150
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CÂMPUS DE BOTUCATU GEORREFERENCIAMENTO EM IMÓVEIS RURAIS: MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS NA APLICAÇÃO DA LEI 10.267/2001 MAURO ISSAMU ISHIKAWA Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Energia na Agricultura) BOTUCATU – SP Novembro – 2007

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

GEORREFERENCIAMENTO EM IMÓVEIS RURAIS:

MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS NA APLICAÇÃO DA LEI 10.267/2001

MAURO ISSAMU ISHIKAWA

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Energia na Agricultura)

BOTUCATU – SP Novembro – 2007

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

GEORREFERENCIAMENTO EM IMÓVEIS RURAIS:

MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS NA APLICAÇÃO DA LEI 10.267/2001

MAURO ISSAMU ISHIKAWA

Orientador: Prof. Dr. Zacarias Xavier de Barros

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Energia na Agricultura)

BOTUCATU – SP Novembro – 2007

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMEN- TO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO – UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP) Ishikawa, Mauro Issamu, 1959- I79g Georreferenciamento em imóveis rurais : métodos de le-

vantamentos na aplicação da Lei 10.267/2001 / Mauro Issamu Ishikawa . - Botucatu : [s.n.], 2007.

xi, 135 f. : il. color., tabs. Tese (Doutorado)-Universidade Estadual Paulista, Facul- dade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007 Orientador: Zacarias Xavier de Barros Inclui bibliografia 1. Imóveis rurais. 2. Sistema de Posicionamento Global.

3. Decretos -leis. I. Barros, Zacarias Xavier. II. Uni-versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III. Título.

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura
Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

III

Dedico este trabalho a minha esposa Luri, que

sempre me incentivou nos momentos de

incerteza e me compreendeu nos momentos de

dedicação ao meu trabalho. Aos filhos Mauricio,

Aline e Bruno, pela tolerância e paciência

durante o desenvolvimento do trabalho.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

IV

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Zacarias Xavier de Barros, pela orientação, incentivo, compreensão, amizade e

pelos ensinamentos ao longo do curso.

À Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Campus de Botucatu, em especial ao curso

de Pós-Graduação em Agronomia (Energia na Agricultura), pela oportunidade da realização

deste trabalho.

Aos colegas do Departamento de Cartografia, da Faculdade de Ciências e Tecnologia,

FCT/UNESP, de Presidente Prudente, o qual faço parte, pelo incentivo e sugestões no

trabalho.

Às funcionárias da Seção de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Agronômicas, pela

paciência, dedicação, consideração e apoio recebidos.

Às secretárias do Departamento de Engenharia Rural pela solicitude e presteza no

atendimento.

Às funcionárias da Biblioteca “Prof. Paulo Carvalho de Mattos”, pelo atendimento, atenção e

serviços prestados.

Ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo – ITESP por permitir utilizar a área do

Assentamento Florestan Fernandes para o desenvolvimento do trabalho e pelo empréstimo do

receptor GPS Javad JPS-Legacy.

À empresa ENGEMAP, Assis, SP, pelo empréstimo do receptor Pathfinder ProXR da Trimble.

Enfim, todas as pessoas e instituições que, de uma forma ou de outra contribuíram para a

realização deste trabalho.

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................VIII

LISTA DE TABELAS...............................................................................................................IX

RESUMO.....................................................................................................................................1

SUMMARY.................................................................................................................................3

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................5

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................11

2.1 Lei nº 10.267/2001 e seu Decreto Regulamentador .....................................................12

2.1.1 Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR .........................................................12

2.1.2 Intercâmbio de informações entre o INCRA e os cartórios......................................14

2.1.3 Georreferenciamento de imóveis rurais ....................................................................15

2.1.4 Retificação de área....................................................................................................19

2.1.5 Certificação ...............................................................................................................21

2.2 Sistema Geodésico BrasiLeiro – SGB..........................................................................22

2.3 Técnicas de Levantamentos..........................................................................................25

2.3.1 Sistema de Posicionamento Global - GPS ................................................................25

2.3.1.1 Métodos de posicionamento GPS...................................................................29 2.3.1.1.1 Posicionamento relativo estático ............................................................30 2.3.1.1.2 Posicionamento relativo estático rápido.................................................33 2.3.1.1.3 Posicionamento relativo semicinemático ...............................................34 2.3.1.1.4 Posicionamento relativo cinemático.......................................................35 2.3.1.1.5 Posicionamento relativo cinemático em tempo real (RTK - Real-Time

Kinematic)...................................................................................................35 2.3.2 Técnicas convencionais ............................................................................................36

2.3.3 Integração GPS e topografia.....................................................................................39

2.3.3.1 Sistema Topográfico Local ............................................................................40 2.3.3.2 Integração a partir de coordenadas..................................................................42 2.3.3.3 Integração a partir de observáveis...................................................................43 2.3.3.4 Integração a partir de transformações .............................................................44

2.4 Precisão e acurácia.........................................................................................................45

2.4.1 Classificação quanto à precisão................................................................................46

2.4.2 Classificação quanto a acurácia................................................................................46

2.5 Avaliação do georreferenciamento em imóveis rurais ..................................................47

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

VI

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................50

3.1 Material..........................................................................................................................50

3.1.1 Equipamentos ...........................................................................................................50

3.1.1.1 Receptor GPS Ashtech Z XII .........................................................................51 3.1.1.2 Receptor GPS Javad JPS-Legacy ...................................................................52 3.1.1.3 Receptor GPS TRIMBLE 4600LS.................................................................53 3.1.1.4 Receptor GPS Pathfinder ProXR da TRIMBLE ............................................54 3.1.1.5 Receptor GPS Ashtech Reliance ....................................................................55 3.1.1.6 Receptor GPS RTK R7 e R8 da TRIMBLE...................................................56 3.1.1.7 Estação Total Sokkia SET2100......................................................................57

3.1.2 Programas .................................................................................................................58

3.1.2.1 Gpsurvey 2.35a...............................................................................................58 3.1.2.2 Reliance Processor 4.0 ...................................................................................59 3.1.2.3 GPS Pathfinder 3.0 .........................................................................................59 3.1.2.4 Sistema TopoGRAPH 98 SE..........................................................................61 3.1.2.5 TRIMBLE Geomatics Office (TGO) .............................................................62

3.1.3 Área de estudo ..........................................................................................................62

3.2 Metodologia...................................................................................................................66

3.2.1 Determinação das coordenadas dos vértices de apoio básico ..................................66

3.2.1.1 Levantamento através de transporte direto.....................................................67 3.2.2 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através do posicionamento

relativo estático utilizando GPS de simples freqüência............................................74

3.2.2.1 Método de poligonação ..................................................................................76 3.2.2.2 Método de dupla irradiação............................................................................78

3.2.3 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através do método estático

rápido utilizando receptores GPS..............................................................................81

3.2.4 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através de método

cinemático utilizando receptores GPS ......................................................................84

3.2.4.1 Levantamento com receptor GPS Ashtech Reliance......................................84 3.2.4.2 Levantamento com receptor GPS Pathfinder Pro XR....................................86 3.2.4.3 Levantamento com receptor GPS R7 e R8.....................................................87

3.2.5 Levantamento dos vértices limítrofes por técnicas convencionais ..........................89

3.2.6 Levantamento dos vértices limítrofes a partir da integração de técnicas GPS e

topografia ..................................................................................................................93

3.2.6.1 Levantamento utilizando-se da técnica convencional....................................94 3.2.6.2 Levantamento utilizando-se a técnica GPS....................................................95 3.2.6.3 Processamento dos dados da integração GPS e topografia ............................96

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

VII

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................99

4.1 Coordenadas dos vértices de apoio básico a partir de receptores de simples e dupla

freqüência ....................................................................................................................100

4.2 Coordenadas dos vértices limítrofes obtidas a partir do posicionamento relativo

estático com GPS de simples freqüência .....................................................................103

4.2.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ....................................103

4.2.1.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns ...................105 4.2.1.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns entre as

metodologias de dupla irradiação e a poligonação ...................................107 4.2.2 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e estático

rápido ......................................................................................................................108

4.2.2.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ..........................109 4.2.2.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns ...................110

4.2.3 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e cinemático

com GPS Ashtech Reliance ....................................................................................111

4.2.3.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ..........................111 4.2.3.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns.....................113

4.2.4 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e cinemático

com GPS Pathfinder Pro XR...................................................................................114

4.2.4.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ..........................114 4.2.4.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns.....................117

4.2.5 Posicionamento relativo estático usando GPS por dupla irradiação e RTK ..........118

4.2.5.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ..........................119 4.2.5.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns.....................120

4.2.6 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e técnicas

convencionais..........................................................................................................121

4.2.6.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes ..........................121 4.2.6.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns.....................122

4.2.7 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e integração

GPS/topografia........................................................................................................124

4.2.7.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes .........................124 4.2.7.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns.....................125

5 CONCLUSÕES..................................................................................................................127

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................131

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estações da RBMC 28

Figura 2 – Irradiação a partir de dois vértices de apoio básico 31

Figura 3 – Levantamento tipo poligonal, a partir de dois vértices de apoio básico 32

Figura 4 – Combinação dos métodos de irradiação e poligonação com GPS 33

Figura 5 – Sistema Topográfico Local 41

Figura 6 – Receptor GPS Z XII da Ashtech 51

Figura 7 – Receptor GPS Legacy da Javad 52

Figura 8 – Receptor GPS 4600 LS da TRIMBLE 53

Figura 9 – Receptor GPS Pathfinder Pro XR da TRIMBLE 54

Figura 10 – Receptor GPS Reliance da Ashtech 55

Figura 11 – Receptor GPS R7/R8 RTK da TRIMBLE 56

Figura 12 – Estação Total SET 2100 da Sokkia 58

Figura 13 - Localização do Assentamento Florestan Fernandes 63

Figura 14 – Divisão da área de estudo no Assentamento 65

Figura 15 – Disposição das estações ativas utilizadas no transporte direto da Área 3 68

Figura 16 – Transporte de coordenadas com GPS de simples freqüência 72

Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76

Figura 18 – Levantamento utilizando GPS por dupla irradiação na Área 1 79

Figura 19 – Linhas de base geradas com o uso do GPS 4600 LS 82

Figura 20 – Método de dupla irradiação utilizando estação total na Área 1 90

Figura 21 – Área 2 utilizada para a integração GPS/topografia 93

Figura 22 – Poligonal topográfica para determinar as coordenadas dos vértices limítrofes 95

Figura 23 - Vértices limítrofes determinados a partir da técnica GPS 96

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Especificações da poligonal para determinação dos vértices limítrofes 37

Tabela 2 – Classes com valores limites de acordo com a precisão planimétrica após

ajustamento 46

Tabela 3 – Nível de acurácia após o ajustamento 47

Tabela 4 – Informações do processamento das linhas de base – transporte direto 70

Tabela 5 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio básico com GPS de

dupla freqüência 71

Tabela 6 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio com GPS de simples

freqüência 74

Tabela 7 – Informações do processamento das linhas de base dos vértices limítrofes obtidos

por GPS/poligonação 77

Tabela 8 – Coordenadas no sistema UTM- SAD-69- levantamento por GPS/poligonação 78

Tabela 9 – Informações do processamento das linhas de base dos vértices limítrofes obtidos

por GPS/dupla irradiação 80

Tabela 10 – Coordenadas no sistema UTM - SAD-69 - levantamento por GPS com

metodologia de dupla irradiação 81

Tabela 11 – Informações do processamento das linhas de base da Área 2 83

Tabela 12 – Coordenadas UTM-SAD-69–levantamento por GPS estático rápido 84

Tabela 13 – Coordenadas UTM SAD-69 dos vértices das Áreas 1, 2 e 3-Ashtech Reliance 85

Tabela 14 – Coordenadas UTM-SAD-69 dos vértices limítrofes - Pathfinder Pro XR 87

Tabela 15– Coordenadas UTM-SAD-69 dos vértices limítrofes – sistema RTK 88

Tabela 16 – Informações do processamento da poligonal da Área 1 – dupla irradiação 91

Tabela 17 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 1 - dupla irradiação 91

Tabela 18 – Informações do processamento da poligonal da Área 2 – dupla irradiação 92

Tabela 19 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 2 - dupla irradiação 92

Tabela 20 – Informações do processamento da poligonal da Área 3 – poligonação 92

Tabela 21 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 3 - método de poligonação 92

Tabela 22 – Resultados do processamento da poligonal topográfica 97

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

X

Tabela 23 – Coordenadas no sistema UTM - SAD69 da Área 2 obtidas a partir da integração

GPS/Topografia 98

Tabela 24 – Precisões das coordenadas ajustadas dos vértices de apoio básico dos

levantamentos com GPS - dupla e simples freqüência 100

Tabela 25 – Discrepâncias das coordenadas de apoio básico obtidas com GPS de dupla e

simples freqüência 101

Tabela 26 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio básico 102

Tabela 27 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS a partir de poligonação e

dupla irradiação 104

Tabela 28 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando-se o método de

dupla irradiação por GPS 105

Tabela 29 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando o método de

poligonação por GPS 106

Tabela 30 – Coordenadas UTM - SAD-69 determinados por GPS/dupla irradiação 107

Tabela 31 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando o método de dupla

irradiação e poligonação por GPS 108

Tabela 32 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e estático

rápido 109

Tabela 33 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando-se os métodos de

dupla irradiação (Áreas 1 e 3) e estático rápido por GPS 110

Tabela 34 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e pelo

método cinemático 112

Tabela 35 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns da Área 02 (dupla irradiação

por GPS) e Áreas 01 e 03 (cinemático) 113

Tabela 36– Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e cinemático

usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base nos vértices de apoio básico 115

Tabela 37 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com ponto base na estação Quatá 116

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

XI

Tabela 38 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base nos vértices de apoio

básico das Áreas 1 e 3 117

Tabela 39 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base Quatá da Área 1 118

Tabela 40 – Discrepância entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e cinemático

usando GPS RTK 119

Tabela 41 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS RTK das Áreas 1 e 3 120

Tabela 42 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas pelo método de dupla irradiação por

GPS e técnicas convencionais por estação total 122

Tabela 43 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e por

técnicas convencionais com estação total das Áreas 1 e 3 123

Tabela 44 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas pelo método de dupla irradiação por

GPS e a partir da integração GPS/topografia 124

Tabela 45 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns obtidos do posicionamento

relativo estático com GPS por dupla irradiação (Áreas 1 e 3) e da integração

GPS/topografia (Área 2) 125

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

1

RESUMO

O tema georreferenciamento está causando um grande movimento no setor rural. Profissionais

da área de agronomia, levantamentos, proprietários e produtores rurais, cartorários e tabeliães,

empreendedores imobiliários e corretores de imóveis, enfim uma gama de profissionais estão

se preocupando com as novas regras de descrição do imóvel rural, normas estas que visam

resolver de vez o problema fundiário no País. Pelo menos é o que se espera com a publicação

da Lei nº. 10.267, de 28 de agosto de 2001, que criou o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais –

CNIR e efetuou alterações em várias Leis, em especial na Lei dos Registros Públicos (Lei n º

6.015/73). A Lei 10.267 institui que todo e qualquer registro público de terras, seja por venda,

compra, desmembramento, remembramento ou parcelamento, não poderá ser feito sem que a

área tenha seus vértices georreferenciados ao Sistema Geodésico BrasiLeiro com precisão

melhor que 50 cm. Levantamentos georreferenciados baseiam-se em medições de várias

naturezas com objetivo de determinação de ângulos, distâncias e posições. É importante

entender que toda medida realizada pelo homem pode conter erros, não importando a

tecnologia empregada. Existe, portanto, a necessidade de aplicação de critérios científicos para

realização dos levantamentos e comprovação dos valores das grandezas determinadas. Os

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

2

erros se propagam quando da execução dos levantamentos geodésicos e topográficos,

afetando, por exemplo, a determinação de coordenadas de divisa e em conseqüência a sua

correspondência com a realidade. Portanto, é necessário definir e implementar uma estratégia

de controle de erros, realizar medidas redundantes e empregar um método de ajustamento

adequado, para que seja possível obter valores confiáveis dentro dos padrões exigidos em cada

tipo de levantamento. Desta forma, a coleta de dados em campo e posteriormente seu

processamento devem ser realizados com todo o cuidado de modo a apresentar o máximo de

confiabilidade e precisão, permitindo a avaliação do georreferenciamento, e desta maneira

minimizar um possível erro nas coordenadas dos imóveis levantados. Este trabalho tem por

objetivo identificar procedimentos e metodologias de levantamentos para o

georreferenciamento de imóveis rurais, de modo a atender os dispositivos da Lei nº.

10.267/2001, considerando aspectos de precisão e acurácia. Desta forma, alguns dos métodos

estabelecidos pela Norma Técnica do INCRA foram utilizados, através do uso do sistema GPS

foram testados os métodos estático, estático rápido, cinemático e RTK; com o uso de técnicas

convencionais foram testados os métodos de poligonação e irradiação; e também do uso de

integração dos levantamentos com GPS e técnicas convencionais. Os resultados foram

considerados satisfatórios e atenderam as prescrições da Norma Técnica. Deste modo, este

trabalho possibilita fornecer subsídios ao órgão fiscalizador que disponha de elementos

apropriados para avaliar e certificar os levantamentos visando o georreferenciamento de

imóveis rurais.

Palavras-chave: Lei nº 10267, georreferenciamento de imóveis rurais, GPS

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

3

GEO-REFERENCING IN RURAL PARCELS: METHODS OF SURVEYING IN THE

APPLICATION OF LAW 10.267/2001. Botucatu, 2007. 135p. Tese (Doutorado em

Agronomia/Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade

Estadual Paulista.

Author: MAURO ISSAMU ISHIKAWA

Adviser: ZACARIAS XAVIER DE BARROS

SUMMARY

The subject geo-referencing is causing a great movement in the rural sector. Professionals of

agronomy, surveys, owners and rural producers, registers and notaries, real state brokers and

entrepreneurs, in short, so many professionals are worried about the new norms of rural

propriety description, norms that intend to solve definitely the agrarian problem in Brazil. At

least, it is what is expected with the publication of Law 10.267, of August 28th, 2001, which

created the National Register of Rural Parcels – CNIR, and it accomplished changes in various

laws, in special in the law of Land Public Registers (Law 6.015/73). Law 10.267 establishes

that every and any land public register, either for sale, purchase, dismemberment,

rememberment or parceling can’t be made without having the area vertices geo-referenced to

the Brazilian Geodesic System with precision better than 50 cm. Geo-referenced surveys are

based on measurements of different natures with the objective to determine angles, distances

and positions. It is important to understand that every measurement performed by the man can

contain mistakes, not mattering the kind of technology used. Therefore, there is the necessity

of scientific criterion application for the survey performance and confirmation of parameters

determined. The mistakes propagate themselves in the execution of topographic and geodesic

surveys, affecting, for example, the determination of frontier coordinates and consequently

their correspondence with the reality. Then, it is necessary to define and to implement a

mistake control strategy, to realize redundancy measurements and to use an adjustment

method correctly, to obtain trustworthily values in the patterns demanded in each kind of

survey. This way, data collection in the field and later its processing should be realized

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

4

carefully to present the most trustworthiness and precision, allowing the geo-referencing

evaluations, and thus to reduce a possible mistake on the coordinates of properties surveyed.

The aim of this work is to identify procedures and methodologies of surveys for the rural

parcels geo-referencing, attending the Law 10.267/2001 and considering aspects of precision

and accuracy. This way, some methods established by INCRA Technical Norm were used;

through the use of GPS system were tested static, fast static, cinematic and RTK method; with

the use of conventional techniques were tested the polygonation and irradiation methods; and

also the integrated use of surveys with GPS and conventional techniques. The results were

satisfactory and attended the Technical Norm prescriptions. So, this work supplies grants to

the supervise agency that has appropriated elements to evaluate and to certify the surveys

seeking the rural parcels geo-referencing.

Keywords: Law 10267/2001, geo-referencing rural parcels, GPS

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

5

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento nunca esteve tão associado com a palavra

planejamento como em nossos dias. Planejar significa promover um desenvolvimento sob

qualquer ponto de vista, resultando na melhor solução a ser adotada dentro de diversos

critérios analisados. Neste planejamento, deve-se levar em consideração todas as variáveis

envolvidas, onde as informações do mundo real estejam interligadas por coordenadas

geográficas, surgindo com isso à necessidade da base cartográfica para fornecer aos

planejadores subsídios na elaboração de seus projetos.

A representação cartográfica encontra-se, atualmente, em uma fase de

fundamental transição na direção de uma completa digitalização do processo de produção, não

importando se o produto final for uma carta em papel ou um “mapa digital” (PHILIPS, 2002).

O mapeamento convencional vem sendo substituído por um banco de dados de elementos

gráficos, ou geométricos, referenciados ao espaço físico pelas coordenadas dos pontos. Os

resultados dos diversos tipos de levantamento, em forma de coordenadas, são modelados,

junto com outras informações, ao modelo digital cartográfico. Esta modelagem não seria

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

6

possível sem as coordenadas para o georreferenciamento e um Sistema de Informações

Geográficas – SIG.

Precisão e sistematização são as grandes preocupações a serem

observadas na construção de uma representação de parte da superfície terrestre, e

conseqüentemente, da projeção cartográfica a ser utilizada. A precisão está intimamente ligada

à metodologia de aquisição, apoio básico, densificação e edição das informações superficiais e

sua forma de representação. A sistematização é o princípio utilizado na cartografia para

representar grandes áreas, que inevitavelmente teriam maiores distorções causadas pela

esfericidade da terra, como um somatório de pequenas regiões que guardam entre si uma

mesma relação de formação. Com áreas menores obtém-se informações mais precisas e

distorções menores em função das dimensões da região. Cabe ressaltar que esta divisão da

região em áreas menores deverá ser feita de forma matematicamente criteriosa e politicamente

oportuna, observando as divisões municipais, regionais e estaduais.

Toda esta problemática sobre a projeção cartográfica deve ser

analisada levando-se em consideração os atuais avanços tecnológicos, pois com a era da

informática assiste-se a uma verdadeira revolução nos processos de coleta de dados,

tratamento e apresentação das informações geográficas. É conhecido como SIG, considerado

uma revolução no tratamento da informação espacial, e tornou-se a ferramenta ideal para o

gerenciamento do complexo e dinâmico espaço local e do meio-físico em geral. Na sua

estruturação, contudo, um dos componentes mais onerosos é a produção de uma adequada

base cartográfica georreferenciada e a atualização constante destas informações.

Em junho de 1998, o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária, promoveu um seminário com o objetivo de avaliar o seu sistema de

informações cadastrais e propor uma nova forma baseada em um cadastro único de imóveis

rurais, a ser compartilhado por todas as instituições que produzem ou utilizam informações

relacionadas a imóveis rurais e que avaliaram a possibilidade de implantação desse sistema .

Essa iniciativa do INCRA, embora contemplasse apenas imóveis

rurais, foi um importante passo para a geração de uma base de dados cadastrais única, que

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

7

buscava suprir a necessidade de integração entre as informações do cadastro e as do registro

imobiliário. Para o INCRA, essa integração permitiria o acompanhamento da dinâmica que

ocorre no campo. Sem uma perfeita comunicação dessas estruturas, é praticamente impossível

determinar, com certeza, a situação de um imóvel e levantar sua cadeia dominial

(CARNEIRO, 2001).

Nesse intuito, foi aprovada em 28 de agosto de 2001 a Lei 10.267, a

Lei de Criação do Sistema Público de Registro de Terras. Ela altera dispositivos das Leis

4.947, de 06 de abril de 1966, 5.868 de 12 de dezembro de 1972, 6.015 de 31 de dezembro de

1973, 6.739 de 05 de dezembro de 1979 e 9.393 de 19 de dezembro de 1996 e dá outras

providências, com o objetivo de acabar com a grilagem de terras e a formação ilegal de

latifúndios no Brasil.

Desde algum tempo, tem-se insistido na necessidade de uma melhor

estruturação do sistema cadastral brasiLeiro e acredita-se que o caminho para o seu

aperfeiçoamento passa obrigatoriamente pela padronização dos cadastros (inclusive o urbano)

e da sua permanente atualização com os dados do registro imobiliário. Esta Lei representa uma

primeira etapa na utilização da planta cadastral para o atendimento ao princípio da

especialização do registro (CARNEIRO, 2001).

A Lei, que trata apenas dos imóveis rurais, não atende completamente

às necessidades apontadas, nem todas as propostas encaminhadas foram consideradas viáveis

para aplicação imediata. Entende-se, entretanto, que a mesma cumpre o importante papel de

criador de uma nova mentalidade sobre o cadastro imobiliário no Brasil, por estabelecer uma

estrutura mínima que permita um intercâmbio de informações com o registro de imóveis

(CARNEIRO, 2001).

A Lei 10.267 estabelece a criação do Cadastro Nacional de Imóveis

Rurais - CNIR, no qual contém os elementos que devem compor a base comum de

informações formado por uma base única de dados cadastrais, a ser compartilhada por órgãos

produtores e usuários de informações sobre imóveis rurais.

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

8

A Lei estabelece também que a identificação, a localização, os limites

e as confrontações dos imóveis rurais serão obtidos a partir de memorial descritivo contendo

as coordenadas dos vértices definidores dos limites do mesmo, georreferenciadas ao Sistema

Geodésico BrasiLeiro (SGB). Esse tipo de descrição proporciona uma localização livre de

superposições, desde que sejam atendidas as exigências de precisão, definidas na

regulamentação da Lei (DUPONT, 2003).

A Portaria nº. 954, de 13 de novembro de 2002, estabeleceu em seu

artigo primeiro que “o indicador da precisão posicional a ser atingido na determinação de cada

par de coordenadas, relativas a cada vértice definidor do limite do imóvel, não deverá

ultrapassar o valor de 0,500 m”.

Desta forma, em novembro de 2003, o INCRA elaborou a Norma

Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais, que teve como propósito estabelecer os

preceitos gerais e específicos aplicáveis aos serviços que visam à caracterização e

georreferenciamento de imóveis rurais, pelo levantamento e materialização de seus limites

legais, feições e atributos associados, bem como, proporcionar aos profissionais que atuam

nesta área, padrões claros de precisão e acurácia para a execução de levantamentos

topográficos voltados para o georreferenciamento de imóveis rurais.

Os levantamentos geodésicos e topográficos, de uma forma geral,

baseiam-se em medições de várias naturezas com o objetivo de determinação de ângulos,

distâncias e posições. É importante entender que toda medida realizada pelo homem pode

conter erros, não importando a tecnologia utilizada, os quais se propagam quando realizam

estes levantamentos, afetando, por exemplo, a determinação de coordenadas dos vértices

limítrofes de uma propriedade.

Os problemas tratados pela geodésia, tal como em algumas outras

ciências, envolvem a estimação de parâmetros incógnitos, os quais são obtidos a partir de

dados experimentais. A cada observação coletada corresponde uma expressão, linear ou não,

envolvendo os parâmetros de interesse. Como exemplo de um problema geodésico pode-se

citar a determinação de coordenadas das estações de uma poligonal que delimita uma

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

9

propriedade. Neste caso, as observações são coletadas, com uma estação total e/ou receptores

GPS, dentre outras possibilidades. No ajustamento, essas observações são expressas em

função das coordenadas das estações (parâmetros). Os dados coletados podem estar

contaminados por erros sistemáticos e grosseiros, além dos inevitáveis erros aleatórios. Esses

últimos constituem uma característica das observações, as quais podem ser coletadas em

número maior ou menor que o mínimo necessário para solução única do problema. Enquanto o

primeiro caso conduz a um modelo matemático com dados redundantes, o segundo

proporciona um modelo indeterminado (MONICO; SILVA, 2003).

Ao estabelecer a relação entre observações e parâmetros, o geodesista

está definindo o modelo matemático funcional. A redundância de dados (ou presença de

informações adicionais) possibilita a aplicação de controle de qualidade aos resultados do

experimento. Na prática, o controle de qualidade já se inicia na fase do planejamento, o qual

em se tratando de um levantamento geodésico envolve três fatores: economia, precisão e

confiabilidade (TEUNISSEN, 2000). Dentro deste contexto, um experimento ideal deve

apresentar confiabilidade e precisão máxima a um custo mínimo. Economia expressa os custos

das observações, transporte, monumentação, etc. Precisão, a qual é dada pela matriz variância-

covariância dos parâmetros (coordenadas), representa a característica do levantamento em

propagar erros aleatórios. Admite-se neste caso, a inexistência de erros sistemáticos. A

confiabilidade está relacionada com a capacidade das observações redundantes em detectar

erros no modelo e no próprio levantamento (MONICO; SILVA, 2003).

Desta forma, no planejamento dos levantamentos, os aspectos

relacionados com confiabilidade são de extrema importância, muito embora às vezes sejam

negligenciados. A coleta de dados deve ser realizada com todo o cuidado e de acordo com o

planejado. Mas mesmo assim, vários fatores externos afetam a qualidade das observações. Por

fim, a precisão obtida no processo de ajustamento deve ser avaliada com rigor.

Portanto, é necessário definir e implementar uma estratégia para

controle destes erros, realizar medidas redundantes e empregar um método de ajustamento

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

10

adequado, para que seja possível obter valores confiáveis dentro dos padrões exigidos em

cada tipo de levantamento.

O Decreto nº 4.449 de 30 de outubro de 2002, que regulamentou a Lei

em questão, atribui ao INCRA à competência de certificar que a poligonal objeto do memorial

descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra que conste de seu cadastro georreferenciado, bem

como atenda a precisão estabelecida pelo Ato Normativo.

As coordenadas dos vértices, certificadas pelo INCRA, mediante

análise, amostragem e aprovação das determinações a ele submetidas, tem o efeito de produzir

direitos legais, quando do registro do imóvel georreferenciado. Constituem, portanto, pontos

de referência para os novos levantamentos a serem realizados. Vértices comuns a dois ou mais

imóveis, cujas coordenadas já tenham sido certificadas pelo INCRA permitirão que se possa

obter não apenas a precisão atingida nas observações, mas também a acurácia cometida na sua

determinação (INCRA, 2003).

Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo identificar

procedimentos e metodologias de levantamentos para o georreferenciamento de imóveis

rurais, utilizando-se do sistema GPS e de técnicas convencionais, de modo a atender os

dispositivos da Lei nº. 10.267/2001, considerando aspectos de precisão e acurácia, de modo a

fornecer subsídios de forma que o órgão fiscalizador e demais profissionais da área disponham

de elementos apropriados para avaliar e certificar os levantamentos.

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

11

2 REVISÃO DE LITERATURA

Constata-se que as exigências da Lei no 10.267/01 trazem um profundo

avanço nos levantamentos de imóveis rurais, pois além de exigirem precisão posicional menor

que 0,500 m, deverão estar georreferenciados ao Sistema Geodésico BrasiLeiro.

No entanto, a execução de um trabalho em conformidade com as

exigências da Lei, necessita de uma fundamentação teórica que forneça subsídios ao

desenvolvimento adequado do mesmo.

Com esse objetivo, neste capítulo serão apresentadas principais

especificações da Lei 10267 e da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis

Rurais, às técnicas de posicionamento com receptor GPS e de levantamentos topográficos

convencionais, bem como a integração de ambos.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

12

2.1 Lei nº 10.267/2001 e seu Decreto Regulamentador

Entre as principais determinações da Lei, destacam-se as que são

discutidas a seguir.

2.1.1 Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR

A Lei 10.267 instituiu o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR,

constituído por uma base comum de informações sobre imóveis rurais, a ser gerenciada pelo

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e pela Secretaria da Receita

Federal. As informações contidas no CNIR deverão ser compartilhadas pelas instituições

produtoras e usuárias dessas informações.

O conteúdo do CNIR consiste dos elementos que devem compor a

base comum de informações sobre os imóveis rurais, que será compartilhada através do banco

de dados cadastrais. Por se tratar de um cadastro único, esse conteúdo deverá ser definido de

acordo com o levantamento das necessidades das instituições produtoras e usuárias das

informações, a fim de que todos se beneficiem da implantação do novo sistema e não

provoque situações em que determinados órgãos tenham que manter suas próprias bases de

informações, independentemente do CNIR.

A grande vantagem de um Cadastro único é a ausência de duplicidade

de informações. Essa duplicidade provoca ainda a existência de dados conflitantes sobre o

mesmo imóvel. O CNIR deverá atender ao conceito de Cadastro Multifinalitário, em que sobre

uma base comum de informações, cada usuário superpõe o seu cadastro específico. Uma das

mais importantes vantagens do CNIR é que o mesmo prevê a criação de um Cadastro de

informações geométricas e legais atualizadas.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

13

Segundo Carneiro; Brandão (2002), as principais características do

CNIR são:

- criar uma base comum de informações, gerenciada pelo INCRA e

Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada por instituições públicas produtoras

e usuárias de informações sobre o meio rural;

- estabelecer um código único para os imóveis rurais cadastrados,

facilitando sua identificação e o compartilhamento de suas informações entre as instituições

participantes;

- facilitar a troca de informações entre os serviços de registro e o

INCRA;

- determinar que o INCRA encaminhe aos serviços notariais, que

devem fazer constar, nas escrituras, os seguintes dados do Certificado de Cadastro de Imóvel

Rural:

• código do imóvel

• nome do detentor

• nacionalidade do detentor

• denominação do imóvel

• localização do imóvel.

- fazer com que os serviços de registro sejam obrigados a enviar

qualquer alteração nas matrículas imobiliárias dos imóveis rurais, inclusive os destacados do

patrimônio público;

- permitir ao Poder Público promover retificação da matrícula, por via

administrativa, quando for prejudicado, e os casos que envolvem terras da União passam para

a alçada da Justiça Federal.

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

14

2.1.2 Intercâmbio de informações entre o INCRA e os cartórios

Um outro aspecto transformador estabelecido pela Lei 10.267 consiste

na troca de informações entre o INCRA e os cartórios de registros. Essa sistemática pode

resultar numa efetiva e necessária integração entre o Cadastro e o Registro de Imóveis. Esse

intercâmbio de informações foi estabelecido pela Lei 10.267 através da alteração da Lei

n.4.947/66, que fixa normas de Direito Agrário e pela Instrução Normativa nº 12 de 17 de

novembro de 2003:

Art. 1° O art. 22 da Lei n° 4.947, de 6 de abril de 1966, passa a vigorar

com as seguintes alterações:

Art. 22 ..... .....

§ 7º Os serviços de registro de imóveis ficam obrigados a

encaminhar ao INCRA, mensalmente, as modificações ocorridas nas matrículas imobiliárias

decorrentes de mudanças de titularidade, parcelamento, desmembramento, loteamento,

remembramento, retificação de área, reserva legal e particular do patrimônio natural e

outras limitações e restrições de caráter ambiental envolvendo os imóveis rurais, inclusive os

destacados do patrimônio público.

§ 8º O INCRA encaminhará, mensalmente, aos serviços de

registro de imóveis, os códigos dos imóveis rurais de que trata o § 7º, para serem averbados

de ofício, nas respectivas matrículas. (NR)

A Lei 10.267 confere maior transparência aos registros cartoriais e

imobiliários, garantindo aos proprietários a legitimidade quanto ao domínio do imóvel.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

15

Impedindo o uso de mecanismos que possibilitavam a grilagem de terra no país, a nova

legislação introduz a uniformização e a articulação de todos os registros de terras com os

cartórios (XAVIER, 2004, p. 31).

2.1.3 Georreferenciamento de imóveis rurais

Georreferenciar é atribuir informações que definem geograficamente a

localização de pontos no globo terrestre através de suas coordenadas e referenciada a um

sistema de coordenadas conhecidas. A Lei Federal nº 10.267/01, entre outras alterações, criou

o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) e determinou a obrigatoriedade de

georreferenciamento ao Sistema Geodésico BrasiLeiro (SGB) dos imóveis rurais após

transcorridos os prazos fixados por ato do Poder Executivo.

O artigo 3º da Lei 10.267/2001, que trata de alterações da Lei dos

Registros Públicos, modificando a sistemática relacionada à identificação dos imóveis rurais

ficou com a seguinte redação:

Art. 3 Os arts. 169, 176, 225 e 246 da Lei n° 6.015, de 31 de

dezembro de 1973, passam a vigorar com as seguintes alterações.

Art. 169. ........

II - os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou

circunscrições limítrofes, que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de Imóveis

fazer constar dos títulos registrados tais ocorrências;

Art. 176 ……

I - .............

3) a identificação do imóvel, que será feita com

indicação:

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

16

- se rural, o código do imóvel, os dados

constantes do CCIR, a denominação e a indicação de suas características, confrontações,

localização e área;

- se urbano, a indicação de suas características e

confrontações, localização, área, logradouro, número e sua designação cadastral, se houver.

§ 3 Nos casos de desmembramento, parcelamento ou

remembramento de imóveis rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II

do § 1° será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e

com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, contendo as coordenadas dos

vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico

BrasiLeiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos

financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro

módulos fiscais. (NR)

§ 4º A identificação de que trata o §3º tornar-se-á obrigatória

para efetivação de registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos

prazos fixados por ato do Poder Executivo.”(NR)

Art. 225. ..............

§ 3 Nos autos judiciais que versem sobre imóveis rurais, a

localização, os limites e as confrontações serão obtidos a partir de memorial descritivo

assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica -

ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais,

georreferenciadas ao Sistema Geodésico BrasiLeiro e com precisão posicional a ser fixada

pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais

cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais. (NR)

Como pode ser observado, a Lei estabelece importantes medidas

relacionadas à identificação dos imóveis rurais, quando reconhece a necessidade de medições

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

17

com suporte geodésico. Por sua vez, a obrigatoriedade de referenciamento dos levantamentos

ao Sistema Geodésico BrasiLeiro proporcionará uma identificação livre de superposições,

desde que seja atendida a precisão posicional exigida na regulamentação da nova legislação

(BUENO, 2003).

A Portaria nº 954, de 13 de novembro de 2002, estabeleceu a precisão

posicional das coordenadas:

Art. 1° Estabelecer que o indicador da precisão posicional a ser

atingido na determinação de cada par de coordenadas, relativas a cada vértice definidor do

limite do imóvel, não deverá ultrapassar o valor de 0,50m, conforme o estabelecido nas

Normas Técnicas para Levantamentos Topográficos.

Segundo Brandão (2002) esse valor de 0,500 m, nem mesmo pode ser

considerado como característica de um levantamento "de precisão". Atualmente, com todo o

potencial tecnológico disponível, pode-se conseguir determinar a posição de praticamente

qualquer ponto na Terra com uma precisão relativa de milímetros.

Convém salientar que, para obter qualquer precisão posicional,

independentemente do nível de exigência, não basta apenas utilizar equipamentos (GPS ou

outros) cujos fabricantes indiquem que são capazes de determinar posições com precisões

centimétricas, decimétricas, etc. Mais do que isso é necessário obedecer a determinados

procedimentos técnicos nesses levantamentos, o que inclui, dentre outros critérios: conduzir o

levantamento com medições independentes, realizar observações superabundantes, eliminar

erros grosseiros e sistemáticos dessas observações, aplicar um modelo de ajustamento de

observações e, finalmente, avaliar e comprovar a qualidade do levantamento (BRANDÃO,

2002).

O método de levantamento a ser usado deve atender ao Princípio da

Especialidade, garantindo, dessa maneira, a "homogeneidade" dos resultados. Somente assim é

possível compatibilizar os levantamentos de imóveis adjacentes, ou seja, amarrar e ajustar

entre si esses levantamentos com relação à rede de referência. Deve-se garantir que as

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

18

coordenadas dos vértices limítrofes comuns a dois ou mais imóveis sejam obtidas com valores

compatíveis, possibilitando, desse modo, uma consistência nos levantamentos e controle das

sobreposições de áreas.

A homogeneidade dos resultados dentro dos limites definidos pela

tolerância posicional especificada pode ser avaliada a priori, antes da execução do

levantamento, por meio de técnicas de simulação e otimização. Portanto, muito mais

importante que utilizar equipamentos modernos e de alta precisão, é fazer uso dos

procedimentos técnicos adequados. Em outras palavras, pode-se usar um GPS geodésico (de

precisão centimétrica ou milimétrica) e não se obter o resultado desejado para o

georreferenciamento dos imóveis rurais no âmbito da Lei no 10.267/01. Por outro lado, com a

utilização de uma simples trena (de qualidade) e balizas, esse resultado pode ser atingido.

Tudo depende dos procedimentos técnicos adotados nos levantamentos e dos profissionais que

os executam (BRANDÃO, 2002).

Para normatizar esses procedimentos, o INCRA publicou em

novembro de 2003 a Norma Técnica para o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, que tem

o propósito de orientar os profissionais que atuam no mercado de demarcação, medição e

georreferenciamento de imóveis rurais visando o atendimento da Lei 10.267.

A divulgação da Norma Técnica tem como principais objetivos a de:

- estabelecer os preceitos gerais e específicos aplicáveis aos serviços

que visam a caracterização e o georreferenciamento de imóveis rurais, pelo levantamento e

materialização de seus limites legais, feições e atributos associados;

- proporcionar aos profissionais que atuam nesta área, padrões de

precisão e acurácia para a execução de levantamentos topográficos voltados para o

georreferenciamento de imóveis rurais;

- assegurar a homogeneidade e a sistematização das operações

geodésicas, topográficas e cadastrais, bem como as representações cartográficas decorrentes

desta atividade permitindo a inserção desses produtos no Sistema Nacional de Cadastro Rural

– SNCR, bem como no Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – CNIR,

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

19

- garantir ao proprietário confiabilidade na geometria descritiva do

imóvel rural, de forma a dirimir conflitos decorrentes de sobreposição de limites dos imóveis

lindeiros.

2.1.4 Retificação de área

Uma preocupação, com relação à aplicabilidade da Lei 10.267, é a

provável exigência de retificação judicial quando da apresentação dos novos memoriais

descritivos contendo dados precisos de localização em termos de coordenadas. A razão desta

preocupação é que, de acordo com a Lei de Registros Públicos, em seu artigo 213: “A

requerimento do interessado, poderá ser retificado o erro constante do registro, desde que tal

retificação não acarrete prejuízo a terceiro”. Em alguns casos a Lei prevê que há

possibilidade de prejuízo a terceiro. Estabelece uma espécie de presunção de que há risco

quando, por exemplo, da retificação pretendida decorre alteração da descrição das divisas ou

da área do imóvel. Assim, sempre que a pretensão do interessado for modificar as

características e confrontações do imóvel, suas medidas lineares ou sua área, o processo será

judicial, caracterizado por ser oneroso e lento, o que pode inviabilizar na prática a aplicação

da Lei 10.267 (BUENO, 2004).

Porém, em 2 de agosto de 2004 foi publicada a Lei 10.931, que trata,

entre outras coisas, da retificação de imóveis rurais e dá outras providências. O avanço no

Registro Público de Terras é abrangente, pois regulamenta os procedimentos entre

confrontantes e a retificação pela via administrativa da área do imóvel, independentemente da

sua medida, para maior ou menor daquela registrada, dando maior agilidade nos

procedimentos de registro.

Dessa forma, o artigo 213 da Lei determina que o oficial retificará o

registro ou a averbação de ofício nos casos de:

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

20

- omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do

título;

- indicação ou atualização de confrontação;

- alteração de denominação de logradouro público;

- retificação que vise à indicação de rumos, ângulos de deflexão ou

inserção de coordenadas georreferenciadas, em que não haja alteração das medidas

perimetrais;

- alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito

a partir das medidas perimetrais constantes do registro;

- reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante

que já tenha sido objeto de retificação e

- inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das

partes, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de produção de provas.

O requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de

medida perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com o termo de

declaração de reconhecimento de limite assinado pelos confrontantes, planta e memorial

descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de

responsabilidade técnica no órgão competente, o CREA.

Uma vez atendidos os requisitos de que trata o caput do artigo 225, o

oficial averbará a retificação. Se a planta não contiver assinatura de algum confrontante, este

será notificado pelo Oficial de Registro de Imóveis competente, para se manifestar em 15 dias,

promovendo-se a notificação pessoalmente ou pelo correio, com aviso de recebimento, ou

ainda, por solicitação do oficial de registro de imóveis, pelo oficial de registro de títulos e

documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la. A

notificação será dirigida ao endereço do confrontante constante do Registro de Imóveis,

podendo ser dirigida ao próprio imóvel contíguo ou àquele fornecido pelo requerente; não

sendo encontrado o confrontante, tal fato será certificado pelo oficial encarregado da

diligência, promovendo-se a notificação do confrontante mediante edital, com o prazo de 15

dias, publicado por duas vezes em jornal local de grande circulação. Presumir-se-á a anuência

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

21

do confrontante que deixar de apresentar impugnação no prazo da notificação. Findo o prazo

sem impugnação, o oficial averbará a retificação requerida; se houver impugnação

fundamentada por parte de algum confrontante, o oficial intimará o requerente e o profissional

que houver assinado a planta e o memorial a fim de que, em cinco dias, se manifestem.

Se as partes não tiverem formalizado transação amigável, o oficial

remeterá o processo ao juiz competente, que decidirá, salvo se a controvérsia versar sobre o

direito de propriedade de alguma das partes, hipótese em que remeterá o interessado para as

vias ordinárias. Independentemente de retificação, dois ou mais confrontantes poderão, por

meio de escritura pública, alterar ou estabelecer as divisas entre si e, se houver transferência

de área, com o recolhimento do devido imposto de transmissão e desde que preservada, se

rural o imóvel, a fração mínima de parcelamento. Entendem-se como confrontantes os

proprietários de imóveis contíguos e seus ocupantes.

2.1.5 Certificação

Caberá ao INCRA certificar que a poligonal objeto do memorial

descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu cadastro georreferenciado e que

o memorial atende às exigências técnicas, conforme ato normativo próprio (INCRA, 2003).

Para solicitar a “CERTIFICAÇÃO”, prevista no parágrafo 1º, do artigo

9º, do Decreto 4.449/02 e na Instrução Normativa nº 13 de 17 de novembro de 2003, o

interessado deverá apresentar os seguintes documentos.

- Requerimento, solicitando a Certificação de acordo com o § 1º,

artigo 9º Decreto Nº 4449/02, modelo em <http:www.incra.gov. br> – original;

- Relatório Técnico - original;

- Matricula(s) ou transcrição do imóvel - cópia autenticada;

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

22

- Três vias da planta e memorial descritivo assinado pelo

profissional que realizou os serviços – originais;

- Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, emitida pelo

CREA da Região onde foi realizado o serviço – original;

- Arquivo digital georreferenciado, nos formatos DWG, DGN ou

DXF;

- Arquivo digital contendo dados brutos (sem correção diferencial)

das observações do GPS, quando utilizada esta tecnologia, nos formatos nativos do

equipamento e Rinex;

- Arquivo digital contendo dados corrigidos das observações do

GPS, quando utilizada esta tecnologia;

- Arquivo digital contendo arquivos de campo gerados pela estação

total, teodolito eletrônico ou distanciômetros, quando utilizada esta tecnologia;

- Relatório resultante do processo de correção diferencial das

observações GPS, quando utilizada esta tecnologia – cópia;

- Relatório do cálculo e ajustamento da poligonal de demarcação do

imóvel quando utilizada esta tecnologia – cópia;

- Planilhas de Cálculo com os dados do levantamento, quando

utilizado teodolito ótico mecânico - original;

- Cadernetas de campo contendo os registros das observações de

campo, quando utilizado teodolito ótico mecânico – originais e cópia;

- Declaração dos confrontantes de acordo o artigo 9º do decreto

4449/02, conforme modelo em <http://www.incra.gov.br>.

2.2 Sistema Geodésico BrasiLeiro – SGB

Um sistema coordenado é definido como sendo uma relação de regras

que especifica univocamente a posição de cada ponto do espaço através de um conjunto

ordenado de números reais denominados coordenadas. A propriedade mais importante de

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

23

qualquer espaço é sua dimensionalidade, que se mede pelo número de coordenadas necessárias

à especificação do posicionamento de cada um de seus pontos (BONIFÁCIO; SEIXAS; SÁ,

2006).

Tradicionalmente, a superfície terrestre tem sido representada pelas

coordenadas geodésicas latitude, longitude e altitude ortométrica, enquanto que, uma porção

limitada desta superfície pode, simplificadamente, ser definida pelas coordenadas

topocêntricas.

O Sistema Geodésico BrasiLeiro (SGB) é definido a partir do conjunto

de pontos geodésicos implantados na porção da superfície terrestre delimitada pelas fronteiras

do país; pontos estes que são determinados por procedimentos operacionais e coordenadas

calculadas, segundo modelos geodésicos de precisão compatível com as finalidades a que se

destinam (BONIFÁCIO; SEIXAS; SÁ, 2006).

Para o SGB, o Elipsóide de Referência Internacional de 1967, foi

aceito pela Assembléia Geral da Associação Geodésica Internacional, em Lucerne, no ano de

1967. O referencial altimétrico coincide com a superfície equipotencial que contém o nível

médio do mar, definido pelas observações maregráficas tomadas na baía de Imbituba, em

Santa Catarina. O Sistema Geodésico adotado no Brasil é o datum SAD-69 (South American

Datum - 1969).

Porém, o alto grau de precisão alcançado pelas técnicas de

posicionamento geodésico forjou a adoção de sistemas de referência que possibilitassem um

georreferenciamento global, definido com base na adoção de um elipsóide de revolução, cuja

origem se aproxime do centro de massa da Terra e materializado por uma rede de coordenadas

geodésicas tridimensionais conhecidas (SARAIVA; BAETA; CARVALHO, 2007).

Em fevereiro de 2005, por meio do Decreto Federal N° 5334/2005,

assinado em 06/01/2005 e publicado em 07/01/2005 no Diário Oficial da União, no qual foi

estabelecida uma nova redação para as instruções reguladoras das normas técnicas da

cartografia nacional. Os referenciais planimétrico e altimétrico para a cartografia brasiLeira

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

24

são aqueles definidos para o sistema geodésico brasiLeiro - SGB, estabelecido pela Fundação

Instituto BrasiLeiro de Geografia e Estatística - IBGE, com suas especificações e normas.

A Resolução IBGE Nº 1/2005 estabeleceu o Sistema de Referência

Geocêntrico para as Américas (SIRGAS), em sua realização do ano de 2000 (SIRGAS2000),

como novo sistema de referência geodésico para o Sistema Geodésico BrasiLeiro e para o

Sistema Cartográfico Nacional (SCN).

A adoção do SIRGAS segue uma tendência atual, tendo em vista as

potencialidades do GPS e as facilidades para os usuários, pois, com esse sistema geocêntrico,

as coordenadas obtidas com GPS, relativamente a esta rede, podem ser aplicadas diretamente

aos levantamentos cartográficos, evitando a necessidade de transformações e integração entre

os dois referenciais (FREITAS; DALAZOANA, 2000).

Segundo a Resolução Nº 1/2005, também estabelece um período de

transição, a partir da assinatura da resolução e não superior a dez anos, onde o SIRGAS2000

pode ser utilizado em concomitância com o SAD 69 para o SGB e com o SAD 69 e Córrego

Alegre para o SCN

Entende-se por período de transição, o período em que o novo sistema

coexistirá com os atuais. Nesse período serão divulgados as coordenados das estações no novo

sistema, os aplicativos e a documentação necessária para orientar aos usuários na utilização

destas informações. Também será fornecida orientação técnica para os diversos

questionamentos e dúvidas que ocorrerão, como por exemplo à migração dos bancos de dados.

Cabe ressaltar que durante esse período os antigos sistemas em vigor e o novo coexistirão

oficialmente (PEREIRA; LOBIANCO; COSTA, 2004).

Apesar de todo o esforço para a mudança, o novo sistema necessita

ainda ser incorporado pelos técnicos e profissionais produtores de cartografia e de

informações espaciais que estão atuando diretamente na produção de mapas e levantamentos.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

25

2.3 Técnicas de Levantamentos

Ao executar um levantamento de um imóvel rural, seguindo as

exigências da Lei no 10.267/01, deve-se primeiramente definir, ou através da implantação de

novos vértices ou através da localização de vértices com coordenadas conhecidas próximas a

área, os vértices denominados de apoio básico, cujas coordenadas servirão como referência no

levantamento do perímetro do imóvel, em seguida, deverá ser efetuado o levantamento dos

vértices limítrofes do imóvel rural. Embora, o nível de precisão que os distingue, determine

que sejam realizados por metodologias distintas, compartilham das mesmas técnicas que vão

desde a topografia clássica até o posicionamento por satélites.

2.3.1 Sistema de Posicionamento Global - GPS

O GPS (Global Positioning System) é um sistema de radionavegação

desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América – DoD

(Department of Defense), com o objetivo de ser o principal sistema de navegação das forças

armadas americanas. Foi resultante da fusão de dois programas financiados pelo governo

norte-americano para desenvolver um sistema de navegação de abrangência global: Timation e

621B, sob responsabilidade da Marinha e da Força Aérea, respectivamente. (MONICO, 2000).

A concepção do sistema GPS permite que um usuário, em qualquer

local da superfície terrestre, ou próximo a ela, tenha à sua disposição, no mínimo quatro

satélites para serem rastreados. Do ponto de vista geométrico, apenas três distâncias, desde

que não pertencentes ao mesmo plano, seriam suficientes. A quarta medida é necessária em

razão do não-sincronismo entre os relógios dos satélites e do usuário (MONICO, 2000).

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

26

O princípio básico do sistema consiste na medida das chamadas

pseudodistâncias entre o usuário e um mínimo de quatro satélites visíveis. Como as

coordenadas dos satélites são conhecidas em um sistema de referência adequado, é possível

calcular as coordenadas X, Y e Z da antena do receptor (usuário) em relação ao mesmo

sistema de referência do satélite.

Existem várias técnicas de posicionamento as quais podem ser

classificadas quanto ao referencial adotado. Quando as coordenadas estão associadas ao

geocentro o posicionamento é dito absoluto, e relativo quando as coordenadas de um ponto

são obtidas a partir de um referencial de coordenadas conhecidas (MONICO, 2000).

No posicionamento absoluto, emprega-se somente um receptor,

enquanto que no posicionamento relativo utiliza-se de dois ou mais receptores. No entanto,

com o advento dos Sistemas de Controle Ativos (SCA), um usuário que disponha de um único

receptor poderá realizar o posicionamento relativo, desde que acesse os dados de uma ou mais

estações pertencentes ao SCA, no caso do Brasil, a RBMC (Rede BrasiLeira de

Monitoramento Contínuo) ou a RIBAC (Rede INCRA de Bases Comunitárias) introduza-os

no processamento via as coordenadas das estações utilizadas como estação de referência.

Para os usuários da área de topografia e geodésia, uma característica

muito importante, em relação aos tradicionais métodos de levantamento, é a não necessidade

de intervisibilidade entre as estações, bem como, ser utilizado em quaisquer condições

climáticas.

- Rede BrasiLeira de Monitoramento Contínuo (RBMC)

As redes geodésicas eram tradicionalmente “passivas” e,

materializadas por vértices com coordenadas conhecidas, onde os usuários ocupavam as

estações de interesse. Com o advento do GPS e sua capacidade de possibilitar alta precisão

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

27

relativa, o conceito de rede “ativa” começa a ter validade, onde, de maneira simplificada, os

usuários não necessitam ocupar as estações da rede para iniciar o transporte das coordenadas

geodésicas; obtendo-se as medições da estação de partida simultaneamente de outros

receptores GPS, que neste caso ocupam uma rede composta por estações de coleta permanente

de dados GPS. A Rede BrasiLeira de Monitoramento Contínuo (RBMC) se insere dentro deste

conceito (FORTES, 1997).

A RBMC é uma rede que materializa um sistema geodésico de

referência tridimensional, n qual os usuários não necessitam ocupar estações constituintes,

estando a implantação, operação, manutenção, controle e distribuição dos dados sob a

responsabilidade do IBGE. Na Figura 1 pode ser visto a distribuição das estações ativas da

RBMC distribuídas pelo Brasil..

Espera-se que com a implantação os usuários do sistema GPS, em

qualquer lugar do país, não se encontrem a mais de 500 km de uma das estações pertencentes a

RBMC. Na prática, isto significa que o limite de afastamento de receptores móveis em relação

a estações da RBMC para o transporte de coordenadas, com precisão em torno de 1 a 2 ppm, é

determinado pela classe do receptor, ou seja, pela capacidade de rastrear a fase da portadora

nas duas freqüências (MONICO, 2000).

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

28

Figura 1 – Estações da RBMC (Fonte: IBGE, 2007)

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

29

2.3.1.1 Métodos de posicionamento GPS

Os métodos de posicionamento GPS encontram-se divididos em dois

tipos: posicionamento por ponto (ou absoluto) e o relativo. O posicionamento por ponto é

determinado num sistema de referência bem definido, que no caso do GPS é o WGS-84. No

posicionamento relativo, uma posição é determinada com relação a um ponto de coordenadas

conhecidas. Pode-se ainda acrescentar que tanto no posicionamento por ponto, quanto no

relativo, o objeto a ser posicionado pode estar em repouso ou em movimento, dando origem às

denominações de posicionamento estático e cinemático (MONICO, 2000).

Para realizar-se o posicionamento relativo, o usuário deve dispor de no

mínimo dois receptores, sendo que o método consiste basicamente em determinar as

coordenadas tridimensionais de pontos sobre a superfície terrestre com relação aos pontos de

coordenadas conhecidas. Neste método, um receptor é posicionado num ponto com

coordenadas conhecidas e o outro receptor é estacionado no ponto que se quer determinar as

coordenadas. Tal método permite obter posições com alto grau de qualidade, podendo variar à

precisão do metro até o milímetro (MONICO, 2000).

O posicionamento relativo é suscetível de ser realizado usando como

observável a pseudodistância, a pseudodistância filtrada pela fase da portadora, a fase da onda

portadora e a combinação da portadora e pseudodistância.

Os métodos estáticos, que utilizam como observável básica a fase da

onda portadora, podem alcançar precisões centimétricas, ou mesmo milimétricas quando se

utiliza como observável a pseudodistância pura ou suavizada pela portadora, caso em que se

reduz a acurácia para a ordem decimétrica (MONICO, 2000).

No posicionamento em tempo real é necessário que o receptor GPS

dotado de um sistema de comunicação (ex: rádio) transmita as correções obtidas pela estação

base (estação com coordenadas conhecidas) para outro receptor GPS posicionado no ponto

que se deseja determinar as coordenadas.

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

30

2.3.1.1.1 Posicionamento relativo estático

O posicionamento relativo estático é um dos mais lentos

procedimentos de levantamento GPS, porém um dos mais precisos. Para este posicionamento,

um receptor permanece estacionado de forma contínua numa estação (base) de coordenadas

conhecidas, enquanto que o receptor móvel se desloca pelas estações de interesse sendo

estacionado por um período de tempo superior a 20 minutos. Durante o deslocamento do

receptor móvel, o mesmo pode ser desligado, e religado somente durante a ocupação das

estações. Este tempo de ocupação é necessário, para que a geometria dos satélites se altere e a

ambigüidade seja solucionada. O período de rastreio dependerá do comprimento da linha de

base. Para linhas de base longas é necessário ainda, o uso de receptores de dupla freqüência

devido à influência da ionosfera (MONICO, 2000).

Atualmente, o usuário dispondo de apenas um receptor poderá efetuar

posicionamento relativo. Isto é possível devido aos chamados Sistemas de Controle Ativos

(SCA), onde receptores continuamente rastreiam os satélites visíveis e os dados podem ser

acessados via sistema de comunicação. Deverá para tal, acessar os dados de uma ou mais

estações pertencentes ao SCA. Neste caso, o sistema de referência do SCA será introduzido na

solução do usuário, via as coordenadas das estações utilizadas como estação de referência

(MONICO, 2000).

A precisão oferecida pelo método é da ordem de 1 a 0,1 ppm, ou

mesmo melhor que isso. No entanto, no caso de redes com linhas de base longas (maiores que

10 a 15 Km) onde a precisão desejada é melhor que 1 ppm, torna-se imprescindível o uso de

receptores de dupla freqüência (MONICO , 2000).

O uso do GPS permite a realização não só do levantamento de apoio

básico, como também do perímetro do imóvel. Segundo Monico e Silva (2003, p.11), podem-

se adotar metodologias como a poligonação, irradiação a partir de dois vértices de apoio

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

31

básico e irradiação combinada com poligonação, para se obter coordenadas de vértices

definidores de imóveis acompanhadas da respectiva precisão, conforme descrição a seguir:

a. Irradiação a partir de dois vértices de apoio básico

Cada vértice limítrofe do imóvel deve ser ocupado pelo menos duas

vezes com o receptor GPS durante o levantamento e cada ocupação deve ser independente.

Neste caso, após o processamento de cada linha de base individual e independente, torna-se

possível realizar um ajustamento, pois há redundância, e estimar a precisão das coordenadas.

Na Figura 2, pode-se observar que todos os vértices do imóvel foram ocupados duas vezes a

partir do levantamento dos vértices de apoio básico B1 e B2, de coordenadas conhecidas.

Figura 2 – Irradiação a partir de dois vértices de apoio básico

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

32

Esse tipo de procedimento permite avaliar a precisão de cada um dos

vértices a partir da repetibilidade das observações e não somente a partir da qualidade interna

da tecnologia GPS.

b. Levantamento tipo poligonal

O levantamento dos vértices limítrofes do imóvel a partir de uma

poligonal GPS, poderá ser realizado partindo-se de um vértice de apoio básico (B1),

percorrendo-se o vértices limítrofes P1, P2, P3 e P4, e chegando em outro vértice de apoio

(B2), ambos de coordenadas conhecidas. Estes vértices de apoio podem fazer parte dos que

delimitam a propriedade. Estes vértices devem ser ligados ao SGB, independentemente, e a

partir deles determinam-se as linhas bases dos vértices da poligonal. A Figura 3 ilustra o

procedimento. Cada estação que delimita a propriedade é ocupada sucessivamente, até fechar

a poligonal. Neste caso, o levantamento também apresenta redundância, sendo passível de

ajustamento (MONICO; SILVA, 2003).

Figura 3 – Levantamento tipo poligonal, a partir de dois vértices de apoio básico

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

33

c. Combinação de irradiação e poligonal

A Figura 4 ilustra uma outra possibilidade que é a combinação de

irradiação a partir de um vértice de apoio básico central e de poligonação ligando os vértices

que delimitam a propriedade. Neste processo, na irradiação, todos o vértices limítrofes do

imóvel são determinados a partir do vértice de apoio básico B1; na execução da poligonação

parte-se com um receptor GPS no vértice de apoio básico B1 e outro receptor no vértice P1,

em seguida, ocupa-se os vértices P2, P3, P4 e P5, e fecha-se a poligonal no vértice de apoio

B1. Trata-se de uma metodologia que combina os procedimentos descritos anteriormente,

sendo que também apresenta redundância.

Figura 4 – Combinação dos métodos de irradiação e poligonação com GPS

2.3.1.1.2 Posicionamento relativo estático rápido

O posicionamento relativo estático rápido difere do estático somente

pelo tempo durante o período de ocupação da estação, que neste caso não passa de 20 minutos.

A utilização deste método é propicia para levantamentos em que se deseja alto rendimento.

Neste método podem-se utilizar receptores simples (L1) ou dupla freqüência (L1 e L2). No

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

34

campo deve-se ter um receptor fixo servindo de base, coletando dados continuamente,

enquanto o outro receptor percorre as áreas e pontos de interesse, permanecendo cerca de 5 a

20 minutos para cada coleta de dados. Não há necessidade da continuidade de rastreamento

durante as mudanças de pontos de interesses nem do receptor permanecer ligado durante o

percurso. Os dados coletados da estação base e do receptor de caminhamento são processados

para que se solucione o vetor de ambigüidade e se consiga uma melhor precisão. Este método

é adequado para levantamentos em torno de dez quilômetros de raio da estação base

(MONICO, 2000).

2.3.1.1.3 Posicionamento relativo semicinemático

O posicionamento relativo semicinemático baseia-se no fato de que a

solução do vetor de ambigüidades, presente numa linha base a determinar, requer que a

geometria envolvida entre as estações e os satélites se altere. Devem-se então coletar os dados

pelo menos duas vezes em curtos períodos na mesma estação. As duas coletas devem estar

separadas por um intervalo de tempo em torno de 20 a 30 minutos para proporcionar a

alteração na geometria dos satélites (MONICO, 2000).

De acordo com MONICO (2000), durante este intervalo outras

estações podem ser ocupadas por períodos de tempo relativamente curto. Este método requer

que os receptores fiquem continuamente rastreando os mesmos satélites durante as visitas às

estações, embora a trajetória não seja de interesse. Quando se utiliza receptores de simples

freqüência (L1), a distância do ponto base ao ponto que ser quer determinar não deve

ultrapassar 10 km. Este método é também chamado de pseudo-estático ou ainda stop and go,

ou seja, pára no ponto a determinar para a coleta de dados e depois avança para a ocupação de

outro ponto, sem perder a sintonia com o grupo de satélites rastreados.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

35

2.3.1.1.4 Posicionamento relativo cinemático

No posicionamento relativo cinemático tem-se como observável

fundamental à fase da onda portadora, muito embora o uso da pseudodistância seja muito

importante na solução do vetor de ambigüidades. Os dados obtidos deste método podem ser

processados em tempo real ou pós-processados depois no escritório (MONICO, 2000).

2.3.1.1.5 Posicionamento relativo cinemático em tempo real (RTK -

Real-Time Kinematic)

Para que os dados possam ser processados em tempo real, é necessário

que os dados coletados na estação de referência sejam transmitidos para o receptor móvel ou

de caminhamento, necessitando de um link de rádio. Trata-se de um método similar ao DGPS

em tempo real, só que neste caso utiliza-se à fase de onda portadora e no DGPS as

pseudodistâncias. É denominado de sistema RTK. Resumidamente este sistema consiste de

dois receptores de simples ou dupla freqüências com as respectivas antenas de link de rádio

para transmitir as correções e/ou observações da estação de referência. Uma das limitações

desta técnica diz respeito à utilização de link de rádio na transmissão dos dados para as

correções. Por esse motivo faz-se uso de rádio com freqüências de VHF ou UHF, limitando

assim, na maioria das vezes, seu uso em distâncias acima de 10 km da estação fixa. A precisão

deste método é da ordem de poucos centímetros (MONICO, 2000).

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

36

2.3.2 Técnicas convencionais

Técnicas convencionais, segundo a Norma Técnica do INCRA, é

aquela que se utiliza de medições angulares, lineares e de desníveis obtidos através de,

respectivamente, teodolitos, medidores eletrônicos de distâncias e níveis em suas diversas

combinações, aliados a cálculos decorrente e destinam-se a fornecer o arcabouço formado por

diversos pontos com coordenadas e altitudes conhecidas, acompanhadas de suas precisões,

para a utilização em trabalhos que visem a determinação do perímetro e do

georreferenciamento do imóvel, sendo que os métodos de levantamentos topográficos mais

utilizados são os do tipo poligonação combinada com a irradiação (INCRA, 2003).

a. Poligonação

A poligonação é um método muito empregado para a determinação de

coordenadas de pontos, principalmente em áreas relativamente grandes e acidentadas, embora

possua maior complexidade na prática, oferece melhor precisão ao resultado final. Uma

poligonal é uma série de linhas consecutivas para as quais são conhecidos os comprimentos e

direções, obtidos através de medições em campo.

O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de

caminhamento, percorrendo-se o contorno de um itinerário definido por uma série de pontos,

medindo-se todos os ângulos e lados e uma orientação inicial. A partir destes dados e de uma

coordenada de partida, é possível calcular as coordenadas de todos os pontos que formam esta

poligonal.

Segundo JORDAN (1981) e as poligonais são classificadas em três

tipos:

- aberta: são conhecidas somente as coordenadas dos pontos de

partida;

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

37

- fechada: são conhecidas as coordenadas dos pontos de partida e

chegada, pois são os mesmos pontos;

- enquadrada: são conhecidas as coordenadas dos pontos de partida e

chegada, sendo pontos diferentes.

Estes dois últimos tipos de poligonal permitem a verificação de erros

de fechamento angular e linear.

Tabela 1 – Especificações da poligonal para determinação dos vértices limítrofes

Descrição Taqueométrica Eletrônica

1 Desenvolvimento 1.1 Espaçamento entre estações 1.2 Comprimento máximo do desenvolvimento

Até 150 m 15 km

Até 500 m 15 km

2 Medição Angular Horizontal 2.1 Método 2.2 Instrumento (classificação ABNT) 2.3 Número de Séries Número de posições p/ série

das direções precisão baixa 1 (CE e CD) 2

das direções precisão baixa 1 (CE e CD) 2

3 Medição dos Lados 3.1 Número mínimo de séries de Leituras recíprocas

1 (FI, FM, FS)

2 Leituras válidas

4 Controle Azimutal 4.1 Número máximo e lados sem controle Erro de fechamento máximo em azimute para direções de controle

25 1’

15 1’

5 Medição Angular Vertical 5.1 Número de séries 5.2 Valor máximo da diferença entre Leituras verticais 5.3 Número máximo de lados entre pontos de altitudes conhecidas 5.4 Valor máximo do erro de fechamento altimétrico

1 20” 25 20 mm/km

1 20” 15 20 mm/km

6 Erros de Fechamento 6.1 Angular 6.2 Linear (coordenadas) Valor máximo para o erro relativo em coordenadas após a compensação em azimute

1’ N onde N é o número de lados 1/1000

1’ N onde N é o número de lados 1/2.000

CE: Círculo à Esquerda CD: Círculo à Direita

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

38

Para o levantamento de perímetros, a Norma Técnica para

Georreferenciamento de Imóveis Rurais - (INCRA, 2003, p.23), aplicada à Lei nº 10.267/01-,

baseada nas normas da ABNT, considera que a poligonal deve: “Proporcionar o levantamento

de imóveis rurais, demarcando-o segundo limites respeitados pelos confrontantes, fornecendo

coordenadas dos vértices e das divisas, permitindo a sua caracterização. Deverão partir e

chegar em pontos distintos da Poligonal Geodésica de Apoio à Demarcação com precisão

definida na classe P2 e obedecer às especificações da Tabela 1”:

b. Irradiação

O método de irradiação, também conhecido como método das

coordenadas polares, é o mais simples de todos, e seu emprego geralmente está associado a

outros métodos como a poligonação. Freqüentemente é utilizado em áreas relativamente

planas e em perímetros curvos.

Em levantamentos rurais, utiliza-se da irradiação, principalmente para

levantamento de detalhes como: cercas, cursos d’água e reservas florestais.

Consiste em estacionar o equipamento em um ponto, cuja localização

permite a visualização dos pontos de interesse, para que a partir dali sejam feitas Leituras de

ângulos e distâncias, que possibilitarão o cálculo das coordenadas dos pontos irradiados

(JORDAN, 1981).

A maior vantagem desse método é sua facilidade e rapidez, em contra

partida, a possibilidade de se cometer um erro é maior, e a falta de controle, exige que o

operador tenha um maior cuidado.

De acordo com a Norma Técnica (INCRA, 2003 p.22) aplicada à Lei

nº. 10.267/01, são feitas as seguintes recomendações:

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

39

- utilização do sistema UTM, como sistema de projeção para

cálculos e determinações de coordenadas;

- cada ponto irradiado, para efeito de confirmação, deverá ser visado

de pelo menos dois pontos distintos, a uma distância máxima de 150 m cada, através de uma

série de Leituras conjugadas. Este procedimento é denominado de dupla Irradiação;

- os bastões de suporte dos prismas deverão ser dotados de nível de

bolha para verticalização;

- os cálculos serão, sempre, efetuados a partir de dados constantes

das cadernetas de campo, convencionais ou eletrônicas, podendo ser transcritos em

formulários próprios e desenvolvidos de forma convencional, diretamente, em calculadoras

eletrônicas programáveis, ou microcomputadores com saídas em impressora ou plotter.

2.3.3 Integração GPS e topografia

Os levantamentos topográficos têm seus detalhes representados em

uma projeção ortogonal, que se trata de uma superfície plana, considerada em nível, na qual a

linha de projeção de cada ponto seja normal a essa superfície. A imagem figurada do terreno

nessa projeção em uma determinada escala recebe o nome de planta ou superfície topográfica.

Porém, quando a curvatura da Terra é levada em consideração, a ciência que trata do assunto é

a Geodésia. Então, num levantamento com GPS, os resultados são apresentados no referencial

geodésico ligado ao GPS (WGS84) e está vinculado a um elipsóide que representa outra

superfície de trabalho, diferente da superfície topográfica.

A integração de resultados advindos da topografia e do GPS requer

que estes sejam compatibilizados para um mesmo sistema de representação. Existem algumas

formas de tratar o assunto, no qual podem-se converter as diferenças de coordenadas ∆X, ∆Y e

∆Z para os mesmos tipos de observações obtidas em uma estação total, por exemplo,

distâncias, diferenças de altura e direções (azimutes). Uma outra forma é realizar a integração

a partir de transformações do levantamento topográfico baseado no Sistema Topográfico

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

40

Local (STL), no qual selecionam-se alguns pontos com distribuição adequada e identificáveis

no terreno, os quais são levantados por GPS ou técnicas adequadas, e servem para realizar o

georreferenciamento do levantamento topográfico (PINTO, 2000).

2.3.3.1 Sistema Topográfico Local

Nos levantamentos de Geodésia é adotado o referencial geodésico,

enquanto que nos levantamentos topográficos utiliza-se um Sistema Topográfico Local. O

objetivo de um sistema da natureza do STL é facilitar as operações de ordem prática. De

acordo com a NBR 14.166/98 da ABNT, a origem do STL deve estar sobre o plano

topográfico local, o qual é acrescido em elevação do valor da altura média do terreno (Ht) em

relação ao plano tangente ao elipsóide de referência, também denominado Plano Horizonte

Local, ou Plano Topográfico.

O Sistema Topográfico Local é definido pelos seguintes elementos

(PINTO, 2000), conforme pode ser observado na Figura 5:

- Origem sobre a superfície do elipsóide (não necessariamente);

- Eixo Z tem a direção da normal ao elipsóide passante pelo ponto

origem;

- Eixo Y na direção do norte geodésico;

- Eixo X torna o sistema dextrógiro.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

41

Figura 5 – Sistema Topográfico Local

As coordenadas no sistema local podem ser determinadas a partir das

coordenadas cartesianas geodésicas, por meio de rotações e translações. Considerando as

coordenadas geodésicas do ponto origem P (ϕ, λ e h) e a diferença de coordenadas geodésicas

cartesianas entre os pontos P e P1 ( Z,Y,X ∆∆∆ ), é possível fazer as transformações dessas

coordenadas para o STL a partir da seguinte expressão (PINTO, 2000):

( ) ( )⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

∆∆∆

λ+ϕ−=⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

ZYX

90R*90RZYX

31

L

L

L,

onde, R1 e R3 são as matrizes de rotação em torno dos eixos X e Z, respectivamente.

A NBR 13.133 da ABNT define o Sistema Topográfico Local como

sistema de projeção para a representação em planta de pontos levantados pelo método direto

clássico da Topografia, cujas principais características são:

- as projetantes são ortogonais à superfície de projeção;

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

42

- a superfície de projeção é um plano normal à vertical do lugar no

ponto da superfície terrestre considerado como origem do levantamento, sendo seu referencial

altimétrico referido ao datum vertical brasiLeiro;

- limita em 80 quilômetros a distância máxima com relação à origem,

para evitar erros devido à curvatura terrestre;

- a orientação do eixo Y é a referência azimutal que pode estar

orientado para o norte geográfico, norte magnético, ou uma direção julgada importante.

Como pode ser observada a integração entre operações geodésicas e

topográficas requer o conhecimento entre ambos os sistemas de referências, bem como os

processos de transformações. É necessário considerar que deve-se fazer reduções angulares e

lineares para que a compatibilização entre os sistemas de referencias sejam adequadas.

2.3.3.2 Integração a partir de coordenadas

As coordenadas obtidas com um levantamento GPS são representadas

em coordenadas cartesianas tridimensionais (X, Y e Z), em coordenadas geodésicas (ϕ, λ e h),

ou em coordenadas do sistema de projeção UTM (E, N e h). Já as coordenadas oriundas de um

levantamento topográfico convencional são vinculadas a um sistema cartesiano bidimensional,

na sua grande maioria, com origem arbitrária, porém, a origem do plano topográfico pode

estar situada sobre a normal à superfície do elipsóide de referência, elevada a altura média do

terreno, conforme pode ser visto na norma NBR 14.166/98.

Logo, se forem conhecidas as coordenadas UTM dos vértices

levantados com o sistema GPS deve-se transformá-las para o Sistema Topográfico Local e,

para a realização dos cálculos nesse sistema, é necessário transformar o azimute plano UTM

(norte de quadrícula) para azimute verdadeiro (norte verdadeiro) e as observações das

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

43

distâncias devem ser corrigidas do efeito da refração e reduzidas ao horizonte plano do STL.

Além disso, as transformações devem ser efetuadas no mesmo datum. Se o datum de origem

for diferente do datum de destino, primeiramente, deve-se fazer a transformação para que

fiquem compatíveis (PINTO, 2000).

2.3.3.3 Integração a partir de observáveis

Nesse tipo de integração, os resultados advindos do processamento de

dados GPS devem ser convertidos para os tipos de observações coletadas numa estação total,

ou seja, distância, diferença de altura e direção/azimutes. Nesse caso, o processamento é

realizado como se fosse um levantamento topográfico, mas na realidade, partes dessas

observáveis são geradas a partir de levantamentos GPS.

Então, se forem conhecidas as coordenadas cartesianas de uma estação

base (Pi), pode-se posicionar um receptor nessa estação e um outro receptor móvel numa

estação de interesse (Pj), de maneira que se obtenha as componentes (∆Xi, ∆Yi e ∆Zi) do vetor

de diferenças de coordenadas cartesianas entre os pontos Pi e Pj. Essas componentes podem

ser transformadas em ∆E, ∆N e ∆h a partir das seguintes transformações (PINTO, 2000):

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

∆∆∆

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

ϕλϕλϕϕλϕ−λϕ−

λλ−=

⎥⎥⎥

⎢⎢⎢

∆∆∆

i

i

i

ZYX

sensencoscoscoscoscossencossen

0cossen

hNE

.

Posteriormente, obtém-se o azimute da direção Pi e Pj. Além disso,

pode-se obter a distância entre os pontos e a altura geométrica, o que usualmente são

fornecidos por uma estação total.

( ) m2

ij22

ij cosAz2sen`eR2H

NEarctgAz ϕ⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛∆∆

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

44

onde

H2 é a altura geométrica do ponto visado e

Rα é o raio de curvatura da seção normal de azimute Azij

O cálculo da distância (L) entre os pontos é dado por:

2i

2i

2i ZYXL ∆+∆+∆=

A diferença de altura ortométrica ( H∆ ) é calculada por:

( ) ( ) ( )11

21

2 HRhHR2HRLH +−∆++++=∆ ααα onde H1 é a altura geométrica da estação. Dessa maneira, de posse dos azimutes, das distâncias

e diferenças de alturas ortométricas é possível realizar a integração GPS e Topografia, visto

que no levantamento topográfico obtém-se diretamente esse tipo de observável.

2.3.3.4 Integração a partir de transformações

A transformação de coordenadas é o processo para se obter as

coordenadas de um ponto referenciadas a um sistema nas coordenadas do mesmo ponto,

referenciadas em outro sistema. Dessa maneira, é necessário possibilitar a correspondência de

cada ponto no STL, em uma posição com relação a um sistema de referência geocêntrico.

A mais simples das transformações é a que permite somente uma

translação da origem do sistema ou somente da rotação de seus eixos. Porém, existem

processos mais complexos que permitem translações, rotações, mudanças de escala que podem

ocorrer com um mesmo valor para os dois eixos, os valores diferentes tanto para X, quanto

para Y e podem ainda acontecer a não perpendicularidade entre os eixos de um dos sistemas.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

45

É possível realizar as seguintes transformações (PINTO, 2000):

transformação de corpo rígido; transformação de similaridade; transformação isogonal ou

conforme de Helmert; transformação ortogonal e transformação afim.

Dependendo do tipo de transformação, certo número de pontos pode

ser insuficiente, suficiente ou superabundante. A complexidade do modelo depende da

realidade física e do rigor de precisão exigida.

2.4 Precisão e acurácia

As observações conduzidas pelo homem se caracterizam pela

inevitável presença dos “erros de medida”. Erros que decorrem não apenas de falhas humanas,

mas também da imperfeição dos equipamentos e da influência das condições ambientais nas

quais se processa a mensuraçãO (MONICO; SILVA, 2003)

Estes erros podem ser reduzidos, eliminando ou reduzindo os fatores

aleatórios que interferem no processo de medição. Quando isto não é possível, a minimização

é possível, pela repetição da medida muitas vezes, obtendo-se um valor médio com erro

estatístico menor.

Desta forma, precisão e exatidão são conceitos associados às idéias de

erros aleatórios e de erros sistemáticos. Erros estatísticos pequenos numa medição fornecem

boa precisão e condizem a resultados reprodutíveis. Por outro lado, boa exatidão exige boa

precisão e pequenos erros sistemáticos.

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

46

2.4.1 Classificação quanto à precisão

Segundo a Norma Técnica do INCRA, a precisão de uma grandeza

retrata o “nível de aderência entre os valores observados, sua repetibilidade ou grau de

dispersão”. Ainda que por vezes empregado indistintamente para quantificar o grau de

confiabilidade de uma grandeza, o conceito de precisão não deve ser confundido com o de

acurácia.

A Tabela 2 fornece valores limites de classes de acordo com os níveis

de precisão.

Tabela 2 – Classes com valores limites de acordo com a precisão planimétrica após

ajustamento Fonte: INCRA, 2003

CLASSE PRECISÃO

68,7% (1 σ) FINALIDADE

P1 ± 10 cm Controle A (apoio básico), georreferenciamento P2 ± 20 cm Controle B (apoio imediato), georreferenciamento

P3 ± 50 cm Cadastrais, georreferenciamento

2.4.2 Classificação quanto a acurácia

Conforme consta na Norma Técnica do INCRA, o conceito de acurácia

de um levantamento é entendido como o “grau de aproximação de uma grandeza de seu valor

verdadeiro”, estando portando associado a erros sistemáticos e aleatórios. Isso significa que a

sua avaliação só pode acontecer se conhecido esse “valor verdadeiro”. No caso do

georreferenciamento de imóveis rurais, será possível avaliar a acurácia de observações em

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

47

todas as coordenadas já certificadas pelo INCRA. A Tabela 3 mostra o valor limite do nível de

acurácia.

Tabela 3 – Nível de acurácia após o ajustamento Fonte: INCRA, 2003

CLASSE PRECISÃO

68,7% (1 σ) FINALIDADE

P3 ± 50 cm Cadastrais, georreferenciamento

2.5 Avaliação do georreferenciamento em imóveis rurais

Segundo a Norma Técnica do INCRA, a avaliação do

georreferenciamento deve ser rigorosa para minimizar o potencial de prejuízos diversos, bem

como a degradação do sistema cadastral comprometendo a individuação dos imóveis.

As coordenadas dos pontos já certificados pelo INCRA, mediante

análise, amostragem e aprovação das determinações a ele submetidas, tem o efeito de produzir

direitos legais, quando do registro do imóvel georreferenciado. Constituem portanto pontos de

referência para os novos levantamentos.

Vértices comuns a dois ou mais imóveis, cujas coordenadas já tenham

sido certificadas pelo INCRA permitirão que se possa obter não apenas a precisão atingida nas

observações mas também a acurácia, ou erro, cometido na sua determinação.

Portanto, esta avaliação será realizada através da análise dos

parâmetros estatísticos dos ajustamentos das coordenadas, obtidas em todos os vértices do

imóvel, e demais procedimentos constantes na Norma Técnica

Para a avaliação do georreferenciamento o profissional credenciado

deverá adotar os seguintes procedimentos constantes na Norma Técnica:

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

48

a. deverá executar, obrigatoriamente, o levantamento de todos os

vértices do imóvel rural, incluindo aqueles vértices comuns aos imóveis contíguos cujas

coordenadas já foram certificadas pelo INCRA;

b. após a execução dos cálculos e ajustamento para a determinação do

valor mais provável das coordenadas do seu trabalho, o profissional credenciado deverá ainda

proceder a avaliação do mesmo a partir de duas análises:

- a verificação da precisão atingida nas coordenadas de cada vértice do

imóvel por ele medido. Esta precisão deverá ser sempre melhor que 0,500 m, conforme

estabelecido na Norma Técnica, observando-se os dados contidos no relatório técnico, ou seja,

os procedimentos e parâmetros estatísticos das determinações em estrito acordo com esta

norma;

- verificação da acurácia, ou erro, cometido na determinação das

coordenadas dos vértices comuns aos imóveis contíguos e cujas coordenadas já tenham sido

certificadas pelo INCRA. Essas coordenadas, quando comparadas com aquelas já certificadas

pelo INCRA, não deverão apresentar discrepâncias superiores aos valores estabelecidos na

Norma Técnica, de 0,500 m.

c. mesmo no caso em que o erro encontrado tenha sido melhor que o

valor permitido (menor que 0,500 m), o profissional credenciado deverá abandonar a sua

determinação e adotar as coordenadas dos pontos comuns já certificadas pelo INCRA, em

todos os cálculos de: área, distância e azimute, além da redação do memorial descritivo;

d. os demais pontos serão avaliados através do atendimento aos demais

procedimentos descritos na Norma e que deverão ser comprovados através do Relatório

Técnico;

e. caso o erro encontrado apresente discrepância maior do que o valor

permitido ou a análise do relatório técnico demonstre-se em desacordo com os procedimentos

desta norma o trabalho não será certificado pelo INCRA, devendo ser reavaliado pelo

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

49

profissional no sentido de corrigir os erros de suas determinações ou comprovar um eventual

erro nas coordenadas já certificadas.

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

50

3 MATERIAL E MÉTODOS

Neste capítulo será descrito o material utilizado, bem como, as

metodologias utilizadas no desenvolvimento do trabalho.

3.1 Material

3.1.1 Equipamentos

Serão descritas a seguir, resumidamente, as principais características

dos equipamentos utilizados no desenvolvimento desse trabalho.

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

51

3.1.1.1 Receptor GPS Ashtech Z XII

O receptor GPS Ashtech Z XII realiza a coleta de dados através de

dupla-freqüência. Isto significa que as linhas de base médias e longas podem ser obtidas com

um maior nível de confiabilidade. Este receptor possibilita medidas de alta qualidade nas

freqüências Ll e L2.

Para os métodos estático, estático-rápido ou semicinemático, o

receptor Z XII pode proporcionar exatidão da ordem de 5 mm + 1 ppm

Figura 6 – Receptor GPS Z XII da Ashtech Fonte: www.trimbase.com.br

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

52

3.1.1.2 Receptor GPS Javad JPS-Legacy

Receptor GPS JPS-Legacy da empresa Javad é capaz de coletar dados

GPS e GLONASS, fase e código, nas freqüências L1 e L2. No método estático pode fornecer

uma exatidão da ordem de 5 mm + 1 ppm.

Figura 7 – Receptor GPS Legacy da Javad Fonte: http://geodesie.ipgp.jussieu.fr

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

53

3.1.1.3 Receptor GPS TRIMBLE 4600LS

O receptor GPS TRIMBLE 4600LS é um receptor de simples

freqüência (L1), sendo utilizado para levantamentos e mapeamentos, GPS semicinemático,

stop and go, podendo ser utilizado nos métodos estático e cinemático. Por ser um receptor que

opera apenas com a portadora L1, o receptor possui limitações. A precisão que pode ser

alcançada para as linhas de base é de ±5mm +1ppm, dependendo do comprimento da linha de

base.

Figura 8 – Receptor GPS 4600 LS da TRIMBLE Fonte: www.trimble.com/4600ls.shtml

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

54

3.1.1.4 Receptor GPS Pathfinder ProXR da TRIMBLE

O GPS TRIMBLE Pathfinder Pro XR inclui um coletor TSCe, 12

canais paralelos rastreando portadora L1 e código C/A, pode fornecer precisão melhor que 50

cm a uma distância até 300 km, no pós-processamento; um módulo receptor Beacon MSK de

dois canais totalmente automático para a recepção de transmissões DGPS (GPS diferencial) de

acordo com os padrões da Associação Internacional da Sinalização Marítima; precisão em

torno de 10 cm + 5 ppm após observação contínua de 20 minutos da portadora L1, mesmo

quando em movimento.

O receptor Pro XR pode fornecer as seguintes precisões:

- precisão melhor que 50cm com código;

- precisão de até 1cm com a portadora L1

Figura 9 – Receptor GPS Pathfinder Pro XR da TRIMBLE Fonte: www.trimble.com

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

55

3.1.1.5 Receptor GPS Ashtech Reliance

O receptor do sistema Reliance proporciona resultados com precisão

centimétrica processando o código e a fase da portadora, transmitida pelos satélites GPS. O

Reliance Centimeter Processor System pode fornecer acurácia horizontal de acordo com a

estatística utilizada:

- 1cm (0,4 pol..) + 1ppm com 67% de probabilidade

- 2cm (0,8 pol.) +1ppm com 95% de probabilidade

Figura 10 – Receptor GPS Reliance da Ashtech Fonte: www.trimbase.com.br

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

56

3.1.1.6 Receptor GPS RTK R7 e R8 da TRIMBLE

Receptor com tecnologia bluetooth com multi-frequências, RTK, GPS,

GLONASS e WAAS, incluindo os sinais modernizados GPS L5 e L2C. Os principais

componentes do sistema RTK são: antena do receptor base de dupla freqüência (R8), rádio

transmissor de dados, antena do rádio e estação móvel (R7) composta por receptor de dupla

freqüência e controladora. Segundo o manual, sua precisão horizontal utilizando o sistema

RTK pode chegar em torno de 1cm + 1 ppm.

Figura 11 – Receptor GPS R7/R8 RTK da TRIMBLE Fonte: www.trimble.com

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

57

3.1.1.7 Estação Total Sokkia SET2100

Para se medir distância utilizando a estação total SOKKIA SET2100

deve se levar em consideração quatro condições:

- fator de correção atmosférica;

- valor de correção da constante do prisma;

- modo de medir distância;

A correção atmosférica (ppm) é necessária para medir, com exatidão,

uma distância, pois a velocidade da luz no ar é afetada pela temperatura e pressão atmosférica.

Cada tipo de prisma refletor tem sua constante. Os tipos são: prisma e alvo refletor.

Os valores da correção da constante do prisma são:

- AP01S+AP01 (constante =30mm): valor de correção = -30

- AP01 (constante=40mm): valor de correção = -40

- CP01 (constante = 0mm): valor de correção = 0

Os modos de medir distância são:

- Medição fina com prisma: exatidão de ±(2 + 2ppm x D)mm;

- Medição rápida com prisma: exatidão de ±(5 + 5ppm x D)mm,

sendo D a distância medida em quilômetros e a unidade em mm.

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

58

Figura 12 – Estação Total SET 2100 da Sokkia Fonte: www.sokkialatinamerica.com

3.1.2 Programas

Serão descritas a seguir, de forma resumida, as principais

características dos programas utilizados no desenvolvimento desse trabalho

3.1.2.1 Gpsurvey 2.35a

O programa GPSurvey 2.35a, da TRIMBLE NAVIGATION, processa

dados GPS levantados por meio de posicionamento relativo estático, cinemático, estático

rápido e Stop and Go, nas portadoras L1 e/ou LI/L2. Este programa de processamento de

dados GPS é composto por módulos de aplicativos para: planejamento, comunicação entre o

computador e o receptor, para transferência de arquivos; pós-processamento, ajuste de rede,

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

59

transformação de coordenadas e exportação dos resultados em arquivos padrão CAD. O

controle de qualidade da solução fixed implementado no GPSurvey é o teste ratio.

3.1.2.2 Reliance Processor 4.0

O programa Reliance Processor da Ashtech processa observações de

pseudodistâncias e de fase de batimento da onda portadora referentes apenas à portadora L1.

As observações podem ser provenientes de posicionamento relativo estático, semicinemático

ou cinemático. Suas ferramentas proporcionam soluções cujo nível de acurácia varia do metro

ao centímetro. No último caso, a solução das ambigüidades da fase de batimento da portadora

está implícita. O Reliance é composto por módulos de aplicativos, sendo eles para gerência de

bancos de dados, visualização geográfica e cronológica dos dados, pós-processamentos,

conversor RINEX, filtragem de dados do projeto, transformação de sistemas de coordenadas,

exportação em arquivos do tipo ASCII, ambiente CAD e SIG.

3.1.2.3 GPS Pathfinder 3.0

O programa GPS Pathfinder Office, juntamente com os seus utilitários

associados, fornece todas as funcionalidades requeridas para gerenciar e processar dados

coletados usando os sistemas de coleta de dados Mapping e GIS da TRIMBLE. Fornece todas

as ferramentas necessárias para corrigir, visualizar e editar dados do Sistema de

Posicionamento Global (GPS) coletados no campo e exportá-los num formato adequado para o

seu sistema GIS, CAD ou de banco de dados.

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

60

O programa GPS Pathfinder Office permite uma série de tarefas como

pode ser destacado a seguir:

- criar projetos separados, o que permite gerenciar os dados associados

com estes projetos efetiva e convenientemente;

- construir e editar dicionários de dados, que podem ser utilizados

para controlar a operação de coleta de dados e garantir que os dados coletados são completos,

precisos e compatíveis com o GIS, o pacote CAD ou a base de dados;

- converter dados de um formato GIS, pacote CAD ou de banco de

dados para o formato TRIMBLE SSF, permitindo levar os dados novamente para o campo

para serem verificados e atualizados;

- transferir arquivos de e para coletores de dados portáteis e

computadores de campo;

- editar no escritório dados coletados;

- visualizar no escritório dados coletados sobre múltiplos arquivos de

fundo nos formatos vetor ou raster, incluindo imagens de um ArcIMS ou do servidor de mapas

pela Internet OpenGIS;

- exportar os dados coletados, processados e editados para um formato

GIS, CAD ou base de dados;

- produzir um desenho em escala como um registro de papel dos

dados.

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

61

3.1.2.4 Sistema TopoGRAPH 98 SE

De acordo com a Char Pointer Tecnologia e Informática LTDA,

empresa responsável pelo desenvolvimento do programa, o sistema TopoGRAPH é um grupo

de aplicações que se complementam e cujo objetivo principal é o de criar uma solução

completa nos processos de coleta de dados topográficos e/ou geográficos no campo, de

processamento, de armazenamento e de disponibilização desses dados para todas as etapas dos

trabalhos de construção e mapeamento, passando pela transferência dos dados do campo ao

escritório.

O sistema TopoGRAPH permite adequar o levantamento à Lei 10.267,

que trata do georreferenciamento de imóveis rurais. Dentre as várias funções, podem ser

destacadas:

- Criação de monografia de marco;

- Memorial descritivo automático;

- Transformação de datum;

- Planilha técnica;

- Cálculo de poligonais UTM e topográficas locais;

- Planta de georreferenciamento padrão INCRA;

- Cálculo de escala K para cada vértice na planilha;

- Cálculo de convergência meridiana;

- Renumeração de pontos gráficos;

- Cálculo de declinação magnética e variação anual;

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

62

- Inserção de carimbo padrão ou configurável na planta.

3.1.2.5 TRIMBLE Geomatics Office (TGO)

O programa TGO administra dados levantados através de

posicionamento relativo estático, cinemático e estático rápido, nas portadoras L1 e/ou LI/L2,

bem como a integração entre dados de diversos outros sistemas. Além de realizar

processamento de dados de levantamento GPS convencionais e de nível digital, proporciona o

controle de qualidade de dados, importação e exportação de dados de projetos de estrada,

importação e exportação de dados de levantamento, modelagem e contorno digital de terreno,

transformação de datum e projeções, criação de novos sistemas de coordenadas e definições

de local, com base em diferentes sistemas de coordenadas, coleta de dados GIS e exportação

de dados, seleção de pontos e observações, relatório de projetos, gerenciamento de projetos de

levantamento, processamento de linha de base GPS, ajuste de rede de levantamento para dados

GPS e convencionais, entre outras operações para proporcionar a solução completa no

gerenciamento de dados geográficos.

3.1.3 Área de estudo

Para alcançar os objetivos propostos nesse trabalho foi selecionada

uma área onde está implantado o Assentamento Florestan Fernandes, conforme Figura 13.

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

63

Figura 13 - Localização do Assentamento Florestan Fernandes

φ = 22° 18’ 00” S N = 7.534.000,0 λ = 51° 41’ 00” W E = 429.000,0 MC = - 51° W

MATO GROSSO DO SUL

Presidente Prudente

ESTADO DE SÃO PAULO

PARANÁ

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

64

Esta área de estudo surgiu em decorrência de uma parceria entre o

Departamento de Cartografia da FCT/UNESP e de Engenheiros do ITESP – Instituto de

Terras do Estado de São Paulo – regional de Presidente Prudente, neste local são realizados

diversos levantamentos geodésicos e topográficos por docentes, pós-graduandos e graduandos

do curso de Engenharia Cartográfica, visando testar novos equipamentos, metodologias

alternativas e simulação de projetos.

O Assentamento Florestan Fernandes está localizado no quarto

perímetro de Presidente Prudente – Município de Presidente Bernardes, distante

aproximadamente 48 km de Presidente Prudente, e possui uma área de 1.115 hectares.

Para execução do trabalho definiu-se inicialmente a localização dos

vértices limítrofes e posteriormente foi realizada a sua monumentalização através dos marcos

de concreto, de modo a definir o perímetro da área a ser levantada. Com o objetivo de simular

a existência de imóveis contíguos, e desta forma permitir realizar análises nas discrepâncias

das coordenadas entre os vértices comuns, visto que esta acurácia não pode ser superior a

± 0,500m, como especifica a Norma Técnica (INCRA, 2003), implantaram-se três áreas, sendo

estas denominadas por Área 1, Área 2 e Área 3, com 5, 6 e 5 vértices, respectivamente,

conforme pode ser observado na Figura 14. A Área 2 possui vértices comuns às outras duas.

Na área de estudo foram implantados 16 marcos de concreto, sendo 10 vértices simulando

serem limítrofes de propriedades, ou seja, são os pontos que definem o perímetro de cada área,

e 6 vértices que serviram como apoio básico, pontos que terão suas coordenadas como

referência no cálculo dos vértices limítrofes. A Figura 14 apresenta a divisão da área de

estudo, sendo os vértices limítrofes indicados pela letra M e os vértices de apoio básico pela

letra A.

Na Figura 14 é possível observar que os vértices M0003, M0004,

M0005, M0006, M0007 e M0008, são vértices limítrofes comuns às Áreas 1 e 2 e 2 e 3, isto

permitirá que se realize uma avaliação do georreferenciamento através da análise da acurácia

entre estas coordenadas, o qual, ao serem comparadas, não deverão apresentar discrepância

superior ao estabelecido na Norma Técnica que é de 0,500 m.

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

65

Figura 14 – Divisão da área de estudo no Assentamento

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

66

3.2 Metodologia

Neste tópico serão abordados os diferentes métodos de levantamento

que podem ser utilizados, de acordo com a Norma Técnica do INCRA, para determinar,

primeiramente, as coordenadas dos vértices de apoio básico, utilizando-se da técnica GPS, e

que servirão posteriormente como referência na determinação das coordenadas dos vértices

limítrofes de cada área.

Normalmente, na determinação das coordenadas dos vértices de apoio

básico, utiliza-se do sistema de posicionamento GPS, em virtude das estações de referência

geodésicas do IBGE estarem localizadas a grandes distâncias da área a ser levantada. Estas

estações de referência deverão ser ativas e/ou passivas, homologadas pelo IBGE e

pertencentes ao Sistema Geodésico BrasiLeiro. Quando estas estações estiverem a uma

distância acima de 20 km, a Norma Técnica recomenda o uso do transporte direto utilizando-

se de receptores de dupla freqüência ou que faça o transporte com linhas de base não superior

a 20 km utilizando-se de receptores de simples freqüência.

3.2.1 Determinação das coordenadas dos vértices de apoio básico

Os vértices de apoio básico devem ser determinados com o intuito de

se obter suas coordenadas que servirão posteriormente como estações base para o cálculo dos

vértices limítrofes que compõem o perímetro de um imóvel rural. O levantamento para a

determinação das coordenadas dos vértices de apoio básico pode, dentre outras formas, ser

realizado através de:

- Transporte direto utilizando-se receptores GPS de dupla freqüência

(L1/L2);

- Transporte com linhas de base não superior a 20 km utilizando

receptores GPS de simples freqüência (L1).

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

67

3.2.1.1 Levantamento através de transporte direto

Para realizar o transporte direto com o intuito de se determinar as

coordenadas dos vértices de apoio básico necessita-se de receptores GPS de dupla freqüência

e de estação ativas de referência, homologadas pelo IBGE, como determina a Norma Técnica.

Desta forma, na Área 1, onde estão situados os vértices de apoio A0001 e A0002 e na Área 03

onde se localizam os vértices A0003 e A0004, utilizou-se o receptor GPS Javad JPS-Legacy

para se realizar a coleta dos dados. Na Área 2, onde estão situados os vértices A0005 e

A0006, utilizou-se o receptor GPS Ashtech Z XII. Cada vértice de apoio básico foi rastreado

por um período de quatro horas, com uma taxa de coleta de 15 segundos, PDOP inferior a 6 e

máscara de elevação de 15º, sendo estas configurações definidas conforme especificações da

Norma Técnica do INCRA. Como exemplo, visualiza-se na Figura 15, a distribuição das

estações ativas utilizadas no transporte direto para a determinação das coordenadas dos

vértices de apoio A0003 e A0004, pertencentes à Área 3.

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

68

Figura 15 – Disposição das estações ativas utilizadas no transporte direto da Área 3 Fonte: LEITE; SOUZA; JUNIOR, 2005

Os dados das estações ativas são partes fundamentais para realização

do transporte direto. Assim, utilizou-se para o processamento os dados das estações UEPP,

VICO, PARA e CUIB, todas pertencentes a RBMC, localizadas, respectivamente, em

Presidente Prudente, Viçosa, Curitiba e Cuiabá, com os comprimentos das linhas de base

variando entre 34 km a 930 km. A utilização destas estações no processamento permite

aumentar a confiabilidade do resultado das coordenadas dos vértices de apoio básico.

Para o processamento dos dados GPS utilizou-se o programa

GPSurvey 2.35a da TRIMBLE, sendo que no módulo WAVE foram calculados os elementos

das linhas de base. Por se tratar de linhas de base longas utilizou-se a combinação linear ION

FREE (Lo), para que os efeitos da ionosfera fossem reduzidos.

Detalhe dos vértices A0004 e A0003

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

69

No processamento dos dados foi definido para o teste ratio um valor

maior ou igual a 3,0 e variâncias não superiores a 10. Segundo Monico (2000), o teste ratio é

uma avaliação estatística e representa a razão entre segunda e a primeira melhor solução

inteira da ambigüidade, deste modo, quanto maior o valor dessa razão, mais confiável será a

solução.

A Tabela 4 mostra as informações do processamento das linhas de

base, as quais foram analisadas com a finalidade de aprovar ou não o processamento dos

dados.

Observando a Tabela 4 é possível verificar que este processamento

pode ser aceito, pois verificou-se que o teste ratio foi maior que 3 em todas as linhas de base

com comprimento de aproximadamente 36 km, bem como verificou-se que as variâncias

foram menores que 5. Assim, as componentes ∆X, ∆Y e ∆Z, resultantes dos processamentos

das linhas de base, foram ajustadas, de modo a obter uma solução única para a posição dos

pontos, bem como estimar a precisão da solução adotada. Para o ajustamento desta rede foi

utilizado o programa TRIMNET Plus.

O TRIMNET Plus ajusta a rede a um nível de significância de 95%,

sendo considerado aceito caso o fator de referência (variância a posteriori) seja próximo a 1.

No ajustamento das bases pelo transporte direto todos os fatores de referência resultaram

próximos a 1.

Para verificação de erros grosseiros no ajustamento o módulo

TRIMNET Plus empregou o Teste Tau, que é utilizado quando o fator de variância a priori é

desconhecido e verificou-se que todas as observações obtiveram valores menores que 1.

Após a realização do Teste Tau, o programa aplicou o Teste Qui-

Quadrado (χ2) com um nível de significância de 95% no ajustamento. Na Tabela 4 é possível

observar as informações do resultado o processamento das linhas de base. Os valores da

coluna Resultante da Precisão foram obtidas através da equação 22NE σσ + .

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

70

Tabela 4 – Informações do processamento das linhas de base – transporte direto

Estação Precisão da linha

de base (1 σ) m

De Para

Tipo de Solução

Distância (m)

Teste Ratio Variância

σE σN

Resultante da Precisão

(m)

A0001 Iono free fixed 34835,70 15,5 1,129 0,00037 0,00039 0,001 A0002 Iono free fixed 34459,76 5,3 2,537 0,00072 0,00074 0,001 A0003 Iono free fixed 36121,18 11,7 1,799 0,00062 0,00063 0,001 A0004 Iono free fixed 36412,78 4,8 2,210 0,00113 0,00365 0,004 A0005 Iono free fixed 35237,84 3,9 1,130 0,00043 0,00042 0,001

UEPP

A0006 Iono free fixed 35359,38 3,2 1,313 0,00047 0,00047 0,001 A0001 Iono free float 928927,2 n/a 1,777 0,00079 0,00453 0,005 A0002 Iono free float 928472,3 n/a 3,636 0,00209 0,00860 0,009 A0003 Iono free float 929172,0 n/a 2,286 0,00111 0,00604 0,006 A0004 Iono free float 929380,3 n/a 3,372 0,00163 0,11615 0,116 A0005 Iono free float 928808,0 n/a 2,380 0,00122 0,00545 0,006

VICO

A0006 Iono free float 928662,0 n/a 2,901 0,00157 0,00658 0,007 A0001 Iono free float 875092,9 n/a 2,806 0,00289 0,01045 0,011 A0002 Iono free float 875377,9 n/a 2,302 0,00268 0,00830 0,009 A0003 Iono free float 877330,6 n/a 1,922 0,00236 0,00615 0,007 A0004 Iono free float 877463,7 n/a 2,925 0,00234 0,01039 0,011 A0005 Iono free float 876293,7 n/a 3,000 0,00208 0,00732 0,008

CUIB

A0006 Iono free float 876897,4 n/a 2,894 0,00217 0,00702 0,007 A0001 Iono free float 430940,9 n/a 3,066 0,00143 0,00433 0,005 A0002 Iono free float 430638,9 n/a 2,663 0,00223 0,00528 0,006 A0003 Iono free float 428762,1 n/a 1,307 0,00136 0,00438 0,005 A0004 Iono free float 428644,1 n/a 3,260 0,00199 0,00836 0,009 A0005 Iono free float 429755,6 n/a 1,331 0,00106 0,00393 0,004

PARA

A0006 Iono free float 429156,5 n/a 1,420 0,00114 0,00390 0,004 A0001 A0002 L1 fixed 469,660 19,1 3,264 0,00021 0,00022 0,000 A0002 A0001 L1 fixed 469,778 34,8 3,335 0,00025 0,00027 0,000 A0005 A0006 L1 fixed 613,978 12,4 2,286 0,00020 0,00021 0,000 A0006 A0005 L1 fixed 613,971 11,5 1,838 0,00017 0,00017 0,000 A0003 A0004 L1 fixed 314,399 23,4 4,311 0,00031 0,00031 0,000 A0004 A0003 L1 fixed 314,352 40,4 4,627 0,00029 0,00031 0,000 n/a: não disponível

As coordenadas geodésicas no elipsóide WGS-84, obtidas após o

ajustamento foram transformadas para o sistema UTM - SAD69, utilizando-se do programa

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

71

GPSurvey. Foi adotado o sistema UTM-SAD69, visto que o INCRA não aceitava trabalhos

realizados no sistema SIRGAS, justificando não haver parâmetros oficiais de transformação

entre os dois sistemas, bem como, que os dados GPS das estações ativas RIBAC não estavam

disponibilizados no sistema SIRGAS (CARNEIRO, 2004).

As coordenadas e as precisões dos vértices de apoio básico de cada

área são apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio básico com GPS de

dupla freqüência

Equipamento Base E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão

Planimétrica (m)

A0001 428361,680 0,004 7535475,115 0,005 0,006 A0002 428829,642 0,004 7535436,800 0,009 0,010 A0003 428525,374 0,011 7532915,606 0,014 0,018

JPS-Legacy

A0004 428357,338 0,016 7532650,057 0,018 0,024 A0005 428682,724 0,009 7534258,234 0,008 0,012 Ashtech ZXII A0006 428917,558 0,018 7533681,256 0,020 0,027

3.2.1.2 Levantamento através de transporte com linhas de base não superiores a

20 km

Para os profissionais de levantamento que não dispõem de receptores

GPS de dupla freqüência, uma outra forma de determinar as coordenadas dos vértices de apoio

básico é utilizar-se do levantamento através de transporte, tipo poligonal, com linhas de base

que não ultrapassem a distância de 20 km, conforme especificado na Norma Técnica do

INCRA.

Para a determinação das coordenadas dos vértices de apoio básico

utilizou-se de um par de receptores GPS TRIMBLE 4600 LS, de simples freqüência, o qual foi

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

72

utilizado para determinar as coordenadas dos vértices A0001 e A0002, da Área 1, dos vértices

A0005 e A0006, da Área 2, e dos vértices A0003 e A0004, da Área 3.

Este transporte iniciou-se na estação UEPP, pertencente à Rede

BrasiLeira de Monitoramento Contínuo – RBMC, localizada em Presidente Prudente – SP,

passando pelos vértices de apoio básico e fechando na estação VENC de coordenadas

conhecidas da Rede GPS passiva pertencentes ao ITESP, na cidade de Presidente Venceslau –

SP, conforme pode ser observado na Figura 16.

Figura 16 – Transporte de coordenadas com GPS de simples freqüência Fonte: LEITE; SOUZA; JUNIOR, 2005

As linhas de base neste levantamento não ultrapassaram 20 km, como

é estabelecido pela Norma Técnica. Para cada linha de base a coleta de dados GPS variou de

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

73

um intervalo de tempo entre trinta a quarenta minutos, de modo que a ambigüidade fosse

solucionada. Estes receptores foram configurados com uma máscara de elevação de 15º e com

intervalo de coleta de 15 segundos, para que pudessem ser compatíveis com os dados

disponibilizados pela RBMC.

O processamento das linhas de base fornece os elementos ∆X, ∆Y e

∆Z e a MVC (Matriz de Variância e Covariância), que são acrescidas às estações de referência

proporcionando as coordenadas da estação desejada. Desta maneira, após processamento das

linhas de base foi realizado o ajustamento da rede utilizando o módulo TRIMNET Plus do

programa GPSurvey, porém o ajustamento não foi aceito no teste Qui-Quadrado a um nível de

confiança de 95%.

Quando o ajustamento não é aceito no teste Qui-Quadrado, é

necessário verificar se há alguma inconsistência no modelo matemático adotado para o

ajustamento, ou a existência de erros grosseiros e até mesmo, problemas com o modelo

estocástico, que é representado pela MVC das observações.

Para a detecção de erros grosseiros, o aplicativo TRIMNET do

programa GPSurvey 2.35 utiliza o teste Tau. Trata-se de um teste estatístico que é designado

para identificação de observações que são possíveis candidatas a serem rejeitadas pelo critério

de Tau. Esse critério foi desenvolvido por Allen Pope, sendo semelhante ao teste Qui-

Quadrado, ou seja, é um teste de hipóteses (TRIMBLE, 1992).

O algoritmo de Pope calcula um valor para o Tau crítico, baseado na

distribuição T-Student, referente ao número de observações, grau de liberdade e um dado nível

de confiança, que no caso do TRIMNET é de 95%. Para cada observação, obtém-se um valor

empírico da razão entre o resíduo calculado e o desvio padrão desse resíduo e, se o valor

empírico exceder o Tau crítico, a observação é indicada como uma candidata a rejeição. O

aplicativo TRIMNET apresenta como resultados da detecção de erros, o quociente do valor

empírico dividido pelo valor do Tau crítico. Logo, esse valor deve ser menor ou igual a 1.0

para que a observação seja aceita (TRIMBLE, 1992).

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

74

Dessa maneira, como não é possível verificar o modelo matemático

implementado no programa, verificou-se a partir do teste Tau que todas as observações

obtiveram valores abaixo de 1.0, indicando que não há observações com erros grosseiros.

Desta maneira, adotou-se a estratégia de multiplicar a MVC das observações por um fator de

escala com valor igual a 20,12, estipulado pelo próprio programa de ajustamento, o que na

verdade é o mesmo valor do fator de variância a priori, alterando o modelo estocástico.

A multiplicação da MVC das observações por um fator de escala, no

caso em que o ajustamento não passa no teste Qui-Quadrado e nenhum erro grosseiro é

detectado, se justifica porque os pesos das observações foram subestimados.

Na Tabela 6 são apresentadas as coordenadas e precisões dos vértices

de apoio básico, no sistema UTM – datum SAD 69.

Tabela 6 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio com GPS de simples

freqüência

Área Base E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão Planimétrica (m)

A0001 428361,664 0,063 7535475,131 0,060 0,087 1 A0002 428829,615 0,058 7535436,802 0,056 0,080 A0005 428682,732 0,062 7534258,385 0,064 0,089 2 A0006 428917,586 0,066 7533681,276 0,017 0,068 A0003 428525,395 0,067 7532915,622 0,052 0,085 3 A0004 428357,346 0,063 7532650,069 0,047 0,079

3.2.2 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através do

posicionamento relativo estático utilizando GPS de simples freqüência

Na determinação das coordenadas dos vértices limítrofes, a partir das

coordenadas dos vértices de apoio básico, podem ser utilizadas, segundo a Norma Técnica, o

posicionamento através de GPS ou através de técnicas convencionais; sendo através do

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

75

sistema GPS, os métodos de posicionamento relativo estático ou cinemático, e através de

técnicas convencionais, os métodos de poligonação ou irradiação.

Segundo Mônico, 2000, as coordenadas obtidas com a utilização do

sistema GPS através do método de posicionamento relativo estático, com tempo de coleta de

no mínimo 20 minutos, apresenta maior confiabilidade em seu resultado, visto que em razão

da duração da coleta de dados ser relativamente longa, as ambigüidades são facilmente

solucionadas no processo de ajustamento. Isso se deve à alteração da geometria dos satélites

durante a sessão, reduzindo a correlação entre as componentes da base e as ambigüidades

envolvidas.

Apesar do tempo de ocupação no ponto estação ser relativamente

longo, o método fornece uma melhor precisão no valor das coordenadas em linhas de base de

até 20 km, sendo desta forma escolhido o método de posicionamento relativo estático para a

determinação dos vértices limítrofes de cada área.

Para este procedimento, um receptor GPS permanece estacionado de

forma contínua em um dos vértices de apoio básico, enquanto o outro receptor, móvel, se

desloca pelos vértices onde se pretende determinar suas coordenadas. Portanto, pretende-se

com este procedimento rigoroso determinar as coordenadas certificadas ou verdadeiras dos

vértices limítrofes das três áreas.

Foram utilizados os métodos de poligonação e dupla irradiação, dentro

do contexto de posicionamento relativo estático, para determinação das coordenadas dos

vértices que compõem o perímetro de cada área.

Esses levantamentos deverão ter como coordenadas de referência os

vértices do apoio básico ou de estações ativas e/ou passivas homologadas pelo IBGE, desde

que estas estejam a uma distância inferior a 20 km como estabelecida na Norma Técnica.

Tanto o método de poligonação como o de dupla irradiação foi

realizado nas três áreas. Para isso utilizou-se de um par de receptores TRIMBLE 4600 LS, que

foram configurados de acordo com os valores especificados na Norma Técnica: tempo de

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

76

coleta em cada vértice limítrofe de trinta minutos, taxa de coleta de 15 segundos, PDOP

inferior a 6 e máscara de elevação de 15°. Como estação base utilizou-se os vértices de apoio

básico A0001, A0002, A0005, A0006, A0002 e A0003, respectivamente para as Áreas 1, 2 e

3.

3.2.2.1 Método de poligonação

No método de poligonação utilizando GPS cada vértice que delimita

uma área foi ocupado sucessivamente, partindo de um vértice de apoio básico e fechando em

outro pertencente à mesma área. A Figura 17 mostra o desenvolvimento de uma das poligonais

realizadas na Área 1. Neste caso, os levantamentos também apresentam redundâncias sendo

possível realizar o ajustamento.

Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

77

As análises do processamento das linhas de base do levantamento dos

vértices limítrofes utilizando o método de poligonação seguiram o mesmo critério das

avaliações feitas para o transporte de coordenadas nos vértices de apoio básico. Na Tabela 7

estão contidas as informações do processamento das linhas de base obtidas pelo método de

poligonação para cada área.

Tabela 7 – Informações do processamento das linhas de base dos vértices limítrofes obtidos

por GPS/poligonação

Estação Área De Para

Distância (m) Teste Ratio Variância

A0001 M0001 595,455 45,6 0,804 M0001 M0002 1392,002 9,9 5,417 M0002 M0003 1008,505 3,5 7,420 M0003 M0004 916,577 16,7 1,667 M0004 M0005 722,468 15,8 3,154

01

M0005 A0002 963,448 17,1 1,470 A0005 M0003 926,299 19,7 2,018 M0003 M0004 916,584 9,2 2,633 M0004 M0005 722,466 29,8 1,762 M0005 M0006 1367,611 13,5 2,185 M0006 M0007 1101,363 18,9 2,054 M0007 M0008 1298,620 3,5 6,302

02

M0008 A0006 1390,165 6,3 7,738 A0003 M0006 1089,492 20,2 1,761 M0006 M0007 1101,366 22,1 2,020 M0007 M0008 1298,62 8,0 2,379 M0008 M0009 1397,854 8,7 5,308 M0009 M0010 1425,228 8,1 4,564

03

M0010 A0004 707,350 10,7 4,451

Observando a tabela verifica-se que os processamentos puderam ser

aceitos, pois em todos os casos o Teste ratio foi superior a 3 e as variâncias inferiores a 10.

Isto permitiu a realização do ajustamento das linhas de base, obtendo uma solução única para

a posição de cada ponto e a estimativa de sua precisão. Deve-se ressaltar que para o

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

78

ajustamento, as coordenadas dos vértices de apoio básico foram injuncionadas, fixando sua

incerteza a zero.

A análise do ajustamento procedeu-se da mesma forma que os demais

levantamentos anteriores, atingindo resultados satisfatórios, ou seja, empregando o Teste Tau

verificou-se que todas as observações obtiveram valores menores que 1. Na Tabela 8

apresentam-se as coordenadas e suas respectivas precisões dos vértices limítrofes das três

áreas no sistema UTM-SAD-69.

Tabela 8 – Coordenadas no sistema UTM - SAD-69 - levantamento por GPS/poligonação

Área Ponto E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão Planimétrica (m)

M0001 428016,880 0,002 7535960,290 0,002 0,003 M0002 429408,291 0,011 7535955,434 0,007 0,013 M0003 429271,757 0,009 7534956,710 0,008 0,012 M0004 428490,887 0,009 7534477,616 0,009 0,013

1

M0005 427978,485 0,003 7534986,464 0,003 0,004 M0003 429271,724 0,004 7534956,684 0,003 0,005 M0004 428490,851 0,005 7534477,588 0,005 0,007 M0005 427978,437 0,006 7534986,459 0,005 0,008 M0006 427716,698 0,006 7533644,717 0,006 0,008 M0007 428783,922 0,006 7533374,500 0,006 0,008

2

M0008 429879,957 0,005 7532678,992 0,005 0,007 M0006 427716,673 0,002 7533644,766 0,002 0,003 M0007 428783,898 0,003 7533374,548 0,003 0,004 M0008 429879,925 0,004 7532679,036 0,003 0,005 M0009 428799,022 0,004 7531793,636 0,004 0,006

3

M0010 427650,425 0,003 7532636,415 0,003 0,004

3.2.2.2 Método de dupla irradiação

A dupla irradiação consiste num método de posicionamento GPS, no

qual cada vértice limítrofe da propriedade é irradiado a partir de dois vértices de apoio básico

distintos. Realiza-se este método no intuito de se obter maior confiabilidade nos valores das

coordenadas dos vértices, uma vez que na simples irradiação este controle não é obtido. Além

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

79

disso, este procedimento oferece redundância para realizar o ajustamento das linhas de base.

Ocupou-se um vértice de apoio básico de uma determinada área e percorreram-se os vértices

limítrofes desta área com o equipamento GPS, em seguida ocupou-se o outro vértice de apoio

básico e foram percorridos novamente os mesmos vértices do perímetro. A Figura 18 mostra a

dupla irradiação em uma das áreas levantadas.

Figura 18 – Levantamento utilizando GPS por dupla irradiação na Área 1

As análises dos processamentos das linhas de base e o ajustamento

foram realizados da mesma forma que na poligonação, sendo a MVC multiplicada pelos

fatores de escala 19,81; 9,20 e 33,81 nas Áreas 1, 2 e 3, respectivamente.

Na Tabela 9 observa-se os resultados do processamento das linhas de

base.

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

80

Tabela 9 – Informações do processamento das linhas de base dos vértices limítrofes obtidos

por GPS/dupla irradiação

Estação Área De Para

Distância (m) Teste Ratio Variância

M0001 595,455 9,6 1,784 M0002 1152,042 3,2 6,643 M0003 1047,824 16,0 1,754 M0004 1006,42 15,7 2,855

A0001

M0005 621,367 35,4 1,238 M0001 967,156 12,1 4,383 M0002 777,387 6,0 6,297 M0003 652,986 12,4 2,060 M0004 1017,869 18,6 2,971

01

A0002

M0005 963,449 26,8 1,892 M0003 926,298 13,6 2,852 M0004 297,755 54,2 1,057 M0005 1018,954 23,4 2,014 M0006 1134,581 12,4 2,006 M0007 878,658 33,1 1,093

A0005

M0008 1975,977 67,6 6,692 M0003 1324,334 11,3 3,076 M0004 903,819 11,6 2,157 M0005 1608,618 24,5 1,073 M0006 1201,887 28,6 1,696 M0007 334,859 23,2 1,206

02

A0006

M0008 1390,165 5,4 6,973 M0006 1089,488 12,8 3,274 M0007 527,085 20,2 1,675 M0008 1375,619 6,4 6,021 M0009 1155,288 3,6 6,706

A0003

M0010 918,789 23,8 1,514 M0006 1183,804 10,3 4,321 M0007 841,177 22,5 2,520 M0008 1523,527 6,5 5,949 M0009 964,010 8,6 5,645

03

A0004

M0010 707,347 15,6 2,377

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

81

Na Tabela 10 são apresentadas as coordenadas dos vértices limítrofes e

suas respectivas precisões no sistema UTM – datum SAD 69.

Tabela 10 – Coordenadas no sistema UTM - SAD-69 - levantamento por GPS com

metodologia de dupla irradiação

Área Vértices E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão Planimétrica (m)

M0001 428016,879 0,009 7535960,302 0,010 0,013 M0002 429408,302 0,024 7535955,407 0,020 0,031 M0003 429271,771 0,007 7534956,682 0,007 0,010 M0004 428490,902 0,008 7534477,588 0,009 0,012

1

M0005 427978,485 0,007 7534986,464 0,006 0,009 M0003 429271,718 0,004 7534956,681 0,004 0,006 M0004 428490,850 0,003 7534477,588 0,003 0,004 M0005 427978,437 0,003 7534986,454 0,003 0,004 M0006 427716,701 0,004 7533644,712 0,003 0,005 M0007 428783,919 0,003 7533374,491 0,002 0,004

2

M0008 429879,956 0,006 7532678,992 0,007 0,009 M0006 427716,701 0,020 7533644,724 0,020 0,038 M0007 428783,956 0,018 7533374,596 0,015 0,023 M0008 429879,942 0,022 7532679,010 0,027 0,050 M0009 428799,044 0,032 7531793,518 0,022 0,039

3

M0010 427650,280 0,012 7532636,430 0,023 0,026

3.2.3 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através do método

estático rápido utilizando receptores GPS

Esta metodologia teve como objetivo avaliar a técnica de

posicionamento relativo estático rápido, para isso utilizou-se de um par de receptores GPS

TRIMBLE 4600LS de simples freqüência (L1). O levantamento foi realizado apenas na Área

2, visto que este tipo de equipamento não é recomendado para este tipo de metodologia, ou

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

82

seja, estático rápido, pois para a resolução da ambigüidade exige-se um tempo maior de coleta

de dados.

Um dos receptores foi instalado no vértice de apoio básico A0006,

servindo como base, enquanto que o outro receptor percorreu cada vértice limítrofe da área

com o tempo de coleta 5 minutos, conforme estabelece a Norma Técnica do INCRA. Os

receptores foram configurados com intervalo de gravação de 1 segundo e máscara de elevação

de 15 graus. A Figura 19 mostra a localização dos vértices, bem como as linhas de base do

processamento.

Figura 19 – Linhas de base geradas com o uso do GPS 4600 LS

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

83

O processamento foi realizado no programa TRIMBLE Geomatics

Office (TGO), formando seis linhas de base independentes entre os vértices M0003, M0004,

M0005, M0006, M0007, M0008, com o vértice de apoio básico A0006. Na Tabela 11 são

apresentados os resultados do processamento das linhas de base no programa TGO.

Tabela 11 – Informações do processamento das linhas de base da Área 2

Estação Precisão da linha de base (1σ)

De Para

Tipo de Solução

Distância

(m)

TesteRatio

Variância

σ∆X (m) σ∆Y (m) σ∆Ζ (m)A0006 M0004 Float 903,869 n/d 1,459 0,137 0,121 0,069 A0006 M0007 Fixed 334,849 3,2 1,505 0,002 0,002 0,002 A0006 M0003 Float 1324,269 n/d 1,625 0,158 0,126 0,073 A0006 M0005 Fixed 1608,616 3,2 4,010 0,005 0,004 0,002 A0006 M0006 Fixed 1201,888 3,1 1,034 0,003 0,003 0,002 A0006 M0008 Float 1390,168 n/d 2,814 0,127 0,106 0,063

A análise do ajustamento procedeu-se da mesma forma que nos demais

levantamentos anteriores, ou seja, que o Teste ratio seja superior a 3 e os valores das

variâncias inferiores a 10.

Observa-se na Tabela 11, que das seis linhas de base formadas, três

destas não tiveram a solução da ambigüidade como fixas, ou seja, o Teste ratio foi inferior a 3.

Este fato pode ter ocorrido devido ao pouco tempo de coleta dos dados e da geometria dos

satélites.

Na Tabela 12 observa-se as coordenadas e precisões da Área 2, no

sistema UTM – SAD 69, resultantes do processamento.

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

84

Tabela 12 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 – levantamento por GPS estático rápido

Área Vértice E (m) σE (m) N (m) σN(m)

Precisão Planimétrica(m

) M0003 429272,063 0,177 7534956,517 0,072 0,191 M0004 428490,838 0,156 7534477,630 0,069 0,171 M0005 427978,444 0,002 7534986,456 0,002 0,003 M0006 427716,699 0,001 7533644,723 0,001 0,001 M0007 428783,922 0,001 7533374,498 0,002 0,002

2

M0008 429879,889 0,134 7532678,919 0,062 0,148

3.2.4 Determinação das coordenadas dos vértices limítrofes através de método

cinemático utilizando receptores GPS

O método cinemático é um procedimento que está sendo muito

utilizado pelos profissionais credenciados junto ao INCRA no georreferenciamento de imóveis

rurais, por ser um processo onde o tempo de ocupação no ponto estação é muito pequeno.

Neste método, ao se deslocar de um vértice a outro, ao longo do

perímetro da propriedade, o receptor GPS deve permanecer ligado e sem perder sintonia com

os satélites, de modo que não ocorra a perda de ciclos e desta forma seja possível solucionar as

ambigüidades.

3.2.4.1 Levantamento com receptor GPS Ashtech Reliance

No levantamento dos vértices limítrofes com o receptor Ashtech

Reliance, estacionou-se o par de receptores GPS TRIMBLE 4600 LS de simples freqüência

nos respectivos vértices de apoio básico de cada área. O intervalo de gravação foi de 1

segundo e a máscara de elevação de 15 graus, sendo adotada esta mesma configuração para o

receptor Ashtech Reliance. As três áreas tiveram cada um dos seus vértices limítrofes

rastreados durante um tempo de 5 minutos.

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

85

Os dados foram processados no programa Reliance Processor 4.0 que

acompanha o receptor GPS Ashtech Reliance. Esse programa não permite realizar o

ajustamento de uma rede geodésica, ao contrário dos programas TGO e GPSurvey.

Dispondo-se de dois vértices de apoio básico em cada área, realizou-se

um processamento para cada vértice de apoio e para cada tempo de coleta, uma vez que o

programa permite o processamento utilizando apenas um vértice de apoio básico por vez.

Desta forma, adotou-se a estratégia de calcular a média ponderada, bem como a propagação

dos desvios-padrão das coordenadas dos vértices limítrofes obtidos nos processamentos com

os dois vértices de apoio básicos pertencentes a cada área.

As coordenadas e suas respectivas precisões das Áreas 1, 2 e 3 podem

ser visualizadas na Tabela 13, determinadas no sistema UTM – SAD-69.

Tabela 13 – Coordenadas UTM SAD-69 dos vértices das Áreas 1, 2 e 3 - Ashtech Reliance

Área Interval

o Vértices E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão

Planimétrica (m)

M0001 428016,639 0,010 7535960,174 0,010 0,014 M0002 429408,083 0,020 7535954,828 0,040 0,045 M0003 429271,768 0,010 7534956,697 0,010 0,014 M0004 428490,892 0,010 7534477,598 0,010 0,014

1

3 min M0005 427978,480 0,010 7534986,464 0,010 0,014 M0003 429271,724 0,055 7534956,695 0,036 0,066 M0004 428490,860 0,010 7534477,590 0,010 0,014 M0005 427978,439 0,010 7534986,469 0,010 0,014 M0006 427716,713 0,010 7533644,718 0,010 0,014 M0007 428783,940 0,010 7533374,520 0,010 0,014

2

3 min

M0008 429879,947 0,010 7532678,988 0,010 0,014 M0006 427716,697 0,010 7533644,723 0,010 0,014 M0007 428783,914 0,010 7533374,519 0,010 0,014 M0008 429879,960 0,010 7532678,991 0,010 0,014 M0009 428798,991 0,010 7531793,673 0,010 0,014

3

3 min M0010 427650,671 0,010 7532636,500 0,022 0,024

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

86

3.2.4.2 Levantamento com receptor GPS Pathfinder Pro XR

No levantamento dos vértices limítrofes utilizando-se um par de

receptores GPS Pathfinder Pro XR da TRIMBLE, disponibilizados pela empresa ENGEMAP,

configurou-se o receptor com máscara de elevação de 15 graus e taxa de coleta de 1 segundo.

Para o levantamento de cada área estacionou-se um dos receptores em

um dos vértices de apoio básico: A0002, A0006 e A0003, pertencentes às Áreas 1, 2 e 3,

respectivamente, enquanto que com o outro receptor GPS Pathfinder ocupou-se os vértices

limítrofes de cada área, com tempo de coleta de dois minutos.

Este equipamento é um dos mais utilizados no mercado de

georreferenciamento de imóveis rurais, pois permite processar dados utilizando uma estação

de referência situada a longas distâncias, segundo o fabricante o equipamento fornece precisão

melhor que 0,500 m usando código C/A a uma distância de até 300 quilômetros de uma base

fixa, além disso, permite que o receptor permaneça pouco tempo em cada vértice, em torno de

2 minutos.

O processamento destes dados foi realizado no programa PathFinder

Office 3.0, de propriedade da empresa ENGEMAP. Foram realizados dois tipos de

processamento:

- foram determinadas as coordenadas das três áreas, utilizando-se

como estação de referência os vértices de apoio básicos situados em cada área,

- a outra foi utilizando como estação de referência às observações da

estação Quatá. Esta estação é de monitoramento contínuo, pertencente à empresa

Santiago&Cintra, e homologada pelo IBGE. À distância da estação Quatá até a área de estudo

é de aproximadamente 150 quilômetros. Este processamento foi realizado apenas para a Área

1, em virtude de problemas no armazenamento dos dados desta estação.

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

87

Os resultados dos dois processamentos são apresentados na Tabela 14

com as coordenadas e precisões no sistema UTM – SAD 69.

Tabela 14 – Coordenadas UTM-SAD-69 dos vértices limítrofes - Pathfinder Pro XR

Área Vértice E (m) σE (m) N (m) σN

(m)

Precisão Planimétrica

(m) M0001 428016,606 0,143 7535960,627 0,143 0,202 M0002 429408,304 0,123 7535955,731 0,123 0,175 M0003 429271,862 0,275 7534956,569 0,275 0,389 M0004 428490,761 0,240 7534477,280 0,240 0,340

01 (2 min)

M0005 427978,736 0,199 7534987,041 0,199 0,281 M0001 428016,438 0,180 7535960,314 0,180 0,254 M0002 429407,958 0,174 7535955,677 0,174 0,247 M0003 429271,449 0,199 7534956,542 0,199 0,282 M0004 428490,727 0,208 7534477,571 0,208 0,294

01 Quatá (2 min)

M0005 427978,407 0,204 7534986,510 0,204 0,288 M0003 429271,549 0,124 7534956,791 0,124 0,175 M0004 428491,190 0,125 7534477,483 0,125 0,176 M0005 427978,382 0,109 7534986,334 0,109 0,154 M0006 427717,015 0,130 7533644,789 0,130 0,184 M0007 428783,880 0,115 7533374,636 0,115 0,162

02 (2 min)

M0008 429879,671 0,142 7532679,218 0,142 0,200 M0006 427716,329 0,101 7533644,756 0,101 0,143 M0007 428783,761 0,111 7533374,703 0,111 0,156 M0008 429879,939 0,106 7532679,245 0,106 0,150 M0009 428798,728 0,107 7531793,815 0,107 0,152

03 (2 min)

M0010 427650,232 0,107 7532636,679 0,107 0,152

3.2.4.3 Levantamento com receptor GPS R7 e R8

O posicionamento relativo cinemático utilizando o método RTK,

composto pelos receptores da TRIMBLE R7 e R8, apresenta-se no contexto atual como uma

grande ferramenta para aquisição de coordenadas com alta precisão em um curto intervalo de

tempo.

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

88

O levantamento RTK ocorreu com a instalação da antena do receptor

base sobre um dos vértices de apoio básico de cada área. Na estação base realizou-se a

conexão do rádio que enviará os dados da base para o receptor móvel a fim de se realizar o

posicionamento em tempo real. O receptor móvel também possui um rádio que recebe as

correções, e/ou dados, enviadas e realiza o posicionamento com a base.

A máscara de elevação utilizada na configuração do receptor foi de

10°, a taxa de coleta foi de 5 segundos e o tempo de rastreio em cada vértice foi de 1 minuto.

O receptor base ficou instalado nos vértices de apoio básico A0001,

A0006 e A0004, respectivamente, nas Áreas 1, 2 e 3. As coordenadas dos vértices limítrofes

são determinadas em tempo real com suas respectivas precisões, conforme pode ser visto na

Tabela 15.

Tabela 15– Coordenadas UTM-SAD-69 dos vértices limítrofes – sistema RTK

Área Ponto E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão

Planimétrica(m)

M0001 428016,878 0,003 7535960,294 0,004 0,005 M0002 429408,290 0,008 7535955,424 0,006 0,010 M0003 429271,770 0,004 7534956,681 0,004 0,006 M0004 428490,900 0,004 7534477,570 0,004 0,006

1

M0005 427978,484 0,003 7534986,461 0,003 0,004 M0003 429271,724 0,003 7534956,686 0,003 0,004 M0004 428490,848 0,002 7534477,598 0,003 0,004 M0005 427978,430 0,003 7534986,458 0,004 0,005 M0006 427716,681 0,003 7533644,696 0,003 0,004 M0007 428783,918 0,003 7533374,489 0,003 0,004

2

M0008 429879,961 0,003 7532678,992 0,003 0,004 M0006 427716,764 0,001 7533644,688 0,003 0,003 M0007 428783,982 0,002 7533374,496 0,003 0,004 M0008 429880,018 0,003 7532678,968 0,004 0,005 M0009 428799,047 0,003 7531793,619 0,003 0,004

3

M0010 427650,272 0,002 7532636,398 0,003 0,004

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

89

3.2.5 Levantamento dos vértices limítrofes por técnicas convencionais

A Norma Técnica do INCRA, na seção 4.5.1, estabelece que a

poligonal para fins topográficos deverá partir e chegar em pontos distintos da poligonal

geodésica de apoio. A precisão dos pontos a ser atingida nesse caso, é definida na Tabela 1 da

mesma Norma Técnica e pertence à Classe P2 que deve ser de 0,20 m a 1σ (68,7% de

probabilidade). No levantamento de cantos de parcelas ou elementos definidores de imóveis

rurais poderá utilizar-se de medidas estadimétricas de distância em seu desenvolvimento e

irradiações (INCRA 2003).

Sendo assim, fica claro que é necessário realizar o ajustamento da

poligonal topográfica com posterior obtenção da precisão das coordenadas dos vértices,

entretanto os programas comerciais de topografia realizam o ajustamento, porém não mostra

os valores dos desvios padrão oriundo desse cálculo.

No trabalho foi utilizado o programa TopoGRAPH 98 SE,

desenvolvido pela empresa Char *Pointer Informática, este programa realiza o ajustamento da

poligonal utilizando-se do método dos mínimos quadrados, porém, ao final, quando gera o

relatório com os resultados dos cálculos da poligonal topográfica não mostra a precisão de

cada uma das coordenadas ajustadas.

Os levantamentos dos vértices limítrofes das áreas foram executados

utilizando-se de duas técnicas topográficas, poligonação e dupla irradiação, ambas com uso da

Estação Total SOKKIA SET2100. Para cada uma das áreas, foi analisada qual seria a técnica

mais viável, ou seja, a que se utilizaria menor tempo em campo e que mantivesse a qualidade

do levantamento, já que o resultado final deste levantamento deve estar dentro da Norma

Técnica do INCRA.

A poligonação consistiu em percorrer todos os vértices limitantes da

propriedade, medindo ângulos e distâncias dos alinhamentos que compõem tal imóvel,

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

90

iniciando e terminando em vértices distintos e cujas coordenadas são conhecidas. Esta técnica

foi utilizada na determinação das coordenadas dos vértices limítrofes da Área 3.

No levantamento da Área 1 e 2 utilizou-se a técnica denominada dupla

irradiação, que consiste em realizar uma poligonal de apoio acompanhando o desenvolvimento

da propriedade, e a partir de dois pontos desta poligonal irradia-se, através de observações de

ângulos e distâncias, os vértices limítrofes que definem o perímetro do imóvel , ver Figura 20.

Após os levantamentos, os dados levantados com a Estação Total

SOKKIA SET2100 foram descarregados no programa TopoGRAPH 98 SE.

Figura 20 – Método de dupla irradiação utilizando estação total na Área 1 Fonte: MARQUES al., 2005

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

91

Iniciou-se o cálculo das poligonais indicando a seqüência da poligonal

a calcular, bem como as estações de referências e as tolerâncias, as quais devem obedecer às

especificações da Norma Técnica do INCRA. Esse programa ajusta a poligonal topográfica,

porém não mostra as precisões dos pontos, enquanto que as irradiações são simplesmente

calculadas e, considerando que o levantamento foi realizado utilizando-se o método da dupla

irradiação dos vértices, são obtidas duas coordenadas para cada vértice irradiado. Uma solução

para esse problema é estimar o valor para as coordenadas de cada vértice a partir da média

aritmética simples, mas ainda fica faltando à precisão dos pontos.

Como resultado obtiveram-se os perímetros e os erros de fechamento

do cálculo das coordenadas de cada vértice das Áreas 1, 2 e 3, os quais podem ser observados

nas Tabelas 16, 18 e 20, respectivamente. As coordenadas ajustadas no programa

TopoGRAPH das Áreas 1, 2 e 3 estão descritas nas Tabelas 17, 20 e 21, respectivamente.

Tabela 16 – Informações do processamento da poligonal da Área 1 – dupla irradiação

Observados Compensados Perímetro 3.840,8884 m 3.839,3604 m

Erros Tolerâncias Angular 0°00'39" 0°01'44" (= 0°00'30"×N½) Relativo 1:28347 1:5000 Linear 0,1355 m

Eixo Norte 0,1354 m Eixo Este -0,0055 m

Altimétrico 0,897 m 0,098 m (= 50 mm × K½)

Tabela 17 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 1 - dupla irradiação

Ponto E (m) N (m) M0001 428016,781 7535960,304 M0002 429408,375 7535955,497 M0003 429271,834 7534956,685 M0004 428490,974 7534477,475 M0005 427978,507 7534986,353

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

92

Tabela 18 – Informações do processamento da poligonal da Área 2 – dupla irradiação

Observados Compensados Perímetro 3788,1546m 3786,6527m

ERROS Tolerância Angular 0°00'52,0" 0°03'00,0" Relativo 1:55188 1:2000 Linear 0,0686m

Eixo Norte -0,0206m Eixo Este -0,0655m

Altimétrico 0,003m 0,292m Tabela 19 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 2 - dupla irradiação

Ponto E (m) N (m) M0003 429271,7303 7534956,6550 M0004 428490,8519 7534477,5917 M0005 427978,4366 7534986,4719 M0006 427716,6833 7533644,6770 M0007 428783,9302 7533374,5035 M0008 429879,9372 7532678,9278

Tabela 20 – Informações do processamento da poligonal da Área 3 – poligonação

Observados Compensados Perímetro 8118,2927m 8115,0635m

ERROS Tolerância Angular 0°00'37,7" 0°03'36,3" Relativo 1:107366 1:2000 Linear 0,0756m

Eixo Norte -0,0748m Eixo Este 0,0111m

Altimétrico 0,101m 0,427m Tabela 21 – Coordenadas ajustadas dos vértices da Área 3 - método de poligonação

Ponto E (m) N (m) M0006 427716,4540 7533644,6263 M0007 428783,7584 7533374,6416 M0008 429879,9570 7532679,3415 M0009 428799,2398 7531793,7158 M0010 427650,4294 7532636,3026

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

93

3.2.6 Levantamento dos vértices limítrofes a partir da integração de técnicas GPS e

topografia

Este levantamento, integração GPS e topografia, onde se faz uso de

dois diferentes equipamentos, o receptor GPS e a estação total, foi executado na Área 2,

conforme pode ser observado na Figura 21. Para isso, simulou-se que os vértices M0003,

M0004 e M0005 não poderiam ser determinados utilizando-se da técnica GPS; como exemplo

pode-se supor que estes vértices estão localizados em área de vegetação abundante (área de

preservação permanente). Desta forma, os vértices M0006, M0007 e M0008 serão

determinados utilizando-se do sistema GPS, enquanto os vértices M0003, M0004 e M0005

serão determinados utilizando-se de técnica convencional a partir do uso de estação total.

Figura 21 – Área 2 utilizada para a integração GPS/topografia Fonte: MARQUES et al., 2005

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

94

3.2.6.1 Levantamento utilizando-se da técnica convencional

Com a estação total SOKKIA SET 2100, partiu-se do vértice de apoio

básico A0005, determinado a partir do transporte direto (receptor GPS Ashtech ZXII), com ré

no vértice de apoio básico A0006, e utilizando-se do método de poligonação fez-se o

caminhamento pelos pontos P1, P2, P3, P4, P5 e P6 fechando a poligonal com vante no vértice

M0006. A partir dos pontos da poligonal, foram executadas duplas irradiações para os vértices

limítrofes M0003, M0004 e M0005, com o objetivo de determinar as suas coordenadas. No

método de dupla irradiação cada vértice limítrofe da propriedade é irradiado a partir de dois

pontos distintos. Realizou-se este método com o intuito de se ter controle de qualidade do

levantamento, uma vez que na simples irradiação tal controle não é possível (MONICO;

SILVA, 2003). Além disso, este procedimento oferece redundância sendo possível realizar o

ajustamento, conforme pode ser visto na Figura 22.

Todas as Leituras angulares e lineares foram realizadas duas vezes em

CE (Círculo a Esquerda) e CD (Círculo a Direita), conforme estabelece a Norma Técnica.

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

95

Figura 22 – Poligonal topográfica para determinar as coordenadas dos vértices limítrofes Fonte: MARQUES et al., 2005

3.2.6.2 Levantamento utilizando-se a técnica GPS

As linhas de base relativas aos vértices P6, M0006, M0007, M0008 e

A0006 foram levantadas com um par de receptores GPS TRIMBLE 4600 LS de simples

freqüência, utilizando-se do método de poligonação, onde cada vértice que delimita a

propriedade foi ocupado sucessivamente, dois a dois, a partir do ponto P6 até o vértice A0006,

conforme pode ser visto na Figura 23. A linha de base P6 – M0006 foi necessária ser

rastreada, visto que o ponto P6 não possuía coordenadas conhecidas, de modo que

impossibilitaria o cálculo de fechamento da poligonal executada a partir da técnica

convencional. As configurações estabelecidas nos receptores foram: tempo de coleta de trinta

minutos, taxa de coleta de 15 segundos, PDOP inferior a 6 e máscara de elevação de 15°.

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

96

Figura 23 - Vértices limítrofes determinados a partir da técnica GPS Fonte: MARQUES et al., 2005

3.2.6.3 Processamento dos dados da integração GPS e topografia

Antes de realizar o processamento dos dados obtidos a partir da técnica

convencional no programa TRIMBLE Geomatics Office – TGO procurou-se verificar se a

poligonal levantada atendia as tolerâncias de fechamento angular e linear estabelecida na

Tabela 10 da Norma Técnica do INCRA (2003).

Deste modo, os dados coletados na estação total foram descarregados

no programa TopoGRAPH 98SE e processados. Este programa processa dados oriundos

apenas de levantamentos executados por topografia. O resultado final do processamento da

poligonal topográfica pode ser visto na Tabela 22.

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

97

Tabela 22 – Resultados do processamento da poligonal topográfica

Observados Compensados Perímetro 1.696,2787 m 1.695,5995 m

Erros Tolerâncias Angular 0°00'44" 0°01'19" (= 0°00'30"×N½) Relativo 1:71.271 1:5000 Linear 0238 m

Eixo Norte 0016 m Eixo Este 0237 m

Altimétrico 0,382 m 0,65 m (= 50 mm × K½)

Pode-se verificar na Tabela 22 que o fechamento angular e linear da

poligonal efetuada na Área 2 atendeu plenamente os critérios estabelecidos na Norma Técnica.

Para se realizar a integração é necessário processar os dados oriundos

do GPS e da topografia simultaneamente, para isso utilizou-se o programa TRIMBLE

Geomatics Office – TGO.

Este programa processa dados levantados a partir de posicionamento

relativo estático, cinemático e estático rápido, nas portadoras L1 e/ou L1/L2, bem como a

integração entre dados de diversos outros sistemas (TRIMBLE, 2005).

São descarregados no programa TGO os dados coletados pelo GPS

(arquivos com extensão DAT ou RINEX) e os dados coletados pela Estação Total SET 2100

da Sokkia são importados a partir do programa escolhendo o tipo de arquivo apropriado, no

caso, Arquivos do coletor de dados Sokkia (*.sdr).

Os dados oriundos da estação total são tratados pelo programa TGO

como observações terrestres, enquanto que as observações (∆X, ∆Y e ∆Z) advindas do GPS

são convertidas para azimutes, diferença de altura e distâncias, o que torna a integração

GPS/topografia possível.

Com os dados inseridos no programa TGO, realizou-se o

processamento das linhas de base, bem como o ajustamento da rede geodésica. As

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

98

coordenadas e suas respectivas precisões em UTM (SAD-69) são apresentadas na Tabela 23.

Nesse caso, o ajustamento foi aceito no teste Qui-Quadrado a um nível de confiança de 95%,

não havendo a necessidade de multiplicação da MVC das observações por um escalar.

Tabela 23 – Coordenadas no sistema UTM - SAD69 da Área 2 obtidas a partir da integração

GPS/Topografia

Vértice E (m) σE(m) N (m) σN(m) Precisão Planimétrica (m)

M0003 429271,753 0,071 7534956,700 0,064 0,096

M0004 428490,868 0,046 7534477,686 0,035 0,058

M0005 427978,352 0,071 7534986,403 0,052 0,088

M0006 427716,700 0,005 7533644,689 0,067 0,067

M0007 428783,939 0,017 7533374,496 0,008 0,019

M0008 429879,996 0,056 7532679,010 0,054 0,078

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

99

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo foram realizadas as análises dos resultados e discussões

sobre todos os métodos de levantamentos utilizados no desenvolvimento desse trabalho

visando o georreferenciamento de imóveis rurais, e verificando se os mesmos atendem as

prescrições estabelecidas na Norma Técnica do INCRA.

Para isso, as discrepâncias entre as coordenadas dos vértices limítrofes

para cada método utilizado foram analisadas, bem como, a acurácia na determinação das

coordenadas dos vértices comuns aos imóveis contíguos para cada método.

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

100

4.1 Coordenadas dos vértices de apoio básico a partir de receptores de simples e dupla

freqüência

Como as coordenadas dos vértices de apoio foram determinadas a

partir de dois processos utilizando receptores GPS de simples freqüência e de dupla

freqüência, conforme estabelece a Norma Técnica, inicialmente foi realizada uma análise das

precisões obtidas após o ajustamento para cada um dos métodos de levantamento. Estas

comparações podem ser observadas na Tabela 24.

Tabela 24 – Precisões das coordenadas ajustadas dos vértices de apoio básico dos

levantamentos com GPS - dupla e simples freqüência

Pontos de apoio

Dupla Freqüência

Simples Freqüência Precisões Planimétricas (m)

σE(m) σN(m) σE(m) σN(m) Dupla Freqüência

Simples Freqüência

A0001 0,004 0,005 0,063 0,060 0,006 0,087

A0002 0,004 0,009 0,058 0,056 0,010 0,080

A0003 0,011 0,014 0,067 0,052 0,017 0,085

A0004 0,016 0,018 0,063 0,047 0,024 0,079

A0005 0,018 0,020 0,062 0,064 0,027 0,089

A0006 0,018 0,020 0,066 0,017 0,027 0,068

A Norma Técnica do INCRA estabelece que o valor da precisão para a

determinação do apoio básico é de +/- 0,100 m e como pode-se observar na Tabela 24, a

precisão planimétrica no transporte de coordenadas utilizando receptores de simples

freqüência alcançou o valor de 0,089 m, ou seja, próximo ao valor limite estabelecido pela

Norma. Uma possível explicação a esse fato pode estar relacionada com o número de lances

da poligonal GPS, que no caso foram seis, deste modo, à medida que se adiciona um lance no

transporte usando linhas de base, a precisão da poligonal pode se degradar devido à

propagação dos erros.

Page 115: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

101

No transporte direto, usando receptores de dupla freqüência, a pior

precisão planimétrica foi de 0,027 m, porém melhor do que o valor estabelecido na Norma

Técnica, que é de 0,100 m.

No transporte utilizando receptores de simples freqüência é necessário,

conforme Norma Técnica, que as linhas de base tenham distâncias de no máximo 20 km,

considerando que a ocupação mínima em cada linha de base foi de 30 minutos e acrescido do

deslocamento de um ponto para outro, isso resulta num tempo maior na execução do

levantamento, sendo desta forma, o transporte direto, utilizando receptores de dupla

freqüência, bem mais vantajoso, visto que o tempo de coleta mínimo em cada linha de base foi

de 240 minutos. Porém, em se tratando de custo, os receptores GPS de dupla freqüência são

mais caros que os receptores de simples freqüência.

A utilização de receptores de simples e dupla freqüência permite

realizar uma comparação entre as precisões obtidas após o ajustamento para cada um dos

métodos de levantamento, bem como, uma análise de consistência dos resultados.

A Tabela 25 apresenta as discrepâncias entre as coordenadas dos

vértices de apoio básico obtidos dos levantamentos com dupla freqüência e simples

freqüência.

Tabela 25 – Discrepâncias das coordenadas de apoio básico obtidas com GPS de dupla e

simples freqüência

Apoio Básico ∆E (m) ∆N (m) Resultante

Planimétrica (m) A0001 0,016 0,016 0,023A0002 0,027 -0,002 0,027 A0003 -0,021 -0,016 0,026 A0004 -0,008 -0,012 0,014 A0005 -0,008 -0,020 0,021 A0006 -0,015 -0,033 0,036 Média -0,002 -0,011 0,025Desvio 0,019 0,017 0,007

Page 116: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

102

Na Tabela 25 pode-se observar que as resultantes planimétricas das

discrepâncias das coordenadas estão próximas às precisões planimétricas obtidas com

receptores de dupla freqüência mostradas na Tabela 26. Isso demonstra que a opção de utilizar

um vértice de uma rede GPS ativa em conjunto com um vértice de uma rede GPS passiva é

uma solução viável, a qual não afeta a qualidade dos valores das coordenadas dos vértices,

bem como, este tipo de procedimento de campo não está previsto na Norma Técnica do

INCRA.

A Tabela 26 mostra as coordenadas dos vértices de apoio básico

determinado a partir de transporte direto, utilizando receptores GPS de dupla freqüência (L1 e

L2), que servirão como referência (coordenadas conhecidas) na determinação das coordenadas

dos vértices limítrofes das três áreas (Área 1, Área 2 e Área 3).

Tabela 26 – Coordenadas no sistema UTM-SAD-69 dos vértices de apoio básico

Área Base E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão Planimétrica (m)

A0001 428361,680 0,004 7535475,115 0,005 0,006 1 A0002 428829,642 0,004 7535436,800 0,009 0,010 A0005 428682,724 0,009 7534258,234 0,008 0,012 2 A0006 428917,558 0,018 7533681,256 0,020 0,027 A0003 428525,374 0,011 7532915,606 0,014 0,018 3 A0004 428357,338 0,016 7532650,057 0,018 0,024

A Tabela 26 resultou a partir de análises das precisões planimétricas

obtidas a partir de transporte direto com receptores GPS de dupla freqüência, os resultados

apresentaram melhor precisão comparados com os obtidos a partir do transporte com linhas de

base não superior a 20 km com receptores GPS de simples freqüência.

Page 117: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

103

4.2 Coordenadas dos vértices limítrofes obtidas a partir do posicionamento relativo

estático com GPS de simples freqüência

Inicialmente será feita uma análise dos resultados dos levantamentos,

que teve como finalidade determinar as coordenadas dos vértices limítrofes das três áreas

utilizando-se do posicionamento relativo estático com GPS TRIMBLE 4600 LS, a partir do

uso das metodologias de poligonação e de dupla irradiação.

Verificando a Tabela 8 observa-se que as coordenadas dos vértices

limítrofes levantados a partir do posicionamento relativo estático com GPS de simples

freqüência, utilizando a metodologia de poligonação, apresentou como pior resultado a

precisão de 0,013 m nos vértices M0002 e M0004, porém este valor comparado com o

prescrito na Norma Técnica do INCRA, que é de 0,500 m, atende plenamente o limite

estabelecido.

Na Tabela 10, onde observa-se as precisões das coordenadas dos

vértices limítrofes das três áreas obtidas a partir da metodologia de dupla irradiação, verifica-

se que o pior resultado encontrado foi de 0,050 m no vértice M0008 da Área 3, porém este

valor é dez vezes melhor que o limite estabelecido pela Norma Técnica.

A partir das Tabelas 8 e 10 serão analisadas as resultantes

planimétricas das discrepâncias entre as coordenadas dos vértices limítrofes e as resultantes

planimétricas da acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns, obtidas com o

posicionamento relativo estático, usando receptores GPS de simples freqüência, a partir das

metodologias de poligonação e dupla irradiação.

4.2.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Como cada uma das áreas teve suas coordenadas limítrofes

determinadas utilizando-se dois métodos de posicionamento relativo estático com GPS, dupla

irradiação e poligonação, foi possível realizar uma análise das discrepâncias das coordenadas

obtidas em cada área, conforme pode ser observado na Tabela 27.

Page 118: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

104

Tabela 27 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS a partir de poligonação e

dupla irradiação

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante

Planimétrica (m)

M0001 0,001 -0,012 0,012 M0002 -0,011 0,027 0,029 M0003 -0,015 0,028 0,031 M0004 -0,015 0,028 0,031

1

M0005 0,004 0,004 0,005 M0003 -0,007 0,003 0,007 M0004 0,001 0,000 0,001 M0005 0,001 0,005 0,005 M0006 -0,003 0,005 0,005 M0007 0,002 0,009 0,009

2

M0008 0,001 0,000 0,001 M0006 -0,028 0,038 0,050 M0007 -0,058 -0,048 0,075 M0008 -0,017 0,005 0,031 M0009 -0,021 0,118 0,120

3

M0010 0,145 -0,015 0,146 Média -0,001 0,012 0,035

Desvio Padrão 0,042 0,035 0,044

A partir da Tabela 27 pode-se observar que a resultante planimétrica

que atingiu a maior discrepância foi a de 0,146 m, no vértice M0010, da Área 3, sendo que a

resultante média foi de 0,035 m. No entanto, atendeu o estabelecido na Norma Técnica, que é

de no máximo 0,500 m.

Page 119: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

105

4.2.1.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns

Uma outra especificação da Norma Técnica é com relação à análise da

acurácia entre os vértices comuns das propriedades. Desta forma é apresentada na Tabela 28

às discrepâncias entre os vértices comuns das Áreas 1 e 2 e das Áreas 2 e 3 utilizando-se a

metodologia de dupla irradiação e na Tabela 29 as discrepâncias entre os vértices comuns das

Áreas 1 e 2 e das Áreas 2 e 3 utilizando-se a metodologia de poligonação. Em ambas tabelas

consideraram-se como as coordenadas certificadas ou verdadeiras as referentes à Área 2.

Tabela 28 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando-se o método de

dupla irradiação por GPS

Técnica Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,054 -0,001 0,054 M0004 -0,052 0,001 0,052

01 e

02 M0005 -0,048 -0,010 0,049 M0006 0,001 -0,012 0,012 M0007 -0,037 -0,105 0,112

Dup

la

Irra

diaç

ão

02 e

03 M0008 0,014 -0,018 0,023 Média -0,029 -0,024 0,050

Desvio Padrão 0,029 0,040 0,035

Page 120: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

106

Tabela 29 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando o método de

poligonação por GPS

Técnica Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,033 -0,026 0,042 M0004 -0,036 -0,028 0,046

01 e

02 M0005 -0,048 -0,005 0,048 M0006 0,025 -0,049 0,055 M0007 0,024 -0,048 0,054 Po

ligon

ação

02 e 03 M0008 0,032 -0,044 0,054 Média -0,006 0,033 0,050

Desvio Padrão 0,037 0,017 0,005

Analisando as Tabelas 28 e 29 nota-se que a pior resultante

planimétrica, ou seja, a maior diferença de coordenadas entre dois vértices comuns, ocorreu no

vértice M0007, de 0,112 m, executado através do método de dupla irradiação com GPS, entre

as Áreas 2 e 3, porém, esta resultante não apresenta valor superior ao valor estabelecido na

Norma Técnica, que é de 0,500 m.

Observa-se também que a resultante planimétrica média das duas

metodologias, dupla irradiação e poligonação, apresentou o mesmo valor, de 0,050 m. Isto

demonstra que as duas metodologias podem ser utilizadas sem que haja inconsistência nos

valores das coordenadas dos vértices limítrofes. É importante aqui uma análise do

custo/benefício. O processo de poligonação acarreta menores custos na coleta de dados em

campo. Já a dupla irradiação poderia ter um custo menor de levantamento, caso três receptores

GPS pudessem ser utilizados; desses, dois seriam utilizados nos vértices de apoio básico de

coordenadas conhecidas.

Tecnicamente, o método de dupla irradiação apresenta melhor

confiabilidade no ajustamento da rede, enquanto o de poligonação apresenta menor

redundância em comparação com o de dupla irradiação (MONICO; SILVA, 2003).

Page 121: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

107

Desta forma, para as próximas análises serão consideradas como

verdadeiras ou certificadas, conforme Norma Técnica do INCRA, as coordenadas dos vértices

limítrofes obtidas a partir do posicionamento relativo estático utilizando o método de dupla

irradiação. As coordenadas e precisões podem ser observadas na Tabela 30.

Tabela 30 – Coordenadas UTM - SAD-69 determinados por GPS/dupla irradiação

Área Vértices E (m) σE (m) N (m) σN (m) Precisão

Planimétrica (m)

M0001 428016,879 0,009 7535960,302 0,010 0,013 M0002 429408,302 0,024 7535955,407 0,020 0,031 M0003 429271,771 0,007 7534956,682 0,007 0,010 M0004 428490,902 0,008 7534477,588 0,009 0,012

1

M0005 427978,485 0,007 7534986,464 0,006 0,009 M0003 429271,718 0,004 7534956,681 0,004 0,006 M0004 428490,850 0,003 7534477,588 0,003 0,004 M0005 427978,437 0,003 7534986,454 0,003 0,004 M0006 427716,701 0,004 7533644,712 0,003 0,005 M0007 428783,919 0,003 7533374,491 0,002 0,004

2

M0008 429879,956 0,006 7532678,992 0,007 0,009 M0006 427716,701 0,020 7533644,724 0,020 0,038 M0007 428783,956 0,018 7533374,596 0,015 0,023 M0008 429879,942 0,022 7532679,010 0,027 0,050 M0009 428799,044 0,032 7531793,518 0,022 0,039

3

M0010 427650,280 0,012 7532636,430 0,023 0,026

4.2.1.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns entre as

metodologias de dupla irradiação e a poligonação

Considerando que as coordenadas dos vértices limítrofes da Área 2,

obtidas a partir do posicionamento relativo estático utilizando a metodologia de dupla

irradiação são as certificadas, a Tabela 31 apresenta uma análise da acurácia entre os vértices

comuns da Área 2 com os da Área 1 e 3 obtidas a partir da metodologia de poligonação.

Page 122: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

108

Tabela 31 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando o método de dupla

irradiação e poligonação por GPS

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,039 -0,029 0,048 M0004 -0,037 -0,028 0,046

01 e

02 M0005 -0,048 -0,010 0,049 M0006 0,028 -0,054 0,061 M0007 0,058 -0,057 0,081

02 e 03 M0008 0,031 -0,044 0,054

Média -0,011 -0,037 0,057 Desvio Padrão 0,045 0,018 0,013

Analisando a Tabela 31 verifica-se a resultante planimétrica média foi

de 0,057 m, valor próximo aos verificados nas Tabelas 29 e 30, sendo a pior resultante a

verificada no vértice M0007 de 0,081 m, porém muito melhor que o determinado na Norma.

4.2.2 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e

estático rápido

Primeiramente, uma análise dos resultados do levantamento

utilizando-se do posicionamento relativo estático rápido, cujas coordenadas foram obtidas a

partir do receptor GPS TRIMBLE 4600 LS, com tempo de coleta de 5 minutos, será realizada.

Analisando a Tabela 12, verifica-se que as piores precisões

planimétricas ocorreram nos vértices M0003 de 0,191 m, M0004 de 0,171 m e no M0008 de

0,148 m. Porém, os valores destas precisões são inferiores a precisão estabelecida na Norma

Técnica do INCRA; contudo, estes três vértices não apresentaram no resultado do

processamento solução fix, ou seja, não foi possível a resolução das ambigüidades inteiras,

portanto este tipo de resultado não é aceito, conforme prescreve a Norma.

Page 123: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

109

Neste método o tempo de coleta de dados com o receptor GPS foi de 5

minutos em cada vértice e o levantamento executado apenas na Área 2.

4.2.2.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 32 observa-se as discrepâncias das coordenadas dos vértices

limítrofes obtidas com o receptor GPS TRIMBLE 4600 LS a partir do posicionamento relativo

estático por dupla irradiação e estático rápido.

Tabela 32 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e estático

rápido

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,345 0,164 0,382 M0004 0,012 -0,042 0,044 M0005 -0,007 -0,002 0,007 M0006 0,002 -0,011 0,011 M0007 -0,003 -0,007 0,008

02

M0008 0,067 0,073 0,099 Média -0,046 0,029 0,092

Desvio Padrão 0,149 0,076 0,146

Analisando a Tabela 32 verifica-se que as resultantes planimétricas

apresentam seus valores dentro do estabelecido pela Norma Técnica, ou seja, não

ultrapassaram o valor de 0,500 m, porém o vértice M0003 apresentou uma resultante de

0,382m, valor este já próximo ao limite estabelecido. Este é o vértice que não apresentou

solução fix no processamento dos dados e que teve um alto valor na precisão planimétrica

(0,191 m).

Page 124: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

110

4.2.2.2 Acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes comuns

A Tabela 33 apresenta a acurácia entre as coordenadas dos vértices

limítrofes comuns das Áreas 1 e 2 e das Áreas 2 e 3; neste caso, como o método de

posicionamento estático rápido foi executado apenas na Área 2, considerou-se como as

coordenadas certificadas ou verdadeiras, as obtidas a partir do posicionamento relativo

estático utilizando a metodologia de dupla irradiação nas Áreas 1 e 3.

Tabela 33 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns utilizando-se os métodos de

dupla irradiação (Áreas 1 e 3) e estático rápido por GPS

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 0,292 -0,165 0,335 M0004 -0,064 0,042 0,077

1 e 2 M0005 -0,041 -0,008 0,042 M0006 -0,002 -0,001 0,002 M0007 -0,034 -0,098 0,104

2 e 3 M0008 -0,053 -0,091 0,105 Média 0,016 -0,055 0,111

Desvio Padrão 0,137 0,077 0,117

Verifica-se que a resultante planimétrica média foi de 0,111 m, sendo a

pior resultante a do vértice M0003 de 0,335 m, porém menor que o determinado pela Norma

Técnica, que é de 0,500 m.

Desta forma, analisando o método de posicionamento relativo estático

rápido, pode-se verificar no resultado do processamento que três vértices limítrofes tiveram

solução float, isso possivelmente tenha ocorrido em virtude do tempo de coleta de dados GPS

em cada vértice, não ter sido suficiente para a solução das ambigüidades. Neste caso, o

trabalho de coleta deveria ser refeito, pois a Norma Técnica não contempla este tipo de

solução para linhas de base inferiores a 20 km. Porém, mesmo não atendendo a Norma,

prosseguiu-se com as análises.

Page 125: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

111

Pode-se concluir que os valores das resultantes planimétricas, oriundas

da análise da discrepância e da acurácia dos vértices limítrofes atenderam ao valor

estabelecido na Norma Técnica, porém verifica-se que os valores das resultantes encontrados

são superiores se comparados a outros métodos de levantamentos.

4.2.3 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e

cinemático com GPS Ashtech Reliance

Inicialmente será feita uma análise dos resultados obtidos nas

coordenadas dos vértices limítrofes e suas respectivas precisões, oriundas do posicionamento

relativo cinemático utilizando o receptor GPS Ashtech Reliance.

Analisando a Tabela 13, verifica-se que as precisões planimétricas das

coordenadas dos vértices limítrofes com tempo de coleta de 5 minutos apresentaram valores

bastante semelhantes e satisfatórios, atendendo o valor estabelecido pela Norma Técnica do

INCRA.

4.2.3.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 34 foram realizadas análises das discrepâncias entre as

coordenadas obtidas pelo posicionamento relativo estático utilizando a metodologia de dupla

irradiação a partir do uso do receptor GPS TRIMBLE 4600 LS e do posicionamento relativo

cinemático utilizando o receptor GPS Ashtech Reliance, com tempo de coleta de 5 minutos em

cada vértice nas três áreas.

Page 126: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

112

Tabela 34 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e pelo

método cinemático

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0001 0,240 0,129 0,272 M0002 0,220 0,579 0,619 M0003 0,003 -0,014 0,015 M0004 0,010 -0,009 0,014

1

M0005 0,005 0,001 0,006 M0003 -0,006 -0,014 0,015 M0004 -0,010 -0,001 0,010 M0005 -0,002 -0,015 0,015 M0006 -0,012 -0,005 0,013 M0007 -0,021 -0,029 0,035

2

M0008 0,009 0,004 0,011 M0006 0,004 0,002 0,004 M0007 0,042 0,077 0,088 M0008 -0,018 0,019 0,027 M0009 0,053 -0,155 0,163

3

M0010 -0,390 -0,070 0,397 Média 0,008 -0,031 0,107

Desvio Padrão 0,132 0,158 0,177

Analisando a Tabela 34, observa-se que a resultante planimétrica

média de 0,107 m atende a precisão estabelecida na Norma Técnica do INCRA, porém ao

realizar uma análise separadamente, verifica-se que o vértice M0002 na Área 1 apresentou

uma discrepância de 0,619 m, superior ao que prescreve a Norma, ou seja, de 0,500 m. O

vértice M0002 está localizado próximo a uma plantação de eucaliptos, e considerando que o

tempo de coleta de dados GPS foi de 5 minutos, ou seja, pouco, levando-se em conta que

houve interferência nos sinais GPS, e conseqüentemente ter influenciado no momento do

processamento dos dados devido a não variação da geometria dos satélites.

Page 127: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

113

4.2.3.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns

Para realizar a análise da acurácia entre as coordenadas dos vértices

limítrofes comuns considerou-se as coordenadas da Área 2 como já certificadas pelo INCRA;

que são aquelas oriundas do posicionamento relativo estático por dupla irradiação. Já as

coordenadas dos vértices limítrofes comuns à Área 2, os vértices M0003, M0004 e M0005

pertencentes a Área 1 e M0006, M0007 e M0008 pertencentes a Área 3 foram determinadas a

partir do posicionamento relativo cinemático utilizando o receptor GPS Ashtech Reliance,

conforme pode ser observado na Tabela 35.

Tabela 35 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns da Área 02 (dupla irradiação

por GPS) e Áreas 01 e 03 (cinemático)

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,050 -0,015 0,052 M0004 -0,042 -0,009 0,043

1 e 2 M0005 -0,043 -0,009 0,044 M0006 0,004 -0,010 0,011 M0007 0,005 -0,027 0,028

2 e 3 M0008 -0,004 0,001 0,004 Média -0,022 -0,012 0,030

Desvio Padrão 0,026 0,009 0,019

Verificando os valores das resultantes planimétricas da Tabela 35

observa-se que não apresentam discrepâncias superiores ao valor estabelecido na Norma

Técnica do INCRA, de 0,500 m.

Page 128: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

114

4.2.4 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e

cinemático com GPS Pathfinder Pro XR

Inicialmente uma análise dos resultados do levantamento utilizando o

posicionamento relativo cinemático com o uso do receptor GPS Pathfinder Pro XR será

realizada.

Verifica-se na Tabela 14 que para todos os vértices limítrofes os

valores das precisões planimétricas não ultrapassaram o valor de 0,500 m, estabelecido pela

Norma Técnica. Entretanto, observa-se que os valores das precisões planimétricas foram

piores em comparação com os levantamentos executados anteriormente.

Quando considerou-se como estação base (de coordenadas conhecidas)

os vértices de apoio básico das três áreas (A0002, A0003 e A0006), o valor médio da precisão

planimétrica das coordenadas dos vértices limítrofes foi de 0,20 m, e quando considerou-se

como estação base (de coordenadas conhecidas) o vértice da rede ativa Quatá, o valor médio

da precisão planimétrica das coordenadas dos vértices limítrofes foi de 0,273 m; entretanto,

estes valores são inferiores ao especificado na Norma Técnica do INCRA.

Porém, é importante salientar que nesse caso, utilizou-se apenas um

dos vértices de apoio básico de cada área, portanto, não houve redundância nas observações e

a precisão apresentada é a proporcionada pelo próprio GPS.

4.2.4.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 36 foram realizadas análises das discrepâncias entre as

coordenadas obtidas pelo posicionamento relativo estático utilizando a metodologia de dupla

irradiação a partir do uso do receptor GPS TRIMBLE 4600 LS e do posicionamento relativo

Page 129: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

115

cinemático utilizando o receptor GPS Pathfinder Pro XR, com tempo de coleta de 2 minutos

em cada vértice nas três áreas e tomando como estações de referência, durante o

processamento, os vértices de apoio básico.

Tabela 36– Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e cinemático

usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base nos vértices de apoio básico

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0001 0,273 -0,325 0,424 M0002 -0,002 -0,324 0,324 M0003 -0,091 0,113 0,145 M0004 0,141 0,308 0,339

01 (2 min)

M0005 -0,251 -0,577 0,629 M0003 0,169 -0,110 0,202 M0004 -0,340 0,105 0,356 M0005 0,055 0,120 0,132 M0006 -0,314 -0,077 0,323 M0007 0,039 -0,145 0,150

02 (2 min)

M0008 0,285 -0,226 0,364 M0006 0,372 -0,032 0,373 M0007 0,195 -0,107 0,222 M0008 0,003 -0,235 0,235 M0009 0,316 -0,297 0,434

03 (2 min)

M0010 0,048 -0,249 0,254 Média 0,056 -0,129 0,307

Desvio Padrão 0,219 0,219 0,130

Analisando a Tabela 36 verifica-se o vértice M0005 da Área 1 teve

uma resultante planimétrica de 0,629 m, valor este que ultrapassa o estabelecido pela Norma

Técnica. Este vértice encontra-se monumentalizado em um local plano e onde não há

possibilidade de interferência nos sinais GPS. Verificando as demais resultantes planimétricas

observa-se que os valores foram inferiores à precisão de 0,500 m, conforme prescrito na

Norma. Portanto, a resultante de 0,629 m, mostra a fragilidade do método ao se realizar

observações por simples irradiação, ou seja, observações sem redundância; deste modo não foi

Page 130: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

116

possível realizar o ajustamento das linhas de base, sendo necessário considerar apenas os

resultados provenientes do processamento dos dados proporcionado pelo programa GPS.

A Tabela 37 mostra as discrepâncias das coordenadas dos vértices

limítrofes, apenas para a Área 1, obtidas com o receptor GPS TRIMBLE 4600 LS a partir do

posicionamento relativo estático por dupla irradiação e cinemático com GPS Pathfinder Pro

XR, tomando como ponto de referência (coordenadas conhecidas), durante o processamento, a

estação Quatá.

Tabela 37 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com ponto base na estação Quatá

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0001 0,441 -0,012 0,441 M0002 0,344 -0,270 0,437 M0003 0,322 0,140 0,351 M0004 0,175 0,017 0,176

01

Quatá (2 min)

M0005 0,078 -0,046 0,091 Média 0,272 -0,034 0,299

Desvio Padrão 0,144 0,149 0,158

Analisando a Tabela 37 verifica-se que todas as resultantes

planimétricas estão dentro do estabelecido pela Norma Técnica, que é de 0,500 m. Inclusive,

observa-se que o vértice M0005 teve o menor valor de resultante planimétrica, de 0,091 m

enquanto que na Tabela 36 teve o pior valor de 0,629 m. Portanto, observações que não

apresentam redundância de dados, as coordenadas dos vértices não mostram confiabilidade.

Page 131: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

117

4.2.4.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns

A Tabela 38 mostra a análise da acurácia entre os vértices limítrofes

comuns, que são as coordenadas dos vértices da Área 2, obtidas a partir do posicionamento

relativo estático utilizando a metodologia de dupla irradiação, consideradas as certificadas, e

os as coordenadas dos vértices das Áreas 1 e 3 obtidas a partir do posicionamento relativo

cinemático utilizando o receptor GPS Pathfinder Pro XR, com tempo de coleta de 2 minutos

em cada vértice e tomando como estações de referência (coordenadas conhecidas), durante o

processamento, os vértices de apoio básico.

Tabela 38 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base nos vértices de

apoio básico das Áreas 1 e 3

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,144 0,112 0,182 M0004 0,089 0,308 0,321 1 e 2

(2 min) M0005 -0,299 -0,587 0,659 M0006 0,372 -0,044 0,375 M0007 0,158 -0,212 0,264 2 e 3

(2 min) M0008 0,017 -0,253 0,254 Média 0,032 -0,113 0,343

Desvio Padrão 0,235 0,312 0,168

Analisando a Tabela 38 verifica-se que o vértice M0005, cujo valor da

resultante planimétrica foi de 0,659 m, não atende o estabelecido na Norma Técnica. As

demais discrepâncias estão de acordo com o determinado pela Norma.

Com os resultados obtidos a partir deste método, o INCRA não

certificaria o imóvel denominado Área 1. Desta forma, o profissional credenciado deveria

refazer o trabalho de campo no sentido de corrigir os erros de suas determinações ou

comprovar um eventual erro nas coordenadas já certificadas da Área 2.

Page 132: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

118

A Tabela 39 mostra as resultantes oriundas da análise da acurácia

entre os vértices limítrofes comuns, que são as coordenadas dos vértices da Área 2, obtidas a

partir do posicionamento relativo estático utilizando a metodologia de dupla irradiação,

consideradas certificadas, e as coordenadas dos vértices da Área 1, obtidas a partir do

posicionamento relativo cinemático utilizando o receptor GPS Pathfinder Pro XR, com tempo

de coleta de 2 minutos em cada vértice e considerando como ponto de referência, durante o

processamento, a estação Quatá.

Tabela 39 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS Pathfinder Pro XR com estação base Quatá da Área 1

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,269 -0,139 0,303 M0004 -0,123 -0,017 0,124 1 e 2

(2 min) M0005 -0,030 0,056 0,064 Média -0,141 -0,033 0,164

Desvio Padrão 0,120 0,099 0,124

Verifica-se na Tabela 39 que o pior valor da resultante planimétrica

apresentou-se no vértice M0003, com 0,303 m, e a melhor no vértice M0005, com 0,064 m,

porém todos os valores são menores que o especificado na Norma Técnica de

Georreferenciamento do INCRA, ou seja, de 0,500 m,

4.2.5 Posicionamento relativo estático usando GPS por dupla irradiação e RTK

Inicialmente analisar-se-á os resultados obtidos nas coordenadas dos

vértices limítrofes determinadas a partir do posicionamento relativo cinemático utilizando o

método RTK com os receptores GPS R7 e R8 da TRIMBLE, com tempo de coleta de 1 minuto

em cada vértice limítrofe.

Analisando a Tabela 15 verifica-se que as coordenadas dos vértices

limítrofes levantados a partir do sistema RTK apresentaram uma precisão planimétrica média

Page 133: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

119

de 0,005 m, tendo como pior resultado a precisão de 0,010 m, no vértice M0002 na Área 2.

Pode-se observar que as precisões planimétricas apresentam valores muito inferiores ao

prescrito na Norma Técnica, que é de 0,500 m.

4.2.5.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 40 foram realizadas análises das discrepâncias entre as

coordenadas obtidas pelo posicionamento relativo estático utilizando a metodologia de dupla

irradiação a partir do uso do receptor GPS TRIMBLE 4600 LS e do posicionamento relativo

cinemático utilizando o método RTK com os receptores GPS R7 e R8 da TRIMBLE.

Tabela 40 – Discrepância entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação e cinemático

usando GPS RTK

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0001 0,001 0,008 0,008 M0002 0,012 -0,017 0,021 M0003 0,001 0,001 0,001 M0004 0,002 0,018 0,018

1

M0005 0,001 0,003 0,003 M0003 -0,006 -0,005 0,008 M0004 0,002 -0,010 0,010 M0005 0,007 -0,004 0,008 M0006 0,020 0,016 0,026 M0007 0,001 0,002 0,002

2

M0008 -0,005 0,000 0,005 M0006 -0,063 0,036 0,073 M0007 -0,026 0,100 0,103 M0008 -0,076 0,042 0,087 M0009 -0,003 -0,101 0,101

3

M0010 0,008 0,032 0,033 Média -0,008 0,008 0,032

Desvio Padrão 0,026 0,040 0,037

Page 134: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

120

Analisando as discrepâncias da Tabela 40 verifica-se que a resultante

planimétrica média foi de 0,032 m, sendo o pior resultante no vértice M0007, da Área 3, de

0,103 m, e o melhor no vértice M0003, da Área 1, de 0,001 m, portanto, valores estes que,

comparados ao estabelecido na Norma Técnica do INCRA, que é de 0,500 m, atendem

plenamente.

4.2.5.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns

A análise da acurácia entre as coordenadas dos vértices limítrofes

comuns dos vértices da Área 2, consideradas já certificadas pelo INCRA; e oriundas do

posicionamento relativo estático por dupla irradiação, e os vértices das Áreas 1 e 3,

provenientes do posicionamento relativo cinemático utilizando o método RTK pode ser

visualizados na Tabela 41.

Tabela 41 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e

cinemático usando GPS RTK das Áreas 1 e 3

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,052 0,000 0,052 M0004 -0,050 0,018 0,053

1 e 2 M0005 -0,047 -0,007 0,048 M0006 -0,063 0,024 0,067 M0007 -0,063 -0,005 0,063

2 e 3 M0008 -0,062 0,024 0,066 Média -0,056 0,009 0,058

Desvio Padrão 0,007 0,015 0,008

Verifica-se na Tabela 41 que o maior valor da resultante planimétrica

foi de 0,067 m, no vértice M0006 e o menor de 0,048 m, sendo a resultante média de 0,058 m,

podendo considerar que este valor é praticamente dez vezes melhor que o prescrito na Norma

Técnica, que é de 0,500 m.

Page 135: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

121

4.2.6 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e

técnicas convencionais

Inicialmente será feita uma análise dos erros de fechamento das

poligonais nas três áreas determinadas a partir de técnicas convencionais, utilizando-se dos

métodos de poligonação e dupla irradiação, com o uso da estação total SOKKIA SET 2100.

Analisando os resultados obtidos nas Tabelas 16, 18 e 20, verifica-se

que os erros angular e linear são menores que as tolerâncias especificadas na Norma Técnica,

desta forma, as coordenadas dos vértices limítrofes das três áreas podem ser submetidas para

análises.

4.2.6.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 42 foram analisadas as discrepâncias entre as coordenadas

dos vértices limítrofes obtidas a partir do posicionamento relativo estático utilizando GPS por

dupla irradiação e as obtidas por técnicas convencionais com estação total, método este pouco

utilizado no georreferenciamento de imóveis rurais em decorrência do tempo de execução do

levantamento e dos custos envolvidos para a sua realização.

Page 136: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

122

Tabela 42 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas pelo método de dupla irradiação por

GPS e técnicas convencionais por estação total

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0001 0,098 -0,002 0,098 M0002 -0,073 -0,090 0,116 M0003 -0,063 -0,003 0,063 M0004 -0,072 0,113 0,134

1

M0005 -0,022 0,111 0,113 M0003 -0,012 0,026 0,029 M0004 -0,002 -0,004 0,004 M0005 0,000 -0,018 0,018 M0006 0,018 0,035 0,039 M0007 -0,011 -0,013 0,017

2

M0008 0,019 0,064 0,067 M0006 0,247 0,098 0,266 M0007 0,198 -0,046 0,203 M0008 -0,015 -0,332 0,332 M0009 -0,196 -0,198 0,279

3

M0010 -0,149 0,127 0,196 Média -0,002 -0,008 0,123

Desvio Padrão 0,111 0,120 0,103

Observando os valores das resultantes planimétricas na Tabela 42

verifica-se que o maior valor encontrado foi no vértice M0008 na Área 03, de 0,332 m, e a

resultante média foi de 0,123 m, discrepâncias estas inferiores a 0,500 m, valor estabelecido

na Norma Técnica do INCRA.

4.2.6.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns

Para realizar a análise da acurácia entre as coordenadas dos vértices

comuns, adotou-se as coordenadas da Área 2; oriundas do posicionamento relativo estático

com GPS por dupla irradiação, como as verdadeiras. Já as coordenadas dos vértices limítrofes

comuns à Área 2, os vértices M0003, M0004 e M0005, pertencentes à Área 1 e M0006,

Page 137: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

123

M0007 e M0008, pertencentes à Área 3, foram determinadas a partir de técnicas

convencionais utilizando-se da estação total SOKKIA SET 2100, conforme pode ser

observado na Tabela 43.

Tabela 43 – Acurácia entre as coordenadas obtidas por GPS/dupla irradiação da Área 2 e por

técnicas convencionais com estação total das Áreas 1 e 3

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 -0,116 -0,004 0,116 M0004 -0,124 0,113 0,168

1 e 2 M0005 -0,070 0,101 0,123 M0006 0,247 0,086 0,262 M0007 0,161 -0,151 0,221

2 e 3 M0008 -0,001 -0,350 0,350 Média 0,016 -0,034 0,207

Desvio Padrão 0,154 0,184 0,090

Analisando os resultados da Tabela 43 verifica-se que a pior resultante

planimétrica deu-se no vértice M0008, com 0,350 m, enquanto a melhor resultante deu-se no

vértice M0003, com 0,116 m, sendo a resultante média de 0,207 m. Estas discrepâncias

quando comparadas com o valor de 0,500 m, estabelecido pela Norma Técnica do INCRA,

atendem a verificação da acurácia.

Realizar o georreferenciamento de um imóvel rural utilizando-se de

técnicas convencionais, além de ser um processo demorado em sua execução e de custo

elevado, há outras variáveis envolvidas, como a má centragem no ponto, erro de pontaria,

bolha desretificada, etc. que podem ocasionar erros nas coordenadas dos vértices de um

imóvel.

Page 138: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

124

4.2.7 Posicionamento relativo estático utilizando GPS por dupla irradiação e

integração GPS/topografia

Primeiramente uma análise dos resultados obtidos a partir da

integração do posicionamento relativo estático com GPS TRIMBLE 4600 LS usando o

método de poligonação e de técnicas convencionais com estação total SOKKIA SET 2100

usando o método de poligonação será feita. Este processo de integração foi executado apenas

na Área 2.

Analisando a Tabela 23 verifica-se que o pior valor em termos de

precisão planimétrica foi para o vértice M0003, de 0,096 m e a melhor precisão para o vértice

M0007 com valor de 0,019 m; portanto, todos os valores das precisões referentes aos vértices

limítrofes da Área 2 são inferiores a 0,500 m, portanto atendem a precisão estabelecida pela

Norma Técnica.

4.2.7.1 Discrepância entre as coordenadas dos vértices limítrofes

Na Tabela 44 foram analisados os valores das discrepâncias entre as

coordenadas dos vértices limítrofes obtidas a partir do posicionamento GPS estático por dupla

irradiação e as obtidas a partir da integração GPS/topografia.

Tabela 44 – Discrepâncias entre as coordenadas obtidas pelo método de dupla irradiação por

GPS e a partir da integração GPS/topografia

Área Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 0,035 0,019 0,040 M0004 0,018 0,098 0,100 M0005 -0,085 -0,051 0,099 M0006 -0,001 -0,023 0,023 M0007 0,020 0,005 0,021

2

M0008 0,040 0,018 0,044 Média 0,005 0,011 0,055

Desvio Padrão 0,046 0,050 0,036

Page 139: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

125

A resultante planimétrica, como pode ser observada na Tabela 44, que

teve o pior valor foi no vértice M0004, de 0,100 m, enquanto que o melhor valor foi de

0,021m para o vértice M0007, valores estes inferiores ao prescrito na Norma Técnica, que é de

0,500m.

4.2.7.2 Acurácia entre as coordenadas de vértices limítrofes comuns

A Tabela 45 apresenta a acurácia entre as coordenadas dos vértices

limítrofes comuns das Áreas 1 e 2 e das Áreas 2 e 3; neste caso como o processo de integração

GPS/topografia foi executado apenas na Área 2, considerou-se como as coordenadas

certificadas ou verdadeiras, as obtidas a partir do posicionamento relativo estático utilizando a

metodologia de dupla irradiação nas Áreas 1 e 3.

Tabela 45 – Acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns obtidos do posicionamento

relativo estático com GPS por dupla irradiação (Áreas 1 e 3) e da integração

GPS/topografia (Área 2)

Áreas Vértice ∆E (m) ∆N (m) Resultante Planimétrica (m)

M0003 0,018 -0,018 0,025 M0004 0,034 -0,098 0,104

1 e 2 M0005 0,133 0,061 0,146 M0006 0,001 0,035 0,035 M0007 0,017 0,100 0,101

2 e 3 M0008 -0,054 0,000 0,054 Média 0,025 0,013 0,078

Desvio Padrão 0,061 0,069 0,047

Analisando a acurácia entre as coordenadas dos vértices comuns na

Tabela 45 verifica-se que a resultante planimétrica média foi de 0,078 m, sendo que o pior

valor foi para o vértice M0005, de 0,146 m, e o melhor valor para o vértice M0003, de

0,025m, portanto estes valores são menores que 0,500 m, valor este estabelecido pela Norma

Page 140: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

126

Técnica do INCRA, e desta forma, atendem a acurácia pretendida no georreferenciamento do

imóvel rural.

Page 141: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

127

5 CONCLUSÕES

Os processos usados no georreferenciamento de imóveis rurais,

empregados neste trabalho, tiveram como objetivos, identificar procedimentos e metodologias

de levantamentos utilizando-se de métodos de posicionamento relativo estático, estático

rápido, cinemático, a partir do sistema GPS, bem como, levantamentos utilizando-se de

técnicas convencionais, com o uso de estação total e o levantamento utilizando a integração de

dados GPS com topografia.

Para alcançar tais objetivos análises dos processamentos nos

levantamentos por GPS e técnicas convencionais, valores das precisões das coordenadas dos

vértices limítrofes, as discrepâncias entre as coordenadas dos vértices e a acurácia entre as

coordenadas de vértices comuns foram realizadas, e pode-se concluir que os resultados obtidos

a partir do uso do sistema GPS e por técnicas convencionais foram satisfatórios, alcançando

em quase todas as metodologias estudadas as precisões e discrepâncias exigidas na Norma

Técnica do INCRA, na qual se baseia este trabalho.

Page 142: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

128

No processo de determinação das coordenadas dos vértices de pontos

de apoio, duas metodologias de levantamento foram apresentadas: o transporte direto usando

receptores GPS de dupla freqüência (L1 e L2) e transporte com linhas de base não superior a

20 km usando receptores GPS de simples freqüência (L1). No transporte direto a precisão

atingida foi de 0,027 m, o que representa um resultado satisfatório se comparado com o

transporte por simples freqüência, cuja precisão foi de 0,089 m. Pode-se observar que o uso do

transporte direto se torna mais viável em razão da precisão fornecida pelo método, além do

que, o tempo de trabalho e os custos em campo na coleta de dados é menor; porém há que se

considerar que os preços dos receptores GPS de dupla freqüência é mais alto que os de

simples freqüência.

Na determinação das coordenadas dos vértices limítrofes foi possível

observar que o posicionamento relativo estático a partir do uso de receptor GPS de simples

freqüência, com tempo de coleta em cada vértice de no mínimo 20 minutos, é um

procedimento rigoroso, onde as ambigüidades são mais facilmente solucionadas no processo

de ajustamento, e apresentam ao seu final maior confiabilidade em seu resultado.

No posicionamento relativo estático, duas metodologias foram

apresentadas: poligonação e dupla irradiação. Outras possibilidades existem, vai depender dos

equipamentos disponíveis pelos usuários, no entanto é importante salientar, que os métodos

apresentados permitem um controle de qualidade do levantamento, pois apresentam

redundância, e dessa forma possibilita realizar o ajustamento.

Pelos resultados apresentados qualquer das metodologias, poligonação

ou dupla irradiação, poderiam ser usadas como certificadas ou verdadeiras, pois ambas

forneceram resultados que atenderam plenamente as especificações da Norma Técnica; porém

o método de dupla irradiação apresenta melhor confiabilidade no ajustamento da rede, e

conseqüentemente as coordenadas dos vértices obtidas após serem ajustadas oferecem melhor

qualidade.

Com relação ao método de posicionamento relativo estático rápido,

com tempo de coleta de 5 minutos, pode-se concluir que o receptor GPS TRIMBLE 4600 LS

Page 143: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

129

não é o mais indicado para realizar este tipo de procedimento, pois verificou-se nos resultados

do processamento que três vértices tiveram solução float, ou seja, não tiveram solucionado a

ambigüidade em virtude do reduzido tempo de coleta.

No método de posicionamento relativo cinemático utilizando o

receptor GPS Ashtech Reliance com tempo de coleta de 5 minutos, pode-se perceber que as

coordenadas dos vértices apresentaram valores de resultantes planimétricos aceitáveis,

inferiores ao estipulado na Norma Técnica. Desta forma, é um método que atende as

prescrições da Norma, desde que se tomem as devidas precauções em vértices que porventura

possa haver interferência nos sinais GPS, permanecendo por mais tempo na coleta de dados no

ponto.

Com relação ao posicionamento relativo cinemático, utilizando o

receptor GPS Pathfinder Pro XR da TRIMBLE, com tempo de coleta de 2 minutos por vértice,

pode-se concluir que as discrepâncias das coordenadas dos vértices atenderam o valor de

precisão estipulado pela Norma Técnica. Porém, é importante considerar que durante a coleta

de dados o receptor base ficou estacionado em apenas um dos vértices de apoio básico para

cada área, ou seja, os vértices limítrofes da área foram determinados por simples irradiação,

portanto sem redundância. Desta forma, deve o usuário estabelecer um processo de modo a

verificar a confiabilidade dos resultados.

No posicionamento relativo cinemático RTK com tempo de coleta de 1

minuto, utilizando os receptores R7 e R8 da TRIMBLE, verificou-se que as discrepâncias e a

acurácia entre as coordenadas limítrofes comuns tiveram valores satisfatórios quando

comparados com o estabelecido pela Norma Técnica, que é de 0,500 m. Pode-se concluir que

esse método, além de altamente preciso, é de fácil execução e de muita rapidez na coleta dos

dados de campo, porém uma grande desvantagem do método é o custo deste tipo de

equipamento.

Nos levantamentos por técnicas convencionais, utilizando estação

total, nos métodos de dupla irradiação e poligonação, os valores das discrepâncias atendem ao

estabelecido na Norma Técnica. Estes métodos demandam muito tempo de execução no

Page 144: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

130

campo e dependendo da quantidade de lances da poligonal há um acúmulo muito grande de

erros que irão se propagar e conseqüentemente degradar a precisão da poligonal.

Um problema verificado nos levantamentos por técnicas convencionais

é que os programas comercias de topografia não geram relatórios com os valores dos desvios

padrão das coordenadas após realizarem o ajustamento, ou seja, o ajustamento usando o

método dos mínimos quadrados praticamente todos os programas fazem, porém não mostram

as precisões dos vértices ajustados.

Com relação à integração GPS/topografia, os resultados foram

aceitáveis e se enquadram dentro do prescrito pela Norma Técnica do INCRA. Esse tipo de

levantamento, em muitos casos se torna necessário, visto que em alguns locais não é possível

realizar levantamentos apenas com os receptores GPS. E esse procedimento, fazendo a

integração dos dados GPS com os dados oriundos da topografia, e processando estes dados

conjuntamente, em muitos casos não é efetuado por total desconhecimento de como fazê-lo,

mesmo por muitos profissionais que executam atualmente levantamentos no

georreferenciamento de imóveis rurais.

Após a análise de todos os levantamentos realizados, pode-se concluir

que o posicionamento relativo estático, dupla irradiação ou poligonação são os que oferecem

maior confiabilidade nos valores das coordenadas dos vértices limítrofes. Porém,

metodologias ditas rápidas, com pouco tempo de coleta de dados em cada vértice, também

pode ser utilizada, desde que se tomem os devidos cuidados com relação às especificações

técnicas de cada aparelho, principalmente no que diz respeito ao tempo de ocupação em cada

vértice, fundamental para a solução das ambigüidades.

Outro procedimento importante é a redundância de observações, cada

vértice limítrofe de um imóvel deveria ser ocupado pelo menos duas vezes. Isto permitirá

avaliar a precisão de cada um dos vértices a partir da repetibilidade das observações e não

somente a partir da qualidade de cada programa, que pode levar a conclusões precipitadas,

visto que os valores dos processamentos dos dados GPS são sempre muito otimistas.

Page 145: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

131

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – Associação BrasiLeira de Normas Técnicas. Execução de levantamento topográfico: NBR 13133. Rio de Janeiro, mai. 1994. _________ . Rede de Referência Cadastral Municipal – Procedimentos: NBR 14166. Rio de Janeiro, ago. 1998. BONIFÁCIO, M. B.; SEIXA, A.; SÁ, L. A. C. M. A utilização de redes geodésicas para o cadastro rural. In: Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, 1., 2006, Campo Grande. Anais ... São José dos Campos: INPE, 2006. 1 CD-ROM. BRANDÃO, A. C.. A precisão posicional no georreferenciamento dos imóveis rurais. Irib, Salvador, 2002. Disponível em: < http://www.irib.org.br/opiniao/boletimel487b.asp> . Acesso em: 05 de junho de 2004.

Page 146: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

132

BRASIL. Lei n. 10.267, de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 29 dez. 2001.Disponível em: <http://www.incra.gov.br>. Acesso em: 05 de junho de 2004. BRASIL. Decreto n. 4.449, de 22 de outubro de 2002. Dispõe sobre a regulamentação da Lei no 10.267/01. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 23 out. 2002. Disponível em: <http://www.incra.gov.br>. Acesso em: 05 de junho de 2004. BRASIL. Portaria nº 954, de 13 de novembro de 2002. Diário Oficial – Nº 222 – Seção 1, segunda-feira, 18 de novembro de 2002. Disponível em <http://www.incra.gov.br>. Acesso em 06 de set. de 2005. BRASIL. Lei n. 10.931, de02 de agosto de 2004. Dispõe sobre o patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias, Letra de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Imobiliário, Cédula de Crédito Bancário, altera o Decreto-Lei no 911, de 1o de outubro de 1969, as Leis no 4.591, de 16 de dezembro de 1964, no 4.728, de 14 de julho de 1965, e no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF. 03 ago. 2004.Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.931.htm>. Acesso em: 05 de junho de 2006. BUENO, R. F. Georreferenciamento: mais um ano se passou. Revista InfoGEO. Curitiba, v.30, p. 86-87, nov-dez. 2003. BUENO, R. F. Normas para georreferenciamento. Revista InfoGPS, Curitiba, n. 04, p. 34 -35, mai-jun. 2004. CARNEIRO, A. F. T. Cadastro registro de imóveis em áreas rurais e urbanas: a Lei 10.267/2001 e experiências nos municípios de São Paulo e Santo André. Revista BrasiLeira de Cartografia, Rio de Janeiro, n.53, p.73-81, dez. 2001.

Page 147: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

133

CARNEIRO, A. F. T. Painel 5 – Questões fundiárias. In: SEMINÁRIO SOBRE REFERENCIAL GEOCÊNTRICO NO BRASIL – PROJETO MUDANÇA DO REFERENCIAL GEODÉSICO, 2., 2004, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos ... Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/seminario_referencial_geocentrico/portugues/arquivos/Carneiro_02dez2004_Painel_5_II_Seminario.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2008. CARNEIRO, A. F. T.; BRANDÃO, A. C. A Lei 10.267/2001 e sua regulamentação. In: COBRAC 2002, 2002, Florianópolis. Anais … Florianópolis: UFSC, 2002. 1 CD-ROM. DUPONT, M. O novo sistema público de registro de terras. Revista InfoGEO. Curitiba, v. 30, p. 78, nov-dez. 2003. FORTES, L. P. S. Operacionalização da rede brasiLeira de monitoramento contínuo do sistema GPS (RBMC). 1997,152 f.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Cartográfica) – Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 1997. FREITAS, S. R. C. de; DALAZOANA, R. Implicações Cartográficas e Cadastrais das Diferentes Realizações do SAD 69 no Paraná. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO, 2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. INCRA. Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. INCRA, Brasília, DF. nov. 2003. Disponível em: <http://www.incra.gov.br>. Acesso em: 05 de junho de 2006. JORDAN, W. Tratado general de topografia. 6.ed. Mexico: Gustavo Gili, 1981. LEITE, C. C. P., SOUZA, C. R. R., JÚNIOR, N. A., Metodologias para Levantamentos de Propriedades Rurais para Atender a Lei 10.267/01. 2005. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Cartográfica) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2005. MARQUES, H. A.; MIYASHITA, P. M.; RAMOS, R. S.; ENNES, R.; OCANHA, R. K.; Metodologias rápidas para levantamento de propriedades rurais em atendimento a Lei 10.267/2001. 2005. 83 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia

Page 148: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

134

Cartográfica) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2005. MONICO, J.F.G. Posicionamento pelo NAVSTAR - GPS: descrição, fundamentos e aplicações. 1.ed. São Paulo: UNESP, 2000. 287p. MONICO, J. F. G; SILVA, E. F. Controle de Qualidade em Levantamentos no Contexto da Lei nº 10.267/01. In: COLÓQUIO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, 3., 2003. Anais ... Curitiba: ISBN 85887830405, 2003. p. 69-84 PEREIRA, K. D.; LOBIANCO, M. C. B.; COSTA, S. M. A. Mudança do referencial geodésico no Brasil. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, 2., 2004, Aracaju. Anais ... Aracaju: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. PHILIPS, J. Perspectivas para a correta aplicação da Lei Federal 10.267/2001. Irib. Florianópolis, 2002. Disponível em: <http://www.irib.org.br/opiniao/boletimel445b.asp>. Acesso em: 05 de junho de 2004. PINTO, J. R. M. Potencialidades do uso do GPS em obras de engenharia. 2000. 161 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Geodésicas) – Faculdade de Ciências e Técnologia de Presidente Prudente, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente-SP. SARAIVA, C. C. S.; BAETA, A. M. M.; CARVALHO, L. D. Construção de um protótipo para unificação de base cartográfica em Minas Gerais em SIRGAS 2000. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 8., 2007, Florianópolis. Anais ... São José dos Campos: INPE, 2007. 1 CD-ROM. TEUNISSEN, P. J. G. Testing Theory – an introduction. 1. ed. Neatherlands: Delft University Press, 2000. 147 p. TRIMBLE Navigation Limited, TRIMNET Plus. Survey Network Programa – User’s Manual. Nov. 1992, version 92.11 XAVIER, M. Agora é pra valer! Revista InfoGPS. Curitiba, v. 2, p. 31, jan-fev. 2004.

Page 149: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 150: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA …livros01.livrosgratis.com.br/cp042318.pdf · Figura 17 – Levantamento utilizando GPS por poligonação na Área 1 76 Figura

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo