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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A NECESSIDADE DE TRABALHAR E OFERECER ESTIMULOS ESPECIAIS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR E FUNCIONAL AOS DEFICIENTES. Por: Sueila Vasconcelos Aguiar Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2007 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A NECESSIDADE DE TRABALHAR E OFERECER ESTIMULOS

ESPECIAIS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR E FUNCIONAL

AOS DEFICIENTES.

Por: Sueila Vasconcelos Aguiar

Orientador

Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2007

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicomotricidade.

Por: Sueila Vasconcelos Aguiar

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por me fazer chegar até aqui e

pela conquista de mais um sonho, a

todos amigos de sala pela ajuda,

amizade e toda atenção recebida

durante o curso. Aos professores pela

confiança e presença segura,

competente e estimulante durante todo

curso.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, pelo

apoio e força que me deram ao logo do

ano.

5

RESUMO

Desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale dar ao

indivíduo a possibilidade de dominar o seu corpo, de economizar sua energia,

de pensar seus gestos afim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de

completar e aperfeiçoar seu equilíbrio, são os principais objetivos da

Psicomotricidade. Portanto, Psicomotricidade é uma técnica que se dirige, pelo

exercício do corpo e do movimento considerando o ser em sua totalidade.

Através da pratica Psicomotora, o deficiente se educa e se previne, ele supera

o mundo ou mesmo evita dificuldades em seu processo de socialização e / ou

aprendizagem que se ignoradas poderiam ter repercussões mais significativas

adiante, ao longo de sua vida.Os portadores de deficiência, terão

favorecimento na construção e no fortalecimento de sua unidade corporal e de

sua identidade, na tomada de consciência de suas limitações e , sobretudo, de

suas potencialidades, bem como a descoberta de novas possibilidades de

relação e de estar no mundo. Em se tratando do número de pessoas

portadoras de deficiência, é importante saber de que forma a Psicomotricidade

contribui na qualidade de vida dessas pessoas.

6

METODOLOGIA

Os métodos utilizados para essa pesquisa bibliográfica foram: leituras de

livros, textos, revista e pesquisas de internet sobre a Psicomotricidade,

atividades e jogos psicomotores aplicados na educação especial.

Este trabalho foi feito tendo se como recurso referências bibliográficas,

resgatando e comparando alguns conceitos básicos e teóricos importantes

tendo como objetivo demarcar a importância da Psicomotricidade na clientela

do portador de necessidades especiais, com a finalidade de aproveitar ao

máximo o potencial do individuo fazendo com que o mesmo tenha uma vida

independente e saudável junto à sociedade.

SUMÁRIO

7

INTRODUÇÃO 8 CAPITULO I A SOCIEDADE E A PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA 10 CAPITULO II PSICOMOTRICIDADE 20 CAPITULO III PSICOMOTRICISTA: PROPOSTA DE TRABALHO E ATIVIDADES PSICOMOTORAS AOS DEFICIENTES 28 CONCLUSÃO 35

INTRODUÇÃO

8

Uma das principais manifestações da vida do ser humano é o

movimento, tornando-se essencial para a formação da personalidade do

individuo. A partir do movimento, o individuo cria sua imagem de corpo, seu

esquema corporal e seu elo de comunicação com o exterior, constituindo dessa

forma, sua individualidade.

Na vida dos deficientes, a Psicomotricidade está presente nos

movimentos mais simples e naturais durante as suas atividades diárias de

forma integrada proporcionando-lhes o maior e melhor número de vivências, de

modo a levá-los a descobrir que são capazes de fazer e a terem confiança

entre si.

Ao analisar aprendizagem motora dos portadores de deficiência não

podemos desconsiderar atuação de suas habilidades cognitivas (atenção,

memória, resolução de problemas, generalização da aprendizagem) durante

todo processo. As dificuldades para aprendizagem de um determinado

movimento ou tarefa dependerá da deficiência e nível de comprometimento que

o deficiente apresentará.

Através da Psicomotricidadeos alunos da Educação Especial terão

oportunidades de utilizarem suas habilidades através de atividades motoras,

jogos e etc, afim de desenvolver o máximo de suas capacidades. A

Psicomotricidade para portadores de deficiência se constituem em uma grande

área de adaptação ao permitir nas atividades especiais a participação de

crianças e jovens em atividades lúcidas adequadas as suas possibilidades,

proporcionando que sejam valorizadas e se integrem no mesmo mundo que os

demais. Assim sendo o estudo bibliográfico, foi dividido em três capítulos.

Capítulo I:

9

• Relata neste capitulo, as informações necessárias sobre a

historia de vida dos deficientes, começando nos aspectos

históricos aos dias de hoje.

Capítulo II:

• Neste capitulo pretende-se desenvolver uma abordagem

informativa e educativa sobre a Psicomotricidade,

proporcionando melhor conhecimento.

Capítulo III:

• Abordou-se neste capítulo o papel do psicomotricista, para que

tenha uma nova conduta, melhor convivência, controle sobre os

alunos nas aulas, a partir de atividades, jogos e exercícios

psicomotores na Educação Especial.

Conclusão:

• Na conclusão desse trabalho, é feita uma apresentação da

síntese do desenvolvimento das principais questões

desenvolvidas ao longo do estudo.

Referências Bibliográficas:

• Serão listadas em ordem alfabética no final da Monografia.

CAPÍTULO I

10

A SOCIEDADE E A PESSOA PORTADORA DE

DEFICIÊNCIA: PASSADO, PRESENTE, FUTURO.

Regressando-se ao passado, encontramos desde os povos pré-cristãos, a

exclusão social da pessoa portadora de deficiência através de atos hediondos.

Segundo ROSADAS (1991) esses povos consideravam os individuos

portadores de deficiência pessoas amaldiçoadas pelos deuses e muitos eram

exterminados com base em leis.

Citado no trabalho intitulado Pessoa com Deficiência: Reformulando Conceitos

e Valores, do Governo Municipal de Cascavel/ PR, 2003, em épocas remotas

os romanos tomavam posições drásticas: “(..) Matamos os fetos e os recém-

nascidos monstruosos se nascerem defeituosos, afogamo-los, não devido ao

ódio mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis(...)”.

No período pós-cristão, a igreja passou a receber e cuidar desses indivíduos, e

assim, surgiram as primeiras instituições de amparo à pessoa com deficiência,

caracterizando a exclusão e a segregação das pessoas portadoras de

deficiência. Atualmente, algumas tribos indígenas, ainda exterminam as

crianças que nascem com deficiência. Certamente, temos o passado pré-

cristão no presente em tais comunidades. Observando o nosso contexto social,

que ainda não atende de forma satisfatória a todos os seus membros.

Podemos destacar a dificuldade da pessoa portadora de deficiência para ter

garantido os seus direitos e a suas necessidades básicas relacionada ao

acesso a edifícios, a restaurantes, a hotéis, a pousadas, a hospitais, a escola,

as áreas de cultura, esportes e lazer, ao transporte, ao mercado de trabalho e

outros.

1.1 – Os Valores Equivocados Sobre Deficiência e Pessoa

Portadora de Deficiência:

11

Devido a valores equivocados sobre deficiência e as pessoas

portadoras de deficiência, inclusive, por parte de pessoas portadoras de

deficiência que nutrem valores equivocados ao seu próprio respeito, a

sociedade cria uma imagem irreal e, conseqüentemente, age de forma

equivocada com estas pessoas e seus familiares.

Penso, que deficiente ainda é a sociedade que necessita ser

continuamente transformada, para viabilizar a participação de todos que a

constituem. Considero necessário para a inclusão social, para uma vida com

alegria, bem estar e qualidade de vida, que a pessoa portadora de deficiência

esteja bem informada sobre deficiência, sobre a sua deficiência, que tenha

valores corretos sobre si mesma, que compreenda o contexto social ao seu

redor, que compreenda as metas para um futuro e torne-se, naturalmente de

acordo com sua individualidade, uma pessoa que possa somar nesse sentido.

A pessoa portadora de deficiência deve ser e pode assumir as

diretrizes da sua vida, escolher o seu próprio caminho e conviver de maneira

saudável e produtiva em sociedade, compreendendo e sendo compreendida,

auxiliando e sendo auxiliada, crescendo e fazendo crescer.

1.2 - Pessoas e Deficiência:

(...) “Refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma,

total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal,

em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades

físicas ou mentais”. ( Declaração do Direito das Pessoas Deficientes- ONU,

1975).

A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho

locomotor que compreende o sistema ósteo- articular, o sistema muscular e o

12

sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas

isoladamente ou em conjunto,podem produzir quadros de limitações físicas de

grau e gravidade variáveis, segundo (s) segmento (s) corporais afetados e o

tipo de lesão ocorrida.

Encontramos em nossa sociedade para fazer referência à pessoa com

alguma deficiência, terminologias tais como aleijado, paralítico, cocho, manco,

(para pessoas com deficiência físicas), excepcional, retardado, débil mental,

idiota( para pessoa com deficiência mental ), surdo-mudo, mudo ( para pessoa

com surdez), cego (para pessoa com deficiência visual), invalido e deficiente

para todas as pessoas com alguma deficiência.

Ressaltando a importância de utilizarmos essa terminologia de forma

integral; sem cortes, pois se excluirmos a pessoa portadora, estaremos

repetindo o mesmo erro. Isto é, estaremos nos referindo à deficiência e não “ o

portador “ ou “ portador de deficiência “, afinal, antes da deficiência existe uma

pessoa. A deficiência pertence a alguém e não a si mesma. Em primeiro lugar,

devemos enxergar a pessoa e, posteriormente, a sua deficiência.

1.3 – Os diferentes tipos de Deficiência:

• Deficiência Física:

Para CARMO (1991),as pessoas com esse tipo de deficiência

ressentem-se de uma variedade de condições neurossensoriais que

as afetam em termos de mobilidade de coordenação motora geral

ou da fala com decorrência de lesões nervosas neuro musculares e

ossteoarticulares ou ainda de má formação congênita ou adquirida.

Estas pessoas, dependendo dos casos, conseguem movimentar-se

13

com ajuda de prótese, cadeira de rodas ou outros aparelhos

auxiliares.

• Deficiência Mental:

“Refere-se a padrões intelectuais reduzidos, apresentando

comprometimentos de nível leve, moderado, severo e profundo,

além de inadequação de comportamento adaptativo, tanto maior for

o grau de comprometimento. Gera comprometimentos de nível

pessoal com diminuição da autonomia e da independência; bem

como a nível familiar, constituindo-se num fator de

comprometimento das relações intrafamiliares e numa carga

econômica, além de demandar cuidados e investimento econômico

sob o ponto de vista social.” (AAMD- Associação Americana de

Deficiência Mental)

• Deficiências Múltiplas:

“Quando a pessoa apresenta conjuntamente duas ou mais

deficiência. Na deficiência múltipla, como o indivíduo apresenta

duas ou mais deficiências primárias - mental, visual auditiva e

motora - ocorrem comprometimento que acarretam atrasos no

desenvolvimento global e na capacidade adaptativa”.(AVAPE -

Associação para valorização e Promoção de Excepcionais).

• Deficiência Visual:

Segundo dados do Instituto Benjamim Constant: “é a perda ou

redução da capacidade visual em ambos os olhos em caráter

definitivo, que não possa ser melhorada ou corrigida com o uso de

lentes ou tratamentos. Existem também pessoas com visão

subnormal, cujos limites variam com outros fatores como: fusão,

14

visão cromática, adaptação ao claro e escuro, sensibilidade a

contrastes, etc”.

• Deficiência Auditiva:

Segundo dados da (AME - Associação de Amigos Metroviários dos

Excepcionais): “É o nome usado para indicar audição ou diminuição

da capacidade de escutar os sons”. Entre as várias deficiências

auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como

condutiva, mista ou neurossensorial. A condutiva é causada por um

problema localizado no ouvido externo e/ou médio, que “conduz” o

som até o ouvido interno. Esta deficiência, em muitos casos, é

reversível e geralmente precisa apenas de cuidados médicos.

Quando é uma lesão no ouvido interno, há uma deficiência que

recebe o nome de neurossensorial. Ela faz com que as pessoas

escutem menos e também tenham maior dificuldade de perceber ad

diferenças entre os sons. A Deficiência Auditiva mista ocorre

quando há perdas auditivas numa mesma pessoa.

Um grande número de pessoas em todo o mundo tem algum tipo de

deficiência física, mental ou sensorial, que limita sua habilidade para as

atividades diárias. O IBGE, através do CENSO2002, afirmou que 14,5% da

população brasileira é portadora de deficiência.

Ressaltando a importância de utilizarmos essa terminologia de forma

integral; sem cortes, pois se excluirmos a pessoa portadora, estaremos

repetindo o mesmo erro. Isto é, estaremos nos referindo à deficiência e não a

pessoa. Portanto, neste caso, deveríamos utilizar pessoa portadora de

deficiência e não “o portador” ou “ portador de deficiência”, afinal, antes da

deficiência existe uma pessoa. A deficiência pertence a alguém e não a si

15

mesmo. Em primeiro lugar, devemos enxergar a pessoa e, posteriormente, a

sua deficiência. Deficiência não existe sem o homem.

São por essas e outras razões que devemos selecionar nosso

vocabulário e termos constante vigilância no seu uso pois nossas palavras

transmitem idéias, sentimentos, e produzem ações e reações.Influenciam para

auxiliar ou prejudicar o processo de transformação de valores equivocados

sobre deficiência e pessoa com deficiência.

1.4 - Características das deficiências:

De acordo com Bobath (1979), a Paralisia é um problema de origem

física ou mental que se caracteriza pela perda total ou parcial do movimento.

Podem ser congênitas ou adquiridas, flácida ou espástica. Um tipo clássico de

paralisia flácida é a poliomielite ( paralisia infantil), onde os centros nervosos

são atingidos pelo vírus da poliomielite. Diminuição da motricidade podendo ir

até perda total dela que atinge um ou mais regiões do corpo; de origem

orgânica( lesão do sistema nervoso); ou funcional( sem lesão do sistema

nervoso); central( centros nervosos superiores atacados).

Rosadas (1991), afirma que se dedicou aos portadores de deficiência

ao pesquisar sobre as características das deficiências:

• ATETOSE:

Presença de movimentos involuntários e descontrolados, oriundos

da lesão cerebral, apresentando também rápidas modificações da

16

tenção muscular. Os músculos contraídos demonstram alto grau de

espamos. È geralmente ocasionada por interrupção de

retroalimentação dos gânglios basais, tálamo e córtex cerebral.

• CORÉIA:

Síndrome resultante da lesão de gânglios da base, promovendo

contrações descontroladas, de diversos grupos musculares.

Bloqueia a sucessão normal de movimentos promovendo uma

integração parcial e confusa de diversos movimentos resultando

patologicamente uma lesão difusa do corpo estriado.

• ATAXIAS:

Apresentação de movimentos inconstantes, que se tornam trêmulos e

inseguros, com perturbações na área do equilíbrio. Anormalidade

clínica do cérebro - o córtex transmite aos músculos diversos impulsos

para a realização de determinada função motora e que são

automaticamente corrigidos pelo cérebro. A interrupção deste processo

é a causa das diversas ataxias.

• EPILEPSIA:

Doença com manifestações súbitas e inesperadas, que podem vir

acompanhadas por convulsões e distúrbios de consciência, freqüente

entre hemiplégicos e tetraplégicos. Caracteriza-se por atividades

descontroladas e excessivas de uma parte do sistema nervoso central

ou de todo ele. A duração de um ataque de epilepsia é imprevisível,

sendo acompanhado quase sempre de uma depressão posterior. A

17

epilepsia provoca geralmente o estrabismo, perturbação na fala e na

audição.

• SINDROMW DE DOWN:

Anomalias de crianças do cromossomo 21, mas conhecida como

mongolismo, devido a proximidade de aparência com os mongóis.

Doença congênita que se caracteriza por apresentação de pálpebras

oblíquas, nistágmo, orelhas pequenas, nariz pequeno, pescoço largo,

mãos e dedos curtos, pênis pequeno, adiposidade, déficit mental,

problemas respiratórios e movimentação lerda. As crianças

mongolóides, apresentam-se geralmente dóceis e interessadas no

aprendizado, mas mostram-se inseguras, principalmente em relação às

irregularidades do solo e altura.

Características gerais: ambos os sexos são afetados igualmente,

homens são estéreis e mulheres são férteis.

• RAQUITISMO:

Doença do metabolismo causada por deficiência de vitamina”D”. O

raquitismo pode apresentar-se precoce: as crianças pequenas, e tardio:

em crianças maiores de cinco anos, caracterizando-se principalmente

pela desmineralização óssea. Manifesta-se, no processo por lesões a

nível de crânio, tórax e ossos das extremidades, ocasionando

posteriormente deformidades posturais como o genu-varum e o genum-

valgum.

• OBESIDADE:

Adposidadade excessiva. Sua origem pode ser de fatores hormonais,

genéticos(dominando o fator endomorfo do somatótipo); conduzindo hábitos

sedentários, e digestão demasiada de alimentos. Pode apresentar-se também

18

com características endógenas, decorrendo de anomalias no funcionamento de

alguns órgãos principalmente da glândula tireóide e certamente da hipófise, da

supra-renal e do hipotálamo.

O aumento progressivo do percentual de gordura pode provocar

complicações mecânicas quanto metabólicas.

• DEFICIÊNCIA MENTAL:

Desenvolvimento insuficiente da capacidade intelectiva. Os deficientes

mentais podem ser divididos em três grupos: dependentes, treináveis e

educáveis. Os dependentes necessitam de atenção permanente pois

são incapazes de associar algum fato e muitos até de emitir algum tipo

de linguagem expressiva, senão aquela rudimentar. Os treináveis são

capazes de, se treinados, realizar com certo condicionamento algum

tipo de atividade comum. Os educáveis podem perfeitamente receber

educação especial e alguns até alcançar as escolas de ensino regular.

• HIDROCEFALIA:

Dilatação dos ventrículos cerebrais, por um excesso de líquido

cefalorraquitidiano (LCR).

A hidrocefalia pode ser – passiva nas atrofias, o cérebro atrofiado - o

líquido cefalorraquitidiano invade o espaço vazio ou ativa pela

impossibilidade do LCR, produzido ao nível do encéfalo, ser escoado

normalmente pelas vias naturais. Aumenta então, o perímetro craniano.

• AUTISMO:

Fenômeno psicológico caracterizado pela tendência a se olhar do

mundo exterior e a ensimesmar-se; Caracterizado pelo desligamento

da realidade exterior e criação mental de um mundo autônomo;

19

Desinteresse quase total pela realidade, como refúgio no eu profundo e

recusa de todo qualquer contato com as coisas e com seres exteriores.

Na sua fase mais grave, o autismo é um dos grandes sintomas de

esquisofrenia.

CAPITULO II

PSICOMOTRICIDADE

2.1- O que é Psicomotricidade?

A psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo nos seus

aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando-se e

20

sincronizando-se no espaço e no tempo, para emitir e receber significados.

Hoje, a psicomotricidade é o relacionar-se através da ação, como um meio de

tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser

natureza e o ser sociedade. A psicomotricidade está associada à afetividade e

à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demostrar o que

sente, e 0uma pessoa com problema motores passa a apresentar problemas

de expressão.

Fonseca (1988),comenta que a psicomotricidade é atualmente concebida como

a integração superior da motricidade,produto de uma relação intelegível entre

criança e meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se

forma e se materializa.

2.2- Conceitos de Psicomotricidade

Diversos autores apresentam conceitos relacionados à psicomotricidade. Para

Jean Lê Boulch (1991), a educação psicomotora é uma ação pedagógica

psicológica que utiliza meios da educação física com o fim de normalizar ou

melhorar o comportamento da criança.

Segundo Jean Claude Coste (1978), é a ciência encruzilhada, onde se

cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista biológicos, psicológicos,

psicomotores, sociológicos e lingüísticos.

Para Jean de Ajuriaguerra (1970), é a ciência do pensamento através do

corpo preciso,econômico e harmonioso.

E Sidirley de Jesus Barreto (2002) afirma que é a integração do indivíduo,

utilizando, para isso, o movimento e levando em consideração os aspectos

relacionais ou afetivos, cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento

consciente, visando melhorar a eficiência e diminuir o gasto energético.

21

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2000), a

psicomotricidade “ é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em

movimento em relação ao seu mundo interno e externo e de suas

possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetivos e

consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é

origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas”.

“ A Psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos,

das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e

representativo do “ser -em- ação” e da “coexistência” com outrem “. (Jacques

Chazaud,1976).

De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) e a Secretaria

de Educação Especial (MEC/SEE, 1993), a psicomotricidade é a integração

das funções motrizes e mentais, sob o efeito do desenvolvimento do sistema

nervoso, destacando as relações existentes entre a motricidade, a mente e a

afetividade do indivíduo.

Perceber o seu desenvolvimento maturacional, foi uma das conquistas da

psicomotricidade até chegar na posição atual como relata BUENO (1989),

“ultrapassar os problemas motores e trabalhar também a relação entre o gesto

e a afetividade e qualidade de comunicação por indivíduos dos mesmos”.

A partir das afirmações acima sobre o que é psicomotricidade é possível

entender que a Psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo,

que represente suas necessidades e permitem sua relação com os demais. É

a integração psiquismo-motricidade.

De uma maneira estática, a motricidade pode ser definida como resultado da

ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à estimulação

22

sensorial. Enquanto o psiquismo poderia ser considerado como o conjunto de

sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto, etc.

2.3 - Psicomotricidade e o Deficiente: A psicomotricidade vem sendo mais utilizada, na tentativa de usufruir ao

máximo do movimento permitindo ao menos dotado a possibilidade de

perceber, entender, vivenciar, dominar, interiorizar e aproveitar as experiências

psicomotoras, normalizando sua conduta.

Foi no passado e está sendo no presente esta a visão psicomotora dos

profissionais. Perceber o indivíduo como um todo, e principalmente entender

que ele é um ser único e com características emocionais marcadas pelo seu

interno e também pelo seu externo. A Sociedade de Psicomotricidade luta a

cada dia para que os profissionais possam atuar de forma consciente e bem

estruturada.

A prática da psicomotricidade na vida dos deficientes é de muita importância.

Através desta prática, estes alunos poderão realizar experiências com o próprio

corpo, sendo indispensável no desenvolvimento das funções mentais e sociais.

Vivenciando ludicamente suas emoções para que se desenvolvam

psicomotoramente de maneira equilibrada. Pouco a pouco, desenvolverá

também a confiança deles em si mesmo e melhor conhecimento de suas

possibilidades e limites, condições necessárias para uma boa relação com o

mundo.

Segundo Bagatini (1992), o trabalho da Psicomotricidade aplicada a Educação

Especial, tem como objetivo principal, oferecer a cada aluno oportunidade de

experimentar a alegria do movimento e desenvolver sua habilidade corporal e

expressiva, a partir de uma conscientização do seu próprio corpo. Além do

caráter expressivo este trabalho enfoca também o desenvolvimento dos

23

aspectos psicomotores, que vão sendo descobertos e conquistados através do

corpo durante as aulas de Psicomotricidade.

2.4- Áreas Psicomotoras: A Psicomotrcidade desenvolve tanto o lado físico como o intelectual e assim

estrutura o emocional. O estudo da psicomotricidade, se da em áreas e são

várias as classificações e as terminologias utilizadas para dominar as funções

psicomotoras. De qualquer forma os conceitos são basicamente os mesmos; o

que muda é a forma de classificar e agrupar estes conceitos.

• IMAGEM CORPORAL

A imagem corporal diz respeito aos sentimentos do individuo em relação á

estrutura de seu corpo como a bilateralidade, dinâmica e equilíbrio corporal. As

relações entre o corpo e os objetos situados no espaço ao seu redor referem-

se aos conceitos direcionados ao individuo e a consciência de si próprio e do

desempenho do que ele cria no espaço.

Ajuriaguerra (1974) entende que é o saber pré-consciente a respeito do seu

próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com

espaços, objetos e pessoas que a cercam.

• ESQUEMA CORPORAL

Yane (1994) entende que é a representação mental inconsciente que fazemos

do nosso próprio corpo formada a partir do momento em que este corpo

começa a ser desejado e, conseqüentemente a desejar e a ser marcado pro

uma historia singular e pelas inscrições materna e paterna.

24

É evidente que cada individuo vai adquirindo gradativamente uma noção a

respeito de si mesmo. Auto identifica-se, vai se conhecendo mais e mais, e

nesse conhecimento participativa e, preponderantemente, a imagem de próprio

corpo.

É a noção ou conhecimento do próprio corpo, que não se realiza de forma

instantânea, vai sendo adquirida gradativamente, num longo processo, que vai

desde o nascimento até a idade adulta.

• COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL

Alves (2005) explica que a coordenação motora global evolui movimentos

amplos com todo corpo, e desse modo, coloca grupos musculares diferentes

em ação simultânea, com vista à execução de movimentos voluntários mais ou

menos complexos.

A coordenação contribui também na elaboração do esquema corporal,

necessitando de uma perfeita harmonia de jogos musculares em repouso e em

movimento.

• EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO

Reúne um conjunto de aptidões estáticas estática (sem movimento) e dinâmico

(com movimento), abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das

aquisições de locomoção.

Martins (2001) diz que o equilíbrio estático caracteriza-se pelo tipo de equilíbrio

conseguido em determinada posição, ou de apresentar a capacidade de

manter certa postura sobre uma base. Já o equilíbrio dinâmico é aquele

conseguido com o corpo em movimento, determinando sucessivas alterações

da base de sustentação.

25

• TONICIDADE

Consideramos que a força muscular que o aluno vai adquirindo devido as

atividades realizadas no dia a dia.

Fosneca (2001) diz que a atenção fisiológica dos músculos que garantem

equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura em qualquer posição

adotada pelo corpo, esteja ele parado ou em movimento. É o ato de tonificar-

se, fortalecer-se, robustecer. É a qualidade ou condição de tônico.

A tonicidade, que indica o tono muscular tem um papel fundamental no

desenvolvimento motor, ela que garante as atitudes, posturas, as mímicas, as

emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas.

• LATERALIDADE

Nascimento (1986) explica que a lateralidade traduz-se pelo estabelecimento

da dominância lateral da mão, olho e pé, do mesmo lado do corpo.

A lateralidade corporal se refere ao espaço interno do individuo, capacitando-o

a utilizar um lado do corpo com maior desembaraço.

O que geralmente acontece é a confusão da lateralidade com a noção de

direita e esquerda, que está envolvida com o esquema corporal. A criança pode

ter a lateralidade adquirida, mas não saber qual é o seu lado direito e

esquerdo, ou vice-versa. No entanto, todos os fatores estão intimamente

ligados e quando a lateralidade não esta bem definida é comum ocorrerem

26

problemas na orientação espacial, na discriminação e na diferenciação entre os

lados do corpo e incapacidade de seguir a direção gráfica.

• ORGANIZAÇÃO ESPAÇO TEMPO

É a capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. Para

isso, é preciso ter boa noção de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora,

ao lado de, antes, depois e ect...

Segundo Alves(2005) essa organização é importantíssima no processo de

adaptação do individuo ao ambiente, já que todo corpo animado ou inanimado,

ocupa necessariamente um espaço em um determinado momento.

A organização – temporal corresponde à organização intelectual do meio e esta

ligado à consciência, à memória, e às experiências vivenciadas pelo individuo.

• RITMO

Diz respeito a movimentação própria de cada um. Ritmo lento, moderado,

acelerado, cadenciado. Noção de duração e sucessão, nos diz respeito a

percepção dos sons no tempo. Engloba atividades e noções bem distintas.

• PERCEPÇÃO

A percepção está ligada à atenção, à consciência, à memória. Os estímulos

que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e a

discriminação.Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão,

audição, olfato e gustação. Em seguida, percebemos, realizamos uma

27

mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos, reconhecemos

as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções.

CAPÍTULO III

PSICOMOTRICISTA: PROPOSTAS DE TRABALHO E

ATIVIDADES PSICOMOTORAS AOS DEFICIENTES

3.1- O Papel do Psicomotricista:

O trabalho da psicomotricidade é da mais valiosa função, pois a

psicomotricidade serve como ferramenta para todas as áreas psicomotoras de

estudo voltadas para a organização afetiva, motora, social e intelectual do

indivíduo acreditando que o homem é um ser ativo capaz de se conhecer cada

vez mais e de se adaptar às diferentes situações e ambientes.

Na vida dos deficientes não é diferente, o psicomotricista deverá abordar os

aspectos principais do desenvolvimeto psicomotor de acordo com a deficiência

desse aluno. A partir daí, ele terá condições de estimular o deficiente, do ponto

de vista da linguagem, da inteligência e do corpo de forma equilibrada.

28

Segundo a Sociedade de Psicomotricidade, o psicomotricista é o profissional

da área da saúde e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do homem

na aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-

psíquica e da retrogênese.

Para Costa (1998), é de extrema importância que o psicomotricista estabeleça

critérios especias de tratamento e defina os padrões a serem atingidos por

esses alunos. Cabe a ele, conhecer a necessidade, os interesses e as

possibilidades de cada aluno portador de deficiência. É preciso considerar as

peculiaridades de cada população associada ás estratégicas que serão

utilizadas.

Holle (1979),entende-se que o desenvolvimento motor das pessoas portadoras

de deficiência, requer o auxílio constante do professor, através da estimulação

na aula. As aulas promovem o aumento do vocabulário e de movimento da

criatividade, da habilidade corporal e da consciência expressiva o que lhes

tornará seres humanos mais alegres, criativos e expressivos.

O psicomotricista pode ajudar e muito, em todas os níveis, na estimulação do

desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e habilidades,

na formação de atitudes através de uma relação saudável e estável e,

sobretudo, respeitando e aceitando o deficiente do jeito que ele é.

3.2-Exercícios, Atividades e Jogos Psicomotores:

Alguns exercícios,atividades e/ou jogos serão apresentados com o objetivo de

proposta de trabalho para que sejam atribuídos no desenvolvimento da

psicomotricidade aplicada aos deficientes e também com a intenção de

29

fornecer ao psicomotricista mais um instrumento que facilite e enriqueça suas

intervenções junto aos indivíduos.

Certas atividades, podem ser trabalhadas usando matérias simples, ou até

mesmo confeccionados. O mais diversificado possível como: bolas, bastões,

corda, bambolês, pneus, colchões de espuma, latas, panos coloridos, etc...

Natural de preferência e, quando inviável, utilizar o de fabricação caseira.

As atividades propostas devem ser executadas em ambientes límpidos,

harmoniosos e com muita alegria. Assim devem ser estimuladas no cotidiano

do aluno, de maneira agradável e prazerosa, para que seu corpo, seu

organismo possa adquirir naturalidade nos seus movimentos.

Para desenvolver o Esquema Corporal:

-Mímica;

-Esculturas;

-Nomear partes do corpo, do corpo do colega, do corpo dos bonecos;

-Juntar partes do corpo de um boneco num quebra-cabeça;

-Adivinhação: O que é, o que é:

Que fica em cima do pescoço? Ou Que fica entre os olhos e a boca?

O aluno tenta adivinhar, nomeando a parte do corpo, apontando-a ou

movimentando-a;

- Ao som da música, todos alunos devem passear pela sala: ao cortar a

música, o professor deverá dizer: “- Passando pela floresta encontrei

com um animal” e ao falar o nome desse animal, os alunos deverão

imita-los.

- Para desenvolver a Tonicidade:

-Atividades com bambolês e a brincadeira da Corrida do saco, têm a finalidade

de aumentar no Tônus;

-Circuitos têm a finalidade de normalizar o Tônus;

30

-Carrinho de mão, tem a finalidade de aumentar o Tônus de Membros

Superiores;

- Atividades com a bola Suíça faz aumentar o Tônus global;

- Brincar com massinha e argila, faz aumentar o Tônus específico das

mãos para a motricidade fina.

Para desenvolver a Orientação temporal:

- Andar devagar até o fim da sala;

- Andar depressa, voltando ao ponto de partida;

- Andar devagar e depois correr uma mesma distância demarcada no

pátio;

- Correr, bater palmas, com ritmo, dentro de um espaço de tempo, em

situações relacionadas com: Lançamentos de bolas, pequenas e

grandes, em caixas de diversos tamanhos, cesta de basquete ou

círculos desenhados no chão/ saltos e transposição de obstáculos/

marchas em equilíbrio (em bancos, linhas,etc).

Para desenvolver a Orientação Espacial:

- Pedir para andar pelo ambiente, explorando-o, primeiro com os olhos

abertos e depois com os olhos fechados;

- Jogar amarelinha;

- Montar quebra-cabeça;

- Obedecer ordem como: colocar o lápis em cima da mesa, a caneta

dentro do estojo, a mochila embaixo da cadeira e etc.

Para desenvolver o Equilíbrio:

- Andar sobre a corda de sisal, de frente e de costas;

- Andar numa trave de madeira, rente ao chão, de frente e depois de

costas;

31

- Pular amarelinha e pular nas pontas dos pés também;

- Pular igual ao saci;

- Pular elástico;

- Andar sobre um trilho;

- Andar segurando objetos;

- Desafios como: Ultrapassar o banco sueco envertido em toda sua

extensão;

- Ultrapassar diversos objetos de diferentes sentidos e alturas;

- Atividades como: escalar, andar de skate, ciclismo, ginástica de solo,

capoeira, dança, entre outras.

Para desenvolvera Coordenação Motora:

- Marchar batendo palmas;

- Andar, correr, pular, dançar, subir, jogar;

- Saltar;

- Relaxar e tensionar partes do corpo;

- Chutar bolas de diferentes tamanhos e pesos;

- Engatinhar para frente e para trás, passando sobre obstáculos, por

baixo de mesas e cadeiras, sobre caminhos marcados no chão;

- Sentar-se, sentar e levantar;

- Atividades como: Lance-livre, Tiro-ao-alvo, Arco-e-flecha e Boliche,

desenvolvem a Coordenação Visiomotora.

Para desenvolver a Motricidade Fina:

- Escrever;

- Desenhar, colar e pintar;

- Perfurar, dobrar;

- Modelar massinha e argila;

- Tocar piano ou outro instrumento de teclado;

- Recortar com o dedo e com tesoura;

- Realizar trabalhos com objetos pequenos como: pinça e alicate de unha;

- Amarrar o cordão do sapato;

32

- Escolher arroz e feijão;

- Montar quebra-cabeça;

- Rasgar e amassar vários tipos de papel;

- Encher uma caixa de fósforo com seus respectivos fósforos.

Para desenvolver a Percepção:

- Selecionar diversos objetos, como: varinha de madeira, blocos, fichas de

jogos e botões. Distribuir esses materiais em diversos recipientes, como

latinhas de biscoito. Fazer com que os alunos percebam os objetos;

- De olhos abertos e/ou fechados, sentir com dedos e pés, objetos

diferentes. E com as mãos, sentir as pessoas e seu próprio corpo;

- Experimentar coisas que têm e que não têm gosto;

- Provar alimentos em diferentes temperaturas, sabores e teores;

- Experimentar odores fortes e fracos, agradáveis e desagradáveis em

materiais como: perfumes, sabonete, flores,café,álcool;

- Buscar reconhecimento de objetos, alimentos e etc., através de seus

cheiros característicos.

- Identificar e imitar sons e ruídos produzidos por animais e fenômenos da

natureza;

- Identificar cores diversas;

- Agrupar objetos de acordo com suas cores e/ou formas;

- Separar objetos altos e baixos, curtos e compridos, finos e grossos,

largo e estreitos, cheio e vazios.

Para desenvolver a Lateralidade:

- Colocar mãos desenhadas sobre o contorno de mãos desenhadas pela

parede, direita sobre direita, esquerda sobre esquerda;

- Colocar pés sobre o contorno de pés desenhados pelo chão, direita

sobre direita, esquerda sobre esquerda;

- Catar os grãos de feijão com as pontas dos dedos e separá-los para os

dois diferentes lados;

33

- Propor atividades simples do dia a dia como:cortar, pinatar, escrever ,,

lançar,arremessar, entre outras, com o objetivo de trabalhar não só o

lado dominante do seu corpo, fazendo-o perceber e entender que o

corpo trabalha total e conscientemente na efetivação do movimento.

Para desenvolver a Relaxação:

- O professor irá usar a sua imaginação e é necessário que tenha música

e de preferência, que seja instrumental. Ao começar a música é só

orientar aluno, a se fazer relaxar. Pode-se propor para tirar os sapatos,

fechar os olhos e ficar em silêncio.

- Uma forma de variar este relaxamento seria: contar uma história ou

cantar uma música.

- O psicomotricista poderá adaptar quase todas as atividades e

exercícios de volta á calma, a estes alunos especias que aqui foram

citados e estudados.

Alguns exercícios podem adaptar-se a essas espécieis de deficiência aqui

citada, porque entende-se que o corpo, se exigido e movimentado,

normalmente dá o correspondente retorno.

As atividades psicomotoras contribuem para o desenvolvimeto psicomotor de

acordo com os objetivos estipulados pelos psicomotricistas, respeitando as

ordens afetivas, cognitivas, e motoras das mesma.

Naturalmente, em se tratando dos alunos Portadores de Deficiência, a

Psicomotricidade visa elevar a qualidade de vida, que objetiva integrá-los na

sociedade.

CONCLUSÃO

34

Esta pesquisa se propôs a examinar alguns tópicos em torno dos “tipos de

deficiência” e as contribuições que a psicomotricidade poderia dar no sentido

de desenvolver aspectos motores, cognitivos e afetivos dos Portadores de

Necessidades Especiais, ou seja, aperfeiçoar e trabalhar o desenvolvimento

motor e funcional desses indivíduos através das atividades psicomotoras.

Relata a importância do conhecimento de algumas características de certos

tipos de deficiência, para que não surpreenda nenhum psicomotricista em suas

atividades, assim contribuindo para uma maior segurança desses alunos.

Observa que os desenvolvimentos psicomotores dos Indivíduos Portadores de

Deficiência são diferentes à de um individuo “normal”, leva um tempo maior

pois esses alunos apresentam dificuldades de entender o significado dos

conceitos de: esquema corporal, postura , lateralidade, estruturação espaço –

temporal, dificuldades motoras em relação ao deslocamento e ao equilíbrio.

Mas não deixa de ser um avanço significativo no desenvolvimento e na

aprendizagem.

Essas dificuldades vão sendo trabalhadas e estimuladas pelos

psicomotricistas, através dos exercícios psicomotores que têm objetivo, gerar

nesses alunos a necessidade de explorar objetos a sensações que o corpo

proporciona. Com isso o progresso de cada aula e o desempenho durante seu

dia a dia são compensadores para os profissionais, que acreditam na pratica

psicomotora, na obtenção de resultados.

35

BIBLIOGRAFIA

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especializado na sala de apoio pedagógico específico: Diretrizes.

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24 - ROSADAS, S.S.C. Educação Física Especial para Deficientes. 3 edições,

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26 - YANE,Z, Zulema Garcia. Psicomotricidade e seuas conceitos

fundamentais: Esquema e imagem corporal. Conferência proferida na III

Jornada de Psicomotricidade. Porto Alegre, 1994.

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

38

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

CAPÍTULO II 20

CAPÍTULO III 28

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE

39

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: