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I UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE E NORMAS DA QUALIDADE Janaina Chuab Rosa ORIENTADOR: Nelson J.V. de Magalhães RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL FEVEREIRO DE 2002

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I

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE E NORMAS DA QUALIDADE

Janaina Chuab Rosa

ORIENTADOR: Nelson J.V. de Magalhães

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE E NORMAS DA QUALIDADE

Janaina Chuab Rosa

Trabalho Monográfica apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau

de Especialização em Gestão Estratégica

e Qualidade

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

III

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Janaina Chuab Rosa

QUALIDADE E NORMAS DA QUALIDADE

TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

ESTRATÉGICA E QUALIDADE.

____________________________

Autor

APROVADO POR:

____________________________

Nelson J. V. de Magalhães

____________________________

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

IV

Dedico este trabalho meu irmão que sempre

me apoiou, e nunca deixou de acreditar em

mim, aos meus pais que souberam me guiar

pelos caminhos certos da vida, e nunca cogi-

taram nas sobre minhas decisões.

V

Agradeço aos amigos que me ajudaram, com idéias, materiais, soluções de

problemas, disponibilidade de tempo, apoio e força para execução deste trabalho.

Aos profissionais das Empresa Ambev e White Martins, disponibilizando

materiais para o enriquecimento deste trabalho, e com seus conhecimentos.

Agradeço aos profissionais Nilson, Pedro e Mauro , pela força e ajuda, que

acreditaram em mim e na minha capacidade , dando a oportunidade de eu conquistar um

lugar ao sol.

E finalizando agradeço a dois amigos especiais: Luciana Mello e Rubens, que por

tão pouco tempo de convivência mostraram serem meus amigos confiando e me apoiando

em horas bem difíceis.

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

VI

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

TRABALHO MONOGRÁFICO APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

ESTRATÉGICA E QUALIDADE.

Janaina Chuab Rosa

QUALIDADE E NORMAS DA QUALIDADE

Orientador: Nelson J. V. Magalhães

Este trabalho descreve a importância de se aplicar a Qualidade Total nas empresas, para

obter um melhor resultado, diminuindo margens de erros. Inicialmente aborda os objetivos,

os benefícios e a importância do comprometimento das pessoas envolvidas no processo de

implantaçãoe finalizando as ferramentas e métodos mais utilizados dentro de uma

organização para fazer acontecer a Qualidade Total.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2002

SUMÁRIO

VII

Capítulo I – Introdução

1.1 - Tema

1.2 - Delimitação do Tema

1.3 - Justificativa

1.4 - Objetivo

1.5 - Problema

1.6 - Hipótese

1.7 - Metodologia

1.8 - Fundamentação Teórica

1.9 - Definição dos Termos

1.10 - Bibliografia

Capítulo II - Sobrevivência e Produtividade

2.1 - Introdução

2.2 - Conceito de Qualidade

2.3 - Conceito de Produtividade

2.4 - Como Melhorar a Produtividade

2.5 - Conceito de Competividade

2.6 - Conceito de Sobrevivência

Capítulo III - Controle de Qualidade Total (TQC)

3.1 - Os Objetivos de uma Empresa

3.2 - Apresentação do “Controle da Qualidade Total”

3.3 - significado “Controle da Qualidade Total”

3.4 - Conceito do Controle da Qualidade Total

Capítulo IV - Prática do Controle da Qualidade

VIII

4.1 - Definição Do Controle Da Qualidade

4.2 - Definição Do Gerenciamento Da Rotina Do Trabalho Do Dia-A-Dia

4.3 - Estabelecimento De Um Sistema De Padronização

4.4 - Definição Dos Itens De Controle Da Rotina

4.4.1 - Método para determinação dos itens de controle

4.4.2 - Método para o Estabelecimento de Metas

4.4.3 - Papel do gerente na busca da sobrevivência

4.4.4 - Tabela de itens de controle

4.4.5 - Como Gerenciar através dos itens de controle

Capítulo V - PDCA e Ferramentas da Qualidade

5.1 - Introdução

5.2 - PDCA

5.3 - Ferramentas da Qualidade

5.3.1 - Estratificação

5.3.2 - Folha de Verificação

5.3.3 - Diagrama de Pareto

5.3.4 - Diagrama de Causa e Efeito

5.3.5 - Histograma

5.3.6 - Cartas de Controle

5.3.7 - Plano de Ação

Capítulo VI - Manual de Princípios da Qualidade Total

IX

6.1 - Princípio da Satisfação Total dos Clientes

6.2 - Princípio da Gerência Participativa

6.3 - Princípio do Desenvolvimento Humano

6.4 - Princípio da Constância de Propósitos

6.5 - Princípio do Aperfeiçoamento Contínuo

6.6 - Princípio da Gerência de Processos

6.8 - Princípio da Delegação

6.7 - Princípio da Disseminação de Informações

6.9 - Princípio da Garantia da Qualidade

6.10 - Princípio da Não-Aceitação de Erros

Capítulo VI - Conclusão

Bibliografia

Capítulo I - Introdução

X

1.1 - Tema:

Qualidade e Normas da Qualidade

1.2 - Delimitação do Tema:

Como Alcançar e aplicar a qualidade dentro de uma organização

1.3 - Justificativa:

Porque atuando dentro de uma grande organização, necessitamos saber como melhorar o

desempenho, controle e planejamento de técnicas e atividades operacionais usadas para

atender os requisitos para a qualidade.

1.4 - Objetivo Geral:

Mostrar as falhas e ineficiências nas técnicas e atividades operacionais usadas na

organização.

1.5 - Objetivo Específico:

Melhorar técnicas e atividades operacionais para alcançar a qualidade.

1.6 - Problema:

Como melhorar e aprimorar os procedimentos nas atividades operacionais aplicando a

qualidade e suas ferramentas.

1.7 - Hipótese:

XI

Aplicando as normas e procedimentos da qualidade para alcançar níveis consistente dos

produtos. Quanto maior a empresa, maior a necessidade de rever os conceitos e sistemas

aplicados.

1.8 - Metodologia:

A pesquisa será feita através de consultas em sites, profissionais da área das Empresa

Ambev e White Martins, materiais da Fundação de Desenvolvimento Gerencial e livros da

área, cursos e as vivências profissionais.

1. 9 - Fundação Teórica:

Toda as atividades planejadas e sistemáticas implementadas dentro do Sistema de

Qualidade, e demonstradas quando necessário, para proporcionar confiança adequada de

que uma entidade (produto, serviço, atividade, processo ou a organização) vai atender os

requisitos da qualidade. Portanto a necessidade de aplicar sistemas bem definidos a serem

usados para alcançar níveis consistente de produtos ou qualidade em serviços.

1. 10 -Definição dos termos da pequisa:

“Deve-se entender Qualidade como uma filosofia global, em todos os níveis da empresa:

praticar Qualidade e pensar em Qualidade sempre.”

1.11 -Bibliografia:

Campos, Vicente Falcani. TQC - Controle de Qualidade Total - MG: Editora de

Desenvolvimento Gerencial - 1999.

Campos, V.F. Qualidade Total - Padronização de Empresas, Fundação Christiano

Ottoni, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, 1992.

XII

Freitas, A. 5S - Conceitos para Revolucionar o Gerenciamento, Publicação interna da

ALBRÁS - Alumínio Brasileiro S.A. - 1991.

Introdução à Qualidade - Processo White Martins de Qualidade Total.

PDCA Método de melhorias para a empresas de manufatura - FDG Fundação de

Desenvolvimento Gerencial - Auditoria Conceitos e Aplicações de William Attie -

Editora Atlas;

Manual de Treinamento de Qualidade Interna da AMBEV

Manual de Treinamento de Qualidade Interna da White Martins

Capítulo II - Sobrevivência E Produtividade

XIII

2.1 - Introdução

O mundo está passando por uma fase de mudanças muito rápidas. Nós

possivelmente nunca esperaríamos ver , em nossa vida, a queda do Muro de Berlin. Caiu o

muro e tudo que estava atrás. No entanto, estas mudanças são apenas parte da rápida

evolução social, tecnológica e sobretudo mental que a humanidade vem experimentando.

Estas mudanças têm trazido ameaça à sobrevivência das empresas em todo mundo pelos

mais variados motivos (imagine-se proprietário de uma empresa):

- seu produto perdeu atualidade pela lançamento de um outro produto melhor e

mais barato;

- certos países, no desespero de conseguirem divisas, baixaram o preço

internacional de seu produto fazendo com que sua empresa perdesse competitividade;

- seus concorrentes já utilizam novos equipamentos que tornaram o seu processo

ineficaz para o novo nível de qualidade e tecnológico colocado no mercado;

- certos países impõem exigências normativas difíceis de serem alcançadas com

seu atual processo; etc.

Esta é a condição característica da era em que vivemos: empresa até então

aparentemente inexpugnáveis podem, devido às rápidas mudanças, ter sua sobrevivência

ameaçada. Todos nós conhecemos exemplos no Brasil e no exterior. É por este motivo que

a preocupação atual da alta administração das empresas em todo mundo tem sido

desenvolver sistemas administrativos (software) suficientemente fortes e ágeis de tal forma

a garantir a sobrevivência das empresas.

2.2 - Conceito De Qualidade

XIV

Por que razão o ser humano se organiza, constituindo empresas, escolas, clubes,

hospitais, governos etc.? “Estamos vivendo na Terra, que é um Planeta aproximadamente

esférico de metal líquido com cerca de 6000km de raio, cuja superfície é uma casca

solidificada de 6km de espessura, o que corresponde a um milésimo do seu raio. Giramos a

uma velocidade supersônica em torno do sol e todo este conjunto viaja para algum lugar

desconhecido. Diante deste quadro, qual poderia ser o objetivo do seu humano na Terra,

senão sobreviver da forma mais amena e agradável possível?”

Pelo raciocínio acima, fica mais fácil responder à pergunta colocada acima: - “o

grande objetivo das organizações humanas é atender às necessidades do ser humano na sua

luta pela sobrevivência na Terra”.

Diante disto podemos definir mais facilmente o que é qualidade. No contexto do

que foi dito acima, um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente,

de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades

do cliente.

Portanto, em outros termos pode-se dizer:

... que atende perfeitamente... = Projeto Perfeito

... de forma confiável ... = Sem defeitos

... de forma acessível = Baixo custo

... de forma segura ... = Segurança do cliente

... no tempo certo ... = Entrega no prazo certo, no local certo e na

quantidade certa

Estas coisas parecem evidentes e ás vezes somos até levados a pensar que já as

conhecíamos. O verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor. É isto

que garantirá a sobrevivência de sua empresa: a preferência do consumidor pelo seu

produto em relação ao seu concorrente, hoje e no futuro.

2.3 - Conceito De Produtividade

XV

Aumentar a produtividade é produzir cada vez mais e/ou melhor com cada vez

menos. Pode-se, pois, representar, representar a produtividade como o quociente entre o

que a empresa produz (“OUTPUT”) e o que ela consome (“INPUT”):

Produtividade = Output

Input

O ser humano se organiza em empresas, escolas, hospitais, clubes, prefeituras,

etc, para tornar sua vida mais amena e confortável; para garantir a sua sobrevivência. Estas

organizações têm, pois, uma única grande missão final: satisfazer as necessidades do ser

humano.

Estas organizações (ou sistemas) produzem produtos/serviços (“OUTPUT’) para

atenderem às necessidades dos clientes (“o cliente é o rei”). Estes produtos/serviços devem

ser especificados, projetados e produzidos de tal forma a terem VALOR, ou seja, serem

necessários, desejados e ambicionados pelos clientes. O PREÇO é função deste VALOR.

Cobra-se pelo valor que se agrega. Se o valor não suplantar o preço, as vendas caem e é

então necessário dar desconto. Por outro lado, se a empresa for capaz de agregar muito

valor por um baixo custo, ele dominará o mercado, pois os consumidores, evidentemente,

sempre procurarão o máximo VALOR pelo seu dinheiro.

Este valor deve ser agregado ao menor custo (“INPUT”). O custo representa os

valores que a organização retira da sociedade e aos quais agrega valor para esta mesma

sociedade.

Desta maneira, substituindo-se, na equação anterior, OUTPUT por VALOR

PRODUZIDO E INPUT por VALOR CONSUMIDO poderemos visualizar a

produtividade como taxa de Valor Agregado:

Produtividade = Valor Produzido = Taxa de valor agregado

Valor Consumido

XVI

Para aumentar a produtividade de uma organização humana, deve-se agregar o máximo de

valor (máxima satisfação das necessidades dos clientes) ao menor custo. Não basta

aumentar a quantidade produzida, é necessário que o produto tenha valor, que atenda às

necessidades dos clientes.

Quanto maior a produtividade de uma empresa, mais útil ele é para a sociedade,

pois está atendendo às necessidades dos seus clientes a um baixo custo. O seu lucro

decorrente é um prêmio que a sociedade lhe paga pelo bom serviço prestado e um sinal de

que deve crescer e continuar a servir bem.

Os termos “valor produzido” e “valor consumido” podem ser substituídos por

“qualidade” e “custos” respectivamente:

Produtividade = Qualidade

Custos

Esta definição de produtividade torna clara a afirmação do Prof. Deming de que a

produtividade é aumentada pela melhoria da qualidade e que este fato era de domínio de

uma seleta minoria.

Os termos “valor produzido” e “valor consumido” podem ainda ser substituído

por “faturamento” e “custos” e teremos aí uma nova maneira de definir produtividade:

Produtividade = Faturamento

Custos

A definição de produtividade como o quociente entre o faturamento e os custos

tem a grande vantagem de, além de levar em conta todos os fatores internos da empresa

(taxa de consumo de materiais, taxa de consumo de energia e taxa de utilização de

informação), incluir o cliente como fator decisivo de produtividade. Se o cliente não quiser

comprar, por maior que seja a eficiência da empresa, a produtividade cairá. A definição de

produtividade, como colocada, serve para qualquer instituição: empresa manufatureira,

empresa de serviços, hospitais, hotéis, prefeituras etc.

XVII

2. 4 - Como Melhorar A Produtividade

As organizações humanas são constituídas de três elementos básicos:

a. Equipamentos e materiais (“HARDWARE”)

b. Procedimentos (“SOFTWARE”), também entendidos como “maneira de fazer

as coisas”, métodos.

c. Ser humano (“HUMANWARE”).

Como então preparar estas organizações humanas para que tenham a máxima

produtividade? Uma resposta bem lógica seria. melhorando o “hardware”, o “software”

e o “humanware”.

Como melhorar “hardware”? Para melhorar o “hardware” é necessário fazer

“APORTE DE CAPITAL”. Havendo capital pode-se comprar qualquer equipamento ou

matéria-prima desejados e com isso inegavelmente melhorar a produtividade. O

impedimento, neste caso, é que nem sempre o capital é disponível.

Como melhorar o “software”? Só é possível melhorar os procedimentos ou

métodos de um organização através das pessoas. Não é possível melhorar os

procedimentos ou métodos de uma organização através das pessoas. Não é possível

simplesmente comprar um procedimento sem que este processo passe pelas pessoas. As

pessoas podem absorver ou desenvolver métodos ou procedimentos. Portanto o

desenvolvimento do “software” depende do desenvolvimento do ‘humanware”.

Como melhorar o “humanware”? Para melhorar o ser humano é necessário fazer

“APORTE DE CONHECIMENTO”. Como diz o Prof. Deming: There is no substitute for

kwowlwdge” (não existe substituto para o conhecimento). O conhecimento pode ser

levado às organizações de várias maneiras: pelo recrutamento de pessoas bem-educadas

(aqui entra o valor da educação básica fornecida ao indivíduo pela sociedade), pela

contínua educação dos empregados em cursos formais, pelo auto-aprendizado, pelo

treinamento no trabalho, pela assistência técnica adquirida de outras empresas (contato

com pessoas de outras organizações), pelo contato com consultores, etc.

Portanto, considerando-se apenas os fatores internos de uma organização, a

produtividade só pode ser aumentada pelo aporte de capital e pelo aporte de

conhecimento.

XVIII

Esta conclusão é válida para qualquer organização humana, desde uma pequena

loja, passando por grandes empresas, até mesmo para países. Qual seria um bom programa

de governo? Certamente criar condições para o aporte de capital à economia (poupança

interna e externa) e educação popular em massa. Não se pode economizar em educação.

Estas deveriam ser as grandes prioridades de qualquer organização, sejam empresas ou

nações.

No entanto, o aporte de conhecimento e o aporte de capital têm características

distintas:

a. O aporte de capital em retorno baixo, inseguro e variável

b. O parote de capital pode ser feito em curto espaço de tempo

c. O aporte de capital só depende da disponibilidade financeira.

Uma reflexão sobres estas afirmações nos levaria à base conceitual de uma

programa de aumento de produtividade:

a. Para aumentar a produtividade, com alto retorno sobre o investimento, é

necessário fazer “aporte de conhecimento” de tal maneira a aumentar o “ATIVO

DE CONHECIMENTO” da empresa. Este ativo está na cabeça das pessoas e

com ele é possível desenvolver e absorver “software”;

b. Reconhecendo a limitação humana na velocidade do seu aprendizado este

aporte de conhecimento deve ser contínuo, isto é, por toda a vida do empregado;

c. Reconhecendo a necessidade da voluntariedade no aprendizado para que o

aporte de conhecimento seja o mais rápido possível, é necessário gerenciar toda a

empresa para que o moral das equipes seja elevado;

d. Reconhecendo a existência do “ATIVO DE CONHECIMENTO” na cabeça das

pessoas, é necessário criar condições que evitem a saída das pessoas da empresa.

Esta saída traria como conseqüência um “vazamento” deste ativo. A decantada

“estabilidade no emprego” não deveria ser meta dos sindicatos mas sim dos

empresários.

e. Reconhecendo que um programa de qualidade e produtividade é essencialmente

um programa de “aporte de conhecimento”, para que ele seja realmente absorvido

pela empresa é necessário tempo. Um programa de qualidade bem conduzido leva

XIX

algo em torno de cinco anos. É como se a empresa estivesse fazendo o eu “curso

superior”. Os resultados são lentos e graduais, mas definitivos.

2.5 - Conceito De Competitividade

Ser competitivo é ter a maior produtividade entre todos os seus concorrentes

(produtividade como definida no item anterior).

O que realmente garante a sobrevivência das empresas é a garantia de sua

competitividade. No entanto, estas coisas estão todas interligadas: a garantia de

sobrevivência decorre da competitividade decorre da produtividade e esta da qualidade

(valor agregado), com mostra a Figura 1.2.

Antigamente pensava-se que salário baixo ou proximidade de matérias-primas ou

recursos energéticos seriam o suficiente para garantir a vantagem competitiva. Hoje tem

ficado cada vez mais claro que o componente INFORMAÇÃO (conhecimento que

alimenta o “humanware”, que desenvolve o “software”) é de fato muito importante. Este

conhecimento é o necessário para:

- saber captar as necessidades dos clientes através de métodos e instrumentos cada

vez mais sofisticados,

- saber pesquisar e desenvolver novos produtos que melhor se adaptem àquelas

necessidades,

- saber pesquisar e desenvolver novos processos que garantam melhor qualidade

de conformidade e custos mais baixos,

- saber gerenciar sistemas administrativos que conduzam a maior produtividade,

- saber comercializar e dar assistência técnica aos clientes.

Esta necessidade de conhecimento irá inevitavelmente conduzir as empresas a

uma elevação do nível de qualificação da mão-de-obra como meio de aumentar a sua

competitividade.

XX

2.6 - Conceito De Sobrevivência

O conceito de sobrevivência da empresa a longo prazo decorre dos conceitos

previamente discutidos. Em resumo, garantir a sobrevivência de uma empresa é cultivar

uma equipe de pessoas que saiba montar e operar um sistema, que seja capaz de projetar

um produto que conquiste a preferência do consumidor a um custo inferior ao de seu

concorrente. Estamos, pois, falando de QUALIDADE.

XXI

Capítulo III - Controle de Qualidade Total (TQC)

3.1 - Os Objetivos de uma Empresa

Uma empresa honesta só pode sobreviver dentro de uma sociedade se for para

contribuir para a satisfação das necessidades das pessoas. Este é o seu objetivo principal.

Se este fato é tomado como premissa, a primeira preocupação da administração da empresa

deve ser a satisfação das necessidades das pessoas afetadas pela existência. Sob este

aspecto, a primeira prioridade da empresa são os consumidores. É necessário, e mesmo

vital, para a empresa, que eles se sintam satisfeitos por um longo tempo após a compra do

seu produto ou utilização do seu serviço.

Um segundo tipo de pessoa afetada pela empresa é seu empregado. A empresa

deve se esforçar para pagar-lhe bem, respeitando-o como ser humano e dando-lhe a

oportunidade de crescer como pessoa e no seu trabalho, vivendo uma vida feliz. Isto é

importante para o “aporte de conhecimento”. Este conceito deve ser estendido também

para os empregados das empresas fornecedoras, do sistema de distribuição dos produtos

(vendas e assistência técnica) e das empresas afiliadas e empreiteiras.

Um terceiro tipo de pessoa afetada pela empresa é o acionista. Numa sociedade de

economia livre a empresa deve ser lucrativa de tal forma a poder pagar dividendos a seus

acionistas e se expandir, criando novas oportunidades. Isto é importante para o “aporte de

capital”. A produtividade gera o lucro que, reinvestido, é o único caminho seguro para a

geração de empregos.

Finalmente, os vizinhos da empresa devem ser respeitados através de controlo

ambiental, evitando-se que a empresa polua o meio ambiente em que atua.

Portanto, pode-se resumir o objetivo principal de uma empresa da maneira

mostrada na Tabela 3.1

Como atingir este objetivo?

O objetivo principal de uma empresa (sua sobrevivência através da satisfação das

necessidades das pessoa) pode ser atingido pela prática do Controle da Qualidade Total. O

controle da qualidade total atende aos objetivos da empresa, como colocados no item

anterior, por ter as seguintes características básicas:

XXII

a. É um sistema gerencial que parte do reconhecimento das necessidades das

pessoas e estabelece padrões para o atendimentos destas necessidades.

b. É um sistema gerencial que visa manter os padrões que atendem às

necessidades das pessoal.

c. É um sistema gerencial que visa melhorar (continuamente) os padrões que

atendem às necessidades das pessoas, a partir de uma visão estratégica e com

abordagem humanista.

Tabela 1: Objetivo das empresas

OBJETIVO

PRINCIPAL

PESSOAS MEIOS

Satisfação das Consumidores Qualidade

necessidades das Empregados Crescimento do ser humano

Pessoas Acionista Produtividade

Vizinhos Contribuição Social

3.2 - Apresentação do “Controle da Qualidade Total”

O Controle da Qualidade Total é um sistema administrativo aperfeiçoado no

Japão, a partir das idéias americanas ali introduzidas logo após a Segunda Gerra Mundial.

Este sistema é conhecido no Japão pela sigla TQC (“Total Quality Control”), sendo que em

outros países os japoneses preferem utilizar a sigla CWQC (“Company wide Quality

Control”) para diferenciá-lo do sistema TQC pregado pelo Dr. Armand Feigenbaum. O

TQC, como praticado no Japão, é baseado na participação de todos os setores da empresa e

de todos os empregados no estudo e condução do controle da qualidade.

3.3 - Significado do “Controle da Qualidade Total”.

As “organizações humanas” (empresas, escolas, hospitais etc.) são meios (causas)

destinados a se atingir determinados fins (efeitos). Controlar uma “organização humana”

XXIII

significa detectar quais foram os fins, efeitos ou resultados não alcançados (que são os

problemas da organização), analisar estes maus resultados buscando suas causas e atuar

sobre estas causas de tal modo a melhorar os resultados.

Primeiro devemos reconhecer quais são os fins (resultados) desejados para uma

empresa. Como o objetivo de uma organização humana é satisfazer as necessidades das

pessoas, então o objetivo, o fim, o resultado desejado de uma empresa é a Qualidade Total.

Qualidade Total são todas aquelas dimensões que afetam a satisfação das

necessidades das pessoas e por conseguinte a sobrevivência da empresa e tem o seguinte

significado:

a. Qualidade - esta dimensão está diretamente ligada à satisfação do cliente

interno ou externo. É medida através das características da qualidade dos produtos ou

serviços finais ou intermediários da empresa.

b. Custo - o custo é visto não só como custo final do produto ou serviço, mas

inclui também os custos intermediários. Qual o custo médio de compras? Qual o custo de

vendas? O preço também é importante, pois ele deve refletir a qualidade. Cobra-se pelo

valor agregado.

c. Entrega - sob esta dimensão da qualidade total são medidas as condições de

entrega dos produtos ou serviços finais e intermediários de uma empresa: índices de

atrasos de entrega, índices de entrega em local errado e índices de entrega de quantidades

erradas.

d. Moral - esta é uma dimensão que mede o nível médio de satisfação de um

grupo de pessoas. Este grupo de pessoas pode ser o grupo de todos os empregados da

empresa ou os empregados de um departamento ou seção. Este nível é medido através do

turn-over, absenteísmo, índice de reclamações trabalhistas etc.

e. Segurança - sob esta dimensão avalia-se a segurança dos empregados e a

segurança dos usuários do produto. Mede-se a segurança dos empregados através de

índices tais como número de acidentes, índice de gravidade etc.

Portanto, se o objetivo é atingir a Qualidade Total, devemos medir os resultados

para saber se este objetivo foi alcançado ou não. Então devemos medir a qualidade do

produto ou serviço, o número de reclamações do cliente, a fração de produtos/serviços

defeituosos, o custo do produto/serviço, os atrasos de entrega de cada produto, o índice de

turn-over de pessoal, o índice de acidentes etc.

XXIV

Diante de qualquer destes resultados (fins) que estejam forma do valor desejado,

deve-se “controlar” (buscar as causas e atuar). Este é o significado do controlar os meios

(causas) através da Qualidade Total do resultados.

O significado do TQC poderia ser melhor entendido se fizéssemos uma equação

TQC = (Controle + Qualidade) total

TQC = “Controle total” + “Qualidade Total”

Que é “controle total”?

Controle total é o controle exercido por todas as pessoas da empresa, de forma

harmônica (sistêmica) e metódica (baseado no ciclo PDCA).

Que é “qualidade total”?

É o verdadeiro objetivo de qualquer organização humana: “satisfação das

necessidades de todas as pessoas”.

Portanto, a verdadeira definição de TQC:

TQC é o controle exercido por todas as pessoas

para a satisfação das necessidades de todas as

pessoas.

3.4 - Conceito do Controle da Qualidade Total

Numa era de economia global não é mais possível garantir a sobrevivência da

empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem ou cobrando apenas

resultados. Hoje são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em direção

aos objetivos de sobrevivência da empresa. Estes métodos devem ser aprendidos e

praticados por todos. Este é o princípio da bordagem gerencial do TQC.

O controle da Qualidade Total é regido pelos seguintes princípios básicos:

a. Produzir e fornecer produtos e/ou serviços que atendam contritamente às

necessidades do cliente.

b. Garantir a sobrevivência da empresa através do lucro contínuo adquirido pelo

domínio da qualidade.

c. Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade.

XXV

d. Falar, raciocionar e decidir com dados e com base em fatos.

e. Gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados.

f. Reduzir metodicamente as dispersões através do isolamento de suas causas

fundamentais.

g. O cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos.

h. Procurar previnir a origem de problemas cada vez mais a montante.

i. Nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa.

j. Respeitar os empregados como seres humanos independentes.

k. Definir e garantir a execução da Visão e Estratégica da Alta Direção da

empresa.

XXVI

Capítulo IV - Prática do Controle da Qualidade

4.1 - Definição de Controle da Qualidade

A prática do “controle da qualidade” é o cerne do TQC e obrigação de todos. O

controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle do processo,

tendo como meta a satisfação das necessidades das pessoas. O controle da qualidade, no

contexto do Controle da Qualidade Total (TQC), é exercer o “controle” sobre as dimensões

da qualidade. O objetivo mais importante deste “controle” é garantir a qualidade do “seu

produto” para o seu cliente externo e interno. É deste objetivo que provém o famoso

conceito: “O próximo processo é o seu cliente.”

A participação de todos é de supra importância, por tanto a participação não é

conseguida por exortação, mas por educação e treinamento na prática do controle de

qualidade.

O controle de qualidade é abordado com três objetivos:

a. Planejar a qualidade desejada pelos clientes;

b. Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padrões e atuando na

causa dos desvios.

c. Melhorar a qualidade desejada pelo cliente.

4.2 - Definição do Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia.

O Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia é parte importante do

Gerenciamento pelas Diretrizes.

• Gerenciamento pelas Diretrizes

- Gerenciamento Interfuncional

- Gerenciamento da Rotina do Trabalho do

Dia-a-Dia. ou Gerenciamento Funcional

O Gerenciamento pelas Diretrizes e o Gerenciamento Interfuncional serão

detalhados no próximo capítulo. Este capítulo se ocupará dos métodos básicos do

Gerenciamento da Rotina do Dia-a-Dia.

XXVII

A alta administração de muitas empresas não raro se esquece de que não adianta

fazer um bom planejamento estratégico e estabelecer diretrizes sem ter quem realize as

diretrizes.

O Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia está intimamente ligado ao

Gerenciamento pelas Diretrizes e é base para a realização da estratégica da empresa. Na

implantação do TQC, a primeira prioridade é implantar o Gerenciamento da Rotina do

Trabalho do Dia-a-Dia.

A forma ideal do TQC será atingida quando a Rotina for gerenciada a nível

individual por todas as pessoas da empresa. Do Presidente ao operador, todos devem

gerenciar a Rotina de seu próprio processo. O “processo” de cada um é definido pela

“definição da função”. Esta “definição de função” deve delimitar a área de autoridade

(meios, causas, processo) e a área de responsabilidade (fins, resultados).

4.3 - Estabelecimento De Um Sistema De Padronização.

Todo Trabalho do Gerenciamento da Rotina consta do estabelecimento,

manutenção e melhoria dos padrões: especificação e projeto (padrões de qualidade),

padrões de processo (padrão técnico de processo), e procedimentos-padrão de operação.

Portanto, é essencial ter-se um bom sistema de padronização montado na organização e

que sirva com referência para o seu gerenciamento.

4.4 - Definição Dos Itens De Controle Da Rotina

4.4.1. Método para Determinação dos Itens de Controle

Os itens de controle visam medir a qualidade total dos resultados do processo de

cada um, permitindo que este processo seja gerenciado através destes índices. Este método

pode ser utilizado por qualquer nível hierárquico, tanto nas áreas administrativas quanto de

operação e manutenção.

XXVIII

4.4.2. Método para o Estabelecimento de Metas

Estabelecer metas é, do ponto de vista do conceito de controle de qualidade,

comprometer-se com o estabelecimento de novas “ diretrizes de controle”. O

estabelecimento de metas, em qualquer nível hierárquico, pode provir de várias fontes:

a. Das necessidades de seus clientes.

b. Do planejamento estratégico geral da empresa.

c. Da visão estratégica do próprio gerente.

4.4.3. Papel do Gerente na Busca da Sobrevivência.

Um outro fator importante para o gerente é conhecer os valores atingidos pelos

gerentes das empresas concorrentes (pela melhor do mundo) em seus itens de controle

(“Benchmark”). Quando se fala em ser competitivo e buscar a sobrevivência da empresa,

devemos pensar que esta é uma luta de todos.

4.4.4. Tabela de Itens de Controle

Seus itens de controle devem ser organizados numa tabela, indicando o 5W1H:

WHAT - Quais os itens de controle em qualidade, custo, entrega, moral e segurança? Qual

a unidade de medida?

WHEN - Qual a freqüência com que devem ser medidos (diário, semanal, mensal, anual) ?

Quando atuar?

WHERE- Onde são conduzidas as ações de controle.

HOW - Como exercer o controle. Indique o grau de prioridade para ação de cada item.

WHY - Em que circunstâncias o “controle” será exercido.

WHO - Quem participará das ações necessárias ao controle.

4.4.5. Como Gerenciar Através dos Itens de Controle

Todo gerenciamento no TQC é baseado no conceito de “controle”, conduzido

pelo PDCA. Isto que dizer o seguinte:

XXIX

a. O item de controle só deve ser estabelecido sobre aspectos em cujas causas o

gerente possa atuar, corrigindo os desvios.

b. Caso a meta estabelecida sobre o item de controle esteja sendo alcançada, mas

a de seus subordinados não o esteja, você não precisa fazer nada. Seus subordinados terão

que tomar a iniciativa de atuar nas causas de seus próprios desvios.

c. No entanto, se o fracasso de seus subordinados afetar o seu resultado, então

você terá que atuar na causa dos desvios.

d. Os itens ( b ) e ( c ) indicam a necessidade de cada chefe ter seus itens de

verificação para que ele possa saber onde atuar caso necessário, com indiciado no item ( c

).

e. O gerente não deve simplesmente olhar seus resultados e dar ordens. Ele deve

orientar seus subordinados e atuar nas causas dos desvios dos seus próprios itens de

controle.

XXX

Capítulo V - Ferramentas da Qualidade e o PDCA

5.1. - Introdução

O objeto é habilitar os funcionários na correta utilização das ferramentas da

qualidade, conhecendo como e quando usá-las, com como entendendo as ferramentas

como meio para alcance dos resultados.

Existem problemas bons e ruins, problemas bons são aqueles que temos quando

desejamos superar metas estabelecidas. Problemas ruins são aqueles provenientes das

ANOMALIAS ou desvios do padrão e devem ser eliminados o quanto antes.

5.2 - PDCA

Ciclo PDCA (PLAN, DO, CHECK, ACTION) composto de quatro fases básicas

do controle: planejar, executar, verificar e atuar corretivamente.

Os termos no ciclo do PDCA têm o seguinte significado:

Planejamento (P) - Consiste em:

a. Estabelecer metas sobre os itens de controle;

b. Estabelecer a maneira (caminho) para se atingir as metas propostas;

Execução (E) - Execução das tarefas exatamente como prevista no plano e coleta

de dados para verificação do processo,

Verificação (V) - A partir dos dados coletados na execução, compara-se o

resultado alcançado com a meta planejada.

Atuação Corretiva (A) - Esta é a etapa onde o usuário detectou desvios e atuará no

sentido de fazer correções definitivas, de tal modo que o problema nunca volte a ocorrer.

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5.3 - Ferramentas da Qualidade

5.3.1 - Estratificação

A Estratificação consiste no agrupamento da informação (dados) sob vários

pontos de vista, de modo a focalizar a ação.

Os fatores equipamentos, insumos, pessoas, métodos, medidas e condições

ambientais são categorias naturais para estratificação.

Devemos estratificar as informações sob vários pontos de vista, tais como:

- Tempo

- Local

- Tipo

- Sintonia

- Indivíduo

5.3.2 - Folha de Verificação

As folhas de verificação são o ponto de partida de todo procedimento de

transformação de opiniões em fatos e

É a ferramenta utilizada para facilitar e organizar o processo de coleta e registro

de dados, de forma a contribuir para otimizar a análise

5.3.3 - Diagrama de Pareto

É uma forma especial do gráfico de barras verticais que nos permite determinar

quais problemas resolver e qual a prioridade. O Diagrama de Pareto elaborado com base

em uma folha de verificação, por exemplo, nos ajuda a dirigir nossa atenção e esforços

para problemas verdadeiramente importantes.

Em geral teremos melhores resultados se atuarmos na barra mais alta do gráfico

que nas barras menores.

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5.3.4 - Diagrama de Causa e Efeito

O Diagrama de causa e efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação

entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que, por

razões técnicas, possam afetar o resultado considerado.

Procedimento para construção de um diagrama de causa e efeito:

1 - Defina o problema a ser analisado;

2 - Se necessário, relacione causas primárias e secundárias;

3 - Identifique no diagrama as causas que parecem exercer um efeito mais

significativo.

A Construção de uma diagrama de causa e efeito deve ser realizada por um grupo

de pessoas envolvidas com o processo considerado.

Para o levantamento das causas é aconselhável que seja realizada uma reunião

conduzida por uma técnica conhecida como “Brainstorming”.

O Brainstorming é utilizado para auxiliar um grupo a criar o maior nº de idéias

possíveis no menor espaço de tempo, é a verdadeira “tempestade de idéias”.

O Brainstoriming pode ser usado de duas formas:

* Estruturado - As pessoas do grupo dão idéias e cada rodada, aguardando

sempre que chegue sua vez;

* Não Estruturado - Os membros dos grupos simplesmente dão idéias conforme

elas vão surgindo.

Em ambos os casos os métodos algumas regras devem ser seguidas:

* Nunca criticar idéias;

* Escrever num flip-chart ou quadro todas idéias;

* Escrever as palavras do participante, não interpretar;

* Fazer um Brainstorming rápido , 5 a 15 minutos é suficiente.

5.3.5 - Histograma

Como já vimos no Diagrama de Pareto, é de grande auxílio visualizar na forma de

um gráfico de barras a freqüência com que certos eventos ocorrem (distribuição de

freqüência).

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Um Histograma envolve a medição de dados, por exemplo temperatura,

dimensões, etc. e mostra sua distribuição.

Isto é crítico, pois sabemos que todos os eventos repetitivos produzirão resultados

que variam com o tempo. Um Histograma revela quanto de variação existe em qualquer

processo.

5.3.6 - Cartas de Controle

Os gráficos (cartas) de controle são ferramentas para o monitoramento da

variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo.

Ele consiste de:

- Uma linha média (LM);

- Um para de limites de controle, representados um abaixo (LIC) e outro acima

(LSC) da linha média.

5.3.7 - Plano de Ação

O segredo do bom gerenciamento está em se estabelecer um bom plano de ação

para toda meta que se quer atingir.

Durante o processo de planejamento:

- Estabeleça qual o seu problema e onde se que chegar;

- Levante informações sobre o tema;

- Verifique as causas que estão impedindo de chegar lá;

- Proponha Ações contra cada causa

O 5W1H nos permite definir objetivamente todas as etapas a serem executadas

para atacarmos definitivamente as causas dos problemas.

Significado: WHAT (o quê), WHO (quem), WHEN (quando), WHERE (onde),

WHY (porquê), HOW (como)

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Capítulo VI - Manual De Princípios Da Qualidade Total

Quando se fala em Qualidade Total, a gente não está pensando em um projeto

teórico, cheio de propostas ilusórias que não vão dar em nada.

A gente está pensando em um plano simplificado, com princípios claros, que tem um

objetivo bem definido: Implantar níveis elevados de qualidade em tudo o que se faz.

Por isso é importante que conheça e entenda os 10 princípios que a empresa estabelece

para atingir a Qualidade Total.

Meta que, em resumo, busca satisfação total dos clientes.

Mais que princípios, são os 10 mandamentos:

1. Princípio da Satisfação Total dos Clientes

2. Princípio da Gerência Participativa

3. Princípio do Desenvolvimento Humano

4. Princípio da Constância de Propósitos

5. Princípio do Aperfeiçoamento Contínuo

6. Princípio da Gerência de Processos

7. Princípio da Delegação

8. Princípio da Disseminação de Informações

9. Princípio da Garantia da Qualidade

10. Princípio da Não-Aceitação de Erros

6.1.1 - Princípio Da Satisfação Total Dos Clientes

Os clientes são a razão da empresa existir. Portanto, tudo deve ser feito para

satisfazer os seus interesses. O primeiro passo é conhecer os clientes. Saber identificar as

suas necessidades e o que é preciso para resolver os seus problemas. Estar sempre

atualizado sobre os fatores que garantem a sua satisfação. Por isso, quanto mais estreita for

sua relação com os clientes, melhor será o atendimento. Conquistando sua parceria, você

facilita e melhora todo o processo. Mas, fundamental mesmo é superar as expectativas.

Oferecer serviços para o desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas que o

empresário nem imaginava. Buscar sempre algo mais vai encantá-lo.

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6.1.2 - Princípio Da Gerência Participativa

O sentido da gestão participativa extrapola as fronteiras da empresa, através de

uma interação constante com os clientes, os fornecedores e a comunidade. O importante é

que o funcionário tenha liberdade para desempenhar seu papel. Com interesse, inteligência

e , criatividade deve ser uma máxima dentro da empresa. Dessa forma, é preciso que todos

os níveis da administração estejam abertos às críticas e às sugestões. O gerente deve

informar, debater, motivar, orientar os funcionários e promover o trabalho de equipe.

Participar muito mais do que simplesmente dar ordens. O acesso á informação precisa ser

garantido para que as decisões sejam mais democráticas possíveis. A idéia é atingir uma

composição de forças, onde o “todo”, trabalhando junto, tenha mais poder que a soma das

partes isoladas.

6.1.3 - Princípio Do Desenvolvimento Humano

Este princípio orienta todas as ações que buscam a evolução pessoal e profissional

dos funcionários. Ensina, antes de tudo, a ser muito mais. Ser um indivíduo capaz de se

auto dirigir e se auto controlar, em todas as situações. Na empresa e na vida. Aprender a

aprender é outra prioridade. Buscar o desenvolvimento auto-sustentável.

O aperfeiçoamento contínuo e a constante atualização dos conhecimentos. Ser,

também, um educador. Saber transferir os conhecimentos adquiridos na organização, com

uma compreensão ampla do sistema e das micro e pequenas empresas na nossa sociedade.

6.1.4 - Princípio Da Constância De Propósitos

Para chegar à Qualidade Total, é preciso fazer uma mudança cultural. Implantar

novos valores, eliminando os conceitos ultrapassados. E isso só acontece quando os

princípios passam a ser repetidos e reforçados, dia após dia.

Por isso, as ações que levam à Qualidade total devem ser planejadas. Os dirigentes

precisam ter sempre atitudes coerentes com os princípios defendidos. E esse processo vai

ter uma grande sucesso na medida que conseguir a participação de todos. Fundamental é

tudo em conjunto e a longo prazo. Um futuro planejado traz resultados mais eficientes.

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6.1.5 - Princípio Do Aperfeiçoamento Contínuo

Antes de pensar nas mundanas, é importante entender muito bem o que vai ser

mudado. Não dá pra aperfeiçoar o que não pode medir. Portanto, é fundamental criar

indicadores de qualidade e produtividade que retratem a situação inicial. Em cima desses

indicadores é que vamos trabalhar. Sempre com a intenção de melhorar os índices. Buscar

um aperfeiçoamento contínuo. Aí é que entra o poder da inovação, da ousadia, da

flexibilidade de atuação e da criatividade.

6.1.6 - Princípio Da Gerência De Processos

Os processos só se justificam se tiverem finalidade de atender o cliente externo,

direta ou indiretamente. Quem não estiver atendendo o cliente, deve atender a quem está.

Gerenciar processos é planejar, executar, verificar se há erros e fazer correções, quando for

necessário. Acompanhar essas fases é função de cada um.

6.1.7 - Princípio Da Delegação

O atendimento ao cliente deve ser ágil. Decisões sobre assuntos do seu interesse

precisam ser rápidas.

Por isso, todos os funcionários devem conhecer os princípios da sua empresa e

saber tomar decisões nos momentos necessários. O sucesso do processo de delegação

depende da capacidade de identificar o que e para quem delegar, além de saber respaldar as

ações para quem está perto de onde ocorre a ação.

Para algumas empresas, delegar significa também obter serviços em parceria com

os fornecedores, através da terceirização.

6.1.8 - Princípio Da Disseminação De Informações

Todos os funcionários devem saber divulgar os produtos e serviços da empresa.

Portanto, a informação tem que circular em todos os níveis. A alta administração deve

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manter contato com o setor de execução. Tudo com agilidade e precisão. A comunicação

social tem que usar todos os meios disponíveis para levar a informação adiante. E tão

importante quanto a rapidez na transmissão é o conteúdo claro e objetivo. A transparência

da organização é uma conseqüência natural da disseminação de informações.

6.1.9 - Princípio Da Garantia Da Qualidade

A qualidade dos produtos e serviços é assegurada pela formalização de processos

e pela administração das rotinas. Essas ações garantem que a qualidade dos produtos ou

serviços não será alterada com a substituição de pessoas. A garantia da qualidade é muito

importante, pois, no setor de serviços, os produtos são consumidos, quase sempre, no

mesmo momento em que são produzidos.

6.1.10 - Princípio Da Não-Aceitação De Erros

Fazendo certo da primeira vez, não será preciso corrigir. Esse é o princípio de

quem não perde tempo, nem produz documentos incorretos. A prevenção contra erros e a

visão de aperfeiçoamento fazem parte da filosofia da empresa.

Agora isso não significa intolerância ou punição para quem era. Ao contrário, a

empresa estimulará ações inovadoras e criativas, mesmo com um certo grau de risco.

Inadmissível é o erro por omissão ou a persistência no erro. Fazer bem-feito é melhor que

fazer duas vezes.

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Capítulo VII - Conclusão

Como vimos Qualidade é um caminho, não um destino. Temos que fazer hoje

melhor do fizemos ontem, e melhor ainda amanhã. Encontrar meios de previnir a

ocorrência de defeitos, antes que eles ocorram, é a chave para a Melhoria Contínua.

Obviamente a satisfação do cliente não é resultado apenas e tão somente do grau de

conformidade com as especificações técnicas mas também de fatores como prazo e

pontualidade de entrega, condições de pagamento, atendimento pré e pós venda,

flexibilidade, etc...

Paralelamente a esta evolução do conceito de Qualidade, surgiu a visão de que o

mesmo era fundamental no posicionamento estratégico da empresa perante o Mercado.

Qualidade envolve aprender constantemente o que o seu cliente deseja e como

atender às suas necessidades. A empresa se beneficia com a Qualidade, com maior

satisfação dos clientes, alcança um fatia maior do mercado, melhora as operações com

redução das barreiras internas, redução de custos e maior oportunidade de crescimento.

Ainda alcançado benefícios do Processo de Qualidade Total, em relação aos seus

empregados: Menos problemas no seu trabalho diário, trabalho mais gratificante, mais

orgulho no que se faz, maior participação na melhoria das atividades, mais

desenvolvimento individual em cada tarefa e um sentimento positivo de fazer parte da

empresa.

“Deve-se entender Qualidade como uma filosofia global, em todos os níveis da empresa:

praticar e pensar em Qualidade sempre”.

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Bibliografia

Campos, Vicente Falcani. TQC - Controle de Qualidade Total - MG: Editora de

Desenvolvimento Gerencial - 1999.

Campos, V.F. Qualidade Total - Padronização de Empresas, Fundação Christiano

Ottoni, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil, 1992.

Freitas, A. 5S - Conceitos para Revolucionar o Gerenciamento, Publicação interna da

ALBRÁS - Alumínio Brasileiro S.A. - 1991.

Introdução à Qualidade - Processo White Martins de Qualidade Total.

PDCA Método de melhorias para a empresas de manufatura - FDG Fundação de

Desenvolvimento Gerencial - Auditoria Conceitos e Aplicações de William Attie -

Editora Atlas;

Manual de Treinamento de Qualidade Interna da AMBEV

Manual de Treinamento de Qualidade Interna da White Martins