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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Escola e as ações didático-pedagógicas que
propiciam a construção de atitudes de liderança do
aluno
Antonio Cesar Bacchim
Orientadora
Prof. Flávia Duarte
Rio de Janeiro - 2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A Escola e as ações didático-pedagógicas que
propiciam a construção de atitudes de liderança do
aluno
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Orientação Educacional e Pedagógica
Por: Antonio Cesar Bacchim
3
AGRADECIMENTOS
Ao Frei Jesus Florêncio Izaguirre Roitegui
Diretor do Colégio Santo Agostinho,
Unidade Leblon, por incentivar-me a
prosseguir na incansável tarefa do
educador: estudar sempre!
4
DEDICATÓRIA
Aos meus estimados pais, geradores da
vida e propiciadores das sendas que me
levaram ao campo do conhecimento, da
dignidade e da valoração do ser humano.
5
RESUMO
A instituição escolar, desde suas origens, tem a finalidade e a
missão de educar o aluno em todas as suas dimensões humanas, visando
desenvolver as habilidades cognitivas e competências através da Orientação
Educacional e por todos os envolvidos no processo educacional da escola. Na
fase da adolescência, quando conclui o segundo segmento do ensino
fundamental, os alunos estão no período das descobertas da formação e
internalização de atitude, de valores morais e sociais. As ações didático-
pedagógicas organizadas intra ou extramuros da escola, de maneira
sistemática e orgânica, são os instrumentos que levam ao desenvolvimento das
atitudes humanas como a liderança, valor conquistado e aprendido. A
sociedade na contemporaneidade espera e deseja receber alunos-cidadãos
preparados para o mercado de trabalho competitivo, exigente e seletivo. A
liderança é a leitura-chave para uma convivência salutar e prazerosa, quer no
mundo do trabalho, quer nas relações humanas.
6
METODOLOGIA
O trabalho apresentado se fundamenta em atribuir à escola um
papel que vai além das fronteiras dos conteúdos programáticos e da
aprendizagem dos saberes. Libâneo e Cortella são os intercolutores escolhidos
para apontar e fundamentar o papel e a função da escola na
contemporaneidade. A abordagem apresentada pelos teóricos da educação
afirma que o professor e as demais instâncias da escola materializam a função
dessa escola, como agente transformador no campo social, político e da
cultura crítica.
O aluno, como sujeito da sua individualidade, tem a oportunidade de
desenvolver valores éticos e morais e, dessa maneira, fortalece a
subjetividade, como a liderança, objeto central do trabalho proposto. A
liderança é, pois, um valor humano, constituído de desdobramentos éticos. A
centralidade do processo de desenvolvimento dessa atitude está nas diversas
ações didático-pedagógicas proporcionadas pela escola.
A ética e a liderança, segundo afirma Cortella, resultam na sua
função vital: atingir a autonomia do ser humano. Essa autonomia permite lhe
conviver com os seus semelhantes, de modo a construir uma sociedade
equitativa e ecologicamente sustentável.
A entrevista realizada na instituição privada escolhida para a
realização do trabalho atesta que, por meio de ações sistematizadas, tanto
intra como extramuros da escola, garante-se o desenvolvimento dos valores
éticos e da liderança dos alunos do segundo segmento do ensino fundamental.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A função da escola 10
CAPÍTULO II - A Orientação Educacional 14
CAPÍTULO III - Gestores pedagógicos 19
CAPÍTULO IV - Liderança e ética 24
ANEXOS 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 38
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
Desde a Antiguidade, a educação formal teve sempre um papel
preponderante nos diversos contextos sociais vividos pelo ser humano. Hoje
não se pensa um cidadão, uma pessoa sem a formação mínima de
conhecimento acadêmico. Porém, ao afirmarmos essa verdade conceitual, nos
deparamos com desdobramentos que nos levam a questionar essa afirmação e
sobre ela refletir de forma mais criteriosa. Partimos, por exemplo, da
conceituação ou da função que hoje a sociedade espera da Escola e de como
isso vem sendo exigido por gestão e políticas públicas.
A sociedade espera e acredita no professor, na escola, ao mesmo
tempo que delega a eles funções que muitas vezes não lhes são pertinentes.
Entretanto, é dentro do ambiente escolar que se formam o caráter, a
personalidade e as habilidades das crianças e dos jovens. E isso ninguém
questiona ou disso duvida. A escola tem em seu quadro de serviços internos a
Orientação Educacional, cujo objetivo é o de ajudar o aluno a buscar o
autoconhecimento e a viver com autonomia e responsabilidade. Ao mesmo
tempo, existe uma linha ou orientação política exigida pelas demandas
educacionais e curriculares. A escola não é neutra em suas decisões e em sua
maneira de ensinar. A sua postura, a visão de mundo e de sociedade são
apresentadas, muitas vezes, nas entrelinhas do currículo oculto, mas nem
sempre esse conteúdo é explicitado na gestão e na administração de uma
escola.
Sabemos que o papel de uma instituição escolar é de grande
importância na formação de cidadãos conscientes e autônomos. Por isso, o
tema de investigação do presente trabalho é a abordagem da escola como
espaço de formação de liderança dos alunos do Ensino Fundamental II.
Trata-se de assunto relevante, pois a nossa sociedade tem exigido
uma formação mais ampla, holística dos alunos quanto ao seu processo de
formação integral. Dessa maneira, desloca a escola de seu interesse apenas
sobre o conteúdo do ensino e dirige seu olhar mais para a formação de
pessoas.
9
Pretende-se aqui também redefinir o conceito de formação da
pessoa (aluno) e o papel dos agentes dentro da escola: professores, gestores e
família.
Os objetivos são: definir os papéis dos “atores” envolvidos no
processo de formação da liderança dos alunos, com destaque para a
Orientação Educacional; conceituar a sociedade em que estamos inseridos,
quais as exigências do mundo do trabalho globalizado e como este apela para
uma escola que busca formar líderes.
O trabalho será desenvolvido por meio de estudos de casos
(conhecimento empírico) de uma escola da rede particular de ensino do Rio de
Janeiro. Sua fundamentação teórica ocorrerá por meio de consulta bibliográfica
que comprovará sua hipótese.
Dois autores nortearão essa pesquisa: Libâneo e Friederberg. A
função da escola ultrapassa o ato de ensinar conteúdos, pois, segundo afirma
Libâneo (2004), a criança internaliza os meios cognitivos para compreender e
transformar o mundo, no qual o jovem ingressará pelo mercado de trabalho.
Mercado mais exigente, competitivo e, ao mesmo tempo, desafiador. Tem-se o
intuito de estudar e pesquisar como a escola pode desenvolver em seus alunos
elementos que os ajudem a conviver melhor, a tomar decisões. Muito além de
obter informação e conhecimento, deve-se instigar o aluno a desenvolver
habilidades e competências.
A liderança, quer individual ou coletiva, é entendida como uma das
formas explícitas do fazer participativo na escola. A gestão e a organização são
chaves de leitura para averiguar o processo de construção desse valor. No
entender de Friederberg (1993), a liderança empreendedora tem um papel
fundamental na aprendizagem organizacional.
10
Capítulo I
A função da escola na Contemporaneidade
Hoje a psicologia afirma que o ser humano é multifacetário, aberto
ao novo, consciente de suas ações e promotor da vida. Dotada de talentos e
de capacidades, a pessoa é capaz de inovar, criar, crescer e construir.
A dicotomia da pessoa, a corporeidade e a alma são questionadas, e
da crença nessa conceituação decorrem sérios danos à própria
pessoa e ao meio em que ela está inserida. Por isso, o conceito de
pessoa nos dias atuais é mais abrangente, mais complexo e mais
profundo.
Para Morin (2003),
O ser humano é complexo e traz em si, de modo bipolarizado, caracteres antagonistas: sapiens e demens (sábio e louco), faber e ludens (trabalhador e lúdico), empiricus e imaginarius (empírico e imaginário), economicus e consumans (econômico e consumista), prosaicus e poeticus (prosaico e poético). pág. 58
Essas afirmações nos fazem repensar a educação como proposta
apenas de aprender e obter conhecimento, ou seja, com uma perspectiva de
que o professor fornece o conteúdo e o aluno o recebe, de maneira passiva
e ingênua. A concepção dessa visão de escola é a daquela que está
sempre muito preocupada com os conteúdos e com a mensuração dos
saberes do aluno.
Os temas fundamentais apresentados nos currículos oriundos dos
órgãos governamentais nem sempre vêm ao encontro dos projetos pessoais
dos discentes. Muitas vezes, ao contrário, os desestimula e os desorienta,
pois não veem sentido em aprender ou desenvolver tais habilidades
propostas.
11
A visão holística do mundo e do ser humano nos conduz a um
diálogo verdadeiramente interessante e instigante e, nesse sentido, faz-se
necessário repensar a função da escola na contemporaneidade.
Falar atualmente de novas tecnologias e novos instrumentos de
conhecimento, sem se referir a uma mudança de paradigmas para a educação,
é algo que tem deixado lacunas e preocupações nos diversos setores da
sociedade como empresas, universidades, instituições de economia, do mundo
da arte, da poesia entre outros.
Como o ser humano tem aprendido a lidar com os conflitos, com as
crises, como a perda do sentido da vida?
Ao matricular seu filho na escola, a família certamente carrega
consigo questionamentos não verbalizados, sonhos e desilusões, pois naquele
espaço, naquele tempo único e existencial deverá dar conta de todas as
dimensões das quais o ser humano é constituído.
A escola recebe, pois, nesse momento histórico uma carga bastante
intensa, pesada e com um grau de cobrança por parte de diferentes setores da
sociedade: família, empresas, mundo do trabalho e da economia.
Os educadores e professores são formados em faculdades e
universidades, onde não lhes ensinam a prática do ensino-aprendizagem, uma
vez que essas instituições têm em vista a heterogeneidade dos alunos. Os
docentes tampouco apresentam a mínima preparação para enfrentar ou manter
uma reciprocidade com o aprendiz nos bancos escolares.
A qualidade da formação acadêmica dos professores em nosso
país, ainda bastante deficitária, é fruto de uma visão estreita e reducionista dos
projetos e de políticas publicas dos governantes, o que, por conseguinte,
acarreta um engessamento das potencialidades, das habilidades humanas dos
alunos.
A sociedade muda, contudo temos ainda uma escola do início da
Modernidade, uma escola sem forças para a renovação, para a ousadia, para o
novo. E os alunos sabem disso e, nesse sentido, ela é tida como, infelizmente,
12
um espaço do desprazer e do desconforto, do “corpo presente”, onde o aluno é
um mero espectador.
A verdade é que para garantir a qualidade da educação faz-
se necessário que esteja diretamente ligada à qualidade dos professores. Isso
consiste na integral participação dos docentes em todo o processo de
construção de ação pedagógica e metodológica, pois são eles os executores
das ideias.
Se consultar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996),
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
Constata-se que já década de 90, no século passado, a Educação
recebe uma nova roupagem, ou seja, uma nova proposta é apresentada pelo
Governo, como projeto e ação que devem estar presentes nas Secretarias e
no Projeto Político Pedagógico das escolas brasileiras. O conjunto de
relações do ser humano faz parte dos processos formativos da educação.
Dessa maneira, toda a sociedade contribui para melhorias e avanços
na Educação. Exatamente isso é o que deseja e contempla o PPP, quando
apresenta a escola na sua missão, em seus valores e em suas estratégias de
ensino-aprendizagem.
Para Libâneo (2005),
A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação cultural e c ient í f ica para a vida pessoal, prof iss ional e c idadã, poss ib i l i tando uma re lação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em suas várias manifestações: a cultura provida pela ciência, pela técnica, pela estética, pela ética, bem como pela cultura paralela (meios de comunicação de massa) e pela cultura cotidiana. E para quê? Para formar cidadãos participantes em todas as instâncias da vida social contemporânea, o que implica articular
13
os objetivos convencionais da escola - transmissão-assimilação ativa dos conteúdos escolares, desenvolvimento do pensamento autônomo, crítico e criativo, formação de qualidades morais, atitudes, convicções - às exigências postas pela sociedade comunicacional, informática e globalizada: maior competência reflexiva, in teração cr í t ica com as mídias e mul t imíd ias, conjunção da escola com out ros universos culturais, conhecimento e uso da informática, formação continuada (aprender a aprender), capacidade de diálogo e comunicação com os outros, reconhecimento das diferenças, so l idar iedade, qual idade de vida, preservação ambienta l . P. 24, 25, 26
Contextualizando a escola, pergunta-se: que escola se almeja? Qual
escola se tem hoje? Como a escola pode atuar no desenvolvimento e na
capacidade dos seus alunos enfatizando os valores e as atitudes? Quais os
setores da escola que desempenham essas ações?
14
Capítulo II
A Orientação Educacional: especificidades das ações
Na escola, o aluno deve ser o foco principal da função e da missão
do educador. A escola existe em função dele e, portanto, para ele. Sua
organização, em quaisquer dos seus aspectos, deve ter em vista a
consideração do fim precípuo a que a escola se destina: a criação de
condições e de situações favoráveis ao bem - estar do aluno e ao seu
desenvolvimento em todos os sentidos tais como cognitivo, psicomotor e
afetivo a fim de o mesmo adquirir habilidades, conhecimentos e atitudes que
lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais. Quanto a esse
quesito, dentro da escola existem setores que desenvolvem as ações
educacionais e têm objeto de cuidados e direcionamentos bastante peculiares
Um deles é o setor que chamamos de Orientação Educacional. No Brasil,
temos um processo de criação de conceituação e aplicabilidade dos seus
objetivos nas escolas. Em 1931, é inserida a Orientação Educacional,
começando pelo Estado de São Paulo, com a explosão das indústrias e
a mudança da economia, centrada na agroexportação de café. Tal modelo
orientador foi importado dos Estados Unidos e, portanto, inadequado para o
Brasil.
A orientação ficava nas mãos da classe elitista que delimitavam aos
filhos dos operários os espaços de atuação. O propósito maior era
a profissionalização. Somente a partir de 1940, a Orientação Educacional
passa ser divulgada em âmbito nacional, através do Decreto Lei 4.073/42, e
pela lei orgânica do ensino industrial, no Decreto 4.424/42
que contextualiza pedagogicamente sua importância para a escola e os
educadores.
15
Já em 1946, a lei 4.024/61 mantém a importância da Orientação
Educacional, porém sem muito sucesso por não ter
pessoal especializado nesta área. Para tentar resolver tais dificuldades,
estabelece provas de suficiência nos locais onde não houvesse pessoas
preparadas e habilitadas.
As leis 5.564/64 e 5.568 têm como o teor o desenvolvimento integral
e harmonioso da personalidade do educando e, ao mesmo tempo, a formação
do orientador educacional deve abranger conhecimento na área de humanas.
A lei 5.692/71 e a regulação no Decreto lei 72846/73 defere
a obrigatoriedade da Orientação Educacional, em colaboração com
educadores, familiares e a comunidade em geral. Normatiza na escala
superior o profissional orientador, que se torna instrumento útil ao ideal
tecnicista também idealizado pelo modelo americano. Portanto, nada mais
politicamente correto do que a obrigatoriedade prevista em lei. Assim, foi
publicado o Código de Ética dos Orientadores do Brasil em 05/03/1979.
Os deveres fundamentais do Orientador Educacional são
apresentados, no artigo 1º:
a. Exercer suas funções com elevado padrão de competência, senso
de responsabilidade, zelo, discrição e honestidade;
b. Atualizar constantemente seus conhecimentos;
c. Colocar-se a serviço do bem comum da sociedade, sem permitir
que prevaleça qualquer interesse particular ou de classe;
d. Ter uma filosofia de vida que permita, pelo amor à vontade e pelo
respeito à Justiça, transmitir segurança e firmeza a todos àqueles com quem
se relaciona profissionalmente;
e. Respeitar os códigos sociais e expectativas morais da
comunidade em que trabalha.
Contudo, sabemos que a Escola sempre é fruto do meio. As
concepções que as leis e diretrizes apontam também estão imbuídas de
16
ideias, posturas políticas e, consequentemente, ações que tendem a libertar o
aluno ou a engessá-lo nos moldes do sistema vigente.
Ao aluno que frequenta a escola, lhe são propostos mecanismos que
desenvolvam suas qualidades de habilidades pessoais. Essas têm como
objetivo suprir as demandas de mercado de trabalho da sociedade capitalista
e competitiva. A escola, portanto, tem a missão de educar o aluno em todas
as suas dimensões.
A Orientação Educacional deve atingir o máximo de pessoas
envolvidas no processo educacional: família, professores e demais serviços
que a escola vivencia e possui.
Duas características fundamentais que a escola deve apresentar são
a participação e o acompanhamento dos pais durante o processo de ensino-
aprendizagem do aluno.
Convidar e esperar que os pais venham à escola tem sido, nos dias
atuais, uma tarefa e uma demanda que exige muita criatividade.
Sem a presença e a comunicação de informações do aluno junto à
Orientação Educacional, certamente o trabalho proposto não chegará a bom
termo.
As informações dadas pelos pais são importantes pois ajudam na
elaboração de projetos a partir de concepções, valores e prioridades que a
família ensina e vivencia.
Outra demanda que a Orientação Educacional se propõe é o resgate
da qualidade de vida e da visão de mundo que a família possui. Ensinar e
aprender são ações que se desdobram em outras dimensões humanas. A
família orienta e coloca como valores e paradigmas as suas relações com os
objetos e com as pessoas que a cercam. As crenças e as prioridades são
vivenciadas a partir dos modelos oferecidos pelos pais e familiares. Ao falar
em resgate da qualidade de vida, quer isso significar uma atitude diante da
existência. Uma concepção de homem que não seja visto como o
desbravador e o dominador, mas como o administrador dos bens dados e
17
produzidos pelo homem. A ganância e o consumismo na contemporaneidade
são atitudes e visões que deflagram consequências sem limites.
Um viés ainda pouco pesquisado no Brasil é a Orientação
Vocacional voltada para o campo do gênero (Nogueira, Departamento de
Psicologia, Universidade do Minho).
Os papéis sociais estão hoje sendo revistos e criticados, entretanto é
intensa e longa a luta para a igualdade de direitos da mulher, especialmente
em ambientes culturalmente masculinos: gestão empresarial, lideranças das
multinacionais etc.
O desafio da contradição parece infinitamente mais criativo que o
conforto do compromisso. Esse espaço precisa estar garantido e ser
conquistado na discussão dos temas abordados pela Orientação Vocacional.
Os dados e vivências culturais de um bairro ou de uma classe social,
ou mesmo de outras vivências nos fazem sempre atuar em consonância aos
contextos ali apresentados.
Esses dados são, pois, fornecidos, observados e coletados através
de encontros sistemáticos e de reuniões convocadas pela Orientação da
escola.
Faz-se necessária uma convocação fundamentada no interesse da
escola pela família. Quando os pais sentem-se respeitados e valorizados
através da preocupação com seus filhos, certamente a presença será mais
eficaz e ativa.
A busca dessa parceria e mobilização é sempre estimulada pelos
programas dos conteúdos e das propostas de trabalho aos alunos. Entra em
cena o professor, “dialogando” com a Orientação Educacional. O trabalho do
orientador encontra-se numa condição de atuação diferente do professor em
sala de aula, mas essa diferença não implica desigualdade de condições para
pensar o trabalho em que ambos estão envolvidos e para o qual convergem
suas ações. Assim, é preciso assumir que a tarefa de orientador se insere
num projeto coletivo, em que os trabalhos, sem perda da especificidade das
18
funções e serviços, articulem-se em vista da mesma finalidade e dos mesmos
objetivos educacionais. Essa parceria é fundamental na elaboração dos
projetos e das ações didático-pedagógicas visando ao despertar dos valores
constitutivos do aluno.
A ação solidária do orientador educacional com a docência é fruto de
uma concepção de escola não fragmentária, ou seja, o conjunto da
pluralidade se faz pelos elos comuns. Não será certamente um trabalho
estanque ou contraditório das ações propostas pela Orientação Educacional
com as ações do professor em sala de aula.
Com que linha de ação o setor da Orientação Vocacional vai
trabalhar? O planejamento e a estratégia das ações delinearão o processo a
ser construído, nunca perdendo de vista o caminho da observação além dos
muros escolares, pois lá se “bebe” e se abastece do cheiro da vida, do cantar
das vozes, dos gritos recônditos e dos olhos que não enxergam.
A escola é, sem dúvida alguma um laboratório, não de experimentos
ou de alunos cobaias manipulados pelas sórdidas políticas do descaso com o
social e com o bem - estar da população, mas a escola entendida como
espaço de “labor” da pesquisa, do pensar crítico e da liberdade e autonomia.
19
Capítulo III
Gestores pedagógicos: a formação da
liderança em sala de aula
A formação dos alunos tem como ponto inicial a relação que se
desenvolve entre eles e os professores em sala de aula e toda a equipe
acadêmica. A relação dos professores com os alunos, no que se refere à
aprendizagem, é um dos medidores na troca de experiências e no diálogo
com os alunos.
Muitos consideram a gestão da sala de aula desgastada e
desnecessária, especialmente professores, que veem esse tema como
enfadonho e creem não trazer nenhuma vantagem ou nada acrescentar à
formação integral dos alunos. Porém, é a partir da gestão da sala de aula que
o planejamento e as ações e suas consequências tomarão uma roupagem,
uma concretude, capazes, portanto, de alavancar as potencialidades do
aluno.
Hoje, a família, célula mater da sociedade tem outras maneiras e
formas de configurar uma instituição secular.
Os alunos que frequentam a escola carregam suas histórias, as de
suas famílias, seus medos e suas ansiedades. Para muitos, a separação dos
pais, o problema do álcool e das drogas desencadeiam um quadro bastante
desolador e fecundo para o professor, que tem como missão ensinar e fazer
com que o aluno pense e reflita sobre os seus contextos. O aluno é o centro
das ideias e dos conceitos, das atitudes.
Para Schnekenberg (2008)
“A integração entre família e escola torna-se imprescindível para atender às necessidades de democratização da sociedade e da escola, pela necessidade de entender diferentes perspectivas sociais e modos de vida”.
20
Desse modo, os gestores escolares têm um papel decisivo na formação de líderes na escola. São eles os promotores que apresentam aos alunos uma identidade humana, que os leve a superar obstáculos, a ver o mundo com um olhar de esperança.
Afirma Lück (2002) que
o professor é a figura central na formação dos educandos. É ele quem forma no aluno o gosto ou o desgosto pela escola, a motivação ou não pelos estudos; o entendimento da significância ou insignificância das áreas e objetos de estudo; a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor como pessoa. P. 28.
Novamente, destaca-se a missão do professor na formação da
liderança dos alunos. Como a escola é para todos, nasce assim uma nova
orientação escolar, ou seja, não mais centralizada, burocrática e cobradora.
As novas relações da sociedade e a própria sociedade vêm se
apresentando hoje mais exigentes e não se aceita uma pessoa autoritária e
com qualidades que dificultam relacionamentos e trabalhos de equipe.
Como fica, pois, a escola? Ela deve dar conta da condução de
ações mais eficientes e com resultados bem-sucedidos. Outras pessoas dentro
da escola são chamadas a dirigir ações desejadas, nas quais se acredita e
delas muito se espera.
Lück (2002) considera a liderança como um valor e algo a ser
desenvolvido.
A liderança é inerente à dinâmica que envolve ensino e aprendizagem. Afinal, no jogo da Educação, os protagonistas são os estudantes. Além de oferecer ensino de qualidade, é obrigação da escola fazer com que eles se sintam parte integrante do processo educacional e participantes de uma comunidade de aprendizagem, o que só se consegue com uma metodologia participativa, sempre sob a orientação do professor. Os jovens sempre se mostram colaboradores extraordinário nas escolas em que lhes é dado essa oportunidade, podendo assumir papéis importantes inclusive na gestão e na manutenção do patrimônio escolar, nas relações da família com a escola e dessa com a comunidade. (Entrevista Revista Escola)
21
De fato, quando se percebe a atuação de uma gestão
democrática, participativa universal, ou seja, todos podem e são bem acolhidos
no ambiente escolar, novas e inusitadas experiências são vivenciadas.
Os jovens querem atuar e participar, e os espaços de atuação são
múltiplos. Desde uma representação de turma à presidência de um grêmio
estudantil, eles necessitam de atuação e de novas aberturas. Outro dado
relevante é a relação de confiança que se propõe ao aluno, que não pode ser
visto como o inimigo do professor e da escola.
Ao sentir-se respeitado como pessoa, ao perceber algo capaz de
fazer com sucesso, ou até mesmo que supere as suas deficiências ou limites, o
aluno revigora suas forças, seus talentos. Aparece, dessa maneira, o aluno
participativo, coerente, aplicado e dedicado. Tudo isso é possível a partir do
momento em que o professor não é mais o detentor dos saberes e da última
palavra.
Pode-se até conceber que a última palavra é a do professor,
entretanto, depois de se ter escutado o outro, na sua inteireza e na sua
presentização.
Um conteúdo a ser apresentado em sala de aula pelo professor
deve estar imbuído de respostas e de questões singulares, pois o universo da
sala de aula está assim constituído. O conteúdo programático que é eleito
carrega em seu interior ideias, posições e relações de poder. Ao escolher um
determinado tema ou assunto, ou mesmo ao ser adotado determinado livro
didático ou paradidático, a escola quer enfocar, ensinar e transmitir algo. Pode-
se esperar que o aluno, ao receber determinado conceito ou concepção de
objetos ou dados científicos ou históricos, certamente se desdobrará em ações
e atitudes.
O discurso de um professor em sala de aula, suas convicções
diante da vida, do mundo e da sociedade serão de modo inconsciente ou não
explicitados no cotidiano escolar. Todo conhecimento é uma prática política,
pois serve de orientação para tomadas de decisões simples ou complexas.
22
A postura ética de um professor diante de um conflito em sala de
aula diz muito mais no sentido de formação política do que uma aula de
História, analisando a queda de poder de um governo autoritário na Europa.
A liderança de um professor em sala: eis a chave-mestra para
entender o processo de formação do aluno ao longo de sua vida escolar. A
ação política de um professor permeia os conteúdos preparados e eleitos, o
que comumente chamamos de “currículo oculto”. Embora esse discurso do
professor não esteja apontado ou registrado nos planos de aula ou no seu
conteúdo programático, ele, de modo enfático e transparente, delineia a sua
“cartilha” diante do mundo e das suas relações e que estão presentes no
sistema vigente. O aluno reproduz de modo imperceptível os efeitos de poder
no seu modus operadis.
Como então formar um aluno que tenha o desejo de liderar,
coordenar, orientar, escolher, decidir?
Isso se dá ao longo de todo o processo de formação escolar do
aluno. Pedro Demo elabora de maneira profunda essa relação entre o
conteúdo apresentado em sala pelo professor e suas repercussões na vida
futura do aluno.
Para Demo (2002),
o conhecimento é tomado como “lente” teórica que filtra a realidade, considera os fenômenos mais ou menos reais, enquadra expectativas da realidade de acordo com a inserção sócio-histórica. Não se vê tudo, nem o que se quer, mas o que se pode e somos levados a ver dentro da respectiva sociedade. p. 39
Educar significa transformar. Esse axioma precisa ser bem
entendido e assumido de modo consciente, pois novamente aqui é retomado o
papel que exerce o professor na formação da consciência do aluno. Pode – se
dizer do papel exercido pelo professor, no que se refere à política do
conhecimento, que é tão decisivo para a qualidade de vida e de como ser e
estar no mundo a partir de tais concepções que libertam ou castram o
23
indivíduo. A construção de atitudes de liderança deve ser entendida de forma
mais ampla e complexa.
Outras demandas e outras virtudes devem estar ligadas ao líder e
às suas vivências ao atuar como dirigente ou protagonista.
Pode - se perguntar: quais as outras atitudes ou posições, além da
liderança, o indivíduo necessitaria para exercer uma liderança justa, equitativa,
honesta, responsável? Que outras competências são exigidas do professor
para que o aluno exerça com sabedoria ou com responsabilidade a liderança?
O professor não encerra a sua formação ou adquire a sua
habilitação ao receber o seu diploma universitário. O exercício do ato de
ensinar requer atualização permanente, no mundo em permanente mudança.
Os gestores pedagógicos exercem um papel decisivo nesse
momento. Além da carga de função específica no que diz respeito ao cotidiano
interno da escola: elaboração de calendário letivo, atendimento aos pais, aos
professores, reuniões pedagógicas, atendimento e acompanhamento dos
alunos com baixo rendimento escolar, o coordenador ou o gestor pedagógico
deve elaborar um projeto de estudos com os professores durante o ano letivo
vigente.
Como se faz e se realiza mais essa tarefa dentre as tantas do
professor? Como conquistar o professor desanimado e sem esperança,
desmotivado e sem perspectivas no mundo da educação?
Planejamento e organização são as palavras mágicas para se obter
algum resultado satisfatório dos projetos incrementados pelos gestores
pedagógicos e educacionais. Atualmente, com certas facilidades e com atalhos
impressos na era virtual, muito pode ser feito para agilizar o processo proposto:
indicação de textos, referências bibliográficas, propostas de encontros de
estudos e discussão de livros são uma das muitas opções para não cair no
senso comum: “não tenho tempo”. Essa ação é suficiente para responder às
necessidades do aluno do século XXI?
Não! Mas essa abordagem e reflexão são para o capítulo seguinte.
24
Capítulo 4
Liderança e ética: as duas faces para a construção de valores
A desafiadora e emblemática ação humana - educar - , ao longo de
milhares de anos de mudanças adaptativas e às vezes inclusivas ou não,
jamais concedeu ao próprio homem a satisfação plena.
Isso leva a muitas inquietações permanentes. Nas relações
humanas, buscando entender as interpelações e os conflitos, tentando
responder aos mistérios e às dúvidas do Homem, o ato de educar vem
tentando ajudar a responder a essas inquietações humanas, transformando e
dando pistas concretas aos desafios da contemporaneidade.
Hoje, por exemplo, a tentativa dos povos e das nações em torno da
ONU, organismo que articula e planeja o evento realizado recentemente na
cidade do Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho, é uma ação educativa, ou seja,
através da reflexão das ideias, da discussão, de pontos de vista distintos,
buscar possíveis soluções a médio e a longo prazo para a sustentabilidade da
vida do nosso planeta pelos acordos dos Chefes de Estados e Delegações.
A Conferência Internacional Rio + 20 estuda conteúdos
transformados em ações concretas, discursos, conhecimento científico e
propõe projetos de cunho político global. Existe uma simbiose entre o ser
humano e todos os seres vivos criados.
Parece simples, mas essa afirmação requer aprofundamentos e
sérias decisões que vão eclodir no presente e no futuro. Como atua a escola?
Como prepara cidadãos cônscios de sua participação e atuação? Como pode o
professor atuar na formação de líderes e não de chefes, de líderes honestos e
transparentes?
Quanto à dedicação do professor, espera-se sempre que sua
vitalidade, sua energia e seu desejo de ensinar não se dissipem ao longo da
trajetória extensa, penosa do cotidiano do magistério para que ele, assim,
possa dar respostas às habilidades, às competências e ao perfil das pessoas.
25
O professor, na sua práxis diária ou quando convocado pelo diretor
ou gestor escolar, poderá apresentar certas predisposições internas ou
internalizadas, as quais poderão originar ou abortar ideias e ações propostas.
Muitas vezes, a proposta da escola é tímida e engessada, ou seja, o
tema é estreito e empobrecedor no sentido de abrir novas perspectivas e novos
horizontes ao professor.
A formação universitária precisaria passar por uma nova e ousada
revisão, de modo a ampliar o conceito das atividades pedagógicas executadas
pelo professor. As dimensões da pessoa humana tais como a afetividade, a
estética, a sensibilidade, o humor, a alegria, os sentimentos devem ser objeto
de cuidado e de preocupação do fazer acadêmico. O professor, na sala de
aula, é inteiro, completo no sentido amplo do termo pois ele se apresenta na
sua intereza para o aluno. Ele se vale da linguagem, dos termos usados no
cotidiano do aluno, das gírias, do filme mais visto, da música mais ouvida, do
yotube mais visitado etc.
Liderar ou dirigir um grupo ou uma empresa, dirigir uma escola,
coordenar o conhecimento dos conteúdos ministrados em sala requer outras
competências. Liderar não é um dom, é uma virtude, que se constitui, pois, de
aprendizes e educadores. Partindo desse pressuposto, Cortella (2011) afirma
que
a liderança é uma virtude que está em qualquer pessoa, do ponto de vista virtual. O virtual precisa ser atualizado ou realizado. (...) ora, se a liderança é uma virtude – portanto – uma força intrínseca -, qualquer homem e qualquer mulher em qualquer lugar, ou função, pode desenvolvê-la. A liderança é sempre circunstancial. Qual é a diferença entre líder e liderado? É a circunstância. Ou seja, a ocasião ou a situação. (p. 67 e 69)
Ter clareza quanto à dinamicidade da liderança faz do educador um
profissional ainda mais consciente de seus limites, de suas fragilidades, uma
vez que passa a discernir como deve agir um líder em determinado momento.
Cortella ainda nos indica cinco competências essenciais para a arte de liderar:
abrir a mente, elevar a equipe, recrear o espírito, inovar a obra e empreender
26
o futuro. Essas competências são valores apreendidos pela observação ao
entorno da escola, fora de seus muros. Ampliam-se o horizonte e o ângulo de
atuação, da pertença como objeto e como sujeito na relação professor-aluno-
ensino-aprendizagem. Uma janela a ser aberta e permanecer aberta é a da
política. A mídia tem destacado e apresentado uma dimensão da sociedade
como aquela que é frágil, injusta, corrupta e corporativista. O aluno vive nesse
contexto ao ouvir e ao tomar conhecimento de como as relações de
lideranças são vivenciados pelos gestores políticos, especialmente em nosso
país.
A ética, ciência da moral, não é uma novidade, mas pela falta de seu
exercício torna-se desvirtuada de seu conceito. Como a sua expressão não
mostra a verdade e pela insistência do erro, pode - se conceber como
verdade ensinada o que é perigoso para o presente e, consequentemente,
para o futuro.
Qual o papel da ética na esfera da competência da liderança dos
professores e no seu ensino? Que lugar ela ocupa e como o ocupa? A
convivência é a chave para entender a ética pois é na relação, na partilha e
na companhia que ela é vivenciada, percebida e sentida.
Comumente afirmamos que a ética é um conjunto de princípios
básicos, os quais orientam os deveres, os desejos e as possibilidades dos
seres humanos.
Essas atividades humanas estão presentes em cada pessoa e de
per si somente se confrontam e existem na relação com o outro, diferente e
único.
Como apostar numa ética real, concreta e viável nos contextos da
contemporaneidade? Trata-se de desafios para educadores ousados,
corajosos, plenos eticamente.
Como foi afirmado na entrevista concedida pela orientadora
educacional do Colégio Santo Agostinho, a esperança deve prevalecer diante
dos olhos do educador, daquele que se propõe inovar, transformar, viver
diferente e deixar algo para a posteridade.
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Educar, ensinar, liderar nunca foi concebido ao longo da história da
educação como algo fácil, como algo estabilizador e equilibrado.
O desafio para o professor que se propõe a ensinar o aluno a
desenvolver liderança está em jamais se esquecer de que junto e intrínseca a
ela está a ética.
Ela fará a diferença de um líder que age com o senso da justiça, da
verdade e da reflexão, distinto daquele que age por interesse próprio, sem se
preocupar com o outro, desejando levar vantagens e justificando os meios
para atingir seus objetivos e seus objetos de prazer e bem - estar.
A integridade da pessoa humana é outra chave de leitura e de
conceituação para que a liderança seja posta em prática. Integridade é
também um princípio ético que baliza o educador em suas propostas
acadêmicas.
Sem esse viés, pouco se faz, muito se estraga e bastante tempo
levará para se reconstruir o deteriorado. Contudo, o professor não vive
isolado das realidades múltiplas, ele é fruto e semente histórica, um ser
coletivo com sua história pessoal e familiar, sua história cultural e social.
Quais as outras faces, os outros rostos que compõem o professor?
4.1. Outros personagens no entorno da escola
A humanidade é compartilhada e, isso significa que a ação humana
e o ato de existir como ser humano fazem um ser coletivo e social. A ética é a
capacidade de amparar e de cuidar das relações coletivas. Quando nos
referimos ao professor na sala de aula, na sua função educativa e de
articulador e motivador do conhecimento, é preciso pensar que esse professor
é um ser coletivo. Há que se pensar no outro, ter- se visão de alteridade, ou
seja, ver o outro como companheiro, que caminha junto e busca ser feliz, e
não como o inimigo e como o estranho no caminho.
O professor, ao deparar-se com o aluno em um primeiro contato,
muitas vezes já está imbuído de preconceitos, traumas, inseguranças e já
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inicia o encontro com o outro, o aluno, como com um estranho, aquele que
não deseja, não quer, que sonha e não aprende. É preciso despir-se dessa
velha roupagem, eliminar esse odor que incomoda e que não faz crescer ou
produzir novas roupagens, mas tão somente engessa a relação entre os
protagonistas do conhecimento.
Faz parte do imaginário coletivo, por exemplo, que o aluno não
aprende porque possui algum transtorno, ou não desenvolveu certas virtudes,
ou não tem capacidade para superar o desânimo, o cansaço. Essa concepção
mórbida tem acarretado sérias consequências para o desenvolvimento e o
potencial do aluno.
Esses equívocos estão presentes no cotidiano escolar e no discurso
de pais, professores, catedráticos e experientes no campo da educação.
O discurso da ética no meio acadêmico das escolas precisaria ser
impregnado por gentileza, simplicidade, companheirismo, esperança, e acima
de tudo, crença no ser humano.
O discurso feito pela mídia e por tantas vozes que se elevam aos
quatro cantos dos muros da escola representa uma dialética capaz de fazer
crescer o mal - estar na relação professor/aluno e seus coadjuvantes. Do
porteiro ao diretor, da mãe à babá, do motorista da van ao policial que zela
pela segurança das crianças, todos pressupõem atitudes éticas nas relações
interpessoais com alunos.
Os olhares ávidos das crianças pequenas, que aprendem muito com
a observação e com silêncio ativo nos devem fazer pensar na qualidade de
nossos gestos e nossas atitudes.
Os personagens que vivem “fora dos muros da escola” contribuem
de maneira singular na formação da ética e, por conseguinte, da liderança de
nossos alunos. Os adjetivos “público”, “democrático”, “participativo” ganham
amplitude e força fora dos muros e “longe do alcance” dos professores.
É urgente que o professor amplie o seu olhar e o seu horizonte para
entender e conhecer as realidades que permeiam a vida dos alunos. A visão
29
que se pretende dar ao professor de hoje é a de que ele deve ser o indivíduo
que traduz aquilo que é observado, ouvido, falado e sentido pelos seus
alunos. Não se entende a função de professor nos dias de hoje como mero
reprodutor do enciclopedismo e da memorização de datas e fatos.
Para PERRENOUD (2002),
Praticamente todo mundo concorda hoje em dia que os objetivos de alto nível são os desafios de formação mais importantes e que fazem parte de um desenvolvimento duradouro da pessoa. Se “aprender a aprender” e “saber documentar-se e informa-se” figuram entre os objetivos de alto nível, todos os que atingirem esses objetivos supostamente saberão, em caso de necessidade, a data de algumas batalhas. p. 39
O desenvolvimento da pessoa ao longo de seu processo de
maturidade exige permanente ação externa, ou seja, os contextos sociais e
culturais darão a tonalidade e a textura da personalidade e do ser da
pessoa. Obviamente, as escolhas e as opções de cada um sempre são
singulares, mas inexoravelmente fruto social e coletivo. O desenvolvimento
duradouro da pessoa ultrapassa e supera a “pedagogia bancária”, expressão
cunhada por Paulo Freire, mas leva o aluno a uma permanente busca pelos
saberes e, por meio desses saberes, a aprender a refletir de forma
autônoma e crítica; a raciocinar, interpretar e fazer escolhas responsáveis.
Há outros espaços em que o aluno está situado como na família,
cujo papel ganha outra dimensão ao afirmar que é dela e nela que a criança
se estrutura como ser individual e social, a partir de limites, regras e
condutas.
Hoje, a estrutura familiar vem ganhando matizes diferentes dos que
tínhamos nas décadas passadas. A organização familiar tem outros
personagens, cujos papéis são os mesmos da que havia antes, a família
patriarcal ou matriarcal.
Aos poucos, se justapõe e se ajusta para, dessa forma, haver o
respeito às diferenças e às configurações da contemporaneidade. É o que
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se deseja com esse olhar sobre o papel que exerce a família sobre as
crianças, se há vivências éticas, relacionamentos vividos com alegria,
respeito, companheirismo, valorização do outro e, acima de tudo,
reciprocidade pela alteridade.
Essa é a base, o alicerce que se espera das novas configurações
familiares.
4. 2 . As competências do líder
Segundo Cortella (2011), ser líder significa cultivar cinco
competências na arte da interação: abrir a mente, elevar a equipe, recrear o
espírito, inovar a obra e empreender o futuro. Quais os desdobramentos que
devem existir dentro da escola, quando são apresentadas ações
pedagógicas na formação dos alunos líderes?
Passamos a investigar as atitudes propostas e os resultados
esperados pela Orientação Educacional:
I - Abrir a mente: trabalhar a alteridade. Mostrar ao aluno como ser
singular e constituído de potencialidades. Todos os demais colegas da turma
merecem ser ouvidos, respeitados. Abrir a mente é despir de preconceitos e
maus tratos aos demais, extirpar o bullying e o ciberbulliyng do ambiente
escolar.
II - Elevar a equipe: ter o sentido do trabalho cooperativo e
construído em grupo. Todos com seus valores e qualidades contribuem para
atingir a meta. Assim, o sucesso é de todos. A visão individualista
egocêntrica não tem espaço nesse momento de superação do individualismo
e de negação do outro.
III - Recrear o espírito: desenvolver a virtude de conviver com prazer
e alegria. O sentido de pertença a um grupo é fundamental na fase da
adolescência, entre 12 a 14 anos. Esse sentimento valorizado e reconhecido
no processo de desenvolvimento da ação pedagógica fortalece o espírito e
os sentimentos de todos os membros do grupo. O conflito existirá ao longo
31
do processo, entretanto será avaliado pela ótica da compreensão e da
compaixão.
IV - Inovar a obra: buscar e encontrar a solução para todo problema
ou desafio. O pessimismo e a falta de perspectiva não ganham espaço
nesse processo de construção. O otimismo é incentivado frente às
superações pessoais e/ou coletivas. Para muitos, o caminho mais curto, a
resposta imediata é a violência física, como se fosse o recurso que
encerrasse o mal- estar, a perda, o insucesso, a derrota. Inovar a obra é dar-
lhe outro sentido para enfrentar as contradições da vida.
V - Empreender o futuro: analisar as condições e as possibilidades.
O aluno é chamado a raciocinar, a pensar de forma crítica e sensata sobre
os fatos e as situações. O percurso está por fazer, cada um pode dar sua
contribuição, sem eximir ou denegrir a colaboração do outro, mesmo que
ínfima e sem valor quantitativo. Nessa competência trabalha-se a construção
do indivíduo, conceitua-se a pessoa, a sociedade, o ser humano. A
capacidade de crescer com o outro, não como ilha, na soberba e no
isolamento, mas na troca recíproca de valores e virtudes, gestos e atitudes,
que somente delinearão o grupo e suas qualidades.
Com essas ações propostas pela escola, traçando como instrumento
e como meta essas competências, acredita-se que o aluno aberto ao novo e
às descobertas provará da seiva que edifica, vitaliza, renova e faz crescer as
potencialidades de cada ser humano, individual e sociável.
32
CONCLUSÃO
A potencialidade e as possibilidades do ser humano não têm limites
quando lhes são oferecidas condições educacionais adequadas. A escola
tem um papel preponderante no processo de desenvolvimento das
habilidades e competências dos alunos. Contudo, a função do professor
ganha um novo conceito no cotidiano escolar, pois, além da sua
competência profissional, outros quesitos lhe são exigidos: atitude, exemplo,
modelo e acima de tudo o indicador de novos horizontes, visando ao mundo
de mercado competitivo, excludente e exigente.
A sala de aula, espaço de poder e de relações de saber, garante ao
aluno e ao professor desenvolver conceitos políticos e culturais. Educar
significa transformar o ser humano,a fim de construir relações mais
saudáveis e livres. Educar é um ato político, portanto nunca é uma ação
neutra ou isenta de intencionalidades.
Na escola, há outros serviços além dos realizados pelo professor,
que vão colaborar nessa construção de valores humanos, especialmente a
Orientação Educacional, cuja função é despertar o interesse pela formação
ética e de liderança dos alunos, em parceria com diferentes configurações
familiares, tão presentes nos dias de hoje.
Entender e constatar que, por meio de ações sistemáticas,
adequadas e livres, o aluno orientado por profissionais competentes
desenvolve posturas e atitudes de liderança. Porém, a escola não tem todas
as chaves que permitam abrir todas as portas e janelas da
contemporaneidade. Por isso, ela contata outros espaços da sociedade para
que juntos desenvolvam técnicas e dinâmicas que atinjam os seus objetivos.
As atividades propostas pela escola fora dos seus muros têm sido uma
grande janela aberta para que novos ares e um novo “pulmão humano”,
sedento de vida e de esperança, possam concretizar e realizar, dessa
maneira, a função da escola que não é outra, senão a de transformar.
A liderança é um valor humano, não congênito que, entretanto, pode
ser aprendido, desenvolvido e vivenciado no âmbito escolar.
ANEXO
Orientadora Educacional
Na gestão educacional, a peça chave para que haja diálogo com o
aluno e se consiga sua aproximação é a abertura e a confiança da parte dos
gestores, no caso especifico, o Orientador Educacional. Como já citado
anteriormente, a relação entre escola e família deve ser “costurada” e
construída ao longo do processo ensino-aprendizagem. Quando os pais e os
alunos se sentem acolhidos e há uma projeção de encaminhamentos e de
ações, certamente o aluno começa a produzir e a desenvolver suas
potencialidades.
Por isso, a entrevista realizada no Colégio particular, confessional
católico, da Zona Sul do Rio de Janeiro denota a necessidade do
estabelecimento de relação de confiança, abertura e construção de valores.
Entrevistou-se a senhora Edna D’elia Thomé e Souza, atuante há mais de 38
anos como orientadora educacional do Ensino Fundamental 1 e 2 do Colégio
Santo Agostinho, Unidade Leblon.
ENTREVISTA
1. Qual a função da Orientadora Educacional e como os pais veem
essa função?
Quando fui convidada para trabalhar na Comunidade Agostiniana
com os freis, percebi que não bastavam competência e habilidade. Sentia que
necessitava fazer um trabalho envolvendo todas as dimensões: alunos, pais e
professores. Atualmente, essa integração acontece na mesma proporção,
uma vez que as famílias acreditam na educação a que o Colégio se propõe. A
maneira como os pais são acolhidos é a marca do meu trabalho desenvolvido
durante todos esses anos.
Saber ouvir e, às vezes, não tecer nenhum comentário ou dar
orientação ou “conselho” para os pais tem sido a mola propulsora da
confiança que se estabelece entre eles e a instituição.
2. E os alunos, sentem-se acolhidos? Como é desenvolvido o
trabalho de orientação?
Diante dessa mesma perspectiva de respeitar a individualidade e
evitar fazer qualquer tipo de julgamento a priori, os alunos se sentem bem,
pois se abrem para relatar seus conflitos e questionamentos diante da vida.
Nem sempre, em casa, os pais proporcionam essa confiança e essa
liberdade aos filhos. Em diversos momentos durante o ano, são realizados
trabalhos em sala de aula. A orientação em sala tem um projeto de fichas
para cada aluno, nas quais eles relatam suas características físicas, suas
emoções e seus desafios. Raramente, encontro um aluno reticente para se
abrir ou responder a tais questionários. Quando me deparo com algo que o
incomoda ou perturba, ele é chamado para uma conversa pessoal.
3. Como é a integração da equipe de professores e o processo de
formação continuada?
A permanente preocupação com a formação do professor do século
XXI é relevante, uma vez que ele não recebe o diploma de conclusão do
processo de formação de gente. Nesse sentido, acontecem momentos fortes
de atualização com temas vigentes na sociedade e no entorno escolar. A
coordenação precisa estar “antenada” com os acontecimentos e demandas
da sociedade e com o mundo em constante mudança. A abertura dos
professores para esse momento nem sempre acontece de modo satisfatório,
contudo não se pode desistir dessa premissa básica que é a formação de um
agente da educação atual, eficaz e, acima de tudo, promissora.
4. Quais as atividades sistematizadas durante o ano, quando o aluno
desenvolve atitudes de lideranças?
Essas atividades acontecem em diversos momentos quando
ocorrem eleições dos representantes de turmas e do Grêmio Estudantil;
reuniões após cada período escolar; organização da festa junina. Todas
essas atividades propiciam ao aluno a formação da responsabilidade, do
trabalho em equipe e, acima de tudo, do respeito pelo outro, condição
prioritária para exercer a liderança.
5. Como a sociedade contemporânea colabora na construção da
cidadania e dos valores humanos?
Hoje com a integração dos meios de comunicação de massa, rádio,
internet, redes sociais entre outros o cidadão está mais cônscio de que seus
atos sempre têm uma intenção. A sociedade vem atingindo estágios
promissores em comunicação. Sou uma pessoa otimista e, por isso, vejo
esperança numa criança de 6 anos, iniciando a sua vida escolar e com desejo
de crescer. Muitas famílias estão abertas para a discussão sobre a educação
dos filhos. A cidadania vem sendo colocada em pauta no cotidiano das
mídias, e os valores humanos também têm sido recorrentes nas falas dos
educadores e pensadores. Creio que cada ação honesta e justa, por exemplo,
executada pelos Três Poderes Públicos recai em nossas consciências e
modifica as nossas atitudes e valores. Contudo, há muito a se fazer e a se
modificar em nossa sociedade.
6. Quais as dificuldades ou barreiras encontradas com os alunos
diante da proposta de reflexão e de ação coletiva?
Trabalhar em grupo é um aprendizado. Ninguém nasceu pronto para
conviver com prazer e com respeito. Na fase da adolescência, os alunos
passam por uma crise profunda do crescimento e o sentido de pertença de
grupo ganha de qualquer iniciativa mais ousada ou inovadora. Aqui entra uma
atitude de observação por parte dos professores e da equipe que está
propondo a reflexão. De acordo com minha experiência, nada que é imposto
ou exigido sem diálogo dá o resultado esperado. De fato, existem barreiras,
mas são quase todas superadas. A pouca experiência de partilhar e de ouvir
o outro são as barreiras encontradas também para o desânimo e a pouca
iniciativa diante das coisas mais simples do cotidiano. Como trabalhamos com
uma clientela da classe média alta, pequenos esforços e enfrentamentos
naturais da vida são realizados por outrem. Essa atitude leva o adolescente
ao fechamento em si mesmo e à pouca abertura ao outro, ao diferente e esse
mesmo jovem necessita também ser acolhido e amado.
8. Quais as ações que o Colégio propicia para a formação de líderes
autônomos, conscientes e responsáveis?
A partir do 4º ano do Ensino Fundamental – 1º Segmento –, há a
iniciativa da representação de turma. Os alunos são eleitos, de forma
democrática por turma, após as devidas preliminares dos professores e da
coordenação educacional e pedagógica. Essa ação é excelente para incutir
no aluno a necessidade de se pensar no outro, no grupo e no coletivo. O
representante não tem aqui a função de “dedurar” um colega da sala, quando
esse comete um deslize comum em um adolescente: grita na sala fala mal do
colega, esqueceu de fazer o dever de casa, conversa demais em sala, e
tantas outras atitudes pertinentes à faixa etária. O representante procurará
zelar pela boa convivência da turma e, acima de tudo, ajudar o colega nos
mais diferentes momentos da vida escolar.
9. Há outras atividades extracurriculares que permitem aos alunos
momentos de convivência significativa?
Outra ação que o colégio desenvolve é a do voluntariado a partir do
9º ano. Com a participação do Departamento de Pastoral, os alunos visitam o
INTO – Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, na Zona Portuária do
Rio. Mensalmente, 15 alunos são levados àquele local como uma presença
de esperança e solidariedade. Os pais estão apoiando muito essa iniciativa.
Sistematicamente, os alunos realizam essa ação, pois além de dar-lhes
condições para superar os medos e as frustrações, eles adquirem atitudes de
autonomia e liderança, pois no INTO são realizados trabalhos de cooperação
e participação nos trabalhos propostos. Acredito que esse seja um dos
caminhos para se construir a liderança, preparando, assim, o jovem cidadão,
creio um pouco mais para se tornar um indivíduo mais feliz.
Os alunos do 9º ano estão fazendo essa experiência de vida ao
conhecer gente diferente, lugares diferentes, eles assumem valores e
constroem relações humanas tão fortes que os deixam robustos,
interiormente.
Esses valores jamais se apagarão de suas mentes e em seus
gestos e atitudes brotarão a esperança e a solidariedade.
38
BIBLIOGRAFIA CITADA
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é atua obra?: inquietações propositivas
sobre gestão, liderança e ética. 17ª Ed. – Petrópolis, Rio de Janeiro:
Vozes, 2011.
DEMO, PEDRO. Solidariedade como efeito de Poder – São Paulo:
Cortez; Instituto Paulo Freire, 2002 – Coleção Prospectiva: v. 6.
LÜCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. Ed. Vozes, Petrópolis.
(2002).
LIBÂNEO, José Carlos OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação
escolar: políticas estrutura e organização. 2ª ed. - São Paulo: Cortez,
2005.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro - 8ª
Ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2003.
PERRENOUD, Philippe. As competências para ensinar no século XXI: a
formação dos professores e o desfio da avaliação. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2002.
39
Revista Linha Direta - Ano 15, Fevereiro 2012. Edição 167, página 34.
Revista escola.abril.com.br...toda-forca-lider-448526 shtml
ZANLORENÇO, Margaret K.; SCHNEKENBERG, Marisa. Formação de
Liderança e Motivação na Gestão Escolar: o Trabalho Articulador dos
Diretores das Escolas Municipais. Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano
3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116 - http://www.unicentro.br -
Ciências Humanas.
40
INDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A função da escola na contemporaneidade 10
CAPÍTULO II
A Orientação Educacional: especificidades das ações 14
CAPITULO III
Gestores pedagógicos: a formação da liderança
em sala de aula 19
CAPÍTULO IV
Liderança e ética: as duas faces para a construção de valores 24
4.1 - Outros personagens no entorno da escola 27
4.2 – As competências do líder 30
CONCLUSÃO 32
ANEXOS 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 38
ÍNDICE 40