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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Coordenação de Estágio Supervisionado Disciplina Estágio Supervisionado II ARTIGO CIENTÍFICO MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA: Um estudo de caso do desperdício de matéria prima numa vidraçaria em Pau dos Ferros/RN Organização campo de estágio: Vidraçaria Discente estagiário: Francisco Marcos de Queiroz Cardoso Supervisora acadêmica: Gioconda Sucion Acuna Supervisora de campo: Cleneide Eugênia da Costa Queiroz PAU DOS FERROS - RN 2018

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE€¦ · Na busca incessante por melhores posições em um mercado competitivo, as organizações investem na melhoria de seus processos

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Coordenação de Estágio Supervisionado

Disciplina Estágio Supervisionado II

ARTIGO CIENTÍFICO

MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO COMO FERRAMENTA

ESTRATÉGICA:

Um estudo de caso do desperdício de matéria prima numa vidraçaria em Pau dos Ferros/RN

Organização campo de estágio: Vidraçaria

Discente estagiário: Francisco Marcos de Queiroz Cardoso

Supervisora acadêmica: Gioconda Sucion Acuna

Supervisora de campo: Cleneide Eugênia da Costa Queiroz

PAU DOS FERROS - RN

2018

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MAPEAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO COMO

FERRAMENTA ESTRATÉGICA:

Um estudo de caso do desperdício de matéria prima numa vidraçaria em Pau dos

Ferros-RN

Francisco Marcos de Queiros Cardoso

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Discente do Curso de Administração

Gioconda Sucion Acuna

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Docente do Curso de Administração

Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte -

UFRN

RESUMO

O presente estudo, teve como objetivo analisar o desperdício de matéria prima no processo de

produção de vidro em uma empresa Vidraceira em Pau dos Ferros – RN, onde não tinha um

software especializado para o seu aproveitamento do vidro. A metodologia utilizada foi de

natureza aplicada, com abordagem do tipo exploratória, com ênfase na coleta de dados em um

estudo de caso, realizado em uma empresa de vidraçaria que está a 16 anos no mercado. Na

primeira etapa da pesquisa foi aplicada a ferramenta SWOT, sendo precedido da segunda etapa,

em que foi realizado um mapeamento do processo de produção e análise e coleta de dados dos

resíduos de vidro gerados em quinze dias de produção. Como resultados, foi realizado o

mapeamento do processo de produção, identificação das quantidades de resíduos gerados, os

pontos de maior geração de desperdício e realizado uma análise e proposição de melhorias para

a empresa. Por fim, contata-se que a empresa irá implantar as melhorias propostas e sugere-se

uma nova avaliação em tempo posterior para uma nova análise e identificação das

implementações.

Palavras-chave: Desperdício. Vidro. Mapeamento de Processo

ABSTRACT

The present study has the objective of analyzing the waste of raw material in the glass

production process in a Vidracaira company in Pau dos Ferros - RN, where there is no

specialized software for its use of glass. The methodology used was of an applied nature, with

an exploratory approach, with an emphasis on data collection in a case study, carried out in a

glassware company that is 16 years in the market. In the first stage of the research the SWOT

tool was applied, and the second stage was preceded by a mapping of the production process

and data collection and analysis of the glass residues generated in the fifteen days of production.

As a result, the production process mapping, identification of the generated waste quantities,

the points of greatest generation of waste and an analysis and proposition of improvements for

the company were carried out. Finally, it is contacted that the company will implement the

proposed improvements and it is suggested a new evaluation in a later time for a new analysis

and identification of the implementations.

Keywords: Waste; Glass; Process Maping

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1. INTRODUÇÃO

Na busca incessante por melhores posições em um mercado competitivo, as

organizações investem na melhoria de seus processos para produzir em maior quantidade com

menor custo, com vistas a centralizarem esforços na redução das perdas em seus processos.

Nesse sentido, os clientes e suas crescentes demandas obrigam as organizações a ajustarem,

aperfeiçoarem e desenvolverem maior competitividade e maior qualidade na oferta de produto

e serviços.

O correto acompanhamento e elaboração do custo de produção, interfere positivamente

no ambiente de empresas de produção, estas análises devem considerar aspectos como:

qualidade dos insumos e/ou produtos, fatores relacionados diretamente ao desperdício de

matéria prima (equipamentos defasados, falta de treinamento, entre outros) e tempo

desperdiçado com a má execução das atividades. Estes pequenos detalhes que geram grandes

desafios a gestão moderna são destacados por Marion Filho et al (2002, p. 2) quando traz à tona

que “a discussão em torno dos custos de desperdícios dentro das pequenas indústrias ocupa

lugar de destaque, no sentido da sustentação de competitividade no mercado”.

Por isso, esta pesquisa traz este tema relevante no âmbito organizacional pois impacta

diretamente nas estratégias de mercado e na competitividade de empresas de pequeno e médio

porte, por terem processos de produção menos estruturados e pela pouca aplicação de técnicas

e ferramentas especificas para melhoria dos processos de produção. Definir a estrutura de

processo de produção, mapeamento das atividades, de forma a identificar os gargalos e tornar

cada etapa com a maior eficiência ou evitando o desperdício. É importante para melhorar a

competitividade da empresa, afetando seus custos e otimizando o processo.

É nesse contexto de análise que se insere o presente estudo, com objetivo de analisar o

sistema de produção e identificar os pontos de desperdício de matéria prima no processo de

produção de vidro de uma empresa de vidraçaria. Nesse processo foram analisados fatores como

aspectos tecnológicos na produção e o ambiente organizacional da empresa o que permite uma

melhor avaliação do processo de produção.

Este artigo está organizado em cinco seções, além desta introdução, que apresenta o

cerne desta pesquisa, seguido da segunda seção que apresenta o quadro teórico de referência

com base no referencial bibliográfico, seguido da apresentação do método de pesquisa, que

orientou a condução do estudo. Na quarta seção discute-se a análise dos dados coletados tendo

como referência o quadro teórico, e na última seção a conclusão do estudo com reflexões,

limitações do estudo e proposta para a empresa em questão.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Mercado Vidreiro

Segundo o panorama da ABRAVIDRO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

DISTRIBUIDORES E PROCESSADORES DE VIDROS PLANOS (2018), a queda do

mercado e o desabastecimento de matéria-prima levou a mudanças no mercado brasileiro.

Atualmente o Brasil possui hoje 550 fornos de têmpera ativos, que quando cruzadas as

informações com o consumo de vidros temperados, tem-se um retrato claro do enorme

excedente de capacidade instalada no setor vidreiro.

O mercado de vidros no Brasil está em constante mudança, o que interfere diretamente

nos negócios das vidraçarias e empresas de esquadrias, que utilizam o vidro em seus serviços.

De acordo com o Panorama Vidreiro 2017, realizado pela Abravidro, depois de uma redução

importante no ano anterior, foi registrada nova queda sobre uma base retraída. Segundo a

Abravidro (2017), significa que “em 2016, o consumo de vidros planos no Brasil caiu 11,8%.

Comparando os números de 2016 aos de 2014, quando chegamos ao pico do consumo, foram

menos 10 milhões de metros quadrados de vidros processados não automotivos no mercado,

correspondendo a uma queda de faturamento de R$ 1,8 bilhão”.

Figura 01 – Cadeira produtiva do vidro

Fonte: ABRAVIDRO (2018)

O processo produtivo do vidro, envolve desde a extração dos minerais até sua utilização

pelo mercado, conforme apresentado na Figura 1. Conforme a ABRAVIDROS (2018), no

Brasil o faturamento de vidro processado foi de R$ 3.967.000.000 em 2017, apresentando uma

queda de 6,5% em relação a 2016; o consumo de vidro processado foi de 54.742.378 m²,

mantendo sua estabilidade em relação a 2016 e do vidro temperado, é considerado um vidro de

segurança, pois, em caso de quebra, fragmenta-se em pequenos pedaços pouco cortantes, o que

diminui o risco de ferimentos, sendo o vidro mais processado mais consumido, que representa

64,5% do total, com uma produtividade média de 2.020 m² de vidro processado por funcionário

(total de 27.103 colaboradores). Toda crise gera oportunidades para a empresa, não se deve

ficar lamentando e sim criar novas alternativas de negócio e re-inventar o que for necessário.

Extração de minerais não

ferrosos

Fabricação de vidros

Transformação de vidros

Indústria de linha branca

Industria Moveleira

Industria automotiva

Construção civil

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A Lei Federal nº 12.305/10 da Plano Nacional de Resíduos Sólidos, define reciclagem

como o processo de transformação dos resíduos sólidos, o qual envolve alteração das suas

propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com o objetivo de transformá-los em

insumos ou novos produtos (Bortoli, 2013). O Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento caracteriza a reciclagem como o processo de reaproveitamento de resíduos

sólidos, em que seus componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo

economia de matérias primas e energia, combate ao desperdício, redução da poluição ambiental

e valorização dos resíduos, com mudança de concepção com relação aos mesmos (Galbiati,

2005), o acréscimo de outros materiais e diferentes técnicas de produção permitem criar tipos

específicos de vidro com características diferenciadas.

Assim, pela adição de produtos e variação nos processos de produção, determina-se a

forma, espessura, transparência, resistência mecânica dentre outras. É devido a essas

características passíveis de adequação do vidro, que o torna um dos mais versáteis materiais

existentes. Uma das características mais interessantes do vidro é a cor. Os vidros podem se

apresentar desde incolores até em infinitas cores. Isso pode variar ainda de uma leve tonalidade

até a total opacidade, as aplicações de vidros mais conhecidas e utilizadas são:

Vidros domésticos:

São aqueles utilizados em utensílios como louças de mesa, copos, xícaras e objetos de

decoração, como vasos.

Vidros planos:

São vidros fabricados em chapas. Os principais consumistas desse vidro é a construção civil,

seguida pela indústria automobilística, depois na produção de espelhos. Outros setores

recentemente aumentaram seu consumo de vidro plano, como a indústria moveleira e dos

eletrodomésticos da linha branca.

Vidros especiais:

São vidros com composições e características especiais, adequados a necessidades muito

específicas de utilização. São empregados na produção de cinescópios para monitores de

televisão e computadores, bulbos de lâmpadas, fibras ópticas, dentre outros.

2.2 Desperdícios na produção

Ohno (1997) afirma que o desperdício é um conjunto de elementos da produção que não

agrega valor e aumenta as despesas e, a eliminação dos desperdícios existentes em um processo

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produtivo é o alicerce para a redução dos custos, bem como para a permanência da organização

frente ao mercado. Nesse contexto, o referido autor afirma que “a verdadeira melhoria na

eficiência surge quando produzimos zero desperdício e levamos a porcentagem de trabalho para

100%”.

Os desperdícios são ocultados na produção por serem vistos como agentes naturais do

processo produtivo e por isso, não são facilmente identificados. Para que o processo adquira

eficiência, a produção de desperdício deve ser zero, para que assim a percentualidade de

trabalho seja máxima (OHNO, 1997)

Djalma Oliveira (2007) em sua obra fala a situação de desperdício é melhorada na

medida em que se torna menor o uso de equipamentos, materiais, peças, espaço e tempo das

pessoas, para realizar o absolutamente essencial, visando adicionar valor ao produto ou serviços

oferecido e aceito pelo o mercado.

Em harmonia com as afirmativas declaradas, os desperdícios da produção são

identificados sob sete aspectos, quais sejam: superprodução, transporte, no processo em si, por

fabricação de produtos defeituosos, no movimento, por espera e por estoque, conforme ilustra

o Quadro 1:

Quadro 1 - Tipos de desperdícios existentes na produção

DESPERDÍCIO DESCRIÇÃO

Superprodução Fabricação excessiva de recursos, de modo que há geração de excesso de pessoal, de

custos de armazenagem e transporte, devido ao excesso de estoque.

Transporte Segundo Slack (2009) a abordagem da movimentação de materiais dentro da fábrica,

assim como a dupla ou tripla movimentação do estoque em processo, não agrega valor

No processo em si Esses desperdícios estão diretamente relacionados aos processamentos desnecessários

ocorridos, para que o produto e/ou serviço adquira características básicas de qualidade,

o que para isso, será imperativo o cancelamento de fases dispensáveis no decorrer do

processo.

Por fabricação de

produtos

defeituosos

Consiste em peças, subcomponentes e produtos acabados que não atendem as

especificações de qualidade requeridas pelo projeto

No movimento Está relacionada com o tempo dispendido na procura, espera, empilhar materiais, andar

pela fábrica sem estar realizando serviço algum

Por espera Está relacionado aos períodos de tempo ociosos de trabalhadores e máquinas.

Por estoque Devido à existência de estoques elevados de matérias-primas, material em processo e

produtos acabados que acarretam elevados custos, bem como perdas de oportunidade de

negócios.

Fonte: Adaptado Chiavenato (1993).

Os desperdícios acima descritos em uma organização, só oneram os custos produtivos

no que tange a materiais e mão de obra e ainda deixam a empresa em situação de risco frente

ao mercado que atua.

Corrêa & Corrêa (2008) afirmam que a eliminação do desperdício ocorre por meio de

análises realizadas no chão-de-fábrica bem como das atividades não geradoras de valor ao

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processo produtivo. Se a finalidade de um sistema de produção de qualquer segmento é alcançar

a excelência em seu desempenho produtivo e de qualidade frente à concorrência, todo o esforço

para uma análise eficaz e precisa de seus processos para a redução ou eliminação dos

desperdícios, será considerada de extrema importância, por apresentar melhorias imediatas,

dentre eles: o aumento da produtividade, redução do tempo da produção, dos estoques, de

problemas de qualidade e também de acidentes de trabalho.

As falhas devem ser tratadas como desperdícios, visto que insumos consumidos de

forma ineficiente e ineficaz, sendo materiais ou produtos defeituosos bem como atividades

desnecessárias, são desperdícios (BORNIA, 2002).

Para Brimson (1996) desperdícios constituem-se de atividades que frente ao cliente não

agregam valor, mas geram gastos de tempo e dinheiro, adicionando custos desnecessários aos

produtos. Exemplos dessas atividades são aquelas que, se eliminadas, não causam prejuízo ao

desempenho da empresa.

Como consequência do desperdício temos perdas as quais a sociedade é submetida

devido ao mau uso de recursos. Recursos esses escassos, pois vão de material a mão-de-obra e

energia, perdas com treinamento e aprendizado, em função, por exemplo, de um acidente de

trabalho (Robles Júnior, 1996).

Shingo (1996) alterou a fórmula do lucro unitário de lucro = preço – custo, para: preço

– lucro = custo. Dessa forma, o custo é determinado subtraindo-se o lucro necessário para

manter o preço de venda estável. Esta observação de Shingo mostra a necessidade das empresas

cortarem de qualquer forma custos e desperdícios.

Oishi (1995) reforça que dentro das empresas existem diversos fatores que aumentam

os prejuízos, ou reduzem os lucros, a partir de oportunidades perdidas para reduzir custos com

recursos humanos, materiais e financeiros, devido ao gerenciamento incorreto das áreas. Para

Silva & Ferreira (2000) as dificuldades das pequenas e médias empresas ocorrem devido ao

processo de adaptação a economia estabilizada e do gerenciamento e não do processo de

globalização da economia.

Devido a essa adaptação muitas empresas estão identificando seus custos fixos e

operacionais, mesmo que existam provisões para refugos e retrabalhos fazendo com que a

produção de peças boas subsidie esses desperdícios. Para gerar informações que auxiliem em

decisões que permitam priorizar iniciativas que corroboram para redução de desperdícios o

mesmo deve ser mensurado.

2.3 Desperdícios de matéria-prima na transformação de Vidros

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Sabe-se que a matéria-prima, em geral, pode ser proveniente de recurso natural ou obtida

pelo reprocessamento, ou seja, subprodutos. Numa fábrica, julga-se que os desperdícios mais

significativos para a produção concentram-se nos insumos e na matéria-prima.

Com base no levantamento das teorias dos autores citados acima, pode-se considerar

que onde houver um processo ou um sistema, o desperdício – seja de qual natureza for – fará

parte dele. Porém, o fato de estar sempre presente nos processos industriais não deve justificar

a improdutividade.

A produtividade é inversamente proporcional ao desperdício e quanto maior a

produtividade de um sistema, mais significativo ele será em termos de utilização de matéria-

prima (Filho, 2007).

Valendo-se deste conceito, entende-se que numa empresa cada processo ou cada parte

dele deve estar implementado e preparado de forma a contribuir para a diminuição dos

diferentes tipos de desperdícios que possam surgir no decorrer do exercício das atividades. Esta

prática não deixa de ser também uma forma de controle de perdas, no sentido mais amplo da

palavra, onde o modo como será realizado nos processos também é particular, pode-se dizer.

Para o pleno funcionamento de uma vidraçaria, é necessário a utilização de

equipamentos elétricos como furadeiras industriais, máquinas de lapidação, e de corte, próprias

para a atividades em vidro.

Nas vidraçarias no setor de armazenagem, são armazenadas chapas de vidros, esquadrias

de alumínio, massas, colas, silicones e demais insumos como rebolos de lapidação, lixas, dentre

outros materiais. Segundo levantamento do SEBRAE (2006) em 28% das empresas consultadas

a armazenagem das chapas de vidros é feito com uso de empilhadeira que retiram as chapas do

caminho de entrega e as estoca em cavaletes apropriados. As demais matérias-primas e insumos

são estocados em almoxarifado. Na armazenagem foi averiguada uma perda média de 1% da

matéria-prima. O vidro é uma matéria-prima vulnerável a riscos e quebras e está constantemente

suscetível a incidentes.

No setor de produção, representa a produção das peças de vidro nos tamanhos

encomendados pelo cliente. Nesse processo de produção, são efetuados os cortes das chapas

matrizes e a lapidação das mesmas. Estima-se uma perda de média de 9% do vidro cortado com

resíduos.

Um percentual de 28% das empresas adquire vidro esquartejado, ou seja, a chapa

original em média de 3,40m x 2,20m é comparada em quatro pedaços de 1,70m x 1,10m. Tal

ação é realizada em função do espaço reduzido desse percentual de vidraçarias.

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O processo de corte é realizado com a utilização de diamantes e gabaritos e a lapidação

é realizada com maquinário apropriado. No estudo do SEBRAE (2006), 56% das vidraçarias

estudadas realizam lapidação com utilização de maquinário que necessita de água para suas

atividades. Nas empresas de pequeno porte, realizam lapidação com o auxílio de lixadeiras.

No processo de entrega e montagem das peças, as empresas geralmente operam a venda

de peças sob encomenda, e acredita-se que todas devem atender as expectativas dos clientes no

momento da montagem. Por isso, grande parte das peças comercializadas são montadas no local

determinado pelo comprador. Geralmente são peças como portas, janelas, bancadas, estantes

que são transportadas e montadas com auxílio de cola, silicones e parafusos.

As principais matérias primas e insumos utilizados são vidros, espelhos, silicone,

alumínio, lixa, serra para cortar vidro, serra para cortar alumínio, rebolos diamantados e rebolos

de fibra. No estudo do SEBRAE (2006), 44% dos pequenos estabelecimentos, adquirem a

matéria-prima do vidro é adquirido no mercado local e em menor quantidade. Apenas 28% das

empresas visitadas afirmaram possuir controle informatizado do estoque e apenas 14% das

empresas mantêm programa de manutenção periódica dos seus equipamentos.

No que tange especificamente a perdas de matéria prima e insumos, 28% das empresas

afirmaram não haver perdas antes da produção, o restante afirma que as perdas antes da

produção em seus empreendimentos estão relacionadas a armazenagem do vidro uma vez que

o vidro é material frágil, e suscetível a aranhões e quebras. Em alguns casos os empresários

atribuíram a causa de perdas durante a armazenagem ao reduzido espaço de seus

empreendimentos, ocorrendo nesses casos pequenos incidentes. Para a armazenagem foi

atribuída uma perda de cerca de 1% da matéria-prima.

Na pesquisa do SEBRAE (2006), os resíduos dos empreendimentos visitados são

caracterizados por restos de vidros, alumínio, embalagens de produto (papel, papelão, plástico

e metálico). A quantidade gerada varia muito em função da dimensão do empreendimento sendo

detectadas empresa que geram desde 100 kg ao mês a empresa que geram 4 toneladas.

2.3 Empresa Vidraceira no Alto Oeste Potiguar

Empresa vidraceira, deu início as suas atividades no dia 22 de janeiro do ano de 2002,

explorando as atividades de prestação de serviços no ramo de vidraceiro e o comércio varejistas

de vidros, espelhos, vitrais e molduras. O nome de fantasia da empresa é fruto de um acordo

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entre os proprietários, onde ambos usando do bom senso passaram a explorar o sobrenome de

família.

Passados os anos e para poder atender uma demanda que vinha sendo formada, a

empresa começou a explorar a atividade de marmoraria agregando com essa iniciativa valor as

suas atividades comerciais.

A vidraçaria, se mantém no mercado Pauferrense de maneira competitiva e cada dia

vem primando pela qualidade dos serviços e a satisfação de seus clientes, desmistificando com

que há alguns anos passados tornou-se motivo de conversação para os empreendedores locais,

onde se comentava que na região alto oeste, mas especificamente na cidade de Pau dos Ferros,

não havia condições para serem explorados os ramos de vidraçaria e marmoraria. A empresa

que atua no mercado há mais de 16 anos, no comércio e instalação de vidros incolor cuja as

dimensões de 1,60 metro de largura por 2,20 metro de comprimento entre outros vidros comuns,

espelhos e também vidros temperados e laminados, possuindo atualmente 14 funcionários

dentro do seu espaço físico dando maior comodidade a seus colaboradores e clientes

3. MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia da pesquisa faz-se necessária para que se estabeleça um método para o

desenvolvimento do trabalho com o objetivo de evidenciar seu rigor científico na solução do

problema apresentado. A pesquisa “é um procedimento formal, com método de pensamento

reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a

realidade ou para descobrir verdades parciais” (LAKATOS e MARCONI, 2001, p. 155).

Quanto a sua natureza, o estudo desenvolvido segue a abordagem de uma pesquisa

aplicada, onde, conforme Cervo e Bervian (2002, p. 65), “o investigador é movido pela

necessidade de contribuir para fins práticos mais ou menos imediatos, buscando soluções para

problemas concretos”. Para Barros e Lehfeld (2000, p. 78), “a pesquisa aplicada é aquela em

que o pesquisador é movido pela necessidade de conhecer para a aplicação imediata dos

resultados”.

Considerando-se os objetivos estabelecidos no estudo, está se caracteriza como uma

pesquisa exploratória. Segundo Gil (2002), esta assume, em geral, as formas de pesquisas

bibliográficas e estudos de caso.

3.1 Coleta e organização dos dados

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Para a realização da pesquisa utilizou-se como instrumento para coletas de dados, um

questionário (Apêndice A) que é baseado na Matriz de SWOT de Andrade et al. (2008). A

Matriz de SWOT visa identificar os forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de uma

determinada organização.

O mapeamento do setor de produção da empresa estudada foi feito de modo que a

pudesse trazer mais comodidade aos seus colaboradores no âmbito do seu processo de

transformação dos pedidos, desse modo foi feito uma verificação de como se era trabalhado o

sistema de produção. Diante dessa observação, foi analisado como poderia se trabalhar de forma

mais eficaz, levando em consideração que o mapeamento desse processo agilizaria de uma

maneira mais rápida e eficiente.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A empresa em estudo atua no setor vidraceiro, ou seja são adquiridas chapas de vidro

da fábrica bruto e depois faz o processo de corte dando o seu devido tratamento antes de ser

repassado. Após esse processo de transformação o produto é entregue para o cliente para serem

aplicados na obra ou até mesmo em decorações de residências. No Quadro 2, encontram-se os

tipos de vidros comercializados na empresa.

Quadro 01 – Tipos de vidro utilizados na empresa

Tipo do Vidro Espessura Metros Quantidades

Espelho 3,4 mm 3,21 x 2,40 61 pc

Vidro Comum 3,4,5,6,8mm 2,20 x 3,30

2,20 x 3,60

42 pc

Vidro Laminado - -

Vidro Temperado 8,10 mm 1,60 x 2,60 9 pc

Fonte: Dados da empresa pesquisada 2018

Com o aumento da competitividade do mercado vidreiro, a empresa do ramo se vê na

necessidade de inovar em seus processos e em seus produtos. A empresa estudada atua no

segmento de vidros laminados, comuns e temperados, nela, os produtos são confeccionados

conforme o projeto do cliente, com personalizações em altura e largura, atende a vidraceiros da

região e cliente final. Tem como matéria-prima a lâmina de vidro nas dimensões padrões de

3,21x2,2 e 3,21x2,4 metros, podendo ter a espessura de 6, 8, 10, 12, 15 e 19 mm.

4.1 Mapeamentos do Processo de produção vidraçaria

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O mapeamento dos processos pode ser considerado como sendo de suma importância

para a identificação dos processos essenciais para a empresa, pois permite uma análise sistêmica

da organização. De acordo com Franco (2005), o mapeamento de processos não é só para

entender os processos, mas também para entender seus fluxos de informações e materiais entre

as atividades.

Segundo Pavani (2011), os fluxogramas fazem uso de uma simbologia simples para

identificação dos elementos primários do processo de forma a ser legível a interpretação dos

colaboradores, possuindo regras gerais bem simples: O grande objetivo de qualquer

mapeamento com base nas atividades e objetos é o redesenho otimizado dos processos

existentes a partir das oportunidades de melhorias diagnosticadas.

O mapeamento é realizado pela utilização de uma técnica para representar as diversas

tarefas necessárias, na sequência em que elas ocorrem, para a realização e entrega de um serviço

ou produto. Para este será utilizada a técnica do Fluxograma, pois é que mais se adequa as

necessidades do projeto.

No gerenciamento de processos, os fluxogramas têm dois objetivos, que são garantir a

qualidade e aumentar a produtividade, sendo eles o início da padronização.

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Figura 1 – Fluxograma do recebimento e entrada na produção

Fonte: Elaborada pelo o autor 2018

A solicitação de pedido é encaminhada ao setor de produção. O fiscal receberá o pedido

e irá conferir os dados com as informações da nota fiscal. Caso os dados entre a nota e o pedido

de compra apresentarem divergências, o recebimento é recusado até que seja acertada a situação

entre a empresa e o cliente para verificar os procedimentos a serem executados.

Após a conferência dos dados do pedido, é verificada se há matéria prima exigida para

a produção do produto em estoque, a partir da verificação do pedido de compra (verifica as

dimensões e quantidades de itens). Caso positivo, a quantidade de matéria prima é liberada para

Fonte: Autor (2018)

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a produção pelo colaborador do recebimento, em caso negativo, o pedido é redirecionado ao

setor comercial para entrar em contato com o cliente e resolver a melhor situação.

O fiscal de recebimento irá avaliar se o pedido é urgente ou se o mesmo seguirá o fluxo

normal de sequenciamento dos pedidos. Caso o pedido seja urgente, é entregue diretamente

para um colaborador do setor de vidros que prioriza o pedido na frente dos demais.

De posse do documento do pedido que foi solicitado em caso de urgência, o fiscal inclui

a nota como o primeiro seguinte após finalizar o pedido de andamento anterior, no passo

seguinte acrescentando no andamento da nota solicitada com o pedido de prioritário dando

ênfase no processo a seguir.

Com o recebimento da entrada de mais um pedido e de posse da nota em mãos o fiscal

auxilia no processo de verificar as dimensões e quantidades de cada item que será produzido

no produto, para o primeiro passo que é fazer a medição e o corte do vidro depois passa para o

seguinte passo que é lixar o vidro que é feito com lixadeiras manuais, por ser uma vidraçaria de

executar serviços pequenos e as vezes de ângulos diferentes.

Feito essas etapas de corte e lixamento será realizado o acabamento do produto tirando

aqueles últimos detalhes antes de providenciar os acessórios e de conformidade com que está

na nota é aplicado ao produto de forma que é especificado.

Nesta última etapa também foi feito os detalhes finais de acabamento dando um toque

a mais antes de seguir para parte de embalagem, fazendo os ajustes que falta antes de fazer o

fechamento do pedido dentro da embalagem.

Estando o pedido em conformidade, o responsável assina o conhecimento da nota

entrega ao colaborador, que tem a sua saída do balcão liberada, o recebedor se dirige até ao

setor de vendas onde entrega o pedido pronto e devidamente assinada.

O mapeamento do setor de produção não tem na empresa vidraçaria, com esse processo

fica mais fácil de identificar cada ponto de execução de seus pedidos de maneira que em certo

momento vai aparecer pedidos mais urgentes. Com isso facilitaria todos os gargalos que as

vezes a maioria das empresas enfrentam no seu sistema de produção, com isso traz mais

comodidade para empresa que a possa trazer mais rapidez aos seus colaboradores no âmbito do

seu processo de transformação dos pedidos, desse modo foi feito uma verificação de como se

era trabalhado o sistema de produção, diante dessa observação poderia se trabalhar mais eficaz

levando em consideração que o mapeamento desse processo agilizaria tudo isso de uma maneira

mais rápida e eficiente

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4.2 Reciclagem do Vidro

O vidro é um material 100% reaproveitável, sem perder a sua qualidade e pureza, no

entanto, precisa ter a devida separação, de acordo com sua coloração e características para que

essa qualidade seja garantida. Dentro destes parâmetros encontram as dificuldades de

reciclagem dos vidros pela distância e custo de transportes para levar esse vidro, a empresa só

faz essa coleta se tiver uma grande quantidade de material diariamente, isso dificulta a coleta

de vidro que a empresa por não encontrar um destino adequado acaba levando para os descartes.

Os restos de vidros que se é jogado fora por parte das vidraçarias, nos aterros sanitários

sem um devido cuidado com o meio ambiente, isso acabam prejudicando o meio ambiente. A

reciclagem do vidro contribui para a redução na extração de matéria prima retirada da natureza

em 95%, realizando os procedimentos corretos de lavagem e retirada de substancias alheias ao

processo, o vidro pode ser moído e fundido a uma alta temperatura, deixando-o novamente

pronto para a modelagem de um novo produto.

Com isso a empresa tenta encontrar maneiras mais corretas para reciclagem dos seus

resíduos sólidos, por não existirem empresas de reciclagem de vidro na cidade e a empresa mais

próxima para a coleta desses resíduos fica muito distante daqui e se torna inviável fazer todo

esse processo, mas a empresa tenta achar solução para todo esse processo.

Vidros trabalhados na Vidraçaria são:

. Vidro Comum:

A BBa Sistemas de Envidraçamento diz que o vidro comum pode ser utilizado em diferentes

obras desde que estejam encaixilhados.

. Vidro Comum Espelho:

A Mundial Vidros possui espelhos amplamente utilizados, não só como item essencial a alguns

ambientes, mas também como uma importante opção de decoração.

. Vidro Laminado:

O laminado é um vidro de segurança composto de duas ou mais lâminas de vidro fortemente

interligadas, sob calor e pressão, por uma ou mais camadas de polivinil butiral (PVB) ou resina.

Os vidros laminados podem ser fabricados em uma infinidade de cores.

. Vidro Temperado:

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O vidro float (comum) é submetido a um processo de aquecimento e resfriamento rápido que o

torna bem mais resistente à quebra por impacto, apresentando, assim, resistência até cinco vezes

maior que a do vidro comum. Sua principal característica é a resistência (ABRAVIDRO 2018).

Vidro Comum, com a espessura de 2mm, 4mm, 5mm, 6mm, 8mm, 10mm, 12mm e

19mm, já o Espelho, com espessura de 2mm, 3mm e 4mm, o que a Vidraçaria trabalha mais é

o de 3mm e 4mm, já o Vidro Laminado é mais por encomenda por ser um produto mais

especifico e Vidro Temperado, este a vidraçaria trabalha com a espessura de 6mm, 8mm e

10mm.

Quadro 03 – Coleta de dados dos resíduos de vidro gerados

Resíduos sólidos Peso kg Dias

BALDE 01 79,7 OK

BALDE 02 76 OK

BALDE 01 86,2 OK

BALDE 02 92,1 OK

BALDE 42,6 02 DIAS

TOTAL 376,6

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

No Quadro 03, é apresentado os dados coletados dos resíduos gerados pela produção.

O controle é realizado de forma superficial e manual, não sendo sistematizado ou com

coleta de dados para serem utilizados de forma estratégica. E para a solucionar os problemas

analisados, sugere-se: fazer um trabalho de forma preventiva e na utilização de equipamentos

de proteção individual que possa auxiliar no manuseio correto do vidro; elaborar pontos de

controle de qualidade ao longo do processo; reduzir o número de pedidos no formato urgente

para diminuir o impacto da produção diária já estabelecida e padronizar os inícios e términos

das produções; buscar cursos de especialização para os operadores de corte e produção de vidro

assim como criar metas individuais para as perdas das linhas de produção; e buscar a

padronização para todas as atividades de produção por meio do mapeamento dos processos da

organização. Isso vai ajustar todo o processo de produção desde quando vem do departamento

de vendas dando comodidade a seus colaboradores e clientes.

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Tabela 1 – Demonstrativo dos elementos constituintes da Matriz SWOT (pontos fortes, pontos fracos e

ameaças e oportunidades) identificados pelo o gestor da Vidraçaria.

Ambiente interno A

mb

ien

te e

xte

rno

Am

eaça

s

Forças Fraquezas

Tempo no mercado;

Credibilidade;

Compromisso;

Qualidade;

Transparência;

Acompanhamentos dos

colaboradores;

Prazo de entrega;

Prazo de orçamento com a

demanda maior;

Compromissos dos fornecedores

Op

ort

un

idad

es

Produto inovador;

Qualidade no acabamento;

Capacitar os colaboradores;

Expandir outros setores,

explorar outras áreas;

Agilizar os processos de

entrega cada vez mais.

A banalização da área;

A despesa operacional da empresa;

Acesso a informações;

Dificuldade de mão de obra

especializada.

Fonte: Elaborada pelo o autor (2018).

Após estruturar os dados, por meio da análise SWOT, e classificar os níveis dos fatores

envolvidos, foi elaborada a Tabela 1, em que foi efetuada uma correlação entre Ameaças e

Fraquezas, Ameaças e Forças, Oportunidades e Fraquezas e Oportunidades e Forças, com a

qual foram atribuídos a todas as variáveis.

Como o número de relações são muitas, se faz necessário a análise dos fatores ameaças

x pontos fracos, ameaças x pontos fortes, oportunidades x pontos fracos e oportunidades x

pontos fortes, mas não entre os elementos dos fatores.

Ameaças x Pontos Fortes

Nesse quadrante a análise baseia-se na relação das ameaças e pontos fortes. (tempo de

mercado, credibilidade, compromisso, qualidade e transparência x a banalização da área, a

despesa operacional da empresa, acesso a informações e dificuldades de mão de obra

capacitada). O panorama dessas informações mostra ou até mesmo sugere uma estratégia que

a empresa tente melhorar na sua estrutura em cima desses pontos que foram mostrados.

Em posição a um ambiente externo correlação entre os pontos, trazendo para a

organização uma estratégia de manutenção.

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Se faz necessário o uso dos pontos fortes para a conservação do nível de serviço prestado

a população e isso perpassa por uma gestão estratégica fundamentada em um bom planejamento

e presteza no atendimento às demandas da população, contando sempre com colaboradores

motivados, empenhados e comprometidos com o alcance dos objetivos da organização.

Oportunidades x Pontos Fracos

Com relação ao quadrante inferior esquerdo, mostra um crescimento no qual foram

levantados demonstra uma estratégia voltada para o crescimento da organização. Os pontos

fracos são desejáveis que transforme fraqueza em forças para aproveitar as oportunidades

identificadas no ambiente externo.

Para que se aproveite o potencial crescimento e a oferta de produtos que a empresa

oferece na quantidade e na qualidade, faz com que seja oferecido um serviço bem qualificado.

No tocante as oportunidades, tendo como o ambiente externo busca pelo o

melhoramento e a inovação dos seus produtos, capacitar é um ponto que sempre deve ser visto

como o investimento e também melhorar para que seu colaborador seja bem preparado. Nesse

sentido, o investimento no marketing da empresa pode ser visto também como uma estratégica

de atrair mais clientes.

É importante que os pontos fracos sejam abolidos ou minimizados para que o sistema

da empresa não comprometa a prestação do serviço que ela oferece a seus clientes.

5. CONCLUSÕES

Este trabalho permitiu levantar alguns aspectos referentes a pontos no desperdício de

matéria prima presente na empresa que é comum dentro de seus setores, mas buscando

mecanismo através de observações e com auxílio da ferramenta de mapeamento de processo e

tentando identificar esses focos de desperdício que traz muitas despesas.

Fazendo uma análise a partir do mapeamento do processo e dos resíduos gerados, quanto

às ações e formas de controle para a redução e/ou eliminação das perdas, foi possível identificar

sugestões pertinentes, como treinamento especializado da equipe de corte dos vidros, tendo em

vista que há desperdício por cortes errôneos, falta de controle de monitoramento no processo,

ou seja, não foi identificado pontos de análise de qualidade do produto ao longo do processo.

Já na análise de SWOT, considerando que há ameaças em alguns pontos que a empresa

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preocupa como: credibilidade, compromisso, qualidade e transparência, nisso faz toda a

diferença dentro de uma organização.

No entanto, a necessidade de inovar e melhorar o sistema de produção tanto no

desperdício, e quanto na relação aos seus concorrentes em um mercado cada vez mais

competitivo, no qual se faz necessário ter um diferencial a mais para poder adquirir uma certa

vantagem no mercado.

Neste sentido, a socialização dos resultados deste estudo se configura como de suma

importância, pois pode contribuir para a análise e auto avaliação da empresa, tendo em vista os

seus processos e atual configuração da gestão do trabalho, em uma perspectiva

multidimensional dos aspectos que envolve o desperdício, custos, e a aplicação de técnicas

desejáveis para eficácia do produto.

REFERÊNCIAS

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PROCESSADORES DE VIDROS PLANOS. Vidros Temperado. Disponível em:

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2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rk/v16n2/11.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2018

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CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

CORREA, H. L. & CORREA. C. A. Administração de Produção e Operações: manufatura e

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abordagem estratégica. 2ª. ed.- Sao Paulo : Atlas, 2008.

FRANCO, Rochester Gabriel Pitone. Metodologia para implantação da gestão por processos

em empresas do setor metal-mecânico. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em: <http:// http://bdm.unb.br/handle/10483/15951 >. Acesso em: 20 out. 2018.

Filho, M. P. Gestão da Produção Industrial. Curitiba. IBPEX. 2007.

GALBIATI, A.F. O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e a reciclagem. Educação

ambiental para o Pantanal. Disponível em www.redeaguape.org.br/desc_artigo.php?cod=92.

Acesso em: 10 out. 2018.

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GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175 p.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6.ed. São

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MARION FILHO, J.P. et al. (2002) - O custo do desperdício nas empresas industriais. XXII

Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba/PR, 23 a 25 de outubro.

OHNO, Taiichi. O sistema Toyota de produção: além da produção em larga escala. Porto

Alegre: Bookman, 1997.

OISHI, M. Técnicas Integradas na Produção e Serviços. São Paulo: Pioneira, 1995.

DJALMA OLIVEIRA P. R. de Administração de processos: conceitos, metodologia, práticas /

Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.

PAVANI JÚNIOR, Orlando; SCUCUGLIA, Rafael. Mapeamento e gestão por processos: BPM

(Business Process Management). São Paulo: M. Books, 2011.

SEBRAE. Relatório Vidraçaria. 2006. Disponível em:

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Acesso em: 04 nov. 2018.

SHINGO, S. O. Sistema Toyota de Produção – do ponto de vista da Engenharia de Produção.

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SILVA, J. C.; FERREIRA, D. Pequenas e Médias Empresas No Contexto da Gestão da

Qualidade Total. Revista Produção. v.10, n.1, 2000.

______. Presidência da República. Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências. Brasil, 2010a.

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APÊNDICE A - FORMULÁRIO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Perfil

1. Sexo ( ) F ( ) M

2. Faixa etária ( )18 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos ( ) 31 a 35 anos ( )36 a 40 anos ( ) acima de 40 anos 3. Escolaridade ( ) fundamental incompleto ( ) fundamental completo ( ) ensino médio incompleto ( ) ensino médio completo ( ) ensino superior incompleto ( ) ensino superior completo ( ) pós-graduação qual? _______________________________ 4. Estado civil ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Outro 5. Faixa de renda ( ) até 1 salário mínimo ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) de 3 a 4 salários mínimos ( ) acima de 5 salários. 6. Há quanto tempo trabalha na empresa?_________________________________________ 7. Qual cargo que ocupa?_______________________________________________________

8. Você entende que a comunicação entre as áreas é eficiente?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

9. O atual ambiente de trabalho te permite ter a concentração necessária para executar

suas tarefas?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

10. Você sente que seu chefe reconhece suas tarefas entregues?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

11. De 0 a 10, qual a probabilidade de você indicar um amigo ou familiar qualificado para

trabalhar na sua empresa?

( 0 ) ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 ) ( 6 ) ( 7 ) ( 8 ) ( 9 ) ( 10 )

Por que?

12. Os gestores da empresa se comunicam adequadamente com os funcionários?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

13. Você acha que os procedimentos falados são colocados em prática pelas pessoas da

empresa no seu dia a dia?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

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14. Marque com um X o principal fator que traz mais SATISFAÇÃO no seu trabalho.

( ) Ambiente da empresa

( ) Benefícios

( ) Estabilidade no emprego

( ) O trabalho em si

( ) Oportunidades de crescimento profissional

( ) Oportunidades de treinamento

( ) Reconhecimento

( ) Relacionamento com a liderança

( ) Relacionamento com o grupo

( ) Remuneração

( ) Outros fatores:

15. Marque com um x o principal fator que traz mais INSATISFAÇÃO no seu trabalho.

( ) Ambiente da empresa

( ) Excesso de trabalho

( ) Falta de infraestrutura para trabalhar

( ) Falta de oportunidades de crescimento profissional

( ) Falta de reconhecimento

( ) Instabilidade no emprego

( ) Instalações inapropriadas da empresa

( ) Jornada de trabalho

( ) O trabalho em si

( ) Pouca autonomia profissional

( ) Pouco treinamento

( ) Relacionamento com a liderança

( ) Remuneração

( ) Outros fatores:

16. Você tem conhecimento das expectativas da empresa em relação ao seu trabalho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

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17. Você tem à sua disposição os materiais e recursos necessários para desempenhar um

bom trabalho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

18. Você se sente apoiado em fazer o seu melhor todos os dias?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

19. Nos últimos sete dias, você recebeu reconhecimento ou elogios por fazer um bom

trabalho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

20. O seu supervisor se importa com você como pessoa?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

21. Há alguém na empresa que incentiva seu desenvolvimento?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

22. Você é ouvido pelo seu supervisor e seus pares?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

23. A empresa faz você sentir importante no que faz?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

24. Seus colegas de trabalho se sentem compromissados em juntos, desempenharem um

trabalho com qualidade?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

25. No último ano você teve alguma oportunidade dentro da empresa de aprendizado e

crescimento?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo