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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ VITOR MATEUS EBERT MENDONÇA Elaboração de um Projeto para a Construtora LEÃO EMPREENDIMENTOS Mediante as Normas do PBQP-H ITAJAÍ 2012

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ VITOR MATEUS EBERT MENDONÇA

Elaboração de um Projeto para a Construtora LEÃO EMPREENDIMENTOS

Mediante as Normas do PBQP-H

ITAJAÍ 2012

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VITOR MATEUS EBERT MENDONÇA

Elaboração de um Projeto para a Construtora LEÃO EMPREENDIMENTOS

Mediante as Normas do PBQP-H

Projeto desenvolvido para a disciplina de Estagio do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. Prof. Orientador: Regis Heitor Ferroli

ITAJAÍ 2012

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Vitor Mateus Ebert Mendonça b) Área de estágio Projeto Organizacional c) Orientador de conteúdo Regis Heitor Ferroli d) Supervisor de campo Luiz Roberto Ossani de Mendonça e) Professor responsável pelo estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social Leão Empreendimentos LTDA b) Endereço Ver. Abrão João Francisco, 2600 c) Setor de desenvolvimento do estágio Elaboração de um projeto organizacional d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Luiz Roberto Ossani de Mendonça, sócio (proprietário) f) Carimbo e visto da empresa

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RESUMO

A indústria da construção civil está cada vez mais competitiva e obter certificações é fundamental. Assim o objetivo geral deste trabalho é elaborar um projeto de adaptação às normas do PBQP-H para a Construtora Leão Empreendimentos Ltda, verificar a situação atual do projeto desenvolvido pela empresa quanto ao cumprimento das normas exigidas pelo PBQP-H, estruturar um check list das etapas que ainda não foram cumpridas, propor ferramentas de qualidade que favoreçam a execução do projeto. Para atingir tais objetivos utilizou-se algumas pesquisas: pesquisa-diagnóstico, proposição de planos, tipologia qualitativa, pesquisa descritiva, coleta de dados, entrevista semi-estruturada com o consultor externo, análise dos dados, análise de conteúdo. Dessa forma foram sugeridas determinadas ferramentas da qualidade para alcançar os níveis B e A, quais sejam fluxograma, cronograma e 5W2H, que mostraram os processos que precisa para alcançar esses níveis. Palavras-chave: PBQP-H, Ferramentas da qualidade e construção civil

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7

1.1 Objetivo Geral.........................................................................................................8

1.2 Objetivo Específico.................................................................................................8

1.3 Problema de pesquisa e Justificativa.....................................................................8

1.4 Aspectos metodológicos.......................................................................................10

1.4.1 Técnicas de coletas de dados.........................................................................11

1.4.2 Análise dos dados...........................................................................................11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................13

2.1 Administração.......................................................................................................13

2.2 Projeto organizacional..........................................................................................15

2.3 Tipologia de projetos organizacionais..................................................................16

2.3.1 Perspectiva macroeconômica...........................................................................17

2.3.2 Projetos decisórios............................................................................................18

2.3.3 Perspectiva microeconômica.............................................................................19

2.4 Gestão de projetos...............................................................................................21

2.4.1 As variáveis de um projeto................................................................................22

2.4.2 Etapas de um projeto........................................................................................23

2.5 Qualidade.............................................................................................................24

2.6 PBQP-H................................................................................................................27

2.7 Ferramentas de qualidade....................................................................................30

3 RESULTADOS DA PESQUISA...............................................................................37

3.1 Histórico da empresa............................................................................................37

3.2 Informações gerais...............................................................................................37

3.3 Projetos já concluídos..........................................................................................39

3.4 Projeto a ser desenvolvido...................................................................................39

3.5 Situação atual do projeto desenvolvido pela empresa Leão................................41

Empreendimentos quanto ao cumprimento das normas exigidas pelo PBQP-H

3.6 Estruturar um check list das etapas que ainda não foram cumpridas..................41

3.7 Propor ferramentas de qualidade que favoreçam a execução do projeto............43

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................48

REFERÊNCIAS..........................................................................................................50

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1 INTRODUÇÃO

Hoje em dia com a economia estabilizada, muitas pessoas procuram um local

para morar que tenha segurança e lazer a um preço acessível. Neste sentido a

construção civil tem apresentado um crescimento grande no mercado, tanto na área

de locação quanto na área de vendas de imóveis, e conseqüentemente as

construtoras são as que mais têm ganhado com isso.

É importante ressaltar que este crescimento do setor é proporcional ao

aumento das exigências quanto à qualidade e respeito ao meio ambiente, fazendo

com que as empresas que atuam neste setor busquem se adaptar ao Sistema de

Gestão de Qualidade - PBQP-H.

O PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) é

um instrumento do Governo Federal e sua meta é organizar o setor da construção

civil em torno de duas questões principais: a melhoria na qualidade do habitat e a

modernização produtiva, auxiliando na gestão de projetos.

De acordo com Woiler e Mathias (1996), um projeto se refere ao conjunto de

informações internas ou externas à empresa, coletadas e processadas, visando

analisar ou implantar uma decisão de investimento.

Dessa forma, é fundamental que as organizações utilizem esta ferramenta

para um crescimento sustentável e organizado e neste sentido, esse estudo procura

abranger tais elementos enfatizando o setor da construção civil, as características do

PBQP-H e a gestão de projetos.

Inserida neste contexto, a organização que serve como referencial prático

para a realização deste estudo, qual seja, a construtora Leão Empreendimentos

Ltda, está realizando um projeto localizado no bairro Espinheiros em Itajaí, um

condomínio residencial fechado com um terreno de aproximadamente 15.000 metros

quadrados, sendo autorizada pela prefeitura municipal a construção de nove blocos

(288 apartamentos).

Para tanto, a empresa buscará recursos em instituição financeira que para

financiar a obra apresentará exigências como a adaptação aos requisitos do PBQP-

H. Neste sentido, a presente pesquisa buscou enfatizar as etapas necessárias para

o alcance dos diversos níveis de tal programa, e consequentemente alcançar um

diferencial para a empresa.

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1.1 Objetivo Geral

Segundo ROESCH (2009), objetivo geral define o propósito do trabalho. Num

projeto, não é suficiente definir apenas objetivos gerais, visto que estes são amplos

e dificilmente podem ser avaliados.

Assim o objetivo geral deste trabalho é elaborar um projeto de adaptação às

normas do PBQP-H para a Construtora Leão Empreendimentos Ltda.

1.2 Objetivos específicos

Segundo ROESCH (2009), a formulação de um objetivo geral não é suficiente

para dar uma ideia de como o trabalho será desenvolvido. O objetivo geral é

formulado de forma genérica o suficiente para abranger vários objetivos específicos.

Cabe ressaltar que os objetivos específicos, segundo a autora supracitada,

detalham o modo como se pretende atingir um objetivo geral. Assim, os objetivos

específicos passam a ser claramente associados às etapas do plano a cumprir.

Por conseguinte, o objetivo geral deste estudo foi desdobrado nos seguintes

objetivos específicos:

Verificar a situação atual do projeto desenvolvido pela empresa Leão

Empreendimentos quanto ao cumprimento das normas exigidas pelo

PBQP-H.

Estruturar um check list das etapas que ainda não foram cumpridas.

Propor ferramentas de qualidade que favoreçam a execução do projeto.

1.3 Problema de pesquisa e Justificativa

O projeto que a Construtora Leão Empreendimentos está desenvolvendo será

financiado pela Caixa Econômica Federal no programa MCMV (Minha Casa Minha

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Vida), onde a instituição financeira já aprovou o mesmo e a empresa Leão

Empreendimentos se comprometeu em implantar o PBQP-H (Programa Brasileiro da

Qualidade e Produtividade do Habitat) e a ISO 9001 em um prazo antes de terminar

a obra.

Para que a instituição financeira comece a liberar os recursos é preciso que a

construtora já esteja cadastrada no programa PBQP-H e conforme o andamento da

edificação e as etapas concluídas, a obra receberá um técnico da Caixa que definirá

quanto de recurso financeiro será liberado para empresa.

Tendo em vista este contexto, elaborou-se a seguinte questão problema para

este trabalho de conclusão: Que adaptações serão necessárias para a empresa

Leão Empreendimentos alcançar o nível A do programa PBQP-H?

É fundamental justificar que este estudo foi importante para o acadêmico

porque o estágio curricular não é simplesmente uma experiência prática vivida, mas

também uma oportunidade para refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos

e instrumentos discutidos durante o curso de graduação.

Cabe ressaltar que também será importante para a empresa porque auxiliará

nas mudanças que ela terá de fazer, uma ajuda com pesquisas na área e na

conquista da obtenção dos recursos necessários para financiamento da obra bem

como na obtenção de um diferencial no mercado.

Para a universidade justifica-se pelo fato de que auxiliará os acadêmicos

interessados nesta área, sendo fonte de dados para futuros trabalhos acadêmicos

ou de consulta para pesquisadores em geral.

Quanto à viabilidade e levantamento de informações, proposto neste projeto

foi de fácil acesso, devido ao fato do acadêmico trabalhar na empresa e já ter

conhecimento de diversas informações necessárias para realização do trabalho.

A originalidade da realização deste estudo é evidente, a partir do momento

em que a empresa ainda não possui a certificação do programa e tal pesquisa

contribuirá neste sentido.

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1.4 Aspectos metodológicos

Neste item procurou-se detalhar os procedimentos utilizados para a

elaboração do presente estudo, bem como a caracterização da pesquisa e demais

informações metodológicas. Dessa forma, este trabalho de conclusão foi

caracterizado como pesquisa-diagnóstico e proposição de planos, qualitativo e

descritivo com relação ao objeto de estudo.

Segundo Roesch (2009), na pesquisa-diagnóstico propõe-se levantar e definir

problemas, explorar o ambiente. Um projeto pode esgotar-se na fase de diagnóstico,

como, por exemplo, a realização de um diagnóstico empresarial, para analisar a

viabilidade econômico-financeira de uma empresa, ou o levantamento de

necessidade de treinamento.

Já com relação à Proposição de Planos ou programas, a autora supracitada

enfatiza que este tipo de pesquisa tem a preocupação de apresentar soluções para

problemas já diagnosticados pela organização. Não se está, portanto, tratando de

pesquisa, mas da aplicação ou adaptação de soluções. Trata-se normalmente da

aplicação de modelos estudados durante o curso a situações práticas.

Uma vez que o acadêmico buscou diagnosticar a situação atual da empresa

quanto ao nível alcançado do PBQP-H, bem como propor os ajustes necessários

para o alcance dos níveis seguintes, tais tipologias são adequadas às pretensões do

estudo.

Com relação ao método, Richardson (1999) explica que a tipologia qualitativa

de pesquisa é algo que pode ser caracterizado como a tentativa de uma

compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas

pelos entrevistados. Neste sentido, argumenta-se que a pesquisa qualitativa e seus

métodos de coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória

da pesquisa.

Cabe ressaltar que este estudo também pode ser caracterizado como uma

pesquisa descritiva. Neste caso, Roesch (2009) enfatiza que são apropriados para

pesquisa-diagnósticos. Pesquisas de caráter descritivo não procuram explicar

alguma coisa ou mostrar relações causais, como as pesquisas de caráter

experimental.

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1.4.1 Técnicas de coleta de dados

Segundo Roesch (2009), um projeto pode combinar técnicas diferentes de

desenvolvimento. Os dados primários, que são aqueles ainda não disponíveis ao

pesquisador, podem ser coletados através de entrevistas, questionários, observação

ou testes, onde é importante especificar a fonte dos dados, quando estes serão

levantados e através de que instrumentos.

Mattar (1999) acrescenta que os dados primários são aqueles obtidos pela

primeira vez e que nunca foram coletados ou tabulados anteriormente. Desta forma

são produtos do levantamento efetuado pelo pesquisador visando utilizar-se em sua

pesquisa.

Assim, destaca-se como principal técnica de coleta de dados primários

utilizada neste trabalho à entrevista semi-estruturada com o consultor externo que foi

contratado pela empresa e com o engenheiro responsável pela obra. Segundo

Roesch (2009), nas entrevistas semi-estruturadas utilizam-se questões abertas, que

permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da

pesquisa. Dessa forma, o pesquisador não está predeterminando sua perspectiva

através de uma seleção prévia de categoria de questões, como no caso de quem

utiliza um método quantitativo.

Quando se trata da utilização de dados secundários, é importante relatar sua

natureza e especificações. Mattar (1999) enfatiza que os dados secundários se

referem àqueles dados que já foram coletados, tabelados, ordenados, e analisados,

estando desta forma catalogados e à disposição de quem tiver interesse nos

mesmos.

Neste sentido, cabe ressaltar que foram utilizados documentos e registros da

empresa, bem como material publicado sobre o Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade do Habitat.

1.4.2 Análise dos dados

Para realizar a análise dos dados este trabalho utiliza a técnica de Análise de

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conteúdo, uma vez que torna-se mais apropriada para pesquisas qualitativas. As

definições de análise de conteúdo têm mudado através do tempo, a medida que se

aperfeiçoa a técnica e se diversifica o campo de aplicação, com a formulação de

novos problemas e novos materiais (RICHARDSON, 1999).

A análise de conteúdo é, particularmente, utilizada para estudar material de

tipo qualitativo (aos quais não se podem aplicar técnicas aritméticas). Portanto,

deve-se fazer uma primeira leitura para organizar as ideias incluídas para,

posteriormente, analisar os elementos e as regras que as determinam

(RICHARDSON, 1999).

Roesch (2009) complementa que a informação colhida pelo pesquisador, por

meio da aplicação de técnicas como a entrevista, normalmente é apresentada em

forma de textos. A análise de textos em pesquisa científica tem sido conduzida

principalmente mediante o método de análise de conteúdo.

Cabe ressaltar que para favorecer a apresentação e análise dos dados, foram

utilizados gráficos, figuras, tabelas e textos explicativos, uma vez que tornam-se

recursos significativos para o tipo de proposta que este estudo apresenta .

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo busca referenciais teóricos que permitam sustentar a pesquisa

que foi realizada. Neste sentido, abordaram-se assuntos relacionados à

administração, projetos organizacionais, gestão de projetos, qualidade, ferramentas

da qualidade e PBQP-H.

2.1 Administração

De acordo com Lacombe (2005), a administração científica propõe

fundamentação científica para as atividades administrativas e substitui o empirismo e

a improvisação, tendo origem com as experiências de Henri Fayol (1841-1925) na

França e Frederick W. Taylor (1856-1915) nos Estados Unidos da América.

Motta (1982) enfatiza que a administração científica considera o homem um

ser racional que escolhe as melhores alternativas com vistas à maximização dos

resultados da eficiência no trabalho através de análises das diferentes fases deste

para simplificar e reduzir os esforços empregados.

As organizações são propositadas e planejadamente construídas e elaboradas para atingir determinados objetivos, e também são reconstruídas, isto é, reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na medida em que se descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor esforço. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças (CHIAVENATO, 2005, p.44).

Para Kwasnicka (1995), de acordo com a complexidade do trabalho inerente

das atividades humanas surge a necessidade de aprimorar as questões

relacionadas à administração, existindo vários significados para a palavra

administrar como: conferir, ministrar e gerir e com relação aos negócios é necessário

que haja um consenso com relação ao seu significado. Assim, com o passar do

tempo houve uma adaptação das organizações com relação às mudanças que

ocorreram após a Revolução Industrial, ocorrendo o emprego de máquinas na

produção em massa para atender um maior número de consumidores.

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Desta forma, a administração organizacional também mudou para atender as

necessidades advindas desta realidade, ocorrendo à elaboração de conceitos

referentes à administração (DAFT, 2005).

Taylor tratou dos problemas administrativos relacionados à produção em um

período de grande conflito entre as organizações e trabalhadores e critica a forma de

administrar em que os trabalhadores não eram valorizados, afirmando que melhores

salários conforme a produção poderia resultar em maior produtividade

(KWASNICKA, 1995).

Já Fayol direcionou sua preocupação à direção das organizações e trouxe

contribuições para a elaboração de vários conceitos para a função administrativa, os

quais descrevem os elementos da administração, ou seja, planejamento,

organização, liderança, coordenação e controle (CERTO, 2003).

Neste sentido, Stoner e Freeman (1995) afirmam que a administração é um

processo interativo que traz quatro atividades principais, sendo:

Planejamento: consiste em pensar antecipadamente nos objetivos e ações

com base em metodologias, lógica ou planos.

Organização: trata-se de alocar o trabalho, a autoridade e os recursos em

uma empresa de maneira que atinja os objetivos traçados.

Direção: liderar, influenciar e motivar os trabalhadores para realizarem as

tarefas em uma empresa.

Controle: refere-se ao fato de certificar-se de que os atos dos envolvidos

na organização se alinham aos objetivos traçados e, diz respeito ao

estabelecimento e medição do desempenho e aplicação de medidas

corretivas.

Chiavenato (2005) corrobora com tais aspectos ao afirmar que a

administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação de

recursos organizacionais visando alcançar certos objetivos de maneira eficiente e

eficaz, envolvendo tomadas de decisões com relação aos recursos disponíveis.

Ressalta-se que atualmente a administração traz diversos desafios às

organizações, no sentido de que existem muitas incertezas no mercado, bem como

ocorrem constantemente diversas mudanças no cenário empresarial envolvendo a

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concorrência acirrada e o desenvolvimento da tecnologia (CHIAVENATO, 2005).

Desta forma passou a existir vários tipos de administração, entre eles pode-se

destacar administração geral, administração de recursos humanos, administração da

produção, administração de materiais e administração de marketing.

Segundo Maximiano (2007) administrar é um trabalho em que as pessoas

buscam realizar seus objetivos próprios ou de terceiros com a finalidade de alcançar

as metas traçadas. Dessas metas fazem parte as decisões que formam a base do

ato de administrar e que são as mais necessárias. O planejamento, a organização, a

liderança, a execução e o controle são considerados decisões e/ou funções, sem as

quais o ato de administrar estaria incompleto.

Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de polipica e prática

necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionadas com as

“pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento,

recompensas e avaliação de desempenho (CHIAVENATO, 2005).

Acerca da administração da produção, esta diz respeito a união dos recursos

de uma empresa para a produção de bens e serviços (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2002).

Sobre a administração de marketing, Kotler (2000) afirma que se refere ao

processo através do qual as pessoas ou grupo de pessoas obtêm o que necessitam

ou desejam por meio da criação de ofertas e livres negociações de produtos e

serviços.

2.2 Projetos Organizacionais

Ao referir-se sobre o termo projeto, Bracagioli Neto; Gehlen; Oliveira (2010,

p.7) afirmam que:

O termo projeto, do latim projectu, “lançado para a frente”, tem relação com projeção, isto é, previsão de uma situação futura. Existem diferentes formas de se pensar o futuro. Quando o pensamos em termos de probabilidades, buscamos responder à pergunta “O que será?”. Outra percepção refere-se à expressão pode ser, quando nosso pensamento busca ver o que efetivamente é realizável. Por fim, nossas esperanças e desejos buscam responder à questão “O que sonhamos ser?”.

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Woiler e Mathias (1996, p.27) destacam que se trata do “conjunto de

informações internas e/ou externas à empresa, coletadas e processadas com o

objetivo de analisar-se (e, eventualmente, implantar-se) uma decisão” de

investimento

De acordo com Salerno (1998, p.50), deve-se “pensar o projeto

organizacional como uma construção social, e, esta, deve favorecer os diferentes

tipos de comunicação necessários à ação organizacional”.

Ressalta-se que não se deve confundir informações com projeto, uma vez

que o projeto é um modelo que incorpora informações qualitativas e quantitativas e

busca simular a decisão de realizar investimentos e as implicações que advêm desta

decisão. (WOILER e MATHIAS, 1996).

Segundo Nadler (1993, p.236), o “projeto organizacional e a aprendizagem

organizacional são, ao lado de estratégia e qualidade, os fatores críticos para o

sucesso na competitividade” de uma empresa.

Neste sentido, Paradela e Duarte (2003) complementam ao enfatizar que a

falta de um projeto organizacional específico pode dificultar o sucesso em

experiências de negócios empresariais, sendo que boa parte das empresas

industriais brasileiras têm sido criadas sem um projeto organizacional típico.

2.3 Tipologia de projetos organizacionais

Um projeto pode ser classificado conforme seu objetivo ou perspectiva e,

neste sentido, ressalta-se uma abordagem macroeconômica e microeconômica. Na

perspectiva macroeconômica têm-se projetos agrícolas, industriais ou de serviços

(WOILER e MATHIAS, 1996).

Ao se classificar o projeto com relação aos impactos nas organizações, ou

seja, numa perspectiva microeconômica, pode-se classificar em projeto de

implantação, expansão ou ampliação, modernização, relocalização e diversificação.

Entretanto, os autores Woiler e Mathias (1996) apontam que com relação ao uso que

terá para uma empresa em um processo decisório, o projeto se classifica em

viabilidade final e de financiamento.

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2.3.1 Perspectiva Macroeconômica

Agrícola

Projetos agrícolas são os projetos que contêm informações para implantação

de ações destinadas a agricultura, trazendo detalhes com relação a equipamentos,

cronograma, custos, entre outros dados importantes para a tomada de decisão que

levarão a atingir os objetivos previstos (ROCHA, 2007).

O meio rural, devido às transformações produtivas dos últimos anos perante a

nova realidade social, tornou-se um cenário amplamente dinâmico, merecendo

intervenções planejadas (BRACAGIOLI NETO; GEHLEN; OLIVEIRA, 2010).

Neste contexto, pode-se afirmar que os projetos agrícolas constituem-se em

mecanismos de grande importância para minimizar erros quando se busca o

desenvolvimento rural.

Industrial

De acordo com Carlos et al. (2009) os projetos industriais apresentam traços

comuns com os projetos para outros fins, com algumas particularidades, pois partem

do planejamento estratégico organizacional e da visualização de novas

oportunidades ou necessidades externas ou internas.

Para Carvalho e Rabechini (2006), no momento em que uma indústria

encontra uma oportunidade de negócios, esta realiza uma análise econômica desta

oportunidade para transformá-la em empreendimento. O projeto industrial, neste

contexto, é uma ferramenta que traz informações sobre o investimento,

apresentando dados como valor da implantação, rendimentos, prazos e outras

informações importantes que mostrarão a viabilidade do investimento.

Serviços

De acordo com Kotler (2000, p.412) serviço é “qualquer ato ou desempenho

que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não

resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um

produto físico”.

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Desta forma um projeto de serviços deve trazer informações acerca do tipo de

serviço a ser realizado, com as particularidades inerentes a este tipo de projeto com

destaque para equipamentos a serem utilizados, cronograma, entre outras

informações que afetam o processo decisório relacionado ao projeto (ROCHA,

2007).

2.3.2 Projetos decisórios

De viabilidade

Para Woiler e Mathias (1996), com relação ao projeto de viabilidade, este é

para estudo e análise, buscando identificar a viabilidade a nível interno da própria

empresa quando surge a oportunidade de investir, devendo ser realizada a coleta e

análise de informações para obter-se permissão para realizar o investimento.

A implantação de novos negócios por parte de uma organização envolve

riscos. Neste sentido, o projeto de viabilidade torna-se um instrumento de grande

importância, uma vez que apresenta os riscos e a lucratividade futura, além de

diversos elementos que devem ser considerados antes de apresentar o novo serviço

ou produto ao mercado consumidor (BALARINE, 2009).

Final

De acordo com FIS (2010), um projeto pode ser formado por partes iniciais

em que são alocadas as informações iniciais, sendo denominado anteprojeto. Após

a fase inicial tem início a próxima fase, composta por informações mais acuradas,

dependendo da temática do projeto. Por fim chega-se ao projeto final, o qual

antecede sua implementação prática por parte de seus gestores.

Conforme Woiler e Mathias (1996) o projeto final refere-se ao conjunto de

informações em que os parâmetros críticos para a fase de implantação já se

encontram definidos, como os equipamentos básicos, o processo e o cronograma,

não se tratando apenas de um orçamento, mas de um documento que auxilia no

desenvolvimento dos negócios.

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De financiamento

O projeto de financiamento é realizado visando atender às exigências dos

órgãos financiadores ou aqueles órgãos que concedem incentivos, resultando no

preenchimento de formulários padronizados que são distribuídos junto a estes

órgãos, devendo-se tomar cuidado para não ser muito otimista nos dados

econômicos expressos no projeto, o que acarretaria na discrepância entre o projeto

e o que foi realmente implantado (WOILER e MATHIAS, 1996).

2.3.3 Perspectiva microeconômica

De implantação

Segundo Woiler e Mathias (1996) um projeto de implantação é aquele que

traz informações para a tomada de decisões que afetam a empresa com relação a

implantação de serviços, estratégias ou melhorias na estrutura física, devendo este

projeto ser um guia para a execução das ações projetadas.

De expansão ou ampliação

O projeto de expansão ou ampliação como o próprio nome sugere refere-se a

expansão ou ampliação de uma organização, que pode ser referente a área física,

criação de novas unidades ou ampliação das atividades, sendo que neste tipo de

projeto o ponto de partida é uma oportunidade de investimento detectada pela

organização (WOILER e MATHIAS, 1996).

Assim, o projeto de expansão ou ampliação visa satisfazer uma necessidade

ou oportunidade definida, sendo que na fase inicial existem muitas áreas ou pessoas

envolvidas e em geral sempre existe mais que uma solução ou alternativa para

atender as mesmas necessidades (KEELLING, 2006).

De modernização

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O projeto de modernização é direcionado a levantar as necessidades de

modernização de uma organização, com vistas a melhor atender a demanda

existente e está relacionado com o pessoal, a área administrativa, estrutura física e

equipamentos da organização, trazendo os custos de implantação, bem como os

níveis esperados de desempenho futuro (WOILER e MATHIAS, 1996).

De relocalização

Um projeto de relocalização deve apresentar as projeções, cronogramas e

desembolso financeiro a ser realizado pela organização para a execução da

relocalização de uma empresa, trazendo informações que permitirão a tomada de

decisão se as configurações propostas se apresentarem viáveis (WOILER e

MATHIAS, 1996).

De acordo com Harold (2006), na construção civil, os projetos tipicamente

progridem de estágios como pré-planejamento para Design Conceitual, Design

esquemático, Design de desenvolvimento, construção de desenhos e administração

de construção, sendo que apesar do emprego de nomes diferentes, os estágios

seguem os passos comuns à resolução de problemas, sendo definição do problema,

balanceamento das opções, escolha de um caminho, implementação e avaliação.

De diversificação

O projeto de diversificação surge devido a procura externa consciente ou pela

pressão dentro da própria empresa com relação ao desenvolvimento de novos

produtos e serviços, devendo trazer informações relacionadas ao estudo de mercado

realizado, caracterizando a demanda projetada e os canais de comercialização, bem

como o preço de venda e margem de lucro esperada (WOILER e MATHIAS, 1996).

Ressalta-se que o escopo em um projeto, segundo Keelling (2006), refere-se

às exigências específicas para o resultado final, ou seja, é o que se pretende e o

que não se pretende realizar, sendo a qualidade final, por exemplo, componente do

escopo de um projeto de um novo produto.

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21

2.4 Gestão de projetos

Sabe-se que a gestão de um projeto é responsabilidade de uma pessoa que

recebe o título de gerente de projetos, trabalhando para manter o progresso e

participação dos envolvidos de modo a obter o sucesso do projeto.

Segundo Harold (2006), o gerenciamento de um projeto implica acompanhar

as fases deste do início ao fim, empregando uma série de ferramentas, técnicas e

conhecimentos para executar as atividades correlatas conforme seus requisitos e

prazos específicos.

Keelling (2006) acrescenta que conduzir um projeto exige capacitação nas

mais diversas disciplinas de administração, e a natureza de curto prazo deste tipo de

trabalho traz a exigência de conhecimentos especiais.

Assim, pode-se afirmar que para uma boa gestão de projetos se faz

necessário o conhecimento de todas as fases de um projeto, sendo a fase inicial,

planejamento, execução, controle e encerramento, que pode ser a diferença entre o

sucesso e o fracasso de um projeto.

Segundo Keelling (2006) destacam-se as seguintes características da gestão

de projetos:

Simplicidade de propósito - O projeto possui metas e objetivos facilmente

entendidos.

Clareza de propósito e escopo - O projeto pode ser descrito claramente em

poucos termos: seus objetivos, escopo, limitações, recursos, administração,

qualidade de resultados e assim por diante.

Facilidade de medição - O andamento do projeto pode ser medido por meio

de sua comparação com metas e padrões definidos de desempenho.

Flexibilidade de emprego - A administração do projeto pode empregar ou

captar especialistas e peritos de alto padrão por períodos limitados, sem

prejudicas os arranjos de longo prazo na lotação de cargos.

Motivação e moral da equipe - A novidade e o interesse específico do trabalho

do projeto é atraente as pessoas e leva a formação de equipes entusiásticas

e automotivadas.

Sensibilidade ao estilo de administração e liderança - Embora as vezes

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22

capazes de autogestão, as equipes de especialistas automotivados reagem

criticamente a certos estilos de liderança.

Desenvolvimento individual - Trabalhar com uma equipe de projeto eficiente

favorece o desenvolvimento acelerado e a capacitação pessoal.

Discrição e segurança - Os projetos podem ser protegidos de ação hostil ou

atividade de informação para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto

ou segurança de produtos sensíveis ao mercado ou de alto valor.

Mobilidade - Como entidades independentes, os projetos podem ser

executados em locais remotos, países estrangeiros e assim por diante.

Facilidade de distribuição - A administração ou a condução de um projeto

inteiro pode ficar livre de contrato, como, por exemplo, em um acordo BOT

(Bot, diminutivo de robot, também conhecido como Internet bot ou web

robots, é uma aplicação de software tatico concebido para simular ações

humanas repetidas vezes de maneira padrão, da mesma forma como faria um

robô) de construção, operação e transferência.

Tais características enfatizam a complexidade da gestão de projetos e

sinalizam a sua importância em um ambiente cada vez mais competitivo. Dessa

forma, é fundamental que o gerente de projetos tenha uma visão sistêmica dos

processos e recursos envolvidos.

2.4.1 As variáveis em um projeto

Conforme Harold (2006), seja qual for o projeto, é necessário que se definam

metas e se estabeleçam de que forma estas metas serão atingidas, elaborando-se

propostas e levantando os custos até sua execução final, levando-se também em

consideração as variáveis controláveis e incontroláveis que surgirão no decorrer da

execução do projeto.

As variáveis controláveis são aquelas conhecidas claramente pelo gestor do

projeto, sendo algo que pode ser medido e previsto, como por exemplo, tempo de

execução e recursos a serem empregados. As variáveis incontroláveis por sua vez

referem-se aquelas que não se pode controlar, sendo os imprevistos ou atividades

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que dependem de terceiros, como a produtividade dos recursos humanos ou danos

em materiais e equipamentos, por exemplo, (KEELLING, 2006).

Neste sentido, Harold (2006) explica que o controle das variáveis em um

projeto é extremamente trabalhoso, sendo difícil sua previsão por mais experiente

que seja o gestor de projetos, sendo que as principais variáveis podem ser

denominadas tradicionais, como o escopo, o tempo e o custo, conhecido como

triângulo da gerência de projeto, em que cada lado representa uma variável e um

lado do triângulo não pode sofrer alterações sem causar impactos no outro lado.

Segundo o autor supracitado (2006) escopo de projeto é o trabalho que

precisa ser realizado para entrega de um produto, serviço ou resultado com as

características e funções especificadas.

Assim, pode-se afirmar que o tempo necessário para as etapas de um projeto

é influenciado pelo tempo de execução de cada tarefa. O custo por sua vez vai

depender de fatores como mão de obra, materiais, maquinários e equipamentos.

Desta forma o gestor de projetos deve considerar margens de segurança com

o apoio de técnicos experientes para melhor executar o projeto, sendo que esta

margem de segurança pode promover uma cobertura de eventuais falta de mão de

obra, recursos materiais e atrasos, não alterando consideravelmente o prazo final do

projeto (KEELLING, 2006).

Por conseguinte, destaca-se a importância de definir detalhadamente as

variáveis de um projeto para que se alcancem os níveis de qualidade desejados e os

gestores possam executá-lo de forma organizada e dentro de parâmetros pré-

estabelecidos.

2.4.2 Etapas de um projeto

Para Harold (2006), os projetos são desenvolvidos em cinco etapas, sendo

iniciação, planejamento, execução, controle e conclusão. Na iniciação os integrantes

tomam conhecimento do projeto, sendo realizada sua leitura à equipe, esclarecendo-

se as dúvidas sobre o projeto.

O desenvolvimento de um projeto envolve as seguintes fases, conforme

mostra a figura 1.

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Figura 1: Fases de um projeto. Fonte: Keelling (2006)

No planejamento deve ser realizado o detalhamento do projeto, especificando

as atividades, alocando recursos e determinando prazos e custos. A execução é o

objetivo do projeto, em que o gestor põe o projeto em prática e no controle, o gestor

controla a execução, através de registros de tempo e recursos, gerenciando

possíveis alterações (HAROLD, 2006).

Pode-se afirmar que as cinco etapas de um projeto não ocorrem linearmente,

pois no decorrer do projeto existem situações não previstas que podem determinar

ajustes necessários, alterando o desenvolvimento do projeto. Cabe ressaltar que se

estas etapas forem realizadas da forma correta, a qualidade do projeto estará

garantida.

2.5 Qualidade

Segundo Campos (2004), um produto ou serviço de qualidade é aquele que

atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no

tempo certo as necessidades do cliente. Neste sentido, o autor supracitado destaca

a preocupação com a qualidade em três momentos distintos:

Planejar a qualidade desejada pelos clientes; isto implica um esforço de

localizar o cliente, saber de suas necessidades (muitas vezes ele não as

conhece e você deve colocar-se em seu lugar), traduzir estas necessidades

em características mensuráveis, de tal força que seja possível gerenciar o

processo de atingi-las.

Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padrões e atuando na

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causa dos desvios.

Melhorar a qualidade desejada pelo cliente; neste caso é preciso localizar os

“resultados indesejáveis” (problemas) e utilizar o “método de solução de

problemas” para melhorá-los.

Gianesi (1994) afirma que o modelo empregado para obter referências dos

critérios de qualidade deve dispor de fatores que determinam a satisfação do cliente,

ou seja, a qualidade do projeto e da prestação do serviço, apresentando critérios de

avaliação específicos, conforme demonstrado no quadro 1:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO

Consistência Diz respeito à conformidade com a experiência anterior

e inexistência de variabilidade no resultado ou no

processo, sendo que o critério consistência é

fundamental para que o cliente saiba o que esperar de

determinado serviço, auxiliando, portanto, na

expectativa do cliente, a qual varia conforme a

capacidade do prestador de serviços.

Competência refere-se ao conhecimento e habilidade do prestador de

serviços. Este critério tem ligação com as necessidades

técnicas dos clientes, devendo a competência estar

sempre presente no momento de fornecer diagnósticos,

quando o cliente não se considera habilitado para

identificar suas próprias necessidades.

Rapidez no atendimento refere-se ao tempo que o cliente dispõe para a

realização do serviço solicitado. A velocidade no

atendimento é entendida como a prontidão da empresa

para atender o cliente, sendo que o tempo que o cliente

espera pode apresentar duas dimensões: dimensão

real, com base em horas e minutos e dimensão

percebida, a qual se refere à percepção do cliente com

relação ao tempo que teve de esperar.

Atendimento este critério está relacionado a atenção dada ao cliente,

correspondendo a cortesia dos atendentes, sendo o

critério que avalia o nível de prazer que o cliente tem

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em estar presente no processo de prestação de

serviços.

Flexibilidade demonstra a capacidade da organização em se adaptar

com agilidade às mudanças das necessidades dos

clientes no processo de prestação de serviços.

Credibilidade e segurança é o grau de risco que o cliente percebe ao contratar

determinado serviço, uma vez que não pode avaliá-lo

antes da solicitação e está ligado a formação de uma

baixa percepção de risco junto ao cliente e à

capacidade da organização em transmitir confiança.

Acesso neste critério é avaliada a facilidade que o cliente

dispõe para solicitar os serviços oferecidos, sendo mais

importante quando o cliente tem de ir pessoalmente ao

ambiente de atendimento do fornecedor para receber o

serviço.

Tangibilidade refere-se à qualquer evidência física do serviço, sendo

composta por equipamentos, pessoal e instalações,

bem como outros clientes que já solicitaram o serviço,

sendo muito importante para grande parte dos serviços,

devido a dificuldade que o cliente tem de avaliar os

serviços antes da solicitação dos mesmos.

Custos é referente ao quanto em dinheiro o cliente deverá

pagar pelos serviços solicitados, sendo que quando o

cliente, não dispõe de informações sobre a qualidade

dos serviços prestados pelo fornecedor, associa o

preço alto à um nível de qualidade mais elevado.

Quadro 1: Critérios de avaliação da qualidade. Fonte: Adaptado de Gianesi (1994).

Além dos critérios apresentados por Gianesi (1994), Grönroos (1995)

apresenta seis critérios que denotam uma boa percepção de qualidade dos serviços,

sendo:

Profissionalismo e habilidades: os clientes entendem que o fornecedor de

serviços e sua equipe dispõem das habilidades exigidas para solucionar

profissionalmente os problemas através da prestação de serviços.

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Atitudes comportamentais: os clientes percebem que os funcionários que

os atendem se preocupam com eles e se interessam em apresentar

soluções para os problemas de forma amigável.

Facilidade de acesso: diz respeito ao fato de que os clientes preferem que

o acesso ao fornecedor dos serviços seja adequado.

Confiabilidade e honestidade: está relacionado ao fato dos clientes ter a

certeza de obter do prestador dos serviços um desempenho coerente,

conforme os interesses do solicitador do serviço.

Recuperação: os clientes precisam da garantia de que se der algo errado,

o fornecedor de serviços tomará as devidas providências para controlar a

situação.

Reputação: refere-se ao fato dos clientes acreditarem que os serviços

prestados são confiáveis e valem o dinheiro pago pelos mesmos, estando

este critério ligado aos valores a serem compartilhados entre ambos e à

imagem da organização.

Dessa forma, pode-se destacar que de uma forma geral a qualidade está

associada a um atendimento excelente ao cliente, produtos ou serviços de

qualidade, atendendo as necessidades desejadas pelo consumidor no tempo correto

e com o preço acessível, além de proporcionar segurança e satisfação a clientes

externos e internos.

2.6 PBQP-H

O Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

da Construção Civil (SiAC) do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat - PBQP-H tem como objetivo avaliar a conformidade de Sistemas de Gestão

da Qualidade em níveis adequados às características específicas das empresas do

setor de serviços e obras atuantes na Construção Civil, visando a contribuir para a

evolução da qualidade no setor.

Para efeito da avaliação da conformidade dos sistemas de gestão da

qualidade das empresas, os Referenciais Normativos de Empresas de Execução de

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Obras SiAC - Execução de Obras possuem caráter evolutivo, estabelecendo, para o

nível “D”, requisitos que o sistema de gestão da qualidade da empresa declarante

deve atender no processo de Declaração de Adesão e de Conformidade ao

Referencial Normativo Nível “D” e, para os demais níveis, os requisitos que o

sistema deve atender para a sua certificação nos níveis “C” , “B” e “A” .

NÍVEIS REQUISITOS

D O Referencial Normativo do Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H estabelece os

requisitos do nível “D” aplicáveis às empresas da especialidade técnica

Execução de Obras, o menos abrangente dos níveis previstos. Ele deve ser

utilizado conjuntamente com o Regimento Geral do SiAC, Regimento Específico

da Especialidade Técnica Execução de Obras e Requisitos Complementares -

Execução de Obras, para os diferentes subsetores e escopos de avaliação de

conformidade. Outros três Referenciais Normativos estabelecem,

complementarmente, os requisitos para os níveis “C”, “B” e “A”.

Para o Referencial Normativo Nível “D”, a empresa deve declarar a

conformidade de seu Sistema de Gestão da Qualidade obedecendo ao previsto

no Regimento Geral do Sistema de Avaliação de Conformidade de Empresas de

Serviços e Obras (SiAC) e no Regimento Específico do Sistema de Avaliação de

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) da

Especialidade Técnica Execução de Obras. Estes e outros aspectos regimentais

estão previstos nestes documentos.

C O Referencial Normativo do Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Execução de Obras da Construção Civil (SiAC) do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H estabelece os

requisitos do nível “C” aplicáveis às empresas da especialidade técnica

Execução de Obras. Ele deve ser aplicado conjuntamente com o Regimento

Geral do SiAC, o Regimento Específico da Especialidade Técnica Execução de

Obras e Requisitos Complementares - Execução de Obras, para os diferentes

subsetores e escopos de certificação. Outros dois Referenciais Normativos

estabelecem, complementarmente, os requisitos para os níveis “B” e “A”.

Este Referencial é aplicável a toda empresa construtora que pretenda

melhorar sua eficiência técnica e econômica e eficácia por meio da

implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, independentemente do

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29

subsetor onde atue. Este documento é único e aplicável em qualquer subsetor

onde a empresa atue, respeitadas as especificidades definidas no documento

de Requisitos Complementares aplicável ao subsetor em questão.

Os Certificados de Conformidade emitidos com base nos Referenciais

Normativos Nível “C”, “B” e “A” do SiAC só têm validade se emitidos por

Organismos de Certificação Credenciados (O.C.C.) autorizados pela Comissão

Nacional. Portanto, as empresas construtoras que desejam se certificar,

conforme o presente Referencial Normativo, devem consultar junto à Secretaria

Executiva Nacional (S.E.N.) do SiAC ou na página Internet do PBQP-H

(http://www.cidades.gov.br/pbqp-h) a lista de O.C.C. autorizados.

Estes e outros aspectos regimentais estão previstos no Regimento Geral

do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

(SiAC) e no Regimento Específico do Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) da Especialidade

Técnica Execução de Obras.

B O Referencial Normativo do Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H estabelece os

requisitos do nível “B” aplicáveis às empresas da especialidade técnica

Execução de Obras. Ele deve ser utilizado conjuntamente com o Regimento

Geral do SiAC, Regimento Específico da Especialidade Técnica Execução de

Obras e Requisitos Complementares - Execução de Obras, para os diferentes

subsetores e escopos de certificação. Outro Referencial Normativo estabelece,

complementarmente, os requisitos para o nível “A”.

Este Referencial é aplicável a toda empresa construtora que pretenda

melhorar sua eficiência técnica e econômica e eficácia por meio da

implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, independentemente do

subsetor onde atue. Este documento é único e aplicável em qualquer subsetor

onde a empresa atue, respeitadas as especificidades definidas no documento

de Requisitos Complementares aplicável ao subsetor em questão.

A O Referencial Normativo do Sistema de Avaliação de Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) do Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H estabelece os

requisitos do nível “A” aplicáveis às empresas da especialidade técnica

Execução de Obras, o mais abrangente dos níveis previstos. Ele deve ser

utilizado conjuntamente com o Regimento Geral do SiAC, Regimento Específico

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da Especialidade Técnica Execução de Obras e Requisitos Complementares -

Execução de Obras, para os diferentes subsetores e escopos de certificação.

Este Referencial é aplicável a toda empresa construtora que pretenda

melhorar sua eficiência técnica e econômica e eficácia por meio da

implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, independentemente do

subsetor onde atue. Este documento é único e aplicável em qualquer subsetor

onde a empresa atue, respeitadas as especificidades definidas no documento

de Requisitos Complementares aplicável ao subsetor em questão.

Quadro 2: Níveis e requisitos do PBQP-H

Fonte: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h

O presente manual está sujeito a revisões, sugestões e recomendações para

melhoria ou maior eficiência do Sistema de Gestão da Qualidade da organização,

que serão avaliadas pelo Comitê de Gestão. O Representante da Direção é o

responsável pela elaboração, emissão e revisão do Manual da Qualidade e o Comitê

de Gestão é responsável pela aprovação, evidenciada pela assinatura dos diretores

e representante da direção.

Os requisitos do Sistema de Gestão de Qualidade PBQP-H contém uma linha

conceitual, indicando o que a organização se propõe a fazer. Os conceitos deste

manual são detalhados em procedimentos e outros documentos, que descrevem

como a organização transforma em ação a política e objetivos estabelecidos. Para

alcançar estes níveis e cumprir os requisitos é fundamental utilizar ferramentas da

qualidade, como o fluxograma, cronograma e 5W2H.

2.7 Ferramentas da qualidade

Em um contexto de gestão de projetos organizacionais é imprescindível à

utilização de várias ferramentas da qualidade, que podem estar associadas a

diferentes funções como planejamento, execução ou controle da qualidade. Neste

sentido, serão apresentadas ferramentas de qualidade que a empresa Leão

Empreendimentos deve utilizar para realização do projeto, que são o fluxograma,

cronograma e 5W2H.

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Fluxograma

O estabelecimento de fluxogramas é fundamental para a padronização e, por

conseguinte para o entendimento do processo. Eles devem ser estabelecidos para

todas as áreas da empresa (administrativa, produção e manutenção) pelas próprias

pessoas que ali trabalham de forma participativa (CAMPOS, 2004).

Na visão de Silveira (2009), mapear os processos é o ponto de partida para

concretizar os objetivos almejados por uma organização, sendo que o uso de

representações gráficas que projetem os processos e as rotinas se torna uma

ferramenta de muita utilidade, pois assim é possível descrever os sistemas em suas

mais diversas fases.

Dessa forma, entende-se que o fluxograma é uma ferramenta que pode ser

usado em todas as áreas de uma empresa auxiliando no acompanhamento dos

processos das tarefas ate as sua concretização.

D’Ascenção (2001), acrescenta ainda que o fluxograma é uma técnica de

representação gráfica que emprega símbolos convencionados que fazem uma

descrição clara e precisa do fluxo de um processo.

No mesmo sentido Razzolini et al. (2010), enfatiza que o fluxograma é uma

representação gráfica de um processo. Nele são representadas as operações de

início, deslocamento, armazenamento, esperas, inspeções, interrupções e

conclusões deste processo, bem como o fluxo de informações e as consequências

da escolha por determinadas atuações em certo momento do processo.

Oliveira (1998, p.248) define fluxograma como sendo uma “representação

gráfica que apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando

as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidas no

processo”.

Para criar um fluxograma são usadas formas gráficas definindo a ordem de

um processo em uma organização, tanto para um produto quanto para a mão-de-

obra.

Segundo Razzolini et al. (2010), a elaboração de um fluxograma evita a dupla

interpretação de um processo e a ocorrência de falhas de funcionamento, bem como

reduz situações como a duplicidade dos procedimentos e complexidades

desnecessárias. Além disso, um fluxograma possibilita visualizar os seguintes

aspectos:

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as operações em uma organização;

as saídas num fluxo de processo e o rumo das informações;

os custos envolvidos e recursos necessários;

o volume de trabalho despendido e a visão sistêmica do processo.

A figura 2 apresenta a ferramenta de fluxograma:

Não

Sim

Sim

Não

Figura 2: Modelo de ferramenta de fluxograma. Fonte: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h

Levantamento de necessidades

Levantamento de dados de

entrada (F-17)

1

Análise de viabilidade

O Projeto é viável?

Viabilizar projeto ou arquivar

1

Planejamento da execução do projeto(F-17)

Execução do projeto

2

Análise Crítica e Verificação

(F-17)

Necessita de alterações ou

ajustes 2

Validação (F-17)

Controle de cópias e alterações

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Segundo Silveira (2010), a ferramenta mais empregada para a análise de

rotinas é o fluxograma, sendo que sua elaboração permite a visualização do

macroprocesso das operações. Um fluxograma é composto por processos que se

dividem em tarefas, as quais por sua vez são divididas em atividades.

Cronograma

Segundo Araújo (2007), o cronograma é uma ferramenta que apresenta as

atividades planejadas em um projeto, realizando a desconstrução do projeto em

partes, dividindo-o em tarefas a serem realizadas por determinados profissionais,

sendo que todas as tarefas do cronograma devem ter prazos para serem realizadas.

Na visão de Pessoa (2009), gerenciar o tempo de um projeto não é apenas

elaborar e atualizar as atividades de um cronograma, mas se faz necessária a

visualização sistêmica de todo o fluxo do projeto, detectando os fatores que podem

trazer entraves ao empreendimento e resolvendo-os adequadamente.

O cronograma é uma ferramenta utilizada para definir a ordem das atividades

e o tempo de duração através desta ferramenta o administrador pode analisar onde

se encontra o problema dentro de um processo.

Segundo Oliveira (2002), para desenvolver um cronograma, se faz necessário

determinar as datas de início e fim das atividades, estimando a duração de cada

atividade, bem como efetuando o sequenciamento destas, sendo empregados dados

de planejamento como:

Diagrama do projeto.

Estimativa de duração das tarefas.

Recursos necessários.

Calendários.

Folgas ou flutuações.

Ressalta-se que o cronograma pelo Método de Gantt ou de barras é muito

utilizado em empreendimentos imobiliários, uma vez que seu entendimento é fácil,

mas sua elaboração requer conhecimentos detalhados do projeto, uma vez que

pode não apresentar a verdadeira complexidade do empreendimento (PESSOA,

2009).

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Concordando com o autor supracitado, Heldman (2006) explica que a

programação de um empreendimento imobiliário está diretamente ligada com o nível

de planejamento em curto prazo, sendo fundamental que o cronograma seja o mais

detalhado possível, do ponto de vista técnico e financeiro.

Assim, pode-se afirmar que em um cronograma, sequenciar as atividades a

serem realizadas é de grande importância, pois desta forma é possível realizar a

ligação das atividades, verificando-se a relação de dependência entre uma atividade

e outra.

A figura 3 apresenta a ferramenta de cronograma.

Figura 3: Modelo de ferramenta de cronograma Fonte: http:// www.engenhariacompartilhada.com.br

A ferramenta de cronograma é usada pelas organizações para

desmembramento de um projeto e definição do tempo de cada etapa, bem como

identificar o custo envolvido, possibilitando assim uma visualização mais clara para

definir o tempo de término do projeto e recursos envolvidos.

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5W2H

De acordo com Meireles (2009), a planilha 5W2H, refere-se a uma ferramenta

de planejamento, aplicada especialmente em desdobramentos de projetos,

constituída por colunas, sendo que cada coluna dispõe de um título em inglês, ou

seja, What: o que será feito? Who: quem fará? When: quando será feito? Where:

onde será feito? Why: por que será feito? How: como será feito? e How Much:

quanto custará?

Mendonça (2008) apresenta uma tradução mais detalhada dos

questionamentos da ferramenta 5W2H:

O que deverá ser feito: diz respeito à descrição da solução escolhida e a

subdivisão das tarefas para sua implantação.

Quem deverá fazer: refere-se ao órgão ou pessoa responsável pela

implantação.

Onde deverá ser feito: pergunta sobre o local físico, área ou órgão onde a

solução será implantada.

Como deverá ser feito: questiona sobre as etapas a serem cumpridas.

Quando deverá ser feito: solicita a data de início e fim da implantação.

Por que deverá ser feito: busca a justificativa para a implantação da

solução.

Quanto deverá custar: questiona sobre a estimativa de investimento

monetário requerido para a implantação da solução.

A figura 4 apresenta a ferramenta 5W2H, apresentando os questionamentos a

serem respondidos na implementação de um projeto em colunas dispostas em uma

planilha.

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Figura 4: Modelo da ferramenta 5W2H Fonte: Adaptado (LIMA et al., 2003).

Ressalta-se que as perguntas apresentadas pela ferramenta 5W2H devem

ser respondidas detalhadamente, pois somente desta forma é possível obter a maior

segurança possível na implementação das ações e melhorias em um projeto (LIMA

et al., 2005).

Assim, pode-se afirmar que a ferramenta 5H2H é formulada visando executar

e controlar as atividades em um projeto, atribuindo responsabilidades e os custos

envolvidos.

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3. RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo evidencia os resultados da pesquisa, apresentando inicialmente

um histórico da empresa que serve como referencial prático para a realização deste

estudo, bem como informações gerais sobre a mesma e demais dados que

permitiram alcançar os objetivos específicos apresentados anteriormente.

3.1 Histórico da empresa

A empresa Leão Empreendimentos Ltda, iniciou suas atividades em 2 de

maio de 1986 na cidade de Carazinho/RS.

Desde a fundação, o crescimento da organização foi constante.

Primeiramente, sua atividade era a distribuição e comercialização de peças

automotivas de caminhões e automóveis. No ano de 2000, iniciou as atividades na

construção civil atuando como construtora, incorporadora e locação de imóveis

comerciais próprios, mudando a localização e área de cobertura para a região do

Vale do Itajaí em Santa Catarina.

Com a empresa consolidada na indústria da construção civil, a partir de 2011,

iniciou a construção e incorporação de empreendimentos imobiliários para

comercialização.

Através de uma administração empreendedora do sócio administrador Luiz

Roberto Ossani de Mendonça, a Leão Empreendimentos conjuga experiência e

solidez no mercado de construção civil com o entusiasmo e dedicação de uma

equipe jovem e empreendedora, dedicada ao bem estar dos clientes e segurança

nos seus empreendimentos.

3.2 Informações Gerais

A dedicação à qualidade e preocupação com segurança dos clientes e

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colaboradores envolvidos nas suas atividades, levou a empresa a decidir pela

formalização de suas atividades na área de gestão da qualidade, optando pela

adesão ao PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e produtividade no Habitat.

Além disso, iniciou em conjunto a implementação dos requisitos da NBR ISO

9001, possibilitando assim a certificação conjunta nos dois sistemas e

consequentemente a busca por uma reputação de marca sólida no mercado, onde o

mercado consumidor deverá associar a logomarca da empresa (figura 5) a

empreendimentos de qualidade.

Figura 5: Logomarca da Construtora Leão Empreendimentos Ltda. Fonte: Acervo da empresa.

Cabe ressaltar que a empresa aplica no processo produtivo a engenharia de

processos, buscando modernidade, qualidade e segurança para clientes e

investidores a um preço competitivo.

Hoje a Construtora Leão Empreendimentos Ltda. possui oito colaboradores,

contando com dois engenheiros, arquiteta, consultor de PBQP-H, recepcionista,

empregada, encarregado e proprietário, mas ao começar a execução do projeto

residencial Vila das Palmeiras em Itajaí, o número de colaboradores aumentará para

aproximadamente cinquenta funcionários especializados para cada tipo de serviço

em um canteiro de obra.

Com relação à Missão e a Visão a empresa não possui tais conceitos

formalizados.

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3.3 Projetos concluídos

Por se tratar de uma empresa com pouco tempo de atuação na região, o

número de empreendimentos é reduzido, mas destaca-se em seu portfólio a

execução das obras apresentadas na figura 6.

Figura 6: Projetos desenvolvidos pela Construtora Leão Empreendimentos Ltda. Fonte: Acervo da empresa.

Estes empreendimentos estão localizados em Itajaí e Balneário Camboriú e

foram concluídos em 2002 e 2009 para fins de locação comercial. Após a conclusão

de tais projetos, a Construtora Leão Empreendimentos percebeu a necessidade de

buscar as certificações relacionadas neste estudo, como será demonstrado no

próximo item.

3.4 Projeto a ser desenvolvido

Além dos projetos apresentados anteriormente, a Construtora está envolvida

atualmente no projeto Residencial Vila das Palmeiras, para o qual se busca os

requisitos de certificação do PBQP-H. O residencial tem nove blocos e um total de

288 apartamentos, como pode ser observado na figura 7.

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Figura 7: Localização e estrutura do Residencial Vila das Palmeiras. Fonte: Acervo da empresa.

Os apartamentos têm em média 58 metros quadrados de área privativa,

divididos em dois quartos, cozinha, sala, sacada, banheiro e área de serviço (figura

8). Cada apartamento terá direito a uma vaga de garagem, que poderá ser coberta

ou não.

Figura 8: Planta Baixa do Residencial Vila das Palmeiras. Fonte: Acervo da empresa

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3.5 Situação atual do projeto desenvolvido pela empresa Leão

Empreendimentos quanto ao cumprimento das normas exigidas pelo PBQP-H

A empresa vem cumprindo as normas do PBQP-H, com o auxílio de

treinamento de uma empresa de consultoria especializada em treinamento destas

normas (VIP Consultoria). Atualmente está no nível “C”, mas pretende antes do

término do projeto concluir com o nível “A”, para poder ter o certificado de qualidade.

3.6 Check list das etapas que ainda não foram cumpridas

O check list apresentado no Quadro 3 foi utilizado para acompanhar o

comprimento das normas e requisitos dos programas de gestão de qualidade PBQP-

H, conforme as etapas e/ou níveis a serem alcançados pela empresa. Neste sentido,

destaca-se que a Construtora Leão Empreendimentos já alcançou os níveis D e C,

precisando agora alcançar o nível B e posteriormente o nível A.

SIAC- Execução de Obra Níveis

Seção Requisitos D C B A

Sistema de Gestão da Qualidade

Requisitos Gerais X X X X

Requisitos de Documentação

Generalidade X X X X

Manual da Qualidade X X X X

Controle de Documentos X X X X

Controle de registros X X X X

Responsabilidade

da

direção da

Comprometimento da direção da empresa

X X X X

Foco no cliente X X X X

Política da qualidade X X X X

Planejamento Objetivos da qualidade X X X

Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade

X X X X

Responsabilidade, Autoridade e Comunicação

Responsabilidade e autoridade

X X X X

Representante da direção da empresa

X X X X

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empresa

Comunicação interna X

Análise crítica pela direção

Generalidades X X X

Entradas para a análise crítica

X X X

Saídas da análise crítica X X X

Gestão de

Recursos

Provisão de recursos X X X X

Recursos humanos

Designação de pessoal X X X X

Treinamento, conscientização e

competência

X X X

Infra-estrutura X X

Ambiente de trabalho X

Execução da obra

Planejamento da Obra

Plano da Qualidade da Obra

X X X

Planejamento da execução da obra

X X

Processos relacionados ao cliente

Identificação de requisitos relacionados à

obra

X X X X

Análise crítica dos requisitos relacionados à

obra

X X

Comunicação com o cliente

X X

Projeto

Planejamento da elaboração do projeto

X

Entradas de projeto X

Saídas de projeto X

Análise crítica de projeto X

Verificação de projeto X

Validação de projeto X

Controle de alterações de projeto

X X

Análise crítica de projetos fornecidos pelo

cliente

X X

Aquisição

Processo de aquisição X X X

Informações para aquisição

X X X

Verificação do produto adquirido

X X X

. Operações de produção e fornecimento de serviço

Controle de operações X X X

Validação de processos X

Identificação e rastreabilidade

X X X

Propriedade do cliente X X

Preservação de produto X X X

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Controle de dispositivos de medição e monitoramento

X X X

Medição,

análise e

melhoria

Generalidades X X X

Medição e monitoramento

Satisfação do cliente X X X

Auditoria interna X X X

Medição e monitoramento de

processos

X

Inspeção e monitoramento de

materiais e serviços de execução controlados e da

obra

X X X

Controle de materiais e de serviços de execução controlados e da obra

nãoconformes

X X X

Análise de dados X X X

Melhoria

Melhoria contínua X X X

Ação corretiva X X X

Ação preventiva X

Quadro 3: Requisitos do PBQP-H para os níveis D, C, B e A. Fonte: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h

Dessa forma, observa-se que o nível D tem 14 requisitos a serem cumpridos,

o nível C tem 35 requisitos, o nível B tem 42 requisitos e o nível A tem 53 requisitos.

Para uma empresa obter o certificado PBQP-H ela tem de obedecer todos esses

requisitos, podendo usar algumas ferramentas da qualidade para ajudar.

3.7 Ferramentas da qualidade que favoreçam a execução do projeto

Para alcançar os requisitos apresentados anteriormente, foram sugeridas três

tipos de ferramentas de qualidade: fluxograma, cronograma e o 5W2H que

auxiliaram na implantação de normas e requisitos do PBQP-H.

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Cronograma de Execução do PBQP-H

Meses

Atividades 1, 2 e 3 4 5 6 7 8 9 10

Diagnóstico Inicial X

Sensibilização para a Qualidade / Administração

X

Treinamento\Desenvolvimento dos procedimentos

X X X X

Sensibilização para a Qualidade X X

Acompanhamento do Processo X X X X X

Desenvolvimento Técnico Assessoria

X X X X X X X

Auditoria Interna X X X X

Auditoria Externa X X X

Período Previsto

Dezembro/ Fevereiro/ 2011/2012

Março/Maio – 2012 Junho/Julho

2012 Agosto/Setembro – 2012

% materiais controlados

20% 50% 100%

% de serviços controlados

15% 40% 100%

Nível Nível D Nível C Nível B Nível A + NBR ISO 9001

Quadro 4: Cronograma de Execução do PBQP-H Fonte: Acervo da empresa

O planejamento apresentado no cronograma, e foi realizado diagnóstico da

situação da organização, em relação aos itens e requisitos do PBQP-H, no início do

desenvolvimento do Sistema de Gestão da Qualidade.

Para cada nível de qualificação, a organização deve desenvolver os

procedimentos e treinar o pessoal para as porcentagens de materiais controlados

como é mostrado no cronograma para aplicá-los em obra, gerando registros.

Para obtenção da qualificação em determinado nível, a organização planeja

desenvolver os procedimentos e treinar o pessoal para as porcentagens de serviços

controlados determinados no cronograma e aplicá-los em obra.

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5W2H da implantação do PBQP-H

What (o que)

Why (por que)

Who (quem)

When (quando)

Where (onde) How (Como) How Much (quanto custa)

Organizar documentação necessária para alcançar requisitos do nível D.

Para ser aprovado pelo SIAC.

Gestor e empresa de consultoria.

Fevereiro de 2012.

Setor administrativo

Cumprindo os requisitos

R$:

3000,00

Organizar documentação necessária para alcançar requisitos do nível C.

Para ser aprovado pelo SIAC.

Gestor e empresa de consultoria.

Março de 2012.

Setor administrativo.

Cumprindo os requisitos e treinamento de colaboradores.

R$:

3000,00

Treinamento com colaboradores nível C.

Ser aprovado na auditoria.

Gestor e empresa de consultoria.

Maio de 2012.

Gestor e empresa de consultoria.

Aulas de treinamentos.

R$:

2500,00

Organizar documentação necessária para alcançar requisitos do nível B.

Para ser aprovado pelo SIAC

Gestor e empresa de consultoria.

Até junho de 2012.

Setor administrativo.

Cumprindo os requisitos e treinamento de colaboradores.

R$:

3000,00

Treinamento com colaboradores nível B.

Ser aprovado na auditoria.

Gestor e empresa de consultoria.

Até julho de 2012

Gestor e empresa de consultoria.

Aulas de treinamentos.

R$:

2500,00

Organizar

documentação

necessária

para alcançar

requisitos do

nível A

Para ser aprovado pelo SIAC

Gestor e empresa de consultoria.

Agosto de 2012.

Setor administrativo.

Cumprindo os requisitos e treinamento de colaboradores

R$:

3000,00

Treinamento

com

colaboradores

nível A

Ser

aprovado

na auditoria

Gestor e

empresa de

consultoria

Setembro

de 2102.

Setor administrativo, Funcionários e

colaboradores

Aulas de

treinamentos

R$:

2500,00

Quadro 5: 5W2H da implantação do PBQP-H Fonte: Acervo da empresa

No quadro acima mostra o processo do programa de qualidade, PBQP-H e o

que a empresa tem de fazer. A empresa sentiu a necessidade de adquirir o

certificado de construtora de qualidade se inscrevendo no PBQP-H e tendo que se

adaptar a suas normas e requisitos, sentindo a necessidade de contratar uma

consultoria especializada nesta área para ter treinamento e auxílio com documentos

exigidos pelo programa. Para a empresa poder vender os imóveis financiados pela

Caixa Econômica Federal ela exige que a empresa tenha o certificado PBQP-H

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Fluxograma da implantação do PBQP-H

Figura 9: Fluxograma da implantação do PBQP-H Fonte: Acervo da empresa

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Foi feito um diagnóstico na empresa para analisar o tipo de obra que iria ser

construída e analisar o modo como seria implantado o programa de qualidade e se a

empresa se adaptaria facilmente com o PBQP-H.

Para atender aos requisitos do PBQP-H, a organização estabeleceu

documentos e receberá treinamento conforme as exigências de cada nível. Cada

documento do programa é analisando pelo SIAC (Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil). As auditorias

é marcado um dia onde vem um técnico ate a obra, por conta da empresa, assim

que o treinamento estiver concluído. É avaliado se a empresa está cumprindo

corretamente os requisitos do programa se estiver ela passará para o próximo nível,

pelo contrario é marcado outro dia com o auditor e a empresa terá de ter mais

treinamentos.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho teve seus objetivos alcançados por mostrar o que faltava para

alcançar os níveis B e A do programa PBQP-H. Neste sentido foi verificado a

situação atual do projeto desenvolvido pela empresa quanto as normas exigidas pelo

PBQP-H e a empresa contratou uma empresa de consultoria especializada nesta

área no comprimento das normas do programa e o treinamento dos colaboradores.

Foi utilizado o check list para acompanhar o comprimento das normas e

requisitos dos programas de gestão de qualidade PBQP-H e foram sugeridas

determinadas ferramentas da qualidade para alcançar os níveis D, C, B e A, quais

sejam fluxograma, cronograma e 5W2H, que mostraram os processos que precisam

ser realizados para alcançar esses níveis.

O trabalho teve algumas limitações, por não ter sido encontrado bibliografia

em livros sobre o programa PBQP-H e ter sido realizado exclusivamente na

perspectiva do gestor da empresa Leão Empreendimentos e dos consultores, não

envolvendo os demais colaboradores da empresa que poderiam fornecer

informações importantes sobre o tema específico.

Como recomendações para trabalhos futuros, sugere-se explorar a

perspectiva dos funcionários relacionados a mão de obra direta e aplicar outras

ferramentas da qualidade (PDCA, diagrama de causa e efeito, 5S) e aprofundar a

pesquisa em outras construtoras para saber o método que elas usaram para

conseguir se adaptar ao PBQP-H.

Portanto, tendo em vista os fatores apresentados conclui-se que a questão

problema deste estudo (Que adaptações serão necessárias para a empresa Leão

Empreendimentos alcançar o nível A do programa PBQP-H?) foi respondida de

forma contundente ao verificar a necessidade de treinamento de funcionários e

colaboradores por uma empresa de consultoria especializada nesta área, cumprindo

as normas e requisitos do programa, e a sensibilização da gerência e maior controle

sobre os materiais e processos.

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