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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS GENÉTICOS VEGETAIS ALINE SILVA COSTA DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA E ANTIOXIDANTE DE VARIEDADES COMERCIAIS DE Ananas comosus E AVALIAÇÃO DO EFEITO DE TRATAMENTO TÉRMICO E DO USO DE ADITIVOS QUÍMICOS FEIRA DE SANTANA-BA 2011 e

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE · Aos amigos de sempre, Verônica Santos e Andson Rocha pelos bons momentos de convivência, que serão lembrados com muito carinho, e pelo apoio

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE

SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS GENÉTICOS

VEGETAIS

ALINE SILVA COSTA

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA E

ANTIOXIDANTE DE VARIEDADES COMERCIAIS DE Ananas

comosus E AVALIAÇÃO DO EFEITO DE TRATAMENTO TÉRMICO

E DO USO DE ADITIVOS QUÍMICOS

FEIRA DE SANTANA-BA

2011

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ALINE SILVA COSTA

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA E

ANTIOXIDANTE DE VARIEDADES COMERCIAIS DE

Ananas comosus E AVALIAÇÃO DO EFEITO DE

TRATAMENTO TÉRMICO E DO USO DE ADITIVOS

QUÍMICOS

FEIRA DE SANTANA-BA

2011

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ALINE SILVA COSTA

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA E

ANTIOXIDANTE DE VARIEDADES COMERCIAIS DE

Ananas comosus E AVALIAÇÃO DO EFEITO DE

TRATAMENTO TÉRMICO E DO USO DE ADITIVOS

QUÍMICOS

FEIRA DE SANTANA-BA

2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, da Universidade Estadual de Feira de Santana,

como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Recursos Genéticos Vegetais.

Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Maria Gabriela Bello Koblitz

Co-orientador: Prof.º Dr.º Hugo Neves Brandão

Co-orientador(a): Prof.ª Dr.ª Sandra Aparecida de Assis

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Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado

Costa, Aline Silva

C87d Determinação da atividade enzimática e antioxidante de variedades comerciais de Ananas comosus e avaliação do efeito de

tratamento térmico e do uso de aditivos químicos/ Aline Silva Costa.

– Feira de Santana, 2011.

85 f : il.

Orientadora: Maria Gabriela Bello Koblitz

Co-Orientadores: Hugo Neves Brandão

Sandra Aparecida de Assis

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Feira de

Santana. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos

Vegetais., 2011.

1.Abacaxi – Característica bioquímica. 2.Poligalacturonases

(PG). 3.Pectinametilesterases (PME). 4.Polifenol-oxidases (PFO)

5.Peroxidases (PER) 6.Compostos fenólicos. I.Koblitz, Maria

Gabriela Bello. II.Brandão, Hugo Neves. III.Assis, Sandra

Aparecida de. IV.Universidade Estadual de Feira de Santana. V.

Título.

CDU: 634.774

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BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Dr.

__________________________________________

Prof. Dr.

__________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria Gabriela Bello Koblitz

Orientador(a) e Presidente da Banca

Feira de Santana – BA

2011

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, pela oportunidade cedida a mim, conduzindo todos os meus passos e permitindo

vivenciar experiências inesquecíveis para meu crescimento.

Aos meus pais, Elias e Lene, que sempre me apoiaram e acreditaram na minha

capacidade... Meu eterno muito obrigada, por tudo que vocês são e pelo que eu sou.

À Prof.ª Dr.ª Maria Gabriela Bello Koblitz, pela orientação, compreensão e incentivo e

mesmo distante se fez tão presente.

Ao Prof. Dr. Hugo Neves Brandão, pela ajuda, paciência e colaboração.

À professora Dr.ª Sandra Aparecida de Assis, pelas contribuições neste trabalho.

À Prof.ª Marília Lordêlo Cardoso Silva, pela participação neste trabalho com prestimosas

sugestões, por ter disponibilizado o laboratório de analise físico-química de alimentos e

pela amizade.

À Prof.ª Taís Oliveira Brandão, pela ajuda no teste de compostos fenólicos.

Aos professores do ALI por ter disponibilizado os laboratórios e equipamentos.

À Cintia Reis, pela disponibilidade em ajudar e pela amizade.

À Danielle Figuerêdo, pela ajuda no teste DPPH.

Às minhas IC‟s, Isabela e minha querida irmã Larissa, pelo trabalho prestado,

companheirismo e amizade.

Aos amigos de sempre, Verônica Santos e Andson Rocha pelos bons momentos de

convivência, que serão lembrados com muito carinho, e pelo apoio para seguir sempre com

coerência.

Aos meus tios Maria e Dore, e a toda minha família, irmãos, cunhada, tios e primos pelo

incentivo e torcida.

A André Luiz, por ter sido tão paciente e compreensivo nesta etapa final.

À FAPESB pela concessão da bolsa e suporte financeiro.

À EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, a quem direciono meus agradecimentos à

Fernanda Vidigal e Eliseth Viana.

Enfim, a todas as pessoas não mencionadas, que direta ou indiretamente contribuíram para

a realização desse trabalho.

Muito Obrigada!

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RESUMO

O abacaxizeiro constitui uma das fruteiras tropicais mais cultivadas no país e o seu fruto é

consumido ao natural, ou na forma de diversos produtos industrializados. Porém, poucas

variedades de abacaxi são destinadas à industrialização por falta de conhecimento das suas

características bioquímicas, dentre elas a atividade das enzimas pectinolíticas e oxidativas

que estão entre aquelas que reduzem a vida de prateleira de produtos a base de frutas.

Além disso, apesar do crescente interesse a respeito da atividade antioxidante em produtos

de frutas, pouco se sabe sobre o efeito do processamento sobre essa atividade,

especialmente em derivados de abacaxi. Este trabalho teve como intuito estudar a atividade

das enzimas poligalacturonases (PG), pectinametilesterases (PME), polifenol-oxidases

(PFO) e peroxidases (PER), e formas de inativá-las pela adição de inibidores químicos

(ácido ascórbico, metabissulfito de sódio e cloreto de cálcio), e físicos (tempo e

temperatura de tratamento) de variedades comerciais de Ananas comosus. Estudou-se

também o teor de fenóis totais e atividade antioxidante no abacaxi e a possível alteração

desta atividade depois dos tratamentos para inativação enzimática aplicados. Para obtenção

da máxima atividade enzimática foi feito um planejamento experimental analisando as

variáveis pH e concentração de NaCl no método da extração enzimática. Os resultados

mostraram que as maiores atividades obtidas nesse experimento foram: 4752,9 U/g para

PER; 81,6 U/g para PFO; 7961,3 U/g para PME e 0,000036 U/g h-1

para PG. Foram ainda

determinadas as condições mais indicadas para extração das enzimas a saber: pH=6,0 e

concentração de NaCl de 1,0 M para PER; pH inferior a 4,6 para PFO; concentração de

NaCl de 1,0 M para PME e concentração de NaCl de 2,0 M para PG. Utilizando estes

parâmetros foi determinada a atividade enzimática nas variedades Imperial, Vitória, e

Pérola adquiridas em dois locais distintos. Observaram-se maiores atividades das enzimas

pectinolíticas nas variedades Imperial e Vitória, no entanto estas variedades apresentaram

menor atividades das enzimas oxidativas, característica mais vantajosa para a indústria de

alimentos, pois a PER é a enzima mais termorresistente (difícil inativação). Utilizou-se o

delineamento composto central e a metodologia de superfície de resposta para estudar o

efeito do tempo (1 a 9 min), da temperatura (27 a 86 °C) e da concentração do inibidor

químico (0 a 200 mg/L de metabissulfito de sódio, ácido ascórbico e cloreto de cálcio) na

inativação das enzimas PER e PFO. O metabissulfito de sódio mostrou-se o melhor

inibidor para PER, sendo capaz de garantir 100% de inativação com uma concentração de

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130 mg/L, a temperatura de 78 °C, por 3 min, evitando danos de altas dosagens do

inibidor e altas temperaturas no fruto. Para inativação de PFO o tratamento indicado foi

com ácido ascórbico a 190 mg/L por 3 min a 75° C, porém este tratamento não foi eficiente

para inativar 100% a enzima PER. Estes tratamentos tiveram efeito positivo na quantidade

de compostos fenólicos totais e na atividade antioxidante, possivelmente pelo fato destes

tratamentos inativarem as enzimas que degradam os compostos fenólicos (PFO e PER), e

foi observada uma correlação de moderada a alta entre o teor de fenóis totais e atividade

antioxidante.

Palavras-chave: abacaxi, poligalacturonases (PG), pectinametilesterases (PME),

polifenol-oxidases (PFO), peroxidases (PER), compostos fenólicos.

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ABSTRACT

The pineapple is a tropical fruit orchard in the country most cultivated and its fruit is eaten

raw, or in the form of ice cream, candy, popsicles, juices processed, fruit in syrup and so

on. However, few varieties are used in industry for lack of knowledge of their biochemical

characteristics, among them the pectinolytic enzymes activity and oxidative that are

among those that decrease the shelf life of products made from fruits. Moreover, despite

the growing concern regarding the antioxidant activity in fruit products, little is known

about the effect of processing on this activity, especially in derivatives of pineapple.

Therefore, the objective of the study to determine the activity of enzymes

polygalacturonase (PG), pectin methylesterase (PME), polyphenol oxidase (PPO) and

peroxidase (PER), and ways to inactivate them by the addition of chemical inhibitors

(ascorbic acid, metabisulfite sodium and calcium chloride) and physical (temperature and

time of treatment) of commercial varieties of Ananas comosus. Furthermore, studied the

total phenolic content and antioxidant activity in the pineapple and possible amendment of

this activity after the treatments applied to enzymatic inactivation. To obtain maximum

enzyme activity was made an experimental design by analyzing the pH and NaCl

concentration on enzymatic extraction method. The results showed that the highest

activities obtained in this experiment were: 1.0 M NaCl, pH 6.0 for PER (4752.9 U / g), pH

< 4.6 for PPO (81.6 U / g)1.0 M NaCl for PME (5.8 U / g) and 2.0 M NaCl for PG

(0,000034 U/g.h-1

) . Using these parameters was determined the enzymatic activity of

varieties Imperial, Vitoria, and Perola acquired from two different places. Observed higher

activities of pectic enzymes in Variety Imperial and Victoria, but these varieties showed

lower activity of oxidative enzymes characteristic most advantageous to the food industry,

because the PER is the most thermoresistant enzyme (inactivation difficult). We used the

central composite design and response surface methodology to study the effect of time (1-9

min), temperature (27 to 86 ° C) and concentration of the chemical inhibitor (0 to 200 mg /

L of sodium metabisulphite, ascorbic acid and calcium chloride) in the inactivation of the

PER and PPO. Sodium metabisulphite was found to be the best inhibitor for PER, 100%

could inactivate this enzyme at a concentration of 130 mg / L at a temperature of 78 ° C for

3 min damage from high doses of the inhibitor and high temperatures on fruit . For PPO

treatment with ascorbic acid was given at 190 mg / L for 3 min at 75 ° C, although this

treatment was not effective to inactivate the enzyme 100% PER. These treatments had a

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positive effect on the amount of total phenolics and antioxidant activity, possibly because

these treatments inactivate enzymes that degrade the phenolic compounds (PPO and PER),

and observed a moderate to high correlation between the total phenols and antioxidant

activity.

Key-words: pineapple, polygalacturonase (PG), pectin methylesterase (PME), polyphenol

oxidase (PPO), peroxidase (PER), phenolic compounds.

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SUMÁRIO

1.0 Introdução ....................................................................................................................1

2.0 Revisão da Literatura ...................................................................................................3 2.1 Abacaxi ........................................................................................................................3

2.1.1 Características gerais .............................................................................................3 2.1.2 Melhoramento Genético do abacaxi .......................................................................5

2.2 Enzimas vegetais de importância na indústria de alimentos ..........................................7 2.2.1 Enzimas Oxidativas ...............................................................................................8

2.2.2 Enzimas pectinolíticas ........................................................................................ 12 2.3 Inativação enzimática ................................................................................................. 15

2.4 Atividade antioxidante e Compostos Fenólicos........................................................... 17 2.5 Otimização de processos e delineamento experimental ............................................... 19

3.0 Material e Métodos .................................................................................................... 20 3.1 Experimento 1. Planejamento experimental e otimização do processo de extração

enzimática. ....................................................................................................................... 20 3.1.1 Material vegetal ................................................................................................... 20

3.1.2 Planejamento experimental .................................................................................. 20 3.1.3 Determinação da atividade enzimática ................................................................. 21

3.1.4 Análise Estatística ............................................................................................... 22 3.2 Experimento 2. Determinação da atividade enzimática em diferentes variedades de

abacaxi. ............................................................................................................................ 23 3.2.1 Material Vegetal .................................................................................................. 23

3.2.2 Determinação da atividade enzimática ................................................................. 23 3.2.3 Análise estatística ................................................................................................ 23

3.3 Experimento 3. Otimização da inativação das enzimas PER e PFO ............................ 24 3.3.1 Material Vegetal .................................................................................................. 24

3.3.2 Planejamento experimental .................................................................................. 24 3.3.3 Determinação da inativação de PER e PFO .......................................................... 25

3.3.4 Análise estatística ............................................................................................... 25 3.3.5 Confirmação dos resultados ................................................................................. 25

3.4 Experimento 4. Determinação da atividade antioxidante e compostos fenólicos totais 25 3.4.1 Material Vegetal .................................................................................................. 25

3.4.2 Extração dos compostos antioxidantes e fenólicos ............................................... 26 3.4.3 Atividade antioxidante ......................................................................................... 26

3.4.4 Determinação do teor de fenóis totais .................................................................. 27 3.4.5 Análise Estatística ............................................................................................... 27

4.0 Resultados e Discussão .............................................................................................. 27 4.1 Experimento 01. Planejamento experimental e otimização do processo de extração

enzimática ........................................................................................................................ 27 4.1.1 Peroxidase (PER) ................................................................................................ 29

4.1.2 Polifenol-oxidase (PFO) ...................................................................................... 31 4.1.3 Pectinametilesterase (PME) ................................................................................. 32

4.1.4 Poligalacturonase (PG) ........................................................................................ 33 4.2 Experimento 2. Determinação da atividade enzimática nas variedades de abacaxis .... 35

4.2.1 Peroxidase (PER) ................................................................................................ 35 4.2.2 Polifenol-oxidase (PFO) ...................................................................................... 36

4.2.3 Pectinametilesterase (PME) ................................................................................. 38

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4.2.4 Poligalacturonase (PG) ........................................................................................ 39

4.3 Experimento 3. Otimização da inativação enzimática de PFO e PER .......................... 41 4.3.1 Peroxidase (PER) ............................................................................................... 44

4.3.2 Polifenol-oxidase (PFO) ...................................................................................... 47 4.3.3 Confirmação dos resultados ................................................................................. 51

4.4 Experimento 4. Compostos fenólicos e atividade antioxidante .................................... 52 4.4.1 Compostos fenólicos totais .................................................................................. 52

4.4.2 Atividade Antioxidante ........................................................................................ 53 5.0 Conclusão .................................................................................................................. 55

6.0 Referências ................................................................................................................ 57 7.0 Anexos ....................................................................................................................... 75

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1.0 Introdução

O abacaxi ou ananás, nomes utilizados tanto para a fruta como para a planta,

pertence à família Bromeliaceae e gênero Ananas Mill. Esse gênero é vastamente

distribuído nas regiões tropicais por intermédio da espécie Ananas comosus (L.) Merril,

que abrange todas as cultivares plantadas de abacaxi (GIACOMELLI, 1981). O abacaxi é

largamente consumido in natura e utilizado na indústria para obtenção de geléias, doces

em calda, produtos minimamente processados e sucos, entre outros e seus nutrientes

exercem funções importantes no organismo humano (GRANADA et al., 2004).

Com relação ao abacaxi como produto processado, é importante ressaltar que o

interesse pelos produtos “prontos para o consumo” a base de frutas vem crescendo

(VIDAL & GASPARETO, 2000). Mas apenas algumas variedades de abacaxi apresentam

atualmente aproveitamento industrial, principalmente pela falta de conhecimentos das suas

características bioquímicas. A conservação de polpas e sucos de frutas depende

basicamente de se evitar eficientemente a contaminação microbiana e de se contornar os

efeitos deletérios causados pela ação das enzimas endógenas dos frutos. Os grupos de

enzimas mais danosos em polpas e sucos de frutas são as enzimas pectinolíticas e as

enzimas oxidativas (TOIVONEN & BRUMMELL, 2007; MARTINEZ & WHITAKER,

1995).

No primeiro grupo encontram-se a pectinametilesterase (PME) e a

poligalacturonase (PG): essas enzimas são capazes de hidrolizar a pectina presente na

polpa reduzindo sua viscosidade e retirando a turbidez. Conhecendo a atividade das

enzimas pectinolíticas, além de algumas de suas características bioquímicas e sabendo da

possibilidade de algum dano à polpa ou suco armazenado, pode-se indicar qual a melhor

estratégia para evitar esse dano (LEA, 1995; URLAUB, 2002). Entre as enzimas

oxidativas, as mais importantes são as polifenol-oxidases (PFO) e as peroxidases (PER). O

controle destas enzimas é de grande importância para a tecnologia de alimentos, uma vez

que estas são responsáveis pelo escurecimento em frutas e vegetais e seus produtos

processados. Além disso, estas enzimas podem participar de um grande número de reações

oxidativas e de biodegradação, tais como mudança de cor, degradação da clorofila ou

auxinas, oxidação de fenóis, oxidação do ácido indol acético, biossíntese da lignina, e

muitos destes fatores também podem ser associados com sabor, aroma cor, textura e

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qualidade nutricional dos alimentos (BURNETTE, 1977; CLEMENTE, 1995; VÁMOS-

VIGYÁZÓ, 1981).

Os frutos contêm, além dos nutrientes essenciais e de micronutrientes como

minerais, fibras e vitaminas, diversos compostos secundários de natureza fenólica,

denominados polifenóis que possuem ação antioxidante (KIM et al., 2007). Diversos

estudos têm demonstrado que o consumo de substâncias antioxidantes na dieta diária pode

produzir uma ação protetora efetiva contra os processos oxidativos que naturalmente

ocorrem no organismo. Os compostos fenólicos exibem grande quantidade de propriedades

fisiológicas (como antialergênica, antiaterogênica, antiinflamatória, antimicrobiana,

antitrombótica, cardioprotetiva e vasodilatadora), mas o principal efeito dos compostos

fenólicos tem sido atribuído à sua ação antioxidante em alimentos (BALASUNDRAM et

al., 2006).

O consumo cada vez mais frequente de alimentos industrializados desperta o

interesse na qualidade desses produtos que estão sendo consumidos e a influência do

processamento ainda é pouco estudada. Por isso a importância em verificar a influência do

processamento nos compostos benéficos que estão presentes nos alimentos in natura

(VEDANA, 2008).

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivos avaliar a atividade das

enzimas oxidativas e pectinolíticas, importantes para a indústria de alimentos, em

diferentes variedades de abacaxi de modo a subsidiar a escolha das variedades com boas

características industriais e funcionais. Além de determinar os parâmetros ideais de

inativação das enzimas encontradas minimizando custos e danos ao produto e avaliar a

atividade antioxidante nas variedades estudadas, antes e depois do tratamento de inativação

enzimática.

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2.0 Revisão da Literatura

2.1 Abacaxi

2.1.1 Características gerais

O abacaxizeiro pertence à família Bromeliaceae (subclasse das monocotiledôneas)

gênero Ananas, sendo a espécie Ananas comosus L. Merril a que mais se destaca, por sua

importância econômica e em razão de abranger todas as variedades de interesse da

fruticultura comercial (PIZA et al., 2003). O seu fruto, o abacaxi, é normalmente cilíndrico

constituído por 100 a 200 pequenos frutilhos fundidos entre si sobre o eixo central, em que

cada “olho” ou “escama” da sua casca é um fruto verdadeiro, que cresceu a partir de uma

flor, e estes se fundem em um grande corpo, chamado infrutescência, no topo do qual se

forma a coroa (GIACOMELLI, 1981; SILVA & TASSARA, 2001). A parte comestível do

fruto é a polpa suculenta formada pelas paredes das lojas dos frutilhos e pelo tecido

parenquimatoso que as ligam entre si, bem como pela porção externa do miolo (MEDINA,

1987).

O abacaxi é extensivamente produzido em todos os países tropicais, sendo que o

Brasil encontra excelentes condições para seu desenvolvimento, sendo cultivado em quase

todos os Estados (FAOSTAT, 2010). O Brasil responde por 8,93% da produção mundial e

a área plantada em 2009 foi de 60 mil hectares, nos quais foram colhidos 1,479 milhões de

frutos. Na safra de 2010, foram produzidos 1,48 milhões de frutos em uma área colhida de

57.727 hectares, um acréscimo de 1,07% em relação ao ano anterior. Os Estados da

Paraíba, Minas Gerais, Pará e Bahia são os principais produtores, o que torna o Nordeste a

região de maior produção (Figura 01) (IBGE, 2010). A Bahia responde por 8,23% da

produção brasileira, ocupando o quarto lugar no ranking dos estados produtores, com uma

produção de 121,127 mil frutos no ano de 2009 (IBGE, 2010). No Recôncavo Baiano a

cultura do abacaxi vem se destacando a cada ano, gerando emprego e renda para o meio

rural, contribuindo para o desenvolvimento local.

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Figura 01. Produção brasileira de abacaxi por região fisiográfica.

Fonte: IBGE, 2010.

O Brasil é considerado um dos principais centros de diversidade genética do

abacaxi porque, além de A. comosus, todas as espécies do gênero Ananas são encontradas

nas formas silvestres ou cultivadas em várias regiões brasileiras (FERREIRA & CABRAL,

1993). Existem centenas de cultivares desenvolvidas no Brasil e no mundo, sendo que a

Singapore Spanish, Queen e Espanhola Roja, juntamente com a Perolera, Smooth Cayenne

e Pérola, caracterizam as mais conhecidas no mundo (CABRAL et al., 1999). As principais

cultivares brasileiras são a Pérola e a Smooth Cayenne, sendo a Pérola a mais cultivada

(80% da produção nacional) que é destinada principalmente para o consumo in natura pela

sua alta qualidade organoléptica (CABRAL et al., 1999; PINHEIRO et al., 2000). A

indústria tem a preferência pela variedade Smooth Cayenne por apresentar fruto com

excelente aspecto, de elevado tamanho e formato cilíndrico (o que facilita o

descascamento), pesando de 1,5 a 2,0 kg, polpa firme e amarela, com elevado teor de

açúcares e elevada acidez (PINHEIRO et al., 2000; NASCENTE et al., 2005). Já o abacaxi

Pérola apresenta forma cônica, polpa branca, sucosa, pouca acidez (o que favorece ao

consumo in natura), pesando de 1,0 kg a 1,5 kg (CABRAL et al., 2000).

A qualidade dos frutos é atribuída ao seu tamanho, forma e cor da casca, cujos

fatores associados à composição físico-química da polpa, oferecem aos frutos e aos

produtos deles obtidos a qualidade sensorial e nutricional, responsáveis pela aceitação

definitiva desses no mercado (SCALON et al., 2004). O abacaxi apresenta ampla variação

em sua composição química. Diferentes estudos apresentam amplas faixas para os valores

de pH, acidez titulável, açúcares totais e sólidos solúveis dependendo da variedade

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cultivada, do estádio de maturação, do clima e da época do ano em que o fruto foi

produzido, do solo, dos tratos culturais, entre outros fatores (CESAR, 2005). Ele possui em

sua composição: ferro, potássio, cálcio, as vitaminas A1, B1, B2 e C, além das vitaminas

tiamina, riboflavina e niacina, fibras e outros compostos orgânicos (MEDINA et al., 1978;

FRANCO, 1989).

As formas mais frequentes de comercialização do abacaxi são in natura, em

conserva, suco natural e suco concentrado, polpa em calda, além de ser utilizado também

na fabricação de doces, sorvetes, cremes, balas, bolos, licor, vinho, vinagre e aguardente.

No mercado externo tem-se observado um particular interesse com relação aos sucos de

frutas tropicais, despertando as indústrias nacionais de sucos para o imenso potencial a

ser explorado junto aos consumidores da Europa, Ásia e Estados Unidos. Segundo dados

do Instituto Brasileiro de Fruticultura (IBRAF, 2008), o Brasil exportou mais de 2 milhões

de litros de suco de abacaxi no ano de 2007, enquanto que em 2006 essa marca atingiu

apenas 450 mil litros.

2.1.2 Melhoramento Genético do abacaxi

Apesar da existência de diversas cultivares de abacaxi, os plantios comerciais em

todo o mundo são formados predominantemente com a variedade Smooth Cayenne. Esta

estreita base genética é desfavorável à sustentabilidade da cultura, fazendo-se necessário

uma diversificação de cultivares (CABRAL, 1999).

Os programas de melhoramento do abacaxi visam obter cultivares mais produtivas,

adaptadas às condições climáticas locais e resistentes a pragas e moléstias. Entre as

principais características preconizadas no melhoramento do abacaxizeiro, está a busca de

genótipos resistentes à fusariose (Fusarium subglutinans f.sp. ananas,), principal moléstia

da cultura do abacaxi no Brasil. Além disso, são almejados genótipos que evidenciem

crescimento rápido, folhas com ausência ou poucos espinhos nas extremidades dos seus

bordos, rebentão precoce localizado na base da planta, fruto de forma cilíndrica, casca

amarela e pouco fibrosa, elevado teor de sólidos solúveis totais, acidez moderada e alto

teor de ácido ascórbico e adaptação ao sistema de produção integrada (CUNHA, 2007;

CRESTANI et al., 2010).

O Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura da Embrapa possui o

maior Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de abacaxizeiros do mundo, contando com

aproximadamente 700 acessos. A caracterização e avaliação deste BAG permitiu a

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identificação de acessos resistentes à fusariose, com folhas sem espinhos nos bordos,

produção precoce de rebentões, sólidos solúveis totais acima de 15° brix e acidez

moderada. Esses acessos são usados para o desenvolvimento de novas cultivares, algumas

já lançadas no mercado, como as cultivares Imperial e Vitória (CABRAL et al., 2006;

MACHADO et al., 2009).

A cultivar Imperial (Figura 02) foi lançada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura

em 2003. Esta cultivar é resultante do cruzamento das variedades Perolera com Smooth

Cayenne. Além de ser resistente à fusariose, o fruto é pequeno, cilíndrico, a polpa é

amarela, com elevado teor de açúcar, acidez titulável moderada, alto conteúdo em ácido

ascórbico e excelente sabor, de acordo com as análises sensoriais realizadas. Essas

características contribuem para que os frutos obtidos sejam destinados para o mercado de

consumo in natura e para a industrialização (CABRAL & MATOS, 2005).

Figura 02. Fruto Abacaxi Imperial

Fonte: CABRAL & MATOS 2005.

A cultivar Vitória (Figura 03) é resultado dos estudos da Embrapa Mandioca

Fruticultura e do Incarper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão

Rural). Foi utilizado como parental feminino a cultivar Primavera (PRI) e parental

masculino a cultivar Smooth Cayenne (SC), dando no ano de 2006 origem à cultivar

Vitória. Os frutos têm polpa branca, elevada acidez, formato cilíndrico, pesando em torno

de 1,5 kg e excelente sabor segundo as análises químicas e sensoriais, sendo indicado tanto

para o consumo in natura quanto para a industrialização (VENTURA et al., 2006).

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Figura 03. Abacaxi Vitoria.

Fonte: INCARPER, 2010.

2.2 Enzimas vegetais de importância na indústria de alimentos

Enzimas são, em sua maioria, proteínas que catalisam, com grande eficiência, as

reações metabólicas em determinadas condições de pH, temperatura, meio iônico, entre

outros (WHITAKER, 1972).

As reações enzimáticas são muito importantes em alimentos. Elas são responsáveis

pela formação de compostos extremamente desejáveis, mas também podem provocar

consequências desfavoráveis e ocorrem não só no alimento natural, mas também durante o

seu processamento e armazenamento. Os alimentos de origem vegetal merecem atenção

especial, pois os vegetais possuem em sua composição grupos de enzimas que causam

alterações nos alimentos.

A respeito do comportamento fisiológico de frutos e vegetais, já está estabelecido

que grande parte de sua deterioração - mudanças no sabor, na textura, turbidez e no valor

nutricional - são ocasionados por enzimas do grupo das oxidoredutases, sobretudo

peroxidases (PER) e polifenol-oxidases (PFO); e pelo grupo de enzimas pectinolíticas -

pectinametilesterases (PME) e poligalacturonases (PG) (LEE et al., 1984; CHITARRA;

CHITARRA, 2005).

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2.2.1 Enzimas Oxidativas

Enzimas oxidativas são aquelas que realizam reações de oxirredução. As enzimas

PFO e PER são importantes, pois em frutas e vegetais são responsáveis pela mudança de

cor, degradação da clorofila, oxidação de fenóis, do ácido indol acético, sendo que muitos

desses fatores estão associados com sabor, aroma, cor, textura e qualidades nutricionais

dos alimentos (VÁMOS-VIGYÁZÓ, 1981).

O problema mais grave dessas enzimas nos frutos é o escurecimento dos tecidos,

que ocorre principalmente pela reação de oxidação dos compostos fenólicos (FILHO &

VIEIRA, 2002). O escurecimento enzimático de vegetais inicia-se em resposta às injúrias

físicas e/ou fisiológicas (impactos, abrasões, injúria pelo frio, excesso de CO2) e é

resultado da oxidação de compostos fenólicos por ação, sobretudo, de PFO. De acordo com

Tomás-Barberán & Spín (2001), PER e PFO são relevantes na degradação oxidativa dos

compostos fenólicos por causarem a produção de polímeros de coloração marrom

conhecidos como melaninas.

Whitaker & Lee (1995) acreditam que mais de 50% das perdas em frutas ocorrem

como resultado do escurecimento enzimático. O controle do escurecimento, portanto,

torna-se crítico para a diminuição das perdas comerciais do agricultor e para a indústria de

transformação. Os pigmentos escuros formados pela ação de PER e PFO são geralmente

acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência e nas propriedades sensoriais do

produto, resultando na diminuição da sua vida útil e do seu valor de mercado (ARAÚJO,

1999).

Dentre os diversos fatores que constituem entraves na qualidade do abacaxi

destinados à exportação, está um distúrbio fisiológico denominado “escurecimento

interno”, causado pelo transporte e armazenamento dos frutos em temperaturas inferiores à

sua faixa de segurança (temperatura mínima de segurança - TMS), que é considerada entre

7 e 12ºC. Entretanto, tem-se observado que mesmo dentro dessa faixa de temperatura pode

ocorrer a manifestação de sintomas dessa injúria no abacaxi (ABREU, 1995). Esse

distúrbio fisiológico dos frutos também é associado à ação das enzimas PFO e PER e sua

ação sobre os compostos fenólicos (TEISSON, 1979). Com a injúria do tecido pelo frio há

o rompimento das membranas celulares liberando as enzimas, que entram em contato com

seus substratos (fenólicos e O2 ou H2O2), havendo assim uma oxidação excessiva e não-

controlada ocasionando os compostos escuros (ABREU, 1995).

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2.2.1.1 Peroxidases

PER (EC 1.11.1.7, doador H2O2 óxido-redutase) são enzimas capazes de oxidar

diferentes compostos, na presença de peróxidos, gerando radicais livres. Na ausência de

peróxidos, essas enzimas podem ainda catalisar a oxidação de alguns substratos com o

auxilio de oxigênio molecular e também hidroxilar diferentes compostos aromáticos

(tirosina, fenilalanina e outros fenólicos). Por ser não especifica, ela pode catalisar a

oxidação de um grande número de fenóis e compostos com anéis aromáticos que ocorrem

naturalmente em tecidos de plantas. Normalmente, essas enzimas estão relacionadas a

reações de oxidação que resultam na formação de compostos coloridos, mas também

podem promover várias reações de biodegradação (BURNETTE, 1977; KOBLITZ, 2008).

O estudo da PER é de grande importância, pois ela pode interferir na qualidade dos

produtos, tanto para os industrializados como para os de consumo in natura, podendo até

mesmo influenciar a deterioração de alimentos quando armazenados, desenvolvendo

sabores e odores indesejáveis nos produtos (HAARD, 1977; LEE & HAMMES, 1979). A

PER pode participar da destruição de vitamina C, catalisar o branqueamento dos

carotenóides na ausência de ácidos graxos insaturados e a descoloração de antocianinas.

Catalisa ainda a reação de degradação de ácidos graxos insaturados, produzindo voláteis

que alteram o sabor (RICHARDSON & HYSLOP, 1985).

As PER estão entre as enzimas mais termoestáveis relatadas em vegetais

(BURNETTE, 1977). Podem apresentar diferentes valores de pH ótimo de atividade,

dependendo do substrato empregado e, após certas condições de tratamento, podem

regenerar sua atividade durante o armazenamento de alimentos processados (BURNETTE,

1977; CLEMENTE, 1995).

A Figura 04 representa o mecanismo de escurecimento enzimático da PER,

utilizando como doador de hidrogênio o guaiacol, bastante utilizado nos métodos de

detecção da atividade dessa enzima (FILHO & VIEIRA, 2002). Na reação enzimática o

peróxido de hidrogênio ou outro peróxido orgânico, como o peróxido de metila ou o etil

hidrogênio, é reduzido, enquanto que um doador de elétrons (AH2) é oxidado. O doador de

elétrons pode ser ascorbato, fenóis, aminas ou outros compostos orgânicos. Em muitos

casos o produto da oxidação é colorido e serve como base para a determinação

colorimétrica da atividade da peroxidase (BRITO et al., 2005).

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Figura 04. Mecanismo de escurecimento enzimático a partir da peroxidase (PER).

Fonte: DEBIEN, 2010.

Ferreira (1983) citado por Brito (2001) purificou e caracterizou PER de abacaxi da

cultivar Pérola. O extrato bruto apresentou uma atividade total de 14,6 U/minuto/mL de

suco e uma atividade específica de 8,59 U/minuto/mg de proteína. Beaudreau & Yasunobu

(1996) encontraram, para o extrato bruto de abacaxi, uma atividade de 24.800 U/mL.

Brito et al. (2005), estudaram algumas características de PER de cultivares de

abacaxi desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). As PER dos

cultivares IAC Gomo-de-mel e de seu clone IAC-1 apresentaram temperatura ótima para a

atividade nas faixas de 45 °C a 50 °C e de 50 °C a 55 °C, respectivamente, e apresentaram

atividade ótima em pH 4,5 a 50 °C, com menor atividade em valores de pH muito ácidos

(2,6) ou alcalinos (superiores a 7,0). Brito et al. (2008), estudando as mesmas variedades,

verificaram que IAC Gomo-de-mel apresentou menor atividade de PER bruta (3194 U/g)

que os cultivares comerciais Smooth Cayenne (5137 U/g) e Pérola (5624 U/g).

2.2.1.2 Polifenol-oxidases (PFO)

PFO são enzimas capazes de oxidar compostos fenólicos com o auxílio do oxigênio

molecular. O resultado final das reações catalisadas por PFO são quinonas. Essas

substâncias são altamente reativas e combinam-se entre si e com outros componentes do

meio para gerar produtos de condensação de alta massa molecular e cor escura, chamados

de melaninas (KOBLITZ, 2008). São três as reações catalisadas pela PFO na presença do

oxigênio molecular: a hidroxilação de monofenóis a o-difenóis (atividade monoxigenase,

EC 1.14.18.1), a oxidação de o-difenóis a o-quinonas (atividade difenoloxidase, EC

1.10.3.2), e a oxidação de p-difenóis a p-quinonas (atividade lacase, EC 1.10.3.1)

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(ZAWISTOWSKI et al., 1991). A Figura 05 mostra o mecanismo, resumidamente, da ação

das PFO no escurecimento enzimático.

Em tecidos vivos, esta enzima e o substrato fenólico estão separados dentro das

células. No momento da extração ou de algum outro processo que danifique a célula, a

enzima e o substrato entram em contato, ocorrendo então a reação. Com a formação da o-

quinonas, acontece a reação com outras o-quinonas formando as melaninas, além de

reagirem também com aminoácidos, peptídeos e proteínas causando alterações estruturais e

funcionais, acarretando a diminuição do valor nutritivo do produto (ESCRIBANO et al.,

1997).

Figura 05. Reação de escurecimento enzimático a partir da polifenol-oxidase.

Fonte: DABIEN, 2010.

Nos tecidos vegetais, PFO estão localizadas nos cloroplastos e sua concentração

(atividade) no tecido vegetal depende do local do plantio, período da colheita, espécie e do

estado de amadurecimento, sendo menor em frutos ou vegetais não-amadurecidos (FILHO

& VIEIRA, 2002). Em plantas, as PFO podem estar solúveis ou ionicamente ligadas à

membrana. Estudos histoquímicos revelaram que essas enzimas estão localizadas

predominantemente em membranas tilacóides de cloroplastos e a sua distribuição nas

diferentes partes da planta também é variável (MARTINEZ & WHITAKER, 1995;

VÁMOS-VIGYÁZÓ, 1981).

Thé et al. (2001) estudaram atividade de PFO em diferentes estádios de maturação e

formas de armazenamento em polpa de abacaxi e encontraram diferença significativa para

a atividade entre todos os fatores estudados, assim como para a interação entre os mesmos.

A atividade encontrada variou entre 25,81 U/g a 47,98 U/g. Nos frutos em estádio de

maturação 3, armazenados sob refrigeração, a atividade foi mais elevada, o que reforça a

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teoria da ocorrência de injúria pelo frio (escurecimento interno) e que em frutos maduros a

atividade desta enzima é maior.

Zhou et al. (2003) estudaram a relação entre a atividade de PER e PFO com o

escurecimento interno dos frutos de abacaxi submetidos à refrigeração. Verificaram que a

atividade de PFO era muito baixa na colheita dos frutos e manteve-se baixa durante o

armazenamento pós-colheita numa temperatura de 25 °C durante 4 semanas. Entretanto, a

atividade de PFO aumentou consideravelmente nos frutos após armazenagem em

temperatura mais baixa. O aumento da atividade de PFO foi diretamente relacionado à

incidência de sintomas do escurecimento interno.

2.2.2 Enzimas pectinolíticas

As pectinases formam um grupo de enzimas que degradam substâncias pécticas,

hidrolisando ligações glicosídicas ao longo da cadeia carbônica (UENOJO & PASTORE,

2006).

As substâncias pécticas são definidas como um grupo complexo de polissacarídeos

em forma coloidal, contendo uma grande proporção de unidades de ácido anidro

galacturônico em forma de cadeia. Os grupos carboxílicos do ácido poligalacturônico

podem estar parcialmente esterificados por grupos metílicos e parcial ou totalmente

neutralizados pelo sódio, potássio ou íons de amônio. Incluindo as galactanas e arabinanas

(GAVA, 1998; KRATCHANOV et al., 2004).

A degradação de polissacarídeos pécticos é uma das principais causas do processo

de amaciamento dos frutos. Estão envolvidos na modificação da textura de frutas dois

principais processos enzimáticos, cuja ação é devida à atividade das enzimas pectinolíticas

pectinametilesterase - PME e da poligalacturonase - PG (ANTHON et al., 2002). Quando

os grupos carboxílicos livres das substâncias pécticas encontram-se ligados ao cálcio,

formam o pectato de cálcio, que é insolúvel e também designado como protopectina,

predominante em frutos imaturos. Com o amadurecimento, há liberação de cálcio e

solubilização de protopectina das paredes celulares, possivelmente por ação enzimática. Há

então modificação da textura, que se torna gradualmente macia. Essas transformações

ocorrem não só durante o amadurecimento, como também no armazenamento de frutas e

algumas hortaliças (CHITARRA & CHITARRA, 2005). Em decorrência das modificações

das pectinas durante o amadurecimento, a estrutura das paredes celulares torna-se

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progressivamente mais hidratada. Dessa forma, a textura do fruto é afetada pela facilidade

com que as células rompem ou se separam umas das outras (BRUMMELL et al., 2004).

PME são enzimas desmetoxilantes que hidrolisam a ligação éster removendo a

metoxila de ácidos galacturônicos esterificados com metanol, resultando em pectinas com

baixo teor de metoxilação. PG são enzimas despolimerizantes que hidrolisam as ligações

glicosídicas entre ácidos galacturônicos (em pectinas com baixo teor de metoxilação ou

ácido péctico/poligalacturônico) e sua atividade decresce com o aumento no grau de

metoxilação dos substratos (KOBLITZ, 2008). A ação de PME deve preceder a atividade

de PG, no sentido de facilitar a atividade desta última, pela desmetilação dos

poliuronídeos, uma vez que PG apresentam afinidade pelo substrato linear desmetilado,

após a atuação da PME (ANTHON et al., 2002).

2.2.2.1 Pectinametilesterases (PME)

Durante o crescimento celular, os homogalacturonanos são secretados nas paredes

celulares com um elevado grau de metilesterificação e, progressivamente, são

desmetilesterificados. Concomitantemente, ocorre aumento da atividade de PME (EC

3.1.1.11), enzimas que hidrolisam os grupos metiléster da posição C-6 dos

homogalacturonanos, formando pectinas com menor grau de metilação e metanol. A

atividade de PME é detectada durante todas as fases do desenvolvimento dos frutos, sendo

que picos de atividade são observados quando os frutos são ainda pequenos e imaturos e

logo no início do processo de amadurecimento (BRUMMELL & HARPSTER, 2001).

Em sucos, a diminuição no grau de esterificação e o aumento na densidade de

cargas geradas na cadeia péctica causam uma elevação na afinidade pelos íons de cálcio

(Ca+2

), sendo então geradas ligações cruzadas intermoleculares mediadas por esse íon. Esta

auto-associação das regiões não esterificadas da pectina poderá levar à formação de

agregados e por consequência sua precipitação (ROMBOUTS et al., 1982; BAKER &

CAMERON, 1999; BOAS et al., 2000). O grande problema na indústria de sucos

concentrados é a formação desses géis de pectato de cálcio impedindo a reconstituição

satisfatória do suco (KOBLITZ, 2008). Por isso o suco é inicialmente submetido a um

aquecimento inicial à temperatura de 90 a 95 ºC durante 30 a 40 segundos, visando a

inativação enzimática (MAIA et al., 2007).

Segundo o estudo elaborado por Thé et al. (2001), a atividade de PME variou de

87,50 U/g a 312,50 U/g em diferentes estádios de maturação do abacaxi. Thé et al. (2006)

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verificou que a atividade de PME nos frutos de abacaxi analisados no dia da colheita

(116,25 U.g-1

/min) foi inferior à observada após o armazenamento (variação de 174,0 a

750,00 U.g-1

/min). Durante o armazenamento eles utilizaram diversos métodos para

prolongar a vida útil do fruto (associação de tratamentos hidrotérmicos, cloreto de cálcio e

atmosfera modificada). Os mais efetivos foram aqueles que utilizaram embalagem,

resultado também encontrado por Abreu (1995), onde os frutos acondicionados em

embalagens de polietileno sem perfuração evidenciaram menor atividade de PME.

2.2.2.2 Poligalacturonases (PG)

PG são as enzimas que catalisam a hidrólise das ligações glicosídicas α(1→4) da

cadeia de ácido poligalacturônico. As endo-PG (EC 3.2.1.15) hidrolisam as ligações

glicosídicas α(1→4) internas de forma randômica, causando a despolimerização da

molécula e liberando oligômeros de ácido galacturônico, enquanto as exo-PG (EC

3.2.1.67) removem as moléculas de ácido D-galacturônico pela hidrólise das ligações

glicosídicas α(1→4) a partir da extremidade redutora, liberando ácidos mono- ou di-

galacturônicos (VANDRESEN, 2007).

Os homogalacturonanos estão presentes na parede celular numa forma altamente

metilesterificada e, para tornarem-se substratos da PG, precisam ser desmetilesterificados

(BRUMMELL & HARPSTER, 2001). A hidrólise das ligações glicosídicas existentes nas

substâncias pécticas está diretamente ligada ao aumento de pectinas solúveis, à diminuição

da rigidez intercelular e à adesividade dos tecidos vegetais (ASSIS et al., 2000; RESENDE

et al., 2004). O aumento de pectinas solúveis causados pelas PG afetam diretamente a

textura e firmeza dos produtos de frutas, problema encontrado principalmente nos abacaxis

minimamente processados.

Thé et al. (2009) estudaram a influência da associação de tratamento hidrotérmico,

cloreto de cálcio e atmosfera modificada sobre fatores relacionados à textura de abacaxi,

cultivar Smooth Cayenne. Os autores relataram que os efeitos do cálcio nos frutos têm

recebido muita atenção, visto que a aplicação desse cátion produz efeitos positivos no

adiamento da maturação e da senescência. São citados Siddiqui & Bangerth (1996), que

afirmam que o acúmulo dos cátions Ca2+

pode facilitar a ligação entre os polímeros de

pectina, particularmente na lamela média, aumentando sua resistência.

Foi encontrada, no trabalho de Thé et al. (2009), atividade de PG em frutos de

abacaxi variando entre 929,38 nmol.g-1

a 526,85 nmol.g-1

. Thé et al. (2001), não observou

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diferenças significativas entre a atividade de PG dos abacaxis Smooth Cayenne em

diferentes estádios de maturação, porém a atividade desta enzima foi influenciada pelo

armazenamento (com refrigeração: 697,24 U/g e sem refrigeração: 765,53 U/g). Este

resultado também foi encontrado por Prado et al. (2003), que obteve o menor valor de

atividade para abacaxi Smooth Cayenne minimamente processado sob refrigeração e

atmosfera modificada com valores que variaram na faixa de 36,05 a 69,83 U/min/g.

2.3 Inativação enzimática

Na indústria de alimentos, a inativação e a ativação enzimáticas são recursos

utilizados no processamento de vários produtos. A inativação enzimática objetiva

principalmente a conservação do produto, em seu período de elaboração e de

armazenamento (EVANGELISTA, 1998). A inibição ou inativação enzimática pode ser

realizada através de alguns métodos, como por exemplo: a adição de aditivos inibidores

como o sulfito ou dióxido de enxofre, ácido ascórbico; mudanças de pH; exclusão do

oxigênio por embalagem a vácuo ou emprego de atmosfera modificada; adição de sacarose

para alterar a atividade de água; o congelamento e o tratamento pelo calor, sendo o

tratamento térmico e a adição de sulfito ou dióxido de enxofre os mais utilizados. Além da

temperatura, outro parâmetro importante no processamento térmico é o tempo. Assim, ao

se especificar a temperatura do processamento térmico, é indispensável que se especifique

também o tempo de tratamento (CUNHA et al., 2005).

Diversos mecanismos têm sido propostos com o intuito de prevenir o

escurecimento dos tecidos, os quais visam à diminuição da biossíntese de enzimas

envolvidas e cuidados na manutenção da integridade celular do tecido vegetal. O controle

do escurecimento torna-se crítico para a diminuição das perdas comerciais do agricultor e

para a indústria de transformação (SILVA et al., 2009). O uso de inibidores de

escurecimento enzimático em alimentos é restrito pela toxicidade que podem causar

dependendo da concentração empregada, e também pelo potencial efeito negativo na

textura, aroma, gosto e custos.

O ácido ascórbico, ou vitamina C, além de atribuir valor nutricional aos alimentos,

também apresenta ação redutora. Juntamente com seus sais neutros compõe um dos

principais grupos de antioxidantes empregados em produtos vegetais com o intuito de

prevenir o escurecimento e outras reações oxidativas de duas maneiras: (1) agindo

diretamente na enzima, complexando o cobre do grupo prostético da PFO ou oxidando os

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resíduos de histidina que ligam os íons de cobres do sítio ativo, causando sua inibição; (2)

reduzindo as quinonas à sua forma anterior de fenóis, impedindo a formação dos

pigmentos escuros (SAPERS e MILLER, 1998; KOBLITZ, 2008).

O sulfito é um dos inibidores químicos mais comumente utilizados na prevenção do

escurecimento enzimático (MARTINEZ et al., 1995). Geralmente é aplicado sob forma de

sais (metabissulfito ou bissulfito de sódio ou potássio). São inibidores diretos da PFO

atuando sobre seu sítio ativo, além de reagirem com as quinonas formadas, gerando

compostos incolores estáveis, o que evita que se polimerizem (KOBLITZ, 2008).

Sabe-se que o calor pode reduzir a atividade de enzimas e o cálcio pode contribuir

para a manutenção da integridade celular; como conseqüência, a interação entre esses dois

fatores também pode contribuir para menor acúmulo de substratos (fenólicos) nos tecidos

da polpa do abacaxi reduzindo a interação destes com as enzimas menos ativas,

responsáveis pelas reações de escurecimento (GONÇALVES et al., 2000). Resultados

obtidos em vários estudos sugerem que a manutenção da integridade celular conferida pela

aplicação de CaCl2 nos frutos se reflete numa menor atividade das enzimas oxidativas

(PER e PFO) resultando em menor índice de escurecimento, o que pode ser, em parte,

atribuído à menor possibilidade de contato das enzimas com substratos e menor

disponibilidade de fenólicos (GONÇALVES et al., 2000).

O cálcio participa de forma importante da estrutura e da resistência mecânica da

parede celular. O acúmulo dos cátions Ca2+

pode facilitar a ligação entre os polímeros de

pectina, particularmente na lamela média, aumentando sua resistência. O cálcio, além de

conferir insolubilidade ao material péctico, pode inibir a atividade da PG. O pectato

formado pela presença do cálcio é resistente à degradação pela PG, que atua

preferencialmente na ligação glicosídica adjacente ao grupo carboxílico não-esterificado

(THÉ et al., 2006).

Diversas alternativas vem sendo estudadas a fim de se fornecer meios para a

inativação das enzimas que influenciam o tempo de armazenamento dos frutos e de seus

produtos. Silva et al. (2007) estudaram o efeito da radiação ionizante com fonte de

Cobalto-60, como um tratamento alternativo para o aumento da vida útil de abacaxi. A

atividade de PFO, no entanto, aumentou com aplicação da radiação, apresentando resultado

de 32,60 U.g -1

/min, enquanto os frutos controle mantiveram atividade de 27,78 U.g –1

/min.

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17

2.4 Atividade antioxidante e Compostos Fenólicos

As frutas, reconhecidas fontes de vitaminas, minerais e fibras, são alimentos

nutricionalmente importantes da dieta. No entanto, nos últimos anos, maior atenção tem

sido dada a estes alimentos uma vez que evidências epidemiológicas têm demonstrado que

o consumo regular de vegetais está associado à redução da mortalidade e morbidade por

algumas doenças crônicas não transmissíveis. O efeito protetor exercido por estes

alimentos tem sido atribuído à presença de polifenóis com ação antioxidante (MELO et al.,

2008). Compostos fenólicos, estruturalmente, compreendem compostos que possuem um

anel aromático ligado a um ou mais grupos hidroxila e podem variar de simples moléculas

de fenóis a grandes moléculas de compostos polimerizados. Embora haja esta diversidade

estrutural, esse grupo de compostos é denominado polifenóis (BALASUNDRAM et al.,

2006). Existem cerca de cinco mil fenóis, dentre eles, destacam-se os flavonóides, ácidos

fenólicos, fenóis simples, cumarinas, taninos, ligninas e tocoferóis (NACZAK &

SHAHIDI, 2004). Principais fontes dietéticas de polifenóis, as frutas, em função de fatores

intrínsecos (cultivar, variedade, estádio de maturação) e extrínsecos (condições climáticas

e edáficas) apresentam, em termos quantitativos e qualitativos, composição variada desses

constituintes. Por sua vez, a eficácia da ação antioxidante depende da estrutura química e

da concentração dos polifenóis no alimento (MELO et al., 2008).

O excesso de radicais livres no organismo é combatido por antioxidantes

produzidos pelo corpo ou absorvidos da dieta. Quando há um desbalanço entre a produção

de radicais livres e os mecanismos de defesa antioxidante, ocorre o chamado “estresse

oxidativo”. Os radicais livres em excesso podem ser originados por defeitos na respiração

mitocondrial, metabolismo do ácido araquidônico, ativação-inibição de sistemas

enzimáticos ou por fatores exógenos, como poluição, hábito de fumar ou ingerir álcool, ou

ainda, por uma nutrição inadequada (NÚÑEZ-SELLÉS, 2002). Um ponto interessante da

atividade farmacológica dos polifenóis naturais é sua eficiência contra o estresse oxidativo.

Os polifenóis reduzem o estresse oxidativo, pois neutralizam radicais livres reativos

gerando moléculas de baixa reação (MISHRA et al., 2005).

De forma geral, denominam-se antioxidantes as substâncias que, presentes em

concentrações baixas, comparadas ao substrato oxidável, retardam significativamente ou

inibem a oxidação desse substrato. Os radicais formados a partir de antioxidantes não são

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reativos para propagar a reação em cadeia, sendo neutralizados por reação com outro

radical, formando produtos estáveis ou podem ser reciclados por outro antioxidante

(OMONI & ALUKO, 2005; BARREIROS et al., 2006). O consumo de substâncias

antioxidantes na dieta diária pode produzir uma ação protetora efetiva contra os processos

oxidativos do organismo. Foi descoberto que uma série de doenças, entre as quais câncer,

aterosclerose, diabetes, artrite, malária, AIDS, doenças do coração, podem estar ligadas aos

danos causados por formas de oxigênio extremamente reativas denominadas de

“substâncias reativas oxigenadas” ou simplesmente ROS. Estas substâncias também estão

ligadas com processos responsáveis pelo envelhecimento do corpo. (BRENNA;

PAGLIARINI, 2001; YILDRIM et al., 2001)

Um grande número de métodos tem sido desenvolvido para avaliar a atividade

antioxidante. Entretanto, a comparação entre esses métodos torna-se muito difícil uma vez

que os métodos e os substratos utilizados são muito diferentes. Adicionalmente, formas de

acelerar a oxidação dos diversos substratos são empregadas a fim de aumentar a velocidade

dos estudos. Desta forma, torna-se impossível expressar a atividade antioxidante como um

valor absoluto, sendo muito recomendável a utilização de padrões comparativos

independente do método escolhido (KOLEVA et al., 2002).

Dentre os métodos mais utilizados para determinação da atividade antioxidante em

frutos e hortaliças estão o DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil), FRAP (poder antioxidante

de redução do ferro), sistema β-caroteno/ácido linoléico e o ABTS (2,2‟ – azino-bis(3-

etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) sal diamônio) (WU et al., 2005). Alguns autores

recomendam a utilização do método DPPH por ser fácil e preciso para a avaliação da

atividade antioxidante de produtos vegetais (RIBEIRO et al., 2002; CARDOSO et al.,

2005; JAYAPRAKASHA et al., 2007). O método está baseado na capacidade do DPPH

em reagir com doadores de hidrogênio e, na presença de substâncias antioxidantes, receber

H+, sendo então reduzido. O DPPH é um radical livre que pode ser obtido diretamente por

dissolução do reagente em meio orgânico (RUFINO et al., 2007) e pode ser facilmente

detectado por espectroscopia, devido à sua intensa absorção na região visível (BONDET et

al., 1997; SANCHEZ-MORENO, 2002), com base na captura do radical DPPH por

antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm (BRAND-WILLIAMS

et al., 1995).

Um parâmetro cinético importante quando se avalia atividade antioxidante é o EC50

introduzido por Sánchez-Moreno et al. (1998). O EC50 refere-se à quantidade de

antioxidante necessária para reduzir em 50% a quantidade inicial do radical.

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Melo et al. (2008) estudaram a capacidade antioxidante de diversas frutas tropicais

através do método que determina a capacidade de sequestrar o radical DPPH. O abacaxi

obteve um significativo resultado com capacidade antioxidante moderada (50-70% de

sequestro).

2.5 Otimização de processos e delineamento experimental

O planejamento experimental, também denominado delineamento experimental,

representa um conjunto de ensaios estabelecido com critérios científicos e estatísticos, com

o objetivo de determinar a influência de diversas variáveis nos resultados de um dado

sistema ou processo (BUTTON, 2005). A metodologia do planejamento experimental,

associada à análise de superfície de respostas, é uma ferramenta fundamentada na teoria

estatística, que fornece informações seguras sobre o processo, minimizando o empirismo

que envolve técnicas de tentativa e erro (BOX et al., 1978). Com o objetivo da redução do

número de pontos experimentais, foi criada a técnica que utiliza os delineamentos

compostos. Eles foram desenvolvidos, inicialmente, por Box & Wilson (1951) para estudo

de funções polinomiais de resposta na indústria, sendo o erro experimental pequeno, e as

condições do experimento mais facilmente controláveis (RAMOS, 2005).

A metodologia de superfície de resposta é essencialmente um conjunto de técnicas

estatísticas usadas em pesquisas, com a finalidade de determinar as melhores condições e

dar maior conhecimento sobre a natureza de certos fenômenos. Sua aplicação permite

selecionar a combinação de níveis ótimos na obtenção da melhor resposta para uma dada

situação. Então, usando a metodologia, é possível aproximar um modelo empírico a uma

relação (inicialmente desconhecida ou conhecida) entre os fatores e as respostas do

processo (SILVA, 2005). A modelagem normalmente é feita ajustando-se modelos lineares

ou quadráticos a resultados experimentais obtidos a partir de planejamentos experimentais.

O modelamento ocorre em busca do caminho de máxima inclinação de um determinado

modelo, sendo o caminho onde a resposta varia de forma mais pronunciada (BARROS

NETO et al., 2007). A descrição gráfica do modelo chama-se de superfície de resposta, e

como segunda alternativa tem-se o gráfico bidimensional de contorno, onde cada contorno

corresponde a uma particular altura da superfície de resposta e em cada linha a resposta é

constante. A sensibilidade dos parâmetros estudados sobre a resposta de interesse é

examinada através do diagrama de Pareto. A utilização dessa ferramenta permite indicar

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quais parâmetros e interações têm influências significativas sobre cada variável resposta

considerada (BARBOSA, 2009).

3.0 Material e Métodos

3.1 Experimento 1. Planejamento experimental e otimização do processo de

extração enzimática.

3.1.1 Material vegetal

Foi utilizado abacaxi cultivar Pérola adquirido no comércio da cidade de Feira de

Santana-Bahia. Os exemplares utilizados apresentaram conteúdo de sólidos solúveis na

faixa de 13,11-13,20 °Brix, de modo a padronizar o estádio de maturação dos frutos em

estudo. Os abacaxis foram descascados e sua polpa homogeneizada foi armazenada sob

congelamento (-10 ºC), até a sua utilização nos experimentos

3.1.2 Planejamento experimental

Com o objetivo de verificar a influência das variáveis pH e concentração de NaCl

na extração das enzimas, foi elaborado um planejamento composto central

com 4

repetições no ponto central, totalizando 12 ensaios. Como variáveis de resposta

(dependentes) foram avaliadas a atividade das seguintes enzimas: PER, PFO, PME e PG.

Os parâmetros de otimização utilizados encontram-se na Tabela 01.

Tabela 01. Parâmetros da otimização

Para cada ensaio realizado, 50 g de polpa de abacaxi foram homogeneizados com

50 mL de tampão (0,1 M) -tampão fosfato de sódio para pH 6,0 7,4 e 8,0 e tampão acetato

de sódio para pH 4,0 e 4,6- (0,1 M), segundo a Tabela 02, em um liquidificador doméstico,

por 3 minutos. Depois, o material obtido foi centrifugado por 15 minutos a 4000 x g na

-α -1 0 +1 +α

pH

NaCl (M)

4,0 4,6 6,0 7,4 8,0

0,0 0,3 1,0 1,7 2,0

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temperatura de 4ºC. O sobrenadante, denominado extrato enzimático, foi aliquotado e

armazenado sob congelamento (-10 ºC) até o momento da análise.

Tabela 2 - Matriz do planejamento composto central, com quatro repetições no ponto central.

Ensaio pH NaCl (M)

1 4,6 0,3

2 4,6 1,7

3 7,4 0,3

4 7,4 1,7

5 4,0 1,0

6 8,0 1,0

7 6,0 0,0

8 6,0 2,0

9 (C) 6,0 1,0

10 (C) 6,0 1,0

11 (C) 6,0 1,0

12 (C) 6,0 1,0

3.1.3 Determinação da atividade enzimática

3.1.3.1 Atividade de PER

A atividade da enzima PER foi determinada em temperatura ambiente, usando-se

cubetas de quartzo de 1 cm de caminho óptico. A reação foi lida a 470 nm, em

espectrofotômetro UV/VIS, pela formação de tetraguaicol em 3,5 mL de meio reacional

contendo: 3,3 mL de guaicol 0,1% (2-metoxi fenol) preparado em tampão fosfato de sódio

(0,1 M; pH=6,5) e 0,2 mL de extrato enzimático. A reação foi iniciada pela adição de 0,1

mL de peróxido de hidrogênio 30% e foram realizadas leituras a cada 10 segundos por até

10 minutos. Uma unidade de atividade enzimática foi definida como a quantidade de

extrato capaz de aumentar a absorbância em 0,001 unidades por minuto de reação e foi

expressa em U/g de polpa (LIU et al., 2008; SHALINI et al., 2008).

3.1.3.2 Atividade de PFO

A atividade de PFO foi avaliada segundo a metodologia modificada de Babu et al.

(2008), Fang et al. (2007) e Kumar et al. (2008). Utilizou-se 1,5 mL de catecol

(pirocatequina) 0,1 M em tampão fosfato pH=6,5 adicionados de 0,7mL de extrato

enzimático que foram mantidos em banho a 30°C. A reação foi paralisada por adição de

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0,8 mL de ácido perclórico (2 M) e acompanhou-se o aumento da absorbância a 420nm,

em espectrofotômetro UV/VIS, fazendo leituras a cada 1 minuto por até 10 minutos. Uma

unidade de atividade de PFO foi definida como a quantidade de extrato capaz de aumentar

a absorbância em 0,001 unidade por minuto e foi expressa em U/g de polpa.

3.1.3.3 Atividade de PME

A determinação da atividade da PME foi realizada através do método

espectrofotométrico adaptado de Zocca et al. (2007) e Tiwari et al. (2009), utilizando-se 2

mL de solução de pectina cítrica (0,05% , pH=7,5), 0,25 mL de água destilada, 0,15 mL da

solução de azul de bromotimol (0,04%) e 0,1 mL de extrato enzimático com pH ajustado

para 7,5. Incubou-se em banho a 45 ºC por 24 horas. Usando uma cubeta de quartzo, foi

feita a leitura no espectrofotômetro a 620 nm. Uma unidade de atividade enzimática foi

definida como a quantidade de extrato capaz de reduzir 0,001 unidades de absorbância por

minuto de reação e foi expressa em U/g de polpa.

3.1.3.4 Atividade de PG

A atividade de poligalacturonase foi determinada segundo metodologia proposta

por Zhou et al. (2000). A atividade de PG foi medida em um viscosímetro, pela mistura de

30 mL do extrato enzimático com 45 mL de ácido poligalacturônico 0,2% em tampão

acetato de sódio (0,1 M; pH=4,4). Foi medida a viscosidade inicial e depois de 24 h de

incubação a 45 ºC. Uma unidade de atividade de PG foi definida como a quantidade de

extrato capaz de causar redução na viscosidade (em segundos) por g de polpa por hora de

reação, nas condições do ensaio.

3.1.4 Análise Estatística

A influência das condições de extração foi avaliada pela construção de superfície de

resposta, utilizando o módulo Experimental Design e pela análise de variância (ANOVA)

do software STATISTICA versão 7.0.

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3.2 Experimento 2. Determinação da atividade enzimática em diferentes

variedades de abacaxi.

3.2.1 Material Vegetal

Foram analisadas três variedades de abacaxi:

1. Imperial: frutos inteiros adquiridos da Embrapa Mandioca e Fruticultura,

2. Vitória: polpa congelada adquirida da Embrapa Mandioca e Fruticultura,

3. Pérola: provenientes de duas fontes que serão identificadas como:

3.1 Pérola Embrapa: polpa congelada adquirida da Embrapa Mandioca e

Fruticultura,

3.2 Pérola Mercado: frutos adquiridos no mercado local, Feira de Santana - Ba.

Os frutos foram lavados com água potável e sabão neutro. Em seguida, foram

descascados, homogeneizados em liquidificador e mantidos sob temperatura de

congelamento até o momento das análises. As polpas oriundas da Embrapa Mandioca e

Fruticultura também passaram por esse mesmo processo nos laboratórios da Embrapa.

Foram avaliados 3 lotes (cada lote com 5 frutos) de cada variedade estudada e todas as

análises foram realizadas em triplicata.

3.2.2 Determinação da atividade enzimática

O extrato enzimático foi preparado utilizando uma proporção 1:2 de polpa e

solução extratora otimizada no item 3.1.2. homogeneizados em liquidificador durante 3

minutos. O homogeneizado foi centrifugado a 4.000 x g em centrífuga refrigerada a 4ºC

durante 15 minutos. As atividades de PER, PFO, PME e PG foram calculadas conforme

descrito no item 3.1.3.

3.2.3 Análise estatística

Foi realizada análise de variância (ANOVA) e teste de médias de Tukey utilizando-

se o programa SISVAR. Foram avaliadas as diferenças significativas (p<0,05) para as

enzimas analisadas nas diferentes variedades de abacaxi.

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3.3 Experimento 3. Otimização da inativação das enzimas PER e PFO

3.3.1 Material Vegetal

O trabalho foi realizado com abacaxi cultivar Pérola adquiridos no comércio da

cidade de Feira de Santana, Bahia. Os abacaxis foram descascados e sua polpa

homogeneizada em liquidificador. O material obtido foi centrifugado por 15 minutos a

4000 x g a 4 ºC e armazenado sob congelamento (-10 ºC) até a sua utilização nos

experimentos.

3.3.2 Planejamento experimental

Foram usados 3 inibidores químicos (metabissulfito de sódio, ácido ascórbico e

cloreto de cálcio). Dessa forma, foi elaborado um planejamento composto central (para

cada inibidor), utilizando 3 variáveis independentes (tempo – 1, 3, 5, 7 e 9 min,

temperatura – 27, 43, 57, 74 e 86 °C, e concentração do inibidor químico – 0, 40, 100, 160

e 200 mg/L) com 4 repetições no ponto central, totalizando 18 ensaios (Tabela 03)

(RODRIGUES & IEMMA, 2005). Como variáveis de resposta (dependente) foram

avaliadas a inativação das enzimas PER e PFO, em termos de porcentagem de inativação.

Tabela 3. Matriz do planejamento composto central, com quatro repetições no ponto central.

Ensaio Concentração(mg/L) Temperatura(°C) Tempo

(min)

1 40 43 3

2 40 43 7

3 40 74 3

4 40 74 7

5 160 43 3

6 160 43 7

7 160 74 3

8 160 74 7

9 0 57 5

10 200 57 5

11 100 27 5

12 100 86 5

13 100 57 1

14 100 57 9

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15 (C) 100 57 5

16(C) 100 57 5

17(C) 100 57 5

18(C) 100 57 5

3.3.3 Determinação da inativação de PER e PFO

A atividade das enzimas PER e PFO foi determinada segundo o item 3.1.3. O

percentual de inativação enzimática foi calculado baseado na atividade da enzima sem

tratamento aplicado.

3.3.4 Análise estatística

A influência dos parâmetros na inativação das enzimas PER e PFO foram avaliadas

pela construção de superfície de resposta, utilizando o módulo Experimental Design e pela

análise de variância (ANOVA) no software STATISTICA versão 7.0.

3.3.5 Confirmação dos resultados

Após a análise dos resultados e da escolha dos parâmetros para inativar PER e PFO,

foi aplicado o tratamento escolhido como ideal nas variedades Imperial, Vitória e Pérola

oriunda da Embrapa do item 3.2.1. Depois foi realizada a determinação da atividade das

enzimas PER, PFO, PME e PG segundo o item 3.1.3.

3.4 Experimento 4. Determinação da atividade antioxidante e compostos

fenólicos totais

3.4.1 Material Vegetal

Foram utilizadas neste experimento as amostras descritas no item 3.2.1. As mesmas

amostras passaram pelos tratamentos escolhidos como ideais para inativação de PER e

PFO, a fim de avaliar a influencia do tratamento nos compostos fenólicos totais e na

atividade antioxidante.

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3.4.2 Extração dos compostos antioxidantes e fenólicos

O procedimento de extração de compostos fenólicos totais e antioxidantes foi

baseado em Alothman et al. (2009), com algumas modificações. Foram utilizados 100 g da

polpa dos frutos, que foram submetidos à extração com 300mL de etanol a 95% com

agitação magnética por 3 horas à temperatura ambiente e no escuro. Os extratos foram

centrifugados a 4.000 x g por 15 minutos e os sobrenadantes foram coletados e

concentrados, para remoção do solvente, em rota-evaporador a 50 ºC. Com o extrato

etanólico obtido foi realizada a determinação de compostos fenólicos totais e a atividade

antioxidante.

3.4.3 Atividade antioxidante

A atividade antioxidante foi realizada pelo método DPPH (também chamado de

capacidade de sequestrar o radical DPPH), utilizando-se o reativo 1,1-diphenil-2-

picrilhidrazil, usado como radical livre para reagir com os compostos antioxidantes

presentes na polpa de abacaxi, segundo Brand-Williams et al., (1995), com modificações.

Foram preparadas 5 diluições diferentes (20 a 400 mg/mL) do extrato etanólico, em

triplicata. Transferiu-se uma alíquota de 0,05 mL de cada diluição do extrato para tubos de

ensaio com 3,0 mL da solução metanólica do radical DPPH (45 µg/mL). Utilizou-se álcool

metílico, como branco, para calibrar o espectrofotômetro. Após 15 minutos de incubação à

temperatura ambiente, a redução do radical livre DPPH foi mensurada pela leitura da

absorbância em 517 nm. O mesmo procedimento foi adotado com um padrão comercial,

galato de propila, para efeito comparativo. A capacidade de sequestrar radical livre foi

expressa como percentual de inibição de oxidação do radical e calculado conforme a

Equação 01.

Equação 01

% seqüestro = [(absorbância inicial da amostra – absorbância final da amostra) /

(absorbância inicial do padrão – absorbância final do padrão) )]* 100

O valor de EC50 foi calculado através da equação da reta feita com base nas

concentrações dos extratos e suas respectivas porcentagem de sequestro do radical DPPH.

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3.4.4 Determinação do teor de fenóis totais

O teor de fenóis totais foi determinado usando o reagente de Folin-Ciocalteau

(SINGLETON & ROSSI, 1965; DEGÁSPARI et al., 2004; GEORGÉ et al., 2005), onde

foi preparada a reação contendo uma alíquota de 0,5 ml do extrato fenólico (dissolvidos em

etanol, a fim de se obter uma concentração de 20 mg de sólidos/mL), 2,5 ml de solução

aquosa de Folin-Ciocalteau 10% e 2,0 ml de carbonato de sódio 7,5%. A mistura foi

mantida em banho-maria a 50°C durante 5 minutos e então realizada a leitura por

espectrofotometria a uma absorbância de 760 nm. O branco que foi utilizado como

referência foi preparado substituindo o extrato fenólico por água destilada. Para a

determinação dos fenólicos totais o mesmo procedimento foi realizado utilizando soluções

padrão de ácido gálico, construindo-se uma curva com o composto em um intervalo de

concentração de 1 a 50 mg/L e a quantidade de fenólicos totais foi expressa em em mg de

ácido gálico em 100g de polpa.

3.4.5 Análise Estatística

Foi realizada análise de variância (ANOVA) e teste de médias de Tukey utilizando-

se o programa SISVAR.

4.0 Resultados e Discussão

4.1 Experimento 01. Planejamento experimental e otimização do processo de

extração enzimática

Cada enzima atua sob condições fisiológicas de pH, temperatura e meio iônico. A

extração enzimática é um processo no qual a enzima de interesse é transferida a partir da

fase aquosa celular para outra fase, seja aquosa ou orgânica. Os reagentes mais utilizados

na extração são NaCl e solução tampão (JUNIOR, 2001). Segundo Kamimura (2006), o

NaCl aumenta a força iônica da solução tampão e isso possibilita ou melhora a extração

das enzimas que estão ligadas ionicamente aos tecidos vegetais.

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Com o intuito de otimizar o processo de extração das enzimas PER, PFO, PME e

PG da polpa de abacaxi utilizou-se a metodologia de superfície de resposta para estudar o

efeito do pH (de 4,0 a 8,0) e da concentração de NaCl (de 0,0 a 2,0 M) da solução tampão

utilizada na extração das enzimas.

A Tabela 04 mostra os resultados experimentais das atividades enzimáticas quando

se fez variar os fatores pH e concentração de NaCl.

Tabela 4: Resultado experimental em termos de atividade enzimática

Ensaios pH NaCl

(M)

PER

(U/g)

PFO

(U/g)

PME

(U/g)

PG

(U/g.h-1

)

1 4,6 0,3 2984,60 49,43 2672,30 0,000009

2 4,6 1,7 3117,80 81,86 4406,00 0,000034

3 7,4 0,3 2811,70 46,86 1416,70 0,000003

4 7,4 1,7 3067,40 66,38 2441,30 0,000032

5 4,0 1,0 3039,70 80,71 4660,00 0,000003

6 8,0 1,0 3128,00 62,24 3347,30 0,000036

7 6,0 0,0 2273,30 33,48 1113,30 0,000002

8 6,0 2,0 2827,40 21,76 2505,30 0,000032

9 (C) 6,0 1,0 4752,90 40,48 7961,30 0,000048

10 (C) 6,0 1,0 2833,90 36,62 3109,30 0,000029

11 (C)

12 (C)

6,0

6,0

1,0

1,0

4511,00

4043,80

29,95

38,29

2333,30

3117,30

0,000023

0,000023

A atividade máxima encontrada de PER foi de 4752,9 U/g. Brito et al. (2008)

encontraram valores superiores de PER tanto para a cultivar Pérola (5624 U/g) quanto para

cultivar Smooth Cayenne (5137 U/g). De acordo com Cardello et al. (1998) a atividade

enzimática na polpa do fruto pode ser influenciada não apenas por fatores genéticos

(variedade comercial de abacaxi), mas também pelo clima e condições meteorológicas,

condições de cultura, entre outros.

Para PFO as atividades encontradas variaram entre 21,76 e 81,86 U/g. Thé et al.

(2001) estudaram atividade de PFO em diferentes estádios de maturação e armazenamento

do cultivar Smooth Cayenne e as atividades encontradas variaram entre 25,81 U/g e 47,98

U/g, sendo os valores mais elevados aqueles em que o estádio de maturação estava

avançado e sob refrigeração. Estes autores também estudaram a atividade de PME

encontrando valores entre 87,50 e 312,50 U/g, valores bem inferiores ao encontrados neste

trabalho que foram entre 1113,3 e 7961,3 U/g.

Para PG foi encontrada uma atividade entre 0,000009 e 0,000048 U/g h-1

. Thé et al.

(2009), obtiveram uma atividade de PG variando entre 929,38 nmol.g-1

a 526,85 nmol.g-1

,

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29

quando estudaram a influência da associação de tratamento hidrotérmico, cloreto de cálcio

e atmosfera modificada sobre fatores relacionados à textura de abacaxi, cultivar Smooth

Cayenne. Essas diferenças podem, no entanto, ser creditadas à metodologia de avaliação

aplicada, que no caso de Thé et al. (2009) foi baseada na liberação de uronídeos redutores

(atividade de exo-PG) e no presente caso foi baseada na redução de viscosidade da solução

em 24 h (atividade de endo-PG). A literatura que trata da atividade de PG em abacaxi na

sua maioria apresenta os resultados obtidos pela avaliação da liberação de açúcares

redutores (ácidos galacturônico) de substâncias pécticas (ácido poligalacturônico) (Prado et

al., 2003). Apesar da atividade de endo-PG (hidrólise do polímero de uma forma aleatória

diminuindo a viscosidade, mas quase não aumentando o poder redutor da solução) ser

detectada por este método, quando a atividade for muito alta, a liberação de açúcares

redutores é melhor aplicada para a atvidade de exo-PG (ataca o polímero pelas

extremidades, liberando unidades redutoras, mas mostrando pouco efeito sobre a

viscosidade). Porém, durante este trabalho, não foi capaz de detectar qualquer atividade de

PG, medindo a liberação de açúcares redutores.

Observa-se pelos resultados encontrados que houve variação na atividade

enzimática em todas as enzimas analisadas, comprovando o quanto a força iônica do meio

e o pH influenciam a extração das enzimas. Assim sendo, é fundamental a escolha correta

dessas duas variáveis para que se possa obter a quantidade máxima das enzimas na

amostra.

A influência das condições de extração para cada enzima foi avaliada pela

construção de superfícies de resposta, nas quais foi possível determinar as regiões de

valores em que se obteve uma maior extração de atividade enzimática. Os modelos

propostos foram avaliados por análise de variância (ANOVA).

4.1.1 Peroxidase (PER)

A superfície de resposta gerada para a atividade de PER está apresentada a seguir

na Figura 06. Pela análise de variância (Tabela 05) conclui-se que o modelo está bem

ajustado às observações, a regressão é estatisticamente significativa e serve para fins

preditivos, com 99% de confiança.

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30

Tabela 05. Análise de variância (ANOVA) para atividade de peroxidase

SQ GL MQ Fcalc Ftab(1%) R²

Regressão 5566600 5 1113320 15,5464 10,97 0,93

Resíduo 358063 5 71612,6

Falta de

Ajuste 98192 3

Erro puro 259871 2

Total 5924663 10

Figura 06. Superfície de resposta para atividade de PER.

Com a superfície de resposta gerada, foi possível determinar que o processo de

extração de PER foi otimizado. As condições mais indicadas para extração dessa enzima

são: tampão em pH=6,0 contendo 1,0 M de NaCl. Kamimura (2006), estudando o efeito do

pH da solução tampão da extração de PER de yacon, também encontrou como valor ideal

para extração de pH 6.

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31

4.1.2 Polifenol-oxidase (PFO)

A análise de variância e o diagrama de Pareto obtidos para atividade de PFO

encontram-se na Tabela 06 e na Figura 07, respectivamente.

Tabela 06. Análise de variância (ANOVA) para atividade de polifenol-oxidase

SQ GL MQ Fcalc Ftab(10%) R²

Regressão 3328,409 5 665,682 4,316 3,11 0,7824

Resíduo 925,370 6 154,228

Falta de

Ajuste 863,518 3

Erro puro 61,852 3

Total 425,779 11

Pareto Chart of Standardized Effects

-,814135

-1,4216

2,754473

-3,4393

11,40277

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

NaCl(Q)

1Lby2L

(2)NaCl(L)

(1)pH(L)

pH(Q)

Figura 07. Diagrama de Pareto para atividade da polifenol-oxidase.

O coeficiente de determinação alcançado, R², foi de 0,7824, que significa que mais

de 78% das variações nos resultados obtidos podem ser explicados pelo modelo ajustado e

se devem às diferenças entre os tratamentos, no nível de 10% de probabilidade. No

Diagrama de Pareto (Figura 07) é possível visualizar a influência dos fatores estudados

sobre a atividade enzimática. No nível de 95% de confiança ficou demonstrado que

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32

somente o pH influenciou a extração de PFO. Este resultado é um indicativo de que, na

polpa da abacaxi cultivar Pérola, as isoformas de PFO encontram-se majoritariamente em

solução e não em formas ionicamente ligadas.

A superfície de resposta gerada (Figura 08) mostram que o processo de extração

proposto não foi otimizado, porém, de acordo com os resultados obtidos dentre os valores

estudados, há uma indicação de que maior atividade de PFO será obtida quando forem

utilizados valores de pH inferiores a 4,6.

Figura 08. Superfície de resposta para atividade de PFO.

4.1.3 Pectinametilesterase (PME)

Na Tabela 07 e na Figura 09 encontram-se a análise de variância e o gráfico

bidimensional obtidos para a atividade de PME. O valor do coeficiente de determinação de

0,89 indica que apenas 11% do total da variação das respostas obtidas não é explicado pelo

modelo. O modelo é estatisticamente significativo e preditivo e descreve as respostas em

função das variáveis analisadas com 95% de confiança.

Tabela 07. Análise de variância (ANOVA) para atividade de pectinametilesterase

SQ GL MQ Fcalc Ftab(5%) R²

Regressão 19,7462 5 3,9492 8,2241 5,05 0,89

Resíduo 2,4012 5 0,4802

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33

Falta de

Ajuste 1,8039 3

Erro puro 0,5973 2

Total 22,1474 10

Figura 09. Superfície de resposta para extração de PME.

A análise da superfície de resposta, (Figura 09) mostra que o processo de extração

não se encontra otimizado. No entanto, dentro dos valores estudados observa-se que maior

extração pode ser alcançada com concentração de NaCl de 1,0M. O valor de pH não foi

considerado significativo para a extração de PME de acordo com o diagrama de pareto que

se encontra no anexo 1 (Figura 1.e).

4.1.4 Poligalacturonase (PG)

A validade do modelo obtido para a atividade de poligalacturonase foi verificada

pela analise de variância (ANOVA) apresentada na Tabela 08. O coeficiente de

determinação obtido foi de 0,77 e o modelo foi estatisticamente considerado significativo

com confiança de 90%, assim foi possível utilizar o modelo gerado (Figura 10) para

predizer as melhores condições de extração de PG. De acordo com o Diagrama de Pareto

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34

para esse experimento (anexo 1, Figura 1.g), apenas o componente linear da variável

concentração de NaCl foi considerado significativo. Assim, o modelo que mais se ajusta

aos dados experimentais é o modelo não-quadrático (Figura 10).

Tabela 08. Análise de variância (ANOVA) para atividade de poligalacturonase

SQ GL MQ Fcalc Ftab(10%) R²

Regressão 2,7505 5 0,5501 3,4 3,4 0,77

Resíduo 0,8186 5 0,1637

Falta de

Ajuste 0,7586 3

Erro puro 0,0600 2

Total 3,5691 10

Figura 10. Superfície de resposta para extração de PG.

Como pode ser observado pelo modelo (Figura 10), o valor de pH apresenta pouca

influência na extração de PG, no entanto, a atividade obtida aumenta com o aumento da

concentração de NaCl, indicando que boa parte das isoformas dessa enzima se encontra

ionicamente ligada ao tecido vegetal.

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35

As condições escolhidas para a extração das enzimas para determinação enzimática

em polpa de abacaxi foram:

PER - pH=6,0 e concentração de NaCl de 1,0 M ;

PFO - pH=4,5 ;

PME - Concentração de NaCl de 1,0 M e pH=60 (como é usual a escolha

de uma solução tampão para extração de enzimas e o pH não demonstrou

influencia na extração de PME, entre os valores analisados, escolheu-se o

pH=6,0, pois dessa forma seria feito uma só solução de extração para PME

e PER);

PG - Concentração de NaCl de 2,0 M e pH=4,6 (por também não sofrer

influencia do pH na extração, entre os valores analisados, foi escolhido o

pH=4,6 que é o utilizado na solução onde ocorre a reação enzimática na

determinação de sua atividade).

4.2 Experimento 2. Determinação da atividade enzimática nas variedades de

abacaxis

4.2.1 Peroxidase (PER)

Os resultados apresentados na Tabela 09 são referentes à atividade da enzima

peroxidase nos três lotes das diferentes amostras de abacaxi analisadas.

Tabela 09. Atividade da enzima peroxidase em diferentes variedades de abacaxis.

PEROXIDASE (U/g)

Lotes Imperial Pérola

EMBRAPA

Pérola

Mercado

Vitória

1 2066,67 3165,55 2930 2318,43

2 1956,67 3006,67 3100 2287,35

3 2013,33 3277,78 2913,3 2299,61

Média*

DP**

2012,22 a

55,01

3150 c

136,22

2981,81 c

103,31

2301,80 b

15,65 *Valores assinalados com a mesma letra na linha entre as médias finais, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. **Estimativa de desvio padrão.

Com relação à enzima peroxidase, o abacaxi Pérola se destacou por apresentar

maior atividade desta enzima, não havendo diferença significativa entre as duas amostras

de Pérola analisadas seguindo da Vitoria e Imperial, (Figura 11).

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36

Figura 11. Atividade de peroxidase em diferentes cultivares de abacaxi.

Brito et al. 2001, estudaram a peroxidase no híbrido de abacaxi denominado IAC

gomo de mel e seus clones IAC-1, IAC-2 e IAC-3, e encontrou atividades de 3194, 4065,

2751 e 3099 U/g, respectivamente. Antoniolli et al. (2003) determinaram a atividade de

peroxidase em abacaxi Pérola minimamente processado, encontrando atividade inicial de

6480 U/g. Todos estes valores são maiores aos da atividade dos cultivares Vitória e

Imperial aqui analisado.

4.2.2 Polifenol-oxidase (PFO)

Os resultados apresentados na Tabela 10 são referente à atividade da enzima

polifenol-oxidase nos três lotes das diferentes amostras de abacaxi analisadas.

Tabela 10. Atividade da enzima polifenol-oxidase em diferentes variedades de abacaxis.

POLIFENOL-OXIDASE (U/g)

Lotes Imperial Pérola

EMBRAPA

Pérola

Mercado

Vitória

1 17,14 29,04 30,00 18,98

2 15,71 32,38 27,14 19,25

3 14,29 30,95 28,57 20,00

Média*

DP**

15,71 a

1,43

30,79 c

1,67

28,57 c

1,43

19,41 b

0,53

a

b

c c

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37

*Valores assinalados com a mesma letra na linha entre as médias finais, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. **Estimativa de desvio padrão.

Os valores mais altos de atividade da enzima polifenol-oxidase foram encontrados

nas polpas do abacaxi Pérola Embrapa, diferindo significativamente das cultivares Imperial

e Vitória (Figura 12), mas não foi significativamente diferente da outra variedade Pérola

analisada oriunda do mercado de Feira de Santana.

Figura 12. Atividade de polifenol-oxidase em diferentes cultivares de abacaxi.

Thé et al., (2001) estudaram PFO do abacaxi Smooth Cayenne em diferentes

estádio de maturação e encontraram valores que variaram de 25,81 a 28,43 U/g, valores

superiores ao das variedades Imperial e Vitória, mas, inferiores ao da variedade Pérola,

encontrados neste presente trabalho.

Comparando os valores obtidos nesse estudo para a atividade das enzimas

polifenol-oxidase e peroxidase nas diferentes cultivares estudadas e os dados descritos na

literatura para abacaxi, é possível verificar a existência de diferenças na atividade destas

enzimas. Considerando que não houve diferença significativa entre a variedade Pérola

oriunda de dois lugares distintos, supõe então que estas diferenças não se devem a outros

possíveis fatores de variação da atividade enzimática (condições climáticas, trato cultural,

etc.), mas essas diferenças podem ser de origem genética, por se tratarem de cultivares

diferentes.

a

b

c c

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38

Para a indústria de alimentos e até mesmo para o consumo in natura, encontrar

variedades que possuam uma menor atividade das enzimas oxidativas é de fundamental

importância. Os pigmentos escuros formados pela ação das polifenol-oxidases e

peroxidases são geralmente acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência e nas

propriedades sensoriais do produto, resultando na diminuição da sua vida útil e do seu

valor de mercado. Além disso, o problema do escurecimento enzimático sob o aspecto

nutricional deve-se à possibilidade das o-quinonas interagirem com grupos amina e tiol,

reduzindo a disponibilidade da lisina, metionina, tiamina e outros nutrientes essenciais

(ARAÚJO, 1999).

Dessa forma as variedades Imperial e Vitória se colocam como uma boa alternativa

para a diversificação das variedades utilizadas na indústria de alimentos, onde predomina a

Smooth Cayenne. Além da indústria, a exportação brasileira também ganha com essa

menor atividade das enzimas oxidativas nessas duas novas variedades, pois diversos

estudos (Zhou et al. (2003); Thé et al. (2001); Weerahewa & Adikaram (2005)) vem

demonstrando que o principal problema do abacaxi na exportação (injúria pelo frio –

escurecimento interno) está ligado diretamente às enzimas oxidativas aqui estudadas.

4.2.3 Pectinametilesterase (PME)

A tabela 11 mostra a atividade da enzima pectinolítica PME nas diferentes

variedades estudadas.

Tabela 11. Atividade da enzima pectinametilesterase em diferentes variedades de abacaxis.

PECTINAMETILESTERASE (U/g)

Lotes Imperial Pérola

EMBRAPA

Pérola

Mercado

Vitória

1 8660 3753,42 3073,33 9700

2 9300 3888,89 2973,33 9853,33

3 8860 2884,89 2720 9986,66

Média*

DP**

8940 a

327,41

3509,07 b

544,78

2922,22 c

182,12

9866,6 a

143,44 *Valores assinalados com a mesma letra na linha entre as médias finais, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. **Estimativa de desvio padrão.

As variedades Imperial e Vitoria não apresentaram diferenças significativas para

PME e foram superiores aos da variedade Pérola que apresentaram diferenças

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39

significativas entre a variedade oriunda da Embrapa e a do mercado (Figura 13). Valores

inferiores foram encontrados por Thé et al. (2006) estudando diferentes formas de

armazenamento do abacaxi Smooty Cayenne, as atividades variaram entre 170 a 750 U/g.

Figura 13. Atividade de pectinametilesterase em diferentes cultivares de abacaxi.

4.2.4 Poligalacturonase (PG)

A tabela 12 apresenta a atividade de PG encontrada nas diferentes variedades de

abacaxis estudadas.

Tabela 12. Atividade da enzima poligalacturonase em diferentes variedades de abacaxis.

POLIGALACTURONASE (U/g.h-1

)

Lotes Imperial Pérola

EMBRAPA

Pérola

Mercado

Vitória

1 0,00001898 0,00000494 0,00000297 0,00003657

2 0,00001898 0,00000440 0,00000304 0,00003472

3 0,00001574 0,00000417 0,00000289 0,00003287

Média*

DP**

0,00001790 a

0,00000187

0,00000450b

0,00000039

0,00000297c

0,00000008

0,00003472 a

0,00000185 *Valores assinalados com a mesma letra na linha entre as médias finais, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. **Estimativa de desvio padrão.

Não houve diferença significativas entre as novas variedades estudadas, sendo que

essas variedades (Imperial e Vitória) apresentaram maior atividade que a variedade Pérola.

b

a a

c

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40

A metodologia viscosimétrica (utilizada neste experimento) não foi encontrada na

literatura para uso em atividade de PG em abacaxi, o que dificulta a comparação da nossa

atividade com os outros métodos, pois cada método possui sua unidade específica para a

atividade enzimática. Santana (2009) utilizou este método para pêssego Douradão e

encontrou valores que variaram de 0,001 a 0,005 U/g. h-1

, valores superiores aos

encontrados nesse estudo (Figura 14).

Figura 14. Atividade de poligalacturonase em diferentes cultivares de abacaxi.

Conforme as Tabelas 11 e 12, houve diferença significativa (p<0,05) dentro da

variedade Pérola (Embrapa e Mercado) tanto para PG como PME, possivelmente devido

ao fato dessas frutas apresentarem origens distintas considerando, portanto vários fatores,

como condições climáticas, condições de cultivo, condições de armazenamento, entre

outros. É conhecido que esses fatores influenciam a constituição química das frutas, e por

isso devem ser considerados neste tipo de estudo (CARDELLO & CARDELLO, 1998).

Não podendo descartar a influencia significativa do estádio de maturação dos frutos que

possui relevância nas atividades das enzimas.

A ação da pectinametilesterase libera ácido poligalacturônico, substrato para a ação

da poligalacturonase, enzima despolimerizante, associada à perda de textura em frutas e

vegetais estocados (NIELSEN & CHRISTENSEN, 2002).

A interação do ácido pectínico resultante da ação da PME com íons cálcio, com

formação de pectato de cálcio insolúvel, causa perda da estabilidade da turbidez, com

a

a

b c

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41

consequente clarificação do suco (ASSIS et al, 2000), no caso do suco de abacaxi, a

turbidez é característica do suco, e esta clarificação causa perda comercial do produto.

Assim, a alta atividade de PME nas variedades Imperial e Vitória sugere que estas

variedades, ao serem usadas na indústria de alimentos, principalmente de suco

concentrado, tenham o processo de inativação destas enzimas bem definidos, de modo a

evitar a perda do valor comercial do produto.

Apesar das variedades Imperial e Vitória apresentarem uma alta atividade das

enzimas PME e PG, elas ainda devem ser recomendadas para a industrialização de abacaxi,

pois é mais vantajoso para a indústria ter uma variedade com menor atividade da enzima

PER (mais termorresistente e de difícil inativação), do que PME e PG que são enzimas que

podem ser mais facilmente inativas través do uso de tratamento térmico.

4.3 Experimento 3. Otimização da inativação enzimática de PFO e PER

Na Tabela 13 encontram-se os resultados do planejamento experimental para a

inativação enzimática de PER e PFO em polpa de abacaxi Pérola.

Tabela 13. Resultados experimentais em termos de porcentagem de inativação enzimática ao

adicionar ácido ascórbico, metabissulfito de sódio e cloreto de cálcio.

PER PFO

Ensaio

%

Inativação

(ácido

ascórbico)

%

Inativação

(Metabissulfio

de sódio)

%

Inativação

(cloreto de

cálcio)

%

inativação

(ácido

ascórbico)

%

Inativação

(Metabissulfito

de sódio)

%

Inativação

(cloreto de

cálcio)

1 21,38 18,25 22,24 47,54 32,78 36,89

2 21,59 40,46 31,61 56,55 54,91 47,54

3 65,93 70,58 47,39 81,14 77,86 77,05

4 72,72 90,23 54,89 92,62 90,98 86,07

5 31,88 36,02 28,20 63,11 63,93 49,18

6 30,78 31,98 34,19 67,21 80,32 54,92

7 67,35 80,33 59,87 93,44 84,42 82,79

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8 83,04 85,14 62,42 96,72 95,08 90,16

9 0,00 0,00 32,53 43,44 50,82 52,46

10 39,56 16,16 5,54 69,67 77,04 67,21

11 12,28 36,32 18,47 50 58,19 55,74

12 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

13 18,36 24,27 29,65 59,01 58,19 59,84

14 33,33 37,47 29,47 68,85 65,57 68,85

15(C) 23,25 31,51 25,14 60,65 62,29 72,95

16(C) 25,30 31,91 27,37 62,29 61,47 72,13

17(C) 23,19 31,54 25,97 61,47 61,47 71,31

18(C) 24,32 32,16 27,46 62,29 60,65 70,49

Observa-se na Tabela 13 que a taxa de porcentagem para a inativação de PFO foi

maior do que a de PER, em todos os inibidores utilizados. A grande estabilidade térmica é

uma característica comum às peroxidases de várias frutas. Alguns autores atribuem esta

grande estabilidade térmica à presença de açúcares na molécula da enzima (POMAR et al,

1997). Também foi relatado que a presença de um grande número de resíduos de cisteína

na cadeia polipeptídica contribui para a termoestabilidade das peroxidases (DEEPA, 2002)

Em todos os delineamentos só se obteve 100% de inativação quando foi aplicada a

temperatura de 86 °C (ensaio 12). Brito et al. (2005) conseguiram inativar peroxidases de

abacaxi 'IAC Gomo-de-mel' e „IAC-1‟ com tratamentos a 60 e 120 segundos a 90 ºC.

Lourenço & Neves (1997) observaram que a peroxidase de pêssego apresentou rápida

inativação em temperaturas acima de 70º C, com perda praticamente total após tratamento

a 80º C durante 30 segundos.

A influência dos parâmetros de inativação para PER e PFO foi avaliadas pela

construção de superfícies de resposta, nas quais foi possível determinar as regiões de

valores em que se obteve uma maior inativação enzimática destas enzimas. Os modelos

propostos foram avaliados por análise de variância (ANOVA) que se encontram na Tabela

14 e 15.

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Tabela 14. Análise de variância para porcentagem de inativação de PER.

SQ GL MQ F calc F tab

(1%) R²

Ácido

Ascórbico

Regressão 11672,19 7 1667,45 17,05 5,20 0,92

Resíduo 977,47 10 97,747

Falta de ajuste 974,46 7

Erro Puro 3,01 3

Total 12649,66 17

Metabissulfito

De

Sódio

Regressão 12136,28 9 1348,475 7,010 5,91 0,88

Resíduo 1538,82 8 192,3525

Falta de ajuste 1538,53 5

Erro Puro 0,29 3

Total 13675,10 17

Cloreto

de

Cálcio

Regressão 6813,526 7 973,36 9,7986 5,20 0,87

Resíduo 993,36 10 99,336

Falta de ajuste 989,576 7

Erro Puro 3,784 3

Total 7806,886 17

Tabela 15. Análise de variância para porcentagem de inativação de PFO.

SQ GL MQ F calc F tab

(1%) R²

Ácido

Ascórbico

Regressão 4700,223 7 671,460 21,366 5,20 0,937

Resíduo 314,26 10 31,426

Falta de ajuste 312,411 7

Erro Puro 1,849 3

Total 5014,483 17

Regressão 4802,126 9 533,56 25,24 5,91 0,965

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44

Metabissulfito

De

Sódio

Resíduo 169,059 8 21,1323

Falta de ajuste 167,715 5

Erro Puro 1,344 3

Total 4971,185 17

Cloreto

de

Cálcio

Regressão 4450,718 7 635,816 53,82 5,20 0,987

Resíduo 118,133 10 11,813

Falta de ajuste 114,774 7

Erro Puro 3,359 3

Total 4568,85 17

Observou-se que os modelos empíricos estabelecidos nos planejamentos executados

para PER e PFO mostraram boa concordância com os dados experimentais obtidos. Todos

obtiveram uma regressão significativa, pois o F calculado foi superior ao F tabelado (1%).

A partir das equações de regressão obtiveram-se as superfícies de resposta.

4.3.1 Peroxidase (PER)

Todas as superfícies de respostas e os gráficos bidimensionais de contorno para a

inativação de PER encontram-se no anexo 2.

Na Figura 15, encontra-se a superfície de resposta para o planejamento utilizando

ácido ascórbico como inibidor químico de PER. Analisando este gráfico, observa-se que a

temperatura mínima para se obter 100% de inativação de PER é 78,41°C, e a concentração

de ácido ascórbico dependerá do tempo de tratamento empregado, sendo que quanto menor

o tempo maior a concentração requerida para 100% de inativação. Utilizando o modelo

proposto chega-se a várias possibilidades para alcançar 100% de inativação, entre elas

encontram-se as combinações: 78,41°C, 1 min e 200 mg/L de ácido ascórbico; 78,41°C, 3

min e 174 mg/L de ácido ascórbico; e 78,41 °C, 5 min e 145 mg/L de ácido ascórbico.

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45

Figura 15. Superfície de resposta para o efeito temperatura e concentração de ácido ascórbico na

inativação enzimática de PER.

Na Figura 16, encontra-se o gráfico bidimensional de contorno quando se aplicou

metabissulfito de sódio como inibidor químico para PER. Observa-se que a temperatura

para se alcançar 100% de inativação dependerá do tempo e da concentração de

metabissulfito de sódio empregado. Entre o limite testado, conseguimos 100% de

inativação a partir de uma temperatura de 77,52 °C com uma concentração de

metabissulfito de 130 mg/L.

Figura 16. Gráfico bidimensional de contorno para os efeitos temperatura e concentração de

metabissulfito de sódio na inativação enzimática de PER.

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46

Na Figura 17, encontra-se a superfície de resposta para a aplicação do cloreto de

cálcio na inativação de PER. Analisando o gráfico obtido, observa-se que 100% de

inativação é alcançado com uma temperatura de 84°C independente da concentração e do

tempo aplicado no tratamento. GONÇALVES et al. (2000) verificaram a influência do

tratamento hidrotérmico com a aplicação de cloreto de cálcio em abacaxis Smooth

Cayenne. Eles alcançaram a inativação da enzima peroxidase fazendo a imersão dos frutos

de abacaxi em uma solução a 1% de cloreto de cálcio em água aquecida (38 ºC ou 40 °C)

por 10 ou 20 minutos. Os autores atribuíram a inativação da peroxidase à ação do cálcio na

manutenção da integridade celular, reduzindo o contato da enzima com seu substrato. Essa

justificativa, entretanto, não deve ser atribuída ao experimento aqui feito, pois utilizou-se

polpa homogeneizada, desta forma a enzima já estava em contato com o substrato.

Figura 17. Superfície de resposta para os efeitos temperatura e concentração de cloreto de cálcio

para inativação enzimática de PER.

CLEMENTE (1995) em seu trabalho com isoenzimas de laranja, não conseguiu

inativar peroxidase com tratamento de 70ºC e elevando a temperatura para 80 ºC não

houve alteração no comportamento da atividade enzimática, mostrando estas temperaturas

serem ineficientes para a inativação da peroxidase.

Neste trabalho, segundo os modelos propostos, 100% de inativação de peroxidase é

alcançada com uma temperatura de 77,52 ºC, isso pode ser atribuído ao efeito benéfico dos

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47

agentes químicos empregados nos tratamentos. Quanto menor for o binômio

tempo/temperatura a ser aplicado para inativação enzimática, melhor para a indústria de

alimentos. Temperaturas e tempos longos podem levar à destruição de vitaminas e à

formação de sabor de cozido, com rejeição do consumidor (KOBLITZ, 2008).

O metabissulfito de sódio apresentou a melhor resposta de inativação para PER,

pois a uma concentração mais baixa e tratamento térmico mais brando, do que quando

comparados com os outros inibidores, atingiu-se 100% de inativação enzimática, sem

necessitar longo tempo de exposição. Isso representa as vantagens de reduzido emprego de

aditivo (diminuindo o uso de altas dosagens que podem provocar gosto e cheiro

desagradáveis, além de causarem crises alérgicas em pessoas asmáticas tendo o seu uso

controlado pela legislação, no caso do metabissulfito de sódio) e diminuição dos danos

causados por tratamento térmicos severo (perdas de vitaminas e sabor de cozido).

4.3.2 Polifenol-oxidase (PFO)

Todas as superfícies de respostas e os gráficos bidimensionais de contorno para a

inativação de PFO encontram-se no anexo 3.

Na Figura 18 encontra-se o gráfico de superfície de resposta para porcentagem de

inativação de PFO utilizando ácido ascórbico.

Figura 18. Superfície de resposta para porcentagem de inativação de PFO utilizando ácido

ascórbico.

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48

Observa-se pelo gráfico que à medida que vai aumentado a concentração de ácido

ascórbico dimínui-se a temperatura para alcançar 100% de inativação de PFO. Com uma

temperatura de 75 °C e concentração de ácido de 200 mg/L é alcançado 100% de

inativação.

Na Figura 19 encontra-se a superfície de resposta para a inativação de PFO com

metabissulfito de sódio.

Figura 19. Gráfico Bidimensional de contorno para porcentagem de inativação de PFO

utilizando metabissulfito de sódio.

O comportamento da inativação de PFO com o metabissulfito de sódio, mostra que

são necessárias temperaturas mais altas para se conseguir 100 % de inativação. Todas as

variáveis estudadas foram significativas, e a interação entre elas também. Como o principal

interesse é conseguir temperaturas mais brandas para a inativação enzimática, com o

metabissulfito o modelo indica que isso ocorre com 79 °C, porém com o máximo de

metabissulfito de sódio aplicados nos tratamentos (200 mg/L) e tempo de 5 min.

Na figura 20, encontra-se a superfície de resposta para a inativação de PFO

aplicando cloreto de cálcio.

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49

Figura 20. Superfície de resposta para porcentagem de inativação de PFO utilizando

cloreto de cálcio.

As interações entre as variáveis estudadas aplicando cloreto de cálcio não foram

significativas, sendo excluídas do modelo. Observa-se pela superfície de resposta (Figura

20) que a medida que vai aumentado a concentração de cloreto de cálcio diminui a

temperatura necessária para se obter 100% de inativação de PFO, porém chega-se um

ponto, que aumentando a concentração, aumenta também a temperatura necessária para

inativar PFO, demonstrado um efeito negativo de se usar altos valores de cloreto de cálcio

para inativar PFO. Alcança-se 100 % de inativação de PFO com aplicação de 100 mg/L de

cloreto de cálcio a uma temperatura de 82 °C por 5 min.

O cloreto de cálcio não é um inibidor direto da enzima PFO. Mas seu uso é

estudado pois sabe-se que é a perda da integridade da parede celular que representa o

início das reações de escurecimento enzimático. É o corte, a queda, a ação de pectinases,

hemicelulases e celulase que levam à perda da integridade da parede celular dos vegetais, e

por consequência, geralmente ao início das reações de escurecimento enzimático. Soluções

de sais de cálcio ajudam a manter a parede celular em bom estado: os íons de cálcio ligam-

se às cadeias de pectina, formando pontes entre elas, aumentando sua força e formando

pectato de cálcio, impedindo que o substrato se encontre com a enzima (POOVAIAH,

1986; RENSBURG & ENGELBRECHT, 1986). No presente estudo, foi utilizada polpa

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homogeneizada, isso faz com que a justificativa da integridade da parede celular conferida

pelo cálcio seja descartada. Mas, apesar da inativação com cloreto de cálcio ter

apresentado os piores resultados (entre os inibidores testados), a presença do inibidor não

pode ser descartada, pois houve um efeito benéfico na inativação. Koblitz (2008) relata a

inativação da enzima PFO pela ação de halogenetos, principalmente os sais de cloro, sendo

o CaCl2 comercializado, em conjunto com ácido ascórbico, em um preparado comercial

inibidor de PFO de excelente eficácia.

Fujita et al., 1988, estudou a inativação de PFO em berinjela, a enzima ficou

completamente inativada após 30 minutos a 75°C ou 5 minutos a 80°C. Neste presente

trabalho, a temperatura mais branda para a inativação de PFO também foi de 75 °C, porém

o tempo empregado é de apenas 3 min, confirmando o efeito benéfico de empregar

inibidores químicos na inativação de enzimas associado ao binômio temperatura/tempo.

O melhor resultado para inativar PFO foi usando ácido ascórbico, pois foi

necessária menor temperatura para 100 % de inativação.

Na Tabela 16, encontra-se o melhor resultado para cada inibidor químico para as

enzimas PER e PFO.

Tabela 16. Resumos dos melhores resultados obtidos para inativação das enzimas PER e PFO.

Inibidores

Ac. ascórbico Metabissulfito de sódio Cloreto de Cálcio

T

(°C)

Concen-

tração

(mg/L)

Tempo

(min)

T

(°C)

Concen-

tração

(mg/L)

Tempo

(min)

T

(°C)

Concen-

tração

(mg/L)

Tempo

(min)

PER 79 174 3 78 130 3 84 0 1

PFO 75 190 3 79 200 5 82 100 5

Escolheram-se os 2 melhores tratamentos para inativar PER e PFO, avaliando

principalmente o binômio tempo/temperatura, pois é a principal causa de danos ao produto

final (sabor de cozido, perdas de nutrientes). Para PER tratamento com 130 mg/L de

metabissulfito de sódio a 78º C por 3 min e para PFO tratamento com 190 mg/L de ácido

ascórbico a 75° C por 3 min.

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51

4.3.3 Confirmação dos resultados

O tratamento ideal para PER (130 mg/L de metabissulfito de sódio a 78º C por 3

min ) e para PFO (190 mg/L de ácido ascórbico a 75° C por 3 min) foram aplicados nas

variedades citadas no item 3.2.1 e depois foi determinada as atividades das enzimas PG,

PME, PFO e PER. Os resultados encontram-se nas tabelas 17 e 18.

Tabela 17. Atividade enzimática após aplicação do tratamento para inativação enzimática

com 130 mg/L de metabissulfito de sódio a 78 °C por 3 min.

PFO

(U/g)

PG

(U/g.h-1

)

PME

(U/g)

PER

(U/g)

Imperial 0 0 0 0

Vitoria 0 0 0 0

Pérola

Embrapa

0 0 0 0

Pérola

Mercado 0 0 0 0

Tabela 18. Atividade enzimática após aplicação do tratamento para inativação enzimática com 190

mg/L de ácido ascórbico a 75 °C por 3 min.

PFO

(U/g)

PG

(U/g.h-1

)

PME

(U/g)

PER

(U/g)

Imperial 0 0 0 312,12

Vitória 0 0 0 445,35

Pérola

Embrapa

0 0 0 789,56

Pérola

Mercado 0 0 0 659,12

Observa-se que os resultados encontrados pelos modelos propostos foram

confirmados, o tratamento do metabissulfito conseguiu inativar peroxidase e também as

outras enzimas, e o tratamento com ácido ascórbico conseguiu inativar a PFO e outras

enzimas, com exceção da PER.

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52

A peroxidase é umas das enzimas mais termoestáveis em vegetais. Considera-se

que a inativação da peroxidase é acompanhada pela desnaturação de todas as outras

enzimas (BUENETTE, 1977; KHAN & ROBINSON, 1993), fato comprovado neste

experimento: o tratamento recomendado de inativação aplicado para PER inativou todas as

outras enzimas, já o melhor tratamento pra PFO não foi suficiente para inativar

completamente PER. Mello & Clemente (1996), conseguiram inativar PER de abacaxi

com uma temperatura de 75ºC, (a mesma utilizada pelo melhor tratamento de PFO),

porém eles usaram um tempo de 10 min, bem superior ao utilizado neste experimento, 3

min. A PER parcialmente purificada de tomate mostrou-se menos termorresistente que a de

abacaxi, sendo completamente inativada após 10 segundos a 72ºC (ANTHON et al, 2002).

4.4 Experimento 4. Compostos fenólicos e atividade antioxidante

4.4.1 Compostos fenólicos totais

Houve diferença significativa do conteúdo de compostos fenólicos totais entre as

variedades estudadas e dentro da mesma variedade Pérola (Tabela 19). A variedade Pérola

foi a que apresentou maior teor de fenólicos totais, com 5,66 e 5,16 mg de ácido

gálico/100g, respectivamente para o Pérola Mercado e Pérola Embrapa.

Conteúdos semelhantes de fenólicos totais foram encontrados por Silva (2010), que

estudou híbridos de abacaxi sob diferentes tratamentos do solo. Os valores médios dos

fenólicos variaram entre 4,34 a 5,80 mg de ácido gálico 100g-1

. Porém, Kuskoski et al.

(2006) e Melo et al (2008), encontraram valores bem superiores em polpa de abacaxi

congelada (21,7 mg/100g) e em abacaxi Pérola (66,3 mg/100g). Essa variação no teor de

fenólicos totais é explicada pois o conteúdo de compostos fenólicos é influenciado pelos

fatores de pré-colheita, como cultivar, ocorrência de estresses, localização geográfica e

outros (ZADERNOWSKI et al., 2005).

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53

Tabela 19. Teor de fenóis totais em diferentes variedades de abacaxi.

Fenólicos Totais (mg de ácido galico/100 g de polpa)

Imperial Vitória Pérola

Embrapa

Pérola

mercado

Amostra pura 4,90 A a 4,87 A b 5,16 A c 5,66 A d

Amostra c/

metabissulfito

de sódio

Amostra c/ Ac.

Ascórbico

5,4 B

6,19 C

5,37 B

6,73 C

5,98 B

7,18 C

7,01 B

8,97 C

Valores assinalados com a mesma letra maiúscula na mesma coluna, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. Valores assinalados com a mesma letra na primeira linha, não diferem

significativamente (p<0,05), segundo o teste de Tukey.

Analisando o teor de fenólicos totais depois dos tratamentos aplicados para

inativação enzimática, observa-se que houve aumento na quantidade de fenólicos totais

havendo diferença significativa nos valores encontrados antes e depois dos tratamentos na

mesma variedade.

Em todas as variedades, o tratamento com ácido ascórbico foi o que obteve maior

conteúdo de fenólicos totais. Vale ressaltar que os tratamentos aplicados obtiveram no

experimento de inativação enzimática 100% de inativação de PFO, enzima que tem os

compostos fenólicos como substrato o que pode justificar o aumento significativo dos

compostos fenólicos dentro da mesma amostra depois que estas passaram pelo processo de

inativação enzimática. Essa hipótese é confirmada pelo fato de que, na presença de

metabissulfito, o teor de fenólicos foi maior do que na amostra sem tratamento porém

inferior ao encontrado na amostra tratada com ácido ascórbico. Verifica-se portanto, que

pode haver uma importante influência da presença de enzimas nativas do fruto na extração

de compostos fenólicos da polpa. É possível que seja aconselhável o uso de inibidores

químicos, prévios à extração, para garantir a manutenção do conteúdo de fenólicos

original.

4.4.2 Atividade Antioxidante

Os resultados obtidos dos testes frente ao método do radical livre DPPH estão

apresentados na Tabela 20 e permitem fazer uma comparação do potencial antioxidante

entre as variedades de abacaxi estudadas.

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54

Tabela 20. Valores do EC50 dos extratos etanólico de abacaxi.

EC50 (mg/mL)

Imperial Vitória Pérola

embrapa

Pérola

mercado

Amostra pura 326,51 a A 315,44 b A 263,11 d A 288,98 c A

Amostra c/

metabissulfito

de sódio

Amostra c/ Ac.

Ascórbico

301,02 B

257,28 C

289,22 B

191,24 C

249,21 B

160,89 C

187,22 B

138,63 C

Valores assinalados com a mesma letra maiúscula na mesma coluna, não diferem significativamente

(p<0,05), segundo o teste de Tukey. Valores assinalados com a mesma letra na primeira linha, não diferem

significativamente (p<0,05), segundo o teste de Tukey. EC50 é definida como a quantidade de amostra

suficiente para reduzir a concentração inicial de DPPH para 50%.

As substâncias antioxidantes presentes nos extratos reagem com o DPPH, que é um

radical estável, e convertem-no em 2,2-difenil-1-picril hidrazina provocando descoloração

da solução. O grau de descoloração indica o potencial antioxidante do extrato. Um extrato

que apresenta alto potencial em sequestrar radicais livres possui baixo valor de EC50. Desta

forma, uma pequena quantidade de extrato é capaz de decrescer a concentração inicial do

radical DPPH em 50%, ou seja, inibir a oxidação do radical em 50%.

A variedade que apresentou a maior capacidade de sequestrar o radical DPPH foi a

Pérola Mercado (EC50=288,98 mg/L) seguida da Pérola Embrapa (EC50=263,11 mg/mL)

havendo diferença significativa entre elas.

Avaliando o efeito do tratamento de inativação enzimática nas amostras, observa-se

que houve aumento na capacidade antioxidante dessas amostras. Este resultado já era

esperado para os tratamentos aplicados, diante de que esses aditivos são antioxidantes

conhecidos. Porém, o aumento da capacidade antioxidante nessas amostras pode estar

relacionada também à inibição enzimática e preservação dos fenólicos quando aplicou-se

estes tratamentos, sugerindo a relação entre compostos fenólicos e atividade antioxidante.

Desta forma, os estudos realizados indicam a relação entre concentração de fenóis

totais e a capacidade de sequestrar radicais livres das variedades de abacaxi, visto que as

amostras com maior concentração de fenóis totais são justamente as amostras com maior

atividade antioxidante. A correlação entre compostos fenólicos totais e atividade

antioxidante entre as diferentes variedades de abacaxi foi de 0,544, valores que corroboram

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55

com Vedana (2008) que encontrou uma correlação de 0,540 para fenólicos totais e

atividade antioxidante em uvas. A correlação entre fenólicos totais e atividade antioxidante

na mesma variedade comparando os tratamentos aplicados foi superior em todas as

variedades estudadas, variando de 0,95 a 0,99. Benvenuti et al. (2004) encontrou

coeficiente de correlação para DPPH e fenóis totais de 0,992, Roesler (2007) também

encontrou relação entre concentração de fenóis totais e a capacidade de sequestrar radicais

livres dos extratos de frações das frutas do cerrado.

O potencial antioxidante de frutas está intimamente relacionado com a composição

específica dos diferentes tipos de compostos fenólicos, uma vez que a atividade

antioxidante ótima depende da sua configuração especial e do número e da posição dos

grupos hidroxilas presentes na sua estrutura (KUSKOSKI et al., 2006).

5.0 Conclusão

O delineamento experimental e a metodologia de superfície de respostas se

mostraram métodos eficazes para otimizar o processo de extração

enzimática. Observou-se que a concentração de NaCl e o pH da solução

tampão de extração influenciam na extração das enzimas. Os resultados

mostraram que o pH foi significativo na extração das enzimas PER e PFO, e

o NaCl foi significativo na extração de PME e PG.

As variedades Imperial e Vitoria são boas alternativas para a

industrialização de abacaxi. Apesar de apresentarem alta atividade das

enzimas pectiniloticas ( que afetam a textura e turbidez dos alimentos), elas

possuem uma menor atividade das enzimas oxidativas (responsáveis pelo

escurecimento interno e reações de degradação). Sendo a PER a enzima

mais termoresistente, é mais vantajoso ter uma menor atividade desta

enzima do que as enzimas pectinolítcas que são mais termolábeis. Estes

resultados também servirão de incentivo aos programas de melhoramento

genético do abacaxi, que se prendiam em obter cultivares mais produtivas,

adaptadas às condições climáticas locais e resistentes a pragas e moléstias,

mas não se preocupavam com outros fatores, como características

bioquímicas que darão ao fruto possibilidade de uso industrial.

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56

Os inibidores químicos utilizados se mostraram eficazes na inativação das

enzimas oxidativas, pois reduziram a temperatura necessária para a

inativação térmica, comparada com a literatura. O melhor tratamento para

inativar PER foi com metabissulfito de sódio, que apresentou a melhor

resposta de inativação, pois a uma concentração mais baixa e com

tratamento térmico mais brando, do que quando comparados com os outros

inibidores, atingiu-se 100% de inativação enzimática, sem necessitar longo

tempo de exposição. Isso representa vantagens de reduzido emprego de

aditivo e diminuição dos danos causados por tratamentos térmicos severos.

Para PFO o tratamento com ácido ascórbico foi o mais indicado para

alcançar 100% de inativação. Ao se aplicar estes tratamentos em todas as

variedades e estudando todas as enzimas (PER, PFO, PG e PME), observa-

se que o melhor tratamento para PFO não foi eficaz para inativar totalmente

a PER, confirmando a termoestabilidade desta enzima.

Os tratamentos utilizados para inativação enzimática tiveram

influencia positiva no teor dos fenóis totais em todas as variedades de

abacaxis estudadas, possivelmente pelo fato da inativação das enzimas

oxidativas e permanência dos compostos fenólicos no abacaxi. Houve uma

correlação moderada entre os compostos fenólicos e a capacidade de

sequestrar o radical DPPH entre as variedades estudadas e uma correlação

alta (0,95-0,99) dentro da mesma variedade comparando os tratamentos

aplicados.

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57

6.0 Referências

ABREU, C. M. P. de. Efeito da embalagem de polietileno e da refrigeração no

escurecimento interno e composição química durante a maturação do abacaxi cv.

Smooth Cayenne. 1995. 94f. Tese (Doutorado em Ciência dos Alimentos) - UFLA,

Lavras, Minas Gerais.

ALOTHMAN, M.; BHAT R.; KARIM, A. A. Antioxidant capacity and phenolic content of

selected tropical fruits from Malaysia, extracted with different solvents. Food Chemistry,

v. 115, p. 785–788, 2009.

ANTHON, G. E.; SEKINE, Y.; WATANABE, N. Thermal inactivation of pectin

methylesterase, polylagacturonase, and perosidase in tomate juice. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p. 6153-6159, 2002.

ANTONIOLLI, L. R.; BENEDETTI, B. C.; SOUZA F. M. de S. M. de. Effect of calcium

chloride on quality of freshcut 'Pérola' pineapple. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.

38, n. 9, p. 1105-1110, 2003.

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75

7.0 Anexos

Anexo 01. Gráficos obtidos no experimento de otimização da extração

enzimática.

Figura 01(a). Gráfico de Pareto para extração de PER.

Figura 01(b). Gráfico Bidimensional de contorno para extração de PER.

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76

Figura 01(c). Gráfico bidimensional de contorno para extração de PFO.

Figura 01(d). Gráfico bidimensional de contorno para extração de PME.

Figura 01(e). Gráfico de Pareto para extração de PME.

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77

Figura 01(f). Gráfico bidimensional de contorno para extração de PG.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: PG

2 factors, 1 Blocks, 11 Runs; MS Pure Error=13,50904

DV: PG

,6088086

-1,63694

-2,29795

3,756507

9,27627

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1Lby2L

pH(Q)

NaCl(Q)

(1)pH(L)

(2)NaCl(L)

Figura 01(g). Gráfico de Pareto para extração de PG.

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78

Anexos 02. Gráficos obtidos no experimento de inativação da enzima PER.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % INATIVAÇÃO

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=1,003367

DV: % INATIVAÇÃO

2,678964

-2,80603

6,070128

8,248669

12,63366

13,68367

26,46374

51,71374

89,40051

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1Lby3L

1Lby2L

CONCENTRAÇÃO(Q)

2Lby3L

(3)TEMPO(L)

TEMPO(Q)

(1)CONCENTRAÇÃO(L)

TEMPERATURA(Q)

(2)TEMPERATURA(L)

Figura 02(a). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com ácido ascórbico.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % inativação

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=,0972667

DV: % inativação

-5,24873

7,13056

35,68435

-44,4868

-46,581

47,39895

56,24921

197,7465

266,0781

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1Lby2L

2Lby3L

(1)Concentração(L)

Concentração(Q)

1Lby3L

tempo(Q)

(3)tempo(L)

temperatura(Q)

(2)temperatura(L)

Figura 02(b). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com mestabissulfito de sódio.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % inativação

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=1,261391

DV: % inativação

-1,67107

-2,62331

3,61288

-4,05439

-4,17148

6,051306

7,615482

40,83479

59,13516

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

2Lby3L

1Lby3L

1Lby2L

(1)Concentração(L)

Concentração(Q)

(3)Tempo(L)

Tempo(Q)

Temperatura(Q)

(2)Temperatura(L)

Figura 02(c). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com cloreto de cálcio.

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79

% inativação = 23,298352419362 + 7,1730811931683*x + 1,7096088260765*x2

+ 24,232291056662*y + 14,564810108048*y2 + 2,92125*0*y

120 100 80 60 40 20

% inativação = 23,298352419362 + 7,1730811931683*x +

1,7096088260765*x2

+ 24,232291056662*y + 14,564810108048*y2 + 2,92125*0*y

120 100 80 60 40 20

-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

CONCENTRAÇÃO Ac. Ascorb. mg/L

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

TE

MP

ER

AT

UR

A °

C

% inativação = 23,298352419362+24,232291056662*x

+14,564810108048*x2

+3,424393188822*y+3,8539101400247*y2+2,92125*x*y+0

120 100 80 60 40 20

-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

TEMPERATURA °C

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

TE

MP

O m

in

Figura 02(d). Superfície de resposta para o efeito temperatura e concentração de acido

ascórbico (i), gráfico bidimensional de contorno para os efeitos temperatura e concentração

de acido ascórbico (ii) e temperatura e tempo (iii) na inativação enzimática.

i

ii iii

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80

% inativação=30,779266245175+22,455139510485*x+17,340429544132*x²+4,7470423406699*y+4,1564236089085*y²-0;57875*1*x-5,13625*1*y+0,78625*x*y-0,88954677

120 100 80 60 40

Fitted Surface; Variable: % inativação

DV: % inativação

120 100 80 60 40

-1,6-1,4

-1,2-1,0

-0,8-0,6

-0,4-0,2

0,00,2

0,40,6

0,81,0

1,21,4

1,6

temperatura: 2

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

tem

po

: 3

120

100

80

60

40

20 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

Concentração: 1

-1,50

-1,25

-1,00

-0,75

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

tem

pe

ratu

ra: 2

Figura 02(e). Superfície de resposta para o efeito tempo e temperatura (i); gráfico

bidimensional de contorno para os efeitos tempo e temperatura (ii) e temperatura e

concentração de metabissulfito de sódio (iii) na inativação enzimática.

ii

i ii

i

ii ii

i

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81

Fitted Surface; Variable: % inativação

DV: % inativação

100

80

60

40

20 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

Temperatura: 2

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Tem

po

: 3

z=26;195891851905-1;2321829136412*x-1;3172979030932*x^2

+17;971953293654*y+12;895087059813*y^2+1;4346085409253*x*y

+4;24394015

80

60

40

20

Figura 02(f). Gráfico bidimensional de contorno quando se aplicou cloreto de cálcio

em termos de porcentagem de inativação enzimática para o efeito tempo e temperatura (i) e

superfície de resposta para os efeitos temperatura e concentração de cloreto de cálcio (ii).

i

ii

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82

Anexos 03. Gráficos obtidos no experimento de inativação da enzima PFO.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % inativação

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=,6163667

DV: % inativação

,7430523

1,037441

-4,42679

-5,90389

12,84958

15,3099

29,89797

30,57979

73,62166

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

2Lby3L

Conc. Ac. Ascorbico(Q)

1Lby2L

1Lby3L

Tempo(Q)

(3)Tempo(L)

(1)Conc. Ac. Ascorbico(L)

Temperatura(Q)

(2)Temperatura(L)

Figura 03(a). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com ácido ascórbico.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % de inativação

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=,4479083

DV: % de inativação

-4,33013

5,166133

-7,79423

9,016229

-24,2487

30,20375

37,50694

45,01172

75,48655

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

1Lby3L

Tempo(Q)

2Lby3L

conc. MS(Q)

1Lby2L

(3)Tempo(L)

Temperatura(Q)

(1)conc. MS(L)

(2)Temperatura(L)

Figura 03(b). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com metabissulfito de sódio.

Pareto Chart of Standardized Effects; Variable: % de inativaçao

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=1,119771

DV: % de inativaçao

0,

-2,19089

-3,28634

6,205623

-9,86547

12,2618

13,89096

-15,2225

56,76438

p=,05

Standardized Effect Estimate (Absolute Value)

2Lby3L

1Lby3L

1Lby2L

Temperatura(Q)

Tempo(Q)

(3)Tempo(L)

(1)Concentraçao CC(L)

Concentraçao CC(Q)

(2)Temperatura(L)

Figura 03(c). Gráfico de Pareto para a inativação de PER com cloreto de cálcio.

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83

80 70 60 50 z=61;465828615814+6;3516403089265*x+3;2524943622243*y

+2;7885044115204*y^2-1;22875*0;*x-1;63875*x*y+0;

z=61;465828615814+15;640471635941*x+6;702340445388*x^2+3;2524943622243*y+2;7885044115204*y^2-1;22875*0;*x-1;63875*0;*y+0;

110 100 90 80 70 60 -1,50 -1,25 -1,00 -0,75 -0,50 -0,25 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50

Temperatura: 2

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Te

mp

o: 3

z=61;465828615814+6;3516403089265*x+3;2524943622243*y+2;7885044115204*y^2-1;22875*0;*x-1;63875*x*y+0;

80

70

60 50 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

Conc. Ac. Ascorbico: 1

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Tem

po: 3

Figura 03(d). Superfície de resposta para o efeito tempo e concentração de ácido ascórbico (i),

gráfico bidimensional de contorno para os efeitos tempo e temperatura (ii) e tempo e concentração

de ácido ascórbico (iii) na inativação enzimática.

i

ii

iii

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84

z=61;290546100252+13;670637000461*x+7;0578958903423*x^2+5;4699090306075*y+;97214080635975*y^2-5;7377049180328*0;*x-1;0245901639344*0;*y-1;844262295082*x*y+0;

110 100 90 80 70 60 50

Figura 03(e). Superfície de resposta para o efeito, tempo e temperatura quando se aplicou

metabissulfito de sódio na inativação de PFO.

Fitted Surface; Variable: % de inativação

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=,4479083

DV: % de inativação

90

80 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

conc. MS: 1

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Tem

po: 3

Figura 03(f). Gráfico bidimensional de contorno para os efeitos tempo e concentração de

metabissulfito de sódio na inativação enzimática de PFO.

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85

z=71;794411396116+3;977602204174*x-4;5291819016944*x^2

+16;254181972065*y+1;8463710434302*y^2-1;2295081967213*x*y+0;

100

90

80

70

60

50

40

30 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

Concentraçao CC: 1

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Tem

pera

tura

: 2

Fitted Surface; Variable: % de inativaçao

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=1,119771

DV: % de inativaçao

90

80

70

60 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5

Concentraçao CC: 1

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

Tem

po:

3

Fitted Surface; Variable: % de inativaçao

3 factors, 1 Blocks, 18 Runs; MS Pure Error=1,119771

DV: % de inativaçao

100

90

80 70

60

50

40 z=71;794411396116+16;254181972065*x+1;8463710434302*x^2

+3;5111007424365*y-2;9352936654133*y^2-1;2295081967213*0;*x+0;

Figura 03(g). Gráfico bidimensional de contorno para o efeito temperatura e concentração

de cloreto de cálcio (i), tempo e concentração de cloreto de cálcio (ii), e superfície de

resposta para os efeitos tempo e temperatura (iii).

iii

ii

i