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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Artes, Ciências e Humanidades Gestão de Políticas Públicas Resolução de Problemas A Internet e o Binômio Representante - Representado Turma 54 Carolina Alonso Reple Damiem Borges Barbosa Edemar Viotto Junior Guilherme Battaglia Freire da Cunha Guilherme Goncalves Bohmer João Alexandre Fonseca Jorge Orlando Costa Lisandra Paula Lopes Marco Antonio de Oliveira Candido Silvio Rodrigo Promestino São Paulo – Dezembro/2006

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Artes, Ciências e … · Carvalho demonstra tão bem em seu livro "Cidadania do Brasil”, é muito difícil construir um regime de participação

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Gestão de Políticas Públicas Resolução de Problemas

A Internet e o Binômio Representante - Representado

Turma 54

Carolina Alonso Reple

Damiem Borges Barbosa Edemar Viotto Junior

Guilherme Battaglia Freire da Cunha Guilherme Goncalves Bohmer

João Alexandre Fonseca Jorge Orlando Costa Lisandra Paula Lopes

Marco Antonio de Oliveira Candido Silvio Rodrigo Promestino

São Paulo – Dezembro/2006

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Sumário Resumo................................................................................................................p. 3

Introdução..............................................................................................................p.3

Objetivos................................................................................................................p.7

Justificativa............................................................................................................p.8

Problema................................................................................................................p.9

Hipóteses...............................................................................................................p.9

Revisão Bibliográfica.............................................................................................p.9

Metodologia...........................................................................................................p.10

Resultado das pesquisas......................................................................................p.13

Conclusões...........................................................................................................p. 19

Bibliografia ...........................................................................................................p. 20

Anexo 1................................................................................................................p. 23

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons - Atribuição Não-

Comercial a Obras Derivadas 2.5. Para ver essa licença visite:

http://www.creativecommons.org/licences/by-nc-nd/2.5/br.

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Resumo

Diante do crescente desinteresse da população pelos assuntos políticos e a cada vez

mais alarmante corrupção nos cargos eletivos, numa grave crise de representação,

procuramos, através desse trabalho, buscar algumas das razões pelas quais essa crise

ocorre: há comunicação entre o eleitorado e seu representante, o primeiro buscando

respostas, se fazendo ouvir, e o segundo sanando suas dúvidas, correspondendo a essa

procura?

Ainda, procuramos perceber se a Internet consegue aproximar esses dois extremos,

auxiliando na sua interação e busca de informações, avaliando, ainda, o perfil do usuário

dessa ferramenta e seu interesse nos assuntos políticos.

Introdução

Encontrou-se, dentro do tema "Interatividade e Sociedade", uma oportunidade para discutir

o que enxergamos como uma espécie de crise de representação, no atual estágio do

regime democrático brasileiro. Esta crise pode ser percebida através de diversos fatores,

que tornam-se cada vez mais evidentes na sociedade, sejam eles o profundo desinteresse

da população em geral relativo aos assuntos que tangem o campo da política, seja a

corrupção aparentemente endêmica e o pouco caso dos candidatos eleitos em relação ao

chamado "bem - comum".

Para prosseguir essa análise faz-se necessária a definição dos termos que balizaram esta

proposta: a interatividade, que é aqui a chave de nossa argumentação e o embasamento

da metodologia, pode ser entendida em dois sentidos que, ao contrário de se negarem,

são de todo complementares. A primeira definição, e a que relaciona o objetivo do

trabalho, é a da interatividade como relação entre representante-representado / eleito-

eleitorado, binômio este que é a essência dos sistemas democráticos atuais.

A História permite observar a alteração que é desenhada no campo da representação

política desde os tempos da Democracia grega até os dias atuais. Na Grécia Antiga,

especialmente em Atenas, não havia a questão da representação, pois todos os cidadãos

eram seus próprios representantes. Assim, para a discussão dos assuntos que diziam

respeito à vida em sociedade, todos os que eram considerados cidadãos se reuniam na

Ágora e deliberavam diante das diversas opiniões apresentadas. É interessante e

necessário ressaltar aqui que não eram todos os habitantes de uma determinada cidade

considerados cidadãos; ao contrário, havia diversos requisitos a serem contemplados,

que excluíam dessas decisões a maior parcelada população, como mulheres, escravos e

estrangeiros. Mesmo com esses requisitos, considerados por nós hoje obstáculos,

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podemos dizer que a democracia grega, principalmente a ateniense, era uma democracia

direta.

Já em Roma aparecem os primeiros traços do que viria a ser a representação no sentido

moderno, na figura do tribuna da plebe, que nada mais era do que um cargo, cujo

ocupante era eleito pelo povo e o representava perante o Senado, possuindo um poder

igual, ou as vezes até maior, do que qualquer senador. Entretanto, a questão da

representação toma sua forma moderna realmente a partir do século XVI, e principalmente

no século XVII.

Conceituada pelos chamados "autores contratualistas", como define Renato Janine

Ribeiro, a noção da representação está amarrada com a idéia de um contrato social

fundador da sociedade. Segundo esses autores, originalmente, no "estado de natureza",

os homens viviam de forma isolada e desorganizada e apenas um pacto torna possível a

vida em sociedade. Hobbes traça um esboço primário do que viria a ser a

representatividade, pois, diz ele, é apenas vivendo em sociedade que o homem conhece a

paz, já que no estado de natureza a única lei existente é a lei do mais forte, em uma

eterna guerra de todos contra todos. Assim, a única forma para atingir a paz seria a

concentração das forças individuais de cada um na mão de um só indivíduo responsável

por criar e fazer cumprir as leis. É neste momento que nasce a vida em sociedade e o

Estado. Nas palavras de Hobbes: "A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz

de defendê-los das invasões estrangeiras e das injúrias uns dos outros (...) é conferir toda

a sua força ou poder a um homem em uma assembléia de homens, que possa reduzir

suas diversas vontades, por pluralidade de votos a uma só vontade”. 2

Assim, a idéia da eleição de um representante para assegurar a manutenção do bem-

comum e a vida em sociedade perpassa todo o pensamento político durante o século XVII

e alcança o seu auge no século XVIII, com os escritos dos federalistas, na época da

Revolução Americana. A idéia central destes textos se baseia na negação do poder sem

limites do soberano de Hobbes, pois, para estes escritores, a tirania que poderia advir de

tal soberano era tão ruim quanto a vida em natureza pela qual este havia sido criado como

remédio.

Retomando assim as teorias de Montesquieu em seu livro "Do espírito das leis", no qual

prega: "quando se reúne na mesma pessoa, ou no mesmo corpo de magistratura o poder

legislativo e o poder executivo, não existe liberdade; por que pode-se temer que o próprio

monarca, ou o próprio senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente"3, os

federalistas, para evitar acúmulo exagerado de poder, pretendiam a divisão dos poderes

em magistraturas diferentes. Mas a real contribuição destes escritos é a preocupação dos

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autores com a questão das facções.

Sendo consideradas por eles e abordada no escrito nº 10 de autoria de James Madison

como o maior mal de que pode padecer um governo democrático, pois subordina as

decisões tanto à ditadura da maioria quanto a ditadura da minoria, o conceito da

representação é elevada ao extremo, uma vez que, para evitar a influência de facções, o

representante não é escolhido de forma direta, mas sim cada Estado elege um

determinado número de delegados para representá-lo e estes delegados é que vão eleger

o representante.

O que podemos analisar desta resumida história é a evolução do sentido pelo qual a

representação indireta foi ganhando força e se tornando uma regra nas atuais

democracias. Mas, então, que crise é esta de representação que atinge atualmente o

Brasil?

A formação e consolidação da cidadania em nosso país tem sido objeto de inúmeros

estudos ainda muito distantes de um consenso. Porém, um aspecto destacado pelos

diversos autores que se debruçam sobre a questão é o distanciamento que existe entre

os cidadãos e o Estado. São muitas as situações em que os indivíduos têm dificuldades

de acessar os órgãos de governo para atender suas necessidades de cidadão. A

precariedade dos serviços de Educação e Saúde, a morosidade do poder judiciário, a

ineficiência da máquina pública são apenas referências ilustrativas. O caso mais

emblemático desse distanciamento é o próprio isolamento do Poder em uma cidade longe

dos centros de pressão. Brasília, de certo modo, dá a medida da relação entre os

cidadãos e o Estado no Brasil.

Podemos considerar o Brasil um bom exemplo da discussão contemporânea da filosofia

política, que contrapõe de um lado autores como Adam Przeworski, defensores de uma

concepção minimalista da democracia, na qual apenas a garantia dos direitos civis e a

criação de instituições democráticas por si só levam a manutenção do regime

democrático, e por outros autores como Norberto Bobbio, para os quais apenas uma

concepção maximalista da democracia, no sentido de que de nada valem instituições

democráticas sem uma cultura democrática que as dê sustento, pois de outra forma

haverá certamente um mal uso destas instituições.

O caso brasileiro estaria então enquadrado no segundo caso, e conforme Jose Murilo de

Carvalho demonstra tão bem em seu livro "Cidadania do Brasil”, é muito difícil construir

um regime de participação realmente democrática quando uma parcela enorme da

população vive às margens do sistema de decisão política. Não só isso, mas é

especialmente difícil falar em democracia quando seu princípio motor - a igualdade - é

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algo que falta na sociedade brasileira. Tendo um dos maiores abismos sociais do planeta,

não é de se espantar o desinteresse demonstrado pela população em relação aos

assuntos políticos do país. Além disso, o estigma negativo da esfera política também é

causado pelas práticas históricas, no que concerne às eleições e decisões políticas,

geralmente permeadas pela corrupção, descaso e cinismo de nossos representantes.

Práticas como o voto de cabresto, caixas-dois, compras de parlamentares, entre outras,

são usuais e vistas como "parte do jogo", assim como a grande impunidade de corruptos

e corruptores, gerando, cada vez mais, o descontentamento social.

Uma possível causa desta crise é a falta de comunicação e visibilidade existente na

relação representante-representado no Brasil, seja devido a distancia física, que separa

os centros de decisão do restante da sociedade, seja devido a falta de uma cultura

democrática; o que se percebe é que uma grande parte do problema está na essência do

regime democrático.

Afinal, será que o representante escuta o representado ou este diálogo acaba no final da

apuração dos votos? Por outro lado, será que o representado se faz ouvir, cobrando e

acompanhando as ações de seu representante?

É neste ponto, então, que a interatividade ganha sua segunda concepção, num sentido

mais "moderno". O grande avanço da informática nos últimos anos possui potencial neste

sentido, permitindo que, através de sites oficiais do governo e de mensagens eletrônicas

diretas, a sociedade possa não só acompanhar de perto as ações de seus

representantes, mas também possua um canal de comunicação direta com estes

parlamentares. A Internet possibilitaria a volta da participação direta da sociedade no

governo, através de uma espécie de "ágora digital", ou “comícios virtuais”, reincorporando

elementos da democracia direta, possibilitando a participação popular em projetos de lei e

decisões parlamentares, através desses fóruns digitais.

O avanço da informática permite ainda, talvez em um futuro próximo, o chamado e-voto,

ou voto não presencial. Alguns países europeus já passaram por essa experiência, como

Grã-Bretanha, Suécia, França e, finalmente, Portugal, que permitiu que seus cidadãos

residentes fora do território nacional utilizassem o meio virtual para expressar sua

escolha. No Brasil, já se começa a discutir essa nova “modalidade” de votação, e é

possível encontrar estudos apontando suas vantagens, desvantagens e meios de suprir

as deficiências que ele pode apresentar. Segundo os estudiosos, esse seria um meio

palpável, tendo em vista as atuais eleições no Brasil, que são feitas através de urnas

eletrônicas; a maior comodidade do eleitor, tendo em vista a diminuição da abstenção,

além da diminuição de gastos que envolvem o processo eleitoral.

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Não se pode ignorar, contudo, que a maior parte dos 170 milhões de brasileiros, de

acordo com o Censo 2000 do IBGE, não possui qualquer contato com essa ferramenta

virtual. Segundo dados de pesquisa realizada pelo Instituo em 2005, escolaridade, renda

per capita, o domicílio em diferentes regiões do país são influenciadores diretos desse

acesso. Das aproximadamente 16 milhões e 500 mil pessoas sem nenhuma instrução, ou

com menos de um ano de instrução, e acima de 10 anos de idade, somente 90 mil

tiveram acesso à Internet nos três meses anteriores à pesquisa. Certamente essa é uma

amostra das camadas que se encontram nas piores condições da sociedade, entretanto,

não são elas tão detentoras dos direitos de cidadania quanto os aproximadamente 14

milhões de cidadãos que têm de 11 a 14 anos de instrução e acesso ao mundo virtual?

Ainda assim, não se pode negar seu poder na ampliação do sentido da cidadania, de

forma a fazê-la mais ativa, além de ser uma possibilidade viável para a melhoria da atual

cultura política.

Objetivos

O objetivo desse trabalho é elaborar um perfil do eleitor paulista, utilizando o grupo social

que mais tem acesso tanto à Internet, quanto à informação desvinculada a ela: os

estudantes da USP e de outras instituições de ensino, com acesso regular à Internet;

além disso, testar a eficiência da Internet, enviando diferentes perguntas, através de

diferentes perfis, para os representantes do Poder Legislativo paulista (deputados

federais, estaduais e vereadores).

Justificativa

Interatividade e Sociedade são termos que possuem significados convergentes. Ambos

remetem à idéia de formação de vínculos interpessoais que se estabelecem em função de

interesses previamente conhecidos. O que os diferencia é o caráter mais ou menos

estável desse contato, a qualidade do vínculo.

Sociedade pressupõe a existência de relações estáveis, equilibradas, duradouras; disso

decorre a consolidação dos laços baseados em valores e regras tacitamente aceitos pelos

indivíduos. De modo mais restrito utilizamos Interatividade como forma de particularizar o

contato entre indivíduos ou grupos. Quando nos referimos ao termo, estamos

considerando qualquer tipo de vínculo entre indivíduos, sem que deles esperemos

produção de efeitos consistentes.

Nesse sentido, a comparação entre os termos reproduz a diferenciação que se estabelece

entre o enfoque Micro e Macroscópico da vida social, que se constitui de incontáveis

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possibilidades de contato. São relações das mais diversas naturezas que se sustentam

por laços sólidos, frágeis, fortuitos, instáveis, duradouros.

Assim, ao enfocarmos uma dada modalidade, devemos avaliar em que medida esse

contato propaga seus efeitos para o conjunto. De modo equivalente, entender de que

modo os limites e valores estabelecidos pela sociedade afetam o tipo de interação em

evidência. Em síntese, medir a reciprocidade entre o todo e suas partes.

O desafio de desenvolver um problema a partir do tema sugerido é particularmente

estimulante, porque nos coloca diante de uma quantidade infinita de questões que,

embora perceptíveis, sensíveis, são de difícil mensuração.

A escolha do objeto de nossa investigação procurou destacar um tipo de interação que

tivesse a marca dos dias atuais, portanto, apresentasse caráter inovador. Por outro lado

queríamos compatibilizar modernidade e tradição. Optamos por tentar entender quais os

efeitos que novas tecnologias de informação exercem sobre velhos costumes.

Gostaríamos de medir a intensidade do impacto que a comunicação por meios eletrônicos

provocou na relação, em geral distanciada e fria, de representantes e representados;

dimensionar as mudanças de comportamento que podem decorrer do acréscimo de

novos elementos

Problema

A crise de representatividade brasileira causada pela falta de comunicação entre

representante–representado poderia ser resolvida através da utilização da ferramenta da

Internet, que permite ampliar a participação da sociedade no governo, acarretando assim,

na ampliação da cidadania.

Hipóteses

Apesar da Internet permitir um contato direto entre o representante e o representado,

ainda assim esta ferramenta não é eficaz, porque não alterou a qualidade dessa interação.

Dentro dessa afirmação, procuraremos constatar qual das causas abaixo, senão as duas,

é o motivo da ineficácia:

- A ferramenta não funciona, pois os políticos não respondem (essa hipótese será

testada com os e-mails enviados, de acordo com as respostas recebidas);

- A ferramenta não funciona, pois a sociedade não usa (essa hipótese será testada

também com os e-mails, se eficazmente respondidos, e com os formulários disponíveis

para os universitários).

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Revisão Bibliográfica

O debate acerca das relações entre interatividade, sociedade e democracia, dado o seu

caráter político, tem se desdobrado em discussões a respeito do governo e da

democracia eletrônicos. Há uma carência e uma falta de densidade conceitual na

literatura e nos projetos desenvolvidos pelos governos em todo o mundo. A teoria da

comunicação ainda não conseguiu sistematizar e encaminhar este debate por ser ele

extremamente recente. Isso se da pela grande fluidez e pelas mudanças rápidas do meio

digital. Torna-se difícil, portanto, a apreensão por parte dos pesquisadores deste

ambiente.

Na observação e reflexão das possibilidades e equívocos deste novo campo de pesquisas

é possível destacar os trabalhos de Klaus Frey que critica a incapacidade das instituições

políticas para lidarem com os novos desafios do ambiente político observando exemplos

europeus. Também trabalhando com o exemplo europeu, Leda Guidi que relata a

experiência do projeto Iperbole, na cidade de Bolonha, Itália. Nos Estado Unidos Derek

Dictson e Dan Ray, dois pesquisadores que mantêm um site sobre as eleições

americanas possuem um trabalho chamado A Moderna Revolução Democrática – Uma

pesquisa objetiva sobre as eleições via Internet que avalia as vantagens e desvantagens

da instituição do voto eletrônico nos E.U. A, uma realidade brasileira.

Metodologia

O trabalho a que nos propomos é baseado, como já exposto, no tema “Interatividade e

Sociedade”. Sendo assim, a metodologia que utilizamos é também baseada nela, já que

nos utilizamos da Internet tanto para traçar o perfil do eleitor paulista, quanto para enviar

as perguntas aos integrantes do Legislativo paulista.

Para traçar o perfil do eleitor, um formulário eletrônico foi criado e encaminhado aos

estudantes das principais Universidades do Estado de São Paulo, entre elas USP, PUC,

Unicamp, UNESP etc, a fim de investigar se essa elite intelectual, teoricamente detentora

da informação e dos meios de obtê-la, ao fazer uso do meio virtual inclui nas suas

atividades a participação e o questionamento político. O formulário eletrônico permaneceu

à disposição para resposta pelo período de três semanas.

A outra forma de testar a eficácia da ferramenta foi o envio de e-mails com perguntas aos

políticos eleitos, cada qual com um perfil especialmente desenvolvido. Dessas mensagens

foram tabulados os dados referentes ao tempo que cada integrante do Legislativo levou

para responder, quando houve resposta; se a resposta dada pôde ser considerada

eficiente, e não apenas gerada automaticamente. É importante frisar que não procuramos

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saber as ideologias dos políticos, ou o conteúdo das respostas; procuramos apenas

descobrir se essa forma de comunicação com o cidadão realmente funciona, e se as

dúvidas, quando invocadas suas respostas, são sanadas.

Sobre o Método

Construir um caminho para investigar algo, criar um método implica em fazer escolhas

nem sempre fáceis. Sem querer exagerar as dificuldades apresentadas na elaboração

desse trabalho, devemos esclarecer alguns dos procedimentos utilizados.

Em primeiro lugar é preciso enfatizar que o objeto dessa pesquisa é testar a eficiência da

comunicação digital (Internet) como instrumento facilitador do contato entre representante

e representado. Não é de nosso interesse atribuir valor ao conteúdo das respostas e nem

fazer juízos, de qualquer tipo, sobre os argumentos apresentados pelos parlamentares.

Razões de ordem prática nos levaram a optar pela não utilização de nossa identidade e

nossa condição de aluno da USP, pois entendemos que essa distinção contaminaria o

resultado da pesquisa.

Tínhamos para cada endereço eletrônico 230 mensagens a enviar e, conseqüentemente,

igual quantidade de respostas. Aparte isso, teríamos que receber, até pelo momento

eleitoral em curso, mensagens com as propagandas dos candidatos, uma vez nossos e-

mails seriam capturados.

O que gostaríamos de mensurar é a sensibilidade do parlamentar ao contato dos

cidadãos, independentemente do seu grupo ou condição, daí o recurso a situações e

personagens comuns. Esse foi o motivo que nos levou à criação de diferentes

“personagens”.

Devemos dizer também que as estórias, embora fictícias, podem facilmente ser

encontradas nas páginas de jornal. As perguntas enviadas são temas da pauta política,

portanto, são de interesse público.

Não seria suficiente apresentar apenas motivos de ordem prática para nos isentarmos de

defender nossas opções metodológicas. Devemos procurar entender o próprio canal em

que a comunicação se estabelece. Podemos questionar em que medida a utilização de

personagens fictícios pode ser caracterizada como ação antiética na Internet.

A lei define os delitos passíveis de sanção aos usuários da rede. De nossa parte não

houve nenhuma violação dos preceitos legais vigentes.

Mas não nos contentaríamos em apresentar apenas razões de ordem legal, pois sabemos

que Ética e Legalidade nem sempre se aliam. É necessário recuperarmos a questão

inicial que ainda persiste: o procedimento por nós adotado é ou não antiético? Para

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tratarmos dessa questão devemos conhecer as particularidades e usos do universo

digital.

Manuel Castells, sociólogo, autor de um importante trabalho sobre o mundo digital –

Sociedade em Rede -, faz referência à imprecisão dos termos realidade e virtualidade.

Para ele:

“Culturas consistem em processos de comunicação. E todas as formas de comunicação,

como Roland Barthes e Jean Baudrillard nos ensinaram há muitos anos, são baseadas na

produção e consumo de sinais. Portanto, não há separação entre “realidade” e

representação simbólica. Em todas as sociedades, a humanidade tem existido em um

ambiente simbólico e atuado por meio dele. Portanto, o que é historicamente específico

ao novo sistema de comunicação organizado pela integração eletrônica de todos os

modos de comunicação, do tipográfico ao sensorial, não é a indução à realidade virtual,

mas a construção da realidade virtual. Explicarei com a ajuda do dicionário, segundo o

qual “virtual é o que existe na prática, embora não estrita ou nominalmente, e “real é o

que existe de fato”. Portanto a realidade, como é vivida, sempre foi virtual porque sempre

é percebida por intermédio de símbolos formadores da prática com algum sentido que

escapa à sua rigorosa definição semântica”. (Castells: 1999, pág. 49)

É próprio dos usuários da rede criarem personagens e projeções de si próprios,

estreitando os limites entre o mundo real e o virtual . A interação na rede dá-se, também,

através de idealizações. É preciso saber em que medida o método que empregamos viola

esse padrão?

É preciso destacar ainda que o nosso campo de observação está focado em uma relação

de natureza política. Estamos estudando a comunicação entre representantes e

representados; interação fundamental nas democracias modernas.

A informação que estamos tentando produzir é de interesse público; está inserida num

contexto político. Nesse sentido, é preciso fazer distinção entre a exigência moral, que

em geral pauta a vida dos indivíduos, e o direito do cidadão à informação.

Não estamos defendendo uma ética de exceção em razão da particularidade da nossa

pesquisa, mas não podemos ser ingênuos.

Queremos apenas saber o grau de sensibilidade de homens públicos à solicitação do

público a que ele deve satisfação. No limite, saber se o dinheiro dos impostos

empregados na aquisição e manutenção do instrumental empregado está sendo

respeitado.

Talvez não tenhamos resolvido o embaraço ético em que estamos envolvidos, mas

podemos considerar que nosso método é, no máximo, tão antiético quanto um spam . Se,

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por um lado, isso não diminui nossa responsabilidade, por outro não nos torna mais

antiéticos que qualquer usuário da rede.

Para além de todas as explicações e justificativas possíveis há que se considerar os

riscos inerentes ao esforço da busca por qualquer tipo de conhecimento. Prometeu

pagará pela ousadia por toda eternidade.

Os dados obtidos nas duas qualitativas e na quantitativa relativa aos e-mails foram

devidamente tabulados após o prazo máximo estabelecido para receber as respostas dos

políticos e dos formulários.

Além disso, como é natural em qualquer pesquisa, há a revisão bibliográfica, em que

buscamos teses e textos publicados sobre o tema, além de embasamento teórico no que

diz respeito à Cidadania, Democracia e sua história.

Resultados

O primeiro resultado que obtivemos diz respeito ao comportamento dos eleitos em relação

à Internet como canal de comunicação entre eles e seus eleitores, no que diz respeito ao

conhecimento, por parte dos eleitores, de suas plataformas políticas e como se

posicionam em questões polêmicas. Nosso objetivo não foi o analisarmos as respostas às

questões levantadas, mas admitimos que seu conteúdo pôde influenciar sua disposição

para a resposta.

Nossa análise limita-se aos resultados quantitativos e em números absolutos apenas 102

e-mails de 1533 enviados foram respondidos. Noventa e um por cento das mensagens

ficaram sem resposta.(Quadro 1).

Quadro 1

RESPONDERAM 102NÃO RESPONDERAM 1399

ENDEREÇO DE E-MAIL INVÁLIDO 32TOTAL DE MENSAGENS ENVIADAS 1533

TOTAL DE MENSAGENS

7%2%

91%

RESPONDEU ENDEREÇO DE EMAIL INVÁLIDO NÃO RESPONDEU

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TOTAL DE MENSAGENS RESPONDIDAS 102RESPOSTAS AUTOMÁTICAS 17,65%RESPOSTAS CONSISTENTES 82,35%

MENSAGENS RESPONDIDAS

102

18

84

0

20

40

60

80

100

120

RESPONDIDAS

RESPOSTAS AUTOMÁTICAS

RESPOSTASCONSISTENTES

Outra preocupação foi a de testar em quais níveis da legislatura, federal, estadual, ou

municipal havia maior chances de correspondência eletrônica entre o representante e seu

representado. É possível percebermos, ainda que de forma difusa, um comportamento

homogêneo dos deputados, sejam eles estaduais ou federais, representantes de regiões

territorialmente extensas e centralizados nas capitais do estado e da federação.

Cerca de 219 representantes receberam e-mails com perguntas nossas e somente 64

responderam, sendo 24 deputados federais, 24 deputados estaduais e 16 vereadores. A

esmagadora maioria, 71% dos representantes testados não responderam às mensagens.

(Quadro 2).

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Quadro 2

DEPUTADOS ESTADUAIS 24DEPUTADOS FEDERAIS 24

VEREADORES 16

DIVISÃO DAS MENSAGENS RESPONDIDAS

37,50% 37,50%

25,00%

DEPUTADOS ESTADUAIS DEPUTADOS FEDERAIS VEREADORES

TOTAL DE REPRESENTANTES TESTADOS 219REPRESENTANTES QUE RESPONDERAM 64

REPRESENTANTES QUE NÃO RESPONDERAM 155

PARTICIPAÇÃO DOS REPRESENTANTES

29%

71%

RESPONDEU NÃO RESPONDEU

Outro dado importante constatado pela pesquisa é o de que mesmo virtualmente,

os vereadores proporcionalmente são os mais ligados à seus eleitores. Veja o quadro:

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NENHUMA UMA DUAS TRÊS QUATRO CINCO SEIS SETEDEP. ESTADUAL 70 17 6 1DEP. FEDERAL 46 18 6VEREADOR 39 6 3 2 3 2

155 41 15 3 3 2 0 0

64 RESPONDERAM AO MENOS À UM DOS E-MAILS ENVIADOS.155 NÃO RESPONDERAM A NENHUM DOS E-MAILS ENVIADOS.

NÚMERO DE RESPOSTAS POR CARGO

Esta pesquisa foi realizada em ano de eleições para o legislativo, havia vários deputados

candidatos à reeleição. Esse dado, se fosse ignorado, poderia condicionar os resultados

da pesquisa. Para evitar esse viés, esse dado foi também observado. Dos 48 deputados

que responderam aos e-mails, somente 21 eram candidatos à reeleição, a esmagadora

maioria dos candidatos não respondeu às mensagens, o que não quer dizer que esse

número de respostas não tenha sido influenciado pela reeleição. (Gráfico 1).

Gráfico 1

CANDIDATOS À REELEIÇÃO

48

21

Dos 48 Deputados que responderam, 21 respostas (43,75%) foram

enviadas por Deputados candidatos à Reeleição.

Outra faceta da pesquisa tentou verificar se o representado se faz ouvir pelo

representante. Ao analisarmos o questionário aplicado (vide anexo 1) à comunidade

universitária, notamos que 72% dos entrevistados utilizam a Internet para obter

informações políticas, o que mostra que ela tem importante participação como veículo de

informações, mas somente 19,78% daqueles que procuram seus representantes o fazem

através dessa ferramenta (Quadro 3).

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Quadro 3

UTILIZAM INTERNET PARA BUSCAR INFORMAÇÕES POLÍTICAS

28%

72%

Não Sim

DOS QUE SE COMUNICAM COM SEUS REPRESENTANTES, QUANTOS O FAZEM VIA INTERNET?

80,22%

19,78%

Não Sim

Em números absolutos, responderam o questionário 485 pessoas e destas 386 não têm

acesso de nenhum tipo à seus representantes (Gráfico 2).

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Gráfico 2

SIM 21,29%NÃO 78,71%

REPRESENTADOS SE FAZEM OUVIR PELOS SEUS REPRESENTANTES?

99

366

465

0

100

200

300

400

500

SIM NÃO TOTAL

Conclusões

O objetivo desse trabalho foi testar um canal de comunicação direta da população com

seu representante no Poder Legislativo, o qual, por suas competências, já é bastante

distante dos cidadãos, que muitas vezes desconhecem suas funções e, por

conseqüência, sua importância. Política e Direito são temas extremamente “distantes” da

população em geral porque exigem certo conhecimento técnico. No caso do Poder

Legislativo, o desconhecimento geral se dá, provavelmente, porque esses dois temas,

indispensáveis à vida em sociedade, complexos quando tratados isoladamente, se unem,

tornando seu entendimento inacessível.

Além da dificuldade “técnica” de compreensão, outro problema que identificamos é a

distância física que há entre o representante e o representado, especialmente quando

envolvidos cargos da esfera federal: qual, então, seria a forma de amenizar essa segunda

dificuldade?

Numa época de exercício da soberania popular, as Eleições, pareceu-nos de extrema

importância dedicar um trabalho cujo tema fosse Interatividade às formas de comunicação

e aproximação entre aqueles dos quais o poder emana e aqueles a quem eles delegam a

representação de seus interesses, analisando a eficácia dessa comunicação não somente

na ponta a que pertence o político, mas também naquela que pertence aos eleitores,

verificando sua participação e uso do meio.

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Os resultados de ambas tentativas não foram, infelizmente, muito diversos daqueles

esperados inicialmente pelo grupo.

Das 1533 mensagens enviadas aos Vereadores, Deputados Estaduais e Deputados

Federais de São Paulo, obtivemos apenas 82 respostas válidas (avaliada aí a

consistência da resposta, e não somente o envio de uma mensagem automática por conta

do recebimento do e-mail) e 18 respostas automáticas, totalizando 102 respostas (7%).

Ainda, 32 mensagens retornaram devido a endereço inválido e não localizado. Sendo

assim, uma de nossas hipóteses se confirma: apesar da Internet permitir um contato

direto entre o representante e o representado, essa ferramenta não funciona porque os

políticos não respondem.

Do outro lado, testando nossa segunda hipótese, temos que, apesar da internet já ser um

meio largamente utilizado pela amostra pesquisada, mesmo assim esta ferramenta ainda

não é utilizada como forma de comunicação direta junto aos seus representados. Assim,

nossa segunda hipótese também se confirma: essa ferramenta não funciona porque a

sociedade não usa.

Desta forma é possivel perceber que, mesmo contando com instrumentais democraticos

bem desenvolvidos, estes ainda não se encontram plenamente consolidados junto à

sociedade, o que comprovaria de certa forma uma certa distancia que insiste em

permanecer entre o público e a coisa pública.

Nesse ponto, o grupo lança uma indagação: a comunicação e aproximação entre

representante e representado não funciona porque os políticos não respondem, já que

não há costume entre a população de os procurar, ou porque os cidadãos não perguntam,

já que sabem que não obterão respostas? Chegamos a um ciclo vicioso, sem resposta?

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Anexo