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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E CORPORATIVA NO BRASIL AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo Orientador: Profª. Vera Agarez Rio de Janeiro Julho/2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo 3 AGRADECIMENTOS Ao meu grupo de estudos que me auxiliou na realização

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E CORPORATIVA NO

BRASIL

AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES

FINANCEIRAS

Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo

Orientador: Profª. Vera Agarez

Rio de Janeiro

Julho/2009

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo 3 AGRADECIMENTOS Ao meu grupo de estudos que me auxiliou na realização

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA E CORPORATIVA NO

BRASIL

AS UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES

FINANCEIRAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre – como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo

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AGRADECIMENTOS

Ao meu grupo de estudos que me

auxiliou na realização de todos os

trabalhos deste curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia aos meus pais,

irmãos, sobrinhos e amigos que ficaram

sem minha presença devido aos estudos,

porém sempre me auxiliando no que

fosse preciso.

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RESUMO

Diante da era digital, a forma tradicional de realização dos denominados

treinamentos, com utilização de recursos impressos, presença física dos

alunos num determinado local, em determinada hora, com o comparecimento

de um professor, necessitava de mudanças. Assim, o Ensino à Distância vem

se tornando uma realidade.

Neste trabalho, abordaremos no capítulo 1 o histórico do ensino à

distância no país, comentando sobre os cursos por correspondência, a

educação pela televisão, pelo rádio e alguns programas governamentais que

visavam o desenvolvimento do ensino à distância para áreas remotas do

Brasil; no capítulo 2, faremos uma conexão da colaboração da Educação à

Distância para o desenvolvimento da Educação Corporativa no Brasil,

enfatizando a importância das Universidades Corporativas para o ambiente de

trabalhão altamente competitivo da atualidade. Por fim, no terceiro capítulo,

enfatizaremos o segmento de Instituições Financeiras que utilizam

sistematicamente a Educação Corporativa, criando as próprias Universidades

Corporativas para obter vantagem competitiva no mercado globalizado e

altamente sedento por conhecimento. Neste último capítulo, abordaremos

também as Universidades Corporativas de quatro das principais Instituições

Financeiras do país.

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METODOLOGIA

O trabalho será desenvolvido através de pesquisa bibliográfica sobre o

tema apresentado, seguido de pesquisas em sites virtuais na rede mundial de

computadores (internet), com ênfase nos sites de Instituições Financeiras,

fonte para os anexos apresentados ao final do presente trabalho.

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SUMÁRIO

Introdução .....................................................................................09

Capítulo I – Ensino à distância no Brasil .......................................11

Capítulo II – Educação Corporativa - Universidade Corporativa

.......................................................................................................30

Capítulo III – Universidade Corporativa nas Instituições

Financeiras.....................................................................................39

Considerações Finais.....................................................................48

Referências Bibliográficas .............................................................49

Anexos ..........................................................................................53

Índice ............................................................................................56

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS:

FIGURAS:

Figura 1 - Universidade Aberta do Brasil – Como funciona sua rede

e suas articulações.................................................................pág. 28

TABELAS:

Tabela 1 – Mudança de Paradigma .......................................pág. 33

Tabela 2 – Objetivos e princípios para a aprendizagem e

desenvolvimento pela Universidade Corporativa ...................pág. 35

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INTRODUÇÃO

O mundo atual tem a “informação” cada vez mais em formatos

“digitais” reduzidos aos chamados bits e bytes, armazenada em discos rígidos,

pendrive, entre outros dispositivos; movendo-se numa velocidade jamais

imaginada através das redes que interligam o mundo, dentre elas, quiçá a mais

importante, temos a rede mundial de computadores - a internet. É a “Era

Digital”, onde o conhecimento não pode ser estático, tem de se renovar a cada

dia, numa velocidade que necessitamos nos adaptar.

Diante desse contexto, surgem novos desafios para as Corporações,

que necessitam levar suas diretrizes estratégicas a seu corpo funcional, corrigir

possíveis desvios identificados na estratégia, levar informação para permitir o

conhecimento de novos produtos, inovações, entre outros. Assim, apresenta-

se um novo cenário que abre novas necessidades, uma delas é a educação

corporativa, afinal a educação tradicional, com a presença física do treinando

em determinados locais para a realização deste treinamento e/ou ensinos

voltados para a formação, principalmente cursos de Graduação e Pós-

Graduação, necessitava de atualização para permitir o acompanhamento da

denominada “Era Digital”.

Surge então uma nova forma de realizar esses cursos e/ou

treinamentos, onde os alunos podem mesmo estando em locais de difícil

acesso, com grandes distâncias, conseguem realizar o “tão sonhado” curso, o

“tão esperado” treinamento, é a Educação à Distância. Muitas vezes ligada à

internet, porém pode ocorrer por diversos meios, como vídeos interativos,

mídias inteligentes com exercícios e conjunto de vídeos e figuras, material

didático para auto-desenvolvimento, etc.

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10O objetivo consiste em repassar informações e conhecimento para o

número maior de pessoas possíveis, otimizando recursos materiais e

financeiros. A organização passa a agir orientada para o aprendizado contínuo

de seus funcionários, objetivando a manutenção do conhecimento atualizado e

do repasse das informações corporativas. Aliado a essa estratégia, temos o

profissional do mundo moderno e corporativo, dedicado e focado na

aprendizagem continuada, antecipando-se às exigências que um mercado

globalizado, em constante mudança e altamente competitivo.

Esse trabalho decorre na pretensão de formar um histórico da

educação à Distância no Brasil, os motivos que vêm permitindo o crescimento

da Educação Corporativa à Distância, o surgimento das Universidades

Corporativas e a contribuição dessas novas formas de aprendizagem e

conhecimento para a gestão das Corporações.

Para tanto será realizada uma análise bibliográfica sobre a história da

Educação Corporativa, a Educação à Distância, funcionamento e objetivos das

Universidades Corporativas e sua utilização nas Instituições Financeiras. Estes

últimos dados serão obtidos através da análise dos sites mantidos na rede

mundial de computadores (Internet) pelas principais Instituições Financeiras do

país.

O trabalho será pautado na abordagem das Universidades

Corporativas das Instituições Financeiras, devido a seu pioneirismo no ensino

à distância, que trás além do treinamento de seu corpo funcional, o repasse de

conhecimento e de abordagem de sua estratégia para a sociedade, para os

fornecedores, clientes, ou seja, as suas partes relacionadas ou Stakeholders.

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CAPÍTULO I

ENSINO A DISTÂNCIA NO BRASIL

Diversas são as definições para o Ensino / Educação à Distância. A

clássica vem da Lei francesa de 1971, em que o ensino a distância é

considerado aquele “que não implica em presença física do professor indicado

para ministrá-lo no lugar onde o ensino é recebido, ou no qual o professor está

presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas”. Em M.

Moore, temos “A Educação a Distância combina todas as formas possíveis de

fornecer instrução, usando meios de comunicação impressos ou eletrônicos, a

pessoas inseridas em contextos organizados de aprendizagem, as quais se

encontram frequentemente separadas no espaço e no tempo relativamente

aos seus instrutores.” (Keegan, apud Beloni, 1999). Porém, no Brasil, temos no

Decreto 5622 de 19.12.2005, que caracteriza a “Educação a Distância – EAD

como a modalidade educacional na qual a medição didático-pedagógica nos

processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e

tecnologias de informação e comunicação, envolvendo estudantes e

professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou

tempos diversos”.

Mesmo diante das diversas definições, ao abordarmos o assunto

Ensino / Educação a Distância, observa-se a constante correlação com a

tecnologia e meios eletrônico, porém a Educação a Distância tem seu

surgimento bem anterior ao início do processo de massificação da internet em

fins da década de 90, por exemplo, porém com outra estrutura e formato em

meio físico, sendo a principal o ensino por correspondência. Há indícios que

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12desde os primórdios de Roma e Grécia, formou-se uma forma de Educação à

Distância, que foi uma rede de comunicação que, entre outras coisas, produzia

correspondências com informações científicas que se destinavam a

propagação de conhecimentos científicos, ou seja, repasse de instruções,

educação (Terezinha Saraiva, 1996). Mas, como marco do surgimento da

Educação à Distância no mundo tem-se a publicação de anuncio em mídia

impressa, denominada Gazeta de Boston, em 1728, pelo professor de

taquigrafia Cauleb Phillips: “Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta

arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser

perfeitamente instruída, como pessoas que vivem em Boston.”

“O Ensino a Distância surgiu à cerca de 150 anos na

Inglaterra, numa altura em que a Europa vivia os

primórdios da Revolução Industrial. Aproveitando as infra-

estruturas típicas de uma sociedade industrializada, tais

como o serviço de correio postal e as novas vias de

comunicação terrestres, assistiu-se a uma implementação

no terreno das primeiras escolas de ensino por

correspondência. Após um longo período de estagnação,

as escolas de ensino por correspondência assistiram,

após a Segunda Guerra Mundial, ao aparecimento dos

novos meios de comunicação de massas, o telefone e a

rádio, os quais impulsionariam decisivamente o Ensino a

Distância para o patamar que atualmente ocupa na nossa

sociedade. Nesta altura surgiram as primeiras instituições

autônomas de Ensino a Distância, as Universidades

Abertas, as quais criaram condições para a formalização

deste tipo de ensino, passando a disponibilizar programas

a milhares de indivíduos espalhados pelo mundo. Assim,

devido à importância crescente do Ensino a Distância no

panorama educativo mundial, nomeadamente a partir dos

anos 70, temos vindo a assistir progressivamente à sua

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13autonomização relativamente ao ensino presencial, o que

provocou o aparecimento e o estabelecimento de uma

base conceptual e teórica própria.” (www.prof2000.pt)

No Brasil, o surgimento da Educação a Distância depara-se com as

diversas formas de abordagem do ensino, tendo como marco a fundação no

início da década de 20 da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por um grupo de

intelectuais, liderados por Edgard Roquette-Pinto, visando ampliar a forma de

acesso à educação. Porém, somente a partir da década de 40 é que diversos

programas de Educação à Distância foram criados, dentre eles o Instituto

Universal Brasileiro fundado em 1941, com oferta de cursos por

correspondência; o PRONTEL – Programa Nacional de Teleducação - surge

na década de 60, passando em 1995 a ser a Secretaria de Educação à

Distância do MEC; o projeto SACI – Sistema Avançado de Comunicações

Interdisciplinares foi criado em 1967 por iniciativa do INPE (Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais) com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de

teleducação com o uso de satélite, encerrado nove anos após em 1976; o

Centro Brasileiro de Televisão Educativa Gilson Amado, que em 1990 passou

a denominar-se Fundação Roquette-Pinto foi o pioneiro na utilização da

televisão no processo educativo; além desses modelos surgiram também as

atividades de EAD do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial)

iniciadas em 1976; os cursos de extensão da Universidade de Brasília (UNB)

iniciados em 1979; e a iniciativa da Fundação Roberto Marinho, ligado a TV

Globo, que desde 1978 vem apresentando programas de teleducação; e,

ainda, a criação em 2005 da Universidade Aberta do Brasil (uma iniciativa do

Fórum das Estatais por Educação, em conjunto com o MEC), com o objetivo

de interligar as instituições públicas de ensino superior existentes

possibilitando o acesso aos municípios do país que não possuem uma

Universidade Pública Presencial / Formal.

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14Para melhor compreender o histórico da Educação à Distância no país,

abordaremos cada um dos marcos relacionado através de tópicos.

1.1 A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e Roquette-

Pinto

O fundador e idealizador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi

Edgar Roquette Carneiro de Mendonça Pinto Vieira de Mello, ou simplesmente,

Edgard Roquette-Pinto, um carioca que era ao mesmo tempo médico,

etnólogo, ensaísta, antropólogo e educador. Foi membro da Academia

Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Letras, do Instituto Histórico

e Geográfico Brasileiro, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de

Medicina, dentre outras associações culturais, ocupando o cargo de diretor no

Museu Nacional de meados da década de 20 até 1935.

Durante sua vida, estudou e analisou novas tecnologias, aproximando-

se principalmente da radiofusão, meio pelo qual idealizou uma forma de

comunicação que divulgaria a cultura no país, instruindo e educando a

população não provida de acesso fácil à escola presencial. Assim, com o apoio

da Associação Brasileira de Ciências e de outros intelectuais, realizou um de

seus grandes feitos, a fundação da primeira radiofônica do país – a Rádio

Sociedade do Rio de Janeiro.

A Rádio Sociedade tinha como objetivo estreitar o vínculo entre ciência

e educação, trazendo o ideal de transmitir cultura pelas ondas do rádio e

impulsionar o progresso do país. Naquela época, anos 20, o rádio era o meio

de comunicação de massa, sendo considerado moderno e altamente

tecnológico, com a possibilidade de levar informações aos brasileiros,

independente se sabiam ou não ler; ou se moravam em áreas rurais ou

urbanas.

“O rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de

quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à

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15escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador

de novas esperanças, o consolador dos enfermos e o

guia dos sãos – desde que o realizem com espírito

altruísta e elevado.” Roquette-Pinto (www.unit.br/estudo)

Em 1936, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi doada ao Governo

Federal, passando a denominar-se Rádio MEC, mantidas até os dias atuais.

Porém, Roquette-Pinto continuou a divulgar conhecimento, tendo sido

responsável por diversos projetos no cenário nacional, como a fundação da

Revista Nacional de Educação, do Instituto Nacional do Cinema Educativo

(INCE) e ainda do Serviço de Censura Cinematográfica. Sem deixar de

mencionar, sua primeira grande obra o livro Rondônia, clássico da Antropologia

Brasileira, publicado em 1917, pela Imprensa Nacional, relatando suas

expedições realizadas em conjunto com as tropas do tenente-coronel Candido

Mariano da Silva Rondon em 1912, nas florestas do Mato Grosso e Rondônia,

inclusive com contatos com tribos indígenas da Serra o Norte, pertencente aos

dois estados citados. A comissão realizou a implantação de linhas telegrafas

do Mato Grosso ao Amazonas – a chamada Estrada Rondon, visando à

integração daquela região ao restante do país. Roquette-Pinto faleceu em

1954, vítima de um derrame cerebral.

1.2 Instituto Monitor

Criado em 1939, o instituto é considerado um dos pioneiros no ensino

a distância do Brasil, na década de 80 e 90, grande parte das revistas que

circulavam nas bancas de jornal traziam comerciais dos cursos

profissionalizantes ministrados pelo Instituto. Muitos dos leitores eram pessoas

que necessitavam de uma nova profissão ou jovens que buscavam uma forma

de conseguir empregos.

Fundado pelo húngaro Nicolas Goldberger, que veio para o Brasil

fugindo dos nazistas na Segunda Grande Guerra, formado em eletrônica e que

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16ao observar as dimensões territoriais do Brasil, imediatamente idealizou a

possibilidade de interligar o país por meio da comunicação via postal, iniciando

um curso a distância com a utilização de apostilas e de kit prático, repassando

ao aluno ensinamentos básicos de eletrônica, com a construção de um rádio

caseiro ao final o mesmo.

Assim, o Instituto Radiotécnico Monitor foi fundado, passando a

oferecer diversos cursos profissionalizantes. Todo o trabalho era realizado por

correspondência, inclusive a correção das tarefas encaminhadas aos alunos,

como forma de medir o aproveitamento no curso; esse método de formação

por correspondência foi copiado por diversas escolas. Ao longo de seus mais

de 60 anos, cerca de 5 milhões de alunos (site do Instituto) realizaram cursos e

aprenderam através do método desenvolvido por Nicolas, inclusive com direito

a registro nas diversas entidades de classes (CRC, CREA, CRECI, DRT, etc).

O Instituto Monitor passou por muitas mudanças e adaptações para se

adequar aos novos tempos, passando a utilizar as novas tecnologias, dentre

elas a internet.

1.3 PRONTEL – Programa Nacional de Teleducação

Em 1972, por iniciativa governamental surge o Programa Nacional de

Teleducação (PRONTEL), objetivando integrar o país às atividades didáticas e

educacionais, por intermédio do rádio, televisão e/ou outros meios. O projeto

foi extinto em novembro de 1979, substituído pela Secretaria de Aplicações

Tecnológicas – SEAT que criou no início da década de 80 o Sistema Nacional

de Radiodifusão Educativa – SINTED, que depois seria denominado Sistema

Nacional de Radiodifusão Educativa – SINRED, devido à inclusão das

emissoras de rádio educativo ao sistema.

O objetivo principal do SINRED era o de permitir que todas as emissoras

educativas veiculassem uma programação constituída por programas

produzidos por todas as integrantes, diferentemente do que ocorria com as

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17redes comerciais que se limitavam a retransmitir a programação das cabeças-

de-rede localizadas, invariavelmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Cabe observar que, neste período, as emissoras priorizavam a

veiculação de programas de caráter essencialmente educativo. Entre as

experiências mais significativas podemos citar as seguintes: a TVE do Ceará, a

TVE do Maranhão e a TVU do Rio Grande do Norte concentravam em suas

programações a produção e a veiculação de programas didáticos destinados

ao Ensino de 5ª a 8ª séries do 1º Grau (as duas primeiras) e ao Ensino de 1ª a

4ª séries do 1º Grau (a última). A TV Cultura de São Paulo tornou-se a pioneira

na produção e veiculação de programas didáticos voltados para o Ensino

Supletivo ao lançar, em 1969, o Curso de Madureza Ginasial. Em 1978,

produziu e veiculou o Telecurso de 2º Grau que, posteriormente, viria a receber

a parceria da Fundação Roberto Marinho. Por sua vez, a FCBTVE, entidade

implantada graças ao idealismo do Prof. Gilson Amado, produziu, em 1973 a

primeira novela pedagógica destinada ao Ensino de 1º Grau denominado “João

da Silva” que foi inicialmente veiculada pelas emissoras comerciais TV Globo e

TV Rio e que, a partir de 1976, passou a ser veiculada também pela sua

própria emissora, a TVE do Rio de Janeiro. Em 1977, a TVE do Rio de Janeiro

iniciou a produção do Projeto Conquista, um curso sob o formato de novela-

aula, destinado ao Ensino Supletivo de 1º Grau.

O SINRED cumpriu o seu papel de órgão aglutinador, mas o

crescimento do Sistema que, em 1989, já contava com 15 emissoras, fez surgir

à necessidade da ampliação do raio de abrangência de seus sinais. A

implantação de estações retransmissoras simultâneas, que poderia ser uma

solução, representava um custo muito elevado que essas emissoras não

tinham possibilidade de assumir.

A solução encontrada para permitir a expansão do sinal educativo de TV

foi dada pelo Decreto nº 96.291, de 1988, e pela Portaria MC nº 93, de 1989,

que estabeleceram os parâmetros para que as retransmissoras de televisões

educativas pudessem inserir, a nível local, programas de interesse comunitário,

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18desde que estas inserções não ultrapassassem a 15% do total da

programação da geradora a qual a retransmissora estivesse vinculada. Com

isto, as emissoras geradoras não precisaram mais implantar, elas mesmas,

suas retransmissoras simultâneas, pois a possibilidade de inserção de

programação local passou a atrair diversas entidades privadas, universidades

e prefeituras que cuidaram, com recursos próprios, da implantação de

retransmissoras. Com efeito, esta abertura provocou um crescimento enorme

do número de retransmissoras existentes e, em conseqüência, de todo o

sistema. Essas retransmissoras, tecnicamente conhecidas como

retransmissoras mistas, passaram a autodenominar-se de TVs Comunitárias.

Não obstante a idéia original tivesse aspectos muito positivos, a

implantação dessas retransmissoras não apresentou os resultados esperados.

A ausência de uma legislação balizadora fez com que as primeiras

autorizações para o funcionamento deste tipo de retransmissora fossem dadas

principalmente a políticos e a grandes empresários cujas intenções nada

tinham a ver com os reais objetivos da legislação referente à programação de

caráter comunitário.

Somente em 1991, os Ministérios da Educação e das Comunicações

baixaram a Portaria nº 236 que procurava disciplinar a concessão das

autorizações para a retransmissão em caráter misto. No entanto, a má

utilização, a politização e o abuso na veiculação de comerciais por parte

dessas retransmissoras, aliado ao lobby liderado pela ABERT para eliminá-las,

fez com que, em 1998, fosse promulgado o Decreto nº 2.593 que instituiu o

novo Regulamento Dos Serviços de Retransmissão e Repetição de Televisão,

extinguindo a retransmissão mista, mas abrindo a possibilidade da

transformação das retransmissoras mistas já existentes em geradoras.

Em 1990, de acordo com o disposto na Lei nº 8.029, a FUNTEVÊ

passou a denominar-se Fundação Roquette Pinto – FRP. A partir de 1993 a

FRP e suas emissoras, a TVE do Rio de Janeiro e a Rádio MEC, enfrentaram

uma séria crise econômica que resultou no declínio de sua programação e

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19numa diminuição significativa do apoio técnico e financeiro que prestavam às

co-irmãs. Ao mesmo tempo, a TV Cultura de São Paulo passou a ter, também,

acesso ao satélite, provocando uma imediata ruptura no frágil equilíbrio que

sustentava o SINRED (na área da televisão), pois sua programação, àquela

época, era de qualidade indiscutivelmente superior. A programação do

SINRED passou a ser gerada pelas duas emissoras e, em 1994, o MEC tentou

manter a FRP como coordenadora do Sistema por meio da Portaria nº 1.014,

que reformulava o SINRED e da Portaria nº 1.015 que criava o PROSINRED,

um programa destinado a reequipar todas as emissoras educativas de rádio e

de televisão, com recursos provenientes do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação – FNDE.

Em 1995, com a mudança de Governo, a FRP foi transferida do âmbito

do MEC para a Secretaria de Estado de Comunicação do Governo – SECOM e

o SINRED foi desativado. Em 1997, iniciaram-se as negociações, no âmbito do

Governo Federal para a extinção da Fundação Roquette Pinto e sua

substituição por uma Organização Social, fato que se concretizou, em janeiro

de 1998, com a implantação da Associação de Comunicação Educativa

Roquette Pinto. Também em 1997, a TV Cultura de São Paulo concluiu as

gestões para a criação de uma entidade privada que substituiria o SINRED,

somente em relação ao segmento televisão.

Assim surgiu a Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas

e Culturais – ABEPEC, à qual a TVE do Rio de Janeiro só viria a aderir em

1998. Em julho de 1999, as emissoras integrantes da ABEPEC criaram a Rede

Pública de Televisão – RPTV com o objetivo de estabelecer uma grade de

programação comum e obrigatória para todas as emissoras associadas.

Esta programação não tem um caráter estritamente educativo, como

ocorria no início das transmissões dessas emissoras. A tendência atual é a da

transmissão de programas jornalísticos, culturais e de entretenimento, todos

tendo a educação como fio condutor. A veiculação de programas didáticos

passou a ser feita, com sucesso, em circuito fechado, como ocorre com a “TV

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20Escola”, programação sob a responsabilidade do Ministério da Educação,

gerada pela TVE do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas a TV Ceará e a TVE

do Maranhão continuam transmitindo os programas didáticos que atendem aos

alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental.

1.4 SACI – Sistema Avançado de Comunicação

Interdisciplicar

O Projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares

(SACI) foi lançado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no

estado do Rio Grande do Norte em fins dos anos 60, consistia em subsídios ao

Governo para a implantação de um sistema de teleducação.

O Rio Grande do Norte foi escolhido pelo INPE por diversas razões,

dentre elas por ser o local de seu escritório (Natal), por promover suas

atividades na região tendo a base de lançamentos de foguetes da Barreira do

Inferno; pela UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte possuir a

concessão de um canal de televisão educativa; pelo apoio e interesse

demonstrado pela Secretaria Estadual de Educação e ainda, por ser um

estado que possuía condições difíceis e que os resultados obtidos na região

poderiam ser então repassados para outras regiões desfavorecidas do país.

O Projeto SACI pretendia experimentar o uso de satélites em

educação, transmitindo programas de rádio e televisão para algumas escolas

municipais e estaduais atuantes no ensino de 1º grau do Rio Grande do Norte.

O projeto usaria algumas escolas para a recepção via satélite, com

antenas parabólicas, e as outras utilizariam as emissoras rurais da Igreja

católica, veiculadoras das aulas radiofônicas do MEB, ou a TV-Universitária de

Natal, cujo canal pertencia à UFRN, embora ainda não instalada, e que o INPE

implantaria em função da experiência. O Instituto Nacional de Estudos

Pedagógicos (INEP) seria responsável pelos aspectos da pesquisa e a

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21Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (FCBTVE) produziria os

programas de rádio e televisão. O INPE, seguindo sua vocação, cuidaria da

tecnologia utilizada para a geração e recepção de sinais e de desenvolvimento

de soluções técnicas que facilitassem e barateassem o sistema.

Em 1975, as pressões, dentro do próprio governo federal, para

interromper a experiência do INPE eram enormes e, embora os objetivos e

metas do SACI ainda não tivessem sido alcançados, o projeto foi interrompido.

Em meados de 1975 o Ministério da Educação (MEC), por intermédio do

Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL), financiou o treinamento de

funcionários da UFRN e da Secretaria de Educação que trabalhariam na TV-

Universitária e no Sistema de Teleducação do Rio Grande do Norte (SITERN).

A UFRN e a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC) receberiam os

equipamentos que tinham sido usados na produção e transmissão dos

programas de rádio e televisão e os receptores instalados nas quatrocentas

escolas do projeto.

1.5 Centro Brasileiro de Educação Educativa Gilson

Amado

No início dos anos 60 pouco antes do Golpe Militar em 1964,

educadores brasileiros apresentavam os meios de comunicação como uma

das melhores formas de levar o processo educativo à população, idealizando

diversos projetos que culminariam na Televisão Educativa Brasileira. Um

desses educadores era Gilson Amado, um advogado e educador que

acreditava ser a educação pelos meios de comunicação em massa a solução

para a escassez de escolas presenciais e formais no Brasil, país de extensão

continental e diversos lugares de difícil acesso e sem desenvolvimento.

Em 1962 Gilson Amado conseguiu um horário na TV Continental,

então canal 9, para a realização de uma programação que recebeu o nome de

"Mesas Redondas". Porém, seu principal objetivo era a formação da

Universidade Popular através da televisão, sendo uma universidade sem

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22paredes capaz atender aos milhões de brasileiros maiores de 16 anos que

perderam, na época própria, a oportunidade de acesso à escola.

Em abril de 1967, época em que o país já estava sob o comando

militar, Gilson Amado fundou no Rio de Janeiro a FCBTVE - Fundação Centro

Brasileiro de TV Educativa, assumindo sua presidência, cargo que ocupou até

a data de sua morte em 1979. No início, a FCBTVE passou por momentos

difíceis, visto que os incentivos governamentais que haviam sido projetados

para a Fundação (crédito de um milhão de cruzeiros novos através do Art. 6º

da Lei 5.198, de 03/01/67) que só foram liberados em 1968. Dessa forma, para

que o projeto tivesse continuidade, Gilson Amado cedeu instalações próprias

para sediar a fundação, realizava o pagamento dos funcionários, entre outros

fatos. Essa dedicação obteve auxílio do Departamento Nacional de Educação

que encaminhou auxílio financeiro, ainda em 1967, para que houvesse

investimentos no Curso de Alfabetização, gravado na TV Globo, e ainda a

criação de uma rede de recepção.

Durante o ano de 1969, a FCBTVE enfrentou limitações e dificuldades,

causados principalmente pela imprecisão de sua competência legal e pela

indefinição dos diferentes órgãos federais que atuavam no setor da educação.

Assim, a Fundação buscou contatos com outros países, dentre eles a

República Federal da Alemanha, para obter doação, equipamentos de estúdio

e de gravação, entre outros equipamentos para instalar um centro de

produção de alta tecnologia e poder produzir programas de Televisão

Educativa para todo o território nacional.

O ano de 1970 foi o mais importante para o desenvolvimento da

Televisão Educativa no país. O estúdio de circuito fechado foi concluído e no

pequeno espaço de 14 metros quadrados foram iniciados os trabalhos de

produção nos estúdios, envolvendo técnicos, profissionais de televisão e

professores, sendo assim montado o laboratório de Televisão Educativa. Ainda

em 1970, foi regulamentado o dispositivo do Código Brasileiro de

Telecomunicações (Portaria, de nº 408/70), determinando que todas as

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23comerciais de radiofusão destinariam cinco horas por semana de sua

programação com a transmissão de programas educacionais, contudo, apenas

a Rede Globo de Comunicações disponibilizou e cumpriu a determinação,

passando a exibir aulas de Francês, Inglês e Alemão, além de outras

programações culturais.

Como não havia condições das emissoras comerciais atenderem ao

regulamento do CBT, a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, foi

encarregada pelo Ministério da Educação de realizar a programação educativa

para o Sistema Televisivo Nacional. Gilson Amado, observando a necessidade

de um centro de produção que suprisse todas as demandas dos programas

educativos, avançou as negociações com a República Federal da Alemanha,

mais especificamente com a Fundação Konrad Adenauer, conseguindo uma

doação que superaria o valor de 2 milhões e meio de dólares em

equipamentos, além da assistência técnica de quatro consultores alemães,

cobrindo as áreas de pedagogia, iluminação, eletrônica e produção.

Os dois anos iniciais da década de 70 foram fundamentais para a

estruturação da educação pela televisão no Brasil. Não existia em qualquer

país, mesmos os que possuíam TVs Educativas, modelos ou padrões para

projetos de cursos com características estritamente didáticas. Em 1972, a

Fundação inaugura um Telecentro, com um estúdio equipado com os

equipamentos e investimentos doados pelo governo alemão, transformando o

país num exemplo para o ensino teledidático mundial.

Com um telecentro moderno, foi possível a elaboração de um projeto

piloto, denominado "João da Silva", que tinha como objetivo principal de

produzir em nível correspondente ao antigo Curso Primário, baseado no

currículo próprio do curso. O projeto foi aprovado pelo Conselho Federal de

Educação, e a fundação desenvolveu um Curso de Preparação de candidatos

ao atingimento daquele grau de ensino (curso primário), em forma de novela,

transmitido pela televisão.

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24Esta idéia original exigiu intenso estudo e pesquisas até que se

encontrasse o modo adequado de inserir os conteúdos pedagógicos no curso,

uma vez que não existia em qualquer país um modelo de programa educativo

de televisão formatado nestes moldes. Em maio de 1973, 20 capítulos já

haviam sido gravados e cinco livros de complementação pedagógica havia sido

desenvolvido pelo MEC para acompanhamento e apoio.

Como na época a Fundação não possuía canal próprio de

transmissão, foi necessário recorrer à cooperação das emissoras comerciais.

João da Silva foi ao ar no dia 26 de novembro pela TV-Rio, então canal 13, às

19 horas. Pouco tempo depois, no dia 2 de dezembro, começava a ser

transmitido pela TV Tupi, então canal 6, e mais popular canal do país. Com

grande índice de audiência, o projeto que contava com 100 capítulos e mais 20

retrospectivas obteve uma eficiência bem maior do que os supletivos regulares.

Enquanto João da Silva era transmitido em 7 meses, o método regular durava

em média dois anos. Em algumas cidades do Estado do Rio de Janeiro, como

Duque de Caxias, o índice de aprovação nos exames para atingimento do grau

de Curso Primário atingiu 69,2%.

Em 16/08/73 o Decreto nº 72.634 outorgou à FCBTVE a concessão

para o estabelecimento de estação de rádio e difusão de sons e de imagens.

Ainda naquele ano, em novembro, o projeto "João da Silva" recebeu o Prêmio

Especial do Japão, escolhido entre os mais de 100 projetos mundiais, foi o

reconhecimento à realização e importância social de um projeto eficiente para

educar através da televisão.

O Curso Supletivo João da Silva começou a ser transmitido pela TV

Globo, Canal 4, em março de 1974; em julho, as provas finais do curso foram

organizadas pelas Secretarias de Educação da Guanabara e do Estado do Rio

de Janeiro; em dezembro, a TV Universitária do Recife começou a transmitir o

curso João da Silva.

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25Enquanto a FCBTVE analisava, planejava e estudava a criação do

Canal 2, programas educativos continuavam sendo criados e exibidos. Em

1975 a TV-Educativa de Porto Alegre começa a transmitir a série "João da

Silva", e em pouco tempo o curso passa a ser transmitido nas Televisões

Educativas do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá e Paraná.

Em novembro de 1975, algumas experiências foram realizadas para

avaliar o funcionamento do Canal 2. No dia 10 foi transmitida a primeira

programação, com a exibição de um programa sobre o projeto "João da Silva"

e o sobre Prêmio Japão.

Durante o ano de 1975, mesmo após o lançamento do Canal 2, foram

produzidos e gravados um número superior a quinhentos programas e a TVE

continuou a alimentar as demais emissoras com programas educativos,

passando a Fundação a transmitir sua programação para 39 emissoras

comerciais e 27 emissoras educativas.

Na década de 80 foram criados diversos projetos, dentre eles a "TV

Escola", desenvolvido em parceria entre a TVE e a Secretaria de Educação e

Cultura do Rio de Janeiro, para possibilitar o estudo da relação televisão-

escola, dentro do próprio colégio; além deste, tivemos o Telecurso 1º Grau, o

Telecurso 2º Grau, o Lanterna Mágica, o programa Mãos Mágicas, Catavento,

Daniel Azulay, Sítio do Picapau Amarelo, Betty Boop, Heureca, Teleconto,

História de quem fez História e Aprenda Inglês com Música. Em 1986 foi

desenvolvido o Projeto Universidade Viva, atendendo também, ao terceiro

grau, uma série constituída por um acervo de aulas, conferências,

experimentos científicos, seminários e simpósios produzidos pelas

universidades do país. Na área de educação "lato-sensu", o CBTVEGA

desenvolveu o Projeto "Espaço Comunitário", realizado em conjunto com as

Federações de Associação de Moradores e de Favelas do Estado do Rio de

Janeiro e com a Pastoral de Favelas da Arquidiocese.

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26No ano que a TVE completa vinte anos, 1987, a emissora consolidada

a programação da TV-Escola e a série de programas de qualificação

profissional; realiza também diversos acordos internacionais, gerando imagens

para a transmissão internacional dos jogos Pan-Americanos (Indianápolis –

EUA) e de programas especiais destinados as comunidades francesas ao

redor do mundo.

1.6 Fundação Roberto Marinho.

Fundada em 1977, pelo jornalista Roberto Irineu Marinho, a Fundação

Roberto Marinho reuniu um grupo de parceiros para a realização de um projeto

social que visa ampliar a educação, através do sistema televisivo, para milhões

de brasileiros. Seu principal projeto é o TELECURSO.

O Telecurso foi iniciado em janeiro de 1978, com o Telecurso 2º grau,

permanecendo até os dias atuais, com uma programação voltada para ao

ensino fundamental, médio e profissionalizante passado por diversas

atualizações durante esse período.

O telecurso 2º grau foi realizado através da parceria da Fundação

Roberto Marinho com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura

de São Paulo, sendo o pioneiro do ensino do ensino médio, na época

denominado 2º grau. Em 1981, outra parceria da Fundação, dessa vez com a

Fundação Bradesco leva ao ar o Telecurso 1º Grau, destinado às quatro

últimas séries do Ensino Fundamental, com o apoio do MEC e da Universidade

de Brasília.

Em 1994, outra parceria, dessa vez com a Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo (FIESP), com o Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI), daria origem ao mais

impetuoso projeto de educação através do sistema televisivo da América, o

Telecurso 2000 - uma proposta educacional inovadora voltada para milhões de

brasileiros que não concluíram os Ensinos Fundamental e/ou Médio.

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27Hoje, o Telecurso é reconhecido mundialmente como uma metodologia

que promove um salto de qualidade na educação, tendo beneficiado mais de

5,5 milhões de pessoas nas 27.714 telessalas em todo o Brasil. O acesso ao

Telecurso é garantido por meio da recepção livre da TV aberta do país e sua

programação está presente em 89% dos lares brasileiros e pelo menos 7

milhões de pessoas o assistem semanalmente.

“Números do Telecurso 2000 - de 1995 até hoje

- 27 mil telessalas implementadas em todo o país;

- mais de 5 milhões de alunos beneficiados diretamente pelas telessalas;

- 30 mil professores foram capacitados pela Fundação Roberto Marinho;

- 1.500 instituições parceiras;

- 24 milhões de livros distribuídos;

- 1,8 milhão de fitas com conteúdo do curso distribuídas.”

1.7 Universidade Aberta do Brasil

A Universidade Aberta foi criada em 2005 pelo Ministério da Educação,

por iniciativa do Fórum das Estatais pela Educação, realizado em 2004 com o

objetivo de discutir o desenvolvimento de ações que potencializem as políticas

públicas para a educação.

Seu principal propósito é a capacitação de professores da educação

básica, ofertando cursos superiores à distância, com pólos de apoio presencial,

nas universidades públicas do país. Inicialmente as ações foram voltadas para

a constituição de parcerias / credenciamento com as Universidades, validação

de diplomas dos cursos a serem ofertados, capacitação de profissionais,

dentre outras. Atualmente a Universidade Aberta possui diversos cursos de

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS …especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Jaqueline de Medeiros Eduardo 3 AGRADECIMENTOS Ao meu grupo de estudos que me auxiliou na realização

28graduação (licenciatura e bacharelado), tecnólogo, especialização, mestrado e

doutorado, através da parceria com as Instituições e Universidades federais,

estaduais e municipais do país, com mais de 720 pólos de apoio presenciais,

sendo 33% localizados no Nordeste do Brasil, permitindo o acesso ao ensino

superior para as camadas a população que possuem dificuldade ou estão

excluídos do processo educacional tradicional.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - não propõe a criação

de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação das já existentes,

possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios

brasileiros que não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos

ofertados não são suficientes para atender a todos os cidadãos.

Para ofertar cursos à distância, cada município deve montar um pólo

presencial, com laboratórios de informática, biologia, química e física, além de

biblioteca. Essa infra-estrutura, que inclui ainda o apoio de tutores, fica à

disposição dos alunos, sendo a elaboração dos cursos de responsabilidade

das instituições públicas de ensino superior que promoverá o curso naquela

região, inclusive com o desenvolvimento de material didático e pedagógico.

FIGURA 1 - Rede e articulações da Universidade Aberta do Brasil

Fonte: www.uab.capes.gov.br

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29As perspectivas do ensino a distancia no Brasil são de crescimento

constante, principalmente pelo atual nível de acesso a uma rede de banda

larga ou a computadores nas residências ou nas próprias escolas. A política

pública voltadas para o desenvolvimento de uma educação com maior

acessibilidade vem principalmente para o atendimento do público que habita

regiões distantes, sem infra-estrutura ou capacidade de instalar um dos pólos

da Universidade Aberta, por exemplo. Nesse sentido, para a sua efetiva

funcionalidade a utilização do desenvolvimento tecnológico, através de satélite,

do sistema televisivo, do próprio ensino por correspondência, mesmo que ao

invés de apostila impressa, seja utilizada um CD ou DVD, deve ser

constantemente explorado e desenvolvido para o atingimento do objetivo

principal – acesso à educação de qualidade para todos os brasileiros.1

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30

CAPÍTULO II

EDUCAÇÃO CORPORATIVA – AS UNIVERSIDADES

CORPORATIVAS

Diante de um mundo globalizado, com necessidades de constante

aprendizagem e desenvolvimento por parte dos seres humanos e de

atualizações “in realtime” pelas empresas, principalmente para manterem-se

competitivas no mercado, as organizações tinham de alterar seus setores de

Treinamento e Desenvolvimento. Para Eboli (2004), esses setores possuíam

programas que objetivavam o desenvolvimento de habilidades específicas,

com ênfase nas necessidades individuais e, principalmente, sem possuírem

uma interação com as estratégias corporativas da instituição para a qual

funcionavam.

A necessidade era a revisão de práticas de treinamento e

desenvolvimento para que houvesse o real alinhamento e desenvolvimento de

seus funcionários de acordo com as estratégias empresariais, por meio a

aprendizagem continuada. “Os setores de RH e treinamento passaram a ter a

missão de converter seus colaboradores em pessoas criativas, autônomas e

talentosas (...)” (Eleonora, 2005).

Dessa forma, as organizações encontraram – principalmente com o

auxílio da Educação à Distância - EaD – uma forma de levar a seu corpo

funcional, a chamada educação continuada, que segundo Mudim (2002) é uma

forma de atualização e aperfeiçoamento constante da capacitação técnica e

cultural desses profissionais. Essa solução não atende somente as

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31organizações, mas também o ser humano, visto que conforme Eboli (2004), a

curiosidade e a vontade de aprender continuamente são características da

natureza humana, a vontade de adquirir conhecimento é infinita e instintiva.

Assim, temos o desenvolvimento da Educação Corporativa, que busca a

orientação da organização para o aprendizado na forma que o profissional do

mundo atual, competitivo e com necessidade de selecionar os milhares de

informações disponíveis, espera para atingir às exigências do mercado de

trabalho altamente competitivo. Trata-se de um modelo estruturado para a

transmissão de conhecimentos específicos sobre assuntos que o funcionário

possa apresentar dificuldades, preparando-o para os desafios do futuro e ao

mesmo tempo repassando as estratégias corporativas da organização.

Promovendo assim, a integração de seu corpo funcional com a cultura

organizacional da empresa, formando um conjunto capaz de proporcionar o

resultado esperado e advindo do planejamento estratégico (missão, visão e

objetivos estratégicos).

Com a utilização da educação à distância, a Educação Corporativa

passa a verificar uma série de vantagens, como a redução de custos com

deslocamento e estadias de seus funcionários; não necessidade de criação de

uma base de treinamento; melhoria na percepção das novas tecnologias da

informação pelo corpo funcional; melhor desempenho mercadológico; criação

de cursos próprios, adaptados a realidade da empresa; desenvolvimento e

investimentos em tecnologia; atendimento de qualquer funcionário,

independente do local de atuação (fator preponderantemente importante no

Brasil, por suas dimensões continentais), entre outros.

A Educação Corporativa atua, muitas vezes, num ambiente interativo e

tecnologicamente moderno, com um cenário auto-instrucional e/ou com

coordenadores pedagógicos / facilitadores de aprendizagem nas organizações,

voltado tanto para o desenvolvimento de seu público interno, como também na

integração do público externo (stakeholders) com a sua cultura organizacional,

evidenciando uma poderosa fonte de vantagem competitiva. Para as

organizações a Educação Corporativa é uma forma de desenvolver seus

talentos e competências a fim de aumentar sua competitividade, obtendo

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32melhores resultados, ao tempo que demonstra uma postura empresarial

pautada na inovação, no respeito para o preparo no atendimento ao

consumidor, no compromisso com o desenvolvimento das pessoas, na

responsabilidade social e ambiental. (Eboli, 2004)

2.1 Universidades Corporativas

Para o real atingimento dos propósitos destacados até aqui (redução de

custos, inclusão de todo o corpo funcional, interatividade, adaptação dos

treinamentos para a realizada da empresa, introdução de sua cultura

organizacional na sociedade, obtenção de vantagem competitiva, etc) as

empresas buscaram nas diversas possibilidades de EaD o desenvolvimento da

Educação Corporativa (CDs, DVDs, apostilas empresas, etc), mas a melhor

forma possível é certamente o e-learning ou o estudo on-line através da

internet. Desta forma, as organizações desenvolveram as chamadas

Universidades Corporativas, que apesar de poderem ser encontradas de forma

física ou virtual, serão abordadas nesse trabalho na sua apresentação virtual

em ambiente de internet. As UCs desempenham um papel importante, ao

funcionarem como o canal / a rede necessária para o desenvolvimento,

interligação e educação de seus funcionários, clientes e fornecedores.

Segundo Marisa Eboli (2004), as Universidades Corporativas surgiram

no século XX para unificar a escola tradicional com a escola profissionalizante,

buscando desenvolver no pensamento do público alvo tanto os componentes

ideológicos, quanto os tecnológicos. Seu objetivo principal é o desenvolvimento

das competências críticas do negócio ao invés das habilidades individuais nos

profissionais / indivíduo; privilegiando a aprendizagem organizacional e

fortalecendo a cultura corporativa e o conhecimento coletivo; concentrando-se

nas necessidades dos negócios da organização, tomando um caráter

estratégico; concebe e planeja ações e programas educacionais voltados para

a estratégia dos negócios/ corporativa; adotando a educação inclusiva,

desenvolvendo competências críticas no público interno (funcionários) e

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33externo (parceiros, sociedade, fornecedores, clientes, demais stakeholders);

podendo ser no ambiente virtual ou real; com foco no resultado de ampliar a

competitividade empresarial.

Tabela 1 - MUDANÇA DE PARADIGMA

Centro de Treinamento e Desenvolvimento Universidade Corporativa

Desenvolver habilidades OBJETIVO Desenvolver competências críticas

Aprendizado individual FOCO Aprendizagem organizacional

Tático ESCOPO Estratégico Necessidades individuais ÊNFASE Estratégias de negócios

Interno PÚBLICO Interno e Externo Espaço real LOCAL Espaço real e virtual Aumento das disponibilidades RESULTADO Aumento da

competitividade Fonte: Eboli, 2004 – pág. 50 (adaptado de Meister, 1999)

Além disso, as Universidades Corporativas possuem como meta

principal a criação de vantagem competitiva para a empresa; seu

desenvolvimento leva a outro enfoque para a gestão do conhecimento e a uma

maneira diferente das organizações gerirem seus ativos intelectuais, intangível

e incalculável. (Vianna, 2003)

Para a implementação das Universidades Corporativas diversos fatores

são analisados, segundo Tobin (apud Éboli, 2002) os principais são a obtenção

de um maior destaque na imagem externa (discurso de treinamentos em sua

própria Universidade), na imagem interna (o grupo que cria a Universidade e

os próprios funcionários que se sentem inseridos num processo de

desenvolvimento amplo) e de seus valores (percepção de que conhecimento,

habilidades e competências formarão a base de uma vantagem competitiva, a

UC levará a intensificação do desenvolvimento de seus empregados).

A primeira Universidade Corporativa surgiu nos Estados Unidos na

General Motors, com a criação da General Motors Institute em 1927 (Gdikian e

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34Silva, 2002), mas somente na década de 80 houve o desenvolvimento e o

surgimento de diversas UCs naquele país. Segundo Éboli (2001), mais de

2000 universidades corporativas existem nos EUA, sendo as experiências mais

famosas a AT&T, Dell, Disney, Ford, General Motors, General Eletric, Lucent,

McDonald´s, Motorola e Xerox.

No Brasil, o conceito de UC desenvolveu-se a partir da década de 90,

principalmente pelo processo de abertura econômica da época, com a

possibilidade de entrada no país de produtos estrangeiros na concorrência

com os nacionais, que em sua maioria não eram atualizados há muito e

sofreram com a concorrência pesada. Nessa época, os setores tiveram de

atualizar-se de forma muito rápida, investimento fortemente em maquinário

moderno, novas tecnologias, treinamento e capacitação aos funcionários.

Diante desse contexto, a educação corporativa ganhou pleno destaque

exercendo sua principal função a do desenvolvimento humano, com repasse

de conhecimentos, ou seja, aprendizagem, vinculados aos objetivos e

estratégias das companhias.

A primeira Universidade Corporativa do Brasil foi inaugurada em 1992,

em Campinas (SP), através do grupo multinacional Accor. Contudo, somente

nos últimos cinco anos é que um grupo crescente de empresas, de capital

nacional e estrangeiro, iniciou a efetiva implantação de projetos de ensino com

utilização das Universidades Corporativas. Atualmente, mais de 100

organizações brasileiras ou multinacionais possuem Universidades

Corporativas, com destaque para a Accor, Alcatel, Bank Boston (comprado

pelo Itaú em 2006), AmBev, Banco do Brasil, BNDES, Carrefour, Caixa

Econômica Federal, Citigroup, Companhia Vale do Rio Doce, Correios,

Datasul, Eletronorte, Elma Chips, Embratel, Fiat, Ford, Organizações Globo,

IBM, Leader Magazine, McDonald´s, Metro-SP, Microsiga, Motorola, Natura,

Nestlé, Petrobras, Lojas Renner, Sadia, Souza Cruz, TAM Linhas Aéreas,

Telemar, Telemig, Unimed, Visa, Volkswagen e Xerox.

Conforme pesquisa realizada por Gdikian e Silva em 2001 (apud Eboli,

2004), com 30 empresas do Estado de São Paulo que utilizam Educação e

Universidade Corporativa, os resultados obtidos com a prática incluem

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35melhoria na retenção e atração de talentos, realização de programas

educacionais alinhados às estratégias do negócio da companhia, 60% ou 70%

adotam múltiplos meios de aprendizagem (virtual e presencial) e as que já

finalizaram o processo de implantação de UC afirmam ser a solução para o

alinhamento da aprendizagem com as estratégias empresariais, com a

substituição das ações e programas estanques e esporádicos pelos de

formação de longa duração.

2.2 A construção de uma Universidade Corporativa

Para a implantação de uma Universidade Corporativa, citamos Meister

(1998) que aponta os princípios e objetivos que devem ser inicialmente

discutidos para a implantação, bem como os primeiros passos para sua

construção, sempre observando o objetivo comum a todas as UCs que é a

difusão do aprendizado de forma permanente e continuada nas organizações,

sob a ótica de suas diretrizes e estratégias.

TABELA 2 – Objetivos e princípios para a aprendizagem e desenvolvimento

pela Universidade Corporativa:

1) Oferecer oportunidades de aprendizagem

que dêem sustentação às questões

empresariais mais importantes da

organização;

6) Encorajar e facilitar o envolvimento dos

líderes com o aprendizado;

2) A Univesidade Corporativa é um processo

e não um espaço físico determinado à

aprendizagem;

7) Passar do modelo de financiamento

corporativo por alocação para o

“autofinancimento” pelas unidades de

negócios;

3) A necessidade de elaborar um currículo

que incorpore Cidadania Corporativa,

Estrutura Contextual e Competências básicas;

8) Assumir um foco global no

desenvolvimento de soluções de

aprendizagem;

4) Treinar a cadeia de valor e parceiros,

inclusive clientes, distribuidores fornecedores

9) Criar um sistema de avaliação dos

resultados e também dos investimentos;

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36e produtos terceirizados, assim como

universidades que possam fornecer os

trabalhadores de amanhã.

5) Passar do treinamento conduzido pelo

instrutor para vários formatos de

apresentação da aprendizagem.

10) Utilizar a universidade corporativa para

obter vantagem competitiva e entrar em

novos mercados.

Fonte: Meister, 1998 – Cap. 2

2.3 Construção da Universidade Corporativa

Segundo Meister (apud Lemos, 2003), os passos para a construção de

uma Universidade Corporativa são:

1. Criar um sistema de controle onde as pessoas se envolvam, com

compartilhamento de visão sobre a universidade corporativa. Identificando as

necessidades de aprendizagem atuais e futuras, com o desenvolvimento de

treinamentos vinculados às estratégias organizacionais e fornecimento de

condições necessárias para o seu desenvolvimento, com um método de

avaliação. Criando dessa forma, uma filosofia de aprendizagem na

organização;

2. Desenvolvimento de uma visão, normalmente advinda do órgão de

controle da UC, que denote confiança e evolua de acordo com os passos

dados pela organização;

3. Delimitar o alcance da Universidade, para que essa possa atingir o

objetivo e a partir daí resolver a questão dos recursos necessários para seu

desenvolvimento;

4. É indicado que haja uma centralização das funções estratégicas

como: filosofia de aprendizado, seleção e gerenciamento de fornecedores,

entre outros; e que seja descentralizado o processo de alocação da

apresentação;

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375. Identificação do público alvo que a Universidade Corporativa irá

atender e a partir de então desenvolver as qualificações, competências e

conhecimentos que são e serão necessários para o sucesso da organização;

6. Seleção dos parceiros, que poderão ser consultores, instituições de

ensino superior ou os próprios funcionários da empresa, com o objetivo de

desenvolver os programas a serem ofertados;

7. Estabelecer o canal de comunicação que será utilizado para a

abordagem de toda a organização;

8. Criar um sistema capaz de avaliar o real impacto da aprendizagem

nos negócios e não apenas em números;

9. Desenvolvimento de um processo de comunicação eficiente, para

todos aqueles que estejam diretamente envolvidos no projeto de lançamento

da UC, para que possam sentir realmente a importância que este projeto vai

proporcionar a todos.

“As Universidades Corporativas, a cada dia, se tornam

ambientes de descoberta e aplicação e soluções

tecnológicas e de experiências importantes do campo da

aprendizagem. Nas empresas que aprendem, o

trabalhador da Era do Conhecimento precisa ser um

usuário capaz de manusear a tecnologia como parte

integrante de seu cotidiano. Nesse sentido, a educação a

distância, por estar associada às tecnologias de

informação e comunicação (TIC), é uma forma eficaz de

ambientação tecnológica, gestão do conhecimento e

aprendizagem organizacional.” (Ricardo, 2005)

Por fim, é importante destacar que as Universidades Corporativas não

visam substituir ou disputar espaço com as Universidades Tradicionais, sendo

um meio complementar, visto que a Universidade tradicional fornece a

formação conceitual e metodológica ao profissional, de forma abrangente. Ao

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38tempo em que a Universidade Corporativa oportuniza a formação focada no

ambiente de negócios, desenvolvendo o aprimoramento de competências

essenciais ou críticas para cada organização. Por essa posição de

complementaridade é que as UC buscam parcerias com as Universidades

Tradicionais não somente para a realização de projetos de Graduação ou

Especializações, mas também para a formação de uma rede de trabalho nas

organizações e/ou nas comunidades, capacitando e aumentando a

empregabilidade de profissionais.

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39

CAPÍTULO III

UNIVERSIDADES CORPORATIVAS NAS INSTITUIÇÕES

FINANCEIRAS

“Valorizar a educação como forma de desenvolver o

capital intelectual dos colaboradores, transformando-os

efetivamente em fator de diferenciação da empresa diante

dos concorrentes, ampliando assim sua capacidade de

competir. Significa buscar continuamente elevar o

patamar de competitividade empresarial por meio da

instalação, desenvolvimento e consolidação das

competências críticas – empresariais e humanas. (Eboli,

2004)”

As Instituições financeiras no Brasil vêm se apresentando como um dos

setores com o maior nível de competição e grande número de concorrentes.

Nos últimos anos, esse setor passou a consolidar-se através de fusões

aquisições, como o Bank Boston, comprado pelo Itaú em 2006; o BBV pelo

Bradesco em 2003; ABN pelo Santander em 2007; Unibanco pelo Itaú,

formando o maior Banco Privado do país, em 2008; e Banco Votorantin pelo

Banco do Brasil em 2009. Dessa forma, somente os que se adaptarem de

forma rápida e precisa ao ambiente de concorrência, com desenvolvimento e

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40implantação de estratégias diferenciadas para adquirir vantagem competitiva

se manterão existentes no segmento.

Diante desse cenário, a gestão de pessoas ganhou destaque, pois

somente as pessoas podem gerar um diferencial competitivo, uma vez que

produtos e serviços inovadores são facilmente copiados e as tecnologias de

ponta / avançadas podem ser adquiridas com facilidade. Assim, a implantação

de um sistema integrado e estratégico de educação corporativa foi uma das

iniciativas do setor, que verifica na Educação Corporativa uma forma eficaz de

contribuir definitivamente para o atingimento dos resultados nos negócios,

conforme esperado.

Assim, abordaremos casos reais de Educação Corporativa e

implantação de Universidades Corporativas no âmbito do setor financeiro, uma

vez que o desenvolvimento humano através da educação continuada, do

desenvolvimento de competências (capacidade de transformar o conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes em resultado – Venturini, 2005), geram

diferencial competitivo para as diversas empresas que a utilizam, caso

demonstrado claramente quando observamos as empresas do Setor

Financeiro. As iniciativas demonstradas serão das duas maiores Instituições

Financeiras ligadas ao governo – Caixa Econômica e Banco do Brasil- bem

como das instituições privadas ABN Amro Bank e Visa.

Os dados foram retirados da pesquisa realizada por Eboli (2004) na

abordagem dos 21 casos de sucesso de Universidades Corporativas e ainda

dos sites das citadas instituições.

3.1 Universidade Corporativa do Banco do Brasil

O Banco do Brasil possui 201 anos, sendo uma iniciativa dos tempos do

Brasil Colônia, com isso foi inovador e pioneiro em diversos campos, sendo até

o hoje o banco com o maior número de acessos via internet banking (Relatório

Anual, 2008). Na educação corporativa possui mais de 40 anos de história e

tradição, com implantação de sua Universidade Corporativa em 2002, com o

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41objetivo principal de desenvolver a excelência humana e profissional de seus

funcionários por meio da criação de valor através da educação.

Além disso, a Universidade tem o papel de contribuir para a melhoria do

desempenho organizacional, visto que os treinamentos são vinculados às

estratégias corporativas da empresa, bem como atuar no fortalecimento da

imagem da Instituição com o público externo, sociedade e mercado de modo

geral, contribuindo para a geração de negócios e desenvolvimento de capital

intelectual da organização.

Seus cursos e programas apresentam a proporção de 70% presenciais

e 30% virtuais, com a utilização de material impresso, em vídeo, interativos

(CD e DVD), e são ofertados atualmente aos mais de 100 mil funcionários

ativos, aos aposentados e colaboradores de empresas coligadas, além de sua

cadeia de parceiros, clientes e fornecedores.

Na composição da estrutura destinada à Educação Corporativa do

Banco do Brasil, estão: a Universidade Corporativa; doze unidades regionais

de aprendizagem, nas quais são realizados os treinamentos internos

presenciais complementares; 11 auditórios; mais de 1000 educadores

formados internamente, através do treinamento de seu corpo funcional e ainda

2 bibliotecas para uso de seus funcionários e para o público em geral (RJ e

DF).

Programas:

Dentro da política de Educação Corporativa do Banco do Brasil, diversos

programas para o aperfeiçoamento contínuo de seus funcionários são

realizados, dentre os destaques temos:

• Ciclo de Palestras, destinado à atualização técnico-gerencial;

• Cursos Internos, presenciais, auto-instrucionais e em serviço;

• Programa de Formação e Aperfeiçoamento em Nível Superior, que inclui:

o bolsas de graduação ;

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42o bolsas de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;

o bolsas de pós-graduaçãoo stricto sensu - mestrado e doutorado;

• Programa de Desenvolvimento em Idiomas Estrangeiros;

• Programa BB MBA - Desenvolvimento da Excelência Técnico-Gerencial;

• Programa Excelência Executiva, destinado ao aperfeiçoamento das competências estratégicas dos dirigentes do BB;

• outros eventos de atualização profissional - cursos, palestras e congressos diversos.

3.2 Universidade Corporativa da Caixa Econômica

Federal:

O processo de Educação Corporativa na Caixa Econômica Federal data

da década de 70, com processos de educação empresarial de excelência e

capaz de gerar competências reconhecidas tanto ao público interno, quanto ao

público externo à empresa. Inicialmente os programas de treinamento e

desenvolvimento eram somente presenciais, mais diante da necessidade de

ampliar o público, passou a utilizar também a Educação à Distância,

treinamento em serviço, aprendizado prático monitorado, utilização de mídias

impressas ou eletrônicas, até a implantação da Universidade Corporativa em

2001.

A Universidade Caixa Econômica Federal tem como objetivo a

abrangência de todos que tem contato com a empresa, com seus produtos,

seus serviços, bem como parceiros, público em geral, seus empregados,

clientes, fornecedores, parceiros, para um processo contínuo de aprendizagem

e o desenvolvimento de uma visão compartilhada sobre a CAIXA, sua missão,

seus valores e sua importância junto à sociedade.

Hoje, além da presença constante via internet, a Universidade CAIXA

conta com um espaço físico para suas ações educacionais corporativas na

cidade de São Paulo. Em 2001, 63% dos treinamentos foram realizados por

meio da educação à distância. Há um compromisso com um modelo de

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43aprendizagem democrático, que valorize o espaço de interlocução entre os

participantes do processo ensino-aprendizagem; o estímulo à reflexão, à

criatividade e ao compartilhamento de idéias; espaço para críticas e sugestões;

e, sobretudo, os valores que contribuem para o crescimento do indivíduo em

seu processo sócio-histórico-cultural.

O maior desafio da empresa atualmente é a implantação de um sistema

de avaliação de resultados, pois ainda não é possível encontrar mecanismos

capazes de mensurar os resultados da Universidade Corporativa nos negócios

da empresa.

Programas

Através de sua Universidade Corporativa, a CAIXA disponibiliza

programas e ações de desenvolvimento, atualização e aperfeiçoamento

contínuo para seus funcionários, dentre eles:

• Seminários internos destinados à atualização técnica e gerencial;

• Cursos e outras ações de aprendizagem presenciais, à distância, em serviço, auto-instrucionais;

• Programas focados no desenvolvimento de competências essenciais ao atendimento ao cliente;

• Programas de desenvolvimento gerencial com foco nas competências requeridas pela Empresa;

• Programas de incentivo à elevação da escolaridade e ao aperfeiçoamento em nível superior;

• Bolsa de estudos para conclusão de curso de graduação;

• Oferta de cursos seqüenciais de nível superior, à distância;

• bolsa de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;

• Incentivo à pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado;

• Programas de incentivo ao desenvolvimento em idiomas estrangeiros;

• Programas de MBA e Cursos de Pós-Graduação lato sensu corporativos.

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44Além das ações citadas acima, a Universidade Corporativa CAIXA

desenvolve também programas e soluções específicos para a capacitação de

adolescentes que participam do Programa Adolescente Aprendiz da CAIXA,

cujo objetivo é oferecer capacitação qualificada e contribuir para a inclusão

desses menores no mercado de trabalho; bem como Cursos ao público

externo:

• Matemática Financeira: O curso traz de forma simples e ágil conceitos importantes sobre Matemática Financeira com o uso da calculadora HP12C, para você utilizar no planejamento das suas contas e no seu dia-a-dia pessoal e profissional.

• Módulo Comunicação e Linguagem: Dicas para melhorar a qualidade dos textos empresariais.

• Direitos do Consumidor Bancário: Fornecer informações e dicas sobre legislação de Direito do Consumidor e bancária com o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos cidadãos sobre seus deveres e direitos no relacionamento com as instituições bancárias.

• Dicas para Viver Melhor: Dicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas dentro e fora do escritório.

• Conhecendo a Responsabilidade Social-Empresarial

• Indicadores de Ações de Responsabilidade Social Empresarial

3.3 Universidade VISA

Diante da preocupação com a transformação do mercado de meios de

pagamento e o constante crescimento do seu principal negócio (meio

eletrônico de pagamento), a Visa desenvolve, na década de 90, um

treinamento denominado VisaTraining para suprir a necessidade imediata dos

Bancos nacionais em realizar treinamento para o entendimento e conceituação

técnico e gerencial sobre os meio eletrônicos de pagamento, novidade à

época.

Em 2000, o VisaTraining transforma-se na Universidade Visa, com uma

proposta de treinamento, manutenção de atualização necessária e repasse de

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45informações aos profissionais ligados ao negócio de meios eletrônicos de

pagamento no país, com ênfase no atendimento da formação nesse segmento.

Os cursos desenvolvidos e ministrados pela Universidade têm como

público alvo os próprios funcionários da VISA, os funcionários dos Bancos

emissores da bandeira, os funcionários da VISANET, da VISA VALE e de

processadoras. São programas técnicos, operacionais e gerenciais, com

ênfase nos sistemas utilizados pelos profissionais e forma de operá-los.

Atualmente os cursos são todos presenciais, com média de três cursos

por mês, que duram de um a três dias cada, com possibilidade de treinamento

“in-company”, que funciona com a presença de um técnico no local de trabalho

do profissional que necessita do treinamento, mas a empresa planeja o

desenvolvimento de programa à distância como forma de complemento ao

trabalho presencial exercido por seus profissionais. Os mesmos são ofertados

em três módulos, sendo eles:

Programas:

Introdução ao Negócio

Neste módulo estão identificados os cursos que têm por objetivo prover

os conceitos básicos e fundamentais do negócio de meios de pagamento

eletrônico.

Técnicos e Operacionais

Cursos que visam o aperfeiçoamento e aprofundamento de conceitos,

ferramentas e práticas relacionadas ao sistema Visa.

Gestão do Negócio

O objetivo dos cursos que fazem parte deste módulo é apresentar

informações importantes do business de cartões que visam colaborar para um

melhor gerenciamento do negócio e, desta forma, maximizar sua rentabilidade.

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46

3.4 Academia ABN Amro-Brasil – Banco Real ABN Amro

A proposta para viabilizar a Academia ABN Amro surgiu no business

plan de abr/00 da empresa, o momento da consolidação da fusão como Banco

Real, com o Brasil sendo o terceiro maior mercado para o ABN Amro.

Inaugurada em 2001, a academia atende todos os funcionários do Banco (nível

gerencial, técnico e operacional), com o desafio de ampliar à sociedade alguns

programas que envolveram principalmente pessoas imediatamente ligadas à

empresa (clientes, parentes de funcionários, portadores de deficiência física,

etc).

Dentre os objetivos da Academia temos a adoção de um enfoque de

educação inclusiva, com atendimento dos públicos internos e externos,

abrangendo toda a cadeia de valor das pessoas da companhia, dando suporte

ao atingimento dos objetivos estratégicos e de negócios da companhia.

Atualmente a Academia conta com centros de capacitação para

treinamentos presenciais nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Horizonte. O treinamento à distância é realizado através da disponibilização de

materiais aos funcionários para o autodesenvolvimento, através de CDs,

DVDs, livros, periódicos, fitas de vídeo e cassete.

Programas:

Cursos realizados através da parceria com instituições de ensino

superior (Ibemec, FGV, FIA-FEA/USP, etc);

Programas de qualificação em informática, desenvolvidos a partir da

parceria com a Associação Desportiva para Deficientes (ADD);

Diversos outros programas divididos por competências humanas

necessárias ao desenvolvimento dos funcionários, sendo as GERAIS e

COMPORTAMENTAIS para todos os funcionários, as GERENCIAIS somente

para o segmento de líderes e as FUNCIONAIS para o segmento operacional.

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47Cursos Online – Disponíveis no portal do Banco para a sociedade, porém com

necessidade de cadastramento de “login” e senha para acesso. Com

apresentação dos seguintes cursos: Estatutos da Criança e Adolescente e

Idoso, Investimento Social Privado, Sustentabilidade, Diversidade, Direitos

Humanos, Edificação Sustentável

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos dados demonstrados neste trabalho, que tiveram por base

demonstrar a importância da Educação Corporativa, baseada na Educação à

Distância, para a criação de vantagem competitiva, conclui-se que a utilização

da Educação Corporativa tanto para possibilitar a educação continuada nas

empresas (funcionários e colaboradores), quanto para o aumento da

competitividade entre as mesmas é fundamental.

Com isso, podemos verificar que setores altamente competitivos, como

o das Instituições Financeiras, vêm realizando fortes investimentos em

Educação Corporativa, até mesmo com a criação de Universidades

Corporativas voltadas para o público interno e com possibilidade de estender

ao público externo.

Assim, uma Gestão de Pessoas Estratégica, com ênfase na Educação

Corporativa, auxiliará para a criação de uma cultura organizacional no corpo de

funcionários e demais partes relacionadas (clientes, fornecedores,

concorrentes, público em geral, etc), desenvolvendo uma vantagem

competitiva sólida sobre os demais participantes / concorrentes e/ou possíveis

entrantes no segmento.

Por fim, identificamos que a perspectiva para o segmento de Educação

à Distância e de Educação Corporativa no país são extremamente favoráveis,

principalmente por possibilitar a integração da população em um país como o

Brasil, com dimensões continentais; e ainda no atendimento de um grande

contingente de funcionários e/ou colaboradores como o das grandes

corporações, permitindo o desenvolvimento coletivo, a inclusão participativa,

propagação da cultura organizacional e a sustentabilidade para com os

negócios e a sociedade.

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49

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ALBUQUERQUE, Lindolfo G. de; FLEURY, Maria Tereza Leme (coord.);

EBOLI, Marisa; OLIVEIRA Jr., Moacir de M.; FISCHER, Rosa M.; CASADO,

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MEISTER, Jeanne C. Corporate Universities: lessons in building world-class

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51VIANNA, Marco Aurélio Ferreira. Universidade Corporativa – Uma visão de

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www.universidadevisa.com.br/, acessado em 08/07/2009

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52www.uab.capes.gov.br , acessado em 10/07/2009.

http://www.unit.br/estudo/, acessado em 11/07/2009

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Portais das Universidades Corporativas

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ANEXO 1

Fonte: Site –www.bb.com.br/portalbb/home1,139,139,23,0,1,8.bb (acessado em 18/07/2009)

a) Portal da Universidade Corporativa Banco do Brasil

Fonte: Site –�universidade.caixa.gov.br/ (acessado em 18/07/2009)

b) Portal da Universidade Corporativa CEF

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55Fonte: Site –www.universidadevisa.com.br/ (acessado em 18/07/2009)

c) Portal da Universidade Visa

Fonte: �sustentabilidade.bancoreal.com.br/cursos/cursosonline.aspx, acessado em

18/07/2009

d) Portal da Academia ABN AMRO Bank

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ÍNDICE

Folha de rosto............................................................................... 02

Agradecimento.............................................................................. 03

Dedicatória ................................................................................... 04

Resumo ........................................................................................ 05

Metodologia ................................................................................. 06

Sumário ....................................................................................... 07

Lista de Figuras e Tabelas ........................................................... 08

Introdução .................................................................................... 09

Capítulo I – A Educação à Distância no Brasil ..............................11

Capítulo II – Educação Corporativa - Universidade Corporativa

.......................................................................................................30

Capítulo III – Universidade Corporativa nas Instituições

Financeiras.....................................................................................39

Considerações Finais.....................................................................48

Referências Bibliográficas .............................................................49

Anexos ..........................................................................................53

Índice ............................................................................................56