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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS CURSO DE FISIOTERAPIA MÁRCIA DA SILVA MAGALHÃES ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE ATLETAS DE NATAÇÃO E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CASCAVEL - PR 2005

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – … · Não teria graça! As pessoas que sempre guardarei no fundo do coração, Claudinha (minha “dupla de dois”), Luana, Ligia,

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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTECENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS

CURSO DE FISIOTERAPIA

MÁRCIA DA SILVA MAGALHÃES

ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE ATLETAS DE NATAÇÃO E

NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CASCAVEL - PR2005

Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTECENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS

CURSO DE FISIOTERAPIA

MÁRCIA DA SILVA MAGALHÃES

ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE ATLETAS DE NATAÇÃO E

NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

Trabalho de Conclusão de Curso do curso

de Fisioterapia da Universidade Estadual

do Oeste do Paraná – Campus Cascavel,

como requisito parcial para obtenção do

título de graduação em fisioterapia.

Orientadora: Prof. Maiza Ritomy Ide

CASCAVEL - PR2005

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TERMO DE APROVAÇÃO

MÁRCIA DA SILVA MAGALHÃES

ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA E DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA DE ATLETAS DE NATAÇÃO E NÃO

PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

Prof . Eduardo Alexandre Loth. Coordenadora do Curso

Trabalho de conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste doParaná.

BANCA EXAMINADORA

............................................................................Orientadora Prof. Maiza Ritomy Ide

Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE

............................................................................................Prof. Alberito Rodrigo de Carvalho

Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE

.........................................................................................Prof. Keila Okuda Tavares

Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE

Cascavel, 23 de novembro de 2005.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais, Sônia e

Luiz, por toda dedicação e amor em mim

depositados. E por confiarem a mim um

futuro e a realização de um sonho.

Conseguimos!

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AGRADECIMENTOSAgradeço a Deus, acima de tudo, pelas oportunidades e pela fonte de inesgotável

força.

A meus pais que através da confiança, dedicação e amor fizeram dos meus sonhos

os seus sonhos.

A professora Maiza Ritomy Ide, pela sua amizade, dedicação, paciência, incentivo,

conhecimento e principalmente, por ter feito brotar uma crescente paixão pela

pesquisa. Saiba que cresci muito graças a você.

As minhas amigas do coração, Núbia e Lílian, que tanto me ajudaram, sem saber e

sem ter tido intenção, simplesmente por serem minhas amigas, terem paciência e

estarem sempre ao meu lado. Saibam que sem vocês... Não teria graça!

As pessoas que sempre guardarei no fundo do coração, Claudinha (minha “dupla de

dois”), Luana, Ligia, Yarinha e Juliana Marques, que além da amizade, força e apoio

nas horas difíceis, também proporcionaram momentos de alegria.

Aos meus amigos Fabinho (Xuxu) e Vladimiro pelos momentos de descontração.

Ao André por tantas vezes me ouvir e oferecer seu ombro.

Aos professores responsáveis pela construção do conhecimento que hoje tenho. Em

especial, Carmem, Maiza, Aneline e Gustavo, os quais mais que professores,

tornaram-se amigos.

Aos professores Alberito e Keila pelas idéias colocadas neste trabalho.

Ao professor Rui da Associação Atlética Comercial de Cascavel pela colaboração.

As pessoas que participaram das atividades envolvidas neste trabalho de conclusão

de curso, pela disponibilidade e confiança.

E a todos aqueles que se fizeram presentes e participaram desta caminhada,

MUITO OBRIGADA!

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RESUMO

Este estudo objetivou avaliar e comparar a força muscular respiratória, expansibilidade torácica e mobilidade de tórax de atletas de natação e de indivíduos saudáveis não praticantes de exercício físico. Foram avaliados 22 indivíduos, com idade entre 15 e 21 anos (média 16,82 ± 2,09), sendo destes 11 atletas de natação, que deveriam treinar no mínimo 4 vezes por semana, uma hora/dia há pelo menos sete meses, e 11 indivíduos sedentários. Todos foram submetidos à avaliação das pressões inspiratória e expiratórias máximas (PImáx e PEmáx), cirtometria torácica ao nível axilar, quarto espaço intercostal e xifóideo e ao teste de amplitude de movimento de tórax. Constatou-se, através do teste não paramétrico de Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test, que atletas de natação apresentaram diferença significativa na PImáx e PEmáx quando comparados a indivíduos sedentários. Não houve diferenças na expansibilidade torácica e mobilidade de tórax entre os grupos. Conclui-se que atletas de natação apresentam maior força muscular respiratória que indivíduos sedentários. A natação não exerce efeitos na expansibilidade e mobilidade torácica de indivíduos saudáveis.

Palavras chave: força muscular respiratória, expansibilidade torácica e natação.

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ABSTRACT

This study aim to assess and compare the respiratory muscle strength, chest expansion and thoracic mobility of swimming athletes and healthful sedentary subjects. Twenty-two subjects, between 15 and 21 years (average 16,82 ± 2,09) participatéd in the study. Half of them (11) were swimming athletes, who swim 4 times per week, 1-hour-day, at least in the last seven months. The control group included 11 sedentary healthful subjects. All of them had their inspiratory and expiratory maximum pressures (PImáx and PEmáx) assessed. The chest expansion was assessed in 3 levels: axillary, 4th intercostal space and xyphoid level. The thoracic mobility was assessed through the thorax roam of motion test. The Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test was used to compare the groups. The swimming athletes presented significant improvement in the PImáx and PEmáx, when compared to the control group. It was not found differences in the chest expansion nor in the thoracic mobility between the groups. Swimming athletes present higher respiratory muscle strength than sedentary subjects. However, swimming does not influence the chest expansion nor thoracic mobility of healthful subjects.

Key words: respiratory muscle strength, chest expansion and swimming.

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................................................... 7

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................................. 8

LISTA DE GRÁFICOS .......................................................................................................................................... 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................................................... 10

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................... 13

2.1 ANATOMIA RESPIRATÓRIA .................................................................................................................................. 13 2.2 CAIXA TORÁCICA .............................................................................................................................................. 15 2.3 MÚSCULOS ....................................................................................................................................................... 17

2.3.1 Fibras de contração rápida ................................................................................................................. 17 2.3.2 Fibras de contração lenta .................................................................................................................... 18 2.3.3 Músculos respiratórios ........................................................................................................................ 19

2.4 FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................................................................ 23 2.5 BIOMECÂNICA VENTILATÓRIA ............................................................................................................................. 24

3 EXPANSIBILIDADE TORÁCICA .................................................................................................................. 27

4 FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA ....................................................................................................... 30

5 NATAÇÃO .......................................................................................................................................................... 33

6 METODOLOGIA .............................................................................................................................................. 35

6.1 AMOSTRA ........................................................................................................................................................ 35 6.2 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................................... 35

6.2.1 Avaliação da força muscular respiratória .......................................................................................... 36 6.2.2 Avaliação da expansibilidade torácica ............................................................................................... 38 6.2.3 Avaliação da mobilidade de tórax ..................................................................................................... 40

6.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................................................................... 41

7 RESULTADOS ................................................................................................................................................... 43

7.1 IDADE, ALTURA, PESO E SEXO ........................................................................................................................... 43 7.2 TEMPO DE TREINAMENTO DO GNADADORES .......................................................................................................... 44 7.3 FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA ...................................................................................................................... 44 7.4 EXPANSIBILIDADE TORÁCICA ............................................................................................................................. 47 7.5 CORRELAÇÃO ENTRE PRESSÕES RESPIRATÓRIAS E EXPANSIBILIDADE TORÁCICA ......................................................... 49 7.6 MOBILIDADE DE TÓRAX ..................................................................................................................................... 50

8 DISCUSSÃO ....................................................................................................................................................... 51

9 CONCLUSÃO .................................................................................................................................................... 55

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................... 56

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......................................... 61

APÊNDICE B – FICHA DE AVALIAÇÃO APLICADA AOS ATLETAS DE NATAÇÃO ........................ 63

APÊNDICE C – FICHA DE AVALIAÇÃO APLICADA AOS INDIVÍDUOS SEDENTÁRIOS ................. 66

APÊNDICE D – PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA .......................................................... 68

ANEXO A – TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ................................. 70

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura1 – Manovacuômetro utilizado na avaliação da força muscular

respiratória..................................................................................................................37

Figura 2 – Avaliação da força muscular respiratória..................................................37

Figura 3 – Avaliação da expansibilidade torácica......................................................40

Figura 4 – Avaliação da mobilidade torácica..............................................................41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Faixas de valores normais para as pressões respiratórias máximas, por

sexo e grupo etário.....................................................................................................31

Tabela 2 – Caracterização de quadro clínico de acordo com valores da PImáx.......32

Tabela 3 – Descrição da amostra...............................................................................43

Tabela 4 – Tempo de treinamento Gnadadores..............................................................44

Tabela 5 – Comparação da PImáx e PEmáx (cmH2O) entre o Gnadadores, o Gcontrole e o

esperado.....................................................................................................................45

Tabela 6 – Expansibilidade torácica (cm) do Gnadadores e Gcontrole...............................47

Tabela 7 – Correlação entre PImáx e PEmáx com a expansibilidade torácica..........49

Tabela 8 – Mobilidade de tórax..................................................................................50

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação da PImáx (cmH2O) entre Gnadadores, Gcontrole e o

esperado.....................................................................................................................46

Gráfico 2 – Comparação dos valores da PEmáx (cmH2O) Gnadadores, Gcontrole e o

esperado.....................................................................................................................46

Gráfico 3 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível axilar entre Gnadadores e o

Gcontrole.....................................................................................................................48

Gráfico 4 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível 4EI entre Gnadadores e o

Gcontrole........................................................................................................................48

Gráfico 5 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível xifóide entre Gnadadores e

o Gcontrole.....................................................................................................................49

Gráfico 6 – Classificação da mobilidade de tórax......................................................50

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM – Amplitude de movimento

cm – Centímetro

cm2 – Centímetro quadrado

cmH2O – Centímetros de água

CO2 – Dióxido de carbono

CV – Capacidade vital

Gcontrole – Grupo controle

Gnadadores – Grupo de nadadores

mmHg – Milímetros de mercúrio

O2 – Oxigênio

PEmáx – Pressão expiratória máxima

pH – potencial hidrogeniônico

PImáx – Pressão inspiratória máxima

VC – Volume corrente

VR – Volume residual

VRE – Volume de reserva expiratória

VRI – Volume de reserva inspiratória

4EI – Quarto espaço intercostal

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1 INTRODUÇÃO

Um tórax bem desenvolvido parece sinônimo de grande capacidade

respiratória. Entretanto, a respiração é baseada na noção de troca. Como um fole, o

tórax deve esvaziar-se para encher-se novamente de ar fresco. Se os músculos

inspiratórios estão demasiadamente rígidos, a caixa torácica não consegue descer

até a sua posição normal. Se os músculos encontram-se fracos, não conseguem

expandir a caixa torácica (SOUCHARD, 1996).

Deste modo, a avaliação da força muscular respiratória, expansibilidade

torácica e mobilidade de tórax tornam-se importante para avaliar a integridade do

sistema respiratório. Sabe-se que patologias respiratórias frequentemente levam a

redução da força muscular respiratória e da expansibilidade torácica.

A natação traz benefícios ao sistema cardiorespiratório, como aumento da

capacidade respiratória, diminui deformidades de tórax, melhora o condicionamento

cardiorespiratório e aumenta a força dos músculos respiratórios.

Freqüentemente se recomenda a natação para indivíduos com patologias

respiratórias, particularmente para aqueles com asma brônquica. Devido ao

ambiente úmido, aquecido, sem presença de pólen, poluição e outros alérgenos, o

que não favorece crises. Entretanto, não foram encontrados estudos que avaliassem

a força muscular respiratória, expansibilidade torácica e a mobilidade de tórax de

praticantes de natação, sem patologias respiratórias.

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Deste modo, não se sabe se quando um indivíduo saudável pratica esse

esporte o aumento destes parâmetros se correlacionam.

Assim, através da avaliação e da comparação, dos mesmos, pretende-se

analisar se a natação tem influência sobre força muscular respiratória,

expansibilidade e mobilidade de tórax. Espera-se que tanto a força muscular

respiratória quanto a expansibilidade torácica e a mobilidade de tórax de atletas de

natação, sejam melhores do que a de sedentários saudáveis. Segundo Azeredo

(2002) quanto maior a força muscular respiratória, maior a expansibilidade torácica.

Este estudo objetivou avaliar e comparar força muscular respiratória,

expansibilidade torácica e mobilidade de tórax de atletas de natação e de indivíduos

saudáveis não praticantes de exercício físico.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O principal objetivo do sistema respiratório é promover um meio de troca

gasosa entre o ambiente externo e o corpo (POWERS e HOWLEY, 2000). Nos

mamíferos os pulmões são os órgãos encarregados de fornecer oxigênio ao

organismo e dele retirar o excesso de CO2 (BETHLEM, 2002). Essa troca ocorre em

conseqüência da difusão. Para tal, os seres humanos possuem uma extensa

superfície pulmonar envolvida com as trocas gasosas (70 a 100 cm²), a qual está

distribuída por 3000 milhões de alvéolos pulmonares (POWERS e HOWLEY, 2000).

Os pulmões, todavia, não são somente órgãos respiratórios. Participam do

equilíbrio térmico e hidrossalino, pois com o aumento da ventilação pulmonar há

maior perda de calor e água. Auxiliam na manutenção do pH plasmático dentro de

limites fisiológicos, regulando a eliminação de dióxido de carbono, sob forma de CO2

(BETHLEM, 2002).

2.1 Anatomia Respiratória

O sistema respiratório está dividido anatomicamente em vias aéreas

superiores, constituídas por fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringe e parte

superior da traquéia, e vias aéreas inferiores, composta pela parte inferior da

traquéia, brônquios, bronquíolos e as unidades distais do pulmão (SILVEIRA, 2000).

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Os pulmões em número de dois, direito e esquerdo, são órgãos principais da

respiração. Estão contidos na cavidade torácica e entre eles há uma região

denominada mediastino, ocupado pelo coração, grandes vasos, esôfago, parte da

traquéia e brônquios principais (FATTINI e DÂNGELO, 1995).

Os pulmões são órgãos de forma cônica, apresentando um ápice superior,

uma base inferior, e duas faces: costal e medial. A base descansa sobre o

diafragma, músculo que separa internamente o tórax do abdomem. Por esta razão,

ela é conhecida também como face diafragmática. Os pulmões se subdividem em

lobos cujo número, embora possam existir variações anatômicas, é de três para o

direito e dois para o esquerdo. Na sua face medial, cada um dos pulmões apresenta

uma fenda em forma de raquete, o hilo pulmonar, pelo qual entram ou saem

brônquios, vasos e nervos pulmonares (FATTINI e DÂNGELO, 1995).

O sistema respiratório humano é constituído por um grupo de passagens

que filtram o ar e o transportam para o interior dos pulmões, nos quais ocorre a troca

gasosa no interior de sacos aéreos microscópicos, denominados alvéolos (POWERS

e HOWLEY, 2000).

Para chegar aos pulmões, o ar segue um trajeto denominado ducto

respiratório (TESTUD, 1985). O ar entra pelo nariz e pela boca, flui para as vias

respiratórias, onde se ajusta à temperatura corporal, filtrado e quase completamente

umidificado ao passar através da traquéia. Esse processo de condicionamento do ar

continua à medida que o ar inspirado penetra nos dois brônquios. Estes são grandes

tubos que atuam como condutores primários em cada um dos dois pulmões. Os

brônquios subdividem-se ainda mais em numerosos bronquíolos, que conduzem o ar

inspirado através de um caminho tortuoso e estrito até acabar se misturando com o

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ar existente nos alvéolos, que são os ramos terminais do sistema respiratório

(McARDLE, KATCH e KATCH, 1998).

2.2 Caixa Torácica

O tórax possui forma cônica, sendo limitado pelo diafragma em sua base e

pela abertura estreita no seu ápice. Essa abertura é denominada opérculo, é limitada

pelas primeiras costelas e pala porção superior do esterno (SCANLAN, WILKINS e

STOLLER, 2000).

O tórax é formado por costelas, vértebras dorsais, esterno, cartilagens,

músculos e ligamentos (BETHLEM, 2002).

As costelas formam 12 pares: as verdadeiras (sete primeiros pares) se

articulam diretamente com o esterno; as falsas (três pares seguintes) se articulam

diretamente com o esterno mediante cartilagens que se aproximam e se juntam; as

flutuantes (dois últimos pares) se articulam apenas com a coluna dorsal, pois suas

extremidades anteriores não se prendem ao esterno (BETHLEM, 2002).

A coluna dorsal se compõe de 12 vértebras, as quais se separam entre si

por fibrocartilagens e, por isso, as articulações das vértebras dorsais funcionam

como anfiartroses ou sínfises (BETHLEM, 2002).

Cada uma das 12 vértebras dorsais se articula com a vértebra subjacente

por três superfícies articulares. Os corpos vertebrais de duas vértebras são unidos,

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entre si, pelo disco intervertebral, união reforçada pelos ligamentos periféricos: um

anterior e outro posterior. As duas apófises articulares inferiores se unem às

apófises articulares superiores da vértebra situada abaixo. A cápsula das

articulações das apófises articulares é reforçada interiormente pelo ligamento

amarelo elástico (CARVALHO, 2001).

A caixa torácica tem o objetivo de proteger os órgãos vitais do seu interior

por meio da estrutura óssea e de fazer com que os ossos torácicos e os músculos

possam interagir para aumentar e diminuir o volume torácico, de modo que o fluxo

de ar entre e saia do pulmão por meio de diferenças de pressão (SCANLAN,

WILKINS e STOLLER, 2000).

A forma e a posição da coluna vertebral como um todo, bem como a

integridade das vértebras e das articulações torácicas são importantes para manter

a orientação adequada das costelas e de seus eixos. Os próprios movimentos da

coluna modificam a mobilidade das costelas. É por isso que a coluna em extensão

favorece o ato inspiratório e a coluna em flexão favorece o ato expiratório

(BETHLEM, 2002).

2.3 Músculos

Os músculos são o “elemento maior” do corpo humano, acionando

consciente ou inconscientemente os segmentos corpóreos. A musculatura estriada,

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de contração voluntária, é denominada musculatura esquelética (JUNQUEIRA e

CARNEIRO, 1999).

O músculo esquelético é constituído por fibras musculares que apresentam

sempre a mesma estrutura molecular básica. Diferenciam-se pelo tipo de inervação

e pelas propriedades elétricas. Assim como as fibras musculares se diferenciam

quanto à rapidez de contração, os motoneurônios diferenciam-se quanta à rapidez

de excitabilidade (SANTOS, 2005).

2.3.1 Fibras de contração rápida

As fibras do tipo IIa e IIb são também denominadas fibras fásicas ou

dinâmicas, pela função de adaptar-se a atividades musculares intensas e de curta

duração, sendo responsáveis pela realização do movimento. Sua ação é voluntária e

consciente (SANTOS, 1997).

Para Scott, Stevens e Binder-Macleod (2001), as fibras do tipo II contraem-

se mais rapidamente que as fibras do tipo I por apresentarem a miosina ATPase de

alta atividade, a qual quebra o ATP para liberar energia que impulsiona a contração

ou permite o relaxamento muscular.

As fibras musculares de contração rápida possuem um número

relativamente pequeno de mitocôndrias e suprimento sangüíneo menos extenso pelo

papel secundário do metabolismo oxidativo (GUYTON e HALL, 2002). Apresentam

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uma capacidade limitada de metabolismo aeróbico e são menos resistentes à fadiga

(POWERS, 2000). Por isso, são mais utilizadas durante eventos de resistência mais

curtos e de intensidade mais elevada (WILMORE e COSTILL, 2001).

2.3.2 Fibras de contração lenta

As fibras de contração lenta são constituídas por fibras musculares do tipo I

e têm função de adaptar-se às contrações de longa duração, necessárias à

manutenção postural na tentativa de impedir o desequilíbrio, quando possível. Por

isso, denomina-se músculo tônico ou antigravitário. Sua ação é reflexa e

inconsciente (SANTOS, 2005).

As fibras de contração lenta são assim denominadas pela menor velocidade

de ação (SCOTT, STEVENS e BINDER-MACLEOD, 2001). Por conter um número

elevado de mitocôndrias, pelo número de capilares que circundam a fibra e pela

quantidade de mioglobina no interior da mesma. Uma grande quantidade de

mitocôndrias provê uma maior capacidade de produção aeróbica de ATP. Desta

forma, uma fibra muscular com alta concentração de mioglobina, aliada a um

número elevado de mitocôndria e capilares, possuirá alta capacidade aeróbica e,

portanto, resistência à fadiga (POWERS e HOWLEY, 2000).

Em razão dessa alta resistência aeróbica, as fibras de contração lenta são

recrutadas mais frequentemente durante os eventos de resistência de baixa

intensidade e durante a maioria das atividades diárias, quando as necessidades de

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força muscular são baixas (WILMORE e COSTILL, 2001). Inclui-se também a

musculatura respiratória que, por nunca repousar, tem características de

musculatura tônica e com freqüência estão retraídas, limitando consideravelmente

as possibilidades inspiratórias (SOUCHARD, 1996).

2.3.3 Músculos respiratórios

Os músculos da respiração podem ser classificados em duas catégorias. Por

um lado, os músculos da inspiração, que elevam as costelas e o esterno e, por

outro, os músculos da expiração, que fazem baixar as costelas. Além disso, nestas

duas catégorias se distinguem dois grupos, os músculos principais e os músculos

acessórios, embora estes últimos só atuem durante movimentos anormalmente

amplos ou potentes (KAPANDJI, 2000).

Farkas et al. (1996) classificam os vários músculos da respiração em

inspiratórios ou expiratórios baseados em suas ações mecânicas. Além de

compartilhar todas as características comuns aos músculos do esqueleto

apendicular, os músculos da respiração são propensos a fadiga e também estão

dotados com a capacidade de se adaptarem a condições adversas, incluindo o

exercício físico, que pode levar ao encurtamento da estrutura dos músculos

inspiratórios acessórios.

Kapandji (2000) e Kendall, McCreary e Provance (1995) classificam os

músculos respiratórios em músculos da inspiração e músculos da expiração. Dentre

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todos os músculos principais e acessórios da respiração, a maioria tem sua origem

e/ou inserção no gradil costal, sendo que, para Kendall, McCreary e Provance

(1995), qualquer um desses músculos pode influenciar a mecânica respiratória.

2.3.3.1 Músculos inspiratórios

O grupo de músculos inspiratórios mais importantes são os intercostais

externos, que se orientam de cima para baixo e de trás para frente entre as costelas

adjacentes. Quando os intercostais externos se contraem, puxam as costelas

superiores para frente em relação às costelas inferiores, provocando um efeito de

alavanca sobre as costelas, o que determina sua elevação, causando a inspiração.

Os músculos intercostais são inervados pelos nervos intercostais, que deixam à

medula espinhal no mesmo nível (WEST, 1996).

Porém, o mais importante músculo da inspiração é o diafragma. Ele consiste

de uma camada muscular em forma de cúpula, inserida nas últimas costelas. É

inervado pelos nervos frênico, dos segmentos cervicais três, quatro e cinco. Quando

se contrai, o conteúdo abdominal é forçado para baixo e para frente aumentando o

diâmetro vertical da cavidade torácica. Na respiração normal em repouso, o nível do

diafragma se move cerca de 1 cm. Em uma inspiração e expiração forçada sua

excursão pode ser de até 10 cm (WEST, 1996).

Durante a inspiração, a contração do diafragma faz o centro frênico baixar.

Em seguida, a resistência ao alongamento dos elementos verticais do mediastino e

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a resistência das vísceras abdominais intervêm. Essa massa está mantida pelos

potentes músculos abdominais (KAPANDJI, 2000), os quais são indispensáveis para

a eficácia do diafragma (GRASSINO et al., 1978 e ALIVERTI et al., 1997).

2.3.3.2 Músculos expiratórios

Os músculos expiratórios principais são os oblíquos interno e externo, reto

abdominal, transverso do abdomem, intercostais internos posteriores e transverso

do tórax. Os expiratórios acessórios são o grande dorsal, serrátil póstero-inferior,

quadrado lombar e iliocostal lombar (KENDALL, McCREARY e PROVANCE, 1995).

Na expiração, o diafragma se relaxa, e a contração dos abdominais faz

baixar o orifício inferior do tórax, diminuindo simultaneamente os diâmetros

transversal e ântero-posterior do tórax. Por outro lado, aumentando a pressão intra-

abdominal, os músculos abdominais deslocam a massa das vísceras para cima e

fazem o centro frênico subir, o que diminui o diâmetro vertical do tórax. Os músculos

abdominais são, então, os antagonistas perfeitos do diafragma, visto que diminuem

simultaneamente os três diâmetros do tórax (KAPANDJI, 2000).

2.3.3.3 Músculos acessórios

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Além dos músculos diafragma e intercostais externos, existem ainda os

músculos acessórios da inspiração, que são assim chamados pois contribuem muito

pouco para a ventilação normal, mas podem se contrair intensamente durante o

exercício ou na respiração forçada (WEST, 1996 e GUYTON e HALL, 2002). Esses

músculos são os escalenos, que elevam as duas primeiras costelas; os

esternocleidomastóides, que elevam o esterno e os serráteis anteriores, que elevam

muitas das costelas. Os músculos elevadores das asas do nariz, que dilatam as

narinas, e os músculos curtos da cabeça e pescoço também assessoram às vezes a

respiração (GUYTON e HALL, 2002).

Dentre todos os músculos principais e acessórios da respiração, quase

todos tem função postural. Kendall, McCreary e Provance (1995), colocam que

somente o diafragma e os intercostais anteriores podem ser considerados

puramente respiratórios. Os músculos acessórios da expiração, não deixam de ser

importantes, nem extremamente potentes, só porque são acessórios, visto que

condicionam a expiração forçada e o esforço abdominal. Na região tóraco-lombar se

encontram outros músculos acessórios da expiração: a porção inferior do músculo

sacrolombar, o grande dorsal, o serrátil menor posterior e inferior e o quadrado

lombar (KAPANDJI, 2000).

Apesar da divisão em músculos principais e acessórios que podem ser

recrutados para assistir no processo ventilatório, a exata participação bem como a

extensão da participação de cada um deles depende não somente das demandas da

respiração, mas também, das diferenças individuais nos hábitos ou necessidades

respiratórias (KENDALL, McCREARY e PROVANCE, 1995).

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2.4 Fisiologia do Sistema Respiratório

A palavra respiração refere-se à troca de gases entre as células de um

organismo e o ambiente externo, consistindo na ventilação e circulação. A ventilação

é definida como o movimento de gases para dentro e para fora dos pulmões. A

circulação é o transporte destes gases para os tecidos (FARKAS; CERNY;

ROCHESTER, 1996).

O sistema respiratório é do ponto de vista mecânico e fisiológico,

considerado de alta complexidade (AZEREDO, 2002). A respiração tem como

objetivo o fornecimento de O2 aos tecidos e a remoção do CO2. Pode ser dividida em

quatro grandes eventos funcionais: a ventilação pulmonar, que é a renovação cíclica

do gás alveolar pelo ar atmosférico; a difusão do O2 e do CO2 entre os alvéolos e o

sangue; o transporte, no sangue e nos líquidos corporais, do O2 e do CO2; e a

regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração (GUYTON e HALL,

2002).

O sistema respiratório pode ser comparado a uma “bomba virtual”. A bomba

respiratória é constituída pelos músculos da respiração e pelo tórax. Esta bomba

trabalha 24 horas por dia, fazendo com que o gás entre nos pulmões e saia sem que

tenhamos consciência desse movimento. Em condições normais, os principais

efetores dessa bomba são os músculos respiratórios (AZEREDO, 2002; KENDAL,

McCREARY e PROVANCE, 1995).

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Durante a ventilação basal, a maior parte do trabalho despendido pelos

músculos ventilatórios é utilizada apenas para expandir os pulmões. Normalmente,

apenas pequena percentagem do trabalho total é usada para vencer a resistência

dos tecidos e percentagem pouco maior é usada para vencer a resistência das vias

aéreas (GUYTON e HALL, 2002; KENDAL, McCREARY e PROVANCE, 1995).

2.5 Biomecânica Ventilatória

A ventilação pulmonar é o processo através do qual o ar é mobilizado para o

interior e para o exterior dos pulmões. Ela possui duas fases: a inspiração e a

expiração. Na inspiração ocorre diminuição do volume da caixa torácica, fazendo

diminuir a pressão intrapleural e o ar é inspirado para o interior dos pulmões.

Imediatamente após ocorre a expiração, a qual gera diminuição do volume pulmonar

e expulsão do ar (WILMORE e COSTILL, 2001 e BETHLEM, 2002).

Em repouso, a ventilação normal ocorre quase que inteiramente por conta

da movimentação do músculo diafragma. Durante a inspiração, a contração do

diafragma traciona para baixo a superfície inferior dos pulmões. Em seguida, durante

a expiração, o diafragma simplesmente se relaxa, e a retração elástica dos pulmões,

da caixa torácica e das estruturas abdominais comprime os pulmões (GUYTON e

HALL, 2002; KAPANDJI, 2000 e SHAFFER et al., 1981).

A inspiração é um processo ativo e envolve o diafragma e os músculos

intercostais externos (WILMORE e COSTILL, 2001). Ao encurtarem-se, os músculos

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inspiratórios aumentam o diâmetro da caixa torácica em repouso. Em primeira

análise um tórax bem desenvolvido parece sinônimo de grande capacidade

respiratória. Entretanto, a respiração é baseada na noção de troca. Como um fole, o

tórax deve esvaziar-se para encher-se de novo de ar fresco. Se os músculos

inspiratórios estão demasiadamente rígidos, a caixa torácica não consegue descer

até a sua posição normal. Em caso de hipertonia dos inspiratórios, a expiração

torna-se insuficiente (SOUCHARD, 1996). Segundo Farkas, Cerny e Rochester

(1996) e Grassino et al. (1978), a freqüência dos movimentos aumenta para

compensar essa deficiência, até o indivíduo, tornar-se ofegante, por conseqüência.

Assim a musculatura acessória torna-se ativa quando a demanda ventilatória

aumenta.

O trabalho realizado nas inspirações pode ser dividido em três parcelas: a

necessária para expandir os pulmões vencendo as forças elásticas dos pulmões e

da caixa torácica; a exigida para vencer a viscosidade das estruturas dos pulmões e

da caixa torácica e a necessária para vencer a resistência das vias aéreas durante a

movimentação do ar para dentro e para fora dos pulmões (GUYTON e HALL, 2002).

Todo processo respiratório envolve variações pressóricas que ocorrem em

diversos setores do sistema de forma harmoniosa e sincrônica. Assim, do nariz até o

alvéolo e deste ao capilar pulmonar, ocorrem distintos gradientes pressóricos que

tornam fisicamente complexas a ventilação pulmonar, a difusão e a perfusão

(AZEREDO, 2002).

A força dos músculos respiratórios depende da relação comprimento-tensão,

força-velocidade, força-freqüência de estimulação e integridade contrátil (EPSTEIN,

1994; MACHADO, 2002 e ROCHESTER, 1988).

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O comprimento do músculo e a sua força contrátil dependem do volume

pulmonar e de sua posição (MACHADO, 2002). A força contrátil dos músculos

expiratórios é maior próximo à capacidade pulmonar total, enquanto a força dos

músculos inspiratórios é maior entre capacidade residual funcional e volume residual

(ROCHESTER, 1988).

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3 EXPANSIBILIDADE TORÁCICA

A expansibilidade torácica é definida como o movimento observado no tórax

durante uma incursão inspiratória e expiratória. Depende da capacidade dos

músculos respiratórios em gerar pressão negativa intrapleural eficiente e da

integridade da caixa torácica (AZEREDO, 2002).

A mobilidade de tórax informa sobre as capacidades pulmonares, porque há

uma estreita relação entre ela e os volumes pulmonares. A mobilidade de expansão

da caixa torácica se relaciona com o conjunto de músculos que expandem e

diminuem o diâmetro torácico (DUFOUR, 1989).

Uma das maneiras mais indicadas para a mensuração da mobilidade

toracoabdominal é a toracometria ou cirtometria dinâmica, que é a medida do

perímetro torácico durante os movimentos respiratórios (CARVALHO, 2001 e

COSTA, 1999).

A cirtometria pode ser realizada com o uso de uma fita métrica e deve ser

repetida no mínimo, em três regiões diferentes do tórax: axilar, mamilar e xifoidiana.

A fita deve ser fixada com seu ponto zero na região anterior no nível a ser

examinado e/ou extremidade. Após contornar o tórax, deverá ser tracionada pelo

terapeuta sobre o ponto fixo. Deve ser realizada máxima pressão possível da fita

sobre o corpo do indivíduo para prevenir que as estruturas moles interfiram nos

escores (COSTA, 1999).

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Segundo CARVALHO (2001), uma completa cirtometria deve incluir os

perímetros em repouso e nos movimentos torácicos de inspiração e expiração

máximos. Para Costa (1999) e Azeredo (2002), basta mensurar o perímetro

toracoabdominal em inspiração e expiração máximas.

A avaliação da expansibilidade torácica pode ser repetida se houver

necessidade, como no caso de dúvida em relação aos valores encontrados. É

sempre a tentativa que fornece a maior diferença que deverá ser registrada e não a

média das diferentes repetições (DUFOUR, 1989).

A amplitude normal do tórax durante a inspiração tranqüila é de

aproximadamente 1,87 cm, com variação entre os sexos. Durante a inspiração

forçada, a amplitude do tórax varia de 5 a 6,25 cm ao nível do processo xifóide,

podendo chegar a 7,5 cm em indivíduos jovens e em atletas (HISLOP e

WORTHINGHAM, 1996).

Os critérios de Nova Iorque para diagnóstico da espondilite anquilosante

definem uma expansibilidade normal como aquela que alcança 2,5 cm (Burgos et al.,

1993). Entretanto, para Cipriano (1999), a expansibilidade de uma mulher jovem

também tem valor aproximado de 2,5 cm e para o sexo masculino o valor é de 5 cm.

Valores que diferem dos anteriores, para mais ou menos são graduados como

expansibilidade aumentada ou diminuída, respectivamente.

Porém, é importante lembrar que a mobilidade toracoabdominal varia de

acordo com a anatomia das costelas. Fisiologicamente, as costelas inferiores são

mais oblíquas que as superiores, e quanto maior for o grau de obliqüidade, maior

será o movimento que podem realizar. Conseqüentemente, a expansão da caixa

torácica também se dá em função do comprimento das cartilagens costais, já que as

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costelas articulam-se com o esterno mediante cartilagens cujo comprimento vai

aumentando da primeira à décima costela. Sendo assim, a expansão da caixa

torácica é maior na sua porção inferior em comparação com a porção superior e é

proporcional à amplitude de elevação das costelas (TRIBASTONE, 2001).

O envelhecimento biológico normal leva à diminuição das reservas

funcionais do organismo. Todas as estruturas relacionadas à respiração alteram-se

no envelhecimento. O mais importante para a mecânica respiratória são os

elementos que compõem a caixa torácica (CARVALHO, 2002; JACOB e SOUZA,

2000; YUASO e SGUIZZATTO, 2002). A fibrocartilagem que liga o manúbrio e o

corpo do esterno pode desaparecer, unindo-se as duas partes ósseas. Como a

mobilidade da caixa torácica na respiração depende da movimentação das

articulações, as alterações citadas provocam aumento da complacência pulmonar,

enquanto reduzem as forças de tração da parede torácica, reduzindo as pressões

respiratórias – inspiratórias e expiratórias – máximas (CAROMANO e CONDELORO,

2001; JACOB e SOUZA, 2000; YUASO e SGUIZZATTO, 2002).

O principal mecanismo responsável pela diminuição da capacidade funcional

dos pulmões é o enrijecimento progressivo do tecido elástico dos pulmões e da

parede torácica (PICKLES et al, 2002).

Segundo Carvalho (2002), Jacob e Souza (2000), Yuaso e Sguizzatto

(2002), o tórax assume a configuração de tórax senil ou “em barril”. Associado a

redução da elasticidade e a atrofia dos músculos esqueléticos acessórios da

respiração o que reduzem a capacidade de expansão da caixa torácica.

4 FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA

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A força muscular respiratória é definida como a pressão mínima ou máxima

mensurada ao nível da boca (IRWIN, 2000, LEITH e BRADLEY, 1976 e SHAFFER

et al., 1981), atribuída a um esforço muscular necessário para produzir a mudança

de pressão (LEITH e BRADLEY, 1976 e SHAFFER et al., 1981).

A força muscular respiratória é exercida em dois sentidos: no sentido da

inspiração, produzindo a pressão inspiratória máxima (PImáx) e no sentido da

expiração, gerando a pressão expiratória máxima (PEmáx) (AIDÉ, 2001). A PImáx é

a pressão gerada na boca durante um esforço máximo (AZEREDO, 2002), sendo

que a força dos músculos inspiratórios é maior entre a capacidade residual funcional

e volume residual (ROCHESTER, 1988). A PEmáx é a pressão mensurada a partir

da capacidade pulmonar total, na qual os músculos expiratórios estão no seu

comprimento ideal (ROCHESTER, 1988 e AZEREDO, 2002).

Um dos métodos mais simples existentes para tal avaliação foi proposto em

1891 por Black e Hyatt, quando utilizaram um manômetro com escalas em fase

negativa e positiva para mensurar as pressões respiratórias máximas. Este

instrumento é denominado de manovacuômetro, um aparelho de baixo custo

composto por um tubo rígido e cilíndrico, com extremidade distal parcialmente

ocluída, pois apresenta um orifício com 1 a 2 mm de diâmetro. A extremidade

proximal é aberta e encaixada a uma peça bucal, que será acoplada a boca do

indivíduo. Uma saída lateral e uma tubulação de plástico rígido unem o tubo ao

manômetro anaeróide apto a mensurar as pressões negativas e positivas

(AZEREDO, 2000).

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O orifício é necessário durante os esforços inspiratórios máximos, pois os

músculos da boca e da orofaringe podem originar uma pressão negativa que ilude o

valor da pressão produzida pelos músculos inspiratórios da caixa torácica, com a

glote aberta ou fechada. O pequeno orifício é utilizado para dispersar as pressões

criadas pela musculatura do rosto e músculos da caixa torácica com a glote aberta

(SOUZA, 2002).

Os valores esperados para PImáx e PEmáx podem ser considerados

normais de acordo com a Tabela 1, na qual segundo o Consenso Brasileiro de

Pneumologia e Tisiologia (2002), considera-se o limiar inferior de normalidade

subtraindo-se o numero à direita do sinal “±” do número à esquerda desse sinal.

Tabela 1 – Faixas de valores normais para as pressões respiratórias máximas, por sexo e grupo etário

Pressões Sexo Grupos etários20 – 54 55 – 59

PImáx* Homens 124 ± 44 103 ± 32Mulheres 87 ± 32 77 ± 26

PEmáx Homens 233 ± 84 209 ± 74Mulheres 152 ± 54 140 ± 40

*Para a PImáx as faixas estão em valores absolutosFonte: Souza, 2002.

Na avaliação pulmonar, é importante detectar as alterações decorrentes da

perda de força dos músculos respiratórios e alterações na mobilidade de tórax,

resultante de encurtamento e fraqueza muscular e perda da tração elástica pulmonar

(BLACK e HYATT, 1969).

Azeredo (2002) estabelece valores de PImáx para classificação da

musculatura respiratória em fraca, fadigada ou em falência. Estes valores estão

descritos na Tabela 2.

Tabela 2 – Caracterização de quadro clínico de acordo com valores da PImáx

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Quadro clínico PImáx*

Fraqueza muscular respiratória – 70 a – 45Fadiga muscular respiratória – 40 a – 25

Falência muscular respiratória < – 20* Valores em cmH2OFonte: Azeredo (2002)

A mensuração da força dos músculos respiratórios tem vasta aplicação, pois

permite o diagnóstico de insuficiência respiratória por falência muscular, possibilita o

diagnóstico precoce da fraqueza em músculos respiratórios, auxiliando o médico ou

fisioterapeuta a estabelecer protocolo de treinamento físico geral e em particular da

musculatura respiratória (AZEREDO, 2002).

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5 NATAÇÃO

A natação é um dos esportes mais praticados no Brasil (MASSAUD, 2001).

É uma das atividades mais recomendadas para portadores de asma brônquica

(BATÉS e HANSON, 1998; BECKER e COLE, 2000 e CAMPION, 2000), por

melhorar o trofismo e a força dos músculos respiratórios (LIMA, 1999), o

condicionamento e a resistência cardiovascular (CAMPION, 2000) e também

aumentar a capacidade respiratória (BATÉS e HANSON, 1998).

Campion (2000) sugere que o exercício físico para asmáticos é benéfico

para aumentar a tolerância ao exercício e melhorar o controle respiratório, além de

manter o condicionamento físico e diminuir as deformidades secundárias do tórax.

Promove também benefícios sociais e psicológicos que aumentam a qualidade de

vida do asmático.

A natação apresenta como vantagens sobre o exercício convencional o fato

de que o exercício é realizado em meio que não favorece as crises: úmido,

aquecido, sem presença de pólen ou poluição. Deste modo, os exercícios podem ser

realizados por mais tempo, favorecendo a melhora do condicionamento cardio-

respiratório (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000).

Os efeitos combinados da densidade da água, incompressibilidade e

pressão hidrostática criam uma compressão significativa sobre todos os tecidos do

organismo na imersão (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000). Estes efeitos combinados

reduzem a capacidade vital e o volume de reserva expiratória e produzem um

aumento na capacidade de inspiração. Os músculos inspiratórios precisam trabalhar

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contra a pressão hidrostática e a pressão intra-abdominal mais alta causada pelo

abaixamento do diafragma. Dessa forma, os exercícios na água podem tonificar os

músculos respiratórios (BECKER e COLE, 2000 e CAMPION, 2000).

A respiração do nadador é específica. A expiração torna-se ativa e a

inspiração reflexa (GAROFF e CATTEAU, 1990). O controle da respiração é vital

para um bom desempenho na natação, exigindo precisão e ritmo (CABRAL,

CRISTIANINI e SOUZA, 1995; BRASILONE NETTO, 1995 e THOMAS, 1999). O

tempo da inspiração é muito curto e deve ser realizado pela boca antes de imergir a

cabeça na água. A expiração deve ser realizada de modo prolongado pela boca ou

pela boca e nariz, concomitantemente, dentro da água (CABRAL, CRISTIANINI e

SOUZA, 1995 e BRASILONE NETTO, 1995).

Esta respiração, quando corretamente praticada, induz o relaxamento

(CAMPION, 2000), auxilia no combaté de doenças do aparelho respiratório, assim

como do coração e do sistema circulatório (MASSAUD e CORREA, 2001). Também

auxilia na normalização das alterações posturais (KERBEY, 2002).

Os nadadores com história de treinamento prolongado frequentemente

apresentam volumes e capacidades pulmonares maiores (especialmente a

capacidade vital). Isso pode refletir-se em um aumento de força muscular

respiratória ou em um padrão de respiração mais efetivo. Adicionalmente, a

capacidade de difusão pulmonar, tanto durante o repouso quanto durante os

exercícios, é significativamente mais alta nos nadadores do que nos não-nadadores

(BECKER e COLE, 2000).

6 METODOLOGIA

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6.1 Amostra

Participaram deste estudo 22 indivíduos, 14 homens e oito mulheres, com

idades entre 15 a 21 anos. Os indivíduos não deveriam ser tabagistas e nem

apresentar patologias respiratórias crônicas ou agudas. Destes, 11 eram atletas de

natação (Gnadadores) e os 11 restantes eram sedentários (Gcontrole).

O Gnadadores foi composto por 11 nadadores profissionais, que deveriam treinar

no mínimo quatro vezes por semana, por uma hora/dia e que fizessem parte da

equipe de natação há pelo menos sete meses.

O Gcontrole foi composto por 11 indivíduos saudáveis, que não deveriam

praticar exercício físico. Estes foram selecionados de modo que suas idades e sexo

fossem pareados com as do Gnadadores.

6.2 Procedimentos

Após a aprovação pelo Comitê de Ética (Anexo A) da Universidade Estadual

do Oeste do Paraná – UNIOESTE, as avaliações foram realizadas na Clínica de

Fisioterapia da mesma instituição e na Associação Atlética Comercial da cidade de

Cascavel – PR. As avaliações foram realizadas por pesquisadora treinada, auxiliada

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por acadêmicos do quarto ano do curso de fisioterapia, as quais também foram

treinadas previamente.

Após convite aberto à população de nadadores da Associação Atlética

Comercial e de indivíduos sedentários, foi solicitado aos indivíduos que assinassem

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Ambos os grupos

responderam um questionário especifico para cada grupo, descrito nos Apêndices B

e C para os Gnadadores e Gcontrole, respectivamente. Estes continham dados pessoais e

dados relacionados a critérios de inclusão e exclusão. Em seguida foi realizada a

avaliação respiratória cujo formulário para anotação dos dados está descrito no

Apêndice D.

6.2.1 Avaliação da força muscular respiratória

A avaliação da força muscular respiratória foi realizada com o auxílio de um

manovacuômetro (Gerar®) (Figura 1). O indivíduo foi posicionado sentado, com os

pés apoiados no chão e com o tronco em ângulo de 90° com as coxas (Figura 2). O

indivíduo iniciou o teste em uma expiração forçada (volume residual) e realizou uma

inspiração forçada, sendo mensurada a PImáx. Em seguida o indivíduo reiniciou o

teste com uma inspiração forçada e realizou uma expiração forçada sendo realizada

a mensuração da PEmáx (DIAS et al., 2001).

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Figura1 – Manovacuômetro utilizado na avaliação da força muscular respiratóriaFonte: autor.

Figura 2 – Avaliação da força muscular respiratória Fonte: autor.

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Foram fornecidas anteriormente ao teste explicações detalhada sobre a

técnica, acompanhada de demonstrações. O próprio participante foi instruído a

segurar firmemente o conector bucal do aparelho, pressionando-o contra os lábios

sem fechar a saída de ar no momento da medida das pressões. Todos os

participantes foram estimulados verbalmente a fim de que alcançassem o maior

valor possível. Para isso foram dados as seguintes vozes de comando para os

indivíduos, “ponha o ar para fora, ponha o ar para dentro, ponha todo o ar para fora,

ENCHA O PEITO”, isso para mensurar a PImáx. Já para a mensuração da PEmáx,

foi utilizado o seguinte comando “ponha o ar para dentro, ponha o ar para fora,

encha todo o peito de ar, SOPRE COM FORÇA”, de acordo com Souza (2002).

Foram realizadas cinco manobras e de cada manobra foi anotada a pressão

mais elevada no primeiro segundo. Apenas duas foram ditas como aceitáveis, as

quais não diferiam entre si por mais de 10 % do valor mais elevado. Sendo que foi

escolhido o maior valor entre os dois. E caso o melhor valor tenha sido o da última

manobra, o teste foi repetido, até se obter valores menores. Entre uma manobra e

outra foi dado um intervalo de repouso de 30 segundos, e entre a mensuração da

PImáx e a PEmáx foi dado um intervalo de um minuto (SOUZA, 2002).

6.2.2 Avaliação da expansibilidade torácica

Todos os indivíduos foram submetidos à avaliação da expansibilidade

torácica através do teste de cirtometria dirigida.

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Para a realização da cirtometria torácica, o participante foi colocado sentado

em um banco, sem apoio para os braços nem paras as costas, com os ombros

relaxados, as mãos apoiadas no colo e os pés apoiados no chão. Uma fita métrica

foi acoplada ao tórax na altura das axilas (Figura 3). Foi orientado ao participante

que respirasse tranqüilamente até que ocorresse o período de acomodação da

respiração, observando pela manutenção da medida da mobilidade (COSTA, 1999).

Em seguida, foi requisitada uma série de três inspirações forçadas, cada uma

seguida de uma expiração forçada, com intervalo de 15 segundos entre cada

respiração (inspiração e expiração forçadas). O teste foi repetido com a fita colocada

na altura do processo xifóide e depois na altura do quarto espaço intercostal. Entre

as mudanças de posição da fita foi dado um intervalo de três minutos, com o objetivo

de garantir que o indivíduo não entrasse em fadiga durante o processo. Os

participantes foram estimulados verbalmente para alcançarem seus limites máximos

durante a realização dos testes.

Foi requisitado ao indivíduo, após orientação, que não executasse

movimentação do tronco, cabeça, ombros ou força nos membros superiores. Com

este controle, pretendeu-se impedir movimentos compensatórios do tórax durante a

inspiração e expiração forçadas.

Para efeito de estudo, de cada três repetições para cada registro de

cirtometria forçada, em cada um dos três níveis de posicionamento da fita no tórax,

foi selecionado o maior valor encontrado para a diferença entre a amplitude do tórax

durante a inspiração forçada menos à medida da amplitude do tórax durante a

expiração forçada (COSTA, 1999 e AZEREDO, 2002).

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Figura 3 – Avaliação da expansibilidade torácica Fonte: autor.

6.2.3 Avaliação da mobilidade de tórax

A mobilidade de tórax foi avaliada através da mensuração da amplitude de

movimento de tórax (ADM torácica). O teste foi realizado com o indivíduo na posição

supina, na qual o mesmo foi instruído a inspirar lentamente até o volume residual e

as mãos do examinador foram colocadas espalmadas nos segmentos póstero-

latérais de ambas as bases pulmonares, com os polegares tocando a linha média

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anterior (Figura 4). O indivíduo foi instruído a inspirar lentamente e se observou o

movimento de ambos os polegares (PRYOR e WEBBER, 2002). A amplitude foi

classificada em boa, regular e ruim. Sendo designada boa, quando os polegares

movem-se aproximadamente 5 cm, regular quando movem-se de 2 a 3 cm, e ruim

quando movem-se 1 cm, ou não movem-se.

Figura 4 – Avaliação da mobilidade torácicaFonte: autor.

6.3 Análise Estatística

Os grupos foram comparados através do teste não paramétrico de Wilcoxon

Matched-Pairs Signed Ranks Test.

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O estudo das correlações entre as variáveis analisadas foi realizado através

do coeficiente de correlação de Spearman.

Os escores das pressões respiratórias dos grupos foram comparados com

os parâmetros de normalidade estimados de acordo com os critérios descritos na

Tabela 1.

Foi considerado um nível de significância de 5 %.

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7 RESULTADOS

7.1 Idade, Altura, Peso e Sexo

A idade, altura, peso e sexo da amostra esta descrita na Tabela 3.

Tabela 3 – Descrição da amostraGnadadores Gcontrole

Sexo Idade (anos) Altura (m) Peso (kg) Sexo Idade (anos) Altura (m) Peso (kg)M 15 1,64 67 M 15 1,57 52M 15 1,72 68 M 15 1,62 63M 15 1,60 64 M 15 1,70 56M 16 1,83 75 M 16 1,65 65M 16 1,76 69 M 16 1,68 62M 18 1,85 85 M 18 1,92 80M 20 1,70 74 M 20 1,88 62F 15 1,61 48 F 15 1,58 47F 17 1,67 54 F 17 1,60 59F 17 1,71 60 F 17 1,70 62F 21 1,68 63 F 21 1,63 54

Média/DP 16,82 ± 2,09 1,7 ± 0,08 66,09 ± 10,18 16,82 ± 2,09 1,68 ± 0,12 60,18 ± 8,55M – MasculinoF – FemininoFonte: autor.

Ao comparar a altura e o peso entre o Gnadadores e o Gcontrole, não observou-se

diferença estatisticamente significativa, com p = 0,308 e 0,159, respectivamente.

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7.2 Tempo de Treinamento do Gnadadores

O tempo de treinamento de cada atleta está descrito na Tabela 4.

Tabela 4 – Tempo de treinamento Gnadadores

AtletasVezes por semana

Vezes por dia

Horas por dia

Tempo de equipe (meses)

1 7 1 1,0 82 6 1 2,3 723 6 2 2,0 724 6 1 2,0 725 6 1 2,3 486 6 2 4,0 967 4 1 2,0 78 6 1 3,0 489 5 1 1,3 9610 4 1 1,0 4811 4 1 1,3 7

Média/DP 5,45 ± 1,04 1,18 ± 0,40 2,33 ± 1,03 52,18 ± 33,33Fonte: autor

7.3 Força Muscular Respiratória

Ao comparar a PImáx e a PEmáx de ambos os grupos com os escores

esperados, de acordo com o Consenso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia de

2002, observou-se que tanto o Gnadadores quanto o Gcontrole estavam abaixo do valor

esperado, conforme demonstra a Tabela 5.

Tabela 5 – Comparação da PImáx e PEmáx (cmH2O) entre o Gnadadores, o Gcontrole e o esperado

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PImáx PEmáxIndivíduos Gnadadores Gcontrole Esperado Gnadadores Gcontrole Esperado

1 60 20 80 110 30 1492 90 50 80 160 100 1493 90 50 80 110 60 1494 70 70 80 150 120 1495 70 60 80 130 100 1496 170 70 80 220 120 1497 70 50 80 180 100 1498 80 20 55 100 40 989 80 30 55 120 60 98

10 50 40 55 100 80 9811 80 30 55 120 80 98

Média/DP82,73 ± 31,33

44,55 ± 18,09

70,91 ± 12,61

136,36 ± 37,76

80,91 ± 30,48

130,45 ± 25,73

Fonte: autor.

Correlacionando a PImáx e a PEmáx do Gnadadores, observou-se que não

houve diferença significativa (p = 0,524). Porém, foi encontrada correlação entre a

PImáx e a PEmáx do Gcontrole (p = 0,001).

A PImáx do Gnadadores foi significativamente maior do que a do Gcontrole (p =

0,001) e não demonstrou diferença significativa com o esperado (p = 0,446), embora

seja maior que o esperado (Gráfico 1). O mesmo ocorreu para a PEmáx, sendo

significativamente maior no Gnadadores (p = 0,002), porém quando comparado com o

esperado observa-se diferença significativa (p = 0,001), conforme demonstra o

Gráfico 2.

Gráfico 1 – Comparação da PImáx (cmH2O) entre Gnadadores, Gcontrole e o esperado

050

100

15 020

0

Gcontrole Esperado G

nadadores

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p = 0,001Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test.Fonte: autor.

Gráfico 2 – Comparação dos valores da PEmáx (cmH2O) Gnadadores, Gcontrole e o esperado

p = 0,002Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test.Fonte: autor.

7.4 Expansibilidade Torácica

50

10

015

020

025

0

Gcontrole

Esperado Gnadadores

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Comparando a expansibilidade torácica entre os grupos, não se observou

diferença significativa em nenhum dos níveis avaliados (Tabela 6). Foram

encontrados níveis de significância de 0,391(Gráfico 3), 0,488 (Gráfico 4) e 0,644

(Gráfico 5) para os níveis axilar, 4EI e xifóide, respectivamente.

Tabela 6 – Expansibilidade torácica (cm) do Gnadadores e Gcontrole

Axilar 4EI XifóideIndivíduos Gnadadores Gcontrole Gnadadores Gcontrole Gnadadores Gcontrole

1 9,0 3,0 8,5 4,0 7,5 6,52 8,0 8,0 7,0 10,0 8,0 11,03 9,0 6,5 6,5 7,5 6,0 7,54 8,0 12,5 8,0 6,0 9,0 7,05 6,5 13,0 6,0 6,0 10,0 8,56 6,0 7,0 7,0 7,5 6,0 8,07 11,5 11,0 12,0 10,5 8,0 10,08 5,5 4,0 5,5 3,8 5,5 5,29 8,5 6,0 8,5 6,0 6,5 7,0

10 8,0 4,5 4,0 5,5 3,0 5,511 6,5 6,0 4,0 5,0 5,5 5,5

Média/DP 7,86 ± 1,09 7,41 ± 3,37 7,00 ± 2,73 6,53 ± 2,04 6,82 ± 2,34 7,43 ±1,82Fonte: autor.

Gráfico 3 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível axilar entre Gnadadores e o Gcontrole

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p = 0,391Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test.Fonte: autor.

Gráfico 4 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível 4EI entre Gnadadores e o Gcontrole

p = 0,488Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test.Fonte: autor.

Gráfico 5 – Comparação da expansibilidade torácica ao nível xifóide entre Gnadadores e oGcontrole

05

1015

Gcontrole

Gnadadores

46

810

12

Gcontrole

Gnadadores

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p = 0,644Wilcoxon Matched-Pairs Signed Ranks Test.Fonte: autor.

7.5 Correlação entre Pressões Respiratórias e Expansibilidade Torácica

Ao correlacionar PImáx e PEmáx com a expansibilidade torácica no Gnadadores

não observou-se diferença significativa. Porém, ao correlacionar os mesmos

parâmetros no Gcontrole, observou-se diferença significativa, como demonstra a Tabela

7.

Tabela 7 – Correlação entre PImáx e PEmáx com a expansibilidade torácicaPImáx PEmáx

Axilar 4º espaço Xifóide Axilar 4º espaço XifóideGnadadores 0,524 0,897 0,722 0,092 0,119 0,055

Gcontrole 0,001 0,021 0,028 0,002 0,045 0,059Fonte: autor.

24

68

1012

Gcontrole

Gnadadores

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7.6 Mobilidade de tórax

Na avaliação da mobilidade de tórax verificou-se que a maioria dos

indivíduos avaliados apresentou uma mobilidade de tórax regular, tanto no Gnadadores

quanto no Gcontrole, conforme a Tabela 8 e o Gráfico 6.

Tabela 8 – Mobilidade de tóraxADM de tórax Atletas Sedentários

Boa 2 3Regular 7 6

Ruim 2 2Fonte: autor.

Gráfico 6 – Classificação da mobilidade de tórax

Fonte: autor.

012345678

Boa Regular Ruim

Gnadadores

Gcontrole

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8 DISCUSSÃO

A força muscular respiratória apresentou diferença significativa entre os

atletas de natação e os indivíduos sedentários, tanto na força muscular inspiratória

quanto na força muscular expiratória. E estas nos atletas de natação encontram-se

acima do esperado segundo o Consenso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia

(2002).

Acredita-se que atletas de natação tenham maior força muscular respiratória

devido aos efeitos combinados da pressão hidrostática, densidade e

compressibilidade, as quais exercem compressão em todos os tecidos em imersão.

Essa compressão é sentida quando o indivíduo entra na piscina, sendo mais

evidente no tórax (SKINNER e THOMSON, 1985). Ela dificulta a inspiração e

favorece a expiração (KERBEY, 2002), o que exige maior trabalho dos músculos

respiratórios.

A pressão hidrostática também comprime o abdomem, favorecendo o

deslocamento do diafragma no sentido cranial. A pressão intra-torácica aumenta de

0,4 – 3,4 mmHg, a pressão transmural nos grandes vasos aumenta de 3 – 5 mmHg

para 12 – 15 mmHg. Essas alterações, por sua vez, aumentam o trabalho

respiratório em 65 % (AGOSTONI et al., 1996).

A pressão hidrostática também gera alterações na função respiratória devido

à hipervolemia central associada à força hidrostática no tórax, que leva a um

aumento do trabalho respiratório. Desse aumento, três quartos se devem a um

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aumento no trabalho elástico (redistribuição do sangue a partir do tórax) e o resto ao

trabalho dinâmico (força hidrostática no tórax) (BECKER e COLE, 2000).

A água também oferece outros princípios físicos que podem favorecer o

fortalecimento da musculatura respiratória, através da resistência aos movimentos. A

densidade do líquido, os efeitos da turbulência e a necessidade de gastar mais

energia para os movimentos na água facilitam o fortalecimento dos músculos

(CAMPION, 2000).

Outra maneira de se explicar essa maior força muscular respiratória em

atletas de natação pode ser devido ao tipo de respiração praticada pelos mesmos,

durante os diferentes tipos de nados. Embora a inspiração seja realizada pela boca,

há também uma considerável resistência a expiração do ar na água, obrigando a um

desenvolvimento da musculatura respiratória (KERBEY, 2002).

Durante a prática da natação ocorre um aumento da freqüência respiratória

(DICKER et al., 2005), o que exige aumento do trabalho dos músculos respiratórios.

Krishnan (2000) em seu estudo mostra que, durante exercício extenuante de

resistência (80 % da necessidade de O2 máximo), músculos inspiratórios adicionais

contribuem para aumentar a corrente de ar inspirada, enquanto que o diafragma se

comporta apenas como gerador de fluxo ventilatório. Portanto, a medida de pressão

dos músculos respiratórios (Pmáx = PImáx + PEmáx) ao longo do ciclo respiratório,

tem contribuições relativas de todos os músculos inspiratórios (não só o diafragma)

e músculos expiratórios, para a produção da ventilação durante atividades

extenuantes.

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A expansibilidade torácica e a mobilidade de tórax não apresentaram

diferença significativa entre os grupos. A mobilidade de tórax na maioria dos

indivíduos de ambos os grupos foi considerada regular.

Uma explicação pode ser devido à imersão reduzir a circunferência torácica

em aproximadamente 10 % (AGOSTONI et al., 1996). Estes autores demonstram

que a imersão até a região cervical faz com que o volume de reserva expiratória

fique reduzido, em média, 1,86 – 0,56 litros e a CV se reduza em torno de 9 % do

valor encontrado em terra.

Outra explicação para que os atletas de natação não aumentem a

expansibilidade torácica pode ser devido à maneira com que realizam a respiração.

Pois os músculos da caixa torácica devem criar uma estrutura estável tornando o

tórax um “ponto fixo”, para que os músculos do ombro consigam agir com o máximo

de potência durante os movimentos da natação (GOROFF e CATTEAU, 1990 e

WELLS, 2005).

Os resultados deste trabalho também demonstraram que os atletas de

natação não apresentam correlação entre a força muscular respiratória e a

expansibilidade torácica, ao contrário dos indivíduos não praticantes de natação.

Isso contradiz a literatura, a qual defende que músculos respiratórios mais

fortes têm maior capacidade de gerar movimento. Porém, os atletas de natação

ficam expostos aos efeitos físicos da água, densidade e pressão hidrostática, as

quais impedem que haja melhora na expansibilidade torácica com a natação,

conforme supracitado. Deste modo, como as pressões respiratórias aumentam sem

que haja aumento na expansibilidade, as mesmas deixam de estar correlacionadas

com a expansibilidade torácica em praticantes de natação.

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9 CONCLUSÃO

Conclui-se que atletas de natação apresentam maior força muscular

respiratória que indivíduos sedentários. A natação não exerce efeitos na

expansibilidade e mobilidade torácica de indivíduos saudáveis.

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APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome da pesquisa: Expansibilidade torácica e força muscular respiratória em indivíduos normais e atletas de natação.

Pesquisador responsável: Maiza Ritomy Ide

Este trabalho visa analisar a expansibilidade torácica e a força muscular respiratória de atletas e de pessoas saudáveis. A expansibilidade torácica é a medida do quanto o peito move-se ao encher e soprar o ar. E a força muscular respiratória é medida da força que a pessoa consegue soprar e puxar o ar. Os voluntários selecionados para este trabalho terão sua expansibilidade avaliada utilizando uma fita métrica comum e a força muscular respiratória utilizando um aparelho, onde tem que soprar e puxar o ar. Os testes são rápidos e não causa dor. Pode ser realizado em qualquer indivíduo. Os valores obtidos podem ser mostrados após o final do teste.

Sua participação será muito importante para o sucesso desta pesquisa.

Assinatura do pesquisador:________________________________________

Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a seguir, declaro estar ciente do exposto e desejar participar da pesquisa.

A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;

A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;

A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial das informações relacionadas com a minha privacidade;

Compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando.

Em seguida, assino meu consentimento.

Cascavel, _____de __________ de 2005.

Nome: ___________________________________________RG___________________

Assinatura: _____________________________________________ (Pais, responsáveis ou o mesmo)

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APÊNDICE B – Ficha de avaliação aplicada aos atletas de natação

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QuestionárioData de avaliação: ___/___/_____.

Nome: ____________________________________________________________________________

Idade:______anos. Data de nascimento: ___/___/______. Sexo: ( ) F ( ) M

Peso corporal: ______Kg. Estatura: ______m.

1) Catégoria: ( ) Mirim ( ) Petiz ( ) Júnior ( ) Sênior ( ) outros ____________________

2) Qual prova compete?

( ) Crawl _____m ( ) Peito _____m ( ) Costas _____m ( ) Medley ______m

3) Tempo de treino semanal/diário: _______ vezes por semana

_______ vezes por dia

_______ horas por dia

4) Qual o melhor tempo da prova de sua especialidade?

__________________________________________________________________________________

5) Há quanto tempo faz parte da equipe de natação?

__________________________________________________________________________________

6) Interrompeu o treinamento alguma vez? ( ) Sim ( ) Não

Por quanto tempo? __________________ Porque?__________________________________________

7) Pratica outro esporte? ( ) Sim ( ) Não

Qual? ____________________________________ Por: ( ) Lazer ( ) Competição

8) Em média quantas horas você dorme por noite?

( ) menos que 6 horas ( ) entre 6 a 8 horas ( ) 8 a 10 horas ( ) mais de 10 horas

9) Você se considera uma pessoa que vive sob estresse? ( ) Sim ( ) Não

( ) Leve ( ) Moderado ( ) Intenso

Onde? ( ) Trabalho ( ) Treino ( ) competição ( ) outros ________________________

10) Tem algum tipo de dor? ( ) Sim ( ) Não

Local: ____________________________________________________________________________

Fatores que aumentam a dor? __________________________________________________________

Aumentam quando: ( ) Treina ( ) quando levanta ( ) Competição

( ) piora durante o dia ( )piora durante a noite

11) Você é ansioso? ( ) Sim ( ) Não

Se sim: ( ) Pouco ( ) Médio ( ) muito

12) Toma algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Se sim qual (ais)? ___________________________________________________________________

13) Esteve internado no último ano? ( ) Sim ( ) Não

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Se sim: Qual o motivo? ______________________________________________________________

14) Possui algum tipo de doença respiratória? ( ) Sim ( ) Não

Se sim. Qual? ______________________________________________________________________

15) Na família alguém possui algum tipo de doença respiratória? ( ) Sim ( ) Não

Se sim. Qual (ais)? __________________________________________________________________

16) Tem algum ajudo de custo para treinamento? ( ) Sim ( ) Não

Porque? ___________________________________________________________________________

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APÊNDICE C – Ficha de avaliação aplicada aos indivíduos sedentários

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QuestionárioData de avaliação: ___/___/_____.

Nome: ____________________________________________________________________________

Idade:______anos. Data de nascimento: ___/___/______. Sexo: ( ) F ( ) M

Peso corporal: ______Kg. Estatura: ______m.

1) Pratica alguma exercício físico?

Qual (ais)? ________________________________________________________________________

Com que freqüência? ________________________________________________________________

2) Em média quantas horas você dorme por noite?

( ) menos que 6 horas ( ) entre 6 a 8 horas ( ) 8 a 10 horas ( ) mais de 10 horas

3) Você se considera uma pessoa que vive sob estresse? ( ) Sim ( ) Não

Se sim: ( ) Leve ( ) Moderado ( ) Intenso

4) Tem algum tipo de dor? ( ) Sim ( ) Não

Local: ____________________________________________________________________________

Fatores que aumentam a dor? __________________________________________________________

Aumentam quando: ( ) quando levanta ( ) Depois do trabalho/estudo

( ) piora durante o dia ( )piora durante a noite

( ) quando pratica esporte de fim de semana

5) Você é ansioso? ( ) Sim ( ) Não

Se sim: ( ) Pouco ( ) Médio ( ) muito

6) Toma algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Se sim qual (ais)? ___________________________________________________________________

7) Esteve internado no último ano? ( ) Sim ( ) Não

Se sim: Qual o motivo? ______________________________________________________________

8) Possui algum tipo de doença respiratória? ( ) Sim ( ) Não

Se sim. Qual? ______________________________________________________________________

9) Na família alguém possui algum tipo de doença respiratória? ( ) Sim ( ) Não

Se sim. Qual (ais)? __________________________________________________________________

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APÊNDICE D – Protocolo de avaliação respiratória

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PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA

Nome: ____________________________________________________________________

1 Cirtometria dirigida

Inspiração (cm) Expiração (cm) Diferença entre ins/exp

(cm)Tentativa

1

Borda axilarQuarto espaçoProcesso xifóide

Tentativa

2

Borda axilarQuarto espaço Processo xifóide

Tentativa

3

Borda axilarQuarto espaçoProcesso xifóide

2 Mensuração das pressões inspiratória máxima (PImáx) e expiratória máxima (PEmáx)

PI máx (mmHg) PE máx (mmHg)Tentativa 1Tentativa 2Tentativa 3Tentativa 4Tentativa 5

3 ADM torácica

Bom Regular Ruim

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ANEXO A – Termo de aprovação do comitê de ética em pesquisa

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