54
0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Por: Arinaldo Gomes da Silva Orientador Prof. Anselmo de Souza Ferreira RIO DE JANEIRO 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · sociedade como amparam o sistema doutrinário em geral. Dentro deste ordenamento o Direito Tributário, foco principal da temática,

Embed Size (px)

Citation preview

0

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Por: Arinaldo Gomes da Silva

Orientador

Prof. Anselmo de Souza Ferreira

RIO DE JANEIRO

2012

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Apresentação de monografia à AVM

Faculdade Integrada como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em

Direito Público e Direito Tributário.

Por: Arinaldo Gomes da Silva

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, à minha família, a meus amigos e

especialmente ao querido grupo que foi criado ao

longo desses anos de convivência, do qual fizeram

parte de minha trajetória. Obrigada por tudo!

3

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu amado pai,

Arynelson Gomes da Silva (em memória) e a

minha mãe, Nilda Gomes da Silva, que

sempre demonstraram exemplo de dedicação

e amor.

4

RESUMO

Trata o presente trabalho de um estudo da maior importância e

relevância no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro em relação à

esfera tributária, os princípios constitucionais desde os tempos

primórdios são extremamente utilizados pela sociedade como um todo,

atuando como agentes inspiradores e auxiliadores para fundamentação

das relações jurídicas, a temática principal a ser abordada é amplitude

e relevância dos princípios constitucionais no Direito Tributário,

delimitando-os e contextualizando-os mais especificamente, dentre

tantos princípios oriundos da Constituição Federal Brasileira, seus

objetivos dentro da esfera tributária causam entre muitos doutrinadores

e magistrados, no que tange sua aplicabilidade determinados conflitos

a serem dirimidos, princípios este como o da legalidade, pessoalidade

e mais intrínsecos do âmbito tributário como o da capacidade

contributiva serão alvo de pesquisa no decorrer da monografia.

5

METODOLOGIA

A metodologia a ser adotada está condicionada à natureza do trabalho. O

problema a ser analisado será desenvolvido de forma adequada através de um estudo

baseado na literatura recente e devidamente selecionada. Adapta-se ao tema

monográfico que pretende analisar.

Adota-se a pesquisa bibliográfica por estar de acordo com a natureza do

problema a ser investigado. Todas as informações indispensáveis ao presente trabalho

estão em fontes escritas tais como livros, artigos, revistas, teses e dissertações.

Também fontes documentais favorecem a natureza do tema. Devido à natureza dos

dados que serão levantados para a monografia em questão, o tratamento é

principalmente qualitativo, o que se revela suficiente para o tipo de pesquisa

empreendido.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7

CAPITULO I – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ............................................ 9

CAPITULO II - PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS FORMAIS.....................................19

CAPITULO III - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA,,,,,,29

CAPÍTULO IV -PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS....................38

CONCLUSÃO......................................................................................................47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..........................................................................49

ÍNDICE................................................................................................................51

FOLHA DE AVALIÇÃO.......................................................................................53

7

INTRODUÇÃO

A Constituição Federal Brasileira ao longo dos anos desde sua primeira criação

sempre demonstrou ser grande agente auxiliadora e limitadora do Estado sobre a

sociedade. Com a inserção dos princípios constitucionais na Magna Carta estes se

instituíram no ordenamento jurídico brasileiro como grandes auxiliadores nas relações

jurídicas de todas as áreas do direito brasileiro.

Os princípios constitucionais criados pelo Poder Legislativo com a finalidade de

limitar o poder estatal contribuíram e contribuem até hoje para que o bem maior da

sociedade, o cidadão, seja resguardado e que não haja sua conseqüente lesão seja ela

patrimonial, pessoal, dentre outros bens.

Desde os tempos primórdios as lutas entre as classes majoritárias e minoritárias

e alvo de busca para solução tanto na doutrina como no sistema legal brasileiro. A

criação dos princípios constitucionais, neste sistema tende por atuar como instrumento

normativo nivelador destas classes. Na esfera tributária os princípios constitucionais

refletem a inserção de limites ao Estado e que o contribuinte possa ter o direito de

contestar o próprio dentro do Poder Judiciário auxiliado pelos princípios constitucionais

instituídos no direito tributário.

A materialidade dos princípios constitucionais tributário, temática a ser abordada

mais especificamente no decorrer do estudo, tem por foco atribuir mais sua essência

normativa do que propriamente seu exercício legalista. Desta forma, tem-se como o

exemplo o princípio da legalidade tributária que mesmo sendo um dos mais relevantes

princípios constitucionais aplicado ao Direito Tributário, é alvo de intensos conflitos

entre doutrinadores e Doutos Magistrado, por sua forma de coibição a autonomia de

tributos dos entes federativos.

Inicialmente será contextualizado o posicionamento jurídico do sistema

constitucional, seus regramentos, tendo por sua compreensão a tentativa de

interpretação dos princípios constitucionais tributários e sua conseqüente eficácia no

ordenamento jurídico.

8

No decorrer da monografia serão analisados determinados princípios

constitucionais tributários bem como suas finalidades, sua aplicabilidade e

principalmente a delimitação destes como auxiliadores dos contribuintes. Ao canalizar

e definir tais princípios como sobre-princípios do Direito Tributário, averiguando

possíveis espaços a serem preenchidos e conflitos a serem dirimidos.

Tendo por objeto de análise especifica a capacidade de divergências entre os

doutrinadores ao analisar o cabimento de determinados princípios constitucionais

tributários através de diferentes pontos de vista doutrinários possibilitando o confronto

existente entre o benefício do contribuinte em sua incapacidade provisória ou

permanente, quando sofre lesões em seus impostos.

9

CAPITULO I

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

1.1 A ORIGEM DO SISTEMA CONSTITUCIONAL

O sistema jurídico brasileiro tem em sua amplitude doutrinaria determinadas

esferas jurídicas norteadas por princípios constitucionais que amparam e resguardam a

sociedade como amparam o sistema doutrinário em geral. Dentro deste ordenamento o

Direito Tributário, foco principal da temática, não poderia restar-se sem instituir os

princípios constitucionais em seu âmbito.

O sistema constitucional brasileiro é fundamento de qualquer eficácia e aplicação

jurídica, dentre elas o direito tributarista. Esta legislação principiológica vem disposta no

capítulo I, do título VI, da Constituição da República Federativa do Brasil, estando

expressa toda a normatização do sistema constitucional tributário,como será analisado

no decorrer do capitulo.

Ao corroborar e ratificar a importância do sistema constitucional, mais

objetivamente no que diz respeito a seus princípios, dentro do âmbito tributário,

sintetiza tal temática em questão o autor Aliomar Barreiro (2001):

A essência de regras e princípios, tal como se expõe, possibilita a decodificação, nos parâmetros de um constitucionalismo adequado, a estruturação sistêmica constitucional, isto é, possibilita a compreensão da constituição como sistema aberto de regras e princípios ( BALEEIR, 2001, p.34 ).

Contudo, é de extrema necessidade compreender a real importância do sistema

de princípios constitucionais como principais fundamentos do sistema tributário

brasileiro. O Direito Tributário exerce a integração e autonomia entre os poderes

10

Legislativo, Executivo, Judiciário, tendo nos princípios tanto constitucionais tributários o

embasamento para sua normatização legal.

Desta forma, na análise do jurista Ricardo Lobo Torres (2006) a condição dada

de superioridade hierárquica dos princípios constitucionais tributários e suas regras, de

todo o sistema legal brasileiro:

O mínimo é direito subjetivo protegido negativamente contra a intervenção do Estado e, ao mesmo tempo, garantido positivamente pelas prestações estatais. Diz-se, pois, que é direito de status negativus e de status positivus, sendo certo que não raro se convertem uma na outra ou se complicam mutuamente a proteção constitucional positiva e a negativa(TORRES,2006,p.111)

Entretanto a realidade jurídica, ainda é constituída e cercada de controvérsias

doutrinarias quanto a sua aplicabilidade dentro do sistema tributário brasileiro em

relação a seus princípios constitucionais norteadores. A Constituição Brasileira tem em

seu rol de princípios um rol não taxativo mas sim exemplificativo, caracterizando dentro

do Direito Tributário, mas precisamente em seus princípios, objetos de estudo a serem

analisados.

No mesmo entendimento idealiza o autor supracitado que a propositura da

temática de princípios possibilita que a essência normativa dentro de uma

regulamentação tributária objetiva, através de normatização e o regramento das

condutas humanas pelo sistema constitucional funcione :

Na realização desta conexão de princípios doutrinários tributários e constitucionais , poder-se-ia ter um sistema dotado de plena segurança jurídica, porém desfalcado da necessária flexibilidade para trabalhar regras e, consequentemente, buscar um melhor balanceamento dos valores e interesses presentes em uma sociedade eminentemente pluralista, como as sociedades modernas (COELHO,2005).

Do mesmo modo a obtenção de um sistema com princípios tanto constitucionais

como tributários serem de cunho simplesmente principiológico, com o objetivo simples

de visar o regramento e normatização da conduta humana, se verifica por sua

11

notoriedade que os princípios constitucionais do direito tributário, são dotados de

conceituações jurídicas amplas e indefinidas , na maioria dos casos,possibilitando o

equilíbrio dos valores normativos tributários, ao atuar no equilíbrio de valores.

1.2 SUBSISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

Conforme já analisado anteriormente o sistema principiológico constitucional

brasileiro é de extrema importância para o ordenamento tributário brasileiro e sua

aplicação legal.Com isso, é necessário analisar a natureza jurídica deste fundamento

que tal fielmente é defendido por doutrinadores e juristas como subsistema

constitucional, ou seja, o Sistema Constitucional Tributário, estes oriundos da

Constituição Federal Brasileira. No entendimento do doutrinador Ricardo Lobo Torres

(2006 ) acerca da temática abordada o sistema constitucional tributário:

"por depender da situação econômica do país e da riqueza nacional, sendo que tal status é de "suma importância para o aperfeiçoamento do Estado Social de Direito, sob a sua configuração de Estado de Prestações e em sua missão de protetor dos direitos sociais e de curador da vida social, responsável pela previsão ou cura da existência(TORRES,2006,p.32) ".

O sistema constitucional tributário é caracterizado pela supremacia estatal,

sendo público e notório, sua classificação como subsistema, ou seja, o Estado exerce

certa imposição tributária, através do exercício de poderes em sua área de

regulamentação normativa atuando como fonte de resguardo de seus contribuintes

perante a determinação dos mesmos.

Cabe salientar que os princípios que se propagam dentro do Direito Tributário

Nacional, os princípios gerais constitucionais, não possuem aplicação somente na área

tributária, como também em todas as esferas jurídicas do ordenamento jurídico

12

brasileiro. Conforme já analisado anteriormente os princípios constitucionais tributários

são instrumentos normativos essenciais para a complementação de princípios

norteadores do Direito Tributário específicos.

Na análise da autora Sacha Calmon (2007) sobre o subsistema constitucional

tributário este, pode ser classificado em determinados períodos:

O primeiro seria o da repartição das competências tributárias entre União, Estados e os Municípios, sendo o segundo o dos princípios tributários e das limitações ao poder de tributar, e por final o terceiro sendo o da divisão direta e indireta do fruto da arrecadação dos impostos entre as pessoas políticas da Federação (participação de uns na arrecadação de outros (COELHO,2007,p.02).

É necessário analisar que intrinsecamente no subsistema constitucional

tributário, as afirmativas da autora supracitada se validam, ao se verificar que tais

períodos não integram propriamente a este subsistema, por não estar inserido no

Sistema Tributário nacional, mesmo assim ser fator conector do direito financeiro

brasileiro.

1.3 PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO

A Constituição Federal Brasileira assegura dentro da sua legislação, princípios

para o sistema tributário expressos em seus dispositivos normatizadores. Tais

princípios tanto gerais quanto específicos no Direito Tributário, norteiam em sentido

amplo princípios implícitos e eficaz aplicabilidade neste sistema jurídico.

Dentro desta linha de entendimento, é necessário salientar que tais princípios

constitucionais exercem como função de reais comandos ordenadores do sistema. Ao

13

entender a verdadeira importância dos princípios constitucionais dentro do sistema

tributário nacional, a principal dúvida gerada é qual a finalidade e compreender destes

regramentos jurídicos. No entender de Roque Antonio Carraza (2008):

"são idéias-matrizes dessas regras singulares, vetores de todo o conjunto mandamental, fontes de inspiração de cada modelo deôntico, de sorte a operar como verdadeiro critério do mais íntimo significado do sistema como um todo e de cada qual de suas partes(CARRAZA, 2008,p.33)"

Conforme será analisado futuramente, serão ponderados determinados

princípios constitucionais gerais que estão inseridos dentro do Direito Tributário

brasileiro.

1.3.1.Princípio da Segurança Jurídica

Este princípio reflete principalmente a necessidade do resguardo ao

contribuinte, principalmente como foco especifico da temática, o amparo constitucional

a sociedade tributarista, seja ela jurídica ou física. O principio da segurança jurídica

proporciona o oferecimento de segurança ao contribuinte quando este tenta pleitear

seus direitos perante o judiciário. O principio da segurança jurídica viabiliza o acesso

coeso aos instrumentos jurídicos pertinentes a sua defesa ou acusação.

O princípio constitucional da segurança jurídica norteia o Direito Tributário

brasileiro por admitir a integridade do contribuinte sendo resguardada pelo poder

estatal. No entender do doutrinador Paulo Barros de Carvalho (2009) o princípio da

segurança jurídica se reflete:

"(...)é resultado de fatores sistêmicos que utilizam o primeiro de modo racional e objetivo, mas dirigido à implantação de um valor exclusivo, qual seja o de dispor do fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta (CARVALHO,2009,p.128)."

14

O princípio da segurança jurídica é pautado em determinados aspectos sendo

eles a irretroatividade e a efetividade. O primeiro advém do direito que o Estado possui

de proteger o passado através do fundamento da irretroatividade e de se estabelecer

no futuro, com sua aplicação de princípios e regras. Já o segundo se detém implícito

para solucionar e adequar este fundamento implícito ao principio constitucional

tributário.

O princípio da segurança jurídica, segundo o esclarecimento do professor Paulo

de Barros (2007):

"(...) é decorrência de fatores sistêmicos que utilizam o primeiro de modo racional e objetivo, mas dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta. (CARVALHO,2007,p.12)"

1.3.2.Princípio da Justiça

Dentro do rol dos princípios constitucionais tributários, o principio da justiça é

determinado como supremo. Ao ser apresentado como fator preponderante no suporte

do sistema legal, em que pese, pelo seu próprio conteúdo eminentemente abstrato, e

nitidamente composto de forte carga ideológica, ser muitas vezes inserido como

instrumento normatizador nos mais diversos casos. Na concepção do doutrinador Paulo

Barros de Carvalho (2009) este princípio norteados de todas as áreas jurídicas, em

especial a tributária é compreendido:

Realiza-se o primado da justiça quando implementamos outros princípios, o que equivale a elegê-lo como sobre princípio. E na plataforma privilegiada dos sobre princípios ocupa o lugar preeminente. Nenhum outro o sobrepuja, ainda porque para ele trabalham. (CARVALHO,2009,p.143)

15

Este princípio está relacionado com a necessidade de que o sistema ofereça

segurança ao indivíduo, enquanto ele está à procura de seu direito, proporcionando um

sentimento de previsibilidade no seio social, no que diz respeito aos instrumentais

jurídicos.

A primazia da segurança jurídica pode ser embasada em dois fatores. O primeiro

aborda a necessidade de que o passado seja protegido por meio da irretroatividade e

de que, no futuro, ele seja instituído pela aplicação das regras e dos princípios

apropriados à resolução de problemas com fins jurídicos. Já o segundo fator trata da

efetividade imperativa deste sobre-princípio, o qual, considera-se que também se

encontra implícito ao sistema.

1.3.3. Princípio da certeza do direito

Na mesma categoria e classificação dos princípios acima citados, o principio da

certeza do direito é classificado também, entre doutrinadores e juristas como

subprincípio constitucional tributário. Tendo por finalidade o não cabimento do Douto

Juízo de deixar que relação jurídica, objeto da lide, fique sem a adequada certeza

estabelecida. Ratifique-se que o sistema legal brasileiro impõe como requisito

imprescindível, a certeza para validar a lide.

No entender do autor supracitado: ao substanciar a necessidade prévia da

segurança do contribuinte, o sistema empírico do direito avalia a certeza como

postulado imperioso para uma convivência social organizada (CARVALHO,2009).

O princípio da certeza jurídica é implícito no Sistema Tributário Brasileiro,

entretanto em todas as magnas diretrizes do sistema legal atuam no sentido de aplicá-

lo de forma eficaz. O direito tributário possui em seu rol de normas, princípios que

auxiliam tanto a manutenção de sua esfera jurídica quanto servem de instrumento para

interpretação de diversas lidem. Tais princípios elucidam o sistema tributário nacional e

dentre alguns já analisados anteriormente em um momento inicial do estudo, há

princípios que mesmo sendo oriundos da Constituição Federal apresentam sua

aplicabilidade na área tributária.

16

O princípio da certeza do direito apresenta certa similaridade com o princípio da

justiça, justamente por estar implícito, sua definição como o principio da justiça é

usualmente qualificada como sobre-principio, tendo por sua finalidade principal impor

ao Douto Juízo que a lide terá uma certeza estabelecida até a sua finalização, tendo

como requisito primordial para validar a relação jurídica a certeza do direito.

Este princípio mesmo corroborando para o rol dos princípios fundamentais

promove dentro do sistema tributarista a certeza do contribuinte em ter sua lide validada

dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Na ótica do autor Paulo Barros a primeira

necessidade do individuo é sua segurança jurídica, o postulado prevê a segurança

como elemento primordial para uma convivência harmonizada na sociedade.

Vale ressaltar que o principio da certeza do direito como sobre-princípio

exerce função distinta dos outros atuando na esfera tributária como pressuposto dos

demais, ao ser verificada sua extrema importância e relevância tanto doutrinariamente

como principalmente juridicamente para o sistema legal e em especifico para o

contribuinte.

1.4 DISTINÇÃO ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS NA NORMA TRIBUTÁRIA

Pelo entendimento doutrinário, a distinção entre princípios e regras dentro da

norma tributária é foco interessante de grandes questionamentos dentro do sistema

jurídico brasileiro. A fundamentação e aplicabilidade de um não possui a mesma

natureza do outro. Tais categorias principiológicas podem ser revestidas em sua

definição ou propriamente em sua norma. Na concepção e definição de Celso Antonio

Bandeira de Melo(2006) tais diferenças se dão:

"Princípio – como já averbamos alhures- é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental

17

que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhe o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo. ( MELO,2006,p.545) ".

Tais institutos apresentam em sua estruturação determinados aspectos

apresentam distinções entre ambos. Tendo o vocabulário princípio, origem etimológica,

definido pela idealização de começo, de início ou origem. O que permite concluir que o

princípio é essencial e sua valoração se fundamenta como fator originário de

adequação, interpretação e aplicabilidade de um sistema jurídico solidificado.

O grau de aplicabilidade das regras dentro do ordenamento jurídico apresenta

um grau de efetivação da norma como forma mais ampla, enquanto a finalidade dos

princípios vislumbram a conduta humana, estabelecendo pautas e comportamentos. No

expressar de Roque Carraza (2008) a definição de princípio jurídico pode ser

vislumbrada:

"princípio jurídico é um enunciado lógico, implícito ou explícito, que, por sua grande generalidade, ocupa posição de preeminência nos vastos quadrantes do direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorável, o entendimento e a aplicação das normas jurídicas que com ele se conectam(CARRAZA,2008,p.36)."

Entre tantas distinções que podem ser delimitadas os princípios constitucionais

tributários, mesmo não havendo precisão de critérios objetivos, alguns podem ser

determinados. Tendo por exemplo: as regras possuírem eficácia dentro do sistema legal

na ocorrência de um possível conflito, a exclusão de uma delas, o mesmo não ocorre

com os princípios por serem normas passíveis de convivência harmônica entre si.

Outra distinção que pode ser delimitada entre regras e princípios que vale ser

pontuada permitem que as regras conceituem os modais de deontologia do que é

18

permitido e obrigado, já os princípios traduzem a obrigatoriedade da norma, compatível

com graus de concretização.

No posicionamento do autor Yuri Carneiro Coelho(2005) esta distinção se afirma:

Em sendo assim, cumpre-nos apenas acrescentar que esta distinção se aplica perfeitamente aos objetivos de nosso estudo, na medida em que delineiam-se perfeitamente agora as funções das regras e dos princípios no âmbito do sistema, devendo ser aplicadas estas definições ao campo do direito tributário, o que nos fará trabalhar conseqüentemente com o conceito de normas tributárias que têm como espécies os princípios constitucionais tributários e as regras tributárias.(COELHO,2005)

As duas faces das normas jurídicas, regras e princípios, ressaltam a

compreensão e interpretação de ambas dentro do sistema legal brasileiro, mas

precisamente dentro do direito tributário brasileiro.

A doutrina estrangeira e nacional de direito constitucional possui em boa

avaliação, partindo para a distinção entre princípio e regra, incluindo-os no círculo da

norma jurídica, porém ocupando as dois espaços diversificados justamente em prol

desta distinção.

Assim sendo, em face do posicionamento doutrinário ora elencado, cabe afirmar

que determinadas conclusões, quais sejam: a de que os princípios são pautas de

valores, mandamentos de natureza nuclear do sistema jurídico, que direcionam e

efetivam a aplicação das normas jurídicas.

19

CAPITULO II

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

TRIBUTÁRIOS FORMAIS

O Direito Tributário possui em seu rol de princípios além dos gerais

constitucionais a integração de princípios específicos em sua fundamentação jurídica

que atuam também como agentes inspiradores para interpretação de determinadas

lides. No decorrer do capitulo será analisado determinados princípios constitucionais

tributários específicos oriundos do Direito Tributário que auxiliam tanto o Poder

Judiciário, quanto a seus contribuintes em geral.

2.1 PRINCIPIOS DA ANTERIORIDADE E IRRETROATIVIDADE

O princípio da irretroatividade e da anterioridade mesmo sendo princípios gerais

oriundos da Constituição Federal Brasileira possuem aplicabilidade direta dentro do

ordenamento jurídico na esfera tributária. Tais princípios possuem dentro de doutrina

certas similaridades como também certas distinções em sua essência.

A previsão legal do princípio da anterioridade tributária esta prevista na

Constituição federal em seu dispositivo legal, através do artigo 150, inciso III, alínea “b”

que estabelece:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (BRASIL,2012,p.56)”

20

Este princípio possui por função, que com exceção das normas constitucionais

expressamente previstas, dispondo de leis que criam ou elevam os tributos, devem ser

publicadas no ano anterior ao de início da cobrança do tributo a que se detém.

O princípio da anterioridade no direito tributário está interligado ao princípio da

"não-surpresa tributária", ao visar o amparo do contribuinte para que o mesmo não seja

surpreendido com novos, tributos ou taxas de maneira aleatória, sem ter o prazo

necessário para ter conhecimento da legislação pertinente e até seu exercício, planejar

melhor em seu controle o orçamento, seja ele familiar ou empresarial. No entendimento

do doutrinador Hugo de brito Machado (2007) acerca do princípio da anterioridade pode

ser elucidado:

"A lei fiscal há de ser anterior ao exercício financeiro em que o Estado arrecada o tributo. Com isto se possibilita o planejamento anual das atividades econômicas, sem o inconveniente da insegurança, pela incerteza quanto ao ônus tributário a ser considerado. (MACHADO,2007,p.96) "

O entendimento do STF, através da ADIN 939, assegura tal principio

classificando-o como cláusula pétrea, por ser direito garantidor do contribuinte

individualmente, sendo ratificados pelos dispositivos legais da Carta Magna.

Dentro do rol de princípios que norteiam o Direito Tributário, foco principal da

temática abordada, cabe salientar também o principio da irretroatividade, este como o

principio da anterioridade presente no artigo 150, inciso III, alínea “a”, da Constituição

Federal que assim expressa que em relação a fatos geradores ocorridos antes do início

da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

Através deste princípio constitucional tributário inserido no artigo 150, foi incluído

também na Carta Magna no artigo 5° em função de ampliar sua eficácia dentro do

ordenamento jurídico brasileiro, acarretando a este principio uma forma mais

generalizada, retirando-o do trato mais especifico no capitulo destinado somente ao

direito tributário nacional. No entender de Kiyoshi Harada (2004) reflete o principio da

irretroatividade:

21

"...em um presente ainda não concluído, porém em vias de formar o fato jurídico e as relações jurídicas...no caso dos impostos periódicos, ela é editada no curso do ano, antes do termo final do nascimento do direito. Na verdade, isso foi deduzido da técnica do e não da realidade dos fatos. Aumentos do Imposto de Renda e das Sociedades para o ano de 1980 são admitidos também ainda em dezembro de 1980. (HARADA,2004,p.145)”

Contudo o principio da irretroatividade tem posicionamento distinto entre

doutrinadores e Douto Julgados. O Supremo Tribunal Federal criou a Súmula n°594, no

qual dispunha sobre o Imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base,

aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a

declaração.

No que tange a matéria tributária tal disposição sumular se restou enfraquecida,

por diante da previsão constitucional proibir que uma nova lei criada permitisse o

alcance de fatos geradores passados. Ocorrendo a falta de aplicabilidade da súmula do

Supremo, perante a normatização constitucional brasileira. Posicionamento este que

boa parte do entendimento jurisprudencial vinha adotando no ordenamento jurídico

brasileiro.

Originado da doutrina alemã, o princípio da irretroatividade, versado como

princípio constitucional, visando alcançar os contribuintes sem transparecer que a lei

retroativa insulta por completo o princípio da irretroatividade.

2.2 PRINCÍPIO DA ANUALIDADE

O princípio da anualidade, dentro do direito tributarista se aplica mais

precisamente ao direito orçamentário, constitui, que as receitas e as despesas,

correntes e de capital, podendo ser presumidas com embasamento em planos e

programas com prazo de um ano.

22

Vale salientar que tal princípio não possui aplicação dentro do direito tributário,

pois dentro do ordenamento jurídico brasileiro, não há previsão de autorização

orçamentária para sua cobrança. Na concepção do doutrinador Kiyoshi Harada (2004) a

reflexão sobre o principio da anualidade se dá:

“Característica fundamental do orçamento é a sua periodicidade.(...) Daí o princípio da anualidade orçamentária que decorre de vários dispositivos expressos da Constituição Federal (arts. 48, II, 165, III, e §5º, e 166.” (HARADA,2004,p.78)

Tal princípio possui em seu objetivo o vislumbre da estabilidade econômica sob

um planejamento tributário. O princípio da anualidade impõe dentro da esfera tributária

a aliança com o princípio do orçamento programa, ou seja, o estabelecimento de

programas e metas integrando-se a supremacia estatal, com o cunho de melhor

planejar seus orçamentos e ter mais eficácia na prestação de serviços. Para o autor

Hugo de Brito Machado (2007) o princípio da anualidade se conceitua:

“A maior definição desse princípio está em seu fundamento econômico, tendo em vista que seria difícil se estabelecer previsão de gastos para ocasiões superiores a um ano sem incorrer em substanciais margens de erros, seja pela variação da moeda, seja pela alteração das necessidades coletivas no tempo.", afirmam os autores do curso "Orçamento público. Planejamento, execução e controle" (MACHADO,2007,p.94) .

Tendo em vista as necessidades da sociedade o princípio da anualidade

pressupõe com sua finalidade um possível planejamento orçamentário, visando a forma

de limitação de recursos atendo as precisões dos contribuintes .O poder estatal com

sua supremacia tem a função, dentre outras, a de estabilizar a economia, o princípio da

anualidade é somente um dos instrumentos de que se ampara o Estado para abranger

sua meta, qual seja, o planejamento orçamentário. Para Paulo, Vicente e Alexandrino

(2005) em relação ao planejamento orçamentário:

"O princípio da anualidade sobrevive e revive no sistema, com caráter dinâmico-operativo, porquanto o plano plurianual compõe regra sobre a

23

realização das despesas de capital e das relativas aos programas de duração continuada, mas não é operativo por si, mas sim por meio do orçamento anual.” (PAULO,2005,p.147) .

Nesta linha de raciocínio, a Constituição Federal, dispõe em seu artigo 165 o

qual prevê que a legislação, com iniciativa realizada pelo Poder Executivo, constituirá

os orçamentos anuais em conformidade com o plano plurianual e com a legislação das

diretrizes orçamentárias devendo haver determinados orçamentos como o de

investimento, fiscal, dentre outros. Salientando que todos devem ter eficácia a partir do

ano posterior a publicação da referida lei.

Na afirmativa de Kiyoshi Harada (2004) tal poder fiscalizador orçamentário

promove não apenas o Poder Executivo como também o Poder Legislativo

proporcionando a oportunidade de validar a previsão de receitas e de gastos

anualmente. O principio da anualidade em outro ponto de vista do autor Cláudio Farag

(2005) em questão dos planejamentos tributários:

"a Constituição mantém a anualidade, apenas para fins de periodização dos impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio, assim como para o planejamento das mudanças legislativo-tributárias” (FARAG,2005,p.30).

Na esfera tributária, o principio da anualidade dentro do ordenamento jurídico

brasileiro mesmo havendo um plano plurianual não retira o conteúdo deste princípio. É

necessário ressaltar, ainda, a essência de exceções ao princípio em explicação. Com

isso, a Carta Magna expressa, em seu artigo 167, parágrafo 3º, que créditos especiais e

extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício podendo ser reabertos

no exercício seguinte.

24

2.3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Tendo por análise a capacidade de divergência entre os doutrinadores discutindo

o cabimento ou não de determinados princípios constitucionais ou especificamente

tributários, averiguando por diferentes pontos de vista o confronto existente entre o

benefício do contribuinte em sua incapacidade provisória ou permanente, quando sofre

lesões em seus impostos.

O princípio da igualdade, ao contrário dos outros retro-mencionados, vem

expresso no art. 5º da Constituição, em seu caput, da seguinte forma:

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)"

De acordo com o caput do art. 5°, presente na Carta Magna, apresenta-se o

conteúdo que destaca os direitos e garantias primordiais do indivíduo social e quais são

os aspectos que revelam a importância da valorização desses princípios. Não há

dúvidas, porém, que os princípios referidos são sobrepostos integralmente ao âmbito

tributário, sendo até mesmo dimensionado na Constituição pela competência

contributiva. Isso significa dizer que, no que confere aos direitos e deveres individuais,

os tributos devem assim fazer parte da responsabilidade igualitária dos que pertencem

a um meio social em comum.

Sendo assim, antes de se pensar no modo como atua no Direito Tributário o

princípio da isonomia é importante constatar que a igualdade se dá pela relação entre

dois ou mais membros da sociedade integrados perante normas e fundamentos

comuns. Para tal, Humberto Ávila (2007, p. 40) aplica uma concepção de igualdade ou

desigualdade compreendida mediante casos, reais ou hipotéticos, que favorecem a

configuração do que é um tratamento igualitário.

25

Para se fazer um julgamento do que é igualdade, é primordial conhecer os

conceitos que evidenciam os aspectos que pressupõem o sentido de igualdade. Um

conceito de grande relevância é o da obtenção de uma medida, de um parâmetro

comparativo entre pessoas e circunstâncias. Há ainda uma necessidade de se observar

o elemento indicativo desta medida, o objeto a ser apreciado. Da mesma forma que

nenhum tipo de julgamento pode ser processado sem que haja um objetivo

determinado.

O sentido de isonomia precisa, então, ser apreendido pelo que a Carta Magna

confere como elemento constitucional e pelo aspecto de supraprincípio na qual se

apresenta. Segundo Humberto Ávila, não se deve, contudo, revelar apenas o modo

como algumas comparações não devem ser feitas. Por outro lado, o professor Hugo de

Brito Machado relata que não é suficiente a construção do parâmetro de igualdade.

Perante a lei, esse princípio é mais bem aplicado ao ser condicionado no próprio

conteúdo da lei.

As condições factuais não podem ser tratadas, neste contexto, como base

essencial para a compreensão das desigualdades. As divergências de entendimento

sempre existirão já que não é tarefa fácil traçar critérios admissíveis na titulação do que

é um tratamento desigual, principalmente quando o princípio da isonomia aplica-se em

âmbito tributário. Atualmente, vê-se isonomia como a mais relevante base nuclear que

faz parte do sistema constitucional brasileiro.

Como essência do sentido de democracia, a idéia de isonomia surge

primordialmente do fato de não haver república sem que haja igualdade. Entende-se

por democracia o regime de governo em que as decisões e o poder estão direta ou

indiretamente nas mãos do povo, ou ainda, todos possuem, pelo voto, uma igualdade

de condições diante dos direitos de exercício da cidadania. Não cabe a qualquer um

dos membros da sociedade um grau mais elevado de escolha pelo voto, modo pelo

qual o povo expõe a sua vontade na escolha de seus representantes.

26

“Art. 3º. Constituem-se objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II. Garantir o desenvolvimento nacional;

III. Erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Observa-se, neste aspecto, que não se pode compor uma sociedade justa, livre

e solidária se o propósito da igualdade não delinear a prática dos atos dentro do

domínio social. Ainda assim, com o fim de erradicar a marginalização e as

desigualdades considera-se que as vítimas são caracterizadas por não obterem, muitas

das vezes, uma situação igualitária com aqueles que as superaram. Sendo assim, a

isonomia parece atingir apenas os fins a serem constatados enquanto as bases não

alcançam um mesmo grau de investimento.

Para se pensar em construir uma sociedade fundamentada no que é realmente

uma República Federativa, deve-se entender que a igualdade entre os Estados e

Regiões é um conceito que apresenta, por si só, uma finalidade de “reduzir as

desigualdades sociais e regionais1”. Mediante uma leitura do inciso IV, a questão da

isonomia territorial traz a tona muita discussão de cunho sócio-político, além de revelar

o quanto algumas ações até então processadas se distanciam do que a Constituição

Federal firma primordialmente como diretriz de atuação e princípios nacionais.

Com o objetivo de favorecer o bem de todos, mediante aspectos revelados pelo

conceito de isonomia, o presente capítulo busca debater ainda sobre o caput art. 5° e

de que forma ele permanece evidenciando o quanto à relação entre democracia e

igualdade residem no contexto das normas nacionais. Pretende-se conduzir uma

1 Ávila, Humberto. Teoria da Igualdade Tributária. São Paulo: Malheiros, 2007, p.40.

27

reflexão sobre os princípios que regem não apenas o comportamento individual dos

membros sociais, mas também os parâmetros coletivos de legalidade.

No art. 5º está evidenciada a superioridade do princípio da isonomia. Já no caput

do artigo vem a primeira declaração: Diante da lei que rege a nação brasileira, todos

são iguais. A primeira forma de se interpretar a igualdade é a segurança dada, aos

brasileiros e estrangeiros residentes no país, da inviolabilidade do direito á vida, à

liberdade, á igualdade, á segurança e à propriedade. Sendo assim, delimita-se o

conteúdo deste princípio expresso na Constituição, que tem por função, mormente na

esfera tributária, pois é desta que aqui se procurou discutir, tratar os iguais de forma

igual e os desiguais de forma desigual.

2.4 PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE

Este dispositivo se associa à necessidade de que um determinado indivíduo seja

tributado, com base em suas características pessoais, porém sem que este encargo

seja transferido a terceiros. Vale destacar que a ocorrência da substituição tributária

não influencia no princípio da pessoalidade dos impostos.

O presente princípio se encontra incluído no artigo 145, § 1º da Constituição

Brasileira de 1988, juntamente com o princípio da capacidade contributiva, conforme

pode ser observado abaixo:

"Art.145.(...)§ 1º.Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal

e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,

facultado à administração tributária, especialmente para conferir

efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos

individuais me nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as

atividades econômicas do contribuinte." (BRASIL, 2012,p.122).

28

É possível afirmar que a capacidade contributiva que o Estado depreende do

indivíduo considera a pessoa que será tributada. Desta forma, o princípio da

pessoalidade é abordado no mesmo parágrafo que o princípio da capacidade

contributiva. Conclui-se assim, o real sentido do princípio da pessoalidade.

29

CAPITULO III

PRINCIPIO DA LEGALIDADE

EM MATERIA TRIBUTÁRIA

O princípio da legalidade apesar de ser oriundo da Constituição Federal

Brasileiro, sendo um dos princípios mais amplos e utilizados dentro do ordenamento

jurídico pátrio detém sua doutrina em todas as esferas jurídicas.

Como será analisado no decorrer do capitulo tal princípio tanto é disposto e

aplicado na esfera tributária como é visto com forte amplitude dentro da matéria

principiológica tributarista. O princípio da legalidade tributária além de ter sua

valoração reconhecida dentro do sistema legal tributário também apresenta seu

entendimento solidificado entre os grandes julgados e doutrinadores.

3.1.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA.

O princípio constitucional da legalidade, sendo este um principio que norteia

todas as esferas jurídicas, pretende dentro do sistema legal jurídico apresentar o direito

objetivo da norma estatal perante a conduta do contribuinte brasileiro.

Dentro do rol dos princípios que regem o sistema tributário brasileiro, o principio

da legalidade possui seu valor normativo mais intensificado tendo sua normatização e

essência a prevalência de um direito garantidor do cidadão sobre o Estado, em sua

supremacia coercitiva. A Carta Magna dispõe este principio em seu artigo 5º, inciso II

que assim expressa:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - ninguém será

30

obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;(BRASIL,2012,p.45)

A inserção do princípio da legalidade na esfera tributária, tem como principal

finalidade garantir ao contribuinte que o poder estatal não poderá lesá-lo ou até mesmo

se exceder em suas normatizações sem um possível previsão legal, ou seja, conforme

o inciso supracitado a obrigação de fazer não poderá haver senão expressa em norma.

Cabe ressaltar que a Constituição Federal teve em seu objetivo limitar o Estado,

tendo neste princípio uma das principais conquistas legislativas para a sociedade em

toda modernidade. Havendo grande evolução nas normas não só tributárias como

também auxiliando em todas as áreas jurídicas do Poder Judiciário brasileiro. De

acordo com o entendimento do doutrinador José Afonso Silva (2009) acerca do

principio da legalidade:

"O princípio da legalidade é nota primordial em um Estado de direito. Nesse caso convém salientar que trata-se de um princípio basilar do Estado Democrático de Direito, porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática (SILVA,2009,p.420)."

Prevalece com isso, dentro do sistema tributarista, um principio que está

constituído dentro do rol de garantias fundamentais da Constituição, contribuindo em

sua instituição para um Estado Democrático de Direito, ao limitar a supremacia estatal

dentro da normatização legal. Como será analisado futuramente o princípio da

legalidade instituído para auxilia o contribuinte no que tange a esfera tributária

apresenta determinadas divergência entre doutrinadores e juristas.

O Sistema Tributário Nacional obtém neste principio, fonte principal dentro de

sua normatização na qual possibilita que dentre tantos principio tipificados, sendo eles

constitucionais gerais ou específicos da área tributária, o principio da legalidade sendo

defendido como principio geral e adequado na área tributária.

O princípio da legalidade dentro do entendimento dos Doutos Julgadores e de

qualificados doutrinadores suas corrente solidificadas e amplas de superação que este

31

princípio proporciona, tendo seu posicionamento pacificado no Direito Tributário, na

analise de seus elementos constitutivos para a averiguação dos princípios restantes

nesta alçada e servido de embasamento jurídico para o julgamento de lides tributárias e

nas analises de suas legislações.

Dentre a análise doutrinária o autor Ives Gandra Martins (2005) prioriza o

principio da legalidade, como garantia mais do que constitucional, tributária:

“se o princípio da legalidade limita o poder de tributário, colocando-o sob monopólio da lei escrita, proveniente do legislativo, a criação e majoração dos tributos, faz nascer o direito público subjetivo do cidadão contribuinte – exigir que os entes de governo interfiram na sua área particular de ação, criando ou aumentando tributos, através de lei (MARTINS,2005,P.123) "

O poder legislativo ao instituir o princípio da legalidade dentro do ordenamento

jurídico possibilitou que a autonomia dos entes federativos, dentro de sua autonomia

não se limitem somente ao Estado, como também a legislação no que se refere à

tributação, não permitindo, como expresso na citação acima que haja a incidência e

elevação tributaria desenfreada no sistema tributarista. A Carta Magna prevê em seu

dispositivo legal, através do artigo 150, inciso I o principio da legalidade versado no

capitulo tributário:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - Sem prejuízo de ouras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (Brasil, 2012, p.45)”.

A legislação tributaria, dentro do sistema jurídico aplica o princípio da legalidade

tributária de forma estrita, por conceber que apenas a lei ordinária pode criar o tributo

em seu sentido estrito. O sistema brasileiro dispõe que sua norma que eleva ou cria

tributos deverá ser editada somente pelo poder legislativo através de lei ordinária. Com

isto, este poder legislativo deve se qualificar como competente para tanto.

32

3.2. BREVE HISTÓRICO

Como será analisado de maneira geral o princípio da legalidade tributária

apresenta uma evolução histórica dentro do sistema legal brasileiro até ter seu

entendimento pacificado nos dias de hoje.

A aplicação do princípio constitucional legalista na alçada penalista teve seu

inicio no Brasil, com a promulgação da constituição de 1834, tendo sua essência

baseada na política individualista revolucionaria francesa, onde versava em seu art.

179, inciso XI, que ninguém será sentenciado senão por autoridade competente por

virtude de lei anterior, e na forma por ela prescrita.

A origem deste princípio encontra-se inserida na Constituição inglesa de 1215,

criada pelo conhecido Rei “João sem Terra”, instituindo a tributação do Estado, por seu

prévio consentimento, sendo a mesma monopolizada entre o conselho do reino. Anos

mais tarde o princípio da legalidade tributária foi aperfeiçoado em meados de 1689, no

mesmo território, sendo este princípio estendido para a declaração dos direitos do

homem e para a constituição americana. Na análise de Aliomar Balleeiro (2001), o

princípio da legalidade tributaria se originou no direito brasileiro:

"A Constituição Imperial de 1824, conquanto não se referisse expressamente à lei, firmava a competência legislativa para a tributação, tanto sob o aspecto da legalidade quanto da anualidade, como se vê do art. 171(todas as contribuições diretas...serão anualmente estabelecidas pela Assembléia...’) e também o art. 172(BALEEIRO,2001,p.98) "

Vale ressaltar que todas as Constituições brasileiras ao longo dos anos sempre

dispuseram do princípio da legalidade. A Magna Carta de 1891, expressou o princípio

da legalidade tributária de forma mais genérica, se restringindo na esfera tributária

tocante somente aos impostos, não na tributação como um todo.

33

Outra Constituição que aplicou o princípio da legalidade no Direito Tributário de

maneira mais geral foi a de 1934, mesmo já havendo neste período a distinção entre

impostos e taxas. Na linha evolutiva das constituições brasileiras, foi somente na

criação da Constituição Federal Brasileira de 1988 que, o princípio da legalidade

tributária teve sua aplicação mais precisa e de forma geral, especificando sua essência

e eficácia na área tributária, dentro do rol de seus artigos.

O artigo 150, em seu inciso I, da Constituição Federal Brasileira dispõe

especificamente deste princípio:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.(BRASIL,2012,p.27)”

Esta razão principiológica aplicada no Direito Tributário conforme versado em

sua evolução histórica instituiu o princípio da legalidade tributária, como elemento

essencial à Constituição do Estado Democrático de Direito no Brasil, à medida que ao

mesmo tempo resguarda os cidadãos, possibilita a interação da lei com a sociedade,

baseando-se nesta, garantia fundamental.

3.3. ASPECTOS CONCEITUAIS

O esclarecimento conceitual do princípio da legalidade tributária, não é limitativo

tal como sua estrutura no Direito Tributário. Seu objetivo se valida na doutrina de que

nenhum tributo pode ser majorado ou instituído sem previsão legal, ou seja, somente

poderá ocorrer à criação de uma nova normatização de incidência tributária ou

elevação de base de cálculo ou a alíquota através de lei regularmente instituída.

A caracterização deste princípio pode apresentar dois aspectos a serem

analisados: o da legalidade formal e material. Na legalidade formal resta-se a inserção

da norma tributária no sistema legal brasileiro respeitando os trâmites legais

34

instaurados em sua criação. Já a material, definido entre os doutrinadores como

princípio da tipicidade tributária, obriga a legislação conteúdo especificado em seus

elementos na sua disposição como também na descrição de seu conteúdo legal.

Dentre os distintos aspectos a legalidade tributária é analisado pelo seu

conteúdo normativo, sendo verificado mais o aspecto da legalidade material do que a

formal. O princípio da tipicidade tributária preenche em seus elementos a imposição da

norma sobre a supremacia estatal. No entendimento do doutrinador Hugo de Brito

Machado (2007) acerca do princípio da tipicidade tributária:

"A lei fiscal deve conter todo s os elementos estruturais do tributo: o fato jurígeno sob o ponto de vista material, espacial, temporal e pessoal (hipótese de incidência)e a conseqüência jurídica imputada à realização do fato jurígeno(dever jurídico).Equivale dizer que a norma jurídico-tributária não pode ser tirada do “ordo júris” nem sacada por analogia, deve estar pronta na lei, de forma inequívoca, obrigando o legislador a tipificar os fatos geradores e deveres fiscais (MACHADO,2007,p.122)”.

A orientação doutrinária acerca deste subprincípio de que a legalidade material é

tratada como princípio da tipicidade tributária. É notório que se considera a tipicidade

em matéria tributária findada o que se averigua como a impossibilidade de alteração

pelo administrador e pelo juiz da regra de Direito Tributário. No entanto, este é

resultado do princípio da legalidade, sendo de frágil aplicação, a criação de mais uma

denominação técnica para este fato jurídico.

3.4. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA

Como todo princípio jurídico doutrinário o princípio da legalidade tributária

também apresenta certas divergências entre juristas e autores da ciência jurídica. No

direito tributário este princípio é observado com certas restrições quando instituídos

35

casos especiais, haja vista que tal princípio deveria ser abrandado em seu conteúdo

normativo em virtude de casos de urgências que estas exceções demandariam.

No tocante ainda a esta exceção, a Constituição não deixou margem para que se

dominar ampliação do rol dos tributos que não se dominam por inteiro ao princípio da

legalidade.

Nesse diapasão de correntes doutrinarias acerca do estrito cumprimento do

princípio da legalidade tributária, pode ser destacado a previsão legal inserida na

Constituição Federal Brasileira já abre ‘brechas’, a este princípio, restando certo

desacordo com o sistema implantado. A criação de uma legislação complementar para

atuar como agente limitativo ao poder de tributar não corrobora com a idéia do princípio

estrito legalista.

O doutrinador Hugo de Brito Machado (2007) que estas exceções especiais não

possuem autorizações regulamentadas pela Magna Carta e que a legislação

complementar serviria de liame legislativo para fixar uma maneira de alterar as

alíquotas.

"(...) há exceções ao princípio quanto à majoração (ou minoração) de impostos. As seguintes: impostos de importação, exportação, IPI e ISOF. Estes podem ter suas alíquotas distorcidas e, pois, majoradas sem prévia lei, por simples ato administrativo, atendidas as condições e os limites a serem fixados em lei autorizativa, que se não existir (art.153,&1º) dificultará a franquia concedida ao executivo federal. É que na hipótese trata-se de limitação sobre limitação ao poder de tributar, matéria sob reserva de lei complementar (art.146, II). (MACHADO,2007,p.244)”

Nota-se que há grande e relevante confluência entre valores morais e valores

jurídicos voltada para a dedicação do princípio da legalidade. Essa confluência é

condição para uma contingente e posterior integração da humanidade com o sistema

jurídico brasileiro.

36

3.4.1 Legalidade tributária e medida provisória

É ampla a doutrina e a jurisprudência no que reflete aos conflitos sobre o

cabimento da utilização da medida provisória como instrumento normativo de criação ou

majoração de tributos.

A medida provisória é um instrumento normativo que tem por função o cabimento

da celeridade como regra jurídica dentro do ordenamento jurídico brasileiro, ou normas,

em determinados casos que presenciem requisitos de extrema urgência e relevância,

detento caráter indeterminado, sem restrição de dúvida, de formulação abstrata, que o

Juiz deve proceder à sua interpretação diante do caso concreto, podendo assumir para

tanto diversos significados.

No entender de Hugo de Brito Machado (2007):

"(...) a segurança jurídica, o princípio da anterioridade e da não-surpresa são de tal maneira esforçados no direito tributário, que o procedimento legislativo, desencadeado pelas medidas provisórias, é incompatível com a regulamentação de tributos. (MACHADO,2007,p.167) "

Tal divergência se eleva a partir da averiguação de que o Estado, ao assumir

diante das necessidades do contribuinte e de seus compromissos com a sociedade,

criou, em contrapartida, a necessidade de um aumento significativo da atividade

legislativa, acarretando uma verdadeira inflação legislativa. O que resta a estas novas

normas, produzidas com o intuito de atender a particulares interesses que elevem uma

nova contextualização, não tem condições materiais de serem aplicadas, servindo tão

somente para criar a sensação no povo de que os problemas foram resolvidos, quando,

na prática, a situação continua igual. A lei, portanto, passa a exercer uma função

meramente simbólica, sem produzir a verdadeira eficácia normativa.

Através dessa linha de raciocínio ratifica o autor Plauto Faraco de Azevedo

(2008) acerca da temática abordada:

37

"A crise perpassa o direito positivo, no qual, desde antes do neoliberalismo, já se esboçava a inflação legislativa, configurada pelas leis-recorte, que suficiente pequenos estratos da realidade social, para que, em substância, tudo continue como antes.(AZEVEDO,2008,p.42)”

Solidificando tal posicionamento abordado o autor José Eduardo Faria (2004)

ratifica esta analise:

"O que se passa a ser averiguado, então, é uma progressiva inefetividade política, administrativa, normativa, operacional e até organizacional do Estado keyseniano ou intervencionista. Sua prolífica – mas errática – produção legislativa vai acarretar importantes mudanças na morfologia, nas definições e na qualidade discursiva das leis, esvaziando progressivamente o caráter lógico sistemático do sistema legal e pondo em xeque a linguagem unívoca desenvolvida pela dogmática com base em conceitos desenvolvidos e de acordo com regras precisas de mudança. (FARIA, 2004, p.117)”

No Brasil, em relação a sua sistematização jurídica tem visto uma tendência de

ampliação do poder normativo da administração, ao diminuir o alcance da limitação

conferida pelo princípio da legalidade Este processo se apresenta no Direito Tributário a

partir das discussões acerca do alcance do poder normativo conferido ao Poder

Executivo na regulação dos tributos extrafiscais e, também, na questão da possibilidade

da edição de medidas provisórias para instituir novas exações.

38

CAPITULO IV

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

4.1. Princípio da universalidade da jurisdição.

Mesmo sendo um princípio basilar da constituição brasileira o princípio da

universalidade da jurisdição afeta diretamente ao sistema tributário nacional, tendo seu

objetivo o resguardo do contribuinte que se ache ameaçado ou lesado, ao apresentar

uma situação perante o fisco, visando o impedimento dos poderes tanto legislativo

quanto executivo, através de qualquer instrumento legislativo infraconstitucional de

deixar que o contribuinte busque seus direitos através do Poder Judiciário.

O princípio da universalidade da jurisdição tem sua normatização expressa no

artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal Brasileira que assim dispõe: A lei não

excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito.

A autonomia entre os poderes dentro do sistema legislativo brasileiro não implica

que um poder possa ser contestado por outro, ou seja, no caso em foco que o

contribuinte poderá pleitear seus direitos no Poder Judiciário quando se sentir lesado

pelos outros poderes. O inciso supracitado reflete nitidamente o principio da

universalidade da jurisdição, visto que determina o exercício jurisdicional brasileiro e a

função inafastável do Poder Judiciário.

Como já analisado anteriormente os princípios acima previstos no estudo são

objetivamente constitucionais, entretanto, sua matéria auxilia as distintas esferas dentro

39

do ordenamento jurídico brasileiro, mais a frente poderá ser averiguado os princípios

específicos do Direito Tributário.

4.2. Princípio da isonomia das políticas constitucionais.

A autonomia entre poderes e entes federativos dentro do sistema brasileiro é

extremamente relevante dentro do ordenamento jurídico, daí a decorrência da

importância do principio da isonomia das pessoas políticas constitucionais atuando no

sistema tributário. Este princípio versa sobre dois postulados constitucionais, quer

sejam a Federação e autonomia tributária dos entes federativos, mesmo havendo

delimitação e abrangência de cada tributo entre os entes federativos. Na coerente

elucidação do autor Paulo Barros (2009) este princípio assevera:

"A referência do constituinte aumenta os Municípios, parificando-os aos Estados –Membros e à União. Estes não se caracterizam como entes menores ou frágeis comunas subordinadas ao controle e à limitação das unidades federadas ou mesmo da União. São pessoas jurídicas de direito constitucional interno, dotadas de representação política e, que vão haurir competências privativas na mesma fonte em que o fazem as outras, isto é , na lei fundamental (BARROS,2009,p.122)”.

A Carta Magna consagrou a estruturação federativa que a União e os Estados,

mesmo sendo autônomos entre si em matéria tributária, integram a mesma. Entretanto

atuam como agentes concessores de autonomia aos municípios, muito embora não se

integrem à Federação. Desta maneira os municípios apresentam a mesma dignidade

constitucional que a União e os Estados, sendo distinguidos somente no que pertine a

sua competência.

A dignidade constitucional concedida a todos tem seu amparo na legislação

magna em seu artigo 1º, já a referente aos municípios se encontram resguardadas nos

artigos 18 e 29 da Constituição brasileira (1988) que assim são dispostos:

40

“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos (BRASIL,1988.p.76)”.

No entender de Paulo Barros (2009) corroborando com a idéia de autonomia não

somente para a Federação, mas principalmente que haja isonomia entre os municípios

também assim reflete:

"a previsão constitucional possui necessidade que a União possa intervir nos Estados-Membros ao afirmar o principio de igualdade . Fossem desiguais;ao haver a subordinação dos Estados à União, não se cogitaria de autorização constitucional expressa. (BARROS,2009,p.126)”

4.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS ESPECÍFICOS

4.3.1 Princípio da uniformidade do regime tributário.

O princípio da uniformização do regime tributário assim expressa a proibição de

distinções entre ás instituições empresariais privadas e empresas publicas quanto a seu

regime tributaria e sua conseqüente aplicação. No entanto este princípio se excetua

para micro empresas e pequenas empresas, com a finalidade de vislumbrar o

desenvolvimento econômico do Brasil.

A progressividade está observada no caso em que há majoração da quantidade

ou quantificação do objeto a ser tributado e a conseqüência é sua alíquota ter um

visível crescimento. Assim expressa a Constituição em seu artigo 153, parágrafo 2º:

“Compete à União instituir impostos sobre: §2º.O imposto previsto no inciso III: I – será

41

informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da

progressividade.(BRASIL,2012)”.

No que concerne ao princípio da universalidade, a legislação que porventura

institua o imposto de renda terá que se adequar todos os rendimentos advindos de

atividades lucrativas com a finalidade de cálculo do imposto, em relação ao princípio

da generalidade, terão que ser tributadas todas as pessoas que auferirem renda,

excetuando-se, logicamente, às imunidades e isenções concedidas legalmente.

Cabe ressaltar que a progressividade dos tributos é dentro da administração da

individualidade dos tributos identificado como a única fórmula que é permitida. Sendo

tal instrumento essencial para a aferição da capacidade contributiva dos sujeitos

passivos da relação tributária.

4.3.2 Princípio da isonomia tributária.

O vislumbre do princípio da isonomia tributária possui as mesmas divergências

que são impostas ao principio da isonomia, visto que, mesmo expressa no artigo 5º,

caput da Carta Magna é qualificada como sobre principio constitucional, no entanto

irradia dentro do ordenamento jurídico brasileiro diferenciado entre os demais princípios

norteadores do sistema tributário nacional.

O dispositivo legal pertinente a tal principio isonômico esta previsto no artigo 150,

inciso II, sendo expresso da seguinte forma:

"Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:II – Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos."(Brasil,2012,p.78)

42

No que se reflete ao Direito Tributário o princípio da isonomia atua na busca de

integração e independência de tributação, como exemplo a incidência de IPVA e sua

conseqüente autonomia entre os Estados. Ainda que possa ser o foco da temática

instrumento de grandes controvérsias, este princípio possui sua caracterização similar

ao princípio da igualdade já analisado anteriormente.

Na elucidação do autor Yuri Carneiro Coelho (2005) tipifica em linhas gerais o

principio da isonomia tributaria ao analisar o artigo 5º da CF:

“O impedimento de distinguir na aplicação da lei, em que o valor básico resguardado é a segurança jurídica;a defesa de distinguir na integra da lei, vedação que salvaguarda valores democráticos como abolição de privilégios e de arbítrio. Os princípios da generalidade e da universalidade estão a seu serviço e possuem como destinatários todos aqueles analisados igualmente;.no dever de distinguir no conteúdo da lei entre desiguais, e na medida dessa desigualdade. No direito tributário, o critério básico que mensura a igualdade ou a desigualdade é a capacidade econômica do contribuinte (CARNEIRO,2005)”.

A previsão de possibilitar derrogações parciais ou totais ao princípio da

capacidade de isonomia aliado à capacidade econômica, através do acolhimento de

valores constitucionais, pelos princípios como requisitos de comparação, os quais

podem servir como agentes auxiliares ao contribuinte tais como a progressividade,

regressividade, isenções e benefícios, na busca de um melhor padrão de vida para

todos, dentro dos planos de desenvolvimento nacional integrado e harmonioso.

4.3.3. Princípio da progressividade sobre a incidência de IPTU.

Dentre os princípios regidos pelo sistema tributário a conceituação do

principio da progressividade sobre a propriedade territorial urbana ou rural, traz consigo

o mesmo enfoque que o principio da uniformidade do sistema tributário qualificando a

progressividade do imposto de renda, atuando no claro exercício extrafiscal do principio

43

em foco. Este princípio é disposto na Constituição Federal brasileira pelos artigos 153,

parágrafo 4º e 156, parágrafo 1º, assim expresso:

"Art.153. Compete à União instituir impostos sobre:§4º O imposto previsto no item VI terá suas alíquotas fixadas em lei de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.

Art.156.Compete aos municípios instituir imposto sobre:

§1º.O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos da lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade."(BRASIL,2012,p.87)

4.4 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.

O principio da capacidade contributiva, este forte integrante do sistema tributário

nacional tem por objetivo determinar que haja criação de um nível equilibrado de

tributação. Uma nivelação adequada que permita que o poder estatal garanta suas

necessidades de cunho econômico, no entanto prevendo a impossibilidade de seus

contribuintes não exaurindo-lhes recursos além do devido.

Este princípio encontra-se qualificado no artigo 145, parágrafo 1º da

Constituição, dispondo que:

“Art.145 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:§1º.Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais me nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte." (BRASIL,2012,p.111)

È publico e notório que este princípio atua não somente como à matriz da

igualdade como também resguarda o direito fundamental da propriedade, estando

intimamente ligado à proibição do confisco.É ele um princípio que pode ser vislumbrado

44

como básico para a distribuição das cargas tributárias, auferindo a potencialidade

econômica real dos contribuintes.

O principio da capacidade contributiva permite a limitação do poder legislativo ao

coibir excessos confiscatórios, impedindo que os contribuintes sejam lesados pela

onerosidade de rendas mínimas, este principio possibilita a criação de um sistema

progressivo justo.

Segundo a concepção de Roque Antonio Carraza (2008), este principio atua

como decorrente do principio da igualdade:

"(...)o princípio da igualdade, fundamental na linha constitucional inserida no Brasil, que ampara o tratamento igual aos iguais e o tratamento desigual aos desiguais, abraça a exigência do princípio da capacidade contributiva, qual seja, a de que o contribuinte salde impostos de acordo com a sua previsão econômica (CARRAZA,2008,p.30)."

Mesmo este princípio atuando como complemento do princípio da igualdade, o

principio da capacidade contributiva esta aliado ao rol dos principio constitucionais dos

direitos e garantias fundamentais, por sua essência visar a possibilidade do contribuinte

arcar com seus impostos e não empobrecê-lo com excessos de tributos.

4.5. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO.

O principio supracitado, estabelece que o confisco em alguns casos, possui

políticas extrafiscais aplicando tributos com objetivo diferenciado da arrecadação

tributaria. Pode ser destacado como exemplo a progressão das alíquotas do IPTU, tal

manifestação tributária pode acarretar a violação de modo pouco legal ao direito de

propriedade do contribuinte, com o, em determinados casos, o desenfreio do interesse

público, até chegar em certos momentos em desapropriação, tendo o ente federativo

que arcar, de maneira legal, uma indenização justa e proporcional ao contribuinte. O

45

principio do não-confisco visa o não cabimento da inserção de um tributo com eficácia

confiscatória.

O principio do não-confisco possui previsão legal em seu artigo 150, inciso IV da

Constituição Federal Brasileira assim dispõe: Sem prejuízo de outras garantias

asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

municípios:IV – É vedado utilizar tributo com efeito de confisco.

Conquanto determinadas vezes, as políticas extrafiscais no manejo dos tributos

tenham objetivo meramente arrecadatório. Pode-se citar como exemplo, a

progressividade das alíquotas do IPTU, por conter um política de não violação ao direito

de propriedade. O interesse está se propaga até mesmo no ato de desapropriação,

devendo haver indenização, na forma da lei, de maneira justa, não cabe ao poder

legislativo instituir tributo com efeito confiscatório, afrontando o direito de propriedade.

A Constituição estabelece em seu art. 150, inciso IV, o princípio do não-confisco,

assim redigido:

"Art.150.Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:IV – É vedado utilizar tributo com efeito de confisco. (BRASIL,2012,p.123)"

4.6. PRINCÍPIO DO LIVRE TRÂNSITO DE PESSOAS E BENS.

O principio que confere ao livre trânsito de pessoas e bens atua como

complemento ao dispositivo legal da Constituição Federal que propaga a liberdade de ir

e vir, neste caso a única exceção ao tributo é a cobrança de pedágios, que possui

natureza de taxa. Ou seja, a finalidade deste principio é que nenhum tributo de natureza

interestadual ou intermunicipal impeça a livre circulação de pessoas e bens.

A previsão legal que este princípio está inserido se dispõe no artigo 150, inciso

V, da Carta Magna:

46

“Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.( BRASIL,2012,p.77)”.

Tal princípio visa mais uma vez resguardar um dos direitos fundamentais do

cidadão, neste caso, objeto principal da temática, o contribuinte no qual o próprio não

poderá ter tributação com incidência de pessoas na condição de viajantes, muito menos

sobre seus bens pessoais ou mercadorias que porventura sejam transportados.

O estudo dos princípios do direito tributário se verifica norteado de

complexidades acerca desta temática que ao mesmo tempo é tão ampla e verifica-se

cercada de lacunas a duvidas a serem dirimidas.

47

CONCLUSÃO

Certo de ter atendido e abordado as controvérsias e polêmicas que segregam

em torno do assunto de um conteúdo tão estritamente complexo. Os princípios do

direito tributário diante de sua contextualização nas relações entre o poder estatal

demonstram a perspectiva do contribuinte canalizando todas as suas atenções para o

exercício de suas funções principiológicas demonstrando todo o reflexo de fraqueza de

toda uma sociedade diante da supremacia estatal.

Neste estudo de pesquisa pretendeu-se dirimir dúvidas que se focalizavam na

eterna luta entre a classe minoritária relativa aos contribuintes e a classe majoritária, o

Estado. O período de revoluções tanto tecnológicas como de direito à busca de

melhores condições.

O ordenamento jurídico brasileiro em sua legislação criou Decretos, Leis

ordinárias todas com embasamento primordial e determinante da Carta Magna, que

visassem o resguardo do contribuinte.

Conclui-se fundamentalmente, diante dos breves tópicos por nós desenvolvidos

que o ordenamento jurídico brasileiro, mormente seu sistema constitucional, é um

sistema aberto de regras e princípios que se inter-relacionam para chegarem à

completude do mesmo, estando o subsistema constitucional tributário imerso nesta

compreensão.

Diante do que foi objeto de pesquisa de estudo, dentre este campo, ademais, os

princípios constitucionais tributários, conforme a linha por que foi adotada conferem

sentido às regras tributárias, condicionando a sua aplicação, pelo que até podemos

afirmar a sua superioridade dentro do sistema. A sociedade com o passar dos tempos

se transforma e se qualifica de acordo com as necessidades da população tributaria

como um todo.

Contudo, resta afirmar que, mormente os doutrinadores identificarem de forma

discrepante uma série de princípios constitucionais tributários, uns mais, outros menos,

entendemos que são aplicados ao sistema constitucional tributário brasileiro nove

48

princípios constitucionais gerais e princípios constitucionais tributários, pelo que nos

leva a crer que quaisquer outros relacionados são compreendidos pelos contribuintes

em geral como mera regra tributária, fiel à distinção feita anteriormente.

O estudo presente em questão vislumbrou os princípios do direito tributário nas

relações tributarias o que se determinou como um dos agentes primordiais para

reestruturação do sistema nacional tributário brasileiro para com a sociedade.

49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AZEVEDO, Plauto Faraco. Ecocivilização.2. ed.São Paulo: RT, 2008

BALEEIRO,Aliomar. Limitações Constitucionais ao poder de tributar. 7ªEd.ver e

atua.por MIZABEL DERZI.Rio de Janeiro:Forense,2001,

CARVALHO,Paulo de Barros. Curso de direito Tributário.São Paulo: Saraiva, 2009.

CARRAZA, Roque Antonio. Curso de direito Constitucional tributário. 11 ed. rev. atua. amp. São Paulo: Malheiros Editores, 2008, COÊLHO,Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 – Sistema Tributário. 8ªEd.Rio de Janeiro:Forense,2007, COELHO, Yuri Carneiro. Sistema e princípios constitucionais tributários. Brasília, 24 mar. 2005. Disponível em: <http//www.jus.com.br>. Acesso em: 10,janeiro. 2012

DERZI,Mizabel apud MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário., São

Paulo: Malheiros, 2007

FARÁG, Cláudio. Direito financeiro para concursos. Brasília: Fortium, 2005.

FARIA, José Eduardo. O Direito na Economia Globalizada.São Paulo: Malheiros,

2004

Harada, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 13ª edição. São Paulo: Atlas, 2004.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário., São Paulo: Malheiros, 2007

MARTINS, Ives Gandra da Silva . Curso de Direito Tributário.Pará: CEJUP, 2005.

MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.8ªEd.São

Paulo:Malheiros Editores, 2006

Paulo, Vicente & Alexandrino, Marcelo. Manual de direito tributário. Niterói, RJ: Impetus,

2005.

50

SILVA, José Afonso. Direito Constitucional Positivo. , São Paulo: Malheiros, 2009.

TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário. Os

direitos Humanos e a Tributação – Imunidades e Isonomia. Vol. III. Rio de Janeiro:

Renovar.2006.

51

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO...............................................................................................1

AGRADECIMENTOS.............................................................................................2

DEDICATÓRIA......................................................................................................3

RESUMO...............................................................................................................4

METODOLOGIA....................................................................................................5

SUMÁRIO..............................................................................................................6

INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

CAPITULO 1 – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO ............................................9

1.1 A Origem do sistema constitucional..........................................................9

1.2 Subsistema constitucional tributário.......................................................11

1.3 Princípios constitucionais........................................................................12

1.3.1 Princípio da segurança jurídica.........................................13

1.3.2 Princípio da justiça............................................................14

1.3.3 Principio da certeza do direito...........................................15

1.4 Distinção entre princípios e regras na norma tributária..........................16

CAPÍTULO 2 - PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIO FORMAIS........................................19

2.1 Princípio da anterioridade e da irretroatividade.......................................19

2.2 Princípio da anualidade...........................................................................21

2.3 Princípio da igualdade.............................................................................24

2.4 Princípio da pessoalidade........................................................................27

CAPITULO 3 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA.......29

3.1 Princípio da legalidade tributária................................................................29

3.2 Breve histórico...........................................................................................32

3.3 Aspectos conceituais.................................................................................33

3.4 Exceções ao princípio da legalidade tributária..........................................34

52

3.4.1 Legalidade Tributária e Medida Provisória...................................36

CAPÍTULO 4 -PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS.....................38

4.1 Princípio da universalidade da jurisdição..................................................38

4.2 Princípio da isonomia das pessoas políticas constitucionais....................39

4.3 Princípios constitucionais tributários específicos......................................39

4.3.1 Princípio da uniformidade do regime tributário............................40

4.3.2 Princípio da isonomia tributária.....................................................41

4.3.3 Princípio da progressividade sobre a incidência de IPTU..............42

4.4. Princípio da capacidade contributiva.........................................................43

4.5. Princípio do não-confisco..........................................................................44

4.6. Princípio do livre trânsito de pessoas e bens............................................45

CONCLUSÃO......................................................................................................47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .........................................................................49

ÍNDICE.................................................................................................................51

FOLHA DE AVALIAÇÃO......................................................................................53

53