59
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA BRENO LYOGI OKAMURA Redução do índice de retrabalho proveniente do processo de pré- tratamento da pintura. Lorena 2011

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

BRENO LYOGI OKAMURA

Redução do índice de retrabalho proveniente do processo de pré-

tratamento da pintura.

Lorena

2011

Page 2: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

BRENO LYOGI OKAMURA

Redução do índice de retrabalho proveniente do processo de pré-

tratamento da pintura.

Orientador: Gerônimo Virgínio Tagliaferro

Lorena

2011

Page 3: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

RESUMO

Em diversos segmentos industriais observam-se problemas com a corrosão em

metais, e atualmente vem sendo empregados diversos métodos para diminuir

essa corrosão. No setor automotivo a proteção anticorrosiva depende da

preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese e primer. A

qualidade da fosfatização é função do controle rígido das características físico-

químicas dos banhos que compõem cada estágio, pressões e temperaturas,

porém o descontrole de um destes parâmetros gera defeitos na pintura como a

falta de aderência da tinta de acabamento e falha na proteção anticorrosiva. O

presente trabalho estuda formas de se reduzir à elevada quantidade de

defeitos através da definição dos defeitos, padronização das causas e

soluções. Assim minimiza-se os retrabalhos gerados pelo processo de pré-

tratamento, sendo este responsável pela fosfatização, assim obteremos maior

produtividade e qualidade das carrocerias produzidas.

Palavras-chave: Fosfatização, Corrosão, Produtividade, Qualidade.

Page 4: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

ABSTRACT

In several industrial segments, problems with the corrosion in metals are

observed, and now it has been used a lot of methods to reduce this corrosion.

In the automotive section the anticorrosive protection depends of the foil’s

preparation by phosphate, electrophoresis and primer process. The quality of

the phosphating is function of the rigid control of pressures, temperatures and

the physic-chemical characteristics of each stage baths. However the discontrol

of, at least, one of these parameters, generates defects in the painting, lack of

adherence in the final paint and failure in the anticorrosive protection. The

present work studies ways to reduce the high amount of defects through the

defects definition, standardization of causes and solutions. Thus is possible to

minimize the rework generated by the pre-treatment process, wich is

responsible for the phosphating. This way we will obtain larger productivity and

quality of the produced trucks.

Keywords: Phosphating, Corrosion, Productivity, Quality.

Page 5: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2.OBJETIVO ................................................................................................................................ 3

3.JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................... 4

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 5

4.1.1 Contexto ......................................................................................................................... 5

4.1.2 Corrosão e proteção anticorrosiva ............................................................................. 5

4.1.3 Preparação da superfície ............................................................................................ 5

4.2 Estágios que compõem o pré-tratamento de superfície ................................................ 6

4.3 Desengraxe e decapagem ................................................................................................. 8

4.3.1 Estágio pré-desengraxante ......................................................................................... 9

4.3.2 Estágio desengraxante ................................................................................................ 9

4.3.3 Teoria da reação do estágio desengraxante .......................................................... 11

4.3.4 Teste prático para verificação da qualidade do desengraxante ......................... 12

4.4 Estágio enxaguamento I ................................................................................................... 12

4.5 Refinador de cristais .......................................................................................................... 14

4.5.1 Estágio refinador de cristais...................................................................................... 14

4.5.2 Teoria de reação do estágio refinador de cristais ................................................. 15

4.6 Fosfatização ....................................................................................................................... 16

4.6.1 Estágio de Fosfatização ............................................................................................ 17

4.6.2 Teoria de reação do estágio de fosfatização ......................................................... 18

4.6.3 Reações envolvidas ................................................................................................... 19

4.7 Estágios enxaguamento II ................................................................................................ 21

4.8 Passivação .......................................................................................................................... 22

4.8.1 Estágio Passivador ..................................................................................................... 22

4.8.2 Teoria da reação do estágio passivador ................................................................. 23

4.9 Estágio enxaguamento – água D.I. recirculada ........................................................... 24

4.9.1 Estágio enxague – água D.I. .................................................................................... 24

4.10 Estágio Estufa/Secagem ................................................................................................ 25

4.11 Controle da camada de fosfato ..................................................................................... 25

Page 6: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

5. METODOLOGIA ................................................................................................................... 27

5.1 Identificação das análises executadas ........................................................................... 27

5.1.1 Procedimento analítico .............................................................................................. 28

5.2. Parâmetros do processo.................................................................................................. 32

5.3. Controle dos banhos do pré-tratamento ....................................................................... 34

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 36

6.1. Otimização do processo .................................................................................................. 36

6.2. Análise dos resultados ..................................................................................................... 36

6.3. Padronização da solução de problemas ....................................................................... 45

6.4. Avaliação da sistemática ................................................................................................. 47

7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 48

Page 7: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estágios que compõe o pré-tratamento. ................................................................ 6

Figura 2. Aplicação via Spray ................................................................................................... 7

Figura 3. Fluxograma do estágio Pré-desengraxante .......................................................... 9

Figura 4. Fluxograma do estágio Dsengraxante. ................................................................ 11

Figura 5. Reação do Desengraxante. ................................................................................... 12

Figura 6. Exemplo de superfícies desengraxadas. ............................................................. 12

Figura 7. Fluxograma do estágio Enxaguamento I. ............................................................ 13

Figura 8. Fluxograma do estágio Refinador de cristais. ..................................................... 15

Figura 9. Variação da concentração do Refinador de Cristais. ......................................... 16

Figura 10. Fluxograma do estágio de Fosfatização. ........................................................... 18

Figura 11. Mecanismo de formação da camada de fosfato. ............................................. 19

Figura 12. Fluxograma do estágio Enxaguamento II. ......................................................... 22

Figura 13. Fluxograma do estágio Passivador. ................................................................... 23

Figura 14. Teoria de reação do Passivador. ........................................................................ 23

Figura 15. Fluxograma do estágio Água D.I. recirculada. .................................................. 24

Figura 16. Fluxograma do estágio Enxaguamento Água D.I. ........................................... 25

Figura 18. Controle dos parâmetros do processo. .............................................................. 35

Figura 19.Temperatura do estágio desengraxante. ............................................................ 37

Figura 20.Concentração do estágio desengraxante. .......................................................... 37

Figura 21.Pressão do estágio desengraxante. .................................................................... 38

Figura 22. Teor de Zinco do estágio de fosfatização.......................................................... 39

Figura 23. Temperatura do estágio de fosfatização. .......................................................... 39

Figura 24. Pressão do estágio de fosfatização.................................................................... 40

Figura 25. Acidez total do estágio de fosfatização.............................................................. 40

Figura 26. pH do estágio passivador. .................................................................................... 40

Figura 27. pH do refinador. ..................................................................................................... 41

Page 8: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

Figura 28.Acidez livre do estágio de fosfatização. .............................................................. 42

Figura 29. Acidez total do estágio de fosfatização.............................................................. 42

Figura 30. Pressão do estágio refinador de cristais............................................................ 43

Figura 31.pH do estágio refinador de cristais. ..................................................................... 43

Figura 32.Acidez livre do estágio de fosfatização. .............................................................. 44

Figura 33. pH do estágio refinador de cristais. .................................................................... 44

Page 9: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

LISTA DE TABELA

Tabela 1. Estágios do Pré-Tratamento. .................................................................................. 6

Tabela 2. Volume dos tanques................................................................................................. 7

Tabela 3. Análise executadas nos estágios de pré-tratamento. ....................................... 28

Tabela 4. Especificação dos parâmetros do processo. ...................................................... 33

Tabela 5. Defeitos, causas e soluções de problema. ......................................................... 46

Page 10: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

1

1.INTRODUÇÃO

Segundo Nunes (1990), a corrosão consiste na deterioração, devido a um

ataque destrutivo não intencional e progressivo, entre o material e o meio

ambiente, podendo ocorrer de formas variadas, sendo a corrosão sobre a

superfície metálica a mais comum de encontrarmos.

A utilização de processos que protejam a superfície metálica contra o

ataque corrosivo possui extrema importância, pois os custos diretos e indiretos

da corrosão são altíssimos, distribuídos em maior ou menor escala em todos os

setores da economia.

Santos (2006), afirma que as camadas fosfatizadas apresentam grande

importância industrial e são utilizadas em diversas aplicações, como por

exemplo: proteção temporária contra a corrosão, pré-tratamento de superfície

para a pintura; redutor de atrito entre superfícies; lubrificantes em operações de

deformação de superfícies metálicas e como isolante elétrico, sendo que, as

características das camadas de fosfato é o que determinam a sua aplicabilidade

e desempenho.

Analisando a indústria automotiva, poderemos verificar que a corrosão

afeta o acabamento, aspectos visuais, e a estrutura do veículo. Segundo Villas

(2006), um carro fica exposto a situações extremas como a chuva, sol,

ambientes marítimos, diversidade de climas e produtos que se depositam

diariamente sobre sua pintura. Devido estas situações faz-se necessário um

processo de proteção anticorrosiva eficiente.

A superfície da carroceria a ser tratada é constituída de aço carbono e

aço zincado.

Jurgetz (1995) define que a proteção anticorrosiva consiste em dois

aspectos: primeiramente a preparação da superfície da carroceria constituída de

aço carbono e aço zincado, através do pré-tratamento, eletroforese e primer,

enquanto a segunda seria na aparência que deve estar baseada nas tintas de

acabamento, esmalte e verniz que possuem características protetoras.

Page 11: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

2

Segundo Rodrigues (2007), entre os processos de tratamento de

superfície temos a fosfatização que é um tratamento de conversão, ou seja, é a

transformação de um metal em um óxido ou um sal de metal através de reações

eletroquímicas que podem ocorrer pela imposição de corrente elétrica ou devido

ao ataque do metal por um agente oxidante presente na solução.

O pré-tratamento de superfície é parte fundamental desta proteção, sendo

responsável pela preparação da carroceria através da criação de uma camada

micro-cristalina de fosfato. Este trabalho possui o intuito de verificar

oportunidades de melhorias no processo de pré-tratamento e consequentemente

ganho de qualidade na produção da carroceria.

Page 12: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

3

2. OBJETIVO

O presente estudo possui como objetivo melhorar a eficiência da proteção

das carrocerias contra a corrosão, minimizando a quantidade de retrabalho

provenientes deste processo. Pelo mapeamento e avaliação do processo de pré-

tratamento de superfície, identificou-se oportunidades de melhorias no processo,

pesquisando metodologias e técnicas que indiquem possibilidades de redução

dos defeitos nas carrocerias, avaliando mecanismos de deposição de uma

camada micro-cristalina de fosfato na superfície da carroceria em função dos

parâmetros estudado. A padronização das causas e soluções dos defeitos

provenientes deste processo faz-se necessária, visando à tomada de ação com

maior eficiência e solucionando este estes defeitos o mais rápido possível,

afetando o menor número de carrocerias.

Page 13: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

4

3.JUSTIFICATIVA

Devido à necessidade de desenvolver ou adequar o processo pintura aos

diversos problemas que afetam a qualidade final da superfície da carroceria e a

necessidade de garantir que resultados inesperados como: marca d’ água,

camada aberta, amarelamento, entre outros, não ocorram, ou quando ocorram,

saiba-se onde está a origem do problema, minimizando os efeitos da corrosão

sobre a carroceria. Com isto, podem-se tomar ações corretivas mais

rapidamente, com a minimização de retrabalho e/ou perdas de carrocerias

obtendo-se maior produtividade do processo e qualidade das carrocerias

produzidas, em consequência diminuiremos perdas financeiras decorrentes de

retrabalhos.

Page 14: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

5

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1.1 Contexto

A tecnologia das tintas aplicadas aos bens de consumo duráveis como os

automóveis e eletrodomésticos estão em pleno desenvolvimento com a

utilização cada vez maior de produtos que agridam menos o ambiente além de

possuírem maior resistência e melhor aparência (Chemetall, 2007).

De Bem (2008), afirma que em caminho contrário, estão às agressões

que o revestimento sofre diariamente. Muitos destes danos não serão removidos

sem haver um reparo total da área afetada.

4.1.2 Corrosão e proteção anticorrosiva

Os processos de corrosão são frequentes e ocorrem em diversas

atividades como na indústria química, petrolífera, naval, de construção civil,

automobilística, petroquímica, ferroviário, aeroviário, metroviária, marítimo, na

área da saúde: odontologia e medicina (Guerreiro, 2009).

Segundo Gentil (2003), corrosão é a deterioração de um material por

ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços

mecânicos, provocado por fenômenos da oxidação, que consiste na perda de

elétrons por uma espécie química, e da redução, que é o ganho de elétrons por

uma espécie química.

Villas (2006) descreve que a pintura automotiva está alicerçada em dois

pontos básicos: a proteção anticorrosiva e a aparência.

O processo de pré-tratamento de superfície possui como objetivos evitar,

prevenir ou impedir o desenvolvimento das reações de corrosão na fase gasosa,

aquosa ou oleosas (Mainier, 2000).

4.1.3 Preparação da superfície

Segundo Sobrinho (2000), a retirada de impurezas como óleos e limalhas,

além da formação de uma camada micro-cristalina de fosfato, promovendo a

aderência do revestimento ao substrato são responsabilidades do processo de

pré-tratamento. Entretanto, as impurezas ou sujidades são as substâncias

encontradas na superfície, podendo interferir no desempenho da proteção,

Page 15: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

6

sendo a limpeza da superfície requisito essencial para a fosfatização de

qualidade (Guerreiro, 2009).

4.2 Estágios que compõem o pré-tratamento de superfície

O processo a ser estudado possui 09 estágios.

O processo de pré-tratamento de superfície possui estágios que são

caracterizados por operar em meio alcalino e meio ácido.

Tabela 1. Estágios do Pré-Tratamento.

Meio Estágios

Meio Alcalino 1. Pré-Desengraxante

2. Desengraxante

3. Enxaguamento I 4. Refinador de Cristais

Meio Ácido 5. Fosfatização

6. Enxaguamento II

7. Passivador

8.1 Enxaguamento - Água D.I. Recirculada

8.2 Enxaguamento Água D.I.

- 9. Estufa/Secagem

De acordo com dados colhidos em uma empresa do setor automobilístico,

cada estágio possui tanques com volumes distintos, distribuídos conforme a

vazão na aplicação e quantidade de bicos. Os tanques são divididos nas

categorias: Principal, Reposição e Intermediário.

1. PRÉ DESENGRAANTE

4. REFINADOS

DE CRISTAIS

8.1. ENXAGUAMENTO – ÁGUA D.I. RECIRCULADA 7. PASSIVAÇÃO 6. ENXAGUAMENTO II

5. FOSFATIZAÇÃO 2. DESENGRAXANTE

09. ESTUFA//

SECAGEM

RECEBIMENTO

DA CARROCERIA

8.2. ENXAGUAMENTO–

ÁGUA D.I.

3. ENXAGUAMENTO I

Figura 1. Estágios que compõe o pré-tratamento.

Page 16: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

7

Tabela 2. Volume dos tanques.

Estágios Volume do tanque (l)

Principal Reposição Intermediário

1. Pré-Desengraxante 8500 - -

2. Desengraxante 20500 630 -

3. Enxaguamento I 12000 - -

4. Refinador de Cristais 7000 630 2000

5. Fosforização 20500 630 -

6. Enxaguamento II 7000 - -

7. Passivador 7000 - -

8.1 Enxaguamento - Água D.I. Recirculada - - -

8.2 Enxaguamento Água D.I. - - -

9. Estufa/Secagem - - -

Todos os efluentes do Pré-Tratamento são direcionados para a Estação

de Tratamento de Efluentes, sendo reutilizados no processo como água de

reuso.

Em todos eles a aplicação ocorre por Spray. Nos processos mais

modernos a aplicação ocorre por Spray e Imersão.

Figura 2. Aplicação via Spray

Page 17: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

8

4.3 Desengraxe e decapagem

O processo de desengraxe retira sujidades como gorduras, óleos e

limalhas de ferro provenientes do processo de estamparia e armação, sendo

extremamente importante para a garantia de um processo de fosfatização isento

de erros.

Segundo Carreira (2008), os processos de tratamento de superfície

exigem um desengraxe, pois a qualidade final do acabamento está diretamente

ligada à qualidade da limpeza.

Segundo Guerreiro (2009), utilizam-se três tipos de desengraxantes na

indústria de tratamento de superfícies: os ácidos, neutros e alcalinos.

Os agentes de desengraxe alcalinos são formados por surfactantes,

álcalis e complexantes.

A remoção de impurezas é realizada através da decapagem, há três tipos

de decapagem, a ácida, a neutra e a alcalina.

Gnecco (2003), afirma que a decapagem alcalina é responsável pela

remoção de óxidos leves e sujidades orgânicas, além de haver certo

condicionamento da superfície, dependendo do valor de seu pH, de sua

composição química de álcali ativa, de hidroxila livre e de sua capacidade

umectante e emulsionante.

Caso a decapagem ácida for muito prolongada, ela possuirá uma

tendência a influenciar na fosfatização formando cristais grandes.

Segundo Olivera (1996), o meio mais apropriado para os desengraxantes

neutros é com pH entre 7 e 8, possuindo poder de detergência menor do que os

alcalinos. O desengraxante neutro é utilizado em processos onde a peça fique

estocada por um curto período de tempo.

Chemetall (2007), afirma que a solução de um desengraxante ácido terá

pH entra 2 e 5 na qual o metal ao entrar em contato com a solução sofra um

ataque liberando hidrogênio. O hidrogênio, tendo uma densidade baixa, tenderá

a ser expelido, e, ao desprender-se da superfície metálica, levará consigo o

óleo.

Page 18: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

9

4.3.1 Estágio pré-desengraxante

Segundo Villas (2006), o processo pré-desengraxante visa preparar a

superfície da carroceria para o recebimento do desengraxante. No estágio pré-

desengraxante ocorre um enxague com água de reuso e água potável, onde

parte desta água de reuso é proveniente da reutilização do transbordo do

estágio enxaguamento I (Estágio nº3).

Em uma empresa do setor automobilístico, o pré-desengraxante é

bombeado diretamente para o tanque, passando pela bomba sendo aplicado por

spray, pulverizado por um conjunto de bicos, com uma pressão constante, na

superfície da carroceria. Após a aplicação é efetuada a reutilização de parte do

material pré-desengraxante, sendo outra parte descartada como efluente.

A aplicação do pré-desengraxante resulta em um fluido com gordura, óleo

e limalhas de ferro.

A retirada da limalha de ferro do fluido é efetuada por placas magnéticas.

A limpeza das placas é de extrema importância, uma vez que sujas elas

interferem na qualidade das carrocerias.

Figura 3. Fluxograma do estágio Pré-desengraxante

4.3.2 Estágio desengraxante

Chemetall (2007), afirma que o processo desengraxante tem como

finalidade a remoção de óleos e sujidades orgânicas, além de outras impurezas,

que não foram retiradas no estágio pré-desengraxante (Estágio nº1)

provenientes da Estamparia e Armação, impedindo sua redeposição e facilitando

sua remoção.

Page 19: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

10

O banho desengraxante tem por característica trabalhar em temperaturas

elevadas, de 60 a 80ºC. Esta temperatura elevada aumenta a energia cinética

das moléculas, aumentando a capacidade de reação e eficiência do

desengraxante ajudando a dissolver algumas sujidades.

Em uma empresa do setor automobilístico, o desengraxante é

homogeneizado no tanque pré-mix, bombeado para o tanque onde se adiciona

água potável e água de reuso, sendo aplicado por spray através de um conjunto

de bicos, com uma pressão constante, na superfície da carroceria.

Após a aplicação o desengraxante retorna ao tanque, havendo

recirculação. Esta aplicação resulta em um fluido contaminado com limalha de

ferro e óleo. A retirada da limalha de ferro do fluido é realizada por placas

magnéticas. A limpeza das placas é de extrema importância, pois sujas elas

interferem na qualidade das carrocerias.

A filtração do fluido contaminado com óleo, resultante do processo, ocorre

no tanque de separação de óleo. A solução retorna ao tanque, caracterizando a

recirculação.

Caso o banho desengraxante encontre-se em não conformidade, o

Tanque Reserva de desengraxante será utilizado para que correções ocorram

voltando este banho à conformidade pré-estabelecida.

Page 20: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

11

Figura 4. Fluxograma do estágio Dsengraxante.

4.3.3 Reação do estágio desengraxante

Segundo Jurgetz (1995), o desengraxante contem produtos

compostos de sais alcalinos, tensoativos e agentes sequestrantes,

possuindo como características a capacidade de retirar as impurezas da

superfície da carroceria. Deslocam e emulsificam a sujeira na solução,

reagindo com as mesmas para formar sabões solúveis em água.

Almeida (2000), afirma que quando há o ataque do desengraxante

sobre a superfície a ser tratada, o desengraxante ataca as impurezas,

envolvendo-as, devido à presença do agente sequestrante no

desengraxante.

A impureza da carroceria é tensionada para fora da superfície

aderida, nesse momento a atuação dos tensoativos é de extrema

importância para que a retirada ocorra, como mostrado na Fig.5, impedindo

o seu retorno à superfície tratada.

Page 21: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

12

Figura 5. Reação do Desengraxante.

4.3.4 Teste prático para verificação da qualidade do desengraxante

Em uma carroceria com desengraxe eficiente, como mostra a Fig.6, se

colocarmos água, por exemplo, nesta superfície ela pecorrerá esta superfície

uniformemente, formando um filme contínuo, diferente do que ocorre em uma

superfície mal desengraxada devido a presença de óleos e gorduras,

dificultando a passagem da água nesta superfície com o aparecimento de gotas

ou lugares secos.

Figura 6. Exemplo de superfícies desengraxadas.

4.4 Estágio enxaguamento I

Segundo Villas (2006), o processo de enxaguamento I tem como

finalidade a completa remoção de resíduos (óleos e sais residuais

desengraxantes) das superfícies desengraxadas proveniente do estágio

anterior ou desengraxante (Estágio nº2), evitando a contaminação do estágio

posterior ou refinador de cristais (Estágio nº4).

Page 22: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

13

Em uma empresa do setor automotivo, o enxaguamento I caracteriza-

se por trabalhar em regime de transbordamento contínuo, minimizando a

contaminação do estágio posterior ou Refinador de Cristais (Estágio nº4).

No estágio de enxaguamento I utiliza-se água de reuso em menor

porcentagem e água potável em maior porcentagem.

As águas são bombeadas diretamente para o tanque, passam pela

bomba sendo aplicada por spray, pulverizadas por um conjunto de bicos, com

uma pressão constante, na superfície da carroceria. O enxaguante retorna ao

tanque, ocorrendo à recirculação do mesmo.

Como resultado deste processo ocorre à produção de arraste, devido à

carroceria possuir desengraxante que em contato com a água resulta em

formação de espuma.

Ao final deste processo obteremos uma superfície condicionada para

uma perfeita atuação do Refinador, caso todos os parâmetros encontrem-se

dentro do estabelecido.

Figura 7. Fluxograma do estágio Enxaguamento I.

Page 23: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

14

4.5 Refinador de cristais

Devido à presença de sais coloidais de titânio ocorre o condicionamento e

orientação para a obtenção da camada de fosfato. Os coloides de titânio

adsorvem sobre a superfície do metal e servem como sítios de nucleação para o

crescimento da camada de fosfato. Segundo Wolpers (2003), a ativação

aumenta o número de cristais de fosfato por unidade de área, enquanto o

tamanho do cristal, peso do revestimento e tempo de reação mínimo diminuem.

Sistemas de fosfatização a zinco, em sua maioria, são dependentes do

estágio de condicionamento, depositando uma camada de fosfato de zinco

uniforme. Devido ao seu caráter coloidal, as dispersões de ativação não são

estáveis, e os coloides têm uma tendência a coagular, baixando a frequência de

nucleação e a taxa de formação do filme (Wolpers, 2003).

Segundo Chemetall (2007), o refinador de cristais é indispensável por

dois motivos: condicionar uma camada com peso e cristal menores e mais

compacta e diminuir o tempo mínimo de fosfatização.

4.5.1 Estágio refinador de cristais

No estágio refinador de cristais, utiliza-se o refinador, que contem os

seguintes componentes: carbonato de sódio, fosfato de sódio e dióxido de

titânio.

Em uma empresa do setor automotivo, o refinador é homogeneizado no

tanque pré-mix, passa pelo tanque Intermediário (sendo diluído com água

potável) chegando ao tanque sendo aplicado por spray, através de um conjunto

de bicos, com uma pressão constante, na superfície da carroceria. Após a

aplicação o refinador retorna ao tanque caracterizando-se a recirculação.

Page 24: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

15

Figura 8. Fluxograma do estágio Refinador de cristais.

4.5.2 Reação do estágio refinador de cristais

Segundo Chemetall (2007), o refinador possui como função a atuação de

sais coloidais de titânio, que irão se depositar na superfície da carroceria,

preparando-a e a orientando para o recebimento da camada de fosfato. As

partículas coloidais são atraídas eletrostaticamente sobre as zonas catódicas do

metal a ser tratado, formando núcleos, que dão origem a cristais de fosfato.

O refinador atua em conjunto com o fosfato, condicionando a superfície a

ser tratada para que ocorra uma deposição perfeita da camada de fosfato.

Não se pode variar à concentração do refinador, como visto na fig. 9, caso

a concentração desta encontre-se fora do estabelecido, não haverá formação de

camada de fosfato uniforme.

Page 25: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

16

Figura 9. Variação da concentração do Refinador de Cristais.

4.6 Fosfatização

Segundo Guerreiro (2009), as camadas fosfatizadas apresentam grande

importância industrial, sendo utilizada para tratar substratos. Pois, a maior parte

dos automóveis são fosfatizadas antes da pintura, aumentando sua resistência à

corrosão e adesão da tinta.

Somente após limpeza adequada das superfícies da carroceria que se

procede a um condicionamento das mesmas, o que irá permitir nuclear

adequadamente os cristais de fosfato formados durante a posterior etapa de

fosfatização. Esta última efetuada por processos de imersão/aspersão, através

de reações químicas adequadas entre substratos metálicos e o banho de

fosfato, que garantirão a aderência do revestimento por pintura posterior ao

substrato. Segundo Almeida (2000), as películas de fosfato formadas são

submetidas a operações adequadas à selagem do revestimento fosfático, de

modo que este venha a constituir uma excelente camada de aderência do

primário anticorrosivo.

Scislowski (1990), afirma que em banhos de fosfatização do tipo pseudo-

conversão, os principais constituintes são o ácido fosfórico livre, fosfato diácido

de um metal formador da camada (zinco, manganês, cálcio) e aceleradores

(nitratos, cloratos, nitrito, peróxidos, sais de cobre, níquel, etc.). A grande maioria

dos banhos à base de fosfato de zinco contém ácido fosfórico, ácido nítrico,

fosfato diácido de zinco (obtido pela dissolução de óxido de zinco em ácido

fosfórico), que é um composto formador da camada de fosfatização, e nitrato de

sódio que funcionam como aceleradores.

Page 26: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

17

Segundo Rodrigues (2007), os banhos fosfatizantes podem conter outros

elementos, são os chamados aditivos (compostos de cálcio, ácidos orgânicos,

boratos, fluoretos, etc.), que atuam na redução da temperatura de operação, e

podem alterar a estrutura do depósito e/ou aumentar o efeito dos aceleradores.

Muitas vezes, detergentes sintéticos são adicionados para realizar a função de

desengraxe e fosfatização em uma única etapa. Os agentes sequestrantes ou

quelantes podem estar presentes nos banhos de fosfatização provenientes do

arraste de desengraxantes ou decapantes ou de substâncias utilizadas para

tratamento de águas duras. Outras contaminações podem estar presentes e

estas, mesmo em pequenas concentrações, podem interferir de maneira

significativa na formação das camadas fosfatizadas.

Segundo James e Freeeman (1971), a composição e a concentração dos

constituintes dos banhos de fosfatização determinam a estrutura, a cristalização

e a espessura das camadas fosfatizadas. Existe no mercado uma grande

variedade de banhos fosfatizantes comerciais. As diferenças entre tais banhos

são devidas aos diferentes aceleradores ou combinação de aceleradores

utilizados. Em menor escala, os aditivos também são responsáveis por estas

diferenças.

4.6.1 Estágio de Fosfatização

Segundo Rodrigues (2007), o processo de fosfatização possui a

finalidade de depositar uma camada de fosfato de zinco uniforme, densa e

micro-cristalina firmemente aderida à superfície da carroceria. Confere a esta

superfície tratada excelente aderência, facilitando a retenção do primer e da

tinta de acabamento, aumentando à resistência a corrosão.

Em uma empresa do setor automobilístico, utiliza-se nitrito e um

produto ácido no estágio de fosfatização. O nitrito contém como

componentes: o nitrito de sódio e o produto ácido contem como

componentes: água, ácido fosfórico, fosfato, diácido de zinco, nitrato de

níquel, fosfato diácido de manganês.

Neste estágio, o nitrito possui como características atuar como

acelerador (catalisador) do fosfato e retirar o ferro da superfície a ser

tratada.

Page 27: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

18

O nitrito e o produto ácido são bombeados para o tanque, adiciona-

se água potável a esta mistura. A mistura chega às bombas sendo o

fosfato aplicado por spray, borrifado por um conjunto de bicos, com uma

pressão constante, na superfície da carroceria.

Após a aplicação o fosfato é filtrado, passando por um decantador

onde a borra de fosfato se depositará nas telas do decantador, o fosfato

resultante é enviado para o tanque de retorno e bombeado para o tanque

de fosfatização, sendo caracterizada a recirculação. Existe um tanque

reserva de fosfato, que será utilizado quando necessário.

Figura 10. Fluxograma do estágio de Fosfatização.

4.6.2 Reação do estágio de fosfatização

Segundo Chemetall (2007), o fosfato de zinco solúvel irá reagir com o

substrato, carroceria, liberando-se Fe (fosfato de ferro solúvel) devido à

presença do nitrito de sódio. O nitrito de sódio possui como função atuar como

acelerador da reação do fosfato, sendo responsável pela liberação do Fe da

reação formando a lama que será separada pelo filtro prensa obtendo-se a borra

de fosfato.

Nesta reação há o desgaste do H2 (hidrogênio), iniciando a formação a

camada de fosfato como mostra a Fig.11.

Page 28: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

19

Figura 11. Mecanismo de formação da camada de fosfato.

4.6.3 Reações envolvidas

1) Decapagem do metal pela acidez livre do banho, dissolvendo o

ferro com liberação do hidrogênio.

ATAQUE:

Fe0 + 2H+ Fe+2 + H2

DEPOLARIZAÇÃO:

2H+ + ½ 0-2 H20

Segundo Chemetall (2007), quanto maior for à acidez livre, maior será o

poder ácido da solução, assim será maior a dissolução de metal no banho. A

camada começará a ser formada quando houver uma supersaturação. Em

fosfatos com baixo valor de acidez livre, há uma supersaturação da solução na

interface gerando uma deposição mais acelerada e, consequentemente uma

camada mais baixa.

Chemetall (2007), afirma que se utilizando um banho fosfatizante

equilibrado com um valor de acidez livre mais alto, tem-se a tendência a

formarem-se camadas mais pesadas, com tempo de fosfatização mais longos.

Page 29: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

20

Maiores camadas de fosfato de zinco estão ligadas com o tempo mínimo de

fosfatização, devido ao forte teor de ácido na interface, é necessário mais metal

do substrato para ocorrer a supersaturação. Deste modo, mais tempo será

necessário para a precipitação do fosfato insolúvel no substrato.

2) Desgaste da concentração do íon Hidrogênio próximo ao metal

inicia-se com a formação do produto de solubilidade do Fosfato terciário,

convertendo a superfície metálica, a ser tratada, para Fosfato de Zinco.

HOPEITA

3 Zn+2 + 6H2PO4- ZN3(PO4)2 . 4H2O + 4H3PO4

HOPEITA

FOSFOLITA

2 Zn+2 + Fe+2 + 6 H2PO4- Zn2Fe(PO4)2 . 4H2O + 4 H3PO4

FOSFOLITA

“FOSFOLITA MODIFICADA”

2 Zn+2 + Mn+2 + 6 H2PO4- Zn2Mn(PO4)2 . 4H2O + 4 H3PO4

“ FOSFOLITA MODIFICADA”

Segundo Chemetall (2007), a camada de fosfato de zinco que se forma

consiste em uma camada fina de fosfolita, Zn2Fe(PO4)2 . 4H2O, que é depositada

junto à superfície metálica e abaixo da camada de hopeita, ZN3(PO4)2 . 4H2O.

3) FORMAÇÃO DA LAMA:

4 Fe+2 + 4 H2PO4- + ½ O2 2 FePO4 . 2H2O + H3PO4

LAMA

A formação da lama está relacionada com a primeira reação, ou seja, a

decapagem. Chemetall (2007) afirma que esta reação é de vital importância

sobre o que será gerado de resíduo, pois, a borra será determinada pela relação

Page 30: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

21

perda do substrato pelo peso da camada deposita. Quanto maior for esta

relação, maior será a borra formada.

A lama formada é prejudicial aos processos posteriores a fosfatização,

para a sua remoção são utilizados dois processos:

remoção contínua da lama formada utilizando-se um filtro prensa

responsável pela separação da lama, devolvendo a solução limpa ao tanque;

remoção periódica após intervalos determinados de utilização do

banho, utilizado em instalações médias e pequenas. O banho é decantado no

próprio especialmente construído para isto. A solução limpa é transferida para

um tanque reserva sendo a lama descartada e o banho devolvido ao tanque de

trabalho.

4.7 Estágios enxaguamento II

Rodrigues (2007) afirma que o processo de enxaguamento II possui como

finalidade a remoção de sais residuais, sub-produtos de reação e acidez

provenientes do estágio de fosfatização (estágio nº5), evitando a contaminação

do estágio posterior ou passivador (estágio nº 7). No estágio do enxaguamento II

utiliza-se água de reuso em menor porcentagem e água potável em maior

porcentagem. Parte desta água de reuso é proveniente do transbordamento do

estágio de água D.I. recirculada (Estágio nº 8.1).

Em uma empresa do setor automobilístico, a aplicação ocorre por spray,

pulverizada por um conjunto de bicos, com uma pressão constante, na superfície

da carroceria. A água é bombeada para o tanque, passa pela bomba chegando

aos Sprays, após a aplicação a água volta ao tanque onde parte desta recircula

e outra parte é descartada.

O estágio enxaguamento II caracteriza-se por trabalhar em regime de

transbordamento contínuo, minimizando a contaminação da água e do estágio

posterior.

Page 31: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

22

Figura 12. Fluxograma do estágio Enxaguamento II.

4.8 Passivação

A camada de fosfato formada, independente do tipo de cristal obtido,

possui poros que ficam expostos ao ar podendo oxidar. O passivador selará as

porosidades, evitando a corrosão, melhorando a aderência da tinta de

acabamento.

Segundo De Bem (2008), a selagem foi feita durante anos utilizando-se

banho de passivação diluído baseado em ácido crômico, este tratamento reduzia

a porosidade fosfática em cerca de 50% porém, tal tratamento conduz a um

excesso de acido crômico na superfície passivada, originando empolamentos e

outros defeitos dos revestimentos por pinturas aplicados posteriormente.

Alternativas estão sendo estudadas, contudo os resultados obtidos com

as diferentes alternativas aos banhos baseados em cromo hexavalente

estudados até agora não apresentam tão boa eficiência corrosiva como os

tradicionais banhos baseados em cromo hexavalente (Chemetall, 2007).

4.8.1 Estágio Passivador

O Banho do estágio passivador possui como componentes: água e

carbonato de sódio, possuindo a função de aumentar o pH e abaixar a acidez do

nível, possuindo características orgânicas, ácido fluorzincônico, possuindo a

função de diminuir o pH e subir a acidez do nível, possuindo características

inorgânicas.

Em uma empresa do setor automobilístico, o passivador é

homogeneizado no tanque com água potável, bombeado sendo aplicado por

Page 32: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

23

spray, pulverizado por um conjunto de bicos, com uma pressão constante, na

superfície da carroceria. Após a aplicação o mesmo volta ao tanque sendo parte

recirculada e o restante descartado.

Figura 13. Fluxograma do estágio Passivador.

4.8.2 Teoria da reação do estágio passivador

Segundo Villas (2006), a Camada de Fosfato possui porosidades,

independentes do tamanho de cristal obtido. Estas porosidades serão selados

pela passivador que eliminará essas porosidades, evitando que haja

oxidação, como visto na Fig.14.

Figura 14. Teoria de reação do Passivador.

Page 33: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

24

4.9 Estágio enxaguamento – água D.I. recirculada

O processo de água D.I. recirculada tem como objetivo remover e eliminar

os sais residuais do passivador superficiais existentes, além do excesso de

acidez proveniente do passivador (Estágio nº 7) evitando a formação de blisters

e focos de corrosão.

No estágio de água D.I. recirculada utiliza-se água D.I. recirculada,

proveniente do estágio posterior (estágio de enxague – água D.I.).

Em uma empresa do setor automobilístico, a água D.I. recirculada é

bombeada para o tanque, passando pela bomba sendo aplicada por Spray,

pulverizado por um conjunto de bicos, com uma pressão constante, na superfície

da carroceria. Por este estágio trabalhar por transbordamento e recirculação,

após a aplicação parte desta água volta ao tanque e outa parte é descartada do

estágio, sendo reaproveitada no Enxaguamento II.

Figura 15. Fluxograma do estágio Água D.I. recirculada.

4.9.1 Estágio enxague – água D.I.

O processo de enxaguamento-água D.I. tem como finalidade remover e

eliminar todos os sais residuais do passivador existentes, além do excesso de

acidez proveniente do passivador (estágio nº7) evitando a formação de blisters e

focos de corrosão. Confere uma superfície perfeitamente limpa para receber a

aplicação do primer e tinta de acabamento.

No estágio utiliza-se água desmineralizada, ou seja, com baixo teor de

sais.

Page 34: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

25

Em uma empresa do setor automobilístico, a água D.I. é bombeada para

o tanque, passando pela bomba sendo aplicada por spray, pulverizado por um

conjunto de bicos, com uma pressão constante, na superfície da carroceria

trabalhando por transbordamento. Esta água D.I. recirculada é enviada para o

estágio anterior.

Figura 16. Fluxograma do estágio Enxaguamento Água D.I.

4.10 Estágio Estufa/Secagem

Este estágio é responsável pela secagem da carroceria.

O ar é puxado por um ventilador, aquecido por resistências elétricas e

enviado para a Estufa, esse ar é recirculado voltando à Estufa. A renovação do

ar é feita continuamente, evitando sua contaminação, passando por filtros de ar

frio sendo que uma parte é enviada para a atmosfera e outra recirculada,

voltando para a estufa.

O Controle da Temperatura deve ser rígido uma vez que encontrando-se

fora do Set Point especificado poderá acarretar em carrocerias fora dos padrões

estabelecidos.

Um dos prováveis problemas que ocorrerá será a Marca d´Água na

carroceria, o que acarretará em retrabalho.

4.11 Controle da camada de fosfato

Há duas razões que justificam a caracterização de camadas de fosfato: o

controle de processo e desenvolvimento de processo. O controle de processo

Page 35: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

26

possui como parâmetro mais importante a massa da camada por unidade de

área.

Com base em Guerreiro (2009), para se caracterizar uma camada

fosfatizada, com o objetivo de garantir a qualidade da carroceria e para

obtermos o controle do processo são verificados um ou mais parâmetros:

aspecto visual;

verificação da presença da camada fosfatizada;

determinação do tipo de fosfato;

determinação da massa de fosfato por unidade de área;

determinação da espessura da camada fosfatizada;

resistência a ensaios acelerados de corrosão.

Page 36: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

27

5. METODOLOGIA

O processo de pré-tratamento de superfície será mapeado através do

acompanhamento diário e da coleta de dados como os volumes dos banhos, as

etapas do processo, produtos utilizados, alcalinidade, acidez, pH, entre outros.

Com estas informações, realizou-se a análise dos dados obtidos e a

busca por melhorias na padronização, impactando diretamente na diminuição do

tempo para a solução dos problemas encontrados, analisando como cada

estágio afeta a busca por uma camada micro-cristalina de fosfato isenta de

imperfeições.

Os defeitos provenientes do processo de pré-tratamento de superfície

serão mapeados ao final deste processo, identificando-se os que mais afetam as

carrocerias, verificando as suas causas, possíveis soluções e melhorias no

processo, impactando na minimização destes defeitos e consequentemente, na

diminuição do índice de retrabalho.

5.1 Identificação das análises executadas

Em cada estágio do pré-tratamento análises são executadas visando

garantir a qualidade final de cada estágio. As análises possuem importância

fundamental, pois através delas verificaremos a se os banhos dos estágios do

pré-tratamento estão de acordo com a especificação presente no plano de

controle.

Caso isto não ocorra, medidas para que estes parâmetros retornem ao

especificado deverão ser tomadas, para que os banhos dos estágios não sejam

perdidos, afetando o mínimo de carrocerias possível.

A tabela 3 representa as análises executadas em cada estágio do pré-

tratamento.

Page 37: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

28

Tabela 3. Análise executadas nos estágios de pré-tratamento.

Estágios Análises

1. Pre-desengraxante Temperatura

Pressão

2. Desengraxante

Alcalinidade livre

Concentração

Temperatura

Pressão

3. Enxaguamento I

Alcalinidade livre

Temperatura

Pressão

4. Refinador de Cristais

Alcalinidade total

pH

Temperatura Pressão

5. Fosfatização Acidez livre Acidez total

Teor de zinco

Nitrito de sódio

Temperatura

Pressão

6.Enxaguamento II Temperatura

Pressão

7. Passivador Concentração

pH

Pressão

8.1. Enxaguamento água D.I. Recirculada

Pressão pH

8.2. Enxaguamento água D.I.

Pressão pH

9. Estufa/Secagem Temperatura

5.1.1 Procedimento analítico

Os procedimentos de exame analítico compreendem a análise dos rácios

e das tendências significativas incluindo a investigação resultante de flutuações

pouco usuais em determinadas rubricas.

Page 38: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

29

Segundo Leite (1997) para se realizar estes testes podem ser utilizados

vários métodos, desde a simples comparação até análises complexas utilizando

técnicas estatísticas avançadas. Estes procedimentos podem ser aplicados a

segmentos da empresa ou à informação consolidada.

A empresa em estudo utiliza o procedimento analítico com o objetivo de

controlar os banhos que compõe o pré-tratamento.

A figura 17 representa a instrução de trabalho com o objetivo de controlar

os banhos do pré-tratamento. Nela serão verificados os procedimentos analíticos

de cada estágio como a alcalinidade livre, alcalinidade total, acidez livre, acidez

total, teor de zinco, entre outros.

Page 39: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

30

INSTRUÇÃO DE TRABALHO

Denominação:

PROCEDIMENTO ANALÍTICO

Objetivo:

CONTROLE DE BANHOS (PRÉ-TRATAMENTO)

1- DESENGRAXANTE

Alcalinidade Livre

a) Pipetar 10ml do banho para um frasco Erlenmeyer de 250 ml.

b) Juntar 50ml de água destilada e 3 (três) gotas de indicador Fenoftaleína.

c) Titulas com solução de H2SO4 (0,11 N) até viragem de vermelho para incolor.

Cálculo da Alcalinidade do Banho:

a) ml gastos de H2SO4 x fator do H2SO4 = pontos de Alcalinidade Livre

Cálculo da concentração do desengraxante:

a) ml gastos de H2SO4 (0,1 N) x fator do desengraxante = Concentração (%)

fator do desengraxante: 0,13

2 -ANÁLISE DE ALCALINIDADE LIVRE

a) Pipetar 100 ml do banho e transferir para um Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 2 à 3 gotas do indicador fenoftaleína.

c) Titular contra HCl (0,1 N) até a viragem de cor rosa para incolor.

d) Volume de HCl gasto = pontagem de Alcalinidade Livre.

3 - REFINADOR DE CRISTAIS

Alcalinidade Total

a) Pipetar 100 ml do banho e transferir para um Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 3(três) gotas do indicador Azul de Bromofenol.

c) Titular com solução de H2SO4 (0,1 N) até viragem de azul para amarelo claro.

Cálculo da Alcalinidade Total do Banho:

a) ml gastos de H2SO4 (0,1 N) x fator do H2SO4 = pontos de Alcalinidade Total

4 - FOSFATO

Acidez Livre

a) Pipetar 10 ml do banho para um frasco de Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 3 (três) gotas de indicador Azul de Bromofenol.

c) Titular com solução de NaOH (0,1 N) até viragem de amarelo para azul.

Figura 17. Instrução de trabalho.

Page 40: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

31

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Denominação:

PROCEDIMENTO ANALÍTICO Objetivo:

CONTROLE DE BANHOS (PRÉ-TRATAMENTO)

4 – FOSFATO

Cálculo da Acidez Livre do Banho:

a) ml gastos de NaOH x fator do NaOH = pontos de Acidez Livre

Acidez Total

a) Pipetar 10 ml do banho para um frasco de Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 3 (três) gotas de indicador Fenolftaleína.

c) Titular com solução de NaOH (0,1 N) até viragem de incolor para rosa claro.

Teor de Zinco

a) Pipetar 10 ml de amostra do banho para um frasco de Erlenmeyer de 250 ml

e diluir com 50 ml de H2O D.I.

b) Adicionar 10 ml de H2SO4 (0,1 N)

c) Aquecer à 50 - 60 ºC.

d) Adicionar 5 à 8 gotas de solução KMnO4

e) Adicionar 5 gotas de solução de Ferricianeto de Potássio (1%).

f) Adicionar 10 gotas de Difenilamina Sulfanato de Bário (0,3%). g) Titular com solução de Ferrocianeto de Potássio até que a amostra tenha coloração verde permanente.

h) Aquecimento: 50 à 60 ºC.

Cálculo do Teor de Zinco

a) ml gastos de Ferrocianeto de Potássio = pontos de zinco

b) ml gastos de Ferrocianto de Potássio x 0,25 = g/l de zinco

Acelerador: (Nitrito de Zinco)

a) Transferir 25 ml do banho para um frasco de Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 5 ml de H2SO4 (50%).

c) Ttular com solução de KMnO4 (0,042 N), até a coloração rosa persistente por

pelo menos 15 segundos.

Cálculo

a) Volume de KMnO4 (0,042N) gasto = Pontagem de Nitrito de Sódio.

Figura 17. Instrução de trabalho.

Page 41: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

32

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Denominação:

PROCEDIMENTO ANALÍTICO Objetivo:

CONTROLE DE BANHOS (PRÉ-TRATAMENTO)

5 - PASSIVADOR ORGÂNICO

Concentração:

a) Adicionar 100 ml do banho para um frasco Erlenmeyer de 250 ml.

b) Adicionar 4 à 6 gotas de indicador Fenolftaleína.

c) Titular com solução de NAOH (0,1 N) até a viragem de incolor para rosa claro.

Cálculo:

Volume de NaOH (0,1 N) gasto = Concentração de Passivador.

Figura 17. Instrução de trabalho.

5.2. Parâmetros do processo

Segundo Pierozan (2001), para os parâmetros do processo utiliza-se o

plano de controle visando minimizar a variação do processo. O plano controle

consiste na listagem de parâmetros e características a serem controladas e das

faixas de especificação correspondentes, determinadas em função de uma

otimização do conhecimento técnico ou mesmo de especificações de

engenharia.

A figura 18 mostra o controle do banho da instalação do pré-tratamento

de superfície. Este controle é realizado diariamente, de hora em hora.

Page 42: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

33

Tabela 4. Especificação dos parâmetros do processo.

Estágio Temp.(ºC) Pressão Conc.

Alc. Acidez

pH

Pontagem Conc.

Livre Total Livre Total Nitrito Zinco Pass. Ni Mn

1. Pré-desengraxante

30 3,0

- - - - - - - - - - - A a

50 6,0

2. Desengraxante 60 1,0 2,0 15

- - - - - - - - - A a a a

80 2,0 2,5 20

3. Enxaguamento I

< 50,0

1,0

- < 3,0 - - - - - - - - - a

1,5

4. Refinidor de

< 40,0

0,8

- -

15

- -

8,0

- - - - - Cristais

a a a

1,2 35 10

5. Fosforização 40 0,8

- - -

0,5 20

-

2,0 4,0

-

0,5 0,4

A a a a a A a a

50 1,2 0,9 23 5,0 8,0 0,8 0,7

6. Enxaguamento II

Ambiente

0,8

- - - - - - - - - - - a

1,2

7. Passivador

Ambiente

0,8

- - - - -

4,0

- - - - - a a

1,2 6,0

8.1. Enxaguamento

Ambiente

4,5

- - - - -

4,5

- - - - - água D.I. a a

Recirculada 6 6,0

8.2. Enxaguamento

Ambiente

4,5

- - - - -

4,5

- - - - - água D.I. a a

6,0 6,0 9.Estufa/Secagem Q1 = 225

a 275

- - - - - - - - - - - - Q2 = 225 a 275

Q3 = 207 a 250

Page 43: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

34

5.3. Controle dos banhos do pré-tratamento

Através da análise do controle dos parâmetros do processo do pré-

tratamento, durante um período de três meses, verificamos que quando os

defeitos ocorrem estes estão associados à anormalidade dos parâmetros de

estágios específicos. O controle é realizado por um operador nos três turnos de

hora em hora.

A tabela 4 mostra as especificações de cada estágio que compõe o pré-

tratamento.

Page 44: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

35

CONTROLE DE PARÂMETROS PROCESSO

Denominação:

CONTROLE DE BANHOS PRÉ-TRATAMENTO

Objetivo:

CONTROLE DO BANHO DA INSTALAÇÃO DO PRÉ-TRATAMENTO

_____TURNO DATA: / /

Parâmetros Horário

Estabelecidos 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00

PRÉ-DESENGRAXANTE

Temperatura ºC 30 a 50

Pressão (bicos) kgf/cm² 1,0 a 2,0

DESENGRAXANTE

Alcalinidade Livre Pontos 15 a 20

Temperatura ºC 60 a 80

Pressão (bicos) kgf/cm² 1,0 a 2,0

Concentração % 2,0 a 2,5

ENXAGUAMENTO I

Temperatura ºC < 50

Pressão (bicos) kgf/cm² 1,0 a1,5 Alcalinidade Livre Pontos < 3,0

REFINADOR

Temperatura ºC < 40

pH pH 8,0 a 10,0

Pressão (bicos) kgf/cm² 0,8 a 1,2

Pressão anel kgf/cm² 0,8 a 1,1

Alcalinidade total Pontos 15 a 35

FOSFATO

Acidez Livre Pontos 0,5 a 0,9

Acidez Total Pontos 20 a 23

Temperatura ºC 40 a 50

Pressão kgf/cm² 0,8 a 1,2

Teor de Zinco Pontos 4,0 a 8,0

Nitrito de Sódio Pontos 2,0 a 5,0

ENXAGUAMENTO I

Temperatura ºC Ambiente

Pressão (bicos) kgf/cm² 0,8 a 1,2

PASSIVADOR ORGÂNICO

Pressão (bicos) kgf/cm² 0,8 a 1,2

Concentração Pontos 3,0 a 5,0

pH pH 4,0 a 6,0

ÁGUA DESMINERALIZADA

Pressão (bicos) kgf/cm² 0,6 a 1,2

pH pH 4,5 a 6,0 Figura 18. Controle dos parâmetros do processo.

Page 45: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

36

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1. Otimização do processo

Verificando a necessidade de evitar perdas de produção, para produzir

mais produtos com maior qualidade é necessário aprimorar a produção. Por isto

conhecer bem todos os parâmetros do processo, identificando como cada um

destes influencia o processo é necessário.

6.2. Análise dos resultados

No presente item serão apresentados os resultados referentes ao controle

dos parâmetros de banhos do pré-tratamento e suas influências sobre os

defeitos deste processo.

Serão identificados quais estágios que compõe o processo afetam

diretamente determinado defeito. Assim poderemos verificar quais parâmetros

do estágio influenciam diretamente determinado defeito.

Ao final do processo de pré-tratamento, verificamos a presença da

mancha d’ água e de leve amarelamento das carrocerias. Analisando a

especificação dos parâmetros do processo presentes na tabela 4, verificamos

que quando os parâmetros do estágio desengraxante estavam fora do

especificado como mostrados nas figuras 19, 20 e 21, estes influenciam

diretamente a presença de mancha d’ água e no leve amarelamento das

carrocerias.

Como observa-se na figura 19, a temperatura do desengraxante se

encontra perto do limite inferior especificado, qualquer alteração nas condições

deste farão com que sua temperatua fique abaixo do especificado como pode

ser obervado no horário das nove horas e do meio-dia. Tal anomarlidade

ocorreu devido a falha no trocador de calor, as nove horas a falha foi detectada

e um reparo emergencial realizado, sendo reestabelecido a normalidade após a

folga.

A concentração do desengraxante, figura 20, encontra-se no limite inferior

do especificado na tabela 4 , devido a dosagem incorreta do banho com o

desengraxante, observamos que a concentração esteve abaixo do especificado.

Page 46: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

37

Correções na dosagem do banho foram realizadas para que a concentração

volte a normalidade.

A pressão esteve abaixo do especificado, como mostra a figura 21, isto

ocorreu devido a alguns bicos de spray estarem obstruidos. A desobstrução

deste ocorreu durante a folga, retornando este a normalidade.

Figura 19.Temperatura do estágio desengraxante.

Figura 20.Concentração do estágio desengraxante.

Page 47: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

38

Figura 21.Pressão do estágio desengraxante.

O amarelamento da carroceria ocorre em decorrência de parâmetros fora

do especificado e/ou nos limites superiores ou inferiores por um período muito

longo, podendo ocasionar defeitos, além de poder oscilar para fora do

especificado rapidamente. Verificamos que o amarelamento ocorre devido a

problemas nos parâmetros, citados na tabela 4, do estágio desengraxante

(temperatura, concentração e pressão) como mostrado nas figuras 19, 20 e 21,

estágio de fosfatização (temperatura, acidez total, teor de zinco e pressão),

estágio refinador de cristais (concentração do banho) e estágio passivador (pH).

Através da análise percebemos que quando um desses parâmetros encontra-se

fora do especificado, ocorre o amarelamento da carroceria, a intensidade do

defeito é maior quando mais de um parâmetro citado acima se encontra fora do

especificado, os parâmetros que influenciam este defeito estão dispostos nas

figuras 22, 23, 24, 25, 26 e 27.

Podemos verificar através da figura 22 que o teor de zinco da fosfatização

encontra-se abaixo do especificado durante grande parte da observação. O teor

de zinco variou até que ajustes foram executados para que este retorne ao

especificado.

Através da análise da figura 23, verifica-se que a temperatura do fosfato

se encontra perto do limite inferior ou abaixo especificado, Tal anomarlidade

ocorreu devido a falha no trocador de calor, sendo reestabelecido a normalidade

após a folga.

Page 48: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

39

A pressão da fosfatização esteve abaixo do especificado, como mostra a

figura 24, devido a obstrução de alguns bicos de spray. A desobstrução deste

ocorreu durante a folga, retornando este a normalidade.

A acidez total da fosfatização esteve fora do especificado, como se

observa na figura 25, das nove às doze horas, devido a problemas na bomba

dosadora de fosfato. Após o reparo a bomba, verificou-se a melhora da acidez

total.

O pH do passivador e do refinador de cristais encontrassem abaixo do

especificado, como pode se verificar na figura 26 e 27. Isto ocorre devido à

deficiência na bomba dosadora, quando esta é reparada observasse que o pH

retorna a normalidade.

Figura 22. Teor de Zinco do estágio de fosfatização.

Figura 23. Temperatura do estágio de fosfatização.

Page 49: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

40

Figura 24. Pressão do estágio de fosfatização.

Figura 25. Acidez total do estágio de fosfatização.

Figura 26. pH do estágio passivador.

Page 50: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

41

Figura 27. pH do refinador.

Pela análise dos dados obtidos, a existência da camada aberta é função

de variabilidade no parâmetro dos estágios refinador (pH e pressão) e de

fosfatização (acidez livre alta, acidez total baixa). Verificamos a necessidade de

realizar a limpeza dos bicos para a pressão retornar a normalidade.

Durante a ocorrência deste defeito observamos que os dois estágios

possuem parâmetros fora do especificado simultaneamente, e que os outros

estágios não sofrem variabilidade, assim verificamos que os estágios citados são

responsáveis pela presença deste defeito sobre a carroceria. Os parâmetros que

influenciam este defeito estão dispostos nas figuras 28, 29, 30 e 31.

A alta acidez livre do fosfato pode ser verificada na figura 28, no horário

das onze horas a acidez livre do fosfato esta acima do especificado. Ajustes

para que a acidez voltasse à normalidade foram realizados, com isto o banho

retornou a normalidade.

A acidez total baixa do fosfato pode ser observada na figura 29, no

horário das nove às onze horas a acidez total do fosfato esteve abaixo do

especificado. Verificou-se a bomba dosadora e ajustou-se a acidez para que

esta retornasse à normalidade.

A pressão do refinador de cristais esteve abaixo do especificado, como

mostra a figura 30, devido a bomba recalque apresentar deficiências,

bombeando pouco refinador e em consequência diminuindo a pressao deste

estágio. O aumento na pressão ocorreu após conserto da bomba recalque.

Page 51: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

42

O pH do refinador de cristais encontrasse abaixo do especificado,como

mostra a fiura 31, das seis às nove horas devido a concentração deste estar

baixa. A bomba dosadora foi verificada e após ajusto, o pH retornou a

normalidade.

Figura 28.Acidez livre do estágio de fosfatização.

Figura 29. Acidez total do estágio de fosfatização.

Page 52: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

43

Figura 30. Pressão do estágio refinador de cristais.

Figura 31.pH do estágio refinador de cristais.

Observando os dados obtidos, a passivação ocorre devido a variabilidade

no parâmetro dos estágios refinador (pH) e de fosfatização (acidez livre alta),

deve-se verificar os sprays devido a deficiência na lavagem das carrocerias.

Verificamos que os estágios acima citados são responsáveis pela

presença da passivação sobre a carroceria, pois apenas os parâmetros destes

estão fora do especificado, enquanto os outros não sofrem variação.

Os parâmetros que influenciam este defeito estão dispostos nas figuras

32 e 33.

Page 53: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

44

A acidez livre alta do fosfato pode ser verificada na figura 32. Ajustes para

que a acidez voltasse à normalidade foram realizados, com isto o banho

retornou a normalidade.

O pH do refinador de cristais encontrasse abaixo do especificado, como

mostra a figura 33. Para retornar a normalidade, verificou-se a bomba dosadora

do refinador de cristais e os sprays da fosfatização.

Figura 32.Acidez livre do estágio de fosfatização.

Figura 33. pH do estágio refinador de cristais.

Através da análise diária do processo se verificou mais dois defeitos

provenientes do processo de pré-tratamento, a poeira e estrias amarelas.

Page 54: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

45

A poeira ocorre devido à presença de alto teor de borra de fosfato, devido

ao sistema de lavagem não possuir a eficiência esperada, contaminando o

banho com excesso de borra de fosfato. Caso o enxaguamento II não atue

removendo sais residuais, subprodutos provenientes do estágio de fosfatização

teremos a ocorrência de poeira sobre a carroceria em decorrência do mau

funcionamento devido ao entupimento ou má orientação dos bicos responsáveis

pelo enxague.

As estrias amarelas ocorrem devido ao estágio enxaguamento com água

D.I. não ser eficiente assim, não há remoção de sais residuais provenientes do

estágio passivador devido ao entupimento ou má orientação dos bicos de spray

que são responsáveis pelo enxague, ocasionando este defeito sobre as

carrocerias.

6.3. Padronização da solução de problemas

Com base nos resultados obtidos, criamos um padrão identificando as

causas de cada defeito e suas respectivas soluções. Assim as tomadas de ação

serão mais rápidas e possuíram maior eficiência.

A tabela 5 mostra os defeitos encontrados ao final do pré-tratamento, as

causas deste defeito e suas soluções. Assim, obteremos um padrão para

solucionar os defeitos, resolvendo-os mais rapidamente e com maior eficiência.

Page 55: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

46

Tabela 5. Defeitos, causas e soluções de problema.

Defeitos Causas Solução

Marca d´Água Temperatura do Desengraxante Baixa

A1 - Ajustar as Condições para o Especificado Baixa Concentração do Desengraxante

Baixa Pressão dos Sprays

Bicos Entupidos / Mal Orientados A2 - Desentupir e Orientar os Bicos

Excesso de Óleo no banho A3 - Melhorar Sistema de Separação de Óleo (Filtro ou Separador)

Camada Aberta Acidez Livre Alta B1 - Ajustar Acidez Livre

Concentração Baixa do Refinador B2 - Ajustar Concentração (Verificar Bomba Dosadora)

Pressão Baixa B3 - Ajustar Pressão (Verificar Bomba Recalque)

Bicos Entupidos B4 - Desentupir Bicos

Acidez Total Baixa B5 - Ajustar Acidez Total (Verificar Bomba Dosadora)

Passivação Paradas de Linha C1 - Evitar Paradas Sempre que Possível

Acidez Livre Alta C2 - Ajustar Acidez Livre

Concentração Alta do Refinador C3 - Drenar o Banho

pH do Refinador Baixo C4 - Verificar Dosadora do Refinador ou Sprays do Fosfato

Deficiência dos Sprays – Estágios Fosfato/Refinador

C5 - Inspecionar, Desobstruir ou Reorientar os Bicos. Verificar Bomba Recalque.

Amarelamento Desengraxe Ineficiente D1 – Verificar Iítens A1, A2, A3

Concentração Baixa do Refinador D2 – Ajustar Concentração (Verficar Dosadora)

Contaminação do Refinador D3 – Renovar Banho

Temperatura Baixa do Banho de Fosfato D4 – Aumentar Temperatura (Verificar Termômetros)

Acidez Total Baixa D5 - Aumentar a Acidez Total (Verificar Dosadora)

Lavagem Após Fosfato Muito Ácida D6 – Aumentar o Transbordamento

Teor de Zinco Baixo D7 – Ajustar Teor de Zinco para Faixa Especificada

Pressão dos Estágios de Fosfato Baixa D8 – Ajustar Pressão (Verificar Bombas de Recalque)

Bicos do Estágio de Fosfato Entupidos D9 – Desobstruir Bicos

Concentração do Passivador Muita Alta (pH Baixo)

D10 – Drenar Banho e Ajustar pH

Poeira Alto Teor de Borra no Banho de Fosfato E1 – Verificar Sistema de Filtragem

Lavagem Após Fosfato Ineficiente E2 – Verificar Bicos e Bomba de Recalque

Estrias Amarelas

Excesso de Passivador F1 – Verificar Lavagem com Água D.I.

Page 56: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

47

6.4. Avaliação da sistemática

Entre as alterações executadas, a principal impacta diretamente nas

ações de melhoria, minimizando a ocorrência de defeitos, onde para cada tipo

de defeito estabeleceu-se causas e esta possui uma ação bem definida e

estruturada, permitindo agilidade na resolução de problemas e diminuição da

variabilidade do processo.

Page 57: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

48

7. CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou um estudo para a otimização do processo de

pré-tratamento, reduzindo a quantidade de retrabalho proveniente deste

processo.

O estudo baseou-se na identificação dos defeitos ao final do processo de

pré-tratamento, identificando quais estágios e respectivos parâmetros são

responsáveis por cada defeito, através da análise diária dos parâmetros deste

processo e acompanhamento do processo verificando ocorrência de defeitos

nas carrocerias. Após a identificação das causas de um defeito, soluções para

estas causas foram estabelecidas. Assim, criamos um padrão para a causa e

solução dos defeitos.

A partir dos resultados obtidos conclui-se que a padronização dos

defeitos, causas e soluções destes possui fundamental importância para a

otimização do processo, evitando e/ou diminuindo a perda de carrocerias ou

retrabalhos que geram custos indesejados, além afetar a qualidade do produto

final. Ações rápidas e eficazes evitam a perda dos banhos.

Este estudo afeta diretamente a produtividade, pois ações com maior

rapidez serão tomadas, fazendo com que o processo volte à normalidade

evitando perda de carrocerias por refugo e/ou retrabalho e consequentemente

aumentando a produtividade do processo.

Page 58: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

49

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, M.E.M. Guia sobre proteção anticorrosiva na indústria

automobilística. Protap,2000.

CARREIRA, João Ramos e Diva. Proteção Anticorrosiva na Indústria de

Automóvel; Aveiro; 2008.

CHEMETALL. Processos de Fosfatização. Chemetall do Brasil LTDA. 2007.

DE BEM, P.P.T. Minimização do efluente gerado em pré-tratamento de pintura

automotiva. Curitiba: UFPR, 2008.

GNECCO, Celso. Tratamento de superfície e pintura; IBS/SBCA, 2003.

GUERREIRO, M.A.V.G.; Avaliação do processo de fosfatização. Porto Alegre:

UFRGS.

JURGETZ, A. Automotive Paint Performance. Metal Finishing; 53-55; Outubro,

1995.

LEITE, Luiz Aurélio. FMEA, Plano de Controle, Plano de Reação. São Paulo:

PSQuality, Apostila de Curso, 1997.

MAINIER, F.B. As formulações inibidoras e o meio ambiente. Anais do X

Encontro e Exposição Brasileira de Superfície – Ebrat 200, São Paulo, Centro

Têxti, 22/25 maio, 2000, 7p.

NUNES, L.P. LOBO, A.C.O; Pintura industrial na Proteção Anticorrosiva. Ed.

Interciência. 2ª ed.1998.

NUNES, N.V. Pintura industrial aplicada. Rio de Janeiro: Maity Comunicação e

Ed., 1990. 178p.

OLIVEIRA BRETT, A. M.; BRETT, C. M. A. Electroquímica, princípios, métodos e

PFANSTIEHL, John. Automotive Paint Handbook. New York: HPBooks, 1998.

PIEROZAN, Leoanrdo. Estabilização de Processos: Um estudo de caso no setor

de pintura automotiva. Porto Alegre: UFRGS;2001.

Page 59: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Sistema de Autenticaçãosistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2011/MIQ11002.pdf · preparação da chapa, pelos processos de fosfatização, eletroforese

50

SCISLOWSKI, Stan. Phosphating Part I – formulation of phosphating chemicals

and how they work. Metal Finishing, v 88,n.12,p39-40,Dec. 1990.

SOBRINHO, A. C.; SALOMOMI, C. F.; VINHO, C. O porque do uso do fosfato de

manganês em peças. Tratamento de superfície 100, p. 50-54, março/abril, 2000.

VILLAS, M.RA. Processo de deposição de tintas catódicas por eletroforese e

suas correlações com a qualidade. Niterói: UFF, 2006.

WOLPERS, Kevin Ogle e M. Phosphate Conversion Coatings; ASM Handbook;

ASM In, 2003.