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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A Psicomotricidade no Desenvolvimento Emocional dos Idosos Por: Diego Medeiros de Lima Orientadora Profª / Mestre Fátima Alves Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …em 2010 a representação passou para 10,8% da população (20,5 milhões). A taxa de fecundidade total (TFT) por sua vez, passou

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Psicomotricidade no Desenvolvimento Emocional dos Idosos

Por: Diego Medeiros de Lima

Orientadora

Profª / Mestre Fátima Alves

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Psicomotricidade no Desenvolvimento Emocional dos Idosos

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicomotricidade.

Rio de Janeiro

2015

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me ajudado a chegar ao

final do curso.

A minha mãe e a Ilson, por me darem

todo o apoio necessário quando eu

mais precisei.

Aos meus amigos e amigos da Pós,

por terem sido tão pacientes comigo.

DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a minha mãe,

por ser tão guerreira e amiga, não

deixando em momento algum as

adversidades da vida atrapalhar mais

essa conquista.

RESUMO

Este artigo tem como objetivo traçar uma linha entre a psicomotricidade

e a qualidade de vida dos idosos. Orientar sobre como o estilo de vida na

terceira idade pode ser melhorado através de atividades motoras, sociais e

culturais. Mostrando ao idoso um novo olhar sobre si mesmo. O envelhecer

não é mais visto pela sociedade como o final da vida ativa, pelo contrário, é o

início de uma nova fase em sua vida. Porém para o indivíduo que chega nessa

etapa da vida há muitos desafios. Desafios físicos, psicológicos e sociais. A

psicomotricidade será o instrumento que irá conduzir o idoso na descoberta do

seu corpo ajudando-o a enfrentar os novos desafios.

METODOLOGIA

A partir de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos científicos,

revistas publicadas, livros e sites de conteúdos acadêmicos.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 8

CAPÍTULO I - A PSICOMOTRICIDADE......................................................... 11

CAPÍTULO II - A TERCEIRA IDADE.............................................................. 15

CAPÍTULO III – A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE................. 20

CONCLUSÃO................................................................................................. 26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 29 ÍNDICE........................................................................................................... 31

8

INTRODUÇÃO

Com o avanço da medicina e as constantes preocupações com saúde

e alimentação, o mundo moderno vive uma nova realidade em relação à faixa

estaria da população. A população idosa no mundo vem crescendo cada vez

mais. Segundo estimativas do IBGE, nos próximos 20 anos a população acima

de 60 anos vai mais do que triplicar, passando dos atuais 22,9 milhões

(11,34% da população) para 88,6 milhões (39,2%) no país. Para Guedes

(2011, apud, Costa, 2011, p. 15), o envelhecimento se refere a um fenômeno

fisiológico do comportamento social ou cronológico. É um processo

biopsicossocial de regressão, observável em todos os seres vivos,

expressando-se na perda da capacidade ao longo da vida, devido à influência

de diferentes variáveis, como genética, dano acumulados e estilo de vida, além

de alterações psicoemocionais.

Moser (2006), diz que ao se tratar do envelhecimento no contexto

brasileiro o que logo chama a atenção é a brusca freada que se fez sentir,

sobretudo a partir da década de 1960. Ao longo dos últimos 50 anos, a

população brasileira quase triplicou: passou de 70 milhões, em 1960, para

190,0 milhões, em 2010. O crescimento do número de idosos, no entanto, foi

ainda maior. Em 1960, 3,3 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais e

representavam 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões, ou 8,5% dos

brasileiros, estavam nessa faixa etária. Na última década, o salto foi grande, e

em 2010 a representação passou para 10,8% da população (20,5 milhões). A

taxa de fecundidade total (TFT) por sua vez, passou dos 5.8 de 1970, para 2.3

no ano de 2000 e hoje, de acordo com o IBGE, ela estaria em 1.8. Disso se

deduz que já foi superada a taxa de reposição populacional, com toda a

problemática dali resultante em termos de equilíbrio social.

A partir dessa nova realidade surge a preocupação em melhorar as

condições de vida para a terceira idade. O idoso do século XXI, não se

contenta apenas em ficar parado dentro de casa tricotando e assistindo

televisão. A terceira idade esta cada vez mais ativa, porém o avançar da idade

9

traz transformações e redução de habilidades, fazendo com que a pessoa

necessite se adaptar fisicamente a essa nova realidade (MOSER, 2006).

A psicomotricidade surge nesse contexto como instrumento que irá

encaixar o idoso nessa nova realidade. Esta monografia tem como objetivo

principal apresentar os benefícios que a psicomotricidade traz no processo de

envelhecimento dos indivíduos. Mostrar ao idoso, como é possível viver uma

velhice com qualidade, sendo ativo e prestativo.

Os objetivos específicos: “Apresentam caráter mais concreto. Têm

função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo

geral e, de outro, aplicar este a situações particulares”. (LAKATOS, 1992, p.

102).

Para que seu objetivo principal seja concluído é necessário

desenvolver os objetivos específicos que são: entender e analisar o conceito

de psicomotricidade; desenvolver uma análise sobre o processo de

envelhecimento nos dias atuais e os benefícios da psicomotricidade no

desenvolvimento emocional dos idosos.

Os objetivos específicos deste trabalho são: apresentar um breve

histórico sobre a psicomotricidade; analisar os problemas enfrentados pela

terceira idade; buscar soluções para melhorar a qualidade de vida na terceira

idade; apresentar como a psicomotricidade pode contribuir para a melhor

qualidade de vida na terceira idade.

No capítulo I “Psicomotricidade”, será apresentado o conceito e

histórico sobre a psicomotricidade.

No capítulo II “A Terceira Idade”, será estudado sobre os problemas

enfrentados pela terceira idade nos dias atuais, os desafios que eles vão

enfrentar diante da nova realidade e sobre como é possível ter uma melhor

qualidade de vida nessa nova fase.

No capítulo III “A Psicomotricidade na terceira idade”, será estudado

como a psicomotricidade pode contribuir para que se tenha uma excelente

vida, mesmo com todos os problemas enfrentados pela terceira idade.

10

CAPÍTULO I

PSICOMOTRICIDADE

“O homem é precisamente o que ainda não é. O homem não se define

pelo que é, mas pelo que deseja ser.”

ORTEGA Y GASSET.

A Psicomotricidade tem o objetivo de estudar o homem através do seu

corpo em movimento, buscando a relação entre seu mundo interno e externo.

Esta sustentada por três conhecimentos básicos: movimento, intelecto e o

afeto. (ASSOCIAÇÃO Brasileira de Psicomotricidade, 2013).

Henry Wallon, médico psicólogo foi considerado em 1925 um dos

grandes pioneiros da psicomotricidade, passando a relacionar a motricidade

com a emoção, ele compara o movimento ao afeto, à emoção, ao meio

ambiente e aos hábitos do indivíduo. (JOBIM E ASSIS, 2008, p.2).

De acordo com Wallon (1925, apud Jobim e Assis, 2008, p.2), o

movimento é a única expressão, é o resultado da oposição e substituição de

atividades que precedem umas as outras.

Segundo Santos (2004), psicomotricidade é a capacidade de

movimentar-se com intencionalidade, de tal forma que o movimento pressupõe

o exercício de múltiplas funções psicológicas, memória, atenção, raciocínio,

discriminação, etc.

Podemos entender a psicomotricidade como instrumento que vai ajudar

as pessoas a conviver melhor com elas mesmas, pois as ensina a melhor

forma de se movimentar. A psicomotricidade vai permitir ao homem sentir-se

bem com sua realidade corporal, possibilitando-lhe a livre expressão de seus

sentimentos, pensamentos, conceitos, ideologias. (ROSSI, 2012, p.11).

Sobre os objetivos do trabalho psicomotor, segundo Alves (2009, p. 20

apud Ramos, 2011, p.11), afirma que: “A psicomotricidade tem o objetivo de

trabalhar o indivíduo com toda sua história de vida: social, política e

econômica. Essa história se retrata no seu corpo trabalha também o afeto e o

11

desafeto do corpo, desenvolve o seu aspecto comunicativo, dando-lhe a

possibilidade de dominá-lo, economizar sua energia, de pensar seus gestos, a

fim de trabalhar a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio".

Para Pinheiro (2013, p.1), a psicomotricidade é uma técnica que

trabalha com indivíduos de todas as idades com brincadeiras para alcançar

fins terapêuticos. Ela diz ainda que: “ela é uma ferramenta muito útil para tratar

indivíduos com doenças neurológicas como a Paralisia Cerebral,

Esquizofrenia, Síndrome de Rett em bebês prematuros, crianças com

dificuldades de aprendizagem como a dislexia, com atrasos no

desenvolvimento, deficientes físicos, indivíduos com problemas mentais entre

outros. Os objetivos do tratamento são alcançados através de brincadeiras

como correr, brincar com bolas, bonecas, jogos e etc. Através da brincadeira o

terapeuta observa o funcionamento emocional e motor do indivíduo e utiliza

outras brincadeiras para corrigir as alterações à nível mental, emocional ou

físico.

Podemos perceber que a psicomotricidade vai estimular os sentidos do

ser humano, através do movimento.

De acordo com Santos (2011), a psicomotricidade surgiu para responder

as questões relacionadas às dificuldades e problemas que envolviam os

aspectos motor e cognitivo, e não eram solucionadas pelos neurologistas. Ela

diz ainda que a psicomotricidade tornou-se um instrumento importante de

reeducação do corpo, posteriormente, como terapia no tratamento de

patologias psicomotoras, afetivas, relacional e cognitivas, ou seja, tornou-se

indispensável no auxilio do tratamento de indivíduos que fosse portador de

disfunções que englobam as patologias citadas.

Em razão do seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e

suas relações com o corpo, a psicomotricidade é uma ciência-encruzilhada ou,

mais exatamente, uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos

pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas

(biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística).

Mas, além disso, é uma terapia. A “terapia psicomotriz” (segundo a

expressão proposta pelo Dr. Jolivet) dispõe-se a desenvolver as faculdades

12

expressivas do individuo. Implica uma concepção radicalmente nova do corpo

e obriga a pensar as estruturas “psicossomáticas” em novos termos: o lugar do

corpo no imaginário, no conjunto se símbolos corporais (“linguagem do corpo”)

etc. Não se trata de justapor a alma e o corpo, nem mesmo de sutilezas

semânticas (“psicossomática”, “complexo corpo-psiquismo”), mas de deslocar

a problemática cartesiana e reformular as relações entre a alma e o corpo, que

toda a filosofia coloca em oposição recíproca, até mesmo quando afirma, por

vezes, a sua unidade. Ora, é com palavras dessa filosofia (nossa cultura

ocidental) que continuamos a refletir sobre essa problemática.

Em sua prática, a psicomotricidade empenha-se em superar essa

oposição: o homem é o seu corpo – mostra-nos ela – e não o homem e seu

corpo. O homem é, antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala

de seu corpo: eis o que caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele,

até mesmo à sua revelia, por vezes.

A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto

comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao individuo a possibilidade de

dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim

de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio.

Isso pressupõe um ser “bem dentro de sua pele”, um corpo cuja vivência

não está sujeita ao constrangimento, ao embaraço ou à vergonha.

A história da psicomotricidade é curta: o termo apareceu no discurso

médico em princípios do século atual, como os trabalhos de Dupré. Mas, pelo

fato de se ter definido segundo a concepção que o homem tem de seu corpo,

sua história ganha raízes nas origens da humanidade consciente. A história da

psicomotricidade nasce com a história do corpo, um longo percurso marcado

às vezes por cortes revolucionários e reformulações decisivas, que vieram

culminar em nossas modernas concepções e permitem compreendê-las.

Segundo o site da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, o termo

psicomotricidade foi empregado pela primeira vez por volta do século XIX, em

uma fala médico/neurológica que tratavam sobre a necessidade de se nomear

as zonas do córtex cerebral localizado muito além das regiões motoras.

13

Com o decorrer das pesquisas da neurofisiologia, várias disfunções

severas começaram a aparecer sem que o cérebro tenha sofrido alguma lesão.

São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica. Portanto,

o “esquema anátomo-clínico” que determinava para cada sintoma sua

correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos

patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma

área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez,

a palavra PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. (SBP – 2010).

Sendo assim, o inicio que vai dar origem ao campo psicomotor vem da

linhagem neurológica.

Dupré, um neuropsiquiatra no ano de 1909, é de essencial valor para o

campo psicomotor, trazendo a afirmativa da independência de debilidade

motora (que é um precedente do inicio psicomotor) de um admissível

correspondente neurológico.

Temos Henry Wallon em 1925, com sua visão médico-psicológica nos

trazendo o movimento humano como construtor do psiquismo, isto é, ele

relaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do

indivíduo.

O neurologista Edouard Guilmain, desenvolve em 1935 um exame

psicomotor com finalidade diagnóstica, terapêutica e de prognóstico. O

psiquiatra Julian Ajuliaguerra traz em 1947, uma nova definição para o conceito

de debilidade motora, ele a trata como uma síndrome com particularidades

próprias, demarcando claramente os transtornos psicomotores que oscilam

entre o neurológico e o psiquiátrico.

Com tantas contribuições a psicomotricidade se distingue e passa a ter

suas características.

Vemos então, na década de 70, vários autores definindo a

psicomotricidade como uma motricidade de relação. Uma diferença surge entre

a postura reeducativa e a terapêutica, passando a se ocupar mais da relação

entre o corpo, a afetividade e o emocional.

14

Dessa maneira vemos que a psicomotricidade é a ciência que te como

objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação

ao seu mundo interno e externo.

O processo de maturidade, onde o corpo é o início das obtenções

cognitivas, afetivas e orgânicas é alicerçada por três noções básicas: o

movimento, o intelecto e o afeto. A psicomotricidade utiliza métodos e técnicas

para que cada vez o homem aprenda a dominar e progredir com seu

movimento integrando o seu intelecto e a sua emoção.

A psicomotricidade é dessa forma, um termo utilizado para a

compreensão do movimento organizado e integrado, em funções das

experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade,

sua linguagem e sua localização.

15

CAPÍTULO II

A TERCEIRA IDADE

“A característica principal da velhice é o declínio, geralmente físico, que

leva a alterações sociais e psicológicas. Os teóricos classificam esse declínio

de duas maneiras: a senescência e a sensibilidade. A senescência, que é um

fenômeno fisiológico, arbitrariamente identificada pela idade cronológica, pode

ser considerada um envelhecimento sadio, onde o declínio físico e mental é

lento, sendo compensado, de certa forma, pelo organismo.” (Nadeau, p. 55,

1985)

O envelhecimento é um processo natural; é uma trajetória que envolve a

infância, a adolescência e a fase adulta. O envelhecimento não é somente um

processo físico, mas um estado de ânimo. A velhice é um período vulnerável, e

os idosos correm mais riscos do que qualquer pessoa de outra faixa etária,

com exceção da infância.

A partir dos 55 anos, o corpo mostra sinais e dificuldades para cumprir

tarefas diárias, como dirigir, caminhar, pegar ônibus, o que pode afastar o

idoso de uma vida social.

Outro fator que o distancia da vida social são as perdas, - como viuvez,

casamento dos filhos, e as dificuldades em deixar de ser somente pai e mãe e,

depois, avôs.

Nessa fase acontecem várias modificações biopsicossociais que alteram

a relação do homem com o meio no qual ele está inserido. Uma dessas

alterações de âmbito social é o aumento do tempo livre que as pessoas

adquirem com a chegada da aposentadoria, o qual poderá ser preenchido de

diferentes formas, que variam conforme a personalidade, os hábitos de vida da

pessoa, a sua condição socioeconômica, entre outros. Portanto, se o idoso foi

um adulto com a maior parte do tempo ocupada pelo trabalho, desconhecendo

os valores do tempo livre bem empregado, poderá cair num imenso vazio.

16

O idoso necessita de cuidados especiais, mesmo sendo uma pessoa

ativa e saudável, segundo Pretát (1994). Em alguns momentos, ele pode se

sentir com vinte anos e, logo após, entregar-se numa poltrona de sofá com

dores em todo seu corpo.

Para Chazaud (1978), a reeducação tem como alguns objetivos

corporais domínio do tônus da postura, que no idoso tende a diminuir; o

trabalho da coordenação e da própria consciência do corpo; a orientação e

lateralidade.

As sessões de psicomotricidade seguem uma proposta diferente para o

idoso, não sendo em nenhum momento aquelas aulas de ginastica que

assustam muitos; nem só atividades recreativas, apesar de terem certa

semelhança por serem lúdicas. A psicomotricidade explora a expressão

corporal desenvolvendo sua habilidade motora e também cognitiva, o afetivo e

o social.

Desde que nascemos somos levados a nos movimentar, o que

normalmente não para. Conforme crescemos, aperfeiçoamos os nossos

movimentos, mas, quando ocorre o envelhecimento, muitos movimentos ficam

limitados.

Ferreira (2000) relata que a psicomotricidade de a formação pessoal

pode atender satisfatoriamente às necessidades do idoso. Em vista de o

processo de formação pessoal conseguir manter as capacidades funcionais

com independência e autonomia, as quais estão diretamente ligadas com

qualidade de vida, essa prática coloca o idoso num espaço em que ele

consegue criar forças, enfrentar suas limitações e estimular sua auto-estima.

Manter uma dieta balanceada, cuidados especiais e atividades físicas são

algumas medidas saudáveis para um envelhecimento saudável e satisfação do

contato social.

Para Fox (1998), a atividade física regular tem como benefício à melhora

do sistema imunológico; ajuda no controle do peso; redução do risco de

doenças cardíacas e de desenvolver pressão alta; redução do risco de

desenvolver diabetes ou ajuda no controle; melhora na postura e no equilíbrio;

melhora na coordenação, aparência física, auto-estima; aumento da força

17

muscular; redução do risco de desenvolver osteoporose; redução da

ansiedade; ajuda no controle de estresse; melhora a disposição mental; ajuda

na qualidade do sono e facilitação das atividades da vida diária (trabalhar,

passear, estudar, namorar, etc.).

No envelhecimento ocorrem diversas doenças. É importante que o idoso

e familiares estejam atentos para possíveis doenças, com consequentes

alterações do corpo. Os órgãos mais complexos, como os músculos, são os

primeiros a declinar. A perda de tecido muscular é uma das principais razões

de o idoso não conseguir realizar as suas tarefas, como subir e descer

escadas, carregar compras, enfim, o que ele faria na juventude. Com isso

prejudica-se a sua funcionalidade. A diminuição de sua força muscular dificulta

a sua coordenação, podendo ocorrer danos nas articulações.

Outras doenças que podem ocorrer no processo de envelhecimento são

as do aparelho circulatório, neoplasia, diabetes, doenças osteoarticulares,

demências do tipo Alzheimer e tantas outras, como as crônico-degenerativas.

Hoje se descobertas cedo, essas doenças podem ser tratadas antes do seu

agravamento. “[...] pois o idoso requer assistência não só em termos

biológicos, como psicológicos e espirituais” (SBG, 1994).

Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre

mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo

multicelular costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e

desenvolvimento, a fase reprodutiva e a senescência, ou envelhecimento.

Durante a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos

especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que o

tornam apto a se reproduzir. A fase seguinte é caracterizada pela capacidade

de reprodução do indivíduo, que garante a sobrevivência e perpetuação. A

terceira fase, a senescência, é caracterizada pelo declínio da capacidade

funcional do organismo.

O envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares que

resultam em perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo como

um todo. Esse declínio se torna perceptível ao final da fase reprodutiva, muito

embora as perdas funcionais do organismo comecem a ocorrer muito antes. O

18

sistema respiratório e o tecido muscular, por exemplo, começam a decair

funcionalmente já a partir dos 30 anos.

Logo depois de atingir a maturidade reprodutiva as chances de

sobrevivência do individuo já começam a diminuir. Essa tendência faz parte do

desenvolvimento de evolução de todos os organismos multicelulares. Assim, o

desenvolvimento, a reprodução e o envelhecimento são etapas naturais da

vida de cada espécie, que ocorrem de forma sequencial e interdependente: o

inicio da senescência é dependente da fase reprodutiva que, por sua vez, é

dependente do desenvolvimento. No entanto, não há uma separação rígida

entre as três fases. O crescimento pode continuar mesmo depois da que a

maturidade reprodutiva é atingida.

Para Okuma, coordenadora do grupo de pesquisa em educação física

para idosos da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo,

não existe um procedimento fixo, predeterminado que atenda a toda a terceira

idade da mesma maneira. Cada idoso é diferente um do outro e por isso

devem ser considerados os pontos que são principais para casa um, e

escolher qual deve ser a melhor atividade física para cada um.

De início o idoso precisa se conhecer, isto é, saber qual a sua

capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, por exemplo, como subir as

escadas de um ônibus, carregar panelas de pressão, arrumar camas, abaixar-

se para ver o forno, etc. Considerando todos esses e outros fatores, temos a

atividade física vindo como um forte aliado na melhora de sua capacidade para

desempenhar estas e outras tarefas.

A atividade também funciona para o idoso como um importante recurso

para diminuir os efeitos degenerativos provocados pelo envelhecimento dando-

lhe a possibilidade de se ter uma qualidade de vida sendo esta, de maneira

mais ativa e dinâmica. Funciona ainda como um forte alidado no controle de

doenças crônico-degenerativas como a diabetes, hipertensão e osteoporose.

Facilita as funções do aparelho locomotor, melhorando o seu desempenho e,

evitando que o mesmo se torne um problema social para suas famílias devido

à falta de locomoção tornando-se assim, dependente e sem autonomia.

19

Vários autores tratam essa questão da qualidade de vida através da

atividade física, mas segundo Okuma:

(...) “o declínio linear natural das capacidades funcionais, que se inicia ao redor

dos 30 anos, pode ser substancialmente modificado pelo exercício físico, pelo controle

do peso e pela dieta. Evidências demonstram que mais da metade do declínio da

capacidade física dos idosos é devida ao tédio, à inatividade e à expectativa de

enfermidade. Pesquisas sugerem que 50% do declínio, frequentemente atribuído ao

envelhecimento biológico, na realidade é provocado pela atrofia por desuso, resultante

da inatividade física que caracteriza os países industrializados” (p. 52).

Várias alterações nas estruturas e funções fisiológicas resultantes da

idade ocorrem por conta da falta de atividade física. A atividade física ajuda

também a diminuir a taxa de morbidade e de mortalidade entre esse grupo.

Funciona como uma proteção para várias doenças principalmente as

cardiovasculares.

A atividade física é um importante agente na prevenção de doenças, é

importante essa atividade para a manutenção da capacidade funcional como

capacidade cardiovascular, massa muscular, força muscular e flexibilidade.

20

CAPÍTULO III

A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE

“Tenhas sempre presente que a pele se enruga

O cabelo embranquece,

Os dias convertem-se em anos,

Mas o que é importante não muda:

A tua força e convicção não tem idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha,

Atrás de cada conquista vem um novo desafio.

Enquanto estiveres vivo, sente-se vivo.

Se sentes saudades do que fazias, volta-te a fazê-lo.

Não vivas de fotografias amarelecidas...

Continua, quando todos esperam que desistas.

Não deixe que enferruje o ferro que existe em ti.

Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.

Quando não consigas correr através dos anos, trota.

Quando não consigas trotar, caminha.

Quando não consigas caminhar, use uma bengala,

Mas nunca te detenhas!!!”

Cacilda Gonçalves Velasco

Nos últimos anos observa-se um aumento significativo de estudos

abordando o processo de envelhecimento e suas repercussões na saúde do

idoso, comprovando a relevância e o movimento crescente de conscientização

acerca da necessidade de um maior conhecimento das especificidades do

idoso, nos aspectos biológico, social, cultural e econômico para rompermos

com os estereótipos e preconceitos que ainda isolam e excluem estes

indivíduos na sociedade. Este aumento da expectativa de vida, principalmente

nos países desenvolvidos, tem íntima relação com fatores tais como:

alimentação, habitação, saneamento básico, educação, mudanças nos

padrões reprodutivos, desenvolvimento tecnológico e avanços no controle e

tratamento de doenças. Logo, a mudança da pirâmide populacional, nas

21

últimas décadas, está associada à redução da mortalidade de adultos e idosos

e a diminuição da taxa de fertilidade (PAPALEO NETTO, 1994).

A partir dessa transformação no âmbito da saúde, os profissionais

começam a investir mais nesta clientela, principalmente no setor de atenção

primária. O atendimento geriátrico e gerontológico podem ser definidos como

um processo interdisciplinar que atende as pessoas idosas, visando os

serviços médicos, psicológicos, social e funcional a fim de manter o idoso com

plena capacidade e autonomia pelo maior período possível. Mas, nesse

contexto, é preciso considerar que a saúde é algo a ser conquistado e não

dado, o que envolve esforço e investimento para mantê-la (PAPALEO NETTO,

1994).

Nesse sentido, TEIXEIRA (1988, p. 91) argumenta que: “ao mesmo

tempo em que o cuidado depende do indivíduo, ele também tem uma

dimensão que escapa à boa vontade consciente, pois passa pelo econômico,

pelo inconsciente, pelas produções capitalistas de subjetividade com o corpo.

O cuidado é também resultante dos equipamentos coletivos que produzem

subjetividade, e o sujeito, quando fala do cuidado, fala também do seu salário,

de sua família, dos seus sentimentos e dos seus desejos”.

Entretanto, quando a pessoa envelhece existem alguns fatores

psicossociais que interferem na qualidade de vida como a perda da posição

social comum após a aposentadoria, a pobreza que dificulta as condições

mínimas de sobrevivência e, consequentemente, limita a participação dos

idosos em eventos sociais, a solidão, pois muitas vezes os idosos têm pouco

contato com outras pessoas devido à dificuldade de transporte adequado,

problemas financeiros, incapacidade física e falta de companhia associada ao

medo e a perda de amigos, parentes, cônjuges. Tudo isso pode levar o idoso à

depressão e a uma maior dependência, física e/ou psicossocial.

Além dos fatores psicossociais que interferem no processo de

envelhecimento, existe ainda a relação do indivíduo com a sociedade. Sendo

assim, os idosos, muitas vezes, sentem-se inferiorizados pela sociedade,

principalmente após a aposentadoria, quando tendem a ser considerados

inúteis e improdutivos, pois, além de conviver com uma série de mudanças

22

orgânicas, sentem-se como um peso para seus familiares e amigos o que

acaba gerando seu isolamento do convívio social como forma de preservação.

Assim, a velhice pode ser caracterizada pela maneira como a sociedade

determina e encara o envelhecer, sendo mais forte do que a percepção do

idoso a respeito do envelhecimento o que nem sempre corresponde ao seu

estado de velhice. Por isso, a forma como uma sociedade superprotege,

venera ou marginaliza o idoso determinará como ele vai se adaptar e assumir a

velhice (WALDOW, 1998). Portanto, envelhecer de forma saudável implica,

não apenas na possibilidade dos idosos disporem de cuidados em relação aos

problemas de saúde mais comuns nesta etapa da vida, mas, também, no

reconhecimento das suas possibilidades e necessidades específicas. Significa

que, além de bom estado de saúde física eles necessitam de respeito,

segurança e, principalmente, precisam sentir-se ativos em sua comunidade

com oportunidade de expressarem livremente seus sentimentos, emoções,

interesses, opiniões e experiências.

Algumas pesquisas demonstram que a principal tarefa evolutiva da

velhice é a integração social e a autonomia pessoal; "a segurança propiciada

por um ambiente acolhedor, assim como a autonomia permitida por um

ambiente estimulador são ambas, necessário ao bem-estar do idoso”

(TEIXEIRA, 2002, p.105). É bem verdade que o idoso convive com limitações

da própria idade, as quais podem prejudicar sua independência e autonomia

para desenvolver determinadas atividades. Mas, é preciso que ele seja

estimulado a, inicialmente, organizar seu tempo fazendo projetos de vida com

criatividade, energia e iniciativa isto é, dando significados a vida para que esta

não caia no vazio (LIMA, 2000).

Nesse sentido, podemos considerar que às atividades de lazer e a

convivência em grupo contribuem tanto para a manutenção do equilíbrio

biopsicossocial do idoso, quanto para atenuar possíveis conflitos ambientais e

pessoais. Por isso, é importante para o ser humano a atividade física,

intelectual e de lazer, pois, em todas as etapas da vida devemos nos

preocupar com as perspectivas de um envelhecimento saudável. E nesse

sentido, para se qualificar a vida é necessário comparar o passado e o

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presente, as coisas boas e ruins, a infância, a juventude, a maturidade e a

velhice em um contexto social e histórico (LÓPEZ & CIANCIARULLO, 1999).

Assim, a compreensão de qualidade de vida na velhice está atrelada ao

significado de velhice dada pelos idosos onde devem ser consideradas as

referências às mudanças do corpo e as imagens desse corpo, os contrastes

sociais e culturais que caracterizam o curso de vida, se o passado foi marcado

pela busca de sobrevivência, pelo trabalho com poucas garantias ou não, e se

hoje na velhice, sobrevivem com a ajuda de familiares ou são independentes.

O envelhecimento bem-sucedido não é um privilégio ou sorte, mas um objetivo

a ser alcançado por quem planeja e trabalha para isso, sabendo lidar com as

mudanças que efetivamente acompanham o envelhecer.

Além da maneira como o idoso lida com as mudanças ocorridas nessa

fase da vida, a qualidade de vida envolve também seus hábitos de vida e isso

inclui as atividades de lazer. Além disso, falar de qualidade de vida é

considerar também as emoções e suas repercussões para a saúde.

Há alguns anos, afirmar que existia uma vinculação direta entre o estado

emocional e a boa saúde era quase um contrassenso para a ciência, mas isso

se devia em parte ao conceito que se dava à saúde e que em determinadas

sociedades ainda é cultuado, a visão biologizada, que se entende como sendo

ausência de doença quando o organismo encontra-se em bom estado geral,

sem alterações patológicas. A saúde foi definida pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) em 1948, como um estado de completo bem-estar físico, mental

e social e não apenas a ausência da afecção ou doença.

Nesse bem estar destacamos a emoção que se refere ao sentimento e

seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos. As emoções

são essencialmente impulsos para agir e lidar com as situações da vida e

sofrem influência das experiências vivenciadas e da cultura (GOLEMAN,

2001). Existem centenas de emoções, juntamente com suas combinações,

variações, mutações e matizes tais como: ira, tristeza, medo, prazer, amor,

surpresa, nojo e vergonha. O momento da emoção é o momento em que

tocamos a nossa força vital, reencontramos a nossa origem, os ancestrais, a

nossa história coletiva e pessoal (GAUTHIER, 1999).

24

A evolução da medicina sobre a existência de substâncias químicas

atuando no metabolismo cerebral capazes de alterar o estado emocional e,

consequentemente, a saúde resultou nos conhecimentos atuais sobre os

neurotransmissores e neuroreceptores relacionados à atividade cerebral dos

quais, destaca-se a serotonina e sua relação com a sensação de bem-estar

das pessoas (BALLONE, 2002). Nesse sentido, algumas pesquisas que

procuraram embasar a teoria de que a depressão seria consequente a baixos

níveis da serotonina e quando se fala em idoso, a depressão é algo que vem

sendo estudada e discutida nos últimos anos.

A depressão no idoso apresenta-se de forma mais habitual com os

quadros pouco sintomáticos e de evolução lenta, que se associam com

alterações hormonais, consumo de medicamentos por iniciativa própria, como

anti-hipertensivos, ansiolíticos e hipnóticos, e com situações de solidão e

perda, como a morte do parceiro (a), a falta de apoio social ou familiar, uma

mudança ou uma internação em uma instituição (RUIPÉREZ & LLORENT,

1996).

A depressão possui fator de hereditariedade e hormonal, mas pode ter

causas psicossociais também. Diz que a perda da autoestima no processo de

envelhecimento está associada ao quadro depressivo do idoso decorrente do

forte sentimento de dependência e perda crescente da autonomia (RUIPÉREZ

& LLORENT, 1996; OLIVEIRA, 2003). Nesse contexto, ao perceber que não

pode mais agir como antes sobre o mundo, a pessoa idosa ao que parece, não

vê outra escolha senão retirar-se do mundo, mergulhando pouco a pouco em

um profundo estado de depressão (RUSCHEL, 2001).

Porém, elementos tais como amor, humor, surpresa, curiosidade,

paixão, perdão, alegria, esperança, entusiasmo, dar e partilhar atuam no

sistema imunológico ajudando nosso corpo a combater infecções e

estimulando células naturais que combatem o câncer e afetam a forma com

que cuidamos de nós mesmos e dos outros. Por outro lado, quando raiva,

ressentimento, ambivalência, culpa tédio, solidão e medo são reprimidos

durante muito tempo, podem suprimir nosso sistema natural de proteção e nos

fazer sentir mal. (ADAMS, 1998). Isso quer dizer que as emoções

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desencadeiam reações físicas e atualmente, a medicina em geral, e

particularmente a psiquiatria, enfatizam a importância do bom humor, dos bons

sentimentos e da afetividade sadia na qualidade de vida e na saúde global da

pessoa, pois os efeitos do bom humor sobre a saúde física são tão evidentes

que uma boa e sincera risada pode ter a importância de uma sessão de

ginástica (BALLONE, 2002).

O bem-estar proporcionado pela participação do idoso em atividades em

grupo contribui não só para a sua conscientização sobre a importância do

autocuidado, mas também oportuniza a vivencia e troca de experiências que

repletas de emoções que movimentam suas vidas, gerando uma sensação de

bem estar. Essas sensações de bem-estar podem ser discutidas à luz de uma

abordagem holística, que integra funções físicas, emocionais e espirituais.

Assim, como essas funções estão inter-relacionadas, qualquer mudança em

uma delas pode causar repercussões nas outras. Estas são mudanças

positivas que demonstram que o todo é maior do que a soma de suas partes

(VICINI, 2002). Nesse sentido, o aumento da expectativa e a qualidade de vida

das pessoas idosas podem estar associados não somente a evolução da

tecnologia e medicina, mas, também, à vivência dos idosos em grupos a qual

transcende as atividades físicas e de lazer. Nesses grupos os idosos

compartilham e expressam emoções, apesar de muitos serem portadores de

doenças comuns nessa faixa etária, tais como hipertensão arterial e diabetes

mellitus, dentre outras.

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CONCLUSÃO

Desde o início do estudo, foi possível perceber o quanto é vasto o

universo dos idosos, que têm muito a nos ensinar e contar e como retribuição,

oferecemos ainda tão pouco.

Todos nós sabemos, ou pelo menos esperamos que um dia iremos

envelhecer, e por mais que tentamos nos preparar para essa fase da nossa

vida, este é um assunto que precisa ser tratado com muito cuidado, pois nem

todos estão preparados para lidar com essa situação.

A população idosa tem aumentado cada vez mais, e com isso também

tem aumentado a preocupação com a qualidade de vida na terceira idade.

Não podemos evitar o envelhecimento, porém, podemos intervir para que esse

seja um processo natural e sem sofrimentos. Com o avançar da idade, a

pessoa perde sua agilidade, fica mais lento.

A psicomotricidade vai ajudar o idoso a redescobrir seu corpo diante das

mudanças sofridas com a chegada da terceira idade. Os benefícios não são

apenas físicos. São psicológicos e sociais, pois a pessoa ao entender que

apesar de suas limitações físicas, ocasionadas pelo decorrer dos anos, ainda é

capaz de se mover, de agir ativamente na sociedade, sente-se motivado,

incluído na sociedade.

Gonçalves (2011, p. 38) diz que envelhecer com qualidade deve ser

uma preocupação de todos nós, mais que devemos nos preparar antes para

chegar com qualidade à velhice. Diz ainda que é necessário que mais

profissionais estejam interessados em trabalhar com esses idosos de forma

global, melhorando sua capacidade motora, seu intelecto e sua socialização.

É essencial para o ser humano ter um bom acompanhamento nessa

etapa de sua vida, porém é um processo que deve começar muito antes. Não

se deve deixar para preocupar-se com a qualidade de vida na terceira idade

quando já estiver vivenciando essa etapa da vida.

Para que se tenha uma boa velhice é preciso praticar durante muitos

anos um padrão de vida sadio, (PONTES, 2004).

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Chegar à terceira idade é viver em movimento continuo, é caminhar pela

vida, ultrapassar etapas, plantar, colher os frutos e saber que alguns desses

frutos e saber que alguns desses frutos caíram da árvore antes da hora e não

renderam o fruto esperado. É a espera do que vem pela frente, como quem

espera ver e acredita em um futuro que está por vir, é plano e expectativa que

está por vir.

É necessário que mais profissionais estejam interessados em trabalhar

com esses idosos de forma global, melhorando sua capacidade motora, seu

intelecto, sua socialização, enfim, melhorando por inteiro tal pessoa.

A psicomotricidade é uma boa ferramenta a nosso dispor e como dia

VELASCO (2005): “A Psicomotricidade é a Ciência do Homem, que considera

os aspectos Biológicos, Antropológicos, Sociológicos e Culturais,...”, como

base nisso, vemos que a Psicomotricidade é a Ciência do Ser Humano, pois

observa o homem como um todo, no nosso caso o idoso.

À medida que mais psicomotricistas se interessarem por essa faixa

etária, atuando primeiramente de forma preventiva em seu trabalho e depois

visando sua reinserção no contexto bio-psico-social, fazendo desses idosos

seres atuantes, autônomos e independentes que modifiquem sua própria

dinâmica e mudem sua historia, uma qualidade de vida acontecerá e atingirá

cada vez mais a um maior número de idosos.

Deseja-se que cada vez mais equipes de profissionais capacitados

atuem em prol do bem estar do idoso, possibilitando ao mesmo se tornar um

agente dinâmico, construtor da sua identidade, socializando, “reinventor” da

sua história a medida que sonha, desperta, realiza e se torna autoconfiante.

É certo que não se pode evitar o envelhecimento. Porém, podemos

interferir na maneira de como envelhecer, contribuindo para um significativo

bem estar em nossas atividades e relacionamento social. É necessário que se

mantenha um equilíbrio entre o fator fisiológico, psíquico e social, para que se

possa ter uma boa qualidade de vida quando o indivíduo alcançar a

senescência. Entretanto, envelhecer não significa necessariamente redução de

capacidade e diminuição de atividades. Envelhecer pode significar

enriquecimento espiritual e uma vida aprazível.

28

O trabalho com os idosos, deve enfocar a conscientização deste ser

idoso-corpo-no-mundo. O idoso deve ter certeza que seu corpo ainda pode

realizar e participar de muitas atividades e ações que produzam vida. E a

produção e manutenção de vida é, sem dúvida, a melhor forma de contribuir

para a conscientização do fenômeno corporeidade.

Diferenças e contratempos existirão sempre, e sempre estarão

vinculados a características comportamentais e de experiências vivencias de

cada idoso. Resta-nos a identificá-las, adaptá-las e aplicá-las em benefício da

cada um deles. No feixe das emoções, liberar as tensões e as inseguranças.

No pensar de cada dia, a satisfação de que estaremos contribuindo para

minimizar, eliminar os males do envelhecimento psicológico, social e funcional.

29

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ORTEGA Y GASSET, (1963). Apud SALVADOR, 1977, p. 160.

31

ÌNDICE

FOLHA DE ROSTO......................................................................................... 2

AGRADECIMENTO......................................................................................... 3

DEDICATÓRIA................................................................................................ 4

RESUMO......................................................................................................... 5

METODOLOGIA.............................................................................................. 6

SUMÁRIO........................................................................................................ 7

INTRODUÇÃO................................................................................................. 8

CAPÍTULO I - A PSICOMOTRICIDADE......................................................... 11

CAPÍTULO II - A TERCEIRA IDADE.............................................................. 15

CAPÍTULO III – A PSICOMOTRICIDADE NA TERCEIRA IDADE................. 20

CONCLUSÃO................................................................................................. 26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 29 ÍNDICE............................................................................................................ 31