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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Por: Arinaldo Gomes da Silva
Orientador
Prof. Anselmo de Souza Ferreira
RIO DE JANEIRO
2012
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
Apresentação de monografia à AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em
Direito Público e Direito Tributário.
Por: Arinaldo Gomes da Silva
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, à minha família, a meus amigos e
especialmente ao querido grupo que foi criado ao
longo desses anos de convivência, do qual fizeram
parte de minha trajetória. Obrigada por tudo!
3
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu amado pai,
Arynelson Gomes da Silva (em memória) e a
minha mãe, Nilda Gomes da Silva, que
sempre demonstraram exemplo de dedicação
e amor.
4
RESUMO
Trata o presente trabalho de um estudo da maior importância e
relevância no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro em relação à
esfera tributária, os princípios constitucionais desde os tempos
primórdios são extremamente utilizados pela sociedade como um todo,
atuando como agentes inspiradores e auxiliadores para fundamentação
das relações jurídicas, a temática principal a ser abordada é amplitude
e relevância dos princípios constitucionais no Direito Tributário,
delimitando-os e contextualizando-os mais especificamente, dentre
tantos princípios oriundos da Constituição Federal Brasileira, seus
objetivos dentro da esfera tributária causam entre muitos doutrinadores
e magistrados, no que tange sua aplicabilidade determinados conflitos
a serem dirimidos, princípios este como o da legalidade, pessoalidade
e mais intrínsecos do âmbito tributário como o da capacidade
contributiva serão alvo de pesquisa no decorrer da monografia.
5
METODOLOGIA
A metodologia a ser adotada está condicionada à natureza do trabalho. O
problema a ser analisado será desenvolvido de forma adequada através de um estudo
baseado na literatura recente e devidamente selecionada. Adapta-se ao tema
monográfico que pretende analisar.
Adota-se a pesquisa bibliográfica por estar de acordo com a natureza do
problema a ser investigado. Todas as informações indispensáveis ao presente trabalho
estão em fontes escritas tais como livros, artigos, revistas, teses e dissertações.
Também fontes documentais favorecem a natureza do tema. Devido à natureza dos
dados que serão levantados para a monografia em questão, o tratamento é
principalmente qualitativo, o que se revela suficiente para o tipo de pesquisa
empreendido.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
CAPITULO I – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ............................................ 9
CAPITULO II - PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS FORMAIS.....................................19
CAPITULO III - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA,,,,,,29
CAPÍTULO IV -PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS....................38
CONCLUSÃO......................................................................................................47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..........................................................................49
ÍNDICE................................................................................................................51
FOLHA DE AVALIÇÃO.......................................................................................53
7
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal Brasileira ao longo dos anos desde sua primeira criação
sempre demonstrou ser grande agente auxiliadora e limitadora do Estado sobre a
sociedade. Com a inserção dos princípios constitucionais na Magna Carta estes se
instituíram no ordenamento jurídico brasileiro como grandes auxiliadores nas relações
jurídicas de todas as áreas do direito brasileiro.
Os princípios constitucionais criados pelo Poder Legislativo com a finalidade de
limitar o poder estatal contribuíram e contribuem até hoje para que o bem maior da
sociedade, o cidadão, seja resguardado e que não haja sua conseqüente lesão seja ela
patrimonial, pessoal, dentre outros bens.
Desde os tempos primórdios as lutas entre as classes majoritárias e minoritárias
e alvo de busca para solução tanto na doutrina como no sistema legal brasileiro. A
criação dos princípios constitucionais, neste sistema tende por atuar como instrumento
normativo nivelador destas classes. Na esfera tributária os princípios constitucionais
refletem a inserção de limites ao Estado e que o contribuinte possa ter o direito de
contestar o próprio dentro do Poder Judiciário auxiliado pelos princípios constitucionais
instituídos no direito tributário.
A materialidade dos princípios constitucionais tributário, temática a ser abordada
mais especificamente no decorrer do estudo, tem por foco atribuir mais sua essência
normativa do que propriamente seu exercício legalista. Desta forma, tem-se como o
exemplo o princípio da legalidade tributária que mesmo sendo um dos mais relevantes
princípios constitucionais aplicado ao Direito Tributário, é alvo de intensos conflitos
entre doutrinadores e Doutos Magistrado, por sua forma de coibição a autonomia de
tributos dos entes federativos.
Inicialmente será contextualizado o posicionamento jurídico do sistema
constitucional, seus regramentos, tendo por sua compreensão a tentativa de
interpretação dos princípios constitucionais tributários e sua conseqüente eficácia no
ordenamento jurídico.
8
No decorrer da monografia serão analisados determinados princípios
constitucionais tributários bem como suas finalidades, sua aplicabilidade e
principalmente a delimitação destes como auxiliadores dos contribuintes. Ao canalizar
e definir tais princípios como sobre-princípios do Direito Tributário, averiguando
possíveis espaços a serem preenchidos e conflitos a serem dirimidos.
Tendo por objeto de análise especifica a capacidade de divergências entre os
doutrinadores ao analisar o cabimento de determinados princípios constitucionais
tributários através de diferentes pontos de vista doutrinários possibilitando o confronto
existente entre o benefício do contribuinte em sua incapacidade provisória ou
permanente, quando sofre lesões em seus impostos.
9
CAPITULO I
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1 A ORIGEM DO SISTEMA CONSTITUCIONAL
O sistema jurídico brasileiro tem em sua amplitude doutrinaria determinadas
esferas jurídicas norteadas por princípios constitucionais que amparam e resguardam a
sociedade como amparam o sistema doutrinário em geral. Dentro deste ordenamento o
Direito Tributário, foco principal da temática, não poderia restar-se sem instituir os
princípios constitucionais em seu âmbito.
O sistema constitucional brasileiro é fundamento de qualquer eficácia e aplicação
jurídica, dentre elas o direito tributarista. Esta legislação principiológica vem disposta no
capítulo I, do título VI, da Constituição da República Federativa do Brasil, estando
expressa toda a normatização do sistema constitucional tributário,como será analisado
no decorrer do capitulo.
Ao corroborar e ratificar a importância do sistema constitucional, mais
objetivamente no que diz respeito a seus princípios, dentro do âmbito tributário,
sintetiza tal temática em questão o autor Aliomar Barreiro (2001):
A essência de regras e princípios, tal como se expõe, possibilita a decodificação, nos parâmetros de um constitucionalismo adequado, a estruturação sistêmica constitucional, isto é, possibilita a compreensão da constituição como sistema aberto de regras e princípios ( BALEEIR, 2001, p.34 ).
Contudo, é de extrema necessidade compreender a real importância do sistema
de princípios constitucionais como principais fundamentos do sistema tributário
brasileiro. O Direito Tributário exerce a integração e autonomia entre os poderes
10
Legislativo, Executivo, Judiciário, tendo nos princípios tanto constitucionais tributários o
embasamento para sua normatização legal.
Desta forma, na análise do jurista Ricardo Lobo Torres (2006) a condição dada
de superioridade hierárquica dos princípios constitucionais tributários e suas regras, de
todo o sistema legal brasileiro:
O mínimo é direito subjetivo protegido negativamente contra a intervenção do Estado e, ao mesmo tempo, garantido positivamente pelas prestações estatais. Diz-se, pois, que é direito de status negativus e de status positivus, sendo certo que não raro se convertem uma na outra ou se complicam mutuamente a proteção constitucional positiva e a negativa(TORRES,2006,p.111)
Entretanto a realidade jurídica, ainda é constituída e cercada de controvérsias
doutrinarias quanto a sua aplicabilidade dentro do sistema tributário brasileiro em
relação a seus princípios constitucionais norteadores. A Constituição Brasileira tem em
seu rol de princípios um rol não taxativo mas sim exemplificativo, caracterizando dentro
do Direito Tributário, mas precisamente em seus princípios, objetos de estudo a serem
analisados.
No mesmo entendimento idealiza o autor supracitado que a propositura da
temática de princípios possibilita que a essência normativa dentro de uma
regulamentação tributária objetiva, através de normatização e o regramento das
condutas humanas pelo sistema constitucional funcione :
Na realização desta conexão de princípios doutrinários tributários e constitucionais , poder-se-ia ter um sistema dotado de plena segurança jurídica, porém desfalcado da necessária flexibilidade para trabalhar regras e, consequentemente, buscar um melhor balanceamento dos valores e interesses presentes em uma sociedade eminentemente pluralista, como as sociedades modernas (COELHO,2005).
Do mesmo modo a obtenção de um sistema com princípios tanto constitucionais
como tributários serem de cunho simplesmente principiológico, com o objetivo simples
de visar o regramento e normatização da conduta humana, se verifica por sua
11
notoriedade que os princípios constitucionais do direito tributário, são dotados de
conceituações jurídicas amplas e indefinidas , na maioria dos casos,possibilitando o
equilíbrio dos valores normativos tributários, ao atuar no equilíbrio de valores.
1.2 SUBSISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
Conforme já analisado anteriormente o sistema principiológico constitucional
brasileiro é de extrema importância para o ordenamento tributário brasileiro e sua
aplicação legal.Com isso, é necessário analisar a natureza jurídica deste fundamento
que tal fielmente é defendido por doutrinadores e juristas como subsistema
constitucional, ou seja, o Sistema Constitucional Tributário, estes oriundos da
Constituição Federal Brasileira. No entendimento do doutrinador Ricardo Lobo Torres
(2006 ) acerca da temática abordada o sistema constitucional tributário:
"por depender da situação econômica do país e da riqueza nacional, sendo que tal status é de "suma importância para o aperfeiçoamento do Estado Social de Direito, sob a sua configuração de Estado de Prestações e em sua missão de protetor dos direitos sociais e de curador da vida social, responsável pela previsão ou cura da existência(TORRES,2006,p.32) ".
O sistema constitucional tributário é caracterizado pela supremacia estatal,
sendo público e notório, sua classificação como subsistema, ou seja, o Estado exerce
certa imposição tributária, através do exercício de poderes em sua área de
regulamentação normativa atuando como fonte de resguardo de seus contribuintes
perante a determinação dos mesmos.
Cabe salientar que os princípios que se propagam dentro do Direito Tributário
Nacional, os princípios gerais constitucionais, não possuem aplicação somente na área
tributária, como também em todas as esferas jurídicas do ordenamento jurídico
12
brasileiro. Conforme já analisado anteriormente os princípios constitucionais tributários
são instrumentos normativos essenciais para a complementação de princípios
norteadores do Direito Tributário específicos.
Na análise da autora Sacha Calmon (2007) sobre o subsistema constitucional
tributário este, pode ser classificado em determinados períodos:
O primeiro seria o da repartição das competências tributárias entre União, Estados e os Municípios, sendo o segundo o dos princípios tributários e das limitações ao poder de tributar, e por final o terceiro sendo o da divisão direta e indireta do fruto da arrecadação dos impostos entre as pessoas políticas da Federação (participação de uns na arrecadação de outros (COELHO,2007,p.02).
É necessário analisar que intrinsecamente no subsistema constitucional
tributário, as afirmativas da autora supracitada se validam, ao se verificar que tais
períodos não integram propriamente a este subsistema, por não estar inserido no
Sistema Tributário nacional, mesmo assim ser fator conector do direito financeiro
brasileiro.
1.3 PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
A Constituição Federal Brasileira assegura dentro da sua legislação, princípios
para o sistema tributário expressos em seus dispositivos normatizadores. Tais
princípios tanto gerais quanto específicos no Direito Tributário, norteiam em sentido
amplo princípios implícitos e eficaz aplicabilidade neste sistema jurídico.
Dentro desta linha de entendimento, é necessário salientar que tais princípios
constitucionais exercem como função de reais comandos ordenadores do sistema. Ao
13
entender a verdadeira importância dos princípios constitucionais dentro do sistema
tributário nacional, a principal dúvida gerada é qual a finalidade e compreender destes
regramentos jurídicos. No entender de Roque Antonio Carraza (2008):
"são idéias-matrizes dessas regras singulares, vetores de todo o conjunto mandamental, fontes de inspiração de cada modelo deôntico, de sorte a operar como verdadeiro critério do mais íntimo significado do sistema como um todo e de cada qual de suas partes(CARRAZA, 2008,p.33)"
Conforme será analisado futuramente, serão ponderados determinados
princípios constitucionais gerais que estão inseridos dentro do Direito Tributário
brasileiro.
1.3.1.Princípio da Segurança Jurídica
Este princípio reflete principalmente a necessidade do resguardo ao
contribuinte, principalmente como foco especifico da temática, o amparo constitucional
a sociedade tributarista, seja ela jurídica ou física. O principio da segurança jurídica
proporciona o oferecimento de segurança ao contribuinte quando este tenta pleitear
seus direitos perante o judiciário. O principio da segurança jurídica viabiliza o acesso
coeso aos instrumentos jurídicos pertinentes a sua defesa ou acusação.
O princípio constitucional da segurança jurídica norteia o Direito Tributário
brasileiro por admitir a integridade do contribuinte sendo resguardada pelo poder
estatal. No entender do doutrinador Paulo Barros de Carvalho (2009) o princípio da
segurança jurídica se reflete:
"(...)é resultado de fatores sistêmicos que utilizam o primeiro de modo racional e objetivo, mas dirigido à implantação de um valor exclusivo, qual seja o de dispor do fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta (CARVALHO,2009,p.128)."
14
O princípio da segurança jurídica é pautado em determinados aspectos sendo
eles a irretroatividade e a efetividade. O primeiro advém do direito que o Estado possui
de proteger o passado através do fundamento da irretroatividade e de se estabelecer
no futuro, com sua aplicação de princípios e regras. Já o segundo se detém implícito
para solucionar e adequar este fundamento implícito ao principio constitucional
tributário.
O princípio da segurança jurídica, segundo o esclarecimento do professor Paulo
de Barros (2007):
"(...) é decorrência de fatores sistêmicos que utilizam o primeiro de modo racional e objetivo, mas dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta. (CARVALHO,2007,p.12)"
1.3.2.Princípio da Justiça
Dentro do rol dos princípios constitucionais tributários, o principio da justiça é
determinado como supremo. Ao ser apresentado como fator preponderante no suporte
do sistema legal, em que pese, pelo seu próprio conteúdo eminentemente abstrato, e
nitidamente composto de forte carga ideológica, ser muitas vezes inserido como
instrumento normatizador nos mais diversos casos. Na concepção do doutrinador Paulo
Barros de Carvalho (2009) este princípio norteados de todas as áreas jurídicas, em
especial a tributária é compreendido:
Realiza-se o primado da justiça quando implementamos outros princípios, o que equivale a elegê-lo como sobre princípio. E na plataforma privilegiada dos sobre princípios ocupa o lugar preeminente. Nenhum outro o sobrepuja, ainda porque para ele trabalham. (CARVALHO,2009,p.143)
15
Este princípio está relacionado com a necessidade de que o sistema ofereça
segurança ao indivíduo, enquanto ele está à procura de seu direito, proporcionando um
sentimento de previsibilidade no seio social, no que diz respeito aos instrumentais
jurídicos.
A primazia da segurança jurídica pode ser embasada em dois fatores. O primeiro
aborda a necessidade de que o passado seja protegido por meio da irretroatividade e
de que, no futuro, ele seja instituído pela aplicação das regras e dos princípios
apropriados à resolução de problemas com fins jurídicos. Já o segundo fator trata da
efetividade imperativa deste sobre-princípio, o qual, considera-se que também se
encontra implícito ao sistema.
1.3.3. Princípio da certeza do direito
Na mesma categoria e classificação dos princípios acima citados, o principio da
certeza do direito é classificado também, entre doutrinadores e juristas como
subprincípio constitucional tributário. Tendo por finalidade o não cabimento do Douto
Juízo de deixar que relação jurídica, objeto da lide, fique sem a adequada certeza
estabelecida. Ratifique-se que o sistema legal brasileiro impõe como requisito
imprescindível, a certeza para validar a lide.
No entender do autor supracitado: ao substanciar a necessidade prévia da
segurança do contribuinte, o sistema empírico do direito avalia a certeza como
postulado imperioso para uma convivência social organizada (CARVALHO,2009).
O princípio da certeza jurídica é implícito no Sistema Tributário Brasileiro,
entretanto em todas as magnas diretrizes do sistema legal atuam no sentido de aplicá-
lo de forma eficaz. O direito tributário possui em seu rol de normas, princípios que
auxiliam tanto a manutenção de sua esfera jurídica quanto servem de instrumento para
interpretação de diversas lidem. Tais princípios elucidam o sistema tributário nacional e
dentre alguns já analisados anteriormente em um momento inicial do estudo, há
princípios que mesmo sendo oriundos da Constituição Federal apresentam sua
aplicabilidade na área tributária.
16
O princípio da certeza do direito apresenta certa similaridade com o princípio da
justiça, justamente por estar implícito, sua definição como o principio da justiça é
usualmente qualificada como sobre-principio, tendo por sua finalidade principal impor
ao Douto Juízo que a lide terá uma certeza estabelecida até a sua finalização, tendo
como requisito primordial para validar a relação jurídica a certeza do direito.
Este princípio mesmo corroborando para o rol dos princípios fundamentais
promove dentro do sistema tributarista a certeza do contribuinte em ter sua lide validada
dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Na ótica do autor Paulo Barros a primeira
necessidade do individuo é sua segurança jurídica, o postulado prevê a segurança
como elemento primordial para uma convivência harmonizada na sociedade.
Vale ressaltar que o principio da certeza do direito como sobre-princípio
exerce função distinta dos outros atuando na esfera tributária como pressuposto dos
demais, ao ser verificada sua extrema importância e relevância tanto doutrinariamente
como principalmente juridicamente para o sistema legal e em especifico para o
contribuinte.
1.4 DISTINÇÃO ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS NA NORMA TRIBUTÁRIA
Pelo entendimento doutrinário, a distinção entre princípios e regras dentro da
norma tributária é foco interessante de grandes questionamentos dentro do sistema
jurídico brasileiro. A fundamentação e aplicabilidade de um não possui a mesma
natureza do outro. Tais categorias principiológicas podem ser revestidas em sua
definição ou propriamente em sua norma. Na concepção e definição de Celso Antonio
Bandeira de Melo(2006) tais diferenças se dão:
"Princípio – como já averbamos alhures- é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental
17
que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhe o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo. ( MELO,2006,p.545) ".
Tais institutos apresentam em sua estruturação determinados aspectos
apresentam distinções entre ambos. Tendo o vocabulário princípio, origem etimológica,
definido pela idealização de começo, de início ou origem. O que permite concluir que o
princípio é essencial e sua valoração se fundamenta como fator originário de
adequação, interpretação e aplicabilidade de um sistema jurídico solidificado.
O grau de aplicabilidade das regras dentro do ordenamento jurídico apresenta
um grau de efetivação da norma como forma mais ampla, enquanto a finalidade dos
princípios vislumbram a conduta humana, estabelecendo pautas e comportamentos. No
expressar de Roque Carraza (2008) a definição de princípio jurídico pode ser
vislumbrada:
"princípio jurídico é um enunciado lógico, implícito ou explícito, que, por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência nos vastos quadrantes do direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o entendimento e a aplicação das normas jurídicas que com ele se conectam(CARRAZA,2008,p.36)."
Entre tantas distinções que podem ser delimitadas os princípios constitucionais
tributários, mesmo não havendo precisão de critérios objetivos, alguns podem ser
determinados. Tendo por exemplo: as regras possuírem eficácia dentro do sistema legal
na ocorrência de um possível conflito, a exclusão de uma delas, o mesmo não ocorre
com os princípios por serem normas passíveis de convivência harmônica entre si.
Outra distinção que pode ser delimitada entre regras e princípios que vale ser
pontuada permitem que as regras conceituem os modais de deontologia do que é
18
permitido e obrigado, já os princípios traduzem a obrigatoriedade da norma, compatível
com graus de concretização.
No posicionamento do autor Yuri Carneiro Coelho(2005) esta distinção se afirma:
Em sendo assim, cumpre-nos apenas acrescentar que esta distinção se aplica perfeitamente aos objetivos de nosso estudo, na medida em que delineiam-se perfeitamente agora as funções das regras e dos princípios no âmbito do sistema, devendo ser aplicadas estas definições ao campo do direito tributário, o que nos fará trabalhar conseqüentemente com o conceito de normas tributárias que têm como espécies os princípios constitucionais tributários e as regras tributárias.(COELHO,2005)
As duas faces das normas jurídicas, regras e princípios, ressaltam a
compreensão e interpretação de ambas dentro do sistema legal brasileiro, mas
precisamente dentro do direito tributário brasileiro.
A doutrina estrangeira e nacional de direito constitucional possui em boa
avaliação, partindo para a distinção entre princípio e regra, incluindo-os no círculo da
norma jurídica, porém ocupando as dois espaços diversificados justamente em prol
desta distinção.
Assim sendo, em face do posicionamento doutrinário ora elencado, cabe afirmar
que determinadas conclusões, quais sejam: a de que os princípios são pautas de
valores, mandamentos de natureza nuclear do sistema jurídico, que direcionam e
efetivam a aplicação das normas jurídicas.
19
CAPITULO II
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS FORMAIS
O Direito Tributário possui em seu rol de princípios além dos gerais
constitucionais a integração de princípios específicos em sua fundamentação jurídica
que atuam também como agentes inspiradores para interpretação de determinadas
lides. No decorrer do capitulo será analisado determinados princípios constitucionais
tributários específicos oriundos do Direito Tributário que auxiliam tanto o Poder
Judiciário, quanto a seus contribuintes em geral.
2.1 PRINCIPIOS DA ANTERIORIDADE E IRRETROATIVIDADE
O princípio da irretroatividade e da anterioridade mesmo sendo princípios gerais
oriundos da Constituição Federal Brasileira possuem aplicabilidade direta dentro do
ordenamento jurídico na esfera tributária. Tais princípios possuem dentro de doutrina
certas similaridades como também certas distinções em sua essência.
A previsão legal do princípio da anterioridade tributária esta prevista na
Constituição federal em seu dispositivo legal, através do artigo 150, inciso III, alínea “b”
que estabelece:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (BRASIL,2012,p.56)”
20
Este princípio possui por função, que com exceção das normas constitucionais
expressamente previstas, dispondo de leis que criam ou elevam os tributos, devem ser
publicadas no ano anterior ao de início da cobrança do tributo a que se detém.
O princípio da anterioridade no direito tributário está interligado ao princípio da
"não-surpresa tributária", ao visar o amparo do contribuinte para que o mesmo não seja
surpreendido com novos, tributos ou taxas de maneira aleatória, sem ter o prazo
necessário para ter conhecimento da legislação pertinente e até seu exercício, planejar
melhor em seu controle o orçamento, seja ele familiar ou empresarial. No entendimento
do doutrinador Hugo de brito Machado (2007) acerca do princípio da anterioridade pode
ser elucidado:
"A lei fiscal há de ser anterior ao exercício financeiro em que o Estado arrecada o tributo. Com isto se possibilita o planejamento anual das atividades econômicas, sem o inconveniente da insegurança, pela incerteza quanto ao ônus tributário a ser considerado. (MACHADO,2007,p.96) "
O entendimento do STF, através da ADIN 939, assegura tal principio
classificando-o como cláusula pétrea, por ser direito garantidor do contribuinte
individualmente, sendo ratificados pelos dispositivos legais da Carta Magna.
Dentro do rol de princípios que norteiam o Direito Tributário, foco principal da
temática abordada, cabe salientar também o principio da irretroatividade, este como o
principio da anterioridade presente no artigo 150, inciso III, alínea “a”, da Constituição
Federal que assim expressa que em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Através deste princípio constitucional tributário inserido no artigo 150, foi incluído
também na Carta Magna no artigo 5° em função de ampliar sua eficácia dentro do
ordenamento jurídico brasileiro, acarretando a este principio uma forma mais
generalizada, retirando-o do trato mais especifico no capitulo destinado somente ao
direito tributário nacional. No entender de Kiyoshi Harada (2004) reflete o principio da
irretroatividade:
21
"...em um presente ainda não concluído, porém em vias de formar o fato jurídico e as relações jurídicas...no caso dos impostos periódicos, ela é editada no curso do ano, antes do termo final do nascimento do direito. Na verdade, isso foi deduzido da técnica do e não da realidade dos fatos. Aumentos do Imposto de Renda e das Sociedades para o ano de 1980 são admitidos também ainda em dezembro de 1980. (HARADA,2004,p.145)”
Contudo o principio da irretroatividade tem posicionamento distinto entre
doutrinadores e Douto Julgados. O Supremo Tribunal Federal criou a Súmula n°594, no
qual dispunha sobre o Imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base,
aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a
declaração.
No que tange a matéria tributária tal disposição sumular se restou enfraquecida,
por diante da previsão constitucional proibir que uma nova lei criada permitisse o
alcance de fatos geradores passados. Ocorrendo a falta de aplicabilidade da súmula do
Supremo, perante a normatização constitucional brasileira. Posicionamento este que
boa parte do entendimento jurisprudencial vinha adotando no ordenamento jurídico
brasileiro.
Originado da doutrina alemã, o princípio da irretroatividade, versado como
princípio constitucional, visando alcançar os contribuintes sem transparecer que a lei
retroativa insulta por completo o princípio da irretroatividade.
2.2 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE
O princípio da anualidade, dentro do direito tributarista se aplica mais
precisamente ao direito orçamentário, constitui, que as receitas e as despesas,
correntes e de capital, podendo ser presumidas com embasamento em planos e
programas com prazo de um ano.
22
Vale salientar que tal princípio não possui aplicação dentro do direito tributário,
pois dentro do ordenamento jurídico brasileiro, não há previsão de autorização
orçamentária para sua cobrança. Na concepção do doutrinador Kiyoshi Harada (2004) a
reflexão sobre o principio da anualidade se dá:
“Característica fundamental do orçamento é a sua periodicidade.(...) Daí o princípio da anualidade orçamentária que decorre de vários dispositivos expressos da Constituição Federal (arts. 48, II, 165, III, e §5º, e 166.” (HARADA,2004,p.78)
Tal princípio possui em seu objetivo o vislumbre da estabilidade econômica sob
um planejamento tributário. O princípio da anualidade impõe dentro da esfera tributária
a aliança com o princípio do orçamento programa, ou seja, o estabelecimento de
programas e metas integrando-se a supremacia estatal, com o cunho de melhor
planejar seus orçamentos e ter mais eficácia na prestação de serviços. Para o autor
Hugo de Brito Machado (2007) o princípio da anualidade se conceitua:
“A maior definição desse princípio está em seu fundamento econômico, tendo em vista que seria difícil se estabelecer previsão de gastos para ocasiões superiores a um ano sem incorrer em substanciais margens de erros, seja pela variação da moeda, seja pela alteração das necessidades coletivas no tempo.", afirmam os autores do curso "Orçamento público. Planejamento, execução e controle" (MACHADO,2007,p.94) .
Tendo em vista as necessidades da sociedade o princípio da anualidade
pressupõe com sua finalidade um possível planejamento orçamentário, visando a forma
de limitação de recursos atendo as precisões dos contribuintes .O poder estatal com
sua supremacia tem a função, dentre outras, a de estabilizar a economia, o princípio da
anualidade é somente um dos instrumentos de que se ampara o Estado para abranger
sua meta, qual seja, o planejamento orçamentário. Para Paulo, Vicente e Alexandrino
(2005) em relação ao planejamento orçamentário:
"O princípio da anualidade sobrevive e revive no sistema, com caráter dinâmico-operativo, porquanto o plano plurianual compõe regra sobre a
23
realização das despesas de capital e das relativas aos programas de duração continuada, mas não é operativo por si, mas sim por meio do orçamento anual.” (PAULO,2005,p.147) .
Nesta linha de raciocínio, a Constituição Federal, dispõe em seu artigo 165 o
qual prevê que a legislação, com iniciativa realizada pelo Poder Executivo, constituirá
os orçamentos anuais em conformidade com o plano plurianual e com a legislação das
diretrizes orçamentárias devendo haver determinados orçamentos como o de
investimento, fiscal, dentre outros. Salientando que todos devem ter eficácia a partir do
ano posterior a publicação da referida lei.
Na afirmativa de Kiyoshi Harada (2004) tal poder fiscalizador orçamentário
promove não apenas o Poder Executivo como também o Poder Legislativo
proporcionando a oportunidade de validar a previsão de receitas e de gastos
anualmente. O principio da anualidade em outro ponto de vista do autor Cláudio Farag
(2005) em questão dos planejamentos tributários:
"a Constituição mantém a anualidade, apenas para fins de periodização dos impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio, assim como para o planejamento das mudanças legislativo-tributárias” (FARAG,2005,p.30).
Na esfera tributária, o principio da anualidade dentro do ordenamento jurídico
brasileiro mesmo havendo um plano plurianual não retira o conteúdo deste princípio. É
necessário ressaltar, ainda, a essência de exceções ao princípio em explicação. Com
isso, a Carta Magna expressa, em seu artigo 167, parágrafo 3º, que créditos especiais e
extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício podendo ser reabertos
no exercício seguinte.
24
2.3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Tendo por análise a capacidade de divergência entre os doutrinadores discutindo
o cabimento ou não de determinados princípios constitucionais ou especificamente
tributários, averiguando por diferentes pontos de vista o confronto existente entre o
benefício do contribuinte em sua incapacidade provisória ou permanente, quando sofre
lesões em seus impostos.
O princípio da igualdade, ao contrário dos outros retro-mencionados, vem
expresso no art. 5º da Constituição, em seu caput, da seguinte forma:
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)"
De acordo com o caput do art. 5°, presente na Carta Magna, apresenta-se o
conteúdo que destaca os direitos e garantias primordiais do indivíduo social e quais são
os aspectos que revelam a importância da valorização desses princípios. Não há
dúvidas, porém, que os princípios referidos são sobrepostos integralmente ao âmbito
tributário, sendo até mesmo dimensionado na Constituição pela competência
contributiva. Isso significa dizer que, no que confere aos direitos e deveres individuais,
os tributos devem assim fazer parte da responsabilidade igualitária dos que pertencem
a um meio social em comum.
Sendo assim, antes de se pensar no modo como atua no Direito Tributário o
princípio da isonomia é importante constatar que a igualdade se dá pela relação entre
dois ou mais membros da sociedade integrados perante normas e fundamentos
comuns. Para tal, Humberto Ávila (2007, p. 40) aplica uma concepção de igualdade ou
desigualdade compreendida mediante casos, reais ou hipotéticos, que favorecem a
configuração do que é um tratamento igualitário.
25
Para se fazer um julgamento do que é igualdade, é primordial conhecer os
conceitos que evidenciam os aspectos que pressupõem o sentido de igualdade. Um
conceito de grande relevância é o da obtenção de uma medida, de um parâmetro
comparativo entre pessoas e circunstâncias. Há ainda uma necessidade de se observar
o elemento indicativo desta medida, o objeto a ser apreciado. Da mesma forma que
nenhum tipo de julgamento pode ser processado sem que haja um objetivo
determinado.
O sentido de isonomia precisa, então, ser apreendido pelo que a Carta Magna
confere como elemento constitucional e pelo aspecto de supraprincípio na qual se
apresenta. Segundo Humberto Ávila, não se deve, contudo, revelar apenas o modo
como algumas comparações não devem ser feitas. Por outro lado, o professor Hugo de
Brito Machado relata que não é suficiente a construção do parâmetro de igualdade.
Perante a lei, esse princípio é mais bem aplicado ao ser condicionado no próprio
conteúdo da lei.
As condições factuais não podem ser tratadas, neste contexto, como base
essencial para a compreensão das desigualdades. As divergências de entendimento
sempre existirão já que não é tarefa fácil traçar critérios admissíveis na titulação do que
é um tratamento desigual, principalmente quando o princípio da isonomia aplica-se em
âmbito tributário. Atualmente, vê-se isonomia como a mais relevante base nuclear que
faz parte do sistema constitucional brasileiro.
Como essência do sentido de democracia, a idéia de isonomia surge
primordialmente do fato de não haver república sem que haja igualdade. Entende-se
por democracia o regime de governo em que as decisões e o poder estão direta ou
indiretamente nas mãos do povo, ou ainda, todos possuem, pelo voto, uma igualdade
de condições diante dos direitos de exercício da cidadania. Não cabe a qualquer um
dos membros da sociedade um grau mais elevado de escolha pelo voto, modo pelo
qual o povo expõe a sua vontade na escolha de seus representantes.
26
“Art. 3º. Constituem-se objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. Garantir o desenvolvimento nacional;
III. Erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
Observa-se, neste aspecto, que não se pode compor uma sociedade justa, livre
e solidária se o propósito da igualdade não delinear a prática dos atos dentro do
domínio social. Ainda assim, com o fim de erradicar a marginalização e as
desigualdades considera-se que as vítimas são caracterizadas por não obterem, muitas
das vezes, uma situação igualitária com aqueles que as superaram. Sendo assim, a
isonomia parece atingir apenas os fins a serem constatados enquanto as bases não
alcançam um mesmo grau de investimento.
Para se pensar em construir uma sociedade fundamentada no que é realmente
uma República Federativa, deve-se entender que a igualdade entre os Estados e
Regiões é um conceito que apresenta, por si só, uma finalidade de “reduzir as
desigualdades sociais e regionais1”. Mediante uma leitura do inciso IV, a questão da
isonomia territorial traz a tona muita discussão de cunho sócio-político, além de revelar
o quanto algumas ações até então processadas se distanciam do que a Constituição
Federal firma primordialmente como diretriz de atuação e princípios nacionais.
Com o objetivo de favorecer o bem de todos, mediante aspectos revelados pelo
conceito de isonomia, o presente capítulo busca debater ainda sobre o caput art. 5° e
de que forma ele permanece evidenciando o quanto à relação entre democracia e
igualdade residem no contexto das normas nacionais. Pretende-se conduzir uma
1 Ávila, Humberto. Teoria da Igualdade Tributária. São Paulo: Malheiros, 2007, p.40.
27
reflexão sobre os princípios que regem não apenas o comportamento individual dos
membros sociais, mas também os parâmetros coletivos de legalidade.
No art. 5º está evidenciada a superioridade do princípio da isonomia. Já no caput
do artigo vem a primeira declaração: Diante da lei que rege a nação brasileira, todos
são iguais. A primeira forma de se interpretar a igualdade é a segurança dada, aos
brasileiros e estrangeiros residentes no país, da inviolabilidade do direito á vida, à
liberdade, á igualdade, á segurança e à propriedade. Sendo assim, delimita-se o
conteúdo deste princípio expresso na Constituição, que tem por função, mormente na
esfera tributária, pois é desta que aqui se procurou discutir, tratar os iguais de forma
igual e os desiguais de forma desigual.
2.4 PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE
Este dispositivo se associa à necessidade de que um determinado indivíduo seja
tributado, com base em suas características pessoais, porém sem que este encargo
seja transferido a terceiros. Vale destacar que a ocorrência da substituição tributária
não influencia no princípio da pessoalidade dos impostos.
O presente princípio se encontra incluído no artigo 145, § 1º da Constituição
Brasileira de 1988, juntamente com o princípio da capacidade contributiva, conforme
pode ser observado abaixo:
"Art.145.(...)§ 1º.Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais me nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte." (BRASIL, 2012,p.122).
28
É possível afirmar que a capacidade contributiva que o Estado depreende do
indivíduo considera a pessoa que será tributada. Desta forma, o princípio da
pessoalidade é abordado no mesmo parágrafo que o princípio da capacidade
contributiva. Conclui-se assim, o real sentido do princípio da pessoalidade.
29
CAPITULO III
PRINCIPIO DA LEGALIDADE
EM MATERIA TRIBUTÁRIA
O princípio da legalidade apesar de ser oriundo da Constituição Federal
Brasileiro, sendo um dos princípios mais amplos e utilizados dentro do ordenamento
jurídico pátrio detém sua doutrina em todas as esferas jurídicas.
Como será analisado no decorrer do capitulo tal princípio tanto é disposto e
aplicado na esfera tributária como é visto com forte amplitude dentro da matéria
principiológica tributarista. O princípio da legalidade tributária além de ter sua
valoração reconhecida dentro do sistema legal tributário também apresenta seu
entendimento solidificado entre os grandes julgados e doutrinadores.
3.1.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA.
O princípio constitucional da legalidade, sendo este um principio que norteia
todas as esferas jurídicas, pretende dentro do sistema legal jurídico apresentar o direito
objetivo da norma estatal perante a conduta do contribuinte brasileiro.
Dentro do rol dos princípios que regem o sistema tributário brasileiro, o principio
da legalidade possui seu valor normativo mais intensificado tendo sua normatização e
essência a prevalência de um direito garantidor do cidadão sobre o Estado, em sua
supremacia coercitiva. A Carta Magna dispõe este principio em seu artigo 5º, inciso II
que assim expressa:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será
30
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;(BRASIL,2012,p.45)
A inserção do princípio da legalidade na esfera tributária, tem como principal
finalidade garantir ao contribuinte que o poder estatal não poderá lesá-lo ou até mesmo
se exceder em suas normatizações sem um possível previsão legal, ou seja, conforme
o inciso supracitado a obrigação de fazer não poderá haver senão expressa em norma.
Cabe ressaltar que a Constituição Federal teve em seu objetivo limitar o Estado,
tendo neste princípio uma das principais conquistas legislativas para a sociedade em
toda modernidade. Havendo grande evolução nas normas não só tributárias como
também auxiliando em todas as áreas jurídicas do Poder Judiciário brasileiro. De
acordo com o entendimento do doutrinador José Afonso Silva (2009) acerca do
principio da legalidade:
"O princípio da legalidade é nota primordial em um Estado de direito. Nesse caso convém salientar que trata-se de um princípio basilar do Estado Democrático de Direito, porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática (SILVA,2009,p.420)."
Prevalece com isso, dentro do sistema tributarista, um principio que está
constituído dentro do rol de garantias fundamentais da Constituição, contribuindo em
sua instituição para um Estado Democrático de Direito, ao limitar a supremacia estatal
dentro da normatização legal. Como será analisado futuramente o princípio da
legalidade instituído para auxilia o contribuinte no que tange a esfera tributária
apresenta determinadas divergência entre doutrinadores e juristas.
O Sistema Tributário Nacional obtém neste principio, fonte principal dentro de
sua normatização na qual possibilita que dentre tantos principio tipificados, sendo eles
constitucionais gerais ou específicos da área tributária, o principio da legalidade sendo
defendido como principio geral e adequado na área tributária.
O princípio da legalidade dentro do entendimento dos Doutos Julgadores e de
qualificados doutrinadores suas corrente solidificadas e amplas de superação que este
31
princípio proporciona, tendo seu posicionamento pacificado no Direito Tributário, na
analise de seus elementos constitutivos para a averiguação dos princípios restantes
nesta alçada e servido de embasamento jurídico para o julgamento de lides tributárias e
nas analises de suas legislações.
Dentre a análise doutrinária o autor Ives Gandra Martins (2005) prioriza o
principio da legalidade, como garantia mais do que constitucional, tributária:
“se o princípio da legalidade limita o poder de tributário, colocando-o sob monopólio da lei escrita, proveniente do legislativo, a criação e majoração dos tributos, faz nascer o direito público subjetivo do cidadão contribuinte – exigir que os entes de governo interfiram na sua área particular de ação, criando ou aumentando tributos, através de lei (MARTINS,2005,P.123) "
O poder legislativo ao instituir o princípio da legalidade dentro do ordenamento
jurídico possibilitou que a autonomia dos entes federativos, dentro de sua autonomia
não se limitem somente ao Estado, como também a legislação no que se refere à
tributação, não permitindo, como expresso na citação acima que haja a incidência e
elevação tributaria desenfreada no sistema tributarista. A Carta Magna prevê em seu
dispositivo legal, através do artigo 150, inciso I o principio da legalidade versado no
capitulo tributário:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - Sem prejuízo de ouras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (Brasil, 2012, p.45)”.
A legislação tributaria, dentro do sistema jurídico aplica o princípio da legalidade
tributária de forma estrita, por conceber que apenas a lei ordinária pode criar o tributo
em seu sentido estrito. O sistema brasileiro dispõe que sua norma que eleva ou cria
tributos deverá ser editada somente pelo poder legislativo através de lei ordinária. Com
isto, este poder legislativo deve se qualificar como competente para tanto.
32
3.2. BREVE HISTÓRICO
Como será analisado de maneira geral o princípio da legalidade tributária
apresenta uma evolução histórica dentro do sistema legal brasileiro até ter seu
entendimento pacificado nos dias de hoje.
A aplicação do princípio constitucional legalista na alçada penalista teve seu
inicio no Brasil, com a promulgação da constituição de 1834, tendo sua essência
baseada na política individualista revolucionaria francesa, onde versava em seu art.
179, inciso XI, que ninguém será sentenciado senão por autoridade competente por
virtude de lei anterior, e na forma por ela prescrita.
A origem deste princípio encontra-se inserida na Constituição inglesa de 1215,
criada pelo conhecido Rei “João sem Terra”, instituindo a tributação do Estado, por seu
prévio consentimento, sendo a mesma monopolizada entre o conselho do reino. Anos
mais tarde o princípio da legalidade tributária foi aperfeiçoado em meados de 1689, no
mesmo território, sendo este princípio estendido para a declaração dos direitos do
homem e para a constituição americana. Na análise de Aliomar Balleeiro (2001), o
princípio da legalidade tributaria se originou no direito brasileiro:
"A Constituição Imperial de 1824, conquanto não se referisse expressamente à lei, firmava a competência legislativa para a tributação, tanto sob o aspecto da legalidade quanto da anualidade, como se vê do art. 171(todas as contribuições diretas...serão anualmente estabelecidas pela Assembléia...’) e também o art. 172(BALEEIRO,2001,p.98) "
Vale ressaltar que todas as Constituições brasileiras ao longo dos anos sempre
dispuseram do princípio da legalidade. A Magna Carta de 1891, expressou o princípio
da legalidade tributária de forma mais genérica, se restringindo na esfera tributária
tocante somente aos impostos, não na tributação como um todo.
33
Outra Constituição que aplicou o princípio da legalidade no Direito Tributário de
maneira mais geral foi a de 1934, mesmo já havendo neste período a distinção entre
impostos e taxas. Na linha evolutiva das constituições brasileiras, foi somente na
criação da Constituição Federal Brasileira de 1988 que, o princípio da legalidade
tributária teve sua aplicação mais precisa e de forma geral, especificando sua essência
e eficácia na área tributária, dentro do rol de seus artigos.
O artigo 150, em seu inciso I, da Constituição Federal Brasileira dispõe
especificamente deste princípio:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.(BRASIL,2012,p.27)”
Esta razão principiológica aplicada no Direito Tributário conforme versado em
sua evolução histórica instituiu o princípio da legalidade tributária, como elemento
essencial à Constituição do Estado Democrático de Direito no Brasil, à medida que ao
mesmo tempo resguarda os cidadãos, possibilita a interação da lei com a sociedade,
baseando-se nesta, garantia fundamental.
3.3. ASPECTOS CONCEITUAIS
O esclarecimento conceitual do princípio da legalidade tributária, não é limitativo
tal como sua estrutura no Direito Tributário. Seu objetivo se valida na doutrina de que
nenhum tributo pode ser majorado ou instituído sem previsão legal, ou seja, somente
poderá ocorrer à criação de uma nova normatização de incidência tributária ou
elevação de base de cálculo ou a alíquota através de lei regularmente instituída.
A caracterização deste princípio pode apresentar dois aspectos a serem
analisados: o da legalidade formal e material. Na legalidade formal resta-se a inserção
da norma tributária no sistema legal brasileiro respeitando os trâmites legais
34
instaurados em sua criação. Já a material, definido entre os doutrinadores como
princípio da tipicidade tributária, obriga a legislação conteúdo especificado em seus
elementos na sua disposição como também na descrição de seu conteúdo legal.
Dentre os distintos aspectos a legalidade tributária é analisado pelo seu
conteúdo normativo, sendo verificado mais o aspecto da legalidade material do que a
formal. O princípio da tipicidade tributária preenche em seus elementos a imposição da
norma sobre a supremacia estatal. No entendimento do doutrinador Hugo de Brito
Machado (2007) acerca do princípio da tipicidade tributária:
"A lei fiscal deve conter todo s os elementos estruturais do tributo: o fato jurígeno sob o ponto de vista material, espacial, temporal e pessoal (hipótese de incidência)e a conseqüência jurídica imputada à realização do fato jurígeno(dever jurídico).Equivale dizer que a norma jurídico-tributária não pode ser tirada do “ordo júris” nem sacada por analogia, deve estar pronta na lei, de forma inequívoca, obrigando o legislador a tipificar os fatos geradores e deveres fiscais (MACHADO,2007,p.122)”.
A orientação doutrinária acerca deste subprincípio de que a legalidade material é
tratada como princípio da tipicidade tributária. É notório que se considera a tipicidade
em matéria tributária findada o que se averigua como a impossibilidade de alteração
pelo administrador e pelo juiz da regra de Direito Tributário. No entanto, este é
resultado do princípio da legalidade, sendo de frágil aplicação, a criação de mais uma
denominação técnica para este fato jurídico.
3.4. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
Como todo princípio jurídico doutrinário o princípio da legalidade tributária
também apresenta certas divergências entre juristas e autores da ciência jurídica. No
direito tributário este princípio é observado com certas restrições quando instituídos
35
casos especiais, haja vista que tal princípio deveria ser abrandado em seu conteúdo
normativo em virtude de casos de urgências que estas exceções demandariam.
No tocante ainda a esta exceção, a Constituição não deixou margem para que se
dominar ampliação do rol dos tributos que não se dominam por inteiro ao princípio da
legalidade.
Nesse diapasão de correntes doutrinarias acerca do estrito cumprimento do
princípio da legalidade tributária, pode ser destacado a previsão legal inserida na
Constituição Federal Brasileira já abre ‘brechas’, a este princípio, restando certo
desacordo com o sistema implantado. A criação de uma legislação complementar para
atuar como agente limitativo ao poder de tributar não corrobora com a idéia do princípio
estrito legalista.
O doutrinador Hugo de Brito Machado (2007) que estas exceções especiais não
possuem autorizações regulamentadas pela Magna Carta e que a legislação
complementar serviria de liame legislativo para fixar uma maneira de alterar as
alíquotas.
"(...) há exceções ao princípio quanto à majoração (ou minoração) de impostos. As seguintes: impostos de importação, exportação, IPI e ISOF. Estes podem ter suas alíquotas distorcidas e, pois, majoradas sem prévia lei, por simples ato administrativo, atendidas as condições e os limites a serem fixados em lei autorizativa, que se não existir (art.153,&1º) dificultará a franquia concedida ao executivo federal. É que na hipótese trata-se de limitação sobre limitação ao poder de tributar, matéria sob reserva de lei complementar (art.146, II). (MACHADO,2007,p.244)”
Nota-se que há grande e relevante confluência entre valores morais e valores
jurídicos voltada para a dedicação do princípio da legalidade. Essa confluência é
condição para uma contingente e posterior integração da humanidade com o sistema
jurídico brasileiro.
36
3.4.1 Legalidade tributária e medida provisória
É ampla a doutrina e a jurisprudência no que reflete aos conflitos sobre o
cabimento da utilização da medida provisória como instrumento normativo de criação ou
majoração de tributos.
A medida provisória é um instrumento normativo que tem por função o cabimento
da celeridade como regra jurídica dentro do ordenamento jurídico brasileiro, ou normas,
em determinados casos que presenciem requisitos de extrema urgência e relevância,
detento caráter indeterminado, sem restrição de dúvida, de formulação abstrata, que o
Juiz deve proceder à sua interpretação diante do caso concreto, podendo assumir para
tanto diversos significados.
No entender de Hugo de Brito Machado (2007):
"(...) a segurança jurídica, o princípio da anterioridade e da não-surpresa são de tal maneira esforçados no direito tributário, que o procedimento legislativo, desencadeado pelas medidas provisórias, é incompatível com a regulamentação de tributos. (MACHADO,2007,p.167) "
Tal divergência se eleva a partir da averiguação de que o Estado, ao assumir
diante das necessidades do contribuinte e de seus compromissos com a sociedade,
criou, em contrapartida, a necessidade de um aumento significativo da atividade
legislativa, acarretando uma verdadeira inflação legislativa. O que resta a estas novas
normas, produzidas com o intuito de atender a particulares interesses que elevem uma
nova contextualização, não tem condições materiais de serem aplicadas, servindo tão
somente para criar a sensação no povo de que os problemas foram resolvidos, quando,
na prática, a situação continua igual. A lei, portanto, passa a exercer uma função
meramente simbólica, sem produzir a verdadeira eficácia normativa.
Através dessa linha de raciocínio ratifica o autor Plauto Faraco de Azevedo
(2008) acerca da temática abordada:
37
"A crise perpassa o direito positivo, no qual, desde antes do neoliberalismo, já se esboçava a inflação legislativa, configurada pelas leis-recorte, que suficiente pequenos estratos da realidade social, para que, em substância, tudo continue como antes.(AZEVEDO,2008,p.42)”
Solidificando tal posicionamento abordado o autor José Eduardo Faria (2004)
ratifica esta analise:
"O que se passa a ser averiguado, então, é uma progressiva inefetividade política, administrativa, normativa, operacional e até organizacional do Estado keyseniano ou intervencionista. Sua prolífica – mas errática – produção legislativa vai acarretar importantes mudanças na morfologia, nas definições e na qualidade discursiva das leis, esvaziando progressivamente o caráter lógico sistemático do sistema legal e pondo em xeque a linguagem unívoca desenvolvida pela dogmática com base em conceitos desenvolvidos e de acordo com regras precisas de mudança. (FARIA, 2004, p.117)”
No Brasil, em relação a sua sistematização jurídica tem visto uma tendência de
ampliação do poder normativo da administração, ao diminuir o alcance da limitação
conferida pelo princípio da legalidade Este processo se apresenta no Direito Tributário a
partir das discussões acerca do alcance do poder normativo conferido ao Poder
Executivo na regulação dos tributos extrafiscais e, também, na questão da possibilidade
da edição de medidas provisórias para instituir novas exações.
38
CAPITULO IV
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
4.1. Princípio da universalidade da jurisdição.
Mesmo sendo um princípio basilar da constituição brasileira o princípio da
universalidade da jurisdição afeta diretamente ao sistema tributário nacional, tendo seu
objetivo o resguardo do contribuinte que se ache ameaçado ou lesado, ao apresentar
uma situação perante o fisco, visando o impedimento dos poderes tanto legislativo
quanto executivo, através de qualquer instrumento legislativo infraconstitucional de
deixar que o contribuinte busque seus direitos através do Poder Judiciário.
O princípio da universalidade da jurisdição tem sua normatização expressa no
artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal Brasileira que assim dispõe: A lei não
excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito.
A autonomia entre os poderes dentro do sistema legislativo brasileiro não implica
que um poder possa ser contestado por outro, ou seja, no caso em foco que o
contribuinte poderá pleitear seus direitos no Poder Judiciário quando se sentir lesado
pelos outros poderes. O inciso supracitado reflete nitidamente o principio da
universalidade da jurisdição, visto que determina o exercício jurisdicional brasileiro e a
função inafastável do Poder Judiciário.
Como já analisado anteriormente os princípios acima previstos no estudo são
objetivamente constitucionais, entretanto, sua matéria auxilia as distintas esferas dentro
39
do ordenamento jurídico brasileiro, mais a frente poderá ser averiguado os princípios
específicos do Direito Tributário.
4.2. Princípio da isonomia das políticas constitucionais.
A autonomia entre poderes e entes federativos dentro do sistema brasileiro é
extremamente relevante dentro do ordenamento jurídico, daí a decorrência da
importância do principio da isonomia das pessoas políticas constitucionais atuando no
sistema tributário. Este princípio versa sobre dois postulados constitucionais, quer
sejam a Federação e autonomia tributária dos entes federativos, mesmo havendo
delimitação e abrangência de cada tributo entre os entes federativos. Na coerente
elucidação do autor Paulo Barros (2009) este princípio assevera:
"A referência do constituinte aumenta os Municípios, parificando-os aos Estados –Membros e à União. Estes não se caracterizam como entes menores ou frágeis comunas subordinadas ao controle e à limitação das unidades federadas ou mesmo da União. São pessoas jurídicas de direito constitucional interno, dotadas de representação política e, que vão haurir competências privativas na mesma fonte em que o fazem as outras, isto é , na lei fundamental (BARROS,2009,p.122)”.
A Carta Magna consagrou a estruturação federativa que a União e os Estados,
mesmo sendo autônomos entre si em matéria tributária, integram a mesma. Entretanto
atuam como agentes concessores de autonomia aos municípios, muito embora não se
integrem à Federação. Desta maneira os municípios apresentam a mesma dignidade
constitucional que a União e os Estados, sendo distinguidos somente no que pertine a
sua competência.
A dignidade constitucional concedida a todos tem seu amparo na legislação
magna em seu artigo 1º, já a referente aos municípios se encontram resguardadas nos
artigos 18 e 29 da Constituição brasileira (1988) que assim são dispostos:
40
“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos (BRASIL,1988.p.76)”.
No entender de Paulo Barros (2009) corroborando com a idéia de autonomia não
somente para a Federação, mas principalmente que haja isonomia entre os municípios
também assim reflete:
"a previsão constitucional possui necessidade que a União possa intervir nos Estados-Membros ao afirmar o principio de igualdade . Fossem desiguais;ao haver a subordinação dos Estados à União, não se cogitaria de autorização constitucional expressa. (BARROS,2009,p.126)”
4.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS ESPECÍFICOS
4.3.1 Princípio da uniformidade do regime tributário.
O princípio da uniformização do regime tributário assim expressa a proibição de
distinções entre ás instituições empresariais privadas e empresas publicas quanto a seu
regime tributaria e sua conseqüente aplicação. No entanto este princípio se excetua
para micro empresas e pequenas empresas, com a finalidade de vislumbrar o
desenvolvimento econômico do Brasil.
A progressividade está observada no caso em que há majoração da quantidade
ou quantificação do objeto a ser tributado e a conseqüência é sua alíquota ter um
visível crescimento. Assim expressa a Constituição em seu artigo 153, parágrafo 2º:
“Compete à União instituir impostos sobre: §2º.O imposto previsto no inciso III: I – será
41
informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da
progressividade.(BRASIL,2012)”.
No que concerne ao princípio da universalidade, a legislação que porventura
institua o imposto de renda terá que se adequar todos os rendimentos advindos de
atividades lucrativas com a finalidade de cálculo do imposto, em relação ao princípio
da generalidade, terão que ser tributadas todas as pessoas que auferirem renda,
excetuando-se, logicamente, às imunidades e isenções concedidas legalmente.
Cabe ressaltar que a progressividade dos tributos é dentro da administração da
individualidade dos tributos identificado como a única fórmula que é permitida. Sendo
tal instrumento essencial para a aferição da capacidade contributiva dos sujeitos
passivos da relação tributária.
4.3.2 Princípio da isonomia tributária.
O vislumbre do princípio da isonomia tributária possui as mesmas divergências
que são impostas ao principio da isonomia, visto que, mesmo expressa no artigo 5º,
caput da Carta Magna é qualificada como sobre principio constitucional, no entanto
irradia dentro do ordenamento jurídico brasileiro diferenciado entre os demais princípios
norteadores do sistema tributário nacional.
O dispositivo legal pertinente a tal principio isonômico esta previsto no artigo 150,
inciso II, sendo expresso da seguinte forma:
"Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:II – Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos."(Brasil,2012,p.78)
42
No que se reflete ao Direito Tributário o princípio da isonomia atua na busca de
integração e independência de tributação, como exemplo a incidência de IPVA e sua
conseqüente autonomia entre os Estados. Ainda que possa ser o foco da temática
instrumento de grandes controvérsias, este princípio possui sua caracterização similar
ao princípio da igualdade já analisado anteriormente.
Na elucidação do autor Yuri Carneiro Coelho (2005) tipifica em linhas gerais o
principio da isonomia tributaria ao analisar o artigo 5º da CF:
“O impedimento de distinguir na aplicação da lei, em que o valor básico resguardado é a segurança jurídica;a defesa de distinguir na integra da lei, vedação que salvaguarda valores democráticos como abolição de privilégios e de arbítrio. Os princípios da generalidade e da universalidade estão a seu serviço e possuem como destinatários todos aqueles analisados igualmente;.no dever de distinguir no conteúdo da lei entre desiguais, e na medida dessa desigualdade. No direito tributário, o critério básico que mensura a igualdade ou a desigualdade é a capacidade econômica do contribuinte (CARNEIRO,2005)”.
A previsão de possibilitar derrogações parciais ou totais ao princípio da
capacidade de isonomia aliado à capacidade econômica, através do acolhimento de
valores constitucionais, pelos princípios como requisitos de comparação, os quais
podem servir como agentes auxiliares ao contribuinte tais como a progressividade,
regressividade, isenções e benefícios, na busca de um melhor padrão de vida para
todos, dentro dos planos de desenvolvimento nacional integrado e harmonioso.
4.3.3. Princípio da progressividade sobre a incidência de IPTU.
Dentre os princípios regidos pelo sistema tributário a conceituação do
principio da progressividade sobre a propriedade territorial urbana ou rural, traz consigo
o mesmo enfoque que o principio da uniformidade do sistema tributário qualificando a
progressividade do imposto de renda, atuando no claro exercício extrafiscal do principio
43
em foco. Este princípio é disposto na Constituição Federal brasileira pelos artigos 153,
parágrafo 4º e 156, parágrafo 1º, assim expresso:
"Art.153. Compete à União instituir impostos sobre:§4º O imposto previsto no item VI terá suas alíquotas fixadas em lei de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.
Art.156.Compete aos municípios instituir imposto sobre:
§1º.O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos da lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade."(BRASIL,2012,p.87)
4.4 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
O principio da capacidade contributiva, este forte integrante do sistema tributário
nacional tem por objetivo determinar que haja criação de um nível equilibrado de
tributação. Uma nivelação adequada que permita que o poder estatal garanta suas
necessidades de cunho econômico, no entanto prevendo a impossibilidade de seus
contribuintes não exaurindo-lhes recursos além do devido.
Este princípio encontra-se qualificado no artigo 145, parágrafo 1º da
Constituição, dispondo que:
“Art.145 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:§1º.Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais me nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte." (BRASIL,2012,p.111)
È publico e notório que este princípio atua não somente como à matriz da
igualdade como também resguarda o direito fundamental da propriedade, estando
intimamente ligado à proibição do confisco.É ele um princípio que pode ser vislumbrado
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como básico para a distribuição das cargas tributárias, auferindo a potencialidade
econômica real dos contribuintes.
O principio da capacidade contributiva permite a limitação do poder legislativo ao
coibir excessos confiscatórios, impedindo que os contribuintes sejam lesados pela
onerosidade de rendas mínimas, este principio possibilita a criação de um sistema
progressivo justo.
Segundo a concepção de Roque Antonio Carraza (2008), este principio atua
como decorrente do principio da igualdade:
"(...)o princípio da igualdade, fundamental na linha constitucional inserida no Brasil, que ampara o tratamento igual aos iguais e o tratamento desigual aos desiguais, abraça a exigência do princípio da capacidade contributiva, qual seja, a de que o contribuinte salde impostos de acordo com a sua previsão econômica (CARRAZA,2008,p.30)."
Mesmo este princípio atuando como complemento do princípio da igualdade, o
principio da capacidade contributiva esta aliado ao rol dos principio constitucionais dos
direitos e garantias fundamentais, por sua essência visar a possibilidade do contribuinte
arcar com seus impostos e não empobrecê-lo com excessos de tributos.
4.5. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO.
O principio supracitado, estabelece que o confisco em alguns casos, possui
políticas extrafiscais aplicando tributos com objetivo diferenciado da arrecadação
tributaria. Pode ser destacado como exemplo a progressão das alíquotas do IPTU, tal
manifestação tributária pode acarretar a violação de modo pouco legal ao direito de
propriedade do contribuinte, com o, em determinados casos, o desenfreio do interesse
público, até chegar em certos momentos em desapropriação, tendo o ente federativo
que arcar, de maneira legal, uma indenização justa e proporcional ao contribuinte. O
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principio do não-confisco visa o não cabimento da inserção de um tributo com eficácia
confiscatória.
O principio do não-confisco possui previsão legal em seu artigo 150, inciso IV da
Constituição Federal Brasileira assim dispõe: Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
municípios:IV – É vedado utilizar tributo com efeito de confisco.
Conquanto determinadas vezes, as políticas extrafiscais no manejo dos tributos
tenham objetivo meramente arrecadatório. Pode-se citar como exemplo, a
progressividade das alíquotas do IPTU, por conter um política de não violação ao direito
de propriedade. O interesse está se propaga até mesmo no ato de desapropriação,
devendo haver indenização, na forma da lei, de maneira justa, não cabe ao poder
legislativo instituir tributo com efeito confiscatório, afrontando o direito de propriedade.
A Constituição estabelece em seu art. 150, inciso IV, o princípio do não-confisco,
assim redigido:
"Art.150.Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:IV – É vedado utilizar tributo com efeito de confisco. (BRASIL,2012,p.123)"
4.6. PRINCÍPIO DO LIVRE TRÂNSITO DE PESSOAS E BENS.
O principio que confere ao livre trânsito de pessoas e bens atua como
complemento ao dispositivo legal da Constituição Federal que propaga a liberdade de ir
e vir, neste caso a única exceção ao tributo é a cobrança de pedágios, que possui
natureza de taxa. Ou seja, a finalidade deste principio é que nenhum tributo de natureza
interestadual ou intermunicipal impeça a livre circulação de pessoas e bens.
A previsão legal que este princípio está inserido se dispõe no artigo 150, inciso
V, da Carta Magna:
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“Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.( BRASIL,2012,p.77)”.
Tal princípio visa mais uma vez resguardar um dos direitos fundamentais do
cidadão, neste caso, objeto principal da temática, o contribuinte no qual o próprio não
poderá ter tributação com incidência de pessoas na condição de viajantes, muito menos
sobre seus bens pessoais ou mercadorias que porventura sejam transportados.
O estudo dos princípios do direito tributário se verifica norteado de
complexidades acerca desta temática que ao mesmo tempo é tão ampla e verifica-se
cercada de lacunas a duvidas a serem dirimidas.
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CONCLUSÃO
Certo de ter atendido e abordado as controvérsias e polêmicas que segregam
em torno do assunto de um conteúdo tão estritamente complexo. Os princípios do
direito tributário diante de sua contextualização nas relações entre o poder estatal
demonstram a perspectiva do contribuinte canalizando todas as suas atenções para o
exercício de suas funções principiológicas demonstrando todo o reflexo de fraqueza de
toda uma sociedade diante da supremacia estatal.
Neste estudo de pesquisa pretendeu-se dirimir dúvidas que se focalizavam na
eterna luta entre a classe minoritária relativa aos contribuintes e a classe majoritária, o
Estado. O período de revoluções tanto tecnológicas como de direito à busca de
melhores condições.
O ordenamento jurídico brasileiro em sua legislação criou Decretos, Leis
ordinárias todas com embasamento primordial e determinante da Carta Magna, que
visassem o resguardo do contribuinte.
Conclui-se fundamentalmente, diante dos breves tópicos por nós desenvolvidos
que o ordenamento jurídico brasileiro, mormente seu sistema constitucional, é um
sistema aberto de regras e princípios que se inter-relacionam para chegarem à
completude do mesmo, estando o subsistema constitucional tributário imerso nesta
compreensão.
Diante do que foi objeto de pesquisa de estudo, dentre este campo, ademais, os
princípios constitucionais tributários, conforme a linha por que foi adotada conferem
sentido às regras tributárias, condicionando a sua aplicação, pelo que até podemos
afirmar a sua superioridade dentro do sistema. A sociedade com o passar dos tempos
se transforma e se qualifica de acordo com as necessidades da população tributaria
como um todo.
Contudo, resta afirmar que, mormente os doutrinadores identificarem de forma
discrepante uma série de princípios constitucionais tributários, uns mais, outros menos,
entendemos que são aplicados ao sistema constitucional tributário brasileiro nove
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princípios constitucionais gerais e princípios constitucionais tributários, pelo que nos
leva a crer que quaisquer outros relacionados são compreendidos pelos contribuintes
em geral como mera regra tributária, fiel à distinção feita anteriormente.
O estudo presente em questão vislumbrou os princípios do direito tributário nas
relações tributarias o que se determinou como um dos agentes primordiais para
reestruturação do sistema nacional tributário brasileiro para com a sociedade.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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BALEEIRO,Aliomar. Limitações Constitucionais ao poder de tributar. 7ªEd.ver e
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CARVALHO,Paulo de Barros. Curso de direito Tributário.São Paulo: Saraiva, 2009.
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DERZI,Mizabel apud MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário., São
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FARÁG, Cláudio. Direito financeiro para concursos. Brasília: Fortium, 2005.
FARIA, José Eduardo. O Direito na Economia Globalizada.São Paulo: Malheiros,
2004
Harada, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 13ª edição. São Paulo: Atlas, 2004.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário., São Paulo: Malheiros, 2007
MARTINS, Ives Gandra da Silva . Curso de Direito Tributário.Pará: CEJUP, 2005.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.8ªEd.São
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50
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TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário. Os
direitos Humanos e a Tributação – Imunidades e Isonomia. Vol. III. Rio de Janeiro:
Renovar.2006.
51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO...............................................................................................1
AGRADECIMENTOS.............................................................................................2
DEDICATÓRIA......................................................................................................3
RESUMO...............................................................................................................4
METODOLOGIA....................................................................................................5
SUMÁRIO..............................................................................................................6
INTRODUÇÃO.......................................................................................................7
CAPITULO 1 – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ............................................9
1.1 A Origem do sistema constitucional..........................................................9
1.2 Subsistema constitucional tributário.......................................................11
1.3 Princípios constitucionais........................................................................12
1.3.1 Princípio da segurança jurídica.........................................13
1.3.2 Princípio da justiça............................................................14
1.3.3 Principio da certeza do direito...........................................15
1.4 Distinção entre princípios e regras na norma tributária..........................16
CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIO FORMAIS........................................19
2.1 Princípio da anterioridade e da irretroatividade.......................................19
2.2 Princípio da anualidade...........................................................................21
2.3 Princípio da igualdade.............................................................................24
2.4 Princípio da pessoalidade........................................................................27
CAPITULO 3 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA.......29
3.1 Princípio da legalidade tributária................................................................29
3.2 Breve histórico...........................................................................................32
3.3 Aspectos conceituais.................................................................................33
3.4 Exceções ao princípio da legalidade tributária..........................................34
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3.4.1 Legalidade Tributária e Medida Provisória...................................36
CAPÍTULO 4 -PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS.....................38
4.1 Princípio da universalidade da jurisdição..................................................38
4.2 Princípio da isonomia das pessoas políticas constitucionais....................39
4.3 Princípios constitucionais tributários específicos......................................39
4.3.1 Princípio da uniformidade do regime tributário............................40
4.3.2 Princípio da isonomia tributária.....................................................41
4.3.3 Princípio da progressividade sobre a incidência de IPTU..............42
4.4. Princípio da capacidade contributiva.........................................................43
4.5. Princípio do não-confisco..........................................................................44
4.6. Princípio do livre trânsito de pessoas e bens............................................45
CONCLUSÃO......................................................................................................47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .........................................................................49
ÍNDICE.................................................................................................................51
FOLHA DE AVALIAÇÃO......................................................................................53