56
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Por: Rita de Cássia Oliveira de Souza Orientador Prof. Cléber Gonzaga Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Por: Rita de Cássia Oliveira de Souza

Orientador

Prof. Cléber Gonzaga

Rio de Janeiro

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Empresarial

Por: Rita de Cássia Oliveira de Souza

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

3

AGRADECIMENTOS

....a minha Mãe, meu Pai e as minhas

amigas Giselle e Ana Julia.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

4

DEDICATÓRIA

.....dedica-se meu Pai e minha Mãe.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

5

RESUMO

Esta monografia enfoca o Sistema de Estratégia Empresarial

enfatizando suas origens, Estratégias de Negócios e o Planejamento

Organizacional, constituindo um conjunto integrado de instrumentos de gestão

em que são apresentados conceitos, considerações de gestão empresarial,

bem como a sua importância de valores, as mudanças e as transformações.

A Estratégia Empresarial consiste na missão da organização, seu

propósito e objetivos, determinando diretrizes, projetos, procedimentos,

métodos, sistemas, padrões e estratégias necessárias para atingi-los. Implica

tomar decisões no presente, que poderão afetar os períodos futuros da

Empresa.

Planejar um negócio independentemente de seu tamanho ou de seu

segmento de torna condição indispensável para o sucesso duradouro e

sustentável. Apesar desta sabedoria arraigada no mercado, a maioria das

pequenas empresas não tem a cultura de planejamento estratégico para

desenvolvimento do negócio. Empreende-se com um misto de tino comercial,

sorte, oportunismo e pragmatismo para que as coisas aconteçam.

Conclui-se que dispor uma organização adequada às finalidades

empresariais significa muito mais do que ter um organograma. Chegar até ela

exige um esforço grande e permanente de compartilhar a estratégia

empresarial entre os colaboradores de forma a mobilizar sua energia e seu

potencial para os resultados. Com base na literatura consultada e no caso

apresentado percebe-se que cada vez mais, a vantagem competitiva, em

mercado abarrotado, virá do atendimento adicionado. Os objetivos foram

alcançados. A metodologia utilizada é quanto ao fim, descritiva e quanto aos

meios, bibliográfica.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

6

METODOLOGIA

O procedimento metodológico para elaboração desta monografia foi

baseado em diversas fontes de informações: pesquisas bibliográficas, leituras

de monografias, sites, matérias de revistas especializadas e artigos

acadêmicos e da internet, existentes sobre o tema Estratégia Empresarial,

objetivando um embasamento técnico sobre o planejamento estratégico dentro

de diversos tipos de Empresas.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - As Origens da Estratégia 10

CAPÍTULO II - Unidades Estratégicas de Negócios 21

CAPÍTULO III - Planejamento Estratégico Organizacional 33

CAPÍTULO IV – O Planejamento Estratégico na Prática 42

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 56

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

8

INTRODUÇÃO

A estratégia é geralmente considerada a função principal dentro do

processo administrativo. A sua necessidade não é limitada ao atendimento dos

objetivos organizacionais. Ela é também necessária para determinar os

métodos e tipos de controle necessários, bem como que tipo de administração

a empresa deve adotar.

Antes de começar a organizar uma empresa, devem ser elaborados

planos que estabeleçam propósitos e direções para atividades como liderá-la e

controlá-la. Uma estratégia bem elaborada é o ponto de partida de uma

administração eficiente.

Independentemente do tipo de organização que esteja sendo

gerenciada, a estratégia é uma gerência fundamental. Os gerentes modernos

enfrentam o desafio de realizar uma estratégia sólida tanto em organizações

pequenas e relativamente simples, quanto nas grandes e mais complexas.

É fundamental para a própria sobrevivência da empresa que a

estratégia seja executada de uma forma lógica. A empresa deve ter uma visão

clara, coerente e estimulante das suas metas e objetivos, não apenas em

função do mercado e do produto, mas também em função do aspecto

financeiro. A ausência destas metas e objetivos fará com que a empresa fique

a deriva e por causa disso não tenha sucesso.

A estratégia empresarial não elimina os riscos, isso é evidente, mas

ajuda os gestores a identificar e lidar com problemas organizacionais antes

deles causarem sérios danos à empresa, mas ainda, com a possibilidade de

evitá-los. Sendo a estratégia empresarial uma função gerencial básica que

compõe o processo administrativo ela precede e orienta as demais definindo

objetivos e decidindo quais recursos e tarefas são necessários para alcançá-los

da melhor maneira possível.

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

9

A importância deste trabalho está em mostrar que a estratégia

empresarial é muito vantajosa para uma organização, principalmente por ser

fundamentada na informação.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

10

CAPÍTULO I

AS ORIGENS DA ESTRATÉGIA

Segundo Pankaj Ghemawat a “Estratégia é um termo criado pelos

antigos gregos, que para eles significava um magistrado ou comandante-chefe

militar”, porém durante os dois milênios seguintes, o conceito de estratégia

continuava a ter interpretações militares o que perdurou até a segunda metade

do século XIX, onde a terminologia estratégica foi adaptada a um contexto de

negócios, tendo seu ápice somente no século XX (Ghemawat, 2000, p 18).

Foi na Segunda Revolução Industrial que muitas escolas de

administração de elite foram fundadas nos Estados Unidos. A Harvard

Business School, promoveu a idéia de que os gerentes deveriam ser treinados

para pensar de forma estratégica em vez de agir apenas como administradores

funcionais, embora a estratégia em si não fosse citada de forma explícita até os

anos 60.Um curdo de “Política de Negócios”, foi introduzido no segundo ano

pela Harvard em 1972, para integrar o conhecimento obtido em áreas

funcionais como contabilidade, operações e finanças, dando uma amplitude

sobre os problemas estratégicos enfrentado pelos executivos das grandes

empresas.

Nos anos 50 estudos realizados por Kennett Andrews, com indústrias e

casos de empresas sobre fabricantes de relógios suíços, apontou que “a

principal função do gerente ao longo do tempo é a supervisão do processo

contínuo de determinação da natureza do empreendimento e a fixação, revisão

e tentativa de consecução das suas metas”, os quais revelavam diferenças

significativas de desempenho relacionadas a diferentes estratégias para

competir naquela indústria, logo tornaram-se norma no curso de Política de

negócios de Harvard.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

11Nos anos 60, ficou reconhecida a estrutura SWOT, que representava

um importante passo adiante ao fazer o pensamento explicitamente competitivo

tratando de questões estratégias.

Em 1973 o conceito SWOT foi difundido tanto nos meios acadêmicos

como na prática gerencial, A popularidade as SWOT não acabou com o

problema da definição da competência distintiva de uma empresa e para

resolvê-lo, os estrategistas tinham que decidir quais aspectos da empresa eram

“duradouros e imutáveis durante períodos relativamente longos” e quais eram

“necessariamente mais responsivos às mudanças no mercado e às pressões

de outras forças ambientais”.

Alimentado por um mercado de ações em ascensão e por estratégias

corporativas que visavam fortemente o crescimento e a diversificação, durante

todo os anos 60, continuou o debate sobre a disposição de uma empresa em

“apostar” em sua competência distintiva na busca de uma oportunidade.

Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou

esses debate, intitulado “mArketing Myopia”, Theodore Levitt havia criticado de

forma aguada qualquer empresa que se concentrasse excessivamente em um

produto específico, presumivelmente explorando sua competência distintiva ao

invés de servir o cliente de maneira consciente (Ghemawat, 2000, p 19).

Discordando da posição de Levitt, Igor Ansoff, outro grande estrategista

da época, afirmou que isso era pedir que as empresas assumissem riscos

desnecessários investindo em novos produtos que poderiam não se adequar

ás suas competências distintivas, então sugeriu que a empresa deveria, em

primeiro lugar, verificar se um novo produto tinha uma “linha comum” com seus

produtos existentes, esta linha como a “missão” da empresa ou seu

compromisso para explorar uma necessidade existente no mercado como um

todo. Então foi sugerido por Ansoff quatro categorias para se definir a linha

comum em sua estratégia de negócios/corporativa, para que a empresa não

perca seu foco estratégico como mostra o quadro abaixo:

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

12

Os acadêmicos das escolas de administração permaneciam muito

presos a idéia que somente caso a caso, as estratégias poderiam ser

analisadas, sendo assim as corporações observando que cada negócio

continha características singulares, buscaram outras fontes afim de abordar

padronização a geração de estratégia

1.1 – Uma visão mercadológica sobre a origem das estratégias

empresariais

Os princípios de estratégia são amplamente difundidos no mundo

corporativo como ações integradas construídas pelas empresas para que sua

estrutura funcional atue de forma alinhada às necessidades do seu segmento

de mercado. Essa abordagem propõe, na maioria das vezes, uma analogia

entre as manobras militares utilizadas por exércitos em guerra e as ferramentas

de gestão aplicadas no ambiente organizacional. Entretanto, além de se

concentrar nos fundamentos é primordial aos gestores entender os fatores que

influenciaram as empresas a desenvolver o conhecimento em estratégia, bem

como sua evolução ao longo do tempo, tendo em vista tratar-se do principal

recurso conceitual para se projetar modelos futuros de competição para suas

empresas.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

13A visão proposta pela teoria administrativa, parte da perspectiva que o

conhecimento em estratégia foi sedimentado nas organizações mediante a

modernização conceitual da própria administração. Esta transformação

caracterizou-se pela mudança de sua natureza, de clássica para

contemporânea, promovida especificamente pelo advento da competitividade,

que a partir de meados da década de 60 se demonstrou mais presente no

ambiente competitivo, condicionado as empresas a adaptar seu

comportamento estratégico ao novo cenário mercadológico.

Observa-se então, que o comportamento das empresas na era da

administração clássica, especialmente entre as décadas de 10 e 30,

concentrava-se exclusivamente na produção em massa, baseada na

prerrogativa que neste período ainda existia uma demanda reprimida de bens

de consumo que não fora totalmente atendida pelos empreendimentos

realizados durante a Revolução Industrial no começo do século XX. Neste

momento, as empresas focavam suas operações na padronização do processo

na linha de montagem, visando produzir grandes volumes e com isso diluir

seus custos operacionais. Numa segunda fase da administração clássica, entre

as décadas de 40 e 60, as organizações passaram a se preocupar também

com sua eficiência. Assim, além de produzir em grande escala era necessário

também controlar as operações visando alcançar níveis máximos de

produtividade.

Estas características apontam para o principal aspecto mercadológico

da administração clássica: a total falta de atenção às expectativas e

necessidades dos clientes. Esta filosofia sem dúvida foi possível em função do

número reduzido de alternativas de consumo, entre marcas e modelos de

produtos. A frase que simboliza este período foi apresentada por Henry Ford,

um dos seus principais precursores, que ao justificar em 1913 o desempenho

de 800 carros/dia atingido por sua fábrica, comentou que qualquer um poderia

ter um carro Ford, desde que fosse um modelo “T” na cor preta.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

14Embora este contexto tenha perdurado por praticamente 50 anos, o

ciclo de consumo dos bens duráveis estava por findar em meados da década

de 60, ou seja, havia a necessidade de troca dos produtos adquiridos no início

do século por conta do seu desgaste natural. Neste momento, o cenário

mercadológico havia se alterado novamente, tendo em vista que novos

empreendedores, motivados pela retomada econômica nos países

desenvolvidos, se propuseram a construir novas marcas e modelos de

produtos, como também os clientes já tinham adquirido experiência de

consumo e tinham formado uma referência básica de suas necessidades.

As mudanças do cenário mercadológico produziram o fenômeno da

competitividade em diversos níveis. Os consumidores passaram a contar com

mais opções de escolha, porém as mesmas se apresentavam ainda muito

próximas uma das outras diante da percepção básica do mercado. A seleção

de marcas e produtos se tornara então uma tarefa complexa aos olhos do

consumidor, reforçando o novo contexto competitivo que se instalara e

condicionando as empresas a construir definitivamente o conceito de

estratégias voltadas para a satisfação dos clientes, visando construir

diferenciais mercadológicos capazes de influenciá-los na decisão de compra a

ponto dos mesmos escolherem seus produtos ao invés dos demais

competidores presentes no mercado.

Esta nova combinação de fatores fomenta uma das primeiras iniciativas

estratégicas direcionadas ao mercado, onde as empresas japonesas apostam

a partir da década de 70 na filosofia da qualidade total para diferenciar seus

produtos dos demais. Neste momento inicial a melhoria contínua dos

processos, a motivação permanente e o comprometimento dos envolvidos são

os pilares dessa estratégia. Posteriormente novas posturas estratégias foram

adotadas pelas empresas, sendo que a partir da década de 90, as

organizações voltam seus esforços para o estabelecimento de parcerias,

concentrando-se no foco do negócio para promover sua sobrevivência em

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

15mercados globalizados e principalmente bloquear seus competidores.

Estas novas práticas empresariais configuram a administração

moderna, onde as estratégias competitivas assumem papel fundamental no

direcionamento, bem como na sustentabilidade dos negócios. Do ponto de

vista mercadológico, fica claro que a origem das estratégias empresariais

decorre do aumento da competitividade verificada em diversos níveis a partir

da ampliação das alternativas de consumo.

Ressalta-se também que num momento inicial as estratégias

empresariais mantinham seu foco na diferenciação de seus produtos, ou seja,

eram baseadas no pressuposto de que as decisões de compra se davam pela

percepção individual. A evolução do comportamento estratégico demonstra que

atualmente o complexo cenário competitivo determina que além de estar

alinhado às necessidades do mercado é fundamental criar barreiras.

1.2 – Conceito de estratégia

Estratégia é um dos vários conjuntos de regras de decisão para

orientar o comportamento de uma organização.

A palavra foi herdada dos gregos, e diz respeito ao cargo e/ou a

dignidade de ministro da guerra, ou seja, comandante de uma batalha, em

Atenas.

De acordo com Maximiano (2006, p. 329), estratégia é “a seleção dos

meios para realizar objetivos“.

O mesmo autor fez um levantamento da definição de estratégia para

diversos autores contemporâneos da administração, e segue aqui alguns dos

conceitos definidos:

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

16

• Hamel e Prahalad (1995) definem a estratégia como o processo

de construção do futuro, aproveitando competências fundamentais da empresa.

• Bateman e Snell (1996) definem o termo como o padrão de

alocação dos recursos para realizar os objetivos da organização. Mintzberg,

Ahlstrand e Lampel (2000) também adotam tal prática, buscando resposta em

autores especialistas no tema, mas não conceituam o termo sob uma única

ótica, e optam por listar áreas de concordância, no que diz respeito à natureza

da estratégia.

• Petrocchi (2002), comenta que as estratégias indicam os meios

que a empresa tem para sobreviver e podem se voltar à gestão econômica-

financeira, ou à gestão de recursos humanos, ou às estratégias de marketing,

entre outras. Estratégias são ações necessárias para se cumprir ou atingir um

determinado objetivo. Elas costumam nascer em ambientes onde hajam

pessoas capacitadas e interessadas em aprender cada vez mais,

disponibilizam e se aperfeiçoam para conservar essa capacidade.

1.3 – Formulação e implementação

Mintzberg e Quinn (1996) comentam que a transição da formulação da

estratégia para sua implementação necessita de mudança na responsabilidade

de quem às cria, pois problemas na implementação podem aumentar devido à

mudança de responsabilidade, especialmente se as decisões estratégias

chegam de surpresas e os níveis inferiores não estiverem preparados.

As estratégias tornam-se organizacionais quando adquirem caráter coletivo,

quando multiplicadas começam a guiar o comportamento da organização em

geral.

A formulação de estratégias quando abordadas como um processo de

planejamento envolve em seu contexto, duas etapas. A primeira diz respeito à

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

17definição do negócio, já a segunda constitui-se da avaliação do macro e do

microambiente da empresa. Na primeira etapa é desenvolvida também a

missão organizacional e seus princípios, na segunda etapa, além da análise de

ambientes existe a determinação de objetivos e a formulação de estratégias

para alcançá-los. Ainda quanto à formulação de estratégias, podemos entrar

em análise de dois tipos de estratégias que nos definem os tipos de liderança e

abertura que cada organização pode exercer:

• estratégia guarda-chuva: neste tipo, a gerência mais experiente

define diretrizes abrangentes, mas deixa livre para o nível mais baixo da

organização, de quais os tipos de produtos serão fabricados.

• estratégia de processo: a gerência controla o processo de

formulação das estratégias, importando-se com o projeto da estrutura.

Petrocchi (2002) considera o marketing de relacionamento uma

estratégia fundamental, uma vez que compreende atendimentos

personalizados e a busca da fidelização. A formulação de estratégias nesse

caso depende do ramo de atuação ou segmentação, um hotel, por exemplo,

formula suas estratégias marketing definindo mercados e características dos

clientes que deseja atrair.

Para as estratégias de marketing podemos encontrar dois tipos de

classes: a segmentação e o marketing de relacionamento.

A primeira pode se vista como muito importante. Para Petrocchi (2002) a

segmentação pode ser geográfica (muito utilizada no turismo, onde a distância

é considerada uma das variáveis básicas do mercado.), econômica (quando

tem por base as faixas de renda dos segmentos de mercado.) ou demográfica

e social (quando os segmentos são determinados por faixa etária, raça,

profissão, etc.). A segunda classe, a do marketing de relacionamento, tem

como estratégia as formas e a qualidade da relação com negócio-cliente. Está

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

18comprovado que manter um cliente é muitas vezes mais barato que conquistar

um novo.

A visão básica do marketing de relacionamento é a visão de longo

prazo na relação cliente-negócio, afirma Petrocchi (2002).

Petrocchi ainda diz que o marketing de relacionamento é a busca da

preservação do cliente, alcançando um nível elevado de atendimento e

incentivando a repetição da hospedagem, através de estímulos, bonificações e

tratamentos diferenciados.

Segundo o mesmo autor, o marketing de relacionamento tem como

base:

• Vantagens financeiras;

• Tratamento diferenciado;

• Estruturação e cadastro de clientes;

• Comunicação com clientes, destacando-se as oportunidades da

internet.

Uma outra questão relevante à formulação das estratégias nas

empresas é o grau em que as estratégias realizadas resultam de ações

conscientemente planeadas que se realizam conforme previsto. A posição

estratégica de uma empresa pode resultar ou não do cumprimento integral de

planos anteriormente estabelecidos.

De acordo com Mintzberg e Waters (1985), para a formulação de

estratégias e a posição estratégica propõe-se uma classificação de estratégias

realizadas: esta classificação pode-se dar da seguinte forma: estratégias

emergentes e estratégias deliberadas.

Estratégias deliberadas são as que se realizam da forma que foram

planejadas, através de um processo controlado; já as estratégias emergentes

são padrões consistentes realizados apesar de, ou não na ausência de

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

19intenções. Para Mintzberg , as estratégias podem ser classificadas baseando-

se nos tipos de desafios que a organização deve resolver para adaptar-se ao

ambiente. Para Miles e Snow apud Mintzberg, são quatro as estratégias ou

padrões de adaptação que refletem as diferentes taxas de mudança de

produtos ou mercados. São eles: comportamento defensivo, comportamento

prospectivo, comportamento analítico e comportamento de reação.

O comportamento defensivo é caracterizado pelas empresas que possuem

foco estreito, ou seja, raramente modificam sua tecnologia, estrutura ou

sistemas operacionais.

No comportamento prospectivo a prospecção é a marca das empresas

que procuram novas oportunidades no mercado e assim fazem tentativas para

trabalhar com ameaças emergentes. As empresas com comportamento

prospectivo são empresas criadoras de exemplos, incerteza e desafios para

seus concorrentes. Possuem comportamento analítico as empresas que atuam

em dois mercados, um estável e outro em processo de mudança. No ambiente

estável estas empresas atuam de forma rotineira, usando processos

estruturados.

No ambiente em mudanças, as organizações procuram acompanhar e

adotar as inovações mais promissoras introduzidas pela concorrência.

O comportamento reativo ou de reação é característico das empresas que

atuam em mercados turbulentos e em constante mudança, mas onde a alta

administração é incapaz de dar respostas eficazes. As organizações só podem

gerar resultados eficazes se forçadas pela pressão ambiental, estas empresas

sempre ficam como estão, não fazem ajustes em suas estratégias ou estrutura.

Kotler (2003, p. 65) acredita q a estratégia é invejável quando demarca um

posicionamento de mercado vantajoso e inimitável pelos concorrentes.

Quando uma empresa através de suas estratégias consegue garantir

resultado e finalmente adquire e mantém esta posição no mercado em relação

à concorrência ela consegue se destacar pela vantagem competitiva.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

20Tachizawa e Rezende (2000), dizem que vantagem competitiva é

conseqüência do fato da empresa que opera com baixo custo e como uma

diferenciação.

Desta forma, é essencial que gestores criem e inventem uma estratégia

diferente, pois é nesta diferença que está a essência que dirige sua empresa

ao sucesso no mercado.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

21

CAPÍTULO II

UNIDADES ESTRATÉGICAS DE NEGÓCIO

A situação com que vem se dando as transformações estruturais das

empresas face às necessidades de adequação a mercados de competição

global, tem feito com que as estruturas tradicionais de organização sejam

substituídas por novas formas de trabalho focadas na organização de equipes

com responsabilidades e metas claramente definidas.

Neste sentido, uma das formas organizacionais que tem se mostrado

adequada a este novo contexto é a estruturação da organização em Unidades

Estratégicas de Negócio (Strategic Business Unit), que substituem a tradicional

estrutura departamentalizada proporcionando uma maior autonomia e

responsabilidade na condução do negócio. Contudo, uma questão que se

coloca é como este tipo de estrutura interage e interfere com os sistemas de

qualidade adotados pelas organizações, principalmente no que tange à

abordagem da qualidade total. Algumas situações tem mostrado que a própria

focalização do negócio permite um maior conhecimento e aprofundamento na

solução de problemas verificados, favorecendo um enfoque baseado em

melhorias contínuas. No entanto, existem evidências que o processo de

implantação é difícil principalmente porque esbarra em aspectos culturais

específicos de cada organização, o que muitas vezes demanda um trabalho

intenso de convencimento e persuasão dos envolvidos. A descrição que segue

deste trabalho relata aspectos relativos a esta discussão, analisando um

estudo de caso sobre o processo de implantação de Unidades Estratégicas de

Negócio em uma empresa do ramo eletroeletrônico.

2.1 – O contexto econômico em que se tem dado a reestruração

das empresas

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

22As questões que tem se colocado para as empresas no mundo atual

diferem significativamente do tempo em que o mercado de produtos e/ou

serviços estava amplamente garantido, sendo que o sucesso de uma

determinada empresa poderia ser atingido à medida que tal empresa

dispusesse de produtos suficientes para atender aos mercados em que

atuasse. BIRKINSHAW et al. (1995) cita que a atuação de empresas em

mercados globalizados deve-se a duas perspectivas das organizações

industriais que são dadas por forças estruturais e ações competitivas.

As forças estruturais variam de acordo com o segmento industrial e

seriam devido a 03 fatores determinantes: o potencial para economias de

escala em atividades que adicionam valor; diferenças de vantagens

comparativas entre países e mercados com demandas padronizadas entre

diferentes países.

A perspectiva das ações competitivas seria resultante do que os

autores denominam de “Teoria da Institucionalização”, onde as organizações

são visualizadas como um fenômeno social possuindo padrões e ações

comportamentais apropriadas ao ambiente em que se inserem, que lhes

possibilita mover-se para estruturas e processos comuns dadas a ações

coercitivas, imitativas ou resultantes de expectativas de seus agentes.

Dada esta caracterização, os setores econômicos envolvidos nesta

economia globalizada tem se deparado com uma competição acirrada em

mercados que estão em constante mutação, no sentido que se tornam cada

vez mais “sem fronteiras”. Como não poderia deixar de ser, os agentes

econômicos envolvidos procuram desenvolver estratégias que lhes permitam

competir pela sobrevivência de seus negócios, buscando reestruturar-se para

cada nova realidade que se coloca.

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

23Segundo KAPLYNSKY (1997), a experiência de empresas que

obtiveram sucesso em sua restruturação, passaram por um processo de 03

estágios conforme descrito abaixo:

• primeiramente, as empresas desenvolveram uma estratégia apropriada

às condições de mercado reconhecendo seus vários segmentos e

compreendendo com detalhes as necessidades dos clientes.

• posteriormente, após definir e aceitar esta estratégia focada no

mercado, as empresas passaram a focar sua própria estrutura organizacional e

suas relações com os fornecedores.

• finalmente, partiram para transformar as observações em ações,

desenvolvendo e criando novas estruturas capazes de assimilar as novas

formas de relações gerenciais, funcionais e de relações com fornecedores.

Essa nova conjuntura, segundo HAMEL (1996), tem conduzido ao que

o autor denomina de “nova revolução na indústria”, abrindo muitas e

inexploradas oportunidades competitivas que estariam inicialmente

direcionadas por três focos principais: reconcepção de produtos e/ou serviços,

redefinição de mercado e redesenho das fronteiras industriais.

2.2 Conceitos básicos de uma unidade estratégica de

negócio (UEN)

De maneira geral, as organizações tem-se deparado com níveis

acirrados de concorrência, o que as tem obrigado a reestrurações

organizacionais, tendo por finalidade os seguintes objetivos principais

(THOMPSON, 1993):

• necessidade de desenvolvimento de uma cultura organizacional

orientada para mudanças, sem que se perca a coesão e estabilidade interna,

implicando em uma visão explícita e compartilhada da situação competitiva da

empresa.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

24

• necessidade de centralizar e delegar às gerências maior

autoridade, mantendo a visão de introdução de mudanças.

• necessidade de ação rápida em resposta às oportunidades e

ameaças, atingindo alto nível de qualidade em seus produtos e/ou serviços,

tendo ao mesmo tempo de reduzir custos e aumentar eficiências.

Assim, dada a necessidade das organizações terem de produzir

produtos e/ou serviços, correlatos ou não, a um ou mais mercados e/ou seus

segmentos, a estrutura organizacional da empresa deve estar apta a responder

de maneira rápida e flexível a tais mudanças que se colocam cada vez mais

freqüentes e dinâmicas.

THOMPSON (1993) acrescenta que tal situação pode levar as

organizações a se estruturarem em unidades divisionais que se denominam

"Unidades Estratégicas de Negócio" (UEN), que teriam como principal

responsabilidade desenvolver, produzir e comercializar seu(s) próprio(s)

produto(s).

FUSCO (1997) cita que na sua forma mais básica a UEN pode ser

encarada como uma "unidade de planejamento" definida em termos de

necessidades e oportunidades estratégicas, mas que quando o conceito se

estende ao nível operacional "\ resultam em unidades de negócios

relativamente independentes, com características próprias de negociação e

aproveitamento de oportunidades de mercado". Segundo este autor ainda, as

principais vantagens da adoção do conceito da UEN seriam:

a) obtenção de unidades operacionais mais focalizadas proporcionando

uma maior agilidade operacional e controle das decisões gerenciais.

b) possibilidade de melhoramento do nível de qualidade, tanto a curto

como a longo prazo, propiciando uma maneira mais eficaz de crescimento

c) criação de bases mais consistentes de conhecimentos, condição

esta vital para implantação de sistemas de gestão modernos e sustentáveis.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

25d) racionalização de investimentos, aumentando a eficiência do sistema

na utilização de recursos financeiros.

e) identificação de agentes "geradores e consumidores" de recursos,

propiciando planejamentos específicos e adequados para cada setor.

f) maior poder de análise dos concorrentes, propiciando análises sobre

alternativas de parcerias, investimentos, simulações de operações e objetivos

aderentes à necessidade do mercado.

Apesar das argumentações favoráveis à descentralização

organizacional, GUNN (1992) analisa o aspecto questionando "o quanto de

descentralização seria bom para a organização?". O autor acrescenta que

mover de uma estrutura centralizada para descentralizada tem significado para

muitas empresas "espalhar horizontalmente seus gastos", ressaltando que

existem evidências de que a descentralização tem custado mais para tais

empresas.

Neste sentido, GUNN (1992) propõem o que denomina de uma

"estrutura organizacional híbrida", onde:

• atividades de vendas e marketing permaneceriam altamente

descentralizadas, podendo constituir UENs de acordo com proximidades,

identificações e especificidades do mercado.

• atividades de engenharia (processo/produto), produção, compras,

distribuição, controle da produção e gerenciamento de materiais

permaneceriam centralizadas dada a necessidade de estarem altamente

interligadas, tendo como objetivo a centralização da organização e

descentralização de execução.

2.3 - Abordagem da qualidade total

Existem indícios de que os japoneses tenham aplicado desde a II

Guerra Mundial o conceito de qualidade total para toda a organização, sendo

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

26que posteriormente esta atividade passou a ser denominada CWQC

(Company-wide Quality Control). (LAKHE & MOHANTY, 1994).

Contudo o marco histórico data de meados da década de 50 quando

Armand Feigenbaum, um então aluno de doutorado no MIT ( Massachussets

Institute of Technology), propôs os princípios do que veio a ser denominado de

“controle de qualidade total”, onde a argumentação primordial era de que

produtos de alta qualidade eram improváveis de serem produzidos, caso a

manufatura fosse forçada a trabalhar isoladamente (GARVIN, 1988).

FEINGENBAUM (1994) argumentava ainda que: “... o campo de

controle da qualidade total fornece estrutura e instrumentos para gerenciar a

qualidade de modo que haja uma ênfase contínua por toda organização em

liderança para a qualidade; em investimento genuíno e implementação de

tecnologias modernas para a qualidade em vendas, engenharia e produção,

em compromisso pessoal por parte de toda a equipe com qualidade e

produtividade...”.

O enfoque na qualidade total foi consolidando-se através de várias

abordagens introduzidas pelos denominados “gurus” da qualidade, entre os

quais destacam-se também: Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby.

Desnecessário dizer da importância destes autores para a consolidação e

difusão da qualidade, bem como as contribuições pioneiras e revolucionários

que trouxeram neste campo.

Através da extensão e da prática das principais abordagens da

qualidade, foi-se consolidando um conceito o qual denominou-se de

Gerenciamento da Qualidade Total, mais conhecido e difundido pela sigla TQM

(Total Quality Management), que vem atualmente constituir-se em modelo de

gerenciamento e administração de questões relativas à qualidade total.

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

27OAKLAND (1994) define o TQM como: “... uma abordagem para

melhorar a competitividade, a eficácia e a flexibilidade de toda uma

organização. É essencialmente uma maneira de planejar, organizar e

compreender cada atividade, e depende de cada indivíduo em cada nível. É um

método que visa libertar os funcionários da execução de esforços inúteis,

envolvendo cada um deles nos processos de melhoria, de tal modo que os

resultados sejam obtidos em menos tempo”.

Neste sentido, OAKLAND (1994) aborda que o núcleo do TQM deve

estar fundamentado na relação cliente-fornecedor, tanto internos quanto

externos à organização, definindo e associando processos de conversão de

inputs em outputs. O modelo proposto pelo autor seria representado por uma

pirâmide onde destacariam-se como componentes: comprometimento

gerencial, cadeia cliente-fornecedor, sistemas da qualidade, ferramentas de

controle estatístico de processo e equipes de trabalho.

O ponto central deste modelo é a cadeia cliente-fornecedor na qual

reflete-se o domínio, gerenciamento e melhoria de processos nas mais

diversas áreas, tais como: marketing, projeto, materiais, chão de fábrica,

produção, distribuição, etc. A Figura1 ilustra esquematicamente o modelo

proposto pelo autor.

Contudo, apesar do TQM ter sido adotado por muitas empresas com

consideráveis efeitos positivos, as questões que se colocam em muitas

economias atuais é com respeito à globalização de mercados e as

conseqüências estruturais destas mudanças. Muitas empresas com freqüência

deparam-se com diversidades de necessidades requeridas pelos mercados em

que atuam, os quais podem envolver aspectos que abrangem desde

localizações geográficas até hábitos e costumes culturais distintos.

Dentro deste contexto, poderia a motivação e o envolvimento pela

qualidade afetar todos os níveis e funções de uma organização estruturada

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

28para atuar em diferentes mercados globalizados ? Esta questão ainda tem

suscitado um número maior de indagações do que de respostas definitivas.

Contudo, uma linha de pesquisa tem se aprofundado em tais questões,

discutindo o gerenciamento da qualidade em organizações globalizadas, que

se denomina de GQM (Global Quality Management ), ou “Gerenciamento da

Qualidade Global”, que segundo KIM & CHANG (1995) seria definido como “ ...

o planejamento estratégico e interação de produtos e processos para obter alta

aceitação do cliente e baixa disfuncionalidade organizacional através de

mercados em diferentes países ”. Esta visão incorpora a filosofia central básica

do TQM, reconhecendo contudo as diferenças no ambiente de qualidade

através dos mercados globais, implicando na necessidade de balanceamento

dos requisitos locais dos clientes com as capacidades de redes de

fornecimento das organizações.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

29

2.4. O estudo de caso

A empresa onde foi conduzida este estudo de caso é a Brascabos

Componentes Elétricos e Eletrônicos Ltda., pertencente ao Grupo Brasmotor,

cujos principais produtos são cabos e montagens de redes elétricas

envolvendo formas, tamanhos e projetos dos mais variados, específicos para

aplicação principalmente nas indústrias elétro-eletrônica, automotiva e

informática. Localizada na cidade de Rio Claro - SP, composta por um efetivo

de aproximadamente 550 funcionários, opera em uma área de 6000 m2 , com

capacidade de produzir e processar 8.000.000 de metros de fios por mês,

sendo que os produtos mais vendidos são referentes a montagem de

refrigeradores e lavandeiras, onde hoje esta empresa ocupa a liderança deste

segmento a nível nacional.

Esta empresa iniciou o processo de reestruturação organizacional em

1995, criando inicialmente 09 (nove) unidades de negócio, sendo que este

trabalho foi conduzido na unidade de negócios denominada “Garantia da

Qualidade”, a qual para efeitos da empresa recebeu a terminologia de Unidade

Gerencial Básica (UGB), sendo que os principais parâmetros para definição

das mesmas foram:

• independentemente do posicionamento hierárquico que se tinha

na empresa, todos os funcionários deveriam estar ligados a um negócio,

devendo assumir responsabilidades pelos resultados deste negócio.

• deveria-se procurar definir claramente a missão de cada negócio.

• cada negócio deveria estar associado a um conjunto de

processos, devendo conter: listagem de meios colocados sob a

responsabilidade das gerências; principais fornecedores, bem como

especificações de produtos recebidos; listagem de principais produtos

fornecidos; principais clientes, fossem internos ou externos à empresa.

A empresa contou neste caso com assessoria externa para a descrição

e estabelecimento das UGBs, tomando como diretrizes as referências

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

30estabelecidas por CAMPOS (1994). A Figura 2 indica o procedimento adotado

para descrição de cada UGB e a Figura 3 mostra o caso da UGB - Garantia da

Qualidade.

As necessidades dos clientes das UGBs foram definidas

posteriormente à definição dos produtos destas UGBs, sendo que cada cliente

foi contatado para verificação de suas necessidades, as quais foram elencadas

segundo cinco dimensões da qualidade total: qualidade, custo, entrega, moral e

segurança (CAMPOS, 1992).

No caso específico da UGB - Garantia da Qualidade, o foco principal

referia-se a clientes externos, sendo contudo dispensado igual atenção aos

clientes internos da empresa, destacando-se a área de manufatura.

Após a definição das necessidades dos clientes, definiu-se também

conjuntamente com os clientes, os ítens de controle importantes para cada

produto. Para avaliar o desempenho das UGBs frente aos ítens de controle

estabelecidos a empresa implantou pesquisas de satisfação junto aos

consumidores (internos e externos) direcionados para contemplar as

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

31especificidades de cada UGB, estabelecendo-se como meta o índice mínimo

de 86% de satisfação do cliente.

Caso a UGB obtenha índices de satisfação junto aos clientes inferiores

à meta estabelecida, propõem-se um plano de ação para os pontos

problemáticos detectados, sendo a condução do plano de ações acompanhado

pela a UGB e o cliente conjuntamente.

Com relação aos produtos de cada UGB, estabelece-se um

monitoramento constante verificando anormalidades e propondo ações também

para correção destas anormalidades.

Periodicamente tais produtos passam por revisões para que se

mantenha os mesmos sempres atualizados, verificando-se alterações nos

produtos existentes, inclusão de novos produtos e exclusão de produtos. Essa

situação dinâmica estende-se por toda a estrutura de negócio da UGB

incluindo restruturações junto a fornecedores, clientes e ítens de controle

estabelecidos.

Após o estabelecimento das UGBs, a empresa procurou estabelecer

sistemas de acompanhamentos relativos ao gerenciamento do trabalho,

gerenciamento interfuncional e gerenciamento pelas diretrizes (CAMPOS,

1994). Essa situação trouxe como principais benefícios para a empresa:

• visão clara das responsabilidades de cada membro das UGBs

• controle e acompanhamento periódico dos processos e produtos

• autonomia para tomadas de decisões dentro da esfera de negócio

de cada UGB

• ações rápidas no tocante à correção de anomalias verificadas

• criação e consolidação do trabalho em equipes

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

32

Como principais dificuldades verificaram-se:

• resistência às mudanças, as quais muitas vezes incluiam novos

desafios para os funcionários envolvidos;

• receio do trabalho em equipe, principalmente quando envolvia um

relacionamento interfuncional;

• resistência na delegação e compartilhamento de tarefas, gerando

muitas vezes climas de desconfiança entre os elementos da UGB;

• necessidade de um trabalho de conscientização da importância

do assunto, requerendo cautela, paciência e habilidade aos

coordenadores do processo;

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

33

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL

Planejar significa a formulação sistemática de objetivos e ações

alternativas, que ao final, a escolha se dará sobre a melhor ação. Também diz

respeito a implicações futuras de decisões presentes, pois é um processo de

decisões recíprocas e independentes que visam alcançar objetivos

anteriormente estabelecidos.

Hindle (2002, p.142) conta que os primeiros conceitos de planejamento

embora nem reconhecidos como tais, devem provavelmente ter surgido ainda

na pré-história, entre as primitivas “donas-de-casa”, que tinham que de certa

forma ter certos conhecimentos de planejamento. O autor exemplifica que ao

não ter espaço e nem tecnologia para conservar alimento, era necessário

programar o término do preparo da refeição para um momento que o

companheiro estivesse presente, saber o momento de enviar um dos filhos

para buscar gravetos ou tirar leite de cabras, e assim eram desenvolvidos

conceitos muito semelhantes ao que hoje se chama cientificamente de

planejamento, controle de orçamento, estoque, produção, logística etc.

Segundo Silva (2001, p.89) o planejamento, é a parte fundamental da

administração, e tem suas origens nas mais remotas civilizações, desde o

momento em que o homem precisou realizar tarefas e organizar recursos

disponíveis. Em sua obra Teorias da Administração, o autor descreve

civilizações como os Sumérios, os Egípcios, os Babilônios e Chineses entre

outros, exemplificando tal afirmação.

Para o mesmo autor, os sacerdotes dos templos Sumérios, por meio do

imenso sistema tributário, coletavam e administravam grandes somas de bens

e valores, incluindo rebanhos, propriedades rurais e rendas.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

34

O autor, para passar uma breve noção das obras antigas, e assim

sugerir a complexidade que já era exigida do planejamento, descreve a

construção da pirâmide de Quéops no Egito, como um empenho de uma

“cidade empresa” com aproximadamente cem mil habitantes, trabalhando por

20 anos em pelo menos dois milhões e trezentos mil blocos de pedra de duas

toneladas e meia cada, além é claro de vários outros materiais. Essas e outras

realizações seriam impossíveis sem planejamento.

3.1 - Planejamento estratégico

Segundo Kotler (1992, p.63), “planejamento estratégico é definido

como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável

entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de

mercado”. O objetivo do planejamento estratégico é orientar e reorientar os

negócios e produtos da empresa de modo que gere lucros e crescimento

satisfatórios.

O planejamento estratégico, em todos os aspectos técnicos, surgiu

somente no início da década de 70. Nas décadas de 50 e 60 os

administradores empregavam, apenas o planejamento operacional, porque o

crescimento de demanda total estava controlado, e era pouco provável que

mesmo um administrador inexperiente não fosse bem sucedido no negócio.

Isso mudou com a turbulência dos anos 70, que trouxe a tona diversas

crises: os preços do petróleo dispararam com a guerra entre árabes e

israelenses; houve escassez de energia e matéria-prima, inflação de dois

dígitos, recessão econômica e alarmantes índices de desemprego.

Essa seqüência de fatores negativos para a economia trouxe como

conseqüência à necessidade de um novo processo de planejamento

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

35administrativo, visando manter as empresas numa boa posição, mesmo diante

de problemas que possam ocorrer em qualquer um de seus negócios ou linhas

de produtos.

Segundo Kotler (1992, p.63), esse novo processo de planejamento

tinha 3 idéias básicas. Primeira: uso pela empresa de um portfólio de

investimento. Cabia o gerente de portfólio financeiro avaliar cada tipo de

investimento para saber se era vantajoso adquirir mais, vender apenas uma

parte ou vender tudo. A mesma idéia servia para uma empresa que atuava em

vários ramos de negócios, produtos ou linhas de produtos. O importante era

saber que tipo de negócio podia ser iniciado, mantido, desacelerado ou

encerrado.

Esse problema é crítico principalmente se a empresa não tem dinheiro

suficiente para tocar o negócio, como foi o caso de muitas empresas na década

de 70. Nesse caso, não é conveniente que a empresa corte proporcionalmente

a colocação de mais dinheiro em todos os negócios, pois cada negócio tem um

potencial de lucro diferente.

Assim, é preciso antes avaliar o potencial de lucro futuro para poder

realocar o capital da empresa. Em síntese, uma criteriosa alocação de

recursos, ao portfólio do negócio é uma das idéias básicas do planejamento

estratégico.

Segunda idéia básica: estar em constante avaliação em relação ao

potencial de lucro futuro de cada tipo de negócio, pois a empresa não pode agir

simplesmente baseando-se no planejamento anual ou fazendo planejamento

de longo prazo com base nas vendas passadas: ela deve criar diferentes

instrumentos analíticos com relação ao futuro do mercado. Pois seria doloroso

permanecer num mercado que a empresa teria que abandonar depois ou

abandonar agora um mercado no qual a empresa deveria atuar em pleno vigor.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

36A terceira idéia básica: planejamento estratégico é a estratégia

propriamente dita, ou seja, para cada tipo de negócio a empresa tem que criar

uma estratégia para alcançar os objetivos de longo prazo, pois não há uma

estratégia satisfatória para todos os concorrentes. Assim, cada empresa deve

escolher o que é melhor para ela, levando em conta a sua posição no mercado,

os objetivos, as oportunidades e os recursos disponíveis.

Portanto para entender o planejamento estratégico é necessário

examinar a estrutura organizacional da organização, normalmente dividida em

três níveis: alta administração, unidades de negócios da empresa e produto.

Desta maneira, é incumbência da alta administração elaborar e desenvolver o

planejamento estratégico corporativo para levar a empresa a um futuro

promissor e rentável.

As resoluções da alta administração referem-se à alocação de recursos

para cada unidade de negócio da empresa e até mesmo para definir qual tipo

de negócio iniciar. Por outro lado, cada unidade de negócio da empresa precisa

desenvolver um plano estratégico específico para tornar o negócio lucrativo no

futuro, fundamentando-se nos recursos destinados para esse fim pela alta

administração.

Finalmente, para cada produto, cada unidade de negócio da empresa

vai desenvolver um plano de marketing para atingir os objetivos do produto no

mercado. Esses planos são implementados nos 3 níveis da empresa, os

resultados são acompanhados e avaliados e são tomadas às devidas ações

corretivas.

Conforme Matos (1999, p.30), o planejamento estratégico apresenta

cinco características fundamentais:

a. O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação

da organização a um ambiente mutável. Ou seja, sujeito à incerteza a

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

37respeito dos eventos ambientais. Por se defrontar com a incerteza tem suas

decisões baseadas em julgamentos e não em dados concretos. Reflete uma

orientação externa que focaliza as respostas adequadas às forças e pressões

que estão situadas do lado de fora da organização.

b. O planejamento estratégico é orientado para o futuro. Seu

horizonte de tempo é o longo prazo. Durante o curso do planejamento, a

consideração dos problemas atuais é dada em função dos obstáculos e

barreiras que eles possam provocar para um almejado lugar no futuro.

c. O planejamento estratégico é compreensivo. Ele envolve a

organização como uma totalidade, abarcando todos os seus recursos, no

sentido de obter efeitos sinergísticos de todas as capacidades e

potencialidades da organização. A resposta estratégica da organização envolve

um comportamento global, compreensivo e sistêmico. A participação das

pessoas é fundamental nesse aspecto, pois o planejamento estratégico não

deve ficar apenas no papel, mas na cabeça e no coração de todos os

envolvidos. São eles que o realizam e o fazem acontecer.

d. O planejamento estratégico é um processo de construção de

consenso. Devido à diversidade dos interesses e necessidades dos parceiros

envolvidos, o planejamento deve oferecer um meio de atender a todos na

direção futura que melhor convenha para que a organização possa alcançar

seus objetivos. Para isso, é preciso aceitação ampla e irrestrita para que o

planejamento estratégico possa ser realizado através dessas pessoas em

todos os níveis da organização.

e. O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem

organizacional. Por estar orientado para a adaptação da organização ao

contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa constante de

aprender a ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e suscetível a

mudanças.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

38

3.2 - Planejamento estratégico corporativo

O planejamento estratégico corporativo abrange 4 linhas de ação. A

primeira desenvolve uma clara idéia da missão da empresa em termos de

objetivos da história, do segmento de mercado, da produção vertical e área

geográfica. Isso tudo, quando bem definido, permite aos empregados um senso

compartilhado de direção, oportunidade, significância e realização.

A segunda atividade consiste em definir as unidades de negócios. O

negócio é bem definido pelos grupos de clientes, pelas necessidades dos

clientes e tecnologias empregadas. As unidades de negócio se beneficiam de

planejamento específico, enfrentam concorrentes próprios e são geridas como

centros de lucro.

A terceira atividade consiste em alocar recursos às várias unidades de

negócios com base na atratividade da indústria e na força competitiva da

empresa. Vários modelos de portfólio, como os do Boston Consulting Group e

da General Eletric, são apresentados para facilitar a determinação de quais

negócios devem crescer, ser mantidos, aproveitados ao máximos ou

abandonados.

A quarta atividade consiste em expandir os negócios atuais e

desenvolver outros negócios para preencher a lacuna do planejamento

estratégico. A empresa pode identificar oportunidades via crescimento intenso

(penetração de mercado, desenvolvimento de mercado e de produto),

crescimento integrado (para trás, para frente e horizontal) e crescimento

diversificado (concêntrico, horizontal e global).

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

39

3.3 - Planejamento estratégico do negócio

Para GAJ (2002, p.126) o planejamento estratégico do negocio de uma

empresa deve em primeiro lugar se orientar pela estratégia coorporativa, que é

normalmente baseada na missão e na visão da empresa, assim esses dois

itens se tornam os indispensáveis para sua elaboração, no entanto há outras

etapas também importantes na elaboração de um plano estratégico de negócio.

Cada unidade de negócio realiza o seu próprio planejamento

estratégico, o qual inclui 8 fases: definição da missão, observação dos

ambientes externo e interno, formulação de metas, elaboração da estratégia do

negócio, formulação do programa de ação, implementação, feedback e

controle.

Todas essas etapas mantêm a unidade de negócio ligada ao ambiente

e atenta às novas oportunidades de ameaças. Desse modo, o planejamento

estratégico da unidade fornece o contexto para preparar os planos de mercado

para produtos e serviços específicos.

A visão da empresa é uma espécie de declaração dos rumos, da

direção que a empresa pretende tomar, de suas aspirações, suas crenças, sua

postura. Não se trata, portanto, de algo burocrático ou vazio como papéis ou

documentos sem sentido, e muito menos se trata de meros valores numéricos

ou cálculos e propostas quantitativas, pois, a declaração da visão de uma

empresa, é algo mais filosófico, de cunho moral, social e ético, que pode

causar empatia naquele que se identifica com as intenções e esperanças ali

declaradas.

O método mais comum para se elaborar uma declaração de visão da

empresa, visa sobretudo, comprometer todos os níveis da organização,

começando pelos mais baixos, desde o chão da fábrica, de onde devem partir

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

40as idéias, relatos e sugestões, sendo então revisto e acrescentado pelas

gerências e a alta administração até que tome forma.

GAJ (2002, p.189) atribui essa metodologia, sobretudo à necessidade

de uma declaração de visão da empresa baseada em sua realidade, que

expresse os verdadeiros sentimentos e intenções de seus recursos humanos,

pois que declarações fantasiosas em nada contribuem para uma visão da

empresa, a não ser no fato de torná-la capaz de ser desmentida e até

ridicularizada ao longo do tempo com as práticas diárias. Esse é um dos

problemas de empresas que formulam sua declaração de visão exclusivamente

a partir da alta administração, que tem pouco contato com a realidade de todos

os outros setores, que são os que vão levar as tarefas e o comportamento

geral a cabo.

3.4 - Planejamento estratégico nível funcional

O nível funcional não somente consolida os requisitos funcionais

demandados pela estratégia corporativa, mas também se constitui, acima de

tudo, no arsenal de armas competitivas que irão transformar-se nas

competências distintivas da empresa.

As estratégias funcionais aplicam-se às funções de cada negócio, ou

de cada unidade que atua em determinado ramo de negócios, como marketing,

produção, finanças, engenharia recursos humanos, pesquisa e

desenvolvimento, logística, vendas e serviços etc.

O nível funcional tem o principal objetivo de manter o bom desempenho

corporativo e interatividade entre cada negócio estratégico da organização.

Assim, chama-se de objetivo funcional, o conjunto de metas relacionadas à

área funcional, que devem ser atingidas com a finalidade de se concretizarem

os objetivos da empresa, ou seja, da organização como um todo.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

41Torna-se muito importante no nível funcional, não somente atingir

objetivos e metas correlatas com o desempenho geral da organização, mas

sobretudo é de suma importância que esse nível compreenda grande

compatibilidade de metas e objetivos entre seus negócios, assim como também

deve haver um mesmo nível de compatibilidade nas ações dos negócios,

visando o efeito de sinergia, caso contrário, uma ação do marketing pode

comprometer a logística, ou uma ação da pesquisa e desenvolvimento pode

comprometer a produção, e assim por diante.

Talvez o efeito sinérgico de ações centradas nos objetivos gerais da

organização como um todo coordenado, seja a característica mais importante

do nível funcional para o sucesso da organização. É fácil imaginar o efeito de

ações simultâneas como um novo produto ou tecnologia por parte da pesquisa

e desenvolvimento, aliado a um novo sistema de produção e o treinamento do

pessoal pelo setor de recursos humanos, havendo paralelamente uma

campanha de divulgação publicitária para lançamento do produto ou serviço,

treinamento e reciclagem das equipes de vendas, pesquisas de satisfação,

ajustes elaborados à partir das pesquisas e novo recomeço do ciclo no setor de

pesquisa e desenvolvimento.

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

42

CAPÍTULO IV

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA PRÁTICA

Existem vários modelos de planejamento estratégico com possibilidade

de implantação nas organizações. A escolha de qual deve ser o escolhido

deverá em consideração o tipo de organização a ser submetida ao plano, bem

como o ambiente externo dessas organizações. Em linhas gerais um

planejamento estratégico deve seguir uma série de premissas, conforme segue

no roteiro a seguir.

4.1 - Elaborando o planejamento

O primeiro passo para a elaboração do planejamento estratégico é

determinar com precisão questões básicas, porém primordiais como:

• “Quem somos?”

• “Onde queremos chegar?”

• “Avaliamos os fatores externos?”

• “Como atingiremos nossos objetivos?”

A partir daí, deve-se simular situações diversas construir cenários, não

objetivando prever o futuro, mas sim descrever possíveis acontecimentos

plausíveis que poderão ocorrer. Para isso é necessário levar em consideração

fatores como o histórico e resultados para ter condições de interagir.

4.2 - Definindo a missão

Definir a missão significa “estabelecer a razão de existência da

organização, qual seu negócio (o que faz) e de que forma atua nesse negócio

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

43(como faz)”. A missão deve ser simples, curta extremamente objetiva. Ademais,

deve haver consenso entre os dirigentes da organização e ser um

compromisso de todos.

Ao definir a missão da organização, o empreendedor estará

conseqüentemente objetivando o foco da empresa do mercado. Podendo

assim determinar com precisão em que segmento irá atuar, quais são seus

concorrentes, que empresas serão seus futuros fornecedores, etc.

A missão da empresa é algo totalmente diferente da declaração de

visão da empresa. Desta vez, trata-se exatamente de valores numéricos e

quantitativos, estabelecidos de modo muito mais preciso e documental. A

missão da empresa não somente indica seus objetivos e propósitos concretos

futuros e em andamento, como descreve seu estado atual, seu ramo, atividade,

produtos e serviços, sua abrangência, seu mercado, seu público etc. GAJ

(2001, p.219) define a declaração da missão da empresa, como uma

consolidação prática, formal e detalhada de como se pretende e se pode

aplicar o conteúdo da visão da empresa no mercado e em suas ações no

mundo real, ou seja, trata-se de uma forma sólida de declarar as práticas que

são subjetivamente abordadas na visão da empresa.

Como um resumido exemplo, pode-se imaginar uma empresa que em

sua declaração de visão, exprima a idéia, a esperança e a intenção de

preservar o meio ambiente. Essa empresa em sua declaração de missão

deverá listar os recursos humanos e materiais que possui, e quais serão as

ações específicas para atingir esse ideal, como, por exemplo, oferecer um

determinado produto que não contenha ingredientes tóxicos, prestar um serviço

de modo que seus resíduos sejam reciclados ou devidamente contidos, ou

ainda fomentar a consciência ambiental em campanhas, etc. Descrevendo

detalhadamente esse produtos, serviços e campanhas, estabelecendo metas,

prazos, quantidades, valores e outras características específicas.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

44

4.3 - Identificando fatores fundamentais para obter

sucesso

Consiste no levantamento e estudo dos principais fatores que poderão

influenciar no desempenho da empresa no mercado alvo e no conseqüente

sucesso ou fracasso no planejamento estratégico da organização. A

identificação de fatores essenciais para obtenção de sucesso consiste

basicamente na análise do ambiente interno e externo da empresa e

formulação das metas e objetivos.

A empresa é normalmente situada num ambiente que oferece

oportunidades e riscos e, essas informações devem ser coletadas com

quantidade e qualidade adequadas para uma boa tomada de decisão por parte

de seus executivos. No entanto não se trata de ato isolado no tempo, o método

consiste de monitoração constante uma vez que suas variáveis se modificam

ao longo do tempo.

Entre outros fatores importantes a serem monitorados, pode-se citar os

macroambientais - forças geográficas, demográficas, políticas, sociais

econômicas etc. E os microambientais - consumidores, concorrentes,

distribuidoras, fornecedores, assistência técnica, etc.

O rastreamento, arquivamento e a capacidade de análise e

interpretação de dados são a essência deste procedimento, devendo ser a

organização, capaz de identificar as mudanças, tendências e nuances dos

ambientes micro e macro, e associar rapidamente a ela, as oportunidades e

riscos que implicam.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

45

4.4 - Estudando o mercado

Nesta etapa deve-se avaliar a posição/participação da empresa no

mercado, bem como, analisar fatores internos e externos, utilizando dados

fidedignos e consistentes. No levantamento de dados internos da organização,

deve-se levar em consideração a trajetória da empresa, seu modelo de gestão,

sua estrutura, ambiente organizacional, seus resultados nas áreas comercial e

financeira; provenientes de suas estratégias, bem como, operacionalização da

sua qualificação técnica e evolução dos seus processos produtivos.

Ao se reunir e analisar esses dados, serão obtidas conclusões dos

pontos fortes e fracos da organização e deverão ser tomadas medidas cabíveis

para minimizar tais pontos fracos e maximizar e explorar os pontos fortes. Ao

analisar as informações externas, devem ser levados em consideração dados e

fatores de fornecedores, concorrentes e clientes diretos/indiretos e aspectos

políticos, sociais, econômicos, entre outros que venham a causar algum efeito

sobre estes e logicamente também sobre a organização.

4.5 - Definindo metas e objetivos

As metas e objetivos devem ser definidos de maneira agressiva e

desafiadora, porém deve-se levar em conta as limitações da organização.

Esses deverão ser qualitativos e quantitativos e precisarão obedecer a prazos

previstos no planejamento.

As metas são na verdade necessárias para orientar a empresa no

caminho, no roteiro que deve ser seguido para que seja cumprida a missão de

empresa dentro da visão de empresa, já os objetivos, são as descrições

detalhadas do que deve ser feito para se atingir as metas. Por exemplo, se

uma empresa tem a meta de atingir um estoque de 50.000 unidades de iogurte

para um determinado dia durante o verão, os objetivos serão baseados numa

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

46espécie de lista de afazeres para isso aconteça, como contatar os fornecedores

de frutas, leite, fermento e outros ingredientes, planejar e negociar o

fornecimento a tempo, produzir, embalar, resfriar e outras partes do processo,

tudo detalhado em termos quantitativos, econômicos, operacionais etc.

As metas podem ser baseadas em diversos setores diferentes, do

econômico ao operacional, do marketing ao social, do operacional ao legislativo

e fiscal, etc. As metas podem objetivar as mais variadas situações, posições e

condições. Por exemplo, pode-se ter como meta a liderança de mercado, a

expansão de mercado, a consolidação da marca, o volume de exportação, a

consolidação de marca, a satisfação do cliente, a certificação de qualidade, o

equilíbrio financeiro, a adequação diante da legislação e assim por diante.

4.6 - Estabelecendo estratégias

Neste ponto do planejamento serão utilizadas informações de todas as

etapas anteriores, visando estabelecer estratégias focadas nas necessidades

da organização em questão. Um fator crucial é agregar valor ao cliente

oferecendo um diferencial no segmento em que atua a organização. Uma vez

prontas essas referidas etapas anteriores, pode-se então formular a estratégia

propriamente dita.

O plano estratégico de negócio conterá então diversas informações e

propostas importantes para que ocorram as melhores tomadas de decisão,

tanto diante de situações previstas como de surpresas, além de proporcionar a

existência de uma organização sólida, capacitada, empreendedora, que age

com margens de segurança e risco devidamente equilibradas ao considerar a

relação custo x benefício x risco de cada oportunidade vislumbrada. Contando

ainda com uma forte sinergia através da coordenação de ações e métodos em

todos seus departamentos.

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

47

4.7 - Planejando a ação

Tendo-se estabelecido estratégias, faz-se necessário definir

claramente quem será o responsável pela execução de determinada ação,

como e quando será implementada, qual será o cronograma a ser seguido e

qual será o custo da mesma, ou seja, fazer um plano de ação.

Geralmente os plano de ação mais comuns se baseiam em três

modelos : liderança total em custos, diferenciação e foco. No modelo da

liderança total em custos, a atenção do plano de ação, é voltada para a

produção, distribuição e qualquer outro setor diretamente aos custos, no

sentido de reduzi-los sem grande impacto na qualidade geral do produto, sendo

assim possível, se obter um produto com preço menor que a concorrência e

com base nisso, dominar uma maior fatia de mercado progressivamente rumo

à liderança.

No modelo de diferenciação, a atenção central do plano de ação

também é voltada para a produção e distribuição, no entanto, engloba também

outros setores da organização, como o marketing, o design, a pesquisa e

desenvolvimento ou outros de acordo com o caso específico e, desta vez os

esforços serão concentrados no sentido de diferenciar seu produto ou serviço

dos demais concorrentes, em alguma característica desejada pelos

consumidores. Por exemplo, na qualidade, praticidade, rapidez de entrega,

resistência, estilo, etc.

No entanto, a literatura e a prática demonstram que é comum

conseguir liderança em uma característica, e raramente em duas ou mais. Até

mesmo por uma questão de lógica, o mais resistente não deverá ser ao mesmo

tempo o mais bonito, o mais barato e o de maior status ou tradição, e ao

mesmo tempo ainda conseguir ser o mais prático, o de entrega mais rápida, o

mais fácil de usar, e o mais eficiente e seguro, e assim por diante. O modelo do

foco pode tanto ser um, o outro, ou ambos os exemplos supracitados, com a

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

48diferença que ao invés de almejar um grande mercado, será concentrado num

segmento menor.

4.8 - Controlando as ações

A execução das ações estabelecidas deve ser analisada

constantemente, visando mensurar desempenho x investimento e verificar se o

cronograma está sendo cumprido. Só assim será possível identificar as

dificuldades e prováveis falhas, possibilitando mudança de estratégia caso se

faça necessária.

Diversos são os fatores internos e externos que devem ser

monitorados para um perfeito controle das ações. Por exemplo, funcionários

aumentam ou diminuem sua produtividade de acordo com sua motivação ou

reação diante de modificações diversas; o mercado reage com maior ou menor

demanda diante de diversos fenômenos que vão desde a mudança repentina

de opinião – como uma notícia de que manteiga causa infarto, ou que

aumentaram os acidentes aéreos - à alteração do poder aquisitivo – como

falências, demissões em massa ou catástrofes naturais; os concorrentes

também reagem, podendo lançar novos produtos ou fazer promoções; a moda

e os estilos de vida se modificam, até mesmo por causa de telenovela e assim

por diante. Receber essas informações - feedback - e reagir adequada e

prontamente é algo essencial para a continuidade de toda estratégia

implementada, inclusive até mesmo estar apto a mudanças radicais em toda

estrutura e conceitos se isso for necessário.

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

49

CONCLUSÃO

Ao longo do desenvolvimento do artigo, pôde-se constatar que o

Planejamento Estratégico é um tema atual que pode apresentar-se através de

múltiplas facetas que devem ser corretamente interpretadas para o bom uso

desta importantíssima ferramenta de gestão. Uma organização que não tiver

uma estratégia definida acabará fazendo parte da estratégia de outrem. Pode

parecer catastrófica esse tipo de constatação, mas é a pura e simples

realidade. Convém salientar, entretanto que a simples elaboração de um plano

estratégico não fará nenhum milagre, não trará benefício algum para a

organização. Não adianta desenvolver um trabalho esteticamente perfeito,

elaborado com a assessoria dos melhores consultores do mercado para servir

como mero adorno.

Para alcançar o efeito desejado, o planejamento estratégico necessita

do apoio e comprometimento de todo o corpo funcional da empresa por

ocasião da implementação das diversas ações estratégicas dele decorrentes.

Baseado nessa premissa, os atores das diversas fases do processo

são os próprios integrantes da organização.

A implementação de um planejamento estratégico ou até mesmo a

simples idéia da elaboração de um projeto deste porte dentro de uma

organização, pode trazer em um primeiro momento uma certa descrença por

parte de alguns, o que é perfeitamente normal, tendo em vista a pública e

notória resistência do ser humano a mudanças, principalmente dentro de

grupos conservadores defensores da tese do “sempre foi feito assim para que

mudar?”.

Portanto cabe aos gestores do processo de implantação do projeto,

mudar a opinião dos focos de resistência que por ventura existirem e

mostrarem a importância de que este tipo de planejamento proporcionará para

a organização, onde todos sairão ganhando com o aumento de eficiência e

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

50eficácia e principalmente o acréscimo em competitividade que a empresa

agregará para enfrentar o dinâmico mercado do mundo globalizado.

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANSOFF, H. Igor, DECLERK, Roger P., HAYES, Robert L. (Org.). Do

planejamento estratégico à administração estratégica. SÃO PAULO: EDITORA

ATLAS, 1987.

ANSOFF, I. Nova Estratégia Empresarial. SAO PAULO, ATLAS, 1991.

BETHLEM, A. – Estratégia Empresarial: Conceitos, Processo e Administração

Estratégica. 4 ED, SAO PAULO, ATLAS, 2002.

BIRKINSHAW, J., MORRISON, A., HULLAND, J. – V 16, Structural and

competitive determinants of a global integration strategy. STRATEGIC

MANAGEMENT JOURNAL, 1995.

CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. BELO

HORIZONTE, FUNDAÇÃO CRISTIANO OTTONI, 1994.

CAMPOS, V. F. Qualidade total: Padronização de empresas. BELO

HORIZONTE, FUNDAÇÃO CRISTIANO OTTONI,1992.

FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. V.11, SÃO PAULO,

EDITORA MCGRAW-HILL LTDA, 1994.

FISHMANN, Adalberto, DE ALMEIDA, Martinho I. R. Planejamento estratégico

na prática. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 1990.

FUSCO, J. P. A. – Unidades estratégicas de negócios - uma ferramenta para

gestão competitiva de empresas. REVISTA GESTÃO & PRODUÇÃO. V.4, N.1,

P.36-51, ABRIL, 1997.

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

52GAJ, Luis. O estrategista: do pensamento à ação estratégica na organização.

SÃO PAULO: EDITORA MAKRON BOOKS, 2002.

GHEMAWAT, P.- A Estratégia e o Cenário Dos Negócios: Texto e Casos.

PORTO ALEGRE, BOOKMAN, 2000.

GRACIOSO, Francisco. Planejamento estratégico orientado para o mercado.

3.ED. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 1996.

HINDLE, TIM. Tudo sobre administração. SÃO PAULO: EDITORA NOBEL,

2002.

JÚNIOR, Aldery Silveira, VIVACQUA, Guilherme. Planejamento estratégico

como instrumento de mudança organizacional. 2. ED. SÃO PAULO: EDITORA

ATLAS, 1999.

KOONTZ, Harold, O'DONNELL, Cyril. Princípios de Administração: Análise das

funções administrativas. 10. ED. SÃO PAULO: EDITORA PIONEIRA, 1976.

KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento,

implementação e controle. 2. ED. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 1992.

LEVY, Alberto R. Estratégia em ação. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS, 1986.

MATOS, F. G., CHIAVENATO, I. Visão e ação estratégica. SÃO PAULO:

EDITORA MAKRON BOOKS, 1999.

OAKLAND, J. S. Gerenciamento da qualidade total – TQM. SÃO PAULO,

NOBEL, 1994.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia empresarial. SÃO

PAULO: EDITORA ATLAS, 1988.

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

53SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. SÃO PAULO: EDITORA

PIONEIRA THOMSOM LEARNING, 2001.

THOMPSON, L. J. - CHAPMAN & HALL. Strategic management - awareness

and change (2nd Edition). CHAP.1: EXPLORING STRATEGIC

MANAGEMENT, 1993.

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

54

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

AS ORIGENS DA ESTRATÉGIA 10

1.1 - Uma visão mercadológica sobre a origem das

estratégias empresariais 12

1.2 – Conceito de estratégia 15

1.3 – Formulação e implementação 16

CAPÍTULO II

UNIDADES ESTRATÉGICAS DE NEGÓCIO 21

2.1 - O contexto econômico em que se tem dado a

reestruturação das empresas 21

2.2 – Conceitos básicos de uma unidade estratégica

de negócio (UEN) 23

2.3 – Abordagem da qualidade total 25

2.4 – O estudo de caso 29

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL 33

3.1 – Planejamento estratégico 34

3.2 – Planejamento estratégico corporativo 38

3.3 – Planejamento estratégico do negócio 39

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

553.4 – Planejamento estratégico nível funcional 40

CAPÍTULO IV

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA PRÁTICA 42

4.1 – Elaborando o planejamento 42

4.2 – Definindo a missão 42

4.3 – Identificando fatores fundamentais para obter

sucesso 44

4.4 – Estudando o mercado 45

4.5 – Definindo metas e objetivos 45

4.6 – Estabelecendo estratégias 46

4.7 – Planejamento a ação 47

4.8 – Controlando as ações 48

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ÍNDICE 54

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Segundo Pankaj Ghemawat, em um artigo clássico de 1960 que antecipou esses debate, intitulado “mArketing Myopia”,

56

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Estratégia Empresarial

Autor: Rita de Cássia Oliveira de Souza

Data da entrega:

Avaliado por: Cléber Gonzaga Conceito: