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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DE SINALIZADOR A ATRACTIVO CULTURAL FARÓIS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA TURÍSTICA Cleber da Silva Reis Dissertação de Mestrado em Geografia Especialidade em Lazer, Cultura e Turismo Lisboa 2008

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA · 2010. 10. 3. · MESTRADO EM GEOGRAFIA LAZER, CULTURA E TURISMO Lisboa 2008 . 3 Ao amigo Andre Neveu (in memorian)

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  • UNIVERSIDADE DE LISBOA

    FACULDADE DE LETRAS

    DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

    DE SINALIZADOR A ATRACTIVO CULTURAL

    FARÓIS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA TURÍSTICA

    Cleber da Silva Reis

    Dissertação de Mestrado em Geografia Especialidade em Lazer, Cultura e Turismo

    Lisboa 2008

  • 2

    UNIVERSIDADE DE LISBOA

    FACULDADE DE LETRAS

    DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

    DE SINALIZADOR A ATRACTIVO CULTURAL

    FARÓIS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA TURÍSTICA

    Cleber da Silva Reis

    Dissertação Orientada por Professora Doutora Maria Alexandre Lousada

    MESTRADO EM GEOGRAFIA

    LAZER, CULTURA E TURISMO

    Lisboa 2008

  • 3

    Ao amigo Andre Neveu (in memorian). Breton de corpo e de alma. A quem primeiro revelei a minha paixão pelos faróis. Lamento amigo, não foi possível concluir a tese antes da sua surpreendente partida, mas por coincidência, se não foi mais uma das suas brincadeiras, esta última etapa se deu na França, pra ser mais preciso em sua casa, na Bretanha, em companhia da sua amada e inesquecível Nicole. Pertinho dos nossos “pirilampos”.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Lembro-me das palavras proferidas por uma colega nas primeiras semanas de

    aula do Mestrado: O trabalho académico é uma tarefa árdua e solitária. Fiquei

    preocupado com o que havia escutado. Como não sou de sofrer por

    antecipação, aguardei para confirmar essa “teoria”. No decorrer da jornada,

    pude constatar o quanto é difícil a caminhada mas, como todas elas, tem que

    ser dado o primeiro passo. Assim comecei, fazendo o possível para que a

    profecia da colega não se cumprisse. Graças ao bom Deus, pai de todas as

    ciências, foi possível. Por essa razão, é exactamente para Ele o meu primeiro

    agradecimento.

    Além de ter sido acolhido e respeitado, durante toda a trajectória, tive a sorte de

    ter sido bem aceite como orientando, pela Professora Doutora Maria Alexandre

    Lousada, que apostou na idéia e assumiu o faroleiro. Fez o possível para que o

    desânimo não se aproximasse de mim. Para ela faço um agradecimento

    especial. Foi maravilhoso perceber que intelectualidade e humildade é possível.

    Obrigado Professora. Sua dedicação, atenção e solicitude foram como que um

    bálsamo benigno nesta minha trajectória.

    A seguir, o meu especial reconhecimento ao Professor Doutor Eduardo Brito

    Henriques. Sempre tão gentil e paciente, mesmo quando as minhas idéias

    ainda estavam em conflito. Presença extremamente marcante nesta mina

    caminhada. Quão bom é tê-lo por perto!

    Uma palavra de gratidão especial à Professora Doutora Carminda Cavaco.

    Lembro-me do brilho em seus olhos no nosso primeiro encontro. Sempre tão

    disposta em resolver as minhas interrogações. Sempre tão optimista e

    entusiasta durante as aulas do mestrado. Logo me senti acolhido, em casa.

    Obrigado pelo carinho que a professora tem pelo Brasil.

    Professor, Doutor Jorge Gaspar, rendo-lhe reverências. Que amor pela

    geografia! Que bom humor! Impossível não alcançar o zénite, tendo a sua

    figura como exemplo, ser-lhe-ei eternamente grato por tudo.

  • 5

    Professora doutora Eduarda Marques da Costa, apesar de estar sempre à

    correr, nunca deixou de atender a um apelo meu, mesmo quando das minhas

    abordagens-relâmpagos em pleno corredor da UL. Obrigado.

    A todos os professores do mestrado, o meu muito obrigado. Recebam aquele

    abraço de alguém que recebeu de vocês “régua e compasso”.

    Abro um espaço especial para agradecer às funcionárias da Secretaria da UL:

    Sras. D. Arlete Pato e Mª de Fátima Lopes, exemplos de seres humanos e

    competência profissional. Realmente, fazem jus àquele provérbio: quem não

    vive para servir, não serve para viver, sem palavras para dizer-lhes o quanto as

    quero bem e lhes sou grato.

    A todos os colegas do Mestrado, em especial à Leonor Santos Silva. Obrigado

    por existir em minha vida. Colou no meu peito feito tatuagem, só para me dar

    coragem! Igualmente, agradeço ao seu espôso André Magalhães que aceitou

    dividir a sua amada com um homem da terra estrangeira, o que não deve ser

    brincadeira. Obrigado, irmãozinho.

    Minha querida Rita Félix, sempre tão meiga e amiga. Obrigado, amore. Você

    merece todo o bem que houver nessa vida. Foi difícil para você continuar. Não

    tenha dúvida que, apesar de sentir sua falta, entendi perfeitamente os motivos.

    Muito obrigado pela força.

    Meu Guru! Como esquecer de você, Doutor Joaquim Ferreira Boiça, o homem

    dos faróis. Sabe tudo. Obrigado, meu amigo. Atendia aos meus chamados em

    plenas férias, com tanta amabilidade. Jamais esquecerei nossos encontros na

    Direcção de Faróis e faróis à fora. Acho que, além de lhe agradecer, lhe devo

    desculpas. Exagerei nos apelos. Obrigado pela generosidade.

    Professora Doutora Ana Rita Sulz, é a sua vez. Meu Deus, como você

    conseguia dar conta de tanta coisa, e ainda ter tempo para ajudar-me, lendo as

    minhas “linhas”. E a formatação final? Cuidou de tudo direitinho. Tenho

    consciência do meu abuso. Sem o seu auxílio, concluir seria pura ilusão.

    Obrigado, minha querida, quando eu crescer, quero ter metade do seu talento.

    Esse agradecimento reflecte-se também em seu esposo César e seus filhos

  • 6

    Paulo e Inês, sempre tão compreensivos, quando das nossas atribuladas

    reuniões em sua casa.

    Sem os meus amigos, nem pensar! Como dizia Vinicius de Moraes: Eu poderia

    suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...

    mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos. Se me esquecer de

    alguém, foi por lapso da memória, com certeza! Esquecer da Professora

    Doutora Rita de Cássia Ribeiro Queiroz seria imperdoável, sempre tão atenta a

    tudo que acontecia, no Brasil e em Portugal. Vigiou a minha trajectória durante

    todo o Mestrado e sempre me perguntava pelo dever de casa.

    Professora Doutora Érika Simone Dias, você foi fantástica. Sabe da minha

    gratidão, sim? Quanta paciência José, seu companheiro, teve conosco. Sou

    grato a ele também.

    Doutora Margarida Lameiras, minha amiga, terapeuta, irmã. Sem sua presença,

    suas massagens e o seu divã, seria realmente muito difícil.

    Eu disse que havia envolvido muita gente nesta jornada e não estava a brincar.

    Imagina se eu me esqueço de agradecer ao Professor Doutor Lúcio Farias e à

    Professora Doutora Zeny Duarte, mestres dos mestres, poços de humildade e

    sapiência. Aprendi até latim. Obrigado pelas correcções em meus textos e pela

    amizade tão primorosa. Quantas idas e vindas à Cidade do Porto, heim! Amo

    vocês.

    Professora Doutora Diojace Cerqueira da Mota, grande amiga, sempre na

    torcida. Obrigado pela sintonia, mesmo de lá, do lado debaixo do Equador.

    Estendo esta mesma gratidão à amiga profª. Doutora Berthilde Moura, “a

    mulher do património...”, ao amigo Daniel Domingues, nas revisões de língua

    estrangeira, e aos amigos Gustavo Freire e Swamy Ramos pelo apoio durante

    a etapa de encadernação dos exemplares finais da tese.

    Professora Doutora Lysie Reis. Obrigado, minha irmã. Não entendia onde você

    encontrava tanta coragem e tempo para as suas pesquisas e ainda descobrir

    “coisas” para a minha dissertação. Lembro-me das nossas madrugadas

  • 7

    intelectuais. Pensei que, ao chagar no Brasil ficaria quieta. Puro engano.

    Continuava a me dar força. Que D. Oxum lhe proteja sempre, minha nêga!

    Minha querida amiga, Professora Doutora Gláucia Trinchão. Ainda bem que

    você existe. Obrigado por me indicar fontes tão proveitosas e me sequestrar

    para momentos de relax quando visitava Portugal. Aproveito também para

    agradecer ao Gilberto Paulo, do Sector de Recepção da Biblioteca Nacional

    pelo apoio constante.

    Minha amiga de fé, Professora Doutora Heloísa Liberalli Bellotto. Agora

    entendo porque a USP e o mundo acadêmico lhe rende reverências. Jamais

    esquecerei das suas palavras optimistas, quando teve acesso ao meu tema.

    Gracia Mille.

    À Professora Doutora Maria Helena Occhi Flexor, a minha gratidão pelo

    incentivo e por ter acreditado que seria possível levar adiante esse meu

    projecto.

    Professor Doutor Agostinho Araújo, da Universidade do Porto. Obrigado. Suas

    indicações foram primorosas.

    Ao meu líder espiritual Hermes Telles que, mesmo do outro lado do Atlântico,

    cuidou de mim. Raimundo César, querido, meu carinho !

    Suzane Lopes e Didier Neveu, Jean Marc e Vanusa Brasil, Gabriela e Olivier

    Durand, Thomaz, Antonine e Elvia Castor. Não tenho realmente como

    agradecer o apoio em França. Obrigado pelos almoços e jantares anti-stress.

    Por minha culpa vocês se tornaram especialistas em faróis, como todos os

    meus grandes e bons amigos. Até Nicole Neveu, do alto dos seus 80 anos, não

    poupava esforços quando o assunto era o “pirilampo”. Dedicou grande parte do

    seu tempo em meu auxílio. Também estendo a minha gratidão ao meu querido

    amigo Doutor Jérome Lucereau que abriu as portas da sua vasta biblioteca

    particular em Paris para o meu deleite.

    Lamento, mas ainda não terminou. Estou fora do meu país, e precisei de muita

    gente. Gente no sentido mais nobre da palavra, à exemplo do Sr. Eduardo Silva

    e Sra. D. Maria dos Anjos em Lisboa, pensei que seria apenas o locatário do

  • 8

    seu apartamento nas Janelas Verdes, enfim, nos tornamos, amigos, amados,

    amantes. Não sei o que seria de mim sem vocês. Agradecer é pouco, mas já

    que tem que ser assim, valeu!

    Agradeço à Doutora Alice Caldeira Santos, bibliotecária da Biblioteca Central

    da Marinha pelo apoio e autorização aos documentos inéditos e às Sras. D.

    Zulmira Maria Oliveira Luís e a D. Lisete Gonçalves, Técnicas dessa mesma

    instituição, que por muitas vezes tiveram de esperar por mim para fechar as

    portas, obrigado por tudo. Igualmente, elevo a minha gratidão ao amigo

    Esquisito, funcionário do Museé Nationale de la Marine, em Paris. Você sabe o

    quanto fez por mim, tenho certeza. Aproveito para agradecer à Doutora Cristina

    Veiga, Directora do Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas e à Sra.

    D Isabel Carneiro pelo serviço de apoio durante as minhas pesquisas naquela

    instituição, obrigado pela confiança.

    Na Direcção de Faróis, os meus agradecimentos sinceros e especiais são para

    o Sr. Comandante, Abrante Horta, Sr. Osvaldo Barbosa, faroleiro-chefe da

    aludida instituição, Sra. D. Esmeralda Almeida, do corpo administrativo e a Sra.

    D. Maria de Lurdes Moreira, da “cartografia”. Sem o apoio incondicional de

    vocês, iniciar esta dissertação seria apenas um sonho.

    Wlson Souza - preciso agrdecer-te? Acho que devo, sim? Meu querido

    companheiro das horas certas e incertas, você foi fantástico. Não sei como

    conseguiu suportar o meu stress. Este era um verdadeiro papagaio de pirata,

    lia os meus rascunhos por cima dos meus ombros, como quem nada queria.

    Valeu. Devo-te mais esta.

    Agora os meus sinceros e mais especiais agradecimentos ao grande amor da

    minha vida, minha família, meus pais, Carlos Góis dos Reis e Elisa Reis, aos

    meus irmãos, sobrinhos e à minha cunhada Ceiça. Quanta falta vocês me

    fizeram! Nem é bom lembrar! Para minha sorte, mantive a minha criança viva,

    toda vez que o adulto balançava ela vinha e me dava a mão.

    Meu Pai Oxóssi, dono do meu Ori, Rei de Ketu, sua benção! Obrigado por

    permitir-me mais esta conquista. Okê Arô, pai! E a todos os Orixás da minha

    amada e inesquecível Bahia, Axé!

  • 9

    RESUMO

    A presente dissertação é fruto de uma investigação sobre os faróis portugueses

    enquanto monumentos detentores de forte poder de atracção cultural e

    turística. A partir dessa premissa, busca-se fundamentação historiográfica,

    geográfica e iconográfica para um estudo sobre os atributos que foram

    acrescidos aos faróis actualmente, foco principal da análise em questão, e se

    faz também uma análise da identidade cultural das localidades onde estão

    edificados.

    Ao reconhecer a importância dos faróis como monumento relevante na história

    marítima de Portugal, faz-se também aqui uma reflexão de modo pontual sobre

    património cultural, no sentido de despertar a atenção para a necessidade de

    patrimonialização desse acervo cultural de secular contributo no mundo

    lusitano.

    Este texto académico, recorrendo a exemplos no estrangeiro, dá ênfase à

    experiência portuguesa, nomeadamente, os faróis de Santa Marta, na Cidade

    de Cascais, e o dos Capelinhos, no Arquipélago dos Açores, por serem estes

    dois exemplares representativos da transignificação consumada a partir de

    uma nova visão que envolve a consciência da necessidade de

    desenvolvimento turístico e cultural no seio da sociedade portuguesa.

    Palavras-chave: Farol, cultura, turismo, monumento, património cultural.

  • 10

    ABSTRACT

    The present dissertation is about the Portuguese lighthouses as important

    monuments for culture and tourism. It provides historical, geographic and

    iconographic foundations for a study on the current attributes of lighthouses, the

    main issue in focus, as well as an analysis of the cultural identities of the

    regions where they are built.

    Acknowledging lighthouses' importance as monuments relevant to Portuguese

    maritime history, this dissertation also offers a reflection on cultural endowment,

    in order to call attention for the valorization of this cultural asset of secular

    significance in the Portuguese world.

    This academic text, which draws examples from several places, emphasizes

    the Portuguese experience with case studies on the lighthouses of Santa Marta,

    in the city of Cascais, and Capelinhos, in the Azores Archipelago, given that

    these two lighthouses are representative examples of an increasing demand for

    improvements in Portuguese cultural tourism.

  • 11

    ÍNDICE DE FIGURAS

    Figura I.1 Representação para compreensão do alcance da luz do

    farol ……………………………………………………………...

    31

    Figura I.2 Representação do Farol de Alexandria …………………….. 34

    Figura I.3 Farol de Hércules, na Corunha ........................................... 34

    Figura I.4 Farol de Cordouan .............................................................. 36

    Figura I.5 Representação de um farol que funcionava através de um

    mecanismo de relojoaria …………..………………………….

    39

    Figura I.6 Mecanismo de relojoaria que garante o giro do farol ……... 39

    Figura I.7 Candeeiros a petróleo ………………………………………... 40

    Figura I.8 Fonte de alimentação dos faróis a vapor de petróleo …….. 40

    Figura I.9 Lente com óptica de Fresnel ............................................... 42

    Figura I.10 Aparelho lenticular de Fresnel ............................................ 42

    Figura I.11 Instalação de uma bóia luminosa ........................................ 43

    Figura I.12 Farol de São Miguel-o-Anjo ................................................. 46

    Figura I.13 Farol do Cabo de São Vicente ............................................ 47

    Figura I.14 Uma visão mais detalhada do farol do Cabo de São

    Vicente ………………………………………………………….

    47

    Figura I.15 Lápide existente na entrada do farol de São Vicente ......... 48

    Figura I.16 Farol do Cabo da Roca ………………………………………. 54

    Figura I.17 Representação esquemática das barras para a orientação

    dos navios, à entrada do Porto de Lisboa …………………..

    56

    Figura I.18 Farol da Guia ...................................................................... 57

    Figura I.19 Farol do Bugio ..................................................................... 59

    Figura I.20 Tabela dos faróis edificados em Portugal entre 1761 e

    1977 …………………………………………...........................

    63

    Figura I.21 Índices do documento Avisos aos Navegantes ……………. 66

    Figura I.22 Parte integrante do Documento Lista de Faróis, referente

    aos Açores ……………………………………………………..

    67

  • 12

    Figura II.1 Postal de divulgação do evento sobre monumentos

    ocorrido em Lisboa no mês de Julho de 2007 …………….

    93

    Figura II.2 Fortaleza de Sagres ………………………………………….. 94

    Figura II.3 Escultura exposta em um Centro Comercial de Lisboa …... 103

    Figura II.4 Montra em “café” na Rua de São Paulo, em Lisboa ……… 103

    Figura II.5 Montra em “café” na Rua de São Paulo, em Lisboa.

    Destaque para a figura do faroleiro ………………………….

    104

    Figura II.6 Representação de um farol, na secção de brinquedos, no

    período natalino, em centro comercial de Lisboa ………….

    104

    Figura II.7 Representação de um farol, na secção de brinquedos, no

    período natalino, em centro comercial de Lisboa ………….

    104

    Figura II.8 Série alusiva a “Faróis Brasileiros”. O selo mostra o Farol

    de São João (Curupuru, Maranhão) …………………………

    105

    Figura II.9 Foto do cartaz de divulgação da Exposição “faróis de

    Portugal” ocorrida em Junho de 1987, na Torre de Belém,

    em Lisboa ………………………………………………………

    107

    Figura II.10 Cartaz publicitário da Exposição de faróis da União

    Europeia ………………………………………………………..

    108

    Figura II.11 Farol da Barra ao entardecer ………………………………... 110

    Figura II.12 Interior do Museu Náutico da Bahia no Farol da Barra,

    Salvador ………………………………………………………...

    111

    Figura II.13 Farol de Battery Point ………………………………………… 112

    Figura II.14 Farol St. Mary’s - Newcastle …………………………………. 113

    Figura II.15 Farol de Richard ………………………………………………. 114

    Figura II.16 Interior do museu existente no Farol de Richard ………….. 114

    Figura II.17 Localidades onde estão edificados os principais faróis

    franceses ……………………………………………………….

    115

    Figura II.18 Marcador de livro, comercializado em um dos faróis da

    Bretanha ………………………………………………………..

    116

  • 13

    Figura II.19 Reprodução de vários faróis existentes na costa marítima

    francesa …………………………………………………..…….

    117

    Figura III.1 Mapa de Cascais com indicação da localização do Farol

    de Santa Marta ………………………………………………...

    128

    Figura III.2 Artigo publicado em jornal acerca da musealização ……… 130

    Figura III.3 Farol de Santa Marta antes da criação do núcleo

    museológico ……………………………………………………

    132

    Figura III.4 Farol de Santa Marta antes da sua musealização. Detalhe

    para a casa de Santa Maria ao lado ………………………...

    133

    Figura III.5 Placa de inauguração do Farol-Museu de Santa Marta ….. 134

    Figura III.6 Portão de entrada ao pólo museuológico do Santa Marta .. 134

    Figura III.7 Vista da área externa do Farol e um dos núcleos do

    museu …………………………………………………………..

    135

    Figura III.8 O Farol recuperado na sua estrutura externa …..…………. 136

    Figura III.9 Entrada principal das dependências do museu …………… 136

    Figura III.10 Visão mais detalhada do Farol e do seu núcleo

    museológico ……………………………………………………

    137

    Figura III.11 Espaço dedicado ao faroleiro ………………………………... 138

    Figura III.12 Lanterna antiga de um farol exposta no museu do Santa

    Marta ……………………………………………………………

    139

    Figura III.13 Diferentes modelos de faróis que utilizavam a óptica de

    Fresnel ………………………………………………………….

    139

    Figura III.14 Estrofe de um dos poemas que compõem o acervo do

    Farol Museu Santa Marta ………………………………….....

    140

    Figura III.15 Fotografia exposta no Museu do Santa Marta …………….. 140

    Figura III.16 Representação da Ilha do Faial (Açores) …………………... 142

    Figura III.17 O Farol dos Capelinhos parcialmente soterrado pelas

    cinzas do vulcão ……………………………………………….

    149

    Figura III.18 Vista parcial com um dos pavimentos já soterrados pelas

    cinzas vulcânicas …………………………………………….

    149

    Figura III.19 Farol em meio à fumaça durante a erupção ……………….. 150

  • 14

    Figura III.20 O Farol totalmente degradado pela acção do vulcão …….. 150

    Figura III.21 Ruína do farol dos Capelinhos ………………………………. 151

    Figura III.22 Instalação da lanterna do Farol dos Capelinhos …………... 155

    Figura III.23 Parte da torre do Capelinhos após a instalação da

    lanterna ………………………………………………………....

    156

    Figura III.24

    Detalhe da área utilizada na construção do Centro de

    Interpretação Ambiental do Farol dos Capelinhos...............

    157

    Figura III.25 A utilização das estruturas anexas do Farol na construção

    do Centro em questão ………………………………………...

    157

    Figura III.26 Detalhes da planta da requalificação do Capelinhos ……... 157

    Figura III.27 Imagens em terceira dimensão de parte do projecto

    interior do Centro de Interpretação dos Capelinhos ……….

    158

    Figura III.28 Imagens em terceira dimensão de parte do projecto

    interior do Centro de Interpretação dos Capelinhos ……….

    158

    Figura III.29 Capa da Revista National Geographic nº. 78 ……………… 159

    Figura III.30 O Farol dos Capelinhos com a sua nova lanterna ………… 160

    Figura III.31 Recuperação de toda a área que circunda o Farol ……….. 160

    Figura III.32 Reestruturação da área que envolve o Capelinhos para a

    instalação do Centro de Interpretação ………………………

    160

    Figura III.33 Recuperação das paredes externas e as construções

    anexas …………………………………………………………..

    160

    Figura III.34 Construção de grandes muralhas para garantir a

    implantação do Centro dos Capelinhos ……………………..

    161

    Figura III.35 Operários trabalhando no reforço das paredes externas do

    farol ……………………………………………………………...

    161

    Figura III.36 A grandiosidade das estruturas ………................................ 161

    Figura III.37 Detalhe da quantidade de ferro e betão que está a ser

    utilizado na construção do Centro dos Capelinhos ………..

    161

    Figura III.38 Vista parcial da área de abrangência do projecto …………. 161

    Figura III.39 Construção da estrutura central do Centro de

    Interpretação Ambiental dos Capelinhos ……………………

    162

  • 15

    Figura III.40 Construção da estrutura central do Centro de

    Interpretação Ambiental dos Capelinhos ……………………

    162

    Figura III.41 Evolução da estrutura central ……………………………….. 162

    Figura III.42 A estrutura central tomando forma ………………………….. 162

    Figura III.43 Colocação do molde que dará origem à estrutura que fará

    alusão a uma erupção vulcânica …………………………….

    162

    Figura III.44 Colocação do molde que dará origem à estrutura que fará

    alusão a uma erupção vulcânica ….…………………………

    162

    Figura III.45 Retirada do molde e o resultado parcial da estrutura

    central …………………………………………………………..

    163

    Figura III.46 Vista detalhada da estrutura central e o avanço das obras 163

    Figura III.47 Evolução das obras após a construção da estrutura

    central …………………………………………………………..

    163

    Figura III.48 Evolução das obras após a construção da estrutura

    central …………………………………………………………..

    163

    Figura III.49 Primeiras imagens reais do interior da sala principal do

    Centro de Interpretação dos Capelinhos ……………………

    164

    Figura III.50 Primeiras imagens reais do interior da sala principal do

    Centro de Interpretação dos Capelinhos ……………………

    164

    Figura III.51 Continuação das obras e a sua dimensão …………………. 164

    Figura III.52 Continuação das obras e a sua dimensão …………………. 164

    Figura III.53 Logotipo criado em homenagem aos 50 anos da erupção

    do Vulcão, fenómeno que pôs fim ao Farol dos Capelinhos

    165

    Figura III.54 T-shirts estampadas cm o logótipo do cinquentenário dos

    Capelinhos ……………………………………………………..

    166

    Figura III.55 Calendários utilizando o logótipo dos 50 anos da erupção .

    Figura III.56 Agendas e postais ilustrados com o logótipo do

    cinquentenário dos Capelinhos ………………………………

    166

    Figura III.57 Medalhas que fazem alusão aos 50 anos da erupção nos

    Capelinhos ……………………………………………………..

    166

  • 16

    ÍNDICE GERAL

    INTRODUÇÃO ……………………….…………………………………………… 19

    ESTRATÉGIA DE PESQUISA ……………………………….…………………….. 24

    Capítulo I – OS FARÓIS ENQUANTO SINALIZADORES E A SUA IMPORTÂNCIA

    PARA A COSTA MARÍTIMA PORTUGUESA …………….…………………………

    26

    I.1 O FAROL: CONCEITO, FINALIDADES, FUNCIONAMENTO, FONTES DE

    ENERGIA, COR DA LUZ E ORIGEM LUMINOSA ………………………………..

    27

    I.1.1 Construção das torres e edifícios anexos …………………… 31

    I.2 BREVE HISTÓRICO DO SURGIMENTO DOS FARÓIS E OS AVANÇOS NA

    FAROLOGIA ………………………………………………………………….

    33

    I.3 O PROCESSO DA FAROLIZAÇÃO LUSITANA ……………………………. 45

    I.3.1 Os Primeiros Faróis Portugueses …………………………….. 45

    I.3.2 Do Alvará pombalino de 1758 à actualidade ………………... 49

    I.3.3 A rede lusitana de faróis e as tutelas ………………………… 60

    I.3.4 Os faroleiros e a guarda dos faróis …………………………... 68

    Capítulo II – O PATRIMÓNIO MONUMENTAL E OS FARÓIS ENQUANTO

    ATRACÇÃO TURÍSTICA …………………………………………………………..

    75

    II.1 TURISMO, LUGAR E MONUMENTOS ……………………………………..

    76

    II.2 A CULTURA E O LAZER ENQUANTO ATRACTIVOS TURÍSTICOS ………... 78

    II.3 CRITÉRIOS DETERMINANTES PARA A VIABILIDADE DE UM ATRACTIVO

    TURÍSTICO …………………………………………………………………..

    81

    II.4 O PATRIMÓNIO CULTURAL E A MONUMENTALIDADE DOS FARÓIS ……. 85

    II.4.1 Monumento, monumento histórico e monumento nacional . 91

    II.4.2 A Protecção do Legado Monumental e seus Aspectos

    Legislativos ……………………………………………………………

    96

    II.5 PRÁTICAS CULTURAIS NO ÂMBITO TURÍSTICO ………………………… 99

    II.6. NOVAS POSSIBILIDADES ATRIBUÍDAS AOS FARÓIS …………………… 102

  • 17

    Capítulo III – OS FARÓIS PORTUGUESES: SOBREVIVENTES DO TEMPO

    PASSADO INTEGRADO AOS CIRCUITOS TURÍSTICOS ……………………………

    120

    III.1 AS NUANCES DO TURISMO E OS FARÓIS LUSITANOS ENQUANTO

    ATRACÇÕES TURÍSTICO-CULTURAIS …………………..……………………

    121

    III. 2 O FAROL DE SANTA MARTA EM CASCAIS: PERSPECTIVA HISTÓRICA 126

    III. 2. 1 Projecto e processo de musealização …………………….. 131

    III.2.2 O Projecto executado ………………………………………… 133

    III. 3 O FAROL DOS CAPELINHOS: RESENHA HISTÓRICA ………………….. 141

    III.3.1 A construção do Farol ………………………………………... 145

    III.4 A ERUPÇÃO DO VULCÃO DOS CAPELINHOS E A DESTRUIÇÃO DO

    FAROL ……………………………………………………………………....

    147

    III.5 A INFLUÊNCIA DA CULTURA LOCAL NO PROCESSO DE

    TRANSIGNIFICAÇÃO DO FAROL DOS CAPELINHOS ………………………….

    152

    CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………….. 169

    BIBLIOGRAFIA …………………………………………………………………… 173

    ANEXOS …………………………………………………………………………. 180

    Anexo A.1 – Página de rosto do Alvará Pombalino de 1758 ……………..

    181

    Anexo A.2 – Síntese Cronológica dos Serviços Efectuados na

    Sinalização de Apoio aos Navegantes na Costa Marítima Portuguesa

    (1962-1987) …………………………………………………………………….

    182

    Anexo A.3 – Edital do Concurso de Faroleiros referente ao Ano de 1994 186

    Anexo A.4 – Exame de Língua Portuguesa para Ingresso de Faroleiros.

    Realizado no ano de 2006 ……………………………………………………

    187

    Anexo A.5 - Exame de Matemática para Ingresso de Faroleiros.

    Realizado no ano de 2006 ……………………………………………………

    190

    Anexo A.6 - Exame prático de Electricidade para Ingresso de Faroleiros.

    Realizado no ano de 2006 ……………………………………………………

    195

  • 18

    Anexo A.7 – Decreto da classificação da Capela Farol de São Miguel-o-

    Anjo, como Monumento Nacional ……………………………………………

    197

    Anexo A.8 – Artigo Publicado no Jornal Público Local acerca da

    Musealização do farol de Santa Marta ……………………………………...

    199

    Anexo A.9 – Publicação da Premiação do Farol de Santa Marta com

    “Menção Honrosa Cidade – Intervenções de natureza física localizadas

    em ambiente urbano”…………………………………………………………..

    200

    Anexo A.10 – artigo publicado no Jornal A TARDE sobre a História de

    Salvador contada através de seus faróis …………………………………

    201

  • 19

    INTRODUÇÃO

  • 20

    Introdução

    Mediante a análise das construções realizadas no meio ambiente,

    compreende-se a capacidade que o homem possui de criar ou recriar espaços

    representativos das suas expressões de necessidades, saberes e desejos. A

    percepção dessa realidade torna-se imprescindível para direccionar a

    investigação aqui proposta, cujo objecticvo está centrado em: Destacar a

    importância dos faróis - de sinalizadores a atractivos turísticos para o

    desenvolvimento cultural da sociedade portuguesa. Para isso, faz-se

    necessário compreender a história dos faróis, ora destacando a sua técnica e

    função, ora aprofundando a sua compreensão imagética.

    É esta perspectiva que guiará o estudo intitulado De Sinalizador a Atractivo

    Cultural: Faróis Portugueses numa Perspectiva Turística. Por um lado os faróis

    portugueses são analisados no quadro da história da costa marítima de

    Portugal e, por outro serão examinadas as suas novas atribuições enquanto

    monumentos detentores de um considerável poder de atracção turística.

    A análise que se realiza no presente estudo concentra-se não somente na

    observação dos aspectos formais dos faróis, mas também enfatiza o processo

    de transignificação. Os faróis portugueses são estudados enquanto suporte da

    memória social capaz de se evidenciar como imagem, e nos diversos modos

    como esses monumentos se apresentam. É, portanto, nesse sentido que eles

    são aqui examinados, de modo particular, aqueles que melhor correspondem à

    perspectiva turística e cultural.

    O intuito de apresentar os faróis a partir de uma visão turística surgiu quando

    se notou que a grande gama de informações publicadas acerca do assunto

    encontra-se quase unicamente relaccionada com a historicidade desses

    monumentos e a sua técnica de funcionamento enquanto instrumento de

    navegação e sinalização marítima. Isso se pode constatar ao consultar as

    obras de Ferreira (1868), Vilhena (1995), Aguilar (1998), dentre outros autores

    que apresentam a história dos faróis de maneira primorosa, utilizando-se de

    excelente material iconográfico.

  • 21

    Não deixa dúvidas de que esses autores conseguem responder aos anseios

    daqueles que procuram ou questionam os faróis a partir dessa óptica.

    Entretanto, neste trabalho não se tem a intenção de referir esses monumentos

    unicamente no contexto histórico – funcional. A abordagem desta dissertação

    baseia-se na vertente turística dos faróis.

    No quadro do circuito dos faróis portugueses, destacam-se apenas dois

    exemplares para contextualizar a idéia central da dissertação: o Farol de Santa

    Marta no Concelho de Cascais e o Farol dos Capelinhos, na Ilha do Faial,

    (Arquipélago dos Açores).

    A opção por esses dois faróis adveio do facto de, durante o desenolvimento do

    trabalho, se ter constatado, através de notas em jornais e publicações digitais,

    que já existia em Portugal a intenção de oferecer novas possibilidades a esses

    monumentos. Ambos são alvos de projectos a serem implantados, visando

    rentabilizá-los enquanto atracção turística, o que se confirmou logo a seguir: o

    Farol de Santa Marta tornou-se pólo museológico, dotado de um acervo que

    apresenta aos visitantes a história dos faróis portugueses e da vida dos

    faroleiros; no Farol dos Capelinhos tenciona-se instalar em suas

    dependências um centro de estudos e interpretação da natureza. Em resumo,

    os faróis portugueses são apresentados no âmbito da sua monumentalidade e

    enquanto elementos de diálogo entre a cultura e o turismo.

    O desenvolvimento da dissertação em questão conduziu a uma tripartição do

    trabalho: 1) Os Faróis Enquanto Sinalizadores e a sua Relevância no contexto

    Turístico-Cultural; 2) O Património Monumental e os Faróis enquanto

    Atracções Turísticas; 3) Os Faróis Portugueses: Sobreviventes do Tempo

    Passado Integrados nos Circuitos Turísticos.

    Depois de uma breve apresentação da estratégia de pesquisa utilizada, o

    primeiro capítulo debruça-se sobre a trajectória histórica dos faróis, desde a

    sua génese e os aspectos mais remotos da sua existência até a situação

    actual, dando ênfase à costa navegável lusitana, por ser Portugal o país de

    interesse neste estudo. Aqui serão apresentados factos relevantes da evolução

  • 22

    histórica dos faróis portugueses e também será explicitado o seu valor turístico

    e cultural.

    O segundo capítulo focaliza a inserção dos faróis no âmbito cultural e turístico,

    mostrando a transignificação dessas estruturas edificadas em monumentos que

    deixam de ter apenas uma função prática e passam a ser referenciais culturais,

    exemplificando com alguns países onde já é comum a utilização da imagem

    dos faróis associada à implantação de museus em suas imediações e como

    atracção turística, valorizando também a paisagem local, uma vez que eles

    estão sempre implantados em posições estratégicas. No caso de Portugal, os

    faróis ganham relevância e devem ser cada vez mais considerados como

    monumentos que remetem para o carácter náutico da cultura portuguesa.

    No terceiro capítulo desenvolve-se a perspectiva turística enunciada no

    capítulo anterior. Destaca-se a importância do investimento nos faróis como

    modo de adicionar novos bens culturais aos atractivos turísticos. O objectivo

    deste capítulo é mostrar os faróis como um elemento com forte capacidade de

    atrair visitantes, tanto no intuito de contemplar o panorama no entorno deles,

    quanto torná-los testemunho da história local. Assume cada um deles

    especificidades nas informações a serem transmitidas aos turistas, definidas a

    partir das peculiaridades paisagísticas e históricas tanto de âmbito nacional

    como do sítio onde estão construídos.

    Sendo objecto de estudo especificamente os faróis de Santa Marta e dos

    Capelinhos, demonstra-se a viabilidade do aproveitamento desses enquanto

    monumentos de visitação turística, uma vez que as propostas existentes para

    ambos coincidem com a idéia de proporcionar atractivos diferenciados aos

    visitantes.

    Por conseguinte, a pesquisa demonstra que é possível dinamizar e diversificar

    o tipo de atracção turística associada aos faróis portugueses, assegurando-se

    um fluxo de visitantes através do acesso a informações distintas em cada um

    dos monumentos em questão, oferecendo cultura e lazer de maneira a

    valorizar não só o monumento em si, mas todo o contexto que o envolve.

  • 23

    O trabalho culmina com uma reflexão final sobre os faróis enquanto

    monumentos capazes de atrair olhares, não apenas pela sua importância de

    sinalizadores marítimos bem como pela sua imponência e valor estético aliados

    ao seu viés turístico a partir da história que “contam”: seja a da sua existência,

    da localidade em que estão edificados, seja da sua transignificação em

    atracção turística. Conclui-se com um diagnóstico sócio-cultural e enfoque de

    possíveis linhas de interesses, onde as experiências estrangeiras representem

    um referencial estimulante a ser aplicado à realidade do país.

  • 24

    ESTRATÉGIA DE PESQUISA

    A realização do estudo sobre os faróis portugueses numa perspectiva turística

    exigiu estratégias baseadas em análise documental e na observação directa de

    exemplares edificados em solo português e francês.

    Relativamente à análise documental, foi necessário investigar em instituições

    portuguesas e estrangeiras o acervo arquivístico e bibliográfico. As instituições

    em que se realizou pesquisa, entre 2004 e 2007, foram designadamente as

    seguintes: em Lisboa: Biblioteca Nacional, Biblioteca Central da Marinha,

    Arquivo Histórico Militar, Biblioteca da Ajuda, Biblioteca do IPPAR, Arquivo

    Histórico do Ministério das Obras Públicas, Arquivo da Direcção Geral de

    Faróis, Biblioteca da Associação Nacional de Cruzeiros, Biblioteca do Instituto

    Hidrográfico de Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Biblioteca da

    Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

    Em França: Bibliothèque Nationale de Paris, Bibliothèque de Champigny Sur-

    Marne, Archive du Musée National de La Marine.

    Esta pesquisa ainda foi complementada com uma ampla cobertura fotográfica,

    sendo parte considerável desta realizada pelo próprio autor. Em Portugal, esta

    cobertura se deu nas localidades de Cascais e Sagres; em França, na Cidade

    de Paris, na Região da Bretanha, nas cidades de La Vieille, Saint Mathieu,

    Penmarch e também na Normandia na cidade de Gatteville.

    A pesquisa documental e iconográfica também foi desenvolvida através de

    consulta aos sites do Portal do Governo dos Açores, Vulcão dos Capelinhos,

    IPPAR, Ministério da Defesa, Revista da Armada, Farol do Albarnaz, Ciência

    Viva, Maravilhas da Humanidade, Jornal Folha de São Paulo dentre outros que

    se encontram referidos na bibliografia.

    Ao nível da observação do acervo edificado, foram inventariados e

    diagnosticados (período de construção, tipologia, arquitectura, estado actual de

  • 25

    conservação e manutenção; nesse último item, deu-se ênfase à existência de

    faroleiro, sua formação e o desempenho de sua actividade) um número

    significativo de faróis dos quais também se investigou a respeito de um

    possível processo de classificação enquanto património cultural. De modo

    especial esta observação foi feita nos faróis de Santa Marta, Cabo da Roca,

    Cabo Espichel, Cabo de São Vicente e Farol do Bugio por revestirem-se de

    grande significado turístico na cultura portuguesa.