44
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O FORTALECIMENTO DA MARCA ATRAVÉS DO MARKETING CULTURAL Por: Ana Carolina Costa Kulnig Orientador Prof. Mario Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2008

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

  • Upload
    lecong

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O FORTALECIMENTO DA MARCA ATRAVÉS DO MARKETING

CULTURAL

Por: Ana Carolina Costa Kulnig

Orientador

Prof. Mario Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2008

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O FORTALECIMENTO DA MARCA ATRAVÉS DO MARKETING

CULTURAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Marketing.

Por: Ana Carolina Costa Kulnig

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por

todas as bênçãos que me concedeu,

que muitas pessoas chamam de sorte

ou coincidência.

Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e

Therezinha Lucia da Costa, que

sempre me apoiaram em cada etapa

da minha vida, me ajudando e

acreditado nas minhas escolhas.

A minha avó (in memória) que, mesmo

com todas as dificuldades e limitações,

não poupou esforços para me educar e

oferecer as condições necessárias

para que eu estudasse.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

4

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe e a todos aqueles

que, direta ou indiretamente,

colaboraram para que este trabalho

conseguisse atingir aos objetivos

propostos.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

5

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo mostrar as razões pelas quais as empresas

investem em ações culturais e a importância destas ações para a sociedade,

identificando a forma com que as empresas se diferenciam das demais,

projetando sua imagem através de ações culturais e sociais com os incentivos

fiscais, justificando assim uma série de razões que demostram a importância

desempenhada pelas empresas no apoio a cultura.

As empresas conseguem interagir, relacionar-se com o público–alvo,

inclusive pela possibilidade de distribuir convites a eventos, fazer mais contatos

e fortalecer vínculos. Esse relacionamento permite que se conquiste uma boa

reputação junto ao público.

Isso melhora a imagem corporativa, a qual é um atributo muito importante

para as empresas diferenciarem-se das demais, já que não pode ser copiada,

porque é resultado da impressão dos consumidores, que é formada em

decorrência de um conjunto de ações da organização.

Além da boa imagem, as ações culturais geram valorização da marca e dá

maior credibilidade a ela. Assim, a organização pode conquistar importante

posicionamento estratégico. Tudo isso mostra os benefícios do marketing

cultural no ambiente interno e externo da empresa.

Por tudo isso ao incentivar projetos culturais, as empresas estão

assumindo seu papel na democratização e difusão da cultura, na promoção da

cidadania e no desenvolvimento do bem comum. Contribuem também para o

desenvolvimento da sociedade em todas as dimensões da cultura: simbólica,

econômica, e a de direito e cidadania. Desta forma, as organizações crescem

junto com a comunidade, desenvolvendo-se com sustentabilidade.

Palavras Chave: Marketing cultural, Sociedade, Cidadania, Responsabilidade

Social.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

6

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de abordagem explicativa, com finalidade de

analisar bibliograficamente quais são as vantagens que o investimento a

cultura pode trazer para a empresa. Pretende-se, ainda, analisar teoricamente

o papel da empresa patrocinadora e quais as vantagens em se trabalhar com o

Marketing Cultural, de acordo com a metodologia proposta por Vergara (2004).

A pesquisa bibliográfica tem por finalidade dar suporte teórico através de

livros, jornais, revistas e, como a literatura é escassa, buscar material indexado

na Internet, tendo como palavras-chave: cultura, leis de incentivo a cultura e o

marketing cultural. Como a literatura é escassa, este trabalho usa, também, a

rede de eletrônica de informação (Internet) como fonte de coleta de dados.

Parte-se, inicialmente, das obras de autores como Candido José Mendes de

Almeida, Hamilton Faria , Philip Kotler, Leonardo Brant, para nortear a

pesquisa, além de artigos disponibilizados na Internet .

A leitura sistemática deste material abrirá um outro leque de bibliografia.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

O Fortalecimento da marca através do Marketing Cultural ---------------------- 08

CAPÍTULO I - Marketing: Conceitos ----------------------------------------------------- 10

1.1 – O Mix de Marketing -------------------------------------------------------------------- 13

1.2 – Segmentação ---------------------------------------------------------------------------- 14

1.3 – Ciclo de Vida do Produto ----------------------------------------------------------- 16

CAPÍTULO II – Definindo Marketing Cultural ------------------------------------------ 18

2.1 – Marketing Cultural --------------------------------------------------------------------- 18

2.2 – Cultura ------------------------------------------------------------------------------------ 21

2.3 – Patrocínio -------------------------------------------------------------------------------- 24

CAPÍTULO III - Leis de Incentivo Fiscal no Brasil ----------------------------------- 26

3.1 – Origem e Desenvolvimento --------------------------------------------------------- 26

3.1.1 – Lei Rouanet --------------------------------------------------------------------------- 27

3.1.2 – Fundo Nacional de Cultura (FNC) ---------------------------------------------- 28

3.1.3 – Prestação de Contas --------------------------------------------------------------- 28

3.1.4 – Mecenato ------------------------------------------------------------------------------ 29

CAPÍTULO IV - Marketing Cultural e Responsabilidade Social ------------------ 32

4.1 – Responsabilidade Social da Empresa -------------------------------------------- 32

4.2 – Responsabilidade Social da Empresa no Brasil ------------------------------- 33

4.3 – Marketing Cultural e Responsabilidade Social da Empresa ---------------- 33

CONCLUSÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ----------------------------------------------------------- 39

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------------------- 43

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

8

INTRODUÇÃO

Conceitualmente o marketing cultural pode ser definido como uma

alternativa diferente de comunicação de um produto, serviço ou imagem. O

marketing cultural tem na cultura forma e conteúdo simultâneo. No

entendimento da cultura enquanto veículo define-se um conjunto de

diferenciais que a distingue de outros modos de comunicação.

O Investimento Cultural atinge diversas áreas da sociedade: educação,

lazer, comunicação, entre outras indispensáveis ao desenvolvimento humano,

econômico e social, procurando estabelecer através dos acervos históricos, o

patrimônio cultural do país.

O objetivo deste artigo é apresentar o Marketing cultural como ferramenta

de comunicação, muito útil para agregar valor à imagem das empresas

proporcionando recursos monetários, intelectuais e até mesmo morais, para

execução de projetos pertinentes a sociedade, fornecendo as empresas além

de incentivos fiscais, a multiplicação do conhecimento, desenvolvendo:

criatividade, auto - estima, relacionamento e segurança, fortalecendo desta

forma a imagem da organização.

Esse apoio a cultura expressa muito bem a face que as organizações

querem projetar de compromisso com a sociedade. Empresas que fazem esse

tipo de participação objetivam não apenas o seu lado financeiro, visam

também, uma conquista por meio do seu conceito e da sua reputação,

buscando nos projetos culturais responder as necessidades sociais das

comunidades.

Investir em cultura tem promovido a associação entre a atividade cultural e

a comunicação empresarial, tendo se revelado um dos mais eficazes

instrumentos de comunicação. Alguns aspectos motivadores como: ganho de

imagem institucional, agregação de valor a marca da empresa, benefícios

fiscais, retorno de mídia e aproximação com o público alvo foram identificados

como vantagens resultantes desse tipo de estratégia organizacional. Chegando

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

9 assim, a identificação dos principais fatores que motivam o investimento

cultural.

Algumas empresas buscam no prazer, alegria e na satisfação, transmitidos

pela manifestação cultural, a ligação com o público; outras preferem associar

sua imagem a tradições e valores regionais ou nacionais; e há aquelas que

visam transmitir simpatia e interesse no bem estar da comunidade em que

atuam. Os objetivos de comunicação das organizações variam de acordo com

seus perfis, crenças, valores e missão.

A escolha do tema tem origem na percepção do Marketing Cultural como

ferramenta de comunicação e, como essa ferramenta, é capaz de aproximar a

Empresa de seus clientes, agregando a imagem corporativa um conteúdo de

compromisso social.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

10

CAPÍTULO I

MARKETING: CONCEITOS “Marketing é uma forma de sentir as oportunidades de mercado e

desenvolver produtos e serviços”.

Este capítulo irá apresentar os conceitos básicos sobre marketing.

Marketing nada mais é que entender e atender o cliente. É monitorar as

mudanças no comportamento do consumidor e atendê-lo imediatamente,

quase que "on-line". É mudar a sua oferta ao mesmo tempo que o cliente

muda de comportamento.

Não é transformar produtos ou serviços em dinheiro. É atender o cliente no

momento em que ele necessita de um produto ou serviço.

Para Kotler (1998, p. 29), o marketing, resumidamente, “é um conjunto de

atividades que têm por objeto a facilidade e a realização de trocas”. Trazendo o

conceito para o contexto atual, Portella e Margutti citam a American Marketing

Association que define:

“Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção,

preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços,

organizações, eventos para criar trocas que venham satisfazer

objetivos individuais e organizacionais”. (1998.p.3)

O termo marketing vem do inglês, como derivação da palavra market

(mercado) e sua tradução literal seria mercadização. Trata-se de uma matéria

que recebeu a dedicação de milhares de profissionais mundo a fora,

procurando explicar o que é e para que serve o marketing.

Esta palavra designa uma atividade comercial voltada para a orientação do

fluxo de mercadorias ou serviços do produtor ao consumidor. Ou seja, trata-se

de uma atividade que movimenta sistemas econômicos, ou onde quer que os

produtos mudem de mãos antes de serem usados. Marketing é o conjunto de

operações pelas quais uma empresa trata de assegurar a colocação de seus

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

11 produtos no mercado. Ou então um conjunto de ferramentas que tem por

finalidade aproveitar oportunidades ou criar necessidades no mercado.

O marketing passa a se orientar por três pontos básicos: os bens e

serviços devem ser produzidos de forma orientada para o consumidor; deve-

se haver uma integração das mais diversas atividades da empresa para

atender as finalidades definidas e o objetivo fundamental é a obtenção do lucro

ótimo a longo prazo. Para obter bons resultados, o marketing vai considerar

não somente os fatos vinculados a uma mercadoria, mas também aos valores

e, neste sentido, o marketing seria uma engenharia que integra fatos a valores

com o objetivo de buscar o lucro ótimo a longo prazo. Neste conceito, o

marketing deve incorporar todas as atividades da empresa desde antes da

produção até a chegada do produto ao consumidor.

Mas o conceito e os limites da ação do marketing são complexos e polêmicos.

O "Dicionário de Termos de Marketing" (Moreira, Pasquale e Dubner, 1996),

por exemplo, traz 4 definições para o verbete "marketing", onde o mesmo é

classificado ora como "conjunto de atividades", ora como "técnica", ora como

"processo". Além disso, este dicionário apresenta ainda outros 34 verbetes

com subdivisões do termo.

Vejamos então alguns conceitos de marketing, segundo diversos autores.

Um dos maiores clássicos do marketing, Philip Kotler, começa assim a sua

definição:

"O marketing é a função dentro de uma empresa que identifica as

necessidades e os desejos do consumidor, determina quais os

mercados-alvo que a organização pode servir melhor e planeja

produtos, serviços e programas adequados a esses mercados. No

entanto, o marketing é muito mais do que uma função isolada - é uma

filosofia que orienta toda a organização. A meta do marketing é

satisfazer o cliente de forma lucrativa, criando relação de valor com

clientes importantes" (Kotler e Armstrong, 1999).

O conceito mais básico do marketing é o das necessidades humanas

(físicas, sociais e individuais, etc), necessidades que não são criadas pelos

profissionais de marketing. Quando uma necessidade não é satisfeita, as

pessoas procuram uma maneira de reduzi-la ou satisfaze-la. Desejos são as

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

12 necessidades humanas moldadas pela cultura e individualidade. A depender

da realidade, as necessidades se manifestam através de desejos diferentes. Já

as demandas, são desejos que podem ser atendidos (ou comprados), pois os

desejos são ilimitados e os recursos são limitados. Mas, para o marketing, a

transação não deve ser passageira. O fundamental é construir um

relacionamento, ou seja, uma relação de longo prazo para transações mais

lucrativas.

Assim, mercado são compradores reais e potenciais de um produto que

têm necessidades e desejos, que podem ser satisfeitos por valores através de

uma troca, transação e, preferencialmente, um relacionamento. Mas, no qual

vendedores não vendem somente produtos, mas também comunicações

(sobre seu produto) e recebem não somente dinheiro, mas informações (sobre

necessidades e desejos).

Mas entre desejos e demanda, existe uma diferença, pois desejos são

ilimitados e recursos são limitados – ou, a produção pode crescer e os desejos

diminuírem ou se modificarem.

Resolver este problema é uma tarefa para a administração de marketing.

"Em certas ocasiões pode haver demanda adequada, demanda

irregular, demanda em excesso, ou até mesmo não haver demanda

alguma, e a administração de marketing deve encontrar formas de

lidar com esses diferentes tipos de demanda. Administração de

marketing preocupa-se não apenas em descobrir e ampliar a

demanda como também em mudá-la ou até mesmo reduzi-la" (Kotler

e Armstrong, 1999).

Inicialmente as escolas ensinavam que marketing era marketing mix. Que

marketing mix eram os 4 P’s. E hoje você encontra em livros, artigos entre

outros sobre esta fascinante atividade que hoje já trata dos 7C’s, dos 6 A’s e

assim em diante.

Dentro das diversas funções do marketing, Al Ries (1998) destaca como

principal “desenvolver uma estratégia diferenciada de posicionamento capaz

de penetrar e ocupar a lembrança do público-alvo como a marca número um

na sua mente, de forma exclusiva e singular”.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

13 À medida que o marketing se difundiu, revelaram-se em sua evolução

novas tendências, como por exemplo a compreensão dos canais de

distribuição, ou seja, do número de intermediários entre produtor e consumidor.

Por outro lado, a industrialização estimulou a diversificação nas atividades de

marketing. O desenvolvimento dos meios de comunicação criou novos

métodos de publicidade e promoção. Paralelamente à tendência para

uniformização dos produtos, aumentaram os esforços dos produtores no

sentido de atender as preferências individualizadas dos consumidores e

confeccionar seus produtos com vistas a um segmento específico do mercado.

Dentro das diversas funções do marketing, Al Ries (1998) destaca como

principal “desenvolver uma estratégia diferenciada de posicionamento capaz

de penetrar e ocupar a lembrança do público-alvo como a marca número um

na sua mente, de forma exclusiva e singular”.

1.1 O Mix de Marketing

A compreensão das ferramentas de marketing pode ajudar a neutralizar as

forças ambientais, canalizando recursos e obtendo resultados financeiros e

de posicionamento de mercado compensadores. (COBRA, 1992, p.44).

Kotler (2000) define mix de marketing ou composto de marketing como um

conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir

seus objetivos de marketing no mercado-alvo. O produto representa algo que

pode ser oferecido a um mercado para a sua apreciação, uso ou consumo na

tentativa de satisfazer um desejo, necessidade ou demanda.

O preço é uma variável quantitativa que resume a quantia que os

consumidores trocam pelos benefícios da utilização de um produto ou serviço.

A decisão do preço precisa considerar uma série de fatores do macro ambiente

(fatores tecnológicos, políticos e legais, demanda e ciclo de vida do produto),

além de questões subjetivas (valor percebido pelo cliente e reações dos

concorrentes).

A praça representa os canais de distribuição e logística, ou seja, o fluxo

entre produtor e consumidor e considera os canais, a cobertura, variedades,

locais, estoque e transporte, entre outros.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

14 A promoção será a comunicação com o consumidor, ou seja, todo o

esforço que motivá-lo ou encorajá-lo a comprar. A promoção deve agregar um

diferencial para experiência de compra (físico ou emocional) para que o

consumidor tenha uma percepção positiva e possa também contribuir para a

imagem da empresa ou produto.

Para Cobra (1992) o sistema de marketing pode ser representado também

por outro modelo de interação das ferramentas e é baseado em 4 A's: análise,

adaptação, ativação e avaliação.

A análise é uma fase de identificação de forças do mercado (política,

sociedade, legislação, tecnologia e concorrência) e pretende estimar a

demanda de mercado e o potencial de consumo.

A adaptação é a fase de ajustes dos produtos ou serviços às necessidades

levantadas na análise inicial, um estágio de interpretação do ciclo de vida de

cada produto em relação à concorrência.

A fase de ativação é chamada de composto promocional e tem como

elementos principais a distribuição, força de venda pessoal, promoção de

vendas, propaganda, merchandising e relações públicas.

O momento de análise será feito na fase de avaliação, quando serão

avaliadas as principais forças e fraquezas organizacionais, oportunidades e

problemas os esforços de marketing executados.

1.2 Segmentação

A segmentação de mercado é a divisão do mercado em grupos distintos de

compradores com necessidades, características ou comportamentos próprios

na tentativa de entender cada grupo de consumidores que tendem a responder

de forma semelhante a um conjunto de estímulos de marketing. A partir da

identificação e segmentação do mercado, torna-se possível segmentar

mercados homogêneos e utilizar estratégias específicas para atender as

necessidades de consumidores.

A partir do momento em que se segmenta o mercado, fica mais fácil

encontrar o mercado-alvo e, com isso, a empresa terá maiores chances de

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

15 conseguir resultados satisfatórios com o seu posicionamento porque já

entenderá melhor as necessidades de seu público-alvo. A segmentação torna-

se um preparatório para que as empresas possam se posicionar

competitivamente, através da identificação de um mercado atrativo e adequado

a sua proposta e, dessa forma, desenvolver seus pontos fortes e potenciais,

assim como minimizar a vulnerabilidade dos pontos fracos, ou mesmo

abandoná-los.

Posicionamento começa com um produto (...) mas posicionamento não é o

que você faz com o produto. Posicionamento é o que você faz na mente do

cliente em perspectiva. Ou seja, você posiciona o produto na mente do

comprador em potencial. (RIES & TROUT, 2001, p.2)

Tendo então escolhido o mercado-alvo as empresas devem buscar um

diferencial para seus produtos e/ou serviços e estar atentar para que as

estratégias escolhidas resultem em vantagem competitiva e não ofereçam

riscos para as metas do plano de marketing.

Kotler (2000) e Ries e Trout (2001) têm visões diferentes sobre

posicionamento. O primeiro propõe uma abordagem mais ampla e defende que

para se obter uma boa posição na mente dos clientes-alvo é necessário

entender primeiro como estes percebem as diversas ofertas do mercado, para

depois construírem suas estratégias, de forma tal que alcance a diferenciação

dos seus produtos e/ou serviços e tenha este valor reconhecido. Kotler (2000)

ainda destaca que a escolha do posicionamento estratégico de uma empresa

não é linear e depende muito da situação em que a empresa se encontra. O

primeiro passo é identificar as vantagens competitivas e só depois selecionar

quais aquelas deverão estar na base do posicionamento do produto sendo

também necessário uma comunicação eficaz desta posição.

Já para Ries e Trout (2001), posicionamento não é o que se faz com o

produto, mas sim como ele é colocado na mente das pessoas, considerando-

se os conhecimentos e necessidade de cada uma delas.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

16 Para muitas pessoas e produtos de hoje, o caminho para o sucesso

consiste em ver o que a concorrência está fazendo e despojá-la da poesia

ou da criatividade que constituem barreiras para que a mensagem chegue

até a mente. Com uma mensagem purificada e simplificada, aí você

consegue penetrar na mente do consumidor em perspectiva. (RIES, 2001,

p.20) .

Ries e Trout (2001, p.14) acreditam que "o posicionamento é um sistema

organizado para se encontrar uma janela para a mente. Baseia-se no conceito

de que a comunicação só pode ter lugar no momento certo na circunstância

certa". Para eles, fixar uma marca na opinião do cliente em potencial, nos dias

de hoje, está cada vez mais difícil, pois existem obstáculos que devem ser

considerados.

Em um primeiro momento, há uma sociedade saturada de comunicação,

na qual todos querem se fazer ouvir: pessoas e/ou empresas, ocasionando

apenas “barulhos”, e com isso, péssimos resultados, já que as mensagens não

surtem os efeitos esperados. Daí a importância do posicionamento para se

alcançar uma posição na mente das pessoas, direcionando os discursos de

acordo com a realidade que está na mente do cliente em potencial. Afinal, nem

todas as informações recebidas serão aceitas, é preciso que exista conexão

com conhecimentos ou experiências anteriores.

Conclui-se que acompanhar o mercado e segmentá-lo pelos diferentes

grupos de consumidores é vital para que uma empresa possa se sobressair

nos dias de hoje. Posicionar-se no contexto correto é importante para se obter

vantagem competitiva frente à concorrência e aproveitar ao máximo as táticas

e estratégias no mercado-alvo.

1.3 Ciclo de vida do produto

O ciclo de vida de um produto é na verdade a análise de sua trajetória no

mercado desde o momento em que é introduzido até a sua retirada total,

considerando a relação entre o tempo de comercialização e resultado de

vendas. Os estágios que marcam a trajetória do ciclo de vida são:

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

17 • Introdução: fase pioneira em que o produto está sendo desenvolvido e a

produção é pequena assim como o número de concorrentes no mercado. É

caracterizada pela baixa lucratividade devido aos custos mercadológicos e de

lançamento do produto.

• Crescimento: fase de expansão e crescimento. É caracterizada pelo início da

demanda e expansão de mercado através do aumento de vendas (maior

confiança e aceitação no mercado). Também os lucros começam a ser

percebidos já que existe uma redução nos custos de fabricação devido à

economia de escala de produção.

• Maturidade e saturação: fase em que acontece a estabilização das vendas.

Momento de equilíbrio entre o número de consumidores e volume de compras.

A falta de estímulo gera disputa pela concorrência, reduzindo lucros.

• Declínio: momento em que as preferências dos consumidores mudam devido

à entrada de novos produtos no mercado. Caracteriza-se também pela

diminuição dos esforços promocionais e por preços estabilizados em níveis

baixos. Os lucros são pequenos ou inexistentes. Surgem novas oportunidades

de investimento e produto é retirado do mercado.

Cobra (1992) ressalta que, embora o ciclo de vida tenha uma ordem

natural, existem produtos que atingem a maturidade e permanecem nesse

estágio sem necessariamente entrarem em fase de declínio.

Como verificamos pelas características pontuadas em todas as fases do ciclo

de vida do produto torna-se essencial ao marketing orientar estratégias

diferenciadas no sentido de prolongar ao máximo a vida de um produto, seja

antecipando seu lançamento ou incrementando esforços como novos usos e

aplicações do produto. As estratégias podem ser classificadas como:

promocional, de distribuição, de preços ou de planejamento do produto. Cada

uma delas está relacionada a uma determinada fase do ciclo e pode ser

adaptada a tendências identificadas no mercado.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

18

CAPÍTULO II

DEFININDO MARKETING CULTURAL “É toda ação de marketing que usa a cultura como veículo de

comunicação para se difundir o nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora”.

Neste Capítulo, fala como o consumidor está cercado de opções e também

saturado de apelos convencionais. Isso obriga cada vez mais as empresas a

adotarem estratégias inovadoras. E é nesse contexto que o marketing cultural

ganha espaço como ferramenta de comunicação, usado para transferir o valor

da arte e da cultura às marcas de empresas e produtos. As empresas estão

aderindo cada vez mais a essa estratégia que algumas vezes pode até ter um

custo menor, mas proporciona maior visibilidade e credibilidade junto aos seus

públicos de interesse, tornando sua imagem mais sólida e consistente

2.1 – Marketing Cultural

Antes de apresentar o marketing cultural, é necessário falar sobre a ordem

cronológica dessa atividade, buscando suas peculiaridades dentro do contexto

histórico e suas conseqüências para sua evolução até os dias atuais.

O ponto inicial para qualquer estudo sobre marketing cultural passa

obrigatoriamente pela menção do mecenato. Entre meados do ano 30 a.C. e

10 d.C, Mecenas foi nomeado ministro do imperador Caio Augusto, iniciando

uma política de relacionamento do governo com a sociedade sem precedentes

na Roma Antiga. Sua estratégia foi levar o maior número de artistas e dos

pensadores da época (músicos, pintores, escultores e atores) que detinham

boa popularidade, para junto do governo, procurando transferir para o Estado a

aceitação e o prestígio dos artistas junto à população.

Para ALMEIDA (1992), esse raciocínio permaneceu intacto até o século

XV, quando começou a emergir na Europa renascentista outro tipo de

mecenato, desta vez voltado a suprir as famílias com maior riqueza da época,

do maior número de produções artísticas que fosse possível. Outro momento

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

19 de forte atuação do mecenato, apresentado pelo autor, deu-se no início do

século XX nos Estados Unidos da América, onde as grandes fortunas oriundas

da Europa e consolidadas no continente que despontava, passaram a usar dos

mesmos mecanismos de legitimação perante a comunidade. Surgiram então

as grandes obras de arte norte-americanas e as atenções artísticas, antes

voltadas para Paris, passaram a apontar também para Nova Iorque.

O início da participação das empresas nas atividades artísticas, ainda

como atividade filantrópica, ocorreu na década de 1960. Apesar de alguns

empresários despontarem como incentivadores desse tipo de atividade,

imperava nas organizações a visão de que a cultura não precisava e nem

justificava os “donativos” oferecidos pelas organizações (REISS, 1975).

Marketing Cultural é uma ferramenta de comunicação que feita de forma

séria, só oferece vantagens para os patrocinadores, artistas, produtores e, alvo

maior, o cidadão brasileiro. De 1994 para cá o número de empresas que

passaram a investir em cultura aumentou e cada vez mais pessoas ingressam

nesse mercado anualmente.

Segundo Vaz (1995, p.217), “marketing cultural é o conjunto de ações de

marketing utilizados no desenvolvimento de um projeto cultural aplicadas tanto

em relação aos objetivos e critérios que orientam a concessão de fundos,

como quanto aos procedimentos de arrecadação de recursos”.

Diferentemente, Sarkovas (1995, p.144) fixa marketing cultural como um

instrumento qualificador da comunicação empresarial por sua associação às

expressões artísticas, ressaltando o potencial na construção da imagem e da

reputação da empresa patrocinadora. Essa autor coloca o foco de sua

definição na imagem da empresa, enquanto Vaz preocupa-se com o projeto

cultural em si em sua arrecadação de fundos.

Almeida (aput Leocadio e Marchetti, 2003, p.3) utiliza a mesma atenção de

Sarkovas ao destacar que o diferencial do uso da cultura como ferramenta de

comunicação como sendo o prestigio conferido pela arte a qualquer ação do

composto promocional. Dessa forma, marekting cultural é o conjunto de

recursos e ações que permite projetar a imagem da empresa através de ações

culturais.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

20 O marketing cultural usa a cultura como veículo de comunicação difundir o

seu nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora. Precisa ter

muita criatividade para atingir o público alvo de forma a atender os objetivos de

comunicação da empresa com os recursos disponíveis. Ao patrocinar um

show, por exemplo, a empresa pode não só associar sua marca àquele tipo de

música e público como pode também oferecer amostras de produto

(promoção); distribuir ingressos para os seus funcionários (endomarketing);

eleger um dia exclusivo para convidados especiais (marketing de

relacionamento); enviar mala - direta aos consumidores/clientes informando

que o show está acontecendo e é patrocinado pela empresa (marketing direto);

mostrar o artista consumindo o produto durante o show (merchandising);

levantar informações gerais sobre o consumidor por meio de pesquisas feitas

no local (data base marketing); fazer uma publicação sobre o evento

(marketing editorial); realizar uma campanha específica destacando a

importância do patrocínio (publicidade) e muitas outras ações paralelas que

tem o poder de ampliar o raio de alcance da ação de marketing cultural.

Esse tipo de marketing vem ganhando força no meio empresarial porque

apresenta soluções relativamente baratas a três novas exigências do mercado:

a necessidade de diferenciação das marcas; a diversificação do mix de

comunicação das empresas para melhor atingir seu público; e a necessidade

das empresas se posicionarem como socialmente responsáveis. Ao patrocinar

um projeto cultural a empresa se diferencia das demais a partir do momento

em que toma para si determinados valores relativos àquele projeto (por

exemplo tradição, modernidade, competência, criatividade, popularidade etc.).

Também amplia a forma como se comunica com seu público alvo e mostra

para a sociedade que não está encastelada em torno da sua lucratividade e de

seus negócios.

Nas relações criadas pelo marketing cultural existem três importantes

agentes, segundo Costa (2004, p.89):

� Artista: é o destinatário dos recursos e idealizador do evento cultural;

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

21 � Produtor Cultural: atua como facilitador entre o artista e o patrocinador,

elaborando e submetendo projetos culturais de acordo com critérios

mercadológicos;

� Patrocinador (empresa): é a fonte de recursos que viabilizam totalmente ou

em parte o evento cultural, recebendo contrapartidas por esses recursos.

O Estudo do Marketing Cultural pode ser empreendido sobre vários níveis:

Estado, empresas, instituições culturais e produtor cultural.

No âmbito especificamente comunicacional da sociedade, alterações

importantes também ocorrem e irão incidir no contexto, que circunscreve e

possibilita o surgimento do marketing. O desenvolvimento da publicidade,

iniciado de modo significativo, já indicava o esgotamento do mercado como

lugar suficiente de publicação e divulgação das mercadorias.

2.2 – Cultura

Neste item será verificado os diversos significados de cultura e mostrados

alguns aspectos da cultura no Brasil como base para o estudo do Marketing

Cultural.

A palavra cultura tem origem no verbo latino colere, que significa cultivar,

criar, tomar conta e cuidar. Antes do século XVIII, a cultura significava o

cuidado do homem com a Natureza, também o cultivo ou educação das

crianças e de suas almas para que se tornassem pessoas virtuosas na

sociedade (Chauí, 1997, p. 292) .

Posteriormente, os pensadores do século XVIII começaram a diferenciar

Natureza e Homem porque a primeira age mecanicamente de acordo com as

leis de causa e efeito, mas o homem possui liberdade e razão. Também se

começou a acreditar que a cultura é dotada de escolhas racionais, valores e

distinções entre bem e mal, verdadeiro e falso, belo e feio, passando a

significar os resultados da formação ou educação dos seres humanos: as

obras humanas e suas relações com o tempo e espaço.

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

22 Considerando a ótica filosófica, cultura, é a formação própria e especifica

da existência humana no mundo.

Para explicitar as utilizações do termo Cultura atualmente, a autora Chauí

(1997, p.290-291), coloca:

1. cultura pode ser entendida como a posse de conhecimentos como línguas,

arte ou

literatura, ou seja, ser ou não ser culto, sugerindo uma classificação de

camadas ou classes sociais;

2. algo que pertence a uma nação ou país, ligada à coletividade;

3. cultura pode ser dividida entre cultura de massa e cultura de elite;

4. algo que pertence ao povo além das artes: sagrado, conflitos, valores,

relação com a morte.

Segundo os cientistas sociais, cultura, refere-se ao modo de vida de um povo,

em toda sua extensão e complexidade. Um conceito que procura designar uma

estrutura social no campo das idéias, das crenças, costumes, artes, linguagem,

moral, direito, leis, etc., e que traduz nas formas de agir, sentir e pensar de

uma coletividade que aprende, inova, renova o seu próprio modo de criar e

fazer as coisas, numa dinâmica constante de transformações. (Muylaert, 1993,

p.17).

A definição conhecida como cultura, refere-se às atividades nos campos da

arte, da literatura, do teatro, da dança ou qualquer outra que expresse uma

forma de organização social, não só como manifestação original e de

característica exclusiva de um determinado povo, mas também de outros, num

intercambio permanente de experiências e realizações. Coelho (1997, p.104)

reforma esse sentido:

“A cultura não se caracteriza apenas pela gama de atividades ou

objetos tradicionalmente chamados culturais, de natureza

espiritual ou abstrata, mas apresenta-se sob a forma de

diferentes manifestações que integram um vasto e intricado

sistema de significações. Assim o termo cultura continua

apontando para atividades determinadas do ser humano que, no

entanto, não restringem às tradicionais (literatura, pintura, cinema

– em suma, as que se apresentam sob uma forma estética), mas

se abrem para uma rede de significações ou linguagens,

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

23 incluindo tanto cultura popular como a publicidade, moda,

comportamento, atitude, festas, consumo, etc.”

De acordo com essas perspectivas, cultura pode ser sintetizada como

sendo própria do ser humano e de sua relação com a sociedade em que está

inserida; é concebida pela tradição passada e pela inovação futura, pelos

ancestrais e pelos atores sociais, culturais, econômicos e políticos; ou seja a

cultura é revelada desde cantigas de ninar até campanha publicitária.

Segundo a Lei Rouanet (Lei 8.313/91), os segmentos culturais são os

seguintes:

- Teatro, dança, circo, opera, mímica e congênere;

- Produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, dicográfica e

congêneres;

- Literatura, inclusive obras de referencia;

- Musica;

- Artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e congêneres;

- Folclore e artesanato;

- Patrimônio cultural;

- Humanidades;

- Radio e televisão educativas e culturais de caráter não comercial;

- Cultura negra;

- Cultura indígena.

A atividade cultural, produz renda, gera empregos e proporciona

arrecadação tributária. Entretanto considerando o potencial artístico do povo e

numa visão mais econômica, o potencial de consumo existente nas grandezas

territoriais e culturais do país, percebe que esse nicho industrial ainda não

detém a força que deveria no mercado.

Considerando Vannucchi (op. cit., p.122), pode sintetizar as características

básicas da industria cultural brasileira em três pontos principais: dependência

econômica acentuada tanto do capital estrangeiro, especialmente norte-

americano, quanto dos governos federal e estadual; dependência cultural do

estrangeiro, como se pode perceber na música, nos programas padronizados e

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

24 nos próprios noticiários cotidianos; e heterogeneidade própria do povo

brasileiro, enquanto que a cultura de massa tende a homogeneização, onde no

Brasil isso se torna muito problemático, porque apenas pequena parcela

participa interativamente da sociedade de consumo.

Baseado nas afirmações acima, pode-se pensar que o povo brasileiro se

recusa ao desenvolvimento cultural, porém não é o que ocorre na realidade.

Os planos e propostas não são adequados à sua realidade, gestados dentro

dela e assumidos com inteligência e perseverança, para que se desencadeie o

potencial de bom senso, de bom gosto, de saber, de arte, de criatividade, de

técnica, de armazenamento no seio de suas entidades de base ou de bairro,

de suas escolas, igrejas, clubes e do próprio lar de cada brasileiro (Vanucchi,

1999).

2.3 – Patrocínio

Na literatura pertinente, diversos termos são apontados para descrever

atividades relacionadas aos investimentos em projetos culturais (BECKER,

1998). Entretanto as denominações para o termo patrocínio necessitam de

esclarecimento visando maior clareza para o tema abordado. Para diversos

autores o patrocínio se caracteriza por uma relação de troca. Essa troca foi

descrita por ZENTES e DEIMEL (1991) como sendo do tipo prestação /

contraprestação, uma vez que o patrocinador fornece recursos e o patrocinado

fornece contraprestações que favorecem direta ou indiretamente os objetivos

de marketing do patrocinador.

Outra definição que pode ser representativa dentro dessa pesquisa é dada

por MEENAGHAN (1994) onde o patrocínio “consiste na provisão de

assistência financeira ou de qualquer outro tipo, à atividade, por uma empresa

comercial, com fins de atingir seus objetivos comerciais”. GARDNER e

SHUMAN (1988) observam que “patrocínios podem ser definidos como

investimentos em causas ou eventos, para apoiar objetivos corporativos

globais (reforçar a imagem da empresa) ou objetivos de marketing (aumentar o

conhecimento da marca).

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

25 Para SANDLER e SHANI (1993),

“Patrocínio é a provisão de recursos por uma organização,

diretamente para um evento ou atividade, em troca de uma

associação direta com este evento ou atividade. A organização

provedora pode então usar essa associação direta para atingir seus

objetivos corporativos, de marketing ou de comunicações”.

Considerando essas fontes, optaremos pela adoção do termo no sentido

aqui explanado, isto é, seguindo a maioria dos autores nacionais e

estrangeiros, qual seja, o patrocínio dotado de objetivos comerciais, sendo

dessa forma diferenciado do mecenato.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

26

CAPÍTULO III

LEIS DE INCENTIVO A CULTURA NO BRASIL “É uma lei que oferece benefício fiscal (à pessoa física ou jurídica)

como atrativo para investimentos em cultura”.

O Capítulo III tem a finalidade de mostrar que quando as Leis de Incentivo

à Cultura surgiram, tinham o intuito claro e definido: fomentar a cultura no

Brasil. Com suas qualidades e defeitos, realmente o fez. Hoje em dia vários

estados brasileiros e várias das grandes cidades do país possuem as suas

próprias leis de incentivo, além da lei federal (Lei Rouanet), que, através de

impostos, financiam direta ou indiretamente projetos artísticos de todas as

áreas. E realmente diversas iniciativas culturais importantes no país foram

realizadas através dessas leis.

3.1 – Origem e desenvolvimento

As leis de incentivo possibilitam benefícios fiscais para investidores que

apoiam projetos culturais sob forma de doação ou patrocínio.

O mecanismo de financiamento a projetos culturais por meio de Incentivos

Fiscais da Lei Rouanet, conhecido como Mecenato, possibilita o apoio de

pessoas físicas e de empresas para a execução do seu projeto cultural, desde

que esse seja antes aprovado pelo Ministério da Cultura. E aos investidores é

permitido, por sua vez, deduzir do imposto de renda o valor repassado.

Depois da aprovação do projeto divulgada por meio de portaria ministerial

no Diário Oficial da União (D.O.U.), o proponente deverá buscar empresas ou

pessoas físicas interessadas em financiar a execução, por meio de patrocínio

ou doação.

Em relação aos investidores o proponente deve ter especial atenção, pois

só poderão investir no projeto por via Mecenato as empresas tributadas com

base no lucro real. O Decreto nº. 3.000, de 26 de março de 1999, estabelece

as empresas que se enquadrar nesse regime de tributação.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

27 O projeto pode ser financiado em sua totalidade por meio do Mecenato. Se

o proponente, no entanto, pretender utilizar recursos de outras fontes, deverá

indicá-las ao entregá-lo, e posteriormente, na prestação de contas.

Neste caso, ele deve informar detalhadamente no orçamento o que será

arcado com recursos próprios, por exemplo, ou por meio de algum outro

mecanismo de financiamento, e o que será custeado pelo Mecenato.

O prazo para captar recursos é determinado pela portaria de divulgação da

aprovação e varia conforme o perfil do projeto e o período de exercício fiscal.

Se o proponente não conseguir recursos durante o prazo determinado, poderá

solicitar a prorrogação do período de captação para o exercício seguinte, com

justificativa, até 30 dias corridos antes do fim do prazo estabelecido na portaria.

Projetos que não obtiverem captação poderão ter o período designado

prorrogado por mais 12 meses, a contar do final do prazo inicial concedido na

aprovação.

Aqueles que captarem pelo menos 20% do valor aprovado e completarem

12 meses da data da aprovação também podem solicitar prorrogação por 12

meses. O pedido não é aceito se o projeto completar 24 meses da aprovação

sem captação ou se esta for inferior a 20% do valor aprovado.

No caso de eventos, o prazo máximo para obter recursos é de 60 dias

após o término do evento, e também não é admitida a prorrogação.

3.11 – Lei Rouanet

Concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, a Lei Federal

de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), ou Lei Rouanet, como também é

conhecida, poder ser usada por empresas e pessoas físicas que desejam

financiar projetos culturais.

Ela institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é

formado por três mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Incentivo

Fiscal (Mecenato) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart).

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

28 O FNC destina recursos a projetos culturais por meio de empréstimos

reembolsáveis ou cessão a fundo perdido. O Programa de Difusão e

Intercâmbio Artístico e Cultural, que viabiliza o repasse de recursos para a

compra de passagens para a participação de eventos de natureza cultural a

serem realizados no Brasil ou no exterior, também utiliza recursos deste

Fundo.

Já o mecanismo de Incentivo Fiscal, mais conhecido como Mecenato,

viabiliza benefícios fiscais para investidores que apoiam projetos culturais sob

forma de doação ou patrocínio. Empresas e pessoas físicas podem utilizar a

isenção em até 100% do valor no Imposto de Renda e investir em projetos

culturais. Além da isenção fiscal, elas investem também em sua imagem

institucional e em sua marca.

A Lei também autorizada a constituição de Fundos de Investimento

Cultural e Artístico - FICART, sob a forma de condomínio, sem personalidade

jurídica, caracterizando comunhão de recursos destinados à aplicação em

projetos culturais e artísticos. Desde a sua criação, o mecanismo não foi

utilizado.

3.1.2 – Fundo Nacional de Cultura

O Fundo Nacional de Cultura (FNC) é o mecanismo de financiamento que

possibilita ao Ministério da Cultura investir diretamente nos projetos culturais,

mediante a celebração de convênios e outros instrumentos similares.

O FNC possibilita o financiamento de até 80% do projeto, sendo os 20%

restantes contrapartida do proponente.

3.1.3 – Prestação de Contas

Para atender aos procedimentos legais e constitucionais, o Ministério da

Cultura esclarece que é obrigatória a prestação de contas dos recursos

concedidos ou captados. Para isso, disponibiliza as etapas, roteiro, legislação

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

29 pertinente, documentos exigidos e outras especificações para a realização da

prestação.

É fundamental a leitura da legislação específica de Prestação de Contas e

das orientações de preenchimento dos formulários.

A organização dos documentos - como por exemplo, extratos bancários,

comprovantes de despesas e materiais de divulgação - também é

indispensável para a elaboração da Prestação de Contas. Tal organização

deve começar com o recebimento dos primeiros recursos.

Os proponentes devem observar os prazos de execução e prestação de

contas estabelecidos na legislação de cada mecanismo utilizado.

3.1.4 – Mecenato

É fundamental a leitura da Legislação específica referente ao Incentivo

Fiscal, como a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº. 8.313/91) e do

Imposto de Renda, assim como as orientações de preenchimento dos

formulários.

Para realizar uma boa prestação de contas o proponente deverá estar

atento para organizar os documentos referentes aos projetos desde o início da

captação de recursos. A organização dos documentos como o recibo, o extrato

bancário, a nota fiscal e o material de divulgação, é essencial para a realização

da prestação.

O prazo para a prestação de contas do projeto encerra 30 dias após o

vencimento do prazo concedido para captação. Caso não seja possível

apresentar a prestação de contas nesse período, o proponente deverá

encaminhar solicitação de prorrogação de prazo para a execução do projeto,

com as devidas justificativas.

Os projetos aprovados para receber apoio por meio do mecanismo de

Incentivo Fiscal, durante a sua execução, poderão ser acompanhados e

avaliados pelo MINC, que também fará uma avaliação final da aplicação

correta dos recursos recebidos, podendo inabilitar, no caso de não

apresentação da prestação de contas ou da aplicação incorreta dos recursos

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

30 de acordo com a Lei nº 8.313/91, seus responsáveis por até três anos. O

Tribunal de Contas e a Controladoria Geral da União podem efetuar

fiscalizações na execução dos projetos.

O Incentivo Fiscal se fortaleceu no Brasil a partir da gestão do governo

Fernando Henrique Cardoso, onde seu principal objetivo era reconhecer o

papel da cultura visando o desenvolvimento do país. Com a recriação e

consolidação do Ministério da Cultura foi possível perceber as necessidades

dos artistas e produtores culturais em criar, de modo permanente, um sistema

de financiamento a cultura no país. O sistema deveria ser capaz de dar

resposta as diversidades, cujas ricas expressões étnicas, regionais e sociais

são, por natureza, extremamente diferenciadas, constituindo algo que não

pode depender de fonte única e exclusiva de financiamento, e também, de

mecanismos criados para assegurar o adequado financiamento das artes em

suas diferentes expressões e linguagens. Fazer isso significa reafirmar as

responsabilidades do Estado na área, porém, sem deixar que essa iniciativa

serva de estímulo para a mentalidade paternalista de setores da comunidade

cultural, segundo o qual o Estado é percebido como mera fonte de verba e

como único responsável pelo financiamento do setor. Por outro lado, o setor

privado foi estimulado a investir não apenas em atividades culturais rentáveis

no mercado, mas também naquelas que fomentam um setor que necessita de

investimentos de médio e longo prazo para dar resultados, gerar renda e

emprego. Esse processo exigiu ações de governo, atitudes e comportamentos

que, levando em conta as experiências de outros países, reconhecesse a

legitimidade do novo papel das empresas. Com esse objetivo o Ministério da

Cultura, passou a estimular a formação de uma visão empresarial moderna,

segundo a qual as vantagens dos incentivos fiscais para a cultura, devem

associar-se tanto ao marketing cultural como a um claro compromisso das

empresas com a sua comunidade.

Essa escolha traduziu-se na política de parceria entre o Estado, produtores

culturais e empresa privadas, objetivando o fortalecimento dos mecanismos

financeiros como o Fundo Nacional a Cultura, e ao mesmo tempo, de iniciar a

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

31 substituição do exclusivo mecenato de Estado no apoio as artes, a literatura e

ao patrimônio cultural pelo mecenato privado.

A idéia central do governo, no caso das empresas, foi oferecer-lhes

benefícios fiscais generosos que ajudassem a criar as condições institucionais

e o ambiente indispensável para que elas aportassem recursos mais

volumosos no desenvolvimento cultural do país. A política não tinha, e nem

pode ter, o sentido exclusivo de oferecer vantagens contábeis as firmas

mesmo se suficientes para induzir a realização das contrapartidas definidas por

lei, mas visava, criar um meio propício e uma mentalidade coletiva favorável à

criação e à produção culturais que, nesses termos, converte-se em um

compromisso das partes com o público, desdobrando-se num conceito amplo

de responsabilidade social.

A nova política do governo federal procurou articular-se com as legislações

de incentivo à cultura de Estados e Municípios, baseadas em descontos do

ICMS, no primeiro caso, e do ISS e IPTU, no segundo caso, para empresas

que investem em projetos culturais. Essa legislação tinha começado a surgir no

inicio dos anos 90. Depois de crescer, ganhou novo impulso em anos recentes

ao consolidar-se no país uma atmosfera favorável à política de incentivos,

resultante da modernização das leis Federais de incentivo a cultura, ampliando

a abrangência da política de parcerias, criando alternativas de financiamento à

cultura nos planos regional e local, uma vez que os custos do patrocínio

empresarial podem beneficiar-se, simultaneamente, de vantagens fiscais

Federal, Estadual e Municipal.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

32

CAPÍTULO IV

MARKETING CULTURAL E RESPONSABILIDADE

SOCIAL

"O marketing moderno reserva para o exercício da responsabilidade social das empresas as funções mais nobres o processo da conquista das preferências do mercado. Uma empresa atuante nessa área, e, portanto sintonizada com as demandas culturais e sociais de sua comunidade, será sempre preferida a qualquer outra que não possua a mesma capacidade de responder a essas aspirações. (FRANCESCHI 1998; p.35).

o Capítulo IV tem o objetivo de analisar como as formas de apoio a

projetos culturais podem compor a estratégia de responsabilidade social das

empresas, sob a tática do marketing cultural e os principais aspectos que

evidenciam as políticas de responsabilidade social, a fim de permitir uma

análise sobre o relacionamento destes com o apoio a projetos culturais.

4.1 Responsabilidade Social da empresa

Nunca o tema da responsabilidade social e cidadania das empresas

estiveram tanto em discussão como atualmente. A expansão de seminários,

debates, produção bibliográfica e campanhas institucionais de empresas e

organizações do terceiro setor comprovam isso. Assim, se anteriormente o

empresariado concebia a atuação de suas corporações restrita ao objeto da

geração de lucros, considerando no máximo seu impacto na oferta de bens e

no nível de emprego da economia, hoje a visão dos negócios ultrapassa esse

limite, tendo a virada do milênio presenciado uma transição no modo das

empresas definirem comportamentos, estratégias e missões na sociedade

brasileira, considerada “um monumento de injustiça social” (HOBSBAWM

1995; p.397) Como não existe uma explicação para tais transformações, é

relevante salientar que alguns atributos do momento histórico propiciaram esse

movimento por exigirem e incentivarem atitudes pró-ativas das empresas em

relação ao desenvolvimento social e ao meio ambiente.

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

33 4.2 Responsabilidade Social da Empresa no Brasil

A responsabilidade social no Brasil começa a ser discutida ainda nos anos

60 com a criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE)

que publicou, em 1965, a “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de

Empresas", cujo princípio fundamental pressupõe que a empresa possui a

função social que se realiza em nome dos trabalhadores e do bem-estar da

comunidade. Na década de 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento

Empresarial e Social (Fides) elaborou um modelo de balanço social das

empresas. Porém, só a partir do início dos anos 90, é que algumas empresas

passaram a levar a sério esta questão e divulgar sistematicamente em

balanços e relatórios sociais as ações realizadas em relação à comunidade, ao

meio ambiente e a seus funcionários.

4.3 Marketing Cultural e Responsabilidade Social da Empresa

O marketing cultural para Almeida (1992, p.4) seria a extensão do

marketing empresarial, que utiliza as atividades artísticas como ferramenta de

comunicação, buscando a promoção das marcas e produtos das empresas. Já

para Fischer (1998, p.68), o marketing cultural é o conjunto de ações

promocionais baseadas em eventos, atividades culturais ou produtos artísticos

com o intuito de criar, desenvolver ou reforçar uma imagem favorável à

organização que as patrocinam. Sendo para Do Rego (1986; p.93) o marketing

cultural uma das ferramentas do marketing - mix que realça o papel da

organização como agente sociocultural. Assim, observa-se que o marketing

cultural é um elemento da estratégia de comunicação corporativa que visa,

sobremodo, à promoção, defesa, patrocínio e valorização de bens e padrões

culturais, sejam de cunho literário, científico, artístico, educacional e a

vinculação desses valores com a empresa para a valorização da marca ou da

instituição perante os agentes econômicos.

É consensual entre os diversos autores que por promover a associação

entre a atividade cultural e a comunicação empresarial, o marketing cultural

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

34 tem-se revelado nos dias atuais um dos mais eficazes instrumentos de

comunicação corporativa. A saturação da publicidade convencional levou as

empresas a buscarem formas de comunicação empresarial que consigam, de

forma ágil e eficiente, atrair um público consumidor exigente e diferenciado,

conferindo às empresas grande valor de mercado.

Isto acontece uma vez que o patrocínio de eventos culturais encontra-se

quase sempre associado a uma atividade valorizada socialmente. Assim, o

ganho de imagem alcançado pela associação da arte e da empresa origina-se

da transferência de valores próprios da primeira, como beleza, sofisticação,

exclusividade, ousadia e prestígio, para os produtos e para a marca da

segunda. Logo, através do marketing cultural agrega-se ao produto vendido

uma carga simbólica das atividades culturais que oferece aos consumidores

mais do que o valor de sua própria utilidade.

Nesses termos, o marketing cultural utilizando-se do estabelecimento de

relações entre realidades distintas, associa as necessidades e desejos de

expressão do artista ou agente cultural às características, necessidades e

vontades de expressão empresarial. E, alcançada uma associação e

identificação pelo consumidor de uma manifestação cultural por ele valorizada,

com uma marca, tende-se a criar um vínculo de fidelidade e preferência por

aquele produto, cujo potencial mercadológico se amplia.

Em relação ao apoio à cultura como política de responsabilidade social,

Sarkovas (1994; p.5) afirma que no Brasil as conexões entre as empresas e as

atividades artísticas têm-se ampliado de forma significativa. Pressionados pela

ausência de suportes institucionalizados para pesquisa, criação, produção e

circulação de bens artísticos e culturais, os profissionais do setor buscam

amparo dos recursos empresariais, fazendo surgir um mercado embrionário de

patrocínio às artes.

Paralelo a este movimento, o marketing empresarial procura novos meios

de promoção de suas marcas e produtos e, neste processo, vem-se utilizando,

cada vez mais, das atividades artísticas como ferramenta de comunicação, o

que faz com que o marketing cultural movimente atualmente boa parte do

mercado artístico e já se constitui importante fonte de recursos.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

35 A utilização do marketing cultural vai além dos benefícios para os

empresários e compartilha algumas benesses das políticas de

responsabilidade social da empresa em razão dos efeitos e desdobramentos

causados por estas na sociedade.

As ações de marketing cultural são diferenciadas basicamente em duas

espécies: as políticas sócio - culturais e as políticas culturais propriamente

ditas.

As primeiras compreendem ações de cunho social que têm como

instrumento de interação com a sociedade as manifestações culturais,

objetivando diminuir a exclusão de indivíduos marginalizados através do

envolvimento desses em produções culturais seja por meio do aumento de sua

renda, do aprendizado de um ofício, de sua retirada das ruas e da

criminalidade etc. Essas práticas encontram-se mais ligadas a estratégias de

responsabilidade social da empresa e de marketing social do que de marketing

cultural, pois a cultura é apenas o objeto da políticas sociais sendo o foco

desses projetos a inclusão social de indivíduos excluídos através da oferta, por

exemplo, de acesso ao mercado de trabalho ou à renda.

Já as segundas compreendem as ações culturais, identificadas mais

propriamente com as estratégias de marketing cultural por estarem ligadas ao

patrocínio de produções culturais responsáveis pela transferência de valores

destas para a organização. Entretanto, podem ser concebidas também como

ações de responsabilidade social uma vez que realizam uma melhora da

qualidade de vida da população e concorrem para a construção de uma

sociedade auto-sustentável.

Isto se dá pois se a cultura e a arte são responsáveis por aumentar a

criatividade de um povo e provocar inovações na sociedade, estas constituem

uma força educativa e civilizadora que ensinam sobre a própria comunidade e

sobre as de outros indivíduos, favorecendo a comunicação e o entendimento

entre indivíduos de diferentes formações, registrando aspectos da sociedade e

preservando realizações para futuras gerações, além de restabelecer a

confiança na vitalidade do espírito humano.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

36 Desta forma, empresas cidadãs são aquelas que consideram em suas

estratégia de marketing cultural não apenas o patrocínio de um programa de

cunho que utiliza a cultura como instrumento de inclusão social, mas também

uma prática ou gestão de projeto cultural duradouro, visto que, apenas no

médio e longo prazo, resultados positivos desta política podem ser auferidos

pela empresa e pela sociedade. Os processos cognitivo e educativo realizado

pela arte e pela cultura na sociedade assim como a associação de valores à

empresa são processos cujos efeitos não são

auferidos no curto prazo.

Como, Barroso Neto (2001; p.1) versa, se “[...] o principal desafio de uma

política cultural não é apenas atender os anseios e demandas da população,

mas também incidir na modificação destes desejos e indicar caminhos de uma

vida solidária em sociedade [...]”, as estratégias de marketing cultural, mesmo

que tenham como intuito primordial dar visibilidade a uma marca ou um

produto, realizam também uma prática de responsabilidade social uma vez que

ao investir recursos em uma ação instigadora da participação e da discussão

sobre os anseios de um povo, desperta o ideal de cidadania de cada um em

prol da construção de uma sociedade com maior injustiça social. Como o

próprio Barroso Neto (2001, p.2) confirma ao assinalar que:

“A implantação de uma política cultural é um instrumento

indispensável de apoio aos processos de desenvolvimento integral da

sociedade, contribuindo para reforçar a auto-estima da população e

de sua capacidade de autodeterminação, ampliando o sentimento de

cidadania e apoiando a sua necessidade de expressão enquanto

grupo social singular e original”.

Numa mesma linha, Faria (2000; p. 19) argumenta que:

“Cultura é, fundamentalmente, desenvolvimento humano: construção

de valores da paz e da solidariedade, modos de vida culturalmente

saudáveis, imaginário rico e eivado de utopias possíveis e

impossíveis, geração de emprego e renda que valorize raízes e

escolhas, identidades abertas e novas tendências, poéticas de um

mundo novo. Enfim, é também um espetáculo que celebra a

comunidade humana e não apenas o sombrio mundo dos negócios”.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

37 Pode-se perceber que tanto o marketing cultural como o marketing social

são instrumentos de responsabilidade social da empresa, que ao invés de

utilizar instrumentos de política social propriamente dita, ou seja, de combate

direto à fome, à falta de moradia, ao desemprego, à doença, usa o poder

transformador das manifestações culturais para modificar o indivíduo em

direção de uma e a sociedade participativa, democrática, e soberana.

As leis de incentivo fiscais vêm desempenhando importante papel no

crescimento dos projetos e valores gastos com cultura nos últimos anos, sendo

utilizadas amplamente por empresas com diferentes convicções e

posicionamentos diante do marketing cultural e da própria legislação fiscal. As

empresas vêm percebendo o potencial da cultura em termos de ganho de

imagem e credibilidade, perante a comunidade em que atuam ou estão

inseridas.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

38

CONCLUSÃO

Podemos dizer que nos últimos tempos, a cultura passou a fazer parte do

vocabulário do mundo corporativo. Impulsionados pelas leis de incentivo a

cultura, existente nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal, muitas empresas

passaram a incluir a cultura como um ponto estratégico para o seu

posicionamento no mercado, suprindo as carências das comunidades e

atuando em termos econômico social, ambiental, cultural, político e

educacional de forma integrada com o dia a dia do seu negócio.

Este trabalho procurou demonstrar que o uso de ações estratégicas de

marketing cultural consolida-se como forma de investimento para as empresas.

Os ganhos proporcionados fortalecem a imagem da organização perante seus

clientes e concorrentes.

O marketing cultural vem crescendo no contexto brasileiro, uma vez que

em mercados de concorrência acirrada, o aumento acelerado da oferta de

novos produtos e marcas, faz com que as empresas busquem alternativas para

se consolidar seus clientes através da diferenciação de estratégias de

comunicação e de marketing.

Considerando o mercado altamente competitivo, observa-se que é através

do marketing, o cliente inicia-se, já que marca ou o produto é fruto da

somatória entre imagem, percepções, informações, experiências diretas ou

indiretas.

Através do patrocínio, estimula as atividades realizadas procurando

atender as necessidades da marca, além da busca de prestigio e de

reconhecimento como ferramenta para consolidar a empresa como amante

das artes e cultura em geral. Além disso viu-se que investir em cultura gera os

mais variados benefícios, uma vez que a comunicação através da arte permite

alcançar sentimentos e despertar reações únicas. Também aproxima o

consumidor da marca, uma vez que um bem-estar é gerado no momento do

evento cultural.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Candido José Mendes de. A arte é capital: visão aplicada do

Marketing Cultural. R.J.: Ed. Rocco, 1994. 101 p.

ALMEIDA, Candido José Mendes de; DA-RIM, Sílvio. Marketing Cultural ao

vivo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

ALMEIDA, José Mendes de; GALO, Moacir; GARDEMBERG, Sylvia;

DIEGUES, Cacá; PEREIRA, Marcos da Veiga; NIEMEYER, Luiz Oscar; DAHL,

Gustavo; ROUANET, Sergio Paulo; MACHADO, Mario Brockmann; DUARTE,

Paulo Sergio; PINHO, João Mauricio de Araújo; LONTRA, Marcus; CALVÃO,

Marcio; SARKOVAS, Yacoff; MADEIRA, João; POUSA, Carlos; PAGLIARINI,

Alexis T. Marketing Cultural ao vivo - depoimentos. R.J. Ed. Francisco Alves,

1992. 184 p.

BARROSO NETO, Eduardo. Planejamento, desenvolvimento e gestão

estratégica de produtos e serviços culturais. Belo Horizonte, 2001

BRANT, Leonardo. Mercado Cultural: Investimento social, formatação e venda

de projetos, gestão e patrocínio, política cultural. SP Ed. Escrituras, 2001. 143

p.

BECKER, Ivani. Empresa e investimento em cultura: uma análise das

atividades decorrentes do envolvimento da empresa com artes. Revista da

ESPM. São Paulo: ESPM, Nov./Dez. 1998.

CHAUÍ, Marilena. Público, privado, despotismo. In NOVAES, Adauto (org.)

Ética. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: Companhia das Letras.

1997.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

40 COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. São Paulo: Iluminuras,

1997.

COBRA, Marcos.Administração de Marketing. 2.ed.São Paulo:Atlas,1992.

COSTA, Ivan Freitas da. Marketing Cultural: o patrocínio de atividades culturais

como ferramenta de construção de marca. São Paulo: Atlas, 2004.

FARIA, Hamilton. O desenvolvimento cultural como desafio: desenvolvimento

cultural e plano de governo. São Paulo: Polis, 2000.

FISCHER, F. Marketing cultural: uso e prática em empresas brasileiras. 1998

Dissertação (Mestrado) Rio de Janeiro: COPPEAD, UFRJ, Rio de Janeiro,

1998.

FRANCESCHI, Antonio de et al. Marketing cultural: um investimento com

qualidade. São Paulo: Informações Culturais, 1998.

GARDNER, Meryl P. e SHUMAN, Philip. Sponsorship and Small Businesses. In

Journal of Small Business Management, October 1988, p.44.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX –1914-1991. São

Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento,

implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1998.

KOTLER, Philip; ROBERTO, Eduardo L. Marketing Social: Estratégias para

alterar o comportamento público. RJ Ed. Campus, 1992. 392 p.

KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de

Janeiro, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora, 1999.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

41

KOTLER, Philip.Administração de Marketing: a edição do novo milênio.São

Paulo:Prentice Hall,2000.

MOREIRA, Júlio César Tavares, PASQUALE, Perrotti Pietrangelo e DUBNER,

Alan Gilbert. Dicionário de Termos de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996.

MEENAGHAN, T. Ambush marketing: imoral or imaginative practice? Journal of

Advertising Research. Sep/Oct, 1994.

MUYLAERT, Roberto. Marketing Cultural & Comunicação dirigida. SP: Ed.

Globo - 4ª Edição, 1995. 291 p.

MUYLAERT, Roberto. Marketing cultural e comunicação dirigida. São Paulo:

Globo, 1993.

NETO, Manoel Marcondes Machado. Marketing Cultural das práticas a teoria.

RJ Ed. Ciência Moderna, 2002. 241 p.

PORTELLA, Fernando; MARGUTTI, Mário. Estratégias de marketing cultural.

Rio de Janeiro: Sebrae, 1998.

REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial,

comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura,

planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986.

REIS, Ana Carla Fonseca. Marketing Cultural e Financiamento da Cultura -

Teoria e prática em um Estudo internacional comparado. Ed. Thomson. 313 p.

RIES, Al; RIES, Laura. As 22 consagradas leis de marcas. São Paulo:

MAKRON Books, 1998. 133 p

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

42 RIES, Al; TROUT, Jack. Posicionamento: a batalha pela sua mente. 8. ed. São

Paulo: Pioneira Tompson Learnig, 2001. 171p.

REISS, Alvin. Responsabilidade Cultural na Empresa. São Paulo: Ibrasa,1975.

SANDLER, D. SHANI, D. Olympic sponsorship vs. Ambush marketing: who

gets the gold? Journal of Advertising Research, Aug/Sep 1989.

SARKOVAS, Yacoff. Arte-empresa: parceria multiplicadora. In: MENDONÇA,

Marcos. Incentivos à cultura: uma saída para a arte. Sâo Paulo: Carthago &

Fonte, 1994.

SARKOVAS, Yacoff. Gráficos e Diagramas do Curso Básico de Marketing

Cultural. Articultura comunicações, São Paulo, 1995.

VAZ, Gil Nunes. Marketing Institucional: O mercado de idéias e imagens.

Capítulo 11. S.P.: Ed. Pioneira, 2000. 360p.

VAZ, Gil Nuno. Marketing institucional: um mercado de idéias. São Paulo:

Pioneira, 1995.

VANUCCHI, Aldo. Cultura Brasileira: o que é, como se faz. Ed. Loyola, São

Paulo, 1999.

ZENTES, Joaquim e DEIMEL, Klaus. Mécénat, encouragement à la culture,

sponsoring. Revue Francaise du marketing, 1991.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO -------------------------------------------------------------------------- 02

AGRADECIMENTO -------------------------------------------------------------------------- 03

DEDICATÓRIA -------------------------------------------------------------------------------- 04

RESUMO --------------------------------------------------------------------------------------- 05

METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------ 06

SUMÁRIO -------------------------------------------------------------------------------------- 07

INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 08

CAPÍTULO I

Marketing: Conceitos ------------------------------------------------------------------------ 10

1.1 – O Mix de Marketing ------------------------------------------------------------------- 13

1.2 – Segmentação --------------------------------------------------------------------------- 14

1.3 – O Ciclo de Vida do Produto --------------------------------------------------------- 16

CAPÍTULO II

Definindo Marketing Cultural -------------------------------------------------------------- 18

2.1 – Marketing Cultural -------------------------------------------------------------------- 18

2.2 – Cultura ----------------------------------------------------------------------------------- 21

2.3 – Patrocínio ------------------------------------------------------------------------------- 24

CAPÍTULO III

Leis de Incentivo Fiscal no Brasil ---------------------------------------------------------- 26

3.1 – Origem e Desenvolvimento ---------------------------------------------------------- 26

3.1.1 – Lei Rouanet ---------------------------------------------------------------------- 27

3.1.2 – Fundo Nacional de Cultura (FNC) ----------------------------------------- 28

3.1.3 – Prestação de Contas ---------------------------------------------------------- 28

3.1.4 – Mecenato ------------------------------------------------------------------------- 29

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que muitas pessoas chamam de sorte ou coincidência. Aos meus pais, Antonio Victor Kulnig e Therezinha Lucia da Costa, que sempre

44 CAPÍTULO IV

Marketing Cultural e Responsabilidade Social --------------------------------------- 32

4.1 – Responsabilidade Social da Empresa ----------------------------------------- 32

4.2 – Responsabilidade Social da Empresa no Brasil ----------------------------- 33

4.3 – Marketing Cultural e Responsabilidade Social da Empresa -------------- 33

CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------- 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA --------------------------------------------------------- 39

ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------------------ 43