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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN) CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE) CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE) INSTITUIÇÕES PARCEIRAS: Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) CARLOS ANTÔNIO BARROS E SILVA JÚNIOR O LÚDICO NA QUÍMICA: INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE JOGOS QUÍMICOS NO APRENDIZADO DOS ALUNOS DOS CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO DO IFRN CAMPUS IPANGUAÇU PAU DOS FERROS - RN 2016

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE)

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE)

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS:

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)

CARLOS ANTÔNIO BARROS E SILVA JÚNIOR

O LÚDICO NA QUÍMICA: INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE JOGOS

QUÍMICOS NO APRENDIZADO DOS ALUNOS DOS CURSOS TÉCNICOS DE

NÍVEL MÉDIO DO IFRN CAMPUS IPANGUAÇU

PAU DOS FERROS - RN

2016

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CARLOS ANTÔNIO BARROS E SILVA JÚNIOR

O LÚDICO NA QUÍMICA: INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE JOGOS

QUÍMICOS NO APRENDIZADO DOS ALUNOS DOS CURSOS TÉCNICOS DE

NÍVEL MÉDIO DO IFRN CAMPUS IPANGUAÇU

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ensino – PPGE da Universidade do Estado do Rio Grande do

Norte – UERN, do Campus Avançado Prof.ª Maria Elisa de

Albuquerque Maia (CAMEAM), ofertado em parceria com a

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do

Norte (IFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre

em Ensino, área de concentração: Educação Básica, linha de

pesquisa: Ensino de Ciências Exatas e Ambientais.

Orientador (a): Profa. Dra. Ayla Márcia Cordeiro Bizerra.

PAU DOS FERROS - RN

2016

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A dissertação O Lúdico na Química: Influência da Aplicação de

Jogos Químicos no Aprendizado dos Alunos dos Cursos

Técnicos de Nível Médio do IFRN campus Ipanguaçu, de

autoria de Carlos Antônio Barros e Silva Júnior, foi submetida à

Banca Examinadora, constituída pelo PPGE/UERN, como

requisito parcial necessário à obtenção do grau de Mestre em

Ensino, outorgado pela Universidade do Estado do Rio Grande

do Norte – UERN

Dissertação defendida e aprovada em _______ de ____________________ de 2016

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Ayla Márcia Cordeiro Bizera-Orientadora

Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte.

Profa. Dra. Francileide Batista de Almeida Vieira

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Prof. Dr. Leonardo Alcântara Alves

Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte.

PAU DOS FERROS – RN

2016

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Dedico esse trabalho ao meu Deus, criador dos céus, da

terra e de tudo quanto há. Sem Ele nada disso poderia

ter acontecido. Obrigado meu senhor Jesus!

À minha esposa Ednira, que acompanhou todo esse

processo árduo e sempre me deu força para seguir em

frente.

Às minhas filhas Jhenilly Gabrielly e Karen Yasmine, que

sempre me recebiam com abraços afáveis e amorosos

quando chegava das longas viagens para assistir às aulas

do mestrado.

À minha mãe Tânia, pelo cuidado, pelas palavras de

incentivo e por sempre acreditar em meu potencial.

Ao meu irmão Maxsuel, que sempre demonstrou respeito

por mim e admiração pelas coisas que faço.

Ao meu pai “Carlinhos” que nunca escondeu o quanto se

orgulha do filho que cresceu na carreira acadêmica.

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À minha orientadora Profa. Dra. Ayla Márcia Cordeiro

Bizerra, por suas orientações e contribuições relevantes.

A ela meu reconhecimento.

Aos meus colegas da primeira turma de mestrado do

Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGE). A eles,

dedico minha amizade.

A todos que fazem parte do PPGE. Agradeço pela

oportunidade de realizar o sonho de me tornar mestre.

A todos os professores do PPGE, em especial a

professora Dra. Francileide Batista de Almeida Vieira e

o professor Dr. Fábio Garcia Penha. Agradeço pelas

riquíssimas contribuições.

A todos os funcionários da Universidade do Estado do

Rio Grande do Norte (UERN) campus avançado “Profa.

Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), que sempre

nos atenderam com o maior respeito e carinho.

A todos os alunos do Instituto Federal de Educação,

Ciências e Tecnologia (IFRN) campus Ipanguaçu que

fizeram parte do processo de pesquisa para esta

dissertação.

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RESUMO

Muitos alunos do Ensino Médio apresentam dificuldades de aprendizado em Química.

De acordo com alguns autores como Rogado (2004), Gomes e Macedo (2007), esse

obstáculo está relacionado a alguns fatores, tais como: o próprio conteúdo da disciplina,

que apresenta um grau de dificuldade elevado, o desinteresse e a desmotivação dos

alunos pela matéria e as metodologias pouco atrativas empregadas por alguns

professores em sala de aula. Para atenuar essa situação, muitos docentes estão se

utilizando de ferramentas didáticas alternativas, que possam ser utilizadas como auxílio

nas aulas de Química. Uma dessas ferramentas é o lúdico através de jogos educacionais.

Esta tem sido largamente utilizada por muitos no intuito de proporcionar aprendizagem

em determinados conteúdos. O objetivo deste trabalho consiste em analisar a influência

dos jogos químicos na aprendizagem dos alunos, bem como sua eficácia como

instrumento facilitador desta, levando-se em consideração seus aspectos positivos e

negativos. Objetiva-se, também, verificar as situações mais adequadas para a aplicação

deste recurso, tendo por base as opiniões dos alunos a respeito dos jogos aplicados. Para

a realização desta pesquisa, foram escolhidas duas turmas de nível médio/técnico do

IFRN, campus Ipanguaçu. Em cada turma foi aplicado um jogo depois de um período

de ministração teórica do conteúdo escolhido. Em uma das salas, utilizou-se o “Bingo

Químico” para o estudo da tabela periódica e na outra, o “Jogo do Sim ou Não” para o

estudo de nomenclatura dos hidrocarbonetos. Também foram realizadas duas avaliações

para ambas, uma antes do jogo e outra depois deste. Houve ainda, a realização de um

debate entre o professor e os alunos, em cada sala, sobre a execução do jogo e se este foi

capaz de proporcionar um ambiente favorável à aprendizagem. Os resultados das

avaliações aplicadas antes dos jogos mostraram que muitos alunos apresentaram

desempenho abaixo do ideal, ou seja, vários deles não conseguiram alcançar sequer a

nota seis, que corresponde a média da instituição. Por outro lado, depois do período de

aplicação dos jogos, percebeu-se que houve uma evolução significativa nos resultados

das notas dos mesmos alunos na segunda avaliação. No entanto, outros não

conseguiram melhorar seu desempenho, isto é, mesmo depois do jogo, alguns alunos

ainda apresentavam dificuldades de aprendizado nos conteúdos trabalhados. Essas

constatações foram de encontro ao que se observou nos debates realizados depois dos

jogos. A maior parte dos depoimentos dos alunos foi favorável a aplicação de jogos

didáticos nas aulas de Química, pois estes proporcionaram, não só um ambiente mais

agradável e instigante, por causa do dinamismo, como também a aprendizagem de

conteúdos. Houve também, em uma quantidade menor, depoimentos não favoráveis a

utilização desta ferramenta didática, pois, segundo eles, não possibilitou a concretização

do conhecimento. A partir deste trabalho, pôde-se concluir que o lúdico através de jogos

apresenta alguns aspectos negativos, por isso não deve ser visto como instrumento

capaz de sanar todas as dificuldades dos alunos. Porém, pode ser utilizado como

ferramenta facilitadora da aprendizagem e como instrumento que pode permitir que os

alunos sintam-se motivados a assistir uma aula de Química.

Palavras-chave: Jogos químicos; alternativa didática; aprendizagem.

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ABSTRACT

Many high school students have learning difficulties in chemistry. According to some

authors as Rogado (2004), Gomes and Macedo (2007), this obstacle is related to factors

such as: the actual content of the course, which features a high degree of difficulty, the

lack of interest and motivation of students in the subject and unattractive methodologies

employed by some teachers in the classroom. To mitigate this situation, many teachers

are using alternative teaching tools that can be used as an aid in lessons chemistry. One

such tool is the playful through educational games. This has been widely used by many

in order to provide learning in certain content. The objective of this study is to analyze

the influence of chemical games in student learning as well as its effectiveness as a

facilitator of this, taking into consideration its positive and negative aspects. The

objective is to also check the most suitable conditions for the application of this feature,

based on the opinions of students about the applied games. For this research, were

selected two classes of technical education IFRN, campus Ipanguaçu. In each class it

applied a game after a ministry theoretical period of the chosen content. In one of the

classes, we used the "Chemical Bingo" to the study of the periodic table and the other

the "game yes or no " to study nomenclature of hydrocarbons. Were also carried out two

assessments for both, one before and one after this game. There was also the realization

of a debate between the teacher and students in each room, on the implementation of the

game and if it was able to provide a positive learning environment. Results of

evaluation applied before the games shown that many students perform below the ideal,

that is, several of them could not even reach grade six, which is the average of the

institution. On the other hand, after the games of the enforcement period, it was noticed

that there was a significant improvement in the results of the notes of the same students

in the second evaluation. However, others have failed to improve its performance, that

is, even after the game, some students still had disabilities learning in content. These

findings were against what was observed in the discussions after the games. Most of the

testimonies of the students was favorable application of educational games in chemistry

class, as they provided not only a more pleasant and exciting environment, because of

the dynamism, as well as learning content. There was also, in a lesser extent,

unfavorable testimony using this teaching tool because, according to them, did not

allow the achievement of knowledge. From this work, it could be concluded that the

playful through games has some negative aspects, so it should not be seen as an

instrument to solve all the difficulties of the students. However, it can be used as a

facilitator instrument of learning tool and as an that can allow students to feel motivated

to attend a chemistry class.

Keywords: Chemical Games; didactic alternative; learning.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Cartela do Bingo Químico.............................................................. ............ 46

FIGURA 2- Ciclo da investigação-ação............................................................. ............ 50

FIGURA 3- Localização do município de Ipanguaçu....................................... ............. 51

FIGURA 4- Cartelas do “Bingo Químico”........................................................ ............. 57

FIGURA 5- Alunos jogando o “Bingo Químico”.............................................. ............ 58

FIGURA 6- Participação da turma no jogo........................................................ ............ 58

FIGURA 7- Divisão da turma para a realização do jogo................................................ 60

FIGURA 8- Alunos discutindo em busca da resposta............................................ ........ 61

FIGURA 9- Histórico da tabela periódica.............................................................. ........ 67

FIGURA 10- Processo de obtenção dos derivados de petróleo............................... ....... 71

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1- Desempenho dos alunos de AGROEJA na avaliação “pré-jogo”. .......... 70

GRÁFICO 2- Desempenho dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pré-jogo”. ........ 73

GRÁFICO 3- Desempenho dos alunos de AGROEJA na avaliação “pós-jogo”. .......... 80

GRÁFICO 4- Comparativo entre as avaliações “pré-jogo” e “pós-jogo” dos

alunos de AGROEJA. ...................................................................................................... 81

GRÁFICO 5- Percentual dos alunos de AGROEJA que ficaram acima e abaixo da nota

da avaliação “pré-jogo” em relação a avaliação “pós-jogo” ........................................... 82

GRÁFICO 6- Desempenho dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pós-jogo”. ....... 84

GRÁFICO 7- Comparativo entre as avaliações “pré-jogo” e “pós-jogo” dos alunos de

SUBMAMB....................................................................... .............................................. 85

GRÁFICO 8- Percentual dos alunos de SUBMAMB que ficaram acima e abaixo da

nota da avaliação “pré-jogo” em relação a avaliação “pós-jogo” ................................... 86

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Trabalhos pesquisados para a elaboração dos capítulos teóricos. ............. 65

TABELA 2- Notas dos alunos de AGROEJA na avaliação “pré-jogo” ......................... 68

TABELA 3- Notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pré-jogo” ....................... 72

TABELA 4- Notas dos alunos de AGROEJA na avaliação “pós-jogo” ......................... 78

TABELA 5- Notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pós-jogo” ...................... 83

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SUMÁRIO

1 CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO....... .. .......................................................................12

1. 2 OBJETIVOS........................... .. ............................................................................16

1.2.1 Objetivo Geral............................... . .............................................................16

1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................................16

1.3 JUSTIFICATIVA.................................. ................................................................17

1.3.1 Escolha do Campo de Pesquisa................................................................... 18

2 CAPÍTULO 2- REFERENCIAL TEÓRICO........................................................... 19

2.1 O ENSINO DE QUÍMICA E SUAS DIFICULDADES........................................20

2.2 RECURSOS DIDÁTICOS ALTERNATIVOS PARA O ENSINO DE

QUÍMICA ........................................................................................................................ 28

2.2.1 Aulas Experimentais..................................................................................... 30

2.2.2 Recursos Multimídias................................................................................... 31

2.2.2.1 Vídeo ................................................................................................ 32

2.2.2.2 Computador ...................................................................................... 34

2.2.2.3 Datashow .......................................................................................... 35

2.2.3 Utilização do Lúdico.................................................................................... .......... 36

2.3 UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA ................... .......................... 38

2.3.1 Aspectos positivos da aplicação dos jogos educacionais............................40

2.3.2 Aspectos negativos da aplicação dos Jogos educacionais.............................43

2.4 DESCRIÇÃO E CONFECÇÃO DO BINGO QUÍMICO......................................45

3 CAPÍTULO 3- METODOLOGIA.............................................................................48

3.1 ASPECTOS DA PESQUISA................................................................................. 49

3.1.1 Natureza da pesquisa.....................................................................................49

3.1.2 Tipo da pesquisa........................................................................................... 50

3.2 DESCRIÇÃO DO CAMPO DE TRABALHO......................................................51

3.2.1 Histórico e localização..................................................................................51

3.2.2 Estrutura Física............................................................................................. 52

3.2.3 Cursos....................................................................................................... .... 53

3.2.4 População pesquisada................................................................................... 54

3.3 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO..........................................................................55

3.3.1 Revisão bibliográfica.................................................................................... 55

3.3.2 Ministração de aulas teóricas e aplicação da avaliação “pré-jogo”..............55

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3.3.3 Confecção e aplicação dos jogos.................................................................. 56

3.3.3.1 Descrição, confecção e execução do “Bingo Químico”.................... ........ 57

3.3.3.2 Descrição, confecção e execução do “Jogo do Sim ou Não”....... .59

3.3.4 Debate sobre os jogos.................................................................................. .62

3.3.4 Aplicação da avaliação “pós-jogo”............................................................... 62

3.3.5 Análise dos resultados.................................................................................. 63

4 CAPÍTULO 4- RESULTADOS E DISCUSSÕES...... ...... ......................................64

4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 65

4.2 MINISTRAÇÃO DE AULAS TEÓRICAS E APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO

“PRÉ-JOGO” ................................................................................................................... 66

4.2.1 Turma AGROEJA ......................................................................................... 66

4.2.2 Turma SUBMAMB ....................................................................................... 70

4.3 EXECUÇÃO DOS JOGOS E ANÁLISES DOS DEBATES ................................ 74

4.3.1 “Bingo Químico” ........................................................................................... 74

4.3.1.1 Debate sobre o “Bingo Químico” .................................................... 75

4.3.2 Jogo do “Sim ou Não” ................................................................................... 76

4.3.2.1 Debate sobre o jogo do “Sim ou Não” ............................................ 77

4.4 APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO “PÓS-JOGO” .................................................. 78

4.4.1 Turma AGROEJA ......................................................................................... 78

4.4.2 Turma SUBMAMB ....................................................................................... 82

5 CAPÍTULO 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................... ..... 87

REFERÊNCIAS...............................................................................................................90

APÊNDICE A- AVALIAÇÃO PRÉ-JOGO APLICADA EM AGROEJA .................. 101

APÊNDICE B- AVALIAÇÃO PÓS-JOGO APLICADA EM AGROEJA .................. 104

APÊNDICE C- AVALIAÇÃO PRÉ-JOGO APLICADA EM SUBMAMB ................ 107

APÊNDICE D- AVALIAÇÃO PÓS-JOGO APLICADA EM SUBMAMB ................ 108

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12

Este capítulo apresenta a introdução deste trabalho, que trata da definição da

Química enquanto ciência, de seu contexto histórico e da importância desta no currículo

escolar. Aborda, também, as dificuldades encontradas por professores e alunos na

relação ensino-aprendizagem, bem como as principais ferramentas didáticas utilizadas

nesta disciplina para atenuar essas dificuldades.

Este capítulo também apresenta os objetivos e a justificativa traçados para esta

pesquisa. Estes estão pautados na importância de se analisar a aprendizagem dos alunos

mediante o uso de jogos químicos como recurso didático auxiliador nas aulas de

Química.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os

principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a

altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar

do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

(Romanos 8:38-39)

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

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13

Como definição geral, pode-se dizer que a Química é a ciência que estuda a

matéria, bem como suas transformações e as energias envolvidas nesse processo. Para

se chegar a essa definição, foi necessário muito tempo, estudos e descobertas. Elas

partiram de necessidades humanas, no que diz respeito não só a evolução tecnológica,

como também do pensamento. Portanto, é de fundamental importância conhecer um

pouco da história da Química que, de acordo com Greenberg (2009), está

intrinsecamente ligada à história do desenvolvimento da humanidade.

Rosa (2010) afirma que a Química começou a ser desenvolvida no Egito, com as

técnicas de aperfeiçoamento de metais, resinas, óleos vegetais e animais, tratamento dos

solos, fabricações de objetos de vidro e cerâmica, além do desenvolvimento de corantes,

cosméticos e perfumes. Apesar da Química não ter surgido na Grécia, o primeiro

pensamento formado sobre a constituição da matéria apareceu lá. Segundo Santiago

(2011), o atomismo surgiu com as ideias de Leucipo e de seu discípulo e sucessor,

Demócrito. Para eles, os átomos eram indivisíveis e a matéria era composta por essas

minúsculas partículas elementares, que se apresentavam de várias formas e tamanhos.

A ideia da matéria constituída por átomos sucumbiu frente à teoria de outro

filósofo grego, chamado Aristóteles. Segundo Oki (2002), Aristóteles (384-322 a.C.)

adotou de Empédocles (490-430 a.C.) a ideia dos quatro elementos primordiais: água,

terra, fogo e ar. E acrescentou a esta ideia, a relação entre si destes elementos, para

formar as qualidades elementares: quente, seco, frio e úmido, que eram responsáveis

pela aparência e forma das substâncias.

Para Aristóteles, todas as substâncias existentes seriam formadas pelos quatro

elementos e cada elemento era caracterizado por um par de qualidades. De acordo com

Rosa (2012), as ideias de Aristóteles se perpetuaram por muitos anos, chegando a ser

definitivamente abandonadas a partir de Lavoisier (1743-1794) e de seus estudos

experimentais. Além de colaborar para o fim dos pensamentos aristotélicos, os estudos

de Lavoisier também contribuíram para findar o período da alquimia, que pregava o

misticismo e objetivava encontrar a pedra filosofal, para transformar metais não

preciosos em ouro, e o elixir da longa vida, que daria imortalidade a quem dele bebesse

(ROSA, 2012).

Assim como Lavoisier, Boyle também foi fundamental no processo de mudança

das teorias místicas para as teorias com embasamento empírico. Para Frezzatti (2006, p.

140) “é a partir do trabalho de Robert Boyle que a Química rompe o paradigma anterior

e começa a fazer parte do racionalismo científico dos modernos”. Dessa forma, o

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trabalho dos dois contribuiu bastante para a evolução da Química como ciência

experimental.

Com o passar dos tempos as pesquisas experimentais foram continuamente

sendo aprofundadas, principalmente às relacionadas ao estudo da matéria e dos átomos

que a constitui. Foi assim que surgiram os modelos atômicos de Dalton (1808),

Thomson (1904), Rutherford-Bohr (1913), a criação da tabela periódica por Mendeleiev

e, posteriormente, os estudos mais avançados relacionados à mecânica quântica de

Schrödinger, que explicou a periodicidade dos elementos, recorrendo a apenas quatro

números quânticos (n, l, ml e ms) (FELTRE, 2004).

O desenvolvimento da Química não se restringiu apenas as pesquisas científicas,

também foi significativo o seu crescimento nas universidades e nas escolas, como

disciplina. De acordo com Maar (2004), o ensino de química como disciplina científica

se deu na nova Universidade de Halle (1694) na Alemanha. Os conteúdos eram vistos

em forma de assuntos complementares nos cursos de medicina.

O ensino de química sofreu algumas interferências em função de alguns

movimentos sociais e políticos que caracterizaram o período de transição do século

XVIII para o século XIX, entre eles: a Revolução Francesa, o Período Napoleônico e o

Romantismo. Segundo Maar (2004) a partir da segunda metade do século XVIII houve

um significativo crescimento do ensino de química, o que a consolidou definitivamente

como disciplina nas universidades e nas escolas técnicas.

No Brasil, o desenvolvimento dessa ciência teve contribuição significativa de D.

Pedro II. Segundo Porto e Kruger (2013), o então imperador do Brasil era um aluno

aplicado aos estudos da Química, fazendo-se presente nas aulas e exames, bem como

em discussões científicas. Naquela época os estudos relacionados à Química estavam

mais voltados às classes trabalhadoras, por esse motivo o ensino de ciências não era

considerado muito atrativo. De acordo com Porto e Kruger (2013, p. 4) “foi somente a

partir de 1887 que conhecimentos de Ciências Físicas e Naturais começaram a ser

exigidas nos exames de acesso aos cursos superiores, principalmente ao de Medicina”.

De acordo com Almeida e Pinto (2011) os primeiros cursos de química surgiram

no Brasil no início da década de 1910, sendo o primeiro, o curso Técnico de Química

Industrial, no Makenzie College em São Paulo. Conforme Mesquita e Soares (2011), os

cursos de licenciatura foram criados, no Brasil, na década de 30. Já no ensino

secundário, Lima (2013) afirma que a Química começou a ser lecionada como matéria

regular somente a partir de 1931.

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Atualmente, segundo Lima (2013), o Brasil conta com um grande número de

cursos de Química em todos os níveis, dentre eles: o médio, o técnico, o superior e o de

pós-graduação. Esse crescimento foi motivado pela reforma no Ensino Médio, que se

deu após a aprovação da Lei (nº 9.394/96) de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Como complemento à LDB, “O MEC (Ministério da Educação) lançou o

Programa de Reforma do Ensino Profissionalizante, as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e os Parâmetros Curriculares Nacionais para

o Ensino Médio (PCNEM)” (PORTO e KRUGER, 2013, p. 5). Estes programas foram

desenvolvidos com o objetivo de auxiliar os professores e os gestores objetivando o

aprofundamento das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio

(PCNEM) (BRASIL, 2010).

Mesmo com esses parâmetros de orientações para o melhoramento das práticas

pedagógicas de todas as disciplinas, observa-se na disciplina de química algumas

dificuldades, principalmente relacionadas ao entendimento dos seus conteúdos, por

parte de alguns alunos. Rogado (2004) afirma que muitos alunos não conseguem

compreender alguns conceitos químicos em função de sua dificuldade de compreensão.

Para Gomes e Macedo (2007) o ensino da Química muitas vezes é reduzido à

transmissão de informações, definições e leis isoladas, sem contextualização com a vida

do aluno, exigindo deste, a memorização, limitada a baixos níveis cognitivos.

As dificuldades para compreender os conteúdos de química aliados aos métodos

utilizados por alguns professores, que muitas vezes não são suficientes para a efetivação

da aprendizagem, fazem com que muitos alunos percam o interesse por essa disciplina.

Para Watanabe e Recena (2008), a aprendizagem de forma mecânica é encarada pelos

alunos, na maioria das vezes, como pura “decoreba”, fato que o desmotiva ao estudo.

Segundo Bernadelli (2004), o ensino da química poderia ser bem mais agradável

se fossem abandonados os métodos ultrapassados, onde os únicos recursos didáticos

utilizados pelo professor para repassar os conteúdos, são: o quadro, o pincel e a

linguagem oral.

Por causa dessas dificuldades encontradas no ensino de química, muitas

ferramentas didático-pedagógicas estão sendo utilizadas na tentativa de favorecer a

efetivação da relação ensino-aprendizagem. Uma delas é a utilização do lúdico através

da aplicação de jogos em sala de aula. Robaina (2008) defende a utilização dos jogos

pedagógicos, afirmando ser uma alternativa viável e promissora para o aprendizado.

Para Kishimoto (1996), o jogo pedagógico propicia determinadas aprendizagens, por

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conter o aspecto lúdico e por ser utilizado para atingir determinados objetivos

pedagógicos, sendo uma alternativa para melhorar o desempenho dos estudantes em

alguns conteúdos de difícil aprendizagem.

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo analisar a eficiência de jogos químicos como

ferramenta facilitadora da aprendizagem através do seu uso em sala de aula em duas

turmas do ensino médio/técnico do IFRN, bem como averiguar as implicações

promovidas por esse tipo de trabalho lúdico na aprendizagem dos conteúdos químicos.

1.2.2 Objetivos específicos

Identificar as percepções dos alunos sobre as aulas de Química com e

sem o uso dos dois jogos aplicados (“Bingo químico” e “Jogo do Sim ou

Não”);

Analisar, através dos resultados das avaliações (questões sobre o assunto)

realizadas antes e depois dos jogos, se os alunos conseguiram

compreender os assuntos de Química trabalhados;

Utilizar os resultados das avaliações e as discussões ocorridas no debate

para analisar as situações mais adequadas para o uso dos jogos químicos

como auxílio didático nas aulas de Química;

Avaliar os pontos positivos e negativos da aplicação dos jogos químicos.

1.2 OBJETIVOS

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17

A consolidação da relação Ensino-aprendizagem é imprescindível na prática

escolar. Quando esta relação não é bem sucedida, significa dizer que a escola não está

conseguindo alcançar seu objetivo final, o de fazer com que o aluno alcance o caminho

da aprendizagem e, por consequência, também não alcance os índices de aprovação

desejados.

Partindo-se deste pressuposto, percebe-se que a boa prática pedagógica está

diretamente ligada a uma boa relação entre o ensino e aprendizagem. Infelizmente, o

que se percebe quando se observa os trabalhos da literatura sobre o ensino de química é

uma grande insatisfação, por parte dos professores (NARDIN, 2008). Este

descontentamento, de acordo com o referencial teórico desta dissertação, está

relacionado ao fato dos mesmos não conseguirem atingir os objetivos traçados, em

função da grande dificuldade que os alunos encontram para construir o conhecimento

nesta disciplina.

Com base na constatação obtida pela análise da bibliografia pesquisada, os

alunos possuem muita dificuldade de aprendizado na disciplina de Química. Por esse

motivo, vê-se a necessidade de elaboração de um trabalho que trate do desenvolvimento

de um instrumento pedagógico, que venha atenuar essa deficiência apresentada pela

grande maioria dos alunos. Além disso, que este possa colaborar com a diminuição dos

índices negativos da escola, tais como a evasão e a reprovação, que são reflexos diretos

da desmotivação e desinteresse dos estudantes.

Em face dessa problemática, entende-se que uma forma eficaz de lidar com essa

situação seria o desenvolvimento de estratégias alternativas de ensino. Baseando-se na

ideia de utilização de um instrumento alternativo que possa ser aplicado nas aulas de

Química, deseja-se utilizar jogos químicos em sala de aula. A finalidade é analisar sua

eficácia como ferramenta didática e a possibilidade deste de se tornar um suporte

norteador para a aprendizagem dos alunos desta disciplina.

Esta pesquisa se diferencia das demais existentes pelo fato de não tratar os jogos

químicos como a solução para os problemas relacionados com as dificuldades que

muitos alunos encontram para aprender os assuntos de Química. A finalidade é

examinar se os jogos químicos podem se constituir como um suporte para minimizar

essas dificuldades e em que situações isso pode ocorrer. Outro diferencial é a produção

1.3 JUSTIFICATIVA

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de um jogo inédito que foi aplicado na sala de aula e da mesma forma foi avaliado como

possível instrumento alternativo.

1.3.1 Escolha do campo de pesquisa

Para o desenvolvimento desta pesquisa foi escolhido o Instituto Federal de

Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), campus Ipanguaçu.

A escolha deste campo de trabalho se deu porque o autor desta dissertação é professor

de Química atuante na referida instituição. Por conta desta aproximação o autor

consegue desenvolver a pesquisa com mais agilidade, podendo, ainda, observar com

mais atenção as dificuldades dos alunos, a aplicação dos jogos e a análise dos dados da

pesquisa.

Outro fator importante para a escolha deste campus está relacionado ao fato

deste receber alunos de diferentes localidades, onde as turmas escolhidas possuem

alunos de quatro ou mais cidades diferentes. A diversidade também é observada no

histórico escolar, onde uns vieram de escolas privadas e outros de escolas públicas.

Com relação à situação social/financeira, encontram-se alunos, em sua maioria, de pais

que sobrevivem com poucos salários e outros que são de famílias de classe média.

Essa diversidade é fundamental para que se consiga observar as dificuldades, em

Química, de alunos de diversos contextos. Dessa forma, a pesquisa não se torna

focalizada em um grupo social, como por exemplo, só os alunos de escolas públicas ou

só de privada, mas, sim, em um grupo com maior representatividade.

No que diz respeito à escolha das turmas (descrição na página 54), optou-se por

duas, pois estas, além de serem das que o pesquisador desta dissertação lecionava,

conseguia atender aos requisitos desejados para que os objetivos dessa dissertação

fossem alcançados. Ou seja, das turmas disponíveis na época, as escolhidas eram as que

mais apresentavam as características relacionadas a diversidades descritas

anteriormente. Esse fato foi comprovado depois de uma conversa com teor sócio-

econômico-educacional entre o pesquisador e os alunos de cada turma.

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Este capítulo apresenta a fundamentação teórica desta pesquisa, que versa sobre

três temáticas principais: o ensino de Química e suas dificuldades, estratégias didáticas

alternativas para o ensino de química e a utilização de jogos em sala de aula.

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador

dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu

entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem

nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente

cairão; Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças,

subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e

não se fatigarão. (Isaías 40: 28-31).

CAPÍTULO 2

REFERENCIAL TEÓRICO

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A Química é uma ciência que estuda a matéria e suas transformações.

Considerando-se que muito do que está ao redor das pessoas é constituído de matéria,

certamente pode-se afirmar que se trata de uma ciência de extrema relevância para a

sociedade. De acordo com Júnior (2009), os conhecimentos adquiridos no estudo da

Química proporcionam a construção de uma visão de mundo mais articulada e menos

fragmentada, contribuindo para que o aluno se torne mais atuante em um mundo de

constantes transformações. Por isso e pelo que se observa nas orientações educacionais

como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), entende-se que esta é uma

disciplina importante e essencial para o currículo escolar (BRASIL, 2010).

Como já citado anteriormente, os PCN’s surgiram em consonância com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), não possuindo um caráter obrigatório,

mas sim orientador (BRASIL, 2010). Estes foram elaborados objetivando nortear o

ensino em diversos níveis e áreas específicas. Segundo Nunes e Nunes (2007, p. 108),

os PCN´s “surgiram com uma grande “responsabilidade”, a de nortear os educadores

químicos na transição da reforma educacional, propondo caminhos possíveis à sua

prática docente”.

De acordo com os PCN’s, a Química possui importância fundamental na

investigação da natureza e nos desenvolvimentos tecnológicos. Esta, utiliza linguagens

que facilitam a apresentação dos objetivos educacionais que organizam o aprendizado

nas escolas do ensino médio em termos de conjuntos de competências como:

representação e comunicação; investigação e compreensão; e contextualização

sociocultural (BRASIL, 2000).

Segundo Santos et al. (2013), é importante estudar Química porque esta

possibilita o desenvolvimento de uma visão crítica de mundo, proporcionando ao aluno

a utilização dos conhecimentos construídos em sala de aula de uma melhor forma,

como por exemplo, para resolução de problemas ambientais ou de outros que sejam

relevantes para sociedade. Para isso, esses conhecimentos devem traduzir-se em

competências e habilidades que devem ser desenvolvidas nas aulas dessa disciplina.

Vale ressaltar que essas competências e habilidades não estão restritas apenas a

parte experimental da Química. Segundo Zucco, Pessine e Andrade (1999), no estudo

sobre as diretrizes curriculares para os cursos dessa disciplina, são tratadas discussões a

respeito da formação do estudante. A preocupação em destaque é a de mostrar que esta

2.1 O ENSINO DE QUÍMICA E SUAS DIFICULDADES

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não é só uma ciência experimental, mas que proporciona o desenvolvimento social.

Analisando a LDB, observam-se tendências que demonstram preocupação com uma

formação mais geral do estudante, com a inclusão nos currículos institucionais, de

temas que propiciem a reflexão sobre caráter, ética, solidariedade, responsabilidade e

cidadania.

Com relação à formação do estudante, Firme e Amaral (2011) afirmam que o

ensino de Química deve proporcionar o desenvolvimento do aluno levando em

consideração o uso racional do conhecimento específico da disciplina e o

desenvolvimento de atitudes e valores de participação social. Além do mais, essa

formação deve despertar no sujeito um senso crítico e reflexivo do ambiente em que ele

se encontra inserido, para que este possa se tornar atuante e contribuinte para os

contextos sociais nos quais poderá julgar, com responsabilidade, muitas situações.

É reconhecida a necessária articulação dos conhecimentos científicos e

tecnológicos com o contexto social, tendo como objetivo preparar cidadãos

capacitados para julgar e avaliar as possibilidades, limitações e implicações

do desenvolvimento científico e tecnológico (FIRME e AMARAL, 2011, p.

384).

No que diz respeito ao ambiente e ao contexto em que o aluno encontra-se

inserido, pode-se dizer que a Química proporciona a aprendizagem de conhecimentos

científicos que são utilizados para explicações de fenômenos que ocorrem no dia a dia.

Ela trata da explicação de vários fenômenos recorrentes no cotidiano dos alunos, como

por exemplo, a ferrugem, que nada mais é do que a oxidação dos átomos de ferro, ou até

mesmo a liberação de gás carbônico no contato de um comprimido efervescente com a

água. Assim, pode-se dizer que:

O aprendizado de Química no ensino médio deve possibilitar ao aluno a

compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de

um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações

tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas.”

(BRASIL, 2000, p. 87).

Infelizmente, o que se observa na rotina da maioria das aulas de Química são

alunos com dificuldades de aprendizado. Cardoso e Colinvaux (2000) afirma que

estudantes do ensino médio geralmente demonstram algumas deficiências na

assimilação de alguns conceitos científicos nas disciplinas que compõem as ciências

exatas como a Química.

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De acordo com Cárdenas (2006), Gomes & Macedo (2007), muitos estudantes

encontram dificuldades para aprender alguns assuntos de Química, sendo os mais

frequentes: soluções, estequiometria, equações de estado e equilíbrio químico. Para

Rogado (2004) muitos alunos apresentam dificuldades para compreenderem alguns dos

conceitos de Química, principalmente aqueles relacionados aos conhecimentos sobre

mol, massa molecular e atômica.

Esses assuntos impõem muitas dificuldades aos estudantes pelo fato de

apresentarem cálculos e conceitos não muito simples, o que desperta em alguns alunos

um sentimento de desmotivação. Segundo Mortimer (1996), é atribuído não só a

Química, mas a Física e a Matemática um caráter memorístico, que para o aluno se

torna algo desinteressante e sem sentido. Gibin (2009) afirma que os alunos do Ensino

Médio têm dificuldades de aprender Química e geralmente não conseguem estabelecer

relações apropriadas entre os níveis macroscópico, simbólico e o submicroscópico.

Sobre isso, Nunes e Adorni (2010) afirmam que no ensino da Química,

observam-se alunos que muitas vezes não conseguem aprender e não são capazes de

associar o conteúdo estudado com seu cotidiano, por isso perdem o interesse. Desta

forma percebe-se que, muitas vezes, o ensino desta disciplina está sendo feito de forma

descontextualizada e não interdisciplinar.

Trevisan e Martins (2006) afirmam que é necessário falar em educação química,

levando-se em consideração a sua contextualização com os fenômenos e acontecimentos

do cotidiano do aluno, para que estes percebam sua importância socioeconômica, numa

sociedade avançada, tanto no sentido tecnológico quanto no sentido social.

Pode-se perceber que é clara a importância desta disciplina para a vida escolar

ou cotidiana dos alunos, porém é inegável que existam dificuldades para se manter uma

boa relação ensino-aprendizagem. Então o que se pode fazer? Que estratégias devem ser

utilizadas para que os professores consigam compartilhar esse conhecimento de forma

efetiva com seus alunos?

Para saber o que fazer é necessário que se entenda primeiramente os motivos

que, muitas vezes, dificultam a concretização da aprendizagem nas aulas de Química.

Gomes e Macedo (2007, p. 2) afirmam que um dos principais motivos que dificulta a

relação ensino-aprendizagem nesta disciplina está associado aos seguintes fatores:

O Ensino de Química foi reduzido à transmissão de informações, definições e

leis isoladas, sem qualquer relação com a vida do aluno, exigindo deste,

quase sempre, a pura memorização, restrita a baixos níveis cognitivos.

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Enfatizam-se muitos tipos de classificação que não representam

aprendizagens significativas. Reduz-se o conhecimento químico a fórmulas

matemáticas e à aplicação de “regrinhas”, que devem ser exaustivamente

treinadas, supondo a mecanização e não o entendimento de uma situação

problema.

Júnior (2009) afirma que o ensino dessas “regrinhas,” utilizando simplesmente a

memorização, não proporciona o desenvolvimento de competências e habilidades. Para

ele, os conteúdos devem ser abordados a partir de temas que permitam a

contextualização do conhecimento. A forma de transmissão dos conteúdos pelo

professor é o que pode proporcionar a assimilação e a aprendizagem. Segundo Veiga,

Quenenhenn & Cargnin (2013), o maior problema em relação ao processo ensino-

aprendizagem desta disciplina está associada à transposição dos conteúdos trabalhados

pelo professor e a dificuldade de assimilação pelos alunos.

Essa forma de transmissão dos conteúdos é motivada pela sociedade moderna

que valoriza muito o tecnicismo e a obtenção de resultados inquestionáveis. Por isso, o

ensino de Química, muitas vezes, é ministrado de forma exaustiva, prevalecendo a

transferência de conhecimentos, sem levar em consideração a relação destes com a vida

dos estudantes.

A ênfase apenas na transmissão de conceitos no processo ensino-aprendizagem,

principalmente quando não há relação com o contexto social vivido pelo aluno, inspira,

na maioria das vezes, uma aprendizagem mecânica de informações e teorias. É

necessário que ocorra uma superação dos modelos de ensino e aprendizagem, dos que

são palpados em abordagens empiristas e/ou no racionalismo técnico-científico por

outros que considerem os aprendizes e a própria educação escolar inseridos em um

âmbito social e socializador mais amplo (FIRME; AMARAL, 2011; ROGADO, 2004).

Os conhecimentos químicos devem favorecer o aluno na construção de uma

visão de mundo mais articulada com os conhecimentos científicos e tecnológicos, bem

como suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. É necessário que

aconteça uma reorganização dos conteúdos escolares e dos procedimentos

metodológicos empregados na abordagem dos conteúdos (FIRME; AMARAL, 2011).

É imprescindível que o aluno encontre significado naquilo que está aprendendo.

Para Ausubel (1982), as estratégias de ensino devem permitir que o aluno tenha a

possibilidade de adquirir um aprendizado significativo, permitindo que este consiga

compreender o sentido das coisas que aprende, relacionáveis entre si e que possam ter

uma aplicação para o seu dia a dia.

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Corroborando com essa ideia, Rogado (2004, p. 64) afirma que “um conceito

científico não consiste apenas em conhecer sua definição. É necessário que se conheça o

contexto em que surge e suas interações com outros conceitos – suas aproximações e

distanciamentos”. Essas interações, segundo Ausubel (1982), permitem que a

aprendizagem se torne significativa, pois os conceitos não ficam isolados ou expostos

de uma forma inexpressiva.

Muitos professores não conseguem proporcionar aos alunos uma compreensão

significativa dos conteúdos por compreenderem que o caminho para se chegar ao

aprendizado em Química está na ênfase dada aos conceitos teóricos específicos. De

acordo com Gomes e Macedo (2007, p. 150) “a ideia de que a aprendizagem se faz em

torno de conceitos, enunciados e definições leva os professores a utilizar estes

elementos como ponto de partida para o que se quer ensinar”. Reforçam ainda que o

ponto de partida para que se consiga permitir que o aluno desenvolva algum

conhecimento articulado deveria ser a importância dada à experiência do cotidiano do

aluno. Quando isso não acontece os estudantes apenas decoram conceitos.

Contribui para isso, o fato de serem utilizados, com frequência, métodos de

transmissão de conhecimento que não levam em consideração as articulações para a

aprendizagem significativa. Além disso, há pouca importância ao espaço para a

criatividade do sujeito, advinda dos processos de assimilação. Contudo, em meio a essa

situação, ainda existe espaço para a assimilação, porque o aluno nunca incorpora os

conhecimentos exatamente como lhe foram transmitidos. Ele ajusta esses

conhecimentos e os reorganiza junto aos que já tem (GOMES; MACEDO, 2007).

Essa forma de transmissões de conhecimentos que não proporciona a

aprendizagem significativa, muitas vezes ocorre porque alguns professores entendem

que ensinar é só conhecer e repassar conhecimentos científicos. Desta forma, esses

professores passam a ser transmissores de conhecimentos em vez de articuladores deste

(ROGADO, 2004).

De acordo com Vygotsky (1987), a tarefa de mediar o objeto e o sujeito do

conhecimento exige do professor o desenvolvimento de certas atitudes como: descobrir

o que o aluno já sabe; organizar, de forma coerente e articulada, o conteúdo que deverá

ser transmitido; criar condições para que ele possa passar do particular para o geral,

permitindo que ele próprio reconstrua o conhecimento.

Nisto reside, possivelmente, um dos principais e mais importantes aspectos do

processo de aprendizagem escolar. É salutar “a preocupação de levar o aluno a

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compreender o sentido do conteúdo e a relação que ele tem com a sua vida, com seu

mundo e com a sociedade na qual está inserido” (GOMES; MACEDO, 2007, p. 151).

Não é interessante que só o professor consiga ver o sentido do conteúdo, é

necessário, também, que o aluno chegue a essa conclusão. Só desta forma ele

conseguirá se apropriar do conteúdo, reconstruindo-o na sua estrutura cognitiva.

Quando isso não ocorre, o que prevalece é a “aprendizagem” automática ou mecânica

que se restringe apenas a uma mera associação entre estímulo e resposta (GOMES;

MACEDO, 2007).

Para Quadros et al. (2011), ensinar Química tem sido nas últimas décadas,

motivo de alerta por causa dos resultados insatisfatórios atingidos pelos alunos nos

instrumentos de avaliação oficiais como Vestibular, ENEM, ENADE e outros. Esses

resultados fazem com que haja uma preocupação com a percepção que os estudantes e a

sociedade têm do que seja Química. Ainda segundo os autores, os professores deste

processo se frustram por não terem em mãos as ferramentas que os permitam reverter

essa situação. Estas estão relacionadas as estruturas físicas adequadas e aos recursos

didáticos acessíveis.

As dificuldades de acesso a essas ou a outras ferramentas, tem se tornado

argumento utilizado por muitos professores que não conseguem obter êxito em seu

trabalho. Estes afirmam que é necessário que a escola disponha de um ambiente

propício para o desenvolvimento das práticas pedagógicas. Porém, muitos se apegam a

isso para não buscarem novas estratégias que supram as dificuldades de aprendizado dos

alunos. Para Maldaner (1999), os professores ainda não estão alcançando um

planejamento coletivo com caráter processual, aberto e flexível, pois isso requer uma

mudança radical em suas concepções e práticas docente.

Segundo Quadros et al. (2011) é necessário que os professores se dediquem

mais ao seu ofício de ensinar, pois enquanto estes não se empenharem no trabalho,

buscando proporcionar uma aprendizagem significativa, não haverá melhoria. O

engajamento dos estudantes depende, também, do engajamento de seus professores,

quanto mais o professor busca ser um melhor profissional, mas facilmente consegue

atingir seus objetivos. De acordo com Cunha (2007, p. 71), “[...] entre as características

dos melhores professores estão: tornar as aulas atraentes, estimar a participação do

aluno, saber se expressar de forma que todos entendam, procurar formas inovadoras de

desenvolver a aula, fazer o aluno participar do ensino, etc.”

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É certo que a maioria dos professores atribuem as dificuldades encontradas pelos

alunos no entendimento dos assuntos de Química a muitos fatores que estão

relacionados aos alunos, como a falta de interesse dos mesmos, a falta de estrutura

oferecida pela escola ou até mesmo a fatores externos, mas não se assumem como parte

do problema (QUADROS et al., 2011).

Por fazer parte deste processo, pode-se considerar o professor como

fundamental. Todavia, este deve passar por uma formação que lhe permita contribuir

adequadamente para o crescimento dos estudantes, mantendo-se atualizado e atento as

possíveis alterações nas informações específicas de conteúdo. A respeito disso, Tardif

(2000, p.7) diz que:

Os conhecimentos profissionais são evolutivos e progressivos e necessitam,

por conseguinte, uma formação contínua e continuada. Os profissionais

devem, assim, autoformar-se e reciclar-se através de diferentes meios, após

seus estudos universitários iniciais.

Ainda sobre a importância da formação continuada dos professores, Mortimer

(1996), afirma que é necessário repensar os cursos de formação inicial e ampliar a

formação continuada dos professores desta disciplina. Essa preocupação do autor está

relacionada não só com a competência dos professores em se tratando do domínio dos

conteúdos, como também das estratégias que os mesmos devem usar para fazer com que

os alunos consigam aprender determinados conteúdos que são de difícil compreensão.

Essa formação envolve uma “expressão de múltiplos saberes incorporados em âmbitos,

tempos e espaços de socialização diversos” (LELIS, 2001, p.53).

A respeito da formação do professor, Quadros et al. (2011, p. 174) afirma que:

[...] a melhoria da qualidade da educação passa, principalmente, pela

preparação do professor. Ela deve ser sólida em conhecimentos específicos

e em conhecimentos didáticos, de forma que um transite pelo outro e que

essa transição promova a formação de um professor autônomo e seguro.

Vale ressaltar que existem alguns motivos que podem dificultar a formação

continuada do professor e a adoção de outras práticas pedagógicas por parte destes.

Podem ser ressaltados: problemas relacionados a carga-horária excessiva, baixo salário,

pouca valorização da carreira e inadequadas condições físicas do local de trabalho.

Esses problemas fazem parte da realidade de muitas escolas brasileiras que apresentam

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professores que simplesmente não dispõem de condições favoráveis para a realização de

um trabalho mais eficiente.

Além desses problemas citados anteriormente, Quadros et al. (2011) afirmam

que alguns professores citam também que o desinteresse dos estudantes para com a

Química é uma evidência de que estes não estão engajados com a escola e nem com a

disciplina.

Para entender melhor os motivos que levam as dificuldades de aprendizado

encontradas pelos estudantes na disciplina de Química, não basta apenas analisar a ótica

do professor. É importante que se observe com atenção o que dizem também os

estudantes sobre as aulas dessa matéria. Gomes e Macedo (2007) afirmam que os alunos

atribuem as dificuldades em Química a alguns motivos como: não gostar do professor,

as dificuldades que o conteúdo impõe e a pouca relação deste com o seu dia a dia.

É necessário que haja uma investigação cautelosa para se entender os reais

motivos que levam alguns dos estudantes a apresentarem esse desinteresse. É preciso

perceber quais são os interesses dos jovens, o que os mesmos esperam da escola ou da

Química.

Para que isso aconteça é necessário que esta não seja apenas vista em sala de

aula como apenas uma disciplina que está no currículo escolar e que deve ser

obrigatoriamente ministrada.

É necessário que não tenhamos resistência de transformar a Química da sala

de aula em um instrumento de conscientização, com a qual trabalharemos não

só nos conceitos químicos fundamentais para a nossa existência, mas também

os aspectos éticos, morais, sociais, econômicos e ambientais a eles

relacionados (SANTOS; SCHNETZLER, 2003, p. 131).

É fato que ainda não se vê muitas mudanças no currículo de Química do Ensino

Médio. O que se percebe ainda é que muitos alunos continuam com as mesmas

dificuldades que outros alunos há algumas décadas já apresentavam. Segundo Quadros

et al. (2011, p. 163):

Os currículos sofreram poucas alterações e o conteúdo químico ensinado nas

instituições de educação básica continua, muitas vezes, sendo “puro”, ou seja,

o conhecimento científico não é percebido pelo estudante como inserido em

seu mundo de vida. Esta ciência trabalha situações do mundo real e concreto

cujas explicações, na maioria das vezes, usam entidades do mundo chamado

microscópico, tais como átomos, íons, elétrons, entre outros.

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Como os currículos sofrem poucas mudanças, os materiais didáticos utilizados

para facilitar o aprendizado em Química também não são aperfeiçoados. Um exemplo

disso é o livro didático que, por ter que acompanhar o currículo escolar, não modifica

muito o caráter didático em relação às edições anteriores, muito embora ele seja uma

ferramenta útil no processo educacional. Conforme Lobato (2007), os livros didáticos

podem ser utilizados como instrumentos educacionais que auxiliam o profissional na

organização de ideias, de conteúdos, porém deve-se evitar a utilização apenas deste

recurso em suas aulas.

De acordo com Júnior (2009), os conteúdos químicos vistos nas escolas estão no

currículo que são apresentados nos livros didáticos tradicionais. Estes livros requerem

leitura crítica em função da limitação com que são concebidos, ou seja, pela forma

acumulativa de conteúdos e conhecimentos isolados, fossilizados com questionável

papel formador. Corroborando com isso, Zucco, Pessine e Andrade (1999, p. 454)

afirmam que:

Os currículos vigentes estão transbordando de conteúdos informativos em

flagrante prejuízo aos formativos, fazendo com que o estudante saia dos

cursos de graduação com “conhecimentos” já desatualizados e não

suficientes para uma ação interativa e responsável na sociedade, seja como

profissional, seja como cidadão.

Diante das dificuldades encontradas no ensino de Química, percebe-se que é

necessário se trabalhar com novas possibilidades, estratégias ou propostas pedagógicas

facilitadoras que possam proporcionar o estreitamento da relação ensino-aprendizagem

nesta disciplina. A elaboração de um material didático que seja potencialmente

significativo pode proporcionar, ao aluno, uma motivação para estudar e aprender

Química. Porém esse material deve ser elaborado de uma forma que permita a

integração entre o conhecimento prévio do aluno e a nova informação apresentada pelo

professor (MOREIRA, 2012).

A utilização de métodos não muito atrativos de transmissão de conhecimento

ainda é muito comum nas aulas de Química, o que dificulta o processo de aprendizagem

nessa disciplina. Braga, Verassani e Júnior (2012) afirmam que as particularidades do

2.2 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA

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ensino desta disciplina exigem o uso de metodologias diferenciadas. É visível a

necessidade de adequações didáticas com condições que permitam interconexões com o

processo educacional e a evolução de recursos tecnológicos como meios para alcançar

uma aprendizagem diferenciada e significativa (FINGER, SILVEIRA & PINHEIRO,

2008).

Porém, observa-se que hoje existem alguns estudos que tratam da relação

Ensino- aprendizagem com mais cautela, levando-se em consideração alternativas

didáticas que promovam a concretização dessa relação. Segundo Filho et al. (2011), os

estudos realizados atualmente visam permitir uma maior compreensão dos conteúdos

pelos alunos. Os autores também tratam da importância do professor formular e

construir meios didáticos que permitam aos alunos uma maior compreensão de assuntos

específicos.

A construção de recursos ou materiais de ensino para a utilização em sala de

aula consiste em uma alternativa na tentativa de diminuir as dificuldades nas aulas de

Química. Ferreira (2010) defende essa proposta afirmando que a construção de recursos

didáticos permite a ligação entre teoria e prática e devem ser conduzidos visando

diferentes objetivos, tais como: demonstrar um fenômeno; ilustrar um princípio teórico;

testar hipóteses; trabalhar com observação ou medidas, entre outros, que permitam o

desenvolvimento do raciocínio crítico e reflexivo do aluno.

De acordo com Albrecht e Kruger (2013) é importante que o docente

diversifique suas aulas com a utilização de outros recursos, como o uso do Datashow,

de revistas e jornais, a experimentação, entre outros, que dependem, porém, da

criatividade e disposição do professor e que este queira melhorar a qualidade de suas

aulas. Os autores afirmam, ainda, que até em uma aula expositiva, na ausência desses

recursos, pode-se fazê-la de forma atrativa, como por exemplo, através de um diálogo

entre o professor e o aluno sobre a relação dos assuntos específicos com o cotidiano.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 1999)

norteiam que a utilização dos recursos pedagógicos, tais como: vídeos e filmes,

computador, jornais, revistas e músicas, proporcionam a integração de diferentes tipos

de saberes. Dessa forma, o uso destes recursos pedagógicos contribui para a motivação

dos alunos e para o favorecimento do debate sobre os conteúdos aplicados e a

contextualização destes. A seguir são destacadas algumas das alternativas didáticas que

podem ser usadas nas aulas de Química.

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2.2.1 Aulas Experimentais

No que concerne à utilização das práticas experimentais como metodologia de

ensino, a experimentação na Química constitui um recurso pedagógico importante que

facilita a construção de conceitos. Ela desperta o interesse dos alunos, independente do

nível de escolarização. Esse interesse ocorre porque as aulas experimentais possuem

caráter motivador, lúdico, vinculado aos sentidos, por isso esse tipo de aula pode

aumentar a capacidade de aprendizado (OLIVEIRA et al., 2010; GIORDAN, 1999).

A utilização de métodos que valorizam apenas a linguagem oral nas aulas de

Química dificulta a efetivação do conhecimento. Para que esta ocorra é necessário que

se utilizem outros subsídios didáticos em sala de aula. De acordo com Almeida et al.

(2007), o experimento prático contribui de maneira eficiente, na forma de ensinar,

facilitando o entendimento dos conteúdos e promovendo a aprendizagem. Maldaner

(2003) afirma que esse recurso pedagógico demonstra, de maneira simples, o processo

de construção do conhecimento, a historicidade e a análise crítica da aplicação desse

conhecimento na sociedade.

Ainda a esse respeito, Santos e Schnetzler (1996) afirmam que essa necessidade

de utilização das práticas experimentais nas aulas é reconhecida entre aqueles que fazem

o ensino de ciências. É importante a inclusão da experimentação, pois esta se caracteriza

por seu papel investigativo, apresentando uma função pedagógica de auxiliar o aluno na

compreensão dos fenômenos químicos. Segundo Guimarães (2009), a experimentação

pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a

contextualização desses fenômenos químicos e o estímulo para a investigação destes.

Essa contextualização facilita o entendimento dos conceitos e dos termos

químicos vistos em sala de aula e que muitos alunos apresentam dificuldades em

aprendê-los. De acordo com Silva et al. (2009), a experimentação é desenvolvida

levando-se em consideração a contextualização e os aspectos socioculturais e

econômicos da vida do aluno. Afirmam ainda que a experimentação é desenvolvida e

que pondera fatores da contextualização, favorecendo a inter-relação entre diferentes

conhecimentos para a construção de significados novos.

Infelizmente, observa-se que, em muitas aulas de Química há resistência e

dificuldades para utilizar, com mais frequência, práticas experimentais. Em muitos

casos isso ocorre em função da falta de condições físicas adequadas, da ausência de

laboratórios ou de materiais apropriados para a elaboração de determinadas práticas.

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31

Porém, essa situação pode ser contornada através do uso de experimentos feitos com

materiais alternativos. De acordo com Valadares (2001), é possível realizar

experimentos de baixo custo centrados no aluno e na comunidade, constituindo uma

alternativa para a construção de uma ponte entre o conhecimento ensinado em sala de

aula e o cotidiano dos alunos.

Outro ponto a destacar, e que também ocorre com frequência, é a compreensão,

por parte de alguns professores, de que as aulas de laboratório são utilizadas apenas para

confirmar, na prática, o que foi visto na teoria. É necessário superar essa ideia de que a

atividade experimental tem a função exclusiva de comprovação da teoria, o que não é

verdade, pois os experimentos promovem a compreensão da natureza da ciência e dos

seus conceitos, contribuem para o desenvolvimento de atitudes científicas e para o

diagnóstico de concepções não científicas. Assim, eles ajudam a focar a atenção do

estudante nos comportamentos e propriedades de substâncias químicas e, além disso,

contribuem para despertar, no âmbito escolar, o interesse pela ciência (SILVA et al.,

2009; ALMEIDA et al., 2007; LIMA, et al. 2007).

A experimentação na escola possui diversas funções: como a de esclarecer um

princípio, desenvolver atividades práticas, testar hipóteses ou como investigação. Ela

pode ser utilizada para demonstrar os conteúdos trabalhados e para solucionar

problemas. As aulas de laboratório são importantes para o engajamento dos estudantes

no processo de investigação e resolução de problemas, sendo também importantes para

a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes dos estudantes. As aulas

práticas são importantes no ensino-aprendizagem, tendo sido incluídas nos currículos

escolares em vários países (IZQUIERDO, ESPINET & SANMARTÍ, 1999;

GUIMARÃES, 2009; GOI & SANTOS, 2009; MAOR & TAYLOR, 1995).

Portanto, as aulas experimentais são essenciais para o entendimento dos assuntos

específicos de Química, uma vez que estes estão aliados às explicações dos

acontecimentos recorrentes no cotidiano dos alunos. Além do mais, permitem uma

maior integração do aluno, como sujeito crítico, com a sociedade.

2.2.2 Recursos Multimídia

A utilização de recursos multimídia como ferramenta pedagógica nas aulas, não

só de Química como também de outras disciplinas, se constitui como uma alternativa

facilitadora para a aprendizagem. Segundo Arroio e Giordan (2006) a televisão, o com-

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32

putador e o vídeo, desempenham indiretamente um papel educacional relevante.

Machado (1997) afirma que estes, veiculam informações interpretadas, ensinam

linguagens coloquiais e multimídia, privilegiando alguns valores e discursos que

estabelecem diálogos entre diferentes comunidades.

A utilização desses recursos em sala de aula facilita a compreensão de conteúdos

que antes, com a utilização apenas do discurso verbal do professor, não era possível.

Isso ocorre porque os meios audiovisuais permitem que os assuntos possam ser

explanados com mais clareza por conta da utilização de ferramentas que aproximam o

aluno do conteúdo.

Estes meios são importantes para auxiliar a exposição verbal, como forma de

apresentação gráfica de fatos e fenômenos da realidade. A utilização de recursos

audiovisuais favorece, e muito, o aprendizado dos alunos porque apresentam caminhos

que facilitam o entendimento de determinados assuntos (FERRI; SAGGIN, 2014;

SANTOS, FIELD’S; BENITE, 2011).

Segundo Arroio e Giordan (2006), essas características do audiovisual

favorecem a organização de atividades em sala de aula que começam pelo sensorial,

pelo afetivo, pelo que toca o aluno, antes de falar de ideias, de conceitos, de teorias.

Por esse motivo os recursos multimídia, como auxílio à aprendizagem, têm

ganhado muita importância nos últimos anos, fato observável nas escolas públicas e

privadas, que estão sendo cada vez mais aparelhadas com equipamentos como, por

exemplo: computadores, TVs, DVDs e Datashow. Cada um destes possui uma função

específica, porém o objetivo é o mesmo, o de proporcionar uma aprendizagem mais

acessível.

2.2.2.1 Vídeo

Um recurso multimídia bastante importante e que pode ser utilizado nas aulas de

Química é o vídeo ilustrativo, que pode ser um filme, um documentário, uma pequena

entrevista ou até mesmo uma vídeo-aula. Este recurso é útil quando se deseja

demonstrar algum fenômeno que naquele momento da aula ficaria difícil para o aluno

compreender se estivesse apenas ouvindo o professor. Por isso, Rosa (2000) afirma que

a utilização de vídeos e filmes produz um forte apelo emocional que, por consequência,

motiva a aprendizagem do conteúdo exibido, além de exemplificar vários efeitos,

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fenômenos ou processos que são melhor observados ou compreendidos apenas por meio

deste recurso.

A esse respeito, Libâneo (1992) destaca que quando se trabalha com

amostragem de vídeos em sala, ocorre o que se pode chamar de enriquecimento da aula.

O autor afirma que o uso da demonstração e exemplificação como suporte para a

exposição oral do professor, permite que este consiga representar os fenômenos e

processos que ocorrem na realidade.

Outro ponto a se destacar com a utilização de vídeos nas aulas de Química, está

relacionado ao fato de que este estreita a relação entre o conteúdo científico e o dia a dia

dos alunos. De acordo com Leal (2009), o uso de filmes apresenta-se como um meio de

relacionar a produção e o produto científico com o cotidiano de pessoas, instituições e

comunidades, constituindo-se também como uma boa maneira de oferecer um ensino de

Química mais contextualizado e motivador.

Essa motivação ocorre porque o conteúdo exposto com a utilização deste recurso

didático se torna mais fácil e acessível para aluno. A utilização do filme permite que se

consiga entender alguns conceitos, que não seriam possíveis de serem compreendidos

apenas com exposição verbal do professor, pois esta não é suficiente para que haja

articulações de ideias e entendimentos correlacionados com a aprendizagem (ROSA,

2000).

A utilização dessa ferramenta não se restringe apenas a demonstrações que

devam consolidar o que já foi visto na teoria exposta em outro momento. Segundo

Ferrés (1996), um bom vídeo pode ser útil para introduzir algum assunto novo,

despertando a curiosidade e a motivação para que os alunos busquem aprender novos

temas. Isso facilita o desejo de pesquisa, para aprofundar o assunto, não só do vídeo,

como também de qualquer outro do conteúdo programático.

De acordo com Arroio e Giordan (2006), o vídeo também é importante para

simular experimentos de química que não poderiam ser feitos em laboratório por algum

destes motivos: o perigo que o aluno estaria enfrentando com a utilização de alguns

materiais, o tempo de execução que seria inviável para a quantidade de aulas

disponíveis pelo professor ou até mesmo em função de materiais e processos industriais

a que não se tem acesso.

Por outro lado a disponibilização deste recurso em sala de aula deve ser bem

planejada pelo professor, do contrário, o objetivo de proporcionar a aprendizagem do

aluno se torna desvirtuado. A aplicação do vídeo pode significar, para o aluno, descanso

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e não aula. Além disso, a aula pode se tornar cansativa e pouco produtiva quando o

professor limita sua organização à exposição dos conteúdos por meio do vídeo

(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000; MORAN, 1991).

2.2.2.2 Computador

Outra ferramenta multimídia que pode ser utilizada como recurso alternativo nas

aulas de Química, é o computador. Ele é essencial, porque permite que os alunos se

utilizem de programas computacionais, softwares, e da internet para facilitar o

entendimento em qualquer assunto, não só desta disciplina, como também de qualquer

outra. O uso de computadores no ensino de Química se torna importante, pois relaciona a

quantidade e a facilidade de articular informações em um único lugar (BRASIL, 1999).

Essa articulação de informações e conhecimentos que a internet disponibiliza em

sua “rede,” oferece ao professor um vasto número de opções metodológicas que podem ser

trabalhadas em sala de aula. No entanto essa disponibilidade a qualquer pessoa, a qualquer

lugar e a qualquer instante, que a internet proporciona, atribui ao professor a

responsabilidade nas indicações das fontes seguras para estudo do conteúdo pelo intermédio

da rede (BRASIL, 1999).

Ainda sobre esse assunto, Escartin (2000) afirma que o computador é um

instrumento importante na realização das aulas. Este auxilia no estudo e modelagem de

processos e fenômenos de dimensão espacial, onde as experiências podem se tornar

muito motivadoras, e os professores podem perceber mudanças no seu papel perante os

alunos. Dessa forma, o professor deixa de ser transmissor de todas as respostas e passa a

desempenhar o papel de orientador, colaborando com os estudantes no descobrimento

dos ambientes favoráveis a construção do conhecimento e na organização de ideias e

juízos baseados nas informações oferecidas pelo mundo.

Com o avanço tecnológico e a necessidade de crescimento imposta pela

sociedade é necessário que a sala de aula ofereça suporte para que o aluno acompanhe

este desenvolvimento. Torna-se cada vez mais dificultosa a aprendizagem por parte de

um aluno que não participa de aulas que se utilizem de recursos modernos como a

computação. Para Benite et al. (2011), a ampliação das tecnologias digitais e a

propagação das redes interativas colocam o ensino de química em um caminho sem

volta, pois as coisas não são mais as mesmas. Afirma ainda que em função da

interconexão mundial dos computadores, um novo espaço de comunicação direciona

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cada vez mais as práticas sociais, as atitudes, os modos de pensamento e os valores das

pessoas.

2.2.2.3 Datashow

Outro que se constitui também como um recurso multimídia importante e útil

como alternativa nas aulas de química é o Datashow (ou projetor multimídia). Este,

segundo Santos, Field’s e Benite (2011) associado ao computador, ajuda nas

explicações dos conteúdos, por meio de gravuras, gráficos e ilustrações de modo a

facilitar o entendimento. Igualmente para Goulart et al (2012) a utilização da projeção

da aula teórica em Datashow justifica-se porque, por este meio é possível apresentar

imagens, transformações, entre outras coisas que seriam difíceis através da

demonstração tradicional, ou seja, aula expositiva e dialogada.

A importância do Datashow nas aulas de Química está associada a essa

apresentações de imagens ou infográficos que aproximam os alunos do conteúdo,

fazendo com que estes compreendam o que o professor está falando. Os infográficos são

ferramentas informativas, que proporcionam uma visualização mais efetiva do que

realmente se almeja ensinar. O uso de infográficos é apropriado, pois decodifica, com

maior rapidez, temas que são mais difíceis de serem compreendidos devido a

complexidade do assunto envolvido (RIBAS, 2005; SILVA; MENDES, 2011).

O projetor multimídia vem transformando o atual ensino como o conhecemos. E

essa transformação inovadora permite que ocorra uma troca de conhecimentos no

processo educativo bastante importante na relação ensino-aprendizagem. Isso ocorre

porque a utilização destes recursos no ensino oferecem um ambiente diferente e

inovador ao aluno, permitindo a possibilidade de ocorrer a projeção do imaginário,

inserindo o aluno e o professor em um mundo além do sensível (SANTOS; FIELD’S;

BENITE, 2001; GIORDAN E MELEIRO, 1999).

A utilização de instrumentos diversificados como o Datashow nas aulas permite

ao professor traçar sua própria estratégia de explicação de determinado conteúdo. Sobre

isso Giordan e Meleiro (1999) afirmam que a utilização deste recurso proporciona, ao

educador, uma liberdade para definir sua própria forma/sequência metodológica, por

meio dos seus próprios critérios, desejos e grau de conhecimento que pretende que seus

alunos alcancem. Afirmam, ainda, que este tipo de ensino é conhecido como não linear,

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pois o professor não necessita seguir, na íntegra, os roteiros, sequências e cronogramas

do livro didático.

Portanto, a utilização do projetor multimídia favorece a elaboração de uma aula

diferenciada e flexível, que aos olhos dos alunos, se torna algo diferente e inusitado,

possibilitando assim o favorecimento do interesse dos discentes. De acordo com Arroio

e Giordan (2006), este tipo de aula se apresenta como uma estratégia didática eficaz

quando cumpre uma função informativa exclusiva, na qual se almeja transmitir

informações que precisam ser ouvidas ou visualizadas. Para tanto, segundo Libâneo

(1992), é importante que o docente tenha disposição e procure diversificar suas aulas e a

utilização do Datashow permite que isso possa ocorrer.

2.2.3 Utilização do Lúdico

A palavra “lúdico” deriva do latim “ludus” que quer dizer brincar. Na prática do

lúdico estão incluídos os jogos, brinquedos e entretenimentos diversos, os quais

objetivam oferecer um ambiente saudável e dinâmico, influenciando na conduta de

quem brinca e se diverte. O lúdico também apresenta uma função educativa muito

importante, pois oportuniza a aprendizagem do sujeito, seu saber, seu conhecimento e

sua compreensão de mundo (SANTOS & JESUS, 2010).

Sobre essa função educativa, Sousa et al. (2012) afirmam que o trabalho no

ambiente escolar deve levar em consideração a perspectiva lúdica, independente da série

e da idade do estudante, adequando a linguagem e os recursos utilizados como apoio.

Maluf (2006) afirma que a inclusão de brincadeiras, de jogos e de brinquedos na prática

pedagógica contribui com a aprendizagem, desenvolvendo uma rede de significados

construtivos tanto para as crianças, como para os jovens.

De acordo com Campos, Bortoloto e Felício (2008), o lúdico pode ser utilizado

para promover a aprendizagem, possibilitando que os alunos se aproximem do

conhecimento científico. Os autores também afirmam que a ludicidade é um importante

recurso para que o professor desenvolva habilidades de resolução de problemas,

apropriação de conceitos e, ainda, atenda as aspirações daqueles que estão em processo

de desenvolvimento.

Massarani (2004) afirma que o desenvolvimento de atividades lúdicas nas aulas

tem crescido e se diversificado nas últimas décadas. Tal atividade pode ser trabalhada

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nas aulas de Química de diversas formas, a saber: teatro, música, charges, jogos e outros

(CALDAS, 2004).

Para Sousa et al. (2012), a aula lúdica traz para o ambiente escolar os métodos e

as técnicas de aprendizagem que facilitam a comunicação do conhecimento, se

constituindo como um instrumento pedagógico que pode contribuir de diversas formas,

esteja o aluno como espectador ou como figurante.

O lúdico é um poderoso meio para gravar na sua memória um determinado

tema, ou para levá-lo, através de um impacto emocional, a refletir sobre

determinada questão moral. Esta é, por conseguinte, uma das questões

essenciais do tema, as quais se podem observar os aspectos práticos de sua

utilização pelo professor (SOUSA, et al. 2012, p. 2).

Santos e Jesus (2010) afirmam que a metodologia lúdica faz com que o aluno

aprenda com prazer, alegria e entretenimento, ressalvando que a educação lúdica é

muito diferente da concepção ingênua de que se trabalha apenas com brincadeiras de

passatempo.

Os objetivos que se pretende atingir com a atividade lúdica, segundo Chaguri

(2006), devem ser bem claros e respeitar o nível de desenvolvimento em que o aluno se

insere, assim como o tempo de duração da atividade que deve ser adequado para que

seja possível a ação, exploração e reelaboração dos conteúdos propostos. Além disso, o

professor deve fazer suas intervenções no momento certo, estimulando os alunos a uma

reflexão, para que possa ocorrer a estruturação do conhecimento.

Essa ferramenta pedagógica também estimula, além do que já foi citado, a

criatividade. Rizzi (1994) reconhece que a atividade lúdica é de grande importância,

pois a criatividade é constantemente estimulada permitindo que o aluno tenha uma

postura ativa, sendo sujeito de sua aprendizagem. Através de atividades lúdicas o aluno

consegue explorar muito mais a sua criatividade, além melhorar sua conduta e sua

autoestima no processo de ensino-aprendizagem. Essas atividades desenvolvem vários

aspectos da personalidade do aluno como a cognição, afeição, socialização, motivação e

criatividade (NEVES, 2007; PINTO, 1997).

O lúdico também proporciona prazer em estar nas aulas, não só de Química,

como também de qualquer outra disciplina. Segundo Chaguri (2006), o lúdico se

caracteriza por proporcionar prazer e esforço espontâneo, porque a sua capacidade de

inserir o indivíduo de forma intensa, cria um clima de entusiasmo. Este envolvimento

faz com que essa seja uma atividade motivadora, capaz de gerar euforia. Pinto (1997)

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afirma que não existe aprendizagem sem atividade intelectual e sem prazer. Afirma,

ainda, que essa é uma boa estratégia para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva.

Friedmann (1996) fala sobre essa aprendizagem enfatizando-a de forma

significativa, ou seja, para ela ocorrer é necessário oferecer, aos alunos, tarefas

diversificadas como a atividade lúdica, mas para isso é necessário que o professor

busque conhecer novas estratégias diferenciadas. Sobre isso, Santos e Jesus (2010)

afirmam que a facilidade para a incorporação do lúdico está na iniciativa do docente e

na vontade que os educadores possuem de trabalhar com a ação lúdica, reconhecendo

criatividade, afeto, as necessidades de ensinar brincando e os benefícios para o processo

Ensino-aprendizagem.

Nas próximas seções e capítulos, esse trabalho abordará o lúdico na forma de

jogos químicos, se fazendo uso das contribuições dos autores que já trabalharam com a

aplicação de jogos em sala de aula. Também apresentará, nos resultados e discussões,

uma análise dos fatores positivos e negativos de alguns jogos, a partir da aplicação

destes, em algumas turmas dos IFRN campus Ipanguaçu, levando em consideração a

aprendizagem dos alunos antes e depois dessas aplicações.

A utilização de jogos como ferramenta pedagógica vem se tornando cada vez

mais comum e muitos são os que defendem seu emprego em sala de aula. Kishimoto

(1996) defende a utilização dessa ferramenta e afirma que o professor deve adotá-la em

sua prática docente. De acordo com Cunha (2004), o jogo se qualifica como um tipo de

recurso didático-educativo que pode ser aproveitado em várias situações do âmbito

escolar, tais como: na apresentação de um conteúdo, na ilustração de seus aspectos

relevantes, na avaliação destes ou, ainda, na revisão de conceitos importantes.

Para Pimentel (2004), a integração dessa proposta pedagógica à prática docente

é fundamental, pois é útil como mediadora do processo de ensino-aprendizagem. Cunha

(2012) também defende a utilização dos jogos, alegando que a maior importância destes

como recurso didático reside quando são levados às salas de aula, oferecendo, aos

estudantes, maneiras diferenciadas para aprendizagem de conceitos e desenvolvimento

de valores.

A respeito do uso dos jogos como recurso mediador da aprendizagem, Melo

(2005) alega que são extremamente importantes como instrumento de trabalho que,

2.3 UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA

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além de mediador na construção do conhecimento, oferece ao professor possibilidades

que respeitam as diversas singularidades. Ainda segundo o autor essas atividades

quando são bem exploradas, proporcionam a interlocução de saberes, a socialização e o

desenvolvimento pessoal e cognitivo.

De acordo com vários autores como Cavalcanti, Deus & Soares (2007), Lima

(2008) e Mariscal & Iglesias (2009), os jogos como recurso pedagógico se constituem

como uma alternativa viável, principalmente pelo fato de se diferenciar das práticas

corriqueiras de sala de aula que, para muitos, estão ultrapassadas.

Segundo Cunha (2012) o jogo norteia as atividades de forma diferenciada das

que normalmente são utilizadas nas escolas. Afirma, ainda, que por causa disso, os

jogos, como instrumento didático, têm sido cada vez mais apreciados nas escolas que

valorizam uma abordagem construtivista ou abordagens ativas e sociais.

A respeito dos jogos deve-se frisar que não são todos que podem ser usados em

sala de aula, isto é, não é interessante aplicar qualquer um de qualquer maneira, isso

porque existem diferenças entre eles. Segundo Kishimoto (1996), o jogo, possui duas

funções: a lúdica e a educativa. Ele afirma que esses dois aspectos precisam conviver

em equilíbrio, sem que nenhuma função sobreponha à outra, se isso ocorrer, a real

essência didático/pedagógica não irá prevalecer.

Caso a função lúdica prevaleça, a atividade não passará de um jogo, e se a

função educativa for a predominante, têm-se apenas um material didático. Nesse caso, o

que se deseja alcançar é a obtenção de um material didático com características lúdicas

para se diferenciar dos demais.

Esse material propicia determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material

pedagógico, por conter o aspecto lúdico. Pode ser utilizado também para atingir

determinados objetivos pedagógicos, sendo uma alternativa para melhorar o

desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem

(KISHIMOTO, 1996; CUNHA, 1998; GOMES & FRIEDRICH, 2001).

Neste aspecto, pode-se destacar que a utilização de jogos não deve ser

considerada como uma ferramenta que resolverá os problemas dos alunos em todos os

aspectos concernentes à aprendizagem, porém não se pode descartar sua potencialidade

como recurso didático auxiliador. Para Kishimoto (1996), o jogo não é o fim, mas o

eixo que facilita o entendimento de conteúdo específico, resultando em uma cessão da

ação lúdica para que se alcancem as informações desejadas.

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Desta forma, os jogos educacionais podem ser utilizados como suporte

pedagógico para o professor, que pode tornar suas aulas mais dinâmicas e mais

atraentes, proporcionando aos seus alunos um ambiente favorável para a aprendizagem.

Segundo Cunha (2012), os jogos didáticos têm função relacionada à aprendizagem de

conceitos, não sendo uma atividade totalmente livre e descomprometida, mas uma

atividade intencional e orientada pelo professor.

2.3.1 Aspectos positivos da aplicação dos jogos educacionais

Quando se faz uma pesquisa sobre qualquer tema relacionado ao uso dos jogos

como ferramentas educacionais alternativas para a aprendizagem, percebe-se que são

utilizados muitos argumentos favoráveis para a utilização destes em sala de aula. Deste

modo, serão apontados alguns desses pontos positivos destacados por vários autores.

Os jogos educacionais podem se destacar como recurso importante para que as

aulas se tornem mais dinâmicas, divertidas e prazerosas, se contrapondo as aulas que

conservam o tradicionalismo. Vygotsky (1991) diz que, com o jogo, consegue-se obter

um ambiente mais livre e social, permitindo assim que o aluno aprenda de forma mais

natural e sem pressão. Segundo Mariscal e Iglisias (2009), os jogos educativos devem

ser considerados como métodos ativos no ensino e na aprendizagem das ciências, já que

torna mais fácil e divertida a aprendizagem.

De acordo com Melo (2005), o jogo é fonte de prazer e descoberta para o aluno,

podendo colaborar expressivamente no seu processo de construção do conhecimento,

sendo efetivo como mediador da aprendizagem. Para Soares (2004), a prática dos jogos

pode ser definida como uma ação divertida seja qual for o contexto linguístico ou objeto

envolto na ação.

Em seus estudos, Negrine (1998) mostra que essas atividades prazerosas agem

no organismo de quem as pratica, ocasionando sensação de liberdade e espontaneidade.

Destaca-se também a ênfase que é dada, por diversos autores, ao caráter motivacional e

o interesse pelos assuntos trabalhados, despertados pelos alunos que estão presentes em

uma aula em que se trabalha com o lúdico através dos jogos.

Segundo Benedetti et al. (2009, p. 89) “[...] o uso do lúdico para ensinar

conceitos em sala de aula pode ser uma ferramenta que desperte o interesse na maioria

dos alunos, motivando-os a buscar soluções e alternativas que resolvam e expliquem as

atividades lúdicas propostas”. Nessa mesma direção, Santos e Michel (2009) ressaltam

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que a principal vantagem do uso de jogos didáticos está na motivação, provocada pelo

seu desafio, por isso ocorre o desenvolvimento de estratégias para a resolução de

problemas e na tomada de decisões correlacionadas com os assuntos trabalhados no

jogo.

Ainda a esse respeito, Cavalcanti, Deus e Soares (2007, p. 1), afirmam que “o

jogo é um instrumento que desperta o interesse, devido ao desafio que ele impõe ao

aluno”. Para os autores, quando o aluno se envolve em um ambiente desafiador este

busca, com satisfação, superar seus obstáculos, isso porque o interesse precede a

assimilação. Sobre esse assunto Oliveira e Soares (2005, p.18) alegam que:

O uso do lúdico para ensinar diversos conceitos em sala de aula – tais como

charadas, quebra-cabeças, problemas diversos, jogos e simuladores, entre

outros – pode ser uma maneira de despertar esse interesse intrínseco ao ser

humano e, por consequência, motivá-lo para que busque soluções e

alternativas que resolvam e expliquem as atividades lúdicas propostas.

Pode-se destacar, ainda, que os jogos, de acordo Mariscal e Iglisias (2009),

causam motivação entre os estudantes, aumentando o interesse destes por causa do

desenvolvimento de destrezas que permitem a construção de uma aprendizagem

significativa. Essa motivação, de acordo com os autores, não se restringe apenas aos

estudantes, também os professores são contagiados por ela porque percebem seus

alunos mais interessados e aprendendo com maior facilidade, por este motivo muitos

buscam dar continuidade ao trabalho com esse instrumento didático-pedagógico.

Outro aspecto positivo dos jogos, de acordo com Piaget (1975) e Vigotsky

(1991), é o melhoramento intelectual frente aos conceitos ou assuntos específicos das

disciplinas. Estes autores concordam que os jogos promovem a aprendizagem

conceitual, pois se constituem em um instrumento que permite que o aluno haja em uma

esfera cognitiva.

Ainda a esse respeito, Antunes (1998) declara que a prática dos jogos se

constitui como uma das atividades que mais estimula a inteligência. Da mesma forma,

segundo Borges e Schwarz (2005), essa prática proporciona o desenvolvimento de

habilidades que envolvem o indivíduo em aspectos como: cognitivos, emocionais e

relacionais.

Sobre os aspectos emocionais e de relação social, alguns pesquisadores fazem

suas contribuições. Vigotsky (1991) defende que a aplicação do jogo permite uma

ampliação das relações não só entre alunos e professores como também da relação entre

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alunos e o conhecimento que está intrinsicamente ligada à zona de desenvolvimento

proximal. Antunes (1998) também defende que o jogo melhora o comportamento social,

pois ele impõe regras e faz com que os jogadores controlem seus impulsos, desenvolva

e enriqueça suas personalidades. Huizinga (2007) alega que a obediência às regras do

jogo implica na formação dos alunos como um ser social.

Cunha (2012) afirma que com os jogos os alunos adquirem habilidades e

competências que não são desenvolvidas em atividades corriqueiras, melhorando

sensivelmente o seu rendimento e a afetividade. Afirma ainda que os jogos didáticos

proporcionam o desenvolvimento físico, intelectual e moral dos estudantes e faz com

que os alunos adquiram conhecimentos sem que estes percebam, pois a primeira

sensação é a alegria pelo ato de jogar.

Kishimoto (1996) também destaca a importância de usar os jogos no ambiente

escolar e algumas vantagens como: facilitar a aprendizagem de conceitos já aprendidos

de uma forma motivadora para o aluno, introduzir e desenvolver conceitos de difícil

compreensão e desenvolver estratégias de resolução de problemas (desafio dos jogos).

Destaca, também, outros aspectos dos jogos tais como: o favorecimento da tomada de

decisões e saber avaliá-las, dar significados para conceitos aparentemente

incompreensíveis e propiciar o relacionamento de diferentes disciplinas

(interdisciplinaridade).

O jogo requer a participação ativa do aluno na construção do seu próprio

conhecimento, favorece a socialização entre os alunos e a conscientização do trabalho

em equipe, favorece o desenvolvimento da criatividade, de senso crítico, da participação

e da competição "sadia". Além disso, proporciona a utilização das várias formas de uso

da linguagem e do resgate do prazer em aprender, reforça ou recupera habilidades de

que os alunos necessitem e permitem ao professor diagnosticar alguns erros de

aprendizagem dos alunos (KISHIMOTO, 1996).

Em suma, pode-se também destacar a análise de Miranda (2001). Segundo ele,

vários objetivos podem ser alcançados com emprego dos jogos didáticos, como: os que

estão relacionados ao desenvolvimento cognitivo, que encontram-se ligados não só a

inteligência como também a personalidade, fundamentais para a construção de

conhecimentos. Também destaca a afeição, que é o desenvolvimento da sensibilidade, a

estima que está relacionada aos laços de amizade e afetividade e a socialização, que se

refere a vida em grupo.

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43

Analisando-se as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM),

observam-se alguns destaques no que diz respeito à aplicação de jogos para facilitar a

aprendizagem dos alunos. Para elas, o jogo oferece o estímulo e uma atmosfera propícia

para o desenvolvimento natural e criativo dos alunos, permitindo que o professor amplie

seu conhecimento de técnicas de ensino, desenvolva aptidões individuais e

profissionais. São também úteis para estimular a capacidade de comunicação e

expressão dos alunos, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e

participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar (BRASIL, 2008).

Desta maneira percebe-se que a utilização dos jogos didáticos como ferramenta

pedagógica alternativa para o professor é bastante respaldada por muitos pesquisadores.

São muitos pontos positivos destacados, fato que estimula ainda mais os novos

professores a testar e comprovar, na prática, a veracidade dos resultados, principalmente

os relacionados com a aprendizagem dos alunos.

2.3.2 Aspectos negativos da aplicação dos Jogos educacionais

Os aspectos negativos são abordados por alguns autores juntamente com

algumas orientações e sugestões para que os jogos sejam aplicados de forma correta

sem perder a essência e o foco educacional. Alguns desses pesquisadores, bem como

seus destaques negativos e orientações a respeito dos jogos, serão citados a seguir.

Cunha (2012), dissertando sobre os jogos químicos, afirma que estes como

presença social e cultural são antigos, porém no contexto da escola, ainda precisam ser

mais bem vivenciados e estudados por parte de professores e de pesquisadores. Deve-se

compreender que essa ferramenta, apesar de estar sendo muito utilizada nos dias atuais,

ainda pode apresentar falhas em sua elaboração ou em sua execução. Por isso, deve ser

aplicada com muita cautela, não se esquecendo do objetivo maior que é o da

aprendizagem dos alunos.

Por conta disso, pode-se dizer que um dos pontos falhos na aplicação dos jogos é

a falta de planejamento, ou seja, é necessário que haja um estudo antes da aplicação

dessa atividade. Nardin (2008) declara que quando se deseja inserir uma atividade

lúdica, esta deve ser planejada com cuidado, para que ocorra transformação no ambiente

escolar e que de algum modo intervenha na atividade cotidiana.

Lacerda, Silva e Porto (2013) afirmam que para se empregar os jogos em sala de

aula, o professor deve se articular com a proposta de utilização, pois é necessário

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planejamento para aplicá-lo com cautela, e ter todas as variáveis envolvidas durante a

sua aplicação, a saber: o tempo, as dificuldades dos alunos, o interesse, etc.

A falta de planejamento acarreta o surgimento de outros pontos negativos como,

por exemplo, o prevalecimento do aspecto lúdico sobre o educacional. Isso permite que

ocorram aulas em que não sejam atingidos os verdadeiros objetivos. É necessário muito

cuidado quando se deseja incorporar os aspectos lúdicos do jogo à situação de ensino.

Muitos professores desvirtuam a ideia do jogo logo em sua elaboração, isso por não ter

conhecimento sobre seu caráter didático ou educativo. Quando é elaborado objetivando

desenvolver conteúdos específicos é chamado de jogo didático, por outro lado, só pode

ser considerado educativo se desenvolver habilidades cognitivas essenciais para a

aprendizagem, tais como resolução de problemas, percepção, criatividade e raciocínio

rápido (GRANDO, 1995).

Segundo Cunha (2012), outro destaque negativo que se deve evitar com a

aplicação dos jogos, consiste quando estes são utilizados como forma de preencher

horários ou para passar o tempo da aula. Destaca ainda que é necessário que o professor

planeje de forma clara o seu objetivo de ensino e escolha o momento correto para o jogo

ser aplicado, isto é, o jogo didático não deve ser levado à aula para preencher lacunas de

horários.

Quando não se estabelece, de forma coerente, os objetivos que se deseja atingir

com a aplicação dos jogos, a aula pode se tornar uma bagunça. Isso ainda pode ocorrer

se as regras do próprio jogo também não forem levadas a sério. As regras devem ser de

fácil compreensão para que os alunos não adaptem outras regras que não guiem

corretamente o jogo ou não fiquem o tempo inteiro tirando dúvidas com o professor

(SILVA, 2013; SOARES, 2008).

A seguir serão citadas outras dificuldades que, assim como as anteriormente

destacadas, não permitem que os jogos obtenham êxito como instrumento pedagógico.

Santos e Michel (2009, p.179) afirmam que:

[...] as dificuldades para a implementação dos jogos didáticos incluem a

perda do caráter didático devido à má aplicação dos jogos; o sacrifício de

outros conteúdos em função do tempo gasto com o jogo; a perda da

característica lúdica da atividade pela interferência do professor; e di-

ficuldades no acesso aos jogos e às informações que possam subsidiar o

trabalho do docente.

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Santana e Rezende (2007) citam que as dificuldades que estão relacionadas aos

aspectos negativos na aplicação dos jogos são: o pouco tempo disponível pelo professor

para confecciona-los, as dificuldades econômicas, pois, para confeccionar esse material,

é necessário dispor de recursos financeiros e o local para o armazenamento de materiais

confeccionados em quantidades suficientes para atender as demandas impostas pelo

número de alunos. Corroborando com essas ideias, Borges e Schwarz (2005) afirmam

que a falta de recursos nas escolas implicam na qualidade e na durabilidade do material

que, consequentemente, precisará ser reposto várias vezes, aumentando o tempo gasto

na confecção e os custos.

Outro aspecto negativo, está relacionado a dificuldade de produção de jogos

relacionados aos assuntos que os estudantes apresentam maior déficit de aprendizado,

como por exemplo: Cálculos químicos, soluções, equilíbrio químico e outros. Desta

forma, essa ferramenta se torna limitada, se restringindo a apenas alguns conteúdos.

Existem muitos trabalhos sobre jogos relacionados aos conteúdos de Química Geral,

mas para que os jogos passem a se constituir como uma alternativa eficiente para a

disciplina de Química, é importante que se consiga trabalhar com o maior número de

conteúdos possíveis.

Diante do exposto, pode-se afirmar que não são muitos os aspectos negativos

encontrados na aplicação dos jogos educacionais. Porém, deve-se levar em consideração

todos esses aspectos negativos, principalmente os que podem ocorrer na utilização dessa

ferramenta auxiliadora, isso para que os objetivos, que se esperam alcançar com a

aplicação dos jogos, não sejam comprometidos.

Observando-se a literatura encontram-se vários autores com trabalhos

relacionados a aplicação de jogos químicos em sala de aula. Soares & Oliveira (2005)

simularam um “júri” para discussão de um problema ambiental. Já Soares & Cavalheiro

(2006) elaboraram um jogo de tabuleiro denominado “ludo” para discutir os conceitos

de termoquímica. Santos & Michel (2009) desenvolveram um jogo de baralho baseado

nas regras da “Sueca” para trabalhar com os ácidos de Arrhenius. “Palavras cruzadas”

foi proposto por Benedetti et al (2009) para revisar os conceitos de Teoria Atômica.

2.4 DESCRIÇÃO E CONFECÇÃO DO BINGO QUÍMICO

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Todos esses autores citados desenvolveram seus trabalhos com o objetivo de contribuir

com a aprendizagem dos alunos nos conteúdos químicos abordados em cada jogo.

Com esse mesmo objetivo Santana (2006) elaborou o “Bingo Químico”. Este se

baseia no bingo original, utilizando assim, cartelas e um recipiente contendo as peças

que serão utilizadas no jogo. A diferença consiste em uma adaptação básica, que incide

na alteração dos números (de 1 à 75) por elementos da tabela periódica (Na, K, Cl, etc).

Desta forma, a “chamada” do Bingo não será mais por números e estes também não

serão mais marcados na cartela. O que passa a ocorrer é a “chamada” de elementos

químicos que também estarão presentes na cartela adaptada e serão marcados de acordo

com as chamadas.

Com relação à sua confecção, Santana (2006) afirma que foram utilizados 60

elementos da tabela periódica para serem usados no jogo. Cada cartela (Figura 1)

contém 30 elementos escolhidos de forma aleatória, que deverão ser marcados quando

forem sorteados.

FIGURA 1- CARTELA DO BINGO QUÍMICO

Fonte: Santana, 2006.

De acordo com Santana (2006), os materiais utilizados para a confecção do jogo

são:

Cartolina;

Tinta guache colorida para servir de base para as cartelas do bingo;

Papel ofício ou cartão para imprimir as cartelas;

Fita dupla face, para fixar as cartelas em sua respectiva base;

Plástico transparente (papel contact) para plastificar as cartelas;

Tesoura;

Computador e impressora;

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Emborrachado EVA, para as peças que serão “chamadas”;

Papel cartão ou ofício, para imprimir as 60 peças;

Saco ou caixa para guardar as peças.

Ainda de acordo com Santana (2006), na metodologia empregada, é fornecida

uma cartela para cada aluno, em seguida, o professor sorteia os símbolos químicos. O

jogo acaba quando o primeiro aluno preencher, completamente, uma cartela, e esta for

conferida pelo professor.

Para a autora, esse jogo além de divertido é fundamental para os alunos se

familiarizarem com os símbolos dos elementos químicos da tabela periódica, que

servem de base teórica para a maioria dos assuntos relacionados a essa disciplina.

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Esse capítulo descreve a metodologia utilizada no desenvolvimento deste

trabalho. São descritos os aspectos da pesquisa, bem como sua natureza e tipo, o campo

escolhido para a aplicação desta e o público alvo, levando-se em consideração suas

características e particularidades. Descrevem-se também as etapas de aplicação deste

trabalho, incluindo a revisão bibliográfica, as aulas teóricas, as avaliações aplicadas, as

confecções e execuções dos jogos.

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda

que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam

mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos

currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR;

exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha

força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as

minhas alturas. (Habacuque 3: 17-19).

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

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3.1.1 Natureza da pesquisa

Esta dissertação possui natureza qualitativa, pois pretende-se analisar os jogos

químicos e sua contribuição para o processo de aprendizagem dos alunos, levando-se

em consideração as situações que favoreçam essa ação. Além disso, se trata de uma

intervenção na realidade estudada com intenção de melhorá-la.

Godoy (1995) afirma que a pesquisa qualitativa tem como característica a

utilização de contextos cotidianos em função das condições experimentais. Este tipo de

pesquisa fundamenta-se na análise de situações ou indivíduos em seu espaço natural

valorizando o contato direto do pesquisador com seu objeto de estudo.

Embora possua caráter qualitativo, os tipos de abordagens metodológicas que

essa pesquisa assumiu estão vinculados aos aspectos qualitativos e quantitativos. Isso

porque algumas situações específicas das etapas, principalmente de análise de dados,

em que são necessárias tabulações de resultados, assumem caráter quantitativo.

A respeito da utilização das duas categorias de pesquisa, Flick (2005, p.268)

estabelece que:

A combinação das duas estratégias se cristaliza numa perspectiva que é

discutida e praticada de várias formas. As relações entre a investigação

qualitativa e a quantitativa podem ser discutidas e estabelecidas a diferentes

níveis: epistemológico e metodológico; planos de pesquisa que combinam ou

integram a utilização de dados e métodos qualitativos e quantitativos;

métodos de pesquisa que são simultaneamente qualitativos e quantitativos;

ligação das descobertas das pesquisas quantitativas e qualitativa;

generalização dos resultados e, a avaliação da qualidade da investigação:

aplicação de critérios quantitativos à investigação qualitativa e vice-versa.

Portanto, a escolha da natureza qualitativa para o trabalho não impede que se

utilize uma estratégia quantitativa como suporte complementar. A abordagem

quantitativa servirá de subsídio, que possibilite uma melhor compreensão e

interpretação dos resultados, ou seja, essa combinação das abordagens qualitativas e

quantitativas objetiva qualificar a investigação.

3.1 ASPECTOS DA PESQUISA

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3.1.2 Tipo da pesquisa

O tipo de pesquisa desse trabalho caracteriza-se como pesquisa-ação. Tripp

(2005) afirma que a pesquisa-ação é uma estratégia para o desenvolvimento de

professores e pesquisadores de maneira que eles possam empregar suas pesquisas para

aperfeiçoar seu ensino e, consequentemente, facilitar o aprendizado de seus alunos.

A pesquisa-ação é um dos tipos de Investigação-ação, ou seja, o pesquisador e os

representantes da pesquisa estão mutuamente envolvidos de modo participativo.

Consiste em um ciclo que se aperfeiçoa com a prática, isto é, é necessário agir no campo

da prática e investigar a respeito dela. Observando-se a figura 2 percebe-se que durante

o ciclo ocorrem ações como o planejamento, a ação, o monitoramento e a avaliação

(TRIPP, 2005).

Figura 2- Ciclo da investigação-ação

Fonte: Tripp (2005).

Portanto, a pesquisa-ação se aplica a trabalhos feitos por pesquisadores que

buscam realizar transformações em suas próprias práticas, utilizando-se de estratégias

de ação planejada que são praticadas e submetidas à observação, reflexão e mudança. A

pesquisa-ação também utiliza técnicas de pesquisa que já foram utilizadas por outros

pesquisadores para informar a ação que se decide tomar para melhorar a prática

(BROWN & DOWLING, 2001; GRUNDY & KEMMIS, 1982; TRIPP, 2005).

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3.2.1 Histórico e localização

Para a realização desta dissertação foi escolhido o IFRN, campus situado no

Distrito de Base Física, na cidade de Ipanguaçu1. Este município possui uma população

de 13.856 habitantes em uma área de 374,247 km2 e fica situado na micro-região

homogênea Açu/Apodi, à margem direita do Rio Piranhas ou Açu (ver figura 3). Está

inserida na meso-região Oeste Potiguar. Ao Norte e a Leste, limita-se com os

municípios de Afonso Bezerra (população: 10.844 habitantes; área: 576,180 km2) e

Angicos (população: habitantes 11.549; área: 741,578 km2). Ao sul com Itajá

(população: 6.932 habitantes; área: 203,622 km2) e a Oeste com o Rio Piranhas /Açu.

Outras cidades como: Assú (população: 53.227 habitantes; área: 1.303,442 km2), Lajes

(população: 10.381 habitantes; área: 676,623 km2), Pendências (população: 13.432

habitantes; área: 419,137 km2) Alto do Rodrigues (População: 12.305 habitantes; área:

191,334 km2) são próximas à Ipanguaçu, como se observa no mapa.

Figura 3-Localização do município de Ipanguaçu.

Fonte: Google Maps.

De acordo com o portal do IFRN (http://portal.ifrn.edu.br/) o campus Ipanguaçu

teve seu início com a antiga Fazenda-Escola Cenecista Professor Arnaldo Arsênio de

Azevedo, que foi criada em 1988, pela Campanha Nacional das Escolas da Comunidade

– CNEC, em parceria com o DNOCS – Departamento Nacional de Obras contra a Seca.

1

As informações contidas nesse item foram obtidas nos sites:

http://www.ipanguacu.rn.gov.br/?ID_PG=links&id=57 e

www1.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=240070&search=rio-grande-do-norte|

3.2 DESCRIÇÃO DO CAMPO DE TRABALHO

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No ano de 1999 o Polo de Desenvolvimento Integrado Açu-Mossoró e a ONG

DESENVALE (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Paraguaçu) reivindicaram

a transformação da fazenda escola, que na época não tinha mais perspectivas de

desenvolvimento para a população, em um Centro de Tecnologias em Agronegócios do

Vale do Assú. Em março deste mesmo ano esse centro foi construído e passou a ser

gerenciado pelo então CEFET-RN.

Em 2006, com primeira fase de expansão da rede federal de educação

profissional e tecnológica, a cidade de Ipanguaçu foi contemplada com a instalação da

Unidade de Ensino no município, o IFRN que foi instalado no então CEFET-RN.

O IFRN de Ipanguaçu recebe alunos de todas as cidades citadas. O campus

atende a uma população de cerca de 120 mil habitantes, dos quais 58,79% se

concentram nas zonas urbanas e 38,92% na zona rural. A maior parte destes estudantes

é egressa de escolas públicas e são de famílias que não apresentam poder aquisitivo alto.

A maioria dos alunos do campus que vem de escolas particulares é da cidade de Açu,

que é considerada um polo econômico importante.

3.2.2 Estrutura Física

Com um perfil agrícola, o campus Ipanguaçu está encravado em um terreno de

1.333.000 m² (133ha), com um total de 21.304 m² de área construída. Sua estrutura

física conta com:

16 Salas de aula;

8 Laboratórios: 2 de Informática, 1 de Biotecnologia, 1 de Biologia, 1 de

Análise de água e solo, 1 de Produção de mudas, 1 de Saúde Animal e 1 de

Química;

Biblioteca;

Alojamento com sala para estudo, recepção e 12 apartamentos (capacidade para

48 pessoas);

Centro de Integração Comunitária (6 ambientes);

Miniauditório (120 lugares);

8 salas para o Setor Administrativo

Almoxarifado;

Setor de Manutenção de Máquinas e Implementos Agrícola;

Capela: Padroeira Nossa Senhora de Fátima;

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Quadra Poliesportiva e Campo de Futebol (em construção);

Usina de Processamento de Mel (certificada pelo Ministério da Agricultura);

Lagoa de captação de águas pluviais;

Refeitório (em construção) e Centro de Vivência com Anfiteatro;

Garagem para carros oficiais e Estacionamento;

Aviário (em construção) e Aprisco para ovelhas;

26 ha. de área de preservação e 80 ha. para projetos e produção agrícola;

Biofábrica (Fábrica de Briquetes);

Sala de Processamento de Alimentos Agropecuária (em construção);

Fazenda Escola:

- Viveiros de Muda;

- Pomares e Horta;

- Pais / Quintal Produtivo;

- Casa do Mel;

- Aviário (aves);

- Aprisco (ovinos);

- Estábulo (bovinos);

- Tanque didático para piscicultura (peixes).

3.2.3 Cursos

Na microrregião do Vale do Açu a principal atividade econômica é a agricultura

irrigada, por isso o IFRN de Ipanguaçu possui sua oferta educacional voltada às

demandas identificadas para a formação de profissionais em cursos:

[...] técnicos, superiores e de formação inicial e continuada nas áreas de meio

ambiente e informática, com possibilidade de ampliação para as áreas de

pesca, construção civil e segurança do trabalho, atendendo às necessidades de

profissionalização de jovens e adultos, proporcionando educação profissional

pública, gratuita e de qualidade, além de permitir uma adequada

requalificação dos profissionais que atuam nessas áreas, como forma de

melhorar os serviços por eles prestados (PORTAL do IFRN).

Atualmente, os cursos ofertados estão distribuídos em dois níveis: o técnico e o

superior. O técnico se apresenta em três modalidades: o Integrado, com os cursos de

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Agroecologia, Informática e Meio Ambiente, o Integrado na modalidade EJA

(Educação de Jovens e Adultos), com os cursos de Agroecologia e Manutenção e

Suporte em Informática e o Subsequente, com o Curso de Meio Ambiente. No nível

superior são três cursos: Licenciatura em Química, Licenciatura em Informática e

Tecnólogo em Agroecologia.

3.2.3 População pesquisada

Para a realização desta pesquisa foram escolhidas duas turmas do campus

estudado, a de Técnico de Nível Médio em Meio Ambiente, na forma Subsequente e a

de Técnico de Nível Médio em Agroecologia, na forma integrada, na modalidade EJA.

Vale ressaltar que os alunos que ingressam em um curso de modalidade subsequente já

devem ter concluído o Ensino Médio, enquanto os da modalidade EJA, não.

Para uma melhor comodidade no decorrer de escritas posteriores para essa

dissertação, os nomes das turmas estão abreviados. O nome Técnico de Nível Médio em

Meio Ambiente, na forma Subsequente será substituído pela sigla SUBMAMB, já o

Técnico de Nível Médio em Agroecologia, na forma integrada, na modalidade EJA, será

substituído por AGROEJA.

Na época da pesquisa, ambas as turmas apresentavam alunos oriundos de

cidades circunvizinhas ao IFRN, tais como Assú, Itajá, Alto do Rodrigues, Pendências,

Angicos, Lajes e da própria cidade de Ipanguaçu. No período estudado, a sala de

SUBMAMB continha um número de 36 alunos que frequentavam regularmente às

aulas, por sua vez a sala de AGROEJA continha 27 alunos.

É fundamental destacar que a grande maioria dos estudantes de SUBMAMB

concluiu o Ensino Fundamental e o Ensino Médio em escolas públicas municipais e

estaduais. Da mesma forma, muitos dos alunos de AGROEJA também eram oriundos

de escolas da rede pública, porém com apenas o Ensino fundamental concluído, já que

desistiram depois de cursarem alguns meses no Ensino Médio. Vale ressaltar que essas

informações foram obtidas pelos relatos dos próprios alunos destas duas turmas depois

de uma conversa sócio-econômica-educacional realizada no início da pesquisa.

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Esse trabalho foi realizado em 6 etapas:

1. Revisão bibliográfica;

2. Ministração de aulas teóricas e aplicação da avaliação “pré-jogo”;

3. Confecção e aplicação dos jogos;

4. Debate sobre os jogos;

5. Aplicação da avaliação “pós-jogo”;

6. Análise dos resultados.

As etapas realizadas encontram-se descritas a seguir.

3.3.1 Revisão bibliográfica

Nesta etapa da pesquisa fez-se uma revisão bibliográfica de livros, artigos

publicados em revistas científicas, monografias, dissertações, teses e trabalhos

apresentados em eventos. Portanto, foram estudados trabalhos de autores que

abordavam temas relacionados ao ensino de química, tais como: os problemas que

ocorrem nas aulas dessa disciplina, as ferramentas utilizadas para sanar essas

dificuldades e o lúdico através de jogos químicos.

3.3.2 Ministração de aulas teóricas e aplicação da avaliação “pré-jogo”

Nesta etapa houve a ministração dos conteúdos teóricos e a aplicação da

avaliação “pré-jogo” nas duas turmas escolhidas. Em AGROEJA escolheu-se o assunto

tabela periódica, enquanto em SUBMAMB, o conteúdo foi hidrocarbonetos. O objetivo

dessa avaliação “pré-jogo” consistia em aferir o grau de dificuldade dos alunos nos

respectivos assuntos trabalhados (ver avaliações “pré-jogo” em apêndice A e C).

Vale ressaltar que antes da aplicação dessa avaliação foram ministradas aulas

teóricas sobre cada conteúdo, sendo quatro aulas sobre introdução à tabela periódica em

AGROEJA e seis aulas sobre as subclasses dos hidrocarbonetos em SUBMAMB. As

provas foram elaboradas com questões sobre os assuntos vistos nessas aulas.

Na turma de AGROEJA foram ministradas quatro aulas sobre conceitos

introdutórios acerca da tabela periódica, a saber: contexto histórico e evolução da tabela

periódica, classificação periódica moderna, períodos e famílias e os nomes dos

3.3 DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO

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elementos químicos, bem como suas características e localizações. Estas aulas foram

distribuídas em dois dias. Para esse fim, foram utilizados recursos como: o quadro

branco, pincéis atômicos, livro didático (Química na abordagem do cotidiano volume 1

de Francisco Miragaia Peruzzo e Eduardo Leite do Canto) e Datashow para a

apresentação de slides.

Para todo tópico do assunto ministrado, foram apresentados slides contendo

exercícios sobre o que foi abordado, ou seja, intercalou-se os exercícios com os

conteúdos teóricos relacionados a cada assunto. Também foram elaboradas questões

para que os alunos pudessem exercitar em casa, por isso estas foram entregues a cada

dia de aula.

Depois dessas aulas teóricas foi aplicada, na semana seguinte, a avaliação,

denominada “pré-jogo”, contendo dez questões sobre os conteúdos vistos nas aulas

teóricas. Para esta avaliação foram disponibilizadas duas aulas. Seu objetivo consistia

em observar o nível de conhecimento dos alunos sobre os elementos da tabela periódica.

Para a turma de SUBMAMB foram ministradas seis aulas teóricas referentes ao

assunto de hidrocarbonetos, nas quais foram trabalhadas as estruturas e nomenclaturas

de todas as suas subclasses. Na ministração dessas aulas fez-se uso dos mesmos

recursos descritos para a turma anterior, com exceção do livro didático que foi utilizado

o volume 3 da mesma coleção dos autores referidos.

Ocorreu da mesma forma da turma anterior a execução dos exercícios, isto é,

intercalados entre os tópicos ministrados e com a entrega das questões elaboradas para

que os alunos pudessem exercitar em casa. Da mesma forma também foi para a

execução da avaliação “pré-jogo”, que também continha dez questões relacionadas ao

conteúdo ministrado, neste caso, o objetivo consistia em observar o nível de

conhecimento dos alunos sobre os hidrocarbonetos.

3.3.3 Confecção e aplicação dos jogos

Nesta etapa se deu a confecção dos jogos e a sua aplicação em sala de aula. Dois

jogos foram escolhidos e aplicados, sendo um descrito na literatura e o outro elaborado

pelo próprio pesquisador desta dissertação. O primeiro é denominado “Bingo Químico”

e foi aplicado na turma de AGROEJA. O segundo é denominado “Jogo do sim ou não”

e foi desenvolvido e aplicado pela primeira vez, portanto um jogo inédito. A turma

escolhida para este jogo foi a de SUBMAMB.

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3.3.3.1 Descrição, confecção e execução do “Bingo Químico”

Para confeccionar este jogo foram observadas as orientações da professora

Eliana Moraes de Santana (SANTANA, 2006) que aplicou esta proposta em algumas

escolas da rede privada do município de Itabuna no estado da Bahia. Para tanto foram

utilizados materiais simples e de fácil aquisição, como por exemplo: Cartolina, papel

ofício, canetas coloridas, fita adesiva, tinta guache e tesoura.

Tanto a descrição quanto a confecção do “Bingo Químico” se encontram na

seção 2.4 do referencial teórico (página 45).

Na semana seguinte a da aplicação da avaliação “pré-jogo”, foi executado o

“Bingo Químico” na turma de AGROEJA. Foram utilizadas quatro aulas, duas em um

dia e duas em outro. Vale ressaltar que os resultados e pontuações adquiridas no dia

anterior foram levados em consideração nas aulas do dia seguinte, pois quem

conseguisse vencer o maior número de rodadas no somatório dos dois dias, seria o

vencedor.

Para a execução desse jogo foram distribuídas aos alunos da turma de

AGROEJA, cartelas contendo elementos químicos, assim como as observadas na figura

4. Cada aluno recebeu apenas uma cartela e alguns grãos de milho para poderem

marcar os elementos “chamados” durante o jogo. Porém, poderia ser utilizado qualquer

outro material, inclusive livros e a tabela periódica para consultar os elementos

químicos (ver figura 5).

Figura 4- Cartelas do “Bingo Químico”.

Fonte: Próprio autor.

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Figura 5- Alunos jogando o “Bingo Químico”.

Fonte: Próprio autor.

A cada rodada encerrada, ou seja, sempre que um ou mais alunos preenchiam

sua cartela de elementos, outro turno do jogo se iniciava. Assim, durante as três aulas de

aplicação, os estudantes dessa turma participaram de várias rodadas do jogo (ver figura

6). Dessa forma venceu o jogo aquele que conseguiu ganhar o maior número de rodadas

acumuladas nos dois dias em que o “Bingo Químico” foi aplicado.

Figura 6- Participação da turma no jogo.

Fonte: Próprio Autor.

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59

3.3.3.2 Descrição, confecção e execução do “Jogo do Sim ou Não”

O “Jogo do Sim ou Não” foi desenvolvido e aplicado pelo autor dessa

dissertação. Para confeccioná-lo, utiliza-se apenas caneta, papel e livro didático que

aborde o assunto hidrocarbonetos.

O jogo é uma competição entre os grupos da sala de aula que são previamente

divididos por sorteio pelo professor. O objetivo do jogo está em descobrir o nome de

uma estrutura orgânica que o professor escolhe e guarda para que ninguém possa ver.

Essa estrutura pode ser um hidrocarboneto, um composto oxigenado ou um nitrogenado,

isso vai depender do assunto que o professor ministrou (no caso deste trabalho, só

hidrocarbonetos).

Na semana seguinte a da aplicação da avaliação “pré-jogo”, na turma de

SUBMAMB foi executado o “Jogo do Sim ou Não”. A aplicação deste jogo obedeceu

às seguintes regras:

1. No início do jogo, o professor escolhe os grupos que podem ser divididos de

qualquer forma. Estes devem conter o mesmo número de componentes, ou seja,

divide-se o número total de alunos pela quantidade de equipes participantes.

Também será sorteada uma numeração para cada equipe;

2. Cada equipe poderá fazer apenas uma pergunta por rodada. No entanto, se esta

equipe, depois da resposta do professor, montar uma possível resposta para a

nomenclatura da substância que se deseja descobrir, poderá arriscar a resposta,

sem necessidade de esperar a rodada se completar até novamente chegar a sua

vez;

3. Não haverá perda de pontos se a equipe errar qualquer resposta, apenas passará

a vez para o próximo grupo e esperará sua chance novamente, isso se antes

nenhum outro descobrir a nomenclatura correta;

4. Se alguma equipe já conseguir a resposta, não poderá responder antes que

chegue sua oportunidade de responder;

5. A equipe que acertar a resposta ganhará um ponto e quando isso ocorrer, o

professor elabora outra estrutura e o jogo recomeça com o grupo com numeração

seguinte ao que iniciou anteriormente, por exemplo, se o grupo 2 começou antes,

agora o 3 começará e assim sucessivamente;

6. Vence o jogo a equipe que acumular o maior número de pontos, ou seja, a que

acertar o maior número de nomenclaturas.

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60

Para a realização deste jogo a sala de SUBMAMB foi dividida em seis grupos de

quatro e cinco alunos (figura 7), pois estavam presentes 27 alunos. O jogo começou

com o professor desenhando uma estrutura de um hidrocarboneto, com sua respectiva

nomenclatura, em um pedaço de papel que foi depois guardado para que nenhum aluno

tivesse contato com a resposta. As equipes precisavam se organizar de forma que não

pudessem entrar em contato umas com as outras. Os grupos foram numerados de um a

seis.

As equipes elaboravam perguntas ao professor que, além de intermediador,

também era participante do jogo. Estas foram feitas de modo que o professor só poderia

responder “sim ou não” (por isso o jogo recebe este nome). Então as perguntas

precisavam ser discutidas e bem elaboradas pelos estudantes (figura 8), pois do

contrário, o professor não poderia respondê-las. Se, por exemplo, o grupo tivesse feito a

seguinte pergunta: “Qual o número de carbonos que este composto (escondido)

apresenta na cadeia principal?”, com certeza este grupo não obteria resposta, pois não

teria como o professor responder sim ou não. Por outro lado, se esta equipe perguntasse

o seguinte: “Neste composto, o número de carbonos na cadeia principal é igual a seis?”,

desta forma a resposta poderia ter sido sim ou não.

Qualquer material didático, como livro, apostila, caderno ou até mesmo a

internet, poderia ter sido utilizado pela equipe para elaborar as perguntas e tentar

descobrir as respostas. Estas perguntas objetivavam obter informações a respeito da

estrutura escolhida pelo professor. Em cada rodada de perguntas as equipes

descartavam as possibilidades e se aproximavam mais da nomenclatura correta.

Vale ressaltar que o “jogo do Sim ou Não” foi aplicado em quatro aulas, sendo

duas em um dia e duas em outro. Foram levadas em consideração as pontuações das

equipes nos dois dias de aula para a definição da equipe vencedora, que foi aquela que

acertou o maior número de nomenclaturas corretas dos hidrocarbonetos desenhados pelo

professor.

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Figura 7- Divisão da turma para a realização do jogo.

Fonte: Próprio autor.

Figura 8- Alunos discutindo em busca da resposta.

Fonte: Próprio autor.

3.3.4 Debate sobre os jogos

Esta etapa foi caracterizada pela realização de um debate, em ambas as turmas,

sobre os seus respectivos jogos. Na turma de AGROEJA utilizou-se a última aula da

aplicação do “Bingo Químico” para que os alunos, juntamente com o professor,

discutissem a respeito do jogo e de sua aplicação na aula. Da mesma forma, ocorreu em

SUBMAMB o debate que envolveu a participação do professor e dos alunos numa

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discussão sobre o “Jogo do Sim ou Não”, no intuito de analisar sua eficácia enquanto

ferramenta didático-pedagógica facilitadora da aprendizagem.

O debate nas duas turmas foi conduzido pelo professor. Este levantava alguns

questionamentos e os estudantes declaravam suas opiniões. Os pontos levantados pelo

professor nos debates de ambas as turmas foram os seguintes:

1. Opine sobre a aula com o jogo.

2. Em relação a sua motivação ou interesse na disciplina de Química, o que

mudou depois do jogo?

3. Quais os aspectos positivos e negativos observados na aplicação do

jogo?

4. Qual a sua opinião sobre a utilização do jogo como ferramenta

facilitadora da aprendizagem?

3.3.5 Aplicação da avaliação “pós-jogo”

Esta etapa foi marcada pela realização da avaliação intitulada por “pós-jogo”

com os alunos das duas turmas. As mesmas foram executadas na aula seguinte a dos

jogos. O intuito consistia em proporcionar um comparativo entre os resultados obtidos

na avaliação “pré-jogo” e os da avaliação “pós-jogo” (ver avaliações “pós-jogo” em

apêndices B e D).

Vale ressaltar que esta avaliação possuía o mesmo formato estrutural da “pré-

jogo”, inclusive com o mesmo número questões (dez) e um nível semelhante de

dificuldade. As questões contidas na avaliação “pós-jogo” eram diferentes da “pré-jogo”

e estavam relacionadas, assim como a esta, aos mesmos conteúdos vistos nas aulas

teóricas e trabalhados nos jogos.

3.3.6 Análise dos resultados

Nesta última etapa, fez-se uma análise discursiva dos resultados obtidos, bem

como as considerações concernentes aos objetivos traçados para este trabalho. Para esta

análise foram levados em consideração alguns fatores relacionados a eficácia dos jogos

como ferramenta facilitadora da aprendizagem tais como: o comparativo entre as notas

dos alunos obtidas nas duas avaliações (“pré-jogo” e “pós-jogo”), a motivação para

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aprender os conteúdos e o prazer em estar participando das aulas de Química,

adquiridos ou não pelos alunos depois da utilização dos jogos.

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O presente capítulo apresenta e discute os resultados desta pesquisa. A

apresentação desses resultados foi dividida em etapas, levando-se em consideração as

mesmas apresentadas na metodologia. Portanto, foram abordadas discussões das seis

etapas realizadas, desde a revisão bibliográfica até as análises dos resultados obtidos nas

avaliações.

AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse

amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e

toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que

transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e

ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor,

nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com

leviandade, não se ensoberbece. (I Coríntios 13:1-4).

CAPÍTULO 4

RESULTADOS E DISCUSSÕES

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65

O levantamento bibliográfico realizado para esta pesquisa levou em

consideração trabalhos (livros, artigos de revistas científicas, monografias, dissertações,

teses e apresentações em eventos) que abordassem temas relevantes ao objeto de

pesquisa deste trabalho. Analisando-se a tabela 1 observa-se a divisão dos temas e das

quantidades de trabalhos pesquisados para a elaboração dos capítulos teóricos desta

dissertação.

Tabela 1: Trabalhos pesquisados para a elaboração dos capítulos teóricos.

Temas

Livros

Artigos

Apresentações

em eventos

Monografias,

dissertações

e teses

Total de

trabalhos

Contexto

histórico da

Química

3 6 - - 9

Ensino de

química e suas

dificuldades

4 19 3 3 29

Formação e

prática de

professores

3 7 - 1 11

Alternativas

didáticas para

o ensino de

Química

4 8 6 1 19

Atividades

lúdicas

1 6 3 2 12

Jogos didáticos

e químicos

12 8 8 3 31

Artigos e documentos regulamentares, parâmetros e diretrizes sobre o

ensino de Química.

7

5 Orientações metodológicas à pesquisa

Total de trabalhos pesquisados para a escrita dos capítulos teóricos. 123

Fonte: Próprio autor.

4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Analisando-se a quantidade de trabalhos pesquisados observa-se que os temas:

ensino de química e suas dificuldades e os jogos didáticos e químicos se destacam por

apresentarem números mais elevados de referências. Deve-se a isso o fato desta

dissertação ter como foco principal a análise da eficácia dos jogos como ferramenta

alternativa para o ensino de Química, ou seja, se este recurso pode ou não sanar as

dificuldades encontradas na relação ensino/aprendizagem desta disciplina.

Outra análise que se pode destacar consiste no fato de se encontrar números mais

elevados de trabalhos apresentados em eventos em dois temas: alternativas didáticas

para o ensino de química e os jogos didáticos e químicos. Conforme dados apresentados

por Cunha (2012), nos eventos da área de Educação/Ensino de Química, o número de

trabalhos sobre jogos e lúdico vem aumentando significativamente ano após ano. Isso

ocorre porque existe uma preocupação por parte de vários educadores em desenvolver

novos métodos alternativos que possam amenizar as dificuldades que muitos alunos

encontram para aprender Química.

Nesta etapa houve a ministração dos conteúdos teóricos e a realização da

avaliação “pré-jogo”. Em seguida estão descritas as observações feitas durante o

período que foram ministradas as aulas e a avaliação “pré-jogo”, bem como os

resultados desta avaliação tanto na turma de AGROEJA quanto em SUBMAMB.

4.2.1 Turma AGROEJA

Nesta turma foram trabalhados tópicos introdutórios sobre tabela periódica.

Observou-se que a grande maioria dos alunos conseguiu compreender a

contextualização histórica do conteúdo, pois o livro didático trabalhado (Química na

abordagem do cotidiano volume 1 de Francisco Miragaia Peruzzo e Eduardo Leite do

Canto) aborda, de forma bem clara, este tópico do assunto. Na figura 9 observa-se uma

parte do enfoque histórico sobre a construção da tabela periódica.

4.2 MINISTRAÇÃO DE AULAS TEÓRICAS E APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO “PRÉ-JOGO”

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Figura 9: Histórico da tabela periódica.

Fonte: Livro didático: Química na abordagem do cotidiano-Tito e Canto.

Outro fato notório foi a atenção e a participação dos alunos quando se tratava

desse assunto. A grande maioria respondia aos exercícios intercalados com as

explicações expostas nos slides.

No transcorrer da explanação dos outros assuntos em outras aulas, percebeu-se

que os estudantes começavam a demonstrar algumas dificuldades, principalmente

quando se tratava da relação entre o nome dos elementos químicos e seus respectivos

símbolos. Alguns, nas respostas dos exercícios, utilizavam nomes de outros elementos

para preencher as denominações dos símbolos dos elementos que se pediam. Por

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68

exemplo, para denominar o símbolo “K” muitos utilizavam o nome cálcio, quando na

verdade, o nome correto para este é potássio.

Depois de detectada essa dificuldade apresentada por vários alunos, percebeu-se

também que muitos outros começavam a demonstrar algum desinteresse pela aula, não

participando com tanta veemência como anteriormente. Essa diminuição no rendimento

dos alunos deve-se ao fato do assunto não estar mais sendo tão facilmente

compreendido, gerando assim desmotivação. Isso comprova o que já tinha sido

abordado no referencial teórico. De acordo com vários autores estudados como: Rogado

(2004), Mortimer (1996), Gibin (2009), Nunes e Adorni (2010), Cardoso e Colinvaux

(2000), Bernadelli (2004), Watanabe e Recena (2008), a falta de compreensão do

assunto estudado gera desmotivação e desinteresse nas aulas.

Terminada as aulas teóricas, aplicou-se a avaliação “pré-jogo”. Os resultados

dessa avaliação podem ser observados na tabela 2. No intuito de preservar a identidade

dos alunos, seus nomes foram substituídos pelo nome “aluno” acrescido de uma

numeração que vai de 1 à 24 (número de participantes desta avaliação).

Tabela 2: Notas dos alunos de AGROEJA na avaliação “pré-jogo”

Aluno

Nota

Aluno 1 3,6

Aluno 2 3,0

Aluno 3 3,7

Aluno 4 5,5

Aluno 5 6,3

Aluno 6 3,5

Aluno 7 4,5

Aluno 8 5,7

Aluno 9 1,7

Aluno 10 4,8

Aluno 11 6,5

Aluno 12 5,0

Aluno 13 3,3

Aluno 14 4,3

Aluno 15 6,0

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69

Aluno 16 4,5

Aluno 17 7,3

Aluno 18 1,2

Aluno 19 4,0

Aluno 20 4,0

Aluno 21 1,8

Aluno 22 7,3

Aluno 23 6,7

Aluno 24 8,1

Fonte: Próprio autor.

Analisando-se as notas dos alunos de AGROEJA na avaliação “pré-jogo”

percebe-se que estas não apresentaram um resultado satisfatório, pois muitos estudantes

não conseguiram sequer atingir seis pontos, que corresponde a média exigida pelo IFRN

para que o estudante possa ser aprovado. O gráfico 1 ilustra claramente o percentual de

alunos que conseguiram atingir ou ultrapassar a nota seis, assim como os que ficaram

abaixo dessa nota.

Esse baixo desempenho dos estudantes frente ao conteúdo sobre tabela

periódica é preocupante, pois esse tema trata do estudo dos elementos químicos e serve

de base para o entendimento de muitos outros assuntos de Química, tais como: ligações

químicas, reações químicas, nomenclatura dos compostos inorgânicos, nomenclatura

dos compostos orgânicos e outros. Portanto, a deficiência não sanada nesse conteúdo

pode ocasionar um grande prejuízo, proporcionando uma série de outras dificuldades

em temas posteriores.

O resultado observado no gráfico 1 retrata a realidade de muitas escolas do país,

onde a grande maioria dos alunos não consegue obter um desempenho satisfatório na

disciplina de Química.

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70

Gráfico 1: Desempenho dos alunos de AGROEJA na avaliação “pré-jogo”.

Fonte: próprio autor.

4.2.2 Turma SUBMAMB

Nesta turma foram trabalhadas as subclasses dos hidrocarbonetos. Inicialmente

este conteúdo despertou a curiosidade de muitos alunos, pois na aula inicial foi feita

uma contextualização do assunto com a realidade dos estudantes. Na contextualização

eles se depararam com as nomenclaturas que já tinham conhecimento, como por

exemplo: metano, butano e octano, assim como a nomenclatura de algumas substâncias

provenientes do petróleo. Por esse motivo observou-se a participação da maioria dos

alunos.

Essa participação foi mais efetiva quando se abordou os processos de obtenção

dos derivados de petróleo. Na figura 10 do livro didático trabalhado nas aulas teóricas

(Química na abordagem do cotidiano volume 3 de Francisco Miragaia Peruzzo e

Eduardo Leite do Canto), observa-se o processo de separação dos componentes do

petróleo que ocorre nas refinarias e que foi abordado nessa contextualização.

29,17%

70,83%

Notas dos alunos em relação a média seis

Acima da média

Abaixo da média

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Figura 10: Processo de obtenção dos derivados de petróleo.

Fonte: Livro didático: Química na abordagem do cotidiano-Tito e Canto.

No transcorrer das aulas teóricas os estudantes começavam a demonstrar sinais

de dificuldades no entendimento dos assuntos ministrados. Isso se tornou mais notório

quando abordou-se as estruturas e as classificações dos hidrocarbonetos. Percebia-se

que poucos conseguiam responder os exercícios intercalados com a ministração de cada

tópico, isto é, os exercícios de fixação. Um número menor ainda foi o dos que

responderam os exercícios destinados para casa.

Essas dificuldades se tornaram mais alarmantes quando se trabalhou com as

regras de nomenclaturas das substâncias estudadas. Muitos não conseguiam associar, de

forma coerente, as regras às classes de hidrocarbonetos. Também demonstraram muita

deficiência quando precisavam fazer as estruturas dessas substâncias a partir de suas

nomenclaturas. Depois disso, observou-se muito desinteresse nas aulas seguintes e, por

consequência, pouca interação.

Ao final da etapa das aulas teóricas, aplicou-se a avaliação “pré-jogo”. Os

resultados dessa avaliação podem ser observados na tabela 3. Assim como para a turma

anterior a identidade dos alunos foi preservada e seus nomes foram substituídos como se

viu anteriormente.

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Tabela 3: Notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pré-jogo”

Aluno

Nota

Aluno 1 4,7

Aluno 2 7,9

Aluno 3 1,5

Aluno 4 1,5

Aluno 5 8,1

Aluno 6 0,5

Aluno 7 0,3

Aluno 8 1,0

Aluno 9 1,0

Aluno 10 7,9

Aluno 11 2,3

Aluno 12 3,5

Aluno 13 4,5

Aluno 14 1,0

Aluno 15 6,0

Aluno 16 1,0

Aluno 17 3,0

Aluno 18 4,3

Aluno 19 3,0

Aluno 20 5,7

Aluno 21 3,2

Aluno 22 9,5

Aluno 23 1,0

Aluno 24 3,8

Aluno 25 6,9

Aluno 26 1,5

Aluno 27 2,7

Aluno 28 3,5

Aluno 29 1,7

Aluno 30 7,7

Aluno 31 4,3

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Aluno 32 1,0

Aluno 33 4,7

Aluno 34 1,0

Aluno 35 6,2

Aluno 36 1,5

Fonte: Próprio autor.

As notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pré-jogo” foi o reflexo do que

já se havia observado nas aulas e na aplicação dos exercícios, ou seja, a maioria deles

não conseguiu assimilar, de forma satisfatória, o conteúdo ministrado. Por esse motivo

grande parte dos participantes dessa avaliação não conseguiu alcançar nota seis.

Analisando-se o gráfico 2, percebe-se o percentual de alunos que conseguiram atingir

ou ultrapassar essa nota e, da mesma forma, os que ficaram abaixo desta.

Gráfico 2: Desempenho dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pré-jogo”.

Fonte: próprio autor.

O baixo desempenho apresentado pelos estudantes diante desse conteúdo pode

estar associado a dificuldade que este apresenta, fato observado nos relatos de muitos

alunos. Vários deles afirmaram que não conseguiam aprender o que se estava

explicando, mesmo que prestando bastante atenção. A ausência de um recurso didático

22,23%

77,77%

Notas dos alunos em relação a média seis

Acima da média

Abaixo da média

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alternativo que pudesse facilitar a compreensão deste conteúdo, pode também ter

contribuído para tal desempenho.

O fato é que o estudo dos hidrocarbonetos serve de base para vários conteúdos

posteriores e a insuficiência no aprendizado deste, pode ocasionar sérios problemas no

que diz respeito ao entendimento de diversos conteúdos de extrema relevância.

Nesta etapa serão relatadas todas as observações obtidas nas aplicações dos

jogos nas turmas de AGROEJA e SUBMAMB. Serão também abordados e discutidos

os questionamentos levantados pelos alunos nos debates sobre os jogos aplicados em

ambas as turmas.

4.3.1 “Bingo Químico”

Este jogo foi aplicado na turma de AGROEJA, que na ocasião encontravam-se

24 alunos. De início, criou-se uma grande expectativa por parte dos alunos quando estes

foram avisados pelo professor que haveria a aplicação de um jogo didático que seria

utilizado para ajudar na fixação do entendimento do conteúdo de tabela periódica.

A princípio, alguns alunos aparentaram não estar interessados pelo jogo, ou seja,

não interagiram como a grande maioria. Mas no decorrer do jogo estes passaram a

participar de uma forma mais significativa. Desta forma, pode-se dizer que o jogo,

assim como destacado no referencial teórico, possui um caráter motivador, que

incentiva a participação dos estudantes à sua prática.

Observou-se também que a cada rodada do “Bingo Químico” os alunos

adquiriam mais domínio sobre a nomenclatura dos elementos químicos. Esse fato foi

comprovado quando o professor, na “chamada” dos elementos, apenas falava seus

nomes químicos e os alunos conseguiam associar estes aos seus respectivos símbolos,

muitas vezes sem consultar a tabela periódica.

Detectou-se, também, que os estudantes gostaram bastante da aula com o jogo,

pois chegaram a solicitar ao professor que não a interrompesse por causa do intervalo.

Os mesmos pediram para não ter intervalo até que encerrassem as rodadas do “Bingo”.

Não foram observados muitos aspectos negativos na execução do jogo.

Observou-se apenas que, no início, alguns alunos utilizaram o momento para conversar

4.3 EXECUÇÃO DOS JOGOS E ANÁLISES DOS DEBATES

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de forma exaltada, chegando até mesmo a ser conturbadora. Estes achavam que o

momento era de brincadeira sem limites, mas o professor interrompeu o jogo para

conversar e explicar que o real sentido deste, consistia em proporcionar um

estreitamento entre o conteúdo ministrado e a aprendizagem do aluno. Depois disso não

mais se repetiu o agravante.

4.3.1.1 Debate sobre o “Bingo Químico”

Após a aplicação do jogo, que ocorreu em dois dias consecutivos, houve um

debate entre o professor e os alunos de AGROEJA sobre a aula com o “Bingo

Químico”. No decorrer do debate o professor permitiu que os estudantes opinassem

sobre a aula com o jogo e destacassem os aspectos positivos e negativos observados por

eles durante o processo.

Muitos participaram do debate e deram seus pareceres. A maioria viu o emprego

do jogo de forma positiva, pois este proporcionou uma aula mais dinâmica, divertida e

motivadora, que despertou o interesse da maioria em querer aprender o assunto

trabalhado. Porém, os alunos destacaram algumas ressalvas a respeito da diversão que,

segundo eles, deve conter limites, isso para que a aula não se tornasse uma bagunça.

Infelizmente, alguns viram esta aula como forma de brincar e não de aprender

brincando. Estes afirmaram que as aulas deveriam ser sempre assim, uma brincadeira,

mas que não precisava trabalhar nenhum assunto específico de Química, pois dessa

forma, segundo eles, não é muito interessante.

Uma pequena parcela de alunos destacou que, apesar de terem participado da

aula, compreendido o que foi destacado no jogo, concordam que não são favoráveis a

aula com o “Bingo”, pois afirmaram que não gostam de jogo algum. Isso deve ser

levado em consideração, pois os alunos que não gostam do ambiente ou da metodologia

trabalhada na aula podem apresentar dificuldades para assimilar os conteúdos

ministrados. Desta forma, o professor deve utilizar de algum artifício, seja através de

um diálogo esclarecedor ou qualquer outra coisa que possa proporcionar um ambiente

favorável à aprendizagem.

A respeito da utilização do jogo como ferramenta facilitadora da aprendizagem

neste assunto, muitos afirmaram que conseguiram compreendê-lo com mais facilidade.

Estes concordam que o “Bingo Químico” se constitui como ferramenta alternativa capaz

de auxiliar na aprendizagem do assunto relacionado a tabela periódica, muito embora

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76

alguns dos pontos relatados por eles precisem ser revistos para que ocorra uma

eficiência.

.

4.3.2 Jogo do “Sim ou Não”

A proposta de desenvolvimento deste jogo consistia em utilizá-lo em sala de

aula como uma ferramenta pedagógica alternativa que pudesse ser testada para esse fim.

Objetivou-se construir um instrumento didático que facilitasse o entendimento dos

assuntos relacionados a nomenclatura dos compostos orgânicos, principalmente dos

hidrocarbonetos e dos compostos oxigenados e nitrogenados.

A finalidade do Jogo do “Sim ou Não” para este trabalho consistia em fazer com

que os alunos conseguissem identificar, com precisão, todas as classes dos

hidrocarbonetos tais como: alcanos, alcenos, alcinos e outras. Almejava-se também

analisar sua capacidade de motivar os alunos através da competição. E se essa

“atmosfera” de competitividade impulsionada pela vontade de ser vencedor do jogo,

despertaria, nos estudantes, um desejo de aprender mais sobre os assuntos relacionados

as nomenclaturas dos compostos orgânicos.

Todas essas observações foram feitas quando o jogo do “Sim ou Não” foi

aplicado na turma de SUBMAMB, que contou com a participação de 36 alunos. Ao ser

iniciado o jogo, percebeu-se que nem todos os alunos dos grupos se envolviam, porém,

com o decorrer do tempo e com o aumento da disputa entre as equipes, observou-se que

quase todos os alunos encontravam-se participantes. O envolvimento era tão grande que

quase ninguém queria parar de jogar.

Os estudantes estavam muito motivados em descobrir as nomenclaturas das

substâncias que o professor escondia. No decorrer do jogo já se percebia a evolução de

alguns alunos que conseguiam diferenciar facilmente as famílias dos hidrocarbonetos.

Depois da realização do jogo, os alunos apresentavam uma grande evolução no

entendimento da aplicação dos prefixos e radicais utilizados na montagem das

nomenclaturas dos compostos orgânicos.

O aspecto negativo observado na execução desse jogo está relacionado com

alguns momentos de euforia apresentados pelos alunos. Isso ocorreu porque o jogo

proporcionou uma disputa muito acirrada entre os grupos participantes que, movidos

pela vontade de vencer, acabavam falando com tom de voz mais auto do que o normal e

discutindo por pequenos motivos com os integrantes dos outros grupos. Por alguns

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77

momentos foi preciso o professor intervir para que a turma controlasse os ânimos e não

se esquecessem do objetivo principal do jogo, que estava relacionado com a

aprendizagem no conteúdo abordado.

4.3.2.1 Debate sobre o jogo do “Sim ou Não”

Depois de dois dias da aplicação do jogo, assim como na turma anterior, houve

um debate entre o professor e os alunos de SUBMAMB sobre a aula com o jogo do

“Sim ou Não”. No início, o professor explicou que esse jogo tinha sido desenvolvido

para ser avaliado como ferramenta auxiliadora para o entendimento do estudo das

subclasses dos hidrocarbonetos, principalmente suas estruturas e nomenclaturas. O

professor permitiu que os estudantes opinassem sobre a aula com o jogo e destacassem

os aspectos positivos e negativos observados por eles durante sua execução.

A grande maioria dos alunos expressou suas opiniões e pontos de vista. Todos

que opinaram consideraram o jogo como um fator positivo tanto pelo aspecto

motivacional, quanto pelo dinamismo da aula. Eles afirmaram que a proposta do jogo

permitiu que a aula se tornasse divertida e compromissada com o conteúdo.

Mesmo com esses relatos, bastante favoráveis ao jogo, o professor declarou no

debate que conseguiu observar que de fato a aula foi dinâmica e divertida, porém

existiram alguns momentos em que o foco foi perdido. É necessário que haja um limite

de dinamismo e que este seja controlado para que o jogo não perca sua real função

educativa porque, do contrário, segundo Kishimoto (1996), este se torna apenas um

mero instrumento lúdico.

No que diz respeito a influência do jogo na aprendizagem das nomenclaturas e

estruturas dos hidrocarbonetos, vários alunos afirmaram que depois de sua execução,

conseguiram compreender com mais facilidade as características peculiares a cada

subclasse. Por outro lado, alguns afirmaram que ainda apresentavam dúvidas quando

precisavam “montar” as estruturas dos hidrocarbonetos ou quando era necessário

nomeá-los.

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78

Depois da execução do “Bingo Químico” em AGROEJA e do jogo do “Sim ou

Não” em SUBMAMB, aplicou-se a avaliação “pós-jogo” nessas turmas. Os resultados

dessa avaliação em ambas as turmas, bem como as discussões sobre estes, encontram-se

a seguir.

4.4.1 Turma AGROEJA

Antes de analisar o resultado dessa avaliação, é salutar destacar o que ocorreu

durante a aplicação. Diferentemente do que aconteceu na avaliação “pré-jogo”, quando

os alunos demonstravam dificuldades até mesmo no entendimento das questões, mesmo

após as explicações do professor, nesta etapa foi um pouco diferente. Os estudantes

mostravam ter clareza diante das questões e conseguiam resolvê-las mais rapidamente.

Outro destaque está relacionado ao número de questões que ficaram em branco

ou com respostas inconclusivas. Na avaliação anterior o número foi excessivo, motivo

pelo qual muitos alunos apresentaram notas baixas. Na “pós-jogo” ainda observou-se

questões com essas características, porém em comparação a anterior, o número

diminuiu significativamente.

Na tabela 4 é possível observar as notas dos alunos na avaliação “pós-jogo”. É

notória a evolução dos estudantes, dada a quantidade de notas superiores a seis.

Tabela 4: Notas dos alunos de AGROEJA na avaliação “pós-jogo”

Aluno

Nota

Aluno 1 9,0

Aluno 2 10,0

Aluno 3 6,2

Aluno 4 5,0

Aluno 5 8,9

Aluno 6 8,6

Aluno 7 6,2

Aluno 8 5,0

Aluno 9 9,0

4.4 APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO “PÓS-JOGO”

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79

Aluno 10 8,9

Aluno 11 5,0

Aluno 12 10,0

Aluno 13 3,6

Aluno 14 4,5

Aluno 15 7,8

Aluno 16 7,8

Aluno 17 8,2

Aluno 18 8,6

Aluno 19 4,5

Aluno 20 3,6

Aluno 21 8,2

Aluno 22 7,1

Aluno 23 5,5

Aluno 24 8,0

Fonte: Próprio autor.

No gráfico 3 é possível observar o resultado da tabela anterior em termos

percentuais, ou seja, neste gráfico observa-se as porcentagens de alunos que

conseguiram atingir ou ultrapassar a nota seis (correspondente a média do IFRN) e os

que não alcançaram esta nota.

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80

Gráfico 3: Desempenho dos alunos de AGROEJA na avaliação “pós-jogo”.

Fonte: próprio autor.

Os percentuais observados no gráfico anterior não são tão satisfatórios, pois

significa dizer que ainda existe o número considerável de alunos que apresentaram um

desempenho abaixo do esperado. Significa dizer ainda que estes alunos não

conseguiram aprender o mínimo estabelecido para o assunto relacionado ao estudo da

tabela periódica.

Mesmo diante de um resultado não tão satisfatório, pode-se dizer que em

comparação aos obtidos na avaliação “pré-jogo”, o desempenho dos alunos de

AGROEJA melhorou consideravelmente. Essa observação fica mais clara quando se

analisa o gráfico 4, pois nele estão contidas as notas de cada aluno nas duas avaliações.

Assim é possível comparar as duas notas e perceber se houve ou não evolução após a

aplicação do jogo.

66,67%

33,33%

Notas dos alunos em relação a média seis

Acima da média

Abaixo da média

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81

Gráfico 4: Comparativo entre as avaliações “pré-jogo” e “pós-jogo” dos alunos de

AGROEJA.

Fonte: Próprio autor.

Outra análise que pode ser feita é a do percentual de alunos que conseguiu

melhorar seu desempenho em relação a nota anterior. O gráfico 5 mostra o percentual

de alunos, independentemente do valor de suas notas, que apresentaram uma evolução

em suas notas na avaliação “pós-jogo” em comparativo com a avaliação “pré-jogo”. É

verdade que dentro do percentual de estudantes que melhoraram seu desempenho estão

aqueles que conseguiram atingir notas superiores a seis, como também aqueles que não

atingiram esta nota. Neste último caso, apesar desses alunos não terem conseguido

atingir a média desejada é importante ressaltar que houve evolução em seu desempenho.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Alu

no

1

Alu

no

2

Alu

no

3

Alu

no

4

Alu

no

5

Alu

no

6

Alu

no

7

Alu

no

8

Alu

no

9

Alu

no

10

Alu

no

11

Alu

no

12

Alu

no

13

Alu

no

14

Alu

no

15

Alu

no

16

Alu

no

17

Alu

no

18

Alu

no

19

Alu

no

20

Alu

no

21

Alu

no

22

Alu

no

23

Alu

no

24

Notas dos alunos antes e depois do jogo

Avaliação "pré-jogo" Avaliação "pós-jogo"

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82

Gráfico 5: Percentual dos alunos de AGROEJA que ficaram acima e abaixo da nota da

avaliação “pré-jogo” em relação a avaliação “pós-jogo”

Fonte: Próprio autor

4.4.2 Turma SUBMAMB

Assim como ocorreu na turma anterior, em SUBMAMB também serão

destacadas algumas observações referentes ao período de aplicação da avaliação “pós-

jogo”.

Nesta avaliação os alunos, em poucas situações, fizeram perguntas sobre as

questões que estavam respondendo, alegando estarem compreendendo o que se pedia,

diferentemente do que aconteceu na “pré-jogo”. Nesta, os alunos demonstravam

dificuldades no entendimento das questões, e não conseguiam respondê-las. Na “pós-

jogo” foi diferente, a maioria dos estudantes não teve problemas para conseguir

compreender e resolver as questões propostas.

Observou-se também que a maior parte dos participantes dessa avaliação ficou

até resolver o máximo de questões possível, vários destes ficaram até o final da aula.

Foi necessário o professor alertar sobre o tempo, pois faltavam poucos minutos para o

fim da prova. Na avaliação anterior isso não ocorreu, a grande parte dos alunos

entregou-a rapidamente, sem perseverar em responder todas as questões de forma

completa.

75%

25%

Notas da avaliação "pós-jogo" em relação a avaliação "pré-jogo"

Alunos que melhoraram seudesempenho

Alunos que não melhoraramseu desempenho

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83

Na tabela 5 observa-se as notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pós-

jogo”. Sem fazer uma análise profunda, consegue-se perceber que vários alunos

conseguiram atingir uma pontuação satisfatória, ou seja, vários conseguiram atingir

notas igual ou superiores a seis.

Tabela 5: Notas dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pós-jogo”

Aluno

Nota

Aluno 1 6,0

Aluno 2 10,0

Aluno 3 5,0

Aluno 4 4,5

Aluno 5 8,5

Aluno 6 8,5

Aluno 7 3,5

Aluno 8 5,5

Aluno 9 3,5

Aluno 10 9,5

Aluno 11 6,0

Aluno 12 5,0

Aluno 13 9,0

Aluno 14 3,0

Aluno 15 7,0

Aluno 16 8,0

Aluno 17 4,0

Aluno 18 9,0

Aluno 19 8,0

Aluno 20 8,0

Aluno 21 3,5

Aluno 22 7,0

Aluno 23 5,0

Aluno 24 7,0

Aluno 25 6,5

Aluno 26 8,4

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84

Aluno 27 8,0

Aluno 28 3,5

Aluno 29 7,0

Aluno 30 7,0

Aluno 31 7,0

Aluno 32 4,5

Aluno 33 9,0

Aluno 34 3,0

Aluno 35 8,0

Aluno 36 8,0

Fonte: Próprio autor.

Analisando-se o gráfico 6 consegue-se observar o resultado da tabela 5 em

termos percentuais, ou seja, é possível notar as porcentagens de alunos que conseguiram

atingir ou ultrapassar a nota seis (correspondente a média do IFRN) e os que não

alcançaram esta nota.

Gráfico 6: Desempenho dos alunos de SUBMAMB na avaliação “pós-jogo”.

Fonte: próprio autor.

63,89%

36,11%

Percentual de alunos em relação a média

Acima da média

Abaixo da média

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85

Levando-se em consideração os percentuais apresentados no gráfico 6, pode-se

dizer que a situação dos alunos de SUBMAMB, no assunto trabalhado, ainda não é

satisfatória. Esses dados alertam que ainda é preciso haver mudanças mais significativas

no que se diz respeito a melhoria na aprendizagem de vários alunos desta turma no

assunto relacionado aos hidrocarbonetos.

Por outro lado, se forem analisados os percentuais dos estudantes desta turma

nas duas avaliações realizadas, é possível perceber uma significativa evolução de grande

parte dos alunos. Para entender melhor esta evolução, basta analisar o gráfico 7. Este

gráfico apresenta as notas nas duas avaliações de todos os participantes desta. Dessa

forma, fica mais claro o comparativo entre os dois resultados que foram obtidos antes e

depois do jogo aplicado.

Gráfico 7: Comparativo entre as avaliações “pré-jogo” e “pós-jogo” dos alunos de

SUBMAMB.

Fonte: Próprio autor.

A análise mais positiva, ou seja, que consegue mostrar o resultado mais

satisfatório, se encontra no gráfico 8. Nele observam-se os percentuais de alunos que

conseguiram e os que não conseguiram melhorar suas notas, independentemente dos

seus valores. O resultado é muito animador, pois a grande maioria dos estudantes

conseguiu evoluir nas notas. Porém, não se pode esquecer que estão inclusos nestes

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Notas dos alunos antes e depois do jogo

Avaliação "pré-jogo" Avaliação "pós-jogo"

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86

percentuais, também os estudantes que melhoraram seu desempenho, mas não

conseguiram atingir notas superiores a seis.

Gráfico 8: Percentual dos alunos de SUBMAMB que ficaram acima e abaixo da nota da

avaliação “pré-jogo” em relação a avaliação “pós-jogo”

Fonte: Próprio autor

92%

8%

Notas da avaliação "pós-jogo" em relação a avaliação "pré-jogo"

Alunos que melhoraram seudesempenho

Alunos que não melhoraramseu desempenho

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Este capítulo tem por finalidade destacar algumas questões específicas

relacionadas aos jogos químicos enquanto suporte didático. Para tanto, resume os

principais resultados encontrados e mostra a relação destes com os objetivos traçados

para esta dissertação.

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele

eternamente. Amém. (Romanos 11: 36)

CAPÍTULO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A utilização, em sala de aula, de jogos didáticos relacionados aos conteúdos de

Química, se apresenta como uma alternativa importante para amenizar as dificuldades

de aprendizado que muitos alunos demonstram nesta disciplina. Percebe-se isso, quando

se faz uma análise comparativa entre os resultados das avaliações “pré-jogo” e “pós-

jogo”, ou seja, houve uma significativa evolução nas notas dos alunos, das duas turmas,

depois da aplicação dos jogos.

Esta pesquisa mostra, através dos resultados das avaliações e da percepção dos

estudantes expostas no debate que, depois da aplicação dos jogos, vários alunos

conseguiram compreender e aprender, com mais facilidade, os assuntos estudados.

Mostra ainda, que a aula com esta ferramenta, pode se tornar mais dinâmica e

satisfatória para os alunos e que o nível de participação dos mesmos aumenta em

relação à aula sem o jogo.

Esses resultados positivos vão ao encontro às informações encontradas na

literatura, a respeito da viabilidade da aplicação dos jogos nas aulas de Química.

Autores como: Piaget (1975), Vygotsky (1991) e Kishimoto (1996) defendem o uso

deste recurso como auxiliador da aprendizagem. Da mesma forma, outros autores como:

Soares (2004), Robaina (2008), Lima (2008) e Cunha (2012), afirmam que os conteúdos

químicos são mais facilmente compreendidos quando se utiliza os jogos.

No entanto, a maioria dos trabalhos sobre a aplicação de jogos didáticos em sala

de aula, encontrados na literatura, não destaca qualquer aspecto negativo. No

transcorrer desta dissertação, foi possível perceber alguns pontos negativos que podem

ocorrer no emprego desta alternativa didática. Estes foram observados não só pelo autor

desta pesquisa, como também pelos próprios alunos, que os expuseram no debate.

Estes aspectos negativos podem surgir se houver um planejamento inadequado

da atividade. Ocorrendo isto, o professor não conseguirá evitar alguns problemas, tais

como o tempo de aplicação do jogo e a relação deste com o conteúdo que se deseja

trabalhar. Estão relacionados também aos métodos de aplicação, se o jogo não for bem

explicado, ou suas regras não forem bem esclarecidas, seu objetivo principal, que é o de

estreitar o caminho para a aprendizagem, não será alcançado.

Deve-se esclarecer para os alunos, que o momento de aplicação de um jogo

didático não é uma oportunidade para que se possa “extravagar” e “bagunçar”, como se

estivessem participando de um “joguinho” para passar o tempo da aula. É sim, a

oportunidade de se fazer bom uso de uma ferramenta pedagógica que pode ajudá-los no

entendimento dos assuntos relacionados à disciplina.

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89

Os autores encontrados na literatura também não revelam as situações mais

adequadas em que os jogos devem ser trabalhados, para que se obtenham melhores

resultados. Com esta pesquisa, pode-se perceber que este recurso didático pode ser

utilizado no final de cada conteúdo, ou seja, depois de ter ocorrido, em algumas aulas, a

explicação teórica do assunto. Desta forma, os alunos participarão do jogo já com

algumas informações que irão ser de fundamental importância para a concretização do

conhecimento.

Outra situação que se pode destacar como adequada para trabalhar com os jogos,

está relacionada a aplicação destes antes da avaliação principal ou bimestral, que

envolverá o assunto trabalhado. Assim, o professor poderá motivar os estudantes a

participarem, com mais seriedade, da aula com o jogo. Desta forma é possível alcançar

um nível de aprendizado mais elevado e, por consequência, resultados mais satisfatórios

na avaliação.

Vale ressaltar que, apesar dos resultados mostrarem que o desempenho dos

estudantes melhorou, é preciso destacar que vários alunos ainda continuaram abaixo das

expectativas, mesmo depois do emprego dos jogos. Portanto, não se deve utilizar esta

ferramenta em situações extremas, ou seja, como se fosse a única alternativa para fazer

com que os alunos aprendam determinados assuntos.

As aplicações tanto do “Bingo Químico”, um jogo retirado da literatura, quanto

do “Jogo do Sim ou Não”, criado pelo autor desta dissertação, demonstraram que é

viável a utilização do lúdico nas aulas de Química. Através da utilização desses jogos

educacionais, como um recurso auxiliador da aprendizagem nesta disciplina, pôde-se

perceber que os alunos despertam um interesse maior pelos conteúdos ministrados

quando se utiliza essa alternativa pedagógica de maneira correta.

Apesar desta análise favorável, ficou claro neste trabalho que essa ferramenta

didático-pedagógica apresenta alguns aspectos que, se não forem cuidadosamente

examinados, podem torná-la ineficaz. Assim como outros, este recurso didático, não é

perfeito e não irá sanar todas as dificuldades apresentadas pelos estudantes. Entretanto,

essas dificuldades não podem ser usadas como argumento para a não utilização dos

jogos educacionais nas aulas de Química.

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DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes

se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se

perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Há um rio

cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do

Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao

romper da manhã. (Salmos 46: 1-5).

APÊNDICES

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APÊNDICE A: AVALIAÇÃO PRÉ-JOGO APLICADA EM AGROEJA

1- Observe a colocação dos elementos na tabela periódica proposta,

representados por símbolos que não correspondem aos verdadeiros e responda as

duas questões que seguem.

O metal alcalino é:

(A) Z.

(B) Q.

(C) X.

(D) U.

(E) Y.

2- Os elementos P e U são, respectivamente, pertencentes às famílias dos:

a) alcalinos e alcalinos terrosos.

b) halogênios e calcogênios.

c) calcogênios e gases nobres.

d) calcogênios e halogênios.

e) alcalinos terrosos e boro.

3-Qual é o nome dos elementos?

Au:__________________

Cd:__________________

Zr:___________________

Cl:___________________

Co___________________

Avaliação Pré-jogo

Assunto: Tabela Periódica

Turma:________________________

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4- O símbolo Ir representa que elemento químico?

a) Ítrio b) Irídio

b) Iodo c) Lítio

5- O símbolo N representa que elemento químico?

a) Neônio

b) Níquel

c) Nióbio

d) Nitrogênio

6- Qual o número atômico do cálcio?

a) 1

b) 3

c) 5

d) 20

7- Qual a massa atômica do Carbono?

a) 6

b) 12

c) 24

d) 118

8- Qual o número atômico do P?

a) 10

b) 13

c) 15

d) 32

9- O enxofre apresenta número atômico igual a 16 e:

a) Pertence ao grupo 16 A da tabela periódica.

b) Forma ânion bivalente.

c) Tem símbolo Ex.

d) Pertence à família dos metais alcalino-terrosos.

e) É líquido à temperatura ambiente.

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10- Os símbolos Be, Ba, B e Br correspondem respectivamente aos elementos

químicos:

a) Berílho, Bário, Boro e Bromo

b) Berílio, Baro, Boro e Bromo

c) Berílio, Bário, Boro e Bromo

d) Berílio, Bário, Bromo e Brometo de Potássio

e) Berílio, Bário, Boro e Brometo de Potássio

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APÊNDICE B: AVALIAÇÃO PÓS-JOGO APLICADA EM AGROEJA

1. (MACK – SP) O alumínio que tem número atômico igual a 13:

f) Pertence ao grupo 1 A da tabela periódica.

g) Forma cátion trivalente.

h) Tem símbolo Am.

i) Pertence à família dos metais alcalino-terrosos.

j) É líquido à temperatura ambiente.

2. (ABC) Pertencem à família dos calcogênios:

a) O cloro e o bromo.

b) O oxigênio e o nitrogênio.

c) O selênio e o telúrio.

d) O sódio e o potássio.

e) O cálcio e o bário.

3. O feldspato é representado pela fórmula geral (AB4O8), onde A pode ser os

elementos Ca, Na ou K, e B pode ser Al e/ou Si. Em relação aos símbolos

Ca, Na, K, Al, Si, é correto afirmar que eles representam respectivamente:

a) Cálcio, nitrogênio, criptônio, alumínio, silício.

b) Cálcio, sódio, potássio, alumínio, selênio.

c) Cálcio, sódio, potássio, alumínio, silício.

d) Cádmio, sódio, criptônio, prata, silício.

e) Cádmio, sódio, potássio, alumínio, silício.

Avaliação Pós-jogo

Assunto: Tabela Periódica

Turma:________________________

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4. O cobalto é representando por:

a) Cr

b) Co

c) C

d) Cl

5. Qual desses é o símbolo do cobre?

a) Cu

b) Co

c) Cr

d) C

6. O símbolo Na representa o elemento químico:

a) Neônio

b) Vanádio

c) Nobélio

d) Neptúnio

e) Sódio

7. Existe algum elemento químico chamado "Rádio"?

a) Não, existe um parecido chamado "Radiônio".

b) Não, isso é um objeto. Um nome assim não pode ser atribuído a um

elemento químico.

c) Sim, seu símbolo é Ra.

d) Sim, seu símbolo é R.

8. Qual o elemento que possui o número atômico 1?

a) Hélio

b) Lítio

c) Hidrogênio

d) Cálcio

9. Qual a massa atômica do hélio?

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

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10. Qual é o nome dos elementos?

Pb:__________________

Mn:__________________

Zn:___________________

K:___________________

Kr___________________

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APÊNDICE C: AVALIAÇÃO PRÉ-JOGO APLICADA EM SUBMAMB

AVALIAÇÃO DE QUÍMICA

Assunto: hidrocarbonetos

Aluno(a):__________________________________________Nº._____

Avaliação pré-jogo

1-Escreva as fórmulas estruturais dos seguintes hidrocarbonetos:

a. metilbenzeno

b. 1-penteno

c. 3-hexino

d. 1,3-dimetil-Ciclopentano

e. Ciclopenteno

f. Hexa-1,3-dieno

g. 2-metil-octano

h. 6-metil-oct-1-eno

i. 3-metilpent-1-ino

j. 2,5-dimetil-hexa-1,3-dieno

2-Faça a nomenclatura dos seguintes hidrocarbonetos:

Dia: ____ /_____201__

/2010

NOTA:________

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APÊNDICE D: AVALIAÇÃO PÓS-JOGO APLICADA EM SUBMAMB

AVALIAÇÃO DE QUÍMICA

Assunto: hidrocarbonetos

Aluno(a):__________________________________________Nº._____

Avaliação pós-jogo

1-Monte as fórmulas estruturais dos compostos:

a) 2-metil-pentano

b) 2,2-dimetil-hex-3-ino

c) Oct-2-eno

d) 3-etil-oct-3-eno

e) 2,3,3-trimetil-octano

f) 4-etil-2-metil-hex-2-eno

g) Metano

h) propino

i) Metilciclopentano

j) etilbenzeno

2- Qual a nomenclatura das seguintes substâncias:

Dia: ____ /_____201__

/2010

NOTA:________

Page 110: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE … · Dedico esse trabalho ao meu Deus, ... Aos meus colegas da primeira turma de mestrado do Programa de Pós ... constatações foram

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