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i UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DESEMPENHO DO REPARO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM ARGAMASSA POLIMÉRICA Otacisio Gomes Teixeira Salvador 2016

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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

DESEMPENHO DO REPARO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM

ARGAMASSA POLIMÉRICA

Otacisio Gomes Teixeira

Salvador

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

DESEMPENHO DO REPARO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM

ARGAMASSA POLIMÉRICA

Otacisio Gomes Teixeira

Projeto de pesquisa apresentado ao

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ENGENHARIA CIVIL como requisito parcial

à obtenção do título de MESTRE EM

ENGENHARIA CIVIL

Orientador: Prof. Dr. Jardel Pereira Gonçalves

Agência Financiadora: FAPESB

Salvador

2016

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______________________________________________________________________

XXXX Teixeira, Otacisio Gomes Desempenho do reparo em vigas de concreto armado com Argamassa polimérica / Otacisio Gomes Teixeira. -- Salvador - Bahia, 2017. 103 f.: il, color. Orientador: Prof. Dr. Jardel Pereira Gonçalves. Projeto de Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2017. 1. Argamassa de reparo. 2. Estrutura de concreto armado. 3. Argamassa polimérica.. I. Gonçalves, Jardel Pereira. II. Silva, Francisco Gabriel Santos. III. Dias, Cléber Marcos Ribeiro. IV. Universidade Federal da Bahia. V. Título. CDD: XXXXX

______________________________________________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a toda minha família, em especial ao meu irmão

Marcelo (in memorian) que tenho certeza está olhando por mim, e a todos que

colaboraram direta e indiretamente com esse trabalho.

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FORMAÇÃO DO CANDIDATO

Técnico Agropecuário, formado pelo Instituto Federal Baiano, IFBAIANO

(2007); Engenheiro Civil, formado pela Universidade Federal da Bahia, UFBA

(2014). Especialista em Engenharia de Produção formado pelo Centro

Universitário Internacional, UNINTER (2015); Especialista em Engenharia de

Segurança, formado pela Universidade Candido Mendes, UCAM (2016).

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MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE

__________________OTACISIO GOMES TEIXEIRA_____________________

APRESENTADA AO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL, DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, EM 09 DE JANEIRO DE 2016.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________

Prof. Dr. Jardel Pereira Gonçalves

Orientador

PPEC - UFBA

_____________________________________

Prof. Dr. Francisco Gabriel Santos da Silva

PPEC- UFBA

_____________________________________

Prof. Dr. Cléber Marcos Ribeiro Dias

PPEC- UFBA

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vii

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente ao Prof. Dr. Jardel Pereira

Gonçalves e o Prof. Dr. Francisco Gabriel pelas orientações;

A minha família pelo apoio em todos os momentos;

A minha Noiva Meire pela paciência e amor;

Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPEC, pela

contribuição com os ensinamentos;

Aos Colegas do PPEC pelo convívio e momentos de lazer;

A FAPESB pela bolsa, na qual na sua ausência não seria possível realizar

esta pesquisa.

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viii

RESUMO

A perda do desempenho das estruturas de concreto armado está diretamente

associada ao aparecimento de patologias. Sua recuperação depende tanto da

escolha de um procedimento e de um material de reparo adequado. O reparo e

reforço de concreto armado são atividades que vem apresentando relevante

importância na historia da construção civil pelo aumento do volume e

necessidade de trabalho nessa área. A eficácia do reparo pode ser

estabelecida em termos de sua capacidade para restaurar a integridade

estrutural de um elemento de concreto. A construção civil tem como tendência

utilizar cada vez mais sistemas que garantam à proteção as estruturas de

concreto, o que tem contribuído para o incremento do surgimento de novos

produtos e métodos de execução. Logo esse trabalho tem como objetivo geral

avaliar o desempenho do reparo em estruturas de concreto armado submetido

à flexão. O material de reparo utilizado será argamassas poliméricas que estão

disponíveis no mercado. Na analise de desempenho será discutido

principalmente: a aderência da argamassa no substrato, utilizando dois

processos avaliativos, o primeiro usando a tração na flexão e o segundo

método de cisalhamento direto; a influência que a geometria do reparo no

comportamento estrutural e o processo construtivo. Para tanto serão

confeccionadas vigas de pequeno e grande porte que serão reparada e posta a

ensaio de tração na flexão e visitas técnicas em obras consolidando um estudo

de caso.

Palavras chaves: Argamassa de reparo; estruturas de concreto armado;

argamassa polimérica.

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ix

CONCRETE BEAMS REPAIR’S PERFORMANCE WITH POLYMERIC PLASTER.

ABSTRACT

Performance loss of reinforced concrete structures is directly associated to

pathologies occurrence. Appropriate material and procedure contribute to

structure recovery. Repair and enhancement of reinforced concrete are both

activities meaningful in importance throughout construction industry history due

to a rise in activity volume and work necessity in this field. The repair

effectiveness can be established in terms of its capacity to restore the structural

integrity of a concrete member. There is a high tendency on construction

industry to use systems that can protect concrete structures, which has been

contributing to increase new products and implementing methods emergence.

Therefore, this paper aims to evaluate concrete structures submitted to flexural

forces repair’s performance. Material repair used is polymeric plaster available

on the market. Plaster adhesion in the substrate, using two evaluation

processes, one applying bending traction and the other one using direct shear

method; and, repair geometry influence on both structural behavior and

construction process, are mainly discussed in performance evaluation. To reach

the target, small and large-sized beams will be fabricated, be repaired and put

under bending traction, and technical visits on building sites, consolidating a

case study.

Keywords: Repair mortar; Reinforced concrete structures; Polymer mortar.

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SUMÁRIO

Pág. BANCA EXAMINADORA ................................................................................... vi

AGRADECIMENTOS ........................................................................................ vii

RESUMO .......................................................................................................... viii

ABSTRACT ........................................................................................................ ix

SUMÁRIO ........................................................................................................... x

ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... xv

ÍNDICE DE QUADROS .................................................................................... xvi

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... xvii

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ...................................................................... xix

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

1.1 Justificativa .............................................................................................. 5

1.2 Objetivos ................................................................................................. 5

1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................... 5

2.1.1 Objetivos específicos ......................................................................... 6

1.3 Hipóteses ................................................................................................ 6

1.3.1 Hipótese geral .................................................................................... 6

1.3.1 Hipóteses específicas ........................................................................ 6

2 DURABILIDADE DA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO ................... 8

2.1 Generalidade sobre durabilidade .......................................................... 10

2.2 Origens das manifestações patológicas ................................................ 13

2.1.1 Concepção (Projeto) ........................................................................ 15

2.2.2 Execução (Construção) .................................................................... 15

2.2.3 Utilização(Manutenção) ................................................................... 16

2.3 Principais causas da deterioração do concreto ..................................... 17

2.3.1 Deterioração do concreto por ações físicas ..................................... 18

2.3.1.1 Deterioração ao desgate ........................................................... 18

a) Abrasão ............................................................................................... 18

b) Erosão ................................................................................................. 18

c) Cavitação ............................................................................................. 18

2.3.1.2 Deterioração devido a fissuração .............................................. 19

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xi

a) Fissuração pela cristalização de sais nos poros.................................. 19

b) Fissuração devido a ação do congelamento da pasta de cimento ...... 19

2.3.2 Deterioração do concreto por ações químicas ................................. 20

2.3.2.1 Reação de hidrolise causadando a lixiviação do hidróxido de

cálcio.. ....................................................................................................21

2.3.2.2 Reação por troca de cátions ...................................................... 21

a) Formação de sais solúveis de cálcio ................................................... 21

a) Reação com formação de sais de cálcio insolúveis e não expansivo

........................ ....................................................................................... 21

2.3.2.3 Reação envolvendo a formação de produtos expansivos ......... 22

a) Ataque por sulfato ............................................................................... 23

b) Ataque álcali agregado ........................................................................ 23

c) Hidratação retardada de CaO e MgO .................................................. 23

d) Corrosão da armadura ........................................................................ 24

3 CONSIDERAÇÕES SOBRE REPARO EM ELEMENTOS ESTRUTURAIS 26

3.1 Materiais de reparo para estruturas de concreto ................................... 29

3.1.1 Critérios de seleção de materiais para reparo ................................. 31

3.1.1.1 Tensão de retração .................................................................... 32

3.1.1.2 Coeficiente de fluência .............................................................. 32

3.1.1.3 Coeficiente de expansão térmica..................................... ..........,33

3.1.1.4 Módulo de elasticidade .............................................................. 33

3.1.1.5 Coeficiente de Poisson .............................................................. 33

3.1.1.6 Resistêcia a tração .................................................................... 33

3.1.1.7 Desempenho à fadiga ................................................................ 33

3.1.1.8 Aderência .................................................................................. 33

3.1.1.9 Porosidade e resistência ........................................................... 34

3.1.1.10 Reatividade química ................................................................ 34

3.1.2 Descrição dos materiais de reparo................................................... 34

3.1.2.1 Concreto como material de reparo ............................................ 34

a) Concreto impregnado de polímero ...................................................... 36

b) Concreto modificado com polímero ..................................................... 36

c) Concreto polimérico ............................................................................. 37

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xii

d) Concreto com sílica ativa .................................................................... 38

e) Concreto com fibras ............................................................................ 38

3.1.2.2 Argamassa ................................................................................ 39

a) Argamassa inorgânica a base de cimento Portland ............................ 39

b) Argmassa orgânica a base epóxi ........................................................ 40

c) Argamassa mista modificada com polímero ........................................ 41

3.1.2.3 Graute ........................................................................................ 42

a) Graute inorgânico ................................................................................ 42

b) Grautes orgânico ................................................................................. 43

3.1.2.4 Adesivos .................................................................................... 43

4 PROGRAMA EXPERIMENTAL ................................................................... 45

4.1 Revisão bilbiográfica .............................................................................. 46

4.2 Materiais ................................................................................................. 47

4.3 Metodologia 1° etapa ............................................................................. 47

4.3.1 Aquisição dos materiais ................................................................... 48

4.3.2 Caracterização dos materiais ........................................................... 48

4.3.2.1 Cimento ..................................................................................... 48

a) Determinação da massa específica ..................................................... 49

b) Determinação tempo de pega ............................................................. 49

c) Determinação da resistência a compressão ........................................ 49

d) Determinação de tração por compressão diâmetral ............................ 50

4.3.2.2 Agregado miúdo ........................................................................ 50

a) Composição granulométrica ................................................................ 51

b) Módulo de finura .................................................................................. 51

c) Massa especifica ................................................................................. 51

d) Massa unitária ..................................................................................... 51

e) Teor de material pulverulento .............................................................. 52

f) Determinação da umidade ................................................................... 52

g) Determinação do inchamento .............................................................. 52

4.3.2.3 Agregado graúdo ....................................................................... 52

a) Determinação da massa específica e absorção .................................. 52

b) Composição granulométrica ................................................................ 53

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xiii

c) Módulo de finura .................................................................................. 53

c) Determinação do material fino ............................................................. 53

4.3.2.4 Água .......................................................................................... 53

4.3.2.5 Aço ............................................................................................ 53

4.3.2.6 Argamassa polimérica estado fresco ......................................... 54

a) Determinação tempo de pega ............................................................. 54

b) Índice de consistência ......................................................................... 54

4.3.2.7 Argamassa polimérica estado endurecido ................................. 54

a) Determinação da resistência a compressão ........................................ 54

b) Determinação da resistência cisalhante .............................................. 55

c) Determinação da tração por compressão diâmetral ............................ 56

4.4 Metodologia 2° etapa ............................................................................. 57

4.4.1 Dosagem do concreto ...................................................................... 57

4.4.1.1 Pré-dosagem ............................................................................. 58

4.4.2 Concreto estado fresco .................................................................... 59

4.4.1.2 Determinação consistência pelo abatimento do tronco de cone.59

4.4.3 Concreto endurecido ........................................................................ 59

4.4.3.1 Ensaio de compressão .............................................................. 59

4.4.3.2 Ensaio de tração por compressão diâmetral ............................. 60

4.4.3.3 Determinação ds resistência ao cisalhamento .......................... 60

4.4.3.4 Determinação da resistência a tração na flexão ........................ 60

4.4.4 Moldagem das vigas ........................................................................ 60

4.4.4.1 Dimensionamento das fôrmas ................................................... 60

4.4.4.2 Moldagem das vigas .................................................................. 61

4.4.4.3 Preparação da vigas para ensaio .............................................. 65

a) Layout reparo ...................................................................................... 65

b) Aparato para fixação do LVDT ............................................................ 67

4.5 Metodologia 3° etapa ............................................................................. 69

4.5.1 Ensaios da vigas .............................................................................. 69

4.5.1.1 Ensaio de tração na flexão ........................................................ 69

4.5.1.2 Resitência a aderência ao cisalhamento na flexão .................... 70

4.5.2 Resistência a aderência por cisalhamento direto ............................. 73

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xiv

4.6 Metodologia 4° etapa ............................................................................. 74

5 VIABILIDADE E FINANCIAMENTO ............................................................. 76

6 RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................... 77

7 CRONOGRAMA .......................................................................................... 78

8 REFERÊNCIA .............................................................................................. 79

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xv

ÍNDICE DE TABELAS

Pág.

Tabela 1. Propriedade dos materiais de reparo. .............................................. 30

Tabela 2. Resumo dos ensaios caracterização agregado miúdo. ........................... 58

Tabela 3. Resumo dos ensaios caracterização agregado miúdo ............................ 54

Tabela 4. Traço em massa. ................................................................................ 59

Tabela 5. Quantitativo de vigas para reparo. ................................................... 61

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xvi

ÍNDICE DE QUADROS

Pág.

Quadro 1. Classe de agressividade ambiental. ................................................ 11

Quadro 2. Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do

concreto. .......................................................................................................... 12

Quadro 3. Correspondência entre classe de agressividade ambiental e

cobrimento nominal. ......................................................................................... 13

Quadro 4. Propriedades mecânicas dos materiais de reparo. ......................... 31

Quadro 5. Propriedades mecânicas dos materiais de reparo. ......................... 31

Quadro 6. Planilha orçamentária sintética ....................................................... 76

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xvii

ÍNDICE DE FIGURAS

Pág.

Figura 1. Representação esquemática da classificação da deterioração do

concreto.. .................................................................................................. 18

Figura 2. Célula de corrosão eletroquímica em concreto armado.. .................. 25

Figura 3. Representação esquemática dos tipos de materiais.. ....................... 29

Figura 4. Fluxograma esquemático do programa experimental.. ..................... 46

Figura 5. Fluxograma detalhado 1° etapa.. ...................................................... 48

Figura 6. Representação esquematica da posição do corpo de prova.. .......... 50

Figura 7. Aparato para fixação dos LVDTs.. .................................................... 55

Figura 8. Corpo de prova acoplado nas bases e no aparato.. ......................... 55

Figura 9.Representação esquemática da aplicação da força sobre o corpo de

prova..................................................................................................................56

Figura 10. Fluxograma detalhado 2° etapa.. .................................................... 57

Figura 11. Representação esquematica da forma de madeira......................... 60

Figura 12. Esquema fôrma de madeira vigas grande.. .................................... 61

Figura 13. Dimensões vigas protótipo... ........................................................... 63

Figura 14. Detalhamento da armadura viga prototipo.. .................................... 64

Figura 15. Dimensões viga tamanho real.. ....................................................... 64

Figura 16. Detalhamento da armadura viga tamanho real.. ............................. 65

Figura 17. Geometria trapeizodal reparo... ...................................................... 66

Figura 18. Geometria retangular reparo.. ......................................................... 66

Figura 19. Geometria retangular estendida reparo.. ........................................ 67

Figura 20. Esquema do layout do reparo em vigas de tamanho real.. ............. 67

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xviii

Figura 21. Projeto de aparato para fixar o LVDT.. ............................................ 68

Figura 22. Esquema de ensaio de tração na flexão... ...................................... 68

Figura 23. Fluxograma detalhado 3° etapa... .................................................. 69

Figura 24. Esquema de aplicação da carga. .................................................... 70

Figura 25. Tipos de ruptura possíveis . ............................................................ 71

Figura 26. Ensaio de tração na flexão vigas tamanho real.. ............................ 72

Figura 27. Esquema do ensaio aderência no cisalhamento.. ........................... 73

Figura 28. Aparato ensaio de cisalhamento.. ................................................... 74

Figura 29. Fluxograma 4° etapa.. ..................................................................... 74

Figura 30. Cronograma de pesquisa.. .............................................................. 78

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xix

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACI American Concrete Institute

Al Alumínio

Al2O3 Óxido de alumínio (alumina)

AlO4 Tetraedros de alumínio

ASTM American Society for Testing and Materials Standards

NBR Norma Reguladora Brasileira

Ca (OH)2 Hidróxido de cálcio ou portlandita

CaCO3 Carbonato de cálcio

CaO Óxido de cálcio

CB-18 Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados.

CO2 Dióxido de carbono

H2O Água

% Porcentagem

°C Grau Celsius

Fck Resistência Característica do Concreto à Compressão

MgO Óxido de magnésio

MPa Mega Pascal

NaOH Hidróxido de sódio

O2 Oxigênio

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1

1 INTRODUÇÃO

O concreto armado é bastante conhecido pela sua resistência e

durabilidade. Devido a este fato ele é considerado como um dos materiais de

construção mais importantes da atualidade. Logo, acompanhado a essas

características, tem-se tratado como um material não perecível.

Faz-se necessário, então, esclarecer que as estruturas de concreto

armado não são eternas, pois com o passar do tempo elas sofrem ações de

agentes físico-químicos, erros de projetos e de execução que acabam levando

a uma deterioração, prejudicando a vida útil estabelecida em projeto nas

estruturas de concreto armado.

Sabe-se que o concreto na atualidade é uma indispensável parte do

tecido da sociedade moderna, tendo variais utilidades de pavimentos

rodoviárias a construção de barragens e altos edifícios. Apesar de sua longa

história de uso, a nosso compreensão dos compostos constituintes que

fornecem durabilidade e resistência só é realmente desenvolvida em tempos

muito recentes. Houve uma visão comum de que o concreto é durável assim

como de construção livre de manutenção material, no entanto nos últimos

anos, este conceito foi alterado. Muitas investigações têm demonstrado que se

o concreto não for bem executado não irá se comportar como esperado e por

fim acabará se deteriorando (JUMAAT et al, 2006).

Apesar do concreto ser o material de construção mais consumido no

mundo, o conhecimento e divulgação das práticas construtivas adequadas não

acompanharam o crescimento da atividade de construção, ocasionando

seguidos descuidos nas obras e redução da capacidade do concreto em

proteger as armaduras contra corrosão. Com o tempo a tecnologia de

fabricação do concreto foi avançando, com a melhoria das propriedades dos

aditivos, adições e ligantes, possibilitando uma redução significativa nas

seções das peças de concreto armado em função do aumento das resistências

mecânicas (FERREIRA, 1985).

O domínio da execução do concreto nas obras acarretou um menor

controle da produção por parte dos profissionais de engenharia, especialmente

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2

em obras de menor porte, muitas vezes delegando-se aos encarregados de

obra, tal controle. Somando-se a exigência por prazos cada vez mais curtos, o

emprego da mão de obra muitas vezes desqualificada, e o empobrecimento

geral da nação como justificativa para adequação de custos e até mesmo as

alterações ambientais promovidas pelo próprio homem, tais como a poluição e

as chuvas ácidas, levam hoje a obras de qualidade discutível, com deterioração

precoce e uma deficiências generalizadas.

A execução das obras não acompanhou o avanço tecnológico. Para

facilitar o lançamento do concreto em peças cada vez mais estreitas e com

taxas de armaduras mais elevadas, passou-se a utilizar concretos mais fluidos

e compostos com materiais mais finos, resultando em um produto final de

qualidade inferior. Esse produto de qualidade inferior está mais sujeito ao

aparecimento de patologias (VASCONCELOS, 2005).

Helene (1992) acredita que patologia pode ser entendida como a parte

da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as

origens dos defeitos das construções civis. O autor afirma ainda que um

diagnóstico adequado e completo é aquele que esclarece todos os aspectos do

problema.

Segundo Azeredo (1997) patologia é a parte da engenharia que estuda

as causas, origens e natureza dos defeitos e falhas que surgem numa

edificação. Após sua manifestação, dependendo da gravidade do caso, a

patologia pode migrar para a lesão que é a consequência final.

Para Souza e Ripper (1998) a patologia na construção civil pode ser

entendida como o baixo, ou o fim do desempenho da estrutura em si, no que

diz respeito à estabilidade e estética.

As patologias em estruturas de concreto armado sempre serão um ponto

negativo que prejudicarão a finalidade das edificações, portanto é importante

voltar à atenção a esse assunto para evitar problemas estéticos e estruturais

indesejáveis.

Segundo Helene (1992), embora o concreto possa ser considerado um

material praticamente eterno, desde que receba manutenção sistemática e

programada, há construções que apresentam manifestações patológicas em

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3

intensidades e incidências significativas, acarretando elevados custos para sua

correção. Sempre há comprometimento dos aspectos estéticos e, na maioria

das vezes, na redução da capacidade resistente, podendo, em certos casos,

chegar até ao colapso da estrutura.

A durabilidade das estruturas de concreto está ligada a porosidade e aos

mecanismos de penetração de agentes agressivos. Quanto maiores forem os

fatores que facilitem o ingresso de agentes agressivos no concreto maior será

a deterioração do material. Assim, a porosidade é um dos fatores que mais

influenciam na capacidade de suporte do concreto (VIEIRA et al, 1997).

Para Souza e Ripper (1998) mesmo estruturas bem projetadas,

construídas e corretamente utilizadas podem apresentar sintomas patológicos.

Além disso, muitos são os casos de estruturas que por um motivo ou outro

necessitaram ter sua capacidade portante aumentada. Nestes casos, que

implicam trabalhos de recuperação ou de reforço das estruturas, o

conhecimento dos procedimentos, materiais e técnicas a serem adotadas é de

fundamental importância para que a estrutura tenha realmente a sua

capacidade de carga restaurada.

Na construção civil tem como tendência utilizar cada vez mais sistemas

que garantam proteção às estruturas de concreto, o que tem contribuído para o

surgimento de novos produtos e técnicas de execução (STORTE, 2005). Nesse

momento existe uma grande quantidade de produtos desenvolvidos com

comportamento e propriedade bem diferentes especificamente para cada

situação. Entre as soluções mais adotadas para a recuperação dos problemas

patológicos se utilizam argamassa industrializadas a base epóxi, polimérica ou

concretos com adições minerais.

Existem dificuldades envolvidas no estudo cientifico destes matérias

onde se destacam: 1) cada tipo de família apresentam características químicas,

físicas e mecânicas muito diferentes, o que dificulta o encontro de um material

mais representativo; 2) ensaios mais compatíveis com a situação de campo

necessitam de tempos coerentes com o tempo de exposição real; 3) esse

material encontra-se em desenvolvimento constante, assim sempre haverá

uma nova tecnologia que foge do padrão.

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4

Cusson e Mailvaganam (1996) confirmam que a falta de informações

sobre o desempenho de produtos de reparo é um dos grandes responsáveis

pelas falhas em reparo de estruturas de concreto.

O interesse para o fortalecimento e reparação de estruturas de concreto

armado tem aumentado nos últimos anos. Para além dos problemas bem

conhecidos de procedimentos, o reforço das estruturas pode ser também

exigido pela degradação de materiais estruturais (devido a problemas de

durabilidade) ou por um aumento das cargas de projeto. Além disso, existem

infraestruturas importantes, tais como pontes ou túneis, que têm de ser

reparado para evitar os custos sociais relacionados com a demolição e a

reconstrução de novas estruturas (MARTINOLA et al, 2010).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas através do Comitê

Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregado (CB-18) começaram em 1993 com

um projeto de normatização da argamassa de reparo, no entanto nenhum texto

foi redigido até então. Esse fato vem a salientar a falta de normatização que

defina ou ainda prescreva as características e propriedades a serem atendidas

pelas argamassas de reparo no Brasil, o que afeta todas as partes

interessadas, desde o produtor que desconhece seu comportamento até os

consumidores.

Nesta pesquisa é proposta uma investigação sobre o comportamento do

desempenho do reparo em estruturas de concreto armado. Serão

confeccionadas vigas de concreto armado que simulam apresentar problemas

patológicos para receber um reparo feito com argamassa polimérica. O

concreto utilizado como substrato é um concreto convencional preparado com

cimento Portland composto com um fck mínimo de 30 Mpa.

A elaboração desse sistema é baseada primeiramente no preparo do

substrato, que no caso seria a confecção das vigas e posteriormente do

preparo da superfície a ser repara. Em seguida utiliza-se argamassa polimérica

como material de reparo.

Deseja-se realizar um ensaio de tração na flexão combinado com uma

analise de aderência para avaliação do desempenho. A análise de aderência

será feita também de forma direta, com corpos de prova moldados para

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receberem esforços cisalhantes. O ensaio de tração na flexão também servirá

para avaliar a resistência à tração das vigas e a eficiência da geometria do

reparo que também será analisada.

1.1 Justificativa

Com o surgimento de vários problemas nas obras de engenharia,

quebra-se o paradigma de que as estruturas de concreto duram para sempre,

pois elas acabam se danificando com o passar dos anos. Devido às

irregularidades e deficiências de cobrimento, os agentes agressivos atingem a

armadura de forma descontinua e provocam corrosão em áreas localizadas e

limitadas. O mercado da construção civil oferece inúmeros materiais e sistemas

para recuperação, reparo das estruturas de concreto danificado, sempre

tentando garantir sua eficiência. No entanto, a falta de norma especifica para a

fabricação e aplicação, muitas vezes esses produtos são utilizados sem

conhecimento adequado de suas propriedades mecânicas, principalmente no

que se refere a sua capacidade de aderência, por isso este trabalho tem sua

importância para os profissionais da área, pois fornece informações de alguns

materiais e técnicas mais usuais de recuperação em estruturas de concreto

armado. Esta ausência de uma normalização e experiência cientifica, conduz

ao emprego desses materiais baseado somente em informações dos

fabricantes e em experiência pessoais dos aplicadores, o que mostra a

necessidade de um maior numero de pesquisas acadêmicas para preencher o

conteúdo técnico cientifico nesta área.

O trabalho se justifica também pelo ponto de vista dos aspectos

construtivos, uma vez melhorado pode aperfeiçoar sua aplicação, e

consequentemente pode diminuir os custos do reparo uma vez que a execução

foi mais efetiva e sem perdas.

Um reparo bem executado com um bom diagnostico e o material

adequado contribuirá para o aumento da durabilidade da estrutura e seu ciclo

de vida.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

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6

O objetivo geral do trabalho é avaliação do desempenho do reparo em

estruturas de concreto armado.

1.2.2 Objetivos específicos

Para os objetivos específicos:

- Avaliar o desempenho mecânico das argamassas poliméricas comerciais;

- Avaliar a influência da geometria do reparo nas propriedades mecânicas

do elemento estrutural;

- Avaliar o comportamento de aderência entre substrato e argamassa

de reparo (método de cisalhamento direto e ensaio de determinação da

resistência à tração na flexão de acordo com a NBR 12142);

- Avaliar o processo construtivo de reparo em estruturas de concreto e

propor novas diretrizes.

1.3 Hipóteses

1.3.1 Hipótese geral

A falta de estudo de desempenho mecânico do compósito concreto

(substrato) com material de reparo pode ser considerada uns dos grandes

motivos para falha do reparo. A grande quantidade de materiais existente e

enorme taxa de renovação com o surgimento de novas tecnologias são

consideradas motivos para não ter um material padronizado.

1.3.2 Hipóteses especificas

- A avaliação das propriedades mecânicas das argamassas poliméricas

fornecem informações mais detalhadas das características que ajudaram na

escolha do material de reparo;

- A propagação das fissuras pode ser restringida variando ou mudando

a geometria retangular do reparo;

- A analise do reparo em elementos com carregamento é importante

para entender o comportamento do reparo em situação de estresse sendo a

aderência uma importante característica que uma argamassa de reparo, logo

a quantificação dessas características é essencial para entender esse

comportamento;

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7

- Para cada tipo de patologia e ambiente existe um tipo de argamassa

com características adequadas, a escolha do material adequado pode ser

compatibilizada entendendo quais são as variáveis envolvidas principalmente

as características físicas e químicas do material, isso é possível avaliando o

processo construtivo

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2 DURABILIDADE DA ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

A durabilidade das estruturas de concreto é um tema que tem sido

estudado nos últimos anos de forma mais intensa, tendo como objetivo

conhecer os mecanismos de deterioração e degradação com o intuito de

reduzi-lo ou eliminá-los. Para Silva Filho (1994) a maior dificuldade de avaliar a

durabilidade de um material é a ausência de um perfeito entendimento sobre o

que é durabilidade.

A NBR 15575(2013) define durabilidade como a capacidade da

edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do

tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas.

Para Mehta et al (1994) a durabilidade do concreto de cimento Portland

é definida como sua capacidade de resistir à ação de intempéries, ataque

químico, abrasão, ou qualquer outro processo de deterioração. Em outras

palavras, um concreto durável preservará sua forma, qualidade e capacidade

de uso original quando exposto ao ambiente de uso para qual foi projetado.

Nenhum material é propriamente durável. Como resultado de interações

ambientais, a microestrutura e, consequentemente, suas propriedades mudam

com o tempo. Um material atinge o fim de sua vida útil quando suas

propriedades, sob determinadas condições de uso, tiverem se deteriorando de

tal forma que a continuação de sua utilização se torna insegura e

antieconômica (MEHTA et al, 1994).

Neville (2001) afirma que a durabilidade de uma estrutura significa que

ela terá desempenho continuo satisfatório, para as finalidades para a qual foi

projetada, isto é, que manterá sua resistência e condições normais de serviço

durante a vida útil especificada ou esperada. No entanto essa definição implica

no conhecimento dos processos de deterioração no qual o concreto estará, nas

condições ambientais reais da estrutura, durante o seu tempo de duração.

Andrade (1992) afirma que existem dois fatores que influenciam de

forma muito significativa às características de durabilidade: a própria estrutura,

onde o nível de durabilidade depende das medidas que são tomadas durante

seu processo de produção; e o meio ambiente que determina as condições de

exposição onde à mesma estará inserida.

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Segundo Neville (1997), a manutenção não pode ser deixada de lado,

pois a sua completa ausência ou sua má utilização pode causar problemas

durante a vida útil da edificação, sendo que os materiais que compõem o

concreto possuem tempo de utilização diferente, logo a manutenção tem

grande importância na obtenção de um desempenho satisfatório.

Silva Filho (1994) afirma que embora haja atualmente uma preocupação

maior com o fator durabilidade, durante muito tempo se tem projetado

estruturas de concreto levando em conta somente critérios como o

desempenho mecânico, dando importância à resistência a compressão e

critérios econômicos. A consideração das analises isoladas desses fatores e a

pouca importância a fatores externos ambientais a que a estrutura será

submetida levará a ocorrência de uma serie de problemas de durabilidade.

Os aspectos relacionados com a durabilidade e desempenho que as

estruturas deveriam apresentar durante a sua vida útil não eram levados em

consideração, pois se imaginava que o concreto manteria suas propriedades

praticamente inalteradas ao longo do tempo tais paradigmas caíram por terra

quando apareceram elevados índices de degradação das estruturas

(HOFFMANN, 2001).

Em relação ao custo de reparo, Helene (1995) ressalta que todas as

medidas do ponto de vista econômico, visando à durabilidade, tomadas em

nível de projeto são sempre mais convenientes, seguras e de menor custo que

medidas de intervenção posteriores: os custos tendem a crescer

exponencialmente com o tempo.

Segundo Monteiro et al (2000) os engenheiros estão ficando cada vez

mais conscientes da importância de se incluir o fator da durabilidade das peças

de concreto no memorial de calculo, nas especificações e nos projetos de

novas estruturas, até que um dia se elimine a tendência de especificar a

resistência aos 28 dias como único parâmetro no projeto de concreto armado.

Para Helene (1995) o conceito de durabilidade é de difícil quantificação,

o conceito de vida útil pode ser utilizado como sinônimo e a determinação da

vida útil nada mais é que a previsão da deterioração das estruturas baseadas

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em três aspectos: nas características dos materiais, nas condições de

exposição e nos modelos de deterioração.

Como resultado das interações ambientais, a microestrutura, e

consequentemente, as propriedades dos concretos, mudam com o passar do

tempo. Uma das maiores dificuldade em estudas durabilidade de uma dada

estrutura é justamente a variabilidade deste ambiente agressivo. Admite-se que

um material atinge o fim de sua vida útil quando suas propriedades deterioram

a um ponto que a continuação do uso deste material é considerada como

insegura ou antieconômica (SILVA FILHO, 1994).

2.1 Generalidade sobre durabilidade

O concreto armado é bastante utilizado como material estrutural devido

sua capacidade de resistência e durabilidade, devido a isso foi bastante

utilizado por muitos anos para construção de casas até construções de pontes

e barragens. Com isso o que se observa é que existem poucos trabalhos de

manutenção e reparo em estruturas de concreto que foram bem executadas, a

menos que sejam expostas a ambientes extremamente agressivos. A opinião

comum, que o concreto é uma construção durável, livre de manutenção

material foi alterado nos últimos anos, há um grande número de estruturas de

concreto que se deterioram, ou tornar-se inseguro devido à insuficiência de

detalhamento do projeto, construção e qualidade da manutenção, a

sobrecarga, ataques químicos, abrasão, efeito da fadiga, efeitos atmosféricos

(JUMAAT et al, 2006).

Os problemas de durabilidade geralmente aparecem quando os

materiais deterioram-se no início. Apesar das deteriorações de material não

apresentar um problema imediato de segurança, eles vão progressivamente

levar a danos estruturais, o que coloca um perigo potencial para as estruturas

(TANG, et al 2015).

Para resolver os problemas de durabilidade, muitos pesquisadores têm

conduzido profundos estudos sobre estas questões. Os estudos com os mais

diversos temas como carbonatação, reação álcali agregado, corrosão, ataque

de sulfato, lixiviação de CH e congelamento-descongelamento. Como

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observado por pesquisadores, na maioria dos casos, a degradação de uma

estrutura de concreto é um resultado do efeito combinado de fatores

ambientais múltiplos e carregamento. Por isso, muitos pesquisadores têm

alargado o seu trabalho a partir de uma carga mecânica simples ou um fator

ambiental aos efeitos combinados de vários fatores (TANG, et al 2015).

O concreto é um material permeável, onde agente agressivo difusa até o

aço fazendo com que a sua despassivação e à corrosão, quando a umidade e

oxigênio estão disponíveis. O concreto também é frágil e sempre contém

microfissuras. Quando essas micro fissuras combina em uma rede com macro

rachaduras, o mecanismo que prevalece para o transporte desses agentes não

é a difusão e sim a permeação de água e de agentes agressivos através da

água através das rachaduras (GUETTALA et al 2006).

Segundo a NBR 15575 (2013) para as estruturas e os elementos que

fazem parte do sistema estrutural, que tem grande influenia com a seguraça e

estabilidade global da edificação devem ser projetado e construído de modo

que, sob as condições ambientais prevista na época do projeto e submetidos a

intervenções peiodicas de manuntença e conservação.

Ainda sobre durabilidade, a NBR 6118:2014 traz outra definição: a

agressividade ambiental, conforme apresentado no Quadro 01. “A

agressividade ambiental do meio ambiente está relacionada às ações físicas e

químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independente das ações

mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração

hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de concreto”.

Quadro 01 – Classe de agressividade ambiental

Classe de agressividade

ambiental Agressividade

Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de

projeto

Risco de deterioração da estrutura

I Fraca

Rural

Insignificante Submersa

II Moderada Urbana Pequeno

III Forte Marinha Grande

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Industrial

IV Forte

Industrial

Elevado Respingos de maré

Fonte: NBR 6118, 2014.

A NBR 6118:2014 relaciona a agressividade ambiental com o fator

água/cimento e a resistência à compressão, Quadro 02, e a cobertura mínima

das armaduras, Quadro 03, com a finalidade de estabelecer um critério mínimo

de segurança. “Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da

estrutura frente ao tipo e nível de agressividade previsto em projeto devem

estabelecer os parâmetros mínimos a serem atendidos. Na falta destes e

devido à existência de uma forte correspondência entre a relação

água/cimento, a resistência à compressão do concreto e sua durabilidade,

permite-se adotar os requisitos mínimos expressos no Quadro 02.”

Quadro 02– Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto

Concreto Tipo

Classe de agressividade

I II III IV

Relação

água/cimento em

massa

CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45

CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de concreto

(NBR 8953)

CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40

CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

Fonte: NBR 6118, 2014.

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Quadro 03– Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento

nominal

Tipo de estrutura Componente ou

elemento

Classe de agressividade ambiental

I II III IV

Cobrimento nominal (mm)

Concreto armado Laje 20 25 35 45

Viga/Pilar 25 30 40 50

Concreto

protendido Todos 30 35 45 55

Fonte: NBR 6118, 2014.

Para evitar ao máximo as patologias é necessário atuar em todas as

fases, em todo ciclo de vida da construção: projeto, execução da obra,

inspeção e manutenção. Além de outros cuidados com a composição do traço

e do concreto, é necessário adotar procedimentos adequados para o manejo

do concreto. Porém, o cuidado com a manutenção é também muito importante.

2.2 Origens das manifestações patológicas

O desenvolvimento de concreto como um material de construção

remonta a milhares de anos enquanto o aço era introduzido para reforçar o

concreto há dois séculos. Houve um tremendo avanço na utilização do

concreto armado para a construção durante este período. Embora a maioria

das estruturas de concreto tenha realizado satisfatoriamente, diversos

problemas têm sido relatados devido a uma ou mais das seguintes causas: (i)

qualidade inadequada de materiais, (ii) as especificações incorretas, (iii) projeto

defeituoso, (iv) erros no processo de construção, e (v) a exposição de

estruturas de extrema condições ambientais (SHASH, 2005).

Objetivamente, as causas da deterioração podem ser as mais diversas,

desde o envelhecimento natural da estrutura até os acidentes, e até mesmo a

irresponsabilidade de alguns profissionais que optam pela utilização de

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requisitos que fogem às especificações e normas cabíveis, justificando-se, na

maioria das vezes por razões econômicas (SOUZA e RIPPER, 1998).

Deterioração do concreto na maioria das estruturas é manifestada por

rachaduras. Esse tipo de rachaduras ocorre quando o esforço solicitante é

superior à resistência a tração. Eles podem afetar a aparência ou podem

indicar significativa ruina estrutural ou uma falta de durabilidade. As rachaduras

podem representar a extensão total dos danos, ou podem apontar para

problemas em curso de maior magnitude (SHASH, 2005).

A combinação da qualidade do concreto, cobertura e espessura são,

aparentemente, os parâmetros mais importantes que controlam a taxa de

carbonatação e penetração cloreto. As estratégias de proteção incluem o

aumento da cobertura de concreto, revestimento de vergalhões, inibidores de

corrosão e uso de aço inoxidável. A deterioração do concreto causada por

congelamento e descongelamento está intimamente ligada à presença natural

de agua em concreto, mas não pode ser explicada simplesmente pela

expansão da água sobre o congelamento. Em geral, a perda de massa ou

diminuição do modulo de elasticidade é usado como índices de degradação

(TANG et al, 2005).

Botelho (1983) afirma que o surgimento de problema patológico em dada

estrutura indica, em última instância, e de maneira geral, a existência de uma

ou mais falhas durante a execução de uma ou mais etapas da construção,

além de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade

própria a uma ou mais atividades.

Segundo Souza e Ripper (1998) tirando os casos correspondentes à

ocorrência de catástrofes naturais, em que a violência das solicitações, aliada

ao caráter marcadamente imprevisível das mesmas, será o fator

preponderante, os problemas patológicos têm suas origens motivadas por

falhas, que ocorrem durante a realização de uma ou mais, das atividades

inerentes ao processo genérico, processo este que pode ser dividido, em três

etapas básicas: concepção, execução e utilização.

Em nível de qualidade, exige-se, para a etapa de concepção, a garantia

de plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de

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adequada manutenção; para a etapa de execução, será a de garantir o fiel

atendimento ao projeto, e para a etapa de utilização, é necessário conferir a

garantia de satisfação do usuário e a possibilidade de extensão da vida útil da

obra (SOUZA e RIPPER, 1998).

2.2.1 Concepção (projeto)

Segundo Andrade (1997) e Helene (1995), é nessa etapa que é

estabelecido a relação a/c adequada a determinadas condições de exposição,

tipo e consumo de cimento e das armaduras, geometria da estrutura,

características do agregado, entre outros parâmetros que são de fundamental

importância para a garantia de durabilidade e resistência.

Segundo Souza e Ripper (1998), as possíveis causas de falhas que

podem ocorrer durante essa etapa são aquelas originadas de um estudo

preliminar deficiente, ou de anteprojetos equivocados, enquanto que as falhas

geradas na realização do projeto final geralmente são as responsáveis pela

implantação de problemas patológicos sérios e podem ser por diversos fatores,

como:

- Especificação inadequada de materiais;

- Detalhamento insuficiente ou errado;

- Detalhes construtivos impraticáveis;

- Falta de padronização das representações;

- Erros de dimensionamento.

2.2.2 Execução (construção)

Para Ripper (1996), nesse aspecto, fazem-se necessárias duas

observações. A primeira diz respeito à sequência natural do processo genérico,

ou seja, deve-se iniciar a execução após o término da concepção. Embora seja

o ideal, raramente é o que de fato ocorre mesmo em obras mais criteriosas, e

que vem se tornando uma prática comum, a modificação de projeto com a

justificativa de serem necessárias certas mudanças para facilitar a construção.

A segunda observação diz respeito ao processo industrial denominado de

construção civil, completamente atípico quando se olha a atividade industrial,

pois nesta os componentes passam pela linha de montagem e saem como

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produtos terminados. Enquanto na construção civil os componentes são

empregados, em determinadas atividades, em locais de onde não mais sairão

que seguem, de grosso modo, o roteiro normal da produção industrial a menos

da etapa de montagem final.

Segundo Bauer (1994), uma vez iniciada a construção podem ocorrer

falhas das mais diversas naturezas, associadas a causas tão diversas como a

falta de condições locais de trabalho, a não capacitação de profissional de mão

de obra, a desistência do controle de qualidade da execução, a má qualidade

de materiais e componentes, a irresponsabilidade técnica.

Para Helene (1992), as estruturas, os materiais e componentes, em sua

grande maioria, têm sua qualidade e forma de aplicação normatizada.

Entretanto, o sistema de controle, no que se refere ao construtor, tem se

mostrado bastante falho, e a metodologia para a fiscalização e aceitação dos

materiais, não é, em regra geral, aplicada, sendo este mais um fator que

demonstra a fragilidade e a má organização da indústria da construção, assim

como evidencia a posição subalterna que esta ocupa em relação à indústria de

materiais e componentes.

Com tudo isso, são bastante comuns os problemas patológicos que têm

origem inadequada na qualidade dos materiais e componentes, como:

- Falhas na armação (estribos, ancoragem, emendas, cobrimento e

espaçamento);

- Falhas na concretagem (lançamento, adensamento, cura, fôrmas,

juntas de dilatação, desfôrma e descimbramento);

- Diferença entre a planta de armação e a lista de ferro;

- Deslocamento da armadura da posição correta;

- Presença de agentes agressivos incorporados.

2.2.3 Utilização (manutenção)

De acordo com Souza e Ripper (1998), mesmo que as etapas de

construção e execução tenham sido realizadas corretamente, as estruturas

podem vir a apresentar problemas patológicos originados da utilização errônea

ou da falta de um programa de manutenção adequado.

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Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou

pela ausência total de manutenção, têm sua origem ligada ao desconhecimento

técnico ou por optar por produtos de qualidade inferior e de menor custo.

Segundo Souza e Ripper (1998), de certa forma uma estrutura poderá

ser vista como um equipamento mecânico que, para ter sempre bom

desempenho, deve ter manutenção eficiente, principalmente em partes onde o

desgaste e a deterioração serão potencialmente maiores.

Os procedimentos inadequados durante a utilização podem ser divididos

em dois grupos: ações previsíveis e ações imprevistas ou acidentais. Nas

previstas, podemos compreender o carregamento excessivo, devido à ausência

de informações no projeto e/ou inexistência de manual de utilização. No caso

das ações imprevisíveis temos alterações das condições de exposição das

estruturas, incêndios abalos por obras vizinhas, choque acidentais, etc.

2.3 Principais causas da deterioração do concreto

Os principais problemas de durabilidade em concreto armado inclui

reação álcali-agregado, ataque de sulfato, corrosão do aço e congelamento e

descongelamento. A reação álcali-agregado (AAR) na estrutura de concreto é

uma reação entre álcalis em solução de poros e alguns produtos químicos

ativos de agregados; ataque de sulfato é um dos principais fatores que causam

a deterioração de expansão da estrutura de concreto. Tal expansão é atribuída

a reações de íons de sulfato com alguns produtos de hidratação em estrutura

de concreto; a corrosão do aço de reforço é considerada como uns dos

problemas mais grave que envolve a durabilidade em engenharia de

construção, a eliminação do grau de corrosão do aço é considerada um

processo bem dificultoso (TANG et al, 2005).

Para Mehta e Monteiro (1994), Neville (1997) e Souza e Rapper (1998)

as principais causa da deterioração pode ser dividido em dois grandes grupos.

Na Figura 1 é mostrada, esquematicamente, essa a classificação demostrando

as causas físicas e as causas químicas.

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Figura 1. Representação esquemática da classificação da deterioração do concreto.

Fonte (MEHTA e MONTEIRO, 1994.)

2.3.1 Deterioração do concreto por ações físicas

Para Mehta e Monteiro (1994) as causa de deterioração física – ou

mecânicas – são agrupadas em duas categorias: deterioração por causa do

desgaste a superfície e deterioração devido as fissuração.

2.3.1.1 Deterioração devido ao desgaste da superfície

Esse tipo de deterioração ocorre com perda gradativa de massa partindo

da superfície do concreto, podendo ocorre das seguintes formas:

a) Abrasão

Perda de massa devido ao esforço seco. Um exemplo e o caso dos

pavimentos e pisos industriais em virtude do trafego de veículos.

b) Erosão

Termo normalmente usado para descrever o desgaste pela ação

abrasiva de fluidos contendo partículas sólidas em suspensão. Pode ocorrer

em estruturas hidráulicas, como em revestimentos de canais, vertedouros e

tubulações para o transporte de agua e esgoto.

c) Cavitação

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19

Perda de massa pela formação de bolhas de vapor e sua subsequente

ruptura em virtude das mudanças repentinas de direção em aguas que fluem

com alta velocidade.

2.3.1.2 Deterioração devido à fissuração

A fissuração pode ser considerada um dos sintomas patológicos mais

importantes na construção civil. De acordo com Canovas (1998) as fissuras

com abertura inferior a 0,05 mm são consideradas como microfissuras por não

serem perceptíveis a olho nu; as fissuras entre 0,12 e 0,20mm não costumam

oferecer perigo de corrosão das armaduras, claro que considerando um

ambiente não agressivo.

a) Fissuração pela cristalização de sais nos poros

A cristalização de sulfatos nos poros do concreto pode ser responsável

pelos danos consideráveis. Isso acaba ocorrendo em estruturas que estão em

contato de um lado com uma solução salina e do outro lado sujeita a

evaporação, o material pode se deteriorar por tensões resultantes da pressão

de sais que cristalizam nos poros, essas pressões são grandes suficientes para

produzir fissuração, já que o concreto não resiste a grandes tensões de tração.

b) Fissuração devido à ação do congelamento da pasta de cimento

Quando a água começa a congelar em uma cavidade capilar, o aumento

de volume que acompanha o congelamento da água requer uma dilatação da

cavidade igual a 9% do volume de agua congelada, ou a saída desta agua

através de fronteiras do material está associada a este fenômeno de expansão,

fissurações diversas.

Em relação aos extremos de temperatura, quando o concreto é

submetido ao fogo ocorre à decomposição de componentes da pasta e do

agregado. Em relação a esse fato o concreto pode resistir a temperaturas entre

300 e 400°C, mantendo sua resistência e caindo depois mais rapidamente.

Quando a temperatura atingir 870°C, a resistência à compressão do concreto

fica reduzia de 27 Mpa antes da exposição.

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De acordo com Neville (1997) e Souza e Ripper (1998) vários são os

fatores que podem levar a fissuração do concreto desde o estado plástico ao

estado endurecido. No estado plástico pode ser citado:

- Fissuras de retração plástica;

- Fissuras de assentamento plástico;

- Fissuras de retração térmica;

- Fissuras por secagem rápida;

- Fissuras de sedimentação pelo impedimento da armadura;

- Fissuras de sedimentação pelo impedimento do agregado;

- Fissuras por movimentação da fundação ou da fôrma.

No estado endurecido temos:

- Fissuras por movimentação térmica;

- Fissuras por movimentação higroscópica;

- Fissuras pela atuação de sobrecargas;

- Fissuras por deformabilidade excessiva de estruturas de concreto

armado;

- Fissuras por recalque da fundação;

- Fissuras por retração de produtos a base de cimento;

- Fissuras pela cristalização de sais nos poros.

2.3.2 Deterioração do concreto por ações químicas

A resistência do concreto a processos destrutivos iniciados por reações

químicas envolve geralmente, mas não necessariamente, interações químicas

entre agentes agressivos presentes no meio externo e os constituintes da pasta

de cimento.

Entre as exceções estão às reações álcali-agregados que ocorre entre

os álcalis presente na pasta de cimento e certos tipo de minerais reativos

quando presentes no agregado, hidratação do CaO e MgO cristalinos, se

presente em quantidades excessivas no cimento Portland e corrosão

eletroquímica da armadura.

As grandes quantidades de íons de Na+, K+ e OH- são responsáveis pelo

alto valor do pH, de 12,5 a 13,5 do fluido nos poros das pastas de cimento

Portland. Quando se fala de concreto qualquer meio de pH menos que 12,5

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pode ser qualificado como agressivo, pois a redução da alcalinidade do fluido

dos poros levaria a uma desestabilização dos produtos cimentíceos de

hidratação.

Segundo Garcia (1999) e Mehta e Monteiro (1994) existem três

situações em que as reações químicas ocorrem em interação com a pasta de

cimento já endurecida:

2.3.2.1 Reação de hidrólise causando a lixiviação do hidróxido de cálcio

Águas que contem pouca ou nenhuma quantidade de cálcio, quando em

contato com a pasta de cimento Portland, causam à lixiviação do hidróxido de

cálcio (CaO) expondo outros componentes do cimento a decomposição

química. Além da perda de resistência, a lixiviação do hidróxido de cálcio do

concreto pode ser considerada indesejável por razões estéticas, pois o produto

lixiviado reage com o CO2 presente no ar e resulta na precipitação de crostas

brancas de carbonato de cálcio da superfície, fenômeno conhecido como

eflorescência.

2.3.2.2 Reação por troca de cátions

São três tipos de reações deletérias que podem ocorre entre soluções

químicas e componentes da pasta de cimento Portland:

a) Formação de sais solúveis de cálcio

Soluções ácidas contendo ânions que formam sais solúveis de cálcio

são encontradas frequentemente na prática industrial. Por exemplo, ácidos

hidroclórico podem estar presentes em efluentes da indústria química. Ácido

acético em produtos alimentícios; ácido carbônico, H2CO3 em refrigerantes e

CO2 em aguas naturais.

A reação por troca de cátions entre as soluções de cálcio e os

constituintes da pasta de cimento geram sais solúveis de cálcio, tais como

cloreto de cálcio, acetato de cálcio e bicarbonato de cálcio, que são removidos

por lixiviação.

b) Reação com formação de sais de cálcio insolúveis e não expansivos

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Certos ânions, quando presentes em agua agressiva, podem reagir com

a pasta de cimento para formar sais insolúveis de cálcio; sua formação pode

não causar dano ao concreto a não ser que o produto da reação seja

expansivo, ou removido por erosão devida ao fluxo de soluções. Os produtos

da reação entre o hidróxido de cálcio e ácidos oxálico, tartárico e fluorídrico

pertencem à categoria de sais de cálcio insolúveis e não expansivos.

Ataque químico por soluções contendo sais de magnésio: cloreto, sulfato

ou bicarbonato de magnésio é encontrado frequentemente em aguas

subterrâneas, agua do mar e alguns efluentes industriais. As soluções de

magnésio acabam reagindo com o hidróxido de cálcio para formar sais solúveis

de cálcio. Com contato prolongado com as soluções de magnésio, o C-S-H na

pasta do cimento Portland hidrata gradualmente perde os íons de cálcio que

são substituídos por íons de magnésio, formando um hidrato de silicato de

magnésio, cuja formação se associa com a perda de característica cimentícia.

2.3.2.3 Reação envolvendo a formação de produtos expansivos

Tipo de reação que leva a formação de produtos expansivos que leva ao

surgimento de tensões internas que ao final se manifestam pela oclusão de

juntas de expansão, deformação e deslocamento em diferentes partes da

estrutura, fissuração, lascamento, e pipocamento.

Os quatros fenômenos associados com reações químicas expansivas

são: ataque por sulfato, ataque álcali-agregado, hidratação retardada de CaO e

MgO livres e corrosão da armadura.

a) Ataque por sulfato

Sais sólidos de sulfato não atacam o concreto, somente quando estão

dissolvidos podem reagir com o concreto. O sulfato de amônia, por exemplo,

pode estar presentes em aguas industriais e no solo. Efluentes de postos de

combustíveis e indústrias químicas podem conter acido sulfúrico. A

decomposição de material orgânico pode conter H2S.

A água do mar pode ser considerada como um dos agentes mais

problemáticos.

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Podendo ocorre o ataque do cimento, na reação do sulfato de cálcio com

o Ca(OH2) e com o aluminato tricálcico hidratado. Os produtos dessa reação, o

gesso e o sulfoaluminato de cálcio (3Cao.Al2O3.3CaSO4.31H2O - chamada de

etringita) tem um volume consideravelmente maior do que os compostos

iniciais, de modo que as reações com os sulfatos leva a expansão. Segundo

Neville (1997) a formação de etringita por sulfato de cálcio ocorre no concreto

endurecido, muitas vezes provocando a desagregação do concreto: portanto

essa reação às vezes é mencionada como expansão de etringita retardada.

b) Ataque álcali-agregado

Definida como uma reação que ocorre entre um constituinte

mineralógico dos agregados com os hidróxidos alcalinos (proveniente dos

cimentos, água de amassamento, agregado, algumas adições minerais e

agentes externos) dissolvidos na solução dos poros do concreto. O produto

dessa reação é um gel higroscópico com característica expansiva. Tal

característica é responsável por movimentações diferenciais nas estruturas,

fissurações, pipocamento, redução na resistência à tração e compressão do

concreto.

De acordo com Garcia (1999) classifica-se em três as reações

envolvendo álcalis: reação álcali-sílica que envolve a presença de sílica

amorfa; reação álcali-silicato onde envolve silicatos presentes nos feldspatos,

argilosos, algumas rochas sedimentares; e por fim a reação álcali-carbonato

envolvendo certos calcários dolomiticos e as soluções alcalinas presentes nos

poros do concreto.

c) Hidratação retardada de CaO e MgO

O fenômeno de hidratação, tanto do periclásio (MgO) quanto do CaO,

quando presentes em quantidades substanciais no cimento, podem causar

expansão e fissuração no concreto. Atualmente o fenômeno de expansão em

virtude da presença do CaO cristalino no cimento Portland é raro, pois os

avanços incorporados no controle de manufatura assegurem que o conteúdo

de CaO não combinado ou cristalino não exceda a 1%. Acima de 2,8% há risco

de ocorrer expansão consideráveis.

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d) Corrosão da armadura

É considerado um dos problemas mais comum relacionado com a

deterioração das estruturas de concreto, causado frequentemente por

contaminação de cloreto e a carbonatação. Trata-se de um processo

eletroquímico podendo ser acelerado pela presença de agentes agressivos

externos como ácidos. Para que a corrosão se manifeste é necessário que haja

oxigênio, umidade (água) e o estabelecimento de uma célula de corrosão

eletroquímica que ocorre após a despassivação da armadura.

A água sempre estará presente no concreto em quantidade suficiente

para atuar como eletrólito, principalmente em locais onde a estrutura está

exposta a intempéries. Certos produtos de hidratação do cimento como o

hidróxido de cálcio Ca(OH)2 (portilandita) que é solúvel em água, também

formam nos poros e capilares uma solução saturada que constitui um bom

eletrólito (HELENE, 1995).

A temperatura próxima à temperatura ambiente, o aço corrói apenas na

presença de água, seguindo as reações:

Fe Fe++ + 2e- (reação de oxidação, anódica)

2H- + 2e- H2 (reação de redução, catódica)

O2 + 2H2O + 4e- 4OH- (reação de redução, catódica)

Desta forma, cria-se um efeito de pilha, como demostrado na Figura 2,

onde a corrosão instala-se pela geração de uma corrente elétrica dirigida do

anodo para o catodo, através da água, e do catodo para o anodo, através da

diferença de potencial. No caso do concreto armado, as regiões de menor

concentração de O2 são as anódicas Da combinação do cátion Fe+ + com os

ânions (OH)- resulta o hidróxido ferroso, de cor amarelada, depositado no

anodo; no catodo deposita-se o hidróxido férrico, de cor avermelhada. Estes

dois produtos constituem a ferrugem, evidência mais clara da corrosão do aço

(SOUZA e RIPPER. 1998).

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Figura 2 - Célula de corrosão eletroquímica em concreto armado.

Fonte (SOUZA E RIPPER, 1998).

A transformação do aço metálico em ferrugem é acompanhada por um

aumento no volume o qual, dependendo do estado de oxidação, pode ser de

até 600 por cento do metal original, sendo esse aumento de volume a causa

principal da expansão e fissuração do concreto (HELENE. 1992).

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3 CONSIDERAÇÕES SOBRE REPARO EM ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE

CONCRETO ARMADO

O reparo e a reabilitação de estruturas de concreto armado são

essenciais não só para o uso (como caracterizado no seu ciclo de vida), mas

também para garantir a segurança e integridade dos componentes associados

de modo que eles possam desenvolver suas funções básicas. Um bom estado

de conservação melhora a função e desempenho bem como restaura a força e

rigidez, melhora também a aparecia da superfície do concreto impedindo que

substancias agressivas penetre e cause corrosão no aço (AL-DULAIJAN et al,

2002).

Reparação de estruturas em concreto degradado é essencial não só

para utilizá-los para o seu serviço de vida pretendido, mas também para

garantir a sua segurança e facilidade de manutenção. Uma reparação bem feita

melhora a função e o desempenho de uma estrutura restaurando ou

aumentando a sua resistência e rigidez, melhora a aparência da superfície de

concreto, fornece estanqueidade, impede a entrada de umidade, oxigênio,

cloreto, o dióxido de carbono, etc., para o reforço aço, e melhora a sua

durabilidade (SHASH, 2005).

Segundo Souza e Ripper (1998) existem diferença entre o significado

dos termos reparo, reconstituição, reforço e reconstrução. O reparo significa a

reconstituição dos fragmentos danificados da estrutura quanto o fluxo dos

esforços internos não é afetado, e os estado limite último e de utilização são

satisfeitos. A reconstituição renova os elementos estruturais completamente

danificados, que cessaram de desempenhar seu papel estrutural devido à

deterioração. A reconstituição retoma ou restitui o estado inicial dos esforços

internos e as funções de desempenho e serviço da estrutura. O reforço adapta

o elemento estrutural para produzir aumento na sua capacidade de

carregamento, o que normalmente causa a redistribuição dos esforços internos.

Pode ser obtido, por exemplo, com o aumento da seção transversal do

elemento, aplicação de armaduras, protensão, entre outros. A reconstrução

geralmente significa a mudança do esquema estrutural com o objetivo de

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modificar o projeto inicial e assim as funções dos elementos. Está ligado com a

redistribuição das forças internas.

A reparação e o trabalho de reabilitação das estruturas de concreto

podem ser genericamente classificados em duas categorias: reparo em que os

danos devido à deterioração e a fissuração são corrigidos para restaurar a

forma inicial da estrutura, e o reparo que é necessário para reforçar a

capacidade estrutural de um membro cuja capacidade de carga ou foi

inadequado ou cuja força tem sido severamente prejudicada. Enquanto o

primeiro é essencialmente uma restauração destinada a dar cumprimento

manutenção e critério de integridade estrutural, a segunda categoria lida

principalmente com o aumento da força, e, portanto, está em conformidade

com critério de resistência (SHASH, 2005).

O reparo de uma estrutura de concreto consiste em restabelecer as

condições originais de segurança ou funcionalidade da estrutura, restaurando

as características previstas no projeto e corrigindo possíveis erros de

construção, como também conferir atributos de durabilidade compatível com a

importância da estrutura, do meio ao qual está exposta e com sua vida útil

(ANDRADE, 1992).

Cusson e Mailvaganam (1996) salientam para a falta de informações

sobre o desempenho de produtos de reparo e consideram isto a umas das

causas de insucesso nos reparos das estruturas nos EUA.

Segundo Helene (1992) a escolha dos materiais e da técnica de

correção a ser aplicada depende do diagnostico da patologia, das

características da região a ser corrigida, sendo o tipo de exposição da estrutura

um dos fatores mais importantes, assim também como as exigências de

funcionamento do elemento que vai ser objeto da correção. Por exemplo: nos

casos de elementos estruturais que necessitam ser colocadas em carga após

algumas horas da execução da correção, pode ser necessário e conveniente

utilizar sistemas a base epóxi ou poliéster. Nos casos de prazos um pouco

mais dilatados (dias), pode ser conveniente utilizar argamassas e grautes de

base mineral e, nas condições normais de solicitação (após 28 dias) os

materiais podem ser argamassas e concretos adequadamente dosados.

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Monteiro et al (2000) cita que é indispensável compatibilizar as

propriedades físicas, químicas dos matérias de reparo com as do substrato

onde serão aplicados, ao que se pode chamar genericamente de

compatibilidade, isto é, reparos localizados devem resistir ás tensões induzidas

por cargas, mudanças de volume, reações químicas na interface com as

armaduras e com ambiente.

Existem inúmeras estruturas de concreto a ser reparadas, e ainda não

se dispõe de regulamentação especifica ou métodos normalizados para

reparos, e como as incertezas quanto ao desenvolvimento da degradação por

agentes agressivos é fato ainda presente, a responsabilidade de trabalhos de

reparo de estruturas fica condicionada a experiência dos técnicos quer em nível

de projeto, quer em nível de execução (ARANHA1994).

Para que seja alcançada a vida útil de projeto (VUP) para a estrutura e

seus elementosdevem ser previstas e realizadas manutenções preventivas

sistemáticas e, sempre que necessárias manutenções com caráter corretivo.

Estas últimas devem ser realizadas assim que o problema se manifestar,

impedindo que pequenas falhas progridam às vezes rapidamente para

extensas patologias (NBR 15575, 2013).

Porém, no Brasil, nem os fabricantes, nem especialistas conseguiram

ainda reunir a sua experiência nesta área e elaborar uma normalização básica

referente à especificação de argamassa de reparo e os procedimento

recomendáveis para execução de reparos localizados em estruturas de

concreto, e isto afeta tanto a indústria, que tem dificuldades em padronizar

propriedades e níveis de desempenho a serem atingidos pelos seus produtos

quanto a profissionais, que podem praticar especificações inadequadas, devido

à variedade de técnicas e produtos existentes (BERTOLO et al 2005).

A recente norma Europeia EN 1504, trata da proteção e reparo das

estruturas de concreto, onde os principais grupos relativos a produtos e

sistemas de reparo são:

• Sistemas de proteção de superfícies;

• Argamassas e concretos para reparos estruturais e não estruturais;

• Aderência estrutural;

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• Injeção para concreto;

• Grautes para ancoragem de armaduras e para preenchimento de

vazios extemos;

• Prevenção da corrosão das armaduras.

3.1 Materiais de reparo para estrutura de concreto

O que sempre está em discursão são os vários tipos de materiais de

reparo que foram utilizados recentemente para as muitas operações de

renovação de sucesso. Os materiais podem ser classificados em materiais à

base de cimento, materiais à base de polímero argamassa, materiais baseados

em polímeros de concreto, materiais orgânicos à base de polímero, Materiais

Compósitos (reforçado com fibra de polímero, fibra pulverizada, compósitos

poliméricos reforçados) (SHASH, 2005).

Segundo Andrade (1992) a classificação mais conhecida é que leva em

consideração a família química dos produtos, podem-se agrupar em família

com base inorgânica (cimento), orgânica (polímero) e mista, conforme ilustra

na Figura 3.

Figura 3. Representação esquemática dos tipos de materiais.

Fonte (ANDRADE, 1992)

Os materiais a base de cimento, em sua maioria, contem diversos

aditivos com a finalidade de melhorar suas propriedades de retração,

exsudação, tempo de pega e consistência.

Os materiais avançados, formulados a base de resinas e combinações

com outros materiais como fibras, entre outros, se mostraram como resposta

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técnico-cientifica moderna para as exigências de desempenho e durabilidade

em sucessiva evolução em todo o mundo, sobretudo nas situações em que o

concreto necessita ser modificado ou que seu uso seja inadequado (HELENE,

1992).

Esses materiais de reparo cuja base é de natureza orgânica são muito

variados em composição, sendo os mais comuns os materiais a base de

resinas epóxi, resinas poliéster, base poliuretano, base acrílica e outros, sendo

que alguns deles são empregados dissolvidos na agua de amassamento,

dando lugar a materiais mistos.

A Tabela 1 apresenta as principais propriedades das matérias de reparo

quanto à família química. Segundo Andrade (1992), a escolha do produto deve

ser feita em função das propriedades requeridas do material, como forma de

garantir, dentre outros, a compatibilidade química entre o concreto da estrutura

e o produto de reparo.

Tabela 1. Propriedade dos materiais de reparo.

Fonte (ANDRADE, 1992).

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3.1.1 Critérios de seleção de materiais para reparo

Segundo Souza e Rapper (1998) além do mínimo de caraterística de

bom desempenho, como resistência á compressão e boa aderência, a escolha

de qualquer tipo de material deve segui outras propriedade a serem

observadas quanto à finalidade. Outras características como: o coeficiente de

expansão térmica, retração, permeabilidade.

Para Cusson e Mailvaganam (1996) a seleção de materiais de reparo

ainda deve ser levada em conta às condições de exposição em serviço, a

logística, parâmetros de instalação de reparo. O Quadro 4 mostra valores de

algumas propriedades dos três grupos de materiais.

Quadro 4. Propriedades mecânicas dos materiais de reparo.

Propriedades mecânicas

Argamassa cimenticía

Argamassa cimenticía modificada com polímero

Argamassa a base de resina

Resistência à compressão (MPa)

20-50 30-60 50-100

Resistência à tração (Mpa)

2-5 5-10 10 - 15

Módulo de elasticidade na

compressão (GPa) 20-30 15-25 10 - 20

Coeficiente de expansão térmica

(ºC) 10 10 - 20 25-30

Absorção de água (% por peso)

5,0-15 0,1-0,5 1,0 - 2,0

Temperatura máxima de serviço

>300 100-300 40-80

Fonte (CUSSON e MAILVAGANAM, 1996).

Cusson e Malvaganam (1996) estabeleceram algumas propriedades

mais importantes e relevantes que devem ser consideradas para a definição de

um material de reparo durável e sem incompatibilidade comparando o

desempenho entre reparo (R) e o substrato de concreto (C), conforme

demostrado no Quadro 5.

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Quadro 5. Propriedades mecânicas dos materiais de reparo.

Propriedades Relação do material de reparo (R)

com substrato de concreto (C)

Tensão de retração R=C

Coeficiente de fluência (para reparos comprimidos)

R<C

Coeficiente de fluência (para reparos tracionados)

R>C

Coeficiente de expansão térmica R=C

Módulo de elasticidade R=C

Coeficiente de Poisson R=C

Resistência à tração R>C

Desempenho a Fadiga R>C

Aderência R>C

Porosidade e resistividade R=C

Reatividade química R<C

Fonte (CUSSON e MAILVAGANAM, 1996).

3.1.1.1 Tensão de retração

No substrato de concreto, a maior parte da retração ocorre no momento

em que a pasta de cimento está perdendo água e em material a base de resina

a retração ocorre devido a um arrefecimento após uma reação exotérmica,

chegando à retração superior a 15 mm. Quando essa retração é restringida

surgem tensões permanetes no material o que leva a sua própria fissuração ou

o desplacamento do substrato. Logo o material de reparo deve ter uma

retração menor que a retração do substrato para evitar essas tensões.

3.1.1.2 Coeficiente de Fluência

A fluência é uma deformação permanente que acompanha uma

determinada peça estrutural devido ao carregamento. Em peça que o reparo

irar trabalho em tensões de compressão é desejável que o coeficiente de

fluência do reparo seja menor para resistir às tensões e poder transferir para o

concreto. Já para peças em que o reparo irá trabalhar em uma tensão de

tração é desejável que o coeficiente de fluência da do reparo seja maior para

tentar equilibrar a retração.

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3.1.1.3 Coeficiente de expansão térmica

É desejável que o coeficiente de expansão térmica sejam iguais para

evitar variações muito grandes de dilatações o que implicaria no surgimento de

tensões no sistema, podendo causar falha na interface ou no material de

menos resistência. Logo deve se escolher materiais que possuem coeficientes

de dilatação iguais ao substrato.

3.1.1.4 Módulo de elasticidade

O módulo de elasticidade é a medida de rigidez de um determinado

material. Material com módulo de rigidez baixo tem a tendência de transferir a

carga para o material de maior módulo, no entanto o ideal é que o os dois

materiais possuam módulos de elasticidades iguais para que possam trabalhar

como um material uniforme evitando esforços na interface.

3.1.1.5 Coeficiente de Poisson

O coeficiente de Poisson mede a relação de deformação entre duas

direções. O ideal que possuam o mesmo valor de coeficiente de Poisson para

que possam deformar de forma similar.

3.1.1.6 Resistência à tração

Preferível que materiais de reparo possuam alto valor de resistência à

tração, em especial para reparo de vigas em que o reparo pode trabalhar tanto

na compressão quanto na tração.

3.1.1.7 Desempenho a fadiga

O carregamento cíclico provoca o desenvolvimento e a propagação de

fissuras, devido ao fato que a resistência à fadiga do material ser menor do que

sua força estática, então a escolha do material deverá levar em consideração

um material que suporte vários ciclos de cargas, especialmente para elementos

estruturais em pontes.

3.1.1.8 Aderência

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A aderência é uma das mais importantes propriedades que devem ser

analisadas em um sistema. Quanto maior for à eficiência da aderência maior

será o desempenho do sistema.

3.1.1.9 Porosidade e resistividade

Conveniente que ambos, concreto e reparo, possuam mesma

porosidade e permeabilidade permitindo uma estanqueidade de agentes

patológicos.

3.1.1.10 Reatividade química

A reatividade do material de reparo com o aço, com o agregado, com o

cimento, deve ser considerada para evitar problemas futuros. Por exemplo,

materiais com pH baixo a moderado fornece pouca proteção ao concreto e

para o aço e por outro lado materiais excessivamente alcalino pode vir a reagir

com os agregados, portanto a reatividade deve ser verificada.

3.1.2 Descrição dos materiais de reparo

A seguir são descritos os principais materiais de reparo.

3.1.2.1 Concreto como material de reparo

O concreto convencional, feito com cimento Portland, é ainda bastante

utilizado em reparos e reforço de estruturas. No entanto na maioria das vezes

deve ter uma dosagem que considere as diferenças de retração entre o

concreto a ser aplicado e o concreto existente na peça a recuperar, pode ser

necessário também um concreto com alta resistência inicial. Os traços muito

ricos em cimento também devem ser evitados, pois apresentam grande

retração. Os aditivos plastificantes, superplastificantes e expansores devem ser

empregados de forma a permitir adequação às necessidades do serviço. Souza

e Ripper (1998) sugerem que as especificações e notas que vão constar dos

desenhos de execução sejam exaustivas, esclarecendo a resistência desejada,

a composição do concreto, os aditivos a utilizar e cuidados para sua aplicação.

Segundo Souza & Ripper (1998) se a peça a ser restaurada ou

reforçada for bastante nova, não tendo ainda o seu concreto sofrido a maior

parte da retração, o traço do concreto novo deve se aproximar o mais possível

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do traço do concreto antigo. Por outro lado, se a peça for antiga, o seu concreto

já terá sofrido toda ou praticamente toda a sua retração, e, neste caso, o traço

do concreto novo deve ser escolhido de modo a reduzir a sua retração ao

mínimo. O meio mais eficaz para se alcançar tal objetivo é a redução do fator

água/cimento, empregando-se aditivos plastificantes ou superplastificantes. Se

possível, o concreto novo deve ser misturado e deixado em repouso por 30 a

60 minutos, de forma a diminuir a retração após o lançamento. Os traços muito

ricos em cimento também devem ser evitados, pois apresentam grande

retração.

Nos reparos em que o concreto novo é colocado em cavidades

existentes no concreto antigo, a sua retração tende a criar fissuras na interface.

Para evitar isto, utilizam-se aditivos expansores, os quais podem ser de dois

tipos: os que liberam gases e os que são à base de limalha de ferro. Dentre os

do primeiro tipo, o de uso mais corrente é o pó de alumínio, que produz

hidrogênio que, por sua vez, provoca a expansão do concreto fresco,

compensando assim a retração de pega do concreto. Os aditivos com limalha

de ferro têm sua ação baseada na oxidação da limalha, o que provoca a sua

expansão e, consequentemente, a expansão do concreto (SOUZA e RIPPER,

1998).

Além do problema de retração, a dosagem do concreto também deve

levar em conta os requisitos quanto à resistência e à durabilidade. Por se estar

tratando de concreto convencional como material de reparo, é fundamental que

as especificações e as notas que vão constar dos desenhos de execução

sejam mais exaustivas, explicitando, além da resistência desejada, a

composição do concreto, incluindo os aditivos a utilizar e os cuidados para a

sua aplicação (ANDRADE, 1992).

O concreto projetável tem como características a densidade e

capacidade aderente suficientes para possibilitar pela própria velocidade de

transporte, a compactação simultânea com a aplicação, podendo ser aplicado

mesmo de baixo para cima. Normalmente a relação a/c é baixa. Há dois tipos

clássicos: mistura seca, onde a água só é adicionada após completado o

transporte, e a mistura úmida, que resulta no transporte do produto já

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hidratado. Em todos os dois casos, a qualidade do operador é fundamental na

aplicação do produto. Há ainda grandes limitações quanto ao tamanho máximo

do agregado.

Segundo o manual da ACI INTERNACIONAL (1999) existem três tipos

básicos de concreto contendo polímeros:

a) Concreto impregnado de polímero

Esse tipo de concreto é à base de cimento Portland no qual se impregna

um monômero, para posterior polimerização. Sendo o monômero mais utilizado

é o metil-metacrilato. Geralmente, são feitas aplicações de 1,5 a 2,5%, em

peso e espessuras de 6 a 38 mm As vantagens desse material é a

proporcionalidade de estruturas mais duráveis, compatibilidade com quase

todos os tipos de concreto, possui boa resistência à abrasão e à penetração, é

resistente à ação da água, ácidos e sais. Pode ser aplicado ainda em

estruturas já existentes para que haja um aumento da durabilidade, redução

nos custos com manutenção e na restauração de concreto deteriorado. Se o

concreto já tiver sido exposto a agentes agressivos, a aplicação não sanará os

problemas que já possam ter iniciado. Fissuras não são vedadas e servirão de

caminho para os agentes agressivos.

b) Concretos modificados com polímero

O concreto e a argamassa modificados com polímero (10 a 20% do peso

do cimento) são conhecidos como uma combinação de cimento, agregados e

polímeros orgânicos que são dispersos em água. Esta dispersão é chamada de

látex e o polímero orgânico é uma substância composta por inúmeras

moléculas simples combinadas em grandes moléculas. As moléculas simples

são os monômeros e a reação para combiná-las é a polimerização. O concreto

modificado com polímero é adicionado ao concreto para melhorar propriedades

como aderência do reparo ao concreto do substrato, aumentar a flexibilidade e

a resistência a impactos, melhorar a resistência à percolação de água e de sais

dissolvidos na água. Dos diversos tipos de polímeros, o mais adequado ao uso

para concreto modificado com polímero é por polimerização de emulsão. Para

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restauração do concreto, os de melhor desempenho são estireno-butadieno e

látex acrílico.

As resinas epóxi também podem ser adicionadas ao concreto,

modificando e contribuindo para melhoria de algumas características, como:

resistência ao gelo/degelo e a ataques químicos; redução da permeabilidade; e

aderência, resistência à compressão e à flexão (SOUZA E RIPPER, 1998).

O principal cuidado a ser tomado refere-se quanto à cura do concreto

modificado com polímero, que deve ser a seco, no mínimo por dois dias. O

concreto modificado com látex também apresenta melhor trabalhabilidade,

aplicação mais fácil e é ideal para ambientes úmidos (SOUZA E RIPPER,

1998).

Como concretos convencionais, os concretos modificado com látex

devem ser lançados e curados em temperatura compreendida entre 7 ºC e 30

ºC, cuidando para não se chegar aos extremos. Como muitas misturas de a/c

baixo, o concreto modificado com látex tende a apresentar fissuras de retração.

O módulo de elasticidade é ligeiramente menor quando comparado com

concreto convencional e, portanto, o seu uso na vertical ou carregamento axial

deve ser acompanhado cuidadosamente.

c) Concretos poliméricos

É um material compósito em que os agregados são unidos junto à matriz

com a ajuda de um aglutinante de polímero. Estes compósitos não contêm fase

de cimento hidratado, embora o cimento possa ser usado como agregado ou

filler.

O concreto polimérico tem sido feito com uma variedade de resinas e

monômeros incluindo poliéster, epóxi, metil-metacrilato e estireno. Resinas de

poliéster têm custo moderado e grande variedades de formulações. As resinas

epóxi são mais caras, mas algumas formulações oferecem a vantagem de

aderirem muito bem a superfícies úmidas.

Segundo Reis et al (2014) o concreto polimérico foi anteriormente muito

utilizado para pavimentos industriais, reparo de estruturas de concreto

danificada e tubos subterrâneos. Em comparação com cimento Portland

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convencional, o concreto polimérico oferece muitas vantagens, como maior

resistência mecânica e melhor resistência química.

As propriedades do concreto polimérico são influenciadas pela

quantidade e qualidade da resina usada. Mas, em geral, apresentam cura

rápida, boas resistências à compressão e flexão, boa aderência, boa

durabilidade em gelo/degelo, baixa permeabilidade à água e a agentes

agressivos e resistência a ataques químicos. O módulo de elasticidade do

concreto polimérico pode atingir valores inferiores ao do concreto convencional

se trabalhado em altas temperaturas. Somente alguns concretos poliméricos

são eficientes em ambientes úmidos. O concreto convencional geralmente não

apresenta boa aderência ao concreto polimérico e este fato pode ser minorado,

aplicando-se adesivo de base epóxi.

Segundo Souza e Ripper (1998) ainda existem o concreto com sílica

ativa e o concreto com fibras.

d) Concreto com sílica ativa

A sílica ativa é um pó pulverizado de tom cinza, que devido a sua finura

altera propriedade do concreto tanto no estado fresco quanto no estado

endurecido sendo sua ação diretamente ligada às características pozolânicas,

com teores de sílica amorfa, SiO2, maior ou igual a 85% em sua composição, e

de seu efeito microfiler, devido a partículas esféricas com diâmetro médio da

ordem de 0,2 micrometro que além de preencherem os vazios, colaboram para

maior reatividade do material. As adições são feitas em quantidades que

variam de 4% a 15% do peso do cimento.

Em comparação com o concreto convencional, o concreto de sílica ativa

apresentam algumas vantagens, como: maior resistência à compressão e a

tração; menor permeabilidade, porosidade e absortividade; maiores resistência

à abrasão e á erosão; maior resistência a ataque químico, como sulfatos e

cloretos; maior aderência a concreto novo e velho.

e) Concreto com fibras

O concreto com fibras são materiais resultantes da mistura de concreto

comum com fibras descontinuas, geralmente separadas na matriz do concreto,

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sendo também denominados de concreto reforçados com fibras. As fibras mais

usuais são as fibras de aço, de vidro e polímeros orgânicos, no entanto

atualmente tem se usado fibras de origem vegetal, como fibras de casca de

coco e sisal.

As fibras, normalmente apresentadas em várias formas e tamanhos, têm

o comprimento e o diâmetro em geral limitados a 50 mm e 0,5 mm,

respectivamente, e funcionam na massa do concreto como se fossem

armaduras difusas. As fibras não tem a função de substituir a armadura, mas

sim complementa-las, simplesmente por melhorar algumas características do

concreto, principalmente o alongamento e ruptura à tração.

Normalmente as fibras de vidro são atacáveis pelo meio alcalinos da

pasta de cimento, por isso poderá dizer que os materiais de cimento com fibra

de vidro perdem, com o tempo, sua resistência. Esta redução de resistência

pode ser controlada pela utilização de fibras resistentes a álcalis, fibras com um

revestimento orgânico, ou ainda pela redução do grau de umidade ambiental.

Já as libras de aço, também utilizadas nos concretos, são materiais

constituídos ou por pedaços de fios trefilados, com diâmetro de 0,25 a 0,75

mm, ou por aparas de corte, com largura de 0,15 a 0,40 mm e espessuras de

0,25 a 0.90 mm.

3.1.3.2 Argamassa

As argamassas de reparo são geralmente usadas na recomposição de

peças danificadas, onde além da função de recompor estruturalmente, as

mesmas, servirá de proteção a estrutura que estava danificada (LIMA, 2000).

Segundo Helene (2003) as argamassas tem a finalidade de repor a

homogeneidade e monolitismo dos elementos estruturais. Podem ser utilizadas

as argamassas de base cimento convencionais (inorgânicas) ou modificadas

com certos produtos químicos (orgânicos), a fim de melhorar certas

características, como resistência a agentes químicos.

a) Argamassas inorgânicas a base cimento Portland

São argamassas cimentícias que apresentam baixa retração, devido à

incorporação de aditivos químicos, característica fundamental para obras de

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recuperação de estruturas de concreto e possuem resistência química e tem

pH alcalino. São geralmente comercializadas sob a forma de

monocompomente, sendo necessário apenas adicionar a quantidade de água

recomendada pelo fabricante, ou ainda bi componente onde os componentes

são misturados na hora. No Brasil existem industriais que produzem uma linha

de argamassa pré-misturadas de cimento e areia com adição de resina acrílica

normalmente apresentada em duas modalidades (SOUZA e RIPPER, 1998):

- Argamassa autonivelantes, com grande fluidez, recomendadas para

aplicações em superfícies horizontais;

- Argamassas tixotropicas, que não escorrem, podendo ser aplicadas

em superfícies com qualquer inclinação em relação à horizontal. Este produto

leva ainda um acréscimo de fibras poliamidas.

Para Helene (1998) as argamassas de base mineral têm uso

recomendado em reparos superficiais, ou de arestas e revestimento

superficiais e ainda são uteis para preenchimento de pequenas cavidades e

nivelamentos.

Cusson e Mailvavaganam (1994) indicam argamassa de cimento

Portland em casos de lascamento do concreto por corrosão das armaduras ou

outro agente, ninhos de segregação no concreto, estruturas fissuradas,

abrasão ou erosão de superfícies, problemas de infiltração e permeabilidade. E

seguindo alguns cuidados quanto ao uso, principalmente com relação à

retração por secagem. A adição de agua em excesso, na tentativa de se obter

trabalhabilidade adequada, pode provocar retração que leve ao

comprometimento da aderência.

b) Argamassas orgânicas á base epóxi

As argamassas de base epóxi são argamassas de polímero com base

orgânica (epóxi), com agregado miúdo e um ligante de polímero (amina ou

poliamidas). Tanto argamassas ou concretos de polímeros são excelentes

materiais para reparo de falhas de elementos estruturais, porém, por razões

econômicas, seu emprego fica limitado a falhas localizadas, de pequenas

dimensões (SOUZA e RIPPER, 1998).

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As resinas epóxi fazem parte de uma família de polímeros termo fixos de

grande importância na construção civil. São resinas derivas da indústria

petroquímica. Tendo varias propriedades, como: excelente adesividade;

resistência química a muitos ácidos, álcalis e solvente; elevada resistência

mecânica e dureza, boa durabilidade e baixa retração. Essa resina pode

proporcionar endurecimento rápido e desenvolver uma alta resistência final em

curto espaço de tempo a temperatura ambiente, tendo essa velocidade de

endurecimento dependente da temperatura e o tipo de formulação do sistema

de resina (CUSSON e MAILVAGANAM, 1994).

No local da obra, a preparação da argamassa de base epóxi deve ser

feita de acordo com as seguintes etapas (SOUZA e RAPPER, 1998):

1°) adiciona-se o catalisador à resina, misturando-se os componentes

com pás mecânicas de baixa velocidade, de forma a evitar a incorporação de

bolhas de ar;

2°) Transfere-se a resina misturada com catalisador para um tambor,

acrescentando-se então a areia de quartzo. A mistura já poderá, assim, ser

feita manualmente ou com equipamento apropriado;

3°) logo após esta segunda mistura estar pronta, o produto assim obtido

deve ser lançado e espalhado na região.

c) Argamassas mistas modificadas com polímeros

Segundo Helene (2003) a argamassa polimérica é um produto que

resulta da associação de um composto inorgânico (cimento) e um composto

orgânico látex polimérico, que usam agregados com granulometria adequada,

geralmente contínua e descontinua no caso de alta resistência à abrasão,

formuladas especialmente com aditivos e adições que conferem propriedades

especiais, e tem estrutura definida que consiste no gel de cimento e as

microfibras de polímero.

A argamassa de polímero foi desenvolvida pela primeira vez na década

de 1950 e depois se tornou amplamente conhecido na década de 1970. A

composição da argamassa é determinada pelas suas aplicações sendo sua

resistência estabelecida em função da razão entre agregado e resina. A

argamassa polimérica tem sido bastante empregada em com eficiência em

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componentes pré-moldados para edifícios, painéis de ponte, contentores de

resíduos perigosos e bases de máquinas (REIS et al, 2014).

As argamassas modificadas com polímeros são mais utilizadas na área

de reparo de estrutura de concreto, pois a colocação de resina sintética

polimérica à argamassa de cimento e areia permite reduzir a agua de mistura

necessária, intensificando certas qualidades devido à diminuição da porosidade

do concreto. Estas qualidades são interessantes quando se procura maior

durabilidade, além de manter a plasticidade deste material, reduzir a

permeabilidade e dar ótimo poder de aderência com concretos endurecidos.

Em geral tem retração compensada e são tixotropicos, permitindo seu uso em

superfícies verticais e inclinadas.

3.1.2.3 Grautes

Segundo Souza e Ripper (1998) o graute é uma argamassa previamente

preparada por empresas especializadas, que têm como princípios atrativos a

fácil aplicação, a elevada resistência mecânica e a ausência de retração,

podendo ser de base mineral ou de base epóxi.

Helene (2003) define o graute como um material fluido e auto adensável

no estado recém misturado, indicado para preencher cavidade e principalmente

torna-se aderente, resistente e sem retração no estado endurecido.

a) Grautes inorgânicos

O grautes de base mineral é um material constituído por cimento,

agregados miúdos, quartzos, aditivo super plastificante e aditivo expansor (pó

de alumínio), que possibilitam a obtenção de elevada fluidez, tornando possível

a sua aplicação em regiões dos elementos estruturais de difícil acesso. Além

disso, em virtude da presença de aditivo expansor na mistura, há maior

garantia de que todos os espaços da região do reparo serão preenchidos. Na

obra, deve-se misturar água ao graute, segundo as quantidades especificadas

pelo fabricante do material (SOUZA e RIPPER, 1998).

Por suas características de alta fluidez, boa aderência e baixa

permeabilidade, este tipo de graute é conveniente para reparos em locais de

difícil acesso e em seções densamente armadas.

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b) Grautes orgânicos

O graute orgânico de base epóxi é um composto formulado com resinas

orgânicas onde a união e a resistência do conjunto é dada pelas reações de

polimerização e endurecimento dos componentes das resinas. O cimento

Portland pode entrar na composição do produto como um agregado fino

também chamado de filer completando a distribuição granulométrica e

preenchendo os vazios da areia, atuando como inerte, assim como também as

cinzas volantes que podem ser consideradas com custo muito acessível

(HELENE, 2003).

Geralmente são produtos com excelente equilíbrio físico, químico e

mecânico, apropriados para ambientes altamente agressivos e em locais onde

são exigidas altas precisões nos reparos. Em geral são para uso em pequenos

volumes e espessuras, pois tem elevada aderência ao substrato e baixo

modulo de deformação longitudinal, assim como deformação lenta, superior a

dos concretos e argamassas de cimento Portland (SOUZA e RIPPER, 1998).

Os grautes a base orgânica podem ser formulados como resina

praticamente pura quando se destinam a injeção de fissuras, sendo conhecidos

também como grautes para injeção de fissuras, tendo baixa viscosidade

(SOUZA, 1998).

3.1.2.4 Adesivos

Para Souza e Ripper (1998) os adesivos são materiais utilizados para

colar materiais a elementos estruturais já existentes, podem ser a base epóxi,

PVA e acrílico.

Os adesivos a base de epóxi são polímeros fornecidos em dois

componentes: monômero e catalisador. Após a mistura dos dois componentes,

o material permanece viscoso por certo tempo, denominado “pot-life”, depois

endurece e se solidifica, adquirindo então elevada resistência mecânica. A

mistura dos componentes deve ser feita com um agitador para obter uma

mistura bem homogênea.

Os adesivos de base acetato de polivilina (PVA) apresenta boa

resistência ao intemperismo, sendo utilizado em tintas, revestimento e

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membranas impermeabilizantes, são bastante utilizados em preparo de

chapisco e a confecção de argamassas, pois, quando diluídos na água de

amassamento, proporcionam à argamassa melhor aderência sobre aos

substratos.

Os de base acrílica são resultante da polimerização de monômeros, que

por sua vez são os ésteres do acido acrílico o do acido metacrílico, que

apresentam transparência cristalina e excepcional resistência química, sendo

utilizados, nesse caso tem aplicação semelhante a dos adesivos de base PVA.

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45

4 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Neste capitulo é exposto o procedimento experimental para que a

pesquisa possa ser realizada, assim como os métodos e técnicas para a

caracterização dos materiais.

O trabalho foi desenvolvido em duas fases, a primeira fase corresponde

a uma revisão bibliográfica; e a segunda fase correspondente ao programa

experimental.

Na primeira fase foi realizada uma revisão da literatura existente, dando

suporte para todo o trabalho e enfocando tópicos de interesse da pesquisa:

durabilidade do concreto armado, mecanismos de degradação químicos e

físicos, materiais de reparo suas características e propriedades.

Na segunda fase foi planejado e executado o programa experimental

dividido em quatro etapas. A primeira etapa consiste da caracterização dos

agregados (confecção das vigas para reparo) e argamassa; na segunda etapa

tem-se a dosagem do concreto, caracterização do concreto fresco e

endurecido, confecção das vigas (pequenas e grandes), moldagem da

geometria do reparo e aplicação da argamassa nas vigas. A terceira etapa

requer a instrumentação das vigas, ensaio de tração na flexão e cisalhamento

direto para analise da aderência entre o substrato e a argamassa. A quarta

etapa é uma avaliação do método de execução do reparo, com a programação

de visitas a obra que estejam realizando reparo, concretizando um estudo de

caso.

Figura 4 mostra um fluxograma resumindo todas as etapas envolvidas

no projeto.

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46

Figura 4. Fluxograma esquemático do programa experimental.

1°Etapa 2°Etapa 3°Etapa 4°Etapa

Programa experimental

Caracterização do

materiais:

Ensaios:

CimentoMassa especifica; Tempo de pega; Resistencia a compressão; Tração na por compressão diametral;

Agregado miúdoComposição granulométrica; Módulo de finura; Massa específica; Massa unitária; Teor de material pulverulento; Determinação da umidade.

Agregado miúdoDeterminação massa específica e absorção; Composição granulométrica; Módulo de finura; Massa unitária; Teor de material pulverulento.

Argamassa estado

frescoDeterminação tempo de pega; índice de consistência.

Argamassa estado

EndurecidoDeterminação da resistência a compressão; determinação da resistência cisalhante; tração compressão

diametral.

Avaliação das

propriedades

mecânicas do

concreto ,

moldagem e

preparo da viga

Dosagem concreto

Ensaios:

Concreto frescoAbatimento tronco de cone

Concreto endurecidoResistência a compressão; Tração por compressão diametral; Resistencia cisalhamento; Resistencia a tração na flexão.

Analise do

desempenho

mecânico do

concreto

(substrato) e

argamassa de

reparo.

EnsaiosDeterminação da resistência a tração na flexão; resistência a aderência ao cisalhamento na flexão; resistência de aderência

no cisalhamento direto

Avaliação do

procedimento

executivo

propondo novas

diretrizes

Estudo de caso

Visita em obras

Fonte (Autor)

4.1 Revisão bibliográfica

Para realizar a revisão bibliográfica foi feito um estudo bilbiométrico

sobre o tema para delimitar as reais necessidades do foco do estudo. Dessa

forma foi pesquisado nas plataformas Scopus e no Science Directy todos os

documentos sobre reparo e argamassa polimérica desde 1950 quando se teve

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47

a primeira publicação sobre o tema de acordo com Reis et al (2014). Nesta

primeira fase do trabalho realizou se uma pesquisa de artigos publicados nos

diversos periódicos da área da construção civil, sendo esses vinculados na

plataforma Scopus. O Scopus também fornece os perfis de autores, abrangem

filiações, o número de publicações e de seus dados bibliográficos, referências e

detalhes sobre o número de citações de cada documento publicado que ele

tenha recebido. Em seguida foi realizada uma pesquisa mais intensa em

dissertações, teses e livros que abordam o tema.

4.2 Materiais

Para produção das vigas será necessário adquirir cimento CPII Z, areia,

brita, aço, água, talvez aditivo para aumentar a fluidez do concreto, mantendo a

tralhabilidade sem comprometer a resistência, e por fim a aquisição das

argamassas poliméricas existente no mercado.

O estudo experimental desta pesquisa terá seu inicio de

desenvolvimento nas instalações dos Laboratórios do Departamento de Ciência

e Tecnologia dos Materiais (DCTM), em especial no Centro Tecnológico da

Argamassa (CETA) e na parte de ensaio mecânicos, no laboratório L.P.

Timoshenko.

4.3 Metodologia primeira etapa

Essa etapa tem como objetivo a caracterização de todos os materiais

que serão utilizados para a confecção das vigas, que serão reparadas, e da

argamassa polimérica utilizada como material de reparo. Toda etapa 1 esta

detalhada no fluxograma representado pela Figura 5 abaixo.

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Figura 5. Fluxograma detalhado da 1° etapa.

1°Etapa: Caracterização dos

materiais

Programa experimental

CimentoAgregado

miúdoAgregado

graúdo

Argamassa estado fresco

Argamassa estado

endurecido

Massa especifica (NBR NM 23:2001

Tempo de pega (65:2003)

Resistência a compressão (NBR

7215:1997)

Tração por compressão

diametral (NBR 7222:2011)

Composição granulométrica

(NBR MN 248:2003)

Módulo de finura (NBR NM 248:2003)

Massa específica (NBR NM 52:2009)

Massa unitária (NBR NM 45:2006)

Teor de material Pulverulento (NBR

NM 46:2003)

Determinação do Inchamento (NBR

NM 53:2009)

Composição granulométrica

(NBR MN 248:2003)

Determinação do tempo de pega (NBR 65:2003)

Determinação da resistência a

compressão (NBR 7215:1997)

Determinação da massa específica e absorção (NBR

NM 53:2009)

Módulo de finura (NBR NM 248:2009)

Determinação do teor de material

Pulverulento (NBR NM 46:2003)

Índice de consistência (NBR

13276:2005)

Determinação da resistência ao cisalhamento

Determinação da tração por

compressão diametral (NBR

7222:2011)

Fonte (Autor)

4.3.1 Aquisição dos materiais

Os agregados, o cimento e o aço foram adquiridos nas lojas de materiais

de construção localizados próximos a escola Politécnica da UFBA, no entanto

de acordo com informações do fornecedor as jazidas do agregado miúdo esta

localizada em Camaçari-Bahia.

4.3.2 Caracterização dos materiais

4.3.2.1 Cimento

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49

As características químicas do cimento devem ser adquiridas do

fabricante. No entanto alguns ensaios para caracterização física e química

serão executados.

Em relação às outras propriedades pretende-se realizar:

a) Determinação da massa especifica

Esse ensaio consiste em determinar a massa especifica de materiais de

cimentos e material em pó seguirá as recomendações da NBR NM 23:2001. A

massa especifica é uma importante medida que servirá para confecção da

dosagem do concreto.

A determinação da massa especifica utiliza o frasco de Le Chatelier, o

método é relativamente simples: coloca-se a amostra de massa conhecida

dentro do frasco, preenche com um determinado fluido, volume conhecido, que

não reaja quimicamente com o material e uma densidade superior a 0,731

g/cm³ a 15°C. A densidade pode ser expressa pela relação entre a massa da

amostra e a variação de volume que foi expressa no frasco.

b) Determinação tempo de pega

O objetivo desse ensaio é determinar o tempo de pega da pasta de

cimento de acordo com a norma NBR 65:2003. Para determina a variável em

questão se utiliza o aparelho de Vicat.

Como esse ensaio se consegue estabelecer dois parâmetros o tempo de

inicio de pega fim de pega. O inicio de pega é o intervalo de tempo desde a

adição de agua até o momento em que a agulha de Vicat correspondente

penetra até uma distancia de 4 mm da placa base; o fim de pega é o intervalo

de tempo transcorrido desde a adição de água ao cimento até o momento em

que a agulha de Vicat penetre 0,5 mm na pasta.

c) Determinação da resistência à compressão

A determinação da resistência à compressão axial, de acordo com a

NBR 7215:1997, é uma forma de avaliar a resistência mecânica do cimento.

Neste ensaio serão confeccionados 12 corpos de prova cilíndricos (50 mm x

100 mm). Os corpos-de-prova são elaborados com argamassa composta de

uma parte de cimento, três de areia normalizada, em massa, e com relação

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água/cimento de 0,48. A argamassa é preparada por meio de um misturador

mecânico e compactada manualmente em um molde. Serão colocados em cura

em agua com cal e serão postos em ensaio na prensa Instro HDX 1000 com

velocidade de carregamento de 0,05N/s em 3, 7, 14, 28 dias.

d) Determinação de tração por compressão diametral

Para NBR 7222:2011 a determinação da tração ocorre de forma indireta

com uma aplicação de carga de compressão em corpos de prova cilíndricos

(50mmx100mm). Os corpos de prova serão posto em uma posição de acordo

com a Figura 6.

Figura 6. Representação esquemática da posição do corpo de prova.

Fonte (NBR7222, 2011)

Serão confeccionados 12 corpos de prova posto a ensaio em 4 idades

diferentes, 3, 7, 14 e 28 dias. Os corpos de prova serão ensaiados na prensa

Instron HDX 1000 com velocidade de carregamento de 0,05 Mpa/s até e a

ruptura. A resistência é calculada com a Equação 1:

𝑓𝑡,𝐷 =2.𝐹

𝑑.𝐿 (1)

Onde: 𝑓𝑡,𝐷 = resistência à tração por compressão diametral (Mpa);

𝐹 = Carga máxima obtida no ensaio (KN);

d = Diâmetro do corpo de prova (mm)

L = Comprimento do corpo de prova (mm).

4.3.2.2 Agregado miúdo

Para o agregado miúdo pretende-se realizar toda caracterização com os

seguintes ensaios:

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51

a) Composição granulométrica

Através desse ensaio, normatizado pela NBR NM 248:2003, que é

possível analisar a continuidade da granulometria de um determinado

agregado. Para isso é necessário uma quantidade mínima de 300 g de

agregado que será passada por um conjunto de peneiras de abertura já

conhecidas. Após esse processo pesa-se a quantidade de agregado retido em

cada peneira calculando a porcentagem media. Em seguida é possível realizar

uma analise quantitativa analisando a gráfica abertura versus porcentagem

acumulada, a curva ideal deve ser bem acentuada que mostrando ter

uniformidade.

b) Módulo de finura

O modulo de finura, de acordo com NBR NM 248:2003, fornece uma

ideia da espessura média do agregado podendo ser considerado como a

relação entre porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado,

nas peneiras da série normal, dividida por 100.

c) Massa especifica

Para determinar a massa especifica com a NBR NM 52:2009 será

utilizado o frasco de Chapman. Coloca-se 500g do agregado seco no frasco em

seguida adiciona-se 500 ml de água, sempre observando para eliminação de

bolhas. Posteriormente é feito a leitura no frasco e calculado a densidade

através da Equação 2:

𝜌 =𝑚

𝑉−𝑉1 (2)

Onde: 𝜌 = densidade especifica do agregado (g/cm3)

V = leitura de volume no frasco (cm3)

V1= volume inicial de água.

Determinar a massa especifica e massas especifica aparente dos

agregados miúdos é de fundamental importância, pois é uma variável

destinada ao calculo da dosagem do concreto.

d) Massa unitária

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52

A massa unitária, normatizada pela NBR NM 45:2006, leva em

consideração os vazios presentes entre os agregados sendo um parâmetro

importante da dosagem desse material em campo onde não existe balança.

Para determinar a massa unitária basta colocar uma determinada massa de

uma amostra, com os devidos adensamentos, em um recipiente de volume

conhecido e realizar a divisão entre massa e volume ocupado.

e) Teor de material pulverulento

Material pulverulento, para a NBR NM 46:2003, é o material fino que

passa na peneira de abertura 75 micrometros.

Para realizar este ensaio é necessário pesar 500 g de agregado miúdo

seco e coloca – lo para lavagem com um agente dispersor, detergente, por

exemplo, e passa – la na peneira 75. Essa operação deve ser feita até que a

água fique clara. Atingindo esse ponto pesa-se novamente o agregado e a

diferença entre massas dividida pela massa inicial é a porcentagem de

pulverulência.

f) Determinação da umidade

A umidade do agregado é um fator muito importante que influencia na

dosagem do concreto pela quantidade de agua e pelo inchamento. Para

determinar a umidade basta conhecer a massa inicial da amostra (500g),

posteriormente colocada para secar em uma estufa durante 24 horas por

105°C. Em seguida pesa-se a amostra e a diferença entre as massas dividida

pela massa inicial é a porcentagem de água presente no material.

g) Determinação do inchamento

O inchamento é uma variação do volume aparente provocado pela

umidade superficial do agregado miúdo. Será calculado de acordo com as

recomendações da NBR 6467:2006, onde se buscará traçar uma curva do

coeficiente de inchamento para cada valor umidade.

4.3.2.3 Agregado graúdo

a) Determinação massa específica e da absorção de água dos agregados

graúdos

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53

Para determinar a massa especifica será seguida as recomendações da

NBR NM 53:2009, sendo necessário pesar no mínimo 3 kg de agregado

submergir em um recipiente durante com um volume conhecido de água

durante 24 horas. Depois de transcorrido esse tempo seca-se toda amostra em

um pano e em seguida podendo ser calculada pela Fórmula 3:

𝑑 =𝑚

𝑚𝑠−𝑚𝑎 (3)

Onde: d = massa especifica do agregado seco (g/cm3);

m = massa ao ar da amostra seca (g);

ms = massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca (g);

ma = é a massa em água da amostra (g).

Levando em consideração que a diferença entre ms e ma é

numericamente igual ao volume do agregado, excluindo os vazios permeáveis.

A absorção de agua do agregado graúdo pode ser calculada pela

Equação 5 aproveitando a mesma metodologia:

𝐴 = 𝑚𝑠−𝑚

𝑚 (5)

Onde: A = absorção de água (%);

ms = massa ao ar da amostra na condição saturada superfície

seca (g);

m = massa ao ar da amostra seca (g).

b) Composição granulométrica – ABNT NBR NM 248:2003: semelhante ao

agregado miúdo;

c) Módulo de finura - ABNT NBR NM 248:2003: semelhante ao agregado

miúdo;

d) Determinação do material fino - ABNT NBR NM 46:2003: semelhante ao

agregado miúdo.

4.3.2.4 Água

A agua será fornecida pelo sistema de abastecimento do município, que

no caso do estado da Bahia é a Embasa.

4.3.2.5 Aço

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54

O aço que se pretende trabalhar é o aço CA 50S para armadura

principal e CA60 para confecção dos estribos. Esse material será fornecido

pela indústria local. Seguindo as recomendações da ABNT NBR 6118:2014.

4.3.2.6 Argamassa polimérica estado fresco

a) Determinação tempo de pega – ABNT NBR 65:2003: semelhante à pasta de

cimento

b) Índice de consistência

Para determinação do índice de consistência pretende-se seguir as

recomendações da NBR 13276:2005, utilizando a uma mesa de consistência

(flow table). Logo após a preparação da mistura, as pastas serão moldadas em

um tronco de cone, adensadas em três camadas com soquete com 15,10 e 5

golpes, respectivamente. Após a retirada do molde, move-se a manivela da

mesa para medida de consistência, fazendo com que a mesa caia 30 vezes em

aproximadamente 30 s e a medida é a média aritmética de três diâmetros

encontrados no espalhamento.

4.3.2.7 Argamassa estado endurecida:

Caracterização resistência: compressão, cisalhamento e tração

diametral.

a) Determinação da resistência à compressão

Determina a resistência compressão (NBR 7215:1997) semelhante à

pasta de cimento endurecida. Serão moldados 3 corpos de prova cilíndricos (50

mm x 100 mm) para cada tipo de argamassa.

No ensaio de compressão será acoplado um aparato para da suporte ao

Transformador Diferencial Variável Linear (LVDT) para medir o deslocamento

longitudinal real do corpo de prova para calcular o modulo de elasticidade como

demostrado na Figura 7:

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55

Figura 7. Aparato para fixação dos LVDTs.

Fonte (MAZZA, 2010)

b) Determinação da resistência cisalhante

Para o ensaio de resistência ao cisalhamento serão moldados 3 corpos

de prova cúbicos medindo 75 x 75 x 100 mm, para cada tipo de argamassa.

Esses corpos de prova serão posicionados em um dispositivo metálico em

forma de L e disposto de uma forma que a carga aplicada tenha uma

orientação de 45°. Após o arranjo do corpo de prova, o conjunto será posto a

ensaio na prensa Instron HDX 1000 sob compressão axial. A Figura 8 mostra

como ficará a configuração do acoplamento do corpo de prova com o aparato.

Figura 8. Corpo de prova acoplado nas bases e no aparato.

Fonte (autor)

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56

Na Figura 9 observa-se a decomposição de forças sobre as arestas

laterais do corpo de prova. Sendo a carga P decomposta devido à inclinação as

forças resultantes são posicionadas para aplicar uma tensão cisalhante direta.

Figura 9. Representação esquemática da aplicação da força P sobre o corpo

de prova.

Fonte (Autor)

A tensão de cisalhamento pode ser calculada aplicando a Equação 6:

τ =

P√22A

(6)

Onde: τ = tensão cisalhante (Mpa);

P = carga de ruptura (KN);

A = área da seção paralela à componente cisalhante (mm²).

c) Determinação de tração por compressão diametral

Semelhante à pasta de cimento seguirá a NBR 7222:2011, onde serão

moldados 3 corpos de prova cilíndricos (50 mm x 100 mm) para cada tipo de

argamassa.

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57

4.4 Metodologia segunda etapa

A segunda etapa tem como objetivo realizar a dosagem e caracterização

do concreto, moldagem das vigas e prepararação dos layouts do reparo. Essa

etapa ficar bem representada e detalhada na Figura 10, que representa o

fluxograma da mesma.

Figura 10. Fluxograma detalhado 2° etapa.

2°Etapa: Avaliação das propriedades

mecânicas do concreto, moldagem e preparo das vigas

Programa experimental

Dosagem do concreto

Concreto estado Fresco

Concreto endurecido

Moldagem das vigas (pequenas e

grandes)

Consistência pelo abatimento tronco de cone (NBR NM

67:1998)

Resistência a compressão axial (NBR 5739:2007).

Dimensionamento das formas

Tração por compressão

diametral (NBR 7222:2011).

Resistência ao cisalhamento direto (Método

proposto)

Resistência a tração na flexão

(NBR 12142:2010)

Moldagem e dimensionamento

das armaduras

Preparo para ensaio ( Variação da geometria e aparelho fixação

do LVDT)

Fonte (Autor)

4.4.1 Dosagem do concreto

A dosagem é um processo através do qual é obtida a proporção ideal

entre os componentes. Após o material ser caracterizado, a dosagem será

desenvolvida seguindo a norma ACI 211.1:1991. Tal procedimento baseia-se

ainda nas condições de exposição, visando à durabilidade da estrutura e à

trabalhabilidade do concreto conforme a NBR 6118:2014.

Deseja-se um concreto com resistência a compressão superior a 30 Mpa

aos 28 dias para que se tenha um mínimo de compatibilidade com o reparo.

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58

4.4.1.1 Pré-dosagem

Antes de se obter os resultados da caracterização dos agregados

realizou-se uma pre-dosagem com dados de trabalhos já antes concretizados

com materiais da mesma região (jazida de Camaçari – BA). Essa pre-dosagem

tem a finalidade de ter noção do consumo de materiais para calculo do

quantitativo a serem adquiridos.

A Tabela 2 e a Tabela 3 demostra os resultados dos ensaios do

agregado graúdo e miúdo, respectivamente.

Tabela 2: Resumo dos ensaios caracterização agregado miúdo

Ensaio Resultado para

brita 19 mm Norma

Modulo de finura (mm) 6,73 ABNT NBR 248:2003

Dimensão máxima característica

(mm) 19,00

ABNT NBR NM

248:2003

Massa unitária no estado

compactado (kg/dm3) 1,54

ABNT NBR

7251:1982

Massa especifica (g/cm3) 2,65 ABNT NBR

NM53:2003

Fonte (MAZZA, 2010)

Tabela 3: Resumo dos ensaios caracterização agregado miúdo

Ensaio Resultado Norma

Modulo de finura (mm) 1,58 ABNT NBR NM 248:2003

Dimensão máxima característica (mm) 1,18 ABNT NBR NM 248:2003

Massa específica (g/cm3) 2,79 ABNT NBR 52:2003

Absorção (%) 1,23 ABNT NBR NM 30:2003

Fonte (MAZZA, 2010)

Na Tabela 4, encontram-se o traço e o consumo de material utilizado no

presente estudo para 1,0m3 de concreto, para compra de materiais.

Na Tabela 4. Traço em massa.

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59

Traço em massa

(cimento: areia: brita: água) Cimento Areia Brita 19 Água

1: 1,49: 2,72: 0,48 427 kg/m3 637 kg/m3 1163 kg/m3 205 kg/m3

Fonte (AUTOR).

4.4.2 Concreto estado fresco

4.4.2.1 Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone

O índice de consistência mede a trabalhabilidade do concreto e esse

trabalho seguirá as recomendações da NBR NM 67:1998 para realizar esse

ensaio. Consiste em colocar o concreto em três camadas, compactando com

25 golpes em cada, dentro de um tronco de cone. Em seguida levanta-se o

cone com cuidado e mede o quanto o concreto sofreu abatimento com uma

régua graúda de 1 mm

4.4.3. Concreto estado endurecido

4.4.3.1 Ensaio de compressão

Para o ensaio de compressão seguirá as recomendações da NBR

5739:2007, em estabelece um método de ensaio pelo qual devem ser

ensaiados à compressão os corpos-de-prova cilíndricos de concreto, no caso

serão confeccionados 16 corpos de prova com dimensões 100 mm x 200 mm,

ensaiados nas idades de 3 dias, 7 dias, 14 dias e 28 dias, 4 cps para cada

idade. Os corpos serão moldados de acordo a ABNT NBR 5738 e extraído

conforme a ABNT NBR 7680.

No ensaio de compressão será acoplado um aparato para da suporte ao

Transformador Diferencial Variável Linear (LVDT) para medir o deslocamento

longitudinal real do corpo de prova para calcular o modulo de elasticidade,

como nas argamassas poliméricas.

4.4.3.2 Determinação de tração por compressão diametral

Ensaio previsto na NBR 7222:2011, serão moldados 16 corpos de prova

para serem ensaiados em 4 idades diferentes. Este ensaio é similar ao ensaio

com as argamassas no estado endurecido.

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60

4.4.3.3 Determinação da resistência cisalhante

Serão confeccionados 16 corpos de prova rompidos em 4 idades

diferentes. Ensaio usa a mesma metodologia do cisalhamento com argamassa

citado anteriormente.

4.4.3.4 Determinação da resistência à tração na flexão

A tração do concreto será determinada de forma indireta com a

utilização do ensaio de tração na flexão descrito pela NBR 12142:2010. Para

isso serão confeccionados 16 corpos de prova (75 x 75 x 36) para serem

rompidos em 4 idades diferentes. Esse método será utilizado para ensaiar as

vigas reparadas e será mais discutido em frente.

4.4.4 Moldagem das vigas

4.4.4.1 Dimensionamento da forma

Para produzir as vigas pequenas será confeccionado uma forma para

concretar 5 vigas por vez. A forma terá 1,85m2 de madeira e 4 chapas de aço

para agrupar as peça. A Figura 11 mostra o esquema de como será montada a

forma de madeira.

Figura 11. Representação esquemática da forma de madeira.

Fonte (AUTOR)

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61

Para produzir as vigas grandes será confeccionado uma fôrma para

concretar 2 vigas por vez. A forma terá 4,2m2 de madeira e 4 chapas de aço

para agrupar as peça, conforme representado na Figura 12.

Figura 12. Esquema da forma de madeira vigas grandes.

Fonte (Autor)

4.4.4.2 Moldagem das vigas

Realizou-se uma pesquisa de mercado e constatou a presença cinco

potenciais fornecedores de argamassa polimérica. Como será descrito em itens

posteriores, deseja-se estudar três tipos de geometrias de reparo, trapezoidal,

retangular e retangular estendida (retangular II). Logo serão confeccionadas

três vigas para ser reparada com cada tipo de geometria para cada tipo de

argamassa, então serão necessárias nove vigas para cada tipo de argamassa,

como são cinco tipos se pretendendo moldar 45 vigas, como detalhado na

Tabela 5, a serem reparadas e mais três de referencia (sem reparo),

totalizando 48 vigas.

Tabela 5. Quantitativo de vigas para reparo

ARGAMASSAS GEOMETRIAS Q. VIGAS

TIPO I

TRAPEZOIDAL 3

RETANGULAR I 3

RETANGULAR II 3

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62

TIPO II

TRAPEZOIDAL 3

RETANGULAR I 3

RETANGULAR II 3

TIPO III

TRAPEZOIDAL 3

RETANGULAR I 3

RETANGULAR II 3

TIPO IV

TRAPEZOIDAL 3

RETANGULAR I 3

RETANGULAR II 3

TIPO V

TRAPEZOIDAL 3

RETANGULAR I 3

RETANGULAR II 3

TOTAL 45

Fonte (Autor)

As dimensões da seção é a mais próxima entre a possibilidade de

realização do ensaio na prensa e o que se encontra em uso. Essa seção

possui 12 cm de largura, 22 cm de altura, comprimento de 70 cm e vão livre de

63 cm conforme ilustra a Figura 13.

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63

Figura 13. Dimensões das vigas protótipo.

Fonte (autor)

A viga foi dimensionada para trabalhar no Domínio 2, então a seção se

encontrará parte tracionada e parte comprimida, ela sofrerá pouca ou nenhuma

fratura no concreto (esmagamento na parte comprimida) e escoamento do aço.

Terá um cobrimento de 2,5 cm da armadura principal, mínimo exigido pela NBR

6118.

A viga será confeccionada com quatro barras com diâmetro de 10 mm,

sendo duas posicionadas na parte inferiores da viga chamada de N2 aço CA50,

espaçada com 4,5 cm entre face; e mais duas na parte superior denominadas

de N3 aço CA50. O espaçamento entre as barras na vertical é de 14,50 cm

entre face. Também serão utilizados estribos denominados de N1, espaçados

de 12,6 cm entre face, totalizando seis estribos por viga, com diâmetro de

4,2mm aço CA60.

De acordo com os cálculos, a seção dimensionada tem uma resistência

de um momento fletor de 11,59 kn.m que representa uma carga de 110,44 kn.

O detalhamento da armadura está ilustrado na Figura 14.

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64

Figura 14. Detalhamento da armadura viga protótipo

Fonte (Autor)

Serão confeccionadas seis vigas de tamanho real: duas será as de

referencia, sem reparo: duas vigas serão reparadas com um tipo de argamassa

e outras duas com outro tipo de argamassa. As dimensões da seção possuem

12 cm de largura, 30 cm de altura, 300 cm de comprimento e vão livre de 270

cm conforme ilustra a Figura 15.

Figura 15. Dimensões viga tamanho real.

Fonte (Autor)

A viga foi dimensionada para trabalhar no Domínio 2, então ela sofrerá

pouca ou nenhuma fratura no concreto (esmagamento na parte comprimida) e

escoamento do aço. Terá um cobrimento de 2,5 cm da armadura principal,

mínimo exigido pela NBR 6118.

Como nas vigas menores, será confeccionada com quatro barras com

diâmetro de 10 mm, sendo duas posicionadas na parte inferiores da viga

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chamada de N2, espaçada com 4,5 cm entre face; e mais duas na parte

superior denominadas de N3. O espaçamento entre as barras na vertical é de

22,50 cm entre face. Também serão utilizados estribos denominados de N1,

espaçados de 12,2 cm entre face, totalizando vinte e cinco estribos por viga,

com diâmetro de 4,2mm.

De acordo com os cálculos, a seção dimensionada suporta um momento

fletor de 17,16 kn.m que representa uma carga de 38,15 kn. Teve uma

diminuição considerada de suporte de carga comparada com os protótipos,

devido ao aumento do vão livre sem que haja muita variação nas dimensões da

seção. O detalhamento da armadura está ilustrado na Figura 16.

Figura 16. Detalhamento da armadura viga tamanho real

Fonte (Autor)

4.4.4.3 Preparação da viga para ensaio

a) Layout do reparo

Para analise do layout serão analisados dois tipos de geometria, uma

trapezoidal e outra retangular.

Segundo a AFNOR NF P 18-851:1992, norma de avaliação de aderência

por flexão, o layout mais adequando para o reparo é aquele de forma

trapezoidal, sendo assim esse modelo será adotado para reparação das vigas.

O layout do reparo seguirá o esquema abaixo proposto na Figura 17.

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66

Figura 17. Geometria trapezoidal reparo.

Fonte (Autor)

Outros tipos de geometria bem usual em reparo são os de geometria

retangular conforme o esquema apresentado na Figura 18 e Figura 19.

Figura 18. Geometria retangular reparo.

Fonte (Autor)

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67

Figura 19. Geometria retangular reparo estendida.

Fonte (Autor)

O layout adotado para reparar as vigas maiores será aquele que

desenvolver melhores características dentre aqueles ensaiados nas vigas

menores. Logo o layout mais adequado será o abordado pela AFNOR 18-851

(1992) em um o formato de trapézio, conforme Figura 17 ou os usuais de

geometria retangular representado na Figura 18 e Figura 19. A Figura 20

representa como ficaria o esquema de uma geometria trapezoidal em uma viga

de tamanho real.

Figura 20. Esquema do layout do reparo em vigas de tamanho real.

Fonte (Autor)

b) Aparato para LVDT na viga protótipo

O Transformador Diferencial Variável Linear (LVDT) será acoplado à

viga através de um suporte para medir o deslocamento da linha neutra e sendo

assim amplitudes da flecha no meio da viga, onde os deslocamentos serão

máximos.

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68

O projeto está esquematizado na Figura 21, sendo esse aparato usado

por Mazza (2010) em dimensões menores como ilustra a Figura 22.

Figura 21. Projeto de aparato para fixar o LVDT.

Fonte (Autor)

Figura 22. Esquema de ensaio de tração na flexão.

Fonte (MAZZA, 2010).

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69

4.5 Metodologia terceira etapa

A terceira etapa será realizada os ensaios de tração na flexão e

cisalhamento direto para analise da aderência. A Figura 22 esquematiza

através de um fluxograma as etapas que serão seguidas para concretizar o

objetivo dessa terceira etapa.

Figura 23. Fluxograma detalhado 3° etapa.

3°Etapa: Analise do desempenho mecânico do

concreto (substrato) e argamassa de reparo

Programa experimental

Ensaios nas vigas

Determinação tração na flexão

Resistência ao cisalhamento direto (Método

proposto)

Resistência a tração na flexão

(NBR 12142:2010)

Resistência a aderência na flexão

Resistência a tração na flexão

(NBR 12142:2010)

Resistência ao cisalhamento direto

Fonte (Autor)

4.5.1 Ensaio das vigas

O comportamento mecânico do substrato de concreto e das argamassas

de reparo foi analisado com: resistência à tração na flexão a quatro pontos

(ABNT NBR 12142:1994), resistência de aderência ao cisalhamento na flexão

(AFNOR NF P 18-851:1992) e resistência ao cisalhamento.

4.5.1.1 Ensaio de tração na flexão

O ensaio de resistência à tração na flexão seguirá a NBR 12142:2010 e

busca avaliar o comportamento do concreto para servir de substrato de reparo

com argamassas diferentes. Este ensaio permiti a obtenção de valores de

carga de ruptura e de deslocamento (flecha) da amostra no meio do vão livre.

Espera-se avaliar o comportamento da aderência das argamassas de reparo

no substrato de concreto, através da análise das deformações sofridas pelos

diferentes materiais de reparo em relação ao substrato.

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70

O ensaio será realizado com uma prensa modelo Instro HDx 1000 com

capacidade de carga de 1000 KN e com velocidade de carregamento de 1,0

Mpa por segundo, conforme recomendações da norma.

O ensaio consiste em apoiar a viga em dois suportes e aplicar a carga

em outros dois suportes, posicionados na parte superior da viga situado no

terço médio do vão, conforme Figura 24.

Figura 24. Esquema de aplicação da carga.

Fonte (Autor)

Dois dados de carga serão importantes no desenvolver do ensaio: o

primeiro a carga máxima de ruptura: o segundo é a flecha máxima.

A tensão de tração máxima é calculada de acordo a Equação 7:

σtf =Fr.L

bcp.h2 (7)

Onde:

𝜎𝑡𝑓 – Resistencia a tração na flexão (Mpa)

𝐹𝑟 – Carga de ruptura (N)

L – dimensão do vão entre apoios (mm)

𝑏𝑐𝑝 – largura do corpo de prova na seção (mm)

h – Altura do corpo de prova na seção (mm)

4.5.1.2 Resistência de aderência ao cisalhamento na flexão

A metodologia para avaliar a aderência no Brasil é bastante limitada,

tenso apenas a NBR 14081, que trata de um ensaio que avalia aderência por

tação direta, não avaliando a situação de estresse, por isso foi adotado a

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metodologia empregada pela AFNOR 18-851 (1992), para avaliar a aderência

da com apoio do ensaio de tração na flexão.

Nesse trabalho, o método de ensaio selecionado foi o AFNOR NF P 18-

851:1992, em que a argamassa de reparo é aplicada a um substrato de

concreto prismático que possui uma reentrância (entalhe) em forma

trapezoidal, conforme a configuração da Figura 11. A análise do

comportamento do reparo se baseia na ABNT NBR 12142:1994 para

determinação da resistência à tração na flexão e no modo de ruptura. A

interpretação dos resultados depende do tipo de ruptura.

Dessa forma, o tipo de ruptura é fundamental para a interpretação dos

resultados, podendo ocorrer de cinco formas distintas: com a ruptura apenas

do concreto, sem comprometimento do sistema de reparo (Tipo C); com o

rompimento do reparo e propagação da fissura para o prisma de concreto,

agindo de forma monolítica (Tipo M), ou seja, com a argamassa rompendo por

tração na extremidade inferior da seção com posterior propagação da fissura

para o concreto; com o desprendimento da parte inclinada do reparo e

desenvolvimento da fissura para o concreto (Tipos I-1 e I-2) - nesses casos a

ruptura se dá na região inclinada da reentrância, com consequente propagação

da fissura para o concreto a partir da interface em sua região horizontal; e com

o desprendimento do reparo e subsequente rompimento do concreto (Tipo D),

conforme apresentados na Figura 25.

Figura 25. Tipos de ruptura possíveis.

Fonte (NF P 18-851 - AFNOR, 1992).

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Caso o material de reparo tenha uma aderência muito baixa,

destacando-se facilmente do concreto, a resistência da peça não será

influenciada e apenas o concreto irá suportar a carga aplicada, rompendo a

partir da fibra inferior do concreto, após o desprendimento do material de

reparo. No caso de a argamassa de reparo possuir uma aderência

considerável, o concreto é favorecido e a peça pode suportar maiores

intensidades de solicitações. No entanto, como existem dois materiais distintos,

com propriedades diferenciadas e sob esforços também diferentes, a

argamassa com resistência à tração superior à do concreto pode aumentar a

capacidade de suporte ou, caso contrário, reduzi-la, quando comparado com

valores obtidos em corpos de prova compostos apenas de concreto.

- Ensaio das vigas de tamanho real

Os ensaios que seguirão nas vigas de tamanho real serão o mesmo do

que com os protótipos: resistência à tração na flexão a quatro pontos (ABNT

NBR 12.142:1994) e resistência de aderência ao cisalhamento na flexão

(AFNOR NF P 18-851:1992). Espera-se avaliar o comportamento da aderência

das argamassas de reparo no substrato de concreto, através da análise das

deformações sofridas pelos diferentes materiais de reparo em relação ao

substrato. Para isso a viga será instrumentada com extensometros no concreto

tracionado e reparo no meio da viga.

No entanto a prensa será em esquema de pórtico muito similar ao

representado na Figura 26.

Figura 26. Ensaio de tração na flexão vigas tamanho real.

Fonte (FERRARI et al, 2013)

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4.5.2 Resistência de aderência ao cisalhamento direto

Esse ensaio segue a mesma metodologia do ensaio de cisalhamento na

argamassa no concreto. Consiste em colocar um corpo de prova, medindo 75 x

75 x 100 mm, em um aparato que decompõe uma carga vertical em forças

cisalhantes no corpo de prova. A diferença é que este corpo de prova será

moldado em duas camadas, uma primeira camada será de concreto

(substrato), de espessura de 32,5 mm; e uma segunda camada, com

espessura de 32,5 mm, de argamassa polimérica. Serão moldados 4 corpos de

prova para cada tipo de argamassa, dando um total de 20 cps. Com esse

ensaio será possível quantificar a resistência de aderência através da tensão

de cisalhamento. A Figura 27 demonstra o formato desejado do corpo de prova

e o esquema de aplicação das cargas.

Figura 27. Esquema do ensaio aderência no cisalhamento.

Fonte (Autor)

A figura 28 mostra o aparato já em uso em um ensaio de cisalhamento

em argamassa de cimento.

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74

Figura 28. Aparato ensaio de cisalhamento.

Fonte (Autor)

4.6 Metodologia quarta etapa

O objetivo dessa etapa é realizar uma avalição da metodologia de

execução do reparo em estruturas do concreto e propor novas diretrizes que

adapte em uma determinada situação. A Figura 29 demonstra como esta

simplificada a quarta etapa.

Figura 29. Fluxograma 4° etapa.

4°Etapa: Avaliação do procedimento

executivo e a discursão de novas

diretrizes

Programa experimental

Visitas técnicas – acompanhamento

reparo

Estudo de caso

Fonte (Autor)

Para entender como é feito o procedimento está programada visitas

técnicas em duas obras onde se pretende realizar um estudo de caso e avaliar

junto ao profissional algumas etapas do processo:

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- A definição precisa das peças da estrutura que está danificada e que

será necessário proceder ao reparo;

- Determinação da capacidade resistente residual da estrutura, ou peça

estrutural (viga) definindo o tipo, intensidade e extensão do reparo, essa

analise visa determinar se a viga requer ou não escoramento quando estiver

em serviço ou durante o serviço de execução;

- Indicação necessária do procedimento de escoramento, quando

necessário;

- Avaliação do grau de segurança em que se encontra a estrutura,

antes, durante e depois da execução do reparo;

- Escolha da técnica executiva a utilizar e o layout mais adequado para

determinada solicitação.

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5 VIABILIDADE E FINANCIAMENTO

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem a disposição todos os

laboratórios e equipamentos que serão necessários para realização de todos

os ensaios de caracterização e ensaios mecânicos.

Os ensaios de caracterização serão feitos no Laboratório de argamassa

(CETA) do departamento de materiais (DCTM)

As vigas serão reparadas com argamassa polimérica e posteriormente

levada a ensaio na prensa Instro HDX 1000 com capacidade de 1000 kN, que

esta disponível no Laboratório de Estrutura S.P. Timoshenko na Escola

Politécnica.

Um orçamento preliminar foi desenvolvido com preços na base de dados

da Sinapi - BA e quantitativo estimado para confecção de 48 vigas com

dimensões 0.12 x 0.20 x 0,70 m e 6 vigas com dimensões de 0.12 x 0,30 x 3.0

m, como pode ser visto na Quadro 6 abaixo.

A pesquisa já está viabilizada com projetos desenvolvidos pelo Prof.

Jardel Pereira Gonçalves.

Quadro 6. Planilha orçamentária sintética.

Item Código Banco Descrição Und Quan. Valor

Unit Total

1 84220 SINAPI Forma para estruturas de concreto = 12mm M2 6,05 R$24,91 R$150,71

2 6045 SINAPI Concreto fck=15mpa, preparo com betoneira M3 1,50 R$333,34 R$500,01

3 74254/002 SINAPI Armação KG 70 R$7,24 R$506,80

4 130 SINAPI Argamassa polimerica de reparo estrutural, KG 23 R$3,19 R$73,37

Total R$1231,32

Fonte (autor).

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6.0 RESULTADOS ESPERADOS

O que se espera da pesquisa é conseguir resolver os problemas

pertinentes à execução da argamassa, falta de padronização e

desconhecimento das propriedades mecânicas podendo contribuir com o

conhecimento cientifico.

No entanto, no fim dessa pesquisa almeja-se de forma geral qualificar as

propriedades mecânicas das argamassas de reparo. Espera-se também:

- Avaliação do comportamento mecânico do sistema argamassa e

substrato;

- Quantificar através de diversos ensaios as propriedades e discutir

quais argamassas estão atendendo o mínimo de desempenho;

- Através dos ensaios de aderência concluir que essa é uma das mais

importantes características da argamassa de reparo e comprovar se as

argamassas poliméricas atendem ou não esse requisito;

- Com os estudos de caso avaliar os procedimentos de execução

orientando os profissionais para um correto trabalho.

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7 CRONOGRAMA

A Figura 30 mostra o cronograma da pesquisa.

Figura 30. Cronograma da pesquisa.

ITEM ATIVIDADES INICIO TÉMINOQ1 17 Q2 17Q3 16

janoutabrfev jul

1 29/07/201627/06/2016Estudo bibliométrico

3 14/12/201601/12/2016Aquisição dos materiais

5 10/01/201804/01/2017Defesa do projeto

27/06/201719/06/2017Reparação e locação dos

extensometros

fev

%

Concluída

100%

0%

0%

0%

6 0%31/01/201818/01/2017Caracterização da argamassa

7 0%27/02/201701/02/2017Moldagem da vigas pequenas

0%16/12/201615/12/2016Caracterização dos agregados

Q1 16

jan junmai dez

8 0%27/03/201727/02/2017Ensaios mecanicos (caracterização

concreto)

11 0%20/03/201717/03/2017Preparação das vigas (desenhos das

malhas)

12

9 0%07/03/201701/03/2017Ensaios mecânicos (caracterização

argamassa)

0%31/03/201721/03/2017Ensaio de tração na flexão 4 pontos

nas vigas pequenas.

15

13 0%07/04/201703/04/2017Analise de resultados

0%05/06/201701/06/2017qualificação

2 35%30/01/201827/06/2016Revisão bibliográfica

10 0%16/03/201708/03/2017Preparação das vigas para ensaio

Q4 16

abr

16

17

Q2 16

set

4

0%02/06/201701/05/2017Moldagem das vigas grandes

0%16/06/201707/06/2017Preparação das vigas para reparo

14 0%04/04/201703/04/2017Ensaio de resistência a cisalhamento

(argamassa e substrato)

18

20

19 0%30/06/201727/06/2017Ensaio de tração na flexão

0%21/07/201703/07/2017Ajustes dos ensaios

22 0%29/09/201701/09/2017Analise geral dos resultados

24

23 0%30/11/201702/10/2017Redação e ajuste da dissertação

0%14/12/201701/12/2017Defesa

mai

Q3 17 Q4 17

jun jul set out dez

Q1 18

jan fev

21 0%30/08/201701/08/2017Visita técnica (Estudo de caso)

Fonte (Autor)

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