percebe que seu corpo
possui dois lados, que um deles é mais utilizado, mas ignora qual é exatamente o
direito e o esquerdo. Depois compreende que os dois braços encontram-se um em
cada lado do seu corpo. Num próximo momento aprende a diferenciar uma mão da
outra, um pé do outro e um olho do outro. Mais tarde a criança tem noção de suas
extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares apontando sua localização
em cada lado. Finalmente, aos 7 anos sabe com precisão quais as partes direita e
esquerda do seu corpo.
É importante saber que a contrariedade da dominância lateral poderá
trazer inúmeros problemas à criança, tais como: dificuldade em coordenar seus
movimentos, dificuldade de equilíbrio, deficuldades na grafia, dificuldades na
estruturação espacial, podendo desencadear reações de insucesso, oposição, fobia
escolar que afetam todo o afetivo da criança ocasionando dificuldades gerais do
aprendizado.
Por tudo isso, é indispensável o trabalho psicomotor com crianças até
os 7 anos, que envolva jogos relacionados à noção d direita-esquerda e ao
reconhecimento da lateralidade.
1.1- Lateralidade e Direcionalidade
São formas de trabalho que irão conduzir à desenvoltura, naturalidade
e presteza de ação. Com o treinamento do controle dos dois movimentos em todas as
direções e variações possíveis, chega-se à segurança de movimentação no espaço, à
coordenação de movimentos rítmicos simultâneos, alternados, dissociados e
assimétricos. A lateralidade é a capacidade de usar com facilidade, um e outro braço
e perna. Quando esta capacidade é desenvolvida, forma-se a consciência interior de
simetria (direita e esquerda).
11
A direcionalidade é a noção do que nos rodeia, em suas variações de
alto, baixo, médio, frente, lateral, atrás, diagonal. Parado e em movimento. E
quando é desenvolvida, proporciona a conquista e domínio do espaço em relação ao
próprio corpo ou ao que está em volta de nós.
1.2- Domínio Visual
O equilíbrio do movimento apóia-se no domínio visual; quando se
executa um movimento, o indivíduo já traçou, no pensamento, sua realização, por
isso são importantes atividades que estimulem a coordenação entre a visão e o
movimento, para obtenção da precisão necessária. Esta coordenação visomotora
adquirida facilita a aprendizagem intelectual.
1.3- Freio Inibitório
Permite o domínio da parada brusca (freio) na realização de um
movimento feito com impulso. Tem como melhorar a rapidez e continuidade dos
movimentos e sua regularidade.
1.4- Ritmo
É fundamental a atenção que se deve dar a este item, ritmo do
movimento. Para adquirir postura e ajuste do movimento firme e harmonioso,
necessita-se de coordenação entre contrair e relaxar, que são características do
movimento preciso, e isto depende do domínio da coordenação neuromuscular,
rapidez e percepção do espaço temporal, equilíbrio e força muscular. A obtenção
gradativa desta capacidade depende do trabalho rítmico, pois o ritmo disciplina a
coordenação, o equilíbrio, economiza esforço e concentra a atenção. Com o
trabalho rítmico obteremos o automatismo: o ritmo auxilia a repetição.
As atividades rítmicas devem ser desenvolvidas de acordo com o
seguinte esquema:
a) Pré-escola – 3 à 6 anos
Ü Iniciação rítmica
12
Ü Aprendizagem das formas básicas de movimento (correr,
saltar, andar, etc)
Ü Criatividade
b) 1a. à 4a. série – 7 à 10 anos
Ü Formas básicas do movimento,porém com mais coordenação
Ü Improvisação (pares, pequenos grupos)
c) 5a. à 8a. série – 11 à 13 anos
Ü Ritmo propriamente dito, dança, instrumentos,
deslocamentos, etc (combinação de tema e movimento)
O trabalho títmico poderá ter aspectos diretivos, ou seja, imitação dos
movimentos do professor, ou não-diretivos, isto é, cada grupo deverá solucionar
seus problemas da forma que lhe seja mais agradável e conveniente, o que resulta
na improvisação.
1.5 - Exemplos de Atividades Recreativas para Desenvolvimento
Psicomotor
1.5.1 - Atividades formativas: postura
Colocar as crianças numa roda em pé e ensinar a canção:
“Cabeça, ombro, joelho e pé
Joelho e pé
Joelho e pé
Nariz, orelha, joelho e pé
Joelho e pé
Joelho e pé”. Em seguida, cantar e tocar cada parte do corpo no ritmo cantado (acelere,
diminua, moderando), sem errar.
1.5.2 - Atividades naturais: livres
13
Deixar as crianças dispersas num pátio, campo ou mesmo em sala de aula,
correndo moderado. Quando gritar: “Cada macaco no seu galho”, deverão
subir em algo mais alto. Trocar as frases de comando, nas quais os alunos
deverão fazer o que se pede. Por exemplo: “Quem for sapo que se cuide”-
pular como um sapo.
1.5.3 - Atividades criativas: expressão corporal
Colocar as crianças em círculo, divididas em duas equipes, cada hora um
representante de cada equipe vai ao centro fazer uma mímica, que pode ser
de animal, filme ou história, e os elementos da sua própria equipe devem
descobrir o que é.
Vencerá a equipe que mais acertar. Isso faz com que as crianças procurem
gestos fáceis de serem identificados.
1.5.4 - Atividades para desenvolvimento da lateralidade
Ü Alunos dispersos num pátio. Ao sinal do professor, os alunos
deverão fazer o que se pede. Exemplo: “Perna direita fora do
chão, levantar o braço esquerdo, etc”.
Ü Guarda de trânsito: alunos em colunas, distantes um do outro.
Com um apito, o professor executa gestos com o braço, para
direita, para esquerda, para frente e para trás. Os alunos deverão
pular para o lado que está sendo pedido, sem demorar.
1.5.5 - Atividade para desenvolvimento da direcionalidade
Ü Cada aluno faz um círculo no chão com giz e fica dentro. O
professor dará a ordem: para dentro, para fora, para o lado direito,
esquerdo, para a diagonal, etc, alterando as ordens.
1.5.6 - Atividade para desenvolvimento do freio inibitório
Ü Faz-se uma linha nochão ou utiliza-se a linha de fundo de uma
quadra. Os alunos ficam prósimos a esta linha e o professor com
uma bola na mão. O professor jogará a bola para cima e gritará o
14
nome de um aluno, que deverá correr para pegar a bola e os demais
devem correr em direção contrária. Quando o aluno pegar a bola,
gritará PARE, e os demais deverão parar imediatamente onde estão,
sem se mover, como estátua. O aluno com a bola deverá jogá-la em
direção ao aluno mais próximo tentando acertá-lo. Se conseguir,
vencerá o jogo e irá gritar o nome do próximo aluno. Se não
conseguir perderá e inverterá.
2- PSICOMOTRICIDADE
“O homem se afirma no mundo pela motricidade, se realiza, dá vazão à vida. Pela
motricidade ela dá registro de sua existência e cumpre sua condição fundamental de
existência. A motricidade é o sintoma do mais complexo de todos os sistemas: o
corpo humano. Pela corporiedade ele dá testemunho de sua condição, de sua
condição de corpo (...) A corporiedade integra tudo o que o homem é e pode
manifestar neste mundo: espírito, alma, sangue, ossos, nervos, cérebro, etc. (...) A
motricidade é a manifestação viva desta corporiedade, é o discurso da cultura
humana. Valorizar e libertar o corpo, seja ele social, cultural, marginal... motriz é o
que pretendemos, com um fazer pedagógico alicerçado pelo compromisso com o ato
de educar”.
(Paulo Freire, 1991)
A origem da Psicomotricidad na Antiguidade, confunde-se com a
história da Educação Física por ocasião do Primeiro Congresso Brasileiro de
Psicomotricidad, no Rio de Janeiro, ao ser abordado que a idéia de Aristóteles (384-
322 a C.) sobre o dualismo corpo-alma: “Uma certa quantidade de matéria (corpo)
moldada numa forma (alma); pode ser considerado um dos primeiros momentos da
Psicomotricidade. Aristóteles já fazia referência à inter-relação entre o corpo e a
alma. Percebe-se então, que desde o início o indivíduo já era visto como indivisível,
entegrado, inteiro.
Sendo assim, podemos definir a Psicomotricidade como a integração
das funções motoras com as intelectivas, que sendo adquiridas através das
maturações do organismo e experiências neuromotoras em boas condições
15
emocionais, resultarão em um processo dinâmico de capacitação global para a
aprendizagem.
A Psicomotricidade com ciência da educação procura educar o
movimento ao mesmo tempo em que desenvolve a funções da inteligência
considerando todos os aspectos emocionais.
O comportamento motor, emocional e intelectual influem no
desenvolvimento da criança e estão diretamente ligados. Temos uma parcela de
resposabilidade muito grande no desenvolvimento das crianças, como educadores,
como também é de fundamental importância a relação dos pais com elas. Devemos
despertar a curiosidade da criança, estimular sua fala e sua criatividade, deixar que
ela se expresse, fazer com que ela descubra e vivencie situações sem estarmos a todo
momento querendo ensinar-lhes. Sendo assim, a criança vai seguir seu trajeto
natural de desenvolvimento, levando-se em conta as condições de seu nascimento, as
enfermidades e o seu ritmo.
Os elementos básicos da Psicomotricidade são: Esquema Corporal,
Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Pré- Escrita.
Esquema Corporal é a representação global, científica e diferenciada
que a criança tem do seu próprio corpo. A criança percebe-se, percebe os seres e as
coisas que a cercam em função da sua pessoa, do seu eu. Sua personalidade se
desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência do seu corpo, do seu
ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo a sua volta.
A Lateralidade é a idéia que a criança tem de si mesma, na formção de
seu Esquema Corporal, na percepção de simetria de seu corpo.
A Estruturação Espacial é a orientação, a estruturação do mundo
exterior referindo-se ao eu referencial e depois a outros objetos ou pessoas em
posição estática ou em movimento. A criança deve saber onde ela está, onde estão os
objetos uns em relação aos outros e em relação a ela própria e como se organizar no
espaço de que dispõe.
Orientação Temporal é uma noção muito abstrata e por isso mesmo é
muitas vezes bem difíceis de serem adquiridas pelas crianças, pois envolvem noções
de tempo longo ou curto, com hora, minuto, segundo, dias de semana, meses,
estações. Ela começa a perceber também que pode dispor de mais tempo para
brincar, caso reflita sobre a ordem em que deve desenvolver suas atividades.
16
Pré-Escrita: os exercícios de pré-escrita e de grafismo são necessários
para a aprendizagem das letras e dos números, sua finalidade é fazer com que a
criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a compreensão da
imagem a reproduzir, exercícios estes que são motores, no geral, e específicos para o
grafismo, no quadro-negro, no chão, na parede, no papel, etc.
O desenvolvimento integrado de todas essas etapas psicomotoras,
construído pelas vivências e experiências, torna a nossa criança um ser criativo,
questionador e transformador, pronto para a integração com o mundo em que vive.
A educação psicomotora aborda o efeito na aprendizagem do controle
mental sobre a motricidade. O mecanismo operatório do pensamento vai transpor
suas estruturas e leis, primeiramente, na tomada de consciência da representação do
meio exterior; segundo, na tomada de consciência do esquema corporal e terceiro, na
representação do espaço. O movimento mostra sua inportância e significação,
ligando o sujeito a outra coisa que não o objeto com valor simbólico, permanecendo
experimentalmente controlada.
As experiências de movimentos das difrentes partes do corpo dão base
ao desenvolvimento, num verdadeiro processo educativo, em que a soma de valores
das diferentes capacidades se dirijam à busca de um ser equilibrado e harmônico.
A Psicomotricidade reflete um estado de vontade que corresponde à
execução de movimentos. Estes movimentos podem ser voluntários e involuntários.
Dos movimentos involuntários temos os automatismos elementares
inatos e os adquiridos.
Inatos são os que nascem conosco e são representados pelos reflexos,
que são respostas caracterizadas pela inviabilidade qualitativa de sua produção e
execução. Referem-se a necessidades orgânicas. Influindo nestas respostas temos os
instintos que, misturados com o afeto, produzem tendências ou inclinações.
Adquiridos são os reflexos condicionados que ocorrem devido à
aprendizagem e formam hábitos que, quando bons, nos poupam tempo e esforço,
porém, se exagerados, eliminam nossa criatividade. Os reflexos condicionados são
produzidos desde as primeiras semanas de vida. Esses reflexos comdicionados
geralmente começam como atividade voluntária e depois são mecanizados, por
estarem aprendidos.
17
2.1- Alterações de Psicomotricidade
Ü Estupor ou Acinesia
É a perda da atividade espontânea englobando, simultaneamente, a fala, a mímica, os
gestos, a marcha, etc., vem e vai bruscamente em crises de agitação psicomotora
(estupor catatônico nos esquizofrênicos e o depressivo na depressão).
Ü Agitação e Inibição Psicomotora
Pode se apresentar em indivíduos normais após experimentarem forte tensão
emocional ou preocupações que levem à imibilidade ou, ao contrário, à agitação
(vontade de andar).
Ü Maneirismo
É caracterizado por gestos artificiais, linguagem ou escrita rebuscada, com
uso do preciosismo verbal, floreados estilísticos e caligráficos.
Ü Ecopraxia
Há imitação de um comportamento sem propósito (gestos, atitudes, com
som, mímicas, etc).
Ü Estereotipias
Repetição automática de movimentos, frases e palavras podem ser
confundidas com tiques nervosos, porém estes são de fundo neurótico.
Ü Negativismo
É a oposição ativa ou passiva a solicitações externas. Na passiva, a pessoa
deixa de fazer o que se pede pelo medo de se comprometer, de ser internada, de ser
envenenada, etc. Na ativa a pessoa faz tudo ao contrário do que se pediu e às vezes,
quando desistimos, elas o fazem.
Ü Obediência Automática
18
É o oposto do negativismo, a pessoa tem extrema sugestionabilidade e faz
tudo que é mandado.
Ü Catalepsia, Pseudoflexibilidade Cérea
Ocorre devido à hipertonia do tônus postural (Parkinson, esquizofrênicos e
histéricos). Flexibilidade Cérea é a conservação de uma posição.
Pseudoflexibilidade Cérea – posição devido à influência de fatores psicogênicos.
Ü Extravagâncias Cinéticas
Perda da gracilidade, da naturalidade, da espontaniedade, proporcionalidade
dos gestos e atitudes (rigidez facial, mímica, não estar em concordância com o
pensamento verbalizado, profusão permanente dos lábios, interrupção brusca de um
gesto apenas esboçado, etc).
2.2 – Coordenação Psicomotora
É a união harmoniosa de movimentos; permite combinar a ação de
diversos grupos musculares na realização de uma seqüência de movimentos com o
máximo de eficiência, economia e rapidez, quando envolvidas a velocidade e a força.
A coordenação psicomotora se processa de várias formas:
a) Dinâmica – colocação, em ação simultânea, de grupos musculares diferentes,
com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos.
b) Dinâmica visual – se efetua com precisão sobre a base de uma impressão
visual previamente estabelecida, que permite a harmonia de execução
conjunta.
c) Estática – resultante do equilíbrio entre a ação dos grupos musculares
antagonistas, que se estabelece em função do tônus, e permite a conservação
voluntária das atitudes.
d) Óculo-manual – aptidão do sujeito para escolher um objeto no seu contexto
envolvente, coordenando a percepção visual com movimento de
manipulação.
e) Olhos-pés – aptidão de coordenar a percepção visual com o movimento dos
membros inferiores.
19
f) Visomotora – determinante primário da localização espacial e das respostas
dirigidas, precisas. Capacidade de coordenar visão com movimentos do
corpo todo ou parte dele.
2.3 - A Criança de 6 à 7 anos
Encontra-se fundamentalmente em uma etapa de absorção e
assimilação na qual desenvolve um equilíbrio ativo entre suas inclinações interiores e
as exigências externas. Repete incansavelmente uma atividade até dominá-la. Pode
ter períodos em que dedica-se a um só tipo de atividade, para logo abandoná-la
repentinamente por outro. Tem vergonha dos seus erros e dos seus medos.
Nesta faixa etária é importante trabalhar Brinquedos Cantados dando
ênfase as partes do corpo, a memória, a coordenação motora, a concentração, as
noções de dentro e fora, em cima e embaixo, aos movimentos com criatividade. A
brincadeira do Mestre Mandou onde a criança executa tarefas a ordem do professor
explorando as partes do corpo, com cores, objetos lisos, ásperos, imitar animais,
dançar, correr num pé só, pular, gritar, sorrir, gargalhar.
2.4 - A Criança com 8 anos
A dinâmica de sua conduta caracteriza-se pela velocidade,
expansividade. Seu ritmo psicomotor está aprimorado. Os movimentos corporais
têm fluidez, graça e equilíbrio. Está em contínua atividade, corre, salta, luta,
persegue outra criança. Mostra uma maior disposição para o aprendizado de novas
técnicas. Além de ser ativa fazedora de coisas, começa s ser também observadora.
Meninos e meninas participam como iguais nas atividades escolares e recreativas.
Nesta faixa etária, é importante continuar trabalhando as partes do
corpo. Mas, já são capazes de fazer atividades com exercícios associados. Ex.
Driblar cones quicando uma bola na ida, e voltar saltando os cones. Dão preferência
aos jogos competitivos.
2.5 - A Criança de 9 à 10 anos
20
Sua atividade motora se equilibra com odesejo de aprender, pois este é
um período de importante desenvolvimento intelectual. Tem maior interesse pelo
processo e pela atividade. São capazes de analisar seus movimentos tanto antes
como durante a ação. Trabalham e jogam muito, são mais hábeis em seu
comportamento motor e gostam de ostentar suas habilidades. Têm grande interesse
em jogos competitivos. Aumenta a resistência e a fadiga é menor. Aperfeiçoa a
coordenação nos grandes e pequenos movimentos.
Nesta faixa etária os mini-jogos são de grande interesse: mini-
basquete, mini-handbol, mini-voleibol, mini-futsal, onde as regras são mais
simples,mas faz com que eles tenham uma boa noção do jogo.
3 - A EDUCAÇÃO E A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA
A Educação Psicomotora abrange todas as aprendizagens das crianças,
dirige-se a todas elas individual ou coletivamente, processando-se por progressões
bem específicas nas quais todas as etapas são necessárias. É indispensável nas
aprendizagens escolares desde a educação infantil, sem esquecer que ela acontece
desde o nascimento do indivíduo e perdura por todos os movimentos da vida criança.
Existem exercícios de educação psicomotora que são classificados em
etapas de aquisições, segundo a idade ou o nível da criança. A Educação
Psicomotora tem como objetivo ajudar a criança a perceber melhor o seu corpo, a
dominar seu movimento para uma melhor expressão corporal, orientar seu corpo no
tempo e no espaço.
A variedade de jogos e exercícios é muito importante, pois fazem com
que as crianças manipulem materias de diversos e vivam diferentes experiências.
Inicialmente, essa tarefa é dos pais (primeiros educadores) que no dia-
a-dia dispõem de momentos privilegiados para estimular a criança.
As professoras também estão no primeiro plano da educação
psicomotora,trabalhando em sala de aula os jogos psicomotores.
A Reeducação Psicomotora deve começar o mais cedo possível. Ela
não é uma “ginástica corretivo”, mas sim uma abordagem dos problemas da
motricidade e da emoção perturbadas, partindo de um aspecto essencial e básico –
auxiliar o indivíduo nas múltiplas ações de adaptação à vida corrente.
21
É fácil fazer com que uma criança bem nova adquira as estruturas
motoras ou intelectuais corretas, mas se a criança já assimilou esquemas errados, o
reeducador deverá fazer com que os esqueça antes de poder ensinar-lhe os esquemas
corretos.
A reeducação é urgente sobretudo para os problemas afetivos. Quanto
mais o tempo passar, mais a criança reagirá com algum tipo de bloqueio.
A reeducação pode começar em idade que varia entre 18 e 24 meses
para crianças com atraso motor, grande déficit motor ou bloqueio afetivo. Quanto
aos problemas de esquema corporal e estruturação espacial a idade é
aproximadamente 5 anos de idade. Certas dificuldades motoras e certos casos de
instabilidade psicomotora podem ser trabalhados desde os 4 anos. A idade de 6 anos
é a mais comum para as reeducações. É na primeira série que o professor constata
mais seguramente as deficiências de organização espacial ou temporal da criança,
sua lentidão no trabalho, sua falta de concentração.
As idades citadas acima são as ideais para o início de uma reeducação,
mas é frequente termos de reeducar crianças com mais idade, às vezes até jovens de
16 ou 17 anos e adultos. Esse fato deve-se à nigligência dos pais ou dos educadores
que deixaram que as dificuldades se acumulassem por não terem compreendido que
o problema estava na própria base da aprendeizagem.
3.1 - Características Gerais das Principais etapas do
Desenvolvimento Segundo Jean Piaget
O desenvolvimento cognotivo, segundo Piaget, se divide nas seguintes
etapas:
a) Sensório-motora (0 à 2 anos)
A criança não possui noção de tempo. São formados conceitos a
partir de reflexos inatos e modificam-se de acordo com a experiência.
b) Pré-operatória (2 à 7 anos)
Aparecimento da linguagem oral. Pensamento egocêntrico, rígido,
centrado em si mesma e com característica de animismo (coisas e animais). Não
possui noção de conservação, quantidade, volume, massa, peso e não consegue
retornar ao ponto de partida mentalmente (condição básica para realização de
operações).
22
c) Operatório-cconcreta (7 à 11 anos)
Pensamento lógico, menos egocêntrico, ações mentais mais
reversíveis, móveis e flexíveis. Apesar de o pensamento basear-se mais no
raciocínio, ainda precisa de auxílio de materiais e exemplos concretos. Não pode
ordenar, seriar e classificar.
d) Operatório-formal (a partir dos 12 anos)
Pensamento livre da limitações da realidade concreta, pensamento
lógico e correto, com base em possibilidades e hipóteses.
3.2- As Fases do Desenvolvimento Segundo Sigmund Freud
Freud dividiu a evolução sexual da criança em etapas de desenvolvimento
psicossexual.
a) Fase 1: Oral
Desenvolvimento da dependência (até aproximadamente 18 meses) – a
criança leva à boca tudo que pega, mesmo sem que haja alimentação concomitante.
O otimismo ou pessimismo posterior podem derivar dessa fase.
b) Fase 2: Anal
Desejo de posse (até aproximadamente 4 anos) – esta fase é a
consequência da necessidade de controlar as fezes e a urina. Aqui pode ser a origem
da prisão de ventre adulta. No aspecto da personalidade surgem a ordem obsessiva e
a desordem. É importante que aprenda a obedecer regras e ordem e, dependendo de
como for esta colocação de limites, pode surgir o acanhamento.
c) Fase 3: Fálica (até os 7anos, aproximadamente)
A região genital desperta curiosidade na criança e as diferenças
anatômicas entre os sexos também. Esta fase relaciona-se ao poder, superioridade e
força.
23
d) Fase 4: Latência
Período dinamicamente mais calmo (dos 8 aos 11 anos,
aproximadamente) – primordial para a aquisição de habilidades motoras, valores e
papéis culturalmente aceitos, desenvolve o pensamento e o raciocínio. Surge na
personalidade a rebeldia contra a autoridade, há uma separação nítida entre meninos
e meninas, bem como a rivalidade entre os dois grupos. É o momento da formação
de “bandos” e o risco do aparencimento da “delinqüência”.
e) Fase 5: Genital (após os 11 anos)
O adolescente se encontra no meio do caminho entre a infância e a idade
adulta. Vivencia um momento de fazer opções difíceis, construir sua identidade,
saber o que deseja fazer e se é capaz de fazê-lo. Essas decisões podem influenciar o
resto de sua vida tornando-o independente ou não. Por isso, precisa ter seu valor
como pessoa, amor-próprio e sentido real de identidade.
4 - A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA RECREAÇÃO NO
PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL
“Jogando, a criança se revela inteiramente, em toda sua espontaniedade.
Jogando, ela não sabe esconder nada dos sentimentos que a animam”.
(Rambert Mile)
O jogo é uma atividade física e/ou mental que favorece a socialização, e é
realizado obedecendo a um sistema de regras, visando um determinado objetivo.
O jogo educativo é um elemento de observação e conhecimento metódico
da psicologia da criança, suas tendências, qualidades, aptidões, lacunas e defeitos. É
uma atividade que tem começo, meio e fim, regras a seguir e um provável vencedor.
Os jogos surgiram na Grécia como forma de diversão, passando mais
tarde a serem aperfeiçoados e estudados por grandes mestres a fim de torná-los parte
do desenvolvimento educacional da criança. Depois da 2a. Guerra Mundial e com a
24
criação da ACM – Associação Cristã de Moços – em vários países, o jogo como fator
educacional, começou a ocupar seu espaço.
Inúmeros jogos difundidos em todo o mundo são originários da Grã-
Bretanha, onde sempre fizeram parte da vida do povo. Deve-se a Jonh Stracha, o
primeiro trabalho sobre o valor biológico do jogo e a Spencer a posição do jogo no
programa de Educação Física Infantil. Para os ingleses, “os jogos são vitais para a
infância”.
A Alemanha é o segundo país do mundo no campo da Educação Física,
pelo reconhecido valor que dá aos jogos na infância e adolescência. Cabe a Guts
Muths o primeiro lugar, pela obra que realizou no campo doutrinário, ideológico e no
trabalho de ação, em que os jogos merecem atenção especial, mostrando seu valor
educativo.
Na França, Hebert foi o nome mais conhecido nesta área depois que
afirmou que “O primeiro dos complementos ao trabalho metódico deve ser o jogo
educativo”.
Na Itália, em 1910 criou-se “Intituzione del Giovani Exploratore”, daí
muitas esperanças surgiram para a Educação Física, porém o projeto começou a
declinar devido às tendências políticas e ao próprio conservadorismo do povo
italiano que ainda seguia forças militares.
Nos Estados Unidos, o primeiro movimento em prol da Educação Física
foi devido a Benjamim Franklin, que preconizou a preparação da juventude para o
serviço da coletividade, insistindo sobre “o valor da instalação de locais apropriados
para a realização dos jogos, corridas, saltos, lutas e natação”.
4.1- Organização, Técnicas e Princípios para a Realização dos
Jogos
O sucesso de um programa depende de quem o dirige (líder ou instrutor) e
da organização.
O líder deve ser simpático, conhecer bem o jogo que vai dirigir, ser hábil
e ter voz de comando.
A organização é feita com antecipação e deve constar do material a ser
usado e local onde irá se realizar.
25
Ü Técnicas gerais
Ordem e energia, a disciplina não se consegue com gritos e sim, com
habilidade. É preciso ter clareza e concisão, explicar rapidamente e com segurança e
voz firme. Orientar sem dar a impressão de ditador. É importante manter o tempo
todo tomado para que não haja lugar à desordem. Os princípios e as regras devem
ser claras e simples, sem margem a equívocos. Não se deve permitir violar ou
modificar as regras.
Ü Os jogadores
O número de jogadores deve ser de acordo com as circunstâncias: idade
e sexo, número de crianças e área disponível. Procure utilizar o maior número de
crianças no jogo.
Ü Formação
Pode ser em círculo, fileira, coluna ou dispersão; estas formações são
mais adaptáveis e fáceis de controlar. Primeiro coloque-os em formação e depois dê
as instruções.
Ü Fases do jogo
Preparação – é a formação e o entrosamento dos integrantes do grupo.
Evolução – é avaliar e observar a conduta das crianças.
Final – é saudar o adversário, dar ênfase à lição que o jogo proporcionou.
Ü Elementos do jogo
São aqueles que regulam sua intensidade, duração, ritmo, velocidade e
distância. Entre um jogo e outro deve haver o descanso. E não se deve ultrapassar
quarenta minutos de programa.
Ü Como escolher o jogo
O jogo deve ser escolhido de acordo com as estações do ano, com as
tradições regionais, sexo, idade e interesses.
26
Ü Como ensinar o jogo
Deve-se explicar minunciosamente, fazendo com que as crianças repitam
a explicação a fim de demonstrar que compreenderam o dsenvolvimento do jogo. A
explicação pod ser ilustrada com diagrama feito no chão ou no quadro- negro, na
própria área do jogo. Um jogo complexo e difícil, deve-se ensianr por fases, a
preparação, a evolução e o final. Pode-se pedir para executarem o jogo lentamente,
para depois aumentar o ritmo. Pode-se também explicar o jogo, colocar as crianças
para realizá-lo imediatamente e ir corrigindo durante o tempo de execução. O ensino
do jogo deve também abranger o ensino dos gestos, atitudes e linguagem. Por isso, o
instrutor deve policiar seus próprios “modos”, para que os alunos possam seguir suas
orientações físicas e também morais.
Ü Como conduzir um jogo
Deve-se exigir rigoroso cumprimento das regras. Solicitar a saudação ao
adversário antes e depois do jogo. Se o jogo exigir um líder, este deverá ser sorteado
ou indicado pelos colegas a fim de evitar prefências. Utilize sempre um apito,
habituando a criança a obedecer este sinal, possibilitando a disciplina. As leis do
jogo devem ser introduzidas progressivamente. À medida que a criança se
desenvolve exige-se mais.
4.2- Tipos de Jogos
4.2.1 Jogos Motores
Os jogos motores estão divididos assim:
Ü Grandes jogos – oferecem a vantagem de poderem ser realizados
com elevado número de participantes. Porém, o instrutor deve
tomar cuidado redobrado, pois a disciplina deixa muito a dsejar, é
preciso haver muita técnica e firmeza.
27
Ü Pequenos jogos – deixar manifestar a força, a combatividade, a
velocidade e a esperteza de cada grupo. Exemplo: queimado e cabo
de guerra.
Ü Revezamento ou estafeta – são aqueles em que, como o próprio
nome diz, revezam os participantes. É um jogo de grupo, porém
xige habilidade individual. São em sua maioria jogos de correr.
Podem ser combinados com saltos, giros, defesa, transporte, etc.
Este tipo de jogo é o mais recomendado para a infância. Exemplo:
carrinho de mão e passa o bastão.
Ü .Aquáticos – são os jogos realizados dentro da água (piscina, rio,
lago, etc), têm excelente valor terapêutico, devido à diminuição do
impacto causado pelo solo. Exemplo: trem aquático, corrida do
saci.
4.2.2 - Jogos sensoriais – são os jogos que utilizam os sentidos (tato,
audição, visão, gustação) como elemento recreativo, visando o desenvolvimento da
tensão, reação e pensamento. Exemplo: cabra-cega, bate o sino.
4.2.3 - Jogos sociais de mesa – como o próprio nome diz são jogos
realizados na mesa, porém com aspecto educativo, sem estimular jogos de azar.
Exemplo: dominó, dama, xadrez, ping-pong, caça-letras. Procure colocar todas as
crianças em atividade, faça você e seus alunos os jogos que serão utilizados. Os
dominós e memórias devem ser feitos com temas já estudados pela criança. O jogo
de damas, ou xadrez que desenvolve o raciocínio e a estratégia, pode ser
confeccionado de tampinhas. Use a criatividade.
4. 3 - Como Tornar o Jogo um Verdadeiro Fator
Educacional
O jogo, na infância, tem por objetivo a formação do caráter, a futura
adaptação social da criança e o desenvolvimento motor. O jogo organizado e
28
cooperativo constitue o melhor método para isso. Apesar de a liberdade ser
restrita, o jogo educativo é a fonte eficiente de adquirir hábitos morais.
As etapas pelas quais se opera a transformação do caráter infantil são a
imitação, a sugestão, a instrução e os prêmios e castigos. Portanto, a influência do
instrutor sobre a criança é muito grande. Na maneira de tratar, na linguagem, nos
gestos, atitudes e costumes, estão os instrumentos formativos que poderão
influenciar as atitudes das crianças.
As condições que uma atividade deve conter para ter valor construtivo e
educativo são:
Ü A educação deve ser um fenômeno de ação.
Ü A criança deve estar interessada no que está fazendo.
Ü A participação na atividade deve ser proporcional ao
prazer que ela oferece.
Ü A atividade deve oferecer oportunidade para uma completa
integração, oportunidade de liderança, companherismo e
autodireção.
O instrutor deve lembrar que:
Ü Os ensimentos morais do jogo valem mais do que os
técnicos.
Ü Deve estudar o efeito do jogo nos jogadores,
individualmente.
Ü Precisa orientar a criança no sentido de ajustá-la ao meio.
Ü Precisa avaliar a importância da sua missão, tentando
vencer os problemas técnicos pela inteligência e pela
dedicação ao trabalho, multiplicando indefinidamente as
observações e os conhecimentos.
4.4 - Utilizando o circuito como ferramenta de trabalho
Na faixa etária de 7 à 12 anos, a criança é bastante agitada e enjoa
facilmente das atividades, por isso uma boa forma de mantê-las interessadas é utilizar
29
o circuito, pois além de possibilitar uma participação maior e mais lucrativa em
termos de aprendizado, o circuito permite que o aluno vivencie maior número de
atividades em uma só aula. O circuito é um conjunto de atividades diferentes e cada
atividade chamamos de estação. Os alunos deverão fazer um rodízio por estas
estações.
O ideal é organizar no máximo 7 (sete) estações por circuito, com 5 à
10 minutos de duração cada uma. Os grupos de alunos deverão ser formados
dependendo das atividades propostas. Exemplos de circuitos:
- Esportivo – para iniciação desportiva e manejo de bola. Faz-se 5
(cinco) estações sendo: uma com bola de basquete (alunos executando passe picado
e passe de peito); uma com bola de vôlei (alunos em círculo trocando a bola com
toque e manchete, sem ensinar fundamentos); uma com bola de futebol (alunos
chutando a bola para o gol, revezando o goleiro, uma com bola de handbol (alunos,
em fila, bater a bola no chão, caminhar até um determinado ponto e voltar) e uma
com bola de borracha (brincar de corre-cotia).
- Jogos de mesa – fazer 5 (cinco) estações: dama, dominó, pega-
varetas, memória e trilha. Neste circuito pode-se revezar os alunos, tanto nas
estações quanto no número de componentes do grupo.
- Circuito de habilidades diversas – fazer estações com os seguintes
materiais: corda (pular), peteca (bater, sem deixar cair no chão, até no mínimo oito
toques, vai aumentando gradativamente até atingir a meta estabelecida), arcos (girar
na mão direita, na esquerda e trocar de mão), bola e cones (fazer zigue-zague nos
cones batendo a bola no chão), colchão (rolamento para frente, para trás e parada de
mão). Este circuito desenvolve as habilidades necessárias para a realização de um
jogo ou desporto futuramente.
O importante do circuito é que ele seja um meio de aprendizado
prazeroso, por isso o professor deve estar sempre atento, observando se a atividade já
não está cansativa, diminuindo ou aumentando o tempo de permanência em cada
estação, de acordo com o interesse do grupo
.
30
“... Não se deve obrigar o aluno a ficar quando quiser ir, não
constrangê-lo a ir, quando quer ficar onde está. O aluno deve ser educado por e
para a liberdade. É preciso que saltam, corram, gritem quando tiverem
vontade”. (Jean Jacques Rousseau, 1712-1771)
A palavra RECREAÇÃO vem do latim recreare e significa “criar
novamente”, no sentido positivo, ascendente e dinâmico.
Nem todo o passatempo é recreação, nem toda diversão é uma
atividade recreativa.
O entretenimento em si mesmo, não é sempre uma recreação. Muitas
diversões tidas como recreação não passam de atividades nocivas à formação do
caráter, responsáveis por grande número de problemas morais e sociais.
A verdadeira recreação contém os elementos naturais em nível
construtivo e com objetivos definidos.
RECREAÇÃO = PLAY (palavra inglesa que significa prazer),
representa uma atividade que é livre, espontânea, na qual o interesse se mantém por
sisó sem nenhuma compulsão interna ou externa, de forma obrigatória ou opressora,
afora o prazer.
A Recreação dos primitivos era baseada nas reuniões para beberagem,
fumo, lutas entre si e danças. Encontro com deuses da chuva, da caça, do sol, da
fertilidade e comemorações de vitória, nascimento e morte.
A Recreação dos Gregos buscava o integral e o perfeito
desenvolvimento do corpo e do espírito. Harmonia e beleza física. Mens sana in
corpore sano. Faziam jogos, torneios e lutas em que os pobres eram participantes, e
os nobres, leões, gladiadores.
Na Recreação dos Romanos, os espectadores divertiam-se com
tragédias, morte esúpida e guerra (exemplo: luta contra leões, gladiadores).
A Recreação na Idade Média pensava no bem da alma. Cuidar do
corpo era pecado. Divertiam-se com torneios e lutas, em que só os nobres
participavam; os pobres eram espectadores.
A Recreação no Renascimento revivem a ciência, fazem renascer as
artes e despertam a educação. É neste período que a criança passa a ter liberdade de
ação. Corre, salta, grita, participa, pois tudo deixa de ser pecado. É neste período
31
que surge a Recreação Educacional, sendo vista como forma de recuperação de
crianças e adultos. Surgem os grandes filósofos. Ressaltam a liberdade, valorizam a
educação moderna e criticam a tradicional. E inclui-se a Educação Física no
contexto educacional.
Os objetivos do ensino da recreação da pré-escola à 4a. série são:
Ü Fazer com que a criança receba, desde a primeira
infância, atendimento em sua formação integral, dando
continuidade à educação familiar.
Ü Contribuir na formação do caráter e no enriquecimento
da personalidade e moral da criança.
Ü Desenvolver o espírito cooperativo de grupo ajudando
a criar a ordem social plena.
Ü Fortalecimento das relações humanas
(companherismo).
Ü Desenvolver as características físicas, psíquicas e
motoras.
Ü Aquisição do domínio do corpo. A criança precisa
conhecer-se. Para tal, devemos experimentá-la em
relação a si mesma, em relação aos outros e aos
objetivos que a rodeiam dentro do contexto espaço-
temporal; então, irá reconhecer as suas capacidades e
limitações, ter consciência de si mesma. Assim, terá
possibilidades de desenvolver-se e “crescer”.
Ü Criar gosto pela atividade física e prepar a criança para
aulas de Educação Física e desporto.
“Temos que criar uma civilização que não desmorone debaixo das
horas de ócio”.
(Padre Antônio Vieira)
32
A estrutura e o funcionamento de uma aula de recreação deve ser dividida em :
a) Organização
Preparar com antecedência o programa a ser efetuado, o materia a ser
utilizado (caso haja), olocal onde se realizará o programa, a fim de que não se perca a
continuidade, fator que atrapalha o entusiamo dos alunos.
b) Estímulo ou motivação
Esforçar-se para que todos participem ativamente do programa. É
necessário primeiramente “quebrar o gelo”, pois muitos, por timidez ou falta de
ambiente, ficam de lado e não participam. Utilize joguinhos, brincadeiras, cantos
que tenham a função de criar um clima de descontração e alegria, estimulando a
sociabilidade entre seus participantes.
c) Desenvolvimento
O ideal é colocar no mínimo duas atividades e no máximo quatro, caso
sejam atividades curtas. Desenvolver a atividade de forma que os alunos não
cheguem à fadiga, mas sim, que sintam prazer e vontade de continuar. Procure
repetir a atividade duas ou mais vezes para atingir os resultados desejados. Escolha
atividades que desenvolvam as características básicas: correr, saltar, trepar,marchar,
etc. As atividades devem ser desenvolvidas com ordem, disciplina e energia, porém
com liberdade de ação.
Ao ensinar a atividade, deve-se ser claro e conciso. Dar instruções
com segurança para não confundir o aluno.
Procurar atividades em que todos os alunos participem o tempo
integral; aquele que fica esperando acaba perdendo a motivação. É o esfriamento.
Coordenar o programa de forma que seja bastante diversificado, inclua
jogos silenciosos, dinâmicos, barulhentos, truques, habilidades e outros. Finalizar de
forma que todos desejem voltar nas próximas sessões.
33
d) Volta à calma
A volta à calma é importantíssima, principalmente se houver
necessidade de o aluno retornar à sala de aula. Fazer atividades com brinquedos
cantados, imitativos, expressivos, onde todos deverão esquecer a atividade principal,
as competições e os desencontros, trabalahando a respiração e o pensamento.
Os meios utilizados na recreação são:
Ü Exercícios ou atividades formativas: postura Visam a postura correta, disciplinando os movimentos parciais do corpo
(cabeça, ombros, costas, peito, joelho, pelve, tornozelos, pés, mãos, cotovelos e
membros), exercitando todo o aparelho locomotor e atendendo suas necessidades.
Ü Exercícios ou atividades criativas: expressão São representações de tudo o que rodeia a criança em seu cotidiano. Essas
composições objetivam estimular a capacidade de exteriorização, expressando-se
pelos movimentos rítmicos, formativos e naturais. Assim, o aluno extravassa suas
idéias, emoções e sentimentos; é uma atividade completa que envolve o domínio das
habilidades psicomotoras.
Ü Exercícios ou atividades folclóricas: tradição e sociabilidade São brinquedos cantados e danças que se destinam a educar o movimento
rítmico, a atenção, memória, e contribuem para a aquisição de conhecimentos,
despertando o interesse pela tradição. Dão sentido de lugar no espaço, situação em
grupo, disciplina de deslocamento, sentido do próprio lugar e hábitos sociais.
Estas atividades deverão ser selecionadas entre aquelas que tenham
significado para a criança, ligadas a assuntos e fatos que ela conheça. Usar melodias
e movimentos fáceis e bem marcados, despertando assim o interesse da criança pela
arte de seus antepassados, com a finalidade de valorizá-la.
34
Ü Exercícios ou atividades rítmicas: domínio do movimento
Tem como objetivo oportunizar à criança, a vivência de tempo, sons e ritmos,
utilizando canções, percursão (instrumental ou próprio corpo), palavras e frases
ritmadas.
O importante é que o vivido pela criança seja aquele que ela mesma criou.
Só assim terá um traço de dinamismo, alegria e interesse. Estas atividades têm, por
objetivo principal, aprimorar a sensibilidade auditiva e senso rítmico.
35
CONCLUSÃO
Despertar, criar, abrir novos caminhos buscando o fazer pedagógico
contextualizado com as necessidades concretas da criança. Mediar conflitos, causar
desequilíbrio diante dos conhecimentos de nossos educandos, instigando a
criatividade, fazendo pulsar o novo com as referências do passado, contribuindo com
a construção de um homem ético, questionador e mais humano.
Para que a criança, na faixa etária de 9 à 10 anos, domine plenamente o
conhecimento corporal lateralidade, ela precisa primeiramente ser estimulada desde o
nascimento, pela sua primeira psicomtricista, que é geralmente a sua própria mãe.
Logoapós, quando ingressa na fase escolar, onde é obrigatória a sua freqüência a
partir dos 6 anos, a mesma deve ser estimulada por atividades psicomotoras das mais
variadas, para que assim ela possa se preparar para o domínio do seu próprio corpo e
para uma assimilação mais rápida da sua parte cognitiva. É preciso que o professor
valorize, principalmente o bincar, o prazer, fazendo da quebra de regras um novo
jogo, permitindo o raciocínio e a participação de cada aluno em jogos recreativos e
brincadeiras criativas, que nelas estejam contidas direta ou indiretamente todas as
atividades necessárias para que ela desenvolva e domine a sua lateralidade.
“Quando uma criança brinca, joga e finge, está criando um outro
mundo, mais rico e mais belo, mais cheio de possibilidades e invenções do que o
mundo onde, de fato, vive.”
(Marilena Cahuí)
É necessário que as práticas pedagógicas sejam carregadas de significado
e afetividade, pois a aprendizagem e o desenvolvimento humano necessitam do
concreto para serem significativos. É preciso resgatar o contato com o outro,
vivendo nossa corporiedade de forma completa, rompendo barreiras culturais e
tecnológicas, que nos privam do viver corporal.
O educador é o fator de desestabilição na aprendizagem, questionando,
criticando e acrescentando, entendendo e respeitando as diversas formas de saberes.
“Educar exige compromisso, responsabilidade e amor.”
36
(Paulo Freire)
BIBLIOGRAFIA 1 - COSTAILAT, Dalila Molina. Psicomotricidade Porto Alegre, Globo, 1976 2 - CHAZAUD, Jaques. Introdução à Psicomotricidade Rio deJaneiro, Manole, 1979 3 - LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora – Psicocinética
na Idade Escolar. Porto Alegre, Artmrd, 1988 4 - ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção Rio de Janeiro, Wak Editora, 2003 5 - LAPIERRE, André. A Educação Psicomotora. São Paulo, Manole, 1989 6 - FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade 2a. ed. São Paulo, Martins Fontes, 1988 7 - FERREIRA, Vanja. Educação Física – Recreação, Jogos e
Desportos. Rio de Janeiro, Sprint, 2003 8 - CATUNDA, Ricardo. Recriando a Recreação. Rio de Janeiro, Sprint, 2002
38
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ........................................................................ 2
AGRADECIMENTOS .................................................................... 3
DEDICATÓRIA .............................................................................. 4
RESUMO ......................................................................................... 5
METODOLOGIA ............................................................................ 6
SUMÁRIO ...................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ............................................................................... 8
CAPÍTULO I
CONHECIMENTO CORPORAL – LATERALIDADE ................ 9
1.1 – Lateralidade e Direcionalidade .............................................. 10
1.2 - Domínio Visual ...................................................................... 11
1.3 - Freio Inibitório ..................................................................... 11
1.4 – Ritmo .................................................................................... 11
1.5 - Exemplos de Atividades Recreativas para desenvolvimento Psicomotor ......................................................................................
12
CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE ................................................................. 14
2.1 - Alterações de Psicomotricidade .............................................. 17
2.2 - Coordenação Psicomotora ...................................................... 18
2.3 - A Criança de 6 à 7 anos .......................................................... 19
2.4 - A Criança com 8 anos ............................................................. 19
2.5 -A Criança de 9 à 10 anos ......................................................... 19
39
CAPÍTULO III
A EDUCAÇÃO E A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA ............. 20
3.1 - Características Gerais das Principais Etapas do desenvolvimento Segundo Jean Piaget ............................................
21
3.2 - As Fases do Desenvolvimento Segundo Freud........................ 22
CAPÍTULO IV
A IMPORTÂNCIA DO JOGO E DA RECREAÇÃO NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL.........
23
4.1 -Organização, Técnicas e Princípios para a Realização dos Jogos.................................................................................................
24
4.2 - Tipos de Jogos ......................................................................... 26
4.3 - Como Tornar o Jogo um Verdadeiro Fator Educacional ........ 27
4.4 - Utilizando o Circuito como Ferramenta de Trabalho ............. 28
CONCLUSÃO ................................................................................. 35
BIBLIOGRAFIA ............................................................................. 36
ATIVIDADES CULTURAIS ......................................................... 37
ÍNDICE ........................................................................................... 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO ............................................................ 40
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE
Título da Monografia:
A Dificuldade da Área Psicomotora Conhecimento Corporal –
Lateralidade em crianças de 9 à 10 anos.
Data da Entrega: 24 de julho de 2004.
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: