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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FRANCINY DE AQUINO MÜLLER TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA A FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA HGF DESIGNS MONTADORA DE CAPACETES LTDA. Biguaçu 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

FRANCINY DE AQUINO MÜLLER

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA A FORÇA DE VENDAS DA

EMPRESA HGF DESIGNS MONTADORA DE CAPACETES LTDA.

Biguaçu

2011

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FRANCINY DE AQUINO MÜLLER

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA A FORÇA DE VENDAS DA

EMPRESA HGF DESIGNS MONTADORA DE CAPACETES LTDA.

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professor Orientador: MSc. Rogério Raul da Silva

Biguaçu

2011

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FRANCINY DE AQUINO MÜLLER

ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA FORÇA DE VENDAS DA

EMPRESA HGF DESIGNS MONTADORA DE CAPACETES LTDA.

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título

de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do

Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.

Área de Concentração: Vendas

Biguaçu, 06 de dezembro de 2011.

Prof. MSc. Rogério Raul da Silva

UNIVALI – CECIESA GESTÃO

Orientador

Prof. Dr. Rosalbo Ferreira

UNIVALI - CE de Biguaçu

Prof. MSc. João Carlos D. Carneiro

UNIVALI - CE de Biguaçu

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio, aos meus pais

Francisco Müller e Maria Aparecida de Aquino Müller, ao meu

irmão Willyan de Aquino Müller, ao meu namorado Jurandir

Bittencourt e a todos os meus familiares e amigos que sempre

me incentivaram e acreditaram em mim, não me deixando

desanimar, contribuindo assim, para a concretização desse

objetivo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida, por conduzir meu caminho e pelos

momentos de reflexão.

Aos meus pais Francisco Müller e, especialmente, a minha mãe Maria

Aparecida de Aquino Müller pelo apoio e incentivo e que, acima de tudo, é um

exemplo de mulher que foi e sempre será fonte de inspiração para minha vida

acadêmica e profissional. Pai e mãe, obrigada! Essa conquista também é de vocês.

Ao meu irmão Willyan de Aquino Müller pelas idas e vindas à Universidade e

que junto a mim, levantará o troféu dessa conquista.

Ao meu namorado, amigo e companheiro de curso Jurandir Bittencourt pela

paciência e por todo amor e carinho a mim dedicados em todos os momentos lindos

que passamos juntos e nas horas difíceis dessa jornada. Estamos concretizando

esse sonho juntos e só nós sabemos o quanto ele significa.

Não poderia deixar de agradecer a colega de curso e trabalho Annie Oliveira

pelo companheirismo e alegria que demonstrou durante esses anos e que nos

últimos, se tornou uma grande amiga que, certamente, levarei para o resto da vida.

A colega de curso e também amiga Janete Fontana pelas conversas, pela

atenção dedicada e pela experiência de vida transmitida a cada dia.

A toda a minha grande família, principalmente ao vô Cândido pela sua

sabedoria e a vó Maria, que sempre será o coração da família, nos deixando o

ensinamento de honestidade e dignidade, e que lá de cima está presenciando o fim

desta etapa e abençoando meu caminho.

A todos os amigos que me apoiaram, acreditaram em mim e souberam

compreender a minha ausência em certos momentos.

Aos professores do Curso de Administração da UNIVALI, que me auxiliaram

na busca do conhecimento durante toda esta trajetória, em especial ao meu

orientador MSc. Rogério Raul da Silva pela paciência e pelos ensinamentos e

sabedoria transmitidos para o desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço também, aos membros da banca, professores Dr. Rosalbo Ferreira

e MSc. João Carlos Domingues Carneiro pela atenção e pelas importantes

contribuições concedidas.

Por fim, agradeço a HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda., pela

oportunidade e pelas informações cedidas para a realização deste trabalho.

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O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em

se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem

busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.

José de Alencar

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RESUMO

MÜLLER, Franciny de Aquino. Elaboração de estratégias e ações para a força de vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.. 2011. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011. Em meio às transformações do mercado, no que diz respeitos às novas tecnologias, concorrência e exigências dos consumidores, considera-se desafiador administrar uma empresa. A força de vendas, nesse contexto, representa o elo entre a empresa e seu mercado consumidor, tornando indispensável o seu bom planejamento. O presente trabalho foi realizado na área de marketing com enfoque em vendas e teve por objetivo analisar aspectos pertinentes à área de vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda., a fim de propor estratégias e ações para a organização. A empresa está localizada na cidade de Biguaçu/SC e atua no setor de motopeças. Este estudo iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica embasada na literatura da área de marketing e vendas, seguida de entrevista despadronizada de classificação focalizada aplicada com a supervisora geral da empresa, o gerente de vendas, dois representantes comerciais e oito clientes, seguidos de análise predominantemente qualitativa. Utilizou-se também, a técnica observacional e análise documental. A partir das interpretações e análises, foi possível obter as informações que serviram de fundamento para a criação de um plano para a HGF. No plano, constam estratégias e ações para que a empresa repare os pontos negativos detectados, com vistas ao aprimoramento dos seus processos de vendas, garantindo a satisfação dos atuais e potenciais clientes, um melhor posicionamento no mercado e ampliação dos resultados econômicos. Palavras-chaves: administração de vendas; planejamento de vendas; gestão de vendas; força de vendas.

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ABSTRACT

MÜLLER, Franciny de Aquino. Elaboração de estratégias e ações para a força de vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.. 2011. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011.

Amid the changes in the market as regards new technologies, competition and consumer demands, it is challenging to manage a company. The sales force in this context represents the link between the company and its consumer market, making it essential to your good planning. This work was carried out in marketing with a focus on sales and aimed to analyze aspects pertinent to the company's sales HGF Designs Inc. maker of helmets. In order to propose strategies and actions for the organization. The company is located in the city of Biguaçu / SC and operates in the motorcycle parts. This study began with a literature search based on the literature in marketing and sales, followed by an interview focused patternlesss classification applied to the supervisor of the company, the sales manager, two sales representatives and eight customers, followed by analysis predominantly qualitative. We also used the technique observation and document analysis. From the interpretations and analysis, it was possible to obtain the information which formed the basis for creating a blueprint for HGF. In the plan, set out strategies and actions for the company to repair the weaknesses detected, in order to improve its sales processes, ensuring the satisfaction of current and potential customers, a market position and expand the economic results. Keywords: sales administration; sales planning; sales management; sales force.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Um modelo simplificado do processo de marketing. .............................. 17

Figura 02 – Dimensões do marketing holístico. ......................................................... 19

Figura 03 – Os quatro Ps .......................................................................................... 22

Figura 04 – Ciclo de vida do produto. ........................................................................ 23

Figura 05 – Principais decisões de propaganda. ....................................................... 24

Figura 06 – Principais etapas do processo de seleção de pessoal de vendas. ........ 56

Figura 07 – Hierarquia das necessidades de Maslow. .............................................. 62

Figura 08 – Composto motivador do gerente de vendas. .......................................... 63

Figura 09 – Vista aérea da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda..77

Figura 10 – Organograma da empresa ..................................................................... 78

Figura 11 – Tamanho da força de vendas da HGF, conforme seu território..............89

Quadro 01 – Composto de marketing. ...................................................................... 28

Quadro 02 – Evolução das vendas de capacetes......................................................82

Quadro 03 – Estratégias e ações propostas para a força de vendas da HGF.........111

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 11

1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................... 11

1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................... 11

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 14

2.1 MARKETING ................................................................................................ 14

2.1.1 Orientações mercadológicas .................................................................. 17

2.1.2 Composto de marketing .......................................................................... 21

2.1.2.1 Produto.......................................................................................................22

2.1.2.2 Preço..........................................................................................................24

2.1.2.3 Praça..........................................................................................................25

2.1.2.4 Promoção...................................................................................................26

2.2 VENDAS ....................................................................................................... 29

2.2.1 Administração da força de vendas ......................................................... 32

2.2.2.1 Objetivos da força de vendas.....................................................................35

2.2.2.2 Estratégias da força de vendas..................................................................36

2.2.2.3 Estrutura da força de vendas......................................................................38

2.2.2.4 Tamanho da força de vendas.....................................................................43

2.2.2.5 Remuneração da força de vendas..............................................................47

2.2.3 Gestão da força de vendas.........................................................................52

2.2.3.1 Recrutamento e seleção da força de vendas.............................................52

2.2.3.2 Treinamento da força de vendas................................................................57

2.2.3.3 Supervisão da força de vendas..................................................................59

2.2.3.4 Motivação da força de vendas....................................................................61

2.2.3.5 Avaliação da força de vendas.....................................................................66

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO...............................................................69

4 APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES

COLETADAS..........................................................................................................76

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4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO......................................................76

4.2 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E

INFORMAÇÕES OBTIDAS NO LEVANTAMENTO DE CAMPO ....................... 79

4.2.1 Planejamento da força de vendas ........................................................... 79

4.2.1.1 Objetivos da força de vendas .................................................................. 79

4.2.1.2 Estratégia da força de vendas ................................................................. 82

4.2.1.3 Estrutura da força de vendas .................................................................. 85

4.2.1.4 Tamanho da força de vendas .................................................................. 87

4.2.1.5 Remuneração da força de vendas .......................................................... 90

4.2.2 Gestão da força de vedas ........................................................................ 91

4.2.2.1 Recrutamento e seleção da força de vendas .......................................... 91

4.2.2.2 Treinamento da força de vendas ............................................................. 94

4.2.2.3 Supervisão da força de vendas ............................................................... 97

4.2.2.4 Motivação da força de vendas ................................................................. 99

4.2.2.5 Avaliação da força de vendas ............................................................... 101

4.2.2.6 Outros assuntos tratados com os clientes ............................................. 102

4.3 PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES A RESPEITO DO PLANEJAMENTO E

GESTÃO DA FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA ......................................... 106

4.4 ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA A FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA 111

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 118

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 120

APÊNDICE ....................................................................................................... 123

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1 INTRODUÇÃO

Em meio às crescentes transformações do mercado, no que diz respeito às

novas tecnologias, concorrência e exigências dos consumidores, considera-se

desafiador administrar uma empresa. Diante disso, as empresas vêm demonstrando

a necessidade de se adequarem a esse mercado, repensando o modo de se

organizarem e analisando questões mercadológicas que possam interferir

diretamente na sua administração e, principalmente, na sua força de vendas, que é

o elo entre empresa e cliente.

A força de vendas, por sua vez, além de ser este elo, é formada por pessoas

que representam a empresa perante o mercado consumidor. Nesse sentido, fica

evidente a importância desta ser bem organizada e estruturada tendo em vista não

só a satisfação dos clientes, mas também a captura de informações do mercado a

fim de aprimorar constantemente as atividades desenvolvidas pela empresa.

Verifica-se, nessa perspectiva, o valor de uma análise da área de vendas de

uma organização, quando esta, por alguma razão, não consegue adequar-se ao

pressuroso ritmo do mercado em suas diferentes faces. Essa análise pode, portanto,

trazer à tona possíveis falhas na administração da força de vendas, permitindo

assim, a elaboração de estratégias que tendam ao aperfeiçoamento da empresa.

A análise da área de vendas a ser elaborada refere-se à empresa HGF

Designs Montadora de Capacetes Ltda., localizada no município de Biguaçu/SC,

que, como o próprio nome sugere, desenvolve, fabrica e comercializa capacetes e

outros equipamentos de segurança para usuários de motocicletas e similares. O

mercado consumidor é constituído por pessoas jurídicas, ou seja, lojistas varejistas e

distribuidoras atacadistas. Além do mais, a HGF – nome fantasia – possui reputação

no mercado nacional e internacional com exportações para países da América

Latina.

De acordo com informações da Associação Nacional dos Fabricantes e

Atacadistas de Motopeças – ANFAMOTO (2010, p. 08), o segmento das

motocicletas e motopeças como um todo está otimista e o mercado apresenta-se em

contínuo aquecimento, o que demonstra que o setor começa a recuperar-se dos

prejuízos obtidos em 2009 decorrentes da crise econômica mundial de 2008.

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Apesar do supracitado, a empresa vem apresentando problemas de redução

das vendas, o que tem preocupado seus gestores e proprietários quanto ao

planejamento desta área, bem como os processos utilizados. Ressalta-se que a

empresa nunca realizou uma análise formal da sua área de vendas, o que dificulta o

estabelecimento de estratégias mercadológicas voltadas para sua força de vendas.

Nessa concepção, a pergunta que se apresenta como norteadora do estudo

é: Quais estratégias e ações podem ser sugeridas à HGF Designs Montadora de

Capacetes Ltda., a partir da análise da sua força de vendas, a fim de melhorar a sua

atuação?

1.1 OBJETIVOS

Após a exposição do tema e da pergunta norteadora do estudo, apresenta-se

a seguir, os objetivos geral e específicos do presente trabalho.

1.1.1 Objetivo geral

Elaborar estratégias e ações para a força de vendas da empresa HGF

Designs Montadora de Capacetes Ltda., localizada no município de Biguaçu, no

período de março a novembro de 2011.

1.1.2 Objetivos específicos

Conhecer as características da administração da força de vendas da empresa

HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

Analisar o planejamento da força de vendas.

Analisar a gestão da força de venda.

Analisar a percepção das pessoas envolvidas com a força de vendas.

Propor estratégias e ações de melhorias para a força de vendas.

1.2 JUSTIFICATIVA

A força de vendas é o elo entre empresa e consumidor e, além disso,

necessita estar bem estruturada a fim de capturar informações do mercado

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consumidor, facilitando, assim, a tomada de decisão dos administradores da

empresa.

Nesse sentido, a elaboração deste trabalho acadêmico é significante para os

administradores da empresa HGF, uma vez que proporcionará uma visão da sua

área de vendas, revelando, assim, a real situação na qual se encontra, permitindo

ainda avaliar os métodos e sistemas utilizados nessa área. A importância desse

estudo está no aporte dado aos administradores da empresa HGF, para que através

das informações e dados coletados e apresentados, estes possam ter subsídios que

lhes dêem segurança na tomada de decisão e ampliem os resultados da empresa,

dirimindo riscos.

A elaboração do presente estudo não é somente de importância para a

empresa HGF, mas também para a comunidade na qual está inserida, já que a

mesma emprega cerca de 30 pessoas da localidade. Nessa perspectiva, a

continuidade e desenvolvimento da empresa refletem na geração de emprego e

renda para diversas famílias da comunidade, bem como na movimentação da

economia local.

O trabalho é de grande valia para a acadêmica, haja vista que possibilitará a

aquisição de novos conhecimentos e, também, colocar em prática os adquiridos ao

longo da trajetória acadêmica. Além disso, a mesma pretende, por meio do estudo,

proporcionar aos proprietários uma visão mais clara da real situação da área de

vendas e espera que as informações obtidas gerem expectativas de investimentos

nessa área, com o escopo da empresa obter resultados futuros positivos.

Para que a força de vendas alcance os objetivos traçados pela empresa, ela

deve manter-se organizada, estar atenta ao mercado consumidor e analisar

questões mercadológicas que contribuam para tal alcance.

Dessa forma, o estudo neste momento torna-se oportuno, tendo em vista que

a área de vendas da HGF encontra-se com dificuldades em exercer suas atividades,

de modo que vem apresentando diminuição nas vendas, fazendo-se necessário,

portanto, um melhor planejamento dessa área.

É cabível afirmar que o trabalho implicará também na identificação de ações

que tragam soluções para a problemática supracitada, logo, sendo viável sua

execução no período de nove meses, além dos custos serem baixos. Uma vez que a

pesquisadora é funcionária da organização e há disponibilidade e interesse por parte

dos gestores da mesma no desenvolvimento do estudo, bem como no progresso de

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sua área de vendas, tornam-se acessíveis as informações que contribuam para

tanto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica, que dará subsídios

para a proposta de estudo, abordando os seguintes temas: marketing, administração

da força de vendas, planejamento da força de vendas e gestão da força de vendas.

2.1 MARKETING

Todos os dias novos produtos e serviços são lançados no mercado, a fim de

satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. Essa é, no entanto, a razão

pela qual uma empresa existe, levando-a a enfrentar o dilema de como aumentar as

vendas e de desenvolver produtos e serviços que satisfaçam tais necessidades.

Na mesma linha, Futrell (2003, p. 33) afirma que atualmente, no competitivo

mundo dos negócios, são os consumidores quem determinam o sucesso de

produtos e serviços.

Para Boone e Kurtz (2009, p. 8), torna-se muitas vezes difícil escolher uma

definição para a palavra marketing, uma vez que a ela incorpora-se um âmbito de

atividades e idéias muito amplo.

Entretanto, serão apresentadas a seguir, diversas definições e percepções a

cerca do marketing, sob a ótica de diferentes autores.

“Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa

mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado” (LIMEIRA,

2006, p. 2).

Conforme Ribeiro e Oliveira (2006, p. 5), “marketing é, antes de tudo, uma

filosofia, uma atitude, uma orientação do negócio em que a satisfação do cliente é

considerada o principal objetivo a ser cumprido”.

Para Keegan (2005, p. 4), o marketing vai além de um conceito e uma

filosofia, sendo um conjunto de atividades e um processo de negócios.

A American Marketing Association (2005, apud RIBEIRO e OLIVEIRA, 2006,

p. 08) propõe a seguinte definição para marketing:

Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor aos consumidores, bem como

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gerir as relações entre empresa e cliente, a fim de beneficiar a organização e os constituintes da relação.

A mesma Associação (apud KOTABE e HELSEN, 2000, p. 30) define ainda,

que marketing é uma atividade criativa, na qual envolve o planejamento e a

execução da concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de idéias

e produtos, com vistas à satisfação das necessidades atuais dos consumidores e

antecipação e criação das futuras com certo lucro.

Corroborando com o supracitado, Kotler e Armstrong (2003, p. 3) salientam

que o marketing tem a função de lidar com os clientes, ou seja, entender seus

anseios e assim, criar, comunicar, e proporcionar satisfação e valor a eles.

Peter Drucker (apud HONORATO, 2004, p. 3) coloca que o marketing é algo

básico que deve levar em conta o negócio como um todo e visto do seu resultado

final, ou seja, do ponto de vista do consumidor. Ele destaca ainda, “que o sucesso

da empresa não é determinado pelo produto, mas pelo consumidor”.

Assim, é possível compreender o quanto o marketing está ligado ao

consumidor e a organização, uma vez que seu conceito estabelece que as

empresas devam satisfazer necessidades e desejos dos consumidores em troca de

lucro (OGDEN, 2002, p. 1).

Na mesma perspectiva, Frutell (2003, p. 33) sustenta que o marketing é

importante para o consumidor e para a organização, e sendo assim, torna-se

também importante para a economia como um todo, na qual envolvem um

diversificado conjunto de ações voltadas a um extenso leque de bens, serviços e

idéias.

Sendo o marketing um fomentador da estrutura econômica da sociedade,

Cobra (1997, p. 23) demonstra a importância desse processo:

[...] o processo na sociedade, pela qual a estrutura demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços.

Observa-se, dessa forma, que o marketing está visível nas relações de troca,

contribuindo para a sociedade, conforme destaca Las Casas (1999, p. 13):

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes ás relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando sempre o meio ambiente de

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atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade.

Reforçando essa afirmação, Kotler e Armstrong (2003, p. 9) asseguram que o

sucesso de uma empresa, depende não só de suas ações, como também, do modo

como as necessidades dos consumidores finais são atendidas pelo sistema inteiro.

Os mesmos autores (2003, p. 9) definem marketing ainda, como sendo “um

processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que

necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com

terceiros”.

Cabe destacar, ainda, que as ações de marketing podem ser desenvolvidas

com vistas ao lucro ou não. Nesse sentido, Churchill e Peter (2000, p. 5) afirmam

que o marketing voltado para fins lucrativos, possui conhecimentos e estratégias

bem desenvolvidas para o alcance de seus objetivos.

Para a implementação do conceito de marketing e alcance de seus objetivos,

Ribeiro e Oliveira (2006, p. 06) citam que muitas atividades precisam ser

desempenhadas e dentre elas está a implementação de processes para:

Compreender o comportamento dos consumidores.

Estudar e prever como se comportarão os concorrentes.

Criar e adaptar os produtos, de modo a obter preços competitivos e

satisfazer os clientes.

Ofertar, promover e colocar produtos no mercado, além de gerir redes de

relacionamentos comerciais com fornecedores e distribuidores.

A partir das atividades de marketing que já foram implementadas, avaliar

os resultados obtidos.

Em perspectiva semelhante, Kotler e Armstrong (2007, p. 4) destacam os dois

principais objetivos de marketing, como sendo atrair novos clientes e manter e

cultivar os clientes atuais, respectivamente, assegurando-lhes valor superior e

satisfação plena.

Kotler (1999, p. 23) menciona, portanto, que

O marketing tem por principal responsabilidade o alcance do crescimento em receitas lucrativas para a empresa. Ele deve identificar, avaliar e selecionar as oportunidades de mercado e

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estabelecer as estratégias para alcançar proeminência, senão domínio, no mercado alvo.

Na mesma linha, Kotabe e Helsen (2000, p. 30) enfatizam que “a estratégia

de marketing requer muita atenção aos consumidores e concorrentes”, isto é, focar

na satisfação das necessidades dos consumidores, sem, no entanto, ignorar a

concorrência que pode superar a organização com melhores produtos e preços.

Para Kotler e Armstrong (2007, p. 4), marketing é “o processo pelo qual as

empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles

para capturar seu valor em troca”. Na figura 01 pode-se visualizar esse processo

num modelo simples de cinco passos.

Figura 01: Um modelo simplificado do processo de marketing.

Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (2007, p. 4).

Em suma, o marketing pode ser definido como “o processo de entender e

atender ao mercado” (RICHERS, 2000, apud RIBEIRO e OLIVEIRA, 2006, p. 06).

Para concluir, cabe reafirmar que o marketing é a ferramenta mais adequada

para se conhecer os desejos e necessidades dos consumidores e assim, atendê-los

de forma satisfatória, levando-se em conta o ambiente em que a empresa está

inserida, seus objetivos quanto à geração de lucros e a intenção de obter maiores

fatias do mercado.

2.1.1 Orientações mercadológicas

O marketing pode ser orientado de diversas formas nas organizações. Kotler

e Keller (2006, p. 13-16) conceituam cinco orientações mercadológicas:

A orientação de produção: afirmam que empresas orientadas para a

produção direcionam seus esforços em atingir uma produção eficiente,

com baixos custos e distribuição em massa, sustentando que os

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consumidores dão preferência aos produtos que encontram com facilidade

e de baixo custo. Complementam afirmando que este conceito é

considerado um dos mais antigos nas relações comerciais e é também

utilizado por empresas que anseiam expandir o mercado;

A orientação de produto: abordam que empresas seguidoras dessa linha

dirigem-se para a fabricação de produtos de qualidade e em aperfeiçoá-los

no decorrer do tempo, sustentando a preferência dos consumidores em

produtos inovadores que ofereçam qualidade e desempenho superiores;

A orientação de vendas: salientam que as organizações assim orientadas,

direcionam esforços agressivos de venda e promoção, alegando que os

consumidores e as empresas, por conta própria, geralmente compram

quantidades insuficientes de produtos. O objetivo é, portanto, vender o que

se fabrica e não fabricar o que o mercado quer. Afirmam ainda que a

orientação de vendas seja mais agressivamente usada quando há

excesso de capacidade e com produtos poucos procurados.

A orientação de marketing: enfatizam que essa orientação está centrada

no cliente, na qual se produz o que o cliente quer, sendo mais eficaz que

os concorrentes na criação, na entrega e na comunicação de um valor

superior. Destacam também que o objetivo do marketing está voltado para

as necessidades dos consumidores, ou seja, satisfazê-los por meio do

produto e de todo o adjacente ligado a sua criação, entrega e consumo

final.

A orientação de marketing holístico: apontam como “o desenvolvimento, o

projeto e a implementação de programas, processos e atividades de

marketing, com o reconhecimento da amplitude e das interdependências

de seus efeitos”, considerando importantes os consumidores, os

funcionários, outras empresas, a concorrência e a sociedade como um

todo. Concluem afirmando que “o marketing holístico é, portanto, uma

abordagem do marketing que tenciona reconhecer e harmonizar o escopo

e as complexidades das atividades de marketing, conforme a figura 02.

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Figura 02: Dimensões do marketing holístico.

Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006, p. 16).

Já os autores Churchill e Peter (2000, p. 6-10) explicam as orientações

mercadológicas da seguinte forma:

Orientação para a produção: seu enfoque está no produto bem como em

sua fabricação, tendo como papel fundamental a entrega desses produtos

em locais onde possam ser comprados. Nessa orientação fabrica-se um

produto e informa-se aos clientes sobre os benefícios provenientes da

aquisição deste. A orientação para a produção torna-se adequada quando

a demanda por produtos é maior do que a oferta.

Orientação para vendas: consiste em “produzir bens e serviços, ir até os

clientes e levá-los a comprar”. Esse modelo conduz esforços de marketing

na venda de produtos largamente disponíveis e é comumente usado

quando a oferta é maior que a demanda.

Orientação para marketing: incide em compreender e atender as

necessidades dos consumidores por meio da criação de produtos e

serviços que os satisfaçam. Enquanto isso, as empresas devem alcançar

também suas metas e objetivos.

Orientação para o valor: alcança os objetivos da empresa assumindo a

postura de agregar valor superior aos clientes. Sustentado em diversas

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conjeturas sobre o cliente, esse modelo de orientação é uma extensão da

orientação para marketing.

Ribeiro e Oliveira (2006, p. 9-11) destacam três orientações como sendo

filosofias norteadoras das práticas gerenciais das empresas:

Orientação para a produção: filosofia focada nas capacidades internas da

organização, sem considerar os desejos e necessidades dos clientes. Não

é errado considerar a capacidade da organização em fazer o melhor, no

entanto, essa orientação pode conduzir a falhas se não for levado em

consideração se o que a organização está produzindo de melhor é

também o que atende às necessidades e desejos dos clientes atuais e

potenciais.

Orientação para vendas: filosofia fundamentada na concepção de que com

o uso de técnicas agressivas de vendas, o mercado consumirá mais

produtos. Assim, quanto maior o volume de vendas, maior será o lucro.

Para a força de vendas não importa a compreensão da necessidade do

cliente e nem a sua percepção de valor, ela foca nos seus esforços na

venda e um preço inferior ao dos concorrentes, por exemplo, é o suficiente

para fomentar as vendas. Essa orientação pode levar um empreendimento

ao insucesso se a organização não se preocupar com a satisfação dos

clientes, que são fontes inesgotáveis de recursos e de lucros para ela.

Orientação para o mercado: filosofia que sustenta toda a teoria de

marketing e adotada por organizações que focam na satisfação de

clientes. “Sustenta-se na compreensão de que as vendas não dependem

somente da qualidade intrínseca de um produto ou da agressividade da

força de vendas, mas, principalmente, da percepção de valor por parte do

cliente”. Quando orientada para o mercado, uma organização adota os

princípios de: focar nas necessidades e desejos de clientes e buscar pela

diferenciação de produtos perante a concorrência, integrar as diversas

atividades da organização para alcançar a satisfação dos clientes, atingir

os objetivos de longo prazo da organização e satisfazer os clientes de

maneira legal e socialmente responsável.

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A orientação de marketing societal é um novo termo que amplia a orientação

de marketing no que tange os conflitos potenciais existentes entre desejos e

interesses dos consumidores e o bem-estar social em longo prazo. Isto é, esse

modelo de orientação ostenta que as organizações devem “determinar as

necessidades, os desejos e os interesses dos mercados-alvo”, além de “fornecer as

satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que a concorrência”, de modo

a melhorar e preservar o bem-estar dos consumidores e da sociedade como um todo

(KOTLER, 2000, p. 47).

Ribeiro e Oliveira (2006, p. 11) afirmam que uma organização de gestão

responsável, busca alcançar resultados na dimensão econômica, social e ambiental.

As mesmas autoras (2006, p. 12) concluem enfatizando que “uma gestão

responsável se orienta por valores e práticas que perseguem a sustentabilidade da

própria empresa, considerando a indispensável sustentabilidade de todos os

recursos e atores em seu entorno”.

Observa-se que as empresas possuem ampla opção de escolha no que tange

a orientação mercadológica a ser seguida para atuarem no mercado. Na área de

vendas, a empresa deve adotar uma orientação estratégica e transmiti-la aos seus

vendedores para que juntos atinjam os objetivos organizacionais.

Portanto, a administração de marketing move esforços para satisfazer seus

clientes e atingir seus resultados conforme as mudanças do mercado na qual está

inserida. Para tanto, ela oferece às organizações e nesse caso, à área de vendas,

subsídios como planos estratégicos, compostos de marketing e implementação e

controle das atividades de marketing.

2.1.2 Composto de marketing

As atividades de marketing estão centradas no empenho de uma organização

em satisfazer os desejos e necessidades de seus clientes. Sob este enfoque, o

composto de marketing é considerado a ferramenta básica para a efetivação de tal

processo (KEEGAN, 2005, p. 2).

O composto de marketing, também conhecido como composto mercadológico

ou marketing mix é definido por Churchill e Peter (2000, p. 20) como “as ferramentas

estratégicas que uma empresa utiliza para criar valor para os clientes e alcançar os

objetivos organizacionais”.

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Em linha semelhante, Moreira et al. (2001, p. 32) afirmam que essas

ferramentas estratégicas são utilizadas desde a criação do produto até a sua

alocação no mercado.

Pode-se afirmar também, que o composto de marketing compreende “as

principais variáveis que viabilizam o processo de troca no mercado (RIBEIRO e

OLIVEIRA, 2006, p. 07).

O composto de marketing também chamado de “4 P’s” é formado pelos

seguintes elementos principais:

Figura 03: Os quatro Ps.

Fonte: Adaptado de Churchill e Peter (2000, p. 20).

Cada elemento do composto de marketing possui sua responsabilidade e

importância, cabendo ao gerente de marketing da empresa definir a melhor

utilização de cada um deles (FUTRELL, 2003, p. 37).

A seguir, os elementos que constituem o marketing mix serão explanados sob

a percepção de diferentes e conceituados autores da área mercadológica.

2.1.2.1 Produto

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O primeiro elemento do comporto de marketing refere-se a um bem material

que pode ser comprado ou a um serviço prestado, a fim do recebimento de uma

remuneração ou valor atribuído ao mesmo.

Nesse sentido, Churchill e Peter (2000, p. 20) apontam que o produto é “algo

oferecido por profissionais de marketing para clientes com propósito de troca”.

Em perspectiva similar, Futrell (2003, p. 38) salienta que o produto é um

conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que englobam características como a

embalagem, cor, marca, entre outras. Ele destaca ainda, a existência dos produtos

de consumo – destinados a compra e uso pessoal por consumidores – e dos

produtos industriais que são principalmente vendidos para a produção e uso de

outros produtos.

Kotler e Armstrong (2007, p. 200) coadunam com os demais autores, ao

definirem produto como sendo algo oferecido a um mercado para apreciação,

aquisição, uso ou consumo, a fim de satisfazer desejos ou necessidades, podendo

incluir serviços, objetos físicos, eventos, pessoas, lugares, organizações, idéias ou

um combinado destes.

Em linha semelhante, Ogden (2002, p. 8) destaca que o produto é composto

por:

benefícios para o consumidor ou usuário;

atributos de satisfação de desejos ou necessidades;

bens físicos ou serviços;

embalagem;

marca; e

rótulo ou decoração.

O autor (2002, p. 8) ainda afirma que “o mix de produto inclui informações

sobre como um produto é desenvolvido e o plano que está sendo usado para levá-lo

ao mercado [...]”.

Devido aos produtos terem vida útil variável, as estratégias de vendas devem

ser constantemente adequadas aos produtos que serão vendidos. Para tanto, faz-se

necessário conhecer o ciclo de vida do produto (CVP), que de acordo com Moreira et

al. (2001, p. 33), consiste em introdução, maturidade e declínio:

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Figura 04: Ciclo de vida do produto.

Fonte: Adaptado de Moreira et al. (2001, p. 33).

Enfatiza-se, portanto, a importância do elemento produto para o

desenvolvimento da função de marketing e para o alcance dos objetivos

organizacionais.

2.1.2.2 Preço

Kotler e Armstrong (2007, p. 258) consideram o preço um dos elementos do

mix de marketing mais flexíveis, pois pode ser alterado rapidamente. Os autores

(2007, p. 258) notam ainda, que o preço é o único elemento do mix gerador de

receita, diferentemente dos outros três elementos que representam custos.

Preço é um elemento do composto de marketing que se refere à quantidade

de dinheiro ou de outros recursos que são atribuídos pela troca de produtos e

serviços (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 20).

Corroborando com essa afirmação Moreira et al. (2001, p. 35) apontam que “o

preço representa o custo monetário do produto, a quantidade de dinheiro que os

consumidores têm de pagar para adquiri-lo”.

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25

Os mesmos autores (2000, p. 35) destacam que existem outros custos “não

monetários” embutidos no valor do produto que são incorridos pelo consumidor além

do preço, sendo eles oportunidade, conveniência e risco.

Futrell (2003, p. 38) afirma que o preço é fundamental para o consumidor e

também é parte importante do composto de marketing, sendo que as empresas

desenvolvem vários métodos e técnicas de preço para uso de seus profissionais.

Além disso, o processo de estipulação inicial de preço de cada produto é tarefa do

departamento de marketing que estabelecem o preço normal do produto e os

possíveis descontos especiais de preço (FUTRELL, 2003, P. 38).

“O preço deve ser baseado em critérios de lucratividade atual ou futura no

retorno sobre o investimento”. Os preços mais difíceis de serem calculados são os

de novos produtos a serem lançados no mercado. Aliás, esse preço servirá de

referência para a concorrência futura (MOREIRA et al., 2001, p. 35).

Ogden (2002, p. 8) coloca que o preço de um produto está atrelado a uma

série de tomadas de decisões, o que envolve considerar a elasticidade ou a

flexibilidade do preço, isto é, observar os compradores, os custos e a concorrência.

Embora outros fatores tenham ganhado maior prestígio, o preço ainda é o

principal fator que afeta a escolha do comprador, além de ser considerado um dos

elementos mais importantes na determinação da participação de mercado de uma

empresa, bem como de sua lucratividade (KOTLER e ARMSTRONG, 2007, p. 258).

Por fim, é necessário que os gerentes de marketing estejam atentos ao

mercado de atuação do produto, isto é, ao preço dos produtos similares e ao público

que desejam atingir, para que o preço estabelecido seja condizente com ambos.

2.1.2.3 Praça

A terceira ferramenta do mix de marketing corresponde a praça ou

distribuição. Aqui, de acordo com Kotler e Armsntrong (2007, p. 302), o sucesso de

uma empresa não depende de seu desempenho individual, e sim, da

competitividade de todo o seu canal de distribuição com os canais dos concorrentes.

Isso significa que para uma empresa ser eficaz no relacionamento com seus

clientes, precisa também, ser eficaz na administração de parcerias.

A praça, conhecida também como ponto de distribuição “refere-se à estrutura

do canal usado para transferir produtos da empresa para seus clientes”. Nesse

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sentido, é fundamental que os produtos estejam em local apropriado e acessível aos

consumidores (FUTRELL, 2003, p. 39).

Moreira et al. (2001, p. 36) observam que a praça está intimamente ligada

com a logística, pois a ela atribuí-se o conjunto de atividades envolvidas com tempo

e movimento de produtos e serviços.

Em complemento a esta posição, Churchill e Peter (2000, p. 20) sustentam

que a distribuição é responsável pela forma de entrega de produtos e serviços ao

mercado, para que estes estejam disponíveis para troca.

Existem vários canais de distribuição para bens industriais e de consumo,

sendo destacados como exemplos por Futrell (2003, p. 39) os varejistas, atacadistas

e revendedores.

São inúmeras as decisões tomadas a cerca da estrutura e do gerenciamento

de um canal e do tipo de sistema a adotar. Assim, “os objetivos de canal devem

refletir o desempenho, a extensão do controle sobre o canal e o suporte financeiro

disponível para construí-lo e gerenciá-lo” (OGDEN, 2002, p. 9).

Destaca-se, assim, que a distribuição é um instrumento de fundamental

importância por estar totalmente ligado ao acesso dos produtos e serviços ao

mercado.

2.1.2.4 Promoção

A promoção é o elemento do composto de marketing que faz com que os

clientes tenham conhecimento do produto, por meio da divulgação deste.

Para Churchill e Peter (2000, p. 20), “o elemento promoção, ou comunicação,

refere-se a como os profissionais de marketing informam, convencem e lembram os

clientes sobre produtos e serviços”, sejam através dos meios pessoais e impessoais.

Futrell (2003, p. 40) complementa ao afirmar que a promoção é o composto

de marketing que aumenta as vendas ao passar informações do produto aos clientes

potenciais. Além disso, também informa sobre os atributos, as vantagens e os

benefícios do produto, onde comprá-lo e a comparação de preço x valor.

O mesmo autor (2003, p. 40) lista quatro elementos básicos do esforço

promocional de uma empresa:

Venda pessoal: comunicação entre vendedor e cliente sobre a promoção.

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Propaganda: comunicação impessoal, ou seja, a comunicação quanto à

promoção, chegam aos clientes por meio da TV, rádio e publicações paga

por um patrocinador identificado.

Publicidade: comunicação impessoal, que não é paga pelos indivíduos e

organização, aparecendo na TV, rádio e publicações.

Promoção de vendas: envolvem atividades ou materiais para gerar vendas

de produtos, classificadas em dois tipos: promoção de vendas de

consumo: envolvem amostras grátis, cupons e demonstrações. Promoção

de vendas industriais: concursos de vendas, displays, preços especiais e

mercadorias como forma de estimular o atacadista e varejista a

comprarem grandes quantidades.

Esses elementos devem estar completamente integrados, comunicando a

mesma coisa para todos os interessados (OGDEN, 2002, p. 9).

Desse modo, os profissionais de venda devem atentar-se ao fato de que a

promoção varia conforme o tipo de mercado que está inserida (MOREIRA et al.,

2001, p. 37).

Moreira et al. (2001, p. 38) enfatizam ainda que fatores como custo, rapidez

de resposta, retorno esperado ou concorrência fazem com que profissionais de

marketing utilizem apenas alguns, de tantos elementos do composto promocional

disponíveis.

Dentre as diversas ferramentas de comunicações de marketing, destaca a

propaganda, que segundo Kotler e Armstrong (2007, p. 384), possuem o objetivo

geral de “ajudar a construir relacionamentos com o cliente pela comunicação do

valor para o cliente”. Já os objetivos específicos, conforme os mesmos autores

(2007, p. 385) envolvem:

Informar

• Comunicar o valor para o cliente.

• Informar o mercado sobre um novo produto.

• Explicar como o produto funciona.

• Sugerir novas utilizações para um produto.

• Informar o mercado sobre uma mudança de preço.

• Descrever os serviços disponíveis.

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• Corrigir falsas impressões.

• Construir a imagem de uma marca e empresa.

Persuadir

• Desenvolver preferência pela marca.

• Incentivar a troca por sua marca.

• Mudar as percepções dos clientes sobre os atributos do produto.

• Persuadir os clientes a comprar agora.

• Convencer os clientes a falar sobre a marca aos outros.

Lembrar

• Manter os relacionamentos com o cliente.

• Lembrar os consumidores que o produto pode ser necessário no futuro

próximo.

• Lembrar os consumidores onde comprar o produto.

• Manter a marca na mente dos clientes durante períodos de baixa

demanda.

A figura 05 apresenta as principais decisões de propaganda que são

necessárias para a concretização dos objetivos supracitados.

Figura 05: Principais decisões de propaganda.

Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (2007, p. 384).

Em relação à fatia do orçamento da empresa que será destinada a cada

produto e o nível de ênfase a se colocar em cada uma das variáveis promocionais é

tarefa a ser definida pelo gerente de marketing da empresa (FUTRELL, 2003, p. 40).

Em linha semelhante, Kotler e Armstrong (2007, p. 384) destacam que os

esforços de promoção moderna giram mundialmente bilhões de dólares por ano,

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envolvendo empresas comerciais e também uma vasta gama de organizações sem

fins lucrativos.

Concluindo, a promoção induz os consumidores à ação de compra, sendo

esta uma maneira eficaz de fazer com que os consumidores lembrem-se de uma

determinada marca.

Para sintetizar, Las Casas (1993, p. 15) apresenta o seguinte quadro com os

principais aspectos do composto de marketing:

Quadro 01: Composto de marketing.

PRODUTO PREÇO PRAÇA PROMOÇÃO

Teste e desenvolvimento do

produto Política de preços

Canais de distribuição

Propaganda Publicidade

Qualidade Promoção de vendas

Diferenciação Métodos para determinação

Transportes Venda pessoal

Embalagem Relações públicas

Marca nominal Desconto por quantidades

especiais Armazenagem Marca nominal

Marca registrada Marcar registrada

Serviços Condições de pagamento

Centro de distribuição

Embalagem

Assistência técnica Merchandising

Garantia

Fonte: Adaptado de Las Casas (1993, p. 15).

Logo se observa que o mix de marketing é fundamental para as organizações,

uma que vez que estas produzem produtos, realizam promoção através dos diversos

meios de comunicação existentes, informando aos consumidores em qual praça

seus produtos estão disponíveis e a que preço.

2.2 VENDAS

De acordo com Cobra e Tejon (2007, p. 09) as vendas tornam-se mais

desafiantes a cada dia, devido à complexidade do mundo dos negócios. Seja qual

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for o negócio, há o pressuposto da venda, isto é, a venda é uma necessidade

imposta, pois todos estão ligados a ela.

Por isso, não é difícil perceber que o departamento de vendas possui

destaque nas organizações. Além do mais, vendas “é um importante instrumento de

comunicação com o mercado, com o qual a empresa conta para a geração de

recursos [...]” (LAS CASAS, 1993, p. 16).

A venda é um processo antigo. Assim, os autores Cobra e Tejon (2007, p. 10)

explicam resumidamente este processo:

Historicamente, a venda está relacionada à Revolução Industrial, a qual gerou excedentes de produção que precisavam ser vendidos. Com isso, ela passou a ser a base da existência das organizações. Como os mercados tornaram-se extraordinariamente competitivos, a luta pela sobrevivência passou a ser diuturna, exigindo das empresas muita determinação e competência em vendas.

Em complemento ao supracitado, Teixeira et al. (2004, p. 19) colocam que

atualmente, vendas possui o formato básico de estrutura e processos existentes

antes da aplicação do marketing, direcionado pelo mercado.

Tem-se conhecimento de que as vendas fazem ligação direta entre as

empresas e os consumidores, sendo que, o propósito das empresas é satisfazer

seus clientes através de seus produtos e serviços prestados.

Assim, pode-se afirmar que o objetivo da venda é transferir a posse de um

produto ou serviço (COBRA e TEJON, 2007, p. 14).

Na concepção de Teixeira et al. (2004, p. 19) “a atividade de vendas tem

como foco efetivar/estimular um consumo cuja propensão foi planejada e

ferramentalizada por marketing”.

Diferentemente do marketing que desenvolve a função de planejamento e

busca resultados a médio e longo prazo, “vendas cumpre papel tático e tem

objetivos de curto prazo [...]” (TEIXEIRA et al., 2004, p. 23).

Segundo Las Casas (1999, p. 19) “as vendas é um elo direto do marketing

com o consumidor, pois é através do vendedor que se tem o feedback sobre o

produto endereçado ao cliente, aceitação, e propagação do mercado”.

Para Teixeira et al. (2004, p. 25), vendas não significa apenas o comércio de

produtos, e sim, a presença e a permanência da empresa no mercado.

Richers, Figueiredo e Hamburger (1970, p.111) citam que é inconteste o fato

de que todas as atividades de uma empresa pouco irão significar, caso vendas não

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seja bem sucedida. Além disso, eles salientam que funções relevantes, como por

exemplo, a de avaliar o mercado é desempenhada por vendas, independente de ela

ser formada por uma pessoa (geralmente no caso de pequenas empresas), ou

constituída por um departamento (geralmente no caso das grandes empresas).

Entende-se nesse sentido, que vendas precisa desempenhar um conjunto de

papéis determinantes para o seu sucesso e que para tanto, faz-se necessário uma

boa administração dessa área.

Em perspectiva similar, Cobra (1997, p. 161) afirma que “tão importante como

vender é administrar a venda, pois até que o cliente receba e aceite a mercadoria

constante em seu pedido, a venda é apenas um compromisso de compra e venda

sem grande valor legal (a menos que conste de um contrato formal).”

Conforme Cobra e Tejon (2007, p. 15), “a venda é uma atividade que parte de

um mistério: o desejo oculto do cliente”. No entanto, desvendar esse mistério pode

não ser fácil. Para que vendas seja um desafio superável, é preciso ter bom senso e

autodeterminação.

Las Casas (1993, p. 17-18) aponta as contribuições advindas da atividade de

vendas para a sociedade:

Importância para a economia: precisa-se da ação de vendas para que os

produtos sejam vendidos, aumentando o número de produtos disponíveis

aos consumidores, consequentemente aumentando a produção e o

número de empregos e investimentos.

Melhor padrão de vida: os esforços de vendas são voltados para levar

produtos aos consumidores que proporcionem melhoramento do padrão

de vida.

Aperfeiçoamento do produto: os vendedores recebem as reclamações ou

elogios do mercado consumidor, o que possibilita a empresa trabalhar no

melhoramento dos produtos.

Manutenção da atividade empresarial: o departamento de vendas é

gerador de receitas e sem elas a empresa não consegue manter-se.

Desenvolvimento de profissionais: o setor de vendas desenvolve

profissionais de alto nível, pois o pessoal de vendas aprende a ser flexível,

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possui intenso convívio social, precisa controlar seu tempo, entre outras

atividades além de vender.

Em suma, pode-se afirmar que “a venda é a arte da comunicação e do

relacionamento que objetiva conquistar compradores, transformando-os em clientes

por muito tempo” (TEJON e COBRA, 2007, p. 9).

Para finalizar vale afirmar que, vendas é uma das únicas atividades que não

se beneficia pelo uso correto de processos, ou seja, para vendas não existe um

modelo ideal. Cada empresa deve desenvolver seu próprio modelo, conforme as

características do seu mercado de atuação e do momento que atravessa (TEIXEIRA

et al., 2004, p. 20).

Reafirmar-se, assim, a necessidade de uma boa administração de vendas,

para que, os objetivos de vendas sejam alcançados e para que os processos de

vendas sejam realizados da melhor maneira possível.

2.2.1 Administração da força de vendas

Frente à acirrada concorrência existente no mercado, vê-se por parte das

empresas uma busca incessante do alcance de seus objetivos e da obtenção de

maiores fatias do mercado. Assim, a administração de vendas torna-se uma

ferramenta indispensável para tal processo, uma vez que dela depende o

desempenho da força de vendas e consequentemente o desempenho da empresa.

Conforme Teixeira et al. (2004, p. 13), “a atividade de vendas tem um papel

de vital importância para a sustentabilidade de qualquer empresa”. Os autores

(2004, p. 14) também afirmam que para um ótimo desempenho de qualquer sistema

comercial, é preciso da retaguarda da Administração de Vendas.

Para Cobra (1994, p. 21-22), administrar vendas é um procedimento gerencial

das funções organizacionais da venda pessoal que incluem, entre outras, as

seguintes tarefas:

Descrição das funções de venda pessoal.

Definição do papel estratégico da função de vendas.

Configuração da organização de vendas.

Desenvolvimento da força de vendas.

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Direcionamento da força de vendas.

Determinação do modelo de avaliação de desempenho da força de

vendas.

Churchill e Peter (2000, p. 518) asseguram que a força de vendas de uma

organização precisa ser administrada e governada por um plano de vendas, que

significa declarar formalmente as metas e estratégias de vendas.

Para os mesmos autores (2000, p. 518-519), as atividades básicas da

administração de vendas são a elaboração e o controle dos planos de vendas.

Essas atividades são geralmente desempenhadas pelos gerentes de vendas, assim

os autores concluem.

Em complemento a esta afirmação, destaca-se que “um dos maiores desafios

dos executivos de vendas é administrar o tempo e os recursos para conseguir os

resultados desejados” (TEIXEIRA et al., 2004, p. 53).

Em 1948, o comitê de definição da Associação Americana de Marketing,

definiu administração de vendas como “o planejamento, direção e controle de venda

pessoal, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, providências de recursos,

delegação, determinação de rotas, supervisão, pagamento e motivação, à medida

que estas tarefas se aplicam a força de vendas” (LAS CASAS, 1993, p. 18).

Tejon e Cobra (2007, p. 13) enfatizam a importância de se ter vendedores

preparados para que as vendas sejam bem sucedidas. É preciso que a força de

vendas seja competente para auxiliar o cliente na compra, pois atualmente, ter bons

produtos e bons preços não é o bastante.

Observa-se, portanto, a proeminência da administração de vendas para o

bom funcionamento da força de vendas, bem como de seus processos, já que esta é

a responsável pelo planejamento, organização, direcionamento e controle das

atividades envolventes a vendas.

2.2.2 Planejamento da força de vendas

De acordo com Las Casas (2006, p. 413), “através do planejamento é

possível precaver-se contra eventualidades futuras, adequando a empresa ao nível

de atividades necessárias”.

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Com o planejamento, avaliam-se melhor os pontos fortes e fracos,

administram-se melhor as dificuldades e há maior segurança na presença do cliente

e nas negociações com ele (MOREIRA et al., 2001, p. 21).

Em outras palavras, Las Casas (2006, p. 413) explica que o planejamento da

área de vendas consiste, a partir dos objetivos organizacionais, na análise das

situações internas e externas, na elaboração da previsão do que pode acontecer, na

preparação para atender e executar a previsão, além do controle do trabalho para o

alcance de tais objetivos.

Para Frutell (2003, p. 387), planejamento é a “definição de linhas amplas para

metas, políticas e procedimentos que levarão ao cumprimento dos objetivos da

empresa”.

Em perspectiva similar, Cobra (1997, p. 73) salienta que o “planejamento

mercadológico é um desenvolvimento sistemático de ações programadas para

atingir objetivos da empresa, através do processo de análise, avaliação e seleção

das melhores oportunidades”.

Moreira et al. (2001, p. 95) citam cinco etapas bases para o processo do

planejamento de vendas:

avaliação das oportunidades de mercado;

estimativa de potencial de mercado;

previsão de vendas;

segmentação de mercado; e

distribuição e logística.

No entanto, os mesmos autores ratificam (2001, p. 95) que apesar de

existirem essas etapas básicas, que mostram a direção a ser seguida, nem todas as

organizações conseguem efetivamente planejar suas vendas. Isso se deve, muitas

vezes, a cultura organizacional, ao não-profissionalismo da administração e ao

crescimento em ritmo intenso e por isso, desorganizado.

Diante das diversas colocações, evidencia-se o planejamento como uma

ferramenta fundamental para o alcance dos objetivos das vendas, haja vista sua

funcionalidade em detalhar as tarefas a serem desenvolvidas e os meios a serem

utilizados para o atingimento desses objetivos.

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Para concluir, Kotler (2000, p. 638) afirma que alguns pontos no planejamento

da força de vendas precisam ser considerados cautelosamente pelas empresas:

objetivos da força de vendas, estratégias, estrutura, tamanho e remuneração, nas

quais serão apresentados a seguir.

2.2.2.1 Objetivos da força de vendas

Os objetivos da força de vendas e a determinação de suas prioridades são

estabelecidos pelo profissional de vendas dentro do planejamento da força de

vendas (MOREIRA et al., 2001, p. 61).

Os objetivos, por sua vez, precisam ter características como: serem

formulados por escrito, mensuráveis, claros, específicos e desafiadores, porém,

alcançáveis (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 88).

Kotler (2000, p. 638) sustenta que é papel das empresas definirem os

objetivos específicos que elas esperam que sejam alcançados por sua força de

vendas e transmiti-los de forma clara a seus vendedores.

Assim, o mesmo autor (2000, p. 639) destaca as principais tarefas específicas

dos vendedores que devem ser planejadas com cuidado e antecedência:

Prospecção de clientes: consiste em buscar clientes potenciais e

indicações.

Definição do alvo: decisão de como alocar o tempo entre clientes em

perspectivas e clientes atuais.

Comunicação: é a transmissão de informações sobre os produtos e

serviços da empresa.

Venda: aproximação do cliente, apresentação, resposta e objeções e

fechamento da venda.

Atendimento: é a oferta de vários serviços aos clientes, como consultorias

e assistência técnica, por exemplo.

Coleta de informações: consiste na condução de pesquisas de mercado e

trabalho de inteligência, isto é, a captação de informações.

Alocação: nos períodos de baixa oferta, é preciso definir quais clientes não

poderão ficar sem produtos.

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Em suma, Kotabe e Helsen (2000, p. 434) ponderam que os objetivos da

força de vendas são os papéis desempenhados por ela para o alcance dos objetivos

estratégicos organizacionais.

Em linha semelhante, Moreira et al. (2001, p. 20) afirmam que para traçar

seus objetivos conforme a realidade do mercado, as organizações precisam ter em

mente as oportunidades e ameaças de seu entorno, as expectativas externas e

internas em relação à filosofia da empresa e seus pontos fortes e fracos.

Vê-se, portanto, a importância do traçar dos objetivos no planejamento da

força de vendas, uma vez que deles dependem as ações da força de vendas para o

alcance dos resultados esperados pela organização.

2.2.2.2 Estratégias da força de vendas

Após traçar os objetivos, faz-se necessário desenvolver estrategicamente a

força de vendas, de modo que esta visite os clientes certos, no momento certo e da

maneira certa (KOTLER, 2000, p. 640).

Na mesma linha, Kotabe e Helsen (2000, p. 434) asseguram que com os

objetivos da força de vendas constituídos, a organização pode focar nas estratégias

necessárias para alcançá-los.

Estratégia é a “arte de aplicar os meios disponíveis com vista à consecução

de objetivos específicos” (FERREIRA, 2004).

Moreira et al. (2001, p. 21) afirmam que os objetivos determinam o que a

empresa procura atingir e que as estratégias, nesse sentido, correspondem as ações

necessárias para o alcance desses objetivos.

Em perspectiva similar, Churchill e Peter (2000, p. 90) colocam que as

estratégias envolvem planos centrados em alcançar objetivos e que essas

estratégias só obtêm sucesso quando levam a organização a alcançar esses

objetivos.

Em outras palavras, “cada objetivo pode corresponder mais de uma

estratégia, e uma estratégia pode viabilizar mais de um objetivo (MOREIRA et al.,

2001, p. 22).

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37

A estratégia, de acordo com Teixeira et al. (2004, p. 61), “orienta a atuação de

vendas, indicando a direção para a qual devem ser dirigidos os esforços e o

gerenciamento das ações táticas”.

Assim, os mesmos autores (2004, p. 61) destacam as seguintes importantes

orientações:

Estratégias de marketing e produtos: devem ser informadas de forma clara

e adequada, a fim de manter as funções de vendas informadas e

comprometidas com o desenvolvimento das estratégias.

Estratégias de criação de valor: com o objetivo de serem valorizados, é

preciso comunicar aos compradores, os valores agregados das ofertas.

Estratégias competitivas: é preciso conhecer os pontos fortes e fracos dos

concorrentes e estabelecer estratégias competitivas, pois se sabe que os

mercados estão cada vez mais competitivos e a um nível de exigências

dos compradores cada vez mais alto.

Estratégias políticas: a fim de conquistar negócios, essa estratégia visa

conquistar e manter alinhamento político com os compradores, haja vista a

poderosa vantagem competitiva do relacionamento com o cliente.

Além das orientações estratégicas, a força de vendas pode trabalhar com

seus clientes de diversas maneiras, conforme destaca Kotler (2000, p. 640):

Vendedor para comprador: um comprador atual ou potencial é contatado

por um vendedor, pessoalmente ou por telefone.

Vendedor para grupo de compradores: um vendedor contata o maior

número possível de membros de determinado grupo de compradores.

Equipe de vendas para grupo de compradores: os membros do grupo de

compradores da empresa cliente recebem contato direto de uma equipe

de vendas.

Reunião de vendas para grupo de compradores: um vendedor realiza uma

reunião para discutir problemas ou oportunidades mútuas com

profissionais da empresa e clientes potenciais.

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Seminário de vendas: uma equipe da empresa realiza um seminário para

a empresa-cliente, com o intuito de mantê-la informada sobre as últimas

novidades do setor.

Churchill e Peter (2000, p. 90-91), citam quatro estratégias de uma

organização, cujos objetivos estejam ligados ao crescimento das vendas e lucros:

Estratégias de penetração no mercado: estratégias de crescimento pela venda de uma maior quantidade dos produtos existentes da empresa para seus clientes existentes. Estratégias de desenvolvimento do mercado: estratégias de crescimento pela venda de produtos existentes a novos clientes. Estratégias de desenvolvimento de produtos: estratégias de crescimento pelo desenvolvimento de novos produtos para servir clientes já existentes. Diversificação: estratégias de crescimento pelo atendimento a novos clientes por meio da oferta de novos produtos.

Cobra (1994, p. 60-61) destaca ainda a abrangência das estratégias que

podem ser classificadas como:

Estratégia global: na qual sua formulação depende das alternativas

estratégicas viáveis e de uma análise de mercado;

Estratégia operacional: que visa levantar necessidades de recursos e

planejar a distribuição destes, com o intuito de aumentar a lucratividade, a

participação de mercado, a produtividade e melhorar o retorno sobre

investimentos;

Estratégia funcional: consiste em identificar quem faz o que, como, o que e

quando nos diversos departamentos organizacionais.

Portanto, as estratégias devem estar alinhadas aos objetivos da organização,

bem como, ao seu mercado de atuação, a fim de mantê-la competitiva, agregando

valores aos seus produtos e assim, satisfazendo as necessidades e desejos de seus

clientes.

2.2.2.3 Estrutura da força de vendas

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Uma vez definidos os objetivos e as estratégias, é preciso estruturar a força

de vendas e ficar atento a ela, devido às mudanças e as crescentes demandas do

mercado.

A força de vendas pode ser estruturada de diversas maneiras, ambas

apresentando vantagens e desvantagens. Por isso, é importante definir qual se

adéqua melhor aos objetivos e estratégias já traçados pela organização.

“A estrutura refere-se a formatos ou configurações de áreas básicas e críticas

para a atuação de vendas” (TEIXEIRA et al., 2004, p. 54).

Kotabe e Helsen (2000, p. 434) expõem que a estrutura indica o

posicionamento físico e as responsabilidades dos vendedores.

Para Cobra (1997, p. 496), devem-se levar em conta duas prerrogativas

básicas na estruturação da força de vendas:

Força de vendas direta: uso de vendedores próprios, exclusivos, que

visitam diretamente os clientes da empresa.

Força de vendas indireta: uso de vendedores sem vínculo empregatício,

ou seja, vendedores dos representantes, das distribuidoras ou os

chamados vendedores autônomos.

Faz-se uso também, de uma força de vendas mista, ou seja, um mix de

vendedores próprios e vendedores indiretos.

De acordo com Miguel (2006, p. 323), os fatores que determinam a escolha

do uso de vendedores próprios ou indiretos são: custos, visibilidade de presença no

mercado, necessidade de supervisão e controle das atividades de vendas.

Depois de realizada a estruturação da força de vendas em relação ao seu

formato, é preciso estruturá-la em relação a sua atuação no mercado.

Nesse sentido, serão apresentados a seguir diversos modelos de estrutura

para a força de vendas sob a percepção de diferentes autores.

Kotler (2000, p. 640) afirma que a estrutura da força de vendas sofre

implicações de suas estratégias.

Assim, Kotler e Armstrong (2003, p. 416-417) apresentam as seguintes

formas para a estruturação da força de vendas:

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40

Força de vendas estruturada por território: “cada profissional de vendas é

designado para um território exclusivo”. Essa estrutura é vantajosa por

definir claramente as responsabilidades do vendedor, por incentivar o

vendedor a cultivar negócios locais e ligações pessoais devido à

responsabilidade territorial, e devido às despesas com viagens serem

reduzidas;

Força de vendas estruturada por produto: nesta é importante os

vendedores conhecerem seus produtos. Isso se justifica quando produtos

são tecnicamente complexos, pouco relacionados entre si ou muito

numerosos;

Força de vendas estruturada por mercado: utilizada quando a força de

vendas é especializada conforme o setor ou um grupo de clientes. A

vantagem dessa estrutura é a possibilidade de se conhecer as

necessidades específicas dos clientes. A desvantagem são os custos e o

tempo disposto em viagens para atender os clientes espalhados pelo país;

Força de vendas estruturada por combinações de estrutura: uma empresa

combina estruturas quando vende diversos produtos, para diversos

clientes distribuídos em uma vasta área geográfica. Assim, os vendedores

podem ser direcionados por território-mercado, produto-mercado, território-

produto, e assim por diante.

Kotler (2000, p. 641) salienta ainda que as empresas “precisam revisar sua

estrutura de força de vendas à medida que as condições econômicas e de mercado

mudam”, a fim de atender de forma eficaz seu mercado consumidor.

Em linha semelhante à de Kotler e Armstrong (2003, p. 416-417), Churchill e

Peter (2000, p. 519) colocam que os territórios de vendas são “grupos de clientes

atuais e potenciais designados a determinados vendedores, filiais, revendedores ou

distribuidores” e destacam as seguintes estruturas:

Estrutura geográfica: cada vendedor possui um território geográfico,

visitando todos os clientes potenciais e normalmente representando todos

os produtos da empresa. Nessa estrutura sabe-se a distância que cada

vendedor precisa viajar para contatar clientes;

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Estrutura por produto: cada vendedor visita os clientes potenciais e

existentes para um determinado produto ou linha de produtos. É vantajosa

quando se trata de produtos que exigem conhecimentos técnicos, porém,

pode acontecer de mais de um vendedor visitar o mesmo cliente;

Estrutura por cliente: um vendedor é designado a atender um único cliente

ou setor. “Ela funciona melhor quando diferentes tipos de compradores

possuem grandes necessidades ou necessidades significativamente

diferentes”. Apesar de despender tempo, pode resultar em grandes

vendas e clientes satisfeitos.

Uma empresa adota uma estrutura de territórios de vendas dentre as diversas

existentes para dividir as responsabilidades de vendas.

Nesse contexto, Miguel (2006, p. 324) salienta que o território de vendas

compreende um grupo de clientes ou uma área geográfica atribuídos ao profissional

de vendas, em que este deve cumprir seus objetivos e metas. Dentre os diversos

territórios existentes, o autor destaca os principais:

Território geográfico: podem abranger estados, cidades, bairros, quadras

ou prédios, observando-se as barreiras geográficas e outras variáveis que

facilitem o acesso do vendedor;

Território por tipo de produto ou aplicação: o vendedor possui alto

conhecimento do produto e sua aplicabilidade e ele poderá visitar todos os

clientes atuais e potenciais;

Território por tipo de cliente ou indústria: a comunicação é facilitada por

esse território ser geralmente designado a um vendedor que possui amplo

conhecimento do negócio do cliente ou do setor de atuação;

Território de clientes especiais: são denominadas contas-chaves devido ao

volume de negócios e ao marketing de relacionamento. Geralmente são

gerentes de contas ou vendedores sênior que os atendem;

Território combinado: o importante é que nenhum território fique

descoberto e para tanto, os vendedores podem adotar designações mistas

de território. Algumas responsabilidades como a quantidade e qualidade

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42

das visitas, satisfação dos clientes e tarefas administrativas, por exemplo,

devem ser ressaltadas aos vendedores.

Observa-se a semelhança entre os modelos apresentados, na qual todos

induzem a maximização das vendas, redução de custos e satisfação dos clientes por

meio da escolha adequada da estrutura da força de vendas.

Em perspectiva similar, Futrell (2003, p. 362) questiona: por que estabelecer

territórios de vendas? Para a resposta, o autor cita sete importantes razões ou

motivos que levam as empresas a criarem e usarem territórios de vendas, sendo

eles:

Obter cobertura total do mercado;

Estabelecer as responsabilidades de cada profissional de vendas;

Avaliar o desempenho;

Melhorar os relacionamentos com os clientes;

Reduzir as despesas de vendas;

Permitir melhor ajuste entre o profissional de vendas e as necessidades do

cliente;

Beneficiar tanto os profissionais de vendas como a empresa.

Para Teixeira et al. (2004, p. 54-56), os componentes que constituem a

dimensão da estrutura da força de vendas são:

Cobertura e segmentação de mercado: componente para atingir os

compradores potenciais, levando em consideração suas similaridades e

particularidades. Objetiva “estar o mais próximo possível dos compradores

em todas as etapas da venda”.

Configuração de territórios de vendas: componente que permite identificar

o tamanho, o tipo e o perfil da força de vendas para organizá-la de modo a

atender e manter determinados tipos de compradores.

Organização e processos: componente que permite organizar, planejar,

executar e monitorar as funções de vendas, a fim de não desperdiçar

tempo e recursos da empresa.

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Fica evidente a proeminência da estrutura para o bom desempenho das

atividades de vendas, independente de sua forma ou ordem de exposição. É válido

apenas que cada organização adote a estrutura que se adéque melhor ao seu

negócio e com seu mercado de atuação.

É válido destacar, que os gerentes fiquem atentos aos exageros no

atendimento e nas atitudes dos vendedores para que não haja conflitos nesse

processo (LAS CASAS, 1999, p. 22).

O mesmo autor (2006, p. 414) enfatiza ainda, o desafio dos gerentes ao

definirem a melhor estrutura para a força de vendas, no sentido de evitar injustiças e

não gerar desmotivação, isto é, tomar o devido cuidado para que cada vendedor

entenda que seu território possui o mesmo potencial que o território de outro

vendedor da organização e que a sobrecarga do território dada a ele não exija mais

afazeres que dos outros.

Cabe mencionar ainda que uma empresa pode ter produtos ou clientes

diferentes, exigindo assim, conhecimento e experiências de vendedores diferentes

para atender a demanda de clientes (MCCARTHY e PERREAULT, 1997, p. 249).

Portanto, a escolha da estrutura a ser adotada, apesar de parecer simples

torna-se delicada, devido as peculiaridades dessa escolha e devido também a suas

consequências implicarem diretamente nos resultados da força de vendas e

conseguintemente nos resultados organizacionais.

2.2.2.4 Tamanho da força de vendas

Com os objetivos traçados, estratégias definidas e força de vendas

estruturada é hora de definir o tamanho da força de vendas, para que seja bem

distribuída conforme seus produtos e mercados-alvos.

Kotler (2000, p. 642) considera os vendedores um dos patrimônios mais

produtivos e caros de uma empresa e que conforme se aumenta o número de

vendedores, maiores serão as vendas e os custos.

No entanto, os gerentes de vendas precisam decidir quantos vendedores são

necessários para atender a demanda de clientes.

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Nesse sentido, McCarthy e Perreault (1997, p. 249) afirmam que primeiro

deve-se estimar quanto trabalho pode ser executado por uma pessoa em certo

período de tempo e depois estimar quantas pessoas serão necessárias.

Futrell (2003, p. 390), assegura que diversos fatores estão associados ao

tamanho da força de vendas:

natureza do trabalho;

intensidade da cobertura de mercado (distribuição intensiva, seletiva ou

exclusiva); e

tipo de produtos vendidos.

Miguel (2006, p. 327) aborda que, as variáveis que influenciam nas decisões

em relação ao tamanho da força de vendas, dependem do direcionamento

estratégico da empresa, sendo as mais comuns:

carga de visitação a clientes e perspectivas de negócio;

custos de atendimento;

potencial de vendas;

tipos de linhas de produtos;

tipos de clientes; e

localização.

O tamanho da força de vendas depende também, da estrutura adotada pela

empresa (KOTABE e HELSEN, 2000, p. 434).

As organizações se utilizam de diversos critérios para a estruturação da força

de vendas e esses critérios podem variar de uma organização para outra. Nessa

perspectiva, há vários meios para determinar o tamanho da força de vendas, sejam

eles quantitativos, na qual se faz uso de cálculos, ou qualitativos, que não possui

qualquer determinação explícita de como as várias alternativas afetariam a margem

operacional da empresa (COBRA, 1994, p. 259).

Miguel (2006, p. 327) explica que devido à dinamicidade do mercado, as

organizações precisam ser rápidas e flexíveis na adoção de medidas quantitativas e

qualitativas que cubram adequadamente todos os territórios de vendas.

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Para determinar o tamanho da força de vendas é necessário estabelecer a

quantidade de clientes desejada e pode-se fazer uso de uma abordagem de carga

de trabalho que consiste nas etapas listadas por Kotler (2000, p. 643):

Clientes agrupados por tamanho, conforme o volume anual de vendas.

A frequência de visitas desejáveis para cada conta é determinada para

cada classe.

O número de clientes em cada grupo classificados por tamanho é

multiplicado pela frequência de visitas correspondentes para se obter a

carga de trabalho total para o país, em visitas por ano.

O número médio de visitas por ano é determinado conforme um vendedor

pode fazer.

Determina-se o número de vendedores necessários, dividindo-se o

número total de visitas anuais exigidas pela média anual de visitas

realizadas.

Futrell (2003, p. 390-391) coloca que o método da abordagem por

decomposição é atualmente usado para determinar o tamanho da força de vendas e

que consiste em três passos:

1. Previsão de vendas e cálculo dos potenciais de vendas: realiza-se a

previsão de vendas para o mercado total da empresa e para cada região

geográfica, calculando-se também os potenciais de vendas.

2. Determinação do volume de vendas necessário para cada território: a

gerência estipula o nível de vendas necessário para a manutenção dos

territórios. Para tanto, considera-se todos os custos associados ao

território, inclusive salários e despesas dos vendedores.

3. Definição do número de territórios: a abordagem por decomposição é a

mais simples e faz uso de fatores como vendas, população ou número de

clientes, a partir da seguinte fórmula:

Tamanho da força de vendas = _ _ Vendas previstas __ .

Vendas médias por profissional de vendas

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Moreira et al. (2001, p. 209-211) apresentam três métodos usuais para se

determinar o número de vendedores necessários para uma equipe de vendas:

1. Método de duração da visita: considera-se o tempo médio de cada uma

das visitas, a frequência necessária de se visitar cada cliente e o número

de clientes da empresa. Assim, tem-se:

Nº de vendedores = Nº de clientes X Duração da visita X Frequência da visita

Nº de horas disponíveis do vendedor

2. Método de potencial de vendas ou método de Semlow: toma como base a

previsão de vendas da empresa e dimensiona o número de vendedores.

Assim, tem-se:

Nº de = Previsão de vendas + Giro dos vendedores x Previsão de vendas

vendedores Volume desejado

3. Método de carga de visitação ou método de Talley: baseia-se no tempo

necessário para o cliente ser atendido e na experiência que o executivo de

vendas tem no negócio. Assim, o principal parâmetro a ser utilizado é o

potencial de compra dos clientes. O primeiro passo para usar esse método

é agrupar os clientes por potencial de compra. Levando-se em conta esse

potencial, é definido o número de visitas que cada categoria de clientes

deveria receber. Portanto:

Nº de vendedores = Nº de clientes X Nº de visitas

Nº de visitas por vendedor

Em síntese, os mesmos autores (2001, p. 209) concluem que para

dimensionar o tamanho da força de vendas, independente do método de cálculo a

ser utilizado, deve-se saber o número de clientes atuais e potenciais, a duração da

visita pelo tipo de produto e pelo porte da empresa, a frequência da visita pelo tipo e

pelo potencial do cliente e o tempo necessário para o deslocamento entre clientes.

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Para se chegar a uma decisão ótima a cerca do tamanho da força de vendas,

é desejável que as organizações realizem uma avaliação simultânea das

oportunidades e das restrições de mercado constantemente (COBRA, 1994, p. 259).

Para finalizar, Kotler (2000, p. 643) observa que muitas empresas têm

reduzido o tamanho de sua força de vendas, devido ao custo de manutenção desse

departamento ser elevado.

O mesmo autor (2003, p. 418) expõe ainda que, estudos revelam que o

encolhimento das forças de vendas deve-se ao avanço na área da tecnologia de

vendas, como a internet e o uso de softwares de gerenciamento de contas, além das

fusões de empresas vendedoras e clientes, que acabam por requerer menos

pessoal para atender e tornam-se menos uma empresa a ser atendida.

Definir o tamanho da força de vendas exige cautela, independente do método

a ser utilizado, haja vista que o resultado desse processo interfere na qualidade do

atendimento aos clientes, nos custos e, portanto, na lucratividade da organização.

2.2.2.5 Remuneração da força de vendas

Remuneração conforme Ferreira (1967) é o ato ou efeito de remunerar. Logo,

o mesmo autor (2001, p. 624) define remunerar como o ato de pagar salários e

honorários ou ainda o ato de dar prêmio, compensação e/ou gratificação.

Chiavenato (2004, p. 260) propõem as seguintes definições:

• Remuneração é o processo que envolve todas as formas de pagamento ou de recompensas dadas aos funcionários e decorrentes da sua atividade exercida. • Remuneração é a função de RH que lida com as recompensas que as pessoas recebem em troca do desempenho das tarefas organizacionais. • Remuneração inclui retornos financeiros e serviços tangíveis, além de benefícios aos empregados como parte das relações de emprego.

A remuneração da força de vendas enfoca todos os aspectos que compõem o

seu salário, como valores fixos, comissões e prêmios (MOREIRA et al., 2001, p.

275).

Elaborar um plano de remuneração atraente, para conseguintemente, manter

um bom quadro de vendedores não é tarefa fácil. Isso porque, os objetivos da

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gerência em relação a essa remuneração podem confrontar com os objetivos dos

vendedores.

Nesse sentido, Teixeira et al. (2004, p. 58) consideram um dos principais

pontos da administração de vendas o desenho de um sistema de remuneração, que

satisfaça os vendedores e que, ao mesmo tempo, seja eficaz para a organização.

Futrell (2003, p. 409) destaca que a remuneração é o fator mais relevante

para o sucesso da força de vendas, e que a implementação de um sistema eficiente

de recompensas está diretamente relacionada ao nível desse sucesso.

Corroborando com essa afirmação, Teixeira et al. (2004, p. 58) colocam que

“a remuneração inadequada é o motivo principal de problemas de desempenho em

vendas e fracos resultados”.

Autores como McCarthy (1997, p. 251), Futrell (2003, p. 410) e Miguel (2006,

p. 325), enfatizam que a remuneração é fator determinante para motivar e manter o

interesse dos melhores profissionais em vendas. Entretanto, Moreira (2001, p. 275)

afirma que diversos autores consideram a remuneração um fator higiênico, isto é,

apenas uma geradora de satisfação ou insatisfação.

Além disso, a remuneração pode estar diretamente relacionada à imagem da

empresa. Vendedores financeiramente satisfeitos trabalham entusiasmados,

aumentando as possibilidades de criarem uma boa imagem da empresa (LAS

CASAS, 2006, p. 419).

É preciso, portanto, que os gerentes desenvolvam planos de remuneração

atraentes e planejados para atrair, motivar, satisfazer e manter vendedores de alta

qualidade, além de afetar positivamente a imagem da empresa.

Para Las Casas (2006, p. 419-420), existem requisitos principais a serem

considerados ao elaborar-se um plano de remuneração consistente:

Considerar os fatores internos e externos à empresa.

Ser justo, considerando as diferenças territoriais e potenciais.

Proporcionar condições para aumentar o nível salarial.

Proporcionar condições para atrair profissionais competentes, mantê-los e

desenvolvê-los com motivação a custos que estejam dentro dos padrões

aceitáveis.

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Proporcionar condições para a administração exercer controle das

atividades de vendas, quando necessário.

Segundo Kotler (2000, p. 644), outros componentes da remuneração da força

de vendas devem ser examinados: quantia fixa para proporcionar estabilidade de

renda profissional, quantia variável que pode ser comissões, bonificações ou

distribuição de lucros que estimulem um esforço maior, ajuda de custo que permite

cobrir despesas com transporte e hospedagem, por exemplo, e benefícios que dão

segurança e satisfação no trabalho como férias remuneradas, plano de saúde,

seguro contra acidentes, entre outros.

Sabe-se que existem diferentes métodos de remuneração, sejam eles

financeiros ou não, e estes são compostos por diversos elementos.

Três maneiras fundamentais de remuneração são destacadas por Futrell

(2003, p. 409-410):

Recompensas financeiras diretas: como salários, comissões, bônus,

seguro e outras formas de incentivos financeiros.

Avanço na carreira: como promoções dentro da organização e

oportunidades de desenvolvimento pessoal.

Compensações não financeiras: como jantares de reconhecimento,

presentes, troféus, entre outros.

Em linha semelhante, Moreira et al. (2001, p. 275) classificam essas formas

de remuneração como sendo: recompensa financeira direta, recompensa financeira

indireta e recompensa não-financeira.

Já Miguel (2006, p. 325), classifica esses métodos como incentivos

monetários, incentivos não-monetários e incentivos mistos. Assim, o mesmo autor

(2006, 325) explica que os incentivos monetários compreendem os seguintes tipos:

Salário fixo: independente dos resultados alcançados, o vendedor recebe

apenas um valor fixo mensal, trazendo certa estabilidade. Porém, pode ser

inadequado para os que apresentam desempenho superior. Facilita a

administração financeira da empresa, mas exige maior supervisão sobre

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as atividades de vendas. Geralmente é usado quando a venda é simples e

o ciclo da venda instável e previsível.

Apenas comissões sobre resultados: percentual recebido pelo vendedor

sobre o valor dos pedidos. Pode gerar ganhos ilimitados, todavia, também

pode gerar instabilidade. A empresa deve ficar atenta, pois os produtos

mais vendidos podem ser os menos lucrativos, e possivelmente, a

preferência dos vendedores será pelos produtos mais fáceis de serem

vendidos.

Salário fixo mais comissões: é a combinação dos dois anteriores.

Salário fixo mais comissões e prêmios: requer maior planejamento e

controle, no entanto, se flexibiliza conforme a necessidade da empresa.

Consiste no acréscimo de prêmios para realizações que exijam

desempenhos adicionais, como por exemplo, alavancagem de vendas de

produtos mais lucrativos.

Salário fixo mais bônus por resultados balanceados: sistema trabalhoso,

geralmente usado na venda de produtos complexos. Incentiva a busca por

negócios de longo prazo e lucrativos. Levam-se em consideração o índice

de contas a receber, a satisfação do cliente, o grau de penetração acima

dos concorrentes nos territórios, entre outros fatores.

Na concepção de Kotler e Armstrong (2003, p. 423), há quatro tipos básicos

de planos de remuneração: somente salário, somente comissão, salário mais bônus

e salário mais comissão.

Em perspectiva similar, Las Casas (2006, p. 421) cita três métodos básicos de

remuneração e os explica:

Plano de remuneração com base em salário fixo: é vantajoso por garantir

um pagamento ao vendedor, pela empresa obter maior controle sobre as

atividades de vendas, por de certa forma, comprar o tempo do vendedor e

pelos vendedores ficarem mais tranquilos e cooperarem mais em outras

atividades. As desvantagens consistem em desmotivação e conseguinte

acomodação dos vendedores em vender mais do que se espera deles, e o

fato da empresa ter que estar constantemente acompanhando e

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atualizando os níveis salariais conforme o mercado e as responsabilidades

inerentes ao cargo.

Plano de remuneração com base em comissões: o pagamento é realizado

conforme o desempenho do trabalho do vendedor. As vantagens desse

método são: possibilidade de ganhos ilimitados; aumento da motivação; e

maior liberdade de atuação, por cada vendedor controlar seu tempo e ser

avaliado pelos resultados. As desvantagens estão embutidas no fato dos

vendedores tornarem-se agressivos por dependerem de comissões

apenas e pelos vendedores não serem participativos em outras atividades

como treinamentos e preenchimento de relatórios, por exemplo.

Plano de remuneração misto: nesse plano ocorrem combinações, sendo

as mais comuns: salário mais comissão, salário mais abono, sistema de

pontos, ajuda de custo e salários indiretos. A forma mais intensamente

utilizada, inclusive no Brasil, é o salário fixo mais comissão,

proporcionando maior controle das atividades dos vendedores, além de

impulsioná-los a aumentar a renda através das vendas comissionadas.

Contudo, há o risco do vendedor satisfazer-se com o salário fixo e não

procurar aumentá-lo. Para esse plano, deve-se estabelecer uma

combinação, podendo o salário fixo variar entre 30 e 90% da remuneração

total.

Dentre as diversas formas de remunerar, Teixeira et al. (2004, p. 58) apontam

que “o ideal é que o salário dos vendedores tenha uma parte fixa suficiente para

atrair e reter e outra variável, para estimular o desempenho”.

Para se determinar o plano de remuneração a ser utilizado, existem passos a

serem seguidos, conforme cita Las Casas (2006, p. 422): estudo e análise dos

fatores internos e externos; determinação de objetivos; decisão sobre a

remuneração; teste do plano; e critérios para controle.

Percebe-se que muitos são os aspectos que influenciam no estabelecimento

da remuneração de um vendedor, e evidentemente, não há uma regra para tal.

Cabe apenas mencionar, a necessidade dos gerentes em estabelecerem

políticas de acordo com a realidade da empresa, isto é, conforme suas necessidades

e objetivos, levando em consideração como o mercado de trabalho está

remunerando a força de vendas. Manter a competitividade sadia da equipe de

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vendas, bem como sua motivação, também são aspectos importantes a serem

analisados.

Observa-se, por fim, que o planejamento da força de vendas, consiste em

uma série de tomada de decisões que incidem sobre o sucesso ou não de uma

empresa, o que não é diferente na gestão da força de vendas.

2.2.3 Gestão da força de vendas

Sabe-se que gerenciar pessoas é uma tarefa desafiadora. Ainda mais,

quando essa tarefa varia conforme a organização e a concepção de seus objetivos.

Las Casas (1993, p. 36) afirma que a importância da gerência de vendas

pode ser vista em nível interno e externo a empresa. Em nível interno pela empresa

ser avaliada pela sua capacidade de vendas e lucros e também por gerar recursos

para suprir suas despesas. Em nível externo pelo pacto causado na economia e na

sociedade.

Gerir a força de vendas é mais uma essencial atividade do gerente de

vendas, na qual envolvem decisões, atitudes e posturas a serem adotadas no

cotidiano organizacional (MOREIRA et al., 2001, p. 61-62).

Nesse sentido, o gerente de vendas é o responsável pelo desempenho da

equipe de vendas e pelos resultados alcançados por ela (LAS CASAS, 1993, p. 35).

Cobra (1997, p. 500) ressalta que diversas são as atividades do gerente na

função de dirigir a força de vendas e que essas atividades são orientadas por uma

política formulada pelos escalões da gerência de marketing.

Uma vez estabelecidos os objetivos, estratégias, estrutura, tamanho e

remuneração da força de vendas, é preciso, portanto, realizar o recrutamento, a

seleção, o treinamento, a supervisão, a motivação e a avaliação dos profissionais de

vendas (KOTLER, 2000, p. 644).

2.2.3.1 Recrutamento e seleção da força de vendas

Ao recrutar e selecionar vendedores a empresa deve, primeiramente, saber o

que deseja deles (KOTABE e HELSEN, 2000, p. 435).

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53

Corroborando com essa afirmação, Cobra (1997, p. 500) afirma que “todo o

processo de constituição de uma adequada força de vendas tem início no traçado do

perfil adequado do vendedor [...]”.

Para realizar um recrutamento é necessário que haja inicialmente uma

solicitação de abertura de vaga para a função desejada, quer seja vendedor, auxiliar

de vendas ou outras vagas (MOREIRA et al., 2001, p. 236).

“De posse desta solicitação, é importante que sejam estabelecidos os

objetivos da contratação, como cargo, urgência, características básicas do

profissional, perfil e local de trabalho” (MOREIRA et al., 2001, p. 236).

Alguns atributos são requeridos aos vendedores, porém, não é fácil procurá-

los. Por isso, Kotler (2000, p. 645) salienta que se pode perguntar aos clientes que

características eles preferem em vendedores, ou ainda buscar traços comuns aos

profissionais de vendas da empresa mais bem sucedidos.

Para Churchil e Petter (2000, p. 520), há uma série de atividades envolventes

ao processo de recrutamento de profissionais de vendas, sendo uma das primeiras a

de decidir se serão contratados vendedores ou representantes autônimos.

Os mesmos autores (2000, p. 520-521) destacam vantagens e desvantagens

dessas escolhas:

Vendedores: a contratação de vendedores próprios possibilita à empresa,

um maior controle sobre as vendas de seus produtos. Entretanto, requer

mais trabalho e dinheiro, pois é preciso definir que pessoas tendem a

vender melhor seus produtos, identificá-las, contratá-las, treiná-las e

supervisioná-las. Caso dê errado com algum vendedor, é preciso arcar

com as despesas de demissão deste e admissão de um substituto.

Representantes autônomos: “são vendedores especializados que atuam

como contratados independentes e recebem por comissão”. O uso de

representantes facilita na rápida estruturação da força de vendas, a

menores gastos. Contudo, impossibilita um maior controle do gerente

sobre o desempenho de cada vendedor.

Estabelecidos os critérios de seleção, traçado o perfil do candidato e

escolhido que tipo de vendedor contratar é hora de recrutá-lo. “O recrutamento

consiste em utilizar um conjunto de técnicas e procedimentos de pesquisa e

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intervenções sobre as diferentes fontes capazes de fornecer à empresa um número

adequado de pessoas necessárias ao alcance de seus objetivos” (MOREIRA et al.,

2001, p. 236).

Gil (2006, p. 93) sintetiza ao colocar que o recrutamento “consiste num

processo que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de

ocupar cargos [...]”.

Segundo Cobra (1997, p. 501), identificar, selecionar e manter as fontes de

recrutamento a serem utilizadas são aspectos importantes dessa atividade. Essas

fontes podem ser primárias, na qual se recruta vendedores na própria empresa, em

universidades, em empresas concorrentes ou em outras empresas; e secundárias,

isto é, recrutamento por meio de agências, de associações de classe e ainda

anúncios de jornais, conferências, cursos e contatos pessoais.

De acordo com Moreira (2001, p. 236-237), as fontes de recrutamento podem

ser internas (recursos humanos disponíveis dentro da própria empresa), externas

(recursos humanos disponíveis no mercado de trabalho), ou mistas (interna seguida

da externa, ou vice-versa, ou, os dois juntos), sendo esta a geralmente mais

utilizada.

Miguel (2006, p. 321) destaca e explica as principais fontes de recrutamento:

Recrutamento interno: dá oportunidades aos funcionários qualificados,

além de sintetizar treinamentos sobre a cultura da empresa e sobre

produtos.

Estabelecimentos de ensino: parcerias com universidades, por exemplo,

servem como filtro de recrutamento, com candidatos de maior qualificação

profissional e com alto índice de capacidade intelectual e cultural.

Empresas concorrentes: recrutamento de profissionais já preparados e

conhecedores do mercado e dos produtos. Podem apresentar bons ou

maus hábitos, que dificilmente são alterados.

Indicações: ocorrem quando funcionários indicam pessoas de seus

relacionamentos para vagas em aberto.

Anúncios: quando informações sobre o cargo são veiculadas em jornais,

revistas especializadas, na internet, entre outros.

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55

Empresas de seleção e recrutamento: comumente usadas quando a

empresa não dispõe de uma estrutura ideal para a realização do processo

de recrutamento e contrata uma empresa para a realização de tal.

Moreira (2001 et al., p. 237), apresenta as seguintes formas de trazer talentos

na área de vendas para a empresa:

Bancos de dados da empresa, elaborado a partir de recrutamentos

anteriores ou de candidatos que se apresentam espontaneamente;

Cartazes ou informativos solicitando aos funcionários que apresentem

colegas ou familiares para preencher determinada vaga;

Cartazes ou anúncios expostos nos lugares de maior circulação de

pessoas externas;

Anúncio em jornais e revistas;

Contato com empresas que fazem parte do mesmo mercado, como

fornecedores, canal de distribuição, clientes;

Empresas especializadas em recrutamento e seleção;

Escolas, faculdades, universidades ou centros educacionais

profissionalizantes;

Internet.

Em suma, pode-se afirmar que “o recrutamento trata de procurar, encontrar e

entrevistar pessoas para o cargo”. Esse processo, por sua vez, exige recrutadores,

orçamento e tempo para que sejam aliciados e contratados indivíduos de qualidade.

O recrutamento de profissionais de vendas é uma atividade de responsabilidade do

gerente e não só do departamento de recursos humanos (FUTRELL, 2003, p. 393).

Kotler (2003, p. 422) observa que o recrutamento poderá atrair muitos

candidatos e que assim, os melhores devem ser selecionados pela empresa.

Em complemento ao supracitado, Las Casas (2006, p. 418) coloca que dentre

os candidatos recrutados, deve-se selecionar aqueles que mais atentem a

determinação de perfil necessário para a ocupação do cargo.

Portanto, “o processo de seleção tem como objetivo principal escolher e

classificar, entre os candidatos oriundos do processo de recrutamento e aprovados

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na triagem, os mais adequados às necessidades da organização (MOREIRA et al.,

2001, p. 240).

Em outras palavras, Futrell (2003, p. 393) enfatiza que a seleção é o processo

de escolha da melhor pessoa disponível para o cargo.

Os autores Chiavenato (2004, p. 130-131) e Miguel (2006, p. 321) ainda

definem o processo de selecionar vendedores como a busca de pessoas certas para

os lugares certos.

De modo geral, o processo de seleção, conforme Las Casas (2003, p. 418),

passa pelas seguintes etapas:

análise de documentos (currículo, referências, fichas de solicitação);

testes e entrevistas preliminares;

análise e exame das referências dos candidatos;

testes psicológicos;

entrevista final; e

exame médico.

Futrell (2003, p. 394) sugere na figura 06 um esquema com as principais

etapas do processo de seleção de pessoal de vendas. Nem todas as empresas

percorrem o total de etapas apresentadas, além disso, o candidato pode ser

contratado ou rejeitado em qualquer etapa desse processo.

Figura 06: Principais etapas do processo de seleção de pessoal de vendas.

Fonte: Adaptado de Futrell (2003, p. 394).

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57

O processo de recrutamento e seleção contempla uma série de etapas que

auxiliam o gestor na escolha do profissional que comporá sua equipe. Ademais,

nota-se que esse processo exige um esforço voltado para a captura de um

profissional que corresponda ao perfil descrito pela empresa e que seja

comprometido com o trabalho. É de grande importância que o departamento de RH

e o gerente de vendas unam forças para o processo de escolha do profissional de

vendas mais adequado para a empresa.

2.2.3.2 Treinamento da força de vendas

Após a contratação dos vendedores, os mesmo precisam ser treinados. Isso

se aplica aos novatos e aos mais experientes.

Kotler (2000, p. 645) cita que grande parte da força de vendas, quando

contratada, é enviada ao mercado quase que imediatamente, com amostras, blocos

de pedidos e descrição de seu território, sem ao menos receberem o treinamento

adequado para o desempenho do cargo.

O mesmo autor (2003, p. 422) complementa que, para muitas empresas, um

programa de treinamento significa gastos com instrutores, material, local apropriado

e salário, com uma pessoa que nem está vendendo e além do mais, está perdendo

oportunidades de negócios.

Em complemente a essa afirmação, Teixeira et. al (2004, p. 57) asseguram

que “muitos dos problemas de vendas estão relacionados à falta de conhecimentos

e habilidades básicas e essenciais de vendas.

Treinamento de vendas, de acordo com Futrell (2003, p. 397), “é a atividade

empreendida pelo empregador para dar ao profissional de vendas a oportunidade de

adquirir atitudes, conceitos, regras e capacidades relacionadas à função, que irão

resultar em melhor desempenho no ambiente de vendas”.

“O treinamento pode dar ritmo aos novatos e qualificar melhor os vendedores

experientes” (CHURCHILL E PETER, 2000, p. 522).

Assim, a finalidade do treinamento é, principalmente, aumentar as vendas, a

produtividade e, consequentemente, os lucros (FUTRELL, 2003, p. 397).

Em outros termos, Las Casas (2006, p. 422) sustenta que o treinamento pode

ser visto como uma forma de otimizar investimentos, isto é, pode-se através do

treinamento, objetivar maiores retornos.

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De acordo com Moreira et al. (2001, p. 257), treinamento e desenvolvimento

de um profissional, trata-se de

[...] ações específicas que visam a adaptar estes profissionais aos requisitos específicos do cargo, ou que levem ao aperfeiçoamento ou melhoria contínua do desempenho profissional e ao desenvolvimento e crescimento dentro dos seus cargos ou em outros cargos.

Os mesmos autores (2001, p. 257) enfatizam que essas ações podem

garantir o aprendizado de informações e conceitos importantes a serem transmitidas

aos clientes, além de habilidades e atitudes que possam ser modificadas ou

aprimoradas nos vendedores.

Corroborando com o supracitado, Las Casas (2006, p. 422) aponta que, o

treinamento é a forma para melhorar o desempenho de vendas

Em suma, Miguel (2006, 322) salienta que o treinamento da força de vendas

“precisa ser entendido como um ciclo educacional amplo, sem fronteiras e contínuo”.

Las Casas (2006, p. 423) destaca os seguintes tipos de treinamento:

Treinamento inicial: preocupa-se com informações, tais como, histórico da

empresa, desenvolvimento, situação atual e outros itens como produto,

mercados, territórios de vendas, esforços de marketing, entre outros.

Treinamento de reciclagem: ocorre quando o vendedor já atua na área de

vendas e possui certa experiência. Baseia-se no enfoque de aspectos que

os vendedores possuem mais dificuldades. Os passos para se elaborar

um roteiro desse treinamento são: análise das necessidades,

determinação dos objetivos, elaboração do programa e avaliação do

programa.

Para concluir, Kotler (2000, p. 646) lista as metas dos programas de

treinamento para vendas, na qual ao final, os vendedores devem:

Conhecer a empresa e identificar-se com ela.

Conhecer os produtos da empresa.

Conhecer as características de clientes e de concorrentes.

Fazer apresentações de vendas eficazes.

Entender os procedimentos de campo e as responsabilidades.

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59

Entretanto, Miguel (2006, p. 322) aponta que “a metodologia do treinamento

pode variar em função dos produtos e dos clientes a serem atendidos”.

Destaca-se, portanto, a proeminência dos treinamentos para a força de

vendas, uma vez que deles dependem parte significante do desempenho dos

vendedores perante o mercado.

Por isso, Churchill e Peter (2000, p. 523) afirmam que, o treinamento faz parte

do processo contínuo de supervisão dos vendedores.

2.2.3.3 Supervisão da força de vendas

Quando as pessoas trabalham para as outras, comumente são

supervisionadas. Com os vendedores não seria diferente. Por isso, os mesmo

recebem territórios, remuneração, treinamento e necessitam de supervisão

(KOTLER, 2003, p. 424).

Kotler (2000, p. 646) sustenta que existem diferentes maneiras de se

supervisionar vendedores, na qual “dedica-se menos supervisão a vendedores que

são pagos por comissão. Aqueles que são assalariados e devem dar cobertura a

contas definidas provavelmente receberão uma supervisão maior”.

Supervisionar implica capacitar os vendedores para a realização de seus

trabalhos e verificar, acompanhar se os trabalhos estão sendo desempenhados

conforme os padrões estabelecidos pela empresa (CHURCHILL e PETER, 2000, p.

523).

Miguel (2006, p. 330) afirma que os profissionais de vendas são influenciados

diretamente em seus desempenhos pelo modo como os gerentes supervisionam

suas atividades.

Em perspectiva similar, Churchill e Peter (2000, p. 523) enfatizam que a

supervisão dá suporte aos gerentes para direcionar os vendedores e os tornarem

mais orientados para a equipe.

Por tratar de orientações, Miguel (2006, p. 330-331) afirma que a supervisão

pode ser realizada em três dimensões distintas:

Orientado para resultados finais: quando os vendedores estabelecem seus

métodos de venda e dimensionam seus esforços ao alcance de resultados

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60

esperados e os gerentes, por sua vez, estabelecem, monitoram, cobram e

dão feedback sobre resultados finais. Essa orientação busca alcançar

resultados em volume de vendas e participação de mercado, por meio de

controles entre vendedor e gerente.

Orientado para atividades: quando o foco está nas atividades que podem

proporcionar resultados. Assim, o gerente cobra atividades rotineiras como

atendimento de telefonemas, visitas, demonstrações de produtos,

relatórios, entre outros.

Orientado para capacidades ou competências: quando o gerente age

como mentor, isto é, busca desenvolver conhecimentos, habilidades e

capacidades do vendedor com o intuito de melhorar seu desempenho em

campo. Essa orientação exige que o gerente seja específico quando às

necessidades de algumas habilidades, como técnicas de negociação, de

fechamento de vendas, entre outras. O monitoramento ocorre com

simulações de visitas e com saídas com o vendedor.

Observa-se, que diversos são os papeis desempenhados pelo gerente de

vendas ao supervisionar os profissionais de vendas.

Miguel (2006, p. 331) complementa afirmando que:

Além de supervisionar seus vendedores, o gerente precisa buscar desenvolvê-los profissionalmente em novas técnicas, modelos, tecnologias e conhecimentos. Para promover essa evolução, o gerente precisa programar cursos e treinamentos não regulares, promover designações especiais, expor seus vendedores a novas situações, incentivar a criatividade no departamento.

Em suma, os gerentes devem constantemente manter contato com a força de

vendas e seus clientes. Assim, a supervisão de vendas será realizada eficazmente

(CHURCHILL e PETER, 2000, p. 523).

Constata-se, assim, a importância dos gerentes de vendas adotarem um

método de supervisão que mais se adéque a realidade da empresa e a sua força de

vendas, para que esse processo seja compreendido como forma de melhora

contínua de desempenho das atividades e não como forma de perseguição aos

profissionais de vendas.

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61

2.2.3.4 Motivação da força de vendas

A motivação é um tema que vem se difundindo no mercado de trabalho. O

mundo dos negócios cada vez mais competitivo exige profissionais motivados e

comprometidos com a empresa em que trabalham.

Coadunando com essa afirmativa, Gil (2006, p. 201) assegura que as

empresas vêm valorizando os profissionais comprometidos e que “a motivação, por

sua vez, é a chave do comprometimento”.

De acordo com Salgado (2005, p.20), “motivação é a disposição de exercer

um nível elevado e permanente de esforço, em favor das metas da empresa, sob a

condição de que o esforço seja capaz de satisfazer alguma necessidade individual”.

Moreira et al. (2001, p. 272) sustentam que a motivação é a energia

direcionada a ação que flui de dentro das pessoas. Essa energia, no entanto,

precisa ser alimentada.

Nesse sentido, Salgado (2005, p.20) explica que:

A motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais. A motivação depende da direção (objetivos), força e intensidade do comportamento (esforço) e duração e persistência. Uma necessidade significa uma carência interna da pessoa e que cria um estado de tensão no organismo. Daí o ciclo motivacional.

Para Churchill e Peter (2000, p. 523), “motivação é o conjunto de

necessidades, metas, desejos e forças positivas ou negativas que impelem ou

afastam um indivíduo em relação a certas ações, atividades, objetos ou condições”.

As teorias de motivação ajudam a explicar a razão do comportamento

humano e, embora nenhuma teoria tenha todas as respostas, coletivamente elas

auxiliam os administradores a criarem um ambiente em que os indivíduos e grupos

trabalhem para atingir os objetivos da organização, enquanto trabalham para atingir

seus próprios objetivos (MEGGINSON et al.,1998).

Uma das teorias mais conhecidas, entretanto, é a Teoria da Motivação de

Maslow, a qual explica que as pessoas são dirigidas por certas necessidades em

ocasiões específicas e que sua meta principal é a auto-realização, ou seja, as

pessoas satisfazem suas necessidades de acordo com uma hierarquia, conforme a

figura 07, e na medida em que uma delas é satisfeita, tenta-se satisfazer a próxima.

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62

Dessa forma, o comportamento humano não se explica pela simples relação entre

estímulo e resposta (BRETZKE, 2006, p. 72).

Figura 07: Hierarquia das necessidades de Maslow.

Fonte: Adaptado de Bretzke (2006, p. 72).

Sabe-se que em qualquer organização, a motivação da equipe é fundamental

para uma boa produtividade. Conforme Moreira et al. (2001, p. 271), os aspectos

motivacionais são imprescindíveis para manter os vendedores atuantes no mercado.

Desta forma, Futrell (2003, p. 408), acrescenta que o gerente da força de

vendas pode motivar sua equipe em dois níveis, tanto de maneira individual, com

cada vendedor, como de maneira coletiva, motivando todos que compõem a força de

vendas, de maneira que o pessoal de vendas cumpra com sucesso suas metas de

trabalho.

Por outro lado, Archer (1990 apud GIL, 2006, p. 202) aponta que os gerentes

não são capazes de colocar necessidades nas pessoas e que, portanto, não são

capazes de motivar, “mas de satisfazer as necessidades humanas ou contrafazê-

las”.

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 523), para os vendedores,

A motivação é o ímpeto que os mantém produtivos [...] eles gostam do desafio de trabalhar com clientes e ser bem remunerados por sua habilidade em gerar negócios por meio de sua criatividade, conhecimento, confiança e integridade.

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63

Boone e Kurtz (2009, p. 624), colocam que o que motiva os vendedores é a

responsabilidade do gerente de vendas. Isso porque é ele quem pode melhorar a

produtividade da força de vendas ao entender o que motiva individualmente os

vendedores.

Devido à dinamicidade e as incertezas do dia-a-dia dos profissionais de

vendas, os mesmos necessitam de constantes estímulos para manter ou melhorar

seu desempenho e ritmo no trabalho (MOREIRA et al., 2001, p. 272).

Observam-se na figura 08, cinco classes de fatores conhecidos como

composto motivador, revelados por Futrell (2003, p. 408). Esses fatores são

utilizados pelos gerentes de vendas para motivar seu pessoal.

Figura 08: Composto motivador do gerente de vendas.

Fonte: Adaptado de Frutell (2003, p. 409).

O mesmo autor (2003, p. 408-409) cita ainda, exemplos de cada um desses

fatores:

1. Plano básico de remuneração:

Salários.

Comissões.

Benefícios adicionais.

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64

2. Incentivos financeiros especiais:

Concursos.

Bônus.

Viagens.

3. Compensações não-financeiras:

Prêmios por desempenho.

Tarefas desafiadoras.

Compensações psicológicas (elogio, reconhecimento).

4. Técnicas de liderança:

Estilo.

Métodos de contato pessoal (feedback).

5. Procedimentos de controle gerencial:

Avaliação de desempenho.

Cotas.

Relatórios.

Futrell (2003, p. 410) finaliza assegurando que “embora o sistema de

premiação por vendas não seja o único meio para motivar vendedores, ele é o mais

importante”.

Corroborando com o supracitado, Moreira et al. (2001, p.272) enfatizam que

vendedores desmotivados são resultados de má remuneração, isso porque,

considera-se a remuneração o principal elemento motivacional de uma equipe de

vendas.

Os comportamentos recompensados são impactantes sobre o sucesso da

força de vendas. Deste modo, o projeto e a implementação de um sistema de

recompensas eficiente está relacionado ao sucesso da força de vendas (FUTRELL,

2003, p. 408).

Todavia, há quem diga que a remuneração esteja relacionada aos fatores

higiênicos e não motivacionais. Trata-se da teoria dos fatores higiênicos e

motivacionais do psicólogo Frederick Herzberg.

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65

A teoria de Herzberg indica que os fatores higiênicos referem-se as

necessidades para ajustar os empregados a seu ambiente, como salários e

benefícios, condições de trabalho, política da empresa, status, segurança no

trabalho e supervisão. Já os fatores motivadores englobam responsabilidade,

reconhecimento, desafios, realização e crescimento. Esses fatores são promovidos

pelos gerentes para manter sua equipe motivada (GIL, 2006, p. 207-208).

Em conclusão, Gil (2006, p. 208) explica que o aumento do salário não faz

necessariamente com que as pessoas trabalhem com mais afinco, porém, pode

deixá-las satisfeitas para que outros fatores as motivem.

Além de todos os fatores higiênicos e motivacionais, existem diversos feitios

desmotivadores da equipe de vendas ligados a organização como a falta de

parâmetros para a promoção de vendedores, iniquidade na forma de remuneração,

falta de clareza nas metas, despreocupação com relação às necessidades do

vendedor, condições precárias de trabalho e até mesmo a falta de confiança na

gestão ou administração do supervisor ou gerente de vendas (MOREIRA et al.,

2001, p. 272).

Em linha análoga, Las Casas (2006, p. 418) cita outros fatores que causam a

desmotivação dos vendedores:

recebimento de atribuições que estejam fora do cargo;

falta de reconhecimento por bom desempenho;

tratamentos injustos;

má distribuição de territórios de vendas;

quotas de difícil atingimento, entre outros.

No entanto, para que os vendedores estejam conectados aos objetivos da

empresa e motivados, é importante que ela possibilite condições de trabalho

adequadas e tenha seus ideais claramente definidos, ou seja, é preciso haver

sinergia entre a organização e sua equipe de vendas.

O objetivo da motivação é, portanto, “incentivar os vendedores a “trabalhar

com empenho” e de maneira enérgica em direção às metas da força de vendas”

(KOTLER e ARMSTRONG, 2007, p. 415).

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66

2.2.3.5 Avaliação da força de vendas

A prática da avaliação é antiga. Qualquer organização procede a algum tipo

de avaliação.

É fundamental que uma organização mantenha um sistema de avaliação

tecnicamente elaborado, a fim de evitar superficialidades. Dessa maneira, a

avaliação alcançará maior nível de profundidade, contribuirá para a identificação de

desempenhos deficientes e possibilitará perspectivas com a participação do avaliado

(GIL, 2006, p. 149).

Chiavenato (2004, p. 223) sugere as seguintes definições:

• Avaliação do desempenho é o processo que mede o desempenho do funcionário. O desempenho do funcionário é o grau em que ele alcança os requisitos do seu trabalho. • Avaliação do desempenho é a identificação, mensuração e administração do desempenho humano nas organizações. [...] A avaliação deve ser mais do que uma atividade orientada para o passado, ou seja, deve estar orientada para o futuro para poder alcançar todo o potencial humano da organização.

Para avaliar o desempenho de vendedores, é importante regularmente obter

informações deles. Os vendedores são submetidos a todas as atividades inerentes a

vendas e por isso, possuem as informações necessárias para tal avaliação.

Para Futrell (2003, p. 421) é imprescindível que a empresa alcance níveis

aceitáveis de desempenho para que ela mantenha suas atividades e para que os

profissionais de vendas cumpram com suas metas pessoais.

Nesse sentido, a avaliação da força de vendas auxilia o gerente no

acompanhamento dos vendedores, bem como de suas atividades, a fim de corrigir

discrepâncias rumo aos objetivos pretendidos (MOREIRA, et al., 2001, p. 284).

Em complemente ao supracitado, Teixeira et al. (2004, p. 60) afirmam que um sistema de avaliação de desempenho pode auxiliar nas tomadas de decisão, se os mesmos forem objetivos e claros.

Para vendas, como para outras áreas, a avaliação de desempenho deve ser constante e dinâmica, permitindo identificar imediatamente discrepâncias de desempenho e suas causas com base num modelo efetivo, como aquele que contempla as competências exigidas dos diversos cargos e funções de vendas, e os resultados práticos obtidos, pelos indivíduos, no desempenho delas em determinado período (TEIXEIRA et al., 2004, p. 60).

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67

Os responsáveis por estabelecer padrões e métodos avaliativos da força de

vendas são os gerentes. Tal atividade é considerada uma das mais difíceis da

gestão de vendas (BOONE e KURTZ, 2009, p. 626).

Moreira et al. (2001, p. 284) colocam que a avaliação deve ser um processo

contínuo, exercido de forma individual ou coletiva, como forma de estimular o valor,

a excelência e as qualidades da equipe de venda e de seus elementos, relacionados

ao desempenho de suas funções.

Futrell (2003, p. 421) enfatiza que “a avaliação de desempenho diz respeito a

um sistema formal e estruturado para medir e avaliar as atividades e o desempenho

de um vendedor”, na qual a gerência faz um comparativo dos resultados dos

esforços obtidos pela pessoa, em relação às metas estabelecidas para ela.

Os atributos mais comumente avaliados, de acordo com Churchill e Peter

(2000, p. 528) são:

Resultados de vendas.

Conhecimento do trabalho.

Administração do território de vendas.

Relacionamento clientes versus empresa.

Características pessoais.

Para Miguel (2006, p. 339), através dos controles utilizados pelo gerente de

vendas, é possível assegurar metas de vendas, despesas, lucratividade e diversos

outros objetivos da força de venda e do planejamento estratégico.

Como já mencionado, os gerentes obtêm informações através dos

vendedores, sendo que estas são os subsídios necessários para avaliar seus

desempenhos. Kotler (2000, p. 651) cita que, “a fonte mais importante é o relatório

de vendas”, além de outras como cartas de reclamações de clientes, pesquisas com

clientes, conversa com outros vendedores, entre outros.

O mesmo autor (2000, p. 651-652) aborda que os vendedores enviam

relatórios com descrições de visitas, relatórios de despesas, de novos negócios, de

negócios perdidos, entre outros. Esses relatórios provêem dados brutos, na qual o

gerente extrai indicadores-chaves de desempenho de vendas (KOTLER, 2000, p.

652).

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68

Dessa maneira, Kotler (2000, p. 652) apresenta esses indicadores:

Número médio de visitas diárias por vendedor;

Custo médio por visita;

Venda média por visita;

Custo de entretenimento por visita;

Porcentagem de pedidos pelo número de visitas;

Números de novos clientes por período;

Número de clientes perdidos por período;

Custo percentual da força de vendas em relação ao volume total de

vendas.

Para finalizar, cabe afirmar que “as avaliações de desempenho propiciam aos

vendedores e aos gerentes de vendas uma oportunidade para discutir realizações,

áreas que precisam ser melhoradas, objetivos de desempenho para o futuro e

objetivos de carreira” (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 529).

A avaliação deve ser vista como um processo importante tanto para os

vendedores como para a gerência. É dela que se obtêm o feedback de como estão

sendo desempenhados os trabalhos de vendas da empresa.

Menciona-se ainda, que existem diversas formas de se avaliar a força de

vendas e a escolha da mais adequada dependerá da sensibilidade do gestor em

adequar essas formas às necessidades e à realidade da empresa e aos membros

envolvidos nesse processo.

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69

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente trabalho foi desenvolvido em uma empresa de médio porte, que

atua no ramo de desenvolvimento, fabricação e comercialização de capacetes e

protetores articulados de segurança individual, para usuários de motocicletas e

similares. O objetivo do estudo foi analisar a administração e gestão da força de

vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda., situada na Rua

Dr. Homero de Miranda Gomes, nº. 2.537, no Bairro Jardim Janaína, cidade de

Biguaçu, Santa Catarina, no período de Março a Novembro de 2011.

Para a consecução de um objetivo, no entanto, é preciso fazer uso de

procedimentos, isto é, de métodos (APPOLINÁRIO, 2007, p. 132).

O processo de análise da administração e gestão da força de vendas

enquadra-se como uma proposição de planos, que de acordo com Roesch (1996, p.

63), significa a apresentação de soluções para os problemas já diagnosticados pela

organização.

Cabe destacar que a técnica de observação foi amplamente utilizada, na

forma simples, já que a acadêmica possui convívio com a organização.

Segundo Fachin (2002, p. 35),

Pode-se dizer que o método observacional é o início de toda pesquisa científica, pois serve de base para qualquer área das ciências [...] fundamenta-se em procedimentos de natureza sensorial, como produto do processo em que se empenha o pesquisador no mundo dos fenômenos empíricos.

O estudo foi desenvolvido com a utilização de coleta de dados primários e

secundários. Para os dados primários, o levantamento de coleta de dados se deu

por meio de entrevista que conforme Roesch (1999, p. 140), é amplamente utilizada

em pesquisas de mercado. Além disso, “a entrevista tem como objetivo principal a

obtenção de informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema”

(MARCONI e LAKATOS, 2007, p. 93).

“O termo entrevista refere-se ao ato de perceber realizado entre duas

pessoas” (RICHARDSON, 1999, p. 208), podendo ser efetivado pessoalmente ou

por telefone (ROESCH, 1999, p. 141).

De acordo com Gil (2008, p. 109), a entrevista é uma técnica utilizada para a

obtenção dos dados que interessam à investigação, na qual o investigador se

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70

apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas. Em outras palavras, “a

entrevista é uma técnica que permite o relacionamento estreito entre entrevistado e

entrevistador” (BARROS e LEHFELD, 2007, p. 108).

Marconi e Lakatos (2007, p. 92) colocam ainda que a entrevista seja uma

conversa de natureza formal entre duas pessoas, na qual o entrevistador tem por

desígnio, obter informações a respeito de determinado assunto.

O nível de detalhamento constante numa entrevista dependerá do seu tipo,

devendo ser coerente com o seu objetivo (ALVES-MAZZOTI e

GEWANDSZNAJDER, 2000, p. 169).

Para Gil (2002, p. 117), o entrevistador é a única fonte motivadora do

entrevistado e, que por isso, devem ser utilizadas estratégias e táticas adequadas

para a realização da entrevista.

Uma das vantagens dessa técnica de coleta de dados, segundo os mesmo

autores (2008, p. 110), é a maior flexibilidade proporcionada, podendo o

entrevistador esclarecer as perguntas ou formulá-las de maneira diferente, de modo

a garantir a compreensão do entrevistado. Pode-se, além disso, ser observadas

atitudes, reações e condutas no decorrer da entrevista (BARROS e LEHFELD, 2000,

p. 93).

Para a realização da entrevista, foi necessária uma amostra. Gil (2008, p. 90)

cita que a amostra é um subconjunto do universo a ser estudado, “por meio do qual

se estabelecem ou se estimam as características desse universo [...]”. Em outras

palavras, a amostra consiste em “um subgrupo dos elementos da população

selecionado para participação no estudo” (MALHOTRA, 2006, p. 320).

Existem diversos tipos de amostras. Para o presente estudo utilizou-se uma

amostra intencional, que de acordo com Appolinário (2007, p. 26) é o tipo de

amostra na qual os sujeitos são escolhidos de forma não probabilística, conforme

critérios predeterminados pelo pesquisador, isto é, ele faz uso de seu julgamento

para identificar os sujeitos representativos para a composição da amostra.

“Pressupõe-se, portanto, que o pesquisador conheça de antemão as características

relevantes que um sujeito deve possuir para integrar-se na amostra”

(APPOLINÁRIO, 2007, p. 26).

As entrevistas, portanto, foram realizadas junto à supervisora geral da

empresa, ao gerente de vendas e a dois representantes comerciais, com o seguinte

critério: um do quadro de representantes que trabalham há mais de quatro anos para

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71

a empresa, e um do quadro de novos representantes, que trabalham a cerca de

quatro meses para a empresa. A justificativa para a escolha de apenas dois

representantes para a composição da amostra está atrelada ao fato de que todos os

18 representantes receberam da empresa, o mesmo tratamento e as mesmas

condições de trabalho ao iniciarem a parceria, sendo necessário, portanto, apenas

um representante de cada grupo (representantes antigos e novos). Além das

entrevistas mencionadas, foram realizadas entrevistas com oito clientes. Uma vez

que as vendas da HGF são pulverizadas, e sendo assim, não há clientes com maior

representatividade de compra, o critério utilizado para a escolha dos clientes foram

os seguintes:

Cliente A: cliente revendedor de motos com loja localizada na mesma região

da HGF; comprador apenas de produtos capacetes da linha popular; produto

para brinde; cliente cadastrado a mais de três anos na empresa; realiza

compras com o representante da área.

Cliente B: cliente revendedor de motos e lojista do ramo de motopeças,

localizado na região da HGF; comprador apenas dos produtos capacetes da

linha popular; produto para venda e brinde; cliente cadastrado a mais de três

anos na empresa; realiza compras com o representante da área.

Cliente C: cliente lojista do ramo de motopeças, localizado na região da HGF;

comprador dos produtos capacetes da linha popular e da linha sofisticada;

produto para venda; cliente cadastrado a mais de três anos na empresa;

realiza compras com o representante da área.

Cliente D: cliente lojista do ramo de motopeças (off road) localizado no Estado

do Paraná; comprador dos produtos protetores; produtos para venda; cliente

cadastrado a mais de três anos na empresa; realiza compras com o

representante da área ou diretamente com a empresa.

Cliente E: cliente lojista do ramo de motopeças, localizado no Estado de

Minas Gerais; comprador dos produtos viseiras dos capacetes da linha

tradicional; produtos para venda; cliente cadastrado a mais de três anos na

empresa; realizava compras com o representante da área, atualmente

realizando direto na empresa.

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72

Cliente F: cliente de concessionária de motos, localizado no Estado do Ceará;

comprador dos produtos capacetes da linha tradicional; produtos para brinde;

cliente cadastrado a mais de três anos na empresa; realiza compras com o

representante da área.

Cliente G: cliente de concessionária exclusiva de motos e lojista do ramo de

motopeças, localizado no Estado do Rio de Janeiro; comprador dos produtos

capacetes da linha tradicional; produtos para venda e brinde; cliente

cadastrado a mais de três anos na empresa; realiza compras com o antigo

representante da área (atualmente há novo representante na área).

Cliente H: cliente de concessionária multimarca de motos e lojista do ramo de

motopeças, localizado no Estado de Minas Gerais; comprador dos produtos

capacetes da linha tradicional e da linha sofisticada; produtos para venda e

brinde; cliente cadastrado a menos de um ano na empresa; realiza compras

com o representante da área.

Portanto, participaram do processo de coleta de dados doze entrevistados,

além dos dados coletados junto aos clientes e representantes da empresa, de

maneira informal, no dia-a-dia dos trabalhos.

A mesma entrevista (apêndice A) foi realizada com a supervisora geral da

empresa e com o gerente de vendas, logo, foi realizada diferente entrevista

(apêndice B) com os representantes comerciais e outra (apêndice C) com os

clientes.

Há diferentes tipos de entrevistas, que variam conforme a intenção do

entrevistador. O tipo de entrevista adotado nesta pesquisa foi a despadronizada ou

não estruturada. No entendimento de Marconi e Lakatos (2007, p. 94), esse tipo de

entrevista proporciona liberdade ao entrevistador para desenvolver as situações nas

direções que achar apropriado. Assim, uma questão pode ser mais amplamente

explorada, já que em geral, as perguntas são abertas (MARCONI e LAKATOS, 2007,

p. 94). A esse respeito, Barros e Lehfeld (2007, p. 106) contemplam que o

entrevistado pode responder as questões livremente com frases ou orações, o que

assegura maior taxa de respostas.

A entrevista despadronizada ou não estruturada apresenta classificações.

Desse modo, a entrevista focalizada foi a modalidade utilizada para esta pesquisa.

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73

Segundo Ander (1978, apud MARCONI e LAKATOS, 2007, p. 94), na pesquisa

focalizada:

Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessárias habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.

A entrevista focalizada parte de um roteiro de itens para se pesquisar,

podendo o entrevistador, incluir questões que julgar necessárias (BARROS e

LEHFELD, 2000, p. 92).

Em síntese, Gil (2002, p. 117) afirma que, embora livre, a entrevista

focalizada enfoca tema bem específico.

Portanto, houve um roteiro pré-estabelecido, havendo, se necessário, novos

questionamentos no decorrer da realização da entrevista.

A entrevista teve o escopo de obter informações para se conhecer a

percepção do diretor e gerente de vendas em relação à administração e gerência de

vendas da empresa, e também, o reflexo dessa administração sob os vendedores e

os clientes.

A natureza da pesquisa é predominantemente qualitativa, que segundo

Oliveira (2001, p.117):

As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interpretação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Para Godoi e Balsini (2006, p. 91), na pesquisa qualitativa busca-se a

compreensão dos agentes, daquilo que os levou singularmente a agir como agiram,

sem buscar regularidades.

Richardson (1999, p. 90) corrobora com essa afirmação, ao caracterizar a

pesquisa qualitativa “como a tentativa de uma compreensão detalhada dos

significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados [...]”.

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74

Em complemento ao supracitado, Roesch (1999, p. 154) argumenta que, os

métodos de coleta e análise de dados da pesquisa qualitativa são, em especial,

apropriados para a fase exploratória da pesquisa.

Com base nos objetivos traçados, a pesquisa classificou-se como exploratória

na identificação do problema e descritiva na apresentação e análise dos dados.

Malhotra (2006, p. 100) apresenta a pesquisa exploratória como instrumento para

formular um problema ou defini-lo com precisão. Esse tipo de pesquisa proporciona,

portanto, uma maior familiaridade com o problema em estudo. Já a descritiva

procura descobrir, com a maior precisão possível, a constância com que um

fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os demais, sua natureza e

características, correlacionando fatos ou fenômenos sem manipulá-los (CERVO,

BERVIAN e SILVA, 2007, p. 61).

Vergara (1998, p. 56) sustenta que o “tratamento dos dados refere-se àquela

seção na qual se explica para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar,

justificando por que tal tratamento é adequado aos propósitos do projeto”.

Por isso, os dados primários, ou seja, os das entrevistas foram tratados da

seguinte forma: descrição e associação com as idéias apresentadas na

fundamentação teórica e entendimento da acadêmica sobre esses dados.

Para a coleta de dados secundários, foi utilizado o procedimento técnico de

pesquisa bibliográfica que, segundo Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 60), “procura

explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros,

dissertações e teses”. Foi utilizada também, pesquisa de cunho documental, com

informações retiradas de planilhas e relatórios constantes no sistema da empresa, a

cerca da área de vendas. Gil (2008, p. 51) destaca que “a pesquisa documental

vale-se de materiais que não receberam ainda tratamento analítico, ou que ainda

podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.

O mesmo autor (2008, p. 156) enfatiza que a fase seguinte a coleta de dados

é a análise e interpretação dos mesmos.

Desse modo, a análise dos dados secundários deu-se de maneira a interligar

as informações coletadas e propiciar uma melhor interpretação dos dados primários,

que tiveram em sua totalidade o propósito de analisar a administração de vendas da

empresa em estudo.

A apresentação dos dados coletados deu-se de forma categorizada, isto é, foi

apresentada uma estrutura com tópicos conforme temas abordados na

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75

fundamentação teórica, mais especificamente, inerentes a administração e gestão

da força de vendas. Dentro de cada tópico, foram apresentadas as informações

obtidas através das entrevistas com a supervisora geral da empresa, gerente de

vendas, representantes comerciais e clientes respectivamente, bem como o

posicionamento de autores e o entendimento da acadêmica em relação ao mesmo

tópico.

Uma vez realizada a análise e interpretação dos dados, foram apresentadas

as ações de melhorias propostas pela acadêmica executora do presente trabalho,

que possam ser implementadas no departamento de vendas da empresa HGF

Designs Montadora de Capacetes Ltda.

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76

4 APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E INFORMAÇÕES

COLETADAS

Nesse capítulo são expostos e analisados os dados e informações obtidos

com a realização das entrevistas junto à força de vendas, à supervisão geral e

clientes da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda. A divisão do

capítulo se dará da seguinte forma: caracterização da empresa, apresentação e

análise dos dados e informações obtidas no levantamento de campo e ações

propostas para a força de vendas da HGF.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A HGF teve como fundador o Sr. Rodolfo Behaker Filho, um admirador do

Motocross, que tinha o hábito de estilizar seus capacetes com pinturas

diferenciadas. Ao observar que a idéia havia agradado, decidiu comercializar

capacetes estilizados nas competições. Dessa forma, ele percebeu uma

oportunidade de negócio e com a crescente demanda por seus capacetes resolveu

também, fabricá-los e não só estilizá-los.

Foi então, que no ano de 1991 constituiu-se a Rodolfo Behaker Filho Me,

localizada na residência de seu fundador, em São José/SC, numa área de 50 m²,

contando inicialmente com 02 funcionários. Assim, deram-se início às atividades de

fabricação e comercialização de capacetes do que futuramente, decorrente de

inúmeras mudanças, seria a HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

Atualmente, tanto a fábrica, como o administrativo da HGF (figura 1) estão

localizados em Biguaçu, Santa Catarina, e estão instalados em uma planta com

8.000 m² de construção, situados na Rua Dr. Homero de Miranda Gomes, nº 2.537,

no bairro Jardim Janaína.

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Figura 09: Vista aérea da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

Fonte: Imagem da empresa (2010).

Os produtos e serviços da HGF abrangem o desenvolvimento, produção e

comercialização de capacetes e equipamentos de segurança e ortopédico, como

protetor de joelhos, protetor abdominal, protetor cervical e protetor torácico, para

usuários de motocicletas e similares. A empresa possui site na web, cujo endereço é

www.hgf.ind.br que além de possibilitar a apreciação da linha de produtos, facilita a

divulgação da marca.

A HGF adota uma política que visa desenvolver, produzir e comercializar

equipamentos de segurança para usuários de veículos ciclomotores, de acordo com

os padrões brasileiros de qualidade, tendo em vista minimizar os riscos de traumas

em acidentes e contribuir para a preservação da integridade física do ser humano.

Além disso, busca a melhoria contínua de seus processos e produtos, visando o

aprimoramento de seu sistema de gestão, assim como da atuação no mercado em

que está inserida. Os objetivos da HGF consistem:

na comercialização de produtos com qualidade assegurada a preços

competitivos;

na busca pela melhoria contínua dos processos e produtos; e

no aprimoramento do sistema de gestão, assim como, de sua atuação no

mercado.

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Atualmente, há cerca de 5000 clientes cadastrados e cerca de 400 clientes

que efetivaram compras nos últimos dois anos na empresa, sendo em sua

totalidade, pessoas jurídicas. Para o bom atendimento e manutenção destes, a

empresa conta com cerca de 30 funcionários diretos que desempenham funções nos

diversos departamentos da empresa, como se pode observar no organograma a

seguir:

Figura 10: Organograma da empresa.

Fonte: Dados primários (2011).

No departamento administrativo, há um funcionário responsável pelo

desenvolvimento de cada função, já no setor de produção, há um responsável pela

supervisão das atividades, porém, não há uma só pessoa específica para o

desenvolvimento das mesmas.

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Devido ao fato do capacete ser um produto de proteção individual e

obrigatório por lei, há um amplo mercado para o mesmo, o que levou a empresa a

atingir a marca de 34 mil unidades de capacetes vendidas por mês.

Todavia, o gerente de vendas foi recentemente contratado, o que traz certa

morosidade no planejamento dessa área e de seus elementos primordiais. Além

disso, uma gama de novos representantes vem atuando e um novo produto foi

lançado no mercado. Nos últimos anos, as vendas têm caído de forma expressiva,

levando-se a crer que isso se deve ao fato de a empresa não possuir uma política

comercial bem definida.

4.2 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS E

INFORMAÇÕES OBTIDAS NO LEVANTAMENTO DE CAMPO

Não basta apenas coletar e relatar informações. Por isso, faz-se uma análise

que segundo Jones (2006, p. 482), “significa tornar úteis as informações disponíveis”

de modo a refletir sobre elas e sobre o que significam.

Os dados e as informações utilizadas como objeto de estudo do presente

trabalho, fornecem subsídios para a análise da administração e gestão da área de

vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda. A coleta se deu

através de entrevistas realizadas com o gerente de vendas, com a supervisora geral

da empresa, com dois representantes e oito clientes.

Portanto, após a exposição, interpretação e análise dos dados e informações

coletadas, serão apresentas sugestões para a área de vendas da empresa referida.

4.2.1 Planejamento da força de vendas

4.2.1.1 Objetivos da força de vendas

Para a supervisora da empresa a força de vendas possui o objetivo genérico

de qualquer força de vendas que é vender, embora ache que objetivos específicos

deveriam ser reconhecidos pela empresa e repassados aos vendedores como

difundir a marca, focar em todas as linhas de produtos da empresa (não só nos

capacetes), entre outros. O objetivo de vender, portanto, é reconhecido pelos

vendedores e está encadeado com os objetivos da empresa que precisa vender

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para manter-se ativa, porém, ela reforçou que precisariam definir objetivos

específicos para atingir o objetivo principal de maneira eficaz.

Além de vender, o gerente de vendas cita como objetivos da força de vendas

o atingimento de metas por produtos e a captura de informações junto ao mercado

consumidor que são repassados a ele através de relatórios semanais contendo,

portanto, além da descrição dos trabalhos realizados na semana e um planejamento

para a próxima, o feedback dos clientes em relação aos produtos, preços,

concorrentes, etc. Os vendedores, nesse sentido, estão cientes dos seus objetivos e

metas (que são diferentes conforme a região de atuação), sendo que os relatórios

semanais são solicitados informalmente aos vendedores por tratarem-se de

representantes autônomos. Para o gerente, os objetivos da força de vendas não

estão encadeados com os objetivos da empresa, e sim, abaixo. Explicou a falta de

conexidade por a empresa prever, por exemplo, uma venda mensal de 1000

capacetes e apenas 500 serem vendidos efetivamente. Haja vista que um dos

objetivos é vender, o mesmo não está sendo atingido como deveria, ou seja,

ineficaz. Uma série de problemas foi listada pelo gerente justificando o não

atingimento dos objetivos de vendas: marca queimada junto ao consumidor devido à

permanência de um mesmo produto no mercado por muito tempo; lançamento de

um novo produto e com preço acima do que o mercado absorveria somada a

rejeição do mercado em conhecer a qualidade do novo produto por associarem a

outro produto estagnado e por isso, queimado no mercado; a retirada provisória do

mercado do produto carro chefe do faturamento da empresa (sem que antes o novo

produto tivesse engrenado); demissão de representantes antigos da empresa; junto

a isso se tem a sazonalidade (inverno) que impacta negativamente nas vendas da

empresa.

Os vendedores, antigo e novo coadunem ao afirmarem que a empresa não

possui objetivos definidos para a força de vendas. O primeiro afirma que essa falta

de definição está ligada a flutuação das decisões, ou seja, hora entra produto, hora

sai, hoje é um preço, amanhã é outro... O segundo aponta que existe o objetivo,

todavia, está errado já que para ele a empresa deveria focar nos varejistas apenas,

e não visitar também distribuidores para os produtos HGF. Embora tenham

respondido que a empresa não possui objetivos definidos, ambos apontam seus

objetivos enquanto força de vendas e afirmam que os mesmos são transmitidos pelo

gerente ou supervisora através de e-mails ou reuniões. O vendedor antigo afirma

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que seu objetivo é vender, vender e vender e que parece que seu objetivo é maior

do que o da empresa, no sentido de ele fazer todo um trabalho a partir de uma

determinação e depois a mesma ser modificada e, consequentemente, prejudicar

seu trabalho de venda. O novo vendedor coloca que seu objetivo é pulverizar

vendas e que a empresa está atrás em relação à concorrência por estar trabalhando

em cima de uma pulverização que não deveria haver. Mais apesar disso, afirma que

percebe que os objetivos da força de vendas estão encadeados com os da empresa,

mesmo que não os julgue os mais adequados.

Os clientes A, B, C, D, F e H afirmaram que os objetivos do vendedor não se

limitam a vender, e sim, numa preocupação com a opinião deles em relação ao

produto, mercado e concorrentes mantendo uma boa comunicação e relação

comprador versus cliente. Já o cliente E sustenta que o objetivo do vendedor é

restrito a venda. O cliente G aponta que o objetivo maior do vendedor é vender, mais

que nenhum vendedor de um modo geral (inclusive os seus), conversa sobre a

qualidade dos produtos, buscando a opinião dele como comprador e também do que

seus clientes falam sobre o produto, ou seja, isso não é um problema exclusivo da

HGF e que conhecer e falar sobre o produto é o ponto chave para um vendedor “sair

na frente”.

Em relação aos objetivos da empresa, Futrell (2003, p. 387) coloca que para

serem cumpridos, dependem de um planejamento, ou seja, da definição de linhas

amplas para metas, políticas e procedimentos. Evidencia-se que a força de vendas

precisa ter seus objetivos atrelados aos da empresa para que se cumpram os

mesmos. Nesse sentido, Kotler (2000, p. 638) sustenta que é papel das empresas

definirem os objetivos específicos que elas esperam que sejam alcançados por sua

força de vendas e transmiti-los de forma clara a seus vendedores.

Observa-se, portanto, uma situação conflituosa em relação aos objetivos da

força de vendas, na qual supervisão geral e gerência de vendas divergem nas

respostas apresentadas. O gerente destaca que metas são estabelecidas para os

vendedores e que semanalmente relatórios são cobrados, no entanto, pela vivência

em campo, sabe-se que não há uma cobrança efetiva do atingimento das metas,

tampouco do recebimento dos relatórios semanais, dificultando ainda mais o alcance

dos objetivos organizacionais. Percebe-se que as divergências nesse quesito,

atingem diretamente os vendedores, bem como seus trabalhos devido aos próprios

afirmarem que não possuem objetivos definidos pela empresa.

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Uma vez que não há cobrança efetiva dos relatórios, também não há um

feedback dos vendedores sobre as informações obtidas no mercado. Apesar disso,

os clientes em sua maioria, colocam que o objetivo dos vendedores não se limita a

vender mais também em saber da opinião deles sobre os produtos e trocar idéias.

Presume-se então, que os vendedores coletam informações junto aos clientes,

porém, acabam não transmitindo ao gerente, por falta de interesse ou de cobrança.

Dois dos clientes entrevistados sentem o reflexo da falta de definição dos objetivos

ao afirmarem que o vendedor apenas vende e não se preocupa em dialogar sobre

os produtos e o mercado. Portanto, mesmo que o único objetivo reconhecido tanto

pela empresa como pela força de vendas hoje, seja vender, o mesmo não está

sendo atingido de forma satisfatória. A fim de evidenciar a situação, apresenta-se a

seguir um quadro evolutivo das vendas em unidades de capacetes da HGF,

referentes aos meses de agosto e setembro de 2008, 2009, 2010 e 2011.

Quadro 02: Evolução das vendas de capacetes.

EVOLUÇÃO DAS VENDAS DE CAPACETES

MÊS ANO

2008 2009 2010 2011

Agosto 33.339 10.077 4.671 3.067

Setembro 29.153 11.320 5.101 1.614

Fonte: Dados primários (2011).

Pode-se observar uma queda significativa – e preocupante – das vendas. Se

comparado o ano de 2008 com o atual tem-se um decréscimo total de 90,8% das

vendas.

Para fins de complementação é interessante observar, que de acordo com

informações da Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças –

ANFAMOTO (2011, p. 08), a expectativa de que o ano de 2010 fosse um bom ano

para o mercado se concretizou e superou, inclusive, os números do ano de 2009.

Além disso, a mesma Associação traz a perspectiva de que o ano de 2011 também

supere o ano de 2010 em relação as vendas do setor.

4.2.1.2 Estratégia da força de vendas

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De acordo com a supervisora geral da empresa, a força de vendas possui

estratégias, porém, as mesmas não são bem definidas por ficarem, muitas vezes, na

cabeça do diretor/proprietário da empresa e do gerente de vendas. As estratégias

são informais e elaboradas pelo diretor, com base na manutenção do que vinha

dando certo para a empresa nos últimos anos, em outras palavras, as estratégias

não se modificaram ao longo dos anos. Para a supervisora, deveria haver um

conselho formado por um grupo de pessoas tanto do setor comercial como

gerencial, ao menos uma vez por ano, para planejar as estratégias para o decorrer

de todo o ano e conforme necessidades fazer modificações. Esse planejamento

ocorreria com base no histórico da empresa no período anterior (modificando o que

deu errado e adaptando o que deu certo), junto ao cenário atual do mercado. O

procedimento de elaboração de estratégias atualmente é esse, devido às decisões

serem centralizadas no diretor da empresa.

O gerente de vendas aponta que não há um plano de ação, um plano

estratégico e que as estratégias vão surgindo conforme as respostas do mercado,

mais ou menos num ritmo de “tapar buracos e vão surgindo outros”. Atualmente as

estratégias são elaboradas assim por ele se julgar pouco conhecedor do mercado de

motopeças e devido a indecisões internas da empresa. Para ele as estratégias

deveriam ser elaboradas anualmente, com previsão de crescimento, traçando

objetivos, e de que forma seriam atingidos, determinando quem, como, quando e

prazos para tanto. Paralelo a isso, haveria as estratégias emergentes mensais.

Questionado sobre o uso de estratégias de vendas, o vendedor antigo afirma

que a empresa às vezes faz uso e quando faz, ele as conhece por comunicados via

e-mail, telefone ou pessoalmente. Ele considera a estratégia uma das suas

ferramentas de trabalho e destaca que nem sempre elas trazem resultados (em

especial, ultimamente). Já o vendedor novo, alega que a estratégia passada pelo

gerente estava errada igualmente ao objetivo, e que por isso, trouxe pouco

resultado.

Em relação ao uso de artifícios, de estratégias para concretizar as vendas, os

clientes A, B, C, D, E e H disseram que os vendedores fazem uso de facilitadores

com destaque para a extensão de prazos, produtos em consignação, agilidade no

atendimento e conhecimento do que o cliente costuma comprar. O cliente F não

afirmou que sim, pelo contrário, indicou que muitas vezes espera o vendedor

aparecer e quando não aparece, liga para comprar produtos. O cliente G explana

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sobre o fato de recentemente ter havido a troca do representante da região em que

ele possui loja. Afirmou que hoje não conhece o representante da HGF e que liga

para a fábrica para realizar pedidos. Aproveitou para falar do mercado e que devido

à ausência da HGF somada à alta do preço e a entrada de diversos concorrentes no

mercado, acaba comprando também da concorrência. Todos os clientes

responderam que se sentem livres no momento da compra, ou seja, não se sentem

pressionados pelo vendedor. Nessa mesma linha, foram questionados sobre a

capacidade de negociação do vendedor, na qual apenas o cliente C não soube

responder por julgar não ter tido “experiências sólidas de grandes compras” e o

cliente F ter julgado “mais ou menos” devido ao vendedor apenas anotar o pedido e

não apresentar nada de diferente. Os demais clientes consideram o vendedor que

lhe atende um benfeitor de negócios. Todos os clientes quando precisam, recebem

suporte do administrativo da empresa, exceto o cliente H, que nunca precisou e, por

isso, não soube responder.

Sabe-se que as estratégias da força de vendas devem estar alinhadas aos

objetivos da mesma e aos objetivos organizacionais. Essa relação se faz presente

na citação de Moreira et al. (2001, p. 22): “cada objetivo pode corresponder mais de

uma estratégia, e uma estratégia pode viabilizar mais de um objetivo (MOREIRA et

al., 2001, p. 22).

Sem objetivos definidos, certamente, as estratégias também estariam

comprometidas. O fato do diretor/proprietário da empresa concentrar as decisões e

bolar planos com base nos anos de ascensão da empresa faz com que os

vendedores não reconheçam essas estratégias por elas mudarem constantemente,

além de muitas vezes elas não apresentarem resultados positivos. Estratégias

emergentes são adotadas no dia-a-dia sem continuidade e sem um planejamento

macro e anual. Chama atenção o fato da supervisora geral e gerente de vendas

descreverem alternativas e procedimentos para se elaborar estratégias efetivas para

a força de vendas, porém, não conseguem colocar em prática. Isso se deve,

principalmente, a forma como o proprietário vem conduzindo a gestão da empresa.

Novamente os vendedores têm seus trabalhos prejudicados, refletindo nos

resultados que vem sendo apresentados, pois sem estratégias definidas, sem o uso

dessa ferramenta, cada um trabalha como sabe ou como pode e nem sempre a é

maneira mais eficaz.

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O mercado de motopeças como qualquer outro, possui suas particularidades

e é preciso cautela – e estratégias – para não sucumbir à forte concorrência.

Elucidando a crescente concorrência deste mercado, têm-se registros na empresa

de que no ano de 2008 havia em torno de dez marcas de capacetes certificadas pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO, sendo que

hoje, em consulta pública realizada no site do mesmo Instituto (www.inmetro.gov.br),

constata-se a existência de noventa e duas marcas, sem considerarmos que cada

uma delas possui diferentes linhas de capacetes. Dentre as noventa e duas marcas

registradas, trinta e duas são de procedência nacional, enquanto cinqüenta e nove

são internacionais. É importante destacar também, que a HGF verificou nesse

período um crescimento acentuado dos produtos concorrentes de procedência

internacional, provocada pela abertura dos mercados, em especial, o da China. Além

da vinda de novas marcas, muitas empresas brasileiras importam apenas o produto

fabricado da China que, diga-se de passagem, com custos abaixo da realidade

brasileira e, posteriormente, colocam suas marcas.

Voltando a tratar das estratégias propriamente ditas, os clientes percebem o

uso delas por parte dos vendedores da HGF quando elas de alguma forma os

favorecem em relação a preços e prazos de entrega ou pagamento, por exemplo. De

um modo geral os clientes consideram os vendedores bons negociadores. No

entanto, dois clientes apontaram falhas no atendimento presencial. Ou seja, os

vendedores não realizam visitas periódicas, tendo que muitas vezes, o cliente ligar

para fazer um pedido. Isso gera dúvidas ao inferir se a falha no atendimento decorre

da falta de interesse do vendedor ou de uma possível falha na estruturação da área

de vendas.

4.2.1.3 Estrutura da força de vendas

Todos os vendedores da HGF atuam como representantes comerciais

autônomos, ou seja, há apenas um contrato formalizando a relação entre empresa

versus vendedor ou empresa versus empresa de representação, exonerando a HGF

de ordens trabalhistas e dando maior flexibilidade para remanejamentos. Nenhum

representante é exclusivo HGF. A estrutura é por território – Estado – ou por região

no caso do Estado de Santa Catarina. Por a empresa não possuir um grande mix de

produto e não possuir grandes clientes, a supervisora julga conveniente a

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estruturação por território, afirmando apenas, que poderia melhorar essa estrutura,

no sentido de haver vendedores próprios da empresa em alguns territórios e não

somente representantes comerciais. O gerente aponta a mesma possibilidade de ter

vendedores próprios e comenta ainda, sobre o incremento de ter distribuidores de

nível nacional.

Os vendedores consideram-se satisfeitos em relação à estrutura em que

trabalham. O vendedor antigo destaca que não mudaria nada na estrutura,

principalmente, por ela corresponder ao limite de território que ele consegue

percorrer, considerando muitas vezes “corrido” devido ao aumento da concorrência,

onde antigamente ele não precisava visitar os clientes, eles quem corriam atrás dele.

Diferentemente de hoje, pois se ele não visitar certos, o concorrente visita e ele

perde a venda. O vendedor novo aponta apenas, que a estrutura deveria ser focada

exclusivamente nos varejistas e não nos distribuidores, pois não teve boas

experiências com a pasta da HGF nesse segmento.

Questionados sobre a forma como os contatos são realizados, a frequência e

a satisfação com essa forma e frequência, todos os clientes destacaram que são

visitados pessoalmente, contatados via telefone, e-mail, entre outras redes de

relacionamento que são acertadas entre vendedor e comprador. As frequências

giraram em torno de 01 e 02 vezes ao mês, sendo satisfatório sob o ponto de vista

dos clientes. Apenas o cliente F confessou que não é visitado e tampouco

contatado, tendo que entrar em contado quando precisa de produtos. Dessa forma,

o cliente F diz-se insatisfeito com a forma e frequência dos contatos, por julgar o

representante despreocupado em relação as suas necessidades. Neste item já

foram abordados com os clientes os pontos referentes ao tamanho da força de

vendas – que será o próximo tópico a ser abordado – sob o ponto de vista dos

clientes.

Kotler (2000, p. 641) salienta que as empresas “precisam revisar sua

estrutura de força de vendas à medida que as condições econômicas e de mercado

mudam”, a fim de atender de forma eficaz seu mercado consumidor. Essa revisão,

entretanto, é de responsabilidade do gerente de vendas (LAS CASAS, 2006, p. 414)

que possui além desse desafio, o de ficar atento no atendimento e nas atitudes dos

vendedores para que não haja conflitos nesse processo (LAS CASAS, 1999, p. 22).

Embora o modal de representação comercial apresente menores custos e

maior flexibilidade, questiona-se se esta é a forma ideal para a HGF hoje, já que esta

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dificulta de certa forma o controle do gerente sobre as atividades de vendas. Essa

questão pode estar contribuindo para a aparição dos problemas constatados na

força de vendas. A partir dos relatórios mensais de vendas constata-se que

determinados vendedores passam o mês sem vender, sequer, um item do catálogo

de produtos da empresa. Esses resultados geram algumas questões: o vendedor

está realizando um trabalho em cima da pasta de produtos da HGF? Ou somente

para as outras pastas que representa? (Sim, pois se são representantes comerciais,

vivem das vendas de suas pastas); ou será que o problema está alocado na atuação

da empresa e de suas políticas comerciais? Sabe-se que há uma problemática na

administração da força de vendas, porém, questões como o tipo de força de vendas

e política comercial podem ser repensadas a fim de que a empresa se torne mais

ativa no mercado. Além disso, alguns clientes apontaram que não estão sendo

visitados, criando-se a necessidade de saber o motivo dessa falta: o vendedor está

conseguindo atender a todo o território que lhe foi estipulado? Há falta de interesse?

Há falta de apoio por parte da empresa?A impressão que se tem pela vivência em

campo é que as problemáticas supracitadas decorrem de um mix dos

questionamentos levantados.

4.2.1.4 Tamanho da força de vendas

Segundo a supervisora da empresa, o tamanho da força de vendas é

elaborado em função da capacidade de visitação do vendedor ao cliente, ou seja,

quantos clientes o vendedor efetivamente consegue atender/visitar, pensando

também, na diminuição de gastos para ele. No entanto, ela pondera que o atual

tamanho da força de vendas não atende as necessidades da empresa e de seus

clientes, sugerindo que em alguns Estados houvesse uma divisão por Região,

conforme ocorre em Santa Catarina e que em Estados mais distantes ou com menor

frota de motocicletas, fosse investido no telemarketing.

Corroborando com a supervisora, o gerente também não considera ideal o

tamanho da força de vendas, indicando que o “tamanho adequado é tamanho do

mercado e ninguém conhece o tamanho do mercado”. De acordo com ele o tamanho

da força de vendas é calculado com base no número de habitantes e motos de

determinada região e que não é algo engessado, levando-se em consideração

também, a estrutura do escritório do vendedor.

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A elaboração do tamanho da força de vendas para o vendedor antigo se deu

da forma em que a empresa delimitou uma área para cada representante, não

havendo negociações sobre isso (ao menos com ele). Apenas quando foi constatado

que ele sozinho não conseguiria atender todo um Estado, devido especialmente, as

despesas é que foi lhe dada uma região conforme sua capacidade de atendimento,

considerando adequado o seu território e mostrando-se satisfeito com isso. O

vendedor novo desconhece a forma como é elaborado o tamanho da força de

vendas e ficou sabendo da sua atuação em uma reunião com o gerente, havendo

negociações. Em relação a sua capacidade de atendimento ele considera a área

adequada, porém, não para o varejo, somente para grandes distribuidores.

De acordo com Futrell (2003, p. 390), diversos fatores estão associados ao

tamanho da força de vendas, como natureza do trabalho, intensidade da cobertura

de mercado e tipo de produtos vendidos. Segundo Cobra (1994, p. 259), para

determinar o tamanho da força de vendas, faz-se uso de métodos quantitativos, com

uso de cálculos, ou qualitativos. O mesmo autor (1994, p. 259) complementa

afirmando, que as organizações devem constantemente realizar uma avaliação das

oportunidades e das restrições de mercado para se chegar a uma decisão ótima

acerca do tamanho da força de vendas.

Embora supervisora e gerente tenham apontado métodos de definição do

tamanho da força de vendas, sabe-se que na prática ele não acorre. A prática usual

na empresa é a de que haja um representante por Estado (ou que o mesmo atenda

a mais de um Estado, dependendo da estrutura da sua empresa de representação)

e que, em alguns, haja uma divisão por Região. A figura 11 esboça o atual tamanho

da força de vendas da HGF, conforme seus territórios de atuação.

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Figura 11: Tamanho da força de vendas da HGF, conforme seus territórios.

Fonte: Dados primários (2011).

Quando há o desligamento de algum vendedor, outro é contratado para

ocupar a área que ficou desassistida. Devido à empresa ter passado anos de sua

trajetória sem gerente de vendas, e por isso, sem alguém que acompanhasse a

força de vendas, o tamanho dela não sofria alterações a partir de sensibilizações do

mercado, muito pelo contrário, o tamanho permaneceu praticamente o mesmo nos

últimos anos, sofrendo um aumento apenas nos últimos quatro meses com a

chegada do gerente de vendas, que por sua vez, ampliou-a de forma intuitiva, sem

uma análise das necessidades da empresa. Ele foi contratado pela empresa e na

semana seguinte já alterou o tamanho da força de vendas.

Supervisora e gerente afirmam que o atual tamanho da força de vendas não

supre as necessidades da empresa e dos clientes, por fazerem relação com as

vendas, ou seja, trabalham em cima da hipótese de que se a força de vendas não

está vendendo o suficiente, é por que não está atingindo a todos os clientes atuais e

potenciais. O vendedor antigo sobre o tamanho, afirmou que foi delimitada uma área

pela empresa, sem negociações a respeito. Destaca-se o fato de a empresa ter

levado cerca de três anos para constatar que o vendedor sozinho, não conseguiria

atender todo um Estado, para daí então, dividi-lo em Regiões e delimitar uma á ele.

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Já o vendedor novo, disse ter havido uma reunião e negociações, sendo que ele já

iniciou seus trabalhos com uma Região de um Estado definida. A respeito desse

assunto, os clientes foram questionados no item anterior, haja vista que estrutura e

tamanho da força de vendas são praticamente singulares sob o ponto de vista dos

clientes.

4.2.1.5 Remuneração da força de vendas

O método de remuneração utilizado pela HGF é de comissionamento de 5%

sobre o volume de faturamento individual do vendedor durante o mês pago no início

do mês subseqüente ao da venda. Supervisora e gerente coadunem que, para

representantes comerciais autônomos essa é a melhor forma de remuneração e que

não há dificuldades nesse procedimento, pois a prática é comum no mercado.

Apontaram apenas, que se fossem vendedores próprios, a remuneração deveria ser

salário fixo + variável (comissão) + ajuda de custo.

Esse método de acordo com o vendedor antigo poderia ser melhorado com

bonificações. Já o vendedor novo acha justo que os vendedores recebam de acordo

com o quanto trabalham, não achando interessante o pagamento de ajudas ou

bonificações por parte da empresa, haja vista que ele possui outras representadas e

que, portanto, as representa em todas as visitas realizadas, além de isso não criar

nenhum vínculo empregatício com ambas. Ambos os vendedores não possuem

nenhum problema em relação à remuneração, inclusive, destacando que sempre

recebem em dia. O vendedor antigo considera a forma de remuneração

desmotivadora em certos momentos, principalmente, nos de “vaca-magra” e que

poderia haver algo mais motivador como bônus, por exemplo. Já o vendedor antigo

considera motivador o fato de ele ganhar em cima do próprio trabalho: “quanto mais

trabalho, mais ganho”.

Os clientes de um modo geral consideraram o vendedor que lhe atendem um

profissional que gosta do que faz e satisfeito. Apenas o cliente C citou que seria

injusto ao responder por não ter opinião formada.

Teixeira et al. (2004, p. 58) consideram um dos principais pontos da

administração de vendas o desenho de um sistema de remuneração, que satisfaça

os vendedores e que, ao mesmo tempo, seja eficaz para a organização. A

remuneração é o fator mais relevante para o sucesso da força de vendas e sua

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eficiência está diretamente relacionada ao nível desse sucesso (FUTRELL, 2003, p.

409), isto é, quando inadequada, a remuneração pode ser o principal motivo dos

problemas de desempenho em vendas e fracos resultados (TEIXEIRA et al., 2004, p.

58).

O método de remuneração adotado pela HGF é comum no mercado e sempre

foi assim para ela. Os autores supracitados tratam da importância dos vendedores

serem bem remunerados e das consequências trazidas caso ocorra o contrário.

Portanto, corroborando com a literatura, o fator remuneração também pode ser – em

partes – o vilão do fraco desempenho da força de vendas da HGF, principalmente ao

ter-se levantado que o vendedor antigo sente-se, por vezes, desmotivado com o

método. Por outro lado, o vendedor novo considera o método adequado, mais se

deve levar em consideração que o mesmo trabalha a pouco tempo na empresa e

que, portanto, os resultados trazidos por ele ainda são poucos para mensurarmos se

a remuneração influencia nesses resultados. Embora se tenha constatado um

descontentamento por parte do vendedor antigo, os clientes apontaram que a

percepção deles é a de que os vendedores num modo geral mostram-se satisfeitos

com o trabalho que desempenham. Claro, que se deve também, levar em

consideração que o contentamento dos vendedores pode se dar devido a eles

trabalharem com diversas pastas de produtos, ou seja, não significa que a HGF é a

única responsável pelo contentamento ou não dos vendedores.

4.2.2 Gestão da força de vedas

4.2.2.1 Recrutamento e seleção da força de vendas

O processo de recrutamento e seleção da força de vendas é realizado pelo

gerente de vendas e ocorre via indicação do mercado, conhecimento do gerente ou

banco de currículos da empresa. O gerente por sua vez, utiliza o critério de escolha

baseado no tempo de mercado do vendedor ou da empresa de representação, na

credibilidade, no número de clientes que atende e nas pastas de produto com que já

trabalha. A supervisora acha que esse não é o método mais adequado e que o

processo deveria se dar “com calma, da forma como deve ser”: com divulgação,

entrevistas, averiguar experiência, entre outros itens a serem considerados. Ela

complementa com o fato de que os vendedores não estão atingindo as expectativas

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92

e que isso é reflexo de falhas no processo: “são contratados como bons vendedores

e não trazem o retorno esperado”. Questionada se a falha de não venderem está

totalmente atrelada a falhas no processo de recrutamento e seleção, ela respondeu

que em partes sim, pois a pessoa pode não ser qualificada o suficiente para o cargo,

ou não estar focada nos produtos da empresa por trabalhar para várias empresas,

por exemplo, e isso são fatores analisados durante o processo de recrutamento e

seleção. No entanto, o gerente acha que os métodos utilizados são os normais e

que devem permanecer os mesmos: “os resultados trazidos pelos representantes

não faz relação com a forma de recrutamento e seleção deles”. Embora tenha feito

essa observação, ele assume que os resultados dos vendedores poderiam ser

melhores, mas que estão em processo de maturação e que acredita nos contratados

para o atingimento dos objetivos da empresa. Ele conclui a resposta comentando

que as constantes mudanças na política comercial da empresa é que interfere nos

resultados obtidos pelos vendedores, além de interferir no julgamento dos

vendedores frente à empresa.

O vendedor antigo enviou e-mail com seu currículo para a empresa e o

proprietário já o conhecia. Então o chamou para fazer um trabalho na empresa,

gostou e o contratou como vendedor. Nesse processo todos os assuntos acerca do

trabalho foram tratados e se mantêm até hoje. O vendedor novo foi contratado pelo

gerente de vendas por conhecê-lo de outra empresa, tratando dos assuntos

pertinentes ao trabalho e mantendo até então.

Questionados sobre que características fundamentais devem ter os

vendedores, os clientes destacaram:

Cliente A: “o principal é conhecer o produto que ele está vendendo. Ter

domínio do que vende”.

Cliente B: “atenção e entender o que eu quero”.

Cliente C: “além de comunicativo, o representante tem que ser um

consultor de mercado hoje, entender do segmento dele de modo geral e

ajudar seu cliente a ter sucesso com seus produtos, havendo isso, as

vendas é consequência”.

Cliente D: “ética comercial (ponto mais alto), pois ele está representando a

marca HGF [...] e muitas empresas se queimam por escolher mal os

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representantes. [...] relacionamento é tudo, é fundamental [...] a parceria é

muito importante”.

Cliente E: “tem que ser eficiente, amável e querido. Preciso ser bem

atendido”.

Cliente F: “atencioso ao pedido. [...] Precisa vir certinho o tamanho, a cor,

depois dar um retorno, ampliar a conversa...”.

Cliente G: “educação [...] e não tentar empurrar nada. Oferecer o produto e

deixar eu dar minha opinião pessoal e profissional [...] e aceitar elas

independente do mercado e da moda.Tem que ser compreensivo, sem me

pressionar”.

Cliente H: “comunicativo e atencioso”.

O processo de recrutamento e seleção contempla uma série de etapas que

devem ser bem constituídas e aplicadas pelos responsáveis de RH – ou empresa

terceirizada – em conjunto com o gerente de vendas. Esse processo é sintetizado

por Futrell (2003, p. 393): “o recrutamento trata de procurar, encontrar e entrevistar

pessoas para o cargo” e a seleção é o processo de escolha da melhor pessoa

disponível para o cargo.

Constatou-se, a partir das entrevistas, que o procedimento utilizado pela HGF

para recrutar e selecionar a força de vendas não condiz com o proposto pela

literatura. Esse fato é mais um agravante para as problemáticas já levantadas no

presente trabalho. Conforme a vivência em campo pôde-se observar que o processo

de recrutamento e seleção dos últimos vendedores contratados se deu praticamente

num único dia, isto é, o vendedor que já era do conhecimento do gerente era

contatado, vinha até a empresa – ou não – era feita uma conversa presencial – ou

por telefone – e no mesmo dia a pessoa já recebia o catálogo e amostras dos

produtos – ou os materiais eram despachados via correio. Portanto, o gerente já

escolhia previamente quem ele gostaria de contratar, sem definir um perfil próprio

para a força de vendas. Para o gerente todo esse processo era o normal e que isso

não tem relação com o desempenho dos vendedores, apesar de confessar que os

resultados trazidos até então, não foram os esperados.

Embora o vendedor antigo não tenha sido contratado dentro do que seria o

ideal, ao menos, algumas etapas do processo foram efetivadas. A supervisora

discorda de todo esse processo, porém, mais uma vez, devido às intervenções do

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diretor/proprietário, nada pôde fazer. Os vendedores em relação ao método como

foram “recrutados e selecionados” não se opuseram, apenas relatando como se deu.

Os clientes destacaram quais características consideram indispensáveis para um

vendedor, na qual a maioria no decorrer da entrevista deixou transparecer que os

vendedores possuem as características mencionadas. Exceto os que já haviam se

“queixado” da falta de atenção do vendedor para com eles. Alguns, inclusive, fizeram

sugestões de melhorias na postura do vendedor e também da HGF. Essas

sugestões serão, certamente, levadas em consideração para a elaboração de

estratégias e ações para a força de vendas da HGF.

Portanto, a forma como vem dando-se o processo de recrutamento e seleção

faz relação com o desempenho da empresa, pois esse processo serve, justamente,

para a empresa saber o que deseja dos vendedores, para traçar um perfil ideal e

perceber se aquele profissional condiz com o que foi predeterminado e se é

comprometido com o trabalho. Talvez os vendedores contratados pela empresa não

possuam o perfil e o comprometimento que ela necessita e esse entrave poderia ser

evitado ou, ao menos, minimizado se o processo de recrutamento e seleção

ocorresse “conforme manda o figurino”.

4.2.2.2 Treinamento da força de vendas

A HGF não possui um sistema de treinamento para a força de vendas. Os

vendedores são treinados apenas quando iniciam os trabalhos com a empresa, para

conhecer a história, produtos, política comercial, entre outros, ou no lançamento de

um novo produto para conhecer as particularidades dele. Os treinamentos na

empresa são direcionados conforme o cargo de ocupação do funcionário e no caso

da força de vendas é realizado pelo gerente de vendas e dependendo da ocasião

com o auxílio do diretor/proprietário e da supervisora geral. Quando possível o

vendedor visita a empresa e a fábrica, quando não, esse procedimento é realizado

via e-mail ou telefone e as amostras e demais materiais de trabalho são enviados

pelos Correios. Como sugestão de treinamentos para a força de vendas a

supervisora aponta: técnicas de vendas, reciclagem para amenizar os vícios,

palestras motivacionais, entre outras, que poderiam ser realizadas de 01 a 02 vezes

ao ano, em convenções com todos os vendedores para também, trocar informações

e verificar o comportamento do mercado. Para o gerente de vendas seria

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interessante um vídeo institucional da empresa, contendo o processo produtivo do

capacete e treinamento de reciclagem com técnicas comerciais.

O modo como o vendedor antigo foi treinado, foi conhecendo a empresa e o

processo de fabricação do capacete do início ao fim. Ele afirma que treinamentos

sobre o produto ele não precisa, pois já é experiente, mais sugeriu treinamentos de

técnicas de vendas, estratégias, mais ou menos como “ensinar o cara a vender

freezer no Alasca”. Ele considera treinamentos importantes e sugeriu que uma vez

ao ano houvesse uma convenção com todos os vendedores da empresa para trocar

idéias, saber o que está havendo no mercado do Estado vizinho e saber o que os

consumidores estão pedindo. O vendedor novo veio até a empresa e teve um

suporte preliminar sobre o produto e explicações técnicas. Apesar de curto esse

processo, não sentiu falta de algo a mais por ter recebido amostras e folders. Os

treinamentos sugeridos por ele seriam no sentido de lidar melhor com o varejo e

também a convenção anual, aproveitando épocas de feiras e trazer novidades para

os vendedores.

Embora os treinamentos para a força de vendas da HGF não se dêem

continuamente, os clientes A, B, C, E, G e H apontam que os vendedores conhecem

bem os produtos que vendem, considerando adequado todo o atendimento que

recebem tanto do vendedor como da empresa de um modo geral e que não

possuem nenhuma sugestão em relação a treinamentos, pois se consideram

satisfeitos. Já o cliente F revela que o vendedor nunca falou sobre o capacete,

nunca mostrou outros produtos e que caso seus clientes perguntem sobre o

capacete ele não saberia responder. Devido a isso e ao fato do vendedor não o

visitar pessoalmente (tendo que ele próprio telefona para realizar pedidos) ele não

considera adequado o atendimento do vendedor, diferentemente do atendimento

prestado internamente pela empresa, considerando satisfatório. Nesse sentido, o

cliente sugere que ele seja visitado pessoalmente, que o vendedor lhe fale sobre o

capacete (parte técnica), que lhe mostre outros produtos e que lhe dê soluções de

produto. O cliente D também aponta a questão técnica, que segundo ele, ainda está

faltando. Dessa forma, ele considera um bom atendimento por parte do vendedor e

da empresa, citando que poderia melhorar a questão técnica, sugerindo que

houvesse um relacionamento entre o vendedor HGF e o vendedor dele para que

fosse passada a forma de fabricação dos produtos, que materiais são usados,

detalhes dos produtos, formas de uso, etc. O cliente enfatiza: “eu só abro isso para

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as empresas que para mim são interessantes e a HGF hoje tem essa liberdade”. Ele

conclui a resposta afirmando que se ele vender mais, certamente, vai comprar mais

produtos HGF e que esse tipo de trabalho, de relacionamento é um diferencial que

pode levá-lo a desenvolver fortes parcerias com a marca X e não com a Y.

Kotler (2000, p. 645) cita que grande parte da força de vendas, quando

contratada, é enviada ao mercado quase que imediatamente, com amostras, blocos

de pedidos e descrição de seu território, sem ao menos receberem o treinamento

adequado para o desempenho do cargo. Para o mesmo autor (2003, p. 422)

treinamento significa gastos com instrutores, material, local apropriado e salário, com

uma pessoa que nem está vendendo e além do mais, está perdendo oportunidades

de negócios. Devido a essa percepção, muitos problemas aparecem, derivados da

falta de conhecimento e habilidades básicas essenciais aos vendedores (TEIXEIRA

et. al., 2004, p. 57). Em complemento, Churchill e Peter (2000, p. 522) destacam que

“treinamento pode dar ritmo aos novatos e qualificar melhor os vendedores

experientes”.

De acordo com as respostas obtidas nas entrevistas, constatou-se que a HGF

não investe em treinamentos periódicos, o que de acordo com os autores

supracitados isso pode trazer – e tem trazido – problemas de conhecimento e

habilidade para a força de vendas. Em relação ao conhecimento um cliente aponta

que o vendedor não fala do produto e não dá solução de produtos, outro sugere

melhorias, porém, de um modo geral, os clientes enfatizaram o conhecimento dos

vendedores sobre os produtos, que de fato, é o único treinamento dado pela HGF

aos seus vendedores, quando iniciam suas atividades ou no lançamento de

produtos.

Conforme Las Casas (2006, p. 423), existem dois tipos essenciais de

treinamento: o inicial (preocupado com a história da empresa, desenvolvimento,

produtos, territórios de vendas, entre outros) e o de reciclagem (para vendedores já

com experiência e com base nas dificuldades). Para este último, o método de

sensibilização da temática se dá, principalmente, pela detecção e análise das

necessidades. Nesse sentido, supervisora, gerente e vendedores corroboram que há

a necessidade de algo a mais para o item treinamento, com destaque para a

realização de convenções anuais para o encontro de todos os profissionais de

vendas da empresa, troca de informações e palestras e discussões sobre técnicas

de vendas e mercado. No entanto, como já comentado, a empresa ficou muito anos

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sem gerente de vendas e, portanto, sem alguém que pudesse organizar os

treinamentos ou ao menos enfatizar a importância deles. Até o momento, a HGF não

aparentou ter interesse em investir nesse item para melhorar a capacidade produtiva

dos seus profissionais de vendas.

4.2.2.3 Supervisão da força de vendas

A supervisão da força de vendas não é feita de forma sistematizada, porém, é

o gerente de vendas é incumbido de desempenhar esse papel.

A supervisora da empresa relata que o gerente de vendas desempenha papel

de supervisor de vendas e por isso, o trabalho não é desempenhado como deveria.

Ela destaca que algumas coisas são pedidas e não são cumpridas e que sente

dificuldade em lidar com essa situação. Ela gostaria que o gerente atuasse de forma

mais enfática tanto na definição de metas como no atingimento delas. “Esse é um

problema que sempre teve e continua havendo. Inspecionar que os clientes que

foram determinados estão sendo efetivamente visitados e se está sendo feito visito

pessoalmente ou apenas pelo telefone... Essa supervisão não está sendo feita”.

O gerente relata que quando sai para campo usa um sistema de coaching:

faz-se um check list com o vendedor, observa o trabalho dele e no final do dia dá um

feedback. Para o gerente, no entanto, deveria haver um supervisor de vendas e não

ele deveria supervisionar, pois segundo o mesmo, o supervisor precisa estar em

campo, vendo oportunidades de mercado, fazendo acompanhamento dos

vendedores, visitando clientes, além de elaborar relatórios semanais com um

acompanhamento do atingimento dos objetivos.

Quem realiza a supervisão do vendedor antigo, de acordo com o próprio, é a

supervisora geral da empresa (e não o gerente de vendas). A supervisão se dá via

telefone, e-mail ou contato pessoal, por meio de conversas na qual ele relata suas

dificuldades no mercado, o que os clientes querem e observações que eles fazem

acerca dos produtos. Ele sente essa supervisão um pouco “apagada”, podendo ser

mais incentivadora. Já o vendedor novo se diz supervisionado pelo gerente de

vendas e que teve a experiência de tê-lo o acompanhando em uma viagem para

vendas. Recentemente foram cobrados relatórios de vendas e ele julga adequado,

pois a partir do momento que um vendedor está representando a empresa, essa

relação não pode se resumir a venda e sim em saber da concorrência, dos

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problemas, das exigências do mercado e dos clientes. Ele considera a supervisão

impulsionadora, pois contou com a ajuda do gerente em algumas visitas.

Quando solicitam junto ao vendedor ou a empresa, algo fora do tradicional da

compra, os clientes A, B, C, D e E afirmam que sempre recebem retorno imediato.

Os clientes G e H nunca precisaram de algo fora do tradicional. O cliente F relata

que quando solicita algo ao vendedor, costuma ele próprio entrar em contato, pois

não recebe retornos espontâneos. Ademais, todos os clientes responderam que

nunca receberam a visita de um supervisor de vendas para conversas e

negociações diferenciadas.

Para Kotler (2000, p. 646), existem diferentes maneiras de se supervisionar

vendedores, mais que se dedica menos supervisão aos que são pagos por

comissão. Em suma, supervisionar significa capacitar vendedores para que realizem

melhor seus trabalhos e acompanhar se esse trabalho está de acordo com os

padrões estabelecidos pela empresa (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 523).

A supervisora conclui que o vendedor não está atuando da forma como

deveria em relação à supervisão da força de vendas e o gerente relata um método

de supervisão em coaching em campo junto ao vendedor. Porém, sabe-se que esse

método foi realizado apenas uma vez e com apenas um vendedor, que foi

justamente o entrevistado e que, por sinal, considerou adequado o procedimento. De

acordo com o vendedor antigo, quem o supervisiona é a supervisora geral da

empresa e não o gerente. Vê-se, portanto, uma situação conflituosa e que acaba

questionando a postura do gerente em relação à supervisão. Se o próprio vendedor

não se considera supervisionado pelo gerente, é por que o método não deve estar

sendo aplicado de maneira eficaz. Relatórios são solicitados semanalmente, mais

como já mencionado nos itens anteriores, não há uma cobrança efetiva de

elaboração e entrega deles.

Miguel (2006, p. 330-331) sustenta que existem três dimensões para a

supervisão: orientada para resultados finais, orientada para atividades e orientada

para capacidades e competências. A orientação utilizada pelo gerente é para

atividades, na qual o foco é proporcionar resultados, por meio da cobrança de

atividades rotineiras como visitação, telefones, demonstração dos produtos,

relatórios, entre outros. Embora seja a intenção do gerente, na vivência em campo

verificou-se uma situação adversa. De acordo com conversas informais com

diferentes vendedores da HGF, foi possível identificar que eles se sentem

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desassistidos e mencionam frases como: “me sinto desprezado”, “a empresa não me

ouve”, entre outras. Apesar de a literatura sugerir que para vendedores

comissionados despende-se menor tempo para supervisão, acredita-se que tal fato

não se enquadra para a força de vendas da HGF, haja vista que os vendedores são

indisciplinados em relação à emissão dos relatórios, por exemplo, que é uma

ferramenta importante para a supervisão dos trabalhos, fazendo-se necessária uma

supervisão mais rigorosa. Nesse aspecto, têm-se mais uma situação conflituosa, os

vendedores reclamam que estão desassistidos – e de fato estão – porém, não

colaboram quando algum artifício de supervisão é implementado. A impressão que

se tem é que a empresa perdeu a credibilidade frente aos vendedores,

principalmente, devido à política comercial da empresa e outras decisões

envolventes a vendas mudarem constantemente.

4.2.2.4 Motivação da força de vendas

Atualmente a empresa não possui um sistema a fim de não desmotivar a

força de vendas. Por isso, supervisora e gerente apontam que esse quadro não

atende a necessidade da organização, em especial, da força de vendas.

A supervisora destaca que premiações para os vendedores com melhores

desempenhos, reconhecimento com homenagens, poderia ser bastante motivador e

não só o dinheiro.

O gerente destaca as premiações por atingimento de metas e pós-metas

como pretensões em relação ao item motivação.

O vendedor antigo se considera um profissional motivado e que isso é

intrínseco a ele, aliás, considera que muitas vezes ele é quem motiva a empresa a

realizar determinadas ações. Para ele a empresa poderia aceitar as idéias dos

vendedores relacionadas às melhorias que os clientes solicitam, por exemplo, que

certamente aprimoraria o seu trabalho e que, com isso, ele se sentiria motivado. O

vendedor novo relata que tem a figura do gerente voltada para a motivação, devido

às conversas e os incentivos. Ele também se considera um profissional motivado,

mas que isso além de ser intrínseco, também deriva do apoio que a empresa dá

para ele como profissional. A empresa poderia motivá-lo realizando um

acompanhamento, estando em foco com ele, gerando negócios, lançando novos

produtos, estar com preços competitivos, entre outros. Ele ainda faz o seguinte

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relato: “o prêmio que tenho é o meu trabalho. Prefiro ganhar descontos para os

pedidos ao invés de dinheiro para mim. Não quero trabalhar para ganhar 01 TV da

empresa, quero 10 TVs pagando por elas”. Ele conclui que as premiações são

interessantes para equipes internas de venda.

Todos os clientes responderam que consideram o vendedor um profissional

motivado e comprometido com o trabalho, exceto o cliente F que disse não saber

responder quanto à motivação do vendedor e quanto ao comprometimento achou

complicado considerar por ele nem ser visitado e ter que correr atrás quando

precisa.

Gil (2006, p. 201) assegura que “a motivação [...] é a chave do

comprometimento”. A motivação é a energia que flui de dentro das pessoas, mas

que precisa ser alimentada, para manter os vendedores atuantes no mercado

(MOREIRA et al., 2001, p. 271-272). Autores destacam que é preciso usar artifícios

para não desmotivar a força de vendas, já que a motivação deve ser intrínseca a

cada indivíduo. Por isso, Las Casas (2006, p. 418) cita alguns fatores que podem

desmotivar os vendedores: falta de reconhecimento, atribuições fora do cargo, má

distribuição de territórios, metas inalcançáveis, entre outras. O objetivo da motivação

é, em suma, incentivar os vendedores a trabalharem com empenho em direção às

metas da força de vendas (KOTLER e ARMSTRONG, 2007, p. 415).

A HGF não possui um sistema a fim de manter os vendedores atuantes no

mercado. Nesse sentido, o vendedor antigo destaca que se considera um

profissional motivado, mais que a empresa poderia colaborar mais nesse processo

como pagando bonificações, já o vendedor novo não acha justo esse tipo de

bonificação e tem a pessoa do gerente como agente motivador. Percebe-se aí, uma

dissonância no relacionamento do gerente com os vendedores antigo e novo, na

qual neste item e no da supervisão, ficou clara essa diferenciação. O vendedor novo

aparenta ser mais assistido e estar mais contente com a situação do que o vendedor

antigo, que apesar disso, e de acordo com relatórios da empresa, é o vendedor que

vem apresentando o melhor desempenho em vendas nos últimos dois anos.

Em síntese, a empresa hoje, não faz uso das ferramentas motivacionais para

manter sua força de vendas empenhada no alcance do seu objetivo. Todavia, o

gerente afirma ter pretensões para essa questão. Nota-se que os clientes

consideraram, em maioria, que o vendedor é um profissional motivado, o que indica

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que a falta de um sistema motivacional para os vendedores não tem refletido

negativamente nas relações entre vendedor e cliente.

4.2.2.5 Avaliação da força de vendas

Em relação à avaliação da força de vendas a supervisora da empresa crê que

não esteja sendo realizada, haja vista que sem supervisor, não há como avaliar. No

entanto, ela afirma que sabe que se não estão vendendo, já se acaba avaliando o

trabalho dos vendedores. Ela comenta que a avaliação não deveria dar-se apenas a

partir dos resultados de vendas, mais sim através de metas e outros itens utilizados

no ato da supervisão. Para ela, isso “consequentemente afeta as vendas”.

Para o gerente está havendo uma avaliação diária e semanal realizada por

ele com base no atingimento – ou não – dos objetivos da força de vendas. Apesar

de haver essa avaliação ele considera que deva haver uma avaliação geral ocorrida

mensalmente, porém, mantendo as semanais.

Para o vendedor antigo a forma como ele era avaliado se dava pelo ranking

de vendas (colocação dos vendedores em relação ao faturamento individual). Como

atualmente esse ranking não é mais elaborado, ele não se sente avaliado, “não há

um feedbak”. Na percepção dele deveria ter uma avaliação e explicou: “eu

possivelmente seria chamado para ver como me desempenhei no mês. E daí

surgiria o papo sobre o que está acontecendo, o porquê de eu estar vendendo ou

não. Seria um bate-papo com a gerência e isso às vezes não tem. A gerência

poderia ouvir mais o representante”. Ele aponta ainda que essa falta de conversa e

as constantes indefinições da empresa acabam manchando todo um trabalho já

realizado, “o representante e a empresa ficam sem identidade perante o cliente”.

Questionado se a avaliação é vista por ele como fator impulsionador ou repressor

ele afirma prontamente que é impulsionador e que sempre pergunta para a auxiliar

de vendas como está o desempenho dos demais vendedores, pois ele sempre quer

vender mais e na avaliação é que ele teria esse retorno. O vendedor não sabe dizer

se é avaliado, pois nunca recebeu um retorno do gerente sobre o assunto. Embora

“a turma não goste”, ele considera importante a avaliação, pois é dela que se tem a

base do porque das vendas ou não. Segundo ele, o fato do vendedor não vender,

não quer dizer que ele não tenha trabalhado e, portanto, a avaliação serve tanto

para o vendedor, como para a empresa, pois é preciso também, ter argumentos para

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102

o atingimento ou não dos objetivos. Embora não saiba se está sendo ou não

avaliado, ele considera o ato de avaliar algo impulsionador.

Os clientes foram questionados sobre a forma como vem sendo atendidos, ou

seja, se a forma de atendimento vem melhorando ou se permanece a mesma no

decorrer dos meses. Assim, os clientes A, B, D, E e H responderam que sim, que

vai se criando uma afinidade e que, além disso, alguns quesitos como comunicação

e entrega tem melhorado nos últimos anos. O cliente C e F responderam que não

sentiram diferença. Apenas o cliente G diz que piorou, justificando pela saída do

vendedor que lhe atendia e alegando que ainda não conhece o que está atendendo

a área, além de citar que o aumento dos preços prejudicou a relação com a

empresa.

O gerente é o responsável por estabelecer padrões e métodos avaliativos da

força de vendas, sendo esta considerada uma das atividades mais difíceis da gestão

de vendas (BOONE e KURTZ, 2009, p. 626). Se claro e objetivo, um sistema de

avaliação pode auxiliar nas tomadas de decisão (TEIXEIRA et al., 2004, p. 60).

Moreira et al., (2001, p. 284) complemente que a avaliação permite o

acompanhamento dos vendedores e de suas atividades, além de corrigir possíveis

falhas nos processos de vendas.

As avaliações são feitas de maneira informal, ou seja, se a força de vendas

não está vendendo, sabe-se que a mesma, não está tendo um bom desempenho.

Não há um método específico e os resultados são disseminados verbalmente, sem

ao menos, um relatório constando as razões para tais resultados. O vendedor antigo

não se sente avaliado e novo não sabe se é avaliado. Não poderia ser diferente já

que não há avaliação e, tampouco, um feedback do gerente aos vendedores sobre

seus desempenhos, apesar de eles considerarem impulsionador o fato de saberem

como estão se desempenhando. Mais é claro também, que cada vendedor sabe dos

resultados que vem trazendo para a empresa. Para finalizar, é importante frisar que

a falta de métodos avaliativos efetivos, vem afetando negativamente o desempenho

da força de vendas.

4.2.2.6 Outros assuntos tratados com os clientes

Outros assuntos acerca da política comercial da empresa foram tratados com

os clientes na entrevista como preço, prazo de entrega, condições de pagamento,

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103

suporte prestado pela empresa internamente, atuação no mercado e concorrência,

respectivamente. A seguir, serão apresentadas as principais percepções dos

clientes.

Cliente A: considera o preço bom e o prazo de entrega ótimo, por fazer o

pedido num dia e poder buscar no outro, sendo as condições de

pagamento boas, sempre atendendo suas necessidades. Nunca precisou

do suporte interno da empresa, mais destacou o ótimo suporte prestado

através do representante. O cliente está satisfeito com a atuação da

empresa, atendendo suas necessidades. Destacou o fato de nunca ter tido

reclamações do produto, como garantia, que os pedidos nunca atrasaram,

que não tem problemas com pagamento e que por isso, está tudo certo.

Hoje o cliente destaca a HGF por vender a quantidade de capacetes que

ele precisa. De acordo com o mesmo, os concorrentes impõem uma

quantidade mínima de produtos que para ele é complicado devido ao seu

giro não ser regrado.

Cliente B: afirma que os preços da HGF são bons em relação aos dos

concorrentes e que sempre que precisa, a empresa tem estoque de

produtos disponíveis. Considera as condições de pagamento boas e

adequado o suporte prestado pela empresa. Afirma que o representante

vem atuando 100% e que a variedade dos produtos é adequada, porém,

segundo ele, a empresa precisaria melhorar a estética do capacete

tradicional, pois a concorrência possui produtos esteticamente superiores

do ponto de vista dos consumidores.

Cliente C: em relação ao preço, o cliente acha justo pela qualidade que

oferece. Considera bom o prazo de entrega, o prazo de pagamento e

também o suporte prestado pela empresa internamente em relação a

atuação da HGF em relação a dos concorrentes o cliente cita: “tem os

concorrente diretos e indiretos. Os concorrentes indiretos procuram ser

consultores de mercado e os concorrentes diretos na minha percepção

trabalham da mesma maneira”. Ele compra os produtos HGF devido ao

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104

custo versus benefício e que atendem as classes C e D, além do motivo

de ser “vizinho” da empresa e querer o melhor para a região.

Cliente D: devido à entrada da China no mercado de motopeças, a

realidade do mercado mudou e a HGF, de acordo com o cliente, se

adaptou a essa nova característica do mercado. Para o cliente, o prazo de

entrega é fator decisivo no momento de fechar uma parceria, por ele

trabalhar com e-commerce e precisar cumprir prazos com seus clientes.

Sendo assim, ele considera o prazo de entrega muito bom e bem

interessante. Considera os prazos de pagamento medianos em relação a

realidade do crédito no Brasil, explicando que ele, por exemplo, trabalha

em média com quatro ou cinco parcelas (a cada trinta dias) para seus

clientes e que a HGF lhe dá no máximo três parcelas (noventa dias), além

de ele ter que arcar com as despesas da máquina de cartão de crédito. O

cliente nunca teve problemas com o suporte prestado pela empresa,

inclusive citando uma ocasião em que telefonou depois do horário de

atendimento da empresa e, que mesmo assim, foi muito bem atendido. De

um modo geral, afirma que a empresa vem melhorando sua atuação, em

especial, com a recente troca de representante. Comentou apenas, que a

empresa poderia melhorar seu relacionamento com seus vendedores

internos para que fortaleça a parceria, que o ajude a colocar mais produtos

HGF no mercado e consequentemente, ajudar ele a vender mais os

produtos da HGF. Em relação a concorrência, ele aponta que vem

trabalhando muito o relacionamento, mais que a postura da HGF não

muda muito em relação a eles.

Cliente E: ao falar do preço, o cliente afirma que os produtos que ele

compra estão tendo saída na loja e que, por isso, não compra do

concorrente. Em relação ao prazo de entrega enfatiza que não poderia ser

melhor e que os prazos de pagamento são bons. O cliente diz-se satisfeito

com o suporte prestado pela empresa internamente e com a sua atuação

de um modo geral. Considera boa a qualidade dos produtos, pois nunca

teve problemas com isso. Destaca que por a loja estar localizada no

mesmo Estado de um forte concorrente da HGF, acaba adquirindo

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105

capacetes com ele, devido à entrega ser gratuita e a substituição tributária

ser mais baixa do que se comprasse de Santa Catarina, mais em relação

ao produto viseiras, está satisfeito.

Cliente F: em relação ao preço, o cliente destaca que poderia melhorar

para ele aumentar seu estoque. Considera demorado o prazo de entrega e

bom o prazo para pagamento. O suporte prestado pela empresa é

satisfatório, porém, pessoalmente ele disse que “nada”. Ele afirma que o

mercado consumidor é “pressão”, que eles aparecem todos os dias na sua

loja e que a HGF só faz contato por telefone ou e-mail. Questionado então,

sobre o motivo que o leva a comprar HGF, ele respondeu que não sabe

dizer. Que sempre compraram HGF e que quando ele iniciou seus

trabalhos na loja, continuou comprando.

Cliente G: considera o preço dos capacetes um dos mais caros em relação

a sua qualidade e aos dos concorrentes. Coloca que depois da crise

econômica (2008/2009) todas as empresas sofreram um baque em

relação aos prazos de entrega, mais que em relação aos prazos de

pagamento e ao suporte prestado pela empresa internamente, nunca teve

problemas. Antes da troca de representantes ele tinha um suporte maior.

Agora com a troca, não recebe visitas e daria nota 03. A concorrência o

visita diariamente com diversos produtos, enquanto pela HGF ele não é

visitado. O cliente compra os produtos HGF por sempre ter comprado e

por um dia ter tido o menor custo do mercado. Porém, hoje houve queda

significante das suas compras devido ao aumento do custo, somada a

falta de visitas feitas a ele.

Cliente H: considera satisfatórios os preços e os prazos de pagamento. As

entregas poderiam ser mais rápidas. Ele nunca precisou de um suporte

interno da empresa, mais crê que seja satisfatório. Ele aponta que cada

empresa atua de uma forma, mais considera que a HGF tem um bom

desempenho. Compra os produtos HGF devido ao preço e pelo produto ter

sofrido melhorias ultimamente. Concluiu afirmando que “basta a gente

querer trabalhar a mercadoria e ela ser desejada”.

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106

As declarações acima contribuem para o entendimento de como a HGF e sua

força de vendas vem atuando no mercado de motopeças. Algumas dissonâncias

observadas entre as respostas dos clientes devem-se, primeiramente, ao fato de

cada cliente ser único, tendo suas particularidades e necessidades e,

segundamente, ao fato de estarem localizados em diferentes Estados e, por isso,

terem prazos de entregas diferentes e também preços finais diferenciados devido ao

imposto da substituição tributária.

De um modo geral, os clientes estão satisfeitos com a atuação do vendedor e

da empresa. Alguns levantaram pontos importantes a cerca da política comercial, em

especial, relacionados ao preço final dos capacetes que nos últimos anos veio

aumentando e destoando da concorrência e também, em relação à estética, embora

melhorias tenham sido feitas nos últimos meses.

4.3 PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES A RESPEITO DO PLANEJAMENTO E GESTÃO

DA FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA

Depois de realizadas as interpretações e análises é momento de destacar as

principais constatações que servirão de ponto de partida para a elaboração de ações

que poderão intervir na realidade da empresa.

Quanto aos objetivos da força de vendas

A empresa não possui os objetivos da força de vendas definidos e

disseminados. Sem objetivos definidos para força de vendas, os vendedores não

cumprem seus papeis conforme poderiam. O único objetivo reconhecido tanto pela

empresa como pelos vendedores é o de vender, porém, este não é atingido de

forma satisfatória.

Quanto às estratégias da força de vendas

As estratégias correspondem às ações necessárias para o alcance dos

objetivos da força de vendas e, portanto, sem objetivos definidos, não há estratégias

definidas. Consequência disso são os resultados insatisfatórios apresentados pela

força de vendas, significando que as visitas não estão sendo feitas aos clientes

certos, no momento certo e da maneira certa.

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107

Quanto à estrutura da força de vendas

A estrutura corresponde à organização da força de vendas. No caso da HGF,

ela se encontra diferente dos modelos apresentados pelos autores da área. É

preciso de procedimentos, normas e de responsabilidades definidas. Há um mix de

problemas detectados: os vendedores não são exclusivos e por isso não trabalham

forte em cima dos produtos da empresa, indefinição da política comercial,

vendedores não estão atendendo a todos os clientes de seus territórios, falta de

interesse e apoio mútuo entre empresa e vendedores.

Quando ao tamanho da força de vendas

Nos últimos anos a HGF praticamente manteve o tamanho da força de

vendas. Apenas nos últimos meses sofreu um aumento, mais não significativo, pois

enquanto alguns vendedores novos entraram, outros antigos saíram. Além disso, o

tamanho é determinado intuitivamente, sem qualquer cálculo, sem análise das

necessidades da empresa e sem uma avaliação das oportunidades e das restrições

de mercado.

Quanto à remuneração da força de vendas

A remuneração precisa ser atraente e estimulante, além de ser condizente

com as necessidades da empresa e com seus objetivos, uma vez que, de acordo

com a literatura ela é a principal responsável pelo mau desempenho de vendas. Sem

objetivos definidos, sem saber o que realmente se espera dos vendedores, não é

possível chegar a um método de remuneração ótimo. Verifica-se um

descontentamento por parte da força de vendas com o método de remuneração,

podendo em alguns momentos, ser mais estimulante.

Quanto ao recrutamento e seleção da força de vendas

O recrutamento e seleção da força de vendas da HGF não se dão conforme

sugere a literatura, para que se obtenha o máximo de desempenho dos vendedores.

Eles são recrutados e selecionados conforme o conhecimento do gerente de vendas

e via indicação do mercado, sem a definição de um perfil próprio para a força de

vendas e sem ao menos a empresa saber o que espera dos vendedores.

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108

Quanto ao treinamento da força de vendas

Embora os atores envolvidos com vendas citem tipos de treinamentos que

poderiam ser realizados, a HGF não possui um programa de treinamento periódico

que vise desenvolver as características dos vendedores mencionadas como

essenciais pelos clientes, bem como melhorar a capacidade produtiva deles. Além

de não haver esse sistema, a empresa dá indícios de que não considera importante

este item.

Quanto à supervisão da força de vendas

O gerente de vendas quem desempenha o papel de supervisor e por isso,

não o desempenha como deveria. A força de vendas sempre sofreu com

problemáticas em relação à supervisão, não havendo antes do gerente alguém

responsável por ela. Há conflitos também na relação gerente/supervisor e força de

vendas, na qual alguns vendedores não reconhecem o gerente como também

supervisor, enquanto outros reconhecem. Não há uma cobrança efetiva de

relatórios, que a priori são considerados ferramentas para a supervisão. Outro

conflito apontado é o fato dos vendedores queixarem-se que estão desassistidos,

mas não colaborarem para o contrário quando solicitado relatórios, por exemplo.

Apesar de a força de vendas ser remunerada pelo método de comissionamento e a

literatura sugerir que para ela, despende-se menor tempo de supervisão, a HGF

precisa supervisionar os vendedores de forma mais enfática. Um dos pontos chave

desse item é o fato dos vendedores, de certa forma, terem perdido a confiança na

empresa em relação aos processos adotados para vendas.

Quanto à motivação da força de vendas

Não há um sistema a fim de manter os vendedores empenhados em direção

às metas da força de vendas. Apesar disso, este item não reflete negativamente

sobre os clientes, que consideram os vendedores motivados. O gerente atua como

agente motivador para parte da força de vendas, demonstrando uma diferenciação

nos relacionamentos.

Quanto à avaliação da força de vendas

Os vendedores não se sentem avaliados, justamente por não haver um

método avaliativo efetivo, apesar de considerarem impulsionador o item avaliação.

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109

Devido à falta de métodos, se desconhece o motivo dos vendedores não estarem

vendendo, pois não vender pode não significar que o vendedor não tenha trabalhado

para isso. Mais se não há um momento para um relato, para uma troca de feedbacks

entre gerente e vendedor não é possível chegar a conclusões e tomar futuras

decisões. O gerente é o responsável por estabelecer padrões e métodos avaliativos,

no entanto, a ausência deles vem contribuindo para o desempenho negativo de

vendas.

Outras constatações

O cargo da gerência de vendas é novo na empresa e por isso, a

administração da empresa não sabe lidar com a situação de cobrar resultados do

gerente. Os resultados de vendas também dependem dessa hierarquia: empresa

cobrando do gerente e gerente cobrando dos vendedores; e se os resultados são

negativos é porque há falhas nesse processo. Seria importante, nesse sentido, uma

atuação mais efetiva do gerente na definição, disseminação e atingimento das metas

da força de vendas.

Nota-se, portanto, que o desempenho da empresa, do gerente e dos

vendedores estão interligados. Se os vendedores não estão desempenhando um

bom trabalho, é sinal de que há falhas no gerenciamento deles e que providências

precisam ser tomadas pela empresa, pois ela é a responsável por tal atitude. É

preciso haver sintonia e ajuda mútua entre os elementos envolventes as vendas.

Outro ponto importante é a unanimidade dos clientes em responderem que

nunca receberam uma visita ou telefonema de um supervisor ou gerente de vendas

da HGF. Sabe-se da importância de a empresa realizar um trabalho de fidelização

do cliente e manter um relacionamento mais próximo, haja vista que o vendedor

pode se desligar da empresa e esse cliente acabar desligando-se junto.

Constatou-se que muitos dos pontos levantados pelos clientes em relação à

atuação e postura dos vendedores requerem uma discussão mais profunda, devido

aos vendedores da HGF não serem exclusivos e por isso, trabalharem com outras

pastas de produtos. Isso significa que os clientes em algumas temáticas deram suas

impressões sem distinguir se estavam falando do vendedor atuante da empresa

HGF, ou da empresa X, Y e Z. Em outras palavras, um vendedor pode estar

satisfeito e transparecer isso ao cliente, mais não significa que a HGF é a

responsável por essa satisfação. Podem ser as empresas X, Y ou Z as

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110

responsáveis, pois o vendedor também as representa e também vende para o

cliente.

Já em relação às queixas, os clientes são mais enfáticos em dizer, por

exemplo, que precisam telefonar para realizar pedidos, que o vendedor HGF não o

visita, que não conhece o vendedor da HGF e a linha de produtos como poderia

conhecer em fim, ficou evidente que falavam dos vendedores da HGF e não da

empresa X, Y e Z.

Com base nas entrevistas realizadas para o presente trabalho, bem como em

conversas informais tidas com diversos clientes na vivência em campo, ficou

evidente também que os lojistas de motopeças, ou seja, que compram capacetes,

protetores ou viseiras para comercializarem em suas lojas são mais exigentes

quanto ao produto e, principalmente, quanto ao atendimento prestado pelos

vendedores e pela empresa. Eles possuem maior interesse em conversar sobre o

mercado, em saber das questões técnicas dos produtos e cobram isso dos

vendedores – não só dos da HGF. Além disso, eles assumem uma postura mais

crítica, o que contribui para a melhora dos processos da empresa. Essa contribuição,

no entanto, só será possível se os vendedores admitirem um dos seus papeis que é

o de trazer as informações do mercado para a empresa.

Por outro lado, os lojistas de concessionárias de motos que, em geral,

compram capacetes para oferecer como brinde aos clientes que compram motos,

são menos exigentes em relação ao produto e até mesmo ao atendimento. Em geral,

são satisfeitos com o atendimento e com os prazos de entrega e claro, destacam o

aumento dos preços como fator negativo. No entanto, para eles o mais importante é

os capacetes permanecerem com preço competitivo e tê-los em estoque para

atender a demanda de suas lojas.

Decorrente dos trabalhos realizados na empresa é possível afirmar que

quinzenalmente e mensalmente relatórios de vendas são emitidos com o auxílio do

sistema de informação da empresa, a fim de se ter um controle das vendas, no

entanto, esse controle se dá mais voltado para o controle financeiro. A preocupação,

nesse contexto, é voltada para a capacidade da empresa em cumprir com suas

obrigações financeiras que decorre da sua capacidade de ser lucrativa.

Uma questão importante a ser considerada é a política comercial da empresa

que constantemente sofre modificações, em especial, relacionadas ao preço

(formação de preço não formalizada) e também a entrada e saída dos produtos do

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111

mercado. Clientes comentam e também vendedores de que essas constantes

mudanças fazem com que o vendedor perca a identidade perante o cliente e que a

empresa perca a credibilidade.

No momento em que se findavam as análises das entrevistas, mais um

imprevisto pôde ser constatado, a HGF passou a atuar sem a presença do gerente

de vendas. Devido à contínua baixa das vendas somada a necessidade de se

reduzirem os custos e ao fato do gerente não ter apresentado os resultados

esperados nos seis meses de atuação, o proprietário da empresa optou por não

contar mais com os serviços prestados pelo gerente de vendas e deixar os

vendedores atuarem de maneira livre, conforme ocorria até a contratação do

gerente.

As constatações acima revelam as deficiências da força de vendas da

empresa, que precisam ser contornadas para sua manutenção no mercado e

também outras constatações que servirão de complemento para a continuidade do

estudo.

4.4 ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA A FORÇA DE VENDAS DA EMPRESA

As constatações supracitadas serviram de parâmetro para a realização e

proposição de estratégias e ações, que possuem a finalidade de intervir na realidade

da empresa, em especial, no ajuste dos processos da força de vendas da empresa

HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

Portanto, para melhor visualizar as estratégias e ações sugeridas e de um

modo mais detalhado, apresenta-se o quadro abaixo que caracterizará as medidas a

serem adotadas, quem desempenhara-las, quando, o porquê e como desempenhá-

las.

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112

Quadro 03: Estratégias e ações propostas para a força de vendas da HGF.

PLANO DE ESTRATÉGIAS E

AÇÕES

MEDIDA (O QUE?)

QUEM? QUANDO? POR QUE? COMO?

PL

AN

EJ

AM

EN

TO

DA

FO

A D

E V

EN

DA

S

OB

JE

TIV

OS

1 Definir os objetivos da força de vendas

Supervisora geral e gerente de

vendas

Até 31 de Janeiro de 2012

Direcionam a equipe de vendas

para o alcance dos objetivos

estratégicos organizacionais

Realização de reuniões a fim de que se tracem objetivos em conformidade com a

realidade do mercado, analisando oportunidades e ameaças do entorno, as

expectativas externas e internas relacionadas à filosofia da empresa, bem

como seus pontos fortes e fracos

2 Disseminar os

objetivos para a força de vendas

Gerente de vendas Até 10 de

Fevereiro de 2012

A equipe de vendas precisa que os objetivos

sejam claros para seu alcance

Reuniões presenciais com a força de vendas, eventos, telefonemas e e-mails

ES

TR

AT

ÉG

IAS

3

Definir as estratégias a

serem adotadas pela força de

vendas

Gerente de vendas Até 31 de Janeiro

de 2012

As estratégias correspondem às ações necessárias para o alcance dos

objetivos

A partir de reuniões e análises de informações, elaborar as estratégias para que estejam alinhadas aos objetivos da

empresa e que desenvolvam estratégicamente a força de vendas, a fim

de que visitem os clientes certos, no momento certo e da maneira certa

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113

PL

AN

EJ

AM

EN

TO

DA

FO

A D

E V

EN

DA

S

ES

TR

UT

UR

A

4 Estabelecer

contrato com a força de vendas

Supervisora geral e gerente de

vendas

Até 20 de Janeiro de 2012

Formalizar a representação comercial da empresa e

normatizar os processos

envolventes a vendas

Com o auxílio dos advogados e contadores prestadores de serviços para a empresa, para que conste no contrato

todas as particularidades da representação como a área de atuação

dos vendedores, a remuneração, as condições inerentes a exclusividade de produtos, o tempo de contrato e outros

itens que possam ser necessários

5

Rever as condições de

exclusividade dos produtos

Gerente de vendas

Até 10 de Janeiro de 2012

Para que os vendedores dêem

mais foco aos produtos HGF

Análise das pastas de produtos dos vendedores, para que não representem

empresas que comercializam os mesmos produtos da HGF e estabelecer

condições para os outros produtos

6 Rever a cobertura

territorial Gerente de

vendas Até 10 de Janeiro

de 2012

Maximização das vendas e redução

dos custos

Análise das potencialidades de cada território

TA

MA

NH

O

7 Redefinir o

tamanho da força de vendas

Gerente de vendas

Até 31 de Dezembro de

2011

Há clientes que não são visitados

Sensibilização de mercado a partir da avaliação das oportunidade e restrições, além do uso de métodos quantitativos

8 Implantação de telemarketing

Gerente de vendas e Auxiliar

de vendas

Até 29 de Fevereiro de 2012

Ampliar mercado e suporte prestado

Contratação de um funcionário apto para o desempenho da função, através do processo de recrutamento e seleção

RE

MU

NE

RA

ÇÃ

O

9 Ampliar a forma de

remuneração

Proprietário, supervisora geral

e gerente de vendas

Até 10 de Janeiro de 2012

Como forma de estimular os

vendedores a trabalharem mais

e, consequentemente,

venderem mais

Bonificações por atingimento de metas e prêmios mensais e anuais para os

vendedores destaques de cada período

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114

GE

ST

ÃO

DA

FO

A D

E V

EN

DA

S

RE

CR

UT

AM

EN

TO

E S

EL

ÃO

10 Definir objetivos

para a contratação da força de vendas

Gerente de vendas e departamento de recursos humanos

Até 29 de Fevereiro de 2012

Padronizar o processo

Definir a urgência, cargo, local de trabalho e outras peculiaridades do cargo

11 Estabelecer um

perfil para a força de vendas

Gerente de vendas e departamento de recursos humanos

Até 29 de Fevereiro de 2012

O perfil da força de vendas deve ser condizente com o

que a empresa espera dela

Estabelecimento do perfil baseado nos objetivos da empresa, no que os clientes esperam dela e no mercado de atuação

12

Estabelecer critérios para o

recrutamento da força de vendas

Gerente de vendas e departamento de recursos humanos

Até 29 de Fevereiro de 2012

Ampliação das fontes que forneçam

candidatos potencialmente

qualificados

Contactar universidades, sites especializados, empresas terceirizadas e outros meios que tragam o maior número

de canditados possível

13

Estabelecer critérios para a

seleção da força de vendas

Gerente de vendas e departamento de recursos humanos

Até 29 de Fevereiro de 2012

Para escolher os melhores

profissionais dentro do perfil

estabelecido pela empresa

Baseado nos objetivos da força de vendas e no que se estabeleceu para o

perfil dela

TR

EIN

AM

EN

TO

14

Desenvolver programa de

treinamento para a força de vendas

Empresa especializada

Até 15 de Março de 2012

Manutenção e aperfeiçoamento

das características e habilidades dos

vendedores

Contratação de uma empresa especializada e foco nas necessidades da

empresa e também dos clientes

15 Realizar

convenções

Empresa especialida e

gerente de vendas

Até 30 de Junho de 2012

Interação da equipe, troca de experiências e

análise de mercado

Contratação da empresa e estabelecimento do script pela empresa e

pelo gerente de vendas. Após, convocação dos atores envolvidos com

vendas

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115

GE

ST

ÃO

DA

FO

A D

E V

EN

DA

S

SU

PE

RV

ISÃ

O 16

Contratar de um supervisor de

vendas

Gerente de vendas e departamento de recursos humanos

Até 31 de Janeiro de 2012

Supervisionar a força de vendas

Processo de recrutamento e seleção

17 Estabelecer métodos de supervisão

Gerente de vendas e supervisor de

vendas

Até 29 de Fevereiro de 2012

Verificar e acompanhar o trabalho dos

vendedores e dar suporte ao gerente

Acompanhamento em campo, relatórios, indicadores de prospecção de clientes,

número de clientes visitados, número de produtos vendidos, venda média de

produtos e as vendas propriamente ditas

MO

TIV

ÃO

18

Desenvolver programa para não desmotivar a força

de vendas

Gerente de vendas e supervisor de

vendas

Até 29 de Fevereiro de 2012

Manter e melhorar o desempenho e ritmo no trabalho dos vendedores

Com base na capacidade e necessidade da empresa, considerando fatores

higiênicos e motivacionais

AV

AL

IAÇ

ÃO

19 Elaborar métodos

avaliativos Gerente de vendas

Até 29 de Fevereiro de 2012

Saber o porque dos resultados

Com base nos objetivos estabelecidos para a força de vendas, associados aos

indicadores de supervisão

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116

AS

SU

NT

OS

DIV

ER

SO

S

OU

TR

AS

ÕE

S

20 Cobrar resultados

do gerente de vendas

Supervisora geral Mensalmente

Para que haja sintonia entre

supervisão geral, gerente de vendas e força de vendas

no alcance dos objetivos

Análise de relatórios, de indicadores de avaliação, nas informações do mercado e

na efetivação das vendas

21 Contatar ao menos

10 clientes frequentemente

Supervisor de vendas e gerente

de vendas Semanalmente

Fidelização do cliente e

relacionamento

Pessoalmente ou por telefone, tendo em vista que a empresa deve reter os clientes

caso o vendedor se desligue

22

Criar um quadro de políticas de

comercialização da empresa

Proprietário, supervisora geral e gerente de vendas

Até 31 de Janeiro de 2012

Credibilidade da empresa e do

vendedor perante o mercado e os

clientes, além de normatizar os

processos

Reuniões entre os responsáveis por tal tarefa, com base na realidade da empresa

e em análises do mercado e seus diversos stakeholders, tendo em vista a

necessidade da empresa manter-se competitiva no mercado

23 Contratar de um

gerente de vendas

Supervisora geral e departamento de recursos humanos

Imediatamente (1° ação)

Administrar e gerir a força de vendas

Através de um processo de recrutamento e seleção eficaz

Fonte: Dados primários (2011).

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Cabe destacar que embora todas as estratégias e ações sejam importantes

para uma melhor atuação da força de vendas da HGF, elas foram apresentadas

conforme ordem de importância identificada pela pesquisadora a partir do

entendimento do que propõe a literatura, bem como da observação das

necessidades da empresa.

A estratégia a ser considerada urgente e que deve ser imediatamente posta

em prática é a contratação do gerente de vendas que precisa fazer-se presente em

todas as demais estratégias sugeridas para a força de vendas da HGF.

Por fim, espera-se que todas as estratégias e ações propostas sejam postas

em prática, pois se sabe que elas, certamente, intervirão de forma positiva na

realidade da força de vendas da HGF, revertendo seu cenário atual e... bem como

da empresa como um todo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo do presente trabalho foi elaborar estratégias e ações para

a força de vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda., com

vistas a intervir na sua realidade e melhorar a atuação da sua força de vendas.

Para atingir o objetivo traçado, realizou-se pesquisa bibliográfica de diversos

autores conceituados, o que proporcionou o conhecimento aprofundado sobre o

tema em estudo. Além disso, foram realizadas entrevistas despadronizadas de

classificação focalizada com a supervisora geral da empresa, o gerente de vendas,

vendedores e clientes, revelando as suas percepções em relação ao planejamento e

gestão da força de vendas da HGF. Utilizou-se também a pesquisa documental que

dá crédito acadêmico ao estudo.

Através da análise e interpretação dos dados coletados na pesquisa de

campo, foi possível cometer comparações entre as diferentes percepções dos

entrevistados e também com a teoria estudada, e por fim, diversas constatações

puderam ser obtidas.

Essas constatações foram ao encontro da justificativa do presente trabalho,

de que os resultados de vendas da empresa não estavam apresentando resultados

satisfatórios, revelando, portanto, deficiências no planejamento e na gestão da força

de vendas da HGF.

Os resultados da pesquisa possibilitaram a elaboração e proposição de um

plano de estratégias e ações para a força de vendas da HGF, com vistas a organizá-

la e, consequentemente, manter a empresa competitividade no mercado.

Ao findar este estudo verificou-se o alcance dos objetivos estabelecidos, isto

é, foi realizada uma análise do planejamento e gestão da força de vendas

juntamente com as percepções dos atores envolvidos e estratégias e ações foram

elaboradas para a força de vendas da HGF.

Espera-se que a empresa adote as sugestões de estratégias e ações

propostas para que através da sua força de vendas ela satisfaça clientes atuais e

potenciais, aumente suas fatias de mercado e também seus resultados econômicos.

É importante mencionar, que como todas as outras áreas da Administração, é

preciso que constantemente sejam revistos e analisados os processos utilizados

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pela força de vendas a fim de mantê-la sempre organizada e em sintonia com os

objetivos organizacionais.

Por isso, sugerem-se como trabalhos futuros, mais especificamente para após

doze meses, uma nova análise da força de vendas da empresa, para que sejam

levantados pontos positivos e negativos e que novas estratégias e ações sejam

elaboradas para o aprimoramento dos pontos positivos e ajustes dos negativos.

Outra sugestão pertinente seria a elaboração de um plano de ação para a atuação

externa da força de vendas, haja vista que as estratégias e ações propostas no

presente trabalho são de intervenção interna, embora isso também reflita

positivamente na atuação externa. Por fim, sugere-se a realização de uma pesquisa

de satisfação dos clientes, haja vista que estes são os maiores patrimônios de uma

empresa.

Cabe destacar para finalizar, que tanto o curso de Administração, como

também a elaboração do presente trabalho foram fundamentais para o crescimento

pessoal e profissional da estagiária, sendo o ponto de partida para novos desafios e

alcance de objetivos futuros de cunho acadêmico, profissional e pessoal.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – Entrevista realizada com a supervisora geral e com o gerente

de vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

O presente roteiro tem por objetivo conhecer a percepção da supervisora

geral e do gerente de vendas, sob a real situação da administração e gestão de

vendas da empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

Assunto 1: Objetivo da força de vendas

A força de vendas possui seus objetivos definidos?

Quais os objetivos da força de vendas?

O objetivo da força de vendas está encadeado com os objetivos da

empresa?

Os objetivos são reconhecidos pelos vendedores da empresa?

Assunto 2: Estratégia da força de vendas

A empresa possui estratégia de vendas?

Como é elaborada? Como deveria ser?

E porque os procedimentos utilizados para a elaboração são esses?

Assunto 3: Estrutura da força de vendas

Como é organizada a Estrutura da força de vendas?

Possui algum aspecto que gostaria que fosse mudado?

E de que forma gostaria que ficasse estruturada a força de vendas?

Assunto 4: Tamanho da força de vendas

Como é elaborado o tamanho da força de vendas?

O atual tamanho da força de vendas da empresa atende a todas as

necessidades da mesma e de seus clientes?

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Qual seria o tamanho adequado para atender as necessidades da

empresa e de seus clientes?

Assunto 5: Remuneração da força de vendas

Qual o método utilizado para remuneração da força de vendas?

Como deveria ser o método mais adequado?

Que dificuldades são encontradas para efetuar esse procedimento?

Assunto 6: Recrutamento e Seleção da força de vendas

Como é feito Recrutamento e Seleção da força de vendas?

Concorda com os métodos utilizados?

Que método acharia mais eficaz a ser utilizado?

Qual o reflexo desse método na empresa?

Assunto 7: Treinamento da força de vendas

A empresa possui sistema de treinamento para os funcionários?

Como é feito o Treinamento dos funcionários?

Que treinamentos poderiam se adequar à empresa e o ramo que atua?

Com que freqüência poderiam ser efetuados treinamentos?

Há treinamento diferenciado em relação à área de vendas para demais

áreas da empresa?

Assunto 8: Supervisão da força de vendas

Há sistema de supervisão na empresa?

Os supervisores atendem as necessidades da instituição?

Como a empresa gostaria que a equipe de supervisores atuasse?

Assunto 9: Motivação da força de vendas

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A empresa possui um sistema para não desmotivar sua força de vendas?

Como funciona esse processo para a força de vendas? Atualmente

atende as necessidades da organização?

Assunto 10: Avaliação da força de vendas

Há avaliação da força de vendas?

Como é feita a avaliação da força de vendas?

Existe a necessidade de alterá-la? Como?

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APÊNDICE B – Entrevista realizada com os representantes comerciais da

empresa HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda.

O presente roteiro tem por objetivo conhecer o reflexo da administração e

gestão de vendas sob os representantes comerciais da empresa HGF Designs

Montadora de Capacetes Ltda.

Assunto 1: Objetivo da força de vendas

A empresa possui objetivos definidos para a força de vendas?

Quais são seus objetivos enquanto força de vendas?

De que forma esses objetivos estão encadeados com os objetivos da

empresa?

Você tem conhecimento desses objetivos de vendas? De que forma?

Assunto 2: Estratégia da força de vendas

A empresa faz uso de estratégias de vendas? Você as conhece?

De que forma fica sabendo dessas estratégias? Você faz uso dessas

estratégias?

Essas estratégias vêm trazendo que resultados?

Assunto 3: Estrutura da força de vendas

Sob qual estrutura de vendas você atua? (Vendedor, rep. comercial, por

território, produto, cliente...).

Você se sente satisfeito com a estrutura na qual trabalha?

Se pudesse mudar algo, o que mudaria?

Você considera essa estrutura adequada? (Sob a ótica do dia-a-dia do seu

trabalho, da quantidade de clientes atendidos...)

Assunto 4: Tamanho da força de vendas

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Você tem conhecimento de como é elaborado o tamanho da força de

vendas?

É realizado algum tipo de negociação e/ou alguma consulta ao definir

quem, quantos, e onde atuarão?

Você considera adequado o tamanho da sua área de atuação em relação

a sua capacidade produtiva? (Se consegue atender a todos os clientes da

sua área, por exemplo, se consegue atender a todos que gostaria).

Assunto 5: Remuneração da força de vendas

Qual o método utilizado para a sua remuneração?

Este é o método mais adequado? Gostaria que fosse utilizado outro?

Há alguma dificuldade entre representante x empresa em relação a essa

remuneração?

Você considera motivadora a forma como se dá a remuneração?

Assunto 6: Recrutamento e Seleção da força de vendas

De que forma você foi recrutado e selecionado para trabalhar com a

empresa?

Durante esse processo foram tratados todos os assuntos a cerca do

trabalho que seria realizado?

O que foi tratado se mantém até hoje? Isso interfere de alguma forma no

seu trabalho?

Assunto 7: Treinamento da força de vendas

A empresa possui sistema de treinamento para os representantes?

Como é feito, ou como foi feito o treinamento com você?

Que treinamentos poderiam se adequar ao trabalho que você

desempenha?

Você considera importantes os treinamentos? Com que freqüência

poderiam ser efetuados e de que forma?

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Assunto 8: Supervisão da força de vendas

Há sistema de supervisão na empresa?

Quem lhe supervisiona?

De que forma é realizada a supervisão?

A supervisão é sentida por você como impulsionadora ou pressionadora?

Assunto 9: Motivação da força de vendas

A empresa possui sistema de motivação para os representantes?

Você se considera um profissional motivado?

Se sim, essa motivação deriva dos esforços da empresa ou é motivação

intrínseca?

De que forma a empresa poderia atuar para lhe motivar? Que fatores

motivacionais você poderia citar?

Assunto 10: Avaliação da força de vendas

Você é avaliado? Com que frequência?

Como se dá essa avaliação? Você recebe feedback?

Considera adequada a forma e frequência de avaliação?

A avaliação é vista por você como fator impulsionador ou repressor?

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APÊNDICE C – Entrevista realizada com os clientes da empresa HGF Designs

Montadora de Capacetes Ltda.

O presente roteiro tem por objetivo conhecer quais reflexos a administração e

gestão da força de vendas da HGF Designs Montadora de Capacetes Ltda. exercem

sobre seus clientes, a partir da percepção dos mesmos.

Assunto 1: Objetivo da força de vendas

Que percepção você tem quando recebe o representante, em relação aos

objetivos dele? (Só vender... Saber sua opinião sobre o produto... Saber

do mercado...)

Assunto 2: Estratégia da força de vendas

O representante usa de algum artifício a fim de concretizar a venda? (No

apresentar nas possibilidades, nas facilidades...)

Você o considera um benfeitor de negócios?

Você se sente livre ou pressionado no momento da compra?

Quando precisa recebe suporte do administrativo da empresa, ou sua

relação é restrita ao representante?

Assunto 3: Estrutura e tamanho da força de vendas

O representante ou a empresa mantém contato com você via telefone, e-

mail ou pessoalmente?

Com qual freqüência é mantido esse contato?

Você se sente satisfeito com a forma e com a freqüência do atendimento

ou das visitas?

Assunto 4: Remuneração da força de vendas

Você percebe pelo trabalho do representante que ele gosta do que faz?

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Você o considera um profissional satisfeito?

Assunto 6: Recrutamento e Seleção da força de vendas

Que características fundamentais devem ter os representantes ou

vendedores? (Negociador, comunicativo, experiente...)

O representante que lhe atende é o mesmo desde quando você iniciou

suas atividades como lojista? Se não, você se recorda de quantos ou a

freqüência em que mudam de representantes?

Assunto 7: Treinamento da força de vendas

O representante conhece os produtos que vende? Dá soluções de

produto?

Você considera adequado todo o atendimento que você recebe tanto do

representante, como também da empresa?

Teria alguma sugestão a fazer em relação a esse assunto?

Assunto 8: Supervisão da força de vendas

Quando solicitado algo ao representante ou diretamente a empresa você

recebe retorno?

Alguma vez você recebeu a visita do representante junto com o seu

supervisor de vendas?

Assunto 9: Motivação da força de vendas

Você considera o representante profissionalmente motivado?

Você o considera comprometido com o trabalho?

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Assunto 10: Avaliação da força de vendas

Você considera que ao passar dos meses a forma como você vem sendo

atendido se modifica ou permanece a mesma? (Através dos meios

utilizados, ou da postura do representante...)

Assunto 11: Assuntos diversos

O que você acha dos preços dos produtos?

O que você acha dos prazos de entrega?

O que você acha das condições de pagamento?

O que você acha do suporte prestado pela empresa quando se trata de

pedidos, notas fiscais, faturas, entre outros?

De modo geral, como vem atuando no mercado a HGF e seu

representante?

De que forma você vê os concorrentes da HGF hoje? Trabalham diferente

dela em quais aspectos?

Por que você compra os produtos HGF? Por que você opta pela empresa?

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