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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ TIAGO JOSÉ BONOMINI PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DO FITOCONSTITUINTE MAJORITÁRIO DAS FLORES DE Allamanda cathartica L. (APOCYNACEAE) Itajaí – 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

TIAGO JOSÉ BONOMINI

PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DO

FITOCONSTITUINTE MAJORITÁRIO DAS FLORES DE Allamanda

cathartica L. (APOCYNACEAE)

Itajaí – 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

TIAGO JOSÉ BONOMINI

PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DO

FITOCONSTITUINTE MAJORITÁRIO DAS FLORES DE Allamanda

cathartica L. (APOCYNACEAE)

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Ciências Farmacêuticas. Orientadora: Prof. Dra. Ângela Malheiros Co-orientadora: Prof. Dra. Ruth M. Lucinda da Silva

Itajaí, Julho

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FICHA CATALOGRÁFICA

B644p

Bonomini, Tiago José 1988- Padronização de metodologia para extação do fitoconstituinte majoritário das flores de Allamanda catártica L. (Apocynaceae) [manuscrito] / Tiago José Bonomini. – 2013. 34 f. : 30 cm. Cópia de computador (Printout(s)). Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Área de Concentração em Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas, 2013. “Orientadora: Profª. Drª. Ãngela Malheiros ”. “Co-Orientadora: Profª, Drª. Ruth Meri Lucinda Silva” Bibliografia: f. 28-34. 1. Plantas medicinais. 2. Apocinaceas. 3.Farmacologia – Plantas medicinais I. Malheiros, Ãngela. II. Silva, Ruth M. Lucinda da. III. Título.

CDU: 615.03

Claudia Bittencourt Berlim – CRB 14/964

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PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DO FITOCONSTITUINTE MAJORITÁRIO DAS FLORES DE Allamanda

cathartica L. (APOCYNACEAE)

Tiago José Bonomini

‘Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Área de Concentração Produtos Naturais e Substâncias Bioativas e aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí.’

____________________________________ Profª. Dra. Angela Malheiros

__________________________________________________________

Profª. Dra. Tania Mari Bellé Bresolin Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas

Apresentado perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:

______________________________________

Profª. Dra. Angela Malheiros (UNIVALI) Presidente

______________________________________

Profª. Dra. Ruth Meri Lucinda da Silva (UNIVALI) Co-orientadora

______________________________________ Profª. Dra. Tania Mari Bellé Bresolin (UNIVALI)

Membro

______________________________________ Prof. Dr. Rivaldo Niero (UNIVALI)

Membro

____________________________________ Prof. Dr. Antônio Laverde Junior (UFPR)

Membro

Itajaí (SC), 28, fevereiro, 2013.

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AGRADECIMENTOS

À orientadora Prof.ª Dra. Angela Malheiros que prestou todo o suporte

necessário para a realização deste trabalho, além de toda a sua dedicação,

compreensão, amizade e confiança;

À co-orientadora Prof.ª Dra. Ruth M. Lucinda da Silva que teve grande

participação, contribuindo com todo seu conhecimento, apoio, amizade,

dedicação e disposição;

Aos membros da banca examinadora, Prof.ª Dra. Tânia Mari Bellé

Bresolin e Prof. Dr. Rivaldo Niero, pelas suas contribuições e sugestões

construtivas que vieram a somar na qualidade deste trabalho;

Á minha família principalmente pelo incentivo, confiança e por

acreditarem em meu potencial.

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PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DO

FITOCONSTITUINTE MAJORITÁRIO DAS FLORES DE

Allamanda cathartica L. (APOCYNACEAE)

Tiago José Bonomini

Julho/2013

Orientadora: Profa. Dra. Angela Malheiros Co-orientadora: Profa. Dra. Ruth M. Lucinda-Silva Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias sintéticas bioativas. Número de páginas: 34 Espécies pertencentes ao gênero Allamanda possuem metabólitos secundários que apresentam expressiva atividade farmacológica como os iridoides, flavonoides, cumarinas e terpenoides. O composto chamado pelo código AC1 é relatado por apresentar grande potencial anti-inflamatório. As flores da Allamanda cathartica apresentam flavonoides e iridoides como os principais metabólitos secundários, por isto este trabalho teve como objetivo padronizar diferentes metodologias de extração e purificar o AC1 do extrato etanólico obtido por maceração. Os extratos foram obtidos a partir das flores por maceração estática (2, 4 e 7 dias) e por extração assistida por micro-ondas (EAM) (5, 10 e 20 min – 100, 200, e 300 W) com etanol e acetato de etila a 50 ºC e 76 ºC. O AC1 foi isolado por cromatografia em coluna (CC) e purificado por lavagens com acetona e recristalização em metanol. Os extratos foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Para quantificação do AC1 utilizou-se o método de padronização externa validada por Wittkowski e Tomczak (2008) e co-validado para o AC1 por Góes (2011). A caracterização do marcador deu-se por CLAE e RMN. O extrato etanólico obtido por EAM a 76 ºC apresentou o maior rendimento em massa de extrato. O maior rendimento do composto AC1 obtida por maceração estática foi utilizando etanol. Na EAM os melhores rendimentos do composto AC1 foram obtidos a 76 ºC. O etanol foi o melhor solvente extrator e ajustando as condições de extração (10 min - 300 W – 76 ºC) obteve-se alta concentração do marcador. Após purificação, o AC1 apresentou um rendimento de 9% em relação ao extrato seco. Pode-se concluir que a EAM apresenta vantagens em relação aos métodos de extração convencionais para extração do AC1. Palavras-chave: EAM. Allamanda cathartica. Apocynaceae.

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STANDARDIZATION OF METHODS FOR EXTRACTION OF THE MAJOR PHYTOCONSTITUENT IN FLOWERS OF Allamanda

cathartica L. (APOCYNACEAE) Tiago José Bonomini

July/2013

Supervisor: Prof.. Dr. Angela Malheiros Co-supervisor: Prof.. Dr. Ruth M. Lucinda-Silva Area of concentration: Natural products and synthetic bioactive substances. Number of pages: 34 Species belonging to the genus Allamanda present secondary metabolites with significant pharmacological activity, such as iridoids, flavonoids, coumarins and terpenoids. The compound called by code AC1 has been reported in the literature for its high anti-inflammatory potential. The flowers of Allamanda cathartica present iridoids and flavonoids as major secondary metabolites. This study therefore aimed to standardize different methods of extraction and purification of AC1 from the ethanol extract obtained by maceration. The extracts were obtained from the flowers by static maceration (2, 4 and 7 days) and by microwave-assisted extraction (MAE) (5, 10 and 20 min - 100, 200, and 300 W) with ethanol and ethyl acetate at 50ºC and 76ºC. The AC1 was isolated by column chromatography (CC) and purified by washing with acetone and recrystallization with methanol. The extracts were analyzed by HPLC and for the quantification of AC1, the external standard method validated by Wittkowski and Tomczak (2008) and co-validated to AC1 by Góes (2011) was used. The characterization of the marker was done by HPLC and NMR. The extracts obtained by EAM at 76ºC had the highest yield by weight of extract. The best concentration of AC1 obtained by static maceration was with ethanol. In EAM using 76ºC, better AC1 yields were obtained in the same extraction time. Ethanol was the best solvent extractor for extraction, and it was only by adjusting the extraction conditions (10 min - 300 W - 76 °C) that it was possible to obtain high concentrations of the marker. After purification, the AC1 yield was 9% compared to the dry extract. It can be concluded that the EAM has advantages over conventional extraction methods for extraction AC1.

Keywords: MAE. Allamanda cathartica. Apocynaceae.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 10

2.1 Plantas Medicinais com Potencial Terapêutico ..................................... 10

2.2 Gênero Allamanda .................................................................................... 13

2.3 Tecnologias de Extração ......................................................................... 16

2.4 Métodos de Separação ............................................................................ 22

2.4.1 Cromatografia preparativa em camada delgada (CPCD) ................... 22

2.4.2 Cromatografia em Coluna Aberta (CC) ................................................ 23

2.4.3 Cromatografia Líquida Sob Pressão.................................................... 24

3 CONCLUSÕES ............................................................................................. 27

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 28

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1 INTRODUÇÃO

A história relata o uso de plantas medicinais desde a antiguidade, com o

uso da beladona, ópio, ginseng, acônito, quina, alho, sene, cânfora, entre

outras, sendo que as primeiras descrições sobre plantas medicinais feitas pelo

homem remontam às sagradas escrituras (GURIB-FAKIM, 2006).

As plantas superiores são fonte de milhões de estruturas químicas

diferentes. Estas moléculas muitas vezes apresentam atividade biológica e

podem ser úteis para os seres humanos ou servirem de modelos para o

desenvolvimento de novos fármacos. O grande desafio do último século tem

sido desvendar e validar cientificamente espécies vegetais com potencial

clínico (HOSTETTMANN et al., 2008).

O isolamento e a determinação estrutural de substâncias produzidas pelo

metabolismo secundário de organismos vivos assumem importância fundamental

para o desenvolvimento científico da química de produtos naturais e contribui

para avanço de outras atividades científicas e tecnológicas no país (STICHER,

2007).

Levando em consideração os milhares de fitoconstituintes encontrados

em uma planta, o processo de separação e isolamento pode ser longo e

possuir várias etapas. Em geral, esse processo combina diversas técnicas de

separação, que dependem da solubilidade, volatilidade e estabilidade dos

compostos a serem separados. Esse interesse crescente nos produtos naturais

fez expandir e modificar o arsenal de métodos de extração tradicionais. As

recentes técnicas apresentam vantagens em relação aos métodos tradicionais

de extração como diminuição na quantidade de solvente orgânico, maior

eficiência e menor tempo de extração. Incluem-se nestes métodos a extração

com fluído supercrítico (EFS), extração com líquido pressurizado (ELP) e

extração assistida por micro-ondas (EAM) (STICHER, 2007).

Juntamente com os processos extrativos, a instrumentação analítica

surge como uma ferramenta útil para a determinação e a quantificação dos

produtos naturais com destaque para a cromatografia líquida de alta eficiência

(CLAE). Esta é uma das técnicas mais utilizadas para a caracterização,

detecção e separação de compostos devido a sua alta sensibilidade, fácil

adaptação e adequação à separação de compostos não voláteis ou

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termicamente frágeis, e acima de tudo, sua ampla aplicabilidade a substâncias

de grande interesse para a indústria (SKOOG, 2002).

Entre as plantas que despertam grande interesse, encontram-se o

gênero Allamanda, que pertencem à família Apocynaceae. Neste gênero já

foram relatadas atividades biológicas como, fungicida, bactericida,

leishmanicida e antileucêmica (ANDERSON; CHANG; McLAUGHLIN, 1988;

DIXIT; TRIPATHI; OJAHA, 1982; SCHMIDT et al., 2006; TROST; BALKOWEC;

MAO, 1986). A. cathartica, A. schottii e A. blanchettii são espécies deste

gênero que estão sendo investigadas pelo grupo de Produtos Naturais

Bioativos/CCS/UNIVALI em parceria com outros centros de pesquisa. Diversos

grupos químicos já foram isolados entre eles iridoides, cumarinas, flavonoides

e terpenoides (BARBETTA; RAMOS, 2006; SCHAAB, 2005; SCHMIDT, 2005).

Wittkowski e Tomczak (2008) desenvolveram uma metodologia analítica

para quantificação dos iridoides presentes nos extratos de acetato de etila

obtido das partes aéreas da A. schottii, empregando CLAE. Góes (2011)

otimizou o método analítico para quantificação de iridoides em extratos

etanólicos obtidos das flores. Também foi demonstrado que formulações

tópicas a base de gel contendo 1 % de extrato mole da A. cathartica

apresentou alto potencial antioxidante e anti-inflamatório.

Portanto, devido a resultados promissores obtidos com os iridoides, o

presente estudo visou determinar uma metodologia mais adequada para

extração e purificação do composto denominado de AC1 das flores da A.

cathartica.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Plantas Medicinais com Potencial Terapêutico

Desde a antiguidade os produtos naturais são utilizados pelo homem

como fonte segura e eficaz de tratamento contra várias patologias (TIWARI,

2008). As plantas medicinais são fontes importantes de substâncias

biologicamente ativas, servindo de base para pesquisa farmacológica e

descoberta de novas moléculas com atividade terapêutica (CALIXTO, 1997;

LOPEZ, 2011, KINGSTON, 2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde

(OMS), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento depende

da medicina tradicional para sua atenção primária utilizando as plantas

medicinais como única fonte de cuidados básicos de saúde (PRABHADEVI et

al., 2012; CALIXTO, 2005; WHO, 1998).

Uma revisão realizada por Newman e Cragg (2007) sobre fontes de

novos fármacos entre 1982 e 2006, indicou que aproximadamente 50% dos

novos fármacos aprovados durante esse período são baseados em estruturas

de produtos naturais.

No caso de antitumorais e anti-infecciosos cerca de 60% dos fármacos

disponíveis ou em estudo clínico são de origem natural (BUTLER, 2008).

Segundo Newman e Cragg (2012) nos últimos 30 anos os produtos

naturais de uma forma ou de outra continuam a desempenhar papel

fundamental na descoberta de novos fármacos ou no desenvolvimento de

novas estruturas. Também demonstraram que ainda em 2010 o campo dos

produtos naturais foi responsável em cerca de 50% das aprovações de novas

moléculas ativas, sendo que a metade das moléculas aprovadas seria

diretamente obtida dos produtos naturais sem qualquer modificação. Em geral,

das 1355 novas entidades químicas aprovadas cobrindo de 1981-2010, 29% é

de origem totalmente sintética, 4% obtido de síntese, mas com farmacóforo de

produtos naturais, 22% são derivados de produtos naturais e 4% são produtos

naturais (15% de origem biológica, geralmente grandes peptídeos ou proteínas

isoladas de células ou produzidas por biotecnologias, 6% vacinas, 9% produtos

que imitam substratos naturais, mas com farmacóforo natural e 11% produtos

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que imitam substratos naturais obtidos totalmente com síntese). Pelo número

de fármacos aprovados, as principais doenças pesquisadas pela indústria

farmacêutica são: doenças infecciosas, câncer, hipertensão e inflamação

(NEWMAN; CRAGG, 2012).

As plantas medicinais possuem componentes complexos e os efeitos

terapêuticos podem ser resultado de uma ação sinérgica e/ou supressiva.

Também há a preocupação de inconsistência com a composição do extrato

vegetal e contaminação ocasional por adulterantes e componentes tóxicos. O

controle de qualidade visa assegurar a consistência, segurança e eficácia da

droga vegetal, criando uma correlação entre os componentes e sua ação

farmacológica (LIU et al., 2010; LI et al., 2008; LIANG; XIE; CHAN, 2004).

A qualidade de medicamento à base de planta medicinal pode ser

afetada por muitos fatores, incluindo as mudanças de estação, tempo de

colheita, locais de cultivo, processamento pós-colheita, adulterantes e

procedimentos de extração e preparação. Da colheita até o produto final os

marcadores químicos desempenham um papel crucial na avaliação da

qualidade dos medicamentos fitoterápicos. Além disso, o estudo de

marcadores químicos é aplicável a muitas áreas de pesquisa, incluindo

autenticação de uma espécie vegetal, pesquisa de novos protótipos ou

substitutos de matérias-primas, otimização de métodos de extração e

purificação, elucidação da estrutura e determinação da pureza. Investigações

sistemáticas utilizando marcadores químicos podem levar a descobertas e

desenvolvimento de novos fármacos. A Agência Européia de Medicamentos

(EMEA) define marcadores químicos como constituintes quimicamente

definidos ou grupos de constituintes de um produto à base de plantas

medicinais que são de interesse para fins de controle de qualidade,

independentemente se eles possuem alguma atividade terapêutica. A

quantidade de um marcador químico pode ser um indicador da qualidade de

um medicamento à base de plantas (LI et al., 2008).

O Brasil é signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB),

acordo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e integrado

por 188 países cujos objetivos são:

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a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. A mesma Convenção ressalta a importância dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas e de comunidades locais para o alcance destes objetivos, delegando aos seus signatários o dever de garantir a esses povos e comunidades o direito de decidir sobre os usos desses saberes e de também perceber os benefícios decorrentes de seu uso (BRASIL, 2006).

Segundo a CDB, o Brasil hospeda entre 15 e 20% da

biodiversidade mundial, compreendendo cerca de 55 mil espécies identificadas

em um total estimado entre 250 mil e 350 mil espécies de plantas existentes no

mundo. Sendo 75% das espécies brasileiras localizadas na Floresta Tropical

Atlântica e Floresta Amazônica, tornando o Brasil uma fonte importante de

novos fitoterápicos e fitofármacos (BARREIRO; BOLZANI, 2009). Dentre todas

as espécies de plantas identificadas até hoje, somente cerca de 15% foram

estudadas fitoquimicamente e 6% biologicamente (GURIB-FAKIM, 2006).

As plantas superiores além de constituírem uma fonte importante de

substâncias utilizadas diretamente como agentes medicinais, também

fornecem modelos para modificações estruturais e otimização das

propriedades farmacológicas, servindo de estímulo para enfrentar os desafios

da química sintética de novos fármacos (PRABHADEVI et al, 2012; BRAZ

FILHO, 2010).

Devido a grande biodiversidade das florestas tropicais há uma grande

interação envolvendo planta-planta, planta-animal e animal-animal. Essa

interação entre os organismos vivos depende da força metabólica e da química

do metabolismo secundário que assume papel especial na bioprodução de

substâncias orgânicas destinadas a manutenção da vida dos meios ambientes

naturais e artificiais produzidos pela atuação do homem. Sendo assim, o

isolamento e a determinação estrutural dessas substâncias originadas do

metabolismo secundário de organismos vivos, representa importância

fundamental para a química de produtos naturais e para o desenvolvimento

científico de novos fármacos (BRAZ FILHO, 2010).

As plantas medicinais são usadas extensivamente pela população, no

entanto seu uso indiscriminado pode promover efeitos adversos ou até mesmo

a possibilidade de interação entre planta e medicamento. Portanto, somente

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por estudos químicos e farmacológicos, é possível a confirmação de sua

eficácia, qualidade e segurança (GOBBO-NETO; LOPES, 2007).

Nesse contexto, os produtos naturais necessitam de um controle de

qualidade com métodos desenvolvidos e padronizados, na tentativa de obter

um material apropriado para o consumo, buscando a qualidade, segurança e

eficácia dos fitoterápicos ou fitofármacos (RAZMOVSKI-NAUMOVSKI et al.,

2010; NEWMAN; CRAGG, 2007).

No Brasil está sendo estabelecida a Política Nacional de Plantas

Medicinais e Fitoterápicos que tem por objetivo respeitar a segurança e eficácia

na saúde pública e conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a

conservação ambiental. Portanto, essa política deverá reconhecer e promover

práticas eficazes e aprovadas para o manuseio das várias formas de uso das

plantas medicinais, desde o uso caseiro até a fabricação de medicamentos

industrializados. Atualmente, os fitoterápicos são objetos de interesses

empresariais privados e fator de competitividade da indústria nacional (BRASIL,

2006).

Por sua vez, a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares no SUS, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde no ano

de 2005 e publicada por meio de Portaria GM nº 971, de 03 de maio de 2006,

propõe a inclusão das plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, medicina

tradicional chinesa/acupuntura e termalismo social/crenoterapia como opções

terapêuticas no sistema público de saúde. Essa política traz dentre suas

diretrizes para plantas medicinais e fitoterapia a elaboração da Relação

Nacional de Plantas Medicinais e de Fitoterápicos e o acesso a plantas

medicinais e fitoterápicos aos usuários do SUS (BRASIL, 2006).

2.2 Gênero Allamanda

A família Apocynaceae que apresenta cerca de 200 gêneros com mais

de 2.000 espécies de distribuição marcadamente tropical e subtropical em todo

o mundo. São plantas de hábito variado, ervas, subarbustos, árvores e

trepadeiras, na maioria latescentes, encontrada tanto nos campos como nas

matas (JOLY, 1998).

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O gênero Allamanda compreende doze espécies distribuídas pela parte

tropical da América, sendo cultivada na Índia como planta ornamental. No

Brasil são encontradas dez espécies distribuídas por todo território nacional. As

mais comuns são a A. cathartica (flores grandes e amarelas), A. schottii (flores

pequenas e amarelas) e A. blanchetti (flores grandes de coloração

rosa/arroxeada). Entre as classes de metabólitos secundários isolados

encontram-se esteróides, terpenoides, flavonoides, cumarinas, lignanas e

iridoides (LORENZI; MOREIRA, 2001).

O gênero Allamanda pode contribuir de forma significativa através de

compostos que exercem atividade antiviral, como é o caso do iridoide

fulvoplumierina, em que a efetividade contra o vírus da imunodeficiência

humana tipo 1 (HIV-1) foi comprovada (ABE; YAMAUCHI, 1988).

Estudos fitoquímicos realizados por pesquisadores do Curso de

Farmácia da UNIVALI relataram cinco compostos presentes nas raízes da A.

schottii: plumericina, isoplumericina, 1-(3,4-dimetoxi-fenil)-etano-1,2-diol,

escoparona e mistura de β-sitosterol e estigmasterol (SCHAAB, 2005).

Outro trabalho com a A. schotti realizado em colaboração entre

pesquisadores do NIQFAR/UNIVALI com o Laboratório de Produtos

Naturais/UFSC apresentou como principais constituintes desta espécie uma

mistura dos esteróides sitosterol e estigmasterol, plumericina, escopoletina e

ácido ursólico (SCHMIDT, 2005).

Barbetta e Ramos (2006) isolaram e identificaram o triterpeno ácido

ursólico, o iridoide plumericina e a mistura dos esteróis campesterol, β-

sitosterol e estigmasterol, das partes aéreas da A. schotti.

Dentre as atividades estabelecidas até o momento, destaca-se a

atividade antileucêmica observada nos extratos das raízes da A. schottii

(SCHMIDT et al., 2006). A atividade antineoplásica em tumor de Erlish em

camundongos foi constatada para o extrato etanólico das partes aéreas da A.

cathartica (BERRI; SCARIOT, 2004).

Devido ao interesse nos iridoides presentes na Allamanda, Wittkowski e

Tomczak (2008) otimizaram e validaram uma metodologia analítica para

quantificação do iridoide plumericina por CLAE dos extratos de acetato de etila

obtidos a partir das partes aéreas da A. schottii. Após várias modificações, o

melhor gradiente foi a combinação entre os solventes metanol: acetonitrila:

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água acidificada (H3PO4 0,5% v/v) na proporção 10:10:80 a 20:10:70 a 10

minutos, 35:10:55 a 20 minutos, 50:10:40 a 35 minutos, 70:10:20 a 50 minutos,

50:10:40 a 60 minutos e por fim a 65 minutos 10:10:80, retorno à condição

inicial, com fluxo constante de 0,8 mL/min.

Nascimento (2008) avaliou a influência da sazonalidade na produção de

iridoides nas raízes, caules e folhas da A. schottii, e quantificou dois iridoides

presentes nas frações de diclorometano e acetato de etila utilizando método

por CLAE validado por Wittkowski e Tomczak (2008). Foi observado que as

mudanças climáticas não interferem no número de metabólitos, mas sim nas

suas concentrações.

Mafra e Bonomini (2008) analisaram qualitativamente e

quantitativamente a presença de flavonoides nas flores das espécies A.

schottii, A. cathartica e A. blanchettii através da CLAE. Também validaram uma

metodologia analítica por CLAE usando o flavonoide rutina como marcador. De

acordo com os resultados foi observado que o principal compostos encontrado

nas frações de acetato de etila e diclorometano das flores das três espécies do

gênero Allamanda são a rutina. A maior concentração de rutina foi observada

na A. cathartica.

Posteriormente, Góes (2011) otimizou e co-validou o método analítico

desenvolvido por Wittkowski e Tomczak (2008) para quantificação do marcador

AC1 por CLAE nos extratos etanólicos e frações obtido das flores da A.

cathartica, comprovando a linearidade, precisão e exatidão, de acordo com a

literatura (BRASIL, 2003; RIBANI et al., 2004). O método desenvolvido

anteriormente foi validado para extratos de acetato de etila obtidos de raízes,

caules e folhas da A. schottii (WITTKOWSKI; TOMCZAK, 2008).

Góes (2011) após utilizar maceração dinâmica, variando tempo de

extração, graduação alcoólica e proporção droga vegetal: solvente, observou

que os maiores teores de AC1 encontraram-se nos extratos obtidos com álcool

70 e 90 °GL e 10% de droga vegetal. A relação droga:solvente e grau alcoólico

foram os fatores de maior influência no processo de extração, sendo o tempo o

menos significativo.

Assim, estes dados embasam o presente estudo que visa selecionar um

processo de extração e purificação mais eficiente e com menor tempo de

processamento para obtenção do composto AC1.

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2.3 Tecnologias de Extração

A extração consiste uma das primeiras etapas para a obtenção do

medicamento a partir de uma espécie vegetal. Sendo conhecidas as

substâncias ou classes relacionadas à atividade farmacológica é fundamental,

para o alcance de um maior rendimento extrativo, a escolha correta do solvente

e do método. Na otimização do processo de extração deve-se levar em

consideração, além do método, solvente e relação planta-solvente a facilidade

operacional, inocuidade fisiológica e ambiental, gastos de tempo e energia. Os

solventes mais empregados para obtenção de extratos como matéria prima

farmacêutica são água, álcool, glicerina, propilenoglicol ou misturas desses

(COUTO; SILVA; VITORINO, 2010).

A eficácia e a segurança de espécies vegetais utilizadas para fins

terapêuticos dependem da qualidade da droga vegetal, assim, é importante

obedecer às condições ideais de cultivo, colheita, secagem, estabilização,

conservação e armazenamento (BRAGA et al., 2007; GOBBO-NETO; LOPES,

2007). Na obtenção de produtos derivados de material vegetal utiliza-se

preferencialmente o material seco, pois a secagem interrompe processos de

degradação, reduz a contaminação e proliferação de micro-organismos e

possibilita o armazenamento e transporte do material (ROCHA, 2000).

Um tratamento prévio da amostra é necessário para economizar tempo e

esforço nas etapas de isolamento. Antes da extração se deve secar e

pulverizar o material vegetal, tomando cuidado com alguns fatores como: luz

solar direta, temperatura excessiva na moagem, líquen ou outros parasitas do

material vegetal que podem vir a degradar ou transformar os compostos

originais em artefatos (HOSTETTMANN et al., 2008).

O alto teor de água nas matéria-primas vegetais possibilita a ação de

enzimas e propicia o desenvolvimento de fungos e bactérias, portanto, é um

parâmetro indicativo de estabilidade da droga vegetal. Processos de secagem

inadequados podem levar a contaminação, podendo transformar ou alterar os

princípios ativos originais, tornando-o impróprio ao consumo (BRAGA et al.,

2007).

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O quadro 1 apresenta os principais fatores desencadeantes de artefatos

durante os processos de manipulação da droga vegetal (HOSTETTMANN et

al., 2008; HOSTETTMANN; QUEIROZ; VIEIRA, 2003).

Quadro 1 - Formação de artefatos durante os processos de extração e isolamento. Etapa Origem Secagem O2, luz, temperatura, microrganismos Moagem Temperatura Armazenamento O2, luz, temperatura Extração Método, solvente, tempo, temperatura, atividade enzimática

(H2O) Remoção de solvente Temperatura, tempo, O2 Isolamento Catálise em fase estacionária, adsorção, solvente, tempo, pH Fonte: Hostettmann et al., 2008.

Inicialmente faz-se uma seleção do solvente de extração. Em uma

extração inicial com solventes de baixa polaridade obtêm-se compostos mais

lipofílicos, enquanto que o uso de solventes alcoólicos proporciona a extração

de um amplo espectro de substâncias polares e apolares, permitindo assim

fracionamentos posteriores, resultando em frações de distintas polaridades.

Métodos de extração são utilizados como passo de pré-purificação para

remover seletivamente componentes interferentes e ou isolar os compostos

ativos (STICHER, 2007).

O primeiro passo na análise dos produtos naturais é a extração para

separar os compostos da matriz vegetal. Essa etapa de extração e

recuperação do soluto pode ser explicada em um processo de cinco etapas: 1)

dessorção do composto do sítio ativo da matriz; 2) difusão para a própria

matriz; 3) dissolução do analito pelo líquido extrator; 4) difusão do composto no

líquido extrator e 5) coleta do líquido extrator (STICHER, 2007).

Dois fenômenos ocorrem em paralelo no processo de extração: a

lixiviação das substâncias solúveis de células rompidas e a dissolução e

difusão das substâncias solúveis das células intactas. O solvente ao penetrar

nas células induz um momento dipolar nas moléculas a extrair, ocorrendo uma

associação química às moléculas do solvente. Essa capacidade de ligação

pode ser expressa em termos de constante dielétrica, que é uma função

derivada das propriedades eletroquímicas do solvente, sendo que, quanto mais

polar for o solvente maior será sua constante dielétrica. Assim, compostos

ionizáveis ou altamente polares se dissolvem em líquidos de elevada constante

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dielétrica, e compostos apolares se dissolverão em solventes de baixa

constante dielétrica (MARQUES; VIGO, 2009).

Idealmente, um processo de extração deve ser exaustivo no que diz

respeito aos compostos a serem analisados, ou isolados, rápido, simples,

barato e passível de automação. Os métodos convencionais de extração de

produtos naturais incluem extração com Soxhlet, maceração, percolação,

turbólise e sonicação (CHAN et al., 2011; STICHER, 2007).

Maceração é o processo no qual a droga vegetal pulverizada fica em

contato com o líquido extrator em recipiente fechado, em temperatura ambiente

ou mais elevada (digestão), durante um longo período (horas ou dias), sob

agitação ocasional (estática) ou constante (dinâmica) sem renovação do líquido

extrator. Ao final do processo o líquido extrator é separado e o resíduo

prensado (MARQUES; VIGO, 2009; MARTIN; BUSTAMANTE, 1993).

Essa técnica não leva ao esgotamento total da droga vegetal devido à

saturação do solvente e/ou ao estabelecimento de um equilíbrio entre o

solvente e o interior da célula. Também depende de fatores como

granulometria, teor de umidade, concentração e seletividade do solvente e grau

de intumescimento das células (MARQUES; VIGO, 2009). Quando empregado

em nível industrial os extratores podem ser cubas fixas ou móveis, apresentar

ou não camisa de vapor e ainda diferenciando em tamanho, forma geométrica

e presença de agitação interna (ROCHA, 2000).

No processo conhecido como turbo-extração ou turbólise as partes

vegetais são submersas em solvente frio e submetidas a elevadas forças de

cisalhamento, geradas por um equipamento chamado turbolizador, que

trabalha com um rotor em alta velocidade (50.000 a 200.000 rpm) triturando e

dissolvendo seus conteúdos celulares (MARTIN; BUSTAMANTE, 1993). Essa

técnica resulta em grandes rendimentos devido à trituração e homogeneização

constante da droga vegetal e do solvente, levando também a um aumento da

temperatura que deve ser controlada devido a decomposição de compostos

termolábeis e diminuição do tamanho de partícula que pode dificultar a

separação da solução extrativa por filtração. Como desvantagem possui a

limitação quando se trata de materiais de elevada dureza como raízes e caules

(MARQUES; VIGO, 2009).

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Alguns dos métodos tradicionais apresentam desvantagens como longos

tempos de extração, intensos procedimentos de laboratório, grandes

quantidades de solventes orgânicos, baixa eficiência de extração, e potencial

de degradação de compostos lábeis. Já técnicas de extração mais recentes

apresentam vantagens significativas sobre os métodos convencionais. Por

exemplo, redução no consumo de solvente orgânico e degradação da amostra,

redução no tempo de extração e etapas de clean-up ou de concentração,

melhora na eficiência de extração, seletividade e facilidade de automação.

Essas técnicas recentes incluem extração com fluidos supercríticos (EFS),

extração com líquido pressurizado (ELP) e extração assistida por micro-ondas

(EAM) (CHAN et al., 2011; STICHER, 2007).

A extração assistida por micro-ondas (EAM) é uma tecnologia recente

que utiliza a energia de micro-ondas para aquecer rapidamente e

eficientemente solventes para extrair compostos alvos a partir de várias

matrizes (JAIN et al., 2009; SPIGNO; FAVERI, 2009). Como a matriz vegetal

contém quantidade significativa de água que absorve fortemente a energia de

micro-ondas, ocorre um aquecimento interno, levando ao rompimento celular,

facilitando o processo de extração. Além de ocorrer a migração dos íons

dissolvidos, o que aumenta a penetração do solvente dentro da matriz e,

posteriormente, facilita a liberação dos compostos aumentando o rendimento

da extração (SPIGNO; FAVERI, 2009; WANG; WELLER, 2006). As principais

vantagens da EAM sobre as técnicas de extração convencionais são redução

do consumo de solvente e tempo de extração, recuperações moderadamente

elevadas, boa reprodutibilidade e manipulação mínima das amostras para o

processo de extração (SPIGNO; FAVERI, 2009; ARMENTA et al., 2008).

Micro-ondas são radiações eletromagnéticas não ionizantes, com

comprimentos de onda de 1 mm a 1 m com frequências correspondentes entre

300 MHz e 300 GHz. Seu uso como fonte de calor tem sido utilizado desde o

final dos anos 1970, entretanto seu uso para melhorar o processo de extração

é muito recente. Para o aquecimento através de microondas, duas frequências

são reservadas pela, Federal Communications Commission (FCC) para uso

industrial, científico e medicinal. As duas frequências mais comumente

utilizados são 0,915 e 2,45 GHz (SPIGNO; FAVERI, 2009; THOSTENSON;

CHOU, 1999).

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No processo térmico convencional, a energia é transferida para o

material por meio de convecção, condução e radiação de calor a partir da

superfície do material. Em contraste, a energia de micro-ondas é transferida

diretamente aos materiais por meio da interação molecular com o campo

eletromagnético. O aquecimento por micro-ondas é a transferência da energia

eletromagnética em energia térmica e é a conversão de energia, em vez de

transferência de calor. Esta diferença na maneira como a energia é distribuída

pode resultar em muitas vantagens potenciais para a utilização de micro-ondas

para o processamento de materiais. Já que as micro-ondas podem penetrar a

matéria e depositar energia, o calor pode ser gerado por todo o volume do

material. A transferência de energia não depende da difusão do calor a partir

das superfícies, e é possível obter um aquecimento rápido e uniforme de todo o

material (STICHER, 2007; THOSTENSON; CHOU, 1999).

Vários fatores influenciam na extração de um composto alvo como,

duração da irradiação de microondas, a razão solvente/material, temperatura

de extração e o tipo de solventes. Na extração convencional, a eficiência da

extração de diferentes solventes, depende principalmente da solubilidade do

composto no solvente, a cinética de transferência de massa do produto, e a

força das interações soluto/matriz, enquanto que na EAM a taxa de

aquecimento desempenha um papel fundamental na eficiência de extração.

Sendo que o solvente deve ter constante dielétrica elevada (o que mede a

eficiência em que a energia de microondas pode ser absorvida e convertida em

calor no interior de um material quando um campo elétrico é aplicado). Devido

a essa constante, a água é o melhor solvente para EAM, e a sua adição pode

ser explorado para aumentar o índice de polaridade de outros solventes que

são geralmente utilizados para a extração de compostos bioativos de plantas

(etanol, metanol, acetona e acetato de etila), e assim aumentar a constante

dielétrica da mistura (SPIGNO; FAVERI, 2009; HEMWIMON; PAVASANT;

SHOTIPRUK, 2007).

O forno micro-ondas é composto por três componentes principais: a

fonte, as linhas de transmissão, e o aplicador. A fonte de microondas gera a

radiação eletromagnética, as linhas de transmissão levam a energia

eletromagnética a partir da fonte para o aplicador. No aplicador, a energia é

absorvida ou refletida pelo material. As equações de Maxwell são as leis físicas

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que descrevem os campos eletromagnéticos que variam com o tempo. A

geração da radiação eletromagnética é resultado da aceleração de cargas.

Para alcançar a alta potência e frequências necessárias para aquecimento por

microondas, a maioria das fontes de microondas são tubos de vácuo. A energia

é transferida para os materiais através da interação dos campos

eletromagnéticos, a nível molecular, e as propriedades dielétricas determinam

o efeito do campo eletromagnético no material. A interação das microondas

com os dipolos moleculares resulta em rotação dos dipolos, e a energia é

dissipada na forma de calor a partir da resistência à rotação interna

(THOSTENSON; CHOU, 1999).

As micro-ondas podem ser utilizadas de duas formas: em recipientes

fechados sobre pressão e temperatura controladas, ou recipientes abertos a

pressão atmosférica. As duas tecnologias são comumente nomeadas de EAM

pressurizado (EAMP) ou EAM focalizado (EAMF), respectivamente.

Considerando que no sistema aberto não se tem o controle da pressão, a

temperatura é limitada pelo ponto de ebulição do solvente a pressão

atmosférica, no sistema fechado o solvente pode ser aquecido acima do ponto

de ebulição pela simples aplicação de pressão, aumentando assim a

velocidade de extração e eficiência (CHAN et al., 2011; WANG; WELLER,

2006). O sistema aberto utiliza micro-ondas focalizadas, resultando em um

aquecimento homogêneo e mais eficiente. Já o sistema fechado usa micro-

ondas difusas e o campo elétrico não é homogêneo e, portanto, o recipiente é

colocado em uma plataforma giratória (STICHER, 2007). Recentes avanços no

sistema fechado levaram ao desenvolvimento da Extração Assistida por Micro-

ondas de Alta Pressão (HPMAE-sigla em inglês), o aumento da temperatura e

pressão acelera a extração devido a capacidade do solvente extrator de

absorver a energia de micro-ondas. Além disso, o sistema fechado também

oferece uma extração mais rápida e eficiente com menor consumo de solvente

(CHAN et al., 2011). Os resultados obtidos até o momento levam a conclusão

que essa radiação não causa degradação dos compostos extraídos, a menos

que, sejam alcançadas altas temperaturas (STICHER, 2007).

Baixos rendimentos na EAM devido à degradação térmica e oxidação

levaram ao desenvolvimento de EAM mais eficientes, criando novas

modificações. Na EAM protegida por nitrogênio (NPMAE – sigla em inglês), a

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oxidação de compostos ativos durante a extração pode ser prevenida usando

um gás pressurizado inerte como nitrogênio no sistema fechado. EAM no

vácuo (VMAE – sigla em inglês), onde é realizada a extração de compostos

termo sensíveis utilizando uma condição de trabalho com baixa temperatura.

Esse tipo de EAM aumenta o mecanismo de transferência de massa pela

difusão dos compostos ativos para o solvente através da pressão de sucção,

sendo o risco de degradação térmica e oxidação diminuída. Outras

modificações podem ser encontradas como EAM sem solvente (SFMAE) que é

utilizada para extração de óleos essenciais onde pode ser incorporada água

para extrair um composto alvo. Esse tipo de EAM reduz significantemente o

tempo de extração comparado com técnicas convencionais de extração, de

horas para 20-30 minutos (CHAN et al., 2011).

Proestos e Komaitis (2008) desenvolveram um método de extração por

EAM de compostos fenólicos de plantas aromáticas oriundas da Grécia e

compararam com um método convencional. O método por EAM foi mais

eficiente, diminui o uso de solvente e reduziu o tempo de extração. Muitas

pesquisas foram publicadas nos últimos anos sobre a aplicação da EAM de

metabólitos secundários de plantas (LIAO et al, 2008; XIAO; HAN; SHI, 2008;

ZHANG; YANG; LIU, 2008; CHEN; XIE; GONG, 2007; HAO et al, 2002;).

Também foi utilizada para o isolamento de ginsenosídeos da raiz do Panax

ginseng (SHU; KO; SHANG, 2003), polifenóis e cafeína das folhas da Camellia

sinensis (PAN; NIU; LIU, 2003) e antraquinonas da raiz da Morinda citrifolia

(HEMWIMON; PAVASANT; SHOTIPRUK, 2007).

2.4 Métodos de Separação

2.4.1 Cromatografia preparativa em camada delgada (CPCD)

A cromatografia é o método cromatográfico mais antigo e conhecido,

sendo uma técnica de separação básica que utiliza a migração da fase móvel

através de uma fase estacionária por capilaridade (HOSTETTMANN et al.,

2008).

Vários estudos têm investigado os parâmetros mais importantes sobre o

desenvolvimento do método em camada delgada, tais como a seleção da fase

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estacionária, fase móvel, o modo de desenvolvimento, bem como a otimização

da fase móvel e de transferência de fase móvel (STICHER, 2007).

Sílica gel é o adsorvente mais empregado na separação de misturas de

substâncias tanto lipofílicas como hidrofílicas. A espessura do adsorvente mais

utilizado sobre as placas de vidro ou alumínio fica entre 0,5 e 2 mm, o tamanho

geralmente é de 20 x 20 cm ou 20 x 40 cm. A limitação da espessura e do

tamanho da placa cromatográfica restringem a quantidade de amostra, sendo

que uma placa de 1 mm de espessura suporta 5 mg/cm² de amostra

(HOSTETTMANN et al., 2008; STICHER, 2007).

A banda em que a amostra é aplicada deve ser tão reduzida quanto

possível, já que a resolução depende da largura da banda. Uma seleção prévia

da fase móvel deve ser otimizada por cromatografia em camada delgada

analítica. A adição de ácido acético ou dietilamina em pequenas quantidades é

útil para a separação de compostos ácidos e básicos, respectivamente

(HOSTETTMANN et al., 2008).

A eluição das placas é realizada em tanques de vidro contendo a fase

móvel, e mantendo essa saturada pela adição de uma folha de papel filtro

sumergida no solvente. Após a eluição as bandas são raspadas com a ajuda

de uma espátula e as substâncias desejadas devem ser extraídas do

adsorvente, utilizando solvente menos polar possível, o metanol não é

recomendado, posto que pode dissolver a sílica gel e as impurezas. Quanto

mais tempo os compostos ficarem em contato com o adsorvente, maior a

probilidade de ocorrer degração. Durante a extração das substâncias

separadas das placas, pode se extrair impurezas como aglutinantes e

indicadores fluorescentes. Por esta razão recomenda-se uma etapa final de

purificação por filtração em gel através de Sephadex LH-20 (HOSTETTMANN

et al., 2008).

2.4.2 Cromatografia em Coluna Aberta (CC)

A CC é uma técnica universalmente utilizada para separação de

produtos naturais devido a sua simplicidade de operação, baixo custo e de não

precisar de equipamentos especializados (HOSTETTMANN et al., 2008).

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Esta técnica é baseada na capacidade de adsorção e solubilidade, entre

uma fase sólida e uma líquida, onde o equilíbrio dinâmico é estabelecido entre

a concentração do soluto em duas fases. A amostra a ser separada é

submetida a um fluxo contínuo de solventes, usando um sistema crescente de

polaridade. A capacidade do eluente em arrastar um composto adsorvido na

fase estacionária depende quase totalmente da polaridade do solvente em

relação ao composto. Assim compostos apolares passam facilmente pela

coluna, já que compostos mais polares possuem maior afinidade com a fase

estacionária (HOSTETTMANN; MARSTON; HOSTETTMANN, 1997).

Emprega-se como fase estacionária sílica gel, e pode-se trabalhar com

30 mg de amostra por grama de suporte com 60-200 µm de granulometria,

porém esta capacidade só é possível quando as substâncias de interesse

possuem valores de fator de retenção diferentes. Entretanto, quando se utiliza

para filtração é possível trabalhar com 1 g de amostra por 10 gramas de

suporte (HOSTETTMANN; QUEIROZ; VIEIRA, 2003). No entanto, esta técnica

possui algumas limitações, como: separações lentas; baixa resolução;

adsorção irreversível de alguns solutos; requer grandes quantidades de

solventes e incompatibilidades com partículas de baixa granulometria.

2.4.3 Cromatografia Líquida Sob Pressão

A cromatografia líquida sob pressão refere-se a qualquer método que

envolva aplicação de pressão em uma coluna cromatográfica, incluindo todas

as categorias, desde a cromatografia “flash” (2 bar) até a cromatografia líquida

de alta eficiência preparativa (100 bar), e quantidades das amostras (de mg até

gramas). A diferença entre a cromatografia preparativa e a analítica é que,

enquanto a última se preocupa com a separação, identificação e determinação,

não importando a recuperação da amostra, a cromatografia preparativa, sendo

um processo de purificação, permite o isolamento de substâncias puras

contidas em uma mistura (HOSTETTMANN; QUEIROZ; VIEIRA, 2003).

O termo “cromatografia líquida de alta eficiência” (CLAE) se aplica

convencionalmente a colunas com pratos teóricos superior a 2.000, com

valores típicos entre 2.000-20.000 (SNYDER, 1992). O uso da CLAE

preparativa se tornou a base no isolamento da maioria das classes de produtos

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naturais. CLAE é uma técnica robusta, versátil e rapidamente purifica

compostos de uma mistura complexa (STICHER, 2007).

A principal diferença entre a CLAE preparativa e outras cromatografias

de “pressões menores” é a consistência e tamanho de partícula da fase

estacionária. A separação de dois compostos aumenta com a diminuição do

tamanho de partícula. A média do tamanho de partícula da CLAE preparativa é

entre 3 e 10 µm, muito menor que outras fases estacionárias. Devido ao

pequeno tamanho de partícula da fase estacionária, altas pressões são

necessárias para empurrar a fase móvel através do sistema. Sendo assim, a

alta área de superfície das partículas disponibiliza uma maior interação do

soluto com a fase estacionária resultando em alto poder de resolução, que é

necessário para purificação de complexas misturas de produtos naturais

(STICHER, 2007). Isso é possível pelo fato da fase móvel e estacionária

possuir um amplo espectro de polaridade no qual a seletividade no processo de

separação pode ser otimizada e ajustada (COLLINS; GUIMARÃES; JARDIM,

2006). Usualmente utilizam-se colunas com diâmetros entre 10-100 mm. Em

geral, a CLAE preparativa é a etapa final de purificação (STICHER, 2007).

A CLAE é a técnica analítica mais usada de separação devido à sua

sensibilidade e aplicabilidade a substâncias de interesse para a indústria e a

pesquisa. Tem sido usada rotineiramente para o isolamento e controle de

componentes de produtos naturais como, por exemplo, extratos de plantas

(VILEGAS; CARDOSO, 2007). A CLAE utiliza instrumentos que podem ser

totalmente automatizados. É um tipo de cromatografia líquida que emprega

colunas recheadas com materiais especialmente preparados e uma fase móvel,

eluída sob alta pressão. Tem capacidade de realizar separações e análises

quantitativas de uma grande variedade de compostos presentes em diversos

tipos de amostras, em poucos minutos, com alta resolução, eficiência e

detectabilidade (COLLINS; GUIMARÃES; JARDIM, 2006).

Dentre as vantagens que a CLAE oferece pode-se citar: a possibilidade

de separação de compostos em baixas concentrações, tempo curto de análise,

fase móvel e estacionária com ampla faixa de polaridade (de modo que a

seletividade no processo de separação possa ser ajustada), além da

minimização de decomposição de compostos instáveis na amostra. Esta

também permite análises qualitativas e quantitativas de misturas complexas

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com alta resolução e sensibilidade (HOSTETTMANN; MARSTON;

HOSTETTMANN, 1997).

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3 CONCLUSÕES

� Os extratos obtidos por maceração com etanol apresentaram os

melhores rendimentos em massa, que pode estar relacionado com a

maior extração de compostos polares e açúcares.

� O extrato de acetato de etila resultou em maior concentração de AC1 em

massa de extrato. Entretanto, o extrato etanólico foi o que apresentou

maior quantidade do AC1 por grama de flores secas devido ao maior

rendimento do extrato.

� A EAM em 50 ºC proporcionou rendimentos (%) semelhantes à

maceração clássica em um menor tempo de extração. O aumento da

temperatura para 76 ºC aumentou o rendimento de extração do AC1.

� Na otimização do processo de extração por EAM foi observado que a

eficiência da extração do AC1 é influenciada pela temperatura para

ambos os solvente, etanol e acetato de etila. Nas extrações com etanol

a potência teve forte influência no rendimento do AC1 por grama de

extrato. Já nas extrações com acetato de etila o tempo foi fator de maior

influência no rendimento do marcador.

� A metodologia de EAM foi otimizada pelo aumento da temperatura, que

foi possível já que o composto alvo apresenta ponto de fusão elevado,

sendo a melhor condição de trabalho para o etanol: 10 minutos, potência

300 W e temperatura de 76 ºC; e para acetato de etila: 20 minutos,

potência 200 W e temperatura de 76 ºC.

� O etanol foi o melhor solvente extrator para extração e isolamento do

AC1, sendo que apenas ajustando as condições de extração (10 min -

300 W – 76 ºC) pode se obter alta concentração do marcador.

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REFERÊNCIAS

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