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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE URBANO MARY JANE SALES COSTA USO DE INDICADORES AMBIENTAIS NA AVALIAÇÃO DE ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL URBANA: ESTUDO DE CASO DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA - BELÉM (PA) BELÉM - PA 2015

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA URBANO MARY JANE SALES COSTA · 2017. 6. 8. · universidade da amazÔnia prÓ-reitoria de pesquisa, pÓs-graduaÇÃo e extensÃo programa de mestrado em

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

URBANO

MARY JANE SALES COSTA

USO DE INDICADORES AMBIENTAIS NA AVALIAÇÃO DE ÁREA DE

PROTEÇÃO AMBIENTAL URBANA:

ESTUDO DE CASO DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA - BELÉM (PA)

BELÉM - PA

2015

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MARY JANE SALES COSTA

USO DE INDICADORES AMBIENTAIS NA AVALIAÇÃO DE ÁREA DE

PROTEÇÃO AMBIENTAL URBANA:

ESTUDO DE CASO DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA - BELÉM (PA)

Dissertação apresentada ao programa de Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da

Universidade da Amazônia como requisito para a

obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano. Orientador: Prof. Dr. Alberto Carlos de Melo Lima.

BELÉM - PA

2015

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Biblioteca Central)

658.562 C837u

Costa, Mary Jane Sales. Uso de indicadores ambientais na avaliação da qualidade de áreas de proteção ambiental: estudo de caso do Parque Estadual do Utinga – Belém (PA) / Mary Jane Sales Costa. – Belém, 2015. 85 f.; il.: 21 x 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade da Amazônia, Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, Programa de Mestrado em Desenvolvimento Urbano, 2015.

Orientador: Prof. Dr. Alberto Carlos de Melo Lima. 1. Indicadores de Qualidade Ambiental. 2. Parque Estadual do Utinga. 3. Modelo PER. I. Lima, Alberto Carlos de Melo. II. Título.

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MARY JANE SALES COSTA

USO DE INDICADORES AMBIENTAIS NA AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE

PROTEÇÃO AMBIENTAL URBANA:

ESTUDO DE CASO DO PARQUE ESTADUAL DO UTINGA - BELÉM (PA)

Dissertação apresentada ao programa de Mestrado

em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da

Universidade da Amazônia como requisito para a

obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano. Orientador: Prof. Dr. Alberto Carlos de Melo Lima.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________ Prof. Dr. Alberto Carlos de Melo Lima / Orientador Universidade da Amazônia - UNAMA

________________________________________ Prof. Dr. Leonardo Augusto Lobato Bello Universidade da Amazônia - UNAMA

________________________________________ Prof. Dr. Carlos Jorge Paixão Universidade Federal do Pará - UFPA

Apresentado em: ____ / ____ / 2015.

Conceito: _______.

BELÉM - PA

2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força, e nos momentos que não

tinha a quem recorrer com sua infinita misericórdia me dava o escape e tudo se

resolvia.

Ao Prof. Dr. Alberto Lima, que como orientador foi, paciente e compreensivo,

dedicando o seu tempo na orientação para construção de minha dissertação, ao Prof.

Dr. Leonardo Augusto Lobato Belo, Prof. Dr. Carlos Paixão e a todos os professores

do Mestrado em Meio Ambiente Urbano e os companheiros de turma pelos debates,

estudos e apoio recebido.

Ao meu esposo José Alberdan que diante das dificuldades, sempre me apoiou em

todas as minhas decisões.

A meu pai João e especialmente a minha mãe por ter me ensinado desde criança a

busca do conhecimento.

A meus filhos Mary Geglyane e Menain Jeferson pelo entendimento quando não

poderia dar atenção que necessitavam sempre me dando carinho, amor, pois, se não

fosse por eles não teria tido forças para caminhar em meio a tantas dificuldades da

vida diária.

A toda minha família que direta ou indiretamente me apoiou em todos os momentos

de minha vida meu irmão Maquir, Melqui, cunhado Paulo Nilton, Francisco Junior e

Lilia Maria.

A minha irmã Melcae minha prima Rosiane, Shaquira, Rosimeire Lobo e Debora Paz

por ter contribuindo neste trabalho, com ideias e correções.

A minhas sobrinhas Milen, Melina, Mayra, e sobrinhos Makdiel, Maquir, Joabe, minha

irmã Merabé e sua secretaria Maria pelo apoio e dedicação que deram ao meu neto

Marcos Ryan nos momentos que estive ausente, cuidando e dando carinho que ele

precisava.

Em especial ao meu neto Marcos Ryan Moura pelo amor, carinho e companheirismo,

que com suas brincadeiras muitas vezes minimizava o estresse e o cansaço que em

mim extravasava.

Aos amigos Raimundo, Flavio, Antônia Menezes e Sheila Monteiro pela contribuição.

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Os Indicadores Ambientais contribuem

na avaliação da Qualidade dos recursos

naturais como solo, ar, água e vegetação,

pois, estes elementos da natureza são

indispensáveis a sobrevivência de toda

espécie, entretanto, esses recursos devem

ter boa qualidade de acordo com as

legislações vigentes. Todos têm o direito

aos recursos naturais de qualidade e

ecologicamente em equilíbrio, porém

dependem de uma educação pautada na

sustentabilidade, não de forma

individualizada, mas coletivamente,

garantindo assim, o direito as gerações

futuras.

Mary Jane Costa (2015).

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RESUMO

O crescimento urbano aliado a falta de políticas públicas eficazes para melhorar a

qualidade de vida da população trazem inúmeros problemas ambientais que colocam

em conflito o meio ambiente e o urbano. Os espaços verdes protegidos nos limites

urbanos são palcos destes conflitos entre a sociedade e o ambiente por conterem

espaços valiosos. O Parque Estadual do Utinga (PEUt), é exemplo desta disputa,

onde, com suas florestas e mananciais é constantemente agredido em seus limites

pela ação urbana. Desta forma, foi objetivo deste trabalho, avaliar através de

indicadores ambientais, de um barômetro de sustentabilidade adaptado a um modelo

conceitual de Pressão-Estado- Resposta (PER) a qualidade ambiental da área do

PEUt. Neste sentido, para atingir os objetivos propostos foi realizada coleta de dados

através de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, tendo como base o modelo

analítico PER referentes às variáveis água, resíduos sólidos, uso e ocupação do solo,

e seus respectivos indicadores ambientais, possibilitando um estudo integrado do

meio ambiente do PEUt. Dessa forma, transformou-se o conjunto de indicadores em

índices de pressão e de estado do meio ambiente, como também, de resposta dado

pelo poder público. Os resultados obtidos demonstraram que a qualidade ambiental

do PEUt está comprometida, como indicaram os resultados da elevada Pressão

existente, enquanto que a resposta do poder público ainda é insuficiente para reduzir

a pressão ambiental sobre o Parque Estadual do Utinga, o que tende a resultar no

aumento da degradação do mesmo com redução da integridade das florestas e de

seus mananciais e principalmente, da qualidade de vida da população de Belém (PA).

Palavras-chave: Indicadores de Qualidade Ambiental. Parque Estadual do Utinga.

Modelo PER.

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ABSTRACT

The Urban growth combined with lack of effective public policies to improve the

population's quality of life brings numerous environmental problems that pose

conflicting environmental and urban. Green spaces protected in urban limits are stages

of these conflicts between society and the environment because they contain valuable

spaces. The Utinga State Park (PEUt), is an example of this dispute, which, with its

forests and springs is constantly attacked in their boundaries for urban action. Thus, it

was aim of this study was to evaluate through environmental indicators, a barometer

of sustainability adapted to a conceptual model Pressure-State-Response (PER)

environmental quality PEUt area. In this regard, to achieve the proposed objectives

was held data collection through literature, documentary and field, based on the

analytical model PER, variables related to water, solid waste, land use and occupation,

and their environmental indicators enabling an integrated study PEUt the environment.

Thus, it became the set of indicators on pressure indices and state of the environment,

but also response given by the government. The results showed that the environmental

quality of PEUt is committed, as indicated the results of existing high pressure, while

the government's response is still insufficient to reduce the environmental pressure on

the Utinga State Park, which tends to result in increased degradation even with

reduced integrity of the forest and its springs and foremost on the quality of life of the

population of Belém (PA).

Keywords: Environmental Quality. Utinga State Park. Model PER.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Expansão Urbana de Belém nos últimos 60 anos. 18

Figura 2 - Habitantes do município de Belém dos anos 1940 a 2010. 19

Figura 3 - Ocupação Urbana no entorno do Parque Estadual do Utinga - A

1998.

20

Figura 4 - Ocupação Urbana no entorno do Parque Estadual do Utinga - B

2015.

20

Figura 5 - Construções irregulares próximo ao limite do PEUt. 22

Figura 6 - Lago Bolonha eutrofizado. 27

Figura 7 - Lixo dentro do Parque Estadual do Utinga (Belém/PA). 29

Figura 8 - Componentes de Indicadores Ambientais de Pressão sobre o

Meio.

31

Figura 9 - Pontos de lançamento de esgoto/águas pluviais (PEUt). 32

Figura 10 - Componentes de Indicadores Ambientais de Pressão sobre o

Meio.

38

Figura 11 - Componentes de Indicadores de Estado do Meio. 39

Figura 12 - Componentes de Indicadores de Resposta Social. 39

Figura 13 - Estrutura PEIR (Pressão – Estado – Impacto – Resposta). 40

Figura 14 - Barômetro de Sustentabilidade com seus respectivos

parâmetros para avaliar a pressão exercida no meio ambiente.

41

Figura 15 - Área de Proteção Ambiental (APA) de Belém (Pará) e lagos

Bolonha e Água Preta.

48

Figura 16 - Canal de ligação entre o lago Bolonha e Água Preta. 48

Figura 17 - Fluxograma da abordagem metodológica. 53

Figura 18 - Barômetro de sustentabilidade adaptado ao modelo PER. 74

Figura 19 - Barómetro de sustentabilidades tridimensional adaptado ao

modelo PER demostrando a Sustentabilidade do Parque

Estadual do Utinga.

75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Esgoto lançados nos lagos do Parque Estadual do Utinga. 30

Tabela 2 - Tipos de saneamento nos bairros aos arredores do PEUt. 32

Tabela 3 - Distribuição das áreas em Km2 equivalentes a cada classe de

cobertura vegetal e uso do solo existente no entorno do PEUt

nos anos de 1984, 1999 e 2013.

34

Tabela 4 - Tipos de Modelos de Indicadores Ambientais. 37

Tabela 5 - Proposta de Indicadores de Pressão - Estado - Resposta para

o Parque Estadual do Utinga (PEUt).

51

Tabela 6 - Metodologia do IQMA. 54

Tabela 7 - Metodologia dos indicadores. 55

Tabela 8 - Faixa de valores de IQMA. 56

Tabela 9 - Tipos de Resíduos Sólidos. 57

Tabela 10 - Fatores de Peso e Tratamento Final de Resíduos Sólidos. 57

Tabela 11 - Fatores de peso e tratamento final de esgoto sanitário. 58

Tabela 12 - Peso dos Parâmetros do IQA. 60

Tabela 13 - Índice de Qualidade da água - IQA. 61

Tabela 14 - Valoração de (IR) para classificação do grau de Resposta a

Pressão e ao Estado do Meio.

61

Tabela 15 - Índices de acordo com a CETESB com suas respectivas

classificações para avaliação da pressão dos resíduos sólidos

Urbanos.

63

Tabela 16 - Destino Final de resíduos recolhido no Bairro do Sousa com

seus índices parciais.

63

Tabela 17 - Tipos de saneamento e percentual, nos domicílios aos

arredores do PEUt.

65

Tabela 18 - Classe da Distribuição das áreas em Km2 equivalentes a cada

classe de cobertura vegetal e uso do solo existente no entorno

do PEUt (2013).

65

Tabela 19 - Qualidade da Água (IQA) do lago Bolonha no Parque Estadual

do Utinga.

67

Tabela 20 - Indicadores de Resposta de Produção e Manejo dos Resíduos

Sólidos.

67

Tabela 21 - Indicadores de Resposta de Efluentes Domésticos. 68

Tabela 22 - Indicadores de Resposta de Cobertura Vegetal e Uso do Solo. 70

Tabela 23 - Indicadores de resposta da qualidade da água. 71

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Tabela 24 - Indicadores de Resposta encontrados para Pressão-Estado do

PEUt.

71

Tabela 25 - Índices com suas respectivas classificações para avaliação da

resposta para o PEUt.

72

Tabela 26 - Média dos Indicadores de Pressão e Estado do Meio Ambiente

do PEUt para cálculo IQMA.

72

Tabela 27 - Faixa de valores de IQMA para o PEUt. 73

Tabela 28 - Índices com suas respectivas classificações para avaliação da

pressão para o PEUt.

75

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMAE - Agência do Ambiente Europeia

APA - Área de Proteção Ambiental

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio

DPCSD - Desenvolvimento de Coordenação Política e Desenvolvimento

Sustentável

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto

FER - Força - Estado- Resposta

FPEI - Força - Pressão- Estado - Impacto

IBGE - Índice Brasileiro de Geografia e Estatística

ICV - Índice de Cobertura Vegetal

IDRCE - The International Development Research Center

IED - Índice de Efluentes domésticos

IQA - Índice de Qualidade Ambiental

IQMA - Índice de Qualidade Meio Ambiente

IR - Índice de Resposta

IRS - Índice de Resíduo Sólido

IUCN - International Union for Conservation of Nature

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OD - Oxigênio Dissolvido

OECD - Organization for Economic Cooperation and Development

PEIR - Pressão - Estado - Impacto-Resposta

PER - Pressão Estado Resposta

PERRE- Pressão - Estado- Resposta - Efeito

PEUt - Parque Estadual do Utinga

pH - Potencial de Hidrogênio

PNEUMA - Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente

RMB - Região Metropolitana de Belém

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

SEMA - Secretaria de do Meio Ambiente

SMS - Secretaria Municipal de Saúde

STD - Sólidos Totais Dissolvidos

USEPA - The United States Environmental Protection Agency

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Problema da pesquisa 15

1.2 Objetivos 16

1.2.1 Objetivo geral 16

1.2.2 Objetivos específicos 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17

2.1 Urbanização 17

2.2 Qualidade ambiental 23

2.2.1 Qualidade do ar 24

2.2.2 Qualidade da água (IQA) 25

2.2.3 Resíduos sólidos 27

2.2.4 Esgotamento doméstico 30

2.2.5 Cobertura vegetal e uso do solo 33

2.3 Indicadores de qualidade ambiental 34

2.4 Modelos conceituais 36

2.4.1 Modelo Pressão - Estado - Resposta (PER) 38

2.4.2 Modelo Pressão - Estado - Impacto - Resposta (PEIR) 40

2.5 Barômetro de sustentabilidade 40

3 ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL 42

3.1 Parque Estadual do Utinga (PEUt) 46

3.1.1 Hidrografia 47

3.1.2 Relevo, Solo e Geologia 49

3.1.3 Clima e temperatura 49

3.1.4 Vegetação 50

4 PERCURSO METODOLOGICO 51

4.1 Índice de Qualidade do Meio Ambiente – (IQMA) 56

4.2 Indicadores de pressão 57

4.2.1 Resíduos sólidos urbanos gerados e manejados adequadamente 57

4.2.2 Efluentes domésticos (esgoto) lançados na água 58

4.3 Indicadores de estado 59

4.3.1 Cobertura Vegetal - Uso e ocupação do Solo 59

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4.3.2 Índice de qualidade da água 60

4.4 Indicadores de resposta 61

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 63

5.1 Indicadores de pressão do ambiente do PEUT 63

5.1.1 Produção e manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos 63

5.1.2 Esgotamento sanitário 64

5.2 Indicadores de estado do meio 65

5.2.1 Cobertura vegetal e uso do solo 65

5.2.2 Qualidade da água 66

5.3 Indicadores de resposta 67

5.3.1 Indicadores de resposta de produção e manejo dos resíduos sólidos 67

5.3.2 Indicadores de resposta dos esgotos sanitários 68

5.3.3 Indicadores de resposta de cobertura vegetal e uso do solo 69

5.3.4 Indicadores de resposta da qualidade da água 70

5.4 Índices de Qualidade do Meio Ambiente – IQMA 72

6 CONCLUSÃO 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80

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14

1 INTRODUÇÃO

Há cerca de seis mil anos iniciou-se o processo de urbanização em torno do

globo terrestre, contudo, este processo teve realmente um crescimento significativo

entre os anos de 1760 e 1830, com a Revolução Industrial. Esse crescimento

acelerado gerou diversos problemas de ordem social as populações que as habitam,

mas, principalmente ao meio ambiente que vem sofrendo desde então grandes danos.

Neste intuito a partir do momento que ocorre uma grande concentração de pessoas

em pequenas áreas, vários problemas de cunho social e ambiental começam a surgir

(SCHOEN; POVALUK, 2012).

Antunes, (2008, p.184) em seus estudos sobre os problemas ambientais

oriundos da urbanização asseverou que “o efeito estufa, de pressão da camada de

ozônio, desflorestamento, dificuldades de abastecimento de água, contaminação por

produtos químicos, tem raízes comuns na urbanização e na industrialização”, trazendo

baixa qualidade ambiental de vida com diversidades de forma de poluição.

Sobre os principais problemas socioambientais dos centros urbanos Fernandes

(2004, p.100) destaca que “a baixa qualidade ambiental de vida nas cidades agravou-

se consideravelmente pela diversidade de forma de poluição resultante especialmente

da produção industrial e do sistema dominante de transporte por automóveis”.

Nesse sentido, é imprescindível perceber que a partir do momento que as

cidades começam a ficar cada vez mais urbanizadas aumentam as probabilidades da

ocorrência de problemas que podem ser influenciados por fatores socioambientais.

Entretanto, Silva e Macêdo (2009, p.10) reafirmaram tal situação complementando

que os problemas socioambientais são observados em muitos bairros sem

infraestrutura, grande número de favelas, péssimas condições de moradia em locais

de risco, além do comprometimento com alterações nos sistemas naturais e as Áreas

de Proteção Ambiental (APA) urbanas, são áreas de preservação que estão sofrendo

constantes pressões em seu entorno pela urbanização e em alguns casos drásticas

reduções da sua área verde e degradação de seus mananciais.

O Parque Estadual do Utinga (PEUt), é Área de Proteção Ambiental (APA) da

Região Metropolitana de Belém (PA) que está sofrendo danos ambientais ao longo do

tempo pelo crescimento urbano com formação de favelas em seu entorno e falta de

saneamento básico das populações que ali se estabelecem. Essa expansão urbana

desordenada afeta principalmente, a vegetação, as nascentes e sua hidrografia

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15

(SODRÉ, 2007 apud SILVA, 2014), o que compromete a qualidade das águas dos

Lagos Água Preta e Bolonha que são abastecedores da população da Região

Metropolitana de Belém (RMB), além, de no local, existem diversas espécies nativas

da fauna e da flora da região Amazônica, que estão desaparecendo (SEMA, 2014).

O Parque Estadual do Utinga (PEUt), se apresenta como uma alternativa

conciliadora para promover um ambiente sustentável, do ponto de vista social e

ambiental. A implantação de parques, além de beneficiar a proteção do ambiente

natural, oportuniza a interação entre homem e natureza, contribuindo com ações de

Educação Ambiental e formação de cidadãos ecologicamente corretos (SCHOEN;

POVALUK, 2012, p.24).

Dessa forma, a inter-relação dos elementos naturais e os seus consequentes

processos geram uma diversidade de ecossistemas, que em seu estado natural são

indispensáveis ao bem-estar da humanidade (SILVA, 2014). Informações como uso

do solo, qualidade da água, e usos dado à mesma, entre outros, possibilitam

compreender o nível de pressão sobre os elementos natural presentes na bacia

hidrográfica, e os serviços ambientais existentes (IBGE, 2011).

É imprescindível a verificação da pressão ambiental sobre os recursos naturais

existentes no PEUt para a execução de um planejamento ambiental, que tenha como

objetivo minimizar a pressão das atividades humanas sobre os recursos naturais.

Nesse sentido, este trabalho fez uso de indicadores ambientais, pois, são úteis

para alicerçar um planejamento ambiental, e que fornecem um norte nas ações e nas

políticas de gestão ambiental. Dessa forma, o sistema dos indicadores ambientais

baseado no modelo Pressão – Estado – Resposta, proposto pela Organization for

Economic Cooperation and Development – OECD foi utilizado neste trabalho tendo

como estudo de caso o Parque Estadual da Utinga.

1.1 Problema da pesquisa

O problema da pesquisa nesta dissertação trata de: Como está a qualidade

ambiental do Parque Estadual do Utinga?

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16

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo central avaliar a qualidade ambiental de uma

Área de Proteção Ambiental (APA), urbana na cidade de Belém-Pará.

1.2.2 Objetivos específicos

- Levantar dados sobre a climatologia, hidrologia, uso e ocupação do solo e

vegetação da área do PEUt;

- Aplicar um sistema de indicadores ambientais, para a área do PEUt em estudo

utilizando o modelo Pressão – Estado – Resposta (PER);

- Avaliar a qualidade ambiental da área do PEUt através do modelo PER; e

- Apresentar os índices obtidos relativos ao PEUt, com as propostas e

determinações fixadas na legislação ambiental.

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17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Urbanização

O processo de urbanização ao longo da história do Brasil é um período de

grandes mudanças, pois, ocorria o processo de migração europeia, colonos, escravos

alforriados e libertos das grandes fazendas que saíram para atender a mão de obra

do capitalismo industrial, gerando o primeiro desequilíbrio urbano (ZORRAQUINO,

2005, p.29).

M. Santos (1996, p.20-21) enfatizou que:

No fim do período colonial (1822), as cidades entre as quais avultaram São Luís do Maranhão, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo somaram perto de 5,7% da população total do País, onde viviam então 2.850.000 habitantes. (...). Em 1872, apenas três capitais brasileiras contavam com mais de 100.000 habitantes: Rio de Janeiro (274.972), Salvador (129.109) e Recife (118.671). Somente Belém (61.997) contava mais de 50.000 residentes. São Paulo tinha então uma população de 31.385 pessoas.

Nota-se, que ao longo do processo da história brasileira, a partir do processo

migratório e o fim do período colonial, já ocorria uma aglomeração de pessoas em

diversas Capitais, configurando um inchaço populacional em boa parte do País.

Entretanto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

IBGE (2010), apesar de o Brasil ser um país agrícola com uma taxa de apenas 44,7

% de organização o processo urbano se deu com a migração do homem do campo

para a cidade sendo entre os anos 60 e final dos anos 80 com, 67,6% do total da

população, já viviam em cidades. Entretanto entre os anos 1991 e 1996, o acréscimo

foi de 12,1 milhões de habitantes urbanos, o que reflete elevada taxa de urbanização

(78,4%).

Com base nos estudos realizados por Bordalo (2006, p.168) o processo de

urbanização de Belém nos anos 60 era centralizado e finalizava nos limites da

Primeira Légua Patrimonial, e tinha a área urbana de transição que corresponde à

grande área institucional, tendo como bairros, Val de Cães, Souza e Marambaia, tido

como subúrbios. Entretanto, o processo de ocupação foi se intensificando pela

construção de conjuntos habitacionais para população de baixa renda. A área circular

em destaque na figura 2 mostra como a área do Parque está perdendo espaço para

o urbano ao longo da expansão desordenada de Belém.

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18

Figura 1 - Expansão Urbana de Belém nos últimos 60 anos.

Fonte: Da autora adaptado de PMB (2009).

Brandão (2009, p.32), diz que a cidade de Belém “apresentou adensamento

das áreas centrais construídas pela presença de serviços e do comércio, que por sua

vez começou a apresentar o fenômeno da verticalização”.

[…] Foi somente a partir da segunda metade dos anos de 1970, que a expansão urbana de Belém rompeu e ultrapassou definitivamente, o cinturão institucional expandindo pelo eixo da rodovia augusto Montenegro até o Distrito de Icoarací, e pela BR-316 até e Município de Ananindeua. Inicialmente, essa expansão ocorreu dentro de uma forma planejada, com a construção de conjuntos habitacionais, mas nas décadas seguintes de 1980 e 1990, verificou-se um agravamento da crise econômica, política e habitacional, que favoreceu grande número de assentamentos “espontâneos”, muitos deles em terrenos públicos e privados, conhecidas localmente como as “áreas de invasões”. (BORDALO, 2006, p.168).

Contudo, nos anos 1970 e 1980 o processo de expansão urbana de Belém

estendeu-se em diversos municípios como Ananindeua, porém, esse processo

ocorreu de forma organizada. A partir do ano de 1990, o processo de urbanização

deu-se de forma desorganizada com assentamentos aleatórios, agravando-se com a

crise econômica, política e habitacional.

Segundo Castro (2006, p.182), “o município de Belém sofreu até a década de

1990 fortes inchaços populacionais, ligados a intensos movimentos migratórios no

sentido interior-capital e a fluxos positivos de migrações”. Esses movimentos podem

ser observados no crescimento populacional de cidade de Belém, como ilustrado no

gráfico 1 da figura 2 onde houve o crescimento residencial entre os anos de 1960 a

l950 l963 l979 l995/2010

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2000, o que entende-se que Belém passou por um crescimento desenfreado,

atingindo cerca de 99,53 % de unidades imobiliárias cadastradas em sua área urbana

Segundo o Censo de 2010, nesse período, houve, em contrapartida, grandes

movimentos ambientais provocados pelo crescimento urbano e diminuição das áreas

verdes.

Figura 2 - Habitantes do município de Belém dos anos 1940 a 2010.

Fonte: IBGE (2010).

De acordo com os dados do levantamento do Cadastro Técnico Multifinalitário

(CTM) houve um aumento imobiliário considerável. Em 1970 estavam cadastradas

120.000 unidades e atualmente existem 362.064 cadastros. É importante destacar

também que a cidade de Belém-Pará, vem passando por um processo de urbanização

desenfreado, prova disso, é através do aumento de unidades imobiliárias cadastradas,

em sua área urbana, a qual atinge cerca de 99,53 % de acordo com o Censo do ano

de 2000 (IBGE,2010).

Diante do exposto, o que se observa é que está ocorrendo um grande número

de ocupações em toda Belém, e o entorno do Parque do Utinga não é diferente, essas

ocupações tendem a aumentar no decorrer do tempo como mostram as figuras 3 e 4.

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Figura 3 - Ocupação Urbana no entorno do Parque Estadual do Utinga - A 1998.

Fonte: CODEN (1998).

Figura 4 - Ocupação Urbana no entorno do Parque Estadual do Utinga - B 2015.

Fonte: GOOGLE (2015).

Observa-se nas figuras 3 e 4 que o processo de urbanização vem aumentando

consideravelmente, pois, ocorre uma perda da paisagem vegetal. Entretanto, esse

processo, devido a ação antrópica vem trazendo grandes problemáticas

ambientalismo meio urbano o que provoca o comprometimento de todo ecossistema.

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Segundo a Lei Nº 6.938, de 31.08.1981, a degradação ambiental é:

[...] atividade que, direta ou indiretamente, prejudicam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetam desfavoravelmente a biota: afetam as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e/ou lançamento de matéria e energia em desacordo com os padres ambientais estabelecidos pelo (Art. 3). (BRASIL. Lei Nº 6.938/1981).

É importante mencionar que ação antrópica vem comprometendo a diversidade

dos ecossistemas naturais, proporcionando um ambiente desfavorável a vida,

expondo o meio a substâncias maléficas, ou seja, degradando os espaços da

sociedade contemporânea. Nesse sentido, observa-se que o meio ambiente necessita

de acordo com a lei ser preservado, para que possamos ter um ambiente em

conformidade com a legislação e garantindo qualidade ambiental.

Pesquisas realizadas por Sousa (2013) demonstrou que os impactos

socioambientais provenientes do processo de urbanização considerados mais

relevante foram: ocupação as margens dos cursos de água o que provoca

alagamentos, desmatamentos e desaparecimento de nascentes, assoreamento,

riscos de contaminação de água, erosão, risco de desmoronamento, habitação

irregular (Figura 5).

Para Moraes e Souza Filho (2000, p.1405):

As atividades antrópicas aceleradas e desordenadas, como extração, consumo e desperdício, causaram problemas de poluição, contaminação e acúmulo de lixo de todas as formas. A perspectiva futura, caso o atual modelo de expropriação da natureza continue como está, será o esgotamento dos recursos naturais. Hoje, temos a preocupação e o compromisso com a qualidade, que implica na preservação e conservação, buscando um desenvolvimento sustentável.

Entretanto, cabe mencionar que vários são os fatores que contribuem para o

comprometimento do meio ambiente, necessitando de políticas públicas eficazes para

no combate a extração e consumo insustentável dos recursos naturais. Diante disso,

muitas são as atividades conflitantes para o meio ambiente especificamente para o

Parque estadual do Utinga tais como: “Invasões, construções e moradias irregulares,

lazer e uso não regulamentados, caça e pesca e deposição de lixo doméstico e esgoto

nos lagos, e poda de árvores na área dos linhóis da ELETRONORTE e COSANPA”

(SEMA, 2013).

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O Parque Estadual do Utinga (PEUt), cujos limites territoriais nas últimas décadas, têm sofrido uma intensa explosão demográfica com a presença de aglomerados urbanos muito populosos. Como consequência dessa realidade, o PEUt sofre constantes agressões com relação a alguns dos recursos encontrados nesta área, como, pesca ilegal, desmatamento, e a presença de trilhas onde se podem realizar atividades de educação ambiental e outras atividades. (SEMA, 2009 apud ROCHA et al, 2012).

Nesse sentido, percebe-se que o PEUt, vem passando por muitas

problemáticas que comprometem seus ecossistemas. Deve-se, portanto, minimizar os

efeitos das atividades destruidoras e preservar a área do PEUt haja visto suas

potencialidades benéficas a cidade de Belém (PA), tanto no micro-clima de Belém

como no sistema de abastecimento de água da população.

Figura 5 - Construções irregulares próximo ao limite do PEUt. .5- Construções irregulares próximo ao limite do PEUt

Fonte: Souza et al (2012).

As áreas ao entorno do PEUt, vem sofrendo grande pressão urbana,

comprometendo os ecossistemas com lançamento de grandes concentrações de

substâncias como esgoto a céu aberto despejados as proximidades dos lagos de

abastecimento da região metropolitana de Belém.

Entretanto, a concentração de diversas substâncias que existe em

determinados espaços do ambiente é que determinam a situação da água em

algumas áreas e regiões, haja vista, que implica na qualidade da água que será

utilizada e como serão dissolvidos os agentes poluidores nessas regiões (SOUZA et

al, 2012).

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Para tanto, o ambientalismo propõe, verificar as ações antrópica das cidades

industriais e pós-industriais na busca da preservação, repensando na melhoria da sua

forma de pensar consciente, ou seja, estilo de vida, contribuindo assim, para prevenir

os espaços do meio, explorando-o de forma sustentável (SPOSATI, 2002, p.13).

2.2 Qualidades ambientais

A qualidade ambiental é algo que representa o estado de saúde geral de um

determinado ecossistema, demonstrando como se encontra o ambiente em todos os

seus aspectos.

Segundo Mazetto (2000), a qualidade ambiental dos ecossistemas expressa as

condições e os requisitos básicos que ele detém, de natureza física, química,

biológica, social, econômica, tecnológica e política.

Pode-se afirmar que a qualidade ambiental está intimamente ligada a situação

atual do ambiente, ou seja, as condições físicas, químicas e biológicas dentre outros.

Entretanto, falar de qualidade ambiental é adaptar mecanismos para que os

ecossistemas possam ser recuperados, entretanto, com o processo de urbanização

desordenado e consequentemente o surgimento de grandes problemáticas

ambientais, se faz necessário unir forças na busca pela qualidade ambiental urbana

com o intuito de atender as necessidades da sociedade de forma sustentável. Nesse

sentido, o processo de urbanização na atualidade tem se tornado motivo de

preocupação por estudiosos do meio ambiente, pois, as cidades, especialmente dos

países em desenvolvimento, apresentam um crescimento rápido e sem planejamento

adequado, o que leva a deterioração do espaço urbano (LOMBARDO, 1985, apud

DIAS, 2011, p.12).

Na atualidade pesquisas já foram realizadas sobre questões de qualidade

ambientais. Dentre estas se destacam as contribuições de Rufino (2002), e Silva

(2014). Rufino (2002) estudou a qualidade ambiental no Município de Tubarão (SC),

através do uso de Indicadores Ambientais. Os principais resultados encontrados foram

condizentes com a realidade do município de Tubarão, mesmo sendo utilizado um

pequeno número de indicadores ambientais. O Índice de Qualidade do Meio Ambiente

(IQMA) para o município de Tubarão foi de 43,30, classificando-o como “Ruim”.

Silva (2014) avaliou a qualidade ambiental do distrito de Murucupi (Barcarena

/PA) utilizando Indicadores Ambientais como Instrumento de análise e o marco

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analítico PER. Os resultados obtidos indicaram comprometimento do referido

município com elevada Pressão existente, o que causa o aumento da degradação da

qualidade ambiental do Estado do meio ambiente. O autor concluiu que em

decorrência da resposta do poder público, em relação às causas da pressão do meio

ambiente e a degradação do mesmo, ser insuficiente, a tendência é de ocorrer a

contínua diminuição da qualidade ambiental do Distrito de Murucupi. As maiores

pressões ao meio são exercidas pelos resíduos sólidos urbanos, os quais são

manejados inadequadamente, assim como, os esgotamentos sanitários, o qual, deve

ser o causador da grande concentração de coliformes termotolerantes detectados o

que torna a água do rio Murucupi imprópria para o consumo humano.

Silva (2014), realizou uma análise integradora das condições ambientais dos

mananciais do Parque Estadual do Utinga (PEUt) e dos rios Guamá e Aurá, utilizando

parâmetros físico-químicos (Índice de Qualidade da Água – IQA) concluindo que a

qualidade dos mananciais do Utinga especificamente os rios Guamá e Aurá, encontra-

se comprometidas pela presença de citotoxicidade e genotoxicidade nos tratamentos.

2.2.1 Qualidade do ar

A qualidade do ar está intimamente ligada à concentração de substâncias

adequada ao ambiente que não prejudiquem a saúde da população e demais

espécies. Entretanto, as concentrações de poluentes do ar que ultrapassem os

valores estabelecidos comprometem a qualidade do ar, solo e água (CETESB, 2013).

Nesse contexto, de acordo coma Resolução nº 05, de 15.06.89 no art. 1º a

concentração de poluentes atmosféricos que se encontram acima dos valores

considerados aceito pela legislação poderá comprometer a saúde, a segurança e o

bem-estar da população assim como danos a flora e fauna e todo ecossistema.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA, 2013), as ações antrópicas

pela ação das queimadas, queima de petróleo pelos automóveis, indústrias e geração

de energia vêm comprometendo a meio ambiente e consequentemente poluindo

atmosférica ou do ar gerando sérios prejuízos a saúde das espécies.

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A poluição atmosférica pode ser definida como a presença de substâncias nocivas, na atmosfera, em quantidade suficiente para afetar sua composição ou equilíbrio, prejudicando o meio ambiente e as mais variadas formas de vida. Este tipo de poluição causa sérios impactos não só na vida humana, como também na vida animal e vegetal, além da deterioração de bens culturais de lazer e da inutilizarão ou depreciação dos recursos naturais. (AZUAGA, 2000 apud DRUMOM et al, 2014, p.67).

É importante destacar que as substancias que se encontram acima dos

padrões estabelecidos pela legislação Ambiental pode trazer sérias consequências a

todos os ecossistemas o que contribui até mesmo para extinção das espécies do

planeta.

De acordo com a Organização da Cooperação e Desenvolvimento Econômico

(2011) SO2 e NO2, são indicadores que contribui na avaliação da qualidade do ar, pois,

são poluentes que comprometem a qualidade do ar atmosférico. Além disso, outros

poluentes também contribuem como indicador da qualidade do ar tais como:

Partículas totais em suspensão (PTS), dióxido de enxofre (SO2), Monóxido de carbono

(CO), hidrocarbonetos (HC) etc. (CETESB, 2011).

Segundo Cunha (2002), o que determina a qualidade do ar de uma região é o

nível de poluentes tanto industriais, com naturais além da transmissão por

automóveis.

2.2.2 Qualidade da água (IQA)

A concentração de substâncias que existe em determinados espaços do

ambiente é que determinam a situação da água em algumas áreas e regiões, haja

vista que implica na quantidade de água que será utilizada e como serão dissolvidos

os agentes poluidores nessas regiões.

A qualidade da água envolve aspectos químicos, físicos e biológicas, que

podem ser considerados adequados ou não para determinado uso como: consumo

humano, recreação, porém os corpos hídricos estão sendo afetado por diversos

fatores como, por exemplo, captação de água, ação antrópica, clima e tempo (OCDE,

2013).

Para avaliação da qualidade da água utilizam-se indicadores que contribuem

para melhoria da gestão e consequentemente controle da saúde e do meio ambiente

(MAGALHÃES, 2011). Além disso, criaram-se índices na avaliação da qualidade da

água.

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O índice da qualidade da água foi criado em1970, nos Estados Unidos pela

National Sanitation Foundation, e significa uma espécie de nota atribuída à qualidade

da água, podendo variar entre zero e cem. A sua criação baseou-se numa pesquisa

de opinião feita entre 142 especialistas, os quais indicaram os parâmetros que

deveriam ser medidos, bem como sua importância relativa. No entanto somente a

partir de 1975 começou a ser utilizado pela Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo (CETESB). Sendo posteriormente o IQA adotado por outros Estados brasileiros.

Este índice (IQA) tem como objetivo avaliar a qualidade da água bruta visando

o seu uso para o abastecimento público, recreação ou proteção da vida aquática.

Sendo os parâmetros utilizados no cálculo do IQA em sua maioria indicadores de

contaminação causada pelo lançamento de esgoto domésticos e industriais que

contaminam rios e lagos causando danos aos organismos aquáticos, bem como as

populações que utilizam a água contaminada (ANA, 2013).

Dos 35 parâmetros indicados inicialmente, acabaram sendo selecionados 9

parâmetros fixos devido a sua importância para a avaliação da qualidade da água,

uma vez que os mesmos influenciam diretamente o corpo hídrico e a vida aquática

presente nele. Entre eles estão: oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes,

potencial hidrogeniônico, temperatura da água, nitrogênio total, fósforo total, turbidez,

e resíduos totais. Para esses nove parâmetros analisados são elaborados uma curva

de variação de qualidade, que fornece uma “nota” entre zero e cem, dependendo da

concentração ou do valor do parâmetro ou variável pesquisada.

É importante ressaltar que há diferentes índices para avaliar a qualidade da

água que varia de acordo com o uso e o destino dado a mesma, entre os mais

utilizados pela CETESB são: índices de qualidade das águas (IQA), índice de

qualidade de água bruta para fins de abastecimento público (IAP), índice de estado

trófico (IET), índice de balneabilidade (IB) e índice de proteção da vida aquática (IVA).

Além disso, esses índices já mencionados podem-nos dar um diagnóstico no que se

refere à qualidade dos recursos hídricos.

Pesquisas realizadas por Bordalo (2009) mostraram que as problemáticas

hídricas dos mananciais do Utinga são devido a contaminação da rede de drenagem,

pois, a maioria dos bairros dos arredores das fontes de abastecimento da Região

Metropolitana de Belém, como os bairros do Marco, Souza, Marambaia, Curió Utinga,

Guanabara, Castanheira e Águas Lindas não possuem serviços de coleta e

tratamento de esgoto sanitário, tendo os dejetos dos efluentes domésticos e

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industriais despejados diretamente nas suas nascentes. Entretanto, o volume diário é

de 18, 294 m³/dia nos igarapés e canais que se destinam à baía do Guajará e ao rio

Guamá, onde neste último está localizada a estação de captação de água da

COSANPA (BORDALO, 2009, p.240).

De acordo com Silva et al (2014), os parâmetros de qualidade da água do

Parque do Estadual do Utinga mostraram que todos os pontos analisados estão acima

dos padrões estabelecidos na legislação do CONAMA nº 357/2005, porém o índice foi

classificado como aceitável: bom e ótimo para consumo humano. Na figura 6

apresenta o lago Bolonha eutrofisado.

Figura 6 - Lago Bolonha eutrofizado.

Fonte: Da autora (2015).

2.2.3 Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004 podem ser

classificados como aqueles que trazem perigo classificados como perigosos e os que

não trazem perigo aos seres vivos, ou seja, não perigosos.

Entretanto, “os RSU, em sua maioria, não apresentam características que os

classificam como perigosos como inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxicidade ou patogenicidade” (ABRELPE, 2012 apud MARQUES et al, 2014).

Segundo o Plano Nacional do Ministério do Meio Ambiente os Resíduos sólidos

são todas substâncias sólidas ou semi-sólidas, e gases que resultantes das ações

humanas.

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Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semi-sólidos, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento. (MMA, 2011).

De acordo com a Lei n° 12.305, de 02 de agosto de 2010, em seu artigo 13 diz

que, os resíduos sólidos são classificados quanto a sua origem em toda e qualquer

material domiciliares, ou seja, produzido em residências urbanas assim como resíduo

de limpeza pública dentre outros.

Nesse contexto, os centros urbanos, as cidades brasileiras vêm recebendo uma

grande quantidade de resíduos sólidos, porém estes resíduos não recebem

tratamento adequado, pois estes resíduos são depositados diretamente a céu aberto

em locais inapropriado, sem qualquer tipo de tratamento ou cuidado, prejudicando

todas as espécies do meio ambiente inclusive o homem (IBGE, 2005).

Segundo o Departamento de Resíduos sólidos de Belém (2015) somente no

bairro do Sousa as proximidades do Parque do Utinga são coletadas 14 toneladas de

resíduos domésticos, e que somente 1% é reciclado os demais são destinados ao

lixão do Aurá.

Os dados obtidos mostraram que houve um aumento nos últimos anos, de 317

mil toneladas anuais para 420 mil toneladas, sendo que 44% foram destinados a

aterros controlados/sanitários no ano de 2000 no período de 1996 a 2002. Entretanto,

os domicílios atendidos com o serviço de coleta chegam a 87%, (COHAB, 1997 apud

PARANAGUA et al, 2000).

Segundo dados da equipe da Auditoria Operacional – AOP (2012) no PEUt não

existe coleta seletiva (orgânica, plástico, metal, vidro etc.), mas existem lixeiras

coletoras apenas no centro de visitação do PEUt.

O bairro do Souza fica localizado aos arredores do Parque Estadual do Utinga,

é atendido com a coleta de 14 toneladas / dia, ou seja, 420 mil toneladas mensal de

resíduos domésticos, entulhos e material reciclado. Entretanto, todo esse resíduo

sólido vem trazendo grandes problemas urbanos, já que todo lixo produzido no

Município de Belém até junho de 2015 foi feito de forma inadequada, ou seja, foi

depositado a céu aberto (lixão) localizado as proximidades do PEUt comprometendo

solo, e água dos lagos Bolonha e água Preta que abastecem o município de Belém

de acordo com a figura 7.

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Figura 7 - Lixo dentro do Parque Estadual do Utinga (Belém/PA).

Fonte: Souza et al (2012).

Historicamente a problemática dos resíduos sólidos se dá pelo fato desses

resíduos serem até pouco tempo destinados ao lixão do Aurá que está localizado

próximo a área do PEUt e inserido em uma micro bacia com drenagens de pequeno

porte e pouca extensão, como igarapés. Porém a partir de julho de 2015. O lixão está

a oeste, aproximadamente a 1 km de distância, dos lagos Bolonha e Água Preta

(MARQUES, 2014). O lixão atende 1,8 milhões de habitantes dos municípios de

Belém/PA (IBGE, 2010).

Entretanto, o lixão do Aurá recebia historicamente cerca de 6.000 ton/dia de

lixo doméstico, industrial e hospitalar da RMB (Belém e Ananindeua) tendo como

problemática dos resíduos sólidos a formação e aumento de “chorume” que é um

líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos,

químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos e que é levado até "uma

lagoa de decantação, mas, durante as estações das chuvas há a lixiviação o que

acarreta a contaminação direta do Rio Aurá “que fica 200 metros da bomba que capta

água do rio Guamá pela COSANPA e que abastece os lagos Bolonha e Água Preta”

e os íons metálicos Al, Cr, Fe e Ni presentes nas cabeceiras dos lagos são

provenientes do “chorume” do lixão do Aurá (SOUSA et al, 2014, p.8).

Segundo pesquisas realizadas por Marques et al (2014), o Índice de Qualidade

(IQAR) do aterro do Aurá (incluindo o Parque Estadual do Utinga) foi de 2,7 em uma

escala de 0 a 10, caracterizando este lixão em condições impróprias para

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funcionamento, estando em desacordo com a Lei Nº 12.305/2010 que versa sobre

descarte de resíduos a céu aberto.

A Lei N° 12.305/2010 especifica que políticas públicas ambientais na melhoria

da gestão dos resíduos sólidos devem ser efetivadas com aplicação de estratégias

que proporcione a reciclagem, reutilização como melhores alternativas para melhoria

da Qualidade Ambiental Urbana.

Nesse sentido, nem sempre o que é estabelecido é vivenciado pela sociedade,

notadamente nos ambientes urbanos, como é o caso do manejo e adequação do lixo

produzido no Parque Estadual do Utinga.

2.2.4 Esgotamento doméstico

O levantamento de dados sobre esgotamento doméstico na área de entorno do

Parque Estadual do Utinga deu-se a partir de Bordalo (2006) que estudou a

problemática dos efluentes domésticos (esgoto), onde afirmou que cerca

de18.294m³/dia de esgotos sanitários são lançados “nos igarapés e canais que se

destinam à Baia do Guajará e ao rio Guamá, onde, neste último está localizada a

estação de captação de água COSANPA” como mostra a tabela 1.

Tabela 1- Esgoto lançados nos lagos do Parque Estadual do Utinga.

Esgoto m³ /dia 18.294 m³ /dia

Fonte: Bordalo (2006).

Durante as visitas in loco, da equipe pela Auditoria Operacional (AOP) de

Belém - Pará (2012) foi verificado que não existe estação elevatória de esgoto aos

arredores do PEUt ou bairros tendo os esgotos lançados diretamente na lagoa Água

Preta como mostra a figura 8.

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Figura 8 - Lançamento de esgoto no lago água Preta.

Fonte: Souza et al (2012).

Souza et al (2012, p.53-54.), destaca que:

A maioria das ocupações habitacionais e empresarias do entorno do PEUt despejam seus esgotos (materiais orgânicos, coliformes fecais, entre outros rejeitos) diretamente nos córregos e mananciais pertencentes à bacia contribuinte dos Lagos Água Preta e Bolonha, comprometendo o uso dessas águas, assim como incorrendo em maior custo para torná-la própria para consumo humano, além de contribuir para a eutrofização desses lagos, o que provoca crescimento desenfreado de macrofitas.

É importante destacar que os esgotos vêm comprometendo os lagos que

abastecem a cidade de Belém, além de tornar esses lagos eutrofizados,

comprometendo os ecossistemas aquáticos. Na figura 9 pode-se observar o problema

do despejo sem tratamento dos esgotos domiciliares no lago Bolonha por diversos

pontos de lançamentos (PL),

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Figura 9 - Pontos de lançamento de esgoto/águas pluviais (PEUt).

Fonte: Souza et al (2012).

Segundo a equipe da AOP, 13 pontos foram encontrados no entorno do lago

Bolonha de lançamento de esgoto e de carga poluidora dos lagos de abastecimento

do Parque Estadual do Utinga como mostra a figura 9. Entretanto, cabe aqui

mencionar que na estação Domingos Teixeira (EEE do UNA), construída desde 1970,

não está bombeando o esgoto coletado para nenhuma ETE, sendo seu efluente

lançado diretamente na Baía do Guajará, utilizando apenas gradeamento para a

retirada de sólidos grosseiros (garrafas pets, animais mortos etc.).

O saneamento básico aos arredores do Parque Estadual do Utinga, bairros

Curió-Utinga, Castanheira, Guanabara e Águas Lindas e precárias, pois toda água

utilizada pela população é despejada diretamente no sistema de drenagem público

(sarjetas) que desembocam dentro dos limites do PEUt. Entretanto, do esgoto gerado

aproximadamente 90% das moradias utilizam fossas rudimentares (fossa negra, poço,

buraco, etc.) (SOUZA et al, 2012). Um resumo apresenta-se na tabela 2.

Tabela 2 - Tipos de saneamento nos bairros aos arredores do PEUt.

REDE GERAL DE ESGOTO

FOSSA SÉPTICA FOSSA RUDIMENTAR

OUTROS

0,0 % 0,0 % 90 % 10 %

Fonte: Souza et al (2012).

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2.2.5 Cobertura vegetal e uso do solo

Muitos são os indicadores de qualidade ambiental do ar, da água, solos, fauna

e clima, além, da cobertura vegetal que são elementos fundamentais no meio

ambiente para garantir “[...] o equilíbrio, seja na manutenção de algumas condições

vigentes desejáveis seja nas ações que visem à melhoria da qualidade de vida em

áreas mais comprometidas” (JESUS; BRAGA, 2005, p.208 apud ALBUQUERQUE,

2012). Entretanto, Rufino (2002, p.63) afirmou que, “a vegetação se torna importante

na manutenção da qualidade ambiental, pois, protegem os ecossistemas contra

erosão, assoreamento dos cursos de água, conforto climáticos, paisagismo etc”.

A cobertura vegetal, segundo diversos autores, vem contribuindo na prevenção

do solo e das encostas, pois a ação realizada pelo homem como desmatamento das

áreas verdes pode proporcionar risco ao ambiente irreparável tanto aos SRTRS

humanos como os demais seres dos ecossistemas terrestres.

Estudos realizados por Albuquerque (2012), com o objetivo de determinar a

influência das áreas verdes urbanas na temperatura da cidade de Teresina-PI, fizeram

uma comparação entre regiões arborizadas e as com menos vegetação. Entretanto,

nos três locais estudados, os espaços sem vegetação foram os que apresentaram

temperaturas mais elevadas, pois, as áreas verdes contribuem na melhoria na

qualidade ambiental urbana assim como na qualidade de vida, das espécies além da

manutenção dos ecossistemas. Dessa forma, Albuquerque também enfatiza que os

locais que apresentaram menores valores de temperatura foram aqueles com menor

densidade populacional e grandes áreas verdes.

Pesquisas realizadas por Tabalipa e Fiori (2008) sobre Influência da Vegetação

na estabilidade de taludes na bacia do Rio Ligeiro, indicaram que os parâmetros da

cobertura vegetal Contribuíram na estabilidade da encostas, pois, “fazendo-se a

correlação entre o Uso do Solo e os fatores de segurança, as áreas vegetadas

(florestas e capoeiras) não apresentam porções instáveis (FS< 1,5)”. Nesse sentido,

foi realizada a simulação da retirada de cobertura vegetal para realização do cálculo

do FS percebeu-se o surgimento de áreas com risco de escorregamento. Observou-

se também que nas áreas que apresentaram capoeira houve instabilidade em 18,33%,

já nas regiões de florestas a retirada gerou uma instabilidade de 11,41% da área.

Rodrigues (1998) afirma que a cobertura vegetal é indispensável para

minimizar o processo de erosão gerado pela ação do vento e da chuva.

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Pesquisas realizadas por Ariza e Araújo Neto (2014), sobre a dinâmica da

cobertura vegetal e uso do solo no entorno do Parque Estadual do Utinga, constatou

que o processo de ocupação da Área de Proteção Ambiental (APA) apresenta um

crescimento contínuo entre 1984 a 2013, assim como um processo de degradação

em volta dos núcleos urbanos. A tabela 3 apresenta um resumo da classe de uso do

solo e suas respectivas áreas nos anos de 1984, 1999 e 2013.

Tabela 3 - Distribuição das áreas em Km2 equivalentes a cada classe de cobertura vegetal e uso do solo existente no entorno do PEUt nos anos de 1984, 1999 e 2013.

CLASSE DE USO DO SOLO

ÁREA (Km2)

1984 1999 2013

Vegetação densa 12,09 9,75 11,22

Capoeira 11,1 14,01 12,64

Solo exposto 13 13,87 11,19

Vegetação rasteira 4,95 1,78 1,12

Áreas urbanas 7,1 9.23 12,2

Outros 1,38 0,98 1,25

Área Total 49,62 49,62 49,62

Fonte: Araújo Neto et al (2014).

Diante do exposto, pode-se dizer que a vegetação contribui para estabilidade

das encostas, já que protege o solo contra erosões criando um clima favorável a

sobrevivência das espécies tornando o ambiente sustentável.

2.3 Indicadores de qualidade ambiental

Os indicadores de Qualidade Ambiental possibilitam aos gestores avaliar, criar

programas e políticas públicas que visem reverter o quadro atua em estudo,

promovendo ações sustentáveis.

O uso de indicadores nas políticas públicas é tradicionalmente vinculado às etapas de monitoramento e avaliação, no entanto, estes são de grande utilidade durante todo o seu ciclo de vida, a começar pela concepção. As formações demandadas e os indicadores utilizados precisam estar adequados à diferentes fases e tipos de cada política, como também aos diferentes atores que interagem com a mesma (executores, formuladores, órgãos de controle, sociedade, entre outros). (BRASIL, 2012, p.34).

Diante do exposto, é fundamental perceber que as aplicações dos indicadores

ambientais são indispensáveis em toda vida, porém, é necessário obter determinados

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cuidados quanto ao local de sua aplicação, público alvo sendo necessário avaliar cada

realidade, tipos de políticas, sociedade dentre outros.

A aplicação dos indicadores ambientais é considerada uma metodologia

aplicada na avaliação da qualidade ambiental assim como o uso de uma boa gestão

sendo fundamental que esses indicadores sejam claros assim como, sua estruturação

(MAIA et al, 2001).

A sociedade humana com seus subsistemas e os recursos ambientais dos quais eles dependem, e um sistema altamente complexo e dinâmico. Os indivíduos e organizações humanas que fazem ou dirigem os diversos subsistemas necessitam de indicadores detalhados, que forneçam informações essenciais sobre o estado e viabilidade dos próprios sistemas e sobre sua compatibilidade com os objetivos gerais da sociedade. (FENZL;

MACHADO, 2009, p.126).

Os gestores necessitam de indicadores ambiental detalhado, para subsidiar o

estado que o meio se encontra, garantindo assim, subsídios no suporte da gestão. E

importante destacar que, os subsistemas e os recursos que a natureza oferece é

bastante complexo, porém, a sociedade não consegue sobreviver sem esses recursos

dependendo dos Indicadores Ambientais que são índices que vão nos dá um

diagnóstico, ou seja, um raio - X da atual situação que se encontra o meio ambiente.

Entretanto, Maia (2001) acrescenta que os indicadores ambientais funcionam como

uma metodologia na avaliação do comportamento ambiental além de favorecer

instrumentos de gestão.

Pesquisas realizadas por Silva (2015) mostram que os indicadores ambientais

são indispensáveis para medir a atual situação que o meio ambiente se encontra, ou

seja, busca informar sobre as condições de determinada realidade vigente.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2007) os indicadores ambientais são:

Informações quantificadas, de cunho científico, de fácil compreensão usada nos processos de decisão em todos os níveis da sociedade, úteis como ferramentas de avaliação de determinados fenômenos, apresentando suas tendências e progressos que se alteram ao longo do tempo.

Para tanto, os indicadores ambientais são ferramentas quantitativas, e

indispensáveis à gestão, já que contribuem na tomada de decisão dos gestores em

todos os setores da sociedade. Entretanto, os indicadores devem ser claros e objetivo.

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Os indicadores ambientais são usados para ter um retrato da qualidade do

ambiente e recursos naturais, além de avaliar as tendências ambientais rumo ao

desenvolvimento sustentável (MÉRITO, 1997 apud DIAS, 2011).

Rufino (2002, p.83) em seus estudos evidenciou que:

Os indicadores conseguem tratar e transmitir de forma sintética a informação

de caráter técnico e científico, original, utilizando apenas variáveis que melhor definem e caracterizam os objetivos em questão. O uso de indicadores pela administração em Tubarão certamente seria uma preciosa ferramenta na tomada de decisões.

Os indicadores têm o caráter quantitativo que utiliza aproximadamente duas

variáveis que tem o objetivo de auxiliar na tomada de decisões das problemáticas

ambientais que a sociedade vem passando (COSTA, 2013).

Nesse sentido, Gallopin (1996 apud COSTA, 2013, p.28) propõe que os

sistemas de indicadores de desenvolvimento sustentável sigam alguns requisitos

universais:

Os valores dos indicadores devem ser mensuráveis (ou observáveis); deve existir disponibilidade de dados; • a metodologia para a coleta e o processamento dos dados, bem como para a construção dos indicadores, deve ser limpa, transparente e padronizada; • os meios para construir e monitorar os indicadores devem estar disponíveis, incluindo capacidade financeira, humana e técnica; • os indicadores ou grupo de indicadores devem ser financeiramente viáveis; e • deve existir aceitação política dos indicadores no nível adequado; indicadores não-legitimados pelos tomadores de decisão

são incapazes de influenciar decisões.

Através de indicadores é possível realizar mensuração de um determinado dado,

ou avaliar um determinado meio, porém os indicadores devem ser de fácil acesso, viável

transparentes facilitando assim, o alcance de determinados objetivo.

É importante destacar que os indicadores ambientais contribuem na gestão, pois,

proporciona políticas públicas de intervenção, porém, os gestores devem conhecer a

legislação aplicável a diversas atividades realizadas em um determinado ambiente, além

de desenvolver metas e estratégias para que as leis possam ser cumpridas.

2.4 Modelos conceituais

Muitos são os indicadores de qualidade ambiental, tais como: PER, FPEI, FER,

PEIR, PERE, porém, é importante destacar que as modelos PER possuem várias

alterações de acordo com a tabela 4.

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Tabela 4 - Tipos de Modelos de Indicadores Ambientais.

Fonte: Da autora adaptado de Vasconcelos (2007 apud SILVA, 2014).

Dentre os modelos de sustentabilidade o modelo de Pressão – Estado –

Resposta (PER), vem sendo aplicado em diversas instâncias sendo de suma

importância nacional e internacional, “esse sistema foi desenvolvido a partir do

sistema tensão - resposta, que é aplicado em ecossistemas para a primeira

classificação dos indicadores” (COSTA, 2013). Nesse sentido, o modelo PER está

intimamente ligado às relações de causa-efeito existentes entre as dimensões

ambientais econômicas e sociais. Entretanto para Costa (2013) em seus estudos

demonstra que o modelo é muito usado em estatísticas e indicadores ambientais e do

desenvolvimento sustentável, respondendo a três principais questões básicas que

são: as que estão acontecendo com o ambiente (Estado); por que isso ocorre

(Pressão) e o que a sociedade está fazendo a respeito (Resposta).

Os indicadores ambientais desenvolvidos pelo modelo PER buscam responder a três questões básicas: O que está acontecendo com o ambiente? (Estado). Por que isso ocorre? (Pressão). O que a sociedade está fazendo a respeito? (Resposta). Pressões antrópica referem às forças atuantes sobre o meio ambiente, podendo ser de caráter direto (extração ou retirada de matéria prima), ou de caráter indireto (introdução de espécies exóticas, mudanças de habitats). Por outro lado, os indicadores de estado irão sinalizar a situação e a dinâmica dos recursos ambientais, e os indicadores de resposta referem-se à eficácia da ação humana na busca de resolução de problemas ambientais. (COSTA, 2013, p.33).

Nesse contexto, o modelo Pressão – Estado – Resposta está intimamente

ligado a relação de casualidade e para que respostas sejam de fato efetivadas é

fundamental que se avalie o estão em que os ecossistemas se encontram,

contribuindo assim para melhoria da sustentável do meio ambiente.

MODELOS ESTRUTURA (Indicadores) ANO DE CRIAÇÃO /ORGÃO CRIADOR

PER Pressão/Estado/Resposta 1991/Organização para Cooperação e

desenvolvimento econômico (OCDE)

FPEI Força/Pressão/Estado/Impacto Agência do Ambiente Europeia (AMAE)

FER Força/Estado/Resposta 1995/De Desenvolvimento de Coordenação

Política e Desenvolvimento Sustentável

(DPCSD)

PEIR Pressão/Estado/Impacto/Resposta 2002/Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (PNEUMA).

PERE Pressão/Estado/Resposta/Efeito 2008/ Agência de Proteção Ambiental (US-

EPA)

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2.4.1 Modelo Pressão – Estado – Resposta (PER)

- Indicadores de pressão

Os Indicadores de Pressão estão caracterizados como qualquer ação antrópica

que o ser humano traz ao meio ambiente e representam ou descrevem pressões das

atividades humanas exercidas sobre o meio ambiente; tais pressões são também

incidentes sobre os recursos naturais (COSTA, 2013, p.34).

Os indicadores ambientais de pressão estão diretamente ligados às ações que

a sociedade vem realizando sobre o meio ambiente, que venham a comprometer os

ecossistemas ambientais e são classificados em: diretos e indiretos (RUFINO, 2002).

O primeiro diz respeito às ações que são influenciados diretamente pela ação

antrópica como, por exemplo, o lixo produzido e contaminante de um modo geral tanto

do ar, solo, água. Entretanto, as pressões aplicadas ao ambiente devido à forma como

as ações humanas e atividades produtivas são realizadas é considerada como

indireta.

Os Componentes de Indicadores Ambientais de Pressão sobre o Meio são

representados de acordo com a figura 10.

Figura 10 - Componentes de Indicadores Ambientais de Pressão sobre o Meio.

Fonte: Da autora adaptado do Instituto Nacional de Ecologia (1997).

- Indicadores de estado do meio

Os indicadores de estado estão diretamente ligados a situação que o ambiente

se encontra, ou seja, a qualidade dos ecossistemas hídricos (mananciais), solo, ar e

vegetação. Os indicadores de estado ajudam na descrição e análise dos ecossistemas

onde as cidades estão assentadas. É importante considerar a região de acordo com

o ecossistema que está inserido e os elementos em questão, à medida que se observa

a evolução do estado do meio ambiente local (PNUMA, 2008, p.134).

Para tanto, os indicadores de estado, dão um diagnóstico da atual situação que

se encontra a área em estudo além dos efeitos na diminuição da qualidade sobre a

Atividades do setor produtivo

Pressões diretas sobre o ambiente

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saúde do meio ambiente e sociedade de acordo com a figura 11 (IPEA, 1997 apud

RUFINO, 2002).

Figura 11 - Componentes de Indicadores de Estado do Meio.

Fonte: Da autora adaptado do Instituto Nacional de Ecologia (1997).

- Indicadores de resposta social

Os “indicadores indicam os esforços que a sociedade/ou as autoridades estão

fazendo com o intuito de mitigar ou prevenir quanto os impactos adversos sobre o

meio ambiente que foram produzidos pelas atividades socioeconômicas” (RUFINO,

2002, p.23).

Nesse sentido, pode-se dizer que os indicadores de resposta social indicam as

ações que a sociedade, gestores nas diversas esferas de governo vem realizando

para mitigar a prevenção ou correção dos danos, impactantes por diversas formas

sobre o meio ambiente para que possa garantir um ambiente de qualidade, ou seja,

promover a sustentabilidade.

Partindo desse consenso, tudo que é feito pela sociedade em geral que busque

alternativas para minimizar, prevenir ou até mesmo solucionar as ações ou atividades

geradoras de problemas, na perspectiva na melhoria da qualidade do estado atual das

áreas afetada do meio ambiente podemos dizer que será considerado um indicador

de resposta social. A figura 12 representa os Componentes de Indicadores de

Resposta Social frente ao estado e a pressão Ambiental do PEUt.

Figura 12 - Componentes de Indicadores de Resposta Social. Fonte: Da autora adaptado do Instituto Nacional de Ecologia (1997).

Qualidade ambiental e situação dos recursos

naturais

Efeitos a saude da população e aos

ecossistemas

Ações de

Resposta

Estado

Pressão

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2.4.2 Modelo Pressão – Estado – Impacto – Resposta (PEIR)

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNEUMA), o

marco Pressão- Estado- Impacto- Resposta (PEIR) é muito utilizado em avaliações

sobre as condições de estado do meio ambiente, conforme mostra a figura 13.

Figura 13 - Estrutura PEIR (Pressão – Estado – Impacto-Resposta).

Fonte: Da autora adaptado de Google Earth (2015).

Pode-se afirmar que o marco Pressão – Estado – Impacto – Resposta (PEIR),

é um modelo de avaliação aplicado em análises da atual situação de determinadas

áreas de estudo sendo uma variante da estrutura (PER). No entanto, existe outros

modelos que podem ser aplicados na avaliação da qualidade do meio ambiente tais

como:Força/Estado/Resposta(FER),Força/Pressão/Estado/Impacto(FPEI),Pressão/E

stado/Impacto/Resposta (PEIR),Pressão/Estado/Resposta/Efeito (PERE).

2.5 Barômetro de sustentabilidade

Segundo Silva (2014), o Barômetro de Sustentabilidade foi desenvolvido por

diversos especialistas ligados, principalmente, aos institutos The World Conservation

Union (IUCN) e The International Development Research Centre (IDRC). Prescott-

Allen foi um dos principais pesquisadores envolvidos no desenvolvimento dessa

ferramenta. Segundo o autor, o barômetro possui a faculdade de combinar indicadores

utilizando uma variedade de dados para se chegar a um resultado, e oferece a

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utilização de escalas de performance que possibilitam combinar diferentes indicadores

de acordo com as medidas apropriadas para cada um dos mesmos, assim como,

determinar a qualidade da variável entre os extremos ótimo e péssimo.

O barômetro de sustentabilidade figura 14 é uma ferramenta que mostra seus

resultados por meio de índices, os quais são apresentados através de uma

representação gráfica com o objetivo de facilitar a compreensão e demonstra o estado

do meio ambiente e da sociedade (BELLEN, 2005).

Figura 14 - Barômetro de Sustentabilidade com seus respectivos parâmetros para avaliar a pressão exercida no meio ambiente.

Fonte: Rufino (2002).

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3 ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

As áreas de Proteção Ambientam (APAs) são áreas voltadas à conservação

dos espaços, tanto biótico quanto abióticos que possuem espaços ocupados na sua

maioria. Os parques nacionais foram criados com o objetivo, de conservação e

proteção das belezas naturais além de diversão e admiração do público. Nesse

sentido, as áreas de preservação permanente amparada no artigo 4º do Código

Florestal da Amazônia, são consideradas florestas protetoras aquelas que contribuem

para conservar o regime das águas; evita erosão por agentes naturais, proteger sítios,

que por sua beleza merece ser conservado.

Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA:

As Áreas de Preservação Ambiental, localizadas em cada posse ou propriedade, são Bens de interesse nacional e espaços territoriais especialmente protegidos, cobertos ou não por vegetação, com a função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna, flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Nesse sentido, as áreas de preservação permanente constituem espaço crucial

no que se refere à proteção dos recursos naturais e consequentemente garantindo

qualidade de vida aos seres humanos, pois quando preservamos o ambiente como

um todo está promovendo a sustentabilidade. Entretanto, as áreas de proteção

ambiental são espaços indispensáveis no mundo de hoje, por apresentarem

ecossistemas aquáticos e terrestres, tendo como relevância dessas áreas de proteção

ambiental a conservação dos processos naturais e da biodiversidade.

As Áreas de Proteção Ambiental – APAs são definidas como:

[...] áreas terrestres e/ou aquáticas, de configuração e tamanho viáveis, submetidas a modalidades de manejo diversas, podendo compreender ampla gama de paisagens naturais, semi-naturais, ou alteradas, com características notáveis e dotadas de atributos bióticos, estéticos ou culturais que exijam proteção para assegurar o bem-estar das populações humanas, conservar ou melhorar as condições ecológicas locais ou proteger paisagens e atributos naturais e culturais importantes. (BRASIL, 2000).

As áreas de preservação permanente amparada no artigo 4º do código florestal

da Amazônia (1983, p.67), são consideradas florestas protetoras, pois, contribuem

para conservar o regime das águas; evita erosão por agentes naturais protege sítios

que por sua beleza merece ser conservado. “As APPS- Áreas de Preservação

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Permanente é parte intocável da propriedade com rígidos limites de exploração, pois

tem objetivo de proteger o solo e regime hídrico do imóvel, no interesse imediato e em

longo prazo do proprietário” (BENJAMIM, 1996, p.97).

Nesse sentido, segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA

(1983), as áreas de Preservação Ambiental, localizadas em cada posse ou

propriedade, são:

Bens de interesse nacional e espaços territoriais considerando que as Áreas de Preservação Permanente- APP, localizadas em cada posse ou propriedade, são bens de interesse nacional e espaços territoriais especialmente protegidos, cobertos ou não por vegetação, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Entretanto, as APPs encontradas em qualquer local são consideradas como

bens de interesse nacional ou até mesmo individual. Essas áreas são indispensáveis

na proteção da flora e fauna e recursos hídricos.

Entretanto, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), no uso de suas

atribuições no inciso x, do artigo 79 e 48, do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de

1983, em seu artigo 1º considera como unidade de conservação àquela criada pelo

poder público que tenha relevância cultural: “Reservas Ecológicas; áreas de Proteção

Ambiental, Parques Nacionais, Estaduais e Municipais; Reservas Biológicas;

Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais; dentre outros”.

É importante destacar que no Art. 7oas unidades de conservação integrantes

do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: “I - Unidades

de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável”.

Entretanto, a Lei Nº 9.985, 18 de julho de 2000 em seu § 1º estabelece que:

O objetivo das Unidades de Preservação Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, já as Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

Neste contexto, é interessante destacar a importâncias dos parques urbanos,

uma vez que são áreas de preservação Ambiental tanto aquática quanto terrestre

voltado a interesses, culturais, ecológicos recreativos ou cientifico e conservação dos

recursos hídricos. Nesse sentido, as áreas protegidas como os parques Urbanos

foram criados com o objetivo, de conservar e proteção das belezas naturais, além de

diversão, admiração, lazer, e espaços para desenvolvimento das práticas voltados a

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educação ambiental. Entretanto esses locais são ferramentas importantes tanto para

educadores como pesquisadores e professores.

Cabe ressaltar a importância de tal espaço como uma fonte amenizadora do

clima e da própria paisagem dos centros urbanos da era industrial, tendo assim, um

papel primordial de lazer que proporcione um contato com a natureza, a fuga da

poluição gerada pelas atividades industrial crescente e do estresse dos grandes

Centros Urbanos. É fundamental entender que os parques urbanos estão voltados ao

bem-estar das pessoas que frequentam estes espaços, seja como forma de lazer,

diversão, pois, retrata o que existe de mais belo dos elementos naturais que a

natureza oferecia.

Pesquisas realizadas por Meunier (2009, p.41), sobre percepções e

expectativas de moradores do Grande Recife-Pe em relação aos parques urbanos

mostraram que a maioria utilizava os parques com o objetivo de: “Realizar caminhadas

e passeios, namorar, conversar, meditar, descansar, relaxar e praticar esportes –

evidenciando-se a procura por espaços onde seja possível aproveitar momentos de

lazer, sem agitação e o consumismo da grande cidade”.

Entretanto, os parques urbanos na atualidade não e mais vestem apenas como

espaços de beleza e paisagismo, mas como um local que proporcione melhor

qualidade de vida, ou seja, que possa minimizar o estresse e proporcionar aquisição

de uma boa saúde e qualidade de vida a sociedade urbana.

As cidades estão interligadas com os parques urbanos já que estes são a prova

viva de um ambiente natural instalado em meio artificiais. Nesse sentido, esses

parques nas cidades são espaços que representam de maneira mais concreta o meio

natural, com o intuito de promover a sustentabilidade ambiental.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2006) os “Parques Urbanos são áreas

verdes com função ecológica, estética e de lazer, com uma extensão maior que as

praças e Jardins públicos”. Neste contexto os parques urbanos são áreas de

conservação ambiental tanto aquáticas como terrestre voltado a interesses,

esportivas, culturais, ecológico, recreativo ou cientifico e conservação dos recursos

naturais e das espécies que nele existe.

De acordo com Melazo e Colesanti (2003, p.5) o surgimento dos parques

Urbanos ocorreu.

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[...] como equipamentos urbanos complementares para as cidades urbano-industriais que surgiam proporcionando um local de lazer e recreação. A princípio, as idéias de parques na Inglaterra estavam ligadas ao modelo de jardins, com influências de culturas e artes orientais, modelados e planejados paisagisticamente de acordo com a disposição dos elementos naturais pré-existentes. (MELAZO; COLESANTI, 2003, p.5).

Os parques urbanos estão voltados ao bem-estar das pessoas que frequentam

estes espaços, seja como forma de lazer, diversão, pois retrata o que existe de mais

belo dos elementos naturais que a natureza oferece.

De acordo com Albuquerque (2006, p.106) as cidades vivem uma inter-relação

com os parques.

[...] tem relações específicas com os parques, porém, antes de tudo, estes são a representação da natureza em um contexto urbano, ou seja, a tentativa de reprodução de um ambiente natural em um espaço artificial. De qualquer maneira, esses parques, mesmo com esta característica, não deixam de ser um ambiente produzido pelo homem, pois se trata de uma natureza aprisionada e manipulada, de acordo com suas necessidades. Os parques urbanos são espaços artificializados, resultados deste processo de humanização, entretanto em busca de uma naturalização do espaço urbano, com objetivo de promover a sustentabilidade do meio ambiente urbano, proporcionando lazer à população, entretanto estes espaços, devido à dinâmica urbana, podem possuir outras funcionalidades.

Para Albuquerque (2006), os parques urbanos além de possuírem uma inter-

relação com as cidades, estes parques passam por modificações produzidas pelo

homem em meio à ambientes naturais que sofrem constantemente alterações

artificiais de acordo com as necessidades, além, de adquirir várias utilidades.

Segundo o Art.1º da Resolução Conama e artigo 7º do decreto nº 88.351diz

que: “As Unidades de Conservação contendo ecossistemas florestais, mesmo quando

atingido pela ação do fogo devem continuar a ser mantidas, com vistas à sua

recuperação natural”.

Ressalta-se a relevância dos Parques Urbanos e suas contribuições para a

qualidade de vida do cidadão, devido o entendimento de que estas áreas favorecem

o bem-estar das pessoas. Todavia, contribui para melhoria do equilíbrio climático e

ambiental, sem contar na visualização paisagística contribuindo para a sobrevivência

da fauna e flora nos ecossistemas tanto aquático, terrestre ou aéreo.

Para tanto, é fundamental que se amplie a visão de Sustentabilidade, já que

esta busca utilização de forma equilibrada dos ecossistemas. Neste intuito, reafirma

Leff (2011, p.19), “o desenvolvimento sustentável foi definido como um processo que

permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a

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capacidade de atender as gerações futuras”. Esta reflexão leva ao entendimento da

necessidade de se construir políticas públicas eficazes de sustentabilidade, uma vez

que, o que está em questão é qualidade ambiental para garantir a sobrevivência das

espécies.

Entretanto, esses espaços permitem mais oportunidade no que se refere ao

lazer, educação ambiental, esporte dentre outras utilidades, tendo em vista que a

sociedade do século XXI precisa de espaços que promova o bem-estar trazendo

tranquilidade urbana já que vive uma vida conturbada e de estresse nos grandes

centros urbanos necessitando de melhorias na qualidade de vida.

O Parque Estadual do Utinga localizado na região Metropolitana de Belém, foi

criado pelo decreto Lei n° 1.552, em 03 de maio de 1993, com o propósito de proteção

dos lagos - Bolonha e Água Preta que abastecem em média 70% do Município de

Belém assim como, a sua biodiversidade (MELO, 2009).

3.1 Parque Estadual do Utinga (PEUt)

O PEUt é uma área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de

Belém (RMB/Belém), que foi criada por meio do Decreto Estadual nº 1.551, de

03/05/1993 e está localizada nos municípios de Belém e Ananindeua com

aproximadamente 1.393,088 hectares, sendo administrada pela Secretaria de Estado

de Meio Ambiente, com uma população em seu entorno de 131.253 habitantes

(SEMA, 2013). “É uma unidade de conservação classificada como de uso sustentável,

sendo admitido o uso direto dos seus recursos naturais, através de práticas

conservacionistas de manejo sustentado” (PARÁ, 2013).

O decreto nº 8.376, de 28 de Novembro (2014) informa o aumento da área

protegida do PEUt de 1.248 hectares para 1.393,0088 há. O acréscimo da área deu-

se em virtude da existência de áreas ambientais de conservação que foram inseridas

no Parque Estadual do Utinga.

O Parque Estadual do Utinga limita-se com os bairros Guanabara e Castanheira,

a Oeste com o Bairro Sousa, a Leste com O Bairro Aurá e Águas Lindas, e ao Sul com

o Bairro Curió Utinga. A principal via de acesso ao parque ocorre pela av. João Paulo

II, antiga Primeiro de Dezembro, em frente à Rua do Utinga, entre a passagem

Cruzeira e a passagem Santo Antônio (SEMA, 2013). Ainda conforme a Secretaria do

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Meio Ambiente, o Parque possui uma grande potencialidade tais como: Aumento do

ecoturismo, recreação e educação ambiental.

3.1.1 Hidrografia

Estima-se que o volume de água livre sobre a terra atinge aproximadamente

1.370 milhões de km3, o que corresponde a uma camada de 2.700m de espessura

sobre a superfície da terra. A maioria (97,2%) consiste em água salgada, 2,1%

acontecem em forma de gelo ou neve e 0,001% em estado de vapor na atmosfera,

apenas 0,6% de água doce disponível. Este potencial correspondendo a um volume

de 8,2 milhões de km3. Desse percentual 98.400 km3 -1,2%- são em forma de rios e

lagos e 4.050.800km3 (98,8%) constitui-se em água subterrânea, mas 50% destas

águas são difíceis de serem utilizadas pelo fato de estarem em profundidade superior

a 800m (SEMA, 2012).

Os lagos Bolonha e Água Preta têm grande representatividade na Região

Metropolitana de Belém que por intermédio da captação de água bruta do rio Guamá

e da Estação de Tratamento de Água do Utinga abastecem toda a grande Belém

(SEMA, 2009 apud ROCHA et al, 2012).

O lago Água Preta compreende uma área de 3.116.860m2e um volume de

9.905.000m3, já o lago Bolonha compreende uma área de 577.127m2comum volume

de1.954.000m3. O PEUt possui um potencial imenso no que refere ao abastecimento

hídrico de 2 milhões de pessoas da cidade de Belém e Ananindeua. Entretanto, os

mananciais ficam localizados próximos ao lixão do Aurá que chama a atenção devido

à deposição de resíduos sólidos neste espaço (PARÁ, 1992). Atualmente, o lixão foi

desativado e o lixo produzido aos arredores do PEUt está sendo depositado em aterro

sanitário recém-inaugurado em município vizinho.

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Belém (Pará) e lagos Bolonha e Água

Preta e representada na figura 15.

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Figura 15 - Área de Proteção Ambiental (APA) de Belém (Pará) e lagos Bolonha e Água Preta.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2015).

Área de Proteção Ambiental (APA) de Belém (Pará) possui dois lagos (lago

Bolonha e Água Preta) que são os principais mananciais de abastecimento da Região

Metropolitana de Belém, porém, estes lagos são interligados por um canal de ligação

como mostra a figura 16.

Figura 16 - Canal de ligação entre o lago Bolonha e Água Preta.

Fonte: Nunes (2009).

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Segundo Fenzl, Rodrigues e Lima (2010, p.31), o sistema de abastecimento de

água potável constitui-se num conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a

captar, tratar e distribuir água a uma população, em quantidade e qualidade

compatíveis com as necessidades da mesma, para fins de consumo doméstico,

comercial, público e industrial.

De acordo com Souza et al (2004, p.57), a água é um recurso finito e vulnerável,

essência para sustentar a vida. A escassez e o mau uso desse recurso são fatores de

crescente risco ao desenvolvimento sustentável e à proteção do meio ambiente.

Assim, a água é um fator também de desenvolvimento econômico para a

população belenense que é abastecida pelos lagos Água Preta e Bolonha, uma vez

que possui valor em todos os usos competitivos, para tanto é relevante que todos

conheçam seus direitos ao acesso aos mananciais que tenham boa qualidade.

3.1.2 Relevo, Solo e Geologia

Os principais lençóis de água de Belém são formados pelos sedimentos

arenosos do Quaternário, do grupo barreiras e da formação pirábas, esta que é

constituída principalmente por rochas carbonáticas, de idade Oligo-Miocênica que é

uma unidade de água que aflora principalmente no litoral do estado do Pará, na ilha

de Fortaleza, município de Pirabas, Salinópolis e Capanema entre outros municípios.

Entretanto, o tipo de solo predominante no entorno do PEUt são Latossolos

Amarelo Distrófico de textura média; Plintossolo Pé tricoconcrecionário; Plintossolo

Háplico de textura média e Gleissolo de textura argilosa e muito Argilosa (PARÁ,

2013).

3.1.3 Clima e temperatura

O Parque Estadual do Utinga (PEUt) apresenta um clima equatorial quente e

úmido com uma pluviosidade anual elevada, em média de 2.800 mm/ano, com uma

temperatura entre 18Cº e 38 Cº com elevada umidade (DIAS, 1991).

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3.1.4 Vegetação

A vegetação predominante no Parque Estadual do Utinga é a floresta ombrófila,

com uma diversidade de vegetação tais como: “floresta de terra firme (54,15%), a

floresta inundável de igapó (6,78%), a floresta secundária (4,33%), a vegetação

aquática (7,31%); a vegetação de igapó em regeneração (1,31%) e o fragmento

florestal isolado (0,18%)”. Entretanto, a floresta ombrófila de terra firme não

apresentando indícios de degradação que ocorreu no passando, porém demonstram

processo de recuperação (IBGE, 2012).

As florestas inundáveis de igapó, considerada madura com aproximadamente

mais de 40 anos, apresentam pouca fita massa devido se localizar em áreas

encharcadas ou próximas ao lago água preta sem sinais de destruição ou com poucos

sinais de alteração (SEMA, 2013).

As florestas secundárias presente no Parque Estadual do Utinga possuem

aproximadamente 10 anos de idade, e já apresentam um processo de desmatamento

com características de regeneração (SEMA, 2013).

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4 PERCURSO METODOLOGICO

A metodologia deu-se em diversas etapas: A primeira etapa levantou dados da

literatura da área, imagens de satélites - coleta de informações sobre os principais

parâmetros de qualidade da água, cobertura vegetal e uso do solo de forma a

determinar o IQA Ambiental de PEUt e Pesquisa documental através de documentos

oficiais, IBGE, COSANPA, SEMA, SMS, CODEM, PREFEITURA. Na segunda etapa

deste trabalho, foi realizada a seleção dos indicadores: de acordo com o modelo

Pressão - Estado - Resposta.

Nesse contexto, pode-se afirmar que quatro variáveis foram utilizadas para

atender os objetivos propostos tais como: solo, água e cobertura vegetal, mas

suficiente para atender os objetivos propostos.

Assim, os indicadores selecionados e escolhidos na avaliação da qualidade de

uma Área de Proteção Ambiental (APA), tendo como base o trabalho de Silva (2014),

utilizando como ferramenta o modelo analítico Pressão – Estado – Resposta (PER),

tendo como foco de estudo o Parque Estadual do Utinga que é uma área de Proteção

Ambiental da região Metropolitana de Belém/Pará.

Tabela 5 - Proposta de Indicadores de Pressão – Estado – Resposta para o Parque Estadual do Utinga

(PEUt).

VARIÁVEL PRESSÃO ESTADO RESPOSTA

Resíduos sólidos

Resíduos sólidos urbanos gerados (t/dia)

Resíduos sólidos manejados

adequadamente (IRS)

Lei 12.305/2010

Água Efluentes domésticos (esgoto) lançados na

água, Tipo de saneamento no

Bairro do Sousa

Índice de Qualidade da água (IQA)

Resolução 357/05/2010 Lei 11.445/2007

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

(CETESB)

Cobertura vegetal e

uso do solo

Taxa de desmatamento anual

Superfície remanescente arbórea/área total (ha)

(IICV)

Fundação do Meio Ambiente (FMA).

Fonte: Da autora (2015).

Os indicadores definidos para o modelo PER, foram agregados contribuindo

para criação de índices que variaram de 0 a 1 com seus respectivos pesos de acordo

com as categorias (Pressão – Estado – Resposta). Os índices foram qualificados a

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partir das tabelas de valoração de sustentabilidade como: ótimo, bom, regular, ruim

ou crítico de acordo com o barômetro de sustentabilidade.

Na terceira etapa deste trabalho iniciaram-se as atividades de coleta de dados,

onde se obteve uma amostra da água do lago Bolonha para determinação do índice

de qualidade de água. Diversos registros fotográficos também foram obtidos para

verificação dos pontos de lançamento de esgoto e de sólidos na área do PEUt.

A quarta etapa consistiu na organização e sistematização dos dados já

coletados implementando as informações ambientais relativa ao PEUt no modelo

conceitual Pressão - Estado - Resposta de forma a obter uma avaliação ambiental

mais ampliada acerca do atual estado da área do parque, verificando o que a

sociedade tem realizado para minimizar os efeitos danosos ao meio ambiente, e qual

a resposta da sociedade.

Na quinta etapa foi realizada uma análise Comparativa dos índices obtidos para

o Parque Estadual do Utinga de acordo com os valores estabelecidos na legislação

vigente.

A figura 17 apresenta um fluxograma onde podem ser observados todos os

percursos metodológicos desta pesquisa, para que pudesse atingir os objetivos

propostos e também para maior apresentação quanto aos indicadores utilizados e

qual sua abrangência em relação aos parâmetros avaliados como resíduos urbanos,

efluentes, cobertura vegetal, qualidade da água. Foi apresentada a tabela 6 adicional

do IQMA, que possui também os caminhos tomados nesse trabalho durante cada

etapa da metodologia. Por último, na tabela 7 mostraram-se os procedimentos para o

cálculo do Índice de Qualidade do Meio Ambiente (IQMA) e suas respectivas escalas.

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Figura 17- Fluxograma da abordagem metodológica.

Fonte: Da autora (2015).

MEIOS TÉCNICOS DE INVESTIGAÇÃO

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Pesquisa bibliográfica: Levantamiento de dados sobre os

impressos na literatura da área, imagens de satélites (Coleta de

informações sobre os principais parâmetros de qualidade do ar,

agua cobertura vegetal e uso do solo de forma a determinar o IQA

Ambiental de PEUt.

Pesquisa documental: documentos oficiais federais: IBGE.

Oficiais Estaduais: COSANPA, Oficiais municipais (SEMA,

DRES,SMS, CODEM, Prefeitura).

Seleção e agregação dos indicadores e criação de índicesOs

indicadores foram definidos e agregados para o modelo PER,

contribuindo para criação de índices que variaram de 0 à 1 com

seus respectivos pesos de acordo com as categorias (Pressão-

Estado- Resposta). Os índices foram qualificados a partir das

tabelas de valoração.

Pesquisa de campo Visita locais, registros fotográficos, coleta

de água do lago Bolonha.

Análise laboratorial em bancada da água do lago Bolonha.

Organização e sistematização dos dados já coletados

implementando as informações ambientais relativas ao PEUt no

modelo conceitual Pressão – Estado – Resposta. E construção

de tabelas.

Na quinta etapa foi realizada uma análise Comparativa dos

indices obtidos para o Parque Estadual do Utinga de acordó com

os valores estabelecidos na legislação.

.

3ª ETAPA

2ª ETAPA

1ª ETAPA

4ª ETAPA

5ª ETAPA

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Tabela 6 - Metodologia do IQMA.

Fonte: Da autora (2015).

IQMA

Feito a média do resultado dos indicadores de pressão e estado do PEUt

Após obtenção das médias foi feito a média aritmética pela equação 𝐼𝑄𝑀𝐴 = (𝛴 IPA. 𝑝𝑖 + ∑𝐼𝐸𝐴. 𝑝𝑖)/𝑛

O resultado da Pressão, Estado e Resposta foram inseridos a dois barômetros de sustentabilidade onde: O 1º Possui dois eixos verticais (pressão). horizontal (Estado). O 2º barômetro apresenta-se de forma tridimensional, ou seja, com três eixos representados estado, pressão e resposta.

Foi feito análise dos dados nos dois barômetros de acordo com escalas de valoração onde os dados encontrados de 0 à 25 considera-se (Péssimo ou critico), 25 à 50 (Ruim), 50 à 70 (Intermediário), 70 à 85 (Bom), 85 à 100 (Ótimo). Quanto mais próximo de 0 (piores condições do PEUt, quanto mais próximo de 100 melhores condições do PEUt.

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Tabela 7 - Metodologia dos indicadores. INDICADORES DE ESTADO INDICADORES DE PRESSÃO INDICADORES DE RESPOSTA

INDICE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

(IRS)

INDICES DE EFLUENTES (IED)

ÍNDICE DE COBERTURA VEGETAL (ICV)

ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)

INDICE DE RESPOSTA

Pesquisa bibliográfica: Identificado o tipo de tratamento final dos resíduos.

Pesquisa bibliográfica: Identificado o tipo de tratamento dos esgotos.

Pesquisa bibliográfica: Coleta de dados da área de cobertura vegetal. (Vegetação densa)

Pesquisa de Campo: Foi feito coleta de água. Foram selecionados nove parâmetros (CETESB, 2013)

Pesquisa bibliográfica: Foram selecionados cinco indicadores mais relevante para cada indicador de resposta.

Determinou-se fator peso (0,1 a 1,0) para cada tratamento.

Transformaram-se os volumes encontrados em percentagem.

Foi aplicada na equação ICV= (Av/AT).100

Atribuído fator de peso que variou 0,17 a 1,0 para nove parâmetros

As ações foram aplicadas em tabelas sendo atribuído peso (1,0) as ações que foram implementadas, (o,5) as que estão em andamento e (0.1) as que não estão em planejamento.

Foi atribuído peso 1,0 para maior impacto e 0,1 para menor impacto

Determinou-se fator peso (0,1 a 1,0) para cada tratamento

Considerou-se 30% ou mais da cobertura vegetal com peso 1.

Foi feito coleta de água do lago Bolonha, utilizando análise em bancada.

Foi atribuído a todos os cinco indicadores de respostas um único percentual de (20%) para cada um dos indicadores.

Agregação dos dados foi feito a e somatória das medias ponderadas pela fórmula: IRS=∑(qi.pi).

Foi atribuído peso 1,0 para maior impacto e 0,1 para menor impacto.

Considera-se cobertura vegetal critico menor que (30%), ótimo (100%), regular 30%.

Foi feito (IQA) de acordo com equação.

𝐼𝑄𝐴 = 𝑃𝑖𝑛. 𝑞𝑖𝑤𝑖

i=1

Foi realizado o cálculo do Índice de Resposta (IR) pela equação IR=∑(qi,pi).

Agregação dos dados foi feito a e somatória das medias ponderadas pela fórmula: IED=∑(qi.pi) na obtenção de índice parcial.

O resultado foi comparado aos parâmetros estabelecidos pela CETESB como ótima, boa, aceitável, ruim ou péssima.

A partir dos valores do modelo PER foi realizado a média do Indicador de resposta. O resultado foi comparado aos parâmetros estabelecidos pela CETESB como ótimo, bom, regular, ruim ou crítico.

Fonte: Da autora (2015).

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4.1 Índices de Qualidade do Meio Ambiente – (IQMA)

A avaliação da qualidade do Meio Ambiente (IQMA) do Parque Estadual do

Utinga deu-se pela relação dos dados obtidos do modelo PER, adaptado a dois

barômetros de sustentabilidade: O primeiro adaptado de Rufino (2002); e o segundo

de Rego (2013), usados para determinar o grau de Qualidade Ambiental do modelo

Pressão – Estado – Resposta (PER),

Posteriormente, para cada Indicador de Pressão Ambiental e Estado foi

calculada a média dos indicadores de Pressão e Estado do Meio Ambiente.

A partir da obtenção das médias como mostra a tabela 15 foi efetuado a média

aritmética ponderada dada pela equação 01 do Índice de Qualidade do Meio Ambiente

do Utinga.

Eq: (01)

Onde:

IPA = Indicadores/Índice de Pressão Ambiental;

IEA = Indicadores/Índice de Estado do Ambiente;

pi = Peso/Importância/índice; e

n = número de indicadores parciais.

Após o cálculo do (IQMA), o valor obtido foi comparado a faixa de valoração,

adaptado ao barômetro de sustentabilidade onde se considerou os valores entre 85-

100 (Ótimo), 70-85 (Bom), 50-70 (Regular), 0-25 (Péssimo ou crítico), 25-50 (Ruim)

de acordo com a tabela 8.

Tabela 8 - Faixa de valores de IQMA.

IQMA FAIXA

Ótimo 85-100

Bom 70-85

Regular (Intermediário) 50-70

Péssimo ou Crítico 0-25

Ruim 25-50

Fonte: Da autora adaptado de Silva (2014).

𝐼𝑄𝑀𝐴 = (𝛴IPA. 𝑝𝑖 + ∑𝐼𝐸𝐴. 𝑝𝑖)/𝑛

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4.2 Indicadores de pressão

4.2.1 Resíduos sólidos urbanos gerados e manejados adequadamente

Os resíduos sólidos urbanos gerados e manejados adequadamente é um

indicador de estado indispensável na avaliação do (IRS).

No primeiro momento foi realizado levantamento de dados junto à Secretaria

de Saneamento da cidade de Belém sobre os resíduos sólidos domiciliares produzidos

em Belém-Pará.

Os principais tipos de resíduos sólidos produzidos no município aos arredores

do Parque Estadual do Utinga são: lixo doméstico, lixo industrial, entulho e material

reciclável de acordo com a tabela 9.

Tabela 9 - Tipos de Resíduos Sólidos. RESÍDUO DOMÉSTICO ENTULHOS RESÍDUOS RECICLADO

26 % 73% 1%

Fonte: DRES (2015).

- Índice de Resíduos Sólidos (IRS)

Para determinar a quantidade (IRS) no Parque Estadual do Utinga

primeiramente foi identificado o tipo de tratamento final dos resíduos sólidos, sendo

determinado fator de peso que foi de (0,1 à 1,0) para cada tratamento realizado de

acordo com a tabela 10.

Para o maior impacto foi atribuído peso máximo (1,0), enquanto que para o

menor impacto foi atribuído o peso (0,1).

Tabela 10 - Fatores de Peso e Tratamento Final de Resíduos Sólidos.

TRATAMENTO DOS RESÍDUOS FATOR DE PESO

(Pi) RS

Vazamento a céu aberto 1,0

Aterro controlado 0,8

Aterro sanitário 0,5

Incineração 0,1

Reciclagem 0,1

Fonte: Da autora adaptado de Silva (2014).

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Posteriormente se realizou agregação desses dados que possibilitou através

da somatória das médias ponderadas pela equação 01 alcançamos os índices

relativos aos resíduos sólidos (IRS).

Eq: (02)

Onde:

qirs = porcentagem do tipo de resíduo gerado no bairro do entorno do PEUt

pirs = fator de peso atribuído para o tipo de tratamento dado ao resíduo.

4.2.2 Efluentes domésticos (esgoto) lançados na água

Os efluentes domésticos (esgoto) foi um dos indicadores que contribui na

avaliação do Índice dos efluentes domésticos (IED).

- Índice dos efluentes domésticos

Para determinar o Índice relativo aos efluentes domésticos (IED) no Parque

Estadual do Utinga primeiramente foram coletados dados relativo ao esgotamento

sanitário e aos tipos de tratamento dados aos mesmos. Posteriormente

transformaram-se estes volumes em percentagem (qi). Para cada tipo de tratamento

foi determinado o fator de peso que variou de 0,1 a 1,0 conforme a tabela 9. Quanto

maior for o peso mais impacto foi gerado, tabela 11.

Tabela 11 - Fatores de peso e tratamento final de esgoto sanitário.

TRATAMENTO DOS ESGOTOS FATOR DE PESO Pi(ED)

Rede de esgotos sem tratamento 1,0

Fossa rudimentar 1,0

Outros 1,0

Fossa séptica 0,5

Estação de tratamento 0,1

Fonte: Adaptado de Silva (2014).

𝐼𝑅𝑆 = ∑(𝑞𝑖. 𝑝𝑖)

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Para o cálculo do índice dos efluentes domésticos despejados no Parque

Estadual do Utinga foi utilizado a equação 03.

Eq.(02) Eq (03)

Onde:

qied= porcentagem de efluente doméstico produzido

pied = fator de peso atribuído para o tipo de tratamento do efluente doméstico.

A partir da agregação dos indicadores no que se refere ao esgotamento

sanitário, foi obtido o (IED).

4.3 Indicadores de estado

4.3.1 Cobertura Vegetal - Uso e ocupação do Solo

A cobertura vegetal é considerada um indicador de estado do meio ambiente,

pois, esse indicador determina a qualidade ambiental de determinada área em estudo.

- Índice de Cobertura Vegetal

No índice de cobertura vegetal utilizado neste trabalho foi empregada a

equação 04.

Eq: (04)

Onde:

AV: Área de Cobertura da vegetação.

AT: Área Total de área verde.

Para ser considerado ideal um índice de cobertura vegetal ideal (ICV)

considerou-se 30% ou mais da área total de cobertura vegetal, de acordo com a

Fundação de Meio Ambiente tendo como peso (1). Entretanto, considera-se como

situação crítica (nota 0) e/ ou cobertura vegetal < que 5 %.

𝐼𝐶𝑉 = (𝐴𝑣/𝐴𝑇). 100

𝐼𝐸𝐷 = ∑(𝑞𝑖𝑒𝑑. 𝑝𝑖𝑒𝑑)

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4.3.2 Índice de qualidade da água

Para a determinação da qualidade da água do lago Bolonha foi feito o cálculo

do IQA utilizando-se índices da CETESB, de acordo com tabela 12 onde são

apresentados o fator peso para cada parâmetro estabelecido no Índice de Qualidade

da Água.

Tabela 12 - Peso dos Parâmetros do IQA.

PARÂMETROS (IQA) FATOR DE PESO

Oxigênio dissolvido – OD (% OD) 0,17

Coliformes Totais (mg/L) 0,15

pH-Potencial de Hidrogênio 0,12

Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO (mg/L) 0,10

Nitrogênio Total (mg/L) 0,10

Temperatura 0,10

Fosforo Total (mg) 0,10

Turbidez 0,08

Resíduos totais (mg/L) 0,08

TOTAL 1,0

Fonte: Da autora adaptado do CETESB (2013).

Após estabelecido o fator de peso aos parâmetros foi feito o cálculo do (IQA)

de acordo com a equação 05 a seguir.

Eq:04 Eq: (05)

Onde:

IQA = índice de qualidade da água (nº entre 0 e 100);

Qiq = qualidade do i-ésimo parâmetro (nº entre 0 e 100, obtido do respectivo gráfico

de qualidade em função de sua concentração ou medida);

wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, atribuído em função da importância

desse parâmetro para conformação global da qualidade ( entre 0 e 1);

n = número de parâmetros que entram no cálculo; e

Pi = produtório (i.e. q1w1.q2w2. qnwn).

𝐼𝑄𝐴 = 𝑃𝑖𝑛. 𝑞𝑖𝑤𝑖

i=1

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A tabela 13 apresenta a classificação segundo a Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental e que foram consideradas neste trabalho.

Tabela 13 - Índice de Qualidade da água - IQA. INDICE (IQA) CLASSIFICAÇÃO

80-100 Ótima

52-79 Boa

37-51 Aceitável

20-36 Ruim

0-19 Péssima

Fonte: CETESB (2011).

A amostragem e análises das amostras seguiram a metodologia recomendada

pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. A tabela 13

apresenta um resumo dos principais parâmetros de qualidade da água em estudos

realizados por Vasconcelos e Sousa (2007, 2008) e do presente estudo para

comparação dos parâmetros envolvidos.

4.4 Indicadores de resposta

Os indicadores de resposta estão voltados as ações que os gestores nas

diversas esferas seja federal, estadual ou municipal desenvolveram ou podem vir a

desenvolver em relação às ações antrópica provocadas no PEUt.

As ações foram aplicadas em tabelas sendo atribuído peso (1,0) as ações que

foram implementadas pelo poder público, as que estão em andamento (0,5) e, em

relação as ações que ainda estão em planejamento ou não realizadas (0,1).

- Cálculo do Índice de Resposta (IR)

Para realização do cálculo do índice de resposta (IR) se fez necessário a

utilização da equação 06:

Eq: (06)

Onde:

qiir=Porcentagem do índice de resposta; e

piir=fator de peso atribuído ao grau de Resposta a Pressão e ao Estado do Meio.

IR= Σ (qiir .piir).

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A tabela 14 apresenta os parâmetros considerados neste trabalho para avaliar

o grau de resposta à Pressão exercida no meio ambiente.

Tabela 14 - Valoração de (IR) para classificação do grau de Resposta a Pressão e ao Estado do Meio.

INDICE CLASSIFICAÇÃO

81-100 Ótimo

61-80 Bom

42-60 Regular

21-40 Ruim

0-20 Critico

Fonte: Da autora adaptado da CETESB (2013).

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63

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Indicadores de pressão do ambiente do PEUt

5.1.1 Produção e manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos

O Bairro do Sousa onde está localizado o Parque Estadual do Utinga produz

14.000 toneladas de resíduos sólidos diariamente, porém somente 1% é destinado à

reciclagem e 99% são destinados a lixões a céu aberto. Entretanto, a situação

considerada favorável ou ideal para a problemática é a utilização da reciclagem,

entretanto, o indicador de pressão do ambiente indica que a forma utilizada para

produção e manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos é inadequada já que o

índice parcial calculado e criado foi 99,1, o que caracterizou situação crítica,

comparado com a classificação obtida do Barômetro de Sustentabilidade de acordo

com a tabela 15.

Tabela 15 - Índices de acordo com a CETESB com suas respectivas classificações para avaliação da pressão dos resíduos sólidos Urbanos.

INDICE CLASSIFICAÇÃO

81-100 Critico

61-80 Ruim

41-60 Regular

21-40 Bom

0-20 Ótimo

Fonte: CETESB (2011).

A tabela 16 demonstra o destino final de resíduos recolhido no Bairro do Sousa

com seus índices parciais, além de apresentar o resultado do índice parcial total que

foi de 99,1 considerado de acordo com a tabela 15 como Crítico, pois somente 1%

dos resíduos produzidos é reciclado, além disso, os resíduos domésticos e entulhos

são despejados em vazadouro a céu aberto, não possuindo aterro controlado ou

sanitário e incineração.

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Tabela 16 - Destino Final de resíduos recolhido no Bairro do Sousa com seus índices parciais. TRATAMENTO FINAL

DOS RESÍDUOS FATOR DE

PESO DO TIPO DE

TRATAMENTO

TIPO DE RESIDUOS PRODUZIDOS

QUANTIDADE EM PERCENTUAL DO

TIPO DE RESÍDUOS

RECOLHIDOS

INDICE PARCIAL

Vazadouro a céu aberto

1,0 Resíduo doméstico/Entulhos

99 % 99

Aterro controlado 0,8 - 0,0 % 0

Aterro sanitário 0,5 - 0,0% 0

Incineração 0,1 - 0,0 % 0

Reciclagem 0,1 Resíduos Reciclados 1 % 0,1

Total - - - 99,1

Fonte: Da autora (2015).

Os resíduos sólidos gerados e manejados adequadamente foram indicadores

que contribuíram na avaliação do (IRS) produzido no entorno do Parque Estadual do

Utinga (Bairro do Sousa) no município de Belém Pará.

5.1.2 Esgotamento sanitário

O índice de esgotamento sanitário calculado para área de estudo (PEUt) foi de

100. Este índice relativo ao esgotamento sanitário é considerado “critico”, pois, o

mesmo não está adequado a legislações ambientais em relação ao Barômetro de

sustentabilidade.

Segundo a equipe da AOP, que realizou uma avaliação dos esgotos lançados

diretamente no lago Bolonha. Entretanto, segundo a auditoria não existe estação

elevatória de esgoto aos arredores do PEUt ou bairros comprometendo assim o

ecossistema na área do parque.

Foi evidenciado durante a verificação in loco na área do PEUt que predominam

nas circunvizinhanças do parque a utilização de fossa rudimentares em quase toda a

área estudada (100%) gerando assim, um alto índice de pressão no Parque Estadual

do Utinga como mostra a tabela 17.

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Tabela 17 - Tipos de saneamento e percentual, nos domicílios aos arredores do PEUt. TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SANEAMENTO EM (%) FATOR DE

PESO

INDICE

PARCIAL

Rede geral de esgoto 0,0 1,0 0

Fossa Rudimentar 90 1,0 90

Outros 10 1,0 10

Fossas sépticas 0,0 0,5 0

Estação de tratamento 0,0 0,1 0

TOTAL 100 - 100

Fonte: Da autora (2015).

O índice parcial de efluentes domésticos (esgoto) lançado no meio ambiente foi

100 % considerado de acordo com a tabela 17 como crítico, pois, aos arredores do

PEUt 90% dos esgotos são destinados a fossa rudimentar, não sendo direcionado os

esgotos a estação de tratamento, fossas sépticas ou rede geral de esgoto.

5.2 Indicadores de Estado do Meio

5.2.1 Cobertura vegetal e uso do solo

De acordo com a pesquisa feita por Araújo Neto et al (2014) tabela 18, referente

à cobertura vegetal e uso do solo no Parque Estadual do Utinga (PEUt), constatou-se

que no ano de 1994 o Parque apresentava uma vasta vegetação densa reduzindo sua

área consideravelmente de 12,09 Km2 para 9,75 Km2 em 1999. Todavia em 2013

houve um crescimento da área verde em torno de 15% atingindo 11,22 Km2, o que

equivale a 22,6% da área total do parque e considerada neste trabalho, como o

indicador de Estado da Cobertura Vegetal (ICV) do PEUt.

Tabela 18 - Classe da Distribuição das áreas em Km2 equivalentes a cada classe de cobertura vegetal e uso do solo existente no entorno do PEUt (2013).

CLASSE AREA (Km2)

(2013)

DISTRIBUIÇÃO

(%)

Vegetação densa 11,22 22,6

Capoeira 12,64 25,4

Solo exposto 11,19 22,5

Vegetação rasteira 1,12 0,22

Áreas urbanas 12,2 24,5

Outros 1,25 0,25

Área Total 49,62 100

Fonte: Araújo Neto et al (2014).

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66

O indicador estado do meio, mede o percentual da cobertura da vegetação

densa ou arbórea do PEUt, entretanto o valor do (ICV) foi 22,6 de acordo com a tabela

18.

Diante do exposto foi considerado como ideal 30 % ou mais da área total de

cobertura vegetal, com o peso (1,0), porém, o (ICV) foi 22,6, pois, quanto menor

percentual de cobertura vegetal está sendo considerado como crítico, porém

consideram-se ótimo 100%, regular 30 %. Entretanto, o (ICV) foi 22,6 abaixo de 30 %

estando em desacordo Função de Meio Ambiente (FATMA).

5.2.2 Qualidade da água

O IQA é considerado um indicador de estado do meio, e o (IQA) foi utilizado

para compor o IQMA para o PEUt.

Pesquisas realizadas por Vasconcelos e Sousa (2007) referente ao IQA do lago

Bolonha apresentou IQA de 31,3que é classificado como “Ruim” pela tabela 4.1 da

CETESB, já em (2008) obteve valor de 40,0 considerado “Aceitável” e em 2009 o autor

encontrou valores do IQA de 29,4 classificando a água do Bolonha como “Ruim”

voltando ao índice de 2007.

Outro estudo realizado por Moraes e Souza Filho (2000) mostrou que o IQA da

água do Lago Bolonha já era caracterizado como “Ruim” também pela classificação

da CETESB (2011) com IQA de 28,4.

No presente estudo, nas amostras coletadas no lago Bolonha em junho de

2015, o índice de qualidade da água encontrado foi de 51,0 considerada “Aceitável”

na classificação dada pela tabela 4 (CETESB, 2011). Aqui se observa uma elevação

no nível de qualidade das águas do lago Bolonha, no entanto, este valor é pontual

sendo resultado de uma única amostra para corroborar os resultados encontrados

pelos outros autores, como mostra tabela19.

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67

Tabela 19 - Qualidade da Água (IQA) do lago Bolonha no Parque Estadual do Utinga.

Fonte: Da autora (2015).

5.3 Indicadores de resposta

5.3.1 Indicadores de resposta de produção e manejo dos resíduos sólidos

Os indicadores de resposta baseados na legislação sobre a produção e manejo

dos resíduos sólidos obtiveram índices parciais de resposta 46, o que caracteriza

resposta do poder público regular. Os indicadores de produção e manejo dos resíduos

sólidos que foram considerados neste trabalho estão descritos na tabela 20.

Tabela 20 - Indicadores de Resposta de Produção e Manejo dos Resíduos Sólidos. INDICADORES DE RESPOSTA % AÇÃO DA RESPOSTA PESO

Incentivo à reciclagem 20% Inexistente 0,1

Existência de um Plano de gestão integrada de resíduos

sólidos

20%

Sendo reformulado 0,5

Disposição final de dejetos em aterros sanitários 20% Inexistente 0,1

Coleta seletiva 20% Existente 1,0

Existência de Ações voltadas a Educação Ambiental

20%

Inexistente 0,1

Índice parcial de resposta 100 36,0

Fonte: Adaptado de Silva (2014).

Segundo a Secretaria Municipal de Saneamento de Belém existe um Plano de

gestão integrada de resíduos sólidos, aprovado em 2011, porém este plano está

PÂMETROS Vasconcelo/Sousa (2007)

Vasconcelo /Sousa (2008)

Vasconcelo/Sousa (2009)

Filho / Junior (2009)

Presente Estudo

Potencial de hidrogênio- Ph 6,51 6,66 6,42 5,79 6,74

Temperatura da água 28º C 28º C 28º C 28º C 28,8

Oxigênio dissolvido (OD) 5,4 9.2 2,2 5,8

Turbidez 6,29 8,52 9.44 9,44 3,86

Sólidos totais dissolvidos (STD) - - - - 78,3

Nitrogênio amoniacal - - - - 70,27

Coliformes totais 54,0 4,0 48,84 - 780,0

Demanda Bioquímica de oxigênio - - - - 4,0

Fósforo total - - - - 0,02

IQA 31,1 40,0 29,4 28,4 52,0

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sendo reformulado, devido apresentar falhas tais como: disposição final de resíduos

sólidos no Aurá por 20 anos. Estes resíduos sólidos são despejados diretamente a

céu aberto, confirmando a inexistente de aterros sanitários. No lixão do Aurá é

realizado processo seletivo do lixo para reciclagem, tendo em vista que somente 1%

dos resíduos produzidos da cidade de Belém/Pará é destinado à reciclagem desta

forma pode-se dizer que o incentivo a reciclagem é inexistente não existe o incentivo

(DRES, 2015).

Segundo Souza et al (2012), na Auditoria da AOP constatou-se que há

ausência de ações voltadas à EA, já que nas atas analisadas não ficaram evidenciado

ações de educação ambiental para comunidade da população do entorno, visando à

proteção dos recursos físicos e naturais do PEUT.

5.3.2 Indicadores de resposta dos esgotos sanitários

Estes indicadores proporcionam alternativas no combate a pressão que o

ambiente vem sofrendo. Os indicadores foram elaborados de acordo com a legislação

375/2005 sobre normatizações do lançamento de esgotos e 11.445/2007, que

estabelecem diretrizes nacionais sobre saneamento básico.

A Tabela 21 apresenta os indicadores de resposta dos efluentes sanitários

encontrados na área do PEUt. Ressalta-se que nem todos foram implementados e

alguns são inexistentes.

Tabela 21 - Indicadores de Resposta de Efluentes Domésticos.

INDICADOES DE RESPOSTA % AÇÃO DE RESPOSTA PESO

Tratamento de esgoto 20% Inexistente 0,1

Existência de um Plano de Saneamento Básico;

solido/drenagem

20% Existente 1,0

Monitoramento dos parâmetros de qualidade da água 20% Existente 1,0

Serviços de drenagem de água residuárias de efluentes

domésticos e pluviais.

20%

Inexistente 0,1

Ações que promovam a equidade quanto ao acesso ao

esgotamento sanitário

20%

Inexistente 0,1

Índice parcial de resposta de efluentes domésticos 100 46,0

Fonte: Da autora adaptado de Silva (2014).

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Os indicadores de resposta sobre o Tratamento de esgoto, e Serviços de

drenagem de água residuárias de efluentes domésticos e pluviais, são inexistentes,

pois, Santos et al (2013), enfatiza que os esgotos são lançados sem o devido

tratamento em local não adequado, ou seja, na área de Proteção Ambiental do PEUt.

As estações de tratamento de esgoto apesar de existirem encontram-se inoperante.

Nesse sentido, Bordalo (2006) também enfatiza que são lançados 18.294 m³ /dia de

esgotos diretamente nos lagos Bolonha e água Preta.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Belém (2014) apesar de existir o plano

de Saneamento Básico de abastecimento de água e esgoto sanitário, existe uma

planilha orçamentária para execução dos serviços de abastecimento de água e

esgoto, porém os serviços de drenagem não foram contemplados pelo Plano

Municipal de Saneamento Básico (PMSB), porém o Monitoramento dos parâmetros

de qualidade da água é realizado de duas em duas horas tanto da cor quanto turbidez,

enquanto que coliformes acontecem todos os dias em diversos pontos da rede da

Região Metropolitana de Belém (COSANPA, 2013).

Foi obtido índice parcial de resposta de efluentes domésticos 46,0 considerado

ruim de acordo com a tabela 21, pois a maioria das ações de resposta estabelecida é

inexistente como: Tratamento de esgoto, Serviços de drenagem de água residuárias

de efluentes domésticos e pluviais, as ações que promovam a equidade quanto ao

acesso ao esgotamento sanitário, sendo existente apenas monitoramento dos

parâmetros de qualidade da água e um Plano de Saneamento Básico.

5.3.3 Indicadores de resposta de cobertura vegetal e uso do solo

Os indicadores de resposta de cobertura vegetal e uso do solo contribuem para

que a sociedade e os gestores ambientais desenvolvam estratégias, tais como:

Promoção e difusão da pesquisa florestal relacionada à conservação recuperação e

ao uso sustentável das florestas garantia de condições estáveis e seguras que

estimulem investimentos de longo prazo no manejo, na conservação das florestas,

criação de reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, elaboração de

Normas Suplementares e complementares e estabelecer padrões relacionados a

gestão florestal, Promoção da integridade das florestas e demais formas de vegetação

de preservação permanente existentes na área. Os indicadores de resposta foram

criados de acordo com a Lei Nº 4.771/65 e Nº 11.284/06.

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Tabela 22 - Indicadores de Resposta de Cobertura Vegetal e Uso do Solo.

INDICADOES DE RESPOSTA % AÇÃO DE

RESPOSTA

PESO

Promoção e difusão da pesquisa florestal relacionada à

conservação recuperação e ao uso sustentável das florestas.

20 %

Existente

1,0

Garantia de condições estáveis e seguras que estimulem

investimentos de longo prazo no manejo, na conservação das

florestas.

20%

Existente

1,0

Criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento

sustentável.

20%

Inexistente

0,1

Promoção da integridade das florestas e demais formas de

vegetação de preservação permanente existentes na área com

fiscalização por satélites

20%

Existente

1,0

Elaboração de normas suplementares e complementares e

estabelecer padrões relacionados a gestão florestal.

20%

Existente

1,0

Índice Parcial de Resposta de Uso e ocupação do solo 100 82

Fonte: Da autora adaptado de Silva (2014).

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente o Parque Estadual do Utinga

possui diversas ações de resposta frente às pressões exercidas ao PEUt tais como

Promoção e difusão da pesquisa florestal relacionada à conservação recuperação e

ao uso sustentável das florestas, garantia de condições estáveis e seguras que

estimulem investimentos de longo prazo no manejo, na conservação das florestas,

Promoção da integridade das florestas e demais formas de vegetação de preservação

permanente existentes na área com fiscalização por satélites, elaboração de normas

suplementares e complementar estabelecendo padrões relacionados à gestão

florestal.

Das ações de resposta descritas na tabela 21 somente a criação de reservas

extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável apresentaram-se

inexistentes. O valor do índice de resposta encontrado foi de 82 considerado “ótimo”

pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambienta (CETESB, 2013).

5.3.4 Indicadores de resposta da qualidade da água

Muitos são os indicadores de resposta da qualidade da água, porém

consideraram-se, aqui, cinco indicadores mais relevantes como mostrados na tabela

23.

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Tabela 23 - Indicadores de resposta da qualidade da água.

INDICADOES DE RESPOSTA % AÇÃO DE

RESPOSTA

PESO

Prevenção e defesa contra eventos hidrológicos 20 % Inexistente 0,1

Valores arrecadados com cobrança dos Recursos hídricos

serão aplicados a bacia que foi gerada.

20%

Inexistente

0,1

Tratamento de efluentes domésticos 20% Inexistente 0,1

Desinfecção dos corpos hídricos 20% Existente 1,0

Monitoramento da qualidade ambiental dos corpos hídricos. 20% Existente 1,0

Índice parcial de resposta de qualidade da água 100 - 46

Fonte: Da autora (2015).

De acordo com a Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA, 2013)

diariamente é realizado o Monitoramento da qualidade ambiental dos corpos hídricos

considerando-se esta ação de resposta existente, porém não existe tratamento de

efluentes domésticos segundo Sousa et al (2012), pois 13 pontos de lançamento de

esgotos foram observados durante uma auditoria operacional (AOP) realizada no

(PEUt).

O índice de resposta da qualidade de água foi classificado como “Ruim” pela

classificação da CETESB (2013) o que condiz com a qualidade das águas do lago

Bolonha que se encontra atualmente eutrofizado. Não há tratamento dos efluentes

lançados nas circunvizinhanças do PEUt observado durante as verificações in loco.

As pressões exercidas pelo urbano nos limites do Parque são refletidas nos índices

atuais obtidos.

- Índice Geral da Resposta para o PEUt

O índice Geral de Resposta para o PEUt foi obtido a partir dos valores

existentes de cada categoria (Pressão- Estado- Resposta) que são características do

modelo PER e seguindo os passos apresentado por Silva (2014), possibilitaram

determinar um índice médio de Resposta igual a 52,5 de acordo com a tabela 24.

Tabela 24 - Indicadores de Resposta encontrado para Pressão-Estado do PEUt.

INDICADORES DE RESPOSTA RESULTADO

Produção e Manejo dos Resíduos Sólidos 36,0

Efluentes domésticos 46,0

Cobertura Vegetal e Uso do Solo 82,0

Qualidade da Água 46,0

Média 52,5

Fonte: Adaptado de Silva (2015).

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Os indicadores de resposta utilizados como indicadores de resposta foram:

produção e manejo dos resíduos sólidos (36,0) efluentes domésticos (46,0) cobertura

vegetal e uso do solo (82,0) qualidade da água (46,0).

Tabela 25 - Índices com suas respectivas classificações para avaliação da resposta para o PEUt.

INDICE CLASSIFICAÇÃO

81-100 Ótimo

61-80 Bom

41-60 Regular

21-40 Ruim

0-20 Critico

Fonte: CETESB (2011).

O indicador de resposta obtido para o PEUt, foi considerado regular já que

apresenta com índices na faixa ente 41-60de acordo com a tabela 25 da CETESB.

5.4 Índices de Qualidade do Meio Ambiente – IQMA

A avaliação da Qualidade Ambiental do Parque Estadual do Utinga foi obtida a

partir do modelo Pressão – Estado – Resposta adaptado a tabela de valoração do

Barômetro de Sustentabilidade, onde os resultados apresentados pela pressão

Ambiental foram (99,5) e Estado (37,3), porém, a partir da obtenção dessas médias

foi efetuada a média aritmética obtendo o IQMA (68,4) de acordo com a tabela 26.

Tabela 26 - Média dos Indicadores de Pressão e Estado do Meio Ambiente do PEUt para cálculo IQMA.

INDICADORES INDICADOR PARCIAL RESULTADO

Pressão

Produção e Manejo Adequado dos Resíduos Sólidos 100

Efluentes domésticos 99

Média(Forte Pressão sobre o Meio Ambiente) 99,5

Estado

Cobertura Vegetal e Uso do Solo 22,6

Qualidade da Água 52,0

Média(Estado Ruim) 37,3

IQMA 68,4

Fonte: Adaptado de Silva (2015).

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Os resultados do IQMA foram de 68,4 obtidos para o Parque Estadual do

Utinga sendo classificado como “Regular” de acordo a tabela 27.

Tabela 27 - Faixa de valores de IQMA para o PEUt.

IQMA FAIXA

Ótimo 84-100

Bom 70 – 85

Regular (Intermediário) 50-70

Ruim 25-50

Péssimo ou crítico 0-25

Fonte: CETESB (2011).

Diante dessas análises, onde os limites estão sendo extrapolados, tem-se que

as pressões exercidas sobre o meio ambiente, assim como o estado da qualidade

ambiental e a resposta do poder público tem se mostrado cada vez mais danosas.

Não há manejo adequado dos resíduos sólidos produzidos no PEUt e a área tem seus

mananciais contaminados por lançamento de esgotos doméstico oriundos do bairro

do Souza localizado nos limites do Parque, resultado disso, é a eutrofização dos lagos

Bolonha e Água Preta. Apesar de a cobertura vegetal ter se recuperado nos últimos

anos, ainda não foi suficiente para melhorar o estado do meio ambiente do PEUt.

O índice de Qualidade Ambiental do Parque Estadual do Utinga é representado

através da adaptação do Barômetro de Sustentabilidade, pois o mesmo apresenta

dois eixos, um que representa os indicadores de Pressão e o outro, os indicadores de

Estado. Cada eixo apresenta uma escala de 0 - 100, onde, os números que se

aproximarem de 0 indicam piores condições do PEUt e quanto mais próximo de 100

estiverem melhor será as condições do Meio Ambiente com exceção da pressão que

é inversa ao estado - resposta, pois, quanto mais próximo de 100 estiver a pressão

considera-se o PEUt crítico.

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Figura 18 - Barômetro de sustentabilidade adaptado ao modelo PER.

Fonte: Adaptado de Silva (2014).

A figura 18 representa o barômetro de sustentabilidade com os indicadores de

Pressão (99,5) e Estado (37,3) baseados no modelo PER indicou uma condição

“Regular ou Intermediária” para o Parque Estadual do Utinga com Indicador de

Resposta igual a 52,5.

Nesse sentido, com base nos dados obtidos na figura 17através do modelo

PER adaptada ao Barômetro de Sustentabilidade constata-se que a pressão obtida é

mais elevada que as respostas para minimizar os impactos na área de estudo de

acordo com a figura 19.

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Figura 19 - Barómetro de sustentabilidades tridimensional adaptado ao modelo PER demostrando a Sustentabilidade do Parque Estadual do Utinga .

Fonte: Da autora adaptado de Rego et al (2013).

Para representação do modelo PER no Barômetro tridimensional da figura 19

considerou-se a pressão inversa a resposta e estado, pois quanto maior for a pressão

se aproxima de 100 mais crítico encontra-se a o PEUt, porém quanto maior estiver a

resposta melhor estará o PEUt ou seja, a medida que se aproxima de 100 é considerado

ótimo.

Tabela 28 - Índices com suas respectivas classificações para avaliação da pressão para o PEUt.

INDICE DA

PRESSÃO

CLASSIFICAÇÃO

PRESSÂO

INDICE DE

RESPOSTA/ESTADO

CLASSIFICAÇÃO

RESPOSTA/ESTADO

85-100 Critico 85-100 Ótimo

70-85 Ruim 70-85 Bom

50-70 Regular 50-70 Regular

25-50 Bom 25-50 Ruim

0-25 Ótimo 0-25 Crítico

Fonte: Da autora (2015).

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Entretanto, dos dados obtidos na figura 19 constatou-se que o PEUt encontra-

se em situação de alta pressão tanto para os resultados do IQMA (68,4) quanto os

resultados do Barômetro de Sustentabilidade na qual se empregou o modelo PER.

A existência de plano de gestão integrada de resíduos sólidos e de programas

de educação ambiental, de promoção de pesquisa florestal para garantir condições

estáveis e seguras na conservação das florestas, e ainda, a promoção da integridade

das florestas e demais formas de vegetação de preservação permanente e do

continuo monitoramento das águas do parque promovido pelos gestores públicos, não

são suficientes para reduzir a degradação ambiental, principalmente, nos limites do

parque, estando constantemente ameaçado com redução de sua vegetação pela

pressão urbana. Há necessidade de maior resposta do poder público, com maiores

ações de controle na questão do saneamento básico para melhoria da qualidade de

vida da população existente nos bairros limítrofes de Belém e com isso a preservação

de um valioso patrimônio natural.

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77

6 CONCLUSÃO

Concluiu-se neste trabalho que os indicadores utilizados foram satisfatórios

para atenderem o objetivo proposto que foi de avaliar a qualidade ambiental do PEUt

por meio do Barômetro de Sustentabilidade adaptado ao modelo conceitual Pressão

- Estado - Resposta. O modelo PER, bem como, o barômetro de sustentabilidade são

ferramentas úteis e forneceram resultados que indicaram a elevada Pressão que o

PEUt vem sofrendo (99,5), considerada alta resultante do elevado crescimento

populacional desordenado em seu entorno, o que gera uma baixa qualidade ambiental

do Estado do meio ambiente (37,3), com Resposta do poder público insuficiente frente

a atual situação do PEUt (52,5,). A tendência é ocorrer à contínua diminuição da

qualidade ambiental do Parque diante das crescentes pressões ao meio ambiente de

acordo com os indicadores analisados.

Há muita interferência na cobertura vegetal e uso do solo devido a área do PEUt

por ter seus limites com o bairro do Souza.

Cabe aqui destacar que os resultados dos indicadores analisados mostraram

que a água dos mananciais existentes no PEUt recebe grande quantidade de

efluentes domésticos comprometendo a qualidade dos ecossistemas aquáticos, uma

vez que verificou-se que os resíduos sólidos urbanos, são manejados

inadequadamente, ou seja, são destinado a vazadouro a céu aberto. Além disso,

somente 1% dos resíduos sólidos produzidos é destinado a reciclagem gerando um

índice parcial total de produção e manejo dos resíduos sólidos urbanos de 99,1 %

considerado crítico de acordo com a tabela 15.

Os efluentes domésticos foram identificados como prováveis causadores da

eutrofização dos seus mananciais, os quais abastecem a Região Metropolitana de

Belém com 99 % dos efluentes domésticos lançados em fossas rudimentares ou

diretamente em valas e córregos não sendo este depositado a nenhuma estação de

tratamento, gerando um índice parcial de 100% considerado crítico de acordo com a

tabela 15. A média obtida entre a produção e manejo dos resíduos sólidos e os

efluentes domésticos foi de 99,5 considerado crítico,

A cobertura vegetal e uso do solo e qualidade da água foi indicadores de estado

do meio que favoreceram subsídios para demonstrar o atual estado do PEUt, pois, o

(ICV) encontrado foi de 22,6 considerado regular, pois, a média obtida para cobertura

vegetal, uso do solo e qualidade da água foi de 37,3 considerado ruim.

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Além disso, o índice da qualidade da água dos lagos Bolonha foi de 51,0

considerada aceitável de acordo com a tabela 13.

A maioria das ações de respostas desenvolvidas para o Parque Estadual do

Utinga apresentaram inexistência gerando um índice geral de resposta para o PEUt

de 52,5 considerando regular de acordo com a tabela 25.

É importante frisar que os indicadores e o modelo PER tem a faculdade de

demonstrar a realidade ambiental de um determinado espaço geram informações que

podem ser utilizadas na tomada de decisões pelos gestores, direcionando ações mais

eficientes em setores que necessitarem de intervenções imediatas em decorrência da

degradação ambiental existente, assim como, será de suma importância para o

planejamento e execução de uma gestão ambiental que almeja a sustentabilidade.

A realidade atual do Parque Estadual do Utinga está em desacordo com as leis

ambientais, tais como: a Constituição Federal de 1988 que em seu artigo 225,

estabelece que o poder público e a sociedade tenham o dever de preservar o ambiente

de forma equilibrada para as futuras e presente gerações.

Nesse sentido, percebe-se que as leis são estabelecidas, e o poder público

vem realizando fiscalizações e auditorias visando os cuidados na proteção da Área de

Proteção Ambiental (APA), entretanto, as medidas já mencionadas são insuficientes

para resolver os problemas enfrentados atualmente pelo Parque Estadual do Utinga,

uma vez que a pressão está sendo muito maior que as respostas, ou seja, o que está

sendo feito pelo PEUt é pouco em relação a agressão que este parque vem sofrendo.

É importante frisar que é dever dos gestores a criação de programas de cunho

pedagógico como: palestras, projetos de reciclagem (resíduos sólidos), desenvolver

parcerias com instituições de Educação Ambiental com objetivo de, preservar da

biodiversidade, conscientização ambiental da sociedade, elaboração de planos de

ação de educação ambiental dentre outros visando em especial a população que vive

no entorno do Parque do Utinga. Além disso, é fundamental garantir que o

saneamento básico de qualidade seja acessível a todos os bairros de Belém, em

especial o Bairro do Sousa uma vez que a pressão exercida decorrente do

esgotamento sanitário se dá pela falta de saneamento visto que, esses resíduos são

lançados em valas sem nenhum tratamento, prejudicando os mananciais que

abastecem Belém, além da deficiência do sistema de abastecimento de água, de

drenagem urbana e de manejo dos resíduos sólidos.

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A problemática destacada nesta pesquisa não é de cunho exclusivo do Parque

Estadual do Utinga, uma vez que reflete problemas enfrentados tanto no Brasil quanto

a nível mundial. Neste sentido, os gestores, poder público e comunidade em geral

devem sentir-se mais responsáveis pela preservação do meio ambiente, cumprindo

as leis estabelecidas com o propósito de garantir um espaço ecologicamente

equilibrado, de forma a proporcionar o desenvolvimento sustentável, garantindo a

qualidade de vida do homem e da biodiversidade em geral.

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