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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA FAMILIAR NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E A EXPERIÊNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL ENQUANTO TERAPEUTA. Por: Roberta da Conceição Ottoni Trindade Orientador Prof.ª Maria Poppe Rio de Janeiro 2010.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA FAMILIAR NO TRATAMENTO

DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E A EXPERIÊNCIA DO

ASSISTENTE SOCIAL ENQUANTO TERAPEUTA.

Por: Roberta da Conceição Ottoni Trindade

Orientador

Prof.ª Maria Poppe

Rio de Janeiro

2010.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA FAMILIAR NO TRATAMENTO

DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA E A EXPERIÊNCIA DO

ASSISTENTE SOCIAL ENQUANTO TERAPEUTA.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em

Terapia de Família.

Por: Roberta da Conceição Ottoni Trindade.

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AGRADECIMENTOS

Às minhas colegas da turma pelas

palavras amigas nas horas difíceis,

pelas risadas em sala e pelos

momentos de respeito e generosidade.

À Assistente Social e Terapeuta

Familiar Luciana da Silva Mancinho,

por ter colaborado diretamente na

formação deste projeto de pesquisa.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, porque

ele guia meus passos e nas horas mais

difíceis, é dele que me vem o socorro;

Aos meus pais que em meio às

dificuldades me transmitem seus

valores, carinhos e amor; Às minhas

irmãs, muito queridas e especiais, que

com suas colaborações e palavras de

estímulos me impulsionaram a ter

força; Aos meus sobrinhos, que com

seus sorrisos e brincadeiras de

crianças, me trazem a alegria e, ao

meu namorado por confiar e acreditar

no nosso amor.

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RESUMO

A partir dos questionamentos do Conselho Federal de Serviço

Social a respeito da atuação do Assistente Social nas práticas terapêuticas,

aumentou-se o interesse em pesquisar essa temática. Focando principalmente

a questão da dependência química, um assunto que muito é questionado

devido a sua complexidade.

A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar a

contribuição da Terapia Familiar na Dependência Química e a experiência do

Assistente Social enquanto Terapeuta.

Junto a Assistente Social Terapeuta de Família, foi observado

que a influencia da teoria sistêmica no Serviço Social tem se dado na

orientação dos trabalhos com famílias. À medida que a família encontra um

espaço para falar de suas vivências, ela começa a desenvolver mudanças em

suas atitudes, tornando-se consciente e capaz de ver as coisas como

realmente são, encontrando maneiras saudáveis e apropriadas de lidar com

tais situações.

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METODOLOGIA

Para a construção deste trabalho, optou-se pela pesquisa

qualitativa, buscando conhecer as experiências profissionais da Assistente

Social que atua na área de dependência química como Terapeuta Familiar.

Possibilitando assim, que o trabalho fosse construído de forma a conhecer esta

realidade e buscar respostas aos questionamentos.

Foi utilizado para coleta de dados, entrevistas abertas que foram

realizadas com 01 (uma) Assistente Social, especializada em Terapia Familiar.

A entrevista foi individual, com roteiro de questões abertas que interessam à

pesquisa. Composta por uma relação inalterável de perguntas, onde a mesma

expôs de forma livre seus pensamentos sem qualquer restrição.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPITULO I – A Prática da Terapia Familiar 10

CAPITULO II – Dependência Química e suas Expressões 17

CAPITULO III – O Assistente Social “Terapeuta” na D.Q. 23

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIAS 34

ANEXOS 36

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INTRODUÇÃO

Ao discutir sobre drogas e conseqüentemente sobre dependência

química, o uso indevido e abusivo vem afetando assustadoramente toda a

sociedade e muitos estudos têm sido realizados no sentido de compreender os

fatores explicativos em face das relações e vida contemporânea. Vale lembrar

que a noção de dependência química envolve tanto a compulsão por drogas

lícitas e ilícitas.

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma

doença crônica, a dependência química é caracterizada por comportamentos

impulsivos e recorrentes de utilização de uma determinada substância para

obter uma impressão de bem-estar e prazer. Aliviando, assim as sensações de

ansiedade ou medo.

O assistente social atuando com a problemática da dependência

química é um profissional articulado a uma equipe interdisciplinar, onde se

relaciona necessariamente com uma dada divisão social e técnica do trabalho.

A família vem se organizando conforme a dinâmica social. A sociedade

tem uma dinâmica que acaba interferindo em todo resto. O individuo é gerado

pelo que está em torno dele que é a família.

Na terapia de família, o assistente social deixa de ser observador

para ser tornar um articulador, contribuindo nas mediações das conversas.

Entender a família como sistema, significa entender o sintoma

como produto de inter-relação e deslocar o foco do sintoma do indivíduo para

as relações que o produzem e mantém. Portanto, a Teoria Sistêmica está nas

relações e a proposta terapêutica é trabalhar com todos os integrantes da

família ao mesmo tempo, enfocando que cada um dos seus membros tem

funções distintas a desempenhar.

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É dessa maneira que atua os Assistentes Sociais, criando

estratégias que possibilite à promoção e a autonomia da pessoa humana,

respeitando a decisão de cada usuário. É preciso analisar criticamente a

realidade geradora do conflito e buscar formas de intervenção para sua

transformação.

O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo

aborda um pouco das transformações familiares, contendo também, a história

da terapia familiar e a sua abordagem sistêmica ao trabalhar com as famílias

de dependentes químicos. No segundo capítulo consiste num embasamento

teórico sobre a dependência química como um fenômeno social, presente na

sociedade contemporaneidade e o seu impacto nas relações sociais e

intrafamiliares. No terceiro capítulo são apresentados as atribuições e o

objetivo do Assistente Social enquanto Terapeuta de Família na problemática

da dependência química. Constará ainda, o depoimento da Assistente Social e

Terapeuta de Família, que foi entrevistada.

A presente pesquisa será relevante, pois suas considerações e

resultados irão enriquecer na melhoria e aperfeiçoamento das ações que são

realizadas pelo Serviço Social nas práticas terapêuticas.

Possibilitará também, numa reflexão por parte dos colegas da

categoria referente à realidade em que atuam, criando alternativas de

mudanças práticas e teóricas em seu cotidiano enquanto profissional da área

da dependência química, um assunto ainda pouco discutido no Serviço Social.

É necessária uma prática profissional eficiente diante ao

atendimento às famílias, não só no sentido de atender dentro de suas

especificidades, mas de transformar o cotidiano profissional em uma prática

investigativa. E é através desta investigação que o profissional consegue

propor mudanças que contemplem a avaliação das políticas sociais.

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CAPITULO I

A PRÁTICA DA TERAPIA FAMILIAR

Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas sim a família. Victor Hugo

A família vem se organizando conforme a dinâmica social. A sociedade

tem uma dinâmica que acaba interferindo em todo resto. O individuo é gerado

pelo que está em torno dele que é a família. A família interfere e é interferida

pela família extensa, a família extensa interfere e é interferida pelo Estado, o

país, o continente, a comunidade, o planeta...

Antes as famílias viviam como bandos, pois eram instintivos. Quando o

homem entra nesse espaço de socialização, de respeito ao próximo, ele perde

seu instinto e começa a se organizar, a construir formações sociais mais

compatíveis com aquela época.

As constantes transformações econômicas, culturais e sociais que

resultaram, através dos tempos, em profundas modificações na estrutura

familiar fizeram com que sempre, em algum momento da história, se pensasse

a família. A primeira vez em que foi utilizado, por volta de 1337, o termo,

derivado do latim famulus, serviu para designar, na Roma Antiga, escravos que

viviam sob o mesmo teto.1

A família não morreu, ela está sendo reinventada no cotidiano social.

As novas organizações e papéis sociais na nova tecnologia estão

proporcionando que as pessoas sejam respeitadas em suas diferenças e,

portanto lidem de maneiras diferentes, junto com a construção de suas

histórias e que com isso a família que é uma das entidades mais atingidas por

essas novas possibilidades ela é convidada a rever os seus padrões e se

modificar.

1 Apontamento da aula História Social da Família, 02/2009. Professora Glória Mosquéra.

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Essas mudanças correspondem a uma ação deliberada, no sentido de

um projeto emancipado que institui novos padrões de comportamento, mas que

só foi possível por mudanças, na realidade exterior à família, que afetaram de

maneira decisiva esta esfera da vida social, transformando-a fatalmente.

Acontece que a família não é uma totalidade homogênea, mas um universo de

convívios diferenciados, e as mudanças atingem de modo diverso cada uma

destas relações e cada uma das partes da relação.

Quando uma crise acontece e um sintoma surge na família é porque há

um significado adjacente, e esse significado e essa crise vieram à tona porque

a família teve prontidão para lhe dar com essa questão. A crise só aparece

porque na realidade a família tem uma prontidão para compreender e entender.

A compreensão da crise como oportunidade para estabelecer mudanças e

fazer o que for necessário para sair dela.

Quando a família entra em crise, ela faz um movimento para saber

entender, ela fará de tudo para resolver. A crise vem como uma possibilidade

enorme de cuidado. O problema não se instala do dia para noite. A família que

entra em crise com relação a um sintoma tem um processo desde lá de trás e

chega uma hora que fica insuportável. A partir daí, inicia a procura pela

TERAPIA FAMILIAR.

Nascida nos Estados Unidos, na década de 50, a Terapia Familiar

trouxe para o tratamento as famílias. Muitos terapeutas desenvolveram

técnicas para trabalhar com diferentes famílias.

Os anos se passam e a terapia familiar vai adquirindo novos aportes

filosóficos, nova linguagem e técnicas. Existem diversas teorias, tais como a

Cibernética, a Teoria da Comunicação e a Teoria Sistêmica.

“A terapia familiar, como modalidade terapêutica, surgiu

da convergência de diferentes áreas do conhecimento

humano. Tal diversidade de influencias no passado

acarretou uma grande heterogeneidade em sua teoria e

práticas atuais.” (SOUZA, 1996, p. 35).

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No ano de 1957, duas grandes associações americanas (American

Orthopsychiatric Association e a American Psychiatric Association), em suas

reuniões, incluíram estudos sobre a família como tema principal. A partir daí se

multiplicaram os trabalhos e os terapeutas passaram a ter mais contatos entre

si, possibilitando a institucionalização da terapia familiar.

O enfoque da terapia familiar não é somente nos conflitos individuais,

se direciona também ao conflito grupal. O terapeuta ao atender uma família

procura diminuir seu sofrimento a partir de novas comunicações, interagindo

com formas adequadas ao bem-estar de todos os membros, levando o grupo

ao insight, onde poderão adquirir um novo conhecimento a respeito de si

mesmo, permitindo-lhes suportar a dor psíquica através do conhecimento e da

compreensão de seu problema ou doença.

“Os aspectos individuais não são negados, o tempo todo

eles se fazem presentes, determinam e condicionam

mecanismos grupais. Entretanto, o objetivo primeiro das

intervenções do terapeuta não é o de levar a uma

reestruturação das personalidades individuais em seus

aspectos mais primitivos e arcaicos. Na terapia familiar, o

caminho segue em sentido inverso: a partir dos conflitos

existentes nos procedimentos e funcionamentos grupais,

modificamos, reformulados ou apenas neutralizados pelas

intervenções terapêuticas, é possível obter uma melhora

de conflitos individuais, pelo menos daqueles que

exercem influencia decisiva no funcionamento grupal, nas

trocas dentro da família.” (SOUZA, 1996, p. 44).

Portanto, os aspectos individuais que vão ser trabalhos pelo terapeuta

familiar, são aqueles relacionados diretamente aos padrões de funcionamento

da família, e não quando se busca melhoria individual.

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O objetivo do profissional terapeuta de família, não é criar condições

favoráveis a mudanças intrapsíquicas e sim, através da pessoa atendida,

promover mudanças no funcionamento do grupo familiar.

O terapeuta precisa ser capaz de perceber as expectativas familiares

em relação a ele e ao processo terapêutico, tendo ainda flexibilidade para se

deixar conduzir, sem impor seus valores e decisões, visto que na terapia

familiar quem traça o caminho é a família.

Em se tratando da Terapia Familiar Sistêmica, a Teoria Geral dos

Sistemas iniciou-se com a revolução cibernética no fim dos anos 40. A partir

desse período, terapeutas e pesquisadores começaram a atender grandes

números de famílias e criaram teorias para essa prática.

Ludwig Von Bertalanffy era biólogo, desenvolveu a Teoria Geral dos

Sistemas, incitando cientistas a pensar na interação. Na abordagem sistêmica,

a totalidade é considerada mais que a soma de suas partes, cada parte só

pode ser entendida no contexto de um todo. Caso haja mudanças em alguma

parte, vai afetar e alterar todas as outras. Isso também ocorre nas famílias, pois

a família funciona como um sistema vivo, complexo de elementos colocados

em interação.

Um sistema é composto de várias partes e que estas partes estão

sempre coerentes com entorno e o próprio sistema também está coerente com

entorno de outro sistema. Há um determinado padrão de funcionamento entre

si, tem sempre algo que emerge que é maior. É preciso explicar a interação

dessas partes.

Os sistemas podem ser:

Fechado = Não vivos. Não tem troca no meio;

Aberto = Organismos vivos. A sustentação vem da troca. A teoria

sistêmica entende a família como um sistema aberto, por que a considera

como um organismo vivo.

Em uma clinica psiquiátrica, a doença mental era considerada uma

doença somente da pessoa. Devido aos dias de visitação, aos pacientes

apresentavam uma regressarão no nível da doença, pois quando a família

participa há um movimento. Será que tem a ver a doença mental com a

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família? Daí os pesquisadores de uma determinada época se questionaram:

Qual era a relação da problemática do indivíduo com aquela família?

Aplicada a teoria de família, o sistema familiar é mais do que a perda

de uma conexão instala. Entretanto é necessário contemplar sinais de

interação de indivíduos na família. Como dentro dessa individualidade as

pessoas se relacionam. Juntando a fala de cada membro, em separado, é

possível concluir o que a família quer dizer.

Família Sistêmica – O olhar sistêmico sobre a família possibilita uma

troca interna, profunda e referencial para poder olhar o mundo da família

diferenciada. Todos os fenômenos que ocorrem no mundo não são isolados em

seu contexto, eles sempre repressão em seu contexto e a resposta dada a

cada fenômeno tem a ver com o TODO.

Quando se juntam dois elementos e se forma um inteiro, a soma das

partes não traça qual é o sistema. Quando o sistema ocorre, seja físico,

biológico ou das relações tem sempre algo que é maior do que aquela junção

das duas partes. É pensar na relação das partes desse sistema e na interação

desse sistema com o entorno. É preciso olhar os fenômenos isoladamente,

mas dentro de um contexto mais amplo.

“O enfoque da família como sistema vivo, a partir dos

postulados da teoria geral dos sistemas significa uma

maneira de compreender o que se passa dentro daquele

grupo, analogicamente é um retrato da família [...].

(SOUZA. 1996, p. 81).

É importante concentrar-se no padrão dos relacionamentos dentro de

um sistema ou entre os sistemas, e não na composição de suas partes, visto

que o ser humano não existe isolado, o tempo todo influencia e é influenciado

por tudo o que existe a seu redor.

O aspecto dinâmico do sistema leva a conceitos como a Cibernética,

ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle nos organismos

vivos e não vivos. Este pensamento foi desenvolvido por diversas áreas do

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conhecimento cientifico absorvido pela prática clínica dentro do campo

psicoterapêutico.

Entender a família como sistema, significa entender o sintoma como

produto de inter-relação e deslocar o foco do sintoma do indivíduo para as

relações que o produzem e mantém. Portanto, a Teoria Sistêmica está nas

relações e a proposta terapêutica é trabalhar com todos os integrantes da

família ao mesmo tempo, enfocando que cada um dos seus membros tem

funções distintas a desempenhar.

O pensamento sistêmico já é um pensamento novo em ralação ao

paradigma tradicional. Ao fazer uma revisão de seus pressupostos

epistemológicos, o profissional se torna novo-paradigmático.

No dizer de Esteves de Vasconcellos (2000), essa nova epistemologia

extrapola o contexto das atividades profissionais e implica a pessoa que a

adotou efetivamente numa nova forma de viver. Assim, quem adotou o

pensamento sistêmico novo-paradigmático terá uma nova epistemologia para

seu viver, para seu estar e agir no mundo, baseado em sua única convicção

possível – a da inexistência da realidade e da verdade.

O profissional do novo-paradigma desempenha suas atribuições

visando melhorar as condições de autonomia do sistema, interage com o

sistema sem conduzi-lo conforme as suas convicções pessoais. Atua a fim de

possibilitar que os sujeitos se tornem agentes ativos de suas próprias

mudanças, solucionando suas dificuldades.

É dessa maneira que atua os Assistentes Sociais, criando estratégias

que possibilite à promoção e a autonomia da pessoa humana, respeitando a

decisão de cada usuário. É preciso analisar criticamente a realidade geradora

do conflito e buscar formas de intervenção para sua transformação.

O Código de Ética do Assistente Social (1993), diz o seguinte: “Garantir

a plena informação e discussão sobre as possibilidades e conseqüências das

situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos

usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos

profissionais resguardados os princípios deste Código.” (Art. 5º, b).

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De acordo com Souza (1996), a terapia familiar, enquanto

procedimento terapêutico depende de um novo posicionamento do profissional,

que deixa de ter uma visão da realidade dentro de uma causalidade linear, para

considerá-la do ponto de vista de uma causalidade circular, em que as

influencias recíprocas caracterizam todo o processo.

A partir desse novo posicionamento dos profissionais, poderá surgir

uma ajuda mais efetiva. A experiência humana, em se tornando menos sofrida,

abre novos espaços para a beleza da pessoa humana.

Através da terapia familiar busca-se criar novos espaços que permitam

canais de comunicação mais livres, sem tantos ruídos, proporcionando assim,

oportunidades de trocas (idéias, pensamentos e sentimentos), contribuindo em

uma redistribuição de papéis e funções necessários ao bem-estar do todo.

Incorporando essa nova epistemologia às práticas sistêmicas,

implicam-se mudanças no papel do terapeuta e na própria concepção da

terapia. O terapeuta deixa de ser um observador externo e passar a ser visto

como mais um no sistema, um articulador nas conversações. O terapeuta co-

participa do sistema terapêutico, preocupando-se conhecer a organização

daquela família.

É no atendimento familiar, que os membros passam a receber atenção,

não só para suas inquietudes, como também começam a receber informações

fundamentais para a melhor compreensão do quadro de dependência química,

e conseqüentemente melhorar no relacionamento familiar.

Ao trabalhar com famílias o profissional de Serviço Social especializado

em Terapia Familiar, necessita contextualizá-la, sabendo de fato a sua história,

compreendendo o seu contexto sócio - econômico - afetivo e sua diversidade

ética e cultural. Transmitindo inclusive, a eficácia e a efetividade do seu

trabalho. A família conta uma realidade que é dela, e é preciso levar em

consideração.

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CAPITULO II

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA E SUAS EXPRESSÕES

Compreender o mal não o cura, mas, sem dúvida alguma, ajuda. Afinal, é muito mais fácil lidar com uma dificuldade compreensível que com uma escuridão incompreensível. Carl Jung

A dependência química é uma das grandes expressões da questão

social que a sociedade tem vivenciado na atualidade. A sociedade

contemporânea, precisamente no século XXI, é marcada por mudanças

culturais, sócio-econômicas e de valores, que implicam necessariamente em

uma re-adaptação do indivíduo em seu meio. Diante de tantas modificações,

interferindo no comportamento do indivíduo em sua unicidade e na própria

coletividade, têm sentido os efeitos desses impactos.

De acordo com os dados da Secretaria Nacional de Políticas sobre

drogas, dependência química é o impulso que leva a pessoa a usar uma droga

de forma contínua (sempre) ou periódica (freqüentemente) para obter prazer.

Alguns indivíduos podem fazer uso constante de uma droga para aliviar

tensões e ansiedades. O dependente se caracteriza por não conseguir

controlar o consumo de drogas, agindo de forma impulsiva e repetitiva.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) em meados da década de

1950 catalogou o uso destas substâncias que conduzem a dependência

química como doença reconhecida como Código Internacional de Doenças

(CID10), pois elevam de forma dramática a mortalidade e a morbidade nas

populações. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam o consumo de

drogas nos centros urbanos de todo mundo, independentes de sexo, idade,

nível de escolaridade e classe social, sendo considerado assim, um problema

de saúde pública.

O CID 10 define dependência como: “Conjunto de fenômenos

comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem depois de

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repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente associado ao

desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à

utilização persistente apesar das suas conseqüências nefastas, a uma maior

prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e

obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a um estado

de abstinência física.”

A dependência química deve ser vista como um fenômeno social, pois

há uma generalização e agravamento de problemas familiares, sociais,

financeiros, legais, doenças, moral, credibilidade, trabalho e sexual.

Tratando-se de um problema social, tem que ser pensado em termos

de sua complexidade. Enquanto fenômeno social, as drogas tornaram-se

objeto de inúmeros discursos, por parte das instâncias do Estado, discursos

esses que visam um maior controle relativamente a uma matéria que, em

imediato demonstra a ineficácia das políticas públicas que têm sido

desenhadas.

A busca pelas drogas pode ocorrer por vários fatores. Assim não

podemos deixar de pensar no consumo de drogas como fenômeno social e

coletivo e que é necessário resgatar a auto-estima destes indivíduos dando um

novo sentido para sua vida pessoal, profissional e social.

“O problema da droga não existe em si, mas seria o

resultado do encontro de um produto, uma personalidade

e um modelo sócio-cultural. Isto quer dizer que qualquer

pessoa, a qualquer momento pode encontrar um produto

tóxico, legal ou ilegal, em seu caminho. Toda a política

sobre drogas deve levar em conta estes pressupostos.

Entretanto, a maioria das pessoas que experimentam

drogas uma ou algumas vezes não se tornará doente, o

que significa dizer que, diante da droga, não existe um

destino igual para todos.” (OLIEVENSTEIN apud

ACSELRAD, 2000, p.176).

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A definição dessas políticas exige competências técnicas e respeito à

popularidade de modelos de tratamento. Os governos devem assumir, sem

exploração política ou ideológica, suas responsabilidades no sentido de

garantir o acesso á orientação e ao tratamento de qualidade, respeitando os

direitos e as liberdades individuais.

Segundo Acselrad (2000), o Estado é responsável pela formulação de

políticas públicas de saúde, educação, juventude, família, previdência social,

justiça, emprego, no nível nacional e local, integrando atividades públicas e

privadas.

A dependência química expressa um sofrimento que leva as

dificuldades físicas, psíquicas e sociais, e mesmo prolongada deve ser

considerada como uma situação transitória. As pessoas nessa situação devem

sempre ter acesso a tratamentos, que respeitem sua dignidade e lhes permitem

inserção social. No que se refere aos direitos trabalhistas, o dependente deve

ter licença para tratamento, como em qualquer outro caso de doença.

“Não basta à informação limitada ao produto em si, é

necessário discutir sobre as políticas públicas, sobre a

organização da cidade, esclarecendo os problemas

vividos pelos diferentes grupos sociais e abrindo

possibilidades reais de intervenção nas condições de

vida.” LAZARUS, (apud ACSELRAD, 2000, p. 176).

Para compreender o processo de construção das drogas, devem ser

levadas em conta as vertentes políticas - que invade todas as atividades

humanas: a educação como ação social, política, sofre as injunções do poder.

Poder este que se sente perturbado, ameaçado pela produção acelerada de

drogas ilícitas e pelo consumo maior dessas substâncias, que se transformam

em ameaça à qualidade de vida social, psíquica e cultural, na medida em que

provoca danos ao meio ambiente, entre os quais a própria disseminação

descontrolada do consumo de drogas. E, a vertente do próprio contexto do

mundo dependente caracterizado pela miséria, instabilidades e crises,

ultimamente marcado pela globalização.

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O efeito da globalização está presente em todas as atividades

humanas, agravando a situação socioeconômica, o aumento do conflito

familiar, desenvolvimento de vícios, envolvimento com o tráfico de drogas e a

situação crônica de desemprego. Essas dificuldades fazem com que centenas

de famílias busquem alternativa de sobrevivência, impossibilitando o

prosseguimento dos estudos e a construção de um projeto digno de vida.

As crises contemporâneas são provocadas na medida em que o

processo produtivo se desenvolve no contexto do mercado e da concorrência.

O aumento da produtividade se impõe a qualquer outra consideração, como o

fantástico desenvolvimento da tecnologia resultante desse processo, tendo

uma dupla conseqüência: aumentar a produtividade e a produção, substituindo

o trabalho humano pela máquina. Cria-se então, a exploração do trabalho, a

baixa qualificação escolar, a miséria e o alto índice de drogas circulando por

todo país devido à competitividade e globalização do mercado capitalista.

Estamos vivenciando em uma sociedade doente e cada vez mais

competitiva, na qual resta pouco tempo e dinheiro para desfrutar do lazer.

O uso da droga tem uma história social que se expandiu de tal maneira

que hoje é veiculada até por ser anuncio publicitário, chegando as nossas

casas de modo enganador, como exemplo o álcool, nas campanhas

publicitárias é exaltado seu consumo nos momentos mais íntimos, em festas

familiares e nos encontros com amigos. Esquecendo-se de seus efeitos

prejudiciais.

“O uso de certas drogas lícitas – tabaco e álcool – é

evocado de forma glamourosa, drogas associadas à

juventude, beleza e sucesso. É imensa a diferença entre a

publicidade dessas substâncias lícitas e os clipes das

campanhas contra as de uso ilícito, onde o prazer é

totalmente negado, predominando imagens de perigo,

doença, escuridão, degradação física, horror e morte.

Dessa forma, permanece a confusão entre o verdadeiro e

o falso, que não contribui para esclarecer as diferenças de

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uso que foram, e continuam sendo construídas

historicamente. O esclarecimento se compromete, assim

como a construção de uma consciência de riscos.”

(ACSELRAD, 2000, p.173).

É preocupante o grande número de adolescentes e jovens iniciando e

envolvendo no caminho das drogas. Levados a usá-las pelo modismo da

época, pelo espírito grupal, pela ausência de perspectiva, pela falta de

oportunidade e, sobretudo, por falta de diálogos entre pais, mães e filhos.

Na tentativa de lidar com o problema das drogas e com suas

conseqüências, as famílias afetadas tendem ao isolamento, seja por sua

iniciativa, pelo sentimento de vergonha que a situação gera, seja pelo

preconceito de outros em relação à problemática. No interior da própria família,

o silêncio sobre o tema se impõe pela impossibilidade de encontrarem uma

solução ou até mesmo para evitar reviver o sofrimento.

Essa projeção dos problemas familiares sobre os jovens da família nos

fala da dificuldade de lidar com conflitos no interior das famílias. A negação ou

a dificuldade de se incorporar e dar algum espaço para o conflito na família,

com os elementos simultaneamente disruptivos e potencializadores nele

contidos, podem favorecer, inclusive, a eclosão da violência, sob distintas

formas, que viria justamente da falta de canais de expressão para os conflitos

próprios das relações familiares.

Entretanto, essas características negativas é preciso mencionar

também suas conseqüências sobre as relações humanas, e com um consenso

em admitir a existência de um mal-estar na sociedade contemporânea. Os

conflitos sociais e muitas vezes familiares resultam em um aumento de

consumo de drogas lícitas ou ilícitas, incentivando o crescimento da violência

social e a atual questão do tráfico de drogas.

Devido ao grande impacto que a dependência química causa nas

famílias, desencadeia uma série de conflitos intrapessoais e interpessoais. Isso

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ocorre por que a maioria das pessoas não tem conhecimento de que a

dependência química é uma doença a ser tratada.

Pensar a família numa dimensão de agente privado de proteção social

requer um esforço de repensarmos em suas funções. Visto que seus papéis

são expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que estão

associados a uma dada posição no meio familiar ou no grupo social.

Esses papéis baseiam-se na socialização das crianças e dos

adolescentes, atividades que possam contribuir para o desenvolvimento das

capacidades mentais e sociais; cuidados físicos e emocionais; dar suporte e

manutenção das relações, incluindo ajudas em situações de crise.

No dizer de Lourenço (2001), em alguns casos a família se comporta

como vítima, sentindo-se frustrados e impotentes ao agir. Não sabem como

buscar ajuda tanto para si, quanto para o usuário, desejam apenas encontrar

uma solução imediata para essa questão.

A família configura um cenário onde o conflito é intrínseco e, sendo

assim, o trabalho com famílias pode se dar no sentido de pensar os limites do

que é ou não negociável nas relações familiares, a partir da indagação sobre o

que constitui conflito para a própria família e não como uma definição externa.

Tratar do dependente não se resume à busca da abstinência2, é

também a construção de um novo estilo de vida, para o dependente e sua

família. O processo do tratamento é demorado, mas sabemos que cuidar de

uma dependência requer empenho do dependente.

Enquanto sistema total, a família funciona como um todo inseparável.

O indivíduo em suas relações influencia e é influenciado pelo seu grupo familiar

e são estes aspectos que devem ser detectados pelo terapeuta familiar.

Devido a esse conceito, é importante ressaltar que o dependente

químico necessita em excesso da família e de seu apoio. Nesse momento, é

necessária uma família que possa interagir com o dependente químico em seu

processo de recuperação, como um núcleo de suporte fundamental.

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CAPITULO III

O ASSISTENTE SOCIAL “TERAPEUTA” NA

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si. Galileu Galilei

A profissão do assistente social desenvolveu-se no final do século XIX,

a partir dos movimentos de caridade na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.

Enquanto no Brasil, a primeira Escola de Serviço Social foi fundada em 1936.

As experiências profissionais do Assistente Social, possibilitaram-no

refletir sobre as mudanças ocorridas na sociedade e conseqüentemente suas

repercussões nos indivíduos, nas relações intrapessoais e principalmente

interpessoais .

Os profissionais de Serviço Social estão organizados de forma a atuar

no enfrentamento das expressões da questão social e facilitar a garantia do

acesso aos direitos e serviços para toda a população. Seu objetivo na área da

dependência química, está voltado para implementar ações sócio-educativas e

preventivas.

Segundo Iamamoto (2000), temos a questão social como base de

fundação sócio-histórico do Serviço Social no Brasil, que consiste em

apreender a prática profissional como trabalho e o exercício profissional inscrito

em um processo de trabalho.

Os Assistentes Sociais trabalham com a questão social nas suas mais

variadas expressões cotidianas. Volta-se para o atendimento das

desigualdades que a população sofre nas mais diversas áreas, como a saúde,

a habitação, a assistência social, a educação, entre outras.

A inserção do Serviço Social na área da dependência química se

configura através do conhecimento das expressões da questão social, que se

2 Quando um dependente deixa de usar subitamente uma droga.

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modificam constantemente, permitindo ao Assistente Social intervir de forma

integrada para promover ações que possibilite ao usuário e sua família, uma

melhoria em seus espaços coletivos. Reforçando ainda, o sentido de cidadania

que culmina com reconhecimento dos seus direitos, o que implica um processo

de questionamento e revisão de suas atuações.

A atitude realizada pelos assistentes sociais é a da compreensão e de

mobilização para executar uma intervenção adequada. Investindo-se num

trabalho motivacional, pela busca da assiduidade em relação ao tratamento dos

usuários. Na etapa de recuperação, deve-se destacar e promover ações de

reinserção familiar e social.

É preciso sensibilizar as famílias quanto aos processos da vida social

seja por conhecimento das leis que os protege, seja pela reinserção no

mercado de trabalho, dando suporte social de medidas e recursos que podem

ser tomados para garantir o exercício da cidadania do dependente químico.

O Assistente Social no campo da dependência química desenvolve

suas atividades junto à equipe interdisciplinar, esse tipo de atuação requer do

profissional uma contribuição a partir das suas competências, visto que as

práticas interdisciplinares são o intercambio entre diferentes práticas

disciplinares, havendo trocas de informações e de conhecimentos.

De acordo com Rodrigues (2000), possibilita tanto a interlocução entre

as áreas dos saberes, quanto impede o estreitamento e a cristalização de cada

uma delas no interior de seus respectivos domínios. Favorece o alargamento e

a flexibilização dos conhecimentos, disponibilizando-os em novos horizontes do

saber.

O Assistente Social atua dentro de uma perspectiva sócio-educativa,

procura transmitir e discutir com os familiares, que a dependência é uma

doença e que precisa ser tratada. Assim, seus membros, que fazem o uso

abusivo das drogas, necessitam de ajuda, não como um “viciado”, e sim como

um doente.

A ação sócio-educativa que buscamos privilegiar no desenvolver do

processo terapêutico está voltada ação/ reflexão/ ação, visando uma ação com

o dependente químico. Nesse, o Assistente Social é um facilitador do processo

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de autoconhecimento de todos os membros de uma determinada família.

Permitindo que estes se percebam identificando suas posições como seres no

mundo.

Esse processo não se dá somente com atuação do serviço social, mas

sim com uma participação ativa e consciente da família e do próprio

dependente químico.

Conforme Mioto (2002), As ações sócio-educativas estão relacionadas

às ações que, através de informação, da reflexão ou mesmo da relação, visam

provocar mudanças (valores, modos de vida).

As funções do Assistente Social junto ao dependente químico e sua

família são: Elaboração de projetos voltados para o resgate da auto-estima de

ambos; realização de reuniões com o grupo familiar, com a finalidade de

oportunizar espaços de reflexão, onde possam contribuir na melhoria dos

relacionamentos intrafamiliares; sensibilização quanto à necessidade do

tratamento; reflexão sobre as atitudes da família em relação ao dependente e o

comportamento familiar no ambiente doméstico; informação acerca da

dependência química (conceito e conseqüência); acompanhamento e

avaliação; articulações com instituições que possibilitem atendimentos

especializados e encaminhamentos para psiquiatras, psicoterapeutas e

homeopatas.

No Serviço Social, as novas práticas terapêuticas vêm surgindo e

abrindo espaços para discussões e questionamentos diante do Conselho

Federal de Serviço Social. As atuações do assistente social devem estar

apoiadas em uma formação especializada que lhe garanta a competência

técnica para qualificar sua prática ao atender as diversidades que emergem no

campo profissional.

Neste sentido, as práticas terapêuticas no Serviço Social,

compreendidas como processos de intervenção profissional necessitam está

de acordo com os princípios éticos do Serviço Social. Essas práticas

terapêuticas, atuando em intervenções individualizadas e com famílias nos

mais diversos e complexos fenômenos sociais da contemporaneidade,

representam mais um saber a serviço da população usuária.

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O Serviço Social ao longo dos anos vem desenvolvendo a concepção

do indivíduo enquanto unidade biopsicossocial. Daí a necessidade do

esclarecimento quanto a função do assistente social em atuar como terapeuta

de família junto aos dependentes químicos e seus familiares, excluindo-se,

assim, a idéia de um “agente consolador”, mas partindo para uma atuação

concreta nos fatos que lhe são apresentados, preocupando-se em conhecer a

dinâmica da família que atende.

[...] ao considerar o ser humano como uma “unidade

biopsicossocial” fica evidente o papel decisivo da cultura,

em sentido amplo, na construção da subjetividade. Creio

que a atuação junto à família – Terapia de Família –

implica o conhecimento e a compreensão destes

elementos que influenciam e determinam a formação e

funcionamento familiar a cada momento de sua história.

[...] (SOUZA, 1996, p. 20).

Em grande quantidade, os profissionais de Serviço Social vêm se

especializando nas diferentes áreas no intuito de conquistar novos espaços. O

assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social,

intervindo para melhorar as condições de vida do usuário e disponibilizar

acesso às políticas socais. A adequada utilização desses instrumentos requer

uma contínua capacitação profissional que busque aprimorar seus

conhecimentos e habilidades nas suas diversas áreas de atuação.

O Serviço Social é uma profissão de caráter interventivo. Na sua

prática o Assistente Social, tanto nas ações terapêuticas como em outras

especialidades, enfrenta a necessidade de se capacitar, para exercer um

trabalho interdisciplinar com interface com profissionais de deferentes áreas.

O assistente social em seu exercício profissional, busca atualizar-se e

capacitar-se constantemente, a fim de oferecer respostas profissionais às

demandas oriundas dos processos sociais próprios da dinâmica da sociedade

brasileira.

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Dessa forma, o exercício da profissão prevê competências teórico-

práticas, ético-políticas, técnico-operativas para defender o seu campo de

trabalho, suas qualificações e funções profissionais. É ir além das rotinas

institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar

tendências e possibilidades nela presentes, passíveis de serem executadas.

IAMAMOTO destaca:

“A afirmação de um perfil profissional propositivo requer

um profissional de novo tipo, comprometido com sua

atualização permanente. Capaz de sintonizar-se com o

ritmo das mudanças que presidem o cenário social

contemporâneo, em que “tudo que é sólido, desmancha-

se no ar”. Profissional que, também seja um pesquisador,

que invista em sua formação intelectual e cultural, e no

acompanhamento histórico-conjuntural dos processos

sociais, para deles extrair potenciais, propostas de

trabalhos, ali presentes como possibilidades,

transformando-as em alternativas profissionais” (2000, p.

145).

O trabalho com as famílias de dependentes químicos, nas suas mais

diversas configurações, compõe o cotidiano de trabalho do assistente social na

totalidade de suas intervenções. Entendemos que principalmente o que deve

nortear um trabalho social com famílias é o reconhecimento que as pessoas

são ou pode vir a ser autores e atores de sua própria história a partir do resgate

de seus saberes e quereres, da reconstrução de valores identificação de

habilidade e potencialidades, tendo em vista uma perspectiva emancipatória.

A seguir, depoimentos da Assistente Social e Terapeuta de Família:

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“O meu objeto de trabalho enquanto Assistente Social e Terapeuta Familiar, é a é a família e/ou dependente químico. E, o meu objetivo é realizar uma escuta qualificada para a identificação do diagnóstico com base nas situações sociais e emocionais que envolvem o desenvolvimento da família assistida que terá como objeto o alcance deste dependente no processo de reinserção social, valorizado pelas nuances que perpassam pelo conceito do ser humano dentro do contexto biopsicossocial.” “Os instrumentos que utilizo no planejamento, na intervenção e na sistematização do meu trabalho é a reunião com a equipe interdisciplinar, sistematizando as ações profissionais. A sistematização contribui para a formulação de estratégias de ação apoiadas na própria reflexão sobre a experiência profissional.” “Os fundamentos teóricos presentes no trabalho profissional que subsidiam as referidas práticas terapêuticas devem seguir os conceitos contidos na didática do Serviço Social, assim como na especificação da formulação psicanalítica da teoria do desenvolvimento.”

Os instrumentos são variados: Entrevistas motivacionais

(questionários) com a família e o dependente químico; atendimento individual

e/ou grupal; formulação de prontuário técnico. Alguns profissionais

desenvolvem a Técnica Cognitivo-comportamental. Através de palestras,

dinâmicas de grupo, sensibilização da família e do dependente químico quanto

a condição de co-dependência.

Nessa metodologia Cognitivo-comportamental, envolve a prevenção da

recaída, o desenvolvimento de estratégias de autocontrole para que o indivíduo

seja o agente de suas próprias mudanças comportamentais.

Vale ressaltar que a qualidade de vida das famílias e dos dependentes

químicos, sempre será um conceito que avalia as condições da existência do

ser humano em relação ao ambiente que o cerca. Com isso, a melhoria da

qualidade de vida se representa como algo mais que um nível de vida particular

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elevado, pois pressupõe uma infra-estrutura social pública capaz de atuar em

benefício do bem comum.

É necessária uma prática profissional eficaz diante as famílias, não só

no sentido de atender dentro de suas especificidades, mas de atuar em uma

prática investigativa. E é através desta investigação que o profissional

consegue visualizar e propor mudanças que contemplem desde a avaliação

das políticas sociais e programas até a implementação de uma nova gestão de

políticas sociais para dar conta desta situação.

"Assim torna-se prioritário que a família perceba que a

mudança de sua vida depende muito da sua participação

em movimentos reivindicatórios organizados, em busca

de melhores condições de vida" (MIOTO, 1997, p.125).

O fato da família, muitas vezes não saber o que fazer ou como agir

diante das drogas remete-os a uma disfunção no vínculo familiar. Há uma

tendência dos familiares de se sentirem culpados e envergonhados por

estarem nesta situação. Há ainda a inversões dos papéis e funções na família.

“A família que solicita ajuda é aquela que, por si só, não

se sente em condições de viver dentro de níveis de

angustia suportáveis, parecendo já haver tentado todas as

alternativas de solução a seu alcance.” (SOUZA,

1996:163).

Os critérios de ajuda e doença são extremamente variáveis e

subjetivos, sofrendo influencia determinante dos valores individuais como de

todo o contexto cultural. A compreensão do eu se passa com aquela

determinada família é o primeiro e decisivo passo no processo de ajuda.

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Para finalizar, citamos então, estratégias de ações que podem ser

realizadas pelo Serviço Social junto às famílias:

ü Abordagem familiar inicial (coleta de dados, aspectos socioeconômicos,

composição familiar e relações familiares);

ü Avaliação médica especializada (neuro ou psiquiatra) para verificarmos

possíveis comprometimentos orgânicos e justificar o comportamento

apresentado pelo dependente químico;

ü Construção da rede social e do genograma como instrumento para

identificar as relações interpessoais dos genitores. Com o intuito de

observar seus históricos familiares devido a falta de vínculos familiares;

ü Verificar as condições socioeconômicas da família para possível

encaminhamento aos benefícios necessários existentes;

ü Acompanhamento contínuo à família mediante visitas domiciliares,

visando conhecer sua dinâmica familiar;

ü Inserção da família em ciclo de palestras sócio-educativas e preventivas

que abordem questões como: higiene, doenças, hábitos alimentares,

etc.

Enquanto terapeuta de família, o assistente social, busca cada vez

mais uma visão global da realidade familiar para que diferentes

contribuições se tornem necessárias, buscando alternativas pra

minimizar os conflitos familiares.

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CONCLUSÃO

Pelo presente estudo, percebe-se que as problemáticas envolvendo a

dependência química atingem e interferem nas relações familiares e sociais

que perpassam todas as classes sociais e independem de idade, escolaridade,

cor, raça e nacionalidade.

Nas famílias, onde há dependentes químicos, percebe-se uma

fragilidade emocional, física, psicológica e financeira, trazendo implicações à

vida dos usuários e em suas relações familiares, impulsionando níveis de

desigualdade, afetando as relações intrafamiliares. É nesse contexto que o

Serviço Social é chamado a intervir.

Segundo a abordagem da terapia familiar sistêmica que se fundamenta

na inter relação das partes de um todo, intuímos que o dependente químico

não poderá ser visto, ouvido ou tratado de forma isolada, desconectado dos

subsistemas onde está inserido.

Na Teoria Sistêmica, um sistema é composto de várias partes e que

estas partes estão sempre coerentes com entorno e o próprio sistema também

está coerente com entorno de outro sistema. Há um determinado padrão de

funcionamento entre si, tem sempre algo que emerge que é maior. É preciso

explicar a interação dessas partes.

Em relação a atuação do Assistente Social enquanto Terapeuta de

Família, entendo a preocupação do Conselho Federal de Serviço Social, visto

ser o órgão julgador de primeira instância, tendo a competência de fiscalizar a

prática exercida pelos profissionais, instituições e organizações que fazem

parte da categoria.

A terapia familiar é justamente, um espaço de oportunidades, para que

possam discutir assuntos abordando a dependência química e sua

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complexidade, onde cada família apresenta suas necessidades e dificuldades

em seu convívio familiar. A intervenção do assistente social junto às famílias

deve incluir ações direcionadas à formulação e à implementação de políticas

sociais que dêem condições para a sobrevivência do grupo familiar.

Ao Serviço Social cabe uma intervenção dinâmica e transformadora,

pois a sua atuação tem como meta buscar novas formas de lidar com as

demandas apresentadas nessa área de dependência química.

Junto a Assistente Social Terapeuta de Família, foi observado que a

influencia da teoria sistêmica no Serviço Social tem se dado na orientação dos

trabalhos com famílias. À medida que a família encontra um espaço para falar

de suas vivências, ela começa a desenvolver mudanças em suas atitudes,

tornando-se consciente e capaz de ver as coisas como realmente são,

encontrando maneiras saudáveis e apropriadas de lidar com tais situações.

É preciso acompanhar o movimento da sociedade e visualizar os novos

espaços de especialização e atuação, como possibilidades de intervir sobre

uma realidade social concreta, ampliando sua ação profissional.

Isto significa assumir o pressuposto da ação investigativa como novas

possibilidades de intervenção, na medida em que desvela o contraditório e

produz as condições necessárias para o enfrentamento e superação das

questões sociais que se apresentam cotidianamente.

Uma atitude investigativa permite revelar a essência do problema e

pensar o novo, e por isso, teoria e método mesmo sendo elementos distintos,

devem ser coerentes entre si. A teoria fundamenta a prática e encontra-se no

nível da abstração e, o método, por sua vez norteia a prática. Ambos devem

ser incorporados no agir profissional.

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A pesquisa permitiu compreender que o trabalho destes assistentes

sociais terapeutas de família deve ser realizados sob a perspectiva da

totalidade, não visualizando apenas o indivíduo, mas as relações mais amplas,

buscando formas de intervenção para sua transformação, a partir de

atendimentos às demandas mais imediatas que se fazem presente no cotidiano

do profissional.

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ANEXOS

• Qual o objeto do trabalho do Assistente Social?

• Qual o objetivo do trabalho profissional?

• Quais os instrumentos utilizados pelo Assistente Social no planejamento, na sistematização e na intervenção do trabalho profissional?

• Quais as atribuições do Assistente Social nas práticas

terapêuticas?

Perguntas feitas para Assistente Social e Terapeuta Familiar, Luciana da Silva Mancinho, que trabalha no Hospital de Guarnição da Vila

Militar/ RJ.

*perguntas questionadas pelo CFESS.