45
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO HUMANA ADRIANA BARBOSA COSTA COMPOSTOS FENÓLICOS, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM CASCAS DE MELANCIAS ‘MANCHESTER’ E ‘SMILE’ PROVENIENTES DE RESÍDUOS DO PROCESSAMENTO. BRASÍLIA 2017

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA … · COMPOSTOS FENÓLICOS, CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM ... realizando estudos antes da atribuição de suas respectivas

  • Upload
    ngonhu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA

FACULDADE DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

DEPARTAMENTO DE NUTRICcedilAtildeO

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM NUTRICcedilAtildeO HUMANA

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

BRASIacuteLIA

2017

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

Tese apresentada ao Programa ao Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Humana da

Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade

de Brasiacutelia como requisito para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Doutora em Nutriccedilatildeo Humana

Orientador Dr Celso Luiz Moretti

BRASIacuteLIA

2017

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

Tese defendida e aprovada em 20 de fevereiro de 2017

BANCA EXAMINADORA

Drordm Celso Luiz Moretti

Presidente da banca Embrapa Hortaliccedilas

Profordf Drordf Dra Wilma Maria Coelho de Arauacutejo Membro Interno Universidade de Brasiacutelia - UnB

Profa Dra Edilsa Rosa da Silva

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia

Drordf Poliana Cristina Spricigo

Membro Externo ESALQ USP

Dra Grazielle Gebrin

Membro Externo Universidade Federal de Goiacircnia

Dra Eliane Maria Molica

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia - Suplente

DEDICATOacuteRIA

Agrave Luiza Ferreira Barbosa (in memoriam)

Dedico

AGRADECIMENTOS

A Deus meu melhor amigo e Nossa Senhora pela intercessatildeo nos momentos difiacuteceis

Aos meus pais Alaiacutede e Joseacute Costa que mesmo na distacircncia me ajudaram a superar os

periacuteodos de anguacutestias e solidatildeo atraveacutes da oraccedilatildeo e me ensinar que tudo eacute possiacutevel quando

Deus estaacute na frente

Ao meu orientador Dr Celso Luiz Moretti pela oportunidade paciecircncia e generosidade

Agrave Embrapa hortaliccedilas pela disponibilizaccedilatildeo dos laboratoacuterios e ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo

em Nutriccedilatildeo Humana (UNB) na pessoa da professora Dr Sandra Arruda

Aos meus tios Luacutecia e Bartolomeu pelo acolhimento e por cuidarem de mim quando eu

cheguei a Brasiacutelia me dando suporte na minha nova caminhada

Aos meus familiares e amigos queridos principalmente ao que estatildeo em Teresina

Aos membros do laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa Hortaliccedilas

Ricardo Deusacircneo e Joatildeo Batista pelo apoio no desenvolvimento das atividades

Agraves amigas que fiz na UNB Eliane Molica Grazielle Gebrim Alessandra Dyanara e Ana

Carla pela parceria e amizade

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

Tese apresentada ao Programa ao Programa de

Poacutes-Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo Humana da

Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede da Universidade

de Brasiacutelia como requisito para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Doutora em Nutriccedilatildeo Humana

Orientador Dr Celso Luiz Moretti

BRASIacuteLIA

2017

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

Tese defendida e aprovada em 20 de fevereiro de 2017

BANCA EXAMINADORA

Drordm Celso Luiz Moretti

Presidente da banca Embrapa Hortaliccedilas

Profordf Drordf Dra Wilma Maria Coelho de Arauacutejo Membro Interno Universidade de Brasiacutelia - UnB

Profa Dra Edilsa Rosa da Silva

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia

Drordf Poliana Cristina Spricigo

Membro Externo ESALQ USP

Dra Grazielle Gebrin

Membro Externo Universidade Federal de Goiacircnia

Dra Eliane Maria Molica

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia - Suplente

DEDICATOacuteRIA

Agrave Luiza Ferreira Barbosa (in memoriam)

Dedico

AGRADECIMENTOS

A Deus meu melhor amigo e Nossa Senhora pela intercessatildeo nos momentos difiacuteceis

Aos meus pais Alaiacutede e Joseacute Costa que mesmo na distacircncia me ajudaram a superar os

periacuteodos de anguacutestias e solidatildeo atraveacutes da oraccedilatildeo e me ensinar que tudo eacute possiacutevel quando

Deus estaacute na frente

Ao meu orientador Dr Celso Luiz Moretti pela oportunidade paciecircncia e generosidade

Agrave Embrapa hortaliccedilas pela disponibilizaccedilatildeo dos laboratoacuterios e ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo

em Nutriccedilatildeo Humana (UNB) na pessoa da professora Dr Sandra Arruda

Aos meus tios Luacutecia e Bartolomeu pelo acolhimento e por cuidarem de mim quando eu

cheguei a Brasiacutelia me dando suporte na minha nova caminhada

Aos meus familiares e amigos queridos principalmente ao que estatildeo em Teresina

Aos membros do laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa Hortaliccedilas

Ricardo Deusacircneo e Joatildeo Batista pelo apoio no desenvolvimento das atividades

Agraves amigas que fiz na UNB Eliane Molica Grazielle Gebrim Alessandra Dyanara e Ana

Carla pela parceria e amizade

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

ADRIANA BARBOSA COSTA

COMPOSTOS FENOacuteLICOS CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E MINERAIS EM

CASCAS DE MELANCIAS lsquoMANCHESTERrsquo E lsquoSMILErsquo PROVENIENTES DE

RESIacuteDUOS DO PROCESSAMENTO

Tese defendida e aprovada em 20 de fevereiro de 2017

BANCA EXAMINADORA

Drordm Celso Luiz Moretti

Presidente da banca Embrapa Hortaliccedilas

Profordf Drordf Dra Wilma Maria Coelho de Arauacutejo Membro Interno Universidade de Brasiacutelia - UnB

Profa Dra Edilsa Rosa da Silva

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia

Drordf Poliana Cristina Spricigo

Membro Externo ESALQ USP

Dra Grazielle Gebrin

Membro Externo Universidade Federal de Goiacircnia

Dra Eliane Maria Molica

Membro Externo Instituto Federal de Brasiacutelia - Suplente

DEDICATOacuteRIA

Agrave Luiza Ferreira Barbosa (in memoriam)

Dedico

AGRADECIMENTOS

A Deus meu melhor amigo e Nossa Senhora pela intercessatildeo nos momentos difiacuteceis

Aos meus pais Alaiacutede e Joseacute Costa que mesmo na distacircncia me ajudaram a superar os

periacuteodos de anguacutestias e solidatildeo atraveacutes da oraccedilatildeo e me ensinar que tudo eacute possiacutevel quando

Deus estaacute na frente

Ao meu orientador Dr Celso Luiz Moretti pela oportunidade paciecircncia e generosidade

Agrave Embrapa hortaliccedilas pela disponibilizaccedilatildeo dos laboratoacuterios e ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo

em Nutriccedilatildeo Humana (UNB) na pessoa da professora Dr Sandra Arruda

Aos meus tios Luacutecia e Bartolomeu pelo acolhimento e por cuidarem de mim quando eu

cheguei a Brasiacutelia me dando suporte na minha nova caminhada

Aos meus familiares e amigos queridos principalmente ao que estatildeo em Teresina

Aos membros do laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa Hortaliccedilas

Ricardo Deusacircneo e Joatildeo Batista pelo apoio no desenvolvimento das atividades

Agraves amigas que fiz na UNB Eliane Molica Grazielle Gebrim Alessandra Dyanara e Ana

Carla pela parceria e amizade

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

DEDICATOacuteRIA

Agrave Luiza Ferreira Barbosa (in memoriam)

Dedico

AGRADECIMENTOS

A Deus meu melhor amigo e Nossa Senhora pela intercessatildeo nos momentos difiacuteceis

Aos meus pais Alaiacutede e Joseacute Costa que mesmo na distacircncia me ajudaram a superar os

periacuteodos de anguacutestias e solidatildeo atraveacutes da oraccedilatildeo e me ensinar que tudo eacute possiacutevel quando

Deus estaacute na frente

Ao meu orientador Dr Celso Luiz Moretti pela oportunidade paciecircncia e generosidade

Agrave Embrapa hortaliccedilas pela disponibilizaccedilatildeo dos laboratoacuterios e ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo

em Nutriccedilatildeo Humana (UNB) na pessoa da professora Dr Sandra Arruda

Aos meus tios Luacutecia e Bartolomeu pelo acolhimento e por cuidarem de mim quando eu

cheguei a Brasiacutelia me dando suporte na minha nova caminhada

Aos meus familiares e amigos queridos principalmente ao que estatildeo em Teresina

Aos membros do laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa Hortaliccedilas

Ricardo Deusacircneo e Joatildeo Batista pelo apoio no desenvolvimento das atividades

Agraves amigas que fiz na UNB Eliane Molica Grazielle Gebrim Alessandra Dyanara e Ana

Carla pela parceria e amizade

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

AGRADECIMENTOS

A Deus meu melhor amigo e Nossa Senhora pela intercessatildeo nos momentos difiacuteceis

Aos meus pais Alaiacutede e Joseacute Costa que mesmo na distacircncia me ajudaram a superar os

periacuteodos de anguacutestias e solidatildeo atraveacutes da oraccedilatildeo e me ensinar que tudo eacute possiacutevel quando

Deus estaacute na frente

Ao meu orientador Dr Celso Luiz Moretti pela oportunidade paciecircncia e generosidade

Agrave Embrapa hortaliccedilas pela disponibilizaccedilatildeo dos laboratoacuterios e ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo

em Nutriccedilatildeo Humana (UNB) na pessoa da professora Dr Sandra Arruda

Aos meus tios Luacutecia e Bartolomeu pelo acolhimento e por cuidarem de mim quando eu

cheguei a Brasiacutelia me dando suporte na minha nova caminhada

Aos meus familiares e amigos queridos principalmente ao que estatildeo em Teresina

Aos membros do laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa Hortaliccedilas

Ricardo Deusacircneo e Joatildeo Batista pelo apoio no desenvolvimento das atividades

Agraves amigas que fiz na UNB Eliane Molica Grazielle Gebrim Alessandra Dyanara e Ana

Carla pela parceria e amizade

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

ldquoAteacute agora natildeo pedistes nada em meu nome

Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja perfeitardquo

Jesus (Joatildeo 1624)

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

RESUMO

COSTA ADRIANA BARBOSA Compostos fenoacutelicos capacidade antioxidante e

minerais em cascas de melancias lsquomanchesterrsquo e lsquosmilersquo provenientes de resiacuteduos de

processamento 2017 45 folhas Tese [Doutorado] ndash Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo

Humana Departamento de Nutriccedilatildeo Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede UNB Brasiacutelia 2017

Orientador Dr Celso Luiz Moretti 20012017

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto rico em fitonutrientes como licopeno

aacutecidos fenoacutelicos e carotenoacuteides os quais lhe atribui uma alta capacidade antioxidante aleacutem de

vitaminas minerais e fibras Estaacute entre as curcubitaacuteceas mais consumidas no mundo e

tambeacutem mais visadas pela induacutestria de minimamente processados poreacutem o seu

processamento estaacute ligado agrave grande quantidade de resiacuteduos gerados pelas partes consideradas

natildeo comestiacuteveis da fruta como as cascas e sementes As partes usualmente consideradas natildeo

comestiacuteveis de frutas e hortaliccedilas como a melancia apresentam na sua maioria uma maior

quantidade de compostos funcionais comparadas com o restante do fruto aleacutem de uma

abundante fonte de compostos antioxidantes como os polifenoacuteis o que justificaria o uso

desses resiacuteduos como aditivos alimentares aleacutem de diminuir o dano ambiental causado pela

quantidade de resiacuteduo orgacircnico produzido Este estudo visou quantificar os compostos

fenoacutelicos e minerais aleacutem de avaliar a capacidade antioxidante das cascas das cultivares de

melancia Manchester mais cultivada no Brasil e Smile receacutem introduzida no mercado

nacional Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados

com 2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5 As cascas das cultivares de melancias apresentaram

diferenccedilas significativas nos valores de pH soacutelidos soluacuteveis de inibiccedilatildeo e fenoacutelicos e sem

diferenccedila significativa nos valores de acidez titulaacutevel A cultivar Manchester apresentou

valores superiores de pH (588) soacutelidos soluacuteveis (417 ˙Brix) e de acuacutecares totais (209 g kg -

1) comparada com a cultivar Smile que obteve valor de 572 198 e 155 para pH soacutelidos

soluacuteveis e accediluacutecares totais respectivamente Os teores de fenoacutelicos totais na cultivar

Manchester foram 107 vezes maior ao encontrado na cultivar Smile e a capacidade

antioxidante da cultivar Smile foi significativamente inferior agrave Manchester correspondendo agrave

2053 e 31 78 de proteccedilatildeo respectivamente Quanto ao conteuacutedo de minerais a cultivar

Smile obteve maiores concentraccedilotildees nos teores de Fe (5232 mg kg-1

) Mn (2398 mg kg -1

) P

(585 mg kg-1

) e Na (107 mg kg-1

) e a cultivar Manchester com concentraccedilotildees superiores de

K (8187 g kg -1

) Ca (5 00 g kg -1

) e Mg (234 g kg-1

) Natildeo houve diferenccedilas significativas

entre as cultivares quanto ao teor de Zn A cultivar Manchester destacou-se em relaccedilatildeo a

cultivar Smile na maioria dos paracircmetros analisados Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco

natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as

cultivares foram superiores ao encontrado em outras frutas e corresponde a um percentual

consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

Palavras-chave Citrullus lanatus Scharad curcubitaacutecea cultivar fenoacutelicos totais DPPH

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

Abstract

The watermelon Citrullus lanatus Schrad is a fruit rich in phytonutrients such as lycopene

phenolic acids and carotenoids which gives it a high antioxidant capacity as well as vitamins

minerals and fibers It is among the most consumed curcubitaacuteceas in the world and also more

targeted by the minimally processed industry but its processing is linked to the large amount

of waste generated by the parts considered inedible of the fruit such as peels and seeds The

parts usually considered inedible of fruits and vegetables like the watermelon present in the

majority a greater amount of functional compounds compared with the rest of the fruit in

addition to an abundant source of antioxidant compounds as the polyphenols what would

justify the use of these Waste as food additives in addition to reducing the environmental

damage caused by the amount of organic waste produced This study aimed to quantify the

phenolic and mineral compounds in addition to evaluating the antioxidant capacity of the bark

of the most cultivated Manchester watermelon cultivars in Brazil and Smile recently

introduced in the national market The experiments were conducted in a completely

randomized design with 2 treatments and 30 replicates The analyzes were done in triplicate

The results were submitted to analysis of variance (ANOVA) and the means were tested by

the Tukey test at a significance level of 5 The bark of the watermelon cultivars presented

significant differences in pH soluble solids inhibition and phenolics with no significant

difference in the values of titratable acidity The highest values of pH (588) soluble solids

(417 ˙Brix) and total sugars (209 g kg -1) were found in the Manchester cultivar compared

to the Smile cultivar which obtained a value of 572 1 98 and 155 for pH soluble solids

and total sugars respectively The total phenolic content in the Manchester cultivar was 107

times higher than that found in the Smile cultivar and the antioxidant capacity of the Smile

cultivar was significantly lower than Manchester corresponding to 2053 and 31 78

protection respectively As regards mineral content Smile showed higher concentrations of

Fe (5232 mg kg-1) Mn (2398 mg kg -1) P (585 mg kg-1) and Na 107 mg kg-1) and

Manchester cultivar with higher concentrations of K (8187 g kg -1) Ca (500 g kg -1) and

Mg (234 g kg -1) There were no significant differences between the cultivars regarding the

Zn content The cultivar Manchester was distinguished in relation to the cultivar Smile in the

majority of the analyzed parameters Only in the acidity and zinc content there was no

statistical difference between the treatments The mineral content of both cultivars was higher

than that found in other fruits and corresponds to a considerable percentage of the Dietary

Reference Recommendations

Key words Citrullus lanatus Scharad Curcubitaacutecea cultivar total phenolics DPPH

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 133

2 OBJETIVOS 155

21 Objetivo Geral 155

22 Objetivos Especiacuteficos 155

31 A melancia 16

32 Consumo e comercializaccedilatildeo 17

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas 18

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente 20

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante 22

351 Compostos fenoacutelicos 22

352 Capacidade antioxidante 23

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais 24

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 26

41 Material vegetal 26

42 Processamento da melancia 26

43 Obtenccedilatildeo de material liofilizado 26

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas 27

441 pH soacutelidos soluacuteves (SS) e acidez titulaacutevel 27

442 Determinaccedilatildeo de accedilucares totais 27

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais 28

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante 29

445 Minerais 29

45 Anaacutelise dos dados 30

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS36

REFEREcircNCIAS37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1) soacutelidos soluacuteveis totais

(Brix) e de accedilucares totais (g kg-1) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e

lsquoSmilersquo

30

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1) e capacidade antioxidante-DPPH ( de

proteccedilatildeo) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

32

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1) e

macronutrientes (foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1) de

melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

33

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DPPH 22-difenil-1-picril-hidrazil

AEE Capacidade antioxidante equivalente ao aacutecido ascoacuterbico

ATT Acidez titulaacutevel total

RDA Recommended Dietary Allowances

FAOSTAT Food and Agriculture Organization of the United Nations

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

TACO Tabela de composiccedilatildeo dos alimentos

AOAC Association of official agricultural chemists

cv Cultivar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis 25

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) 28

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

13

INTRODUCcedilAtildeO

A melancia Citrullus lanatus Schrad eacute um fruto fonte de compostos com

propriedades funcionais em destaque para o licopeno a vitamina C e os compostos fenoacutelicos

que possuem funccedilotildees preventivas agraves doenccedilas degenerativas e cardiovasculares (TARAZONA-

DIAZ et al 2011) Estes compostos satildeo considerados antioxidantes naturais por possuir uma

relevante capacidade de destruir espeacutecies reativas de oxigecircnio as quais satildeo responsaacuteveis pelo

dano oxidativo celular e diminuiccedilatildeo da atividade de defesa das ceacutelulas (LIMA 2007)

A melancia eacute reconhecida principalmente pela elevada capacidade antioxidante

natural um atributo de destaque no fruto Esta capacidade eacute atribuiacuteda aos compostos

fenoacutelicos que satildeo referidos como sendo os principais compostos que contribuem para a sua

atividade antioxidante (TLILI et al 2011a) Estes compostos apresentam diversas estruturas

quiacutemicas razatildeo pela qual apresentam diferentes propriedades funcionais Neste sentido eacute de

grande importacircncia analisar a composiccedilatildeo e quantificar estes compostos nos alimentos

realizando estudos antes da atribuiccedilatildeo de suas respectivas propriedades (ABU-REIDAH et al

2013)

Os compostos fenoacutelicos estatildeo presentes em grande quantidade em diversas frutas e

hortaliccedilas contudo estudos apontam que estes compostos tambeacutem se encontram em alta

concentraccedilatildeo nas partes usualmente consideradas natildeo comestiacuteveis como as cascas e

sementes e que estas apresentam na sua maioria uma maior quantidade de compostos

bioativos comparadas com a polpa (BALASUNDRAM et al 2006)

Tarazona-Diacuteaz et al (2010) em um estudo feito com diferentes cultivares de melancia

avaliaram o teor de compostos bioativos (citrulina licopeno carotenoacuteides) e atividade

antioxidante presente na casca e polpa do fruto aleacutem de relacionar o teor desses compostos

com atributos de cor textura e caracteriacutesticas sensoriais de cada cultivar O estudo concluiu

que aleacutem da polpa a casca da melancia eacute uma boa fonte de compostos bioativos e que

presenta atividade antioxidante similar agrave polpa

Outros estudos apontam a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos da melancia como fonte alimentar

Nos Estados Unidos a casca desse fruto eacute muito utilizada na produccedilatildeo de picles (SIMONNE

et al 2003) que serve como condimento para carnes e saladas A casca tambeacutem eacute aproveitada

para a produccedilatildeo de doces (SANTANA OLIVEIRA 2005) O endocarpo (parte branca entre

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

14

a casca e a polpa do fruto) jaacute eacute muito utilizada na produccedilatildeo de farinhas e biscoitos

(GUIMARAtildeES et al 2010)

Aleacutem disso a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos provenientes de frutas e hortaliccedilas pode ser uma

boa alternativa para a induacutestria de alimentos de minimamente processados a qual por ser um

segmento de acelerado desenvolvimento principalmente no processamento de melatildeo e

melancia gera uma quantidade maior de lixo produzido pelo descarte das porccedilotildees

consideradas natildeo comestiacuteveis dos alimentos Aleacutem disso essas partes natildeo comestiacuteveis

poderiam tambeacutem ainda ser usadas como aditivos alimentares ou ateacute mesmo aplicados na

induacutestria cosmeacutetica (PESCHEL et al 2006)

Estudos sobre as caracteriacutesticas nutricionais da casca da melancia e suas

potencialidades no uso desse produto como fonte natural de compostos bioativos como os

compostos fenoacutelicos ainda satildeo muito escassos Nesse contexto mais pesquisas satildeo

necessaacuterias sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca da melancia para que seu consumo seja

viabilizado seja como aditivos em bebidas ou outros alimentos ou na produccedilatildeo de

fitoteraacutepicos para suplementaccedilatildeo dieteacutetica desses compostos

Este estudo objetivou quantificar os teores de compostos bioativos e de minerais na

casca da melancia das cultivares Manchester e Smile

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

15

2 OBJETIVOS

21- Objetivo Geral

Quantificar os compostos fenoacutelicos e minerais e avaliar a capacidade antioxidante das

cascas das cultivares de melancia Manchester e Smile

22- Objetivos Especiacuteficos

i Analisar os teores de fenoacutelicos totais no extrato metanoacutelico da casca da melancia

ii Avaliar a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH (22-diphenyl-1-picrylhydrazy)

iii Quantificar o teor de macro (Fe Mn Zn) e micro minerais (P K Ca Mg Na)

iv Avaliar os atributos fiacutesico-quiacutemicos como acidez titulaacutevel pH soacutelidos soluacuteveis totais e

accediluacutecares totais)

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

16

3 REVISAtildeO DA LITERATURA

31 A melancia

A melancia (Citrullus lanatus Thunb) pertencente agrave famiacutelia Cucurbitaceae eacute uma

espeacutecie originaacuteria das regiotildees secas da Aacutefrica tropical e teve um centro de diversificaccedilatildeo

secundaacuterio no Sul da Aacutesia e no seacuteculo XIII jaacute era cultivada em muitas regiotildees da Europa

(ALMEIDA 2003)

No Brasil a cultura da melancia foi introduzida durante o ciclo econocircmico da cana-de-

accediluacutecar e teve as regiotildees Nordeste e Sul como ponto de partida na expansatildeo para as demais

regiotildees (CASTELLANE e CORTEZ 1995 QUEIROZ et al 1999) A produccedilatildeo mundial de

melancia em 2012 atingiu 1054 milhotildees de toneladas O Brasil ocupa a quarta posiccedilatildeo em

produccedilatildeo de melancia no mundo com 208 milhotildees de toneladas atraacutes da China (700

milhotildees de toneladas) Iratilde (38 milhotildees de toneladas) e Turquia (404 milhotildees de toneladas)

(FAOSTAT 2016)

Em 2014 a produccedilatildeo brasileira de melancia esteve distribuiacuteda principalmente nas

regiotildees Nordeste e Sul que satildeo responsaacuteveis por 285 e 255 respectivamente O

principal estado produtor foi o Rio Grande do Sul (193) seguido da Bahia (117) Goiaacutes

(109) Satildeo Paulo (89) e Tocantins (86) (IBGE 2016)

A melancia eacute uma planta herbaacutecea de ciclo vegetativo anual de clima tropical a

temperado pois apresenta menor toleracircncia agraves baixas temperaturas A polpa corresponde agrave

parte usualmente comestiacutevel do fruto (FILGUEIRA 2000 ALMEIDA 2003) Os frutos

apresentam peso variando de aproximadamente 5kg (mini melancias) a 18 kg como a

cultivar Charleston Gray Quanto ao formato elas podem ser oblongas (tipo Crimson Sweet

mini melancias) alongadas (tipo Charleston Gray) e redonda (tipo Omaro Yamato) A cor

pode variar de verde clara a verde escura com ou sem listras escuras A ausecircncia de sementes

define o grupo das cultivares ldquosem sementesrdquo As cultivares de melancia satildeo classificadas em

grupos e dentro de cada grupo essas satildeo caracterizadas quanto ao tipo ciclo ˙Brix

resistecircncia agrave doenccedilas e resistecircncia ao transporte (SANTOS NASCIMENTO 2004)

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

17

Os principais paracircmetros utilizados para qualificar a melancia satildeo conteuacutedo de

accediluacutecares firmeza da polpa soacutelidos soluacuteveis aparecircncia externa e interna e acidez titulaacutevel

(ELMOSTROM DAVIS1981 BROWN SUMMERS 1998)

32 Consumo e comercializaccedilatildeo

O agronegoacutecio brasileiro da melancia comeccedilou a ganhar forccedila no mercado externo por

volta do ano 2000 em um ambiente de acirrada competiccedilatildeo promovida pela globalizaccedilatildeo A

partir desse ano observou-se que a melancia surgiu na balanccedila comercial do Brasil gerando

razoaacuteveis superaacutevits (VILELA et al 2006)

A melancia eacute apreciada pelos consumidores por sua textura aroma e sabor refrescante

A excelente qualidade dos frutos principalmente em homogeneidade de tamanho cor e sabor

foram os principais atributos que proporcionaram competitividade da melancia brasileira no

mercado externo (VILELA et al 2006) Dados da Pesquisa de Orccedilamento Familiar mostram

que no Brasil a meacutedia de consumo eacute de 349 kgper capitaano No meio urbano a regiatildeo

Centro-Oeste eacute a maior consumidora com 429 kgper capitaano Jaacute no meio rural o

consumo da regiatildeo Sul eacute o maior com 699 kgper capitaano e o estado de Santa Catarina

destaca-se como o consumidor majoritaacuterio (IBGE 2016) Para essa cultura o agronegoacutecio no

Paiacutes possui mercados com tendecircncia a expansatildeo A produccedilatildeo em escala comercial eacute destinada

tanto para o consumo interno quanto para a exportaccedilatildeo e as lavouras empregam diferentes

graus tecnoloacutegicos (VILELA et al 2006)

Dentre as cultivares de melancia mais comercializadas no mercado nacional a

Crimson Sweet e tipos semelhantes como a cv Manchester correspondem a 54 da produccedilatildeo

total das variedades comercializadas no paiacutes Esse destaque deve-se a maior resistecircncia que

essa variedade de melancia possui ao transporte o que se justifica pelo fato de ela ser

produzida em regiotildees afastadas dos grandes centros de comercializaccedilatildeo aleacutem de possuir o

formato tamanho e peso que agradam o mercado (SANTOS NASCIMENTO 2004)

Atualmente outras diferentes cultivares satildeo encontradas no mercado As melancias de

grande porte ainda satildeo as mais produzidas e destinadas ao mercado interno enquanto

melancias triploacuteides sem sementes e mini melancias como a cultivar Smile tecircm sua produccedilatildeo

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

18

direcionada a atender um mercado diferenciado (ldquonichos de mercadordquo) (AUMONDE et al

2011)

As mini melancias satildeo tambeacutem chamadas ldquoice boxrdquo ou melancia de geladeira

apresentam frutos pequenos pesando aproximadamente 15 a 4 kg sendo esses frutos

destinados a consumidores mais exigentes e com alto poder aquisitivo Aleacutem de se

diferenciarem pelo tamanho reduzido algumas cultivares produzem frutos de polpa amarela e

outras natildeo apresentam semente (CAMPAGNOL et al 2016)

As mini melancias tambeacutem apresentam elevado valor de comercializaccedilatildeo ganhando

expressatildeo no mercado de exportaccedilatildeo e atraindo consumidores oriundos de famiacutelias pequenas

Aliado a isso a praticidade no transporte o reduzido tamanho e a facilidade de

acondicionamento aleacutem da boa coloraccedilatildeo de polpa satildeo importantes fatores que influem no

bom preccedilo de mercado e na tendecircncia de aumento da aacuterea cultivada (GRANJEIRO CECIacuteLIO

FILHO 2006)

A primeira produccedilatildeo nacional em escala comercial de mini melancia se deu em 2005

na regiatildeo do nordeste brasileiro com sua comercializaccedilatildeo centrada no mercado paulista A

regiatildeo sul do Rio Grande do Sul eacute tradicionalmente grande produtora desse tipo de melancia

enviando na safra grandes quantidades do produto para as regiotildees Sudeste e Centro-oeste

Do ponto de vista climaacutetico os dias longos no periacuteodo primaveraveratildeo juntamente com

baixos iacutendices pluviomeacutetricos em dezembro e janeiro favorecem a produccedilatildeo de frutos com

boa coloraccedilatildeo e grande concentraccedilatildeo de accediluacutecar (GONCcedilALVES et al 2016)

33 Resiacuteduos orgacircnicos oriundos de frutas e hortaliccedilas

Curcubitaacuteceas como melatildeo e melancia estatildeo entre as hortaliccedilas mais visadas pela

induacutestria de minimamente processados poreacutem o processamento dessas frutas e tambeacutem de

outras hortaliccedilas estaacute associado agrave significativa quantidade de resiacuteduos orgacircnicos que satildeo

gerados pela atividade (PINTO 2002)

As induacutestrias de alimentos satildeo responsaacuteveis por gerar toneladas de resiacuteduos que

dependendo do tipo de fruta a ser processada pode ser derivados de cascas sementes caroccedilos

e polpa acarretando seacuterios problemas ambientais devido agrave produccedilatildeo de lixo orgacircnico (FILHO

e FRANCO 2015) Esses resiacuteduos causam um consideraacutevel impacto ambiental aleacutem do

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

19

aumento nos custos do processamento para o fabricante No caso da melancia a parte natildeo

comestiacutevel corresponde a 53 do fruto do qual 437 satildeo cascas (SANTOS

NASCIMENTO 2004)

Atualmente as agroinduacutestrias tecircm investido cada vez mais na capacidade de

processamento gerando quantidades enormes de subprodutos sendo parte reaproveitada

como raccedilatildeo animal Todavia em muitos casos os subprodutos satildeo considerados custo

operacional para as empresas dessa forma grande quantidade eacute descartado e atua como fonte

de contaminaccedilatildeo (MELO et al 2011)

Um aspecto importante do reaproveitamento dos resiacuteduos e sub produtos de frutas estaacute

relacionado ao fato de cascas e sementes serem boas fontes de fibras minerais compostos

funcionais como os polifenoacuteis e outros compostos bioativos com funccedilatildeo antioxidante ou seja

as fraccedilotildees de pericarpo epicarpo e sementes de alguns frutos possuem maior poder

antioxidante do que as proacuteprias polpas (BALASUNDRAM et al 2006) Assim as partes

eliminadas pelas induacutestrias podem conter quantitativa ou qualitativamente mais

antioxidantes que as partes usualmente utilizadas Bagchi et al (2000) em um estudo sobre a

atividade antioxidante in vitro e in vivo do extrato de sementes de uva observou o alto

potencial antioxidante desse resiacuteduo quando comparado com antioxidantes como a vitamina

C E e β ndash caroteno Outros estudos mostram o potencial antioxidante de vaacuterios tipos de

resiacuteduos como do caju (BROINIZI et al 2007) e casca da manga (INFANTE et al 2013) de

resiacuteduos de polpas de frutas como acerola goiaba abacaxi e graviola (SOUSA et al 2011) e

acerola (CAETANO et al 2008) Outros estudos mostram a utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos para

produccedilatildeo de produtos alimentiacutecios com alto teor de fibras e minerais como farinhas de cascas

de frutas como abacate abacaxi banana mamatildeo maracujaacute melatildeo e tangerina (Gondim et

al 2005) acerola umbu (ABUD NARAIN 2009)

Estudos mostram que a casca e a semente da melancia possuem consideraacuteveis niacuteveis

de compostos funcionais como aminoaacutecidos e compostos fenoacutelicos aleacutem de boa capacidade

antioxidante comparado com a polpa do fruto o que justifica a utilizaccedilatildeo desses resiacuteduos

como fontes de nutrientes bioativos (TARAZONA et al 2010 RIMANDO PERKINS-

VEAZIE 2005)

Vaacuterias regiotildees do mundo utilizam a melancia e seus subprodutos de diversas formas

Na Iacutendia faz-se patildeo de farinha de semente de melancia As sementes de melancia satildeo muito

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

20

consumidas em diversas regiotildees da Aacutesia no Oriente Meacutedio comem-se as sementes assadas

(SANTANA 2005)

Aleacutem disso estudos mostram que a casca ainda pode ser utilizada para fabricaccedilatildeo de

geleacuteias (SOUAD et al 2012) e como um ingrediente para aumentar o potencial nutracecircutico

de produtos alimentares Pode tambeacutem ser utilizados na alimentaccedilatildeo animal como raccedilatildeo para

peixes aves bovinos suiacutenos ou como combustiacutevel em caldeiras ou extraccedilatildeo de pectina e

fibras (FERREIRA et al 2016 OBEROI SOGI 2015)

A geraccedilatildeo de resiacuteduos agroindustriais encontra-se em diversas etapas da cadeia

produtiva O Brasil encontra-se em terceiro lugar do rank mundial em produccedilatildeo na aacuterea de

alimentos (FAOSTAT 2016) O reaproveitamento de resiacuteduos gerados pela agroinduacutestria tem

sido alvo de vaacuterios estudos (FILHO FRANCO 2015) o que contribui para o acuacutemulo de

informaccedilotildees sobre o grande potencial e valor nutricional desse resiacuteduo uma vez que os

mesmos apresentam uma grande taxa de nutrientes essenciais que agem no combate contra

diversas doenccedilas degenerativas melhorando a sauacutede humana entretanto ainda haacute necessidade

de se efetuar mais estudos para potencializar o uso destes subprodutos e agregar valor ao

produto final

34 Composiccedilatildeo quiacutemica da melancia casca polpa e semente

As cucurbitaacuteceas principalmente a melancia desempenham um importante papel na

alimentaccedilatildeo humana especialmente nas regiotildees tropicais onde o consumo eacute elevado Eacute

consumida quase que exclusivamente in natura mas tambeacutem na forma de sucos geleacuteias

doces molhos e em saladas (RESENDE DIAS 2006)

Estudos apontam que a casca da melancia eacute rica em L-citrulina um aminoaacutecido que

atua como vasodilator e dependendo da cultivar pode ser fonte de compostos fenoacutelicos aleacutem

de possuir baixa concentraccedilatildeo de macronutrientes (PERKINS-VEAZIE RIMANDO 2004

TARAZONA-DIacuteAZ et al 2010)

Souad et al (2012) com o objetivo de diminuir a quantidade de resiacuteduo gerado por

hospitais no Sudeste da Aacutesia elaborou sucos da casca da melancia com 5 diferentes

concentraccedilotildees de accediluacutecar aleacutem de 5 diferentes sabores e um sem sabor A pesquisa

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

21

demonstrou que os sucos da casca da melancia podem ser uma alternativa viaacutevel e

comercializaacutevel para as induacutestrias de alimentos Ainda sobre o reaproveitamento da casca para

consumo humano Lima et al (2015) elaborou farinha do endocarpo da melancia a fim de

contribuir para o aumento dos teores de fibra insoluacutevel na dieta humana Poreacutem a utilizaccedilatildeo

da casca da melancia na alimentaccedilatildeo humana ainda eacute bastante restrita bem como estudos

sobre sua composiccedilatildeo nutricional

Aleacutem da casca as sementes das cucurbitaacuteceas tambeacutem satildeo utilizadas em algumas

culturas de alguns paiacuteses (RESENDE DIAS 2006) por ser ricas em gordura proteiacutena

vitaminas como a tiamina e niacina e minerais como o caacutelcio foacutesforo ferro e magneacutesio

Quanto ao conteuacutedo caloacuterico a melancia apresenta reduzido valor de calorias Os

accediluacutecares frutose glicose e sacarose estatildeo presentes em diferentes proporccedilotildees na polpa de

acordo com cada cultivar definindo a sua qualidade (YATIV et al 2010)

Esse fruto eacute constituiacutedo essencialmente por aacutegua em torno de 91 da parte

comestiacutevel O restante corresponde a macronutrientes vitaminas e minerais especialmente

caacutelcio magneacutesio e em maior quantidade potaacutessio em torno de 104 mg 100g-1

(TACO 2011)

Na polpa estatildeo presentes vaacuterios compostos com propriedades funcionais tais como

os carotenoides entre eles o licopeno que confere a cor vermelha agrave melancia os compostos

fenoacutelicos e a vitamina C que atuam de forma preventiva agraves doenccedilas degenerativas e

cardiovasculares (TLILI et al 2011 ROLDAacuteN-GUTIEacuteRREZ CASTRO 2007 MAIANI et

al 2009) aleacutem de ser fonte de um aminoaacutecido bioloacutegico natildeo essencial a l- citrulina

(PERKIN-VEAZIE et al 2001)

Eacute importante ressaltar que estes compostos funcionais presentes em frutas e hortaliccedilas

podem sofrer influecircncia de vaacuterios fatores externos e internos como o tipo da cultivar

genoacutetipo condiccedilotildees climaacuteticas adversas maturidade condiccedilotildees climaacuteticas preacute-colheita e

meacutetodos e procedimentos de manejo poacutes-colheita (forma de transporte armazenamento etc)

(PERKINS-VEAZIE et al 2001 LEE KADER 2000)

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

22

35 Compostos fenoacutelicos e capacidade antioxidante em frutas e hortaliccedilas

351 Compostos fenoacutelicos

A melancia conteacutem antioxidantes com diversos benefiacutecios relatados para a sauacutede Eacute

rica em carotenoacuteides como o licopeno e β-caroteno (TLILI et al 2011b) Aleacutem disso eacute uma

excelente fonte de vitamina C e E em vitaminas do complexo B principalmente B1 e B6 bem

como sais minerais designadamente potaacutessio magneacutesio caacutelcio e ferro (TLILI et al 2011a)

Conteacutem ainda compostos fenoacutelicos principalmente derivados do aacutecido hidroxicinacircmico

(RAWSON et al 2010)

Os compostos fenoacutelicos tambeacutem tecircm recebido especial atenccedilatildeo devido agraves suas funccedilotildees

na sauacutede humana Tal como o licopeno estes compostos atuam na prevenccedilatildeo de doenccedilas

degenerativas cancros doenccedilas cardiovasculares e doenccedilas neuro degenerativas (TSAO

2010) e ajudam ainda a combater a diversas doenccedilas como o diabetes e os transtornos

gastrointestinais (BYSTROM 2008)

Os fenoacuteis (figura 1) satildeo antioxidantes que complementam as funccedilotildees de vitaminas

antioxidantes e de enzimas na defesa contra o stress oxidativo causado por excesso de

espeacutecies reativas de oxigecircnio Dividem-se em vaacuterios grupos como por exemplo aacutecidos

hidroxibenzoacuteicos aacutecidos hidroxicinacircmicos antocianinas proantocianidinas flavonoacuteis

flavonas flavonoacuteides flavanonas isoflavonas estilbenos e lignanos (TSAO 2010

PANTELIDIS et al 2007) Silveira (2013) validou meacutetodos para a determinaccedilatildeo de

compostos fenoacutelicos na melancia Foram detectados quatro compostos fenoacutelicos e a

quantificaccedilatildeo de aacutecido feruacutelico nas cultivares de melancia Crimson sweet Augusta Crimstar

Romeria e Romalinda

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

23

Figura 1 Estrutura quiacutemica dos fenoacuteis Fonte Molnaacuter-Perl Fuzfai (2005)

Considerando-se que os resiacuteduos agroindustriais de frutas e hortaliccedilas satildeo capazes de

atuar como antioxidantes naturais estes poderiam ser empregados em substituiccedilatildeo aos

antioxidantes sinteacuteticos colaborando para fins de seguranccedila alimentar e agregando valor aos

subprodutos Aleacutem disso sua utilizaccedilatildeo permite reduzir a quantidade de resiacuteduos descartada

no ambiente

352 Capacidade antioxidante

Os estudos sobre a capacidade antioxidante em alimentos de origem vegetal se

iniciaram com o trabalho de CHIPAULT (1952) que apresentou uma avaliaccedilatildeo sistemaacutetica da

atividade antioxidante em especiarias Anos mais tarde em 1964 Pratte Watts identificaram o

flavanoacuteide quercetina no extrato aquoso de especiarias e de outros vegetais Devido agrave relaccedilatildeo

existente entre a atividade antioxidante e accedilatildeo contra doenccedilas a capacidade antioxidante dos

alimentos vem sendo determinada in vitro fazendo a correlaccedilatildeo com as concentraccedilotildees das

substacircncias bioativas no alimento No entanto eacute necessaacuterio diferenciar o efeito antioxidante

no alimento propriamente dito e o efeito de antioxidante na sauacutede (RODRIGUEZ-AMAYA et

al 2008)

Quanto aos meacutetodos de mensuraccedilatildeo da capacidade antioxidante lsquoin vitrorsquo de extratos e

de substacircncias isoladas um dos mais usados eacute o meacutetodo de sequestro de radicais livres

utilizando o radical sinteacutetico DPPH (22-difenil-1-picrilhidrazila de coloraccedilatildeo puacuterpura que

absorve em um comprimento de onda de 516 nm) A descoloraccedilatildeo do radical puacuterpura indica

sua reduccedilatildeo e consequente decreacutescimo da absorccedilatildeo A partir dos resultados obtidos

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

24

determina-se a porcentagem de atividade antioxidante ou seja quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante (HUANG OUEPRIOR 2005)

O meacutetodo DPPH tem sido muito utilizado pela facilidade de execuccedilatildeo e baixo custo

aleacutem de obtenccedilatildeo de resultados confiaacuteveis Foi proposto por Brand-Williams et al (1995) e se

baseia na captura do radical DPPH (22-difenil-1- picril-hidrazil) por antioxidantes

produzindo um decreacutescimo da absorbacircncia a 515 nm Esse meacutetodo foi modificado por

Sanchez-moreno et al (1998) para medir os paracircmetros cineacuteticos O DPPH eacute um radical livre

que pode ser obtido diretamente por dissoluccedilatildeo do reagente em meio orgacircnico A vantagem

desse meacutetodo se daacute pela disponibilidade em se obter comercialmente o radical DPPH o que

evita sua geraccedilatildeo por formas distintas facilitando seu uso poreacutem por ser um meacutetodo que

utiliza metanol para gerar a reaccedilatildeo seu uso se torna inapropriado para amostras bioloacutegicas

devido agrave ocorrecircncia de precipitaccedilatildeo das proteiacutenas em meio alcooacutelico (BRAND-WILLIAMS et

al 1995)

Um estudo feito com a casca e polpa de melancias de diversas cultivares

(TARAZONA-DIAZ et al 2010) mostrou que a capacidade antioxidante pelo meacutetodo DPPH

da casca da melancia foi similar a encontrada na polpa (4696 vs 4346 mg AAE kg -1

fw)

Outros pesquisadores encontraram uma maior capacidade antioxidante na pele do que na

polpa de determinada cultivar de maccedilatilde kiwi e outras frutas (WIJNGAARD et al 2009)

Estes estudos corroboram com o fato de que esses resiacuteduos alimentares possuem compostos

antioxidantes similares ou superiores a polpa das diversas frutas usualmente consumidas

Portanto o interesse pelo papel dos antioxidantes na sauacutede humana tem promovido

diversas investigaccedilotildees sobre o seu conteuacutedo e atividade e como pode ser mantida ou ateacute

mesmo melhorada atraveacutes de novas culturas praacuteticas culturais e poacutes-colheita manuseamento

e processamento (ARTEacuteS-HERNAacuteNDEZ et al 2010)

353 Antioxidantes dieteacuteticos ou naturais

O sistema de defesa humano contra os radicais livres natildeo seria completo sem os

antioxidantes provenientes da dieta o que confirma a importacircncia da ingestatildeo diaacuteria desses

compostos proporcionando vaacuterios benefiacutecios como melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo (RATMAN et al 2006) Os componentes da dieta podem no entanto alterar o

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

25

balanccedilo antioxidante do organismo seja pelo aumento no consumo de alimentos ricos em

substacircncias antioxidantes No entanto haacute vaacuterias lacunas no que se refere aos antioxidantes em

geral como por exemplo a inexistecircncia de uma recomendaccedilatildeo especiacutefica para cada

antioxidante a falta de padronizaccedilatildeo dos valores antioxidantes dos alimentos e os efeitos

toacutexicos que venham a existir pela administraccedilatildeo de dose excessivas de antioxidantes (LIMA

2008)

Os compostos antioxidantes da dieta dependendo do tipo podem ou natildeo produzir

efeitos sineacutergicos de difiacutecil avaliaccedilatildeo A complexidade da dieta deve ser avaliada e

considerada pois as interaccedilotildees entre seus constituintes podem ocasionar efeitos que natildeo

representam diretamente as propriedades dos seus constituintes individuais (RICE-EVANS

1999) Portanto a ingestatildeo de antioxidantes dieteacuteticos eacute a principal forma de obtenccedilatildeo pelo

organismo de antioxidantes e os principais nutrientes satildeo as vitaminas (C e E) carotenoacuteides

(β-caroteno e licopeno) e entre os natildeo nutrientes incluem-se os compostos fenoacutelicos

(flavanoacuteides e aacutecidos fenoacutelicos)

As vitaminas C E e o β-caroteno satildeo consideradas excelentes antioxidantes pois satildeo

capazes de sequumlestrar os radicais livres com grande eficiecircncia poreacutem o uso de

medicamentos aacutelcool a poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e muitos outros fatores interferem

negativamente nos niacuteveis de antioxidantes celulares poreacutem o organismo pode ter suas

defesas restabelecidas tendo como fonte de antioxidantes dietas apropriadas e suplementos a

base de vitaminas com expressiva atividade antioxidante (ROE 1992 CARAGAY 1992

ANDERSON 1996)

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

26

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Material Vegetal

As melancias lsquoManchesterrsquo e ldquoSmilersquo foram obtidas no Municiacutepio de Uruana GO e

no mercado varejista do DF respectivamente Foram adquiridos 30 frutos de cada cultivar de

pesos uniformes e transportados ao Laboratoacuterio de Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos da

Embrapa Hortaliccedilas Brasiacutelia DF

Figura 2 Cultivares Manchester (A) e Smile (B) Fonte Acervo pessoal

42 Processamento da melancia

As 60 melancias foram higienizadas manualmente em aacutegua corrente sanitizadas por

imersatildeo em soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio (100 mg L-1) por 10 min As melancias foram

cortadas manualmente e as cascas foram separadas das polpas com plusmn 25 cm de espessura e

individualmente foram trituradas em processador Phillips colocadas em embalagens de

polietileno e armazenadas em freezer a ndash 18 OC ateacute serem liofilizadas

43 Obtenccedilatildeo do material liofilizado

As cascas das melancias foram liofilizadas (Liotopreg

Satildeo Carlos SP Brasil) em

temperatura meacutedia de -55ordm (inicial) a 26 a 30ordm (final) por 72 h a uma pressatildeo de 82 mmHg

Apoacutes a secagem as amostras foram reduzidas a poacute pesadas transferidas para embalagens de

polietileno identificadas e submetidas a vaacutecuo

A B

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

27

44 Anaacutelises quiacutemicas e fiacutesico-quiacutemicas

441 pH soacutelidos soluacuteveis (SS) e acidez titulaacutevel

O pH foi determinado por leitura direta das amostras liofilizadas das cascas de

melancias (05 g) homogeneizadas em aacutegua destilada (50 mL) em titulador automaacutetico

TitroLinereg

easy (SI Analytics Germany)

Para determinaccedilatildeo do conteuacutedo dos soacutelidos soluacuteveis totais as amostras in natura

foram levadas diretamente em refratocircmetro digital de bancada (Atago PAL-1 Tokyo Japatildeo)

agrave temperatura de 25 ordmC previamente calibrado com aacutegua destilada Os resultados foram

expressos em oBrix

Para acidez titulaacutevel as amostras foram tituladas com soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio a

02 mol L-1

em titulador automaacutetico TitroLinereg easy (SI Analytics Germany) Para o caacutelculo

foi utilizada a foacutermula V x F x M x Eq10 x P x n ondeV eacute o volume da soluccedilatildeo de hidroacutexido

de soacutedio gasto na titulaccedilatildeo em mL F eacute o fator de correccedilatildeo da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio

M eacute a molaridade da soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio (02N) PM eacute o peso molecular do aacutecido

correspondente em g (aacutecido maacutelico) P eacute a massa da amostra em g e n eacute o nuacutemero de

hidrogecircnios ionizaacuteveis do aacutecido Os resultados foram expressos em equivalente de aacutecido

maacutelico em g 100 g-1

(AOAC 2010)

442 Determinaccedilatildeo de accediluacutecares totais

A quantificaccedilatildeo dos accediluacutecares soluacuteveis totais foi realizada de acordo com Dubois et al

(1956) Foi diluiacutedo 05 g de amostra liofilizada em 50 mL de aacutegua destilada homogeneizadas

em agitador de mesa (marca Marconi Piracicaba SP Brasil) por 30 min e centrifugadas por

10 min a 12000 rpm a 15 degC O sobrenadante foi filtrado em funil de vidro com latilde de vidro

em balatildeo volumeacutetrico de 50 mL O volume foi completado com aacutegua destilada Foi pipetado

02 mL da amostra em trecircs tubos de ensaio adicionado 05 mL de fenol 5 e agitado Apoacutes

25 mL de aacutecido sulfuacuterico foi acrescentado e novamente agitado Para o branco utilizou-se

aacutegua destilada A absorbacircncia foi realizada em espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220

Brasil) a 490nm

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

28

Para determinaccedilatildeo espectrofotomeacutetrica dos accediluacutecares soluacuteveis totais a curva padratildeo foi

preparada com D-glicose 100 mg L-1

e diluiacuteda nas diferentes concentraccedilotildees (20 40 60 80 e

100 mg L-1

) Em tubos de ensaio foram colocadas aliacutequotas de 05 mL de cada ponto em

triplicata adicionado de 1 mL de aacutegua destilada e 05 mL de fenol 5 Os tubos de ensaio

foram agitados e logo apoacutes foi adicionado 25 mL de aacutecido sulfuacuterico concentrado Os tubos

foram deixados em repouso em local escuro e fresco a fim de que a temperatura dos mesmos

atingisse a do ambiente A equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo da D-glicose foi A = 00009 x ndash

00041 onde x eacute a concentraccedilatildeo da D-glicose A eacute a absorbacircncia e o coeficiente de correlaccedilatildeo

R = 09907

Apoacutes as diluiccedilotildees foi pipetado 02 mL de cada soluccedilatildeo (em triplicata) e adicionado

05 mL de fenol 5 e agitado Foram acrescentados 25 mL de aacutecido sulfuacuterico e agitado

novamente O branco foi preparado com aacutegua destilada A absorbacircncia foi lida a 490 nm em

espectrofotocircmetro

443 Determinaccedilatildeo de fenoacutelicos totais

Os extratos da casca da melancia foram preparados a partir de 2 gramas de amostra

liofilizada que foram homogeneizadas com 30 mL de metanol a 70 e submetidas agrave filtraccedilatildeo

e o volume obtido completado em balatildeo volumeacutetrico de 30mL

A anaacutelise de fenoacutelicos totais seguiu a metodologia proposta por Singleton 1965

adaptado por Nuutila 2003 Em tubos de ensaio foram adicionados em triplicata 400 microL

extrato 400 microL de aacutegua destilada 400 microL de Folin-Ciocalteu e 2000 microL da soluccedilatildeo de

carbonato de soacutedio anidro a 10 A soluccedilatildeo permaneceu em repouso por 20 minutos agrave

temperatura ambiente e logo apoacutes foram realizadas as leituras de absorbacircncias em

espectrofotocircmetro a 735 nm A leitura do branco foi realizada contendo os mesmos reagentes

menos a amostra

O teor de fenoacutelicos totais foi determinado por interpolaccedilatildeo da absorbacircncia das

amostras contra uma curva de calibraccedilatildeo construiacuteda com padratildeo de aacutecido gaacutelico (10 a 100 mg

L-1

) A Equaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico foi A = 08301+002539x onde A eacute a

absorbacircncia a 720 nm e x eacute a concentraccedilatildeo do aacutecido gaacutelico e o coeficiente de correlaccedilatildeo R =

0990 Todas as anaacutelises foram realizadas em triplicata Os resultados foram expressos como

equivalente de aacutecido gaacutelico (EAG) em mg 100 g-1

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

29

444 Determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante

Para a determinaccedilatildeo da capacidade antioxidante seguiu-se o proposto por Blois (1958)

adaptado por Brand-Willians (1995)

O ensaio de captura de radicais DPPHbull tem por base a reduccedilatildeo do radical [22 difenil-

1-pricril-hidrazil (DPPHbull)] que apoacutes fixar um Hbull removido do antioxidante em estudo

propicia uma diminuiccedilatildeo da absorbacircncia permitindo calcular apoacutes o estabelecimento do

equiliacutebrio da reaccedilatildeo a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50 do radical DPPHbull

Para a avaliaccedilatildeo da capacidade antioxidante da casca da melancia foi adicionado a 15

mL de soluccedilatildeo metanoacutelica de DPPHbull (6X10-5M) uma aliacutequota de 05 mL do extrato

metanoacutelico a 70 da casca da melancia A leitura de absorbacircncia foi realizada em

espectrofotocircmetro (Bioespectroreg

SP220 Brasil) a 517 nm no tempo de 50 min apoacutes o iniacutecio

da reaccedilatildeo Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem o

antioxidante) A porcentagem de descoloraccedilatildeo do radical DPPH foi calculada de acordo com

a foacutermula de proteccedilatildeo = (Abs controle ndash Abs amostra) Abs controle

445 Minerais

A anaacutelise de minerais se deu por espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte de

induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES)

Foram pesadas 05 gramas das amostras e colocadas em solubilizaccedilatildeo aacutecidacom 8 mL

HNO3 e 2 mL de H2O2 em forno de micro-ondas ( por 30 minutos Apoacutes resfriamento a

soluccedilatildeo foi filtrada em papel filtro e o volume completado com aacutegua deionizada em balatildeo

volumeacutetrico de 50 mL

Para a leitura dos macrominerais em espectrofotometria de emissatildeo atocircmica com fonte

de induccedilatildeo de plasma acoplada (ICP OES) diluiu-se 1 mL de soluccedilatildeo em 9 mL de aacutegua

deionizada e de microminerais utilizou-se a soluccedilatildeo sem diluiccedilatildeo Os valores foram expressos

em mg kg -1

para os microminerais e em g kg -1

para os macrominerais

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

30

45 Anaacutelise dos dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizados com

2 tratamentos e 30 repeticcedilotildees As anaacutelises foram feitas em triplicata Os resultados foram

submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) e as meacutedias foram testadas pelo teste de Tukey

ao niacutevel de significacircncia de 5

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

31

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Foram encontradas evidecircncias de diferenccedilas significativas ao niacutevel de 5 de

probabilidade com exceccedilatildeo dos valores de acidez titulaacutevel total (ATT) que natildeo apresentaram

diferenccedilas significativas entre os tratamentos Verificou-se diferenccedilas significativas entre as

duas cultivares para as variaacuteveis estudadas com exceccedilatildeo da acidez titulaacutevel (Tabela 1)

Tabela 1 Valores meacutedios de pH acidez titulaacutevel (g 100 g-1

) soacutelidos soluacuteveis totais (oBrix) e de

accedilucares totais (g kg-1

) em cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares pH Acidez titulaacutevel

(g 100 g-1

)

Soacutelidos soluacuteveis

(SS -oBrix)

Accediluacutecares totais

(g kg-1

)

Manchester 588 a 322 a 417 a 209 a

Smile 572 b 329 a 198 b 155 b

pH Potencial hidrogeniocircnico SS soacutelidos soluacuteveis Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Observou-se que a cultivar Manchester apresentou maiores valores de pH e soacutelidos

soluacuteveis (plt005) comparados com a cultivar Smile essa diferenccedila natildeo foi observada para a

acidez titulaacutevel na qual natildeo houve diferenccedila estatiacutestica entre os tratamentos

O conteuacutedo de aacutecidos orgacircnicos presentes nas frutas eacute um importante indicador de

sabor e qualidade nutricional aleacutem de estimular o apetite e facilitar a digestatildeo (DAVIS

HOBSON 1981 ROBERTSON et al 1989 SALLES 2003) Esses aacutecidos tambeacutem

aumentam a absorccedilatildeo de potaacutessio no organismo e promove a dissoluccedilatildeo e metabolismo de

cobre zinco e caacutelcio Ao facilitar a utilizaccedilatildeo desses elementos os aacutecidos promovem o

aumento da resistecircncia do organismo agraves doenccedilas (RUSSELL 1992 SCHEIBLEW et al

1997)

Nas hortaliccedilas os teores de aacutecidos livres na mateacuteria fresca podem variar entre 02 a

04 g 100g-1

o que representa valores de pH elevado (55 a 65) com algumas exceccedilotildees

(NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al 2014)

Tarazona-Diaz et al (2010) encontrou valores de pH para casca de melancia das

cultivares Fashion Azabache Motril Kudam e Boston variando de 510 a 537 valores

similares aos encontrados nas cultivares deste estudo e inferiores ao encontrado por Lima et

al (2015) que foi de 714

Quanto agrave acidez para a mateacuteria liofilizada e em outras cultivares foram encontrados

valores de 845 (LIMA et al 2015) e 632 (PORTELA 2009) superiores ao deste estudo

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

32

Na maioria dos frutos os soacutelidos soluacuteveis representam de 85 a 90 dos accediluacutecares

sendo o restante constituiacutedo de vitaminas fenoacutelicos pectinas e aacutecidos orgacircnicos (ALVES et

al 2010) Visando ao processamento eacute interessante ter teores de soacutelidos soluacuteveis mais

elevados jaacute que esse processo ocasiona perda do suco celular por extravasamento do corte o

qual iraacute ocasionar menor sabor doce do produto (SASAKI et al 2006)

Os valores obtidos para soacutelidos soluacuteveis na cultivar Manchester foram

significativamente maiores que os da cultivar Smile Os valores deste estudo para a cultivar

Manchester encontraram-se dentro do intervalo de variaccedilatildeo reportada por outros autores nas

cultivares Azabache (402) Kudam (48) e Boston (50) de acordo com Tarazona- Diaz et al

(2010)

Ainda o conteuacutedo de accediluacutecares pode variar em diferentes cultivares de acordo com a

regiatildeo anatocircmica do fruto e asua concentraccedilatildeo decresce com o aumento da temperatura de

armazenamento (CHISHOLM PICHA 1986 RISSE et al 1990)

Portanto os valores obtidos neste estudo para pH acidez total e soacutelidos soluacuteveis

mostram que a casca da melancia seria um substrato susceptiacutevel para o crescimento de muitos

micro-organismos tanto bacteacuterias como fungos (BRACKETT 1987) mas se mantidas boas

condiccedilotildees de temperatura de congelamento eou refrigeraccedilatildeo as cascas podem ser reutilizadas

para obtenccedilatildeo de subprodutos fontes de compostos bioativos sem perda desses compostos

durante o processo de armazenamento (TARAZONA 2010)

Verificou-se que houve diferenccedila significativa para fenoacutelicos totais e capacidade

antioxidante quando comparadas as cultivares Manchester e Smile

Tabela 2 Fenoacutelicos totais (mg 100 g-1

) e capacidade antioxidante-DPPH ( de proteccedilatildeo) em

cascas de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares Fenoacutelicos totais

(mg 100 g-1

)

Capacidade antioxidante

( de proteccedilatildeo)

Manchester 397 a 3178 a

Smile 037 b 2053 b

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

A cultivar Manchester apresentou valores superiores a cultivar lsquoSmilersquo (plt 005) em

compostos fenoacutelicos e na capacidade antioxidante que pode ser explicado devido agrave

variabilidade geneacutetica entre as cultivares isto eacute tais caracteriacutesticas diferem do ponto de vista

geneacutetico

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

33

Estudos tecircm demonstrado que existe uma forte relaccedilatildeo positiva entre fenoacutelicos totais e

a capacidade antioxidante de frutas e hortaliccedilas (KAUR KAPOOR 2002 ABDILLE et al

2005) enquanto outras natildeo tecircm evidenciado tal correlaccedilatildeo A correlaccedilatildeo entre fenoacutelicos totais

e a capacidade antioxidante pode depender do meacutetodo escolhido e tambeacutem das caracteriacutesticas

hidrofoacutebicas ou hidrofiacutelicas do sistema teste e dos antioxidantes testados (KAHKONEN et

al 1999 ISMAIL et al 2004)

Tarazona-Dias et al (2010) encontrou maiores teores de fenoacutelicos totais e maior

capacidade antioxidante na casca que na polpa da melancia de diversas cultivares o que

corrobora com o fato das partes habitualmente natildeo comestiacuteveis das hortaliccedilas serem fontes em

potencial de compostos bioativos o que justifica o seu consumo

Na anaacutelise de micro e macronutrientes (Tabela 3) foram observadas diferenccedilas

significativas entre os tratamentos em todos os macro e micronutrientes com exceccedilatildeo dos

teores de zinco no qual natildeo se teve diferenccedila significativa entre as cultivares estudadas

Tabela 3 Teores de micronutrientes (boro ferro manganecircs e zinco em mg kg-1

) e macronutrientes

(foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre e soacutedio em g kg-1

) de melancias lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo

Cultivares

Fe Mn

Zn P K Ca Mg Na

----------------mg kg-1

---------------- -------------------g kg-1

--------------------------------

Manchester

3400 b 1525 b 2672 a 302 b 8187 a 500 a 234 a 097 b

Smile 5232 a 2398 a 2737 a 585 a 7381 b 299 b 128 b 107 a

B = boro Fe = ferro Mn = manganecircs Zn = zinco P = foacutesforo K = potaacutessio Ca = caacutelcio Mg = magneacutesio S =

enxofre e Na = soacutedio

Meacutedias seguidas de mesma letra nas colunas natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5

Frutas e hortaliccedilas satildeo importantes fontes de elementos essenciais como os minerais

Estes desempenham uma funccedilatildeo vital no desenvolvimento e boa sauacutede do corpo humano e as frutas

e hortaliccedilas satildeo consideradas as principais fontes de minerais necessaacuterios na dieta humana

(HARDISSON 2001)

O teor de ferro na cultivar Manchester foi inferior ao encontrado na cultivar Smile

poreacutem ambas as cultivares apresentaram teores desse micro mineral superiores aos encontrados por

Gondim et al (2005) nas cascas de frutas como o abacate (218mg 100g-1

) banana (126mg 100g -1

)

e mamatildeo (110mg 100g-1

) O teor de zinco foi similar nas duas cultivares Manchester de 267 mg

100g -1

e Smile de 273 mg 100g -1

e similar ao encontrado em casca de tangerina (283mg 100g -1

) e

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

34

superior ao encontrado em cascas de outras frutas como o abacate e abacaxi cujo os teores de zinco

foram de 12394 e 7644100g-1

respectivamente (GONDIM et al 2005)

A Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (DRI) eacute a quantidade de vitaminas minerais e

proteiacutenas que deve ser consumida diariamente para atender agraves necessidades nutricionais da maior

parte dos indiviacuteduos e grupos de pessoas de uma populaccedilatildeo sadia (BRASIL 1998)

Os valores meacutedios de minerais foram expressivos do ponto de vista nutricional quando

comparado ao recomendado pelas DRIrsquos para a faixa etaacuteria de 9 a 70 anos de ambos os sexos (DRI

2011) Considerando uma porccedilatildeo de 100g para micronutrientes em lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo os

teores de Fe correspondem a 24 e 37 respectivamente das recomendaccedilotildees diaacuterias manganecircs 65 e

104 zinco 38 e 385 Para os macronutrientes os teores de foacutesforo assume de 428 e 835

caacutelcio de 50 a 30 e magneacutesio de 90 a 496 da DRI O potaacutessio estaacute compreendido entre 81

mg e 73 mg para lsquoManchesterrsquo e lsquoSmilersquo respectivamente Jaacute o soacutedio o teor foi de 970 mg para

cultivar Manchester e de 1000 mg para a cultivar Smile comparado com a indicaccedilatildeo da RDA

(Recommended Dietary Allowances) que eacute de 15

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

35

6 CONCLUSOtildeES

Para a maioria dos paracircmetros analisados a cultivar Manchester destacou-se em

relaccedilatildeo a cultivar Smile Apenas no conteuacutedo de acidez e zinco natildeo houve diferenccedila estatiacutestica

entre os tratamentos O conteuacutedo de minerais de ambas as cultivares corresponde a um

percentual consideraacutevel das Recomendaccedilotildees Dieteacuteticas de Referecircncia

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir da carecircncia de dados na literatura sobre a caracterizaccedilatildeo nutricional da casca

da melancia satildeo necessaacuterios mais estudos sobre as potencialidades no uso desse resiacuteduo

alimentar como produto alimentiacutecio seja como adicionado a outros produtos ou mesmo no

enriquecimento de farinhas sucos ou outros preparados de frutas como forma de ingestatildeo de

compostos bioativos e minerais

Natildeo obstante a diversidade de meacutetodos para avaliar a capacidade antioxidante e por

natildeo existir um procedimento metodoloacutegico universal seria oportuno avaliar a capacidade

antioxidante da casca da melancia por diferentes ensaios com fundamentos e diferentes

mecanismos de accedilatildeo

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

37

REFEREcircNCIAS

ABDILLE MDH SINGH RP JAYAPRAKASHA GK JENA BS Antioxidant

activity of the extracts from Dillenia indica fruits Food Chemistry v 90 Issue 4 p 891ndash

896 2005

ABU-REIDAH I M ARRAacuteEZ-ROMAacuteN D SEGURA-CARRETERO A FERNAacuteNDEZ-

GUTIEacuteRREZ A Profiling of phenolic and other polar constituents from hydromethanolic

extract of watermelon (Citrullus lanatus) by means of accuratemass spectrometry (HPLCndash

ESIndashQTOFndashMS) Food Research International 51 354ndash362 2013

AGNES M RIMANDO A PENELOPE M PERKINS-VEAZIE Determination of

citrulline in watermelon rind Journal of ChromatographyA v 1078 p196ndash200 2005

AKASHI K MIYAKE C YOKOTA A FEBS Letters v 508 p438 2011

ALMEIDA DPF Cultura da Melancia Faculdade de Ciecircncias Universidade do Porto

2003

ALONSO J B NIETO J S LOacutePEZ V N GAacuteLVEZ A B VICIOSO I GALLEGO

B C PEacuteREZ P O SALINAS C S Citrulina plasmaacutetica como marcador de peacuterdida de

masa enterocitaria en la enfermedad celiacuteaca en la infancia Nutricioacuten Hospitalaria v 26 n

4 p 807-813 2011

ANDERSON D Antioxidant defences against reactive oxygen species causing genetic and

other damage Mutation Research Amsterdam v350 n1 p103-108 1996

AOAC (2010) Association of Official Analytical Chemists Official methods of analysis 17

ed Gaythersburg MD

BAHRI S ZERROUK N AUSSEL C MOINARD C CRENN P CURIS E

CHAUMEIL JC CYNOBER L SFAR S Citrulline From metabolism to therapeutic use

Nutrition 2012

BALASUNDRAM N SUNDRAM K SAMMAN S Phenolic compounds in plants and

agri-industrial by-products Antioxidant activity occurrence and potential uses Food

Chemistry v 99 p 191-203 2006

BRAVO L Polyphenols Chemistry dietary sources metabolism and nutritional

significance Nutrition Reviews v56 n11 p317-333 1998

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

38

BROWN Jr AC SUMMERS WL Carbohydrate accumulation and color development in

watermelon Journal of the American Society for Horticultural Science Mount Vernon

v110 n5 p683-687 1998

BYSTROM L M Characterisation of phenolics by LC-UVVIS LC-MSMS and sugars by

GC in Melicoccus bijugatus Jacq lsquoMontgomeryrsquo fruits Food Chemistry v 111 n 4 p

1017-1024 2008

CAMPAGNOL R MATSUZAKI R T MELLO S C Conduccedilatildeo vertical e densidade de

plantas de mini melancia em ambiente protegido Horticultura Brasileira Brasiacutelia v 34

p137-143 2016

CARAGAY AB Cancer preventive foods and ingredients Food Technology Chicago

v46 p65-68 1992

CASTELLANE PD CORTEZ G E A cultura da melancia Jaboticabal FUNEP p64

1995

CHIPAULT J R MIZUN G K HAWKINS J M LUNDBERG W O The antioxidant

properties of natural spices Food Res v 17 p 46-55 1952

COLLINS JKWU G PERKINS-VEAZIE P SPEARS K CLAYPOOL PL BAKER

RA E CLEVIDENCE BA Watermelon consumption increases plasma arginine

concentrations in adults Nutrition v23 p261-266 2007

CRENN P MESSING B CYNOBER L Citrulline as a biomarker of intestinal failure due

to enterocyte mass reduction Clinical nutrition v 27 n 3 p 328-339 2008

DAVIES J N HOBSON G E The constituents of tomato fruit-the influence of

environment nutrition and genotype Crit Rev Food Sci Nutr v 15(3) p205-280 1981

DIAS R C BARBOSA G da S SOUZA F F QUEIROZ M A de RESENDE G M

DE COSTA N D Cultivares In Sistema de produccedilatildeo de melancia Petrolina Embrapa

Semiaacuterido 2010 (Embrapa Semiaacuterido Sistema de produccedilatildeo 6) Disponiacutevel

emhttpssistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLMelanciaSistemaProducaoM

elanciacultivareshtmgt Acesso em setembro de 2016

DI MASCIO P SIES K SIES H Lycopene as the most efficient biological carotenoid

singlet oxygen quencher Archive of Biochemistry and Biophysics v1p 274(2)532

1989

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

39

DRI (DIETARY REFERENCE INTAKES) Estimated average requirements Beltsville Food

and Nutrition Board Institute of Medicine National Academies p 8 2011

ELMOSTROM GW DAVIS PL Sugar in developing and mature fruits of several

watermelon cultivars Journal of the American Society of Horticultural Science Mount

Vernon VA v 106 n3 p330-333 1981

FANG YZ YANG S WU G Nutrition v18 p872 2002

FAO Produccedilatildeo mundial de melancia 2006 a 2010 Roma Disponiacutevel em

httpfaostatfaoorgDesktopDefautlaspxPageID=339amplang=enAcesso em setembro de

2016

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na

produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 402p 2000

GUIMARAtildeES R R FREITAS M C J SILVA V L M Bolos simples elaborados com

farinha da entrecasca de melancia (Citrullus vulgaris sobral) avaliaccedilatildeo quiacutemica fisica e

sensorial Ciecircncias e Tecnologia de Alimentos vol30 no2 Campinas AprJune 2010

GONCcedilALVES M M SCHIEDECK G MEDEIROS C A B Produccedilatildeo de Mini melancia

em Sistema orgacircnico no Sul do Rio Grande do Sul como alternativa para a

diversificaccedilatildeo das aacutereas de tabaco Disponiacutevel em httpsembrapabrhortalicasbusca-

epublicacoespublicacao780883dinamica-do-agronegocio-brasileiro-da-melancia-producao-

consumo-e-comercializacao Acesso em novembro de 2016

HARDISSON A et al Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island

of Tenerife Food Chemistry 2001 vol 73 p 153-161

HARTMAN WJ TORRE PM PRIOR RL Dietary citrulline but not ornithine

counteracts dietary arginine deficiency in rats by increasing splanchnic release of citrulline

Journal of Nutrition v 124 p 1950ndash1960 1994

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

40

HICKNER RC TANNER CJ EVANS CA CLARK PD HADDOCK A

FORTUNE C GEDDIS H WAUGH W MCCAMMON M L-Citrulline reduces time to

exhaustion and insulin response to a graded exercise testMedicine amp Science in Sports amp

Exercise v 38 n 4 p 660-666 2006

IBGE Pesquisa de orccedilamento familiar Aquisiccedilatildeo per capita por classes de renda Acesso em

setembro de 2016 INFANTE J SELANI M M TOLEDO N M V SILVEIRA-DINIZ M F ALENCAR

S M SPOTO M H F Atividade antioxidante de resiacuteduos agroindustriais de frutas

tropicais Alim Nutr= Braz J Food Nutrition Araraquara v24 n1 p87-91 2013

KAUR C KAPOOR H C Anti-oxidant activity and total phenolic content of some Asian

vegetables Food Science technology v 37 Issue 2 February p 153 ndash 161 2002

KHKONEN A I MARJA P HOPIA HEIKKI J VUORELA J R KALEVI P

Antioxidant Activity of Plant Extracts Containing Phenolic Compounds Journal

Agricultural of Food Chemistry p 47 v 3954minus3962 1999

LIMA A SILVA A M O TRINDADE R A TORRES P T MANCINI-FILHO

Composiccedilatildeo quiacutemica e compostos bioativos presentes na polpa e na amecircndoa do pequi

(caryocar brasiliense camb) Jornal da revista brasileira de fruticultura Jaboticabal - SP

v 29 n 3 p 695-698 Dezembro 2007

LIMA J P PORTELA J V F MARQUES L ABBAS EL-AOUAR M A A Farinha de

entrecasca de melancia em biscoitos sem gluacuteten Ciecircncia Rural Santa Maria v45 n9

p1688-1694 set 2015

LEE E H KO J S SEO J K Correlations of plasma citrulline levels with clinical and

endoscopic score and blood markers according to small bowel involvement in pediatric crohn

disease Journal of pediatric gastroenterology and nutrition v 57 n 5 p 570-575 2013

LEE SK KADER AA Preharvest and postharvest factors influencing vitamin C content of

horticultural crops Postharvest Biology Technology p20 v 207ndash220 2000

LIU F Antioxidant activity of garlic acid from rose flowers in senescence accelerated mice

Life Sciences v77 p230-240 2005

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

41

LUIKING Y C HALLEMEESCH M M VAN DE POLL M C DEJONG C H DE

JONGE W J LAMERS W H DEUTZ N E Reduced citrulline availability by OTC

deficiency in mice is related to reduced nitric oxide production American Journal of

Physiology-Endocrinology And Metabolism v 295 n 6 p E1315-E1322 2008

MELO EA MACIEL M I S LIMA V L A G LEAL F L L CAETANO A C S

NASCIMENTO R J Capacidade antioxidante de hortaliccedilas usualmente consumidas

Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v26 n3 p639-644 2006

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z Journal of Chromatography v201 p 1073 2005

NASCIMENTO M R F Caracteristicas sensoriales microbioloacutegicas y fisico-quimica de

dulces en masa de cascara de maracuya amarillo Alimentariav347 p97-100 2004

NAWAR WW Lipids In FENNEMA OR (Ed) Food Chemistry 2 ed New York

Marcel Dekker p 139-244 1985

NAZK M SHAHIDI F Extractions and analysis of phenolics in food The Journal of

Chromatographic Science v1054 n1-2 p95-111 2004

NUUTILA AM PUUPPONEN-PIMIA AM OKSMAN-CALDENTEY KM Comparison

of antioxidante activities of onion and garlic extracts by inhibition of lipid peroxidation and

radical scavenging activity Food Chemistry v 81 p 485 a 493 2003

OZCAN S ENYUVA HZ Improved and simplified liquid chromatography atmospheric

pressure chemical ionization mass spectrometry method for the analysis of underivatized free

amino acid in various food Journal of chromatography v1135179 p185 2006

PANTELIDIS G E Antioxidant capacity phenol anthocyanin and ascorbic acid contents in

raspberries blackberries red currants gooseberries and Cornelian cherries Food Chemistry

Washington v102 p777ndash783 2007

PERKINS-VEAZIE P COLLINS JK PAIR SD ROBERTS W Lycopene contente

differs among red fleshed watermelon cultivars Journal of the Sciene of Food and

Agriculture p81 v983ndash987 2001

PERKINS-VEAZIE P COLLINS J K Flesh quality and lycopene stability of fresh-cut

watermelon Postharvest Biology and Technology v 31 cap 2 p 159-166 fevereiro de

2004

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

42

PESCHEL W SAacuteCNCHEZ-RABANEDA F DIEKMANN W PLESCHER A

GARTZIacuteA I JIMEacuteNEZ D LAMUELA-RAVENTOacuteS R BUXADERAS S CODINA

C Na industrial approach in the search of natural antioxidants from vegetable and fruit

wastes Food Chemistry Barking v 97 p 137 ndash 150 2006

PRATT D E BIRAC P M Source of antioxidant activity of soybeans and soy products J

Food Science v 44 p 1720-1722 1979

RABIER D KAMOUN P Metabolism of citrulline in man Amino acids v 9 p 299-316

1995

RATNAM D ANKOLA D BHARDWAJ V SAHANA D KUMAR M Role of

antioxidants in prophylaxis and therapy A pharmaceutical perspective Journal Control

Release v 113 n 2 p 189-207 2006

RESENDE G M COSTA N D DIAS R C S Densidade de plantio na cultura da

melancia no vale do Satildeo Francisco Petrolina EMBRAPACPATSA 2006 p 4

(Comunicado Teacutecnico 125)

RICE-EVANS CA Measurement of total antioxidant activity as a marker of antioxidant

status in vivo procedures and limitations Free Radical Biology and Medicine v20 p933-

956 1996

RIMANDO AM PERKINS-VEAZIE PM Determination of citruline in watermelon rind

Journal of Chromatography A v 1078 p 196-200 2005

ROBERTSON J A MEREDITH F I RUSSELL RB SCORZA R Physical chemical

and sensory evaluation of high- and low-quality peaches Acta Horticulture 254 155-159

1988

ROCKENBACH I I RODRIGUES E CATANEO C GONZAGA L V LIMA A

MANCINI-FILHO FETT R Aacutecidos fenoacutelicos e atividade antioxidante em fruto de physalis

peruviana L Alimentos e Nutriccedilatildeo Araraquara v19 n3 p 271-276 julset 2008

ROE DA Effects of drugs on vitamins needs Annals of the New York Academy Sciences

New York v669 p156-163 1992

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

43

ROUGEacute C ROBERT CD ROBINS A BACQUER OL COCHETIEgraveRE MDL E

DARMAUN D (2008) Determination of citrulina in human plasma red blood cells and

urine by electron impact (EI) ionization gas chromatographyndashmass spectrometry Journal of

Chromatography B v 865 p 40-47

RUSSELL J B Another explanation for the toxicity of fermentation acids at low pH Anion

accumulation versus uncoupling J Appl Bacteriol 73 363-370 1992

SALLES C NICKLAUS S SEPTIER C Determination and gustatory properties of taste-

active compounds in tomato juice Food Chemistry p81(3) v 395-402 2003

SAacuteNCHEZ-MORENO C LARRAURI J A SAURA-CALIXTO F A procedure to

measure the ant iradical eff iciency of polyphenols Journal of the Science of Food and

Agriculture v 76 1998

SANTANA A F OLIVEIRA L F Aproveitamento da casca de melancia (Curcubita

citrullus Shrad) na produccedilatildeo artesanal de doces alternativos Alimentos e Nutriccedilatildeo v16 4

p 363-368 2005

SANTOS MF NASCIMENTO I R Cultura da Melancia (1ordf ed) Ed Teacutecnica Brasiacutelia

(DF) EMBRAPA HORTALICcedilAS p 57 2004

SCHEIBLE WR GONZALEZ-FONTES A LAUERER M MULLER-ROBER B

CABOCHE M STITT M Nitrate acts as a signal to induce organic acid metabolism and

repress starch metabolism in tobacco Plant Cell v 9(5) p783-798 1997

SIMONNE A CARTER M FELLERS R WEESE J WEI CI SIMONNE E AND

MILLER M Chemical physical and sensory characterization of watermelon rind pickles

Journal of Food Processing Preservation v 26 p 415-31 2002

SINGLETON VL ROSSI JJA Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-

phosphotungsticAmerican Journal of Enology and Viticulture v16 p144 a 148 1965

SOARES S E Aacutecidos fenoacutelicos como antioxidantes Revista de Nutriccedilatildeo da PUCCAMP

v15 n1 p 71-81 2002

SOUAD A M JAMAL P OLORUNNISOLA K S Effective jam preparations from

watermelon waste International Food Research Journal v19 Issue 4 p 1545-1549 2012

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

44

TACO ndash Tabela brasileira de composiccedilatildeo de alimentos NEPA ndash UNICAMP 4ed rev e

ampl Campinas NEPA ndash UNICAMP 2011 161p Disponiacutevel em lt

httpwwwunicampbrnepatacocontartaco_4edicao_ampliada_e_revisadapdfarquivo=tac

o_4_versao_ampliada_e_revisadapdf gt acessado em 10 de setembro de 2016

TANG W H W SHRESTHA K WANG Z BOROWSKI A G TROUGHTON R W

KLEIN A L HAZEN S L Protein Carbamylation in Chronic Systolic Heart Failure

Relationship With Renal Impairment and Adverse Long-Term Outcomes Journal of

Cardiac Failure v 19 n 4 p 219-224 2013

TARAZONA M S VIEGAS J MOLDAO-MARTINS M AGUAYO E Bioactive

compounds from flesh and by-product of fresh-cut watermelon cultivarsJournal Science

Food Agricultural v 91 p 805ndash812 2011

TARAZONA M SILVA-PEREIRA C SANTOS-PINTO S AGUAYO E Influencia de la

temperatura y duracion de la conservacion en los compuestos funcionales de subproductos de

pepino y sandıa VI Congr Espanol de Ingenieria de Alimentos Logropp 230ndash232 2010

TLILI I HDIDER C LENUCCI M S ILAHY R JEBARI H DALESSANDRO G

Bioactive compounds and antioxidant activities of different watermelon (Citrullus lanatus

(Thunb) Mansfeld) cultivars as affected by fruit sampling area Journal of Food

Composition and Analysis v 24 p 307-314 2011a

TLILI I HDIDER C LENUCCI MS RIADH I JEBARI H DALESSANDRO

GBioactive compounds and antioxidant activities during fruit ripening of watermelon

cultivars Journal of Food Composition and Analysis 24 923-928 2011b

VAN EIJK H M H WIJNANDS K A P BESSEMS B A F M OLDE DAMINK S

W DEJONG C H C POEZE M High sensitivity measurement of amino acid isotope

enrichment using liquid chromatographyndashmass spectrometry Journal of Chromatography

B v 905 n 0 p 31-36 2012

VILELA NJ AacuteVILA AC VIEIRA JV Dinacircmica do agronegoacutecio brasileiro da

melancia produccedilatildeo consumo e comercializaccedilatildeo Brasiacutelia Embrapa Comunicado Teacutecnico

n42 12p 2006

WU G MORRIS J S Arginine metabolism nitric oxide and beyond Biochemical

Journal v 336 p 1-17 1998

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014

45

MOLNAacuteR-PERL I FUumlZFAI Z S Chromatographic capillary electrophoretic and capillary

electrochromatographic techniques in the analysis of flavonoids Journal of

Chromatography v 1073 Issues 1ndash2 p 201ndash227 2005

NAWIRSKA-OLSZAŃSKA A BIESIADA A SOKOŁ-ŁETOWSKA A KUCHARSKA

A Z Characteristics of organic acids in the fruit of different pumpkin species Food

Chemistry v 148 p 415ndash419 2014