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i UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - EEL/USP Diego Oliveira Santos “Estudo do crescimento da microalga Chlorella sp” Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta para avaliação e apresentação perante a banca avaliadora. DATA:___/___/2014 _____________________________ ASSINATURA DO ORIENTADOR Lorena - SP 2014

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/.../monografias/2014/MEQ14043.pdf · 2015. 5. 25. · UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ... Monografia apresentada

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i

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - EEL/USP

Diego Oliveira Santos

“Estudo do crescimento da microalga Chlorella sp”

Declaro que esta monografia foi revisada e encontra-se apta

para avaliação e apresentação perante a banca avaliadora.

DATA:___/___/2014

_____________________________

ASSINATURA DO ORIENTADOR

Lorena - SP

2014

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ii

Diego Oliveira Santos

“Estudo do crescimento da microalga Chlorella sp”

Monografia apresentada junto ao curso de Engenharia Industrial Química da Escola

de Engenharia de Lorena (EEL) da Universidade de São Paulo (USP) como

requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química.

Orientador: Prof. Dr. Messias Borges Silva

Lorena – SP, 2014

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iii

Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente ao Prof. Dr. Messias Borges Silva, pela

oportunidade prestada de desenvolver este trabalho, pela orientação e conselhos dados

para me aperfeiçoar não só em relação ao trabalho mas também a carreira que pretendo

seguir.

Á Doutoranda Carla Loures, com conselhos e paciência me ajudou bastante na

condução deste trabalho, desde o começo do projeto até o seu final.

Ao Doutorando Matheus Amaral pelas sugestões em relação ao trabalho, pelas

conversas que apesar de rápidas sempre me ajudaram a melhorar a tese.

À minha família por todo o suporte que foi dado desde o ensino básico até chegar

ao final desta grande fase da minha vida que foi a universidade.

Aos amigos do laboratório, Guilherme, Larissa, Igor, Lucas, Junior pela ajuda e

apoio durante a realização deste trabalho.

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iv

Resumo

A busca por combustíveis alternativos vem ganhando destaque nas últimas décadas. A

substituição dos combustíveis fósseis tem sido motivada por fatores ambientais,

econômicos e sociais, uma vez que toda a sociedade depende de seu uso. Nesse

contexto, uma alternativa que se tem destacado é o uso de biocombustíveis. Biodiesel de

microalgas se tornou uma evidente alternativa de biocombustível, devido seu poder de

capturar CO2 atmosférico, acumular altos teores de lipídeos em sua biomassa e por não

estarem envolvidas na indústria agrícola. Este trabalho teve como objetivo estudar os

efeitos dos fatores suplementação do meio (f/2 e f), da vazão de ar comprimido (4 /min e

10 /min) e temperatura (20ºC e 30ºC). Também estudar o crescimento da microalga

Chlorella sp, em um fotobioreator batelada, em triplicatas, utilizando o planejamento de

experimento Taguchi L4. Para a otimização da produção de biomassa para futuro uso em

biodiesel. No processo otimizado obtivemos a melhor condição quando a temperatura no

nível de 20ºC, suplementação no nível f/2 e vazão de ar comprimido de 4/min.

Palavra chave: Chorella sp, Cinética de crescimento, biodiesel, microalgas

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v

ABSTRACT

The search for alternative fuels has gained prominence in recent decades. Replacing

fossil fuels has been driven by environmental, economic and social factors, since the

whole society is dependent on usage. In this context, an alternative that has been

highlighted is the use of biofuels. Biodiesel from microalgae became an obvious

alternative biofuel because its power to capture atmospheric CO2, accumulate high levels

of lipids in their biomass and are not involved in the agricultural industry. This work aims

to study the effects of supplementation of factors (f / f 2), the flow of compressed air (4 L /

min and 10 L / min) and temperature (20 ° C and 30 ° C) and growth kinetics the

microalgae Chlorella sp in one batch photo bioreactor, in triplicate, using the Taguchi

design of experiment L4. For the optimization of biomass production for future use in

biofuel. In the optimized process achieving the best condition when the temperature level

of 20 ° C supplementation in f/2 and compressed air flow of 4/ min.

Keyword: Chorella sp, Growth kinetics, biofuel, microalgae

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vi

Listas de figuras

Figura 1. Evolução do PIB per capita e consumo total final de energia para

países selecionados..........................................................................................................14

Figura 2. Esquema do metabolismo de microalgas............................................18

Figura 3. Variação da biomassa numa cultura em modo batelada.....................20

Figura 4. Desenho esquemático de uma piscina raceway..................................24

Figura 5. Fotobiorreator airlift de placa plana.....................................................25

Figura 6. Desenho esquemático do sistema tubular...........................................26

Figura 7. Fotobioreator bubble column...............................................................27

Figura 8. Fatores influentes em um processo.....................................................35

Figura 9. Esquema do fotoreator de 500 ml........................................................ 38

Figura 10. Imagem do interior do autoclave 04 com o meio para estelizar..........39

Figura 11. Imagem do cepário..............................................................................40

Figura 12. Esquema de repicagem em erlenmeyers de 125ml...........................41

Figura 13. Soluções depois de esterilizadas e destampadas para adição da

vitaminas ...........................................................................................................................41

Figura 14. Fotobioreatores logo após a inoculação.............................................42

Figura 15. Simulação do Taguchi L4 no Minitab 17.............................................44

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vii

Figura 16. Curva que relaciona absorbância e contagem celular........................46

Figura 17. Curva da absorbância x tempo do experimento 1..............................48

Figura 18. Curva da absorbância x tempo do experimento 2..............................49

Figura 19. Curva da absorbância x tempo do experimento 3..............................50

Figura 20. Curva da absorbância x tempo do experimento 4..............................51

Figura 21. Curva da absorbância x tempo dos experimentos..............................53

Figura 22. Curva da concentração celular x tempo experimento

1.........................................................................................................................................55

Figura 23. Analise das fases do crescimento de microrganismos.......................56

Figura 24. Main effect plot....................................................................................59

Figura 25. Interation plot......................................................................................61

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viii

Listas de tabelas

Tabela 1. Produtividade em biodiesel de diferentes matérias-primas..............................15

Tabela 2. Comparativo entre sistema aberto e sistema fechado de cultivo de micro

alga....................................................................................................................................28

Tabela 3. Espécies produtoras de lipídeos e suas respectivas porcentagens em relação a massa seca.....................................................................................................................31

Tabela 4. Composição do meio de cultivo GUILLARD F/2 (suplementação)....................38

Tabela 5. Níveis das variáveis...........................................................................................43

Tabela 6. Planejamento de experimento Taguchi L4.........................................................47

Tabela 7. Comparação das médias das absorbâncias dos experimentos........................51

Tabela 8. Níveis das variáveis...........................................................................................57

Tabela 9. Planejamento de experimento Taguchi L4.........................................................57

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ix

Lista de siglas e abreviações

PIB Produto interno bruto

TOEP Toneladas Equivalente de Petróleo per capita.

PIBP Produto interno bruto per capita.

Bra Brasil

Ind Índia

Ru Rússia

Ale Alemanha

Eua Estados Unidos da América

Chn China

%m.m-1 Massa/massa*100

L Liros

ha Hectar

a Ano

kg Kilograma

EPA Ácido eicosapentaenoico

DHA Ácido docosaexaenoico

B1 Tiamina

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x

B7 Biotina

B12 Cianocobalamina

dt

dx Velocidade de crescimento microalga

x a concentração de microalgas

µ máx velocidade especifica de crescimento da microalga

ti tempo

ANOVA análise de variância

S/N relação sinal-ruído

Atm pressão medida em atmosfera

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Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................... 13

1.1. Contextualização .................................................................................................................. 13

1.2. Justificativa ........................................................................................................................... 16

1.3. Objetivo ................................................................................................................................ 16

2. Revisão Bibliográfica .................................................................................................................... 17

2.1. Microalga .............................................................................................................................. 17

2.2. Metabolismo ........................................................................................................................ 18

2.3. Meio de cultivo ..................................................................................................................... 19

2.4. Regime de cultivo ................................................................................................................. 20

2.5. Sistema de cultivo................................................................................................................. 23

2.5.1. Sistema aberto............................................................................................................... 24

2.5.2. Sistema fechado ............................................................................................................ 25

2.6. Fatores que influenciam o crescimento celular ................................................................... 28

2.7. Síntese de lipídeos em microalgas ....................................................................................... 30

2.8. Monitoramento do crescimento celular .............................................................................. 32

2.9. Planejamento de experimentos ........................................................................................... 33

2.9.1. Método de Taguchi........................................................................................................ 34

3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 37

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3.1. Materiais ............................................................................................................................... 37

3.1.1 Microalgas ...................................................................................................................... 37

3.1.2 Fotobioreatores .............................................................................................................. 37

3.1.3 Meio de cultivo ............................................................................................................... 38

3.2 Métodos ................................................................................................................................ 40

3.2.1. Manutenção da cepa ............................................................................................................. 40

3.2.2.Experimento ................................................................................................................... 41

3.2.3. Analise da resposta do processo ................................................................................... 44

4. Resultado e discussão.................................................................................................................. 45

4.1 Concentração de microalga inicial......................................................................................... 45

4.2 Determinação da relação entre contagem celular e absorbância ........................................ 45

4.3 Planejamento do experimento .............................................................................................. 46

4.4. Analise de fases do crescimento da microalga ................................................................. 54

4.5. Analise dos resultados Taguchi L4 .................................................................................... 57

4.5.1 Analise do gráfico dos efeitos principais (main effect) .................................................. 58

4.5.2 Analise do gráfico da interação das variáveis (interaction plot) .................................... 59

4.6. Discussão das melhores condições .................................................................................. 61

5. Conclusão .................................................................................................................................... 61

6. Referências .................................................................................................................................. 62

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1. Introdução

1.1. Contextualização

As tendências atuais no fornecimento e uso da energia são insustentáveis ­

economicamente, ambientalmente e socialmente. Sem uma ação decisiva, a energia

relacionada aos gases de efeito estufa vai mais que dobrar até 2050 e a demanda

crescente por petróleo irá aumentar as preocupações sobre a segurança do

abastecimento. Podemos e devemos mudar o caminho em que estamos hoje. As

tecnologias de baixo teor de carbono de energia terão um papel crucial na revolução da

energia necessária para fazer esta mudança acontecer. (OECD/IEA 2011).

Ambientalmente, segundo as projeções, considerando apenas os atuais níveis de

concentração de poluentes na atmosfera, o aumento da temperatura no Brasil já será da

ordem de 2ºC a 3ºC, em 50 anos. (PBMC, 2013)

Economicamente, estão previstos que até o ano de 2035 os investimentos

cresçam anualmente para atender a demanda de energia do mundo em torno de para $ 2

trilhões de dólares, enquanto os gastos anuais em eficiência energética aumentam para

$ 550 bilhões de dólares. (OACD//IEA 2014)

O pilar social está fortemente ligado aos pilares ambiental e econômico, visto que

o ideal seria encontrar uma tecnologia que remova parte dos gases do efeito estufa e

economicamente viável para produção de energia.

A Figura 1 apresenta a evolução do PIB per capita (PIBP) e de consumo total

final de energia (TOEP) de alguns países selecionados que ilustra o crescimento

econômico por países desenvolvidos e subdesenvolvidos entre 1990 e 2009. (OACD//IEA

2014).

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Figura 1. Evolução do PIB per capita e consumo total final de energia para

países selecionados. Nota: TOEP (Toneladas Equivalente de Petróleo per capita) PIBP

(Produto interno bruto per capita).

Fonte: (OACD//IEA 2014)

Dados revelam que os estoques globais de petróleo se esgotarão por completo

por volta de 2046, desconsiderando a tendência de crescimento no consumo. No entanto,

mesmo antes de seu esgotamento é possível que o preço de seus derivados atinja

patamares muito elevados, o que os tornaria economicamente inviáveis. Logo, a inserção

dos biocombustíveis na malha energética dos países poderia agir como regulador de

mercado, diminuindo a dependência dos combustíveis fósseis. (Lima-Filho et al., 2008)

Os biocombustíveis são tidos como ecologicamente favoráveis, toda vez que

liberam 50% menos material particulado, e 98% menos enxofre, além de serem

biodegradáveis e não tóxicos (Nass et al., 2007; Demirbas, 2010). O biodiesel tem as

seguintes características: (a) é virtualmente livre de enxofre e compostos aromáticos, (b)

tem um alto teor de cetanos e (c) um teor médio de oxigênio (em torno de 11%), (d)

possui maior viscosidade e maior ponto de fulgor que o diesel convencional, e (e) tem um

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15

nicho de mercado específico diretamente associado a atividades agrícolas; (f) no caso do

biodiesel de óleo de fritura, ele se caracteriza por um grande apelo ambiental, e

finalmente, (g) tem preço de mercado relativamente superior ao diesel comercial (Ramos,

1999).

Para a produção do biodiesel é necessária a escolha da biomassa, seu teor de

óleo e os impactos nela envolvidos.

Tabela 1. Produtividade em biodiesel de diferentes matérias-primas (os valores

para as microalgas são calculados a partir do teor em óleo)

Fonte: (MATA et al., 2010)

Biodiesel de primeira geração usa uma matéria-prima o óleo de alimentos como

o óleo de milho e óleo de soja. A grande desvantagem de sua produção seria a

competição entre o uso do alimento para fonte de combustível, aumentando o preço do

alimento e seus derivados.

A segunda geração do biodiesel usa óleos de vegetais que não são comestíveis,

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16

como o óleo da semente de tabaco, tem como principal problema a sazonalidade da

colheita da matéria prima e a falta de abundância da matéria prima.

A terceira geração de biodiesel é feita com óleo extraído de micro algas, como

mostra na tabela 1. A microalga tem maior produtividade em relação a outros óleos,

necessita de uma área menor para ser produzido e tem a vantagem de não ser um

alimento.

1.2. Justificativa

Nesse contexto, os biocombustíveis a partir de microalgas são uma alternativa

atrativa (ZHANG et al. 2010) devido a sua rápida razão de crescimento, alta

concentração de lipídeos, pouca ocupação territorial - em comparação com as demais

fontes de biocombustíveis - e elevada absorção de CO2. (JORQUERA et al. 2010; SINGH

2011)

Para a produção de biodiesel, muitas espécies de microalgas com diferentes

quantidades de lipídeos podem ser utilizadas, como a Isochrysis sp. (25-33% de

lipídeos), Nannochloris sp. (20-35% de lipídeos), Nannochloropsis sp. (31-68% de

lipídeos), Neochloris oleoabundans (35-54% de lipídeos), Tetraselmes sueica (15-23% de

lipídeos) e Chlorella sp. (28-32% de lipídeos) (CHISTI 2007; GOG et al., 2012).

A produção da biomassa de Chlorella sp ajudaria a fixar o CO2 da atmosfera e na

matriz energética para produção de combustíveis sem teor de SO2, diminuindo o efeito

da chuva ácida, poderia substituir alguns derivados de petróleo diminuindo assim nossa

dependência dessa matéria-prima não renovável.

1.3. Objetivo

Este trabalho teve como principal objetivo:

(a) o estudo do crescimento da microalga Chlorella sp para uma maior obtenção

de biomassa para posterior produção de biodiesel.

(b) Estudar o efeito da vazão volumétrica de ar, suplementação do meio para

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crescimento de microalga e temperatura no cultivo das microalgas quanto a obtenção de

biomassa.

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Microalga

As microalgas fazem parte de grupo muito heterogêneo de organismos. São

predominantemente aquáticos e geralmente microscópicos unicelulares, podendo formar

colônias, e apresentar pouca ou nenhuma diferenciação celular. Sua coloração variada é

característica oportunizada pela presença de pigmentos e mecanismo fotoautotrófico.

Filogeneticamente, as microalgas são compostas de espécies procarióticas ou

eucarióticas, antigas ou mais recentes, conforme o período em que surgiram no planeta

(RAVEN et al., 2005). O termo “microalgas” não tem valor taxonômico, uma vez que

engloba micro-organismos algais com clorofila e outros pigmentos fotossintéticos

capazes de realizar a fotossíntese oxigênica (PÉREZ, 2007).

As microalgas apresentam mecanismo fotossintético comparável ao das plantas

terrestres, mas devido à sua estrutura simples, e ao meio líquido em que vivem,

apresentam trocas mais eficientes de água, CO2 e nutrientes do que as plantas

superiores, proporcionando taxas mais elevadas de conversão de energia solar em

biomassa. Sua composição contém cerca de 50% de carbono na sua biomassa seca, e

na maioria dos casos, todo este carbono é obtido a partir do dióxido de carbono

atmosférico (CHISTI, 2007; MATA et al., 2010).

Segundo Huntley e Redalje (2007), a espécie Chlorella é considerada uma

candidata promissora para a produção comercial de lipídeos devido ao seu rápido

crescimento e fácil cultivo, destacando a Chlorella sp. como uma das espécies mais

robustas para o cultivo em tanques abertos devido ao seu potencial de resistir a

contaminações.

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18

2.2. Metabolismo

O metabolismo da microalga pode ser autotrófico, heterotrófico ou mixotrófico

(Figura 2). No primeiro, as funções são regidas pela fotossíntese. No heterotrófico são

disponibilizados nutrientes para que o metabolismo ocorra na ausência de luz. E por

último, no cultivo mixotrófico ocorre à atuação de ambos os metabolismos citados

anteriormente (MORAIS, 2011).

Além dos lipídeos, as microalgas possuem outros metabólitos de valor agregado,

como por exemplo, carboidratos, proteínas e pigmentos que podem ser refinados e

comercializados com diferentes aplicações. Dentre as principais espécies de microalgas

cultivadas hoje no mundo, estão a Chlorella sp. e Spirulina sp., utilizadas com a

finalidade principal de suplementação alimentar; a Dunaliella salina, que é boa fonte de

caroteno e a Haematococus pluvialis, cultivada com o objetivo de produção de

astaxantina (AZEREDO, 2012)

Figura 2. Esquema do metabolismo de microalgas.

Fonte: (Mariano et al. 2010)

Os carboidratos são um dos compostos das microalgas com maior importância

(YEN et al., 2013). Nos dias de hoje, esses compostos possuem alto valor agregado,

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19

com diversas aplicações nas indústrias alimentícias, cosméticas, têxteis, lubrificantes,

entre outras (ARAD e LEVY-ONTMAN, 2010).

Os lipídeos acumulados pelas microalgas são classificados de acordo com o

número de carbono. Ácidos graxos com cadeia de 14-20 carbonos são utilizados na

produção do biodiesel, enquanto aqueles com cadeias maiores são usados como

suplementos alimentares, como por exemplo, o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido

docosaexaenoico (DHA) (YEN et al., 2013).

2.3. Meio de cultivo

Para o seu pleno desenvolvimento as microalgas necessitam dispor de:

Macronutrientes

Classificam-se como macronutrientes carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,

fósforo, enxofre, potássio, magnésio, silício e ferro que apresentam funções de grande

importância, como constituir a estrutura de biomoléculas, membranas e do meio

intracelular, participar do processo de troca de energia, regular atividades metabólicas,

dentre outras (LOURENÇO, 2006).

Micronutrientes

Quanto aos micronutrientes, os principais são manganês, molibdênio, cobalto,

boro, vanádio, zinco, cobre e selênio que participam da estrutura e atividade de diversas

enzimas (LOURENÇO, 2006).

Vitaminas

De acordo com Lourenço (2006) as vitaminas que são usualmente adicionados

aos meios de cultivos são:

Tiamina (B1), que possui função geral de agir como coenzima;

Biotina (B7), que atua no transporte de CO2;

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20

Cianocobalamina (B12) que não possui ainda um papel metabólico

suficientemente elucidado.

2.4. Regime de cultivo

Nos cultivos em batelada as células são inoculadas no meio fresco no início do

cultivo, não havendo nenhuma adição posterior de nutrientes (LOURENÇO, 2006).

Figura 3. Variação da biomassa numa cultura em modo batelada

Fonte: (Adaptado de Borzani, 2001).

Considere-se um meio de cultura líquido com uma fonte de energia adequada, os

nutrientes necessários, condições químicas e físicas favoráveis em sistema fechado

(exceto a troca de gases). Se nele inocularmos uma população de organismos e

seguirmos o seu crescimento ao longo do tempo conseguimos obter uma curva (Figura

3) que mostra as várias fases características do crescimento de populações microbianas

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21

(Richmond, 2004).

1. Fase de adaptação (Fase Lag) (µ = µd, em que µd representa a taxa de

morte): trata-se de um período de adaptação das células extraídas de uma cultura em

fase exponencial ou estacionária para um meio fresco; esta fase é extensa na presença

de tóxicos, de nutrientes dificilmente metabolizáveis ou se o inóculo for de reduzida

dimensão ou inadequado. Também é a fase em que os microrganismos sintetizam as

enzimas necessárias ao metabolismo dos componentes presentes no meio (Borzani,

2001).

2. Fase de aceleração do crescimento (µ < µ máx): trata-se de um período

onde as células já estão adaptadas e começam a multiplicar-se; a taxa específica de

crescimento é inferior ao valor máximo. No início dessa fase nem todos os

microrganismos estão se multiplicando, porem o fim desta fase é marcado por todas as

células estarem se multiplicando (Borzani, 2001).

3. Fase de crescimento exponencial (µ = µ máx):fase de crescimento

acelerado onde o valor da taxa específica de crescimento se mantém constante,

atingindo o seu valor máximo. Nessas condições a equação abaixo permite concluir que

a velocidade de crescimento é diretamente proporcional a concentração x (de microalga),

isto é:

X .máx µ dx

dt

Onde: dt

dx é a velocidade do crescimento microalgal, x a concentração de

microalgas e µ máx velocidade especifica de crescimento da microalga

Integrando a equação anterior obteremos

) t- t (máx µ = X

Xln i

i

Sendo que Xi e ti são referentes a concentração e tempo no início desta fase.

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Desse modo, pela expressão a cima uma representação semilogarítmica da

concentração celular com o tempo de cultivo deverá resultar em uma reta, valido até um

tc também denominado tempo crítico.

Ao lado da velocidade especifica µ máx, a fase exponencial também é

caracterizada frequentemente pelo tempo de geração tg, que é o intervalo de tempo

necessário para dobrar o valor da concentração celular. Aplicando X = 2 Xi e t – ti = tg

obtemos:

i

i

X

X.2ln µ máx . tg

Simplificando teremos que:

gt

693,0

t

2ln máx µ

g

Conclui-se que o tempo de geração é constante, pelo fato de µ máx ser

constante nesta fase. µ máx (Borzani, 2001).

4. Fase linear de crescimento por apresentar a velocidade de reprodução

constante, esta fase pode existe sem a previa da fase logarítmica, como é o caso de

microrganismo filamentosos onde há limitações no transporte de nutrientes do meio para

dentro da célula (Borzani, 2001). Considerando que Xc e tc são coordenadas do início da

fase linear e rk é a velocidade de reprodução constante nesta fase.

t

t

X

X

k

cc

dtrdX .

Trabalhando a equação obteremos:

ckckckc trXtrttrXX ..).(

Pela equação acima deduz-se que a concentração celular X é uma função linear

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do tempo de cultivo t, justificando assim a denominação de crescimento linear. (Borzani,

2001).

A existência do crescimento linear indica, conforme mencionado, a presença de

certas limitações no transporte de nutrientes à interface microorganismo-meio como, por

exemplo, com respeito ao oxigênio dissolvido no meio.

5. Fase de desaceleração do crescimento (µ < µ máx):nesta fase a

concentração de um (ou mais) nutriente(s) no meio, tornar-se-á limitante, com o

consequente decréscimo da taxa específica de crescimento. Durante essa fase, o tempo

de geração tg aumenta no decurso do cultivo, pois nem todos os microorganismo se

reproduzem em intervalos regulares de tempo, as velocidades especificas e de

crescimento diminuem até se anularem no tempo tf. (Borzani, 2001).

6. Fase estacionária – As populações raramente conseguem manter um

crescimento exponencial a altas velocidades durante um largo período de tempo, visto

que o crescimento está limitado pelo esgotamento dos nutrientes ou pela acumulação de

produtos inibitórios do metabolismo. Como consequência a velocidade de crescimento

diminui e iguala a taxa de morte (µ = µd). A população de microrganismos mantém,

durante algum tempo, uma concentração aproximadamente constante de biomassa à

custa da utilização de reservas internas de nutrientes ou dos nutrientes que são

libertados para o meio devido à lise de outras células. Neste período a concentração X

atinge o valor máximo em Xm. (Borzani, 2001).

7. Fase de morte – A morte resulta do esgotamento de nutrientes da cultura de

microrganismos. Neste período acontece o chamado “lise”, autólise ou rompimento dos

microorganismo, provocado pela ação de enzimas intracelulares. (Borzani, 2001).

2.5. Sistema de cultivo

As microalgas podem ser cultivadas de diferentes formas, que são divididas

basicamente em dois grandes grupos: cultivos abertos e fechados. Os cultivos abertos

podem ser subdividos em águas naturais (lagos e lagoas) e lagos artificiais. Enquanto os

sistemas fechados são denominados fotobiorreatores.

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2.5.1. Sistema aberto

As lagoas fotossintéticas são fotobiorreatores abertos, com profundidade

variando de 10 a 50 cm aproximadamente de modo que permita a difusão de dióxido de

carbono proveniente da atmosfera e a penetração da luz solar. São construídas em

cimento ou terra compactada impermeabilizada por plástico (CHISTI 2007). O tipo

raceway pond é o sistema mais comum, no qual a agitação da cultura é realizada por

agitação mecânica de pás, sendo utilizado para a produção industrial de microalgas das

espécies de Spirulina, Chlorella, Arthrospira platensis, Anabaena sp., Nannochloropsis e

Dunaliella ( JORQUERA et al., 2010; CHISTI, 2007).

Figura 4. Desenho esquemático de uma piscina raceway

Fonte: (CHISTI, 2007)

Sistema aberto temos grandes vantagens como o baixo custo de investimento e

operação, possibilidade de scale up, porem sua maior limitação está em não conseguir

controlar todo o processo, sistema não estéril causa alto risco de contaminação de outro

micro-organismo ou de um predador natural das microalgas diminuindo sua

produtividade. O clima tem um alto impacto no processo, a oscilação do clima causa em

uma mudança brusca na produtividade. O clima é responsável por fatores de extrema

importância no processo como CO2, tempo e quantidade de iluminação, evaporação. Por

ser um processo de difícil controle sua produtividade pode ser alterada podendo ter altas

e baixas produções sazonalmente.

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2.5.2. Sistema fechado

Os sistemas fechados são chamados de fotobiorreatores, tem como principais

características o maior controle das variáveis de processo, são geralmente construídos

de acrílico ou vidro para uma melhor penetração da luz, há uma área maior de contato

com a luz, melhorando a eficiência da fotossíntese. Há controle da iluminação e da

intensidade da iluminação, seu meio é esterilizado o que evita contaminação de outros

microrganismos, controle da vazão de ar, CO2 permite uma maior produtividade

adaptando o meio de cultivo para otimizar o processo de acordo com a microalga

escolhida. Dentro os tipos de fotobioreatores os mais usados são flat-plate, em bubble

column ou tubulares.

Flate-plate

Fotobiorreatores de placa plana são usados para produção de biomassa de

microalgas tanto em sistema ao ar livre como sistemas indoor, pois apresentam

vantagens incluindo alta área superficial de iluminação, baixo acumulo de O2 dissolvido e

facilidade de escalonamento (Xi, Weathers et al., 2009).

Figura 5. Fotobiorreator airlift de placa plana

Fonte: (Xi, Weathers et al., 2009).

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O controle da temperatura pode ser um problema neste tipo de reator geralmente

são usados sistema de asperção para refrigeração através da evaporação.

Tubular

Os fotobiorreatores tubulares consistem em conjuntos de tubos transparentes,

normalmente de vidro ou plástico, cujo diâmetro é inferior a 0,1 m, uma vez que é

necessária luz para que ocorra o processo de fotossíntese. Esse tipo de sistema está

sujeito ao acúmulo de altas concentrações de oxigênio, ao sobreaquecimento da cultura

e à formação de gradientes de pH (CHISTI, 2007; GRIMA et al., 1999). Dessa forma, um

desgaseificador é habitualmente acoplado aos tubos, tendo como propósito não só a

remoção do oxigênio mas também o arrefecimento da cultura. Como a estrutura tubular

aumenta a área iluminada, as produtividades são elevadas.

Figura 6. Desenho esquemático do sistema tubular

Fonte: (CHISTI, 2007)

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Bubble column

O fotobioreatore bubble column tem um princípio parecido com o flat-plate, usam

um fluxo de ar distribuídos em bolhas que agitam o meio, tornando-o homogêneo. O

formato cilíndrico do reator permite altere a intensidade da luz conforme a distância da

fonte luminosa o que contribui para que as células residam em alta ou baixa intensidade

de luz. Embora apresentem altas produtividades, há uma possibilidade limitada de

aumentar a escala para instalações industriais devido à altura do reator e a profundidade

da cultura (GRIMA et al., 1999).

Figura 7. Fotobioreator bubble column

Fonte: (GRIMA et al., 1999)

Na tabela 2 está apresentado um comparativo de diferentes características entre

sistemas abertos e fotobiorreatores estimando uma produtividade anual de biomassa de

100.000 kg. Com base nessa estimativa, observa-se que os sistemas fechados se

destacam quanto a menor área necessária, o maior rendimento de óleo e a facilidade de

controle de parâmetros e processo quando comparado aos sistemas abertos.

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Tabela 2. Comparativo entre sistema aberto e sistema fechado de cultivo de

micro alga.

Fonte: Adaptado Mariano e Vargas (2010)

2.6. Fatores que influenciam o crescimento celular

As microalgas no ambiente natural estão expostas a uma variedade de condições

ambientais. Estas condições sofrem variações segundos dois ciclos: o circadiano

(variações de luz e temperatura num ciclo de 24h) e o sazonal (variação anual que está

dependente da zona geográfica e climática). A capacidade de adaptação é a chave da

resiliência destes organismos. Por vezes as reações de aclimatação incluem mudanças

nos fenómenos de formação e degradação dos fotosistemas, em resposta às alterações

na qualidade e intensidade da luz. Estes fotosistemas são complexos proteicos (enzimas)

que utilizam a energia luminosa para reduzir as moléculas durante a fotossíntese

(Richmond, 2004). Estas mudanças permitem equilibrar a produção de adenosina

trifosfato (ATP) para evitar o aumento de stress celular.

As culturas de microalgas requerem o controlo rigoroso de todos os fatores de

crescimento: nutrientes, pH, temperatura, concentração de CO2, O2, e luz. Para otimizar

o crescimento é necessário compreender o comportamento dos microrganismos sob

diferentes condições ambientais.

Nutrientes (suplementação)

Segundo Lourenço (2006) os macronutrientes apresentam diversas funções em

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algas marinhas por serem constituintes estruturais abundantes de biomoléculas, de

membranas e do meio intracelular, por participarem de processos de trocas de energia e

por regularem atividades metabólicas dentre outras funções relevantes.

Dentre os macronutrientes, o nitrogênio é extremamente importante para as

algas por ser componente fundamental de classes de substâncias estruturais das células,

como ácidos nucleicos e proteínas (LOURENÇO et al., 2004). A deficiência de nitrogênio

no meio de cultivo tende a afetar a síntese e acúmulo de lipídeos totais nas células

microalgais (VERMA et al., 2010).

Assim como o nitrogênio, o fósforo é considerado um dos principais elementos

limitantes às microalgas, estando associado em todos os processos que envolvem trocas

energéticas nas células, como síntese de ATP, açúcares fosfatados, ácidos nucléicos e

fosfoenzimas (LOURENÇO, 2006).

Luz

A luz é um fator importante no cultivo, visto que as microalgas são seres

fotossintetizantes. No cultivo de microalgas, a demanda por luz aumenta com o passar do

tempo. Dessa forma, uma correta suplementação de luz é necessária para um

crescimento adequado das microalgas. Uma alta suplementação luminosa na fase inicial

de crescimento pode causar foto-inibição. (Soares, 2010).

Aeração

A aeração dos cultivos, também é um fator limitante, pois impede que as células

sedimentem, mantendo-as em suspensão. Além disso, o sistema permanece homogêneo

e todas as células são expostas as mesmas condições de cultivo. Essa aeração pode ser

realizada por um sistema de agitação mecânico (pás) em sistemas abertos, sistema de

bombas, reciclo e distribuição de bolhas pelo reator fechado.

Com a aeração de um gás contendo CO2 podemos controlar as concentrações

de CO2 no reator fechado, assim como o pH visto que CO2 + H2o = H2CO3 acidificando o

meio.

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A aeração também ajuda no processo de respiração microbiana, deixando o meio

homogêneo facilita a dissociação do O2 no meio facilitando a troca de gases do

microorganismo com o meio. (Borzani, 2001).

Temperatura

O crescimento celular e a porcentagem lipídica são fortemente afetados pela

temperatura, dependendo da espécie, ao aumentar a temperatura observa-se o aumento

no teor de lipídeos (VERMA et al, 2010).

Microalgas da espécie Chlorella são boas produtoras de lipídeos quando

cultivadas a temperaturas entre 25 a 30°C, embora sejam capazes de crescer em

temperaturas a partir de 16°C (SUALI; SARBATLY, 2012)..

2.7. Síntese de lipídeos em microalgas

Segundo Lourenço (2006) os lipídeos de algas são constituídos de glicerol,

açúcares ou bases esterificadas em ácidos graxos saturados (AGS) ou insaturados (AGI)

e desempenham inúmeras funções biológicas como, por exemplo, isolantes térmicos e

componentes de reservas de energia.

As microalgas sintetizam os lipídeos a partir da fonte de carbono, seja inorgânico

(CO2) ou orgânico (glicose, acetato, etc.). Os componentes e os teores de lipídeos nas

células das microalgas variam de espécie para espécie, sendo divididos basicamente em

lipídeos neutros (triglicerídeos e colesterol) e lipídeos polares como os fosfolipídeos. Os

lipídeos neutros como os triglicerídeos são considerados como o principal material para a

produção do biodiesel (HUANG et al., 2010).

O teor de óleo comumente encontrado nas microalgas situa-se na faixa de 20 a

50%, porém espécies de microalgas como a Botryococcus braunii podem produzir teores

de lipídeos em torno de 75%, assim como a espécie Schizochytrium sp. pode atingir

teores de lipídeos próximos a 77% conforme apresentado na Tabela 3, porém com baixa

produtividade de biomassa. Entretanto espécies como a Chlorella vulgaris, requerem

menor tempo de cultivo e apresentam alta produtividade celular, porém atingem

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quantidades de lipídeos inferiores a 20% (CHISTHI, 2007; BRENNAN; OWENDE, 2010).

Tabela 3. Espécies produtoras de lipídeos e suas respectivas porcentagens em

relação a massa seca.

Espécies Conteúdo

de óleo (% em massa seca)

Botryococcus braunii 25 – 75

Chlorella sp. 28 – 32

Crypthecodinuim cohnii 20

Cylindrotheca sp. 16 – 37

Dunaliella primolecta 23

Isochysis sp. 25 – 33

Monallanthus salina >20

Nannochloris sp. 20 – 35

Nannochloropsis sp. 31 – 68

Neochloris oleoabundans 35 – 54

Nitzschia sp. 45 – 47

Phaeodactylum tricornutum

20 – 30

Schizochytrium sp. 50 – 77

Tetraselmis sueica 15 – 23

Fonte: (CHISTHI, 2007).

Além do teor lipídico, deve-se atentar ao perfil dos ácidos graxos presentes no

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material lipídico, uma vez que, características estruturais das moléculas de ácidos graxos

como o comprimento da cadeia, o grau de instauração e a presença de ramificações

refletem propriedades finais ao biodiesel, determinando assim a sua qualidade (KNOTHE

et al., 2003).

De um modo geral, biodiesel oriundo de lipídeos que possuem em sua

composição elevadas quantidades de ácidos graxos de cadeia insaturada, com destaque

para os ácidos linoleico (C18:2) e linolênico (C18:3) provocam problemas na ignição do

combustível, auto-oxidação e entupimentos de filtros no motor que implicam em falhas no

funcionamento do motor. Entretanto composições lipídicas ricas em ácidos graxos

saturados, em especial os ácidos palmíticos (C16:0) e esteárico (C18:0) conferem ao

biodiesel uma boa qualidade como uma ignição adequada e estabilidade de operação.

(KNOTHE et al., 2005; RAMOS et al., 2005).

2.8. Monitoramento do crescimento celular

Em um cultivo descontínuo de microalgas, o tempo de crescimento pode variar

de acordo com as condições impostas, sendo que o acompanhamento do

desenvolvimento celular faz-se essencial para determinar o momento ótimo para coleta

da biomassa formada. Os principais métodos utilizados para acompanhar o crescimento

celular é a contagem de células por microscopia e a medida da densidade óptica por

espectrofotometria (LOURENÇO, 2006).

A Contagem direta por microscopia é a técnica mais simples e tradicional para

monitorar o crescimento de microalgas, por intermédio de uma câmara de contagem,

como por exemplo, uma câmara de Neubauer, um número de células algáceas presentes

em um determinado volume é contado com o auxílio de um microscópio ótico com

capacidade de aumento de pelo menos 400 vezes. Nas contagens em microscópio, a

densidade de indivíduos é geralmente expressa como o número de células por mililitro de

cultivo (LOURENÇO, 2006).

O crescimento de microalgas pelo uso da densidade óptica se baseia na

obstrução física da luz pelas células, quanto mais células estiverem presentes na

amostra maior será a absorção de luz e menor será a passagem da luz pela amostra.

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Utiliza-se um espectrofotômetro para realizar as medições de um cultivo de microalgas

num comprimento de onda de 690nm (LOURENÇO, 2006).

2.9. Planejamento de experimentos

Planejamento de experimentos é definido como um conjunto de técnicas

estatísticas aplicadas ao planejamento, condução, análise e interpretação de testes

controlados, buscando encontrar e definir fatores que influenciam os valores de um

parâmetro ou um grupo de parâmetros (BRUNS et al., 2003). Seu princípio básico

permite variar de uma só vez todos os níveis de todas as variáveis, discretas ou

contínuas, de maneira programada e racional, diminuindo o número de experimentos

sem que ocorra a limitação do número de fatores a ser analisados.

Coleman & Montgomery (1993) propõem as seguintes etapas para o

desenvolvimento de um Planejamento de Experimentos na Indústria:

Caracterização do problema

Escolha dos fatores de influência e níveis

Seleção das variáveis de resposta

Determinação de um modelo de planejamento de experimento

Condução do experimento

Análise dos dados

Conclusões e recomendações

Um experimento planejado é um teste, ou série de testes, no qual são feitas

mudanças propositais nas variáveis de entrada de um processo, de modo a podermos

observar e identificar mudanças correspondentes na resposta. O processo pode ser

visualizado como uma combinação de máquinas, métodos e pessoas, que transforma um

material de entrada em um produto.

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Este produto de pode ter uma ou mais características de qualidade observáveis.

Algumas das variáveis do processo são controláveis, enquanto outras são não

controláveis. Algumas vezes, esses fatores não controláveis são chamados fatores ruído.

Todas essas características devem ser analisadas para o planejamento do experimento,

incluindo ainda a especificação do objetivo do estudo.

Há muitos poucos trabalhos que utilizaram o planejamento de experimento com o

método Taguchi aplicados a análise do crescimento de micro-organismo, dentro os

trabalhos pesquisados, vale a pena destacar: a dissertação de mestrado do Mateus de

Souza Amaral e a tese de doutorado de Patrícia Caroline Molgero da Rós. Onde

demostraram a importância do planejamento de experimento na redução de quantidade

de experimento e na melhor qualidade de análise das variáveis em níveis.

2.9.1. Método de Taguchi

O método de Taguchi é uma aplicação sistemática de planejamento de

experimentos. Esta técnica de Genichi Taguchi, que foi projetada visando

especificamente aperfeiçoar a qualidade dos manufaturados japoneses no período pós-

guerra, em conjunto com a análise de variância (ANOVA), tem sido extremamente bem

sucedida. Pode ser utilizada para otimizar qualquer processo complexo (ROSA, et al.,

2009).

De acordo com Barrado et al. (1996), a aplicação do Método de Taguchi consiste

em:

Selecionar as variáveis resposta, a serem otimizadas;

Identificar os fatores (variáveis de entrada) e escolher os seus níveis;

Selecionar o arranjo ortogonal apropriado conforme literatura (TAGUCHI; KONISH,

1987);

Executar os experimentos de maneira aleatória para evitar a incorporação de erros

sistemáticos;

Analisar os resultados utilizando a relação sinal-ruído (S/N) e análise de variância

(ANOVA);

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Determinar o melhor ajuste dos parâmetros

Quando são utilizados os recursos estatísticos num planejamento de

experimentos, torna-se necessário ter uma ideia clara do objetivo do estudo, de forma a

realizar uma coleta de dados apropriados para posterior análise. O cumprimento de 4

etapas é de fundamental importância: planejamento; execução dos experimentos; análise

dos dados e conclusão.

Em um processo o desempenho pode ser comprometido por fatores controláveis

e não controláveis. As variáveis controláveis são os parâmetros do processo, enquanto

que variáveis não controláveis são os sinais-ruído, ou seja, fatores que interferem na

variabilidade experimental (YANG; HWANG; LEE, 2002). A Figura 8 apresenta ilustra um

diagrama de processo.

Figura 8. Fatores influentes em um processo

Fonte: (YANG; HWANG; LEE, 2002).

Identificação do problema: Estudo de variáveis resposta específicas num

processo analítico e a análise dos efeitos principais e das interações das variáveis mais

importantes.

Escolha dos fatores e dos níveis.

Seleção da Variável Resposta.

Na etapa da execução do experimento, faz-se a aplicação de todos os

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procedimentos e premissas propostas, monitorando a sua aplicação para verificar se não

estão ocorrendo erros que invalidarão o experimento. Na análise dos dados são

utilizados métodos estatísticos que permitirão maior objetividade à tomada de decisão.

Na conclusão, a utilização de gráficos permite uma melhor apresentação dos resultados.

Os fatores de controle que contribuem na redução de variação (aperfeiçoamento

da qualidade) podem ser rapidamente identificados, observando o quanto de variação

aparece como resposta. Taguchi idealizou uma transformação dos dados da repetição

em outro valor, que representa a medição da variação existente. A transformação é

designada como razão sinal-ruído (S/R). A razão S/R combina diversas repetições

(exigem-se no mínimo, dois valores observados) em um valor que reflete o quanto de

variação está presente. Existem diversas razões S/R disponíveis, de acordo com o tipo

de característica; menor-é-melhor (meM), nominal-é-melhor (noM) e maior-é-melhor

(MeM).

A razão S/R é tratada como resultado do experimento, que constitui uma medida

da variação dentro de um ensaio quando os fatores de ruído estão presentes. Se um

arranjo externo é empregado, a variação de ruído é estimulada num experimento; porém,

com repetições simples (sem arranjo externo), a variação de ruído não sofre estímulo. A

relação S/R consiste num resultado que concentra as repetições e o efeito dos níveis de

ruído em um único valor observado. A ANOVA padrão pode ser realizada de acordo com

a relação S/R, que identificará fatores significativos para aumento do valor médio de S/R

e, subsequentemente, redução da variação.

No estudo estatístico do método de Taguchi é aplicada a análise de variância

(ANOVA), a fim de avaliar a significância dos parâmetros utilizados no processo (ROSA

et al., 2009).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais

3.1.1 Microalgas

Todos os experimentos foram realizados com a linhagem da microalga marinha

Chlorella sp, (chlor-CF) isolada em Cabo Frio, pertencente ao Banco de Algas Marinhas

do Instituto Oceanográfico da USP, gentilmente doada pelo Departamento de

Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico da USP, São Paulo.

3.1.2 Fotobioreatores

Os experimentos foram realizados em fotobioreator composto por três

Erlenmeyer de 500 ml, sistema batelada dispostos em uma bancada. Com uma fonte de

luz de 6 lâmpadas fluorescentes de 40 w ligada 24 horas por dia. Sistema de aeração foi

realizado por uma bomba com ar filtrado (retirada de sólidos presentes no ar) sua vazão

foi controlada por difusores de ar, distribuídos igualmente nos três elenmeyer afim de

homogeneizar o meio e promover a fixação do CO2 atmosférico e retirada do excesso de

O2 produzidos na fotossíntese. Este fotobioreator foi instalado em uma sala com controle

de temperatura realizado por um ar condicionado/ aquecedor mantendo a temperatura

constante. A distribuição do ar é feita por pedra porosa que está dentro do fotobioreator a

fim de distribuir uniformemente o fluxo de ar e formar bolhas de um tamanho especifico

para melhor absorção de CO2 para as microalgas.

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Figura 9. Esquema do fotoreator de 500 ml

Fonte: Autoria própria

3.1.3 Meio de cultivo

Os experimentos foram realizados em Erlenmeyer de 500 ml, sistema batelada

onde não será alterada a concentração de nutrientes durante o experimento. Antes de

inoculo é preparado o meio de cultivo GUILLARD F/2 MODIFICADO seguindo a tabela 4.

Tabela 4. Composição do meio de cultivo GUILLARD F/2 (suplementação)

Reagentes Concentração

Sal marinho 33,3 g/l

NaNO3 75g/l

NaH2PO4. H2O 5g/l

FeCl3.6H2O 3,15g/l

Na2EDTA 4,3g/l

ZnSO4. 7H2O 22,2mg/l

MnCl2. 4H2O 180mg/l

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Na2MoO4. 2H2O 6,3mg/l

CoCl2. 6H2O 10mg/l

CuSO4.5H2O 9,8mg/l

Tiamina(B1) 100mg/l

Cianocobalamina (B12) 0,5mg/l

Biotina (B7) 0,5mg/l

Fonte: (GUILLARD 1975)

No preparo do meio de cultivo foram adicionados o sal marinho, solução de

nitrato, fosfato e traços de metais (compostas pelos sais de metais citado na tabela 4.).

Esse meio foi esterilizado em uma autoclave há 120º C e 0,5 atmosfera (pressão) por 20

minutos, a solução de vitamina foi adicionada após a esterilização devido a degradação

das vitaminas na temperatura da autoclave (120ºC), após a adição das vitaminas no meio

podemos inocular.

O meio f é considerado o dobro da concentração dos nutrientes da tabela 4.

Figura 10. Imagem do interior do autoclave 04 com o meio para estelizar.

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40

Fonte: Autoria própria

As soluções estoque utilizadas na preparação do meio de cultivo foram

autoclavadas a 0,5 atm de pressão e 120˚C de temperatura, com exceção da solução de

vitaminas, que foi esterilizada por meio de filtros com poros de 0,22µm para evitar

degradação térmica (HARRISON; BERGES, 2005).

As soluções estoque foram preparadas com auxílio de uma balança analítica e

armazenadas em uma geladeira a fim de evitar contaminações ou degradação das

soluções.

3.2 Métodos

3.2.1. Manutenção da cepa

Para a manutenção da cepa foi confeccionado uma caixa de madeira provida com

uma lâmpada fluorescente de 15W ligada a um temporizador que controlou o fotoperíodo

em 12 h: 12 h luz/escuro, na qual pequenos volumes da cepa microalgal foram mantidas

a fim de fornecer células durante todo o período de experimentos. A Figura 11. Ilustra o

aparato utilizado para a manutenção da cepa.

Figura 11. Imagem do cepário

Fonte: (AMARAL2014)

Para a manutenção de um banco de células independentemente dos inóculos

preparados para os experimentos, foram adotados os seguintes procedimentos:

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Repicagens em erlenmeyers de 125 mL (volume útil de 100mL): temperatura de

22 ±1 ˚C, fotoperíodo de 12 h: 12 h luz/escuro e luminosidade média de 4,8 klux,

dependendo da localização dos frascos na incubadora. Foram mantidos sempre quatro

erlenmeyers, gerados por repicagens com intervalos entre 10 a 15 dias. Cada repicagem

foi realizada na proporção de 1:10 (10mL da cultura antecessora para 90mL de meio de

cultura novo). Os tubos foram agitados suavemente de forma manual uma vez ao dia.

Figura 12. Esquema de repicagem em erlenmeyers de 125ml

Fonte: (AMARAL2014)

3.2.2.Experimento

A solução, para o inóculo do elenmeyer de 500ml, foi retirado de um repique

recente de 125ml, onde as algas se encontram na fase exponencial, entre 3 e 5 dias

após a inoculação. Esta fase é muito importante para o crescimento das algas, também

para melhor controle do processo será utilizado a mesma solução de repique na triplicata.

Figura 13. Soluções depois de esterilizadas e destampadas para adição da

vitaminas.

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Fonte: Autoria própria

Após a esterilização do meio de cultivo e adição da solução de vitaminas, o

inoculo é realizado a uma proporção de 1:10 (volume do inoculo: volume do reator),

realizado em triplicatas no fotobioreator descrito 3.1.2.

Figura 14. Fotobioreatores logo após a inoculação.

Fonte: Autoria própria

O experimento foi realizado em uma sala fechada e climatizada por um

condicionador de ar tipo Split com refrigeração e aquecimento mantido por 24h ligado.

O intuito deste trabalho foi estudar as variáveis no crescimento das microalgas,

sendo otimizadas pelo metodo taguchi L4, sendo as variáveis de entrada:

1. Suplementação do meio: composta pela adição de nitratos, fosfatos,

solução de vitaminas e solução de traços de metais conforme 4.1.3.

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2. Vazão de ar comprimido (VVM): realizado por uma bomba de aquário,

com vazão controlada por uma válvula de vazão de ar.

3. Temperatura: Controlada através de um condicionador de ar tipo split

marca LG eletronics modelo snh072ynw0 tensão 220v Refrigeração +

aquecimento.

Níveis das variáveis

As condições de operação foram baseadas em pesquisas bibliográficas e

montado um sistema para estudar os fatores de interesse em 2 níveis, na Tabela 5.

Tabela 5. níveis das variáveis

Fatores Níveis 1 2

Suplementação (A) f/2 f

VVM (B) 4/min 10/min

Temperatura (C) 20ºC 30ºC

Fonte: Autoria própria

Foi utilizado um planejamento fatorial L4 em triplicata, na qual os conjuntos de

dados serão obtidos através de uma matriz ortogonal de Taguchi L4, conforme, com as

variáveis de entrada, como: Suplementação, VVM e temperatura.

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Figura 15. Simulação do Taguchi L4 no Minitab 17.

Fonte: Autoria própria

3.2.3. Analise da resposta do processo

Para analisar os dados obtidos no processo foi utilizado o software Minitab 17,

utilizando a funções: Taguchi, Main Efect Plot e Interation Plot.

A função Taguchi simula a quantidades de fatores a serem analisados e quantos

níveis sera trabalhado, no caso desta tese com base na bibliografia 3 fatores (A, B e C) e

cada fator em 2 niveis diferentes. Nesta função você adequa a quantidade de fatores por

quantidade de níveis que foram abordados, no caso desta tese o ideal foi a L4.

O gráfico Main efect plot mostra qual foi a diferença das médias de cada nível em

relação à média do processo, demostrando para cada fator os 2 niveis podemos analisar

por ele quem estava acima da média do processo e quem estava abaixo.

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A variável resposta do processo foi o crescimento celular da microalga. O

controle do desenvolvimento da cultura foi realizado por:

Análise no Espectrofotômetro

O crescimento microalgal foi acompanhado por análise de absorbância em

espectrofotômetro UV-Vis modelo Bel Photonics, selecionando o comprimento de onda

de 570nm na qual uma alíquota de 4ml será coletada de formar a caracterizar as fases

de crescimento, descrito no 3.5, para a realização das leituras em triplicata.

(LOURENÇO, 2006).

4. Resultado e discussão

4.1 Concentração de microalga inicial

Para determinar a concentração de microalga no início do experimento tomamos

por base a literatura. De acordo com a literatura constatou que a concentração ideal de

microalga de 3 x 106 células de microalga para inocular (Amaral,2014).

Portanto no experimento realizado mantivemos uma diluição de 1:10 mantendo a

mesma concentração de células no inoculo dos experimentos. Para evitar gerar

condições diferentes no fotobioreatores.

4.2 Determinação da relação entre contagem celular e absorbância

Para acompanhar o crescimento celular de cada cultivo foi realizada a

comparação do método de contagem em câmara de Neubauer com o método de

Espectrofotômetro UV/Visível. (Amaral,2014).

A partir dos dados obtidos pelas análises microscópicas e espectrofotométricas

de cada solução de diferente concentração, foi possível plotar a curva analítica

relacionando a absorbância e a contagem celular apresentada na Figura 16

(Amaral,2014).

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Figura 16. Curva que relaciona absorbância e contagem celular

Fonte: (Amaral,2014).

Segundo o gráfico a relação de absorbância e contagem celular é uma relação

linear com o coeficiente de reta muito próximo de 1, o que nos mostra a linearidade do

sistema.

Plotado no gráfico o valor de 4 x 106 células de microalga obtivemos o valor de

aproximadamente 0,155 de absorbância. Utilizado este valor como referência para

inocular os fotobioreatores.

4.3 Planejamento do experimento

Conforme planejado foi realizado os experimentos com o objetivo de estudar o

crescimento da microalga Chorella sp, para isto utilizamos o método Taguchi (L4) para

analisar as três principais variáveis (Temperatura, Suplementação e Vvm) em dois níveis

diferentes (para cada variável) segundo a literatura eram os níveis mais importantes de

serem utilizados.

O cultivo foi realizado em triplicatas para reduzir os erros, em fotobioreatores

idênticos com de mesmo volume, formato e material. Mantido constante durante cada

experimento: a fonte de luz, a temperatura, a vazão de ar.

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O início do experimento foi realizado após a esterilização dos fotobiareatores já

com a suplementação sem as vitaminas para evitar a degradação. Cada fotobioreator foi

tratado como uma batelada. E suas triplicatas foram somadas e dividas por 3 para

resultar em uma média.

O fim de cada um dos experimentos foi dado após a caracterização das fases da

curva do crescimento de microrganismos, quando chega na fase morte onde houve a

perder de uma pequena parte de células microalgal.

O seu crescimento foi acompanhado diariamente, onde foram feitas três leituras

diárias da absorbância e traçado a curva de absorbância x tempo, a fim de caracterizar

as fases do crescimento da microalga.

Tabela 6. Planejamento de experimento Taguchi L4

Experimento Suplementação Vvm Temperatura

1 Nivel 1 (f/2) Nivel 1 (4/min) Nivel 1 (20ºC)

2 Nivel 1 (f/2) Nivel 2 (10/min) Nivel 2 (30ºC)

3 Nivel 2 (f) Nivel 1 (4/min) Nivel 2 (30ºC)

4 Nivel 2 (f) Nivel 2 (10/min) Nivel 1 (20ºC)

Fonte: Autoria própria

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O experimento 1 foi realizado com a temperatura em 20ºC, a vvm de 4 /min e a

suplementação do meio em f/2. Lida as absorbâncias e traçada a curva abaixo.

Figura 17. Curva da absorbância x tempo do experimento 1.

Fonte: Autoria própria

O experimento 2 foi realizado com a temperatura em 30ºC, a vvm de 10 /min e a

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suplementação do meio em f/2. Lida as absorbâncias e traçada a curva abaixo.

Figura 18. Curva da absorbância x tempo do experimento 2.

Fonte: Autoria própria

O experimento 3 foi realizado com a temperatura em 30ºC, a vvm de 4 /min e a

suplementação do meio em f. Lida as absorbâncias e traçada a curva abaixo.

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Figura 19. Curva da absorbância x tempo do experimento 3.

Fonte: Autoria própria

O experimento 4 foi realizado com a temperatura em 20ºC, a vvm de 10 /min e a

suplementação do meio em f. Lida as absorbâncias e traçada a curva abaixo.

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Figura 20. Curva da absorbância x tempo do experimento 4.

Fonte: Autoria própria

As médias de cada experimento foram ordenadas e tabeladas abaixo:

Tabela 7. Comparação das médias das absorbâncias dos experimentos

Dias Horas Exp1 Exp2 Exp3 Exp4

0 0 0,180 0,154 0,151 0,189

1 8 0,184 0,150 0,152 0,192

16 0,202 0,167 0,158 0,193

24 0,227 0,225 0,162 0,195

2 32 0,280 0,300 0,175 0,203

40 0,404 0,403 0,212 0,233

48 0,552 0,458 0,261 0,241

3 56 0,636 0,482 0,302 0,270

64 0,697 0,533 0,388 0,332

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72 0,744 0,538 0,547 0,362

4 80 0,776 0,552 0,628 0,463

88 0,789 0,560 0,643 0,502

96 0,789 0,573 0,673 0,618

5 104 0,746 0,590 0,740 0,627

112 0,812 0,601 0,761 0,731

120 0,822 0,590 0,768 0,809

6 128 0,839 0,615 0,777 0,845

136 0,823 0,630 0,790 0,856

144 0,841 0,640 0,807 0,868

7 152 0,860 0,650 0,820 0,900

160 0,889 0,680 0,840 0,930

168 0,925 0,690 0,850 1,008

8 176 0,920 0,670 0,868 0,973

184 0,911 0,672 0,866 0,969

192 0,930 0,676 0,869 0,983

9 200 0,946 0,680 0,861 1,004

208 0,940 0,690 0,852 1,033

216 0,955 0,695 0,852 1,015

10 224 0,967 0,700 0,866 1,027

232 0,970 0,710 0,862 1,067

240 0,950 0,720 0,876 1,063

11 248 0,980 0,737 0,883 1,067

256 0,990 0,740 0,903 1,083

264 1,000 0,745 0,899 1,100

12 272 1,050 0,750 0,907 1,133

280 1,079 0,770 0,922 1,146

288 1,080 0,760 0,920 1,167

13 296 1,150 0,765 0,930 1,198

304 1,160 0,777 0,933 1,231

312 1,130 0,780 0,941 1,234

14 320 1,128 0,787 0,944 1,248

328 1,120 0,780 0,960 1,256

336 1,127 0,790 0,950 1,262

15 344 1,113 0,800 0,970 1,262

352 1,110 0,820 0,980 1,244

360 1,110 0,815 0,975 1,207

16 368 1,110 0,831 0,990 1,223

376 1,100 0,830 0,980 1,217

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384 1,086 0,840 0,986 1,193

17 392 1,076 0,845 0,992 1,200

400 1,083 0,840 0,990 1,190

408 1,076 0,838 0,982 1,213

18 416 1,073 0,834 0,969 1,207

424 1,066 0,833 0,965 1,197

432 1,063 0,830 0,960 1,183

Fonte: Autoria própria

Para uma melhor visualização dos gráficos, foi realizado um comparativo entres

os 4 experimentos em um gráfico de absorbancia x tempo.

Figura 21. Curva da absorbância x tempo dos experimentos

Fonte: Autoria própria

Com base no gráfico comparativo podemos dizer que uma ótima opção de

crescimento de cultivo foi o realizado no experimento 4 que alcançou seu máximo em

336 h ou 14 dias, com uma absorbância média de 1,262. O experimento 4 foi o que mais

produziu biomassa de microalga devido sua maior absorbância.

Porém o experimento 1 foi o mais rápido a alcançar uma absorbância média

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considerável de 0,789 em 96h. O experimento alcançou a fase exponencial mais

rapidamente do que os outros.

A diferença entre eles, o mais rápido e a melhor absorbância, foram a vazão de

ar (Q/vm vazão de ar por volume do meio) e a suplementação, neste caso podemos notar

que o excesso de substrato causa uma inibição no crescimento da microalga, e podemos

observar isto nos experimentos 4 e 3 onde tínhamos a suplementação em dobro o

esperado seria considerar o dobro de concentração celular o que não foi observado.

Portanto há outros limitantes no transporte desse substrato para a microalga.

4.4. Analise de fases do crescimento da microalga

Após o plotar o gráfico de crescimento celular x tempo podemos analisar o

crescimento do microorganismo pelas fases descritas no item 2.4.

Figura 22. Curva de concentração celular do experimento 1

Fonte: Autoria própria

Traçada através da curva de de concentração celular x absorbância descrita no

item 4.2

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Figura 23. Analise das fases do crescimento de microorganismos

Fonte: Autoria própria

O experimento 1 foi um gráfico onde podemos observar todas as fases do

crescimento de um microrganismo, assim podemos descrever mais sobre o que cada

fase que representou em seu crescimento.

Fase Lag: representado pelo número 1 na Figura 23 foi uma fase de adaptação

das microalgas ao novo cultivo, que possuía condições diferentes da solução original,

nesta fase as microalgas sintetizam as enzimas necessárias ao metabolismo dos

componentes presentes no meio.

Fase aceleramento do crescimento: representado pelo número 2 na Figura 23

foi o início do crescimento das microalgas, no início desta fase as células estão

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adaptadas ao meio e começam a se multiplicar, o fim desta fase é marcado por todos os

microrganismos estarem se multiplicando.

Fase de crescimento exponencial: representado pelo número 3 na Figura 23,

podemos descrever esta fase como a fase onde há a máxima taxa especifica de

crescimento que se mantem constante até o fim desta fase, uma reta inclinada

representa bem esta fase. O fim desta fase é determinado pelo fim da velocidade máxima

de crescimento. Nesta fase não há falta ou deficiência de nenhum nutriente ou do

transporte dele para a microalga.

Fase linear de crescimento: representado pelo número 4 na Figura 23, a

velocidade de reprodução é constante e menor que a máxima, graficamente

representada por uma reta menos inclinada que a fase anterior devido sua menor taxa de

crescimento. Esta fase indica a presença de certas limitações no transporte de nutrientes

a interface microrganismos – meio, podendo citar por exemplo o oxigênio e dióxido de

carbono dissolvido no meio.

Fase de desaceleramento do crescimento: representado pelo número 5 na

Figura 23, nesta fase a concentração de um ou mais nutrientes no meio se torna o

limitante do crescimento, com isso temos um decréscimo do crescimento.

Fase estacionaria: representado pelo número 6 na Figura 23, um ponto

marcante desta fase é o esgotamento de um ou mais nutrientes, como consequência a

taxa de crescimento iguala a taxa de morte isto é a concentração de microalgas se

manteve praticamente constante. Para se nutrir as microalgas utilizam de reservas de

nutrientes ou algumas células podem sofrer de lise, liberando no meio os nutrientes dela

no meio para as necessidades das outras.

Fase morte: representado pelo número 7 na Figura 23, A morte resulta do

esgotamento de nutrientes da cultura de microrganismos. Neste período acontece o

chamado “lise”, autólise ou rompimento dos microorganismo, provocado pela ação de

enzimas intracelulares

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4.5. Analise dos resultados Taguchi L4

A análise dos dados, obtidos na matriz L4 Taguchi, foram analisadas usando o

programa minitab 17, onde foi gerado um modelo matemático, sendo feita a comparação

dos dados, o efeito de cada variável e sua importância. Neste caso a resposta do

processo foi a concentração celular máxima de cada experimento (absorbância) antes da

fase de morte em torno de 336h.

Tabela 8. Níveis das variáveis

Fatores Níveis 1 2

Suplementação (A) f/2 f

VVM (B) 4/min 10/min

Temperatura (C) 20ºC 30ºC

Fonte: Autoria própria

Tabela 9. Planejamento de experimento Taguchi L4

Experimento A B C Absorbância

1 Nivel 1 Nivel 1 Nivel 1 1,127

2 Nivel 1 Nivel 2 Nivel 2 0,830

3 Nivel 2 Nivel 1 Nivel 2 0,960

4 Nivel 2 Nivel 2 Nivel 1 1,267

Fonte: Autoria própria

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4.5.1 Analise do gráfico dos efeitos principais (main effect)

Para analisarmos o fator resposta do Taguchi utilizei a ferramenta main effects

plot do minitab 17, essa ferramenta analisa os fatores em relação as absorbâncias e a

média entre as absorbâncias.

Figura 24. Main effect plot

Fonte: Autoria própria

Analisando a relação dos fatores e seus níveis em relação à média das

absorbâncias podemos ver que o fator C tem uma relação grande de diferenças entre

médias, isto é, neste estudo e nessas condições a temperatura foi o fator separadamente

que mais alterou o crescimento das microalgas. Notamos isso pela inclinação da reta

entre o nível 1 e nível 2, quanto maior inclinação maior a diferença entre as médias,

buscamos a melhor condição para aumentar a absorbância, neste caso o fator c na

condição 1 seria melhor a opção.

O fator A de suplementação percebemos que possui uma grande importância

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também, um pouco menos que a temperatura mas seu destaque é grande, a reta está

inclinada, o nível ideia seria o 2 para maximizar a produção.

Já o fator B tem uma ligeira importância mas não altera muito das médias o nível

1 ou 2, mesmo assim o nível 2 seria o melhor pelo gráfico. A diferença entre eles não é

significativamente suficiente considerado sozinho.

Só que não podemos considerar os níveis separados precisamos ver qual é a

interação entre os fatores, as vezes a interação entre os fatores gera uma resposta bem

diferente no processo.

4.5.2 Analise do gráfico da interação das variáveis (interaction plot)

Para analisar a interação entre os fatores, utilize o interaction plot do minitab 17,

a função desse gráfico é comparar a interação entre 2 ou mais fatores em 2 ou mais

níveis, neste caso serão 3 fatores em 2 níveis para cada.

No gráfico se a relação for paralela entre os fatores não há interação entre eles,

ou seja, um não interage com o outro, já se for cruzado as retas há interação e precisa

analisar caso por caso.

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Figura 25. Interation plot

Fonte: Autoria própria

Analisando o gráfico de interação entre fatores observamos que a interação A x B

foi uma interação importante as retas se cruzam e o melhor resultado foi A no nível 2 e B

no nível 2, com uma média de 1,267.

O fator A x C percebemos uma ligeira paralelismo, mas ao analisar a diferença

dos pontos no nível 2 e pontos no nível 1 percebemos a diferença no valor, isto é, mesmo

que a reta não se cruze no gráfico se você expandir as retas elas vão se encontrar em

algum ponto, revelando uma interação fraca, neste caso o A no nível 2 e C no nível 1 foi

o melhor resultado também com 1,267 de média.

Já no fator B x C podemos analisar que suas retas se cruzam demostrando

assim uma interação importante para o objetivo que é o crescimento de microalga, neste

caso observamos que o b no nível 1 e o c no nível 2 foi a melhor opção com 1,267 de

média.

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4.6. Discussão das melhores condições

Se voltarmos um pouco e compararmos os resultados do gráfico de absorbância

x tempo, main effect plot e interation plot percebemos que o experimento 4 com fator A

no nível 2 (suplementação no nível f), fator B no nível 2 (vvm no nível 10/min) e fator C

no nível 1 (temperatura no nível 20ºC) obtivemos o melhor resultado. Confirmados por

três métodos diferentes.

Porem se formos analisar todo o contexto, o experimento 1 e 4 tem de diferente a

maior vazão do meio e a suplementação, em termos de resultados não obtiveram uma

diferença tão grande na resposta final 1,262 experimento 4 e 1,127 experimento 1.

Se considerarmos o custo maior do experimento 4 poderíamos concluir que o

experimento 1 produziu mais por um custo menor, sendo assim o melhor custo benefício.

5. Conclusão

Concluímos que o objetivo deste trabalho foi realizado, o qual foi estudar o

crescimento da microalga Chorella sp pelo desenho de experimento (DOE), podemos

utilizar o método Taguchi para reduzir a quantidade de experimentos e obter a

importância das variáveis como temperatura, vazão de ar/ volume do meio (vvm) e

suplementação do meio para um melhor crescimento da microalga.

Percebemos que não há uma variável nula no processo, ou seja, todas têm efeito

significativo no crescimento das microalgas Chorella sp, sendo no experimento 4 o

melhor resultado obtido, devido seu maior crescimento celular observado. Porem devido

seu maior custo de produção, dobro de suplementação e um vvm maior, eleva seu custo.

Assim o experimento 1 foi o melhor resultado se levarmos em conta o custo benefício, a

melhor performance na fase exponencial. E a ausência de inibição causada por excesso

de substrato.

Com a otimização da produção de biomassa de uma fonte que não compete com

alimentos, terceira geração de biomassa, podemos chegar cada vez mais perto de uma

futura independência do petróleo na matrix energética do mundo. Para isto precisamos

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viabilizar e ter o scale up do processo para atender a demanda crescente de energia sem

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