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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL NA REGULAÇÃO DA POSTURA AUTORA: LAURA BAPTISTA DO AMARAL PROF. ORIENTADOR: MARCO ANTONIO CHAVES RIO DE JANEIRO, RJ, FEVEREIRO/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL

NA REGULAÇÃO DA POSTURA

AUTORA: LAURA BAPTISTA DO AMARAL

PROF. ORIENTADOR: MARCO ANTONIO CHAVES

RIO DE JANEIRO, RJ, FEVEREIRO/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL

NA REGULAÇÃO DA POSTURA

AUTORA: LAURA BAPTISTA DO AMARAL

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau

de Especialista em Psicomotricidade

RIO DE JANEIRO, RJ, FEVEREIRO/2002

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Agradeço

À equipe de professores do Curso de Pós-

graduação em Psicomotricidade da

Universidade Cândido Mendes pelas

informações e esclarecimentos sobre o

assunto.

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“Não se vê, sente ou percebe em isolamento —

a percepção está sempre ligada ao comportamento

e ao movimento, à busca e à exploração do mundo.

Ver não é suficiente; é preciso olhar também.”

OLIVER SACKS

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SUMÁRIO

Resumo

Introdução

1. Psicomotricidade

1.1 Conceito

1.2 Áreas de atuação da Psicomotricidade

1.3 Funções Psicomotoras

2. Percepção do Esquema Corporal

2.1 Imagem corporal

2.2 Esquema corporal

2.3 Percepção e sensação

3. Postura e equilíbrio

3.1 Conceitos de postura

3.2 Postura bípede

3.3 Evolução postural

3.4 Equilíbrio

3.5 Controle motor

3.6 Receptores que influenciam no controle postural

4. Sistema sensorial

4.1 Sistema proprioceptivo

4.2 Sistema vestibular

4.3 Sistema visual

Conclusão

Bibiliografia Consultada

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RESUMO

A presente monografia é resultado de revisão

bibliográfica, tendo como proposta o encontro da Psicomotricidade com

conceitos básicos de postura, questionando a influência da percepção do

esquema corporal na regulação da postura.

O trabalho é iniciado com um breve estudo sobre a

Psicomotricidade, citando alguns conceitos e, em seguida, aborda as suas

áreas de atuação, as funções psicomotoras trabalhadas e a sua importância no

desenvolvimento do indivíduo. Enfocando, principalmente a imagem e a

estruturação do esquema corporal, bem como as suas relações com a

percepção e a sensação humana. Posteriormente apresenta conceitos

posturais básicos e o sistema sensorial relacionado à sua regulação.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho é um estudo introdutório, não conclusivo, que questiona a

possibilidade do encontro da Psicomotricidade com a Fisioterapia.

O objetivo desta monografia é uma tentativa de relacionar conceitos da

Psicomotricidade com conceitos básicos da regulação da postura, visando

compreender melhor a influência da percepção do esquema corporal do

indivíduo para melhor elaboração de uma possível proposta de atendimento

que utilize essa informação como um novo enfoque que traga melhores

resultados nos trabalhos.

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1. PSICOMOTRICIDADE

1.1 – Conceito

Conceituar Psicomotricidade é por demais relevante

neste trabalho. Psicomotricidade consiste em estudar o indivíduo e suas

relações com o seu corpo e o meio físico e sociocultural no qual convive.

Elevada atualmente ao nível de ciência, a

Psicomotricidade é fundamentada e estudada por um amplo conjunto de

campos científicos, onde podemos destacar a Neurofisiologia, a Psiquiatria, a

Psicologia e a Educação, imprimindo cada uma dessas áreas enfoques que

lhes são específicos.

A Psicomotricidade foi definida por Ajuriaguerra,

segundo Loureiro (1983), como “a realização do pensamento através do ato

motor, preciso, econômico e harmônico”.

No 1º Congresso Brasileiro de Terapia Psciomotora

(1982), a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade definiu o termo

Psicomotricidade como: “Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo

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o estudo do homem , através do seu corpo em movimento, nas relações com o

seu mundo interno e externo.”

A Psicomotricidade possui crescente importância

nos trabalhos que se relacionam com o desenvolvimento infantil, tanto na fase

pré-escolar como posteriormente, mas não podemos restringir a sua ação

apenas nesta fase do desenvolvimento humano, sendo que estudos vêm

comprovando a eficácia da Psicomotricidade com grupos de adolescentes,

adultos e, principalmente, grupos de terceira idade.

Na sua prática a Psicomotricidade empenha-se em

mostrar que o homem é seu corpo. O corpo fala de sua emoção e repercute no

movimento do sujeito, ou seja, o movimento é uma linguagem que expressa o

verdadeiro sujeito.

O estudo do movimento humano é um meio para

conhecer o homem na sua totalidade indivisível e não uma pura descrição

física e muscular explicada por atlas ou tratados de anatomia e fisiologia

analítica.

“O termo Psicomotricidade implica na concepção de

movimento organizado e integrado em função das experiências vividas

pelo sujeito, adquirindo na sua execução uma forma resultante e

característica de sua individualidade, colocando o movimento como um

componente essencial na estruturação psicológica do Eu”. (COSTE, J.

1981)

1.2 – Áreas de Atuação

Estudos recentes apontam três principais áreas de

atuação da Psicomotricidade: 1. Reeducação Psicomotora; 2. Terapia

Psicomotora; 3. Educação Psicomotora.

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Algumas vezes em certos trabalhos esses três níveis

de atuação podem confundir-se, mas cada um apresenta características

próprias que serão resumidamente abordadas:

1. Reeducação Psicomotora tem como objetivo atender indivíduos

portadores de sintomas de ordem psicomotora, como por exemplo:

debilidade motora; atraso e instabilidade psicomotora; dispraxias;

distúrbios do tônus da postura, do equilíbrio e da coordenação; e

deficiências perceptivo-motoras. O atendimento pode ser individual ou

em pequenos grupos de crianças, adolescentes e adultos.

2. A Terapia Psicomotora é indicada às crianças com grandes

perturbações e cuja adaptação é de ordem patológica. Apesar de ser

mais freqüente o trabalho com crianças, a Terapia Psicomotora também

ocupa-se do atendimento de adolescentes e adultos, individualmente ou

em pequenos grupos.

3. A Educação Psicomotora é indicada às crianças ditas “normais”, atua

como parte integrante da educação básica durante a fase pré-escolar e

escolar.

“Educação Psicomotora é uma atividade

através do movimento, visando um desenvolvimento de capacidades

básicas — sensoriais, perceptivas e motoras — propiciando uma

organização adequada de atitudes adaptativas, atuando com agente

profilático de distúrbios da aprendizagem.” (COSTE, J. 1981)

A Educação Psicomotora vem sendo utilizada

atualmente com muita ênfase em várias instituições escolares e em outras que

fazem trabalhos relacionados à recreação infantil, como também de adultos,

atuando, principalmente, em grupos de terceira idade. Através de uma série de

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atividades, como exercícios e jogos, procura promover o completo

desenvolvimento físico, mental, afetivo e social do indivíduo.

O profissional que atua nesta área deve buscar as

necessidades e interesses dos indivíduos, propondo-lhes atividades que

possam produzir/oferecer adequada estimulação e que venham ampliar o

vivido corporal, que é o responsável pelos inúmeros esquemas que serão

transferidos às situações vivenciadas no futuro.

Independente da atividade proposta e do método

utilizado, deve-se levar em consideração as funções psicomotoras (esquema

corporal, equilíbrio, coordenação entre outras) que pretende-se trabalhar

durante a sessão. Em qualquer atividade ou exercício proposto, sempre uma

função psicomotora encontra-se associada a outras; então, cabe ao

profissional identificar qual é o objetivo a ser alcançado.

1.3- Funções Psicomotoras

As dez funções psicomotoras mais citadas pelos

estudiosos da Psicomotricidade, a partir de uma revisão da literatura nesta área

são: 1. esquema corporal; 2. tônus da postura; 3. dissociação de movimentos;

4. coordenações globais; 5. motricidade fina; 6. organização espacial e

temporal; 7. ritmo; 8. lateralidade; 9. equilíbrio e 10. relaxamento (total,

diferencial e segmentar).

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2. . PERCEPÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL

Considera-se esquema corporal a imagem, o

conhecimento e o uso do próprio corpo em repouso ou movimento.

2.1- Imagem corporal

Entende-se por imagem corporal a figuração

de nosso corpo elaborada na mente. Ou seja, o modo pelo qual o corpo está

configurado por uma auto-significação.

Várias sensações externas nos são dadas,

como as táteis, térmicas e dolorosas. Outras vêm dos sistemas visuais,

proprioceptivos e dos introceptores.

Existe, ainda, a experiência imediata de uma

unidade do corpo percebida, sendo esta, porém mais do que uma percepção.

Segundo Shilder é o esquema de nosso corpo, esquema corporal. Ou

conforme Head enfatiza a importância do conhecimento da posição do corpo,

de modelo postural do corpo: “O esquema do corpo é a imagem tridimensional

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que todos têm de si mesmos”. Dessa forma, podemos chamá-la de imagem

corporal.

A imagem corporal não é apenas uma

sensação ou imaginação. Apesar de utilizarmos os sentidos para esta

percepção, é muito mais do que isto. Existe uma “apercepção” devido à

existência do envolvimento de figurações e representações mentais.

A imagem corporal é elaborada a partir de

uma forma organizada e estruturada em função de elementos significativos das

percepções individuais. “A percepção é sempre nosso próprio modo de

perceber.” (Shilder)

Para cada impressão sensorial, existe uma

percepção individual. Toda sensação leva consigo uma representação visual

de suas relações espaciais.

A localização é construída por impressões

visuais e cinestésicas, interferindo no modelo postural do corpo.

A imagem corporal e especialmente seus

componentes visuais são necessários para o início de um movimento.

Vários fatores contribuem para a formação da

imagem do corpo, sendo as principais o visual, o tátil e o proprioceptivo.

“A imagem espacial do corpo é arelação entre as sensações percebidas no corpo e somadasàs suas representações visuais, permitindo avaliar alocalização das estimulações. A imagem espacial do corpofavorece a orientação do próprio corpo no espaço.” (Pick,1908)

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A partir dessa imagem são formados modelos

próprios organizados, denominados esquemas. Os modelos modificam as

impressões produzidas pelos impulsos sensoriais recebidos de maneira que a

sensação final de posição ou localização chegam sempre à consciência

carregada de uma relação com algo já acontecido anteriormente.

Devido às varias alterações de posição,

estamos sempre construindo um modelo postural de nós mesmos, o qual é

modificado a cada nova postura ou a cada novo movimento. Para cada nova

postura, ou movimento, um novo registro é feito neste esquema maleável,

criando através da atividade do córtex uma nova relação com cada novo grupo

de sensações para cada postura assumida. O reconhecimento da nova postura

ocorre imediatamente após a relação esteja completa. O esquema possui um

papel essencial na manutenção da regulação postural.

2.2. Esquema Corporal

“É uma intuição de conjunto ou umconhecimento imediato que temos do nosso corpo em posição estática ou emmovimento, na relação das suas diferentes partes entre si e, sobretudo, nasrelações com o espaço e os objetos que nos circundam”. (Le Boulch)

Compreende, neste caso, a imagem e o conceito do

corpo e suas partes.

Em cada ação motora, há um esquema

diferente. O esquema não é o mesmo quando um indivíduo se prepara para

descer uma escada no escuro ou quando se prepara para uma corrida.

O esquema corporal não é uma realidade

estática, tem um caráter dinâmico, em perpétua construção, resultado das

aferências sensoriais interoceptivas, proprioceptivas e exteroceptivas.

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Além de noções do próprio corpo e das noções com

exterior nas suas expressões de espaço e tempo, o contato com outras

pessoas, a evolução do gesto e da linguagem são aspectos importantes na

formação do esquema corporal.

Durante as etapas de formação do esquema

corporal, é necessário que a criança conheça as partes do corpo pelo nome,

localize-as, identifique suas funções e coordene as diferentes partes, para

descobrir suas reais possibilidades de movimento.

É através de movimentos como rastejar, engatinhar

e andar, que a criança adquire suas primeiras noções de espaço: perto, longe,

dentro, fora, em cima e embaixo. Portanto, partindo do seu próprio corpo e

usando-o como referência, a criança elabora sua organização espacial. O

desenvolvimento da orientação espacial está intimamente ligado tanto ao

desenvolvimento motor quanto ao do esquema corporal.

O esquema corporal é resultado de uma

multiplicidade de sensações provindas dos sentidos internos e externos.

2.3 Percepção e sensação

Percepção é a capacidade de perceber o ambiente

através de impulsos sensoriais e traduzir estes impulsos em significados,

baseados na compreensão desenvolvida previamente. Para percebermos o

ambiente, ocorre uma integração de todos os sistemas sensoriais. Utilizamos,

simultaneamente, o sistema auditivo, tátil, cinestésico, vestibular, olfativo e

visual.

A percepção visual deve ser vista como uma

parte do processo perceptivo. O ser humano baseia-se, predominantemente,

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na orientação visual para o mundo. Dessa forma, associa a própria percepção

de mundo com a visão.

A percepção visual humana é um processo

muito complexo e atravessa fases de desenvolvimento. Ver não é uma função

separada, isolada. Durante o desenvolvimento da criança, a visão está

integrada com o sistema total de ação, sendo importante na postura, aptidão,

coordenação manual, inteligência e, até mesmo, na personalidade do indivíduo.

“Atingimos a constância perceptiva acorrelação de todas as diferentes aparências, as modificações dosobjetos muito cedo, nos primeiros meses de vida. Trata-se deuma enorme tarefa de aprendizado, mas que é alcançada tãosuavemente, tão inconscientemente, que sua imensa complexidademal é percebida (embora seja uma conquista a que nem mesmo osmaiores supercomputadores conseguem começar a fazer face)”.(Sacks, O.)

É preciso fazer uma distinção entre sensação

e percepção e como elas ocorrem.

O estudo da evolução dos órgãos dos

sentidos nos mostra que, ao longo dos anos, os órgãos receptores

especializaram-se para captar diferentes formas de sensações. Assim, os

receptores visuais são capazes de captar determinados diapasões de

oscilações eletromagnéticas; já o ouvido capta as vibrações sonoras, etc.. A

sensação é um processo ativo e inclui sempre na sua estrutura um

componente motor.

“As sensações nos dão o conhecimento domundo exterior e do nosso próprio corpo. Através delas, homempercebe as propriedades das coisas externas e estado do seuorganismo. Vinculando o homem ao mundo, as sensações são a fonteessencial do conhecimento da psiquê”. (Saboya, B.)

As percepções dependem dos conhecimentos

prévios do homem e da sua atividade de análise e síntese. Cria-se uma

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hipótese, na dependência do caráter objetivo que evolui com a idade e a

capacidade intelectual. Isto nos possibilita fazer generalizações e nos permite

estabelecer ligações através das experiências anteriores.

A capacidade perceptiva do homem é

característica da vontade, da direção e da consciência.

“Os sentimentos são irmãos das sensações.Os sentimentos são percepções corporais e é função daautoconsciência corporal perceber o quão profundamente sentimos e oquanto nos sentimos. A autoconsciência corporal não é uma funçãointelectiva, mas uma consciência sensorial do corpo. É o estar emcontato com o corpo, sabendo o que está acontecendo em cada partedo corpo”. (Saboya, B.)

Sendo assim, manifestamos alterações

corporais, interferindo na postura, conforme sentimentos, sensações e

percepções diferentes.

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3. POSTURA E EQUILÍBRIO

3.1. Conceitos de postura

Existem inúmeros conceitos de postura

humana, e inúmeras interpretações do seu significado, variando esta

interpretação conforme a natureza do profissional ou do especialista que a

observa e analisa para atender os seus objetivos propostos.

Segundo Asher, a postura pode ser definida

como a posição do corpo no espaço, com referência especial a suas partes.

Roaf define a postura dinamicamente,

afirmando ser a mesma a posição assumida pelo corpo para a preparação do

próximo movimento.

Para Kendall et col., postura é a posição do

corpo que envolve o mínimo de estiramento e de “stress” de suas estruturas,

com o menor gasto de energia para se conseguir o máximo de eficiência. Estes

autores acreditam ser possível obter-se um alinhamento básico correspondente

a uma postura padrão estática, usando as linhas de referência que passam

pela metade do corpo, tanto por trás como pela frente.

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A Academia Americana de Ortopedia definiu

postura como um arranjo relativo dos segmentos do corpo. Ainda define como

critério de boa postura, o equilíbrio entre as estruturas de suporte do corpo

músculos e ossos que o protegem contra uma agressão (acidente) ou

deformidade progressiva.

Qualquer postura assumida pelo corpo

humano seja na posição ortostática, sentada, ou nos decúbitos, em repouso ou

durante um trabalho, deve ser realizada de forma adequada, propiciando ao

sistema músculo esquelético um melhor e mais eficiente desempenho das suas

funções. Dessa maneira, evita-se o vício postural, definido como uma alteração

no relacionamento simétrico das várias partes corporais. Este mecanismo induz

ao aumento da agressão física às estruturas de suporte biomecânicas,

resultando em um “padrão” anormal do equilíbrio, denominado clinicamente

como deformidade postural no que se refere à postura estática e como disbasia

no que se refere à postura dinâmica.

Fatores musculares, articulares, ósseos,

metabólicos, nervosos e psíquicos inadequados estão associados à uma má

postura, enquanto a boa postura está relacionada a um estado de rigidez da

homeostasia.

Outros autores definem a postura ideal como

aquela na qual é necessária uma atividade muscular mínima para manter o

corpo em estado de equilíbrio.

Tucker, por exemplo, descreve uma postura

alerta e ativa como o resultado de uma atitude mental sobre o corpo,

promovendo assim o equilíbrio e a estabilidade entre corpo e mente.

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Postura é uma posição ou atitude do corpo, o

arranjo relativo de suas partes para uma atividade específica ou uma “maneira”

característica de alguém sustentar-se.

1 - As estruturas inertes responsáveis pela

sustentação do corpo são ligamentos, fáscias, ossos e articulações,

enquanto os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas

dinâmicas que mantém o corpo em uma postura ou o movem para outra.

2 - A gravidade sobrecarrega as estruturas

responsáveis por manter o corpo numa postura ereta. Normalmente, a linha

de gravidade passa através das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral,

equilibrando-as. Se o peso de uma região desloca-se para longe da linha

de gravidade, o restante da coluna compensa para recuperar o equilíbrio.

Postura é um padrão de eficiência mecânica,

capacidade cinestésica, equilíbrio e coordenação neuromuscular.

Não podemos considerar a posição de pé,

estática, como uma única postura, pois o termo refere-se à posição do corpo

em geral, podendo estar em movimento ou não. O corpo humano assume

inúmeras posturas e, dificilmente, permanece um grande espaço de tempo na

mesma. Apresenta-se, ainda, em várias posições diferente, como a posição de

pé, sentada ou deitada, imóvel ou em movimento, com as partes do corpo

alinhadas ou não.

3.2. Postura Bípede

A manutenção da postura bípede é operada

por uma multiplicidade de excitações reflexogênicas que nascem nos

receptores labirínticos e profundos, provocadas pela ação constante da força

de gravidade. Estas excitações, em permanente atividade, vêm dos receptores

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musculares, labirínticos e visuais, que auto-regulados pelas funções

supramedulares, correspondem à atitude. A atitude é, assim, todo um

complexo neurológico inconsciente integrado no indivíduo como expressão

corporal de uma vivência dinâmica.

A postura não é um simples alinhamento das

partes do corpo, como se fossem muitos blocos inertes. É uma dinâmica e

complexa interação biomecânica entre o organismo e a gravidade. A posição

em relação à gravidade e ao meio-ambiente provêm de três sistemas

sensoriais que nos transmitem informações relativas ao “endireitamento”. Estes

sistemas são os sistemas vestibular, proprioceptivo e visual.

Postura vertical é um processo ativo

resultante da cooperação de um número de reflexos, muitos dos quais têm um

caráter tônico. A ação dos ligamentos e as sensações proprioceptivas de

tensão e relaxamento dos músculos atuam diretamente no mecanismo de

regulação do tônus.

3.3. Evolução Postural

Muitas partes do Sistema Nervoso Central

(SNC) contribuem para a função da postura. A postura humana é o resultado

de modificações momentâneas dos circuitos neurais, responsáveis por um

padrão de resposta. Alguns destes padrões estão presentes no nascimento e

outros surgem com o desenvolvimento do sistema nervoso. Estas respostas,

na forma de reflexos e reações humanas, incluem:

1 → reflexo de estiramento;

2 → reflexo de flexão e extensão cruzada;

3 → reflexo de impulso extensor;

4 → reflexos tônicos (reflexo tônico do pescoço e

reflexo tônico labiríntico);

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5 → reflexos de endireitamento:

- reflexo labiríntico de endireitamento;

- reflexo de endireitamento do pescoço;

- reflexo óptico de endireitamento.

Através da evolução dos reflexos e reações, a

criança passa por um processo de maturação do SNC até adquirir a postura

ortostática, o que os antropólogos definem como a conquista biológica mais

significativa da espécie humana. A aquisição da postura ereta na criança a

prepara para a locomoção e a interação com o meio-ambiente.

3.4. Equilíbrio

Para sustentar-se numa posição ereta, o

homem precisa ordenar seus segmentos de modo a empilhar uma peça sobre

a outra e manter a linha de gravidade do conjunto no centro do polígono de

sustentação.

O equilíbrio na posição em pé é obtido sem

outra intervenção de força, a não ser a manutenção do tônus postural dos

músculos antigravitacionais e a resistência fibro-muscular.

Divide-se o corpo em 3 blocos segmentares,

cada qual com uma função particular para a melhor compreensão da função

estática, a saber:

Os membros inferiores são a base sólida: a

plataforma, que condiciona a forma, a dimensão e a orientação da base de

sustentação.

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O tronco, onde situa-se o centro de gravidade

do equilíbrio, é o elemento móvel que desloca. As oscilações do tronco o

mantém acima da base de sustentação.

A cabeça e o pescoço controlam a

coordenação do conjunto.

Para ocorrer o equilíbrio estático, o equilíbrio

controlado, cada segmento equilibra-se sobre o segmento inferior, em um

processo ascendente. O pé adapta-se, equilibra-se sobre o chão; a perna

sobre o pé; a coxa sobre a perna; a cintura pélvica sobre o ou os membros

inferiores; a coluna lombar sobre a bacia; a coluna dorsal sobre a lombar. O

objetivo final é a posição correta do centro de gravidade, acima da base de

sustentação.

Define-se a estabilidade de um corpo a partir

de um certo número de critérios. Primeiramente, a sua linha de gravidade deve

cair dentro do polígono de sustentação. Este deve ser o maior possível e, no

homem, resume-se ao contorno dos pés. Portanto, a posição de pés juntos

será raramente adotada. Os pés estendem-se na frente da articulação tíbio-

astragaliana. Assim, a linha de gravidade cairá, naturalmente, na frente da

articulação do tornozelo.

O homem permanece em equilíbrio quando as

oscilações de sua linha de gravidade ocorrem dentro do polígono de

sustentação.

O equilíbrio dinâmico é uma reação à um

desequilíbrio permanente, sendo compensado constantemente. Pequenos

desequilíbrios ocorrem durante este processo, regulando-se de forma

automática, através dos reflexos posturais mantidos por um adequado ajuste

de diversos receptores da tensão muscular, dos movimentos articulares, do

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campo visual e dos receptores vestibulares. Estes receptores permitem ao

indivíduo manter e recuperar o seu equilíbrio.

“A evolução da postura ereta no homemnecessitou do desenvolvimento de um mecanismo reflexo com afunção de manter e recuperar o equilíbrio na posição ereta e noandar.” (Bobath, 1978)

Para ocorrer modificações posturais é

necessário citar os aspectos de controle, responsáveis diretos pela

organização, manutenção e mudança de uma postura corporal, e as

características psicológicas.

3.5. Controle Motor

“A expressão controle motor refere-se àregulação do movimento e de ajustes posturais dinâmicos”. (Umphred,D.)

O processo de controle motor depende das

informações sensoriais utilizadas pelo SNC.

O ser humano regula os seus movimentos a

fim de manter, corrigir, organizar ou alterar a posição de seu corpo no espaço,

através de informações dos receptores sensoriais, atenção e nível de

aproveitamento das informações para o controle.

3.6. Receptores que influenciam no controle

postural

Todas as vias sensoriais constituem em

complexas vias de associação às quais interferem no equilíbrio. Três sistemas

sensoriais provêm informações mais significativas no controle postural, quais

sejam os receptores do:

a) sistema proprioceptivo;

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b) sistema vestibular; e

c) sistema visual.

SISTEMA PROPRIOCEPTIVO → Provê informações sobre o movimento dos

segmentos corporais de uns sobre os outros, principalmente aqueles

associados a articulações e músculos axiais.

SISTEMA VESTIBULAR → Provê informações relativas à posição da cabeça

em relação à gravidade e ao movimento linear e rotatório da cabeça.

SISTEMA VISUAL → Provê informações sobre a posição do corpo em relação

ao meio externo, assim como, distância, altura, obstáculos.

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4. SISTEMA SENSORIAL

O sistema sensorial é uma grande e

diversificada rede de órgãos sensoriais que tem o objetivo de fornecer

inúmeras informações das mais variadas fontes ao sistema percepto-motor.

Todas as partes do corpo humano são dotadas de alguma quantidade de

receptores.

Os receptores sensoriais são estruturas que

podem ser estimuladas por alterações tanto do meio ambiente como do próprio

corpo, transformando diferentes estímulos em impulsos nervosos que se

propagam através de fibras aferentes sensitivas para o SNC.

Partes do sistema sensorial foram

classificadas com finalidades descritivas e funcionais. Uma destas partes divide

a sensação em três categorias, com referência ao tipo ou localização do

receptor que reage a um determinado estímulo. Conforme essa divisão, as

sensações podem ser superficiais, profundas e combinadas.

Segundo Sherrington, os receptores podem

ser de três tipos: exteroceptores, proprioceptores e interoceptores.

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Exteroceptores são receptores sensoriais

responsáveis pelas sensações superficiais. Recebem todos os estímulos do

ambiente externo, sendo responsáveis pela percepção da dor, temperatura,

tato, pressão, frio, calor, som e luz.

Proprioceptores são receptores sensoriais

responsáveis pelas sensações profundas, esses receptores recebem estímulos

dos músculos, tendões, ligamentos, articulações e fáscias, sendo responsáveis

pelos sentidos de posição e movimento (cinestesia).

Interoceptores são os receptores

responsáveis pelos estímulos das diferentes vísceras, tendo portanto, alto nível

de especialização e estando ligados ao sistema vegetativo, gerando a

motricidade reguladora pelas vias simpática e parassimpática.

4.1. Sistema Proprioceptivo

Propriocepção é a sensação e percepção da

posição do movimento dos segmentos corporais.

4.1.1. Receptores Sensoriais Profundos

Os receptores sensoriais profundos estão

localizados nos músculos, tendões e articulações. Incluem receptores

musculares e articulares. Estão envolvidos com a postura, sentido de posição,

tônus muscular, velocidade e direção do movimento.

A) RECEPTORES MUSCULARES

• Fusos musculares → As fibras dos fusos musculares (fibras intrafusais)

situam-se paralelas às fibras musculares (extrafusais). O fuso muscular

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desempenha um papel vital no sentido de POSIÇÃO, MOVIMENTO E

APRENDIZADO MOTOR. As fibras do fuso monitoram as alterações no

comprimento muscular e a velocidade dessas alterações. O número de fusos

no músculo esquelético é proporcional ao nível da sua especialização.

Quanto mais periférico estiver situado, maior será a sua especialização,

tendo assim, maior número de fusos.

• Órgãos Tendinosos de Golgi (OTG) → São receptores localizados

dispostos em série com as fibras extrafusais, tanto nas inserções tendíneas

proximais quanto nas distais do músculo. Os OTG funcionam na

monitoração da tensão intramuscular. São considerados como fornecedores

de um mecanismo protetor, pois impedem a lesão estrutural ao músculo nas

situações de extrema tensão. Isto ocorre pela inibição do músculo em

contração e pela facilitação do músculo antagonista.

• Terminações Nervosas Livres → Estão situadas na fáscia muscular.

Acredita-se que são responsáveis pelas respostas à dor e à pressão.

• Corpúsculos de Paccini → Localizados na fáscia a muscular,

respondem aos estímulos vibratórios e à pressão profunda.

B) RECEPTORES ARTICULARES

• Terminações do tipo Golgi → Estão localizados nos ligamentos,

funcionam na detecção da velocidade dos movimentos articulares.

• Terminações nervosas livres → Encontradas na cápsula articular e

ligamentos, respondem à dor, e desempenham uma percepção grosseira

dos movimentos articulares.

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• Terminações de Ruffini → Localizadas na cápsula articular e ligamentos,

são responsáveis pela direção e velocidade dos movimentos articulares.

Respondem ao estresse mecânico produzido.

• Terminações de Paccini → Encontrados na cápsula fibrosa de todas as

articulações e ao redor dos vasos sangüíneos, são responsáveis pelos

movimentos acelerados ou desacelerados das articulações.

4.2. Sistema Vestibular

O aparelho vestibular é composto por um

labirinto ósseo contendo o labirinto membranoso constituído principalmente do

ducto coclear, de três canais semicirculares e de duas grandes câmaras

conhecidas como utrículo e sáculo. O ducto coclear é a área sensorial para a

audição, não interfere no equilíbrio.

As estruturas do aparelho vestibular que

possuem funções sensoriais responsáveis pelo mecanismo de manutenção do

equilíbrio são: canais semicirculares e o conjunto membranoso utrículo-sacular.

Essas estruturas são capazes de captar

informação sobre velocidade, rotação, deslocamento e aceleração da cabeça,

que, quando combinadas às informações sobre a posição do corpo em relação

à cabeça, tornam-se uma rica fonte de informação sobre as coordenadas

espaciais do corpo em relação a força da gravidade.

Os três canais semicirculares são orientados

nos três planos do espaço: sagital, frontal e horizontal. Como todo o conjunto

labiríntico é preenchido pela endolinfa, um líquido neutro. Cada canal

semicircular tem uma dilatação em uma de suas extremidades, conhecida

como ampola, contendo as células sensitivas. Os receptores, as células

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ciliadas flutuam na endolinfa, quando ocorre um movimento da cabeça provoca

uma flutuação da endolinfa e as células ciliadas são levadas para baixo. A

função dos canais semicirculares é informar o centro nervoso vestibular sobre o

movimento da cabeça.

Os canais semicirculares comunicam-se por

intermédio de suas extremidades com o utrículo, e este, por sua vez,

comunica-se com o sáculo. O utrículo e o sáculo, como os canais

semicirculares encerram dobras epiteliais provenientes das células sensitivas

ciliadas que flutuam na endolinfa. O conjunto utrículo-sacular denomina-se

sistema osteolítico devido às formações calcárias das células ciliais: os otolítos.

A função das células ciliadas osteolíticas é informar o centro vestibular sobre a

posição da cabeça em relação a gravidade.

O labirinto membranoso colhe as informações

e transmite-as ao centro vestibular pelo nervo vestibular, originário do Gânglio

de Scarpa, formando com o nervo coclear, o oitavo par craniano: o nervo

auditivo. Independentemente dos núcleos vestibulares, ele projeta diretamente

sobre o centro vestibular contra-lateral, sobre o cerebelo e sobre a formação

reticular.

O centro nervoso vestibular é formado por

quatro núcleos, centros de elaboração, que recebem influências do núcleo

vermelho, dos núcleos motores oculares, do cerebelo e sobretudo, da formação

reticular.

O sistema vestibular tem as seguintes funções

básicas:

1 -Recebe e transmite as incitações provocadas pelos deslocamentos da

cabeça com aceleração angular e linear, informando os centros encefálicos

sobre a posição do corpo no espaço e da cabeça em relação ao corpo;

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2 -Provoca, nos centro encefálicos, reações tônicas e reflexos posturais

para a manutenção do equilíbrio estático e dinâmico.

De modo geral, as excitações vestibulares

determinam reações tônicas em toda a musculatura, especialmente nos

músculos que realizam movimentos no mesmo sentido em que se desloca o

líquido endolinfático.

Do ponto de vista prático pode-se dizer que

cada labirinto dá origem à incitações que produzem desvios posturais para o

lado oposto; assim a excitação do labirinto direito determina desvios posturais

para o lado esquerdo.

Os desvios da cabeça, do tronco e dos

membros superiores são devidos a reflexos tônicos veiculados pela via

vestibulospinal; os desvios dos olhos são veiculados pela via que, dos núcleos

vestibulares, se encaminha para os núcleos motores oculares (terceiro nervo

ipsolateral e sexto nervo contralateral) pelo fascículo longitudinal medial. A

interrupção destas vias por processos patológicos abolirá as respectivas

respostas.

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4.3. Sistema Visual

4.3.1. Receptores visuais

Os receptores visuais são classificados como

exteroceptores, pois estão associados à captação de informação do meio

externo.

A retina é a parte sensorial dos olhos onde

estão localizados os fotorreceptores: bastonetes e cones. Estes receptores

estão distribuídos de forma não homogênea na porção externa da retina.

Os bastonetes são mais numerosos (cerca de

120 milhões) e localizados sobre toda a retina, exceto na fóvea, predominando

na região periférica. São os principais responsáveis pela visão noturna e

panorâmica. São extremamente sensíveis à luz e funcionam bem a

intensidades baixas.

Portanto, à noite, a imagem visual pode ser

eficaz se projetada para fora da fóvea. Isto pode explicar, pelo menos em parte,

a dificuldade para distinguir objetos à noite: estamos acostumados, durante

iluminação normal, à formação da imagem principalmente na fóvea central.

Na visão noturna (escotópica) a acuidade é

baixa, pequenos detalhes não são reconhecidos. Os objetos são vistos melhor

se olharmos próximos a eles, mas não para eles.

Os cones apresentam-se em menor

quantidade que os bastonetes, cerca de 6 milhões, sendo localizados

predominantemente na parte central da retina, a fóvea. O número de cones

aumenta progressivamente à medida em que se aproxima da mácula até que,

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ao nível da fóvea central, existem exclusivamente cones. Os receptores da

fóvea são cones especializados auxiliando na acuidade visual.

Os cones são adaptados para a visão com

maior intensidade de luz. São responsáveis pela visão cromática nos

permitindo uma visão mais consciente, discriminativa e precisa, capaz de

distinguir formas.

A visão fotópica ou diurna ocorre

principalmente na fóvea que é constituída quase que exclusivamente de cones.

4.3.2. Visão e Regulação Postural

A visão além de captar informações sobre o

meio ambiente também fornece dados necessários à posição do indivíduo no

espaço, para que se mantenha numa postura de equilíbrio. Constituindo,

assim, uma das referências principais da atitude do ser humano.

Recentemente tem sido estudada a

importância das informações visuais na regulação da postura.

A fim de verificar a influência dos estímulos

visuais na regulação postural, Lee e Aronson (1974) realizaram uma

experiência, na qual observaram crianças que estavam aprendendo a andar,

nas suas reações de equilíbrio postural.

As crianças foram levadas até uma sala onde

as paredes e o teto eram móveis e, apenas o chão fixo. Foram posicionadas de

pé, de frente para as paredes e, ao deslocamento do teto e das paredes,

observou-se:

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a) quando as paredes e o teto eram movidos em direção às crianças, estas

se desequilibravam para trás e freqüentemente, caiam sentadas;

b) quando as paredes e o teto eram movidos em direção oposta às

crianças, o desequilíbrio ocorriam para a frente.

O resultado desta pesquisa revela que apesar

do piso da sala ser fixo, os avaliados apresentaram grande oscilação da

posição de equilíbrio. Este fato confirma a importância da informação visual na

regulação da postura, sendo a visão uma fonte sensorial sobre a posição do

corpo no espaço.

O observador (criança) modifica sua postura,

devido ao deslocamento das paredes e teto. Isto demonstra que um estímulo

visual em movimento, leva a uma reação de inclinação do corpo no sentido

oposto ao movimento percebido.

A aproximação do objeto leva a um aumento

de sua imagem na retina sendo assim, o observador, identifica duas

mensagens: ou a parede está se aproximando ou ele está se desequilibrando

para frente. Como a movimentação da parede é mais improvável, o observador

supõe que está se deslocando para frente, e dessa forma, reage compensando

com a contração dos grupos musculares da região posterior do corpo,

provocando um desequilíbrio para trás.

O mesmo ocorre na situação oposta, quando

as paredes e o teto são movidos em direção contrária, se distanciando do

observador. Nesse caso, o observador reage colocando seu corpo à frente.

Dessa forma, pode-se verificar que a visão

modifica a percepção cinestésica quando se observa um objeto em movimento.

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A visão interfere nas informações cinestésicas proprioceptivas podendo altera

uma atividade motora.

4.3.3. Visão Foveal

A fóvea central é de fundamental importância

para a retina; fornece a visão foveal, responsável pela acuidade visual. Da

fóvea, inicia-se a visão detalhada, especializa em alta precisão e fixação,

sendo uma visão mais consciente e dirigida; ou seja, a imagem visual é

formada quando fixa-se o olhar num ponto desejado.

Os fotorreceptores responsáveis pela visão

foveal são os cones.

A visão foveal é restrita, seu campo de visão

abrange um raio de 15°, o que obriga a cabeça a seguir o alvo visual. É uma

visão cortical acarretando uma atividade motora voluntária.

Para que ocorra a visão foveal, é necessário

que haja uma horizontalização do olhar. Esta horizontalização é controlada

pela visão panorâmica ou periférica que é uma visão sem precisão, com menos

detalhe visual, menos consciente.

4.3.4. Visão Periférica ou Panorâmica

É a capacidade de perceber o ambiente ao

redor sem fixar o olhar, permitindo ao leitor perceber as bordas da revista

enquanto lê o texto ou assistir a um filme, ler a legenda e perceber a imagem

da tela, ao mesmo tempo.

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Os bastonetes são os principais responsáveis

pela visão periférica. São receptores visuais, e estão localizadas na região

periférica da retina.

Segundo alguns autores, é a visão periférica

que desencadeia reflexos equilibradores. “O olho tudo vê, mas nada olha”.

4.3.5. Sistema Óculo Motor

O sistema óculo motor ocupa lugar importante

na motricidade pois, praticamente, todos os nossos gestos voluntários têm

como ponto de partida os movimentos da cabeça. Eles são também

importantes na focalização do campo visual.

A marcha começa por um avanço da cabeça,

e se interrompe com seu recuo. Estes movimentos da cabeça favorecem a

visão foveal que é a responsável pelo início das atividades dinâmicas

conscientes.

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CONCLUSÃO

A partir da revisão bibliográfica pode-se constatar a

influência da percepção do esquema corporal na regulação da postura e

equilíbrio.

Com o desenvolvimento deste estudo, faz-se

necessário ressaltar a importância de um trabalho multidisciplinar; valorizando,

assim, os diferentes saberes de cada área de estudo relacionada ao

movimento humano e visando um objetivo comum que deveria ser, em última

instância; a atenção às condições fundamentais necessárias a uma vida

saudável.

A Psicomotricidade, a Fisioterapia e a Educação,

juntas poderiam trabalhar integradas ao âmbito da Educação e da Saúde,

promovendo uma proposta de prevenção, apostando mais na importância da

profilaxia na educação psicomotora em todas as fases do desenvolvimento

humano; visto que o homem é o seu corpo, e esse corpo está sempre em

movimento (uma vez que está vivo), e se relacionando ao nível interno e

externo; então sempre há tempo de educar, reeducar, perceber, sentir,

prevenir, trocar, experimentar e viver com a esperança e a certeza de ser e de

se sentir sempre melhor.

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