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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM EVOLUÇÃO DAS REGRAS DE APOSENTADORIA NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Por: Rosinete Silva dos Santos Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Este trabalho tem por objetivo mostrar a ... acréscimos percentuais (20%) ou promoção pós-aposentadoria, dentre tantas

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

EVOLUÇÃO DAS REGRAS DE APOSENTADORIA NO SERVIÇO PÚBLICO

FEDERAL

Por: Rosinete Silva dos Santos

Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

EVOLUÇÃO DAS REGRAS DE APOSENTADORIA NO SERVIÇO PÚBLICO

FEDERAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos

Por: Rosinete Silva dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter permitido que eu trilhasse este caminho. Agradeço também a todos os meus familiares que estiveram ao meu lado pela paciência e compreensão presentes nos momentos em que desenvolvia esta obra

4

DEDICATÓRIA

Dedico a todos os meus familiares, pelo incentivo no momento certo, e em especial a Thiago, meu filho querido, pela compreensão e paciência durante todos os dias de curso.

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo mostrar a evolução das regras de

aposentadoria dos servidores públicos federais.

Entender a extensão e a diversidade de mudanças provocadas pelas

Emendas Constitucionais introduzidas pelas Emendas Constitucionais nos

20/1998, 41/2003 e 47/2005, bem como de decisões normativas e outros

preceitos legais, com vistas ao exame e procedimentos quanto à concessão de

aposentadoria, sob as suas diversas formas.

Dar condições ao servidor de como se habilitar para a instrução do

processo de aposentadoria, conhecendo os critérios de apuração de tempo de

serviço/ contribuição, dados essenciais necessários quando do preenchimento

dos formulários e afins. Compreender melhor como ficará sua situação

financeira pós-aposentadoria, para se programar em como se dará tais

modificações, e se é isso mesmo que ele deseja, ou se terá de rever seu

projeto de aposentadoria.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados neste trabalho, que levam ao tema proposto,

é a leitura de livros e revistas especializadas, jornais, pesquisa na internet,

pesquisa bibliográfica, interpretação da legislação, mostrando as diversas

regras de aposentadoria e seus requisitos, antes e depois da Emenda

Constitucional nº 20/98 e suas posteriores alterações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Aposentadoria do Servidor Público 10

CAPÍTULO II - Das Regras de Aposentadoria 23

CAPÍTULO III – Do Processo de Aposentadoria 32

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ANEXOS 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

8

INTRODUÇÃO

O sistema previdenciário do servidor público já sofreu inúmeras

alterações desde seu surgimento, na Constituição Federal de 1891 (CF/1891),

até a promulgação da atual Constituição, de 1988. Notadamente, foi a

chamada reforma da previdência que modificou bruscamente as regras para a

concessão de aposentadorias e pensões.

Tais regras, e aqui trouxemos apenas as mais comuns, permitiam o

alcance da aposentadoria pública simplesmente pelo advento dos critérios

"tempo de serviço" + "lealdade" + "bons serviços prestados", e mais,

usualmente tais aposentadorias se davam com valores superiores aos que o

funcionário percebia na ativa, com vantagens advindas do exercício continuado

de cargos em comissão; acréscimos percentuais (20%) ou promoção pós-

aposentadoria, dentre tantas outras.

Com a chegada em 1990 do Regime Jurídico Único, aplicável aos

servidores públicos federais, houve a inclusão dos antigos servidores regidos

pela CLT no regime estatutário, por força do contido no artigo 243 da Lei nº

8.112/1990.

A partir de sua regulamentação, que se deu através da Lei nº 8.647,

de 13.04.1993, somente os servidores ocupantes de cargo efetivo poderiam se

aposentar pelo regime público, extirpando-se, assim, em definitivo, a

concessão da aposentadoria àqueles sem vínculo efetivo com a Administração

Pública, resguardados os direitos adquiridos até sua edição.

Muito se tem discutido a respeito dessas modificações

implementadas através das Emendas Constitucionais nos. 20/1998; 41/2003 e

47/2005 no tocante às regras de aposentadoria dos servidores públicos em

geral.

9

Na tentativa de manter em serviço a mão-de-obra qualificada, a

legislação foi modificada e passou a oferecer ao servidor que preenchesse os

requisitos para aposentadoria voluntária o chamado “Abono de Permanência”,

todavia, completamente díspar do que existe hoje, introduzido pela Emenda

Constitucional nº 41/2003.

Com isso, o normativo então vigente só seria utilizado por aqueles

que possuíam o direito adquirido, aos detentores de mera expectativa de direito

foram propostas regras de transição, e, para os que ingressaram após esse

ciclo de mudanças, foram definidos novos critérios, inclusive com nova forma

de cálculo de proventos.

Os objetivos desse trabalho são, portanto: estudar os princípios

aplicáveis à Administração Pública e à seguridade social, analisar a evolução

do sistema previdenciário e se familiarizar com os atuais requisitos para a

aposentadoria do servidor público.

O resultado deste trabalho apresenta aos atuais e futuros

aposentados como foi elaborado o sistema ao qual estamos submetidos.

Para alcançar tais objetivos, foi necessário: pesquisar a legislação

ora citada, pois é importante conhecer o texto da lei; e estudar para entender

como esta é interpretada, sobre o ponto de vista de eminentes doutrinadores e

dos Tribunais Superiores e TCU; e, por fim, fazer uma síntese de todo o

estudo, de forma a subsidiar a análise crítica dos atuais requisitos para

aposentadoria do servidor público.

10

CAPÍTULO I

APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO

1.1. Conceito

Aposentadoria é a passagem do servidor para a inatividade por

invalidez, compulsória, ou voluntaria ao tempo e contribuição.

1.2. Breve Evolução Histórica Relativa à Aposentadoria e Abono de Permanência no Serviço Público

1.2.1. Histórico de Aposentadoria

1891 (Constituição) - aparece pela primeira vez a palavra

“aposentadoria”, cujo benefício somente poderia ser concedido ao

funcionário público, se viesse a ser considerado inválido a serviço

da Nação.

1923 - criação da Caixa de aposentadoria e pensões dos

ferroviários.

1934 (Constituição) - determina ao Poder legislativo a instituir

normas sobre aposentadoria.

1935 - criação do Mongeral (sistema pelo quais várias pessoas

se associavam e cotizavam para cobertura de certos riscos,

falecimento, acidente, etc.).

1939 (Decreto-Lei nº 1.713/1939) - primeiro estatuto dos

funcionários públicos, contendo normas de aposentadoria por

tempo de serviço, por invalidez, compulsória (67 anos) curiosidade:

11

a aposentadoria por tempo de serviço era prevista apenas para o

homem e dependia de autorização/critério da administração.

1952 (Lei nº 1.711/1952 - 4 anos para ser elaboradas, alterações

em 1964, 1977 e 1979, somente para trazer acréscimos de

benefícios) - segundo estatuto dos funcionários públicos, ampliou

as formas de concessão de aposentadoria: por tempo de serviço

diferenciado para homem e mulher, invalidez

integral/proporcional/acidente em serviço, promoção na

aposentadoria, incorporação de função de chefia na aposentadoria,

compulsória 70 anos, dentre outros benefícios (adicional por tempo

de serviço e licença para tratamento de saúde computada para

aposentadoria).

1958 (Lei nº 3.382/58 e 58/88) - instituíram a aposentadoria

especial com provento integral, aos 25 anos de serviço, para os

servidores em estabelecimentos industriais da União, onde fosse

processada a fabricação ou manipulação de pólvoras ou explosivo

(suspenso desde 1991-ON nº 60/91 da extinta SAF/PR - DOU de

18JAN91).

1969 (Emenda Constitucional nº 1/69) - restringiu a concessão de

vantagens na aposentadoria, ao vedar a percepção dos proventos

de inatividade superiores aos percebidos em atividade.

1975 (Lei nº 6.226/1975) - permitiu a contagem recíproca do tempo

prestado na atividade privada para aposentadoria na área pública e

da área pública na previdência social.

1976 e 1979 (LC nº 29/1976 e 36/1979) - permitiram aposentadoria

voluntária proporcional a quem tivesse 10 anos de serviço público

federal (quadro suplementar e disponibilidade).

12

1981 (Emenda Constitucional nº 18/81) - reduziu o tempo de

serviço para aposentadoria voluntária integral dos servidores do

grupo magistério.

1988 (Constituição) - restabeleceu a concessão de vantagens na

aposentadoria ao suprimir a limitação dos proventos de inatividade

superiores aos da atividade, criou a aposentadoria proporcional

para homens e mulheres, a exemplo do que existia na previdência

social, integralizou as pensões, dentre outros benefícios.

1990 (Lei nº 8.112/1990, elaborada no período de 4 a 5 meses,

alterada antes de um mês de vigência) - extinguiu a concessão de

vantagens na aposentadoria, restabelecida por ato do congresso,

sofreu e vem sofrendo profundas alterações até a presente data.

1992 - primeira proposta de reforma da previdência, cuja idéia era

a unificação de todos os regimes de previdência, trabalhadores da

iniciativa privada, servidores públicos e militares. Dificuldades de

aprovação e problemas políticos inviabilizaram a continuidade

dessas idéias.

1998 - aprovação da Emenda Constitucional nº 20/1998, cuja

proposta foi iniciada em 1995, optando pela constituição de três

regimes: trabalhadores da iniciativa privada, servidores públicos e

militares, cuja principal alteração em relação aos servidores

públicos foi a combinação de idade mínima mais tempo de

contribuição, observada uma regra de transição.

2003 - aprovação em dezembro da Emenda Constitucional nº

41/2003, iniciada em fevereiro do mesmo ano, portanto, pouco

mais de 10 meses entre a tramitação e aprovação da emenda, cuja

fator principal foi a elevação da idade mínima, revogação da regra

de transição, adequação dos cálculos dos proventos ao mesmo

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sistema dos trabalhadores da iniciativa privada, porém sem os

mesmos direitos destes (FGTS- aposentadoria sem limite de idade,

etc.).

2005 - aprovação da Emenda Constitucional nº 47/2005, trazendo

modificações nas regras de transição estabelecidas pela Emenda

Constitucional nº 41/2003.

1.2. 2. Histórico do Abono de Permanência

1.2.2.1. Isenção de Contribuição Previdenciária

A EC nº 20/98, no § 1º, de seu art. 3º, instituiu a isenção de

contribuição previdenciária para os servidores que até 16/12/1998

tivessem completado as exigências para aposentadoria com

proventos integrais. O § 5º, do art. 8º, da EC em comento

estabeleceu a isenção de contribuição previdenciária para os

servidores que ingressaram no serviço público até 16/12/1998 a

partir do momento em que completassem as condições para a

aposentadoria previstas no caput do referido artigo, de acordo com

as regras de transição. Seguem transcritos, os dispositivos em

referência:

Art. 3º - É assegurada a concessão de aposentadoria e pensão, a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que, até a data da publicação desta Emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente.

§ 1º - O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para aposentadoria integral e que opte por permanecer em atividade fará jus à isenção da contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria contidas no art. 40, § 1º, III, „a‟, da Constituição Federal.

14

Art. 8º - Observado o disposto no art. 4º desta Emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria pelas normas por ela estabelecidas, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, § 3º, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública, direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação desta Emenda, quando o servidor, cumulativamente:

I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior. § 5º - O servidor de que trata este artigo, que, após completar as exigências para aposentadoria estabelecidas no „caput‟, permanecer em atividade, fará jus à isenção da contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria contidas no art. 40, § 1º, III, „a‟, da Constituição Federal.

Ressalte-se que, em ambas as hipóteses, o servidor somente fará

jus à isenção até completar os requisitos de idade e contribuição

fixados na alínea „a‟ do inc. III do art. 40 da CF (60 anos de idade e

35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de

contribuição, se mulher).

Portanto, de acordo com a EC nº 20/98, os servidores que já

podiam se aposentar com proventos integrais em 16/12/1998 e que

continuarem trabalhando faz jus à isenção de contribuição

previdenciária, até completarem 60 anos de idade e 35 de

contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição,

se mulher. Os demais servidores que ingressaram no serviço

público até 16/12/1998, farão jus à mesma isenção a partir do

momento em que preencherem os requisitos para a aposentadoria

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com proventos integrais de acordo com as regras de transição,

desde que continuem trabalhando, até completarem 60 anos de

idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de

contribuição, se mulher.

A EC nº 41/03 instituiu o abono de permanência correspondente à

contribuição do servidor para a previdência social, que será devido

aos servidores públicos em três situações distintas.

A primeira delas diz respeito à norma geral e irretroativa do Texto

Constitucional, especificamente o § 19 do art. 40, que estabelece o

pagamento de um abono de permanência aos servidores públicos

federais que completarem os requisitos para aposentadoria

voluntária e que contem com 60 (sessenta) anos de idade e 35

(trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 55 (cinquenta e

cinco) anos de idade e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher,

desde que permaneçam trabalhando. Transcreve-se, por oportuno,

o art. 1º da EC nº 41/03, na parte aplicável ao caso:

“Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações: (...) “Art. 40 § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17.

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: Sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; § 19 O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecida no §

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1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contida no § 1º, II. (...)‟”

A EC nº 41/03, faz uma segunda menção ao abono de

permanência, agora em suas regras de transição,

especificamente no § 5º,do art. 2º, e no § 1º, do art. 3º, transcritos

abaixo:

Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente: I - tiver cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher; II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea “a” deste inciso. § 5º O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no caput, e que opte por permanecer em atividade, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal. Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente.

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§ 1º O servidor de que trata este artigo que opte por permanecer em atividade tendo completado as exigências para aposentadoria voluntária e que conte com, no mínimo, vinte e cinco anos de contribuição, se mulher, ou trinta anos de contribuição, se homem, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contida no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal.

O abono de permanência foi objeto de normatização, ainda, na

Medida Provisória nº 167/04, DOU de 20/2/2004, nos seguintes

termos:

Art. 5º A Lei no 9.783, de 28 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos: Art. 4º-A O servidor ocupante de cargo efetivo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas na alínea "a" do inciso III do § 1º do art. 40 da Constituição, no § 5º do art. 2º ou no § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41/2003, e que opte por permanecer em atividade fará jus a abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição.

Art. 8º As contribuições a que se referem os arts. 1º-A, 3º-A e 3º-B da Lei nº 9.783/99, serão exigíveis após decorridos noventa dias da data de publicação desta Medida Provisória. § 1º Decorrido o prazo estabelecido no caput, os servidores abrangidos pela isenção de contribuição referida no § 1º do art. 3º e no § 5º do art. 8º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de Dezembro de 1998, passarão a recolher contribuição previdenciária correspondente, fazendo jus ao abono a que se refere o art. 4ºA da Lei nº 9783/99.

O valor do abono é equivalente ao da contribuição previdenciária

efetivamente descontada do servidor, ou recolhida por este,

relativamente a cada competência, que corresponde, nos termos

do art. 4º da lei 10.887, de 18 de junho de 2004 a 11% (onze por

cento), incidente sobre a totalidade da base de contribuição e será

devido ao servidor titular do cargo efetivo a partir do cumprimento

dos requisitos para obtenção da aposentadoria voluntária,

18

estabelecidas na alínea „a‟ do inciso III do §1º do art. 40, com

proventos integrais ou proporcionais, com base nos critérios da

legislação então vigente e que opte por permanecer em atividade.

Para ter direito ao benefício à opção deverá ser expressa e será

devida até que o servidor complete as exigências para a

aposentadoria compulsória estabelecida no artigo 40, § 1º, II da

CF/88.

Para o Professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo

exercício nas funções de Magistério na educação infantil e no

ensino fundamental médio, os requisitos de idade e tempo de

contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação à regra

acima conforme o estabelecido no § 5º do artigo 40 da CF/88.

Contudo, de acordo com a Orientação Normativa MPOG nº 6 de 13

de outubro de 2008, DOU de 14/10/2008, que “estabelece

orientação aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da

Administração Pública Federal quanto à aplicação das regras de

abono de permanência ao professor na educação infantil e no

ensino fundamental e médio”, esse Professor, por esta regra, não

fará jus ao abono de permanência.

Por força do § 4º do art. 2º da Emenda 41, o professor, servidor da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas

suas autarquias e fundações, que, até a data de publicação da

Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, tenha

ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério e que

opte por aposentar-se na forma do disposto no caput do art.2º da

Emenda 41, terá o tempo de serviço exercido até a publicação

daquela Emenda contado com o acréscimo de dezessete por

cento, se homem, e de vinte por cento, se mulher, desde que se

aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício nas

19

funções de magistério, observado o disposto no § 1º do art. 2º da

Emenda 41.

A Orientação Normativa nº 06 do MPOG no artigo 3º, verbis,

orienta que por esta regra de aposentadoria o Professor poderá

requerer o Abono de Permanência:

Art.3º O acréscimo de tempo de serviço de dezessete por cento para o professor e de vinte por cento para a professora, constante do § 4º do art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 31 de dezembro de 2003, em relação ao tempo de serviço exercido até a publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, pode ser computado para fim de concessão de abono de permanência aos servidores por ele abrangidos, de acordo com entendimento ofertado pela Consultoria Jurídica deste Ministério, por meio do PARECER/MP/CONJUR/PLS/Nº 1214-3.21/2008, que se embasou no fato de que, se a Emenda Constitucional nº 41/03 não traz qualquer norma que restrinja a concessão do abono em tela aos servidores que, para obter aposentadoria voluntária, necessitam do bônus previsto no § 4º do art. 2º da referida Emenda, não existe razão para vedar o que a lei não restringe.

As reduções de idade e tempo de contribuição deverão ser

observadas com relação ao professor que comprove

exclusivamente tempo de efetivo exercício na função de magistério

na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

De todo o exposto conclui-se que a exceção da aposentadoria

especial, a exemplo do professor de educação infantil, fundamental

e médio e da aposentadoria voluntária por idade conforme

determinado no § 1º, III, b, do art. 40: sessenta e cinco anos de

idade, se homem e sessenta anos de idade se mulher, com

proventos proporcionais ao tempo de contribuição, todo servidor

titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios, inclusive suas autarquias e fundações que tenha

ingressado antes ou depois da Emenda 41/2003, desde que

cumpra todas as exigências para a aposentadoria voluntária

20

conforme as regras mencionadas e que opte por permanecer em

atividade fará jus ao Abono de Permanência.

1.3. Tipos de Aposentadoria

O servidor será aposentado por invalidez, por implemento de idade

(compulsória) ou voluntariamente.

1.3.1. Aposentadoria por Invalidez

I) A aposentadoria por invalidez é precedida de licença para

tratamento de saúde por período não excedente a 24 meses. Terminado o

período de licença e o servidor não estando em condições de reassumir o

cargo, ele será aposentado. O período de tempo, compreendido entre o

término da licença e a publicação do Ato de Aposentadoria, será considerado

como de prorrogação da licença.

II) Para a aposentadoria por invalidez, o Setor de Pessoal de lotação

do servidor deverá submetê-lo a inspeção de saúde, por Junta de Saúde, que

atestará a invalidez.

III) Se a JS declarar que a invalidez do servidor é decorrente de

acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou

incurável, especificada em Lei, a aposentadoria será homologada com

proventos integrais. Nos demais casos, a aposentadoria será homologada com

proventos proporcionais.

IV) Quando da homologação do Termo de Inspeção de Saúde (TIS),

o Setor de Pessoal de lotação do servidor o convocará para conhecimento do

fundamento que será aplicado na concessão de sua aposentadoria.

21

V) Nos casos de aposentadoria por invalidez, em razão de acidente

em serviço ou moléstia profissional, o Setor de Pessoal de lotação do servidor

incluirá no Processo de Aposentadoria o original do Atestado de Origem, que

historiou o acidente ou a doença.

VI) Obrigatoriamente, deverá estar regularizado no SIAPECAD,

todos os lançamentos cadastrais do servidor, essencialmente aqueles relativos

às licenças em geral consideradas de efetivo exercício ou não; averbação(ões)

de tempo de serviço/contribuição prestado(s) em outro(s) órgão(s) públicos e a

iniciativa privada com vinculação previdenciária; registros dos qüinquênios

gozados e não gozados com os seus respectivos períodos da extinta licença-

prêmio por assiduidade.

VII) Deverá ser providenciada a simulação do Mapa de Tempo de

Serviço/Contribuição na CONSULTA MAPA TS-SIAPECAD.

1.3.2. Aposentadoria compulsória

I) Será automática, e declarada por Ato (Portaria), com vigência a

partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de

permanência no serviço ativo. A aposentadoria compulsória será homologada

com proventos proporcionais.

II) O Setor de Pessoal de lotação do servidor, deverá, com

antecedência de três meses comunicar oficialmente ao servidor que ele será

aposentado no dia seguinte ao que completar setenta anos de idade;

III) Obrigatoriamente, deverão estar regularizado no SIAPECAD,

todos os lançamentos cadastrais do servidor, essencialmente aqueles relativos

às licenças em geral consideradas de efetivo exercício ou não; averbação(ões)

de tempo de serviço/contribuição prestado(s) em outro(s) órgão(s) públicos

e a iniciativa privada com vinculação previdenciária; registros dos qüinqüênios

22

gozados e não gozados com os seus respectivos períodos da extinta licença-

prêmio por assiduidade; e

IV) Deverá ser providenciada a simulação do Mapa de Tempo de

Serviço/Contribuição no CONSULTA MAPA TS-SIAPECAD.

1.3.3. Aposentadoria voluntária

I) O servidor, que desejar aposentar-se voluntariamente, deverá

procurar o Setor de Pessoal onde estiver lotado, para verificar a possibilidade

de aposentadoria. Para Caso o servidor opte por se aposentar, o Setor de

Pessoal instruirá o Processo de Aposentadoria.

II) Para orientar o servidor quanto a opção mais vantajosa de

aposentadoria, o Setor de Pessoal deverá preparar uma simulação do Mapa

de Tempo de Serviço/Contribuição, no CONSULTA MAPA TS-SIAPECAD.

III) A identificão em qual (is) fundamento (s) legal (is) o servidor se

enquadra, deverá ser obtida no SIMULA APOSENTADORIA-SIAPECAD.

...

23

CAPÍTULO II

DAS REGRAS DE APOSENTADORIA

2.1. Regras do Direito Adquirido

Artigo 40 da Constituição Federal, de 1988, na sua redação original

e demais normas vigentes até 16/12/1998, a exemplo do art. 93 da CF/88, Lei

nº 6.903/81, observados os procedimentos estabelecidos no art. 3º da EMC nº

20, de 1998.

Artigo 40 CF/88 com redação dada pela Emenda Constitucional nº

20/98, vigente de 16/12/98 a 31/12/2003, cujos procedimentos devem seguir

rigorosamente o disposto no art. 3º da EMC nº 41/2003. Porém, como o

referido art. 40 da CF manteve-se vigente até 19/02/2004, pois embora sendo

alterado pela referida EMC nº 41/2003 não teve eficácia automática carecendo

de regulamentação e que somente veio a ocorrer a partir de 20/02/2004 pela

MP 167/2003, convertida na Lei nº 10.887/2004. Portanto, o servidor que

atender seus requisitos no período de 01/01/2004 até 19/02/2004 poderá

aposentar-se, ainda, com base na regra anterior à regulamentação.

Art. 8º da EMC nº 20/98, vigente de 16/12/98 a 31/12/2003, pois

este artigo foi revogado pelo art. 10 da EMC nº 41/03 entrando em vigor a partir

da sua publicação conforme artigo 11.

2.1.2. Regra do Direito Adquirido com Base na CF/88 vigente até 16/12/1998.

O artigo 3º da nº 20/98 assegura aposentadoria aos servidores

públicos, que 16/12/98, tenha cumprido todos os requisitos exigidos nos termos

24

dos diplomas legais até então vigentes, com proventos calculados de acordo

com a legislação em vigor à época em que foram atendidas as prescrições nela

estabelecidas para a concessão destes benefícios ou nas condições da

legislação vigente.

Nesta regra o Tempo de Serviço é o principal requisito, portanto, é

apurado conforme a lei estabelece. Vale destacar que à época a lei disciplinava

os procedimentos referentes ao Tempo de Serviço e ao Tempo de Serviço

Fictício, diversificando nas finalidades e critérios, bem assim, quanto à

clientela, observando sempre a sua natureza jurídica. Justificando-se o

desenvolvimento cronologicamente dos benefícios neste Manual para uma

melhor compreensão do leitor.

Portanto, podemos dizer que tanto o Tempo de Contribuição como o

Tempo de Serviço, prestados na esfera pública e em regimes diversos poderá

ser averbado para fins de aposentadoria do servidor público, de acordo com os

procedimentos estabelecidos em lei.

Já o Tempo de Serviço Fictício é todo e qualquer tempo inexistente

e sem contribuição previdenciária, com a finalidade de obtenção de benefícios,

na forma em que a Lei tenha garantido o direito conquistado pelo servidor.

2.2. Tipos de Aposentadorias Nesta Regra

2.2.1. Voluntária Integral vigente até 31/12/2003

Requisitos:

35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; 60 anos de idade, se homem, e 55, se mulher; 10 anos no serviço público; e 5 anos no último cargo.

25

Fundamento Legal: Art. 40, inciso III, alínea “a”, da CF, c/ a redação dada pela

EC nº 20/98, assegurado pelo art. 3º da EC nº 41/2003. Vigência:

A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo

2.2.2. Voluntária por Idade com Proventos Proporcionais vigente até 31/12/2003

Requisitos:

65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher; 10 anos no serviço público; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 40, inciso III, alínea “b”, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 20/98, assegurado pelo art. 3º da EC nº 41/2003. Vigência:

A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo.

2.2.3. Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais vigente até 31/12/2003

Requisitos:

30 anos de contribuição, se homem, e 25, se mulher; 55 anos de idade, se homem, e 50, se mulher; 10 anos no serviço público; e no mínimo 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 40, § 5º, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 20/98, assegurado pelo art. 3º da EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos:

26

Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo.

2.3. Regras de Transição

Art. 2º da EMC nº 41/2003, vigente a partir de 20/02/2004, data da sua regulamentação pela Medida Provisória nº 167/04, publicada em 20/02/2004, convertida na Lei nº 10.887/04.

Art. 3º da EMC nº 47/2005, em vigor a partir de sua publicação em 06/07/2005, observada a retroatividade de seus efeitos a partir de 31/12/2003.

Art. 6º da EMC nº 41/2003, em vigor a partir de sua publicação em 31/12/2003, já que não depende de norma regulamentadora. 2.4. Tipos de Aposentadorias nesta Regra

2.4.1. Voluntária com Tempo Integral e Provento Proporcional vigente a partir de 31/12/2003.

Requisitos:

53 anos de idade, se homem, e 48, se mulher; 35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; período adicional de 20% de contribuição; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 2º, incisos I, II e III, alíneas “a” e “b”, da EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: - Com base na remuneração contributiva do servidor. - Os proventos de inatividade do servidor serão reduzidos em 3,5%, até 31/12/2005, e 5% a partir de 01/01/2006, para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, inciso III, alínea a, da Constituição Federal.

27

2.4.2. Magistério com Tempo Integral e Provento Proporcional vigente a partir de 31/12/2003

Requisitos:

53 anos de idade, se homem, e 48, se mulher; 35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; período adicional de 20% de contribuição; 5 anos no último cargo; e sobre o tempo de serviço adquirido até 16DEZ98

será contado com o acréscimo de 17%, se homem, e 20%, se mulher.

Fundamento Legal: Art. 2º, incisos I, II e III, alíneas “a” e “b”, combinados com o § 4º, do mesmo artigo da EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: - Com base na remuneração contributiva do servidor. - Os proventos de inatividade do servidor serão reduzidos em 3,5%, até 31/12/2005, e 5% a partir de 01/01/2006, para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, inciso III, alínea a, da Constituição Federal.

2.4.3. Voluntária com Proventos Integrais

Requisitos:

35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; 25 anos no serviço público; 15 anos de carreira; 5 anos no último cargo idade mínima resultante da redução, relativamente

aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea “a”, da CF, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista neste referido artigo.

Fundamento Legal: Art. 3º, incisos I, II, III, da EC nº 47/2005. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU.

28

Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo.

TABELA DE REDUÇÃO DA IDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (art. 3º da EMC 47/2005)

HOMEM MULHER

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO IDADE TEMPO DE

CONTRIBUIÇÃO IDADE

35 60 30 55 36 59 31 54 37 58 32 53 38 57 33 52 39 56 34 51 40 55 35 50 41 54 36 49 42 53 37 48 ... ... ... ...

2.4.4. Voluntária Integral vigente a partir de 31/12/2003

Requisitos:

35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; 60 anos de idade, se homem, e 55, se mulher; 20 anos no serviço público; 10 anos de carreira; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 6º, incisos I, II, III e IV, da EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo.

2.4.5. Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais vigentes a partir de 31/12/2003

Requisitos:

30 anos de contribuição, se homem, e 25, se mulher; 55 anos de idade, se homem, e 50, se mulher;

29

20 anos no serviço público; 10 anos de carreira; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 6º, incisos I, II, III e IV, da EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo.

2.5. Regra Geral

Art. 40 da CF/88 com as redações dadas pelas Emendas

Constitucionais nos 20/98 e 41/2003, publicadas em 16/12/1998 e 31/12/2003,

respectivamente, vigente a partir de sua regulamentação pela Medida

Provisória nº 167/04, publicada em 20/02/2004, convertida na Lei nº 10.887/04.

2.6. Tipos de Aposentadorias nesta Regra

2.6.1. Voluntária Integral

Requisitos:

35 anos de contribuição, se homem, e 30, se mulher; 60 anos de idade, se homem, e 55, se mulher; 10 anos no serviço público; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 40, inciso III, alínea “a”, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração contributiva do servidor, a partir de 20/02/2004.

30

2.6.2. Voluntária por Idade com Proventos

Proporcionais

Requisitos:

65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher; 10 anos no serviço público; e 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 40, inciso III, alínea “b”, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração contributiva do servidor, a partir de 20/02/2004.

2.6.3. Invalidez a partir de 31/12/2003

Com os proventos integrais, quando decorrente de acidente,

moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada

em lei; e com proventos proporcionais, nos demais casos.

Requisitos:

Laudo expedido por Junta de Inspeção de Saúde, atestando a inaptidão para o serviço público, em face de moléstia comum, doença grave, contagiosa e incurável especificada em lei, moléstia profissional, ou de acidente em serviço, conforme o caso.

O acidente em serviço ou moléstia profissional deve ser devidamente caracterizado em processo especial.

Fundamento Legal: Art. 40, § 1º, inciso I, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 41/2003.

31

Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração contributiva do servidor, a partir de 20/02/2004.

2.6.4. Compulsória com Proventos proporcionais a partir de 31/12/2003

Requisito:

70 anos de idade.

Fundamento Legal: Art. 40, § 1º, inciso II, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 41/2003. Vigência: A partir do dia imediato em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço público. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração contributiva do servidor a partir de 20/02/2004.

2.6.5. Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais a partir de 31/12/2003

Requisitos:

30 anos de contribuição, se homem, e 25, se mulher; 55 anos de idade, se homem, e 50, se mulher; 10 anos no serviço público; e no mínimo 5 anos no último cargo.

Fundamento Legal: Art. 40, § 5º, da CF, c/ a redação dada pela EC nº 41/2003. Vigência: A partir da publicação do documento concessório da aposentadoria no DOU. Base de cálculo dos Proventos: Com base na remuneração contributiva do servidor, a partir de 20/02/2004.

32

CAPÍTULO III

DO PROCESSO DE APOSENTADORIA

O Processo de Aposentadoria será instruído com os documentos

obrigatórios abaixo, na seguinte seqüência:

a) Requerimento do servidor, devidamente datado e assinado,

para as aposentadorias voluntárias. Nos casos de aposentadorias por invalidez

ou compulsória, este requerimento deverá ser enviado caso existam vantagens

a serem incorporadas;

b) Declaração de Acumulação de Cargos/Empregos e Proventos;

c) Cópia da Declaração de Bens e Valores, ou da Declaração

Anual de Bens apresentada à Secretaria da Receita Federal para fins de

Imposto de Renda – Pessoa Física;

d) Declaração de Dependentes;

e) Declaração que o servidor não está respondendo a Processo

Administrativo Disciplinar (PAD), Inquérito Policial Militar (IPM) ou Sindicância;

quando se tratar de servidor naturalizado, deverá ser anexada comprovação de

cidadania;

f) Cópia autenticada do Documento de Identidade;

g) Cópia autenticada do CPF, no caso do Documento de

Identidade não o conter;

h) Cópia de comprovante de residência;

i) Certidão original de tempo de serviço/contribuição com

vinculação previdenciária, fornecida pelo INSS, quando for o caso; e

33

j) Mapa de Tempo de Serviço/Contribuição, sem rasuras,

contendo os seguintes elementos necessariamente averbados;

o tempo de serviço computado até o dia anterior ao da vigência da aposentadoria;

licenças colocadas nas respectivas colunas de seus fundamentos legais:

discriminação, ano a ano, do tempo de serviço, inclusive o averbado;

o nome legível do servidor:

o nº da matrícula e o cargo ocupado na data do evento;

regime jurídico ao qual estava submetido antes da vigência da Lei nº 8.112/90;

a discriminação do tempo de serviço averbado e a natureza jurídica do mesmo;

o fundamento legal e o respectivo período, na hipótese de tempo de serviço contado em dobro; e

a data da expedição e assinatura da autoridade

responsável.

3.1. Ação paralela a instrução do Processo de

Aposentadoria

Para o servidor, que se enquadrar no fundamento da aposentadoria

compulsória e para o que solicitar aposentadoria voluntária, o Setor de Pessoal

deverá submetê-lo a inspeção de saúde por Junta credenciada ou declaração

de próprio punho firmada pelo servidor solicitando a dispensa da inspeção de

34

saúde e isentando o órgão de qualquer responsabilidade de sua decisão. O TIS

expedido pela JS deverá ser anexado ao Processo de Aposentadoria.

3.2. Cálculo dos Proventos

3.2.1. Cargo Efetivo

Com base nas normas vigentes para aposentadorias com direito adquirido até 16/12/1998;

Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo

para aposentadorias com direitos adquiridos no período de 16/12/1998 até 31/12/2003;

Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo

para aposentadorias com direitos implementados no período de 31/12/2003 até 19/02/2004; e

Com base na remuneração do servidor no cargo efetivo

para aposentadorias com direitos implementados com base no art. 6º da EC 41/2003 e EC nº 47/2005.

3.2.2. Remuneração Contributiva

Cálculo de proventos com base na remuneração contributiva para aposentadorias com direitos implementados a partir de 20/02/2004;

Aplicação correta dos complementos;

Complemento do salário mínimo – (complemento de

remuneração do art. 191 da Lei nº 8112/90).

Antes de efetivamente se passar a calcular os proventos de

aposentadoria, são necessárias algumas considerações:

a) o servidor aposentado aproveita a promoção posteriormente

decretada, quando seus efeitos devidamente legislados, retroagirem à época

em que ainda se encontrava em atividade;

35

b) quando a aposentadoria for proporcional, o provento não será

inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade (art. 191 da Lei nº

8.112/1990); e

c) é assegurada a vantagem prevista no extinto art. 192 da Lei nº

8.112/1990, ao servidor que tenha completado até 15OUT1996, o tempo

necessário para aposentadoria com provento integral:

“Art. 192 (extinto) - O servidor que contar tempo de serviço para aposentadoria com provento integral será aposentado:

I- com a remuneração do padrão da classe imediatamente superior àquela em que se encontra posicionado; e II - quando ocupante da última classe da carreira, com a remuneração do padrão correspondente, acrescida da diferença entre esse e o padrão da classe imediatamente anterior”

Aposentadorias com fundamento legal no art. 40, da Constituição

Federal, em sua redação originária; no revogado art. 8º, da Emenda

Constitucional nº 20/1998; no art. 6º, da Emenda Constitucional nº 41/2003 e

art. 3º, da Emenda Constitucional nº 47/2005.

a) Proventos Integrais:

O provento bruto será obtido pela soma das seguintes

parcelas:

Vencimento básico, relativo ao cargo, nível, classe e

padrão, fixados em tabela vigente na data de

publicação da Portaria de Aposentadoria;

Percentual relativo ao extinto ATS, calculado sobre o

valor do vencimento básico integral;

36

VPNI dos "décimos" que o servidor tenha

incorporado em atividade, podendo ser da Função

Gratificada (FGR) e/ou da Gratificação de

Representação de Gabinete (RGM) e/ou de Direção

e Assessoramento Superiores (DAS); e

Gratificações incorporáveis, cumprindo-se suas

legislações específicas.

b) Proventos Proporcionais:

O provento bruto será obtido pela soma das seguintes

parcelas:

Vencimento básico, relativo ao cargo, ao nível, a

classe e ao padrão, fixado em tabela vigente na data

de publicação da Portaria de Aposentadoria,

calculado de forma proporcional ao tempo de serviço

na razão de 1/35 avos, se homem, ou 1/30 avos, se

mulher, por ano de serviço. No caso da

aposentadoria fundamentada no revogado art. 8º, da

Emenda Constitucional nº 20/1998, setenta por

cento do valor do vencimento básico relativo ao

cargo, ao nível, a classe e ao padrão, fixado em

tabela vigente na data de publicação da Portaria de

Aposentadoria, acrescido de mais cinco por cento

para cada ano de contribuição excedente ao mínimo

exigido, até o limite de cem por cento;

Percentual relativo ao extinto ATS, calculado sobre o

valor do vencimento básico integral;

37

VPNI dos "décimos" que o servidor tenha

incorporado em atividade, podendo ser da FGR e/ou

da GR e/ou do DAS; e

Gratificações incorporáveis, calculadas de forma

proporcional ao tempo de serviço na razão de 1/35

avos, se homem, ou 1/30 avos, se mulher, por ano

de serviço, cumprindo-se suas legislações

específicas.

Aposentadorias com fundamento legal no art. 2º, da Emenda

constitucional nº 41/2003 e nas modalidades previstas naquela Emenda,

exceto, em seu art. 6º.

c) Proventos Integrais e Proporcionais:

O provento bruto será obtido mediante cálculo efetuado

automaticamente pelo SIAPE, na transação.

3.3. Transformação de Aposentadoria Proporcional em

Integral

O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de

serviço, se acometido de moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou

incurável, especificadas em lei, passará a perceber provento integral.

38

CONCLUSÃO

O sistema previdenciário dos servidores públicos foi criado e evoluiu

sem que fossem feitos estudos contábeis basilares – previsão de receita para

cobrir as despesas estimadas. Isso culminou no déficit da previdência,

agravado pelos desvios de recursos para a seguridade social como um todo,

quando não para outras áreas.

A reforma da previdência se mostrou necessária, porém, há de se

destacar que não é por meio da definição de critérios desarrazoados para a

concessão de benefícios que se resolve o problema em questão. O futuro

aposentado não pode pagar pela falta de planejamento ocorrida no passado. A

correta destinação de recursos seria suficiente para em longo prazo inverter a

atual situação.

Ao longo desta exposição apresentamos a legislação previdenciária,

especialmente no que se refere à aposentadoria por tempo de contribuição,

com enfoque nas mudanças trazidas por inúmeros dispositivos legais que se

sucederam dando destaque a Emenda Constitucional nº 20, de 16/12/1998,

instrumento do governo na reforma da previdência social.

Para obter a aposentadoria o servidor tem que comprovar todo o tempo

de contribuição, salvo aquele tempo, tido como fictício, que podem ser

computados como tempo de contribuição mesmo sem a efetiva comprovação

A partir desta emenda o servidor público passou a ter que cumprir novas

exigências, tais como limite e idade e pedágio, para obtenção de uma

aposentadoria.

A Emenda Constitucional nº 41, de 31/12/2003 e a Lei 10.887 de

18/06/2004, que a regulamentou trouxeram significativas mudanças nos

critérios de concessão de aposentadorias, representando importante avanço na

reforma da previdência dos servidores públicos e para finalizar a Emenda

39

Constitucional nº 47, de 06/07/2005, em seu artº 3º que concede aos

servidores públicos que requerem sua aposentadoria hoje, proventos integrais

sem nenhuma perda.

40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

Brasília, DF: Senado 1988.

DINIZ, Paulo de Matos Ferreira. Lei nº 8.112/90, Comentada. 9ª Ed. Brasília:

Brasília Jurídica, 2006.

DINIZ, Paulo de Matos Ferreira. Previdência Social do Servidor Público. 2ª ed.

Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.

DI PIETRO, María Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 12ª ed. São Paulo:

Atlas, 2000.

___________________. Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de

1998. Brasília, DF: Senado 1998.

___________________. Emenda Constitucional nº 41, de 31 de dezembro de

2003. Brasília, DF: Senado 2003.

___________________. Emenda Constitucional nº 47, de 06 de julho de 2005.

Brasília, DF: Senado 2005.

IGLÉSIAS, Francisco. Trajetória política do Brasil: 1500-1964. 2ª Ed. São

Paulo: Cia das Letras, 1993.

PEREIRA, Fábio Soares. A Nova Reforma Previdenciária: Principais Aspectos

referentes à aposentadoria dos servidores públicos. Disponível em:

http://www.mundojurídico.adv.br. Acesso em 06 de julho de 2011.

41

ANEXOS

Índice de Anexos

Anexo 1 – Tabela de Redução da Idade X Tempo de Contribuição.

TABELA DE REDUÇÃO DA IDADE X TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (art. 3º da EMC 47/2005)

HOMEM MULHER

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO IDADE TEMPO DE

CONTRIBUIÇÃO IDADE

35 60 30 55 36 59 31 54 37 58 32 53 38 57 33 52 39 56 34 51 40 55 35 50 41 54 36 49 42 53 37 48 ... ... ... ...

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO 10

1.1 – Conceito 10

1.2 – Breve Evolução Histórica relativa à Aposentadoria

e Abono de Permanência no Serviço Público 10

1.2.1 – Histórico da aposentadoria 10

1.2.2 – Histórico do Abono de Permanência 13

1.2.2.1– Isenção de Contribuição Previdenciária 13

1.3 – Tipos de aposentadoria 20

1.3.1 – Aposentadoria por Invalidez 20

1.3.2 – Aposentadoria Compulsória 21

1.3.3 – Aposentadoria Voluntária 22

CAPÍTULO II

DAS REGRAS DE APOSENTADORIA 23

2.1– Regras do Direito Adquirido 23

2.1.2 – Regra do Direito Adquirido com base na CF/88

vigente até 16/12/98 23

2.2– Tipos de Aposentadoria nesta Regra 24

2.2.1– Voluntária Integral vigente até 31/12/2003 24

2.2.2– Voluntária por Idade com Proventos Proporcionais

vigente até 31/12/2003 25

43

2.2.3– Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais

vigente até 31/12/2003 25

2.3– Regras de Transição 26

2.4 – Tipos de Aposentadoria nesta Regra 26

2.4.1– Voluntária com tempo Integral e Provento Proporcional

vigente a partir de 21/12/2003 26

2.4.2 – Magistério com tempo Integral e Provento Proporcional

vigente a partir de 31/12/2003 27

2.4.3 – Voluntária com Proventos Integrais 27

2.4.4– Voluntária Integral vigente a partir de 31/12/2003 28

2.4.5– Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais

vigente a partir de 31/12/2003 28

2.5– Regra Geral 29

2.6– Tipos de Aposentadoria nesta Regra 29

2.6.1– Voluntária Integral 29

2.6.2– Voluntária por Idade com Proventos Proporcionais 30

2.6.3– Invalidez a partir de 31/12/2003 30

2.6.4– Compulsória com Proventos Proporcionais a partir de

32/12/2003 31

2.6.5– Magistério de Ensino Médio com Proventos Integrais

a partir de 31/12/2003 31

CAPÍTULO III

DO PROCESSO DE APOSENTADORIA 32

3.1– Ação paralela a Instrução do Processo de Aposentadoria 33

3.2– Cálculos dos Proventos 34

3.2.1– Cargo Efetivo 34

3.2.2– Remuneração Contributiva 34

3.3– Transformação de aposentadoria Proporcional em Integral 37

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ANEXO I 41

ÍNDICE 42

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45