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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA Por: Ricardo Aurore Romão Orientador Prof. Dayse Serra Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA Por: Ricardo Aurore Romão Orientador Prof. Dayse Serra Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA

Por: Ricardo Aurore Romão

Orientador

Prof. Dayse Serra

Rio de Janeiro

2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

1

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Arteterapia em Educação e Saúde.

Por: Ricardo Aurore Romão

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu pai por ter me incentivado

aos estudos e a arte como meio de vida.

3

DEDICATÓRIA

Dedico a minha mulher Teresinha

companheira de arte, de amor e de vida, ao

meu filho Yure, por estar sempre ao meu lado,

a minha filha Laila pela luz na hora certa, e a

minha filha Luana que sabe tudo!

4

RESUMO

Esta monografia tem como tema “A Arteterapia em enfermaria pediátrica”. O

objetivo é estudar, perceber e fundamentar a Arteterapia como dispositivo de

intervenção terapêutica em pacientes pediátricos durante o período de internação

em enfermaria hospitalar pediátrica.

Neste processo de internação da criança há um rompimento na sua rotina

diária, tais como afastamento da escola, dos amigos, da família e de suas

brincadeiras, e, isto faz com que a criança se perceba em um universo

completamente arredio, frio, hostil e adverso à sua vida.

O tema desse trabalho é de fundamental relevância, pois se propõe a estudar

e principalmente demonstrar a utilização dos conceitos e técnicas da arteterapia

como método facilitador terapêutico durante o período de internação da criança. É,

portanto, objetivos desta pesquisa, o de demonstrar e promover o reconhecimento

dos genuínos valores emocionais e materiais que a arteterapia com suas distintas

técnicas expressivas podem acessar no processo de reconstrução e de

(re)significação da saúde da criança, quando de sua internação no ambiente

hospitalar. E assim reconhecer a Arteterapia como eficaz recurso terapêutico.

Observar e experimentar o potencial criativo da criança internada, quando da

utilização e aplicação das varias formas de expressão da arte, tais como: o

desenho, a pintura, brincadeiras, jogos dramáticos e outras modalidades como

contraponto de cura na enfermaria pediátrica. A Relevância de trabalhos como estes

ampliam as possibilidades de conhecimento das intervenções arteterapêuticas e

contribuem para um melhor entendimento do lidar com crianças em situação de

hospitalização.

5

METODOLOGIA

A metodologia usada neste trabalho monográfico foi a pesquisa bibliográfica.

O tema Arteterapia em enfermaria pediátrica foi abordado através de leitura, análise

e interpretações de livros, artigos científicos, teses, revistas e jornais que serviram

para dar o suporte necessário a elaboração desta monografia.

O acesso a sites da internet também foram utilizados como complementação a esta

pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Arteterapia Em Enfermaria 11

Pediátrica.

CAPÍTULO II - A Arteterapia Como Dispositivo De 17

Intervenção Terapêutica

CAPÍTULO III – Arteterapia: Reabilitando 23

Saúde na Criança Hospitalizada

CAPITULO IV - Arteterapia: Reabilitando Saúde 24

Na Criança Hospitalizada

CONCLUSÃO 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35

ANEXOS 30

ÍNDICE 39

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

7

INTRODUÇÃO

Entre as situações que ao serem vivenciadas pela criança são consideradas

determinadoras de estresse encontram-se a doença e a hospitalização, que podem

fazer com que a criança fique emocionalmente traumatizada em maior grau do que

está fisicamente doente (RIBEIRO; ANGELO, 2005).

A hospitalização institui uma crise na vida da criança afetando de forma

significativa o seu estado de saúde física e mental, e em contrapartida,

determinando distúrbios comportamentais diversos que e interrompe o seu

desenvolvimento enquanto criança.

O processo de hospitalização é permeado por perdas que desencadeiam

um processo de luto. As perdas em questão estão especialmente relacionadas a

três fatores, a saber: a doença (como significado da perda da saúde), a

hospitalização (como perda da condição de pessoa, ou seja, a despersonalização),

e, por fim, o tratamento, o qual está cerceado por atitudes invasivas e agressivas,

desencadeando no indivíduo a sensação de impotência e perda da autonomia

(FONGARO; SEBASTIANI, 1996).

Quando a criança é hospitalizada, instala-se uma desorganização emocional

de tamanha ordem estrutural psíquica, gerando na criança um estado de

insegurança e conseqüentemente alterações de mudança no comportamento, e isto

faz com que a criança desenvolva sentimentos de insatisfação e desconfiança neste

novo ambiente ao qual terá que permanecer até que se (re)estabeleça o equilíbrio

de sua saúde.

Em se tratando de crianças, elas percebem a hospitalização como uma

nova situação de vida, em que há muitas mudanças em sua rotina, vivenciando

situações com as quais deve se adaptar. Essas mudanças decorrentes de sua nova

condição são geradores de stress. (ALMEIDA, 2005).

De acordo com Eiser (1992), a criança hospitalizada pode encontrar

dificuldades e obstáculos na sua vida social e familiar, como, por exemplo, a

restrição do convívio social, ausências escolares freqüentes e aumento da angústia

e tensão familiares. Acrescenta-se a esse quadro a necessidade de se adaptar aos

novos horários, confiar em pessoas até então desconhecidas, receber injeções e

8

outros tipos de medicação, ter que permanecer em um quarto, ser privada de

atividades de brincar - situações estas que não faziam parte da vida da criança e

que caracterizam uma hospitalização.

A doença representa para a criança, uma forma de punição, e que por isso,

ela se sente obrigada a submeter-se a todos os procedimentos hospitalares para

alívio de sua desordem clínica e emocional.

Essa desordem emocional, esta aliada a uma dificuldade em expressar

seus sentimentos, em traduzir o que se sente em palavras. Esta dificuldade de

expressão verbal, de se explicar, origina um conflito que torna uma crise, o sintoma

passa a ser então, algo que se tem dificuldade de se expressar. (BARUS-MICHAEL,

2003).

No ambiente hospitalar, as crianças têm de suportar, na maior parte das

vezes, uma limitação de atividades, devido á própria situação de enfermidade e

também devido á falta de espaço, físico das instituições. As características deste

ambiente as entristecem, podendo contribuir para aumentar seu sofrimento físico e

psíquico (MACHADO; GIOIA-MARTINS, 2002).

É neste contexto de adversidade, que a Arteterapia proporciona á criança

um vínculo positivo com todo o conjunto adverso que é o ambiente hospitalar.

Durante este período, se estabelecerá uma relação de respeito, confiança e escuta,

com o objetivo de atenuar este momento tão doloroso, no qual a criança se

encontra.

A apresentação dos mais variados materiais expressivos da arteterapia,

ajudam a criança a se expressar sobre suas dúvidas e angústias e com isso, facilitar

e aceitar a sua convivência no ambiente hospitalar, longe do seu lar e do seu

convívio social.

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CAPÍTULO I

ARTETERAPIA EM ENFERMARIA HOSPITALAR

A hospitalização infantil é uma experiência traumática para a criança, pois

limita e a restringe a um ambiente quase sempre sentido como hostil, ameaçador e

totalmente estranho á sua realidade.

A utilização de veículos de intermediação e atendimento quando da

hospitalização da criança, são necessários para sua ambientação na enfermaria

pediátrica. A arteterapia com suas várias modalidades expressivas pode ser um

veiculo direcionado para auxiliar o desenvolvimento de crianças hospitalizadas, uma

vez que a arte vem ocupando significativo espaço na formação humana, desde o

inicio das civilizações até a atualidade, sendo adicionado à sua prática, o uso

terapêutico e profilático de recursos criativos.

Segundo ALESSANDRINI, pela exploração do universo da arte e do

conhecimento intrínseco presente no fazer artístico, podemos desenvolver níveis

superiores de linguagem e de cognição.

O caminho da linguagem não verbal pode abrir um universo de explicitação

de habilidades intelectuais, presentes no potencial cognitivo de cada um.

Por meio de brincadeiras, jogos, teatros, da criação e das produções

artísticas, a criança se reestrutura, se sente mais forte e com energia, alimenta seu

vinculo com a saúde e com a vida, aumenta sua esperança, ganha autonomia e tem

um canal aberto parta expressar suas emoções.

1.1 - A criança e o adoecer

A doença para a criança se traduz num sentimento de fragilidade de tamanha

ordem psíquica, que se transforma subjetivamente numa fonte de sensações e

angústias, que transcorrem por caminhos logrados de culpas.

Neste contexto do adoecimento da internação é desencadeado na criança um

tensionamento involuntário, contidos de medo, apreensões, e a criança por não

possuir mecanismos cognitivos desenvolvidos de expressão, não sabe como

10

manifestar este momento tão doloroso. Nesta perspectiva, o brincar aparece como

uma possibilidade de expressão de sentimentos, preferências, receios e hábitos;

mediação entre o mundo familiar e situações novas ou ameaçadoras; e elaboração

de experiências desconhecidas e desagradáveis (Mitre, 2000). Para que isto

aconteça faz-se necessário que reconheçamos que cada criança partilha de uma

cultura lúdica. Essa cultura é formada a partir da introjeção de regras oriundas do

meio social que são particularizadas pelo indivíduo (brougére, 2002)

O adoecer gera crises e desestruturação tanto para a criança quanto para a

família, que é o primeiro grupo de relações em que o sujeito está inserido. Muitas

mudanças ocorrem na vida da criança adoecida, levando-a a se deparar com

limitações, frustrações, sensação de culpa, perdas e medos. Portanto, quando

uma criança adoece, a família também adoece. É impossível pensar hoje a criança

separada de seu convívio familiar, principalmente da díade mãe- filho.

No entanto, vale lembrar, que o ocidente, até época recente, séculos XVll l e

XlX , tinha a criança na conta de uma quantidade desprezível. A criança estava

exposta á violência e ao sadismo do adulto: a mortalidade infantil era elevada.

De fato, desde a antiguidade, os adultos não pararam de maltratar as

crianças, de torturá-las e sodomizá-las. Foi isso o que tentaram destacar alguns

historiadores analistas como Lloyd de Mause.

Segundo Mannoni (1986), A relação com as crianças modificou-se quando a

sociedade (século xix) se proporcionou os meios de abrir um espaço para elas e fez

da maternidade uma tarefa nobre entre todas. ’’(Mannoni-1986)

Quando a criança adoece, fica o medo de que ela não possa realizar os

ideais parentais, o que pode gerar uma situação de angústia. A criança no lugar de

objeto representa o Eu ideal dos pais, com todos os sonhos, qualidades e

expectativas dignas deste lugar.

A doença e a iminência da morte vão desmoronar esta fantasia de

completude e de perfeição, daí a necessidade de se pensar este processo no intuito

de possibilitar para a criança uma saída deste lugar.

De acordo com Mannoni (1987), a criança tem por missão reparar o malogro

dos pais, realizar-lhes os sonhos perdidos. As queixas dos pais á respeito de sua

descendência, nos conduzem assim, antes de tudo, á problemática própria do

adulto.

11

A partir desta perspectiva, o presente estudo abordara as vária técnicas e

formas de expressão para a realização da Arteterapia no espaço hospitalar

pediátrico como veículo facilitador e promotor do bem estar físico e mental da

criança internada.

1.2 - A criança doente, a família e o processo de internação

Ao estudar o sentido que a doença tem para a criança, percebe-se que esta

envolve toda a estrutura familiar, pois este momento da enfermidade, a criança

silenciosamente e de forma patológica assume um grau de culpa pelos distúrbios

criados no seio da família.

O mesmo ocorre com os pais, no momento de um diagnostico e

conseqüentemente quando da internação de seu filho. Neste sentido, tanto as

crianças como os pais precisam de ajuda na chegada ao hospital. “Este é o

momento crucial do processo de hospitalização e deve ser considerado com muito

bom senso e atenção.” (Chiattone, in Angerami, 1998,)

A internação representa para a família um momento de grande sofrimento,

impotência e sentimento de perda, pois os pais se vêem obrigados a delegarem à

equipe hospitalar os cuidados para com seus filhos, o que até então era feito pela

família, e isso, freqüentemente, também faz com que os pais atribuam a si a culpa

pela doença de seus filhos. “Em geral, ao chegar à enfermaria, a criança é separada

abruptamente da família seguindo com uma atendente que muitas vezes nem tenta

conversar, dar alguma explicação ou acalmar a criança.” (Chiattone, in Angerami,

1998,)

Segundo Kubler-Ross, os familiares de crianças gravemente enfermos

experimentam uma seqüência de sentimentos comuns a todos os seres humanos,

quando defrontados com situações trágicas:

1- Choque inicial e negação, que se caracteriza por recusa ou incapacidade de

evitar a internação.

2- Sentimentos de raiva, fúria e inveja, perguntando-se muitas vezes “por que

eu?”, “por que comigo?”, “por que meu filho?”.

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3- Barganhas ou tentativas de adiar o inevitável.

4- Depressão, onde a raiva anterior dá lugar a um sentimento de tristeza.

5- Eventual aceitação, que envolve uma redução da angústia previa e um

aumento no grau de expectativa tranqüila.

É neste contexto de angústia e sentimento de perda, que os pais manifestam

seus mecanismos de defesa contra as ameaças da situação hostil e dolorosa.

Uma reação comum a esta situação estressante é a identificação com outros

pais de crianças internadas.

Freqüentemente os pais fazem comparações da doença de seus filhos com a

doença e tratamento de outras crianças também internadas.

Neste momento, a arteterapia pode intervir criando e acessando caminhos e

soluções no processo de internação. O brincar na enfermaria surge como um

veículo de interação entre paciente, acompanhante e a equipe clinica. Muitos

autores - a exemplo de Kudo & Pierri (1990), Lindquist (1993), Novaes (1998) e

Santa Roza (1999), vêm apontando para a importância da presença da atividade

lúdica durante o período de adoecimento e de internação hospitalar de criança.

Nesse sentido, o brincar passa a ser visto como um espaço terapêutico capaz de

promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a

possibilidade de, através dele, a criança hospitalizada melhor elaborar esse

momento específico em que vive. (MITRE, 2000).

1.3 - O hospital como espaço de Arteterapia em Educação e Saúde

No atual contexto social Brasileiro, o espaço hospitalar pediátrico pode ser

local de aprendizado, de conhecimento, de novas relações e metodologias entre

paciente e a equipe profissional. Como são seres humanos que entram e saem do

hospital, toda a equipe deve estar sempre atenta e sensível aos acontecimentos dos

pacientes e com isso apreender e transformar todas as suas observações em

aprendizado a serem proferidos em literatura como novos meios de conhecimento

acadêmicos.

13

Entender o hospital como um instrumento de humanização e de difusão de

arte, saúde e educação e não somente de tratamento da doença, é também um dos

objetivos deste estudo.

Segundo David Morley (1982), no país em desenvolvimento, pode acontecer

de a mãe que traz o seu filho para ser internado na unidade de pediatria não tenha

tido qualquer contato anterior com a assistência médica. Toda a sua atitude face a

medicina científica será determinante pelo modo como é recebido na chegada e

pela sua experiência durante a permanência no hospital.

O hospital hoje exerce uma grande influência sobre as atitudes e expectativas

da sociedade em relação à doença e a saúde, envelhecimento e morte. Portanto,

uma família ao ter o primeiro atendimento hospitalar e que durante este processo de

internação é bem acolhida, e que as devidas informações a respeito de sua doença

sejam devidamente esclarecidas, certamente esta família em questão, se sentira

fortalecida dentro de seu contexto social.

Nesta ótica onde o hospital caracteriza-se pelo atendimento de humanos para

humanos é importante frisar que a criança hospitalizada, não deixa de ser criança

pelo fato de estar doente e internada. Mesmo neste período de conturbações

causados por anomalias de efeitos clínicos e involuntários, é necessário que se

preserve à criança internada uma infância saudável, mesmo que associada a

doença. É neste contexto adverso entre “Saúde” (é um estado de completo bem

estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença) e “Doença” (do

Latim dolentia, padecimento é uma condição anormal de um organismo que

interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos) que o

hospital pode ter um enfoque psicossocial colaborativo como instrumento de

humanização e acolhimento.

Neste olhar perspectivo de transformação subjetiva do ambiente hospitalar, a

Arteterapia em Educação e Saúde surge como um veículo condutor de promoção do

bem estar “Lúdico” da criança internada. As intervenções expressivas da arteterapia

têm como objetivo de acessar aquilo que a criança não consegue verbalizar por

meios de palavras. O momento o qual a criança vivencia quando da internação é

rodeado de incertezas e medos.

Uma técnica expressiva dentre outras que potencializa a possibilidade de

manifestação e de interação entre a criança e o hospital é o teatro através da

14

dramatização. O fazer teatral pode ser um catalisador de idéias e informações sobre

o significado da doença e do espaço hospitalar. Através da construção da

encenação que pode ser proposta sobre “a convivência hospitalar”, o profissional

em arteterapia provido de conhecimentos de artes cênicas, tem a função de

conduzir de forma terapêutica a elaboração da performance a ser apresentada. A

criança durante este processo de construção cênica passa a conhecer de forma

dramatizada o significado de sua doença e também da doença das outras crianças

internadas, interagindo e (re)significando este novo contexto que é a internação

hospitalar.

Segundo Lima (1995), a literatura tem registrado a superioridade da

abordagem por meio da dramatização quando comparada com a unicamente verbal.

Através da primeira, podemos nos comunicar com as crianças, informando-as de

forma mais compreensível, e prepará-las para enfrentar situações novas. Através

desta técnica a criança pode conhecer detalhes da vida no hospital de tal forma que

vivencie a função real e não fantasiada do instrumental hospitalar e das técnicas

empregadas durante a assistência. Durante a dramatização a enfermeira pode

observar se as informações foram ou não assimiladas, aspecto este que, via de

regra, escapa-lhe, já que as crianças não manifestam, muitas vezes, espontânea e

abertamente o que estão pensando ou sentindo, e muito menos, respondem de

maneira satisfatória as perguntas diretas.

15

CAPÍTULO II

A ARTETERAPIA COMO DISPOSITIVO DE INTERVENÇÃO

TERAPÊUTICA

Os dispositivos terapêuticos que a arteterapia pode disponibilizar no processo

de intervenção, no período de internação, são em sua práxis, de fundamental

importância no acesso e restabelecimento da saúde física e mental da criança.

Golineli (2002) argumenta que a arteterapia contribui para estimular a

criatividade, porque se vale, em sua aplicação e método, de variadas formas e

expressões, fazendo florescer as potencialidades criativas e latentes dos indivíduos.

A arte como dispositivo de intervenção, se torna um veículo de elaboração de

símbolos e (re)significações, permitindo que o indivíduo alcance de forma

elaborativa o caminho para atenuar as aflições que o atinge.

Fazer arte implica diretamente em estimular as ordenações de idéias surgidas

pela elaboração mental, como ação interativa entre fato e idéia implícita nele,

produzindo o pensamento. Aquele que tem acesso a arte ou ao “Fazer artístico” está

tendo oportunidade de desenvolver ou de configurar habilidades, as quais por sua

vez, reveladoras de estrutura intelectiva ou cognitiva de que as realiza, assim como

também de seus sentimentos e valores ideais. Pois uma imagem projetada no papel

reflete a maneira pessoal de cada um relacionar-se, posicionar-se de estar no

mundo (URRUTIGARAY, 2008).

Durante o período de internação na enfermaria pediátrica, a criança, como já

foi apresentado no capítulo anterior, vivência uma experiência lograda de

expectativas, ansiedades, stress e dor. A equipe médica, na sua objetividade

acadêmica e conservadora, no primeiro contato com a criança internada, procede no

sentido de diagnosticar patologicamente e em seguida prover a criança dos

medicamentos necessários.

Pela tendência à reação unitária da criança aos agravos, a pediatria solicita

mais amplamente o desvelo terapêutico do médico, impedindo-o de cuidar apenas

da “doença principal” e negligenciar as de menor importância (MARCONDES, 1991).

16

Conquanto, numa visão de humanização utilizando-se da arteterapia como

recurso terapêutico, que é o foco deste estudo, preconiza-se por uma pediatria

direcionada para o acolhimento e o bem estar físico, mental e clínico da criança, e

entende que a relação médico paciente pode ser melhor entendida no campo do

equilíbrio, condicionado a um fortalecimento das dúvidas e conflitos da criança.

Pela suscetibilidade emocional da criança, a pediatria induz o médico à

gentileza e a doçura no seu trato, a fim de conquistá-la para a sua propedêutica.

Essa conduta, entretanto deve ser a exteriorização de um sentimento profundo que

é a atitude afetiva do pediatra em face da vulnerabilidade da criança e da injustiça e

dos males que a acometem. (Marcondes, 1991)

Dentro de uma análise comparativa da propedêutica médica, onde

propedêutica médica significa “o conjunto de técnicas utilizadas para a elaboração

de uma base a partir da qual a medicina se orienta para chegar a um diagnóstico”

(Wikipédia, 2011); a arteterapia se utiliza como método de trabalho, das

modalidades expressivas com o objetivo de acessar, abrir um caminho junto ao

paciente, na construção do seu eu, e também na amenização e no entendimento do

caráter doloroso que é a hospitalização.

Neste sentido, a utilização das várias modalidades expressivas como veículo

de intervenção na hospitalização da criança pode ser um contraponto às

experiências dolorosas, possibilitando ao paciente a entender, aprender e se utilizar

também destes fazeres artísticos, para desta forma saírem do isolamento que o

estar internado pode provocar.

Um exemplo de modalidade expressiva como recurso de intervenção

terapêutica é a pintura que é uma técnica expressiva que propicia a criança uma

recondução ao seu bem estar emocional. Segundo Oaklander (1980 pg. 62), a

pintura tem um valor terapêutico especial e quando a pintura flui amiúde o mesmo

ocorre com a emoção.

A pintura propicia a criação de representações bidimensionais pelas

possibilidades que a tinta oferece como: pastosidade, facilidade de ser misturada

formando novas cores, a marca da pincelada, a cobertura rápida de planos e etc.

(PILLAR, 1999).

17

Por meio destas interações e aplicações das modalidades expressivas, a

criança exercita e experimenta canais que internamente encontravam-se

adormecidos, e, com as intervenções, são convidadas a se transformarem.

No ambiente hospitalar, as crianças têm de suportar na maior parte das

vezes, uma limitação de atividades devido à própria situação de enfermidades e

também à falta de espaço físico das instituições. As características deste ambiente

entristecem, podendo contribuir para aumentar seu sofrimento físico e psíquico

(MACHADO; GIOIA- MARTINS, 2002).

O estudo da arteterapia é exatamente o de observar as limitações geradas na

criança pelo adoecimento e oferecer alternativas às dificuldades, a fim de

proporcionar um conforto mesmo em situação adversa.

Na objetiva deste olhar, no qual a hospitalização pode ser em sofrimento,

ANGERAMI- CAMON (1984) preconiza que o atendimento da criança internada

deve ser direcionado no sentido de minimizar seu sofrimento, tendo como princípio a

promoção da saúde, não somente no âmbito físico.

FREITAS (2008) acrescenta que neste ambiente a humanização é

fundamental, visto que a criança não está necessitando somente de atenção nos

aspectos relacionados à saúde física, mas também nas questões pessoais e sociais.

Portanto, a arteterapia, através de suas intervenções, poderá prestar uma

assistência globalizada à criança providenciando um meio ambiente facilitador e

propício ao seu comportamento e desenvolvimento, pois a estagnação de estímulos

poderá prejudicar estruturalmente todo seu processo de desenvolvimento enquanto

indivíduo.

2.1 - Fazendo arte na enfermaria

Segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26/10/93 - art.8º e

nº74 de 04/05/94, o paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e

respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local

digno e adequado para seu atendimento. A partir deste direito concedido pela rede

18

hospitalar Pública, a arteterapia com as técnicas expressivas e suas modalidades

deve, de forma prática e efetiva, atuar no contexto da rotina pediátrica apresentando

e incentivando a criatividade como meio de intervenção terapêutica.

Através das expressões criativas, dinamizadas por meios plásticos ou

performáticos, o universo de cada ser, como manifestação de um sistema complexo

e total em si mesmo, tem a possibilidade de ser explorado em suas dimensões

caóticas ou nos seus estados de desordem e confusão mental como nos cósmicos

ou nos momentos de perfeita ordem focal (URRUTIGARAY, 2008).

O mundo da criança é rodeado de símbolos, imaginações e espontaneidades.

No seu mundinho, a criança tudo pode, tudo quer, é permeado de porquês, que

mesmo respondidos, o seu entendimento continuará repleto de dúvidas que não

terão nenhuma importância objetiva. A criança tudo transforma: uma cadeira pode

muito bem ser um banco de um ônibus, que em outro momento se transforma em

uma ponte, onde ela subira para saltar, mas no meio do ir saltar, resolve virar um

herói, ou uma princesa. A criança quer correr atrás da pipa, pegar a pipa e soltá-la,

olhar para a pipa e chamá-la de papagaio, de cafifa, de rabiola. Para a criança a

bicicleta virada ao contrário se modifica para uma carrocinha de pipoqueiro, e como

pipoqueiro a criança grita “olha a pipoca, quem quer pipoca!”. Um pano velho vira

uma boneca que afetivamente em seu colo vira sua filha, que mama, dorme e chora.

Uma caixa de pasta de dente se transforme num carro possante colorido. Criança

quando é criança deve ser vista como criança, porque criança só quer brincar.

Neste universo de brincadeiras e imaginações, a criança passa a ter um

contato imediato com sua segurança, constrói pouco a pouco sua personalidade e

se estrutura de forma saudável enquanto pessoa e indivíduo. WHALEY&WONG

(1989) afirma que brincar é um dos aspectos mais importante da vida de uma

criança e um dos instrumentos mais eficazes para diminuir o stress.

A criança hospitalizada é atravessada por uma avalanche de emoções

internas e externas, que não permitem que ela possa de forma linear e clara

expressar o que a angustia e o sofrimento que está vivenciando, e isso pode gerar

um estado de stress acima do suportável. Então, o espaço da enfermaria deve ser

um espaço de promoção do lúdico, onde o fazer arte e o brincar devem fazer parte

da rotina da equipe multidiciplinar pediátrica.

19

Ao brincar, a criança libera sua capacidade de criar e reinventa o mundo,

libera a afetividade e através do mundo mágico do “faz de conta” explora seus

próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-la ao encontro de si

mesma (CUNHA, 1994).

2.2- Arteterapia: um mosaico de arte

Estudos mostram que o homem, muito antes de falar, já usava a arte como

linguagem para se comunicar como exemplo, apoderou-se do fogo, criou utensílios

rudimentares para se expressar, desenhava no chão ou nas paredes das cavernas,

criou símbolos para se comunicar.

A Arteterapia tal como um mosaico , é um embutido de várias partes de arte

que se manifestam em outras artes , que se encontram no barro , que se

transformam pelas mãos de quem o toca , e vira cor pelas tintas que fluem dos

pincéis , e escorrem pelo papel que num desenho simbólico expressa o inconsciente

que não mais se esconde, e em uma colcha que de tantos retalhos se modifica e

adquire uma nova forma , como um vestido de boneca que num palco iluminado

baila e deixa o vestido preso nas rotundas escuras do imaginário que agora também

é arte.

A criatividade manifesta nas produções artísticas traz características

simbólicas, as quais viabiliza meios de pesquisa apropriados à integração dos

aspectos qualitativos e valorativo presente na atuação humana (Urrutigaray,

2008,p17).

O movimento do fazer arte na enfermaria proporciona um contato direto com

a criança e sua criatividade, é um olhar despreocupado com a estética. O paciente

e encorajado expressar o seu sentimento através de fazeres artísticos sem se

preocupar com o produto final.

Portanto a arteterapia é uma prática terapêutica que trabalha com a

intersecção de vários saberes, como a educação, a saúde, a arte e a ciência,

buscando resgatar a dimensão integral do homem. Para Valladares (2004) a

arteterapia almeja a produção de imagens; a autonomia criativa; o desenvolvimento

20

da comunicação; a valorização da subjetividade; a liberdade de expressão; o

reconciliar de problemas emocionais bem como a função catártica.

De acordo com Philippini (2004), uma maneira de conceituar Arteterapia,

dentre várias outras, é considerá-la um processo terapêutico que decorre da

utilização de recursos expressivos bem diversos para auxiliar os indivíduos a

contatarem conteúdos inconscientes da psique. Esse contato possibilita o indivíduo,

através de formas de suas criações – produção simbólica, a resgatar, desbloquear e

fortalecer seus potenciais criativos. Ao mesmo tempo em que permite, de maneira

gradual, atribuir significado às informações oriundas de níveis profundos da psique e

assim, aos poucos, serem apreendidas pela consciência.

Segundo American Association of Art Therapy (Associação Americana de

Arteterapia), a arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido

na atividade artística e terapêutica é enriquecedor da qualidade de vida de pessoas.

Arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no contexto de uma relação

profissional por pessoas que experienciam doenças, traumas ou dificuldades na

vida, assim como por pessoas que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do

criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes,

pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar sua auto-

estima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver

recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer

artístico.” (AATA, 2003)

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CAPÍTULO III

ARTETERAPIA: REABILITANDO SAÚDE NA CRIANÇA

HOSPITALIZADA

“O que melhora o atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com a

outra. O que cura é a alegria, o que cura é a falta de preconceito” Nise da Silveira.

Neste capítulo será abordada a importância da arteterapia como facilitador

no acesso do bem estar da saúde da criança hospitalizada. È importante ressaltar

que neste estudo o cuidar e a escuta da criança fazem parte do universo do

entendimento dos significados que envolvem o aspecto da doença e do tratamento

ao qual a criança é submetida.

Conforme a portaria de ministério da saúde nº 1286 de 26/110/1993 artigo 8º

e nº74 de 04/05/94 no item 8º, o paciente tem direito a informações claras, simples e

compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e

terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização de

sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser

utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.

No contexto do processo da hospitalização se faz necessário observar estas

normas citadas acima, para que se mantenha a integridade, a cidadania da família

em processo de hospitalização. Uma boa relação entre terapeuta e o paciente

infantil é particularmente vital. A criança deve desenvolver confiança no terapeuta,

considerá-lo um verdadeiro amigo - um amigo que é uma pessoa acolhedora e não

punitiva. Quando adquire essa confiança, a criança sente-se mais livre para falar

sobre seus medos, seus ódios, seus ressentimentos, desejos, carências e anseios.

SAWREY&TELFORD (1971).

22

CAPÍTULO IV

AS TÉCNICAS E OS MATERIAIS EXPRESSIVOS COMO

PROMOTORES DE SAÚDE

Neste capítulo serão abordadas algumas técnicas e materiais utilizados em

arteterapia como recurso de promoção da saúde da criança hospitalizada.

A utilização dos recursos artísticos passam a ter uma função terapêutica

quando utilizado no espaço do hospital. É um facilitador na relação que deve ser

estabelecida entre a criança e o profissional de saúde. Segundo Coutinho (2005)

expressar-se simbolicamente, através das mais diversas formas criativas (pintura,

dança, canto e outras) faz parte do repertório humano, desde as épocas mais

remotas. Por meio da arte (aqui compreendida como todo produto da criatividade,

utilizando-se as mais diversas técnicas e materiais), o homem sempre buscou se

comunicar, compreender (a si mesmo, ao mundo, à natureza), se relacionar. Por

vezes, uma imagem consegue provocar reações mais intensas do que as palavras e

parece carregar em si mesma tantas mensagens subjacentes, que é capaz de

causar emoção tanto em quem a criou como em quem a precisa.

4.1- Técnicas e materiais mais usados

4.1.1 - Papéis (folhas) Papel ofício, papel A4 (várias cores), papel A3, papel crepom, papel vegetal,

papel glacê, papel seda, papel metalizado, papel celofane, papel pedra, papel craft,

papel alumínio, folhas de lixa, papel vegetal, cartolina, papelão, papel 40k, papel

pardo, mistura para papel machê, papel camurça, papel de presente (papel

decorado), folha de acetato.

Os papéis podem ser classificados em princípio em dois tipos básicos:

porosos e lisos. Os papéis porosos são mais adequados a receber materiais com

maior quantidade de água (como aquarela, por exemplo), pois absorvem o líquido,

enquanto nos papéis lisos eles se mantêm na superfície.

23

Com o papel se faz quase tudo: bijuterias, gravuras, desenhos, esculturas,

brinquedos, objetos úteis e até mesmo móveis. As possibilidades são infinitas. Voce

pode trabalhar sobre o papel,desenhando,pintando,escrevendo,picotando e

dobrando. Ou ainda utilizá-lo como matéria prima em processos de

reaproveitamento e reciclagem. Vale o que sua imaginação criar. São muitas as

possibilidades e, para cada uma delas, há uma técnica especial (FAJARDO e outros

2002).

4.1.2 - Lápis Existem vários tipos de lápis: lápis de cor, lápis grafite (B/HB/H) gis de cera,

pasteis a óleo, pastéis a seco, canetas hidrográficas, lápis de carvão, bastão de

grafite.

Segundo Urrutigaray (2003). O resultado obtido com o lápis é um excelente

indicativo de estados internos, uma vez que a maneira, como é seguro, a força e o

controle dos movimentos influenciarão aspecto final do desenho.

4.1.3- Tinta

Aquarela, guache, tinta acrílica, tinta para pintura a dedo, cola colorida,

anilina, nanquim, betume, tinta vitral, tinta de tecido, tinta plástica, tinta PVA,

pigmentos em pó e líquido (tipo xadrez) de vários tipos.

Segundo Coutinho (2005) a tinta costuma ser um material que provoca a

liberação de afetos, por sua fluidez. De modo diverso dos materiais mais secos, não

permite tanto controle, fazendo emergirem emoções diversas com seu uso.

4.1.4- Argila Ao modelar a argila, a criança entre em contato com o sensorial, com a terra

com o equilíbrio. Para Nascimento (1995), promove sensibilização tátil, sendo uma

atividade de relaxamento, alem de fortalecer a musculatura e a harmonia pelo

equilíbrio, Oferece noções de temperatura, peso, textura, concavidade ou

convexidade.

Proporciona a oportunidade de fluidez entre material e manipulador como

nenhum outro. (Oaklander, 1980). Nesta mesma linha de abordagem Urrutigaray

24

(2008) assinala que a argila é o material mais próximo de um sentido visceral,

devido a seu aspecto traz em si uma modalidade de ênfase ao trabalho com as

mãos como propulsoras de imagens de experiências mais fortes , mais viscerais

,que usualmente encontram-se dificultadas na sua expressão verbalização devido à

interferência do inconsciência do ego.

Algumas pessoas sentem-se repelidas pela “sujeira” da argila. Na verdade,

trata-se do mais limpo de todos os materiais de arte depois da água. Ela seca

transformando-se numa camada de poeira fina que se pode limpar facilmente, as

mãos, roupas, tapetes, pisos , mesas, - lavando, escovando, removendo ou tirando

com aspirador de pó. A argila possui propriedades curativas. Escultores e

ceramistas têm observado que os cortes cicatrizam mais depressa se deixados

expostos durante o trabalho com a argila. A maioria das crianças aceita

prontamente o material embora ocasionalmente se possa ver uma criança receosa

da massa molhada e “suja” que a argila lhe representa. Este fato por si só já conta

ao terapeuta muita coisa sobre a criança e constitui uma direção proveitosa a ser

seguida em terapia. Certamente existe um elo direto entre a compulsão de limpeza

da criança e seus problemas emocionais, e isto pode não ficar óbvio com nenhum

dos outros materiais apresentados a ela. (Aklander, 1980)

A experiência com argila provoca o emergir de emoções, sendo recipiente de

projeções para as experiências com o mundo circundante, favorecedora de

descargas emocionais, atuando, incluso, como produtora de efeitos calmantes.

Como o trabalho pode ser feito e refeito, a argila também promove o

desenvolvimento da autoconfiança a quem a pratica. Urrutigaray (2008)

4.1.5- Papietagem A papietagem ou colagem com papel é uma das técnicas expressivas na qual

proporciona a criança (internada) hospitalizada a possibilidade de coletivização e

troca de material com seus pares de enfermaria. O trabalho com colagem feito

através da escolha de imagens selecionadas em revistas, jornais ou em outros,

acrescido da tarefa de ordenação das mesmas, pode trazer para o ambiente

arteterapêutico um bom clima para o estabelecimento de vínculos mais firmes para

com as futuras tarefas realizadas com outros materiais. Pois por se tratar de uma

25

tarefa pelo qual “o atuar” como artista fica como que simulado, a ansiedade por não

se considerar um artista reduz-se, possibilitando uma entrega mais confiante ao

trabalho proposto. Urrutigaray (2008)

A colagem é uma atividade bastante apreciada pelas crianças, favorece

inclusive ao desenvolvimento da coordenação motora fina e da organização

espacial. (Coutinho, 2005)

4.1.6- Máscara A utilização das máscaras como recurso terapêutico na enfermaria

pediátrica, introduz a criança a outro mundo completamente diferente do que ele

vivencia durante o período da internação. Ao se utilizar da máscara, a criança se

aproxima ao seu estado interior de imaginação, ela pode ser o que quiser de um

herói a uma princesa. Para Coutinho (2005), ao colocar uma máscara e “se ocultar”,

o sujeito pode permitir o desmascaramento que não ousa revelar quando traz o

rosto exposto.

As dificuldades da criança hospitalizada de se expressar são atenuadas

quando ela se apropria da técnica expressiva que é a confecção e encenação com

máscaras. Segundo Urrutigaray (2008), a possibilidade de se perceber nas suas

dificuldades, dado as imposições deferidas pelo próprio uso dos materiais plásticos

confere ao usuário as noções de limitação, de aceitação e de humildade diante de

suas dificuldades tornando-o mais humano, mais próximo de si mesmo.

As máscaras usadas nos rituais representam forças da natureza e entidades

sobrenaturais. Nas tragédias gregas encarnavam heróis divinos que lutavam contra

as forças do destino. Nas comédias, com os mimos passam a reproduzir o cotidiano;

e no confronto homem versus homem satirizam os dramas sociais. (Amaral, 2002)

Portanto as máscaras como descrito acima, traz uma gama de possibilidades

de desvelamento simbólicos, e quando utilizado com crianças hospitalizadas como

recurso terapêutico, serve de veículo de expressão de conteúdos interiorizados e

não verbalizados, possibilitando à criança um melhor entendimento de sua

enfermidade e convivência com os pares de enfermaria.

26

4.1.7- Teatro de bonecos

O teatro de bonecos é uma atividade que remonta a antiguidade. Existem

vários modelos e formas de produzir um fantoche. Eles podem ser utilizados com

crianças de todas as idades, mesmo as mais novas, que conseguem dramatizar

mais ainda não conseguiram construir seus próprios bonecos, com relativa

autonomia. Neste caso, é útil que o arteterapeuta tenha alguns fantoches

disponíveis, um cenário simples para teatro de bonecos, feito de madeira e com

uma cortina que abra e feche. (Coutinho, 2005)

No jogo da manipulação do boneco a criança tem a possibilidade de

externalizar seus sentimentos, suas emoções, sem correr o risco de sentir-se

exposta e censurada. No processo da confecção do boneco, a criança geralmente já

tem em mente os conteúdos simbólicos que vão estar representados na sua criação.

4.1.8- Desenho Há muito tempo o desenho é utilizado pelos humanos como forma de

representar pensamentos, sentimentos e ações. O homem primitivo já fazia uso de

sua linguagem simbólica, utilizando-os antes mesmo dos símbolos que registrassem

especificamente a sua fala. Este simbolismo do desenho permite a comunicação

desde épocas bastante precoces da vida do homem, possibilitando que o mesmo se

expresse desde a infância, antes mesmo de aprender a escrever (HAMMER, 1981).

O desenho infantil consiste num meio pelo qual a criança expressa suas

vivências, seus conflitos, suas emoções, ou seja, todos os sentimentos que

emergem a partir de situações de seu cotidiano. Num contexto hospitalar , o

desenho pode se revelar um instrumento eficaz na comunicação do que a criança

sente , revelando seu sofrimento psíquico e angústias, possibilitando, a partir disso

intervenções terapêuticas no sentido de restabelecimento do seu bem estar físico e

mental.

O desenho é o método mais eloqüente, imediato e de mais simples execução

para se investigar traços de humor, de comportamento e de caráter de uma criança,

assim como seus conflitos intrapsíquicos, suprindo, dessa maneira, sua dificuldade

em falar de si mesma e expor seus problemas (ARFOUILLOUX, 1983).

27

CONCLUSÃO

Desde a antiguidade a arte é utilizada como um recurso terapêutico para o

tratamento de várias anomalias que acometem o homem. É sobre a ótica da Arte

como recurso terapêutico que este estudo se debruça no sentido de validar a

importância da arteterapia no ambiente hospitalar.

A arteterapia no contexto pediátrico deve ser vista como mais um recurso de

atendimento terapêutico no campo de atividades dos profissionais de saúde no

processo de reabilitação e cura do paciente em estado de doença na enfermaria

pediátrica.

Em face disto, este estudo entende que a criança em estado de adoecimento

deve ser atendida de forma digna quando de sua hospitalização. É de fundamental

importância que o espaço da enfermaria pediátrica seja um ambiente acolhedor e

humanizado, e que desta forma se propicie um menor impacto psicológico negativo

resultante da doença e da internação.

E é neste contexto da internação em enfermaria pediátrica que a arteterapia

pela suas confluências de saberes, constitui um caminho de benefícios a serem

utilizados como veículo de restauração deste estado de dúvidas e traumas

causados pela permanência da criança no hospital.

Assim sendo, este estudo não se conclui aqui, pois a arte não é conclusiva e

está sempre em processo de renovação. Desta forma se abre espaço para que

novos estudos venham acrescentar, no sentido de que a arteterapia com suas

técnicas expressivas se torne cada vez mais um canal de recursos terapêuticos

como facilitador da promoção, prevenção e expansão da saúde.

28

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Direitos do Paciente;

29

ANEXO 1

Direitos do Paciente

Relação Médico/Paciente

1.O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento.

2.O paciente tem direito a ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou preconceituosas.

3.O paciente tem direito a receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.

4.O paciente tem direito a identificar o profissional por crachá preenchido com o nome completo, função e cargo.

5.O paciente tem direito a consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a trinta (30) minutos.

6.O paciente tem direito de exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e manipulado segundo normas de higiene e prevenção.

7.O paciente tem direito de receber explicações claras sobre o exame a que vai ser submetido e para qual finalidade irá ser coletado o material para exame de laboratório.

8.O paciente tem direito a informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a localização, a localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a ser utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.

9.O paciente tem direito a ser esclarecido se o tratamento ou o diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probalidade de alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.

10.O paciente tem direito de consentir ou recusar a ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por seus familiares ou responsáveis.

30

11.O paciente tem direito a consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados. Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o consentimento foi dado, este deverá ser renovado.

12.O paciente tem direito de revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.

13.O paciente tem o direito de ter seu prontuário médico elaborado de forma legível e de consultá-lo a qualquer momento. Este prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente, princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêutica e demais relatórios e anotações clínicas.

14.O paciente tem direito a ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional de saúde e seu registro no respectivo Conselho Profissional, de forma clara e legível.

15.O paciente tem direito de receber medicamentos básicos, e também medicamentos e equipamentos de alto custo, que mantenham a vida e a saúde.

16.O paciente tem o direito de receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e clara e com data de fabricação e prazo de validade.

17.O paciente tem o direito de receber as receitas com o nome genérico do medicamento (Lei do Genérico) e não em código, datilografadas ou em letras de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo Conselho Profissional.

18.O paciente tem direito de conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias efetuadas e sua validade.

19.O paciente tem direito, no caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.

20.O paciente tem direito de saber com segurança e antecipadamente, através de testes ou exames, que não é diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos (anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados.

21.O paciente tem direito à sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.

22.O paciente tem direito de ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames, medicação, internação e outros procedimentos médicos.

31

23.O paciente tem direito de não sofrer discriminação nos serviços de saúdepor ser portador de qualquer tipo de patologia, principalmente no caso de ser portador de HIV / AIDS ou doenças infecto- contagiosas.

24.O paciente tem direito de ser resguardado de seus segredos, através da manutenção do sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa o profissional de saúde ter acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exames laboratoriais e radiológicos.

25.O paciente tem direito a manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive alimentação adequada e higiênicas, quer quando atendido no leito, ou no ambiente onde está internado ou aguardando atendimento.

26. O paciente tem direito a acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de parentes e amigos devem ser disciplinadas em horários compatíveis, desde que não comprometam as atividades médico/sanitárias. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai.

27.O paciente tem direito de exigir que a maternidade, além dos profissionais comumente necessários, mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto.

28.O paciente tem direito de exigir que a maternidade realize o "teste do pézinho" para detectar a fenilcetonúria nos recém- nascidos.

29.O paciente tem direito à indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.

30.O paciente tem direito à assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves profissionais.

31.O paciente tem direito de receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.

32.O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida.

33.O paciente tem direito à dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito.

34.O paciente tem o direito de não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação.

35.O paciente tem direito a órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.

32

(Portaria do Ministério da Saúde nº1286 de 26/10/93- art.8º e nº74 de 04/05/94).

Fonte: FÓRUM DE PATOLOGIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - GOVERNO DO ESTADO DE SÀO PAULO - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

33

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36

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTO 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

ARTETERAPIA EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA 9

1.1 - A Criança e o Adoecer 9

1.2 – A Criança Doente, a Família e o Processo 11

de Internação

1.3 - O Hospital como Espaço de Arteterapia 12

em Educação e Saúde

CAPÍTULO II

A ARTETERAPIA COMO DISPOSITIVO DE 15

INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA

2.1 - Fazendo Arte na Enfermaria 12

2.2 – Arteterapia: um Mosaico de Arte 15

CAPÍTULO III

ARTETERAPIA: REABILITANDO SAUDE NA CRIANÇA 21

HOSPITALIZADA

CAPÍTULO IV

AS TÉCNICAS E OS MATERIAS EXPRESSIVOS COMO 22

PROMOTORES DE SAUDE

37

4.1 - Técnicas e materiais mais usados 22

4.1.1 - Papéis (folhas) 22

4.1.2 - Lápis 23

4.1.3 - Tinta 23

4.1.4 - Argila 23

4.1.5 - Papietagem 24

4.1.6 - Máscara 25

4.1.7 - Teatro de Bonecos 26

4.1.8 - Desenho 26

CONCLUSÃO 27

ANEXOS 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFCIAS 33

ÍNDICE 37

38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: Arteterapia em Enfermaria Pediátrica

Autor: Ricardo Aurore Romão

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: