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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Imagem e Marketing: O Processo de Construção das Mascotes de
Empresas
Por: Marcos Paulo Franco Nascimento
Orientadora
Prof. Aleksandra Sliwowska
Rio de Janeiro
2012
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Imagem e Marketing: O Processo de Construção das Mascotes de
Empresas
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão Empresarial
Por: Marcos Paulo Franco Nascimento
2
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer aos professores do curso de Gestão Empresarial, que
compartilharam parte dos seus conhecimentos.
À Universidade Candido Mendes / AVM Faculdade Integrada pela infraestrutura
disponibilizada aos alunos.
E a minha orientadora Aleksandra Sliwowska, que acompanhou meus estudos
desde a elaboração do plano de pesquisa.
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Regina Coeli e Paulo Cesar, à
minha irmã Aline Cristina, e à minha tia
Solange.
4
RESUMO
No início do século XX, a partir de 1900, surgiu o marketing como área do
conhecimento, em razão do desenvolvimento econômico e do comércio, e da
necessidade em aumentar os esforços para incrementar as vendas. A sua prática
despontou nos Estados Unidos, na década de 40. Hoje, o marketing, que se
constitui como departamento ou setor estratégico nas grandes empresas, tem se
utilizado de imagens para a promoção e venda de produtos e serviços. Toda
imagem é a representação de uma informação, que é capaz de transmitir idéias,
princípios e valores de empresas e pessoas.
Atualmente, os tipos de imagens que tem chamado atenção são as mascotes de
empresas. Observa-se que esses personagens animados têm uma função que vai
além da promoção do produto. Elas tem se destacado, também, na apresentação da
marca empresarial e dos valores agregados a ela. Esses valores, juntamente com
algumas características peculiares, são o que torna a marca única no mercado e
que faz com que as pessoas identifiquem-se com ela. Em alguns casos, faz com
que o público entenda a marca como a representação de um estilo de vida.
Percebe-se que este entendimento está relacionado com fatores psicológicos,
culturais e sociais.
Levando-se em consideração esse papel desempenhado pelas mascotes, e
reconhecendo a sua importância para as empresas, se tem como objetivo saber
como é realizado o processo de construção das mascotes de empresas, qual o
objetivo dessa criação, e quais os resultados esperados. Para pensar e responder
essas questões, foram escolhidas duas mascotes de grandes empresas da indústria
de alimentos. São elas: o tigre Tony, da empresa Kellogg’s, e o Lequetreque, da
empresa Sadia.
A presente pesquisa mostra, utilizando esses objetos de estudo, a importância
da marca para as empresas, os efeitos provocados por ela no público, e explica a
participação das mascotes no processo de gerenciamento da marca empresarial.
Palavras-chave: Imagem. Marketing. Mascote. Marca.
5
METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida através da leitura de artigos, periódicos,
apresentação de trabalhos científicos em congressos e seminários referentes a
marketing, informação, comunicação, mídia e imagens. Compreender esses
assuntos permitiu um melhor entendimento do universo da imagem e do marketing,
e como estes dois elementos são utilizados no gerenciamento da marca
empresarial.
Foram realizadas, também, visitas aos sites da Kellogg’s Brasil Ltda e da Sadia
SA com o objetivo de conhecer as suas histórias, as suas marcas, e as suas
mascotes.
6
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Tony correndo com a bola dominada 43
FIGURA 2 - Lequetreque, com seus novos óculos, comemorando a lide-
rança da marca Sadia no mercado brasileiro 45
FIGURA 3 - Lequetreque sorrindo e usando os óculos antigos nas cores
vermelho e amarelo 46
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Marketing, Informação e Imagem 12
CAPÍTULO II - Comunicação, Mídia e Tecnologias da Informação 22
CAPÍTULO III - A criação das Mascotes e o seu Papel no Gerenciamento da
Marca Empresarial 34
CONCLUSÃO 48
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51
BIBLIOGRAFIA CITADA 53
8
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, tem-se percebido um aumento na utilização de personagens
animados nos comerciais de vários produtos dos mais variados segmentos de
negócios. Muitas empresas têm investido na criação de personagens animados para
promoverem seus produtos ou serviços. Dependendo de como estes personagens
são vistos pelo público e do sucesso do produto, há grandes possibilidades dos
mesmos tornarem-se as suas mascotes.
A importância de se pesquisar o tema mascotes de empresas é porque colocam-
se em evidência o processo de construção das mesmas, os efeitos que o produto
dessa construção causam no público que se quer conquistar, e a transformação de
um simples desenho em um autêntico símbolo da empresa.
Partimos do pressuposto que quando uma empresa mobiliza seu Departamento
de Marketing, e lhe dá a tarefa de criar um personagem animado para promover o
seu produto, o objetivo não é apenas a promoção do mesmo, mas, também, fixar
este personagem na mente das pessoas, sejam elas o público alvo ou não. A partir
do momento que esta fixação é realizada, é estabelecida, pelas pessoas, uma
ligação entre o personagem e o produto, e, quase que automaticamente, é feita uma
associação com a empresa.
Com todas essas ligações estabelecidas, e com o sucesso do produto, o
personagem animado, que é uma das várias estratégias utilizadas para promoção,
torna-se a mascote da empresa. Ela contribui tanto no processo de fortalecimento
da marca empresarial, quanto na construção de uma relação de lealdade entre a
marca e o consumidor.
Entendendo que as mascotes de empresas tem um papel importante na
promoção de produtos e divulgação da marca empresarial, mas que esse papel
ainda passa despercebido por muitas pessoas, inclusive, gestores de empresas e
estudantes de cursos ligados à Administração, se tem como objetivo:
- mostrar o processo de construção das mascotes de empresas;
- mostrar os impactos que essas imagens têm na sociedade;
9
- mostrar que, por mais simples que possa parecer, as mascotes são elementos
de persuasão fortíssimos no processo de tomada de decisão do cliente, no que diz
respeito à aquisição de produtos;
- mostrar a importância da mídia, da comunicação e da tecnologia da informação
para as empresas, no que se refere à apresentação das mascotes à sociedade, na
divulgação do produto e no fortalecimento da marca.
Logo, as principais questões que orientam esse trabalho são: Como é realizado
o processo de criação das mascotes de empresas? Qual o objetivo dessa criação?
Os resultados que se espera são obtidos?
Na pesquisa, serão utilizados dois objetos de estudo. São eles: O tigre Tony, da
empresa norte-americana Kellogg’s, que é especialista em produção de cereais e
encontra-se localizada em 180 paises entre eles o Brasil onde tem o nome de
Kellogg’s Brasil Ltda, e o Lequetreque (ou Frango da Sadia), da empresa brasileira
Sadia S.A que mantém posição de liderança no setor de alimentos industrializados
congelados e resfriados, e nos setores de aves e suínos. Estes personagens serão
analisados desde as suas criações, passando pelas suas evoluções, até chegar aos
dias atuais onde teremos uma visão mais clara do seu papel na organização.
A seguir, será feita uma breve apresentação das empresas as quais as
mascotes pertencem.
Kellogg’s
A Kellogg’s Company foi criada em 1906 por William K. Kellogg para fabricar e
distribuir o seu produto que é o cereal. A sua expansão teve início no Canadá, em
1914. A partir daí, o sucrilho Kellogg’s foi conquistando seu espaço nas prateleiras
dos mercados de vários lugares do mundo. 1953 é o ano em que o tigre Tony
aparece pela primeira na embalagem do sucrilho. O início das atividades da
Kellogg’s no Brasil foi em 1962. Hoje, a empresa tem o seu produto fazendo parte
do café da manhã de milhões de consumidores no mundo todo, tem
aproximadamente 32 mil funcionários, instalações físicas em mais de 19 países e,
como foi dito anteriormente, está presente em mais de 180 países.
10
A missão da Kellogg’s é promover o crescimento sustentado através do poder
dos seus colaboradores e das suas marcas, para melhor satisfazer as necessidades
dos seus clientes. A sua visão ser a maior companhia de alimentos do mundo,
enquanto os seus valores são: atuar com integridade e respeito; amar o seu
negócio, suas marcas e seus produtos; e se esforçar para simplificar.
Sadia
A Sadia foi fundada em 1944 por Attilio Fontana, na região de Concórdia, em
Santa Catarina. A mesma possui um portfólio com mais de 650 itens, que são
distribuídos para mais de 300.000 pontos de venda em todo Brasil, e é uma das
maiores empresas de alimentos da América Latina e um das principais exportadoras
do país. Essas condições lhe permitem distribuir mais de mil produtos para 100
países. Não é atoa que a Sadia é referência de excelência na indústria de alimentos.
A Sadia foi eleita, por quatro vezes seguidas, como a marca mais valiosa do setor
de alimentos brasileiro. Ela possui aproximadamente 55 mil funcionários e mantém
parceria com cerca de 10.000 granjas integradas de aves e suínos.
A missão da Sadia é alimentar consumidores e clientes com produtos saborosos
e saudáveis, com soluções diferenciadas, enquanto a sua visão é ser reconhecida
por sua competitividade em soluções de agregação de valor e respeito ao
crescimento sustentável da cadeia de valor.
Com todo esse sucesso e reconhecimento no mercado, a Sadia contribui para o
crescimento do país.
Esta monografia está estrutura da seguinte forma: Introdução, Capítulo I,
Capítulo II, Capítulo III, e Conclusão.
No capítulo I, buscou-se saber o que é imagem, qual a sua relação com a
informação, e como o marketing se utiliza da imagem para promover os produtos e
serviços da empresa e conquistar o cliente.
No capítulo II, procurou-se saber qual a importância da mídia e da tecnologia da
informação no processo de comunicação entre pessoas, grupos sociais e empresas,
e como isso se relaciona com o processo de globalização.
11
No capítulo III, foi feito um estudo sobre as marcas e as mascotes de empresas.
Tentou-se refletir sobre a influência da marca empresarial na vida do público, e
como os personagens animados conseguem participar ativamente do
gerenciamento da marca e da sua consolidação no mercado.
Na conclusão, foi realizada uma sucinta retrospectiva dos capítulos anteriores,
abordando-se sobre o processo de construção das mascotes de empresas e
construindo uma reflexão final sobre a contribuição delas no campo empresarial.
Espera-se que este trabalho ajude a elucidar sobre o real propósito da criação e
utilização de personagens animados, e a visibilizar a sua importância no
planejamento estratégico da organização.
12
CAPÍTULO I
Marketing, Informação e Imagem
Em um estudo sobre o uso de personagens animados para a promoção de
produtos, é necessário que antes se compreenda minimamente três elementos
básicos: Marketing, Informação e Imagem. Entende-se que a imagem pode ser
considerada como uma informação capaz de transmitir idéias, princípios e valores
de pessoas e empresas, e que o Marketing se utiliza de todo esse potencial
imagético para conquistar o público e oferecer seus produtos e serviços.
1.1 - Marketing
O Marketing surgiu como área do conhecimento no início do século XX, a partir
de 1900, em razão do desenvolvimento econômico e do comércio, e da necessidade
em aumentar os esforços para incrementar as vendas. A prática do marketing
despontou mesmo nos Estados Unidos, na década de 40.
Esta área do conhecimento, por conta do seu ano de surgimento, pode ser
considerada recente. É necessário deixar claro que o Marketing existe desde a
Antiguidade, teve seu início com a troca de mercadorias que é tida por muitos
pesquisadores como a primeira forma de negociação das civilizações, mas até
então ele existia como saber prático. Aqui a abordagem sobre Marketing é a partir
da sua constituição como área do conhecimento. Desta constituição até os dias
atuais, o Marketing passou por várias transformações. Devem-se essas
transformações ao desenvolvimento do mercado, da tecnologia, e às escolas que
foram criadas com o intuito de estudá-lo.
Agora, pela importância que é conquistar e manter um negócio, os gestores de
empresas procuram solucionar diariamente a seguinte questão: Como manter
relações permanentes com os clientes?. Ou seja, como fazer para que o cliente não
troque o seu produto ou serviço pelo do seu concorrente, e, consequentemente,
torne-se um cliente fiel? Na década de 50, as soluções eram buscadas dentro do
campo administrativo, depois passaram a ser buscadas dentro de algumas ciências
sociais, como, por exemplo, a Psicologia.
13
A Psicologia contribuiu de forma significativa no conjunto de atividades do
marketing, porque auxiliou na compreensão do consumidor, que era tido até então
apenas como um ser racional. No que diz respeito à compreensão do consumidor, a
primeira escola a estudá-la foi a Escola do Behaviorismo. O foco era, basicamente,
o mercado consumidor e a análise das informações demográficas (quem são esses
consumidores, idade, sexo, onde moram, etc). Nessa escola, os pensadores tinham
em comum o desejo de aplicar os princípios comportamentais às ações do público
ao consumir um produto.
Outras ciências sociais que contribuíram na evolução do Marketing e das suas
atividades foram a Sociologia e Antropologia Social. A Sociologia, porque estuda os
comportamentos dos grupos sociais, seus símbolos e imagens, ou seja, as suas
características. A Antropologia Social, porque estuda o status e os sistemas sociais.
Embora o Marketing exista há muito tempo, os Departamentos de Marketing
passaram a ser criados nas grandes empresas apenas na década de 70. Esta
criação seria o reconhecimento da grande contribuição dada por essa área no meio
empresarial. O reconhecimento foi tão verdadeiro que fez com que o Marketing
extrapolasse as fronteiras do ramo empresarial, e tivesse os seus princípios e
técnicas utilizadas pelo governo, entidades religiosas e partidos políticos.
Atualmente, observa-se que as organizações, que têm a intenção de serem
competitivas, estão investindo cada vez mais em recursos humanos, materiais e
tecnológicos. Este esforço é a melhor forma que uma empresa tem para melhorar o
seu produto, tornando-o atrativo para os seus clientes.
A organização é entendida aqui como
[...] um organismo vivo com valores e propósitos específicos,
com uma missão e objetivos a atingir. É um sistema único,
composto de diversos subsistemas, cada qual com atividades
típicas e funções básicas específicas: suprimentos, produção,
finanças, recursos humanos e marketing. (BASTA,
MARCHESINI, OLIVEIRA e SÁ, 2005, p. 15).
14
Ao que parece, o Marketing é parte do sistema único de uma empresa, que
auxilia no cumprimento da missão e no atingimento dos objetivos da organização.
Marketing, segundo Kotler, é
“O processo social por meio do qual pessoas e grupos de
pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com
a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de
valor com outros”. (2000, p. 30)
Uma das preocupações do Marketing é a tarefa de identificar as necessidades e
desejos do cliente. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo, as empresas
só se preocupavam com o produto e se esqueciam dos clientes. A partir do
momento que as organizações mudaram a sua maneira de pensar e começaram a
prestar mais atenção nos consumidores, passou-se a ter um aumento significativo
nos lucros. Kotler diz que o Marketing contribuiu nesta mudança de pensamento por
parte das empresas. Ele diz que
“O marketing moderno, como uma de suas principais
contribuições, ajudou as empresas a perceberem a importância
da mudança na organização do modelo centrado no produto
para aquele centrado no mercado e no cliente”. (1999, p. 12).
Tem-se visto que o Marketing não se restringe mais a produtos e serviços. Agora
há, também, Marketing de pessoas, instituições, lugares etc. Isso mostra que houve
uma evolução desse processo e, de certa forma, um reposicionamento ideológico,
ou seja, a idéia de Marketing, dentro das empresas, mudou positivamente. Fazendo
elevar o seu grau de importância nas corporações. Sobre a evolução e expansão
das tarefas do Marketing, Kotler afirma que
“Entre outras tarefas do marketing, estão a tentativa de mudar
a imagem de produtos impopulares e de reinar uma demanda
irregular. Reconheci, por meio de todas estas observações,
que o propósito central do marketing é a administração da
15
demanda, isto é, as habilidades necessárias para gerenciar o
nível, a regulagem do tempo e a composição da demanda”.
(1999, p. 12).
O Marketing tem como objetivo analisar e monitorar o comportamento dos
diversos grupos sociais que constituem a sociedade, porque esses grupos sociais
representam o mercado. Com isso, o Marketing visará satisfazer as necessidades e
desejos deles. Vale lembrar que todos os esforços feitos pelo Marketing, quando
demonstram eficiência e eficácia, o torna uma força que tem influência direta na
economia das empresas. No que diz respeito à necessidade e desejo das pessoas,
é preciso dizer que há uma diferença entre estes dois termos. Necessidade é o
estado em que o indivíduo se encontra privado de alguma satisfação básica, como
por exemplo, beber água ou se alimentar. Enquanto desejo é algo que o indivíduo
busca satisfazer normalmente por questões sociais e profissionais. Como por
exemplo, comprar um carro quando já se tem dois em perfeitas condições de uso na
sua garagem, ou comprar um par de tênis quando já se tem 100 pares de tênis em
casa.
Após serem feitas as análises e monitoramentos dos grupos sociais, e identificar
suas necessidades e desejos, é necessário mostrar aos seus clientes, ou clientes
em potencial, que possuem exatamente o que eles querem. Existem algumas
formas disto ser feito, como por exemplo, através da propaganda e da publicidade.
“A propaganda e a publicidade desempenham os papéis mais
importantes no estágio de desenvolvimento da
conscientização. A compreensão do cliente é mais fortemente
afetada pela propaganda e pelas vendas pessoais. O
fechamento de uma venda é influenciado fundamentalmente
pelas vendas pessoais e pela promoção de vendas e um pouco
pela propaganda de lembrete.” (KOTLER, 2000, p. 587)
Vamos focar na propaganda. Os Departamentos de Marketing de muitas
empresas têm dedicado grande parte do seu tempo criando propagandas que
16
prendam a atenção do público e o faça se interessar pelo seu produto ou serviço.
Segundo Kotler, propaganda
[...] é qualquer forma remunerada de apresentação não-
pessoal e promocional de idéias, bens ou serviços por um
patrocinador identificado. (2000, p. 596).
“Os objetivos da propaganda devem resultar de decisões
anteriores sobre o mercado-alvo, a posição no mercado e o
mix de marketing.” (2000, p. 596).
Analisando a reflexão de Kotler acima, podemos dizer duas coisas. Primeiro, a
propaganda não promove apenas produtos e serviços. Ela também promove idéias,
ou seja, ideologias. E essas ideologias, dependendo da forma como forem
difundidas, interferem direta ou indiretamente, positiva ou negativamente na vida
pessoal, social e profissional das pessoas. Segundo, a propaganda é o produto da
elaboração de um Plano de Marketing, já que para se escolher uma forma de
divulgar o produto deve-se saber antes quem é o público-alvo, saber o que eles
necessitam e/ou desejam, definir o produto, o preço, conhecer quem são as
pessoas envolvidas no negócio, e ter os processos organizacionais bem claros e
especificados.
Na hora de selecionar qual estratégia usar para divulgar os produtos e serviços,
está havendo uma escolha muito grande pela imagem e a sua veiculação através da
televisão. Isso porque a sociedade contemporânea mostra-se muito mais aberta e
receptiva às mensagens que uma imagem busca passar, do que uma abordagem
pessoal na rua, na porta de casa, no shopping etc.
1.2 - Informação
A mensagem que uma imagem busca passar para as pessoas é chamada de
informação. A palavra informação, ainda hoje, é considerada polissêmica. Por isso
ainda não se tem uma definição padronizada, ou seja, aceita universalmente.
Alguns professores e especialistas, que a tem como um dos seus objetos de estudo
17
ou trabalho, dizem que a informação é um conjunto de dados estruturados que são
úteis às pessoas e empresas, mas esse conceito é muito frágil e não diz na verdade
o que provavelmente seria a informação.
Le Coadic diz que
A informação comporta um elemento de sentido. É um
significado transmitido a um ser consciente por meio de uma
mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal:
impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc. Essa inscrição é feita
graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este que é
um elemento da linguagem que associa um significante a um
significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuação. (1996
apud SILVA, 2006, p. 68).
Os professores portugueses Armando Malheiros da Silva e Fernanda Ribeiro,
dizem que a informação é um
[...] conjunto estruturado de representações mentais e
emocionais codificadas (signos e símbolos) e modeladas com /
pela interacção social, passível de serem registadas num
qualquer suporte material (papel, filme, banda magnética, disco
compacto, etc) e, portanto, comunicadas de forma assíncrona
e multidirecionada. (2002, p. 37).
De acordo com a leitura desses dois conceitos sobre informação, pode se
entender a mesma como um conjunto de signos e símbolos (códigos) criado pelo
homem e inteligível dentro de um grupo social que tenha domínio destes códigos.
Com os códigos sendo registrados em um suporte qualquer, acaba-se
materializando a mensagem que, com o apoio das tecnologias da informação, pode
ser difundida por todo o mundo.
Desde o século XIX, o papel da informação tem sido de extrema relevância no
que diz respeito, entre outras coisas, ao desenvolvimento cultural, científico e
18
tecnológico. A importância da informação para a sociedade contemporânea é tão
grande que a mesma pode ser considerada como
[...] a mais poderosa força de transformação do homem. O
poder de informação, aliado aos modernos meios de
comunicação de massa, tem capacidade ilimitada de
transformar culturalmente o homem, a sociedade e a própria
humanidade como um todo. (ARAÚJO, 1991, p. 37).
Nas empresas, o valor da informação não diminui. A informação é capaz de
promover grandes transformações empresariais, desde relacionamentos entre os
funcionários, passando pela otimização dos processos organizacionais, até a
redução de custos e aumento da lucratividade. Para que haja uma excelente
administração de empresas, é necessário um conjunto de requisitos, entre eles ter e
obter informações confiáveis para que os gestores tomem as melhores decisões.
“A informação e o conhecimento direta ou indiretamente estão
presentes em todos os processos e atividades organizacionais,
logo se entende que, ao absorver e utilizar da melhor forma
possível esses recursos, as organizações tendem a obter um
melhor desenvolvimento e competitividade ante o mercado.
Ressalta-se que as organizações são permeadas por intensos
fluxos informacionais, tanto internos quanto externos a ela,
fator importante para a compreensão da dinâmica
informacional”. (CAVALCANTI e VALENTIM, 2010, p. 235).
Um Departamento de Marketing não funciona da maneira que se espera tendo
apenas funcionários bem qualificados e uma ótima infraestrutura. É preciso que a
equipe, aproveitando a boa estrutura de trabalho, colete dados e obtenha, analise e
selecione informações para poder desempenhar bem a sua função. Isso constitui
basicamente o Sistema de Inteligência de Marketing. Kotler diz que “O marketing
está se tornando mais uma batalha baseada em informações do que uma batalha
baseada no poder de vendas.” (2000, p.121).
19
Em um Plano de Marketing, para que ocorra o seu pleno funcionamento, deve-
se ter estruturado um sistema de informações. A partir desse sistema, o time de
Marketing será abastecido com todas as informações de que precise para tomar as
suas decisões. Inclusive, é por conta do uso dessas informações que o
Departamento de Marketing faz a escolha da forma como vai promover o seu
produto ou serviço. Por exemplo, a escolha em promover um produto através de
imagens na televisão, jornais e revistas é resultado da análise de mercado que se
faz, também, avaliando as informações que são conseguidas.
1.3 - Imagem
As imagens mais antigas que existem no mundo são as pinturas das cavernas
feitas pelo homem primitivo, que, praticamente, relatam as cenas diárias da sua
vida. Hoje, através dessas pinturas, e obviamente de outros vestígios, podemos
conhecer um pouco melhor como viviam as pessoas que estiveram neste mundo
antes de nós.
Anos se passaram e cada vez mais a imagem vinha ganhando espaço e força
nas sociedades, até que, em meados do século XIX, com a invenção da fotografia
houve uma espécie de revolução da imagem. Já na segunda metade do século XX,
o advento da tecnologia resultou na ampliação do universo da imagem e da sua
importância como ferramenta de fixação de idéias.
A imagem, seja ela fotográfica ou audiovisual, está cada vez mais presente na
cultura da sociedade contemporânea, tanto na vida profissional, como social e
pessoal. O homem tem vivido em uma sociedade predominantemente visual que
utiliza em excesso a imagem como meio de comunicação, cultura e até mesmo de
dominação. A presença da imagem tem sido capaz de mudar a forma como as
pessoas percebem a sua realidade. Por exemplo, as imagens fotográficas registram
as crenças, valores, gestos, etc da sociedade como um todo ou de determinados
grupos sociais, ou seja, mostram a história dos mesmos. Pode-se dizer que
passamos a conhecer as transformações sociais que ocorreram ao longo do tempo,
o que altera a nossa forma de enxergar não apenas a sociedade, como o mundo.
Trevisan diz que
20
[...] fazemos parte da ‘civilização da imagem’, em que as mais
diferentes naturezas imagéticas tornaram-se os elementos
motores dessa nova forma de mundo exterior, totalmente
artificial, que se construiu a nossa volta e que se constituiu
como uma cultura (2002, p.96).
O uso da imagem, para promoção de produtos e serviços, tem sido a escolha
estratégica de muitos Departamentos de Marketing. Isso porque sabe-se que o ser
humano aprende um conteúdo informacional com muito mais facilidade visualizando
imagens do que visualizando textos. Com isso, são feitos grandes investimentos
para que produtos sejam apresentados e reapresentados na TV, já que a imagem
tem o poder de transmitir uma quantidade maior de informação com pouco tempo de
exibição.
“A imagem digital é uma forma de linguagem em constante
ascensão, que vêm delineando o modo de pensar e as
construções do universo das representações mentais dos
seres humanos. A imagem, de maneira geral, está inerente ao
processo de pensar e agir sobre e sob o meio, seja ele qual for,
em seus diferentes níveis de liberdade, bem como, em seu
menor ou maior grau de materialidade”. (MARTINS e
SANTANA, 2009, p. 5).
Não há dúvidas que imagem é informação e tem a capacidade de chamar a
atenção das pessoas dependendo da maneira como é criada e difundida no meio
social. Tratando-se da imagem de um produto, as empresas investem na sua
exibição na TV, como já foi dito anteriormente, mas também na sua embalagem.
A embalagem de um produto é um grande veículo de comunicação da
informação. Isto porque, se assim for determinado pelo Departamento de Marketing,
apresenta um conjunto de idéias ou valores, representados por imagens, que irão
impactar a estrutura cognitiva do consumidor, e mensagens sobre outros produtos,
serviços e lançamentos da empresa. Inicialmente ela era usada para agrupar e
21
proteger os alimentos. Com a busca por novas formas, até mais baratas de chamar
a atenção do público, a embalagem tornou-se uma alternativa interessante para
isso. Pode-se dizer que a embalagem se transformou em um instrumento de
publicidade e propaganda. Tanto é que empresas com outros segmentos de
negócio também começaram a investir mais nas embalagens dos seus produtos do
que, inclusive, na sua divulgação na TV.
O impacto na estrutura cognitiva do consumidor acontece quando se cria uma
ligação emocional com o público. Criando este elo, é possível conseguir que o seu
produto seja apreciado e desejado. Para se obter isso com o uso das embalagens,
tem que se pensar muito bem nas ilustrações que serão utilizadas. As ilustrações
têm o poder de materializar as idéias, justamente porque estimula as sensações das
pessoas. Mas para que se tenha o efeito desejado, é fundamental que a ilustração
venha acompanhada do texto que apresentará o produto e que, também, lhe dará
sentido. Isso porque a ilustração por si só será pouco eficaz. É função da ilustração
mostrar os resultados da ação do produto, e tem como objetivo facilitar o
entendimento e a memorização do produto por parte do público, fazendo com que o
mesmo identifique e diferencie o seu produto do produto dos concorrentes.
22
CAPÍTULO II
COMUNICAÇÃO, MÍDIA E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Para que um Departamento de Marketing consiga ajudar a empresa a
apresentar produtos e serviços, é preciso que o mesmo entenda perfeitamente
sobre comunicação, mídia e tecnologia da informação. Sem esse entendimento, é
quase impossível conseguir alcançar os resultados esperados. O uso de
personagens animados, para promoção de produtos, depende desse conhecimento,
até porque é através da mídia e da tecnologia da informação que os personagens,
produtos e serviços chegam até o público alvo estejam onde estiverem, em casa, na
universidade, no trabalho, em outros Estados e Países. A mídia e as tecnologias da
informação são elementos importantíssimos para intensificar o processo de
comunicação entre pessoas, grupos sociais e empresas, e, principalmente, no
processo de globalização.
2.1 - Comunicação e Mídia
A comunicação é um dos processos sociais mais antigos da humanidade. Ela é
utilizada desde a época do homem primitivo com seus gritos e gestos que
significavam um tipo de ação. É um procedimento básico para que haja interação
entre as pessoas. Embora cada ciência, que tenha a comunicação como objeto de
pesquisa, apresente conceitos diferentes sobre a mesma, podemos entendê-la
como um fenômeno social relacionado à transmissão e recepção de informações.
Mattelart diz que
“A noção de comunicação recobre uma multiplicidade de
sentidos. Se isso vem sendo assim há muito, a proliferação das
tecnologias e a profissionalização das práticas acrescentaram
novas vozes a essa polifonia, num fim de século que faz da
comunicação uma figura emblemática da sociedade do
Terceiro Milênio”. (1999, p. 9).
23
Os gritos e gestos do homem primitivo, que indicavam um tipo de ação,
resultaram na criação dos signos. A partir daí, como já foi mencionado no capítulo
anterior, o homem começou a registrar os seus atos rotineiros nas paredes das
cavernas. Perles, no seu estudo sobre o conceito, fundamento e história da
comunicação, diz que
“A invenção de uma certa quantidade de signos levou o
homem a criar um processo de organização para combiná-los
entre si, caso contrário, a utilização dos signos
desordenadamente dificultaria a comunicação”. (2007, p. 5).
Com o passar do tempo, o homem evoluiu como ser pensante, modernizou os
signos, criou e aprimorou várias tecnologias. O desenvolvimento da tecnologia
proporcionou grandes mudanças sociais, desde a relação entre as pessoas,
passando pelo consumo de produtos e serviços, chegando até o controle da
sociedade por parte do governo. Mattelart diz que
“[...] Os meios de difusão surgiram como instrumentos
indispensáveis para a “gestão governamental ‘das opiniões’”,
tanto de populações aliadas como de inimigas, e, de maneira
mais geral, partindo das técnicas de comunicação, do telégrafo
e do telefone para o cinema, passando pela radiocomunicação,
deram um salto considerável. (1999, p. 37).
Os meios de difusão são importantíssimos para que haja o compartilhamento da
informação e do conhecimento. Esses meios de difusão podem ser chamados de
mídias. As mídias (televisão, jornais, revistas, internet etc) têm a capacidade de
interconectar pessoas, sociedades e empresas. Isso mostra uma das suas principais
características que é a integralização. Hoje, observa-se que, cada vez mais, tem-se
feito grandes investimentos, e bem sucedidos, no desenvolvimento das mídias.
Moraes diz que
24
“Vivemos uma mudança de paradigma comunicacional. Do
gabarito midiático evoluímos para o multimidiático ou
multimídia, sob o signo da digitalização. A linguagem digital
única favorece a convergência de redes e plataformas, forjando
a base material para a hibridação das infra-estruturas de
transmissão de dados, imagens e sons, em proporções
incalculáveis”. (2004, p. 21).
A evolução do gabarito midiático para o multimidiático nada mais é do que a
convergência de várias mídias ou setores ligados diretamente às mídias. Sobre isso,
Moraes diz que
“A soma dos prefixos dos setores convergentes (informática,
telecomunicação e comunicação) em uma só palavra —
infotelecomunicações — designa a conjunção de poderes
estratégicos relacionados ao macrocampo multimídia. O
paradigma infotelecomunicacional constitui vetor fundamental
para a expansão e a reconfiguração dos complexos midiáticos,
tendo por escopo a comercialização diversificada e sem limites
geográficos. A capacidade de transmissão das tecnologias
digitais é muito maior do que o estágio atual de geração de
conteúdos, tendo em vista que os novos canais e suportes
(Internet, DVD, TV interativa de alta definição, celulares com
web móvel, webcam, MP3 e os tantos que virão) multiplicam os
fluxos informativos, financeiros, culturais e comerciais”. (2004,
p. 21-22).
A ampliação dos fluxos financeiros e comerciais, por causa da melhoria da
capacidade de transmissão das tecnologias, é visível. Os lideres das grandes
empresas, juntamente com os seus gestores, já perceberam há muito tempo que o
modelo multimídia pode alavancar os seus negócios de forma significativa. Moraes,
fazendo uma análise da mídia global, diz que a mesma
25
“[...] está nas mãos de duas dezenas de conglomerados, com
receitas entre US$ 8 bilhões e US$ 40 bilhões. Eles veiculam
dois terços das informações e dos conteúdos culturais
disponíveis no planeta. São proprietários de estúdios,
produtoras, distribuidoras e exibidoras de filmes, gravadoras de
discos, editoras, parques de diversões, TVs abertas e pagas,
emissoras de rádio, revistas, jornais, serviços on line, portais e
provedores de Internet, vídeos, videogames, jogos, softwares,
CD-ROMs, DVDs, equipes esportivas, megastores, agências
de publicidade e marketing, telefonia celular,
telecomunicações, transmissão de dados, agências de notícias
e casas de espetáculos”. (2004, p.25).
As empresas, através da publicidade e propaganda, utilizando os caros espaços
que a televisão disponibiliza e as outras mídias, conseguem, na maioria das vezes,
influenciar a opinião das pessoas. Esta influência pode estar relacionada à questão
da beleza feminina, ao carro do ano, ao brinquedo do momento, etc. Percebe-se
que a mídia, ou agora multimídia, é um instrumento que faz circular símbolos,
ideologias, modelos de vida, e é um meio de provocar a adesão das massas. Em
relação ao uso da mídia para tentar influenciar a opinião pública, Moraes cita a CNN
e o seu posicionamento no período em que o governo bush invadiu o Iraque.
“[...] Pensemos na CNN, que distribui, por satélites e cabos, a
partir da matriz em Atlanta, notícias 24 horas por dia para 240
milhões de lares em 200 países e 86 milhões nos Estados
Unidos, além de 890 mil quartos de hotéis conveniados. O
mundo em tempo real exibido para 1 bilhão de telespectadores.
A CNN não apenas criou e universalizou uma linguagem e um
formato para a informação televisiva, como, várias vezes,
alinha a sua orientação editorial com interesses estratégicos
norte-americanos (lembremo-nos da cobertura favorável ao
governo Bush na invasão do Iraque em 2003)”. (2004, p. 18).
26
É bem claro que o alinhamento da orientação editorial da CNN com os
interesses estratégicos do governo norte-americano resultou no apoio de uma
considerável parte da população norte-americana, justamente por causa do seu
grande poder de transmissão da informação em tempo real, 24 horas por dia. Este é
um interessante caso a ser observado. Analisando a infraestrutura da CNN, pode-se
ver que a intensão é manter a população norte-americana bem informada sobre
tudo que acontece politicamente no seu país. Entretanto, esta “parceria” com o
governo norte-americano trás à tona o debate sobre a suposta imparcialidade dos
telejornais. É evidente que no caso norte-americano, a persuasão foi bem executada
porque o povo norte-americano ainda guardava as más lembranças do 11 de
setembro. Vê-se por aí que, talvez, a CNN, na tentativa de influenciar a opinião da
população norte-americana, tenha feito sutis apelos emocionais.
2.2 - Tecnologia, Internet e Globalização
O exemplo da CNN deixa bem claro, também, a evolução das tecnologias. A
tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas. Ela está tão presente
que pode-se dizer que a mesma rege a vida da sociedade contemporânea. A
sociedade chegou ao ponto de, praticamente, se tornar escrava da tecnologia. Em
relação ao que é tecnologia, Perles a entende como
“[...] qualquer mecanismo que possibilite ao homem executar
suas tarefas fazendo uso de algo exterior ao seu corpo, ou
seja, tudo aquilo que se caracteriza como extensão do
organismo humano. Assim visto, é necessário ressaltar que o
uso de tecnologia pelo homem teve início não relacionado à
comunicação, mas à sobrevivência, uma vez que as primeiras
ferramentas utilizadas pela espécie humana serviam para
destrinchar alimentos”. (2007, p. 4)
Ainda em relação à evolução da tecnologia, da sua presença na vida das
pessoas, e da dependência que ela exerce sobre as mesmas, Perles, falando sobre
27
os efeitos convergentes da comunicação, menciona algo que explica um pouco mais
isso.
“Sentado em uma poltrona, acompanhado ou não por outras
pessoas, no silêncio de um cômodo tomado pela penumbra ou
num ambiente de extrema iluminação e sacudido pela
algazarra de vozes e sons, o homem aponta o controle remoto
para a televisão e, utilizando-se de suas múltiplas funções,
“navega” por diferentes canais, aumenta e diminui o volume do
som, controla as cores e a intensidade de luz da imagem etc.
Tudo isso, envolvido na simplicidade das coisas e gozando do
conforto das condições que a vida moderna pode oferecer,
dependendo, evidentemente, do poder aquisitivo de cada um”.
(2007, p. 11).
Dentro de um conjunto de tecnologias modernas, embora todas sejam
importantes e interessantes de serem estudadas, uma é de extrema relevância para
o nosso trabalho que é a Tecnologia da Informação. Ela é um conjunto de
ferramentas que permite ao homem produzir, transmitir, receber, e preservar
informações de forma mais rápida, eficiente e eficaz. Este conjunto de ferramentas
promove a ultrapassagem dos limites impostos pelas dimensões geográficas. Isto
porque a tecnologia da informação trabalha aliada com algo chamado internet, que
é uma rede de rede de computadores que passam todo o tempo interagindo entre
si. Kotler diz que
“Uma força tecnológica revolucionária é a digitalização, que
codifica a informação em “bits”, isto é, séries de zeros e uns.
Os bits são processados por computador, decodificados em
música e vídeos e transmitidos por linhas telefônicas em
altíssima velocidade. Nicholas Negroponte, diretor do famoso
Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT),
enxerga os “bits” como os substitutos dos “átomos”. Uma
empresa de software não precisa mais produzir um conjunto de
disquetes, colocá-los na embalagem e enviá-los por caminhão
28
para diversas lojas, aonde os consumidores teriam de ir para
comprá-los. Todo esse trabalho pode ser poupado, bastando
enviar o software pela Internet para o cliente baixar no
computador”. (1999, p. 17).
A internet foi uma criação inovadora que mudou visivelmente a forma como as
pessoas e as empresas relacionam-se entre si e compartilham informações e
conhecimentos. Houve impactos, inclusive, no âmbito econômico. Segundo Lévy,
“[...] A Internet propõe um espaço de comunicação inclusivo,
transparente e universal, que dá margem à renovação
profunda das condições da vida pública no sentido de uma
liberdade e de uma responsabilidade maior dos cidadãos”.
(1999, p. 367).
Mas nem sempre a internet teve todo esse poder que conhecemos hoje. O seu
poder de alcance é resultado de uma disputa acirrada entre Estados Unidos (bloco
capitalista) e União Soviética (bloco socialista) na busca da globalização dos seus
modelos econômicos. Este período ficou conhecido na história como Guerra Fria.
Depois que a União Soviética promoveu o lançamento do Sputinik, como resposta
aos soviéticos, os Estados Unidos criou a Darpa (Administração dos Projetos de
Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa dos Estados Unidos) que foi
fundada em 1957 e fez pesados investimentos no desenvolvimento da rede de
computadores entre 1968 e 1969. O produto destes investimentos foi a Arpanet que
fazia o compartilhamento de informações entre Instituições de pesquisa e
universidades que possuíam uma alta tecnologia. Castells, refletindo sobre a
revolução da tecnologia da informação, para analisar a complexidade da nova
economia, cultura e sociedade, explica com um pouco mais de profundidade a
origem da internet e a criação e os impactos da Arpanet.
“Como se sabe, a Internet originou-se de um esquema ousado,
imaginado na década de 1960 pelos guerreiros tecnológicos da
Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento
29
de Defesa dos Estados Unidos (a mítica DARPA) para impedir
a tomada ou destruição do sistema norte-americano de
comunicações pelos soviéticos, em caso de guerra nuclear. De
certa forma, foi o equivalente eletrônico das táticas maoístas
de dispersão das forças de guerrilha, por um vasto território,
para enfrentar o poder de um inimigo versátil e conhecedor do
terreno. O resultado foi uma arquitetura de rede que, como
queriam seus inventores, não pode ser controlada a partir de
nenhum centro e é composta por milhares de redes de
computadores autônomos com inúmeras maneiras de conexão,
contornando barreiras eletrônicas. Em última análise, a
ARPANET, rede estabelecida pelo Departamento de Defesa
dos EUA, tornou-se a base de uma rede de comunicação
horizontal global composta de milhares de redes de
computadores (cujo número de usuários superou os trezentos
milhões no ano 2000, comparados aos menos vinte milhões em
1996, e em expansão veloz). Essa rede foi apropriada por
indivíduos e grupos no mundo inteiro e com todos os tipos de
objetivos, bem diferentes das preocupações de uma extinta
Guerra Fria. Na verdade, foi pela Internet que o
subcomandante Marcos, líder dos zapatistas de Chiapas,
comunicou-se com o mundo e com a mídia, do interior da
floresta Lacandon. E a Internet teve papel instrumental no
crescimento da seita chinesa Falun Gong, que desafiou o
partido comunista da China em 1999, bem como na
organização e na difusão do protesto contra a Organização
Mundial do Comércio em Seattle, em dezembro de 1999”.
(1999, p.44).
No Brasil, a internet vem sendo um elemento importante no crescimento da
economia, isso porque foi dada uma atenção maior, por parte do Governo e das
instituições privadas, ao processo de comercialização na internet (sítios de comércio
30
eletrônico). Com o aumento dos conteúdos de qualidade vinculados as atividades
comerciais, econômicas e sociais, as empresas conseguem focar em um público
específico, na sua sustentabilidade, e no seu posicionamento no mercado. Quando
falamos de conteúdos de qualidade, nos referimos às informações e conhecimentos
confiáveis, que são fundamentais para o atingimento dos objetivos das empresas.
Segundo Moraes,
“Cada vez mais, a produtividade e a competitividade dependem
da capacidade dos agentes econômicos de aplicar de modo
eficiente informações baseadas em conhecimentos. A
disponibilização de dados em tempo real passa a ser elemento-
chave para a diminuição do prazo de resposta de investidores
e especuladores diante das variações dos mercados
globalizados. Não é casual a lucratividade obtida por agências
transnacionais como Reuters e Bloomberg, que coletam,
selecionam e fornecem, a peso de ouro, um volume
ininterrupto de notícias. A análise dos dados ajuda a instruir as
intervenções de traders, corretores e analistas. Impressiona o
poder de irradiação da Reuters, fundada em Londres em 1851
e hoje com escritórios em 220 cidades de 94 países. Distribui
eletronicamente, a 511 mil usuários profissionais em todo o
mundo, informações atualizadas oito mil vezes por segundo (23
mil vezes nos horários de pico). O seu acervo digital inclui três
bilhões de dados sobre mais de 40 mil empresas do mundo,
244 bolsas de valores e 960 mil ações, títulos e papéis”. (2004,
p. 18-19).
O comentário de Moraes mostra que o excelente gerenciamento da informação
e do conhecimento rentabiliza os negócios das empresas. Isto ajuda as mesmas a
se adaptarem as novas exigências da economia globalizada, onde,
geograficamente, as suas bases mercadológicas encontram-se dispersas. Este
gerenciamento, que tem sido realizado com o auxílio das avançadas tecnologias da
31
informação, interferem positivamente, por exemplo, no gerenciamento dos canais de
distribuição de produtos, nos processos organizacionais, e no relacionamento com
os clientes. Basta, Marchesini, Oliveira, e Sá, dizem que
“O avanço da tecnologia da informação (TI) está gerando uma
série de oportunidades que influenciam fortemente as
estratégias mercadológicas das empresas. Graças a esse
avanço e à adoção de modernas técnicas de análise
estatística, os profissionais de marketing estão mais
preparados para tomar decisões que envolvem, entre outras,
as seguintes atividades: gerenciamento de múltiplos canais de
distribuição e vendas; planejamento e desenvolvimento de
novos produtos; antecipação do comportamento dos clientes e
de suas expectativas; criação de novos canais de comunicação
interativos, dos quais a Internet é a grande estrela;
desenvolvimento de novas tecnologias de banco de dados
(DBM/CRM), que possibilitam gerenciar melhor os segmentos
de mercado, os processos e o relacionamento com os clientes”.
(2005, p. 139).
A globalização tem como proposta integralizar os mercados nacionais e
internacionais. Talvez, fazendo-se uma análise um pouco mais profunda, possa se
dizer que a globalização também promove a integralização das culturas dos mais
diversos grupos sociais que constituem as mais diversas sociedades existentes no
mundo. Essa grande integralização deve-se ao fato de estarem-se fazendo grandes
investimentos nas tecnologias da informação e no meio de transporte. O que
permite o rompimento da barreira tempo e espaço, otimizando os processos
organizacionais das empresas, facilitando a negociação de parcerias com empresas
nacionais e internacionais, estreitando a sua relação com o cliente, e, é claro,
agilizando a produção, a transferência, o recebimento e o armazenamento da
informação e do conhecimento.
32
“As tecnologias de informação afetam, embora de forma
desigual, todas as atividades econômicas: setores maduros,
como a têxtil, se rejuvenescem; surgem novas indústrias, como
o software, que constituem a base de novo processo de
desenvolvimento. No cerne dessas mudanças encontra-se o
crescimento cada vez mais acelerado dos setores intensivos
em informação e conhecimento.” (LASTRES e FERRAZ, 1999,
p. 33).
É necessário dizer que tudo o que foi dito acima acontece por causa de uma
ferramenta extremamente importante e que torna o processo de globalização tão
forte e visível. Esta ferramenta é a internet que, inclusive, é fundamental para
empresas que iniciam e finalizam grandes negócios em ambiente virtual (E-
Commerce e E-Business). Apenas para maiores esclarecimentos, E-Commerce
abrange as atividades de compra, venda e troca de produtos, serviços e
informações entre empresas. O E-Business é a extensão do comércio eletrônico e
outras atividades como: melhorar a relação e as atividades de colaboração com o
cliente e fornecedores.
Segundo Tigre
“A Internet constitui uma poderosa ferramenta para facilitar e
multiplicar a comunicação global entre pessoas e instituições.
Do ponto de vista econômico, seu potencial é refletido
principalmente através do comércio eletrônico, uma aplicação
das tecnologias da informação direcionada para apoiar
processos produtivos e transações de bens e serviços.
O chamado e-commerce permite fortalecer a rede global de
produção, comércio e tecnologia e os vínculos internos das
corporações em uma ampla gama de situações.” (1999, p. 84).
Esta é a situação em que os correios e telefones são substituídos pela internet.
Tanto o E-Business quanto o E-Commerce articulam muito bem as vendas nas
redes digitais, tornando as negociações mais rápidas e econômicas. Essa forma de
33
negociação traz a oportunidade para muitas empresas atuarem em um ambiente
comercial global, e podem ser consideradas como novas maneiras de negociar e
aumentar os lucros. Tigre diz que
“O comércio eletrônico é visto por muitos especialistas como
uma nova forma de transações capaz de promover o
desenvolvimento econômico, de eliminar barreiras geográficas
ao comércio e de transformar completamente os sistemas
econômicos. Trata-se de uma tecnologia capaz de viabilizar
programas de integração monetária e comercial, a exemplo da
União Européia. Seu desenvolvimento tem sido estimulado
pelo processo de globalização que requer meios mais rápidos
e eficientes de promover as comunicações em multimídia,
integrando o espaço econômico ampliado.” (1999, p. 85).
Com os investimentos que vêm sendo feitos na área de tecnologia da
informação e no melhoramento da internet, a globalização ficará mais forte e visível.
O que resultará, pelo menos para algumas empresas, em crescimento do seu
negócio e, consequentemente, no seu desenvolvimento econômico. Estes
investimentos beneficiam, inclusive, o processo de criação da marca empresarial e a
busca pelo seu fortalecimento.
34
CAPÍTULO III
A Criação das Mascotes e o seu Papel no Gerenciamento
da Marca Empresarial
Um dos fatores que leva uma empresa a ser forte no seu segmento de mercado
é, sem dúvida, a agregação de valores à sua marca. São esses valores que
constroem uma imagem positiva da empresa e que irá fazer as pessoas se
identificarem com a marca. Nesse processo de construção da imagem da empresa,
da apresentação dos produtos e serviços, e conquista da lealdade do cliente,
encontra-se um elemento que tem uma participação ativa e significativa que é a
mascote da empresa.
3.1 - A Marca A marca, independente de ser conhecida ou não, tem o poder de mostrar toda a
história da instituição, começando pelos seus membros fundadores, passando pelas
evoluções na sua infraestrutura, chegando até a sua atual missão, visão e valores. É
um dos ativos mais importantes das empresas e é um elemento fundamental na
tarefa dificílima que é conquistar a lealdade do cliente. Kotler diz que
“Uma marca é essencialmente uma promessa da empresa de
fornecer uma série específica de atributos, benefícios e
serviços uniformes aos compradores. As melhores marcas
trazem uma garantia de qualidade.” (2000, p. 426).
Ou seja, uma marca bem desenvolvida e reconhecida pelo público apresenta
garantias de bom desempenho dos produtos ou de benefícios intangíveis, como a
aquisição de algo que represente, para o cliente, e principalmente para a sociedade,
uma mudança no status social. Por exemplo: a compra de uma Ferrari ou de um
apartamento em Ipanema. A equipe de marketing que trabalhar bem este ativo
(marca) tem grandes possibilidades de criar um diferencial entre produtos e serviços
que são oferecidos no mercado.
35
“O profissional de marketing precisa desenvolver estratégias
que ajudem o comprador a obter informações sobre os
atributos do produto e sua importância relativa. Além disso,
deve chamar a atenção para a alta reputação da marca da
empresa nos atributos mais importantes. O profissional de
marketing precisa diferenciar os aspectos da marca, usar a
mídia impressa para descrever seus benefícios e motivar os
vendedores da loja e os conhecidos do comprador e influenciar
a escolha finalmente da marca”. (KOTLER, 2000, p.199).
Para que a empresa realmente ofereça atributos, benefícios e serviços com
garantia de qualidade é necessário que haja um excelente branding, também
conhecido como gestão de marca. Esta gestão é importante devido ao fato das
marcas contribuírem para o sucesso dos negócios, isso porque elas interferem no
processo de decisão de compra, por parte dos consumidores, que é iniciado por
conta dos impactos nas suas estruturas cognitivas, fazendo com que os mesmos
consumam produtos e serviços com muita freqüência.
A marca é um importante fator de desequilíbrio para quem tem um nome forte
no mercado, porque a mesma representa não só os atributos do produto e da
empresa, como, também, estimula as sensações e influencia no comportamento das
pessoas. Essas sensações tem haver com a intensa percepção na mente dos
clientes desenvolvida com auxílio das corporações. Este auxílio pode ser visto como
uma característica de uma marca forte. Ter uma marca forte traz algumas
vantagens. São elas:
- Economia de escala (quando a marca encontra-se distribuída em vários merca-
dos;
- Criação de barreiras contra os novos entrantes ou concorrentes potenciais;
Também pode-se ver que uma marca é forte quando não é mais vinculada a um
determinado produto, e sim passa a ser vinculada à vários produtos. A Disney,
prestadora de serviços de entretenimento, por exemplo, há alguns anos atrás era
36
constantemente referenciada pelo público quando o assunto era desenhos
animados, parks e resorts. Hoje, a Disney tem uma linha de produtos (shampoo
para crianças, bonecos dos seus principais personagens, etc), e se consolidou no
segmento cinematográfico (prova disso foi a sua aquisição da editora Marvel, em
2009, e a produção de filmes dos seus principais heróis, como o Homem de Ferro,
ou dos seus principais grupos de heróis, como os Vingadores.) que tem lhe
garantido recordes de bilheteria. Com isso, pode se dizer que a marca tem uma
grande importância no planejamento estratégico empresarial.
“A gerência de marcas deixou de ser apenas uma ferramenta e
tem-se desenvolvido como um importante segmento do
marketing. Ela vem aprofundando o conceito cada vez mais
através de modernas práticas, com objetivos de consolidação
das marcas frente ao atual mercado global extremamente
competitivo, disputado por empresas que surgem de vários
pontos do planeta e apresentam suas marcas como cartão de
visitas”. (VICARI e RIBEIRO, 2004, p. 1).
Vicari e Ribeiro ainda enxergam a marca como
“[...] um recurso competitivo essencial em inúmeras situações
de negócios, que tem estado no centro da publicidade e das
vendas, tendo sua importância reconhecida, desde os
primeiros estudos em marketing, como fator de sucesso das
empresas no mercado. Porém, só recentemente foram
iniciados estudos científicos em busca de aprofundar os
conhecimentos acerca das marcas”. (2004, p. 1).
Observa-se que para o excelente gerenciamento da marca, é necessário
trabalhar dando ênfase na construção da sua identidade. A identidade da marca é
um conjunto de significados muito específicos e que a caracteriza de forma única.
São esses significados e a característica única, que são estudados e disseminados
pelo Departamento de marketing, que as pessoas enxergam e se identificam.
37
Um dos principais resultados desse excelente gerenciamento da marca é o
estabelecimento de uma relação de lealdade entre o cliente e a empresa. Direcionar
esforços para criar e estreitar os laços com o consumidor é importantíssimo para as
organizações, porque sendo feito isso a probabilidade do cliente trocar a sua marca
pela do concorrente é bem menor, sem falar que contribui de forma significativa no
processo de perpetuação da marca. O concorrente pode usar como estratégia a
redução do preço do seu produto ou serviço, pode investir nas características físicas
desse produto, mas mesmo assim o cliente não vai deixar a sua marca de lado. Isto
porque foi construída uma sólida relação entre a empresa/marca e o cliente.
“A Lealdade à Marca é uma medida da ligação do consumidor
com a marca. Corresponde à probabilidade de o consumidor
mudar ou não para outra marca, especialmente se a marca
concorrente fizer uma mudança em preço e/ou em
características do produto. O aumento da lealdade à marca
corresponde à diminuição da vulnerabilidade dos
consumidores à ação da concorrência”. (SOUZA, 2009, p.
14).
Nesta questão da construção de uma sólida relação com o cliente, é necessário
salientar que isso não se trata apenas do fator preço. Kotler explica que
“[...] uma marca é um símbolo ainda mais complexo. Ela pode
trazer até seis níveis de significado:
1. Atributos: uma marca traz à mente certos atributos.
2. Benefícios: os atributos devem ser traduzidos em benefícios
funcionais e emocionais. O atributo durável’ poderia traduzir o
benefício funcional “não terei de comprar outro carro por muitos
anos”. O atributo ‘caro’ traduz o benefício emocional “o carro
me faz sentir importante e admirado”.
3. Valores: a marca também diz algo sobre os valores da
empresa.
38
4. Cultura: a marca pode representar certa cultura.
5. Personalidade: a marca pode projetar certa personalidade.
6. Usuário: a marca sugere o tipo de consumidor que compra
ou usa o produto”. (2000, p.426).
Além do preço e da durabilidade do produto, o que faz o cliente ser leal é o
status que o produto oferecido pode lhe proporcionar pessoal e socialmente. Os
aspectos emocionais estão diretamente relacionados com a personalidade, os
valores, a cultura e a posição social dos indivíduos. Kotler diz que “Os significados
mais permanentes de uma marca são seus valores, cultura e personalidade. Eles
definem a essência da marca.” (2000, p.427).
Quando a equipe de marketing consegue fazer as pessoas ligarem a marca a
sua personalidade, ou, ainda, convencer que esta marca representa um estilo de
vida, o seu produto ou serviço será a primeira opção de compra. Isso ajudará a
empresa a ser a líder ou uma das lideres no seu segmento de mercado.
3.2 - A Marca e as Mascotes
Na difícil missão de chamar a atenção do público e conquistar a sua lealdade, já
há muitos anos, mas, hoje, isso é mais visível, a equipe de marketing tem utilizado
um recurso que realmente se mostra eficiente que é o recurso imagético. Nos
Estados Unidos, este recurso começou a ser utilizado no final do século XIX.
“Com o aprimoramento das técnicas de impressão tornou-se
possível a impressão de imagens juntamente com os textos
nos jornais, cartazes e propaganda em geral. Desse modo, as
imagens passaram a ser largamente distribuídas e difundidas
junto ao público estadunidense, que admirava os anúncios
litográficos ilustrados na virada do século XIX para o século
XX, freqüentemente elaborados através da combinação entre
letras, vinhetas e ilustrações. Assim, tornou-se mais eficiente
39
anunciar as marcas combinadas com figuras humanas”.
(GOMES e AZEVEDO, 2005, p. 1).
Aqui, abordaremos a questão do uso de personagens animados para a
promoção de produtos, conquista do cliente, e sua participação no processo de
apresentação e disseminação da marca. Quando este uso é realizado de forma
perfeita, as pessoas, consumidoras do seu produto ou não, fazem, quase que
automaticamente, a associação entre o personagem e a marca.
“Nos anos 50, começou a exploração das embalagens e a
criação de mascotes nunca mais parou. Atualmente, e devido
aos fortes investimentos que implica a sua criação, estão em
diferentes suportes, dando origem aos mais diversos materiais
de merchandising, transformando-se numa fonte de receitas.
Imagens fiéis das suas marcas, não há regras definidas para a
criação de uma mascote. Apenas importa que a associação,
entre o personagem – seja imaginário, humano ou animal – e a
marca ou produto, seja imediata”. (GOMES e AZEVEDO, 2005,
p. 2).
Antes, a utilização deste tipo de personagem era mal vista pelos gestores de
várias organizações, porque eles acreditavam que o seu uso poderia fazer o público
pensar que a empresa não era séria ou que poderia fazê-la perder credibilidade
perante o seu cliente. Os personagens animados também eram criados de forma
muito empírica, ou seja, não havia um estudo científico sobre os impactos que o seu
uso, através dos canais de comunicação, provocaria no público. Agora, muito por
causa do desenvolvimento econômico de vários paises, que contribuiu com a
popularização dos televisores, os personagens animados encontram-se difundidos e
visivelmente atrelados à marca empresarial. Muitos personagens, inclusive, são
considerados verdadeiros garotos-propaganda de várias empresas.
“Propagandas de alimentos com belas ilustrações dividiam o
mesmo espaço com desenhos de simpáticos personagens
40
registrados e as mascotes incentivavam consumidores, que já
se identificavam com os produtos consumidos. Os
personagens pouco a pouco passavam a associar-se com o
produto e incorporavam-se à peça gráfica. Desse modo, não é
difícil imaginar que ao longo dos anos esses ícones pudessem
incorporar a representação “viva” de determinadas empresas
ou produtos”. (GOMES e AZEVEDO, 2005, p. 1-2).
A princípio, os personagens animados podem passar a idéia de que o público-
alvo das instituições que os utilizam são as crianças e os adolescentes. É certo que
o público infantil é bem mais receptível a este tipo de imagem e, consequentemente,
à mensagem que é transmitida. Mas também é certo que escolhendo e trabalhando
o ícone correto, este pode sim chamar a atenção dos adultos. E não só chamar a
atenção, como fixá-lo em sua mente. Um exemplo disso é a marca esportiva Puma.
Essa empresa utiliza a imagem do Puma em todo seu material esportivo (camisas,
casacos, shorts, etc) visando fazer um link do seu produto (usado por atletas de alto
nível, talentosos, fortes, resistentes e vencedores) com as características do puma
(forte, inteligente, resistente, veloz, ousado e destemido). Características
semelhantes dos atletas profissionais. Esses detalhes, pelo menos para as pessoas
que malham nas academias ou praticam esportes apenas nos finais de semana,
não passam despercebidos. Sinal que a mensagem da organização foi recebida
pelo público de forma bem sucedida, e a prova real disto tudo é a lucratividade que
a empresa tem com a venda dos seus produtos.
A mascote, quando bem aceita pelas pessoas, consegue não apenas promover
um produto ou serviço, como, também, se fixar no imaginário coletivo. Quando
ocorre esta fixação na mente das pessoas, ela carrega consigo a marca da
empresa, junto à marca vem a sua história, missão, visão, valores, e,
principalmente, a característica que torna a aquela marca única no mercado e que
faz o cliente se identificar com a mesma. A partir desse momento, quando o
indivíduo lembrar-se da mascote, lembrará também da marca e vice-versa.
“Ao longo de décadas, muitos desses personagens se
tornaram sinônimos da própria marca ou produto, como no
41
caso da jovem suíça do leite Moça. A jovem, com seu ar de
camponesa, ainda hoje é o principal ícone do produto,
passando recentemente por uma grande transformação
plástica, contudo, “sem perder a pose”. Do final do século XIX,
o homem que aparece carregando um bacalhau nas costas
nos rótulos da emulsão Scott é uma imagem muito forte ainda
nos dias de hoje. Outro quadro memorável é o do cocker
spaniel perseguindo a garotinha bronzeada da Coppertone,
pintado nos EUA em 1959. O desenho geometrizado do índio
foi, por muito tempo, o símbolo da Aymoré, hoje transformado
em personagem. Em outros casos, a imagem “viva” do
personagem percorre o caminho inverso, em direção a uma
simplificação, transformando-se em símbolo, como no caso da
Quaker, divulgado entre os brasileiros desde 1901, na pele
branca do sorridente senhor de chapéu negro, representante
da homônima comunidade religiosa inglesa”. (GOMES, 2002
APUD GOMES e AZEVEDO, 2005, p. 2-3).
Pelo que foi visto até agora, pode se dizer que as mascotes são pensadas
dentro do planejamento estratégico da organização. Estes personagens animados
participam do processo de comunicação empresarial, sendo os mediadores entre as
empresas/produtos e o público, estreitando a distância entre eles. A seguir,
analisaremos dois personagens que são as mascotes de duas grandes empresas do
segmento alimentício. São eles: o tigre Tony da empresa Kellogg’s e o Lequetreque
da empresa Sadia.
3.2.1 - Kellogg’s
O tigre Tony surgiu pela primeira vez em 1952. Ele foi escolhido como a
mascote da empresa kellogg’s, que é, praticamente, especializada em sucrilhos. Na
época, ele concorreu com mais três personagens. Um gnu, um canguru-fêmea e um
elefante.
42
“[...] Tony foi desenvolvido pela equipe da agência de
publicidade Leo Burnett. Sua principal característica naquele
momento era a magreza. As pretensões da equipe era que o
tigre fosse bem próximo ao ser humano. Com linhas esquias e
apresentando-se em pé, como um homem, foi possível passar
essa mensagem. Com o passar dos anos, Tony recebeu
algumas alterações: sua imagem passou a ser uma referência
de atributos de força, robustez, energia, bem diferente do tigre
original. Tony veio substituir dois bichinhos, o galo e o macaco
José”. (DELGADO, 2011, p. 51).
Em 1983, o resultado de uma pesquisa mostra que Tony, juntamente com outro
personagem, o Tucano Sam, era o personagem mais popular e admirado nos
Estados Unidos. Tony se destacou nesta década como um grande incentivador da
prática esportiva entre as crianças. Durante muito tempo, Tony também dedicou
atenção aos pré-adolescentes. Na virada do século, ele foi considerado, pela revista
Advertising Age, um dos dez maiores personagens do século 20.
Em 2004, Tony aparece junto com o ex-lateral esquerdo da seleção brasileira
Roberto Carlos em um evento que tinha como objetivo incentivar a prática do
esporte na Europa.
Atualmente, Tony é caracterizado da seguinte forma: pele laranja, preto e
branco; nariz azul; olhos amarelos com a íris preta; e usa um lenço vermelho
personalizado.
43
Figura 1: Tony correndo com a bola dominada.
Fonte: site da Kellogg’s Brasil Ltda
A mascote da Kellogg’s apresenta também outras características que são
ligadas, propositalmente, ao seu produto (sucrilhos). Tony é um tigre forte, veloz,
com um corpo atlético, que ama praticar esportes, e que sempre aparece com um
semblante que dá a entender que ele espera por um desafio ou está desafiando
alguém. Nos comerciais da televisão, a mensagem que se passa é que para ele ter
tanta disposição e ser saudável, é porque o mesmo se alimenta todas as manhãs
com o sucrilho Kellogg’s. Fica subtendido que o cereal é uma fonte de energia,
extremamente saudável e que pode deixar o consumidor tão forte quanto o Tony, ou
seja, forte como um tigre. Delgado diz que
“[...] o personagem é a representação da qualidade do seu
objeto. No caso, os benefícios que o cereal proporciona, como
energia, força e saúde. Sua imagem também é a
representação de qualidade das características do tigre. Esse
mamífero é um dos maiores felinos existentes, que tem, como
características, ser ágil, caçador, nadador e ter grande força
em sua mordida. No caso do Tony, sua aparência é
44
semelhante à do tigre de bengala, animal encontrado em
regiões do Nepal, Índia e Bangladesh. (2011, p. 52).
As mensagens explícitas e/ou implícitas, disseminadas através de várias mídias,
chegam ao público e conseguem atingir o resultado esperado, que é promover o
produto e fazer com que a marca fique na memória das pessoas.
3.2.2 - Sadia
A mascote da Sadia, o Lequetreque, um franguinho que usa óculos de
motoqueiro, simpático e com um jeito estabanado, foi criada em 1971. No mesmo
ano, houve a sua primeira aparição na mídia promovendo vários produtos
semiprontos congelados. O que chamava a atenção era a forma como os produtos
eram promovidos por ele. Estava sempre apressado. Deixando a entender que
estava preocupado em levar ao público as novidades da Sadia.
A ideia de usar um frango como uma mascote, neste caso, podemos vê-lo como
um garoto-propaganda, foi devido ao fato de um dos seus produtos de destaque,
nessa época, ser um frango que já vinha temperado e que por isso podia ir direto ao
forno. A grande vantagem era a redução no tempo de preparo. Inclusive, há alguns
anos, passava um comercial em que este personagem, esbanjando simpatia,
socorria uma dona-de-casa que estava com problemas para fazer o jantar. A partir
daí, o mesmo caiu nas graças do público e ajudou o frango temperado a ser um
sucesso de vendas.
A escolha do nome ocorreu na década de 80. O franguinho era figurinha fácil na
televisão e desempenhava cada vez melhor a sua função como promotor dos
produtos sadia. Por isso ele era considerado um importante elo de comunicação
entre a marca Sadia e o consumidor. Fazendo tanto sucesso, não tinha como
simplesmente deixar de utilizá-lo na mídia, e não tinha como não batizá-lo. A
escolha do nome aconteceu após um concurso cultural aberto. Lequetreque, nome
sugerido por uma consumidora, foi escolhido justamente porque combinava com a
personalidade do personagem. Na década de 90, graças ao seu carisma, foi
nomeada a porta-voz da marca.
45
Ao mesmo tempo em que a marca Sadia evoluía, a sua mascote também
acompanhava essa evolução. A equipe de marketing da Sadia já criou várias
versões dela. Mas uma delas representa a sua importância para empresa, confirma
a aceitação dos clientes, e reforça a ideia de que algumas mascotes participam do
gerenciamento da marca. Esta versão é a seguinte:
Figura 2: Lequetreque, com seus novos óculos, comemorando a liderança da marca
Sadia no mercado brasileiro.
Fonte: Site da Sadia
Essa versão acima traz uma mudança que para muitos pode passar
despercebida, mas para os mais atentos é uma mudança que mexe com o público.
Houve apenas uma alteração nas cores das faixas do seu capacete. Antes, as cores
eram vermelho e amarelo, e, agora, passam a ser verde e amarelo, visando,
claramente, estabelecer uma ligação com as cores da bandeira do Brasil.
Lequetreque, que tinha o objetivo de estreitar a distância entre a marca Sadia e o
consumidor, agora tem a missão de fortalecer o vínculo da marca Sadia com o país.
46
Figura 3: Lequetreque sorrindo e usando os óculos antigos nas cores vermelho e
amarelo.
Fonte: Site da Sadia
Atualmente, a mascote da Sadia continua aparecendo nos comerciais da tv, mas
em uma nova versão que é a 3D (três dimensões) mostrando todas as suas
peculiares características (simpática, estabanada e veloz). Isso, provavelmente, é
para passar uma imagem moderna da empresa e mostra, também, aos
consumidores que a mesma acompanha os novos tempos. Já que, recentemente,
as animações cinematográficas, por exemplo, tem sido produzidas e exibidas ao
público na versão 3D e feito um grande sucesso, por que não investir em uma nova
versão da mascote? Isso foi feito e parece que houve uma aceitação muito boa do
público. Tudo isso ajuda, e muito, a consolidar marca no mercado. As aparições do
Lequetreque na mídia, que já dura 41 anos, o fez ser reconhecido como o símbolo
oficial da Sadia.
Observa-se que tanto o tigre Tony, quanto o frango da sadia (Lequetreque),
atuam ativamente a serviço das marcas as quais pertencem. Não se trata apenas de
promover os produtos, mas, sim, de apresentar as marcas e os valores agregados à
marca. O discurso transmitido por essas mascotes, referente às qualidades dos
produtos e das marcas, é capaz de conquistar a confiança das pessoas e de
47
estimular o consumo. Percebe-se que os personagens animados, criados pelos
Departamentos de Marketing das empresas Kellogg’s e Sadia, são poderosas
ferramentas comunicacionais.
48
CONCLUSÃO
Os Departamentos de Marketing têm uma responsabilidade muito grande dentro
das empresas. Não é fácil pensar novas formas de promover a marca, produtos e
serviços em um mercado competitivo. A decisão de utilizar personagens animados
para promover produtos parece ter sido acertada. Embora, essa conclusão esteja
mais evidente hoje, já que, há alguns anos atrás, o uso desses personagens fosse
mal visto pelos gestores de empresas.
Podemos afirmar que os personagens animados deixaram de ser meros
divulgadores de produtos para, em alguns casos, serem os verdadeiros símbolos
(mascotes) das instituições. Isso acontece, porque as equipes de marketing
começaram a entender que imagem é informação, e que a mesma é capaz de
transmitir ideias e valores das pessoas e, inclusive, das organizações. Sem falar que
a imagem chama a atenção do público e provoca os mais variados tipos de
impactos em sua mente do que qualquer outra forma de abordagem estratégica.
No que se refere à disseminação da informação, promovida pelos personagens
animados, a mídia e a tecnologia da informação são fundamentais para isso. Estes
instrumentos permitem que os personagens se aproximem das pessoas com mais
facilidade onde quer que elas estejam, e intensificam o processo de comunicação
entre empresa/marca e consumidores.
Entende-se que a marca é muito mais que o nome de uma empresa. Se ela for
bem trabalhada, pode aumentar a força e a competitividade de qualquer empresa de
forma significativa. A marca amplia a força das organizações, porque são agregados
a ela valores e características que constroem a identidade da corporação. Essa
identidade consolidada atrai o público e desperta nele certa simpatia que pode virar
uma relação de lealdade com a marca.
Em se tratando de valores agregados à marca, percebe-se que cada vez mais
as mascotes desempenham o papel de porta-voz das empresas, justamente por
elas apresentarem as marcas e, também, porque reforçam todos estes valores.
Afinal, as ideias e os valores da empresa estão, de alguma forma, inseridas na
mascote. E isso fica mais explícito quando a mesma interage com o público.
49
O tigre Tony, mascote da empresa Kellogg’s, e o frango da sadia (Lequetreque),
mascote da empresa Sadia, são grandes exemplos do que está sendo exposto até
agora. Eles nasceram apenas com um propósito, que era o de apresentarem os
produtos das empresas as quais pertencem. Mas a forma como o Departamento de
Marketing, de ambas as empresas, fez com que aparecessem na tv e nas
embalagens (outro fortíssimo meio de comunicação) resultou em uma grande
aceitação do público.
Nos Estados Unidos, Tony, com seu discurso de incentivo a boa alimentação e a
prática de esportes, junto com o seu jeito ser (animado e cheio de energia), e com o
seu slogan “Bring out the tiger in you”, que aqui no Brasil foi traduzido como
“Desperte o tigre em você”, conquistou os norte-americanos, tornando-o um dos
personagens mais populares daquele país. Até mesmo em outros países é muito
difícil alguém não ligar o produto sucrilhos kellogg’s à imagem do tigre Tony.
No Brasil, Lequetreque, conquistou os brasileiros não com palavras, e sim com
atitude, ou seja, conquistou o público com seu jeito alegre e estabanado, mas veloz,
de ser. Sempre preocupado em apresentar em primeira mão as novidades da Sadia.
Esta popularidade faz com que o Departamento de Marketing pense, quando
necessário, novas formas de modernizar a sua mascote e, consequentemente, fazer
com que ela continue sendo o grande símbolo da empresa. A última mudança,
muito interessante por sinal, como já foi visto no capítulo 3, foi nas cores da fita dos
seus óculos de motoqueiro. Claramente a empresa esta trabalhando em cima da
questão do nacionalismo para estreitar os laços da empresa com a sociedade
brasileira. Pensa-se que o objetivo é chamar, ainda mais, a atenção dos brasileiros
para a marca Sadia, despertando o orgulho da população por ter uma empresa
nacional que, além de ser a líder, no Brasil, no seu segmento de negócio, é
reconhecida internacionalmente.
Em um trabalho de gerenciamento da marca, é importante que a mesma fique
registrada na memória do público, mas apenas se consegue isso quando se atinge o
lado emocional das pessoas. Para isso, é necessário que a marca tenha algum
significado, que tenha alguma característica que faça o indivíduo se identificar com
ela. Sem dúvida, uma das formas para atrair o público é através da linguagem
visual. É nesse momento que entram em cena as mascotes de empresas,
50
contribuindo no processo de disseminação das ideologias e valores da marca
empresarial, e na sua consolidação e perpetuação no mercado.
51
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56
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTO 2
DEDICATÓRIA 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
LISTA DE FIGURAS 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Marketing, Informação e Imagem 12
1.1 - Marketing 12
1.2 - Informação 16
1.3 - Imagem 19
CAPÍTULO II
Comunicação, Mídia e Tecnologia da Informação 22
2.1 - Comunicação e Mídia 22
2.2 - Tecnologia, Internet e Globalização 26
CAPÍTULO III
A Criação das Mascotes e o Papel no Gerenciamento
da Marca Empresarial 34
3.1 - A Marca 34
3.2 - A Marca e as Mascotes 38
3.2.1 - Kellogg’s 41
3.2.2 - Sadia 44
CONCLUSÃO 48
57
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51
BIBLIOGRAFIA CITADA 53
ÍNDICE 56