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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES A INFORMAÇÃO GERENCIAL DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO: UMA CONTRIBUIÇÃO À INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTOS À CONTABILIDADE PATRIMONIAL POR INTERMÉDIO DO PLANO DE CONTAS Denílson de Alcântara Orientador: Dr. Jaime Crozatti Monografia apresentada, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em gestão de políticas públicas. São Paulo, 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

A INFORMAÇÃO GERENCIAL DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO:

UMA CONTRIBUIÇÃO À INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTOS À

CONTABILIDADE PATRIMONIAL POR INTERMÉDIO DO PLANO DE CONTAS

Denílson de Alcântara

Orientador: Dr. Jaime Crozatti

Monografia apresentada, como parte dos requisitos

para obtenção do título de especialista em gestão de

políticas públicas.

São Paulo, 2012

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Nome: ALCÂNTARA, Denilson de

Título: A Informação Gerencial de Custos no Setor Público: uma Contribuição

à Integração do Sistema de Custos à Contabilidade Patrimonial por

Intermédio do Plano de Contas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Programa de Pós-Graduação em Gestão de

Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências

e Humanidades da Universidade de São Paulo,

para a obtenção do Certificado de Pós-

Graduação Lato Sensu.

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof(a) Dr(a)_______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura ________________

Prof(a) Dr(a)_______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura ________________

Prof(a) Dr(a)_______________________________ Instituição ________________

Julgamento _______________________________ Assinatura ________________

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AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram para a

realização deste trabalho.

Em especial, agradeço ao Professor Doutor Jaime Crozatti, que

forneceu toda a orientação necessária, resolvendo questões difíceis de serem

enfrentadas e indicando precioso material bibliográfico de pesquisa, mostrando que

é possível estender os horizontes.

Agradeço ao Marcelo dos Santos Moog por ter compartilhado

comigo diversos materiais de pesquisa, bem como ao Stanislaw dos Santos Zago

pela demonstração dos mecanismos de funcionamento dos planos de contas na

área da saúde.

À Doutora Alva Helena de Almeida, Gerente de

Desenvolvimento de Pessoas da Secretaria da Saúde do Município de São Paulo

(Coordenadoria Sudeste), ao Doutor Oswaldo Sumita, responsável pela Unidade

Básica de Saúde Moóca I e à Doutora Elisa Cristina Simplício Delina, agradeço

muito pela gentileza de terem permitido a pesquisa de trabalho de campo sob suas

administrações.

Agradeço à Doutora Carolina de Oliveira, cirurgiã dentista, pela

orientação técnica quanto à apuração de valores dos procedimentos de sua área da

atuação.

Por fim, agradeço ao Doutor Abílio Licínio dos Santos Silva,

incansável incentivador de toda esta caminhada.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Estimativa de Encargos Trabalhistas e Previdenciários – Setor Público..........................................................................................

48

Tabela 2 Recursos utilizados – folha de pagamento mensal - UBS Moóca I 49

Tabela 3 Direcionador de recursos para as atividades da UBS Moóca I......... 49

Tabela 4 Identificação das atividades desenvolvidas – Unidades Básicas de Saúde.................................................................................................

51

Tabela 5 Identificação detalhada das atividades desenvolvidas – Unidades Básicas de Saúde com apuração de valores.....................................

52

Tabela 6 Visitas Domiciliares por Agentes Comunitários de Saúde................. 53

Tabela 7 Consultas Domiciliares por Médicos e Enfermeiros.......................... 54

Tabela 8 Atendimentos Domiciliares por Profissionais de Nível Médio........... 54

Tabela 9 Atendimentos de Grupo Educativo..................................................... 55

Tabela 10 Atendimentos de Outros Profissionais de Nível Superior (Exceto Médico) .............................................................................................

55

Tabela 11 Atendimentos Médicos....................................................................... 56

Tabela 12 Atendimentos de Auxílio á Enfermagem............................................ 57

Tabela 13 Apuração da Proporção do Tempo de Procedimentos de Enfermagem.......................................................................................

58

Tabela 14 Atendimentos de Enfermagem........................................................... 59

Tabela 15 Atendimentos de Odontologia............................................................ 60

Tabela 16 Atendimentos UBS MOOCA I dezembro/2011– Custo Unitário de Pessoal...............................................................................................

62

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Tabela 17 Resultado Econômico – Serviços Odontológicos UBS Moóca I – Mês de Dezembro de 2011................................................................

65

Tabela 18 Geração de Valor para a Sociedade – Serviços Odontológicos UBS Moóca I – Mês de Dezembro de 2011...............................................

66

Tabela 19 Remuneração dos Agentes Comunitários de Saúde na UBS Moóca I...............................................................................................

73

Tabela 20 Remuneração dos trabalhadores da equipe de saúde bucal na UBS Moóca I ..............................................................................................

75

Tabela 21 Remuneração dos enfermeiros (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I................................................................

76

Tabela 22 Remuneração dos enfermeiros (que trabalham 30 horas semanais) na UBS Moóca I................................................................

77

Tabela 23 Remuneração dos auxiliares de enfermagem (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I......................................................

78

Tabela 24 Remuneração dos auxiliares de enfermagem (que trabalham 30 horas semanais) na UBS Moóca I......................................................

79

Tabela 25 Remuneração dos médicos (que trabalham 20 horas semanais) na UBS Moóca I.......................................................................................

80

Tabela 26 Remuneração dos médicos (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I.......................................................................................

81

Tabela 27 Remuneração dos pedagogos, psicólogos e nutricionistas na UBS Moóca I...............................................................................................

82

Tabela 28 Remuneração do técnico em farmácia na UBS Moóca I.................... 83

Tabela 29 Remuneração dos profissionais administrativos na UBS Moóca I.... 84

Tabela 30 Direcionadores de atividades para os custos da UBS Moóca I.......... 85

Tabela 31 Volume dos direcionadores e número de atendimentos na UBS Moóca I...............................................................................................

86

Tabela 32 Atendimentos UBS Mooca I em dezembro de 2011.......................... 87

Tabela 33 Atendimentos de Urgência em Atenção Básica UBS Mooca I em dezembro de 2011..........................................................

88

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RESUMO

Diante da adoção do princípio da eficiência na área pública,

verificou-se a necessidade de apuração de custos, com tendência de utilização de

planos de contas para esta apuração.

O pesquisador observou uma proximidade de conceitos entre a

metodologia de custeio baseado em atividades e a classificação orçamentária do

governo, razão pela qual este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade da

implantação desta metodologia em face dos planos de contas disponibilizados pelo

setor público.

Para tanto, este estudo foi constituído por abordagem teórica

precedida de revisão de literatura, contemplando duas áreas do conhecimento:

contabilidade governamental e contabilidade de custos, seguida de estudo de caso

em uma unidade básica de saúde no Município de São Paulo, pela utilização de

dados secundários e realização de entrevistas.

Na avaliação realizada observou-se a possibilidade da adoção

da metodologia pretendida utilizando o princípio contábil da competência, com

desdobro do plano orçamentário em níveis maiores de detalhamento, chegando a

uma planificação dos produtos públicos disponibilizados à sociedade.

Palavras Chave: plano de contas, custeio baseado em

atividades, classificação por programas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 1

1.2 OBJETIVOS E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO 3

1.3 METODOLOGIA 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6

2.1 ANTECEDENTES 6

2.2 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS 8

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL 16

2.4 PONTO DE PARTIDA PARA INFORMAÇÃO DOS CUSTOS PÚBLICOS 20

2.5 FORMAS DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS A OBJETOS DE CUSTEIO 27

2.6 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES, OU CUSTEIO ABC 28

2.7 CLASSIFICAÇÃO POR PROGRAMAS 36

3 DESCRIÇÃO DE CASO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ABC

EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 47

CAPÍTULO 4

4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 67

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1 - INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Preliminarmente, iniciamos nossos estudos analisando o fato

de que o desconhecimento dos custos no setor público impede o cumprimento do

parágrafo 3º, artigo 50, da Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, que

assim dispõe:

§3º - A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

Caso se pretendesse que a apuração de custos fosse feita a

partir de dados contábeis, seria necessária a adoção de novos padrões de registros.

Neste contexto surgiu a necessidade de novo plano de contas no setor público, não

somente para apuração de custos mas, também, para adaptação da contabilidade

pública às normas internacionais vigentes.

Por outro lado, analisando o Manual de Contabilidade Aplicada

ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais (STN, 2011:

6), que dá suporte ao novo plano de contas do sistema patrimonial da contabilidade

pública verificamos a seguinte descrição:

Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos, este Manual procura descrever rotinas e servir como instrumento orientador para a racionalização de aspectos e métodos patrimoniais relacionados às variações patrimoniais públicas. Busca, assim, melhorar a qualidade e a consistência das informações prestadas a toda a sociedade, de modo a possibilitar o exercício da cidadania no controle dos elementos e variações do patrimônio dos Governos Federal, Estadual, Distrital e Municipal.

Um dos papéis do plano de contas na contabilidade pública é

padronizar as informações contábeis em todos os níveis de governo. Sua

importância está em trazer a devida consistência nas análises a serem oferecidas,

induzindo os analistas das esferas federal, estadual, distrital e municipal a

uniformizarem os parâmetros de medição e interpretação.

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O novo Manual de Contabilidade Pública – Parte II –

Procedimentos Contábeis e Patrimoniais (STN, 2011: 130-131) descreve seis formas

de custeio: Custeio Por Absorção, Custeio Pleno, Custeio ABC (Activity Based Cost -

Custeio Baseado em Atividades), Custeio Variável, Custeio por Ordem de Produção

e Custeio por Processo, descritos pormenorizadamente no Tópico 2.5 deste

trabalho.

Observa-se um leque de possibilidades, portanto, ainda não

há uma definição acerca da metodologia a ser adotada pelos gestores para

apuração de custos.

Fomos buscar subsídio na iniciativa privada. No entanto,

constatamos estar operando, neste setor, significativa evolução nas técnicas

utilizadas, onde renomados autores, em face do processo de globalização, vêm

apresentando novos princípios para apuração de custos e de resultados, portanto,

qualquer metodologia indicada certamente estará envolta em polêmica.

Observa-se a tendência de respeitáveis autores (BRIMSON,

1996; NAKAGAWA, 2011; SHANK E GOVINDARAJAN, 1997) em considerar a

evolução da apuração de custos em direção ao Sistema de Custeio ABC (Activity

Based Cost - Custeio Baseado Em Atividades).

No setor público Machado (2002:154) não recomenda a

implementação desta metodologia em uma fase inicial de implantação de sistema de

custos, enfatizando as dificuldades a serem enfrentadas, mas em uma fase posterior

de evolução admite esta possibilidade, revelando sua importância para a apuração

de custos.

Cabe mencionar, no entanto, a existência de posições

contrárias à adoção desta metodologia conforme mencionamos no item 2.6 deste

trabalho (CATELLI e GUERREIRO, 1993:1).

Catelli e Guerreiro (1993:2) alegam que “a única novidade

proposta mais a nível operacional do que a nível conceitual na contabilidade de

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custos é o sistema ABC - Activitv Based Cost, mas que já está sendo alvo de

algumas críticas até pelos próprios pesquisadores americanos”.

Por outro lado, a Secretaria do Tesouro Nacional, dentre as

premissas do Sistema de Custos do Governo Federal menciona que não foi adotada

a sistemática de rateio de custos, bem como não foi contemplada solução que

permita fazer alocação de custos1. Entendemos que, ao excluir esta possibilidade no

âmbito federal, observa-se uma tendência em adotar a forma de custo direto2.

1.2 – OBJETIVOS E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

De nossa parte, observamos uma forte identidade entre as

intenções da forma de custeio por atividade (ABC) e a classificação por programas e

ações, estabelecida no sistema orçamentário brasileiro, motivo que nos levou a

aprofundar o estudo da viabilidade da implantação desta metodologia.

Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade da

implantação da metodologia ABC considerando os planos de contas disponíveis no

setor público.

Preliminarmente, ressaltamos que esta adoção somente será

possibilitada considerando uma fase posterior de desenvolvimento no registro de

custos, com a futura disponibilidade de estudos prévios do processo de consumo e

geração de recursos na atividade pública e outros apontamentos sistemáticos, bem

como estudos quantitativos.

Uma integração entre o Plano de Contas do Setor Público e a

metodologia ABC exigirá dados que abarquem toda a administração pública, ou pelo

menos que estes dados sejam representativos de uma determinada gestão.

1<<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/Sistema_Informacao_custos/metodologia_apuracao_custos.asp>>

Acesso em 12/04/2012. 2Vide definição do custo direto no item 2.4 deste trabalho.

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Nossa intenção ao realizar o estudo da metodologia ABC

(Activity Based Cost - Custeio Baseado Em Atividades) parte da definição de

Brimson (1996: 41), segundo a qual “gerentes necessitam de informações das

atividades para ajudá-los a alcançar a excelência empresarial. A contabilidade por

atividades identifica o que a empresa faz”.

1.3- METODOLOGIA

Referido trabalho caracteriza-se pela sua natureza

exploratória, o qual busca aprofundar os estudos em uma realidade específica, qual

seja, avaliar a adequação dos planos de contas disponíveis do setor público para a

implantação do método de custeio ABC.

Para verificar referida adequação foi escolhida como

metodologia, a apuração de custo em uma unidade básica de saúde no Município de

São Paulo.

Este estudo foi antecedido por revisão de literatura abordando

especificamente a metodologia de custeio ABC (Activity Based Cost - Custeio

Baseado Em Atividades).

Por outro lado, a presente monografia foi constituída

basicamente por informações secundárias, ou seja, relatórios previamente existentes

nas unidades avaliadas, correlacionando-se dados de órgãos federais e das

secretarias do Município de São Paulo e, especificamente quanto aos serviços de

odontologia, foi entrevistada uma profissional da área, cuja percepção fez parte do

procedimento necessário no decorrer dos trabalhos, bem como foi entrevistada

profissional da unidade básica de saúde pesquisada.

A partir das informações, procedeu-se ao estudo de caso,

restringindo-se o objeto a ser avaliado em face da necessidade de especificação

detalhada de apropriação que uma apuração de custos por atividade requer.

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Diante das limitações existentes, não foi possível completar

toda a abrangência do modelo pretendido, no entanto, observando estudos

anteriores verifica-se que as despesas identificadas perfazem aproximadamente

80% dos gastos de uma unidade básica de saúde, razão pela qual se considerou

pertinente o levantamento procedido.

Por aproximar-se do modelo pretendido, foi escolhido para

estudo o Município de São Paulo, pois elaborou um documento gerencial norteador

e detalhado das atividades a serem realizadas em suas unidades básicas de saúde.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ANTECEDENTES

Verificou-se, nos anos 80, uma situação de extrema

competitividade entre empresas norte-americanas e japonesas, quando as primeiras

perderam mercado e apresentaram prejuízos mesmo detendo maior capacidade

tecnológica que seus concorrentes.

Somente o investimento em alta tecnologia já não era

suficiente para que a indústria se mantivesse no mercado, sendo necessárias novas

formas de organização da produção e novas ferramentas para apuração de custos

dado o nível de competitividade do mercado (SHANK e GOVINDARAJAN, 1997:

207-8), diminuindo a aceitação dos métodos tradicionais de custeio pelos gestores.

Segundo Shank e Govindarajan (1997: 228):

Há muito pouca dúvida de que as abordagens baseadas em volumes para se calcular o custo do produto representam uma grave falha da maioria dos sistemas de contabilidade gerencial de hoje. As abordagens que atribuem grandes porções do custo total (despesas gerais) usando as regras de alocação com base na mão-de-obra direta ou na hora-máquina são imprecisas e estrategicamente inúteis em ambientes com linha de produtos complexa. Há também pouca dúvida de que a abordagem ABC seja substancialmente mais precisa em atribuir o custo real total aos produtos que estão causando o custo.

Observou-se que as entidades que apresentavam

complexidade de produção, ou seja, que fabricavam uma grande diversidade de

produtos, atribuíam indevidamente os custos entre os diferentes produtos fabricados,

utilizando abordagens baseadas em volume.

No mesmo sentido, Brimson (1996: 26) afirma que “Os

sistemas convencionais da contabilidade de custos apresentam números distorcidos

e agregados baseados em padrões de comportamento errados”. Tal distorção

tornou-se cada vez mais relevante na medida em que aumentava a participação

percentual dos gastos em tecnologia e outros gastos indiretos não apropriáveis

diretamente aos produtos e serviços das empresas.

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A onda de globalização não deixou imune o setor público que

também sofreu reflexos em sua forma de administração, no sentido de atingir os

princípios da eficiência, eficácia e efetividade (MACHADO, 2002: 1).

O atendimento aos princípios ora mencionados vem exigir

novas técnicas de disponibilização de informações e, por outro lado, trouxe também

a necessidade de adotar escrituração contábil segundo os parâmetros

internacionais.

Dentre estes parâmetros a serem adotados, menciona-se o

regime de competência, pelo qual os gastos devem ser apropriados ao período de

efetivas realizações da entidade, ou seja, a partir do momento em que o gasto esteja

relacionado a determinada realização do período, é neste período que deve ser

apropriado como custo da atividade pública, independentemente de desembolso do

caixa.

A contabilidade pública, antes do surgimento do novo Manual

de Procedimentos Contábeis e Patrimoniais (STN, 2011), apresentava quatro

sistemas de escrituração: orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação,

sendo que os três primeiros abordavam a questão dos resultados obtidos pelo ente

federativo: fiscal, financeiro e econômico. A novidade trazida pelo novo manual

instituído pela Portaria STN nº 406 de 20 de junho de 2011 foi a previsão para a

implantação de sistema de custos públicos.

Enquanto o sistema orçamentário demonstrava e ainda

demonstra a comparação entre receitas e despesas previstas e realizadas,

considerando o regime de caixa para as receitas e competência para as despesas,

focando o equilíbrio fiscal entre a arrecadação e o gasto público, o sistema

financeiro trazia e ainda traz a mesma composição, porém contemplando somente

as receitas e despesas orçamentárias realizadas em termos monetários,

adicionando, porém, as disponibilidades financeiras oriundas de terceiros não

pertencentes ao ente estatal, denominadas extraorçamentárias. Esta movimentação

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financeira também figura no caixa da entidade, compondo, assim o saldo inicial das

disponibilidades, as entradas e saídas destas disponibilidades e seu saldo final.

Já no sistema patrimonial havia e ainda há duas peças

básicas, quais sejam, o balanço patrimonial que reflete a informação dos bens,

direitos e obrigações da entidade, e a demonstração das variações patrimoniais que,

antes do novo plano de contas do setor público, consistia em uma tentativa de trazer

o resultado econômico. Este resultado econômico era, inicialmente composto pelas

mesmas receitas e despesas orçamentárias dos demais balanços, com a realização

de ajustes que, porém, não chegavam a atingir o critério do regime de competência.

No que se refere às despesas não havia registro da

depreciação de bens, nem de sua valorização a preços de mercado. Também não

eram trazidos ao balanço, os registros dos bens de uso da população, como obras

em praças, avenidas, viadutos, etc., mas sim, apareciam no balanço somente os

bens de uso estatal.

Em relação às despesas correntes, figuravam no balanço

estatal despesas empenhadas que não se enquadravam no regime de competência

Tratam-se dos denominados “restos a pagar não processados”. E também fazia

parte desta peça contábil despesas contabilizadas antecipadamente, como por

exemplo, despesas com seguros que deveriam ser apropriadas em mais de um

exercício.

No que tange à receita, havia uma aproximação ao ajuste da

contabilização pelo regime de competência, por intermédio do registro da receita

denominada variação patrimonial ativa independente da execução orçamentária,

envolvendo, por exemplo, créditos inscritos em dívida ativa3.

3 Lei 4.320/64, art. 39, parágrafo 1º : “Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para

pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após

apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título”.

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2.2 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS

Machado e Holanda (2010: 817), asseveram que:

Futuramente, a partir dos avanços na contabilidade pública, mediante a adoção do regime de competência, a implantação do sistema de custos permitirá, no médio prazo, o incremento das possibilidades de melhoria da eficiência do gasto governamental brasileiro.

Segundo Machado e Holanda (2010), o início desta melhoria

dar-se-á pela utilização dos valores contabilmente registrados nas ações

orçamentárias governamentais e sua correlação direta com os produtos

orçamentários realizados. Somente após a disponibilização de estudos e

levantamentos é que se poderá partir para outra forma de apropriação de custos,

considerando ainda a integração com os demais sistemas contábeis. Antes da

adoção do regime de competência, estes autores sugeriam a adoção dos valores da

despesa liquidada4 ajustados patrimonialmente para atingir o regime de

competência. Com a implantação deste regime, os ajustes não mais serão

necessários.

Após a afirmativa de Machado e Holanda (2010:817),

assistimos no ano de 2011, a adoção do regime de competência na contabilidade

pública, particularmente em seu sistema patrimonial por intermédio da Portaria STN

nº 406 de 20 de junho de 2011 que instituiu o Manual de Contabilidade Aplicada ao

Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais (STN, 2011: 11).

Em nosso entendimento, no entanto, esta adoção já estava

prevista na Lei 4.320 de 17 de março de 1964, porém não era praticada pelos

profissionais da contabilidade que, de forma consensual, possuíam interpretação

diversa. A nosso ver, a evolução da sociedade trouxe a necessidade de

interpretação histórica da lei. Ou seja, o que mudou não foi a lei, que em nenhum

momento exclui a adoção do regime de competência. Assim dispõem os artigos 100

e 104 do referido diploma legal:

4 Lei 4.320/64, artigo 63, “caput” : “A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo

credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”.

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“Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial”.

“Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.” (Lei nº 4.320/64)”

Entendemos que, implicitamente, os fatos ligados à

interpretação patrimonial requerem a adoção do regime de competência, ou seja,

basta interpretar adequadamente o dispositivo legal que chega-se à necessidade da

adoção do referido regime.

Não obstante, o novo Manual de Contabilidade Pública (STN,

2011: 11), contempla esta interpretação:

Os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao registro orçamentário das receitas e das despesas públicas. (CFC nº 1.111/07).

Há de se salientar que ainda estamos vivenciando uma fase

de transição, tendo e vista que no futuro existirá necessidade de influenciar a cultura

pública de avaliação de bens e resultados, de maneira a atender, não somente ao

princípio da legalidade, estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal, mas

também, ao princípio da eficiência contido no mesmo artigo.

Por intermédio da Resolução 1.055 de 7 de outubro de 2005

do Conselho Federal de Contabilidade foi criado o Comitê de Pronunciamentos

Contábeis, composto por representantes das seguintes entidades:

a - ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas;

b - APIMEC NACIONAL - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento

do Mercado de Capitais;

c - BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros;

d - CFC - Conselho Federal de Contabilidade;

e - IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;

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f - FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.

O artigo 3º da referida resolução estabeleceu o seguinte

objetivo a ser alcançado:

Art. 3º - O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

Especificamente em relação à convergência das

demonstrações financeiras aos padrões internacionais, foi editada a Resolução n°

1.103, de 28 de setembro de 2007 do Conselho Federal de Contabilidade, criando

um comitê específico com o seguinte objetivo:

Art. 3º O Comitê tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil por meio da reforma contábil e de auditoria que resulte numa maior transparência das informações financeiras utilizadas pelo mercado, bem como no aprimoramento das práticas profissionais, levando-se sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

O referido comitê é composto pelas seguintes entidades:

a) CFC – Conselho Federal de Contabilidade; b) IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; c) CVM – Comissão de Valores Mobiliários; d) BACEN – Banco Central do Brasil.

Em face da resolução ora citada, o Ministro da Fazenda,

mediante a Portaria 184 de 25 de agosto de 2008, estabeleceu diretrizes para a

convergência das demonstrações financeiras do setor público, resolvendo:

Art. 1° Determinar à Secretaria do Tesouro Nacional - STN, órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, o desenvolvimento das seguintes ações no sentido de promover a convergência às Normas Internacionais de Contabilidade publicadas pela International Federation of Accountants - IFAC e às Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, respeitados os aspectos formais e conceituais estabelecidos na legislação vigente: I - identificar as necessidades de convergência às normas internacionais de contabilidade publicadas pela IFAC e às normas Brasileiras editadas pelo CFC;

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II - editar normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e Plano de Contas Nacional, objetivando a elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas, em consonância com os pronunciamentos da IFAC e com as normas do Conselho Federal de Contabilidade, aplicadas ao setor público; III - adotar os procedimentos necessários para atingir os objetivos de convergência estabelecidos no âmbito do Comitê Gestor da Convergência no Brasil, instituído pela Resolução CFC n° 1.103, de 28 de setembro de 2007.

Seguindo a Portaria Ministerial, foram constituídas as

Resoluções de números 1.128 até 1.137 do Conselho Federal de Contabilidade,

datadas de 21 de novembro de 2008, que estabeleceram as Normas Brasileiras de

Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP), consubstanciadas nas Normas

NBC T 16.1 até NBC T 16.10. A seguir, a descrição do conceito de contabilidade

aplicada ao Setor Público, assim como seu objeto, seu objetivo e sua função social,

delimitados pela Norma NBC T 16.1.

3. Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.

4. O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social.

5. O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público.

6. A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social.

Sempre com o intuito de convergência da contabilidade

brasileira aos padrões internacionais, ao que se verifica nesta análise normativa,

primeiramente buscou-se instituir grupo objetivando estudos e pronunciamentos

técnicos que embasassem a edição de normas pela entidade contábil reguladora

brasileira, evoluindo, a seguir para uma reforma nos procedimentos contábeis e de

auditoria.

A reforma evoluiu, incluindo o setor público mediante portaria

ministerial, que preconizou a aderência às normas internacionais, bem como às

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13

normas brasileiras de contabilidade, levando-se em conta evoluções de

regulamentação anterior do Conselho Federal de Contabilidade e as disposições

deste conselho aplicáveis ao setor público.

Para instituir normas deste conselho aplicáveis ao setor

público foi editado o último dispositivo citado o qual por sua vez incluiu, além dos

procedimentos anteriormente vigentes na contabilidade pública, também o regime de

competência, em especial no item 21 da Norma NBC.T.16.5 aprovada pela

Resolução 1132 de 21 de novembro de 2008 do Conselho Federal de

Contabilidade5.

No âmbito federal, a Presidência da República emitiu o

Decreto 6.976 de 7 de outubro de 2009 que dispôs sobre o sistema de contabilidade

federal, contemplando a convergência aos padrões internacionais de contabilidade,

mediante o seguinte enunciado:

Art. 4º - O Sistema de Contabilidade Federal tem como objetivo promover: I - a padronização e a consolidação das contas nacionais; II - a busca da convergência aos padrões internacionais de contabilidade, respeitados os aspectos formais e conceituais estabelecidos na legislação vigente; e III - o acompanhamento contínuo das normas contábeis aplicadas ao setor público, de modo a garantir que os princípios fundamentais de contabilidade sejam respeitados no âmbito do setor público.

Diante do exposto foram editadas a Portaria Conjunta

STN/SOF nº 1, de 20 de junho 2011 e a Portaria STN nº 406, de 20 de junho de

2011, que aprovaram a 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor

Público (MCASP), implantando novo plano de contas aplicável ao setor público.

Observa-se que a edição do novo plano de contas do setor

público, resultou na separação da contabilidade patrimonial da contabilidade

orçamentária para efeito de demonstração de resultado.

5 Resolução 1132 de 21 de novembro de 2008 do Conselho Federal de Contabilidade - Norma NBC.T.16.5, item

21. “Os registros contábeis devem ser realizados e os seus efeitos evidenciados nas demonstrações contábeis do

período com os quais se relacionam, reconhecidos, portanto, pelos respectivos fatos geradores,

independentemente do momento da execução orçamentária”.

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14

Primeiramente verificamos que a Contabilidade Orçamentária,

no que se refere aos gastos, registra os estágios da despesa: fixação,

empenhamento, liquidação e pagamento, e classifica posteriormente esta despesa

por natureza (classificação econômica), por funções, por programas, por instituição e

por fonte de recursos.

Já a contabilidade Patrimonial, também no que se refere aos

gastos governamentais, está agora desdobrada, apresentando em seu plano de

contas, divisões genéricas, por elemento econômico, para separar os gastos

governamentais em custos e despesas, não registrando somente a despesa

empenhada, mas também o consumo de bens patrimoniais do ativo fixo, bem como

provisões de despesas porventura não orçadas, entre outras.

O novo plano de contas do setor público vem, então, trazer o

regime de competência, porém exclusivamente para o sistema patrimonial, onde

haverá oportunidade de reavaliar ativos, registrar provisões em seus devidos

períodos e registrar adequadamente os investimentos realizados, entre outras

atribuições, lembrando que este Plano é fundamentado na Portaria STN nº 406 de

20 de junho de 2011 que instituiu o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor

Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais.

Não obstante, por este novo plano de contas, foi criada nova

codificação na contabilidade pública, inexistente nas planificações anteriores das

contas estatais. Esta codificação apesar de denominar-se sistema de custos não

chega a ser um sistema, mas sim, na realidade, é uma planificação do sistema

compensado, anteriormente existente na contabilidade pública. Assim, a novidade

trazida neste novo plano de contas foi a inclusão de dois códigos de registros em

contas de compensação6 específicas para controle de custos, conforme quadros a

seguir:

6 Lei 4.320/64, art. 105, parágrafo 5º : “Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores,

obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, mediata ou indiretamente, possam vir

a afetar o patrimônio.”

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Quadro 1 – Contas de Compensação para Controle de Custos na Contabilidade Pública

7.8.0.0.0.00.00 CUSTOS Compreende as contas que controlam os custos de bens e serviços produzidos

8.8.0.0.0.00.00 APURAÇÃO DE CUSTOS Compreende as contas que controlam a execução dos custos dos bens e serviços produzidos

Fonte: Portaria STN nº 406 de 20 de junho de 2011 que instituiu o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais (2011: 143-144).

Verifica-se que esta nova abordagem, apesar de representar

um avanço ao revelar o desígnio de realizar a devida escrituração contábil, ainda

deixa em aberto várias opções para apuração de custos, mencionando um rol de

formas de custeio passíveis de ser implementadas, sem normatizar procedimentos

específicos para esta apuração.

Desconsiderando-se os dois primeiros dígitos deste plano de

contas, “7.8” e “8.8”, observa-se, nesta codificação, a disponibilidade de mais sete

dígitos para os registros das contas de custos. Portanto, caso haja necessidade de

maior detalhamento, a conta contábil não será suficiente para a produção de

informações de custo, devendo o analista valer-se de registros auxiliares.

Uma das sugestões do Manual de Contabilidade Publica (STN,

2011:132) é apurar custos a partir do conceito de programas e ações. A nosso ver,

uma vez que a codificação de programas e ações do orçamento apresenta pelo

menos oito dígitos para registro (quatro para programas e quatro para ações

segundo a Portaria MPOG nº 42/99 ainda vigente), uma extensão neste sentido

exige novas subdivisões.

Diante da complexidade de produtos e serviços

disponibilizados pelo setor público, entendemos que haverá necessidade de maior

desdobro ainda, conforme será verificado no decorrer deste trabalho.

Posteriormente, foi editada a Resolução do Conselho Federal

de Contabilidade número 1.366 de 25 de novembro de 2011 que aprovou a Norma

NBC T 16.11 que regulamenta o Sistema de Informação de Custos no Setor Público,

trazendo os seguintes objetivos em seu item 3:

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(a) mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade;

(b) apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação entre os custos da entidade com os custos de outras entidades públicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades;

(c) apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço;

(d) apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informações que permitam projeções mais aderentes à realidade com base em custos incorridos e projetados;

(e) apoiar programas de redução de custos e de melhoria da qualidade do gasto.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

Preliminarmente, antes de abordarmos a questão dos

sistemas de custos, situamos a abordagem de custo dentro de um contexto, maior,

qual seja, a posição atual da Contabilidade Gerencial. Segundo Iudícibus (2010: 21):

A Contabilidade Gerencial também se vale, em suas aplicações, de outros campos de conhecimento não circunscritos à contabilidade. Atinge e aproveita conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, bem como da administração financeira, campo mais amplo, no qual toda a contabilidade empresarial se situa. De maneira geral, portanto, pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feitos ‘sob medida’ para que a administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de Desempenho, recai na contabilidade gerencial.

Observa-se que Iudícibus atribui, como função da

contabilidade gerencial, a elaboração de todas as peças contábeis destinadas à

tomada de decisão e avaliação de desempenho.

Ainda, segundo Iudícibus (2010: 22), o ponto de ruptura entre

a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial não é tão fácil de ser

discernido, sendo que as peças contábeis tradicionais também são importantes, pelo

menos como ponto de partida para a contabilidade gerencial e para a administração,

como por exemplo, na avaliação da tendência da empresa, no entanto, na

contabilidade gerencial existe a necessidade de juntar demonstrativos da

contabilidade financeira com outros conhecimentos não especificamente ligados à

área contábil, para suprir a administração em seu processo decisório. Como

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17

exemplo, citamos as técnicas de métodos quantitativos, microeconomia, bem como

o conhecimento da reação dos administradores aos relatórios contábeis.

Já no que se refere à contabilidade de custos, bem como aos

procedimentos ligados a orçamento e planejamento, segundo Iudícibus (2010: 22),

estes recaem, sem sombra de dúvida no campo da contabilidade gerencial, uma vez

que não são facilmente encontrados nos registros da contabilidade financeira ou, no

mínimo, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para

poderem ser utilizados nas decisões entre cursos de ação alternativos.

Shank e Govindarajan (1997: 2) mencionam que a importância

da contabilidade gerencial decorre da transição da contabilidade de custos para a

análise gerencial de custos, assim nos ensinando:

Olhando retrospectivamente para os últimos trinta anos, a transição da contabilidade de custos para a análise gerencial de custos é a primeira realização. Esta transição levou ao destaque que a contabilidade gerencial desfruta hoje na indústria, comércio e nos meios acadêmicos.

No entanto Shank e Govindarajan (1997: 3), mencionam que

esta análise gerencial de custos não é mais suficiente e continuam a explanação:

Esta transição da análise gerencial de custos para o que se chama gestão estratégica de custos (definida a seguir) é o primeiro desafio que se tem à frente. O sucesso desta transição determinará o destaque da gestão de custos no futuro. [...] Nitidamente, a análise estratégica é um importante elemento dentro do que é ensinado nas escolas de administração, do que é escrito nos periódicos acadêmicos e de negócios e das preocupações das empresas.

Os mesmos autores (SHANK E GOVINDARAJAN, 1997: 4)

definem então o que vem a ser a gestão estratégica de custos:

É uma análise de custos vista sob um contexto mais amplo, em que os elementos estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e formais.

Shank e Govindarajan (1997: 13), mencionam também os

eventos que deram origem à gestão estratégica de custos:

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O surgimento da gestão estratégica de custos resulta da mistura de três temas subjacentes, cada um retirado da literatura sobre gestão estratégica: 1. Análise da cadeia de valor; 2. Análise de posicionamento estratégico; 3. Análise de direcionadores de custos

No que tange à análise da cadeia de valor, os fatores que

afetam as operações não se limitam às questões internas da entidade, mas também

são compostos pelo ambiente de parceria em que a mesma está inserida,

envolvendo, na composição de um produto final disponível para consumo no setor

empresarial, tanto operações anteriores realizadas pelos fornecedores, como

operações posteriores realizadas pelos clientes.

Neste ponto Nakagawa (2011: 17) menciona verdadeira

simbiose entre o setor privado e o setor público:

Por outro lado, a competitividade de uma empresa é fortemente condicionada pelas políticas públicas, cabendo ao Estado prover um ambiente favorável à criação e sustentação de vantagens competitivas por parte das firmas. Deste modo, fatores externos à empresa como ambiente macroeconômico (taxa de inflação, taxa de juros, taxa de câmbio, estrutura tributária, política salarial etc.), infra-estrutura econômica (transporte de carga, armazenagem, sistema portuário, energia, comunicações etc,) e infra-estrutura técnico-científica e educacional (ensino básico e superior, institutos e centros de pesquisa, laboratórios, instituições de normalização e certificação de qualidade, ensino técnico especializado etc.) constituem-se em questões centrais para o desenvolvimento da competitividade das empresas e da nação.

O Estado coloca-se, desta maneira, como fornecedor da área

privada, sendo que suas atividades interferem, mesmo que a longo prazo, nas

atividades empresariais.

Quanto ao segundo evento, a análise de posicionamento

estratégico, Shank e Govindarajan (1997: 117-118), na área privada, balizam dois

fatores: a missão e a vantagem competitiva.

Assim, a estratégia de uma unidade de negócios depende de dois aspectos inter-relacionados: (1) sua missão ou metas, e (2) a forma que a unidade de negócios escolhe para competir em seu segmento para realizar tais metas – a vantagem competitiva da unidade de negócios.

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19

Quanto à missão da entidade, referidos autores a classificam

em três verbos: a) construir; 2) manter e 3) colher. Estas opções, na iniciativa

privada significam, respectivamente, aumentar a fatia de mercado, proteger a fatia

de mercado e maximizar os ganhos.

No setor público, em que pese não apresentar o mesmo nível

de competitividade do setor privado, estas três possibilidades ilustram a expansão

da ação governamental. Por exemplo, o governo pode construir novas escolas,

manter escolas já existentes ou até fechar escolas, se a demanda local já estiver

atendida, como por exemplo, nas situações de maior escolaridade da população em

determinado bairro ou distrito caracterizado por faixa etária elevada e alto nível de

renda.

Já em relação à vantagem competitiva, os autores citados

mencionam que as entidades têm duas formas de escolher os produtos que vão

oferecer: 1) baixo custo e 2) diferenciação. Na iniciativa privada, o empresário busca

atrair o cliente vendendo produtos a baixo custo ou oferecendo um produto

diferenciado, para o qual o cliente esteja disposto a pagar valor maior.

De forma similar, na área pública, há as mesmas opções,

como por exemplo, o ente federativo tem a escolha de prestar um serviço de menor

qualidade, a custo menor, de maneira a atender mais pessoas ou, então, prestar um

serviço de maior qualidade e maior custo, atendendo menos pessoas.

Quanto ao terceiro evento, qual seja, a análise de

direcionadores de custos, no item 2.6 deste trabalho trataremos

pormenorizadamente desta questão, onde mencionaremos a abordagem da

metodologia ABC que é um facilitador da análise estratégica de custos. Segundo

Nakagawa (2011: 40):

Conceitualmente, o ABC é algo muito simples. Trata-se de uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa.

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20

2.4 PONTO DE PARTIDA PARA INFORMAÇÃO DOS CUSTOS PÚBLICOS

Machado (2002: 154), descreve cinco “Métodos de Custeio”7:

Custeio Por Absorção, Custeio Pleno, Custeio ABC (Activity Based Cost - Custeio

Baseado Em Atividades), Custeio Variável e Custeio Direto, tratando o “Custeio por

Ordem de Produção” e o “Custeio por Processo”, não como “Método de Custeio”,

mas sim como “Sistemas de Acumulação de Custos” (MACHADO, 2002: 137).

Assim, segundo Machado (2002: 137), enquanto o Método de

Custeio “associa-se ao processo de identificar e associar o custo ao objeto que está

sendo custeado”, o Sistema de Acumulação de Custos “cuida do processo de

acumulação de custos e o seu desenho está associado ao processo de produção da

entidade”.

Primeiramente, observa-se que o Manual de Contabilidade

pública instituído pela Portaria STN nº 406 de 20 de junho de 2011, ao descrever as

formas de custeio, não relaciona o “Custeio Direto”8, e é justamente essa a forma de

custeio para o setor público proposta por Machado (2002; 154).

Não obstante, cabe citar um problema de epistemologia nesta

definição. Alguns autores apresentam o custeio direto como sinônimo de custeio

variável. Neste sentido Horngren, Foster e Datar (2000, p.212) dizem que:

Custeio direto é uma designação infeliz, por dois motivos: (1) o custeio variável não considera todos os custos diretos, mas apenas os custos diretos de fabricação variáveis. Quaisquer custos de fabricação fixos diretos e quaisquer custos diretos que não sejam de fabricação (como os de marketing) não são considerados para a avaliação dos estoques; (2) o custeio variável considera como custos dos produtos não apenas os custos de fabricação diretos, mas também alguns custos indiretos (custos indiretos de fabricação variáveis).

Conforme nos ensina Machado (2002: 149-150)

7 Vide definições no item 2.5 deste trabalho. 8 Segundo Machado (2002:144) apud Peter (2001:121), custo direto é aquele que apropria ao produto apenas os

custos com ele perfeitamente identificáveis, não admitindo qualquer tipo de rateio.

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21

A definição das políticas públicas é o principal determinante de custos no setor público, derivando daí os programas e as ações, bem como a identificação dos recursos necessários para executá-los. Os recursos estimados e consumidos são acumulados diretamente nos projetos ou atividades. A partir dos custos acumulados por projeto ou atividade, por um processo simples de agregação, é possível encontrar os custos das funções e dos centros de responsabilidade. Os custos unitários dos produtos ou serviços derivam da relação entre os custos das atividades e as quantidades físicas executadas.

Assim, segundo Machado, o ponto de partida para a

verificação dos custos no setor público são os projetos e as atividades. Projetos e

atividades são conceitos estabelecidos na Portaria nº 42 de 13/04/1999, do

Ministério do Orçamento e Gestão, para a elaboração do orçamento público, quanto

ao aspecto de funções e programas.

No mesmo sentido de Machado, a Resolução do Conselho

Federal de Contabilidade número 1.366 de 25/11/20119, já mencionada

anteriormente neste trabalho, também estabelece o objetivo de “mensurar, registrar

e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades,

ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade”

Não obstante, o novo plano de contas do sistema patrimonial,

que trouxe as novas contas contábeis para apuração de custos, não detalhou uma

metodologia específica para o custeio no setor público. No Manual de Contabilidade

Aplicada ao Setor Público (STN, 2011-32), foi feita a seguinte sugestão:

Um dos possíveis critérios para a apuração de custos pode ser a utilização de parâmetros da classificação orçamentária, como por exemplo: 1 – Classificação Programática – Apuração de Custos por Programa ou Ação (Por exemplo, programa finalístico ou ação finalística). 2 – Classificação Funcional – Apuração de Custos por Função ou Subfunção; e 3 – Classificação Institucional – Apuração de Custos por Departamento (Órgão); Tal escolha decorre do fato da classificação orçamentária da despesa refletir o equivalente financeiro de um plano de ação do governo, possibilitando avaliação dos resultados das gestões orçamentárias, financeira e patrimonial, segundo os conceitos constitucionais da eficiência e eficácia.

9 Resolução CFC número 1.366 de 25/11/2005 - NBC T 16.11, item 3, alínea “a”

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22

Assim, observa-se a possibilidade de subdivisão dos custos

em projetos e atividades para fins de apuração do custeio das ações

governamentais, em que pese estes registros não estarem previstos no Plano de

Contas do Sistema Patrimonial da área pública, portanto, nosso entendimento é que

esta atribuição, qual seja, a subdivisão de custos, foi delegada a cada instituição de

governo.

Analisando o Plano de Contas do Sistema Patrimonial10,

modificado para atender aos padrões internacionais de contabilidade, observamos

que este novo plano restringe-se a uma classificação econômica, ou seja, trata-se da

própria classificação orçamentária por elementos já conhecida anteriormente,

adaptada para dividir os gastos governamentais em despesas e custos, conforme

exemplo a seguir:

Quadro 2 – Exemplo da Classificação das Despesas no Plano Patrimonial da Contabilidade Pública

CONTA DESCRIÇÃO

3.0.0.0.0.00.00 VARIAÇÃO PATRIMONIAL DIMINUTIVA

3.1.0.0.0.00.00 PESSOAL E ENCARGOS

3.1.1.0.0.00.00 REMUNERAÇÃO A PESSOAL

3.1.1.1.0.00.00 REMUNERAÇÃO A PESSOAL - RPPS

3.1.1.1.1.00.00 REMUNERAÇÃO A PESSOAL - RPPS - CONSOLIDAÇÃO

(Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais, 2011:56)

Quadro 3 – Exemplo da Classificação dos Custos no Plano Patrimonial da Contabilidade Pública

CONTA DESCRIÇÃO

3.1.8.2.0.00.00 CUSTO DE PRODUTOS VENDIDOS – PESSOAL E ENCARGOS

3.1.8.3.0.00.00 CUSTO DE SERVIÇOS PRESTADOS – PESSOAL E ENCARGOS

(Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais, 2011:57)

Em nosso modo de ver, segundo o que nos foi ensinado pelos

renomados autores ora citados neste trabalho, entendemos que uma apuração de

custos exige uma classificação muito mais detalhada no sistema patrimonial, tanto

para a implantação da metodologia de custeio ABC, quanto para outra metodologia

a ser implantada, uma vez que neste último caso seria considerado o volume total de

produção como, por exemplo, no custeio proposto por Machado (2002: 154), onde

os custos são obtidos a partir dos projetos e atividades, itens não constantes no

sistema patrimonial da contabilidade pública.

10

Portaria STN nº 406 de 20 de junho de 2011 que instituiu o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor

Público – Parte II – Procedimentos Contábeis e Patrimoniais, 2011. p. 130 e 131

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23

Vislumbramos a única hipótese de apuração de custos na

situação apresentada, nos casos em que o ente público possua apenas um produto

homogêneo disponibilizado à sociedade. Neste caso, sim, bastaria dividir o valor

total apurado pela quantidade produzida, fato que não se dá em um ambiente de

complexidade de produtos, onde há necessidade de identificar rubricas próprias para

cada produto apresentado pelo ente público.

Assim, uma informação adequadamente detalhada incluiria o

custo de um produto específico diante de uma situação de complexidade,

possibilitando, inclusive a sua comparação com os custos praticados por outras

entidades públicas e até com o preço de mercado deste produto, possibilitando,

desta maneira, a avaliação do critério da eficiência.

Cabe lembrar que, segundo o item 14 da Norma Contábil NBC

T 16.1111, o Sistema Patrimonial, adotando o regime contábil de competência, seria

aquele adequado para esta apuração, no entanto, em que pese atender às normas

internacionais, observa-se que seu plano de contas é tão sintético que dificulta a

medição de custos, devendo o analista socorrer-se de outras informações, seja do

sistema orçamentário, seja de outras metodologias auxiliares de escrituração.

Inclusive, a Norma Contábil retro-mencionada, em seus artigos 19 e 20, prevê esta

integração:

19. O SICSP deve capturar informações dos demais sistemas de informações das entidades do setor público.

20. O SICSP deve estar integrado com o processo de planejamento e

orçamento, devendo utilizar a mesma base conceitual se se referirem aos mesmos objetos de custos, permitindo assim o controle entre o orçado e o executado. No início do processo de implantação do SICSP, pode ser que o nível de integração entre planejamento, orçamento e execução (consequentemente custos) não esteja em nível satisfatório. O processo de mensurar e evidenciar custos deve ser realizado sistematicamente, fazendo da informação de custos um vetor de alinhamento e aperfeiçoamento do planejamento e orçamento futuros.

11

Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.366 de 25 de novembro de 2011 que aprovou a

Norma NBC T 16.11, a qual normatiza o Sistema de Informação de Custos no Setor Público (SICSP)

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24

O quadro a seguir apresenta uma comparação entre a

hierarquia de classificação de atividades proposta por Brimson (1996: 63-64) e os

conceitos da classificação por funções e programas, constantes na Portaria MPOG

42/99, já em uso no sistema orçamentário brasileiro antes da adoção do novo plano

de contas do sistema patrimonial instituído pela Portaria STN nº 406 de 20 de junho

de 2011.

Quadro 4 – Comparação entre as Classificações por Atividade Públicas e Privadas Sistema de Custeio por Atividades Hierarquia Segundo Brimson (1996: 64)

Sistema Orçamentário da Contabilidade Pública Portaria MPOG 42/99

Função Função

Sub Função

Processo de Negócio Programa

Atividade Atividade, Projeto e Operação Especial

Tarefa

Operação

Elemento de Informação Elemento de Despesa (dentro dos níveis Categoria Econômica e modalidade) Fonte: Portaria 163/2001

Observa-se que a decomposição tecnicamente possível para

apuração de custos por atividade é maior que a prevista no sistema orçamentário

brasileiro, descendo, além do nível de atividades, aos níveis de tarefa e operação.

Esta questão dos níveis de classificação será tratada em tópicos posteriores deste

trabalho.

Não obstante a nossa tentativa, no quadro retro, de

correlacionar os níveis propostos pelos autores com os níveis orçamentários

previstos na legislação brasileira e, em que pese a significativa proximidade de

conceitos, observamos haver diferença entre as definições destes níveis de atuação.

A seguir, tomando como base os conceitos de Brimson (1996:

62-63) e Nakagawa (2011: 44-45) para o setor privado, comparamos

pormenorizamente referidos níveis de classificação com as definições contidas na

Portaria Interministerial 42/99 referente ao setor público.

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1) Funções

Observa-se que no setor público, função significa a área de

atuação do governo: saúde, educação, segurança pública, habitação, transporte,

etc. Na área privada o conceito é semelhante, onde função significa a área de

atuação da empresa, envolvendo compras, produção, vendas, etc.

No entanto, verifica-se que, apesar de mencionar a expressão

“área de despesa”, a “função” no setor público é mais abrangente, significando, na

realidade, um setor macroeconômico de atuação do ente federativo e não a área de

atuação de um órgão governamental específico. Diferentemente, no setor privado,

trata-se de um conjunto de atividades de mesma natureza, portanto, em que pese a

tentativa de aproximação de conceitos não é possível uma correlação.

2) Sub Funções

Uma vez que a subfunção é uma partição da função pública e

sendo a função pública um setor macroeconômico como vimos anteriormente,

entendemos não haver possibilidade de correspondência com a definição sob o

ponto de vista do setor privado, nem seria adequado este nível para aferição de

custos, uma vez que a devida análise requer a identificação de maior nível de

detalhe.

3) Processos de Negócios x Programas

Observa-se que o “programa” no setor público constitui o

instrumento de organização da ação governamental para o alcance dos objetivos.

Assemelha-se ao conceito do “processo de negócio” na iniciativa privada, o qual

possibilita que as ações (atividades) se correlacionem harmonicamente para

alcançar o objetivo.

Ou seja, o conceito é o mesmo: ambas as definições

representam o meio estrutural pelo qual se constitui um arranjo de atividades, que

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interligadas, proporcionam a realização de um resultado. Neste caso, sim, há uma

forte proximidade conceitual.

4) Atividades x Atividades, Projetos e Operações Especiais

Por último, as atividades no setor privado constituem a própria

ação realizada para o alcance dos objetivos. Já, no setor público, as atividades, em

sentido amplo, em que pese terem a mesma finalidade, qual seja, o alcance dos

objetivos, resultam em um só produto, ao passo que no setor privado podem resultar

em mais produtos.

Analisando o conceito de atividades, a impressão que se tem é

que se tentou no setor público implantar uma metodologia similar ao método ABC. A

distorção acontece na unidade de medida, que no método ABC é a medida de

atividade a ser posteriormente atribuída a uma gama de produtos, ao passo que no

setor público não se fez esta intermediação atribuindo o produto diretamente à

atividade.

5) Tarefas

Na definição de tarefas, não está contemplado o setor público,

restando diferenciá-las das atividades quanto à sua natureza. Por exemplo, nas

atividades podemos ter a unidade de medida “cartolina cortada”. Ocorre que esta

cartolina pode ser cortada de várias formas. Tanto pode-se adquirir uma máquina

para cortar cartolina, onde teríamos a medida de tarefa “hora-máquina”, ou pode-se

utilizar trabalhadores para cortar cartolina, onde teríamos a medida de tarefa “hora-

homem”.

6) Operações

Nível também não utilizado pelo setor público, representa o

nível mais detalhado de decomposição de ações. No exemplo citado no caso

anterior das tarefas, corresponderia, por exemplo, às ações posicionar cartolina,

pegar tesoura, cortar-cartolina no caso do sistema de corte manual, medido em

hora-homem.

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Ou se fosse utilizada uma máquina para fazer o corte, as

ações poderiam ser posicionar cartolina, apertar o botão, esperar o corte da

máquina, retirar cartolina da forma, portanto, em uma mesma tarefa há tanto

operações medidas por hora-homem como por hora-máquina.

A discussão que será travada nos tópicos seguintes será

centrada justamente na necessidade de detalhamento da atuação governamental,

sendo que os autores mencionam a existência da possibilidade de mais dois níveis

de decomposição de atividades, denominados “tarefas” e “operações”, rubricas não

existentes no sistema público. Isto implica em que na contabilidade pública não será

possível a obtenção de informações com este nível de detalhamento, como parece

haver na contabilidade das entidades da iniciativa privada.

2.5 – FORMAS DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS A OBJETOS DE CUSTEIO

O Manual de Contabilidade Pública (STN, 2011: 130-131)

descreve seis formas de custeio: pleno, ABC, absorção, variável, por ordem e por

produção. Analisando as definições apresentadas no Manual de Contabilidade

pública, verificamos que tanto a forma de custeio pleno como a forma de custeio

ABC apropriam todos os gastos aos produtos obtidos, tanto custos como despesas,

diferenciando-se quanto aos parâmetros de apuração, sendo que a forma de custeio

ABC destaca-se por atribuir custos primeiramente às atividades e posteriormente

apropriar os valores das atividades consumidas aos produtos obtidos.

Já as formas de custeio por absorção e variável não apropriam

todos os gastos aos produtos, mas somente os custos de produção, diferenciando-

se pelo fato de que o custeio variável desconsidera a apropriação de custos fixos

aos produtos obtidos, tratando-os como se fossem despesas do período.

Por último, as formas de custeio por ordem e por produção.

Compartilhamos a teoria de Machado (2002: 137), onde se menciona que estas

formas não constituem método de custeio, mas sim representam a periodicidade de

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acumulação dos custos, podendo ser aplicada em qualquer uma das formas de

custeio anteriormente citadas dependendo do objeto a ser estudado.

O custeio por produção aplica-se nos casos em que há uma

produção contínua, sem limite de tempo para sua finalização, ao passo que o

custeio por ordem aplica-se a uma produção limitada no tempo, como, por exemplo,

os projetos de duração limitada que não coincidem necessariamente com o término

do exercício financeiro, sendo os custos apurados ao final do evento.

2.6 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES, OU CUSTEIO ABC

A maneira de alocar os custos com base nas atividades

desenvolvidas nasceu nos anos 80, quando as empresas norte-americanas

perceberam que não conseguiam concorrer com os preços apresentados pelas

indústrias japonesas, inclusive atribuíam a estas empresas a prática de “dumping”,

ou seja, o fornecimento de produtos abaixo do custo para eliminar a concorrência.

No entanto, os norte-americanos, ao estudarem a produção

das empresas japonesas, verificaram que a vantagem japonesa encontrava-se no

método de administração, bem como no método de apropriação do custo adotado.

A prática ocidental de apropriação de custos consistia em

dividir o valor total dos insumos de produção diretamente pelo volume de produto

obtido pelas operações da empresa, ou seja, era um procedimento contábil muito

elementar e simples, que pouco explicava o comportamento analítico dos custos

durante os processos de fabricação.

Conforme Brimson (1996: 290):

A contabilidade por atividades está baseada no princípio de que as atividades consomem recursos, enquanto produtos, clientes ou outros objetivos de custo consomem atividades.

Assim, a metodologia ABC (Activity Based Cost - Custeio

Baseado Em Atividades) propõe, ao invés de ratear os insumos diretamente pelos

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produtos obtidos, apropriar, primeiramente, os insumos nas atividades desenvolvidas

pelas empresas e, conhecendo o valor das atividades desenvolvidas, em etapa

posterior, distribuir o valor destas atividades aos produtos obtidos.

Segundo nos ensina Martins (2010: 294):

Uma das grandes vantagens do ABC frente a outros sistemas de custos mais “tradicionais” é que ele permite uma análise que não se restringe ao custo do produto, sua lucratividade ou não, sua continuidade ou não etc., mas permite que os processos que ocorrem dentro da empresa também sejam custeados. Aliás, talvez aqui estejam seus maiores méritos.

Conforme exposto, Martins destaca que a metodologia ABC

não apura somente o custo dos produtos, mas também apura o custo dos processos

de trabalho e, segundo o autor (MARTINS, 2010: 286), via de regra, estes custos

são interdepartamentais:

Brimson (1996: 74), menciona um exemplo da importância da

análise do custo dos processos:

Com os relatórios por processo de negócio, os gerentes dos departamentos individualmente não são penalizados por ‘exceder o orçamento’ caso os custos da empresa como um todo sejam reduzidos. Por exemplo, um departamento de manutenção excedeu seu orçamento de investimento em $ 75.000 porque alguns consertos que foram anteriormente contratados externamente foram trazidos para dentro da empresa. No entanto, a mudança resultou em economia de custo de mais de $ 500.000 em outro departamento. O relatório por processo de negócio retratou o bom-senso desta escolha.

Segundo Brimson (1996: 78), a técnica de analise dos

processos consiste em análise do fluxo de informações entre as atividades:

O procedimento para analisar um processo do negócio é determinar a seqüência de atividades seguindo o fluxo de informações de uma atividade para outra.

A análise das atividades se dá mediante decomposição.

Segundo Brimson (1996: 76):

A análise das atividades identifica as atividades significativas (tanto de produção como de suporte) de uma empresa, de maneira a estabelecer

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uma base para a determinação acurada de seu custo e desempenho. A análise de atividades decompõe uma organização grande e complexa em atividades elementares, que são fáceis de entender e administrar. A administração explícita das atividades propicia à empresa melhor visão de como os recursos são empregados e se a atividade contribui para o alcance dos objetivos corporativos. Esta abordagem contrasta com os sistemas atuais de contabilidade que proporcionam a visibilidade dos recursos totais empregados em cada unidade organizacional, mas não daquilo que a unidade faz (produção).

Não obstante, Brimson (1996: 137), dentre outras, estabelece

a seguinte característica da medida de atividade:

A medida de atividade ideal é ser fácil de entender, fácil de medir, fácil de extrair de fontes de dados existentes e diretamente relacionável aos fatores de produção da atividade. É importante que a medida de uma atividade esteja econômica e praticamente disponível.

A apropriação do valor às atividades deverá ser feita por

intermédio de direcionadores de custo. Martins (2010: 96) define direcionador de

recursos como o fator que determina o custo de uma atividade. Para apropriar o

custo das atividades aos produtos, utilizam-se direcionadores de atividades.

Martins (2010: 96), portanto, identifica dois tipos de

direcionadores de custos: direcionadores de recursos e direcionadores de

atividades:

Lunkes (2010: 63), porém, ao tratar do controle de gestão,

reporta avanços técnicos na utilização dos direcionadores de custos, classificando-

os em direcionadores estruturais e direcionadores de execução, sendo que os

primeiros estão relacionados com os recursos existentes e as alternativas de

aplicação destes recursos, diferentemente dos direcionadores tradicionais que

imputam recursos às atividades e aos objetos de custos.

Já os direcionadores de execução, segundo o autor, refletem a

habilidade da organização de concretizar com êxito o posicionamento de custo

planejado, envolvendo aspectos de melhoria contínua, qualidade total, capacidade

instalada, distribuição das instalações, configuração do produto e aproveitamento

das ligações existentes por intermédio da cadeia de valor.

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Shank e Govindarajan (1997: 23-24), além de listar os

direcionadores de execução, assim como Lunkes (2010: 63), relacionam também os

direcionadores estruturais, mencionando que há pelo menos cinco escolhas, quais

sejam: escala (tamanho do investimento), escopo (grau de integração vertical),

experiência, tecnologia e complexidade (diversidade de produtos).

No entanto, Shank e Govindarajan (1997: 23-24), entendem

que o método de custeio ABC abarcaria somente a questão da complexidade:

A complexidade como uma variável estrutural, recebeu a maior atenção entre os contadores recentemente. Alguns exemplos da importância potencial da complexidade como um determinante de custos estão no trabalho sobre o custeio baseado em atividades de Kaplan (1987), Cooper (1986) ou Shank e Govindarajan (1988d). Consideramos este trabalho e algumas extensões nos Capítulos 11 e 12. Vemos o ABC como uma ferramenta útil de análise estratégica, mas não como a principal ferramenta.

Ademais, Shank e Govindarajan (1997: 205), abordando sobre

os direcionadores de custos enfatizam a existência de limitações:

As limitações são tão importantes que os esforços até hoje para quantificar os direcionadores de custos devem ser interpretados com uma grande dose de ceticismo, independentemente de quão atraentes as conclusões possam parecer.

Catelli e Guerreiro (1993: 1), criticam a adoção do método

ABC, afirmando que os direcionadores de custos não modificam o comportamento

dos custos fixos.

Neste trabalho procuramos evidenciar a fraqueza conceitual que observamos no modelo ABC. Essa fraqueza diz respeito fundamentalmente à distribuição de custos fixos aos produtos, ou seja, a utilização de “cost drivers” ao invés de outros critérios de rateio, não modifica o comportamento intrínseco de parte substancial dos custos das atividades de apoio que é de natureza fixa.

Por outro lado Catelli e Guerreiro (1993: 1) entendem, ainda,

que a metodologia ABC não abarcaria o modelo de gestão, em sua completude,

uma vez restringir-se ao aspecto da abordagem de custo:

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Outro aspecto do ABC diz respeito ao modelo de decisão do usuário da sua informação, ou seja, um modelo de decisão ao nosso ver incompleto baseado especificamente no custo.

Referidos doutrinadores advogam que a obtenção de lucro não

é determinada por uma atividade específica, mas sim, que esta atividade contribui

para o resultado global da entidade e, mesmo que esta atividade apresente déficit, é

necessária para a atuação e manutenção da empresa no mercado.

Machado (2002: 129), trata estes avanços não como

direcionadores de custo, mas sim como determinantes de custos:

A análise dos determinantes de custos é o terceiro aspecto da gestão estratégica de custos. O objetivo aqui não é analisar a relação de causa e efeito imediatos entre o custo da produção e o volume produzido. Observar apenas o relacionamento dos custos com o volume produzido é perder a riqueza da análise do comportamento dos custos. Os determinantes de custo devem ser procurados nas decisões que muitas vezes antecedem o início da produção e nas condições e formas de organizar a produção que, na vida real, se inter-relacionam de forma complexa.

Machado (2002: 154), prossegue, conceituando o custeio por

atividades (ABC) considerado como aquele em que “são as atividades desenvolvidas

que geram custos, pois consomem os recursos; por sua vez, os produtos, clientes ou

outro objeto de custo consomem as atividades”.

Em seguida, este autor (MACHADO, 2002: 154) admite a sua

adoção na área pública nos seguintes termos:

Porém, implantado o sistema de custo proposto (custeio direto), nada impede – sendo até desejável – que, sem retrabalho, órgãos específicos, a partir das informações extraídas do sistema de informação contábil-gerencial, construam modelos específicos de análise e gerenciamento de seus custos, seguindo o modelo ABC/ABM.

No entanto, Machado e Holanda (2010: 813) trazem restrições

à implantação do método ABC:

É necessário considerar que a adoção do método de custeio por atividades ampliaria as dificuldades para implantação de um sistema geral integrado - custo, orçamento e contabilidade - por diversas razões:

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- o processo de implantação exigiria a identificação das atividades relevantes, tempos médios de execução de cada uma delas e número de horas trabalhadas de cada um dos funcionários, entre outros aspectos; - o treinamento deveria ser intensivo para uniformizar os critérios a serem adotados em todos os órgãos ou centros de custo; - o período de tempo necessário para que o sistema se estabilizasse e produzisse benefícios seria ampliado enormemente; - o sistema geraria uma quantidade de informações praticamente impossível de ser analisada pelos órgãos gestores centrais (secretarias de Governo, Planejamento e Fazenda).

Em nosso ponto de vista, no entanto, a discussão está direta e

inteiramente relacionada ao modelo de gestão utilizado. Se se quer implementar um

modelo de gestão que priorize a eficiência do gasto bem como a busca da

otimização dos resultados econômicos alcançados pela atividade pública, o modelo

de gestão deve contemplar níveis adequados de análise de eficiência nos quais a

“quantidade de informações praticamente impossível de ser analisada” seja

necessária para gerenciar os processos, bem como possibilite a ação para a busca

constante da eficiência. Esta é a grande virtude da contabilidade gerencial pública

que se deve perseguir. Não se pode desistir dela por uma mentalidade de controle e

fiscalização que parece estar implícita na posição de Machado.

Alguns autores defendem a integração do sistema de custos

com a contabilidade geral. Neste sentido Brimson (1996: 146):

Na maioria dos casos, o razão geral é a fonte recomendada das informações de custo, porque os custos reportados no sistema de contabilidade por atividade serão reconciliados com o sistema de relatórios financeiros. Este procedimento é importante porque assegura consistência entre os dados da contabilidade financeira e do sistema gerencial.

Em sentido contrário, Shank e Govindarajan (1997: 228)

afirmam:

Além disso, nossa experiência indica que os benefícios do ABC na avaliação da linha de produtos e no gerenciamento das atividades podem ser melhor obtidos evitando-se sua formalização como parte de um sistema de registros contábeis.

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Em relação à implantação deste sistema de custeio, Megliorini

(2007: 152), menciona a necessidade de duas etapas: primeiramente identificar as

atividades executadas em cada departamento e posteriormente atribuir os custos

dos recursos aos objetos de custeio.

Vamos abordar, então a primeira etapa, na qual Megliorini

(2007: 152) sugere a aplicação de diversas técnicas, dentre elas a realização de

entrevistas com os gestores, aplicação de questionários aos gestores e observação

direta.

Já Nakagawa (2011: 72-73), exemplificativamente enumera as

seguintes técnicas: observação, registros de tempos, questionários, entrevistas e

“storyboards” (reunião de pessoas diretamente envolvidas com os problemas).

Brimson (1996: 102-103) preconiza a adoção do método

“Delphi”:

As técnicas ‘Delphi’ básicas para obtenção de dados incluem entrevistas, questionários, opiniões de especialistas e observação.

A nosso ver, maior exatidão na obtenção de dados será

conseguida na observação e nos registros de tempos descritos por Nakagawa. Sem

dúvida ocasionaria maior trabalho, no entanto, entendemos que a busca da acurácia

necessária requer referido esforço.

Não obstante, de nada adiantará a busca de dados caso o

observador não entenda o âmago do processo produtivo, pois se assim for não

saberá nem que dados procurar. Neste sentido nada melhor que questionários,

entrevistas e reuniões com aquelas pessoas que participam diretamente do

processo de produção.

Quanto à segunda etapa, Megliorini (2007: 153), menciona

que a atribuição de custos aos objetos de custeio deve obedecer a seguinte

sequência:

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1. Apropriação direta: é feita quando é possível identificar o recurso com uma atividade específica. 2. Rastreamento por meio de direcionadores que melhor representam a relação entre o recurso e a atividade. São exemplos de relação o número de funcionários, a área ocupada, o consumo de energia etc. 3. Rateio, quando não houver condições de apropriação direta nem por rastreamento. Efetua-se o rateio considerando uma base que seja adequada.

Segundo Brimson (1996: 136-153):

Quando uma relação de causa e efeito pode ser estabelecida entre um fator de produção e uma atividade específica, o custo é chamado rastreável. [...] A base para estabelecer uma relação causal é definir uma medida de atividade que é comum tanto ao fator de produção quanto à atividade. Como as pessoas são pagas com base no tempo, esta é uma base excelente para custear pessoal. Similarmente a quantidade de recursos humanos consumidos em uma atividade é normalmente expressa em termos de tempo. Assim o tempo é comum ao fator de produção e à atividade.

Quanto à descrição de Brimson, acerca da medida de

atividade comum tanto ao fator de produção quanto à atividade, entendemos válida

somente para o nível de operações, maior nível de detalhe possível, uma vez que

nos demais níveis de atividade, a medida da atividade pode ser composta, por

exemplo, pela combinação de horas-homem e de horas-máquina (exemplos de

tarefas e operações no item 4 deste trabalho).

Martins (2010: 98), faz a seguinte comparação entre rateio e

rastreamento:

Poder-se-ia dizer que há semelhança entre os critérios de rateio e os direcionadores de recursos, pois ambos indicam a relação do custo com o departamento ou atividade. A grande diferença entre eles é que o segundo indica uma relação mais verdadeira, obtida através de estudos e pesquisas, e não são resultados de mera arbitrariedade e subjetivismo.

Como menciona Martins, o rastreamento é obtido mediante a

realização de estudos e pesquisas, assim diferenciando-se do rateio, de natureza

arbitrária.

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2.7 CLASSIFICAÇÃO POR PROGRAMAS

Tendo abordado as questões específicas, no tópico 2.4 onde

observou-se que a classificação por programas é o ponto de partida para apuração

de custo nos serviços públicos e no tópico 2.6, onde foi descrita a metodologia ABC,

este capítulo visa correlacionar, então a classificação por programas com a

metodologia ABC, levando em conta as definições trazidas pelo novo Manual de

Contabilidade Pública (STN, 2011).

Preliminarmente, iniciamos os estudos pela definição de

Brimson, que menciona a inadequação da coleta dos custos por elemento de

despesa.

Segundo Brimson (1996: 83):

Um sistema gerencial estruturado em atividades assegura que os planos sejam transmitidos para o nível em que as ações possam ser tomadas. Atividades são o que as organizações fazem. Para fazer mudanças, devemos modificar o que as pessoas fazem. Desta forma, as mudanças, em última análise, devem ser feitas nas atividades. Ao contrário, a prática tradicional de coletar os custos por elemento (mão-de-obra direta, instalações e equipamento, suprimentos, viagens e outros) não fornece as informações detalhadas necessárias para identificar as mudanças necessárias.

Primeiramente, buscamos subsídio no novo sistema

patrimonial da contabilidade pública, onde, no entanto, as contas contábeis

planificadas para estes sistemas somente separam genericamente custos e

despesas, justamente por elemento, não identificando as fases de acumulação de

custos.

Assim, continuamos a nos valer da classificação por

programas estabelecida no sistema orçamentário, que mais se aproxima do conceito

do método de custeio ABC, onde a nova regulamentação, em 2011, manteve a

planificação anteriormente existente, contida na Portaria Interministerial 42/99,

dividindo os programas em ações, com os subtipos “projetos”, “atividades” e

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“operações especiais”, conceituando estas ações governamentais, da seguinte

forma12:

2. Ação As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros Entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições e financiamentos, dentre outros. As ações, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais.

Conforme mencionado, as ações são operações das quais

resultam produtos, sendo dividas em atividades, projetos ou operações especiais. As

atividades são ações que se realizam de modo contínuo e permanente ao passo que

os projetos são ações limitadas no tempo. Já as operações especiais são despesas

que não contribuem para a manutenção do governo, servindo, via de regra, para

custear ações que no passado beneficiaram a atuação governamental, como, por

exemplo, as aposentadorias de funcionários.

Não obstante, o Manual de Contabilidade Pública (STN, 2011:

57), faz a seguinte menção:

O orçamento Federal está organizado em programas, a partir dos quais são relacionadas as ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta.

Preliminarmente, verificamos que os valores orçamentários

são obrigatoriamente correlacionados aos produtos das ações do orçamento, em

períodos anuais, não obedecendo ao ciclo de vida da ação pública, que pode

ultrapassar o período orçamentário.

12 Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 20 de junho 2011 - Altera a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163,

de 4 de maio de 2001, e aprova as Partes I – Procedimentos Contábeis Orçamentários e VIII – Demonstrativo de

Estatísticas de Finanças Públicas, da 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP),

2011. p. 57 e 58

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Na esfera privada, o ciclo de vida de um produto estende-se

desde o momento da concepção do produto até a sua descontinuação. Assim, os

gastos com pesquisa e desenvolvimento, bem como os demais custos de pré-

produção devem ser apropriados a todo o período de vida do produto e não somente

no exercício em que ocorrem (BRIMSON,1996: 92).

Da mesma forma, o ciclo de vida da ação pública consiste no

tempo em que esta ação é desenvolvida e, portanto, os custos com o

desenvolvimento da ação pública devem ser atribuídos a todo o período de duração

desta ação, desde o seu advento até a sua descontinuidade, existindo a

necessidade de se delimitar preliminarmente o tempo de duração da ação pública.

De acordo com Brimson (1996: 92):

O conceito de ciclo de vida é muito diferente das práticas convencionais que debitam à despesa muitos custos do período corrente, em lugar de contrapô-los aos produtos futuros.

No orçamento público verifica-se que todos os gastos, não

somente com pesquisa e desenvolvimento, mas até com imobilizações de bens do

ativo permanente são associados diretamente a produtos em determinado exercício.

Prosseguindo a análise, observa-se a limitação imposta no

plano federal à medida que cada projeto ou atividade somente poderá estar

associado a um produto, portanto, não permite a apropriação de mais de uma

atividade à obtenção de um produto.

Diante do exposto, observa-se que o conceito de atividade

estabelecido no sistema público brasileiro difere do conceito de atividade

estabelecido pelo método de custeio ABC, uma vez que neste último método, um

produto é composto da soma de diversas atividades.

Conforme Brimson (1996: 78):

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O custo do produto por atividade é obtido através de uma lista de atividades e a quantidade consumida de cada uma na fabricação de um produto específico.

Assim, o conceito de atividade no setor público aproxima-se

mais do conceito de objeto de custo no sistema ABC, referindo-se ao item para o

qual se deseja atribuir a informação de custos.

Pelo exposto, no plano de contas do setor público, não há

previsão para atribuir valores primeiro às atividades e depois aos objetos de custo,

considerada aqui a definição de atividades segundo o método ABC, onde o custo do

produto é obtido através de uma lista de atividades. Assim, as atividades no plano

de contas público, como mencionamos anteriormente, referem-se na realidade aos

objetos de custos.

Por exemplo, um atendimento de um setor a um usuário de

serviço público é um objeto de custeio. Porém este atendimento é composto por

diversas atividades segundo o método ABC, por exemplo, recepção do usuário do

serviço, encaminhamento ao setor competente, atendimento pelo especialista, etc. ,

não detalhadas na contabilidade pública.

Não obstante, o orçamento público traz a informação não do

atendimento de um setor a um usuário, mas sim da soma de um grupo de

atendimentos de diversos setores, cada um com seu custo.

Por outro lado, segundo Brimson (1996: 172):

A nova ênfase do gerenciamento de custos é o controle de custo pela previsão de seus padrões de comportamento durante o estágio de planejamento.

Também, a Norma NBC T 16.11 do Conselho Federal de

Contabilidade13, estabelece a necessidade desta integração entre custos e

planejamento:

13

Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.366 de 25 de novembro de 2011 que aprovou a

Norma NBC T 16.11 que normatiza o Sistema de Informação de Custos no Setor Público (SICSP)

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40

O SICSP deve estar integrado com o processo de planejamento e ‘orçamento, devendo utilizar a mesma base conceitual e se referirem aos mesmos objetos de custos, permitindo assim o controle entre o orçado e o executado.

A formalização da integração entre o planejamento público e o

orçamento deve ser feita por intermédio do Plano Plurianual. A Constituição Federal,

em seu artigo 165, estabelece que o Plano Plurianual deva conter as diretrizes,

objetivos e metas do governo para o período de 4 anos.

O instrumento para esta integração, segundo a Portaria MPOG

42/99 foi definido como sendo o Programa, implementado pelas ações

governamentais, quais sejam, os projetos, as atividades e as operações especiais.

Se a cada ação governamental estiver associado um produto,

as ações governamentais correspondem ao objeto de custo, e assim, para

implantação do Método de Custeio ABC seria necessária a criação de uma

classificação intermediária (poderia ser denominada tarefa) para registrar os eventos

necessários à obtenção do produto.

Assim, para efeito de utilização da metodologia ABC, os

gastos seriam classificados patrimonialmente, assim como adotado no novo plano

de contas, porém subdivididos pela classificação por programas e suas

correspondentes ações (projetos, atividades e operações especiais); estas ações,

pela metodologia ABC corresponderiam aos objetos de custo. Por último seria feita a

subdivisão em um nível inferior que poderia ser denominado “tarefa”,

correspondendo à atividade na metodologia ABC.

Não obstante, mesmo que assim fosse feito, verifica-se ainda

outra limitação na utilização do conceito de projetos, atividades e operações

especiais para fins de apuração dos custos governamentais.

Isto, tendo em vista que o conceito orçamentário de atividade,

observando a prática da elaboração e da execução do orçamento, não corresponde

a uma atividade orçamentária (ação vinculada a um só produto), mas sim,

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41

corresponde a uma informação agregada, ou seja, uma só atividade que,

individualmente, agrega uma gama de diversos produtos.

Por exemplo, o serviço atendimento médico é descrito no

orçamento somente como “atendimento médico”. No entanto, há diversas

modalidades de atendimento médico14, ou seja, há um verdadeiro catálogo

interminável de atendimentos classificáveis pelo Código Internacional de Doenças

(CID), cada um com seu valor, conforme pode se observar na tabela de preços do

SUS.

Mesmo que as atividades orçamentárias fossem aferidas em

outra medida que não fosse o produto, essa medida teria que ser homogênea.

Brimson (1996: 127-128) assim descreve a natureza da medida da atividade:

Uma atividade é um grupamento homogêneo de custos, porque os recursos são determinados para produzir um resultado específico. Homogeneidade quer dizer que as variações em uma atividade são explicadas por uma única medida de atividade.

Brimson (1996: 165) também estabelece parâmetros

quantitativos para considerar uma medida de atividade homogênea:

A homogeneidade de uma medida de atividade pode ser determinada calculando-se o custo por atividade de uma amostra aleatória das ocorrências de uma atividade. Se o custo por medida não variar acima de 20%, a medida de atividade pode ser considerada homogênea.

Na esfera privada, Shank e Govindarajan (1997: 179), também

ilustram esta problemática:

Outro ponto fraco do sistema era que os gerentes de produção raramente viam uma ligação direta entre as medidas que eles tomavam na fábrica e os números no relatório mensal de custo padrão. Uma causa percebida deste problema era que os números eram resumidos em um nível tão agregado que se tornava difícil alocar a responsabilidade individual às variações.

14

Tabela SUS – Atendimentos Ambulatoriais – códigos de procedimentos cirúrgicos no Estado de São Paulo -

<<http://sistema.saude.sp.gov.br/tabnet/tabnet.exe?SIA_MS_2008.DEF>>, Acesso em 19/12/2011.

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42

Assim, querer utilizar a medida unitária do orçamento público

para apurar o custo de cada unidade dos serviços efetivamente prestados é utopia.

Teria que se criar uma rubrica orçamentária de atividade para cada produto gerado,

ocasionando uma infinidade de informações, indiscerníveis pelos órgãos gestores

centrais (secretarias de Governo, Planejamento e Fazenda), conforme Machado e

Holanda (2010: 813).

Logo, o que se propõe é desvencilhar o produto contido no

orçamento público, do produto efetivamente obtido contabilmente a ser analisado em

sistema de custos, mantendo, no que for possível, a integração de valores dos

custos com o orçamento, lembrando que este último é registrado basicamente pelo

regime de caixa, ao passo que o sistema patrimonial a ser utilizado para apuração

de custos registra-se pelo regime de competência.

No que se refere ao detalhamento dos níveis de classificação,

a Norma NBC T 16.11 do Conselho Federal de Contabilidade15, em seu item 12,

alíneas “h” e “i” estabelece os princípios da adaptabilidade e da granularidade, assim

descritos:

(h) adaptabilidade – deve permitir o detalhamento das informações em razão das diferentes expectativas e necessidades informacionais das diversas unidades organizacionais e seus respectivos usuários;

(i) granularidade – sistema que deve ser capaz de produzir informações em diferentes níveis de detalhamento, mediante a geração de diferentes relatórios, sem perder o atributo da comparabilidade.

Para solucionar esta questão, Brimson (1996: 110-111),

propõe racionalizar as atividades orientando da seguinte maneira:

- estruturar uma lista de atividades que forneça um nível de detalhe suficiente;

- separar atividades com diferentes padrões de comportamento de custos;

- decompor ou agregar as atividades segundo o fluxo do processo de negócio;

- decompor as atividades em tarefas, operações e elementos;

15

Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.366 de 25 de novembro de 2011 que aprovou a

Norma NBC T 16.11 que normatiza o Sistema de Informação de Custos no Setor Público

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Quanto ao critério para decompor ou agregar atividades,

Brimson (1996: 110-111) menciona a adoção da seguinte técnica:

Na maioria das vezes, o fluxo entre atividades dentro de um processo de negócios propicia a visão de como decompô-las. Um fluxo de informações ou saídas delineia as atividades. Quando uma análise dos processos do negócio identifica um novo fluxo de informações que não pode ser responsável pelas atividades previamente definidas, a atividade deve ser decomposta. Da mesma forma, quando a análise de um processo de negócios identifica a inexistência de fluxo de informação entre duas atividades previamente definidas, elas deveriam ser agregadas.

Segundo Brimson (1996: 164), quanto maior a agregação,

maior a distorção da medida da atividade:

Várias atividades podem ser agregadas em uma medida de atividade substitutiva, desde que individualmente nenhuma das atividades seja suficientemente importante para ser gerenciada em separado. Similarmente, uma medida de atividade pode ser escolhida ainda que não seja matematicamente a mais exata base para rastreamento dos custos, porque é inviável coletar estatísticas de volume para uma medida mais apropriada. A desvantagem de utilizar atividades e respectivas medidas substitutivas é que elas representam uma transigência entre a simplicidade do sistema e a distorção de custo resultante.

Foi ressalvada por Brimson (1996: 166) a questão da

representatividade econômica da atividade:

O impacto relativo de uma atividade no custo total depende de quanto o custo da atividade representa percentualmente no custo total do produto, processo ou outro objetivo reportado.

O autor admite que uma atividade pode ser substituída quando

trouxer pouco impacto na apuração do custo total.

Brimson (1996: 67) enfatiza ainda que a realização de uma

atividade pode constituir insumo para outra atividade, com a seguinte menção:

Os recursos são adquiridos externamente ou obtidos de outros departamentos, ou seja, a produção de uma atividade torna-se o insumo (recurso) de outra.

Observamos que Brimson considera o fluxo de informações

como determinante à decomposição de uma atividade. Já Nakagawa (2011: 76-78)

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propõe trabalhar com os conceitos de micro e macroatividades, nos ensinando os

seguintes procedimentos:

- detalhar as atividades, descrevendo cada operação e tarefa;

- trabalhar com os conceitos de micro e macroatividades;

Nakagawa assim expressa a importância do detalhamento das

atividades:

Se o desenho do ABC que se pretende implementar não permite este nível de detalhamento desejado pelas pessoas que buscam no chão de fábrica o contínuo aperfeiçoamento, pouco adiantará seu envolvimento e compromisso com a filosofia de excelência da empresa.

Acerca das micro e das macroatividades Nakagawa apresenta

o seguinte conceito:

A solução será a de se trabalhar com os conceitos de micro e macroatividades. As primeiras são as que descem aos mínimos detalhes e as últimas as que trabalham com informações mais agregadas. Cada qual tem sua própria utilidade para a ABM e não deve ser usada separadamente. Na prática, as microatividades são usadas para o ‘kaizen’ e as macroatividades para o custeio de produtos.

Observa-se que, de fato, um menor detalhamento das

atividades proporciona uma visão global mais adequada por parte da gerência, no

entanto, a nosso ver, a visão sintética das atividades não permite realizar as

modificações objetivamente no local onde devem ser realizadas, razão pela qual a

devida análise requer maior nível detalhamento.

Por outro lado, a própria formulação do orçamento, em nosso

modo de entender, ainda requer um conhecimento prévio dos custos. Em que pese

o caráter financeiro e não patrimonial desta peça de planejamento, nela não se pode

continuar inserindo valores aleatórios na fixação da despesa a ser empenhada16,

obedecendo somente ao limite histórico da verba geral destinada a cada programa,

com incrementos de natureza política. Novo parâmetro há de ser constituído.

16

Lei 4.320 de 17 de março de 1964. Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente

que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

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Holanda, Lattman-Weltman e Guimarães (2010, 127-128), entrevistando o professor Lino Martins da Silva ilustram bem esta situação:

O orçamento brasileiro, hoje, tirando algumas exceções, o indivíduo olha e diz assim: “Mesa”. Bota a mesa. Ele não está precisando de mesa, mas ele bota a mesa. Porque se no meio do ano ele precisar de mesa e não estiver no orçamento, os outros não vão dar. Então, você acaba criando uma demanda adicional para você colocar no orçamento, em função de que o camarada pode cortar. A lógica também dos órgãos de planejamento é essa: se você esse ano não botou mesa é porque não precisa de mesa. Aí, no ano seguinte, você precisa de mesa, eles não vão te dar. Aí você acaba caindo naquela: quanto por cento mais você coloca? Não sei, mas você coloca a mais porque senão eles vão cortar.

Conforme Brimson (1996: 91):

A contabilidade por atividades fornece uma estrutura lógica que assegura que o sistema de controle - representado pelos sistemas de contabilidade de custos e medição de desempenho - é consistente com os sistemas de planejamento. As atividades formam o denominador comum que liga os processos de planejamento e controle.

Diante do exposto, em nossa análise, conforme Nakagawa

(Pag. 76, 77,78), as microatividades precisam ser custeadas para se conhecerem os

custos das macroatividades, sendo que estas últimas fazem parte da visão

econômica e de custeio de produtos, projetos e serviços, elementos essenciais ao

planejamento público.

A nosso ver não se deve planejar uma ação pública se não há

conhecimento de seus custos. Corre-se o risco desta ação tornar-se antieconômica

pelo excesso de recursos destinados ou, ainda, pode faltar recursos, tornando

ineficaz a ação governamental.

Desta forma se o conhecimento de custos depende das

informações das macroatividades e as informações das macroatividades dependem

das microatividades, entendemos que é necessário o devido detalhamento também

para fins de planejamento.

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3 – DESCRIÇÃO DE CASO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ABC EM UMA

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

O objetivo deste capítulo é apresentar um caso de apropriação

de custos utilizando-se a metodologia ABC em uma Unidade Básica de Saúde do

Município de São Paulo.

Selecionamos para apuração de custos a Unidade Básica de

Saúde Moóca I, no Município de São Paulo, com 107 trabalhadores relacionados no

Cadastro Nacional das Entidades de Saúde

(http://cnes.datasus.gov.br/Mod_Profissional.asp?VCoUnidade =3550302042258),

onde nos restringimos aos gastos com pessoal, uma vez que em estudo anterior

(PIRES, 2006: 62), revelou-se que este item representava cerca de 80% dos gastos

totais de uma unidade da mesma natureza.

Prosseguindo, obtivemos os valores da folha de pagamento no

sítio da Secretaria do Planejamento e Gestão da Prefeitura Municipal de São Paulo

(http://deolhonascontas.prefeitura.sp.gov.br/pub/listaservidores/admdireta/SMS.pdf).

Esta folha de pagamento contém, não somente os valores

selecionados, mas também, os valores da remuneração dos servidores de toda a

Secretaria Municipal, possibilitando seu confronto com as despesas registradas

contabilmente no elemento de despesa “319011 – Pessoal”, que faz parte do Plano

de Contas do Setor Público, pela classificação econômica, identificando-se que

estas despesas pertencem ao programa governamental “4100 Coordenação e

Administração Geral”, conforme execução orçamentária disponibilizada pela

Secretaria Municipal da Fazenda.

Não obstante, tendo em vista que os valores registrados nesta

folha representam a remuneração dos servidores, tivemos que estimar o valor dos

encargos patronais pela obtenção dos seguintes percentuais:

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Tabela 1 - Estimativa de Encargos Trabalhistas e Previdenciários – Setor Público

Férias (1/12)17

8,33%

1/3 de Férias (1/3 de 1/12)18

2,77%

13º Salário (1/12)18

8,33%

Licença Médica18

(8,97 dias/ 365) 2,46%

Contribuição Previdenciária19

22,00%

Feriados20

– São Paulo – 13 dias (13/365) 3,57%

Licença-paternidade21

(22/1000) 0,02%

Total 47,48%

No que tange aos trabalhadores contratados pelas

organizações sociais, os percentuais foram obtidos no sítio

<<http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/planilha_custos_trab.htm>> (Acesso em

17/04/2012), que apontou o percentual de 68,18%.

Deste percentual, excluímos 28,80% a título de contribuições

previdenciárias, uma vez que as organizações sociais são isentas destas

contribuições e excluímos 7,93% de contribuições previdenciárias sobre férias e 13º

salário. No entanto, incide FGTS sobre as parcelas de férias e 13º salário, pelos

percentuais de 8% e mais 4% correspondente ao percentual de multa sobre

provisão, totalizando 12% de FGTS.

Este percentual incide sobre 1/12 de férias (8,33%), incide

também sobre 1/3 de férias – 1/3 de 1/12 de férias (2,77%) e, ainda, incide sobre

1/12 de décimo terceiro salário (8,33%). Portanto a incidência dá-se sobre um

17 Constituição Federal.

“Art. 7º-São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição

social:”

“VIII- décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;”

“XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;”

Lei 8.989 de 29/10/79 do Município de São Paulo

“Art. 132 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, férias anuais de 30 (trinta) dias corridos”. 18

Fonte: Pesquisa referente às Unidades Básicas de Saúde: disponível em <http://www.observarh.

org.br/observarh/repertorio/Repertorio_ObservaRH/SES-SP/Licencas_medicas.pdf.> Acesso em 17/04/2012

19 Lei 10.887 de 18/06/2004, art. 4º : “A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Poderes

da União, incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime próprio de previdência

social, será de 11% (onze por cento), incidente sobre a totalidade da base de contribuição.”

Lei 9.717 de 27/11/1998, art. 2º: “A contribuição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

incluídas suas autarquias e fundações, aos regimes próprios de previdência social a que estejam vinculados seus

servidores não poderá ser inferior ao valor da contribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro desta

contribuição” 20

Fonte<<http://www.oabsp.org.br/feriados>> Acesso em 17/04/2012. 21

Fonte: IBGE (2001) << http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/fecundidade.html#anc3>> Acesso em

17/04/2012.

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percentual total de 19,43%. Aplicando-se 12% sobre 19,43% temos um percentual

de incidência de 2,32% de FGTS, incidindo sobre um doze avos de férias, sobre um

terço de férias destes um doze avos e sobre um doze avos de décimo terceiro

salário.

Assim, excluindo-se os 28,80% (contribuições previdenciárias),

7,93% (contribuições previdenciárias sobre férias e décimo terceiro salário) e

adicionando-se o percentual de 2,32% (de FGTS sobre férias e décimo terceiro

salário), temos uma exclusão líquida de 34,41%.

Do total de encargos trabalhistas da iniciativa privada (68,18%),

excluindo-se o percentual não incidente sobre as organizações sociais (34,41%),

obtemos o percentual de 33,77%, considerado neste trabalho como encargos

trabalhistas das organizações sociais.

O total da folha de pagamento da Prefeitura e da Organização

Social, acrescida dos encargos trabalhistas resultou no seguinte valor de gastos com

pessoal:

Tabela 2 – Recursos utilizados – folha de pagamento mensal - UBS Moóca I Recursos Valor em R$

Salário e encargos sociais 429.177,00

Prosseguindo a análise distribuímos os valores da

remuneração das funções de cada trabalhador pelas atividades descritas no

documento norteador de compromisso da Prefeitura, tomando como base as horas

atribuídas conforme Tabela 3 a seguir.

Tabela 3 – Direcionador de recursos para as atividades da UBS Moóca I Recursos Direcionador

Salário e encargos sociais Tempo de Mão-de-Obra

Dos 107 profissionais identificados na Unidade Básica de

Saúde, 5 profissionais não apresentavam valores na folha de pagamento ou não

constavam cargos nos processos seletivos da organização social, no entanto

estavam relacionados no Cadastro Nacional de Entidades de Saúde (CNES), motivo

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pelo qual atribuímos a estes profissionais valores de outros que desempenhavam a

mesma função, considerando o menor valor despendido.

Houve ainda um caso de médico de organização social

contratado para trabalhar 20 horas, sendo que o processo seletivo padrão da

entidade prevê uma jornada de 40 horas. Neste caso dividimos por dois a atribuição

de valor a este profissional.

Com referência aos cargos de atendente de consultório

dentário, todos os valores correspondentes foram adicionados às atividades

exercidas pelos dentistas, identificados com a equipe de saúde bucal.

Ainda em relação aos 107 profissionais da Unidade Básica, 88

profissionais realizavam os procedimentos de saúde. Os demais 19 funcionários

desempenhavam funções de administração. Assim, para apurar a destinação das

despesas administrativas dividiram-se primeiramente estas despesas pelos 88

profissionais administrados e após esta apuração distribuíram-se os valores pelas

atividades desempenhadas.

Conforme Documento Norteador do Compromisso da Prefeitura

Municipal de São Paulo com a população (2005: 7), a Secretaria Municipal da Saúde

tem a missão de fornecer serviço de qualidade que atenda às necessidades da

população, sendo que a rede básica de saúde é constituída por 392 Unidades

Básicas de Saúde (UBS), que buscam garantir os valores da universalidade de

acesso, da equidade no atendimento, da atenção integrada e da qualidade do

serviço.

O Documento Norteador da Prefeitura Municipal (2005)

apresenta quatro áreas de atuação da Unidade Básica de Saúde: serviço

comunitário de saúde, odontologia, enfermagem e medicina, no entanto dividimos a

área de enfermagem e auxílio à enfermagem para facilitar a apropriação aos

produtos públicos de saúde. Há outras atividades que não estão previstas em

referido documento, no entanto, apresentam produtos a elas associados nas

Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, razão pela qual também as

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identificamos. Com auxílio deste documento identificamos as seguintes atividades

que devem ser realizadas pelas Unidades Básicas de Saúde do Município:

Tabela 4 – Identificação das atividades desenvolvidas – Unidades Básicas de Saúde ATIVIDADE TAREFA

SERVIÇO COMUNITÁRIO DE SAÚDE REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS

VISITA DOMICILIAR

ATIVIDADES NA COMUNIDADE

ODONTOLOGIA REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS

GRUPO EDUCATIVO

PROCECIMENTOS COLETIVOS

CONSULTAS PROGRAMÁTICAS

ENFERMAGEM REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE

CONSULTA DE ENFERMAGEM

VISITA DOMICILIAR

GRUPO EDUCATIVO

SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM

ATIVIDADE ADMINISTRATIVA

REUNIÃO DE ENFERMAGEM

AUXÍLIO À ENFERMAGEM REUNIÃO DE ENFERMAGEM

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM

VISITA DOMICILIAR

GRUPO EDUCATIVO

MEDICINA REUNIÃO DIÁRIA

CONSULTA MÉDICA

VISITA DOMICILIAR

OUTRAS ATIVIDADES PSICOLOGIA, PEDAGOGIA E NUTRIÇÃO

FARMÁCIA ENTREGA DE MEDICAMENTOS

Observamos neste Documento Norteador que dentro de uma

mesma atividade há tarefas realizadas por diferentes profissionais.

A seguir, subdividimos as atividades desenvolvidas em tarefas

desempenhadas pelos profissionais, por jornada de trabalho, assim como disposto

nos detalhes do documento norteador de compromisso da Prefeitura Municipal de

São Paulo com a população (2005).

Com base nas Tabelas 19 a 29, incluídas no apêndice deste

trabalho, onde estão demonstrados pormenorizadamente os percentuais de

apropriação das horas de mão-de-obra, atribuímos valor às atividades outrora

identificadas, de acordo com a folha de pagamento dos servidores, conforme Tabela

5 a seguir:

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Tabela 5 – Identificação detalhada das atividades desenvolvidas – Unidades Básicas de Saúde

com apuração de valores ATIVIDADE PROFISSIONAL TAREFA CUSTO

DA TAREFA

CUSTO DO SERVIÇO

SERVIÇO COMUNITÁRIO DE SAÚDE

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE 8.213,90

R$ 62.415,66

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS 8.213,90

VISITA DOMICILIAR 42.704,80

ATIVIDADES NA COMUNIDADE 3.283,06

ODONTOLOGIA EQUIPE DE SAÚDE BUCAL – 20 HORAS

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE 2.504,27

R$ 50.085,42

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS 2.504,27

GRUPO EDUCATIVO 2.504,27

PROCECIMENTOS COLETIVOS 10.017,08

CONSULTAS PROGRAMÁTICAS 32.555,52

ENFERMAGEM ENFERMEIRO - 40 HORAS

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE 3.852,16

R$ 30.817,28

CONSULTA DE ENFERMAGEM 12.326,91

VISITA DOMICILIAR 6.163,46

GRUPO EDUCATIVO 3.081,73

SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM 3.852,16

ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 1.540,86

ENFERMEIRO - 30 HORAS

CONSULTA DE ENFERMAGEM 3.164,91

R$ 9.495,69

VISITA DOMICILIAR 633,36

REUNIÃO DE ENFERMAGEM 1.899,14

SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM 3.164,91

GRUPO EDUCATIVO 633,36

AUXÍLIO À ENFERMAGEM

AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 40 HORAS

REUNIÃO DE ENFERMAGEM 1.879,02

R$ 15.032,18

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM 7.891,89

VISITA DOMICILIAR 4.509,65

GRUPO EDUCATIVO 751,61

AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 30 HORAS

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM 28.010,49

R$ 35.013,11

VISITA DOMICILIAR 2.335,37

REUNIÃO DE ENFERMAGEM 2.335,37

GRUPO EDUCATIVO 2.331,87

MEDICINA MÉDICO-20 HORAS

CONSULTA MÉDICA 68.974,01

R$ 76.637,79 VISITA DOMICILIAR 7.663,78

MÉDICO-40 HORAS

REUNIÃO DIÁRIA 3.413,79

R$ 27.310,30

CONSULTA MÉDICA 17.068,94

VISITA DOMICILIAR 6.827,58

OUTRAS ATIVIDADES

PEDAGOGO, PSICÓLOGO E ACUPUNTURISTA E NUTRICIONISTA

PSICOLOGIA, PEDAGOGIA E NUTRIÇÃO

66.512,10 R$ 66.512,10

FARMÁCIA TÉCNICO EM FARMÁCIA

ENTREGA DE MEDICAMENTOS 2.229,68 R$ 2.229,68

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52

Apurado, então, o valor das atividades, efetuamos a

apropriação das atividades desenvolvidas aos seus correspondentes produtos:

Utilizaram-se como direcionadores de atividades o número de

horas das atividades desempenhadas, a característica destas atividades e,

subsidiariamente, as nomenclaturas constantes no Código Brasileiro de Ocupações.

As nomenclaturas do Código Brasileiro de Ocupações foram

instituídas pela Portaria Ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, do Ministério do

Trabalho e emprego e se correlacionam a cada procedimento de saúde, constante

no SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos,

Medicamentos do SUS – Sistema Único de Saúde.

No apêndice deste trabalho foram arroladas as tabelas de

direcionadores de atividades. A Tabela 30 traz os direcionadores das atividades para

os produtos públicos disponibilizados no mês de dezembro de 2011, identificando,

na Tabela 31 cada direcionador aos 38 produtos públicos codificados no Sistema

Único de Saúde e, na Tabela 32, a quantidade de atendimentos realizados em cada

produto.

Primeiramente identificamos os produtos públicos que

apresentavam uma correlação direta com as atividades identificadas no documento

norteador da Prefeitura.

O produto “visita domiciliar por profissional de nível médio”

recebe integralmente as atividades realizadas pelo profissional “agente comunitário

de saúde” conforme Tabela 6, a seguir:

Tabela 6 – Visitas Domiciliares por Agentes Comunitários de Saúde

PROCEDIMENTO QT

0101030010 VISITA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 1241

ATIVIDADE/PROFISSIONAL: AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE – R$ 62.415,66

CUSTO UNITÁRIO: R$ 62.415,66 ÷ 1241 = R$ 50,29

QT – Quantidade de realizações

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53

Esclarecemos que há atendimentos domiciliares realizados por

outros profissionais, identificados no documento norteador de atividades da

Prefeitura conforme segue nas Tabelas 7 e 8:

Tabela 7 – Consultas Domiciliares por Médicos e Enfermeiros

PROCEDIMENTO QT

0301010137 CONSULTA/ATENDIMENTO DOMICILIAR NA ATENCAO BASICA 14

VISITA DOMICILIAR MÉDICO-20 HORAS 7.663,78

VISITA DOMICILIAR MÉDICO-40 HORAS 6.827,58

VISITA DOMICILIAR ENFERMEIRO-30 HORAS 633,36

VISITA DOMICILIAR ENFERMEIRO-40 HORAS 6.163,46

TOTAL GASTO 21.288,18

CUSTO UNITÁRIO: R$ 21.288,18 ÷ 14 = R$ 1.520,58

QT – Quantidade de realizações

A percepção da profissional da Unidade Básica de Saúde

entrevistada indica que o custo do atendimento domiciliar decorre do tempo gasto no

deslocamento do médico e do enfermeiro até o paciente.

Também consome as atividades de visita domiciliar, o produto

“Atendimentos Domiciliares por Profissionais de Nível Médio”, conforme Tabela 8 a

seguir:

Tabela 8 – Atendimentos Domiciliares por Profissionais de Nível Médio

PROCEDIMENTO QT

0301050058 ASSISTENCIA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 347

VISITA DOMICILIAR AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 40 HORAS 4.509,65

VISITA DOMICILIAR AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 30 HORAS 2.335,37

TOTAL GASTO 6.845,02

CUSTO UNITÁRIO: R$ 6.845,02 ÷ 347 = R$ 19,73

QT – Quantidade de realizações

Prosseguindo, verificamos o produto denominado “atividade

educativa / orientação em grupo na atencão básica”, onde diversos profissionais

realizam uma atividade denominada “grupo educativo”. Conforme a Tabela 9 esta

atividade foi integralmente absorvida pelo produto público.

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54

Tabela 9 – Atendimentos de Grupo Educativo

PROCEDIMENTO QT

0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA 18

ATIVIDADES:

GRUPO EDUCATIVO- EQUIPE DE SAÚDE BUCAL 2 - 20 HORAS 2.504,27

GRUPO EDUCATIVO- ENFERMEIRO - 40 HORAS 3.081,73

GRUPO EDUCATIVO- ENFERMEIRO - 30 HORAS 633,36

GRUPO EDUCATIVO- AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 40 HORAS 751,61

GRUPO EDUCATIVO- AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 30 HORAS 2.331,87

TOTAL 9.302,84

CUSTO UNITÁRIO: R$ 9.302,84 ÷ 18 = R$ 516,82

QT – Quantidade de realizações

A verificação seguinte foi no produto denominado “consulta de

profissionais de nível superior na atenção básica (exceto médico)”. Neste caso,

consultando o Código Brasileiro de Ocupações, os profissionais que realizam estes

procedimentos, realizam, também, o procedimento denominado “práticas corporais

em medicina tradicional chinesa”. Ocorre que este último procedimento apresentou

somente 3 ocorrências (0,47% do total), motivo pelo qual a despesa realizada foi

inteiramente apropriada ao primeiro procedimento conforme Tabela 10, uma vez não

determinadas as atividades no documento norteador da Prefeitura.

Tabela 10 – Atendimentos de Outros Profissionais de Nível Superior (Exceto Médico)

PROCEDIMENTO QT

0301010030 CONSULTA DE PROFISSIONAIS DE NIVEL SUPERIOR NA ATENCAO BASICA (EXCETO MEDICO) 629

ATIVIDADE: PEDAGOGO, PSICÓLOGO, ACUPUNTURISTA E NUTRICIONISTA R$ 66.512,10

CUSTO UNITÁRIO: R$ 66.512,10 ÷ 629 = R$ 105,74

QT – Quantidade de realizações

Prosseguindo, verificamos os atendimentos realizados pelo

profissional “médico”, conforme Tabela 11, onde as consultas médicas foram

identificadas como função exclusiva deste profissional, tendo em vista, ainda, que o

documento norteador de atividades da Prefeitura indicou o tempo de 15 minutos

para cada consulta.

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55

Ocorre que o médico também realiza atendimentos de

emergência, sendo dois códigos de procedimentos exclusivos deste profissional e

um código de procedimento compartilhado com o profissional dentista.

Em relação ao código de procedimento compartilhado entre

“médico” e “dentista”, efetuamos pesquisa da designação do Código Brasileiro de

Ocupações e procedemos à apropriação proporcional das quantidades realizadas de

acordo com as horas trabalhadas pelos profissionais, conforme Tabela 33 no

apêndice deste trabalho.

Para o médico, o atendimento de emergência representa 2,5

vezes o atendimento comum conforme entrevista realizada na Unidade Básica de

Saúde.

Tabela 11 – Atendimentos Médicos

PROCEDIMENTO QT

0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE 6

0301010064 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO BASICA 1366

0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO (PUERICULTURA)

5

0301010110 CONSULTA PRE-NATAL 50

0301010129 CONSULTA PUERPERAL 5

0301060045 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ OBSERVACAO ATE 8 HORAS

5

0301060053 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ REMOCAO 1

0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL - INCENTIVO PHPN (COMPONENTE I) 15

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA 32

Observação: atividades 0301060045 e 0301060053 exclusiva de médicos e atividade 0301060037 compartilhada com o profissional cirurgião dentista

PROCEDIMENTOS 0301010021, 0301010064, 0301010080, 0301010110, 0301010129 1.447 realizações – peso 1 (15 minutos) – 1.447 realizações

PROCEDIMENTOS 0301060053, 0801010012 e 0301060037 38 realizações – peso 2,5 (37,5 minutos) – 95 realizações

TOTAL DE REALIZAÇÕES – 1.542

(continua na página seguinte)

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Tabela 12 – Atendimentos Médicos (continuação)

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:

MÉDICO-20 HORAS (EXCETO VISITA DOMICILIAR) R$ 68.974,01

MÉDICO-40 HORAS (EXCETO VISITA DOMICILIAR) R$ 20.482,72

TOTAL R$ 89.456,73

PROCEDIMENTOS 0301010021,0301010064,0301010080,0301010110,0301010129,0801010012

CUSTO UNITÁRIO: R$ 89.456,73 ÷ 1.542 = R$ 58,01 (peso 1) PROCEDIMENTOS 0301060053, 0301060045 e 0301060037

CUSTO UNITÁRIO: R$ 58,01 x 2,5 = R$ 145,02 (peso 2,5)

Dando seqüência à análise, mencionamos o procedimento de

“aferição da pressão arterial”, cuja competência o Código Brasileiro de Ocupações

atribui tanto ao enfermeiro quanto ao auxiliar de enfermagem. No entanto, no estudo

realizado por Pires (2006: 64), este atendimento não foi incluído nos procedimentos

do enfermeiro, razão pela qual incluímos na triagem realizada pelo outro profissional

habilitado, que realiza também os procedimentos de “coleta de material p/ exame

citopatológico de colo uterino” e “coleta de material p/ exame laboratorial”, conforme

Tabela 12.

Tabela 12 – Atendimentos de Auxílio á Enfermagem

PROCEDIMENTOS QT

0301100039 AFERICAO DE PRESSAO ARTERIAL 641

0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO 69

0201020041 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME LABORATORIAL 725

TOTAL DE REALIZAÇÕES – 1435

ATIVIDADES:

AUXILIARES DE ENFERMAGEM- 40 HORAS EXCETO VISITA DOMICILIAR E GRUPO EDUCATIVO R$ 9.770,92

AUXILIARES DE ENFERMAGEM- 30 HORAS EXCETO VISITA DOMICILIAR E GRUPO EDUCATIVO R$ 30.345,87

TOTAL R$ 40.116,79

CUSTO UNITÁRIO: R$ 40.116,79 ÷ 1435 = R$ 27,96

Abordamos, posteriormente, então, os produtos derivados dos

trabalhos realizados pelos enfermeiros, onde Pires (2006: 64) apud Cruz & Platt

Neto (2005) nos trouxe o percentual dos tempos realizados pelos atendimentos de

enfermagem em um posto de saúde.

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Comparamos estes percentuais com os produtos públicos

obtidos no Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, onde verificamos que

havia procedimentos não identificados neste último sistema.

Assim, ao invés de utilizar os percentuais do estudo que serviu

de paradigma, utilizamos como critério de rastreamento a proporção dos percentuais

deste estudo, considerando as ocorrências de produtos na Unidade Básica de

Saúde, conforme demonstrado na Tabela 13, a seguir:

Tabela 13 – Apuração da Proporção do Tempo de Procedimentos de Enfermagem

SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM

Pires (2006: 64)

ATENDIMENTOS CONSIDERADOS

PROPORÇÃO

ENTREGA DO MEDICAMENTO 15,00% 0301100020 ADMINISTRACAO DE

MEDICAMENTOS EM ATENCAO BASICA (POR PACIENTE) 15,00% 15,00% 42,86%

CURATIVOS 30,00% 0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE

CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE) 5,00% 5,00% 14,29%

VISITA DOMICILIAR 5,00% LIMPEZA DO MATERIAL DE

ENFERMAGEM E DE ODONTO 15,00% 0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO 5,00% 5,00% 14,29%

0214010015 GLICEMIA CAPILAR 10,00% 10,00% 28,57%

TOTAL 100,00% 35,00% 100,00%

Observou-se que os itens de entrega do medicamento,

curativos e limpeza do material de odontologia estão sem código numérico do

Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, portanto não apresentaram

realizações pela Unidade Básica de Saúde.

Já a visita domiciliar foi um trabalho realizado à parte, cuja

atividade identificada especificamente no documento norteador da Prefeitura

vinculou-se ao produto público “0301010137 Consulta/Atendimento Domiciliar na

Atenção Básica”, é compartilhada entre médicos e enfermeiros no Sistema de

Informações Ambulatoriais do SUS, portanto retirado da relação exclusiva para o

serviço de enfermagem.

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Aplicando-se as proporções aos custos dos produtos públicos

constantes no estudo realizado, temos os seguintes valores na Tabela 14 para os

atendimentos de enfermagem:

Tabela 14 – Atendimentos de Enfermagem

PROCEDIMENTOS QT PROPORÇÃO CUSTO TOTAL CUSTO

UNITÁRIO

0301100020 ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS EM ATENCAO BASICA (POR PACIENTE)

830 42,86% 12.772,73

(enfermeiro)

0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE)

37 14,29% 4.258,57 115,10

0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO 31 14,29% 4.258,57 137,37

0214010015 GLICEMIA CAPILAR 173 28,56% 8.511,19 49,20

TOTAIS

100,00% 29.801,06

CUSTO UNITÁRIO = CUSTO TOTAL ÷ QUANTIDADE DE REALIZAÇÕES (QT)

ATIVIDADES:

ENFERMEIRO - 40 HORAS EXCETO GRUPO EDUCATIVO E VISITA DOMICILIAR 21.572,09

ENFERMEIRO - 30 HORAS EXCETO GRUPO EDUCATIVO E VISITA DOMICILIAR R$ 8.228,97

TOTAL 29.801,06

APURAÇÃO EM SEPARADO: PROCEDIMENTO 0301100020 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS CUSTO TOTAL: 12.772,73 (enfermeiro) + 2.229,68 (técnico em farmácia)=R$ 15.002,41 CUSTO UNITÁRIO: R$ 15.002,41÷ 830 = R$ 18,07

O último grupo de produtos públicos analisados foi o dos

serviços odontológicos, onde consideramos os índices da Classificação Brasileira

Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos – CBHPO, no sítio

<<http://www.cbhpo.com.br/>> relativo a estudos realizados entre as Entidades

Odontológicas Nacionais, que atribui um peso específico a cada atendimento

odontológico realizado. Este peso específico é denominado unidade de honorário.

Para os procedimentos não constantes nesta classificação contamos com a ajuda de

uma profissional cirurgiã dentista para aproximá-los dos procedimentos que serviram

de paradigma. A Tabela 15 traz a apuração de custos para os atendimentos

odontológicos.

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Tabela 15 – Atendimentos de Odontologia

PROCEDIMENTOS QT UNIDADE DE HONORÁRIO

(CBHPO) PESO

REALIZAÇÕES CONSIDERANDO

O PESO ATRIBUÍDO

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA

6 100 1,4286 9

0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 1 100 1,4286 1 0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR

33 130 1,8571 61

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR

61 130 1,8571 113

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE)

19 150 2,1429 41

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

294 130 1,8571 546

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

83 130 1,8571 154

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA

1 70 1,0000 1

0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE)

1 70 1,0000 1

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO)

29 100 1,4286 41

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA

19 100 1,4286 27

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA

2 70 1,0000 2

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE)

188 150 2,1429 403

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 14 150 2,1429 30 0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO

6 100 1,4286 9

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE

3 150 2,1429 6

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA

11 100 1,4286 16

TOTAIS

1461

ATIVIDADES:

EQUIPE DE SAÚDE BUCAL 2 - 20 HORAS EXCETO GRUPO EDUCATIVO R$ 47.581,15

PROCEDIMENTOS 0101020066, 0307040070 e 0101020090 CUSTO UNITÁRIO: R$ 47.581,15÷ 1,461 = R$ 32,57 (peso 1)

PROCEDIMENTOS 0101020074, 0101020082, 0301010153, 0301060037, 0307010015, 0414020120 CUSTO UNITÁRIO: R$ 32,57 x 1,4286 = R$ 46,53 (peso 1,4286)

PROCEDIMENTOS 0307010031, 0307010040, 0307030016, 0307030024 CUSTO UNITÁRIO: R$ 32,57 x 1,8571 = R$ 60,49 (peso 1,8571)

PROCEDIMENTOS 0307020010, 0401010023 0401010031, 0414020138 CUSTO UNITÁRIO: R$ 32,57 x 2,1429 = R$ 69,79 (peso 2,1429)

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Nos procedimentos realizados, observou-se uma semelhança

muito grande entre os critérios de rateio e rastreamento. No entanto, entendemos

que a metodologia adotada foi corroborada com os dizeres de Martins (2010: 98)

Poder-se-ia dizer que há semelhança entre os critérios de rateio e os direcionadores de recursos, pois ambos indicam a relação do custo com o departamento ou atividade. A grande diferença entre eles é que o segundo indica uma relação mais verdadeira, obtida através de estudos e pesquisas, e não são resultados de mera arbitrariedade e subjetivismo.

Não obstante, segundo Nakagawa (2011:28), “Por outras

razões, eventualmente até mesmo o ABC também pode fazer uso de “rateio”, mas o

que ele faz essencialmente é o rastreamento do consumo de recursos”.

Tendo feito a apuração do custo unitário dos produtos

públicos de saúde constante na codificação do Sistema de Informações

Ambulatoriais do SUS, do mês de dezembro na Unidade Básica de Saúde Moóca I,

no Município de São Paulo, restou sem apuração os atendimentos pelo código

“0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA”,

uma vez que as atividades específicas dos profissionais que realizam estes

procedimentos não constam no Documento Norteador da Prefeitura (2005) e por

representar somente o percentual de 0,47% do total de atendimentos dos

profissionais identificados atribuiu-se a totalidade dos custos aos demais

procedimentos destes profissionais.

Em relação ao produto de saúde referente ao código SUS

“0301060037 Atendimento de Urgência em Atenção Básica”, este procedimento

pode ser realizado tanto por médicos como por dentistas sendo que apuramos o

custo unitário de R$ 145,02 para o médico e R$ 46,53 para o dentista.

A seguir a Tabela 16 com a relação completa dos custos

unitários dos procedimentos da Unidade Básica de Saúde Moóca I no mês de

dezembro de 2011.

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Tabela 16 - Atendimentos UBS MOOCA I dezembro/2011– Custo Unitário de Pessoal

PROCEDIMENTOS R$

0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA 516,82

0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE) 32,57

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO) 46,53

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA 46,53

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA 32,57

0101030010 VISITA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 50,29

0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO 27,96

0201020041 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME LABORATORIAL 27,96

0214010015 GLICEMIA CAPILAR 49,20

0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE 58,01

0301010030 CONSULTA DE PROFISSIONAIS DE NIVEL SUPERIOR NA ATENCAO BASICA (EXCETO MEDICO) 105,74

0301010064 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO BASICA 58,01

0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO (PUERICULTURA) 58,01

0301010110 CONSULTA PRE-NATAL 58,01

0301010129 CONSULTA PUERPERAL 58,01

0301010137 CONSULTA/ATENDIMENTO DOMICILIAR NA ATENCAO BASICA 1.520,58

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA 46,53

0301050058 ASSISTENCIA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 19,73

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA 0301060045 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ OBSERVACAO

ATE 8 HORAS 145,02

0301060053 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ REMOCAO 145,02

0301100020 ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS EM ATENCAO BASICA (POR PACIENTE) 18,07

0301100039 AFERICAO DE PRESSAO ARTERIAL 27,96

0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO 137,37

0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE) 115,10

0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 46,53

0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR 60,49

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR 60,49

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE) 69,79

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 60,49

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 60,49

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA 32,57

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE) 69,79

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 69,79

0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO 46,53

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE 69,79

0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL-INCENTIVO PHPN (COMPONENTEI) 58,01

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62

A apuração de custos nesta Unidade Básica de Saúde poderá

ser comparada com outras unidades básicas de saúde no Município de São Paulo,

no total de 392, o que não é pouco, considerando que a população do Município é

de aproximadamente 10 milhões de habitantes, maior do que muitos países no

mundo.

Cabe enfatizar, destacadamente, que esta apuração somente

foi possível pela adoção do princípio da transparência pelo Município de São Paulo,

no que se refere à disponibilização de sua folha de pagamento na rede mundial de

computadores, o que é raro na administração pública brasileira.

Não obstante, as informações disponibilizadas pelo Governo

Federal poderão auxiliar também na apuração de custos em outros municípios.

Holanda, Lattman-Weltman e Guimarães (2010, 102-103),

entrevistando Victor Branco de Holanda, mencionam que primeiramente é

necessário incentivar o uso do sistema de custos entre os gestores.

O gestor quer uma facilidade instrumental para ele poder trabalhar e contribuir com o resultado da sua unidade, atingir sua meta [...]. Por isso é que temos trabalhado fortemente para o estabelecimento de uma nova cultura gerencial na administração pública, orientada para resultado e na busca por atingir metas conciliando eficiência e eficácia. O meu sonho é ver a administração pública concedendo prêmios, incentivos para as pessoas que estiverem usando a informação de custos, mantendo um nível de qualidade aceitável a baixo custo. Antes de punir, dizendo: “seu custo está todo errado, baixo, alto, ou incoerente”. [...]. Antes dessa cobrança, quem usar informação de custos está demonstrando que quer acertar, então dê uma chance para ele acertar, dê um prêmio, um incentivo para ele usar a informação de custos e ir melhorando a gestão. Vamos ajudá-lo a encontrar o “seu custo” e depois discutir com ele qual “deveria ser o seu custo”; isso requer parceria e, sobretudo, certo grau de cumplicidade.

Em nosso ponto de vista, punir justamente o gestor que

demonstra transparência não é o caminho a ser seguido, principalmente

considerando que apuração de custos no setor público ainda encontra-se em caráter

embrionário.

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Se o preço da transparência é a condenação, ninguém mais vai

querer ser transparente e a informação de custos ficará eternamente escondida,

voltando à “caixa preta”.

Esta apuração de custos se constitui em ótimo indicador de

planejamento orçamentário. Já se sabe de antemão quanto custa uma Unidade

Básica de Saúde.

Ainda, poderá servir de subsídio ao cumprimento do artigo 32,

parágrafo 8º, da Lei 9.656 de 03 de junho de 1998, que estabelece o ressarcimento

ao setor público pelos planos de saúde particulares pelo atendimento de seus

clientes.

Além da possibilidade da comparação de custos entre as

unidades básicas de saúde, também é possível, em alguns casos comparar os

custos do serviço público com os preços praticados no setor privado.

A diferença entre o preço praticado no setor privado e o custo

no setor público é denominada resultado econômico conforme Slomski (2005).

Nossa verificação do resultado econômico restringiu-se aos

serviços odontológicos, onde, para verificação dos preços do setor privado,

selecionamos a relação de preços disponibilizada pela Comissão Nacional de

Convênios e Credenciamentos, considerando um critério de unidade de honorário

ponderado como “0,68” de abrangência nacional.

Esta relação adota a Classificação Brasileira Hierarquizada de

Procedimentos Odontológicos – CBHPO, no sítio <<http://www.cbhpo.com.br/>>.

Cabe ressaltar que nem todos os procedimentos odontológicos do setor público

constavam nesta lista, motivo pelo qual, contamos com a percepção de uma cirurgiã

dentista para aproximar os valores.

A seguir, a Tabela 17 com o resultado econômico de cada

produto pesquisado.

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Tabela 17 - Resultado Econômico – Serviços Odontológicos

UBS Moóca I – Mês de Dezembro de 2011 PROCEDIMENTO PREÇO

PRIVADO

CUSTO

PÚBLICO

RESULTADO

ECONÔMICO

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA

71,10 46,53 24,57

0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 74,20 46,53 27,67

0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR

94,60 60,49 34,11

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR

94,60 60,49 34,11

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE)

115,95 69,79 46,16

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

96,15 60,49 35,66

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

96,15 60,49 35,66

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA

50,70 32,57 18,13

0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE)

50,70 32,57 18,13

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO)

71,10 46,53 24,57

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA

71,10 46,53 24,57

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA

50,70 32,57 18,13

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE)

115,95 69,79 46,16

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 109,75 69,79 39,96

0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO 72,65 46,53 26,12

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE

111,30 69,79 41,51

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA

71,10 46,53 24,57

Especificamente em relação aos serviços odontológicos, a

Unidade apresentou resultado positivo em todos os produtos no mês de dezembro

de 2011.

Multiplicando o resultado econômico pelas quantidades

apresentadas, temos o resultado global dos serviços odontológicos que agregaram

valor para a sociedade no mês de dezembro de 2011, conforme tabela a seguir:

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Tabela 18 - Geração de Valor para a Sociedade – Serviços Odontológicos

UBS Moóca I – Mês de Dezembro de 2011 PROCEDIMENTO RESULTADO

ECONÔMICO DE CADA PRODUTO ODONTOLÓGICO

QUANTIDADE GERAÇÃO DE VALOR PARA A SOCIEDADE EM R$

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA

24,57 6 147,42

0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 27,67 1 27,67

0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR

34,11 33 1.125,63

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR

34,11 61 2.080,71

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE)

46,16 19 877,04

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

35,66 294 10.484,04

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE)

35,66 83 2.959,78

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA

18,13 1 18,13

0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE)

18,13 1 18,13

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO)

24,57 29 712,53

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA

24,57 19 466,83

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA

18,13 2 36,26

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE)

46,16 188 8.678,08

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 39,96 14 559,44

0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO

26,12 6 156,72

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE

41,51 3 124,53

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA

24,57 11 270,27

TOTAL 28.743,21

Observa-se que no mês de dezembro de 2011 os serviços

odontológicos da Unidade Básica Moóca I, no Município de São Paulo apresentaram

uma geração de valor para a sociedade no montante de R$ 28.743,21.

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66

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Em face das disposições legais, há necessidade da

implantação de sistema de custos na esfera pública, para que se busquem

parâmetros da iniciativa privada com o objetivo de avaliação de desempenho da

atividade pública.

Ocorre que novos parâmetros de gestão vêm sendo

implementados nesta área, onde não mais existe a visão simplista de dividir o custo

total pelo volume produzido, diante da complexidade dos produtos e serviços

oferecidos.

Surge como proposta a adoção do método de custeio ABC

(Activity Based Cost), para o qual primeiro atribuem-se custos às atividades

realizadas e após aos produtos resultantes.

Diante da implantação de novo plano de contas no sistema

patrimonial do setor público, pela aderência às normas internacionais de

contabilidade, adotando-se o regime contábil de competência, existe a expectativa

de possibilidade da devida implantação de sistema de custos públicos na

contabilidade patrimonial.

No entanto, o novo plano de contas do sistema patrimonial, em

que pese atender referidas normas, ainda não é suficiente para uma demonstração

de apuração de custos no setor público, uma vez trazer uma classificação

simplificada por elementos.

Para a implantação da metodologia ABC, a melhor alternativa

ainda é a classificação trazida no sistema orçamentário, em funções, programas e

ações (projetos, atividades e operações especiais), no entanto a classificação

orçamentária, ainda utiliza regime de caixa para a receita e emissão do empenho

para a despesa, havendo, portanto, a necessidade de ajustes.

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Por outro lado, no sistema orçamentário, em que pese o

regime adotado, há necessidade de vincular os valores orçados ao planejamento de

custos da entidade pública, para que a formulação deste planejamento não se

restrinja a valores históricos globais de cada órgão estatal.

Observa-se, no entanto, que mesmo adotando a planificação

do sistema orçamentário, a classificação ainda seria insuficiente, uma vez que

vincula uma só atividade a um só produto público, fazendo com que a atividade

orçamentária corresponda, na realidade, a objeto de custo, diferentemente da

metodologia ABC, a qual estabelece que um produto é composto por diversas

atividades.

A solução seria decompor as ações públicas em tarefas,

procedimento possível segundo a metodologia ABC. Assim, propõe-se, no setor

público, atribuir valores dos insumos primeiramente às tarefas, que seriam

quantificadas e posteriormente atribuídas aos produtos públicos disponibilizados à

sociedade.

Pesquisando na área da saúde identificamos uma planificação

específica para os produtos no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, o que

facilitou sobremaneira a análise de custos.

Não obstante surge outra questão, qual seja, o sistema de

custos deveria ou não ser integrado ao sistema contábil? A nosso ver, sim, deveria

ser integrado, porém exclusivamente com o sistema patrimonial em regime de

competência, pela subdivisão dos custos e despesas em programas e ações

(projetos, atividades e operações especiais), com desdobro até o nível de tarefas e

produtos.

No estudo de caso apresentado verificou-se o detalhamento

das atividades públicas por intermédio de um documento gerencial, estipulando os

tempos a serem observados nas realizações de serviços, o que possibilitou a

designação de direcionadores para os insumos utilizados nas atividades

desenvolvidas.

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68

Ao mesmo tempo foi identificado o detalhamento dos produtos

públicos e na descrição destes produtos, foi identificado o critério de utilização das

atividades realizadas em cada produto identificado e, assim, para cada um deles, foi

possível a atribuição de custo unitário.

Apurado custo unitário, foi procedida a comparação com o

preço praticado no mercado, possibilitando a aferição do resultado econômico do

serviço disponibilizado à sociedade.

Por outro lado, entendemos que a informação destes custos

por tarefa, atividade e produto deve servir de base para subsidiar tanto o

planejamento público como a elaboração do orçamento, com lastro em detalhes do

sistema de custos públicos, permitindo ao governo uma dimensão adequada das

dotações orçamentárias por intermédio de um processo de composição de valores.

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BRASIL. Decreto 6.976 de 7 de outubro de 2009, da Presidência da República -

Dispõe sobre o Sistema de Contabilidade Federal e dá outras providências. Diário

Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 08/10/2009. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6976.htm>.

Acesso em 29/02/2012.

BRASIL. Lei Complementar Federal nº 101 de 04 de maio de 2000 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 05/05/2000. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Lei Federal nº 4.320 de 17 de março de 1964 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 23/03/1964. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm>. Acesso em: 29/02/2012. BRASIL. Portaria 184, de 25 de agosto de 2008 do Ministério da Fazenda. Dispõe sobre as diretrizes a serem observadas no setor público (pelos entes públicos) quanto aos procedimentos, práticas, laboração e divulgação das demonstrações contábeis, de forma a torná-los convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 26/08/2008. BRASIL. Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 20 de junho 2011 - Altera a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001, e aprova as Partes I – Procedimentos Contábeis Orçamentários e VIII – Demonstrativo de Estatísticas de Finanças Públicas, da 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). Disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/Port_Conjunta012011_MCASP_altera163.pdf. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Portaria Interministerial conjunta do Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e do Secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nº 163 de 04 de maio de 2001 - Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências. Disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/downloads/Port_Interm_1632001_Atualizada_20100618.pdf. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Portaria MPOG nº 42 de 13/04/1999, do Ministério do Orçamento e Gestão Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I, do § 1º, do art. 2º, e § 2º, do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; estabelece conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais e dá outras providências. Disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/portaria42.pdf. Acesso em 29/02/2012.

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BRASIL. STN. Portaria STN nº 406 de 20 de junho de 2011 - Aprova as Partes II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais, III – Procedimentos Contábeis Específicos, IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, VI – Perguntas e Respostas e VII – Exercício Prático, da 4ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). Disponível em http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/Port_4062011_MCASP.pdf. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.055 de 7 de outubro de 2005 - Cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 24/10/2005. Disponível em http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.103, de 28 de setembro de 2007 - Cria o Comitê Gestor da Convergência no Brasil, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 24/10/2005. Disponível em http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1103_2007.htm. Acesso em 29/02/2012. BRASIL. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade número 1.366 de 25 de novembro de 2011 - Aprova a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor Público BRIMSON, James. Contabilidade por Atividades. uma abordagem de custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1996. CATELLI, Armando; GUERREIRO, Reinaldo. Mensuração de Atividades: Comparando ABC x ‘GECON. Caderno de Estudos nº 08, São Paulo, FIPECAFI – abril/1993. HOLANDA, Victor Branco de: LATTMAN-WELTMAN, Fernando: GUIMARÃES, Fabrícia. Sistema de Informação de Custos na Administração Pública Federal: Uma Política de Estado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant M. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: LTC Editora, 2000. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2010. LUNKES, Rogério João. Controle de Gestão: estratégico, tático, operacional, interno e de risco. São Paulo: Atlas, 2010. MACHADO, Nelson. Sistema de Informação de Custo: Diretrizes para a Integração ao Orçamento Público e à Contabilidade Governamental. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002.

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MACHADO, Nelson; HOLANDA, Victor Branco de. Diretrizes e modelo conceitual de custos para o setor público a partir da experiência no governo federal do Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 4, p. 791-820, julho-agosto, 2010. Disponível em <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/2410/241016588003.pdf>. Acesso em 29/02/2012. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PIRES, Elizângela Gerssi. Proposta de Um Projeto Piloto de Simulação da Implantação do Custeio Baseado Em Atividades – ABC, Na Unidade Local de Saúde – Alto Ribeirão, mantida pela Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Monografia de conclusão de curso. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, 2006. NAKAGAWA, Massayuki. ABC: custeio baseado em atividades. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2011. SÃO PAULO. Documento Norteador - Compromisso das Unidades Básicas De Saúde com a População – Prefeitura Municipal de São Paulo. São Paulo, 2005. Disponível em http://www.saudeprev.com.br/psf/saopaulo/pdf-geral/DocumentoNorteador-Abril2005.php. Acesso em 21/03/2011. SHANK, John K.; GOVINDARAJAN, Vijay. A Revolução dos Custos: como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos, 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SLOMSKI, Valmor. Controladoria e Governança na Gestão Pública. São Paulo: Atlas, 2005.

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APÊNDICE

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Tabela 19 – Remuneração dos Agentes Comunitários de Saúde na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

RE

UN

IÃO

DIÁ

RIA

/SE

MA

NA

L

DA

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UIP

E

AT

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AD

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AD

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CO

MU

NID

AD

E

NÚMERO DE HORAS

5 5 26

0 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

13,16% 13,16% 68,42% 0,00% 0,00% 5,26%

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE nº de profissionais: 39 valor total gasto: R$ 48.154,26

FO

LH

A D

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515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

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515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

515105 - AGENTE COMUNITARIO DE SAUDE AGENTE DE SAUDE 740,82 1,3377 990,99 130,41 130,41 678,04 0,00 0,00 52,13

TOTAL GASTO 38.648,80

DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 39 23.766,86 3.127,72 3.127,72 16.261,29 0,00 0,00 1.250,14

TOTAL DA ATIVIDADE 62.415,66 8.213,90 8.213,90 42.704,80 0,00 0,00 3.283,06

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77

Tabela 20 Remuneração dos trabalhadores da equipe de saúde bucal na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

RE

UN

IÃO

DIÁ

RIA

/SE

MA

NA

L

DA

EQ

UIP

E

AT

IVID

AD

ES

AD

MIN

IST

RA

TIV

AS

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

ED

UC

ÃO

CO

NT

INU

AD

A

GR

UP

O

ED

UC

AT

IVO

PR

OC

EC

IME

NT

OS

CO

LE

TIV

OS

CO

NS

UL

TA

S

PR

OG

RA

TIC

AS

NÚMERO DE HORAS 1 1 0 0 1 4 13

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE 5,00% 5,00% 0,00% 0,00% 5,00% 20,00% 65,00%

EQUIPE DE SAÚDE BUCAL 2 - 20 HORAS nº de profissionais: 6 valor total gasto: R$ 50.085,42

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

DO

R

223208 - CIRURGIAO DENTISTA CLINICO GERAL DENTISTA ODONTOLOGISTA

4.684,85 1,4748 6.909,22 345,46 345,46 0,00 0,00 345,46 1.381,84 4.490,99

223208 - CIRURGIAO DENTISTA CLINICO GERAL DENTISTA ODONTOLOGISTA

4.767,99 1,4748 7.031,83 351,59 351,59 0,00 0,00 351,59 1.406,37 4.570,69

223208 - CIRURGIAO DENTISTA CLINICO GERAL DENTISTA ODONTOLOGISTA

4.684,85 1,4748 6.909,22 345,46 345,46 0,00 0,00 345,46 1.381,84 4.490,99

223208 - CIRURGIAO DENTISTA CLINICO GERAL DENTISTA ODONTOLOGISTA

14.293,65 1,4748 21.080,28 1.054,01 1.054,01 0,00 0,00 1.054,01 4.216,06 13.702,18

322415 - ATENDENTE DE CONSULTORIO DENTARIO ATENDENTE DE CLINICA DENTÁRIA

1.525,10 1,4748 2.249,22 112,46 112,46 0,00 0,00 112,46 449,84 1.461,99

322415 - ATENDENTE DE CONSULTORIO DENTARIO ATENDENTE DE CLINICA DENTÁRIA

1.525,10 1,4748 2.249,22 112,46 112,46 0,00 0,00 112,46 449,84 1.461,99

TOTAL GASTO

46.428,98

DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 6

3.656,44 182,82 182,82 0,00 0,00 182,82 731,29 2.376,69

TOTAL DA ATIVIDADE

50.085,42 2.504,27 2.504,27 0,00 0,00 2.504,27 10.017,08 32.555,52

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78

Tabela 21 – Remuneração dos enfermeiros (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

RE

UN

IÃO

DIÁ

RIA

/SE

MA

NA

L

DA

EQ

UIP

E

CO

NS

UL

TA

DE

EN

FE

RM

AG

EM

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

ED

UC

ÃO

CO

NT

INU

AD

A

GR

UP

O

ED

UC

AT

IVO

SU

PE

RV

ISÃ

O D

E

EN

FE

RM

AG

EM

AT

IVID

AD

E

AD

MIN

IST

RA

TIV

A

NÚMERO DE HORAS 5 16 8 0 4 5 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE 12,50% 40,00% 20,00% 0,00% 10,00% 12,50% 5,00%

ENFERMEIRO - 40 HORAS nº de profissionais: 5 valor total gasto: R$ 30.817,28

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

DO

R

223565 - ENFERMEIRO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

4.151,94 1,3377 5.554,05 694,26 2.221,62 1.110,81 0,00 555,41 694,26 277,70

223565 - ENFERMEIRO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

4.151,94 1,3377 5.554,05 694,26 2.221,62 1.110,81 0,00 555,41 694,26 277,70

223565 - ENFERMEIRO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

4.151,94 1,3377 5.554,05 694,26 2.221,62 1.110,81 0,00 555,41 694,26 277,70

223565 - ENFERMEIRO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

4.151,94 1,3377 5.554,05 694,26 2.221,62 1.110,81 0,00 555,41 694,26 277,70

223565 - ENFERMEIRO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

4.151,94 1,3377 5.554,05 694,26 2.221,62 1.110,81 0,00 555,41 694,26 277,70

TOTAL GASTO

27.770,25

DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 5

3.047,03 380,88 1.218,81 609,41 0,00 304,70 380,88 152,35

TOTAL DA ATIVIDADE

30.817,28 3.852,16 12.326,91 6.163,46 0,00 3.081,73 3.852,16 1.540,86

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79

Tabela 22 – Remuneração dos enfermeiros (que trabalham 30 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

CO

NSU

LTA

DE

ENFE

RM

AG

EM

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

REU

NIÃ

O D

E

ENFE

RM

AG

EM

SUP

ERV

ISÃ

O D

E

ENFE

RM

AG

EM

GR

UP

O

EDU

CA

TIV

O

NÚMERO DE HORAS 10 2 6 10 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE 33,33% 6,67% 20,00% 33,33% 6,67%

ENFERMEIRO - 30 HORAS nº de profissionais: 2 valor total gasto: R$ 9.495,69

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

DO

R

223505 - ENFERMEIRO 3.125,34 1,3377 4.180,77 1.393,45 278,86 836,15 1.393,45 278,86

223505 - ENFERMEIRO 3.062,05 1,3377 4.096,10 1.365,23 273,21 819,22 1.365,23 273,21

TOTAL GASTO

8.276,87 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 2 1.218,81 406,23 81,29 243,76 406,23 81,29

TOTAL DA ATIVIDADE 9.495,69 3.164,91 633,36 1.899,14 3.164,91 633,36

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80

Tabela 23 – Remuneração dos auxiliares de enfermagem (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

RE

UN

IÃO

DE

EN

FE

RM

AG

EM

PR

OC

ED

IME

N-

TO

S D

E

EN

FE

RM

AG

EM

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

ED

UC

ÃO

CO

NT

INU

AD

A

GR

UP

O

ED

UC

AT

IVO

NÚMERO DE HORAS

5 21 12 0 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

12,50% 52,50% 30,00% 0,00% 5,00%

AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 40 HORAS nº de profissionais: 7 valor total gasto: R$ 15.032,18

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

-

DO

R

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

322250 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA

1.149,77 1,3377 1.538,05 192,26 807,47 461,41 0,00 76,90

TOTAL GASTO

10.766,33 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 7

4.265,85 533,23 2.239,57 1.279,75 0,00 213,29

TOTAL DA ATIVIDADE

15.032,18 1.879,02 7.891,89 4.509,65 0,00 751,61

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81

Tabela 24 – Remuneração dos auxiliares de enfermagem (que trabalham 30 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

PR

OC

ED

IME

NT

OS

DE

EN

FE

RM

AG

EM

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

RE

UN

IÃO

DE

EN

FE

RM

AG

EM

GR

UP

O

ED

UC

AT

IVO

NÚMERO DE HORAS

24 2 2 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

80,00% 6,67% 6,67% 6,67%

AUXILIARES DE ENFERMAGEM - 30 HORAS nº de profissionais: 13 valor total gasto: R$ 35.013,11

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

- D

OR

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.897,77 1,4748 2.798,83 2.239,06 186,68 186,68 186,40

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 2.028,24 1,4748 2.991,25 2.393,00 199,52 199,52 199,22

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 891,70 1,4748 1.315,08 1.052,06 87,72 87,72 87,58

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 891,70 1,4748 1.315,08 1.052,06 87,72 87,72 87,58

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 891,70 1,4748 1.315,08 1.052,06 87,72 87,72 87,58

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.999,31 1,4748 2.948,58 2.358,87 196,67 196,67 196,38

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.149,77 1,4748 1.695,68 1.356,54 113,10 113,10 112,93

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.211,06 1,4748 1.786,07 1.428,86 119,13 119,13 118,95

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.211,06 1,4748 1.786,07 1.428,86 119,13 119,13 118,95

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.149,77 1,4748 1.695,68 1.356,54 113,10 113,10 112,93

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.113,44 1,4748 1.642,10 1.313,68 109,53 109,53 109,36

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 1.873,77 1,4748 2.763,44 2.210,75 184,32 184,32 184,04

322230 - AUXILIAR DE ENFERMAGEM AUXILIAR DE AMBULATORIO 2.059,86 1,4748 3.037,88 2.430,31 202,63 202,63 202,32

TOTAL GASTO

27.090,82 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 13

7.922,29 6.337,83 528,42 528,42 527,62

TOTAL DA ATIVIDADE

35.013,11 28.010,49 2.335,37 2.335,37 2.331,87

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82

Tabela 25 – Remuneração dos médicos (que trabalham 20 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

CO

NSU

LTA

MÉD

ICA

VIS

ITA

D

OM

ICIL

IAR

NÚMERO DE HORAS 18 2

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE 90,00% 10,00%

MÉDICO-20 HORAS nº de profissionais: 8 valor total gasto: R$ 76.637,79

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

-

DO

R

225250 - MEDICO GINECOLOGISTA E OBSTETRA 5.511,20 1,4748 8.127,92 7.315,13 812,79

225124 - MEDICO PEDIATRA 5.605,02 1,4748 8.266,28 7.439,66 826,63

225142 - MEDICO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA 4.876,19 1,3377 6.522,88 5.870,59 652,29

225250 - MEDICO GINECOLOGISTA E OBSTETRA 7.215,38 1,4748 10.641,24 9.577,12 1.064,12

225142 - MEDICO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA 4.876,19 1,3377 6.522,88 5.870,59 652,29

225250 - MEDICO GINECOLOGISTA E OBSTETRA 5.794,08 1,4748 8.545,11 7.690,60 854,51

225125 - MEDICO CLINICO 8.958,59 1,4748 13.212,13 11.890,92 1.321,21

225124 - MEDICO PEDIATRA 6.729,11 1,4748 9.924,09 8.931,68 992,41

TOTAL GASTO

71.762,53 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 8

4.875,25 4.387,73 487,53

TOTAL DA ATIVIDADE

76.637,79 68.974,01 7.663,78

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83

Tabela 26 – Remuneração dos médicos (que trabalham 40 horas semanais) na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

REU

NIÃ

O D

IÁR

IA

CO

NSU

LTA

M

ÉDIC

A

VIS

ITA

DO

MIC

ILIA

R

NÚMERO DE HORAS

5 25 10

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

12,50% 62,50% 25,00%

MÉDICO-40 HORAS nº de profissionais: 2 valor total gasto: R$ 27.310,30

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O T

RA

BA

LH

A-

DO

R

225142 - MEDICO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA 9.752,37 1,3377 13.045,75 1.630,72 8.153,59 3.261,44

225142 - MEDICO DA ESTRATEGIA DE SAUDE DA FAMILIA 9.752,37 1,3377 13.045,75 1.630,72 8.153,59 3.261,44

TOTAL GASTO

26.091,49

DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 2 1.218,81 152,35 761,76 304,70

TOTAL DA ATIVIDADE

27.310,30 3.413,79 17.068,94 6.827,58

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84

Tabela 27 – Remuneração dos pedagogos, psicólogos e nutricionistas na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

PR

OC

EDIM

EN-

TOS

DE

SAÚ

DE

DE

OU

TRO

S

PR

OFI

SSIO

NA

IS

NÚMERO DE HORAS

Não disponível no documento norteador da PMSP

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

100%

PEDAGOGO, PSICÓLOGO E ACUPUNTURISTA E NUTRICIONISTA nº de profissionais: 5 valor total gasto: R$ 66.512,10 observação: dois tipos de produtos apresentados, sendo que um produto apresentou apenas 3 ocorrências, razão pela qual considerou-se a apropriação total para o outro produto que apresentou 629 ocorrências, excluindo-se da apuração de custos o produto com somente as 3 ocorrências (0,47% da quantidade total) F

OL

HA

DE

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O

TR

AB

AL

HA

- D

OR

239415 - PEDAGOGO PEDAGOGO ESPECIALIZADO EM DEFICIENCIA MENTAL 8.591,51 1,4748 12.670,76 12.670,76

251510 - PSICOLOGO CLINICO PSICOLOGO ACUPUNTURISTA PSICOLOGO DA SA 7.584,57 1,4748 11.185,72 11.185,72

251510 - PSICOLOGO CLINICO PSICOLOGO ACUPUNTURISTA PSICOLOGO DA SA 8.391,52 1,4748 12.375,81 12.375,81

251510 - PSICOLOGO CLINICO PSICOLOGO ACUPUNTURISTA PSICOLOGO DA SA 8.742,32 1,4748 12.893,17 12.893,17

223710 - NUTRICIONISTA NUTRICIONISTA SAUDE PUBLICA 9.723,08 1,4748 14.339,60 14.339,60

TOTAL GASTO

63.465,07 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 5

3.047,03 3.047,03

TOTAL DA ATIVIDADE

66.512,10 66.512,10

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85

Tabela 28 – Remuneração do técnico em farmácia na UBS Moóca I

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

EN

TR

EG

A D

E

ME

DIC

AM

EN

TO

NÚMERO DE HORAS

Não disponível no documento norteador da PMSP

PERCENTUAL DE HORAS DE CADA ATIVIDADE

100%

FARMÁCIA nº de profissionais: 1 valor total gasto: R$ 2.229,68

observação: trata-se de uma atividade especificamente dirigida para o produto administração de medicamentos

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O T

RA

BA

LH

A-

DO

R

325115 - TECNICO EM FARMACIA 1.098,64 1,4748 1.620,27 1.620,27

TOTAL GASTO

1.620,27 DESPESAS ADMINISTRATIVAS – TOTAL R$ 53.627,79 ÷ 88 × 1

609,41 609,41

TOTAL DA ATIVIDADE

2.229,68 2.229,68

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86

Tabela 29 – Remuneração dos profissionais administrativos na UBS Moóca I

FUNÇÃO

FO

LH

A D

E

PA

GA

ME

NT

O

EN

CA

RG

OS

PA

TR

ON

AIS

GA

ST

OS

CO

M

O T

RA

BA

LH

A-

DO

R

411010 - ASSISTENTE TECNICO ADMINISTRATIVO 1.102,35 1,4748 1.625,75

251605 - ASSISTENTE SOCIAL 7.008,92 1,4748 10.336,76

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.456,61 1,4748 2.148,21

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.611,99 1,4748 2.377,36

411010 - ASSISTENTE TECNICO ADMINISTRATIVO 1.102,35 1,4748 1.625,75

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 851,68 1,4748 1.256,06

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.185,87 1,4748 1.748,92

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.165,43 1,4748 1.718,78

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 851,68 1,3377 1.139,29

131210 - GERENTE DE SERVICOS DE SAUDE ADMINISTRADOR DE AMBULATORIO 6.986,37 1,4748 10.303,50

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 2.012,36 1,4748 2.967,83

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.630,48 1,4748 2.404,63

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.129,32 1,4748 1.665,52

411010 - ASSISTENTE TECNICO ADMINISTRATIVO 1.102,35 1,3377 1.474,61

411010 - ASSISTENTE TECNICO ADMINISTRATIVO 1.102,35 1,3377 1.474,61

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.423,22 1,4748 2.098,96

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.713,41 1,4748 2.526,94

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.767,78 1,4748 2.607,12

411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL AUXILIAR ADMINISTRATIVO D 1.442,36 1,4748 2.127,19

TOTAL

53.627,79

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87

Tabela 30 – Direcionadores de atividades para os custos da UBS Moóca I

ATIVIDADE DIRECIONADOR

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE (agentes comunitários)

PROFISSIONAL QUE REALIZOU O PROCEDIMENTO E ATIVIDADE EXCLUSIVA DO

PRODUTO

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS (agentes comunitários)

VISITA DOMICILIAR (agentes comunitários)

ATIVIDADES NA COMUNIDADE (agentes comunitários)

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE (saúde bucal)

TEMPO DE EXECUÇÃO DO PROCEDIMENTO COMBINADO COM PROFISSIONAL QUE

REALIZOU O PROCEDIMENTO ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS (saúde bucal)

GRUPO EDUCATIVO (saúde bucal) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

PROCECIMENTOS COLETIVOS (saúde bucal) TEMPO DE EXECUÇÃO DO PROCEDIMENTO COMBINADO COM PROFISSIONAL QUE

REALIZOU O PROCEDIMENTO CONSULTAS PROGRAMÁTICAS (saúde bucal)

REUNIÃO DIÁRIA/SEMANAL DA EQUIPE (enfermagem)

ESTUDOS ESTIMATIVOS QUE INDICARAM A PROPORÇÃO DE SERVIÇOS REALIZADOS

CONSULTA DE ENFERMAGEM (enfermagem)

VISITA DOMICILIAR (enfermagem) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

GRUPO EDUCATIVO (enfermagem) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM (enfermagem) ESTUDOS ESTIMATIVOS QUE INDICARAM A PROPORÇÃO DE SERVIÇOS REALIZADOS

ATIVIDADE ADMINISTRATIVA (enfermagem)

REUNIÃO DE ENFERMAGEM (enfermagem)

REUNIÃO DE ENFERMAGEM (auxílio à enfermagem)

NÚMERO DE PROCEDIMENTOS REALIZADOS

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM (auxílio à enfermagem)

VISITA DOMICILIAR (auxílio à enfermagem) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

GRUPO EDUCATIVO (auxílio à enfermagem) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

REUNIÃO DIÁRIA (médico) TEMPO DE EXECUÇÃO DO PROCEDIMENTO

COMBINADO COM NÚMERO DE PROCEDIMENTOS E COM PROFISSIONAL QUE

REALIZOU O PROCEDIMENTO CONSULTA MÉDICA (médico)

VISITA DOMICILIAR (médico) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

PSICOLOGIA, PEDAGOGIA E NUTRIÇÃO (outros) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

ENTREGA DE MEDICAMENTOS (farmácia) ATIVIDADE EXCLUSIVA DO PRODUTO

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88

Tabela 31 – Volume dos direcionadores - número de atendimentos na UBS Moóca I

DIRECIONADORES / PRODUTOS QT DIRECIONADORES / PRODUTOS QT

PRODUTOS COM ATIVIDADES EXCLUSIVAS E PROFISSIONAIS EXCLUSIVOS

PRODUTOS COM ESTIMATIVAS DE TEMPOS DE EXECUÇÃO E PROFISSIONAIS EXCLUSIVOS

0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE) 1

0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 3

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO) 29

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA 19

0101030010 VISITA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 1241

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA 2

0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE 6

0301010030 CONSULTA DE PROFISSIONAIS DE NIVEL SUPERIOR NA ATENCAO BASICA (EXCETO MEDICO) 629

0301010064 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO BASICA 1366

0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO (PUERICULTURA) 5

0301050058 ASSISTENCIA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 347

0301010110 CONSULTA PRE-NATAL 50

0301010129 CONSULTA PUERPERAL 5

PRODUTOS COM ATIVIDADES EXCLUSIVAS E DIVERSOS PROFISSIONAIS

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA 6

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA 43

0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA 18

0301060045 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ OBSERVACAO ATE 8 H 5

0301060053 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ REMOCAO 1

0301010137 CONSULTA/ATENDIMENTO DOMICILIAR NA ATENCAO BASICA 14 0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 1

PRODUTOS COM PROFISSIONAL EXCLUSIVO E ESTUDOS DE PROPORÇÃO DE OCORRÊNCIAS

0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR 33

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR 61

0214010015 GLICEMIA CAPILAR

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE) 19

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 294

0301100020 ADMINISTRACAO DE MEDI CAMENTOS EM ATENCAO BASICA(PACIENTE) 69

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 83

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA 1

0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE) 725

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE) 188

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 14

0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO 641 0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO 6

PRODUTOS ATRIBUÍDOS PELO NÚMERO DE PROCEDIMENTOS REALIZADOS

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE 3

0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL - INCENTIVO PHPN (COMPONENTE I) 15

0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO 173

0201020041 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME LABORATORIAL 830

0301100039 AFERICAO DE PRESSAO ARTERIAL 37

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89

Tabela 32 - Atendimentos UBS Mooca I em dezembro de 2011

PROCEDIMENTOS QT

0101010010 ATIVIDADE EDUCATIVA / ORIENTACAO EM GRUPO NA ATENCAO BASICA 18

0101010044 PRATICAS CORPORAIS EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 3

0101020066 APLICACAO DE SELANTE (POR DENTE) 1

0101020074 APLICACAO TOPICA DE FLUOR (INDIVIDUAL POR SESSAO) 29

0101020082 EVIDENCIACAO DE PLACA BACTERIANA 19

0101020090 SELAMENTO PROVISORIO DE CAVIDADE DENTARIA 2

0101030010 VISITA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 1241

0201020033 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME CITOPATOLOGICO DE COLO UTERINO 69

0201020041 COLETA DE MATERIAL P/ EXAME LABORATORIAL 725

0214010015 GLICEMIA CAPILAR 173

0301010021 CONSULTA C/ IDENTIFICACAO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE 6

0301010030 CONSULTA DE PROFISSIONAIS DE NIVEL SUPERIOR NA ATENCAO BASICA (EXCETO MEDICO) 629

0301010064 CONSULTA MEDICA EM ATENCAO BASICA 1366

0301010080 CONSULTA P/ ACOMPANHAMENTO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO (PUERICULTURA) 5

0301010110 CONSULTA PRE-NATAL 50

0301010129 CONSULTA PUERPERAL 5

0301010137 CONSULTA/ATENDIMENTO DOMICILIAR NA ATENCAO BASICA 14

0301010153 PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLOGICA PROGRAMATICA 6

0301050058 ASSISTENCIA DOMICILIAR POR PROFISSIONAL DE NIVEL MEDIO 347

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA 43

0301060045 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ OBSERVACAO ATE 8 HORAS 5

0301060053 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA C/ REMOCAO 1

0301100020 ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS EM ATENCAO BASICA (POR PACIENTE) 830

0301100039 AFERICAO DE PRESSAO ARTERIAL 641

0301100101 INALACAO / NEBULIZACAO 31

0301100152 RETIRADA DE PONTOS DE CIRURGIAS BASICAS (POR PACIENTE) 37

0307010015 CAPEAMENTO PULPAR 1

0307010031 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE ANTERIOR 33

0307010040 RESTAURACAO DE DENTE PERMANENTE POSTERIOR 61

0307020010 ACESSO A POLPA DENTARIA E MEDICACAO (POR DENTE) 19

0307030016 RASPAGEM ALISAMENTO E POLIMENTO SUPRAGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 294

0307030024 RASPAGEM ALISAMENTO SUBGENGIVAIS (POR SEXTANTE) 83

0307040070 MOLDAGEM DENTO-GENGIVAL P/ CONSTRUCAO DE PROTESE DENTARIA 1

0401010023 CURATIVO GRAU I C/ OU S/ DEBRIDAMENTO (POR PACIENTE) 188

0401010031 DRENAGEM DE ABSCESSO 14

0414020120 EXODONTIA DE DENTE DECIDUO 6

0414020138 EXODONTIA DE DENTE PERMANENTE 3

0801010012 ADESAO A ASSISTENCIA PRE-NATAL - INCENTIVO PHPN (COMPONENTE I) 15

Fonte: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/cgi/tabcgi.exe?secretarias/saude/TABNET/SIA08/PRDSIA08.def QT = quantidade de procedimentos realizados

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90

Tabela 33 - Atendimentos de Urgência em Atenção Básica UBS Mooca I em dezembro de 2011 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO ATENDIMENTO PRESTADO A PACIENTES ACOMETIDOS POR QUADROS AGUDOS OU AGUDIZACOES DE PATOLOGIAS CRONICAS, DE BAIXA COMPLEXIDADE, QUE SAO ACOLHIDOS NAS UNIDADES BASICAS DE SAUDE, SEM AGENDAMENTO PREVIO, ONDE RECEBEM ATENDIMENTO E TEM SUA NECESSIDADE ASSISTENCIAL ATENDIDA.

0301060037 ATENDIMENTO DE URGENCIA EM ATENCAO BASICA

QUANTIDADE DE ATENDIMENTOS

RASTREA-MENTO HORAS

SEMANAIS

PERCEN-TUAL

Cirurgião dentista - clínico geral (4 profissionais 20 horas semanais)

11 80 25,00%

Cirurgião dentista - odontopediatra 0 0 0,00%

Cirurgião-dentista da estratégia de saúde da família 0 0 0,00%

Médico acupunturista 0 0 0,00%

Médico pediatra (2 profissionais 20 horas semanais) 5 40 12,50%

Médico clínico (1 profissional 20 horas semanais) 3 20 6,25% Médico da estratégia de saúde da família (2 profissionais 20 horas semanais)

5 40 12,50%

Médico da estratégia de saúde da família (2 profissionais 40 horas semanais)

11 80 25,00%

Médico homeopata 0 0 0,00% Médico ginecologista e obstetra (3 profissionais 20 horas semanais)

8 60 18,75%

TOTAL 43 320 100,00%

Fontes: SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS < http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/procedimento/exibir/0301060037/12/2011> Acesso em 22/04/2012. SÃO PAULO. Documento Norteador - Compromisso das Unidades Básicas de Saúde com a População (2005). Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde – SUS Fonte: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/cgi/tabcgi.exe?secretarias/saude/TABNET/SIA08/PRDSIA08.def Acesso em 02/02/2012