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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA THALITA ALMEIDA COELHO O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL PALHOÇA

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

THALITA ALMEIDA COELHO

O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO

SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

PALHOÇA

11

2008

THALITA ALMEIDA COELHO

O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO

SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social, da Universidade de Santa Catarina para a obtenção de título de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Professora Mestra Vera Nicia Fortkamp de Araújo

PALHOÇA

11

2008

THALITA ALMEIDA COELHO

O PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR: A INTERVENÇÃO DO

SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DA INCLUSAO SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social, da Universidade de Santa Catarina para a obtenção de título de Bacharel em Serviço Social.

Palhoça, 10 de novembro de 2008.

_________________________________________________ Prof. Msc e Orientadora Vera Nicia Fortkamp de Araújo

Universidade do Sul de Santa Catarina

_________________________________________________ Prof. Drª Regina Panceri

Universidade do Sul de Santa Catarina

_________________________________________________ Prof. Msc Maria Izabel da Silva

11

Universidade Federal de Santa Catarina

Dedico este trabalho aos meus

amados pais, pela força e carinho

que me dedicam ao longo da vida,

e a meu noivo pelo grande

11

incentivo durante toda a minha

vida acadêmica.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por todas as bênçãos que me concedeu.

Aos meus pais, pela vida, por compartilhar as alegrias e tristezas,

pela doação de acreditar no meu sonho, por incentivar nos momentos que

pensei em recuar e por me ensinar que através da luta é que alcançamos as

grandes vitórias.

Aos meus avôs, pelo exemplo de vida e de força. Por me fazerem

acreditar que a realização de um sonho é possível e que somente a

experiência nos prepara para ultrapassar qualquer obstáculo.

Ás minhas irmãs e cunhados, pelo carinho e apoio, pelos sorrisos

retirados da minha face nos momentos difíceis e por estarem sempre

presentes.

Aos meus familiares, por fazerem parte da minha vida,

participarem do meu crescimento e torcerem constantemente pela minha

vitória.

Ao meu noivo pelo qual devota grande admiração, pelos

momentos de paciência e por me dar incentivo e amor nos momentos que

tanto precisei. Amo-Te!

Aos Meus sogros, pelo acolhimento e carinho!

Aos meus amigos, pelas palavras de incentivo, por compartilhar as

tristezas, alegrias, expectativas, conquistas e diferenças. Aprendemos juntos,

crescemos. Tornamos-nos cúmplices e sabemos que quando há verdade no

sentimento, temos uma vida inteira para continuarmos amigos.

Aos colegas de academia pela convivência e amizade durante todo

o curso. Que cada um tenha um caminho de sucesso a seguir a partir de

agora, e que guardem na memória os momentos de tantas gargalhadas,

tantas conversas e de tantos sonhos.

A minha orientadora Prof. Mestra Vera Nicia Fortkamp de Araújo,

que tanto admiro, por acolher como minha orientadora, por contribuir para

meu crescimento, e por fazer parte dessa etapa da minha vida. Considero-te

uma verdadeira amiga!

11

A Assistente Social do SESC - Estreito, Simone Machado Vieira,

por compartilhar suas experiências e dedicação durante o estágio obrigatório

realizado no ano de 2008.

Ás Estagiário, amigas, que juntas contribuíram para o meu

aprendizado. Muito Obrigada!

Um agradecimento todo especial aos meus amigos (idosos) do

SESC, especialmente do Projeto SESC Idoso Empreendedor, que me

receberam de braços abertos e que contribuíram de forma inexplicável para

realização desse trabalho. Vocês são grande exemplo de dedicação!

Aos professores participantes da banca examinadora, que aceitam

o convite de contribuírem de forma grandiosa neste trabalho.

Gratidão a cada professor que participou da minha vida

acadêmica, e de alguma forma contribuiu para meu crescimento pessoal e

futuramente profissional.

RESUMO

O Presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como foco, abordar a

intervenção do Serviço Social junto ao Projeto SESC Idoso Empreendedor

com o objetivo de estudar as questões do envelhecimento e relatar a prática

de estágio realizado junto ao Projeto SESC Idoso Empreendedor. Utilizou-se

de pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórico-metodológicas,

Técnico-operativo e ético-político do Serviço Social. Enfatizou o idoso na

contemporaneidade e seu processo de envelhecimento, a inclusão social

através da aprendizagem em informática e o empreendedorismo social.

Apresenta-se a instituição, onde se realizou estágio curricular obrigatório,

dando ênfase aos projetos que lá já existem na área de Assistência a pessoa

idosa. Através do estudo realizado, constatou-se que os idosos a partir do

processo de inclusão digital, procuram resgatar sua autonomia, auto-estima,

inclusão social, encontrar habilidades que são de grande importância para

seu processo de envelhecimento. Desta forma, o Projeto SESC Idoso

Empreendedor, através das técnica de grupo e da inclusão social, busca

tornar os idosos participantes, criativos e produtivos contribuindo assim em

uma maior inclusão social.

Palavra Chave: Envelhecimento. Inclusão Social. Autonomia.

11

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Gráfico Projeção de Crescimento da População de 60 Anos ou

Mais idade, Segundo o Sexo – Brasil 2000 / 2020 ................................................. 24

Figura 2 – Gráfico Expectativa de Vida no Brasil.................................................... 25

Figura 3 – Gráfico Faixa de Idade Populacional no Brasil ...................................... 26

Figura 4 – Grupo Canadá - Sala de Informática 2007 ............................................ 45

Figura 5 – Sala de Informática- Grupo Portugal...................................................... 46

Figura 6 – Sala de Informática -2008 - Projeto Idoso Empreendedor .................... 47

Figura 7 – Sala de Informática................................................................................ 48

LISTA DE SIGLAS

SESC - Serviço Social do Comércio

CAE - Centro de Atividades Estreito

GRUPATI - Grupo de Atualização para a Terceira Idade

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11

2 APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO ................... 13

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SESC............................................................ 13

2.2 O SESC EM SANTA CATARINA .............................................................. 14

2.3 OS GRUPOS DE IDOSOS NO SESC: CENTRO DE ATIVIDADE

DO ESTREITO- CAE................................................................................. 16

3 ABORDANDO ALGUNS ASPECTOS DO PROCESSO DE

ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE ................................ 21

3.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .................................................. 21

3.2 O ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO ........................................................ 29

3.3 O ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO ................................................... 32

3.4 O ENVELHECIMENTO SOCIAL ............................................................... 33

4 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL COM OS

GRUPOS DE IDOSOS DO PROJETO SESC IDOSO

EMPREENDEDOR.................................................................................... 37

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDORISMO SOCIAL........... 37

4.2 PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR ..................................................... 39

4.2.1 Enfocando a Autonomia Segundo o Pensamento de Alguns

Autores..................................................................................................... 41

4.2.2 Inclusão Digital ........................................................................................ 43

4.2.3 O Idoso e a Informática........................................................................... 45

4.2.3.1 Grupo Portugal .......................................................................................... 46

4.2.3.2 Será que consigo? .................................................................................... 47

4.2.3.3 Mundo Virtual ............................................................................................ 48

4.3 A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL A PARTIR DA PRÁTICA

JUNTO AO PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR .................................. 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 57

REFERENCIAS......................................................................................... 58

ANEXOS ................................................................................................... 62

11

Anexo A – Caderno de Atividades do Projeto SESC Idoso

Empreendedor ......................................................................................... 63

Anexo B – Power-Point de Apresentação do Projeto SESC

Idoso Empreendedor............................................................................... 79

Anexo C – Formulário de Participação de Interesse no

Projeto SESC Idoso Empreendedor....................................................... 86

Anexo D – Acompanhamento e Desenvolvimento do Projeto

SESC Idoso Empreendedor.................................................................... 89

Anexo E – Avaliação ............................................................................... 91

11

1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema norteador o

Projeto SESC Idoso Empreendedor, relatando a prática de Estágio curricular

obrigatório realizada no ano de 2008.

Estamos presenciando uma sociedade que ao longo dos anos está

envelhecendo, e a sociedade não se deu conta da magnitude dessa questão.

A figura do idoso para muita gente continua sendo aquela, sentado na

cadeira de descanso como se nada tivesse a fazer da vida, levando o idoso a

ter a sensação de que não é mais de utilidade.

O processo de envelhecimento é natural a todo ser humano, e as

mudanças decorrentes a ele, muitas vezes está relacionada a exclusão social

deste indivíduo. Desta forma, todas essas mudanças, influenciam para que o

idoso se isole.

Contudo, novos desafios ao idoso vêm sendo apresentados, com o

crescimento do mundo tecnológico a sociedade vem se transformando, cada

vez mais a dividindo em quem consegue e não consegue acompanhar seu

processo de evolução.

Optou-se em realizar este trabalho, pois se acredita que o idoso

tenha esse potencial, descrevendo a trajetória exercida durante a prática de

estágio curricular obrigatório realizado no SESC (Serviço Social do

Comércio), unidade Estreito, no decorrer do ano de 2008 (dois mil e oito),

com os grupos do Projeto SESC Idoso Empreendedor, onde teve o maior

interesse, devido ser uma forma inovadora do trabalho que o Serviço Social

realiza nestes Grupos de Idosos.

O Projeto SESC Idoso Empreendedor, através da inclusão digital,

busca a inclusão social da pessoa idosa, despertando a troca de

experiências, habilidades, autonomia, descoberta de talentos, viagem ao

mundo proporcionando uma maior auto-estima, Projetos e qualidade de vida.

O Projeto possibilita ao idoso encontrar novas amizades, a

contatar com seus famílias e amigos distantes, participando do novo contexto

social, tornando-se capaz e contribuindo para a sociedade.

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O Objetivo deste trabalho é aprofundar e relatar estudos sobre a

questão do envelhecimento, e inclusão social, através da busca de cidadãos

participativos, e de que forma a isto e o mundo informatizado pode influenciar

em um envelhecimento com maior qualidade de vida.

Para tal, foi necessário o uso da metodologia com base em

pesquisas bibliográficas, para fundamentar com a prática exercida. O

Trabalho está organizado em três dimensões. No primeiro momento será

apresentada a instituição SESC, sua história, natureza e as atividades na

unidade Estreito com o grupo de idosos do Projeto SESC Idoso

Empreendedor. Em um segundo momento será abordado alguns aspectos

sobre o processo de envelhecimento na contemporaneidade. Em um terceiro

momento será apresentado o Projeto SESC Idoso Empreendedor, onde será

relatada toda a prática exercida durante o estágio curricular obrigatório.

Desta forma, acredita-se que este Trabalho contribuir para o

crescimento pessoal e profissional da Estagiária e acadêmica de Serviço

Social, que devido a pouca experiência de estágio na área do Idoso, sentiu a

necessidade de estudar o mesmo. Espera-se também, que este trabalho

venha contribuir para a orientação e informação para novos acadêmicos e

estagiários de Serviço Social na área do idoso.

13

2 APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SESC

Para conhecermos a história de implementação do SESC, faz-se

necessário, principalmente apresentar um breve estudo, o que também veio

facilitar a inserção no espaço institucional para o exercício da prática

profissional.

Para tanto, realizou-se leituras em diversos trabalhos de conclusão

de curso de estagiários do curso de Serviço Social, no qual passamos a

transcrever segundo Garcia (2008 p. 36):

O SESC – Serviço Social do Comércio foi criado em 13 de setembro de 1946, na cidade do Rio de Janeiro, através do Decreto lei n° 9.853, pelo então presidente General Eurico Gaspar Dutra. Surgiu em um momento marcado por transformações importantes a nível econômico, social e político do país.

Com o término da II Guerra Mundial, se agravou ainda mais o

problema do subdesenvolvimento no Brasil, o período que se antecedeu ao

SESC, foi marcado pelo crescimento dos centros urbanos e pelo

desenvolvimento do processo de industrialização. Segundo Mazzuco (1995)

com a expansão da produção industrial, ocorre a urbanização e a exploração

da força de trabalho, acompanhadas por um declínio salarial intenso.

Em conseqüência do processo de industrialização, muitos

migrantes vieram para os centros urbanos, superando a capacidade de

absorção de força de trabalho pelas indústrias. Problemas de infra-estrutura,

transportes e abastecimento somados aos problemas de alimentação, saúde,

assistência médica e educacional, constitui em um problema social e político.

Como resultado dos problemas ocasionados pelo processo de

industrialização e como alternativa para harmonizar e apaziguar a relação

entre o capital e o trabalho, os representantes das classes produtoras

elaboraram a “Carta da Paz Social” em Teresópolis, em 1945.

Foi em decorrência da “Carta da Paz Social”, que o Serviço Social

do Comércio surgiu e resultou na ação de empresários e organizações

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sindicais sob o comando de João Daudt de Oliveira, com o objetivo de

contribuir para a valorização do trabalhador com oferecimento de atividades

visando atender “as necessidades sociais urgentes” dos trabalhadores do

comércio, procurando enfrentar seus problemas, reduzir ou aliviar suas

dificuldades maiores e “criar condições de seu progresso”.

Reconhecendo os problemas sociais como “problemas de massa e

como problemas de estrutura”, o idealizador do SESC definia a ação do

Serviço Social como instrumento de, não apenas, alívio de situações

individuais desfavoráveis, mas também de transformação e progresso social.

2.2 O SESC EM SANTA CATARINA

O SESC em Santa Catarina foi fundado em Florianópolis no dia 29

de setembro de 1948, por Charles Edgar Moritz. A partir de 1959 o SESC

começou a implantar outros centros de atividades no Estado.

O CAE – Centro de Atividades Estreito foi fundado em 1964 na

Rua Heitor Blum n.º 270, e transferido em 22/07/1994 para suas instalações

atuais que se localiza no mesmo bairro, porém, na Rua Santos Saraiva n°

289, Estreito – Florianópolis – SC.

A face política da Entidade corresponde ao modelo de composição

jurídico-privada, sendo caracterizado como entidade privada de interesse

público, organizada e gerida por representantes do empresariado do

comércio de bens e serviços, destinado à clientela comerciária e seus

dependentes.

A instituição é uma organização prestadora de serviços, criada,

mantida e administrada pelo empresariado do comércio. O SESC tem em

função mesmo dessa origem, valores maiores que orientam sua ação, tais

como estímulo ao exercício da cidadania, o amor à liberdade e à democracia

como principais caminhos da busca do bem-estar individual e coletivo.

Tem como objetivos:

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• Fortalecer, através da ação educativa, propositiva e

transformadora, a capacidade dos indivíduos para buscarem,

eles mesmos, a melhoria de suas condições de vida;

• Oferecer serviços que possam contribuir para o bem-estar de

sua clientela e melhoria de suas condições de vida além de

contribuir para o aperfeiçoamento, enriquecimento e difusão da

produção cultural.

O Serviço Social do Comércio tem como finalidade contribuir para

a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores no comércio e seus

dependentes, no âmbito de suas áreas de ação, para o desenvolvimento

econômico e social, participando do esforço coletivo para assegurar melhores

condições de vida para todos.

A missão do SESC é investir em ações de excelência nas áreas

da educação, cultura, lazer, saúde e assistência, mantendo o caráter social e

educativo para a melhoria da qualidade de vida, preferencialmente da classe

comerciária.

Sua política institucional corresponde a seus objetivos, porém,

estas como outras instituições, indiretamente influenciada pelas decisões

políticas e econômicas do país. Muitas decisões governamentais acabam por

refletir em ajustes estruturais na instituição, e torna mais complexa a maneira

de cumprir sua missão.

Sendo assim, tais reflexos da sociedade capitalista, que resultam

na exclusão social, surgem necessidades expressas em direitos e que por

sua vez são contemplados por efetivas políticas públicas e sociais.

As políticas no âmbito Nacional que estão relacionadas à

instituição são as seguintes:

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394;

• Política Nacional do Idoso – Lei n° 8.842;

• Estatuto do Idoso – Lei n° 10.741;

• ECA – Estatuto da Criança e adolescente – Lei 8.069 de 13 de

Julho de 1990, de acordo com as alterações dadas pela Lei nº

8.242, de 12 de Outubro de 1991.

16

Em relação às políticas estaduais e municipais, o SESC se faz

representar nos Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso, Conselho

Municipal de Educação, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Estadual de

Segurança Alimentar, Conselho Estadual de Turismo.

Os recursos e as fontes do SESC são oriundos da contribuição via

tributação das empresas do comércio e através de parcerias sociais e redes

de apoio.

O Fluxo de comunicação é estabelecido da área técnica para

gerência da unidade, da área técnica para administrativa e central de

atendimentos, da área técnica da unidade para DPS (área técnica do

Departamento Regional) e sucessivamente.

As demandas características do SESC são provenientes dos

comerciários, seus dependentes e a comunidade em geral tendo como

respostas projetos focados à população mais vulnerável.

As ações compreendem: Promoção da Inclusão Social, Educação,

Assistência, Saúde, Cultura e Lazer. Os serviços são prestados nas

Unidades, mas também com muitas atividades nas comunidades. São

realizadas também assessorias e orientação às empresas e a grupos de

idosos na grande Florianópolis que compreende 12 distritos e 88 bairros

sendo um deles o bairro Estreito.

O âmbito da ação da organização do SESC é a nível nacional,

respeitando as diversidades regionais em cada estado, município, e bairro

onde se estabelece os centros de atividades, como também as necessidades

locais. Vejamos a seguir as ações do SESC, Unidade Estreito- Florianópolis -

Santa Catarina.

2.3 OS GRUPOS DE IDOSOS NO SESC: CENTRO DE ATIVIDADE DO

ESTREITO- CAE

Para situarmos o SESC/Unidade Estreito, fomos investigar, a

respeito deste distrito sobre algumas de suas características e do número de

grupos de idosos.

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O bairro Estreito, pertencente à Cidade de Florianópolis, se

localiza no Continente na porção ocidental do município e atualmente conta

com 7.378 habitantes, conforme dados do IBGE de 2007, dentre a população

do Bairro Estreito, 995 são pessoas acima de 60 anos. É importante ressaltar

que, de acordo com o Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis,

atualmente existem 104 grupos de Idosos incluindo o bairro Estreito.

Caracteriza-se por ser uma área com uma grande infra-estrutura comercial

crescente.

Na condição de apresentar as ações do Serviço Social no

SESC/Unidade Estreito, observa-se que a tônica das ações de intervenção

profissional do Serviço Social é com grupos.

O Centro de Atividades Estreito/CAE foi pioneiro em

desenvolvimento com trabalhos de grupos em Santa Catarina, completando

em 2007 seus 30 anos de existência. O primeiro grupo a se formar na

unidade foi o Grupo de Convivência – Amizade, este continua bastante ativo,

temos ainda hoje, várias participantes que o fundaram para relembrar a

trajetória do grupo.

O Serviço Social do SESC/Estreito caracteriza-se pelo trabalho

com Grupos, como podemos constatar abaixo e que pontuamos a seguir de

acordo com seus objetivos:

• Projeto SESC Idoso Empreendedor – Caracteriza-se por uma

ação diferenciada que utiliza as tecnologias (Internet e

computador) como ferramenta para promover a inclusão social

e a cidadania. Resgatando o ser socialmente produtivo que há

em cada um, a sua auto-estima e possibilitando a descoberta

de novas habilidades. O Projeto tem duração de 6 a 10 meses;

• GRUPATI – Grupo de Estudos e Atualização da Terceira Idade

– Tem por objetivo realizar estudos, reflexões, debates e

vivências com profissionais de diversas áreas onde o idoso

interage de forma direta no processo de construção de

atualização social;

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• Grupos de Convivência (Amizade e Felicidade) – O objetivo é

trabalhar as relações interpessoais, estimulando e valorizando

a participação mais efetiva do idoso.

• Grupo Expressão Vital – Objetiva estimular o desenvolvimento

interpessoal, resgatar a auto-estima e proporcionar momentos

de descobertas sobre si e do mundo. Utilizando como

instrumento de sensibilização diversas modalidades de arte;

• Grupo de Voluntárias – O objetivo é oportunizar a realização de

ações sociais, dando para suas vidas e de outras pessoas um

novo significado por meio do trabalho social voluntário;

• Projeto Encontro Marcado – Encontros mensais com a Terceira

Idade com o objetivo de possibilitar a formação de agentes

multiplicadores. Este projeto não foi iniciado este ano, porém

tem-se intenção de iniciar no ano de 2009;

• Socialização Grupal (Intergrupos) – Consiste na realização de

ações realizadas com todos os grupos já existentes na unidade

e que tem por objetivo a integração destes com a comunidade;

• Projeto Era Uma vez - Atividades Inergeracionais – Propiciar

condições para que o idoso sinta-se atuante, valorizado e

consciente do seu papel no contexto familiar e na sociedade;

• Projeto Encontros e Reencantos – O projeto visa recriar

experiências por meio da visitação a espaços que fizeram parte

de suas vidas em momentos de lazer. Passeios e visitas de

estudos em áreas naturais contextualizando as mudanças e

impactos sociais ambientais;

• Projeto Viver bem a Idade que se Tem- Proposta aberta a

comunidade em que cada participante escolhe as oficinas que

deseja freqüentar. São oferecidas atividades relacionadas ao

entretenimento, o desenvolvimento da criatividade, exercício da

cognição, da memória e da autonomia;

• Crescer Cidadão – O objetivo é promover ações sócio-

educativas que despertem nos adolescentes a importância do

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seu protagonismo, contribuindo para que estes se tornem

agentes multiplicadores e articuladores na comunidade;

• Dividir para Somar- Busca-se através dessa atividade valorizar

as habilidades que os idosos acumulam durante diferentes

etapas da vida, criando oportunidade para que possam

disseminar os conhecimentos através da realização de uma

ação social concreta. O idoso vira “professor” e ensina aquilo

que possui habilidades para outros idosos.

Conforme o exposto, e de acordo com a experiência vivida na

realização do estágio curricular, constata-se que o trabalho social que o

SESC realiza com os idosos, está voltado, como no crescimento pessoal, na

melhoria da auto-estima, no crescimento e aperfeiçoamento de sua

aprendizagem, no desenvolvimento da criatividade, buscando desta forma

uma melhor qualidade de vida.

Observa-se que as atividades desenvolvidas nestes grupos, a

partir de seus objetivos, são de cunho de auto-ajuda e as ações levam a uma

transformação social, mostrando novos caminhos, definindo outras

estratégias de ação.

Percebe-se, na intervenção profissional do Serviço Social nos

grupos, no decorrer dos debates provocados que muitos questionam e

refletem sobre a sociedade capitalista vigente, e que os idosos são aqueles

que geraram riquezas para o país através da força de trabalho, também

refletem sobre como dar um outro sentido para a sua existência e a uma nova

finalidade para a vida, na perspectiva da solidariedade dentre outros.

O Serviço Social no SESC/Estreito como podemos examinar

desenvolve ações de coordenação, planejamento e organização de

atividades com grupos, realiza estudos para o levantamento de dados e de

pesquisas sobre a demanda e necessidades da clientela; presta assessoria

para entidades que coordenam Grupos de Idosos articulando-se junto a

redes e instituições de atendimento social.

Segundo Trindade (2001, p. 07):

O Serviço Social na sua condição de intervenção nas relações sociais utiliza-se de instrumentos e técnicas aplicáveis para a eficiência da ação. A partir da inserção do Serviço Social nas estruturas institucionais prestadoras de Serviços Sociais que criem

20

condições necessárias, que venham produzir efeitos, que atendam as necessidades da população alvo vinculado as diversas políticas sociais.

Quanto a representação do SESC/Estreito em espaços de defesa

e garantia de direitos, contemplados nas políticas sociais, tem assento no

Conselho Municipal do Idoso de Florianópolis.

Iamamoto (1998, p. 124) afirma que:

A municipalização das políticas públicas vem redundando em uma ampliação do mercado profissional de trabalho. Abriram-se novos canais de ingerência da sociedade civil organizada na formulação, gestão e controle das políticas sociais, representando uma ampliação das possibilidades de trabalho. Um dos mecanismos privilegiado foram os conselhos de saúde, Assistência Social e Previdência, nos níveis nacional, estadual e municipal [...].

Como podemos constatar o profissional de Serviço Social

contribui, através do exercício profissional, ocupando o espaço público, em

conselhos de direitos, se posicionando com ética e com compromisso na

defesa e na garantia de direitos da população com o qual trabalha.

Quanto à intervenção do Serviço Social nos grupos de Idosos do

SESC – Estreito acontece a partir de um acervo de conhecimentos sobre o

processo de envelhecimento nos seus variados aspectos como em situações

que envolvem o isolamento social da pessoa idosa nas relações inter-

geracionais sempre estimulando a participação social em grupos e a

valorização de potencialidades, contribuindo assim para a concretização da

cidadania do idoso usuário no SESC. Então, no próximo capitulo, iremos

abordar alguns conhecimentos indispensáveis sobre aspectos do processo

de envelhecimento, dentre os quais, o envelhecimento biológico, psicológico

e social.

21

3 ABORDANDO ALGUNS ASPECTOS DO PROCESSO DE

ENVELHECIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Vivemos em uma sociedade que vem se modificando ao longo da

história, em vários aspectos, dentre eles está o número muito elevado de

pessoas que envelhecem com o passar dos anos. Faz-se necessário o

pensar constante da profissão do Serviço Social na contemporaneidade, nos

desafios que são postos, em que os profissionais são desafiados a enfrentar

as várias expressões da questão social. Dentre eles estão à violência, a

desigualdade e a exclusão social principalmente da pessoa idosa, dentre

outros.

3.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O processo pelo qual as pessoas envelhecem, é assunto para

muitos pesquisadores e estudiosos, encontramos então em vários autores

que dizem ser uma perda contínua das funções orgânicas e que existem

diferenças de um individuo para outro. Isso quer dizer que o processo de

envelhecimento é próprio de cada um, embora tenha que ser visto no sentido

do coletivo perante a sociedade no geral.

O envelhecimento é um processo natural a todo ser humano. É um

fenômeno dinâmico e progressivo que resulta em modificações morfológicas,

funcionais, bioquímicas e psicológicas.

Salgado (2007, p. 68), afirma que:

O Envelhecimento é um processo multidimensional, ou seja, resulta da interação de fatores biológicos, psicoemocionais e socioculturais. Executando a razão biológica que tem caráter processual e universal, os demais fatores são composições individuais e sociais, resultado de visões e oportunidades que cada sociedade atribui aos seus idosos.

O Processo de envelhecimento é caracterizado, como coloca o

autor, como um processo multidimensional, no qual ocorre uma variação de

22

mudanças biológicas, sociais, psicológicas ao ser humano, que serão aqui

estudadas.

De acordo com Santos (2003, p. 01), sobre o conceito de

envelhecimento cabe relembrar que esse é um processo que ocorre durante

o curso de vida do ser humano, iniciando-se com o nascimento e terminando

com a morte.

Desde que nascemos, estamos envelhecendo com o passar de

cada dia, nunca somos os mesmos, o envelhecimento não ocorre somente na

aparência física mas em todas as células do corpo.

Conforme Hayflick (1997, p. 04), o envelhecimento não é a mera

passagem do tempo. É a manifestação de eventos biológicos que ocorrem ao

longo de um período.

Quando envelhecemos, conseguimos identificar uma pessoa idosa

quando vemos, devido às mudanças ocorridas na aparência física, que são

facilmente notadas.

É importante destacar o conceito de velhice, como afirma Neri

(2001, p. 69) “a velhice é a última fase do ciclo vital e é delimitada por

eventos de natureza múltipa, incluindo, por exemplo, perdas psicomotoras,

afastamento social, restrição em papéis sociais e especializações cognitivas”.

A percepção de que a velhice inclui perdas é devido às mudanças

que ocorrem na aparência física e que é associado a desgaste,

enfraquecimento, doença, que de certa forma interfere na auto-estima do

idoso, podendo causar inúmeros problemas sociais e psicológicos, porém,

tais eventos não atingem a todos, por isso não ser possível delimitar uma

idade para quando se inicia.

Para Goldman (2000, p. 20):

A velhice, enquanto fenômeno social, há que ser compreendida como resultante de um conjunto de determinantes econômicos, sociais, políticos e ideológicos que ocorrem na correlação de forças e contradições engendradas pelo modo de produção capitalista A s teorias marxiana e marxista contemplam a análise crítica articulando os conceitos de totalidade e historicidade.

Então, a compreensão sobre a velhice, vem se modificando ao

longo da evolução da sociedade, e está depende de fatores além dos sociais,

e que condicionada ao econômico, político e outros, como mostra a história.

Ainda Neri (2001, p. 69) ressalta que:

23

Os idosos são populações ou indivíduos que podem ser assim categorizados em termos da duração do seu ciclo vital. Segundo convenções sócio-demográficas atuais, idosos são pessoas com mais de 60 anos, nos países em desenvolvimento, e de mais de 65, nos países desenvolvidos.

Sabe-se que tais demarcações são para efeito de legalização de

direitos que constam nas políticas de atenção as pessoas que chegam a

esses limites de idades, como é o caso brasileiro.

Segundo Goldman (2000, p. 14):

O debate acerca das chamadas teorias do envelhecimento traz a tona inúmeras divergências que procuramos assinalar na descrição da categoria Terceira Idade. Entretanto, não seria equivocado afirmar que tais teorias reproduzem o embate presente no interior das ciências sociais.

É através da Gerontologia ¹ que iremos estudar o processo de

envelhecimento analisando os fatores biológicos, psicológicos e sociais que

ocorrem com o ser humano ao envelhecer. Em linhas gerais o

envelhecimento biológico compreende as mudanças no processo físico, como

olhos, ouvidos, dentes, pele, cabelos, unhas etc. Mudanças na aparência que

podem sei vistas a olho nu, cada organismo humano apresenta de forma

diferenciada.

No entanto, o envelhecimento psicológico refere-se ao idoso e sua

auto-aceitação ao envelhecer, suas mudanças de comportamento perante a

sociedade.

O envelhecimento social compreende á comportamentos e

desempenho do idoso na sociedade, assumindo novos papéis sociais, além

de estarem numa sociedade que muitas vezes apresenta-se preconceituosa.

Tais fatores serão detalhados mais adiante.

No Brasil, a população com pessoas acima de 60 (sessenta) anos

vem crescendo ao passar dos tempos, conforme o IBGE (2007), dentre a

população brasileira, 19 milhões são idosos.

Segundo Neri (2001, p. 54.)¹ Gerontologia é o campo multi e

interdisciplinar que visa a descrição e a explicação das mudanças típicas do

processo do envelhecimento e de seus determinantes genético-biológico,

psicológicos e socioculturais. Interessa-se também pelo estudo das

características dos idosos, bem como das várias experiências de velhice e

envelhecimento ocorrendo em diferentes contextos socioculturais e históricos.

24

Abrange aspectos do envelhecimento normal e patológico. Compreende a

consideração dos níveis atuais de desenvolvimento e do potencial para o

desenvolvimento.

De acordo com Lerhr (apud FERRARI, 2004, p. 8), ressalta que

pertencemos a uma sociedade em estado de envelhecimento, isso ocorre

devido à diminuição do ritmo de nascimentos, que resulta no crescimento da

população idosa. Veja no Gráfico a seguir, a projeção de crescimento da

proporção da população idosa no Brasil, dentre os anos de 2000 a 2020.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Total Homem Mulher

Figura 1 – Gráfico Projeção de Crescimento da População de 60 Anos ou Mais idade, Segundo o Sexo – Brasil 2000 / 2020 Fonte: Veras (2003, p. 11)

O gráfico acima mostra a Projeção do crescimento da população

idosa nos anos de 2000 a 2020 no Brasil, onde é possível observar um

crescimento elevado no número de idosos de ambos os sexos, tendo um

maior número de crescimento as pessoas acima de 60 (sessenta) anos do

sexo feminino.

25

De acordo com Hayflick (1997, p. 07), longevidade é o período de

tempo no qual se pode esperar que um animal viva, dadas as melhores

circunstâncias.

O aumento gradativamente da longevidade ocorre devido ao

declínio da mortalidade infantil e a diminuição da mortalidade em adultos, no

qual de certa forma influência no aumento da expectativa de vida desses

idosos. De acordo com Bagnato (2000 , p. 01) apresenta os gráficos:

Figura 2 – Gráfico Expectativa de Vida no Brasil Fonte: IBGE (2000)

O gráfico mostra que a expectativa de vida do ser humano está

aumentando no decorrer dos anos, e podemos analisar que no ano de 2000

os idosos do sexo feminino têm uma expectativa de vida de

aproximadamente 78 (setenta e oito) anos, enquanto os homens de 72

(sessenta e dois), ou seja, as mulheres vivem mais do que os homens. Isso

nos revela que a população idosa está crescendo gradativamente.

26

Figura 3 – Gráfico Faixa de Idade Populacional no Brasil Fonte: IBGE (2000)

O gráfico exposto acima mostra que no ano de 2020, teremos mais

pessoas acima de 80 anos do que pessoas de 0 a 4 anos de idade, sendo

então, uma previsão do aumento da longevidade no Brasil.

De acordo com Veras (2003, p. 9), a longevidade humana

estendeu-se a limites até então inimagináveis, colocando a questão do

envelhecimento da população como um dos maiores desafios das agendas

sociais contemporâneas

Ainda Veras (2003, p. 15), afirma que viver é uma aspiração

natural de qualquer sociedade, mais é importante que se consiga agregar

qualidade há esses anos adicionais de vida.

Não adianta viver muito e não viver bem, a expectativa de vida dos

idosos aumentou gradativamente, não há políticas públicas suficientes que

possibilitem ao idoso uma melhor qualidade de vida.

Sendo assim, na contemporaneidade exige-se que criem ações

sociais que ampare os idosos fazendo com que tenham mais conhecimentos

sobre as Leis que os asseguram sobre direitos a ter vida com dignidade.

Vamos encontrar na Lei Federal nº 8.842 de 4 de Janeiro de 1994, no

27

Capítulo I da Finalidade, art 1º: a Política Nacional do Idoso, qual assegura

sua integridade social, autonomia, integração e participação efetiva na

sociedade.

Segundo Dourado (2006 apud LENOIR, 1989) coloca que:

A velhice é tomada atualmente como um problema social, mais essa transformação não deve ser encarada apenas como decorrência do aumento demográfico da população idosa. Um problema social é fruto do cruzamento de fatores muito mais complexos do que simplesmente o resultado do mau funcionamento da sociedade.

Trata-se aqui da questão social que compreende um conjunto de

fatores completos e problemáticos, econômicos, políticos e sociais na

constituição do sistema capitalista. Na sociedade capitalista os cidadãos (ãs)

idosos são considerados improdutivos e se não produzem, seu papel social

não é reconhecido, pois não é mais visto como útil a sociedade, o que leva o

idoso ao isolamento.

Contudo existem políticas que asseguram aos idosos direitos, mas

nem sempre são informados e nem sequer chega ao seu conhecimento de

que elas existem. Cabe ao profissional de Serviço Social das

“responsabilidades gerais do Assistente Social, participação na elaboração e

gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de

programas sociais” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 1993, p.

20), conscientizarem a população quanto aos seus direitos, de ter uma

velhice respeitada, embora, ainda nos deparamos com preconceitos

referentes a velhice, associa-se o idoso à pobreza, como incapaz,

dependente, dentre outros.

Portando, a incorporação dos princípios éticos no seu fazer

profissional, na intervenção, com destaque para a “defesa intransigente dos

direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo”, deve ser mantido

no cotidiano profissional e institucional ao tratarem o segmento populacional

idoso.

De acordo com Ferrari (2004, p. 07):

Entender a velhice e aprender a valorizá-lo implica também no conhecimento de determinados valores éticos e morais que são fundamentais para sua compreensão e, sobretudo, para com o trato com o idoso, considerando principalmente que no mundo atual muitas conquistas da intervenção cientifica abriram ao homem novas possibilidades de intervenção, inclusive em sua própria vida,

28

exigindo assim uma avaliação ética destas intervenção para que o homem seja sempre respeitado [...]

Sendo assim, esses valores éticos e morais, estão relacionados ao

que é bom para o individuo e para a sociedade, buscando constituir direitos e

deveres, para que haja um bom relacionamento de respeito e de dignidade.

Para muitos a velhice é um período longo que muitas vezes é

entendido como o fim, e os idosos acabam se excluído socialmente, achando

que não é de mais utilidade. A velhice sempre existiu e o ser humano precisa

aprender a vivê-la da melhor forma, usufruindo-a e explorando-a.

Conforme Santana e Sena (2003, p. 45):

Com o crescente envelhecimento da população, começa a se formar, gradativamente, uma nova imagem sobre o envelhecer, atribuindo ao mesmo novo significado e valores que se contrapõem àqueles criados e reproduzidos socialmente durante muito tempo.

Felizmente, na atualidade constatamos algumas visões

diferenciadas referentes à velhice, deparamo-nos com instituições que

oportunizam aos idosos atividades distintas na área cultural, lazer e na saúde

além de prestar informações quanto ao processo de envelhecimento fazendo

com que os mesmos descubram sua identidade pessoal.

Ao mencionarmos o idoso na contemporaneidade, é necessário

perceber, conforme Brites (1997, apud SALES, 2000, p. 12)

O homem, ser social e histórico, ao objetivar-se, sempre pela mediação da consciência, atribui valor as coisas, a comportamentos e atitudes, a sentimentos etc. Ou seja, o homem é um ser sócio histórico que valora.

São seres que ao longo de suas vidas construíram o seu espaço

social, e com o processo de envelhecimento o idoso perdeu seu espaço

como cidadão, associado a improdutividade.

Não podemos permitir que tais visões sejam minimizadas, na

contemporaneidade, mas que o envelhecimento, a ética e sinais de

solidariedade sejam uma prática a ser exercida por toda a sociedade. O

Serviço Social como profissional do social, tem na sua história, o agente

principal do gestor, e executor das políticas públicas, que atua diferentemente

com a população usuária e neste caso a população idosa, defendendo e

garantindo direitos expressos na Política Nocional para o Idoso.

29

30

3.2 O ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO

O aspecto biológico do desenvolvimento humano é um processo

continuo e progressivo que autores confirmam que se dá a partir da

fertilização. Com o passar do tempo vai gerando uma diminuição da eficiência

do funcionamento de todos os órgãos, e de forma desigual, variando de

pessoa para pessoa.

O envelhecimento biológico então está associado a mudanças que

ocorrem no ser humano em seu processo de desenvolvimento ao longo de

sua existência.

Segundo Neri (2001, p. 63) afirma que:

A idade biológica é um indicador do tempo que resta a um individuo para viver, num dado momento da sua vida. O envelhecimento biológico ou senescência é, assim, o processo que preside ou determina o potencial de cada individuo para permanecer vivo, o qual diminui com o passar dos anos.

O envelhecimento faz parte do ciclo de vida do ser humano,

naturalmente decorre das mudanças como, branqueamento dos cabelos,

mudanças na postura corporal, força, pele, unhas, audição, visão entre

outros, são alguns exemplos que iremos citar no decorrer do trabalho.

Hayflick (1997, p. 165) afirma que o crescimento do cabelo do

couro cabeludo diminui, mas em regiões adjacentes – orelhas, narinas e

sobrancelhas - o cabelo pode sofrer um surto de crescimento contínuo.

Além disso, ocorrem mudanças na cor e no crescimento dos fios

dos cabelos; surge a calvície, normalmente decorrentes nos homens, já o

branqueamento dos fios ocorre em ambos os sexos e, é considerado como

um fator mais notável da velhice, mas tal fato não ocorre em todas as

pessoas.

De acordo com Hayflick (1997, p. 166) em mais de cinqüenta

medições das mudanças associadas à idade, um grupo de pesquisadores

descobriu que o branqueamento do cabelo era o indicador mais confiável do

processo de envelhecimento. Porém, tal indicador do processo de

envelhecimento em idades mais avançadas não se constitui como o mais

confiável, já que encontramos pessoas de ambos os sexos com fios de

31

cabelos brancos na faixa dos 20 (vinte) anos, por outro, na fase da

denominada juventude.

Em relação à altura, os idosos diminuem conforme o tempo,

mesmo sendo dificilmente notadas. Já a alteração em relação ao peso, de

acordo com Haflick (1997, p. 158), em alguns estudos, mostra que há um

aumento de peso na meia-idade e diminui na velhice.

De modo geral, a profundidade e circunferência do tórax

aumentam com o passar da idade, em ambos os sexos, além do crescimento

de alguns ossos da bacia, em algumas pessoas. Há modificações também no

crânio, parecem ficar mais espessos e maiores, isso ocorre na maioria dos

idosos.

Conforme Hayflick (1997, p. 138);

Após os 65 anos, a força no antebraço e nos músculos das costas diminui. A força, medida pela capacidade de rodar uma manivela durante um período de tempo, diminui após os 50 anos, mais a boas razões para acreditar que isto deve a redução da coordenação, e não a perda de força.

Contudo, a falta de coordenação motora é o responsável pelas

quedas, que muito acontece com os idosos, ocasionando grandes acidentes

e quebra de ossos importantes para a movimentação do mesmo.

Além dos cabelos, outro fator que mostra mudanças ao envelhecer

é a pele, sua descoloração, o aparecimento de rugas e seu desgaste,

refletem sobre a idade ou saúde da pessoa. Segundo Haflick (1997, p. 160),

a pele é o que mais observamos quando olhamos para uma pessoa. Ė por

todas essas razões que o envelhecimento, dos seres humanos é identificado

pela pele.

Para Haflick (1997, p. 161):

Embora haja algumas divergências, acredita-se que as rugas características da velhice sejam causadas pela perda de uma proteína chamada colágeno. [...] o enrugamento da pele é induzido pelo crescimento excessivo de outra proteína chamada elastina.

Além deste, as rugas aparecem também devido ao desgaste, pois

podem ser causadas por expressões faciais contínuas do dia dia, como sorrir

ou franzir a testa, que acabam se localizando na testa, ao redor da boca e

olhos. Soma-se ainda, a exposição contínua ao sol, as regiões climáticas em

que vivem, entre outros.

32

Ao envelhecer, notamos mudanças também relacionadas a falta da

visão. Conforme Hayflick (1997, p. 169), a principal descoberta em relação a

visão é que o cristalino fica mais espesso e mais pesado com a idade,

reduzindo a capacidade de foco.

O principal sinal pode ser a incapacidade de ler, e focalizar

imagens, sendo o remédio lentes de aumento. Além deste, há também a

formação da catarata, que de acordo com Hayflick (1997, p. 169):

[...] é provocada por uma mudança na estrutura protéica do cristalino, é considerada uma doença, embora alguns acreditam que, se para uma pessoa que vive o suficiente, sua ocorrência é inevitável. Esse é um dos vários exemplos que ilustram a dificuldade de distinguir entre algumas mudanças normais da idade e doença.

A catarata é a principal causa de cegueira nos idosos, quando

diagnosticada a única solucão eficaz é a cirurgia, para que haja a

preservação da visão, uma vez que não possui tratamento clínico, deve ser

realizada a partir do momento em que há perda da qualidade de vida e

limitação das atividades diárias.

Hoje, através do SUS (Serviço Único de Saúde), é possivel realizar

a cirurgia de catarata, mas nem sempre sao feitas com urgência sendo que

ter uma visão ampla e boa é uma necessidade para que o idoso continue

realizando suas atividades diárias, sinta-se seguro para viver a vida

tranquilamente.

O que também pode dificultar as atividades diárias dos idosos é a

falta de audição.

Para Hayflick (1997, p. 167), as mudanças sensorias associadas a

idade podem ser relacionadas á degeneração em algumas células e produtos

celulares que compõem o próprio órgão do sentido.

A maioria dos idosos tem problemas com a audição, mas muitas

vezes essa “surdez”, está relacionada com a produção normal de cera que se

localiza nas estremidades dos ouvidos. Essa falta de audição, na maioria das

vezes causa aborrecimento, por parte dos idosos e da sociedade em geral.

Por isso faz-se necessário uma visita periódica ao Otorrino, onde,

é possível detectar e solucionar, o problema com mais rapidez, sendo muitas

vezes realizadas cirurgias, ou colocação de aparelho auditivo, o que traz ao

33

idoso mais tranqüilidade para a realização de suas atividades diárias e o

convívio social.

Envelhecer amedronta muitas pessoas, pois em geral desejam ter

uma vida longa, mas não querem envelhecer, influenciadas pelos meios de

comunicação que enaltecem a juventude de todas as formas e a velhice

como desprezo, pois vivemos em uma sociedade preconceituosa e que

desvaloriza o idoso, ocasionando efeitos psicológicos, levando ao idoso, a

perda nas interações sociais.

34

3.3 O ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO

O envelhecimento psicológico pode ser compreendido, de acordo

com Neri (2001, p. 65), de duas maneiras;

Um é análogo ao significado de idade biológica, e refere-se á relação que existe entre a idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial de funcionamento futuro do individuo. O segundo uso do conceito de idade psicológica tem relação com o senso subjetivo de idade. Este depende de como cada individuo avalia a presença ou ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento em comparação com outras pessoas de sua idade.

No primeiro momento compreende-se que ao envelhecer a pessoa

idosa tende a buscar a percepção de deterioração das mudanças ocorridas

no processo de envelhecimento, que é associado à incapacidade de

aprendizagem, memória, percepção e outros.

Segundo Nascentes (2004, p. 70), afirma que:

A memória, as lembranças, tem um papel fundamental em nossas vidas: elas nos permitem criar elos e significados ao longo do tempo. Ė a memória que nos informa o que somos e, portanto, atribui significados para o que somos e nos possibilita imaginar o que seremos. Ora, se todos têm uma grande história da nossa vida, sempre feita de muitas outras histórias menores, como peças de um mosaico – de nada adiantaria constituí-la, tecê-la se nos fosse negado a capacidade de lembrá-la, de reconstruí-la e de certa forma revivê-la por intermédio da memória, por essa lógica muito própria de como as lembranças se organizam.

A memória busca a construção e reconhecimento da identidade do

que viveram no passado, fatos que, ao envelhecer, se perdidos o idoso perde

sua identidade individual ou coletiva. Não conseguindo lembrar-se de alguns

momentos, faz com que o idoso se sinta angustiado, imperfeito, incapaz. Isso

também ocorre quando os idosos se sentem incapazes de criar coisas novas,

aprender coisas novas, fazer coisas diferentes. Felizmente, contamos com

instituições como o SESC que se preocupam com a qualidade de vida dos

idosos, buscando sempre instigar a memória, inclusão social, autonomia dos

mesmos.

Ao se olhar no espelho a pessoa idosa se sente diferente, as

mudanças associadas ao corpo, às limitações que surgem ao envelhecer,

como realizar atividades físicas, ou até mesmo rotineiras, como fazer tarefas

35

de casa, são fatores que fazem com que o idoso se sinta rejeitado e isolado,

perante a sociedade. Muitas vezes a pessoa idosa se sente tímido por achar

que não é, mas capaz de realizar suas atividades do dia dia.

De acordo com Gatto (1996, p. 110), afirma que:

É mais provável que supere certas doenças se tiver acesso a um tratamento; é mais provável que não sinta os efeitos do preconceito e do isolamento se tiver amigos e familiares que os respeitem; é mais provável que não sinta a perda da juventude como algo destruidor, se tiver assimilado outros valores e interesses ao longo da vida, é mais provável que não sinta a proximidade da morte de forma tão ameaçadora se teve uma vida mais satisfatória e produtiva.

Sendo assim, pensar que a velhice é a idade da espera da morte,

pode causar grandes problemas psicológicos, um deles é a depressão,

causada muitas vezes pelo abandono das famílias, exclusão social,

sedentarismo, falta de produtividade entre outros. Para alcançar um bom

envelhecimento é estar em convívio social, sempre estar integrado,

trabalhando o uso da memória, do aprendizado, da criatividade, construindo e

fortalecendo amizades.

3.4 O ENVELHECIMENTO SOCIAL

Ao pensar sobre o envelhecimento social, nos remonta

primeiramente se esta pessoa idosa cidadã contou e conta com uma rede de

proteção social que se tornou viável desde a sua infância, como ter

alimentação, moradia, educação, saúde entre outras necessidades. A vida

social das pessoas e principalmente a rede de apoio social via políticas

sociais que desfrutamos, tem grande resultado no modo, e em que sociedade

viveu e como seremos na velhice.

O estudo do envelhecimento social está relacionado às questões

do comportamento da sociedade capitalista, de como percebe a pessoa idosa

quanto a sua relevância social e produtiva, e do idoso ao envelhecer, no

modo como se relaciona com o momento presente com motivação,

realização, entusiasmo, mesmo frente às diversidades.

36

Os aspectos sociais do envelhecimento também podem estar

associados a perda dos seus cônjuges e ficar só, sem companhia e quem os

cuide, a perda de seus amigos que vão falecendo, ou encontram-se limitados

na sua locomoção, por enfermidades crônicas. Ocorre que a pessoa pode

sentir-se muito solitária, sem poder usufruir da companhia de outras pessoas

que tiveram um grande significado em suas vidas.

Por outro lado, aqueles que procuram novos grupos, mantêm-se

socialmente ativos, com elevada auto-estima, intelectualmente produtivos,

atualizados buscando se relacionar e interagir. Mostram assim condições de

descobrir-se como agente de mudanças na velhice.

Siqueira (2002, p. 54), afirma que “os conceitos principais dessa

teoria incluem as questões do significado social, das realidades sociais e das

relações sociais no envelhecimento, das atitudes perante a idade e o

envelhecer, dos eventos da vida e sua temporalidade”.

Atitudes que podem ampliar sua capacidade de viver, recriar,

redimensionar, novas situações e desafios, de participação no contexto

cultural em que vivem.

Néri (2001, p. 67), coloca que:

A idade social diz respeito á avaliação do grau de adequação de um indivíduo ao desempenho dos papeis e dos comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, num dado momento da história de cada sociedade. Dessa forma, as experiências de envelhecimento e velhice podem variar no tempo histórico de uma sociedade, dependendo de circunstancias econômicas e sociais que determina quem e porque será chamado de velho e como será tratado por uma sociedade.

No aspecto social, na sociedade em que vive esses idosos, a

perda de papéis, é uma problemática observada com mais freqüência.

A inserção de papéis em função de valores que agora já não é

mais de trabalhador que produz isto pode ocorrer a perda de seu poder de

decisão, o que resulta em perda da autonomia, do poder de decidir sobre sua

vida, tornando-se dependente de sua família. Medidas devem ser tomadas,

para evitar que o envelhecimento social leve ao isolamento.

Há séculos passados, a velhice era considerada como um status

social, o número de idosos era menor e em relação a isso eram mais

valorizados pelos mais jovens, pois eram símbolos de respeito, experiência

37

de vida. Mas com o passar do tempo isso foi se modificando. De acordo com

Moragas (2004, p. 11):

[...] surgem às revoluções industriais, o conhecimento não se apóia mais a experiências, mais sim a ciência que permite a aplicação da energia, a tecnologia e o maquinário para beneficio da maioria da população. Na vida social, a experiência perde o valor e o progresso se fundamenta na educação universal, na difusão dos conhecimentos e na inovação.

A partir dessas transformações do mundo do trabalho, surge o

preconceito contra o idoso, o jovem predomina nesta sociedade de

exploração e exclusão social, a experiência de vida é trocada para o poder

social da inovação e de novas tecnologias.

Ainda segundo Moragas (2004, p. 12) que afirma:

Surge o “idadismo” que – como todo “ismo”, racismo, fascismo, nacionalismo- implica numa exclusão do outro para beneficio próprio; que neste caso se concretiza no preconceito do conflito entre gerações: o que uma geração consegue, o faz em detrimento da outra, numa visão conservadora e pouco realista da dinâmica econômica e social.

O preconceito é muito presente na sociedade capitalista em que

vivemos, considerada como um problema social, a velhice está associada a

perdas, doenças e a morte ao que não tem valor, fazendo com que o idoso se

exclua socialmente.

De acordo com Santana e Sena (2003, p. 46):

Ao velho é atribuído um conjunto de representações, significados e aspectos simbólicos. Esses elementos do imaginário social criam, reforçam e reproduzem idéias, pensamentos e imagens que contribuem para o processo de discriminação social dos indivíduos envelhecidos. O imaginário, socialmente construído, reflete as construções humanas em uma determinada sociedade, em um determinado tempo histórico.

O idoso ao chegar nessa etapa da vida, a aposentadoria, sofre

muita discriminação por parte da sociedade. A pessoa idosa ao deixar de

trabalhar, ou seja, se aposenta do trabalho, provoca, perante tal fato muitas

vezes a visão de incapaz, de dificuldades na aprendizagem, inadequado para

um ambiente inovador, conforme as exigências da sociedade que não só

valoriza o trabalho como fonte de renda.

Moragas (2004, p. 12) afirma que:

Atingida esta idade, o trabalhador se converte em aposentado sem um papel social reconhecido e aceito e, o que é pior, em uma sociedade que valoriza o trabalho como fonte de status econômico e social, o aposentado não produz, é um passivo que desperdiça

38

recursos públicos através das aposentadorias, o que acarreta uma avaliação negativa.

Não nos parece que o idoso deixa de ser um trabalhador ativo e

perde seu papel de quem contribui economicamente, e passa a ser

considerado como um problema social.

Porém muitos não se dão conta que o idoso é um consumidor em

potencial e que ainda contribui para a manutenção de necessidades de seus

familiares mesmo aposentados. Pois em muitos casos é quem mantém a

família. Sabe-se que no Brasil a um número expressivo de idosos chefes de

família, então é necessário que se destrua a imagem de inativo e se construa

percepções.

Devido ao aumento do número de idosos no país considerando

que houve uma melhoria da qualidade de vida, o que deve ser efetivado pelo

governo é ter que investir mais em políticas públicas que assegurem uma

vida com dignidade, já que produziram e contribuíram para a sociedade, com

sua força de trabalho.

Segundo Milnitzky, Sung e Pereira (2004, p. 60):

Com relação à cidadania, buscamos desenvolver questões sobre o desconforto causado pela discriminação, e suas razões, e pela falta de consciência da sociedade sobre os problemas e as particularidades vivenciadas pelos idosos. Discutimos, inclusive, se a própria existência de uma legislação especifica voltada ao idoso não é um fator de reconhecimento do desrespeito a sua cidadania e dignidade ou, ao invés, é um instrumento necessário para que o segmento idoso consiga reivindicar a efetivação dos seus direitos, ou seja, o direito de ter direitos. Também, foram abordados os meios para que a situação atual de desrespeito ao idoso se modifique, dentre os quais, aspectos que envolvam o direito a informação e ao exercício da cidadania pelo idoso.

E para isso, os direitos da pessoa idosa devem ser efetivados,

para que se inclua socialmente, e passe a exercer um papel ativo,

contribuindo para a formação e a constituição de cidadãos sociais, tirando

aquela idéia que o idoso não tem autonomia, que ele precisa de quem lute e

fale por ele. Presenciamos atualmente, um novo vivenciar para os idosos,

com algumas instituições que de alguma forma oportunizam aos idosos ter

seus momentos de integração, de lazer, saúde buscando possibilitar

qualidade de vida e inclusão social, neste mundo marcado pelo desemprego

e violência, violação de direitos de crianças, adultos e idosos.

39

Portanto, é importante a união na construção uma nova sociedade

em que todos se aceitem e respeitem uns aos outros lutando por si mesmo e

igualmente por todos em todas as etapas da existência humana, e nas

formas como são manifestadas.

Queremos ressaltar que é possível integrar gerações, através de

ações educativas, de possibilitar uma aprendizagem, que haja o

compartilhamento de vivências e experiências entre ambos, resumindo assim

um papel social que a sociedade capitalista e neoliberal de consumo, tanto

faz para excluir.

É por falar de possibilidades de aprendizagem, passaremos a

abordar no próximo capítulo o relato da prática de Estágio Obrigatório,

realizado no Projeto SESC Idoso Empreendedor, que proporcionam aos

idosos, conhecimentos básicos de informática e futuros empreendimentos

sociais.

40

4 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL COM OS GRUPOS DE

IDOSOS DO PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Para inicio deste capítulo e para termos uma visão mais ampla do

que é o Projeto SESC Idoso Empreendedor, faz-se necessário

aprofundarmos nosso estudo sobre empreendedorismo social.

De acordo com Leite (2002, apud OLIVEIRA, 2004, p. 12), o

empreendedorismo social é umas das espécies do gênero de

empreendedores. [...] São empreendedores com uma missão social, que é

sempre central e explicita.

Então, o empreendedorismo social inicia-se através de uma idéia

diferenciada de ação social que passa por um processo de maturação, logo

pode ser dividida em várias outras idéias.

Segundo Rouere e Pádua (2001, apud OLIVEIRA, 2004, p. 12):

Constitui a contribuição efetiva de empreendedores sociais inovadores cujo protagonismo na área social produz desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança de paradigma de atuação em benéficos de comunidades menos privilegiadas.

O empreendedorismo social tem como foco o coletivo, ou seja, a

sociedade em geral, que produz bens e serviços em busca de soluções de

problemas sociais para uma melhor qualidade de vida.

Ser um empreendedor social muitas vezes confunde muita gente,

certamente se perguntar a alguém o que vem a cabeça quando se fala em

empreendedorismo social, logo vem em mente, mobilizar um grande grupo á

arrecadar donativos, dentre outros, para doar á alguma instituição ou um

grupo de pessoas carentes, sendo que empreender socialmente é fazer a

diferença, fazer com que as pessoas mudem a situação em que vivem, e a

partir daí tornem-se multiplicadores do que aprenderam.

Para melhor visualizarmos, vejamos o quadro no qual Oliveira

(2004, p. 14), coloca como pode ser o perfil de um empreendedor social:

41

42

Tabela 1 – Perfil do Empreendedor Social Segundo Edson Marques Oliveira

CONHECIMENTOS HABILIDADES COMPETÊNCIAS POSTURAS

Saber aproveitar as oportunidades Ter competência gerencial Ser pragmático e responsável Saber trabalhar de modo empresarial para resolver problemas sociais

Ter visão clara Ter iniciativa Ser equilibrado Ser participativo Saber trabalhar em equipe Saber negociar Saber pensar e agir estrategicamente Ser perceptivo e atento aos detalhes Ser ágil Ser criativo Ser crítico Ser flexível Ser focado Ser habilidoso Ser inovador Ser inteligente Ser objetivo

Ser visionário Ter senso de responsabilidade Ter senso de solidariedade Ser sensível aos problemas sociais Ser persistente Ser consciente Ser competente Saber usar forças latentes e regenerar forças pouco usadas Saber correr riscos calculados Saber integrar vários atores em torno dos mesmos objetivos Saber interagir com diversos segmentos e interesses dos diversos setores da sociedade Saber improvisar Ser líder

Ser inconformado e indignado com a injustiça e desigualdade Ser determinado Ser engajado Ser comprometido e leal Ser ético Ser profissional Ser transparente Ser apaixonado pelo que faz (campo social)

Fonte: Oliveira (2004, p. 14)

De acordo com o perfil do empreendedor social apontado por

Oliveira (2004), ser empreendedor, é ser inovador, capaz de criar novos

paradigmas, isto não significa que tenha sempre que criar coisas novas, ao

contrário, é ser transformador capaz de transformar, aperfeiçoar, reinventar,

adaptar idéias já existentes, além disto, o empreendedor precisa ter

conhecimento, habilidade e atitudes a fim de explorar, aprender e melhorar

aquilo que será empreendido.

Para Dees (1998, apud PESSOA, 2005, p. 01):

[...] os empreendedores sociais têm o papel de agentes de mudanças no setor social por: adotar uma missão de gerar e manter valor social (não apenas valor privado); reconhecer e buscar implacavelmente novas oportunidades para servir tal missão; engajar-se num processo de inovação, adaptação e aprendizado contínuo; agir de modo arrojado sem se limitar pelos recursos disponíveis; e exibir um elevado senso de transparência para com seus parceiros e público e pelos resultados obtidos.

43

Assim, o objetivo de um empreendedor social, é através de ações

diferenciadas e inovadoras, buscar a inclusão social, a multiplicação de

conhecimentos, a fim de causar uma transformação social.

4.2 PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR

Este projeto surgiu a partir da necessidade de algumas idosas

participantes do GRUPATI (Grupo de Estudos e Atualização da Terceira

Idade), que através de uma oficina realizada na sala de informática, sentiram

a necessidade de entrar no mundo informatizado. Diante do entusiasmo

demonstrado, a Assistente Social Simone Vieira Machado juntamente com a

também Assistente Social Selma Junkes tiveram a idéia de construir um

projeto que utilizasse técnicas de grupo a tecnologia de informática,

buscando a valorização dos idosos como cidadãos socialmente produtivos

através do empreendedorismo social.

A partir daí, deu-se inicio ao Projeto SESC Idoso Empreendedor,

elaborado pelas assistentes sociais Simone Machado Vieira e Selma

Junckes.

O lançamento do Projeto ocorreu em Julho do ano de 2007, no

SESC- Estreito como projeto piloto no Estado.

Segundo Garcia (2007, p. 46):

O projeto tem como objetivo despertar habilidades, participação, descoberta de talentos e valorização de potencialidades, permitindo que o idoso exerça atividades que levam em conta seus interesses e que possam atender suas necessidades e expectativas.

Ė em busca desses objetivos que o idoso participa do Projeto

Idoso Empreendedor, valorizando seu potencial, tornando-se participativo,

produzindo novos conhecimentos de informática, ou seja, desenvolvendo sua

inclusão digital/social.

O Projeto foi logo colocado em prática, primeiramente, o Serviço

Social convidou seus idealizadores e os demais idosos que já participavam

de outras atividades do SESC. Através de divulgação mais ampla via meios

de comunicação, não demorou muito para que fossem preenchidos 06

grupos com todas as vagas dos 12 (doze) computadores, disponibilizados na

“sala de informática” do SESC- Estreito, e ainda com uma lista de espera.

44

O referido Projeto tem duração em média de seis a nove meses,

sendo dois encontros semanais com tempo de 2 horas. Os Grupos foram

gerados a partir de dois elementos:

♦ Elemento motivador no qual se refere ao computador;

♦ E o elemento impulsionador que é o Portal SESC Idoso

Empreendedor.

O meio utilizado para inserir o idoso a temática da informática se

relaciona através da utilização do portal, no qual coincide publicações na área

da gerontologia, jogos de memória e raciocínio, temas abordados sobre

envelhecimento, o espaço interativo do idoso que contempla também a

história de vida de cada participante do grupo.

Desde 2007 já participaram 06 (seis) grupos em média com 86

integrantes. Cada grupo escolheu um nome de um país para nomear seu

grupo, com o objetivo de reforçar a abrangência do projeto que permite que

os idosos façam uma viagem no mundo virtual. Sendo eles: Grupo Brasil,

Canadá, Alemanha, Portugal, França e Itália.

Atualmente contamos com 04 (quatro) grupos, são eles: Egito,

África do Sul, Grécia e Áustria no qual se situam no andamento e finalização

do Projeto. Conta com 2 (duas) estagiárias de Serviço Social, sendo

designadas como tutoras.

Para maior desenvolvimento dos grupos, o Projeto tem seu ciclo

dividido em quatro partes:

a) Grupo Idoso Empreendedor - Conta com o apoio do tutor para

a atuação do projeto. São realizados encontros duas vezes na

semana, onde é dividido em duas etapas; a primeira com

inclusão digital e a segunda com debates temáticos;

b) Laboratório de Oportunidades – Espaço privilegiado para

reforço e aprendizagem, experimentação e a integração inter e

intragrupal. Funciona como um espaço interativo e de

conhecimento, não havendo uma metodologia específica,

atendendo a necessidade do idoso naquele momento;

45

c) Encontros de Formação para o empreendedorismo- Idosos de

grupos diferentes se reúnem bimestralmente para debater,

socializar e adquirir novos conhecimentos;

d) Oficinas de Habilidades – Período de passagem para novas

etapas norteadas pela reflexão, descoberta, criação de

possibilidades e desdobramento do Projeto Social que será

trabalhado como foco de coletividade.

O Projeto SESC Idoso Empreendedor, através da aprendizagem

em informática, faz com que seus participantes viagem no mundo virtual,

conhecendo diversas e distantes localidades, buscando novos desafios e

projetos de vida.

Os Grupos do Projeto SESC Idoso Empreendedor implementados

no SESC- Estreito, apresentam diversidade nos seus objetivos propostos e

principalmente pela sua aceitação social constituindo-se em um espaço de

convivência privilegiado, de relações de sociabilidade, em que educação e

lazer caminham juntos, seguindo, sobretudo as necessidades de seus

participantes.

Portanto, a intervenção do Serviço Social encontra na execução de

suas ações o vínculo com as políticas destinadas a garantia de direitos a

população idosa, conforme preconiza a Política Nacional do Idoso Lei nº

8.842, de 4 de Janeiro de 1994, no seu art. 1º. ”A Política Nacional do Idoso

tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso criando condições

para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na

sociedade” (BRASIL, 1994). Com isso o Serviço Social do SESC, presta

atenção e apoio a este segmento populacional, conferindo a dimensão sócio-

educativa, oferecendo as condições necessárias para desenvolver sua

autonomia em decisões como a entrada no mundo virtual, que veio gerar o

Projeto SESC Idoso Empreendedor.

No próximo item, iremos abordar um estudo sobre a autonomia

segundo o pensamento de alguns autores.

4.2.1 Enfocando a Autonomia Segundo o Pensamento de Alguns

Autores

46

Enfocar a autonomia como um principio fundamental a ser

reconhecido, tanto no Código de Ética do Assistente Social, como na Política

Nacional do idoso, é um pressuposto teórico que procurávamos concretizar

no desenvolvimento de nossa prática de intervenção profissional.

Buscando assim preservar e desenvolver junto as pessoas idosas

dos grupos do Projeto SESC Idoso Empreendedor em que intervimos, “a

autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais”. Tal

reconhecimento sobre autonomia, fomos buscar vários autores.

É importante conceituarmos autonomia, do ponto de vista da

psicologia em Neri (2001, p. 10):

O cerne do conceito de autonomia é a noção e o exercício do autogoverno. O conceito inclui também os seguintes elementos: liberdade individual, privacidade, livre-escolha, autogoverno, auto-regulação e independência moral, liberdade para experienciar o self e harmonia com os próprios sentimentos e necessidades.

No Projeto SESC Idoso Empreendedor, o idoso tem a autonomia

de expressar sua opinião quanto a questões abordadas durante o

desenvolver do Projeto. Além da autonomia que requer o poder de decisão

não só individual, como em grupo para questões referentes a discussão do

nome do grupo, como também do tema do Projeto Social, o idoso teve

autonomia para tais decisões.

Do Serviço Social, é de fundamental importância conceituar a

autonomia nos termos de Netto (1984, p. 10) “define autonomia como a

capacidade de decisão, de comando; e independência, como a capacidade

de realizar algo com seus próprios meios.”

Ainda segundo Netto (apud EVANS, 1984, p. 11):

Chama-se autonomia o estado de ser capaz de estabelecer e seguir as próprias regras e diz que, para um idoso, a autonomia é mais útil que a independência como um objetivo global, pois pode ser restaurada por completo, mesmo quando o individuo continua dependente.

Sendo a autonomia ou autogoverno do idoso um fator que modifica

o olhar da sociedade perante o processo de envelhecimento, pois muitos

acreditam que ao chegar a certa idade, este fica impossibilitado de se

autogovernar, ou seja, administrar sua vida sem que ninguém interfira.

47

Na pedagogia, fomos movidos pelo pensamento de Paulo Freire,

que inclui a ética, no respeito a autonomia.

De acordo com Freire (1996, p. 66);

O respeito a autonomia e dignidade de cada um é um imperativo ético a não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. Precisamente porque éticos podemos desrespeitar a rigorosidade da ética e resvalar para a sua negação, por isso é imprescindível deixar claro que a possibilidade de desvio ético não pode receber outra designação senão a de transgressão.

Sabe-se que muitos filhos infantilizam seus pais idosos com

atitudes de que não tem condições de decidirem sobre si próprios, o que

incomoda e tumultua as relações que poderiam ser de respeito e mais

amistosas, preservando a autonomia.

Para o profissional de Serviço Social, está bem claro em seu

Código de ética Profissional (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL,

1997, p. 17) em um de seus princípios fundamentais: “O reconhecimento da

Liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes –

autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.”

Para Araújo (2004, p. 55):

A autonomia do cidadão (a) representa a sua capacidade de poder responder constantemente as necessidades existenciais, especiais, culturais, políticas, econômicas e sociais, daí precisar, para a sua usufruirão, de segurança pessoal e contar com a condição de assegura mento pelo Estado, no campo dos direitos humanos.

E é assegurando a autonomia na independência e a valorização do

idoso como cidadão produtivo que vigora a auto-estima que estes tem uma

melhor qualidade de vida, que o SESC através de seus profissionais adota

como princípios ao realizar seu trabalho social com grupos de idosos como o

do Projeto Idoso Empreendedor.

Assim destaca Araújo (2004, p. 80):

A vivência em grupo provoca transformações, na medida em que seus membros interagem entre si, em situações diversas que podem ser criadas pelas formas interna ou externas como aquele que tem alguma vinculação institucional.

Portanto é na vivência em grupo que os idosos tem a oportunidade

de desenvolver e manter sua autonomia, nas decisões, nas opiniões,

contribuindo também para que em grupo tomem decisões diante de

determinadas situações que surgem.

48

Sendo assim, no item seguinte iremos abordar a questão idoso e a

informática, ou seja, a inclusão digital.

4.2.2 Inclusão Digital

O Projeto SESC Idoso Empreendedor, utiliza como meio para a

obtenção da inclusão social o intercâmbio e o conhecimento estimulando o

idoso como um ser participativo e criativo e que é possível a inclusão digital.

Segundo Kachar (2007, p. 01):

A tecnologia invadiu as casas, empresas, instituições de todos os tipos, a sociedade como um todo está se tornando informatizada. Os recursos da imprensa, rádio, TV, telefone, fax, vídeo, computador e Internet são disseminadores de culturas, valores e padrões sociais de comportamento. Cada vez mais o ser humano cria dependências pelos recursos eletrônicos, que passam a coexistir no dia a dia de todos. Com isso as mudanças transparecem nas diversas dimensões de viver na sociedade tecnologizada. Esses artefatos fazem com que a comunicação seja intermediada pela máquina e não pela voz humana.

Portanto, com o aumento do acesso a informatização e das

tecnologias, as pessoas mais idosas tem dificuldade em se relacionar com

esse avanço tecnológico, pois eles vêem o computador como algo

desconhecido, e muitas vezes acabam ignorando essa “nova era”

tecnológica.

Isso acaba gerando mais um elemento de exclusão social de

idosos, pois não se importando com esse novo universo tecnológico,

perdendo a oportunidade de estar sempre atualizado, por dentro das

informações sociais.

Contudo, devido a falta de conhecimentos, o medo de lidar com o

computador, o tamanho da fonte que se encontram os sites as cores sem

contraste, a falta de habilidade e delicadeza ao pegar o mouse são

justificativas para que levam o idoso a desistir de conhecer o universo

informatizado.

De acordo com Sá (1999, apud KACHAR, 2007, p. 02):

Vendo a tecnologia instalando-se cada vez mais no processo de vida das pessoas, a decisão é enfrentar, pois a alternativa é

49

adentrar esse mundo ou ficar excluído. Acompanhar a evolução tecnológica e os progressos na comunicação, para diminuir o isolamento, sentir-se parte integrante deste novo mundo.

Contudo, muitos idosos, vêem a necessidade, de conhecer este

universo da informatização, que também passa a compor a sua vida, que não

está estagnada no tempo, mas que ele se permite incluir nos avanços da

comunicação.

50

4.2.3 O Idoso e a Informática

Figura 4 – Grupo Canadá - Sala de Informática 2007. Fotógrafo: Thalita Almeida Coelho

Além disto, o mundo virtual estimula a socialização, podendo

ajudar a superar os problemas de depressão, solidão, desamparo. Casos

muito comuns no processo de envelhecimento.

51

4.2.3.1 Grupo Portugal

Figura 5 – Sala de Informática- Grupo Portugal Fotógrafo: Thalita Almeida Coelho

A ilustração fotográfica mostra que a geração de mais idade que

além de estarem em grupo, são participantes do Projeto SESC Idoso

Empreendedor, aprendendo e entrando no mundo informatizado, conhecendo

o mundo digital.

Identificamos em Filizola e Rose (2007, p. 02) que:

Para as gerações atuais a Internet é um modo de se conectar com o mundo, conhecer pessoas novas, resolver questões cotidianas, fazer pesquisas, etc. As gerações mais velhas poderiam tirar o mesmo proveito da Web. Muitos idosos sentem-se sozinhos e po-deriam usufruir da Internet para conhecerem pessoas como eles e mesmo para coisas mais práticas como efetuar pagamentos e acessar informações bancárias.

Durante a realização do Estágio Obrigatório com os grupos do

Projeto SESC Idoso Empreendedor, foi possível constatar que, a maioria dos

idosos que participam do projeto, quando sente que estão aprendendo, a

viajar no mundo virtual como enviando e-mail para os colegas, realizando

52

tarefas no Word dentre outros, tem uma melhora na sua auto-estima. Tal

constatação vem estimulando a sempre estar atualizado e a participar de

outras atividades, sendo assim idosos mais participativos e integrados no

mundo virtual.

4.2.3.2 Será que consigo?

Figura 6 – Sala de Informática -2008 - Projeto Idoso Empreendedor Fotógrafo: Thalita Almeida Coelho

Podemos perceber através do registro fotográfico o idoso

participando do Projeto SESC Idoso Empreendedor na sala de informática,

disponibilizado pelo SESC-CAE, no qual acompanhamos o seu

desenvolvimento, sendo que estes são bem participativos e persistentes

diante de suas dificuldades.

53

4.2.3.3 Mundo Virtual

Figura 7 – Sala de Informática Fotógrafo: Thalita Almeida Coelho

A internet apresenta-se como mecanismo fundamental para

incentivar os idosos a assumir a responsabilidade pelo seu próprio

aprendizado e se tornarem ativos na busca pelo novo.

Conforme Oliveira (2006, p. 04):

A Internet é considerada como um dos exemplos contemporâneos mais promissores e ativos do uso do computador, como suporte para ações educacionais e para a construção de conhecimento. As idéias veiculadas ganham espaços para a divulgação sem fronteiras.

A internet no Projeto SESC Idoso Empreendedora é utilizada para

a realização de pesquisas, sobre diversos assuntos, onde utilizamos diversos

54

textos referentes ao envelhecimento, ao Estatuto, dicas de saúde e através

deste realizamos debates, seminários em grupos dentre outros.

Durante o exercício da prática profissional foi possível notar que a

maioria dos idosos, no processo de aprendizagem da informática apresenta

dificuldades, e que estas foram remetidas através de poucas informações,

com cuidado de ser um acúmulo, para que pudessem manter o entusiasmo.

De acordo com Zajieck (1999, apud OLIVEIRA, 2006, p. 08) refere-

se especificamente à aprendizagem do uso da Internet pelos idosos. Ele

chama a atenção sobre os cuidados referentes à dificuldade dos idosos em

lembrar a seqüência da ação efetuada, na informática.

Contudo, uma maior proporção dos idosos possui dificuldades

também em memorizar a função de cada ícone. Faz-se necessário passar as

informações repetidamente para que possam entender o seu processo, e

qual a sua função.

Muitas vezes o uso de apostilas, pode confundir os idosos, por

possuir uma linguagem muito técnica. No Projeto SESC Idoso Empreendedor

a estratégia encontrada foi sempre passar as informações através de passos,

em que eles possam anotar e mais tarde se tiver dúvidas buscar orientação e

esclarecimento junto as tutoras.

Para facilitar, na aprendizagem, como já falado anteriormente,

oferecemos os horários de Laboratório de Oportunidades, que funciona como

um reforço de aprendizagem, onde o idoso fora do horário dos encontros

costumeiros pode tirar dúvidas sobre uma dificuldade individual.

Sendo assim, o idoso deve buscar instituições como o SESC, que

oferece através do Projeto SESC Idoso Empreendedor, a inclusão do idoso

no mundo informatizado proporcionando uma viagem virtual, para se atualizar

e ser um idoso participativo.

Podemos dizer que durante o desenvolvimento e

acompanhamento do Projeto SESC Idoso Empreendedor, por meio das

atividades de inclusão digital procuramos promover a idéia do

empreendedorismo social, que tem como princípio, a participação social

destes idosos.

Contudo, as atividades, até a elaboração do Projeto Social, estão

embasadas no caderno de atividades (em anexo A), onde a cada encontro

55

procuramos disponibilizar o uso da informática juntamente com as atividades

relacionadas ao empreendedorismo social.

O uso da tecnologia no Projeto Idoso Empreendedor, possibilita

que os idosos despertem em si, suas habilidades, sua participação,

descubram seus talentos, valorizando seu potencial de forma mais

participativa na sociedade, sendo idosos empreendedores. Cada grupo

busca, através da elaboração de Projetos Sociais, objetivos próprios,

mostrando que estão socialmente produtivos e criativos. Sendo assim cabe

aqui citarmos alguns dos Projetos Sociais elaborados pelos grupos que já

passaram pelo Projeto Idoso Empreendedor e que foi apresentado por

ocasião do encerramento dos grupos, que tem um determinado tempo de

duração.

• Projeto Empreendedores Pioneiros- Através de doações, e parcerias com entidades fornecedoras, buscam arrecadar peças de computadores, afim de serem doados para participantes dos grupos do Projeto Idoso Empreendedor que não possuem condições de comprar um computador;

• Projeto Multiplicadores de Conhecimentos- Multiplicar conhecimentos na área da informática é o objetivo dos participantes. A idéia inicial é incentivar outros idosos a utilizarem o computador, e desta forma, despertar para novos projetos de vida;

• Projeto Atividades Lúdicas- Através do resgate da cultura vivida em suas infância, buscam trazer a tona brincadeiras de rua, cantigas de roda e parlendas , tentando resgatar essas brincadeiras através de crianças.

Afirmando que o Projeto Idoso Empreendedor se conecta ao

projeto profissional do Serviço Social, pois foi por meio da intervenção que

está se reconhecendo o quanto os idosos se expandem como indivíduos

sociais.

Estes Projetos elaborados pelos próprios participantes dos grupos

do Projeto Idoso Empreendedor tal fato, fazem com que os idosos, sintam-se

incluídos socialmente, assumindo posições criativas perante a sociedade e

que o Serviço Social ao dar sua contribuição, posiciona-se a favor da gestão

democrática destes.

E o acesso a informática, a inclusão digital deve ser assegurado ao

idoso, como um direito bem como deve ser garantida sua autonomia e

56

independência na execução de atividades de sua vida cotidiana, além de

proporcionar-lhes a melhoria de sua qualidade de vida, e a sua imagem

perante a sociedade.

No próximo item, estaremos abordando a intervenção profissional,

que podemos considerar como um trabalho de síntese entre conhecimentos

adquiridos no período de formação acadêmica e ação, voltada para o

enfrentamento de questões que exigem respostas técnicas e políticas,

embasadas na ética.

57

4.3 A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL A PARTIR DA PRÁTICA JUNTO AO

PROJETO IDOSO EMPREENDEDOR

O exercício da prática profissional é constituído das demandas que

se instituem nas relações de trabalho cotidiano da instituição campo de

estágio, que vai imprimir os rumos das ações profissionais.

Como afirmam os autores da Capacitação em Serviço Social e

Política Social, do módulo 5, 2001, em relação às exigências

contemporâneas para o exercício profissional, passam por três dimensões:

● Consistente conhecimento teórico-metodológico, que propicie

aos profissionais uma compreensão clara da realidade social e

a identificação das demandas e possibilidades de ação

profissional que esta realidade apresenta;

● Realização do compromisso ético-político estabelecido pelo

Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais

(CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 1993),

fundados nos valores democráticos e humanistas da

participação política –liberdade, igualdade, justiça social- e nos

valores de cidadania;

● Capacitação técnico-operacional, que possibilite a definição de

estratégias práticas na perspectiva de consolidação teórico-

prática de um projeto profissional compromissado com os

interesses e necessidades do usuário, na defesa dos direitos

sociais, com a ampliação da esfera pública na construção de

uma cidadania social, capaz de realizar e impulsionar os

direitos, mediante o fortalecimento da consciência de classe e

da humanização política, sindical e comunitária.

A Prática profissional cujas atividades de intervenção integram o

exercício profissional teve seu princípio durante o estágio curricular

obrigatório com inicio no mês de fevereiro de 2008. Neste mesmo dia, a

Assistente Social do CAE apresentou-nos aos Idosos, participantes dos

grupos do Projeto SESC Idoso Empreendedor (Brasil, Canadá, Portugal,

Alemanha, Itália e França), com as demais estagiárias do Curso de Serviço

58

Social da Universidade do Sul de Santa Catarina e da Universidade Federal

de Santa Catarina que iriam acompanhar o grupo durante seu processo de

desenvolvimento.

Na primeira semana de estágio, realizamos somente a

observação, que segundo Neto (1994, p. 59), conceitua como:

A técnica de observação se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. O observador enquanto, parte do contexto de observação, estabelece uma relação face a face com os observados.A importância desta técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que observados diretamente na própria realidade, transmite o que há de mais imponderável e evasivo na vida real.

Através da observação, foi possível analisar o perfil de cada grupo

e de cada participante do Projeto, além de orientar as estagiárias quanto ao

andamento de cada grupo, pois os mesmos já haviam iniciado suas

atividades alguns meses antes da nossa inserção na dinâmica institucional.

A partir da segunda semana da realização do Estágio Curricular

Obrigatório, iniciamos as atividades com os grupos. De acordo com

Magalhães (2003, p. 50):

O grupo é um importante instrumento de apoio no trabalho desenvolvido pelas instituições. Requer habilidades e treino profissional. O uso deste instrumento permite o atendimento de um maior número de pessoas. A criatividade e a observação mostram-se como fatores de relevância no manejo das situações grupais.

Essa técnica instrumental de trabalho profissional utilizada pelo

assistente social- o grupo- é a face das atividades desenvolvidas no SESC,

pois é através do processo grupal que os participantes do Projeto SESC

Idoso Empreendedor buscam a valorização como cidadãos participativos.

Para que haja um desenvolvimento e participação, sensibilização,

apresentação, acolhimento por parte de todos que compõem os grupos, faz-

se necessário dinamizar os encontros. Militão (2000, p. XVI), afirma que:

Dynamis é uma palavra que significa força, energia, ação [...] seu objetivo é ensinar as pessoas comportamentos novos através da dinâmica de grupo, ou seja, em substituição através da discussão e de decisões em grupo, em substituição de métodos tradicionais sistemáticos de conhecimento.

Ė importante aqui exemplificar a dinâmica utilizada para

acolhimento, e apresentação do grupo realizada no primeiro momento da

59

atividade durante o primeiro dia de encontro dos Grupos Egito, África do Sul,

Grécia e Áustria que iniciaram no segundo semestre deste ano.

A dinâmica de apresentação consiste no processo inicial de

conhecimento do grupo e da proposta de forma mais detalhada. Neste

primeiro contato, fez-se um círculo com as cadeiras e iniciou-se o encontro

com a apresentação de cada participante do grupo, expondo um pouco mais

sobre sua vida, detalhando o que gosta de fazer nas horas vagas. Logo que

todos contam um pouco sobre sua história, faz-se uma reflexão, colocando

para o grupo que o objetivo da dinâmica é proporcioná-los um maior

entrosamento, através da apresentação, que é fundamental para os

encontros.

Após pede-se para que se abra no computador uma apresentação

do Projeto Idoso Empreendedor (Anexo B), para que possam sanar todas as

dúvidas existente perante ao Projeto. Ainda no primeiro momento do

encontro, aplica-se um formulário (Anexo C), que possibilitou termos maiores

informações quanto a dados pessoais dos participantes do Projeto Idoso

Empreendedor.

Cabe também ao Profissional, organizar, elaborar os encontros de

intergrupos, encontro realizado uma vez ao mês, tendo como objetivo

proporcionar maior integração dos idosos de todos os grupos de Atividades

do SESC - Estreito, realizando palestras com diversos profissionais de

diferentes áreas, dinâmicas de integração, acolhimento, participação,

descontração entre outras.Podemos exemplificar a dinâmica utilizada como o

encontro de intergrupos do mês de Setembro, realizado no auditório do SESC

– Estreito. Foi confeccionada em pequenas tiras de papel, uma frase

indicando uma mímica. Essas frases com mímicas foram divididas em 5

(cinco) grupos, esses grupos formavam cada um com 6 integrantes com

mímicas iguais.Solicitamos que cada participante retirasse uma tira de papel

e em silêncio, fazendo a mímica tentasse localizar o colega que estaria

fazendo a mesma mímica, logo formariam um pequeno grupo de seis

pessoas. Assim que todos localizaram seu grupo de mímicas, fez-se uma

reflexão colocando o objetivo da dinâmica que é proporcionar que todos se

conheçam visando uma maior integração entre os grupos que ainda não se

conhecem.

60

No segundo momento, apresentamos aos idosos, de forma

detalhada e prática os componentes básicos do computador, como o monitor,

CPU, estabilizador dentre outros. Além disto, o processo de desligar e ligar o

computador, e o conhecimento básico do teclado.

Mediante isso, as estagiárias e a Assistente Social têm um papel

de educador. Para Freire (1998, p. 65):

Este é um saber fundante da nossa prática educativa, da formação docente, o da nossa inconclusão assumida. O ideal é que, na experiência educativa, educandos, educadoras e educadores, junto, ˝convivam˝ de tal maneira como este como os outros saberes de que falarei que eles vão virando sabedoria. Algo que não nos é estranho a educador e educadores.

Através deste papel educador, passamos conhecimentos de

informática, buscando a inclusão digital destes idosos, além de orientar

quanto à elaboração e execução de Projetos Sociais.

Cada grupo tem um movimento diferenciado, desta forma, faz-se

necessário, organizar e planejar os encontros de acordo com o andamento

dos grupos.

Panceri (2006, p. 01), afirma que:

Planejar significa formular estratégias, ferramenta indispensável para a conquista do sucesso de qualquer setor da vida, seja, no ambiente profissional ou pessoal. Planejar é o processo que se destina a produzir um ou mais futuros desejados. Seguindo este parâmetro, para planejar é necessário definir políticas e processos de implementação de equipamentos e atividades e seus respectivos prazos.

Em busca, de solucionar ou minimizar problemas decorrentes

durante a semana, realiza-se a discussão do planejamento das ações

profissionais toda sexta-feira, entre as estagiárias de Serviço Social e a

supervisora de campo de estágio, além de colocarmos o ocorrido durante a

semana, quando a profissional de Serviço Social por algum motivo não pôde

estar presente. Cabe as estagiárias e a supervisora de campo de Serviço

Social, elaborar estratégias e usar da criatividade e propor atividades

diferenciadas aos grupos do Projeto Idoso Empreendedor.

Além disto, para melhor sistematizar as práticas de intervenção e

de controle das estagiárias e da Assistente Social, utiliza-se um relatório

técnico, a fim de relatar as atividades realizadas com os grupos do Projeto

61

SESC Idoso Empreendedor, que serve de parâmetro interno de verificar se

os objetivos foram atingidos e de avaliação das metas.

De acordo com Magalhães (2003, p. 60):

O relatório é a descrição ou relato do que foi possível conhecer por meio de estudo, ou seja, um parecer ou exposição dos fundamentos de um voto ou de uma apreciação ou, ainda qualquer exposição pormenorizada de circunstâncias, fatos, ou objetos.

Por meio do relatório, também é possível relatar todas as

informações observadas durante os encontros. Ė uma documentação técnica

com acesso a todas as estagiárias e da supervisora de campo de Serviço

Social, onde a partir desses relatos podemos desvendar problemas

observados e criar soluções criativas.

E para Iamamoto (1998, p. 20), esse é um dos maiores desafios

enfrentados pelo profissional:

[..] é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim ser um profissional propositivo e não só executivo.

Então, é muito comum o profissional de Serviço Social ter que

enfrentar esse desafio, isso acontece muito no Projeto SESC Idoso

Empreendedor, quando realizamos debates, discussão de alguns textos que

o grupo acaba se dispersando e levando o debate para outro foco, o não

previsto pelas estagiárias. Cabe ao profissional ser criativo e elaborar uma

abordagem que faça o grupo voltar ao foco discutido, assim voltando ao foco

da atividade proposta.

O Projeto SESC Idoso Empreendedor, lança muitos desafios para

o profissional de Serviço Social, e para ter um controle do andamento do

Projeto às estagiárias junto com a Assistente Social, elaboraram um

questionário (Anexo D) para acompanhar o desenvolvimento do Projeto.

Para Marsiglia (2001, p. 26), o questionário é um instrumento de

pesquisa constituído por uma série ordenada de perguntas referentes ao

tema.

Este instrumento de trabalho, foi aplicado durante os encontros do

Projeto SESC Idoso Empreendedor, assim foi possível ter mais clareza

perante as dificuldades encontradas pelos idosos em seu processo de

aprendizagem, também quanto ao andamento do Projeto SESC Idoso

62

Empreendedor, dando a oportunidade de colocar suas opiniões e sugestões

perante a metodologia e didática do Projeto.

Outra forma de os idosos expor suas contribuições para a melhor

execução do Projeto Idoso Empreendedor, é através da avaliação (Anexo E).

Para Magalhães (2003, p. 41), “a avaliação [...] efetua-se num

contexto profissional especifico, cujos objetivos imediatos irão direcionar os

critérios a serem adotados no desenvolvimento da ação.”

Então, para fins da avaliação, realiza-se, para intensificar, o

Projeto SESC Idoso Empreendedor o que podem ser melhorado durante a

próxima execução das atividades propostas do Projeto, atribuindo às

contribuições e opiniões dos participantes para que possamos realizar

mudanças a partir da participação dos grupos, onde falam sobre seus

desejos e necessidades, conforme já expresso anteriormente.

Como podemos constatar o assistente social na sua intervenção

profissional é requisitado a responder as demandas institucionais de seus

usuários, voltados a implementação de Programas e metas, o que viabiliza a

realização do Trabalho do Assistente Social.

O Trabalho Profissional que tem o compromisso cotidiano de

imprimir a ética, através de suas práticas primando pela democracia

participativa do idoso empreendedor, enfatizando a sua autonomia como um

principio fundamental.

63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso, teve como

principio a prática de estágio curricular obrigatório realizado no SESC-

Unidade Estreito, onde fez-se um estudo sobre o processo de

envelhecimento e relatou-se a prática realizada, tendo como base o Projeto

SESC Idoso Empreendedor.

Vivemos em uma sociedade, ainda preconceituosa, que

desacredita que o idoso tem capacidade de aprender, de ser criativo,

autônomo, dentre outros, devido ao seu processo de envelhecimento que

causa tantas dificuldades. Por muitas vezes a imagem da pessoa idosa, é

vista pela sociedade de forma geral como aquele que não possui mais

capacidade de cuidar de si, porém não é o que se constata com aqueles que

participam do Projeto SESC Idoso Empreendedor.

Existem Leis que asseguram ao idoso seus direitos sociais, mas

nem sempre são colocadas em prática. Faz-se necessário que profissionais

de Serviço Social entre outros, busquem soluções para a efetivação destas

políticas garantidas em Leis, assim os idosos teriam uma vida mais digna

com qualidade de vida.

Durante a realização da prática de estágio foi possível observar

que os idosos participantes do Projeto SESC Idoso Empreendedor tem seu

diferencial, são idosos que buscam novo aprendizado, e sua inclusão social,

pois cabe aqui ressaltar, a importância que a convivência em grupo lhes

proporciona, sendo que o computador, aquele que no início causava tanto

medo, passa a ser um momento de distração, de cultivar amizades, de sorrir,

pois é uma etapa que já está vencida.

Assim, através do estudo realizado, podemos concluir que a

informática é um ótimo recurso para a inclusão social, além disto, eleva a

auto-estima e qualidade de vida dos idosos. Simplificando, nota-se que os

idosos ao entrarem no mundo informatizado se sentem importantes e

capazes, buscando outras atividades.

Sendo assim, este trabalho vem á contribuir para um melhor

esclarecimento sobre o processo de envelhecimento, e de que forma

64

podemos intervir para que haja um envelhecimento com respeito e dignidade

de cidadãos participativos.

Neste estudo ora realizado, foi possível entender a relevância da

intervenção do Serviço Social no SESC – Estreito, no Projeto SESC Idoso

Empreendedor, em que conscientizamos a prática de estágio, por isso

recomenda-se que se amplie por unidades para acadêmicos de

Universidades desenvolverem sua prática profissional.

Diante deste contexto, propõe-se maior divulgação do Projeto

Idoso Empreendedor. Em que possa proporcionar a pessoa idosa maior

autonomia, criatividade e maior qualidade de vida.

Que a autonomia e persistência das pessoas idosas no Projeto

Idoso Empreendedor, seja uma constante a ser estimulada, pelo Serviço

Social, oportunizando a estes a continuarem o processo de desenvolvimento

de seu potencial, mostrando a eles próprios quanto são capazes.

65

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Vera Nicia Fortkamp. Os Grupos de convivência de idosos como mediação para a construção da cidadania. 105 f. 2004. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-econômico. Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Florianópolis. BAGNATO,Vanderlei Salvador. Mais ciência para a terceira idade. Disponível em: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br/imgsite/image_fixo/grafico_expectativa.jpg&imgrefurl=http://revistapesquisa.fapesp.br/%3Fart%3D4531%26bd%3D2%26pg%3D1%26lg%3D&h=400&w=400&sz=32&hl=pt-BR&start=3&um=1&usg=__nsa-hh94zhWP DUBXyPQ8KeSQp20=&tbnid=EAT_b_f8aQNwlM:&tbnh=124&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3Dexpectativa%2Bde%2Bvida%2Bdos%2Bidosos%2Bgrafico%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN>. Acesso em:20 out. 2008. BRASIL. Lei n. 8.842, Janeiro de 1994: Politica Nacional do Idoso. Disponível em: <www.senado.gov.br>. Acesso em: 30 out. 2008. BRITES, Cristina Maria; SALES, Miane Apolinario. Ética e papéis profissional. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social: CEFESS, 2000. CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética do assistente social: Lei n. 8.662/93 de regulamentação da profissão. 3. ed. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social.1997. DOURADO, Marcia. A Velhice e Seus Destinos. A Terceira Idade, v. 17, n. 37, São Paulo, 2006. FERRARI. Maria Auxiliadora Cursino. Envelhecimento e a bioética: O respeito a autonomia do idoso. A Terceira Idade, v. 15, n. 31, São Paulo, set. 2004. FILIZOLA, Marcela; ROSE, Luciana de. Será que ainda Consigo?: a questão da acessibilidade do idoso na internet. 2007. Disponível em: <http://www.dad.puc-rio.br/dad07/arquivos_downloads/86.pdf>. Acesso em: 29 out. 2008.

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69

SOUZA, P.C. Revolução informacional e serviço social: notas para uma articulação teórica promissora. In: Rauna R. (Coord.). Mutações societárias e gestão de políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 1990. TRINDADE, Rosa Lúcia Prédes. Associação brasileira de ensino e pesquisa em serviço social. Brasília: Grafline, 2001. VERAS, Renato. A Novidade da agenda social contemporânea: a inclusão do cidadão de mais idade. A Terceira Idade, v. 14, n. 28, São Paulo, 2003.

70

ANEXOS

71

Anexo A – Caderno de Atividades do Projeto SESC Idoso Empreendedor

ATIVIDADE 01 – ACOLHIMENTO, DINÂMICA E APRESENTAÇÃO DA

TURMA E COMPUTADOR

Objetivos:

Possibilitar o entrosamento e integração do grupo e apresentar os

componentes do computador.

Ferramentas:

• Apresentação do computador;

• Hardware software;

• Componentes básicos;

• Ligar e desligar;

• Periféricos.

Desenvolvimento:

Neste primeiro contato inicia-se o encontro com a dinâmica, cujo

objetivo é apresentação e a interação entre os componentes do grupo. O bom

entrosamento grupal será fundamental para os encontros.

No segundo momento do encontro apresentar as ferramentas do

computador. Para melhor compreensão trazer as ferramentas para contato

manual para contato manual e visual. Exemplo: computador desmontado,

placa mãe, hardware etc.

No terceiro momento explorar a máquina com suas partes e

funções. Trabalhar ligar e desligar o computador e conhecer o uso do teclado.

72

ATIVIDADE 02 – ESCOLHA DO NOME DO GRUPO, DIGITAÇÃO DE

TEXTO E SALVAR DOCUMENTO

Objetivo:

Identificar o grupo, construir suas “historias de vida”, socializar as

experiências e treinar digitação.

Ferramentas:

• Formatação: maiúscula e minúscula, voltar, apagar, mudar de

linha, acentuação e pontuação;

• Criar Pasta;

• Salvar documento.

Desenvolvimento:

Os grupos devem ter nomes de países, que são sugeridos pelos

próprios componentes. Faz-se uma votação entre os nomes sugeridos e o

mais votado é o escolhido.

No segundo momento, elaborar o texto “história de vida” para

inserir no portal do Sesc Idoso Empreendedor.

73

ATIVIDADE 03 - FORMATAÇÃO DO TEXTO “HISTÓRIA DE VIDA”

Objetivo:

Aprender a utilizar as ferramentas do Word.

Ferramentas:

Formatação através da barra de Menus:

• Alinhamento: centralizar, alinhar a esquerda, alinhar a direita,

justificar;

• Espaçamento entre linhas;

• Alterar cor, modelo e tamanho da fonte;

• Efeitos especiais;

• Estilos de fonte;

• Selecionar (Mouse, Editar, Ctrl Shift e setas de direção);

• Zoom.

Desenvolvimento:

Aula técnica.

74

ATIVIDADE 04 - “QUEM SOMOS”

Objetivo:

Elaborar o perfil do grupo.

Ferramentas

• Ferramentas do Word.

Desenvolvimento:

Os integrantes construirão um texto, falando sobre a história do

grupo, (a escolha do nome e do país que dá nome ao grupo, os objetivos e

expectativas, o que buscam e que já conquistaram e os laços construídos).

75

ATIVIDADE 05 – “A BOA VIDA DEPOIS DOS 60”

Objetivo:

Mostrar que o idoso ainda pode ser ativo e produtivo, treinar

digitação, formatação e salvar documentos.

Ferramentas:

• Texto (www.sitemedico.com.br);

• Word.

Desenvolvimento:

Leitura do texto pelo grupo (para tornar mais dinâmico dividir a

leitura em parágrafos). Digitar a opinião sobre o texto e socializar com o

grupo.

76

ATIVIDADE 06 – “AMIZADE”

Objetivo:

Despertar a importância da amizade como um fator importante e

determinante para longevidade.

Ferramentas:

• Texto: “Os Bons Amigos”

(http://www.maisde50.com.br/artigo.asp?id= 6595);

• Word;

• Inserir figuras;

• Exercitar a formatação através da barra de ferramentas padrão

e de formatação;

• Salvar documento.

Desenvolvimento:

Leitura do texto pelo grupo (para tornar mais dinâmico dividir a

leitura em parágrafos). Digitar a opinião sobre o texto, inserir figura referente

ao tema e socializar. Exercitar formatação de texto e salvar documento.

77

ATIVIDADE 07 – CRIAÇÃO DE CONTA DE E-MAIL

Objetivo:

Utilizar a correspondência virtual.

Ferramentas:

• Hotmail.

Desenvolvimento:

Criação da conta de e-mail e ensinar a acessar o Hotmail com o

login e senha. Orientar o grupo a ler e enviar e-mails através de PARA, CC,

CCO e adicionar contatos.

78

ATIVIDADE 08 MESSENGER (MSN)

Objetivo:

Utilizar a conversa virtual

Ferramentas:

• MSN.

Desenvolvimento:

Ensinar a acessar o MSN, adicionar os contatos uns dos outros,

para conversarem entre si.

79

ATIVIDADE 09 - CARTÃO E ANEXAR ARQUIVOS

Objetivo:

Ensinar Bordas e Sombreamento, Anexar arquivos e integração do

grupo através do envio de e-mails.

Ferramentas:

• Word;

• Hotmail.

Desenvolvimento:

Criação de um cartão para os colegas utilizando o recurso bordas

e sombreamento. Anexar o cartão e enviar por e-mail para o colega.

80

ATIVIDADE 10 - TABELA

Objetivo:

Criar e manipular tabelas para dispor o texto em formatos de linhas

e colunas.

Ferramentas:

• Word;

• Exercitar copiar e colar através do Editar, do Mouse, Ctrl C e

Ctrl V.

Desenvolvimento:

Criação de uma tabela básica exercitando o uso da tecla TAB.

Exemplo: uma tabela com nome, telefone, data de aniversário, e-mail e

endereço dos componentes dos grupos.

81

ATIVIDADE 11 - DINÂMICA, CONCEITO DE NAVEGAÇÃO NA INTERNET,

JOGOS VIRTUAIS

Objetivo:

Integração do grupo, conhecer a ferramenta de navegação através

dos jogos.

Ferramentas:

• Navegador de Internet

Desenvolvimento:

No primeiro momento inicia-se o encontro com uma dinâmica.

Apresentar o site escolhido explicando basicamente o que é navegar e como

se faz, deixando o grupo explorar o site.

Recursos:

• Sugestão de dinâmica: a troca de um segredo

(www.formador.com.br).

• Site de jogos: www.sol.eti.br.

82

ATIVIDADE 12 - PESQUISA NA INTERNET PARA LEVANTAMENTO DE

CONTEÚDO E CRIAÇÃO DE TEXTO

Objetivo:

• Fazer o uso da ferramenta para adquirir conhecimentos;

• Exercitar a ação selecionar, copiar e colar;

• Registrar sua opinião sobre os assuntos pesquisados;

• Socializar e discutir sobre os temas.

Ferramentas:

• Internet;

• Word.

Desenvolvimento:

Serão sugeridos sites direcionados a idosos, com conteúdos

diversificados para pesquisa. Os idosos terão a opção de escolher o assunto

que mais lhe interessar dentro dos sites relacionados. Selecionando os itens

mais interessantes, copiando e colando no Word. Imprimir este material para

levar para casa, onde pesquisarão em revistas, jornais e outros, acerca do

tema escolhido para a montagem de um texto.

Socialização dos temas e a escolha de um único tema para inserir

no portal do Sesc Idoso Empreendedor.

Recursos:

Sites sugeridos:

83

• www.serasa.com.br/guiaidoso;

• www.projectotio.net;

• www.velhosamigos.com.br;

• www.riototal.com.br/feliz-idade;

• www.maisde50.com.br;

• vivatranquilo.com.br/terceira_idade;

• www.idademaior.com.br;

• www.portaldafamilia.com.br;

• www.portaldaterceiraidade.com.br;

• www.saudeemmovimento.com.br

Sugestão para apresentação:

Incentivá-los a apresentar de forma criativa com cartazes, música,

colagem etc. para melhor aproveitamento da atividade, realizar em um local

fora da sala de computação.

84

ATIVIDADE 13 - PESQUISA NA INTERNET ATRAVÉS DO GOOGLE,

EXERCITAR O USO DE CORRESPONDÊNCIA VIRTUAL

Objetivo:

• Aprimorar o uso da internet.

• Integração do grupo através da troca de e-mail.

Ferramentas:

• Internet

Desenvolvimento:

Cada componente do grupo vai sugerir um assunto de seu

interesse para ser pesquisado por outro colega através do Google.

Selecionar, copiar e colar os itens mais interessantes e enviar em anexo para

o colega.

85

RESUMO CONTEÚDO TÉCNICO

Editar textos: Digitação, abrir um novo documento, desfazer e refazer ações,

seleção de textos através do comando editar (selecionar tudo e com o

mouse), na seleção usando as SHIFT, CTRL e as setas de direção. Na

digitação, o uso das principais teclas enter, backspace e delete, caps lock,

shift e tab.

Formatação de textos: Formatação de caracteres, maiúsculas e minúsculas,

formatação de parágrafo, bordas e sombreamento, formatação de fonte (tipos

de fonte, tamanho e cor).

Salvar documentos nas respectivas pastas.

Barra de ferramentas Padrão: explorar as principais funções.

Barra de ferramentas Formatação: explorar as principais funções

Copiar e colar: Exercitar copiar e colar através do Editar, do Mouse, Ctrl C e

Ctrl V.

Inserir tabelas: comando de tabela básica

Internet: pesquisa, correspondência virtual e MSN.

Textos de cidadania:

Sugestão de Temas:

• Mitos e Verdades na Terceira Idade;

• Saúde na Terceira Idade;

• Sonhos.

86

Para melhor andamento das aulas:

• Utilizar dinâmicas;

• Para debates de temas dispor a turma em círculo;

• Incentivar a participação de todos nos debates;

• Fazer uma ginástica laboral quando a atividade em frente ao

computador for mais longa.

87

Anexo B – Power-Point de Apresentação do Projeto SESC Idoso

Empreendedor

PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR

O projeto mais criativo que podemos empreender é o de nossa própria vida.”

Gutemberg de Macedo

Hoje começo uma nova etapa em

minha vida!

88

Sempre é tempo

de aprender!!

Sou persistente e

quero novos

projetos de vida.

É isso aí!

Como funciona o projeto?

• o participante é convidado a discutir e pesquisar assuntos relacionados com o seu dia a dia.

• Dinâmicas, atividades de integração, leitura e pesquisa acontecem sempre.

• O uso do computador vai estar sempre vinculado a um tema ou assunto.

• Um Tutor será o apoio e orientador em todos os encontros.

Será que vou conseguir?

89

Entenda um pouco sobre o que cada participante vai aprender:

Após encontros de apresentação e

integração,

uma das primeiras ações é

aprender a ligar e desligar

o computador, depois como

guardar (salvar) os trabalhos

produzidos.

O próximo passo éaprender a digitar a sua história de vida que será inserida no Portal SESC Idoso

Empreendedor

90

Aos poucos o participante irá

aprender a criar seu e-mail e comunicar-se com pessoas de qualquer parte do

mundo.

Durante todo o projeto haverá oportunidade de

interagir com os colegas do seu e de

outros grupos.

O intercâmbio éfundamental

91

O Projeto quer incentivar o maior contato do idoso

com seus familiares, seja aqui

perto ou longe.

O projeto não vem para trazer solidão ou afastar o idoso do mundo. A proposta através das diferentes ações incentiva a integração e

intercâmbio sempre.

92

O computador pode ser muito útil na vida das pessoas. Veja algumas coisas que

podem ser feitas:

�Comunicar-se com pessoas de diferentes lugares;

�Manter-se atualizado tendo acesso a revistas e jornais;

�Usar como instrumento de trabalho e de entretenimento;

�Produzir textos, sons, imagens, vídeos, ...

Como deve ser a sua participação

nos encontros?

Interessado

Questionador

Curioso

Persistente

Solidário

93

�O respeito à opinião dos colegas e Tutor é fundamental;

�A paciência e o interesse em ajudar aqueles que tiverem necessidade de apoio;

�Assiduidade e freqüência;

�Participação constante no Laboratório de Oportunidades, principalmente no caso de faltas.

�Zelar pelos equipamentos

O que não pode faltar:

O sucesso da sua participação

no Projeto Idoso Empreendedor

depende de Você.

Você está sendo convidado a ser um Empreendedor Social

Vamos lá?

BOA SORTE!

94

Anexo C – Formulário de Participação de Interesse no Projeto SESC

Idoso Empreendedor

PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR

UNIDADE: ESTREITO

Solicitamos a sua colaboração preenchendo o formulário abaixo.

Estes dados são importantes para maior conhecimento do grupo.

Obrigado!

Dados Pessoais

Nome completo: ___________________________________________________

Como Gosta de ser Chamado: ________________________________________

Data de Nascimento: _______________________________________________

Endereço: _______________________________________________________

Rua: ______________________________________________________

nº ________________________________________________________

Bairro: __________________________

Cidade: __________________________

CEP: ____________________________

Telefone:_________________________

95

Contato Caso de Emergência:

Nome: _______________________________________ Telefone: ___________

Qual sua escolaridade? _____________________________________________

( ) Aposentado ( ) Pensionista ( ) Trabalhando atualmente

( ) Outros. Informar: _______________________________________________

Profissão:

Renda Salarial

( ) Até 2 salários mínimos

( ) De 2 salários mínimos até seis 6 salários mínimos

( ) Acima de 6 salários mínimos

Informações Gerais

Como teve conhecimento do projeto?

________________________________________________________________

Possui conhecimento de Informática ? ( ) Sim ( ) Não

Tem computador em casa? ( ) Sim ( ) Não

O que motiva você a participar do projeto ?

Já participava de alguma atividade do SESC?

Possui e-mail?

96

______________________________________________________________

_____

Data ___/___/___

97

Anexo D – Acompanhamento e Desenvolvimento do Projeto SESC Idoso

Empreendedor

PROJETO SESC IDOSO EMPREENDEDOR

ACOMPANHAMENTO DE DESENVOLVIMENTO

1 Como tem sido a sua participação e envolvimento nas atividades?

( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular

2 Tem freqüentado o atendimento nas monitorias?

( ) Sim. Quantas vezes? ____________________________________________

( ) Não. Por quê? _________________________________________________

3 Qual sua opinião sobre o projeto até esse momento?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4 Quais suas principais dificuldades?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

98

5 O que você espera / gostaria de aprender participando do projeto?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

6 Estamos aprimorando a didática e metodologia adotada

constantemente, contamos com as suas sugestões para melhorar nosso

trabalho:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Se desejar, preencha seu nome: ________________________________________

99

Anexo E – Avaliação

Prezado Participante do Projeto Idoso Empreendedor

Objetivando avaliar o desenvolvimento do projeto estamos realizando uma

pesquisa para identificar as principais contribuições e mudanças a partir da

participação nos grupos.

AVALIAÇÃO

1 ASPECTOS HUMANOS:

a) No cotidiano do grupo, como foram os encontros, houve participação de

todos na realização das atividades?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

b) O que você(s) acham que poderia ser melhor ou ainda falta em relação a

recursos humanos (monitores, palestrantes, professores e outros) para

facilitar o processo de aprendizagem?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

100

________________________________________________________________

2 ASPECTOS CULTURAIS:

a) Na sua opinião, cite aspectos positivos em relação ao Projeto Idoso

Empreendedor?

b) Você enfrentou alguma barreira ou desafio para participar do projeto?Cite

qual é:

3 ASPECTOS SOCIAIS:

a) No seu ponto de vista, como o grupo lidou com as dificuldades de

relacionamento interpessoal?Quanto às divergências o grupo procurou

resolver de que maneira?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

b) A realização do Projeto Social (ação empreendedora) foi significativa para

você?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

c) Existe algum tema que vocês tenham dificuldade e gostariam de ter mais

informações ou que fosse abordado nos encontros?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________