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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO MARCIA PASCHOALINA VOLPATO Ensino clínico sob o paradigma da prática embasada em evidências: integração da teoria e prática para a prevenção da úlcera por pressão Ribeirão Preto 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

MARCIA PASCHOALINA VOLPATO

Ensino clínico sob o paradigma da prática

embasada em evidências: integração da teoria e

prática para a prevenção da úlcera por pressão

Ribeirão Preto

2014

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MARCIA PASCHOALINA VOLPATO

Ensino clínico sob o paradigma da prática

embasada em evidências: integração da teoria e

prática para a prevenção da úlcera por pressão

Tese apresentada à Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,

para obtenção do título de Doutor em Ciências,

Programa de Pós-Graduação Enfermagem

Fundamental.

LLIINNHHAA DDEE PPEESSQQUUIISSAA::

Fundamentação teórica metodológica e

tecnológica do processo de cuidar em

enfermagem

OORRIIEENNTTAADDOORR::

Profª. Drª. Maria Helena Larcher Caliri

Ribeirão Preto

2014

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a

fonte.

Volpato, Marcia Paschoalina

Ensino clínico sob o paradigma da prática embasada em

evidências: integração da teoria e prática para a prevenção da

úlcera por pressão. Ribeirão, 2014.

182 p. : il. ; 30 cm

Tese de Doutorado, apresentada à Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto/USP. Área de concentração: Enfermagem

Fundamental.

Orientador: Maria Helena Larcher Caliri

1.Úlcera por Pressão. 2.Prática Baseada em Evidências.

3.Ensino. 4.Aprendizagem. 5. Pesquisa em Enfermagem.

.

Orientador: Maria Helena Larcher Caliri

1. Úlcera por pressão. 2. Prática Baseada em Evidências. 3. Ensino. 4. Aprendizagem. 5. Pesquisa em Enfermagem.

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VOLPATO, Marcia Paschoalina

Ensino clínico sob o paradigma da prática embasada em evidências: integração

da teoria e prática para a prevenção da úlcera por pressão

Tese apresentada à Escola de Enfermagem de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,

para obtenção do título de Doutor em Ciências,

Programa de Pós-Graduação Enfermagem

Fundamental.

AAPPRROOVVAADDOO EEMM:: _____/____/____

CCOOMMIISSSSÃÃOO JJUULLGGAADDOORRAA

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Assinatura__________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Assinatura__________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Assinatura__________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Assinatura__________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Assinatura__________________________

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Dedicatória

As minhas filhas, Bruna e Beatriz,

bens de minha vida, que me fazem acreditar no amor.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A Deus, Pai, Filho e Espírito Santo,

Senhor e Salvador,

sentido de todo o meu trabalho e existência,

pela condução da minha vida.

À Profª Dra. Maria Helena Larcher Caliri,

Pessoa admirável.

Todos nós temos exemplos de pessoas que espelham nossas ações.

Espero poder refletir, na minha trajetória pessoal e profissional,

os exemplos de competência, de ensinamentos e orientação

a que demonstrou durante esta trajetória.

Obrigada pela sua sensibilidade que sempre demonstrou

ao perceber-me como gente, ser humano

nos momentos de dificuldades.

Aos meus pais, Sebastião e Páscoa,

que me deram a vida e

por ter conseguido chegar até aqui.

A minha irmã Tina,

pelo apoio e pela dedicação incansável às minhas filhas

nas minhas ausências. Muito obrigada.

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Ao meu irmão Marcio,

que durante as minhas ausências,

muitas vezes foi pai das minhas filhas.

Ao meu irmão Wilson, in memorian,

pena que não está aqui para me dar um abraço e

compartilhar todo o conhecimento adquirido.

A Profª Dra. Júlia Trevisan Martins,

pelas contribuições valiosas,

disponibilidade e colaboração,

fundamentais para a concretização deste trabalho.

A Profª. Dra. Ana Elisa Bauer de Camargo Silva

que por sua análise crítica,

direcionou o desenvolvimento deste trabalho,

meu sincero agradecimento.

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AGRADECIMENTOS

Aos estudantes da 2ª série do Curso de Enfermagem da UEL,

que tornaram possível a realização desse trabalho.

Às amigas Mitiko e Maria Clara,

que prontamente me substituíram, na minha ausência,

nos cuidados com o meu pai.

Eternas amigas.

Às minhas colegas da área Fundamentos de enfermagem,

que souberam compreender a minha ausência,

sempre me apoiando e incentivando para seguir em frente,

com ânimo e alegria.

À amiga Flávia Pieri,

por toda amizade e experiências compartilhadas

nas viagens para Ribeirão Preto.

À Profª Drª Miyeko Hayshida,

pela construção do banco de dados e na realização da estatística descritiva.

À Proª Drª Soraia Assad Nasbine Rabeh,

pela contribuição no exame de qualificação.

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À todos os docentes do Doutorado

pela qualidade de ensino oferecido.

À todos que contribuíram direta e indiretamente

para o meu crescimento pessoal e profissional,

cujos nomes não foram mencionados,

minhas sinceras desculpas e meu eterno agradecimento.

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Não fiz o melhor,

mas fiz tudo para que o melhor fosse feito.

Não sou o que deveria ser,

mas não sou o que era antes.

(Martin Luther King)

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RESUMO

VOLPATO, M.P. Ensino clínico sob o paradigma da prática embasada em evidências: integração da teoria e prática para a prevenção da úlcera por pressão. 2014, 182f. Tese (Doutorado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, 2014.

A úlcera por pressão, considerada um evento adverso, compromete a segurança do paciente sob os cuidados dos profissionais de saúde. Uma das formas de proporcionar segurança é por meio da prática baseada em evidência que pode ser implementada com estudantes pelo uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. O objetivo geral do estudo foi propor uma metodologia de ensino para estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, pela avaliação do risco de desenvolvimento da úlcera por pressão em pacientes internados em uma unidade médico-cirúrgica e pela identificação das prescrições de enfermagem para a prevenção nos registros em prontuários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa institucional e realizou-se utilizando métodos quantitativos e qualitativos, com delineamento descritivo, ocorrendo em três fases. A primeira foi um workshop sobre prática baseada em evidência. A segunda foi desenvolvida pelos estudantes e pesquisadora e a coleta de dados foi realizada com 21 pacientes hospitalizados em unidade médico-cirúrgica durante 15 dias sequenciais, em que avaliou-se o risco para úlcera por pressão por meio da Escala de Braden e os registros das prescrições de enfermagem relacionados ao uso das evidências para prevenção de úlcera por pressão. A terceira foi desenvolvida com os estudantes para investigar o significado da experiência com a metodologia de ensino. Os 21 pacientes avaliados tinham a média de idade de 44,76 anos e diagnósticos médicos mais frequentes de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (42,86%). No primeiro dia de avaliação, considerando a escore total da Escala de Braden, 17 pacientes (80,95%) tinham risco entre moderado e muito alto. Na inspeção da pele foram identificadas 25 úlceras por pressão, sendo a localização mais frequente na região sacral (44%) e as classificações predominantes foram no estágio I e II. Na análise dos prontuários, não foram identificadas anotações dos enfermeiros referentes à avaliação do risco e nem ao uso da Escala de Braden. As prescrições de enfermagem mais frequentes para a prevenção da úlcera foram mudança de decúbito, uso de coxins, proteção contra a umidade e uso de cremes hidratantes, e a menos frequente foi a manutenção da cabeceira até 30 graus. Não foi encontrada associação entre as medidas de prevenção prescritas e os subescores da escala de Braden. O significado das experiências de oito estudantes que participaram da pesquisa foi investigado pela análise de conteúdo das falas obtidas nas discussões em grupo e identificaram-se duas categorias: aprendendo sobre o tema úlcera por pressão e conhecendo a realidade da instituição e da enfermagem sobre a úlcera por pressão. Concluiu-se que os estudantes relacionaram a teoria à prática, identificaram as competências do enfermeiro na avaliação do paciente com risco para úlcera por pressão, aprimoraram o conhecimento nos estágios da úlcera por pressão e identificaram a Escala de Braden como suporte para avaliação de risco para a úlcera por pressão. Os estudantes, ainda, identificaram a falta de cuidados pela equipe de enfermagem e a importância da presença da família e perceberam a necessidade da prática segura em relação à úlcera por pressão.

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Palavras-chave: Úlcera por Pressão. Prática Baseada em Evidências. Ensino.

Aprendizagem. Pesquisa em Enfermagem.

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ABSTRAT

VOLPATO, M.P. Clinical teaching under the evidence-based practice paradigm: integration between theory and practice for pressure ulcer prevention. 2014, 182p. Doctoral Dissertation. University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing, Ribeirão Preto, SP, 2014.

Pressure ulcers, considered an adverse event, compromise the safety of patients under the care of health professionals. One way to provide safety is through evidence-based practice, which can be implemented with students through the use of active teaching-learning methods. The general study objective was to propose a teaching method for students from the Nursing program at the Universidade Estadual de Londrina, to assess the risk of pressure ulcer development in patients hospitalized at a medical-surgical unit and to identify the nursing prescriptions for this prevention in the records in patient files. Approval for the research was obtained from the institutional Research Ethics Committee and quantitative and qualitative methods were applied, with a descriptive design, involving three phases. The first was a workshop on evidence-based practice. The second was developed by the students and researcher and the data were collected with 21 patients, hospitalized at the medical-surgical unit for 15 continuous days, in which the risk of pressure ulcer was assessed through the Braden Scale and the records of the nursing prescriptions related to the use of evidences to prevent pressure ulcers. The third was developed with the students to investigate the meaning of the experience with the teaching method. The 21 patients assessed had a mean age of 44.76 years and the most frequent medical diagnoses were diseases of the musculoskeletal system and connective tissue (42.86%). On the first assessment day, considering the total score on the Braden Scale, 17 patients (80.95%) had a moderate to very high risk. In the skin inspection, 25 pressure ulcers were identified, with the sacral region as the most frequent location (44%) and stages I and II as the predominant classifications. In the analysis of the files, no nursing notes were identified with regard to the risk assessment, nor related to the use of the Braden Scale. The most frequent nursing prescriptions to prevent ulcers were decubitus change, use of cushions, protection against humidity and use of hydrating creams, and the least frequent was the maintenance of the headrest at 30 degrees. No association was found between the prescribed prevention measures and the subscores of the Braden scale. The meaning of the experience of the eight students who participated in the research was investigated by means of the content analysis of the statements obtained in the group discussions and two categories were identified: learning about the theme pressure ulcer and getting to know the reality of the institution and nursing with regard to pressure ulcer. In conclusion, the students related the theory with the practice, identified the nurses’ competences in the assessment of patients with risk of pressure ulcers, improved the knowledge on the pressure ulcer stages and identified the Braden Scale to support the risk assessment for pressure ulcer. The students also identified the lack of care by the nursing team and the importance of the family’s presence and perceived the need for safe practice with regard to pressure ulcers.

Keywords: Pressure Ulcer. Evidence-Based Practice. Teaching. Learning. Nursing

Research.

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RESUMEN

VOLPATO, M.P. Enseñanza clínica bajo el paradigma de la práctica basada en evidencias: integración de la teoría y práctica para la prevención de la úlcera por presión. 2014, 182h. Tesis (Doctorado). Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto de la Universidad de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, 2014.

La úlcera por presión, considerada un evento adverso, compromete la seguridad del paciente bajo los cuidados de los profesionales de salud. Una de las formas de proporcionar seguridad es mediante la práctica basada en evidencia que puede ser implementada con estudiantes a través del uso de metodologías activas de enseñanza-aprendizaje. El objetivo general del estudio fue proponer una metodología de enseñanza para estudiantes del curso de Enfermería de la Universidade Estadual de Londrina, mediante la evaluación del riesgo de desarrollo de la úlcera por presión en pacientes internados en una unidad médico-quirúrgica y mediante la identificación de las prescripciones de enfermería para la prevención en los registros en prontuarios. La investigación fue aprobada por el Comité de Ética e Investigación institucional y fue desarrollada con el uso de métodos cuantitativos y cualitativos, con diseño descriptivo, en tres fases. La primera fue un workshop sobre práctica basada en evidencia. La segunda fue desarrollada por los estudiantes e investigadora y los datos fueron recolectados con 21 pacientes hospitalizados en unidad médico-quirúrgica durante 15 días secuenciales, en que se evaluó el riesgo para úlcera por presión mediante la Escala de Braden y los registros de las prescripciones de enfermería relacionados al uso de las evidencias para prevención de úlcera por presión. La tercera fue desarrollada con los estudiantes para investigar el significado de la experiencia con la metodología de enseñanza. El edad medio de los 21 pacientes evaluados fue 44,76 anos y los diagnósticos médicos más frecuentes fueron enfermedades del sistema musculoesquelético y del tejido conjuntivo (42,86%). En el primer día de evaluación, considerando el escore total de la Escala de Braden, 17 pacientes (80,95%) tenían riesgo entre moderado y muy alto. En la inspección de la piel, fueron identificadas 25 úlceras por presión, siendo la localización más frecuente en la región sacra (44%) y las clasificaciones predominantes fueron en el estadio I y II. En el análisis de los archivos, no fueron identificadas anotaciones de los enfermeros referentes a la evaluación de riesgo y ni al uso de la Escala de Braden. Las prescripciones de enfermería más frecuentes para la prevención de la úlcera fueron cambio de decúbito, uso de cojines, protección contra la humedad y uso de cremes hidratantes, y la menos frecuente fue la manutención de la cabecera hasta 30 grados. No fue encontrada asociación entre las medidas de prevención prescritas y los sub-scores de la escala de Braden. El significado de las experiencias de ocho estudiantes que participaron de la investigación fue investigado por el análisis de contenido de las hablas recolectadas en las discusiones en grupo y fueron identificadas dos categorías: aprendiendo sobre el tema úlcera por presión y conociendo la realidad de la institución y de la enfermería sobre la úlcera por presión. Se concluyó que los estudiantes relacionaron la teoría a la práctica, identificaron las competencias del enfermero en la evaluación del paciente con riesgo para úlcera por presión, perfeccionaron el conocimiento en los estadios de la úlcera por presión e identificaron la Escala de Braden como soporte para evaluación de riesgo para la úlcera por presión. Los estudiantes identificaron la falta de cuidados por el equipo de enfermería y la importancia de la

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presencia de la familia y percibieron la necesidad de la práctica segura con relación a la úlcera por presión.

Palabras clave: Úlcera por Presión. Práctica Basada en la Evidencia. Enseñanza. Aprendizaje. Investigación em Enfermería.

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LISTA DE SIGLAS

UP ÚLCERA POR PRESSÃO

PBE PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIA

UEL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

UTI UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

CI CURRÍCULO INTEGRADO

HUL HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LONDRINA

NPUAP NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL

NPUAP/EPUAP NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL/

EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL

SAE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

PE PROCESSO DE ENFERMAGEM

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Médias dos subescores da Escala de Braden em todas as

avaliações......................................................................................

70

Figura 2 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de

prevenção mudança de decúbito................................................

77

Figura 3 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de colchão

especial.........................................................................................

77

Figura 4 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de coxins................ 78

Figura 5 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de

prevenção suplemento nutricional................................................

79

Figura 6 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de

prevenção para proteção da pele em relação a umidade............

80

Figura 7 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de hidratantes....... 81

Figura 8 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de

prevenção uso de curativo/cobertura..........................................

81

Figura 9 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de

prevenção manutenção da cabeceira elevada até 30°................

82

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Demonstrativo das categorias e subcategorias identificadas a

partir das falas dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem. Londrina,PR, 2012.................................................

93

.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição dos pacientes internados na Unidade Masculina,

avaliados e em risco para desenvolver úlcera por pressão por

dia. Londrina, PR, 2012 ...........................................................

72

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes considerando a faixa etária.

Londrina, PR, 2012...................................................................

74

Tabela 3 – Distribuição da frequência e porcentagem da categoria do

diagnóstico médico principal dos pacientes da Unidade

Masculina, agrupados pelas categorias do CID-10. Londrina,

PR, 2012..................................................................................

67

Tabela 4 – Distribuição dos pacientes quanto ao número de avaliações

referente ao risco para UP. Londrina, PR, 2012.......................

68

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes em relação ao escore total da

Escala de Braden da primeira avaliação, segundo o nível de

risco. Londrina, PR, 2012..........................................................

68

Tabela 6 – Distribuição dos valores mínimo, máximo, médio, mediano e

desvio-padrão dos subescores da Escala de Braden da

primeira avaliação. Londrina, PR, 2012....................................

69

Tabela 7 – Distribuição dos valores mínimo, máximo, médio, mediano e

desvio-padrão dos subescores da escala de Braden de todas

as avaliações. Londrina, PR, 2012.........................................

69

Tabela 8 – Distribuição dos pacientes nas 15 avaliações em relação às

condições da pele. Londrina, PR, 2012...................................

71

Tabela 9 – Distribuição das 25 úlceras identificadas na primeira

avaliação dos pacientes, segundo a localização e

classificação. Londrina, PR, 2012............................................

72

Tabela 10 – Distribuição da média, mediana, desvio-padrão, mínimo e

máximo do escore total da Escala de Braden na presença e

ausência de UP. Londrina, PR, 2012.......................................

72

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Tabela 11 – Associações e quantificação entre as variáveis: faixa etária,

cor, tipo de saída, diagnóstico principal, nível de risco para

UP, com a presença ou ausência de úlcera por pressão.

Londrina, PR, 2012...................................................................

74

Tabela 12 – Distribuição dos registros realizados por enfermeiros nos

prontuários quanto à presença ou a ausência de UP.

Londrina, PR, 2012...................................................................

76

Tabela 13 – Distribuição do uso das medidas de prevenção na prescrição

de enfermagem, considerando categorias da UP Avançada

ou Leve. Londrina, PR, 2012....................................................

84

Tabela 14 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a

limitação, ou não, da Percepção Sensorial. Londrina, PR,

2012........................................................................................

86

Tabela 15 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a

presença de Umidade da Pele. Londrina, PR, 2012.................

87

Tabela 16 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a

limitação na Atividade. Londrina, PR, 2012.............................

88

Tabela 17 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a

limitação na Mobilidade. Londrina, PR, 2012............................

89

Tabela 18 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e

adequação da Nutrição. Londrina, PR, 2012............................

90

Tabela 19 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e

problemas em relação à Fricção e Cisalhamento. Londrina,

PR, 2012...................................................................................

91

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................... 22

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 26

1.1 Referencial teórico........................................................................................ 41

2 OBJETIVO...................................................................................................... 48

2.1 Objetivo geral................................................................................................ 49

2.2 Objetivo específico......................................................................................... 49

3 MATERIAL E MÉTODO.................................................................................... 50

3.1 Tipo de estudo............................................................................................... 51

3.2 Procedimentos éticos..................................................................................... 51

3.3 Caracterização do local do estudo............................................................... 52

3.4 População/amostra........................................................................................ 54

3.4.1 Primeira Fase.......................................................................................... 55

3.4.2 Segunda Fase......................................................................................... 55

3.4.3 Terceira Fase.......................................................................................... 55

3.5 Procedimentos da pesquisa........................................................................ 55

3.5.1 Primeira Fase.......................................................................................... 55

3.5.2 Segunda Fase......................................................................................... 56

3.5.3 Procedimentos para análise dos dados.................................................. 58

3.5.4 Terceira Fase.......................................................................................... 59

4 RESULTADOS.................................................................................................. 64

4.1 Identificação do risco para úlcera por pressão e a ocorrência do

problema........................................................................................................

65

4.2. Identificação das ações para prevenção da úlcera por pressão prescritas

ou não pelos enfermeiros.............................................................................

75

4.3. Significado da experiência dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem da UEL referente à metodologia de ensino proposta ..............

92

4.3.1 Primeira categoria - Aprendendo sobre o tema úlcera por pressão....... 94

4.3.1.1 Correlacionando a teoria à prática................................................... 94

4.3.1.2 O despertar para as competências da enfermagem na avaliação

do paciente com risco para úlcera por pressão............................

95

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4.3.1.3 Aprimorando o conhecimento dos estágios da úlcera por

pressão.........................................................................................

96

4.3.1.4 Aprimorando o conhecimento sobre os fatores de risco da úlcera

por pressão...................................................................................

97

4.3.1.5 A Escala de Braden como suporte para avaliação de risco da

úlcera por pressão.......................................................................

97

4.3.2 Segunda categoria – Conhecendo a realidade da Instituição e da

Enfermagem sobre a úlcera por pressão..............................................

98

4.3.2.1 A falta de cuidado de prevenção da úlcera por pressão................. 98

4.3.2.2 A importância da família nos cuidados de enfermagem na úlcera

por pressão...................................................................................

100

4.3.2.3 Identificando a realidade da prescrição e das anotações de

enfermagem em relação à úlcera por pressão.............................

100

4.3.2.4 Percebendo a necessidade de transformar a prática da

enfermagem em relação à úlcera por pressão.............................

101

5 DISCUSSÃO..................................................................................................... 103

5.1 Identificação do risco para úlcera por pressão e a ocorrência do problema.. 104

5.2 Exploração da relação entre a presença da úlcera e algumas variáveis

demográficas e clínicas ................................................................................

108

5.3 Registro das evidências para a prevenção da úlcera por pressão pelos

enfermeiros nas prescrições de enfermagem................................................

112

5.4 Significado da experiência dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem da UEL referente à metodologia de ensino proposta...............

121

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 134

7 CONCLUSÃO................................................................................................... 139

REFERÊNCIAS................................................................................................... 143

APÊNDICES........................................................................................................ 156

APÊNCIDE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-

ALUNO...................................................................................

157

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO-

PACIENTE..............................................................................

159

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APÊNCIDE C – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE E SIGILO DA

PESQUISADORA.....................................................................

161

APÊNCIDE C1- TERMO DE CONFIDENCIALIDADE E SIGILO DOS

ESTUDANTES.........................................................................

163

APÊNDICE D – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS – AVALIAÇÃO DA

PELE.........................................................................................

165

APÊNDICE E – PLANO DE ENSINO DO WORKSHOP DA PRÁTICA

BASEADA EM EVIDÊNCIA........................................................

166

APÊNDICE F – INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAR O CONHECIMENTO E

EXPERIÊNCIAS SOBRE ÚLCERA POR PRESSÃO PELO

ALUNO........................................................................................

169

APÊNDICE G – COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE

ÚLCERA POR PRESSÃO- objetivos, conteúdo, estratégias de

ensino-aprendizagem..............................................................

170

ANEXOS.............................................................................................................. 176

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA EM PESQUISA.................. 177

ANEXO B – INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DA ÚLCERA

POR PRESSÃO – ESCALA DE BRADEN......................................

179

ANEXO C – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS SOBRE O

REGISTRO DA IDENTIFICAÇÃO DO RISCO PARA ÚLCERA

POR PRESSÃO, DAS CARACTERISTICAS DA PELE, DA UP E

DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO..................................................

180

ANEXO D – ESCALA DE BRADEN..................................................................... 182

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Apresentação

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Apresentação

Durante minha trajetória profissional, tive oportunidade de atuar em

diferentes áreas da enfermagem. Logo após a conclusão do curso de graduação em

enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no ano 1986, iniciei

minhas atividades como enfermeira assistencial em Unidade de Terapia Intensiva

(UTI) e permaneci por seis anos.

Após, surgiu o desejo de exercer atividades de ensino na

Enfermagem e, assim, ingressei na docência no curso de Auxiliar de Enfermagem

do Hospital Irmandade Santa Casa de Londrina, onde fiquei até o ano 1997. Foram

anos de desafios, conquistas e aprendizado na arte de ensinar, tempos de uma

verdadeira e “valiosa” escola.

No ano 1997, fui aprovada em concurso público para a área de

Enfermagem Fundamental do Curso de Graduação em Enfermagem da UEL. Até o

ano 1999 desempenhei a função de docente, onde o ensino era realizado no modelo

tradicional de ensinar, aprender e avaliar. Porém, com a reformulação curricular,

ocorrida no ano 2000, passei a vivenciar um novo modelo de currículo, o tão

desejado currículo integrado (CI) no qual a proposta metodológica de ensinar está

pautada na problematização.

Assim, me deparei com novas metodologias de ensino-aprendizado,

ou seja, metodologias ativas de ensinar e aprender. Foram momentos de muitos

questionamentos, dúvidas e incertezas, inseguranças na nova maneira de ensinar,

experimentando novas situações como: dificuldades de avaliar, de correlacionar a

teoria com prática, de integração do ciclo básico com o profissionalizante, de inter-

relacionamento com professores e estudantes, enfim, como ensinar para uma

aprendizagem significativa, considerando que o modelo que tive na minha formação

e parte da docência foi pautado na metodologia tradicional. Entretanto, o sonho foi

se concretizando aos poucos e até hoje ainda tenho buscado aprimoramento

constante nessa nova maneira de ensino-aprendizado.

Durante o processo de reformulação do referido currículo, bem como

depois de sua implementação, participei de diversas oficinas de trabalho,

organizadas pelo Colegiado do Curso de Enfermagem, centradas na discussão de

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Apresentação

temas como: perfil profissional, competências do enfermeiro, integração entre o ciclo

básico e clínico, integração teoria e prática, processo ensino-aprendizagem,

processo de avaliação, metodologias ativas como, por exemplo: a problematização,

dentre outros.

Ainda nessa trajetória tive a oportunidade de me aprofundar no

conhecimento em cuidados de enfermagem em feridas, tanto para a graduação, no

módulo Práticas do Cuidar I, como para a pós-graduação, por meio da participação,

organização e implementação do Curso de Especialização intitulado “Assistência de

Enfermagem ao paciente com feridas”. Durante a realização do curso de

especialização foram desenvolvidas atividades que proporcionassem a busca do

conhecimento através de metodologias ativas. Foram cinco anos de muito

aprendizado e, desde então, o tema feridas tem sido uma linha de pesquisa evidente

na vida profissional.

Destaco, também, a minha atuação na assistência a pacientes com

feridas crônicas, por meio de um projeto de extensão, na qual fui, em anos

anteriores, e atualmente, coordenadora, e ainda sou Membro da Comissão de

Lesões de Pele do Hospital Universitário de Londrina (HUL). Essa Comissão foi

constituída em agosto de 2008, tendo como objetivo padronizar normas e rotinas

referentes aos cuidados de feridas. Trata-se de uma comissão multidisciplinar,

constituída por enfermeiros, farmacêuticos e médicos, que se reúnem

quinzenalmente, com a finalidade de discutir rotinas, tratamentos e medicamentos

adotados no cuidado de feridas, bem como avaliar e discutir casos clínicos. Essa

comissão também tem por objetivo capacitar todos os membros da equipe no

manejo dos pacientes portadores de feridas.

A minha atuação no tema feridas me proporcionou a inserção nessa

linha de pesquisa com mais consistência, onde pude orientar várias pesquisas de

Trabalho de Conclusão de Curso e iniciação científica extensionista. A pesquisa tem

sido um elemento essencial para a minha formação e atuação como docente,

possibilitando exercer trabalho com os estudantes, na formulação de novos

conhecimentos ou no questionamento dos já existentes.

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Apresentação

Diante das considerações anteriores e pela observação empírica no

decorrer desses anos, vê-se que a construção do conhecimento, por meio da

metodologia da problematização, tem propiciado a formação de profissionais mais

críticos e reflexivos, que há interação maior entre a teoria e a prática e nova forma

de avaliar. Entretanto, ainda tenho observado, também de forma empírica, algumas

limitações no processo de ensino-aprendizagem e lacunas que precisam ser mais

bem trabalhadas como, por exemplo: o ensino do tema Úlcera por Pressão (UP),

que é abordado na 2ª série do curso de Enfermagem, no módulo Práticas do

Cuidar, na qual sou uma das docentes responsável pelo mesmo da teoria até a

prática hospitalar.

Com base nessas afirmações e por ocasião do meu ingresso no

Programa de Doutorado em Enfermagem na Área Fundamental na Escola de

Enfermagem de Ribeirão Preto, fui motivada a desenvolver esta pesquisa com a

finalidade de propiciar aos estudantes da segunda série do Curso de Graduação em

Enfermagem que estivessem no módulo Práticas do Cuidar, um novo modelo de

ensino pautado na Prática Baseada em Evidência (PBE), no tema úlcera por

pressão e identificar se a mesma colaborou significativamente para o aprendizado

desse estudante.

Assim, pretendo com este estudo, contribuir para o ensino-

aprendizagem em enfermagem por meio de uma metodologia que proporcione

efetiva integração teoria e prática e, assim, oportunizar uma formação de

profissionais com conhecimento para os cuidados na prevenção da UP.

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1 INTRODUÇÃO

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27 1 Introdução

A formação do enfermeiro, enquanto profissional da equipe

multidisciplinar de saúde, deve ser dinâmica e munida de reflexões constantemente,

com a finalidade de formar pessoas com competência e perfil, para provocar as

mudanças que são necessárias nas práticas de saúde (ALMEIDA, 2012).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área de

saúde preconizam que é fundamental promover adequações nos modelos de

formação que vem, de certa maneira, se contradizendo com as necessidades do

sistema de saúde e da sociedade para o qual está organizado. Assim têm-se que:

Os processos formativos devem considerar o acelerado ritmo de evolução do conhecimento, as mudanças do processo de trabalho em saúde (...) espera-se formar cidadãos-profissionais críticos e reflexivos, com conhecimentos, habilidades e atitudes que os tornem aptos a atuarem em um sistema de saúde qualificado e integrado (BRASIL, 2007, p.19).

Ao se analisar a Lei das Diretrizes Curriculares Nacionais dos

Cursos de Enfermagem está implícita, dentro das competências gerais, a formação

do enfermeiro na assistência ao paciente com UP, descritas no art.4º nos itens de

atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação e educação permanente

(BRASIL, 2001).

As competências do enfermeiro na prevenção da UP aos pacientes

de risco são apresentadas por Pieper (2013), baseadas na diretrizes da National

Pressure Ulcer Advisory Panel – NPUAP (2009) como: compreender a incidência e

prevalência da UP; identificar os fatores etiológicos que contribuem para a

ocorrência da UP; realizar avaliação de risco estruturada na admissão, repeti-la com

certa regularidade e frequência para os pacientes em cuidados críticos; certificar-se

de que a realização da avaliação da pele faça parte da avaliação de risco nas

instituições de saúde; desenvolver e implementar um programa individualizado de

cuidados com a pele; demonstrar posicionamento e reposicionamento adequado na

prevenção e tratamento da UP; escolher superfície de suporte apropriada para os

pacientes, baseada na avaliação de risco realizada; implementar intervenções

nutricionais adequadas na prevenção da UP; documentar com acurácia os

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28 1 Introdução

resultados da avaliação de risco, avaliação da pele e as estratégias de prevenção;

aplicar raciocínio clínico nas tomadas de decisões em relação ao impacto que

poderá causar nas mudanças com o indivíduo com risco para UP e fazer

encaminhamentos para outros profissionais de saúde baseados na avaliação de

risco.

Dessa forma, os profissionais de saúde deverão ser formados para

desenvolverem competências essenciais como: conhecimentos, habilidades e

atitudes, possibilitando a sua participação e atuação multiprofissional, beneficiando

tanto os indivíduos como a comunidade (ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA

SALUD,1997). No que diz respeito à formação dos enfermeiros, sabe-se que é

imprescindível que adquiram conhecimentos, habilidades e atitudes para a prática

clínica. Assim, sua formação deve englobar o desenvolvimento de competências

para o saber, como fazer, porquê e para quê fazer (ORGANIZACIÓN

PANAMERICANA DE LA SALUD, 1997).

Ter competência para fazer ou realizar uma tarefa significa ter

conhecimento, habilidade e atitudes compatíveis com o desempenho dela e ser

capaz de colocar esse potencial em prática, sempre que for preciso. Entretanto,

pode-se afirmar que o conhecimento é o que as pessoas sabem ou que buscam

aprender, habilidades, o que elas fazem, e atitudes, o que elas são. Atitude

representa a vontade de fazer as coisas. Habilidade representa o saber fazer, o

como fazer. Conhecimento representa o saber (BALSANELLI et al., 2008).

As abordagens em relação ao processo de transmitir e receber os

saberes são realizados por diferentes metodologias de ensino, desde aquelas que

enfatizam o ensino centrado no professor-transmissor de conteúdo, até aquelas em

que o estudante é participante ativo da sua aprendizagem.

Nesse contexto social em que se vive, atualmente, o ensino nos

cursos da área da saúde devem se aproximar da realidade social na formação de

um profissional ativo e apto a aprender a aprender: aprender a conhecer, aprender a

fazer, aprender a conviver e aprender a ser, buscando atendimento à saúde

integralizado de qualidade, eficiência e com resolutividade (MILTRE, 2008).

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29 1 Introdução

As metodologias ativas utilizam a problematização como uma das

estratégias de ensino-aprendizagem, com a finalidade de alcançar e motivar o

estudante ao raciocínio e à reflexão. É um método que focaliza o estudante como

sujeito que desenvolve o seu aprendizado de maneira crítica e reflexiva,

comprometida com a melhoria da profissão. Para que isso se concretize é preciso

ensinar o processo de investigação e não o resultado da ciência, é colocar o

estudante em confronto com a realidade (TACLA, 2002).

Os pressupostos metodológicos da problematização é bem

explicitado por Bordenave e Pereira (2002) que adaptaram o Método do Arco,

elaborado por Charles Maguerez, em 1960.

Dessa, forma na problematização, o processo de ensino começa

com a exposição dos estudantes a um problema. Essa primeira etapa chama-se

observação da realidade. A segunda etapa consiste em identificar as variáveis do

problema, aquelas que, se modificadas, poderiam resultar na solução do problema.

Ainda, segundo os mesmos autores, a problematização possui uma

terceira etapa, caracterizada pelo momento em que se busca a explanação teórica

do problema. Posteriormente segue a etapa em que os estudantes propõem

hipóteses de solução.

Buscando a excelência no ensino e na aprendizagem, o curso de

Graduação em Enfermagem da UEL, foi criado em 1972, em seu percurso de 40

anos passou por sete reformulações curriculares com a finalidade de propiciar a

formação de enfermeiros comprometidos e engajados com as necessidades dos

indivíduos e da sociedade, sendo que a última mudança, em 2000, culminou com a

implementação do Currículo Integrado (CI) (KIKUCHI; GUARIENTE, 2012;

DESSUNTI et al., 2005).

A opção metodológica do CI da UEL é a Metodologia da

Problematização que, no primeiro momento, realiza a observação da realidade, no

decorrer da qual o tema será trabalhado, desenvolvendo reflexão na busca dos

possíveis fatores que estão associados ao problema emergente da realidade sob

foco.

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30 1 Introdução

No segundo momento, são definidos os aspectos que precisam ser

conhecidos e compreendidos com a finalidade de levantar as possíveis soluções

para esse problema, assim os pontos-chave, que direcionarão os estudos e análises

subsequentes, são determinados.

A seguir, dá-se início ao estudo aprofundado sobre aspectos

teóricos relacionados aos pontos-chave estabelecidos. É, portanto, no transcorrer da

teorização que os estudantes identificam os pressupostos e fundamentos que os

conduzirão à resolução do problema.

O aprofundamento teórico, comparado com a realidade, propicia a

análise e discussão dos dados levantados e a proposição de hipóteses para a

solução dos problemas encontrados, com a finalidade de intervir no que foi

encontrado na realidade.

Por último, são implementadas as hipóteses que melhor atendam os

problemas levantados, é o momento de aplicar à realidade ações que foram

concretamente teorizadas e fundamentadas. Esse método foi denominado Método

do Arco de Maguerez e foi proposto objetivando oferecer respaldo ao “[...] educador

preocupado com o desenvolvimento de seus alunos e a sua autonomia intelectual,

visando o pensamento crítico e criativo [...]” (BERBEL, 1999).

Assim sendo, a Metodologia da Problematização favorece aqueles

que dela participam chegarem a uma ação prática transformadora, proveniente de

um aprofundamento teórico em confronto com a realidade, em decorrência da

elaboração de hipóteses de solução. Nessa metodologia, ocorre interação dinâmica

entre o sujeito que aprende e o objeto do conhecimento é desvelado por meio de

sucessivas aproximações. Dessa forma, o estudante tem possibilidade de aprender

a pensar criticamente, desenvolvendo a capacidade de reconhecer a realidade e

seus problemas, preparando-se para uma ação transformadora nos contextos

profissional e social. Portanto, a Metodologia da Problematização possibilita ao

estudante desenvolver a capacidade de construir seus conhecimentos por meio de

situações observadas no contexto real, desencadeando um processo de ação-

reflexão-ação, contínuo e progressivo (GODOY; SOUZA, 2001).

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31 1 Introdução

O CI está estruturado por módulos onde as atividades de ensino e

aprendizagem são desenvolvidas por diferentes métodos, tais como: aula expositivo-

dialogada, leitura e discussão de textos, mesa-redonda, dramatização, seminários,

estudo de caso, palestras, pesquisa bibliográfica e discussão de situação-problema.

O curso fundamenta-se nos seguintes pressupostos: concepção político-pedagógica

crítica e reflexiva; concepção de homem como ser histórico-social, capaz de

transformar a si e ao mundo; equilíbrio entre vocação técnico-científica e humanista;

organização integrada de conteúdos; análise do fenômeno em sua totalidade;

interdisciplinaridade; teoria e prática indissolúveis; integração ensino, serviço e

comunidade e aprendizagem significativa.

Assim sendo, os princípios pedagógicos do CI visam permitir

aprendizagem significativa e crítico-reflexiva, propiciando ao estudante ser sujeito

ativo, crítico e responsável pela construção de seu próprio conhecimento,

desenvolvendo competências para resolver problemas em sua área de atuação,

exercer sua cidadania e assumir seu papel social na construção de sua realidade.

Ao docente cabe o planejamento das estratégias e dos recursos, a orientação e o

acompanhamento das atividades para promover situações que possibilitem o

alcance das competências (DELLAROZA; VANUCHI, 2005).

O CI acontece ao longo de 4 anos e está dividido em séries, com

destaque ao desenvolvimento do internato na 4ª série. As séries são divididas em

módulos, sendo que cada módulo tem a sua competência, desempenhos e

habilidades a serem atingidos pelos estudantes.

Na 1ª série do curso o estudante já tem uma aproximação com

realidade, teorização e desenvolve atividades praticas em Unidades Básicas de

Saúde (UBS). Na 2ª série, os estudantes iniciam o módulo Práticas do Cuidar, tendo

como competência desenvolver ações de enfermagem individuais e coletivas

relativas à hospitalização do adulto e do idoso, assistindo-os na perspectiva do

cuidado integral (MARTINS; VOLPATO; KRELING, 2005). Esse módulo tem também

como objetivo desenvolver nos estudantes as habilidades técnicas para a realização

de procedimentos de enfermagem. Trata-se do primeiro contato do estudante com o

paciente hospitalizado. Uma das unidades desse módulo focaliza o tema úlcera por

pressão, um fenômeno que permeia a assistência de enfermagem em todos os

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32 1 Introdução

contextos de atuação profissional e cujo ensino para a prática tem preocupado os

membros da equipe de enfermagem, desde os primórdios da profissão (CALIRI,

2002).

Em estudo realizado por Nonino (2006), no HUL, campo de prática

clínica para os estudantes, foi identificado que a equipe de enfermagem que assiste

os pacientes em risco para a úlcera dá maior ênfase às medidas curativas em

detrimento das preventivas. A autora afirma ainda que talvez isso ocorre devido ao

modelo biomédico de atenção à saúde que ainda tem prevalecido como prática

desenvolvida pelos profissionais da saúde e, em especial, pela equipe de

enfermagem. Assim, pode-se inferir que o preparo na formação dos profissionais, na

grande maioria, não rompeu o tradicionalismo, ou seja, ensina-se para atender o que

já está doente e a prevenção continua relegada a um segundo plano.

Rocha e Almeida (2000) e Oliveira et al. (2012) afirmam que a

assistência à saúde ainda reproduz o modelo fragmentado de cuidar e baseado na

doença e não na prevenção. Assim, nos campos de prática, não há atenção integral

à saúde e, predominantemente, cuida-se somente da concepção unicausal da

doença. Isso dificulta que o estudante aplique na prática o que foi ensinado por meio

de outra concepção. Assim, a utilização do modelo biologicista tem revertido em

exemplos que são perpetuados pelos estudantes ainda em formação.

Com relação à UP, o que se observa na prática não é diferente, ou

seja a prevenção ainda é colocada em um segundo plano e, assim, continua sendo

um desafio para a assistência de enfermagem. A UP é uma lesão que apresenta

desenvolvimento muito rápido, e, após sua instalação, o paciente pode apresentar

um período de internação prolongado, afetando a sua condição clínica. É resultante

de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento, sendo

localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma

proeminência óssea (SANTOS; CALIRI, 2007).

Enfatiza-se que a incidência de UP é considerada como indicador

(negativo) do resultado da qualidade dos serviços de saúde e da assistência de

enfermagem (SIMÃO, 2010). A UP também é classificada mundialmente como

evento adverso, ou seja, uma ocorrência indesejável. Porém, na maioria das vezes,

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33 1 Introdução

pode ser prevenida, o que reafirma que o modelo biomédico é predominante na

assistência ao paciente, pois, nesse modelo, trata-se a doença como forma de curar

e não de preveni-la. Sua natureza danosa ou prejudicial compromete a segurança

do paciente que se encontra sob os cuidados dos profissionais de saúde

(NASCIMENTO, 2008).

Denota-se que, na atualidade, a segurança do paciente se constitui

como um dos problemas mais críticos para a saúde. Dessa forma, são

imprescindíveis ações crescentes com o objetivo de diminuir complicações que

podem ser evitadas, bem como prevenir possíveis erros por meio da utilização da

Prática Baseada em Evidências (PBE). Para tanto, exige-se relação efetiva entre os

profissionais da beira do leito e a gerência da instituição (BRADLEY; DIXON, 2009).

Assim sendo, os profissionais de saúde que assistem os pacientes,

principalmente os enfermeiros, que são essenciais no processo para evitar erros,

impedir tomadas de decisões inadequadas, gerenciando a assistência com o uso de

estratégias que promovam a segurança e qualidade do cuidado (AGÊNCIA

NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013).

É necessário repensar a prática, tendo o entendimento que é

possível diminuir as complicações para o paciente. Sabe-se que há um despertar

das instituições de saúde e dos profissionais em busca de formas de tornar a

assistência de saúde mais segura para os pacientes e, por consequência, mais

segura para os profissionais que prestam assistência (AGÊNCIA NACIONAL DE

VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013).

É fato que a enfermagem tem ainda desenvolvido mais o cuidado de

forma fragmentada e pautado no modelo biomédico do que em evidências, o que

muitas vezes não atende as reais necessidades do paciente. Dessa forma, é

necessário propiciar capacitação e apoio aos enfermeiros para identificar e utilizar

práticas baseadas em evidências, relacionadas à segurança do paciente como, por

exemplo, as diretrizes de prevenção de UP. Verifica-se, ainda, que o sistema de

saúde tem incentivado o desenvolvimento de boas práticas, impondo condições não

reembolsáveis de custos relacionados aos cuidados pós-queda, infecções urinárias,

úlcera por pressão, dentre outras (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA

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34 1 Introdução

SANITÁRIA, 2013).

Nesse cenário, observa-se uma nova cultura gerencial e assistencial

desenvolvida pela enfermagem, na qual se buscam maneiras de prevenir

complicações, bem como as instituições de saúde têm aplicado cada vez mais

recursos financeiros para a identificação e implementação de estratégias que visem

a segurança dos indivíduos (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,

2013).

Dessa forma, é imprescindível que os profissionais de saúde, em

sua formação, desenvolvam competências para realizar ações que evitem

resultados indesejáveis e que possam colocar os indivíduos em situações de risco.

Uma das formas de proporcionar segurança ao paciente é por meio do cuidado de

saúde de alta qualidade que pode ser alcançado utilizando-se a PBE, através de

uma equipe de enfermagem habilitada para tal (SAMMER et al., 2010).

De acordo com World Health Organization (2011), para enfrentar de

forma eficaz as questões que envolvem a segurança dos pacientes, é necessário

compreender a amplitude dos problemas que são enfrentados no cotidiano laboral

pelos profissionais de saúde, ou seja, repensar a culpabilidade somente dos

trabalhadores, pois é notória a precariedade das instituições de saúde no que tange

aos materiais, equipamentos, recursos humanos insuficientes, tanto em quantidade

como em qualidade, dentre outros, que colaboram para que ocorram os erros ou se

coloquem os paciente em situações de risco, porém, isso não quer dizer que os

indivíduos não devam ser responsabilizados pelos seus atos.

Enfatiza-se que o ensino tem colaborado para a situação

supracitada, visto que, desde a graduação, tem repassado aos estudantes que não

se pode errar, ou colocar o paciente em situação de risco, posto que é vergonhoso,

esse entendimento tem sido uma realidade também nos serviços de saúde, onde o

erro, ou situações na qual o paciente é colocado em risco, é visto de uma maneira

individualizada e que também ocorre pelo descuido do trabalhador (AGÊNCIA

NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013).

Assim, é preciso romper esse entendimento e o ensino deve mostrar

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35 1 Introdução

ao estudante que errar é humano e que os profissionais de saúde não têm a

intenção deliberada em errar, apenas em uma minoria de situações cometem

violações deliberadas. É preciso saber que quanto mais se compreende como e

porquê essas coisas acontecem mais aumenta a probabilidade de diminuir a

reincidência. Assim, o ensino deve proporcionar aprendizagem significativa, partindo

do princípio que o erro do profissional, bem como as situações de risco em que os

pacientes muitas vezes se encontram, também, é resultante do sistema (REASON,

2003).

Ainda é preciso que os gestores investiguem os fatores que

colaboram para o erro ou quais as situações de risco a que estão expostos os

pacientes para que possam ser buscadas estratégias para impedi-los e assim

prevenir e evitar agravos à saúde dos mesmos (REASON, 2003).

Uma situação de risco comum em instituições hospitalares,

vivenciada pelos pacientes, está relacionada com as UPs. Vários pesquisadores

investigaram a incidência de UP em hospitais universitários e públicos no Brasil. Os

resultados encontrados variaram de 39,8 a 62,5% (COSTA, 2003; FERNANDES,

CALIRI, 2008; FERNANDES; TORRES, 2008; PARANHOS, 1999; ROGENSKI;

SANTOS, 2005;

No HUL, uma pesquisa desenvolvida por Pachemshy (2009) revelou

que a incidência de UPP foi de 33,6%. A investigação incluiu 232 pacientes com

maior grau de dependência para o cuidado (III e IV), internados em unidades de

pronto-socorro, unidades masculina e feminina e também na UTI adulto. Tal

pesquisa foi realizada no período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007, sendo

utilizada a Escala de Braden para avaliação do risco de UP. Os resultados

apresentados pela autora mostraram que, nos pacientes com grau de dependência

III, a incidência foi de 19,4% e, nos pacientes com grau de dependência IV, o índice

foi de 51,6%, com predomínio de UP na região sacral (74,4%). A incidência foi maior

nos pacientes clínicos (41,3%) do que nos pacientes cirúrgicos. No estudo não foi

apresentado o nível de risco obtido dos pacientes na avaliação, por meio da Escala

de Braden e também não foi feita a relação dos dados observados com os critérios

para que os pacientes fossem classificados e cuidados conforme o grau de

dependência, ou para que medidas fossem utilizadas para a prevenção.

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36 1 Introdução

Ainda foi ressaltado que, no momento do estudo, não havia na

instituição um protocolo institucional de medidas preventivas. Concluiu-se, para o

contexto estudado, que há a necessidade de protocolos de medidas preventivas e

melhor atenção aos pacientes com maior risco para desenvolver UP, assim como a

educação continuada dos profissionais (PACHEMSHY, 2009).

Outro estudo, também desenvolvido no HUL, identificou o

desenvolvimento de UP em 148 pacientes cirúrgicos e encontrou a incidência de

25%. Essa pesquisa avaliou o desenvolvimento de UP em pacientes cirúrgicos,

identificando que as áreas corporais mais acometidas pelas lesões foram: a região

sacro/glútea (68%), calcâneos (18%), região dorsal (9%) e o pavilhão auricular (5%).

Ainda, revelou que a maioria das lesões diagnosticadas foi de grau II (57%), seguida

por lesões de grau I (41%) e grau III (2%), sendo que não foi detectado nenhuma

lesão de grau IV (URSI, 2010).

Ressalta-se que, no estudo anteriormente descrito, as variáveis

consideradas como estatisticamente significantes para o desenvolvimento de úlcera

por pressão foram: idade, sexo, avaliação por meio da classificação ASA

(classificação em níveis de gravidade), tempo de anestesia, porte cirúrgico e

presença de hipertensão arterial. Como conclusão da pesquisa, a autora se propôs a

organizar a avaliação do desenvolvimento de UP no paciente cirúrgico através da

aplicação da Escala de Braden e sugeriu que a mesma seja aplicada pelo

enfermeiro no perioperatório, por ser intervenção de fácil realização.

Ainda outra pesquisa desenvolvida no HUL, por Lemos (2011),

também identificou a incidência de UP por pressão em pacientes com restrição de

movimentos, no pós-operatório imediato e tardio. Os pacientes foram avaliados,

utilizando-se a Escala de Braden e identificou-se quais apresentavam risco para o

desenvolvimento de UP. A coleta de dados durou 3 meses e incluiu 15 pacientes. A

incidência de UP foi de 40%. A faixa etária de maior incidência foi de 18 a 28 anos

(26,6%), diretamente relacionada à clínica de maior incidência, a ortopédica, com

50% das úlceras.

Em estudo de Simão (2010), investigou-se a incidência e prevalência

de UP em 346 pacientes internados em quatro unidades de terapia intensiva de um

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hospital público de ensino do Estado de São Paulo, no mês de outubro de 2009, e a

conformidade das ações de enfermagem, considerando os registros de enfermagem

dos prontuários. A prevalência nas UTIs variou entre 9,52 e 26,47% (no total de

15,6%) e a incidência, de 11,84 a 16% (no total de 13,69%). Dos 252 pacientes

admitidos sem UP, somente 47 (19%) não tinham risco e 39 (15,47%) tinham risco

alto e altíssimo. O estudo desvelou que ações de enfermagem não estavam em

conformidade com as recomendações das diretrizes internacionais em relação ao

uso da Escala de Braden, ao uso de medidas de prevenção, considerando o risco do

paciente, e ao registro das características da pele e das úlceras.

Nesse mesmo estudo foram demonstrados ainda problemas

relacionados à concordância entre os enfermeiros e a pesquisadora quanto à

determinação de alguns subescores da Escala de Braden e a escala era realizada

somente com a finalidade administrativa de fornecer informações institucionais

(associadas aos índices de UP) para o programa Compromisso com a Qualidade

Hospitalar (CQH), mantido pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pelo

Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), ao qual o

hospital é afiliado (SIMÃO, 2010).

Em outra pesquisa, realizada com pacientes e profissionais de UTI

do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, evidenciou-se que as intervenções

educativas não trouxeram impacto na redução dos índices de incidência e na prática

clínica dos profissionais (FERNANDES; CALIRI; HAAS, 2008). No mesmo estudo foi

identificado ainda que instrumentos para a avaliação das condições clínicas dos

pacientes, como Escala de Braden e Escala de Glasgow, são eficazes para a

detecção do risco e podem auxiliar o enfermeiro na identificação de pacientes em

risco e para o planejamento da assistência (FERNANDES; CALIRI, 2008).

Em investigação desenvolvida no Hospital Universitário do Estado

de São Paulo, com o objetivo de avaliar a implementação de um protocolo de

prevenção de UP, por meio do estudo da prevalência e incidência, mostrou que,

dentre os 87 pacientes avaliados, houve prevalência de 19,5% e incidência de

18,4% dos 190 pacientes de risco acompanhados. Em relação à implantação do

protocolo, os resultados encontrados identificaram que as enfermeiras abordaram o

protocolo como instrumento de trabalho adotado e avaliado segundo as experiências

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38 1 Introdução

vividas durante o desempenho da assistência de enfermagem. Também, nesse

mesmo estudo, foram apontadas dificuldades na adoção do protocolo por problemas

relativos aos profissionais com restrição física, às vagas não repostas no quadro de

pessoal e à necessidade de capacitação do pessoal (ROGENSKI, 2011).

Em pesquisa realizada em Hospital de Ensino da Universidade

Federal do Paraná, onde 311 pacientes foram avaliados com o objetivo de verificar a

prevalência e os fatores de risco para presença de UP, apresentou-se como

resultado uma prevalência de 9,97%. Os pacientes avaliados pertenciam às

unidades de internação do referido hospital, com maior prevalência para o centro de

terapia semi-intensivo, com 66,67%, seguido da unidade de internação de

infectologia adulta, com 42,86% (RIBAS, 2011).

A literatura destaca que, para que seja prestada assistência de

qualidade ao paciente em risco para UP, é fundamental que toda a equipe de saúde

esteja envolvida, devido à multicausalidade do problema. Entretanto, a equipe de

enfermagem é a que está mais próxima do paciente. Nesse aspecto, o enfermeiro

possui papel ímpar, pois é o responsável pela prescrição de enfermagem, pela

supervisão e gerência da equipe para que se tenha adesão às recomendações e às

medidas preventivas (FERNANDES, 2006). Porém, estudos têm evidenciado que

nem sempre os enfermeiros possuem o conhecimento necessário para que possam

implementar o Processo de Enfermagem (PE), utilizando as evidências sobre o

assunto (MIYAZAKI, 2009; POLETTI, 2005). Esses estudos mostram, ainda, que o

problema pode estar associado à formação do enfermeiro.

Poletti (2005) investigou a questão do ensino de graduação em

enfermagem referente ao tema UP e à falta do uso de estratégias embasadas em

evidências, pelos professores, para que conduzam a aprendizagem significativa pelo

estudante. A pesquisa descritiva do tipo inquérito foi realizada com 36 docentes dos

cursos de graduação em enfermagem de 8 instituições públicas de ensino superior

do Estado de São Paulo. Dentre os participantes, 28% ministravam conteúdo teórico

em sala de aula, 75,6% em estágio curricular e 33,3% teórico-prático em laboratório.

O método mais utilizado em sala de aula era aula expositiva (44,4%) e, em

laboratório de ensino, a demonstração de procedimentos pelo professor (58,3%). No

ensino clínico, a estratégia utilizada com maior frequência era a aprendizagem por

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39 1 Introdução

repetição, em que um estudante fazia o procedimento e os demais observavam

(83,3%). O ensino da prevenção era centralizado nos fatores de risco (91,7%), e

41,7% dos docentes acreditavam que não estavam preparados para o ensino do

tema e consideravam o assunto complexo. O estudo apontou, ainda, que diversas

competências do estudante para a assistência de enfermagem ao paciente com UP

— as quais poderiam ser desenvolvidas no campo clínico, não estavam sendo

abordadas pelos docentes e poderiam ser enfocadas dentro do ensino das fases da

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), um componente básico e

obrigatório do ensino de graduação e da prática profissional.

Em estudos sobre o conhecimento dos estudantes de graduação em

Enfermagem e dos profissionais (enfermeiros e membros da equipe de enfermagem)

sobre a prevenção da UP, utilizando-se um instrumento construído a partir das

recomendações para a PBE, identificaram-se que existem aspectos da prevenção

nos quais ambos os grupos de participantes apresentaram déficits de conhecimento.

Isso foi verificado independentemente da formação do profissional, do tempo de

experiência na enfermagem e do ano da realização da pesquisa (CALIRI;

MIYAZAKI; PIEPER, 2003; FERNANDES; CALIRI; HAAS, 2008; MIYAZAKI, 2009;

RANGEL, 2004).

Miyazaki (2009), utilizando um teste com itens verdadeiros e falsos

sobre a prevenção e avaliação da UP, identificou que o conhecimento dos

enfermeiros foi insuficiente (média de 79,4%) e que muitas medidas inadequadas,

ou que poderiam causar danos, ou colocar os pacientes em risco, foram

consideradas corretas. Ainda, de acordo com a mesma autora, outros estudos

nacionais e internacionais obtiveram resultados semelhantes na porcentagem de

acertos, mostrando que o déficit de conhecimento sobre a fundamentação teórica da

assistência de enfermagem é um problema mundial.

Denota-se que esse mesmo panorama foi observado na pesquisa de

Fernandes, Caliri e Haas (2008). Nela, mostrou-se a deficiência no conhecimento

entre os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem quando questionados

sobre o estadiamento e as medidas de prevenção da UP.

Ainda, os estudos citados anteriormente de Fernandes, Caliri e Haas

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(2008) apontam que estudantes e profissionais expostos a métodos ativos de

aprendizagem, durante a sua formação, prática profissional ou pós-graduação,

tiveram melhores escores nos testes de conhecimento (com diferenças

estatisticamente significantes), implicando que o conhecimento depende do

processo ensino e aprendizagem que ocorre ao longo da formação e da prática

profissional.

Considerando as estratégias para o ensino-aprendizagem das

competências para prevenção e tratamento de UP, é possível afirmar que o

pensamento crítico para a tomada de decisão baseada em evidências seja uma

estratégia necessária (POLLETI, 2005).

Embora a SAE não seja uma estratégia de ensino-aprendizagem, o

enfermeiro deve utilizá-la, por meio do julgamento clínico, como método para

tomada de decisão ante o paciente com risco para desenvolvimento de UP. Esse

instrumento metodológico é conhecido internacionalmente e no Brasil é reconhecido

pelo Conselho de Enfermagem (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2009).

A SAE deve ser utilizada para organizar e planejar ações

assistenciais, gerenciais, científicas ou em pesquisas. A sua aplicação traz muitos

benefícios, como as observadas na redução da incidência e tempo das internações

hospitalares e prevenção de erros, pois favorece boa comunicação entre a equipe

de enfermagem e de saúde e, por consequência, na prevenção da UP (AMANTE;

ROSSETO; SCHNEIDER, 2009; ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Ressalta-se que a SAE orienta o enfermeiro para assistência

eficiente, sistematizada, direcionada e de baixo custo. É uma forma de os

enfermeiros avaliarem constantemente sua prática e refletir como poderiam

desenvolvê-la com mais eficácia e segurança para o paciente e, consequentemente,

para a equipe de enfermagem (AMANTE; ROSSETO; SCHNEIDER, 2009).

Reforça-se que prevenção da UP é significativa se a avaliação do

risco do paciente para UP, as intervenções para a prevenção e a avaliação dos

resultados da assistência forem atividades inter-relacionadas, e não trabalhadas

isoladamente. As etapas do PE — avaliação, diagnóstico, planejamento,

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implementação e evolução — são tão relevantes no gerenciamento pelo enfermeiro

da avaliação de risco para UP quanto no gerenciamento de qualquer outra condição

clínica (MAGNAN; MAKLEBUST, 2009).

O processo de ensino e aprendizagem pode ser estimulado com o

uso de diferentes métodos. O aprender pela busca e o uso das evidências são

estratégias que permitem a articulação do conhecimento com as competências para

a prática, ao incitar o estudante a adotar uma postura ativa (PERRENOUD, 1999).

Para Schmidt e Brown (2007), a meta do ensino na graduação em enfermagem é

desenvolver competências requeridas para a PBE.

Diante das considerações anteriores e pela observação empírica

que a incidência e a prevalência de UP no HUL ainda constituem problema de

enfermagem de difícil solução e que os alunos do Curso de Graduação de

Enfermagem, que realizam suas práticas clínicas no referido hospital, embora

estejam vivenciando um currículo integrado têm dificuldades de relacionar a teoria

com a prática é que este estudo foi proposto. Acredita-se que a partir deste estudo,

onde é utilizada uma metodologia de ensino para propiciar aos estudantes

conhecerem as melhores evidências na prevenção da UP, advindas das diretrizes

recomendadas na literatura científica pertinente e observarem a prática assistencial,

as experiências de aprendizagem serão significativas.

1.1 REFERENCIAL TEÓRICO

A prática baseada em evidências tem sido amplamente discutida na

literatura em todo o mundo, e poderá trazer mudanças significativas da prática de

enfermagem que ainda está alicerçada em tradição, rituais e tarefas propiciando

mudanças para uma prática reflexiva pautada em conhecimento científico,

favorecendo a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem ao paciente

(GALVÃO; SAWADA; MENDES, 2002).

A prática clínica baseada em evidências consiste em fazer escolhas,

em relação ao melhor exame para diagnosticar uma doença e ao tratamento mais

efetivo para o paciente. A tomada de decisão clínica para as melhores escolhas

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dependem do conhecimento da evidência pelo profissional, das suas habilidades e

atitudes, dos recursos disponíveis e expectativas e preferência do paciente

(GLASZIOU, 2010). O termo “baseado em evidências” apareceu pela primeira vez

de forma documentada por Gordon Guyatt e ao Evidence Based Medicine Working

Group, em 1992, onde descreveram que a medicina baseada em evidência deveria

ser além da intuição, da experiência clínica não sistemática e da fisiopatologia

(CULLUM et al., 2010).

A prática baseada em evidência na medicina consiste em um

processo que segue as seguintes etapas: 1º- levantamento dos problemas e

formulação das questões; 2º- pesquisa da literatura sobre o tema em questão; 3º-

avaliação e interpretação dos estudos coletados mediante os critérios estabelecidos;

4º- utilização das evidências encontradas relacionadas com a assistência, ensino ou

com a elaboração cientifica (DRUMMOND, 2002).

De acordo com Simon (1999), a prática baseada em evidências não

se baseia na intuição, observações não sistematizadas ou princípios patológicos. Ela

dá ênfase à utilização de pesquisas para conduzir a tomada de decisão clínica. Essa

abordagem precisa do aprendizado de novas habilidades para serem utilizadas nos

processos de tomada de decisão. Essas habilidades envolvem a utilização formal

das regras da evidência ao avaliar a literatura. Dessa forma, a prática baseada em

evidências envolve a pesquisa com a experiência clínica e as preferências do

paciente para que seja tomada a decisão sobre um problema específico (SIMON,

1999).

A evidência é fundamental e se caracteriza como algo que dá provas

para a tomada de decisão, envolve resultados de investigações científicas e

consenso de especialistas de renome. Dentro de uma organização devem ser

incluídos fatos ou dados provenientes do trabalho desenvolvido (STETLER et

al.,1998).

A prática da enfermagem baseada em evidências surge no

movimento da medicina baseada em evidências, que é conceituada como o

consciencioso, explícito e criterioso uso da melhor evidência para tomar decisão

sobre o cuidado individual a ser prestado ao paciente, é uma prática que envolve a

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integração da experiência clínica individual com a melhor evidência externa avaliada,

proveniente de revisão sistemática de pesquisas (SACKETTI, 1996).

Assim como na medicina baseada em evidências, a aplicação da

enfermagem baseada em evidências depende do discernimento e especialização do

enfermeiro, da evidência de pesquisa válida e relevante, dos recursos disponíveis e

das preferências e circunstâncias do paciente (CULLUM et al., 2010).

Com relação à enfermagem baseada em evidências, Ingersoll (2000)

defini-a como o uso consciencioso, explícito e criterioso de informações

provenientes de teorias, pesquisas para a tomada de decisão sobre o cuidado

prestado ao paciente ou grupo de pacientes, levando em consideração as

necessidades individuais e preferências dos mesmos (INGERSOLL, 2000).

Para que enfermagem baseada em evidências seja amplamente

utilizada é imprescindível que o enfermeiro tenha conhecimento e competência para

interpretar os resultados advindos de pesquisa, os quais auxiliarão na tomada de

decisão relacionada com a assistência de enfermagem. É necessário, ainda, o

desenvolvimento de uma cultura gerencial e organizacional que propicie e estimule a

utilização de pesquisas (MCSHERRY; PROCTOR-CHILDS, 2001).

Corrobora a afirmação supracitada Simpson (1996), ao afirmar que,

no Canadá, ações foram tomadas para que fosse desenvolvida a prática baseada

em evidências; hospitais e instituições de saúde definiram a relação entre a

pesquisa e a prática, e estratégias essências foram tomadas para sua

implementação, tais como: a criação de comissões orientadas para a pesquisa na

enfermagem, desenvolvimento de planos estratégicos, articulação de incentivos

voltados para a pesquisa e o uso de modelos na prática profissional. Introduziram-se

programas que revelam ideias oriundas da prática, promoção de diretrizes baseadas

em pesquisa e estímulo para a tomada de decisões baseadas na prática em

evidências pela equipe de enfermagem. Os hospitais incentivaram e apoiaram

incondicionalmente medidas para promover o uso de pesquisa na prática como, por

exemplo: programas educativos para a equipe de enfermagem, desenvolvimento de

projetos de pesquisa nas unidades laborais, definição do papel de pesquisador para

o avanço da prática de enfermagem, por meio da utilização de pesquisas, sendo

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44 1 Introdução

que, em alguns serviços, o acesso à informação foi agilizado por meio do uso da

informática.

Assim, para ser utilizada a prática baseada em evidências, o

enfermeiro precisa de um ambiente de trabalho organizado que proporcione

recursos, para conseguir as evidências disponíveis, e tempo para as discussões

entre os profissionais envolvidos na assistência sobre a viabilidade das mudanças a

serem executadas. A prática clínica atualizada, fundamentada nos resultados da

investigação científica, proporciona ao enfermeiro segurança na tomada de

decisões, à qualidade dos cuidados prestados e maior autonomia da enfermagem

(CHICÓRIA, 2013).

Enfatiza-se que é fundamental que o enfermeiro seja competente

tecnicamente, tenha capacidade de julgamentos independentes e tenha habilidade

para a tomada de decisão. Assim sendo, deve ser capaz de analisar dados de

pesquisa e utilizar os seus resultados na assistência de enfermagem ao paciente.

Fica então desvelado que precisa de conhecimento científico para utilizar na prática

profissional, isto é, precisa entender o processo de pesquisa e da investigação

sistemática dos problemas oriundos da prática (CULLUM et al., 2010).

Galvão, Sawada e Rossi (2002) são enfáticos ao afirmarem que a

implementação da prática baseada em evidências na enfermagem poderá contribuir

para a melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente e à redução de

custos. Para tanto, é preciso que o enfermeiro faça a formulação de questões,

busque as evidências disponíveis por meio de pesquisas que possam responder às

questões levantadas, após, deve realizar uma avaliação dos resultados provenientes

dessas pesquisas sobre a viabilidade de aplicação na prática e implementar as

mudanças baseadas nas informações coletadas.

Melnyk et al. (2008) colocam que, para acelerar a translação dos

resultados de pesquisa para a prática clínica, duas principais atividades precisam

ocorrer: 1) os enfermeiros que prestam assistência direta e os especialistas

precisam adquirir habilidades e conhecimento suficientes, assim como desenvolver

crenças sobre o valor da PBE; 2) os educadores precisam ensinar o processo da

PBE para os estudantes, a fim de que o incorporem em suas competências para a

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prática profissional, visando o cuidado com a melhor qualidade possível.

Para Melnyk e Fineout-Overholt (2005), a PBE é um método

inovador para a solução de problemas da prática e para aplicá-lo é preciso: 1) a

busca sistemática, assim como a avaliação e síntese das melhores e mais

relevantes pesquisas para responder uma questão clínica (evidências externas); 2) a

própria experiência clínica do profissional, que inclui as evidências internas (de seu

contexto de prática), geradas por meio do projeto de melhoria de qualidade ou

gerenciamento de resultados, pela avaliação completa do paciente e da

disponibilidade e pelo uso de recursos necessários, para a obtenção dos resultados

esperados para o paciente e 3) as preferências e os valores dos pacientes.

Pelo exposto, pode-se afirmar que a PBE é um dos recursos que

deve ser utilizado na saúde para cuidar dos pacientes, visto que é uma forma de

prestar assistência com qualidade e voltada para as necessidades individuais de

cada pessoa. Porém, para que isso se formalize, é necessário a utilização de

protocolos para dar suporte à prática diária aos cuidados ao paciente. Os protocolos

são fundamentais porque descrevem como se deve fazer a prática baseada na

evidência.

As instituições de saúde internacionais e nacionais utilizam diretrizes

clínicas para subsidiarem a construção de protocolos para a assistência de

pacientes, considerando os problemas de maior prevalência, os quais geram maior

custo ou causem maior impacto na qualidade dos serviços (MIYAZAKI, 2009). As

diretrizes mais atuais em relação ao tema prevenção e tratamento de UP são da

Associação Norte-Americana de enfermeiros especialistas em feridas, estomas e

incontinências Wound Ostomy and Continence Nurses Society (2010) e as do

National Pressure Ulcer Advisory Panel/European Pressure Ulcer Advisory Panel

(NPUAP/EPUAP) (2009). Em ambas as versões, a maioria das intervenções

recomendadas é decorrente da opinião de especialistas, demonstrando a

necessidade de mais pesquisas sobre o assunto. Verifica-se que essas

recomendações formam um corpo de conhecimento que deve ser incorporado no

ensino da assistência ao paciente, fundamentadas na avaliação do risco do

paciente, na inspeção das condições de integridade tecidual e no estabelecimento

das medidas de prevenção, considerando os fatores de risco presentes.

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46 1 Introdução

Assim sendo, é necessário que as práticas sejam seguras no

cuidado dos pacientes. A segurança do paciente tem ganhado relevância de

especialidade, chamando para a necessidade da enfermagem de se capacitar

cientificamente e se comprometer eticamente com ações sistêmicas de avaliação e

prevenção, tentando viabilizar a redução de desfechos indesejados, bem como a de

analisar o impacto sobre a qualidade do cuidado, a eles oferecido (VARGAS; LUZ,

2010).

Os autores anteriormente citados afirmam que, para se ter práticas

seguras e que atendam as transformações tecnológicas, sociais e econômicas, é

preciso traduzi-las para indicadores de qualidade, qualidade do cuidado, protocolos

assistenciais e/ou do cuidado, gestão de risco, enfermagem baseada em evidências,

eventos adversos, segurança do paciente, acreditação hospitalar, comissão de ética

e estratégias preventivas.

A qualidade em saúde é definida como qualidade com o grau de

atendimento a padrões estabelecidos, diante de normas e protocolos que organizam

as ações e práticas, assim como aos atuais conhecimentos técnico-científicos

(VITURI; MATSUDA, 2009).

Para Jung (2005), os protocolos de cuidados, com base no princípio

da prática baseada em evidência, constituem-se em mais uma ferramenta que pode

ser utilizada com qualidade para complementar a prescrição de enfermagem e

orientar a construção de sistemas de avaliação de eficiência e eficácia. Outras

motivações para a utilização de protocolos clínicos incluem a proteção contra o risco

de acusações relacionadas à prática profissional e à redução de custos (JUNG,

2005).

Na atualidade, estima-se que 50% das ações propostas para a

efetivação de práticas seguras estão diretamente relacionadas ao cuidar do paciente

pela enfermagem, sendo que a elaboração e a aplicação de protocolos são

essenciais, visto que impactam sobre a segurança e a qualidade do cuidado e, por

consequência, propiciam a aceleração da recuperação, a redução de uma ou mais

complicações, as falhas e eventos adversos, a redução do tempo de internação e do

custo hospitalar, a organização da equipe de trabalho e a satisfação dos pacientes e

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familiares (VARGAS; LUZ, 2010).

É fato que os protocolos são importantes, mas apresentam limites, e

embora estejam alicerçados em referências científicas e tecnológicas, não devem

ser utilizados para além de sua necessidade, pois sua utilização sem avaliação

constante de acompanhamento gerencial sistemático e revisões científicas regulares

pode constituir-se em ferramenta com possibilidades de cristalizar ações de

planejamento, de inovações, ou seja, os gestores podem ficar desestimulados e não

buscar mais as renovações e inovações. Assim sendo, o protocolo gera a

necessidade de os gestores estarem atentos e avaliarem a sua eficácia

constantemente (SCHEIND et al., 2003).

Diante das considerações anteriores, pode-se afirmar que a PBE

tem se configurado em um paradigma de grande relevância para a enfermagem no

cuidar dos pacientes. Assim, por acreditar que esse modelo propicia a melhoria na

qualidade da assistência de enfermagem, diminui os riscos para o paciente e equipe

de saúde, dentre outros fatores, é o que selecionamos como referência para

embasar teoricamente a presente investigação.

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2 OBJETIVOS

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49 2 Objetivos

2.1 Objetivo geral

Propor uma metodologia de ensino para estudantes da 2ª série do

curso de Enfermagem da UEL, para a avaliação do risco de desenvolvimento da

úlcera por pressão, em pacientes internados em unidade médico-cirúrgica, e

observação do uso de ações de prevenção pelos profissionais, de acordo com o

referencial da prática baseada em evidência.

2.2 Objetivos específicos

2.2.1 Identificar se, após um workshop sobre a prática baseada em evidência e

apresentação das evidências para prevenção da UP, os estudantes foram

capazes de reconhecer o risco para úlcera por pressão e a ocorrência do

problema em pacientes da Unidade Masculina do HUL.

2.2.2 Investigar se, após um workshop sobre a prática baseada em evidência e

apresentação das evidências para a prevenção da UP, os estudantes foram

capazes de identificar as ações para a prevenção de UP, utilizadas ou não

pelos enfermeiros do HUL, por meio da análise dos registros das prescrições

de enfermagem em prontuários.

2.2.3 Revelar o significado da experiência dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem da UEL, referente a metodologia proposta.

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3 MATERIAL E MÉTODO

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51 3 Material e Método

3.1 Tipo de estudo

A pesquisa foi desenvolvida a partir da utilização de métodos

quantitativos e qualitativos, com delineamento descritivo. A coleta de dados foi

realizada em 3 fases. A primeira constou de um workshop com estudantes de

graduação e ocorreu no mês de outubro de 2012. A segunda foi desenvolvida pela

docente/pesquisadora tendo os estudantes como auxiliares de pesquisa e foi

realizada com pacientes que estavam internados durante 15 dias sequenciais, nos

meses de novembro e dezembro de 2012. A terceira fase foi realizada com os

estudantes no mês de dezembro de 2012.

3.2 Procedimentos éticos

Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa foi atendido o que

consta na Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, quanto à pesquisa

envolvendo seres humanos (BRASIL, 1998).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UEL

(ANEXO A), juntamente com os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido e

Termo de Confidencialidade e Sigilo (APÊNDICES A, B e C).

Os Termos de Consentimento foram obtidos dos estudantes

participantes na primeira e terceira fase da pesquisa (APÊNDICE A) e dos pacientes

ou familiares dos pacientes que não apresentavam condições físicas ou psicológicas

de fazê-lo, na segunda fase (APÊNDICE B).

O Termo de Confidencialidade e Sigilo foi obtido da pesquisadora e

dos estudantes que se comprometeram a manter sigilo sobre todas as informações

obtidas do prontuário do paciente na coleta de dados correspondente à segunda

fase da pesquisa (APÊNDICE C e C1).

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52 3 Material e Método

3.3 Caracterização do local do estudo

A primeira fase da pesquisa foi realizada por meio de workshop em

sala de aula e laboratório, nas dependências do Centro de Ciências da Saúde, do

HUL, da UEL. A sala com capacidade para 30 estudantes, possuía infraestrutura

adequada para o desenvolvimento da atividade, era silenciosa e dispunha de

equipamentos de multimídia, cadeiras confortáveis, configurando-se como ambiente

propício para o workshop. O laboratório estava equipado com materiais e

equipamentos para treinamento dos procedimentos e técnicas fundamentais para a

enfermagem.

Para a segunda fase, a pesquisa foi desenvolvida na Unidade

Médico-Cirúrgica Masculina do HUL, um órgão suplementar da UEL, e o único

hospital público de grande porte localizado no norte do Estado do Paraná. A

instituição atende a população de Londrina, da região norte do Paraná, bem como a

de algumas cidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Possui

capacidade para 333 leitos, distribuídos em 6 unidades de internação (médico-

cirúrgica masculina, médico-cirúrgica feminina, pediatria, maternidade, moléstias

transmissíveis e tisiologia). Todos os leitos estão disponíveis ao Sistema Único de

Saúde (SUS): 289 no próprio HUL e 44 conveniados com a Maternidade Municipal

de Londrina. Possui ainda 120 salas de consultas no Ambulatório Hospital das

Clínicas e 7 salas cirúrgicas.

A Unidade Masculina do HUL é uma unidade de internação, com

capacidade para 67 leitos. Atende pacientes adultos e idosos em quase todas as

especialidades médico-cirúrgicas: bucomaxifacial, cardiologia, endocrinologia,

gastroenterologia, hematologia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, oncologia,

otorrinolaringologia, plástica, pneumologia, psiquiatria, reumatologia, urologia e

vascular.

A equipe de trabalho dessa unidade é composta por 11 enfermeiros,

31 técnicos de enfermagem, 24 auxiliares de enfermagem, 4 técnicos

administrativos, 2 atendentes de enfermagem e 7 auxiliares operacionais. O método

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53 3 Material e Método

de trabalho é o cuidado integral, em que um auxiliar ou técnico de enfermagem é

responsável por duas enfermarias, com 6 leitos cada uma, em turnos de 6 horas

durante o dia e 12 horas à noite. Em cada turno de trabalho são escalados 2

enfermeiros para a supervisão da assistência de enfermagem e um enfermeiro para

as atividades gerenciais (chefe de setor) com carga horária de oito horas diárias.

A SAE no referido hospital está implantada em todas as unidades de

internação, porém, não em todas as fases conforme preconizado: Histórico de

Enfermagem, Exame Físico, Diagnóstico de Enfermagem, Prescrição da Assistência

de Enfermagem, Evolução da Assistência de Enfermagem, Relatório de

Enfermagem (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2009). Nas Unidades

Pronto-Socorro Masculina e Feminina e na Unidade Tisiologia, a SAE é realizada e

registrada pelos enfermeiros somente na fase de prescrição de enfermagem. A

evolução é feita apenas para pacientes graves e registrada no espaço do prontuário

designado para anotação de enfermagem pela equipe. Nas unidades críticas, como

UTI Neonatal, Pediátrica e Adulto, além da prescrição de enfermagem, é realizada a

evolução de enfermagem para todos os pacientes. A prescrição de enfermagem é

informatizada em todas as unidades e foi elaborada propondo intervenções de

acordo com as necessidades humanas básicas. A informatização foi desenvolvida

pela equipe técnica de informática do HUL, juntamente com a Comissão da SAE.

Essa comissão é constituída pela Diretoria de Enfermagem, cuja composição é de

enfermeiros da Diretoria de Enfermagem e docentes do Departamento de

Enfermagem. Tem por finalidade revisar, avaliar e inovar a SAE já implantada na

instituição.

Atualmente, na Unidade Masculina, os enfermeiros realizam a SAE,

coletando dados na internação e registrando-os no campo das anotações da

prescrição de enfermagem. A prescrição de enfermagem é realizada diariamente

para todos os pacientes, enquanto o registro da evolução da assistência de

enfermagem é feito para os pacientes graves.

Embora a SAE não seja implementada em todas as fases, destaca-

se que é de fundamental importância que as fases sejam realizadas, visto que, na

prática, elas não se separam, mas se sobrepõem e ajudam o enfermeiro a abordar,

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54 3 Material e Método

de forma lógica, as situações que podem causar problemas e, por consequência, na

solução de problemas. Acrescenta-se que através da SAE exige-se do enfermeiro

pensamento crítico/raciocínio clínico e não apenas executante de tarefas. Dessa

forma, pode-se atingir metas de enfermagem como as que se referem a evitar a

doença e promover, manter e recuperar a saúde, promover, o máximo possível, a

sensação de bem-estar; proporcionar cuidados eficientes e de baixo custo,

atendendo as necessidades individuais e estar sempre procurando maneiras de

melhorar a satisfação do seu cliente em relação aos cuidados prestados (ALFARO-

LEFREVE, 2005; CARPENITO-MOYET, 2007).

A Unidade Masculina é uma das unidades que compõe o campo de

estágio dos estudantes do curso de graduação de Enfermagem da UEL, no módulo

Práticas do Cuidar.

Os estágios acontecem 3 vezes por semana, no período da tarde, e

uma vez por semana, no período matutino. São desenvolvidas, com os estudantes,

atividades relacionadas à assistência de enfermagem, que visam alcançar as

seguintes competências: identificação do conceito e da importância do cuidado na

enfermagem, conhecimento do complexo hospitalar, relacionando-o ao atendimento

das necessidades humanas básicas do paciente hospitalizado, conhecimento e

aplicação dos princípios de biossegurança; desenvolvimento de ações de

enfermagem, atendendo a necessidade de higiene, conforto e segurança e

integridade da pele, manutenção dos sinais vitais, nutrição, eliminação, terapêutica e

desenvolvimento de ações de enfermagem através da aplicação da SAE.

Os docentes do módulo supervisionam diretamente um grupo de 7 a

8 estudantes, dividindo as atividades com os mesmos entre cuidados e medicação.

3.4 População/amostra

A amostra foi constituída de acordo com as fases da pesquisa.

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55 3 Material e Método

3.4.1 Primeira Fase

Estudantes da 2ª série do curso de enfermagem que concordaram

em participar da pesquisa, tinham terminado o módulo Práticas do Cuidar e

participaram do treinamento da PBE, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela

NPUAP/EPUAP (2009). Participaram 8 estudantes, 7 do sexo feminino e um

masculino, idade entre 19 e 31 anos.

A inclusão dos 8 estudantes nesta fase refere-se ao mesmo grupo

que desenvolveu atividades práticas/estágio, na Unidade Masculina do HUL, por

período de 20 dias, totalizando 120 horas, com a pesquisadora no módulo Práticas

do Cuidar.

3.4.2 Segunda Fase

Para atender os objetivos 2.2.1 e 2.2.2 os estudantes convidaram

todos os pacientes admitidos na Unidade Masculina durante 15 dias sequenciais,

nos meses de novembro e dezembro de 2012, acamados ou restritos à cadeira e

que aceitaram participar da pesquisa, totalizando 21 pacientes. Os dados foram

coletados dos pacientes que apresentaram risco para o desenvolvimento da UP e de

seus prontuários. Também foram incluídos todos os pacientes com UP independente

do nível de risco.

3.4.3 Terceira Fase

Foram incluídos todos os estudantes que participaram da primeira e

segunda fase da pesquisa.

3.5 PROCEDIMENTO DA PESQUISA

3.5.1 Primeira Fase

A primeira fase, como descrita anteriormente, foi realizada com os

estudantes da 2ª série que tinham concluído o módulo Práticas do Cuidar no

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56 3 Material e Método

primeiro semestre de 2012 e que também participaram do workshop sobre UP. O

workshop teve duração de 60 horas com atividades teóricas e práticas e constou de

temas pertinentes ao tema UP (APÊNDICE E). O workshop foi oferecido como

atividade de extensão e ao final da atividade, os estudantes receberam certificado

de participação.

Conforme descrito anteriormente, o workshop foi realizado em sala

de aula, nas dependências do Centro de Ciências da Saúde da UEL, prédio anexo

ao HUL. Foram utilizadas estratégias didáticas pautadas em metodologias ativas de

ensino-aprendizado e conteúdos provenientes das diretrizes para prevenção da UP,

considerando o referencial da PBE (NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY

PANEL AND EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL, 2009).

Após os três dias de atividades teóricas, foram desenvolvidas

atividades teórico-práticas no laboratório de enfermagem com a finalidade de

desenvolver a habilidade de avaliação do risco para UP. Essa avaliação foi realizada

por meio de simulação em contexto de indivíduo que apresentava risco para UP e

utilizou-se um manequim.

Após essa atividade foi iniciada a segunda fase da pesquisa.

3.5.2 Segunda Fase

Para alcançar os objetivos 2.2.1 e 2.2.2, realizou-se um estudo

prospectivo, com o acompanhamento de pacientes hospitalizados na Unidade

Masculina, para identificação do risco e a ocorrência de UP e análise dos registros

referentes às prescrições de enfermagem. A coleta de dados foi realizada pelos

estudantes (que se dividiram em duplas) com acompanhamento da

pesquisadora/docente, utilizando instrumentos de coleta de dados para avaliação do

risco para UP pela Escala de Braden, avaliação da pele e identificação dos registros

em prontuário (APÊNDICE D, ANEXO B e C).

A Escala de Braden utilizada na avaliação de risco para UP é um

instrumento validado e adaptado para a língua portuguesa por Paranhos (1999),

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57 3 Material e Método

com o objetivo de identificar os pacientes que possuem risco para o

desenvolvimento da UP. De acordo com ela, são avaliados seis fatores de risco

(subescalas) no cliente: 1) percepção sensorial, referente à capacidade do cliente de

reagir significativamente ao desconforto relacionado à pressão; 2) umidade, que se

refere ao nível em que a pele é exposta à umidade; 3) atividade, que avalia o grau

de atividade física; 4) mobilidade, referente à capacidade do cliente em mudar e

controlar a posição de seu corpo; 5) nutrição, a qual retrata o padrão usual de

consumo alimentar do cliente; 6) fricção e cisalhamento, referentes à dependência

do cliente para a mobilização e o posicionamento no leito (ANEXO D).

Cada subescala possui uma pontuação e, ao final da avaliação do

paciente, chega-se à pontuação total, identificando o risco que o paciente possui

para o desenvolvimento de úlcera por pressão. Escore menor ou igual a 9 significa

risco muito alto; de 10 a 12 significa risco alto; de 13 e 14, apresenta risco

moderado; de 15 a 18 apresenta baixo risco; enquanto escores maior ou igual a 19

significa sem risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão (WOUND

OSTOMY AND CONTINENCE NURSES SOCIETY, 2010).

No primeiro dia do período estabelecido para a coleta de dados (22

de novembro de 2012), todos os pacientes que estavam internados na Unidade e

constavam do censo e que estavam restritos ao leito ou à cadeira ou que tinham UP

foram convidados a participar do estudo e a assinar o Termo de Consentimento.

Para os que não tinham condições de fornecer consentimento, a autorização para

participar foi solicitada aos familiares que estavam no hospital como

acompanhantes. A solicitação para a participação foi feita individualmente,

informando o paciente ou o familiar sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa

(APÊNDICE B).

A coleta de dados foi iniciada por meio da avaliação do risco para

UP com a aplicação da Escala de Braden (ANEXO B) para identificação dos

subescores e do escore total que foram registrados no instrumento. Em seguida,

procedeu-se a inspeção da pele e registro no instrumento (APÊNDICE D). Para os

pacientes que apresentavam UP a localização e classificação foram registradas no

instrumento e foi solicitada a autorização para registro fotográfico da lesão. As

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58 3 Material e Método

imagens das UPs foram utilizadas posteriormente como material de apoio para as

discussões dos casos com os estudantes.

As avaliações subsequentes desses pacientes e dos que internaram

posteriormente foram feitos diariamente pelos estudantes e pesquisador/docente até

a alta, transferência, óbito ou o término do período estabelecido para a coleta de

dados.

Para a coleta de dados, referentes ao objetivo 2.2.2, a revisão do

prontuário de cada paciente, considerando as prescrições e as anotações de

enfermagem, também foi feita pelos estudantes em duplas com acompanhamento

da pesquisadora/docente. Os dados foram registrados em instrumento adaptado a

partir do estudo de Simão (2010) com itens referentes à identificação no prontuário

do Escore total da Escala de Braden, a classificação como paciente em risco para

UP, condições da pele e as ações prescritas pelo enfermeiro referentes ao risco ou

ao cuidado com a UP (ANEXO C).

Diariamente, após o término da coleta de dados, o grupo de

estudantes e a pesquisadora se reuniram em sala para a discussão do que havia

sido realizado: apresentação das avaliações com o paciente, intervenções prescritas

para os pacientes com risco e com UP, além de outros problemas encontrados.

3.5.3 Procedimentos para análise dos dados

Os dados coletados foram transcritos pela pesquisadora para uma

planilha do aplicativo Microsoft Excel e foi feita a validação por meio de dupla

digitação. Posteriormente foram exportados e analisados por meio de estatística

descritiva.

Para verificar a associação entre as variáveis, os dados foram

submetidos ao teste exato de Fisher (FISHER, 1935). Além disso, a quantificação

dessa associação foi mensurada por meio de modelos de regressão logística

(HOSMER; LEMESHOW, 1989) onde se calculou o Odds Ratio bruto (OR) com seus

respectivos intervalos de confiança de 95%. Essas análises estatísticas foram

realizadas com a utilização do software estatístico SAS® 9.0. Valores de p menores

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59 3 Material e Método

que 0,05 foram considerados significativos.

Foi utilizado também o teste t de Student, o qual consiste em

comparar duas médias provenientes de amostras não pareadas. Para a realização

desse procedimento foi utilizado o procedimento PROC TTEST do software SAS ®

9.0. Valores de p menores que 0,05 foram considerados significativos.

Utilizou-se também a análise de variância (ANOVA)

(MONTGOMERY, 2000). Esse procedimento foi realizado através do software SAS®

9.0, utilizando a PROC GLM. Valores de p menores que 0,05 foram considerados

significativos.

3.5.4 Terceira Fase

A terceira fase atendeu o objetivo 2.2.3 que buscou revelar o

significado da experiência dos estudantes, referente à avaliação do risco de

pacientes para desenvolvimento da UP e às ações de prevenção utilizadas pelos

profissionais.

Os dados foram coletados a partir das discussões em grupo

realizadas com os estudantes participantes das atividades da pesquisa que teve

como moderadora a própria pesquisadora e que foram gravadas. Segundo Flick

(2009), a discussão em grupo é utilizada quando se tem um pequeno número de

pessoas reunidas discutindo coletivamente sobre um tema, problema, alternativas

para os problemas, dentre outros. Por meio das discussões pode-se estabelecer a

análise das opiniões individuais e chegar-se a uma opinião compartilhada, comum a

todos os participantes.

O autor supracitado coloca ainda que uma das formas de grupo, ou

seja, de formação de grupo com fins metodológicos são os grupos chamados reais

ou naturais, isto é, aqueles que são reunidos para fins de pesquisa, de acordo com

critérios determinados, na qual todos os membros partem de uma história de

interação compartilhada em relação ao assunto em discussão, já tendo então

desenvolvido formas de atividades e padrões subjacentes de significados.

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60 3 Material e Método

Destaca-se que, em grupos homogêneos, os membros são

passíveis de comparação nas dimensões fundamentais relativas à questão de

pesquisa e possuem formação homogênea (FLICK, 2009).

Denota-se que as discussões em grupo são mais do que entrevistas

de questões norteadoras, pois há interação entre os participantes, o que permite que

os mesmos desenvolvam novas ideias a partir das falas dos demais membros do

grupo.

Antes de iniciar a reunião em grupo foi solicitada a permissão dos

estudantes para a gravação das entrevistas e a assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Para preservar o anonimato, as

falas provenientes das discussões foram identificadas com códigos previamente

determinados pela pesquisadora, isto é, cada estudante foi identificado com as letras

A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7 e A8.

Para a discussão no grupo foi utilizada a seguinte questão

norteadora: — Fale-me o que significou para você a experiência de ter participado

das etapas anteriores da pesquisa sobre a prevenção da úlcera por pressão.

Ressalta-se que, da questão norteadora, o pesquisador/moderador

elaborou um roteiro de perguntas, somente para seu controle, que permitisse o

direcionamento da discussão sobre o tema UP no que se refere a: estágios da

úlcera por pressão, fatores de risco, medidas preventivas, avaliação do paciente,

uso da Escala de Braden (APÊNDICE F). As discussões continuaram até o momento

em que o pesquisador/moderador identificou que a discussão de um tópico havia

sido saturada/esgotada, ou seja, coube à mesma tomar a decisão de encerrar a

discussão quando percebeu que todos os temas propostos no roteiro haviam sido

contemplados e para isso adotou como critério a convergência nas falas dos

estudantes (FLICK, 2009; BARDIN, 2010).

Assim, em data agendada, logo após o término da segunda fase do

estudo, a pesquisadora reuniu-se com o grupo de 8 estudantes em uma sala nas

dependências do Centro de Ciências da Saúde, selecionada por ser confortável,

com boa ventilação e iluminação e que permitia a privacidade das atividades. A

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61 3 Material e Método

reunião teve duração de, aproximadamente, duas horas, e para cada estudante foi

entregue, de forma impressa, a pergunta norteadora, com média de 5 minutos para

reflexão. Após esse tempo foi aberta à palavra para quem quisesse iniciar as

discussões, sendo orientada a importância de que todos expusessem suas ideias e

opiniões. Assim, aleatoriamente, os estudantes foram verbalizando as suas

experiências e, no momento em que começou a ocorrer a convergência das falas

em relação ao fenômeno estudado sobre a UP, a pesquisadora/moderadora

encerrou as discussões (BARDIN, 2010).

As discussões gravadas foram posteriormente transcritas na íntegra

para análise com identificação e categorização dos temas mais comuns. A técnica

utilizada para a análise dos dados foi Análise de Conteúdo, definida como

um conjunto de técnicas de análise das comunicações, com a finalidade de obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, os indicadores que permitem deduzir conhecimentos relativos às condições de produção e recepção destas mensagens (BARDIN, 2010, p. 42).

Na análise de conteúdo, denomina-se unidade de contexto a

resposta obtida em relação ao tema, representando a parte mais ampla do conteúdo

a ser analisado; as unidades de registro ou unidades de significação são as frases

ou palavras significativas em relação ao tema estudado, enquanto os significados

representam o material principal da análise.

Conforme Bardin (2010), a análise de conteúdo ocorre por meio de

três etapas: pré-análise, exploração dos materiais e tratamento dos resultados.

1 Pré-análise

É o momento em que se dá a escolha do material a ser analisado

mediante uma organização que se processa em algumas fases, a seguir.

a) LEITURA FLUTUANTE: é o momento em que o pesquisador tem o primeiro contato

com o material a ser analisado, deixando-se sensibilizar pelas impressões e

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62 3 Material e Método

orientações do conteúdo. Nesta etapa, podem ser formulados os objetivos e as

hipóteses, definindo-se o corpo do trabalho (BARDIN, 2010). Neste estudo, os

objetivos foram previamente formulados, consistindo apenas em uma fase de leitura

das unidades de contexto.

b) ESCOLHA DOS DOCUMENTOS: através dos princípios da exaustividade,

representatividade, homogeneidade e adequação, o pesquisador, nessa fase,

escolhe as unidades de contexto que poderão fornecer dados sobre o problema em

estudo. A exaustividade nada mais é do que garantir que todos os documentos

sejam analisados; a representatividade é a seleção dos documentos que realmente

refletem o problema do estudo; a homogeneidade refere-se a utilizar a mesma

técnica para a escolha dos documentos e ter as mesmas características, e a

adequação proporciona materiais que mostram informações adequadas aos

objetivos da pesquisa (BARDIN, 2010). Neste estudo, a transcrição das falas no

grupo de discussão foi considerada como documento de análise.

c) FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES E OBJETIVOS: é uma etapa que pode ou não estar

presente, partindo-se de ideias pré-concebidas. Neste trabalho, optou-se por ideias

pré-concebidas, determinadas pelos objetivos traçados, isto é, previamente

determinadas, acreditando que, com a implantação de uma nova metodologia de

ensino, através da PBE, o aprendizado tenha resultados mais significativos.

d) REFERENCIAÇÃO DOS ÍNDICES E ELABORAÇÃO DOS INDICADORES: é a fase de

indicação dos núcleos de significados, que se dá por meio do recorte dos discursos,

ou seja, é o momento de identificar as frequências de certas palavras, expressões e

até temas. Assim sendo, identificam-se as possíveis categorias e subcategorias

advindas dos discursos.

e) PREPARAÇÃO DO MATERIAL: através da transcrição fiel das falas das discussões

realizadas, o material foi codificado, e os dados brutos foram transformados e

agregados em núcleos, descrevendo as características do conteúdo.

2 Exploração dos materiais

Esta fase nada mais é do que administrar sistematicamente as

decisões tomadas anteriormente. Nela, é realizada a exploração profunda dos

materiais explorados e que serão submetidos à análise dos princípios, pressupostos

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63 3 Material e Método

e referencias teóricos adotados nas investigações (BARDIN, 2010).

Assim, nessa fase, os dados brutos do material foram codificados,

com a finalidade de construir as categorias ou o núcleo de compreensão do texto e

subcategorias, a partir das unidades de registro ou unidade de significação.

Categoria é o termo utilizado para expressar elementos ou aspectos

que possuem as mesmas características, os quais são ordenados de acordo com as

semelhanças; é o registro do que cada unidade tem em comum com as outras. As

categorias são obtidas por meio da convergência das subcategorias (MARTINS,

2008).

3 Tratamento dos resultados

Consiste na última fase da análise de conteúdo. As categorias são

interpretadas e fundamentadas de acordo com a literatura pertinente, subsidiando o

processo reflexivo.

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4 RESULTADOS

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4 Resultados

Os resultados da pesquisa são apresentados segundo seus

objetivos específicos.

4.1. Identificação do risco para úlcera por pressão e a ocorrência do problema

As Tabelas de número 1 a 11 apresentam os resultados que foram

alcançados pelos estudantes e a pesquisadora em relação ao problema em

pacientes da Unidade Masculina do HUL.

No período estabelecido para a coleta de dados, 21 pacientes da

Unidade Masculina do HUL atenderam os critérios para inclusão no estudo.

A Tabela 1, abaixo, apresenta o número de pacientes internados na

unidade em cada um dos 15 dias do estudo, o número de pacientes novos avaliados

diariamente e o número de pacientes em risco que foram incluídos no estudo.

Tabela 1 – Distribuição dos pacientes internados na Unidade Masculina, avaliados e

em risco para desenvolver úlcera por pressão por dia. Londrina, PR, 2012

Período do

estudo

Nº de pacientes

internados

Nº de pacientes

novos avaliados

diariamente

Nº de pacientes

em risco, incluídos

no estudo

diariamente

1º dia 47 47 10

2º dia 50 7 3

3º dia 45 2 1

4º dia 47 8 -

5º dia 49 12 3

6º dia 43 2 1

7º dia 47 6 1

8º dia 47 5 -

9º dia 45 3 -

10º dia 46 4 -

11º dia 43 4 -

12º dia 46 3 1

13º dia 50 10 1

14º dia 47 6 -

15º dia 52 5 -

Total 704 124 21

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4 Resultados

No primeiro dia de avaliação, verificou-se que, dos 47 pacientes que

se encontravam internados na Unidade Masculina do HUL, 10 pacientes

apresentavam risco para o desenvolvimento da UP. Posteriormente, novos

pacientes com risco para desenvolvimento de UP foram incluídos e foram avaliados

para seguimento pelos estudantes e pesquisadora/docente. Ao final do período da

coleta de dados, 21 pacientes foram avaliados.

Na sequência, apresenta-se a Tabela 2 com a faixa etária dos

pacientes participantes do estudo.

Tabela 2 – Distribuição dos pacientes considerando a faixa etária. Londrina, PR,

2012

Faixa etária Frequência Porcentagem

19-39 anos 8 38,10

40-59 anos 9 42,86

≥60 anos 4 19,05

Total 21 100

A idade mínima dos pacientes foi 19 anos e a máxima 86. A idade

média foi 44,76 (DP=19,79) e mediana 47.

Quanto à cor da pele 14 (66,67%) tinham pele branca, 4 (19,05%)

negra, 2 (9,52%) amarela e 1 (4,76%) parda.

Os diagnósticos médicos dos pacientes estão apresentados na

Tabela 3, considerando-se as categorias do Código Internacional das Doenças (CID-

10).

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4 Resultados

Tabela 3 – Distribuição da frequência e porcentagem da categoria do diagnóstico

médico principal dos pacientes da Unidade Masculina, agrupados pelas categorias

do CID-10. Londrina, PR, 2012

Categoria do diagnóstico médico principal Frequência Porcentagem

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo

9 42,86

Doenças do sistema nervoso 6 28,57

Doenças do aparelho digestivo 3 14,29

Doenças do aparelho genitourinário 1 4,76

Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1 4,76

Doenças do aparelho circulatório 1 4,76

Total 21 100

Os diagnósticos mais comuns foram as doenças referentes ao

sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (42,86%), seguidas das doenças do

sistema nervoso (28,57%). As doenças do sistema osteomuscular mais frequentes

foram as fraturas de membros inferiores e superiores, restringindo os pacientes ao

leito.

Dos 21 pacientes avaliados, ao término do período de coleta de

dados, 7 (33,33%) tiveram alta hospitalar, 13 (61,91%) permaneceram internados e

1 (4,76%) foi a óbito.

Em relação ao tempo de internação dos pacientes na unidade antes

do início da coleta de dados, a média foi 3,33 dias (DP=5,05), mediana 1, mínimo 0

e máximo de 17 dias. Quanto ao tempo de internação hospitalar antes do início da

coleta de dados, obteve-se a média de 14,10 dias (DP=16,78), mediana 7, mínimo 0

e máximo de 60 dias.

Os 21 pacientes que participaram do estudo tiveram entre 2 e 15

avaliações quanto ao risco para UP, com média de 8,67 avaliações (DP=4,66). Nas

Tabelas 4 a 7 e Figura 1 são apresentados os resultados das avaliações

considerando o escore total e subescores da Escala de Braden.

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4 Resultados

Tabela 4 – Distribuição dos pacientes quanto ao número de avaliações referente ao

risco para UP. Londrina, PR, 2012

Nº de avaliações Frequência %

2–4 5 23,8

5–7 5 23,9

8–10 3 14,3

11–13 2 9,5

14–15 6 28,5

Total 21 100

No primeiro dia de avaliação dos pacientes, considerando o escore

total da Escala de Braden, o escore mínimo foi 6, o máximo 19, média 11,9

(DP=3,81) e mediana 13. Identificou-se que somente um paciente não tinha risco

para UP na primeira avaliação (Tabela 5).

Tabela 5 – Distribuição dos pacientes em relação ao escore total da Escala de

Braden da primeira avaliação, segundo o nível de risco. Londrina, PR, 2012

Nível de risco Frequência %

Risco muito alto (≤9) 7 33,33

Risco alto (10-12) 3 14,29

Risco moderado (13–14) 7 33,33

Baixo risco (15–18) 3 14,29

Sem risco (≥19) 1 4,76

Total 21 100

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4 Resultados

Considerando as subescalas, observou-se que na primeira avaliação

as menores médias foram obtidas nos domínios Atividade e Fricção (Tabela 6)

Tabela 6 – Distribuição dos valores mínimo, máximo, médio, mediano e desvio-

padrão dos subescores da Escala de Braden da primeira avaliação. Londrina, PR,

2012

Percepção

sensorial

Umidade Atividade Mobilidade Nutrição Fricção

Média 3,10 2,67 1,19 1,57 2,19 1,19

Desvio-

padrão

1,22 1,15 0,68 0,68 1,17 0,40

Mediana 4 3 1 1 2 1

Mínimo 1 1 1 1 1 1

Máximo 4 4 4 3 4 2

Tabela 7 – Distribuição dos valores mínimo, máximo, médio, mediano e desvio-

padrão dos subescores da Escala de Braden de todas as avaliações. Londrina, PR,

2012

Variáveis Média Desvio-

padrão

Mediana Mínimo Máximo

Percepção sensorial

Umidade

Atividade

Mobilidade

Nutrição

Fricção e cisalhamento

3,15

2,56

1,15

1,68

2,10

1,12

1,17

1,12

0,63

0,67

0,93

0,32

4,00

3,00

1,00

2,00

2,00

1,00

1,00

1,00

1,00

1,00

1,00

1,00

4,00

4,00

4,00

3,00

4,00

2,00

A Figura 1 representa a distribuição das média dos subescores da

Escala de Braden em todas as avaliações realizadas.

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4 Resultados

0

1

2

3

4

5

6

7

Avaliações

dia

do

s E

sco

res d

e B

rad

en

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

PercepçãoUmidadeAtividade

MobilidadeNutriçãoFricção

Figura 1 – Médias dos subescores da Escala de Braden em todas as avaliações

Analisando os dados da Tabela 7 e Figura 1 observa-se que a maior

média durante todo o período de observação foi na subescala Percepção Sensorial,

indicando que os pacientes avaliados apresentavam pouca limitação na capacidade

de reagir à pressão relacionada com o desconforto. As menores médias foram na

subescala Atividade e na subescala Fricção e Cisalhamento, evidenciando o baixo

grau de atividade física dos pacientes que estavam confinados ao leito ou à cadeira

e que requeriam assistência de moderada a máxima para se moverem.

Quanto à avaliação das condições da pele dos pacientes, no

primeiro dia de coleta de dados da pesquisa, identificou-se que 13 (61,90%)

apresentavam úlcera por pressão e 8 (38,10%) apresentavam pele íntegra. A Tabela

a seguir apresenta a distribuição dos pacientes em relação às condições da pele nas

15 avaliações.

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4 Resultados

Tabela 8 – Distribuição dos pacientes nas 15 avaliações em relação às condições

da pele. Londrina, PR, 2012

Pele íntegra Presença de UP

Avaliações n (%) n (%) Total

1 8 (38,10) 13 (61,90) 21 (100,0)

2 7 (33,33) 14 (66,67) 21 (100,0)

3 6 (31,58) 13 (68,42) 19 (100,0)

4 3 (17,65) 14 (82,35) 17 (100,0)

5 2 (12,50) 14 (82,35) 16 (100,0)

6 2 (13,33) 13 (86,67) 15 (100,0)

7 2 (14,29) 12 (85,71) 14 (100,0)

8 2 (18,18) 9 (81,82) 11 (100,0)

9 2 (22,22) 7 (77,78) 9 (100,0)

10 2 (22,22) 7 (77,78) 9 (100,0)

11 2 (25,00) 6 (75,00) 8 (100,0)

12 1 (16,67) 5 (83,33) 6 (100,0)

13 1 (16,67) 5 (83,33) 6 (100,0)

14 1 (16,67) 5 (83,33) 6 (100,0)

15 1 (25,00) 3 (75,00) 4 (100,0)

Identifica-se pela tabela acima a grande frequência de UP nos

pacientes avaliados.

Na primeira avaliação, os 13 que tinham UP apresentavam 25

lesões, com média de 1,92 úlcera/paciente.

A distribuição das 25 úlceras, segundo a localização e a

classificação, está apresentada na Tabela 9.

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4 Resultados

Tabela 9 – Distribuição das 25 úlceras identificadas na 1ª avaliação dos pacientes,

segundo a localização e classificação. Londrina, PR, 2012

Localização Estágio da UPP

I II III IV Não classificável Total

Sacral 3 (12,0%) 2 (8,0%) 3 (12,0%) 2 (8,0%) 1 (4,0%) 11 (44,0%)

Trocantérica 1 (4,0%) 0 (0,0%) 1 (4,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (8,0%)

Calcâneo 2 (8,0%) 2 (8,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (8,0%) 6 (24,0%)

Maléolo 0 (0,0%) 4 (16,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 4 (16,0%)

Cotovelo 2 (8,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (8,0%)

Total 8 (32,0%) 8 (32,0%) 4 (16,0%) 2 (8,0%) 3 (12,0%) 25 (100,0%)

Observa-se que 16 (64%) UPs eram de estágio/grau I ou II. Na

segunda avaliação, mais um paciente que tinha pele íntegra desenvolveu UP na

região do calcâneo em estágio I, totalizando 26 UPs em 14 pacientes, com média de

1,85 úlcera/paciente. Ao final do acompanhamento, 5 pacientes mantiveram a pele

íntegra e 16 apresentavam UP, totalizando 29 lesões.

Para explorar a possível associação entre o escore da Escala de

Braden dos pacientes e a presença de UP, na Tabela 10 é apresentada a

distribuição da média (DP), mediana, valores mínimo e máximo do escore total da

Escala de Braden da primeira avaliação, considerando os pacientes com e sem UP

durante o período do estudo.

Tabela 10 – Distribuição da média, mediana, desvio-padrão, mínimo e máximo do

escore total da Escala de Braden na presença e ausência de UP. Londrina, PR,

2012

Escore total

Úlcera por pressão

N Média Desvio-padrão Mínimo Mediana Máximo

Ausência 5 11,00 3,87 6,00 12,00 15,00

Presença 16 12,19 3,87 6,00 13,00 19,00

p-valor referente ao test t de Student=0,5562 IC(95%)=-5,33 2,96

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73

4 Resultados

Observa-se que os pacientes que apresentaram UP tiveram escore

médio maior do que os que não apresentavam UP, porém, a diferença não teve

significância estatística.

Na Tabela 11 são apresentados os testes de associação e sua

quantificação (Odds Ratio bruto) entre as variáveis faixa etária, cor, tipo de saída,

diagnóstico médico principal, nível de risco para UP, com a presença e ausência de

úlcera por pressão.

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4 Resultados

Tabela 11 – Associações e quantificação entre as variáveis: faixa etária, cor, tipo de

saída, diagnóstico principal, nível de risco para UP, com a presença ou ausência de

úlcera por pressão. Londrina, PR, 2012

Úlcera por pressão

Total p-valor Odds Ratio bruto

IC (95%)

Ausência n (%)

Presença n (%)

Faixa Etária

19-39 anos 3 (14,29) 5 (23,81) 8 (38,10) 0,5542 1,000 Referência

40-59 anos 1 (4,76) 8 (38,10) 9 (42,86) 4,799 (0,385 ; 59,884)

≥60 anos

1 (4,76) 3 (14,29) 4 (19,05) 1,800 (0,124 ; 26,196)

Cor

Branco+amarelo 2 (9,52) 14 (66,67) 16 (76,17) 0,0630 10,499 (1,029 ; 107,150)

Negra+parda

3 (14,29) 2 (9,52) 5 (23,81) 1,000 Referência

Tipo de saída

Alta 1 (4,76) 6 (28,57) 7 (33,33) 0,7049 -- --

Transferência + hospitalizado 4 (19,05) 9 (42,86) 13 (61,90) -- --

Óbito

0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) -- --

Diagnóstico principal

Doenças do aparelho genitourinário 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) 0,8461 -- --

Doenças do sistema nervoso 2 (9,52) 4 (19,05) 6 (28,57) -- --

Doenças do aparelho circulatório 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) -- --

Doenças do aparelho digestivo 0 (0,00) 3 (14,29) 3 (14,29) -- --

Doenças da pele e do tec. Subcutâneo

0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) -- --

Doenças do sistema osteomuscular e do tec. conjuntivo

3 (14,29) 6 (28,57) 9 (42,86) -- --

Nível de risco

Muito alto 2 (9,52) 5 (23,81) 7 (33,33) 1,000 -- --

Alto 1 (4,76) 2 (9,52) 3 (14,29) -- --

Moderado 1 (4,76) 6 (28,57) 7 (33,33) -- --

Baixo 1 (4,76) 2 (9,52) 3 (14,29) -- --

Sem risco 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) -- --

p-valor referente ao teste exato de Fisher

Os resultados do teste apontam que não houve associação entre a

presença de UP e qualquer das variáveis investigadas. Entretanto, pode-se observar

que, em relação à cor da pele, o valor obtido (p=0,0630) estava próximo do nível de

significância, indicando que indivíduos de cor branca e amarela teriam maior chance

de ter UP.

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75

4 Resultados

A participação dos estudantes na coleta de dados da pesquisa

permitiu identificar o risco dos pacientes para UP, os fatores de risco e as condições

de integridade da pele, assim como a presença e a evolução das UPs.

4.2. Identificação das ações para prevenção da úlcera por pressão prescritas

ou não pelos enfermeiros

As Tabelas de número 12 a 19 e Figuras de número 2 a 9

apresentam os resultados que atendem ao segundo objetivo específico da presente

pesquisa que se constituiu em investigar se, após o treinamento da PBE, os

estudantes foram capazes de apontar o uso das evidências para a prevenção de UP

utilizadas pelos enfermeiros do HUL, por meio da análise dos registros das

prescrições de enfermagem em prontuários.

Na análise dos prontuários não foi encontrado, em nenhum dos dias

das avaliações, anotações realizadas pelos enfermeiros referentes ao uso da Escala

de Braden e os escores de risco para desenvolvimento de UP.

Quanto ao registro sobre as condições da pele dos pacientes,

durante todos os dias das avaliações, para os pacientes que tinham pele íntegra,

foram encontrados somente 2 registros. Considerando os pacientes que tinham UP

e os dias de avaliação (apresentados anteriormente na Tabela 8), em 30 (21,4%)

prontuários foram encontrados registros sobre a presença da UP. A Tabela 12

apresenta os resultados dos registros pelos enfermeiros nos prontuários sobre a

presença ou ausência de UP.

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76

4 Resultados

Tabela 12 – Distribuição dos registros realizados por enfermeiros nos prontuários

quanto à presença ou à ausência de UP. Londrina, PR, 2012

Registro UP

Sim Não

Avaliações n (%) n (%) Total

1 2 (9,52) 19 (90,48) 21 (100,0)

2 2 (9,52) 19 (90,48) 21 (100,0)

3 2 (10,53) 17 (89,47) 19 (100,0)

4 2 (11,76) 15 (88,24) 17 (100,0)

5 3 (18,75) 13 (81,25) 16 (100,0)

6 2 (13,33) 13 (86,67) 15 (100,0)

7 2 (14,29) 12 (85,71) 14 (100,0)

8 3 (27,27) 8 (72,73) 11 (100,0)

9 2 (22,22) 7 (77,78) 9 (100,0)

10 2 (22,22) 7 (77,78) 9 (100,0)

11 2 (25,00) 6 (75,00) 8 (100,0)

12 2 (33,33) 4 (66,67) 6 (100,0)

13 2 (33,33) 4 (66,67) 6 (100,0)

14 2 (33,33) 4 (66,67) 6 (100,0)

15 0 (0,00) 4 (100,0) 4 (100,0)

Observa-se pequena frequência de registros de enfermagem

considerando o número de pacientes que apresentava UP, identificados pelos

estudantes e pela pesquisadora (Tabela 8).

Em relação à classificação (estágio/grau) da UP, em nenhum

prontuário foi encontrado registro de informações. Quanto à anotação em prontuário

referente à região corporal de localização das úlceras por pressão, ocorreu de forma

mais frequente na 1ª e 2ª avaliação em 2 (15,38%) prontuários dos 13 pacientes

com o problema. Nas outras avaliações, somente para um paciente houve o registro

em prontuário.

Os registros em prontuário sobre a prescrição de enfermagem das

medidas de prevenção realizados pelos enfermeiros são apresentados nas figuras a

seguir.

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4 Resultados

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

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de

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bito

02

04

06

08

01

00

28,57% 28,57%31,58%

35,29%37,50%

40,00%42,86%

45,45%

55,56% 55,56%

62,50%

83,33% 83,33% 83,33%

75,00%

Figura 2 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de prevenção mudança

de decúbito

A Figura 2 mostra que, até a 8ª avaliação, menos de 50% dos

pacientes tiveram prescrição dessa intervenção e que houve aumento dos registros

da 12ª à 14ª avaliação (83,33%).

Figura 3 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de colchão especial

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Porcentagens de uso de colchões especiais

0

20

40

60

80

100

4,76% 4,76% 5,26% 5,88% 6,25% 6,67% 7,14% 9,09% 11,11% 11,11% 12,5% 16,67% 16,67% 16,67%

25,00%

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78

4 Resultados

Identificou-se que, durante as 15 avaliações, somente para um

paciente foi prescrito pelos enfermeiros o uso de colchão especial. Entretanto, essa

medida de prevenção está na relação da prescrição de enfermagem informatizada

do HUL como “manter em colchão de viscoelástico, instalar colchão de viscoelástico

e colocar/manter colchão caixa de ovo. O uso do colchão viscoelástico ainda não foi

adquirido pela instituição, estando em processo de licitação para que os mesmos

sejam utilizados no cuidado aos pacientes.

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

rce

nta

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so

de

Co

xin

02

04

06

08

01

00

19,05% 19,05%21,05%

23,53% 25,00% 26.67%28,57%

36,36%

44,44% 44,44%

50,00%

66,67% 66,67% 66,67%

50,00%

Figura 4 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de coxins

Da 1ª à 11ª avaliação entre 19,5 e 50% dos pacientes tiveram

prescrição para o uso de coxim, e com aumento da frequência de prescrição da 12ª

à 14ª avaliação (66,67%).

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4 Resultados

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

rce

nta

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so

de

Su

ple

me

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Nu

tric

ion

al

02

04

06

08

01

00

0,00% 0,00% 0.00%

11.76%

6,25%

13,33% 14,29%18,18%

22,22% 22,22%25,00%

33,33% 33,33% 33,33%

25,00%

Figura 5 – Prescrição de enfermagem referente ao uso do suplemento nutricional

No HUL, a prescrição do suplemento nutricional é realizada pelo

médico seguindo orientação da nutricionista do hospital. O enfermeiro, juntamente

com esses profissionais, também colabora, identificando a necessidade de

prescrever o uso de suplemento nutricional para os pacientes em risco para

desenvolver UP e com UP. Dessa forma, o que está registrado na prescrição de

enfermagem é a transcrição da prescrição médica em relação ao uso do suplemento

nutricional. No entanto, observa-se na Figura 5 que nos três primeiros dias de

avaliação nenhum paciente teve prescrito o suplemento nutricional. Verificou-se que,

da 12ª à 14ª avaliação, foi prescrito o uso do suplemento nutricional para 33,33%

dos pacientes.

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4 Resultados

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

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de

Co

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ole

pa

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In

co

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ên

cia

02

04

06

08

01

00

57,14% 57,14%57,89%

64,71%62,50%

60,00%64,29% 63,64%

66,67% 66,67%

75,00%

83,33% 83,33% 83,33%

75,00%

Figura 6 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de medidas de prevenção para

proteção da pele em relação a umidade

A medida de prevenção para “controle da incontinência”, no HUL,

refere-se à prescrição de enfermagem da intervenção: aplicar AGE e creme protetor

para a pele em região perineal a cada troca de fraldas. Essa intervenção aplica-se à

prevenção de UP e dermatite associada à incontinência.

Para mais da metade dos pacientes foi encontrada essa prescrição

de enfermagem para controle dos efeitos da incontinência. Na primeira avaliação,

57,14% dos pacientes teve essa prescrição nos prontuários e houve acréscimo da

12ª à 14ª avaliação (83,33%).

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4 Resultados

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

rce

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de

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02

04

06

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01

00

42.86% 42.86%47.37%

52.94%56.25%

60,00%64,29% 63,64%

66,67%

55.56%

50.00%

66.67% 66.67% 66.67%

75,00%

Figura 7 – Prescrição de enfermagem referente ao uso de hidratantes

A medida de prevenção hidratação da pele, no HUL, refere-se à

prescrição de enfermagem das intervenções aplicar óleo vegetal em superfície

corpórea, aplicar AGE e massagear toda a superfície corpórea.

Observa-se, na Figura 7, que, na primeira avaliação, 42,86%

apresentou na prescrição a hidratação da pele e paulatinamente a frequência foi

aumentando, culminando com 75% na 15ª avaliação.

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

rce

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uso

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o d

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rote

ção

02

04

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08

01

00

33.33% 33.33%36.84%

41.18%37.50%

40,00%42.86%

45.45% 44.44% 44.44%

50.00%

66.67% 66.67% 66.67%

50,00%

Figura 8 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da medida de prevenção uso de

curativo/cobertura

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82

4 Resultados

No HUL, como medida de prevenção, é preconizado o uso de

curativo de proteção/cobertura sobre a pele, porém, o que foi observado é que as

coberturas eram utilizadas em pacientes com UP com o objetivo de tratamento. Não

foi encontrada prescrição de enfermagem para prevenção.

Portanto, a Figura 8 mostra que foi prescrito pelo enfermeiro o uso

do curativo como forma de tratamento em maior frequência (66,67%), da 12ª à 14ª

avaliação.

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

Avaliações

Po

rce

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02

04

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08

01

00

23.81% 23.81%21.05%

17.65% 18.75% 20.00% 21.43%

9.09%11.11% 11.11%

0.00% 0.00% 0.00% 0.00% 0.00%

Figura 9 – Prescrição de enfermagem referente ao uso da manutenção da cabeceira

elevada até 30°

No HUL, na prescrição de enfermagem eletrônica, não consta como

medida de prevenção de UP manter a cabeceira elevada em 30º, entretanto, o

enfermeiro pode elaborar essa intervenção e registrar na prescrição de enfermagem.

A Figura 9 mostra que essa medida foi pouco prescrita pelos

enfermeiros. Na 1ª e 2ª avaliação foi prescrito, em 23,81%, no prontuário dos

pacientes, e nenhum registro foi observado da 11ª à 15ª avaliação .

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4 Resultados

Com base nos resultados apresentados, em relação à prescrição de

enfermagem das medidas de prevenção, decidiu-se pela investigação da possível

associação entre a prescrição da medida de prevenção pelos enfermeiros e a

condição da pele ou a aparência da UP dos pacientes, considerando a classificação

em estágios/graus. Para isso, consideraram-se duas categorias de pacientes: a

categoria UP Avançada para aqueles com UP em estágio III e IV e não classificável

e UP Leve para aqueles com UP em estágio I e II ou com pele íntegra, mas em

risco.

A Tabela 13 mostra os resultados dos testes referentes à exploração

da associação entre o uso das medidas de prevenção com as categorias da UP

Avançada ou Leve.

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4 Resultados

Tabela 13 – Distribuição do uso das medidas de prevenção na prescrição de

enfermagem, considerando categorias da UP Avançada ou Leve. Londrina, PR,

2012

Úlcera por pressão

Avançada Leve

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 3 (14,29) 3 (14,29) 6 (28,57) 0,3544

Não 4 (19,05) 11 (52,38) 15 (71,53)

Colchão

Sim 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) 1,0000

Não 7 (3,33) 13 (61,90) 20 (95,24)

Coxim

Sim 2 (9,52) 2 (9,52) 4 (19,05) 0,5743

Não 5 (23,81) 12 (57,14) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) ---

Não 7 (33,33) 14 (66,67) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 4 (19,05) 8 (38,10) 12 (38,10) 1,0000

Não 3 (14,29) 6 (28,57) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 3 (14,29) 6 (28,57) 9 (42,86) 1,0000

Não 4 (19,05) 8 (38,10) 12 (57,14)

Uso de curativo

Sim 5 (23,81) 2 (9,52) 7 (33,33) 0,0173

Não 2 (9,52) 12 (57,14) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 0 (0,00) 5 (23,81) 5 (23,81) 0,1235

Não 7 (33,33) 9 (42,86) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

Utilizou-se o teste exato de Fisher para verificar se existia

associação entre as prescrições com as categorias da UP (Avançada ou Leve). O

teste apresentou significância estatística (p-valor <0,05) somente para a prescrição

do uso de curativo/cobertura, confirmando que a prescrição era feita para pacientes

com UP de maior profundidade e não para úlceras em estágio I ou II ou para

proteção da pele íntegra, em pacientes em risco. Não foram encontradas

associações entre as prescrições de outras medidas e as categorias da UP.

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4 Resultados

Também foram investigadas possíveis associações entre a

prescrição das medidas de prevenção e os fatores de risco avaliados pela Escala de

Braden. Para isso, os subescores de cada domínio da Escala foram dicotomizados

considerando duas categorias.

Para a Percepção Sensorial, a categoria SIM incluiu o subescore

referente à condição Completamente Limitada e Muito Limitada e a NÃO para a

condição Levemente Limitada e Ausência de Deficiência Sensorial.

Para a Umidade, a categoria SIM incluiu o subescore referente à

condição Constantemente Molhada e Frequentemente Molhada e a categoria NÃO

para a condição Ocasionalmente Molhada e Raramente Molhada.

Para a Atividade, a categoria SIM incluiu o escore referente à

condição Completamente Imóvel e Muito Limitada e a categoria NÃO para a

condição Levemente Limitada e Nenhuma Limitação.

Para a Mobilidade, a categoria SIM incluiu o escore referente à

condição Completamente Imóvel e Muito Limitada e a categoria NÃO para a

condição Levemente Limitada e Nenhuma Limitação.

Para a Nutrição, a categoria SIM incluiu o escore referente à

condição Muito Pobre e Provavelmente Inadequada e a categoria NÃO para a

condição Adequada e Excelente.

Para a Fricção e Cisalhamento, a categoria SIM incluiu o escore

referente à situação Problema e Problema Potencial e a categoria NÃO para a

situação Nenhum Problema Aparente.

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4 Resultados

Tabela 14 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a limitação ou não,

da Percepção Sensorial. Londrina, PR, 2012

Limitação da Percepção Sensorial *

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 2 (9,52) 4 (19,05) 6 (28,27) 1,0000

Não 4 (19,05) 11 (52,38) 15 (71,43)

Colchão

Sim 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) 1,0000

Não 6 (28,57) 14 (66,67) 20 (95,24)

Coxim

Sim 2 (9,52) 2 (9,52) 4 (19,05) 0,5439

Não 4 (19,05) 13 (61,90) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) --

Não 6 (28,57) 15 (71,43) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 5 (23,81) 7 (33,33) 12 (57,14) 0,1778

Não 1 (4,76) 8 (38,10) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 1 (4,76) 8 (38,10) 9 (42,86) 0,1778

Não 5 (23,81) 7 (33,33) 12 (57,14)

Curativo

Sim 2 (9,52) 5 (23,81) 7 (33,33) 1,0000

Não 4 (19,05) 10 (47,62) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 2 (9,52) 3 (14,29) 5 (23,81) 0,5975

Não 4 (19,05) 12 (57,14) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

*SIM = Completamente Limitada e Muito Limitada; NÃO = Levemente Limitada e Ausência de

Deficiência Sensorial

Na associação dos subescores referentes a percepção sensorial, a

Tabela 14 mostra que não houve associação em nenhuma das medidas de

prevenção.

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4 Resultados

Tabela 15 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a presença de

umidade da pele. Londrina, PR, 2012

Umidade da Pele*

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 3 (14,29) 3 (14,29) 6 (28,57) 0,6311

Não 5 (23,81) 10 (47,62) 15 (71,43)

Colchão

Sim 0 (0,00) 1 (4,76) 1 (4,76) 1,0000

Não 8 (38,10) 12 (57,14) 20 (95,24)

Coxim

Sim 2 (9,52) 2 (9,52) 4 (19,05) 0,6177

Não 6 (28,57) 11 (52,38) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) --

Não 8 (38,10) 13 (61,90) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 6 (28,57) 6 (28,57) 12 (57,14) 0,3666

Não 2 (9,52) 7 (33,33) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 3 (14,29) 6 (28,57) 9 (42,86) 1,0000

Não 5 (23,81) 7 (33,33) 12 (57,14)

Curativo

Sim 3 (14,29) 4 (19,05) 7 (33,33) 1,0000

Não 5 (23,81) 9 (42,86) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 1 (4,76) 4 (19,05) 5 (23,81) 0,6065

Não 7 (33,33) 9 (42,86) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

*SIM = Constantemente Molhada e Frequentemente Molhada

NÃO = Ocasionalmente Molhada e Raramente Molhada

O subescore da subescala umidade da pele não apresentou

associação com nenhuma das medidas de prevenção.

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4 Resultados

Tabela 16 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a limitação na

Atividade. Londrina, PR, 2012

Limitação da Atividade*

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 6 (28,57) 0 (0,00) 6 (28,57) 1,0000

Não 14 (66,67) 1 (4,76) 15 (71,43)

Colchão

Sim 1 (4,76) 0 (0,00) 1 (4,76) 1,0000

Não 19 (90,48) 1 (4,76) 20 (95,24)

Coxim

Sim 4 (19,05) 0 (0,00) 4 (19,05) 1,0000

Não 16 (76,19) 1 (4,76) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) --

Não 20 (95,24) 1 (4,76) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 12 (57,14) 0 (0,00) 12 (57,14) 0,4286

Não 8 (38,10) 1 (4,76) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 9 (42,86) 0 (0,00) 9 (42,86) 1,0000

Não 11 (52,38) 1 (4,76) 12 (57,14)

Curativo

Sim 7 (33,33) 0 (0,00) 7 (33,33) 1,0000

Não 13 (61,90) 1 (4,76) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 5 (23,81) 0 (0,00) 5 (23,81) 1,0000

Não 15 (71,43) 1 (4,76) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

*SIM = Confinado ao Leito e Confinado à Cadeira

NÃO = Anda Ocasionalmente e Anda Frequentemente

O subescore referente a atividade não apresentou associação com

nenhuma medida de prevenção. A Tabela 17 mostra que 14 pacientes (66,67%) que

estavam Confinado ao Leito e Confinado à Cadeira não receberam a medida

mudança de decúbito para reposicionamento do corpo.

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4 Resultados

Tabela 17 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e a limitação na

Mobilidade. Londrina, PR, 2012

Limitação na Mobilidade*

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 6 (28,57) 0 (0,00) 6 (28,57) 1,0000

Não 13 (61,90) 2 (9,52) 15 (71,43)

Colchão

Sim 1 (4,76) 0 (0,00) 1 (4,76) 1,0000

Não 18 (85,71) 2 (9,52) 20 (95,24)

Coxim

Sim 4 (19,05) 0 (0,00) 4 (19,05) 1,0000

Não 15 (71,43) 2 (9,52) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) --

Não 19 (90,48) 2 (9,52) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 12 (57,14) 0 (0,00) 12 (57,14) 0,1714

Não 7 (33,33) 2 (9,52) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 9 (42,86) 0 (0,00) 9 (42,86) 0,4857

Não 10 (47,62) 2 (9,52) 12 (57,14

Curativo

Sim 6 (28,57) 1 (4,76)) 7 (33,33) 1,0000

Não 13 (61,90) 1 (4,76) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 5 (23,81) 0 (0,00) 5 (23,81) 1,0000

Não 14 (66,67) 2 (9,52) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

* SIM = Completamente Imóvel e Muito Limitada

NÃO = Levemente Limitada e Nenhuma Limitação

O subescore da subescala mobilidade não apresentou associação

com nenhuma das medidas de prevenção. Quinze pacientes (71,43%) que

apresentavam-se Completamente Imóvel e Muito Limitada, para eles não tiveram

prescrito o uso do coxim. Em relação à mudança de decúbito 13 pacientes (61,90%)

completamente imóveis não receberam essa intervenção.

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4 Resultados

Tabela 18 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e adequação da

Nutrição. Londrina, PR, 2012

Adequação da Nutrição*

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total p-valor

Sim 6 (28,57) 0 (0,00) 6 (28,57) 0,0456

Não 7 (33,33) 8 (38,10) 15 (71,43)

Colchão

Sim 1 (4,76) 0 (0,00) 1 (4,76) 1,0000

Não 12 (57,14) 8 (38,10) 20 (95,14)

Coxim

Sim 4 (19,05) 0 (0,00) 4 (19,05) 0,1312

Não 9 (42,86) 8 (38,10) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) --

Não 13 (61,90) 8 (38,10) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 8 (38,10) 4 (19,05) 12 (57,14) 0,6731

Não 5 (23,81) 4 (19,05) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 6 (28,57) 3 (14,29) 9 (42,86) 1,0000

Não 7 (33,33) 5 (23,81) 12 (57,14)

Curativo

Sim 6 (28,57) 1 (4,76) 7 (33,33) 0,1736

Não 7 (33,33) 7 (33,33) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 2 (9,52) 3 (14,29) 5 (23,81) 0,3254

Não 11 (52,38) 5 (23,81) 16 (76,19)

p-valor referente ao teste exato de Fisher

*SIM = Muito Pobre e Provavelmente Inadequada

NÃO = Adequada e Excelente

Na Tabela 18 observa-se que nenhum paciente com ingestão Muito

Pobre ou Provavelmente Inadequada teve prescrição de suplemento nutricional. Foi

encontrada uma associação significativa (p-valor=0,0456) entre os subescores Muito

Pobre e Provavelmente Inadequada com a prescrição mudança de decúbito. No

entanto, do ponto de vista clínico, esse achado não é relevante.

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4 Resultados

Tabela 19 – Distribuição das medidas de prevenção prescritas e problemas em

relação a Fricção e Cisalhamento. Londrina, PR, 2012

Fricção e cisalhamento*

SIM NÃO

Mudança de decúbito n (%) n (%) Total

Sim 6 (28,57) 0 (0,00) 6 (28,57)

Não 15 (71,43) 0 (0,00) 15 (71,43)

Colchão

Sim 1 (4,76) 0 (0,00) 1 (4,76)

Não 20 (95,24) 0 (0,00) 20 (95,24)

Coxim

Sim 4 (19,05) 0 (0,00) 4 (19,05)

Não 17 (80,95) 0 (0,00) 17 (80,95)

Suplemento nutricional

Sim 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00)

Não 21 (100,00) 0 (0,00) 21 (100,00)

Controle da incontinência

Sim 12 (57,14) 0 (0,00) 12 (57,14)

Não 9 (42,86) 0 (0,00) 9 (42,86)

Hidratação da pele

Sim 9 (42,86) 0 (0,00) 9 (42,86)

Não 12 (57,14) 0 (0,00) 12 (57,14)

Curativo

Sim 7 (33,33) 0 (0,00) 7 (33,33)

Não 14 (66,67) 0 (0,00) 14 (66,67)

Cabeceira elevada até 30°

Sim 5 (23,81) 0 (0,00) 5 (23,81)

Não 16 (76,19) 0 (0,00) 16 (76,19)

* SIM = Problema e Problema Potencial

NÃO = Nenhum Problema Aparente

A Tabela 19 mostra que todos pacientes tinham problema ou

potencial para problema em relação a fricção e cisalhamento. Entretanto, a medida

de prevenção referente à cabeceira elevada até 30º não foi prescrita para 16

pacientes (76,19%) e o uso de curativo/cobertura não foi prescrito para 14 pacientes

(66,67%).

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92

4 Resultados

4.3 Significado da experiência dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem da UEL referente a metodologia de ensino proposta

A seguir, passa-se a apresentar os resultados qualitativos da

pesquisa atendendo o objetivo específico de revelar o significado da experiência dos

estudantes da 2ª série do curso de enfermagem da UEL, referente a metodologia de

ensino proposta.

A partir da análise de conteúdo da transcrição das falas das

discussões em grupo realizadas com os estudantes, foram identificadas as unidades

de contexto e as unidades de registro que compuseram as categorias: aprendendo

sobre o tema úlcera por pressão e conhecendo a realidade da instituição e da

enfermagem com as suas subcategorias (Quadro 1).

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4 Resultados

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

1. Aprendendo sobre o tema

úlcera por pressão

1.a Correlacionando a teoria com a

prática

1.b O despertar para as competências

da enfermagem na avaliação do

paciente com risco para UP

1.c Aprimorando o conhecimento dos

estágios da UP

1.d Aprimorando o conhecimento

sobre os fatores de risco da UP

1.e A Escala de Braden como suporte

para avaliação de risco da UP

2. Conhecendo a realidade da

instituição e da enfermagem

sobre a UP

2.a A falta de cuidado de prevenção

na UP

2.b A importância da família nos

cuidados de enfermagem na UP

2.c Identificando a realidade da

prescrição e das anotações de

enfermagem em relação à UP

2.c Percebendo a necessidade de

transformar a prática da enfermagem

em relação à UP

Quadro 1 – Demonstrativo das categorias e subcategorias identificadas a partir das

falas dos estudantes da 2ª série do curso de enfermagem. Londrina, PR, 2012

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4 Resultados

4.3.1. Primeira categoria - Aprendendo sobre o tema úlcera por pressão

A categoria aprendendo sobre o tema UP é composta das falas dos

estudantes, após a participação da primeira e segunda fase desta pesquisa.

Essa categoria está composta por cinco subcategorias, descritas a

seguir.

4.3.1.1 Correlacionando a teoria à prática

Esta subcategoria mostra a visão dos estudantes sobre as formas de

ensino-aprendizagem que foram utilizadas nas aulas sobre a temática em diferentes

momentos de sua formação. Também expressa a satisfação que os estudantes

apresentaram quando conseguiram fazer a correlação da teorização sobre a

prevenção da UP com a prática assistencial vivenciada nos 15 dias que participaram

da avaliação dos pacientes na Unidade Masculina do HUL, afirmando que a

metodologia aplicada contribuiu para um aprendizado significativo. Mostra, ainda, a

reflexão que fazem sobre o ensino de outros conteúdos ou temas cuja

aprendizagem poderia ser facilitada pelo uso da mesma estratégia.

...ver ao vivo é bem diferente do que só a teoria (A1).

É igual a sonda vesical de demora, quando que fiz aqui (no

laboratório) foi maravilhoso, fiz rapidinho. Quando chegou lá em cima

(hospital), nossa!! Foi outra coisa. Lá você sabe que é de verdade...

você não pode contaminar de jeito nenhum, é diferente....... Às vezes

a gente tem que fazer isso, pra aprender (A1).

...o curso teórico sobre a úlcera por pressão foi importante na prática”

A prática fixa o teórico” “Tivemos a teoria, que foi boa, depois a gente

fixou na prática, que foram bastantes dias, isso ajudou muito (A2).

É muito bom (A3).

...é muito interessante a metodologia da teoria aplicada na prática, a

gente consegue aprender mais (A4). A teoria é muito vaga (A4). A

gente não aprendia nas aulas,....., e agora a gente pode ver a

importância, porque paciente acamado se não cuidar vai desenvolver

(A4).

...a gente consegue aprender muito (A5). Aprende muito (A5).

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95

4 Resultados

Que nem no estágio (classificação da UP), antes de a gente ter essa

teoria, a gente ficava perdido, eu não sabia se era uma úlcera, se

não era, confundia grau 2 e 3 (A6).

...a gente conseguindo ver elas (as úlceras) pessoalmente e

conseguir aplicar a teoria com a prática ficou mais

interessante,...ficar só vendo as imagens ou então só a explicação

teórica não dá mesmo para gente compreender (A7).

...com essa metodologia o nosso preparo foi diferente dos outros

estudantes que não tiveram esse contato, eles não têm a mínima

noção do que fazer (A7). Se a gente tivesse feito isso no exame

físico, visto na prática, avaliando, teria ficado muito mais do que só a

parte teórica (A7).

4.3.1.2 O despertar para as competências da enfermagem na avaliação do

paciente com risco para úlcera por pressão

Os estudantes identificaram nesta subcategoria que realizar a

avaliação dos pacientes, quanto ao risco para UP, é uma competência do enfermeiro

e destacaram, também, a importância de saber realizar a prescrição de enfermagem

com as intervenções apropriadas para a prevenção de UP, conforme demonstram as

falas a seguir.

...bem legal conhecer quais as competências da enfermagem no

contexto da úlcera....[ ] é muito importante saber as nossas

competências e exercer elas, senão a gente vai perder espaço (A1).

A prescrição de enfermagem é uma coisa que a gente não está

sabendo preparar direito para UP (A1). Quando a gente estudou e

descobriu que era em horas, nossa o que é isso (a partir dos 15 dias)

3, 4 horas já começa com hiperemia, nossa gente!! (A1).

...é importante avaliar a questão nutricional o que gosta de comer e a

aceitação (A2).

...uma vez a gente avaliou um e não tinha e no outro dia ela já estava

com grau I (A3).

...agora a gente pode ver a importância de avaliar o paciente

acamado, pois se não cuidar ele vai desenvolver a úlcera (A4).

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4 Resultados

O enfermeiro tem que avaliar se ele está com risco ou não. O

enfermeiro não faz uma avaliação quando admite o paciente no

setor? Tem que fazer né. Precisa tomar banho pra se avaliar? Não

pode fazer isso antes? (A8).

4.3.1.3 Aprimorando o conhecimento dos estágios da úlcera por pressão

As falas denotam, que os estudantes, durante a experiência,

adquiriram o conhecimento e a habilidade para identificar os graus/estágios da

úlcera por pressão, conforme se verifica a seguir.

... no grau I tem a hiperemia (Todos).

Não tem mais a pele, não tá mais íntegra (Referente ao estágio III).

Vai ter a pele em cima (referente ao estágio não classificável). Três e

quatro dá pra confundir. Lesão tissular é aquela que a gente

confundia com o primeiro estágio? Ficava vermelho...É alguma coisa

diferente da hiperemia...(A1).

...o estágio três atinge o músculo. ...no estágio quatro tem necrose e

muitas vezes pode chegar perto do osso e dos nervos. ...tem um

estágio chamado de não classificado [ ]. Tem aquele estágio que eu

não lembro o nome, mas fica vermelho, diferente da hiperemia, a

pele está íntegra, é o iceberg. Lesão tissular é o iceberg (A2).

...no grau II a pele não está mais íntegra, atinge a epiderme, derme e

tem bolhas. Não dá pra ver (referente ao estágio não classificável).

As vezes eu confundo um pouco (A3).

...no estágio III você não vê o tecido ósseo. ...os dois são bem feios

(referente ao estágio III e IV) (A4).

...a gente sabe que no grau I é bem mais característico a hiperemia.[

] no grau não classificável precisa retirar a necrose para saber o grau

(A6).

Ontem ainda deu um pouquinho de dúvida (A8).

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4 Resultados

4.3.1.4 Aprimorando o conhecimento sobre os fatores de risco da úlcera por

pressão

As falas mostram que os estudantes conseguiram, por meio da

experiência de coletar os dados da pesquisa, identificar os principais fatores de risco

para o desenvolvimento da UP, como identificado a seguir.

Ela (UP) escolhe quem está deitado ou sentado. O cisalhamento, ...,

terminam de dar o banho e (os pacientes) já estão lá embaixo de

novo... O lençol todo amassado. Aí você vai virar ele pra ver, tá as

marquinhas do lençol, todo amassadinho. Já está com hiperemia, no

mínimo. Neurologia é a clínica que mais pacientes apresentaram UP,

talvez (A1).

...cisalhamento constante... Chegou do centro cirúrgico e tem 90% de

chance de ter úlcera. Não faz a movimentação de 2/2 horas, porque

o paciente tá cheio de aparelho, tá entubado e é mais difícil de mudar

o decúbito (A2).

...pessoa acamada (A3).

Acho que está mais relacionado com a imobilidade mesmo.

...nutrição. Acho que foi a ortopedia (A6).

...umidade (A7).

...falta de mudança de decúbito (A8).

4.3.1.5 A Escala de Braden como suporte para avaliação de risco da úlcera por

pressão

A importância de aplicar a Escala de Braden na avaliação de risco

para UP e o significado dessa ferramenta na prática está expressa nas falas abaixo.

Ela é a base para a gente saber em que a gente vai se atentar (A1).

Avalia umidade (A1).

...eu acho que a escala descreve um padrão... para os enfermeiros,

ela é tão fácil de usar [ ], você consegue fazer a avaliação, não

perde tempo, e vai recuperar o paciente mais rapidamente (A2).

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4 Resultados

...a escala explica bem na classificação (do risco), dá pra ver o grau

(de risco) em que o paciente se encontrava (A3).

Avalia mobilidade (A7).

Avalia atividade, percepção sensorial (A8).

Avalia nutrição, fricção e cisalhamento (A1, A5 e A2).

4.3.2 Segunda categoria – CONHECENDO A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO E

DA ENFERMAGEM SOBRE A ÚLCERA POR PRESSÃO

Esta categoria mostra a visão que os estudantes tiveram sobre a

assistência de enfermagem na Unidade Masculina do HUL, em relação à prevenção

da úlcera por pressão e as suas contribuições para transformar a prática da

enfermagem. Dessa forma emergiram, quatro subcategorias que são apresentadas

a seguir.

4.3.2.1 A falta de cuidado de prevenção da úlcera por pressão

Nas falas, ficou evidenciado que os estudantes perceberam que a

equipe de enfermagem, nas suas atividades diárias, não realizava as medidas de

prevenção para o desenvolvimento de UP e que existiam problemas institucionais

que dificultavam que esse cuidado fosse realizado. Também verbalizaram que,

muitas vezes, a assistência era focalizada no diagnóstico médico e não havia uma

visão do cuidado integral ao paciente e apresentam sentimentos negativos em

relação a isso.

...o lençol está sempre amarrotado [ ] É muito melhor você prevenir

do que remediar, dá mais trabalho correr atrás do prejuízo depois. [

],... aqueles coxins, travesseiros não eram bem usados. Por isso que

eu falo: às vezes era mal usado né (uso do coxim). Quando tinha

(assistência), a que mais tinha, na minha opinião era a mudança de

decúbito. Tinha só aqueles coxins, travesseiros... A gente

(enfermeiro) não quer assumir o nosso trabalho. Isso me deixa muito

descontente. ...o paciente tava até sentado na poltrona, o colchão

estava tão velho, tão velho, aí eu falei: que beleza, mais um pouco e

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4 Resultados

ele deita no chão. Uma coisa que me deixa muito nervosa é gritar na

unidade. Tem mais jeito de conversar. Às vezes o pessoal é muito

bruto. Acho que eles se sentem ameaçados. Se ele tá fazendo mal e

vem você e faz o bem... (A1).

...o paciente tem úlcera de grau elevado, [ ] mas não tem

prescrição, não tem orientação como curativo protetor, hidratação da

pele e mudança de decúbito [ ]. ...não pode achar que só colocar a

placa de hidrocolóide resolve tudo. Os pacientes usam fralda, é

muito calor, ficam molhados, não se mexe, o lençol amarrotado e na

mesma posição durante horas. [ ] ...e sabem que o paciente vai

complicar ainda mais o quadro e fecham os olhos para isso. Tinha

gente que colocava no calcâneo, aumentando ainda mais a pressão

(uso do coxim). ...um descaso com essa patologia. Se fosse aqui

tava todo mundo processado. Colocaram um outro colchão que não

é o apropriado, foi o colchão caixa de ovo. Mas eles tão errado, tem

que mudar. Se ele está fazendo errado, não dá pra trabalhar naquilo

ali. O paciente não escolheu ser cuidado por uma pessoa

incompetente, mas ele escolheu cuidar de um paciente (A2).

...só fazem prevenção depois que surgiu a úlcera, porque não

avaliam o paciente de risco... Tinha um paciente de alto risco e não

havia nada prescrito. Eles têm que começar a ver isto antes (A3).

Não dão muita importância no caso de prevenção de UP, dão

importância, por exemplo, no caso de fratura de fêmur. A pessoa não

está nem conseguindo se mexer, mas dão importância só pra fratura.

Melhorou bastante a UP sacral desse paciente depois que colocou a

almofada gel. ...é preguiça (A3).

O colchão sumiu, ele foi para a cirurgia e depois que ele voltou não

estava mais com a gente. Eu não via isso. (referente à mudança de

decúbito) (A3).

...você vê o paciente sempre molhado, o lençol sempre amarrotado [

] às vezes não era limpo direito [ ] é um descaso. É sempre do

mesmo jeito. Até tem um paciente que vocês sempre arrumam ele, a

gente chegava e ele estava sempre do mesmo jeito. Às vezes não...

(uso do coxim), estava bem debaixo do calcâneo (A4).

...acho que era almofada gel. O nosso paciente estava usando [ ].

...não tinha hidratação da pele, uso de hidrocoloide, o que mais

prescrevia era mudança de decúbito (A5).

...se não fizermos mudança de decúbito, alimentação adequada, só o

colchão não vai adiantar. ...acho que é falta de tempo deles e

também uma certa preguiça. ...acho que é mais cômodo para o

funcionário, talvez, colocar a placa de hidrocoloide e deixar, e não

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4 Resultados

tomar outras medidas de prevenção. Acho que eles não gostam da

gente avaliando ali, observando as coisas que estão errada (A7).

...nenhum funcionário sabia se ele tinha ou não úlcera. ...nenhum

colchão especial (A8).

Sob a panturrilha (referente ao uso correto de travesseiros para

manter o calcâneo flutuante) (vários estudantes).

4.3.2.2 A importância da família nos cuidados de enfermagem na úlcera por

pressão

Nos relatos dos estudantes observa-se que esses perceberam que a

presença da família junto ao paciente fazia diferença na assistência, tanto na

vigilância do cuidado quanto na provisão de materiais e recursos necessários.

...quando a família não está, fica como aquele paciente jogado as

traças. O seu José que não fica ninguém com ele, coitado. Fica

jogado às traças (A1).

...é diferente quando a família está com o paciente, eles ficam em

cima até na hora do banho. É um descaso, se não tem a família em

cima. O nosso paciente estava melhorando bem, mas é que a família

sempre levava tudo (A4).

...a família trouxe a almofada gel (A5).

...se não tem uma família que luta pelo direito do paciente, ele fica

só evoluindo o quadro. Chega até a ser inconveniente (a família) na

enfermaria, mas se não ficar em cima, não faz (A8).

4.3.2.3 Identificando a realidade da prescrição e das anotações de enfermagem

em relação à úlcera por pressão

Surgem nas falas as percepções dos estudantes de como estão

sendo realizadas as anotações em prontuário e a prescrição de enfermagem em

relação à UP, no que diz respeito ao aspecto, classificação (estágio), “checagem” no

prontuário do cuidado realizado e ausência de registros. As falas abaixo

demonstram essa realidade.

...às vezes está checado o uso da placa de hidrocoloide, mas o

paciente está sem a placa. A classificação da úlcera... pelo menos

eu não encontrei (A1).

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4 Resultados

Estava prescrito dieta bonitinho, só que o paciente não conseguia

engolir a dieta... continuava comendo bolachinha, e não conseguia

comer a dieta. único paciente que a gente viu que está anotado que

tem úlcera de grau IV [que agora que eles viram] nossa apareceu

uma úlcera de grau IV, eles foram lá e anotaram agora, mas já tinha

que ter visto isto antes de evoluir para grau IV (A2).

...não há anotações relacionadas com o aspecto da úlcera, [ ] a

gente não acha nada. Não tem nada escrito em relação a mudança

de decúbito, mas está escrito realizado curativo em úlcera... ...não

se fala o grau da úlcera. Ele já tava no grau I. Não tinha nada

prescrito. Era difícil, porque a gente não achava nada (A3).

Não era nem feito, não tava prescrito (A4).

Foi meio decepcionante. A gente ia atrás o que estava sendo feito,

às vezes estava checado, vai saber se estava fazendo de verdade.

Escrever como estava a ferida, nada também. Nunca tinha nada

registrado... (A5).

...às vezes está prescrito para relatar o aspecto da úlcera, mas

mesmo assim não se escreve nada (A6).

...eu vi registrado: em estágio inicial, mas a úlcera não estava em

estágio inicial (A8).

4.3.2.4 Percebendo a necessidade de transformar a prática da enfermagem em

relação à úlcera por pressão

A partir da experiência de participar da coleta de dados da pesquisa,

os estudantes verbalizaram a necessidade da realização de atividades de

capacitação para os funcionários, fazer conscientização sobre a realidade, assistir o

paciente de forma holística e ter materiais adequados como colchão especial para a

prevenção da UP. As sugestões apresentadas pelos estudantes com o objetivo de

transformar a prática da enfermagem em relação à prevenção da úlcera por pressão,

ficaram evidentes nas falas a seguir.

Pelo menos ensinar avaliar os pacientes, utilizar a escala. ...achei

muito frustrante, eu fiquei descontente com a enfermagem, tem tanta

coisa que a gente podia fazer, mas parece que só tem a visão da

perna machucada, do antibiótico, do remédio pra dor. [ ] a

prescrição de enfermagem é pobríssima,[ ] a úlcera só falta

atravessar o paciente de tão grande (A1).

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102

4 Resultados

Ter uma capacitação, umas aulas, um curso igual ao que a gente

teve. Eles já são formados..., depois passar para os funcionários o

conhecimento... O colchão é uma boa. Devia colocar (o colchão) nos

pacientes da enfermaria 11 que são mais críticos, são os que tem

mais necessidade (A2).

...só na patologia (A4).

...a gente tem que ver o paciente como um todo, o psicológico e a

úlcera (A6).

Mostrar para os enfermeiros que é possível não ter UP, porque tem

lugares (instituições) que não têm (A7).

Mostrar as fotos que nós tiramos para eles se sensibilizarem e ficar

consciente do que existe na Unidade, porque muitas vezes eles não

sabem. Muita coisa é checada e não é feito. Até os próprios

funcionários, conscientizá-los melhor. Será que eles não se colocam

no lugar do paciente? (A8).

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5 DISCUSSÃO

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104 5 Discussão

A discussão do estudo é apresentada considerando os objetivos

propostos.

5.1 Identificação do risco para úlcera por pressão e a ocorrência do problema

Com relação à caracterização sociodemográfica dos pacientes, a

faixa etária de maior frequência foi de 40-59 anos (42,86%). Resultados

semelhantes foram encontrados em estudo realizado para analisar os fatores de

risco para o desenvolvimento de UP em pacientes internados em UTI com média de

idade de 48,75 anos e uma frequência de 32,5%, entre os pacientes com idade de

40 a 59 anos (SOUSA et al., 2013).

A idade é considerada fator intrínseco ao desenvolvimento de UP

que, no entanto, não pode ser considerado isoladamente de outros fatores

extrínsecos. As pessoas jovens e sadias normalmente apresentam características

no tecido muscular e adiposo diferente das pessoas idosas, que apresentam

redução de massa muscular e tecido subcutâneo. O processo de envelhecimento da

pele predispõe o organismo a maior risco para a perda da integridade da pele,

afetando todas as suas camadas. Com o avanço da idade, observa-se um declínio

nas funções em relação à função de barreira, substituição de células, clearance

químico, hidratação epidérmica, resposta imunológica, proteção mecânica, produção

sebácea, percepção sensorial, produção de suor, termorregulação, produção de

vitamina D e cicatrização (DOMANSKI; BORGES, 2012; WOLFF et al., 2011).

Com relação à cor da pele dos pacientes, verificou-se que a maioria

era de cor branca (66,7%), seguida da cor negra (19%). Sabe-se que a estrutura da

pele difere de acordo com a pigmentação, dando à pele vários tipos de coloração –

branca, parda, amarela e negra. Também é encontrada diferença estrutural no

estrato córneo que, nos indivíduos de pele negra, é mais compacto, dando à pele

maior resistência às agressões químicas, protegendo-a com maior efetividade dos

estímulos externos. Dessa forma, a pele negra é mais resistente contra a fricção e

umidade, considerados fatores externos ao risco para o desenvolvimento de UP

(MAKLEBUST; SIEGGREEN, 2001).

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105 5 Discussão

Em indivíduos de pele clara as manifestações clínicas da UP são

mais fáceis de serem reconhecidas. Na avaliação dos indivíduos de pele de cor

escura, é mais difícil a identificação do estágio I da UP e a detecção das

características que conduzem à suspeita de lesão tissular profunda pela presença

na pele de manchas de coloração avermelhada, púrpura ou castanha (DOMANSKY,

BORGES, 2012). De acordo com as recomendações da NPUAP/EPUAP (2009),

deve-se usar recursos adicionais para a inspeção da pele de indivíduos com pele

mais pigmentada como a avaliação do calor localizado, a presença de edema ou

tumefação e da dor.

Considerando que as doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo foram as mais frequentes (42,86%) nos pacientes estudados e que os

tratamentos mais comuns para as afecções ortopédicas restringem os pacientes ao

leito por suas características peculiares, como a colocação de aparelho gessado,

tração e fixadores externos, entende-se que o risco desses pacientes para a UP é

maior, pois apresentavam limitações para a mobilidade e atividade.

Essa observação foi confirmada pela primeira avaliação dos

pacientes quanto ao risco para o desenvolvimento de UP, onde a média da

pontuação do escore total da Escala de Braden foi de 11,9, mostrando que, em

geral, os pacientes apresentavam risco alto para UP. Dos 21 pacientes participantes

da pesquisa, na primeira avaliação, 10 (47,64) possuíam risco muito alto ou risco

alto, isto é, escores menores que 12 e somente um (4,76%) não tinha risco.

Pesquisa desenvolvida em Ribeirão Preto, SP, em 2007, com

pacientes internados com fratura de quadril mostrou que todos apresentavam risco

para UP, sendo que 6,7% possuía risco muito alto, 46,6% risco alto, 20% risco

moderado e 26,7% baixo risco. A imobilidade também estava presente devido às

condições clínicas dos pacientes, semelhante aos dados encontrados neste estudo

(FAUSTINO, 2008).

Em um estudo com objetivo de estimar a incidência de UP em

pacientes submetidos a cirurgias de médio e grande porte, em hospital privado,

mostrou que as cirurgias ortopédicas foram as mais representativas (25%) em

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106 5 Discussão

relação às outras especialidades. Os pacientes participantes dos estudos

encontravam-se com uma frequência maior na faixa etária de 40-59 anos,

considerando o sexo masculino e feminino (SCARLATTI et al., 2011).

Estudo transversal, realizado por Menegon et al. (2012), em um

hospital universitário no Sul do Brasil, em unidade médico-cirúrgica, teve o objetivo

de identificar a pontuação da Escala de Braden e das subescalas em pacientes

adultos hospitalizados com escore menor ou igual a 13 e associar os escores aos

principais motivos de internação hospitalar, às comorbidades e às características

demográficas. Foi identificado que 34,8% dos 187 pacientes, 65 (34,8%) obtiveram

13 pontos na Escala de Braden, 35 (18,7%) obtiveram 12 pontos e 32 (17,1%)

obtiveram 11 pontos. Não foi encontrada associação entre o escore total da Escala

de Braden e sexo e idade dos pacientes e nem com as comorbidades ou com os

motivos de internação. A maioria dos pacientes (83,4%) estava acamada e com

mobilidade física bastante limitada. Mais de 60% tinha nutrição inadequada e 50%

tinha problema de fricção/cisalhamento e percepção sensorial muito limitada. Quanto

à umidade da pele, 44% apresentava a pele ocasionalmente molhada.

No estudo aqui conduzido, quanto aos subescores da Escala de

Braden, na primeira avaliação, as menores médias foram encontradas nos domínios

atividade e fricção (1,19), seguida do domínio mobilidade (1,57). A maior média (3,1)

foi referente ao domínio percepção sensorial. Esses padrões também foram

observados nas avaliações subsequentes, onde fricção e cisalhamento, atividade e

mobilidade obtiveram as menores médias e a percepção sensorial a maior.

No estudo de Zambonato, Assis e Beghetto (2013) em adultos

hospitalizados em unidades clínicas e cirúrgicas, com o objetivo de identificar quais

alterações, na pontuação das subescalas de Braden, estão associadas com o risco

do desenvolvimento de UP, foi identificado que apresentar alteração na percepção

sensorial triplicou as chances para UP (OR= 3,5; IC95%: 1,5 - 8,2; p<0,01).

Segundo os descritores para essas subescalas, os pacientes

estavam geralmente confinados ao leito, não faziam mudanças na posição do corpo

ou extremidades sem ajuda e requeriam de assistência moderada a máxima da

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107 5 Discussão

equipe para a movimentação. Quanto à percepção sensorial, a avaliação é feita

considerando a capacidade do paciente de reagir significativamente à pressão

relacionada com o desconforto, o que permite que o indivíduo/paciente procure

mudar de posição ou solicitar que outra pessoa o ajude nas mudanças do seu corpo.

O escore 3 significa limitação sensorial leve, quando o indivíduo nem sempre é

capaz de comunicar o desconforto ou expressar a necessidade de ser mudado de

posição, ou quando apresenta um certo grau de deficiência sensorial que limita a

sua capacidade de sentir dor ou desconforto.

Os escores totais e subescores da Escala de Braden auxiliam o

enfermeiro no raciocínio clínico e na decisão das medidas que precisam ser

prescritas e realizadas pela equipe de enfermagem para controlar esses fatores que

interferem no manejo do excesso de pressão e influenciam a ocorrência da úlcera e

da sua cicatrização. Assim a escala de avaliação do risco é uma ferramenta que

deve ser incorporada na prática assistencial, conforme recomendado nas diretrizes

internacionais e também com base nas evidências provenientes de estudos

nacionais.

A elevada ocorrência de UP, identificada já na primeira avaliação em

13 (61,9%) pacientes, confirmam que o problema ocorre na unidade de internação

onde o estudo foi realizado. A localização das úlceras foi mais frequente na região

sacral (44%) e regiões do calcâneo (16%), que são as regiões mais vulneráveis com

os pacientes mantidos em posição dorsal.

Em outra pesquisa, realizada na mesma instituição do estudo, entre

os meses de novembro de 2008 e janeiro de 2009, nas unidades masculina e

feminina, os autores avaliaram a presença de úlcera em 36 pacientes com escore de

Braden menor do que 13 e que apresentavam maior grau de dependência para os

cuidados de enfermagem (graus 3 e 4, considerando uma classificação de 4 graus).

Identificaram que 19 (52,7%) pacientes apresentavam UP na primeira avaliação com

maior frequência de lesões nos homens. Quanto à localização, a região sacral

também foi a mais frequente (50%), seguida da região trocantérica (FURMAN et al.,

2010).

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108 5 Discussão

Em outros estudos, nacionais e internacionais, a região sacral é

apresentada como a região mais predisponente ao desenvolvimento de UP com a

frequência variando de 21,6 a 71% (AMIR, 2013; FAUSTINO, 2008; NOGUEIRA,

2005; ONIGBINDE; OGUNSANYA; ONIYANG, 2012; PINI, 2012; RIBAS, 2011;

RICH, 2011; RINALDI, 2011; SIMÃO, 2010; URSI, 2010).

Para Pieper (2012), as regiões coccígea, sacral e calcâneas são as

mais vulneráveis ao desenvolvimento da UP por apresentarem menos tecidos moles

entre os ossos e a pele.

Quanto ao estadiamento das UPs na primeira avaliação, verificou-se

o predomínio de lesões nos estágios I e II (64%). No estudo já citado, que foi

realizado na mesma instituição (FURMAN et al., 2010), a maior frequência também

foi de úlceras em estágio III (37%), seguidas do estágio I (27,7%). Outros autores

que avaliaram a prevalência da UP em hospitais de outras regiões do país também

encontraram maior frequência de lesões em estágios I e II (RINALDI, 2012;

ROGENSKI; SANTOS, 2006). Esse resultado indica que essas lesões, por estarem

em estágios ou graus com menor comprometimento tissular e assim não envolverem

camadas mais profundas como tecido subcutâneo, músculos e ossos, podem evoluir

para regeneração com utilização das medidas para controle dos fatores de risco

extrínsecos e terapia tópica adequada, intervenções essas do domínio do

profissional de enfermagem.

5.2 Exploração da relação entre a presença da úlcera e algumas variáveis

demográficas e clínicas

A UP está associada a diversos fatores que interferem na redução

da tolerância da pele à pressão, podendo ser intrínsecos ou extrínsecos. A idade

avançada é uma característica demográfica que frequentemente é apresentada nos

estudos como associada ao aumento do risco para UP. Embora a UP afete

indivíduos de todas as idades, os idosos (com idade acima de 65 anos, em países

desenvolvidos, e acima de 60, em países em desenvolvimento) são considerados de

grande risco. Indivíduos com mais de 75 anos e com prejuízo na mobilidade e

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109 5 Discussão

atividade têm o risco mais elevado (NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY

PANEL AND EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL, 2009).

Em alguns estudos nacionais realizados em unidades médico-

cirúrgica, cirúrgica, UTI, unidade de cuidados semi-intensivos e em Serviço de

Atenção Básica de Saúde, foi observado que ser idoso foi considerado um fator de

risco para UP (FERREIRA et al., 2012; PASSAMANI; BRANDÃO; PASSAMANI,

2012; ROGENSKI, SANTOS, 2006; SOUSA et al., 2013).

Neste estudo, não foi encontrada associação entre a presença de

úlcera por pressão e a faixa etária. Esse resultado provavelmente ocorreu pela

limitação do número de pacientes e pelo pequeno número de internados na faixa

etária com mais de 60 anos. Também, em relação à cor, embora a presença de UP

tenha sido mais frequente nos indivíduos de cor branca e amarela (66,67%), não foi

encontrada associação entre as duas variáveis. Entretanto, sob o ponto de vista

clínico esse resultado merece reflexões, considerando as observações de autores

no que tange à maior facilidade existente para detectar as características da UP em

estágios I, em indivíduos de pele clara. Em outros estudos de ocorrência e

prevalência de UP, em contextos de internação ou assistência domiciliar, a cor

branca também foi a mais predominante nos indivíduos participantes (CHAYAMITI,

2008; NOGUEIRA, 2005; RIBAS 2011; RINALDI, 2012).

Em estudo realizado nos Estados Unidos, avaliou-se a validade

preditiva da Escala de Braden para determinar os riscos para UP em idosos negros

e latino/hispânicos e para identificar as variáveis associadas com a presença da

lesão. Em amostra de 74 sujeitos em risco, a incidência de UP foi de 21% entre os

negros e 11% em latino/hispânicos. Ainda, nesse estudo, a Escala de Braden foi

altamente significativa para prever UP em negros com idade ≥75 anos e não

preditiva para negros e latino/hispânicos com menos de 74 anos. O autor afirmou

que a maior incidência de UP em indivíduos de pele negra se deve à dificuldade que

os enfermeiros possuem em identificar as úlceras em estágio I nesses indivíduos, o

que leva à detecção da lesão somente nos estágios subsequentes. Ressalta que os

enfermeiros devem estar cientes sobre as questões que envolvem a raça e etnia no

momento da avaliação da pele e que estudos futuros são necessários para

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110 5 Discussão

compreensão dessas variáveis (LYDER et al.,1999).

Lyder e Ayello (2008) argumentam que, embora pesquisadores

tenham encontrado que ser indivíduo da pele branca é um preditor da UP, o

pequeno número de pessoas com pele negra na maior parte desses estudos, torna o

resultado questionável. Enfatizam que os poucos estudos que incluíram número

suficiente de pessoas com pele escura na análise identificou-se que os de raça

negra têm UP em estágios mais avançados do que os não negros.

Essas observações dos autores citados evidenciam que, ao prestar

os cuidados aos pacientes com cor de pele com mais pigmentação, a equipe de

saúde, e de modo especial a equipe de enfermagem, deve estar atenta para esse

fator, utilizando estratégias para uma avaliação eficaz desses pacientes.

Também, em relação às variáveis tempo de internação, tipo de saída

e diagnóstico médico não foram encontradas associações com a presença de UP.

Quanto à variável diagnóstico médico, resultado semelhante foi

também encontrado na pesquisa de Rinaldi (2012) que apresentou como, objetivo

verificar a prevalência e os fatores de risco para úlcera por pressão em um hospital

no interior do Paraná, caracterizar o perfil sociodemográfico dos pacientes

internados na instituição em estudo e descrever as características clínicas das

úlceras por pressão. O estudo foi desenvolvido em unidades de internação com

atendimento a diversas especialidades médicas e de alta complexidade. Como

resultados foram apresentados que os antecedentes clínicos por sistema não

apresentaram correlação e somente quando o diagnóstico insuficiência renal crônica

foi analisado, de forma isolada, é que foi demonstrada relação com a ocorrência de

UP (p=0,035).

Diferente resultado foi encontrado no estudo de Ribas (2011) que

teve como objetivo verificar a prevalência e os fatores de risco para a presença de

UP em um hospital de ensino de Curitiba, caracterizar o perfil sociodemográfico dos

pacientes acometidos por UP; explorar relação entre variáveis sociodemográficas e

clínicas e a ocorrência de UPs; avaliar as características clínicas das UP e sua

classificação. Trata-se de estudo epidemiológico, observacional, de delineamento

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111 5 Discussão

transversal. A amostra foi constituída por pacientes atendidos em unidades de

internação com atendimento clínico e cirúrgico (adulto e pediátrico), materno infantil

e transplante de medula óssea e que apresentaram UP. O estudo identificou relação

significativa (p<0,001) entre as doenças dos sistemas imunorreumatológico e

nervoso e a presença de UP.

Outro achado desse estudo, onde não foi encontrada a associação

esperada entre o escore total da Escala de Braden na primeira avaliação dos

pacientes e a presença de UP, poderia ser explicado pelo número limitado de

pacientes participantes da pesquisa e pela condição do paciente no momento da

avaliação que poderia não ser a mesma do momento do início da UP, já que muitos

estavam internados por vários dias antes do início da pesquisa. Entretanto, o

resultado encontrado tem significância clínica para a prática de enfermagem, pois

quando se observa a distribuição dos pacientes por nível de risco, identifica-se que,

à medida que diminuem os escores obtidos na Escala de Braden e aumentam os

níveis de risco, houve aumento da percentagem de pacientes com presença de UP.

Esse resultado também foi obtido no estudo realizado em 2008, em

um hospital universitário de Minas Gerais com coleta de dados feitas em um só dia

com os 16 pacientes internados em unidade de médico-cirúrgica para identificar o

risco para o desenvolvimento de UP, a prevalência e classificação das úlceras,

quanto à localização e estadiamento. Os pacientes foram avaliados pela Escala de

Braden e pela inspeção da pele. Identificou-se que 12 (74,9%) não estavam em risco

e 4 tinham risco elevado ou muito elevado. Os principais fatores relacionados ao

risco foram a limitação na percepção sensorial, estar acamado e completamente

imobilizado e requerer assistência moderada a máxima para mover-se (e evitar a

fricção e cisalhamento). Dos quatro pacientes em risco, três apresentavam úlcera

por pressão com total de 17 lesões, sendo 10 no estágio IV (58,9%), 4 do estágio II

(23,5%) e 3 em estágio I. A localização anatômica de maior frequência foi a região

trocantérica (23,5%), seguida das regiões sacral e calcânea (17,6%) e escápula e

maléolo (11,8%). Os autores concluíram que a avaliação de risco com a Escala de

Braden é uma ferramenta eficaz para a prevenção de UP, sendo esse instrumento

importante para nortear as ações de enfermagem, no que diz respeito ao uso

adequado e racional das medidas preventivas, à redução do tempo de internação

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112 5 Discussão

hospitalar e dos custos com o tratamento e, sobretudo, do sofrimento dos pacientes

(SALES; BORGES; DONOSO, 2010).

Estudo de revisão sistemática, desenvolvido por Coleman et al.

(2013) esclarece alguns aspectos da influência dos fatores de risco na gênese da

UP. Utilizaram métodos rigorosos, recomendados pela Colaboração Cochrane, para

investigar os fatores de risco que são independentemente preditivos para o

desenvolvimento da UP em pacientes adultos, em diferentes contextos do cuidado.

Os autores enfatizaram que não há um fator único isolado que possa

explicar o risco para UP, mas, sim, uma complexa interação de fatores que

aumentam a probabilidade do desenvolvimento da lesão. Destacaram que a redução

da atividade/mobilidade foram considerados os fatores-chaves. A diminuição da

perfusão (incluindo o diagnóstico de diabetes) também foi considerada fator

importante. Outro fator onde uma forte associação foi encontrada foi referente às

condições de alterações da pele (úlcera de estágio I, presença da UP e história

prévia de UP). Os autores concluíram que os resultados da revisão foram

consistentes com os conceitos teóricos que explicam a etiologia da UP. Outros

fatores como umidade da pele, idade, componentes hematológicos (como albumina,

proteína, hemoglobina), nutrição e condição geral de saúde também apareceram

como importantes, mas não no mesmo nível que a atividade/mobilidade; diminuição

da perfusão e alterações da pele.

5.3 Registro das evidências para a prevenção da úlcera por pressão pelos

enfermeiros nas prescrições de enfermagem

Uma das principais intervenções para a prevenção da UP e uma

questão básica na avaliação dos pacientes para o planejamento do cuidado é a

identificação do risco e os fatores que os colocam em risco. A avaliação do risco é

considerada componente central da prática clínica, pois permite a identificação de

pacientes suscetíveis e o planejamento de intervenções apropriadas para o controle

do risco (NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND EUROPEAN

PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL 2009). A recomendação da Diretriz da

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113 5 Discussão

NPUAP/EPUAP (2009) enfatiza que cada serviço de saúde deve ter uma política

estabelecida que inclua recomendações claras para o uso de abordagem

estruturada para a avaliação do risco, o momento em que deve ser feita a avaliação

e a reavaliação, a documentação da avaliação e a comunicação dessa informação

para toda a equipe de saúde. Os pacientes que já apresentam a úlcera também

devem ser avaliados, pois, geralmente, continuam em risco para novas úlceras e

necessitam de intervenções para controle dos fatores que também interferem na

resolução das lesões presentes.

Nessa pesquisa não foi identificado o registro do uso da Escala de

Braden pelos enfermeiros, em nenhum dos prontuários dos pacientes participantes,

em qualquer dia da avaliação. Outro estudo realizado na mesma instituição e

publicado em 2002 mostrou os resultados do uso de um protocolo para prevenção

de UP nos pacientes críticos na UTI e citou o uso da Escala de Braden, destacando

que a escala possibilitou fazer com segurança o diagnóstico do paciente com risco

para desenvolver úlcera por pressão (BARROS et al., 2002).

Simão, em estudo realizado em 2009, com 346 pacientes internados

em quatro UTIs de um hospital universitário do Estado de São Paulo, identificou que

os enfermeiros realizavam a avaliação de risco dos pacientes diariamente usando a

Escala de Braden, pois essa informação fazia parte dos dados do Programa

Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH). No entanto, a informação era

encaminhada para a coordenação do programa CQH e não era registrada em

nenhum dos prontuários, o que significa que não era utilizada para o planejamento

da assistência aos pacientes.

Bergstrom (2008) afirma que, embora a meta do uso da Escala de

Braden seja identificar os pacientes em risco e auxiliar no planejamento de ações

efetivas de prevenção, muitas vezes nas instituições não existe a preocupação com

a diminuição da ocorrência da UP, mas, sim, em atender os requerimentos dos

programas de qualidade que incluem o uso desse instrumento. Destaca que outros

fatores sistêmicos para o não uso incluem falhas na educação do estudante e a

capacitação do enfermeiro para o uso e também o número inadequado de

enfermeiros para fazer a avaliação do paciente. Aponta, ainda, que o uso de versões

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114 5 Discussão

simplificadas da escala como parte do prontuário do paciente, contendo somente o

subtítulo dos domínios da subescala sem incluir os descritores, dificulta a

identificação do problema do paciente e o planejamento do cuidado, assim a

informação obtida não é considerada fidedigna.

Também no registro das condições de integridade da pele foram

identificadas falhas na documentação. O fato de que em nenhum prontuário foi

encontrado o registro da informação da classificação (estágio/grau) da UP aponta

para a necessidade de investigações que identifiquem os motivos da falta de

registro, de modo que medidas educativas possam ser promovidas. A

recomendação da Diretriz da NPUAP/EPUAP (2009) enfatiza que os profissionais

precisam ser educados sobre o uso apropriado do sistema de classificação e a

aparência dos diferentes tipos de tecidos presentes na lesão. Na Diretriz é

destacado que a capacitação pode ser feita pelo uso de fotografias, aulas

expositivas formais ou usando o computador e que o reconhecimento dos diferentes

tipos de tecidos presentes na lesão geralmente requer treinamento além do ensino

formal básico da graduação. Ressalta, ainda, que nos programas de formação de

todos os profissionais de saúde deveria ser avaliada a necessidade de melhorias na

educação dos estudantes para a prevenção, classificação e tratamento das UPs

(NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND EUROPEAN

PRESSURE ULCER DIVISORY PANEL, 2009).

Esses resultados encontrados são análogos aos apresentados por

Thoroddsen et al. (2013) que investigaram a acurácia, exatidão e abrangência das

informações sobre UPs documentadas nos prontuários de pacientes (n=45) em um

hospital universitário da Islândia. Dos 45 prontuários de pacientes identificados com

UP somente 27 (60%) tinham registros com informações sobre as UPs e os registros

foram feitos na sua maioria por enfermeiros (60%) e somente sete (16%) por

médicos. Os aspectos documentados com maior frequência estavam relacionados

aos sinais e sintomas (42%), diagnóstico de enfermagem (44%) e prescrição das

medidas preventivas (42%). Os autores concluíram que, pelos resultados do estudo,

os objetivos da documentação em registrar, estabelecer uma comunicação e dar

suporte para apoiar a continuidade de informações nos registros em prontuário dos

pacientes não foram alcançados e que isso compromete a segurança do paciente, a

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115 5 Discussão

continuidade e a qualidade do cuidado.

Bergstrom (2008) assevera que lapsos na acuracidade da

documentação relacionada ao cuidado e aos seus resultados, diminui a integridade

profissional e obscurece o valor da prática dos profissionais de enfermagem.

A prescrição de enfermagem para pacientes em risco ou com UPs

precisa enfatizar os cuidados que controlem os fatores relacionados à ocorrência do

problema para que novas úlceras sejam evitadas e as lesões presentes possam

cicatrizar. Esses cuidados são apresentados na Diretriz da NPUAP/EPUAP (2009)

como recomendações e incluem: cuidado da pele, suporte nutricional, medidas para

reposicionamento corporal e uso de superfícies de suporte para redistribuição da

pressão (NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND EUROPEAN

PRESSURE ULCER DIVISORY PANEL, 2009).

Neste estudo, na busca pelas prescrições de enfermagem nos

prontuários, considerando algumas das intervenções preconizadas nas diretrizes

como essenciais no manejo dos pacientes em risco, identificou-se que as ações

prescritas com maior frequência foram a mudança de decúbito, proteção da pele, da

incontinência e hidratação da pele. O uso de coxins, suplemento nutricional,

curativo/cobertura, obtiveram maior frequência de prescrições somente para os

pacientes que tiveram mais do que 11 avaliações, ou seja, estavam há mais tempo

na unidade.

Outras medidas de prevenção que são recomendadas nas diretrizes,

como a manutenção da cabeceira elevada até 30º e uso de colchão especial,

obtiveram poucas prescrições (variação de 0 a 25%).

Outros estudos também identificaram que a mudança de decúbito

tem sido a ação realizada e documentada com maior frequência para pacientes em

risco ou com UP em hospitais (NOGUEIRA, 2005; STEIN et al., 2012).

O reposicionamento do paciente com a mudança de decúbito, em

períodos de 2 a 3 horas, alivia a pressão existente em determinada área. Moore,

Cowman e Posnett (2013) compararam a incidência de UP e o custo do tempo gasto

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116 5 Discussão

pelo enfermeiro em dois tipos de reposicionamento do paciente no leito, e avaliaram

a relação custo-benefício. Os pacientes participantes do estudo foram randomizados

e alocados em um grupo experimental, com reposicionamento a cada 3 horas, com

rotação lateral a 30°, e em grupo controle com reposicionamento a cada 6 horas,

usando rotação lateral de 90°. Os resultados demonstraram que o reposicionamento

a cada 3 horas com 30° mostrou ser mais efetivo na redução da incidência de UP e

com menos custo no tempo gasto pela enfermagem. Esses achados vêm ao

encontro das recomendações das diretrizes da NPUAP/EPUAP (2009), no que tange

à realização dos cuidados de enfermagem no reposicionamento do paciente para a

prevenção de UP, implicando, também, menores custos com o paciente

hospitalizado.

Em estudo já citado, realizado na UTI, na instituição desta pesquisa,

foi aplicado protocolo para prevenção de UP em 29 pacientes considerados de risco,

admitidos sem a presença de UP. O protocolo foi elaborado pelos enfermeiros do

setor, utilizando as recomendações da Diretriz da Agency for Health Care Policy and

Research (AHCPR) (FERNANDES, 2006). Os resultados evidenciaram que 17

(59%) pacientes não apresentaram alterações na pele e 12 (41%) apresentaram

alteração, apesar de serem avaliados, diariamente, pelo protocolo de prevenção. Os

autores concluíram que a aplicação do protocolo proporcionou cuidado

individualizado para cada paciente, promoveu resolutividade em relação à UP e a

equipe de enfermagem se mostrou mais atenta aos cuidados de prevenção

prescritos (BARROS, 2002).

Barker et al. (2013) realizaram estudo visando determinar se, com a

implementação de programa de prevenção de UP baseado em evidências, havia

redução na ocorrência de UP adquirida no hospital e se as práticas recomendadas

pelas diretrizes estavam sendo implementadas nos cuidados diários dos pacientes

de um hospital, na Austrália. Os autores constataram que houve redução na

prevalência da UP de 12,6 para 2,6% e grande adesão na avaliação de risco e nas

intervenções prescritas pelos enfermeiros, sugerindo que esses resultados são

reflexo de uma prática fundamentada nas recomendações das diretrizes.

Espera-se que as prescrições de enfermagem, em relação às

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117 5 Discussão

recomendações para prevenção da UP, sejam elaboradas considerando a avaliação

do risco, o que não foi constatado neste estudo. A prescrição de enfermagem

permite que todos os membros da equipe de saúde e de enfermagem tenham

ciência das decisões relacionadas ao cuidado, realizem as ações e possam observar

os resultados obtidos por cada um dos pacientes internados.

A SAE nos cuidados com a úlcera por pressão envolve o

comprometimento do enfermeiro em realizar as etapas que compõem o PE. Dessa

forma, a primeira etapa compreendida pelo histórico de enfermagem ou investigação

é o momento em que são coletadas informações sobre o paciente, seguida do

diagnóstico de enfermagem em que é feito o julgamento clínico sobre os dados da

investigação. Identificado o diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro faz o

planejamento decidindo quais são os problemas prioritários, quais são as metas do

cuidado e as intervenções. A quarta etapa refere-se à implementação do cuidado

planejado e sua documentação. A última etapa consiste em avaliar se as

intervenções atingiram os resultados esperados (CARPENITO-MOYET, 2007).

Em um hospital universitário do Sul do Brasil, enfermeiras utilizam o

PE como metodologia norteadora da assistência nos cuidados para a prevenção e

tratamento da UP. Dessa forma, na coleta de dados do paciente, é usada a Escala

de Braden no auxílio para identificação do risco da UP, como subsídios para a

realização do diagnóstico de enfermagem, planejamento e prescrição das

intervenções, de acordo com o Protocolo Assistencial de Prevenção e Tratamento

de Úlcera por Pressão (SANTOS et al., 2013).

O PE também foi o condutor na pesquisa de Bavaresco (2012)

quando afirma que a organização da assistência de enfermagem possibilita ao

enfermeiro diagnosticar uma situação de risco, prescrever e executar intervenções

adequadas. Com o objetivo de validar as intervenções de enfermagem NIC –

Classificação das Intervenções de Enfermagem - para o diagnóstico Risco de

Integridade da Pele Prejudicada em pacientes em risco de UP, essa autora validou

nove intervenções e 73 atividades de enfermagem. As intervenções, denominadas

prioritárias e validadas foram: prevenção de úlceras de pressão, controle da

pressão, supervisão da pele, banho, cuidados da pele: tratamentos tópicos,

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118 5 Discussão

monitorização de sinais vitais, cuidados na incontinência urinária, posicionamento e

terapia nutricional. As implicações dessa pesquisa são de grande importância, uma

vez que as intervenções validadas são fundamentais no cuidado com o paciente em

risco para UP.

Os estudos de Bavaresco (2012) confirmam os pressupostos de

Magnan e Maklebust (2009) que argumentam que enfermeiros não podem obter

progresso na prevenção da UP se não houver uma junção e uma conexão entre a

avaliação de risco, planejamento da prevenção, uso das intervenções e avaliação

dos resultados. Essas atividades, ou seja, as fases que compõem o PE não devem

ser realizadas de forma isolada e distinta, porque uma fase se sobrepõe a outra.

Esses mesmos autores mostram a importância e a maneira de como

gerenciar os cuidados de enfermagem a pacientes com a UP por meio do PE,

recomendando e orientando como realizar a ligação entre a avaliação-diagnóstico-

planejamento-implementação-avaliação/evolução. Destacam que primeiramente

deve-se realizar uma avaliação de risco com acurácia. Na sequência, usar os

resultados obtidos pela Escala de Braden para direcionar a identificação dos

diagnósticos de enfermagem e planejar as intervenções de prevenção. O terceiro

passo seria a implementação das intervenções para atingir objetivos e resultados

centrados no paciente e, como etapa final do PE, a avaliação/evolução deverá

identificar se esses resultados foram alcançados.

Essa conexão não foi evidenciada no estudo de Fossum et al. (2011)

que exploraram qualitativamente o raciocínio clínico e as estratégias aplicadas pelos

enfermeiros durante uma simulação para o planejamento dos cuidados a pacientes

idosos institucionalizados, referente à nutrição e à UP. Identificaram que, embora os

enfermeiros (n=30) tenham usado uma variedade de estratégias, nenhum elaborou

de forma estruturada uma avaliação de risco e que a maioria iniciava o raciocínio

clínico pelo planejamento das intervenções. O que foi observado é que havia lacuna

nas fases do PE.

Na instituição onde esta pesquisa foi realizada, a Metodologia da

Assistência de Enfermagem foi implantada na década de 80 e, desde então,

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119 5 Discussão

esforços têm sido realizados na concretização do PE (SENTONE, 2005). Os

trabalhos foram desde a criação de um grupo de estudo com o objetivo de refletir

sobre a prática assistencial e a elaboração de normas para o aperfeiçoamento da

elaboração da metodologia da assistência até a implantação da prescrição de

enfermagem eletrônica. A prescrição de enfermagem é fundamentada em protocolos

de assistência, subsidiados nas necessidades humanas básicas (VITURI, 2013).

Entretanto, o que se observa atualmente é que os enfermeiros

elaboram a prescrição de enfermagem através das necessidades humanas básicas

identificadas por meio do exame físico realizado nos pacientes. Não é feito um

julgamento clínico mais acurado sobre quais as medidas preventivas para UP, uma

vez que também não é realizada uma avaliação de risco com instrumentos

apropriados como, por exemplo, a Escala de Braden. Provavelmente essa lacuna foi

um dos fatores responsáveis pelos resultados desta pesquisa que mostraram

prescrições de enfermagem com poucas medidas preventivas para UP.

Estudo de Vituri (2013), que teve como objetivo testar a

confiabilidade interavaliadores de indicadores de qualidade e utilizá-los na avaliação

da assistência de enfermagem mostrou que o desempenho da equipe de

enfermagem, em relação aos registros das ações de cuidados, estava

comprometida. O estudo foi realizado no HUL, em unidades de internação médico-

cirúrgicas, sendo que uma dessas unidades também compôs o local de estudo da

presente pesquisa.

Os resultados do estudo mostram que a ocorrência de úlceras por

pressão é alta, sendo imprescindível a ação da enfermagem nas medidas

preventivas através da implantação e implementação de protocolos/programas que

visem a adoção de medidas preventivas, por meio de uma avaliação criteriosa na

identificação dos fatores de risco. Essas práticas são importantes uma vez que os

custos econômicos com o tratamento da UP são onerosos e, consequentemente,

refletem também em custos elevados nos aspectos sociais e emocionais dos

pacientes e de seus familiares.

Com relação à associação entre a prescrição da medida de

prevenção pelos enfermeiros e a condição da pele ou aparência das UPs dos

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120 5 Discussão

pacientes, considerando a classificação em estágio/grau, observou-se que houve

uma associação com significância estatística (p-valor <0,05) para o uso do curativo

em úlceras de maior profundidade, isto é, em estágio III, IV e não classificável.

Conclui-se que as coberturas eram utilizadas para tratamento da úlcera. Entretanto

dentre as recomendações para a prevenção da UP um aspecto enfatizado é o uso

de coberturas de hidrocoloide (fino) ou filme de poliuretano para proteção da pele

quanto a fricção.

Com relação à associação entre a prescrição das medidas de

prevenção e os fatores de risco avaliados pela Escala de Braden em suas

subescalas, não foi encontrada nenhuma associação. Do ponto de vista clínico

observa-se que muitos pacientes não tiveram prescrições de enfermagem que

seriam necessárias considerando o fator de risco presente, avaliado na subescala.

Essas informações poderão ser utilizadas na instituição para avaliação das ações

dos enfermeiros e a decisão pela adoção da Escala de Braden como instrumento

para auxiliar no raciocínio clínico que norteia a seleção das medidas prescritas para

prevenção.

Não foram encontrados na literatura estudos cujas metodologias

permitissem comparações de associações entre as medidas preventivas com os

subescores da Escala de Braden. Alguns estudos são relatados referentes ao uso

de protocolos na prevenção de UP e intervenções registradas pelo enfermeiro

(NOGUEIRA, 2005; VANDENKERKHOF, 2011; SWANSON, 2011; PETERSON,

2013; ARMOUR-BURTON, 2013).

Entretanto, foram encontrados estudos que abrangiam parcialmente

o uso das medidas preventivas, como evidenciado no estudo de Moore e Cowman

(2011) que teve como objetivo estabelecer a prevalência da UP e a prevenção em

idosos institucionalizados. Esse estudo mostrou que houve uma associação

estatisticamente significante entre os escores da atividade e mobilidade e o uso de

dispositivos de redistribuição da pressão em pacientes acamados. Os dados foram

coletados em 12 instituições situadas na região urbana e rural da República

Irlandesa, em 1.100 pacientes.

Ressalta-se que os resultados apresentados referentes aos objetivos

2.2.1 e 2.2.2 demonstram que a participação dos estudantes na coleta de dados da

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121 5 Discussão

pesquisa permitiu a experiência de identificar o perfil dos pacientes em risco para a

UP e conhecer a ocorrência do problema da unidade de internação. Também

apontam que os estudantes puderam identificar aspectos da prevenção da UP que

estão sendo realizados pelos profissionais da instituição e aspectos que precisam

ser implementados para que a prática seja baseada em evidências.

5.4 Significado da experiência dos estudantes da 2ª série do curso de

enfermagem da UEL referente à metodologia de ensino proposta

PRIMEIRA CATEGORIA – APRENDENDO SOBRE O TEMA ÚLCERA POR PRESSÃO

Esta categoria mostra as visões dos estudantes sobre o processo de

aprendizagem acerca do tema UP nos momentos teóricos e práticos, desenvolvidos

em sala de aula e nas enfermarias da Unidade Masculina, ou seja, o quão

importante foi participar do workshop da PBE proposto nesta pesquisa.

A primeira subcategoria “correlacionando a teoria com a prática”

expressou a satisfação apresentada pelos estudantes em realizar a conexão da

teoria e da prática. A relação teoria e prática deve ser trabalhada simultaneamente e

constitui uma unidade indissolúvel, onde a prática não é simplesmente a aplicação

da teoria, mas constitui-se no ponto de partida e no ponto de chegada. A teoria é

formulada a partir das necessidades concretas da realidade à qual se pretende

responder (DELLAROZA; VANUCHI, 2005). Essa relação constitui-se em um dos

princípios do CI do Curso de Enfermagem da UEL, porém, percebe-se, pela fala dos

estudantes, que conseguiram correlacionar a teoria somente após o workshop da

PBE.

A lacuna entre a teoria e a prática é amplamente documentada e

relatada na literatura sobre o ensino e a prática profissional da enfermagem. Embora

diferentes soluções têm sido propostas para romper essa lacuna, ainda parece não

haver uma resposta simples para resolver esse problema (HATLEVIK, 2012).

Há grande preocupação no ensino da enfermagem com a dicotomia

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122 5 Discussão

teoria e prática. No estudo de Mira et al. (2011), com o objetivo de avaliar, sob a

óptica dos estudantes do 8º semestre de graduação, o ensino prático do curso de

graduação de enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São

Paulo desenvolvido no Hospital Universitário, mostrou que os estudantes

conseguiram relacionar a teoria e a prática durante os estágios, contribuindo para a

formação de um enfermeiro crítico e reflexivo.

Santos (2012), quando analisou o ensino da temática feridas, no

curso de graduação em enfermagem da UFPB (Universidade Federal da Paraíba),

mostrou que nos relatos dos docentes há facilidade em estabelecer a relação entre

teoria e prática, por meio de metodologias ativas, como a problematização,

proporcionando integração entre o ensino e a realidade.

Resultado semelhante foi encontrado no estudo de Salomé e

Espósito (2008) que objetivou compreender e apreender os sentimentos vivenciados

pelos acadêmicos do curso de enfermagem quando realizava curativos, durante o

estágio curricular e extracurricular de um hospital. Os resultados apresentados na

categoria “dificuldades dos acadêmicos de enfermagem para associar a teoria à

prática” identificaram, entre os estudantes participantes do estudo, que houve

dificuldades de atuação no campo de estágio para articular a prática à teoria

aprendida na sala de aula. De acordo com o autor, a dissociação entre teoria e

prática e entre ensinar e cuidar é algo que prejudica, desfavorece e dificulta o

processo de ensino-aprendizagem.

Preocupados com a lacuna existente entre a teoria e a prática,

Swardt; Toi; Botha (2012) desenvolveram pesquisa qualitativa com o objetivo de

estabelecer a influência de um guia de reflexão com os estudantes de enfermagem

em cuidados intensivos. O guia de reflexão é uma forma de reflexão estruturada que

ocorre entre facilitadores e profissionais ou estudantes, com o objetivo de estimular

o raciocínio e reflexão crítica. Participaram desse estudo 7 estudantes de

enfermagem em cuidados intensivos, alocados em hospital privado em Gauteng,

Província da África do Sul. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista em

que o estudante escolhia um incidente que considerava complexo e que tivesse sido

vivenciado com paciente crítico. Os principais temas que emergiram dessa coleta

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123 5 Discussão

foram: descrição do incidente vivenciado, análise crítica do conhecimento, análise

crítica dos sentimentos e mudanças de pensamento em vários aspectos. Nesse

estudo, os autores relataram que, quando aplicado o guia de reflexão, houve

integração da teoria com a prática e que resultou em perspectiva transformadora no

aprendizado e na prática clínica.

Na segunda subcategoria “o despertar para as competências da

enfermagem na avaliação do paciente com risco para UP”, ficou evidente que os

estudantes identificaram como sendo competência do enfermeiro a avaliação dos

pacientes com desenvolvimento para UP.

Reforça-se que competência é um conjunto de conhecimentos,

habilidades e atitudes que resulta em uma aplicação prática – saber, saber fazer e

saber ser. O conjunto de saberes constitui em saberes teóricos necessários para a

compreensão do objeto a ser cuidado, baseado em evidências e com o propósito de

consolidar as melhores práticas na assistência ao ser humano. O saber fazer refere-

se à implementação por meio de procedimentos e protocolos validados e

direcionados para as “boas práticas”. O saber ser caracteriza-se pelos

comportamentos individuais e de grupos, fundamentados por princípios da bioética

(BALSANELLI et al., 2008).

A formação acadêmica do enfermeiro, a qualidade da educação, o

conhecimento adquirido e uma prática baseada nas melhores evidências refletem

significativamente sobre a assistência de enfermagem com qualidade.

Foi identificado no estudo de Chianca et al. (2010) que os

enfermeiros apresentaram déficit de conhecimento acerca da prevenção de UP e os

princípios da avaliação (identificação dos estágios), especialmente entre os

enfermeiros que possuíam maior tempo de experiência profissional. O estudo foi

realizado com 106 enfermeiros de um hospital universitário em Belo Horizonte, que

aplicou o teste de conhecimento.

No estudo de Fernandes (2006) onde a autora pesquisou os efeitos

de intervenções educativas no conhecimento e práticas de profissionais de

enfermagem e na incidência de UP em Centro de Terapia Intensiva, verificou-se que

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124 5 Discussão

quando aplicou um questionário para os enfermeiros sobre o conhecimento no tema

úlcera por pressão houve índice de acertos de 12%, referente ao posicionamento do

paciente em cadeira de rodas, considerado um percentual baixíssimo, indicando

déficit significativo de conhecimento. Também outras questões apresentaram baixos

índices de acertos referentes à inspeção sistemática da pele, à massagem em

proeminências ósseas, ao uso de protetores para a pele, ao reposicionamento do

paciente, ao uso da luva d’água, ao uso de almofadas do tipo argolas, ao grau de

elevação da cabeceira da cama e à definição de cisalhamento.

De acordo com Miyasaki (2009), quando aplicou um teste de

conhecimento para mensurar o nível de conhecimento entre profissionais de

enfermagem sobre as recomendações para a prevenção de UP, verificou-se que os

enfermeiros apresentaram média de acertos de 79,4%, o que foi considerado índice

insuficiente.

Faustino et. al. (2010) identificaram o conhecimento de enfermeiros

que atuam em hospital público no Distrito Federal, sobre os novos descritores na

classificação da UP. Os resultados apontaram que somente 7%, dos 30

participantes do estudo, tinham conhecimento sobre a nova nomenclatura dos

estágios de UP - de acordo com a NPUAP/EPUAP (2009) e 52% ainda usavam a

nomenclatura anterior. Ainda mostraram que os enfermeiros conseguiram identificar

corretamente o estágio I da UP. Os autores concluíram que os enfermeiros estão

desatualizados em relação aos estágios de UP e que os mesmos devem ser

encorajados a buscar atualização sobre o tema.

Outros resultados foram encontrados no estudo de Strand e

Lindgren (2010) que investigaram entre enfermeiros, atitudes, conhecimento,

oportunidade e obstáculos percebidos em relação à prevenção de UP em Unidade

de Cuidados Intensivos, em um hospital da Suécia. Os enfermeiros (n=144) foram

convidados a responder um questionário com perguntas abertas e fechadas. Em

relação aos fatores de risco, não foi observado déficit de conhecimento, somente

alguns enfermeiros não responderam à questão que tratava da força de

cisalhamento, níveis baixos e elevados de albumina. O nível de conhecimento foi

considerado bom. Na abordagem das medidas preventivas, o alívio da pressão

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125 5 Discussão

esteve presente em 97,3% na resposta dos enfermeiros e apenas 2,8% na avaliação

de risco. Quando questionados sobre a identificação dos estágios de UP, 46,8%

(n=139) dos enfermeiros apresentaram uma resposta correta. Os autores concluíram

que, nesse estudo, foram apresentados os aspectos relevantes para facilitar as

medidas preventivas e que o aumento do conhecimento entre os enfermeiros

contribuirá de forma significativa para atingir tais resultados, ou seja, a realização de

medidas preventivas de UP.

Pancorbo-Hidalgo (2007) realizou estudo com enfermeiros da

Espanha para avaliar o nível de conhecimento das diretrizes sobre prevenção e

tratamento de UPs, as implementações das diretrizes na prática clínica e os fatores

profissional e educacional que influenciam o conhecimento e a prática. Identificou

que, em relação às medidas preventivas, um grupo de medidas foi considerada

apropriada em pelos menos 75% dos enfermeiros: avaliação nutricional, aplicações

tópicas de produtos que protegem a pele, educação com os familiares dos pacientes

sobre os cuidados com UP e reposicionamento do paciente, tanto em cadeira como

no leito. Entretanto, verificaram que alguns profissionais consideraram correto

intervenções não recomendadas pelas diretrizes como a aplicação tópica de

produtos à base de álcool, uso de almofadas do tipo argola e massagem em

proeminência óssea hiperemiada. Os autores afirmaram que, apesar das

recomendações nos cuidados com UP, encontradas nas diretrizes, sejam

conhecidas pelos enfermeiros, ainda há um grupo de intervenções que são de

conhecimento insuficiente pelos mesmos e também com baixos índices de

implementação.

Em estudo, Joseph e Clifton (2013), sobre o conhecimento da

avaliação de risco de UP entre enfermeiros, os autores utilizaram a revisão de

literatura com pesquisa em base de dados como o CINAHL, OVID, British Nursing

Index e outras fontes da internet, de publicações no período de 1995 a 2011. Os

resultados encontrados nos artigos analisados permitiu concluir que a avaliação de

risco é importante, tanto na prevenção como no tratamento de UP, mas que são

necessárias pesquisas do tipo ensaio clínico randomizado para identificar a conexão

entre escalas de avaliação de risco e redução de incidência de UP. A revisão da

literatura identificou que os enfermeiros podem utilizar escalas de avaliação de risco

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126 5 Discussão

para o mesmo paciente de diferentes formas e que a interpretação pode ser

subjetiva, levando a problemas de consistência dos cuidados. Isso indica a

necessidade de educar os profissionais de saúde sobre os fatores de risco

envolvidos no desenvolvimento de UP para aprimorar o conhecimento. O autor

afirma que as medidas preventivas no desenvolvimento de UP envolvem a

combinação de conhecimento do enfermeiro, avaliação clínica do paciente e

avaliação de risco através de escalas.

Os resultados dos estudos anteriormente citados mostraram que o

déficit de conhecimento, entre os enfermeiros, sobre a fundamentação teórica no

tema UP, é um problema nacional e internacional. Infere-se que esse déficit também

foi uma das observações realizadas pelos estudantes da presente pesquisa, ao

constatarem a precariedade das prescrições de enfermagem relacionadas à

prevenção e à avaliação de risco para UP.

Em relação às subcategorias “aprimorando o conhecimento nos

estágios da UP”, “aprimorando o conhecimento sobre os fatores de risco da UP” e “a

Escala de Braden como suporte para avaliação de risco da UP”, os estudantes

revelaram ser de fundamental importância o workshop recebido sobre a PBE para

consolidar o aprendizado sobre UP.

A prática baseada em evidência tem se mostrado como um dos mais

importantes princípios norteadores nos cuidados com a saúde e, por consequência,

em melhora na assistência ao paciente.

Essa afirmação foi corroborada nos estudos de Holst et al. (2010)

com a inserção de estudantes de Enfermagem, de uma pequena universidade

localizada no Sul da Suécia, em um projeto com o objetivo de prevenir e reduzir a

UP em pacientes atendidos em ambiente hospitalar. As atividades realizadas foram

fundamentadas por uma PBE que constou da realização de revisão sistemática da

literatura, avaliação sistemática do risco para UP, observação sistemática da pele,

documentação referente aos aspectos da UP e sessões educativas e de treinamento

com duração de duas a quatro horas. Após essas atividades, eram realizadas

discussões sobre os achados e as intervenções propostas. Durante o

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127 5 Discussão

desenvolvimento desse projeto, nenhum paciente desenvolveu UP. Os autores

concluíram que ter proporcionado aos estudantes a oportunidade de aplicarem a

PBE, no tema UP, permitiu que os mesmos fizessem reflexões e conexões entre a

qualidade do cuidado e o resultado final.

Ayello et al. (2010), em outro estudo, descreveram a percepção e a

documentação do conteúdo/programa úlcera por pressão, ministradas nas escolas

de enfermagem norte-americanas. Foi enviado instrumento para coleta de dados

para 267 instituições com cursos de bacharelado, entre os 50 estados americanos,

incluindo o distrito de Columbia, porém somente 77 docentes responderam o

instrumento. Como resultados foram encontradas várias deficiências no conteúdo da

UP, indicando a necessidade de reexaminar os currículos na abordagem do tema.

Nem todas as faculdades estavam ensinando a avaliação do risco para UP e apenas

2/3 dos programas estavam ensinando índices de incidência e prevalência e uso de

almofadas e superfícies de suporte que fazem a redistribuição de pressão.

O estudo de Ferreira et al. (2013), onde investigaram o

conhecimento, prática e fontes de informações de graduandos de enfermagem, de

uma instituição de ensino superior pública, sobre o cuidado de pacientes com

feridas, mostrou que o nível de conhecimento é baixo, sugerindo que investimentos

no ensino são necessários. Quando os estudantes participantes (n=68) do estudo

foram questionados se eram capazes de identificar os estágios das UPs, somente

17,6% responderam que sim. Quanto à avaliação da pele, como sendo uma parte

das atividades que executam no campo de estágio, 51,5% dos estudantes

responderam que não realizam essa atividade. Ainda no teste de conhecimento,

64,7% não sabiam o que a Escala de Braden avaliava, e também 41% responderam

corretamente que o primeiro estágio da UP é dificilmente identificado nas pessoas

de pele escura/negra.

Em estudo com o objetivo de analisar o conhecimento sobre UP

entre 54 graduandos de enfermagem matriculados na 5ª e 7ª etapas de uma

universidade privada, no interior paulista, foram questionados sobre o papel do

enfermeiro junto à equipe de saúde para a prevenção de UP. Como resultado foram

apresentados que somente 24 estudantes atribuíram ao enfermeiro a

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128 5 Discussão

responsabilidade para prescrever cuidados de enfermagem e 12 estudantes em

avaliar e orientar o paciente sobre UP. Na avaliação em relação aos fatores de risco,

foi observada a maior frequência de resposta, em 47 estudantes, no item

“imobilidade, não realizar mudança de decúbito”. Em relação ao termo escara, houve

percentual significativo de respostas certas, inferindo que os estudantes

apresentaram conhecimento do termo, acima de 88% de acertos. Os estudantes

apresentaram conhecimento importante quanto aos aspectos preventivos, com

percentual de acertos significativo, acima de 70%. Apesar desses percentuais

positivos no conhecimento sobre UP, os autores afirmam que é um desafio para o

ensino, durante a graduação, formar enfermeiros com habilitação para promover

prevenção e assistência aos clientes em risco ou com UP (TIAGO et al., 2012).

Na investigação de Cullen e Moore (2013) realizadas com o fim de

determinar o conhecimento de 60 estudantes do 4º ano do curso de enfermagem e

atitudes em relação à prevenção da UP, encontraram que os mesmos apresentaram

déficit de conhecimento nos aspectos referentes à prevenção, porém, demonstraram

resultado positivo na atitude. Os autores concluíram que ainda há lacuna no

conhecimento da prevenção da UP.

Os educadores de enfermagem precisam estar atentos e preparados

para proporcionar ensino-aprendizado que contribua significativamente para a

formação de um profissional com conhecimentos, habilidades e competência na

assistência de enfermagem à prevenção de UP. Ressalta-se que se faz necessária a

educação continuada para a equipe de enfermagem sobre UP e a aplicação de

protocolos, garantindo, assim assistência de enfermagem de qualidade.

SEGUNDA CATEGORIA – CONHECENDO A REALIDADE DA INSTITUIÇÃO E DA ENFERMAGEM

Em relação a subcategoria “ a falta de cuidado de prevenção na UP”,

as falas dos estudantes evidenciaram falhas na equipe de enfermagem na

prevenção ao desenvolvimento de UP. Sabe-se que as ações dos profissionais são

componentes da qualidade dos serviços, considerando o desenvolvimento ou não de

UP em pacientes em risco e que a UP é considerada um evento adverso, implicando

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129 5 Discussão

em cuidado não seguro ao paciente.

As diretrizes descritas pela NPUAP/EPUAP (2009) na prevenção de

UP determinam que sejam aplicadas medidas, tais como: avaliação de risco para

UP, avaliação da pele, avaliação dos aspectos nutricionais do paciente,

reposicionamento do paciente, uso de superfícies de suporte e, ainda, cuidados com

pacientes cirúrgicos.

O estudo qualitativo de Rios e Veloso (2010) teve como objetivo

conhecer os cuidados de enfermagem e as dificuldades e/ou facilidades

encontradas, entre os profissionais de enfermagem, para prevenir UP em uma

unidade de clínica médica de uma instituição hospitalar pública de Feira de Santana,

Bahia. Os resultados mostraram que a realização da mudança de decúbito nos

pacientes acamados é insuficiente, os cuidados com a higiene e hidratação da pele

foram citados pelos profissionais, e um profissional expressou a importância

nutricional do paciente. Também foi apontado pelos profissionais de enfermagem

que a falta de recursos humanos e materiais e a inexistência de protocolo

contribuem para o déficit na prevenção de UP.

No que tange à subcategoria relacionada à importância da família

junto ao paciente, verbalizada pelos estudantes no estudo, também Studart et al.

(2011) afirmam que a presença da família, de um companheiro ou pelo menos um

cuidador/acompanhante, junto ao paciente hospitalizado, foi observada como sendo

essencial, pois, muitas vezes, desempenham um papel de realizar até mesmo as

atividades de enfermagem, como as mudanças de decúbito, arrumar a cama,

auxiliar no banho, alimentar e reposicionar o paciente no leito.

Ainda no estudo, as falas dos estudantes identificaram que havia

diferença na maneira como os pacientes eram assistidos quando estavam com

acompanhante quando comparados com aqueles que recebiam cuidados somente

pela equipe de enfermagem, ou seja, naqueles que tinham acompanhantes as

medidas preventivas de UP eram realizadas com maior frequência.

Também nos estudos de Rios e Velosso (2010) foi citada a

importância da participação da família na prevenção da UP, identificando que o

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130 5 Discussão

acompanhante está sempre alertando para fazer a mudança de decúbito ou que o

familiar auxilia no banho e na alimentação do paciente.

Nos tempos atuais muito tem-se valorizado o papel do

acompanhante como facilitador no restabelecimento da saúde de pacientes

hospitalizados. Essas afirmações são respaldadas pelas orientações das políticas

públicas de saúde que, pelo princípio da “Integralidade”, é definido como o “conjunto

articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e

coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema”

que garantam assistência humanizada (SANCHES et al., 2013). Também observa-

se que o envolvimento da família é uma das estratégias propostas pela OMS em

busca de cuidado seguro nos serviços de saúde (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2009).

Em relação à subcategoria “identificando a realidade da prescrição e

das anotações de enfermagem”, ficou nítido que o registro dos dados referentes à

UP foram incompletos ou ausentes. As anotações têm a finalidade de registrar

informações sobre a assistência prestada, assegurando a comunicação entre os

profissionais de saúde, dando continuidade ao cuidado nas 24 horas. Além disso,

fornecem respaldo legal, pois é o único documento que relata todas as ações de

enfermagem. A Lei do Exercício Profissional apresenta as fundamentações legais

das anotações de Enfermagem (Lei nº 7.498/86).

O estudo de Simão (2010) apresenta dados análogos ao da

presente investigação ao mostrar que houve deficiência nas anotações/registros de

enfermagem, em relação ao risco de desenvolvimento de UP, às características da

pele e das úlceras, estadiamento e medidas preventivas.

A subcategoria “percebendo a necessidade de transformar a prática

da enfermagem” remete para a prática de enfermagem segura. Atualmente, a

melhoria da segurança do paciente e da qualidade da assistência à saúde têm

recebido atenção especial em âmbito global. De acordo com a Organização Mundial

da Saúde, a segurança do paciente é definida como a redução, a um mínimo

aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde

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131 5 Discussão

(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA, 2013).

Dentre as medidas de segurança ao paciente, tem-se as ações para

prevenir as UPs, visto que são consideradas como um efeito adverso, ou seja, um

incidente, um evento que resultou em um dano desnecessário ao paciente.

Ressalta-se que a presença da UP é um indicador da qualidade da assistência de

enfermagem (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA, 2013).

Alguns estudos apresentaram a presença de UP como efeito

adverso nos serviços de saúde.

No estudo de Paranaguá et al. (2013) estimou-se a prevalência de

incidentes sem dano e eventos adversos em uma clínica cirúrgica. A amostra foi

constituída pela análise de prontuários de 750 internações de pacientes internados

na clínica cirúrgica de um hospital pertencente à Rede de Hospitais Sentinela da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Foi evidenciado que em 140 internações

houve exposição a evento adverso, sendo que a UP apareceu com frequência de

2,75%. Os autores apontaram que a presença de UP exigia maior tempo para o

cuidado e, assim, não havia realização de medidas preventivas para UP.

Em outro estudo (SANTOS; CEOLIM, 2009), com o objetivo de

identificar as principais iatrogenias de enfermagem que acometiam idosos

internados em duas enfermarias de um hospital universitário, encontrou o registro da

UP em 30,8%, em 26 prontuários analisados.

Em estudo sobre as características da produção científica, no

período de 2000 a 2009, em relação às iatrogenias na assistência de enfermagem,

mostrou que a UP está entre as principais iatrogenias abordadas nas bases de

dados pesquisadas, com UP 10,3% (FARIAS et al., 2010).

Vaismoradi, Salsali e Marck (2011) exploraram a perspectiva dos

estudantes de enfermagem iranianos em relação à segurança do paciente e ao

papel do educador de enfermagem no desenvolvimento das suas capacidades, para

proporcionar um cuidado seguro. O foco da entrevista realizada com 17 estudantes

de enfermagem foi em relação a qual significado davam para a segurança do

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132 5 Discussão

paciente, experiências de aprendizado na segurança do paciente e sugestões para

preparar os estudantes, no ensino, a prover cuidado seguro. Em relação ao

significado de segurança, a maioria dos participantes mencionou dois aspectos para

conceituar segurança do paciente: conforto físico e psicológico. Em relação ao

aprendizado, os estudantes se mostraram insatisfeitos de como o tema segurança

do paciente era abordado em sala de aula, relatando que os educadores gastavam

mais tempo ensinando a fisiopatologia das doenças, prognóstico e tratamento. E,

por fim, sugeriram que o ensino deveria prover a oportunidade de aprender os

princípios de segurança do paciente com mais profundidade. Reforça-se assim, que

os educadores de enfermagem têm importante papel no desenvolvimento de

conhecimentos, habilidades e atitudes entre os estudantes de enfermagem,

relacionados à segurança do paciente.

Vaismoradi (2012) sugere que os currículos de enfermagem devem

atender os estudantes no ensino da segurança do paciente. As competências

necessárias para a segurança do paciente devem ser elaboradas com os gestores

dos serviços de saúde e educadores, usar de criatividade no ensino do tema,

considerar os diferentes aspectos da segurança do paciente e incorporar fatores

culturais no currículo.

O currículo de enfermagem dos estudantes participantes deste

estudo não provê nenhuma competência específica para a discussão da segurança

do paciente, no entanto, há preocupação com docentes que ministram o módulo

Práticas do Cuidar em permitir que sejam feitas discussões acerca do tema, bem

como no workshop em PBE, onde foram feitas reflexões sobre as implicações da

segurança do paciente quando do aparecimento da UP como um evento adverso.

Em contrapartida, na instituição onde foi realizado este estudo, a

Gerência de Risco coordena as atividades do “Projeto Hospital Sentinela” e tem se

preocupado com a questão da segurança do paciente. Para tanto, lançou um

programa, desde o ano 2011, para prover cuidado seguro. A Comissão de Lesões

de Pele também vem demonstrando esforços na questão da segurança e está em

fase final de revisão para, posteriormente, ser implantado nessa instituição o

Protocolo de Prevenção de UP.

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133 5 Discussão

Diante do exposto acima pode-se afirmar que, tanto no ensino como

na assistência, a educação com enfoque nas competências para a segurança

contribui para o cuidado seguro do paciente de forma geral e em especial nas UPs,

em que os profissionais de saúde, especialmente os de enfermagem, vêm dando

maior atenção ao tratamento da UP em detrimento das medidas de prevenção para

UP. No ensino, o tema da segurança deve contemplar todo o currículo, com

abordagens e discussões nos diferentes cenários de assistência à saúde. Na

assistência, o olhar do profissional deve estar atento aos múltiplos fatores que

colocam em risco a segurança do paciente no processo de cuidado (URBANETTO;

GERHARDT, 2013).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde os estudantes da

área da saúde precisam incorporar, na sua formação acadêmica, as questões que

envolvem a segurança do paciente, visto que são os futuros provedores de cuidados

e devem ser preparados para propiciar uma prática segura. É imprescindível que os

currículos, entre os cursos da área da saúde, abordem as competências e

habilidades sobre os princípios e conceitos acerca da segurança do paciente.

Preocupados com este tema a Organização Mundial da Saúde elaborou um guia

curricular voltado para professores e estudantes da área da saúde. Na primeira

seção desse guia são feitas abordagens para auxiliar os professores, nas suas

instituições de ensino, a implementar o tema segurança do paciente nos currículos.

Em um segundo momento o guia curricular oferece, tanto para professores como

para estudantes, estratégias de ensino-aprendizagem sobre a segurança do

paciente (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).

Nesse estudo também foram elaboradas competências e

habilidades, a partir do modelo de Pieper (2013), com objetivos, estratégias de

ensino-aprendizagem e sugestão de bibliografia para o ensino das medidas de

prevenção para a UP. São propostas que tem por finalidade, além do ensino da UP,

contribuir para que esse evento adverso seja minimizado e oferecer uma prática

segura na assistência de enfermagem aos pacientes com risco para desenvolver UP

(ANEXO G).

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6 CONCLUSÃO

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135

7 Conclusão

A realização do workshop da prática baseada em evidência,

proposto nessa pesquisa, permitiu aos estudantes uma aprendizagem significativa

acerca do tema úlcera por pressão.

As conclusões foram apresentadas de acordo com a sequência dos

objetivos propostos neste estudo.

Quanto à identificação do risco para úlcera por pressão e à ocorrência do

problema:

a idade mínima dos pacientes foi de 19 anos e a máxima de 86, com predomínio

da cor da pele branca (66,67%);

houve predomínio das doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo

(42,86%), seguidos das doenças do sistema nervoso (28,57%);

o tipo de saída do paciente, ao término da coleta, predominou a permanência da

internação do paciente no hospital (61,91%);

o tempo médio de internação hospitalar, antes do início da coleta de dados, foi

de 14,10 dias;

os pacientes tiveram entre 2 e 15 avaliações quanto ao risco para UP;

o escore total da Escala de Braden, no primeiro dia de avaliação, obteve média

de 11,9.

a maioria dos pacientes foi classificada na categoria de risco muito alto (33,33%)

e risco moderado (33,33%);

as subescalas com menores médias (1,19), na primeira avaliação, foram nos

domínios atividade e fricção e cisalhamento;

a condição da pele dos pacientes, no primeiro dia da coleta de dados,

predominou a presença de UP (61,90%);

das 25 UPs identificadas na primeira avaliação, a localização mais frequente foi

a sacral (44,0%) e 16 UPs eram de estágio I ou II;

as variáveis faixa etária, cor, tipo de saída, diagnóstico médico principal, nível de

risco para UP não apresentaram associação com a presença ou ausência de

UP.

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136

7 Conclusão

Quanto à identificação das ações para prevenção da úlcera por pressão

prescritas ou não pelos enfermeiros:

na análise dos registros em prontuários realizados pelos enfermeiros não foi

encontrado, em nenhuma das avaliações, anotações referentes ao uso da

Escala de Braden e os escores de risco para desenvolvimento de UP;

em dois pacientes que tinham pele íntegra foram encontrados somente dois

registros, durante todas as avaliações sobre as condições da pele;

o registro da presença de UP foi identificada em 21,4% dos prontuários;

o registro da classificação do estágio da UP não foi observada em nenhum

prontuário;

houve frequência muito baixa do registro da localização da UP;

a medida de prevenção mudança de decúbito apresentou registro com maior

frequência a partir da 12ª avaliação (83,33%);

a medida de prevenção referente, ao uso de colchão especial, foi prescrita

somente para um paciente;

na medida de prevenção uso de coxins houve predomínio da prescrição da 12ª à

14ª avaliação (66,67%);

o suplemento nutricional foi uma medida de prevenção pouco prescrita, com

predomínio de 33,33% da 12ª à 14ª avaliação;

a medida de prevenção proteção da incontinência apresentou frequência alta,

variando de 57,14 a 83,33% no registro da prescrição de enfermagem;

na medida de prevenção hidratação da pele, na primeira avaliação, 42,86%

apresentaram na prescrição e paulatinamente a frequência foi aumentando,

culminando com 75% na 15ª avaliação;

a medida de prevenção uso de curativo/cobertura foi utilizada como forma de

tratamento, não sendo encontrada em nenhuma prescrição de enfermagem para

prevenção;

a medida de prevenção manutenção da cabeceira elevada 30º foi evidenciada

da 1ª à 10ª avaliação, com frequência variando de 9,09 a 23,81%;

quanto à associação das medidas de prevenção prescritas, considerando as

categorias de UP (Avançada ou Leve), somente para a prescrição do uso de

curativo/cobertura o teste exato de Fischer apresentou significância estatística

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137

7 Conclusão

(p-valor <0,05);

quanto à associação entre a prescrição das medidas de prevenção e os fatores

de risco, avaliados pela Escala de Braden, foi observado que não houve

associação.

Quanto ao significado da experiência dos estudantes da 2ª série do Curso de

Enfermagem da UEL referente à metodologia de ensino proposta:

oito estudantes participaram da pesquisa, sendo que sete (87,5%) eram do sexo

feminino e um (12,5%) do sexo masculino. A média de idade dos estudantes foi

de 21,25 anos;

foram identificadas duas categorias: aprendendo sobre o tema úlcera por

pressão e conhecendo a realidade da instituição e da enfermagem sobre a UP;

da categoria “aprendendo sobre o tema úlcera por pressão” pode-se afirmar que

os estudantes consideraram essencial participar do workshop de PBE, visto que

puderam correlacionar a teoria à prática, identificaram as competências do

enfermeiro na avaliação do paciente com risco para UP, aprimoraram o

conhecimento nos estágios da UP e identificaram a Escala de Braden como

suporte para avaliação de risco da UP, consolidando o aprendizado sobre UP;

da categoria conhecendo a realidade da instituição e da enfermagem sobre a

UP, conclui-se que os alunos identificaram a falta de cuidado de prevenção na

UP pela equipe de enfermagem, a importância da família nos cuidados de

enfermagem na UP, identificaram que os dados referentes à UP estavam

incompletos ou ausentes nas prescrições e anotações de enfermagem e

perceberam a necessidade de prática da enfermagem segura em relação à UP.

Em síntese, a metodologia de ensino utilizada com os estudantes

com a realização do workshop sobre a prática baseada em evidência e

posteriormente com a coleta de dados de pesquisa permitiu a experiência de

identificar o perfil dos pacientes em risco para a UP e conhecer a ocorrência do

problema da unidade de internação. Também permitiu que identificassem aspectos

da prevenção da UP que estão sendo realizados pelos profissionais da instituição e

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138

7 Conclusão

aspectos que precisam ser implementados para que a prática seja baseada em

evidências. A metodologia permitiu também aos estudantes uma aprendizagem

significativa acerca do tema úlcera por pressão.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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6 Considerações Finais

Embora os alunos que participaram desta investigação vivenciem

um modelo de currículo inovador, integrado e com metodologia ativa no processo de

ensino-aprendizagem os resultados demonstram que os mesmos não se sentiram

suficientemente preparados em relação aos conhecimentos essenciais para a

avaliação de risco e prevenção das UPs nos pacientes internados, quando

terminavam o módulo Práticas do Cuidar.

Assim sendo, fica evidenciado que é de suma importância propiciar

aos alunos sucessivas aproximações de ensino-aprendizagem sobre o tema UP, no

decorrer dos diversos módulos da graduação do Curso de Enfermagem da UEL,

onde se contempla a avaliação dos pacientes em risco, os aspectos de prevenção e

de tratamento. Destaca-se, ainda, a necessidade de aplicar resultados de pesquisas

que impactam nas práticas de cuidados de forma efetiva e eficaz e, por

consequência, melhorem a qualidade da assistência ao paciente com UP.

Os estudantes ainda destacaram que somente após a participação

no workshop sobre as PBEs, proposto como uma metodologia de ensino pela autora

desta investigação é que foram despertados para a magnitude do problema das

UPs, identificando na prática, quando foram participar da coleta de dados da referida

pesquisa, que a equipe de enfermagem coloca em segundo plano a prevenção e

que as prescrições de enfermagem para os pacientes de risco pouco ou nada

continham sobre as recomendações das guidelines referentes à prevenção da UP.

Sabe-se que é fundamental para a equipe de enfermagem ter

conhecimento científico acerca do tema úlcera de pressão, para que possam

desenvolver na prática ações que visem concretamente a avaliação e a prevenção,

bem como o tratamento adequado nas distintas fases dessa enfermidade. Assim

sendo, é imprescindível que, na formação da equipe de enfermagem, os currículos

contemplem e valorizem o tema úlcera por pressão, principalmente o modo de

preveni-las, visto que ainda há predomínio de práticas de cuidar na qual o curar se

sobrepõe à prevenção. Esse fato está diretamente correlacionado à formação

tradicional de saúde, onde o biologicismo é preponderante, além disso, adotam-se

métodos de ensino na maioria das vezes sem efetiva correlação da teoria com a

prática.

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6 Considerações Finais

Dessa forma, torna-se imperioso que os currículos tenham ementas

que abordem todos os aspectos que envolvem as UPs, para isso é necessário

tempo suficiente para estudar com profundidade e metodologias de ensino e

aprendizagem que sejam eficazes e significativas para os alunos. Uma das

metodologias tida como capaz de propiciar uma relação teoria e prática é a

fundamentada no paradigma da PBE. Entretanto, essa é ainda pouco utilizada no

meio acadêmico brasileiro, bem como pelos profissionais de enfermagem que atuam

nos diferentes serviços.

Denota-se, ainda, que, na formação dos profissionais de

enfermagem, os currículos devem primar pelo ensino da sistematização da

assistência, pois se constitui em uma das principais ferramentas que pode ser

utilizada para a prevenção das UPs.

Destaca-se que outros fatores que dificultam as ações para a

prevenção e o tratamento das UPs estão relacionados à deficiência de recursos

humanos, em número inadequado, na falta de capacitação ou educação permanente

e falta de adesão da equipe, nos recursos materiais inadequados ou deficientes para

garantir a promoção, o conforto e a segurança do paciente, associado a isso têm-se

a falta de padronização das ações da equipe de enfermagem, ou mesmo a falta de

sistematização da assistência de enfermagem (ROLIM et al.,2013).

Assim sendo, sugere-se que sejam aplicadas as competências do

enfermeiro na prevenção de UP, fundamentadas nas diretrizes da NPUAP/EPUAP

(2009), para o ensino nos cursos de graduação e implementadas nos serviços de

saúde (APÊNDICE G).

Sugere-se, ainda, que os currículos de enfermagem adotem as

discussões de caso como estratégia de metodologia ativa de ensino-aprendizagem

sobre UP, e também que na prática clínica sejam utilizados como forma de

educação permanente entre a equipe de enfermagem.

Por fim, destaca-se que apresente pesquisa teve limitações que

incluem:

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6 Considerações Finais

o estudo ter sido realizado com apenas alunos de um curso de graduação em

enfermagem, limitando as generalizações dos resultados encontrados;

o tamanho amostral, tanto dos alunos participantes como dos pacientes

avaliados pelos alunos, também se configurou como fator limitante à

generalização dos achados;

o estudo ter sido realizado somente com alunos da segunda série do curso de

enfermagem, impedindo a correlação com alunos que já cursaram outras

séries;

a escassez de estudos sobre o tema UP com alunos que vivenciam

currículos com metodologias ativas de ensino-aprendizagem.

Diante das limitações apontadas, faz-se necessário o

desenvolvimento de novas pesquisas sobre a temática ensino-aprendizagem sobre

UP nos currículos, com metodologias ativas para que assim seja possível relacionar

os resultados encontrados com outros cursos de graduação de enfermagem.

Entretanto, independentemente de novas investigações, é

imprescindível que o Curso de Enfermagem da UEL se aproprie de outras

metodologias ativas como a utilizada na presente investigação, visto ter

demonstrado que os alunos tiveram conhecimento significativo sobre a UP,

principalmente na correlação efetiva com a prática.

Destaca-se, ainda, que não se configurou como objetivo do estudo

avaliar a prática da equipe de enfermagem do HUL relacionada à UP, porém devido

à metodologia utilizada, desvelou-se que são incipientes os cuidados de

enfermagem prestados aos pacientes em risco para UP e até mesmo aos pacientes

com a UP. Assim sendo, é fundamental que a instituição e a equipe de enfermagem

busquem alternativas concretas para mudar esse cenário e, por consequência

propicie uma assistência aos pacientes com qualidade.

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Referências1*

De acordo com a Associação Brasileira der Normas Técnicas (NBR 6023)

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Apêndices

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157

Apêndices

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Aluno

Titulo da pesquisa

“Ensino clínico sob o paradigma na prática embasada em evidências:

integração da teoria e prática para prevenção da úlcera por pressão”

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa Ensino clínico sob o

paradigma na prática embasada em evidências: integração da teoria e prática

para prevenção da úlcera por pressão, realizada no Hospital Universitário de

Londrina, da Universidade Estadual de Londrina. O objetivo da pesquisa é “Propor e

avaliar uma metodologia de ensino para alunos da 2ª série do curso de enfermagem

da UEL, por meio de desenvolvimento de pesquisas em campo, utilizando o

referencial da Prática Baseada em Evidência”. A sua participação é muito importante

e ela se daria da seguinte forma: participar de workshop sobre o tema úlcera por

pressão, realizar acompanhamento dos pacientes hospitalizados no Hospital

Universitário da UEL, admitidos na Unidade Masculina, para identificação da

incidência e prevalência da úlcera por pressão, fazer a coleta e análise dos registros

de enfermagem realizados em prontuários dos pacientes admitidos na unidade

masculina, participar das discussões de grupo realizadas entre os estudantes do

módulo Práticas do Cuidar e o professor/pesquisador em relação ao

desenvolvimento de suas competências para avaliação do risco de pacientes para

desenvolvimento da Úlcera por Pressão. Salienta-se que a sua participação, nas

discussões de grupo serão gravadas, com a finalidade de avaliar o processo ensino-

aprendizagem sobre o risco de pacientes desenvolverem úlcera por pressão. As

gravações serão utilizadas somente para o desenvolvimento da pesquisa e

descartadas ao término da mesma. Gostaríamos de esclarecer que sua participação

é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a

qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa.

Informamos, ainda, que as informações serão utilizadas somente para os fins desta

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158

Apêndices

pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a

preservar a sua identidade.

Os benefícios esperados são desenvolver uma proposta de ensino para o curso de

graduação em enfermagem em relação à assistência de enfermagem ao paciente

em risco para úlcera por pressão.

Informamos que o senhor não pagará nem será remunerado por sua participação.

Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão

ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na

pesquisa.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos

contactar Marcia Paschoalina Volpato, residente à rua Rebouças, 323, telefone

(43)33275879/99445879, e-mail: [email protected], ou procurar o Comitê de Ética em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na

avenida Robert Kock, nº 60, ou pelo telefone 3371-2490. Este termo deverá ser

preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e

assinada entregue a você.

Londrina, ___ de ________de 2011

Nome do sujeito :____________________________

Assinatura:_________________________________

______________________________

Marcia Paschoalina Volpato: Pesquisador Responsável

RG:__________________________

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159

Apêndices

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Paciente

Titulo da pesquisa:

“Ensino clínico sob o paradigma na prática embasada em evidências:

integração da teoria e prática para prevenção da úlcera por pressão”

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa Ensino clínico sob o

paradigma na prática embasada em evidências: integração da teoria e prática

para prevenção da úlcera por pressão, realizada no Hospital Universitário de

Londrina da Universidade Estadual de Londrina. O objetivo da pesquisa é “Propor e

avaliar uma metodologia de ensino para alunos da 2ª série do curso de enfermagem

da UEL por meio de desenvolvimento de pesquisas em campo, utilizando o

referencial da Prática Baseada em Evidência”. A sua participação é muito importante

e ela se daria da seguinte forma: ser sujeito da pesquisa na identificação da

incidência e prevalência do desenvolvimento da úlcera por pressão, através de uma

avaliação física e registro fotográfico da(s) sua(s) lesão(s). Esta avaliação física e

registro fotográfico será realizada pela autora da pesquisa e pelos alunos

colaboradores da pesquisa, que consiste em examinar a sua pele, identificando

áreas que podem desenvolver a úlcera por pressão. Gostaríamos de esclarecer que

sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou

mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou

prejuízo à sua pessoa. Informamos, ainda, que as informações serão utilizadas

somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e

confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade.

Os benefícios esperados são desenvolver uma proposta de ensino para o curso de

graduação em enfermagem em relação à assistência de enfermagem ao paciente

em risco para úlcera por pressão.

Informamos que o senhor não pagará nem será remunerado por sua participação.

Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão

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Apêndices

ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na

pesquisa.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos

contactar Marcia Paschoalina Volpato, residente à Rua Rebouças, 323, telefone

(43)3327-5879/9944-5879, e-mail: [email protected], ou procurar o Comitê de Ética em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na

avenida Robert Kock, nº 60, ou pelo telefone 3371-2490. Este termo deverá ser

preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e

assinada, entregue a você.

Londrina, ___ de ________de 2011

Nome do paciente :____________________________

Assinatura do paciente ou familiar:_________________________________

_________________________

Marcia Paschoalina Volpato: Pesquisador Responsável

RG:__________________________

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Apêndices

APÊNDICE C – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE E SIGILO DA

PESQUISADORA

Eu, Marcia Paschoalina Volpato, nacionalidade brasileira, estado civil divorciada,

profissão enfermeira, inscrita no COREN/PR sob nº 44927, abaixo firmado,

assumo o compromisso de manter confidencialidade e sigilo sobre todas as

informações técnicas e outras relacionadas ao projeto de pesquisa intitulado “Ensaio

clínico sob paradigma na prática embasada em evidências: integração da teoria e

prática para prevenção da úlcera por pressão”, a que tiver acesso nas dependências

da unidade de internação unidade masculina do Hospital Universitário de Londrina

da Universidade Estadual de Londrina.

Por este termo de confidencialidade e sigilo comprometo-me:

1. a não utilizar as informações confidenciais a que tiver acesso, para gerar

benefício próprio exclusivo e/ou unilateral, presente ou futuro, ou para o uso de

terceiros;

2. a não efetuar nenhuma gravação ou cópia da documentação confidencial a que

tiver acesso;

3. a não apropriar para mim ou para outrem de material confidencial e/ou sigiloso da

tecnologia que venha a ser disponível;

4. a não repassar o conhecimento das informações confidenciais, responsabilizando-

me por todas as pessoas que vierem a ter acesso às informações, por meu

intermédio, e obrigando-me, assim, a ressarcir a ocorrência de qualquer dano e/ou

prejuízo oriundo de uma eventual quebra de sigilo das informações fornecidas.

Neste Termo, as seguintes expressões serão definidas, como indicadas a seguir:

Informação Confidencial significará toda informação revelada através da

apresentação da tecnologia, a respeito de, ou, associada com à avaliação, sob a

forma escrita, verbal ou por quaisquer outros meios.

Informação Confidencial inclui, mas não se limita, à informação relativa às

operações, processos, planos ou intenções, informações sobre produção,

instalações, equipamentos, segredos de negócio, segredo de fábrica, dados,

habilidades especializadas, projetos, métodos e metodologia, fluxogramas,

especializações, componentes, fórmulas, produtos, amostras, diagramas, desenhos

de esquema industrial, patentes, oportunidades de mercado e questões relativas a

negócios revelados da tecnologia supramencionada.

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Apêndices

Avaliação significará todas e quaisquer discussões, conversações ou negociações

entre, ou com as partes, de alguma forma relacionada ou associada com a

apresentação da tecnologia “xxx”, acima mencionada.

A vigência da obrigação de confidencialidade e sigilo, assumida pela minha pessoa,

por meio deste termo, terá a validade enquanto a informação não for tornada de

conhecimento público por qualquer outra pessoa, ou mediante autorização escrita,

concedida à minha pessoa pelas partes interessadas neste termo.

Pelo não cumprimento do presente Termo de Confidencialidade e Sigilo, fica o

abaixo assinado ciente de todas as sanções judiciais que poderão advir.

Londrina, 26/09/2011

___________________________________

Marcia Paschoalina Volpato

Contato: [email protected]/9944-5879

CEP: 3371-2490

Pesquisador(a) Responsável

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Apêndices

APÊNDICE C1 – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE E SIGILO DOS

ESTUDANTES

Eu ______________________, nacionalidade brasileira, estado civil solteiro(a),

estudante do curso de Enfermagem da UEL, sob o nº de

matrícula_______________, abaixo firmado, assumo o compromisso de manter

confidencialidade e sigilo sobre todas as informações técnicas e outras relacionadas

ao projeto de pesquisa intitulado “Ensaio clínico sob paradigma na prática embasada

em evidências: integração da teoria e prática para prevenção da úlcera por pressão”,

a que tiver acesso nas dependências da unidade de internação unidade masculina

do Hospital Universitário de Londrina da Universidade Estadual de Londrina.

Por este termo de confidencialidade e sigilo comprometo-me:

1. a não utilizar as informações confidenciais a que tiver acesso, para gerar

benefício próprio exclusivo e/ou unilateral, presente ou futuro, ou para o uso de

terceiros;

2. a não efetuar nenhuma gravação ou cópia da documentação confidencial a que

tiver acesso;

3. a não me apropriar para mim ou para outrem de material confidencial e/ou sigiloso

da tecnologia que venha a ser disponível;

4. a não repassar o conhecimento das informações confidenciais, responsabilizando-

me por todas as pessoas que vierem a ter acesso às informações, por meu

intermédio, e obrigando-se, assim, a ressarcir a ocorrência de qualquer dano e/ou

prejuízo oriundo de uma eventual quebra de sigilo das informações fornecidas.

Neste Termo, as seguintes expressões serão definidas da forma mostrada a seguir:

Informação Confidencial significará toda informação revelada através da

apresentação da tecnologia, a respeito de, ou associada à avaliação, sob a forma

escrita, verbal ou por quaisquer outros meios.

Informação Confidencial inclui, mas não se limita, à informação relativa às

operações, processos, planos ou intenções, informações sobre produção,

instalações, equipamentos, segredos de negócio, segredo de fábrica, dados,

habilidades especializadas, projetos, métodos e metodologia, fluxogramas,

especializações, componentes, fórmulas, produtos, amostras, diagramas, desenhos

de esquema industrial, patentes, oportunidades de mercado e questões relativas a

negócios revelados da tecnologia supramencionada.

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Apêndices

Avaliação significará todas e quaisquer discussões, conversações ou negociações

entre, ou com as partes, de alguma forma relacionada ou associada com a

apresentação da tecnologia “xxx”, acima mencionada.

A vigência da obrigação de confidencialidade e sigilo, assumida pela minha pessoa

por meio deste termo, terá a validade enquanto a informação não for tornada de

conhecimento público por qualquer outra pessoa, ou mediante autorização escrita,

concedida à minha pessoa pelas partes interessadas neste termo.

Pelo não cumprimento do presente Termo de Confidencialidade e Sigilo, fica o

abaixo assinado ciente de todas as sanções judiciais que poderão advir.

Londrina, 26/09/2011

___________________________________

Assinatura do estudante

Contato: [email protected]/9944-5879

CEP: 3371-2490

Pesquisador(a) Responsável: Marcia Paschoalina Volpato

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Apêndices

APÊNDICE D – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS – AVALIAÇÃO DA

PELE

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Iniciais do paciente____________________________________ RG:____________

Idade:__________ Sexo: ( )F ( )M

Datas: Admissão hospitalar:______________________

Admissão na Unidade Masculina:_____________

Diagnóstico médico:___________________________________________________

2. AVALIAÇÃO DA PELE:

Avaliação da

Pele

DATAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Íntegra (S/N)

Estágio da UP

Local

Estágio da UP

Local

Estágio da UP

Local

Estágio da UP

Local

Estágio da UP

Local

Outras

observações

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166

Apêndices

APÊNDICE E – PLANO DE ENSINO DO WORKSHOP DA PRÁTICA BASEADA

EM EVIDÊNCIA

PLANO DE ENSINO

TÍTULO: Prevenção da úlcera por pressão

COORDENAÇÃO: Marcia Paschoalina Volpato (pesquisadora)

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: outubro de 2012

HORÁRIO: das 16 às 20h

DIAS DA SEMANA: de quarta a sexta-feira para os encontros teóricos; de

segunda-feira a sábado para a realização da prática.

CARGA HORÁRIA: 60 horas, divididas em 12 horas teóricas e 48 horas

práticas.

LOCAL DE REALIZAÇÃO: Centro de Ciências da Saúde

Nº DE VAGAS: 12 alunos

PÚBLICO-ALVO: estudantes de graduação do curso de Enfermagem

OBJETIVO GERAL: promover o aprendizado das medidas de prevenção

sobre úlcera por pressão aos alunos do 2º ano do curso de Enfermagem.

PROGRAMA: Encontros com atividades teóricas e práticas.

1. Anatomia e fisiologia da pele

2. Avaliação da pele/sistema tegumentar

3. Fisiopatologia da úlcera por pressão (UP)

4. Regiões predisponentes à formação de UP

5. Estágios da UP

6. Diferenciação da UP com dermatite de contato e hiperemia reativa

7. Fatores de risco para o desenvolvimento da UP

8. Avaliação de risco através da Escala de Braden

9. Diretrizes para prevenção da UP — NPUAP/EPUAP: avaliação de risco,

avaliação da pele, nutrição para prevenção da UP, reposicionamento para

prevenção de UP, superfícies de suporte

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Apêndices

10. Intervenções de enfermagem para prevenção da UP de acordo com a NPUAP

11. Práticas de avaliação de risco nos pacientes internados no Hospital

Universitário e levantamento da ocorrência de UP

12. Discussões em grupo sobre as atividades de avaliação de risco nos pacientes

e da ocorrência.

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

ENCONTRO

TEMAS

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º

Anatomia e fisiologia da pele X

Avaliação da pele/sistema tegumentar

X

Fisiopatologia da UP X

Regiões predisponentes à formação de UP

X

Estágios da UP X

Diferenciação da UP com dermatite de contato e hiperemia reativa

X

Fatores de risco para o desenvolvimento da UP

X

Avaliação de risco através da Escala de Braden

X

Diretrizes para prevenção da UP — NPUAP

X

Intervenções de enfermagem para prevenção da UP de acordo com a NPUAP/EPUAP

X

Superfícies de suporte X

Práticas de avaliação de risco nos pacientes internados no Hospital Universitário e levantamento da ocorrência de UP

X X X X X X X X X X X X X

Discussões em grupo sobre as atividades de avaliação de risco nos pacientes e levantamento da ocorrência de UP

X X X X X X X X X X X X X

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168

Apêndices

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- National Pressure Ulcer Advisory Panel and European Pressure Ulcer Advisory

Panel. Prevention and treatment of pressure ulcers: clinical practice guideline.

Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel; 2009.

- Domansky,R. de C.; Borges,E. L. Manual para prevenção de lesões de pele:

recomendações baseadas em evidências. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012.

- Barros, A.L.B.L.de & cols. Anamnese e Exame Físico: avaliação diagnóstica de

enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002.

-Castilho, L.D.; Caliri, M.H.L. Úlcera de decúbito e estado nutricional: revisão da

literatura. Rev Bras Enferm 2005 set/out; 58(5): 597-601.

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Apêndices

APÊNDICE F – INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAR O CONHECIMENTO E

EXPERIÊNCIAS SOBRE ÚLCERA POR PRESSÃO PELO ALUNO

1. Cite os estágios da úlcera por pressão

2. Enumere as suas facilidades e dificuldades para identificar os estágios da

UP

3. Relacione os fatores de risco para o desenvolvimento da UP

4. Identifique as medidas preventivas para a UP

5. Identifique como é realizada a avaliação do paciente para detectar o risco

de desenvolvimento da UP

6. Descreva a Escala de Braden

7. Liste as medidas preventivas que são prescritas pelo enfermeiro da

Unidade Masculina.

8. Comente sobre as medidas preventivas que são executadas pela equipe

de enfermagem na Unidade Masculina

9. Fale sobre como foi o processo de busca de informações nos prontuários

dos pacientes em relação à prescrição das medidas preventivas de UP

10. Descreva como foi realizada a avaliação do paciente e qual(is) a(s) sua(s)

dificuldade(s).

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Apêndices

APÊNDICE G - COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR

PRESSÃO – objetivos, conteúdo, estratégias de ensino-aprendizagem

COMPETÊNCIAS OBJETIVOS/DESEMPENHO CONTEÚDO ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM

BIBLIOGRAFIA

1. Compreender a prevalência e incidência da UP

-Definir incidência e prevalência de UP. - Realizar coleta de dados na identificação da prevalência e incidência de UP.

- Definição de incidência e prevalência - Cálculo de incidência. - Cálculo de prevalência

- Aula expositiva e dialogada - Coleta de dados da incidência e prevalência de UP, durante o estágio na unidade correspondente. - Estudos de casos. - Discussão e análise de artigos sobre incidência e prevalência de UP. - Discutir métodos para diminuir a incidência de UP – PROTOCOLOS. - Realizar um teste de múltipla escolha para a verificação do aprendizado.

BONITA,R.;BEAGLEHOLE,R.; KJELLSTROM,T.Epidemiologia básica. 2.ed. São Paulo:Santos. 2010. FLETCHER, R. Epidemiologia Clínica:elementos essenciais. 4.ed. Porto Alegre:Artmed. DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.

2. Identificar os fatores etiológicos que contribuem para a ocorrência da UP

- Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento da UP.

- Fatores de risco: Pressão(mobilidade, atividade, percepção sensorial) Tolerância tecidual( fatores intrínsecos e extrínsecos) , outros fatores (fluxo de

- Aula expositiva e dialogada. - Estudos de casos. - Simulação em laboratório - Discussão e análise de artigos sobre os

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure

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171

Apêndices

líquido intersticial, estresse emocional, tabagismo....)

fatores de risco. - Uso da plataforma moodle.

ulcers: quick reference guide. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.epuap.org>.

3. Compreender a avaliação estruturada de risco para UP e sua aplicação

- Realização da avaliação da pele. - Identificar as escalas de avaliação de risco. - Aplicar a avaliação de risco para identificar os pacientes com risco para UP. - Calcular a avaliação de risco através dos escores das escalas. - Interpretar o significado do escore das escalas no risco para UP. - Refletir as mudanças que ocorrem na condição clínica/estado de saúde no paciente com risco para UP.

- Escala de Braden: definição, pontuação, aplicação. - Escala de Norton: definição, pontuação, aplicação.

- Aula expositiva e dialogada. - Simulação em laboratório na avaliação de risco. - Aplicação da Escala de Braden em paciente hospitalizado, durante o período de estágio. - Discussão da avaliação de risco realizada nos pacientes: fatores que contribuem ou dificultam. - Uso da plataforma moodle.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL AND EUROPEAN PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>. PARANHOS, W. Y. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da Escala de Braden na língua portuguesa. 1999. 79 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

4. Compreender a avaliação da pele como parte da avaliação de risco para UP

- Realizar a avaliação da pele. - Avaliar a pele na admissão do paciente e rotineiramente em pacientes de risco. - Inspecionar a pele e proeminências ósseas e outras de exposição aos fatores de risco. - Identificar hiperemia reativa. - Identificar áreas com

- Exame físico da pele. - Áreas predisponentes ao desenvolvimento de UP. -Registro da avaliação da pele e UP. - Estágios da UP.

- Aula expositiva e dialogada. - Atividades com estudo individual e após socialização com o grupo de alunos e professor. - Prática em laboratório. - Exercícios de anotações e evoluções de enfermagem do

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. PORTO,C.C.Exame clínico: bases para a prática médica. 6.ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan. 2008. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>.

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172

Apêndices

flictemas, calor local, edema, endurecimento e dor. - Identificar áreas de risco em indivíduos com coloração da pele negra. - Avaliar a pele em áreas que estão em contato com dispositivos terapêuticos: sondas, drenos, tubos endotraqueais, cateteres de oxigenoterapia e outros. - Identificar os estágios da UP. - Realizar o registro da avaliação da pele.

registro e avaliação da pele. - Uso da plataforma moodle.

5. Desenvolver e implementar um programa individualizado de cuidados com a pele

- Discutir o alívio da pressão em áreas hiperemiadas em risco para UP. - Discutir a aplicação de massagem em proeminências ósseas. - Discutir a massagem em áreas hiperemiadas e em risco para UP. - Discutir os cuidados com a pele: hidratação, higienização, barreiras de proteção.

- Higienização da pele. - Hidratação da pele. - Produtos como barreira de proteção. - Protocolos com os cuidados com a pele na incontinência.

- Simulação em laboratório. - Discussão em grupo. - Demonstração de produtos de proteção para a pele – convidar laboratórios. - Uso da plataforma moodle. - Leitura direcionada de artigos. - Observação da prática, durante o período de estágio, com discussão após. - Realizar levantamento de pesquisas sobre programas de prevenção da UP.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>

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Apêndices

6. Compreender o posicionamento e reposicionamento do paciente na prevenção e tratamento da UP

- Discutir a realização da mudança de decúbito e reposicionamentdo do paciente no leito. - Identificar a necessidade do da frequência do reposicionamento do paciente, de acordo com os fatores de risco predisponentes. - Conhecer e demonstrar o posicionamento com elevação da cabeceira a 30º. - Conhecer as técnicas que ajudam a mobilizar o paciente evitando a fricção e cisalhamento.

- Mudança de decúbito: técnicas. - Reposicionamento do paciente no leito. - Uso de lençol móvel na mobilização do paciente: técnica.

- Simulação em laboratório: demonstração das técnicas de posicionamento e reposicionamento. - Aula expositiva e dialogada. - Observação com posterior discussão da prática clínica, durante o estágio. - Uso da plataforma moodle.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>

6. Compreender o uso de superfícies de suporte para o paciente com risco para UP

- Identificar as superfícies de suporte. - Conhecer o uso e atributos das várias superfícies de suporte. - Demonstrar proteção dos calcâneos com elevação dos mesmos em dispositivos flutuantes.

- Superfícies de suporte para cama e cadeiras. - Produtos/materiais para elevação do calcâneo.

- Aula expositiva e dialogada. - Simulação em laboratório. - Vídeo mostrando os diversos tipos, atributos e uso de superfícies de suporte. - Uso da plataforma moodle. - Observação na prática clínica, durante o estágio, o uso de superfície de suporte, com posterior discussão.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>

7. Compreender os - Identificar o uso de um - Instrumentos de - Leitura direcionada: DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de

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174

Apêndices

aspectos nutricionais na prevenção da UP

instrumento de avaliação nutricional para os pacientes em risco para UP. - Identificar indivíduos com déficit nutricional, realizando encaminhamentos para o nutricionista. - Descrever a importância da nutrição, hidratação, vitaminas e minerais. - Identificar os fatores que contribuem para o déficit nutricional em pacientes hospitalizados. - Discutir com nutricionista a dieta para pacientes com risco para UP.

avaliação nutricional. - Características e aspectos de uma boa condição nutricional. - Valor nutricional de vitaminas e minerais. - Hidratação. - Avaliação nutricional considerando exames laboratoriais.

instrumentos de avaliação nutricional. - Palestra com nutricionista. - Estudos de casos. - Discutir qual o instrumento de avaliação nutricional é utilizado na instituição de realização do estágio. - Montar um pôster ilustrativo com os sinais e sintomas de deficiência nutricional. - Avaliação de exames laboratoriais de pacientes em risco para UP e com UP. - Uso da plataforma moddle.

lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org> GLORIMAR,R. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado: uma abordagem teórico-prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan

8. Compreender a importância dos registros sobre a avaliação de risco, avaliação da pele e estratégias de prevenção para UP

- Conhecer a documentação necessária para a avaliação de risco, avaliação da pele e estratégias de prevenção. - Elaborar prescrição de enfermagem com as intervenções na prevenção de UP.

- Impressos/documentação necessária para realizar os registros da UP. - Aspectos legais do registro dos pacientes em risco para desenvolvimento de UP ou com UP.

- Aula expositiva dialogada. - Observação, com posterior discussão, da prática clínica nos registros referentes à UP. - Uso da plataforma moodle. - Convidar enfermeiro responsável pelo Gerenciamento de Risco e Auditoria da instituição de Ensino.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.

ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>

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Apêndices

9. Aplicar o raciocínio clínico na tomada de decisão em relação a ao indivíduo em risco para UP

- Identificar os diagnósticos de enfermagem no indivíduo em risco para UP (NANDA). - Identificar as intervenções de enfermagem no indivíduos em risco para UP (NIC). - Identificar os resultados de enfermagem esperados no indivíduo com UP (NOC).

- Raciocínio clínico. - NANDA, NIC e NOC.

- Aula expositiva e dialogada. - Estudos de casos. - Uso da plataforma modlle.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>. GARCEZ,R.M. Ligações entre NANDA, NOC e NIC: diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. Porto Alegre: Artmed. 2010.

10. Compreender a importância da equipe multiprofissional na assistência ao paciente em risco para UP

- Identificar o papel/função dos membros da equipe multiprofissional na prevenção da UP.

- Função do enfermeiro, nutricionista, médico, fisioterapeuta, psicólogo e outros na prevenção da UP.

- Mesa-redonda com a presença da equipe multiprofissional abordando os aspectos preventivos da UP.

DOMANSKY, R. C.; BORGES, E. L. Manual para prevenção de lesões de pele. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. ULCER ADVISORY PANEL (NPUAP/EPUAP). Prevention and treatment of pressure ulcers: internacional guideline. Washington: National Pressure Ulcer Advisory Panel, 2009. Disponível em: <http://www.npuap.org>

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Anexos

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Anexos

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA EM PESQUISA

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Anexos

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179

Anexos

ANEXO B – INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DA UP – ESCALA

DE BRADEN

Iniciais do paciente:_______________________________________________ Data

da 1ªavaliação:___________ Registro:__________

Escala de Braden Avaliação/Data

Escore 1 2 3 4 5 6 7 8

Percepção

Sensorial

Completamente limitada

Muito limitada

Levemente limitada

Ausência de deficiência

sensorial

Umidade

Constantemente molhada

Frequentemente molhada

Ocasionalmente molhada

Raramente molhada

Atividade

Confinado ao leito (acamado)

Confinado à cadeira

Anda ocasionalmente

Anda frequentemente

Mobilidade

Completamente imóvel

Muito limitada

Levemente limitada

Nenhuma limitação

Nutrição Muito pobre

Provavelmente inadequada

Adequada

Excelente

Fricção e

Cisalhame

nto

Problema

Problema potencial

Nenhum problema aparente

Ulcera por Pressão: SIM (S) OU NÃO (N)

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Anexos

ANEXO C – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS SOBRE O REGISTRO

DA IDENTIFICAÇÃO DO RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO, DAS

CARACTERÍSTICA DA PELE, DA UP E DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Iniciais do paciente:___________________________________Data:__________

Risco para UP DATAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Íntegra (S/N)

Escore Total da Escala

de Braden

Classificação como

paciente de risco (S/N)

Não registrado

Condições da Pele

DATAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Íntegra (S/N)

Úlcera por pressão

(S/N)

Não registrado

Característica da UP

DATAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Local

Estágio

Local

Estágio

Local

Estágio

Local

Estágio

Outro Registro

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Anexos

Registro das Ações de

Enfermagem (S/N)

DATAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Mudança de

decúbito 2/2 horas

Colchão especial

Uso de coxins

Suplemento

nutricional/tipo

Controle

incontinência

Hidratação da pele

Curativo

proteção/tipo

Cabeceira elevada

até 30°

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Anexos

ANEXO D – ESCALA DE BRADEN* (PARANHOS, 1999)

Percepção

sensorial:

Capacidade

de reagir

significativam

ente à

pressão

relacionada

ao

desconforto

1. Totalmente limitado: Não reage (não geme, não se segura a nada, não se esquiva) a estímulo doloroso, devido ao nível de consciência diminuindo ou devido a sedação, ou capacidade limitada de sentir dor na maior parte do corpo.

2. Muito limitado: Somente reage a estímulo doloroso. Não é capaz de comunicar o desconforto exceto através de gemido ou agitação. Ou possui alguma deficiência sensorial que limita a capacidade de sentir dor ou desconforto em mais da metade do corpo.

3. Levemente Limitado: Responde ao comando verbal, mas nem sempre é capaz de comunicar o desconforto ou expressar necessidade de ser mudado de posição ou tem um certo grau de deficiência sensorial que limita a capacidade de sentir dor ou desconforto em 1 ou 2 extremidades.

4. Nenhuma limitação: Responde ao comandos verbais. Não tem déficit sensorial que limitaria a capacidade de sentir ou verbalizar dor ou desconforto.

Umidade:

Nível ao qual

a pele é

exposta à

umidade

1. Completamente molhada: A pele é mantida molhada quase constantemente por transpiração, urina, etc... A umidade é detectada às movimentações do paciente

2. Muito Molhada: A pele esta frequentemente, mas nem sempre molhada. A roupa de cama deve ser trocada pelo menos uma vez ao dia.

3. Ocasionalmente Molhada: A pele fica ocasionalmente molhada requerendo uma troca extra de roupa de cama por dia.

4. Raramente molhada: A pele geralmente está seca, a troca de roupa de cama é necessária somente nos intervalos de rotina.

Atividade:

Grau de

atividade

física

1. Acamado: confinado a cama

2. Confinado à cadeira: A capacidade de andar está severamente limitada ou nula. Não é capaz de sustentar o próprio peso e/ou preciosa ser ajudado a se sentar.

3. Anda ocasionalmente: Anda ocasionalmente durante o dia, embora distâncias muito curtas, com ou sem ajuda. Passa a maior parte de cada turno na cama ou cadeira.

4. Anda frequentemente: Anda fora do quarto pelo menos 2 vezes por dia e dentro do quarto pelo menos uma vez a cada 2 horas durante as horas em que está acordado.

Mobilidade:

Capacidade

de mudar e

controlar a

posição do

corpo

1. Totalmente imóvel: Não faz nem mesmo pequenas mudanças na posição do corpo ou extremidade sem ajuda.

2. Bastante Limitado: Faz pequenas mudanças ocasionais na posição do corpo ou extremidades, mas incapaz de fazer mudanças frequentes ou significantes sozinho.

3. Levemente Limitado: Faz frequentes, embora pequenas mudanças na posição do corpo ou extremidades sem ajuda.

4. Não apresenta limitações: Faz importantes e frequentes mudanças de posição sem auxílio.

Nutrição:

Padrão usual

de consumo

alimentar

1. Muito Pobre: Nunca come uma refeição completa. Raramente come mais 1/3 do alimento oferecido. Come 2 porções ou menos de proteína (carne ou laticínios) por dia. Ingere pouco líquido. Não aceita suplemento alimentar líquido. Ou é mantido em jejum e/ou mantido em dieta líquida ou IV por maios de 5 dias

2. Provavelmente Inadequado: Raramente come uma refeição completa e geralmente come cerca da metade do alimento oferecido. A ingestão de proteína inclui somente 3 porções de carne ou laticínios por dia. Ocasionalmente aceitará um suplemento alimentar. Ou recebe abaixo da quantidade satisfatória de dieta líquida ou alimentação por sonda.

3. Adequado: Come mais da metade da maioria das refeições. Como um total de 4 porções de alimento rico em proteína (carne ou laticínio) todo dia. Ocasionalmente recusará uma refeição, mas geralmente aceitará um complemento oferecido. Ou é alimentado por sonda ou regime de Nutrição Parenteral Total, o qual provavelmente satisfaz a maior parte das necessidades nutricionais.

4. Excelente: Come a maior parte de cada refeição. Nunca recusa uma refeição. Geralmente ingere um total de 4 ou mais porções de carne ou laticínios. Ocasionalmente come entre as refeições. Não requer suplemento alimentar.

Fricção e

cisalhamento

1. Problema: Requer assistência moderada a máxima para se mover. É impossível levantá-lo ou erguê-lo completamente sem que haja atrito com o lençol. Frequentemente escorrega na cama ou cadeira, necessitando frequentes ajustes de posição com máximo de assistência. Espasticidade, contratura ou agitação leva a quase constante fricção.

2. Problema em Potencial: Move-se, mas, sem vigor ou requer mínima assistência. Durante o movimento provavelmente ocorre um certo atrito da pele com o lençol, cadeira ou outros. Na maior parte do tempo mantém posição relativamente boa na cama ou cadeira, mas ocasionalmente escorrega.

3. Nenhum Problema: Move-se sozinho na cama ou cadeira e tem suficiente força muscular para erguer-se completamente durante o movimento. Sempre mantém boa posição na cama ou na cadeira.

* Copyright: Barbara Braden & Nancy Bergstrom, 1988