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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE HOSPITAL OPHIR LOYOLA ONCOLOGIA EM CUIDADOS PALIATIVOS LILIANE DE CÁSSIA RAMOS DA SILVA ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA EDUCATIVA SOBRE ALIMENTAÇÃO VOLTADA A CUIDADORES E PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS PALIATIVOS Belém 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

HOSPITAL OPHIR LOYOLA

ONCOLOGIA EM CUIDADOS PALIATIVOS

LILIANE DE CÁSSIA RAMOS DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA EDUCATIVA SOBRE ALIMENTAÇÃO

VOLTADA A CUIDADORES E PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS

PALIATIVOS

Belém

2016

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LILIANE DE CÁSSIA RAMOS DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA EDUCATIVA SOBRE ALIMENTAÇÃO

VOLTADA A CUIDADORES E PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS

PALIATIVOS

Monografia apresentada ao Programa de

Residência Multiprofissional em Saúde da

Universidade Estadual do Pará (UEPA), como

requisito para obtenção do título de Especialista em

Oncologia- Cuidados Paliativos.

Orientadora: Msc Elenilma Barros da Silva.

Co-Orientadora: Esp. Daiany do Socorro Mendes

Pires

Belém

2016

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão de Documentação e Biblioteca do Hospital Ophir Loyola

L586e

Silva, Liliane de Cássia Ramos da

Elaboração de uma cartilha educativa sobre alimentação voltada a cuidadores e

pacientes oncológicos em cuidados paliativos / Liliane de Cássia Ramos da Silva; orientador, Elenilma Barros da Silva; Co-orientador, Daiany do Socorro Mendes Pires. – Belém, 2016.

44f. Referências: 45-48f. Trabalho de Conclusão de Curso (Residência Multiprofissional em Saúde) –

Universidade do Estado do Pará, Hospital Ophir Loyola, Belém, 2016. 1. Nutrição 2. Cuidados Paliativos 3. Sintomas 4. I. Silva, Elenilma Barros da. II. Pires,

Daiany do Socorro Mendes III. Título

CDU: 612.39(035)

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LILIANE DE CÁSSIA RAMOS DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA EDUCATIVA SOBRE ALIMENTAÇÃO

VOLTADA A CUIDADORES E PACIENTES ONCOLÓGICOS EM CUIDADOS

PALIATIVOS

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. M.Sc. Elenilma Barros da Silva (Orientadora)

Universidade da Amazônia- UNAMA

__________________________________________________

Profa. M.Sc. Rahilda Brito Tuma ( Membro Efetivo)

Secretaria Estadual do Pará-SESPA

________________________________________________

Profa. D.Sc. Daniela Lopes Gomes (Membro Efetivo)

Faculdade de Nutrição- ICS/ UFPA

_____________________________________________________

Profa M.Sc Sheila Cristina Martins e Silva (Membro Suplente)

Faculdade de Nutrição- ICS/ UFPA

Aprovado em: ____/____/____

Conceito:

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado aos meus queridos Pacientes pelos dois anos de aprendizado

pessoal e profissional.

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

AGRADECIMENTOS

À Deus, por sempre me dar forças para superar os obstáculos e nunca desistir dos

meus sonhos.

À minha família, em especial à minha mãe Raimunda e ao meu pai e anjo da guarda

Guilherme (in memoriam), que sempre foram e sempre serão, o meu alicerce e impulso. Todo

o meu amor e esforço é dedicado a vocês. Aos meus sobrinhos e irmãs pelos momentos de

felicidade, apoio e alegria.

À minha orientadora Elenilma Barros, pela confiança, direcionamento e por ter

acreditado nessa pesquisa desde o início. À minha co-orientadora e tutora de nutrição Daiany

Mendes, por toda a dedicação e comprometimento durante esses dois anos de residência.

Ao Hospital Ophir Loyola e a todos os profissionais da Divisão de Ensino e Pesquisa

(DEP), que sempre estão dispostos a ajudar, em especial a Thaís, por toda a dedicação,

paciência e comprometimento com o seu trabalho.

A Divisão de Nutrição e a toda a sua equipe: nutricionistas, copeiros e assistentes

administrativos, por me acolherem durante esses dois anos. A Nutricionista chefe da Nutrição

Waldmarina França, por sempre ter sido muito receptiva, a Jucicleide Farias, pelo apoio,

ajuda e comprometimento especialmente nessa etapa final, a Thaís Granado pelo incentivo,

escuta e amizade de sempre e a Roseane Beauthner, por compartilhar os seus conhecimentos

comigo durante esses dois anos.

Às minhas R2, Rafaela Jardim e Daniele Vitor, pela parceria e aprendizado

compartilhado. Agradeço ainda, a Lene, Shirlena, Rose, Bruno e Cley, por terem me recebido

de braços abertos e sempre com muito carinho.

À equipe da Visita Domiciliar do HOL, Dra Pâmela, Heidy, Ana Lídia e Gabriela, por

toda a ajuda para que essa pesquisa fosse realizada e me fazerem sentir membro integrante.

Às minhas amigas e também residentes de nutrição Karen e Dielle, sinto-me feliz por

termos concretizado juntas mais uma etapa em nossas vidas.

Agradeço em especial as minhas amigas Gabriela, Vitória e a eterna dupla Nátalia.

Obrigada pelos momentos de alegria, apoio, parceria e ombro amigo, vocês foram o grande

presente da residência e sem dúvida fizeram meus dias mais felizes e leves.

Aos meus amigos de residência Luciana, Andreza e Rômulo, por terem compartilhado

mais de 5.000 horas de momentos de aprendizado, doação e dedicação.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

“De tudo ficaram três coisas...

A certeza de que estamos começando...

A certeza de que é preciso continuar...

A certeza de que podemos ser interrompidos

antes de terminar...

Façamos da interrupção um caminho novo...

Da queda, um passo de dança...

Do medo, uma escada...

Do sonho, uma ponte...

Da procura, um encontro”

Fernando Sabino

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

RESUMO

Objetivo: elaborar uma cartilha educativa sobre alimentação voltada a cuidadores e pacientes

oncológicos em cuidados paliativos em domicilio. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa

metodológica. Após a aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Realizou-se a elaboração

da cartilha em 3 etapas: pesquisa com o público alvo, estruturação da cartilha, levantamento e

seleção do conteúdo e confecção das ilustrações, design e layout da mesma. Resultados e

Discussão: a pesquisa com os pacientes serviu, exclusivamente, como base para a adequação

das orientações à realidade vivenciada. Quanto a sintomatologia, 100% dos pacientes

apresentavam constipação intestinal, 71,4% êmese e hiporexia e 57,1% náusea. 42,9% entre

os cuidadores afirmaram apresentar algum tipo de dificuldade em elaborar a alimentação do

paciente e 100% afirmaram que uma cartilha educativa sobre alimentação poderia ajudar na

melhor adequação da alimentação aos sintomas apresentados. Com relação à estruturação da

cartilha, esta foi dividida em 5 eixos, com domínios específicos: 1- Aspectos introdutórios. 2-

Esclarecimentos a cerca da temática O que são Cuidados Paliativos? Porque a alimentação é

importante? De que forma o Nutricionista poderá lhe ajudar? Porque os sintomas aparecem?

3- Regionalismo: incluindo tabus e verdades sobre a alimentação. 4- Utilização do semáforo

nutricional: adequando as cores do semáforo, as orientações nutricionais e sintomas

apresentados. 5- Conclusão da cartilha. Considerações finais: almeja-se que os pacientes que

recebam alta da Clínica de Cuidados Paliativos e os cadastrados no Atendimento Domiciliar,

recebam a Cartilha, servindo como material de apoio em caso de dúvida, proporcionando

autonomia ao paciente e suporte ao cuidador.

Palavras-chaves: Nutrição. Cuidado paliativo. Câncer.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

ABSTRACT

Objective: develop an educational guidebook about food caregivers and oncology patients in

palliative care in the household. Methodology: this is a methodological research. After

approval of the study by the Ethics Committee. There was the drafting of the guidebook in

three steps: research with the target audience, structuring the guidebook, survey and selection

of content and designing the illustrations and layout design of it. Results and Discussion:

research with cancer patients and their caregivers, served exclusively as a basis for adapting

the guidelines to the reality experienced by them. As for symptoms, 100% of patients had

constipation, vomiting and appetite loss 71.4% and 57.1% nausea. 42.9% of primary

caregivers said present some kind of difficulty in preparing the food the patient and 100% said

that an educational booklet on nutrition could help you in better matching of power to the

presenting symptom. Regarding the structure of this booklet was divided into 5-axis, with

specific areas: 1- Introductory aspects. 2-clarification about the theme: being approached in

this axis, the following areas: What is Palliative Care? Because food is important? How the

nutritionist can help you? Because the symptoms appear? 3- Regionalism: including tabus

and truths about food.4-Using the nutritional traffic light: in order to suit the colors of traffic

lights, nutritional guidelines and presented symptoms. 5-Conclusion of the guidebook. Final

thoughts: crave that patients receiving high Clinic Palliative Care and registered in Home

Care receive the guidebook, serving as collateral in case of doubt, giving autonomy to the

patient and support to the caregiver.

Keywords: Nutrition. Palliative Care. Neoplasms.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01- Aspectos de ilustração, layout e design.......................................................... 28

Figura 01- Processo de elaboração da “Cartilha de Nutrição para Cuidadores e

Pacientes Oncológicos em Cuidado Paliativo Domiciliar”............................

27

Figura 02- Ilustração do semáforo nutricional.............................................................. 41

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 01- Frequência dos sintomas apresentados pelos pacientes oncológicos

paliativos, atendidos pela Equipe de Cuidados Paliativos Domiciliar.

Belém-PA, 2015............................................................................................

32

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

LISTA DE TABELAS

Tabela 01- Perfil sócioeconômico dos pacientes oncológicos atendidos pela Equipe de

Cuidado Paliativo Domiciliar do Hospital Ophir Loyola. Belém-PA,

2015................................................................................................................

31

Tabela 02- Distribuição em frequência dos cuidadores principais de pacientes em

cuidados paliativos em domicílio, segundo as variáveis socioeconômicas e

grau de parentesco. Belém-PA, 2015.......................................................

34

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AD- Atendimento Domiciliar

CP- Cuidado Paliativo

CCPO- Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos

ECPD- Equipe de Cuidados Paliativos Domiciliar

HOL- Hospital Ophir Loyola

INCA-Instituto Nacional do Câncer

OMS- Organização Mundial da Saúde

PEQA- Projeto Estadual de Qualidade do Açaí

SEDAP-Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário de Pesca

SM- Salários mínimos

TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TGI- Trato Gastrointestinal

VD- Visita Domiciliar

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................................ 15

2.OBJETIVOS..................................................................................................................... 17

2.1 Geral............................................................................................................................... 17

2.2 Específicos...................................................................................................................... 17

3. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 18

3.1 Cuidados Paliativos....................................................................................................... 18

3.2 Nutrição e controle de sintomas................................................................................... 21

3.3. Papel do cuidador......................................................................................................... 22

3.4. Cartilha educativa........................................................................................................ 23

4. METODOLOGIA........................................................................................................... 25

4.1 Método e tipo de estudo................................................................................................ 25

4.2 Aspectos éticos............................................................................................................... 25

4.2.1 Critérios de inclusão..................................................................................................... 26

4.2.2 Critérios de exclusão.................................................................................................... 26

4.2.3 Riscos e benefícios...................................................................................................... 26

4.3 Período da pesquisa.......................................................................................................

4.4 Etapas do estudo ...........................................................................................................

26

26

4.5 Coleta de dados.............................................................................................................. 28

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 30

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 44

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 45

APÊNDICE A...................................................................................................................... 49

APÊNDICE B...................................................................................................................... 50

APÊNDICE C...................................................................................................................... 52

APÊNDICE D...................................................................................................................... 54

APÊNDICE E...................................................................................................................... 56

APÊNDICE F...................................................................................................................... 58

ANEXO A............................................................................................................................ 59

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

15

1. INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença de elevada incidência e prevalência no mundo, afetando

indivíduos de todas as faixas etárias. De acordo com estimativas da Organização Mundial da

Saúde (OMS), em 2012, houve 14,1 milhões de casos novos de câncer e um total de 8,2

milhões de mortes por câncer, em todo o mundo (OMS, 2012). No Brasil, a estimativa para o

ano de 2014, válida também para o ano de 2015, aponta para a ocorrência de

aproximadamente 576 mil casos novos de câncer, reforçando a magnitude do problema do

câncer no país (INCA, 2014).

Segundo Corrêa e Shibuya (2007), em países nos quais as condições de vida e o

acesso da população aos sistemas de saúde são deficitários, as estimativas de pacientes

oncológicos são mais elevadas. Assim, em inúmeras ocasiões, o diagnóstico é realizado

tardiamente e o tratamento com intuito curativo não pode ser realizado, para tal, a OMS

descreveu um modelo de atenção denominado Cuidado Paliativo (CP) que visa,

principalmente, fornecer melhor qualidade de vida, ao indivíduo e sua família, por meio da

prevenção e alívio do sofrimento. O enfoque maior requer a identificação precoce, avaliação e

tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual,

melhorando os sintomas (OMS, 2006; FRIPP, FACCHINI, SILVA, 2012).

Na doença avançada, o câncer tem um forte impacto sobre a capacidade física, o bem-

estar psicológico e a vida social dos pacientes, cursando com sinais e sintomas como náuseas,

vômitos, alteração no paladar, saciedade precoce, anorexia, fraqueza e dispnéia, entre outros.

Sendo um quadro de relevância clínica, levando à menor ingestão de alimentos, resultando em

efeitos consideráveis, na medida em que agrava o quadro clínico e prejudica a qualidade de

vida (BENARROZ; FAILLACE; BARBOSA, 2009). Corrêa e Shibuya (2007) defendem que

a alimentação integra-se no tratamento do doente e, portanto, deve ser considerada em suas

particularidades, corroborando a relevância da nutrição para os CP.

O foco principal da nutrição, quando se trata de CP, é melhorar a qualidade de vida,

por meio do controle de sintomas associados ao consumo de alimentos, adiando a perda de

autonomia. Nesse caso, dentre as leis da alimentação, a lei da adequação é priorizada por

considerar as necessidades do indivíduo, suas preferências e seus hábitos alimentares

fundamentais, tanto para o controle dos sintomas quanto para garantir satisfação. Membros

das famílias associam alimentos com saúde e comumente relatam interesse em questões

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relativas à nutrição, se comparada com outras questões médicas complexas (BENARROZ,

FAILACE, BARBOSA, 2009).

A orientação dietética precisa considerar, além do papel fisiológico da alimentação,

também o social e o emocional. A evolução da doença faz com que o indivíduo reduza a

ingestão alimentar devido aos efeitos colaterais causados por medicações utilizadas,

alterações fisiológicas e redução do apetite ou problemas de absorção, promovendo

desconforto e isolamento social (SILVA et al, 2010).

Um aspecto que merece destaque na filosofia dos CP, é a abordagem multidisciplinar

ao indivíduo e à família, necessitando de diferentes profissionais para cuidar do paciente,

tanto no ambiente hospitalar, quanto domiciliar. Assim, considerando apenas a ausência do

profissional nutricionista na Equipe de Cuidados Paliativos Domiciliar (ECPD), como

também a ausência de material de apoio nutricional ao paciente sob estes cuidados, surgiu a

necessidade de elaborar uma cartilha direcionada aos pacientes e seus cuidadores, visando

adequar a alimentação aos sintomas apresentados, proporcionando aos mesmos um

instrumento de informação complementar, buscando auxiliar nas dúvidas relacionadas à

alimentação, proporcionando qualidade de vida, autonomia ao paciente e suporte ao cuidador.

Tendo em vista, especialmente a carência de materiais educativos voltados a esse público.

As cartilhas educativas podem ser consideradas como meios de comunicação para

promover a saúde, pois vão além do simples lançar de informações, ensejando, durante a

prática educativa, o compartilhamento de conhecimentos (SILVA; CARDOSO, 2009).

Segundo Santos, Penna (2009) a educação em saúde representa um dos principais

elementos para a promoção da saúde, pois possibilita a produção de um saber que propicia as

pessoas a cuidarem melhor de si mesmas e de seus familiares. Isso mostra que a educação em

saúde está intimamente relacionada com o cuidado e remete ao duplo papel exercido pelos

profissionais de saúde, que são educadores por excelência.

Diante do exposto, o presente estudo se faz relevante por elaborar uma cartilha

educativa sobre alimentação, voltada ao paciente oncológico em CP em atendimento

domiciliar, com a intenção de direcionar, padronizar e dinamizar as ações de educação em

saúde e servir como apoio tanto para os pacientes e seus familiares, quanto aos profissionais

interessados na temática.

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17

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Elaborar uma cartilha educativa sobre alimentação voltada aos cuidadores principais e

pacientes oncológicos em cuidados paliativos em domicilio

2.2 Específicos

Levantar o perfil dos pacientes oncológicos atendidos pela Equipe de Cuidado Paliativo

Domiciliar do Hospital Ophir Loyola, quanto às características sociodemográficas, clínicas e

aspectos alimentares;

Identificar as principais dificuldades do cuidador e do paciente em cuidado paliativo frente à

alimentação, adequando esta aos sintomas apresentados pelos pacientes

Elaborar a cartilha utilizando também a experiência decorrente das atividades práticas

desenvolvida com os pacientes

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18

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Cuidados Paliativos

O termo Cuidado Paliativo (CP) foi primariamente usado para definir espécies de

abrigos destinados ao conforto e aos cuidados com peregrinos e viajantes. O relato mais

antigo é do Hospício do Porto de Roma. Os Hospices medievais por sua vez abrigavam

peregrinos e doentes, ao longo de trajetos conhecidos na Europa, como o caminho de Santiago

de Compostela. Muitos deles morriam nestas hospedarias, recebendo cuidado leigo e

caridoso (CREMESP, 2008)

Várias instituições de caridade surgiram na Europa no século XVII, abrigando pobres,

órfãos e doentes. Essa prática se propagou com organizações religiosas católicas e

protestantes que, no século XIX, passaram a ter características de hospitais. O Movimento

Hospice Moderno foi introduzido pela inglesa Cicely Saunders, com formação humanista e

médica, que em 1967 fundou o St. Christopher’s Hospice, cuja estrutura não só permitiu a

assistência aos doentes, mas o desenvolvimento de ensino e pesquisa, recebendo bolsistas de

vários países (BOUVY, 2003).

Em 1982, o Comitê de Câncer da OMS criou um grupo de trabalho responsável por

definir políticas para o alívio da dor e cuidados do tipo Hospice que fossem recomendados em

todos os países para pacientes com câncer. O termo CP, já utilizado no Canadá, passou a ser

adotado pela OMS devido à dificuldade de tradução adequada do termo Hospices em alguns

idiomas (ANCP, 2009).

No Brasil, os CPs iniciaram-se em 1990 no Instituto Nacional do Câncer (INCA) no

Rio de Janeiro. Atualmente, existem serviços especializados nesse tipo de tratamento em

vários estados do Brasil (SALAMONDE et al, 2006).

Alguns dos principais serviços de CPs no Brasil são: Hospital Emilio Ribas de São

Paulo, Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Rio de Janeiro, Hospital do Servidor Publico

Estadual de São Paulo (HSPE/SP), Grupo Interdisciplinar de Suporte Terapêutico Oncológico

(GISTO) do Hospital Erasto Gaertner em Curitiba, Centro de Estudos e Pesquisas

Oncológicas (CEPON) de Florianópolis, Hospital do Câncer de Barretos, Hospital Costa

Cavalcanti de Foz do Iguaçu, Hospital do Câncer de Londrina e o Hospital do Servidor

Público Municipal de São Paulo (HSPM/SP) entre tantos outros serviços que se multiplicam.

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19

O HOL é considerado referência no tratamento de CP no estado do Pará e também na

região norte, este atendimento iniciou-se em 2001, com a Clínica de Cuidados Paliativos

Oncológicos (CCPO), tendo o INCA como referência para sua implantação.

A primeira definição, publicada em 1990, descrevia os CP como os cuidados totais e

ativos dirigidos a pacientes fora de possibilidade de cura. Este conceito foi superado porque

torna subjetivo o entendimento do momento de decretar a falência de um tratamento

(CREMESP, 2008).

O termo palliare significa amparar, transmitindo a perspectiva de cuidar e não

somente de curar. De acordo com a recente definição da OMS “cuidados paliativos é uma

abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares frente a pro-

blemas associados à doença terminal, por meio da prevenção e alívio do sofrimento,

identificando, avaliando e tratando a dor e outros problemas físicos, psicossociais e

espirituais”. Consiste na assistência ativa e total, que é prestada a pessoas portadoras de

doenças incuráveis, nos casos em que a doença não responde aos tratamentos curativos

disponíveis (SILVA, et al 2010).

O foco da atenção não é a doença a ser curada/controlada, mas o doente, entendido

como um ser biográfico, ativo, com direito à informação e à autonomia plena para as decisões

a respeito de seu tratamento. A prática adequada dos CP preconiza atenção individualizada ao

doente e à sua família, busca da excelência no controle de todos os sintomas e prevenção do

sofrimento (CREMESP, 2008).

Os CPs transcendem um modelo assistencial, pois descrevem uma abordagem

holística. São pautados na humanização do atendimento mediante a capacitação de

profissionais, familiares e/ou cuidadores para lidarem com o doente, no suporte terapêutico

até o final da vida, e em cuidados preventivos na dor, no controle de sinais e sintomas e nas

perdas psicossociais, sendo um ramo da medicina que enfatiza o cuidar global do paciente

(BENARROZ, FAILACE, BARBOSA, 2009; FERNANDEZ - HOLDAN, 2005; PESSINI,

BERTACHINI, 2004).

Um programa adequado de CP inclui diversos níveis de atenção ao doente: cuidados

no domicílio, atendimento ambulatorial, procedimentos em leito-dia, internação hospitalar

para procedimentos específicos e disponibilidade de leito adequado para o cuidado nos

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

20

últimos dias de vida, quando a morte no domicílio se torna inviável para o doente e/ou sua

família (CREMESP, 2008).

Historicamente, quando falamos de cuidado de saúde, e principalmente quando

falamos em cuidados em etapa terminal de enfermidade, imediatamente nossa mente nos

remete ao cuidado hospitalar, visto que quem está muito doente, em nossa cultura, deve

procurar um hospital. O atendimento hospitalar tem como vantagem: a presença de

profissionais disponíveis 24 horas, arsenal medicamentoso disponível e logística adaptada ao

ambiente. Como desvantagem: o fato de o paciente estabelecer associação com

procedimentos invasivos e por vezes dolorosos, como punções venosas ou arteriais,

sondagens (urinárias, nasogástricas etc.), drenagens e intubação, em um momento da vida em

que importantes são o conforto e o alivio dos sintomas (ANCP, 2009).

O Atendimento Domiciliar (AD) é uma modalidade em franca expansão que vem

sendo adotada no âmbito dos sistemas de saúde, aliando motivações racionalizadoras e

humanitárias (CREMESP, 2008). Uma das grandes vantagens observadas, é o fato de

permitir ao individuo ter as suas necessidades atendidas na medida de suas preferências, sem a

necessidade de seguir a rigidez de regras e horários do hospital.

Para um paciente poder ser atendido em domicílio é necessário obedecer alguns

critérios: ter diagnostico definido, um plano terapêutico definido e registrado e residir em

domicilio que ofereça as condições mínimas para higiene (luz e água encanada), ter cuidador

responsável e capaz de compreender as orientações dadas pela equipe, além do desejo e/ou

permissão expressa para permanecer no domicílio, dados pelo paciente ou familiar no

impedimento deste (CREMESP, 2008).

Em síntese, o AD apresenta como vantagens: atender às necessidades conforme a

preferência do paciente, maior sensação de conforto e proteção, disponibilidade dos

cuidadores direcionada totalmente ao paciente, e como desvantagens: dependendo da forma

como o serviço esta estruturado, a disponibilização de drogas pode não ser imediata, residir

longe de recursos de saúde e dificuldade na obtenção da declaração de óbito para pacientes

que optam por morrerem casa (ANCP, 2009).

No HOL, o AD teve início em 2002 e funciona até o momento, sendo composta por

uma equipe multiprofissional, integrada por médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo,

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

21

possuindo o apoio técnico de um Terapeuta Ocupacional e de um fisioterapeuta

(Comunicação Oral).

3.2 Nutrição e controle de sintomas em Cuidados Paliativos

Nutrição é o processo pelo qual o corpo humano utiliza os alimentos para a produção

de energia, manutenção da saúde, crescimento e para o funcionamento normal de todos os

órgãos e tecidos. A nutrição não é apenas necessária, como também possui um significado

simbólico em nossa cultura, dar de comer e beber é uma ação humana significativa de respeito

à vida e ao cuidado dos nossos semelhantes (REIRIZ et al, 2008).

Assim, o objetivo do cuidado nutricional é assegurar a ingestão alimentar, conforme as

necessidades e recomendações nutricionais, por meio da orientação da dieta, da avaliação e

monitoramento do estado nutricional. Quando se trata de CP, no entanto, o foco principal é

melhorar a qualidade de vida, através do controle de sintomas associados ao consumo de

alimentos, adiando a perda de autonomia e qualidade de vida. Nesse caso, dentre as leis de

uma alimentação balanceada e completa, a lei da adequação é priorizada por considerar as

necessidades do indivíduo, suas preferências e seus hábitos alimentares fundamentais, tanto

para o controle dos sintomas quanto para garantir satisfação (CARO, LAVIANO, PICHARD,

2007; CID-CONDE et al, 2008).

A orientação nutricional é conduzida mediante às queixas apresentadas pelo paciente,

visando o alívio dos sintomas relacionados à alimentação, através de uma conduta nutricional

adequada. As restrições alimentares devem ser feitas somente na presença de sintomas e se a

ingestão estiver alterada (CABRAL; CORREIA, 2006). Desta forma, os aspectos agradáveis

da alimentação devem ser enfatizados e os esforços voltados para fazer disto algo prazeroso e

sociável no final de vida, sem a preocupação com o teor, os nutrientes e a energia

(ELDRIDGE, 2005; ROSENFELD, 2006).

As manifestações clínicas do câncer dependem do tipo, da localização do tumor e do

estadiamento. Os sinais e sintomas mais comuns são: perda ponderal progressiva, anemia,

anorexia, dor, náuseas, vômitos e fadiga. Esses sintomas aumentam a morbimortalidade de

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

22

indivíduos com câncer e prejudicam sua qualidade de vida (NEVES, MATOS, KOIFMAN,

2005; SILVA, 2006).

Torna-se comum pacientes com a doença avançada apresentarem inapetência,

desinteresse pelos alimentos e recusa àqueles de maior preferência, assim como, cursarem

com sinais e sintomas como náuseas, vômitos, disgeusia, xerostomia, disfagia, obstipação

intestinal, saciedade precoce, anorexia, caquexia, fraqueza e dispnéia. Esse quadro é de

relevância clínica, uma vez que leva à menor ingestão de alimentos, resultando em efeitos

consideráveis, na medida em que agrava o quadro clínico e prejudica a qualidade de vida

(BENARROZ; FAILACE; BARBOSA, 2009; CORRÊA; SHIBUYA, 2007).

Nos cuidados ao fim da vida, a alimentação ainda é um assunto conflitante que

envolve fatores como contradições, mitos e emoções; por isso, é importante definir as

condutas conforme a condição clinica e/ou o desejo do paciente e de sua família.

3.3 Papel do cuidador

Um dos aspectos defendidos nos CP é o apoio que deve ser oferecido a família do

paciente. Fitch (2006) comenta a infinidade de emoções vivenciadas pelo paciente e sua

família ante à morte. Todos sentirão algum grau de impacto da doença e, consequentemente,

perturbações emocionais, e muitas mudanças, e estas são mais do que físicas, são também

sociais, psicológicas e espirituais.

É notório que as doenças que ameaçam a vida, como o câncer, são geradoras de

estresse tanto para os pacientes quanto para as suas famílias, mesmo quando o tratamento tem

sucesso. O temor ao câncer é grande por se tratar de uma doença que pode ser intensamente

dolorosa e levar a invalidez, ao desfiguramento ou à morte (STRAUB, 2005).

O portador do câncer terminal, devido ao processo natural da doença, torna-se

gradativamente mais dependente de cuidados, necessidade que culmina no surgimento do

cuidador domiciliar, predominantemente do sexo feminino e com algum laço familiar com o

doente (PY, 2004).

O cuidador pode ser classificado em: cuidador familiar: o qual possui algum grau de

parentesco com a pessoa cuidada; cuidador terceiro: o qual não possui parentesco com a

pessoa cuidada; cuidador leigo: aquele sem qualificação profissional para o exercício legal da

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

23

atividade de cuidar; cuidador principal: o qual mantém a responsabilidade da pessoa sob seu

cuidado de forma permanente; cuidador secundário: aquele que auxilia e/ou substitui o

cuidador principal; cuidador remunerado: aquele que recebe remuneração pelo serviço

prestado; cuidador voluntário: o qual não recebe remuneração para cuidar do paciente

(RIBEIRO; SOUZA, 2010).

Quanto aos cuidadores, deve-se frisar que o cuidador principal no processo de

qualquer doença é de extrema importância para os cuidados tanto com o paciente, como para

a equipe de profissionais, pois, para estes, ele é o intermediário que, na maioria do tempo,

acompanhará e/ou executará o plano terapêutico definido para o individuo que está sendo

atendido. Para o paciente, dependendo da gravidade e avanço da doença, o cuidador

principal, além do cuidar prático, propicia também o cuidar emocional, que envolve afeto,

atenção, carinho, sustentáculo dos sentimentos do outro e para o outro. O cuidador pode vir a

ser o representante legítimo do desejo desse paciente (GUIMARÃES, LIPP, 2011).

3.4 Cartilha educativa

Materiais educativos podem ser considerados, meio de comunicação para promover a

saúde, pois não só fornecem informações, como são capazes de ensejar troca de saberes, com

isso, tais materiais representam uma nova estratégia criada para o cuidado na área da saúde,

servindo como instrumentos facilitadores da educação em saúde (SILVA; CARDOSO, 2009).

Um material bem escrito ou uma informação de fácil entendimento melhora o

conhecimento e a satisfação do paciente, desenvolve suas atitudes e habilidades, facilitando

a autonomia, promovendo sua adesão e tornando-os capazes de entender como as próprias

ações influenciam seu padrão de saúde o que favorece sua tomada de decisão. É, portanto,

uma forma de promover saúde. Nesse sentido, os educadores de saúde devem ter em mente

que, para as mensagens relacionadas com a saúde sejam eficazmente comunicadas, elas

devem ser bem planejadas, precisas, relevantes, e de fácil entendimento (PRINCE,

EVERETT, 1996 apud MOREIRA, NÓBREGA, SILVA, 2003).

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

24

Segundo Merhy (2002), as cartilhas educativas podem ser classificadas como

tecnologia leve-dura, pois envolvem a estruturação de saberes operacionalizados nos trabalhos

em saúde. Auxiliando na memorização de conteúdo e contribuindo para o direcionamento das

atividades de educação em saúde. Para melhor explanação sobre os tipos de tecnologias, estas

são denominadas leves quando se fala de relações, acolhimento, gestão de serviços, leves-

duras, quando se refere aos saberes bem estruturados, e duras quando envolvem equipamentos

tecnológicos do tipo máquinas.

Ainda falando sobre material educativo impresso, este tem sido utilizado para

melhorar o conhecimento, a satisfação, a aderência ao tratamento e o autocuidado de

pacientes. Recomenda-se o uso do material educativo escrito por profissionais de saúde como

ferramenta de reforço das orientações verbalizadas. O material de ensino pode ter impacto

positivo na educação de pacientes e ser capaz de ajudá-los a responder às perguntas que

possam ocorrer quando esse não estiver interagindo com o profissional de saúde

(HOLFFMAN, WARRAL, 2004 apud OLIVEIRA, LOPES, FERNANDES, 2014).

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

25

4. METODOLOGIA

4.1 Método e tipo de estudo

Trata-se de uma pesquisa metodológica, tendo sido adotado os pressupostos de Echer

(2005), os quais estão relacionados à etapa de construção de materiais didáticos para o

cuidado em saúde, tendo em vista que a metodologia científica é imprescindível para garantir

a qualidade da elaboração de materiais educativos. Vale salientar que a autora já foi citada em

outros estudos referentes à construção de matérias educativos (COSTA et al., 2013,

FRANCO, 2011; REBERT, 2008; TELES, 2011).

4.2 Aspectos éticos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, envolvendo seres

humanos do Hospital Ophir Loyola (CEP-HOL) com n° de parecer: 1.388. 535 (Anexo A),

localizado no município de Belém-PA, sendo assegurado o cumprimento às recomendações

da Resolução n° 466/12, que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos.

Os participantes foram informados sobre o objetivo do estudo e estando de acordo,

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice B e C), dando-

lhes a garantia de sigilo e privacidade, bem como a recusa e desistência do trabalho sem sofrer

qualquer tipo de penalização. Neste estudo, também buscou-se utilizar os quatro princípios

básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, com o intuito de

assegurar os direitos e deveres relacionados à comunidade científica e aos pacientes em CP,

sujeitos da pesquisa (UNESCO, 2005).

4.2.1 Critério de inclusão

Cuidadores e pacientes em CP, cadastrados no AD, com alimentação por via oral

exclusiva no momento da pesquisa, mediante à assinatura do TCLE.

4.2.2 Critério de exclusão

Foram excluídos da pesquisa os pacientes que evoluíram a óbito, os que não aceitaram

assinar o TCLE e os que alimentavam-se por uma via alternativa de alimentação (sondas,

gastrostomia e jejunostomia) durante a pesquisa.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

26

4.2.3 Riscos e Benefícios

O risco apresentado pela pesquisa relacionou-se a algum tipo de constrangimento aos

participantes no preenchimento dos questionários, tendo sido minimizado através de uma

clara explicação destes, buscou-se ainda deixar os participantes bem à vontade no

preenchimento dos mesmos, podendo o voluntário, interromper a pesquisa a qualquer

momento.

Quanto aos benefícios da cartilha, esta servirá como um material de apoio e fácil

consulta, que poderá auxiliar os cuidadores nas dúvidas relacionadas à alimentação, podendo

ajudar no controle dos sintomas, proporcionando uma melhor ingestão e maior conforto ao

alimentar o paciente, servindo ainda como apoio para os pacientes em CP cadastrados no AD

do HOL, mas para todos os pacientes que apresentarem os sintomas abordados. Além disso, é

um material educativo que poderá nortear profissionais quanto às orientações a pacientes em

CP, servindo como incentivo ao desenvolvimento de outros materiais voltados a esse público.

4.3 Período da pesquisa

A pesquisa foi realizada durante o mês de outubro de 2015.

4.4 Etapas do estudo

De acordo com Echer (2005), o processo de construção de materiais educativos

envolve as seguintes etapas: submissão do projeto ao comitê de ética em pesquisa,

levantamento bibliográfico; elaboração de material educativo; e por fim, validação do

material por especialistas no assunto e representantes do público-alvo. As autoras optaram por

realizar a pesquisa com os pacientes, objetivando construir um material mais fidedigno a

realidade destes, apesar desta etapa não ser recomendada pela autora supracitada, vale ainda

ressaltar que, posteriormente a conclusão desta monografia, a cartilha passará pelo processo

de validação, concluindo as etapas recomendadas pela autora.

Logo após a aprovação pelo comitê de ética, a elaboração da cartilha foi realizada em 3

etapas: pesquisa com o público alvo, estruturação da cartilha, levantamento e seleção do

conteúdo e confecção das ilustrações, design e layout da mesma. Conforme descrito na Figura

1.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

27

Figura 01- Processo de elaboração da “Cartilha de Nutrição para Cuidadores e Pacientes

Oncológicos em Cuidado Paliativo Domiciliar”. Belém-PA, 2015.

Etapa 1 Pesquisa com o público alvo

Com o intuito de nortear e adequar o conteúdo da cartilha a realidade do público alvo,

realizou-se uma pesquisa em paralelo com os pacientes oncológicos em CP em domicílio e

seus respectivos cuidadores principais, a fim de levantar quais as principais dificuldades

destes frente à alimentação, com intuito de melhor controlar os sintomas apresentados,

servindo exclusivamente, como base para a elaboração da cartilha educativa sobre

alimentação.

Etapa 2 Estruturação da cartilha, levantamento e seleção do conteúdo

Após a pesquisa com o público alvo, realizou-se a esquematização e organização dos

eixos que compuseram a cartilha, apresentando uma ordem lógica e progressiva do conteúdo.

Segundo Gonçalves (2007) materiais educativos, devem fornecer uma informação clara, útil

e relevante às pessoas a que são direcionadas, o que reafirma a importância de uma boa

organização.

O levantamento e seleção de conteúdo foram realizados através das bases de dados

Lilacs, Medline e Scielo do ano de 2010 a 2015, além de livros, informativos recentes

extraídos de sites da internet, manuais técnicos do ministério da saúde, cartilhas, monografias

e periódicos, relacionados ao controle de sintomas apresentados por pacientes oncológicos em

CP. Através de uma vasta leitura, foram selecionados conteúdos considerados importantes

para a ampliação do suporte prestado ao paciente e seu cuidador, afim de proporcionar um

melhor esclarecimento a cerca do tema proposto, sendo inclusos no material educativo.

Fase 1

• Pesquisa com o público alvo

Fase 2

• Estruturação da cartilha e Seleção/ organização de

conteúdo

Fase 3

• Elaboração das ilustrações, layout e

design

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

28

Etapa 3 Ilustrações, layout e design

Para esta etapa de elaboração, foram adaptadas as orientações de Moreira, Nóbrega e

Silva (2003), os quais descrevem aspectos que o profissional de saúde deve considerar para

elaborar materiais educativos impressos de modo a torna-los legíveis, compreensíveis,

eficazes e culturalmente relevantes, conforme o Quadro 1.

Quadro 01- Aspectos de ilustração, layout e design

I

lust

raçã

o

Buscou-se empregar ilustrações de boa qualidade e alta definição, tendo sido

contratado um profissional especialista para confeccioná-las;

As ilustrações que ajudavam a enfatizar pontos e idéias importantes do texto,

foram empregadas, como por exemplo a tríade: paciente, cuidador principal e

profissional nutricionista, assim como a imagem do semáforo nutricional;

Evitou-se ilustrações para o público com motivos infanto-juvenis;

Não foram utilizadas caricaturas;

A ilustração da capa buscou transmitir a mensagem principal e o público-

alvo.

L

ayout

e D

esig

n

Evitou-se a utilização de textos apenas com fontes estilizadas e maiúsculas,

pois dificultam a leitura;

O negrito foi empregado apenas para os títulos e destaques;

Foram sinalizadas adequadamente os domínios, usando recursos como títulos

em negrito;

As cores foram utilizadas com sensibilidade e cautela para não supercolorir o

material, o que o deixaria visualmente poluído;

Confeccionou-se capa, com imagens, cores e textos atrativos;

Adaptado: Moreira, Nóbrega e Silva (2003).

4.5 COLETA DE DADOS

Antes de serem aplicados os questionários de avaliação com os cuidadores e pacientes,

foi remetido a sua residência duas cópias da carta convite (Apêndice A), uma para o paciente

e outra para o cuidador principal, para que tomassem ciência da pesquisa, cujo endereço foi

obtido através da consulta ao prontuário do paciente contido no setor de AD do hospital.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

29

Após o cuidador principal e paciente tomarem ciência da pesquisa e preencherem o

TCLE (Apêndice B e C, respectivamente), realizou-se a coleta de dados através da aplicação

de um questionário (Apêndice D e E, respectivamente), em sua residência em um horário que

o paciente achou mais adequado e oportuno, a fim de caracterizar o perfil sócioeconômico e

as principais dificuldades enfrentadas no processo de alimentação do paciente em CP.

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

30

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Etapa 1 Pesquisa com o público alvo

A pesquisa inicialmente seria realizada com o censo dos pacientes oncológicos

paliativos, com alimentação por via oral exclusiva atendidos pela ECPD, totalizando 10

pacientes e 10 cuidadores principais concomitantemente. Dos 10 pacientes, 2 evoluíram a

óbito antes de realização da pesquisa e 2 não puderam responder aos questionários, 1 diante

da impossibilidade da fala motivado pela localização e/ou tipo de tumoração e o outro por não

sentir-se disposto para o preenchimento do mesmo, totalizando portanto, 6 pacientes

entrevistados.

Quanto aos cuidadores principais, além da exclusão de dois cuidadores que

acompanhavam os pacientes que evoluíram a óbito, 1 não aceitou preencher o questionário

por não se considerar o cuidador principal do paciente, totalizando portanto, 7 cuidadores que

participaram efetivamente da pesquisa.

Conforme a Tabela 1, referente ao perfil sócioeconômico dos pacientes oncológicos

em CP atendidos pela ECPD do HOL, observa-se que 66,7% (n=4) dos entrevistados eram do

sexo feminino, 83,3% (n=5) com faixa etária ≥50 anos, com média de idade de 67 anos,

50% (n=3) com faixa de renda de 1 a 2 Salários Mínimos (SM), 33% (n=2) eram viúvos ou

solteiros e 50% (n=3) apresentavam como escolaridade o ensino fundamental incompleto,

sendo 33,3% naturais do município de Abaetetuba-PA.´

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

31

TABELA 01- Perfil sóciodemográfico dos pacientes oncológicos em cuidados paliativos

atendidos pela Equipe de Cuidado Paliativo Domiciliar do Hospital Ophir Loyola. Belém-PA,

2015.

Variáveis n (6) %

Sexo

Masculino 2 33,3

Feminino 4 66,7

Faixa etária

35-50 1 16,7

≥50 5 83,3

Faixa de renda

1-2 SM 3 50,0

2-4 SM 1 16,7

Sem renda fixa 2 33,3

Estado civil

Solteiro 2 33,3

Casado 1 16,7

Separado 1 16,7

Viúvo 2 33,3

Escolaridade

Analfabeto 1 16,7

Ensino Fundamental Incompleto 3 50,0

Ensino Fundamental Completo 1 16,7

Ensino Médio Completo 1 16,7

Total 6 100

Legenda: SM: Salários Mínimos

Diante dos outros dados contidos no questionário voltado aos pacientes (Apêndice E),

a consistência da alimentação melhor tolerada foi a dieta pastosa (42,9%), seguido por 28,6%

com dieta liquidificada e 14,3% dieta líquida ou branda, estando essas consistências

relacionadas e adaptadas à localização e/ou tipo do tumor. Com relação à localização do

câncer, totalizou-se um número variado: incluindo 7 localizações diferentes (reto, seio de

face, laringe, próstata, mama, neurológico e gástrico).

Quanto às condições de domicílio dos pacientes e seus respectivos cuidadores

principais, 85,7% moravam em casa de alvenaria, 100% apresentavam rede de esgoto e rede

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

32

pública de abastecimento de água simultaneamente e 71,4% utilizavam água mineral para

consumo.

De acordo com o Gráfico 1, referente à prevalência de sintomas apresentados pelos

pacientes, observa-se que 100% destes apresentavam constipação intestinal, 71,4% êmese e

hiporexia e 57,1% náusea.

GRÁFICO 01- Frequência dos sintomas apresentados pelos pacientes oncológicos paliativos

atendidos pela Equipe de Cuidado Paliativo Domiciliar do Hospital Ophir Loyola. Belém-PA,

2015. (n=6)

O elevado percentual de pacientes com constipação, pode ter sido motivado pelo

consumo de opióides (remédios para o controle da dor), que naturalmente motivam a

constipação intestinal dos pacientes oncológicos. Segundo Santos (2002), os locais do

cérebro envolvidos na transmissão da dor e na alteração da reatividade aos estímulos

nociceptivos (dolorosos) parecem ser os principais sítios nos quais os opióides agem. Os

receptores também podem ser encontrados, em altas concentrações, no trato gastrointestinal

(TGI). A constipação, como consequência do uso de opiáceos, acaba sendo um efeito

reconhecido e inevitável.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

71,4

57,1

71,4

42,9

28,6 28,6 28,6

14,3

28,6

14,3

100,0 Hiporexia

Náusea

Êmese

Disgeusia

Xerostomia

Mucosite

Disfagia

Odinofagia

Plenitude gástrica

Diarréia

Constipação IntestinalSintomatologia

%

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

33

Quantos aos dados referentes a menor ingesta de alimentos (hiporexia) e anorexia nos

pacientes com câncer, há dados clínicos que podem ser identificados como contribuintes para

tal, estes incluem obstrução intestinal, náuseas e vômitos, alterações da sensibilidade

gustatória, úlceras orais (mucosite), depressão e ansiedade. Alterações na glicose plasmática,

triglicerídios e na concentração sérica de aminoácidos podem interferir no centro

hipotalâmico regulador do apetite (ARGILÉS et al., 2010).

As náuseas e vômitos estão entre os sintomas mais comuns e os que mais afetam a

qualidade de vida de pessoas que necessitam de cuidados paliativos. A rotina diária desses

pacientes torna-se profundamente afetada por esses sintomas, o que justifica a necessidade de

seu manejo eficaz por parte do profissional de saúde.

Segundo o Consenso de Náuseas e Vômitos do INCA (2011), esses sintomas estão

presentes em 6 a 68% do pacientes com câncer. De modo geral, cerca de 50% do pacientes

em CP apresentam esses sintomas. A etiologia de náuseas e vômitos é sempre sugerida pela

história clínica, porém, de acordo com a suspeita deve-se iniciar uma investigação

complementar: etiologia gastrointestinal (candidíase orofaríngea, gastroparesia,

constipação/obstrução intestinal), drogas (opióides, antibióticos, antiinflamatórios), toxicidade

(radioterapia, quimioterapia, infecção e síndrome paraneoplásica), neurológica (metástase em

sistema nervoso central) e psicossomático (ansiedade e medo).

Quando a terapêutica especificamente antitumoral não é mais o objetivo do tratamento

do paciente oncológico, o controle dos sintomas torna-se fundamental (INCA, 2000).

Segundo a literatura, torna-se comum pacientes com doença avançada apresentarem

inapetência, desinteresse pelos alimentos e recusa àqueles de maior preferência, bem como,

cursarem com sintomas: náuseas, vômitos, disgeusia, xerostomia, disfagia, obstipação

intestinal, saciedade precoce, anorexia, caquexia, fraqueza e dispnéia. Esse quadro é de

relevância clínica, uma vez que leva à menor ingestão de alimentos, resultando em efeitos

consideráveis, na medida em que agrava o quadro clínico e prejudica a qualidade de vida

(BENARROZ, FAILACE, BARBOSA, 2009; CORRÊA, SHIBUYA, 2007).

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

34

Na tabela 2 encontra-se a distribuição em frequência dos cuidadores principais, quanto

às condições sóciodemográficas e grau de parentesco, podendo ser observado que 85,7%

(n=6) dos cuidadores eram do sexo feminino, 57,1% (n=4) solteiros, 42,9% (n=3) com

escolaridade de ensino fundamental incompleto e ensino médio, 71,4% (n=5) com faixa etária

≥50 anos, 57,1% (n=4) com faixa de renda de 1-2 SM, com média de idade de 54,7 anos e

quanto ao grau de parentesco 28,6% (n=2) eram irmãos (as) ou filha.

TABELA 2- Distribuição em frequência dos cuidadores principais de pacientes em cuidados

paliativos em domicílio, segundo as variáveis sóciodemográficas e grau de parentesco.

Belém-PA, 2015.

Variáveis n(7) %

Sexo

Masculino 1 14,3

Feminino 6 85,7

Estado Civil

Solteiro 4 57,1

Casado 3 42,9

Escolaridade

Ensino Fundamental Incompleto 3 42,9

Ensino Fundamental Completo 1 14,3

Ensino Médio completo 3 42,9

Faixa etária

35-50 2 28,6

≥50 5 71,4

Faixa de renda

1-2 SM 4 57,1

> 2 -4 SM 3 42,9

Grau de parentesco

Cunhada 1 14,3

Esposa 1 14,3

Irmã (o) 2 28,6

Filha 2 28,6

Sem parentesco 1 14,3

Total 7 100

Legenda: SM: Salários Mínimos

Quando os pacientes foram interrogados se eram os responsáveis pela elaboração da

sua própria refeição, 100% referiram que não, que os responsáveis eram seus cuidadores,

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

35

100% também referiram que não observavam dificuldade do cuidador em elaborar a sua

alimentação.

Acontecendo a afirmação contrária quando foram os próprios cuidadores principais os

questionados quanto a dificuldade em elaborar a alimentação do paciente, 42,9% destes

responderam sim, referindo dificuldade em variar e/ou elaborar a alimentação do paciente e

dúvidas na escolha do alimento mais adequado, 100% dos entrevistados disseram que a

elaboração de uma cartilha educativa sobre alimentação lhe ajudariam, especialmente, a fim

de evitar a monotonia alimentar, possibilitando uma melhor adequação da alimentação ao

sintoma apresentado, contribuindo em sua visão para uma melhor adesão e ingestão alimentar,

podendo servir como uma consulta rápida e prática em caso de dúvida, já que na ECPD não

tem a presença do profissional nutricionista.

Etapa 2 Estruturação da cartilha, levantamento e seleção do conteúdo

A cartilha foi intitulada “Cartilha de Nutrição para cuidadores e pacientes em cuidados

paliativos em domicílio”, totalizou 18 páginas, com orientações nutricionais relacionadas a

sintomatologia apresentada. A sua estruturação, teve como base as informações colhidas

durante a entrevista com os pacientes e seus cuidadores principais e com o que é relatado pela

literatura acerca dos sintomas que os pacientes oncológicos apresentam.

Para a elaboração desta cartilha, utilizou-se as recomendações de Moreira, Nóbrega e

Silva (2003), que descrevem aspectos relacionados com a linguagem, ilustração e layout que o

profissional de saúde deve considerar para elaborar material educativo impresso de modo a

torná-lo legível, compreensível, eficaz e culturalmente relevante. Uma vez que, o material

escrito tem tripla função: de reforçar as informações e discussões orais, de servir como guia

de orientações para casos de dúvidas posteriores e auxiliar nas tomadas de decisões.

Como orientado pelas autoras supracitadas, quanto aos aspectos relacionados com a

linguagem para elaboração de materiais educativos impressos. Nesta cartilha em estudo,

foram evitados termos técnicos e científicos, abreviaturas e siglas, havendo o predomínio de

palavras com definições simples e familiares, sendo utilizado um vocabulário coerente com o

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

36

público alvo, convidativo, de fácil leitura e entendimento, com o objetivo de alcançar uma

linguagem acessível e esclarecedora a população.

Segundo Echer (2005), é de fundamental importância transformar a linguagem das

informações encontradas na literatura, tornando-as acessíveis a todos os estratos da sociedade,

independentemente do nível educacional. Essa é, também, uma etapa importante para os

profissionais da saúde, porque, muitas vezes, não se nota a utilização de uma linguagem

técnica, que só os profissionais da área compreendem, e os materiais educativos são

construídos para fortalecer a orientação aos familiares, pacientes e clientes, sendo portanto,

indispensável escrever numa linguagem que todos entendam.

A cartilha educativa foi dividida em 5 eixos, com domínios específicos, contendo

informações primordiais para um bom esclarecimento sobre do conteúdo, como descrito a

seguir:

Eixo 1-Aspectos introdutórios: neste abordou-se a apresentação da cartilha, através da

contextualização e a temática, deixando claro o objetivo da elaboração e o público alvo desta.

Eixo 2- Esclarecimentos a cerca da temática: sendo abordados nesse eixo, os domínios: O

que são Cuidados Paliativos? Porque a alimentação é importante para você? De que forma o

Nutricionista poderá lhe ajudar? Porque os sintomas aparecem? Questões quanto aos cuidados

de higiene durante o preparo das refeições.

O que são Cuidados Paliativos?

Objetivou-se acrescentar a conceituação dos Cuidados Paliativos na cartilha, afim de

esclarecer, desmitificar e informar o paciente e seu cuidador principal, sobre essa modalidade

de cuidar, que prioriza e tem como foco principal o paciente e não a doença que este apresenta

e busca proporcionar qualidade de vida e melhor controle da dor e dos sintomas que os

pacientes apresentam.

Porque a alimentação é importante?

Motivou-se a elaboração desse domínio, devido os pacientes apresentarem baixa e/ou

insuficiente ingestão alimentar, e em alguns casos apresentam recusa da ingestão até mesmo

dos alimentos preferidos antes do processo de adoecimento. Cabendo sempre ao profissional

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

37

nutricionista explicar e reafirmar a importância de alimentação, respeitando os limites e

autonomia do paciente.

De que forma o Nutricionista poderá lhe ajudar?

Nesse domínio, buscou-se explicar a importância do profissional nutricionista, a fim

de esclarecer o seu papel diante do cuidado com o paciente e das dúvidas relacionadas a

alimentação e o alimentar, tendo em vista que, esse profissional não faz parte do

acompanhamento do paciente no atendimento domiciliar, uma vez que não integra a equipe

multiprofissional, composta por médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social (equipe

fixa) e fisioterapeuta e terapeuta ocupacional (equipe de apoio).

Porque os sintomas aparecem?

Esse domínio teve o intuito de esclarecer que os sintomas podem surgir, devido uma

série de situações como por exemplo: agravamento e avanço da doença, procedimentos

paliativos de radioterapia, ou quimioterapia, a localização do tumor ou motivado pela

ingestão que algum medicamento.

Questões quanto aos cuidados de higiene durante o preparo das refeições

Esse tópico apresenta orientações sobre a higienização das mãos, utensílios e

alimentos, durante o preparo da refeição, tendo sido orientado quanto aos cuidados com o

consumo de alimentos crus, tendo em vista a diminuição da imunidade e suscetibilidade do

organismo do paciente oncológico em cuidado paliativo.

Eixo 3- Regionalismo: incluindo tabus e verdades sobre a alimentação: sendo abordadas

questões quanto aos alimentos remosos e a inserção de alguns alimentos regionais.

Dentre os pacientes entrevistados, 83,3% referiram receio em ingerir algum tipo de

alimento, dentre esses: peixe de pele, camarão, maniçoba, carne de porco e embutidos, por

serem considerados remosos e dificultar o processo de cicatrização em caso de ferida. Quando

interrogados sobre o receio em ingerir alguma fruta ou alimento regional, 50% referiram

receio na ingesta de cupuaçu, por ser ácido, açaí, por associarem a prisão de ventre e peixe

regional, por considerarem remoso.

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

38

Quanto as questões relacionadas aos alimentos remosos, Murrieta et al., (2008)

afirmam que os hábitos alimentares na Amazônia, em especial nas comunidades ribeirinhas,

incluem uma série de restrições alimentares (tabus) decorrentes, em parte, da miscigenação

cultural (indígena, negra e colonizadores portugueses) ocorrida na formação desta população.

Dentre os tabus alimentares, o mais importante refere-se aos alimentos considerados remosos,

adjetivo atribuído a alimentos que têm reima, isto é, que prejudicam o sangue e causam

prurido (SILVA, 2007).

No vocabulário popular amazônico, comidas remosas são comidas fortes derivadas de

carne de porco; mariscos, como caranguejo e camarão; peixes de pele e cascudos, como

tamuatá; aves, como patos; e algumas caças, como paca e capivara, que não devem ser

consumidas por pessoas em situação de risco, como, por exemplo, em pós-operatórios, com

quadros de infecção ou inflamações, e ferimentos, sob risco de aumentar os danos teciduais,

gerar a formação de pus e exacerbar o processo inflamatório (COSTA-NETO, 2000).

Segundo Dornelas (2001) apud Mesquita-Neto, Paula (2011), o que é considerado

como reima pelas populações tradicionais, é considerado um alergênico, ou seja,

gerador/provocador de reação alérgica. As reações reconhecidas como representantes de

alergias alimentares são da classe de hipersensibilidade mediadas pelos anticorpos

pertencentes à classe imunoglobulinas E (IgE), especificamente dirigidas contra o

determinado alérgeno alimentar. Portanto, apenas quem for alérgico, desenvolverá

determinada reação.

Cabe aos profissionais de saúde, repassarem as informações corretas, desmistificando

as informações não condizentes com as informações técnicas, mas sempre respeitando as

crenças e hábitos alimentares da população estudada, por isso, nesta cartilha, os autores

tiveram a preocupação com relação às informações acerca dos alimentos remosos, relatando o

que diz a literatura acerca desses alimentos, sem deixar de respeitar a opinião do entrevistado.

Lobo et al., 2006 diz que a crença é como uma verdade interior, particular de cada um e

independente de ser desmistificada, pode permanecer como verdade única para o sujeito.

Durante as orientações presentes na cartilha, optou-se por incluir algumas frutas

regionais e dentre essas não podia faltar o açaí, que segundo o Livro de Frutas Regionais

Brasileiras, exerce importante papel socioeconômico e cultural, pois a bebida obtida a partir

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39

de seus frutos tem consumo regional elevado, sendo produzidos durante boa parte do ano,

porém com maior intensidade nos meses de julho a dezembro. Sendo considerado um

alimento de grande valor nutricional, pois apresenta em sua composição fibra alimentar,

antocianinas, minerais, cálcio e potássio e ácidos graxos essenciais (BRASIL 2015).

Mesmo diante da sua importância e significância na culinária local, o açaí é um

alimento que está exposto à contaminação e adulteração, principalmente se não apresentar um

alto grau de higienização do alimento e local de venda, assim como se não apresentar uma

fiscalização e inspeção rigorosa. A mídia em muitos momentos mostrou os vários tipos de

adulteração que esse alimento apresentou como o acréscimo de maisena, trigo, papel

higiênico, para camuflar a espessura do açaí, sem contar a contaminação pela Doença de

Chagas, motivada pela presença do barbeiro.

Tendo em vista o que foi exposto anteriormente e a preocupação com os pacientes e o

alto consumo de açaí na região norte. Na cartilha educativa, buscou-se fornecer o site com os

locais de venda, credenciados, com o selo “Açaí Bom”, afim de orientar na compra e

consumo de uma açaí de qualidade.

A lista atualizada de estabelecimentos que já estão certificados com o selo “Açaí

Bom”, do Programa Estadual de Qualidade do Açaí (PEQA), está sendo divulgada no site da

Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), este programa através de

parceria com instituições públicas e privadas, buscam garantir um nível de qualidade cada

vez maior para o produto, com a introdução de boas práticas em toda a cadeia produtiva, da

coleta do fruto à comercialização. Um dos principais resultados do programa foi o

desenvolvimento de um tanque de branqueamento, que usa alta temperatura para diminuir a

carga microbiana, minimizando, por exemplo, a possibilidade de contaminação com o

transmissor da Doença de Chagas.

Outras frutas regionais também incluídas na cartilha foram: a Bacaba, assemelhando-

se em termos nutricionais ao açaí, com elevado teor de gordura, recomendando-se cautela em

seu consumo, sendo utilizada com alimentos salgados servidos nas refeições cotidianas ou

como sucos e refrescos e o cupuaçu, considerado uma das frutas mais populares da Amazônia,

a polpa é utilizada no preparo de sorvetes, sucos, geleias, doces, musses, bombons, balas,

biscoitos e iogurtes. As sementes, depois de secas, são utilizadas na fabricação de chocolate

branco ou “cupulate” (BRASIL, 2015).

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

40

Eixo 4- Utilização do semáforo nutricional: as orientações nutricionais presentes na

cartilha, foram sinalizadas através do uso do semáforo nutricional.

O Traffic Light Labelling ou “Semáforo Nutricional” foi criado no Reino Unido, pela

Food Standards Agency (FSA), como uma proposta simples e intuitiva para orientar o

consumidor na escolha de produtos mais saudáveis, voltadas aos rótulos nutricionais, tendo

em vista que a informação contida nestes é excessivamente técnica e pouco clara. Esta

ferramenta, que já se expandiu para outros países da Europa, fornece subsídios para que se

acrescentem nos rótulos informações diretas e práticas sobre a composição nutricional, do

alimento, tornando a compreensão dos rótulos mais acessível a leigos e crianças,

direcionando- os para dietas mais equilibradas (LONGO-SILVA, TOLONI, TADEI, 2010).

Para a elaboração desta cartilha, a metodologia, foi adaptada, a fim de associar as

cores do semáforo aos orientações nutricionais, adequando os alimentos que podiam ser

consumidos ou evitados, aos sintomas apresentados. O uso do semáforo nutricional foi

escolhido como uma ferramenta visual mais didática, favorecendo uma melhor compreensão

das orientações voltadas aos pacientes e seus cuidadores principais.

Em síntese buscou-se adequar as cores do semáforo aos alimentos que podem ser

consumidos ou evitados, de acordo com os sintomas apresentados. Assim, os alimentos que

podiam ser consumidos foram sinalizados com a cor verde no semáforo, os que deviam ser

utilizados com moderação, com a cor amarela e os que deviam ser evitados, com a cor

vermelha, como pode ser observado na Figura 2, abaixo. Sendo incluído nessas orientações,

como já mencionado, alimentos e frutas regionais e outros de consumo frequente pelo

paciente, tendo sido priorizado a orientação de uma alimentação saudável e/ou que remeta

algum tipo de significado ou simbolismo.

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41

Figura 2: Ilustração do semáforo utilizado na cartilha

As orientações nutricionais, com a utilização do semáforo nutricional, foram voltadas

aos seguintes sintomas: hiporexia, êmese, náusea, disgeusia, xerostomia, mucosite, disfagia,

plenitude gástrica, diarréia, constipação intestinal e orientações voltadas a pacientes

colostomizados, as orientações para colostomia foram inclusas durante a realização da

pesquisa, tendo em vista que, uma das pacientes entrevistadas era colostomizada, e referiu

algumas dúvidas quanto a escolha da alimentação, o que reafirma a importância da realização

da pesquisa com o público alvo, afim de construir um material educativo de fato útil e voltado

a realidade dos pacientes.

Na cartilha, evitou-se a orientação do consumo de alimentos ultraprocessados,

seguindo as recomendações do novo Guia Alimentar para a população brasileira, que

apresenta como regra de ouro “preferir sempre alimentos in natura ou minimamente

processados em preparações culinárias, devendo ser limitado o uso de alimentos processados

e ultraprocessados”. Os alimentos processados podem integrar a alimentação desde que

consumidos em pequenas quantidades e sempre como parte ou acompanhamento de

preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados

(BRASIL, 2014).

Segundo o novo Guia Alimentar, a população deve ser orientada a consumir

alimentação preparada na hora ao invés de consumir produtos que dispensam preparação

culinária (sopas “de pacote”, macarrão “instantâneo”, pratos congelados prontos para aquecer,

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sanduíches, frios e embutidos, maioneses e molhos industrializados, misturas prontas para

tortas, refrigerantes); devendo preferir sobremesas caseiras, dispensando as industrializadas.

Tendo em vista essas recomendações, na Cartilha acrescentamos a receita da gelatina caseira,

realizada com suco de fruta natural, com a orientação que pode ser acrescidos legumes aos

sucos durante o preparo. Além de ter sido evitado a recomendação de alimentos

industrializados.

Eixo 5- Fechamento da cartilha: teve como objetivo, concluir a cartilha, reafirmando a sua

importância, que é servir como um material de apoio útil ao paciente e seu cuidador principal.

Etapa 3 Ilustrações, layout e diagramação

Para a efetiva realização desta etapa, contamos com o auxílio de um especialista em

desenho e um designer gráfico, responsáveis pela elaboração da arte da cartilha.

As ilustrações foram criadas com o uso do Programa Adobe Photoshop,

apresentando como técnica o esboço e arte final de forma digital. Para a confecção das

ilustrações o desenhista, recebeu orientações da pesquisadora, de acordo com o conteúdo

teórico da cartilha elaborado previamente, construindo ilustrações especialmente para esta

cartilha, atrativas, de fácil compreensão, tendo a preocupação com a qualidade e definição.

Quanto a elaboração da capa da cartilha (APÊNDICE F), o ilustrador foi orientado

pela pesquisadora, a elaborá-la, com uma imagem que buscasse resumir a mensagem

principal, permitindo que o leitor capte a mensagem apenas com a visualização, o que

resultou de uma capa contendo os elementos primordiais da cartilha, o paciente, o seu

cuidador principal, o profissional nutricionista e o alimento.

Com as ilustrações em mãos, procedeu-se o layout e design, com a utilização do

Programa: Adobe Photoshop e Adobe Illustrator e posteriormente a diagramação da cartilha

(a qual corresponde pela organização e formatação do material). Para a Capa utilizou-se fonte

tamanho 36 (maiúscula e minúscula), para as orientações compostas na cartilha, título:

tamanho 18 e texto 12.

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Seguindo as recomendações de Moreira, Nóbrega e Silva (2003), buscou-se sinalizar

adequadamente os domínios da cartilha, usando recursos como negrito para facilitar a ação

desejada e lembrança, empregado apenas para os títulos ou destaque. As cores foram

utilizadas com cautela, para não tornar o material visualmente poluído.

A cartilha em estudo foi composta em sua versão pré avaliação da banca por 18

páginas, contadas sequencialmente, com a numeração em algarismos arábicos registrada a

partir da primeira página textual. Após a conclusão da diagramação a versão preliminar foi

enviada para impressão e entregue à banca, tendo a preocupação de realizar a impressão no

fundo claro a fim de facilitar a leitura. Sugere-se para versão final a utilização do Papel tipo

Couchê com gramatura 180 para a Capa e 120 no Interior, tendo como dimensão a altura: 29,7

cm; largura: 21 cm .

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44

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o primeiro momento que surgiu a idéia de elaborar a “Cartilha de Nutrição

voltada a cuidadores principais e pacientes em cuidados paliativos em domicílio”, o grande

objetivo foi possibilitar o conhecimento sobre o cuidado paliativo, a quem vivencia esta

realidade, sem às vezes, saber sobre o que de fato se trata. Buscando falar sobre alimentação,

tendo em vista todo o seu significado e simbolismo, assim como, a presença de

sintomatologia, dificuldades e dúvidas observadas durante o alimentar do paciente

oncológico, que foi reafirmada com a realização da pesquisa com os pacientes e seus

cuidadores principais. Motivando o enriquecimento deste trabalho e da elaboração da cartilha

educativa, favorecendo a construção de um material útil tendo em vista a realidade vivenciada

pelos pacientes.

Assim, com a finalização desta pesquisa, almeja-se que todos os pacientes que

recebam alta da Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos e os cadastrados no Atendimento

Domiciliar do Hospital Ophir Loyola, recebam automaticamente a Cartilha e que esta seja um

material útil aos pacientes, cuidadores e aos profissionais que busquem conhecer um pouco

sobre o cuidado paliativo, tendo em vista a incipiência de materiais voltados exclusivamente a

esse público.

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ RESIDÊNCIA …

45

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49

APÊNDICE A

Carta convite (Público alvo)

Belém,_____ de ______________ de 2015

Prezado (a) Sr (a):__________________________________

Eu, Liliane de Cássia Ramos da Silva, Nutricionista Residente em Oncologia Cuidados

Paliativos, pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), gostaria de convidá-lo (a) a

preencher um questionário que será utilizado para elaborar uma cartilha educativa como

Trabalho de Conclusão do Residência, intitulado “Elaboração de uma cartilha educativa de

nutrição voltada a cuidadores principais e pacientes oncológicos em cuidados paliativos

em domicílio”.

Trata-se de uma cartilha educativa com informações/conteúdo que julgamos

importantes para a qualidade de vida do paciente oncológico em cuidados domiciliares.

Desde já, agradeço a você por colaborar com esse estudo, pois é fundamental contar

com sua participação no engrandecimento deste trabalho.

Atenciosamente!

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(CUIDADOR PRINCIPAL)

Descrição de procedimentos: Eu, Liliane de Cássia Ramos da Silva, Nutricionista Residente

em Oncologia Cuidados Paliativos, gostaria de convidá-lo (a) a participar da pesquisa

referente a monografia de Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) intitulado:

“Elaboração de uma cartilha educativa de nutrição voltada a cuidadores principais e

pacientes oncológicos em cuidados paliativos em domicílio”. Para isso será necessário o

preenchimento de um questionário que servirá de base para a elaboração de uma cartilha

educativa, este conterá dados relativos a identificação do Cuidador Principal, escolaridade,

condição do domicílio, condição da doença do paciente (tipo de doença, tratamentos já

realizados, sintomas apresentados), quanto a consistência da alimentação do paciente e a

importância da elaboração dessa cartilha, em outro momento será aplicado um questionário de

avaliação desta cartilha, afim de analisar se o objetivo esperado foi alcançado, se a linguagem

foi adequada e compreensiva.

Os dados serão confidenciais e utilizados apenas para fins deste estudo. Ao final, os dados

coletados serão utilizados em publicações, congressos e divulgações científicas. Para isso

solicitamos sua autorização.

Pesquisadora Responsável: Liliane de Cássia Ramos da Silva, Nutricionista Residente em

Oncologia-Cuidados Paliativos pela Universidade Estadual do Pará, a qual disponibiliza seus

dados de contato, para qualquer eventualidade ou explicações sobre a pesquisa.

Desconforto e possíveis riscos associados à pesquisa: O risco neste projeto é de um possível

constrangimento ou desconforto ao preencher o questionário, devendo ser minimizado o risco

através de uma clara explicação do questionário avaliativo, buscando deixar os participantes

bem a vontade no preenchimento dos mesmos, podendo o participante voluntário retirar-se a

qualquer momento da pesquisa.

Benefícios esperados: A cartilha servirá com um material de apoio e fácil consulta, podendo

auxiliar nas dúvidas relacionadas a alimentação, os sintomas apresentados pelos pacientes em

cuidado paliativo, proporcionando qualidade de vida e suporte ao cuidador. Devendo ser

ressaltado que todos os pacientes/cuidadores principais receberão a Cartilha ao final da

pesquisa.

Informações: Os participantes têm a garantia que receberão respostas a qualquer pergunta e

esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos assuntos relacionados à pesquisa. A

pesquisadoras assumem o compromisso de proporcionar informações atualizadas obtidas

durante a realização do estudo.

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51

Retirada do consentimento: O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a

qualquer momento e deixar de participar do estudo, não acarretando nenhum dano a você e

nem ao tratamento do paciente junto ao hospital.

Aspecto Legal: Elaborado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa

envolvendo seres humanos atende à Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do

Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde - Brasília – DF.

Confiabilidade: Os voluntários terão garantidos a manutenção do sigilo e privacidade dos

participantes da pesquisa, durante todas as fases da pesquisa. A identidade (nomes e

sobrenomes) do participante não será divulgada.

Quanto à indenização: Em caso de constrangimento e danos decorrentes da pesquisa,

poderá ocorrer indenização do voluntário.

Forma de acompanhamento e Assistência: Quando necessário, o voluntário, pode procurar

a pesquisadora pelo telefone 981702608/ 99633-9110. Após a realização da pesquisa e

validação da cartilha a mesma será entregue ao paciente como forma de contribuição e

retorno.

Fui devidamente informado dos riscos acima descritos e de qualquer risco não descrito, não

previsível, porém que possa ocorrer em decorrência da pesquisa será de inteira

responsabilidade dos pesquisadores, sendo garantido o recebimento de uma via do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ______________________________________________________________________,

por me considerar devidamente informado(a) e esclarecido(a) sobre o conteúdo deste termo

de esclarecimento da pesquisa, “Elaboração de uma cartilha educativa de nutrição voltada

a cuidadores principais e pacientes oncológicos em cuidados paliativos em domicílio” a

ser desenvolvida, livremente expresso meu consentimento para inclusão, como sujeito da

pesquisa.

________/______/________

_____________________________

Assinatura do Participante Voluntário

Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Ophir Loyola (HOL) –Departamento de Ensino e

Pesquisa(DEP), Avenida Magalhães Barata, n° 992, São Brás-Belém-Pará. Fone/Fax: 3265-6645

_____________________________________

Nome: Liliane de Cássia Ramos da Silva (Nutricionista Residente em Oncologia Cuidados Paliativos/HOL)

Pesquisadora

Endereço:Trav: Alferes Costa n 1067

Telefone: 98170-2608/ 99633-9110

E-mail: [email protected]

E

E-mail: [email protected]

_________________________________

Nome: Msc. Elenilma Barros da Silva (UNAMA)

Orientadora

Endereço: Av. Almirante Barroso nº 71

Telefone: 81112350

E-mail:[email protected]

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52

APÊNDICE C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PACIENTE)

Descrição de procedimentos: Eu, Liliane de Cássia Ramos da Silva, Nutricionista Residente

em Oncologia Cuidados Paliativos, gostaria de convidá-lo (a) a participar da pesquisa

referente a monografia de Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) intitulado:

“Elaboração de uma cartilha educativa de nutrição voltada a cuidadores principais e

pacientes oncológicos em cuidados paliativos em domicílio”. Esse questionário conterá

dados relativos a sua identificação ( naturalidade, idade, sexo, profissão, faixa etária), faixa de

renda, escolaridade, condição do domicílio, tipo de doença, tratamentos já realizados,

sintomas apresentados, se você apresenta receio em ingerir algum alimento, consistência da

sua alimentação, se você observa alguma dificuldade ou dúvida por parte do seu cuidador em

elaborar a sua alimentação.

Os dados serão confidenciais e utilizados apenas para fins deste estudo. Ao final, os dados

coletados serão utilizados em publicações, congressos e divulgações científicas. Para isso

solicitamos sua autorização.

Pesquisadora Responsável: Liliane de Cássia Ramos da Silva, Nutricionista Residente em

Oncologia-Cuidados Paliativos pela Universidade Estadual do Pará, a qual disponibiliza seus

dados de contato, para qualquer eventualidade ou explicações sobre a pesquisa.

Desconforto e possíveis riscos associados à pesquisa: O risco neste projeto é de um possível

constrangimento ou desconforto ao preencher o questionário, devendo ser minimizado o risco

através de uma clara explicação do questionário avaliativo, buscando deixar os participantes

bem a vontade no preenchimento dos mesmos, podendo o participante voluntário retirar-se a

qualquer momento da pesquisa.

Benefícios esperados: A cartilha servirá com um material de apoio e fácil consulta a você e

seu cuidador principal, podendo auxiliar nas dúvidas relacionadas a alimentação, aos sintomas

apresentados, proporcionando suporte, qualidade de vida e autonomia a você. Devendo ser

ressaltado, que todos os pacientes/cuidadores principais receberão a Cartilha ao final da

pesquisa.

Informações: Os participantes têm a garantia que receberão respostas a qualquer pergunta e

esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos assuntos relacionados à pesquisa. As

pesquisadoras assumem o compromisso de proporcionar informações atualizadas obtidas

durante todas as fases de realização do estudo.

Retirada do consentimento: O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a

qualquer momento e deixar de participar do estudo, não acarretando nenhum dano a você e

nem ao seu tratamento junto ao hospital.

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53

Aspecto Legal: Elaborado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa

envolvendo seres humanos atende à Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do

Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde - Brasília – DF.

Confiabilidade: Os voluntários terão garantidos a manutenção do sigilo e privacidade dos

participantes da pesquisa, durante todas as fases da pesquisa. A identidade (nomes e

sobrenomes) do participante não será divulgada.

Quanto à indenização: Em caso de constrangimento e danos decorrentes da pesquisa,

poderá ocorrer indenização do voluntário.

Forma de acompanhamento e Assistência: Quando necessário, o voluntário, pode procurar

a pesquisadora pelo telefone 981702608/ 99633-9110. Após a realização da pesquisa e

validação da cartilha a mesma será entregue ao paciente como forma de contribuição e

retorno.

Fui devidamente informado dos riscos acima descritos e de qualquer risco não descrito, não

previsível, porém que possa ocorrer em decorrência da pesquisa será de inteira

responsabilidade dos pesquisadores, sendo garantido o recebimento de uma via do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ______________________________________________________________________,

por me considerar devidamente informado(a) e esclarecido(a) sobre o conteúdo deste termo

de esclarecimento da pesquisa, “Elaboração de uma cartilha educativa de nutrição voltada

a cuidadores principais e pacientes oncológicos em cuidados paliativos em domicílio” a

ser desenvolvida, livremente expresso meu consentimento para inclusão, como sujeito da

pesquisa.

________/______/________

_______________________________

Assinatura do Participante Voluntário

Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Ophir Loyola (HOL) –Departamento de Ensino e Pesquisa

(DEP), Avenida Magalhães Barata, n° 992, São Brás-Belém-Pará. Fone/Fax: 3265-6645.

________________________________

Nome: Liliane de Cássia Ramos da Silva (Nutricionista Residente em Oncologia Cuidados Paliativos/HOL)

Pesquisadora

Endereço:Trav: Alferes Costa n 1067

Telefone: 98170-2608/ 99633-9110

E-mail: [email protected]

E

E-mail: [email protected]

____________________________

Nome: Msc. Elenilma Barros da Silva (UNAMA)

Orientadora

Endereço: Av. Almirante Barroso nº 71

Telefone: 81112350

E-mail:[email protected]

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APÊNDICE D– QUESTIONÁRIO VOLTADO AOS CUIDADORES PRINCIPAIS DOS

PACIENTES

PRINCIPAIS DIFICULDADES RELACIONADAS A ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE

EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS EM DOMICÍLIO

1. Identificação do Cuidador Principal

Nº _____ Data: ___/___/___ Avaliador: ______________

1) Iniciais: __________________________________ 2) Sexo: ( 1 ) M ( 2 ) F

3)Naturalidade: ________________ 4) Idade (anos): ______

5) Faixa Etária: ( 1 ) < 20 ( 2 ) 20 ├ 35 ( 3 ) 35 ├ 50 ( 4 ) >50

6) Grau de Parentesco: _______________________

7) Quanto tempo participa da Visita Domiciliar__________

2. Características Socioeconômicas

1.Situação conjugal:

( 1) Solteiro (2) Casado ( 3) Separado (4 ) Viúvo (5) Outro________________

2) Profissão: __________________ 3) Religião : _______________________

4)Faixa de renda:

( 1 ) 1 - 2 SM ( 2 ) >2 - 4 SM ( 3 ) >4 -7 SM ( 4 ) >7 a 10 SM ( 5 ) >10 SM

(6) Recebe auxílio (7) Sem renda Fixa

5) Escolaridade:

(1) Analfabeto (2) E. F. Incompleto (3) E. F. Completo

(4) E.M. Incompleto (5) E.M. Completo (6) E.S. Incompleto

(7) E.S. Completo

6. Condição do domicílio

(1) Madeira (2) Alvenaria (3) Mista (4) Outros

7. Destino dos dejetos

(1) Esgoto (2) Fossa à céu aberto

8. Abastecimento de água

(1) Rede Pública (2) Poço (3) Rio

9. Tratamento de água

(1) Utiliza cloro (2) Filtrada (3) Fervida (4) Mineral (5) Nenhum

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3. Condição da doença do paciente

Doença: _______________________________________________________

Tempo de doença: _____________

Tratamentos Prévios

(1) Cirurgia _________________________________________________

(2) Radioterapia (3) Quimioterapia (4) Nenhum

4. Doenças apresentadas pelo paciente

(1) Diabético (2) Hipertenso (3) Cardiopata (problema no coração) (4) Doença no rim

(5) Hepatopata (Doença no fígado)

(6) Outros _____________________________

5. Sintomas apresentados pelo do paciente

(1) Falta de apetite (2) Enjôo (3) Vômito (4) Mudança do paladar (5)Boca seca

(6) Ferida na boca (7) Dificuldade em engolir (8) Dor ao engolir (9) Saciedade

Precoce (10) Diarréia (11) Constipação intestinal (12) Outros

Outro sintoma: __________________________________________

6. Consistência da alimentação do paciente

(1) Líquida (2) Liquidificada (3) Líquida-pastosa (4) Pastosa (5) Branda

7. Você apresenta alguma dificuldade ou dúvida em elaborar a alimentação do paciente?

(1) Sim (2) Não

Qual a principal dificuldade apresentada por você? _______________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8. Você acha que uma cartilha poderia lhe ajudar a orientar quanto as suas dificuldades

em preparar as refeições do paciente?

(1) Sim (2) Não

Como?

___________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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APÊNDICE E– QUESTIONÁRIO VOLTADO AOS PACIENTES

PRINCIPAIS DIFICULDADES RELACIONADAS A ALIMENTAÇÃO APRESENTADAS

PELO PACIENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS EM DOMICÍLIO

1.Identificação do Paciente

Nº _____ Data: ___/___/___ Avaliador: ______________________

1) Iniciais: __________________________________ 2) Sexo: ( 1 ) M ( 2 ) F

3)Naturalidade: ________________ 4) Idade (anos): ______

5) Faixa Etária: ( 1 ) < 20 ( 2 ) 20 ├ 35 ( 3 ) 35 ├ 50 ( 4 ) >50

2. Características Socioeconômicas

1.Situação conjugal:

( 1) Solteiro (2) Casado ( 3) Separado (4 ) Viúvo (5) Outro________________

2) Profissão: _____________________ 3) Ocupação: _______________________

4)Faixa de renda:

( 1 ) 1 - 2 SM ( 2 ) >2 - 4 SM ( 3 ) >4 -7 SM ( 4 ) >7 a 10 SM ( 5 ) >10 SM

(6) Recebe auxílio (7) Sem renda Fixa

5) Escolaridade:

(1) Analfabeto (2) E. F. Incompleto (3) E. F. Completo

(4) E.M. Incompleto (5) E.M. Completo (6) E.S. Incompleto

(7) E.S. Completo

5. Condição da doença

Patologia: _______________________________________________________

Tempo de doença: _____________

Tratamentos Prévios

(3) Cirurgia _________________________________________________

(4) Radioterapia (3) Quimioterapia (4) Nenhum

6. Doença que você apresenta

(2) Diabético (2) Hipertenso (3) Cardiopata (Doença no coração) (4) Doença no rim

(5) Hepatopata (Doença no fígado)

(6) Outros _____________________________

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7. Sintomas que você apresenta

(1) Falta de apetite (2) Enjôo (3) Vômito (4) Mudança do paladar (5)Boca seca

(6) Ferida na boca (7) Dificuldade em engolir (8) Dor ao engolir (9) Saciedade

Precoce (10) Diarréia (11) Constipação intestinal (12) Outros

Outro sintoma: __________________________________________

8. Você tem receio de ingerir algum tipo de alimento? (1) Sim (2) Não

Qual:_______________________________________________________

9. Você tem receio de ingerir alguma fruta ou alimento regional? (1) Sim (2) Não

Por qual motivo? _____________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Consistência da alimentação

(1) Líquida (2) Liquidificada (3) Líquida-pastosa (4) Pastosa (5) Branda

11. Você quem prepara a sua alimentação?

(1) Sim (2) Não

12. Você observa alguma dificuldade do seu cuidador em elaborar a sua alimentação em

casa?

(1) Sim (2) Não

Qual a principal dificuldade que você observa? _______________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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APÊNDICE F- CAPA DA CARTILHA EDUCATIVA

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ANEXO A- PARECER CONSUBSTANCIAL DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

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