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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE PÓS – GRADUAÇÃO MESTRADO EM HEBIATRIA TRATAMENTO DA DOR DECORRENTE DAS MIALGIAS MASTIGATÓRIAS COM A TENS E A MASSAGEM TERAPÊUTICA FACIAL EM ADOLESCENTES Camaragibe - PE 2009 PAULO HENRIQUE WANDERLEY GUIMARÃES PIMENTEL

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE PÓS – GRADUAÇÃO MESTRADO EM HEBIATRIA

TRATAMENTO DA DOR DECORRENTE DAS MIALGIAS MASTIGATÓRIAS

COM A TENS E A MASSAGEM TERAPÊUTICA FACIAL EM ADOLESCENTES

Camaragibe - PE

2009

PAULO HENRIQUE WANDERLEY GUIMARÃES PIMENTEL

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TRATAMENTO DA DOR DECORRENTE DAS MIALGIAS MASTIGATÓRIAS

COM A TENS E A MASSAGEM TERAPÊUTICA FACIAL EM ADOLESCENTES

Camaragibe - PE

2009

DEDICATÓRIA

Dissertação apresentada ao programa de Pós–Graduação em Hebiatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, como requisito para obtenção do título de mestre em Hebiatria. Mestrando: Paulo Henrique Wanderley Guimarães Pimentel Orientador: Prof. Dr. Arnaldo de França Caldas Júnior Co-orientador: Prof. Dr. Maurício Kosminsky

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Pelo caráter, honestidade, ensinamentos, dedicação, educação e disciplina,

dedico essa conquista ao meu avô Lino Nascimento Pimentel, que não está mais

entre nós, mas sempre estará presente na minha vida e nas minhas melhores

lembranças.

AGRADECIMENTOS

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Agradeço primeiro a Deus, por me abençoar todos os dias e atender as minhas preces.

Aos meus pais, por estarem presentes em todos os momentos da minha vida,

participando efetivamente de cada etapa da minha formação profissional, sempre

me incentivando e me apoiando em tudo que faço.

Aos meus irmãos, pela amizade que existe entre nós. Por torcerem tanto pelo

meu sucesso.

A minha família pelo apoio e incentivo em todos os momentos da minha vida.

Em especial ao meu amigo, orientador Prof. Dr. Arnaldo de França Caldas

Júnior, pelo grande auxílio e experiência, pela amizade e paciência. Obrigado pelos

firmes princípios de sabedoria, de ser humano, humildade, amor ao próximo e

exemplo de vida. Meus sinceros agradecimentos.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Maurício Kosmisky, pelos importantes

conselhos científicos e exemplo de profissionalismo.

Aos meus novos amigos, Tatiana, Greiciane, Pierre, Gutenberg, Eduardo,

Ana Carolina, Raquel, Cíntia Katz, não tenho palavras para agradecer a contribuição

de todos vocês. Muito obrigado do fundo do coração.

Aos professores Eliane Alvim, Evelyne, Verônica, Roseane, Kátia Caldas,

Viviane Colares, Marcos, Nelson Loretto e Paulo Sávio, pelos valiosos ensinamentos

científicos.

Aos funcionários da FOP, Anderson, Rodrigo, Marcílio, Joana. Mosquito,

Luciano, Ceça, Jefferson, pelo inestimável apoio.

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Aos colegas do mestrado, Francisco Valverde, Fabíola Boff, Fátima, Socorro,

Rafaela, Guilherme, pelos eventuais auxílios e aconselhamentos.

Aos funcionários do Centro de Controle da Dor Orofacial pela

disponibilidade em atender os pacientes que participaram desta pesquisa, pelo

carinho e atenção sempre dispensados.

Aos colegas da turma de mestrado em Hebiatria, pelos momentos

agradáveis que passamos juntos.

A família Figueiroa pelo incentivo, carinho e consideração.

Aos pacientes do Centro de Controle da Dor Orofacial pela colaboração

nesta pesquisa.

A Universidade de Pernambuco – UPE, pela a oportunidade e aprendizado.

A todos que colaboraram, direta ou indiretamente, na realização deste

trabalho.

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EPÍGRAFE

Pesquiso para constatar, constatando, intervenho. Intervindo educo e me educo. Pesquiso para saber o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. ... Afinal, minha presença no mundo não é de a ele se adaptar, mas, a de quem aele

se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da historia.

Paulo Freire.

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RESUMO

A disfunção da articulação temporomandibular (ATM) denominada de disfunção temporomandibular ou desordem temporomandibular (DTM), é um conjunto de desordens clínicas musculoesqueléticas que envolvem a musculatura mastigatória, articulações temporomandibulares e estruturas associadas. O objetivo do estudo foi comparar o tratamento das mialgias mastigatórias (MM) com a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e a massagem terapêutica facial em pacientes adolescentes, verificar a eficácia do tratamento das MM com a utilização da TENS e com a massagem terapêutica facial e determinar o NNT (Number Need to Treat) com a finalidade de comparar as técnicas utilizadas. Tratou-se de um estudo analítico, prospectivo, do tipo ensaio clínico controlado e randomizado, aberto e duplo-cego, com uma amostra total de 22 pacientes, sendo 14 no grupo da TENS e 8 no grupo da massagem terapêutica facial. Está pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade de Pernambuco – UPE com registro CEP/UPE: 036/08 e registro no CAEE: 0037.0.097.000-08. Como critérios de diagnóstico foram utilizados o DMF (Índice de severidade, descrito por Fonseca, 1992), através de entrevista por telefone, exame clínico com cirurgião-dentista especialista em dor orofacial (DTM), aplicação do Research Diagnostic Criteria of Temporomandibular Disorders (RDC) eixo I, por um componente da pesquisa previamente calibrado para realização do questionário, randomização e avaliação. Como critérios de avaliação foram utilizados a escala visual analógica (EVA), abertura oral máxima (AOM) e a algometria de pressão. As análises foram obtidas através de medidas estatísticas: como a média e o desvio padrão (técnicas de estatística descritiva) utilizando os testes estatísticos: t-Student para duas amostras independentes com variâncias iguais ou desiguais, t-Student para amostras pareadas, F (ANOVA) para medidas repetidas com comparações de Bonferroni ou LSD (Least Significance Diference) quando os resultados das comparações de Bonferroni não foram coerentes com o resultado do teste F. Ressalta-se que a verificação da hipótese de igualdade de variâncias foi realizada través do teste F de Levene. Observou-se que as médias da EVA foram menores no grupo do TENS do que no grupo da massagem terapêutica facial em cada avaliação e sessão. A avaliação do antes da conduta foram menos elevadas na 10a do que na 1a sessão em cada avaliação enquanto que na avaliação do depois da conduta ocorreu o contrário (p > 0,05). Em relação à AOM todas as sessões e grupo as médias do depois da conduta foram correspondentemente mais elevadas do que antes da conduta (p < 0,05). Em todas as avaliações e sessões, as médias da algometria foram correspondentemente mais elevadas no grupo da TENS do que na massagem terapêutica facial e diferenças significantes foram registradas na 1a e 5a sessão da avaliação no depois da conduta no músculo temporal direito, na 5a sessão antes da conduta e nas duas avaliações depois da 10a sessão do músculo temporal esquerdo, na 5a e na 10a sessão nas duas avaliações, sendo que entre os casos com diferença significante as médias variaram de 278,57 a 559,82. Concluímos que a utilização de ambas as terapias são eficazes na diminuição da sintomatologia dolorosa ocasionada pelas MM, avaliadas pela AOM, EVA e algometria de pressão. Na comparação entre a TENS e a massagem terapêutica facial, observamos uma melhor eficácia no grupo da TENS, e um NNT (Number Need to Treat) de 4,68.

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DESCRITORES: Articulação Temporomandibular, Transtornos da Articulação Temporomandibular, Massoterapia, Estimulação Elétrica Transcutânea do Nervo, Adolescência, Dor Facial. ABSTRACT TMD dysfunctions, also known as temporomandibular dysfunctions or temporomandibular joint disorders, are a range of clinical muscle disorders that involve the masticatory muscles, temporomandibular joint and associated structures. The aim of this study was to compare the MM treatment with both transcutaneous electric nerve stimulation (TENS) and therapeutic facial massage in teenager patients, verify the efficacy of each treatment for the MM (TENS and therapeutic facial massage) and determine the NNT (Number Need to Treat) with the purpose of comparing the chosen techniques. This is an analytical, double blind, prospective, clinical controlled, randomized, open study with a 22 patient sample, being 14 in the TENS group and 8 in the therapeutic facial massage group. this research was approved by the University of Pernambuco (UPE) ethical committee with register CEP/UPE: 036/08 and CAEE register: 0037.0.097.000-08. As diagnosis criteria the DMF (severity indice, described by Fonseca, 1992) through interview, clinical exam with a specialist in orofacial pain (TMJ) dental surgeon, application of the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) axis I, by a research component previously calibrated in the use of the questionnaire, randomization and evaluation. The visual analogical scale (VAS), maximum mouth opening (MMO) and pressure algometry were used as evaluation criteria. The analyses were obtained through use of statistical measurements as average and standard deviation (descriptive statistical techniques) using the statistical tests: t-student for two independent samples with equal or different variants, t-student for pared samples, F (ANOVA) for similar measurements with Bonferroni comparisons or LSD (Least Significance Difference) when the results of Bonferroni comparisons were not coherent with the results of the F test. It’s emphasized that the verification of the equality of variance hypothesis was made using the Levene F test. The average VAS values were lower in the TENS group than the therapeutic facial massage group after each session and evaluation. The evaluation before the procedures were less high in the 10th than in the 1st section in each evaluation, whereas in the evaluation after the procedures it was the opposite (p > 0,05). Regarding the MMO, all the sessions and group averages after procedures were correspondly higher than before the procedures (p < 0,05). In all evaluations and sessions the algometric average values were correspondently higher in the TENS group than the ones in the therapeutic facial massage and significant differences were registered in the 1st and 5th session of evaluation after procedures in the right temporal muscle, in the 5th session before the procedures and in the two evaluations after the 10th session in the left temporal muscle, in the 5th and 10th sessions in both evaluations. Between the cases with significance differences, the average values varied from 278,57 to 559,82. Both therapies are effective to decrease the painful symptoms caused by the MM, evaluated through MMO, VAS and pressure algometry. When comparing TENS and therapeutic facial massage, we observed more effective results in the TENS group and a NNT (Number Need to Treat) of 4,68

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DESCRIPTIONS: Temporomandibular Joint, Temporomandibular joint Disorders, Massotherapy, Transcutaneous Electric Nerve Stimulation, Adolescent, Orofacial pain.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Teoria do Portão de Melzack e Wall……………………………… 43 Figura 2 - Fluxograma................................................................................. 63 Figura 3 - Physiotonus II (Bioset)................................................................ 72 Figura 4 - Colocação dos Eletrodos............................................................ 73 Figura 5 - Alongamento (soltura) e movimentos circulares do músculo

masseter...................................................................................... 74 Figura 6 - Alongamento do músculo temporal anterior............................... 75 Figura 7 - Alongamento ativo do músculo temporal (abertura e fechamento bucal

máximo)...................................................................................... 76 Figura 8 - Contração isométrica dos depressores da mandíbula............... 78 Figura 9 - Escala Visual Analógica (EVA)................................................... 79 Figura 10 - Algômetro analógico................................................................... 81 Figura 11 - Algômetro Digital........................................................................ 82 Figura 12 - Mensuração através do paquímetro........................................... 86 Figura 13 - Paquímetro DIGIMESS............................................................... 87

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tamanho amostral segundo o valor da EVA entre a 1a e a

10a sessões, segundo a avaliação e grupo, com erro de 5%,

poder de 80% para a comparação entre avaliações..............

66

Tabela 2 - Tamanho amostral segundo a variação da EVA segundo a

avaliação e grupo, com erro de 5%, poder de 80% para a

comparação entre os grupos..................................................

66

Tabela 3 - Tamanho amostral segundo o valor da algometria segundo

a avaliação, músculo e grupo, com erro de 5%, poder de

80% para a comparação entre avaliações.............................

66

Tabela 4 - Tamanho amostral segundo a variação da algometria

segundo a avaliação e grupo, com erro de 5%, poder de

80% para a comparação entre os grupos..............................

67

Tabela 5 - Avaliação da EVA segundo a sessão, avaliação e grupo...... 89

Tabela 6 - Avaliação da EVA segundo a avaliação, sessão e grupo...... 92

Tabela 7 - Avaliação da abertura oral máxima (AOM) segundo a

sessão, avaliação e grupo......................................................

93

Tabela 8 - Avaliação da abertura oral máxima (AOM) segundo a

avaliação, sessão e o grupo...................................................

94

Tabela 9 - Avaliação da algometria segundo o músculo temporal

direito e esquerdo por sessão, avaliação e grupo..................

96

Tabela 10 - Avaliação da algometria segundo o músculo temporal

direito e esquerdo por avaliação, sessão, avaliação e grupo

97

Tabela 11 - Avaliação da algometria segundo o músculo masseter

direito e esquerdo por sessão, avaliação e grupo...................

98

Tabela 12 - Avaliação da algometria segundo o músculo masseter

direito e esquerdo por avaliação, sessão, avaliação e grupo

99

Tabela 13 - Avaliação da dor após a 10a sessão segundo o grupo.......... 101

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAOP – American Academy of Orofacial Pain

AOM – Abertura Oral Máxima

ATM – Articulação Temporomandibular

CCDO – Centro de Controle da Dor Orofacial

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

Cm – Centímetro

CNS – Conselho Nacional de Saúde

DMF – Questionário anamnésico simplificado

DTM – Disfunção Temporomandibular

EVA – Escala Visual Analógica

EVN – Escala Visual Numérica

FOP – Faculdade de Odontologia de Pernambuco

Hz - Hertz

IC – Intervalo de Confiança

ITEP – Instituto de Tecnologia de Pernambuco

Kgf – Kilograma-força

Km – Kilometros

LASER – Low Amplification Stimulated Emission Radiation

LDN – Laboratório de Dispositivos e Nanoestruturas

LDP – Limiar de Dor à Pressão

LSD – Least Significance Diference

MM – Mialgias Mastigatórias

MS – Ministério da Saúde

N – Newton

NNT – Number Need to Treat

µs – Microsegundos

RAR – Redução Absoluta do Risco

RDC – Research Diagnostic Criteria of Temporomandibular Disorders

RR – Risco Relativo

RRR – Redução Relativa de Risco

s – segundos

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TENS – Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea

TMD – Temporomandibular Disorders

TTM – Transtorno Temporomandibular

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

UPE – Universidade de Pernambuco

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 14

2. REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................

2.1 Dor............................................................................................................

2.2 Dor Orofacial.............................................................................................

2.3 Disfunção Temporomandibular - DTM.....................................................

2.4 Mialgias Mastigatórias..............................................................................

2.5 Tratamento das Mialgias Mastigatórias....................................................

2.5.1 Modificações Comportamentais..................................................

2.5.2 Tratamento Caseiro.....................................................................

2.5.3 Tratamento com Placas Interoclusais.........................................

2.5.4 Tratamento Farmacológico.........................................................

2.5.5 Tratamento Cirúrgico..................................................................

2.5.6 Tratamento Fonoaudiológico.......................................................

2.5.7 Tratamento Fisioterapêutico........................................................

2.6 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea – TENS .............................

2.6.1 Precauções quanto ao uso da TENS..........................................

2.6.2 Parâmetros utilizados na TENS..................................................

2.6.2.1 Modo Convencional.......................................................

2.6.2.2 Modo Acupuntural..........................................................

2.6.2.3 Modo BURST.................................................................

2.6.2.4 Modo Breve – Intensa....................................................

2.7 Massagem Terapêutica Facial..................................................................

2.7.1 Efeitos da Massagem Terapêutica..............................................

2.7.1.1 Efeito Direto...................................................................

2.7.1.2 Efeito Indireto.................................................................

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53

53

3. OBJETIVOS ..................................................................................................

3.1. Objetivo Geral..........................................................................................

3.2. Objetivos Específicos...............................................................................

56

56

56

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4. METODOLOGIA.............................................................................................

4.1 Considerações Éticas...............................................................................

4.2 Localização do Estudo..............................................................................

4.3 População do Estudo................................................................................

4.4 Seleção da Amostra..................................................................................

4.5 Desenho do Estudo..................................................................................

4.5.1 Consórcio de Pesquisa...............................................................

4.5.2 Ensaio Clínico Randomizado......................................................

4.5.3 Randomização............................................................................

4.6 Estudo Piloto.............................................................................................

4.6.1 Cálculo do Tamanho Amostral....................................................

4.6.2 Tamanhos Amostrais...................................................................

4.7 Critérios de Diagnóstico............................................................................

4.7.1 Questionário Anamnésico Simplificado – DMF...........................

4.7.2 Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular

Disorders – RDC/TMD…………………………….......................

4.8 Abordagens Terapêuticas.........................................................................

4.8.1 Aplicação da Terapia com a TENS..............................................

4.8.2 Alongamentos e Massagem Terapêutica Facial.........................

4.8.2.1 Alongamento Muscular Passivo....................................

4.8.2.2 Alongamento Muscular Ativo.........................................

4.9 Escalas de Avaliação................................................................................

4.9.1 Escala Visual Analógica – EVA...................................................

4.9.2 Algometria de Pressão................................................................

4.9.3 Abertura Oral Máxima ................................................................

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5. RESULTADOS ................................................................................................

5.1 Avaliação da Escala Visual Analógica (EVA).............................................

5.2 Avaliação da Abertura Oral Máxima (AOM)...............................................

5.3 Avaliação da Algometria de Pressão.........................................................

88

88

92

95

6. DISCUSSÃO.....................................................................................................

6.1 Limitações e Dificuldades do Estudo..........................................................

102

104

7. CONCLUSÃO.................................................................................................... 112 REFERÊNCIAS APÊNDICES

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ANEXOS

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1. INTRODUÇÃO

A disfunção da articulação temporomandibular (ATM) denominada de

disfunção temporomandibular (DTM) é um termo coletivo empregado para descrever

um grupo de condições músculoesqueletais que ocorre na região

temporomandibular (LASKIN et al., 1983). O termo “disfunção da articulação

temporomandibular” tornou-se popular em 1959. Muitos termos foram utilizados

como “síndrome da disfunção temporomandibular”, “distúrbio oclusomandibular”,

“mioartropatia da articulação temporomandibular” entre outros. Entretanto, Bell

(1991) introduziu o termo “desordem temporomandibular” que ganhou ampla

aceitação e popularidade. Ao longo dos anos a literatura tem oferecido muitos

sistemas de classificação para essa desordem, cada um com suas vantagens e

desvantagens. Alguns desses sistemas têm usado os fatores etiológicos para

classificação, enquanto que outros utilizam sinais e sintomas (OKESON; KY, 1997).

Em relação ao tratamento a literatura vem discutindo nos últimos dois

séculos, entretanto as opções de tratamento mais consistentes só foram

estabelecidas durante as últimas duas décadas (SHANKLAND II, 2004).

Os sinais e sintomas em crianças e adolescentes têm sido estudados desde

1970, os sinais mais prevalentes nesta idade são os estalidos na articulação,

limitação dos movimentos mandibulares e aumento do tônus muscular. Enquanto

sintomatologia subjetiva observa-se, dor de cabeça, bruxismo, dificuldade na

abertura bucal, dor articular e dor facial (BONJARDIM et al., 2005).

As DTM’s podem ocorre por má oclusão, inflamação por trauma, doenças

sistêmicas, transtornos interno no disco, hipomobilidade ou hipermobilidade articular,

disfunção da articulação adjacente (cervical), desgastes ósseos, sendo o

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desequilíbrio da musculatura mastigatória apontado como uma das principais causas

(MOLINA, 1989).

Em 1999, Carlsson demonstrou que apenas cerca de 3 a 7% da população

procuraram tratamento para dor e transtornos da ATM ou outras estruturas

relacionadas. Nos estudos de prevalência da doença, a variabilidade é extrema,

variando de 6% a 93% quando baseado em informações fornecidas pelo paciente, e

de 0% a 93% baseado em avaliação clínica (De KANTER et al., 1993).

Existem vários tipos de intervenções para o sucesso do tratamento das

mialgias mastigatórias (MM), empregando uma grande variedade de procedimentos

como, modificações comportamentais, exercícios, alongamentos, correção da

postura, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), cirurgia, biofeedback,

placa interoclusal, relaxantes musculares, antidepressivos tricíclicos, vapores

refrigerantes associados a alongamento e infiltrações locais. Mialgias agudas ou

com pouco envolvimento psicossocial, devem ser tratadas pelo clínico, condições

crônicas mais complexas devem ter abordagem com uma equipe multiprofissional,

capacitada a identificar os fatores físicos, psicológicos e sociais que contribuem para

o desencadeamento e a manutenção dos sintomas, realizando um

acompanhamento à longo prazo (JAMES, 2007).

A fisioterapia vem sendo empregada há várias décadas como terapia de

suporte. Ela conscientiza o paciente sobre a causa dos seus sintomas, propicia um

relaxamento muscular, restabelece os movimentos e a função. Ela deve ser incluída

no tratamento das MM por ser relativamente simples, reversível, não invasiva e de

baixo custo em relação a outras modalidades terapêuticas. Nos músculos

mastigatórios, comumente, os seus objetivos são o controle dos sintomas, a redução

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do tônus muscular, diminuição da sintomatologia dolorosa e a recuperação dos

movimentos mandibulares (KOGAWA et al., 2005).

Diante dos aspectos pontuados, este estudo pretende avaliar a eficácia do

tratamento das MM através de duas técnicas, a massagem terapêutica facial e a

estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), consideradas pela literatura

como não-invasivas, de fácil aplicação e baixo custo, em pacientes adolescentes de

ambos os sexos.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DOR

A International Association for Study on Pain conceitua a dor como: “uma

experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tecidual real

ou potencial, ou descrita em termos deste dano”. Com isso, pode-se entender que a

dor não se comporta apenas como um estímulo nociceptivo, mais também a

importantes componentes psicossociais e comportamentais. (MERSKEY; BOGDUK,

1994).

A maioria das pessoas experimenta a dor, e esta pode ser sintoma de uma

disfunção séria em uma parte do corpo ou, apenas, a informação de um dano

reversível em algum tecido. Para muitos, a dor crônica constitui-se em uma doença

de natureza presente de uma forma quase contínua, causando uma mudança

completa no modo de vida (BRADLEY, 1981).

Milhares de pessoas, em todo o mundo, sofrem com a sensação de dor, uma

experiência única e subjetiva. Indivíduos submetidos ao mesmo estímulo nocivo

reagem diferentemente, cabendo ao profissional de saúde a tarefa de obter

informações suficientes para a correta interpretação e significado (FARIAS et al.,

2003).

A dor acompanha a vida do ser humano como um dos grandes desafios da

ciência em decorrência de suas múltiplas implicações. Ela influencia, de uma forma

ou de outra, em todos os segmentos da vida das pessoas. Influencia na vida

profissional, promovendo o aumento do número de faltas ao trabalho em decorrência

da procura por assistência, nos estudos, aumentando a freqüência de faltas por

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parte dos adolescentes nas escolas ou desviando a atenção dos estudantes,

dificultando a concentração e o aprendizado e também nas atividades sociais,

deixando as pessoas acamadas e afastadas dos parentes e amigos. Ou seja, ela

não é só um problema para quem sente, mas também para toda a sociedade, pois

pode causar impacto em uma população (LOCKER; SLADE, 1988).

2.2 DOR OROFACIAL

A dor orofacial pode ser definida como uma condição dolorosa associada a

tecidos duros e moles da cabeça e pescoço, e estruturas intraorais, seu campo

diagnóstico inclui odontalgias, cefaléias, dores músculosesqueléticas, dores

neurogênicas, dores psicogênicas, dores oncológicas, entre outras. Na região

intraoral ela se manifesta na forma aguda principalmente nos dentes e periodonto e

na crônica quando o comprometimento é de origem vascular, neurológico ou

músculo-esquelético, envolvendo os músculos, fáscias, tendões, ligamentos e

superfícies articulares (OKESON, 1996).

A prevalência de dor orofacial é bem diversificada, devido ao fato de terem

conceitos, critérios de diagnóstico e tempo de avaliação distinta. Em relação ao

sexo, a maior prevalência da dor orofacial ocorreu no sexo feminino, e esse

resultado pode estar associado a fatores hormonais, psicológicos e sociais,

conforme visto no estudo de Macfarlane et al. (2002), onde 20,8% dos homens

relataram dor orofacial enquanto 29,8% das mulheres com a existência de

associação da dor orofacial durante o período pré-menstrual e menstrual.

Em uma revisão da literatura sobre o papel dos estrógenos na prevalência

desses transtornos, Wang et al. (2008) mostraram que o início da dor é mais

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prevalente depois da puberdade e diminui anos depois do início da menopausa,

levantando a hipótese de que os hormônios femininos possam ter um papel

etiológico importante.

Agersberg e Carlsson (1972) desenvolveram um estudo sobre as desordens

funcionais do sistema mastigatório, em uma amostra representativa da população da

cidade de Umea, na Suécia. A pesquisa foi realizada entre maio e novembro de

1971. A amostra randomizada foi composta por 1.106 habitantes, sendo 531

homens e 575 mulheres, com idades entre 15 a 74 anos, os quais responderam um

questionário sobre a freqüência das desordens funcionais do sistema mastigatório e

fatores associados. Os resultados mostraram que a dor orofacial e a dor de cabeça

foram reportadas por 24% dos indivíduos. 13% relataram dor de dente e 12% ao

abrir totalmente a boca. Dor no movimento da mandíbula foi declarada por 7% dos

indivíduos e “clicking” e crepitação nas ATM’s foram reportados por 39% delas.

Estas condições foram relatadas mais freqüentemente por mulheres do que

por homens. As mulheres reportaram também mais do que os homens a procura por

tratamento quando sentiram tais desordens funcionais.

Leresche (1997) relatou que a prevalência populacional é maior nas mulheres

na proporção de 2:1, principalmente após a puberdade, na faixa etária de 18 a 44

anos, com redução entre crianças, adolescentes e idosos. Outros fatores

relacionados ao sexo que contribuem para o aumento do risco são: fatores

biológicos, comportamentais, psicológicos e, ou, sociais, considerados como fatores

de risco para a sintomatologia dolorosa das DTM’s. Em relação a prevalência clínica

em função do sexo, a proporção mulher : homem corresponde a 5:1, o que equivale

a aproximadamente 80% dos pacientes em tratamento constituindo-se, assim, um

importante problema de saúde para as mulheres (LERESCHE, 1997).

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Um estudo de perfil demográfico com 667 pacientes foi realizado no Centro

de Controle da Dor Orofacial da Universidade de Pernambuco (Camaragibe, Brasil)

no período de Janeiro de 2006 a Agosto de 2007. Os resultados evidenciaram que a

maioria dos pacientes foram do sexo feminino (84%), sendo (64,6%) de solteiras,

provenientes da cidade do Recife (35,3%) e na faixa etária de 30 a 59 anos (54,9%).

Com relação à dor, a sintomatologia foi mais freqüente na faixa etária entre 30 a 44

anos (29,0%) e em solteiros (62,3%). Os autores concluíram que a variável

demográfica de pacientes portadores de dor orofacial e DTM constituem-se num

importante fator de análise para a determinação da sua morbidade (PIMENTEL et

al., 2008).

Lipton et al. (1993) num estudo com 45.711 famílias, observaram que na sua

amostra 22% apresentavam pelo menos um tipo de dor orofacial, nos últimos seis

meses, sendo 12,2% de origem dental, 5,3% associada à DTM e 1,4% a outros

segmentos da face. Quanto à faixa etária, esses mesmos autores verificaram que

não houve variação de prevalência com o aumento da idade, entretanto Von Korff et

al. (1988) relataram importante redução da prevalência com grupos de idades mais

avançadas, identificando dor em 15% da amostra em indivíduos de 25 a 44 anos de

idade e 1,3% no grupo de 65 anos ou mais. Segundo Dworkin et al. (1990) e

Leresche (1997), os estudos transversais sugerem um declínio na prevalência da

dor orofacial e DTM com o aumento idade.

Em um estudo longitudinal de 20 anos, também foi demonstrado que a

prevalência de sintomas é baixa na infância, aumenta da infância para a idade

adulta jovem e tende a declinar na meia idade. Nesse período, ocorre uma

substancial flutuação nos sinais e sintomas, sendo rara a progressão para sintomas

mais severos (MAGNUSSON; EGERMARK; CARLSSON, 2000).

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Macfarlane et al. (2001) fizeram uma revisão sistemática de estudos

epidemiológicos em dor orofacial, a fim de determinar a prevalência e os fatores de

risco associados à dor orofacial. Foram incluídos estudos de coorte, transversais e

casos-controle da dor orofacial, baseados na população, publicados em língua

inglesa e anteriores a 1999. A média de prevalência de dor orofacial foi de 13%. A

maioria dos estudos descreveu prevalência por idade e gênero (mais de 65%). A

maioria das pesquisas apresentaram uma relação linear negativa entre prevalência e

idade. As mulheres foram especialmente mais suscetíveis a uma prevalência mais

alta que os homens.

Os mesmos autores afirmaram que a maioria das investigações

epidemiológicas tem desenho transversal e há uma clara necessidade de mais

estudos prospectivos para determinar o início da dor orofacial e os fatores

associados com seu desenvolvimento. Alguns problemas metodológicos foram

encontrados nesses estudos, como a dificuldade para definir dor orofacial num

estudo epidemiológico, a inexistência de uma diferença na prevalência de acordo

com a localização da dor e a grande variação no período de tempo utilizado para

estimativas de prevalência. Esta revisão sistemática demonstrou a necessidade de

mais estudos epidemiológicos em dor orofacial na população em geral, porém, com

critérios metodológicos padronizados. Concluíram também que a etiologia da dor

orofacial ainda é pouco compreendida e, para permitir um exame compreensivo da

etiologia, seria necessária a inclusão de fatores demográficos e de estilo de vida,

fatores mecânicos, fatores da história médica e psicológica nos próximos estudos

(MACFARLANE et al., 2001).

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2.3 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR - DTM

A definição de DTM dada pela American Academy of Orofacial Pain (AAOP) é

considerada como um conjunto de desordens clínicas musculoesqueléticas que

envolvem a musculatura mastigatória, articulações temporomandibulares e

estruturas associadas (CARNEIRO, 2003; SARLANI; GREENSPAN, 2003).

A DTM também pode ser conceituada como um termo coletivo empregado

para descrever um grupo de condições músculoesqueletais que ocorre na região

temporomandibular (LASKIN et al., 1983). Essas condições são caracterizadas por

dor nos músculos da mastigação, na articulação temporomandibular ou em ambos.

Os sinais e sintomas que freqüentemente acompanham essa doença são sons

articulares como estalido e crepitação, limitação e desvio durante a abertura

mandibular, dor e sensibilidade nos músculos da mastigação, otalgia e cefaléia

(TRUELOVE et al., 1992; VASCONCELOS et al., 2002).

A DTM é uma subclasse das desordens músculo-esqueléticas

(MAGNUSSON; EGERMARK; CARLSSON, 2000), constitui um termo genérico para

designar aquelas patologias que afetam a ATM e os músculos da mastigação

(GAVISH et al., 2002; WASSEL; ADAMS; KELLY, 2004; TA; DIONNE, 2002),

podendo ou não estar combinada com o acometimento de estruturas anexas

(EKBERG; NILNER, 2004). A DTM é também considerada como a principal causa

de dor de origem não dental na região orofacial (LIPTON et al., 1993; MOHL, 1993).

Na população adulta norte-americana, as DTM’s acometem 7 a 15% dos

indivíduos e é comprovado por estudos epidemiológicos que a mulher compõe a

maioria dos pacientes tratados. A literatura afirma que o transtorno é 1,5 a 2 vezes

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mais prevalente nas mulheres que nos homens, e que 80% dos pacientes tratados

são do gênero feminino (DWORKIN et al., 1990; WANG et al., 2008).

As pesquisas em crianças e adolescentes vêm sendo estudadas desde o

início da década de 70. Os sintomas mais prevalentes nesta idade são os mesmos

descritos anteriormente como: estalidos na articulação, limitação dos movimentos

mandibulares e aumento do tônus muscular. Enquanto sintomatologia subjetiva

observa-se dor de cabeça, sons, bruxismo, dificuldade na abertura bucal, dor

articular e dor facial (BONJARDIM et al., 2005). Entre os fatores etiológicos,

podemos citar as desarmonias oclusais por sua íntima relação biológica, mecânica e

fisiológica, com os elementos dentais. Supõe-se que todos os problemas de má

oclusão afetam direta ou indiretamente a ATM (MOLINA, 1989). A sintomatologia

dolorosa sugere o envolvimento de fatores neuromusculares, anatômicos e

psicológicos, e a DTM freqüentemente só ocorre quando esses fatores se combinam

(STEENKS; WIJER, 1996).

Segundo Okeson (2000) existem inúmeros fatores que contribuem para a

disfunção, denominados de: fatores predisponentes, que aumentam o risco para

DTM, fatores que causam o início são denominados de desencadeantes e os fatores

que interferem na cura ou o aumento da progressão da doença são chamados de

perpetuantes.

É interessante deixar claro, que os estudos sobre etiologia, tratamento das

DTM’s, nomenclatura, classificação e fisiologia não são unânimes, contribuindo para

a discussão sobre o tema e exigindo mais estudos. Entretanto, a literatura é clara, as

DTM’s representa um diagnóstico não específico de um grupo de condições

dolorosas e/ou disfuncionais que envolvem os músculos da mastigação e a

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articulação temporomandibular (McNEILL, 1997; GOLDSTEIN, 1999; OKESON,

2000; DIMITROULIS, 2002).

As pesquisas mais antiga afirmam que os sintomas da DTM são comuns,

segundo informações fornecidas pelos próprios pacientes, porém numa pequena

porcentagem as DTM’s evoluem de uma forma temporária para uma definitiva

(STEENKS; WIJER, 1996).

Os conceitos mais modernos, segundo Greene (2001), referentes à etiologia

das DTM’s dizem respeito ao modelo biopsicossocial e multifatorial, porém esse

modelo ainda não apresenta base científica suficiente para possibilitar a

identificação de fatores de prognóstico, ao se avaliar cada paciente individualmente.

Oliveira et al. (2003), revelaram que os portadores de DTM apresentam algum

grau de impacto causado pela dor em suas vidas, tais como: falta de apetite, má

qualidade do sono, e diminuição do rendimento nas atividades profissionais e

escolares.

Salonen et al. (1990) demonstraram fraca correlação entre os sinais e os

sintomas relatados em seu estudo, podendo ser atribuído à presença de co-

morbidades que minimizariam o impacto das DTM`s havendo a necessidade de

estudos longitudinais, em diversas comunidades, para melhor entender a relação

entre idade e DTM.

Leresche desde 1997 aponta à necessidade da realização de estudos que

demonstrem, de forma consistente, a associação de fatores de risco para o

desenvolvimento da dor temporomandibular o que, de certa forma, faz com que a

história natural dessas DTM não seja conhecida, comprometendo o sucesso das

terapias atuais (DE BONT; DIJKGRAAF; STEGENGA, 1997). Apesar de evidências

fracas aos fatores etiológicos, John et al. (2002) afirmaram que a questão central

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levantada por estudos epidemiológicos não é qual o fator que está envolvido, mas

quanto de cada fator está associado à DTM.

A DTM passou a ter uma posição de destaque no contexto das dores

orofaciais nas três últimas décadas (OKESON, 1995), tendo sido o primeiro estudo

de base populacional realizado por Helkimo, em 1974, com o objetivo de estimar sua

prevalência.

Epidemiologicamente, a prevalência da dor associada à DTM difere de estudo

para estudo. Um dos fatores que contribui para esta condição é a ausência de

padronização do conceito de DTM e de suas características. Ainda é necessário

estabelecer critérios válidos e reprodutíveis de mensuração, de modo a tornar

possível a homogeneização do conceito da DTM e, conseqüentemente, a

comparação entre experimentos clínicos e populacionais e a avaliação da magnitude

do problema (GOULET et al., 1995; DE BONT; DIJKGRAAF; STEGENGA, 1997).

Okeson (1998), afirmou que os estudos epidemiológicos transversais sobre

DTM, em populações de adultos escolhidos aleatoriamente, relatam que

aproximadamente 33% das pessoas têm, no mínimo, um sintoma de disfunção das

ATMs (dor muscular e/ou dor articular), porém, estima-se que somente 3,6% a 7%

destes indivíduos necessitem de tratamento.

2.4 MIALGIAS MASTIGATÓRIAS

As mialgias mastigatórias (MM) são dores somáticas profundas,

caracterizadas por fadiga ou dor agravada pela movimentação passiva ou funcional

da mandíbula, podendo produzir uma limitação da abertura bucal. Por ocorrerem no

segmento orofacial, podem interferir em importantes funções como a alimentação e

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a comunicação, devido ao comprometimento dos músculos da expressão facial e da

fonação (DWORKIN; LERESCHE, 1992).

As principais alterações que podem comprometer os músculos mastigatórios

são; contração protetora, sensibilidade muscular localizada, mioespasmo e a

miosite. As dores de origem muscular comumente não são bem localizadas, sendo

descrita como peso, pressão e por vezes como um queimor. Podem ser agudas ou

crônicas e apresentam uma grande variação não só na sua intensidade, mas

também na duração dos sintomas (VAN GROOTEL et al., 2005).

A limitação da movimentação mandibular decorrente da dor ou disfunção

pode comprometer a capacidade funcional do sistema mastigatório, como à

mastigação de alimentos, dor na fonação e aos movimentos repetitivos, além da

incoordenação do movimento mandibular. A sensibilidade muscular à palpação está

entre os sinais mais comuns (RAPHAEL et al., 2003; MACFARLANE et al., 2002).

As MM também desencadeiam uma combinação de sinais e sintomas, que

podem simular, coexistir ou promover cervicalgias e cefaléias. Elas estão também

associadas a sintomas otológicos (CAMPARIS et al., 2005).

Uma vez que várias condições, envolvendo a cabeça e o pescoço, se

apresentam como MM, seu diagnóstico pode ser uma tarefa desafiadora. Esse fato

decorre principalmente, da superposição dos diversos sinais e sintomas as várias

patologias existentes. Muitas doenças podem simular uma dor na região do

masseter, incluindo uma infecção dental, uma doença na parótida ou uma

inflamação intra-capsular. A dor à mastigação pode ser um sintoma de uma

neuropatia desencadeada pela própria função dos músculos. Há ainda uma

ausência de procedimentos diagnósticos com padrão ouro, que possibilitem o

diagnóstico diferencial entre as MM e outras dores orofaciais, como ocorre nas

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alterações intra-capsulares. Nessas últimas, podem ser empregadas imagens para

validar o diagnóstico (EMSHOFF et al., 2002).

Segundo Velly, Gornitsky e Philippe (2002) as mialgias representam a

principal causa de dor persistente na região da cabeça e pescoço. As MM são a

DTM mais prevalentes (DWORKIN et al., 2002), sendo considerada após a

odontalgia, a principal causa de dor no segmento orofacial. Quando crônicas, os

pacientes qualificam a sua dor como recorrente (67%), com duração superior a 4

horas por dia (68%), há limitação de abertura oral em (57%) dos casos e a

intensidade média da dor é de 4,1 cm avaliada pela escala visual analógica (EVA).

Poucos pacientes referem a MM como mais intensa na primeira metade do

dia, após o almoço, nesses pacientes a dor é mais intensa após o jantar ou na hora

de dormir. Em sua maioria, as MM se intensificam durante o dia, apenas uma

pequena parcela dos pacientes apresenta nesse período uma redução contínua dos

sintomas. Esses dados podem indicar que as atividades realizadas com a mandíbula

durante o dia, são responsáveis por evocar mais dor que as atividades realizadas

por tal estrutura óssea durante o sono (VAN GROOTEL et al., 2005; KINO et al.,

2005).

Indivíduos portadores de desvios psicológicos podem desenvolver mais MM

pelo fato de serem mais susceptíveis as dores crônicas ou pela sua baixa habilidade

de ajuste aos eventos estressantes. As dores relacionadas com as MM são mais

severas que as artralgias, assim como os músculos parecem ser mais sensíveis a

eventos psicossociais, quando comparados as ATM’s (HUANG et al., 2002).

Pacientes portadores de MM apresentam escores mais elevados de

ansiedade, quando comparado com indivíduos saudáveis (PALLEGAMA et al.,

2005). Independentemente das questões neuro-anatômicas ou neuro-químicas, a

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presença de ansiedade e depressão é fator de risco para MM, quando associados a

outros fatores contribuintes como o bruxismo ou apertamento dental, o risco

aumenta substancialmente (VELLY; GORNITSKY; PHILIPPE, 2003).

Estudos epidemiológicos sugerem que 50% a 60% da população em geral

tem um sinal de algum distúrbio funcional do sistema mastigatório. Alguns destes

sinais aparecem como sintomas significativos os quais levam o paciente a procurar

tratamento. Cada sinal representa uma parte da informação necessária para

estabelecer o diagnóstico correto. É, portanto, extremamente importante que cada

sinal e sintoma sejam identificados através de uma rigorosa anamnese, pois isto é à

base de um tratamento bem sucedido. O examinador deve ter profundo

conhecimento da aparência clínica e do funcionamento de um sistema mastigatório

saudável. O propósito da anamnese e do exame é identificar qualquer área ou

estrutura do sistema mastigatório que apresente mudanças patológicas ou entre em

colapso, pois este, geralmente, significa experiência de dor ou disfunção (OKESON,

2000).

No controle das mialgias, em muitas circunstâncias, a efetividade do

tratamento é relacionada com a identificação dos fatores que promovem a dor.

Devido ao seu caráter multifatorial, com freqüência, há uma grande dificuldade em

se estabelecer uma relação de causa e efeito no diagnóstico etiológico, através de

achados clínicos. Muitas comorbidades podem estar associadas as MM, elas

incluem fibromialgia, cefaléias, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, doenças

virais e distúrbios metabólicos. Os pacientes usualmente referem como fatores

desencadeantes variações no tempo, incluindo; umidade, chuva e frio (GALLAGHER

et al., 1995). Em um estudo em que foi realizada regressão logística, ajustados os

fatores, as MM estavam associadas em ordem de maior peso a: bruxismo, sexo

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feminino, fatores psicossociais, remoção de terceiros molares e trauma (HUANG et

al., 2002).

Encontra-se bem estabelecido que um número maior de mulheres busca

tratamento para MM. Na regressão logística de Velly, Gornitsky e Philippe (2003),

esses autores observaram que o risco do sexo feminino desenvolver MM crônica é

três vezes maior que o sexo masculino, mesmo quando ajustados os fatores

psicossociais. As condições que tornam as mulheres mais susceptíveis a essas

alterações ainda não foram muito bem determinado.

Winocur et al. (2006) demostraram que adolescentes do sexo feminino

possuem mais hábitos orais maléficos do que no sexo masculino como: ler com a

mão apoiada no mento, 66% e 54%; utilizar goma de mascar por mais de três horas

ao dia, 48% e 21%; referir bruxismo, 25% e 13%, respectivamente. Realizada a

regressão logística, fatores como movimentação contínua da mandíbula, mascar

chicletes por mais de três horas ao dia ou morder objetos como caneta e unhas,

representam fatores de risco para a dor a palpação muscular em ambos os gêneros.

Essas diferenças entre os sexos podem representar um dos fatores que

fazem com que as pacientes do sexo feminino busquem mais tratamento, quando

comparado ao sexo masculino. Uma das possíveis explicações para isso seriam o

envolvimento de fatores hormonais e a susceptibilidade de procurar tratamento.

2.5 TRATAMENTO DAS MIALGIAS MASTIGATÓRIAS

As MM podem variar de condições simples a alterações mais complexas que

envolvem vários músculos, desencadeadas por uma longa história de tratamentos

sem resultados satisfatórios. Para o sucesso do tratamento das mialgias, emprega-

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se uma grande variedade de procedimentos como, modificações comportamentais,

exercícios, alongamento, correção da postura, estimulação elétrica nervosa

transcutânea (TENS), biofeedback, relaxantes musculares, cirurgia, antidepressivos

tricíclicos, vapores refrigerantes associados a alongamento e infiltrações locais.

Mialgias agudas ou com pouco envolvimento psicossocial, devem ser tratadas pelo

clínico, condições crônicas mais complexas devem ter uma abordagem com uma

equipe multiprofissional, capacitada a identificar os fatores físicos, psicológicos e

sociais que contribuem para o desencadeamento e a manutenção dos sintomas,

realizando um acompanhamento à longo prazo. Achados que sugerem a

necessidade da alocação do paciente na equipe multiprofissional incluem; sintomas

presentes há mais de seis meses, depressão e ansiedade, uso freqüente de

serviços de saúde, diversos diagnósticos e substituição contínua de tratamentos

(JAMES, 2007).

2.5.1 Modificações Comportamentais

A informação é considerada o primeiro procedimento terapêutico nos casos

de MM, o conteúdo deve incluir uma explicação sobre a doença, à função normal

dos músculos mastigatórios e os efeitos da sobrecarga desses músculos no sistema

mastigatório, os prováveis fatores associados ao problema e uma mensagem

otimista em relação ao prognóstico. Os pacientes necessitam de boas informações

para modificar alguns comportamentos. A informação pode ser fundamental para

redução da recidiva dos sintomas a longo prazo, pela compreensão por parte do

indivíduo, e pela necessidade de alterações relacionadas ao seu estilo de vida.

Neste sentido, a promoção da saúde deve ser parte integrante da consulta, um

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programa de exercícios físicos como caminhar, nadar, yoga e uma dieta adequada e

saudável podem contribuir para redução dos sintomas. Nos casos de MM aguda, as

modificações incluem; evitar alimentos consistentes, cortar alimentos em pedaços

menores evitando a abertura ampla da boca, mastigar de ambos os lados e evitar

gomas de mascar. Cabe ao indivíduo uma atenção especial à região da face com o

objetivo de controlar hábitos nocivos ou movimentos mandibulares excessivos e

parafuncionais (JAMES, 2007).

2.5.2 Tratamento Caseiro

Uma das chaves para o sucesso do tratamento das MM é envolver o paciente

no seu tratamento. Essa condição faz com que as responsabilidades em relação à

resolução dos sintomas sejam compartilhadas. Este envolvimento deve ser realizado

sobre três domínios: o físico que inclui o tratamento caseiro; o comportamental que

inclui como exemplo o controle do estresse, melhoria na qualidade do sono,

realização de atividades de lazer, modificações na dieta, mastigação bilateral;

controle de hábitos, da postura e da amplitude da abertura bucal; e o social que

inclui ampliar as interações sociais. A auto-massagem é um exemplo de

envolvimento do paciente em seu tratamento, ela deve ser realizada sobre o

músculo masseter e temporal por serem acessíveis ao procedimento. A pressão

durante a massagem deve ser no limite do surgimento dos sintomas e os

movimentos devem ser circulares com o segundo, terceiro e quarto quirodáctilos

(MICHELOTTI et al., 2004).

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2.5.3 Tratamento com Placas Interoclusais

Por mais de duas décadas vêm sendo publicados estudos sobre o uso das

placais interoclusais para o controle das dores associadas as MM. Esses

dispositivos são amplamente empregados por clínicos e especialistas que atuam na

área de dor orofacial. A terapia com a placa interoclusal é conceituada como a arte e

a ciência de estabelecer uma harmonia neuromuscular no sistema mastigatório e

criar uma condição favorável para a absorção das forças parafuncionais, construindo

uma adequada relação entre músculos mastigatórios, articulação, disco articular,

ligamentos, tendões, ossos e dentes (DYLINA, 2001). As constantes modificações

nos desenhos desses dispositivos refletem a busca da oclusão ideal, a redução da

hiperatividade muscular, a modificação do padrão de recrutamento das fibras

musculares, e a promoção do equilíbrio neuromuscular.

Para promover estes benefícios, como pressuposto, devem preencher alguns

dos requisitos de uma oclusão ideal, incluindo contatos posteriores bilaterais em

todos os elementos dentários, com as cabeças da mandíbula posicionadas na

posição ortopedicamente estável e, padrões preconizados nas excursões

mandibulares (SANTOS, 2003).

Wassell et al. (2004) compararam placas com e sem cobertura oclusal. Os

resultados foram similares em ambos os grupos, em todas as mensurações

realizadas. Quando confeccionadas com material resiliente ou rígido, também

apresentam resultados similares. Apesar desses achados, pode não ser correto

afirmar que o efeito da placa interoclusal é meramente placebo, a sua presença na

cavidade bucal influencia a posição da língua e a propriocepção.

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Avaliando a eficácia das placas interoclusais, Gavish et al. (2002) observaram

em pacientes que apresentam dor crônica no músculo masseter ou temporal, uma

redução; na intensidade do sintoma, na sensibilidade à palpação e na dor à

mastigação, quando do emprego de placas interoclusais, concluindo que as mesmas

devem fazer parte do arsenal terapêutico no controle das MM. Em uma avaliação de

doze meses Ekberg e Nilner (2004), observaram uma redução estatisticamente

significante na freqüência e na intensidade da dor, bem como no número de sítios

sintomáticos à palpação no grupo com cobertura oclusal, quando comparado ao sem

cobertura oclusal, recomendando tratar portadores de dor relacionada a DTM de

origem miogênica com esses aparelhos. Raphael et al. (2003) também verificaram

redução dos sintomas em portadores de MM quando do emprego de dispositivos

com cobertura oclusal.

Por outro lado, em uma revisão sistemática, Al-Ani et al. (2005) compararam a

eficácia das placas interoclusais com outros procedimentos terapêuticos incluindo

acupuntura, biofeedback, terapias de relaxamento, exercícios mandibulares e placas

sem cobertura oclusal, no tratamento de DTM’s não específicas. Foi possível

concluir que há apenas fracas evidências para indicar o emprego desses

dispositivos. Os resultados referentes à redução da dor no repouso ou na palpação

estão presentes apenas quando comparados a grupos que não receberam

tratamento, entretanto, quando comparado aos tratamentos anteriormente

mencionados, os resultados são similares.

Em um ensaio clínico randomizado, Truelove et al. (2006) compararam os

resultados de três tratamentos aplicados: tratamento 1 (auto-cuidado), tratamento 2

(auto-cuidado + placa oclusal rígida) e o tratamento 3 (auto cuidado + placa oclusal

flexível “soft”). Duzentos pacientes foram elegíveis para a pesquisa e receberam

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tratamento por três meses e foram avaliados no período basal, com 3, 6 e 12 meses.

Os autores encontraram que todos os pacientes melhoraram ao longo do estudo,

que a placa oclusal rígida não ofereceu melhora dos sintomas quando comparada

com a flexível, e nenhuma das duas terapias com placas oclusais promoveu mais

benefícios do que a terapia de autocuidado.

Apesar do grande aumento de novas evidências na área da odontologia, a

eficácia das placas interoclusais para o tratamento das MM tem sido questionada,

apontando a necessidade de novos ensaios clínicos. No presente momento, até que

novas modalidades terapêuticas sejam desenvolvidas, esses dispositivos

permanecem como uma interessante alternativa de tratamento, quando comparadas

aos meios irreversíveis ou aos tratamentos farmacológicos prolongados.

2.5.4 Tratamento Farmacológico

Apesar das fracas evidências que demonstrem uma associação entre

hiperatividade muscular e mialgia, procedimentos com o objetivo de reduzir a

atividade muscular como os miorrelaxantes, vêm sendo preconizados nas MM. Em

uma revisão sistemática Van Tulder et al. (2006), concluiram que existem de

moderada a fortes evidêncais de que ciclobenzaprina é mais efetiva que o placebo

na redução de sintomas musculares, a ciclobenzaprina apresenta uma eficácia

modesta, principalmente nos quatro primeiros dias e diferentes tipos de relaxantes

musculares apresentam a mesma efetividade. Existem poucas evidências de que

relaxantes musculares podem promover uma redução importante dos sintomas nas

MM.

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Nas MM agudas, os antiinflamatórios não esteroidais são empregados

isoladamente ou como complemento a outras terapias. Os antidepressivos tricíclicos

vêm sendo empregados em diversas condições associadas à dor crônica. Estudos

relacionados com as MM crônicas, especialmente quando há associado distúrbios

de sono, sugerem o emprego de antidepressivos tricíclicos, por melhorar o sono, a

ansiedade e reduzir a intensidade da dor. A amitriptilina também parece promover

algum benefício nas MM crônicas, em baixas doses (10 a 30mg/dia) é mais efetiva

em pacientes portadores de MM crônica, quando comparados aos que apresentam

MM e distúrbios intracapsulares crônicos (PLESH et al., 2000). Em DTM crônica,

quando empregada em doses de 25mg/dia, apresenta maior efetividade que o

placebo (RIZZATTI-BARBOSA et al., 2003). Os inibidores seletivos da recaptação de

serotonina, também têm sido indicados nos casos de dor crônica associada à

depressão, entretanto, apresentam como efeito adverso um aumento do bruxismo e,

conseqüentemente, um potencial para agravar a dor (JAMES, 2007).

Em um número reduzido de pacientes, ocorre à persistência dos sintomas

mesmo após uma terapia conservadora. Nessas circunstâncias, os opióides devem

ser considerados como opção terapêutica. Entretanto, não há ensaios clínicos

comprovando sua eficácia nas MM. Os opióides são indiscutivelmente os fármacos

mais importantes no tratamento de dor. São classificados como narcóticos, porém

este termo é obsoleto porque legalmente é usado não só para opiódes como

também para qualquer substância que cause dependência. A morfina foi o primeiro

opióide usado para analgesia, advinda do grego (morpheus, o Deus dos sonhos), é

um alcalóide obtido a partir do ópio, sendo que este, por sua vez, é o suco da

papoula, ou papaver somniferum (joy plant). Até um tempo atrás, usavam-se dois

tipos de nomenclatura para tais drogas: opiáceos, derivados naturais do ópio (como

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a morfina e a codeína, e os congêneres semi-sintéticos da morfina), e opióides

(qualquer droga natural com propriedades morfínicas). Atualmente, usa-se o termo

opióide para todas as drogas que têm mecanismo de ação semelhante ao da

morfina (AZEVEDO, 1998).

Eles podem ser: naturais (morfina, codeína, papaverina, tebaína), semi-

sintéticos (heroína, diidromorfona, derivados da tebaína), sintéticos (tramadol,

metadona, levorfanol, butorfanol, pentazocina, nalbufina, meperidina, fentanil,

alfentanil) e endógenos, substância fabricada no sistema nervoso central, ou

neuropeptídios, que na verdade são hormônios peptídios, biologicamente inativos,

dando origem a agentes ativos após segmentação enzimática. Estes pertencem a

três famílias de opióides neuropeptídios: as dinorfinas, as encefalinas e as

endorfinas, sendo essas últimas, importantes no mecanismo de supressão

endógena da dor.

Os opiódes agem se ligando a receptores existentes no sistema nervoso

central e periférico. O termo receptor é um conceito da farmacologia moderna, sendo

que na verdade, o receptor é uma macromolécula, uma proteína, que se liga à

droga, e daí resulta sua ação biológica. Os receptores foram identificados na década

de 70, o que promoveu um grande avanço no entendimento do mecanismo dos

opióides e no tratamento da dor (AZEVEDO, 1998).

2.5.5 Tratamento Cirúrgico

A cirurgia da articulação temporomandibular tem um papel restrito no arsenal

de tratamento das desordens temporomandibulares, mas em situações específicas

esse tratamento deve ser utilizado (DOLWICK, 2007). McNeill (1993) afirma que

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cerca de 5% dos pacientes que procuram tratamento, necessitam de intervenção

cirúrgica.

Dolwick (2007) deixa claro que o sucesso da cirurgia depende da experiência

do cirurgião (curva de aprendizagem) e da correta seleção do caso. Ainda, para

esse autor é interessante reconhecer que o tratamento cirúrgico raramente é

empregado sozinho, geralmente o tratamento não-cirúrgico é realizado antes ou

depois da cirurgia. Entre outras palavras, o sucesso do tratamento cirúrgico para

essas desordens depende de um plano de tratamento total que envolva o tratamento

não-cirúrgico e o cirúrgico. A cirurgia realizada sozinha, normalmente não tem

sucesso à longo prazo.

2.5.6 Tratamento Fonoaudiológico

Como em outras desordens músculoesqueléticas, os exercícios faciais têm

sido empregados no controle das MM. Os exercícios posturais auxiliam o paciente a

recordar as posições em que há um relaxamento da mandíbula, posicionando-a em

uma região que propicia um conforto adequado. O alongamento é um tipo de

exercício que deve ser realizado quando presente uma redução do grau de abertura

da boca. A mandíbula é deslocada inferiormente lentamente, até o limite em que

ocorrerá o início dos sintomas. Deve ser mantida nesta posição por um minuto,

sendo o procedimento repetido seis vezes, a cada duas horas (MICHELOTTI et al.,

2004).

O paciente deve ser encorajado a aumentar a amplitude dos movimentos,

para isto, podem ser empregados abaixadores de língua justapostos para explicitar o

ganho de abertura, aumentando a motivação para prosseguir com o tratamento. Se

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possível, a cada dia deve ser acrescentado um abaixador. O alongamento pode ser

realizado juntamente com a aplicação de calor úmido, a uma temperatura entre 40 e

50 graus centígrados, sendo sua aplicação bilateral por períodos de 10 minutos,

várias vezes ao dia. Os exercícios terapêuticos incluem massagem, alongamento

muscular, movimentos ativos e passivos da mandíbula, movimentos de abertura e

fechamento guiados, correção de postura e técnica de relaxamento.

Em um estudo piloto, portadores de MM realizaram exercícios controlados

com goma de mascar por um período de dois meses, observou-se uma redução dos

sintomas no repouso e na mastigação, ocorrendo ainda uma elevação da força

muscular. Entretanto, não ocorreu ganho de amplitude de movimento mandibular.

Quanto à terapia térmica, quando da sua utilização, os seguintes fatores devem ser

observados: o calor promove relaxamento muscular, e o aumento da vascularização,

o frio reduz a circulação e conseqüente o edema, reduz ainda o metabolismo e

conseqüentemente a necessidade tecidual de oxigênio e a hipóxia secundária

(GAVISH et al., 2006).

2.5.7 Tratamento Fisioterapêutico

A fisioterapia vem sendo empregada há várias décadas como terapia física de

suporte. Ela conscientiza o paciente sobre a causa dos seus sintomas, propicia um

relaxamento muscular, restabelece os movimentos e a função. Ela deve ser incluída

no tratamento das MM por vários motivos: é relativamente simples, reversível, não

invasiva e tem um baixo custo em relação a outras modalidades terapêuticas

(KOGAWA et al., 2005). Segundo a Academia Americana de Disfunção

Craniomandibulares e Associação Dental de Minessota afirmam que a terapia física

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é um importante tratamento para as MM. Segundo os autores, essa modalidade

alivia as dores músculoesqueletais, reduz a inflamação, e restaura a função motora

oral (STURDIVANT; FRITON, 1991). Nos músculos mastigatórios, os seus objetivos

são; o controle dos sintomas, redução do tônus muscular e a recuperação dos

movimentos mandibulares. Os procedimentos usualmente empregados incluem;

exercícios, calor, frio, microcorrente, acupuntura, eletroacupuntura, LASER, TENS e

biofeedback (KOGAWA et al., 2005; MEDLICOTT; HARIS, 2006).

A microcorrente e a laserterapia são técnicas não invasiva e reversível. A

microcorrente advogada com o pressuposto de que a aplicação de corrente de baixa

freqüência equilibra e restaura a eletrofisiologia de uma célula traumatizada,

reduzindo a mensagem nociceptiva ao sistema nervoso central, e

conseqüentemente a dor. A laserterapia decorrente do aumento da microcirculacão

no local da aplicação. Em pacientes portadores de MM crônica, no músculo

masseter o laser de baixa freqüência não promoveu incremento na microcirculação

nem reduziu a intensidade dos sintomas (TULLBERG; ALSTERGREN; ERNBERG,

2003).

O laser parece apresentar resultados satisfatórios em avaliações de curto

prazo, entretanto, em acompanhamento à longo prazo os resultados são

semelhantes ao placebo. Em um acompanhamento de 10 sessões realizadas 3

vezes por semana, os resultados do laser foram mais favoráveis que os da

microcorrente quando avaliada a intensidade dos sintomas (KOGAWA et al., 2005).

A eletroterapia é empregada comumente associada a outras terapias. O

TENS apresenta resultados melhores que a microcorrente, entretanto, seu efeito

analgésico, parece ser apenas imediato, não havendo dados para uma avaliação de

médio à longo prazo.

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A acupuntura é um método terapêutico empregado no oriente há

aproximadamente 5000 anos. Devidos aos recentes conhecimentos na área de

nocicepção, passou a ser empregada também no controle da dor. Na acupuntura, as

dificuldades na avaliação de sua real efetividade são relacionadas ao emprego de

um grupo controle. Em um ensaio clínico em que se compararam pacientes que

receberam acupuntura real com um grupo em que foi simulado o tratamento,

observou-se uma redução na intensidade dos sintomas e no número de músculos

sintomáticos a palpação no grupo que recebeu o tratamento, entretanto, a redução

não foi significante quando comparado ambos os grupos (SMITH et al., 2007). Em

uma revisão da literatura Rosted (2001), observou que a acupuntura é um

tratamento efetivo, devendo ser considerado como método alternativo na abordagem

das DTM’s, incluindo as MM. Sua efetividade parece ser semelhante às observadas

nas placas interoclusais (AL-ANI et al., 2004).

As terapias manuais também conhecidas como mobilização manual, incluem

uma combinação de exercícios e alongamento. Muitas delas são efetivas,

entretanto, também não há dados para avaliações de médio ou longo prazo. Elas

podem promover um aumento na amplitude dos movimentos e a redução parcial ou

total dos sintomas, entretanto, um programa mais amplo é necessário para obtenção

de resultados mais consistentes e duradouros (JAMES, 2007).

É interessante compreender que a mobilização manual da articulação e os

exercícios ativos ajudam à articulação manter a função normal e aliviar as dores. Os

movimentos passivos e ativos realizados durante a terapia podem restaurar a

eficiente lubrificação, promovendo formação de fibras colágenas e estimulando a

síntese de glicosaminoglicanas para permitir uma melhor movimentação das

estruturas articulares (CARMELI et al., 2002).

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A terapia de exercícios promove coordenação dos músculos da mastigação,

reduz o espasmo muscular e altera o padrão de fechamento mandibular. Desta

forma, inclui massagens dos músculos doloridos, estiramento muscular, exercícios

de tensão isométrica contra-resistência, abertura e fechamento guiado, manipulação

manual da articulação, correção da postura corporal e técnicas de relaxamento. Por

último, as técnicas de respiração e exercícios de relaxamento muscular (NICOLAKIS

et al., 2001).

McNeely et al. (2006) realizaram uma revisão sistemática para avaliar a

eficácia da terapia física no tratamento das desordens temporomandibulares. Vinte

estudos obedeceram aos critérios de inclusão. Desses, um estudo evidenciou que a

terapia manual em associação com exercícios ativos reduziu a dor e melhoraram a

abertura bucal. Os autores concluíram que a maioria dos estudos possui pobre

qualidade metodológica, entretanto esse resultado deve ser interpretado com

cautela. Os mesmos autores compararam os resultados do uso da mobilização e

exercícios ativos com placas de reposicionamento em trinta e seis pacientes com

deslocamento de disco anterior. Dezoito pacientes foram randomizados e receberam

4 semanas de terapia com a placa e os outros dezoito pacientes receberam

exercícios ativos e mobilização passiva. Os resultados desse estudo concordam que

o uso combinado da terapia manual e exercícios para reduzir a dor e aumentar a

função mandibular foi estatisticamente significante se comparado com o uso de

placas de reposicionamento (CARMELI et al., 2001).

Uma segunda revisão sistemática realizada 5 anos após, Medlicott e Haris

(2006) compararam a eficácia dos exercícios, terapia manual, eletroterapia, técnica

de relaxamento e o biofeedback para tratamento das DTM’s. Trinta artigos

preencheram os critérios de inclusão e revelaram que os exercícios ativos e a

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terapia manual, em conjunto ou isolados, podem ser eficientes a curto prazo para

aumentar a abertura bucal em pacientes com deslocamento de disco agudo, artrite

aguda e dor miofacial aguda ou crônica. E os programas envolvendo técnicas de

relaxamento e biofeedback, educação proprioceptiva são mais efetivas que placebo

e ou uso de placas oclusais, para diminuir a dor e aumentar a máxima abertura

bucal.

Terapias alternativas têm sido sugeridas para o controle das MM. O

biofeedback emprega um eletrodo de superfície para simultaneamente monitorar e

informar o paciente sobre o seu padrão da contração muscular, ajudando a controlar

a hiperatividade de grupos musculares específicos. Nas MM, usualmente o eletrodo

é aplicado sobre a superfície do masseter e/ou temporal. Em uma revisão

sistemática, o biofeedback apresentou resultados satisfatórios no controle das MM, o

percentual de pacientes que referem melhora da dor foi aproximadamente o dobro

quando comparado aos controles (CRIDER; GLAROS, 1999).

2.6 ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA – TENS

A utilização de um meio físico como alternativa ao alívio da dor é de extrema

importância, pois ameniza o impacto desse sintoma sobre a qualidade de vida. A

fisioterapia dispõe de diversos recursos terapêuticos para proporcionar analgesia,

sendo que um dos mais utilizados é a TENS. Este termo é definido pela Associação

Americana de Fisioterapia como estimulação elétrica na pele, para o controle da dor.

Por isso, é muito utilizado no tratamento da dor de diferentes origens

(ELECTROTHERAPY STANDARDS COMMITTE, 2001).

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O desenvolvimento da TENS está baseado no trabalho de Melzack; Wall

(1965), que estabeleceu a teoria da comporta para explicar o controle e a modulação

da dor (Figura 1). A modulação da transmissão da dor mediante a alteração do input

aferente à medula espinhal é conhecida como teoria da comporta (ou portal) do

controle da dor.

Figura 1. Teoria do portão de Melzack e Wall (1965)

A TENS é orientada para estimular as fibras nervosas que transmitem sinais

ao cérebro e são interpretadas pelo tálamo como dor. Os eletrodos são colocados

na superfície da pele, e os impulsos transmitidos de forma transcutânea estimulam

as fibras A beta, mielinizadas, as quais conduzem informações ascendentes

proprioceptivas. Essas fibras são sensíveis a ondas bifásicas e monofásicas

interrompidas, como a TENS e outros recursos eletroterapêuticos de características

semelhantes. Se a transmissão de estímulos através das fibras A for predominante

(através da aplicação da TENS, por exemplo), o sinal de dor conduzido pelas fibras

C é inibido nas células T, e não ascende dos tractos espinotalâmicos laterais para o

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tálamo. Por outro lado, se os impulsos das fibras C superarem os estímulos

veiculados pelas fibras A, a dor vai se manifestar. Desse modo, a base do efeito da

TENS, conforme a teoria de controle da comporta é a hiper-estimulação das fibras A,

com a finalidade de bloquear a transmissão das fibras tipo C, nas comportas do

corno posterior da medula. No entanto esse modelo teórico explicaria o alívio da dor

enquanto a TENS estivesse sendo aplicada (CASTRO, 1998).

A TENS tem sido bastante utilizada pela sua propriedade de ter efeitos locais,

periféricos ou autonômicos, levando a fibra muscular a um estado de relaxamento,

maior aporte sanguíneo, melhor oxigenação, melhor cicatrização e drenagem

linfática facilitada. Seu efeito pode durar até 72 horas através da liberação de

opiáceos endógenos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes portadores de

DTM (MARTINS et al., 2004).

Jankelson (1978) introduziu o TENS na odontologia, afirmando que os

músculos da mastigação e da expressão facial respondem a eletroestimulação, pois

esta atua também sobre as fibras motoras do V e VII pares de nervos cranianos.

Kato et al. (2006), compararam o efeito da TENS com a terapia com o laser

de baixa freqüência no tratamento de pacientes com DTM. Foram selecionados 18

pacientes com sinais e sintomas de DTM crônica de origem muscular. Os pacientes

foram divididos em 2 grupos, cada grupo recebeu 10 aplicações, sendo 3 por

semana durante 1 mês. A avaliação foi feita imediatamente antes e 5 minutos após

cada aplicação, por meio da Escala Visual Analógica (EVA) para o registro da

sensação de dor, mensuração de abertura oral máxima (AOM) e palpação muscular

(masseter e temporal anterior). Os resultados demonstraram decréscimo na EVA e

aumento da abertura oral máxima de ambos os grupos (p0,05). A palpação

muscular apresentou diferença significante para o grupo laser (p0,05). Baseado na

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análise da EVA e movimentação ativa, os autores concluíram que ambas as terapias

propostas são efetivas no tratamento das DTM, sendo que o efeito acumulativo pode

ser o responsável pela melhora obtida.

Rodrigues et al. (2003), avaliaram o efeito da TENS em 35 voluntários do

sexo feminino, nos músculos elevadores da mandíbula em indivíduos com DTM e a

sua atividade eletromiográfica. Os autores concluíram que apenas uma aplicação da

TENS é efetiva para reduzir a dor, porém não atua de forma homogênea sobre as

características da atividade elétrica dos músculos avaliados.

Alencar Júnior e Ramos (2003) analisaram e compararam a eficácia do TENS

e da termoterapia combinada com terapia manipulativa (massagem terapêutica

facial) num grupo de 30 pacientes com DTM de origem muscular e articular. A

conclusão é que ambas foram eficazes na redução da sintomatologia, porém, o

tratamento com a TENS foi seguramente mais eficaz. Esse resultado parece estar

relacionado com a colaboração do paciente, que é necessário para o sucesso da

termoterapia combinada.

Moystad; Krogstad; Laheim (1990), avaliaram o efeito da TENS em 19

pacientes com dor orofacial e doença reumática envolvendo a ATM. Foi utilizado

TENS de alta e baixa freqüência. Os autores concluíram que a TENS é um método

de tratamento simples e não-invasivo que pode ser recomendado aos pacientes com

doença reumática envolvendo a ATM.

Arana et al. (2002) avaliaram a TENS no tratamento da incoordenação do

complexo côndilo-disco da ATM. Foram selecionados 10 pacientes que

apresentavam ruídos e dores articulares. Nos primeiros 30 dias, os pacientes

recebiam um aparelho oclusal plano. Após esse período, um aparelho

reposicionador de disco foi aplicado. Ao final, os pacientes foram tratados com a

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TENS. Após a avaliação, os autores concluíram que a associação de aparelhos

oclusais planos e reposicionadores de disco com a TENS causam um efeito benéfico

ao paciente, possivelmente em função de uma melhoria na coordenação

neuromuscular do sistema estomatognático.

2.6.1 Precauções quanto ao uso da TENS

Existem poucas circunstâncias que proíbem ou limitam as aplicações da

TENS para certos indivíduos (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 1993; LOW; REED, 2001).

Estas incluem:

1. Marcapassos: são sensíveis as interferências eletromagnéticas, podendo alterar o

ritmo cardíaco na presença de um sinal elétrico externo;

2. Região antero-lateral do pescoço: a estimulação sobre os seios carotídeos pode

promover um reflexo vagovagal através da estimulação dos barorreceptores,

podendo levar a respostas hipotensoras, arritmias e até mesmo a uma síncope

vagovagal;

3. Gestação: embora não seja um fato estabelecido, a TENS deve ser utilizada com

certas precauções em pacientes grávidas, evitando-se a estimulação na região

abdominal;

4. Problemas cardíacos: não há registro conhecido de complicações que limitem o

uso da TENS sobre o tórax de pacientes com doença cardíaca. No entanto a TENS

deve ser aplicada com precauções;

5. Patologias evolutivas ou agudas como flebites, tumores ou inflamações, epilepsia,

lesões cutâneas, alterações cognitivas e distúrbios da sensibilidade não devem usar

a TENS.

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2.6.2 Parâmetros utilizados na TENS

Atualmente, existem vários modos de estimulação que podem ser

selecionados e administrados com os atuais sistemas de TENS.

2.6.2.1 Modo Convencional (Alta Freqüência)

Pode ser definida como uma cadeia contínua, ininterrupta, de impulsos de alta

freqüência, gerados com curta duração e baixa amplitude bastante recomendada

nos casos de dor aguda ou pós-cirúrgica. Utiliza freqüência de 75 a 150 Hz (LOW;

REED, 2001).

Utiliza largura de pulso inferior a 200 microssegundos, e que podem ser tão

breves como 50 a 80 µs (ANDREWS et al., 2000). A intensidade da estimulação

deve estar dentro dos limites da estimulação sensitiva, resultando em uma sensação

forte, mais muito confortável, sem produzir contrações musculares. Esse modo de

estimulação recruta preferencialmente as grandes fibras aferentes do tipo A beta,

que são fibras nervosas cutâneas superficiais. Embora não seja inteiramente

compreendido o mecanismo de ação deste modo, há uma grande evidência que vias

não-endorfinérgicas produzam uma intensa analgesia (O’SULLIVAN; SCHMITZ,

1993).

O provável mecanismo de modulação da dor é um bloqueio periférico direto

de transmissão ou de ativação da inibição central da transmissão da dor pela

estimulação da fibra de diâmetro maior, como na teoria de controle da comporta

original (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001). O período de analgesia não é

duradouro e a percepção da estimulação pode declinar à medida que o tratamento

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progride. Segundo Andrews et al. (2000), o alívio da dor dura somente enquanto o

estímulo estiver sendo aplicado, admitindo-se que ocorra uma considerável

acomodação, sendo que o uso de modulações poderia ajudar a reduzir esse

fenômeno.

De acordo com Low; Reed (2001), o tempo de terapia para esse modo

consiste em 30 a 60 minutos, podendo ser aplicado várias vezes ao dia, com

intervalos de meia hora entre as aplicações, para reduzir a possibilidade de irritação

da pele. Os eletrodos são mais comumente colocados ao redor ou sobre o local da

dor.

A maioria dos pacientes que foram submetidos a um controle adequado da

dor por meio da TENS, receberam tal beneficio a partir de uma estimulação

convencional de alta freqüência (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).

2.6.2.2 Modo Acupuntural (Baixa Freqüência e Alta Intensidade)

Esse modo de estimulação, de acordo com Salgado (1999), ocorre em

freqüências menores que 10 Hz, e otimamente entre 1 e 4 Hz. Low; Reed (2001),

citam cerca de 2 Hz. Utiliza-se largura de pulso maior que 200 microssegundos

(SALGADO, 1999; LOW; REED, 2001), para recrutamento de fibras nervosas tanto

sensitivas, quanto motoras, produzindo contrações musculares visíveis.

A sensação gerada por este tipo de TENS é de parestesia, promovendo um

tempo de analgesia com estimulação a baixa freqüência e alta intensidade. Esse tipo

de estimulação é geralmente aplicado nos pontos de acupuntura, podendo ser

aplicado nos pontos motores do músculo, no miótomo segmentar relacionado. Em

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49

contraste com a TENS convencional, esse modo costuma ser aplicado uma vez por

dia por 20 a 30 minutos.

2.6.2.3 Modo BURST

Este tipo de TENS foi desenvolvido por Erikson; Sjölund; Nielzen (1979),

como resultado das suas experiências com eletroacupuntura chinesa (SALGADO,

1999). No entanto, esta modalidade se diferencia do modo acupuntural (baixa

freqüência e alta intensidade), pois o modo burst é uma alta freqüência de pulsos

individuais (de 40 a 150 Hz), distribuídos em “trens” de baixa freqüência, repetidos

de 1 a 5 vezes por segundo, sendo mais comum duas vezes (LOW; REED, 2001).

Esta estimulação é similar a uma mistura de TENS convencional com TENS

acupuntural, proporcionando, portanto, alívio de dor por dois mecanismos. De

acordo com Salgado (1999), geralmente a freqüência dos “trens” varia de 1 a 4 Hz,

com freqüência “interna” de cerca de 100 Hz. Segundo Kahn (2001), os “pacotes” de

pulsos variam de 1 a 10 Hz, e são sentidos pelo paciente, como um estímulo único.

De acordo com este autor, o quanto esse modo ofereceria alguma vantagem

fisiológica ainda não teria sido avaliado.

A largura de pulso varia de 100 a 200 microssegundos. Os pontos motores

podem ser selecionados como locais para aplicação dos eletrodos e a estimulação

pode prolongar-se por 30 a 45 minutos confortavelmente (O’SULLIVAN; SCHMITZ,

1993). Estimulações mais prolongadas podem conduzir a desconforto proveniente

da fadiga muscular. Este tipo de TENS é utilizado para tratamento sintomático da

dor crônica, sendo que o alívio da dor, proporcionado por este modo, tende a ocorrer

com significativa latência, mas depois que isto ocorre, este alívio tende a persistir

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por períodos substanciais. Esta analgesia prolongada, segundo Salgado (1999),

pode estar relacionada à liberação de opióides endógenos, provavelmente beta-

endorfinas.

2.6.2.4 Modo Breve-Intensa

Essa modalidade é muito similar ao modo convencional, em que o estímulo é

fornecido por uma cadeia ininterrupta de pulsos em freqüências muito elevadas, com

larguras de pulsos e intensidades moderadas. É recomendável a utilização de

freqüências altas (cerca de 100 Hz), e tempo de duração de pulsos em torno de 200

µs (LOW; REED, 2001). Segundo Salgado (1999), as freqüências seriam de 100 até

150 Hz e a largura de pulsos de 150 a 250 µs. De acordo com Lampe (1993), a

intensidade deve ser a máxima tolerada pelo paciente e deve ser utilizada por curtos

períodos de tempo (15 minutos ou menos).

Os eletrodos são colocados do mesmo modo que na estimulação

convencional. De acordo com a experiência clínica citada por Kahn (2001), o alívio

alcançado com esse modo tem uma duração menor, quando comparado às

aplicações mais prolongadas oferecidas pelas baixas intensidades. Andrews et al.

(2000), fazem referência a um modo de TENS intenso ou breve nocivo, que se

caracteriza por uma duração de pulso extremamente longa, que persiste por até um

segundo, aplicado em freqüências baixas (1 a 5 Hz), ou superior a 100 Hz, com a

amplitude da corrente ajustada ao máximo tolerado. Esse modo quando aplicado em

baixas freqüências seria então similar ao modo TENS de baixa freqüência e alta

intensidade, diferenciando-se apenas pela maior largura do pulso. Essa forma de

TENS produz então, uma analgesia intensa, considerada como sendo mediada por

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opióides endógenos, que seriam liberados a partir de períodos de extremo

desconforto.

2.7 MASSAGEM TERAPÊUTICA FACIAL

A prática de massagem no ocidente se iniciou na Grécia junto com a

ginástica, com o objetivo de manter a forma física e a beleza. Os romanos, que

herdaram a cultura dos gregos, ministravam a massagem em banhos públicos com

óleos perfumados e a utilizavam também para tratamentos de saúde. Com o declínio

do Império Romano os banhos públicos foram abolidos com a justificativa que

favoreciam o abuso sexual. Mesmo assim, vários médicos colocaram-se a favor da

prática da massagem, salientado que era um recurso terapêutico (BRÊTAS, 1999).

Durante a Idade Média, por influência da religião, a massagem e outras

maneiras de toque foram proibidas, deixando de ser praticada pelas instituições de

saúde na Europa. A prática tornou-se objeto de perseguição, sendo utilizada por

leigos, curandeiros e parteiras (BRÊTAS, 1999).

A massagem reapareceu no ocidente no século XIX, através de médicos

franceses e holandeses que relataram benefícios para a saúde. Contudo, foi na

Suécia onde se originou a escola mais famosa de massagem, através do médico

Per Henrik Ling (1776-1839). Ling definiu seu método de ginástica médica e o

fundamentou na fisiologia. A escola da Suécia tornou-se o ponto de partida para

divulgação de seu trabalho na Europa, Rússia e nos Estados Unidos (BRÊTAS,

1999).

A massagem atua nos sistemas orgânicos, nutre a pele, estimula a circulação

dos líquidos corporais, influencia o metabolismo, melhora a nutrição, oxigenação e a

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drenagem linfática e venosa. Como benefícios destacam-se ainda o relaxamento,

combate ao estresse e a fadiga, a manutenção do tônus e da elasticidade e a

correção postural. A ação da massagem atua em dois planos básicos: primeiro, os

efeitos produzidos em todo o organismo pela ativação das correntes sanguínea e

linfática; segundo, as reações provocadas pela aplicação da massagem no campo

motor e no campo visceral pela formação de estímulos diretos ou reflexos. O valor

terapêutico tem como fundamento a manipulação do tecido. As manobras

executadas pelo corpo são essenciais para se conseguir os efeitos desejados. Os

movimentos têm como objetivo desencadear reações fisiológicas benéficas. Os

efeitos básicos são calmante, excitante ou estimulante e desintoxicante (OLIVEIRA,

2006).

A massagem pode ser conceituada como a utilização de diversas técnicas

holísticas de origem orientais e ocidentais, exercidas por meio de toques ou

manipulações em regiões específicas, proporcionando grandes virtudes terapêuticas

(MC GILVERY, 1993).

A massagem tem seus efeitos benéficos por reduzir a percepção da dor,

oferece suporte emocional e de relaxamento, promove o aumento da circulação

sanguínea local, efeitos na tonicidade e no relaxamento, previne a formação de

aderências dos tecidos conectivos e promove a produção de opióides endógenos na

circulação (OKESON, 2000; CASSAR, 2001).

Para Silva (2004), o uso das mãos associado a um conjunto de manobras

específicas, movimenta o sistema muscular, nervoso e sanguíneo, liberando

movimentos articulares.

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53

2.7.1 Efeitos da Massagem Terapêutica

2.7.1.1 Efeito Direto

O efeito direto (Local e periférico), puramente mecânico, observado no

segmento do corpo humano, destaca-se na eliminação de células mortas e os restos

das secreções das glândulas cutâneas, ficando as camadas superficiais da

epiderme mais nutridas, moles, maleáveis e resistentes (GAUTHIER, 1998).

2.7.1.2 Efeito Indireto

No efeito indireto (secundário e geral), há um maior afluxo de sangue

(hiperemia), fazendo desprender matérias orgânicas, ocorre também uma maior

filtragem e armazenagem de água. Os efeitos indiretos são de três naturezas:

Calmante: Obtidas através de manobras suaves, lentas e bastante repetidas. O que

caracteriza o efeito calmante é sua extrema delicadeza.

Estimulante: Obtido pela rapidez dos movimentos com que é feita a massagem,

abrangendo músculos, mantendo ou restaurando as suas propriedades fisiológicas,

tais como: contratilidade, elasticidade e coordenação.

Desintoxicante: Muito se assemelha ao efeito estimulante, porém é obtido através de

manobras de profundidade, principalmente de compressão, determinando uma

drenagem das fibras musculares e o escoamento mais rápido dos vasos sanguíneos

e linfáticos. Muito utilizada na massagem desportiva, porque combate à fadiga

muscular. Dentre os efeitos indiretos temos ainda os neurotônicos, na circulação, na

musculatura e efeito profundo (GAUTHIER, 1998).

Embora a massagem traga muitos benefícios, ela pode ser contra indicada

em algumas patologias. A razão para uma abordagem cautelosa é eliminar a

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possibilidade de exacerbar a gravidade ou o número de complicações da patologia,

Entretanto, na maioria dos casos em que há contra-indicação, a massagem deve ser

evitada apenas nos tecidos ou regiões afetadas. As informações obtidas na

anamnese são utilizadas para avaliar a adequação do tratamento por massagem.

Além disso, cada região do corpo deve averiguação de qualquer sinal ou indício de

possíveis contra-indicações, sejam elas menores ou de natureza mais séria. Ainda

que algumas condições sejam mais obviamente contra-indicadas que outras, o

importante é que o profissional da massagem tenha suficiente conhecimento sobre

anatomia e patologia, a fim de tomar decisões lúcidas sobre a adequação do

tratamento de massagem (GERBER, 1998).

As reações da massagem e do trabalho corporal variam de individuo para

individuo. Enquanto uma pessoa apresenta uma resposta positiva em curto período

de tempo, outro individuo na mesma condição talvez necessite de um tratamento

muito mais longo. A diferença é inevitável e deve ser encarada como natural. Existe

disparidade, também, nos efeitos físicos imediatos ao tratamento. Apesar de, em

geral, a massagem ser um conjunto agradável, algumas das manobras são mais

agradáveis que outras. As técnicas de massagem profunda, por exemplo,

assemelham-se mais a uma “dor gostosa”, quando comparadas com sensação

tranqüilizadora do deslizamento superficial. Às vezes, uma sensação residual de

leve dor permanece após o tratamento, o que invariavelmente decorre da super

estimulação dos nervos sensoriais (GERBER, 1998).

Muitos profissionais da área de saúde vêm buscando novas técnicas eficazes

para tratamentos de patologias crônicas como a dores orofacial, com isto a

massagem teria por objetivo minimizar a tensão na musculatura acometida pela

DTM. A massagem terapêutica na face inclui alongamento muscular, movimentos

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ativos e passivos da mandíbula, movimentos de abertura e fechamento guiados,

correção de postura e técnica de relaxamento (KALLAS, 2004).

Moss; Wedding; Sanders (1983), demonstraram que a massagem diminuiu a

tensão e a dor em paciente com DTM na região do músculo masseter através da

eletromiografia.

Treacy (1999) comparou a eficácia da massagem comparada com a TENS

em pacientes com bruxismo. A amostra constou de 24 pacientes de ambos os sexos

com média de idade de 25,1 anos. Houve randomização entre os grupos e todos

receberam intervenção de 20 a 30 minutos, duas vezes por semana durante 4

meses. O tratamento com a massagem obteve resultados mais significantes

comparados com a da TENS.

Yoda et al. (2003) comparou massagem com aconselhamento em 42

pacientes. Os resultados demonstraram que o grupo da massagem obteve

resultados estatisticamente significativos na dor, dos 21 pacientes, 13 relataram

melhora da dor (61,9%), com (p=0,0001) no grupo da massagem em relação ao

grupo controle.

Num estudo de série de casos com 20 pacientes com DTM foi realizada

técnicas de exercícios, educação postural e técnicas de relaxamento. 16 pacientes

relataram ausência total da dor, 13 obtiveram melhora total da função da ATM e 3

continuaram com limitação (NICOLAKIS et al., 2000).

Furto et al. (2006) utilizou fisioterapia através de exercícios isómetricos e

massagem em pacientes com DTM durante duas semanas com 14 pacientes do

sexo feminino. Todas as pacientes relataram algum grau de melhora do quadro da

DTM, assim os autores concluíram que ensaios clínicos randomizados sejam

realizados para uma melhor avaliação desses resultados.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Comparar o tratamento das Mialgias Mastigatórias com a Estimulação Elétrica

Nervosa Transcutânea (TENS) e a Massagem Terapêutica Facial em pacientes

adolescentes.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar a eficácia do tratamento das Mialgias Mastigatórias com a utilização

da TENS e da Massagem Terapêutica Facial em pacientes adolescentes;

Verificar os valores da abertura oral máxima (AOM);

Determinar o NNT (Number Need to Treat) com a finalidade de comparar as

técnicas utilizadas.

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4. METODOLOGIA

4.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Segundo determinações da Resolução CNS/MS 196/96 (BRASIL, 1997), a

qual regulamenta a ética da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil, a cada

um dos pacientes foi solicitado seu consentimento livre e esclarecido (Apêndice A) e

de doação de imagem (Apêndice B) para os maiores de 18 anos de idade e

assinatura do responsável para os menores de 18 anos como anuência para

participação na pesquisa e entregue cópia do termo contendo os objetivos da

pesquisa, certificando ao sujeito, as garantias para a preservação de seu anonimato,

a omissão de nomes e a exclusão de particularidades que possibilitassem a sua

identificação. Neste documento, encontra-se uma forma de contato com o

pesquisador para esclarecimentos de dúvidas, se necessário, como também dos

resultados da pesquisa. Assegurou-se a liberdade de participação, de recusa e o

direito do sujeito retirar-se a qualquer momento da pesquisa, sem que isso lhe cause

prejuízos. A pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade de Pernambuco – CEP/UPE, sendo aprovado mediante o registro

CEP/UPE: 036/08 e registro CAEE: 0037.0.097.000-08.

4.2 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo foi realizado no município de Camaragibe situado na região

metropolitana do Recife, no Centro de Controle da Dor Orofacial da Faculdade de

Odontologia da Universidade de Pernambuco (CCDO – FOP/UPE). A cidade do

Recife, capital do Estado de Pernambuco – Brasil encontra-se no centro-leste da

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região nordeste do Brasil e litoral do Estado, e é cortada pelos rios Capibaribe e

Beberibe. Sua Região Metropolitana representa a quarta maior aglomeração urbana

do Brasil. Possui área de 220 km2, sendo 67,43% morros, 23,26% planícies, 9,3%

áreas aquáticas, 5,58% de área verde e com 8,6 quilômetros de extensão de praias.

Apresenta uma população de 1.501.008 habitantes, com uma densidade

demográfica de 6,542 hab/km2 (IBGE, 2000).

O município de Camaragibe apresenta uma área geográfica de 55,00km²,

integra a mesorregião metropolitana do Recife e a microrregião do Recife, dista 16

km da Capital do Estado, articula-se a esta através da rodovia PE-05 e pelo ramal

Centro do Metrô de Superfície do Recife – METROREC. Soma-se a estes a rodovia

PE–27 que funciona como importante via de ligação ao norte.

Camaragibe esta inserido na zona fisiográfica da Mata Norte do Estado de

Pernambuco, tendo como limites político-territoriais: Ao norte: os municípios de

Paudalho, Paulista e Recife. Ao sul e à leste: os municípios de Recife e São

Lourenço da Mata e à Oeste, o município de São Lourenço da Mata. Suas

coordenadas geográficas são: longitude: 35° 02’ 52”, latitude: 08° 58’ 18” e altitude:

55m acima do nível do mar (sede municipal) (CAMARAGIBE-SEPLAMA, PERFIL

MUNICIPAL DE CAMARAGIBE, 2007).

4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

A população do estudo foi composta pelos pacientes do CCDO – FOP/UPE,

de ambos os sexos com DTM de origem exclusivamente muscular unilateral ou

bilateral.

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4.4 SELEÇÃO DA AMOSTRA

A amostra constou de pacientes da demanda do CCDO – FOP /UPE,

selecionados no período de Maio a Dezembro de 2008. Foram incluídos todos os

pacientes com DTM de origem exclusivamente muscular podendo ser uni ou bilateral

com idade entre 12 a 24 anos (TEIXEIRA; LUIS, 1997).

Todos os pacientes foram submetidos inicialmente a um formulário de

pesquisa (Apêndice C) e uma triagem através do Questionário Anamnésico

Simplificado – DMF (Anexo A), por telefone para verificar possível hipótese

diagnóstica de DTM e seu grau de severidade. Nos casos onde foram observados

escores para DTM moderada ou severa através do DMF, esses pacientes foram

solicitados que comparecessem ao CCDO – FOP/UPE com dia e hora marcada para

avaliação por um cirurgião-dentista especialista em dor orofacial com intuito de

confirmar DTM de origem exclusivamente muscular e descartar possíveis

diagnósticos que possam causar vieses. Em seguida, todos os pacientes que

obtiveram diagnóstico de DTM foram submetidos ao RDC/TMD eixo I (Anexo B) para

caracterização dessas DTM’s.

Apenas os casos de DTM de origem exclusivamente muscular avaliados pelo

RDC/TMD, foram convidados a participar do estudo. Os pacientes que obtiverem

escore de ausência de DTM e DTM leve no DMF, bem como, diagnóstico de DTM de

origem muscular leve ou articular pelo RDC/TMD foram excluídos da pesquisa,

porém, receberam tratamento no CCDO – FOP/UPE.

Utilizou-se também como critérios de exclusão os pacientes que estiverem

fazendo uso de qualquer tipo de fármaco específico ou não específico para o

controle da dor no período compreendido entre quatro dias antes do experimento

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(DIONE, 2004), ter realizado algum tipo de tratamento para o controle da DTM,

apresentar limitações funcionais mandibulares que não permitiam a aferição da

AOM, ser portador de síndromes que envolvam o complexo maxilo-mandibular como

por exemplo a seqüência de Pierre Robin e alterações cognitivas que impossibilitem

a compreensão e a colaboração no exame físico, do RDC/TMD, da realização da

terapia com a TENS da massagem terapêutica facial e dos critérios de avaliação

através da algometria e a da EVA.

4.5 DESENHO DO ESTUDO

4.5.1 Consórcio de Pesquisa

Tratou-se de um consórcio de pesquisa, onde um estudo analítico,

prospectivo, do tipo ensaio clínico controlado e randomizado, aberto e duplo-cego foi

realizado. Esse consórcio originado no CCDO – FOP/UPE, constou da parceria da

especialização em dor orofacial do próprio CCDO – FOP/UPE, com o mestrado em

Hebiatria da FOP/UPE. Esse consórcio teve a utilização de cinco tipos de

abordagens terapêuticas para a realização desse estudo, sendo elas divididas da

seguinte maneira:

1. Placa interoclusal

2. TENS

3. Massagem Terapêutica Facial

4. Aconselhamento

5. LASER

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Os integrantes da especialização da dor orofacial foram responsáveis pela

utilização das técnicas de placa interoclusal, aconselhamento e LASER (Light

Amplification by Stimulated Emission of Radiation) nos pacientes com idade acima

de 24 anos. E a equipe do mestrado em Hebiatria foi responsável pela utilização das

técnicas de massagem terapêutica facial e TENS nos pacientes da faixa etária entre

12 a 24 anos. A amostra total desse estudo da equipe do mestrado em Hebiatria foi

composta de 22 pacientes, sendo 8 do grupo da massagem terapêutica facial e 14

do grupo da TENS, distribuídos através de randomização.

4.5.2 Ensaio Clínico Randomizado

Existem pelo menos três possíveis significados para este termo:

1. Um ensaio clínico em que o investigador e o participante sabem qual a

intervenção está sendo utilizada. A aleatorização pode ou não ser usada neste

ensaio.

2. Um ensaio clínico em que o investigador decide que intervenção será

utilizada (alocação não aleatorizada). Isto é chamado às vezes de protocolo aberto

(porém alguns ensaios designados como de protocolo aberto são randomizados).

3. Ensaio clínico que usa um desenho seqüencial aberto (COCHRANE

REVIEWERS’ HANDBOOK GLOSSARY, 2001).

O ensaio clínico randomizado é um tipo de experimento no qual os indivíduos

são alocados aleatoriamente para grupos, chamados de estudo (ou experimental), e

controle (ou testemunha), de modo a serem submetidos a um procedimento e assim

terem seus efeitos avaliados em condições controladas de observação. Os

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resultados são verificados pela comparação de taxas de incidência nos grupos de

estudo e controle. Em termos gerais, busca-se, no ensaio clínico, responder a uma

questão central: quais são os efeitos da intervenção. O ensaio clínico é uma

experiência planejada, que é realizada com objetivo de investigar a eficácia de um

ou mais tratamentos ou intervenções para uma dada condição. Consequentemente,

seus resultados, provavelmente, vão influenciar na maneira de como tratar, no

futuro, os pacientes com a doença (PETRIE; BULMAN; OSBORN, 2002).

É considerado em epidemiologia como o melhor método de investigação, pois

é o que produz evidências mais diretas e inequívocas para esclarecer uma relação

causa-efeito entre dois eventos. A característica marcante do ensaio clínico

randomizado, que lhe confere foros de excelência quando comparado aos demais

estudos, é a possibilidade de subdividir um grupo de participantes, em dois ou mais

subgrupos, de idênticas características. Assim procedendo, evitam-se os vieses, que

dificultam a interpretação dos resultados da pesquisa que não usam a randomização

ou a empregam inadequadamente.

4.5.3 RANDOMIZAÇÃO

No presente estudo, os pacientes foram alocados para os grupos, através de

sorteio, utilizando-se envelopes pardos, onde cada um escolheu apenas um

envelope sem nenhuma interferência por parte dos pesquisadores. Os avaliadores

da escala visual analógica (EVA) e da algometria (instrumentos para a avaliação do

resultado do tratamento) foram cegados em relação à intervenção a ser utilizada em

cada paciente. Esse processo chamado de randomização foi adotado para a

definição dos grupos do estudo.

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A randomização baseia-se no princípio de que todos os participantes de um

determinado estudo devam ter a mesma probabilidade de receber a intervenção a

ser testada quanto a não receber a intervenção, constituindo, neste caso, seu grupo

controle (COLLINS et al., 1997). Isso acorre nos ensaios clínicos controlados, que

quando bem projetados incorporam a randomização dos pacientes. Neste tipo de

estudo, os pacientes são alocados por sorteio para formarem os grupos, com o

objetivo de compor grupos semelhantes. Isto significa que o método de determinar o

tratamento que cada paciente deva receber conte com o acaso ao invés de uma

decisão pessoal, reduzindo a probabilidade de influência na determinação de

resultados. O ensaio clínico randomizado produz evidências diretas para esclarecer

uma relação causa-efeito entre dois eventos (PEREIRA, 2005; GRIMES; SCHULZ,

2002; PETRIE; BULMAN; OSBORN, 2002).

Nesse estudo, o ensaio clínico foi realizado conforme o fluxograma abaixo

(Figura 2):

Figura 2. Fluxograma

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Os pacientes foram divididos em dois grupos:

Grupo A – composto por 08 pacientes adolescentes que receberam 10

sessões de 30 minutos de terapia com a massagem terapêutica facial duas vezes

por semana na musculatura mastigatória.

Grupo B – composto por 12 pacientes adolescentes que receberam 10

sessões de 30 minutos de TENS duas vezes por semana na musculatura

mastigatória.

Devido à escassez de tempo, os pacientes não foram acompanhados por um

período pós-tratamento (follow-up), através da aferição da EVA e da algometria.

Esse acompanhamento será alvo de outro estudo.

4.6 ESTUDO PILOTO

Foi realizado um estudo piloto com a finalidade de testar a clareza dos

instrumentos de coleta e aferição, determinar possibilidade de adequações

necessárias, determinar o quantitativo de indivíduos necessários para cada grupo de

tratamento, além do treinamento dos pesquisadores.

4.6.1 Cálculo do Tamanho Amostral

Para cada comparação planejada o tamanho amostral foi obtido considerando-se

a média e o desvio padrão obtidos na amostra piloto com 6 pacientes no grupo da

massoterapia e 9 no grupo da TENS, em relação às variáveis EVA e algometria.

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Os testes foram obtidos adotando-se um erro de 5,0% e poder do teste de

80%. Foram considerados dois tipos de comparação de médias: entre as sessões

em relação às medidas em cada grupo; entre os grupos em relação à variação das

medidas da primeira para a 10a sessão.

Para a comparação entre as sessões num mesmo grupo a fórmula utilizada

foi:

221

,,2

)()(

mmtts

n vv

onde 2s é o desvio padrão da variável diferença e vt , e vt , são os valores da

distribuição t-Student correspondente a confiabilidade e o poder (ZAR, 1999).

A fórmula utilizada para obtenção das amostras entre grupos independentes

de igual tamanho foi:

221

,,2

)()(2

mmtts

n vvc

onde m1 e m2 são as médias obtidas na amostra piloto e S2c é o desvio padrão

combinado das duas amostras piloto.

vt , e vt , são os valores da distribuição t-Student correspondente a

confiabilidade e o poder (ZAR, 1999).

Os cálculos foram efetuados através do programa “EPISCOPE 2.0”. Os

resultados dos tamanhos amostrais se encontram nas Tabelas 1 a 4 incluindo a

média, desvio padrão e o desvio padrão combinado para cada comparação.

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4.6.2 Tamanhos Amostrais (Cálculo para Amostra Total)

Tabela 1 – Tamanho amostral segundo o valor da EVA entre a 1a e a 10a sessões, segundo a avaliação e grupo, com erro de 5%, poder de 80% para a comparação entre avaliações. Sessão Grupo Avaliação 1º 10º DP da n Média ±¨D. P Média ±¨D. P diferença Messoterapia Antes 7,18 ± 2,58 4,18 ± 2,13 1,82 6 Depois 1º após a 10º 5,78 ± 2,15 3,65 ± 2,51 2,13 11 Tens Antes 7,40 ± 2,46 5,11 ± 2,18 2,46 13 Depois 1º após a 10º 2,98 ± 1,47 1,81 ± 1,58 2,65 44 Tabela 2 – Tamanho amostral segundo a variação da EVA segundo a avaliação e grupo, com erro de 5%, poder de 80% para a comparação entre os grupos. Grupo Avaliação e sessão Massoterapia Tens D.Pcombinado n para cada Média ±¨D. P Média ±¨D. P dois grupos grupo Antes da sessão ( 1º - 10º ) 3,00 ± 1,82 4,42 ± 2,46 2,2356 41 Após sessão (1º - 10º) 2,13 ± 2,03 3,30 ± 2,65 2,4303 70 Antes de 1º - após 10º) 3,53 ± 2,13 5,59 ± 3,19 2,8297 32

Tabela 3 – Tamanho amostral segundo o valor da algometria segundo a avaliação, músculo e grupo, com erro de 5%, poder de 80% para a comparação entre avaliações. Sessão Músculo/lado Grupo Avaliação 1º 10º DP da diferença n Média ±¨D. P Média ±¨D. P Entre sessões Masseste/direito Messoterapia Antes 1,183 ± 0,214 1,508 ± 0,204 0,2697 9 Depois 1º após a 10º 1,375 ± 0,234 1,692 ± 0,291 0,2893 10 Tens Antes 1,200 ± 0,434 1,794 ± 0,230 0,4027 7 Depois 1º após a 10º 1,400 ± 0,462 1,928 ± 0,211 0,3420 7 Masseste/esquerdo Messoterapia Antes 1,125 ± 0,303 1,400 ± 0,394 0,4547 25 Depois 1º após a 10º 1,317 ± 0,181 1,483 ± 0,445 0,3724 43 Tens Antes 1,183 ± 0,431 1,628 ± 0,260 0,3254 8 Depois 1º após a 10º 1,267 ± 0,405 1,622 ± 0,298 0,3056 9 Temporal/direito Messoterapia Antes 1,392 ± 0,246 1,867 ± 0,334 0,2752 6 Depois 1º após a 10º 1,467 ± 0,260 2,025 ± 0,306 0,2108 5 Tens Antes 1,544 ± 0,450 2,022 ± 0,328 0,5149 12 Depois 1º após a 10º 1,744 ± 0,425 2,094 ± 0,223 0,3969 12 Temporal/esquerdo Messoterapia Antes 1,325 ± 0,252 1,758 ± 0,299 0,2769 7 Depois 1º após a 10º 1,400 ± 0,251 1,892 ± 0,369 0,3353 7 Tens Antes 1,344 ± 0,495 1,928 ± 0,348 0,4344 8 Depois 1º após a 10º 1,583 ± 0,393 2,056 ± 0,230 0,3774 8

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Tabela 4 – Tamanho amostral segundo a variação da algometria segundo a avaliação e grupo, com erro de 5%, poder de 80% para a comparação entre os grupos. Grupo Músculo/lado Avaliação e sessão Massoterapia Tens D.P combinado n para cada Média ±¨D. P Média ±¨D. P entre grupos grupo Masseste/direito Antes da sessão ( 1º - 10º ) 0,325 ± 0,270 0,594 ± 0,403 0,3577 30 Após sessão (1º - 10º) 0,317 ± 0,289 0,528 ± 0,342 0,3226 39 Antes de 1º - após 10º) 0,508 ± 0,343 0,728 ± 0,320 0,3290 38 Masseste/esquerdo Antes da sessão ( 1º - 10º ) 0,275 ± 0,455 0,444 ± 0,325 0,3803 82 Após sessão (1º - 10º) 0,167 ± 0,372 0,356 ± 0,306 0,3329 51 Antes de 1º - após 10º) 0,358 ± 0,504 0,439 ± 0,281 0,3825 353 Temporal/direito Antes da sessão ( 1º - 10º ) 0,475 ± 0,275 0,478 ± 0,518 0,4407 ** Após sessão (1º - 10º) 0,558 ± 0,211 0,350 ± 0,397 0,3378 44 Antes de 1º - após 10º) 0,633 ± 0,214 0,550 ± 0,429 0,3618 301 Temporal/esquerdo Antes da sessão ( 1º - 10º ) 0,433 ± 0,277 0,583 ± 0,434 0,3813 104 Após sessão (1º - 10º) 0,492 ± 0,335 0,472 ± 0,347 0,3424 4605 Antes de 1º - após 10º) 0,567 ± 0,367 0,711 ± 0,434 0,4095 129

(**): Número excessivamente grande e inviável para qualquer pesquisa.

Para a realização do presente estudo foi utilizado a amostra em relação a

algometria segundo a avaliação, músculo e grupo, como referência o músculo

temporal direito com erro de 5%, poder de 80% para a comparação entre avaliações

(Tabela 03), nos permitindo utilizar um (n) de no mínimo de 6 indivíduos para o

grupo da massoterapia e 12 para o grupo da TENS, utilizando-se como critério de

seleção para a realização do estudo essa variável.

4.7 CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

4.7.1 Questionário Anamnésico Simplificado – DMF

O questionário utilizado denominado de questionário anamnésico simplificado

ou índice clínico de severidade proposto por Fonseca (1992), é um instrumento de

avaliação que permite calcular o índice anamnésico que classifica os voluntários em

função da severidade da DTM em leve, moderada ou severa, ou ainda – sem DTM.

Trata-se de uma avaliação de rápida aplicação, com um número reduzido de

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perguntas, de fácil compreensão, o que elimina a influência do examinador sobre as

respostas dos pacientes, tornando-o um instrumento útil para caracterizar portadores

de DTM (BIASOTTO, 2002; OLIVEIRA, 2002; PEDRONI, 2003).

O questionário consiste em perguntas relativas aos possíveis sintomas e

avalia o grau de DTM e foi realizado neste estudo através de uma entrevista por

telefone. A escolha da entrevista através do telefone se dá pelo fato de ser mais

prático, rápido e viável, pois depende apenas de um componente do estudo para

realizar, e evita que pacientes que não possuam nenhum sinal ou sintoma de DTM

sejam desnecessariamente encaminhados para um serviço de saúde onde não iram

resolver o seu problema, além do custo, tempo desperdiçado e a ausência do

trabalho e da escola. Foram atribuídos escores ao DMF, em que o SIM corresponde

10, ÀS VEZES correspondendo a 5 e NÃO que corresponde a 0, de acordo com a

metodologia descrita por Fonseca em 1992.

Diante dos dados, foi possível estabelecer uma classificação quanto ao grau

de severidade da DTM entre os pacientes estudados, da seguinte maneira:

- Os valores de 0 a 19: não portadores de DTM

- Os valores de 20 a 44: portadores de DTM leve

- Os valores de 45 a 69: portadores de DTM moderada

- Os valores de 70 a 100: portadores de DTM severa

Os pacientes que obtiveram como resultados os escores de 45 a 100

(portadores de DTM moderada e severa) foram convidados para um exame físico,

com um cirurgião-dentista especialista em DTM, no intuito de se detectar possíveis

diagnósticos que não sejam realmente de DTM, como por exemplo, odontalgia.

Após diagnosticado a DTM e verificado o seu grau de comprometimento, os

pacientes foram encaminhados e submetidos ao RDC/TMD por outro componente

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da equipe onde foi selecionado apenas os adolescentes com DTM exclusivamente

de origem muscular uni ou bilateral.

4.7.2 Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders - RDC/TMD

Com o avanço das pesquisas e a necessidade de esclarecimentos quanto à

etiologia das DTM’s, houve a necessidade de padronizar os métodos de exame e os

critérios de diagnóstico. Em 1974, Helkimo desenvolveu um índice que quantificou a

extensão da doença, a partir da coleta de dados e a classificação de acordo com um

sistema numérico. A grande contribuição do índice de Helkimo foi o seu pioneirismo,

pois possibilitou o início dos estudos epidemiológicos. Não somente para estimar a

freqüência e a distribuição das DTM’s como também possibilitou o estudo do curso

da doença para melhor entendimento da etiologia (HELKIMO, 1976). No entanto,

não é apropriado para avaliar resultados de tratamento, e não permite separar os

problemas articulares dos musculares.

Em 1992, Truelove e colaboradores propôs um esquema que permite

múltiplos diagnósticos no mesmo indivíduo. Esse trabalho contribuiu para o

desenvolvimento de uma ferramenta de compreensão, classificação e de critérios de

diagnósticos validados e precisos, desenvolvida por Dworkin e LeResche (1992),

denominado RDC/TMD. Este índice permite ser empregado em pesquisas clínicas e

em trabalhos epidemiológicos. O objetivo dos autores foi maximizar a confiabilidade

das pesquisas e minimizar a variabilidade nos métodos de exame e do julgamento

clínico que possam influenciar o processo de classificação. É considerado um

instrumento de eleição, universalmente aceito e validado para pesquisas em DTM

(SVENSON, 2002), permitindo a reprodutibilidade dos critérios diagnósticos nas

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formas mais prevalentes de envolvimento muscular e articular (GAROFALO et al.,

1998; BARCLAY et al., 1999; YAP et al., 2002).

O RDC/TMD é composto de dois eixos. O eixo I (Anexo B) reflete a interação

complexa entre as dimensões físicas e psicológicas da dor crônica e evoluíram para

um sistema de eixo duplo na tentativa de permitir uma mensuração confiável de

sinais e sintomas de DTM’s, e o eixo II (Anexo C) refere-se aos fatores psicológicos

e psicossociais associados (RODA et al., 2007).

Após desenvolvido na língua inglesa, sua tradução e validação têm sido

realizadas para diferentes populações, permitindo aplicação em estudos clínicos

transculturais (DWORKIN et al., 2002). O questionário foi traduzido para o português

por Pereira et al. (2004). Para realização da adaptação cultural deste questionário,

Kosminsky et al. (2004), realizaram uma avaliação da tradução inglês-português e a

validação da face (avaliação por um comitê multidisciplinar e pré-teste).

Também foi avaliada a validade da versão em português do questionário eixo

II do RDC/TMD. O estudo foi realizado com uma amostra de 155 pacientes com

sinais e sintomas das desordens temporomandibulares, atendidos no período de

julho de 2003 a fevereiro de 2004. Ao final da avaliação, concluiu-se que o estudo é

reprodutível e válido para a população brasileira, possibilitando, assim, a inclusão do

Brasil em estudos epidemiológicos trans-temporomandibular (LUCENA et al., 2004).

O RDC/TMD estabeleceu um sistema de classificação para pesquisa que

consta de um questionário auto-aplicável com 31 questões e de um formulário para

exame físico com 10 itens, além de especificações para realização do exame do

paciente e critérios de diagnóstico que permitem classificar cada caso de acordo

com suas condições físicas (eixo I) e psicológicas (eixo II) como já mencionado.

O eixo I do RDC/TMD é dividido em três partes:

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1. Diagnóstico muscular, que pode ser com dor miofacial e dor miofacial com

limitação de abertura.

2. Deslocamento do disco, que pode ser com deslocamento do disco com redução,

sem redução, com abertura limitada e sem redução e sem limitação de abertura.

3. Artralgia, artrites e artroses; podendo ser: artralgia, osteoartrite da ATM e

osteoartrose da ATM.

O exame clínico para diagnóstico do eixo I do RDC/TMD consta de:

1. Palpação muscular e articular

2. Amplitude de movimento

3. Ausculta articular

As questões do eixo I do RDC/TMD abordam aspectos como dor espontânea

e provocada, padrão de abertura bucal, ruídos articulares e movimentos

mandibulares.

O eixo II agrupa intensidade da dor crônica e a incapacidade, grau de

depressão, escala de sintomas físicos não-específicos e limitação da função

mandibular.

No presente estudo foi utilizado apenas o eixo I do RDC/TMD.

4.8 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS

4.8.1 Aplicação da Terapia com a TENS

Para o fornecimento da corrente elétrica da TENS, foi utilizado nesta pesquisa o

equipamento PHYSIOTONUS II (BIOSET), de quatro canais, com eletrodos

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percutâneos retangulares para a eletroestimulação (Figura 3). Este equipamento foi

calibrado pelo Laboratório de Dispositivos e Nanoestruturas (LDN) da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), antes da aplicação nos pacientes (Anexo D).

Figura 3. Physiotonus II (Bioset)

Para a realização da terapia com a TENS, todos os pacientes foram previamente

submetidos a uma higienização da região a ser tratada com álcool a 70% embebida

em algodão. Em seguida, após secagem, os eletrodos foram colocados em volta ou

próximo ao local da dor (músculo masseter e/ou temporal), utilizando-se gel à base

de água para facilitar a condução elétrica, mantida no local através da utilização de

esparadrapo (Figura 4). Os parâmetros de freqüência e largura de pulso foram de

150 Hz e 100 µs, respectivamente (modo TENS convencional) por 30 minutos, já a

intensidade foi ajustada no decorrer da aplicação, de acordo com a acomodação,

sem que houvesse desconforto e/ou contrações vigorosas dos músculos

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mastigatórios. Essa intensidade foi estabelecida inicialmente até induzir

fasciculações musculares intermitentes (tremor) visíveis dos músculos mastigatórios

e mantidos até o fim da terapia. O tratamento foi realizado em todos os pacientes

duas vezes por semana, durante cinco semanas ininterruptas.

Figura 4. Colocação dos eletrodos

4.8.2 Alongamentos e Massagem Terapêutica Facial

Foi informado ao paciente como seria realizada a terapia manual na

musculatura mastigatória. O procedimento foi iniciado com o paciente em decúbito

dorsal onde neste momento o pesquisador informou ao paciente como seria o

procedimento, que constituiu na realização de terapias manuais na musculatura

mastigatória (masseter feixe superficial, temporal feixes anterior médio e posterior e

submandibulares). Todas as manipulações foram realizadas com as mãos

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enluvadas, utilizando a região digital dos dedos do pesquisador, sendo o mesmo um

profissional fonoaudiólogo.

4.8.2.1 Alongamento Muscular Passivo

As manipulações foram realizadas com movimentos de deslizamento no

sentido crânio caudal, de acordo com Gonzalez e Berzin (2004) e movimentos

circulares em toda a região de cada feixe muscular bilateralmente (Figura 5).

Figura 5. Alongamento (soltura) e movimentos circulares do músculo masseter

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Foram realizadas ainda manipulações intra - orais no músculo masseter com

objetivo de alongamento e alívio da sensação dolorosa (CARMELI, 2001;

NICOLAKIS et al., 2000). Todos estes procedimentos foram realizados durante 2

minutos em cada lado da face. O alongamento do masseter foi dividido nos feixes

superficial e profundo tendo por início o feixe superficial, onde foi realizado o seu

alongamento e liberação (soltura). O pesquisador instruiu o paciente a relaxar a

mandíbula, obtendo também o afrouxamento no músculo temporal aplicando tração

ascendente neste músculo com um das mãos. A outra mão completou o

procedimento de liberação com tração firme e lenta na direção descendente,

começando no temporal e movendo-se descendentemente sobre os músculos

masseter e platisma, esse movimento foi realizado 10 vezes.

Para o alongamento do músculo temporal (feixes anterior médio e posterior)

foi solicitado que o paciente relaxasse os maxilares, onde o pesquisador utilizou as

duas mãos aplicando tração ascendente nas porções superior e posterior do

músculo temporal para alongar passivamente as fibras (Figura 6).

Figura 6. Alongamento do músculo temporal anterior

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4.8.2.2 Alongamento Muscular Ativo

A segunda intervenção foi realizada com exercícios de alongamentos na

musculatura do masseter e temporal obedecendo aos critérios estabelecidos por

Simons, Travell e Simons (2005). O paciente foi orientado a realizar uma inspiração

abrindo a boca ao máximo que lhe for confortável para obter o maior alongamento

do músculo temporal, seguido de expiração, fechando totalmente a boca.

Continuando com o músculo temporal, foi solicitado ao paciente que abrisse a

boca até a posição confortável de abertura máxima (Figura 7).

Figura 7. Alongamento ativo do músculo temporal (abertura e fechamento

bucal máximo)

O pesquisador com os dedos afastados pressionou firmemente na direção

ascendente logo acima das têmporas e sobre as orelhas, alongando o músculo

temporal enquanto o paciente realizou uma respiração plena e longa para aumentar

o relaxamento muscular. Este procedimento foi realizado por 30 segundos sendo

repetido por 10 vezes. Enquanto isto, com a outra mão, o pesquisador manteve o

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alongamento e a liberação, pedindo ao paciente que inspirasse e abrisse a boca,

utilizando a respiração e inibição recíproca para relaxar os elevadores da mandíbula,

direcionando uma pressão e tração para baixo. Esta série foi repetida por 10 vezes.

Para o alongamento ativo do músculo masseter foi realizado a pressão do

arco zigomático com uma das mãos. O pesquisador segurou firmemente esta região

e com a outra mão realizou movimentos de fricção lentamente e firmemente de cima

para baixo, por toda a extensão do masseter, mantendo a parte posterior da

mandíbula com leve pressão para baixo para soltar o masseter. O pesquisador

instruiu o paciente a abrir a boca e a realizar uma respiração plena e profunda para

aumentar a liberação do músculo, este movimento foi realizado 10 vezes.

Outra mobilização realizada para o músculo masseter consistiu em solicitar ao

paciente que abrisse boca até atingir uma posição completamente confortável,

provocando distensão do músculo. Nessa posição o pesquisador realizou uma

suave contração isométrica dos depressores da mandíbula, pressionando de forma

delicada a mandíbula para baixo contra as mãos do pesquisador, durante pelo

menos 5 segundos. As mãos resistiram a qualquer tentativa de movimento. Em

seguida, o paciente inspirou, abrindo delicadamente a boca como antes para

conseguir a distensão que foi desenvolvida no masseter. Este procedimento foi

repetido por 3 vezes.

Para o alongamento e relaxamento do masseter profundo foi solicitado ao

paciente que realizasse a protrusão da mandíbula de forma suave e colocando-se

contra resistência a mão do pesquisador fazendo uma contração isométrica suave.

Este procedimento foi realizado por 30 segundos, tendo 10 repetições (Figura 8).

O tratamento foi realizado em todos os pacientes duas vezes por semana,

durante cinco semanas ininterruptas.

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Figura 8. Contração isométrica dos depressores da mandíbula 4.9 ESCALAS DE AVALIAÇÃO

4.9.1 Escala Visual Analógica – EVA

O grande desafio do combate à dor inicia-se na sua mensuração, já que a dor

é, antes de tudo, subjetiva, variando individualmente em função de vivências

culturais, emocionais e ambientais. Torna-se necessária uma abordagem

multidimensional na avaliação dos atributos da dor, os quais incluem intensidade,

duração e localização, características somatossensoriais e emocionais que a

acompanham.

Os instrumentos para mensurar a dor podem ser unidimensionais ou

multidimensionais. Escalas unidimensionais avaliam somente uma das dimensões

da experiência dolorosa, e dentre as mais usadas, destacam-se as Escala Visual

Numérica (EVN), graduada de zero a dez, nas quais o zero significa ausência de dor

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e dez, a pior dor imaginável; e a Escala Visual Analógica (EVA), que consiste de

uma linha reta, não numerada, indicando-se em uma extremidade a marcação de

"ausência de dor", e na outra, "pior dor imaginável". Sem dúvida, ambas as escalas

têm a vantagem de facilitar o contato examinador-paciente, ao compartilhar-se a

intensidade da dor, e ao paciente um instrumento para "se fazer entender".

As escalas de intensidade pertencem ao primeiro grupo (unidimensionais),

avaliam somente uma das dimensões da experiência dolorosa. A escala EVA

consiste em um segmento de reta de 10 cm de comprimento, mais pode ser dada

em milímetros, possuindo 101 pontos, em cujas extremidades estão expressos os

extremos da dor (“sem dor” e “pior dor imaginável”), categorizada como “sem dor”

(0), “dor leve” (1 a 3 cm), “dor moderada” (4 a 7 cm) e “dor intensa” (8 a 10 cm)

(Figura 9) (HUSKISSON, 1974; PIMENTA, 1999) (Anexo E).

Figura 9. Escala Visual Analógica (EVA)

Conti et al. (2001) avaliaram a precisão e sensibilidade da EVA, escala

numérica, escala de avaliação de comportamento e escala verbal em 59 pacientes

com DTM. Todas as quatros escalas foram empregadas nos sujeitos, antes e depois

do tratamento, com um semana, 15 dias, e uma vez por mês durante 6 meses. Os

autores encontraram que a escala numérica foi mais precisa na reprodutibilidade da

dor, com capacidade de expressar mudanças durante o tratamento, todas as

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escalas demonstraram diminuição dos sintomas de 30 a 50% em um período de 6

meses. Os autores recomendam que a análise dos resultados deva ser realizada

com cautela por causa dos aspectos subjetivos da aferição da dor e ausência de um

padrão ouro para comparação e flutuação natural dos sintomas da DTM.

Dentre os índices de avaliação para a dor, Revill et al. (1976) afirmaram que a

EVA tem grande sensibilidade e é mais segura no registro da dor do que outras

escalas de avaliação de dor descritivas e numéricas.

Huskisson (1974) aplicou a EVA para mensurar sintomas subjetivos, desde a

ausência de dor até o mais alto grau de dor. Segundo o autor, a EVA produzia

resultados eficientes, satisfatórios, uniformes, de maneira clara, simples e pouco

invasiva. Por esse motivo, a EVA tem sido mais freqüentemente empregada em

pesquisas (COLLINS; MOORE; MCQUAY, 1997; HAWKSLEY, 2000; KELLY, 2001;

SCRIMSHAW; MAHER, 2001; TAMIYA et al., 2002; HOLDGATE et al., 2003).

Neste estudo não foi utilizada a escala numérica, pois os valores poderiam

induzir a uma memorização do número pelo paciente, e interferir no registro da

quantificação da dor; contribuindo para o aumento da variabilidade dos registros,

conforme referido por Price et al. (1992).

4.9.2 Algometria de pressão

A algometria de pressão consiste numa técnica onde se tenta quantificar a

tolerância dolorosa através de um estímulo físico na musculatura escolhida, tendo

essa que responder a força empregada (PIOVESAN et al., 2001).

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É utilizada para a identificação do Limiar de Dor a Pressão (LDP), que seria a

menor experiência de dor que o indivíduo venha a sentir após o início do estímulo

mecânico do algômetro.

Segundo Fischer (1987), o algômetro é um instrumento que mede a força

mecânica necessária para causar sensibilidade. Esse aparelho tem uma ponteira de

borracha de 1 cm2, conectada em sua extremidade, que é aplicada com determinada

pressão na área selecionada, perpendicular à superfície muscular. A pressão é

aumentada continuamente, até que a dor, ou o desconforto, seja identificado pelo

paciente. O LDP é definido como a pressão mínima capaz de induzir dor. Os valores

são expressos em quilograma (Kg), porém podem ser convertidos em Newton (N)

(Figuras 10 e 11).

Figura 10. Algômetro Analógico

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Figura 11. Algômetro Digital

O LDP realizado com um algômetro tem sido descrito como um método que

apresenta excelente reprodutibilidade, desde que a pressão seja aplicada de forma

padronizada. A calibração é um processo mais simples quando comparado à

palpação manual, podendo também ser empregada para fins de diagnóstico (BABA

et al., 2001).

Evidências indicam que a avaliação da sensibilidade à dor é mais precisa

quando, em vez de palpação manual, é usado um instrumento (algômetro ou

dinamômetro), para aplicar pressão sobre uma área específica, com índice uniforme

e constante. Nesse método, no momento em que a pressão aplicada pelo aparelho

gera sensação dolorosa, o paciente informa ao profissional. Esse método tem

produzido medidas confiáveis e válidas de LDP em pacientes com várias síndromes

de dor musculoesqueléticas e em indivíduos assintomáticos. Sob a perspectiva de

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pesquisa, a introdução dessa metodologia pode minimizar a natureza subjetiva da

palpação manual (JENSEN et al., 1992).

As aplicações clínicas do algômetro incluem a quantificação do limiar de

sensibilidade à dor miofacial e avaliação de resultados terapêuticos. A avaliação da

dor pode fornecer pistas valiosas no diagnóstico diferencial e na evolução de uma

doença, na eficácia do tratamento e, mais importante, no bem-estar do paciente.

Significativas variações na percepção de dor são observadas em indivíduos

diferentes e, em um mesmo indivíduo, em diferentes condições.

A obtenção de dados contínuos da algometria de pressão resulta em uma

resolução maior que as respostas categóricas discretas, como as classificações

“leve, moderada ou intensa”, ou questões subjetivas, como “dói ou você sente

apenas pressão”. Embora os resultados obtidos com o uso do algômetro de pressão

sejam mais precisos que os obtidos pela técnica de palpação manual, os mesmos

ainda são influenciados pela resposta do paciente, pela localização e magnitude da

dor, nível de contração muscular e taxa de aplicação da pressão (JENSEN et al.,

1992).

Neste estudo foi utilizado o algômetro mecânico de pressão, modelo FDN 50,

procedente da Wagner Force Dial tm e fabricado na Itália. Este instrumento possui a

capacidade de medir a tração e a pressão em Kilograma – força (Kgf) ou em Newton

(N). A escala do manômetro do algômetro apresenta divisões de 0,05 kg. Existe uma

haste em uma de suas extremidades, com ponta em forma circular, onde se adaptou

um disco de metal de 1,0 cm2 (CIMINO et al., 2000; KIM; GRABER; VIANA, 2002),

similar à ponta do dedo indicador, que normalmente é o dedo utilizado no exame da

palpação digital.

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Esse disco constitui a parte do aparelho que entrará em contato com a face

do paciente. Cabe salientar, ainda, que o aparelho utilizado neste ensaio clínico

recebeu a avaliação do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP), no sentido de

confirmar a calibração do fabricante, com resultado positivo (Anexo F).

Todos os pacientes receberam orientações, no que diz respeito à aferição.

Como sistemática da algometria, a seqüência em que o primeiro lado a ser

estimulado será o direito nos seguintes pontos: feixe anterior do temporal e masseter

superficial. Em seguida, receberão estímulos o feixe anterior do temporal e o

masseter superficial do lado esquerdo. (ANTONACI; SAND; LUCAS, 1998;

DUARTE; GOULART; PENNA, 1999).

A escolha dos locais testados ocorreu através da palpação digital e marcados

com uma caneta com um ponto lavável (DROBEK; SCHOENAERS; De LAAT, 2002).

Foi solicitado ao paciente que o mesmo realizasse o apertamento dental, para que

os músculos masseter superficial e temporal anterior fossem localizados. Isso se dá

morfometricamente, utilizando-se um paquímetro a fim de possibilitar o emprego das

mesmas regiões nas aferições subseqüentes. Assim, as medidas adotadas para

essa marcação foram às distâncias entre o feixe anterior do temporal para o canto

do olho e deste mesmo ponto para a comissura labial. Para o músculo masseter

superficial, foram traçadas duas linhas que representavam a distância desses

músculos para o canto do olho e para a comissura labial. Antes de dar início às

aferições, foi solicitado aos pacientes que relaxassem a musculatura levantadora da

mandíbula, pedindo para não ocluir os dentes (KOSEKA; LUNDBERGH, 2003).

O posicionamento do algômetro se deu em um ângulo próximo a 90º com

relação à área do corpo investigada, aplicando-se uma pressão crescente e

constante de 0,5 kg/cm2/s até a pressão que ele referisse desconforto, sendo

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realizado em cada ponto pré-determinado. Enquanto a palpação foi realizada com

uma mão, a outra serviu de anteparo para que o paciente não retirasse a cabeça e

prejudicasse a obtenção dos dados.

Os pacientes foram orientados a comunicar, levantando a mão ou relatando

dor, no momento exato em que o estímulo crescente exercido na sua face deixasse

de ser pressão e passasse a ser doloroso ou desconfortável. A esses foi ressaltado

não suportar a dor, e comunicaram o instante em que ela se iniciou. Nesse

momento, a aplicação da pressão foi interrompida e anotada o valor na leitura do

manômetro do algômetro (DUARTE; GOULART; PENNA, 1999). A folha para

registro do resultado foi anexada ao prontuário do paciente (Apêndice D).

4.9.3 Abertura Oral Máxima (AOM)

A conduta clínica da cavidade oral pode apresentar variado grau de

dificuldade, quando a abertura de boca é limitada. A limitaçäo na abertura de boca

ou abertura oral máxima (AOM) pode ser atribuída a espasmos musculares,

neoplasias, enfermidades reumáticas, fatores congênitos, miopatias, cervicalgias,

disfunções da ATM e seqüelas de fraturas no terço médio e inferior da face. É

preciso que o cirurgião-dentista tenha parâmetros para considerar esta abertura

normal ou limitada, não só para possibilitar a realização do tratamento, mas também

com fins de diagnóstico (FOGAÇA, 1998).

A avaliação da motricidade oral envolve a constatação da existência de

alterações funcionais e de relações desencadeantes do problema, como alterações

dentoesqueléticas e/ou articulares. Sendo assim, o principal objetivo da avaliação é

verificar a presença de desequilíbrios musculares e funcionais que prejudiquem o

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funcionamento do sistema estomatognático. Determinando-se o diagnóstico e as

suas relações, pode-se obter maior clareza quanto ao prognóstico e melhores

resultados terapêuticos (CATTONI; FERNANDES, 2005).

Marchesan, Ríspoli e Bacha (1998), propõem a utilização do paquímetro para

mensurar os lábios superior e inferior, o filtro, os terços da face, as mordidas (aberta,

sobressaliência) e a distância entre o canto externo do olho e a comissura dos

lábios. Segundo esses autores o uso desse instrumento é fundamental para a

avaliação do sistema estomatognático. Os dados obtidos a partir deste procedimento

podem ser comparados antes e após o tratamento miofuncional oral e podem

determinar as possibilidades para obtenção da funcionalidade do sistema

estomatognático (Figura 12).

Figura 12. Mensuração através do paquímetro

No presente estudo realizamos aferições da AOM em todos os pacientes

antes e depois da 1, 5 e 10 sessão a fim de averiguar se todos os pacientes

obtiveram melhora no ganho de AOM ao longo do tratamento.

Esse procedimento foi realizado utilizando-se um paquímero da marca

DIGIMESS, código: 100.179P, dimesão: 300MM/12 (Figura 13).

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Figura 13. Paquímetro DIGIMESS

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5. RESULTADOS

Na análise dos dados foram obtidas as medidas estatísticas: média e desvio

padrão (técnicas de estatística descritiva) e foram utilizados os testes estatísticos: t-

Student para duas amostras independentes com variâncias iguais ou desiguais, t-

Student para amostras pareadas, F (ANOVA) para medidas repetidas com

comparações de Bonferroni ou LSD (Least Significance Diference) quando os

resultados das comparações de Bonferroni não foram coerentes com o resultado do

teste F.

Ressalta-se que a verificação da hipótese de igualdade de variâncias foi

realizada través do teste F de Levene.

A digitação dos dados foi realizada na planilha EXCEL e os cálculos

estatísticos foram realizados através do programa SPSS (Statistical Package for the

Social Sciences) na versão 13.0. A margem de erro utilizada na decisão dos testes

estatísticos foi 5,0%.

5.1 Avaliação da Escala Visual Analógica (EVA)

Na Tabela 5 apresenta-se a média e o desvio padrão da EVA segundo a

sessão, avaliação e grupo e das diferenças entre as medidas antes e depois por

sessão e grupo. Desta tabela destaca-se que: as médias dos pacientes submetidos

à terapia ou grupo da TENS foram correspondentemente menos elevadas do que as

medidas obtidas no grupo dos pacientes submetidos à massagem terapêutica facial

em cada sessão ou avaliação e com exceção da 1a sessão se comprovam diferença

significante entre os grupos em cada sessão e avaliação para a margem de erro

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considerada (p < 0,05). Em cada sessão e cada grupo as médias da avaliação antes

da terapia foram correspondentemente mais elevadas do que depois da terapia,

resultados estes que indicam redução do antes para depois da sessão, desde que

às médias das diferenças (medida antes – medida depois) foram todas positivas;

com exceção da 1a e da 10a sessão no grupo da massagem terapêutica facial para

as demais situações comprova-se diferenças significantes entre as avaliações

(p > 0,05).

Tabela 5 – Avaliação da EVA segundo a sessão, avaliação e grupo

Grupo

EVA/ Sessão Avaliação TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (3) Média ± DP (3) 1a sessão Antes 5,99 ± 2,98 6,18 ± 3,33 p(1) = 0,896

Depois 4,20 ± 2,38 4,80 ± 2,72 p(1) = 0,595 Valor de p p(2) = 0,004* p(2) = 0,053

5a sessão Antes 2,65 ± 2,70 6,69 ± 1,71 p(1) = 0,001*

Depois 2,06 ± 2,28 5,43 ± 2,40 p(1) = 0,004* Valor de p p(2) = 0,047* P(2) = 0,010*

10a sessão Antes 2,21 ± 1,80 4,64 ± 2,11 p(1) = 0,010*

Depois 1,43 ± 1,61 3,40 ± 2,33 p(1) = 0,029* Valor de p p(2) = 0,041* p(2) = 0,086 (Diferenças)

1a sessão (Antes x Depois) 1,79 ± 1,95 1,38 ± 1,67 p(1) = 0,617 5a sessão (Antes x Depois) 0,59 ± 1,00 1,26 ± 1,01 p(1) = 0,144 10a sessão (Antes x Depois) 0,79 ± 1,30 1,24 ± 1,76 p(1) = 0,497

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste t-Student Pareado. (3): As medidas foram consideradas em mm.

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No grupo da TENS as médias reduziram com o tempo de avaliação tanto nas

avaliações antes como na avaliação depois da terapia, enquanto que no grupo da

massagem terapêutica facial as médias aumentaram da 1a para a 5a e reduziram da

5a para a 10a avaliação, entretanto as médias foram menos elevadas na 10a sessão

do que na 1a sessão.

As médias das diferenças entre as avaliações antes e depois (antes – depois)

variaram de 0,59 a 1,79, sendo os dois maiores valores ocorreram na 1a sessão;

entre os grupos a média foi mais elevada no grupo da TENS na 1a sessão enquanto

que na 5a e na 10a foram mais elevadas no grupo da massagem terapêutica facial,

entretanto sem diferença significante entre os grupos (Gráficos 1 e 2).

2,652,21

4,20

2,061,43

6,69

4,644,805,43

3,40

5,996,18

0

2

4

6

8

10

1a sessão ·5a sessão 10a sessãoSessão

Méd

ia d

a V

AS TENS - antes

TENS - depoisMassoterapia - antesMassoterapia - depos

Gráfico 1 - Média da EVA segundo o grupo, sessão e avaliação

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0,790,59

1,79

1,241,26

1,38

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Sessão 1 Sessão 5 Sessão 10

Méd

ia d

a va

riaçã

o VA

Z (A

ntes

-Dep

ois)

TensMassoterapia

Gráfico 2 – Média da variável diferença entre as duas avaliações (medida antes da terapia menos medida depois) segundo a sessão e o grupo

Na Tabela 6 apresentam-se os resultados da EVA com as comparações entre

sessões por avaliação e as diferenças entre as sessões. Conforme comentado na

Tabela 5: as médias da EVA foram menores no grupo do TENS do que no grupo da

massagem terapêutica facial em cada avaliação e sessão na avaliação antes; foram

menos elevadas na 10a do que na 1a sessão em cada avaliação enquanto que na

avaliação depois ocorreu o contrário.

No grupo da TENS as médias reduziram com a sessão em cada uma das

avaliações e grupo, com diferenças significantes entre as sessões e pelos testes de

comparações pareadas se comprova diferença da 1a com cada uma das outras

sessões.

As médias das diferenças entre a 1a e a 5a sessões antes e depois foram

positivas no grupo da TENS (indicam redução) enquanto que no grupo da

massagem terapêutica facial foram negativas e indicam aumento do valor da

medida; as médias; as médias das diferenças entre as avaliações da 1a e para a 10a

e da 5a para a 10a sessões foram mais elevadas no grupo da TENS do que na

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massagem terapêutica facial e contrário ocorreu com a diferença da 5a e 10a que foi

mais elevada no grupo da massagem terapêutica facial, entretanto com exceção da

diferença entre a 1a e a 5a no grupo da TENS para as demais variações não se

comprova diferença significante entre os grupos (p > 0,05).

Tabela 6 – Avaliação da EVA segundo a avaliação, sessão e o grupo

Grupo

EVA/ Avaliação Sessão TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (4) Média ± DP (4) Antes 1a sessão 5,99 ± 2,98 (A) 6,18 ± 3,33 p(1) = 0,896

5a sessão 2,65 ± 2,70 (B) 6,69 ± 1,71 p(1) = 0,001* 10a sessão 2,21 ± 1,80 (B) 4,64 ± 2,11 p(1) = 0,010*

Valor de p p(3) < 0,001* p(3) = 0,290

Depois 1a sessão 4,20 ± 2,38 (A) 4,80 ± 2,72 p(1) = 0,595 5a sessão 2,06 ± 2,28 (B) 5,43 ± 2,40 p(1) = 0,004* 10a sessão 1,43 ± 1,61 (B) 3,40 ± 2,33 p(1) = 0,029*

Valor de p P(3) < 0,001* p(3) = 0,292 (Diferenças)

Antes (1a sessão x 5a sessão) 3,34 ± 2,27 -0,51 ± 4,81 p(1) = 0,018* (1a sessão x 10a sessão) 3,78 ± 2,55 1,54 ± 3,27 p(1) = 0,088 (5a sessão x 10a sessão) 0,44 ± 1,62 2,05 ± 2,62 p(1) = 0,087 Depois (1a sessão x 5a sessão) 2,14 ± 1,82 -0,63 ± 4,40 p(2) = 0,127 (1a sessão x 10a sessão) 2,77 ± 2,43 1,40 ± 2,19 p(1) = 0,203 (5a sessão x 10a sessão) 0,64 ± 1,50 2,03 ± 3,80 p(2) = 0,350

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste de t-Student com variâncias desiguais. (3): Através do teste F(ANOVA) para medidas repetidas. (4): As medidas foram consideradas em mm. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significante entre as sessões correspondentes com comparações pareadas de Bonferroni.

5.2 Avaliação da Abertura Oral Máxima (AOM)

Na Tabela 7 apresenta-se a média e o desvio padrão da AOM segundo a

sessão, avaliação e grupo e as diferenças entre as medidas antes e depois por

sessão e grupo. Desta tabela destaca-se que: as médias dos pacientes submetidos

a TENS foram correspondentemente mais elevadas do que no grupo da massagem

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terapêutica facial em cada sessão ou avaliação, entretanto não se comprova

diferença significante entre os grupos para nenhuma sessão e avaliação (p > 0,05).

Em todas as sessões e grupo as médias depois da terapia foram

correspondentemente mais elevadas do que antes da terapia, indicando aumento da

AOM com a sessão, desde que as médias das diferenças (medida depois – medida

antes) foram positivas, com diferenças significantes entre as sessões (p < 0,05). Na

1a sessão e na 10a sessão as médias da diferença foram mais elevadas no grupo da

TENS enquanto que na 5a sessão a maior média ocorreu no grupo da massagem

terapêutica facial, entretanto sem diferença significante entre os grupos.

As médias das diferenças da AOM variaram de 1,44 a 3,56, sendo que na 1a

e na 10a sessão foram correspondentemente mais elevadas no grupo da TENS sem

diferenças significantes entre os grupos.

Tabela 7 – Avaliação da abertura oral máxima (AOM) segundo a sessão, avaliação e grupo

Grupo

AOM/ Sessão Avaliação TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (3) Média ± DP (3) 1a sessão Antes 37,39 ± 11,76 33,31 ± 13,67 p(1) = 0,469

Depois 40,29 ± 10,68 34,75 ± 13,24 p(1) = 0,296 Valor de p p(2) < 0,001* p(2) < 0,001*

5a sessão Antes 41,29 ± 12,44 33,56 ± 14,31 p(1) = 0,199

Depois 43,00 ± 12,96 37,13 ± 14,16 p(1) = 0,334 Valor de p p(2) < 0,001* p(2) < 0,001*

10a sessão Antes 42,36 ± 11,55 34,38 ± 11,59 p(1) = 0,135

Depois 45,21 ± 13,26 37,13 ± 11,89 p(1) = 0,169 Valor de p p(2) < 0,001* p(2) = 0,001* (Diferenças)

1a sessão (Antes x Depois) 2,89 ± 6,91 1,44 ± 2,19 p(1) = 0,572 5a sessão (Antes x Depois) 1,71 ± 3,58 3,56 ± 1,99 p(1) = 0,196 10a sessão (Antes x Depois) 2,86 ± 4,35 2,75 ± 4,06 p(1) = 0,955

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste t-Student Pareado. (3): As medidas foram consideradas em mm.

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Dos resultados contidos na Tabela 8 destaca-se que: em cada avaliação e

grupo as médias aumentaram com a sessão, entretanto a única diferença

significante foi registrada no grupo da TENS na avaliação antes das sessões e pelos

testes de comparações pareadas comprova-se diferenças significantes da 1a com

cada uma das sessões. As médias da variação foram correspondentemente mais

elevadas no grupo da TENS do que no grupo com massagem terapêutica facial,

entretanto sem diferenças significantes entre os grupos.

Tabela 8 – Avaliação da abertura oral máxima (AOM) segundo a avaliação, sessão e o grupo

Grupo

AOM/ Avaliação

Sessão TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (3) Média ± DP (3) Antes 1a sessão 37,39 ± 11,76 (A) 33,31 ± 13,67 P(1) = 0,469

5a sessão 41,29 ± 12,44 (B) 33,56 ± 14,31 P(1) = 0,199 10a sessão 42,36 ± 11,55 (B) 34,38 ± 11,59 p(1) = 0,135

Valor de p P(2) = 0,020* p(2) = 0,744

Depois 1a sessão 40,29 ± 10,68 34,75 ± 13,24 p(1) = 0,296 5a sessão 43,00 ± 12,96 37,13 ± 14,16 p(1) = 0,334 10a sessão 45,21 ± 13,26 37,13 ± 11,89 p(1) = 0,169

Valor de p p(2) = 0,125 p(2) = 0,356 (Diferenças) Antes (1a sessão x 5a sessão) 3,89 ± 6,12 0,25 ± 5,36 p(1) = 0,176

(1a sessão x 10a sessão) 4,96 ± 7,20 1,06 ± 5,47 p(1) = 0,200 (5a sessão x 10a sessão) 1,07 ± 5,12 0,81 ± 3,07 p(1) = 0,898

Depois (1a sessão x 5a sessão) 2,71 ± 8,65 2,38 ± 5,58 p(1) = 0,922 (1a sessão x 10a sessão) 4,93 ± 10,01 2,38 ± 5,71 p(1) = 0,518 (5a sessão x 10a sessão) 2,21 ± 6,24 0,00 ± 4,28 p(1) = 0,386

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste F(ANOVA) para medidas repetidas. (3): As medidas foram consideradas em mm. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significante entre as sessões correspondentes com comparações pareadas de LSD.

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5.3 Avaliação da Algometria de pressão

Nas Tabelas 9 a 12 apresentam-se os resultados da Algometria, segundo

músculo, sessão, avaliação e grupo e as diferenças entre: avaliações por músculo,

sessão e grupo e entre sessões por músculo, avaliação e grupo.

Das Tabelas 9 e 11 destaca-se que: com exceção da 1a sessão do temporal

direito no grupo da massagem terapêutica facial e da 5a sessão do masseter

esquerdo para as demais situações as médias da Algometria foram

correspondentemente mais elevadas na avaliação depois do que antes da terapia

em cada músculo, sessão e grupo, entretanto as únicas diferenças significantes

foram registradas entre as duas avaliações para: o músculo temporal direito na 10a

sessão, temporal esquerdo na 1a e na 10a sessão. Em todas as avaliações e

sessões, as médias da Algometria foram correspondentemente mais elevadas no

grupo da TENS do que na massagem terapêutica facial e diferenças significantes

foram registradas na 1a e 5a sessão da avaliação depois no temporal direito, na 5a

sessão antes e nas duas avaliações depois da 10a sessão do temporal esquerdo, na

5a e na 10a sessão nas duas avaliações, sendo que entre os casos com diferença

significante as médias variaram de 278,57 a 559,82. Em relação às diferenças entre

os resultados da avaliação antes e depois, não se comprova diferença significante

entre os grupos para nenhuma das avaliações.

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Tabela 9 – Avaliação da algometria segundo o músculo temporal direito e esquerdo por sessão, avaliação e grupo

Grupo

Músculo/ Sessão Avaliação TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (4) Média ± DP (4) Temporal direito

1a sessão Antes 1685,71 ± 502,08 1468,75 ± 252,05 p(1) = 0,270 Depois 1746,43 ± 399,26 1393,75 ± 261,09 p(1) = 0,037*

Valor de p p(3) = 0,567 p(3) = 0,490 5a sessão Antes 1807,14 ± 434,50 1418,75 ± 469,75 P(1) = 0,064 Depois 1896,43 ± 368,71 1512,50 ± 170,61 p(2) = 0,003*

Valor de p p(3) = 0,339 p(3) = 0,630 10a sessão Antes 2028,57 ± 556,68 1656,25 ± 490,22 p(1) = 0,132 Depois 2035,71 ± 469,22 1775,00 ± 550,32 p(1) = 0,252

Valor de p p(3) = 0,951 p(3) = 0,023*

(Diferenças) 1a sessão (Antes x Depois) 60,71 ± 386,89 -75,00 ± 291,55 p(1) = 0,400 5a sessão (Antes x Depois) 89,29 ± 336,37 93,75 ± 526,74 p(1) = 0,981 10a sessão (Antes x Depois) 7,14 ± 425,11 118,75 ± 116,30 p(1) = 0,480

Temporal esquerdo 1a sessão Antes 1539,29 ± 567,44 1368,75 ± 228,25 p(1) = 0,429 Depois 1660,71 ± 417,03 1500,00 ± 282,84 p(1) = 0,346

Valor de p p(3) = 0,212 p(3) = 0,021* 5a sessão Antes 1828,57 ± 418,66 1431,25 ± 268,51 p(1) = 0,026* Depois 1853,57 ± 406,42 1575,00 ± 187,08 p(2) = 0,041*

Valor de p p(3) = 0,761 P(3) = 0,276 10a sessão Antes 2046,43 ± 380,52 1662,50 ± 354,31 p(1) = 0,030* Depois 2117,86 ± 289,30 1775,00 ± 407,08 p(1) = 0,032*

Valor de p p(3) = 0,491 p(3) = 0,017*

(Diferenças) 1a sessão (Antes x Depois) 121,43 ± 346,25 131,25 ± 125,18 p(1) = 0,940 5a sessão (Antes x Depois) 25,00 ± 301,12 143,75 ± 343,76 p(1) = 0,408 10a sessão (Antes x Depois) 71,43 ± 377,09 112,50 ± 102,64 p(1) = 0,768

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste t-Student com variâncias desiguais. (3): Através do teste t-Student Pareado. (4): As medidas foram consideradas em mm.

Das Tabelas 10 e 12 destaca-se que: com exceção das diferenças entre a 1a

e a 5a sessão no grupo da massagem terapêutica facial nos músculos temporal

direito e masseter direito antes da sessão e masseter esquerdo, em ambas as

avaliações para as demais situações houve aumento nos valores das médias entre

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as sessões em cada músculo, avaliação e grupo, diferenças estas que se mostraram

significantes entre as sessões em todos os músculos e avaliação no grupo da TENS.

Tabela 10 – Avaliação da algometria segundo o músculo temporal direito e esquerdo por avaliação, sessão e grupo

Grupo

Músculo/ Avaliação Sessão TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (4) Média ± DP (4) Temporal direito

Antes 1a sessão 1685,71 ± 502,08 (A) 1468,75 ± 252,05 p(1) = 0,270 5a sessão 1807,14 ± 434,50 (AB) 1418,75 ± 469,75 p(1) = 0,064 10a sessão 2028,57 ± 556,68 (B) 1656,25 ± 490,22 p(1) = 0,132

Valor de p pI(3) = 0,043* p(3) = 0,463 Depois 1a sessão 1746,43 ± 399,26 (A) 1393,75 ± 261,09 P(1) = 0,037* 5a sessão 1896,43 ± 368,71 (AB) 1512,50 ± 170,61 P(2) = 0,003* 10a sessão 2035,71 ± 469,22 (B) 1775,00 ± 550,32 p(1) = 0,252

Valor de p pI(3) = 0,038* p(3) = 0,054

(Diferenças) Antes (1a sessão x 5a sessão) 121,43 ± 403,69 -50,00 ± 409,70 p(1) = 0,352 (1a sessão x 10a sessão) 342,86 ± 551,52 187,50 ± 588,43 p(1) = 0,542 (5a sessão x 10a sessão) 221,43 ± 449,24 237,50 ± 706,98 p(1) = 0,948 Depois (1a sessão x 5a sessão) 150,00 ± 390,76 118,75 ± 164,62 p(1) = 0,833 (1a sessão x 10a sessão) 289,29 ± 406,29 381,25 ± 388,16 p(1) = 0,610 (5a sessão x 10a sessão) 139,29 ± 391,83 262,50 ± 450,20 p(1) = 0,509

Temporal esquerdo Antes 1a sessão 1539,29 ± 567,44 (A) 1368,75 ± 228,25 p(1) = 0,429 5a sessão 1828,57 ± 418,66 (AB) 1431,25 ± 268,51 P(1) = 0,026* 10a sessão 2046,43 ± 380,52 (A) 1662,50 ± 354,31 P(1) = 0,030*

Valor de p pII(3) = 0,001* p(3) = 0,105 Depois 1a sessão 1660,71 ± 417,03 (A) 1500,00 ± 282,84 p(1) = 0,346 5a sessão 1853,57 ± 406,42 (AB) 1575,00 ± 187,08 P(2) = 0,041* 10a sessão 2117,86 ± 289,30 (B) 1775,00 ± 407,08 P(1) = 0,032*

Valor de p pII(3) = 0,002* p(3) = 0,198

(Diferenças) Antes (1a sessão x 5a sessão) 289,29 ± 458,33 62,50 ± 194,11 p(1) = 0,201 (1a sessão x 10a sessão) 507,14 ± 422,38 293,75 ± 389,54 p(1) = 0,255 (5a sessão x 10a sessão) 217,86 ± 375,50 231,25 ± 427,57 p(1) = 0,940

Depois (1a sessão x 5a sessão) 192,86 ± 388,71 75,00 ± 377,02 p(1) = 0,497 (1a sessão x 10a sessão) 457,14 ± 368,39 275,00 ± 505,68 p(1) = 0,341 (5a sessão x 10a sessão) 264,29 ± 478,55 200,00 ± 337,00 p(1) = 0,742

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de t-Student com variâncias iguais. (2): Através do teste de t-Student com variâncias desiguais. (3): Através do teste F(ANOVA) para medidas repetidas. (4): As medidas foram consideradas em mm. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significante entre as sessões correspondentes com comparações pareadas de LSD(I) e Bonferroni(II).

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Tabela 11 – Avaliação da algometria segundo o músculo masseter direito e esquerdo por sessão, avaliação e grupo

Grupo

Músculo/ Sessão Avaliação TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (4) Média ± DP (4)

Masseter direito 1a sessão Antes 1375,00 ± 696,63 1218,75 ± 196,28 p(1) = 0,443 Depois 1550,00 ± 578,13 1293,75 ± 270,50 p(2) = 0,254

Valor de p P(3) = 0,054 p(3) = 0,425 5a sessão Antes 1703,57 ± 522,74 1143,75 ± 232,13 p(1) = 0,003* Depois 1803,57 ± 465,12 1287,50 ± 186,61 p(1) = 0,007*

Valor de p P(3) = 0,396 p(3) = 0,076 10a sessão Antes 1878,57 ± 474,63 1325,00 ± 386,38 p(2) = 0,011* Depois 1964,29 ± 542,58 1456,25 ± 501,03 p(2) = 0,042*

Valor de p P(3) = 0,363 p(3) = 0,054

(Diferenças) 1a sessão (Antes x Depois) 175,00 ± 309,31 75,00 ± 250,71 p(2) = 0,446 5a sessão (Antes x Depois) 100,00 ± 426,07 143,75 ± 195,37 p(2) = 0,788 10a sessão (Antes x Depois) 85,71 ± 339,93 131,25 ± 160,22 p(2) = 0,727

Masseter esquerdo 1a sessão Antes 1489,29 ± 668,57 1175,00 ± 287,85 p(2) = 0,224 Depois 1507,14 ± 558,11 1268,75 ± 213,70 p(1) = 0,171

Valor de p P(3) = 0,845 p(3) = 0,334 5a sessão Antes 1760,71 ± 576,85 1118,75 ± 243,39 p(2) = 0,007* Depois 1739,29 ± 572,84 1237,50 ± 221,60 p(1) = 0,009*

Valor de p P(3) = 0,770 p(3) = 0,274 10a sessão Antes 1771,43 ± 368,32 1262,50 ± 419,82 p(2) = 0,008* Depois 1810,71 ± 520,42 1318,75 ± 483,98 p(2) = 0,041*

Valor de p P(3) = 0,605 p(3) = 0,135

(Diferenças) 1a sessão (Antes x Depois) 17,86 ± 334,90 93,75 ± 255,56 p(2) = 0,586 5a sessão (Antes x Depois) -21,43 ± 267,98 118,75 ± 282,76 p(2) = 0,261 10a sessão (Antes x Depois) 39,29 ± 277,47 56,25 ± 94,25 p(1) = 0,837

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de t-Student com variâncias desiguais. (2): Através do teste de t-Student com variâncias iguais. (3): Através do teste t-Student Pareado. (4): As medidas foram consideradas em mm.

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Tabela 12 – Avaliação da algometria segundo o músculo masseter direito e esquerdo por avaliação, sessão e grupo

Grupo

Músculo/ Avaliação Sessão TENS Massoterapia Valor de p

Média ± DP (4) Média ± DP (4) Masseter direito

Antes 1a sessão 1375,00 ± 696,63 (A) 1218,75 ± 196,28 p(1) = 0,443 5a sessão 1703,57 ± 522,74 (B) 1143,75 ± 232,13 p(1) = 0,003* 10a sessão 1878,57 ± 474,63 (B) 1325,00 ± 386,38 p(2) = 0,011*

Valor de p p(3) < 0,001* p(3) = 0,446 Depois 1a sessão 1550,00 ± 578,13 (A) 1293,75 ± 270,50 p(2) = 0,254 5a sessão 1803,57 ± 465,12 (AB) 1287,50 ± 186,61 p(2) = 0,007* 10a sessão 1964,29 ± 542,58 (B) 1456,25 ± 501,03 p(2) = 0,042*

Valor de p p(3) = 0,008* p(3) = 0,377

(Diferenças) Antes (1a sessão x 5a sessão) 328,57 ± 420,95 -75,00 ± 201,78 p(2) = 0,020* (1a sessão x 10a sessão) 503,57 ± 381,53 106,25 ± 476,92 p(2) = 0,044* (5a sessão x 10a sessão) 175,00 ± 340,11 181,25 ± 530,46 p(2) = 0,973 Depois (1a sessão x 5a sessão) 253,57 ± 522,74 -6,25 ± 207,77 p(2) = 0,197 (1a sessão x 10a sessão) 414,29 ± 357,03 162,50 ± 398,88 p(2) = 0,143 (5a sessão x 10a sessão) 160,71 ± 375,80 168,75 ± 513,35 p(2) = 0,967

Masseter esquerdo Antes 1a sessão 1489,29 ± 668,57 (A) 1175,00 ± 287,85 p(2) = 0,224 5a sessão 1760,71 ± 576,85 (B) 1118,75 ± 243,39 p(2) = 0,007* 10a sessão 1771,43 ± 368,32 (AB) 1262,50 ± 419,82 p(2) = 0,008*

Valor de p p(3) = 0,035* p(3) = 0,629 Depois 1a sessão 1507,14 ± 558,11 (A) 1268,75 ± 213,70 p(1) = 0,171 5a sessão 1739,29 ± 572,84 (AB) 1237,50 ± 221,60 p(1) = 0,009* 10a sessão 1810,71 ± 520,42 (B) 1318,75 ± 483,98 p(2) = 0,041*

Valor de p p(3) = 0,012* p(3) = 0,694

(Diferenças) Antes (1a sessão x 5a sessão) 271,43 ± 358,26 -56,25 ± 335,34 p(2) = 0,048* (1a sessão x 10a sessão) 282,14 ± 477,82 87,50 ± 531,68 p(2) = 0,388 (5a sessão x 10a sessão) 10,71 ± 422,53 143,75 ± 461,70 p(2) = 0,500 Depois (1a sessão x 5a sessão) 232,14 ± 337,19 -31,25 ± 155,70 p(2) = 0,052 (1a sessão x 10a sessão) 303,57 ± 333,67 50,00 ± 396,41 p(2) = 0,125 (5a sessão x 10a sessão) 71,43 ± 403,22 81,25 ± 424,21 p(2) = 0,958

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de t-Student com variâncias desiguais. (2): Através do teste de t-Student com variâncias iguais. (3): Através do teste F(ANOVA) para medidas repetidas. (4): As medidas foram consideradas em mm. Obs.: Se todas as letras entre parênteses são distintas, comprova-se diferença significante entre as sessões correspondentes com comparações pareadas de Bonferroni.

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100

Com a obtenção dos resultados, observamos que a incidência da

sintomatologia dolorosa foi de 78,6% para o grupo da TENS e de 100,0%, para o

grupo da massoterapia o que resulta num risco relativo (RR) de 0,786 (ou 1,272 se

considerássemos o grupo da massoterapia como base), que representa quanto o

risco do grupo tratado, neste caso o grupo da TENS (0,786), é maior ou menor que

o risco do grupo controle (massoterapia), calculado através da incidência do

resultado entre o grupo de intervenção (TENS), dividido pela incidência do

resultado do grupo controle (massoterapia). A redução relativa do risco (RRR) que

representa a eficácia do tratamento mede o percentual de redução da

sintomatologia dolorosa a partir da intervenção proposta (TENS), neste caso de

21,4%, calculado através da fórmula 1 - RR e o NNT (number need to treat), que é

o número de pacientes que se precisa tratar para que um paciente se beneficie

com a intervenção, ou seja, com a utilização da TENS, esse cálculo é realizado

através da fórmula 1/RAR, que representa a diminuição, em termos absolutos, do

risco do grupo tratado (TENS) com valor igual a 4,68 pacientes (Tabela 13).

Incidência no grupo da TENS (%): 78,6% (ou 0,786) Incidência no grupo da Massoterapia (%): 100,0% (ou 1,00) Risco relativo (RR) e IC 95%: 0,786 (0,598 a 1,033); Redução relativa do risco: RRR (%): 21,4% ou 1 – 0,786 = 0,214 NNT = 1/RRR = 1/0,214 = 4,68.

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101

Tabela 13 – Avaliação da dor após a 10a sessão segundo o grupo Dor

Grupo Presente Ausente TOTAL Valor de p Risco relativo

n % n % n %

TENS 11 78,6 3 21,4 14 100,0 p(1) = 0,273 0,786 (0,598 a 1,033) Massoterapia 8 100,0 - - 8 100,0

Grupo Total 19 86,4 3 13,6 22 100,0

(1): Através do teste Exato de Fisher.

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102

6. DISCUSSÃO

Nesse estudo foi realizado um ensaio clínico randomizado, tipo de

experimento no qual os indivíduos são alocados, por sorteio, para grupos chamados

de estudo (ou experimental), e controle (ou testemunha), de modo a serem

submetidos a um procedimento e assim terem seus efeitos avaliados em condições

controladas de observação. Os resultados são verificados pela comparação de taxas

de incidência nos grupos de estudo e controle e, então, como desfecho máximo

calcula-se o Número Necessário de Tratamento (NNT). Em termos gerais, busca-se,

no ensaio clínico, responder a uma questão central: quais são os efeitos da

intervenção?

O ensaio clínico é uma experiência planejada, que é realizada com objetivo

de investigar a eficácia de um ou mais tratamentos ou intervenções para uma dada

condição. Conseqüentemente, seus resultados, provavelmente, vão influenciar na

maneira de como tratar, no futuro, os pacientes com a doença (PETRIE, BULMAN,

OSBORN, 2002).

Estes mesmos autores afirmaram que um ensaio clínico bem projetado é

aquele que, no mínimo, seja comparativo em natureza e incorpore randomização de

pacientes, sendo chamado de ensaio controlado randomizado. Neste tipo de estudo,

os pacientes são alocados por sorteio para formarem os grupos, com o objetivo de

compor grupos semelhantes. Isto significa que o método de determinar o tratamento

que cada paciente deva receber, conte com o acaso ao invés de uma decisão

pessoal, reduzindo a probabilidade de influência na determinação de resultados. O

ensaio clínico randomizado produz evidências diretas e inequívocas para esclarecer

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103

uma relação causa-efeito entre dois eventos (PEREIRA, 2005; GRIMES, SCHULZ,

2002; PETRIE, BULMAN, OSBORN, 2002).

A primeira ferramenta de avaliação utilizada no presente estudo foi o

questionário sugerido por Fonseca (1992), que permitiu verificar a severidade da

DTM. Trata-se de um instrumento diagnóstico de rápida aplicação, com número

reduzido de perguntas, de fácil compreensão, o que elimina a influência do

examinador sobre as respostas dos voluntários, tornando-o um instrumento útil para

caracterizar portadores de DTM. Tal questionário também foi utilizado em outros

estudos (BIASOTTO, 2002; OLIVEIRA, 2006; PEDRONI, 2003), com intuito de

caracterização da amostra.

Após a aplicação do questionário de Fonseca (1992), os pacientes que

obtiveram resultados sugestivos de DTM com escores de moderada a severa, foram

examinados por um Cirurgião-Dentista especialista em dor orofacial para confirmar o

diagnóstico de DTM e excluir outras possíveis patologias como a odontalgia. Em

seguida, os pacientes foram convidados para a aplicação do RDC/TMD, para o

diagnóstico preciso de ausência de DTM, DTM articular, muscular ou mista.

O RDC/TMD foi adotado, por permitir um diagnóstico mais preciso das DTM’s,

atendendo de forma fidedigna aos critérios de inclusão e exclusão da amostra. Por

meio desse questionário, procurou-se deixar a amostra mais homogênea; haja vista

que, este procedimento de avaliação tem sido usado por vários pesquisadores

(DWORKIN et al., 2002; YAP et al., 2004; LANDI et al., 2004).

A opção do uso do RDC/TMD, no transcorrer da pesquisa, a exemplo da

ferramenta de diagnóstico foi baseada nos achados da literatura que apontam esse

protocolo de exame como confiável para uso clínico e em pesquisas (JOHN et al.,

2005). List et al. (1993) demonstram a importância da calibração e recalibração dos

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104

examinadores para determinação de resultados confiáveis em uma pesquisa, assim,

houve uma preocupação em empregar um pesquisador treinado e calibrado, a fim de

promover um diagnóstico confiável, evitando, dessa forma, interferência de outras

patologias que pudessem confundir o diagnóstico clínico da mialgia facial. Nesta

questão, é comum haver dificuldade no diagnóstico diferencial das odontalgias e

cervicalgias, que podem produzir dores reflexas ou referidas nas articulações

temporomandibulares.

De acordo com o que foi citado no capítulo da metodologia, em toda a

investigação, os pacientes foram submetidos a uma randomização, onde foram

divididos em dois grupos, onde um grupo foi submetido ao tratamento com a TENS e

o outro grupo submetido ao tratamento da massagem terapêutica facial. Vale

salientar que esses dois grupos após serem randomizados, foram tratados em locais

distintos, onde os pacientes não tiveram contato direto com os do outro grupo, com o

objetivo de controlar essa variável e evitar um possível viés, ocasionado pelo diálogo

entre eles na sala de recepção.

Na primeira, quinta e décima sessão, todos os pacientes foram avaliados

antes e depois de cada sessão descrita acima e avaliados por duas ferramentas de

avaliação, a EVA e a algometria de pressão, também foi analisado a AOM desses

pacientes durante essas avaliações.

6.1 Limitações e dificuldades do estudo

Com intuito de minimizar possíveis vieses nos resultados obtidos no presente

estudo, foi utilizado um alto grau de rigidez no controle dessas variáveis

ocasionando limitações em relação ao quantitativo de indivíduos participantes,

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105

acarretando numa diminuição importante na amostra total. Essas limitações devem-

se ao fato de ter sido utilizado o DMF o RDC/TMD e o exame clínico para o

diagnóstico e avaliação do grau de intensidade dessa mialgia, considerando-se para

o estudo apenas MM de intensidade moderada a severa uni ou bilateral. Outro fator

para a diminuição da amostra total deveu-se ao fato de ter sido utilizado indivíduos

na faixa etária, de 12 a 24 anos, com diagnóstico de MM dos músculos masseter e

temporal anterior uni ou bilateral.

O fato de ter sido utilizado duas terapias onde necessitávamos de um mínimo

de sessões (dez no total), para que pudéssemos ter sido observado e analisado os

seus efeitos, os indivíduos referenciados no CCDO – FOP, necessitaram

comparecer ao local de tratamento durante 5 semanas consecutivas, duas vezes por

semana e no mesmo horário, impossibilitando alguns de participarem do estudo

devido a dificuldades financeiras, impossibilidade de alguns responsáveis

acompanhar os menores ao CCDO – FOP e disponibilidade de horários. Sendo

assim alguns indivíduos não iniciaram o tratamento e outros abandonaram ao longo

do estudo. Uma dificuldade observada durante o tratamento deveu-se ao fato de

alguns pacientes apresentarem uma melhora da sintomatologia dolorosa durante as

sessões, acarretando em abandono das demais sessões sem aviso prévio, sendo

desligado do estudo, ocasionando uma diminuição da amostra total.

Outra limitação do estudo enquanto a eficácia das terapias utilizadas deveu-

se ao fato de não ter sido realizado um follow-up de trinta, sessenta e noventa dias

com a utilização da EVA e da algometria de pressão para avaliação dessas duas

condutas a médio e longo prazo. Como o follow-up não foi foco do presente estudo,

optou-se em realizar essa etapa posteriormente. Não foi considerado que seria

primordial a utilização da eletromiografia de superfície para critério de avaliação dos

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resultados, sendo a EVA e a algometria de pressão eficazes e bem difundidos na

literatura para a avaliação dos resultados obtidos no presente estudo (SCRIMSHAW;

MAHER, 2001; TAMIYA et al., 2002; HOLDGATE et al., 2003). Um possível viés que

pode ter ocorrido durante o tratamento, e que não poderia ter sido controlado,

mesmo com orientações em todas as sessões deveu-se ao fato dos indivíduos

realizarem outros tipos de tratamento para a diminuição e/ou controle da

sintomatologia dolorosa, como a administração de fármacos e tratamentos caseiros.

Em relação à EVA segundo a sessão, avaliação e grupo, foi observado

(Tabela 5) que na 1 sessão houve uma diminuição significativa nos valores durante

o antes e o depois da conduta, sendo p = 0,004, já no grupo da massoterapia foi

observado uma diminuição dos valores, porém não foram significantes, isso deve-se

ao fato de que a massoterapia tem efeitos mais efetivos ao longo do tratamento e

que em apenas uma sessão de massoterapia na musculatura mastigatória não foi

observado melhora da sintomatologia dolorosa, sendo p = 0,053. Já no grupo da

TENS, foi observado que em apenas uma única sessão foi suficiente para que

houvesse uma diminuição significativa dessa sintomatologia. Essa conclusão

corrobora com a análise feita por Alencar Júnior; Ramos (2003) onde a terapia com

o uso da TENS durante o período de sua realização indicou seu eficaz efeito

analgésico de forma imediata, concluindo-se que se trata de uma terapia de suporte

emergencial.

Na 5 sessão os pacientes apresentavam valores da EVA em média menores

no grupo da TENS, comparados com a da 1 sessão, e o comparativo do antes e o

depois na 5 sessão demonstrou que os valores mantiveram-se significativos com

valor de p = 0,047, com diminuição progressiva da sintomatologia dolorosa durante

todo o tratamento. Em relação à massoterapia os valores da média comparados com

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o da 1 sessão foram maiores no antes e depois, com diferença significativa durante

a conduta, sendo os valores de p = 0,010, isso deveu-se ao fato de que a

massoterapia por ser uma conduta manipulativa, que atua diretamente na região

acometida, durante as primeiras cinco sessões iniciais, os pacientes referem um

maior grau de desconforto, como foi observado nos valores da EVA. Essa análise

também foi observada no estudo de Furto et al., (2006), onde a massoterapia foi

estatisticamente significante com duas semanas consecutivas de tratamento

associada ou não a iontoforese com uso de dexametasona. Desta forma, a

massoterapia avaliada pela EVA, necessita de um período mais prolongado de

terapia, como no presente estudo onde utilizamos 10 sessões com valores de p

significativos, e diminuição da sintomatologia dolorosa, porém não vista durante as

primeiras cinco sessões.

Foi observado que a diminuição no grupo da TENS foi progressiva e

significante durante todo o tratamento, sendo na 10 sessão, o valor de p de 0,041.

No grupo da massoterapia foi demonstrado que na última sessão houve uma

diminuição nas médias comparadas com a 1 e 5 sessões com melhora do quadro

doloroso, porém sem valores significativos. Podemos concluir que a terapia com a

TENS foi eficaz e diminuiu o quadro doloroso avaliando-se através da EVA durante

todo o tratamento, já a massoterapia acredita-se que da 5 a 10 sessão os

resultados são mais satisfatórios em relação à sintomatologia dolorosa, porém não

significativo em relação aos valores de p.

Gonzalez; Bérzin (2004) realizaram um estudo para verificar a acurácia

diagnóstica testando os critérios de avaliação EVA e eletromiografia em pacientes

submetidos à massagem terapêutica nos músculos masseter e temporal anterior

utilizando-se como critério de avaliação da hiperatividade desses músculos, no antes

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e depois da conduta. Os resultados desse estudo demonstraram que a massagem

terapêutica diminuiu a hiperatividade desses músculos, promovendo relaxamento em

87% os casos avaliados pela EVA.

No presente estudo obtivemos resultados significantes com o uso das duas

terapias propostas com a utilização da EVA e da algometria de pressão, não sendo

necessário a eletromiografia, considerado um instrumento de avaliação de custo

relativamente elevado.

Capellini; Souza; Faria (2006) realizaram um estudo com indivíduos na faixa

etária de 19 a 24 anos com diagnóstico de DTM de origem miogênica e observaram

uma diminuição estatisticamente significativa nos valores da EVA com o uso de 15

sessões de massoterapia e eletromiografia na diminuição da sintomatologia

dolorosa. Esses mesmos autores concluíram que mais estudos devem ser

realizados com o uso da massoterapia nas DTM de origem miogênica utilizando a

EVA como critério de avaliação.

No presente estudo foi utilizado a EVA como critério de avaliação e com uma

amostra calculada através do tamanho amostral, onde possibilitou a utilização desse

critério obtendo análises e resultados significativos na população estudada com o

uso das duas terapias.

Em relação à AOM (Tabela 3), tanto o tratamento com a TENS como com a

massoterapia foram eficazes em relação à sessão, avaliação e o grupo, na 1, 5 e

10 sessão com valor de p significativos em todas as mensurações, sendo, p<0001

em todas as três aferições, tanto na TENS como na massoterapia. Isso ocorreu

devido ao fato de que as duas terapias são eficazes de forma imediata e a longo

prazo e de uma forma progressiva para ganho efetivo da AOM, indicando que ambas

as terapêuticas podem ser utilizadas na prática clínica diária para ganho efetivo da

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AOM. Desta forma podemos utilizar uma dessas duas técnicas antes de qualquer

procedimento odontológico que necessite um ganho maior na AOM, facilitando a

abordagem posterior por parte do cirurgião-dentista. Avaliando-se ainda com os

mesmos critérios a mesma variável, comparando-se as duas terapias, não

obtivemos diferença significativa, nos mostrando claramente que qualquer uma das

técnicas para ganho de AOM, podem ser utilizadas na prática diária, ou seja, caso

não tenha a disponibilidade de possuir um equipamento de TENS, pode-se utilizar a

massoterapia que os resultados surtirão os mesmos efeitos.

Gavish et al. (2006) em um estudo piloto realizou exercícios controlados por

dois meses com goma de mascar e os seus resultados demonstraram que houve

uma redução na sintomatologia dolorosa tanto no repouso como durante a

mastigação, porém não obteve ganho na amplitude de movimento mandibular, já no

presente estudo com a utilização das duas terapêuticas propostas obtivemos ganho

efetivo da amplitude de movimento, conseqüentemente da AOM.

Quando foi avaliado a AOM com as mesmas variáveis, comparando-se a 1, 5

e 10 sessão, foi observado apenas diferença significativa nos valores anteriores ao

tratamento no grupo da TENS. Na avaliação após o tratamento com a TENS e na

avaliação antes e após no grupo da massoterapia não foi observado resultados

significantes, isso nos mostra que devemos utilizar uma dessas duas técnicas

quando for necessário ganho de AOM para uma determinada finalidade.

Bassanta et al. (1997) utilizaram a TENS em pacientes com disfunção

miofacial, abertura oral limitada e dor ou sensibilidade nos músculos temporal (feixes

anterior e posterior) e masseter, bilateralmente, com uso de eletromiografia e

eletrognatografia para as análises. Concluíram que houve uma redução após o uso

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da TENS nos valores avaliados por essas análises e aumento do espaço funcional

livre através da AOM.

Nas tabelas 9 e 11 foi comparado os valores do antes com o depois entre a 1,

5 e 10 sessões, para o mesmo músculo, ou seja, temporal direito, esquerdo,

masseter direito e esquerdo. Os resultados demonstraram que no músculo temporal

direito os valores de p, foram significantes comparando as duas terapêuticas apenas

no depois e na 1 e na 5 sessões. Já no temporal esquerdo os valores de p, foram

significantes tanto no antes como no depois, sendo na 5 e na 10 sessão. A mesma

avaliação sendo com o músculo masseter direito e esquerdo, foi observado que

houve diferença significativa entre as duas terapêuticas utilizadas no antes e no

depois da 5 e na 10 sessão para ambos os músculo masseter direito e esquerdo,

onde podemos concluir que para o músculo masseter de ambos os dimídios o grau

de comprometimento se equivalem nos indivíduos tratados no CCDO, demonstrando

que para esses músculos devemos utilizar a mesma quantidade de sessões para

ambas as terapêuticas propostas.

Kato et al. (2006) compararam o efeito da TENS com a terapia com o LASER

de baixa freqüência no tratamento de pacientes com DTM. Foram selecionados 18

pacientes com sinais e sintomas de DTM crônica de origem muscular. Os pacientes

foram divididos em 2 grupos, cada grupo recebeu 10 aplicações, sendo 3 por

semana durante 1 mês. A avaliação foi feita imediatamente antes e 5 minutos após

cada aplicação, por meio da EVA para o registro da sensação de dor, mensuração

de abertura máxima e palpação muscular (masseter e temporal anterior). Os

resultados demonstraram decréscimo na EVA e aumento da abertura bucal máxima

de ambos os grupos (p0,05). A palpação muscular apresentou diferença

significante para o grupo do LASER (p0,05). Baseado na análise da EVA e

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movimentação ativa, os autores concluíram que ambas as terapias propostas são

efetivas no tratamento das DTM, sendo que o efeito acumulativo pode ser o

responsável pela melhora obtida.

Alencar Júnior; Ramos (2003) analisaram e compararam a eficácia do TENS e

da termoterapia combinada com terapia manipulativa (massagem terapêutica facial)

num grupo de 30 pacientes com DTM de origem muscular e articular. A conclusão é

que ambas foram eficazes na redução da sintomatologia, porém, o tratamento com a

TENS foi seguramente mais eficaz. Esse resultado parece estar relacionado com a

colaboração do paciente, que é necessário para o sucesso da termoterapia

combinada.

Como podemos observar, muitos dos estudos realizados, utilizaram

procedimentos terapêuticos e critérios de análises de alto custo, e os resultados

obtidos muitas vezes foram similares ao do estudo proposto onde foram empregadas

duas técnicas terapêuticas e principalmente de análise dos dados de baixo custo,

fácil aplicação, em menor tempo e com resultados satisfatórios. Devido ao emprego

dessas análises e desses dois tipos de tratamento podemos utilizar tanto a

massagem terapêutica facial como a utilização da TENS na diminuição e controle da

sintomatologia dolorosa causada pelas DTM´s.

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7. CONCLUSÃO

Ambas as terapias mostraram-se eficazes, porém, a utilização da terapia com

a TENS mostrou-se ser mais eficaz e em menor tempo, com um mínimo de sessões,

demonstrando ser uma técnica de resposta rápida, não ocorrendo com a massagem

terapêutica facial, onde necessita-se de um número maior de sessões para serem

observados melhoras da sintomatologia dolorosa. Essas conclusões foram

baseadas utilizando-se como critérios de avaliação a Escala Visual Analógica (EVA)

e a Algometria de Pressão, que afere o limiar de dor a pressão.

Ainda na comparação das técnicas utilizadas, determinou-se o Number Need

to Treat, ou seja, o Número Necessário de Tratamento (NNT), que é o número de

pacientes que se precisa tratar para que um paciente do grupo controle se beneficie

com a intervenção, ou seja, utilizando-se a TENS como grupo de intervenção,

necessitaria de 4,68 pacientes para que um do grupo da massoterapia se beneficie.

Desta forma podemos aplicar com segurança a massagem terapêutica facial

ou a TENS no tratamento das mialgias mastigatórias em adolescentes de origem

exclusivamente muscular uni ou bilateral, para diminuição e/ou controle da

sintomatologia dolorosa e ganho de abertura oral máxima (AOM).

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

As informações aqui contidas foram fornecidas pelos Drs. Paulo Henrique Wanderley Guimarães Pimentel e Luiz Gutenberg Toledo de Miranda Coelho Jr. alunos do curso de Mestrado em Hebiatria e Saúde Coletiva, respectivamente, da Faculdade de Odontologia de Pernambuco e do Profs. Drs. Arnaldo de França Caldas Jr. e Mauricio Kosminsky, orientadores e professores responsáveis, objetivando firmar acordo por escrito, mediante o qual o(a) paciente, objeto de estudo, autoriza a sua participação, com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos aos quais será submetido(a), com livre arbítrio e sem coação. Nome da pesquisa: TRATAMENTO DAS DTM´s DE ORIGEM MUSCULAR COM TENS E MASSAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES ADOLESCENTES – UM ESTUDO DE ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO 1. Objetivo principal: Avaliar a efetividade dessas modalidades terapêuticas na mialgia facial e a existência

de associação entre coesão familiar e mialgia facial. 2. Metodologia: Serão realizadas entrevistas com pacientes do Centro de Controle da Dor Orofacial da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco (CCDO – FOP/UPE), portadores de Disfunção Temporomandibular de origem muscular, diagnosticados através do Research Diagnostic Criteria (RDC/TMD) e aplicar as técnicas terapêuticas, na busca da melhor opção de tratamento.

3. Benefícios: analisar através dos dados obtidos a relação entra coesão familiar e mialgia facial e a efetividade das técnicas.

4. Risco: O paciente que concordar em participar da pesquisa estará sujeito a um risco mínimo. 5. Informações adicionais: Os dados obtidos são sigilosos e os pacientes não serão identificados em

nenhuma hipótese. 6. Retirada do consentimento: Os(as) participantes podem deixar de participar do estudo em questão, em

qualquer ocasião, sem nenhum ônus aos mesmos. Eu, __________________________________________________RG. Nº ____________________,

certifico que, após a leitura deste documento e de outras informações dadas pelos pesquisadores sobre os itens acima, estou de acordo com a minha participação no estudo e autorizo a divulgação dos resultados. Em caso de dúvidas, devo ligar para o coordenador da pesquisa Prof. Dr. Arnaldo de França Caldas Junior ou Prof. Dr.Mauricio Kosminsky orientadores dessa pesquisa no telefone: 3459-1186 no Endereço: Av. General Newton Cavalcanti, 1650 Bairro: Tabatinga, Camaragibe/PE ou com o Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Pernambuco na av. Agamenon Magalhães s/n. Santo Amaro, Recife/PE- Fone: 3416-4125

Camaragibe,_____ de ________________ de 2008.

__________________________________________________________________

(assinatura do paciente /responsável)

Assinatura do Pesquisador: _________________________________________ Assinatura da Testemunha: _________________________________________

Elaborado com base na resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial n. 201, 16/10/96.

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APÊNDICE B

TERMO DE DOAÇÃO DE IMAGEM - CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Pesquisa: TRATAMENTO DAS DTM´s DE ORIGEM MUSCULAR COM TENS E MASSAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES ADOLESCENTES – UM ESTUDO DE ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Responsável: Prof. Dr. Arnaldo de França Caldas Júnior

A pesquisa objetiva identificar se os pacientes se beneficiaram com a utilização das técnicas utilizadas.

A pesquisa não trará quaisquer ônus, prejuízos ou riscos em potencial para os participantes da mesma.

A coleta de dados será realizada através da utilização da TENS e de alongamentos e massagem

terapêutica facial.

Os dados coletados por esta pesquisa serão agrupados em instrumentos estatísticos como gráficos,

tabelas e quadros, que poderão ser utilizados em reuniões científicas e serem publicados em revistas ou

quaisquer outros meios científicos, inclusive com a utilização de fotos para ilustração, mas sempre com a

omissão da identidade do propósito por ocasião da publicação dos resultados.

O documento será guardado pelos pesquisadores responsáveis e em nenhum momento, será permitido

o conhecimento por outras pessoas.

Ciente do exposto sei que tenho o direito de não participar ou desistir a qualquer momento do ensaio

fotográfico como também o direito de escolher a melhor fotografia que irá ser utilizada.

Em vista dos esclarecimentos acima, declaro de livre e espontânea vontade o meu consentimento em

posar para as fotografias e que as minhas imagens possam ser utilizadas.

Nome: ____________________________________ RG:__________________

__________________________________________ _________________________________ (assinatura paciente /responsável) (assinatura do pesquisador)

Assinatura da Testemunha: _________________________________________

Camaragibe,_____ de ________________ de 2008.

Qualquer esclarecimento, entrar em contato com a pesquisadora Prof. Dr. Arnaldo de França Caldas Júnior.

Endereço: Av. General Newton Cavalcanti, 1650, Bairro: Tabatinga, Camaragibe/PE- Fone (81) 3458-1186 ou

com o Comitê de Ética e Pesquisa na av. Agamenom Magalhães s/n. Santo Amaro, Recife/PE- Fone: 3416-4125.

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128

APÊNDICE C

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO

FORMULÁRIO DE PESQUISA

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS DO RESPONDENTE

1 Idade: ______ anos

2 Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

3 Raça:

( ) branca ( ) Negro ( )Pardo ( )Asiático ( )Indígena

4 Estado marital:

( ) Solteiro(a)

( ) Casado(a)

( ) Divorciado(a)

( ) Viúvo (a)

( )União estável

5 Escolarização:

( ) Não alfabetizado

( ) Ensino fundamental incompleto

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129

( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto

( ) Ensino médio completo

( ) Ensino superior incompleto

( ) Ensino superior completo

6.Anos de estudo:______ anos

7 Renda familiar

( ) Até 01 salário mínimo (até R$ 415,00)

( ) Mais de 1 a 2 salários mínimos (acima de R$ 415,00 a R$ 830,00)

( ) Mais de 2 a 3 salários mínimos (acima de R$ 830,00 a R$ 1.245,00)

( ) Mais de 3 a 4 salários mínimos (acima de R$1.245,00 a R$ 1.660,00)

( ) Mais 4 a 6 salários mínimos (acima de R$ 1.660,00 a R$ 2.490,00)

( ) Mais 6 a 10 salários mínimos (acima de R$2.490,00 a R$4.150,00)

( ) Mais de 10 salários mínimos ( mais de R$ 4.150,00)

8. Religião ( ) Católico ( ) Evangélico ( ) Espírita ( ) Outra ( ) Não possui

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130

APÊNDICE D

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO ALGOMÉTRICA

1. Identificação

Protocolo: __________________

Data do exame: _____________

Idade: ____________

MASSETER DIREITO MASSETER ESQUERDO

1 )____________gramas 1)__________ gramas

TEMPORAL DIREITO TEMPORAL ESQUERDO

1)__________ gramas 1) ___________gramas

MASSETER DIREITO MASSETER ESQUERDO

2 )____________gramas 2)__________ gramas

TEMPORAL DIREITO TEMPORAL ESQUERDO

2)__________ gramas 2) ___________gramas

MASSETER DIREITO MASSETER ESQUERDO

3 )____________gramas 3)__________ gramas

TEMPORAL DIREITO TEMPORAL ESQUERDO

3)__________ gramas 3) ___________gramas

MASSETER DIREITO MASSETER ESQUERDO

4 )____________gramas 4)__________ gramas

TEMPORAL DIREITO TEMPORAL ESQUERDO

4)__________ gramas 4) ___________gramas

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ANEXO A

TRIAGEM INICIAL

QUESTIONÁRIO ANAMNÉSICO SIMPLIFICADO – DMF Nome: Idade Rua: Nº Comp: Bairro:

Presente de ausentar da cidade durante o próximo mês? sim não Nº Pergunta Sim AV Não 1 Sente dificuldade para abrir bem a boca? 2 Você tem dificuldade para movimentar sua mandíbula

para os lados?

3 Tem cansaço ou dor muscular quando mastiga? 4 Sente dores de cabeça com freqüência? 5 Sente dor na nuca ou torcicolo? 6 Tem dor no ouvido ou próximo dele? 7 Já notou se tem ruídos na articulação da sua

mandíbula quando mastiga ou abre a boca ?

8 Você já observou se tem algum hábito como apertar ou ranger os dentes?

9 Ao fechar a boca sente que seus dentes não se articulam bem?

10 Você se considera uma pessoa tensa ou nervosa? Em uma escala de 0 a 10 0 “não é nervosa” e 10 “muito nervosa “

NOTA

Soma parcial Soma total Grau da DTM pelo DMF 0 – 15 ausente 20 - 40 leve 40 - 65 moderada 70-100 severa Cronicidade dos Sintomas Há quantos meses a sua dor na face começou pela primeira vez? A sua dor na face ocorre:

O tempo todo

Aparece e desaparece

Ocorreu somente uma vez

Triagem II SIM NÃO Você toma algum medicamento? Esperar 4

dias

Você já foi tratado deste problema? Sim (excluir) Entrevistador:__________________________________________ Data:_________________________________________________

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ANEXO B

Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders – RDC/TMD (EIXO I)

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ANEXO C

Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders – RDC/TMD (EIXO

II)

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ANEXO D

Relatório de Validação dos Parâmetros do Eletroestimulador Physiotonus Four (TENS/FES) N.3050

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153

ANEXO E

Escala Visual Analógica

Protocolo:_______ Idade:_________ Data:____________________

Valor:________

Escala Visual Analógica

Protocolo:_______ Idade:_________ Data:____________________

Valor:________

Escala Visual Analógica

Protocolo:_______ Idade:_________ Data:____________________

Valor:________

Escala Visual Analógica

Protocolo:_______ Idade:_________ Data:____________________

Valor:_______

Sem Dor Dor insuportável

Sem Dor Dor insuportável

Sem Dor Dor insuportável

Sem Dor Dor insuportável

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ANEXO F

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156

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