Upload
trinhtuyen
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico
Faculdade de Enfermagem
Sylvia Gonzalez de Queiroz
Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia
Rio de Janeiro
2008
Sylvia Gonzalez de Queiroz
Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia
Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Enfermagem, Saúde e Sociedade.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro
Rio de Janeiro
2008
CATALOGAÇÃO DA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/CBB
Q3 Queiroz, Sylvia Gonzalez de.
Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia / Sylvia Gonzalez de Queiroz. - 2008.
97 f.
Orientadora: Maria Yvone Chaves Mauro. Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Faculdade de Enfermagem. 1. Enfermagem do trabalho. 2. Enfermeiros - Avaliação de
riscos de saúde. 3. Qualidade de vida no trabalho. 4. Câncer - Enfermagem. I. Mauro, Maria Yvone Chaves. II. Universidade do Estado do Rio Janeiro. Faculdade de Enfermagem. III. Título.
CDU
614.253.5
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação.
_______________________________ _______________________ Assinatura Data
i.exe
Sylvia Gonzalez de Queiroz
Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Enfermagem, Saúde e Sociedade.
Aprovada em 13 de março de 2008.
Banca Examinadora:
___________________________________________________ Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro (Orientadora) Faculdade de Enfermagem da UERJ ___________________________________________________ Profª. Drª. Regina Célia Gollner Zeitoune Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ
___________________________________________________ Profª. Drª. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza Faculdade de Enfermagem da UERJ
Rio de Janeiro
2008
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai, que com seu exemplo de superação e luta me ensinou a persistir e
superar dificuldades.
Aos meus filhos, que compreenderam os momentos em que estive ausente.
Ao meu marido Wagner, companheiro incansável nas lutas diárias.
Aos meus colegas do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer, queridos companheiros que contribuíram muito para o
desenvolvimento deste estudo.
Aos enfermeiros do Hospital do Câncer I - INCA que disponibilizaram parte do seu
tempo para participar do estudo.
À equipe amiga do Programa de Saúde do Trabalhador da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil – SESDEC, pelo apoio e exemplo de profissionalismo na
luta por melhores condições de trabalho.
Aos meus colegas do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia.
AGRADECIMENTOS
A Deus, Luz que guia meus passos direcionando minhas ações
Aos Pacientes do Instituto Nacional do Câncer, cuja força na
luta pela vida me ensina a superar as dificuldades que a existência nos
impõe...
À Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro, minha orientadora, pela
contribuição, amizade, apoio, carinho, atenção e envolvimento na
concretização desta pesquisa. Minha admiração pela competência e
dedicação na luta por melhores condições de trabalho para a Enfermagem.
Meu agradecimento eterno.
À Profª. Drª. Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, meu
agradecimento pelas contribuições iniciais que foram relevantes para acreditar
na possibilidade de realização do estudo em toda a sua abrangência.
RESUMO
QUEIROZ, Sylvia Gonzalez de. Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia. 2008. 97 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
O presente estudo teve como objeto as condições de trabalho e a saúde dos enfermeiros no contexto organizacional de uma instituição oncológica. A minha experiência profissional em oncologia em uma Instituição, referência em oncologia clínica e cirúrgica, que desenvolve ações no âmbito assistencial, de ensino e pesquisa, possibilitou-me observar o processo de trabalho dos enfermeiros. Verifiquei a incidência freqüente de licenças médicas para tratamento da saúde e a ocorrência de transtornos de ordem física e mental relacionados ao estresse, trabalho em turnos, sobrecarga de trabalho por déficit de recursos humanos, além das dificuldades do enfermeiro em lidar com situações adversas relacionadas ao tratamento de clientes oncológicos. Trata-se de um estudo não experimental, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e aporte qualitativo. Este estudo possibilitou identificar os fatores de risco no trabalho a que estavam expostos os enfermeiros oncológicos, descrevendo as condições do ambiente de trabalho e a percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde que foram provocados ou agravados pelo trabalho. Concluiu-se que as condições de trabalho podem interferir diretamente na saúde desses profissionais, haja vista que o problemas de saúde apontados pelos enfermeiros estão intimamente ligados ao cuidado realizado por estes profissionais. Dos problemas provocados pelo trabalho, destacam-se: lesão por material pérfuro-cortante (67%), estresse (52%), mudanças de humor (50%), doenças de pele (46%) dores lombares (45%) e depressão (33%). O estudo evidenciou que deve haver um empenho por parte da organização e da própria categoria para reivindicar melhores condições de trabalho com o objetivo de transformar o processo de trabalho, facilitando a realização das atividades relacionadas ao cuidar e da promoção da saúde do cuidador. A conscientização sobre a possibilidade de adoecimento pelo trabalho deve incentivar o profissional na realização de práticas seguras e na utilização de dispositivos de segurança, principalmente pela implementação de medidas preventivas que possam possibilitar um estilo de trabalho mais saudável.
Palavras-chave: Condições de trabalho. Adoecimento. Enfermeiros oncológicos. Saúde ocupacional.
ABSTRACT
The present study it had as object the conditions of work and the health of the
nurses in the context of a oncology institution. My professional experience in
oncology in an Institution, reference in clinical and surgical oncology, that develops
action in the care scope, of education and research, made possible to observe me
the process of work of the nurses, verified the frequent incidence of medical licenses
for treatment of the health and the occurrence of related upheavals of physical and
mental order to stress it, work in turns, overload of work for deficit of human
resources, beyond the difficulties of the nurse in dealing with related adverse
situations to the treatment of oncológicos customers. One is about a not experimental
study, of descriptive character, with quantitative boarding and arrives in port
qualitative. This study work made possible to identify to the factors of risk no the one
that were displayed the oncology nurses, describing the conditions do surrounding of
dos work and the perception nurses on the health problems that had been provoked
or aggravated of work. It was concluded that the work conditions can intervene
directly with the health of these professionals, has since the problems of health
pointed by the nurses are closely on to the care carried through for these
professionals. Of the problems provoked for the work, they are distinguished: Injury
for drill-cutting material (67%), stress (52%), mood changes (50%), skin illnesses
(46%) lumbar pains (45%)e depression (33%). The study it evidenced that it must
have a persistence on the part of the organization and the proper category
demanding better conditions of work, with the objective to transform the work
process, facilitating the accomplishment of the activities related when taking care of
and of the promotion of the health of the caregiver. The awareness on the possibility
of sickness for the work must stimulate the professional in the accomplishment of
practical insurances and the use of security devices, mainly for the implementation of
writs of prevention that can make possible a style of more healthful work.
Keywords: Conditions of work. Illness. Oncology nurses. Occupational health.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 -
Riscos ocupacionais percebidos freqüentemente e às vezes
pelos enfermeiros no Centro de Transplante Medula Óssea,
Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de Terapia
Intensiva de uma instituição Oncológica ..................................
61
Gráfico 1 - Aspectos percebidos pelos enfermeiros em relação às
condições de trabalho – Temperatura inadequada ..................
65
Quadro 2 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços
de enfermagem sobre os locais de trabalho e instalações .......
67
Quadro 3 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços
de enfermagem sobre maquinaria (equipamentos), tecnologia
e ferramentas (instrumentais) ...................................................
68
Quadro 4 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços
de enfermagem sobre substâncias e materiais utilizados .......
69
Quadro 5 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços
de enfermagem sobre fatores ergonômicos ............................
70
Quadro 6 - - Percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde e
sua relação com as condições de trabalho ..............................
71
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantitativo de enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI Pediátrica ...........................................................................
43
Tabela 2 - Funcionários e servidores por curso de graduação – INCA novembro/2004 a março/2005 ..................................................
44
Tabela 3 - Características pessoais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) ...................................................
51 Tabela 4 - Características profissionais dos Enfermeiros lotados no
Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) ...................................................
53 Tabela 5 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o
vínculo empregatício em relação à qualidade do lazer p = 0.1813 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................
55 Tabela 6 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o
vínculo empregatício em relação à qualidade do repouso p = 0.1506 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................
56 Tabela 7 - Cálculo do IMC – Índice de massa corporal da amostra (n=29) 57
Tabela 8 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a
realização de atividade física em relação índice de massa corporal p= 0.2348 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ............
57
Tabela 9 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com os hábitos alimentares em relação índice de massa corporal p= 0.6565 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................
58 Tabela 10 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o
número de vínculos em relação ao lazer p= 0.3668 - teste de fisher ou Qui-Quadrado .......................................................
58 Tabela 11 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o
número de vínculos em relação ao repouso p= 0.06621 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ..............................................
59 Tabela 12 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a
carga horária em relação ao repouso p= 0.0071 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ............................................................
60
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
Objeto do estudo e contextualização ..................................................... 12
Questões norteadoras ............................................................................. 14
Objetivos do estudo ................................................................................. 15
Justificativa do estudo ............................................................................. 15
Relevância ................................................................................................. 16
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 18
1.1 Trabalho ..................................................................................................... 18
1.2 Ambiente de trabalho .............................................................................. 21
1.3 Condições de trabalho ............................................................................ 23
1.4 O processo de saúde-doença e a influência do trabalho ..................... 26
1.5 Saúde do trabalhador .............................................................................. 29
1.6 O trabalho no contexto hospitalar ......................................................... 30
1.7 O trabalho de enfermagem ...................................................................... 32
1.8 Riscos do trabalho de enfermagem ....................................................... 35
1.9 Importância da participação dos trabalhadores na avaliação das condições de trabalho .............................................................................
38
2 METODOLOGIA 40
2.1 Tipo de estudo .......................................................................................... 40
2.2 Dados da instituição e período de realização do estudo ..................... 40
2.3 Cenário do estudo ................................................................................... 42
2.4 Critérios de inclusão e exclusão ............................................................ 43
2.5 População ................................................................................................. 43
2.6 Aspectos éticos ........................................................................................ 45
2.7 Coleta de dados ........................................................................................ 45
2.8 Tratamento e análise dos dados ............................................................. 49
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 51
3.1 Características pessoais e profissionais dos enfermeiros dos setores estudados ...................................................................................
51
3.2 Cuidados com a própria saúde ............................................................... 55
3.3 Fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos locais de trabalho ..............................................................................
61
3.4 Percepção sobre os problemas do ambiente e condições de trabalho .....................................................................................................
65
3.5 Percepção dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre os problemas nos locais de trabalho .....................................................
66
3.6 Percepção dos enfermeiros sob re os problemas de saúde e sua relação com as condições de trabalho ..................................................
71
4 CONCLUSÃO ............................................................................................. 74
5 RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 76
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 77
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................. 82
APÊNDICE B – Instrumento de Coleta de Dados ...................................... 84
ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética do INCA ................................ 95
ANEXO B – Autorização dos autores para tradução e utilização do
instrumento .................................................................................................
96
ANEXO C – Aprovação do Comitê de Ética do Hospital Universitário
Pedro Ernesto para realização do projeto "Inovação de Gestão das
condições de trabalho em saúde para hospitais do Sistema Único de
Saúde - SUS/BRASIL" ................................................................................
97
12
INTRODUÇÃO A minha experiência profissional em oncologia em uma Instituição, referência
em oncologia clínica e cirúrgica, que desenvolve ações no âmbito assistencial, de
ensino e pesquisa, possibilitou-me observar o processo de trabalho dos enfermeiros,
verificando a incidência freqüente de licenças médicas para tratamento da saúde e a
ocorrência de transtornos de ordem física e mental relacionados ao trabalho e às
dificuldades do enfermeiro em lidar com situações adversas relacionadas ao
tratamento de clientes oncológicos. Estes são motivos que podem favorecer o
adoecimento, distúrbios do sono, consumo de álcool e drogas, acidentes e doenças
osteomusculares.
A motivação para realizar este estudo surgiu também de uma pesquisa
multicêntrica sob a coordenação da orientadora deste estudo que objetiva o
conhecimento das condições de trabalho da enfermagem, cujos resultados obtidos,
a partir da aplicação do questionário utilizado, auxiliaram na validação do referido
instrumento de coleta de dados.
A assistência de enfermagem em oncologia caracteriza-se pela exigência de
um conhecimento técnico-científico qualificado e um desgaste profissional acima da
média, originário das demandas excessivas de energia, gerando estresse de
maneira insidiosa, cumulativa e progressiva. (CLARK; MC GEE, 1997).
O cuidado de enfermagem em oncologia reveste-se de grande complexidade,
requerendo do profissional uma competência que vai além da esfera técnico-
científica, com implicações em várias facetas do seu existir dado o esforço para
viabilizar um cuidado ético. (POPIM, 2001).
A convivência freqüente com a morte expõe o profissional a experiências e
vivências de angústia e sofrimento, trazendo-lhe a antevisão de sua própria morte ou
lembranças de confronto com a mesma, podendo levá-lo ao esgotamento psíquico,
conhecido como burnout, que pode ser entendido como um estado de exaustão
prolongada e perda de interesse, advindo da rotina de enfrentamento de situações
que evidenciam a finitude, como é o caso em oncologia.
Objeto do estudo e contextualização
O presente estudo teve como objeto abordar as condições de trabalho e sua
13
relação com os problemas de saúde a partir da percepção dos enfermeiros que
trabalham em três setores especializados no tratamento de pacientes críticos de
uma instituição oncológica.
A prática profissional em oncologia é pautada pelo alto nível de conhecimento
tecnológico e a necessidade constante de capacitação e desenvolvimento
profissional devido às mudanças constantes do conhecimento. Não obstante, a
heterogeneidade das doenças malignas, a variabilidade de prognósticos, a
imprevisibilidade da trajetória saúde-doença, a confrontação com desfigurações
corporais, deficiências, dor e morte, a confrontação com emoções de clientes e
familiares e a incapacidade de restaurar a saúde podem causar no enfermeiro
oncológico um sentimento de fracasso repetido.
O interesse para desenvolver este estudo surgiu a partir do meu cotidiano
profissional em oncologia, onde o trabalho de enfermagem ocupa grande parte do
tempo do profissional. A maioria possui uma dupla ou tripla jornada de trabalho em
ambientes que os expõem a riscos, podendo interferir na qualidade de vida destes
enfermeiros, fato que está relacionado diretamente com as questões relativas à
saúde do trabalhador, além de sua relevância na prevenção do adoecimento e na
promoção da saúde do enfermeiro.
Este estudo pretende conhecer as condições de trabalho e os problemas de
saúde do enfermeiro, que trabalha em setores que prestam assistência a pacientes
críticos em um hospital especializado, no atendimento à patologia neoplásica
maligna e a percepção dos enfermeiros sobre a relação entre adoecimento e
trabalho.
Vale ressaltar que a abrangência do tema não permitirá uma única conclusão.
Estudos de Pitta (1990), Bulhões (1994), Leopardi et al. (1999) e Mauro (2005)
demonstram que o processo de promoção da saúde no trabalho é dinâmico, fato que
torna pertinente o estudo em questão, favorecendo uma reflexão por parte dos
profissionais e dos gestores das instituições de saúde.
O trabalho do enfermeiro em oncologia é também influenciado pelo ambiente
físico, exigindo conhecimento técnico-científico e equilíbrio emocional para lidar com
o complexo processo de saúde-doença.
Segundo Dejours (1992), esta situação está relacionada aos componentes
afetivos negativos desencadeados ou agravados pelo processo de trabalho. A
ansiedade em situações de risco elevado decorre do medo presente nas
14
organizações com mecanismos de controle rígidos e severos e dos efeitos psíquicos
adversos das organizações do trabalho que geram tarefas vazias de conteúdo,
monótonas e repetitivas.
Os conceitos de Dejours sugerem que, quando a organização do trabalho
entra em conflito com o funcionamento psíquico dos homens e estão bloqueadas
todas as possibilidades de adaptação entre a organização do trabalho e do desejo
dos sujeitos, poderá emergir o sofrimento patogênico que pode ser compreendido
como um processo dinâmico, onde os profissionais criam estratégias defensivas
para se proteger.
A partir destas considerações, observa-se a necessidade de refletir sobre esta
organização que, com freqüência, favorece o adoecimento do enfermeiro como, por
exemplo, a jornada intensa de trabalho que, muitas vezes, é exaustiva.
Considera-se também que o hospital, como local de trabalho, é
reconhecidamente uma empresa que apresenta uma variedade de riscos à saúde,
onde as condições de exposição, já são reconhecidas como condições insalubres
pela legislação trabalhista. (BRASIL, 1994).
A partir de verbalizações no ambiente de trabalho, observei que os
enfermeiros oncológicos almejam o reconhecimento deste problema. Neste sentido,
o presente estudo poderá contribuir para o desenvolvimento de estratégias para lidar
com os fatores de riscos que são inerentes ao processo, como também para a
reformulação da organização do trabalho de enfermagem, com ênfase na divisão do
trabalho para garantir a divisão de tarefas, representadas pelas hierarquias, as
repartições de responsabilidade e os sistemas de controle. Estas, com freqüência,
ocorrem de maneira inadequada e perversa, impondo ao profissional a aceitação de
determinadas situações como algo intransponível ou dognificador e, dessa maneira,
geradores de sofrimento psíquico e físico.
Questões norteadoras 1. Quais os fatores de riscos relacionados às condições de trabalho que
podem estar influenciando a saúde dos Enfermeiros?
2. Qual a percepção dos Enfermeiros sobre a relação entre os problemas de
saúde e as condições de trabalho?
15
Objetivos do estudo
Objetivo geral Estudar as condições de trabalho e os problemas de saúde segundo a
percepção dos enfermeiros oncológicos.
Objetivos específicos 1. Caracterizar o perfil pessoal, profissional e cuidados com a própria saúde dos
enfermeiros oncológicos;
2. Identificar os fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros
oncológicos nos locais de trabalho;
3. Analisar as condições do ambiente de trabalho dos enfermeiros oncológicos;
4. Discutir os problemas de saúde apontados pelos enfermeiros, provocados ou
agravados pelo trabalho.
Justificativa do estudo Os enfermeiros oncológicos vivenciam situações de penosidade, sofrimento e
morte, agravadas pelas características do processo e do ambiente de trabalho.
Sabe-se da dificuldade desses profissionais em perceber no processo de
trabalho as condições capazes de gerar doenças e/ou acidentes. Algumas
patologias são de caráter irreversível, enquanto outras podem ser previsíveis. Por
esta razão, todo conhecimento produzido deveria ser utilizado para a prevenção dos
problemas de saúde apresentados por esses trabalhadores. (MAURO, 2005).
Entretanto, observou-se, com freqüência, uma atitude de desprendimento do
próprio trabalhador, que emprega toda sua energia a seus clientes e ao progresso
dos conhecimentos científicos e tecnológicos, abstendo-se de prestar atenção às
suas próprias necessidades de saúde e de lazer.
Neste sentido, foi verificado que o ambiente de trabalho é diversificado e
organizado de acordo com suas peculiaridades, caracterizado pela assistência ao
cliente oncológico com prognósticos imprevisíveis, portadores de doenças pré-
existentes, exigindo dos profissionais competência técnica e equilíbrio psíquico para
lidar com as situações apresentadas no cotidiano de uma instituição oncológica. O
enfermeiro é obrigado a adaptar-se a tudo isto, orientando-se através das políticas e
normas organizacionais da instituição.
16
Segundo Leopardi e Lunardi Filho (1999), as instituições de saúde
proporcionam um trabalho insalubre e desgastante, mas continua sendo um lugar
criado pelos e para os seres humanos o que significa, fundamentalmente, que eles
mesmos, técnicos e indivíduos que procuram atendimento das necessidades de
saúde, deverão ser eles próprios os melhores agentes da transformação.
A participação dos trabalhadores é considerada essencial para a identificação
dos fatores de risco presentes no trabalho e das repercussões destes sobre o
processo saúde-doença. Também é fundamental para a transformação das
condições geradoras de acidentes e doença. Na atualidade, o crescimento das
relações informais e precárias de trabalho exige a criação ou identificação de novas
modalidades de representação dos trabalhadores, para além das organizações
sindicais tradicionais. (SILVEIRA; RIBEIRO; LINO, 2005).
Relevância Este estudo permite reflexões sobre questões relativas à saúde e condições
de trabalho do enfermeiro que atua em oncologia, cuja atuação profissional vai além
da atividade técnico-científica, pois o cotidiano desses profissionais envolve um
cenário de dor, sofrimento, esperança e cura.
Este contexto profissional exige do Enfermeiro um movimento de doação, pois
o ato de cuidar, em oncologia, é uma atividade onde as exigências psicológicas do
paciente e família vão além do simples cuidado físico.
De acordo com Pitta (1990), o hospital pode ser entendido como um espaço
mítico, aonde as exigências psicológicas do paciente e família vão além do simples
cuidado físico, verificações dos sinais vitais e aplicações das terapêuticas. O sorriso,
a atenção, a bondade, o calor humano e o conhecimento técnico também são
necessidades a serem atendidas. Segundo esta autora, a atividade de lidar com a
dor, doença e morte tem sido identificada como condição insalubre, penosa e difícil
para todos.
Ainda, segundo Pitta (1990), a sobrecarga mental, acrescida da carga física, é
geradora de alterações afetivas, desencadeando fenômenos de ordem psicológica,
psicossociológica e ainda neurofisiológica. É crescente o número de publicações
referentes a agravos psíquicos, medicalização e suicídios de médicos e
enfermeiros.
A partir destas considerações, observou-se a necessidade de desenvolver
17
este estudo para refletir sobre a saúde dos trabalhadores de enfermagem,
entendendo que a promoção da saúde não se ocupa apenas de promover o
desenvolvimento das habilidades pessoais e da capacidade da pessoa de influir
sobre os fatores que determinam a saúde, mas incluir, também, a intervenção sobre
o meio ambiente, para reforçar tanto aqueles fatores que sustentam estilos de vida
saudáveis como para modificar aqueles que os impedem de serem postos em
prática. Esta estratégia pode ser entendida como: conseguir que as opções mais
saudáveis sejam as mais fáceis de eleger (NUTBEAN,1986).
Do ponto de vista social, o conhecimento científico dos fatores que propiciam
condições inadequadas de trabalho e adoecimento, são elementos significativos
para os profissionais fundamentarem suas reivindicações por melhorias de
condições de trabalho e de saúde.
18
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Trabalho Segundo Alves (2002), o trabalho pode ser compreendido, estritamente como
esforço físico ou mecânico, como energia despendida pelos seres humanos, animais
ou máquinas. Isto é, o trabalho é a energia que quando colocada em movimento
tem por resultado a transformação dos elementos em estado de natureza, a
produção, manutenção e modificação de bens ou serviços necessários a
sobrevivência humana.
Com base em Marx (1968), Alves (2002) refere que trabalho humano é
resultante do dispêndio de energia física e mental, voltada direta ou indiretamente
para a produção de bens e serviços, visando a reprodução da vida humana,
individual e social.
O trabalho humano atualmente é obrigatório, diferentemente do que
curiosamente não ocorre com os insetos (abelhas, formigas) ou certas aves (o joão-
de-barro), isto é, de natureza instintiva. Na espécie humana não existe o instinto do
trabalho. Trata-se de uma atividade convencional que antigamente visava
exclusivamente ao sustento biológico (cultivo, criação de gado, artesanato).
Nos dias de hoje, o trabalho é uma atividade sofisticada que envolve
tecnologia e inovação contínua, transformando-se em posição, em status que eleva
e dá importância ao ser humano. É também obrigatório como meio e recurso de
sobrevivência, uma vez que fornece ao indivíduo, como compensação, uma
remuneração, um salário com o qual pode prover o seu sustento e o da família.
Entretanto, não trabalhamos apenas pelo salário que recebemos, fazemos pela
satisfação emocional profunda que sentimos com a realização e os resultados que
colhemos através do nosso esforço. Do ponto de vista biológico, o trabalho não é
necessário ao ser humano, podendo inclusive, ser excessivo ou perigoso, tornar-se
prejudicial ao organismo, ocasionando doenças profissionais ou relacionadas ao
trabalho pelo esforço físico ou psicoemocional despendido. (MIELNIK, 1976).
Através do trabalho, estabelece-se novas relações humanas, acumulando
mais experiências, conhecimentos e emoções. É uma fonte de socialização,
possibilitando o contato com a comunidade no local de trabalho. Contudo, embora
seja uma instituição social, o trabalho está ligado antes de tudo, a certo sentimento
de angústia, de preocupação, pois, em geral, quase sempre se começa a trabalhar
19
na adolescência, fase de alterações, de mudanças. Para o adolescente, pelo menos
no início, o trabalho assume a forma de imposição, de obrigação, não sendo
agradavelmente recebido. Devido ao sentido digno do trabalho e à compensação
recebida pelo mesmo, os jovens reagem com interesse e se sentem motivados a
procurar trabalho e a permanecer nele. (MIELNIK, 1976).
Segundo Codo, Sampaio e Hitomi (1993), o trabalho do ponto de vista do
capitalismo se caracterizou pela ruptura entre trabalho e afetividade, concretizando-
se em uma divisão de papéis entre o homem e a mulher, com a entrada da mulher
no mercado de trabalho. Por um lado, é um passo importante para a igualdade
entre homens e mulheres; por outro, submete a mulher às relações capitalistas de
produção. Na medida em que a reprodução foi sendo assumida pelo Estado ou pela
iniciativa privada, a mulher deixou de comparecer como portadora da afetividade nas
relações familiares, que até bem pouco tempo a mulher era a única representante.
Tal fato é bastante evidente no trabalho de enfermagem, tendo em vista a
predominância feminina na categoria, fato que é bastante peculiar, pois é freqüente
a realização do duplo papel pelas trabalhadoras de enfermagem, refletindo a penosa
divisão de papéis que estas mulheres enfrentam no seu cotidiano (trabalho
profissional e trabalho doméstico).
De maneira simplificada, pode-se dizer que com a ocupação da mulher na
força de trabalho, a família atual se encontra órfã da afetividade. Se a alienação do
trabalho determinou toda a expressão afetiva na família, ao transformar a família
pelo ingresso da mulher na produção, desmontou-se a tradicional divisão de papéis.
(CODO; SAMPAIO; HITOMI, 1993).
O trabalho pode ser considerado como uma das principais atividades do ser
humano, mas também uma condição que pode gerar múltiplos problemas de saúde.
Sem dúvida, o trabalho desde o seu surgimento permitiu desenvolvimento para a
humanidade, determinando avanço tecnológico e estabelecendo relações entre os
grupos humanos. Entretanto, o trabalho pode ocasionar diversas alterações na
saúde do trabalhador, inclusive a morte. (BENAVIDES, 2000).
Para Dejours, Abdoucheli e Jayet (1994), o trabalho pode ser fonte de
subsistência do homem, de acúmulo de riquezas, realização profissional e outras
satisfações, como também pode ser fonte de sofrimentos, de doenças, de
exploração e de escravidão que, muitas vezes são suportadas pelo trabalhador
devido à necessidade de sobrevivência pessoal e de sua família, nem sempre com a
20
devida compensação social e/ou econômica.
No Brasil, a População Economicamente Ativa (PEA), segundo estimativa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (PNAD 2002), era de
82.902.480 pessoas, das quais 75.471.556 consideradas ocupadas. Destes,
41.755.449 eram empregados (2.903.311 com carteira assinada); 4.991.101
militares e estatutários e 13.861.037 sem carteira assinada ou sem declaração;
5.833.448 eram empregados domésticos (1.556.369 com carteira assinada;
4.275.881 sem carteira assinada e 1.198 sem declaração); 17.224.328 eram
trabalhadores por conta própria; 3.317.084 eram empregadores; 3.006.860 eram
trabalhadores na produção para próprio consumo e construção para próprio uso; e
4.334.387 eram trabalhadores não remunerados. Portanto, entre os 75.471.556
trabalhadores ocupados em 2002, apenas 22.903.311 (com carteira assinada)
possuíam cobertura da legislação trabalhista e do Seguro de Acidentes do Trabalho
– SAT, o que indica que a maioria dos trabalhadores brasileiros não dispunha de um
trabalho decente e digno, com as garantias sociais e econômicas desejadas.
Segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho, trabalho decente é
um trabalho produtivo, remunerado, exercido em condições de liberdade, segurança
e equidade, sem discriminação e capaz de garantir uma vida digna ao trabalhador.
O trabalho é mediador de integração social, seja por seu valor econômico
(subsistência), seja pelo aspecto cultural (simbólico), tendo, assim, importância
fundamental na constituição da subjetividade, no modo de vida e, portanto, na saúde
física e mental das pessoas. A contribuição do trabalho para as alterações da saúde
mental das pessoas dá-se a partir de ampla gama de aspectos: desde fatores
pontuais, como a exposição a determinado agente tóxico, até a complexa articulação
de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das
tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica
organizacional. (BRASIL, 2000).
Com base em Marx (1968), Alves (2002) infere que o trabalho é desprovido
de interesse e estruturado para que os seus agentes sejam transformados em
simples apêndice da máquina. Os trabalhadores possuem diferentes graus de
qualificação, ficando sujeitos a ampliar a sua destreza em determinadas operações
para que seja diminuído o tempo gasto em cada uma delas, aumentando a
produtividade e diminuindo o valor do trabalho e da própria força de trabalho,
reduzindo, assim, os gastos e maximizando os lucros.
21
Nesse sentido, o caráter do trabalho expressa o conteúdo da organização
social do trabalho e é determinado pelo modo de produção dominante. Assim, no
capitalismo, ele é determinado pela existência da sociedade privada nos meios de
produção, que implica na exploração do homem pelo homem e pela lei fundamental
desse tipo de sociedade, a lei da mais valia. (ALVES, 2002).
Segundo Mielnick (1976), a atividade humana tem significado tríplice:
material, psicológico e social. Para que o trabalho seja realmente uma atividade
agradável e compensadora, é necessário que tenha uma representação psicológica
muito mais intensa e importante do que mera remuneração.
Conforme a legislação vigente, o trabalhador deve permanecer dedicado ao
trabalho, no local, por um tempo determinado. Esse tempo subdivide-se em tempo
de trabalho necessário ou pago e tempo de trabalho suplementar ou não pago. A
questão que se coloca para a enfermagem é a seguinte: durante quanto tempo é
permitido ao empregador consumir a força de trabalho dos trabalhadores de
enfermagem? O capital ao não se preocupar com a duração da vida dessa força de
trabalho tenta prolongar a sua jornada ao máximo possível, a fim de expropriar
maiores níveis de produtividade e, portanto, maior consumo de força de trabalho.
(ALVES, 2002).
1.2 Ambiente de Trabalho No âmbito da avaliação do posto de trabalho está a análise dos tipos de
programas e serviços existentes para determinar se estes são adequados e se
respondem às necessidades de proteção e promoção da saúde dos trabalhadores.
Os programas de promoção da saúde propiciam situações que favorecem ao
exercício físico e a nutrição, podem melhorar a saúde e a boa condição física global
dos trabalhadores e, assim, reduzir a vulnerabilidade de exposição a riscos e a
lesões de qualquer natureza. Os programas de proteção da saúde com o emprego
de precauções universais e equipamento de proteção, podem reduzir
consideravelmente os níveis de exposição. (MAURO, 2005).
No estabelecimento de uma relação entre qualquer resposta humana e o nível
de exposição relacionada ao trabalho, ou num contexto profissional, é necessário
que se conheçam as atividades e as necessidades do trabalhador, as fases dos
processos de trabalho e todos os aspectos do ambiente de trabalho. Diante de
milhares de produtos químicos e processos novos no ambiente de trabalho compete
22
aos profissionais de saúde delinear novos riscos profissionais, detectar problemas
existentes, desenvolver e implementar estratégias de prevenção, antes da
ocorrência de danos no ser humano. (BULHÕES, 1998).
O objetivo da avaliação do local de trabalho consiste em garantir um ambiente
de trabalho seguro e saudável, protegendo e promovendo o bem-estar físico e
mental do trabalhador.
Segundo Bulhões (1998), o ambiente apresenta três subdivisões: o ambiente
físico, com o qual se interage diariamente, capaz de determinar respostas no ser
humano; o ambiente biológico, pois em qualquer situação com que se convive, além
de outros seres humanos com os quais se partilha o universo, existem vários
organismos e microorganismos vivos que estão a todo tempo interagindo; e o
ambiente socioeconômico, no qual cada ser humano está inserido e devido a isso,
tem determinada a condição de salário, de renda, remuneração, enfim, sua posição
social.
A exposição do trabalhador às condições do ambiente de trabalho resulta da
convergência de vários fenômenos, todos sujeitos a variações de tempo e espaço.
As concentrações de contaminantes no local de trabalho são causadas por múltiplas
fontes, cujos índices de emissão são dependentes do tempo. Tais concentrações
são afetadas pelos níveis de ventilação, que dependem do tempo e do espaço. A
modelagem de concentrações no local de trabalho é difícil por suas próprias
características e a avaliação da exposição também exige um entendimento do
comportamento do trabalhador. (BULHÕES, 1998).
Os fatores nocivos do ambiente são as condições físicas, organizacionais,
administrativas ou técnicas existentes nos locais de trabalho, que possibilitam a
ocorrência de acidentes do trabalho e/ou adoecimento. (HAAG, 2001).
De acordo com a Portaria nº 25 do Ministério do Trabalho e Emprego de 29
de dezembro de 1994, que determina que seja executada e cumprida a Convenção
n.º 148, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção dos
Trabalhadores Contra os Riscos Profissionais Devidos à Contaminação do Ar, ao
Ruído e a Vibrações no Local de Trabalho, os riscos são classificados em:
• Riscos Físicos - formas de energia como ruídos, vibrações, pressões
anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infra-som (NR-09 e NR-15).
Objeto de avaliação quantitativa;
• Riscos Químicos - substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar
23
no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na
forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos (NR-09, NR-15 e NR-
32). Objeto de avaliação quantitativa e qualitativa;
• Riscos Biológicos - bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,
etc (NR- 09);
• Riscos Ergonômicos - são elementos físicos e organizacionais que interferem
no conforto da atividade laboral e conseqüentemente nas características
psicofisiológicas do trabalhador (NR-17) e que incluem:
- Posto de trabalho inadequado (mobiliário, equipamentos e dispositivos)
- “Lay-out” inadequado (caminhos obstruídos, corredores estreitos, etc)
- Ventilação e iluminação inadequadas
- Esforços repetitivos
- Problemas relativos ao trabalho em turno
- Assédio moral
- Problemas relacionados com a organização do trabalho;
• Riscos de Acidentes (condições com potencial de causar danos aos
trabalhadores nas mais diversas formas, levando-se em consideração o não
cumprimento das normas técnicas previstas).
1.3 Condições de trabalho Benavides (2000) refere que as condições de trabalho podem ser definidas
como o conjunto de variáveis que definem a realização de uma tarefa concreta e o
entorno em que esta se realiza, estas variáveis determinam a saúde do indivíduo
que a executa, com a tripla dimensão física, psíquica e social.
As condições de trabalho representam o conjunto de fatores que podem ser
denominados como exigências da organização, execução, remuneração e ambiente
do trabalho – capazes de determinar a conduta do trabalhador. Dessa maneira, o
indivíduo responde com a execução de uma atividade ou conduta passível de ser
analisada sob diferentes aspectos: perceptivos, motores e cognitivos. (ABEN, 2006).
As condições de trabalho marcam o corpo do trabalhador. O envelhecimento
precoce e a incapacidade resultante de acidentes e de doenças profissionais são
algumas marcas em seu corpo físico. O alcoolismo e o uso indiscriminado de psico-
fármacos refletem as marcas em seu corpo psíquico. (ABEN, 2006).
A discussão sobre aspectos teóricos e gerais de “condições de trabalho” se
24
justifica porque os estudos sobre condições de trabalho na enfermagem relacionam-
se principalmente com oferta de mão-de-obra, porém, são escassos, descontínuos,
abstratos e contemplam basicamente informações quantitativas. (ALVES, 2002).
Segundo Alves (2002), tentar contribuir para o desnudamento das condições
de trabalho de uma força de trabalho feminina como a da enfermagem é um desafio,
visto que este é um objeto complexo, polêmico e a sua análise demanda um saber
específico, além de compreender que as relações sociais de produção dominantes
desempenham um papel fundamental na determinação das condições de trabalho.
Uma vez que a sociedade brasileira é capitalista, muito embora coexistam com
outros modos de produção, este fato deve ser considerado como importante, porque
a condição da força de trabalho, passa a ser agravada por um tipo de
desenvolvimento econômico baseado na super exploração dos trabalhadores e na
concentração de renda.
Nesse sentido, a enfermagem ainda enfrenta dificuldades pra reivindicar
melhores condições de trabalho, uma vez que com freqüência o profissional se
submete à condições inadequadas de trabalho em decorrência da necessidade
pessoal de sustento próprio e de sua família. Este fato é agravado pela
predominância feminina na profissão, pois de maneira geral as demandas familiares
e domésticas sobrecarregam a mulher, que em decorrência da necessidade
econômica é obrigada a trabalhar em mais de um emprego e ainda realizar as
atividades ligadas à administração do lar.
De acordo com Mauro (2005), o termo condições de trabalho engloba
diversos aspectos da situação de trabalho envolvendo os fatores de risco
associados aos aspectos materiais, relacionais, psicológicos, organizacionais e
outros presentes no contexto de trabalho. Dentre estes, pode-se considerar: o
ambiente de trabalho, os fatores de risco, as cargas física, mental e psíquica, as
relações de trabalho, o conteúdo do trabalho, as incertezas, os horários e o
funcionamento da organização.
As condições de trabalho podem ser consideradas objetivas, porque podem
ser mensuradas; e subjetivas, porque são determinadas pela opinião, experiência do
trabalhador, sendo, neste caso, necessário analisar as impressões emitidas pelos
trabalhadores. Os elementos objetivos já estão sendo especificados nas Normas
Regulamentadoras como variáveis ou indicadores. Os elementos subjetivos
aparecem de forma mais geral em relação à saúde, pois considera que os elementos
25
físicos e psíquicos influenciam na situação de trabalho.
O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do
processo saúde-doença dos trabalhadores tem implicações éticas, técnicas e legais,
que se refletem sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse
segmento da população, na rede de serviços de saúde. O estabelecimento da
relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde-dano ou doença-
individual ou coletivo, potencial ou instalado. É uma dada condição de trabalho que
constitui a condição básica para a implementação das ações de Saúde do
Trabalhador nos serviços de saúde presentes nos ambientes e condições de
trabalho e/ou a partir da identificação de um diagnóstico, tratamento e prevenção
dos danos, lesões ou doenças provocados pelo trabalho, no indivíduo ou no coletivo
de trabalhadores. (BRASIL, 2000).
Resumidamente, pode-se entender que condições de trabalho é tudo aquilo
que gira em torno de trabalho e implica em um posto de trabalho no espaço
específico de uma empresa ou unidade produtiva, com instalações e atividades
delimitadas por objetos que são requeridos para que o trabalhador realize operações
e tarefas determinadas, tendo como marco as relações formalizadas jurídica e
organizacionalmente. (BENAVIDES, 2000).
Falar de trabalho na enfermagem é falar de condições de trabalho que,
baseando-se em Marx (1968), representam todas aquelas condições materiais que
concorrem para o desenvolvimento do processo de trabalho, as quais não se
identificam diretamente com o referido processo, mas sem as quais este não poderia
ser executado, ou o seria de modo imperfeito. As condições de trabalho expressam
um conjunto de fatores que determinam a qualidade e produtividade do trabalho e
que são determinadas, fundamentalmente, pelos elementos do conteúdo do trabalho
e pela qualidade e complexidade do próprio trabalho. (RODRIGUEZ in ALVES,
2002).
Para Alves (2002), os trabalhadores da enfermagem se submetem a
determinadas condições de trabalho a partir do acordo trabalhista, que propicia o
início do processo de trabalho. O espaço para isso é encontrado na superestrutura
que, por não representar a esfera produtiva da sociedade, oportuniza o
desenvolvimento de um trabalho improdutivo do ponto de vista econômico, mas
necessário ao controle social, à reprodução da força de trabalho do núcleo
verdadeiramente capitalista da economia brasileira e à manutenção do sistema
26
empresarial da saúde.
Ao lado da organização científica do trabalho e dos meios de trabalho
tomamos, ainda como referência para análise, os agentes dos processos de trabalho
diretamente atingidos pela qualidade das condições de trabalho que são também
co-responsáveis pela mesma. Estes aspectos são relacionados com o caráter e a
natureza do trabalho que produzem, com o parcelamento e com o espaço onde esse
trabalho é materializado, considerando a predominância do sexo feminino entre os
trabalhadores de enfermagem. (ALVES, 2002).
Segundo Alves (2002), é clara a necessidade de subsídios que
instrumentalizem a defesa dos conteúdos das lutas por melhores condições de
trabalho na enfermagem.
1.4 O processo de saúde-doença e a influência do trabalho A associação entre o trabalho, a saúde e a doença dos trabalhadores tem
sido objeto da observação e reflexão dos homens há séculos e está registrada, ao
longo dos tempos, nos estudos de historiadores, filósofos, escritores, médicos,
cientistas sociais e artistas. (MENDES; DIAS, 1991).
O processo saúde-adoecimento do trabalhador resulta da complexa e
dinâmica interação das condições gerais de vida, das relações de trabalho, do
processo e do controle que os próprios trabalhadores colocam em ação para
interferirem nas suas condições de vida e trabalho. (HAAG, 2001).
A Revolução Industrial, iniciada em meados do Século XVIII, na Inglaterra,
introduziu uma nova forma de produzir e organizar o trabalho, com profundas
repercussões no modo de viver, adoecer e morrer dos trabalhadores. (MENDES;
DIAS, 1991).
O trabalhador conforme sua ocupação está exposto a riscos “específicos” de
adoecer e morrer, devendo ser protegido, segundo as práticas da Medicina do
Trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).
A aceleração do processo social de mudanças tecnológicas e organizacionais
nos processos de trabalho, que ocorreram após a 2ª Guerra Mundial, repercutiu no
modo de vida dos grupos humanos e se refletem nas formas de adoecer e morrer, e
em decorrência do movimento e organização dos trabalhadores. Esta prática foi
sendo modificada e ampliada dando lugar à Saúde Ocupacional. (MENDES; DIAS,
1991).
27
A abordagem das relações saúde e trabalho ganhou novo enfoque na década
de 70, particularmente no âmbito da América Latina, sob a influência do marco
teórico da Epidemiologia social, que se constituiu um dos pilares do campo da
Saúde do Trabalhador. (LAURELL; NORIEGA, 1989).
O reconhecimento do processo Saúde-doença dos trabalhadores não é
determinado apenas no âmbito da fábrica ou da produção. É indiscutível o papel e a
importância dos riscos para a saúde gerados em processos de trabalho particulares.
Vários fatores, como: poeiras, substâncias químicas tóxicas, ruído, vibração, calor ou
frio excessivos, radiações ionizantes e não-ionizantes, microorganismos, posturas e
movimentos requeridos pelo trabalho, tensão, monotonia, relações autoritárias e
conflituosas com as chefias e gerências, entre outros fatores de risco, constituem
“cargas de trabalho” responsáveis por danos à saúde dos trabalhadores.
(FACCHINI, 1994).
O processo denominado “Terceira Revolução Industrial” ou de
“Reestruturação Produtiva” ocorrido nos anos 90, pode ser entendido como uma
nova forma de produzir, incentivada pelos avanços tecnológicos, e por novas formas
de organizar e gerir o trabalho, introduzindo mudanças radicais na vida e nas
relações das pessoas e dos países e, por conseqüência, no viver e adoecer dos
trabalhadores. (FERREIRA, 2000).
Este processo de “universalização” do mundo e das desigualdades sociais
crescentes se caracteriza pela concentração do poder político e econômico, a
deterioração da qualidade de vida, expressa na poluição e degradação ambiental, o
desemprego, o crescimento de formas variadas de violência, entre outros.
Entretanto, observa-se, também, o aumento da expectativa de vida e abrem-se
novas perspectivas de revisão dos atuais sistemas de valores ético-políticos e
estéticos. (GUATTARI, 1990; DOWBOR, 1998).
Esta transformação causou grande repercussão social, como a diminuição
dos postos de trabalho que vieram acarretar o desemprego. A diminuição absoluta
do emprego foi também acrescida do aumento das exigências e qualificações
requeridas dos trabalhadores, reforçando a exclusão dos menos qualificados, dos
muito jovens, dos mais idosos, dos menos escolarizados e/ou portadores de algum
tipo de desvantagem bio-psíquica ou social. (MENDES; DIAS, 1991).
O crescimento do trabalho no setor informal, que já ocupa mais de 50% da
População Economicamente Ativa (PEA) nos grandes centros urbanos brasileiros,
28
exemplifica a “precarização” do trabalho, decorrente da subcontratação do trabalho,
nas práticas de “terceirização” e “quarteirização” das atividades, do trabalho
temporário, sendo facilitada pelas mudanças na legislação trabalhista que rege as
relações de trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).
As inovações tecnológicas têm promovido a redução ou eliminação de alguns
fatores de risco ocupacional, tornando o trabalho em alguns ramos uma atividade
econômica mais leve, menos perigosa, porém introduzido “novas” cargas de
trabalho, principalmente de natureza psíquica, com crescente sofrimento mental para
os trabalhadores. (MENDES; DIAS, 1991).
Neste sentido, pode-se citar que com o surgimento da tecnologia da
informação e do computador nos processos de trabalho da enfermagem, alguns
profissionais são obrigados a utilizar estas novas ferramentas para realização de
atividades como: prescrição de enfermagem eletrônica, estatísticas e outras, fato
que pode favorecer o aumento da carga psíquica e mental relacionada ao trabalho.
Observa-se o aparecimento de outros efeitos adversos do trabalho, ainda
pouco conhecidos, caracterizados por um tempo de latência longo: a leucemia em
trabalhadores expostos ao benzeno ou o câncer de pulmão nos expostos à poeira
de sílica. Os efeitos neuro-comportamentais em trabalhadores expostos a solventes
também são um exemplo. (MENDES; DIAS, 1991).
As inovações tecnológicas e os novos métodos gerenciais são responsáveis
pela intensificação do trabalho, com aumento do ritmo, das responsabilidades e da
complexidade das tarefas no trabalho, se traduzindo em manifestações de
envelhecimento prematuro, no adoecimento e morte por doenças cardiovasculares e
outras doenças crônico-degenerativas. As doenças ósteomusculares relacionadas
com o trabalho (DORT) e sintomas de origem psíquica, como: a síndrome da fadiga
crônica, a síndrome de “burnout” são patologias relacionadas ao trabalho presente
no contexto atual. (FRANCO, 1997).
Desse modo, o entendimento e a intervenção sobre a saúde dos
trabalhadores apontam para novas abordagens e enfoques que traduzem o
processo de reestruturação produtiva na globalização da economia. As mudanças
urbanas, as transformações organizacionais do trabalho, os fatores de risco
industriais e ambientais e os aspectos da saúde psico-física do trabalhador devem
ser cada vez mais considerados. (FRANCO, 1997).
29
1.5 Saúde do trabalhador A saúde dos trabalhadores deve ser considerada uma prática social e sua
implementação deve ocorrer no âmbito da Saúde Pública, buscando contribuir para
a transformação da realidade de saúde dos trabalhadores e da população em geral.
Na América Latina, nos anos 70, emerge uma formulação teórica sobre as
relações saúde-trabalho acompanhada de uma nova prática sanitária, através da
busca no “social” da determinação dos agravos à saúde dos trabalhadores
(LAURELL, 1991). As relações trabalho e saúde-doença são vinculadas de maneira
particular ao processo de industrialização e, em conseqüência, disso ao processo de
urbanização.
Nesse mesmo período, os trabalhadores exigem a regulamentação da
jornada de trabalho e melhores salários, defendendo inclusive sua saúde e
integridade física, através da luta por melhores condições de trabalho. (LACAZ,
1983).
A existência de um movimento mundial de modificação nas legislações de
saúde e segurança no trabalho vem encontrando respaldo nas políticas da
Organização Internacional do Trabalho – OIT e da Organização Mundial de Saúde –
OMS. Na Espanha, Itália, França e mesmo na OMS e na OIT observa-se uma nova
nomenclatura para os serviços denominados de Higiene, Segurança e Medicina
Ocupacional, Industrial ou do Trabalho, sendo atualmente denominados Serviços de
Saúde do Trabalhador ou de Saúde no Trabalho. Isto pode ser entendido como
reflexo de uma maior participação dos trabalhadores, caracterizando uma mudança
no enfoque, que deixa de centrar as atenções nos riscos do ambiente de trabalho,
se preocupando com a saúde do trabalhador, conferindo um conceito mais amplo
e participativo. (HAAG, 2001).
A Saúde do Trabalhador pode ser definida como uma área do conhecimento
que estuda o processo de saúde e doença dos grupos humanos, bem como sua
relação com o trabalho. O trabalho pode ser entendido como um espaço de
dominação e submissão do trabalhador pelo capital, mas, também, de resistência, e
de constituição. De forma lenta, os trabalhadores buscam o controle sobre as
condições e os ambientes de trabalho, tornando-os mais saudáveis. (MENDES;
DIAS, 1991).
A compreensão dos processos de trabalho deve estar associada ao consumo
de bens e serviços e ao conjunto de valores, crenças, idéias e representações
30
sociais próprios de um momento da história humana. (HAAG, 2001).
Nesse contexto, as políticas de promoção de saúde do trabalhador devem
acompanhar as mudanças econômicas, sociais e culturais da população.
O processo de construção do campo da saúde dos trabalhadores está
centrado em um pilar: a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e
trabalho, através do reconhecimento de seu saber nos processos de trabalho, do
direito à informação, do direito de recusa ao trabalho perigoso e insalubre
objetivando a humanização do trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).
Desse modo, além das conseqüências mais visíveis, diretas e específicas das
condições e ambientes de trabalho sobre a saúde, em decorrência da ação de
agentes nocivos de natureza física, química, biológica e etc, é importante desvendar
as relação trabalho e subjetividade. (SATO, 1993).
A psicopatologia do trabalho se insere neste âmbito: o sofrimento está no
centro da relação psíquica do homem com o trabalho. O objetivo não é eliminar o
sofrimento da situação de trabalho, mas as conseqüências mentais sobre a saúde
dos trabalhadores, mesmo na ausência de doenças. Este é o objeto de estudo da
psicopatologia do trabalho. (DEJOURS, 1986).
Segundo Bulhões (1998), o Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE)
apóia firmemente a elaboração de programas de saúde no trabalho para todos os
trabalhadores, incluindo-se o pessoal dos serviços de saúde. As medidas de
segurança devem fazer parte integrante dos programas de formação do pessoal de
saúde em todos os níveis, e os administradores deveriam complementar essa
função básica, através de programas de educação permanente, formal ou informal.
1.6 O trabalho no contexto hospitalar
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde (1957), hospital pode ser
definido como uma organização de caráter médico e social, cuja função é assegurar
assistência médica completa, curativa e preventiva à população e cujos serviços
externos se irradiam até a célula familiar; é um centro de medicina e de pesquisa
bio-social. O hospital é um espaço de trabalho complexo com processos de trabalho
diversos, que são interativos e dependentes entre si, que ocorrem em diferentes
níveis profissionais envolvendo tarefas específicas. (SOUZA, 1983).
O conceito de hospital busca traduzir sua importância social e razão de ser
para as pessoas. O hospital veicula a idéia de dor e sofrimento, local de perda e
31
desalento, embora também seja estabelecida a idéia de solução de um problema, de
felicidade pelo nascimento de um nova vida, de refúgio por encontrar assistência e
cuidado e de alento para o desespero. (KAWAMOTO; FORTES, 1986).
No ambiente hospitalar são estabelecidas relações profissionais, cujo
desenrolar de atividades com autonomia e poder de decisão são em sua grande
maioria direcionados ao saber médico que detêm maior hegemonia e espaços para
tomadas de decisão e de contra decisão, com relação à internação, prescrição
de medicamentos, exames e a concessão da alta hospitalar. O trabalho hospitalar
é executado por uma interação multidisciplinar de médicos, enfermeiros,
nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e outros com a finalidade de oferecer
assistência integral à saúde da comunidade. (KAWAMOTO; FORTES, 1986).
O exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da
Reforma Protestante correspondeu ao período em que ocorreu a retomada da
ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das
universidades, mas não constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. Esta
permaneceu enclausurada nos hospitais religiosos, de maneira empírica e
desarticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos
movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição, quando
o hospital passou a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres
e crianças utilizavam as mesmas dependências, em leitos coletivos. Este momento
histórico correspondeu a um período em que a enfermagem possuía uma caráter
indigno e sua atividades eram realizadas por mulheres de caráter duvidoso e de
baixa classe social. (ABEN, 2006).
Este fato explica as dificuldades enfrentadas até hoje pela categoria para
obter o reconhecimento e o prestígio social merecido, embora a enfermagem
represente 65% de toda força de trabalho no âmbito hospitalar.
A enfermagem, no contexto histórico do hospital, é resultante do momento
histórico de cada povo, suas crenças, religião e costumes. Para a era cristã, a
enfermagem representou-se pelas religiosas, que executavam as tarefas de cuidar e
curar os doentes; era uma atividade, um trabalho de caráter exclusivamente
espiritual, voltado para a caridade e benevolência. (SANTOS, 2001).
Atualmente, esta característica ainda é muito solicitada pelos clientes
hospitalizados, que apelam pela bondade da enfermeira para sanar sua dor, para
32
desabafar seus sentimentos de ódio e rancor pela assistência, pela comida e pela
insatisfação no período de internação. (SANTOS, 2001).
A disciplina ética é muito cobrada em profissões hierarquizadas como a
enfermagem, representando uma forma de exercício de dominação dos que
possuem maior autonomia profissional e liberdade de agir, visto que alguém deve
vigiar e cuidar do doente por 24 horas. A enfermagem executa esse papel, se
responsabilizando por vários cuidados, desde os mais simples, como o de alimentar
o doente, trocar roupas de cama e higienização até a realização de procedimentos
mais complexos como a realização de cateterismos venosos de inserção periférica e
procedimentos de hemodiálise e assistência integral à pacientes em estado crítico.
(SANTOS, 2001).
Segundo Lima (1996), as pessoas não devem ser consideradas peças
adaptáveis de uma máquina, mas como seres complexos que têm necessidades
também complexas e que precisam ser satisfeitas para assegurar o bom
desempenho organizacional.
Atualmente, as organizações que objetivam um melhor desempenho,
investem em processos de qualidade, incentivando a responsabilidade pelo trabalho,
mas também integrando as necessidades individuais e organizacionais. A gestão
participativa entende que as pessoas são recursos valiosos que podem enriquecer o
trabalho de diferentes formas com oportunidades adequadas.
1.7 O trabalho de enfermagem O trabalho de enfermagem é organizado pela lógica administrativa taylorista,
é um trabalho decomposto por tarefas, hierarquizado e sistematizado. Os
trabalhadores são organizados por categorias profissionais e atribuições
sistematizadas pela “lei do exercício profissional” (Lei nº 7.498 de junho de 1988).
Esta lei determina a execução de atividades consideradas de maior e menor grau de
complexidade de acordo com as categorias e o saber dos trabalhadores da equipe
de enfermagem (Decreto Lei nº 94.406 de 08 de junho de 1987), com formação
profissional, conhecimentos e saberes teóricos científicos.
Analisando o contexto histórico da Enfermagem, quando o trabalho
intelectual foi separado do manual por Florence Nightingale, as atividades
intelectuais passaram a ser desenvolvidas por pessoas de classe social elevada,
com boa educação, possuidoras de conduta ética e moral, denominadas ladies
33
nurses – enfermeiras. Em contrapartida, as pessoas que executavam atividades
manuais provinham de classes mais pobres, cujo desenvolvimento de tais atividades
não exigia capacidade cognitiva. Esperava-se destas pessoas um comportamento
moral, ético e subserviência, além de desenvoltura motora, sendo denominadas as
nurses – auxiliares e técnicos de enfermagem. Este fato conferiu à profissão um
caráter elitista, resultando numa fragmentação profissional e social muito grande.
(SOUZA, 2006).
Esta divisão hierárquica existe até os dias de hoje; o enfermeiro realiza as
atividades de maior complexidade e a função gerencial. Os técnicos e auxiliares de
enfermagem realizam as tarefas delegadas pelo enfermeiro e de menor grau de
complexidade.
As habilidades técnicas e de prática são adquiridas pela experiência
profissional e pela realização de especializações, caracterizando o processo de
trabalho pela exigência de qualificação, habilidade e destreza. A distribuição de
atividades em graus de maior e menor complexidade é organizada de forma
hierarquizada de acordo com o grau de formação e o nível de escolaridade. (LIMA,
1994).
Segundo a ABEN (2006), a enfermagem tem mais de 40 especialidades no
Brasil, cujo domínio de sua prática inclui:
• Prestação de cuidados diretos e a avaliação de seu impacto;
• Defesa dos interesses dos pacientes e da saúde em geral;
• Supervisão e delegação de tarefas;
• Direção e gestão;
• Ensino e Pesquisa;
• Elaboração da Política de saúde.
A enfermagem possui algumas características peculiares, tais como: ser
prestadora de assistência ininterrupta 24 horas por dia, sendo responsável por
atividades diretamente relacionadas ao cuidado e a recuperação das condições
satisfatórias de vida e execução de cerca de 60% das ações de saúde. São os
trabalhadores da saúde que mais entram em contato físico com os doentes, com
uma predominância do gênero feminino e de formação profissional fragmentada e
hierarquizada. (LIMA, 1994).
Um dos aspectos que contribui para aumentar a vulnerabilidade do
trabalhador de enfermagem e de todo o pessoal do setor saúde é a falta de
34
inform
r de enfermagem ao
se su
es que ocupa singular função. Para cumprir um dos mais importantes
papéis
na tecnologia e conhecimentos em saúde
com a
terrupta, 24 horas por dia;
ntes;
ação da maioria de seus integrantes sobre assuntos relativos à saúde do
trabalhador. Isto reforça a presença de dois importantes fatores na ampliação dos
riscos ocupacionais: a ignorância do risco e a dificuldade para compreender, aceitar
e cumprir as medidas de segurança do trabalho. (LIMA, 1994).
O resultado do trabalho da enfermagem é a produção de um serviço, que
pode se transformar artificialmente em mercadoria. O trabalhado
jeitar às condições gerais do mercado de trabalho, possibilitou a transformação
de seus trabalhadores em força de trabalho, portanto, passíveis de serem
contratados, e de receberem um salário por um determinado período de tempo, para
a realização de um trabalho capaz de apresentar um valor excedente e não mais
apenas, o caráter caritativo. Tornou-se uma profissão constituinte do sistema de
produção geral, sujeito às mesmas determinações do trabalho em geral. (LEOPARDI
et al., 1999).
Segundo a ABEN (2006), no setor de saúde, a enfermagem é uma categoria
de trabalhador
sociais e de grande relevância econômica, o trabalhador de enfermagem
muito avançou cientificamente para atender às atuais e crescentes exigências,
como: a realização de diagnósticos mais precisos, cirurgias mais seguras com pós-
operatório melhor monitorado; maior cobertura vacinal das populações infantil e
idosa. Nas muitas e diferentes etapas de todos esses processos, o trabalhador de
enfermagem tem necessária presença.
Para a ABEN (2006), nos últimos 20 anos, os trabalhadores de enfermagem
contribuíram para conquistar os avanços
participação de outras categorias de trabalhadores nas seguintes lutas: a
epidemia de AIDS, o recrudescimento da tuberculose, o câncer, o aumento das
patologias psicossociais e outras. Entretanto, ainda falta o reconhecimento de sua
própria vulnerabilidade aos riscos ocupacionais, tendo em vista algumas das
características já apontadas em Riscos do trabalho de Enfermagem, que se
identifica pelo fato da enfermagem ser:
• O maior grupo individualizado de trabalhadores de saúde;
• Prestadora de assistência inin
• Executora de cerca de 60 % das ações de saúde;
• A categoria que mais entra em contato físico com os doe
• Por excelência, uma profissão feminina;
35
• Bastante diversificada em sua formação. (ABEN – RJ, 2006).
O quantitativo de enfermeiros cadastrados no conselho Federal de
Enfermagem contabiliza atualmente 137.896 enfermeiros (dado obtido no site do
COFE
do trabalho de enfermagem egundo Bulhões (1994), o enfoque à Saúde do Trabalhador e a inserção da
cteriza pela prestação de assistência,
ão associadas à tensão emocional, longas
gem que permanece a maior parte de sua vida produtiva neste ambiente,
freqüe
inação de
parteir
N, 2007). Este profissional tem o papel de detentor do saber e de controlador
do processo de trabalho da enfermagem, cabendo aos demais trabalhadores
(auxiliares e técnicos de enfermagem) executar tarefas delegadas. (LEOPARDI et
al., 1999).
1.8 RiscosS
enfermagem enquanto profissão se cara
sofrendo conseqüências da organização do trabalho, pois as relações saúde e
trabalho se estabelecem no cotidiano, fato que faz com que a enfermagem se
conscientize mais dos riscos ocupacionais, entendendo-os como resultado de um
processo histórico, cultural e social.
A figura do enfermeiro está tradicionalmente ligada às instituições
hospitalares. Estas atividades est
jornadas de trabalho, baixa remuneração, condições de insalubridade do ambiente
de trabalho e duplo emprego, levando-os ao absenteísmo, que proporcionalmente
faz aumentar a carga de trabalho dos demais elementos da equipe. (BULHÕES,
1994).
Atualmente, o hospital é o principal local de trabalho da equipe de
enferma
ntemente em mais de um turno de trabalho, devido aos baixos salários. Pode-
se entender que a mesma instituição que tenta salvar vidas e recuperar a saúde
das pessoas enfermas é a mesma que favorece o adoecimento dos profissionais,
pois, aparentemente, não há preocupação com a proteção, promoção e manutenção
da saúde de seus trabalhadores. (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).
A preocupação com a saúde do trabalhador de enfermagem ocorre desde
1700, através da publicação de Ramazzini, que questionou a contam
as, possíveis precursoras dos profissionais de enfermagem, durante a
realização de seu trabalho (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).
Segundo Robazzi, Marziale e Rocha (2004), a consolidação e o
36
reconhecimento das ações de risco, os perigos de manipularem antibióticos de
última
rém, existem basicamente os riscos: biológicos,
Riscos ergonômicos: levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de
jornadas
Riscos de acidentes:
ade inadequada
No conceito d
cargas físicas são aq or, ruído, das radiações
geração, os problemas que podem ocorrer com o preparo de antineoplásicos,
as dermatites que podem ser ocasionadas pelo uso prolongado de luvas ou
degermantes e outras substâncias químicas utilizadas no ambiente hospitalar,
ocorreram a partir da observação desses profissionais e da verbalização dos
trabalhadores sobre os riscos.
No ambiente hospitalar, existe uma multiplicidade de riscos para os
trabalhadores de enfermagem, po
físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos. Os biológicos são os responsáveis
por infecções agudas e crônicas, ocasionadas por vírus, fungos e bactérias. Os
físicos são aqueles causados pelas radiações, vibrações, ruídos, temperatura
ambiental, iluminação e eletricidade. Os riscos químicos são os gerados pelo
manuseio de uma variedade grande de substâncias químicas e também pela
administração de medicamentos que podem provocar desde simples alergias até
importantes neoplasias. Os riscos psicossociais são desencadeados pelo contato
com o sofrimento do paciente (estresse, fadiga mental, etc). Os ergonômicos são
gerados principalmente pela postura inadequada dos profissionais de enfermagem
em situações como movimentação de pacientes, flexões da coluna freqüentes, entre
outros. (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).
Os riscos ocupacionais de enfermagem, de acordo com Bulhões (1994), são
classificados, de acordo com a natureza:
Riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor,
pressões, umidade, etc.
Riscos químicos: poeira, fumos, névoas, neblina, gases, vapores, produtos químicos
e quimioterápicos.
Riscos biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos.
produtividade, ritmos excessivos, trabalho noturno,
longas, monotonia, estresse físico e psíquico.
local físico inadequado, máquinas sem proteção, ferramentas
inadequadas, iluminação inadequada, eletricid
e existência de animais peçonhentos.
e Laurell e Noriega (1989), os riscos físicos, advindos das
ueles representados pelo efeito do cal
37
io tes e dos níveis de iluminação.
Os riscos mecânicos advindos das cargas mecânicas são representados
pelas quedas, escorregões ou outra
nizan
s lesões de natureza mecânica, inclusive
argas biológicas. Estes são encontrados nos trabalhadores de
largamente utilizados nos
a fadiga, a tensão, a perda de controle sobre o trabalho, as dobras de
, do
fadiga mental e
relacionadas à equipamentos como:macas, cadeiras de rodas e camas. (LAURELL;
NORIEGA, 1989).
Ainda, baseando-se em Laurell e Noriega (1989), os riscos biológicos são
os advindos das c
enfermagem, pela natureza do seu trabalho, e sua exposição ocorre em função do
contato íntimo e freqüente com pacientes contaminados.
As práticas de enfermagem que envolvem riscos químicos são várias.
Destacamos o manuseio de produtos químicos que são
hospitais com diversas finalidades como agentes de limpeza, desinfecção e
esterilização (quaternário de amônia, glutaraldeído, óxido de etileno, etc) e a
manipulação de alguns medicamentos destacando-se os quimioterápicos que,
muitas vezes, são manipulados sem capela de fluxo laminar, luvas, capotes e
máscaras.
Quanto às cargas psíquicas, com base em Laurell e Noriega (1989), pode-se
considerar
plantão, o trabalho subordinado, parcelado e fragmentado, a repetição de tarefas, o
ritmo acelerado de trabalho, o contato com o cliente, a observação do sofrimento, a
angústia causada pela doença e a ansiedade nas incertezas da vida e a morte.
Os riscos das cargas fisiológicas podem advir da postura incômoda, do
trabalho em pé por longos períodos, do trabalho em turnos, da ansiedade
estresse e pelas situações difíceis vivenciadas pelo profissional de enfermagem
como dor e morte, conforme o conceito de Laurell e Noriega (1989).
O trabalho da enfermagem exige atenção constante, concentração,
memória, capacidade perceptiva, visual e auditiva, podendo causar
prejuízo na qualidade da execução das tarefas.
38
1.9 Importância da participação dos trabalhadores na avaliação das condições e trabalho
lica na mudança da realidade dessas condições de trabalho através da
capac
s trabalhadores), tanto quanto medir o nível da exposição
ao risc
lidade de pressupostos
basea
tende conhecer o risco do
trabalh
no que se refere aos mecanismos sócio-culturais que
geram
essoas que
os per
ram como relevantes para sua saúde
(signif
dSegundo Boix et al. (2001), a prevenção é o controle dos riscos no local de
trabalho, imp
idade de mobilização e decisão dos que estão envolvidos no processo, como
gestores e trabalhadores.
Este processo faz parte das tarefas dos prevencionistas (técnico encarregado
da promoção da saúde do
o e estabelecer as medidas de controle e prevenção.
Na concepção do modelo técnico-prevencionista que é neutro, atualmente
utilizado no cumprimento da legislação, prevalece a rea
dos apenas em conhecimentos técnicos sobre qualquer outro tipo de enfoque,
deixando à margem considerações de caráter sócio-cultural, incluindo características
próprias de saúde do trabalhador. (BOIX et al., 2001).
Boix et al. (2001, p. 25) referem que, “a experiência dos trabalhadores é algo
especialmente ausente neste modelo”, porque pre
o, exclusivamente com base na avaliação técnica supostamente objetiva. No
melhor dos casos, se incorpora formalmente um levantamento realizado com os
trabalhadores como informação complementar, sem, contudo, considerar nenhum
valor em termos de conhecimento, excluindo os fatores culturais que intervém na
construção social da percepção do risco e da saúde, o que corresponde a percepção
subjetiva dos trabalhadores.
Esta maneira de analisar o risco comporta um conhecimento apenas parcial
da realidade, especificamente
e mantém situações de risco. Este enfoque técnico-quantitativo é objetivo e
pretende basicamente calcular a probabilidade de um determinado perigo ou risco e
estimar a magnitude das conseqüências ou perdas. (BOIX et al., 2001).
De acordo com Boix et al. (2001), o outro enfoque é subjetivo e permite levar
em consideração os diferentes significados dos riscos, em função das p
cebem (percepção individual) e sua relação com os contextos sócio-culturais
em que se produzem (percepção coletiva).
Neste caso, a percepção do risco no trabalho pelos trabalhadores pode estar
condicionada à fatores que eles conside
icado), a sua inquietação com a possibilidade de sofrer um dano e suas
39
conseqüências (incertezas) e as expectativas do controle relacionados aos riscos
(confiança).
Estas percepções podem estar influenciadas pelas características pessoais
dos trabalhadores (gênero, idade, situação familiar e outras), contudo, na
experi
experi
ultado do que em sociologia se denominam
“condi
estimativa técnica de sua probabilidade ou de sua magnitude, assim,
por ex
nte indicará os fatores mais
signific
ência de Boix et al. (2001), tais fatores não têm se mostrado muito relevantes.
Do ponto de vista preventivo, o que interessa principalmente não é a
percepção de cada trabalhador, mas as percepções coletivas construídas a partir da
ência comum em determinadas condições de trabalho. De fato, o que
interessa ao estudo são os significados sobre os riscos do trabalho ao qual
compartilham a maioria dos trabalhadores e que condicionam a determinadas
formas de pensar e de atuar. Isto significa que a avaliação das condições de
trabalho com base na percepção dos trabalhadores leva a identificação de um
diagnóstico de tendências de problemas e fatores determinantes da saúde/doença
decorrentes das condições de trabalho, tendo em vista a proposição de programas
de saúde do trabalhador. A partir desse diagnóstico serão identificados os riscos
iminentes para os quais deverão ser realizadas as mensurações técnicas
correspondentes. (BOIX et al., 2001).
Não se pode afirmar que os ditos significados compartilhados sejam opções
voluntárias ou aleatórias, mas o res
ções materiais de existência que compartilham os trabalhadores”. (BOIX et al.,
2001, p. 25).
Contudo, as avaliações subjetivas formariam parte de uma realidade do risco,
tanto quanto a
emplo, para conhecer o risco real na utilização de uma substância química,
deveremos saber suas propriedades toxicológicas (perigo potencial para a saúde),
as condições de utilização (probabilidade de exposição) e os níveis de contaminação
(gravidade da exposição), como também se deve perguntar sobre se os
trabalhadores expostos percebem a situação como uma ameaça para sua própria
saúde e a de seus companheiros. (BOIX et al., 2001).
Neste contexto, o estudo visa o conhecimento das condições gerais da
situação de trabalho em enfermagem, que certame
ativos de risco, os quais irão direcionar também para aspectos específicos a
serem estudados, como no caso do estudo em oncologia.
40
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo não experimental, de caráter descritivo, com
tiva e aporte qualitativo que, através das informações dos
s e os atributos mensuráveis da experiência
terferir, ou seja, a pesquisa
nôm nos
observ
O Instituto Nacional de Câncer - INCA é um órgão do Ministério da Saúde que
enção e controle do
ação de
2.1 Tipo de estudo abordagem quantita
sujeitos, obtidas a partir do instrumento de coleta de dados e pelo detalhamento das
técnicas qualitativas para análise da informação foram verificados resultados dos
questionários. (RICHARDSON, 1999).
Para Polit e Hungler (1995, p. 277), “[...] a pesquisa quantitativa enfatiza o
raciocínio dedutivo, as regras das lógica
humana [...] e tem como base os procedimentos estatísticos para análise das
informações numéricas sob controle do pesquisador”.
A pesquisa descritiva é aquela que tem como função principal a análise do
objeto, procurando descrever a situação sem nela in
descritiva serve para descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los,
classificá-los e interpretá-los, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos
sem manipulá-los, isto é, sem a interferência do pesquisador. (GIL, 1999).
A pesquisa descritiva baseia-se na descrição de fenômenos relativos à
profissão, baseados em observação, descrição e classificação dos fe e
ados. É uma modalidade de pesquisa muito utilizada na enfermagem. Ela se
subdivide em pesquisa de campo, que busca a descrição dos fenômenos em
cenários naturais, examinando profundamente as práticas, comportamentos e
atitudes das pessoas ou grupos em ação na vida real. (POLIT; HUNGLER ,1995).
2.2 Dados da instituição e período de realização do estudo
tem como missão desenvolver ações nacionais visando à prev
câncer e, como referência, prestar serviços oncológicos no âmbito do SUS.
O INCA está estruturado em seis grandes áreas representadas pelas
seguintes Coordenações: Coordenação de Assistência – COAS; Coorden
Prevenção e Vigilância – CONPREV; Coordenação de Pesquisa – CPQ;
Coordenação de Ensino e Divulgação Científica – CEDC; Coordenação de
Administração – COAD; Coordenação de Recursos Humanos – CRH e
Coordenação de Ações Estratégicas – COAE.
41
A área de assistência médico-hospitalar é constituída por quatro Hospitais de
Câncer: HC I, HC II, HC III, HC IV, pelo Centro de Transplante de Medula Óssea
(BRASIL, 2006) da Coordenação de
Recurs
BRASIL, 2006).
contratados pela Fundação Ary
Frauzi
adores do INCA: 62,3%. Na área de prevenção, assistência e
pesqu
gestão do trabalho no INCA tem como pressuposto básico, os processo de
ões, procedimentos e normatizações dessa área
a saúde de seus trabalhadores, buscando uma
melho
(CEMO) e pela Divisão de Patologia (DIPAT).
Os dados institucionais foram obtidos a partir de informações consultadas na
publicação A gestão do trabalho no INCA/MS
os Humanos da Instituição.
O perfil da Força de Trabalho do INCA foi obtido no Sistema de Informações
gerenciais em RH – SIGRH/INCA. (
De um quantitativo de 3.245 trabalhadores, 56,1% é composto por servidores
do quadro efetivo do Ministério da Saúde e 43,9%
no - FAF.
Segundo Almeida, Junqueira e Oliveira (2007), as mulheres são a maioria
entre os trabalh
isa estão as maiores concentrações do sexo feminino. A faixa etária da força
de trabalho do INCA é de menos de 50 anos, com uma característica nítida entre os
mais idosos, ou seja, acima de 60 anos; em torno de 85% são vinculados ao
Ministério da Saúde, e os mais jovens, com até 29 anos, são contratados pela FAF.
Situação geral da Instituição A
regulação do trabalho. As aç
produzem efeitos e conseqüências no conjunto dos processos relacionados ao
sistema de recursos humanos como um todo, e que vão desde a seleção de pessoal
até o desenvolvimento e monitoramento da força de trabalho. A regulação do
trabalho no INCA, tendo em vista a parceria com a Fundação Ary Frauzino, gera
contextos diferenciados de gestão. O quadro de pessoal do INCA é regido por duas
diferentes legislações trabalhistas: Regime Jurídico Único - RJU e Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, o que acarreta diferentes modalidades de intervenção e
acompanhamento. (BRASIL, 2006).
A Divisão de Saúde do Trabalhador - DISAT é a divisão da CRH/INCA que
tem como principal objetivo cuidar d
ria da qualidade de vida nos locais de trabalho. O sistema de vigilância me
Saúde do Trabalhador, capaz de identificar e intervir sobre as situações de risco e
suas repercussões na saúde do trabalhador é priorizado e se subdivide em
42
Vigilância e Promoção Integral de Saúde e Vigilância dos Ambientes de Trabalho.
Nesse contexto, a Divisão de Saúde do Trabalhador realiza rotineiramente
atividades que contribuem para consolidar parcerias e co-responsabilidades pelo
o de acidentes e em situações
do O estudo foi realizado no Centro de Transplante de Medula Óssea – CEMO,
to Intensivo Adulto e na Unidade de Terapia Intensiva
te de medula
óssea
localiz
processo e organização do trabalho em saúde. A análise dos acidentes de trabalho
é realizada por uma avaliação coletiva e co-participativa com todos os envolvidos.
As medidas educativas de prevenção e combate a incêndio, as avaliações
ergonômicas, visando o conforto ambiental e as recomendações de biossegurança
são premissas básicas desenvolvidas na Instituição.
É importante ressaltar o grande interesse dos trabalhadores que participaram
do estudo sobre medidas de segurança na prevençã
de emergência, fato que deve ser motivo de reflexão e atenção por parte dos
responsáveis pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
A coleta de dados foi realizada no período de 15 de Outubro a 15 de
Novembro de 2007.
2.3 Cenário do estu
no Centro de Tratamen
Pediátrica. O Centro de Transplante de Medula Óssea está localizado no 7º andar
do HC I, possui uma unidade de internação com capacidade de 12 leitos para
internação, uma unidade ambulatorial e laboratório de imunogenética.
O CEMO é a unidade de atendimento a pacientes com doenças
hematológicas malignas e afecções correlatas, indicadas para transplan
. A unidade integra o Sistema Nacional de Transplante, do Ministério da
Saúde, coordenando o Banco de Células de Sangue de cordão, o Banco de Cordão
Umbilical e Placentário (BSCUP), a Divisão de Imunogenética e Transplante de
Medula (DITRAN) e o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
O Centro de Tratamento Intensivo Adulto está localizado no 10º andar, com
capacidade para 10 leitos de internação e a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica,
ada no 5º andar, com capacidade para 06 leitos de internação. O CTI Adulto e
a UTI Pediátrica são setores da unidade hospitalar do Hospital do Câncer I – HC I
do Instituto Nacional do Câncer, referência em Oncologia Clínica e Cirúrgica,
localizado no Centro, no município do Rio de Janeiro. Trata-se de um hospital de
oncologia, de grande porte, com capacidade para 217 leitos de internação
43
hospitalar.
2.4 Critérios de inclusão e exclusão A amostra foi constituída pelo seguinte critério de inclusão: enfermeiros
dula Óssea - CEMO, Centro de Tratamento
reta destes profissionais, pois com dois anos de atuação
profiss
a participar do estudo, que não preencheram as
caract
uída por 68 enfermeiros que atuavam no Centro de Transplante de
CEMO, Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de
ela 1 - Quantitativo de enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI Pediátrica
Setor Quantitativo de Enfermeiros
lotados no Centro de Transplante de Me
Intensivo Adulto e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital do Câncer I
que trabalhem há pelo menos dois anos em Oncologia e que concordem em
participar da pesquisa.
O critério foi estabelecido a partir da experiência vivenciada no cotidiano a
partir da observação di
ional o enfermeiro pode identificar com uma maior clareza as características
do seu processo de trabalho.
Foram excluídos da pesquisa enfermeiros que estavam usufruindo de férias e
licenças, que se recusaram
erísticas relativas ao critério de inclusão e os que não devolveram o
questionário no prazo estipulado.
2.5 População Constit
Medula Óssea -
Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital do Câncer I.
Tab
CEMO 41 CTI Adulto 15
UTI Pediátrica 12 TOTAL 68
Fonte: Serviço d do HC I e Serviço de Enfermagem do CEMO
A jo uma escala de
plantão de 12X60 horas com 03 complementações mensais, isto é, o enfermeiro
trabalh
e Enfermagem
rnada de trabalho de 40 horas semanais é organizada em
a em uma escala de plantão de 12 horas e folga 60 horas, totalizando uma
média de 13 plantões/mês. Alguns enfermeiros possuem escala de serviço como
44
diaristas e trabalham 08 horas/dia de 2ª a 6ª feira.
Tabela 2 - Funcionários e servidores por curso de graduação - INCA novembro/2004 a março/2005
Cursos de graduação por gra
% ndes áreas INCA % MS % FAF
Saúde 73,2 803 72,2 1667 72,7 864 M 2 2 18,4 edicina 474 0,7 269 2,8 205 Enfermagem 353 15,4 158 13,4 195 17,5 Odontologia 5 0,2 2 0,2 3 0,3 Ciências biológicas 119 5,2 64 5,4 55 4,9 Outros cursos da saúde 91 4,0 55 4,7 36 3,2 Sociais 53 2,3 31 2,6 22 2,0 Humanas 37 1,6 18 1,5 19 1,7 Engenharias 15 0,7 9 0,8 6 0,5 Outras áreas 401 17,5 194 16,4 207 18,6 Total 2292 100,0 1180 100,0 1112 100,0
Fonte: CRH/INCA
la 2, observamos o quantitativo de enfermeiros de acordo com o
ínculo empregatício, no período de novembro de 2004 a março de 2005, o INCA
ríodo de coleta de dados, apenas 44
enferm
ções de trabalho que caracteriza a precarização
Na Tabe
v
possuía 353 enfermeiros, sendo 158 com vínculo pelo Ministério da Saúde e 195
contratados pela Fundação Ary Frauzino – FAF. Vale ressaltar que, atualmente, a
Instituição adotou outro critério de ingresso, ou seja, através de um processo seletivo
que também tem sido adotado por outras Instituições ligadas ao Ministério da Saúde,
a contratação temporária por dois anos.
Desse modo, é importante esclarecer que de um total de 68 enfermeiros que
atuavam nos setores estudados no pe
eiros preencheram o critério de inclusão, uma vez que 24 enfermeiros lotados
nos referidos setores trabalham na Instituição sob o regime de contratação
temporária há menos de 02 anos.
Esta modalidade de contrato de trabalho pode ser entendida como um
exemplo atual da realidade das rela
do trabalho que, segundo Dejours (2006), pode ser entendida como uma realidade
subjetiva vivida pelos trabalhadores, isto é, conviver em um mundo onde se perdeu
várias garantias trabalhistas, direitos e conquistas adquiridas, que protegiam
socialmente e psiquicamente as pessoas.
45
Nos setores pesquisados encontram-se lotados atualmente 68 enfermeiros,
sendo que destes somente 44 preencheram os critérios de inclusão da pesquisa.
Destes
estionário (Seção A, B e C), representando
42,6 %
éticos Os enfermeiros dos setores estudados foram convidados a participarem do
uanto aos objetivos da mesma e quanto ao preenchimento e
ado para registro na Comissão Nacional de
Os instrumentos de coleta de dados foram os formulários propostos por Boix
indústrias e adaptado para instituições hospitalares. Os
Vogu
los trabajadores em
nuev
, 05 enfermeiros encontravam-se de férias, 06 enfermeiros de licença médica
e 04 enfermeiros não devolveram o questionário no prazo estabelecido, totalizando
15 enfermeiros excluídos do estudo.
Obedecidos aos critérios estabelecidos, tornaram-se sujeitos do estudo 29
enfermeiros, que responderam ao qu
em relação ao total de 68 enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI
Pediátrica.
2.6 Aspectos
estudo e orientados q
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), segundo
o Comitê de Ética em Pesquisa do INCA, de acordo com as normas e exigências
contidas na Resolução 196/96 – CNS.
O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do INCA em 23 de
Agosto de 2007 (Anexo A) e encaminh
Ética em Pesquisa - CONEP em 23 de agosto de 2007.
2.7 Coleta de dados
e Vogel (1997) para
instrumentos foram modificados para atender aos objetivos propostos na pesquisa.
O instrumento utilizado tem origem no livro “La evaluación e riesgos em los
lugares e trabajo – guia para uma intervención sindical”, e Pere Boix e Laurent
el, publicado pela “Oficina Técnica Sindical Europea para la salud y seguridad:
BTS”, em 2000, na Espanha com edições em Inglês e Francês.
Este guia foi preparado durante o desenvolvimento de dois seminários
organizados pela “Associación Europea para la Formación de
as Tecnologias – AFFET”, realizados em 1995 e 1997 com a participação e
sindicalistas, o que foi concebido como uma ferramenta prática, com a finalidade de
avaliar as condições de trabalho por parte dos trabalhadores em matéria de saúde e
segurança na empresa.
46
Este instrumento de pesquisa tem como fundamentos:
1) a subjetividade do trabalhador na avaliação dos riscos à saúde pelo próprio
trabalh do objeto e estudo, o
trabalh
o.
lhadores e na observação
4
s de solução;
e intervenção;
as medidas preventivas.
da para ser realizada pelos sindicatos
dos tr studo tem
experim
s do levantamento para os
gestor
auro, coordenadora do projeto inicial de pesquisa e
orienta
ador, a partir de informações que se situam no centro
o que é uma atividade humana consciente e inseparável dos conhecimentos
que permitam ao trabalhador identificar, controlar ou encontrar formas e melhor
adaptar o próprio trabalho às suas condições reais de trabalho;
2) A visão profissional através da observação as condições e trabalho, tendo
como foco os fatores de risco ocupacional no ambiente e trabalh
A proposta metodológica apoia-se em oito pontos:
1. Diagnóstico da situação envolvendo os trabalhadores;
2. Identificação dos problemas na opinião dos traba
sobre os locais de trabalho;
3. Coleta das informações;
. Identificação os riscos;
5. Avaliação dos riscos;
6. Avaliação as alternativa
7. Proposição de plano d
8. Proposição de seguimento e controle d
Apesar da proposta original ter sido cria
abalhadores, o projeto principal do qual faz parte este e
entado uma série de adaptações da metodologia proposta originalmente
pelos autores Boix e Voguel (1997), substituindo o papel dos sindicalistas pelo
papel de um técnico profissional, neste caso, o coordenador deste estudo
(profissional que pertence à instituição) e a participação dos trabalhadores que são
os profissionais de enfermagem que atuam no hospital.
Desta forma, a pesquisa se propõe a cumprir do 1º ao 6º ponto recomendado
pelos autores, e encaminhar posteriormente os resultado
es da saúde desses trabalhadores como contribuição e subsídios para que
constituam subsídios para a operacionalização dos pontos 7 e 8.
O modelo original do instrumento passou por diversas etapas de aplicação,
avaliação e adaptação, a saber:
1º) - foi feita a tradução do instrumento original espanhol para o português,
pela Drª. Maria Yvone Chaves M
dora desta pesquisa;
47
2º) - consulta aos autores do modelo original, tendo sido autorizada sua
aplicação no Brasil (Anexo B);
retação;
m 2001 (monografia e conclusão do curso
de En
primeiramente entre 2001 e 2003 num hospital
público
em pa
: em um Hospital Municipal em Campos (2004), de um Hospital da rede
privad
odalidade em fase de validação.
instrumento
compl
3º) - o instrumento em português sofreu uma nova versão para o espanhol
para avaliar a fidelidade da interp
4º) - o instrumento foi avaliado e aplicado primeiramente numa empresa de
transporte de bebidas em Volta Redonda e
fermagem), sob orientação a Drª. Maria Yvone Chaves Mauro, cujo projeto e
relatório foram avaliados por uma Comissão Examinadora de peritos na área desse
conhecimento e por pesquisadores do CNPq (Bolsa de Produção de Pesquisa – PQ
e bolsas de Iniciação Científica – IC);
5º) - O instrumento foi posteriormente adaptado para hospital, passando pelo
mesmo processo, tendo sido aplicado
de Volta Redonda com a coordenação da mesma orientadora, e por outros
pesquisadores, também como objeto de Monografia de Conclusão de Curso de
Graduação da FENF/UERJ, submetido novamente a avaliação de Comissão
Examinadora da mesma Faculdade e por pesquisadores do CNPq (Bolsas PQ e IC;
6º) - Os resultados desta aplicação foram novamente avaliados, fazendo-se
as readaptações necessárias para as atividades em saúde, e em 2003 foi aplicado,
rte, em duas clínicas de um Hospital Universitário no Rio de Janeiro, como
objeto de estudo de uma Monografia de Iniciação Científica, passando pelo mesmo
processo;
7º) - O mesmo instrumento sofreu aplicação parcial, como objeto de
dissertação
a em Campos (2005), de um Hospital Estadual do Rio de Janeiro (2004) e de
um Hospital do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (2003), estando agora em
fase final de validação metodológica e aplicado em um Hospital Universitário (2006)
e em dois Hospitais Federais (2007);
8º) - Este instrumento foi também utilizado em Unidades Básicas de Saúde de
dois Municípios do RJ, estando esta m
Como nas experiências hospitalares o instrumento foi sempre aplicado em
partes, e o número de trabalhadores foi pequeno para validar o
eto, em todas as suas modalidades, o mesmo está sendo objeto de uma
validação global (o instrumento em toda sua extensão) como Projeto de Pesquisa
com apoio do CNPq, intitulado “Inovação de gestão das condições de trabalho em
48
saúde para hospitais do Sistema Único de Saúde/ SUS – BRASIL” (Anexo C), sob a
coordenação da orientadora deste estudo, após o que será publicado em periódico
indexado, com todas as modificações, a partir do instrumento original, sendo a
pesquisa objeto deste estudo, considerada como Projeto Piloto da validação global
do instrumento.
Em todos os casos em que o instrumento foi aplicado, foram utilizadas as
referências: “MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent.
LA EV
para ser
coleta
A – Identificação dos sujeitos da pesquisa.
cação dos problemas
ores e sua relação com as condições de
nização do Trabalho.
lemas nos locais de trabalho.
ões.
trumentais).
.
s trabalhadores (quadro de pessoal).
prevenção de riscos.
ALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una
intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad –
ISTAS – Instituto Sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000”.
Para a coleta de informações, nesta pesquisa, foi utilizado o instrumento
denominado QUESTIONÁRIO (Apêndice B), embora contenha uma parte
da através de observações. O instrumento foi subdividido em seções e
classificado por letras maiúsculas e números arábicos, conforme a denominação a
seguir:
QUESTIONÁRIO:
SEÇÃO
SEÇÃO B – Identifi
B1 – Problemas do ambiente de trabalho
B2 - Problemas de saúde dos trabalhad
trabalho.
SEÇÃO C – Fatores organizacionais e relações no trabalho.
C1 – Orga
C2 – Desigualdade no Trabalho.
SEÇÃO D – Observação de prob
D1 – Locais de trabalho e instalaç
D2 – Maquinaria (equipamentos), tecnologia e ferramentas ( ins
D3 – Substâncias e materiais utilizados
D4 – Fatores ergonômicos.
SEÇÃO E – Dados da Instituição.
E1- Características gerais do
E2 – Situação geral da Instituição.
E3 – Política de prevenção na Instituição.
E4 – Interesse dos trabalhadores na
49
Na coleta de informações, foram utilizados os seguintes procedimentos:
Seções A, B e C – as questões foram respondidas pelos sujeitos da pesquisa,
que
em, constituída por uma amostra de
•
(BRASIL, 2006) da Coordenação
enfermeiro e para os coordenadores de enfermagem, sendo realizada uma breve
explica
devida
btidos, priorizou-se os dados referentes aos objetivos do
estudo
nálise dos dados s dados coletados foram categorizados e discutidos com vistas ao
tudo, servindo de base para análises estatísticas e descritivas
dos re
•
constituiu a amostra de 29 enfermeiros.
• Seção D – estas questões foram respondidas a partir da percepção realizada
das coordenadoras do serviço de enfermag
03 enfermeiros, que fazem parte das equipes de enfermagem dos setores
estudados.
Seção E – foram obtidos dados a partir de informações consultadas na
publicação A gestão do trabalho no INCA/MS
de Recursos Humanos da Instituição. Estes dados foram descritos na
metodologia, no subtítulo: Dados da instituição e período de realização do
estudo.
Os questionários (Apêndice B) foram distribuídos individualmente para cada
ção sobre o instrumento e esclarecimento de dúvidas após leitura do mesmo.
Devido às características das unidades, ou seja, atendimento a pacientes
críticos, foi estabelecido o prazo de uma semana para devolução do questionário
mente respondido.
É importante ressaltar que, para fins de análise dos resultados, não foram
utilizados todos os dados o
. Vale ressaltar que os demais dados serão utilizados para a produção de
artigos científicos.
2.8 Tratamento e aO
referencial teórico.
Os dados quantitativos foram organizados por grupos de variáveis em função
dos objetivos do es
sultados, que serão representadas por associações numéricas em termos
percentuais absolutos e relativos e apresentados em tabelas, gráficos e quadros.
O programa EPi-INFO foi utilizado para tratamento e análise estatística dos
dados.
Para a realização de algumas análises estatísticas, foi utilizado o Teste Exato
50
de Fisher (que é similar ao Qui-Quadrado) para amostras pequenas. A identificação
r subsídios para a
entre as variáveis ocorre quando o valor de p é menor que 0.05.
Pretende-se que os resultados desta pesquisa constituam um diagnóstico da
situação de trabalho nos setores analisados, com vistas a fornece
elaboração de um projeto de melhoria das condições de trabalho na Instituição.
51
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
presentados e organizados para atender aos
estudo: caracterização pessoal e profissional dos enfermeiros dos
setore
dos setores estudados
la 3 - Características pessoais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de
Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29)
Os dados obtidos foram a
objetivos do
s estudados, cuidados com a própria saúde, fatores de risco a que estão
expostos os enfermeiros nos locais de trabalho, análise das condições do ambiente
de trabalho dos enfermeiros oncológicos e discussão sobre os problemas de saúde
apontados pelos enfermeiros, provocados ou agravados pelo trabalho.
3.1 Características pessoais e profissionais dos enfermeiros
Tabe
Variáveis Respostas f %
Sexo
Fem
21
72 Masc 8 28
Idade
20 a 29 30 a 39 40 a 49
Mais de 50 Não respondeu
24,1 55,2
Estado civil
Não respondeu
1 7
16 4 1
3,4
3,8 3,4
Solteiro Casado
12 17
41,4 58,6
Nº de filhos
1 2 4
12 4 1 2
63,1 21,1 5,3
10,5 Fonte ampo
terísticas gerais da população estudada, observou-se que
predominantemente eram do sexo feminino 21 (72%), fato que coincide com os
estudo
) são
: Pesquisa de C
Em relação às carac
s de Bulhões (1994), que afirma que a profissão de Enfermagem é por
excelência, feminina. Esta constatação vem se modificando gradativamente com a
inserção cada vez maior de homens no mercado de trabalho da enfermagem.
Com relação à idade, verifica-se uma concentração de 16 (55%) na faixa
etária entre 40-49 anos, considerada economicamente produtiva, 17 (59%
52
casad
ino, que envolve representações sociais
ineren
e elas são responsáveis
pela
o que provavelmente estes trabalhadores desempenham dupla
ou trip
a responsabilidade, que exige deste profissional um certo grau de
flexibil
r explicado pela
neces
os e que 19 (66%) possuem filhos.
Quanto à enfermagem, como opção profissional, Sobral (1994) refere ser uma
profissão de mulheres, do gênero femin
tes às "características" da mulher ideal numa sociedade ainda dominada pelos
homens, tais como: submissão, abnegação, disciplina, pureza, humildade e
"domesticidade". Reforçando este pensamento, Moreira (1999) lembra que a
enfermagem, como o magistério, é caracterizada como uma profissão de mulheres,
profissão esta que, no mundo público, representava uma extensão do lar, de um
feminino dócil, que cuida, nutre e educa. (SOBRAL, 1994).
Este fato é cultural na sociedade mundial, especialmente ocidental, onde as
práticas de cuidados são realizadas por mulheres, porqu
evolução da história de cuidar da humanidade, até os dias de hoje.
(COLLIÈRE, 1999).
Observa-se que a maior freqüência é de profissionais casados ou similares
(58%), caracterizand
la jornada, em decorrência de suas atribuições domésticas, familiares e
profissionais.
Destaca-se, também, que o fato de ser casado ou viver maritalmente com
alguém é um
idade para conciliar as características do trabalho (trabalho em turnos,
jornadas longas, processo de trabalho que interfere no equilíbrio emocional devido
às situações de sofrimento vivenciadas e responsabilidade por lidar com pessoas
enfermas), o que provavelmente interfere na vida social e familiar.
Com relação ao número de filhos, apenas 5% tem 4 filhos, ocorrendo uma
prevalência de 60% nos que tem 1 filho, fato que pode se
sidade de possuir mais de um emprego, conforme demonstrado na tabela que
se segue, 31% possui dois vínculos profissionais, contribuindo para a redução do nº
de filhos, uma vez que a educação e os cuidados exigidos pela maternidade são em
geral responsabilidade da mulher e a existência de mais de um emprego pode
interferir na vida familiar.
53
Tabela 4 - Características profissionais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia
Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) Variáveis Respostas f %
de vínculo
Estatutário
13
Tipo
Contrato temp. 15
44,8 51,7
3Celetista
1 ,4
Nº de vínculos empregatícios
Não respondeu
Turno de trabalho Diurno
Ambos 31
Carga horária semanal 60 horas
Mais de 80 horas Não respondeu
62
1 2 3
11 9 1 8
37,9 31,0
3,4 27,6
Noturno
16 4 9
55 14
30 horas 40 horas
80 horas
1
18 6 2 1 1
3,4 2,1 0,7 6,9 3,4 3,4
Fonte: Pesquisa de Campo
que 55 % d tão diurno e
ue 9 (31%) exercem dupla jornada de trabalho. É relevante observar que 11
(37%)
. Este fato tem efeito importante que pode
ter rep
s trabalhadores em turnos vivenciam um cotidiano
essen
m certo receio para responder tal
A Tabela 4 revela os enfermeiros trabalham no plan
q
trabalham somente em um emprego, seguido de 9 (31%) com dois empregos,
esta prevalência maior de enfermeiros com 01 emprego pode ser explicada pela
jornada de 40 horas exercidas no hospital estudado, dificultando a possibilidade de
conciliar mais um emprego, embora, 31 % dos enfermeiros estudados afirmem a
existência de 02 vínculos empregatícios.
Dos enfermeiros participantes do estudo, 14% referem trabalhar somente à
noite e 31% trabalha em ambos os turnos
ercussões no trabalho.
Segundo Rotenberg (2004), o trabalho em turnos interfere na vida familiar de
forma bastante significativa. O
cialmente diferente do restante de outras áreas ou comunidade, em termos de
distribuição temporal de suas atividades, exigindo uma outra organização de vida
que possa conciliar trabalho, vida social e familiar.
É importante evidenciar que 27,6% não responderam a questão sobre o
número de vínculo, pode-se entender que existe u
54
questã
ga horária total de 60 horas semanais.
ciais, uma vez
que a
efícios sociais e amparados pelo
RJU –
amente Ativa (PEA),
nos gr
setores estudados no período de coleta de dados, apenas 44
enferm
o, talvez relacionada ao excesso de carga horária trabalhada, fato que tem
sido objeto de discussão junto a instâncias jurídicas e entidades representativas da
categoria de enfermagem.
Constatou-se que 18 (62%) trabalhavam 40 horas semanais, seguidos de 6
(20%) que cumprem uma car
Segundo a ABEN (2006), estes dados podem ser facilitadores para o
surgimento ou agravamento de doenças físicas, psicológicas ou so
enfermagem tem algumas características peculiares, tais como: ser prestadora
de assistência ininterrupta 24 horas por dia, realizar atividades diretamente
relacionadas ao cuidado e a recuperação das condições satisfatórias de vida, sendo
responsável pela execução de cerca de 60% das ações de saúde, sendo os
trabalhadores da saúde que mais entram em contato físico com os doentes,
somando-se a sua peculiaridade de predominância do gênero feminino e de
formação profissional fragmentada e hierarquizada. Estes fatores podem ser
somados às características intrínsecas dessas unidades, como o atendimento aos
pacientes em situações terminais e grande quantidade de tarefas a serem
desempenhadas pelo profissional de enfermagem.
É relevante observar que os enfermeiros têm sua situação de trabalho
definida, com segurança em relação aos seus ben
Regime Jurídico Único ou pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho,
uma vez que 13 (45%) são estatutários, 15 (52%) são celetistas e apenas 01 (3%)
trabalha sob o regime de contratação temporária há dois anos.
Vale ressaltar que, segundo Franco (1997), o crescimento do trabalho no
setor informal, já ocupa mais de 50% da População Economic
andes centros urbanos brasileiros. A contratação de trabalhadores por um
período pré-determinado ou temporário exemplifica a “precarização” do trabalho, que
pode ser entendida como subcontratação de trabalho, prática de “terceirização” e
“quarteirização” das atividades trabalhistas e trabalho domiciliar. Estas situações no
mundo do trabalho atual estão sendo facilitadas pelas mudanças propostas na
legislação trabalhista, que devem disciplinar as relações de trabalho e proteger os
trabalhadores.
Desse modo, é importante esclarecer que de um total de 68 enfermeiros que
atuavam nos
eiros preencheram o critério de inclusão, uma vez que 24 enfermeiros lotados
55
nos referidos setores trabalham na Instituição sob o regime de contratação
temporária há menos de 02 anos.
3.2 Cuidados com a própria saúde Atualmente, os trabalhadores para atender suas necessidades econômicas e de
ano, situações que podem ser fatores
des
equilíbrio
físico
es relativas a lazer, repouso, hábitos alimentares,
as respostas dos Enfermeiros de acordo com o m relação à qualidade do lazer
p = 0.1813 - teste de fisher ou Qui-Quadrado
sua família enfrentam, no cotidi
encadeantes de estresse. O estresse pode ser entendido como um alarme
natural do organismo, que o prepara para vivenciar situações de luta ou de fuga, é
uma herança genética dos nossos ancestrais que viviam em constante perigo. Outro
conceito entende que cada indivíduo enfrenta o estressor de uma maneira
específica, caracterizando sua reação. (MOREIRA; MELO FILHO, 1992).
Existem várias maneiras para se controlar o estresse: prática de atividades
físicas, repouso adequado, alimentação balanceada, lazer e outras. O
e psicoemocional pode se fortalecido com a realização de atividades que
melhorem a qualidade de vida
Com relação aos cuidados com a própria saúde, os enfermeiros dos setores
estudados responderam questõ
realização de atividade física e qualidade do sono. Os dados obtidos foram
correlacionados com o tipo de vínculo empregatícios, nº de vínculos (empregos) e
carga horária semanal. Esta correlação foi obtida através da aplicação do teste de
fisher ou Qui-quadrado, cujo resultado de p deve ser menor que 0,05 para que exista
significância entre as variáveis.
Tabela 5 - Distribuição dvínculo empregatício e
Lazer Vínculo empre- gatício
Desconhece
Deixa a desejar
Satisfatório Muito bom
Estatutário 0 3 10 0
Celetista 0 8 7 0
Cont. temporário) 0 0 1 0 Fonte: Pesquisa de campo
mos observar que os Enfermeiros que possuem o vínculo
estatutário demonstram um nível de satisfação maior em relação ao aspecto
Na Tabela 5, pode
56
relacionado ao lazer, fato que talvez possa ser explicado pela diferença salarial
existente entre o enfermeiro com vínculo estatutário e o enfermeiro com vínculo
celetista, uma vez que a remuneração do vínculo estatutário é maior.
No entanto, não houve uma correlação significativa entre as variáveis: Lazer e
vínculo empregatício (p›0,05 – teste de Fisher)
Tabela 6 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o
vínculo empregatício em relação à qualidade do repouso p = 0.1506 - teste de fisher ou Qui-Quadrado
Deixa a Repouso Vínculo empregatício
Desconhece desejar
Satisfatório Muito bom
Estatutário 0 2 10 1
Celetista 0 6 9 0
Estatutário(cont. temporário) 0 1 0 0
FONTE: Pesquisa de campo
o se observa uma diferença significativa em relação ao
ínculo empregatício e o aspecto relacionado ao repouso. O quadro também indica
profiss
u instrumento de trabalho, mas pode levar o
cuidad
como
uma vi
Na Tabela 6, nã
v
que 19 (65%) consideram satisfatório o repouso realizado (p›0,05 – teste de Fisher).
O trabalho de enfermagem é caracterizado pelo predomínio do cuidado às
pessoas doentes, sendo desenvolvido de forma contínua, ou seja, é uma atividade
ional cotidiana. Na prática do cuidado, os profissionais se deparam
diariamente com dores, sofrimento, perdas e morte, impondo sofrimento e desgaste
emocional e físico a quem o realiza.
Entendemos, assim, que o cuidado é uma questão de presente no dia-a-dia
do enfermeiro e sua equipe. É se
or a sofrimento físicos e psicológicos, afetando a sua forma de cuidar.
Sendo assim, torna-se relevante que o enfermeiro compreenda a importância
de cuidar de si. O repouso adequado com qualidade e tempos suficiente, bem
da social, são importantes para o bem estar físico e mental, pois se não
estamos “bem cuidados”, não teremos condições de prestar um bom cuidado.
(LUNARDI; LUNARDI FILHO, 1999).
57
Tabela 07 - Cálculo do IMC – Índice de massa corporal da amostra (n=29)
IMC Freqüência % Pe
Sobrepeso
eu
so Normal 12 41
Obesidade
Não respond
7
7
3
24
24
10
Total 29 100 Fonte: Pesquisa de campo
O cálculo do índice de massa corporal - IMC (Kg/m2) foi realizado pela divisão
o peso (KG) pelo quadrado da altura (m). A classificação obedeceu os critérios d
recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 12: IMC < 18,5kg/m2
(Baixo peso); IMC > 18,5 e até 24,9kg/m2 (Eutrófico); IMC > 25 e até 29,9kg/m2
(Sobrepeso) e IMC > 30,0kg/m2 (Obeso).
Na Tabela 7, observamos que 12 (41%) dos enfermeiros encontram-se na
faixa de peso normal ou eutrófico, 7 (24%) são obesos e 7(24%) encontram-se com
de atividade física em relação ao índice de massa corporal
p= 0.2348 - teste de fisher ou Qui-Quadrado
sobrepeso, isto é, acima do peso considerado normal. Ao analisar essa tabela,
pode-se verificar que aproximadamente 44% dos enfermeiros estão acima do peso,
o que pode ser justificado pelo sedentarismo, já que 19 (65%) consideram que a
prática de atividade física deixa a desejar, conforme demonstrado na Tabela 8.
Tabela 8 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a realização
Atividade física Satisfatório MDeixa a Desconhece uito bomdesejar IMC
Peso Normal 2 9 1 0
Sobrepeso 0 6 0 1
Obesidade 3 4 0 0
TOTAL 5 19 1 1 F de campo
bela 8, verifica-se ue 19 dos 29 enfermeiros que participaram do
studo consideram que a prática de atividade física deixa a desejar. Este quadro
onte: Pesquisa
Na Ta q
e
mostra a percepção do enfermeiro sobre um dos aspectos relativos a qualidade de
vida, indicando que a realização de atividade física deveria ser presente no seu
58
cotidiano.
A realização de exercícios diminui o risco de hipertensão por diminuir a
resistência vascular periférica e aumentar o condicionamento cardíaco. Uma vez que
s Enfermeiros de acordo com os hábitos alimentares em relação índice de massa corporal
p= 0.6565 - teste de fisher ou Qui-Quadrado
a grande parte da amostra é sedentária há uma necessidade de enfatizar a
realização de exercícios regulares, como recomendar a evolução gradual de algum
exercício aeróbico, do tipo caminhadas rápidas de 15 a 45 minutos, numa freqüência
de 3 a 5 vezes por semana. (McABEE, 1995).
Tabela 9 - Distribuição das respostas do
Hábitos alimentaresDesconhece Deixa a
IMC desejar Satisfatório Muito bom
Peso Normal 0 1 10 1
Sobrepeso 0 1 5 1
Obesidade 1 2 4 0 F de campo
bela 9 que 19 enfermeiros estão satisfeitos com os seus
ábitos alimentares e que destes, 4 são obesos, 10 possuem peso normal e 05
onte: Pesquisa
Observa-se na Ta
h
estão na faixa de sobrepeso, fato que pode ser explicado pelo ritmo acelerado de
trabalho nas unidades estudadas, favorecendo a realização de refeições rápidas, em
geral com grande quantidade de carboidratos e com baixa qualidade nutricional. Tabela 10 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o número
de vínculos em relação ao lazer p= 0.3668 - teste de fisher ou Qui-Quadrado Lazer
Desconhece Deixa a Nº de vínculos desejar Satisfatório Muito bom
1 0 4 7 0
2 0 2 7 0
3 0 1 0 0
Não resp 0 4 4 0 Fonte: Pesquisa de campo
59
Tabela 11 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o número de vínculos em relação ao repouso
p= 0.06621 - teste de fisher ou Qui-Quadrado Repouso
Nº de vínculos
Desconhece Deixa a desejar Satisfatório Muito bom
1 0 2 9 0
2 0 6 3 0
3 0 0 1 0
Não resp 0 1 6 1 Fonte: Pesquisa de campo
Nas Tabelas 10 e 11, com relação aos cuidados com a própria saúde, 18
2%) consideraram satisfatório os aspectos relacionados ao lazer. Quanto ao
repous
(65%) apontaram que a prática de atividade física
deixa
trabalho, realizada pelas mulheres
jornada de trabalho nos impede de compatibilizar o trabalho principalmente com a vida social, a familiar fica um pouco prejudicada por causa dos horários. E ocorre uma grande produção braçal
(6
o, 19 (65%) disseram que estavam satisfeitos e 14 (48%) consideraram
satisfatória a qualidade do sono.
A maioria dos enfermeiros (19 - 65%) considerara seus hábitos alimentares
satisfatórios e 19 dos participantes
a desejar. 20 (69%) disseram possuir imunização dupla completa e 22 (76%)
relataram imunização para hepatite B completa.
Infelizmente, com os novos estilos de vida adotados pelas constantes
mudanças da vida moderna, a dupla jornada de
em função das atividades domésticas e familiares, podem contribuir para a
deterioração da saúde física e mental destas trabalhadoras. (BREILH,1991)
A seguinte verbalização foi registrada por um enfermeiro no instrumento de
coleta de dados (questionário nº 01):
“O alto ritmo na
incapacitando a produção científica e uma possibilidade de promoção”.
60
Tabela 12 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o carga horária em relação ao repouso p= 0.0071 - teste de fisher ou Qui-Quadrado
Repouso Carga horária Desconhece Deixa a desejar Satisfatório Muito bom
0 0 0 30 horas 1
40 horas 0 3 15 0
60 horas 0 4 2 0
80 horas 0 1 1 0
Mais de 80 horas 0 0 1 0
Outros 0 1 0 0 F po
Na Tabela 12, observa-se que dos Enfermeiros que trabalham 40 horas, 15
1%) consideram satisfatório o repouso, enquanto que 4 (14%) que trabalham 60
o fará com que o trabalhador tente dormir
onte: Pesquisa de cam
(5
horas, consideram que deixa a desejar.
Clancy (1995) refere que o trabalho em turnos apresenta para o trabalhador
alterações do sono, o ajuste mais lent
quando seu ritmo biológico estará sinalizando para a vigília. O sono diurno será
contrário às atividades de familiares e vizinhos com muito ruído. As alterações da
vida doméstica e social em razão das noites de trabalho, as longas jornadas
sucessivas,trazem mudanças físico hormonais que o mantém em desajuste dos
ritmos biológicos e com perturbações do ciclo sono/vigília o que propicia ao estresse,
a modificações comportamentais tais como fumar mais e beber mais café para ficar
em alerta, o que culminará em doenças e agravos a saúde. O ideal de dormir oito
horas diárias e de repousar a fim de eliminar o cansaço pouco real para muitos
trabalhadores, que em média conseguem dormir de 4 a 5 horas.
61
3.3 Fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos cais de trabalho
lógico
lo
Risco bio Risco Ergonômico Risco Físico Risco Químico Não corresponde
o risco Freq. Ás vezes Percepção d
Riscos percebidos n % n %
1 Risco de contrair infecção 21 72.4 6 20,7
2 Manutenção de postura inadequada 14 48.3 12 41,4
3 Presença de radiação 13 44.8 9 31
4 Ritmo de trabalho acelerado 13 44.8 15 51,7
5 Ruído muito elevado no trabalho 34,5 12 41.4 10
6 Temperatura inadequada 11 37.9 10 34,5
7 Trabalho isolado que dificulta o contato com outros setores 11 37.9 5 17,2
8 Risco de acidentes por sobrecarga de trabalho 9 31 13 44,8
9 Desconforto pela falta de espaço ou má distribuição 8 27.6 14 48,3
10 Esforço físico que produz fadiga 8 27.6 13 44,8
11 Ordem e limpeza insuficientes 6 20.7 13 44,8
12 Inalação de substância nociva no ambiente 6 20.7 9 31
13 Manipulação de cargas pesadas 6 20.7 14 48,3
14 Risco de incêndio ou explosão 5 17.2 8 27,6
15
Risco de queda de materiais 4 13.8 14 48,3
16
Fumos,gases, vapores ou aerossóis em excesso 4 13.8 13 44,8
17 Organização insatisfatória de horários e turnos de trabalho 4 13.8 13 44,8
18 Dificuldade de desocupação do ambiente em caso de emergência 3 10.3 8 27,6
19 Ar/ventilação insuficiente 3 10.3 8 27,6
20 Iluminação insuficiente 3 10.3 8 27,6
Quadro 1 - Riscos ocupacionais percebidos “freqüentemente e vez ” pelos enfermeiros no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de Terapia Intensiva de uma instituição Oncológic
” “às es
a Fonte: Pesquisa de campo
62
Optou-se por analisar os dados com maiores freqüências, considerando os
e às vezes pelos enfermeiros (n=29), riscos apontados freqüentemente
considerando a significância do evento no trabalho.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), a Norma
Regulamentadora - NR 9, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos,
químic
inadequada (48,3%), presença de radiação
(44,8%
ndo relacionados ao cuidado direto aos
pacien
iores riscos de infecção estão
relacio
cções através de lesão perfurocortante, contato com
memb
tensivista estão
inter-re
os e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.
O risco ocupacional mais apontado foi o risco de contrair infecção (72,4%),
seguido de manutenção de postura
), ritmo de trabalho acelerado (44,8%), ruído muito elevado no trabalho
(41,4%) e temperatura inadequada (37,9%).
Constatou-se que os problemas do ambiente de trabalho percebidos pelos
enfermeiros aparecem em maior número qua
tes e às próprias características dos pacientes críticos, tais como: presença
de sangue, secreções, fluidos corpóreos por incisões, sondagens, cateteres,
expondo os enfermeiros a esse contato; elevado número de procedimentos e
intervenções terapêuticas que necessitam utilizar materiais pérfuro-cortantes e
equipamentos; dependência dos pacientes, que exige esforço físico dos
trabalhadores; investigação diagnóstica devida a patologias diversas, expondo os
enfermeiros a infecções e doenças não confirmadas.
Resende e Fortaleza (2001) referem que os trabalhadores da saúde estão
expostos com freqüência aos riscos biológicos. Os ma
nados às doenças transmitidas por sangue e fluidos corpóreos (hepatite B,
hepatite C e HIV) e às que ocorrem através de infecção aérea (tuberculose,
varicela-zoster e sarampo).
Segundo Resende e Fortaleza (2001), os trabalhadores estão expostos ao
risco de adquirir estas infe
rana, mucosa ou pele (rachadura da pele, dermatite e etc.), possibilitando o
contato com sangue e fluidos corpóreos potencialmente infectados.
Esta constatação já foi descrita em um estudo realizado por Costa e Deus
(1989), onde foi verificado que os riscos ocupacionais da equipe in
lacionados com os riscos de seus pacientes.
Nos setores onde foi realizado o estudo, apenas 6 (20,7%) dos enfermeiros
63
relataram inalação de substância nociva “freqüentemente”. Esses dados
grande variedade de
equipa
entos como capelas de fluxo laminar, refrigeração, filtros de ar, iluminação
e etc.
eiros no instrumento de coleta de dados:
to em si, tais como manipulação de quimioterápicos, material biológico”. (questionário nº 20)
No quadro acim
às questões relativas a carga física e organização do trabalho do enfermeiro em
oncolo
ncipais
riscos
demonstram uma baixa percepção dos enfermeiros em relação à exposição a tais
produtos e seus danos à saúde. Nestes setores (UTI adulto, CTI pediátrico e
Centro de Transplante de Medula Óssea) existe exposição considerável dos
trabalhadores aos medicamentos, inclusive quimioterápicos, produtos de limpeza e
anti-sépticos que, entretanto, é pouco valorizada. Estes riscos foram amplamente
discutidos por Laurell e Noriega (1989), destacando o manuseio freqüente de
substâncias químicas pelos trabalhadores de enfermagem.
Nas Unidades para atendimento a pacientes críticos (UTI, CTI, Unidades de
Internação que realizam transplantes) existe uma
mentos disponíveis para monitorar os pacientes e auxiliar a equipe de
trabalho. No entanto, a tecnologia nova nem sempre atende às expectativas,
ocorrendo falha no desempenho ou problemas técnicos que acabam por impedir as
melhorias para os pacientes e para os profissionais. (NISHIDE; MALTA; AQUINO,
2000).
Estas falhas e problemas técnicos estão relacionados com a manutenção de
equipam
Entretanto, vale ressaltar as verbalizações, que foram redigidas pelos
enferm
“Riscos devidos ao tratamen
“As quimioterapias poderiam ser diluídas (preparadas) pelo farmacêutico”. (questionário nº 26) a, observa-se uma prevalência em torno de 50% com relação
gia, este percentual não difere muito de outros estudos já realizados.
Um estudo de Nishide, Malta e Aquino (2000) refere que o esforço físico com
lesão corporal foi apontado por 31 (46%) dos trabalhadores como um dos pri
ocupacionais, já que os trabalhadores de enfermagem em unidades críticas
desenvolvem muitas atividades que exigem esforço físico, como mobilização de
pacientes pesados e manipulação de equipamentos (monitores, desfibriladores e
outros).
64
A identificação de risco por quedas (15 - 52%) e desconforto pela falta de
espaço (14 - 48%), são considerados fatores presentes no ambiente de trabalho,
constit
atividades comerciais,
refletin
eda no ambiente de
trabalh
fortem
e dados:
“Organização insatisfatória do trabalho devido à falta de espaço nos quartos duplos, sendo desconfortável para o paciente e acompanhantes. Falta espaço físico para trabalhar adequadamente”. (questionário n º 26)
o
Walton (1973)
empregado, favorecendo melhores condições de vida dentro e fora da organização.
trabalh
uindo causa real ou potencial de acidentes e lesões.
Nishide, Malta e Aquino (2000) afirmam que esses riscos não são específicos
da área hospitalar e existem também em indústrias e
do impacto nas condições de saúde dos trabalhadores.
Os riscos percebidos às vezes mais incidentes foram clima inadequado em
relação aos companheiros de trabalho (55%), risco de qu
o (51%), ritmo de trabalho acelerado (51%), conflito com clientes ou usuários
(51%) e incompatibilização do trabalho no hospital com o trabalho doméstico.
As queixas como mal estar, ansiedade e desgosto de ir ao trabalho e
trabalhar são o reflexo do desgaste sofrido por estes profissionais que se vêem
ente atingidos pelas questões organizacionais do seu processo de trabalho,
em que o controle gerencial e as atividades de rotina representam um fator de
adoecimento. Estes fatores podem gerar situações de estresse e depressão, em
resposta a carga psíquica do trabalho, pelo constante lidar com os mecanismos
psíquicos de defesa em confronto com o sofrimento e com a morte. (DEJOURS,
1992).
Vale ressaltar as seguintes verbalizações registradas no instrumento de
coleta d
“Neste item friso recursos insuficientes, pois necessito de um bom computador, um espaço para estudo, uma sala para receber
specializandos, residentes....e tudo é muito dividido...é um poucecomplicado”. (questionário n º 12) destaca que a qualidade de vida no trabalho visa proteger o
Para que a qualidade de vida no trabalho seja alcançada é necessário que: o
trabalhador receba um salário justo e adequado ao trabalho realizado; os
adores não sejam expostos às condições físicas e psicológicas perigosas e
horários de trabalho excessivos.
65
Ainda, segundo Walton (1973), para que os trabalhadores possam usar e
desenvolver suas habilidades e capacidades são necessários: autonomia no
trabalh
ondições de trabalho Os principais problemas do ambiente de trabalho apontados pelos
dade
de de
o, utilização de múltiplas habilidades, informação e perspectiva de
crescimento profissional, realização de tarefas completas e planejamento das
atividades. Ressaltando ainda que é importante que o trabalhador tenha a
possibilidade de auto-desenvolvimento, aquisição de novos conhecimentos e
oportunidades de promoções e segurança no emprego.
3.4 Percepção sobre os problemas do ambiente e c
enfermeiros (n=29) foram: umidade excessiva, temperatura inadequada, dificul
socupação do ambiente em caso de emergência, ventilação e iluminação
insuficiente, destes o mais apontado foi o desconforto térmico relacionado à
temperatura inadequada.
0
5
10
15
Temperatura inadequada
FrequentementeÁs vezesNão aconteceDesconhece/ignoraNão respondeu
Gráfico 1 - Aspectos percebidos pelos enfermeiros em relação às condições de trabalho – Temperatura inadequada Fonte: Pesquisa de campo
No Gráfico 1, observa-se que 11 enfermeiros referiram que freqüentemente a
mperatura é inadequada, o que corresponde a 37,9% da amostra. Este fato pode
ser en
te
tendido pela dificuldade de estabelecer uma temperatura agradável e a
necessidade de manter a temperatura baixa devido à existência de aparelhos,
computadores e equipamentos.
66
A temperatura desconfortável no ambiente de trabalho pode causar danos à
saúde do trabalhador. Segundo a Portaria ANVISA nº 1884/GM, a temperatura deve
citados por 8 (28%) dos enfermeiros e que 11 (38%) mencionaram
dos serviços de enfermagem sobre os roblemas nos locais de trabalho
serviços de enfermagem sobre os problemas
nos lo
ser mantida entre 24 e 26ºC, estável e igual em todas as salas, evitando
deslocamentos de ar excessiva e com uma umidade relativa em níveis de 40 a 60%.
(BRASIL, 1995).
Os aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, relativos à umidade
excessiva, foram
que a temperatura é inadequada freqüentemente. Dos 29 enfermeiros, 8 (28%),
identificaram a dificuldade de desocupação do ambiente em caso de emergência
(28%) dos enfermeiros como um dos problemas observados nos ambientes de
trabalho. Apesar dos enfermeiros perceberem pouco estes aspectos como risco de
acidentes, existem reclamações freqüentes sobre a inadequação da temperatura
nas unidades estudadas. Com relação à iluminação, 14 (48%) dos enfermeiros
mencionaram que não acontece, fato que pode ser explicado devido a uma recente
reforma nos leitos de internação, com a instalação de luminárias, que possibilitaram
maior conforto ao paciente, além de facilitar a realização de procedimentos de
enfermagem nos pacientes internados.
3.5 Percepção dos coordenadores p
O instrumento de coleta de dados (Apêndice B) foi utilizado para conhecer a
percepção dos coordenadores dos
cais de trabalho estudados (n=03).
67
Variável Sim Não Espaço insuficiente para trabal cesso de pessoas e/ou har por exequipamentos 2 1
Desordem e/ou falta de limpeza 0 3
Sistemas de armazenamento inadequados e/ou inseguros 0 3
Falta de segurança para realizar deslocamentos (pisos, escadas) 0 3
Possibilidade de quedas devido à proteção..... 0 3
Condições deficientes de segurança nas instalações elétricas 0 3 Condições de deficientes de segurança nas instalações de gases e pressão 0 3
Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões 2 1 Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência 2 1
Ventilação e climatização inadequadas dos ambientes. 1 2
Iluminação inadequada ao tipo de trabalhado realizado 0 3
Temperatura ambiental inadequada ao tipo de trabalho que se realiza 1 2 Ruído ambiental inadequado para a atenção que é requerida pelas tarefas realizadas 1 2
Vestuários e banheiros insuficientes ou inadequados 1 2
Q res dos serviços de enfermagem
uadro 2 - Distribuição das respostas dos coordenadosobre os locais de trabalho e instalações Fonte: Pesquisa de campo
68
Variável Sim Não
Dispositivos de segurança insuf nadequadosicientes ou i 0 3
Manutenção preventiva inadequada 1 2
Instruções de segurança insuficientes ou inadequadas 0 3
Utilização insegura de máquinas ou ferramentas 0 3
Perigo de acidentes por quedas ou cortes 0 3
Perigo de acidentes por queimaduras 0 3
Perigo de descarga elétrica em máquinas ou ferramentas 0 3
Proteção inadequada frente ao ruído 0 3
Exposição a vibrações por utilização de máquinas ou ferramentas 0 3
Proteção inadequada frente a radiações ionizantes 1 2
Exposição eletromagnética 0 3
Fadiga visual por fontes luminosas nos equipamentos de trabalho 0 3
Exposição a fontes de calor radiante 0 3
Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual 0 3
Q serviços de esobre maquinaria (equip
uadro 3 - Distribuição das respostas dos coordenadores dosamentos), tecnologia e ferramentas (instrumentais)
nfermagem
Fonte: Pesquisa de campo
69
Variável Sim Não
Utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos 2 1
Embalagens com rótulos inadequados 0 3
Informação insuficiente sobre os riscos das substâncias e materiais 0 3 Falta de segurança no transporte e/ou armazenamento de substâncias e materiais 1 2
Má qualidade do ar (presença de umidade, gases, vapores, poeiras e odores) 0 3
Risco químico por contato com olhos ou pele 1 2
Risco químico por inalação respiratória 1 2
Exposição à carcinogênicos ou mutagênicos 2 1
Exposição a alérgenos 1 2
Exposição à riscos biológicos 2 1
Instalações de proteção coletiva insuficientes ou inadequadas 0 3
Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual 0 3
Contaminação externa (resíduos) 0 3
Risco de acidentes meio ambientais graves (incêndios, explosões) 1 2
Quadro 4 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre substâncias e materiais utilizados Fonte: Pesquisa de campo
70
Variável Sim Não
Arquitetura inadequada dos postos de trabalho em geral 1 2
Espaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza 2 1
Distribuição inadequada de pessoas e equipamentos 1 2
Desenho inadequado do mobiliário, equipamentos ou ferramentas 0 3
Cadeiras e assentos insuficientes ou inadequados 0 3
Manutenção excessiva de uma mesma postura de trabalho 0 3
Necessidade de adotar posturas forçadas ou desconfortáveis 0 3
As tarefas não permitem mudanças freqüentes de postura. 0 3
Excessiva repetição de movimentos 1 2
Manipulação de cargas desnecessárias 1 2
Manejo inadequado de cargas (peso, volume, altura, deslocamento) 0 3
Manejo prolongado de cargas sem pausas suficientes. 0 3 Armazenamento inadequado que impedem uma correta manipulação de cargas. 0 3
Formação ergonômica insuficiente ou inadequada. 0 3
Quadro 5 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre fatores ergonômicos Fonte: Pesquisa de campo
Com relação aos problemas observados nos locais de trabalho, os
coordenadores dos serviços de enfermagem apontaram:
• Espaço insuficiente para trabalhar por excesso de pessoas e/ou equipamentos;
• Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões;
• Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência;
• Utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos;
• Exposição a carcinogênicos ou mutagênicos;
• Exposição ariscos biológicos;
• Espaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza.
Calera et al. (2001) referem que um recinto confinado, com aberturas
limitadas de entrada e saída e ventilação natural desfavorável, pode acumular
contaminantes tóxicos, inflamáveis ou explosivos, ocasionando uma atmosfera
deficiente de oxigênio, não sendo concebível para uma ocupação continuada por
parte dos trabalhadores.
71
Com relação à utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais
perigo
dados apontados no estudo indicam a necessidade de conscientização
tanto
.6 Percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde e sua relação
partir do instrumento de coleta de dados - seção
B2, on
Sim
sos, sabe-se que os equipamentos de proteção individual como: máscaras,
luvas, aventais, óculos e etc. não oferecem completam proteção, entretanto deverão
ser utilizados pelo trabalhador como um método de controle dos riscos no local de
trabalho.
Os
dos trabalhadores em medidas de prevenção e controle dos problemas no
ambiente de trabalho, como dos coordenadores dos serviços de enfermagem, no
que concerne a realização análises técnicas com suporte de engenheiros do
trabalho e técnicos de segurança do trabalho para a promoção de um ambiente de
trabalho mais saudável.
3
com as condições de trabalho Os dados foram obtidos a
de constavam 29 problemas de saúde relacionados ou não com o trabalho.
Foi realizado um recorte dos 17 mais apontados pelos enfermeiros, destacando-se
os provocados, seguidos dos agravados.
Provocado
ados
Total: prov+ a os s Agrav ocados
gravad
Ordem de incidência
Problemas
n % n % n % 1 Estresse 12 52.2 6 2 6.1 18 78.3 2 Dor es es lombar 10 45.5 3 13.6 13 59.1 3 Mu r da monças de hu 9 50 3 16.7 12 66.7 4 Varizes 3 1 7.6 8 47.1 11 64.7 5 Dore s s dos membros inferiore 4 21.1 5 26.3 9 47.4 6 Doe ele nças de p 6 46.2 2 15.4 8 61.5 7 Dor de cabeça freqüente 2 14.3 6 42.9 8 57.1 8 P s roblemas digestivo 2 16.7 6 50 8 66.7 9 Doenças infecciosas 3 42.9 3 4 2.9 6 85.7
10 Hipertensão 1 11.1 5 55.6 6 66.7 11 Lesão rtante por material pérfuro-co 6 66.7 0 0 6 66.7 12 Depressão 3 33.3 2 22.2 5 55.6 13 C ontaminação com material biológico 2 50 0 0 2 50 14 Câncer 1 25 0 0 1 25 15 Problemas de articulação 0 0 1 50 1 50 16 Intoxic icas ação por substâncias quím 0 0 1 25 1 25 17 Transtornos do sono 0 0 1 3 33.3 3.3 1
Quadro 6 - P pro mas saúde e sua relaç co ercepção dos enfermeiros sobre os ble de ão m ascondições de trabalhFonte: Pesquisa de campo
o
72
Dos problemas provocados pelo trabalho, destacam-se: lesão por material
per ro
ndo discutidos por diversos autores que pesquisam
sobre
“lesão por material pérfuro-cortante” foi estudada por Marziale e Rodrigues
(2002)
entificamos que são de
sociais (estresse,
ecarga mental, acrescida de carga física, é geradora de alterações
afetiva
mo tempo, a fonte de subsistência do homem, de
acúmu
: hipertensão (55,6%),
proble
s ou queixas relacionadas com o trabalho estão
sujeita
fu cortante (66,7%), estresse (52,2%), contaminação com material biológico
(50,0%), doenças de pele (46,2%), dores lombares (45,5%), mudanças de humor
(50,0%) e depressão (33,3%).
Estes problemas vêm se
o trabalho de enfermagem como Mauro (1986), Bulhões (1994) e Alves
(2002).
A
, através de uma análise da produção científica sobre os acidentes de
trabalho com material pérfuro-cortante entre trabalhadores de enfermagem, onde o
re-encape de agulhas e o inadequado descarte continuam sendo as práticas
inadequadas predisponentes destes acidentes de trabalho.
Nas doenças e queixas apontadas neste estudo, id
natureza psicossomática, este fato pode estar relacionado com a gravidade dos
pacientes, instabilidade do quadro clínico e ao atendimento de situações
emergenciais que ocorrem com freqüência nos setores estudados.
Segundo Robazzi, Marziale e Rocha (2004), os riscos psicos
fadiga mental, depressão e etc) são desencadeados pelo contato com o sofrimento
do paciente.
A sobr
s, desencadeando fenômenos de ordem psicológica, psicossociológica e
neurofisiológica. (PITTA, 1990).
O trabalho pode ser, ao mes
lo de riquezas, realização profissional e outras satisfações como, também,
pode ser uma fonte de sofrimentos, de doenças, de exploração e de escravidão que,
muitas vezes, só é suportado pelo trabalhador devido à necessidade de
sobrevivência pessoal e de sua família. (DEJOURS, 1992).
Os problemas de saúde agravados apontados foram
mas digestivos (50,0%), varizes (47,1%), dor de cabeça freqüente (42,9%) e
doenças infecciosas (42,9%).
Atualmente, as doença
s a uma análise do seu nexo causal com o processo de trabalho. No âmbito
dos serviços de saúde, o principal instrumento para a investigação das relações
saúde-trabalho é a anamnese ocupacional. Infelizmente, na formação médica esta
73
habilidade não é desenvolvida de maneira enfática, fazendo com que os
profissionais tenham dificuldade para utilizá-la no seu cotidiano de trabalho.
(BRASIL, 2001).
Estudos apresentados no Congresso “Criança 2005”, em Curitiba-PR, do
psicólo
d et al. (1985) referem que em um estudo realizado em um hospital
oncoló
s ao estado de saúde do trabalhador, como:
queixa
go cubano professor doutor Jorge Grau Abalo, pesquisador do Instituto
Nacional de Oncologia e Radiobiologia e chefe do Grupo de Psicologia Nacional do
Ministério da Saúde de Cuba, discutiram o adoecimento dos trabalhadores no
Sistema de Saúde de Cuba, situando o estresse/sofrimento mental e a Síndrome de
“Burnout” como relevantes entre os trabalhadores de saúde de seu país, notados,
principalmente, nas equipes que cuidam de pacientes em situação crítica de vida
(emergência, unidades de terapia intensiva, enfermarias cirúrgicas), em serviços nos
quais a taxa de óbitos é alta (oncologia, doentes renais crônicos e portadores de
DST/AIDS).
Hadda
gico constatou-se o despreparo emocional do trabalhador de enfermagem que
cuidam de pacientes terminais. A ansiedade diante da aplicação de tratamentos
agressivos (quimioterapia), que pode ser explicada pelos efeitos colaterais intensos
e visíveis causados nos pacientes. Os profissionais não se sentiam preparados
para enfrentar a morte do paciente, expressando sentimentos de impotência
profissional. Estes sentimentos também são expressos com repercussões
psicossomáticas, como as apontadas pelos participantes do estudo (estresse, dor de
cabeça e mudanças de humor).
As informações referente
s, sintomas observados ou outros efeitos sobre a saúde e alterações precoces
nos parâmetros de saúde podem auxiliar na identificação de condições de risco
existentes no ambiente de trabalho. Deve haver uma relação estreita entre os
responsáveis pela análise do ambiente e das condições de trabalho (engenheiros,
técnicos de segurança, ergonomistas) e os responsáveis pela saúde do trabalhador
(médicos, psicólogos, enfermeiros do trabalho, toxicologistas) para uma avaliação
adequada das exposições ocupacionais. Este enfoque multidisciplinar permite o
desvendamento de relações causais, que podem passar despercebidas. (BRASIL,
2001).
74
4 CONCLUSÃO
Este estudo teve como propósito caracterizar o perfil pessoal, profissional e
1. aioria do sexo feminino, com
2. s
3. caram-se
os cuidados com a própria saúde dos enfermeiros em oncologia, identificar os
fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos locais de
trabalho, analisar as condições de trabalho e discutir os problemas de saúde
apontados pelos enfermeiros provocados ou agravados pelo trabalho.
Após a análise dos dados pode-se concluir que:
Os sujeitos da pesquisa, enfermeiros em sua m
idade compreendida entre 40 a 49 anos, sendo a maioria casada, tendo em
média 01 filho e que cumprem uma jornada semanal de 40 horas, constitui-se
um grupo em idade economicamente ativa, cuja faixa etária exige um
programa de controle e avaliação sistemática da saúde e da qualidade de
vida, tendo em vista a perspectiva de um potencial produtivo à longo prazo;
Os enfermeiros, segundo sua percepção, indicaram como maiores risco
ocupacionais do trabalho nos setores estudados: risco de contrair infecção
(72,4%), seguido de manutenção de postura inadequada (48,3%), presença
de radiação (44,8%), ritmo de trabalho acelerado (44,8%), ruído muito
elevado no trabalho (41,4%) e temperatura inadequada (37,9%), trabalho
isolado que dificulta o contato com outros setores (37,9%), risco de acidentes
por sobrecarga de trabalho (31,0%), desconforto pela falta de espaço ou má
distribuição (27,6%) e esforço físico que produz fadiga (27,6%). Ressalta-se
que os mais prevalentes são os relacionados ao cuidado direto ao paciente.
Esta situação indica a necessidade de maior atenção por parte dos
coordenadores de enfermagem para adoção de medidas e práticas seguras e
implementação de dispositivos de segurança, bem como a conscientização
dos trabalhadores sobres riscos presentes no ambiente de trabalho;
Em relação à análise das condições do ambiente de trabalho desta
como principais os aspectos relativos à umidade excessiva, que foram citados
por 08 (28 %) dos enfermeiros e que 11 (38%) mencionaram que a
temperatura é inadequada freqüentemente. Dos 29 enfermeiros, 8 (28%),
identificaram a dificuldade de desocupação do ambiente em caso de
emergência, o que indica a necessidade de uma análise técnica dos
problemas mais significativos do ambiente de trabalho, levando em
75
consideração a participação multidisciplinar (engenheiros do trabalho,
técnicos de segurança, trabalhadores e etc.);
4. Em atenção aos problemas de saúde relacionados com o trabalho, os
enfermeiros apontaram problemas provocados ou agravados. Destacam-se
como provocados: lesão por material pérfuro-cortante (66,7%), estresse
(52,2%), contaminação com material biológico (50,0%), doenças de pele
(46,2%), dores lombares (45,5%), mudanças de humor (50,0%) e depressão
(33,3%). Os problemas de saúde agravados pelo trabalhos, na percepção
dos enfermeiros foram: hipertensão (55,6%), problemas digestivos (50,0%),
varizes (47,1%), dor de cabeça freqüente (42,9%) e doenças infecciosas
(42,9%). Este problemas quando analisados em conjunto, verifica-se que há
necessidade de um aprofundamento do estudo, para identificar a relação
entre o nexo causal e o processo de trabalho, independentemente de
medidas de promoção e proteção da saúde que devam ser implementadas
pela instituição. Entende-se que o estabelecimento do nexo causal para
trabalhadores da saúde/ enfermagem, diferentemente da exposição à riscos
na área industrial, ainda é difícil, devido ao conteúdo de subjetividade
presente no processo de trabalho dos profissionais que atuam na área de
saúde. Contudo, já existe um quadro esquemático do Ministério do Trabalho
e Emprego, que estabelece uma relação intrínseca entre trabalho e
adoecimento, que exige parecer de peritos da área. Neste sentido, os peritos
precisam atentar para a subjetividade do trabalho na área da saúde e mais
propriamente da enfermagem, objeto deste estudo. Quanto aos
empregadores deste grupo de trabalhadores, é necessário que considerem
que quanto maior a saúde e a satisfação do trabalhador, maior a
produtividade e a satisfação do cliente.
76
5 RECOMENDAÇÕES
Com base nos resultados as seguintes recomendações foram formuladas
atenção
• participativo de objetivos e metas realistas com a
• s para discutir e
• autonomia da equipe, especificamente
• pesquisas e discussão de situações de
• o de elaboração e
•
• icas realizadas por profissionais da
para contribuir efetivamente, apontando estratégias para melhorar as condições de
trabalho e saúde dos profissionais que atuam em instituições oncológicas:
• Implementar um programa de acompanhamento individual com
biopsicossocial, com ênfase nos seguintes temas: protagonismo, assertividade
e reconhecimento de limites, como estratégia para conscientização sobre os
riscos ocupacionais e estabelecimento de medidas de promoção e controles
dos riscos;
Promover o estabelecimento
equipe, com processo avaliativo regular, desenvolvimento de habilidades
individuais e coletivas em função da natureza dos problemas.
Enfatizar atributos comunicacionais, reuniões com as chefia
encaminhar resoluções e problemas;
Discutir propostas que favoreçam a
nos plantões, reorganizando o processo de trabalho através da flexibilização
do horário e pausas para repouso;
Estimular a realização de estudos e
risco no trabalho vivenciadas pela equipe de enfermagem;
Incentivar a participação dos trabalhadores no process
avaliação de planos diretores e de definição de prioridades institucionais,
objetivos e metas do serviço;
Estimular o vínculo do trabalhador com os usuários, a equipe e com a
instituição, criação de espaços de expressão e de desenvolvimento de talentos
cognitivos e artísticos dos trabalhadores;
Participar efetivamente das análises técn
área (engenheiros do trabalho, técnicos de segurança do trabalho e etc.) dos
ambientes de trabalho, no sentido de contribuir com informações pertinentes e
necessárias para a realização das modificações necessárias para a promoção
de um ambiente de trabalho saudável.
77
REFERÊNCIAS
BEN/RJ. Cartilha do Trabalhador de Enfermagem: saúde, segurança e boas de trabalho. Rio de Janeiro, 2006.
EIRA, E.S. Perfil da força de trabalho do INCA. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 53, n. 1, p. 87-98, 2007.
a contribuição aos estudos sobre a força de trabalho feminina. Aracaju: Fund. Oviedo
laboral. Conceptos y técnicas para la prevención de riesgos laborales. 2. ed. Barcelona: Masson, 2000.
ención de los riesgos laborales desde la optica de los trabajadores. Instituto Sindical de Trabajo Ambiente y Salud –
iesgos en los lugares de trabajo. Guia para una intervención sindical. Oficina Técnico Sindical Europea para la Salud y
rabalho. Gabinete do Ministro. Portaria nº. 3214, de 08 de junho de 1978: Normas Regulamentadoras: In: Segurança e Medicina do
M. Normas para projetos físicos para ambientes assistenciais. Brasília, 1995.
ionadas ao trabalho. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde/ Ministério da Saúde do Brasil, Representação no Brasil
balho no INCA/MS. Publicação da oordenação de Recursos Humanos. Rio de Janeiro, 2006.
creación. Deterioro prematuro de la mujer em el neoliberalismo. Quito: CEAS (Centro de Estúdios e
o de enfermagem. Rio de Janeiro: Folha Carioca, 1994.
. Riscos do trabalho de enfermagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Folha Carioca, 1998.
A
condições
ALMEIDA, V.M.L.; JUNQUEIRA, A.R.A.; OLIV
ALVES, D. B. Trabalho, Educação e Conhecimento na Enfermagem – um
Teixeira, Ed. UFS, 2002.
BENAVIDES, F.G. Salud
BOIX, P. et al. Percepciones y experiencia: la prev
ISTAS. Espanha: Paralelo Edición, 2001.
BOIX, P., VOGEL, L. La evolución de r
Seguridad, BTS, 1997.
BRASIL. Ministério do T
Trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. p. 19-274.
______. Ministério da Saúde. Portaria 1884/G
______. ______. Lista de doenças relac
______. ______.
da OPAS/OMS; organizado por Elizabeth da Costa Dias; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al. Brasília, 2001. ______. INCA/MS. A Gestão do TraC
BREILH, J. La triple carga: trabajo, pratica domestica y pro
Asesoria em SAlud). 1991. 10p.
BULHÕES, I. Riscos do trabalh
______
78
CALERA et al. La prevención de riesgos em los lugares de trabajo: guía puna intervención
ara sindical. Instituto Sindical de Trabaljo, Ambiente y Salud (ISTAS),
Espanha, 2001.
. Revista Técnica de Enfermagem. Edição Portuguesa, ano 08 l/ago. 1995.
d. rtes Médicas, 1997.
. Lisboa: Lidel, 1999.
a. , p. 106-109, 1989.
d. São
FGV, 2006.
FACCHINI, L.A. Uma contribuição da Epidemiologia: o modelo da determinação .; ROCHA, L. E.;
RIGOTTO, R.M. Isto é trabalho de gente? Vida e Doença e Trabalho no Brasil.
a Roca, 2000.
RH/FFCH/UFBA, 1997. 242p.
idade
Enfermagem -Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.
CLANCY, John. Ritmos circadianos- fisiologia e trabalho por turno e saúde .In: Revista Nursingju
CLARK, J.C.; MC GEE, R.F. Enfermagem Oncológica – um currículo básico. 2. ePorto Alegre: A
CODO, W.; SAMPAIO, J.J.C.; HITOMI, A.H. Indivíduo, trabalho e sofrimento. Petrópolis: Vozes, 1993.
COLLIÈRE, M.F. Promover a vida: da prática de mulheres de virtude aos cuidados de enfermagem
COSTA, M.N.A.; DEUS, I.A. Riscos ocupacionais em UTI: proteção específicRevista Brasileira de Enfermagem, v. 42, n. 1/4
DEJOURS, C. Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 14, n. 54, abr./mai./jun. 1986.
______. A loucura do trabalho. Estudos de fisiopatologia do trabalho. 5. ePaulo: Cortez/Oboré, 1992.
______. A banalização da injustiça social. Tradução de Luiz Alberto Monjardim. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora DEJOURS, C; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do trabalho. SãoPaulo: Atlas, 1994.
DOWBOR, L. A reprodução social. São Paulo: Vozes, 1998.
social aplicado à saúde do trabalhador. In: BUSCHINELLI, J.T
Petrópolis: Vozes, 1994. p. 178-186. FERREIRA, M. Saúde no trabalho: temas básicos para o profissional que cuida dsaúde dos trabalhadores. São Paulo:
FRANCO, T. (Org.) Trabalho, Riscos Industriais e Meio Ambiente: rumo ao desenvolvimento sustentável? Salvador: EDUFBA/C
GIL, M. B. Estresse dos trabalhadores de enfermagem: estudo em uma unde psiquiatria. 1999. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de
GUATTARI, F. As três Ecologias. Campinas: Papirus, 1990. 56p.
79
HAAG, G. S.; LOPES, M.J.M.; SCHUCK, J.S. A enfermagem e a saúde dos trabalhadores. 2. ed. Goiânia: Editora AB, 2001.
HADDAD, M.C.L. et al. Importância do apoio psicológico aos enfermeiros que o, v.n.
LACAZ, F.A.C. Saúde no Trabalho. 1983. Dissertação (Mestrado em Medicina) -
LAURELL, A. C. Trabajo y Salud: estado del conocimiento. In: FRANCO, S. et al.
e
LEOPARDI, M. T.; LUNARDI FILHO, W.D.L. O trabalho da Enfermagem: sua
LEOPARDI, M.T. et al. O processo de trabalho em Saúde: organização e
LIMA, M. J. O que é enfermagem ? 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção
LIMA, S.M.L.
t/out, 1996.
e entre trabalhadores de enfermagem. Rev.
Rio de Janeiro.
assistem pacientes terminais. Revista enfermagem moderna, Rio de Janeir2, p.9-16, abr/maio/jun. 1985.
KAWAMOTO, E. E.; FORTES, J. I. Fundamentos de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1986.
Faculdade Medicina de São Paulo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1983.
(Orgs.). Debates em Medicina Social. Organización Panamericana de la Salud. Serie Recursos Humanos, Quito, 1991.
LAURELL, A.C.; NORIEGA, M. Processo de Produção e Saúde: trabalho desgaste operário. São Paulo: Hucitec, 1989.
inserção na estrutura do trabalho geral. Florianópolis: Rio Grande, 1999. 84 p.
subjetividade. Florianópolis: UFSC, Papa-livros, 1999. 176 p.
Primeiros Passos; 277).
O contrato de gestão e a conformação de modelos gerenciais para as organizações hospitalares públicas. Revista de Administração Pública (RAP), 30 (5), vol.138, se
LUNARDI, V.L.; LUNARDI FILHO, W.D. O trabalho do enfermeiro no processo de viver e ser saudável. Texto & Contexto Enf., Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 13-30, jan./abr. 1999.
MARX, Karl. O capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. Liv. 1, v. 1
MARZIALE M.H.P.; RODRIGUES. C.M. A produção científica sobre os acidentes detrabalho com material perfurocortantLatino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v.10, n. 4, jul./ago. 2002
MAURO, M.Y.C. Projeto Integrado: Saúde e Condições de Trabalho de Enfermagem no Contexto do Saber e da Prática em Instituições de Assistência e de Ensino nos Setores Público e Privado. Universidade do Estado doRio de Janeiro: FENF/UERJ, 2005.
McABEE, R. Primary prevention of hipertension. AAOHN Journal, v.2, n.6, p.306-12, 1995.
80
MENDES. R.; DIAS, E. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista de Saúde Pública, v. 25, n. 2, p. 139-49, 1991.
aulo: Artes Médicas, 1976.
a Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
espelho de Vênus: mulher, enfermagem e modernidade. Rev. Latino Am. Enf., v. 7, n.1, p. 55-65, 1999.
acionais em UTI. In: CINTRA E.A.; NISHIDE, V.M.; NUNES, W.A. Assistência de enfermagem ao
. In: Health Promotion. Traducción realizada com uma subvención de OMS/ Euro, 1986.
MIELNIK, I. Higiene mental do trabalho. São P
MOREIRA, M. D.; MELLO FILHO, J. Psicoimunologia hoje. Psicossomátic
MOREIRA, M.C.N. Imagens no
NISHIDE V.M., MALTA M.A., AQUINO K.S. Aspectos organiz
paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2000. p. 13-27.
NUTBEAM, D. Glosario de Promoción de la Salud
PITTA, A. Hospital: dor e morte como ofício. São Paulo: Hucitec, 1990. 198p.
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2006/default.shtm>. Acesso em: 12 jan. 2008 POLIT. D. F.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em Enfermagem. 3. d. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 391p.
a enfermagem oncológica: uma perspectiva orientada sob o enfoque de Alfred Schütz. 2001.Tese (Doutorado em
C.M.C.B. Risco ocupacional entre profissionais da área de saúde e medidas de proteção. In: COLIBRINI, M.R.C.; FIGUEIREDO, R.M.,
squisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 999.
ZI, M.L.C.C.; MARZIALE, M.H.P; ROCHA, F.L.R. Perigos potenciais a que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de
alho em turnos e noturno, com ênfase nas questões relacionadas ao gênero. In: FISCHER, F.M.; MORENO,
e
POPIN, R.C. O cuidador na ação de cuidar n
Enfermagem) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, 2001.
RESENDE, M.R.; FORTALEZA,
PAIVA, M.C. (Orgs.). Leito-dia em AIDS: uma experiência multiprofissional. São Paulo: Atheneu, 2001. RICHARDSON, R.J. Pe1
ROBAZ
quimioterápicos antineoplásicos: conhecê-los para preveni-los. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v.12, n. 3, maio/jun. 2004.
ROTENBERG, L. Aspectos sociais da tolerância ao trab
C.R. de C.; ROTENBERG L. Trabalho em turnos e noturno na sociedade 24 horas. São Paulo: Ateneu, 2004. p.53 – 63.
81
SANTOS, P. R. Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinâmica: cargas de trabalho e fatores de riscos à saúde do trabalhador.
penoso. In: SPINK, M.J.P. (Org.). O conhecimento no cotidiano – as representações sociais na
: um estudo de caso. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 32, n.4, Set./Out. 1992.
e a RENAST. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR, 3, 3ª
o do desejo: memórias de enfermeiras. Rio de Janeiro, 1994. 149p. Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade
rocedimentos e cuidados básicos. 6. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1983.
ia e as relações de poder no trabalho das enfermeiras assistenciais In: Simpósio O Cuidar em Saúde e Enfermagem,
anagement Review, Massachusetts, v. 15, n. 1, p. 11-21, 1973.
2001. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública – FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2001.
SATO, L. A representação social do trabalho
perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1993.
SELIGMANN SILVA, E. A inter-relação trabalho—saúde mental
SILVEIRA, A.M.; RIBEIRO, F.S.N.; LINO, A.P.P.F. O controle social no SUS
Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador,3, CNST: Trabalhar sim! Adoecer não!, 3, 2005. Brasília. Coletânea de textos... Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência e Assistência Social. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
SOBRAL, V.R.S. A purgaçã
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994.
SOUZA, E.F. Novo manual de Enfermagem: p
SOUZA, N.V.D.O.; LISBOA, M.T.L. A hierarqu
2006, Rio de Janeiro. Anais do Simpósio O Cuidar em Saúde e Enfermagem, 2006. WALTON, R. Quality of working life: what is it? Slon Management. Sloan M
82
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
PROJETO DE DISSERTAÇÃO: CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS
rezado (a) Colega
anos atuando como Enfermeira, reconheço o quanto é difícil a utilização
obre as condições de trabalho do
nferm
com
s e
aria Yvone Chaves Mauro da Faculdade de
nferm
ente voluntária e desde já esclareço. As informações
o oferece os riscos próprios de ler e responder a um questionário, porém,
ENFERMEIROS EM ONCOLOGIA
P
Após alguns
do seu tempo em outras atividades que não sejam exclusivas ao trabalho.
Por isso, peço apenas alguns minutos de sua atenção.
Na tentativa de obter um conhecimento mais preciso s
E eiro e a sua relação com o processo de adoecimento, estou desenvolvendo um estudo
para investigar este tema e suas possíveis correlações, com ênfase nos riscos ocupacionais em
Oncologia, objetivando a coleta de dados que após análise poderão esclarecer aspectos
relevantes da profissão, bem como a melhoria das condições de trabalho do Enfermeiro.
A sua participação no estudo envolve o preenchimento do questionário em anexo,
questões semi-estruturadas e estruturadas, respondido individualmente pelos participantes.
Se você concorda em participar do estudo, por favor, leia atentamente as instruçõe
os itens do questionário e preencha-os em sua íntegra. Se em algum momento você
necessitar de mais esclarecimentos relacionados à pesquisa, coloco-me ao seu inteiro dispor.
Para isso, basta realizar um contato telefônico.
A minha orientadora é a Profª Drª M
E agem da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem - Curso de Mestrado Acadêmico, que pode ser encontrada através
do tel. 2568 8175 (Programa de Pós- Graduação da Faculdade de Enfermagem). Se você
tiver alguma consideração ou dúvida sobre questões éticas relacionadas ao desenvolvimento
da pesquisa, entre em contato com Comitê de Ética em Pesquisa do INCA, Rua André
Cavalcanti, 37, Tel. 3233 1410.
Sua participação será estritam
contidas na pesquisa serão confidenciais e tratadas de forma anônima e sigilosa, garantindo
sua privacidade.
Este estud
caso isso ocorra, asseguro sua liberdade de retirar seu consentimento, a qualquer momento,
deixando de participar do estudo sem que lhe acarrete nenhuma sanção ou prejuízo de suas
atividades.
83
Sua participação é de suma importância para continuidade desse trabalho.
o e tempo
lmente,
ueiroz m Enfermagem
dência) 9605 8215 (celular) 2506 6219
Declaro que, após convenientemente esclarecido (a) pela Pesquisadora e ter
mpre
ento.
_______________________
baixo assinado, expliquei completamente os detalhes relevantes
do a
esquisadora: _________________________________________________
Conto com sua valiosa colaboração, agradeço pelo empenho, atençã
dispensados.
Cordia
Sylvia Gonzalez de QPrograma de Pós-Graduação e
Curso de Mestrado Acadêmico de Janeiro Universidade do Estado do Rio
Telefones: 2232 8871/ 2242 5738 (resi(CEMO)
E-mail: [email protected]
co endido o que me foi explicado, assim como os benefícios, riscos potenciais da
participação no mesmo e que não receberei compensação monetária por minha participação.
Tive a oportunidade de fazer perguntas e todas foram respondidas. Eu, por intermédio deste,
dou livremente meu consentimento para participar neste estudo.
Recebi uma cópia assinada deste formulário de consentim
Rio de janeiro, de de 2007
Assinatura do Enfermeiro: ________________
Nome do (a) Enfermeiro (a): ______________________________________
COREN: _____________
Eu, a
deste estu o participante indicado (a) acima.
P
84
APÊNDICE B – Instrumento de Coleta de Dados
EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES o Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto
ndical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
SEÇÃO A – Ide tos da pesquisa
1. FUNÇÃO
ENFERMEIRO ESTATUTÁRIO
IO (CONTRATO TEMPORÁRIO)
NINO
20 A 29 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS
MAIS DE 50 ANOS
ÍSICAS
PESO: ALTURA:
SIMILAR CASADO OU SIMILAR
Nº DE VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS:
DIURNA NOTURNA AMBAS
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA
E TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina TécnicDsi
QUESTIONÁRIO
ntificação dos sujei
ENFERMEIRO CELETISTA ENFERMEIRO ESTATUTÁR
2. SEXO
FEMI MASCULINO 3. IDADE
CARACTERÍSTICAS F4.
5. ESTADO CIVIL
SOLTEIRO OU
6.
7. TIPO DE JORNADA
85
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES
8. CARGA HORÁRIA
30 HORAS SEMANAIS 40 HORAS SEMANAIS
0 HORAS SEMANAIS 80 HORAS SEMANAIS
MAIS DE 80 HORAS SEMANAIS
9. FAIXA SALARIAL 3 a 5 SALÁRIOS MÍNIMOS 6 A 8 SALÁRIOS MÍNIMOS
9 a 11 SALÁRIOS MÍNIMOS ACIMA DE 12 SALÁRIOS MÍNIMOS
10. TEM FILHOS? SIM QUANTOS? NÃO
11. CUIDADOS COM A SAÚDE
VALOR: 4 – MUITO BOM 3 - SATISFATÓRIO 2- DEIXA A DESEJAR 1 - DESCONHECE
SPECTOS 4 3 2 1
LAZER
REPOUSO
HÁBITOS ALIMENTARES
QUALIDADE DO SONO
ATIVIDADE FÍSICA
UNIZAÇÃO DUPLA COMPLETA INCOMPLETA
UNIZAÇÃO HEPATITE B COMPLETA INCOMPLETA
DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
6
A
IM
IM
86
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE IESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y
os problemas
B1 – Problemas do ambiente de trabalho GRAU DE FREQUÊNC ÀS
E/IGNORA
RSeguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
SEÇÃO B – Identificação d
IA A RESPEITO DOS ASPECTOS EM RELAÇÃOCONDIÇÕES DE TRABALHO. VALOR: 4 – FREQUENTEMENTE 3- ÁS VEZES 2- NÃO ACONTECE 1-DESCONHEC
VALOR DE FREQUENCIA
SPECTOS PERCEBIDOS PELOS TRABALHADORES
4
3
2
1 A
1. DESCONFORTO PELA FALTA DE ESPAÇO OU MÁ DISTRIBUIÇÃO 2. ORDEM E LIMPEZA INSUFICIENTES 3. DIFICULDADE DE DESOCUPAÇÃO DO AMBIENTE EM CASO DE EMERGÊNCIA 4. RISCO DE QUEDA NO AMBIENTE DE TRABALHO 5. RISCO DE QUEDA DE MATERIAIS 6. RISCO DE ACIDENTES EM RELAÇÃO AO MAQUINÁRIO 7. RISCO DE ACIDENTES EM RELAÇÃO ÀS FERRAMENTAS 8. RISCO DE ACIDENTES POR SOBRECARGA DE TRABALHO 9. RISCO DE ACIDENTE ELÉTRICO 10. RISCO DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO 11. TEMPERATURA INADEQUADA 12. UMIDADE EXCESSIVA 13. AR/VENTILAÇÃO INSUFICIENTE 14. INSTALAÇÃO INADEQUADA DE AR CONDICIONADO 15. ILUMINAÇÃO INSUFICIENTE 16. RUÍDO MUITO ELEVADO NO TRABALHO 17. PRESENÇA DE RADIAÇÃO 18. RISCO DE CONTRAIR INFECÇÃO 19. FUMOS,GASES, VAPORES OU AEROSSÓIS EM EXCESSO 20. INALAÇÃO DE SUBSTÂNCIA NOCIVA NO AMBIENTE 21. FALTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 22. ESFORÇO FÍSICO QUE PRODUZ FADIGA 23. MANIPULAÇÃO DE CARGAS PESADAS 24. MANUTENÇÃO DE POSTURA INADEQUADA 25. ORGANIZAÇÃO INSATISFATÓRIA DE HORÁRIOS E TURNOS DE TRABALHO 26. RITMO DE TRABALHO ACELERADO 27. TRABALHO MONÓTONO, ROTINEIRO, COM POUCA VARIABILIDADE DE TAREFAS 28. FALTA DE RECURSOS ADEQUADOS PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO 29. TRABALHO ISOLADO QUE DIFICULTA O CONTATO COM OUTROS SETORES 30. CONFLITO COM OS CLIENTES OU USUÁRIOS
31. CLIMA INADEQUADO EM RELAÇÃO AOS COMPANHEIROS DE TRABALHO
32. POUCA OPORTUNIDADE DE DECISÃO SOBRE COMO REALIZAR O TRABALHO
33. AGRESSIVIDADE, ABUSO SEXUAL OU VIOLÊNCIA
34. RELAÇÃO INADEQUADA COM OS CHEFES OU ENCARREGADOS
35. INCOMPATIBILIZAÇÃO DO TRABALHO NO HOSPITAL COM O TRABALHO DOMÉSTICO
36. SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO
37. DESCONHECIMENTO OU FORMAÇÃO INSUFICIENTE SOBRE OS RISCOS DO PRÓPRIO TRABALHO
38. FALTA DE TREINAMENTO SOBRE O CONTEÚDO DO TRABALHO
87
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
B2 - Problemas de saúde dos trabalhadores e sua relação com as condições
de trabalho
EXISTE RELAÇÃO COM AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
PROBLEMAS DE SAÚDE SIM NÃO SIM NÃO PROVOCADO AGRAVADO 1. Uso de bebida alcoólica 2. Câncer 3. Per va da auditi 4. Diabetes 5. Depressão 6. Do le enças de pe 7. D oenças do coração 7. Doenças do fígado 8. Doenças infecciosas 9. Doenças renais
10 Dor de cabeça frequente
11. Dores l bares om 12. Lesõ bral es da coluna verte 13. D ores dos membros inferiores 14. Problemas de articulação 15. Estresse 16. Hipertensão 17. Contam aterial
biológico inação com m
18. Lesão po érfuro-cortante
r material p
19. Intoxicaç stâncias químicas ão por sub
20. Muda mor nças de hu 21. Prob oso lemas do sistema nerv 22. Problemas digestivos 23. Tra om
a gravidez nstornos relacionados c
24. Problemas oculares 25. P roblemas respiratórios 26. Problemas alérgicos 27. Tensão pré-menstrual 28. Varizes
29. Transtornos do sono
88
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES
C1 – Organização do Trabalho (marcar X nos problemas observados):
rganização insatisfatória do trabalho em geral
DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
SEÇÃO C – Fatores organizacionais e relações no trabalho
OTarefas rotineiras ou monótonas Ritmo de trabalho ou pressão de tempo (prazos) excessivos Recursos insuficientes para alcançar os objetivos nos prazos fixados Trabalho em equipe ou colaboração insuficiente Os trabalhadores não controlam suficientemente seu próprio trabalho Duração da jornada e/ou organização de horários e turnos inadequados Dificuldade para compatibilizar o trabalho com a vida social ou familiar Possibilidade de participação ou consulta insuficiente ou inadequada. Poucas possibilidades de capacitação ou de promoção. Relações insatisfatórias com superiores ou encarregados. Relações insatisfatórias entre os trabalhadores Relações insatisfatórias com os clientes ou usuários.
Descrição de problemas:
_________________________________________________________________________________________
2 – Desigualdade no Trabalho (marcar X nos problemas observados):
escrição de problemas: _____________________________________________________________________
Política inadequada de igualdade de oportunidades no trabalho
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ C
Situações de discriminação do trabalho de mulheres. Condições de trabalho diferentes segundo o sexo das pessoas. Divisão do trabalho em tarefas de mulheres e tarefas de homens. Situações de abuso sexual. Situações de discriminação por motivos étnicos, culturais, lingüísticos, etc. Condições de trabalho diferentes segundo o tipo de contrato ( efetivo/temporário) Condições de trabalho diferentes segundo o vínculo trabalhista ( CLT, RJU) Identificação de trabalhos de risco para os trabalhadores Proteção insuficiente dos trabalhadores temporários ou efetivos Formação e informação preventiva insuficiente dos trabalhadores
temporários. Em geral existe falta de solidariedade e apoio entre os companheiros Em geral existe falta de respeito nas relações entre as pessoas.
D__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
89
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES
ROBLEMAS e para trabalhar por excesso de pessoas e/ou equipamentos
DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
SEÇÃO D – OBSERVAÇÃO DE PROBLEMAS NOS LOCAIS DE TRABALHO
D1 – LOCAIS DE TRABALHO E INSTALAÇ marcar X nos problemas observados)
ÕES (
PEspaço insuficientDesordem e/ou falta de limpeza Sistemas de armazenamento inadequados e/ou inseguros Falta de segurança para realizar deslocamentos (pisos, escadas) Possibilidade de quedas devido a proteção..... Condições deficientes de segurança nas instalações elétricas Condições de deficientes de segurança nas instalações de gases e pressão Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência Ventilação e climatização inadequadas dos ambientes Iluminação inadequada ao tipo de trabalhado realizado Temperatura ambiental inadequada ao tipo de trabalho que se realiza Ruído ambiental inadequado para a atenção que é requerida pela tarefas realizadas Vestuários e banheiros insuficientes ou inadequados OUTROS:
________________________________________________________________________________
2 – MAQUINARIA ( EQUIPAMENTOS), TECNOLOGIA E FERRAMENTAS (
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ DINSTRUMENTAIS) (marcar X nos problemas observados): PROBLEMAS Dispositivos de segurança insuficientes ou inadequados Manutenção preventiva inadequada Instruções de segurança insuficientes ou inadequadas Utilização insegura de máquinas ou ferramentas Perigo de acidentes por quedas ou cortes Perigo de acidentes por queimaduras Perigo de descarga elétrica em máquinas ou ferramentas Proteção inadequada frente ao ruído Exposição à vibrações por utilização de máquinas ou ferramentas Proteção inadequada frente a radiações ionizantes Exposição eletromagnética Fadiga visual por fontes luminosas nos equipamentos de trabalho Exposição a fontes de calor radiante Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual Descrição de problemas:
_________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
90
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES
3 – SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS UTILIZADOS (marcar X nos problemas observados)
ROBLEMAS bstâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos
DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000. D PUtilização de suEmbalagens com rótulos inadequados Informação insuficiente sobre os riscos das substâncias e materiais Falta de segurança no transporte e/ou armazenamento de substâncias e materiais Má qualidade do ar ( presença de umidade, gases, vapores, poeiras e odores) Risco químico por contato com olhos ou pele Risco químico por inalação respiratória Exposição à carcinogênicos ou mutagênicos Exposição à alérgenos Exposição à riscos biológicos Instalações de proteção coletiva insuficientes ou inadequadas Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual Contaminação externa (resíduos) Risco de acidentes meio ambientais graves ( incêndios, explosões) Descrição de problemas:
_____________________________________________________________________
4 - FATORES ERGONÔMICOS (marcar X nos problemas observados)
rquitetura inadequada dos postos de trabalho em geral
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ D AEspaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza Distribuição inadequada de pessoas e equipamentos Desenho inadequado do mobiliário, equipamentos ou ferramentas Cadeiras e assentos insuficientes ou inadequados Manutenção excessiva de uma mesma postura de trabalho Necessidade de adotar posturas forçadas ou desconfortáveis As tarefas não permitem mudanças freqüentes de postura. Excessiva repetição de movimentos Manipulação de cargas desnecessárias Manejo inadequado de cargas (peso, volume, altura, deslocamento) Manejo prolongado de cargas sem pausas suficientes. Armazenamento inadequado que impedem uma correta manipulação de cargas. Formação ergonômica insuficiente ou inadequada. Descrição de problemas:
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
91
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES E TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto
DADOS DA INSTITUIÇÃO
E1- Características gerais dos trabalhadores (quadro de pessoal).
.1 Atividade Principal: .................................................
Dsindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
SEÇÃO E –
1
1.2 Número de trabalhadores (as): ................................. HOMENS MULHERES TOTAL PESSOAL EFETIVO PESSOAL CONTRATADO TOTAL
Há na instituição funcionários temporários? …………………………………………
.
………………………………………………
……………………………
......................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
da ição em matéria de Saúde e Segurança do Trabalho: …………………………………
.8 Possíveis condicionantes econômicos das intervenções preventivas:
…………………………………
1.3
de trabalhadores (as) temporários: ……………………………………………………. N H
omens: …………….................Mulheres: ………………………………………………
1
.4 Nível de Absenteísmo no último ano: …………………………………………………
1C
.5 Comitê de Segurança e saúde: Não Sim omposição:
…………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 1.6 Serviço de Controle e Saúde no Trabalho: …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
róprio: PComposição: .........……………………………………………………………………………………………… EC
xterno: omposição: .........
……………………………………………………………………………………………… N
ão possui:
1…
.7 Política Institu……………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………… 1
……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
92
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, La ent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto
eral da situaçã
1 2
Apreciação da situação: ...............................................................................................................
ur
sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000. E2 – Situação Geral da Instituição:
Avaliação g o sobre as seguintes questões:
0 : boa 1: regular 2 : ruim 0
• Situação econômica atual ..........................................................
• Evolução econômica da Instituição .......................................... • Inovação tecnológica................................................................... • Nível tecnológico em relação ao setor econômico......................
• Produtividade ............................................................................
• Competitividade ........................................................................
• Respeito ao meio ambiente ........................................................
• Boa vontade para negociação ………………………………….
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
........................................................................................................................................
93
MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, La ent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto
E3 - Política de Prevenção do Hospital
p
0 1 2
planos concretos ..............................................................................
p
Integração dos objetivos de prevenção no sistema de gestão.....
ab
s
gu ...
Vigilância da saúde dos trabalhadores .........................................
ur
sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
Grau de satisfação a res
eito dos seguintes aspectos:
0 : alto 1 : médio 2 : baixo • Planejamento geral da política de prevenção. ............................ • Definição de objetivos de prevenção específicos e execução de
• Acordos objetivos de prevenção .............................................. • Adequação dos recursos técnicos necessários para os objetivosde revenção ................................................................................. • Independência e rigor profissional dos serviços de prevenção
•
• Política de informação dos trabalhadores sobre os riscos do seu Tr alho............................................................................................
• Política de formação dos trabalhadores sobre prevenção de risco
• Consulta e participação dos trabalhadores e seus representantes .. • Funcionamento do comitê de segurança e saúde ...........................
• Prioridade de prevenção coletiva sobre a proteção individual ......
• Notificação, registro e investigação dos problemas de saúde e se rança ..........................................................................................
• Controle periódico das condições de saúde e segurança do posto de trabalho ........................................................................................... •
94
MD
AURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES E TRA AJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto
E4- Interesse dos Trabalhadores na Prevenção de Riscos
: alto 1: médio 2: baixo
0 1 2
e segurança ........................................................................................
.
c
Bsindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.
0
• Nível de informação geral sobre temas de saúde e segurança .......
• Grau de preocupação geral por questões de saúde e segurança .....
• Sensibilidade por algum tema específico relacionado com saúde e segurança ...........................................................................................
• Confiança e respeito sobre os responsáveis pela prevenção........... • Satisfação a respeito da gestão sindical dos problemas de saúde
• Grau de confiança com a inspeção do trabalho .............................
• Grau de confiança com os técnicos do serviço de prevenção........
• Disponibilidade para empreender ações .......................................
• Disponibilidade para empreender ações ou iniciativas coletivas ..
• Disponibilidade para participar da identificação e avaliação dos
ris os ...............................................................................................
95
ANEXO A - Aprovação do Comitê de Ética do INCA
96
ANEXO B - Autorização dos autores para tradução e utilização do instrumento
97
ANEXO C - Aprovação do comitê de ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto para realização do projeto "Inovação de Gestão das condições de trabalho em saúde para hospitais do Sistema Único de Saúde - SUS/BRASIL"