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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL DAMIANI MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL Florianópolis 2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA

EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Florianópolis

2019

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA

EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de Pós

Graduação em Engenharia de Segurança do

Trabalho da Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do

título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Florianópolis

2019

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PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

MUDANÇA DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA

EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada ao Curso de Pós

Graduação em Engenharia de Segurança do

Trabalho da Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do

título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Florianópolis, 15 de outubro de 2019

______________________________________________________

Professor e Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

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Este trabalho é dedicado aos meus pais e minha irmã,

Alice, Marcelo e Marcela

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador, José Humberto Dias de Toledo, por esse período de orientação e incentivo que nos foi passado.

À minha família, por todo amor, dedicação, companheirismo e apoio dado durante

toda a caminhada pós-acadêmica, profissional e pessoal, sempre depositando confiança em minha capacidade.

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“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista.”

(Aldo Novak)

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RESUMO

Pesquisa sobre a implantação de uma nova política de Saúde e Segurança do

Trabalho dentro de uma empresa de construção civil da Grande Florianópolis, Santa Catarina.

Devido à construção civil ser o segundo maior setor da economia brasileira e empregar cerca

de 8,9 milhões de pessoas é importante que existam normas reguladoras para os tipos de

trabalho, com o intuito de reduzir ou acabar com os acidentes de trabalho. Este estudo

caracteriza-se como uma pesquisa de campo de natureza exploratória, quanto à abordagem do

problema em qualitativa. Foi aplicado um questionário como base para obtenção da pergunta

chave da pesquisa, cujo referencial teórico foi obtido com base em dados de órgãos públicos

como previdência social, ministério do trabalho e emprego, manuais de segurança e saúde do

trabalho e as normas regulamentadoras número 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 18 e 35. Foi visto que

as maiores dificuldades da implantação do sistema foram o alto custo inicial e global, já que se

trata de um investimento a longo prazo. Ao fim, foi visto que o investimento aumentou a

segurança dos trabalhadores, aumentou a produção e agilizou a entrega das obras, foram

modificados produtos adquiridos com melhor qualidade que trouxeram economia devido a

durabilidade, a empresa zerou os acidentes de trabalho e teve o retorno de todo o investimento

devido a economia com impostos.

Palavras-chave: Segurança e Saúde do Trabalho. Construção Civil. SAT, FAP e Economia.

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ABSTRACT

Research on the implementation of a new Occupational Health and Safety policy

within a construction company in Grande Florianópolis, Santa Catarina. Because civil

construction is the second largest sector in the Brazilian economy and employing about 8.9

million people, it is important that there are regulatory standards for types of work in order to

reduce or eliminate work accidents. This study is characterized as an exploratory field

research on the qualitative approach to the problem. A questionnaire was applied as a basis

for obtaining the key research question, the theoretical framework of which was based on data

from public agencies such as social security, ministry of labor and employment, occupational

safety and health manuals and regulatory standards number 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 18 and

35. It was seen that the biggest difficulties of the system implementation were the high initial

and global cost, since it is a long term investment. In the end, it was seen that the investment

increased worker safety, increased production and speeded delivery of works, modified

products purchased with better quality that brought savings due to durability, the company

zeroed the work accidents and had the return of all investment due to tax economy.

Keywords: Occupational Safety ans Health. Construction. SAT, FAP and Economics.

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Certificado de Aprovação inserido no EPI.................................................................14

Figura 2 - Serra Circular............................................................................................................33

Figura 3 - Guarda Corpo............................................................................................................33

Figura 4 - Bandejas Primárias e Secundárias.............................................................................34

Figura 5 - Elevador Tipo Cremalheira.......................................................................................35

Figura 6 - Elevador de cabo de aço.............................................................................................35

Figura 7 - Andaime simplesmente apoiado................................................................................36

Figura 8 - Acidentes de Trabalho por situação de registro e motivo, em 2013............................42

Figura 9 - Média de acidentes e doenças do trabalho na Região Sul, de 1990 a 2013.................43

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Setores da indústria com mais acidentes de trabalho entre os anos de 2015-2017

................................................................................................. ..Erro! Indicador não definido.

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.Tabela 4 – Rastreamento das

Avaliação por Ano.......................................................................55

Tabela 5 – Investimentos...........................................................................................................57

Tabela 6 – Comparativo entre as trocas de botinas na empresa ............................................. ..58

Tabela 7 – Comparativo das Luvas de Segurança .................................................................. ..58

Tabela 8 – Estudo de SAT e FAP da Empresa ....................................................................... ..59

Tabela 9 – Análise Global ...................................................................................................... ..60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 13

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14

1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 14

1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15

1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 15

1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 16

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 18

2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ............................ 18

2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... 19

2.3 LEGISLAÇÃO E REFERÊNCIAS NORMATIVAS...................................................... 21

2.3.1 NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................... 21

2.3.2 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA

E EM MEDICINA DO TRABALHO ................................................................................... 22

2.3.3 NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA ... 22

2.3.4 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ......................... 23

2.3.4.1 CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA ................................................................ 24

2.3.4.2 TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................ 25

2.3.5 NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL –

PCMSO .................................................................................................................................... 25

2.3.6 NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA .. 27

2.3.7 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS DE

ELETRICIDADE ................................................................................................................... 28

2.3.8 NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

29

2.3.9 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ....................................... 30

2.3.10 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA

DA CONSTRUÇÃO ............................................................................................................... 31

2.3.10.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA (18.2) ............................................................................ 31

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

2.3.10.2 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - PCMAT (18.3) .............................................................. 32

2.3.10.3 ÁREAS DE VIVÊNCIA (18.4) .................................................................................. 32

2.3.10.4 CARPINTARIA (18.7) ............................................................................................... 33

2.3.10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA (18.13) ............... 34

2.3.10.6 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS (18.14) ..... 35

2.3.10.7 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO (18.15) ................................... 37

2.3.10.8 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (18.27) ............................................................. 38

2.3.10.9 TREINAMENTO (18.28) ........................................................................................... 38

2.3.11 NR 35 – TRABALHO EM ALTURA ........................................................................ 38

2.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE DE TRABALHO ...................................................... 40

2.5 ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE NA SEGURANÇA DO TRABALHO ..... 44

2.5.1 CNAE – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS .. 44

2.5.2 SAT – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO ................................. 45

2.5.3 FAP – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO ................................. 45

3 RESULTADOS E ANÁLISES......................................................................................... 46

3.1 CAMPO DE PESQUISA ................................................................................................. 46

3.2 QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................... 46

3.3 RESULTADOS E ANÁLISES ........................................................................................ 47

3.3.1 NR 1 .............................................................................................................................. 47

3.3.2 NR 4 .............................................................................................................................. 48

3.3.3 NR 5 .............................................................................................................................. 48

3.3.4 NR 6 .............................................................................................................................. 49

3.3.5 NR 7 .............................................................................................................................. 49

3.3.6 NR 9 .............................................................................................................................. 50

3.3.7 NR 10 ............................................................................................................................ 50

3.3.8 NR 12 ............................................................................................................................ 51

3.3.9 NR 15 ............................................................................................................................ 51

3.3.10 NR 35 ............................................................................................................................ 52

3.3.11 NR 18 ............................................................................................................................ 52

3.3.12 ANÁLISE GLOBAL ................................................................................................... 54

3.3.13 ANÁLISE FINANCEIRA........................................................................................... 58

4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 64

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APÊNDICES ........................................................................................................................... 68

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ...................... 69

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

13

1 INTRODUÇÃO

A construção civil tem um papel vital na sociedade, alavancando grandes avanços

importantes para o desenvolvimento e continuação da vida. Há o compromisso de construir

produtos com qualidade para usufruto da sociedade e também de coexistência com o meio

ambiente diminuindo os danos ao mesmo. A construção civil tem a função de elevar o progresso

social visando à utilização de meios sustentáveis que acompanhem o crescimento global.

Seguido pelo preceito de setor de desenvolvimento, a construção civil tem um

importante papel para a economia nacional brasileira, segundo dados do IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística) a construção civil em 2014 teve participação no PIB de

aproximadamente 17%, tornando o segundo maior setor econômico do país, ficando atrás

apenas da indústria agropecuária.

Tratando-se de empregos se faz necessário abordar o tema da mão de obra, escuta-

se muito a respeito da falta de qualificação dessa mão de obra, e o crescimento do setor da

construção acaba sendo mais rápido do que a oferta de mão de obra qualificada. Esse fator vem

ao encontro com o tema que será abordado no trabalho, visto que a desqualificação e

desinformação da mão de obra podem acarretar no acontecimento e aumento dos acidentes de

trabalho.

Essa desqualificação e desinformação da mão de obra passam por treinamentos

admissionais e periódicos que por muitas vezes não são realizados devido aos empresários

entenderam isso como um “gasto” para a empresa. Esse termo não pode ter mais espaço nos

dias de hoje.

Empresas que investem na segurança do trabalho já demonstraram que o número

de acidentes diminui drasticamente e os colaboradores trabalham mais pela empresa por se

sentirem uma parte dela mesma. Hoje, quem está desqualificado e desinformado são os próprios

empresários, pois a grande maioria não conhece a existência do FAP (Fator Acidentário de

Prevenção), um fator que pode trazer economia para a empresa.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

A pesquisa trata de métodos e políticas de segurança e saúde do trabalho

implantados na Construção Civil, trazendo aspectos positivos para a produção e impactos

financeiros numa empresa.

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

14

1.2 JUSTIFICATIVA

O setor da construção civil é o segundo maior da economia nacional brasileira,

empregando um altíssimo número de empregos, de acordo com dados da Comissão Brasileira

da Indústria da Construção (CBIC), o setor emprega aproximadamente 11,6 milhões de pessoas,

dessa forma mostrando a importância do setor para desenvolvimento socioeconômico nacional.

Portanto, é importante a existência e a aplicação das Normas Regulamentadores

(NR’s), já que o setor emprega uma grande parcela de pessoas. As normas estabelecem

requisitos mínimos e medidas de proteção preventivas para o trabalho. Porém, para seguir à

risca todas as exigências que a legislação pede, é necessário um investimento do empresário e

é nesse momento que muitas decisões favoráveis a segurança pode ser barradas.

Percebido a dificuldade que se tem para implantar uma política de segurança do

trabalho em uma empresa, a falta de conhecimento e visão dos empresários de que o termo

“gastar” em segurança do trabalho não existe mais e que a médio prazo, investindo dinheiro e

tempo em treinamentos, conscientização e equipe, a balança se torna favorável para todos os

lados.

Com isso, a pesquisa se justifica já que investir em segurança do trabalho pode

trazer aspectos positivos para o trabalhador, na questão produtiva e de saúde, e para o

empresário, na questão de retorno financeiro. Como implantar métodos e políticas de segurança

do trabalho que tragam benefícios para o colaborador e que tragam retorno financeiro para a

empresa?

1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Segundos dados retirados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT

da Previdência Social, a construção civil, considerando os anos de 2015, 2016 e 2017, foi o 6º

setor com mais acidentes do trabalho, conforme Tabela 1 abaixo:

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

15

Tabela 1 – Setores da indústria com mais acidentes de trabalho entre os anos de

2015-2017

Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – Previdência Social

Setores 2015 2016 2017 Média 2015-2017

Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %

Acidentes Totais 622379 - 585626 - 549403 - 1757408 -

Construção de Edifícios 13559 2,18 11917 2,03 9178 1,67 34654 1,97

Abate de Suínos 10123 1,63 9797 1,67 10492 1,91 30412 1,73

Comércio Varejista (Super e

Hiper) 20317 3,26 21614 3,69 21332 3,88 63263 3,60

Transporte Rodoviário 13028 2,09 13135 2,24 12729 2,32 38892 2,21

Atividades de Correio 14364 2,31 14738 2,52 12580 2,29 41682 2,37

Restaurantes 8840 1,42 9872 1,69 10054 1,83 28766 1,64

Administração Pública 15344 2,47 16629 2,84 16917 3,08 48890 2,78

Atendimento Hospitalar 57204 9,19 55870 9,54 53524 9,74 166598 9,48

Os números de acidentes do setor vêm melhorando nos últimos anos, porém ainda

há a necessidade de melhora.

Com isso, essa pesquisa tem o intuito de encontrar a resposta para a seguinte

questão: Quais os principais métodos que devem ser implantados para que essa nova política

de segurança do trabalho funcione? E, uma empresa mudando a cultura, passando a investir

nesse setor, pode ter algum retorno financeiro?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar as diversas formas de métodos e políticas que foram adotados para que

fosse criado uma cultura de Saúde e Segurança do Trabalho em uma empresa.

1.4.2 Objetivos Específicos

A fim de se alcançar o objetivo geral exposto acima, temos os seguintes objetivos

específicos:

• Estudar o seguimento das NR’s aplicáveis para a construção civil;

• Identificar as mudanças realizadas no setor administrativo (documentação);

• Analisar as políticas adotadas no setor de produção (EPC, EPI, máquinas);

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16

• Entrevistar colaboradores sobre os impactos das mudanças na SST;

• Demonstrar o impacto financeiro que o investimento em SST pode causar.

1.5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de natureza exploratória,

quanto a abordagem do problema, em qualitativa, que Rodrigues (2007) define como:

Qualitativa é a pesquisa que – predominantemente – pondera, analisa e interpreta

dados relativos à natureza dos fenômenos, sem que os aspectos quantitativos sejam a

sua preocupação precípua, a lógica que conduz o fio de seu raciocínio, a linguagem

que expressa as suas razões. Também não denota filiação teórico-metodológica, nem

implica o uso de hipótese, de experimentação ou qualquer outro detalhe. Sintetizando:

qualitativa é a denominação dada à pesquisa que se vale da razão discursiva.

Do ponto de vista dos procedimentos, ela se caracteriza em um estudo de caso, que

conforme Araújo et al. (2008) “o estudo de caso trata de um enfoque metodológico de

investigação especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever

acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos

fatores”.

Da mesma forma, Ponte (2006, apud ARAÚJO et al. 2008) considera que:

É uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se debruça

deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial,

pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial

e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de certo

fenômeno de interesse.

Para responder a principal questão da pesquisa terá duas vertentes, uma teórica e

outra prática.

Teórica: Foi estudado o que se tem de disponível sobre as Normas

Regulamentadoras utilizadas no setor para identificação de mudanças na administração e na

produção. Essa base teórica será apresentada no capítulo 2 desse trabalho.

Prática: com objetivo de responder à questão chave, serão realizadas entrevistas

estruturadas aplicadas em uma empresa de construção civil de médio porte da grande

Florianópolis, SC. Essas entrevistas irão trazer todas as mudanças na qual essa empresa teve

que passar nos últimos anos, opiniões sobre colaboradores que estão na empresa desde que a

nova política passou a ser implementada e por fim um demonstrativo de retorno financeiro para

empresa através do FAP.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

17

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura do trabalho é composta por 4 capítulos, sendo eles Introdução, Revisão

de Literatura, Resultados e Análises e Conclusão.

O capítulo da Introdução foi dividido em Tema e Delimitação, Justificativa,

Definição do Problema, Objetivos gerais e específicos e Metodologia.

A Revisão de Literatura de cinco capítulos, sendo eles: Histórico e evolução da

Segurança do Trabalho, Segurança do Trabalho na Construção Civil, Legislação e Referências

Normativas (NR-1, NR-4, NR-5, NR-6, NR-7, NR-9, NR-10, NR-12, NR-15, NR-18, NR-35),

Estatísticas de Acidente de Trabalho e CNAE, SAT e FAP.

O capítulo de Resultados e Análises foi composto de Campo de Pesquisa, Tabela

Comparativa com as mudanças de política da empresa, Questionário SST, Cálculo de Retorno

Financeiro e Resultados e Análises.

Por fim, o trabalho é finalizado com o capítulo da Conclusão, seguido das

Referências da pesquisa e Apêndices.

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

18

2 REVISÃO DE LITERATURA

Com a ampliação da população dos grandes centros e a necessidade de obras de

grande porte, sendo de caráter privativo ou de infraestrutura pública, a certeza é que o setor da

construção civil é um dos que mais emprega pessoas, devido a isso um número grande de NR’s

devem ser atendidas para a proteção e segurança de todos os trabalhadores que atuam nesse

campo de trabalho.

Nesta revisão mostraremos um breve histórico e a evolução do trabalho na

construção civil, de formas de trabalho a equipamentos, assim como dados e estatísticas de

acidentes que ocorrem devido a essa função.

Em seguida citaremos as principais Normas Regulamentadoras que devem ser

implementadas num canteiro de obra para que se tenha não apenas a proteção e segurança dos

trabalhadores, mas também um monitoramento e a prevenção de todos dentro das áreas de

segurança.

Por fim, detalharemos um pouco sobre a parte contábil e financeira, como o

enquadramento do CNAE, e por consequência o SAT que ele gera, de uma empresa pode afetar

nos impostos que são pagos para a Previdência Social e o importante controle do FAP,

ferramenta multiplicadora que o governo inventou para premiar as empresas que mantém os

trabalhadores seguros e punir financeiramente as que ainda tem muito a melhorar.

2.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Conforme Rocha (1999), as primeiras menções sobre segurança do trabalho no

mundo surgiram com filósofos do período pré-cristão. Entre este período e o cristão, encontram-

se relatos sobre doenças de trabalhadores relacionadas ao chumbo e estanho, com

recomendações para utilização de máscaras.

No século XVII, Bernardino Ramazzini (1633-1714), estudou os riscos

ocupacionais e as doenças associadas a mais de 50 profissões. Ramazzini publicou o livro “As

Doenças dos Trabalhadores” que descreve com precisão as doenças relacionadas com o trabalho

(MENDES, 2003).

Segundo Oliveira (2009, p. 2);

A história da segurança do trabalho remonta dos idos de 1700, com a publicação, na

Itália, pelo médico Bernardino Ramazzini, da obra as doenças dos trabalhadores, em

que descreve inúmeras doenças relacionadas a algumas profissões existentes na época.

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

19

Essa obra teve repercussão mundial, razão pela qual Ramazzini é considerado o “Pai

da Medicina do Trabalho”.

Ainda no século XVII, por volta de 1760 surge a revolução industrial na Inglaterra

e se difunde pela Europa e América. Devido ao surgimento de novas tecnologias e formas de

trabalho em 1802, é elaborada a primeira lei trabalhista a Lei de Peel (MIRANDA, 2013 e

NETO, 2011).

No século XIX as construções nos Estados Unidos e Europa cresciam em ritmo

acelerado, muitos trabalhadores se arriscavam em atividades em altura e sem proteção alguma.

Devido a isso ocorriam muitos acidentes com mortes, com isso os construtores chegavam a

garantir parte do orçamento da obra para cobrir os gastos com as mortes. Relata-se que

pensando em reduzir os riscos e as mortes nas construções, um engenheiro ao construir uma

ponte utilizou-se de uma rede de proteção para evitar a queda fatal dos trabalhadores. A

utilização da rede foi um sucesso visto que houve diminuição de acidentes fatais (ENGEHALL,

2014).

Segundo Oliveira (2009) em 1919, surgia no Brasil a Lei n. 3.725, contendo 30

artigos e dispondo sobre o conceito de acidente de trabalho, a declaração de acidente, a ação

judicial, além de outras disposições gerais sobre a atividade laboral.

Em 1978, com a portaria 3.214 foram aprovadas 28 Normas Regulamentadoras –

NR, e são responsabilidades do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM, presentes no

capítulo V, Título II, relativo à Segurança e Medicina do trabalho. Atualmente, são 36 Normas

regulamentadoras, cada uma trata de um tema específico (BÖCH, 2013).

Lima Jr. (1995), fala que no Brasil as leis que começaram a abordar questões de

segurança no trabalho surgiram no início dos anos 40. E como citado acima em 1978 foram

introduzidas às vinte e oito normas regulamentadoras.

O Ministério da Previdência e Assistência Social, em 2004, passa a exigir das

empresas todos os documentos obrigatórios ao cumprimento das normas de engenharia de

segurança e medicina do trabalho. (BÖCH, 2013).

A seguir destacamos a importância da segurança do trabalho na construção civil.

2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com o artigo 19 da Lei nº 8213/91, acidente de trabalho é o que acontece

pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

20

funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do

trabalho.

Segundo a Previdência Social (2011), no Brasil, em 2011, ocorreu cerca de 1 morte

a cada 3 horas, motivada pelo risco decorrente dos fatores ambientais do trabalho. Ainda

ocorreu cerca de 80 acidentes e doenças do trabalho reconhecidos a cada 1 hora na jornada

diária. No mesmo ano foram registrados 711.164 acidentes e doenças do trabalho, entre os

trabalhadores assegurados da Previdência Social. Observa-se que este número, que já é

alarmante, não inclui os trabalhadores autônomos (contribuintes individuais) e as empregadas

domésticas.

Conforme Zarpelão, (2012) a construção civil é responsável por grande parte do

emprego da população masculina das camadas pobres, e também considerada uma das mais

perigosas em todo o mundo, liderando as taxas de acidentes de trabalho fatais, não fatais e anos

de vida perdidos.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT (2005), no documento

Segurança e Saúde no Trabalho da Construção: experiência brasileira panorama internacional,

“o segmento da construção é determinante para o desenvolvimento sustentado da economia

brasileira. No ano de 2000, o setor foi responsável por 15,6% do PIB nacional e empregou 3,63

milhões de pessoas”.

O documento citado acima ainda indica as características do trabalhador da

construção civil, onde são destacados alguns pontos importantes como:

Baixa qualificação: 72% dos trabalhadores pesquisados nunca frequentaram cursos e

treinamentos, 80% possuem apenas o 1 grau incompleto e 20% são completamente

analfabetos;

Elevada rotatividade no setor;

Baixos salários: média salarial de 2,8 salários mínimos.

Altas carências sociais: alto índice de absenteísmo por problemas de saúde

Alcoolismo: 15% abusam de bebidas alcoólicas.

Nesse mesmo documento a OIT (2005) destaca que:

[...] entendemos que a prevenção de acidentes e doenças na indústria da construção

deve priorizar formação profissional, motivação dos trabalhadores para melhor

percepção dos riscos, melhoria do sistema de informação voltado para a sua cultura

regional e combate ao analfabetismo. Todos os fatores apresentados contribuem, de

forma significativa, para o elevado índice de acidentes, principalmente graves e fatais.

Segundo Baroni (2013), a construção civil é o setor que registra o maior número de

mortes por acidente de trabalho conforme o último levantamento do órgão federal. Foram

registrados em 2012, 177 óbitos nos canteiros de obras espalhados pelo Brasil. O número é

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21

28,26% maior do que o registrado no ano anterior, quando 138 profissionais morreram. Em

2010, o número de mortos era de 124, mais de 40% menor do que o apontado dois anos depois.

Ainda de acordo com Baroni (2013) o engenheiro Ishikawa aponta as quedas de

altura como a causa de morte mais comum entre os profissionais de engenharia civil, seguidos

dos soterramentos e choques elétricos.

A gestão da segurança e saúde no trabalho é composta pelo gerenciamento dos

riscos presentes nas atividades de trabalho, por meio da tomada de decisões visando reduzir os

efeitos adversos que as perdas acidentais possam causar aos trabalhadores e à organização

(ASSUMPÇÃO, 1999).

Na sequência destacamos a legislação e normativas fundamentais que as empresas

da construção civil devem cumprir.

2.3 LEGISLAÇÃO E REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Conforme dito anteriormente, as Normas Regulamentadores começaram a fazer

parte do convívio brasileiro a partir de 1978. Devido a construção civil ter um campo muito

amplo de trabalho, uma grande parcela das 37 NR’s devem ser seguidas num canteiro de obra.

Abaixo serão citadas 11 Normas Regulamentadores que podem ser consideradas

imprescindíveis para o bom funcionamento do setor de Segurança do Trabalho num canteiro de

obra da construção civil. Os itens de cada NR que serão explanados a seguir terão ligação com

o questionário de segurança do trabalho a ser feito para a empresa objeto da pesquisa.

2.3.1 NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS

A NR 1 dita que todas as Normas Regulamentadoras de observância obrigatória

pelas empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho – CLT (MTE, 2009).

Também compete a esta Norma a obrigatoriedade do empregador cumprir e fazer

cumprir as disposições legais sobre segurança do trabalho e elaborar Ordens de Serviço que

contenham a instrução para a função a ser desempenhada, os riscos profissionais que o cargo

pode originar, os meios para prevenção a estes riscos, entre outras informações que devem ser

passadas para os empregados (MTE, 2009).

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22

2.3.2 NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E

EM MEDICINA DO TRABALHO

O artigo 7 da Constituição Federal estabelece que os trabalhadores, sejam eles

urbanos ou rurais, têm o direito de executar suas atividades laborais em um ambiente de trabalho

que sigam as normas de saúde, de higiene e de segurança (Constituição Federal, 1988)

Com isso, cabe ao empregador garantir, através do Serviço Especializado em

Engenharia de Segurança do Trabalho e em Medicina do Trabalho (SESMT), que contém todas

as suas especificações de cargos e dimensionamento na NR 4, meios para eliminar ou reduzir

riscos que existem nas atividades exercidas numa empresa (Blog de Segurança do Trabalho,

2013).

A NR 4 determina que empresas privadas e públicas, que possuam empregados

regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter obrigatoriamente

SESMT com a finalidade de promover os programas de saúde e segurança (MTE, 2016).

A NR 4 também especifica as profissões especializadas que podem compor o

SESMT, como: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de

Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (MTE,

2016).

O dimensionamento do SESMT se dá através da utilização do Quadro II da NR 4,

onde é feito o cruzamento do número de funcionários da empresa com o Grau de Risco, que é

determinado de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e

localizado no Quadro I da NR 4 (MTE, 2016).

2.3.3 NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a

prevenção de acidentes e doenças provenientes do trabalho, de modo a tornar permanentemente

o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (MTE, 2011).

A CIPA trabalha promovendo a conscientização de todos os colaboradores de uma

empresa, mirando uma melhoria contínua das condições de trabalho naquele ambiente.

Idealmente, a Comissão deve ser um grupo intermediário entre os funcionários e a direção de

uma empresa. Dessa maneira, o empregador tem uma forma de informar e debater com seus

superiores sobre possíveis situações que representem riscos no seu trabalho (ÁREA SST, 2019).

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23

Por funcionar como uma ponte entre a direção e trabalhadores, os membros da

CIPA sempre serão em quantidades pares. Uma metade escolhida diretamente pela direção da

empresa para serem os representantes dos empregadores, a outra metade será eleita através de

uma eleição entre os funcionários da empresa (MTE, 2011).

Esse dimensionamento se dá através do CNAE da empresa e da quantidade de

funcionários (ÁREA SST, 2019).

A CIPA contém inúmeras atribuições, sendo as mais importantes: identificar riscos

no processo de trabalho e elaborar mapas de risco, elaborar planos de trabalho possibilitando

ações preventivas, participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de

prevenção que forem necessárias, divulgar informações de segurança aos trabalhadores,

colaborar no desenvolvimento do PCMSO e PPRA de outros programas relacionados à saúde

e segurança (PROLIFE, 2018).

A empresa deverá promover treinamento para os membros que forem eleitos

(empregados) e designados (empregadores). Esse treinamento pode ser dado pelo SESMT da

empresa ou por empresa prestadora de serviço. O treinamento deve ter no mínimo os seguintes

tópicos: Processo produtivo da empresa, Possíveis riscos que podem ocorrer no processo

produtivo, Acidentes mais frequentes no ambiente da indústria no qual a empresa se enquadra,

Doenças mais comuns que se desenvolvem pela exposição de riscos na empresa e Práticas e

técnicas regulamentas pela SST (ÁREA SST, 2019).

2.3.4 NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

O Equipamento de Proteção Individual – EPI – é uma das medidas de segurança

que devem ser adotadas pelo profissional de segurança do trabalho para garantir a proteção do

trabalhador. O EPI deve ser utilizado quando nenhuma outra forma de proteção elimine

completamente o risco da segurança ao trabalhador, como por exemplo com uma mudança

brusca na máquina ou no processo produtivo ou com o Equipamento de Proteção Coletiva –

EPC (PROMETAL EPIS, 2018).

Por definição, o EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no

trabalho (MTE, 2018).

Todas as empresas são obrigadas a fornecer EPIs aos seus funcionários de forma

completamente gratuita e de acordo com os riscos inerentes às funções executadas. Esses

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

24

equipamentos devem apresentar plenas condições de conservação e funcionamento. A escolha

do EPI deve ser feita por profissionais da área, de preferência pelo SESMT da empresa, que

conhecem o processo produtivo da empresa e os equipamentos que serão necessários em cada

setor, assim escolhendo o EPI mais eficiente para a função. Caso a empresa não mantenha

SESMT, fica a cargo do empregador a escolha do equipamento, levando em consideração os

riscos das funções que devem ser minimizadas (NORMAS E REGRAS, 2019).

Além do fornecimento gratuito e do EPI adequado para cada função, é

responsabilidade do empregador exigir o uso do equipamento durante o horário de trabalho,

orientar e treinar o trabalhador quanto ao uso correto, guarda e conservação, substituir qualquer

EPI que esteja danificado, registrar o fornecimento do EPI em fichas para controle

(PROMETAL EPIS, 2018).

Já os trabalhadores têm a responsabilidade de utilizar o equipamento sempre que

necessário, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador quando o

equipamento está impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador (PROMETAL

EPIS, 2018).

2.3.4.1 CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA

Um EPI só pode ser colocado à venda ou utilizado com a indicação do seu

Certificado de Aprovação – CA, que é expedido pelo órgão nacional competente (MTE, 2018)

O CA é o que garante a qualidade da funcionalidade dos equipamentos de proteção

individual (PROMETAL EPIS, 2018).

O fabricante para conter esse CA deve se cadastrar no MTE, solicitar a emissão e

renovação do CA sempre que necessário, responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do

produto, inserir o número do CA e constar o número do lote de fabricação no EPI e providenciar

análises de conformidades (MTE, 2018).

Para conferir se um EPI ainda está com o seu CA válido, basta entrar no site do

Ministério do Trabalho ou no site Consulta CA.

Na Figura 1, podemos ver a localização do CA em um capacete de proteção.

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25

Figura 1 – Certificado de Aprovação inserido no EPI

Fonte: do autor.

2.3.4.2 TIPOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para o uso na indústria da Construção Civil, são utilizados mais comumente os

seguintes EPIs (MTE, 2018):

- Capacete, para proteção contra impactos de objetos contra o crânio;

- Óculos, para proteção dos olhos contra partículas volantes;

- Protetor Auditivo, do tipo de inserção e protetor concha;

- Máscara, peça semifiltrante para proteção de vias respiratórias contra poeiras;

- Uniforme;

- Luvas, para proteção contra agentes abrasivos e contra agentes químicos;

- Calçado, contra impactos aos membros inferiores;

- Cinto de Segurança com trava-queda, para proteção contra a altura de acordo com

a NR-35.

2.3.5 NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL –

PCMSO

O Ministério do Trabalho (2018), estabelece a obrigatoriedade da criação e

implementação, por parte de todos os empregadores e empresas que admitam trabalhadores

como funcionários, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o

intuito de promover e preservar a saúde de todos os seus colaboradores.

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

26

A Norma ainda estabelece parâmetros mínimos e diretrizes padrões que devem ser

observados na criação de um PCMSO (MTE, 2018).

O PCMSO faz parte de um conjunto de ações do empregador que deve visar a

prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos à saúde relacionados ao trabalho, estando

sempre relacionado aos outros programas que as Normas Regulamentadores preveem. Um dos

objetivos principais do PCMSO é detecção precoce de doenças laborais, assim podendo

antecipar essas ocorrências (ÁREA SST, 2017).

Realizar os exames ocupacionais que existem no programa trazer uma série de

benefícios para o empregador, como a redução do absenteísmo, redução de acidentes graves e

garantia de ótimos funcionários para as funções da empresa. Do mesmo modo que traz pontos

positivos para os empregados, como condições de saúde para o desempenho de sua atividade

laboral, minimizando as chances de adquirir uma doença ocupacional no ambiente de trabalho

(ÁREA SST, 2017).

Como mencionado anteriormente, o PCMSO deve ser criado e implementado pelo

empregador, contudo é recomendado que esse programa seja sempre orientado por um Médico

do Trabalho, já que muitos atos do programa dependem de conhecimento de saúde ocupacional.

Caso a empresa não contenha um Médico do Trabalho no seu SESMT, o empregador deve

indicar um Médico, funcionário ou não da empresa, para a coordenação do Programa

(PROLIFE, 2018).

Assim que determinado o coordenador do programa, ele deve realizar uma série de

exames com os colaboradores da empresa, sendo os mais frequentes (ÁREA SST, 2017):

- Admissional: de suma importância para saber a condição física atual e a

compatibilidade para a função que será contratada;

- Periódico: como dito anteriormente, o PCMSO tem como base a prevenção de

doenças ocupacionais, portanto deve-se realizar exames periódico para ter um

histórico do trabalhador dentro da empresa;

- Retorno do trabalho: caso o colaborador estiver retornando de algum afastamento,

é obrigatório realizar o exame para assegurar a aptidão dele;

- Mudança de função: qualquer mudança que o trabalhador passar no seu trabalho,

seja por promoção, mudança de setor ou outro motivo, deve ser refeito o exame

pois os riscos podem ser diferentes;

- Demissional: quando do desligamento do funcionário, para poder completar o

histórico médico durante todo o seu período dentro da empresa.

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27

O Médico do Trabalho, caso houver necessidade, pode exigir exames

complementares, como raio x, audiometria, entre outros. Após a realização dos exames

adequados, o médico elabora um ASO -Atestado de Saúde Ocupacional, que conclui se o

trabalhador está ou não apto para a função.

O ASO deverá conter no mínimo: o nome completo do trabalhador, registro de

identidade e a função na qual está sendo contratado, os riscos ocupacionais que existem na

função, exames médicos no qual ele foi submetido, nome do médico coordenador do PCMSO

e se está apto ou não para a atividade laboral (MTE, 2018).

2.3.6 NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos ambientais, regulamentado pela NR 9, faz

parte de um conjunto de medidas que têm o objetivo de preservar a saúde e a integridade física

dos trabalhadores. O objetivo principal do PPRA é auxiliar na eliminação, redução e controle

dos riscos ambientais na função, dito isso, o mesmo contribui efetivamente para a diminuição

de acidentes que poderiam vir a acontecer (PROMETAL EPIS, 2018).

A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, por

parte de todos os empregadores (MTE, 2017).

Conforme dito anteriormente, o PPRA se encarrega de antecipar riscos ambientais,

como (SISTEMA ESO, 2018):

- Agentes Químicos, sendo substâncias, que possam penetrar no organismo pela via

respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela

natureza da exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou

por ingestão;

- Agentes Biológicos, como bactérias, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre

outros;

- Agentes Físicos, que são formas de energia na qual os trabalhadores podem estar

expostos, como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações

ionizantes e não ionizantes.

Para ser considerado um risco ambiental, deve-se levar em consideração a natureza

do risco, assim como a intensidade e o tempo de exposição no qual o trabalhador fica exposto

(SISTEMA ESO, 2018).

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28

A NR 9 exige que um PPRA tenha no mínimo a estrutura com um planejamento

anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma, estratégia e metodologia de

ação, forma de registro e divulgação dos dados e periodicidade e forma de avaliação do

desenvolvimento do PPRA (MTE, 2017).

Para implementar um PPRA, são necessários algumas etapas (PROMETAL EPIS,

2018):

- Antecipação e reconhecimento dos riscos ambientais;

- Planejamento das medidas de controle dos riscos:

- Elaboração de ações preventivas;

- Monitoramento qualitativo e quantitativo do ambiente;

- Registro e divulgação dos dados;

- Cronograma de execução das prioridades;

- Desenvolvimento do documento base;

- Documento base e relatórios anuais.

2.3.7 NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS DE ELETRICIDADE

Proteger os colaboradores contra o risco elétrico é dever de todo o empregador,

conforme a NR 10 dita. Para esse tipo de risco, não basta apenas fornecer os EPIs adequados

contra o choque elétrico, é necessário treinamento específico e informação (PROMETAL EPIS,

2018).

A NR 10 é aplicada para todas as fases de geração, transmissão, distribuição e

consumo de energia elétrica, para este trabalho, iremos focar apenas na área de construção, onde

o trabalhador tem contato apenas com serviços de construção civil e ligação de energia à

transmissão da cidade (MTE, 2016).

Existem medidas de controle a serem tomadas, como intervenções em instalações

para evitar o risco elétrico e esquema unifilares atualizados da empresa com as especificações

de aterramento, equipamentos e dispositivo de proteção (MTE, 2016).

O trabalhador que estiver envolvido com energia elétrica em suas funções, é

obrigado a ser capacitado pela empresa com um treinamento sobre os riscos de acidente,

conforme exige a NR 10 (2016).

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29

2.3.8 NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

O objetivo da NR 12 é estabelecer normas de segurança para a operação de

Máquinas e Equipamentos. Para facilitar, a norma exige que todo maquinário deve possuir um

manual de instruções que é fornecido pelo fabricante, sendo que este material deve conter todas

as informações relativas à segurança em todas as fases de utilização (MUNDO ELÉTRICA,

2019).

Todos os serviços realizados devem possuir um procedimento de execução e de

segurança específicos, padronizados e contando com uma descrição detalhada de cada tarefa.

Sendo assim, é importante realizar inspeções rotineiras das condições de operação e segurança

a cada início de turno ou após uma nova manutenção da máquina (MUNDO ELÉTRICA, 2019).

A implementação da segurança dessas máquinas na indústria fica a cargo do

empregador, sendo inclusive responsabilidade ele adaptar ou substituir o maquinário que não

consiga mais atender aos requisitos de segurança exigidos. Junto a isso, o empregador também

deve promover ações de prevenção, como manutenções preventiva e corretiva, treinamentos de

como operar a máquina de uma maneira produtiva e segura e gerenciamento de recursos

pessoais e materiais, já que toda máquina e equipe de trabalho tem um pico de produtividade

que deve ser respeitado (ÁREA SST, 2018).

Os empregados também têm seus deveres, principalmente quanto o respeito das

normas de operação e segurança que foram estabelecidos pelos seus superiores. O simples

desrespeito pode causar prejuízos materiais, como perda de produtividade e produtos, e físicos,

por meio de acidentes leves e graves. (ÁREA SST, 2018).

A norma traz inúmeros pontos importantes a serem abordados, vamos dar ênfase

apenas em alguns (MTE, 2019):

- Arranjo Físico: retrata o local de instalação da máquina, suas vias de acesso e seu

entorno;

- Dispositivos Elétricos: toda máquina e equipamento deve ser projetada e mantida

de modo a prevenir o choque elétrico, incêndio e explosão. Toda máquina que utiliza energia

elétrica deve estar aterrada;

- Dispositivos de Parada de Emergência: toda máquina deve ser dotada de um ou

mais dispositivos de parada de emergência para que possam ser evitadas situações de perigo

latente;

- Ergonomia: toda máquina e equipamento deve ser projetada, construída e mantida

de acordo com a variabilidade de características antropométricas dos operadores, respeito às

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

30

exigências posturais, componentes de vídeo e sinais que possam ter clara interpretação, redução

da exigência da força, entre outros;

- Manutenção, Inspeção, Preparação, Ajustes e Reparos: toda máquina deve ser

submetida à manutenção preventiva e corretiva, na forma de periodicidade determinada pelo

fabricante;

- Capacitação: todo trabalhador deve passar por uma capacitação para executar seu

serviço em qualquer máquina e equipamento, seja para operação, manutenção, inspeção ou

demais intervenções.

2.3.9 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Nesta NR, o Ministério do Trabalho considera atividades insalubres aquelas que

expõem os colaboradores a agentes nocivos à saúde acima de determinados Limites de

Tolerância (SIENGE, 2018). Esses limites de tolerância podem ser um limite de concentração

de um produto, intensidade ou tempo de exposição. Esse limite sendo excedido, caracteriza-se

a insalubridade. Para alguns agentes nocivos, apenas a simples exposição já deixa determinado

a insalubridade no serviço.

Segundo a NR 15 (2018), os anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12 (ruído contínuo, ruído de

impacto, calor, radiações ionizantes, produtos químicos e poeiras, respectivamente) precisam

estar acima do limite de tolerância estipulado para ser considerado atividade insalubre. Já os

anexos 6, 13 e 14 (condições hiperbáricas, agentes químicos e agentes biológicos,

respectivamente) devido a agressividade, apenas por fazer parte do serviço, já é considerado

insalubre. Por último, os anexos 7, 8, 9 e 10 (radiações não ionizantes, vibração, frio e umidade,

respectivamente) necessitam de laudo de inspeção do local de trabalho para determinação da

insalubridade.

Por definição, como a insalubridade acarreta danos à saúde, foi determinado um

adicional de insalubridade para os colaboradores que se encaixam nos termos exigidos pela NR.

O adicional é incidente sobre o salário mínimo da região, dependendo do grau, podendo ser

grau máximo (40% de incidência), grau médio (20% de incidência) ou grau mínimo (10% de

incidência) (AREA SST, 2015).

As insalubridades mais comuns dentro do canteiro de obra, são os anexos 1, 2, 4 e

12.

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31

O documento a ser realizado para comprovação de insalubridade dentro da empresa

em tais atividades chama-se Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT).

Nesse documento estão listados os agentes nocivos no ambiente de trabalho e se eles podem

gerar insalubridade para o trabalhador. (PROLIFE, 2018).

2.3.10 NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO

A NR 18 estabelece regras e normas para as condições e meio ambiente de trabalho

da Construção Civil, estão inclusas nessas diretrizes toda a parte administrativa, de

planejamento e organização, com o objetivo de implantar medidas de controle e sistemas

preventivo de segurança em todos os processos (SIENGE, 2017).

A importância dessa indústria ter uma NR voltada apenas para as questões de

canteiro de obra é devido a ser um dos setores da economia que mais emprega mão de obra,

mas também um dos que mais registra acidentes de trabalho. De acordo com números da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 17% de todos os acidentes

fatais que ocorrem no mundo, são com atividades da Construção Civil (AREA SST, 2015).

A NR 18 acaba englobando outras Normas Regulamentadores dentro dela, como

instalações elétricas, CIPA, Máquinas e equipamentos, entre outros. Como alguns desses itens

já foram citados anteriormente no trabalho, vamos focar nos pontos inteiramente de Construção

Civil.

2.3.10.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA (18.2)

Antes de iniciar a obra e, por consequência, instalar o canteiro de obras no terreno

a ser edificado, são necessários alguns documentos. Muitos conhecem os documentos de projeto

aprovado, alvará de construção, viabilidade de luz e energia, porém, para a Segurança do

Trabalho, o documento mais importante é a Comunicação Prévia. Esse documento, de caráter

obrigatório, deixa a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou Ministério do Trabalho a par do

início das atividades do canteiro de obras. Neste documento deve conter: endereço da obra,

endereço e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante, empregador ou condomínio, tipo

de obra, datas previstas de início e conclusão da obra e o número máximo previsto de

funcionários. (MTE, 2018).

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32

2.3.10.2 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - PCMAT (18.3)

O PCMAT é o programa que coordena a NR 18 dentro do canteiro de obra. É de

caráter obrigatório a elaboração e cumprimento de todos os estabelecimentos com 20 (vinte) ou

mais, contemplando todas as exigências que a NR 18 estabelece, e ainda todas as obrigações

do PPRA (NR 9), além de dispositivos complementares de segurança. Tanto o PCMAT, quanto

o PPRA devem permanecer na obra à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho,

sempre que necessário (AREA SST, 2015).

O PCMAT deve ser elaborado por profissionalmente legalmente habilitado na área

de segurança do trabalho, no caso o Engenheiro de Segurança do Trabalho. Já a implementação

das ações do programa é de responsabilidade do empregador (AREA SST, 2015).

Segundo a NR 18, os seguintes documentos devem fazer parte do PCMAT(AREA

SST, 2015):

- Memorial sobre condições de trabalho nas atividades e operações, levando-se em

consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas

preventivas;

- Projeto de execução das proteções coletivas de acordo com as etapas da obra;

- Projeto com especificações técnicas das proteções coletivas e individuais;

- Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em

conformidade com as etapas da obra;

- Layout inicial e atualizado do canteiro de obras, contemplando as previsões de

dimensionamento de áreas de vivência;

- Programa educativo com temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho,

com carga horária definida.

2.3.10.3 ÁREAS DE VIVÊNCIA (18.4)

O canteiro de obra deve dispor das seguintes áreas de vivência: instalações

sanitárias, vestiário, alojamento, refeitório, cozinha, lavanderia e área de lazer (MTE, 2018).

O alojamento, lavanderia e área de lazer apenas se fazem necessário quando

existirem trabalhadores alojados no próprio canteiro de obras, já a cozinha se faz obrigatória

quando houver o preparo das refeições dentro do canteiro (MTE, 2018)

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As instalações sanitárias são locais destinados para asseio corporal e/ou

atendimento das necessidades fisiológicas e devem ser utilizadas apenas para esses fins. O

ambiente precisa ser mantido com condições adequadas de higiene, sendo construído com

materiais laváveis e piso antiderrapante. O interior das instalações precisa ser protegido por

uma parede de antidevassamento para evitar que alguém no exterior consiga ver quem está no

interior e o que está fazendo no banheiro. As portas de acesso não podem ter contato direto com

o Refeitório, devendo também haver banheiros separados para homens e mulheres. O banheiro

deve estar posicionado em local estratégico para que o trajeto de qualquer ambiente de dentro

da obra mão ultrapasse 150 metros (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).

Quanto as quantidades de equipamentos sanitários (mictório, lavatório, vaso

sanitário e chuveiro) que devem ser instalados, a proporção segue a regra de:

- 1 mictório, lavatório e vaso sanitário a cada vinte trabalhadores ou fração;

- 1 chuveiro a cada dez trabalhadores ou fração.

Quanto ao vestiário, deve ser próximo à entrada da obra ou alojamento, caso tenha,

sem porta voltada diretamente para o refeitório. O mesmo é obrigatório em qualquer canteiro

de obra e deve possuir ventilação mínima suficiente, vedação vertical e piso resistente. Para

cada colaborador deverá ser fornecido um armário para os seus pertences, com cadeado. O local

tem a função apenas de troca de uniforme e vestimenta de EPI que se fazem necessários para o

canteiro. O vestiário deve conter um ou mais bancos, que atendam o número de funcionários

locados no canteiro (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).

Já o refeitório é o local que permite que todos os funcionários possam fazer suas

refeições. O local deve conter mesa com tampo lavável, lixeira, lavatório próprio (no interior

ou próximo) e bebedouro.

2.3.10.4 CARPINTARIA (18.7)

No setor de carpintaria ou montagem das formas de madeira, todas as atenções

ficam centradas na serra circular (Figura 2). Esse equipamento deve estar com aterramento

elétrico, guia para ajudar na segurança do operador e garantindo cortes mais precisos com

ajustes de largura, lâmina ou disco afiado e travado, mesa de trabalho estável e coletor de

serragem para evitar princípios de incêndio. Fora esses pontos, a serra circular ainda deve

atender todas as exigências da NR 10 quando à sua instalação elétrica e NR 12 por se tratar de

uma máquina (ESCOLA ENGENHARIA, 2018).

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34

Figura 2 – Serra Circular

Fonte: https://www.clickequipamentos.com.br/serra-de-bancada

2.3.10.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA (18.13)

Quando as medidas de proteção contra quedas de altura, a NR 18 (2018) obriga a

instalação de proteções coletivas onde houver o risco de queda de trabalhadores ou projeção de

materiais. Além disso, todas as aberturas de piso devem ter fechamento provisório e nas

entradas de caixa de elevador e nas periferias da edificação, a utilização de guarda-corpos com

travessão superior a 1,20m do piso, travessão intermediário a 0,70m do chão e rodapé de 20cm

de altura, com a instalação de tela de segurança entre os vãos (Figura 3).

Figura 3 – Guarda Corpo

Fonte: http://www.allproject.com.br/gproj/gproj283/270/proseg-03--guarda-corpo-e-

rodape

Prédios de mais de 4 pavimentos devem instalar a plataforma principal de proteção

na altura da primeira laje concretada, após a instalação, deve-se instalar as plataformas

secundárias de 3 em 3 lajes (MTE, 2018) (Figura 4).

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

35

.

Figura 4 – Bandejas Primárias e Secundárias

Fonte: https://www.slideshare.net/lukasalmada/gesto-de-segurana-do-trabalho-nr-18

No capítulo da NR 35, falaremos mais sobre as proteções para trabalho em altura.

2.3.10.6 MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE MATERIAIS E PESSOAS (18.14)

O transporte de materiais em uma obra é de suma importância para o bom

andamento do cronograma. Porém, por se tratar de transportes verticais e envolvendo materiais,

a NR 18 trás um capítulo bastante extenso sobre esse assunto, abaixo vamos citar os mais

importantes, levando em consideração a empresa objeto do estudo.

Esse item da NR, trata da instalação, montagem, desmontagem, operação, teste,

manutenção e reparos em equipamentos de transporte vertical de materiais e pessoas no canteiro

de obra. É obrigatório o dimensionamento desse equipamento ser feito por profissional

legalmente habilitado, assim como os serviços de instalação, montagem, desmontagem e

manutenção devem ser executados por profissionais qualificados (MTE, 2018).

Os equipamentos de transporte vertical devem ser operados por trabalhador

qualificado que devem ter a sua função anotada na carteira de trabalho. São atribuições desse

operador a limpeza do posto de trabalho, instrução e verificação da carga e descarga de dentro

da cabine, comunicação e registro ao responsável caso detecte alguma anomalia na máquina e

acompanhamento de todos os serviços de manutenção (MTE, 2018).

Page 37: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

36

Durante qualquer tipo de serviço sendo realizado no elevador é obrigatório o

isolamento da área de trabalho, cancelamento de atividades que estejam na área do elevador e

proibição de execução do serviço devido a condições meteorológicas (MTE, 2018).

Segundo a NR 18 (2018), a torre do elevador deve:

- ser dotada de proteção e sinalização proibindo a circulação de funcionários;

- as rampas de acesso à torre devem ser providas de sistema de guarda corpo, ter

pisos de material resistente, não possuir inclinação e serem fixadas na estrutura do prédio;

Sobre o transporte, a norma dita que:

- é proibido o transporte de pessoas tracionados a cabo, exceto no elevador de

cremalheira onde o apenas o operador e o responsável da carga podem subir juntos;

- é proibido transportar materiais com dimensões maiores que a cabine ou apoiados

nas portas;

Todo serviço realizado no elevador, não importante qual a natureza, deve ser

registrado do “Livro de Inspeção do Elevador”.

Por fim, a partir da data de 10/05/2017 foi proibido a instalação de elevadores de

cabo de aço (Figura 6) em canteiros de obra, portanto apenas o de tipo Cremalheira (Figura 5)

está de acordo.

Figuras 5 e 6 – Elevador tipo Cremalheira e Elevador de cabo de aço Fontes : http://fetracombase.org.br/banner/desde-o-dia-10052015-esta-proibido-elevador-

de-um-cabo-para-transporte-de-passageiros-nos-canteiros#.XYt0hyhKjIU e

https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-775379055-elevador-de-cremalheira-semi-novo-

_JM?quantity=1

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

37

2.3.10.7 ANDAIMES E PLATAFORMAS DE TRABALHO (18.15)

Segundo a NR 18 (2018), o dimensionamento dos andaimes, estrutura de

sustentação e fixação, devem ser realizados por profissional legalmente habilitado. Nesse

dimensionamento, os andaimes devem ser construídos para suportar, com segurança, as cargas

de operação a que estão sujeitos, além disso devem conter travamentos que não permitam o

deslocamento ou o desencaixe da peça, assim como o piso de trabalho deve ter forração

completa, ser antiderrapante, nivelado e ficado de modo resistente e seguro.

O acesso aos andaimes deve ser realizado de maneira segura, com escada metálica

ou tipo marinheiro ou de uso coletivo, levando em consideração as exigências pedidas em

norma (MTE, 2018).

Sobre os andaimes simplesmente apoiados (Figura 7), a NR 18 (2018) exige:

- serem apoiados em sapatas sobre base sólida e nivelada;

- a proibição de andaimes sobre cavaletes, ou na periferia de prédios;

- andaimes cujo pisos de trabalho estão acima de 1,00m devem ter escada de acesso;

- a estrutura do andaime deve estar fixada na estrutura do prédio e;

- as torres de andaime não podem ultrapassar 4 vezes a menor dimensão, desde que

sejam estaiadas.

Figura 7 – Andaime simplesmente apoiados

Fonte: http://www.ergoss.com.br/2016/01/seguranca-na-construcao-civil-andaimes/

Page 39: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

38

2.3.10.8 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (18.27)

Quanto a sinalização de segurança, a NR 18 (MTE, 2018) exige:

- identificação dos locais de apoio que compõem o canteiro de obras;

- indicação das saídas por meio de dizeres ou setas;

- manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;

- advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis de

máquinas;

- advertir quando ao risco de queda;

- alertar sobre o uso de EPI’s;

- alertar quando ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais.

2.3.10.9 TREINAMENTO (18.28)

Todo e qualquer empregado deve receber treinamento admissional e periódico,

objetivando a garantir a execução de suas atividades com segurança (MTE, 2018).

A NR 18 (2018) exige a carga horária mínima de 6 horas, sendo ministrado dentro

do horário de trabalho com o curso contendo informações sobre as condições e meio ambiente

de trabalho, riscos inerentes a função, uso de EPI e informações sobre os EPC’s existentes no

canteiro. O treinamento periódico deve ser realizado sempre que se tornar necessário ou ao

início de cada etapa nova da obra. Após esses treinamentos, o funcionário deve receber cópia

dos procedimentos e operações que serão realizados.

2.3.11 NR 35 – TRABALHO EM ALTURA

A Norma Regulamentadora 35 estabelece os requisitos mínimos de proteção para o

serviço em altura, em tarefas que envolvem o planejamento, a organização e a execução

(SIENGE, 2017). No início da NR, já é estabelecido que para ser considerado trabalho em

altura, a atividade deve ser executada acima de 2 metros do nível inferior, onde exista o risco

de queda.

A NR se divide em responsabilidades do empregador e dos trabalhadores. No caso

do empregador, cabe a ele (ÁREA SST, 2015):

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

39

- Garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas;

- Assegurar a realização de Análise de Risco e preparar Permissão de Trabalho,

quando aplicável;

- Desenvolver procedimento operacional para atividades rotineiras;

- Assegurar a realização de avaliação prévia das condições do local de trabalho;

- Garantir informações atualizadas para os trabalhadores sobre os riscos e medidas

de controle;

- Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou

condição de risco não prevista;

- Garantir que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão e;

- Organizar e arquivar toda documentação necessária para trabalho em altura.

Já as responsabilidades dos trabalhadores são (MTE, 2016):

- Cumprir as disposições legais sobre o trabalho em altura, inclusive os

procedimentos expedidos pelo empregador;

- Colaborar com o empregador para a implementação da Norma;

- Interromper suas atividades sempre que constatar evidências de riscos graves e

iminentes para a sua segurança;

- Zelar pela segurança e saúde das outras pessoas que possam ser afetadas por suas

ações ou omissões no trabalho.

Quanto a capacitação e treinamento, a NR considera o trabalhador capacitado para

trabalho em altura aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com

carga horária mínima de 8 horas. O empregador deve realizar treinamento periódico bienal, ou

quando houver mudanças nos procedimentos, condições ou operações de trabalho diferentes. A

Norma também exige que o curso deve ser ministrado por instrutor com comprovada

proficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em segurança do

trabalho (PROLIFE, 2018).

No planejamento do trabalho em altura, deve ser seguido uma hierarquia.

Primeiramente devem ser tomadas medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir

um meio alternativo de execução. Em seguida, medidas que eliminem o risco de queda dos

trabalhadores, na impossibilidade de não haver uma outra maneira de execução. E, por último,

não existindo outras maneiras de executar ou de eliminar o risco de queda, é necessário

minimizar as consequências da queda (CASA DO CONSTRUTOR, 2018).

Sempre que houver trabalho em altura, a NR exige que seja realizada uma Análise

de Risco da situação, com essa AR deve ser estudado um procedimento operacional para sempre

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

40

que este serviço for realizado, exceto para atividades não rotineiras, para isso será realizado

uma Permissão de Trabalho, contendo os requisitos mínimos a serem atendidos para a

execução, as medidas estabelecidas na Análise de Risco e a relação de todos os envolvidos na

operação.

2.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE DE TRABALHO

Em 2013, segundo IBGE (2013), 4,9 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de

idade teriam se envolvido em acidente de trabalho, segundo a projeção que o Ministério da

Saúde realizou em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, IBGE e

Fiocruz. Pelas contas do AEPS (Anuário Estatístico da Previdência Social) nesse mesmo ano,

o país registrava 717.911 acidentes de trabalho. Não foram investigados no estudo do Ministério

da Saúde os números de acidentes fatais (IBGE, 2013).

Segundo o IBGE (2013), estima-se que cerca de 1,6 milhão de pessoas com 18 anos

ou mais de idade deixaram de executar algumas de suas atividades habituais devido a acidente

de trabalho, não estando incluso nesse levantamento os acidentes de trânsito, 613 mil tiveram

sequela e/ou incapacidade e 284 mil precisaram ser internadas. Os números de acidentes de

trajeto também foram apurados na pesquisa e calcula-se que 1,4 milhão de pessoas com 18 anos

ou mais sofreram acidente de trânsito com lesões corporais quando estavam indo ou voltando

do trabalho. As únicas estatísticas oficiais disponíveis até então, fornecidas pela Previdência,

contabilizavam 111.601 acidentes de trajeto em 2013 (Tabela 2).

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

41

Tabela 2 – Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que se envolveram em acidente

de trabalho.

Fonte: Previdências Social,2013.

Estatísticas internacionais estimam que 6,3 mil trabalhadores perdem a vida

diariamente no mundo por situação ligada ao seu trabalho. A informação foi publicada em

setembro de 2011 no relatório "Tendências Mundiais e Desafios da Saúde e Segurança

Ocupacionais" da OIT apresentado durante o 19º Congresso Mundial de SST. O documento diz

Fonte: IBGE, 2013.

Limite

infe-

rio r

Limite

supe-

rio r

Limite

infe-

rio r

Limite

supe-

rio r

Limite

infe-

rio r

Limite

supe-

rio r

B rasil 3 ,4 3,1 3,6 5,1 4,6 5,6 1,9 1,6 2,1

Urbana 3,3 3,0 3,6 4,9 4,3 5,4 2,0 1,7 2,2

Rural 3,8 3,2 4,4 6,2 5,1 7,3 1,2 0,8 1,7

N o rte 4,9 4,0 5,7 7,9 6,3 9,4 2,0 1,4 2,7

Rondônia 3,8 2,4 5,2 6,4 3,8 8,9 1,3 0,5 2,0

Acre 3,2 2,2 4,3 4,8 2,8 6,8 1,8 0,9 2,6

Amazonas 3,8 2,9 4,8 5,9 4,1 7,6 1,9 1,0 2,8

Roraima 4,8 3,5 6,0 6,8 4,6 8,9 2,8 1,6 4,0

Pará 6,1 4,4 7,8 10,1 7,1 13,1 2,3 1,1 3,6

Amapá 3,4 2,2 4,6 6,0 3,6 8,4 1,0 0,3 1,7

Tocantins 3,5 2,3 4,7 5,0 3,1 7,0 2,1 0,8 3,4

N o rdeste 3,3 2,9 3,7 4,9 4,2 5,7 1,8 1,4 2,3

M aranhão 4,4 3,2 5,7 5,7 3,7 7,7 3,3 1,3 5,3

Piauí 3,3 2,2 4,4 5,2 3,4 7,0 1,5 0,3 2,7

Ceará 3,1 2,0 4,2 5,2 3,0 7,5 1,2 0,5 1,9

Rio Grande do Norte 2,9 1,9 3,8 4,9 3,1 6,7 1,1 0,3 1,9

Paraíba 2,9 2,0 3,7 4,4 2,7 6,1 1,5 0,6 2,4

Pernambuco 3,1 2,2 4,0 5,3 3,6 6,9 1,3 0,6 2,0

Alagoas 2,8 1,8 3,8 4,9 2,8 6,9 1,0 0,4 1,6

Sergipe 3,1 2,0 4,3 4,9 2,6 7,2 1,4 0,7 2,2

Bahia 3,4 2,5 4,2 4,4 2,4 6,3 2,5 1,2 3,8

Sudeste 2,8 2,3 3,3 4,5 3,6 5,4 1,4 1,0 1,7

M inas Gerais 3,8 2,6 4,9 6,3 4,1 8,6 1,4 0,6 2,2

Espírito Santo 2,2 1,3 3,2 3,6 1,9 5,2 1,0 0,3 1,8

Rio de Janeiro 2,0 1,4 2,6 2,7 1,7 3,7 1,5 0,6 2,4

São Paulo 2,7 2,1 3,4 4,3 3,0 5,6 1,3 0,8 1,9

Sul 4,2 3,5 4,9 5,4 4,2 6,7 3,1 2,3 3,9

Paraná 4,9 3,8 6,0 6,3 4,1 8,4 3,7 2,4 4,9

Santa Catarina 4,3 2,7 5,9 5,6 2,8 8,4 3,1 1,3 5,0

Rio Grande do Sul 3,4 2,5 4,4 4,5 2,8 6,2 2,5 1,3 3,7

C entro -Oeste 4,0 3,4 4,6 5,5 4,5 6,5 2,6 2,0 3,2

M ato Grosso do Sul 3,9 2,8 5,0 5,6 3,6 7,7 2,4 1,4 3,4

M ato Grosso 4,5 2,9 6,0 7,2 4,5 10,0 1,8 0,6 3,0

Goiás 4,0 3,0 4,9 4,8 3,3 6,3 3,2 2,0 4,3

Distrito Federal 3,6 2,6 4,6 4,9 3,0 6,7 2,6 1,4 3,8

T o talSexo

M asculino F eminino

P ro po r-

ção

Intervalo

de co nfiança

de 95%

P ro po rção de pesso as de 18 ano s o u mais de idade que se envo lveram em acidente de

trabalho (%)

Grandes R egiõ es,

Unidades da

F ederação

e

situação do

do micí lio P ro po r-

ção

Intervalo

de co nfiança

de 95% P ro po r-

ção

Intervalo

de co nfiança

de 95%

Page 43: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

42

que as mortes por doenças e acidentes do trabalho subiram de 2,31 milhões para 2,34 milhões

entre os anos de 2003 e 2008 (FBSP, 2013).

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, todos os anos cerca

de 313 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho ao redor do mundo. Sobre

as mortes, a OIT aponta mais de 2 milhões relacionadas ao trabalho, destas 335.000 por acidente

(REVISTA PROTEÇÃO, 2013).

Apesar de ter tido o menor aumento no número de acidentes fatais no último ano,

em um comparativo com 2010 (de 153 óbitos, passou para 168), o Estado de Santa Catarina é

responsável pelo maior coeficiente de mortes no trabalho por empregado. São 9 óbitos para

cada 100 mil trabalhadores. Além desta taxa, é o segundo estado sulista que mais gera morte

por acidente registrado (37 trabalhadores perdem a vida no ambiente de trabalho a cada 10 mil

acidentes registrados), atrás do Paraná, que gera 44 mortes a cada 10 mil acidentes registrados.

Em compensação, os catarinenses lideram a incidência de acidentes de trabalho por número de

trabalhadores empregados. O estado registra 2.550 acidentes para cada grupo de 100 mil

trabalhadores, um dos piores índices do Brasil (REVISTA PROTEÇÃO, 2013).

Ao se referir a este tema, Junior (2005), afirma que: “de acordo com as estimativas

da OIT, dos aproximadamente 355.000 acidentes mortais que acontecem anualmente no

mundo, pelo menos 60.000 ocorrem em obras de construção”.

Conforme Böck (2013) a construção civil “é nacionalmente caracterizada por

apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho, e está em segundo lugar na frequência

de acidentes registrados em todo o país”. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de

inúmeras perdas de recursos humanos e financeiros no setor.

Segundo dados do Anuário Brasileiro da Proteção, disponibilizado pela Revista

Proteção (2014 e 2015), o número de acidentes do trabalho no Brasil diminuiu em 2013, se

comparado com 2012; mas o número de acidentes fatais aumentou (Figura 8).

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

43

Figura 8 – Acidentes de Trabalho por situação de registro e motivo, em 2013.

Fonte: Anuário Brasileiro de Proteção 2015, Revista Proteção.

Em 2013, a região sul contabilizou 158.113 acidentes de trabalho, número que

corresponde a 22,0% dos agravos registrados no Brasil (Figura 9). (PROTEÇÃO, 2015).

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

44

Figura 9 – Média de Acidentes e doenças do trabalho na Região Sul, de 1990 a 2013

Fonte: Anuário Brasileiro de Proteção 2015, Revista Proteção.

No que se refere à taxa de mortalidade no trabalho nos últimos 23 anos, o Paraná

teve o pior percentual do Sul do país. A cada 10 mil acidentes ocorridos, 79 colaboradores

perderam a vida. A média paranaense é 54,9% maior do que a do Rio Grande do Sul que é de

51 óbitos a cada 10 mil acidentes.

Quando se fala de acidentes com quedas em altura, Böch (2013) cita que no mundo a

maior causa de acidentes fatais na construção civil é ocasionada pela queda de trabalhadores ou

materiais sobre eles.

2.5 ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE NA SEGURANÇA DO TRABALHO

A economia na Segurança do Trabalho não acontece apenas no canteiro de obras

ou chão de fábrica, realizando a fiscalização e treinamentos para trabalhadores a fim de evitar

acidentes de trabalho. O resultado de todas as prevenções da empresa pode inclusive afetar na

contabilidade da empresa, para isso precisamos ver os conceitos de CNAE (Classificação

Nacional de Atividades Econômicas), SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) e FAP (Fator

Acidentário de Prevenção).

2.5.1 CNAE – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS

O CNAE tem como objetivo categorizar as empresas, instituições públicas,

organizações sem fins lucrativos e até profissionais autônomos em códigos de identificação.

Esses códigos, que são padronizados em todo em território nacional, são utilizados no cadastro

e registros da administração federal, estadual e municipal. A principal ideia do CNAE é

proporcionar melhorias na gestão tributária e controlar ações fraudulentas. Além disso, os

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

45

registros na CNAE contribuem e dão suporte às decisões dos órgãos públicos a fim de aprimorar

a legislação tributária (ENOTAS, 2018).

A escolha do CNAE é de muita importância, por isso o apoio de um contador nesse

momento é de muita ajuda. Sabendo as atividades que a empresa irá executar ou produtos que

irão vender, pode-se verificar a tabela CNAE e poder relacionar com o seu ramo de negócio.

Com esse CNAE que a empresa será encaixada na legislação tributária. (ENOTAS, 2018);

A partir do momento que se enquadra a empresa em um CNAE, podemos utilizar a

o Quadro I da NR 4 para podermos descobrir o grau de risco da empresa.

2.5.2 SAT – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO

O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição que as empresas

pagam para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença

ocupacional. A alíquota normal é de 1% (risco leve, empresas grau de risco 1), 2% (risco médio,

empresas grau de risco 2) ou 3% (risco grave, empresas grau de risco 3 e 4) sobre a remuneração

do empregado. O seguro de acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a

indenização a que este está obrigado quando incorrer em dolo ou culpa, é um direito do

trabalhador conforme a Constituição Federal (SEGUROS, 2018).

2.5.3 FAP – SEGURO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO

O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um multiplicador, atualmente calculado

por estabelecimento, que varia de 0,50 a 2,00, a ser aplicado sobre as alíquotas da tarifação

coletiva, incidentes sobre a folha de salariais das empresas para custear aposentadorias especiais

e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente e é calculado sempre

sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da

Previdência Social.

A metodologia do FAP visa que empresas que registrarem maior número de

acidentes ou doenças ocupacionais, paguem mais ao INSS. Por outro lado, as empresas que

registram menos acidentes, recebem uma bonificação, diminuindo a alíquota a ser paga. A

bonificação máxima que uma empresa pode receber é de redução de 50%.

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

46

3 RESULTADOS E ANÁLISES

3.1 CAMPO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada no período de Agosto a Setembro de 2019 na cidade de

Florianópolis. Foi estudado o período de 6 anos da construtora objeto do estudo, período esse

em que a equipe formada pelo Engenheiro Civil, Técnico de Segurança e Analista de RH

implantaram o sistema da Segurança do Trabalho na empresa, buscando o fim dos acidentes de

trabalho e a economia através do FAP. Nesse período a construtora construiu 6

empreendimentos que passaram por essas mudanças na área de segurança, tendo um pico de

191 funcionários registrados na empresa.

Abaixo segue as características da construtora objeto do estudo e as características

das obras que foram entregues durante esse período:

Construtora: Empresa de médio porte, especializada em obras de médio padrão a

alto padrão, com torres de 4 pavimentos até 17 pavimentos. Desde a sua fundação em 2001, a

empresa já entregou 14 empreendimentos.

Obra 1: empreendimento de 17.141,65 m² divididos em 9 blocos de 4 pavimentos,

médio padrão, período de construção de janeiro/2012 a agosto/2014.

Obra 2: empreendimento de 7.070,20 m² com uma torre de 7 pavimentos, alto

padrão, período de construção de março/2013 a maio/2016.

Obra 3: empreendimento de 5.715,79 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,

médio padrão, período de construção de fevereiro/2014 a maio/2016.

Obra 4: empreendimento de 6.264,70 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,

médio padrão, período de construção de janeiro/2015 a agosto/2017.

Obra 5: empreendimento de 5.325,40 m² divididos em 2 blocos de 4 pavimentos,

médio padrão, período de construção de dezembro/2016 a setembro/2019.

Obra 6: empreendimento de 14.611,25 m² com uma torre de 17 pavimentos, alto

padrão, período de construção de setembro/2014 com previsão de entrega para dezembro/2019.

3.2 QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO TRABALHO

O questionário foi criado de acordo com todos os itens das Normas

Regulamentadoras, sendo a grande parte das questões para confirmar se a empresa passou ou

não a atender as recomendações das Normas.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

47

No decorrer do procedimento percebeu-se a necessidade de formular novas

perguntas, inclusive que não constem no questionário já citado, para poder obter as respostas

mais precisas e das quais são necessárias para se responder a questão chave do trabalho

proposto. Especificamente foi necessário incluir a pergunta, quais as maiores dificuldades para

ser implantado um modelo de segurança do trabalho dentro de uma empresa e quantos acidentes

de trabalho aconteceram na empresa, antes ou durante o período de estudo. Com isso,

finalizando o que foi chamado de Questionário de Segurança de Trabalho.

3.3 RESULTADOS E ANÁLISES

A seguir será apresentado o questionário respondido pelos responsáveis da

implantação da segurança do trabalho na construtora. Como o questionário foi montado

separadamente por NR, a apresentação e análise dos resultados dos questionários será debatida

igualmente. A partir disso, teremos uma análise global envolvendo o questionário por inteiro,

que Normas tem mais facilidade ou dificuldade de serem atendidas, se os acidentes que

aconteceram foram por falta de algum treinamento dado pela empresa, as maiores dificuldades

que os responsáveis passaram para a implantação da cultura e quais os impactos financeiros, de

implantação e de administração (SAT e FAP) a empresa teve durante o período de estudo do

trabalho. A entrevista completa encontra-se no Apêndice A.

3.3.1 NR 1

Quanto as Ordens de Serviço da empresa, inicialmente eram utilizados documentos

genéricos, encontradas na Internet, contendo as informações gerais de como o trabalhador

deveria realizar o serviço e de quais os riscos durante a atividade laboral. Além disso, por muitas

vezes o colaborador iniciava o serviço e apenas tinha o conhecimento da Ordem de Serviço

depois de já estar integrado e, por muitas vezes, ficavam pendências de entrega de

documentação exigidas pela empresa de contabilidade para finalizar o processo de registro.

Durante o período da obra 1, foi estabelecido um novo procedimento de contratação

para que o colaborador iniciasse o serviço sem nenhuma pendência. Após a escolha de quem

seria contratado, era entregue ao mesmo uma lista de documentos a serem entregues ao

departamento pessoal para poder ser registrado, junto a isso entregar o exame médico e

treinamento admissional.

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

48

Apenas após o RH liberar que o colaborador poderia se apresentar na obra para

receber o treinamento de integração, leitura da Ordem de Serviço e apresentação dos superiores.

Dessa maneira, a empresa nunca mais teve problemas de falta de documentação ou falta de

informação por parte de funcionários.

Quanto à Ordem de Serviço, apenas no período da obra 5 que o documento passou

por atualizações. A OS foi atualizada na parte de Serviços de acordo com as instruções do

programa de qualidade por função e também nos Riscos, onde foram preenchidos de acordo

com o LTCAT e PPRA da obra.

3.3.2 NR 4

Pela NR 4, segundo o Quadro I, relacionando o CNAE 41.20-4 (Construção de

Edifícios) temos um Grau de Risco 3. A empresa durante o período de Março/2013 até

Abril/2016 teve mais de 100 funcionários, com isso de acordo com o Quadro II da NR 4, é

necessária a presença de um técnico de segurança no quadro de empregados da empresa.

Durante todo esse período, sempre houve a presença do técnico na empresa e, mesmo após a

diminuição da quantidade de colaboradores, a empresa decidiu por manter o mesmo,

entendendo a importância do cargo e o impacto positivo que teve em todo esse tempo.

3.3.3 NR 5

Enquadrando a empresa no Quadro I da NR 5 no grupo C-18a (Construção de

Edifícios), de acordo com o número de funcionários seria necessário criar a CIPA desde

Março/2013, porém houve na época retenção da diretoria pela criação. Apenas depois de uma

visita do Ministério do Trabalho, solicitando a criação da CIPA de acordo com a Norma, que a

mesma foi criada, durante Maio/2014 até Maio/2016, quando todos os estabelecimentos da

construtora diminuíram de 50 funcionários, dessa maneira sendo extinta.

Todos os eleitos pelos empregados e os escolhidos pelo empregador passaram por

treinamento da CIPA nos dois anos que houve eleição, porém o funcionamento da Comissão

não foi dos melhores.

Depois das primeiras reuniões, onde o técnico de segurança participou para auxiliar,

os componentes da CIPA não conseguiram manter a organização e o debate das ideias. Por fim,

sempre precisou da presença do engenheiro da obra ou técnico de segurança para poder ajudar

na organização dos debates e para a confecção da ata de reunião. Houve algumas boas ideias

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49

até a destituição da CIPA, como os pontos de ancoragem eu toda a região da cobertura dos

edifícios e novos tipos de guarda-corpo.

O ponto negativo acabou sendo a eleição de alguns colaboradores que estavam

apenas com a intenção de entrar na CIPA atrás da estabilidade que a mesma trás, conforme dita

a NR.

3.3.4 NR 6

Em relação aos Equipamentos de Proteção Individual, a empresa deu um grande

salto de qualidade. O grande avanço começou envolvendo o setor de Suprimentos na compra

dos equipamentos, antes da aquisição era solicitado ao fornecedor o CA do produto que estava

em orçamento para a conferência da validade, foram mais de 15 produtos, entre botinas, luvas

e protetores auriculares, que já estavam com data fora da validade. Em seguida, também

trabalhando em conjunto com o setor de Suprimentos, foi estudado a troca de alguns EPI’s por

outros de qualidade maior, e, portanto, mais dispendiosos. Porém, esses equipamentos por

serem superiores, tem a durabilidade e resistência maior, com isso tornando-se mais baratos

que os anteriores.

A NR também exige que tenha uma lista de fornecimento de EPI’s para os

colaboradores. A empresa sempre teve a ficha anexada ao registro da contabilidade para

arquivamento posterior. Essa ficha foi de grande ajuda para o estudo de quais produtos eram

mais comprados e trocados, assim podendo ser determinado quais tinham maior durabilidade e

se valiam a pena continuar sendo adquiridos. Junto a isso, foram sendo adquiridos diferentes

tipos de luvas e protetores auriculares para o debate entre os colaboradores de quais seriam mais

produtivos, levando também em consideração a segurança, dessa maneira o rol de equipamentos

da ficha foi aumentado, assim como a produtividade da equipe.

O treinamento para o uso dos EPI’s sempre foi realizado na admissão do

funcionário e periodicamente de acordo com o programa de qualidade da empresa.

3.3.5 NR 7

A construtora sempre manteve o PCMSO ativo do escritório e das obras, além de

sempre realizar os exames admissional e demissional, de exame complementar apenas a

audiometria era realizada.

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

50

Com o aumento do controle dos riscos e uma grande atualização que o programa

médico da empresa sofreu em 2017, a empresa passou a ter um controle muito mais benéfico

para a saúde do trabalhador.

Além dos exames básicos e da audiometria, foram inseridos os exames específicos

de altura (exame de sangue e raio x de tórax), exames de metil para encanadores e espirometria

para pintores e azulejistas.

Com o advento do programa de qualidade, também houve um controle maior dos

exames periódicos dos colaboradores para se ter um histórico da saúde de cada um deles, além

disso, todo funcionário que foi promovido para outra função passou pelo exame de mudança de

função e exames complementares que o PCMSO exige para tal função.

Foi também controlado o colaborador que estava voltando da perícia do INSS. Para

poder voltar ao trabalho no canteiro de obras, o trabalhador, além de estar liberado pelo médico

da Previdência, precisa também passar pelo médico coordenador do programa da empresa para

avaliar a aptidão para o retorno. Apenas com esse resultado que o servidor pode retornar para a

sua atividade laboral.

3.3.6 NR 9

Quanto ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, a empresa sempre teve o

mesmo em dia, porém a primeira vez que o programa foi realizado após um LTCAT, foi em

2018.

Sempre foi realizado as medições dos riscos para a confecção do PPRA, conforme

pede a NR 9, assim como todo final de ciclo é realizado pela empresa parceira uma análise

global da eficácia do programa.

Agora no último ano que a empresa passou a estudar e potencializar mais o PPRA,

tentando melhorá-lo através da antecipação dos riscos com um LTCAT, assim afinando o

programa ainda mais para poder combater qualquer risco ambiental.

3.3.7 NR 10

A proteção contra os serviços de eletricidade acabou sendo um dos poucos pontos

negativos da segurança do trabalho na empresa. Durante a obra 2 e 3 existiam dois eletricistas

com o treinamento de NR 10 em dia. Entretanto, após o vencimento do treinamento, não houve

mais a liberação da diretoria para a renovação, sendo debatido até hoje em reuniões.

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PEDRO LEHMKUHL …

51

Eram dados treinamentos e avisos periódicos pela empresa para manter os

colaboradores atualizados, porém pela NR, nem o técnico de segurança, nem o engenheiro civil

são considerados profissionais aptos para o treinamento em eletricidade.

Em relação às instalações elétricas das máquinas, todas continham o aterramento

de acordo com a NR, projeto de instalações provisórias em canteiro de obra e ART do

engenheiro responsável.

3.3.8 NR 12

A NR 12 é uma das normas que mais sofre atualizações perante as outras e a

empresa sempre foi ao encontro com essas atualizações. O rol de máquinas do canteiro de obras

da empresa continha betoneiras, serra circular e elevadores de carga.

Quanto as betoneiras, todas as antigas foram recebendo atualizações, como

protetores de cremalheira, botões de desligamento automático e aterramentos específicos. A

serra circular também teve suas atualizações, porém as obras 6 e 7 já foram executadas com os

equipamentos não estando mais de acordo com a NR, porém não foi adquirida com a

justificativa de que faltava pouco tempo de serviço. Ao fim das obras, ambos os equipamentos

foram desmontados e considerados sucata, com isso já existem orçamento para a aquisição de

uma nova.

A empresa hoje contém dois elevadores, um de cabo de aço e outro do tipo

cremalheira. Ambos tiveram todas as suas atualizações exigidas pela norma, desde o

acionamento, aterramento e produção.

3.3.9 NR 15

Mesmo realizando todas as medições necessárias para a confecção do PPRA, por

muitas vezes a Construtora sofreu algumas ações trabalhistas pedindo insalubridade de alguns

riscos da obra, em sua maior parte em ruído ou poeira. Todas as medições davam abaixo dos

Limites de Tolerância exigidos pela NR 15, mas por não existir o Laudo Técnico das Condições

do Ambiente de Trabalho, documento realizado pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho, a

empresa por muitas vezes acabava perdendo a ação.

Após algumas solicitações para a diretoria, foi realizado o LTCAT durante o ano

de 2018, nas obras 6 e 7. Com esse documento, o PPRA ficou mais completo, por já ter um

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52

documento comprovando a presença ou não de riscos ambientais e a empresa fica mais segura

na área judicial por ter um documento assinado por profissional habilitado.

3.3.10 NR 35

As exigências da NR 35 acabaram seguindo as dificuldades das normas anteriores.

Com a atualização do PCMSO e do programa de qualidade, todo funcionário que fosse trabalhar

em altura passou pelo exame de altura e pelo treinamento de altura. Além disso, foi identificado

no capacete desses colaboradores quais estavam liberados para trabalhar nesse quesito, outra

exigência da Norma.

Por se tratar do acidente que mais ocorre na construção civil, o critério de uso dos

equipamentos de proteção e equipamentos complementares sempre foi bem rígido. Quando um

cinto de segurança, talabarte ou absorvedor de energia mostrasse algum pequeno defeito, já era

descartado e trocado por um novo. Outro quesito bem estudado foi a aquisição das cordas, a

empresa teve o cuidado de procurar fornecedores que tinham o selo de qualidade no material, e

principalmente, que essas cordas fossem específicas para trabalho em altura, tudo isso para

prevenir qualquer tipo de acidente e deixar o trabalhador mais seguro em seu posto de trabalho.

3.3.11 NR 18

A NR 18 trata das Condições e Meio Ambiente da Indústria da Construção Civil, é

considerada a NR mais importante dentro do canteiro de obra, sendo que exige mais que outras

Normas em alguns pontos específicos.

Essa NR é uma das mais extensas de todas e muito difícil de implementar e seguir

a risca todas as exigências, sendo de muita reclamação de várias empresas do setor,

principalmente quanto ao custo e a dificuldade.

A construtora já atendia muitos quesitos da NR 18. Já é parte do processo da

empresa sempre que iniciar uma obra o pedido de alvará de construção e ao mesmo tempo a

comunicação ao Ministério do Trabalho do início da obra e, junto com a terraplanagem e

fundação do empreendimento, já instalar todas as áreas de vivência, considerando o número de

trabalhadores que o canteiro terá no pico da obra. Dentro dessa área de vivência estão os

banheiros, com o número adequado de mictórios, vasos sanitários, chuveiros e lavatórios,

inclusive com a distância adequada para o deslocamento dos colaboradores e com limpeza

diária do setor.

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53

O vestiário e refeitório já eram concebidos para adequar o máximo de trabalhadores

do canteiro. Nem sempre, devido ao tipo de obra e tamanho do terreno, o refeitório conseguia

atender todos, com isso o engenheiro e o técnico de segurança decidiram separar os

colaboradores da empresa e as empresas terceirizadas em dois horários de almoço, assim tendo

espaço suficiente e confortável para todos durante o intervalo.

Dos setores de trabalho, o setor de armação sempre esteve organizado, com o

material separado por bitolas para fácil identificação, o transporte e movimentação de pessoas

também era de fácil acesso para evitar acidentes, contudo o setor de carpintaria sofreu um

pouco. O local do setor sempre esteve de acordo com as exigências, porém ao longo dos anos,

a NR foi sofrendo atualizações, principalmente quanto a serra circular, pedindo mais proteção

em todas as partes do equipamento. Nesse sentido, a empresa acabou negando a aquisição de

uma máquina nova com todos os novos acessórios e apenas liberou que a equipe atualizasse os

equipamentos que já possuíam em depósitos. As atualizações foram feitas, as obras 6 e 7 foram

executadas com esses equipamentos desatualizados, mas ao fim delas foram desmontadas e

vendidas para empresas de sucata. Para uma futura obra, já foi liberada a compra de uma nova

serra circular com tudo que é exigido pela NR 12 e NR 18.

O almoxarifado das obras sempre teve bastante espaço e organização também, isso

deve-se ao programa de qualidade da empresa por conter um manual específico de

armazenamento e estocagem, facilitando bastante o trabalho do almoxarife. As bandejas

principais e secundárias também sempre mantiveram o padrão exigido, a construtora já tinha

todo esse material em depósito de obra anteriores, onde também eram utilizadas.

Quanto aos quesitos de acesso, a construtora no início tinha muitos problemas.

Durante a obra 1, era fácil caminhar pelo canteiro e achar diversas escadas móveis

completamente fora de adequação da NR, rampas e passarelas também era executadas fora do

que o próprio PCMAT exigia. Durante todos esses anos, de pouco em pouco foram sendo

pensadas, projetadas e executadas novas maneiras de como utilizar esses acessos, sem que se

perdessem de obra em obra. A questão das escadas móveis e fixas foram inclusas do PCMAT

e executadas com madeira de lei, desse jeito podendo ser guardadas para outras obras, já as

passarelas e rampas foram projetadas por engenheiro mecânico, sendo anexado ao PCMAT

junto com sua ART de projeto, com todas as fixações que devem ter para possuir segurança. O

único ponto que a equipe ainda corre atrás são os andaimes, principalmente as escadas de acesso

e os guarda corpos que exigem em volta da montagem. Esse é um dos pontos que estão sendo

estudados para melhorar no futuro.

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54

Os quesitos anteriores eram os que a empresa manteve o padrão ou piorou durante

o período de estudo, porém a grande parte do questionário da NR 18, houve muitas melhoras.

O PCMAT da empresa teve muitas atualizações positivas durantes esses anos, foram anexados

muitos projetos de rampas, passarelas, elevadores, guarda-corpos, entre outros, era um

documento pouco usado pela equipe responsável, hoje em dia os próprios colaboradores

solicitam o programa para tirarem dúvidas quanto a execução de algum setor de segurança.

Devido a essas atualizações, os guarda-corpos foram melhorados de obra em obra,

sofrendo alterações em seus projetos ano após ano para ficar atualizado com a Norma e trazendo

mais resistência, assim como a linha de vida, onde a construtora trocou por 3 vezes todo o seu

equipamento, devido a todo ano aparecer melhores maneiras de garantir a segurança dos

trabalhadores em empreendimentos altos. Junto a isso, outro ponto muito importante que houve

melhora acentuada foi nos pontos de ancoragem, na obra 6 foram deixados por volta de 35

pontos de ancoragem na última laje, pensando na fixação do balancim para rebocar a fachada,

pintura de fachada e possível limpeza das fachadas no pós-obra.

Uma das maiores mudanças da NR 18 foi a exclusão do elevador de cabo de aço

para carregar materiais. A empresa tem hoje em seu depósito um elevador desse e um elevador

do tipo cremalheira. Ambos os elevadores passam por teste de frenagem todos os meses, tinham

contrato de manutenção com empresa especializada, passam por atualizações sempre que

necessário. A obra 6 utilizou o elevador de cabo de aço durante o período de proibição desse

equipamento, mas a máquina foi instalada e assinada antes da data limite instaurada pela NR,

com isso pode ser utilizada até o fim dos trabalhos.

Por último, devido novamente ao programa de qualidade da empresa, os

colaboradores passaram a ter treinamento periódicos da NR 18, NR 6, Instruções de trabalho e

qualidade de obra.

3.3.12 ANÁLISE GLOBAL

Segue abaixo o resumo do questionário feito com a empresa na Tabela 3. As células

amarelas significam se o item melhorou, manteve o padrão ou piorou durante o período do

estudo. Inserido dentro da célula também aparece o ano em que acontecer tal melhora ou piora

para podermos rastrear a quantidade de tempo necessária para poder mudar uma política dentro

de uma empresa privada.

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Tabela 3 – Avaliação do Questionário de Segurança do Trabalho

ITENS QUESTIONÁRIO

MELHOROU SE MANTEVE PIOROU

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

1 2017

NR 4 – SESMT

2 2013

NR 5 – CIPA

3 2014

4 2014

NR 6 – EPI

5 2016

6 2016

7 2015

8 2014

NR 7 – PCMSO

9 2013

10.1 2013

10.2 2016

10.3 2016

10.4 2017

10.5 2013

11 2017

NR 9 – PPRA

12 2013

13 2013

NR 10 - SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

14 2015

15 2013

NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

16 2014

NR 15 – INSALUBRIDADE

17 2019

NR 35 - SERVIÇOS EM ALTURA

18 2017

19 2017

NR 18 - CONSTRUÇÃO CIVIL

20 2013

21 2016

22.1 2013

22.2 2013

22.3 2013

23 2017

24 2013

25.1 2013

25.2 2017

26.1 2016

26.2 2014

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26.3 2014

26.4 2018

27.1 2016

27.2 2016

27.3 2017

27.4 2016

28 2013

29 2014

30 2013

31 2014

Para poder facilitar a visualização, segue abaixo a Tabela 4, com um resumo por

ano da avaliação da empresa.

Tabela 4 – Rastreamento das Avaliações por Ano

RASTREAMENTO POR ANO MELHOROU SE MANTEVE PIOROU

2013 - 14 1

2014 6 2 -

2015 1 - 1

2016 9 - -

2017 7 - 1

2018 1 - -

2019 1 - -

TOTAL 25 16 3

A partir das Tabelas 3 e 4, podemos começar nossa análise global.

Para início de análise, começaremos pelos itens que foram mantidos de acordo com

as Normas Regulamentadoras durante todos esses anos.

Durante o ano de 2013, início da formação da equipe e do começo da mudança de

política da SST, vimos que não tivemos melhoras e tivemos um item, os andaimes de obra, que

passaram a não atender as solicitações da NR 18 e, infelizmente, não houve mudança até então.

Porém, para iniciar essa nova cultura, foi preciso manter a base que já existia, que

nesse caso seriam os programas básicos de segurança (PPRA e PCMSO), a continuação dos

exames que já eram realizados para admissão e demissão, aproveitar tudo de área de vivência

que mostrasse valor, continuar a manutenção dos equipamentos (escadas, bandejas e betoneiras)

que estavam atendendo tudo que fosse solicitado e reforçar para o escritório os processos de

documentações que estavam corretos para continuar da mesma maneira. Portanto, ao final de

2013, foi considerado um bom início para a equipe.

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Em 2014, com o advento do PBQP-H na construtora e o início de auditoria externas,

começou a ajudar na criação de processos importantes que seguiriam para as obras futuras. Foi

começado um controle maior sobre treinamento específicos de Equipamentos de proteção

individual, admissionais e periódicos, registrando todos numa ficha pessoal por funcionário.

Em relação as obras, devido ao início de um empreendimento com 8 pavimentos, foi investida

em uma linha de vida nova com atualizações, o reuso das bandejas que a empresa já tinha

guardada em depósito e a aquisição de maquinários novos para substituir os que não estavam

mais adequados na NR 12. Além disso, devido ao Programa de Qualidade, toda a sinalização

de obra foi revitalizada e exigida durante o ano, isso serviu para facilitar o guarda de materiais,

controle de estoque, saídas de emergência e visualização das áreas de vivência.

Por último, o grande destaque do ano foi a implementação da CIPA. Pela regra da

NR 5, a empresa já deveria ter CIPA desde o início de 2013, mas sempre sofreu com as

negativas da diretoria. Após uma visita do Ministério Público na obra e a exigência vir por

escrito, acabou formando a comissão eleitoral, em seguida a eleição e a formação da CIPA da

empresa. A Comissão foi mantida por 2 anos, após isso foi destituída pela queda de funcionários

no período, mas infelizmente a CIPA teve poucos impactos positivos, sendo mais visada pela

questão da estabilidade do funcionário.

Depois de um ano com muitas mudanças significativas na qual a empresa nunca

tinha passado, em 2015 houve uma travada nos avanços. Porém, foi feito uma atualização geral

na lista de EPI’s da empresa e da ficha entregue para os funcionários. Em relatório do setor de

suprimentos, foi visto que estava se gastando muito com equipamentos individuais, com isso

foi-se até o canteiro de obras entender esse motivo e acabaram entendendo que deveriam

melhorar o nível das proteções para maior durabilidade e, portanto, conseguiram economizar

recursos e utilizar materiais melhores, o impacto financeiro será mostrado mais adiante.

Os anos de 2016 e 2017 que tornaram a segurança um dos carros-chefe da empresa.

Foram atualizados todos os exames periódicos e complementares de todos os funcionários da

época, todos os treinamentos periódicos e específicos também foram feitos, além do PCMAT

que foi completamente revisto, sendo reprojetado vários tipos de proteções, como o guarda

corpo e as passarelas. Ao final do ano de 2017, durante auditoria externa, a segurança do

trabalho foi citada como o melhor setor da empresa.

Nos anos de 2018 e 2019, foram realizados dois projetos que estavam em pauta há

anos para o setor de SST. Depois de 5 obras realizadas, a obra 6 foi a primeira com programação

de colocação de pontos de ancoragem na laje, para assim poder trabalhar com mais segurança

nas fachadas durante o restante do período da obra. E, por último, em março de 2019, foi

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58

autorizado pela diretoria o LTCAT, assim deixando todos os programas que uma empresa pode

ter em relação a segurança e medicina do trabalho em dia.

3.3.13 ANÁLISE FINANCEIRA

Para serem realizadas todas essas mudanças dentro da construtora, além de mostrar

que a produção e a qualidade do serviço e da segurança aumentaram, o aspecto financeiro é o

que vai ser o fator determinante para o empresário.

Com isso, essa análise financeira será realizada da seguinte maneira, primeiramente

vamos levantar qual foi o investimento feito em novos equipamentos para ficarem de acordo

com as Normas. Em seguida, será feito o estudo de qual foi a economia com os equipamentos

de proteção individual quando foi realizada a troca para produtos de melhor qualidade e

durabilidade. Por último, vamos calcular quanto a empresa gastou com o imposto SAT e o

multiplicador FAP, desde o ano de 2013 até o valor futuro de 2020.

No fim, vamos juntar todos esses cálculos e analisar o impacto que essa mudança

de política realizou.

Abaixo segue a tabela 5 com o investimento feito pela empresa durante o período

de estudo:

Tabela 5 - Investimentos

INVESTIMENTOS

Serviços Valor Total

PPRA, PCMSO, PCMAT, Exames (admissionais, demissionais, periódicos, complementares), Treinamentos, Impostos

R$113.592,86

Manutenção Elevadores R$ 58.912,00

R$ 172.504,86

Podemos ver que a empresa teve uma média de R$24.643,55 de investimento por

ano, um valor bastante considerável.

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59

Para poder convencer a diretoria de que tal investimento valesse a pena, foi

realizada uma revolução na compra dos equipamentos de proteção individual da construtora.

Nas tabelas 6 e 7 podemos ver que comprando produtos com mais qualidade, a economia foi

imensa apenas devido a grande durabilidade desses produtos.

Tabela 6 – Comparativo entre a troca de botinas na empresa

Botina Antiga Botina Nova

Quantidade Comprada/mês 60 10

Meses de compra 46 46

Itens a serem comprados 2760 460

Valor Item R$ 22,50 R$ 35,00

Total R$ 62.100,00 R$ 16.100,00

Economia R$ 46.000,00

Depois de meses sendo comprado um número alto de botinas, foi visto pelo setor

de suprimentos e engenharia que analisaram que o problema não era o mau uso, mas a qualidade

do produto. Foi trocado a botina antiga por uma nova R$12,50 mais cara, mas comprada 6 vezes

menos por mês. Calculando o impacto desta troca do mês que foi trocado até o ano atual, temos

uma economia de R$46.000,00.

Tabela 7 – Comparativo das Luvas de Segurança

Luva Pigmentada

Luvas

Pigmentada Epitec Nitrilo

Quantidade Comprada/mês

450 48 12 12

Meses de compra 46 46 46 46

Itens a serem comprados

20700 2208 552 552

Valor Item R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 4,98 R$ 5,34

Total R$ 41.400,00 R$ 10.112,64

Economia R$ 31.287,36

Antes da mudança, o único tipo de luva de segurança que era adquirida era a de

pano pigmentada, sendo que ela não é indicada para inúmeros serviços no canteiro, porém é a

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de melhor custo. Após reuniões com alguns encarregados da obra, foram testados alguns tipos

diferentes de luva e viu-se que a quantidade de trocas de luva diminuiu exponencialmente e a

produção de muitos serviços aumentou.

Com isso, a adição de dois tipos de luvas mais caras, porém específicas para alguns

serviços, gerou um impacto financeiro enorme. Fazendo a mesma conta que foi feita

anteriormente, já temos mais uma economia de R$31.287,36.

Por último, foi realizado um levantamento do pagamento do SAT e FAP da empresa

desde 2015. Como as mudanças na empresa começaram em 2013, apenas no FAP/2015 que

começariam a colher os dados do primeiro ano de mudança. Segue tabela 8:

Tabela 8 – Estudo de SAT e FAP da empresa

Folha Anual Imposto SAT FAP Valor Corrigido Prejuízo / Economia

2015 R$ 3.155.410,36 R$ 94.662,31 1,0484 R$ 99.243,97 -R$ 4.581,66

2016 R$ 2.162.992,80 R$ 64.889,78 1,0986 R$ 71.287,92 -R$ 6.398,13

2017 R$ 1.584.862,15 R$ 47.545,86 1,3520 R$ 64.282,01 -R$ 16.736,14

2018 R$ 2.380.726,61 R$ 71.421,80 1,2511 R$ 89.355,81 -R$ 17.934,01

2019 R$ 2.245.776,78 R$ 67.373,30 0,5000 R$ 33.686,65 R$ 33.686,65

2020 R$ 2.215.000,00 R$ 66.450,00 0,5000 R$ 33.225,00 R$ 33.225,00

2021 R$ 3.789.540,00 R$ 113.686,20 0,5000 R$ 56.843,10 R$ 56.843,10

Antes da entrada da nova equipe, houve 3 acidentes de trabalho e 1 doença do

trabalho que acabaram prejudicando bastante a empresa em relação ao FAP. Houve apenas um

acidente do trabalho no período de estudo, no ano de 2016.

A partir de 2019, a mesa vira completamente para a empresa, sendo que houve uma

economiza de mais de 33 mil reais.

Levando em conta os próximos empreendimentos a serem lançados, como o padrão

das obras são os mesmos, foi possível realizar uma conta futura para o ano de 2020 e 2021.

Após todos esses levantamentos, segue abaixo a tabela 9 com um resumo geral de

todos esses valores:

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Tabela 9 – Análise Global

ANÁLISE GLOBAL

INVESTIMENTOS 2013 A 2019 -R$ 172.504,86

INVESTIMENTOS 2020/2021 -R$ 49.287,10

ECONOMIA BOTINAS R$ 78.400,00

ECONOMIA LUVAS R$ 47.611,20

ECONOMIA FAP R$ 78.104,81

TOTAL -R$ 17.675,95

Mantendo a média de gasto anual com os investimentos em segurança do trabalho,

continuando com empenho para achar produtos melhores, de qualidade e durabilidade para

poder economizar a longo prazo e mantendo uma boa equipe de trabalho para poder se

aproveitar do multiplicador FAP, podemos ver que com mais um ano, em 2022, a Construtora

entraria no azul em Segurança de Trabalho, tendo todo o investimento iniciado em 2013, sendo

pago e retornado em 2022, demonstrando que a longo prazo a segurança do trabalho realmente

pode ser uma ótima saída para grandes empresas.

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62

4 CONCLUSÃO

O intuito da pesquisa era avaliar e verificar as mudanças de política de Saúde e

Segurança de Trabalho aplicados dentro de uma construtora da Grande Florianópolis. Com o

auxílio de um questionário elaborado para verificar itens de inúmeras Normas

Regulamentadoras, no qual a ideia era retratar as maiores dificuldades que se pode ter para

mudar o patamar de uma empresa em relação a SST.

Compreende-se com esta pesquisa sobre a aplicação das Normas que realmente é

necessário fazer um grande investimento nos primeiros anos de mudança de cultura, sendo

relacionados tanto para recursos humanos, como exames e treinamentos, como para recursos

físicos, como maquinário e sistemas de segurança.

De acordo com os relatos dos entrevistados, a pesquisa chega a algumas conclusões

para explicar o objetivo principal do trabalho. A principal dificuldade relatada pelos

entrevistados foram as imposições feitas pela diretoria da empresa devido ao alto custo de

implantação de várias exigências das Norma, como a grande quantidade de exames,

treinamentos que precisam ser feitos, além da troca de betoneiras e elevadores de transporte

que necessitaram ser atualizados.

Outro ponto citado pelos entrevistados foi a dificuldade de se inserir essa alta

quantidade de mudanças durante a execução das obras, tentando não prejudicar os cronogramas

das obras, porém foi visto que depois de implantado o novo sistema, ficou muito mais fácil o

planejamento de todas essas atividades.

O principal fator de dificuldade foi demonstrar para a diretoria que a longo prazo

esse alto investimento se tornaria lucrativo. Nos primeiros 5 anos, além dos altos investimentos

em SST, a empresa tinha que aceitar o FAP alto e trabalhar com esses valores no vermelho

pensando no retorno futuro.

Após o primeiro FAP positivo em 2018, foi visto que além dos investimentos terem

diminuído, devido a empresa estar sempre atualizada, a empresa começou a ter uma produção

acima do que tinha nas primeiras obras em que se começou o período de estudo, incluindo

entregar as obras antes do prazo combinado com os clientes. Nas entrevistas foi visto que além

de ter deixado os colaboradores seguros, conseguiu-se aumentar a produção deles com o

advento dos treinamentos.

Por fim, colocando tudo no papel e fazendo um estudo virtual com a prospecção de

obras da empresa, foi visto que com 10 anos de investimentos a longo prazo, a Segurança do

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63

Trabalho de uma empresa pode não apenas pagar o próprio investimento feito nela, mas sim

criar lucro em relação a economia em pagamento de impostos.

Ao fim desta pesquisa, verificou-se que os objetivos específicos foram alcançados,

onde foram encontradas respostas para as principais dificuldades da mudança de cultura dentro

de uma empresa em relação a SST. O questionário foi de suma importância para o balizamento

dos resultados obtidos.

O tema da pesquisa se faz importante para a carreira de um Engenheiro de

Segurança do Trabalho, devido a ser um ótimo apelo para a diretoria de qualquer empresa

demonstrar que vale a pena investir nesse setor. Além disso, assegurar que o trabalhador não

corra riscos de acidentes em sua atividade laboral, sejam eles danos físicos ou psicológicos,

pode contribuir para o aumento de produção.

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64

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário de Segurança do Trabalho

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO: ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PESQUISADOR: PEDRO LEHMKUHL DAMIANI

As informações nesse questionário serão utilizadas apenas para caráter de pesquisa neste trabalho, assim como a identidade da empresa será perservada

Entevistados: Engenheiro Civil (5 anos e 11 meses de empresa), Técnico de Segurança (6 anos e 2 meses de empresa) e RH (3 anos e 1 mês de empresa)

QUESTIONÁRIO SEGURANÇA DO TRABALHO

MELHOROU

SE MANTEVE

PIOROU

NÃO SE

APLICA

JUSTIFICATIVA

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS

1 A empresa elabora Ordens de Serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados?

x

Tec Seg: nenhum funcionário contratado pela empresa iniciava os serviços sem ler a OS anteriormente. Eng Civil: A partir da Obra 5, as OS foram atualizadas juntando as informações de risco do PPRA e as atividades da função com as Instruções do Programa de Qualidade

NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)

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2 A empresa segue as condições de dimensionamento da NR?

x

RH: A empresa tem Grau de Risco 3 de acordo com a NR 4, a empresa sempre teve 1 técnico de segurança durante o período que foi necessário e manteve o mesmo inclusive quando baixou o número exigido pela norma.

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

3 A empresa contém CIPA? x

Tec Seg: a empresa teve CIPA durante o período de maio/2014 a maio/2016, em seguida foi destituída pela diminuição de colaboradores nos estabelecimentos

4 Se SIM, a Comissão teve o funcionamento de acordo com a NR?

x

Eng Civil: as duas comissões que foram eleitas não chegaram a desempenhar tudo que a NR 5 exige, mas trouxeram boas constribuições durante o período

NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

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5 Os EPI's tinham seu CA verificado? x

RH: Houve um aumento na vistoria dos CA dos EPI's por parte dos colaboradores, inclusive desde o setor de suprimentos, já solicitando o CA antes da aquisição

6 São adquiridos EPI's de qualidade? x

Tec Seg: Ao longo das obras, foram sendo feitas algumas mudanças nos EPI's que eram adquiridos, pensando na qualidade e no impacto financeiro. Por exemplo, a botina utilizada anteriormente custava R$25,00 mas precisava ser trocado todos os meses, foi solicitado ao fornecedor um equipamento de melhor qualidade com o custo de R$35,00 e durava 3 meses para a troca.

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7 Existe uma Ficha de EPI's por funcionário?

x

Eng Civil: a ficha de EPI era aberta a partir do primeiro dia de trabalho do funcionário com a entrega do uniforme e era entregue ao RH no escritório na rescisão do colaborador. Com essa ficha que a empresa conseguiu determinar quais EPI's eram mais solicitados e aonde poderíamos melhor a qualidade e baixar o custo. Na obra 5, depois de uma reunião com os colaboradores, começamos a adquirir luvas de PU para os instaladores e carpinteiros, essa mudança teve impactos positivos na questão financeiro por durarem mais tempo e na execução por conseguir trabalhar com

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mais segurança.

8 É realizado treinamento para o uso corretos dos EPI's?

x

RH: Faz parte do treinamento de integração e do programa de qualidade da empresa.

NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO)

9 A empresa contém PCMSO? x

Tec Seg: sim, a empresa sempre teve o PCMSO em dia.

10

Quanto ao desenvolvimento do PCMSO:

10.1

É realizado o exame admissional de acordo com o exigido na NR?

x

Eng Civil: para o colaborador iniciar o serviço na obra, o mesmo precisa entregar o exame admissional, treinamento admissional e todos os documentos necessários

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para a contabilidade poder registrá-lo.

10.2

É feito o exame periódico de acordo com o que a NR pede?

x

RH: Há maior controle por parte do técnico de SST.

10.3

O exame de Retorno ao Trabalho é executado quando o colaborador retorna da perícia?

x

RH: sim, o colaborador mesmo com a liberação do INSS só pode voltar à sua atividade depois de um exame de Retorno ao Trabalho com o médico coordenador do PCMSO da empresa.

10.4

Quando há promoção de função, é realizado o exame de Mudança de Função?

x

RH: sim, o engenheiro da obra passa o novo cargo para o RH para assim poder ser feitos os novos exames de acordo com o PCMSO.

10.5

É realizado o exame demissional? x

RH: sim, faz parte do processo de demissão exigido pela contabilidade

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11 São realizados exames complementares? (Trabalho em Altura, Produtos Químicos)

x

Tec Seg: em 2017 houve uma grande atualização no PCMSO da empresa, onde foi exigido pelo setor de SST alguns exames complementares importantes, como o de altura, espirometria e metil. A partir dessa atualização, os funcionários que necessitavam ter esses exames, fizeram junto com o periódico.

NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

12 A empresa contém PPRA? x

Tec Seg: sim, sempre tivemos o PPRA de cada estabelecimento.

13 É realizado a análise global anualmente do PPRA para avaliar a eficácia do mesmo?

x

Eng Civil: a análise global é realizada pela empresa parceira que faz os programas, poderia haver melhorias nesse aspecto.

NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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14 Os eletricistas contêm treinamento em NR 10?

x

Tec Seg: nas obras 1 e 2, os eletricistas tinham o treinamento da NR 10, após isso o treinamento anual nunca mais foi renovado por cortes de custos.

15 As máquinas contêm aterramento como prevê a NR?

x

Eng Civil: todas nossas máquinas elétricas contêm aterramento previsto.

NR 12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

16 As máquinas da empresa estão todas de acordo com as exigências da NR 12?

x

Tec Seg: todo nosso máquinário (elevadores, serras e betoneiras) foram atualizados perante as atualizações da NR 12. Eng Civil: além das atualizações, a empresa inclusive adquiriu equipamentos novos para se adequar. Trocamos o elevador de cabo de aço pelo cremalheira, adquirimos betoneiras que já vinham com todas as proteções de

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fábrica e para uma obra futura já temos o orçamento para a compra de uma serra circular.

NR 15 - ATIVIDADE E OPERAÇÕES INSALUBRES

17 A empresa tem LTCAT? x

RH: A empresa realizou seu primeiro LTCAT por solicitação do departamento de SST durante as obras 5 e 6

NR 35 - TRABALHO EM ALTURA

18 É realizado treinamento para trabalho em altura?

x

Tec Seg: foi necessário algum tempo de negociação, mas quando tivemos a atualização do PCMSO, incluímos a obrigação do treinamento de altura para os colaboradores que necessitassem.

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19 Os equipamentos (EPI's e cordas) utilizados são adequados para o trabalho em altura?

x

Eng Civil: seguindo o exame e o treinamento, foram substituídos sempre que necessário os cintos, talabartes e absorvedores. Assim como as cordas, sempre teve um cuidado de todos da obra para após o uso, guardá-las da forma correta para a mesma manter a resistência e durabilidade por mais tempo.

NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

20 É realizado a comunicação de início de obra?

x

Eng Civil: a Construtora tem um processo de documentos iniciais de obra que envolve as aprovações de projeto, alvará de construção, ART's dos responsáveis, comunicação de início de obra e viabilidades de água e energia.

21 A empresa tem o PCMAT? x

Tec Seg: sim, o PCMAT também é realizado com

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empresa parceira com supervisão do setor de SST.

22 Sobre as áreas de vivência:

22.1

As instalações sanitárias estão de acordo com a NR?

x

Tec Seg: todas as obras da empresa contêm lavatórios, vasos e mictórios necessários por NR. Também sempre designamos um colaborador para manter a limpeza diária do setor.

22.2

O vestiário respeita as exigências da NR?

x

Tec Seg: além do espaço para os colaboradores da empresa, sempre prevemos espaços para os terceirizados.

22.3

O refeitório está conforme a NR? x

Eng Civil: Por trabalhamos com mão de obra própria e com terceirizados, por vezes tivemos problemas com o tamanho do refeitório dentro do canteiro de obra. Com isso fizemos o refeitório com o

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máximo de mesas possíveis para o espaço, todas revestidas com plástico filme para fácil limpeza, e tínhamos 2 horários de almoço para os colaboradores. Dessa maneira conseguíamos ter um bom espaço para todos.

23 O setor de carpintaria está de acordo com a NR?

x

Eng Civil: o setor de carpintaria foi o único no qual tivemos que atualizar a serra circular até onde podíamos e deixamos apenas 2 colaboradores a cargo das fôrmas. Não obtivemos a liberação da empresa para o fornecimento de uma máquina atualizada com todas as novas especificações. Para o próximo empreendimento, já temos o orçamento

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para a aquisição.

24 O setor de armação está de acordo com a NR?

x

Tec Seg: quanto ao setor de armação, sempre foi mantido de acordo com a NR.

25 Sobre escadas, rampas e passarelas:

25.1

As escadas (fixas e móveis) são confeccionadas conforme o exigido?

x

Tec Seg: as escadas fixas sempre seguiram a NR, já as escada móveis tivemos alguns problemas nas primeiras obras devido a grande quantidade de colaboradores e difícil conferência. Mas nas últimas obras produzimos um grande número de escadas com as especificações corretas.

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25.2

As rampas e passarelas são executadas conforme pede a NR?

x

Eng Civil: Na obra 1 quando começamos a nova cultura de segurança, todas as passarelas e rampas eram completamente fora da NR. A partir disso fizemos um projeto e anexamos no PCMAT com as passarelas e rampas padrão da empresa.

26 Sobre o risco de queda:

26.1

Os guarda corpos estão de acordo com a NR?

x

Tec Seg: os guarda corpos têm sido um debate grande entre empresa e fiscalização. Após algumas fiscalização do MTE em nossas obras, chegamos a um denominador comum da forma de fixação e anexamos o projeto no PCMAT. A NR acaba deixando alguns furos nesse quesito e não existe uma única forma para todas as

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empresas executarem.

26.2

As bandejas (primárias e secundárias) estão de acordo com a NR?

x

Tec Seg: a empresa já continha as bandejas de obra anteriores para uso.

26.3

A linha de vida é executada como o exigido?

x

Tec Seg: investimos bastante em nosso sistema de linha de vida. Nas obras 1, 2, 3, 4 e 5 por serem prédios mais baixos usamos o mesmo sistema adquiridos na obra 1. Já na obra 6, utilizamos outro sistema por se tratar de uma obra mais complexa e com 17 pavimentos.

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26.4

São deixados pontos de ancoragem? x

Eng Civil: nas primeiras obra não foram deixados pontos de ancoragem por falta de conhecimento da empresa. Na obra 5 e 6 deixamos pontos de ancoragens espalhados por toda a laje debaixo do telhado. Com isso o condomínio terá já pontos para poder realizar manutenções futuras.

27 Sobre elevadores de obra:

27+1

O equipamento segue a NR 18? x

Eng Civil: a empresa tem o elevador de cabo de aço e o cremalheira. Aposentamos o elevador de cabo de aço na obra 5, devido a proibição de uso do mesmo e o cremalheira está de acordo com a NR, sempre sendo atualizado a cada nova solicitação.

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27.2

O equipamento passa por manutenções preventivas?

x

Tec Seg: sempre realizamos os testes de frenagem pelo o que a NR solicita e outro qualquer teste que se faça necessário.

27.3

O operador tem o treinamento e função adequada?

x

RH: Sim, foram realizados treinamentos e promoção para nova função.

27.4

A área de operação é sinalizada? x

Tec Seg: sim, além de sinalizada também é isolada para passagem.

28 Os andaimes estão conforme exige a NR?

x

Tec Seg: nossos andaimes estão de acordo quanto à altura, resistência dos materiais. Porém estamos estudando a aquisição de andaimes com um sistema novo de acesso por escada e guarda corpo já embutidos, pois essa parte da NR ainda não estamos atendendo.

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29 Os colaboradores da empresa passam por treinamento admissional e periódico?

x

RH: Iniciam as atividades somente após o treinamento admissional e passam por periódicos de acordo com nosso programa de qualidade.

30 O armazenamento de materiais e o almoxarifado estão de acordo com a NR?

x

Eng Civil: o almoxarife tem o documento de estocagem do programa de qualidade da empresa. Além disso sempre separamos um bom espaço para a guarda de materiais e equipamentos para termos um bom controle de estoque.

31 A sinalização da obra está adequada conforme pede a NR?

x

Tec Seg: todas as nossas obras são bem sinalizadas quanto a prevenção de incêndio, rotas de emergência, identificação de setores, identificação de pavimentos, baias de materiais a granel e palletizado, além das

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placas de financimento de obra e de responsáveis técnicos.

ACIDENTES DE TRABALHO

32 A empresa teve acidentes de trabalho durante o período de estudo?

Téc Seg: Um pouco antes da entrada desse equipe, houve 2 acidentes de trabalho. O primeiro já estava na perícia e o segundo um painel de viga caiu sobre o braço direito. Durante o período da equipe atual trabalhando, houve um acidente no início de 2014, onde um rompedor de 12kg caiu em cima do obra do colaborador que estava utilizando, todos esses na obra 1. Em 08/2014, o funcionário quebou o dedo polegar da mão esquerda com uma martelada no dedo, na obra 3. Por último, em 2015, houve um acidente de trajeto para a obra 7.

– Títu