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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
FOLHA DE ROSTO
PREGÃO: UMA NOVA MODALIDADE DE LICITAÇÃO
Por: Luiz Augusto Vilardo de Carvalho
Orientadora
Prof. Ma. Flávia Martins
Rio de Janeiro 2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PREGÃO: UMA NOVA MODALIDAE DE LICITAÇÃO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Pública
Por: Luiz Augusto Vilardo de Carvalho
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por
chegar até aqui, a minha mãe que
sempre me incentivou a estudar, a
orientadora Flávia e aos meus colegas
da AVM.
5
RESUMO
O presente trabalho monográfico tem como principal objetivo
demonstrar o aperfeiçoamento do processo licitatório, aplicando o
pregão tanto presencial como eletrônico, nas aquisições de bens e
serviços comuns.
O trabalho foi realizado, através de pesquisa bibliográfica pertinente
ao assunto, Constituição Federal, Lei 8666/93, Lei 10520/02, e no
Decreto 5450/05. Estudou-se inicialmente o conceito relacionado à
licitação e seus princípios. Foram abordadas as tradicionais
modalidades de licitação (concorrência, tomada de preço, convite,
leilão e concurso). Foi realizado um breve histórico que antecedeu ao
pregão e conceito. O pregão foi grande inovação na Administração
Pública tendo como características a inversão das fases, primeiro
abre os envelopes com as propostas, depois verifica os documentos.
Iremos focar o pregão eletrônico, que utiliza o recurso tecnológico, ou
seja, a internet, ele propicia maior segurança, transparência, aumento
da competitividade redução de custos e celeridade, em comparação
ao pregão presencial e as outras modalidades, Foi um grande avanço
na Administração Pública a implantação do pregão eletrônico.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi através da leitura de livros e artigos.
Constituição Federal de 1988, Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos -
Normas Gerais), Lei 10.520/02, (Modalidade de Licitação denominada
Pregão), Decreto Federal 3.550, (Regulamenta a Modalidade de
Pregão), Decreto Federal, (Regulamenta o Pregão na Forma
Eletrônica). Será utilizada a normas da ABNT. Referências
Bibliográficas: Hely Lopes Meirelles, Joel Menezes Neibuhr, Maria
Sílvia Zanella Di Prieto, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes,De Placido e
Silva, Diogenes Gasparini, Benedicto de Tolosa Filho ,Odete Medauar,
Marçal Justen Filho.
7
SUMÁRIO
FOLHA DE ROSTO ................................................................................................ 1
AGRADECIMENTOS ............................................................................................. 3
RESUMO ................................................................................................................. 5
METODOLOGIA ..................................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
CAPÍTULO I - NOÇÕES GERAIS SOBRE LICITAÇÃO ................................... 10
CAPÍTULO II - MODALIDADES DE LICITAÇÃO ........................................... 24
CAPÍTULO III - PREGÃO NOVA MODALIDADE DE LICITAÇÃO .............. 35
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................ 56
ÍNDICE ................................................................................................................... 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO .................................................................................... 59
8
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 foi um grande avanço para a
Administração Pública, a partir dela, a licitação recebeu status de princípio
constitucional de observância obrigatória pela Administração Direta e
Indireta de poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
conforme o disposto do inciso XXVII do art.22 e no inciso XXI do art.37 da
Constituição Federal. Em regra todas as compras e contratações devem
ser precedidas de licitação.
Em 21 06 1993, o governo regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, que estabelece normas para licitação e contrato
para Administração Pública, pertinentes a obras, serviços, compras,
alienações e publicidade.
A Administração Pública, ela é criticada com frequência, em
relação à burocracia, ineficiência pelos serviços prestados, inclusive no
processo licitatório diante de tantas críticas o governo com objetivo de
reverter esta situação, ele vem agindo para satisfazer o interesse público,
em busca de melhores resultados a Administração Pública inspirada nos
resultados positivos pela ANATEL com o procedimento do pregão, o
governo adotou essa prática editando Medida Provisória nº 2026, de
04/05/2000, que foi regulamentada em Decreto nº 3555 de 08/08/2000,
estabelece normas e procedimento a nova modalidade de licitação.
O governo reeditou várias medidas provisórias e, por fim, a
medida provisória nº 2182 de 23 08 2011, foi convertida na Lei 10520, de
17 07 2002, que institui o pregão no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
9
O pregão destina-se a aquisição de bens e serviços comuns, esta
modalidade surgiu com objetivo de oferecer maior eficiência, nos
processos licitatórios, tornando mais simples, célere, econômico e
competitivo. As regras do pregão são inovadoras, tem como principal
característica a inversão das fases de licitação, ou seja, no primeiro
momento serão abertos os envelopes contendo as propostas comerciais
dos licitantes, apurando-se a proposta mais vantajosa para
Administração, através do tipo de licitação do menor preço e em seguida
a abertura do envelope de habilitação da melhor empresa classificada.
O pregão na forma eletrônica foi regulamentado pelo Decreto nº
5450 de 31 05 2005, esta modalidade apresenta um grande avanço nas
atividades administrativas, pela sua economicidade, celeridade e maior
número de participantes aumentando a competitividade.
O presente trabalho foi tem objetivo de descrever através de uma
abordagem detalhada sobre o instituto do pregão como modalidade de licitação
tanto presencial como a eletrônica.
10
CAPÍTULO I - NOÇÕES GERAIS SOBRE LICITAÇÃO
Dentre as formas pelas quais as autoridades e órgãos administrativos
atuam no desempenho de suas atribuições têm-se os contratos administrativos
os quais terão por princípio o respeito ao procedimento estabelecido na Lei
8666, de 21/06/1993. Antes da celebração dos contratos firmados pela
Administração, é importante conhecer as características fundamentais da
Licitação, logo o processo licitatório ocorre entre a verificação da necessidade
de contratar e a celebração do contrato.
O contrato administrativo exige licitação prévia, só dispensável,
inexigível, nos casos expressamente previstos em lei, o que constitui uma de
suas peculiaridades de caráter externo. Assim, a licitação é o antecedente
necessário do contrato administrativo. (DI PIETRO, 2008, p. 345)
Vale lembrar que a licitação é apenas um procedimento administrativo
preparatório do futuro ajuste, de modo que não confere ao vencedor nenhum
direito ao contrato, apenas uma expectativa de direito. Concluída a licitação, a
Administração não fica obrigada a celebrar o contrato, mas se o fizer, será com
o proponente vencedor. (MEDAUAR, 2011, P.191)
O processo licitatório é norteado por uma legislação básica que envolve
preceitos inseridos na Constituição da República Federativa do Brasil. A
competência da União para fixar normas gerais de licitação e contrato
possibilita que Estados, Municípios e Distrito Federal legislem sobre normas
específicas para seus respectivos âmbitos de atuação. (MEDAUAR, 2011,
p.225)
A Lei 8.666, de 21 06 1993, com as alterações trazidas por vários textos
posteriores, regulamenta o inciso XXI, do artigo 37 da CRFB, instituindo
11
normas para licitações e contratos da Administração. A Lei 10.520, de 17 07
2002 institui a modalidade do de licitação denominada Pregão, no âmbito da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A Lei Complementar 123, de 14/12/2006 – Estatuto da Microempresa e
da Empresa de Pequeno Porte – traz normas relativas à participação de
microempresas e empresas de pequeno porte em licitações. O Decreto 6.204,
de 05 09 2007 regulamenta o tratamento favorecido e simplificado para as
microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações públicas de
bens, serviços e obras, no âmbito da Administração federal.
Para as concessões e permissões de serviço público, a Lei 8.987, de 13
02 1995 – Lei das Concessões – estabelece processo licitatório específico,
aplicando-se, no que couberem, os critérios e normas gerais da Lei 8.666/93.
Quanto às parcerias público-privadas, a Lei 11.079, de 30 12 2004, também
fixa tratamento específico em alguns pontos, aplicando-se quanto aos demais,
as duas leis. A contratação de serviços de publicidade prestados por intermédio
de agências de propaganda está disciplinada na Lei 12.232, de 29 04 2010. A
medida provisória nº 495, de 19 de 07 de 2010, foi convertida em Lei nº 12.349
de 15 12 2010, ela tem como objetivo promover o desenvolvimento nacional,
dando margem de preferência até 25% do valor dos produtos manufaturados e
serviços nacionais, que atendam a normas técnicas brasileiras, ou seja,
produzido no Brasil, conforme o parágrafo 5º do artigo 3º da Lei 12349.
A ideia é prestigiar, aqueles que geram emprego e renda, recolhem
impostos federais, municipais e estaduais, desenvolvem e inovam a tecnologia
produzida no país, custos adicionais dos produtos e serviços e em suas
revisões, análise retrospectiva de resultados, margem de preferência de acordo
com o parágrafo 6º do artigo 3º da Lei 12349.
No ordenamento brasileiro, a licitação é o gênero que se subdivide em
modalidades, são elas: concorrência; tomada de preços; convite; concurso,
leilão pregão. A lei licitatória veda a criação de outras modalidades ou a
12
combinação daquelas ali arroladas. No entanto, a Lei 10.520/2002 criou o
pregão e estendeu esta modalidade aos Estados, Distrito Federal e Municípios.
1.1 – Conceito
Diógenes Gasparini, um estudioso do Direito Administrativo, após
discorrer sobre o procedimento para encontrar a melhor proposta, conceitua
licitação como:
O procedimento administrativo através do qual a pessoa
a isso juridicamente obrigada seleciona, em razão de
critérios objetivos previamente estabelecidos, de
interessados que tenham atendido à sua convocação, a
proposta mais vantajosa para o contrato ou ato do seu
interesse. (GASPARINI, 2007, P.475)
Muitos outros autores escreveram e escrevem sobre licitação, isto
porque é um processo administrativo que, além da sucessão de atos e fases,
traz em seu bojo sujeitos diversos interessados no processo que dele
participam perante a Administração, tendo direitos, deveres, ônus e sujeições.
Desta forma, Odete Medauar, outra estudiosa do Direito Administrativo,
nos ensina que:
Licitação, no ordenamento brasileiro é o processo
administrativo em que a sucessão de fases e atos leva a
indicação de quem vai celebrar contrato com a
Administração. Visa, portanto, a selecionar quem vai
contratar com a Administração, por oferecer proposta
mais vantajosa ao interesse público. A decisão final do
processo licitatório aponta o futuro contratado.
(MEDAUAR, 2011, P. 191).
13
O entendimento dos preceitos que norteiam a Licitação apresenta alguns
termos que precisam ser definidos para o melhor entendimento da matéria,
portanto, se faz necessário citar alguns, como: licitante – é a denominação
conferida a quem participa da licitação; obra – é a construção, reforma e
fabricação, recuperação ou ampliação; serviço – atividade destinada a obter
determinada utilidade de interesse para a Administração, como demolição,
conserto, instalação, montagem, conservação, reparação, manutenção,
transporte, publicidade, trabalhos técnico-profissionais, etc.; compra –
aquisição remunerada de bens; alienação – transferência de domínio de bens a
terceiros. (MEDAUAR, 2011, p. 193).
1.2 - Princípios que integram a Licitação
Os órgãos e entes da Administração direta e indireta regem-se por
normas, há preceitos gerais que informam amplos campos de atuação. São os
princípios do Direito Administrativo, estes podem ser considerados, também,
princípios jurídicos da Administração Pública brasileira.
Em direito, princípios são fórmulas nas quais estão contidos os
pensamentos que regem o ordenamento de uma disciplina legal ou de um
instituto jurídico (LARENZ, 1985, P. 14). Consistem em enunciações
normativas de valor genérico que condicionam e orientam a compreensão do
ordenamento jurídico para sua aplicação e integração e para a elaboração de
novas normas. (REALE, 2000, p. 339).
Diógenes Gasparini enfatiza a importância dos princípios administrativos
quando cita Celso Antônio Bandeira de Mello (RDP, 15:284):
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir
uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa
não a um específico mandamento obrigatório, mas a
14
todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de
ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão
do principio violado, porque representa insurgência
contra todo o sistema, subversão a seus valores
fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço
lógico e corrosão de sua estrutura mestra. (GASPARINI,
2008, p. 7).
Maria Sylvia Zanella di Pietro nos ensina que não há uniformidade entre
os doutrinadores na indicação dos princípios informativos da licitação. Segundo
ela Helly Lopes Meirelles (2003:265) é o doutrinador que relaciona o maior
número de princípios. (DI PIETRO, 2008, p. 335).
É importante ressaltar que os princípios que regem a licitação, qualquer
que seja a sua modalidade, resumem-se nos seguintes preceitos:
procedimento formal, publicidade de seus atos, igualdade entre os licitantes,
sigilo na apresentação das propostas, vinculação ao edital do convite,
julgamento objetivo, adjudicação compulsória do vendedor e a probidade
administrativa. Desta forma passamos a discorrer sobre alguns princípios
basilares que fazem parte do processo licitatório.
1.2.1 - Princípio da Igualdade ou Isonomia
A Constituição da República Federativa do Brasil, no artigo 5º, caput
estabelece que, sem distinção de qualquer natureza, todos são iguais perante
a lei. É o princípio da igualdade ou da isonomia. Todos devem ser tratados por
ela igualmente tanto quando concede benefícios, confere isenções ou outorga
vantagens como quando prescreve sacrifícios, multas, sanções e agravos.
15
Todos os iguais em face da lei também o são perante a Administração
Pública. Todos têm o direito de receber da Administração Pública o mesmo
tratamento imposto aos iguais, ou seja, impessoal, igualitário e isonômico.
Garante a isonomia de tratamento para todos os licitantes ou para
aqueles que pretendam participar da licitação, vedada qualquer discriminação.
É o desdobramento do principio constitucional da igualdade no âmbito
licitatório. A igualdade entre os licitantes é princípio impeditivo da discriminação
entre os participantes do certame, quer através de cláusulas que, no edital ou
convite, favoreçam uns em detrimento de outros, quer mediante julgamento
faccioso que desiguale os iguais ou iguale os desiguais.
O desatendimento a este princípio constitui a forma mais insidiosa de
desvio de poder com que a Administração quebra a isonomia entre os
licitantes, razão pela qual o Judiciário tem anulado editais e julgamentos em
que se descobre a perseguição ou o favoritismo administrativo, sem nenhum
objetivo ou vantagem de interesse público.
1.2.1 - Princípio da Legalidade
Uma das decorrências da caracterização de um Estado como Estado de
direito encontra-se no princípio da legalidade que informa as atividades da
Administração Pública. O sentido do referido princípio não se exaure com o
significado de habilitação legal. Este deve ser combinado no sentido de ser
vedado à Administração editar atos ou tomar medidas contrárias às normas do
ordenamento. A Administração, no desempenho de suas atividades, tem o
dever de respeitar todas as normas do ordenamento.
Trata-se de principio de suma relevância, em matéria de licitação, uma
vez que todo processo licitatório constitui um procedimento inteiramente
vinculado à lei. Todas as fases estão descritas na Lei 8.666, de 1993.
16
1.2.3 - Princípio da Impessoalidade
A doutrinadora Odete Medauar nos esclarece que:
Os princípios da impessoalidade, moralidade e
publicidade apresentam-se intrincados de maneira
profunda, havendo mesmo, instrumentalização
recíproca; assim a impessoalidade configura meio para
atuações dentro da moralidade; a publicidade, por sua
vez, dificulta medidas contrárias à moralidade e
impessoalidade; a moralidade administrativa, de seu
lado, implica observância da impessoalidade e da
publicidade. Embora nem sempre seja possível afastar
as implicações recíprocas desses princípios, o estudo
em separado atende a requisitos didáticos. (MEDAUAR,
2011, p. 132)
Desta forma, o Princípio da Impessoalidade nos ensina que não deve
haver fatores de natureza subjetiva ou pessoal, interferindo nos atos do
processo licitatório. A Administração, em suas decisões, deve pautar-se por
critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais do
licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as previstas na lei ou no
instrumento convocatório.
1.2.4 - Princípio da Publicidade
Diz respeito aos atos da Administração praticados nas várias fases do
procedimento que podem e devem ser abertas aos interessados para
assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.
17
Maria Sylvia nos ensina que:
A publicidade é tanto maior quanto maior for a
competição propiciada pela modalidade de licitação; ela
é a mais ampla possível na concorrência, em que o
interesse maior da Administração é o de atrair maior
número de licitantes e se reduz ao mínimo no convite,
em que o valor do contrato dispensa maior divulgação.
(DI PIETRO, 2008, p. 340).
A publicidade dos atos da licitação é princípio que abrange desde os
avisos de sua abertura até o conhecimento do edital e seus anexos, o exame
da documentação e das propostas pelos interessados e o fornecimento de
certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões com ela relacionadas. É
em razão desse princípio que se impõe a abertura dos envelopes da
documentação e proposta em público e a publicação oficial das decisões dos
órgãos julgadores e do respectivo contrato, ainda que resumidamente.
1.2.5 - Princípio da Moralidade e Probidade Administrativa
Tal princípio é de difícil expressão verbal, talvez porque seja impossível
enquadrar em um ou dois vocábulos a ampla gama de condutas e práticas
desvirtuadoras das verdadeiras finalidades da Administração Pública. A
doutrina busca apreendê-lo, ligando-o a termos e noções que propiciem seu
entendimento e aplicação.
Tanto é assim que o doutrinador Manoel de Oliveira Franco Sobrinho
dedicou obra específica à moralidade administrativa, onde tece considerações
basilares, tais como: muito embora não se cometam faltas legais, a ordem
jurídica não justifica no excesso, no desvio, no arbítrio, motivações outras que
18
não encontram garantia no interesse geral, público e necessário (...) o que se
quer defender é a lisura ou a exação nas práticas administrativas; (...) a
presunção de fim legal equivale à presunção de moralidade. (O Controle da
moralidade administrativa, 1974, p. 18, 19, 22, 186).
As observações do renomado doutrinador ligaram a moralidade
administrativa a exação, lisura e fins de interesse público. Helly Lopes Meirelles
que sempre incluiu a moralidade entre os princípios da Administração, afirma
que: ao legal deve se juntar o honesto e o conveniente aos interesses gerais; e
vincula a moralidade administrativa ao conceito de bom administrador (op. Cit.,
p. 79 e 80).
Por sua vez, José Afonso da Silva parece aceitar a concepção de
Hauriou que vê a moralidade como um conjunto de regras de condutas
extraídas da disciplina geral da Administração, menciona como exemplo o
cumprimento imoral da lei, no caso de ser executada com intuito de prejudicar
ou favorecer, deliberadamente, alguém (op. Cit., p. 668).
A probidade Administrativa é dever de todo administrador público e está
incluso entre os princípios da licitação como uma advertência às autoridades
que a promovem ou julgam. Trata-se de mandamento constitucional que
aponta instrumentos para sancionar sua observância, entre eles a Ação
Popular que pode ser proposta por qualquer cidadão para anular ato lesivo à
moralidade administrativa.
A sanção à improbidade administrativa é prevista na Constituição da
República Federativa do Brasil, por exemplo, ao indicar como passíveis de
processo, por crime de responsabilidade, os atos do Presidente da República
que atentem contra a probidade na Administração. Na licitação significa a
observância de todos os preceitos que a informam, sem frustrar sua licitude e
sem desviá-la de suas verdadeiras finalidades.
19
1.2.6 - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório
Tal princípio tem como condão submeter, tanto a Administração Pública
licitante como os interessados na licitação, os proponentes, à rigorosa
observância dos termos e condições do edital ou da carta-convite. Trata-se de
princípio essencial que, se não respeitado, enseja nulidade do procedimento. O
princípio está direcionado para Administração como para os licitantes, pois se
deixarem de apresentar, por exemplo, a documentação exigida serão
considerados inabilitados e receberão de volta, o envelope-proposta, fechado,
da mesma forma ocorre quando do não atendimento às exigências
concernentes à proposta, gerando desclassificação.
O doutrinador Diógenes Gasparini nos esclarece que:
Estabelecidas as regras de certa licitação, tornam-se
elas inalteráveis, a partir da publicação do instrumento
convocatório e durante todo o seu procedimento. Nada
justifica qualquer alteração pontual para atender a esta
ou aquela situação, a este ou àquele licitante. Se, em
razão do interesse público, alguma alteração for
necessária, essa poderá ser promovida através do
procedimento da rerratificação do ato convocatório,
reabrindo-se, por inteiro, o prazo de entrega dos
envelopes 1 e 2, contendo respectivamente, os
documentos de habilitação da proposta. (GASPARINI,
2008, p. 485)
Desta forma retifica-se o que se quer corrigir e ratifica-se o que não foi
alterado. Se apenas essa modificação for insuficiente para corrigir os vícios da
ilegalidade, mérito ou mesmo de redação, deve-se invalidar o instrumento
convocatório e editar outro em seu lugar, sem os tais vícios.
20
O ato que rerratifica o instrumento convocatório precisa ser publicado na
imprensa oficial, salvo quando se tratar de carta-convite que observa outro
processo de divulgação oficial. Nesse caso, entrega-se, mediante protocolo,
juntado ao processo licitatório, uma cópia desse instrumento a cada um dos
convidados e faz-se a publicação por afixação de uma cópia no quadro de
editais em que fora afixada a carta-convite.
O procedimento de alteração do edital não exige que os licitantes que já
retiraram o instrumento convocatório sejam ouvidos, uma vez que não terão
nenhum prejuízo com a eventual alteração, pois com a nova publicação o prazo
lhes será restituído para apresentação dos envelopes de habilitação e
propostas segundo a nova versão do edital. Esse procedimento poderá ser
instaurado por representação de qualquer interessado ou de oficio pela
Administração Pública licitante.
O descumprimento do Princípio da Vinculação ao Instrumento
Convocatório, consequentemente, ensejará o descumprimento, também, de
outros princípios como o da igualdade entre os licitantes, bem como estariam
descumpridos os princípios da publicidade, da livre competição e do julgamento
objetivo com base em critérios fixados no edital.
1.2.7 - Princípio do Julgamento Objetivo
O julgamento objetivo é o que se baseia no critério indicado no edital e
nos termos específicos das propostas. Visa a afastar o discricionarismo na
escolha das propostas, obrigando os julgadores a aterem-se ao critério
prefixado pela Administração com o que se reduz e se delimita a margem de
valoração subjetiva. É critério objetivo aquele que não exige qualquer
justificativa ou arrazoado, de espécie alguma, do julgador para indicar a
proposta vencedora.
21
Critério objetivo é o que permite saber qual é a proposta vencedora,
mediante simples comparação entre elas, quando o tipo de julgamento é o de
menir preço, da simples comparação das propostas retira-se o vencedor. Os
critérios devem estar claramente estipulados no instrumento convocatório, sob
pena de nulidade, conforme decisão do extinto TFR (RDA, 157178).
1.3 - Obrigatoriedades de Licitação
A licitação para obras, serviços, compras e alienações, bem como para a
concessão e a permissão de serviços públicos é exigência da Constituição da
República Federativa do Brasil, a mesma exigência, também ocorre por força
de lei.
Todos os órgãos da Administração Pública estão obrigados a licitar.
Quanto às entidades da administração indireta, a lei determina que editem
regulamentos próprios, publicados e aprovados pela autoridade de nível
superior a que estiverem vinculados, sujeitos às disposições da lei.
A doutrinadora Maria Sylvia nos esclarece que:
A natureza empresarial das empresas estatais, sejam
elas prestadoras de atividade econômica privada ou de
serviço público de natureza comercial ou industrial,
justifica venham a receber o mesmo tipo de tratamento.
Também nada impede que a legislação que venha a
disciplinar a matéria estabeleça procedimentos
diferenciados em função do tipo de atividade. (DI
PIETRO, 2008, p. 344).
Entidades privadas como organizações sociais, das organizações da
sociedade civil de interesse público, das fundações de apoio e outras entidades
do terceiro setor, se submetem à lei de licitações quando as aquisições,
22
compras, serviços ou alienações envolvam recursos ou bens repassados
voluntariamente pela União, o mesmo se aplica aos consórcios públicos.
Esta obrigatoriedade de licitação traz, em seu teor, um duplo sentido,
significando a modalidade prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os
princípios da moralidade e eficiência da Administração o uso da modalidade
mais singela quando se exige a mais complexa, ou emprego desta,
normalmente mais onerosa, quando o objeto do procedimento licitatório não a
comporta. Somente a lei pode desobrigar a Administração, quer autorizando a
dispensa de licitação, quando exigível, quer permitindo a substituição de uma
modalidade por outra.
1.4 - Dispensa e Inexigibilidade
O doutrinador Jorge Ulisses Jacob Fernandes esclarece que:
A principal distinção entre licitação dispensada trata no
art.17, e as dispensa de licitação estabelecidas no
art.24, repousa no sujeito ativo que promove a
alienação, figurando no primeiro caso a Administração,
no interesse de ceder parte do seu patrimônio, vender
bens ou prestar serviços e, no caso do art.24, a situação
é oposta estando a Administração, como regra na
condição de compradora ou tomadora dos serviços.
(Jacob Fernandes, 2011, P.178).
A autora Maria Sylvia assevera que:
A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato
de que, na dispensa há possibilidade de competição que
justifique a licitação, de modo que a lei faculta a
23
dispensa que fica inserida na competência discricionária
da Administração. Nos casos de inexigibilidade, não há
possibilidade de competição, porque só existe um objeto
ou uma pessoa que atenda às necessidades da
Administração, a licitação é, portanto, inviável. (DI
PIETRO, 2008, p. 345).
O ato de licitar não e sempre igual. Hoje no ordenamento brasileiro, a
licitação é o gênero que se divide em modalidade e, é sobre elas que
discorreremos no próximo capítulo.
24
CAPÍTULO II - MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Em um Estado Democrático de Direito o acesso a bens e serviços de
particulares somente se viabiliza mediante a observância de certos
procedimentos e dentro de limites pré-estabelecidos. A obrigatoriedade de se
cumprir procedimentos licitatórios para a obtenção de bens e serviços de
particulares somente teve destaque com o advento da Globalização,
propagando-se, portanto, sua utilização como premissa de contratação da
Administração Pública.
Licitação significa procedimento, série ordenada e concatenada de atos.
Porém, não há que se falar em procedimento único. Segundo o objetivo que se
pretenda alcançar, a estrutura do respectivo procedimento pode variar, pois as
diversas exigências a serem atendidas no procedimento estão diretamente
relacionadas à necessidade de se adequar a disputa à obtenção do melhor
resultado possível, não se resumindo a questões meramente acessórias. As
diferentes formas de se regular o procedimento de seleção, com distintos graus
de complexidade de suas fases, traduzem as chamadas modalidades de
licitação.
Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento
licitatório, a partir de critérios definidos em lei. O valor estimado para
contratação é o principal fator para escolha da modalidade de licitação, exceto
quando se trata de pregão, que não está limitado a valores. As modalidades de
licitação admitidas e previstas em lei são:
2.1 – Concorrência
Trata-se de modalidade que possibilita a participação de quaisquer
interessados que, na fase de habilitação, comprovem possuir os requisitos de
25
qualificação exigidos no edital. Em geral, é utilizada para contratos de grande
valor e para a alienação de bens públicos imóveis em geral. Tal alienação pode
ocorrer, também, na modalidade leilão.
A concorrência é cabível nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se, neste último caso, a tomada de preços,
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de
fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor no País. Também
se realiza a concorrência na alienação de bens móveis de valor superior ao
previsto no artigo 23, da Lei 8.666/93, e para o registro de preços, possibilitado,
neste, o uso do pregão.
É incorreto dizer que a concorrência é o único tipo de licitação em que
existe uma fase prévia, destinada ao exame de habilitação dos interessados. O
que diferencia a concorrência é a amplitude de participação de interessados. A
decisão da Administração apenas produz efeitos para a licitação de que se está
tratando.
Podem existir duas concorrências semelhantes, realizadas simultânea
ou sucessivamente, em que um mesmo licitante seja habilitado em uma e não
o seja em outra concorrência. Isso pode verificar-se sem que haja contradição
lógica entre as duas decisões. A inabilitação não produz efeitos, como regra,
para outras concorrências; por igual, a habilitação não assegura idêntica
solução para outras concorrências.
De acordo com o vulto da contratação, o órgão ou entidade interessada
no certame poderá utilizar outros meios de divulgação para aumentar o número
de competidores no certame, para tanto, pode se fazer uso de publicação em
órgãos da imprensa privada ou, ainda, através de órgãos da imprensa falada e
televisada. O resumo do edital poderá, também, ser enviado aos órgãos de
classe dos eventuais proponentes. Outra forma de noticiar a abertura da
licitação pela Administração Pública é utilizar-se do Aviso.
26
Quanto à contagem do prazo, exclui-se o dia do início e inclui-se o do
término, considerando que só se inicia ou se termina em dia de expediente no
órgão da entidade, em princípio, obrigada a licitar. Dia de expediente é aquele
em que há trabalho normal no órgão ou entidade licitante para a solução de
interesses próprios ou de terceiros. Vale esclarecer que dia de expediente não
se confunde com dia útil. Pode-se ter dia útil sem que seja de expediente, haja
vista os chamados ‘dia de ponto facultativo’. A contagem, em regra, é feita em
dias corridos, a exceção dos prazos contados em dias úteis que devem ser
expressamente, assim indicados.
A concorrência internacional, também, prevista no Estatuto licitatório
segue os procedimentos da concorrência nacional, embora sujeita às diretrizes
estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela política monetária e pela política
de comércio exterior. A Portaria GB-6, de 1969 do antigo Ministério da Fazenda
e a Resolução BC-153, de 1970, regulam a concorrência internacional.
Nessas concorrências, quando for permitido ao proponente estrangeiro
cotar preço em moeda estrangeira, o mesmo direito é concedido ao proponente
nacional, embora o pagamento deva ser feito em moeda nacional, à taxa de
câmbio é a vigente no dia útil, imediatamente, anterior à data do efetivo
pagamento.
O doutrinador Diógenes Gasparini nos ensina que:
Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mesmos tributos que oneram os proponentes nacionais quanto à operação final de venda. É o que a doutrina chama de equalização das propostas. (GASPARINI, 2007, p. 558)
Caso a Administração Pública possua um cadastro de fornecedores, é
cabível a utilização da modalidade Tomada de Preços, assim como se admite o
Convite quando não houver fornecedor do bem o serviço no País, embora o
uso da concorrência para as licitações internacionais seja a regra.
27
2.2 - Tomada de Preços
A doutrinadora Maria Sylvia nos esclarece que:
A Lei 8.666/1993 mudou o conceito de tomada de preços, uma vez que, pela legislação anterior, ela se limitava aos licitantes previamente cadastrados, estava ausente a universalidade, já que a licitação era aberta apenas àqueles inscritos no registro cadastral; a lei atual, de certa forma, desnaturou o instituto ao permitir a participação de interessados que apresentem a documentação exigida para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. (DI PIETRO, 2008, p. 362).
É a modalidade de licitação realizada entre interessados previamente
cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação. São, portanto, dois grupos que podem participar dessa
modalidade de licitação. Os integrantes dos dois grupos deverão estar
cadastrados.
Na participação dos componentes do grupo – os não previamente
cadastrados – surge uma dificuldade, pois estes deverão estar munidos de
todos os documentos necessários ao cadastramento, demonstrar,
solenemente, perante a comissão de licitação, o interesse de participar do
certame aberto. Esta demonstração reveste-se de uma solenidade – carta,
requerimento – deve ocorrer até o terceiro dia anterior à data do recebimento
das propostas. A contagem é feita em dias consecutivos ou corridos.
O pedido de participação do processo é aceito pela Comissão de
Licitação mediante protocolo e, sobre ele deve se pronunciar, deferindo ou
indeferindo a solicitação, em sessão reservada a ser realizada antes da data da
entrega das propostas. Dessa reunião será lavrada ata circunstanciada a ser
juntada ao processo licitatório.
28
Contra o indeferimento do pedido de cadastramento especial cabe
recurso hierárquico, fundado por semelhança, na alínea ‘d’, do inciso I, do
artigo 109, da Lei Federal das Licitações e Contratos da Administração Pública.
Este recurso não tem efeito suspensivo, embora nada impeça que a comissão
de licitação o receba recurso com efeito suspensivo.
No caso de deferimento o requerente é considerado cadastrado. O ato
de deferimento equivale ao ato que defere o registro normal de cadastramento,
embora válido somente para aquele certame. Não se deve confundir
cadastramento com habilitação, pois são situações diferentes.
O objetivo da lei foi abrir as portas para um maior número de licitantes,
qualquer interessado poderá apresentar a documentação exigida para o
cadastramento, até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.
O procedimento da tomada de preços tornou-se mais complexo, na medida em
que a comissão de licitação terá que examinar a documentação dos licitantes
que participarem dessa modalidade.
A publicidade deve ser observada na tomada de preços, com obediência
às mesmas normas da concorrência, porém com a diferença de que é exigida a
publicação com quinze dias de antecedência apenas, salvo para os contratos
sob o regime de empreitada integral ou para as licitações de melhor técnica ou
técnica e preços, quando o prazo passa para quarenta e cinco dias.
O regime cadastral deve ser mantido pelos órgãos e entidades que
realizem frequentes licitações, devendo ser atualizados, anualmente. É
facultada a utilização de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da
Administração Pública.
29
2.3 – Convite
É a modalidade de que participam interessados do ramo pertinente ao
objeto do futuro contrato, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de três pela unidade administrativa. É escolhida, assim como a
concorrência, em função dos valores estabelecidos em lei, com ressalvas no
mesmo dispositivo, nos casos em que couber a modalidade Convite, a
Administração poderá utilizar a tomada de preços. Trata-se da modalidade
menos formal.
O doutrinador Diógenes Gasparini, nos esclarece que:
O convite não pode ser usado em lugar do da tomada de
preços, nem esta em lugar da concorrência. Em
qualquer caso a concorrência pode ser utilizada. Embora
essa afirmação decorra do § 4º, do artigo 23, sua
utilização deve observar outros princípios, a exemplo do
princípio da economicidade, ofendido, nesses casos,
pelo alto custo da concorrência em comparação com o
custo do convite. (GASPARINI, 2007, p. 553)
Para o procedimento devem ser convidados, no mínimo, três prováveis
interessados do ramo pertinente ao objeto do convite. Uma vez comprovado o
atendimento dessa exigência, o procedimento é considerado legítimo, mesmo
que dois ou apenas um dos convidados tenha atendido a convocação da
entidade licitante. No caso de nenhum dos proponentes atender a convocação,
tem-se a licitação deserta, o que, em princípio, à dispensa de nova licitação,
podendo a Administração Pública licitante contratar, nas mesmas condições do
convite deserto, com qualquer interessado, se a convocação do novo
procedimento causar-lhe prejuízo.
30
Diógenes Gasparini complementa:
É sempre conveniente que, sendo possível se faça o
convite a número maior de interessados em potencial.
(...) Assim, se no universo considerado de trinta forem
convidados apenas três, e desses somente um
comparece, é notório que esses números não
convencem da lisura do procedimento, ao contrário,
desmerece-a. (GASPARINI, 2007, p. 563).
Trata-se, também, de modalidade de licitação em que a lei não exige
publicação de edital, já que a convocação se faz por escrito, com cinco dias
úteis de antecedência. A Lei inovou ao permitir que outros interessados
participem da licitação, desde que cadastrados e manifestem interesse com
antecedência de 24 horas da apresentação das propostas. Tal medida serve
para aumentar o rol de licitantes, entretanto, torna o procedimento mais
complexo, isto porque essa modalidade é cabível para contratos de pequeno
valor. O instrumento de convocação deve ser afixado em lugar apropriado.
2.4 – Leilão
Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda
de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Inservíveis são
os bens imprestáveis, sem utilidade em si mesmo; os que, pelo uso tornaram-
se sucata se distinguem dos bens ainda em condições de uso, mas sem
utilidade para a Administração Pública, sua proprietária, por força da aquisição
de um modelo, por exemplo, de maior capacidade operacional.
31
Esse é o entendimento de Jessé Torres Pereira Junior, em Comentários
à lei das licitações e contratações da Administração Pública, e nos esclarece
que:
Inservível deve entender-se o bem que, por suas
qualidades intrínsecas, aferíveis em plano objetivo, não
mais reúne condições materiais de servir; esgotou-se-lhe
a capacidade para o desempenho funcional. (PEREIRA
JUNIOR, 2003, p. 246).
Nesses casos, a alienação não pode ser por leilão, mas mediante
licitação, cuja modalidade será determinada pelo valor estimado do contrato de
venda a ser celebrado com o vencedor desse procedimento, ou determinada
pela avaliação do bem, objeto da venda, salvo se esse valor for inferior ao
indicado pela alínea ‘b’, do inciso II, do artigo 23 da lei de licitações.
Bens apreendidos são os apropriados pela fiscalização da Administração
Pública, como por exemplo, os retirados dos seus proprietários-vendedores,
sem licença de ambulante, ou os considerados produto de contrabando.
Os bens ditos penhorados, na realidade são bens empenhados, dados
em garantia nos contratos de mútuo celebrados por instituição financeira, do
tipo Caixa Econômica Federal. O mutuário não devolve o valor recebido e
perde, em favor do mutuante, o bem dado em garantia. Este pode, observado o
competente procedimento, vendê-lo, utilizando-se do leilão.
Os bens imóveis adquiridos judicialmente são os que passam a integrar
o patrimônio público por força de decisão judicial, a exemplo das sentenças
prolatadas em ações de usucapião e de desapropriação. Também podem ser
objeto de leilão os bens imóveis recebidos pela Administração Pública a título
de quitação de seus créditos pecuniários, ou recebido em dação em
pagamento.
32
O leilão pode ser comum, realizado por leiloeiro oficial, sob a égide de
legislação federal e condições estabelecidas pela Administração Pública
licitante e, administrativo, realizado por agente da entidade interessada.
Diógenes Gasparini acrescenta que: com base nessa orientação, as leis
estaduais e municipais acabaram por consignar a possibilidade de se ter outro
desses procedimentos e o fizeram inconstitucionalmente. (GASPARINI, 2007,
p. 568).
Cabe a Administração Pública participar de leilões promovidos por
outras entidades? Gasparini nos ensina que:
A nosso ver não, visto que o leilão, se é uma modalidade
que permite a escolha da menor proposta,
consubstanciada no maior lance para que o realiza, não
é assim pra quem for julgado vencedor (ofereceu o maior
lance). Esse sempre paga o maior preço, não o menor.
Se, no entanto, o objeto do leilão for único (só existe um)
ou singular (existem vários objetos, mas todos estão nas
mãos de um só proprietário), cremos que a participação
é legal, até porque a contratação pode ser celebrada
diretamente, já que inviável a licitação. (GASPARINI,
2007, p. 569)
A escolha do leiloeiro oficial pode ou não depender de licitação.
Dependerá de licitação se a Administração Pública puder escolher esse
auxiliar. Se não puder escolhê-lo porque indicado pelo Registro do Comércio, a
licitação é absolutamente impertinente.
33
Maria Sylvia nos ensina que:
Outras leis existem prevendo o leilão, como é o caso do
artigo 4º, § 3º, da Lei 9.491, de 09 091997 (que altera
procedimentos relativos ao Programa Nacional de
Desestatização); do artigo 29, da Lei 9.074, de 7/7/95
(que estabelece normas para outorga e prorrogação das
concessões e permissões de serviços públicos); do
artigo 10, da Lei 11.481, de 31 5 07 (que altera a
legislação sobe bens imóveis do Fundo do Regime Geral
da Previdência Social). (DI PIETRO, 2008, p. 366).
Nada diz a lei sobre bens semoventes, no Decreto-lei 2.300/86 era
possível inferir que a modalidade cabível era o leilão, porque o dispositivo a ele
referente não fazia menção à modalidade de bem, se móvel ou imóvel, e havia
a exigência expressa de concorrência apenas para a alienação de imóveis.
Na Lei 8.666, nada se diz quanto a esse tipo de bem, podendo ser-lhe
aplicada a mesma regra que se refere aos bens móveis, já que os semoventes
são considerados uma espécie do bem móvel dotado de movimento próprio –
como os animais – ao lado de outra modalidade que não tem essa
característica.
2.5 – Concurso
Esta modalidade de licitação apresenta as seguintes características:
exige regulamento próprio; destina-se à escolha de trabalho técnico, científico
ou artístico; permite a participação de qualquer interessado; outorga prêmio ou
remuneração a um ou mais vencedores; exige publicidade e; é dirigido e
julgado por comissão especial.
34
Um exemplo dessa prática nos oferece Gasparini quando nos relata que:
Essa modalidade de licitação foi utilizada pelo então Prefeito de São Paulo,
Reynaldo Emygdio de Barros para a escolha do projeto de reurbanização do
Vale do Anhangabaú. (GASPARINI, 2007, p. 565). Como as demais
modalidades suas condições e procedimentos estão elencados no Estatuto
Federal Licitatório. As expressões trabalho técnico, científico ou artístico devem
ser entendidas em seu sentido comum.
O prêmio a ser recebido pelo vencedor ou vencedores será escolhido
pela Administração Pública licitante e pode ser uma bolsa de estudos, uma
viagem, ou mesmo uma importância em dinheiro, embora não haja qualquer
pagamento pelo trabalho realizado pelos participantes, uma vez que se
houvesse pagamento estaria desconfigurado o sentido do concurso. A escolha
do trabalho pode se ater a um ou mais de um e os classifica.
A entrega do prêmio está condicionada à cessão dos direitos
patrimoniais relativos ao trabalho, a que o vencedor faz jus, à entidade licitante,
de modo que essa possa utilizar o projeto de acordo com o previsto no
regulamento do concurso.
É criada uma comissão especial para dirigir e julgar os trabalhos
apresentados. Os integrantes de tal comissão são pessoas de reputação
ilibada, reconhecido conhecimento do tema objeto do certame e alto gabarito.
Se o objeto do concurso for um projeto o vencedor deverá autorizar a entidade
licitante a executá-lo quando julgar necessário, sendo a escolha do executor
objeto de outra licitação, da qual o autor do projeto na poderá participar, salvo
como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente, a serviço da Administração Pública.
O próximo capítulo será dedicado ao Pregão, modalidade de licitação
que nos traz algumas inovações e que é objeto da Lei 10.520, de 17 de junho
de 2002.
35
CAPÍTULO III - PREGÃO NOVA MODALIDADE DE
LICITAÇÃO
3.1 – A História do Pregão
O pregão inicialmente foi realizado pela ANATEL (Agência Nacional de
Telecomunicações), pois desde que respeitam os princípios constitucionais as
Agências possui autonomia para efetuar suas regulamentações das licitações.
Sobre os primórdios da utilização Justen Filho nos ensina que:
O Instituto do Pregão, como modalidade de licitação
surgiu e desenvolveu-se no âmbito da Anatel em virtude
do art.54, parágrafo único, 55 e 56 da Lei Geral de
Telecomunicações (Lei 9772 de 16 de julho de 1977). O
Regulamento da Anatel nº 005/98, ampliou a disciplina do
tema do modo mais minucioso. É interessante e
proveitoso examinar os art. 7 e 13 do referido
regulamento federal, nos quais se encontra o modelo
principal do legislador federal.
(Justen Filho, 2005, P. 18).
Isso não significa que a Lei Geral de Telecomunicações ou (muito
menos) que o regulamento federal de Contratação da Anatel se constitui em
fontes normativas do pregão. Não é possível recorrer a esses diplomas a
propósito de eventuais lacunas ou defeitos da legislação própria. Nos silêncios
e omissões da legislação própria (medida provisória e Lei ordinária que vier a
ser editada), o aplicador deverá recorrer à Lei nº 8.666, que continua a ser
fonte normativa supletiva da disciplina das licitações. (Justen Filho, 2005,
P.18).
36
Motivado pelos resultados positivos obtidos pela Anatel com o
procedimento do pregão, o Governo Federal resolveu adotar esta prática por
meio de Medida Provisória 2.026, de 04 de 05 2000.
Acontece que a medida provisória 2026, de 04 05 2000,
institucionalizava o pregão apenas na Administração Pública Federal, o que
gerou inúmeras discussões doutrinárias teóricas.
É neste cenário que DI PIETRO nos ensina que:
A medida provisória nº 2.182/2001, havia instituído o
pregão apenas para União. Essa restrição estava sendo
considerada inconstitucional pela quase totalidade da
doutrina que tratou do assunto tendo em vista que, em se
tratando de norma geral, tinha que ter aplicação para
todos os entes federativos.
(DI PRIETO, 2008, P. 367).
A Medida Provisória 2026, de 04 05 2000, foi regulamentada pelo
Decreto 3555 de 08/08/2000, que estabelece norma e procedimento a nova
modalidade de licitação, define as atribuições do pregoeiro e as regras das
fases preparatória e externa da licitação.
O Governo por outro lado, demonstrando insegurança pela pressa de
introduzir o pregão como nova modalidade de licitação, nas sucessivas
reedições e novas edições, por fim a Medida Provisória nº 2182, de 23 08
2001, foi convertida na Lei 10520, em 17 07 2002, que institui o pregão no
âmbito da UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO, FEDERAL E MUNICÍPIOS.
37
3.2 - Conceito
Segundo Plácido e Silva, para permitir melhor entendimento o termo
Pregão vem:
Do latim preconium, de praeconare (apregoar,
proclamar) entende-se a notícia ou a proclamação feita
publicamente por oficial de justiça ou pelo porteiro dos
auditórios forenses. Propriamente designa as palavras
ditas em alta voz para que anuncie ou se proclame
alguma notícia ou se faça algum aviso. Assim, na
linguagem forense, diz-se pregão: a) o aviso dado pelo
oficial de justiça, às partes, por ordem do juiz no início ou
no correr das audiências públicas, em virtude do que se
anuncia o começo da mesma audiência ou qualquer
deliberação tomada pelo juiz para o conhecimento dos
interessados; b) a proclamação, nas hastas públicas altas
vozes, dos lances oferecidos para aquisição ou para
arrematação das coisas postas em licitação, ou venda por
almoeda, isto é a quem mais der.
(PLÁCIDO E SILVA, 2010, P.1074).
3.3 – Características do Pregão
O pregão destina-se à contratação de bens e serviços comuns cujos
padrões de desempenhos e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, como simples utilização de especificação usuais no mercado
observada normatização técnica estabelecida pela ABNT – Associação de
Normas Técnicas em face do disposto da Lei nº 4150, de 21 – 11 – 1962.
38
Bens e Serviços Comuns
São aqueles cujos padrões de desempenho e qualidades possam ser
objetivamente definidas pelo edital, por meio de especificações usuais no
mercado. Trata-se, portanto, de bens e serviços geralmente oferecidos por
diversos fornecedores e facilmente comparáveis entre si, de modo permitir a
decisão de compra com base de menor preço.
É nesse sentido, adotando o conceito de bens e serviços comuns que o
doutrinador Joel de Menezes Niebuhr defende:
Propõe-se que todos os bens ou serviços que possam ser
licitados através do pregão sem que haja prejuízo no que
tange. À avaliação de sua qualidade ou da própria
qualificação técnica dos licitantes devem ser considerados
bem e serviço. Noutras palavras, todos os bens que
puderem ser licitados adequadamente através da
modalidade pregão devem ser considerados comuns.
(NEIBUHR, 2011, P.55)
O pregão oferece benefício para Administração Pública a começar pela
simplicidade do procedimento passando pela redução dos custos com
publicidade de editais e de despachos intermediário, pela celeridade
proporcionada pelo prazo mais curto, pela transparência do julgamento
culminando com consequência redução dos preços pagos pelos bens e
serviços contratados.
A adoção do pregão facilita a participações de eventuais interessados,
inclusive empresa de pequeno porte, pela simplicidade documental que deve
ser exigida, pela possibilidade de ofertar lances com alteração de preços
durante a sessão, e pela maior transparência do procedimento.
39
A Lei 8666/93, dispõe que o objeto da deve ser caracterizado de forma
adequada, sucinta e clara a descrição do objeto deve ser singela e sem
maiores detalhes, circunstância que tem tornado os instrumentos
convocatórios, nesse aspecto, deficientes e ensejadores de dúvidas quanto
à identificação da vontade ou necessidade da Administração.
Benedicto Tolosa, um estudioso em Direito Administrativo esclarece
que:
Entendemos de forma diferente: ser sucinto e claro
não significa ser deficiente e omisso em pontos
essenciais. O objeto deve ser descrito de forma a
traduzir a real necessidade do Poder Público, com
todas as características, afastando-se,
evidentemente, as características irrelevantes e
desnecessárias, que têm o condão de restringir a
competição. (TOLOSA, 2010, P.5).
A importância da definição correta do objeto mereceu do TCU a Súmula
nº 177, assim redigida:
A definição precisa e suficiente do objeto licitação constitui regra
indispensável de competição, até mesmo como pressuposto da igualdade entre
os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o
conhecimento pelos concorrentes potenciais das condições básicas da
licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a
quantidade demandada em uma das especificações mínimas e essenciais á
definição do objeto do pregão.
Por outro lado, a Súmula avança considerar a quantidade, quando o
objeto da licitação for relacionado à compra, como fator de alta relevância. A
formulação imprecisa e insuficiente do objeto afeta não somente os licitantes as
40
atingem também os concorrentes potenciais maculando o pressuposto da
igualdade.
A modalidade de pregão não pode ser utilizada para a contratação de
locação imobiliária e alienações em geral, mas atualmente é admitido para
contratação de obras e de serviço de engenharia de pequeno porte
(recapeamento asfáltico, guias, sarjetas, pequenas construções e reforma etc.),
desde que a regulamentação local não vede, e que o edital da licitação defina
com clareza o objeto.
Bendicto Tolosa nos explica qual a razão da implantação do pregão no
Brasil.
A celeridade dos procedimentos para contratação de bens e serviços de
natureza comum, reduzindo os prazos, concentrando as decisões durante a
sessão, sem, no entanto, sacrificar os princípios constitucionais básicos que
regem a Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência), aliada à possibilidade de disputa de preço através de
lances verbais, com a consequente redução de custos foi o objetivo principal da
implantação do pregão.
(TOLOSA, 2010, P.10).
O Decreto nº 5504, de 05/08/2005, estabelece a exigência de utilização
do pregão preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou
privados, as contratações de bens e serviços comuns, realizado em
decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União,
decorrente de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos.
O pregão tem como principal característica a inversão das fases de
licitação, ou seja, no primeiro momento serão abertos os envelopes contendo
as propostas comerciais dos licitantes, apurando-se a proposta mais vantajosa
para Administração, através do tipo de licitação do menor preço e em seguida a
abertura do envelope de habilitação da melhor empresa classificada.
41
Outra novidade do pregão em relação às demais modalidades de
licitação reside no procedimento de julgamento. Aliás, o nome “pregão” advém
desse procedimento, que se desdobra em duas fases: a primeira, em que as
propostas são apresentadas por escrito; e a segunda, em que os autores das
melhores propostas escritas são convidados a formular lances orais.
(JOSÉ MENEZES NEIBUHR, 2011, P.173).
3.4 – Fase Interna ou Preparatória
Assim como as demais modalidades de licitação, o pregão possui sua
fase interna ou preparatória, esta fase ocorre no âmbito interno do órgão ou
entidade responsável pela aquisição. Esta fase requer que a autoridade
competente faça planejamento e estudos prévios para definir o objeto e
justificar o seu ato.
De forma clara e objetiva o doutrinador Hely Lopes define melhor a fase
interna:
Trata-se da motivação do ato administrativo inicial do
procedimento licitatório, a qual diante dos requisitos
impostos pela Lei transforma em elemento vinculante do
mesmo cuja ausência dá lugar a nulidade de todo
procedimento.
(Hely Lopes, 2010, P.132).
A Lei nº 10520 de 17 07 2002, que traz normas gerais para o pregão,
determina no seu art. 3º caput e inciso as exigências que devem ser cumpridas
nessa fase as quais transcreveremos para esse trabalho:
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o
seguinte:
42
I - a autoridade competente justificará a necessidade de
contratação e definirá o objeto do certame, as exigências
de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as
sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato,
inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e
clara, vedadas especificações que, por excessivas,
irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das
definições referidas no inciso I deste artigo e os
indispensáveis elementos técnicos sobre os quais
estiverem apoiados bem como o orçamento, elaborado
pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens
ou serviços a serem licitados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os
servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o
pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição
inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e
lances, a análise de sua aceitabilidade e sua
classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do
objeto do certame ao licitante vencedor.
O procedimento de licitação inicia-se com o setor solicitante do órgão da
Administração Pública para autoridade competente a respeito da necessidade
de adquirir-se um bem, ou serviço. É necessário que o setor solicitante
encaminhe para autoridade competente o termo de referência com indicação
do objeto de forma precisa, suficiente clara, vedadas especificações que por
excessivas irrelevantes ou desnecessárias limitem ou frustrem a competição ou
sua realização.
O professor Benedicto de Tolosa explica o que é o Termo de Referência:
43
O termo de referência é o documento que contém
elementos capazes de propiciar avaliação do custo pela
administração diante do orçamento detalhado, definição
dos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado
em planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de
aceitação do objeto, deveres do contrato e do contratante,
procedimento de fiscalização e gerenciamento do
contrato, prazo de execução e sanções de forma clara,
concisa e objetiva.
(TOLOSA, 2010, P.80)
Depois do Termo de Referência definido, deve-se realizar pesquisa no
mercado para orçar valor estimado da futura contratação. Costuma-se
consultar três ou quatro fornecedores que atuam no ramo do objeto a ser
licitado, solicitando a eles que encaminhem orçamento informal. É prudente
que os agentes administrativos, consultem listas de preços oficiais ou
veiculadas por publicações especializadas ou ainda consultar os valores pagos
para objetos similares por outro órgão ou entidade da Administração Pública. O
ideal é que a Administração Pública saiba realmente o valor do objeto a ser
licitado.
Após a aprovação do termo de referência, pela autoridade competente
dá-se ao início ao processo administrativo, que deve ser devidamente autuado,
protocolado e numerado dando início ao procedimento licitatório.
Deverá ser elaborada a minuta do edital e do contrato e esta será
encaminhada para ser analisada pela Assessoria Jurídica do órgão ou entidade
responsável pelo certame, de acordo com o parágrafo único, do art. 38 da Lei
8666/93.
44
Aprovado pela Assessoria Jurídica, o termo do edital e do instrumento
do contrato será restituído ao órgão ou entidade de origem, para ser datado,
rubricado em todas as folhas e assinado pela a autoridade competente,
permanecendo no processo da licitação e dele serão extraídas cópias para
divulgação, inclusive pela internet e fornecimento aos interessados conforme o
art. 40, § 1º, da Lei 8666/93.
3.5 – Fase Externa
A fase externa do pregão inicia-se com a publicação de aviso, que no
caso da Administração Pública Federal, é estabelecido no inciso I do art. 11 do
Decreto Federal nº 3555/00, alteração processadas no Decreto nº 3693/00.
1 – Diário Oficial da União e por meio eletrônico na internet, para bens e
valores estimados em até R$ 160.000,00.
2 – Diário Oficial da União, por meio eletrônico, na internet e jornal de grande
circulação local, para bens e serviços de valores estimados acima de R$
160.000,00 até R$ 650.000,00.
3– Diário Oficial da União, por meio eletrônico, na internet e jornal de grande
circulação regional ou nacional, para bens e serviço de valores estimados
acima de R$ 650.000,00.
4 – Em se tratando de órgão ou entidade do Sistema de Serviços Gerais –
SISG, a íntegra do edital deverá disponível em meio eletrônico, na internet, no
site www.compranest.com.br, independente do valor estimado.
Do aviso devem constar os seguintes itens:
• A identificação do órgão e entidade promotora da licitação
• Definição do objeto de licitação;
45
• Indicação do local, dias e horários em que poderá ser obtida a
íntegra do edital ou ser o mesmo lido pelos interessados e
recebidas as propostas. Para participar do pregão é vedada a
exigência de garantia da proposta, de aquisição do edital e de
pagamento de quaisquer taxas ou emolumentos, salvo o custo da
reprodução gráfica do edital solicitado pelo interessado.
Após a publicação do edital o prazo da apresentação das propostas será
no mínimo de 8 (oito) dias úteis de acordo, com o inciso V do art. 4º da lei
10520/02, e do inciso III do art. 11 do Decreto Federal 3555/00. Este é o tempo
que os interessados do pregão terão, para retirarem a íntegra do edital,
reunirem documentos exigidos para habilitação e apresentarem as sua
propostas, onde será realizada a sessão publica, no dia e a hora designados
pelo edital.
A propósito do art. 12 do Decreto Federal prescreve o seguinte: “Até dois
dias úteis antes da data fixada para o recebimento da proposta, qualquer
pessoa poderá solicitar esclarecimento, providência ou impugnar o ato
convocatório do certame".
A licitação na modalidade de pregão será instaurada, por declaração do
pregoeiro, auxiliado pela equipe de apoio, e esta irá promover o
credenciamento dos participantes do certame e recebe a declaração que
atendam todas as exigências de habilitação, os envelopes contendo
documentos de habilitação e os contendo as propostas.
Esses envelopes devem estar fechados e lacrados, todos os
documentos e envelopes recebidos são examinados e rubricados pelo
pregoeiro e pelos participantes do pregão. Em seguida, são abertos os
envelopes contendo as propostas de todos os participantes, presentes ou não,
pois estes podem ser enviados por correio, e verificadas as documentações
(identificação, assinatura, prazo de validade, objeto ofertado das propostas).
46
Todos esses documentos são conferidos e rubricados pelo pregoeiro e
pelos participantes. Depois são selecionadas as propostas aceitáveis e escolhe
a de menor preço e todas as demais com o preço até 10%. Somente estas
participarão das de lances verbais. Ademais com valores acima de 10%, serão
utilizadas para compor a classificação final, se não existirem no mínimo três
propostas.
Em seguida, será dado início a fase de lances orais que devem ser
apresentados pelos licitantes de forma sucessiva, em valores distintos e
decrescentes. O pregoeiro confere a oportunidade um a um, a partir do licitante
da proposta de maior preço, para os demais, em ordem decrescente, para
oferecer os lances orais, sucessivamente, até esgotar a apresentação de
lances, O licitante que se recusar de dar lance verbal, será eliminado da fase
de lance, mas continuará participando do pregão com a última proposta escrita.
Encerrada a apresentação dos lances, o pregoeiro procederá a
classificação do último lance apresentado por cada licitante, conforme
ordenação crescente de preço e incluirá nessa classificação o licitante que não
dado lance verbal. O pregoeiro poderá negociar diretamente com licitante para
obtido o melhor preço.
• Escolhido o autor da proposta classificada em primeiro lugar só
então o pregoeiro examinará aceitabilidade da proposta de acordo
com o edital. Se a oferta for aceita o licitante será declarado
vencedor, caso contrário ou se o licitante desatender às
exigências do edital, o pregoeiro examinará as ofertas
subsequentes, pela ordem de classificação, até a apuração de um
que atenda o edital, sendo o respectivo licitante, declarado
vencedor. Este deverá apresentar a documentação relativa a:
• Habilitação jurídica;
• Qualificação técnica
• Qualificação econômica financeira
• Regularidade fiscal; e
47
• Conformidade com disposições constitucionais relativas ao
trabalho do menor de idade.
Os fornecedores regularmente cadastrados no Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF estão isento
de apresentar os documentos de habilitação jurídica, qualificação
econômica financeira e de regularidade fiscal.
Finalmente proclamado o vencedor da licitação, contrário a esta decisão
só poderá ser interpostos recurso se o licitante interessado manifestar sua
intenção de imediato, sendo-lhe concedido o prazo de três dias para
apresentação de suas razões, ficando os demais licitantes para apresentar
suas contrarrazões em igual prazo.
Não havendo manifestação por partes dos licitantes, a autoridade
competente fará adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor e
finalmente, será efetuada a homologação. Após a homologação do
procedimento licitatório, a autoridade competente convocará formalmente o
adjudicatário, no prazo previsto no edital, para assinar o instrumento do
contrato.
Conforme o artigo 6º da Lei 10520/02, o prazo de validade das
propostas apresentadas em licitações regidas pela modalidade de pregão é de
60 (sessenta) dias se outro não estiver fixado no edital.
3.6 – Pregão Eletrônico
Atualmente o meio tecnológico vem transformando o mundo cada vez
mais com novas tecnologias. A principal função da tecnologia da informação é
diminuir as distâncias, aproximar as pessoas facilitando a interação do
conhecimento e das informações. Hoje no mundo globalizado as informações
são difundidas em tempo real para todo planeta, o que implica transformações
a cada momento no meio econômico, político e social.
48
A Administração Pública é criticada com frequência pelos serviços
prestados à população, o que é consequência não cumprir os objetivos para os
quais foi criada. Costuma-se dizer que ela é lenta, arcaica, em parte corrupta,
presa a burocracia e aos interesses corporativos.
Em meio a tantas críticas, com objetivo de minimizar esta situação, a
Administração Pública, vem agindo para diminuir a burocracia, buscando maior
transparência e eficiência no serviço público, através de recurso tecnológico
informatizando as atividades da área administrativas e capacitação dos
funcionários.
3.7 – Conceito
O pregão eletrônico é conceituado por Joel de Menezes Niebuhr da
seguinte forma:
O pregão eletrônico é espécie de modalidade de licitação
pública em que os procedimentos presenciais são
adaptados à tecnologia da Informação. Isto é em vez de
desenvolver-se o pregão em ambiente físico, contando
com a participação física dos licitantes, a modalidade sob
a perspectiva eletrônica, desenvolve-se por meio da
internet, promovendo-se a comunicação entre os licitantes
e a Administração Pública, bem como, praticamente, toda
a execução da licitação. Enfim, em apertadíssima síntese,
o pregão eletrônico é a maneira de realizar a modalidade
pregão valendo-se da internet. (NIEBUHR, 2011, P.264).
Outros autores possuem outras definições para o pregão
eletrônico, que é uma modalidade que visa maior celeridade, transparência e
eficiência no procedimento licitatório.
49
Desta forma, Justen Marçal Filho define o pregão eletrônico da seguinte
forma:
No pregão eletrônico não existe o comparecimento físico
do interessado à repartição que promove a licitação, nem
há encaminhamento de documentos e propostas em
papel. Tudo se passa virtualmente a participação no
pregão eletrônico, depende de seu credenciamento, o que
exige a obtenção do cadastramento perante algum órgão
público dotado de competência para tanto. Na Federal,
existe o SICAF, que pode ser utilizado pelos os demais
sujeitos integrantes da Administração Pública.
(MARÇAL FILHO, 2011, P.489).
3.8 – Processamento do Pregão Eletrônico
O pregão eletrônico desenvolve-se por meio de recursos tecnologia da
informação, ou seja, por meio da internet, utilizada como meio de comunicação
entre os licitantes e a Administração Pública. Sendo que, por se tratar de
licitação pública submetido a regime jurídico administrativo cuja
obrigatoriedade, decorre da própria Constituição Federal – caput do art. 5º, que
consagra o princípio da isonomia, e no inciso XXI do seu artigo 37, esse
processo de comunicação precisa revestir das formalidades que proporcionem
de segurança e transparência. Ele foi regulamentado pelo Decreto nº 5450, de
31 de maio de 2005, de acordo com o art.4 prescreve que nas licitações para
aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade de pregão,
sendo preferencial de sua forma eletrônica. Em complemento, o § 1º do mesmo
art.4 enuncia que o pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos
casos de comprovada inviabilidade a ser justificada pela autoridade
competente.
Administração Pública terá que disponibilizar, de sistema hábil a servir
de ferramentas para processar todos os atos relacionados ao certame, de
50
maneira segura e transparente, esse sistema de informática é o instrumento
que a Administração Pública se vale para conduzir o pregão eletrônico,
cadastrar os licitantes, receber as declarações e propostas, enfim praticar
todos os atos relacionados ao processamento licitatório.
Conforme, o parágrafo 4 do Decreto nº 5450, de 31 05 2005, prescreve
que o pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou entidade
promotora da licitação, com apoio técnico e operacional da Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação do Ministério de Planejamento,
Orçamento e Gestão atuará como provedor do sistema eletrônico para os
órgãos integrantes do Sistema de Serviços Gerais – SISG.
Como já mencionamos no subitem 3.3, o processo licitatório do pregão
fase interna e externa, e não difere do pregão eletrônico, que é a segunda
espécie de pregão iremos abordar como ele se processa a fase externa.
O processamento e julgamento, na modalidade de pregão na forma
eletrônica, são realizados obedecendo-se normalmente a sequência do
seguinte procedimento.
Deverão ser credenciados, perante o provedor do sistema eletrônico a
autoridade competente do órgão responsável da licitação, o pregoeiro, a equipe
de apoio e os licitantes que participam do pregão na forma eletrônica. O
credenciamento faz-se pela atribuição da chave de identificação, de senha
pessoal e intransferível, para o acesso ao sistema eletrônico.
No caso de promovido por órgãos integrantes do Sistema de Serviços
Gerais – SISG, o licitante dependerá do registro atualizado no Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF.
A divulgação da íntegra do edital do pregão eletrônico tem que ser feita
não só do aviso pela imprensa, como também por meio eletrônico, na internet,
no portal de compras do Governo Federal – COMPRASNET, no sítio
www.comprasnet.gov.br.
51
De acordo com artigo 21 do Decreto Federal nº 5.450/05, prescreve que,
após a divulgação do edital no endereço eletrônico, os licitantes deverão
encaminhar propostas com descrição do objeto ofertado e o preço e, se for o
caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura da sessão,
exclusivamente por meio do sistema eletrônico, quando, então, encerrar-se-á,
automaticamente, a fase do recebimento das propostas.
As propostas poderão ser retiradas do sistema ou substituídas apenas e
tão somente, até a abertura da sessão. O pregoeiro iniciará a sessão pública
do pregão na internet utilizando a sua chave de acesso, no horário previsto no
edital, os licitantes farão a mesma operação para participar da sessão.
Em seguida o pregoeiro analisará as proposta apresentadas,
desclassificando aquelas que não atendam as exigências do edital,
fundamentado a sua decisão e efetuando o registro no sistema, de forma a
propiciar o acompanhamento em tempo real pelos licitantes.
Com objetivo de propiciar transparência ao procedimento, as propostas
contendo a descrição do objeto, o valor e eventuais anexos devem ser
disponibilizados no sistema, sob pena de nulidade da sessão.
No decorrer da sessão, os licitantes, observados o horário fixado,
poderão oferecer tantos lances quantos desejar, desde que o valor sempre
inferior ao último oferecido e registrado, o qual aparecerá sem identificação dos
licitantes, sendo recusados dois lances iguais prevalecendo o que foi recebido
primeiro.
A etapa de lances da sessão pública será encerrada por decisão do
pregoeiro oportunidade que o sistema eletrônico informará sobre o fechamento
iminente da recepção de lances, transcorrendo aleatoriamente período de
tempo de até trinta minutos, que após o findo não estará disponível para
recepção de lances. Isto significa que o sistema pode estabelecer prazo de um
52
minuto, dez minutos, ou qualquer outro tempo não ultrapassando os trinta
minutos.
À exemplo do que ocorre no pregão presencial, depois de encerrada a
etapa de lances no pregão eletrônico, o pregoeiro deverá, por meio do sistema
com acesso aos demais licitantes, negociar o preço com a melhor proposta,
não sendo admissíveis negociações que envolvam outros aspectos diferentes
dos previstos em edital, sob pena de nulidade do ato. A negociação será
realizada por meio do sistema, podendo ser acompanhada pelos demais
participantes.
A propósito, o caput do artigo 25 do Decreto Federal nº 5450/05, prescreve que
encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta classificada em
primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço estimado para contratação e
verificará a documentação do licitante conforme disposições do edital.
3.9 – Vantagens do Pregão Eletrônico
A modalidade de pregão eletrônico apresenta um grande avanço nas
atividades administrativas, as quais constituem em procedimento de licitação,
desenvolvido por meio da internet aproveitando as vantagens dela corrente.
Por causa disso é que o pregão deve ser festejado não como solução definitiva
das ineficiências dos contratos administrativos, mas sim como sintoma da
Administração Pública, que quer se modernizar, que pretende passo a passo,
ser mais eficiente.
As empresas ou pessoas distantes podem participar do pregão
eletrônico, sem maiores investimentos na medida em que não precisa arcar
com custos de deslocamento de prepostos ao menos para participar do
certame, no pregão eletrônico fomenta-se a competividade, com o advento da
tecnologia da informação no serviço público, aperfeiçoou a eficiência nos
53
processos licitatórios, redução de custos, diminuindo a burocracia, maior
transparência e celeridade.
Em suma, o pregão eletrônico maximiza a eficiência nos processo
licitatório, é menos oneroso aos cofres públicos, amplia a competitividade com
maior número de participantes na licitação, aumenta a probabilidade da
Administração de firmar contrato mais vantajoso, tendo em vista que ela recebe
mais propostas, vantajosas beneficiando a eficiência em contratos
administrativos.
54
CONCLUSÃO
O presente trabalho foi realizado através de uma abordagem detalhada
sobre o instituto do pregão como modalidade de licitação. Inúmeras vantagens
surgiram com o processo licitatório. A agilidade e facilidade nos procedimentos
acarretaram economia nos contratados trazendo redução dos valores
inicialmente ofertados.
No ordenamento jurídico brasileiro, foi consagrada a lei 10520, de
17/07/2002, modalidade de licitação denominada pregão, no o âmbito da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com objetivo de aquisição de
bens e serviços comuns. Esta nova modalidade é o aperfeiçoamento do regime
de licitações para Administração Pública.
A grande inovação do pregão é a inversão das fases. Ela permite
apreciação das propostas dos participantes antes mesmo da habilitação
obtendo uma redução significativa no tempo destinado à verificação dos
documentos de habilitação.
A modalidade de pregão tanto presencial como eletrônica é
comprovadamente, sob o aspecto econômico e operacional, mais vantajosa
para Administração Pública não somente por apresentar preços mais baixos,
mas também a redução dos custos operacionais em relação às outras
modalidades.
Outra característica do pregão é o fato de que ele é uma espécie de
leilão, onde os participantes oferecem lances orais sucessivos em ordem
decrescente, os preços vão reduzindo, até se esgotar é declarado vencedor
aquele que oferece a melhor proposta para Administração Pública, ou seja, o
melhor preço.
55
O Instituto do Pregão Eletrônico foi um grande avanço para
Administração Pública, utilizando recurso tecnológico, a modalidade
desenvolve-se através da internet, proporcionando economia de papel,
diminuindo a burocracia, aumentando a eficiência e a transparência. O pregão
eletrônico fomenta a competitividade, qualquer interessado de qualquer lugar
do país pode participar do pregão, sem maiores investimentos, é necessário
apenas que acesse a internet.
Em razão desses argumentos, não utilizar a modalidade de pregão, para
contratação de bens e serviços comuns significa ofender os princípios
constitucionais de moralidade, de eficiência, de economicidade e de
razoabilidade.
56
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MEIRELLES, HELY LOPES. Licitação e Contrato Administrativo. 15ª ed. São
Paulo : Malheiro 2010.
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacob. Contratação Direta Sem Licitação. 9ªed.
Belo Horizonte,: Forum 2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.Curso de Direito Administrativo. 21ª ed. São
Paulo, Atlas 2008.
NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6ª ed. Belo
Horizonte, Fórum, 2011.
GASPARINI Diogenes, Direito Administrativo. 12ªed, São Paulo, Saraiva, 2007
JUSTEN FILHO, Marçal, Curso Direito Administrativo. 22ª ed. São Paulo,
Saraiva 2005.
FILHO, Benedicto de Tolosa, Pregão Uma Nova Modalidade de Licitação.4ª ed.
Rio de Janeiro, Forense 2010.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 15ªed. São Paulo, revista
dos tribunais.
Constituição da República Federativa do Brasil. Presidência da República Casa
Civil Subchefia para Assunto Jurídico. Brasília 2007.
Lei 8666, de 21 de junho de 1993,Legislação sobre licitações e Contratos
Administrativos. Edições Câmara, Brasília 2011.
SILVA de Plácido. Vocabulário Jurídico. 28ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2010.
57
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ................................................................................................ 1
AGRADECIMENTOS ............................................................................................. 3
RESUMO ................................................................................................................. 5
METODOLOGIA ..................................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
CAPÍTULO I - NOÇÕES GERAIS SOBRE LICITAÇÃO ................................... 10
1.2 - Princípios que integram a Licitação ............................................. 13
1.2.1 - Princípio da Igualdade ou Isonomia .......................................... 14
1.2.1 - Princípio da Legalidade ............................................................. 15
1.2.3 - Princípio da Impessoalidade ..................................................... 16
1.2.4 - Princípio da Publicidade ........................................................... 16
1.2.5 - Princípio da Moralidade e Probidade Administrativa ............... 17
1.2.6 - Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório ............ 19
1.2.7 - Princípio do Julgamento Objetivo ............................................. 20
1.3 - Obrigatoriedades de Licitação ...................................................... 21
1.4 - Dispensa e Inexigibilidade ........................................................... 22
CAPÍTULO II - MODALIDADES DE LICITAÇÃO ........................................... 24
2.1 – Concorrência ................................................................................ 24
2.2 - Tomada de Preços ........................................................................ 27
2.3 – Convite ........................................................................................ 29
2.4 – Leilão ........................................................................................... 30
2.5 – Concurso ...................................................................................... 33
CAPÍTULO III - PREGÃO NOVA MODALIDADE DE LICITAÇÃO .............. 35
3.1 – A História do Pregão ................................................................... 35
3.2 - Conceito ....................................................................................... 37
3.3 – Características do Pregão............................................................. 37
3.4 – Fase Interna ou Preparatória ........................................................ 41
3.5 – Fase Externa ................................................................................ 44
58
3.6 – Pregão Eletrônico ........................................................................ 47
3.7 – Conceito ....................................................................................... 48
3.8 – Processamento do Pregão Eletrônico .......................................... 49
3.9 – Vantagens do Pregão Eletrônico.................................................. 52
CONCLUSÃO ......................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ......................................................................... 56
ÍNDICE ................................................................................................................... 57
FOLHA DE AVALIAÇÃO ..................................................................................... 59