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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA Rafael Filadelfo da Silva Estudo de Caso: Avaliação da importância ambiental na utilização do planejamento experimental para o tratamento de efluentes líquidos via processos alternativos. Lorena SP 2014

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2014/MIQ14008.pdf · gasosos e líquidos que são bastante prejudiciais ao meio ambiente

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Rafael Filadelfo da Silva

Estudo de Caso: Avaliação da importância ambiental na utilização do

planejamento experimental para o tratamento de efluentes líquidos via

processos alternativos.

Lorena – SP

2014

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Rafael Filadelfo da Silva

Estudo de Caso: Avaliação da importância ambiental na utilização do

planejamento experimental para o tratamento de efluentes líquidos via

processos alternativos.

Projeto de monografia apresentado à Escola

de Engenharia de Lorena – EEL, como

requisito para a conclusão do curso de

graduação em Engenharia Industrial Química.

Orientador: Prof. Drº Oswaldo Luiz Cobra

Guimarães

Lorena - SP

Junho , 2014

3

Dedico este trabalho aos meus pais, pelo carinho e

apoio em todos os momentos da minha vida

universitária.

A todos que amo e que sempre estiveram ao meu

lado. Obrigado!

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela sua presença constante em minha vida.

Agradeço aos meus pais pelos conselhos proferidos para a colheita de bons frutos.

Ao Prof. Drº Oswaldo Luiz Cobra Guimarães, pela orientação e ensinamento.

Aos companheiros de faculdade pelo amizade e companheirismo nos momentos cruciais.

Aos funcionários da Escola de Engenharia de Lorena –EEL/ USP pelos anos de

convivência harmoniosa e alegre.

Aos professores Escola de Engenharia de Lorena –EEL/ USP pelos ensinamentos

adquiridos ao longo destes anos.

À Escola de Engenharia de Lorena, pela minha formação universitária e pessoal.

5

‘’A imaginação é mais importante que o conhecimento. Conhecimento auxilia por

fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem, mas a sabedoria tarda.’’

Albert Einstein

6

RESUMO

SILVA, R. F. Estudo de caso: Avaliação da importância ambiental na utilização do

planejamento experimental para o tratamento de efluentes líquidos via processos

alternativos. 2014. 53 f. Projeto de monografia (Graduação em Engenharia Industrial

Química), Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

Neste trabalho foi realizado um estudo de caso de Planejamento de experimentos,

como por exemplo: o método de Taguchi L9 e L16 e o planejamento fatorial na área dos

Processos de Oxidação Avançada (Foto-Fenton) nos efluentes fenólico, lácteo e de

chorume. Na etapa de planejamento do estudo de caso foram escolhidos os efluentes

fenólico, lácteo e de chorume. O fenol caracteriza-se por sua abrangência como composto

de diversos segmentos industriais. O leite produz diversos compostos com elevada carga

orgânica que acarreta grande preocupação no setor de laticínios. O chorume é um grande

problema para a sociedade moderna devido à grande quantidade de lixo gerado nas grandes

cidades. Na etapa de condução da pesquisa foi realizada uma verificação da qualidade dos

dados, ou seja, uma análise crítica das informações coletadas e um tutorial do software

utilizado. Nos trabalhos levantados da literatura foi obtida uma porcentagem de remoção

da carga orgânica nos efluentes fenólicos, de laticínios e chorume respectivamente igual a

29,07, 90,86 e 32,1%. O trabalho de Loures (2011) que estuda a porcentagem de remoção

de COT no efluente lácteo obteve a maior porcentagem de remoção da carga orgânica,

sendo assim, um trabalho de referência na área química e matemática. Essas características

estão relacionadas à escolha correta do processo oxidativo Foto-Fenton, assim como a

escolha adequada dos fatores com suas respectivas quantidades.

Palavras-chave: Processo Oxidativos Avançados. Tratamento de Efluentes. Planejamento

de Experimentos. Estudo de Caso.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Entradas e saídas de um processo industrial..........................................18

Figura 2 - Etapas para a realização da pesquisa (Estudo de Caso).........................29

Figura 3 - Gráfico dos efeitos do efluente do efluente fenólico..............................33

Figura 4 - Gráfico dos efeitos do efluente lácteo....................................................35

Figura 5 - Gráfico dos efeitos do efluente de chorume...........................................38

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Processo oxidativo dos compostos fenólicos.........................................17

Quadro 2 - Fatores que influenciam a composição do chorume..............................20

Quadro 3 - Vantagens e desvantagens dos POA’s...................................................25

Quadro 4 - Tipos de planejamentos experimentais e suas características..............40

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição do leite...............................................................................19

Tabela 2 - Normas regulamentadoras para descarte................................................21

Tabela 3 - Potencial de redução de alguns compostos............................................24

Tabela 4 - Tipos de sistemas de oxidação...............................................................26

Tabela 5 - Arranjo Ortogonal de Taguchi...............................................................31

Tabela 6 - Fatores para o estudo..............................................................................32

Tabela 7- % Remoção de COT...............................................................................32

Tabela 8- Análise de Variância (ANOVA)............................................................34

Tabela 9- Experimentos do planejamento fatorial..................................................35

Tabela 10- Análise de Variância do arranjo L9........................................................36

Tabela 11- % Remoção de COT do efluente de chorume do planejamento

fatorial....................................................................................................36

Tabela 12 - Fatores utilizados do planejamento fatorial...........................................37

Tabela 13 - Análise de Variância (ANOVA) do chorume........................................37

Tabela 14 - Análise crítica do processo de Tratamento oxidativo............................38

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANOVA Análise de Variância

CO carbono orgânico

Zn zinco

COT carbono orgânico total

DOE Design of experiments

DBO5 demanda bioquímica de oxigênio

DQO demanda química de oxigênio

Fe2+

íon ferroso

EºHO•/HO Potencial REDOX do radical hidroxila

H2O2 peróxido de hidrogênio

% m/m percentagem massa massa

POA Processo Oxidativo Avançado

UV ultra-violeta

•OH Radical Hidroxila

W watts

COD Carbono orgânico dissolvido

Pb Chumbo

Cu Cobre

pH Potencial Hidrogeniônico

Cetesb Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................... 14

2.1.1 Aspectos Ambientais ................................................................................................. 14

2.1.1 Efluente fenólico........................................................................................................ 16

2.1.2 Efluente lácteo............................................................................................................ 18

2.1.3 Efluente chorume....................................................................................................... 20

2.2 Planejamento de Experimentos ................................................................................... 22

2.3 Processos Oxidativos Avançados ................................................................................. 24

2.3.1 Processos Foto-Fenton .............................................................................................. 27

3. OBJETIVOS.................................................................................................................. 28

3.1 Objetivos gerais............................................................................................................ 28

3.2 Objetivos específicos.................................................................................................... 28

4. MATERIAIS e MÉTODOS........................................................................................ 29

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................ 31

5.1 Efluente Fenólico ......................................................................................................... 31

5.2 Efluente lácteo.............................................................................................................. 34

5.3 Efluente Chorume ........................................................................................................ 36

5.4 Contribuições da monografia........................................................................................ 38

5.4.1 Análise Crítica dos efluentes estudados..................................................................... 38

5.4.2 Tutorial do Minitab.................................................................................................... 41

6. CONCLUSÕES............................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 44

ANEXOS............................................................................................................................ 49

12

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, a evolução dos processos industriais e o surgimento de diversos

produtos auxiliaram para o destaque da atividade industrial, sendo assim, os responsáveis

pelos fenômenos de contaminação ambiental. Os fatores que contribuem para a poluição

são: o acúmulo de matérias-primas, insumos e a ineficiência dos processos de conversão

(FREIRE et al., 2000).

A contaminação do solo e das águas subterrâneas tem sido objeto de grande

preocupação nas três últimas décadas em países industrializados, principalmente nos

Estados Unidos e na Europa. Esse problema ambiental torna-se mais grave no Brasil para

centros urbanos industriais como a Região Metropolitana de São Paulo (CETESB, 2012).

Segundo Ramos (2004), essa problemática mundial é em razão de cerca de dois

milhões de toneladas de resíduos domiciliar e comercial gerados por dia, no qual equivale

a uma média de aproximadamente 0,7 kg dia-1

por habitante de área urbana.

Os órgãos ambientais devem propor soluções para os problemas ambientais, que

devem contemplar um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento de suas

características e dos impactos causados, a criação e aplicação de instrumentos necessários

à tomada de decisão e às formas e níveis de intervenção mais adequados, sempre com o

objetivo de minimizar os riscos à população e a degradação do meio ambiente (CETESB,

2012).

A degradação do meio ambiente é consequência dos despejos de efluentes

industriais de maneira inadequada o que tem acarretado sérios problemas de contaminação

em vários países do mundo (HAN et al., 2009). Assim neste contexto, rejeitos sólidos,

gasosos e líquidos que são bastante prejudiciais ao meio ambiente (FREIRE et al., 2000),

ecossistemas e para os seres humanos (BUSCA et al., 2008).

Segundo Freire et al. (2000), as atividades das indústrias petrolíferas, têxteis ,

químicas e papeleiras contribuem em uma parcela da contaminação e são o ramo que mais

utilizam água, sendo assim contribuem para a contaminação dos corpos receptores devido

à ausência adequada de tratamento.

Segundo Nogueira e Jardim (1998), existe a necessidade de desenvolvimento de

novos processos de tratamento de efluentes que garantam um baixo nível de

contaminantes. Os processos mais utilizados industrialmente são a incineração e o

tratamento biológico, no qual são os mais eficientes quanto à destruição de compostos

13

tóxicos, pois promovem a oxidação e redução dos contaminantes. No entanto, apresentam

também desvantagens como o alto custo da incineração e a possível formação de traços de

dioxinas e furanos como subprodutos de oxidação incompleta.

Especificamente este trabalho aborda o tratamento de efluentes líquidos. E uma

promissora alternativa para o tratamento destes efluentes são os Processos Oxidativos

Avançados (POA’s), principalmente em razão de características como elevada capacidade

e velocidade de degradação (MORAIS, 2005).

Os processos de oxidação avançada; UV/TiO2, UV/H2O2, UV/H2O2/Fe, O3, O3/Fe,

O3/TiO2, UV-O3/H2O2/Fe; são caracterizados pela geração de radicais livres que degradam

a matéria orgânica, sendo assim, os compostos poluentes são mineralizados em outros com

menor toxicidade (THIRUVENKATACHARI et al., 2007).

Os POA’s são baseados na geração de espécies reativas; que são os radicais

hidroxila (•OH) e se caracterizam por: degradar uma ampla variedade de poluentes

orgânicos de forma rápida, ser instável e gerado continuamente "in situ" através de reações

químicas ou fotoquímicas (OLIVER; HYUNOOK; PEN-CHI, 2000).

14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Aspectos ambientais

Uma área contaminada pode ser definida como um local ou terreno onde há

poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos

que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de

forma planejada, acidental ou até mesmo natural. Nessa região, os poluentes ou

contaminantes podem concentrar-se em subsuperfície nos diferentes compartimentos do

ambiente, como por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados

para aterrar os terrenos, nas águas subterrâneas, pisos e estruturas de construções

(CETESB, 2012).

A indústria de papel e celulose pode contribuir para o processo de contaminação do

meio ambiente por compostos organoclorados, principalmente com uma grande gama de

compostos originados nos processos de branqueamento da polpa. Os compostos

organoclorados são altamente tóxicos, como dioxinas e clorofenóis (XIE et al.; 1986).

A remoção de corantes provenientes das águas residuárias da indústria de tintas tem

sido um assunto de grande destaque para a área ambiental. O potencial de toxicidade deste

efluente é de grande relevância e aproximadamente 12 % dos corantes sintéticos são

perdidos anualmente durante as operações industriais (REIFE; FREEMAN, 1996). A busca

por novas tecnologias aplicáveis ao tratamento de efluentes, assim como o

desenvolvimento de processos limpos, com menor geração de resíduos tem sido alguns dos

grandes objetivos de pesquisadores preocupados com o ambiente (LEGRINI; OLIVEROS;

BRAUN, 1993).

A toxicidade dos efluentes provenientes de plantas industriais de refinarias,

gaseificadores de coque e plantas petroquímicas e a presença dos contaminantes, em níveis

de ppm, afeta significativamente as propriedades da água (GUERRA, 2001). Estes

efluentes fenólicos apresentam uma característica indesejável no processo de cloração da

água potável e a sua reação com cloro produz clorofenóis e policlorofenóis que são

carcinogênicos (COLARIETI, 2002) .

Os efluentes provenientes da indústria química como, por exemplo, da indústria

farmacêutica, de pesticidas e surfactantes também necessitam de atenção. Estes efluentes

15

apresentam resistência na decomposição dos compostos químicos que são não

biodegradáveis (HORÁKOVÁ et al.; 2014).

Segundo Morais (2205), a decomposição química e biológica do lixo produz a

geração de um líquido escuro e de cheiro característico: o chorume, no qual apresenta uma

composição de extrema variabilidade e complexidade. Os lixiviados com o decorrer do

tempo apresentam baixa biodegradabilidade, o que os tornam difíceis de serem tratados por

tratamentos convencionais (MORAIS, 2005; AHMED; LAN, 2012).

O chorume trata-se de outro problema ambiental que pode ser destacado, sendo

assim, vivenciado em aterros sanitários. A contaminação ambiental deste composto é

ocasionada pela perda do lixiviado do local; que acarreta a contaminação do território ao

redor e dos mananciais de água. O lixiviado pode ser descrito como um complexo salino de

elevada resistência de águas residuais, no qual apresentam em sua composição metais,

amônia e matéria orgânica. Os altos níveis de amônia podem causar danos ambientais e,

portanto, devem ser tratados antes de serem lançados no meio ambiente (YABROUDI;

MORITA; ALEMB, 2013).

Segundo Ahmed e Lan (2012), o chorume foi tratado com um processo alternativo

devido à sua complexidade; no qual foi utilizado um biorreator de membrana e após o

tratamento foi obtido uma excelente remoção de DBO, amônia, COT e poluentes se

comparado com os sistemas biológicos convencionais. Isso é devido que o tratamento

biológico não é capaz de degradar os níveis máximos de COT no lixiviado. Logo, a busca

por novas tecnologias de tratamento tem-se intensificado. Os tratamentos físico-químicos

são mais adequados para a remoção de substâncias (KURNIAWAN; LO; CHAN, 2006).

Segundo Pupo Nogueira (2007), outro setor de elevado potencial gerador de

resíduos é a indústria do leite, que se caracterizam pelas águas de lavagem de

equipamentos e pisos, os esgotos sanitários gerados, o leite e seus derivados.

Os resíduos da indústria de laticínios são os produtos derivados do leite, como o

soro e vários produtos químicos utilizados nos processos de higienização, areia e

lubrificantes que são utilizados como diluentes para a limpeza de equipamentos,

tubulações, pisos e demais instalações (SARAIVA, 2008).

Os efluentes lácteos apresentam uma elevada demanda química e bioquímica de

oxigênio, como consequência da grande quantidade de lipídios, carboidratos e proteínas,

que conferem ao sistema uma alta carga orgânica (CORDI et al., 2008).

16

2.1.1 Efluente Fenólico

Os efluentes industriais, como os provenientes das refinarias de petróleo, indústrias

petroquímicas e coquearias, entre outros, freqüentemente contêm compostos fenólicos que

são tóxicos ao ambiente aquático e ao homem. Estes compostos são tratados

convencionalmente através de processos biológicos, de extração e adsorção, dentre outros.

Entretanto, estas técnicas apresentam limitações para aplicação em sistemas de

concentrações intermediárias e em presença de multicomponentes fenólicos, além de

representarem um elevado custo de tratamento. Dessa forma, o uso de tecnologias

avançadas de oxidação catalítica vem se consolidando como uma das tendências de

desenvolvimento (BRITTO; RANGEL, 2008).

Os compostos fenólicos também são tóxicos ao meio ambiente aquático, podendo

provocar a morte de peixes, mesmo em concentrações na faixa de 1 mg/L. Em

concentrações inferiores a ppm, eles são tóxicos também a outras espécies biológicas, uma

vez que provocam um desiquilíbrio ecológico (MISHRA et al.;1995).

Os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e aos microrganismos.

As concentrações de fenóis na faixa de 50 a 200 mg/L trazem inibição da atividade

microbiana, sendo que 40 mg/L são suficientes para a inibição da nitrificação (CETESB,

2012).

Os compostos fenólicos presentes nas águas residuais de fábricas de azeite

precisam ser quantificados por causa de sua capacidade de poluição

para o meio ambiente (VIALB et al.; 2001). Segundo Britto e Rangel (2008), a remoção

dos compostos fenólicos dos efluentes industriais é de grande importância devido à sua

elevada toxicidade e baixa biodegradabilidade.

Segundo Belaid et al. (2013), os problemas de poluição ambiental que estão

relacionados com efluentes industriais pode ser dividido em duas partes :

A toxicidade está associada ao seu conteúdo químico que

devem ser removidos antes da descarga das águas residuais no corpo

receptor;

As dificuldades de caracterização e monitoramento da poluição que é

causada pela complexidade dessas matrizes fenólicas.

17

A degradação destes compostos pode ser realizada pelos processos oxidativos

avançados (Fenton e foto-Fenton), no qual caracterizam-se pela sua eficiência na

degradação do efluente fenólico e pode ser avaliada conforme o Quadro 1.

Quadro 1 - Processo oxidativo dos compostos fenólicos

Matriz Eficiência

Efluente da indústria têxtil

Remoção de cor igual

a 98% e de DQO=

92%

Efluente da indústria papeleira Remoção de COT

igual a 88%

Efluente da indústria petroquímica Remoção de Fenóis

totais ihual a 95%

Efluente da indústria farmacêutica Remoção de DQO

igual a 90%

Efluente de indústria de tintas Remoção de COD de

75%

Fonte: PUPO NOGUEIRA et al. (2007)

Segundo Hewer (2006), os fenóis são prejudiciais ao meio ambiente devido à sua

elevada toxicidade, tendência à bioacumulação e grandes quantidades em que são gerados

pelos mais diversos tipos de atividades produtivas. Este trabalho avaliou a aplicação do

TiO2 sintetizado pelos métodos de sol-gel e precipitação homogênea na degradação de

18

fenol e no tratamento de efluentes industriais fenólicos. Aplicando estes catalisadores

modificados no tratamento do efluente fenólico houve uma degradação de COT de 32% e

uma redução na concentração de fenol para 98%.

Segundo Barbosa-Pereira et al. (2014), estudaram a recuperação de polifenóis a

partir de resíduos de cervejaria. Neste procedimento os resíduos de desta substância podem

ser usados como uma fonte de compostos naturais e apresentam aplicações potenciais nos

segmentos de alimentação e saúde.

2.1.2 Efluente Lácteo

Um processo produtivo envolve insumos, processos e saídas, que resultam em

produtos, entretanto muitas vezes em paralelo ao processo produtivo se realiza outro

similar, cujo resultado é composto de desperdícios que podem representar uma parcela

considerável dos custos de produção, conforme a Figura 1 (FIESP, 2006).

Figura 1 – Entradas e saídas de um processo industrial (FIESP, 2006).

No processo da indústria de laticínios, o efluente lácteo apresenta em sua

composição quantidades variáveis de leite diluído e materiais oriundos de diversas fontes

como: detergentes, desinfetantes, lubrificantes e esgoto doméstico (BRAILE;

CAVALCANTE, 1993).

19

Uma parte desse problema é proveniente dos processos industriais agressivos, no

qual se tem uma elevada geração de efluentes líquidos e gasosos, além de resíduos sólidos

que acarretam um grande impacto ambiental. No entanto, não menos importante que a

contribuição dos agrícolas, dos esgotos sanitários e dos resíduos domésticos (DANTAS,

2005).

A característica poluidora do efluente lácteo é ocasionada pelo seguinte fator: uma

demanda química de oxigênio (DQO) em torno de 3.000 mg/L. Nos setores de produção de

queijos e derivados, o valor de DQO é superior a 50.000 mg/L (GAVALA et al., 1999) e o

teor de lipídeos é superior a 100 mg/L (HWU et al., 1998). A acumulação desses

compostos causa problemas na digestão anaeróbia dos efluentes, como toxicidade a

microrganismos acetogênicos e metanogênicos (HANAKI et al., 1981), formação de

espumas, devido ao acúmulo de ácidos graxos não biodegradados (SALMINEM;

RINTALA, 2002).

A composição do leite pode alterar em função da alimentação, do manejo, da

genética e a lactação do rebanho, conforme a Tabela 1 (OLIVEIRA, 2004; MARTINS et

al., 2006).

Tabela 1 – Composição do leite

Elemento Composição (%)

Água 87

Proteína 3,2

Gordura 3,4

Lactose 4,6

Minerais 0,7

Fonte: BEHMER, 1982.

As águas residuárias da indústria de laticínios são caracterizadas pela alta carga de

nitrogênio (KUSHWAHA; SRIVASTAVA; MALL, 2013).

Samanamud (2011), estudou o uso de Óxido de Zinco (ZnO) para avaliar a

aplicação e eficiência da fotocatálise heterogênea (POA) solar em termos de percentual de

degradação de COT para um posterior tratamento biológico aerado visando melhorar as

condições de despejo do efluente lácteo de modo a preservar o ecossistema e economia dos

20

recursos naturais. O melhor resultado do planejamento experimental apresentou um

percentual de degradação de COT de 31,5%.

2.1.3 Efluente de Chorume

Nos aterros sanitários, os resíduos sofrem alterações físico-químicas e biológicas.

Esta degradação da fração orgânica dos resíduos combinado com a percolação das águas

pluviais conduz à geração de resíduos com elevado grau de contaminação; que é o

chorume (KURNIAWAN; LO; CHAN, 2012).

A decomposição dos resíduos sólidos, depositados em aterros sanitários, é um

processo dinâmico comandado por organismos decompositores de matéria orgânica, sendo

em sua maioria bactérias heterotróficas, aeróbias e facultativas. Esta decomposição pode

ser descrita pelas fases aeróbia e anaeróbia . No instante em que o oxigênio é consumido,

inicia-se a fase anaeróbia, onde a decomposição ocorre através dos organismos anaeróbios

e/ou facultativos que hidrolisam e fermentam celulose e outros materiais presentes no

resíduo. Esta fase é caracterizada pela redução da concentração de carbono orgânico, altos

níveis de amônia e largo espectro de metais, representando considerável potencial de risco

para o meio ambiente. A fase anaeróbia pode demorar vários anos para estar completa

(QUÍMICA, 2014).

Quadro 2 - Fatores que influenciam a composição do chorume

Fatores que influenciam na composição do chorume

Características do lixo Composição; Granulometria; Umidade;

Idade do Resíduo; Pré-tratamento;

Condições Ambientais Geologia; Regime Pluviométrico,

Temperatura; clima;

Características do Aterro Aspectos construtivos das células;

Balanço Hídrico; Grau de Compactação

dos Resíduos; Propriedades do terreno;

Fonte: Kjeldsen et al., (2002).

21

Segundo Kjelsen et al. (2002), o chorume depende de diversos fatores, dentre os

quais: condições ambientais, composição dos resíduos, forma de operação do aterro e,

principalmente, da dinâmica dos processos de decomposição, conforme o Quadro 2.

A geração de contaminantes tóxicos de lixiviados em diversos países apresentam

normas regulamentadoras para o descarte cada vez mais rigorosas e que devem ser

cumpridas pelas organizações, conforme a Tabela 2 (KURNIAWAN; LO; CHAN, 2012).

Tabela 2– Normas regulamentadoras para descarte

NA: não avaliado

Fonte: (KURNIAWAN; LO; CHAN, 2012; CETESB, 2014).

Parâmetros

Limite Máximo para descarte (mg/l)

Estados

Unidos

Alemanha França Hong

Kong

Coréia

do Sul

Brasil

(Estado

de São

Paulo)

DQO NA 200 120 200 50 8

DBO5 NA 20 30 800 NA 60

NH3-N NA NA NA 5 50 20

Nitrogênio

Total

NA 70 30 100 150 NA

Fósforo NA 3 NA 25 NA NA

Cd (II) 0,01 0,1 NA 0,1 NA 0,2

Cr (III) NA 0,5 NA 0,1 NA 5

Cr (VI) 0,05 0,1 NA NA NA 0,1

Ni (II) 0,013 1 NA 0,6 NA 2

Pb (II) 0,03 0,5 NA NA NA 0,5

Cu (II) 0,07 0,5 NA 1 NA 1

Zn (II) 0,3 2 NA 0,6 NA 5

22

Segundo Chow e Chai (2007), investigaram a simulação de uma precipitação ácida

a temperatura ambiente, a fim de explorar a influência exata sobre a qualidade do lixiviado.

Esta investigação mostrou que a concentração de sulfato tem um efeito crescente sobre a

libertação de metais pesados , tais como Zn, Pb e Cu , dos lixiviados.

O tratamento do chorume foi realizado por um estudo experimental de uma unidade

de osmose inversa de escala piloto. Os fluxos de lixiviado com um parâmetro de CO. A

porcentagem de redução de DQO obtida neste processo de tratamento do lixiviado foi de

98% (CHIANESE; RANAURO; VERDONE, 1999).

2.2 Planejamento de Experimentos

O planejamento de experimentos é utilizado para otimizar os parâmetros dos

processos, assim como melhorar a qualidade das propriedades dos produtos ou processos.

Um planejamento experimental que pode ser destacado pela robustez é o método de

Taguchi; que foi desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960. Foi aplicado nas áreas:

eletrônica, automotiva, fotografia e em muitas outras indústrias, pois foi uma ferramenta

apresentou um importante fator de crescimento industrial das indústrias japonesas

(PDAKE, 1989).

Planejamento experimental é definido como um conjunto de técnicas estatísticas

aplicadas ao planejamento buscando encontrar e definir fatores que influenciam os valores

de um parâmetro ou um grupo de parâmetros (BRUNS; NETO; SCARMÍNIO, 2010).

O Design of Experiments (DOE) têm experimentos de otimização baseados no

emprego de planejamentos experimentais fatoriais, e que desde então têm sido bastante

usados na modelagem de processos industriais. Este estudo consiste em alcançar a região

ótima do processo através de duas etapas: modelagem e deslocamento (BRUNS; NETO;

SCARMÍNIO, 2010).

As etapas consistem em analisar o comportamento das variáveis entrada em relação

a variável resposta e são obtidas pelo método dos mínimos quadrados (Equação 1) onde

(MONTGOMERY, 2001):

- Y é a variável resposta,

- βo é a constante,

23

- βi,βii e βij são respectivamente, os coeficientes linear, quadrático e o de interação dos

efeitos.

(1)

Segundo Salazar (2009) o planejamento experimental foi estudado como uma

importante ferramenta matemática na área dos Processos Oxidativos Avançados

(Fotocatálise Heterogênea). Neste trabalho foram utilizados planejamentos fracionados

para a degradação do efluente lácteo e a porcentagem de DQO obtida no tratamento foi de

93,70%.

Carneiro (2007) utilizou planejamento experimental na degradação do efluente resina

de poliéster por processos oxidativos avançados. O método estatístico estudado foi o

arranjo ortogonal de Taguchi em uma matriz L16 como ferramenta estatística para

selecionar os fatores mais significativos no processo. Concluiu que as variáveis mais

influentes possibilitaram uma redução de DQO de 34% do efluente resina de poliéster.

A aplicação do Método de Taguchi consiste em: (1) selecionar as variáveis de saída, a

serem otimizadas; (2) identificar os fatores (variáveis de entrada) e escolher os seus níveis;

(3) selecionar o arranjo ortogonal apropriado conforme literatura (TAGUCH e KONISH,

1987); (4) executar os experimentos de maneira aleatória para evitar a incorporação de

erros sistemáticos; (5) analisar os resultados utilizando a relação sinal-ruído (S/N) e análise

de variância (ANOVA); (6) determinar o melhor ajuste dos parâmetros; (7) realizar

experimento de confirmação, se necessário (SILVA et al., 2009).

Segundo Charles et al. (2014), o planejamento de experimentos foi aplicado como

um método prático na detecção de qualquer disfunção de um painel fotovoltaico. Os dados

de medições do campo elétrico são utilizados para avaliar os parâmetros do painel e um

modelo matamático descreve as variações da potência máxima contra um nível de

irradiação solar e temperatura, no qual foram obtidos no planejamento experimental.

Segundo Chowdhury et al. (2014), o planejamento experimental; arranjo ortogonal

de Taguchi L9; foi utilizado para otimizar as condições experimentais com o intuito de

maximizar a conversão de ácidos graxos livres de resíduos de óleo de cozinha e octanol

24

em solventes foi investigado. As condições ótimas foram obtidas a partir do método de

Taguchi.

Segundo Kurmia et al. (2014), o planejamento esxperimental fatorial foi empregado

no estudo da degradação e desenvolvimento de um método de indicação de estabilidade de

um fármaco. As condições de degradação, especialmente hidrolítica e oxidativa foi de 20-

30 % de mineralização de drogas específicas, sendo que o DOE foi aplicado em três fases

distintas: a seleção dos parâmetros de triagem primário, secundário e do método de

otimização.

2.3 Processos Oxidativos Avançados

Os processos de oxidação são baseados na geração de espécies reativas, como os

radicais hidroxila (• OH), que degradam uma ampla variedade de poluentes orgânicos, de

forma rápida e não seletiva (OLIVER; HYUNOOK; PEN-CHI, 2000). A Tabela 3

apresenta o potencial de redução de vários compostos e, pode-se observar que após o flúor,

o radical hidroxila é a espécie que apresenta maior potencial de oxidação (DOMÈNECH et

al., 2001).

Tabela 3 – Potencial de redução de alguns compostos

Espécie E0

Redução (V, 25 ºC)1

Flúor (F2) 3,03

Radical hidroxila (•OH) 2,80

Oxigênio atômico (O2) 2,42

Ozônio (O3) 2,07

Peróxido de hidrogênio (H2O2) 1,78

Radical perhidroxila (HO2•) 1,70

Dióxido de cloro 1,57

Ácido hipocloroso (HCLO) 1,49

Cloro (Cl2) 1,36

Bromo (Br2) 1,09

Iodo (I2) 0,54 Fonte: DOMÈNECH et al. (2001)

1 Os potenciais referem-se ao eletrodo padrão de hidrogênio.

25

Quadro 3 – Vantagens e desvantagens dos POA’s

Vantagens Desvantagens

Assimilam grande variedade de

compostos orgânicos;

Alguns processos não estão

disponíveis em escalas apropriadas;

Mineralizam completamente os

poluentes;

Os custos podem ser elevados,

devido ao consumo energético;

Degradam os compostos refratários

resistentes outros tratamentos, como

por exemplo, o biológico;

São empregados a outros processos

como pré ou pós tratamento;

São utilizados em efluentes com alto

grau de toxicidade que podem

ocasionar uma certa dificuldade de

tratamento no processo biológico;

Possibilitam o tratamento in situ;

Formam subprodutos intermediários

de reação que sendo submetidos a um

pós-tratamento podem ser

degradados;

Melhoram as propriedades

organolépticas da água tratada;

Apresentam alto poder oxidante com

elevada cinética de reação.

Fonte:

(GABARDO FILHO, 2005; DOMÈNECH et al ., 2001; MORAIS, 2005).

26

No Quadro 3, os Processos Oxidativos Avançados apresentam vantagens e

desvantagens quando comparados aos processos oxidativos convencionais de tratamento

de efluentes (GABARDO FILHO, 2005; DOMÈNECH et al ., 2001). No entanto, as

desvantagens dos POA’s podem ser atribuídas que estes processos não podem ser

aplicados a qualquer tipo de resíduo, pois algumas condições restringem sua aplicação

conforme Tabela 2 (DOMÈNECH et al., 2001; MORAIS, 2005).

Segundo Legrini,Oliveros e Braun (1993), os processos de oxidação dividem-se em

sistemas homogêneos e heterogêneos, no qual os radicais hidroxila são gerados com ou

sem irradiação ultravioleta. Os tipos de processos estão descritos detalhadamente conforme

a Tabela 4.

Tabela 4 – Tipos de sistemas de oxidação

Com irradiação Sem irradiação

Sistemas Homogêneos O3/UV

H2O2/Fe+2

/UV

H2O2/UV

O3/H2O2

O3/OH-

H2O2/Fe+2

Sistemas heterogêneos *Sc/O3/UV

*Sc/H2O2/UV

*Sc/UV

Eletro-Fenton

Fonte: (LEGRINI; OLIVEROS; BRAUN, 1993)

* Semicondutor

Os processos avançados de oxidação podem apresentar elevado custo financeiro para

aplicação no tratamento de efluentes, devido à necessidade de implantação de instalações

de grande porte nas redes de tratamento de água e ao enorme gasto de energia demandado

pela maior parte dos procedimentos. Entretanto, tendo em vista que quantidades

significativas de substâncias não podem ser degradadas pelos procedimentos usuais de

tratamento de água e que a conservação do meio ambiente representa uma das maiores

preocupações da sociedade contemporânea, essas técnicas alternativas adquiriram

considerável importância como estratégia para diminuição da poluição ambiental, uma vez

que diversos trabalhos indicaram que podem ser muito eficientes para a degradação de

algumas substâncias recalcitrantes (GOUVÊA et al., 2014).

27

2.3.1 Processo Foto-Fenton

O interesse no processo de oxidação Foto-Fenton tem aumentado recentemente,

devido à sua capacidade para destruir uma grande variedade de compostos orgânicos

tóxicos (NAVARRO; ICHIKAWA; TATSUMI, 2010).

O processo Foto-Fenton produz radicais hidroxila à partir da reação do H2O2 com

os íons de ferro e emissão de fótons. A luz aumenta a velocidade da reação e atinge a

mineralização completa, até mesmo para os compostos altamente poluentes (GHISELLI et

al, 2004).

Segundo Monteagudo et al. (2011) a degradação dos efluente fenólico pelo

tratamento Foto-Fenton demonstrou uma remoção de COT de 88% , tempo de reação de 60

minutos e temperatura igual a 28º C.

28

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais:

Este trabalho tem como objetivo geral realizar um estudo de caso na literatura de

métodos alternativos, que são os Processos Oxidativos Avançados, para o tratamento de

três efluentes altamente poluentes.

3.2 Objetivos específicos:

- Demonstrar o poder da modelagem matemática na área ambiental.

- Realizar uma análise crítica:

- Do uso dos métodos alternativos: Processos Oxidativos Avançados Foto-Fenton

para o tratamento de três efluentes;

- Da aplicabilidade do planejamento experimental como uma ferramenta para a

tomada de decisão.

29

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste trabalho foi realizado um estudo de caso da aplicabilidade do Planejamento

de experimentos na área dos Processos de Oxidação Avançada (Foto-Fenton). Na revisão

de literatura foram encontrados inúmeros trabalhos nesta área, por isso a importância da

conectividade dos temas abordados. Essa conectividade é enfatizada por Dixon e Feller

(1999), que reforçam uso da modelagem matemática e da simulação no desenvolvimento

da engenharia química. Esses métodos são tecnologias críticas para se atingir os objetivos

industriais almejados na área de processos.

As bases de dados utilizadas para a realização desta pesquisa foram a Science

Direct, Web of Knowledge, Scopus e Google Acadêmico.

Segundo Miguel et al., (2010) o estudo de caso trata-se de uma metodologia

científica indireta, onde a teoria é realizada à partir de observações empíricas com ênfase

na interação entre os dados e suas análises.

As etapas para a realização da pesquisa assim como escolha dos efluentes e etapas

posteriores estão descritas conforme a Figura 2:

Figura 2 - Etapas para a realização da pesquisa (Estudo de Caso)

Na etapa de planejamento do estudo de caso foram escolhidos os efluentes fenólico,

lácteo e chorume devido a algumas características:

30

- O fenol caracteriza-se por ser um composto que abrange um grande número de indústrias,

como por exemplo: química, têxtil, papeleira, petroquímica, farmacêutica, tintas,

pesticidas, cortiça, entre outras.

- O efluente lácteo caracteriza-se pela geração de muitos compostos que polui o meio

aquático devido à elevada carga orgânica proveniente do leite, queijo, gorduras e outros

derivados. Trata-se de um grande problema para o setor de laticínios.

- O chorume tem sido outro problema ambiental para a sociedade moderna devido ao

grande número de lixo gerado nas grandes cidades e a falta de espaço para alocá-los.

- Os três efluentes pesquisados nas dissertações apresentaram parâmetros de controle

ambiental em quantidades superiores aos dos órgãos ambientais (CONAMA 357/05 e

artigo 18 da CETESB). Os parâmetros avaliados foram DQO> 8 mg/L e DBO>60 mg/L.

Na etapa de condução da pesquisa foi realizada uma verificação da qualidade dos

dados, ou seja, das informações coletadas. Logo foi realizado uma análise crítica á partir de

um quadro comparativo dos resultados coletados conforme item 5.4.

31

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Efluente fenólico

Freitas (2012) realizou um planejamento experimental para estudar o tratamento do

efluente fenólico via processos oxidativos avançados. O planejamento experimental

utilizado foi o arranjo ortogonal de Taguchi L16, conforme Tabela 5. As variáveis ou

fatores utilizados neste estudo estão descritas conforme a Tabela 6.

Tabela 5 – Arranjo ortogonal de Taguchi

Exp

A B AB C AC BC * E AE F AF D AD * *

H2O2 Fe+2

H2O2/

pH

H2O2/ Fe+2

/

7 Temp

H2O2/

UV

H2O2/

O3

H2O2/

14 15 Fe+2 pH pH Temp UV O3

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2

3 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2

4 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1

5 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2

6 1 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1

7 1 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1

8 1 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1 1 1 2 2

9 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

10 2 1 2 1 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1

11 2 1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 2 1 2 1

12 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1 1 2 1 2

13 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2 1

14 2 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2

15 2 2 1 2 1 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2

16 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 Fonte: FREITAS (2012).

32

Tabela 6 – Fatores para o estudo

Fator Simbologia Nível 1 Nível 2

*Peróxido de

Hidrogênio (g)

A 38,7 46,5

*Íons Ferrosos (g)

B 1,26 1,55

pH

C 3 5

Ozônio (L h-1

)

D 3 5

Temperatura (ºC)

E 30 35

Potência da

lâmpada

F 16 28

* Reagente Fenton

Fonte: FREITAS (2012).

A porcentagem de remoção de COT para cada condição experimental foi obtida no

tratamento do efluente fenólico segundo a Tabela 7. A maior degradação ocorreu na

condição de número 13 no valor de 29,07% (FREITAS, 2012).

Tabela 7 - % Remoção de COT

Experimentos do Arranjo

Ortogonal de Taguchi (L16)

% Redução de COT

1 18,28

2 23,82

3 9,83

4 15,74

5 23,72

6 22,48

7 15,89

8 15,55

9 25,71

10 23,74

11 22,88

12 21,07

continuação.......

33

13 29,07

14 26,78

15 28,68

16 21,82

Fonte: FREITAS (2012).

O planejamento experimental (Figura 3) demonstrou os parâmetros mais

significativos para o processo, sendo os fatores A (H2O2), B (Fe+2

), F (Potência da lâmpada

ultravioleta) ajustados no nível alto. Em contrapartida o fator C (pH) ajustado no nível

baixo. A ferramenta matemática também auxilia na previsão de interações no processo de

degradação, que para esta análise foram AC e AE (FREITAS, 2012).

A análise de variância (ANOVA) do planejamento experimental apresenta os

fatores mais significativos para o processo a 95% de confiança e um p-value menor que

5%. Nesta análise estatística temos a confirmação dos fatores significativos dos gráficos

dos efeitos, como A, B, C, F e as interações AC, AE. O fator mais significativo foi o

peróxido de hidrogênio com um p-value de 0,51%, conforme Tabela 8 (FREITAS, 2012).

Figura 3 – Gráfico dos efeitos do efluente fenólico

Fonte: FREITAS (2012).

concluindo

34

Tabela 8 – Análise de Variância (ANOVA)

Fatores

Soma dos

Quadrados

(SS)

Grau de

liberdade

(gl)

Soma da

Média dos

Quadrados

(SMQ)

F

P

1- A 185,2321 1 185,2321 195,6763 0,0051

2- B 32,8329 1 32,8329 34,6842 0,0276

3- AB

0,555 1 0,555 0,5863 0,5239

4- C 110,9862 1 110,9862 117,2441 0,0084

5- AC 26,1121 1 26,1121 27,5844 0,0344

6- BC

0,2304 1 0,2304 0,2434 0,6706

7- E 0,5852 1 0,5852 0,6182 0,5141

8- AE

32,49 1 32,49 34,3219 0,0279

9- F 21,16 1 21,16 22,3531 0,0419

10- AF 3,6672 1 3,6672 3,874 0,1879

11- D

0,6162 1 0,6162 0,651 0,5045

12- AD 2,0164 1 2,0164 2,1301 0,2819

13- Vazia 1,1025 1 1,1025 1,1647 0,3934

Residual

1,8933 2 0,9466 Fonte: FREITAS (2012).

5.2 Efluente Lácteo

O tratamento do efluente lácteo foi realizado por um planejamento experimental de

Taguchi L9 e a porcentagem de remoção de COT para cada condição experimental foi

obtida no tratamento do efluente lácteo segundo a Tabela 9. A maior degradação ocorreu

na condição de número 7 no valor de 90.86% (LOURES, 2011).

35

Tabela 9 – Experimentos da matriz L9 de Taguchi

Exp Temperatura

(°C)

pH

Fenton

(mg L-1

)

UV

(W)

Média

COT (%)

1 1 1 1 1 67,40

2 1 2 2 2 69,98

3 1 3 3 3 56,75

4 2 1 2 1 82,97

5 2 2 3 3 72,74

6 2 3 1 2 54,96

7 3 1 3 3 90,86

8 3 2 1 2 65,79

9 3 3 2 1 52,58 Fonte: (LOURES, 2011).

No gráfico dos efeitos (Figura 4), observou-se que o melhor ajuste para o

planejamento experimental são reagente de Fenton (35g de H2O2 e 3,6g de Fe+2

) e lâmpada

ultravioleta ajustado no nível alto (28 W), pH (3) no nível baixo e temperatura no nível

médio ou alto (30ºC ou 35ºC) (LOURES, 2011).

Figura 4 – Gráfico dos efeitos do efluente lácteo

Fonte: (LOURES, 2011).

A análise estatística do planejamento apresentou que todos os fatores são

significativos para o processo de tratamento, para 95% de confiança e um p-value menor

que 5% conforme a Tabela 10 (LOURES, 2011).

321

80

70

60

321

321

80

70

60

321

T

dia

pH

[Fenton] UV

Gráfico de Efeitos Principais para Variação COT

36

Tabela 10 – Análise de variância do arranjo L9

Fatores Soma dos

Quadrados

Grau de

liberdade

Soma da Média dos

Quadrados

F P

1- Temperatura 112,034 2 56,0168 4,49977 0,044199

2 – pH 1987,436 2 993,7180 79,8242 0,000002

3 – Fenton 346,342 2 173,1708 13,9106 0,001765

4 – UV 178,171 2 89,0857 7,1562 0,013803

Residual 112,040 9 12,4488 Fonte: (LOURES, 2011).

5.3 Efluente Chorume

Segundo Cavalcanti (2013), no planejamento experimental fatorial a porcentagem

de remoção de COT para cada condição experimental foi obtida no tratamento do efluente

de chorume segundo a Tabela 11. A maior degradação ocorreu na condição de número 7

no valor de 32,1%. Os fatores utilizados no planejamento estão descritos conforme a

Tabela 12.

Tabela 11– Experimentos do planejamento fatorial

Experimento Placa pH M H2O2/m

Fe+2

% COT

1 Branco 3 228 22

2 TiO2 8 381 18

3 TiO2 8 228 8,1

4 Branco 8 228 24,3

5 TiO2 3 381 27

6 Branco 3 381 21,9

7 Branco 3 1140 32,1

8 TiO2 11 381 16,4

9 TiO2 11 228 11

10 TiO2 11 1140 25,2

11 Branco 11 381 15,2

12 TiO2 11 1140 9,1

13 TiO2 8 1140 2,1

14 TiO2 11 228 27,3

15 Branco 11 1140 8,8

16 Branco 8 1140 9,6

17 TiO2 11 1140 11,4

18 Branco 8 381 12,3 Fonte: (CAVALCANTI, 2013).

37

Tabela 12 – Fatores utilizados no planejamento fatorial

Fatores/ Níveis 1 2 3

pH 3 8 11

Tipo de placa Branco TiO2 -

Relação mássica

(mH2O2/mFe+2

)

228 381 1140

*(H2O2= 30%); (Fe+2

=0,82 mol/l)

Fonte: (CAVALCANTI, 2013).

A análise estatística do planejamento apresentou que todos o fator pH é o

significativo para o processo de tratamento do efluente, para 95% de confiança e um p-

value menor que 5% conforme a Tabela 13 (CAVALCANTI,2013).

Tabela 13– Análise de variância do chorume

Fatores Soma dos

Quadrados

Grau de

liberdade

Soma da Média dos

Quadrados

F P

1- Placa 31,75 1 31,76 1,23 0,648

2 – pH 727,35 2 363,68 13,2 0,001

3 – H2O2/Fe+2

52,31 2 26,16 0,96 0,344

4 – Placa/ pH 43,36 2 21,68 0,78 0,642

5 – Placa x

H2O2/Fe+2

69,82 2 34,94 1,27 0,579

6 – pH x

H2O2/Fe+2

140,52 4 35,13 1,28 0,582

7 – Placa x pH x

H2O2/Fe+2

110,13 4 27,5325 - -

8 – Erro 0

Total 17

Fonte: (CAVALCANTI, 2013).

No gráfico dos efeitos (Figura 5), observou-se que o melhor ajuste para o

planejamento experimental é reagente de Fenton igual a 228 ou 381, pois podem ser

ajustados no nível baixo ou nível médio, e os fatores que são ajustados no nível alto são

pH=3 e placa branca para o tratamento do efluente (CAVALCANTI, 2013).

38

Figura 5 – Gráfico dos efeitos do efluente de chorume

Fonte: (CAVALCANTI, 2013).

5.4 Contribuições da Monografia

5.4.1. Análise Crítica dos efluentes estudados

Os efluentes utilizados para este estudo de caso foram retirados de dissertações de

mestrado realizados na Escola de Engenharia de Lorena (EEL/USP). Uma análise crítica

sobre os processos de tratamento bem como as suas vantagens e/ou desvantagens,

eficiência e/ou ineficiência foram apresentadas resumidamente na Tabela 14, e

posteriormente discutidas abaixo.

Tabela 14 – Análise crítica dos processos de tratamento oxidativo

LOURES,

(2011)

FREITAS,

(2012)

CAVALCANTI,

(2013)

Efluente Lácteo Fenólico Chorume

POA’s Foto-Fenton Foto-

Fenton/ O3

Foto-Fenton/TiO2

Radicais Hidroxila Ideal Competição Competição

COTinicial(mg/L) 1513 683 618,1

Luz Ultravioleta Ultravioleta Solar

Custo energético Elevado Elevado Baixo

Intensidade da luz Constante Constate Variável

DBO5/DQO 0,25 0,15 0,094

mH2O2/mFe+2

9-14 5-14 228-1140

Melhor processo X - -

39

No trabalho de Freitas (2012), a carga orgânica inicial do efluente fenólico foi de

683 mg/l. Após o tratamento foi obtido uma porcentagem de remoção na ordem de

29,07%.

Neste estudo foi realizado um planejamento experimental com dois tipos de

processos oxidativos homogêneos, como por exemplo, Ozônio e Foto-Fenton. O uso desses

processos em conjunto para a geração dos radicais hidroxila no meio reacional auxilia na

competição no interior do sistema, por isso que a porcentagem de remoção deste trabalho

não foi muito significativa. A baixa porcentagem de remoção da carga orgânica também

pode ser atribuída à quantidade de ferro adicionado no sistema, sendo menor que a

necessária, ou seja, na faixa de 5 a 14. Este fato pode ser atribuído que o peróxido de

hidrogênio é adicionado em uma relação estequiométrica com a carga orgânica, e apresenta

uma razão molar ótima com os íons ferrosos. Este efluente caracteriza-se por ser não

biodegradável, pois a razão de biodegrabilidade (DBO5/DQO) que foi igual a 0,15.

O trabalho de Loures (2011) apresentou uma porcentagem de remoção da

carga orgânica com grande significância, ou seja, na ordem de 90,86%. A escolha do

processo oxidativo homogêneo Foto-Fenton foi muito bem realizada para a degradação

deste composto e a relação molar H2O2/Fe+2

foi ótima para o processo, ou seja, de 9 a 14.

Este efluente caracteriza-se por ser passível de degradação, pois a razão DBO5/DQO obtida

foi igual a 0,25.

No trabalho de Cavalcanti (2013) foi utilizado dois tipos de processos oxidativos,

sendo um homogêneo (Foto-Fenton) e um heterogêneo (Dióxido de titânio). Neste estudo,

o processo de degradação foi realizado com o efluente circulando sobre uma placa

revestida de dióxido de titânio. Este processo utiliza luz solar para a degradação do

efluente o que o torna mais rentável em termos energéticos, pois os trabalhos de Loures

(2011) e Freitas (2012) foram realizados em reatores com lâmpadas ultravioletas. Este

efluente caracteriza-se por ser não biodegradável, pois a razão DBO5/DQO que foi igual a

0,094.

Um fator negativo para o trabalho de Cavalcanti (2013) é que no tratamento do

chorume é utilizado luz solar, e esta não é uniforme ao longo do dia, por isso a

porcentagem de remoção da carga orgânica obtida foi de 32, 1%. E também ao excesso de

peróxido de hidrogênio e íons ferrosos colocados no sistema.

O trabalho de Loures (2011) obteve a maior porcentagem de remoção da carga

orgânica, sendo assim, um trabalho de referência na área química e matemática. Essas

40

características estão relacionadas à escolha correta do processo oxidativo, assim como a

escolha adequada dos fatores com seus respectivos níveis.

Os planejamentos experimentais utilizados nestes trabalhos foram o Arranjo

Ortogonal de Taguchi e o planejamento fatorial fracionado. O Quadro 4 designará todos os

tipos de planejamentos experimentais e suas características.

Quadro 4 - Tipos de planejamentos experimentais e suas características.

Tipo Fatorial

Completo

Fatorial

Fracionado

Placket

Burman

Taguchi

Características Consegue

investigar com

dois ou três

níveis k fatores

Consegue

investigar k

fatores com

menos

experimentos.

Por exemplo com

2 níveis, 2k-p

experimentos

Com n

experimentos

investiga (n-1)

fatores

Arranjos

Ortogonais

Particularidades Mais realizações

experimentais

Perda de

informação

devido ao

confundimento

devido ao

fracionamento

Estrutura

fatorial

fracionada

saturada

- Busca

Robustez pela

possibilidade

de estudar

Razão Sinal

Ruído

- ANOVA

- Redução

Experimental

No trabalho de Loures (2011) foram utilizados quatro fatores em um arranjo

ortogonal de Taguchi L9 com 3 níveis. Se tivesse executado um fatorial completo fatorial

completo 3k ou fracionado 3

k-p com três níveis necessitaríamos de mais experimentos para

investigar os fatores com a mesma acurácia estatística. O método proposto ainda é mais

vantajoso que fatoriais completos ou fracionados com dois níveis, que ainda assim

exigiram mais experimentos e perderia a oportunidade de investigar não linearidades pelo

emprego de apenas dois níveis. Por questões de economia de tempo e reagente foi

41

escolhido o método de Taguchi, pois com menos condições experimentais consegue-se

investigar os mesmos fatores. Este trabalho foi conduzido em réplica e por isso foi

determinado o erro experimental na análise estatística (ANOVA).

No trabalho de Loures (2012) foi realizado o gráfico de normalidade dos dados e

observou-se que os dados apresentaram uma boa distribuição ao longo da reta. Neste

trabalho foi realizado o estudo da variabilidade dos dados experimentais utilizando a

relação S/N (Sinal-Ruído) do processo, e também a ANOVA do S/N. Isso significa que os

dados experimentais apresentam uma boa qualidade.

No trabalho de Freitas (2012) foi utilizado o arranjo de Taguchi L16, pois o estudo

foi realizado com 6 fatores em 2 níveis (alto e baixo), sendo também avaliado as

interações. Neste trabalho os fatores e suas interações foram alocados em colunas

determinas pelos gráficos lineares de Taguchi e pelo Método do Número de graus de

liberdade para escolha do Arranjo Ortogonal. Foi permitida a realização do teste de

hipótese ANOVA pela utilização das colunas vazias do arranjo.

Neste trabalho Freitas (2012) realizou uma otimização do processo de tratamento

aplicando o Método de Superfície de Resposta. O processo utilizado foi apenas o Foto-

Fenton e, a porcentagem de remoção obtida foi igual a 54,68%, ou seja, maior se

comparada com o processo anterior. Em seguida, foi realizado o gráfico de Pareto que

demonstrou que a adição de peróxido de hidrogênio é de grande relevância para a

mineralização do poluente.

Enquanto no trabalho de Cavalcanti (2013), foram utilizados três fatores em três

níveis, pois apresentou réplica no ponto central. Neste trabalho não restou graus de

liberdade para o erro experimental, por isso foi utilizado o fator com menor soma

quadrática para ser sacrificado e utilizado como erro na ANOVA. Neste trabalho, poderiam

ter sido estudas inclusive as interações de ordem 2, pois a matriz experimental apresenta

resolução IV onde os efeitos principais se confundem apenas com interações de ordem 3.

Cavalcanti (2013) realizou outras análises gráficas, como por exemplo: o gráfico de

normalidade dos dados e a probabilidade normal percentual. No primeiro os dados não

indicaram uma distribuição normal, já no segundo gráfico os dados não apresentaram

comportamento gaussiano, o que caracteriza um problema experimental.

5.4.2 Tutorial do Minitab

42

Um tutorial é uma ferramenta de ensino/aprendizagem, podendo ser tanto um

programa de computador quanto um texto, contendo ou não imagens, que auxilia o

processo de aprendizagem exibindo passo a passo o funcionamento de algo. O tutorial

também pode ser entendido como um "Manual de instruções" ou ainda como um "passo-a-

passo" para que um usuário, através de explicações mais simplificadas, chegue ao

resultado que se espera dele, sendo assim, consolidando os conceitos teóricos e

possibilitando a agilidade na tomada de decisão em ambientes mais dinâmicos.

Neste trabalho foi realizado um tutorial quanto ao uso do software Minitab 16 para

o delineamento e estudo estatístico de um processo. As etapas enumeradas auxiliarão

estudiosos na área para definir, medir, analisar, melhorar e controlar produtos e/ou

processos conforme o Anexo A.

43

6. CONCLUSÕES

Neste trabalho foi realizado um estudo de caso do Planejamento de experimentos,

como por exemplo: o método de Taguchi L9 e L16 e o planejamento fatorial na área dos

Processos de Oxidação Avançada (Foto-Fenton).

O estudo de caso consistia em um levantamento de literatura e á partir dos trabalhos

selecionados realizou a análise crítica dos tratamentos e um tutorial para auxiliar

estudiosos na área.

Os objetivos almejados neste trabalho foram concretizados e se caracterizam por:

demonstrar o poder do planejamento de experimentos, de acordo com a análise crítica

realizada. A ferramenta foi muito importante para a remoção da carga orgânica dos três

efluentes proposto. Isso caracteriza uma grande relevância na área ambiental, sendo assim,

uma poderosa ferramenta no auxílio na tomada de decisão.

Outra contribuição para a monografia foi a realização de um tutorial quanto as

etapas para o uso do software Minitab 16 , assim como para o delineamento experimental e

o estudo estatístico de um processo. As etapas enumeradas auxiliarão para definir, medir,

analisar, melhorar e controlar produtos e/ou processos.

Logo, dentre os estudos realizados o trabalho de Loures (2011) apresenta uma

grande significância na porcentagem de remoção da carga orgânica e isto pode ser

atribuído quanto à escolha correta do processo oxidativo Foto-Fenton, enquanto Freitas

(2012) utilizou dois tipos de processos homogêneos (Ozônio e Foto-Fenton) e Cavalcanti

(2013) realizou o estudo com um homogêneo (Foto-Fenton) e outro heterogêneo (Dióxido

de Titânio). A qualidade dos dados experimentais está descritas pelo teste de normalidades

dos dados, que demonstraram uma boa distribuição ao longo da reta.

Os trabalhos de Freitas (2012) e Cavalcanti (2013) obtiveram remoções de COT

iguais a 29,07% e 32,1%, respectivamente. Esses valores são explicados pela utilização de

dois processos geradores de radicais hidroxila o que acarretou uma competição no meio

reacional, em contrapartida Loures (2011) obteve uma mineralização de 90,86%. O gráfico

de normalidade dos dados do trabalho de Cavalcanti (2013) não apresentou uma boa

distribuição dos resultados ao longo da reta o que indica a qualidade dos dados

experimentais.

44

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49

ANEXOS

1. Contribuições para a Monografia

1.1 Tutorial do Minitab

A análise e os passo a serem realizados em um planejamento experimental estão

descritos abaixo para a construção de um helicóptero, no qual a variável

resposta é tempo de vôo e os fatores são: comprimento da asa, comprimento da

haste e largura da haste.

1º Etapa do DOE:

Nesta etapa é realizada uma escolha do tipo de planejamento a ser proposto,

conforme Figura A1.

Figura A1 – Escolha do tipo de planejamento

Nesta etapa é necessária definir os fatores que serão estudados, assim como, os

níveis operacionais, as variáveis respostas importantes para o processo e o tipo de arranjo a

ser utilizado (fatorial ou ortogonal) conforme a Figura A2, A3, A4.

Figura A2 – Definir a quantidade de fatores e níveis para o processo

50

Figura A3 – Definir o tipo de arranjo a utilizado, número de réplicas para o processo

2ª Etapa do DOE

Nesta fase é realizada a análise do arranjo ortogonal, as variáveis respostas

utilizadas , assim como a análise estatística dos parâmetros delineados conforme Figura A4,

A5 e A6.

Figura A4 – Análise do arranjo que foi utilizado utilizado

51

Figura A5 – Análise das variáveis resposta do processo em relação aos fatores utilizados

Figura A6 – Análise de variância dos fatores utilizados

Após essas etapa será obtido uma tela do Minitab que é denominada de Session que

consiste nos coeficientes do modelo matemático obtido para o tempo de vôo do helicóptero

produzido conforme a Figura A7.

52

Figura A7 – Coeficientes do modelo matemático

3ª Fase do DOE:

Nesta etapa é realizada uma conclusão do processo em relação a tomada de decisão

a ser executada, assim como o melhor ajuste dos parâmetros do processo. Uma próxima

análise a ser realizada é do gráfico dos efeitos para o conhecimento do melhor ajuste para o

processo conforme as Figuras A8 , A9 e A10.

53

Figura A8 – Análise dos gráficos do processo

Figura A9 – Escolha dos gráficos do processo

Figura A10 – Gráficos dos efeitos para o melhor ajuste do processo