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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Enfermagem Sylvia Gonzalez de Queiroz Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia Rio de Janeiro 2008

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico

Faculdade de Enfermagem

Sylvia Gonzalez de Queiroz

Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia

Rio de Janeiro

2008

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Sylvia Gonzalez de Queiroz

Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia

Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Enfermagem, Saúde e Sociedade.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro

Rio de Janeiro

2008

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CATALOGAÇÃO DA FONTE

UERJ/REDE SIRIUS/CBB

Q3 Queiroz, Sylvia Gonzalez de.

Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia / Sylvia Gonzalez de Queiroz. - 2008.

97 f.

Orientadora: Maria Yvone Chaves Mauro. Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, Faculdade de Enfermagem. 1. Enfermagem do trabalho. 2. Enfermeiros - Avaliação de

riscos de saúde. 3. Qualidade de vida no trabalho. 4. Câncer - Enfermagem. I. Mauro, Maria Yvone Chaves. II. Universidade do Estado do Rio Janeiro. Faculdade de Enfermagem. III. Título.

CDU

614.253.5

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta dissertação.

_______________________________ _______________________ Assinatura Data

i.exe

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Sylvia Gonzalez de Queiroz

Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Enfermagem, Saúde e Sociedade.

Aprovada em 13 de março de 2008.

Banca Examinadora:

___________________________________________________ Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro (Orientadora) Faculdade de Enfermagem da UERJ ___________________________________________________ Profª. Drª. Regina Célia Gollner Zeitoune Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ

___________________________________________________ Profª. Drª. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza Faculdade de Enfermagem da UERJ

Rio de Janeiro

2008

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DEDICATÓRIA

Ao meu Pai, que com seu exemplo de superação e luta me ensinou a persistir e

superar dificuldades.

Aos meus filhos, que compreenderam os momentos em que estive ausente.

Ao meu marido Wagner, companheiro incansável nas lutas diárias.

Aos meus colegas do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer, queridos companheiros que contribuíram muito para o

desenvolvimento deste estudo.

Aos enfermeiros do Hospital do Câncer I - INCA que disponibilizaram parte do seu

tempo para participar do estudo.

À equipe amiga do Programa de Saúde do Trabalhador da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil – SESDEC, pelo apoio e exemplo de profissionalismo na

luta por melhores condições de trabalho.

Aos meus colegas do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Luz que guia meus passos direcionando minhas ações

Aos Pacientes do Instituto Nacional do Câncer, cuja força na

luta pela vida me ensina a superar as dificuldades que a existência nos

impõe...

À Profª. Drª. Maria Yvone Chaves Mauro, minha orientadora, pela

contribuição, amizade, apoio, carinho, atenção e envolvimento na

concretização desta pesquisa. Minha admiração pela competência e

dedicação na luta por melhores condições de trabalho para a Enfermagem.

Meu agradecimento eterno.

À Profª. Drª. Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, meu

agradecimento pelas contribuições iniciais que foram relevantes para acreditar

na possibilidade de realização do estudo em toda a sua abrangência.

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RESUMO

QUEIROZ, Sylvia Gonzalez de. Condições de trabalho e saúde dos enfermeiros em oncologia. 2008. 97 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

O presente estudo teve como objeto as condições de trabalho e a saúde dos enfermeiros no contexto organizacional de uma instituição oncológica. A minha experiência profissional em oncologia em uma Instituição, referência em oncologia clínica e cirúrgica, que desenvolve ações no âmbito assistencial, de ensino e pesquisa, possibilitou-me observar o processo de trabalho dos enfermeiros. Verifiquei a incidência freqüente de licenças médicas para tratamento da saúde e a ocorrência de transtornos de ordem física e mental relacionados ao estresse, trabalho em turnos, sobrecarga de trabalho por déficit de recursos humanos, além das dificuldades do enfermeiro em lidar com situações adversas relacionadas ao tratamento de clientes oncológicos. Trata-se de um estudo não experimental, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e aporte qualitativo. Este estudo possibilitou identificar os fatores de risco no trabalho a que estavam expostos os enfermeiros oncológicos, descrevendo as condições do ambiente de trabalho e a percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde que foram provocados ou agravados pelo trabalho. Concluiu-se que as condições de trabalho podem interferir diretamente na saúde desses profissionais, haja vista que o problemas de saúde apontados pelos enfermeiros estão intimamente ligados ao cuidado realizado por estes profissionais. Dos problemas provocados pelo trabalho, destacam-se: lesão por material pérfuro-cortante (67%), estresse (52%), mudanças de humor (50%), doenças de pele (46%) dores lombares (45%) e depressão (33%). O estudo evidenciou que deve haver um empenho por parte da organização e da própria categoria para reivindicar melhores condições de trabalho com o objetivo de transformar o processo de trabalho, facilitando a realização das atividades relacionadas ao cuidar e da promoção da saúde do cuidador. A conscientização sobre a possibilidade de adoecimento pelo trabalho deve incentivar o profissional na realização de práticas seguras e na utilização de dispositivos de segurança, principalmente pela implementação de medidas preventivas que possam possibilitar um estilo de trabalho mais saudável.

Palavras-chave: Condições de trabalho. Adoecimento. Enfermeiros oncológicos. Saúde ocupacional.

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ABSTRACT

The present study it had as object the conditions of work and the health of the

nurses in the context of a oncology institution. My professional experience in

oncology in an Institution, reference in clinical and surgical oncology, that develops

action in the care scope, of education and research, made possible to observe me

the process of work of the nurses, verified the frequent incidence of medical licenses

for treatment of the health and the occurrence of related upheavals of physical and

mental order to stress it, work in turns, overload of work for deficit of human

resources, beyond the difficulties of the nurse in dealing with related adverse

situations to the treatment of oncológicos customers. One is about a not experimental

study, of descriptive character, with quantitative boarding and arrives in port

qualitative. This study work made possible to identify to the factors of risk no the one

that were displayed the oncology nurses, describing the conditions do surrounding of

dos work and the perception nurses on the health problems that had been provoked

or aggravated of work. It was concluded that the work conditions can intervene

directly with the health of these professionals, has since the problems of health

pointed by the nurses are closely on to the care carried through for these

professionals. Of the problems provoked for the work, they are distinguished: Injury

for drill-cutting material (67%), stress (52%), mood changes (50%), skin illnesses

(46%) lumbar pains (45%)e depression (33%). The study it evidenced that it must

have a persistence on the part of the organization and the proper category

demanding better conditions of work, with the objective to transform the work

process, facilitating the accomplishment of the activities related when taking care of

and of the promotion of the health of the caregiver. The awareness on the possibility

of sickness for the work must stimulate the professional in the accomplishment of

practical insurances and the use of security devices, mainly for the implementation of

writs of prevention that can make possible a style of more healthful work.

Keywords: Conditions of work. Illness. Oncology nurses. Occupational health.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 -

Riscos ocupacionais percebidos freqüentemente e às vezes

pelos enfermeiros no Centro de Transplante Medula Óssea,

Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de Terapia

Intensiva de uma instituição Oncológica ..................................

61

Gráfico 1 - Aspectos percebidos pelos enfermeiros em relação às

condições de trabalho – Temperatura inadequada ..................

65

Quadro 2 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços

de enfermagem sobre os locais de trabalho e instalações .......

67

Quadro 3 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços

de enfermagem sobre maquinaria (equipamentos), tecnologia

e ferramentas (instrumentais) ...................................................

68

Quadro 4 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços

de enfermagem sobre substâncias e materiais utilizados .......

69

Quadro 5 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços

de enfermagem sobre fatores ergonômicos ............................

70

Quadro 6 - - Percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde e

sua relação com as condições de trabalho ..............................

71

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantitativo de enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI Pediátrica ...........................................................................

43

Tabela 2 - Funcionários e servidores por curso de graduação – INCA novembro/2004 a março/2005 ..................................................

44

Tabela 3 - Características pessoais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) ...................................................

51 Tabela 4 - Características profissionais dos Enfermeiros lotados no

Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) ...................................................

53 Tabela 5 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o

vínculo empregatício em relação à qualidade do lazer p = 0.1813 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................

55 Tabela 6 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o

vínculo empregatício em relação à qualidade do repouso p = 0.1506 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................

56 Tabela 7 - Cálculo do IMC – Índice de massa corporal da amostra (n=29) 57

Tabela 8 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a

realização de atividade física em relação índice de massa corporal p= 0.2348 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ............

57

Tabela 9 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com os hábitos alimentares em relação índice de massa corporal p= 0.6565 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ................................

58 Tabela 10 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o

número de vínculos em relação ao lazer p= 0.3668 - teste de fisher ou Qui-Quadrado .......................................................

58 Tabela 11 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o

número de vínculos em relação ao repouso p= 0.06621 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ..............................................

59 Tabela 12 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a

carga horária em relação ao repouso p= 0.0071 - teste de fisher ou Qui-Quadrado ............................................................

60

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12

Objeto do estudo e contextualização ..................................................... 12

Questões norteadoras ............................................................................. 14

Objetivos do estudo ................................................................................. 15

Justificativa do estudo ............................................................................. 15

Relevância ................................................................................................. 16

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 18

1.1 Trabalho ..................................................................................................... 18

1.2 Ambiente de trabalho .............................................................................. 21

1.3 Condições de trabalho ............................................................................ 23

1.4 O processo de saúde-doença e a influência do trabalho ..................... 26

1.5 Saúde do trabalhador .............................................................................. 29

1.6 O trabalho no contexto hospitalar ......................................................... 30

1.7 O trabalho de enfermagem ...................................................................... 32

1.8 Riscos do trabalho de enfermagem ....................................................... 35

1.9 Importância da participação dos trabalhadores na avaliação das condições de trabalho .............................................................................

38

2 METODOLOGIA 40

2.1 Tipo de estudo .......................................................................................... 40

2.2 Dados da instituição e período de realização do estudo ..................... 40

2.3 Cenário do estudo ................................................................................... 42

2.4 Critérios de inclusão e exclusão ............................................................ 43

2.5 População ................................................................................................. 43

2.6 Aspectos éticos ........................................................................................ 45

2.7 Coleta de dados ........................................................................................ 45

2.8 Tratamento e análise dos dados ............................................................. 49

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 51

3.1 Características pessoais e profissionais dos enfermeiros dos setores estudados ...................................................................................

51

3.2 Cuidados com a própria saúde ............................................................... 55

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3.3 Fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos locais de trabalho ..............................................................................

61

3.4 Percepção sobre os problemas do ambiente e condições de trabalho .....................................................................................................

65

3.5 Percepção dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre os problemas nos locais de trabalho .....................................................

66

3.6 Percepção dos enfermeiros sob re os problemas de saúde e sua relação com as condições de trabalho ..................................................

71

4 CONCLUSÃO ............................................................................................. 74

5 RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 76

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 77

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................. 82

APÊNDICE B – Instrumento de Coleta de Dados ...................................... 84

ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética do INCA ................................ 95

ANEXO B – Autorização dos autores para tradução e utilização do

instrumento .................................................................................................

96

ANEXO C – Aprovação do Comitê de Ética do Hospital Universitário

Pedro Ernesto para realização do projeto "Inovação de Gestão das

condições de trabalho em saúde para hospitais do Sistema Único de

Saúde - SUS/BRASIL" ................................................................................

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INTRODUÇÃO A minha experiência profissional em oncologia em uma Instituição, referência

em oncologia clínica e cirúrgica, que desenvolve ações no âmbito assistencial, de

ensino e pesquisa, possibilitou-me observar o processo de trabalho dos enfermeiros,

verificando a incidência freqüente de licenças médicas para tratamento da saúde e a

ocorrência de transtornos de ordem física e mental relacionados ao trabalho e às

dificuldades do enfermeiro em lidar com situações adversas relacionadas ao

tratamento de clientes oncológicos. Estes são motivos que podem favorecer o

adoecimento, distúrbios do sono, consumo de álcool e drogas, acidentes e doenças

osteomusculares.

A motivação para realizar este estudo surgiu também de uma pesquisa

multicêntrica sob a coordenação da orientadora deste estudo que objetiva o

conhecimento das condições de trabalho da enfermagem, cujos resultados obtidos,

a partir da aplicação do questionário utilizado, auxiliaram na validação do referido

instrumento de coleta de dados.

A assistência de enfermagem em oncologia caracteriza-se pela exigência de

um conhecimento técnico-científico qualificado e um desgaste profissional acima da

média, originário das demandas excessivas de energia, gerando estresse de

maneira insidiosa, cumulativa e progressiva. (CLARK; MC GEE, 1997).

O cuidado de enfermagem em oncologia reveste-se de grande complexidade,

requerendo do profissional uma competência que vai além da esfera técnico-

científica, com implicações em várias facetas do seu existir dado o esforço para

viabilizar um cuidado ético. (POPIM, 2001).

A convivência freqüente com a morte expõe o profissional a experiências e

vivências de angústia e sofrimento, trazendo-lhe a antevisão de sua própria morte ou

lembranças de confronto com a mesma, podendo levá-lo ao esgotamento psíquico,

conhecido como burnout, que pode ser entendido como um estado de exaustão

prolongada e perda de interesse, advindo da rotina de enfrentamento de situações

que evidenciam a finitude, como é o caso em oncologia.

Objeto do estudo e contextualização

O presente estudo teve como objeto abordar as condições de trabalho e sua

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relação com os problemas de saúde a partir da percepção dos enfermeiros que

trabalham em três setores especializados no tratamento de pacientes críticos de

uma instituição oncológica.

A prática profissional em oncologia é pautada pelo alto nível de conhecimento

tecnológico e a necessidade constante de capacitação e desenvolvimento

profissional devido às mudanças constantes do conhecimento. Não obstante, a

heterogeneidade das doenças malignas, a variabilidade de prognósticos, a

imprevisibilidade da trajetória saúde-doença, a confrontação com desfigurações

corporais, deficiências, dor e morte, a confrontação com emoções de clientes e

familiares e a incapacidade de restaurar a saúde podem causar no enfermeiro

oncológico um sentimento de fracasso repetido.

O interesse para desenvolver este estudo surgiu a partir do meu cotidiano

profissional em oncologia, onde o trabalho de enfermagem ocupa grande parte do

tempo do profissional. A maioria possui uma dupla ou tripla jornada de trabalho em

ambientes que os expõem a riscos, podendo interferir na qualidade de vida destes

enfermeiros, fato que está relacionado diretamente com as questões relativas à

saúde do trabalhador, além de sua relevância na prevenção do adoecimento e na

promoção da saúde do enfermeiro.

Este estudo pretende conhecer as condições de trabalho e os problemas de

saúde do enfermeiro, que trabalha em setores que prestam assistência a pacientes

críticos em um hospital especializado, no atendimento à patologia neoplásica

maligna e a percepção dos enfermeiros sobre a relação entre adoecimento e

trabalho.

Vale ressaltar que a abrangência do tema não permitirá uma única conclusão.

Estudos de Pitta (1990), Bulhões (1994), Leopardi et al. (1999) e Mauro (2005)

demonstram que o processo de promoção da saúde no trabalho é dinâmico, fato que

torna pertinente o estudo em questão, favorecendo uma reflexão por parte dos

profissionais e dos gestores das instituições de saúde.

O trabalho do enfermeiro em oncologia é também influenciado pelo ambiente

físico, exigindo conhecimento técnico-científico e equilíbrio emocional para lidar com

o complexo processo de saúde-doença.

Segundo Dejours (1992), esta situação está relacionada aos componentes

afetivos negativos desencadeados ou agravados pelo processo de trabalho. A

ansiedade em situações de risco elevado decorre do medo presente nas

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organizações com mecanismos de controle rígidos e severos e dos efeitos psíquicos

adversos das organizações do trabalho que geram tarefas vazias de conteúdo,

monótonas e repetitivas.

Os conceitos de Dejours sugerem que, quando a organização do trabalho

entra em conflito com o funcionamento psíquico dos homens e estão bloqueadas

todas as possibilidades de adaptação entre a organização do trabalho e do desejo

dos sujeitos, poderá emergir o sofrimento patogênico que pode ser compreendido

como um processo dinâmico, onde os profissionais criam estratégias defensivas

para se proteger.

A partir destas considerações, observa-se a necessidade de refletir sobre esta

organização que, com freqüência, favorece o adoecimento do enfermeiro como, por

exemplo, a jornada intensa de trabalho que, muitas vezes, é exaustiva.

Considera-se também que o hospital, como local de trabalho, é

reconhecidamente uma empresa que apresenta uma variedade de riscos à saúde,

onde as condições de exposição, já são reconhecidas como condições insalubres

pela legislação trabalhista. (BRASIL, 1994).

A partir de verbalizações no ambiente de trabalho, observei que os

enfermeiros oncológicos almejam o reconhecimento deste problema. Neste sentido,

o presente estudo poderá contribuir para o desenvolvimento de estratégias para lidar

com os fatores de riscos que são inerentes ao processo, como também para a

reformulação da organização do trabalho de enfermagem, com ênfase na divisão do

trabalho para garantir a divisão de tarefas, representadas pelas hierarquias, as

repartições de responsabilidade e os sistemas de controle. Estas, com freqüência,

ocorrem de maneira inadequada e perversa, impondo ao profissional a aceitação de

determinadas situações como algo intransponível ou dognificador e, dessa maneira,

geradores de sofrimento psíquico e físico.

Questões norteadoras 1. Quais os fatores de riscos relacionados às condições de trabalho que

podem estar influenciando a saúde dos Enfermeiros?

2. Qual a percepção dos Enfermeiros sobre a relação entre os problemas de

saúde e as condições de trabalho?

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Objetivos do estudo

Objetivo geral Estudar as condições de trabalho e os problemas de saúde segundo a

percepção dos enfermeiros oncológicos.

Objetivos específicos 1. Caracterizar o perfil pessoal, profissional e cuidados com a própria saúde dos

enfermeiros oncológicos;

2. Identificar os fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros

oncológicos nos locais de trabalho;

3. Analisar as condições do ambiente de trabalho dos enfermeiros oncológicos;

4. Discutir os problemas de saúde apontados pelos enfermeiros, provocados ou

agravados pelo trabalho.

Justificativa do estudo Os enfermeiros oncológicos vivenciam situações de penosidade, sofrimento e

morte, agravadas pelas características do processo e do ambiente de trabalho.

Sabe-se da dificuldade desses profissionais em perceber no processo de

trabalho as condições capazes de gerar doenças e/ou acidentes. Algumas

patologias são de caráter irreversível, enquanto outras podem ser previsíveis. Por

esta razão, todo conhecimento produzido deveria ser utilizado para a prevenção dos

problemas de saúde apresentados por esses trabalhadores. (MAURO, 2005).

Entretanto, observou-se, com freqüência, uma atitude de desprendimento do

próprio trabalhador, que emprega toda sua energia a seus clientes e ao progresso

dos conhecimentos científicos e tecnológicos, abstendo-se de prestar atenção às

suas próprias necessidades de saúde e de lazer.

Neste sentido, foi verificado que o ambiente de trabalho é diversificado e

organizado de acordo com suas peculiaridades, caracterizado pela assistência ao

cliente oncológico com prognósticos imprevisíveis, portadores de doenças pré-

existentes, exigindo dos profissionais competência técnica e equilíbrio psíquico para

lidar com as situações apresentadas no cotidiano de uma instituição oncológica. O

enfermeiro é obrigado a adaptar-se a tudo isto, orientando-se através das políticas e

normas organizacionais da instituição.

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Segundo Leopardi e Lunardi Filho (1999), as instituições de saúde

proporcionam um trabalho insalubre e desgastante, mas continua sendo um lugar

criado pelos e para os seres humanos o que significa, fundamentalmente, que eles

mesmos, técnicos e indivíduos que procuram atendimento das necessidades de

saúde, deverão ser eles próprios os melhores agentes da transformação.

A participação dos trabalhadores é considerada essencial para a identificação

dos fatores de risco presentes no trabalho e das repercussões destes sobre o

processo saúde-doença. Também é fundamental para a transformação das

condições geradoras de acidentes e doença. Na atualidade, o crescimento das

relações informais e precárias de trabalho exige a criação ou identificação de novas

modalidades de representação dos trabalhadores, para além das organizações

sindicais tradicionais. (SILVEIRA; RIBEIRO; LINO, 2005).

Relevância Este estudo permite reflexões sobre questões relativas à saúde e condições

de trabalho do enfermeiro que atua em oncologia, cuja atuação profissional vai além

da atividade técnico-científica, pois o cotidiano desses profissionais envolve um

cenário de dor, sofrimento, esperança e cura.

Este contexto profissional exige do Enfermeiro um movimento de doação, pois

o ato de cuidar, em oncologia, é uma atividade onde as exigências psicológicas do

paciente e família vão além do simples cuidado físico.

De acordo com Pitta (1990), o hospital pode ser entendido como um espaço

mítico, aonde as exigências psicológicas do paciente e família vão além do simples

cuidado físico, verificações dos sinais vitais e aplicações das terapêuticas. O sorriso,

a atenção, a bondade, o calor humano e o conhecimento técnico também são

necessidades a serem atendidas. Segundo esta autora, a atividade de lidar com a

dor, doença e morte tem sido identificada como condição insalubre, penosa e difícil

para todos.

Ainda, segundo Pitta (1990), a sobrecarga mental, acrescida da carga física, é

geradora de alterações afetivas, desencadeando fenômenos de ordem psicológica,

psicossociológica e ainda neurofisiológica. É crescente o número de publicações

referentes a agravos psíquicos, medicalização e suicídios de médicos e

enfermeiros.

A partir destas considerações, observou-se a necessidade de desenvolver

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este estudo para refletir sobre a saúde dos trabalhadores de enfermagem,

entendendo que a promoção da saúde não se ocupa apenas de promover o

desenvolvimento das habilidades pessoais e da capacidade da pessoa de influir

sobre os fatores que determinam a saúde, mas incluir, também, a intervenção sobre

o meio ambiente, para reforçar tanto aqueles fatores que sustentam estilos de vida

saudáveis como para modificar aqueles que os impedem de serem postos em

prática. Esta estratégia pode ser entendida como: conseguir que as opções mais

saudáveis sejam as mais fáceis de eleger (NUTBEAN,1986).

Do ponto de vista social, o conhecimento científico dos fatores que propiciam

condições inadequadas de trabalho e adoecimento, são elementos significativos

para os profissionais fundamentarem suas reivindicações por melhorias de

condições de trabalho e de saúde.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Trabalho Segundo Alves (2002), o trabalho pode ser compreendido, estritamente como

esforço físico ou mecânico, como energia despendida pelos seres humanos, animais

ou máquinas. Isto é, o trabalho é a energia que quando colocada em movimento

tem por resultado a transformação dos elementos em estado de natureza, a

produção, manutenção e modificação de bens ou serviços necessários a

sobrevivência humana.

Com base em Marx (1968), Alves (2002) refere que trabalho humano é

resultante do dispêndio de energia física e mental, voltada direta ou indiretamente

para a produção de bens e serviços, visando a reprodução da vida humana,

individual e social.

O trabalho humano atualmente é obrigatório, diferentemente do que

curiosamente não ocorre com os insetos (abelhas, formigas) ou certas aves (o joão-

de-barro), isto é, de natureza instintiva. Na espécie humana não existe o instinto do

trabalho. Trata-se de uma atividade convencional que antigamente visava

exclusivamente ao sustento biológico (cultivo, criação de gado, artesanato).

Nos dias de hoje, o trabalho é uma atividade sofisticada que envolve

tecnologia e inovação contínua, transformando-se em posição, em status que eleva

e dá importância ao ser humano. É também obrigatório como meio e recurso de

sobrevivência, uma vez que fornece ao indivíduo, como compensação, uma

remuneração, um salário com o qual pode prover o seu sustento e o da família.

Entretanto, não trabalhamos apenas pelo salário que recebemos, fazemos pela

satisfação emocional profunda que sentimos com a realização e os resultados que

colhemos através do nosso esforço. Do ponto de vista biológico, o trabalho não é

necessário ao ser humano, podendo inclusive, ser excessivo ou perigoso, tornar-se

prejudicial ao organismo, ocasionando doenças profissionais ou relacionadas ao

trabalho pelo esforço físico ou psicoemocional despendido. (MIELNIK, 1976).

Através do trabalho, estabelece-se novas relações humanas, acumulando

mais experiências, conhecimentos e emoções. É uma fonte de socialização,

possibilitando o contato com a comunidade no local de trabalho. Contudo, embora

seja uma instituição social, o trabalho está ligado antes de tudo, a certo sentimento

de angústia, de preocupação, pois, em geral, quase sempre se começa a trabalhar

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na adolescência, fase de alterações, de mudanças. Para o adolescente, pelo menos

no início, o trabalho assume a forma de imposição, de obrigação, não sendo

agradavelmente recebido. Devido ao sentido digno do trabalho e à compensação

recebida pelo mesmo, os jovens reagem com interesse e se sentem motivados a

procurar trabalho e a permanecer nele. (MIELNIK, 1976).

Segundo Codo, Sampaio e Hitomi (1993), o trabalho do ponto de vista do

capitalismo se caracterizou pela ruptura entre trabalho e afetividade, concretizando-

se em uma divisão de papéis entre o homem e a mulher, com a entrada da mulher

no mercado de trabalho. Por um lado, é um passo importante para a igualdade

entre homens e mulheres; por outro, submete a mulher às relações capitalistas de

produção. Na medida em que a reprodução foi sendo assumida pelo Estado ou pela

iniciativa privada, a mulher deixou de comparecer como portadora da afetividade nas

relações familiares, que até bem pouco tempo a mulher era a única representante.

Tal fato é bastante evidente no trabalho de enfermagem, tendo em vista a

predominância feminina na categoria, fato que é bastante peculiar, pois é freqüente

a realização do duplo papel pelas trabalhadoras de enfermagem, refletindo a penosa

divisão de papéis que estas mulheres enfrentam no seu cotidiano (trabalho

profissional e trabalho doméstico).

De maneira simplificada, pode-se dizer que com a ocupação da mulher na

força de trabalho, a família atual se encontra órfã da afetividade. Se a alienação do

trabalho determinou toda a expressão afetiva na família, ao transformar a família

pelo ingresso da mulher na produção, desmontou-se a tradicional divisão de papéis.

(CODO; SAMPAIO; HITOMI, 1993).

O trabalho pode ser considerado como uma das principais atividades do ser

humano, mas também uma condição que pode gerar múltiplos problemas de saúde.

Sem dúvida, o trabalho desde o seu surgimento permitiu desenvolvimento para a

humanidade, determinando avanço tecnológico e estabelecendo relações entre os

grupos humanos. Entretanto, o trabalho pode ocasionar diversas alterações na

saúde do trabalhador, inclusive a morte. (BENAVIDES, 2000).

Para Dejours, Abdoucheli e Jayet (1994), o trabalho pode ser fonte de

subsistência do homem, de acúmulo de riquezas, realização profissional e outras

satisfações, como também pode ser fonte de sofrimentos, de doenças, de

exploração e de escravidão que, muitas vezes são suportadas pelo trabalhador

devido à necessidade de sobrevivência pessoal e de sua família, nem sempre com a

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devida compensação social e/ou econômica.

No Brasil, a População Economicamente Ativa (PEA), segundo estimativa do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (PNAD 2002), era de

82.902.480 pessoas, das quais 75.471.556 consideradas ocupadas. Destes,

41.755.449 eram empregados (2.903.311 com carteira assinada); 4.991.101

militares e estatutários e 13.861.037 sem carteira assinada ou sem declaração;

5.833.448 eram empregados domésticos (1.556.369 com carteira assinada;

4.275.881 sem carteira assinada e 1.198 sem declaração); 17.224.328 eram

trabalhadores por conta própria; 3.317.084 eram empregadores; 3.006.860 eram

trabalhadores na produção para próprio consumo e construção para próprio uso; e

4.334.387 eram trabalhadores não remunerados. Portanto, entre os 75.471.556

trabalhadores ocupados em 2002, apenas 22.903.311 (com carteira assinada)

possuíam cobertura da legislação trabalhista e do Seguro de Acidentes do Trabalho

– SAT, o que indica que a maioria dos trabalhadores brasileiros não dispunha de um

trabalho decente e digno, com as garantias sociais e econômicas desejadas.

Segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho, trabalho decente é

um trabalho produtivo, remunerado, exercido em condições de liberdade, segurança

e equidade, sem discriminação e capaz de garantir uma vida digna ao trabalhador.

O trabalho é mediador de integração social, seja por seu valor econômico

(subsistência), seja pelo aspecto cultural (simbólico), tendo, assim, importância

fundamental na constituição da subjetividade, no modo de vida e, portanto, na saúde

física e mental das pessoas. A contribuição do trabalho para as alterações da saúde

mental das pessoas dá-se a partir de ampla gama de aspectos: desde fatores

pontuais, como a exposição a determinado agente tóxico, até a complexa articulação

de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das

tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas e a estrutura hierárquica

organizacional. (BRASIL, 2000).

Com base em Marx (1968), Alves (2002) infere que o trabalho é desprovido

de interesse e estruturado para que os seus agentes sejam transformados em

simples apêndice da máquina. Os trabalhadores possuem diferentes graus de

qualificação, ficando sujeitos a ampliar a sua destreza em determinadas operações

para que seja diminuído o tempo gasto em cada uma delas, aumentando a

produtividade e diminuindo o valor do trabalho e da própria força de trabalho,

reduzindo, assim, os gastos e maximizando os lucros.

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Nesse sentido, o caráter do trabalho expressa o conteúdo da organização

social do trabalho e é determinado pelo modo de produção dominante. Assim, no

capitalismo, ele é determinado pela existência da sociedade privada nos meios de

produção, que implica na exploração do homem pelo homem e pela lei fundamental

desse tipo de sociedade, a lei da mais valia. (ALVES, 2002).

Segundo Mielnick (1976), a atividade humana tem significado tríplice:

material, psicológico e social. Para que o trabalho seja realmente uma atividade

agradável e compensadora, é necessário que tenha uma representação psicológica

muito mais intensa e importante do que mera remuneração.

Conforme a legislação vigente, o trabalhador deve permanecer dedicado ao

trabalho, no local, por um tempo determinado. Esse tempo subdivide-se em tempo

de trabalho necessário ou pago e tempo de trabalho suplementar ou não pago. A

questão que se coloca para a enfermagem é a seguinte: durante quanto tempo é

permitido ao empregador consumir a força de trabalho dos trabalhadores de

enfermagem? O capital ao não se preocupar com a duração da vida dessa força de

trabalho tenta prolongar a sua jornada ao máximo possível, a fim de expropriar

maiores níveis de produtividade e, portanto, maior consumo de força de trabalho.

(ALVES, 2002).

1.2 Ambiente de Trabalho No âmbito da avaliação do posto de trabalho está a análise dos tipos de

programas e serviços existentes para determinar se estes são adequados e se

respondem às necessidades de proteção e promoção da saúde dos trabalhadores.

Os programas de promoção da saúde propiciam situações que favorecem ao

exercício físico e a nutrição, podem melhorar a saúde e a boa condição física global

dos trabalhadores e, assim, reduzir a vulnerabilidade de exposição a riscos e a

lesões de qualquer natureza. Os programas de proteção da saúde com o emprego

de precauções universais e equipamento de proteção, podem reduzir

consideravelmente os níveis de exposição. (MAURO, 2005).

No estabelecimento de uma relação entre qualquer resposta humana e o nível

de exposição relacionada ao trabalho, ou num contexto profissional, é necessário

que se conheçam as atividades e as necessidades do trabalhador, as fases dos

processos de trabalho e todos os aspectos do ambiente de trabalho. Diante de

milhares de produtos químicos e processos novos no ambiente de trabalho compete

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aos profissionais de saúde delinear novos riscos profissionais, detectar problemas

existentes, desenvolver e implementar estratégias de prevenção, antes da

ocorrência de danos no ser humano. (BULHÕES, 1998).

O objetivo da avaliação do local de trabalho consiste em garantir um ambiente

de trabalho seguro e saudável, protegendo e promovendo o bem-estar físico e

mental do trabalhador.

Segundo Bulhões (1998), o ambiente apresenta três subdivisões: o ambiente

físico, com o qual se interage diariamente, capaz de determinar respostas no ser

humano; o ambiente biológico, pois em qualquer situação com que se convive, além

de outros seres humanos com os quais se partilha o universo, existem vários

organismos e microorganismos vivos que estão a todo tempo interagindo; e o

ambiente socioeconômico, no qual cada ser humano está inserido e devido a isso,

tem determinada a condição de salário, de renda, remuneração, enfim, sua posição

social.

A exposição do trabalhador às condições do ambiente de trabalho resulta da

convergência de vários fenômenos, todos sujeitos a variações de tempo e espaço.

As concentrações de contaminantes no local de trabalho são causadas por múltiplas

fontes, cujos índices de emissão são dependentes do tempo. Tais concentrações

são afetadas pelos níveis de ventilação, que dependem do tempo e do espaço. A

modelagem de concentrações no local de trabalho é difícil por suas próprias

características e a avaliação da exposição também exige um entendimento do

comportamento do trabalhador. (BULHÕES, 1998).

Os fatores nocivos do ambiente são as condições físicas, organizacionais,

administrativas ou técnicas existentes nos locais de trabalho, que possibilitam a

ocorrência de acidentes do trabalho e/ou adoecimento. (HAAG, 2001).

De acordo com a Portaria nº 25 do Ministério do Trabalho e Emprego de 29

de dezembro de 1994, que determina que seja executada e cumprida a Convenção

n.º 148, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre a Proteção dos

Trabalhadores Contra os Riscos Profissionais Devidos à Contaminação do Ar, ao

Ruído e a Vibrações no Local de Trabalho, os riscos são classificados em:

• Riscos Físicos - formas de energia como ruídos, vibrações, pressões

anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infra-som (NR-09 e NR-15).

Objeto de avaliação quantitativa;

• Riscos Químicos - substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar

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no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na

forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos (NR-09, NR-15 e NR-

32). Objeto de avaliação quantitativa e qualitativa;

• Riscos Biológicos - bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,

etc (NR- 09);

• Riscos Ergonômicos - são elementos físicos e organizacionais que interferem

no conforto da atividade laboral e conseqüentemente nas características

psicofisiológicas do trabalhador (NR-17) e que incluem:

- Posto de trabalho inadequado (mobiliário, equipamentos e dispositivos)

- “Lay-out” inadequado (caminhos obstruídos, corredores estreitos, etc)

- Ventilação e iluminação inadequadas

- Esforços repetitivos

- Problemas relativos ao trabalho em turno

- Assédio moral

- Problemas relacionados com a organização do trabalho;

• Riscos de Acidentes (condições com potencial de causar danos aos

trabalhadores nas mais diversas formas, levando-se em consideração o não

cumprimento das normas técnicas previstas).

1.3 Condições de trabalho Benavides (2000) refere que as condições de trabalho podem ser definidas

como o conjunto de variáveis que definem a realização de uma tarefa concreta e o

entorno em que esta se realiza, estas variáveis determinam a saúde do indivíduo

que a executa, com a tripla dimensão física, psíquica e social.

As condições de trabalho representam o conjunto de fatores que podem ser

denominados como exigências da organização, execução, remuneração e ambiente

do trabalho – capazes de determinar a conduta do trabalhador. Dessa maneira, o

indivíduo responde com a execução de uma atividade ou conduta passível de ser

analisada sob diferentes aspectos: perceptivos, motores e cognitivos. (ABEN, 2006).

As condições de trabalho marcam o corpo do trabalhador. O envelhecimento

precoce e a incapacidade resultante de acidentes e de doenças profissionais são

algumas marcas em seu corpo físico. O alcoolismo e o uso indiscriminado de psico-

fármacos refletem as marcas em seu corpo psíquico. (ABEN, 2006).

A discussão sobre aspectos teóricos e gerais de “condições de trabalho” se

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justifica porque os estudos sobre condições de trabalho na enfermagem relacionam-

se principalmente com oferta de mão-de-obra, porém, são escassos, descontínuos,

abstratos e contemplam basicamente informações quantitativas. (ALVES, 2002).

Segundo Alves (2002), tentar contribuir para o desnudamento das condições

de trabalho de uma força de trabalho feminina como a da enfermagem é um desafio,

visto que este é um objeto complexo, polêmico e a sua análise demanda um saber

específico, além de compreender que as relações sociais de produção dominantes

desempenham um papel fundamental na determinação das condições de trabalho.

Uma vez que a sociedade brasileira é capitalista, muito embora coexistam com

outros modos de produção, este fato deve ser considerado como importante, porque

a condição da força de trabalho, passa a ser agravada por um tipo de

desenvolvimento econômico baseado na super exploração dos trabalhadores e na

concentração de renda.

Nesse sentido, a enfermagem ainda enfrenta dificuldades pra reivindicar

melhores condições de trabalho, uma vez que com freqüência o profissional se

submete à condições inadequadas de trabalho em decorrência da necessidade

pessoal de sustento próprio e de sua família. Este fato é agravado pela

predominância feminina na profissão, pois de maneira geral as demandas familiares

e domésticas sobrecarregam a mulher, que em decorrência da necessidade

econômica é obrigada a trabalhar em mais de um emprego e ainda realizar as

atividades ligadas à administração do lar.

De acordo com Mauro (2005), o termo condições de trabalho engloba

diversos aspectos da situação de trabalho envolvendo os fatores de risco

associados aos aspectos materiais, relacionais, psicológicos, organizacionais e

outros presentes no contexto de trabalho. Dentre estes, pode-se considerar: o

ambiente de trabalho, os fatores de risco, as cargas física, mental e psíquica, as

relações de trabalho, o conteúdo do trabalho, as incertezas, os horários e o

funcionamento da organização.

As condições de trabalho podem ser consideradas objetivas, porque podem

ser mensuradas; e subjetivas, porque são determinadas pela opinião, experiência do

trabalhador, sendo, neste caso, necessário analisar as impressões emitidas pelos

trabalhadores. Os elementos objetivos já estão sendo especificados nas Normas

Regulamentadoras como variáveis ou indicadores. Os elementos subjetivos

aparecem de forma mais geral em relação à saúde, pois considera que os elementos

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físicos e psíquicos influenciam na situação de trabalho.

O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do

processo saúde-doença dos trabalhadores tem implicações éticas, técnicas e legais,

que se refletem sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse

segmento da população, na rede de serviços de saúde. O estabelecimento da

relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde-dano ou doença-

individual ou coletivo, potencial ou instalado. É uma dada condição de trabalho que

constitui a condição básica para a implementação das ações de Saúde do

Trabalhador nos serviços de saúde presentes nos ambientes e condições de

trabalho e/ou a partir da identificação de um diagnóstico, tratamento e prevenção

dos danos, lesões ou doenças provocados pelo trabalho, no indivíduo ou no coletivo

de trabalhadores. (BRASIL, 2000).

Resumidamente, pode-se entender que condições de trabalho é tudo aquilo

que gira em torno de trabalho e implica em um posto de trabalho no espaço

específico de uma empresa ou unidade produtiva, com instalações e atividades

delimitadas por objetos que são requeridos para que o trabalhador realize operações

e tarefas determinadas, tendo como marco as relações formalizadas jurídica e

organizacionalmente. (BENAVIDES, 2000).

Falar de trabalho na enfermagem é falar de condições de trabalho que,

baseando-se em Marx (1968), representam todas aquelas condições materiais que

concorrem para o desenvolvimento do processo de trabalho, as quais não se

identificam diretamente com o referido processo, mas sem as quais este não poderia

ser executado, ou o seria de modo imperfeito. As condições de trabalho expressam

um conjunto de fatores que determinam a qualidade e produtividade do trabalho e

que são determinadas, fundamentalmente, pelos elementos do conteúdo do trabalho

e pela qualidade e complexidade do próprio trabalho. (RODRIGUEZ in ALVES,

2002).

Para Alves (2002), os trabalhadores da enfermagem se submetem a

determinadas condições de trabalho a partir do acordo trabalhista, que propicia o

início do processo de trabalho. O espaço para isso é encontrado na superestrutura

que, por não representar a esfera produtiva da sociedade, oportuniza o

desenvolvimento de um trabalho improdutivo do ponto de vista econômico, mas

necessário ao controle social, à reprodução da força de trabalho do núcleo

verdadeiramente capitalista da economia brasileira e à manutenção do sistema

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empresarial da saúde.

Ao lado da organização científica do trabalho e dos meios de trabalho

tomamos, ainda como referência para análise, os agentes dos processos de trabalho

diretamente atingidos pela qualidade das condições de trabalho que são também

co-responsáveis pela mesma. Estes aspectos são relacionados com o caráter e a

natureza do trabalho que produzem, com o parcelamento e com o espaço onde esse

trabalho é materializado, considerando a predominância do sexo feminino entre os

trabalhadores de enfermagem. (ALVES, 2002).

Segundo Alves (2002), é clara a necessidade de subsídios que

instrumentalizem a defesa dos conteúdos das lutas por melhores condições de

trabalho na enfermagem.

1.4 O processo de saúde-doença e a influência do trabalho A associação entre o trabalho, a saúde e a doença dos trabalhadores tem

sido objeto da observação e reflexão dos homens há séculos e está registrada, ao

longo dos tempos, nos estudos de historiadores, filósofos, escritores, médicos,

cientistas sociais e artistas. (MENDES; DIAS, 1991).

O processo saúde-adoecimento do trabalhador resulta da complexa e

dinâmica interação das condições gerais de vida, das relações de trabalho, do

processo e do controle que os próprios trabalhadores colocam em ação para

interferirem nas suas condições de vida e trabalho. (HAAG, 2001).

A Revolução Industrial, iniciada em meados do Século XVIII, na Inglaterra,

introduziu uma nova forma de produzir e organizar o trabalho, com profundas

repercussões no modo de viver, adoecer e morrer dos trabalhadores. (MENDES;

DIAS, 1991).

O trabalhador conforme sua ocupação está exposto a riscos “específicos” de

adoecer e morrer, devendo ser protegido, segundo as práticas da Medicina do

Trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).

A aceleração do processo social de mudanças tecnológicas e organizacionais

nos processos de trabalho, que ocorreram após a 2ª Guerra Mundial, repercutiu no

modo de vida dos grupos humanos e se refletem nas formas de adoecer e morrer, e

em decorrência do movimento e organização dos trabalhadores. Esta prática foi

sendo modificada e ampliada dando lugar à Saúde Ocupacional. (MENDES; DIAS,

1991).

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A abordagem das relações saúde e trabalho ganhou novo enfoque na década

de 70, particularmente no âmbito da América Latina, sob a influência do marco

teórico da Epidemiologia social, que se constituiu um dos pilares do campo da

Saúde do Trabalhador. (LAURELL; NORIEGA, 1989).

O reconhecimento do processo Saúde-doença dos trabalhadores não é

determinado apenas no âmbito da fábrica ou da produção. É indiscutível o papel e a

importância dos riscos para a saúde gerados em processos de trabalho particulares.

Vários fatores, como: poeiras, substâncias químicas tóxicas, ruído, vibração, calor ou

frio excessivos, radiações ionizantes e não-ionizantes, microorganismos, posturas e

movimentos requeridos pelo trabalho, tensão, monotonia, relações autoritárias e

conflituosas com as chefias e gerências, entre outros fatores de risco, constituem

“cargas de trabalho” responsáveis por danos à saúde dos trabalhadores.

(FACCHINI, 1994).

O processo denominado “Terceira Revolução Industrial” ou de

“Reestruturação Produtiva” ocorrido nos anos 90, pode ser entendido como uma

nova forma de produzir, incentivada pelos avanços tecnológicos, e por novas formas

de organizar e gerir o trabalho, introduzindo mudanças radicais na vida e nas

relações das pessoas e dos países e, por conseqüência, no viver e adoecer dos

trabalhadores. (FERREIRA, 2000).

Este processo de “universalização” do mundo e das desigualdades sociais

crescentes se caracteriza pela concentração do poder político e econômico, a

deterioração da qualidade de vida, expressa na poluição e degradação ambiental, o

desemprego, o crescimento de formas variadas de violência, entre outros.

Entretanto, observa-se, também, o aumento da expectativa de vida e abrem-se

novas perspectivas de revisão dos atuais sistemas de valores ético-políticos e

estéticos. (GUATTARI, 1990; DOWBOR, 1998).

Esta transformação causou grande repercussão social, como a diminuição

dos postos de trabalho que vieram acarretar o desemprego. A diminuição absoluta

do emprego foi também acrescida do aumento das exigências e qualificações

requeridas dos trabalhadores, reforçando a exclusão dos menos qualificados, dos

muito jovens, dos mais idosos, dos menos escolarizados e/ou portadores de algum

tipo de desvantagem bio-psíquica ou social. (MENDES; DIAS, 1991).

O crescimento do trabalho no setor informal, que já ocupa mais de 50% da

População Economicamente Ativa (PEA) nos grandes centros urbanos brasileiros,

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exemplifica a “precarização” do trabalho, decorrente da subcontratação do trabalho,

nas práticas de “terceirização” e “quarteirização” das atividades, do trabalho

temporário, sendo facilitada pelas mudanças na legislação trabalhista que rege as

relações de trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).

As inovações tecnológicas têm promovido a redução ou eliminação de alguns

fatores de risco ocupacional, tornando o trabalho em alguns ramos uma atividade

econômica mais leve, menos perigosa, porém introduzido “novas” cargas de

trabalho, principalmente de natureza psíquica, com crescente sofrimento mental para

os trabalhadores. (MENDES; DIAS, 1991).

Neste sentido, pode-se citar que com o surgimento da tecnologia da

informação e do computador nos processos de trabalho da enfermagem, alguns

profissionais são obrigados a utilizar estas novas ferramentas para realização de

atividades como: prescrição de enfermagem eletrônica, estatísticas e outras, fato

que pode favorecer o aumento da carga psíquica e mental relacionada ao trabalho.

Observa-se o aparecimento de outros efeitos adversos do trabalho, ainda

pouco conhecidos, caracterizados por um tempo de latência longo: a leucemia em

trabalhadores expostos ao benzeno ou o câncer de pulmão nos expostos à poeira

de sílica. Os efeitos neuro-comportamentais em trabalhadores expostos a solventes

também são um exemplo. (MENDES; DIAS, 1991).

As inovações tecnológicas e os novos métodos gerenciais são responsáveis

pela intensificação do trabalho, com aumento do ritmo, das responsabilidades e da

complexidade das tarefas no trabalho, se traduzindo em manifestações de

envelhecimento prematuro, no adoecimento e morte por doenças cardiovasculares e

outras doenças crônico-degenerativas. As doenças ósteomusculares relacionadas

com o trabalho (DORT) e sintomas de origem psíquica, como: a síndrome da fadiga

crônica, a síndrome de “burnout” são patologias relacionadas ao trabalho presente

no contexto atual. (FRANCO, 1997).

Desse modo, o entendimento e a intervenção sobre a saúde dos

trabalhadores apontam para novas abordagens e enfoques que traduzem o

processo de reestruturação produtiva na globalização da economia. As mudanças

urbanas, as transformações organizacionais do trabalho, os fatores de risco

industriais e ambientais e os aspectos da saúde psico-física do trabalhador devem

ser cada vez mais considerados. (FRANCO, 1997).

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1.5 Saúde do trabalhador A saúde dos trabalhadores deve ser considerada uma prática social e sua

implementação deve ocorrer no âmbito da Saúde Pública, buscando contribuir para

a transformação da realidade de saúde dos trabalhadores e da população em geral.

Na América Latina, nos anos 70, emerge uma formulação teórica sobre as

relações saúde-trabalho acompanhada de uma nova prática sanitária, através da

busca no “social” da determinação dos agravos à saúde dos trabalhadores

(LAURELL, 1991). As relações trabalho e saúde-doença são vinculadas de maneira

particular ao processo de industrialização e, em conseqüência, disso ao processo de

urbanização.

Nesse mesmo período, os trabalhadores exigem a regulamentação da

jornada de trabalho e melhores salários, defendendo inclusive sua saúde e

integridade física, através da luta por melhores condições de trabalho. (LACAZ,

1983).

A existência de um movimento mundial de modificação nas legislações de

saúde e segurança no trabalho vem encontrando respaldo nas políticas da

Organização Internacional do Trabalho – OIT e da Organização Mundial de Saúde –

OMS. Na Espanha, Itália, França e mesmo na OMS e na OIT observa-se uma nova

nomenclatura para os serviços denominados de Higiene, Segurança e Medicina

Ocupacional, Industrial ou do Trabalho, sendo atualmente denominados Serviços de

Saúde do Trabalhador ou de Saúde no Trabalho. Isto pode ser entendido como

reflexo de uma maior participação dos trabalhadores, caracterizando uma mudança

no enfoque, que deixa de centrar as atenções nos riscos do ambiente de trabalho,

se preocupando com a saúde do trabalhador, conferindo um conceito mais amplo

e participativo. (HAAG, 2001).

A Saúde do Trabalhador pode ser definida como uma área do conhecimento

que estuda o processo de saúde e doença dos grupos humanos, bem como sua

relação com o trabalho. O trabalho pode ser entendido como um espaço de

dominação e submissão do trabalhador pelo capital, mas, também, de resistência, e

de constituição. De forma lenta, os trabalhadores buscam o controle sobre as

condições e os ambientes de trabalho, tornando-os mais saudáveis. (MENDES;

DIAS, 1991).

A compreensão dos processos de trabalho deve estar associada ao consumo

de bens e serviços e ao conjunto de valores, crenças, idéias e representações

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sociais próprios de um momento da história humana. (HAAG, 2001).

Nesse contexto, as políticas de promoção de saúde do trabalhador devem

acompanhar as mudanças econômicas, sociais e culturais da população.

O processo de construção do campo da saúde dos trabalhadores está

centrado em um pilar: a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e

trabalho, através do reconhecimento de seu saber nos processos de trabalho, do

direito à informação, do direito de recusa ao trabalho perigoso e insalubre

objetivando a humanização do trabalho. (MENDES; DIAS, 1991).

Desse modo, além das conseqüências mais visíveis, diretas e específicas das

condições e ambientes de trabalho sobre a saúde, em decorrência da ação de

agentes nocivos de natureza física, química, biológica e etc, é importante desvendar

as relação trabalho e subjetividade. (SATO, 1993).

A psicopatologia do trabalho se insere neste âmbito: o sofrimento está no

centro da relação psíquica do homem com o trabalho. O objetivo não é eliminar o

sofrimento da situação de trabalho, mas as conseqüências mentais sobre a saúde

dos trabalhadores, mesmo na ausência de doenças. Este é o objeto de estudo da

psicopatologia do trabalho. (DEJOURS, 1986).

Segundo Bulhões (1998), o Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE)

apóia firmemente a elaboração de programas de saúde no trabalho para todos os

trabalhadores, incluindo-se o pessoal dos serviços de saúde. As medidas de

segurança devem fazer parte integrante dos programas de formação do pessoal de

saúde em todos os níveis, e os administradores deveriam complementar essa

função básica, através de programas de educação permanente, formal ou informal.

1.6 O trabalho no contexto hospitalar

Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde (1957), hospital pode ser

definido como uma organização de caráter médico e social, cuja função é assegurar

assistência médica completa, curativa e preventiva à população e cujos serviços

externos se irradiam até a célula familiar; é um centro de medicina e de pesquisa

bio-social. O hospital é um espaço de trabalho complexo com processos de trabalho

diversos, que são interativos e dependentes entre si, que ocorrem em diferentes

níveis profissionais envolvendo tarefas específicas. (SOUZA, 1983).

O conceito de hospital busca traduzir sua importância social e razão de ser

para as pessoas. O hospital veicula a idéia de dor e sofrimento, local de perda e

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31

desalento, embora também seja estabelecida a idéia de solução de um problema, de

felicidade pelo nascimento de um nova vida, de refúgio por encontrar assistência e

cuidado e de alento para o desespero. (KAWAMOTO; FORTES, 1986).

No ambiente hospitalar são estabelecidas relações profissionais, cujo

desenrolar de atividades com autonomia e poder de decisão são em sua grande

maioria direcionados ao saber médico que detêm maior hegemonia e espaços para

tomadas de decisão e de contra decisão, com relação à internação, prescrição

de medicamentos, exames e a concessão da alta hospitalar. O trabalho hospitalar

é executado por uma interação multidisciplinar de médicos, enfermeiros,

nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e outros com a finalidade de oferecer

assistência integral à saúde da comunidade. (KAWAMOTO; FORTES, 1986).

O exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da

Reforma Protestante correspondeu ao período em que ocorreu a retomada da

ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das

universidades, mas não constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. Esta

permaneceu enclausurada nos hospitais religiosos, de maneira empírica e

desarticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos

movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição, quando

o hospital passou a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres

e crianças utilizavam as mesmas dependências, em leitos coletivos. Este momento

histórico correspondeu a um período em que a enfermagem possuía uma caráter

indigno e sua atividades eram realizadas por mulheres de caráter duvidoso e de

baixa classe social. (ABEN, 2006).

Este fato explica as dificuldades enfrentadas até hoje pela categoria para

obter o reconhecimento e o prestígio social merecido, embora a enfermagem

represente 65% de toda força de trabalho no âmbito hospitalar.

A enfermagem, no contexto histórico do hospital, é resultante do momento

histórico de cada povo, suas crenças, religião e costumes. Para a era cristã, a

enfermagem representou-se pelas religiosas, que executavam as tarefas de cuidar e

curar os doentes; era uma atividade, um trabalho de caráter exclusivamente

espiritual, voltado para a caridade e benevolência. (SANTOS, 2001).

Atualmente, esta característica ainda é muito solicitada pelos clientes

hospitalizados, que apelam pela bondade da enfermeira para sanar sua dor, para

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desabafar seus sentimentos de ódio e rancor pela assistência, pela comida e pela

insatisfação no período de internação. (SANTOS, 2001).

A disciplina ética é muito cobrada em profissões hierarquizadas como a

enfermagem, representando uma forma de exercício de dominação dos que

possuem maior autonomia profissional e liberdade de agir, visto que alguém deve

vigiar e cuidar do doente por 24 horas. A enfermagem executa esse papel, se

responsabilizando por vários cuidados, desde os mais simples, como o de alimentar

o doente, trocar roupas de cama e higienização até a realização de procedimentos

mais complexos como a realização de cateterismos venosos de inserção periférica e

procedimentos de hemodiálise e assistência integral à pacientes em estado crítico.

(SANTOS, 2001).

Segundo Lima (1996), as pessoas não devem ser consideradas peças

adaptáveis de uma máquina, mas como seres complexos que têm necessidades

também complexas e que precisam ser satisfeitas para assegurar o bom

desempenho organizacional.

Atualmente, as organizações que objetivam um melhor desempenho,

investem em processos de qualidade, incentivando a responsabilidade pelo trabalho,

mas também integrando as necessidades individuais e organizacionais. A gestão

participativa entende que as pessoas são recursos valiosos que podem enriquecer o

trabalho de diferentes formas com oportunidades adequadas.

1.7 O trabalho de enfermagem O trabalho de enfermagem é organizado pela lógica administrativa taylorista,

é um trabalho decomposto por tarefas, hierarquizado e sistematizado. Os

trabalhadores são organizados por categorias profissionais e atribuições

sistematizadas pela “lei do exercício profissional” (Lei nº 7.498 de junho de 1988).

Esta lei determina a execução de atividades consideradas de maior e menor grau de

complexidade de acordo com as categorias e o saber dos trabalhadores da equipe

de enfermagem (Decreto Lei nº 94.406 de 08 de junho de 1987), com formação

profissional, conhecimentos e saberes teóricos científicos.

Analisando o contexto histórico da Enfermagem, quando o trabalho

intelectual foi separado do manual por Florence Nightingale, as atividades

intelectuais passaram a ser desenvolvidas por pessoas de classe social elevada,

com boa educação, possuidoras de conduta ética e moral, denominadas ladies

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nurses – enfermeiras. Em contrapartida, as pessoas que executavam atividades

manuais provinham de classes mais pobres, cujo desenvolvimento de tais atividades

não exigia capacidade cognitiva. Esperava-se destas pessoas um comportamento

moral, ético e subserviência, além de desenvoltura motora, sendo denominadas as

nurses – auxiliares e técnicos de enfermagem. Este fato conferiu à profissão um

caráter elitista, resultando numa fragmentação profissional e social muito grande.

(SOUZA, 2006).

Esta divisão hierárquica existe até os dias de hoje; o enfermeiro realiza as

atividades de maior complexidade e a função gerencial. Os técnicos e auxiliares de

enfermagem realizam as tarefas delegadas pelo enfermeiro e de menor grau de

complexidade.

As habilidades técnicas e de prática são adquiridas pela experiência

profissional e pela realização de especializações, caracterizando o processo de

trabalho pela exigência de qualificação, habilidade e destreza. A distribuição de

atividades em graus de maior e menor complexidade é organizada de forma

hierarquizada de acordo com o grau de formação e o nível de escolaridade. (LIMA,

1994).

Segundo a ABEN (2006), a enfermagem tem mais de 40 especialidades no

Brasil, cujo domínio de sua prática inclui:

• Prestação de cuidados diretos e a avaliação de seu impacto;

• Defesa dos interesses dos pacientes e da saúde em geral;

• Supervisão e delegação de tarefas;

• Direção e gestão;

• Ensino e Pesquisa;

• Elaboração da Política de saúde.

A enfermagem possui algumas características peculiares, tais como: ser

prestadora de assistência ininterrupta 24 horas por dia, sendo responsável por

atividades diretamente relacionadas ao cuidado e a recuperação das condições

satisfatórias de vida e execução de cerca de 60% das ações de saúde. São os

trabalhadores da saúde que mais entram em contato físico com os doentes, com

uma predominância do gênero feminino e de formação profissional fragmentada e

hierarquizada. (LIMA, 1994).

Um dos aspectos que contribui para aumentar a vulnerabilidade do

trabalhador de enfermagem e de todo o pessoal do setor saúde é a falta de

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34

inform

r de enfermagem ao

se su

es que ocupa singular função. Para cumprir um dos mais importantes

papéis

na tecnologia e conhecimentos em saúde

com a

terrupta, 24 horas por dia;

ntes;

ação da maioria de seus integrantes sobre assuntos relativos à saúde do

trabalhador. Isto reforça a presença de dois importantes fatores na ampliação dos

riscos ocupacionais: a ignorância do risco e a dificuldade para compreender, aceitar

e cumprir as medidas de segurança do trabalho. (LIMA, 1994).

O resultado do trabalho da enfermagem é a produção de um serviço, que

pode se transformar artificialmente em mercadoria. O trabalhado

jeitar às condições gerais do mercado de trabalho, possibilitou a transformação

de seus trabalhadores em força de trabalho, portanto, passíveis de serem

contratados, e de receberem um salário por um determinado período de tempo, para

a realização de um trabalho capaz de apresentar um valor excedente e não mais

apenas, o caráter caritativo. Tornou-se uma profissão constituinte do sistema de

produção geral, sujeito às mesmas determinações do trabalho em geral. (LEOPARDI

et al., 1999).

Segundo a ABEN (2006), no setor de saúde, a enfermagem é uma categoria

de trabalhador

sociais e de grande relevância econômica, o trabalhador de enfermagem

muito avançou cientificamente para atender às atuais e crescentes exigências,

como: a realização de diagnósticos mais precisos, cirurgias mais seguras com pós-

operatório melhor monitorado; maior cobertura vacinal das populações infantil e

idosa. Nas muitas e diferentes etapas de todos esses processos, o trabalhador de

enfermagem tem necessária presença.

Para a ABEN (2006), nos últimos 20 anos, os trabalhadores de enfermagem

contribuíram para conquistar os avanços

participação de outras categorias de trabalhadores nas seguintes lutas: a

epidemia de AIDS, o recrudescimento da tuberculose, o câncer, o aumento das

patologias psicossociais e outras. Entretanto, ainda falta o reconhecimento de sua

própria vulnerabilidade aos riscos ocupacionais, tendo em vista algumas das

características já apontadas em Riscos do trabalho de Enfermagem, que se

identifica pelo fato da enfermagem ser:

• O maior grupo individualizado de trabalhadores de saúde;

• Prestadora de assistência inin

• Executora de cerca de 60 % das ações de saúde;

• A categoria que mais entra em contato físico com os doe

• Por excelência, uma profissão feminina;

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• Bastante diversificada em sua formação. (ABEN – RJ, 2006).

O quantitativo de enfermeiros cadastrados no conselho Federal de

Enfermagem contabiliza atualmente 137.896 enfermeiros (dado obtido no site do

COFE

do trabalho de enfermagem egundo Bulhões (1994), o enfoque à Saúde do Trabalhador e a inserção da

cteriza pela prestação de assistência,

ão associadas à tensão emocional, longas

gem que permanece a maior parte de sua vida produtiva neste ambiente,

freqüe

inação de

parteir

N, 2007). Este profissional tem o papel de detentor do saber e de controlador

do processo de trabalho da enfermagem, cabendo aos demais trabalhadores

(auxiliares e técnicos de enfermagem) executar tarefas delegadas. (LEOPARDI et

al., 1999).

1.8 RiscosS

enfermagem enquanto profissão se cara

sofrendo conseqüências da organização do trabalho, pois as relações saúde e

trabalho se estabelecem no cotidiano, fato que faz com que a enfermagem se

conscientize mais dos riscos ocupacionais, entendendo-os como resultado de um

processo histórico, cultural e social.

A figura do enfermeiro está tradicionalmente ligada às instituições

hospitalares. Estas atividades est

jornadas de trabalho, baixa remuneração, condições de insalubridade do ambiente

de trabalho e duplo emprego, levando-os ao absenteísmo, que proporcionalmente

faz aumentar a carga de trabalho dos demais elementos da equipe. (BULHÕES,

1994).

Atualmente, o hospital é o principal local de trabalho da equipe de

enferma

ntemente em mais de um turno de trabalho, devido aos baixos salários. Pode-

se entender que a mesma instituição que tenta salvar vidas e recuperar a saúde

das pessoas enfermas é a mesma que favorece o adoecimento dos profissionais,

pois, aparentemente, não há preocupação com a proteção, promoção e manutenção

da saúde de seus trabalhadores. (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).

A preocupação com a saúde do trabalhador de enfermagem ocorre desde

1700, através da publicação de Ramazzini, que questionou a contam

as, possíveis precursoras dos profissionais de enfermagem, durante a

realização de seu trabalho (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).

Segundo Robazzi, Marziale e Rocha (2004), a consolidação e o

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reconhecimento das ações de risco, os perigos de manipularem antibióticos de

última

rém, existem basicamente os riscos: biológicos,

Riscos ergonômicos: levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de

jornadas

Riscos de acidentes:

ade inadequada

No conceito d

cargas físicas são aq or, ruído, das radiações

geração, os problemas que podem ocorrer com o preparo de antineoplásicos,

as dermatites que podem ser ocasionadas pelo uso prolongado de luvas ou

degermantes e outras substâncias químicas utilizadas no ambiente hospitalar,

ocorreram a partir da observação desses profissionais e da verbalização dos

trabalhadores sobre os riscos.

No ambiente hospitalar, existe uma multiplicidade de riscos para os

trabalhadores de enfermagem, po

físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos. Os biológicos são os responsáveis

por infecções agudas e crônicas, ocasionadas por vírus, fungos e bactérias. Os

físicos são aqueles causados pelas radiações, vibrações, ruídos, temperatura

ambiental, iluminação e eletricidade. Os riscos químicos são os gerados pelo

manuseio de uma variedade grande de substâncias químicas e também pela

administração de medicamentos que podem provocar desde simples alergias até

importantes neoplasias. Os riscos psicossociais são desencadeados pelo contato

com o sofrimento do paciente (estresse, fadiga mental, etc). Os ergonômicos são

gerados principalmente pela postura inadequada dos profissionais de enfermagem

em situações como movimentação de pacientes, flexões da coluna freqüentes, entre

outros. (ROBAZZI; MARZIALE; ROCHA, 2004).

Os riscos ocupacionais de enfermagem, de acordo com Bulhões (1994), são

classificados, de acordo com a natureza:

Riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor,

pressões, umidade, etc.

Riscos químicos: poeira, fumos, névoas, neblina, gases, vapores, produtos químicos

e quimioterápicos.

Riscos biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos.

produtividade, ritmos excessivos, trabalho noturno,

longas, monotonia, estresse físico e psíquico.

local físico inadequado, máquinas sem proteção, ferramentas

inadequadas, iluminação inadequada, eletricid

e existência de animais peçonhentos.

e Laurell e Noriega (1989), os riscos físicos, advindos das

ueles representados pelo efeito do cal

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io tes e dos níveis de iluminação.

Os riscos mecânicos advindos das cargas mecânicas são representados

pelas quedas, escorregões ou outra

nizan

s lesões de natureza mecânica, inclusive

argas biológicas. Estes são encontrados nos trabalhadores de

largamente utilizados nos

a fadiga, a tensão, a perda de controle sobre o trabalho, as dobras de

, do

fadiga mental e

relacionadas à equipamentos como:macas, cadeiras de rodas e camas. (LAURELL;

NORIEGA, 1989).

Ainda, baseando-se em Laurell e Noriega (1989), os riscos biológicos são

os advindos das c

enfermagem, pela natureza do seu trabalho, e sua exposição ocorre em função do

contato íntimo e freqüente com pacientes contaminados.

As práticas de enfermagem que envolvem riscos químicos são várias.

Destacamos o manuseio de produtos químicos que são

hospitais com diversas finalidades como agentes de limpeza, desinfecção e

esterilização (quaternário de amônia, glutaraldeído, óxido de etileno, etc) e a

manipulação de alguns medicamentos destacando-se os quimioterápicos que,

muitas vezes, são manipulados sem capela de fluxo laminar, luvas, capotes e

máscaras.

Quanto às cargas psíquicas, com base em Laurell e Noriega (1989), pode-se

considerar

plantão, o trabalho subordinado, parcelado e fragmentado, a repetição de tarefas, o

ritmo acelerado de trabalho, o contato com o cliente, a observação do sofrimento, a

angústia causada pela doença e a ansiedade nas incertezas da vida e a morte.

Os riscos das cargas fisiológicas podem advir da postura incômoda, do

trabalho em pé por longos períodos, do trabalho em turnos, da ansiedade

estresse e pelas situações difíceis vivenciadas pelo profissional de enfermagem

como dor e morte, conforme o conceito de Laurell e Noriega (1989).

O trabalho da enfermagem exige atenção constante, concentração,

memória, capacidade perceptiva, visual e auditiva, podendo causar

prejuízo na qualidade da execução das tarefas.

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1.9 Importância da participação dos trabalhadores na avaliação das condições e trabalho

lica na mudança da realidade dessas condições de trabalho através da

capac

s trabalhadores), tanto quanto medir o nível da exposição

ao risc

lidade de pressupostos

basea

tende conhecer o risco do

trabalh

no que se refere aos mecanismos sócio-culturais que

geram

essoas que

os per

ram como relevantes para sua saúde

(signif

dSegundo Boix et al. (2001), a prevenção é o controle dos riscos no local de

trabalho, imp

idade de mobilização e decisão dos que estão envolvidos no processo, como

gestores e trabalhadores.

Este processo faz parte das tarefas dos prevencionistas (técnico encarregado

da promoção da saúde do

o e estabelecer as medidas de controle e prevenção.

Na concepção do modelo técnico-prevencionista que é neutro, atualmente

utilizado no cumprimento da legislação, prevalece a rea

dos apenas em conhecimentos técnicos sobre qualquer outro tipo de enfoque,

deixando à margem considerações de caráter sócio-cultural, incluindo características

próprias de saúde do trabalhador. (BOIX et al., 2001).

Boix et al. (2001, p. 25) referem que, “a experiência dos trabalhadores é algo

especialmente ausente neste modelo”, porque pre

o, exclusivamente com base na avaliação técnica supostamente objetiva. No

melhor dos casos, se incorpora formalmente um levantamento realizado com os

trabalhadores como informação complementar, sem, contudo, considerar nenhum

valor em termos de conhecimento, excluindo os fatores culturais que intervém na

construção social da percepção do risco e da saúde, o que corresponde a percepção

subjetiva dos trabalhadores.

Esta maneira de analisar o risco comporta um conhecimento apenas parcial

da realidade, especificamente

e mantém situações de risco. Este enfoque técnico-quantitativo é objetivo e

pretende basicamente calcular a probabilidade de um determinado perigo ou risco e

estimar a magnitude das conseqüências ou perdas. (BOIX et al., 2001).

De acordo com Boix et al. (2001), o outro enfoque é subjetivo e permite levar

em consideração os diferentes significados dos riscos, em função das p

cebem (percepção individual) e sua relação com os contextos sócio-culturais

em que se produzem (percepção coletiva).

Neste caso, a percepção do risco no trabalho pelos trabalhadores pode estar

condicionada à fatores que eles conside

icado), a sua inquietação com a possibilidade de sofrer um dano e suas

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conseqüências (incertezas) e as expectativas do controle relacionados aos riscos

(confiança).

Estas percepções podem estar influenciadas pelas características pessoais

dos trabalhadores (gênero, idade, situação familiar e outras), contudo, na

experi

experi

ultado do que em sociologia se denominam

“condi

estimativa técnica de sua probabilidade ou de sua magnitude, assim,

por ex

nte indicará os fatores mais

signific

ência de Boix et al. (2001), tais fatores não têm se mostrado muito relevantes.

Do ponto de vista preventivo, o que interessa principalmente não é a

percepção de cada trabalhador, mas as percepções coletivas construídas a partir da

ência comum em determinadas condições de trabalho. De fato, o que

interessa ao estudo são os significados sobre os riscos do trabalho ao qual

compartilham a maioria dos trabalhadores e que condicionam a determinadas

formas de pensar e de atuar. Isto significa que a avaliação das condições de

trabalho com base na percepção dos trabalhadores leva a identificação de um

diagnóstico de tendências de problemas e fatores determinantes da saúde/doença

decorrentes das condições de trabalho, tendo em vista a proposição de programas

de saúde do trabalhador. A partir desse diagnóstico serão identificados os riscos

iminentes para os quais deverão ser realizadas as mensurações técnicas

correspondentes. (BOIX et al., 2001).

Não se pode afirmar que os ditos significados compartilhados sejam opções

voluntárias ou aleatórias, mas o res

ções materiais de existência que compartilham os trabalhadores”. (BOIX et al.,

2001, p. 25).

Contudo, as avaliações subjetivas formariam parte de uma realidade do risco,

tanto quanto a

emplo, para conhecer o risco real na utilização de uma substância química,

deveremos saber suas propriedades toxicológicas (perigo potencial para a saúde),

as condições de utilização (probabilidade de exposição) e os níveis de contaminação

(gravidade da exposição), como também se deve perguntar sobre se os

trabalhadores expostos percebem a situação como uma ameaça para sua própria

saúde e a de seus companheiros. (BOIX et al., 2001).

Neste contexto, o estudo visa o conhecimento das condições gerais da

situação de trabalho em enfermagem, que certame

ativos de risco, os quais irão direcionar também para aspectos específicos a

serem estudados, como no caso do estudo em oncologia.

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2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo não experimental, de caráter descritivo, com

tiva e aporte qualitativo que, através das informações dos

s e os atributos mensuráveis da experiência

terferir, ou seja, a pesquisa

nôm nos

observ

O Instituto Nacional de Câncer - INCA é um órgão do Ministério da Saúde que

enção e controle do

ação de

2.1 Tipo de estudo abordagem quantita

sujeitos, obtidas a partir do instrumento de coleta de dados e pelo detalhamento das

técnicas qualitativas para análise da informação foram verificados resultados dos

questionários. (RICHARDSON, 1999).

Para Polit e Hungler (1995, p. 277), “[...] a pesquisa quantitativa enfatiza o

raciocínio dedutivo, as regras das lógica

humana [...] e tem como base os procedimentos estatísticos para análise das

informações numéricas sob controle do pesquisador”.

A pesquisa descritiva é aquela que tem como função principal a análise do

objeto, procurando descrever a situação sem nela in

descritiva serve para descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los,

classificá-los e interpretá-los, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos

sem manipulá-los, isto é, sem a interferência do pesquisador. (GIL, 1999).

A pesquisa descritiva baseia-se na descrição de fenômenos relativos à

profissão, baseados em observação, descrição e classificação dos fe e

ados. É uma modalidade de pesquisa muito utilizada na enfermagem. Ela se

subdivide em pesquisa de campo, que busca a descrição dos fenômenos em

cenários naturais, examinando profundamente as práticas, comportamentos e

atitudes das pessoas ou grupos em ação na vida real. (POLIT; HUNGLER ,1995).

2.2 Dados da instituição e período de realização do estudo

tem como missão desenvolver ações nacionais visando à prev

câncer e, como referência, prestar serviços oncológicos no âmbito do SUS.

O INCA está estruturado em seis grandes áreas representadas pelas

seguintes Coordenações: Coordenação de Assistência – COAS; Coorden

Prevenção e Vigilância – CONPREV; Coordenação de Pesquisa – CPQ;

Coordenação de Ensino e Divulgação Científica – CEDC; Coordenação de

Administração – COAD; Coordenação de Recursos Humanos – CRH e

Coordenação de Ações Estratégicas – COAE.

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A área de assistência médico-hospitalar é constituída por quatro Hospitais de

Câncer: HC I, HC II, HC III, HC IV, pelo Centro de Transplante de Medula Óssea

(BRASIL, 2006) da Coordenação de

Recurs

BRASIL, 2006).

contratados pela Fundação Ary

Frauzi

adores do INCA: 62,3%. Na área de prevenção, assistência e

pesqu

gestão do trabalho no INCA tem como pressuposto básico, os processo de

ões, procedimentos e normatizações dessa área

a saúde de seus trabalhadores, buscando uma

melho

(CEMO) e pela Divisão de Patologia (DIPAT).

Os dados institucionais foram obtidos a partir de informações consultadas na

publicação A gestão do trabalho no INCA/MS

os Humanos da Instituição.

O perfil da Força de Trabalho do INCA foi obtido no Sistema de Informações

gerenciais em RH – SIGRH/INCA. (

De um quantitativo de 3.245 trabalhadores, 56,1% é composto por servidores

do quadro efetivo do Ministério da Saúde e 43,9%

no - FAF.

Segundo Almeida, Junqueira e Oliveira (2007), as mulheres são a maioria

entre os trabalh

isa estão as maiores concentrações do sexo feminino. A faixa etária da força

de trabalho do INCA é de menos de 50 anos, com uma característica nítida entre os

mais idosos, ou seja, acima de 60 anos; em torno de 85% são vinculados ao

Ministério da Saúde, e os mais jovens, com até 29 anos, são contratados pela FAF.

Situação geral da Instituição A

regulação do trabalho. As aç

produzem efeitos e conseqüências no conjunto dos processos relacionados ao

sistema de recursos humanos como um todo, e que vão desde a seleção de pessoal

até o desenvolvimento e monitoramento da força de trabalho. A regulação do

trabalho no INCA, tendo em vista a parceria com a Fundação Ary Frauzino, gera

contextos diferenciados de gestão. O quadro de pessoal do INCA é regido por duas

diferentes legislações trabalhistas: Regime Jurídico Único - RJU e Consolidação das

Leis do Trabalho - CLT, o que acarreta diferentes modalidades de intervenção e

acompanhamento. (BRASIL, 2006).

A Divisão de Saúde do Trabalhador - DISAT é a divisão da CRH/INCA que

tem como principal objetivo cuidar d

ria da qualidade de vida nos locais de trabalho. O sistema de vigilância me

Saúde do Trabalhador, capaz de identificar e intervir sobre as situações de risco e

suas repercussões na saúde do trabalhador é priorizado e se subdivide em

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Vigilância e Promoção Integral de Saúde e Vigilância dos Ambientes de Trabalho.

Nesse contexto, a Divisão de Saúde do Trabalhador realiza rotineiramente

atividades que contribuem para consolidar parcerias e co-responsabilidades pelo

o de acidentes e em situações

do O estudo foi realizado no Centro de Transplante de Medula Óssea – CEMO,

to Intensivo Adulto e na Unidade de Terapia Intensiva

te de medula

óssea

localiz

processo e organização do trabalho em saúde. A análise dos acidentes de trabalho

é realizada por uma avaliação coletiva e co-participativa com todos os envolvidos.

As medidas educativas de prevenção e combate a incêndio, as avaliações

ergonômicas, visando o conforto ambiental e as recomendações de biossegurança

são premissas básicas desenvolvidas na Instituição.

É importante ressaltar o grande interesse dos trabalhadores que participaram

do estudo sobre medidas de segurança na prevençã

de emergência, fato que deve ser motivo de reflexão e atenção por parte dos

responsáveis pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

A coleta de dados foi realizada no período de 15 de Outubro a 15 de

Novembro de 2007.

2.3 Cenário do estu

no Centro de Tratamen

Pediátrica. O Centro de Transplante de Medula Óssea está localizado no 7º andar

do HC I, possui uma unidade de internação com capacidade de 12 leitos para

internação, uma unidade ambulatorial e laboratório de imunogenética.

O CEMO é a unidade de atendimento a pacientes com doenças

hematológicas malignas e afecções correlatas, indicadas para transplan

. A unidade integra o Sistema Nacional de Transplante, do Ministério da

Saúde, coordenando o Banco de Células de Sangue de cordão, o Banco de Cordão

Umbilical e Placentário (BSCUP), a Divisão de Imunogenética e Transplante de

Medula (DITRAN) e o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).

O Centro de Tratamento Intensivo Adulto está localizado no 10º andar, com

capacidade para 10 leitos de internação e a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica,

ada no 5º andar, com capacidade para 06 leitos de internação. O CTI Adulto e

a UTI Pediátrica são setores da unidade hospitalar do Hospital do Câncer I – HC I

do Instituto Nacional do Câncer, referência em Oncologia Clínica e Cirúrgica,

localizado no Centro, no município do Rio de Janeiro. Trata-se de um hospital de

oncologia, de grande porte, com capacidade para 217 leitos de internação

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43

hospitalar.

2.4 Critérios de inclusão e exclusão A amostra foi constituída pelo seguinte critério de inclusão: enfermeiros

dula Óssea - CEMO, Centro de Tratamento

reta destes profissionais, pois com dois anos de atuação

profiss

a participar do estudo, que não preencheram as

caract

uída por 68 enfermeiros que atuavam no Centro de Transplante de

CEMO, Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de

ela 1 - Quantitativo de enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI Pediátrica

Setor Quantitativo de Enfermeiros

lotados no Centro de Transplante de Me

Intensivo Adulto e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital do Câncer I

que trabalhem há pelo menos dois anos em Oncologia e que concordem em

participar da pesquisa.

O critério foi estabelecido a partir da experiência vivenciada no cotidiano a

partir da observação di

ional o enfermeiro pode identificar com uma maior clareza as características

do seu processo de trabalho.

Foram excluídos da pesquisa enfermeiros que estavam usufruindo de férias e

licenças, que se recusaram

erísticas relativas ao critério de inclusão e os que não devolveram o

questionário no prazo estipulado.

2.5 População Constit

Medula Óssea -

Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital do Câncer I.

Tab

CEMO 41 CTI Adulto 15

UTI Pediátrica 12 TOTAL 68

Fonte: Serviço d do HC I e Serviço de Enfermagem do CEMO

A jo uma escala de

plantão de 12X60 horas com 03 complementações mensais, isto é, o enfermeiro

trabalh

e Enfermagem

rnada de trabalho de 40 horas semanais é organizada em

a em uma escala de plantão de 12 horas e folga 60 horas, totalizando uma

média de 13 plantões/mês. Alguns enfermeiros possuem escala de serviço como

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44

diaristas e trabalham 08 horas/dia de 2ª a 6ª feira.

Tabela 2 - Funcionários e servidores por curso de graduação - INCA novembro/2004 a março/2005

Cursos de graduação por gra

% ndes áreas INCA % MS % FAF

Saúde 73,2 803 72,2 1667 72,7 864 M 2 2 18,4 edicina 474 0,7 269 2,8 205 Enfermagem 353 15,4 158 13,4 195 17,5 Odontologia 5 0,2 2 0,2 3 0,3 Ciências biológicas 119 5,2 64 5,4 55 4,9 Outros cursos da saúde 91 4,0 55 4,7 36 3,2 Sociais 53 2,3 31 2,6 22 2,0 Humanas 37 1,6 18 1,5 19 1,7 Engenharias 15 0,7 9 0,8 6 0,5 Outras áreas 401 17,5 194 16,4 207 18,6 Total 2292 100,0 1180 100,0 1112 100,0

Fonte: CRH/INCA

la 2, observamos o quantitativo de enfermeiros de acordo com o

ínculo empregatício, no período de novembro de 2004 a março de 2005, o INCA

ríodo de coleta de dados, apenas 44

enferm

ções de trabalho que caracteriza a precarização

Na Tabe

v

possuía 353 enfermeiros, sendo 158 com vínculo pelo Ministério da Saúde e 195

contratados pela Fundação Ary Frauzino – FAF. Vale ressaltar que, atualmente, a

Instituição adotou outro critério de ingresso, ou seja, através de um processo seletivo

que também tem sido adotado por outras Instituições ligadas ao Ministério da Saúde,

a contratação temporária por dois anos.

Desse modo, é importante esclarecer que de um total de 68 enfermeiros que

atuavam nos setores estudados no pe

eiros preencheram o critério de inclusão, uma vez que 24 enfermeiros lotados

nos referidos setores trabalham na Instituição sob o regime de contratação

temporária há menos de 02 anos.

Esta modalidade de contrato de trabalho pode ser entendida como um

exemplo atual da realidade das rela

do trabalho que, segundo Dejours (2006), pode ser entendida como uma realidade

subjetiva vivida pelos trabalhadores, isto é, conviver em um mundo onde se perdeu

várias garantias trabalhistas, direitos e conquistas adquiridas, que protegiam

socialmente e psiquicamente as pessoas.

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45

Nos setores pesquisados encontram-se lotados atualmente 68 enfermeiros,

sendo que destes somente 44 preencheram os critérios de inclusão da pesquisa.

Destes

estionário (Seção A, B e C), representando

42,6 %

éticos Os enfermeiros dos setores estudados foram convidados a participarem do

uanto aos objetivos da mesma e quanto ao preenchimento e

ado para registro na Comissão Nacional de

Os instrumentos de coleta de dados foram os formulários propostos por Boix

indústrias e adaptado para instituições hospitalares. Os

Vogu

los trabajadores em

nuev

, 05 enfermeiros encontravam-se de férias, 06 enfermeiros de licença médica

e 04 enfermeiros não devolveram o questionário no prazo estabelecido, totalizando

15 enfermeiros excluídos do estudo.

Obedecidos aos critérios estabelecidos, tornaram-se sujeitos do estudo 29

enfermeiros, que responderam ao qu

em relação ao total de 68 enfermeiros lotados no CEMO, CTI Adulto e UTI

Pediátrica.

2.6 Aspectos

estudo e orientados q

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A), segundo

o Comitê de Ética em Pesquisa do INCA, de acordo com as normas e exigências

contidas na Resolução 196/96 – CNS.

O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do INCA em 23 de

Agosto de 2007 (Anexo A) e encaminh

Ética em Pesquisa - CONEP em 23 de agosto de 2007.

2.7 Coleta de dados

e Vogel (1997) para

instrumentos foram modificados para atender aos objetivos propostos na pesquisa.

O instrumento utilizado tem origem no livro “La evaluación e riesgos em los

lugares e trabajo – guia para uma intervención sindical”, e Pere Boix e Laurent

el, publicado pela “Oficina Técnica Sindical Europea para la salud y seguridad:

BTS”, em 2000, na Espanha com edições em Inglês e Francês.

Este guia foi preparado durante o desenvolvimento de dois seminários

organizados pela “Associación Europea para la Formación de

as Tecnologias – AFFET”, realizados em 1995 e 1997 com a participação e

sindicalistas, o que foi concebido como uma ferramenta prática, com a finalidade de

avaliar as condições de trabalho por parte dos trabalhadores em matéria de saúde e

segurança na empresa.

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46

Este instrumento de pesquisa tem como fundamentos:

1) a subjetividade do trabalhador na avaliação dos riscos à saúde pelo próprio

trabalh do objeto e estudo, o

trabalh

o.

lhadores e na observação

4

s de solução;

e intervenção;

as medidas preventivas.

da para ser realizada pelos sindicatos

dos tr studo tem

experim

s do levantamento para os

gestor

auro, coordenadora do projeto inicial de pesquisa e

orienta

ador, a partir de informações que se situam no centro

o que é uma atividade humana consciente e inseparável dos conhecimentos

que permitam ao trabalhador identificar, controlar ou encontrar formas e melhor

adaptar o próprio trabalho às suas condições reais de trabalho;

2) A visão profissional através da observação as condições e trabalho, tendo

como foco os fatores de risco ocupacional no ambiente e trabalh

A proposta metodológica apoia-se em oito pontos:

1. Diagnóstico da situação envolvendo os trabalhadores;

2. Identificação dos problemas na opinião dos traba

sobre os locais de trabalho;

3. Coleta das informações;

. Identificação os riscos;

5. Avaliação dos riscos;

6. Avaliação as alternativa

7. Proposição de plano d

8. Proposição de seguimento e controle d

Apesar da proposta original ter sido cria

abalhadores, o projeto principal do qual faz parte este e

entado uma série de adaptações da metodologia proposta originalmente

pelos autores Boix e Voguel (1997), substituindo o papel dos sindicalistas pelo

papel de um técnico profissional, neste caso, o coordenador deste estudo

(profissional que pertence à instituição) e a participação dos trabalhadores que são

os profissionais de enfermagem que atuam no hospital.

Desta forma, a pesquisa se propõe a cumprir do 1º ao 6º ponto recomendado

pelos autores, e encaminhar posteriormente os resultado

es da saúde desses trabalhadores como contribuição e subsídios para que

constituam subsídios para a operacionalização dos pontos 7 e 8.

O modelo original do instrumento passou por diversas etapas de aplicação,

avaliação e adaptação, a saber:

1º) - foi feita a tradução do instrumento original espanhol para o português,

pela Drª. Maria Yvone Chaves M

dora desta pesquisa;

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47

2º) - consulta aos autores do modelo original, tendo sido autorizada sua

aplicação no Brasil (Anexo B);

retação;

m 2001 (monografia e conclusão do curso

de En

primeiramente entre 2001 e 2003 num hospital

público

em pa

: em um Hospital Municipal em Campos (2004), de um Hospital da rede

privad

odalidade em fase de validação.

instrumento

compl

3º) - o instrumento em português sofreu uma nova versão para o espanhol

para avaliar a fidelidade da interp

4º) - o instrumento foi avaliado e aplicado primeiramente numa empresa de

transporte de bebidas em Volta Redonda e

fermagem), sob orientação a Drª. Maria Yvone Chaves Mauro, cujo projeto e

relatório foram avaliados por uma Comissão Examinadora de peritos na área desse

conhecimento e por pesquisadores do CNPq (Bolsa de Produção de Pesquisa – PQ

e bolsas de Iniciação Científica – IC);

5º) - O instrumento foi posteriormente adaptado para hospital, passando pelo

mesmo processo, tendo sido aplicado

de Volta Redonda com a coordenação da mesma orientadora, e por outros

pesquisadores, também como objeto de Monografia de Conclusão de Curso de

Graduação da FENF/UERJ, submetido novamente a avaliação de Comissão

Examinadora da mesma Faculdade e por pesquisadores do CNPq (Bolsas PQ e IC;

6º) - Os resultados desta aplicação foram novamente avaliados, fazendo-se

as readaptações necessárias para as atividades em saúde, e em 2003 foi aplicado,

rte, em duas clínicas de um Hospital Universitário no Rio de Janeiro, como

objeto de estudo de uma Monografia de Iniciação Científica, passando pelo mesmo

processo;

7º) - O mesmo instrumento sofreu aplicação parcial, como objeto de

dissertação

a em Campos (2005), de um Hospital Estadual do Rio de Janeiro (2004) e de

um Hospital do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (2003), estando agora em

fase final de validação metodológica e aplicado em um Hospital Universitário (2006)

e em dois Hospitais Federais (2007);

8º) - Este instrumento foi também utilizado em Unidades Básicas de Saúde de

dois Municípios do RJ, estando esta m

Como nas experiências hospitalares o instrumento foi sempre aplicado em

partes, e o número de trabalhadores foi pequeno para validar o

eto, em todas as suas modalidades, o mesmo está sendo objeto de uma

validação global (o instrumento em toda sua extensão) como Projeto de Pesquisa

com apoio do CNPq, intitulado “Inovação de gestão das condições de trabalho em

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48

saúde para hospitais do Sistema Único de Saúde/ SUS – BRASIL” (Anexo C), sob a

coordenação da orientadora deste estudo, após o que será publicado em periódico

indexado, com todas as modificações, a partir do instrumento original, sendo a

pesquisa objeto deste estudo, considerada como Projeto Piloto da validação global

do instrumento.

Em todos os casos em que o instrumento foi aplicado, foram utilizadas as

referências: “MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent.

LA EV

para ser

coleta

A – Identificação dos sujeitos da pesquisa.

cação dos problemas

ores e sua relação com as condições de

nização do Trabalho.

lemas nos locais de trabalho.

ões.

trumentais).

.

s trabalhadores (quadro de pessoal).

prevenção de riscos.

ALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una

intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad –

ISTAS – Instituto Sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000”.

Para a coleta de informações, nesta pesquisa, foi utilizado o instrumento

denominado QUESTIONÁRIO (Apêndice B), embora contenha uma parte

da através de observações. O instrumento foi subdividido em seções e

classificado por letras maiúsculas e números arábicos, conforme a denominação a

seguir:

QUESTIONÁRIO:

SEÇÃO

SEÇÃO B – Identifi

B1 – Problemas do ambiente de trabalho

B2 - Problemas de saúde dos trabalhad

trabalho.

SEÇÃO C – Fatores organizacionais e relações no trabalho.

C1 – Orga

C2 – Desigualdade no Trabalho.

SEÇÃO D – Observação de prob

D1 – Locais de trabalho e instalaç

D2 – Maquinaria (equipamentos), tecnologia e ferramentas ( ins

D3 – Substâncias e materiais utilizados

D4 – Fatores ergonômicos.

SEÇÃO E – Dados da Instituição.

E1- Características gerais do

E2 – Situação geral da Instituição.

E3 – Política de prevenção na Instituição.

E4 – Interesse dos trabalhadores na

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Na coleta de informações, foram utilizados os seguintes procedimentos:

Seções A, B e C – as questões foram respondidas pelos sujeitos da pesquisa,

que

em, constituída por uma amostra de

(BRASIL, 2006) da Coordenação

enfermeiro e para os coordenadores de enfermagem, sendo realizada uma breve

explica

devida

btidos, priorizou-se os dados referentes aos objetivos do

estudo

nálise dos dados s dados coletados foram categorizados e discutidos com vistas ao

tudo, servindo de base para análises estatísticas e descritivas

dos re

constituiu a amostra de 29 enfermeiros.

• Seção D – estas questões foram respondidas a partir da percepção realizada

das coordenadoras do serviço de enfermag

03 enfermeiros, que fazem parte das equipes de enfermagem dos setores

estudados.

Seção E – foram obtidos dados a partir de informações consultadas na

publicação A gestão do trabalho no INCA/MS

de Recursos Humanos da Instituição. Estes dados foram descritos na

metodologia, no subtítulo: Dados da instituição e período de realização do

estudo.

Os questionários (Apêndice B) foram distribuídos individualmente para cada

ção sobre o instrumento e esclarecimento de dúvidas após leitura do mesmo.

Devido às características das unidades, ou seja, atendimento a pacientes

críticos, foi estabelecido o prazo de uma semana para devolução do questionário

mente respondido.

É importante ressaltar que, para fins de análise dos resultados, não foram

utilizados todos os dados o

. Vale ressaltar que os demais dados serão utilizados para a produção de

artigos científicos.

2.8 Tratamento e aO

referencial teórico.

Os dados quantitativos foram organizados por grupos de variáveis em função

dos objetivos do es

sultados, que serão representadas por associações numéricas em termos

percentuais absolutos e relativos e apresentados em tabelas, gráficos e quadros.

O programa EPi-INFO foi utilizado para tratamento e análise estatística dos

dados.

Para a realização de algumas análises estatísticas, foi utilizado o Teste Exato

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50

de Fisher (que é similar ao Qui-Quadrado) para amostras pequenas. A identificação

r subsídios para a

entre as variáveis ocorre quando o valor de p é menor que 0.05.

Pretende-se que os resultados desta pesquisa constituam um diagnóstico da

situação de trabalho nos setores analisados, com vistas a fornece

elaboração de um projeto de melhoria das condições de trabalho na Instituição.

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51

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

presentados e organizados para atender aos

estudo: caracterização pessoal e profissional dos enfermeiros dos

setore

dos setores estudados

la 3 - Características pessoais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de

Terapia Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29)

Os dados obtidos foram a

objetivos do

s estudados, cuidados com a própria saúde, fatores de risco a que estão

expostos os enfermeiros nos locais de trabalho, análise das condições do ambiente

de trabalho dos enfermeiros oncológicos e discussão sobre os problemas de saúde

apontados pelos enfermeiros, provocados ou agravados pelo trabalho.

3.1 Características pessoais e profissionais dos enfermeiros

Tabe

Variáveis Respostas f %

Sexo

Fem

21

72 Masc 8 28

Idade

20 a 29 30 a 39 40 a 49

Mais de 50 Não respondeu

24,1 55,2

Estado civil

Não respondeu

1 7

16 4 1

3,4

3,8 3,4

Solteiro Casado

12 17

41,4 58,6

Nº de filhos

1 2 4

12 4 1 2

63,1 21,1 5,3

10,5 Fonte ampo

terísticas gerais da população estudada, observou-se que

predominantemente eram do sexo feminino 21 (72%), fato que coincide com os

estudo

) são

: Pesquisa de C

Em relação às carac

s de Bulhões (1994), que afirma que a profissão de Enfermagem é por

excelência, feminina. Esta constatação vem se modificando gradativamente com a

inserção cada vez maior de homens no mercado de trabalho da enfermagem.

Com relação à idade, verifica-se uma concentração de 16 (55%) na faixa

etária entre 40-49 anos, considerada economicamente produtiva, 17 (59%

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casad

ino, que envolve representações sociais

ineren

e elas são responsáveis

pela

o que provavelmente estes trabalhadores desempenham dupla

ou trip

a responsabilidade, que exige deste profissional um certo grau de

flexibil

r explicado pela

neces

os e que 19 (66%) possuem filhos.

Quanto à enfermagem, como opção profissional, Sobral (1994) refere ser uma

profissão de mulheres, do gênero femin

tes às "características" da mulher ideal numa sociedade ainda dominada pelos

homens, tais como: submissão, abnegação, disciplina, pureza, humildade e

"domesticidade". Reforçando este pensamento, Moreira (1999) lembra que a

enfermagem, como o magistério, é caracterizada como uma profissão de mulheres,

profissão esta que, no mundo público, representava uma extensão do lar, de um

feminino dócil, que cuida, nutre e educa. (SOBRAL, 1994).

Este fato é cultural na sociedade mundial, especialmente ocidental, onde as

práticas de cuidados são realizadas por mulheres, porqu

evolução da história de cuidar da humanidade, até os dias de hoje.

(COLLIÈRE, 1999).

Observa-se que a maior freqüência é de profissionais casados ou similares

(58%), caracterizand

la jornada, em decorrência de suas atribuições domésticas, familiares e

profissionais.

Destaca-se, também, que o fato de ser casado ou viver maritalmente com

alguém é um

idade para conciliar as características do trabalho (trabalho em turnos,

jornadas longas, processo de trabalho que interfere no equilíbrio emocional devido

às situações de sofrimento vivenciadas e responsabilidade por lidar com pessoas

enfermas), o que provavelmente interfere na vida social e familiar.

Com relação ao número de filhos, apenas 5% tem 4 filhos, ocorrendo uma

prevalência de 60% nos que tem 1 filho, fato que pode se

sidade de possuir mais de um emprego, conforme demonstrado na tabela que

se segue, 31% possui dois vínculos profissionais, contribuindo para a redução do nº

de filhos, uma vez que a educação e os cuidados exigidos pela maternidade são em

geral responsabilidade da mulher e a existência de mais de um emprego pode

interferir na vida familiar.

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Tabela 4 - Características profissionais dos Enfermeiros lotados no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo e Unidade de Terapia

Intensiva Pediátrica de uma Instituição Oncológica (n=29) Variáveis Respostas f %

de vínculo

Estatutário

13

Tipo

Contrato temp. 15

44,8 51,7

3Celetista

1 ,4

Nº de vínculos empregatícios

Não respondeu

Turno de trabalho Diurno

Ambos 31

Carga horária semanal 60 horas

Mais de 80 horas Não respondeu

62

1 2 3

11 9 1 8

37,9 31,0

3,4 27,6

Noturno

16 4 9

55 14

30 horas 40 horas

80 horas

1

18 6 2 1 1

3,4 2,1 0,7 6,9 3,4 3,4

Fonte: Pesquisa de Campo

que 55 % d tão diurno e

ue 9 (31%) exercem dupla jornada de trabalho. É relevante observar que 11

(37%)

. Este fato tem efeito importante que pode

ter rep

s trabalhadores em turnos vivenciam um cotidiano

essen

m certo receio para responder tal

A Tabela 4 revela os enfermeiros trabalham no plan

q

trabalham somente em um emprego, seguido de 9 (31%) com dois empregos,

esta prevalência maior de enfermeiros com 01 emprego pode ser explicada pela

jornada de 40 horas exercidas no hospital estudado, dificultando a possibilidade de

conciliar mais um emprego, embora, 31 % dos enfermeiros estudados afirmem a

existência de 02 vínculos empregatícios.

Dos enfermeiros participantes do estudo, 14% referem trabalhar somente à

noite e 31% trabalha em ambos os turnos

ercussões no trabalho.

Segundo Rotenberg (2004), o trabalho em turnos interfere na vida familiar de

forma bastante significativa. O

cialmente diferente do restante de outras áreas ou comunidade, em termos de

distribuição temporal de suas atividades, exigindo uma outra organização de vida

que possa conciliar trabalho, vida social e familiar.

É importante evidenciar que 27,6% não responderam a questão sobre o

número de vínculo, pode-se entender que existe u

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54

questã

ga horária total de 60 horas semanais.

ciais, uma vez

que a

efícios sociais e amparados pelo

RJU –

amente Ativa (PEA),

nos gr

setores estudados no período de coleta de dados, apenas 44

enferm

o, talvez relacionada ao excesso de carga horária trabalhada, fato que tem

sido objeto de discussão junto a instâncias jurídicas e entidades representativas da

categoria de enfermagem.

Constatou-se que 18 (62%) trabalhavam 40 horas semanais, seguidos de 6

(20%) que cumprem uma car

Segundo a ABEN (2006), estes dados podem ser facilitadores para o

surgimento ou agravamento de doenças físicas, psicológicas ou so

enfermagem tem algumas características peculiares, tais como: ser prestadora

de assistência ininterrupta 24 horas por dia, realizar atividades diretamente

relacionadas ao cuidado e a recuperação das condições satisfatórias de vida, sendo

responsável pela execução de cerca de 60% das ações de saúde, sendo os

trabalhadores da saúde que mais entram em contato físico com os doentes,

somando-se a sua peculiaridade de predominância do gênero feminino e de

formação profissional fragmentada e hierarquizada. Estes fatores podem ser

somados às características intrínsecas dessas unidades, como o atendimento aos

pacientes em situações terminais e grande quantidade de tarefas a serem

desempenhadas pelo profissional de enfermagem.

É relevante observar que os enfermeiros têm sua situação de trabalho

definida, com segurança em relação aos seus ben

Regime Jurídico Único ou pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho,

uma vez que 13 (45%) são estatutários, 15 (52%) são celetistas e apenas 01 (3%)

trabalha sob o regime de contratação temporária há dois anos.

Vale ressaltar que, segundo Franco (1997), o crescimento do trabalho no

setor informal, já ocupa mais de 50% da População Economic

andes centros urbanos brasileiros. A contratação de trabalhadores por um

período pré-determinado ou temporário exemplifica a “precarização” do trabalho, que

pode ser entendida como subcontratação de trabalho, prática de “terceirização” e

“quarteirização” das atividades trabalhistas e trabalho domiciliar. Estas situações no

mundo do trabalho atual estão sendo facilitadas pelas mudanças propostas na

legislação trabalhista, que devem disciplinar as relações de trabalho e proteger os

trabalhadores.

Desse modo, é importante esclarecer que de um total de 68 enfermeiros que

atuavam nos

eiros preencheram o critério de inclusão, uma vez que 24 enfermeiros lotados

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55

nos referidos setores trabalham na Instituição sob o regime de contratação

temporária há menos de 02 anos.

3.2 Cuidados com a própria saúde Atualmente, os trabalhadores para atender suas necessidades econômicas e de

ano, situações que podem ser fatores

des

equilíbrio

físico

es relativas a lazer, repouso, hábitos alimentares,

as respostas dos Enfermeiros de acordo com o m relação à qualidade do lazer

p = 0.1813 - teste de fisher ou Qui-Quadrado

sua família enfrentam, no cotidi

encadeantes de estresse. O estresse pode ser entendido como um alarme

natural do organismo, que o prepara para vivenciar situações de luta ou de fuga, é

uma herança genética dos nossos ancestrais que viviam em constante perigo. Outro

conceito entende que cada indivíduo enfrenta o estressor de uma maneira

específica, caracterizando sua reação. (MOREIRA; MELO FILHO, 1992).

Existem várias maneiras para se controlar o estresse: prática de atividades

físicas, repouso adequado, alimentação balanceada, lazer e outras. O

e psicoemocional pode se fortalecido com a realização de atividades que

melhorem a qualidade de vida

Com relação aos cuidados com a própria saúde, os enfermeiros dos setores

estudados responderam questõ

realização de atividade física e qualidade do sono. Os dados obtidos foram

correlacionados com o tipo de vínculo empregatícios, nº de vínculos (empregos) e

carga horária semanal. Esta correlação foi obtida através da aplicação do teste de

fisher ou Qui-quadrado, cujo resultado de p deve ser menor que 0,05 para que exista

significância entre as variáveis.

Tabela 5 - Distribuição dvínculo empregatício e

Lazer Vínculo empre- gatício

Desconhece

Deixa a desejar

Satisfatório Muito bom

Estatutário 0 3 10 0

Celetista 0 8 7 0

Cont. temporário) 0 0 1 0 Fonte: Pesquisa de campo

mos observar que os Enfermeiros que possuem o vínculo

estatutário demonstram um nível de satisfação maior em relação ao aspecto

Na Tabela 5, pode

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relacionado ao lazer, fato que talvez possa ser explicado pela diferença salarial

existente entre o enfermeiro com vínculo estatutário e o enfermeiro com vínculo

celetista, uma vez que a remuneração do vínculo estatutário é maior.

No entanto, não houve uma correlação significativa entre as variáveis: Lazer e

vínculo empregatício (p›0,05 – teste de Fisher)

Tabela 6 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o

vínculo empregatício em relação à qualidade do repouso p = 0.1506 - teste de fisher ou Qui-Quadrado

Deixa a Repouso Vínculo empregatício

Desconhece desejar

Satisfatório Muito bom

Estatutário 0 2 10 1

Celetista 0 6 9 0

Estatutário(cont. temporário) 0 1 0 0

FONTE: Pesquisa de campo

o se observa uma diferença significativa em relação ao

ínculo empregatício e o aspecto relacionado ao repouso. O quadro também indica

profiss

u instrumento de trabalho, mas pode levar o

cuidad

como

uma vi

Na Tabela 6, nã

v

que 19 (65%) consideram satisfatório o repouso realizado (p›0,05 – teste de Fisher).

O trabalho de enfermagem é caracterizado pelo predomínio do cuidado às

pessoas doentes, sendo desenvolvido de forma contínua, ou seja, é uma atividade

ional cotidiana. Na prática do cuidado, os profissionais se deparam

diariamente com dores, sofrimento, perdas e morte, impondo sofrimento e desgaste

emocional e físico a quem o realiza.

Entendemos, assim, que o cuidado é uma questão de presente no dia-a-dia

do enfermeiro e sua equipe. É se

or a sofrimento físicos e psicológicos, afetando a sua forma de cuidar.

Sendo assim, torna-se relevante que o enfermeiro compreenda a importância

de cuidar de si. O repouso adequado com qualidade e tempos suficiente, bem

da social, são importantes para o bem estar físico e mental, pois se não

estamos “bem cuidados”, não teremos condições de prestar um bom cuidado.

(LUNARDI; LUNARDI FILHO, 1999).

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57

Tabela 07 - Cálculo do IMC – Índice de massa corporal da amostra (n=29)

IMC Freqüência % Pe

Sobrepeso

eu

so Normal 12 41

Obesidade

Não respond

7

7

3

24

24

10

Total 29 100 Fonte: Pesquisa de campo

O cálculo do índice de massa corporal - IMC (Kg/m2) foi realizado pela divisão

o peso (KG) pelo quadrado da altura (m). A classificação obedeceu os critérios d

recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 12: IMC < 18,5kg/m2

(Baixo peso); IMC > 18,5 e até 24,9kg/m2 (Eutrófico); IMC > 25 e até 29,9kg/m2

(Sobrepeso) e IMC > 30,0kg/m2 (Obeso).

Na Tabela 7, observamos que 12 (41%) dos enfermeiros encontram-se na

faixa de peso normal ou eutrófico, 7 (24%) são obesos e 7(24%) encontram-se com

de atividade física em relação ao índice de massa corporal

p= 0.2348 - teste de fisher ou Qui-Quadrado

sobrepeso, isto é, acima do peso considerado normal. Ao analisar essa tabela,

pode-se verificar que aproximadamente 44% dos enfermeiros estão acima do peso,

o que pode ser justificado pelo sedentarismo, já que 19 (65%) consideram que a

prática de atividade física deixa a desejar, conforme demonstrado na Tabela 8.

Tabela 8 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com a realização

Atividade física Satisfatório MDeixa a Desconhece uito bomdesejar IMC

Peso Normal 2 9 1 0

Sobrepeso 0 6 0 1

Obesidade 3 4 0 0

TOTAL 5 19 1 1 F de campo

bela 8, verifica-se ue 19 dos 29 enfermeiros que participaram do

studo consideram que a prática de atividade física deixa a desejar. Este quadro

onte: Pesquisa

Na Ta q

e

mostra a percepção do enfermeiro sobre um dos aspectos relativos a qualidade de

vida, indicando que a realização de atividade física deveria ser presente no seu

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58

cotidiano.

A realização de exercícios diminui o risco de hipertensão por diminuir a

resistência vascular periférica e aumentar o condicionamento cardíaco. Uma vez que

s Enfermeiros de acordo com os hábitos alimentares em relação índice de massa corporal

p= 0.6565 - teste de fisher ou Qui-Quadrado

a grande parte da amostra é sedentária há uma necessidade de enfatizar a

realização de exercícios regulares, como recomendar a evolução gradual de algum

exercício aeróbico, do tipo caminhadas rápidas de 15 a 45 minutos, numa freqüência

de 3 a 5 vezes por semana. (McABEE, 1995).

Tabela 9 - Distribuição das respostas do

Hábitos alimentaresDesconhece Deixa a

IMC desejar Satisfatório Muito bom

Peso Normal 0 1 10 1

Sobrepeso 0 1 5 1

Obesidade 1 2 4 0 F de campo

bela 9 que 19 enfermeiros estão satisfeitos com os seus

ábitos alimentares e que destes, 4 são obesos, 10 possuem peso normal e 05

onte: Pesquisa

Observa-se na Ta

h

estão na faixa de sobrepeso, fato que pode ser explicado pelo ritmo acelerado de

trabalho nas unidades estudadas, favorecendo a realização de refeições rápidas, em

geral com grande quantidade de carboidratos e com baixa qualidade nutricional. Tabela 10 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o número

de vínculos em relação ao lazer p= 0.3668 - teste de fisher ou Qui-Quadrado Lazer

Desconhece Deixa a Nº de vínculos desejar Satisfatório Muito bom

1 0 4 7 0

2 0 2 7 0

3 0 1 0 0

Não resp 0 4 4 0 Fonte: Pesquisa de campo

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Tabela 11 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o número de vínculos em relação ao repouso

p= 0.06621 - teste de fisher ou Qui-Quadrado Repouso

Nº de vínculos

Desconhece Deixa a desejar Satisfatório Muito bom

1 0 2 9 0

2 0 6 3 0

3 0 0 1 0

Não resp 0 1 6 1 Fonte: Pesquisa de campo

Nas Tabelas 10 e 11, com relação aos cuidados com a própria saúde, 18

2%) consideraram satisfatório os aspectos relacionados ao lazer. Quanto ao

repous

(65%) apontaram que a prática de atividade física

deixa

trabalho, realizada pelas mulheres

jornada de trabalho nos impede de compatibilizar o trabalho principalmente com a vida social, a familiar fica um pouco prejudicada por causa dos horários. E ocorre uma grande produção braçal

(6

o, 19 (65%) disseram que estavam satisfeitos e 14 (48%) consideraram

satisfatória a qualidade do sono.

A maioria dos enfermeiros (19 - 65%) considerara seus hábitos alimentares

satisfatórios e 19 dos participantes

a desejar. 20 (69%) disseram possuir imunização dupla completa e 22 (76%)

relataram imunização para hepatite B completa.

Infelizmente, com os novos estilos de vida adotados pelas constantes

mudanças da vida moderna, a dupla jornada de

em função das atividades domésticas e familiares, podem contribuir para a

deterioração da saúde física e mental destas trabalhadoras. (BREILH,1991)

A seguinte verbalização foi registrada por um enfermeiro no instrumento de

coleta de dados (questionário nº 01):

“O alto ritmo na

incapacitando a produção científica e uma possibilidade de promoção”.

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Tabela 12 - Distribuição das respostas dos Enfermeiros de acordo com o carga horária em relação ao repouso p= 0.0071 - teste de fisher ou Qui-Quadrado

Repouso Carga horária Desconhece Deixa a desejar Satisfatório Muito bom

0 0 0 30 horas 1

40 horas 0 3 15 0

60 horas 0 4 2 0

80 horas 0 1 1 0

Mais de 80 horas 0 0 1 0

Outros 0 1 0 0 F po

Na Tabela 12, observa-se que dos Enfermeiros que trabalham 40 horas, 15

1%) consideram satisfatório o repouso, enquanto que 4 (14%) que trabalham 60

o fará com que o trabalhador tente dormir

onte: Pesquisa de cam

(5

horas, consideram que deixa a desejar.

Clancy (1995) refere que o trabalho em turnos apresenta para o trabalhador

alterações do sono, o ajuste mais lent

quando seu ritmo biológico estará sinalizando para a vigília. O sono diurno será

contrário às atividades de familiares e vizinhos com muito ruído. As alterações da

vida doméstica e social em razão das noites de trabalho, as longas jornadas

sucessivas,trazem mudanças físico hormonais que o mantém em desajuste dos

ritmos biológicos e com perturbações do ciclo sono/vigília o que propicia ao estresse,

a modificações comportamentais tais como fumar mais e beber mais café para ficar

em alerta, o que culminará em doenças e agravos a saúde. O ideal de dormir oito

horas diárias e de repousar a fim de eliminar o cansaço pouco real para muitos

trabalhadores, que em média conseguem dormir de 4 a 5 horas.

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3.3 Fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos cais de trabalho

lógico

lo

Risco bio Risco Ergonômico Risco Físico Risco Químico Não corresponde

o risco Freq. Ás vezes Percepção d

Riscos percebidos n % n %

1 Risco de contrair infecção 21 72.4 6 20,7

2 Manutenção de postura inadequada 14 48.3 12 41,4

3 Presença de radiação 13 44.8 9 31

4 Ritmo de trabalho acelerado 13 44.8 15 51,7

5 Ruído muito elevado no trabalho 34,5 12 41.4 10

6 Temperatura inadequada 11 37.9 10 34,5

7 Trabalho isolado que dificulta o contato com outros setores 11 37.9 5 17,2

8 Risco de acidentes por sobrecarga de trabalho 9 31 13 44,8

9 Desconforto pela falta de espaço ou má distribuição 8 27.6 14 48,3

10 Esforço físico que produz fadiga 8 27.6 13 44,8

11 Ordem e limpeza insuficientes 6 20.7 13 44,8

12 Inalação de substância nociva no ambiente 6 20.7 9 31

13 Manipulação de cargas pesadas 6 20.7 14 48,3

14 Risco de incêndio ou explosão 5 17.2 8 27,6

15

Risco de queda de materiais 4 13.8 14 48,3

16

Fumos,gases, vapores ou aerossóis em excesso 4 13.8 13 44,8

17 Organização insatisfatória de horários e turnos de trabalho 4 13.8 13 44,8

18 Dificuldade de desocupação do ambiente em caso de emergência 3 10.3 8 27,6

19 Ar/ventilação insuficiente 3 10.3 8 27,6

20 Iluminação insuficiente 3 10.3 8 27,6

Quadro 1 - Riscos ocupacionais percebidos “freqüentemente e vez ” pelos enfermeiros no Centro de Transplante Medula Óssea, Centro de Tratamento Intensivo Adulto e Unidade de Terapia Intensiva de uma instituição Oncológic

” “às es

a Fonte: Pesquisa de campo

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Optou-se por analisar os dados com maiores freqüências, considerando os

e às vezes pelos enfermeiros (n=29), riscos apontados freqüentemente

considerando a significância do evento no trabalho.

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), a Norma

Regulamentadora - NR 9, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos,

químic

inadequada (48,3%), presença de radiação

(44,8%

ndo relacionados ao cuidado direto aos

pacien

iores riscos de infecção estão

relacio

cções através de lesão perfurocortante, contato com

memb

tensivista estão

inter-re

os e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua

natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de

causar danos à saúde do trabalhador.

O risco ocupacional mais apontado foi o risco de contrair infecção (72,4%),

seguido de manutenção de postura

), ritmo de trabalho acelerado (44,8%), ruído muito elevado no trabalho

(41,4%) e temperatura inadequada (37,9%).

Constatou-se que os problemas do ambiente de trabalho percebidos pelos

enfermeiros aparecem em maior número qua

tes e às próprias características dos pacientes críticos, tais como: presença

de sangue, secreções, fluidos corpóreos por incisões, sondagens, cateteres,

expondo os enfermeiros a esse contato; elevado número de procedimentos e

intervenções terapêuticas que necessitam utilizar materiais pérfuro-cortantes e

equipamentos; dependência dos pacientes, que exige esforço físico dos

trabalhadores; investigação diagnóstica devida a patologias diversas, expondo os

enfermeiros a infecções e doenças não confirmadas.

Resende e Fortaleza (2001) referem que os trabalhadores da saúde estão

expostos com freqüência aos riscos biológicos. Os ma

nados às doenças transmitidas por sangue e fluidos corpóreos (hepatite B,

hepatite C e HIV) e às que ocorrem através de infecção aérea (tuberculose,

varicela-zoster e sarampo).

Segundo Resende e Fortaleza (2001), os trabalhadores estão expostos ao

risco de adquirir estas infe

rana, mucosa ou pele (rachadura da pele, dermatite e etc.), possibilitando o

contato com sangue e fluidos corpóreos potencialmente infectados.

Esta constatação já foi descrita em um estudo realizado por Costa e Deus

(1989), onde foi verificado que os riscos ocupacionais da equipe in

lacionados com os riscos de seus pacientes.

Nos setores onde foi realizado o estudo, apenas 6 (20,7%) dos enfermeiros

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relataram inalação de substância nociva “freqüentemente”. Esses dados

grande variedade de

equipa

entos como capelas de fluxo laminar, refrigeração, filtros de ar, iluminação

e etc.

eiros no instrumento de coleta de dados:

to em si, tais como manipulação de quimioterápicos, material biológico”. (questionário nº 20)

No quadro acim

às questões relativas a carga física e organização do trabalho do enfermeiro em

oncolo

ncipais

riscos

demonstram uma baixa percepção dos enfermeiros em relação à exposição a tais

produtos e seus danos à saúde. Nestes setores (UTI adulto, CTI pediátrico e

Centro de Transplante de Medula Óssea) existe exposição considerável dos

trabalhadores aos medicamentos, inclusive quimioterápicos, produtos de limpeza e

anti-sépticos que, entretanto, é pouco valorizada. Estes riscos foram amplamente

discutidos por Laurell e Noriega (1989), destacando o manuseio freqüente de

substâncias químicas pelos trabalhadores de enfermagem.

Nas Unidades para atendimento a pacientes críticos (UTI, CTI, Unidades de

Internação que realizam transplantes) existe uma

mentos disponíveis para monitorar os pacientes e auxiliar a equipe de

trabalho. No entanto, a tecnologia nova nem sempre atende às expectativas,

ocorrendo falha no desempenho ou problemas técnicos que acabam por impedir as

melhorias para os pacientes e para os profissionais. (NISHIDE; MALTA; AQUINO,

2000).

Estas falhas e problemas técnicos estão relacionados com a manutenção de

equipam

Entretanto, vale ressaltar as verbalizações, que foram redigidas pelos

enferm

“Riscos devidos ao tratamen

“As quimioterapias poderiam ser diluídas (preparadas) pelo farmacêutico”. (questionário nº 26) a, observa-se uma prevalência em torno de 50% com relação

gia, este percentual não difere muito de outros estudos já realizados.

Um estudo de Nishide, Malta e Aquino (2000) refere que o esforço físico com

lesão corporal foi apontado por 31 (46%) dos trabalhadores como um dos pri

ocupacionais, já que os trabalhadores de enfermagem em unidades críticas

desenvolvem muitas atividades que exigem esforço físico, como mobilização de

pacientes pesados e manipulação de equipamentos (monitores, desfibriladores e

outros).

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A identificação de risco por quedas (15 - 52%) e desconforto pela falta de

espaço (14 - 48%), são considerados fatores presentes no ambiente de trabalho,

constit

atividades comerciais,

refletin

eda no ambiente de

trabalh

fortem

e dados:

“Organização insatisfatória do trabalho devido à falta de espaço nos quartos duplos, sendo desconfortável para o paciente e acompanhantes. Falta espaço físico para trabalhar adequadamente”. (questionário n º 26)

o

Walton (1973)

empregado, favorecendo melhores condições de vida dentro e fora da organização.

trabalh

uindo causa real ou potencial de acidentes e lesões.

Nishide, Malta e Aquino (2000) afirmam que esses riscos não são específicos

da área hospitalar e existem também em indústrias e

do impacto nas condições de saúde dos trabalhadores.

Os riscos percebidos às vezes mais incidentes foram clima inadequado em

relação aos companheiros de trabalho (55%), risco de qu

o (51%), ritmo de trabalho acelerado (51%), conflito com clientes ou usuários

(51%) e incompatibilização do trabalho no hospital com o trabalho doméstico.

As queixas como mal estar, ansiedade e desgosto de ir ao trabalho e

trabalhar são o reflexo do desgaste sofrido por estes profissionais que se vêem

ente atingidos pelas questões organizacionais do seu processo de trabalho,

em que o controle gerencial e as atividades de rotina representam um fator de

adoecimento. Estes fatores podem gerar situações de estresse e depressão, em

resposta a carga psíquica do trabalho, pelo constante lidar com os mecanismos

psíquicos de defesa em confronto com o sofrimento e com a morte. (DEJOURS,

1992).

Vale ressaltar as seguintes verbalizações registradas no instrumento de

coleta d

“Neste item friso recursos insuficientes, pois necessito de um bom computador, um espaço para estudo, uma sala para receber

specializandos, residentes....e tudo é muito dividido...é um poucecomplicado”. (questionário n º 12) destaca que a qualidade de vida no trabalho visa proteger o

Para que a qualidade de vida no trabalho seja alcançada é necessário que: o

trabalhador receba um salário justo e adequado ao trabalho realizado; os

adores não sejam expostos às condições físicas e psicológicas perigosas e

horários de trabalho excessivos.

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Ainda, segundo Walton (1973), para que os trabalhadores possam usar e

desenvolver suas habilidades e capacidades são necessários: autonomia no

trabalh

ondições de trabalho Os principais problemas do ambiente de trabalho apontados pelos

dade

de de

o, utilização de múltiplas habilidades, informação e perspectiva de

crescimento profissional, realização de tarefas completas e planejamento das

atividades. Ressaltando ainda que é importante que o trabalhador tenha a

possibilidade de auto-desenvolvimento, aquisição de novos conhecimentos e

oportunidades de promoções e segurança no emprego.

3.4 Percepção sobre os problemas do ambiente e c

enfermeiros (n=29) foram: umidade excessiva, temperatura inadequada, dificul

socupação do ambiente em caso de emergência, ventilação e iluminação

insuficiente, destes o mais apontado foi o desconforto térmico relacionado à

temperatura inadequada.

0

5

10

15

Temperatura inadequada

FrequentementeÁs vezesNão aconteceDesconhece/ignoraNão respondeu

Gráfico 1 - Aspectos percebidos pelos enfermeiros em relação às condições de trabalho – Temperatura inadequada Fonte: Pesquisa de campo

No Gráfico 1, observa-se que 11 enfermeiros referiram que freqüentemente a

mperatura é inadequada, o que corresponde a 37,9% da amostra. Este fato pode

ser en

te

tendido pela dificuldade de estabelecer uma temperatura agradável e a

necessidade de manter a temperatura baixa devido à existência de aparelhos,

computadores e equipamentos.

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A temperatura desconfortável no ambiente de trabalho pode causar danos à

saúde do trabalhador. Segundo a Portaria ANVISA nº 1884/GM, a temperatura deve

citados por 8 (28%) dos enfermeiros e que 11 (38%) mencionaram

dos serviços de enfermagem sobre os roblemas nos locais de trabalho

serviços de enfermagem sobre os problemas

nos lo

ser mantida entre 24 e 26ºC, estável e igual em todas as salas, evitando

deslocamentos de ar excessiva e com uma umidade relativa em níveis de 40 a 60%.

(BRASIL, 1995).

Os aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, relativos à umidade

excessiva, foram

que a temperatura é inadequada freqüentemente. Dos 29 enfermeiros, 8 (28%),

identificaram a dificuldade de desocupação do ambiente em caso de emergência

(28%) dos enfermeiros como um dos problemas observados nos ambientes de

trabalho. Apesar dos enfermeiros perceberem pouco estes aspectos como risco de

acidentes, existem reclamações freqüentes sobre a inadequação da temperatura

nas unidades estudadas. Com relação à iluminação, 14 (48%) dos enfermeiros

mencionaram que não acontece, fato que pode ser explicado devido a uma recente

reforma nos leitos de internação, com a instalação de luminárias, que possibilitaram

maior conforto ao paciente, além de facilitar a realização de procedimentos de

enfermagem nos pacientes internados.

3.5 Percepção dos coordenadores p

O instrumento de coleta de dados (Apêndice B) foi utilizado para conhecer a

percepção dos coordenadores dos

cais de trabalho estudados (n=03).

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Variável Sim Não Espaço insuficiente para trabal cesso de pessoas e/ou har por exequipamentos 2 1

Desordem e/ou falta de limpeza 0 3

Sistemas de armazenamento inadequados e/ou inseguros 0 3

Falta de segurança para realizar deslocamentos (pisos, escadas) 0 3

Possibilidade de quedas devido à proteção..... 0 3

Condições deficientes de segurança nas instalações elétricas 0 3 Condições de deficientes de segurança nas instalações de gases e pressão 0 3

Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões 2 1 Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência 2 1

Ventilação e climatização inadequadas dos ambientes. 1 2

Iluminação inadequada ao tipo de trabalhado realizado 0 3

Temperatura ambiental inadequada ao tipo de trabalho que se realiza 1 2 Ruído ambiental inadequado para a atenção que é requerida pelas tarefas realizadas 1 2

Vestuários e banheiros insuficientes ou inadequados 1 2

Q res dos serviços de enfermagem

uadro 2 - Distribuição das respostas dos coordenadosobre os locais de trabalho e instalações Fonte: Pesquisa de campo

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68

Variável Sim Não

Dispositivos de segurança insuf nadequadosicientes ou i 0 3

Manutenção preventiva inadequada 1 2

Instruções de segurança insuficientes ou inadequadas 0 3

Utilização insegura de máquinas ou ferramentas 0 3

Perigo de acidentes por quedas ou cortes 0 3

Perigo de acidentes por queimaduras 0 3

Perigo de descarga elétrica em máquinas ou ferramentas 0 3

Proteção inadequada frente ao ruído 0 3

Exposição a vibrações por utilização de máquinas ou ferramentas 0 3

Proteção inadequada frente a radiações ionizantes 1 2

Exposição eletromagnética 0 3

Fadiga visual por fontes luminosas nos equipamentos de trabalho 0 3

Exposição a fontes de calor radiante 0 3

Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual 0 3

Q serviços de esobre maquinaria (equip

uadro 3 - Distribuição das respostas dos coordenadores dosamentos), tecnologia e ferramentas (instrumentais)

nfermagem

Fonte: Pesquisa de campo

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69

Variável Sim Não

Utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos 2 1

Embalagens com rótulos inadequados 0 3

Informação insuficiente sobre os riscos das substâncias e materiais 0 3 Falta de segurança no transporte e/ou armazenamento de substâncias e materiais 1 2

Má qualidade do ar (presença de umidade, gases, vapores, poeiras e odores) 0 3

Risco químico por contato com olhos ou pele 1 2

Risco químico por inalação respiratória 1 2

Exposição à carcinogênicos ou mutagênicos 2 1

Exposição a alérgenos 1 2

Exposição à riscos biológicos 2 1

Instalações de proteção coletiva insuficientes ou inadequadas 0 3

Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual 0 3

Contaminação externa (resíduos) 0 3

Risco de acidentes meio ambientais graves (incêndios, explosões) 1 2

Quadro 4 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre substâncias e materiais utilizados Fonte: Pesquisa de campo

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70

Variável Sim Não

Arquitetura inadequada dos postos de trabalho em geral 1 2

Espaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza 2 1

Distribuição inadequada de pessoas e equipamentos 1 2

Desenho inadequado do mobiliário, equipamentos ou ferramentas 0 3

Cadeiras e assentos insuficientes ou inadequados 0 3

Manutenção excessiva de uma mesma postura de trabalho 0 3

Necessidade de adotar posturas forçadas ou desconfortáveis 0 3

As tarefas não permitem mudanças freqüentes de postura. 0 3

Excessiva repetição de movimentos 1 2

Manipulação de cargas desnecessárias 1 2

Manejo inadequado de cargas (peso, volume, altura, deslocamento) 0 3

Manejo prolongado de cargas sem pausas suficientes. 0 3 Armazenamento inadequado que impedem uma correta manipulação de cargas. 0 3

Formação ergonômica insuficiente ou inadequada. 0 3

Quadro 5 - Distribuição das respostas dos coordenadores dos serviços de enfermagem sobre fatores ergonômicos Fonte: Pesquisa de campo

Com relação aos problemas observados nos locais de trabalho, os

coordenadores dos serviços de enfermagem apontaram:

• Espaço insuficiente para trabalhar por excesso de pessoas e/ou equipamentos;

• Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões;

• Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência;

• Utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos;

• Exposição a carcinogênicos ou mutagênicos;

• Exposição ariscos biológicos;

• Espaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza.

Calera et al. (2001) referem que um recinto confinado, com aberturas

limitadas de entrada e saída e ventilação natural desfavorável, pode acumular

contaminantes tóxicos, inflamáveis ou explosivos, ocasionando uma atmosfera

deficiente de oxigênio, não sendo concebível para uma ocupação continuada por

parte dos trabalhadores.

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71

Com relação à utilização de substâncias químicas nocivas e/ou materiais

perigo

dados apontados no estudo indicam a necessidade de conscientização

tanto

.6 Percepção dos enfermeiros sobre os problemas de saúde e sua relação

partir do instrumento de coleta de dados - seção

B2, on

Sim

sos, sabe-se que os equipamentos de proteção individual como: máscaras,

luvas, aventais, óculos e etc. não oferecem completam proteção, entretanto deverão

ser utilizados pelo trabalhador como um método de controle dos riscos no local de

trabalho.

Os

dos trabalhadores em medidas de prevenção e controle dos problemas no

ambiente de trabalho, como dos coordenadores dos serviços de enfermagem, no

que concerne a realização análises técnicas com suporte de engenheiros do

trabalho e técnicos de segurança do trabalho para a promoção de um ambiente de

trabalho mais saudável.

3

com as condições de trabalho Os dados foram obtidos a

de constavam 29 problemas de saúde relacionados ou não com o trabalho.

Foi realizado um recorte dos 17 mais apontados pelos enfermeiros, destacando-se

os provocados, seguidos dos agravados.

Provocado

ados

Total: prov+ a os s Agrav ocados

gravad

Ordem de incidência

Problemas

n % n % n % 1 Estresse 12 52.2 6 2 6.1 18 78.3 2 Dor es es lombar 10 45.5 3 13.6 13 59.1 3 Mu r da monças de hu 9 50 3 16.7 12 66.7 4 Varizes 3 1 7.6 8 47.1 11 64.7 5 Dore s s dos membros inferiore 4 21.1 5 26.3 9 47.4 6 Doe ele nças de p 6 46.2 2 15.4 8 61.5 7 Dor de cabeça freqüente 2 14.3 6 42.9 8 57.1 8 P s roblemas digestivo 2 16.7 6 50 8 66.7 9 Doenças infecciosas 3 42.9 3 4 2.9 6 85.7

10 Hipertensão 1 11.1 5 55.6 6 66.7 11 Lesão rtante por material pérfuro-co 6 66.7 0 0 6 66.7 12 Depressão 3 33.3 2 22.2 5 55.6 13 C ontaminação com material biológico 2 50 0 0 2 50 14 Câncer 1 25 0 0 1 25 15 Problemas de articulação 0 0 1 50 1 50 16 Intoxic icas ação por substâncias quím 0 0 1 25 1 25 17 Transtornos do sono 0 0 1 3 33.3 3.3 1

Quadro 6 - P pro mas saúde e sua relaç co ercepção dos enfermeiros sobre os ble de ão m ascondições de trabalhFonte: Pesquisa de campo

o

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72

Dos problemas provocados pelo trabalho, destacam-se: lesão por material

per ro

ndo discutidos por diversos autores que pesquisam

sobre

“lesão por material pérfuro-cortante” foi estudada por Marziale e Rodrigues

(2002)

entificamos que são de

sociais (estresse,

ecarga mental, acrescida de carga física, é geradora de alterações

afetiva

mo tempo, a fonte de subsistência do homem, de

acúmu

: hipertensão (55,6%),

proble

s ou queixas relacionadas com o trabalho estão

sujeita

fu cortante (66,7%), estresse (52,2%), contaminação com material biológico

(50,0%), doenças de pele (46,2%), dores lombares (45,5%), mudanças de humor

(50,0%) e depressão (33,3%).

Estes problemas vêm se

o trabalho de enfermagem como Mauro (1986), Bulhões (1994) e Alves

(2002).

A

, através de uma análise da produção científica sobre os acidentes de

trabalho com material pérfuro-cortante entre trabalhadores de enfermagem, onde o

re-encape de agulhas e o inadequado descarte continuam sendo as práticas

inadequadas predisponentes destes acidentes de trabalho.

Nas doenças e queixas apontadas neste estudo, id

natureza psicossomática, este fato pode estar relacionado com a gravidade dos

pacientes, instabilidade do quadro clínico e ao atendimento de situações

emergenciais que ocorrem com freqüência nos setores estudados.

Segundo Robazzi, Marziale e Rocha (2004), os riscos psicos

fadiga mental, depressão e etc) são desencadeados pelo contato com o sofrimento

do paciente.

A sobr

s, desencadeando fenômenos de ordem psicológica, psicossociológica e

neurofisiológica. (PITTA, 1990).

O trabalho pode ser, ao mes

lo de riquezas, realização profissional e outras satisfações como, também,

pode ser uma fonte de sofrimentos, de doenças, de exploração e de escravidão que,

muitas vezes, só é suportado pelo trabalhador devido à necessidade de

sobrevivência pessoal e de sua família. (DEJOURS, 1992).

Os problemas de saúde agravados apontados foram

mas digestivos (50,0%), varizes (47,1%), dor de cabeça freqüente (42,9%) e

doenças infecciosas (42,9%).

Atualmente, as doença

s a uma análise do seu nexo causal com o processo de trabalho. No âmbito

dos serviços de saúde, o principal instrumento para a investigação das relações

saúde-trabalho é a anamnese ocupacional. Infelizmente, na formação médica esta

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73

habilidade não é desenvolvida de maneira enfática, fazendo com que os

profissionais tenham dificuldade para utilizá-la no seu cotidiano de trabalho.

(BRASIL, 2001).

Estudos apresentados no Congresso “Criança 2005”, em Curitiba-PR, do

psicólo

d et al. (1985) referem que em um estudo realizado em um hospital

oncoló

s ao estado de saúde do trabalhador, como:

queixa

go cubano professor doutor Jorge Grau Abalo, pesquisador do Instituto

Nacional de Oncologia e Radiobiologia e chefe do Grupo de Psicologia Nacional do

Ministério da Saúde de Cuba, discutiram o adoecimento dos trabalhadores no

Sistema de Saúde de Cuba, situando o estresse/sofrimento mental e a Síndrome de

“Burnout” como relevantes entre os trabalhadores de saúde de seu país, notados,

principalmente, nas equipes que cuidam de pacientes em situação crítica de vida

(emergência, unidades de terapia intensiva, enfermarias cirúrgicas), em serviços nos

quais a taxa de óbitos é alta (oncologia, doentes renais crônicos e portadores de

DST/AIDS).

Hadda

gico constatou-se o despreparo emocional do trabalhador de enfermagem que

cuidam de pacientes terminais. A ansiedade diante da aplicação de tratamentos

agressivos (quimioterapia), que pode ser explicada pelos efeitos colaterais intensos

e visíveis causados nos pacientes. Os profissionais não se sentiam preparados

para enfrentar a morte do paciente, expressando sentimentos de impotência

profissional. Estes sentimentos também são expressos com repercussões

psicossomáticas, como as apontadas pelos participantes do estudo (estresse, dor de

cabeça e mudanças de humor).

As informações referente

s, sintomas observados ou outros efeitos sobre a saúde e alterações precoces

nos parâmetros de saúde podem auxiliar na identificação de condições de risco

existentes no ambiente de trabalho. Deve haver uma relação estreita entre os

responsáveis pela análise do ambiente e das condições de trabalho (engenheiros,

técnicos de segurança, ergonomistas) e os responsáveis pela saúde do trabalhador

(médicos, psicólogos, enfermeiros do trabalho, toxicologistas) para uma avaliação

adequada das exposições ocupacionais. Este enfoque multidisciplinar permite o

desvendamento de relações causais, que podem passar despercebidas. (BRASIL,

2001).

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74

4 CONCLUSÃO

Este estudo teve como propósito caracterizar o perfil pessoal, profissional e

1. aioria do sexo feminino, com

2. s

3. caram-se

os cuidados com a própria saúde dos enfermeiros em oncologia, identificar os

fatores de risco a que estão expostos os enfermeiros oncológicos nos locais de

trabalho, analisar as condições de trabalho e discutir os problemas de saúde

apontados pelos enfermeiros provocados ou agravados pelo trabalho.

Após a análise dos dados pode-se concluir que:

Os sujeitos da pesquisa, enfermeiros em sua m

idade compreendida entre 40 a 49 anos, sendo a maioria casada, tendo em

média 01 filho e que cumprem uma jornada semanal de 40 horas, constitui-se

um grupo em idade economicamente ativa, cuja faixa etária exige um

programa de controle e avaliação sistemática da saúde e da qualidade de

vida, tendo em vista a perspectiva de um potencial produtivo à longo prazo;

Os enfermeiros, segundo sua percepção, indicaram como maiores risco

ocupacionais do trabalho nos setores estudados: risco de contrair infecção

(72,4%), seguido de manutenção de postura inadequada (48,3%), presença

de radiação (44,8%), ritmo de trabalho acelerado (44,8%), ruído muito

elevado no trabalho (41,4%) e temperatura inadequada (37,9%), trabalho

isolado que dificulta o contato com outros setores (37,9%), risco de acidentes

por sobrecarga de trabalho (31,0%), desconforto pela falta de espaço ou má

distribuição (27,6%) e esforço físico que produz fadiga (27,6%). Ressalta-se

que os mais prevalentes são os relacionados ao cuidado direto ao paciente.

Esta situação indica a necessidade de maior atenção por parte dos

coordenadores de enfermagem para adoção de medidas e práticas seguras e

implementação de dispositivos de segurança, bem como a conscientização

dos trabalhadores sobres riscos presentes no ambiente de trabalho;

Em relação à análise das condições do ambiente de trabalho desta

como principais os aspectos relativos à umidade excessiva, que foram citados

por 08 (28 %) dos enfermeiros e que 11 (38%) mencionaram que a

temperatura é inadequada freqüentemente. Dos 29 enfermeiros, 8 (28%),

identificaram a dificuldade de desocupação do ambiente em caso de

emergência, o que indica a necessidade de uma análise técnica dos

problemas mais significativos do ambiente de trabalho, levando em

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75

consideração a participação multidisciplinar (engenheiros do trabalho,

técnicos de segurança, trabalhadores e etc.);

4. Em atenção aos problemas de saúde relacionados com o trabalho, os

enfermeiros apontaram problemas provocados ou agravados. Destacam-se

como provocados: lesão por material pérfuro-cortante (66,7%), estresse

(52,2%), contaminação com material biológico (50,0%), doenças de pele

(46,2%), dores lombares (45,5%), mudanças de humor (50,0%) e depressão

(33,3%). Os problemas de saúde agravados pelo trabalhos, na percepção

dos enfermeiros foram: hipertensão (55,6%), problemas digestivos (50,0%),

varizes (47,1%), dor de cabeça freqüente (42,9%) e doenças infecciosas

(42,9%). Este problemas quando analisados em conjunto, verifica-se que há

necessidade de um aprofundamento do estudo, para identificar a relação

entre o nexo causal e o processo de trabalho, independentemente de

medidas de promoção e proteção da saúde que devam ser implementadas

pela instituição. Entende-se que o estabelecimento do nexo causal para

trabalhadores da saúde/ enfermagem, diferentemente da exposição à riscos

na área industrial, ainda é difícil, devido ao conteúdo de subjetividade

presente no processo de trabalho dos profissionais que atuam na área de

saúde. Contudo, já existe um quadro esquemático do Ministério do Trabalho

e Emprego, que estabelece uma relação intrínseca entre trabalho e

adoecimento, que exige parecer de peritos da área. Neste sentido, os peritos

precisam atentar para a subjetividade do trabalho na área da saúde e mais

propriamente da enfermagem, objeto deste estudo. Quanto aos

empregadores deste grupo de trabalhadores, é necessário que considerem

que quanto maior a saúde e a satisfação do trabalhador, maior a

produtividade e a satisfação do cliente.

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5 RECOMENDAÇÕES

Com base nos resultados as seguintes recomendações foram formuladas

atenção

• participativo de objetivos e metas realistas com a

• s para discutir e

• autonomia da equipe, especificamente

• pesquisas e discussão de situações de

• o de elaboração e

• icas realizadas por profissionais da

para contribuir efetivamente, apontando estratégias para melhorar as condições de

trabalho e saúde dos profissionais que atuam em instituições oncológicas:

• Implementar um programa de acompanhamento individual com

biopsicossocial, com ênfase nos seguintes temas: protagonismo, assertividade

e reconhecimento de limites, como estratégia para conscientização sobre os

riscos ocupacionais e estabelecimento de medidas de promoção e controles

dos riscos;

Promover o estabelecimento

equipe, com processo avaliativo regular, desenvolvimento de habilidades

individuais e coletivas em função da natureza dos problemas.

Enfatizar atributos comunicacionais, reuniões com as chefia

encaminhar resoluções e problemas;

Discutir propostas que favoreçam a

nos plantões, reorganizando o processo de trabalho através da flexibilização

do horário e pausas para repouso;

Estimular a realização de estudos e

risco no trabalho vivenciadas pela equipe de enfermagem;

Incentivar a participação dos trabalhadores no process

avaliação de planos diretores e de definição de prioridades institucionais,

objetivos e metas do serviço;

Estimular o vínculo do trabalhador com os usuários, a equipe e com a

instituição, criação de espaços de expressão e de desenvolvimento de talentos

cognitivos e artísticos dos trabalhadores;

Participar efetivamente das análises técn

área (engenheiros do trabalho, técnicos de segurança do trabalho e etc.) dos

ambientes de trabalho, no sentido de contribuir com informações pertinentes e

necessárias para a realização das modificações necessárias para a promoção

de um ambiente de trabalho saudável.

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SATO, L. A representação social do trabalho

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SELIGMANN SILVA, E. A inter-relação trabalho—saúde mental

SILVEIRA, A.M.; RIBEIRO, F.S.N.; LINO, A.P.P.F. O controle social no SUS

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SOBRAL, V.R.S. A purgaçã

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82

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

PROJETO DE DISSERTAÇÃO: CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS

rezado (a) Colega

anos atuando como Enfermeira, reconheço o quanto é difícil a utilização

obre as condições de trabalho do

nferm

com

s e

aria Yvone Chaves Mauro da Faculdade de

nferm

ente voluntária e desde já esclareço. As informações

o oferece os riscos próprios de ler e responder a um questionário, porém,

ENFERMEIROS EM ONCOLOGIA

P

Após alguns

do seu tempo em outras atividades que não sejam exclusivas ao trabalho.

Por isso, peço apenas alguns minutos de sua atenção.

Na tentativa de obter um conhecimento mais preciso s

E eiro e a sua relação com o processo de adoecimento, estou desenvolvendo um estudo

para investigar este tema e suas possíveis correlações, com ênfase nos riscos ocupacionais em

Oncologia, objetivando a coleta de dados que após análise poderão esclarecer aspectos

relevantes da profissão, bem como a melhoria das condições de trabalho do Enfermeiro.

A sua participação no estudo envolve o preenchimento do questionário em anexo,

questões semi-estruturadas e estruturadas, respondido individualmente pelos participantes.

Se você concorda em participar do estudo, por favor, leia atentamente as instruçõe

os itens do questionário e preencha-os em sua íntegra. Se em algum momento você

necessitar de mais esclarecimentos relacionados à pesquisa, coloco-me ao seu inteiro dispor.

Para isso, basta realizar um contato telefônico.

A minha orientadora é a Profª Drª M

E agem da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem - Curso de Mestrado Acadêmico, que pode ser encontrada através

do tel. 2568 8175 (Programa de Pós- Graduação da Faculdade de Enfermagem). Se você

tiver alguma consideração ou dúvida sobre questões éticas relacionadas ao desenvolvimento

da pesquisa, entre em contato com Comitê de Ética em Pesquisa do INCA, Rua André

Cavalcanti, 37, Tel. 3233 1410.

Sua participação será estritam

contidas na pesquisa serão confidenciais e tratadas de forma anônima e sigilosa, garantindo

sua privacidade.

Este estud

caso isso ocorra, asseguro sua liberdade de retirar seu consentimento, a qualquer momento,

deixando de participar do estudo sem que lhe acarrete nenhuma sanção ou prejuízo de suas

atividades.

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83

Sua participação é de suma importância para continuidade desse trabalho.

o e tempo

lmente,

ueiroz m Enfermagem

dência) 9605 8215 (celular) 2506 6219

Declaro que, após convenientemente esclarecido (a) pela Pesquisadora e ter

mpre

ento.

_______________________

baixo assinado, expliquei completamente os detalhes relevantes

do a

esquisadora: _________________________________________________

Conto com sua valiosa colaboração, agradeço pelo empenho, atençã

dispensados.

Cordia

Sylvia Gonzalez de QPrograma de Pós-Graduação e

Curso de Mestrado Acadêmico de Janeiro Universidade do Estado do Rio

Telefones: 2232 8871/ 2242 5738 (resi(CEMO)

E-mail: [email protected]

co endido o que me foi explicado, assim como os benefícios, riscos potenciais da

participação no mesmo e que não receberei compensação monetária por minha participação.

Tive a oportunidade de fazer perguntas e todas foram respondidas. Eu, por intermédio deste,

dou livremente meu consentimento para participar neste estudo.

Recebi uma cópia assinada deste formulário de consentim

Rio de janeiro, de de 2007

Assinatura do Enfermeiro: ________________

Nome do (a) Enfermeiro (a): ______________________________________

COREN: _____________

Eu, a

deste estu o participante indicado (a) acima.

P

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84

APÊNDICE B – Instrumento de Coleta de Dados

EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES o Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto

ndical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

SEÇÃO A – Ide tos da pesquisa

1. FUNÇÃO

ENFERMEIRO ESTATUTÁRIO

IO (CONTRATO TEMPORÁRIO)

NINO

20 A 29 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS

MAIS DE 50 ANOS

ÍSICAS

PESO: ALTURA:

SIMILAR CASADO OU SIMILAR

Nº DE VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS:

DIURNA NOTURNA AMBAS

MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA

E TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina TécnicDsi

QUESTIONÁRIO

ntificação dos sujei

ENFERMEIRO CELETISTA ENFERMEIRO ESTATUTÁR

2. SEXO

FEMI MASCULINO 3. IDADE

CARACTERÍSTICAS F4.

5. ESTADO CIVIL

SOLTEIRO OU

6.

7. TIPO DE JORNADA

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85

MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES

8. CARGA HORÁRIA

30 HORAS SEMANAIS 40 HORAS SEMANAIS

0 HORAS SEMANAIS 80 HORAS SEMANAIS

MAIS DE 80 HORAS SEMANAIS

9. FAIXA SALARIAL 3 a 5 SALÁRIOS MÍNIMOS 6 A 8 SALÁRIOS MÍNIMOS

9 a 11 SALÁRIOS MÍNIMOS ACIMA DE 12 SALÁRIOS MÍNIMOS

10. TEM FILHOS? SIM QUANTOS? NÃO

11. CUIDADOS COM A SAÚDE

VALOR: 4 – MUITO BOM 3 - SATISFATÓRIO 2- DEIXA A DESEJAR 1 - DESCONHECE

SPECTOS 4 3 2 1

LAZER

REPOUSO

HÁBITOS ALIMENTARES

QUALIDADE DO SONO

ATIVIDADE FÍSICA

UNIZAÇÃO DUPLA COMPLETA INCOMPLETA

UNIZAÇÃO HEPATITE B COMPLETA INCOMPLETA

DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

6

A

IM

IM

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE IESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y

os problemas

B1 – Problemas do ambiente de trabalho GRAU DE FREQUÊNC ÀS

E/IGNORA

RSeguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

SEÇÃO B – Identificação d

IA A RESPEITO DOS ASPECTOS EM RELAÇÃOCONDIÇÕES DE TRABALHO. VALOR: 4 – FREQUENTEMENTE 3- ÁS VEZES 2- NÃO ACONTECE 1-DESCONHEC

VALOR DE FREQUENCIA

SPECTOS PERCEBIDOS PELOS TRABALHADORES

4

3

2

1 A

1. DESCONFORTO PELA FALTA DE ESPAÇO OU MÁ DISTRIBUIÇÃO 2. ORDEM E LIMPEZA INSUFICIENTES 3. DIFICULDADE DE DESOCUPAÇÃO DO AMBIENTE EM CASO DE EMERGÊNCIA 4. RISCO DE QUEDA NO AMBIENTE DE TRABALHO 5. RISCO DE QUEDA DE MATERIAIS 6. RISCO DE ACIDENTES EM RELAÇÃO AO MAQUINÁRIO 7. RISCO DE ACIDENTES EM RELAÇÃO ÀS FERRAMENTAS 8. RISCO DE ACIDENTES POR SOBRECARGA DE TRABALHO 9. RISCO DE ACIDENTE ELÉTRICO 10. RISCO DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO 11. TEMPERATURA INADEQUADA 12. UMIDADE EXCESSIVA 13. AR/VENTILAÇÃO INSUFICIENTE 14. INSTALAÇÃO INADEQUADA DE AR CONDICIONADO 15. ILUMINAÇÃO INSUFICIENTE 16. RUÍDO MUITO ELEVADO NO TRABALHO 17. PRESENÇA DE RADIAÇÃO 18. RISCO DE CONTRAIR INFECÇÃO 19. FUMOS,GASES, VAPORES OU AEROSSÓIS EM EXCESSO 20. INALAÇÃO DE SUBSTÂNCIA NOCIVA NO AMBIENTE 21. FALTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 22. ESFORÇO FÍSICO QUE PRODUZ FADIGA 23. MANIPULAÇÃO DE CARGAS PESADAS 24. MANUTENÇÃO DE POSTURA INADEQUADA 25. ORGANIZAÇÃO INSATISFATÓRIA DE HORÁRIOS E TURNOS DE TRABALHO 26. RITMO DE TRABALHO ACELERADO 27. TRABALHO MONÓTONO, ROTINEIRO, COM POUCA VARIABILIDADE DE TAREFAS 28. FALTA DE RECURSOS ADEQUADOS PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO 29. TRABALHO ISOLADO QUE DIFICULTA O CONTATO COM OUTROS SETORES 30. CONFLITO COM OS CLIENTES OU USUÁRIOS

31. CLIMA INADEQUADO EM RELAÇÃO AOS COMPANHEIROS DE TRABALHO

32. POUCA OPORTUNIDADE DE DECISÃO SOBRE COMO REALIZAR O TRABALHO

33. AGRESSIVIDADE, ABUSO SEXUAL OU VIOLÊNCIA

34. RELAÇÃO INADEQUADA COM OS CHEFES OU ENCARREGADOS

35. INCOMPATIBILIZAÇÃO DO TRABALHO NO HOSPITAL COM O TRABALHO DOMÉSTICO

36. SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO

37. DESCONHECIMENTO OU FORMAÇÃO INSUFICIENTE SOBRE OS RISCOS DO PRÓPRIO TRABALHO

38. FALTA DE TREINAMENTO SOBRE O CONTEÚDO DO TRABALHO

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

B2 - Problemas de saúde dos trabalhadores e sua relação com as condições

de trabalho

EXISTE RELAÇÃO COM AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

PROBLEMAS DE SAÚDE SIM NÃO SIM NÃO PROVOCADO AGRAVADO 1. Uso de bebida alcoólica 2. Câncer 3. Per va da auditi 4. Diabetes 5. Depressão 6. Do le enças de pe 7. D oenças do coração 7. Doenças do fígado 8. Doenças infecciosas 9. Doenças renais

10 Dor de cabeça frequente

11. Dores l bares om 12. Lesõ bral es da coluna verte 13. D ores dos membros inferiores 14. Problemas de articulação 15. Estresse 16. Hipertensão 17. Contam aterial

biológico inação com m

18. Lesão po érfuro-cortante

r material p

19. Intoxicaç stâncias químicas ão por sub

20. Muda mor nças de hu 21. Prob oso lemas do sistema nerv 22. Problemas digestivos 23. Tra om

a gravidez nstornos relacionados c

24. Problemas oculares 25. P roblemas respiratórios 26. Problemas alérgicos 27. Tensão pré-menstrual 28. Varizes

29. Transtornos do sono

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES

C1 – Organização do Trabalho (marcar X nos problemas observados):

rganização insatisfatória do trabalho em geral

DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

SEÇÃO C – Fatores organizacionais e relações no trabalho

OTarefas rotineiras ou monótonas Ritmo de trabalho ou pressão de tempo (prazos) excessivos Recursos insuficientes para alcançar os objetivos nos prazos fixados Trabalho em equipe ou colaboração insuficiente Os trabalhadores não controlam suficientemente seu próprio trabalho Duração da jornada e/ou organização de horários e turnos inadequados Dificuldade para compatibilizar o trabalho com a vida social ou familiar Possibilidade de participação ou consulta insuficiente ou inadequada. Poucas possibilidades de capacitação ou de promoção. Relações insatisfatórias com superiores ou encarregados. Relações insatisfatórias entre os trabalhadores Relações insatisfatórias com os clientes ou usuários.

Descrição de problemas:

_________________________________________________________________________________________

2 – Desigualdade no Trabalho (marcar X nos problemas observados):

escrição de problemas: _____________________________________________________________________

Política inadequada de igualdade de oportunidades no trabalho

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ C

Situações de discriminação do trabalho de mulheres. Condições de trabalho diferentes segundo o sexo das pessoas. Divisão do trabalho em tarefas de mulheres e tarefas de homens. Situações de abuso sexual. Situações de discriminação por motivos étnicos, culturais, lingüísticos, etc. Condições de trabalho diferentes segundo o tipo de contrato ( efetivo/temporário) Condições de trabalho diferentes segundo o vínculo trabalhista ( CLT, RJU) Identificação de trabalhos de risco para os trabalhadores Proteção insuficiente dos trabalhadores temporários ou efetivos Formação e informação preventiva insuficiente dos trabalhadores

temporários. Em geral existe falta de solidariedade e apoio entre os companheiros Em geral existe falta de respeito nas relações entre as pessoas.

D__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES

ROBLEMAS e para trabalhar por excesso de pessoas e/ou equipamentos

DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

SEÇÃO D – OBSERVAÇÃO DE PROBLEMAS NOS LOCAIS DE TRABALHO

D1 – LOCAIS DE TRABALHO E INSTALAÇ marcar X nos problemas observados)

ÕES (

PEspaço insuficientDesordem e/ou falta de limpeza Sistemas de armazenamento inadequados e/ou inseguros Falta de segurança para realizar deslocamentos (pisos, escadas) Possibilidade de quedas devido a proteção..... Condições deficientes de segurança nas instalações elétricas Condições de deficientes de segurança nas instalações de gases e pressão Sistemas inadequados de prevenção de incêndios e/ou explosões Sistemas inadequados de evacuação de ambientes em caso de emergência Ventilação e climatização inadequadas dos ambientes Iluminação inadequada ao tipo de trabalhado realizado Temperatura ambiental inadequada ao tipo de trabalho que se realiza Ruído ambiental inadequado para a atenção que é requerida pela tarefas realizadas Vestuários e banheiros insuficientes ou inadequados OUTROS:

________________________________________________________________________________

2 – MAQUINARIA ( EQUIPAMENTOS), TECNOLOGIA E FERRAMENTAS (

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ DINSTRUMENTAIS) (marcar X nos problemas observados): PROBLEMAS Dispositivos de segurança insuficientes ou inadequados Manutenção preventiva inadequada Instruções de segurança insuficientes ou inadequadas Utilização insegura de máquinas ou ferramentas Perigo de acidentes por quedas ou cortes Perigo de acidentes por queimaduras Perigo de descarga elétrica em máquinas ou ferramentas Proteção inadequada frente ao ruído Exposição à vibrações por utilização de máquinas ou ferramentas Proteção inadequada frente a radiações ionizantes Exposição eletromagnética Fadiga visual por fontes luminosas nos equipamentos de trabalho Exposição a fontes de calor radiante Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual Descrição de problemas:

_________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES

3 – SUBSTÂNCIAS E MATERIAIS UTILIZADOS (marcar X nos problemas observados)

ROBLEMAS bstâncias químicas nocivas e/ou materiais perigosos

DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000. D PUtilização de suEmbalagens com rótulos inadequados Informação insuficiente sobre os riscos das substâncias e materiais Falta de segurança no transporte e/ou armazenamento de substâncias e materiais Má qualidade do ar ( presença de umidade, gases, vapores, poeiras e odores) Risco químico por contato com olhos ou pele Risco químico por inalação respiratória Exposição à carcinogênicos ou mutagênicos Exposição à alérgenos Exposição à riscos biológicos Instalações de proteção coletiva insuficientes ou inadequadas Utilização inadequada de equipamentos de proteção individual Contaminação externa (resíduos) Risco de acidentes meio ambientais graves ( incêndios, explosões) Descrição de problemas:

_____________________________________________________________________

4 - FATORES ERGONÔMICOS (marcar X nos problemas observados)

rquitetura inadequada dos postos de trabalho em geral

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ D AEspaço de trabalho reduzido para a tarefa que se realiza Distribuição inadequada de pessoas e equipamentos Desenho inadequado do mobiliário, equipamentos ou ferramentas Cadeiras e assentos insuficientes ou inadequados Manutenção excessiva de uma mesma postura de trabalho Necessidade de adotar posturas forçadas ou desconfortáveis As tarefas não permitem mudanças freqüentes de postura. Excessiva repetição de movimentos Manipulação de cargas desnecessárias Manejo inadequado de cargas (peso, volume, altura, deslocamento) Manejo prolongado de cargas sem pausas suficientes. Armazenamento inadequado que impedem uma correta manipulação de cargas. Formação ergonômica insuficiente ou inadequada. Descrição de problemas:

_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES E TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto

DADOS DA INSTITUIÇÃO

E1- Características gerais dos trabalhadores (quadro de pessoal).

.1 Atividade Principal: .................................................

Dsindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

SEÇÃO E –

1

1.2 Número de trabalhadores (as): ................................. HOMENS MULHERES TOTAL PESSOAL EFETIVO PESSOAL CONTRATADO TOTAL

Há na instituição funcionários temporários? …………………………………………

.

………………………………………………

……………………………

......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

da ição em matéria de Saúde e Segurança do Trabalho: …………………………………

.8 Possíveis condicionantes econômicos das intervenções preventivas:

…………………………………

1.3

de trabalhadores (as) temporários: ……………………………………………………. N H

omens: …………….................Mulheres: ………………………………………………

1

.4 Nível de Absenteísmo no último ano: …………………………………………………

1C

.5 Comitê de Segurança e saúde: Não Sim omposição:

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 1.6 Serviço de Controle e Saúde no Trabalho: …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

róprio: PComposição: .........……………………………………………………………………………………………… EC

xterno: omposição: .........

……………………………………………………………………………………………… N

ão possui:

1…

.7 Política Institu……………………………………………………………………………

…………………………………………………………………………… 1

……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………

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MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, La ent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto

eral da situaçã

1 2

Apreciação da situação: ...............................................................................................................

ur

sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000. E2 – Situação Geral da Instituição:

Avaliação g o sobre as seguintes questões:

0 : boa 1: regular 2 : ruim 0

• Situação econômica atual ..........................................................

• Evolução econômica da Instituição .......................................... • Inovação tecnológica................................................................... • Nível tecnológico em relação ao setor econômico......................

• Produtividade ............................................................................

• Competitividade ........................................................................

• Respeito ao meio ambiente ........................................................

• Boa vontade para negociação ………………………………….

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

........................................................................................................................................

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93

MAURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, La ent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES DE TRABAJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto

E3 - Política de Prevenção do Hospital

p

0 1 2

planos concretos ..............................................................................

p

Integração dos objetivos de prevenção no sistema de gestão.....

ab

s

gu ...

Vigilância da saúde dos trabalhadores .........................................

ur

sindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

Grau de satisfação a res

eito dos seguintes aspectos:

0 : alto 1 : médio 2 : baixo • Planejamento geral da política de prevenção. ............................ • Definição de objetivos de prevenção específicos e execução de

• Acordos objetivos de prevenção .............................................. • Adequação dos recursos técnicos necessários para os objetivosde revenção ................................................................................. • Independência e rigor profissional dos serviços de prevenção

• Política de informação dos trabalhadores sobre os riscos do seu Tr alho............................................................................................

• Política de formação dos trabalhadores sobre prevenção de risco

• Consulta e participação dos trabalhadores e seus representantes .. • Funcionamento do comitê de segurança e saúde ...........................

• Prioridade de prevenção coletiva sobre a proteção individual ......

• Notificação, registro e investigação dos problemas de saúde e se rança ..........................................................................................

• Controle periódico das condições de saúde e segurança do posto de trabalho ........................................................................................... •

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94

MD

AURO, M.Y.C., adaptação do original – BOIX, Pere; VOGEL, Laurent. LA EVALUACIÓN DE RIESGOS EM LOS LUGARES E TRA AJO – Guia para una intervención sindical. BTS – Oficina Técnico Europea para la Salud y Seguridad – ISTAS – Instituto

E4- Interesse dos Trabalhadores na Prevenção de Riscos

: alto 1: médio 2: baixo

0 1 2

e segurança ........................................................................................

.

c

Bsindical de Trabajo Ambiente y Salud, Espanha, 2000.

0

• Nível de informação geral sobre temas de saúde e segurança .......

• Grau de preocupação geral por questões de saúde e segurança .....

• Sensibilidade por algum tema específico relacionado com saúde e segurança ...........................................................................................

• Confiança e respeito sobre os responsáveis pela prevenção........... • Satisfação a respeito da gestão sindical dos problemas de saúde

• Grau de confiança com a inspeção do trabalho .............................

• Grau de confiança com os técnicos do serviço de prevenção........

• Disponibilidade para empreender ações .......................................

• Disponibilidade para empreender ações ou iniciativas coletivas ..

• Disponibilidade para participar da identificação e avaliação dos

ris os ...............................................................................................

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ANEXO A - Aprovação do Comitê de Ética do INCA

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ANEXO B - Autorização dos autores para tradução e utilização do instrumento

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ANEXO C - Aprovação do comitê de ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto para realização do projeto "Inovação de Gestão das condições de trabalho em saúde para hospitais do Sistema Único de Saúde - SUS/BRASIL"