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Universidade de São Paulo
Faculdade de Medicina
Belmiro José Matos
Resultados tardios do retalho miocutâneo de platisma para
reconstrução em pacientes com câncer de cabeça e pescoço
São Paulo
2017
BELMIRO JOSÉ MATOS
Resultados tardios do retalho miocutâneo de platisma para
reconstrução em pacientes com câncer de cabeça e pescoço
Tese apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
para a obtenção do título de Doutor em
Ciências.
Programa de Oncologia.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Paulo Kowalski
São Paulo
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
reprodução autorizada pelo autor
Matos, Belmiro José
Resultados tardios do retalho miocutâneo de platisma para reconstrução em
pacientes com câncer de cabeça e pescoço / Belmiro José Matos -- São Paulo,
2017.
Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Programa de Oncologia.
Orientador: Luiz Paulo Kowalski.
Descritores: 1.Neoplasias de cabeça e pescoço 2.Retalho miocutâneo
3.Cirurgia 4.Procedimentos cirurgicos reconstrutivos 5.Resultado do tratamento
USP/FM/DBD-367/17
A procura da verdade é, por um lado difícil e,
por outro, fácil, já que nenhum de nós poderá
desvendá-la por completo ou ignorá-la inteiramente.
Contudo, cada um de nós poderá acrescentar um pouco
do nosso conhecimento sobre a natureza,
e disto uma certa grandeza emergirá.
Aristóteles, 350 a.C.
Dedicatória
Aos meus pais: Eduardo e Maria Helena À Marinez, Filipe, Pedro, Gabriel e Ivan, motivos da minha vida.
Agradecimentos
Agradecimento especial ao Prof. Dr. Luiz Paulo Kowalski, livre-docente da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo por sua orientação
desde a realização do Projeto de Pesquisa até a concretização desta tese.
Por sua amizade, paciência, apoio, sinceridade e sobretudo pelo seu alto
conhecimento científico, tornando meu caminho mais suave, muito obrigado.
Seu trabalho eleva o nome da Cirurgia de Cabeça e Pescoço a nível
nacional e internacional.
Ao Prof. Dr. Roger Chammas e à Profa. Dra. Luisa Lina Villa que com
brilhantismo, organização e capacidade científica, orientam a Pós-
Graduação em Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade São
Paulo.
À Profa. Dra. Maria Aparecida Azevedo Koike Folgueira e Profa. Maria Mitzi
Brentani, por tudo que aprendi de Oncologia em seus cursos durante a
minha qualificação.
Ao Prof. Dr. Gilberto de Castro Júnior, que fez minha arguição e aprovação
para a entrada no curso de Pós-graduação em Oncologia, por seu estímulo
e conhecimento na área de oncologia clínica.
À Profa. Dra. Cláudia da Costa Leite, Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, Instituto de Radiologia e Oncologia
pela aprovação do projeto de pesquisa.
A todos os biólogos e pesquisadores da Oncologia da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo por seus ensinamentos e pelo
carinho com o qual sempre fui recebido nas Jornadas de Oncologia.
Ao Hospital Santa Marcelina onde, como Supervisor do Serviço de Cirurgia
de Cabeça e Pescoço, desenvolvo minha atividade cirúrgica há muitos anos,
meu agradecimento à Irmã Rosane Ghedin, Superintendente e Irmã
Monique Bourget, Diretora Técnica, pelo apoio que sempre recebi e pela
autorização do desenvolvimento deste projeto, assim como ao Comitê de
Ética Médica que o aprovou.
A todo Departamento da Clínica Cirúrgica e todos os Supervisores de áreas
em especial ao Serviço de Radioterapia, Oncologia e Fonoaudiologia do
Hospital Santa Marcelina que com tanto carinho e competência tratam
nossos pacientes oncológicos.
À Isabel Cristina de Oliveira Santos e sua equipe do Centro de Pesquisa do
Hospital Santa Marcelina por sua ajuda inestimável no levantamento dos
dados para esta pesquisa.
À equipe médica do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital
Santa Marcelina, em especial ao Aluísio Andrade Júnior, Marcelo Augusto
Varoni Rezende, Lígia Alda Terzian, Andréia Leite, Marco Aurélio Dutra,
Lyege de Oliveira e todos os residentes e ex-residentes pela dedicação,
companheirismo, auxílio na realização das cirurgias e seguimento dos
pacientes.
Agradecimento especial ao Marcelo Varoni Rezende pelo desenho das
gravuras desta tese.
À secretária Débora Martins de Sousa Pereira da Pós-Graduação em
oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo por sua
atenção e profissionalismo.
À Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo pela
elaboração da ficha catalográfica desta tese e pelas orientações durante
todo o período da pós-graduação.
À Bibliotecária Rita de Cássia Ortega Borges do Hospital Sírio Libanês pela
sua grande ajuda na parte final desta tese, revisão de toda a bibliografia e
diagramação da tese. Agradeço também por todo o levantamento
bibliográfico à Elenilde Santos da Silva.
Ao Professor Marcelo Carpinetti pelas correções de português desta tese.
A todos os pacientes oncológicos que participaram desta pesquisa que
confiaram suas vidas em nossas mãos e com isto aumentaram nossos
conhecimentos científicos para podermos tratar de outros nesta área
desafiadora que é a cirurgia oncológica de cabeça e pescoço. O meu
sincero agradecimento e respeito.
Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento
desta publicação:
Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals
Editors (Vancouver).
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e
Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e
monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A.
L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos
Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e
Documentação; 2011.
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals
Indexed in Index Medicus.
SUMÁRIO
Lista de Tabelas
Lista de Figuras
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1
2 OBJETIVO ............................................................................................ 7
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 9
3 CASUÍSTICA E MÉTODO .................................................................... 20
3.1 Estudo demográfico ........................................................................... 22
3.2 Técnicas cirúrgicas utilizadas ............................................................ 25
3.2.1 Anatomia cirúrgica do músculo platisma ........................................ 25
3.2.2 Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores ........ 30
3.2.3 Método ............................................................................................ 31
3.3 Avaliação dos resultados .................................................................. 46
3.3.1 Avaliação funcional do retalho miocutâneo de platisma .................. 46
3.4 Análise estatística ............................................................................ 48
4 RESULTADOS ..................................................................................... 49
4.1 Técnicas Cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores ........... 50
4.2 Avaliação funcional ............................................................................ 53
5 DISCUSSÃO ......................................................................................... 58
6 CONCLUSÕES ..................................................................................... 70
7 ANEXOS ............................................................................................... 72
8 REFERÊNCIAS .................................................................................. 117
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Dados demográficos ................................................................. 22
Tabela 2 – Características clínicas dos tumores ........................................ 24
Tabela 3 – Frequência dos tumores primários, quanto à sub localização de
acordo com os sítios acometidos ................................................................ 25
Tabela 4 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores da
boca ............................................................................................................ 50
Tabela 5 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores de
orofaringe .................................................................................................... 51
Tabela 6 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores
de hipofaringe ............................................................................................. 52
Tabela 7 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores de
laringe ......................................................................................................... 52
Tabela 8 – Tipo de esvaziamento cervical realizado nos 184 casos .......... 53
Tabela 10 – Fatores relacionados a traqueostomia provisória ou definitiva 55
Tabela 11 – Fatores relacionados a capacidade de ingestão de dieta
pastosa e líquida ......................................................................................... 56
Tabela 12 – Ligadura da artéria e veia facial nos 184 casos. Retalho
miocutâneo de platisma .............................................................................. 57
Lista de Figuras
Figura 1 – Distribuição quanto a faixa etária e sexo ................................... 23
Figura 2: Anatomia do músculo platisma .................................................... 26
Figura 3: Inervação motora e sensitiva do músculo platisma ..................... 27
Figura 4: Vascularização arterial do músculo platisma, mostrando o
pedículo superior e inferior ......................................................................... 28
Figura 5: Drenagem venosa do músculo platisma ...................................... 29
Figura 6a: Paciente com intubação nasotraqueal com demarcação das
incisões cirúrgicas ....................................................................................... 32
Figura 6b: Demarcação das incisões cirúrgicas cervicais para a realização
do retalho miocutâneo de platisma ............................................................. 32
Figura 7a: Dissecção do retalho cutâneo supra platismal até o ramo
horizontal da mandíbula............................................................................... 34
Figura 7b: Dissecção do retalho cutâneo supra platismal até o ramo
horizontal da mandíbula............................................................................... 34
Figura 8a: Retalho miocutâneo de platisma com pedículo superior ........... 36
Figura 8b: Retalho miocutâneo de platisma com pedículo superior ............ 36
Figura 9: Retalho miocutâneo de platisma protegido com compressas
úmidas ........................................................................................................ 37
Figura 10: Pelveglossectomia parcial e reconstrução com retalho
miocutâneo de platisma .............................................................................. 39
Figura 11: Rotação e transferência do retalho miocutâneo de platisma para a
cavidade oral .............................................................................................. 39
Figura 12: Aspecto final. Reconstrução de pelveglossectomia parcial ....... 40
Figura 13: Aspecto final. Reconstrução de Glossectomia subtotal ............. 40
Figura 14: Rotação e transferência do retalho miocutâneo de platisma para
reconstrução da orofaringe ......................................................................... 41
Figura 15: Reconstrução da orofaringe com retalho miocutâneo de platisma
..................................................................................................................... 41
Figura 16: Ressecção de tumor de hipofaringe, laringectomia total com
faringectomia subtotal ................................................................................. 42
Figura 17: Rotação do retalho miocutâneo de platisma para a reconstrução
da faringe até a boca do esôfago ............................................................... 42
Figura 18: Laringectomia total com faringectomia subtotal até a boca do
esôfago ....................................................................................................... 43
Figura 19: detalhe da anastomose do retalho miocutâneo de platisma com a
boca do esôfago na reconstrução da faringectomia subtotal ..................... 43
Figura 20: Reconstrução da hipofaringe com retalho miocutâneo de platisma
até à boca do esôfago ................................................................................ 44
Figura 21: Laringectomia supraglótica com ressecção do recesso piriforme
..................................................................................................................... 44
Figura 22: Rotação do retalho miocutâneo de platisma para reconstrução de
laringectomia supraglótica .......................................................................... 45
Figura 23: Reconstrução com retalho miocutâneo de platisma .................. 45
Resumo
MATOS BJ. Resultados tardios do retalho miocutâneo de platisma para
reconstrução em pacientes com câncer de cabeça e pescoço [Tese]. São
Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2017.
INTRODUÇÃO: As ressecções oncológicas da cavidade oral, orofaringe,
hipofaringe e laringe, que têm como objetivo a extirpação completa do tumor
com margens de segurança, podem determinar grandes defeitos
anatômicos tridimensionais e que afetam funções nobres, entre elas a
deglutição, a fala e a respiração. Entre as alternativas de reconstrução o
retalho miocutâneo de platisma (RMP) pode ser empregado, dada sua
versatilidade e facilidade de execução técnica, com a vantagem de ser
menos espesso que os outros retalhos miocutâneos e adaptar-se melhor a
uma série de condições clínicas. O objetivo deste trabalho foi estudar os
resultados do RMP empregado nas reconstruções após ressecções
oncológicas de tumores da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe
do ponto de vista funcional e complicações. CASUÍSTICA E MÉTODO:
Estudo retrospectivo, aprovado pelo CEP-FMUSP.O banco de dados
utilizado é constituído de pacientes matriculados no ambulatório do Hospital
Santa Marcelina(Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), com o
diagnóstico de neoplasias malignas de boca, orofaringe, hipofaringe e
laringe, sendo critério de inclusão todos aqueles que foram operados e
reconstruídos com o RMP de pedículo superior e de exclusão aqueles
submetidos a outro tipo de reconstrução ou tratamento oncológico, o
diagnóstico foi sempre confirmado com biópsia prévia e o estadiamento
clínico, TNM, Classificação de Tumores Malignos, seguiu a padronização da
União Internacional Contra o Câncer. Foram operados 250 casos de
tumores malignos de cabeça e pescoço no período de janeiro de 1990 a
dezembro de 2015, todos reconstruídos com o RMP. Destes 184 casos
eram elegíveis para o presente estudo. A técnica utilizada para a
reconstrução foi o RMP com pedículo superior. A avaliação funcional do
retalho foi realizada para a respiração, deglutição, aspiração e comunicação.
RESULTADOS: Dos 184 casos, 90,2% eram do estádio III e IVa. A dieta
ficou normal em 153 (83,1%) dos pacientes, 29(15,8%) ficaram com dieta
pastosa e líquida e 2(1,1%) somente com dieta liquida, 146(79,3%) dos
casos ficaram com voz laríngea e 38(20,7) com outro tipo de voz. A
aspiração da dieta ocorreu em 60,5% dos pacientes e 39,5% não tiveram.
Os tumores da base de língua tiveram aspiração em 40,4% dos casos, nos
primeiros 7 a 15 dias comparado com outras regiões (p<0,001). Os
pacientes com tumores da hipofaringe tiveram aspiração intermediária e os
da cavidade oral tiveram a taxa mais baixa. Necroses parciais ocorreram em
10(4,5%) e foram mais frequentes na cavidade oral 6(3,3%) dos casos. As
fístulas ocorreram em 15(8,1%) dos pacientes, a mais alta incidência
ocorreu na hipofaringe com 8(4,3%) dos casos. CONCLUSÕES: A
reabilitação funcional quanto à deglutição, fala, respiração e comunicação
foi efetiva, a maioria dos pacientes ficaram com dieta normal por via oral. O
RMP mostrou-se uma técnica cirúrgica segura com índices de complicações
baixos, mesmo em pacientes de estádios oncológicos avançados.
Descritores: neoplasias de cabeça e pescoço, retalho miocutâneo,
procedimentos cirúrgicos reconstrutivos, resultado do tratamento.
Abstract
MATOS BJ. Late results of platysma myocutaneous flap for reconstruction in
patients with head and neck cancer [thesis]. São Paulo: “Faculdade de
Medicina, Universidade de São Paulo”; 2017.
INTRODUCTION: Oncological resections of the oral cavity, oropharynx,
hypopharynx and larynx, which aim at the complete removal of the tumor
with safety margins, can determine large anatomical defects in three
dimensions and affect noble functions, such as swallowing, speech and
breathing. Among the alternatives of reconstruction, the platysma
myocutaneous flap (PMF) have been employed given its versatility and ease
of technical execution with the advantage of being less thick than the other
myocutaneous flaps, making it better for adaptation in a series of clinical
conditions. To study the results of PMF used in reconstructions after
resections of tumors of oral cavity, oropharynx and hypopharynx from a
functional point of view as well as its possible complications. PATIENTS
AND METHOD: Retrospective study of patients enrolled in the outpatient
clinic of Santa Marcelina Hospital (Department of Head and Neck Surgery),
with the diagnosis of malignant neoplasms of the oral cavity, oropharynx,
hypopharynx an larynx, being inclusion criteria all those that were operated
and reconstructed with RMP. The diagnosis was always confirmed by
previous biopsy and clinical staging TNM, followed the standardization of the
UICC, There were 250 cases of malignant head and neck tumors from
January 1990 to December 2015. Of these, 184 cases were eligible for the
present study. The reconstructive technique used was PMF with superior
pedicle and the functional evaluation was performed for breathing,
swallowing, aspiration and communication Project approved by the Research
Ethics Committee of the Faculty of Medicine of the University of São Paulo..
RESULTS: From 184 cases operated, 90.2% of the cases were stage III and
IVa. The diet was normal in 153 (83.1%) of the patients, 29 (15.8%) had a
pasty and liquid diet and 2 (1.1%) had a liquid diet. As for the type of speech:
146 (79.3%), another type of speech 38 (20.7%) had laryngeal voice. The
postoperative diet aspiration occurred in 60.5% and did not have aspiration
39.5 % of cases. Tumors of the tongue base when compared to other
regions had aspiration in 40.3% in the first 7 to 15 days. Those of the
hypopharynx had intermediate aspiration and those of the mouth had the
lowest aspiration. Partial necrosis occurred in 10 (4.5%) and total 6 (3.3%)
were more frequent in the oral cavity. We had a total of 15 (8.1%) fistulas,
the highest incidence occurred in the hypopharynx in 8 (4.3%).
CONCLUSIONS: Functional rehabilitation was effective regarding
swallowing, speech, breathing and communication, most of the patients were
on a normal oral diet. PMF has shown to be a safe technique with low
complications rates, even in patients with advanced oncologic stages.
Keywords: reconstructive surgical procedures, treatment outcome,
myocutaneous flap, head and neck neoplasms.
1 INTRODUÇÃO
Belmiro José Matos 2
Introdução
As neoplasias malignas de orofaringe e hipofaringe são consideradas
de alta agressividade e o diagnóstico na maioria das vezes é estabelecido
em estádios avançados. Esses fatores as tornam um desafio para o
cirurgião de cabeça e pescoço. Frequentemente, encontra-se necessidade
de se empregar um amplo arsenal terapêutico, incluindo excisão da lesão e
reconstrução, radioterapia, quimioterapia e, finalmente reabilitação física e
psíquica.
As ressecções oncológicas, que têm por objetivo a extirpação
completa do tumor com margens de segurança, podem determinar grandes
defeitos anatômicos tridimensionais e que afetam funções nobres, entre
elas, a deglutição, a fala e a respiração.
Até meados do século XX, a cirurgia de cabeça e pescoço tinha por
objetivo principal a ressecção radical do tumor. Quando considerado tumor
irressecável, os pacientes eram encaminhados para a radioterapia com
finalidade paliativa. Muitos pacientes tratados por cirurgia apresentavam
problemas funcionais significativos e sobreviviam com graves sequelas.
Atualmente, considera-se fundamental integrar os pacientes, o mais rápido
possível, ao convívio social e profissional. Nesse sentido, o aprimoramento
de técnicas de reconstrução e o trabalho da equipe de reabilitação
multiprofissional são essenciais.
Conley,1 considerado o pai da moderna reconstrução da cirurgia de
cabeça e pescoço, entendeu que era importante o desenvolvimento de
retalhos funcionais para a cavidade oral, os quais deveriam ser realizados
no mesmo ato cirúrgico, mantendo a competência oral, a mastigação, a
respiração, a deglutição e a fala. Do mesmo modo, tentava-se restabelecer
a aparência normal do paciente, sendo este fato importante do ponto de
vista social.
Sabri,2 revisando os métodos de reconstrução da orofaringe, afirma
que esta área representa um desafio cirúrgico para a reabilitação dos
pacientes com câncer de cabeça e pescoço, descrevendo desde os
Belmiro José Matos 3
Introdução
métodos mais simples até os retalhos microcirúrgicos, quando há
necessidade de reconstrução óssea. Para ele, a reconstrução ideal da
orofaringe deve ter uma excelente taxa de reabilitação com poucas
complicações, boa adaptação do retalho em três dimensões, baixa
morbidade no sitio doador, não interferência com a mobilidade da língua,
promoção de mínima perda sensitiva, obtenção uma cobertura adequada
sem volume excessivo e que possa ser realizada por duas equipes
cirúrgicas (para grandes retalhos). Sabri 2 concluiu que o uso criterioso da
reconstrução envolve também entender os fatores de cada paciente, sendo
essa é a chave para o sucesso da reabilitação.
O cirurgião deverá ter várias opções após ter programado a
ressecção cirúrgica. O uso dos retalhos miocutâneos nos recentes anos
permitiu que a reconstrução da orofaringe, especificamente da base da
língua, se tornasse mais efetiva.3 Esses retalhos são hoje o esteio do
cirurgião de cabeça e pescoço, pois possuem a vantagem de ter uma
grande porção de pele e tecido muscular com excelente suprimento
sanguíneo, permitindo-se realizar a reconstrução num único procedimento
cirúrgico.4,5 Os retalhos livres com microcirurgia são uma técnica viável,
podendo ser indicada em muitas circunstâncias, tendo a vantagem que
grandes retalhos podem ser realizados com bom suprimento sanguíneo. As
áreas doadoras são variadas e tecido ósseo pode ser incorporado ao
retalho, facilitando a reconstrução da mandíbula e partes moles do defeito
da orofaringe.6 As desvantagens desse método são o tempo cirúrgico e a
necessidade de uma equipe com treinamento em microcirurgia. Carvalho 7
afirma que a escolha da técnica mais apropriada para cada caso deve ser
dirigida para as opções mais simples que abreviem a recuperação pós-
operatória do paciente, principalmente daqueles que necessitam de uma
complementação do tratamento associada à radioterapia.
O tratamento dos tumores de hipofaringe deverá objetivar a cura do
câncer e preservar a função. A cirurgia conservadora geralmente não era
aceita até a década de 1960.8 Antes disso, muitos cirurgiões acreditavam
Belmiro José Matos 4
Introdução
que a adequada ressecção do tumor, mantendo a função da laringe, não era
possível sem complicações pós-operatórias. No início da década de 1960, a
laringectomia supraglótica foi mais frequentemente realizada e novos
conceitos foram assimilados, como a extensão da cirurgia com preservação
da laringe para certos tipos de tumores acometendo a hipofaringe.9,10 A
cirurgia conservadora tinha taxas de cura equivalentes às obtidas com
laringectomia total.8,11 Esse fato trouxe a necessidade de retalhos mais
fisiológicos para a reconstrução e para facilitar a reabilitação da respiração,
fala e deglutição. Com a evolução dos métodos diagnósticos endoscópicos,
tomografia computadorizada e ressonância magnética, foi possível uma
melhor avaliação pré-operatória e uma evolução para as cirurgias parciais,
desenvolvendo-se assim as faringectomias parciais via faringotomia.12,13
Ao longo dos últimos anos, o cirurgião de cabeça e pescoço vem
empregando várias técnicas de reconstrução, desde os retalhos locais, loco-
regionais e à distância com pedículo próprio. O primeiro grande retalho
utilizado com aceitação universal foi o retalho fasciocutâneo de Bakanjian.14
No final da década de 1970, com o estudo da vascularização dos músculos,
o trabalho pioneiro de Mathes et al.15 iniciou a era dos retalhos miocutâneos
com pedículos vasculares seguros. O retalho peitoral maior, descrito por
Aryan,16,17 tornou-se o esteio da reconstrução de cabeça e pescoço. Desde
essa época, outros retalhos foram descritos e são usados em situações
específicas, entre eles o de músculo trapézio conforme Demergasso,18
esternocleidomastóideo citado por Owens19e Sasaki20 e grande dorsal.21
Grandes retalhos, embora seguros, não podem ser empregados com
sucesso em todas as situações. No caso de tumores de cavidade oral ou de
orofaringe, por exemplo, quando não há necessidade de mandibulectomia o
retalho de peitoral maior, pode não ser adaptado devido seu volume,
causando distúrbios para a deglutição (resultando em aspiração). Em
tumores da hipofaringe, as reconstruções parciais da faringe com grandes
retalhos podem dificultar a deglutição. Esses problemas podem ser
agravados pelos efeitos da radioterapia e quimioterapia pós-operatórias.22,23
Belmiro José Matos 5
Introdução
Segundo Myers,24 os princípios básicos da reconstrução que devem
ser lembrados quando ocorre perda de tecido na reconstrução da cabeça e
pescoço são descritos da seguinte forma: a técnica utilizada não pode
interferir no limite de extirpação da cirurgia e a forma e a função devem ser
rapidamente restauradas. A morbidade e mortalidade consequências da
extirpação não podem ser aumentadas pela técnica da reconstrução.
Deformidades cosméticas secundárias não podem ser produzidas a menos
que nenhum outro método seja satisfatório na situação. A reconstrução deve
ser realizada de maneira rápida e a mais simples possível, especialmente se
a chance de cura for considerada pouco provável.
Há alguns anos, são utilizados como parte da reabilitação pós-
operatória da deglutição retalhos fisiológicos e também com inervação
própria. Isso facilita o deslocamento do bolo alimentar da cavidade oral,
orofaringe, hipofaringe e esôfago, tentando evitar que ocorra aspiração para
a laringe ou traqueia. Dentre os vários trabalhos pioneiros que se
destacaram nesses estudos, podemos citar Logemann 25 e Logemann e
Byttell.26
Com o advento dos retalhos microcirúrgicos, parte dos problemas
apontados acima foram solucionados com reconstruções mais funcionais.
Porém, o custo é elevado e o tempo cirúrgico é mais demorado que nos
casos em que são utilizados retalhos loco-regionais. Além disso, em
diversos locais, a microcirurgia não está disponível. Em várias situações, o
paciente não tem condições clínicas para ser submetido a procedimento
cirúrgico prolongado. Entre as alternativas de reconstrução, o retalho
miocutâneo de platisma (RMP) pode ser empregado, dada sua versatilidade
e facilidade de execução técnica, com a vantagem de ser menos espesso
que os outros retalhos miocutâneos e adaptar-se melhor a uma série de
condições clínicas.27-34
O retalho miocutâneo de platisma foi utilizado pela primeira vez por
Gersunny 35 para reparar um defeito de espessura total da pele da face,
Belmiro José Matos 6
Introdução
citado por Ruark et al.36 Posteriormente, Barron e Emmett 37 aplicaram
retalhos subcutâneos ilhados do pescoço para áreas da face. Futreel et al.38
descreveram o RMP como uma alternativa de reconstrução para defeitos da
cavidade oral e orofaringe. Em seguida, vários relatos se sucederam,
mostrando a versatilidade e segurança nas reconstruções oncológicas da
cavidade oral, orofaringe e hipofaringe. No Brasil, o RMP foi utilizado a partir
da década de 1980 em trabalhos clínicos e experimentais.
Após essas experiencias iniciais, e a necessidade de reconstruções
cada vez mais fisiológicas do ponto de vista funcional, como já dissemos, o
RMP tem sido objeto de vários estudos até os dias de hoje. Os estudos
anatômicos mostraram que o músculo platisma tem uma irrigação confiável
e permite que seja confeccionado com uma grande ilha de pele.34,39,40 O
platisma tem excelente inervação motora dada pelo ramo mandibular e
cervical do nervo facial. Fibras motoras adicionais vinda do plexo cervical
(C3 e C4) correm com o nervo transverso do pescoço e se comunicam com
os ramos do nervo facial, possuindo uma excelente inervação sensitiva.40,41
A irrigação para o pedículo superior é realizada por ramos da artéria facial,
principalmente pelo ramo submentoniano 15 e a drenagem venosa pelas
veias jugulares externas e internas que drenam para a veia jugular interna.
O RMP tem sido utilizado devido à sua versatilidade para várias
regiões da cabeça e pescoço, porém sempre com casuísticas pequenas
demais para que se possam tirar conclusões definitivas quanto a sua
efetividade como alternativa de reconstrução pós-ressecções oncológicas.
Devido a isso, resolvemos sistematizar a técnica cirúrgica para a
reconstrução da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe, mostrando
a nossa experiencia com esse retalho, e estudar os resultados tardios do
ponto de vista funcional.
2 OBJETIVO
Belmiro José Matos 8
Objetivo
Estudar os resultados do retalho miocutâneo de platisma empregado
nas reconstruções após ressecções oncológicas de tumores da cabeça e
pescoço do ponto de vista funcional e complicações.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Belmiro José Matos 10
Revisão da Literatura
Historicamente, a concepção do retalho miocutâneo de platisma
(RMP) é atribuída a Robert Gersuny,35 que em 1887 descreveu este retalho
para reparar um defeito de espessura total da pele da face, conforme citado
por Ruark et al.36 Barron e Emmett 37 descreveram a aplicação de retalhos
subcutâneos ilhados do pescoço para reconstrução de numerosas e
diferentes áreas da face. Entretanto, foi Futrell et al.38 que estabeleceram
sua importância como uma alternativa de reconstrução para defeitos em
cavidade oral e orofaringe. Eles trataram 14 doentes com tumores
estadiados como T2 e T3 e observaram que o retalho incluía músculo e pele
com boa vascularização, sendo um método de reconstrução possível de ser
realizado no mesmo ato cirúrgico. Ainda, segundo os autores, os efeitos que
retalhos locais podem causar na deglutição, na fala e na colocação de
prótese dentária seriam minimizados e o fechamento primário da área
doadora aconteceria com deformidade mínima.
Após essa experiência inicial, seguiram-se vários relatos mostrando a
versatilidade e segurança na reconstrução de defeitos da cavidade oral
causados por ressecções oncológicas. Entre os estudos, destacam-se as
publicações de Cannon et al.,42 com 22 casos, e Coleman III et al.,43 com
quatorze casos. Suarez Nieto et al.,41 relataram a reconstrução da parede
posterior da faringe em seis pacientes, todos portadores de carcinoma
espinocelular, dos quais, quatro casos eram tumores T3 e dois, T4. Persky
et al.45, relataram seis casos de tumores T3 e T4 em que o RMP foi usado
para reconstruir defeitos intraorais e de orofaringe. Todos os pacientes
tiveram boa mobilidade da língua no pós-operatório. Colemann III et al.46
publicaram experiência clínica com 24 casos. As indicações foram para
tumores de boca, faringe e face; sendo doze para recobrir defeitos
intraorais, seis para reconstrução de pele da face e quatro para defeitos
mucosos e cutâneos. Em dois casos, usou-se somente músculo.
Manni e Bruaset 47 aplicaram o RMP para reconstrução da cavidade
oral em dez pacientes. Os pesquisadores concluíram que a técnica é um
procedimento cirúrgico de fácil execução e com morbidade mínima,
Belmiro José Matos 11
Revisão da Literatura
considerando o retalho atrativo para a reconstrução da cavidade oral.
Conley et al.48 também relataram experiência clínica com treze casos que
tinham lesões malignas na cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e
supraglote. Os tumores eram estádio T2 e T3, N0 e N1. Nesses casos, foi
preservada a artéria facial. Handa et al. 49 relataram o RMP, utilizando as
incisões escalonadas de McFee em dez pacientes com CEC de cavidade
oral. As lesões eram estadiadas como T2N0M0 e T2N1M0. A movimentação
da língua foi considerada boa em seis casos, regular em três e com
dificuldade de movimentação lateral em um paciente.
Howaldt e Bitter 50 aplicaram o RMP para reconstrução intraoral em
54 casos. Em todos os casos, foi feito esvaziamento radical ou
supraomohióideo e, consequentemente, a artéria facial foi ligada. A
avaliação pós-operatória com uma semana mostrou que 28 pacientes
(53,8%) apresentavam escurecimento superficial do epitélio e oito (15,4%)
apresentavam perda parcial. Nenhum dos pacientes necessitou cirurgia
secundária e também não ocorreram cicatrizações indesejáveis. Friedmann
et al.51 utilizaram o RMP para corrigir estenose da hipofaringe após ingestão
de soda cáustica em três casos (dois com pedículo superior e um com
pedículo inferior). Esses autores relataram também que os pacientes
apresentavam deglutição considerada boa.
Em nosso meio, o RMP vem sendo utilizado a partir da década de
1980. Uma primeira série de casos para reconstrução de cavidade oral e
orofaringe foi apresentado por Alcadipani et al.52 como tema livre no XIII
Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Brasil e Pontes 27
reportam resultados de reconstruções com RMP pós-laringectomias parciais
verticais em sua Dissertação de Mestrado em Otorrinolaringologia
(defendida na Universidade Federal de São Paulo). Nela, foram
apresentados seis casos de pacientes portadores de CEC de região glótica,
com tumores classificados como T1 e T2, submetidos a hemilaringectomias
(cinco casos) e a laringectomia frontolateral (um caso).
Belmiro José Matos 12
Revisão da Literatura
Friedhofer et al.53 empregaram o RMP nas reconstruções do terço
inferior da face. Os autores descreveram nove pacientes com defeitos
causados por ressecção de tumor no mento, traumatismo dos lábios
superior e inferior e na comissura, fístula orocervical com osteomielite de
mandíbula, síndrome de Barraquer-Simon, atrofia hemifacial, faringostoma
pós-laringofaringectomia e sequela de ferimento de lábio inferior por arma
de fogo. Os pesquisadores concluíram que o RMP é uma opção técnica
versátil e segura para as reparações de diversos defeitos que envolvem o
terço inferior da face, a cavidade oral e a região cervical.
Mamede e Mello-Filho 54 apresentaram resultados da reconstrução de
laringectomias parciais com RMP em 23 casos, ressaltando os aspectos
anatômicos do retalho e a técnica cirúrgica utilizada. Mello-Filho e Mamede
55 apresentaram resultados da reconstrução total do lábio inferior com RMP,
destacando suas vantagens, resultados funcionais e estéticos, e
comparando-os com outros métodos de reconstrução. Mello-Filho et al.56
testou a utilização do RMP também na reconstrução traqueal de cães.
Foram produzidos defeitos na parede anterior da traqueia (defeito em
janela). O retalho mostrou-se adequado para a reconstrução de defeitos em
janela com cinco e dez anéis, com índice de sucesso de 100% e 75%,
respectivamente. No entanto, o mesmo retalho mostrou-se inadequado para
defeito em janela de quinze anéis e no caso de secção traqueal completa.
Houve insucesso em todos esses casos.
Brasil 28 relatou em sua tese de Doutorado em Otorrinolaringologia e
Cirurgia de Cabeça e Pescoço os resultados do emprego do RMP para
reconstruir laringectomias parciais verticais, realizando avaliação oncológica
e funcional. Foram operados 21 pacientes portadores de tumores glóticos
estadiados como T1bN0M0, T2N0M0 e T3N0M0. Os pacientes foram
submetidos à laringectomia frontolateral, hemilaringectomia ou
hemilaringectomia ampliada. O tempo de seguimento foi de até 3 anos. O
autor concluiu que o RMP não comprometeu os resultados oncológicos, a
deglutição se manteve normal, sem aspiração orotraqueal e todos os
Belmiro José Matos 13
Revisão da Literatura
pacientes foram descanulizados e mantiveram atividade física inalterada em
relação a antes da cirurgia. A qualidade vocal ficou alterada e foi
proporcional à quantidade de estruturas vibráteis ressecadas, porém
manteve a inteligibilidade próxima à de indivíduos com laringes normais. A
ocorrência de complicações foi considerada baixa.
Chagas et al.57 relataram quatro casos de carcinoma espinocelular de
laringe com estadiamento T2 e T3 – duas lesões eram glóticas e duas
supraglóticas –, submetidos a hemilaringectomia na qual a laringe foi
reconstruída com o RMP. Em nenhum dos casos houve necrose do retalho
e três pacientes tiveram fonação aceitável (boa inteligibilidade) – no quarto
paciente, não foi possível a retirada da cânula. Os autores concluíram que o
RMP é uma boa técnica para reconstrução da laringe, pois apresenta boa
vascularização e espessura que permite via aérea adequada.
Matos et al.29 empregaram o RMP em 22 pacientes, sendo que em
doze (54,5%) o sítio primário era a cavidade oral e em dez (45,4%), a
hipofaringe. Os tumores foram estadiados como T2 em nove casos (40,9%),
T3 em seis (27,2%) e T4 em sete (31,8%). O pescoço foi estadiado como
N0 em treze casos (59,0%), N1 em sete (31,8%) e N2 em dois (9,0%). O
esvaziamento radical tipo III foi realizado em todos os casos, com
reabilitação satisfatória da deglutição. O RMP mostrou-se útil na
reconstrução dos defeitos da cavidade oral e hipofaringe e foi considerada
uma opção de interesse, principalmente pela reabilitação funcional
observada.
Oliveira et al.31 analisaram os resultados da reconstrução com RMP
na cabeça e pescoço em 21 pacientes operados devido aos seguintes
problemas: tumores de lábio (dois casos), mucosa jugal (seis casos), língua
(três casos), parótida (um caso), gengiva (um caso), assoalho de boca (dois
casos), área retromolar (três casos), amígdala (um caso) e laringe (dois
casos). O estadiamento dos tumores era T1 em um caso (4,8%), T2 em
quatro (19,0%), T3 em nove (42,9%) e T4 em cinco (23,8%). Em dois
Belmiro José Matos 14
Revisão da Literatura
pacientes, o pescoço não foi avaliável. Cinco pacientes tinham pescoço com
linfonodos clinicamente metastáticos (4 N1 e 1 N2a). Um total de dezoito
pacientes (85,7%) foi submetido a esvaziamento cervical, sendo doze
seletivos e seis radicais. Do total, dez casos (47,6%) apresentaram
complicações relacionadas ao retalho, sendo as mais frequentes: sete
necroses parciais (33,3%), uma necrose total (4,8%), duas infecções locais
(9,5%) e duas fístulas (9,5%). Oliveira et al.31 concluíram que o RMP é um
retalho versátil que apresenta índices de morbidade aceitáveis com
resultado estético bom, sendo uma boa opção para reconstrução em cirurgia
de cabeça e pescoço, mas que ele deve ser evitado em pacientes
submetidos a radioterapia prévia.
Magrin et al.33 utilizaram o RMP em 23 pacientes consecutivos com
tumores malignos de cabeça e pescoço submetidos a ressecções cirúrgicas
radicais e reconstruções cirúrgicas imediatas. Os sítios dos tumores foram a
cavidade oral em quinze casos, laringe, comissura labial, glândula parótida e
orofaringe em dois casos cada. Em quatorze (60,8%) não houve
complicações. Necroses do retalho ocorreram em nove casos (39,1%),
sendo quatro (17,3%) com necroses parciais. Não houve correlação das
complicações com irradiação prévia ou ligadura da artéria facial. Os autores
concluíram que o RMP pode ser considerado uma das alternativas para
reconstrução de defeitos de tamanho pequeno e médio da cavidade oral,
orofaringe e laringe, após ressecção de câncer, mesmo em doentes
submetidos à radioterapia prévia.
Kato et al.34 afirmaram que o RMP, continua sendo utilizado em
reconstruções cirúrgicas de cabeça e pescoço. Eles analisaram os
resultados de nove casos, dos quais cinco foram para reconstrução de
soalho da boca, dois de mucosa jugal, um de hipofaringe e um de palato
duro. Houveram complicações em quatro casos, sendo dois com
epidermólise e dois com deiscência parcial da sutura. Em um quinto caso,
houve perda total. Os autores concluíram que o RMP é uma boa opção para
reconstrução nos casos selecionados.
Belmiro José Matos 15
Revisão da Literatura
Szudek e Taylor 58 realizaram revisão sistemática de publicações
sobre RMP utilizadas em reconstrução de cabeça e pescoço. O estudo
analisou 190 relatos de pacientes em dezesseis séries de casos publicados
entre 1982 e 2002. Os pesquisadores concluíram que as complicações pós-
operatórias não estavam associadas com idade, gênero ou radioterapia pré-
operatória, mas sim com o sítio receptor e estádio do tumor. Quando o
tumor era da orofaringe ou da hipofaringe, as infecções e fístulas foram
mais comuns. As complicações na cavidade oral que requereram revisão
cirúrgica e tiveram fístulas ocorreram mais nos casos com tumores em
estádios III e IV. Os autores afirmaram que os resultados podem guiar os
cirurgiões nas indicações do RMP na reconstrução da cabeça e pescoço.
Favero et al.59 analisaram os resultados das reconstruções da
cavidade oral, orofaringe e hipofaringe através do RMP. Seis casos eram de
boca, quatro de orofaringe e três de hipofaringe. Em 69,13% dos pacientes
não ocorreram necroses do retalho ou complicações, o que levou os autores
a afirmarem que o RMP pode ser considerado seguro para as reconstruções
da boca, orofaringe e hipofaringe.
Matos et al.30 relataram os resultados do tratamento cirúrgico de 68
pacientes com tumores de orofaringe e hipofaringe, reconstruídos com o
RMP, sendo que 32 (47,05%) casos eram de orofaringe e 36 (52,95%) de
hipofaringe. O objetivo foi apresentar uma alternativa técnica de
reconstrução para ressecções quase totais ou parciais, podendo ser
preservada a laringe em casos selecionados; os casos foram operados pelo
autor no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Santa
Marcelina no período de 1990 a 2003. Os autores concluíram que o RMP é
uma técnica segura e apresenta resultados funcionais apropriados e taxas
favoráveis de recorrência local.
Tessier et al.40 publicaram sua extensa e variada casuística utilizando
o RMP. O retalho foi empregado em 120 casos tratados no período de 1970
a 1993 para reparo de sequelas por radiodistrofias, queimaduras, lesões por
Belmiro José Matos 16
Revisão da Literatura
projéteis de arma de fogo e reconstruções de áreas de ressecções de
tumores de cabeça e pescoço. Tessier et al. aplicaram o RMP nas
reconstruções oncológicas de 170 pacientes e em 115 casos de vários tipos
de sequelas, pós-trauma balístico, queimaduras, radioterapia e atrofia
hemifacial. Eles concluíram que a técnica sem tunelização mostrou-se
efetiva em 98% dos casos, com boa perfusão do retalho. Quando o retalho
foi utilizado com tunelização, a taxa de complicações foi maior: ocorreram
necroses subtotais em 5% dos casos e necroses parciais em 10%.40 Os
autores concluíram que as tunelizações provavelmente tiveram um efeito
compressivo sobre o pedículo do retalho, e que o procedimento pode ser
usado para reconstruções mandibulares com placas ou enxertos ósseos,
com ou sem cobertura com outro músculo.
Guo et al.60 utilizaram o RMP bilateral para reconstrução da
hipofaringe e esôfago cervical, após ressecções de tumores malignos de
hipofaringe em 25 pacientes, com tumores em estádio IV com acometimento
do esôfago cervical. Seis casos (24,0%) tiveram deiscência de anastomose
e dois (8,0%) evoluíram com estenose. Não ocorreram necroses do retalho
e a mortalidade foi zero. Após a cirurgia, 68,0% dos pacientes receberam
dieta normal. A taxa de sobrevivência de 3 e 5 anos foi de 54,7% e 26,1%,
respectivamente. Os autores concluíram que o RMP bilateral é um método
de valor para tratar tumores avançados de hipofaringe.
Koch et al.61 avaliaram o RMP em 70 casos como sendo considerado
uma alternativa aos retalhos livres, microcirúrgicos, para reconstrução em
cabeça e pescoço. O procedimento foi usado para defeitos pequenos e
médios após ressecções de tumores de estádios I a III, cavidade oral
(37.1%), orofaringe (24.3%) e hipofaringe (38.6%). Foram relatadas
complicações em 27% dos casos, necroses parciais em 7%, necroses totais
em 3%, fístulas salivares em 11,4%, hematoma e sangramento em 5,7% e
complicações no sítio doador em 10%. A reconstrução do defeito foi
adequada em 97% dos casos, sendo que 62,5% necessitaram
traqueostomia. A deglutição no pós-operatório foi considerada boa em 72%
Belmiro José Matos 17
Revisão da Literatura
dos pacientes. Os autores concluíram que o RMP teve resultados estéticos
e funcionais aceitáveis, e a taxa de sucesso maior que 90% é comparável
com alternativas cirúrgicas associadas com considerável risco cirúrgico e
com complexidade maior, como é o caso dos retalhos microcirúrgicos.
Tosco et al.62 realizaram estudo retrospectivo multicêntrico. Foram
incluídos no estudo 91 pacientes apenas com tumores T1 e T2 de boca,
sendo os defeitos a serem reconstruídos de tamanho pequeno e médio. O
RMP tinha pedículo superior ou posterior, 75,8% dos casos não tiveram
complicações da cicatrização, os retalhos ficaram viáveis e em 15 dias já
estavam aptos para alimentação oral. Complicações relacionadas aos
retalhos foram relatadas em 22 casos (24,2%), perdas do retalho ocorreram
em doze (13,0%), seis cicatrizaram por segunda intenção em 30 dias e já se
alimentavam normalmente, dois tiveram fístula pequena – que foi fechada
com procedimento sob anestesia local –, um caso necessitou retalho local e
em três casos foi realizado o retalho miocutâneo de peitoral maior. A artéria
facial foi ligada em 35 pacientes e apenas em três casos ocorreu perda do
retalho
Li et al.63 relataram 54 pacientes em que utilizaram o RMP com
ligadura da artéria e veia facial para reconstrução de defeitos resultantes de
ressecção de tumores de boca, comparando o RMP com o retalho radial
microcirúrgico. A taxa de morbidade do RMP foi 53,7%, o tamanho do
retalho variou de 12,0X5,5 a 7,0x5,0 cm e não ocorreram necroses totais;
necroses parciais ocorreram em quatro casos (7,4%). O tempo cirúrgico foi
em média 5,7 horas; tiveram complicações em 27,8% dos casos e a taxa de
sucesso foi de 92,6%. A taxa de sobrevivência para 3 e 5 anos foi,
respectivamente, 77,8% e 69,2%. A maioria dos pacientes ficou satisfeita
com o resultado da cirurgia. Não houve diferença significante entre o RMP
com ligadura e preservação dos vasos faciais. Os pacientes do grupo do
RMP eram mais velhos que do retalho radial microcirúrgico (p=0,001). A
taxa de comorbidade foi mais alta nesse grupo (p=0,002). A taxa de
complicações do RMP foi 27,8%, mais alta que do retalho radial 5,9%
Belmiro José Matos 18
Revisão da Literatura
(p=0,001). Já as taxas de sucesso foram semelhantes, 92,6% e 94,1%
(p=1,00). Os autores concluíram que o RMP com ligadura da artéria e veia
facial tem vantagens específicas, incluindo a facilidade de execução e
poucas limitações, e que a técnica seria um método efetivo para
reconstrução endobucal.
Kunzel et al.64 utilizaram o RMP para reconstruções de defeitos, após
ressecção de tumores de cavidade oral e faringe e analisaram os resultados
oncológicos e funcionais em pacientes selecionados. Segundo os autores,
os defeitos pequenos e médios da boca eram 37,1%, da orofaringe, 24,3% e
da hipofaringe, 38,6%. O estadiamento foi I em 18,6%, II em 15,7%, III em
18,6% e IV em 47,1%. Recidivas foram observadas em 27,2% dos casos. A
taxa de sobrevivência global foi de 63,1% e a taxa de sobrevivência livre de
doença foi 66,7%. A retirada da cânula de traqueostomia ocorreu em 74,4%
e a deglutição teve reabilitação total em 57,4%. Segundo os autores, os
resultados foram aceitáveis e o RMP pode ser incluído nos métodos
cirúrgicos para reconstrução de defeitos na cirurgia de cabeça e pescoço.
Akaraviputh et al.65 relataram o RMP para reconstrução com
fechamento de fístula traqueoesofágica pós-intubação de 3,0 cm, localizada
a 4,0 cm da carina. Foi realizada a ressecção da traqueia e a anastomose
término-terminal com reparo do esôfago com o RMP, obtendo-se resolução
do caso.
Akademir et al.66 realizaram reconstrução total do lábio inferior com
RMP bilobado em dezessete pacientes. Os autores estudaram a artéria
submandibular com angiografia digital e doppler. O retalho foi desenhado
após a ressecção. Não ocorreram necroses do retalho e todos os casos
tiveram continência oral boa.
Baur et al.67 fizeram revisão de aspectos anatômicos e de
reconstrução com o RMP com pedículo superior e posterior para o terço
inferior da face, boca, orelha, faringe, traqueia e hipoplasia facial. Quando
comparado com o retalho radial microcirúrgico, o RMP tem um melhor color
Belmiro José Matos 19
Revisão da Literatura
match, menor tempo cirúrgico e morbidade na área do retalho. Em
comparação com o retalho peitoral maior, ele é menos espesso e tem uma
coloração da pele, semelhante à área a ser reconstruída na face, sendo
mais fácil e rápida a sua execução. As contraindicações seriam radioterapia
e cirurgia prévia na região cervical. Os autores concluíram que o RMP é
seguro e versátil para reconstrução de cabeça e pescoço. Ele resulta em
alterações mínimas do contorno do pescoço e não altera sua mobilidade;
também podem ser reconstruídos defeitos da boca de 50 a 75 cm2.
Neubauer et al.68 relataram dois casos de fechamento de fístula
faringo-cutanea tardia pós-laringectomia total com o RMP, tendo sucesso
em ambos os casos. Porém, em um deles, a fístula reabriu após recidiva do
tumor na traqueostomia.
Pegan et al.69, após ressecção cirúrgica de melanoma de cabeça,
reconstruíram a face com RMP com pedículo superior e pescoço em 13
casos consecutivos, com preservação da artéria e veia facial. Os autores
notaram congestão venosa pequena em dois retalhos, e necrose marginal
em um caso. Nenhum dos pacientes teve complicações na área doadora. A
conclusão foi a de que o RMP com pedículo superior pode ser uma opção
real para reconstrução de grandes defeitos na face, especialmente
considerando que ele é realizado no mesmo ato cirúrgico e a cor da pele é
muito semelhante à da pele ressecada.
3 CASUÍSTICA E MÉTODO
Belmiro José Matos 21
Casuística e Método
Este é um estudo retrospectivo. O Projeto de Pesquisa: Resultados
tardios do retalho miocutâneo de platisma para reconstrução em pacientes
com câncer de Cabeça e Pescoço, foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 23
de setembro de 2015. Também foi aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa do Hospital Santa Marcelina/SP em 28 de outubro de 2015.
O banco de dados utilizado é constituído de pacientes matriculados
no ambulatório do Hospital Santa Marcelina (Serviço de Cirurgia de Cabeça
e Pescoço), com o diagnóstico de neoplasias malignas de boca (CID:C00.0-
C02), orofaringe (CID:C01,C05,2,C09.,C10.), hipofaringe (CID:C12-13) e
laringe (CID: C32.), sendo critério de inclusão todos aqueles que foram
operados e reconstruídos com o RMP e de exclusão aqueles submetidos a
outro tipo de reconstrução ou tratamento oncológico. O diagnóstico foi
sempre confirmado por biópsia prévia e o estadiamento clínico; TNM seguiu
a padronização da União Internacional Contra o Câncer (UICC)1.
Foram operados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do
Hospital Santa Marcelina, São Paulo, 250 casos de tumores malignos de
cabeça e pescoço no período de janeiro de 1990 a dezembro de 2015,
todos reconstruídos com o Retalho Miocutâneo de Platisma (RMP). Destes,
184 casos eram elegíveis para o presente estudo.
1 Brasil. Instituto Nacional de Câncer. TNM: classificação de tumores malignos. 7ª ed. Rio de Janeiro;
2012. p.26-46.
Belmiro José Matos 22
Casuística e Método
3.1 Estudo demográfico
Os dados demográficos dos pacientes com tumores malignos de
cabeça e pescoço, submetidos à reconstrução com RMP demonstraram que
houve um predomínio dos pacientes portadores de tumores na faixa etária
dos 60 a 69 anos, correspondendo a 41,3% dos casos, e dos 50 a 59 anos,
correspondendo a 37%. Quanto ao sexo, houve um predomínio no sexo
masculino: 79% (Tabela 1).
Tabela 1 – Dados demográficos
Variáveis Categorias N %
Faixa Etária
40 a 49 anos 28 15,2
50 a 59 anos 68 37,0
60 a 69 anos 76 41,3
70 a 79 anos 7 3,8
80 a 93 anos 5 2,7
Sexo Feminino 39 21,0
Masculino 145 79,0
Belmiro José Matos 23
Casuística e Método
Figura 1 – Distribuição quanto a faixa etária e sexo.
A frequência de tumores da hipofaringe foi de 35,3%, orofaringe
33,7%, boca 27,2% e laringe 3,3%. Quanto ao estadiamento, predominaram
o estádio III, com 58,1% dos casos, e o estádio IVA, com 32,1%, sendo o
estádio II 9,8% menos frequente (Tabela 2). Quanto ao tamanho do tumor
(T), predominaram os tumores T3 (69,6%). Tumores T4 (16,3%) e T2
(14,1%) foram menos frequentes.
Belmiro José Matos 24
Casuística e Método
Tabela 2 – Características clínicas dos tumores
n %
Local
boca 50 27,2
orofaringe 63 34,2
hipofaringe 65 35,3
laringe 6 3,3
Estádio clínico
II 15 8,2
III 110 59,8
IVA 59 32,0
TNM(T)
T2 26 14,1
T3 132 71,8
T4 26 14,1
TNM (N)
N0 51 27,7
N1 93 50,6
N2A 30 16,3
N2B 10 5,4
Quanto à sublocalização do tumor primário (Tabela 3), foram mais
frequentes os tumores da base da língua (27,7%), língua (13,0%), recesso
piriforme (12,0%), outras regiões da hipofaringe (11,4%), assoalho da boca
(10,3%) e parede lateral de hipofaringe (7,6%).
Belmiro José Matos 25
Casuística e Método
Tabela 3 – Frequência dos tumores primários, quanto à sub
localização de acordo com os sítios acometidos
Tumor Primário n %
Boca
Língua 24 13,0
Assoalho bucal 19 10,3
Lábio 3 1,6
Mucosa jugal 2 1,1
Trígono retromolar 2 1,1
Orofaringe
Base de língua 51 27,7
Orofaringe (outras regiões) 4 2,2
Oro-hipo-faringe 4 2,2
Palato mole 4 2,2
Hipofaringe
Parede lateral 14 7,6
Parede posterior 4 2,2
Recesso piriforme 22 12,0
Região retrocricóide 4 2,2
Hipofaringe (outras regiões) 21 11,4
Laringe
Região supraglótica 4 2,2
Região glótica 2 1,1
3.2 Técnicas cirúrgicas utilizadas
3.2.1 Anatomia cirúrgica do músculo platisma
O músculo platisma é derivado do segundo arco branquial,
repousando sobre o folheto da fáscia cervical superficial. Ele estende-se
como uma fina faixa sobre as regiões anterior e laterais do pescoço,
Belmiro José Matos 26
Casuística e Método
distalmente recobrindo a clavícula e se inserindo na segunda costela.
Superiormente, esse músculo está fixado à margem inferior da mandíbula,
mas as fibras superficiais penetram na fáscia parotídea e no ângulo da rima
bucal.34,39,40 (Figura 2).
Figura 2: Anatomia do músculo platisma.
O platisma é inervado pelo ramo mandibular e cervical do nervo
facial. Ocasionalmente, fibras motoras adicionais do plexo cervical (C3 e C4)
correm com o nervo transverso do pescoço e ambos se comunicam com os
ramos do nervo facial para serem distribuídos com eles, ou caminham
diretamente para o músculo.34,39,67
A inervação sensitiva da pele sobre o músculo platisma (Figura 3), na
porção superior, vem do nervo transverso do pescoço (C2 e C3), sendo que
a inferior vem dos nervos supraclaviculares (C3 e C4). Uma dissecção
Belmiro José Matos 27
Casuística e Método
cuidadosa até à margem posterior do músculo esternocleidomastoideo
permite rotação da unidade que entra com o nervo cutâneo anterior do
pescoço, técnica através da qual o retalho mantém a sensibilidade da pele.
Hurwitz e Kerber41 (1981) descreveram o caso de um doente no qual o
nervo sensitivo foi anastomosado ao nervo mentoniano, trazendo assim
sensibilidade ao lábio reconstruído. Os ramos cervicais do nervo facial
penetram na musculatura súpero lateral. Com meticulosa dissecção da
superfície profunda do platisma, estes ramos podem ser preservados
quando o pedículo superior é utilizado. O efeito sinergístico do ramo
mandibular marginal e cervical do nervo facial dão ao retalho grande
potencial para reconstrução funcional do lábio.40
Figura 3: Inervação motora e sensitiva do músculo platisma.
A irrigação do músculo é feita por ramos da artéria facial, artéria
tireoidiana superior, artéria cervical transversa e artéria subclávia. Esses
ramos formam um plexo na intimidade do músculo, com o qual a pele é
Belmiro José Matos 28
Casuística e Método
vascularizada. Os principais ramos do pedículo superior são da artéria facial
diretamente, submentoniana e da artéria tireoidiana superior, e
inferiormente, da artéria cervical transversa.40,41,70,71 Estudos recentes
mostraram que o músculo também é irrigado posteriormente pela artéria
occipital e pela artéria auricular posterior.68
Mathes e Nahai,15 estudando a vascularização do músculo platisma
(Figura 4), concluíram que esse tem um pedículo vascular dominante, o
ramo submentoniano da artéria facial, e um secundário, o ramo superficial
da artéria cervical transversa, classificando-o como tendo vascularização do
tipo II. A pele que recobre o músculo é irrigada por perfurantes que têm
arborização no plexo subdermal.
Figura 4: Vascularização arterial do músculo platisma, mostrando
o pedículo superior e inferior.
Artéria tireoideana
superior
Artéria occiptal
Artéria facial
Artéria cervical
transversa
Belmiro José Matos 29
Casuística e Método
A drenagem venosa (Figura 5) é feita anteriormente pelas veias
jugulares anteriores de cada lado, que drenam o sangue que vem do plexo
venoso submentoniano, e lateralmente, pelas veias jugulares externas que
recebem sangue das veias retromandibulares. Na porção inferior, a
drenagem é feita principalmente pela veia cervical transversa e todas elas
drenam para a veia jugular interna.
Figura 5: Drenagem venosa do músculo platisma.
O arco de rotação é amplo, podendo ser rodado no plano coronal em
180 graus. Além disso, pode ser utilizado com o pedículo inferior.
Belmiro José Matos 30
Casuística e Método
3.2.2 Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores
Os acessos cirúrgicos variaram de acordo com a localização do tumor
primário a ser ressecado. Para os tumores da boca, o acesso foi combinado
por via endoral e cervical. As cirurgias realizadas foram a pelveglossectomia
parcial e subtotal, a pelveglossectomia com mandibulectomia marginal,
glossectomia parcial com ressecção de tumor de assoalho bucal, ressecção
de tumor de assoalho bucal, ressecção de tumor de assoalho bucal com
mandibulectomia marginal, ressecção de tumor de assoalho bucal com
mandibulectomia segmentar e ressecção de tumor de lábio. Realizamos
esvaziamento cervical radical tipo III, unilateral ou bilateral de princípio.
Em relação aos tumores de orofaringe, em todos os casos, houve
preservação da laringe. As cirurgias realizadas foram a pelveglossectomia
parcial, a pelveglossectomia parcial com faringectomia parcial,
pelveglossectomia parcial com mandibulectomia marginal e a
pelveglossectomia parcial com palatectomia parcial ou total. A via de acesso
foi a faringotomia lateral e anterior com ressecção do osso hióide, associada
à via endo-oral. O esvaziamento cervical empregado foi o radical tipo III, uni
ou bilateral.
Na ressecção dos tumores de hipofaringe, utilizou-se técnicas com
ressecção de laringe, sendo a cirurgia padrão a laringectomia total com
faringectomia subtotal. Foram realizados também a faringectomia parcial,
faringectomia subtotal e a faringoglossectomia parcial. O esvaziamento
cervical foi o radical tipo III, uni ou bilateral.
Para os tumores da laringe, foi realizado a laringectomia frontolateral
ampliada e a laringectomia supraglótica com ressecção do seio piriforme. O
esvaziamento realizado foi o radical tipo III e o esvaziamento seletivo
supraomohioídeo.
Foi estudado também a frequência da ligadura da artéria e veia facial
na ressecção dos tumores.
Belmiro José Matos 31
Casuística e Método
3.2.3 Método
Técnica cirúrgica utilizada para a reconstrução: retalho miocutâneo de
plastisma, com pedículo superior. Os passos técnicos seguidos foram os
seguintes:
Quando necessário, realizamos a traqueostomia sob anestesia
local, no início do ato cirúrgico, induzindo-se então a anestesia
geral.
Incisão em colar bimastóideo ou arciforme estendendo-se da
região mastóidea ao mento: a incisão passa sempre junto à
fúrcula esternal, para que possamos elaborar o retalho
miocutâneo de platisma sem dificuldade e a ilha de pele seja
suficientemente grande para a cobertura da área a ser
ressecada e o comprimento do pedículo seja adequado para
facilitar a rotação do retalho com segurança. Isso facilitará
também a exposição para o esvaziamento cervical e a
aproximação dos retalhos no final da cirurgia (Figura 6a e 6b);
Belmiro José Matos 32
Casuística e Método
Figura 6a: Paciente com intubação nasotraqueal com demarcação das
incisões cirúrgicas.
Figura 6b: Demarcação das incisões cirúrgicas cervicais para a realização
do retalho miocutâneo de platisma.
Belmiro José Matos 33
Casuística e Método
O ato cirúrgico é iniciado, de preferência, pela execução
do retalho; após seccionada a pele, passa-se à
dissecção do retalho cutâneo supra platismal. A
apresentação é feita pelo primeiro auxiliar, com todo o
cuidado, utilizando ganchos de cirurgia plástica
delicados. O cirurgião, com gazes úmidas, faz uma
pequena contração, fazendo assim mais visível o plano
de dissecção. A dissecção superior irá até o ramo
horizontal da mandíbula (Figura 7a e 7b);
Belmiro José Matos 34
Casuística e Método
Figura 7a: Dissecção do retalho cutâneo supra platismal até o ramo
horizontal da mandíbula.
Figura 7b: Dissecção do retalho cutâneo supra platismal até o ramo
horizontal da mandíbula.
Belmiro José Matos 35
Casuística e Método
secciona-se a pele e o músculo platisma inferiormente,
avançando-se em torno de 0,5 cm além da margem
cutânea distal no músculo e, logo em seguida, sem que
haja tração, realiza-se a fixação do músculo à margem
cutânea do retalho, com pontos de algodão 3 zeros,
nylon 3 zeros ou mesmo polipropileno 3 zeros (Figura 8a
e 8b);
Belmiro José Matos 36
Casuística e Método
Figura 8a: Retalho miocutâneo de platisma com pedículo superior.
Figura 8b: Retalho miocutâneo de platisma com pedículo superior.
Belmiro José Matos 37
Casuística e Método
dissecção do retalho miocutâneo de platisma da parte
profunda, ou seja, do músculo esternocleidomastóideo,
mantendo-se de preferência a fáscia muscular,
expondo-se assim o feixe vásculo nervoso e cadeias
linfonodais, preparando-se o pescoço para a realização
do esvaziamento cervical;
dissecção do retalho inferior com o músculo platisma
remanescente, até à clavícula;
neste ponto, o retalho será protegido e isolado do
campo cirúrgico com compressa úmida (Figura 9);
Figura 9: Retalho miocutâneo de platisma protegido com
compressas úmidas.
Belmiro José Matos 38
Casuística e Método
realiza-se, a seguir, o esvaziamento cervical e a
ressecção do tumor primário, que variará de acordo com
a sua extensão e localização;
adapta-se o retalho ao defeito resultante da área de
ressecção cirúrgica da cavidade oral, orofaringe,
hipofaringe, laringe ou outra área a ser reconstruída,
após a qual é feita a sutura do retalho, sendo que este
deve ficar o mais fisiologicamente adaptado para reduzir
o risco de fístulas, estenoses ou aspirações (Figuras 10
a 23).
Belmiro José Matos 39
Casuística e Método
Figura 10: Pelveglossectomia parcial e reconstrução com retalho
miocutâneo de platisma.
Figura 11: Rotação e transferência do retalho miocutâneo de platisma
para a cavidade oral.
Belmiro José Matos 40
Casuística e Método
Figura 12: Aspecto final. Reconstrução de pelveglossectomia parcial.
Figura 13: Aspecto final. Reconstrução de Glossectomia subtotal.
Belmiro José Matos 41
Casuística e Método
Figura 14: Rotação e transferência do retalho miocutâneo de platisma para
reconstrução da orofaringe.
Figura 15: Reconstrução da orofaringe com retalho miocutâneo de platisma.
Belmiro José Matos 42
Casuística e Método
Figura 16: Ressecção de tumor de hipofaringe, laringectomia total com
faringectomia subtotal.
Figura 17: Rotação do retalho miocutâneo de platisma para a reconstrução
da faringe até a boca do esôfago.
Belmiro José Matos 43
Casuística e Método
Figura 18: Laringectomia total com faringectomia subtotal até a boca do
esôfago.
Figura 19: detalhe da anastomose do retalho miocutâneo de platisma com a
boca do esôfago na reconstrução da faringectomia subtotal.
Belmiro José Matos 44
Casuística e Método
Figura 20: Reconstrução da hipofaringe com retalho miocutâneo de
platisma até à boca do esôfago.
Figura 21: Laringectomia supraglótica com ressecção do recesso piriforme.
Belmiro José Matos 45
Casuística e Método
Figura 22: Rotação do retalho miocutâneo de platisma para reconstrução de
laringectomia supraglótica.
Figura 23: Reconstrução com retalho miocutâneo de platisma.
Belmiro José Matos 46
Casuística e Método
Laringectomia supraglótica.
a sutura do retalho, quando na boca, tem sido realizada
com pontos simples e separados de poliglatina 910 dois
zeros, assim como na orofaringe. Dessa forma, procede-
se para a hipofaringe. Porém, nos últimos anos, para a
reconstrução nas ressecções da faringe ampliadas ou
quase totais, dá-se preferência para a sutura contínua
com polipropileno três zeros ou nylon três zeros, pois
obtém-se assim um fechamento mais hermético da
ferida operatória. Após a realização da sutura, é feito o
teste com soro fisiológico colocado pela boca para
verificar-se se existem vazamentos.
3.3 Avaliação dos resultados
3.3.1 Avaliação funcional do retalho miocutâneo de platisma
Para a avaliação funcional do retalho, desenvolvemos a seguinte
escala, levando em conta a respiração, a deglutição, a aspiração e a
comunicação.
a) Respiração:
Traqueostomia provisória e tempo de retirada da
cânula;
Traqueostomia definitiva.
b) Deglutição:
Normal para todos os alimentos;
Pastosos e líquidos;
Belmiro José Matos 47
Casuística e Método
Somente líquidos;
Dieta por sonda.
c) Aspiração:
Leve (7 a 15 dias);
Moderada (15 a 60 dias);
Acentuada (após 60 dias).
b) Comunicação:
Voz laríngea;
Outro tipo de voz.
A avaliação funcional do retalho na cavidade oral e orofaringe quanto
à voz e deglutição foi realizada seguindo-se a escala adaptada de Hell et
al.72:
Voz inteligível ao telefone (4 pontos);
Voz inteligível em conversação (3 pontos);
Voz inteligível com dificuldade na conversação (2
pontos);
Voz não inteligível (1 ponto);
Deglutição sem dificuldade (3 pontos);
Deglutição realizada com movimentos da cabeça (2
pontos);
Deglutição não possível (1 ponto);
Belmiro José Matos 48
Casuística e Método
Uma pontuação de 7 pontos foi classificada como excelente; 6 e 5
pontos foi considerada boa; 4 pontos, regular; e menos de 4 pontos, fraca.
3.4 Análise estatística
Os dados categóricos foram representados por frequência absoluta
(n) e relativa (%), sendo que as matrizes de contingências foram analisadas
pelo teste de Qui-Quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher, quando
necessário, sendo que as matrizes complexas (2x3, 3x4...) foram
particionadas em matrizes simples (2x2) para melhor determinação da
causalidade.
Foi considerado para todo o estudo risco alfa menor ou igual a 5% de
cometer erro tipo I ou de 1ª espécie, e risco Beta menor ou igual a 20% de
cometer erro tipo II ou de 2ª espécie.
Para a análise de dados, foram utilizados os programas Microsoft
Excel e SPSS 23.0. Para todos os resultados, serão considerados
significativos valores de p<0.05.
4 RESULTADOS
Belmiro José Matos 50
Resultados
4.1 Técnicas Cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores
A Tabela 4 resume as técnicas cirúrgicas utilizadas para os tumores
da boca. As cirurgias mais frequentes foram a glossectomia parcial com
ressecção de tumor de assoalho bucal (em 24% dos casos), ressecção de
tumor de assoalho bucal com mandibulectomia marginal (20%),
pelveglossectomia parcial (14%) e ressecção de tumor do assoalho bucal
(14%).
Tabela 4 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores da
boca
TÉCNICA FREQUÊNCIA %
Glossectomia Parcial + RTA* 12 24,0
Pelveglossectomia Parcial 7 14,0
Pelveglossectomia Subtotal 1 2,0
Pelveglossectomia + MM** 4 8,0
Ressecção Tumor de Assoalho bucal 7 14,0
Ressecção Tumor de Assoalho + MM 10 20,0
Ressecção Tumor de Assoalho + MS 2 4,0
Ressecção Tumor de Mucosa Jugal 2 4,0
Ressecção Tumor Região Retromolar 2 4,0
Ressecção Tumor de Lábio 3 6,0
Total 50 100%
RTA*= Ressecção de tumor de assoalho
MM**= Mandibulectomia marginal
MS***= Mandibulectomia segmentar
Belmiro José Matos 51
Resultados
A Tabela 5 apresenta as técnicas cirúrgicas utilizadas para a
ressecção dos tumores da orofaringe. As cirurgias mais frequentes foram a
pelveglossectomia parcial por faringectomia anterior e lateral (em 27,1% dos
casos) e a pelveglossectomia parcial com faringectomia parcial por
faringotomia anterior e lateral (28,6%).
Tabela 5 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores de
orofaringe
TÉCNICA FREQUÊNCIA %
Pelveglossectomia parcial por FA e FL 17 27,1
Pelveglossectomia parcial + FP por FA e FL 18 28,6
Pelveglossectomia parcial + Região Amigdaliana 4 6,3
Pelveglossectomia parcial + Mandibulectomia
Marginal
4 6,3
Pelveglossectomia parcial + Palatectomia 3 4,8
Faringoglossectomia parcial 5 8,0
Faringectomia parcial 4 6,3
Faringectomia ampliada 4 6,3
Ressecção Tumor de Palato Mole 4 6,3
Total 63 100%
FA*= Faringotomia anterior FL**= Faringotomia lateral FP***= Faringectomia parcial
A Tabela 6 evidencia as técnicas cirúrgicas utilizadas para a
ressecção dos tumores da hipofaringe. A Laringectomia total com
faringectomia subtotal foi realizada em 55,4% dos casos, sendo a cirurgia
mais frequentemente realizada. A faringectomia subtotal (18,5%), a
faringoglossectomia parcial (15,4%) e a faringectomia parcial com (10,7%)
foram menos frequentes.
Belmiro José Matos 52
Resultados
Tabela 6 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos
tumores de hipofaringe
TÉCNICA FREQUÊNCIA %
Laringectomia total com faringectomia subtotal 36 55,4
Faringectomia parcial 7 10,7
Faringectomia subtotal 12 18,5
Faringoglossectomia parcial 10 15,4
Total 65 100%
A Tabela 7 mostra as técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção
dos tumores da laringe. A laringectomia supraglótica foi a mais frequente,
realizada em 50,0% dos casos e a laringectomia total para 33,3% dos
casos.
Tabela 7 – Técnicas cirúrgicas utilizadas para a ressecção dos tumores de
laringe
TÉCNICA FREQUÊNCIA %
Laringectomia fronto-lateral 1 16,7
Laringectomia supraglótica 3 50,0
Laringectomia total 2 33,3
Total 6 100
A Tabela 8 resume os tipos de esvaziamentos cervicais realizados
nos 184 pacientes. Podemos verificar que o esvaziamento cervical radical
tipo III foi o mais frequentemente realizado para todas as regiões
ressecadas.
Belmiro José Matos 53
Resultados
Tabela 8 – Tipo de esvaziamento cervical realizado nos 184 pacientes
Técnica Boca Orofaringe Hipofaringe Laringe
Esvaziamento cervical
radical tipo III
Unilateral 10 (20%) 16 (25,4%) 7 (10,8%) 0
Bilateral 35 (70%) 47 (74,6%) 58 (89,2%) 3 (50%)
Supraomohióideo Bilateral 5 (10%) 0 0 1 (16,7%)
Sem esvaziamento 0 0 0 2 (33,3%)
Total 50 63 65 6
4.2 Avaliação funcional
Dos pacientes analisados no período pós-operatório,
considerando os aspectos funcionais, a deglutição foi normal em 83,1%,
sendo que 15,8% ficaram com dieta pastosa e líquida. Quanto ao tipo de
fala, 79,9% apresentaram voz laríngea normal e 20,1% outro tipo de voz.
Em 55,4% dos casos, ocorreu aspiração de dieta no pós-operatório
imediato; a traqueostomia foi provisória em 78,8% dos casos e definitiva em
21,2% (Tabela 9).
Belmiro José Matos 54
Resultados
Tabela 9 – Aspectos funcionais da deglutição, fala e respiração
n %
Dieta e Deglutição
Líquida 2 1,1
Normal 153 83,1
Pastosa/Líquida 29 15,8
Tipo de Fala Laringea 147 79,9
Outro Tipo 37 20,1
Aspiração da Dieta no Pós-
operatório
Negativa 82 44,6
Positiva 102 55,4
Traqueostomia Definitiva 39 21,2
Provisória 145 78,8
Da análise dos fatores relacionados à presença de traqueostomia
definitiva ou provisória no pós-operatório, notamos que para os tumores da
base da língua ela foi provisória em 36,6% e definitiva em 5,1%. Para os
tumores de hipofaringe ela permaneceu definitivamente em 43,6% dos
casos e foi provisória em 13,1% (Tabela 10).
Belmiro José Matos 55
Resultados
Tabela 10 – Fatores relacionados a traqueostomia provisória ou definitiva
Traqueostomia
Definitiva Provisória p
n % n %
Faixa etária < 60 anos 26 45,6 68 53,5
0,173 > 60 anos 31 54,4 59 46,5
Sexo Feminino 20 35,1 37 29,1
0,489 Masculino 37 64,9 90 70,9
Tumor na base
da língua
Outro tipo 37 94,9 92 63,4
0,002 Presente 2 5,1 53 36,6
Presente 17 43,6 19 13,1
Tumor de
hipofaringe
Outro tipo 22 56,4 126 86,9
0,000
Presente 17 43,6 19 13,1
Tumor recesso
piriforme
Outro tipo 23 60,0 139 95,9
Presente 16 40,0 6 4,1
Tumor assoalho Outro tipo 39 100 126 86,9
0,060 Presente 0 0 19 13,1
Da análise da aspiração de dieta no pós-operatório, notamos que,
para os tumores da base da língua, ela esteve presente em 40,5 % dos
casos, comparando-se com os tumores de hipofaringe, esses tiveram
aspiração menor (17,1%). Quando analisamos os tumores de recesso
piriforme e assoalho de boca, ela foi ainda menor (6,3%) (Tabela 11).
Belmiro José Matos 56
Resultados
Tabela 11 – Fatores relacionados a capacidade de ingestão de dieta
pastosa e líquida
Aspiração da dieta no pós-
operatório
N P p
n % n %
Faixa etária < 60 anos 36 48,9 60 54,1
0,577 >= 60 anos 37 51,1 51 45,9
Sexo Feminino 19 26,0 20 18,1
0,328 Masculino 54 74,0 91 81,9
Tumor na base
da lingua
Outro tipo de
tumor 63 86,3 66 59,5
0,001
Presente 10 13,7 45 40,5
Tumor de
hipofaringe
Outro tipo de
tumor 55 75,3 92 82,9
0,363
Presente 18 24,7 19 17,1
Tumor recesso
piriforme
Outro tipo de
tumor 57 78,1 104 93,7
0,009
Presente 16 21,9 7 6,3
Tumor assoalho
Outro tipo de
tumor 60 82,2 104 93,7
0,042
Presente 13 17,8 7 6,3
A tabela 12 apresenta os resultados da ligadura da artéria e veia
facial nos 184 casos do retalho miocutâneo de platisma, podemos observar
que foi mais frequente para os tumores de orofaringe em 90,5% dos casos,
boca com 88,0% e hipofaringe em 80,0%. foi menos frequente nas cirurgias
de laringe, realizada em 33,3% dos pacientes.
Belmiro José Matos 57
Resultados
Tabela 12 – Ligadura da artéria e veia facial nos 184 casos. Retalho
miocutâneo de platisma
LAVF BOCA OROFARINGE HIPOFARINGE LARINGE
NEGATIVO 6 (12%) 6 (9,5%) 13 (20%) 4 (66,7%)
POSITIVO 44 (88%) 57 (90,5%) 52 (80%) 2 (33,3%)
Total 50 63 65 6
LAVF= Ligadura de artéria e veia facial.
Da avaliação funcional do retalho para a cavidade oral e orofaringe
quanto à voz e deglutição pela escala adaptada de Hell et al.72, obtivemos
que ela foi excelente ou boa em 74% dos casos, regular em 15,8% e fraca
em 10,2%.
Nos 184 pacientes submetidos a ressecção dos tumores de boca,
orofaringe, hipofaringe e laringe, e reconstruídos com o retalho miocutâneo
de platisma, as complicações gerais mais frequentemente – observadas em
quatorze casos (7,6%) – foram as respiratórias. Os pacientes foram
seguidos no ambulatório de Cirurgia de Cabeça e Pescoço em consultas de
rotina de início semanalmente ou quinzenalmente até a retirada da sonda
enteral e da cânula de traqueostomia, sempre com atendimento
multiprofissional. Após a reabilitação inicial, é feito o seguimento
mensalmente no primeiro ano e nos anos subsequentes a cada 3 ou 6
meses, dependendo da gravidade do caso.
Quanto às complicações do retalho, quatorze casos (7,6%)
apresentaram necroses parciais com epidermólise, sendo que outros nove
casos (4,9%) apresentaram necroses totais – dos quais seis (3,3%) eram da
cavidade oral, dois (1,1%) de orofaringe e um (0,5%) de hipofaringe. Na
região cervical, ocorreram necroses parcias da pele em dezesseis casos
(8,7%), sem necessidade de intervenções cirúrgicas. As demais ocorrências
foram: fístulas cervicais em quinze dos pacientes (8,1%), infecções da
região cervical em oito (4,3%) e da região reconstruída em dez (5,4%).
5 DISCUSSÃO
Belmiro José Matos 59
Discussão
Quanto à faixa etária do estudo, dos 184 pacientes, 41,3% estavam
na faixa entre os 60 e os 69 anos e 37% na faixa entre 50 e 59 anos. O
paciente mais jovem do grupo estudado tinha 28 anos, e o mais idoso, 93
anos. Magrin et al.33 obtiveram média de idade de 57 anos; Li et al.63 tiveram
média de 62 anos, sendo o mais jovem com 38 anos, e o mais idoso, com
80 anos. Szudek e Taylor,58 em meta-análise de vários trabalhos com o
RMP, relataram média de idade de 56,6 para tumores da boca, orofaringe e
hipofaringe. Como podemos ver pela análise das várias casuísticas, esses
tumores possuem pico de incidência nas faixas etárias entre os 50 e os 69
anos e, em geral, no nosso meio, são pacientes bastante debilitados, nos
quais a reconstrução cirúrgica deve permitir a reabilitação o mais precoce
possível para o início do complemento com outras terapias, como
radioterapia pós-operatória e, eventualmente, a quimioterapia.
A incidência dos casos deste estudo foi maior no sexo masculino: 145
(79%), contra 39 (21%) do sexo feminino. Em Li et al.63, dos 54 pacientes,
quarenta (74,1%) eram do sexo masculino e quatorze (25,9%) do sexo
feminino. Magrin et al.33 trataram 78% de homens e 22% de mulheres.
Tosco et al.63 tiveram 56 casos (61,5%) do sexo masculino e 35 (38,5%) do
feminino. Em todas as casuísticas analisadas, há sempre um predomínio no
sexo masculino. Contudo, proporcionalmente, a incidência no sexo feminino
vem aumentando nos últimos anos.
A maior incidência dos nossos tumores foi na hipofaringe,
representando 65 dos casos (35,3%), seguida 63 casos (34,2%) de
orofaringe, 50 (27,2%) de boca e, a menos frequente, seis (3,3%) na laringe.
Cotejando as casuísticas da literatura, observamos que Futrell et al.38
tiveram quatorze pacientes com tumores de cavidade oral e orofaringe.
Magrin et al.33 relataram como sítio mais acometido a cavidade oral – 17
casos (73,9%); orofaringe, laringe, glândula parótida, todas tiveram dois
casos (8,7%) cada. Koch et al.61 relataram como região mais incidente a
hipofaringe, com 36,8%, seguida de cavidade oral com 37,1% e a orofaringe
com 24,3%. Em estudo multicêntrico realizado por Tosco et al.62, todos os
Belmiro José Matos 60
Discussão
casos eram de pacientes portadores de tumores de boca. O estudo
realizado por Li et al.63 também relatou exclusivamente tumores da cavidade
oral.
Por sua vez Künzel et al.64 utilizaram o RMP para reconstrução de
defeitos após ressecções oncológicas na hipofaringe, em 38,6% dos casos,
na boca, em 37,1%, e na orofaringe, em 24,3%.
A análise das casuísticas dos vários autores nos mostra que a
maioria utilizou predominantemente o RMP para reconstrução da cavidade
oral. Em nossa casuística, ouve um predomínio para reconstrução da
hipofaringe e da orofaringe, seguindo-se dos casos de tumores de boca,
semelhante à casuística de Kunzel et al.64.
A versatilidade do RMP é demonstrada pela variedade de regiões
relatadas pelos autores citados. Na nossa casuística, houve um predomínio
para a reconstrução da base da língua, língua oral e para as várias regiões
da hipofaringe. Isso porque, a nosso ver, o retalho, por ser pouco espesso,
interfere pouco com a mobilidade da língua. No caso da orofaringe, também
é favorável no sentido de uma deglutição adequada, já que, por ser um
retalho inervado, altera pouco a sensibilidade da região. Para a hipofaringe,
a vantagem é que a espessura do retalho se assemelha muito à mucosa
dessa área. Devido à sua flexibilidade, ele é facilmente suturado ao defeito a
ser reconstruído, mantendo-se também a inervação, e preservando, assim,
a sensibilidade.
Do estudo do estadiamento (TNM), a nossa casuística mostrou um
predomínio dos tumores em estádio III, com 110 casos (59,8%), e IVA, com
59 (32,0%). Kunzel et al.64 obtiveram treze casos (18,6%) no estádio I, onze
(15,7%) no estádio II, treze (18,6%) no estádio III e 33 (47,1%) no estádio
IV. Magrin et al.33 também tiveram um predomínio de T3. Li et al.63 relataram
estádio T1 e T2 em 34 casos (63,0%) e T3 e T4 em dez casos (18,5%)
cada.
Belmiro José Matos 61
Discussão
O músculo platisma é um músculo bastante delicado e superficial,
repousando sobre o folheto da fáscia cervical superficial, sendo assim
importante que a incisão da pele seja feita com bastante cuidado para que
não ocorra lesão inadvertida do músculo, utilizando-se de preferência o
bisturi de lâmina número 15, por ser mais delicado e menos pontiagudo.
A inervação do plastima é rica, apresentando inervação motora e
sensitiva abundante, sendo a motora dada pelo ramo mandibular e a
cervical através do nervo facial e, ocasionalmente, de fibras motoras
adicionais do plexo cervical C3 e C4. A inervação sensitiva da pele sobre o
músculo platisma, na porção superior, vem do nervo transverso do pescoço
(C2 e C3), e a inferior, dos nervos supra claviculares (C3 e C4). Esses dois
fatos fazem com que o RMP tenha grande vantagem, a nosso ver, sobre
outros retalhos que não têm irrigação própria, como seria o caso do retalho
microcirúrgico sem inervação.
Quanto à irrigação do músculo, ela é feita por ramos da artéria facial,
da tireoidiana superior e da cervical transversa. Esses ramos formam um
plexo na intimidade do músculo através do qual a pele é vascularizada. No
presente trabalho, com irrigação do pedículo superior, a principal artéria
nutridora é a submentoniana ramo da facial e, quando esta tem que ser
ligada, a irrigação virá de artérias contralaterais pela labial superior e inferior
pela inversão de fluxo sanguíneo da hemiface contralateral.
Uehara et al.73 realizaram estudo anatômico em cadáveres frescos
para avaliar o suprimento sanguíneo do músculo platisma com correlação
clínica com pedículo superior e o pedículo posterior, chamando a atenção
que as vantagens do RMP seriam a proximidade da área cirúrgica e o fato
de que a ilha de pele pediculada do músculo é facilmente transposta para o
defeito. Entretanto, o suprimento sanguíneo da pele tem sido problemático e
grandes áreas de necrose de pele têm sido relatadas, variando de 5 a
29,1%, segundo vários autores.36,43,46,47,48,74-78 Uehara et al.73 compararam
Belmiro José Matos 62
Discussão
os desenhos dos retalhos e suas características com pedículo posterior e
superior.
A nosso ver, o RMP com pedículo posterior dificulta o esvaziamento
cervical e, frequentemente, haverá comprometimento da vascularização do
retalho, já que a cirurgia tem que ser radical nos casos de tumores da
cavidade oral, orofaringe e hipofaringe para que não haja comprometimento
dos princípios oncológicos. O pedículo superior permite a execução do
esvaziamento cervical. Para manter a radicalidade da cirurgia oncológica,
em geral preservamos as veias jugulares externas e, por vezes, também as
anteriores, sendo condição essencial a manutenção da veia jugular interna.
O caso dessa não poder ser preservada é contraindicação absoluta para a
realização do retalho, pois, no final, todas as veias drenam para a jugular
interna, ocorrendo fatalmente a trombose venosa das veias do retalho e,
consequentemente, a sua própria necrose.
Houseman et al.,79 estudando os angiossomos da Cabeça e Pescoço
com estudos anatômicos e aplicações clínicas em cadáveres frescos,
descreveram a anatomia vascular da pele e o Sistema Músculo
Aponeurótico Superfical (SMAS). Esses estudos foram introduzidos por
Taylor e Palmer,80 Taylor et al.81 e Taylor et al.82. O músculo platisma tem
um importante plexo vascular entre a artéria carótida externa e ramos das
artérias subclávias,81 ramos da facial, submentoniana e artéria tireoidiana
superior,83 cervical transversa e tireoidiana inferior na parte inferior do
músculo. Clinicamente, o retalho do músculo pode ser realizado com
pedículo superior ou inferior. O sucesso pode ser aumentado com
manutenção das veias jugulares anteriores e externas que estão
profundamente ao músculo. Hurvitz et al.41 também descreveram a inclusão
da fáscia do músculo esternocleidomastoideo, durante a dissecção e
proteção de pequenos ramúsculos de perfusão e inclusão de outras veias
de drenagem. O músculo orbicular óris fornece uma circulação robusta e
anastomoses entre a hemiface direita e esquerda, através da artéria facial e
conexões da artéria labial superior e inferior. Essa informação tem sido
Belmiro José Matos 63
Discussão
usada por mais de cem anos no retalho de ABBÉ na reconstrução do lábio.
Em nossa opinião, esses dados anatômicos permitem um aperfeiçoamento
técnico do retalho para que se obtenham melhores resultados e um sucesso
maior da técnica cirúrgica.
Por todas as razões já enumeradas do ponto de vista anatômico e
segurança quanto ao pedículo vascular, utilizamos em todos os casos o
retalho com pedículo superior.
A traqueostomia foi realizada sob anestesia local no início do ato
cirúrgico, principalmente para os casos de tumores da orofaringe,
hipofaringe e laringe, devido à dificuldade de intubação nesses pacientes.
Quando possível a intubação, damos preferência à intubação nasotraqueal,
facilitando a manipulação cirúrgica da cavidade oral e faringe.
Autores como Li et al.63 realizaram o RMP com pedículo superior,
porém com incisão vertical, e estudaram a taxa de sucesso com e sem
ligadura dos vasos faciais. Eles concluíram que a taxa de sucesso foi
respectivamente 92% e 94,1%, estatisticamente não significativa. Os
autores compararam com o retalho microcirúrgico de antebraço radial, e
concluíram que os resultados foram estatisticamente iguais, porém tiveram
mais complicações no grupo com retalho de platisma. Porém, nesse grupo,
os pacientes eram mais idosos que no grupo do retalho microcirúrgico radial.
Dos esvaziamentos cervicais realizados nos 184 casos estudados
neste trabalho, o radical tipo III foi o mais frequente para todas as regiões
ressecadas, sendo que foi efetuado bilateralmente para as lesões da boca
(70% dos casos), orofaringe (74,6%), hipofaringe (89,2%) e laringe (50%
dos pacientes). Pela própria agressividade dos tumores de orofaringe e
hipofaringe, ele foi realizado mais frequentemente nesses casos. O
esvaziamento supraomohioídeo bilateral foi feito em 10% dos tumores da
boca e em 16,7% das ressecções de laringe. O esvaziamento cervical não
foi realizado em 33% dos pacientes com tumores na laringe.
Belmiro José Matos 64
Discussão
Acreditamos ser de fundamental importância a preservação do
músculo esternocleidomastoídeo para a reconstrução com o retalho de
platisma, pois além de dar sustentação, ele oferece a proteção do feixe
vásculo nervoso, evitando-se assim consequências desastrosas no caso de
fístula cervical.
Outro assunto bastante controverso na literatura sobre o retalho
miocutâneo de platisma é a ligadura dos vasos faciais e sua interferência na
vascularização do retalho.
Na nossa casuística, a ligadura dos vasos faciais nos retalhos
utilizados para a reconstrução da orofaringe ocorreu em 57 casos (90,5%);
nos tumores de cavidade oral, a artéria facial foi ligada em 44 pacientes
(88%); na ressecção dos tumores de hipofaringe, ela foi efetuada em 52
casos (80%); e, para a laringe, em dois casos (33,3%).
Comparando com os trabalhos da literatura, vários autores efetuam
frequentemente a ligadura dos vasos faciais, entre eles Conley et al.,48
Papadopoulos et al.,76 Vriens et al.,83 e Magrin et al.33
A ressecção oncológica é mandatória do ato cirúrgico e, sempre que
necessário, a ligadura dos vasos faciais deve ser efetuada. Isso não trará
problemas para a nutrição do retalho. Por esse fator, como já dissemos
anteriormente, ocorre nessa situação uma inversão de fluxo, sendo o retalho
irrigado pelas artérias labiais superiores e inferiores, que irão fazer o
suprimento sanguíneo pelas artérias submentonianas. Também chamamos
a atenção para que o túnel seja amplo para a transposição do retalho no
caso dos tumores da cavidade oral e orofaringe, para que não ocorra a
compressão do pedículo venoso.
Pela dificuldade de encontrar trabalhos que avaliassem a parte
funcional do RMP, propusemos uma escala, levando em conta a respiração,
deglutição, aspiração e comunicação. Quanto à respiração, levamos em
Belmiro José Matos 65
Discussão
conta quando a traqueostomia foi provisória, o tempo de retirada da cânula
de traqueostomia e, em quantos casos ela foi definitiva.
A deglutição foi considerada normal quando o paciente conseguia
ingerir todos os tipos de alimentos, pastosos e líquidos ou somente líquidos.
A aspiração foi considerada leve quando o paciente se adaptou no período
de 7 a 15 dias, moderada para o período de 15 a 60 dias, e acentuada após
60 dias. A comunicação foi avaliada em termos de voz laríngea ou outro tipo
de voz.
Para avaliação funcional do retalho na cavidade oral e orofaringe,
utilizamos a escala de Hell et al.73 modificada por ser relativamente de fácil
aplicação clínica. Outra vantagem dessa escala é a de que, por levar em
consideração a voz e a efetividade da deglutição, ela reflete indiretamente
também a mobilidade da língua.
A avaliação da mobilidade da língua não é uma tarefa fácil. Mesmo
levando-se em conta que esse é um assunto muito importante, ele continua
pouco estudado. Nesse sentido, é necessário conhecermos os movimentos
da língua em indivíduos normais e variações próprias da espécie humana.
Isso irá implicar na deglutição como um todo, como pode ser visto pelos
trabalhos de Logemann,25 Logemann e Bytell,26 Pauloski et al.85, Sanders e
Mu86, Pauloski et al.87 e Rezende et al.88
Bressmann et al89, estudando a inteligibilidade das consoantes e a
mobilidade da língua em pacientes submetidos a glossectomia parcial,
afirmaram que as determinantes primárias para uma boa fala após
glossectomias ainda não estão bem estabelecidas. Os autores tentaram
elucidar com seu estudo o efeito da ressecção cirúrgica, tipo de
reconstrução e músculos acometidos na integridade da fala.
Há considerável variação na fala de pacientes com glossectomia
parcial. Nós poderemos encontrar fala próximo do normal num paciente
submetido a cirurgia extensa e fala muito prejudicada noutro paciente que
Belmiro José Matos 66
Discussão
fez cirurgia mais limitada.90 Existem diferentes opiniões em torno dos fatores
que contribuem para uma boa fala. Tem sido sugerido que a quantidade de
tecido removido é um forte indicador do problema resultante,91 enquanto que
outros sugerem que o sítio de ressecção é um fator crucial.92,93
Dois estudos independentes – McConnel et al.94 e Konstantinovic e
Dimic,95 identificaram que a técnica de reconstrução do defeito é o fator
isolado mais importante para determinar o sucesso pós-operatório,
sugerindo que a aproximação primária poderia ter um melhor resultado. Em
oposição, Reece et al.96, estudando a reconstrução da orofaringe,
juntamente com Abemayor e Blackwell,97 relataram que reconstruções com
retalhos são necessárias para se obter resultados superiores. Entretanto,
existem diferentes caminhos que têm sido estudados e são muito
importantes para se manter a mobilidade da língua, auxiliando uma melhor
fala.98,99
Exercícios de língua são realizados para melhorar a função em
pacientes que realizaram glossectomia. Porém, não há uma investigação
sistemática sobre a existência de uma forte relação entre inteligibilidade da
fala e mobilidade da língua, como protrusão, lateralização e retroflexão.
Nesse sentido, em nosso meio, Furia et al.100 realizaram trabalho pioneiro e
demonstraram que a terapia da voz foi efetiva em melhorar a inteligibilidade
da voz de pacientes submetidos a glossectomia.
Quando estudamos as complicações do RMP, a visão terá que ser a
mais ampla possível, levando em consideração a idade, sexo, localização,
estádio do tumor, região anatômica a ser reconstruída, que tipo de
esvaziamento cervical foi realizado, se houve radioterapia prévia, sítio
receptor, perda de pele superficial, epidermólise, necroses parciais e totais,
infecções da área doadora ou do sítio receptor e fístulas, ligadura ou não de
artéria facial. A ligadura da veia jugular interna no esvaziamento cervical é
contraindicação absoluta para a realização do RMP.
Belmiro José Matos 67
Discussão
O acesso para ressecção de tumores da cavidade oral e orofaringe
com incisão médiolabial, acreditamos que poderá aumentar as
complicações, porque em geral ocorrerá ligadura da artéria submentoniana
e consequente alteração da irrigação sanguínea do RMP, como já vimos
anteriormente esta é a principal via de irrigação do retalho.
Outro fato importante a ser lembrado é que o retalho não deve ser
tracionado durante a sua confecção, pois isso irá alterar o retículo vascular
do músculo platisma e da ilha de pele e poderá ser a causa do insucesso do
retalho, mesmo com a manutenção do pedículo vascular intacto, já que esse
músculo é muito fino e facilmente irá romper o retículo vascular. Por esse
motivo, nós recomendamos que ele seja dissecado com a fáscia musculo
aponeurótica, a qual dará maior resistência ao retalho e evitará a ruptura
dos pequenos vasos da microcirculação. O retalho deverá ser apresentado
durante a liberação do leito doador com ganchos de cirurgia plástica
delicados e sempre deverá ser embebido em gases ou mesmo compressas
com soro fisiológico morno.
Analisando as complicações observadas, vemos que as necroses
parciais – dez (4,5%) – e totais – seis (3,3%) – foram mais frequentes na
cavidade oral que nas outras regiões estudadas. Isso provavelmente reside
em um fato já detectado por nós quando do estudo anatômico do retalho:
quando é feita a rotação do retalho para a cavidade oral através do túnel
submandibular, este deverá ser amplo, mas, mesmo assim, ocorre uma
flexão do pedículo sobre si mesmo e por ele ser extremamente fino, poderá
acarretar dificuldade de drenagem venosa, explicando assim as necroses
parciais ou mesmo totais que ocorreram em nosso estudo. Outro fato que
pode ter contribuído foram as infecções no local do sítio receptor, pois a
higiene bucal de nossos doentes com este tipo de câncer nem sempre é
ideal, apesar de todos os nossos esforços nesse sentido.
Belmiro José Matos 68
Discussão
No material de estudo, apenas um paciente fez radioterapia prévia, o
que poderia contribuir para aumentar o índice de necroses parciais ou totais,
como chamaram a atenção Magrin et al.33
As necroses parciais e totais tiveram uma incidência menor nos casos
de tumores de orofaringe – quatro (2,2%) e duas (1,1%), respectivamente;
nos casos de tumores de hipofaringe, não ocorreram necroses parciais e
houve apenas um caso (0,5%) de necrose total. Nessa situação, o pedículo
do retalho se acomoda numa posição mais anatômica e fisiológica sem
rotação acentuada para a orofaringe e sem qualquer torção para a
reconstrução da hipofaringe, o que irá facilitar a nutrição e a drenagem
venosa do retalho, sendo então menos frequentes as necroses nesses
casos.
As necroses parciais da pele na região cervival ocorreram num total
de dezesseis pacientes (8,7%). Desses, sete (3,8%) foram para a
reconstrução da orofaringe, tendo incidência menor para tanto para a boca –
cinco (2,7%) – e para a hipofaringe – quatro (2,2%). A nosso ver, a necrose
parcial da pele no sítio doador ocorre em decorrência desta ficar bastante
fina, principalmente na extremidade distal, somando-se a isso a tração
exercida pela cânula de traqueostomia, poderá ocorrer necrose ou
deiscência no local.
Esse problema foi equacionado por nós, realizando-se a
traqueostomia em incisão separada e abaixo 2 a 3 cm da incisão realizada
para o esvaziamento cervical e da cirurgia propriamente dita. Assim, não
ocorrerá tração na pele cervical. Ao contrário, ela aliviará a tensão no local e
as secreções da traqueostomia não penetrarão para a ferida operatória,
reduzindo assim o risco de infecção local e propensão para necrose da pele.
Na nossa casuística, não houve necessidade de cirurgia para correção
desse problema, apenas pequenos desbridamentos locais foram indicados.
As fístulas cervicais seriam também um bom parâmetro para avaliar o
resultado do retalho, pois essas complicações por vezes podem retardar a
Belmiro José Matos 69
Discussão
alta hospitalar do paciente e o início da radioterapia pós-operatória. Nós
tivemos um total de quinze casos (8,1%) com fístulas, sendo que a maior
incidência ocorreu para os tumores da hipofaringe – oito (4,3%) –, boca –
quatro (2,2%), ocorrendo a menor incidência na reconstrução da orofaringe,
com apenas três casos (1,6%). Não houve necessidade de cirurgia para a
correção das fístulas. Na meta-análise feita por Szudek e Taylor,58 os
autores encontraram, para estádio III ou IV, em reconstruções para a
cavidade oral, orofaringe e hipofaringe, frequências de fistulas 9,2 vezes
maiores que para os tumores estádio I e II. Por sua vez, Koch et al.61
tiveram incidência de fístula salivar de 11,4%.
Finalmente, deixando a paixão de lado, as indicações para qualquer
cirurgia de reconstrução ou não terão que seguir o maior rigor científico
possível para que o resultado seja bom. Os custos são um capítulo
importante da reconstrução nas ressecções oncológicas da Cirurgia de
Cabeça e Pescoço, principalmente em nosso meio. Esse retalho poderá ser
executado por qualquer cirurgião de cabeça e pescoço desde que ele ou ela
conheça a técnica, não havendo necessidade de equipe de Cirurgia
Plástica, pois nem sempre os nossos serviços, principalmente no Sistema
Único de Saúde (SUS), podem contar com esse apoio.
6 CONCLUSÕES
Belmiro José Matos 71
Conclusões
1- A reabilitação funcional quanto à deglutição, fala, respiração e
comunicação foi efetiva, a maioria dos pacientes ficaram com
dieta normal por via oral.
2- O RMP mostrou-se uma técnica cirúrgica segura com índices de
complicações baixos, mesmo em pacientes de estádios
oncológicos avançados.
7 ANEXOS
Belmiro José Matos 73
Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da FMUSP.
Belmiro José Matos 74
Anexo 2 – Parecer liberado pelo Hospital Santa Marcelina.
Belmiro José Matos 75
Anexo 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – FMUSP.
Belmiro José Matos 76
Belmiro José Matos 77
Belmiro José Matos 78
Belmiro José Matos 79
Anexo 4 – Termo de Responsabilidade do Hospital Santa Marcelina.
Belmiro José Matos 80
Belmiro José Matos 81
Belmiro José Matos 82
Belmiro José Matos 83
Anexo 4 – Pôster Apresentado na Jornada de Oncologia do ICESP – 2014.
Belmiro José Matos 84
Anexo 5 – Pôster Apresentado na Jornada de Oncologia do ICESP – 2016.
Belmiro José Matos 85
Anexo 6 – Pôster Apresentado na Jornada de Oncologia do ICESP – 2017.
Belmiro José Matos 86
Anexo 7 – Pôster apresentado no IFOS World Congres 2017, Paris, França.
Anexo 8 – Banco de dados 1.
Nu
m Ano_ic
No
me
Idad
e
gener
o Local Estad A_P Cirurgia
Fístula
cervica
l
Estad_
n localização
Sub-
localização
175 2007 LAS 53 M Tumor De Assoalho T3N1M0 CECGII Ressecção De Tumor De Assoalho+Esvaz Cervical Bil+Mandibulectomia Marginal+Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
70 2000 JDA 61 M Tumor De Assoalho Com Invasão De Mandíbula
T4N2AM0
CEC GIII
Ressecção De Tumor De Assoalho+Mandibulectomia Marginal+Esvaziamento Cervical Bil Supra +Reconstrução Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
120 1990 FAS
C 56 M
Tumor De Assoalho Lateral Com Extensão Para A Base Da Língua
T3N1M0 CEC G III Pelveglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil + Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
74 2000 JCN 40 M Tumor De Assoalho Com Invasão De Mandíbula
T4N1M0 CEC GIII Ressecção De Tumor+Mandibulectomia Segmentar Anterior+Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
76 1998 TMR 41 M Tumor De Assoalho De Boca
T3N0M0 CEC GIII Ressecção De Tumor De Língua+Esvaziamento Cervical Bil Supra+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
85 2013 AM 68 M Tumor De Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIII
Ressecção De Tumor De Assoalho+Mandibulectomia Marginal+ Esvaziamento Cervical Bil+Reconst Com Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
109 2014 CLS 58 M Tumor De Assoalho T4N1M0 CECGIII Ressecção De Tumor De Cavidade Oral+ Esvaz Cervical Bil+Mandibulectomia Marginal+Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
117 1994 TP 59 F Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N1M0 CEC GIII
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
- III BOCA Assoalho
Bucal
69 2003 RMD
60 M Tumor De Assoalho De Boca Com Extensão Para Base
T3N2AM0
CEC GII Assoalho De Boca E Base Língua - IVA BOCA Assoalho
Bucal
84 2013 ATS 58 M
Tumor De Assoalho De Boca Com Invasão De Mandíbula
T4N1M0 CEC GIV
Ressecção De Tu De Assoalho+Mandibul Segmentar + Esvaz Cerv Bil +Reconst Com Placa Titânio+Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
87
116 1994 FMS 54 M Tumor De Assoalho Anterior Bilateral
T3N2AM0
CEC GII Ressecção De Tumor De Cavidade Oral+ Esvaz Cervical Bil+Mandibulectomia Marginal+Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
181 2009 SCD
S 49 M
Tumor De Assoalho De Boca
T3N0M0 CECGII
Ressecção De Tumor De Assoalho+Mandibulectomia Marginal+ Esvaziamento Cervical Unilateral+Reconstrução Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
86 2013 NFF 61 M Tumor De Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIV
Ressecção De Tumor De Assoalho+Mandibulectomia Marginal+ Esvaziamento Cervical Bil+Reconst Com Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
110 1990 YA 57 F
Tumor De Assoalho De Boca E Lábio Inferior Com Invasão De Mandíbula
T4N0M0 CEC GII
Ressecção Do Tumor De Cavidade Oral+Esv Cervical Bil+Mandibulectomia Segmentar+Reconstrução Com Fio De Kirchener+Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
107 2014 LAS 52 M Tumor De Assoalho De Boca
T3N0M0 CECGIII Ressecção De Tumor De Assoalho+Esvaz Cervical Bil+Mandibulectomia Marginal+Rmp
- III BOCA Assoalho
Bucal
72 2000 CFS 52 M Tumor De Assoalho De Boca
T2N2AM0
CEC GII
Ressecção De Tumor De Assoalho+Mandibulectomia Marginal+ Esvaziamento Cervical Unilateral+Reconstrução Rmp
- IVA BOCA Assoalho
Bucal
176 2008 GPF 54 M Tumor De Assoalho Com Invasão De Mandíbula
T4N1M0 CECGIV
Ressecção De Tu De Assoalho+Mandibul Segmentar + Esvaz Cerv Bil +Reconst Com Placa Titânio+Rmp
- IVA BOCA AB com invasão
Mandíbula
173 2007 NAF
R 60 F
Tumor De Boca Com Invasão Para Orofaringe E Mandíbula
T4N1M0 CECGII
Pelveglossectomia Parcial+Faringectomia Parcial+Mandibuletomia Segmentar+Reconstrução Com Placa E Rmp
+ IVA BOCA AB com invasão
Mandíbula
171 2007 JNA 59 M
Tumor De Boca Com Invasão Para Orofaringe E Mandíbula
T4N1M0 CECGIII
Pelveglossectomia Parcial+Faringectomia Parcial+Mandibuletomia Segmentar+Reconstrução Com Placa E Rmp
- IVA BOCA AB com invasão
Mandíbula
8
8
73 1991 FLO 69 F Tumor De Lábio Superior
T2N0M0 CEC GII
Ressecção De Tumor De Lábio Superior+Esvaziamento Supra Omohiídeo+Reconstrução Com Rmp
- II BOCA Labial
90 2013 AIL 67 M Tumor Labial Com Extensão Nasal
T4N0M0 CECGII Ressecção De Tumor Labial Superior Com Invasão Nasal E Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Labial
91 2013 JUF 76 F Tumor De Borda Lateral De Lingua
T4N0M0 CEC GII Ressecção De Tumor De Cavidade Oral+Esvaziamento Cervical Bil+Reconst Com Rmp
- IVA BOCA Língua
99 2012 LCL
S 79 F
Tumor De Língua Recidivado Pós-Rxt
T3N0M0 CECGII Pelveglossectomia Subtotal +Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
167 2005 CQC
57 M Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N0M0 CECGII
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
- III BOCA Língua
170 2006 MSC
61 M
Tumor De Língua E Assoalho De Boca Com Extensão Para A Base
T3N0M0 CECGII Pelveglossectomia Parcial Esquerda + Watson+Rmp
- III BOCA Língua
75 1998 CSR
C 64 F Tumor De Língua T3N0M0 CEC GII
Ressecção De Tumor De Língua+ Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
82 2001 EFM 73 M Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T4N1M0 CEC GIII Ressecção Do Tumor+Esvaz Cervical Tipoiii E + Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
87 2013 IMP 64 F Tumor De Língua E Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIII Pelveglossectomia Esquerda+Esvaziamento Cervical À Crille+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
88 2013 EB 62 M
Tumor De Boca Com Invasão Para Orofaringe E Mandíbula
T4N1M0 CEC GIV
Pelveglossectomia Parcial+Faringectomia Parcial+Mandibuletomia Segmentar+Reconstrução Com Placa E Rmp
+ IVA BOCA Língua
106 2015 LFO 59 F
Tumor De Língua E Assoalho De Boca Com Extensão Para A Base
T3N0M0 CECGII Pelveglossectomia Parcial Esquerda + Watson+Rmp
- III BOCA Língua
8
9
112 2000 JMS 45 M Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N1M0 CEC GIII
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
+ III BOCA Língua
113 2000 ABS 49 M Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N0M0 CEC GII
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
- III BOCA Língua
114 1999 SBS 60 M
Tumor Do Ápice Lingual Com Extensão Para O Assoalho E Corpo Da Língua
T3N2AM0
CEC G IV Pelveglossectomia +Esvaziamento Cervical Bilateral+Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
115 1999 APS 61 M
Tumor De Borda Lateral De Língua Com Extensão Para A Base
T3N1M0 CEC GIII Pelveglossectomia +Esvaziamento Cervical Bilateral+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
118 1992 LLF 44 M Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N2AM0
CEC G III
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
- IVA BOCA Língua
119 1992 JCR
B 52 M
Tumor Do Ápice Lingual Com Extensão Para O Assoalho E Corpo Da Língua
T3N2BM0
CEC G III Pelveglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil + Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
168 2006 MNRM
46 F Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N1M0 CECGIII
Glossectomia Parcial +Ressecção Do Tumor De Assoalho + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Platisma
- III BOCA Língua
169 2006 LML 50 M Tumor De Assoalho De Boca
T3N0M0 CECGII Ressecção De Tumor De Assoalho+Esvaz Cervical Bil+Mandibulectomia Marginal+Rmp
- III BOCA Língua
172 2007 LCT 56 M Tumor De Língua E Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIII Pelveglossectomia Esquerda+Esvaziamento Cervical À Crille+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
174 2007 AM 45 M Tumor De Língua E Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIII Pelveglossectomia Esquerda+Esvaziamento Cervical À Crille+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
90
177 2008 DHT 62 F Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T4N1M0 CECGII Ressecção Do Tumor+Esvaz Cervical Tipoiii E + Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
178 2008 JHS 77 F Tumor De Língua T4N0M0 CECGIII
Pelveglossectomia+Mandibulectomia Marginal+Esvaziamento Cervical Radical Tipo Iii+ Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
182 2010 LSF 51 M Tumor De Língua T3N0M0 CECGIII Ressecção De Tumor De Língua+Esvaziamento Cervical Bil Supra+Reconstrução Com Rmp
- III BOCA Língua
80 2001 MMS
53 F Tumor De Língua T4N0M0 CEC GIII
Pelveglossectomia+Mandibulectomia Marginal+Esvaziamento Cervical Radical Tipo Iii+ Reconstrução Com Rmp
- IVA BOCA Língua
89 2013 ESS 52 F Tumor De Borda Lateral De Língua E Assoalho
T3N1M0 CEC GIII Resecção De Tumor De Cavidade Oral+ Esvaz Cervical Tipo Iii+ Reconst Com Rmp
- III BOCA Língua
79 2001 MLS
C 80 F Mucosa Jugal T4N0M0 CEC GII
Ressecção Do Tumor+Mandibulectomia Segmentar Esq+Esvaziamento Cervical Esq+Reconstrução Rmp
+ IVA BOCA Mucosa Jugal
179 2009 RAG
S 76 F
Tumor De Mucosa Jugal
T4N0M0 CECGII
Ressecção Do Tumor+Mandibulectomia Segmentar Esq+Esvaziamento Cervical Esq+Reconstrução Rmp
- IVA BOCA Mucosa Jugal
98 1996 OAS 84 M
Tumor De Lábio Inferior (Cec De Lábio Inferior Junto À Comissura Labial)
T2N0M0 CEC GII
Ressecção De Tumor De Lábio Inferior +Esvaz Cervical Supra-Omohioídeo+Reconstrução Com Rmp
- II BOCA Labial
180 2009 AEA 58 M Trígono Retromolar T3N1M0 CECGIV
Ressecção Do Tumor+Mucosa Jugal+Rebordo Alveolar+Amigdala+Palato Mole+Esvaz Cervical Bil+Reconst Peitoral+Rmp
- III BOCA Trígono
Retromolar
78 2001 JMS 59 M Trígono Retromolar Esquerdo
T3N1M0 CEC GIII
Ressecção Do Tumor+Mucosa Jugal+Rebordo Alveolar+Amigdala+Palato Mole+Esvaz Cervical Bil+Reconst Peitoral+Rmp
- III BOCA Trígono
Retromolar
91
7 1991 FP 65 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N2AM0
CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
44 1998 AB 46 M Hipofaringe Bilateral Com Extensão Para Orofaringe
T2N0M0 CEC GIII
Faringectomia Parcial Ampliada Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
46 1998 MCS
49 M Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe
T2N1M0 CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
8 1992 SAM 61 M Hipofaringe Com Paralisia Corda Vocal
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
10 1992 IMF 51 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N2BM0
CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
54 2000 MISC
59 F Tumor De Hipofaringe Com Extensão Para A Base De Língua
T3N1M0 CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
62 2002 MIS 54 M Hipofaringe Com Extensão Para A Base De Língua
T3N0M0 CECC GII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
64 2002 DSD 63 F Tumor De Hipofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N1M0 CEC GIII
Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Rmp
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
67 2003 FPS 55 M Hipofaringe Com Extensão Para A Base De Língua
T3N1M0 CEC GII Faringlossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
92 2014 PAS 61 M Tumor De Hipofaringe T2N0M0 CECGIII
Ressecção De Tumor De Hipofaringe+Por Faringectomia Lateral E Anterior+ Esvaz Cerv Bil+Reconst Com Rmp
- II HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
102 2013 ERN 62 M Tumor De Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T4N1M0 CECGIII
Laringectomia Total Com Faringectia Parcial Ampliada +Esvaz Cervical Bil+ Reconstrução Com Rmp
- IVA HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
104 2015 SDN 68 M Tumor De Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T4N1M0 CECGIII Laringectomia Com Faringectomia Parcial Ampliada +Esvaz Cervical Bil+Resconstrução Com Rmp
- IVA HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
92
108 2014 AOS 61 M Tumor De Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T4N1M0 CECIII Laringectomia Total+Faringectomia Parcial+Esvaz Cervical Bil Radical Tipo Iii+Rmp À Esquerda
+ IVA HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
124 2004 LMS 66 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N2AM0
CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
125 2005 CSS 70 M Hipofaringe Com Paralisia Corda Vocal
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
126 2005 MRO
60 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
127 2005 JPS 56 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N2BM0
CEC GIV Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
+ IVA HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
136 2008 FPR 48 M Tumor De Hipofaringe Com Extensão Para A Base De Língua
T3N1M0 CECGIV Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
143 2010 CJB 52 M Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe
T2N0M0 CECGIV Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
33 1996 ME 56 M Hipofaringe Com Extensão Para Base De Língua
T3N1M0 CEC GII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
9 1992 GLA 72 M Hipofaringe Com Invasão De Laringe
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Hip (Outras
Regiões)
26 1995 AC 58 M Parede Lateral De Faringe
T2N1M0 CEC GIII Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Parede Lateral
30 1995 OD 60 M
Tumor De Parede Lateral De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CEC GIII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Parede Lateral
93
52 1999 BC 61 M
Tumor De Parede Lateral De Hipofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CEC GIV
Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Rmp
- II HIPOFARING
E Parede Lateral
1 1990 AB 63 M
Parede Lateral, Extensão Para Retrocricóide Com Paralisia De Corda Vocal
T3N1M0 CEC GII Faringectomia Parcial Ampliada + Laringectomia Total + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
+ II HIPOFARING
E Parede Lateral
18 1993 CRP 56 M
Tumor De Parede Lateral De Faringe Com Extensão Para Orofaringe
T2N1M0 CEC GIII
Faringectomia Parcial Ampliada + Ressecção De Orofaringe + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Parede Lateral
40 1997 JS 60 M
Tumor De Parede Lateral De Faringe Com Extensão Para A Laringe Com Paralisia
T3N1M0 CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
+ III HIPOFARING
E Parede Lateral
60 2002 ANA 67 F
Tumor De Parede Lateral De Hipofaringe Com Paralisia De Hemilaringe
T3N1M0 CEC GIV
Laringectomia Parcial + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil.+ Reconstrução Com Platisma
- III HIPOFARING
E Parede Lateral
14 1993 MAA 63 M
Tumor De Parede Lateral De Hipofaringe Com Paralisia De Hemilaringe
T3N1M0 CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Parede Lateral
25 1995 ASS 44 M Tumor De Parede Lateral De Faringe
T2N1M0 CEC GII
Faringectomia Parcial Ampliada Por Faringotomia Lateral + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
+ III HIPOFARING
E Parede Lateral
121 2004 SRS 68 M
Parede Lateral, Extensão Para Retrocricóide Com Paralisia De Corda Vocal
T3N1M0 CEC GII
Faringectomia Parcial Ampliada+Laringectomia Total+Esvaziamento Cervical Bil.+Reconstr. Platisma
+ III HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
132 2007 PJS 46 M
Tumor De Parede Lateral De Faringe Com Extensão Para Orofaringe
T2N1M0 CECGIII
Faringectomia Parcial Ampliada + Ressecção De Orofaringe + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
94
133 2007 GMM
57 M Tumor De Parede Lateral De Faringe
T2N1M0 CECGII Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
134 2007 LAF 60 M Tumor De Parede Lateral De Faringe
T2N1M0 CECGIII Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
135 2007 AMP 55 M
Tumor De Parede Lateral De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CECGII
Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Rmp
- II HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
141 2009 CGG
61 M
Tumor De Parede Lateral De Faringe Com Extensão Para A Laringe Com Paralisia
T3N1M0 CECGII
Faringectomia Parcial Ampliada+Laringectomia Total+Esvaziamento Cervical Bil.+Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E
Parede Lateral Faringe
16 1993 JAG 68 M
Tumor De Parede Posterior De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CEC GII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Parede
Posterior
5 1991 AS 48 M
Tumor De Parede Posterior De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CEC GII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Parede
Posterior
123 2004 ASF 65 M
Tumor De Parede Posterior De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CEC GII Faringectomia Parcial Ampliada+Esvaziamento Cervical Bil.+ Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E
Parede Posterior De
Hipof
95
130 2006 EZM 67 M
Tumor De Parede Posterior De Hipofaringe Com Extensão Para Orofaringe Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N0M0 CECGIV
Faringectomia Parcial Ampliada Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E
Parede Posterior De
Hipof
122 2004 PNJ 50 M Seio Piriforme T3N0M0 CEC GII
Laringectomia Total+Faringectomia Parcial Ampliada+Esvaziamento Cervical Bilateral+Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
4 1991 JFM 69 M Seio Piriforme T3N0M0 CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- II HIPOFARING
E Recesso Piriforme
11 1992 AFA 59 M
Tumor De Seio Piriforme Com Invasão De Laringe E Extensão Para Parede Posterior
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
17 1993 DS 65 M Tumor De Seio Piriforme Com Invasão De Laringe
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
35 1996 ACS 48 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para A Boca Do Esôfago E Paralisia De Hemilaringe
T3N2AM0
CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
38 1997 JAM 54 M Seio Piriforme Com Paralisia De Hemilaringe
T3N2AM0
CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
39 1997 ERF 58 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para Orofaringe E Paralisia De Hemilaringe
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
42 1997 JRS 62 M Seio Piriforme Direito T3N2BM
0 CEC GIII
Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
96
48 1998 VS 61 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para A Parede Posterior E Boca Do Esôfago
T3N1M0 CEC GIII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
56 2001 AR 63 F
Tumor De Seio Piriforme Esquerdo Com Paralisia De Hemilaringe
T3N1M0 CECGII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
57 2001 APC 65 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para Parede Posterior Com Paralisia De Hemilaringe
T3N2BM0
CECGIV Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
+ IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
65 2002 FPC 64 M
Tumor De Seio Piriforme Sem Paralisia De Cordas Vocais
T2N1M0 CEC GII
Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Rmp
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
68 2003 JFLF
59 M
Tumor De Seio Piriforme Esq Com Extensão Para Hemilaringe Esquerda
T3N1M0 CEC GIII
Laringectomia Supraglótica+Hemilaringectomia Esquerda Ampliada+Esv. Cerv. Bil. Tipoiii+Reconstrução Com Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
100 2012 AOS 61 M
Tumor De Seio Piriforme Esquerdo Com Invasão De Hemi Laringe E E Epiglote E Região Amigdaliana E
T4N1M0 CEC GIII
Laring Total+Faringect Parcial Ampliada+Esv Cerv Bil Tipo Iii+Reconst Com Rmp+ Artéria E Veia Facial Preservadas
- IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
111 2008 58 M
Tumor De Seio Piriforme Direito Com Extensão Para Hipofaringe
T2N2AM0
CECGIII
Faringectomia Parcial Ampliada Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
128 2005 ICS 64 M
Tumor De Seio Piriforme Com Invasão De Laringe E Extensão Para Parede Posterior
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
97
131 2006 FHS 58 M
Tumor De Seio Piriforme Com extensão para parede posterior de hipofaringe
T3N1M0 CECGII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
137 2008 JAM 54 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para Boca Do Esofago E Paralisia De Hemilaringe
T3N2AM0
CECGIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
139 2008 JRA 59 M
Tumor De Seio Piriforme Com Paralisia De Hemilaringe
T3N2AM0
CECGIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
+ IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
140 2009 RAF 62 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para Orofaringe E Paralisia De Hemilaringe
T3N1M0 CECGII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
142 2009 JSS 48 M Tumor De Seio Piriforme
T3N2BM0
CECGIII
Laringectomia Total+Faringectomia Parcial Ampliada+Esvaziamento Cervical Bilateral+Reconstr. Platisma
- IVA HIPOFARING
E Recesso Piriforme
144 2010 LAS 63 M
Tumor De Seio Piriforme Com Extensão Para A Parede Posterior E Boca Do Esôfago
T3N1M0 CECGIII Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Recesso Piriforme
37 1996 FLF 52 F
Tumor De Hipofaringe Retrocricóide Com Extensão Para A Boca Do Esôfago
T3N1M0 CEC GIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Retrocricóid
e
13 1993 WS 52 M Tumor Retrocricóide Com Extensão Para Boca Do Esôfago
T3N0M0 CEC GII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Retrocricóid
e
129 2006 MFS 69 M Tumor Retrocricóide Com Extensão Para Boca Do Esôfago
T3N0M0 CECGIII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Retrocricóid
e
98
138 2008 PRC 53 F
Tumor De Hipofaringe Retrocricóide Com Extensão Para A Boca Do Esôfago
T3N1M0 CECGII Laringectomia Total + Faringectomia Parcial Ampliada + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III HIPOFARING
E Retrocricóid
e
95 1997 WB 69 M Tumor De Laringe T2N0M0 CECGIII Laringectomia Fronto-Lateral+Reconstrução Com Rmp
- II LARINGE Glótica
184 2010 JFFF
54 M Tumor De Laringe Com Invasão De Faringe
T4N1M0 CECGIII Laringectomia Total+Esvaz Cervical Bil+Reconstrução Com Rmp
- IVA LARINGE Laringe Com Invasão De
Faringe
105 2015 LEL 64 M Tumor De Região Supraglótica
T2N1M0 CEC GIII Laringectomia Supraglótica + Esvaz Cervical Radical Tipoiii A D+ Sho A Esq + Reconstrução Com Rmp
- III LARINGE Supraglótica
97 1996 MMG
49 M Tumor De Laringe Com Invasão De Faringe
T4N1M0 CECGII Laringectomia Total+Esvaz Cervical Bil+Reconstrução Com Rmp
- IVA LARINGE Supraglótica
183 2010 MAE
N 57 F
Tumor De Região Supraglótica
T3N1M0 CECGII
Laringectomia Supraglótica+Hemilaringectomia Esquerda Ampliada+Faringectomia Parcial +Esv Cerv Bil +Reconstrução Rmp
- III LARINGE Supraglótica
93 1997 JFLF
57 M Tumor De Região Supraglótica
T3N1M0 CECGIII
Laringectomia Supraglótica+Hemilaringectomia Esquerda Ampliada+Faringectomia Parcial +Esv Cerv Bil +Reconstrução Rmp
- III LARINGE Supraglótica
55 2000 AI 50 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N1M0 CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
146 2011 HRA 57 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGIV Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
151 2012 SLS 59 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Região Amigdaliana
T3N2AM0
CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
2 1990 IL 65 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GIII Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
99
3 1990 HG 51 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GII Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
6 1991 JMT 45 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Pilar Amigdaliano
T3N0M0 CEC GII
Glossectomia Parcial À Direita + Ressecção De Tumor Do Pilar Amigdaliano + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
15 1993 WAG
60 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GIII Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
19 1994 JBS 69 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Assoalho De Boca
T3N1M0 CEC GII
Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
20 1994 AAF 53 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Região Amigdaliana
T3N2AM0
CEC GIII
Glossectomia Parcial À Direita + Ressecção De Tumor Do Pilar Amigdaliano + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
21 1994 JDL 66 M Tumor De Base De Língua + Região Amigdaliana Direita
T3N2BM0
CEC GIII
Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
22 1994 AMS 58 F Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
24 1995 JAR 69 F Tumor De Base De Língua
T2N2AM0
CEC GIII Pelviglossectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
27 1995 MJS 66 F Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
28 1995 MP 62 F Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2BM0
CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
29 1995 RVF 68 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N2AM0
CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Mandibulectomia Marginal + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
+ IVA OROFARINGE Base De Língua
10
0
31 1995 AD 52 M Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
32 1996 SE 50 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N0M0 CEC GII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
34 1996 ALF 58 M Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
36 1996 PRS 45 M
Tumor De Parede Posterior De Hipofaringe Com Extensão Lateral Para Região Amigdaliana
T3N1M0 CEC GIII
Ressecção De Tumor De Orofaringe + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
41 1997 MSS 58 M Tumor De Base Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
47 1998 JA 67 M Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CEC GII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
49 1999 JA 51 M Tumor De Base Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
51 1999 JGS 57 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GIII Faringoglossectomia Parcial+ Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Com Rmp
- III OROFARINGE Base De Língua
58 2001 JGF 52 M Tumor De Base De Língua + Região Amigdaliana Direita
T3N1M0 CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cerv. Bil. + Reconst Rmp
- III OROFARINGE Base De Língua
59 2001 PGF 49 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Pilar Amigdaliano
T3N2AM0
CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
10
1
61 2002 GAN
R 54 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N1M0 CEC GIII
Pelveglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
66 2003 SFR 57 M Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CECGIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
147 2011 LOA 47 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Pilar Amigdaliano
T3N0M0 CECGII
Glossectomia Parcial À Direita + Ressecção De Tumor Do Pilar Amigdaliano + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
149 2011 DS 51 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGIV Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
150 2012 RLS 46 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
152 2012 MAL 49 M Tumor De Base De Língua+Região Amigdaliana Direita
T3N2BM0
CECGIV
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial Por Faringotomia Anterior E Lateral + Esvaziamento Cerv. Bil. + Reconst Rmp
- IVA OROFARINGE Base De Língua
153 2012 TBL 50 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
154 2012 MAF
B 67 F
Tumor De Base De Língua Com Exensão Para Pilar Amigdaliano
T3N2AM0
CECGIV
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstrução Com Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
155 2012 IRL 62 M Tumor De Base De Língua
T3N2AM0
CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
156 2012 CJB 60 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
1
02
157 2013 SPS 68 F Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2BM0
CECGIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
158 2013 ARS 58 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N2AM0
CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Mandibulectomia Marginal + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
159 2013 NAS
F 53 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
160 2013 ARS 48 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N0M0 CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
161 2013 PMG
53 F Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CECGIV Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
162 2013 MSS 56 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
163 2013 CMF
S 44 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
164 2005 RRP 55 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Assoalho De Boca
T3N1M0 CECGIV
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
165 2005 BDR 63 M Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CECGII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
166 2005 EAS 52 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
1
03
43 1997 MBS
J 46 F
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N2AM0
CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
45 1998 SMS 65 M Base De Língua Com Extensão Para Assoalho
T3N1M0 CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Ressecção De Assoalho + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
145 2010 ZAO 64 F Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGII Pelviglossectomia + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
23 1994 LB 70 M
Tumor De Base De Língua Com Extensão Para Pilar Amigdaliano
T3N2AM0
CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- IVA OROFARINGE Base De Língua
53 2000 OJS 48 M Tumor De Base De Língua Com Extensão Para A Hipofaringe
T3N2AM0
CEC GII
Pelveglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstrução Com Platisma
+ IVA OROFARINGE Base De Língua
63 2002 JMH 56 M Tumor De Base De Língua
T3N0M0 CEC GIII Faringoglossectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Base De Língua
94 1997 IVG 81 F Tumor De Orofaringe T3N0M0 CECGIII Ressecção De Tumor Orofaringe+Esvaz Cervical Radical Tipoiii+Reconstrução Com Rmp
- III OROFARINGE Orofaringe
96 1996 JVJ 61 M Tumor De Orofaringe T3N0M0 CECGIII Pelveglossectomia Parcial+Esvaz Cervical Bil Radical Tipo Iii
- III OROFARINGE Orofaringe
148 2011 RTM 45 F Tumor De Orofaringe Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CECGIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Orofaringe
50 1999 LSG 54 M Tumor De Orofaringe Com Extensão Para Hipofaringe
T3N0M0 CEC GIII
Pelviglossectomia Parcial + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Oro-
Hipofaringe
12 1992 JAS 61 M Tumor De Orofaringe Com Extensão Para Hipofaringe
T3N1M0 CEC GII
Ressecção De Tumor De Orofaringe + Faringectomia Parcial + Esvaziamento Cervical Bil. + Reconstr. Platisma
- III OROFARINGE Oro-
Hipofaringe
10
4
101 2013 JCRM
62 M Tumor Extenso Oro+Hipo+Rinofaringe
T4N1M0 CECGIII
Ressecção De Tumor Exenso De Orofaringe+Hipofaringe+Rinofaringe Com Esv Cervical Bil+Faringectomia Anterior+ Reconst Com Rmp
+ IVA OROFARINGE Oro-Hipo-
Rinofaringe
103 2013 CJS 45 M Tumor Extenso Oro+Hipo+Rinofaringe
T4N2AM0
CECGIII
Resecção De Tu Extenso De Oro+Hipo+Rinofaringe+Esvaz Cerv Bil+ Faringectomia Anterior E Lateral+ Reconst Com Rmp
- IVA OROFARINGE Oro-Hipo-
Rinofaringe
77 1998 DM 64 M Tumor De Palato Mole
T2N0M0 CEC GII Ressecção De Tumor De Palato+Evaziamento Cervical Uni+Reconstrução Com Rmp
- II OROFARINGE Palato Mole
71 2000 PRS 58 M Palato Mole+Pilar Amigdaliano+Base De Língua
T3N1M0 CEC GIII Palatectomia+Pelviglossectomia Parciald+Esvaziamento Cervical Bil+Reconstrução Rmp
- III OROFARINGE Palato Mole
83 2000 JTP 58 M
Tumor De Palato Mole +Pilar Amigaliano E Base De Língua
T4N1M0 CEC GIV Ressecção De Tu De Palato+ Esvaz Cervical Bil Tipo Iii+ Reconstrução Com Rmp
- IVA OROFARINGE Palato Mole
81 2001 RPN 48 M Tumor De Palato Mole
T3N0M0 CEC GII
Ressecção De Tu De Orofaringe+Esvaz Cervical Radical Tipo Iii E +Esvaz Cerv Lat Ii,Iii E Iv D+ Reconstrução Com Rmp
- III OROFARINGE Palato Mole
10
5
Anexo 8 – Banco de dados 2.
Num Sub-
localização
Dieta e
Deglutição
Ligadura
de Vasos
Faciais
Voz
Aspiração
da Dieta
no Pós
Traqueostomia Complicaç
ões Resp,
Necroses
Parcias -
RMP
Necroses
totais-
RMP
Infecção
Cervical
Infecção
local
reconst.
Necrose
parcial
pele
cervical
175 Assoalho
Bucal Normal _ Laringea N Prov - - - - - -
70 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
120 Assoalho
Bucal Normal + Laringea P Prov - - - - - +
74 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
76 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
85 Assoalho
Bucal Normal + Laringea P Prov - - - - - -
109 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
117 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
69 Assoalho
Bucal Normal + Laringea P Prov - + - - - -
84 Assoalho
Bucal Normal + Laringea P Prov - + - - - -
116 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - + - - - +
181 Assoalho
Bucal Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - + - - - -
86 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
110 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - - - - - -
10
6
107 Assoalho
Bucal Normal + Laringea N Prov - + - - - -
72 Assoalho
Bucal Pastosa/Liquida + Laringea N Prov - - + + - +
176 AB com invasão
Mandíbula Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - + - - - -
173 AB com invasão
Mandíbula Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
171 AB com invasão
Mandíbula Normal + Laringea N Prov + + + - + -
73 Labial Normal + Laringea N Prov - - - - - -
90 Labial Normal + Laringea P Prov - - - - - -
91 Língua Normal - Laringea N Prov - - - - - -
99 Língua Normal - Laringea P Prov - - + - + -
167 Língua Normal _ Laringea N Prov - - - - - -
170 Língua Normal _ Laringea P Prov - - - - - +
75 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
82 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
87 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
88 Língua Normal + Laringea P Prov - - - - - -
106 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
112 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
113 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
114 Língua Pastosa/Liquida + Laringea P Prov + - - - - +
115 Língua Normal + Laringea P Prov - - - - - -
118 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
119 Língua Normal + Laringea P Prov - - - - - -
168 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
169 Língua Normal + Laringea P Prov - - + - - -
172 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
174 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
177 Língua Normal + Laringea P Prov - - - - - -
178 Língua Normal + Laringea N Prov - - - - - -
10
7
182 Língua Normal + Laringea P Prov - - - - - -
80 Língua Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - + + - - -
89 Língua Normal + Laringea N Prov - + - - - -
79 Mucosa Jugal
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
179 Mucosa Jugal
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
98 Labial Normal - Laringea N Prov - - - - - -
180 Trígono
Retromolar Normal + Laringea P Prov - - + - + -
78 Trígono
Retromolar Normal + Laringea N Prov + + - - - -
7 Hip (Outras
Regiões) Pastosa/Liquida +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
44 Hip (Outras
Regiões) Normal - Laringea P Prov - - - - - -
46 Hip (Outras
Regiões) Normal - Laringea P Prov - - - - - -
8 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
10 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
54 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea N Def - - - - - -
62 Hip (Outras
Regiões) Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - + -
64 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea P Prov - - - - - -
67 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea P Prov - - - - - -
92 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea P Prov - - - - - -
102 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
104 Hip (Outras
Regiões) Pastosa/Liquida +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
10
8
108 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
124 Hip (Outras
Regiões) Pastosa/Liquida +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
125 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
126 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
127 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
136 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea P Prov - - - - - -
143 Hip (Outras
Regiões) Normal + Laringea P Prov - - - - - -
33 Hip (Outras
Regiões) Pastosa/Liquida + Laringea P Prov + ´- - - - -
9 Hip (Outras
Regiões) Normal +
Outro Tipo
N Def - - - + - +
26 Parede Lateral
Normal - Laringea P Prov - - - - - -
30 Parede Lateral
Normal - Laringea P Prov - - - - - -
52 Parede Lateral
Normal - Laringea N Def - - - - - -
1 Parede Lateral
Normal + Outro Tipo
P Prov - - - - - -
18 Parede Lateral
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
40 Parede Lateral
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - + -
60 Parede Lateral
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
14 Parede Lateral
Normal + Outro Tipo
N Def - ´- - - - -
25 Parede Lateral
Normal + Laringea P Prov - - - + - +
1
09
121 Parede Lateral Faringe
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
132 Parede Lateral Faringe
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
133 Parede Lateral Faringe
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
134 Parede Lateral Faringe
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
135 Parede Lateral Faringe
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
141 Parede Lateral Faringe
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
16 Parede
Posterior Normal - Laringea P Prov - - - - - -
5 Parede
Posterior Normal + Laringea P Prov - - - - - -
123 Parede
Posterior De Hipof
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
130 Parede
Posterior De Hipof
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
122 Recesso Piriforme
Normal - Outro Tipo
N Def - - - - - -
4 Recesso Piriforme
Normal - Outro Tipo
N Def - - - + - +
11 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
17 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
1
10
35 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
38 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
39 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
42 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
48 Recesso Piriforme
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
56 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Outro Tipo
N Def + - - - - -
57 Recesso Piriforme
Liquida + Outro Tipo
N Def - - + - + -
65 Recesso Piriforme
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
68 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
100 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Outro Tipo
N Def - - - - - -
111 Recesso Piriforme
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
128 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
131 Recesso Piriforme
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
137 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Outro Tipo
N Def - - - - - -
139 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Outro Tipo
N Def - - - - - -
140 Recesso Piriforme
Normal + Outro Tipo
N Def - - - - - -
142 Recesso Piriforme
Pastosa/Liquida + Outro Tipo
N Def - - - - - +
144 Recesso Piriforme
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
1
11
37 Retrocricóid
e Normal -
Outro Tipo
N Def - - - - - -
13 Retrocricóid
e Pastosa/Liquida +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
129 Retrocricóid
e Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
138 Retrocricóid
e Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
95 Glótica Normal - Laringea P Prov - - - - - -
184 Laringe Com Invasão De
Faringe Normal +
Outro Tipo
N Def - - - - - -
105 Supraglótica Normal - Laringea P Prov _ - - - - -
97 Supraglótica Normal _ outro Tipo
N Prov - - - - - -
183 Supraglótica Normal _ Laringea P Prov - - - - - -
93 Supraglótica Normal + Laringea P Prov - - - - - -
55 Base De Língua
Normal - Laringea P Prov - - - - - -
146 Base De Língua
Normal _ Laringea N Prov - - - - - -
151 Base De Língua
Pastosa/Liquida _ Laringea P Prov + - - - - -
2 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
3 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
6 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
15 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
19 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
20 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
11
2
21 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
22 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
24 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
27 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
28 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
29 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
31 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
32 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
34 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
36 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
41 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
47 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
49 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
51 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
58 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
59 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
61 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
66 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
1
13
147 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
149 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
150 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
152 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - +
153 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
154 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
155 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
156 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
157 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
158 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - -
159 Base De Língua
Liquida + Laringea P Prov + - - - - -
160 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - - - - - +
161 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov - - - - +
162 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
163 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
164 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
165 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov - - - - - -
166 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov + - - - - +
1
14
43 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea N Def + + - - - -
45 Base De Língua
Normal + Laringea P Prov - + - - - -
145 Base De Língua
Normal + Laringea N Prov + + - - - -
23 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - + + - +
53 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - + - +
63 Base De Língua
Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - + + + +
94 Orofaringe Normal - Laringea P Prov - - - - - -
96 Orofaringe Normal - Laringea P Prov + + - - - -
148 Orofaringe Normal + Laringea P Prov - - - - - -
50 Oro-
Hipofaringe Normal - Laringea P Prov _ + - - - -
12 Oro-
Hipofaringe Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
101 Oro-Hipo-
Rinofaringe Normal + Laringea P Prov - - - - + -
103 Oro-Hipo-
Rinofaringe Normal + Laringea P Prov - - - - - -
77 Palato Mole Normal + Laringea N Prov - - - - - -
71 Palato Mole Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
83 Palato Mole Pastosa/Liquida + Laringea P Prov - - - - - -
81 Palato Mole Normal + Laringea P Prov - - - + - +
11
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