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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO CORREDOR BUCAL NA ESTÉTICA DO SORRISO DIANA CUNHA NASCIMENTO CD SALVADOR 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL

PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS

INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO CORREDOR BUCAL NA ESTÉTICA DO

SORRISO

DIANA CUNHA NASCIMENTO

CD

SALVADOR

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL

PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS

INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO CORREDOR BUCAL NA ESTÉTICA DO SORRISO

DIANA CUNHA NASCIMENTO

CD

Salvador

2008

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DIANA CUNHA NASCIMENTO

CD

INFLUÊNCIA DA DIMENSÃO DO CORREDOR BUCAL NA

ESTÉTICA DO SORRISO

ORIENTADOR: PROF. DR. MARCOS ALAN VIEIRA BITTENCOURT

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Especialista em Ortodontia.

Salvador

2008

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N241 NASCIMENTO, Diana Cunha Influência da dimensão do corredor bucal na estética do sorriso./ Diana Cunha Nascimento. - Salvador: UFBA / Faculdade de Odontologia, 2008.

105f.:il. Orientador: Prof. Dr. Marcos Alan Vieira Bittencourt

Dissertação: Especialização em Ortodontia. Universidade Federal da Bahia. Faculdade e Odontologia, 2008

1. Sorriso. 2. Ortodontia. 3. Estética 4. Dissertações. I. Bittencourt, Marcos Alan Vieira. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Odontologia. III. Título.

616.314-073.75

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A meus pais,

Ruy e Zélia,

Como agradecimento pelo carinho, compreensão e apoio manifestados

durante toda minha formação.

A minhas irmãs,

Ana Lísia e Luciana,

Que ajudaram meus pais, abdicando de realizações para que eu pudesse

obter minha formação profissional.

A meu irmão,

Marco Heleno,

Que me inspirou com sua determinação e competência.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, acima de tudo, por sempre está presente, conduzindo-me pelos

caminhos certos e agora, especialmente, por me proporcionar mais esta

conquista.

A Dan, pelo amor, incentivo e compreensão transmitidos ao longo de todo

o curso. Seu apoio nas horas difíceis e entusiasmo nos momentos de realizações

foram de extrema importância nesta caminhada.

A Lúcia, meus tios, primos e Ricardo, pela torcida constante.

À Coordenação do Curso de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José

Édimo Soares Martins, da Universidade Federal da Bahia, pela constante busca

da excelência no exercício da Ortodontia, fazendo-me, cada vez mais, orgulhosa

do curso que fiz.

A meu orientador, Prof. Dr. Marcos Alan Vieira Bittencourt, pela atenção,

ajuda e orientação em minha trajetória profissional, desde a graduação até a

condução deste trabalho. Sua tranqüilidade, paciência e esmero me guiaram e

ensinaram o verdadeiro papel de um orientador.

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À Profa. Dra. Telma Martins de Araujo, pela seriedade, segurança e

desprendimento ao legar seus conhecimentos e ao liderar esta especialização,

minha sincera admiração.

Ao Prof. Marcelo Castellucci, por ultrapassar o papel de mestre. Obrigada

por todos os ensinamentos, amizade, confiança e carinho. Eu jamais esquecerei

do sétimo componente!

Aos demais professores do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial

Professor José Édimo Soares Martins, Prof. André Machado, Profa. Fernanda

Catharino, Prof. Fernando Habib, Profa. Lucianna Gomes, Prof. Márcio Sobral,

Profa. Mayra Reis, Prof. Dr. Mickelson Costa, Profa. Myrela Costa, Prof. Rivail

Brandão, Prof. Roberto Costa Pinto e Prof. Rogério Ferreira, serei eternamente

grata pela paciência, dedicação e iniciação nesta especialidade pela qual me

apaixonei.

À Profa. Maria Cristina Cangussu, pelo empenho na condução do estudo

estatístico deste trabalho.

Aos funcionários, André, Damião, Dona Ginalva e Dona Lúcia, pela ajuda

prestada no decorrer do curso.

À amiga Êmeli Rodrigues, pela extrema disponibilidade em ajudar nas

manipulações fotográficas, contribuindo de forma fundamental para esta

pesquisa, e demonstrando, mais uma vez, sua eterna amizade.

Aos colegas de turma: Beta, pela confiança, força e animação; Carol, pela

ajuda de sempre e exemplo de dedicação e ética; Dadá, pelo companheirismo,

alegria e cuidado; Lari, pelos momentos irreverentes, carinho e atenção; e Lilica,

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pela cumplicidade, vontade de viver e pelas gargalhadas. Vocês serão sempre

parte importante de minha história.

Aos colegas da 5ª turma: Daniel, Leonardo, Marcus, Rogério, Sabrina e

Taiana, pela receptividade e atenção, mesmo com pouco tempo de convívio.

Aos colegas da 6ª turma: Antônio, Arthur, Cristina, Marina, Priscila e

Thiago, pelo acolhimento e incentivo, tornando o primeiro ano do curso mais

prazeroso.

Aos colegas da 8ª turma: Camila, Fernanda, Janine, Manuela, Paula e

Sandra, pelos momentos compartilhados, dias felizes dos quais sentirei saudade.

A meus irmãos (“amigas pra toda hora”, Mano e Binho), que Deus me

permitiu escolher, pela compreensão nos momentos de ausência e pela amizade

incondicional.

A todos que se disponibilizaram a participar da pesquisa, e àqueles que, de

alguma maneira, contribuíram para a realização deste trabalho.

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“Aprendi e decidi... Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu

mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de

encontrar uma solução. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz. Naquele

dia... Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos

demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que

sonhos são somente para fazer-se realidade. E desde aquele dia já não

durmo para descansar... Agora simplesmente durmo para sonhar.”

Walt Disney

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RESUMO

Este trabalho foi conduzido com o propósito de avaliar, através de

fotografias manipuladas no computador, a influência do corredor bucal na estética

do sorriso em uma visão facial completa e em uma visão aproximada da boca,

bem como comparar a opinião de diferentes grupos populacionais em relação a

este aspecto. Sorrisos de um homem negro, um homem branco, uma mulher

negra e uma mulher branca foram fotografados e manipulados a fim de produzir, a

partir de cada sorriso original, três outros simulando gradações distintas de

corredor bucal: estreito, médio e amplo. As imagens geradas, 12 retratando uma

vista facial completa e outras 12 uma visão mais aproximada da boca, foram

avaliadas por ortodontistas, protesistas e leigos, que indicaram, através de uma

escala visual analógica, o nível de atratividade de cada sorriso. Os resultados

revelaram haver concordância entre os avaliadores na escolha do sorriso mais

atrativo que foi, tanto para os sorrisos masculinos quanto femininos, o que

possuía o corredor bucal médio. Em uma vista aproximada da boca, os valores

médios conferidos aos sorrisos que apresentavam corredor bucal estreito, médio

e amplo foram 49,1, 77,0 e 38,1, respectivamente; e, na vista facial completa, as

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notas médias foram 48,9, 76,7 e 36,4, respectivamente. Desta forma, pode-se

concluir que o corredor bucal exerceu forte influência na avaliação estética do

sorriso, não havendo, contudo, interferência da face, da raça ou do gênero dos

indivíduos avaliados.

Palavras-chave: estética dentária, ortodontia, sorriso.

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SUMMARY

The aim of this paper was to evaluate; through computer manipulated

photographs, the influence of buccal corridor on the smile aesthetics by a frontal

facial view and a close up view of the mouth, and to compare the opinion of

different population groups in what concerns this matter. Photographs of one

African-american man and woman, one Caucasian man and woman were

obtained and manipulated with the aim of simulating three different gradations of

buccal corridor space: narrow, medium and large. The generated images, 12

being a full facial view and 12 close up view of the mouth, were evaluated by

orthodontists, prosthodontists and laypersons, who indicated, by means of a visual

analogic scale, the level of attractiveness of each smile. Results revealed

agreement among the evaluators wich indicated the medium buccal corridor smile

as being the most attractive in both women and men. On close up images, the

mean values of the smiles with narrow, medium and large buccal corridor space

were 49.1, 77.0 and 38.1, respectively; on full facial view, the mean values were

48.9, 76.7 and 36.4, respectively. Then, it is possible to conclude that the buccal

corridor space exerted great influence on the smile aesthetics evaluation;

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however, the face, race or gender of the rated individuals did not affect this

analysis.

Key-words: dental esthetics, orthodontics, smile.

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LISTA DE FIGURAS

Artigo 1

Página

Figura 1 Imagens do sorriso da mulher branca enquadrando a face

inteira, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e

amplo (C).

Figura 2 Imagens do sorriso da mulher branca enquadrando o sorriso

aproximado, representando o corredor bucal estreito (A), médio

(B) e amplo (C).

Artigo 2

Página

Figura 1 Imagens do sorriso da mulher negra enquadrando a face

inteira, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e

amplo (C).

40

40

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Figura 2 Imagens do sorriso da mulher negra enquadrando o sorriso

aproximado, representando o corredor bucal estreito (A), médio

(B) e amplo (C).

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LISTA DE GRÁFICOS

Artigo 1

Página

Gráfico 1 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s) e em visão facial completa (f), no

homem negro.

Gráfico 2 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s) e em visão facial completa (f), no

homem branco.

Gráfico 3 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s) e em visão facial completa (f), na

mulher negra.

42

43

43

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Gráfico 4 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s) e em visão facial completa (f), na

mulher branca.

Gráfico 5 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal em uma

visão aproximada do sorriso (s), no homem negro (1), homem

branco (2), mulher negra (3) e mulher branca (4).

Gráfico 6 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal em uma

visão facial completa (f), no homem negro (1), homem branco (2),

mulher negra (3) e mulher branca (4).

Artigo 2

Página

Gráfico 1 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s), de acordo com cada grupo de

avaliadores.

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Gráfico 2 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão facial completa (f), de acordo com cada grupo de

avaliadores.

Gráfico 3 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão aproximada do sorriso (s), de acordo com cada grupo de

avaliadores, no homem negro (1), homem branco (2), mulher

negra (3) e mulher branca (4).

Gráfico 4 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de

atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma

visão facial completa (f), de acordo com cada grupo de

avaliadores, no homem negro (1), homem branco (2), mulher

negra (3) e mulher branca (4).

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LISTA DE TABELAS

Artigo 1

Página

Tabela 1 Média e desvio padrão do grau de atratividade dos sorrisos

dos homens negro e branco, e das mulheres negra e branca, de

acordo com o corredor bucal, em uma visão aproximada do

sorriso e em uma visão facial completa.

Artigo 2

Página

Tabela 1 Média e desvio padrão do grau de atratividade do sorriso, de

acordo com cada grupo de avaliadores.

42

67

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ÍNDICE

Página

1 INTRODUÇÃO 19

2 PROPOSIÇÃO 26

3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL 27

4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA 32

4.1 ARTIGO 1 32

4.2 ARTIGO 2 57

5 CONCLUSÃO 84

REFERÊNCIAS 86

ANEXOS 93

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1 INTRODUÇÃO

O sorriso é um ato complexo, resultante de intricada coordenação

muscular, através da qual os lábios se separam e os cantos da boca se estendem

ou se afastam lateralmente, provocando a exposição dos dentes e de áreas

circunvizinhas no interior da boca. O sorriso representa a forma mais primitiva da

capacidade humana de comunicação, ampliando a beleza da face e fazendo parte

das qualidades e virtudes da personalidade (MONDELLI, 2003). Proffit (2002)

completa afirmando que as respostas sociais condicionadas pelo aspecto dos

dentes podem afetar seriamente a adaptação de um indivíduo à vida.

De acordo com Tjan et al. (1984) e Dunn et al. (1996), a sociedade enfatiza

muito a aparência física, e um dos maiores atrativos faciais é o sorriso. Muitos

pacientes têm procurado tratamento ortodôntico pela importância dada ao sorriso

dentro da estética facial (ISIKSAL et al., 2006).

O impacto visual do sorriso não está associado exclusivamente à beleza

individual do dente (MORLEY e EUBANK, 2001; ONG et al., 2006). Um sorriso

agradável depende, diretamente, além da aparência dos elementos dentários e

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gengivais, de sua conformidade com os padrões de beleza estrutural, com as

relações entre os dentes e os lábios e de sua integração na composição facial

(MONDELLI, 2003).

Maganzini et al. (2000) e Maple et al. (2005) ressaltaram a importância da

avaliação da harmonia estética no diagnóstico e no plano de tratamento. Contudo,

um completo exame facial deve incluir não somente conhecimentos clínicos do

que é normal, mas também a percepção do paciente do que é uma face atraente

(MAGANZINI et al., 2000). Angle, em 1907, foi um dos primeiros ortodontistas a

escrever sobre a harmonia e beleza faciais, enfatizando a importância da boca

nesta composição estética.

O tratamento ortodôntico não visa a alterar as características individuais

hereditárias; ao invés disto, tem como meta obter uma relação oclusal ideal e

estabelecer harmonia entre a dentição e os tecidos circunvizinhos, obtendo assim

uma ótima estética (HULSEY, 1970; MAPLE et al., 2005; PAREKH et al., 2006).

Torna-se claro, então, que não é suficiente considerar somente a dentição e os

ossos maxilares se é almejada estabilidade, boa função periodontal e total

harmonia facial (JANZEN, 1977). Existem determinantes para alcançar os dois

primeiros objetivos, mas a estética do sorriso assume variações no julgamento

individual e por isso é muito difícil de ser mensurada (GRABER e LUCKER,

1980). A percepção da beleza, além de depender da preferência individual, é

influenciada por experiências culturais e étnicas, assim como pela opinião de

pessoas próximas (ARPINO et al., 1998; FLORES-MIR et al., 2004; MAGANZINI

et al., 2000; PATNAIK et al., 2003; TJAN et al., 1984).

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Um sorriso atraente e bem balanceado é um dos principais objetivos do

tratamento ortodôntico (ACKERMAN et al., 1998; JANZEN, 1977; MACKLEY,

1993; RODEN-JOHNSON et al., 2005). Porém, uma boa oclusão nem sempre

proporciona um sorriso atraente (ACKERMAN et al., 1998). Por isso, a Ortodontia

tem focado com mais ênfase os tecidos moles que circundam a boca (SARVER,

2001). Segundo pessoas leigas, é o sorriso o grande determinador do sucesso do

tratamento ortodôntico (ESPELAND e STENVIK, 1991). Desta forma, é essencial

o conhecimento de princípios relacionados ao manejo e equilíbrio entre dentes e

tecidos moles durante o sorriso (GRABER e LUCKER, 1980; PECK e PECK,

1970).

As características consideradas mais importantes no sorriso são: o arco do

sorriso; o alinhamento dos dentes, suas cores e formas; a regularidade da

extremidade incisal; a quantidade de exposição de incisivos e de gengiva; e o

corredor bucal (ACKERMAN, 2005; GRACCO et al., 2006; PAREKH et al., 2006;

PAREKH et al., 2007). Recentemente, duas destas características têm sido alvos

de grande interesse: o arco do sorriso e o corredor bucal (ISIKSAL et al., 2006;

PAREKH et al., 2007).

O conceito de corredor bucal surgiu durante a década de 1950, pela

preocupação de proporcionar um aspecto natural às próteses dentárias (FRUSH e

FISHER, 1958; SARVER e ACKERMAN, 2003). Este item da estética do sorriso,

também denominado espaço escuro lateral, espaço negativo lateral ou túnel de

sombra, corresponde ao espaço dinâmico existente, durante o sorriso, entre a

superfície vestibular dos dentes superiores posteriores e a mucosa interna dos

tecidos moles que formam o canto da boca e as bochechas (FRUSH e FISHER,

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1958; HULSEY, 1970; JOHNSON e SMITH, 1995; MAIER, 1991; McNAMARA,

2000; MONDELLI, 2003; RODEN-JOHNSON et al., 2005). O espaço escuro

lateral é conseqüência do fundo escuro da boca e depende da forma e largura do

arco superior e da musculatura facial responsável pela amplitude do sorriso

(MENDES et al., 1996).

Segundo Goldstein (1998), em condições normais há um pequeno espaço

entre os ângulos da boca e os dentes, durante o sorriso. Ricketts (1982) afirma

que o corredor bucal ideal deve seguir a proporção áurea, princípio matemático

para definir a harmonia nas proporções de diversas estruturas existentes na

natureza. Segundo alguns autores (LEVIN, 1978; MONDELLI, 2003), essa relação

áurea é encontrada nas pessoas que apresentam os sorrisos mais bonitos. De

acordo com este princípio matemático, a relação entre os incisivos central e

lateral deve ser de 1:1,618. Esta mesma relação deve ocorrer entre o incisivo

lateral e o canino e, assim, sucessivamente (LEVIN, 1978). Entretanto, segundo

Mondelli (2003), não existe fórmula ou proporção única que funcione para todos

os casos, pois as dimensões da face, das arcadas, da boca e do sorriso variam

enormemente. Além disto, de acordo com Ong et al. (2006), a proporção áurea

não é um fator determinante na atratividade dentária.

A confecção de restaurações com sobrecontorno vestibular acentuado, a

rotação de molares superiores, os dentes vestibularizados que invadem o espaço

negativo lateral e quebram o principio de gradação e o sentido de

proporcionalidade em direção aos dentes posteriores, e a expansão rápida da

maxila são algumas das causas do estreitamento do corredor bucal (ACKERMAN,

1998; ACKERMAN e ACKERMAN, 2002; McNAMARA, 2000; MONDELLI, 2003).

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Outro fator é o alinhamento dentário utilizando arcos com forma acentuadamente

triangular, que tende a provocar ausência ou insuficiência de corredor bucal,

prejudicando sensivelmente o aspecto estético e provocando, no observador, a

sensação de “boca cheia de dentes” ou “teclado de piano” (MENDES et al., 1996).

De acordo com McNamara (2000) e Sarver e Ackerman (2003), o corredor

bucal amplo pode ser uma manifestação clínica da deficiência maxilar transversa.

Vanarsdall (1992) apud McNamara (2000) afirma que o espaço negativo lateral se

evidencia mais em pacientes que têm a maxila estreita, afilada e padrão

esquelético mesofacial ou braquifacial. Desta forma, segundo Yang (2008), para

controlar a quantidade de corredor bucal e alcançar a melhor estética no sorriso, é

necessário observar o padrão esquelético facial.

Há relatos de que não existe qualquer relação entre o tratamento

ortodôntico realizado com exodontias de dentes permanentes e a variação do

corredor bucal (GIANELLY, 2003; JOHNSON e SMITH, 1995; YANG, 2008).

Zachrisson (2003) afirma que, tanto em casos tratados com extração quanto sem

extração, é possível finalizar com um sorriso harmônico ou não, a depender do

torque que se coloque na região de caninos e pré-molares. Entretanto, muitos

afirmam que o tratamento com extração de pré-molares, no qual as distâncias

intercaninos e intermolares são alteradas, resulta em sorrisos mais estreitos, que

caracterizam o espaço negativo mais largo (BOWMAN et al., 2007; GHAFARI,

1997; ISIKSAL et al., 2006). Geralmente, o ortodontista pode escolher entre

inúmeros tipos de arco. Contudo, alterar a largura da arcada do paciente tem sido

questão de debate em termos de estabilidade do tratamento a longo prazo, já

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que, freqüentemente, há retorno às dimensões originais (McREYNOLDS e

LITTLE, 1991; RODEN-JOHNSON et al., 2005).

A quantidade de corredor bucal pode ser influenciada não somente pela

dimensão transversal da arcada dentária, mas também pela posição ântero-

posterior da maxila em relação ao lábio (ACKERMAN, 2005; ACKERMAN e

ACKERMAN, 2002; ACKERMAN et al., 1998; SARVER, 2001; SARVER e

ACKERMAN, 2003). Quando a porção mais larga da arcada superior é

posicionada mais posteriormente, o espaço escuro lateral é aumentado (SARVER

e ACKERMAN, 2003).

Existem diferentes opiniões sobre a percepção do corredor bucal e a

influência deste na estética do sorriso (GRACCO, 2006). Segundo Mondelli

(2003), o espaço negativo lateral, além de ser um dos elementos mais

importantes para proporcionar à composição dentária uma aparência natural e

dinâmica, é um ponto-chave na harmonia do sorriso e na relação entre o sorriso e

as outras estruturas faciais. Moore et al. (2005) consideram o corredor bucal tão

importante que sugerem a inclusão deste na lista de elementos a serem

considerados durante o diagnóstico ortodôntico e o planejamento do tratamento.

Por outro lado, apesar destes relatos, alguns trabalhos questionam o fato

de o corredor bucal ser fator significante na estética do sorriso. Hulsey (1970),

Johnson e Smith (1995), Gianelly (2003), Roden-Johnson (2005) e Ritter et al.

(2006) afirmam que o julgamento estético do sorriso produzido por qualquer

tratamento não está relacionado com a largura do mesmo, ou seja, não é

influenciado pelo espaço negativo lateral. Da mesma forma, segundo Isiksal et al.

(2006) e Bowman et al. (2007), a característica transversal do sorriso parece ser

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de pouca significância em sua atratividade. De acordo com Hulsey (1970), uma

leve expansão da arcada dentária durante o tratamento ortodôntico não afeta a

beleza do sorriso, na maioria dos casos. Neste contexto, os pesquisadores

afirmam que o espaço negativo lateral só é considerado fator influenciador na

estética do sorriso quando se torna excessivamente largo (HULSEY, 1970;

PAREKH et al., 2006; RITTER et al., 2006).

No passado, estudar a estética do sorriso era uma tarefa mais complexa,

pois havia dificuldade em padronizar modelos reais e em alterar as variáveis de

interesse. Mais recentemente, com o surgimento das fotografias digitais, e a

possibilidade de manipulação das imagens de um mesmo indivíduo, alterar a

região do espaço escuro lateral e submeter as imagens produzidas à avaliação de

profissionais e pacientes é uma metodologia que vem sendo aplicada por alguns

pesquisadores (GRACCO et al., 2006; MOORE et al., 2005; PAREKH et al., 2006,

2007; RODEN-JOHNSON et al., 2005). Contudo, apesar de poucos, estes

trabalhos apresentam discordâncias significativas entre eles. Além disto, o

conhecimento da atratividade relativa ao espaço negativo lateral é importante

porque este provém de uma hierarquia na preferência estética (PAREKH et al.,

2007). Por estes motivos, e por não haver estudos que revelem a preferência

estética da população brasileira, composta de forma bastante heterogênea, no

que se refere à influência do corredor bucal na composição do sorriso, decidiu-se

realizar este trabalho.

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26

2 PROPOSIÇÃO

Diante do exposto, a autora se propôs a:

2.1 Avaliar a influência do corredor bucal na determinação da atratividade

do sorriso;

2.2 Comparar a opinião de diferentes grupos populacionais compostos por

ortodontistas, protesistas e leigos, em relação ao descrito no item anterior;

2.3 Comparar a percepção estética entre a influência do corredor bucal em

uma visão facial completa e em uma visão aproximada do sorriso.

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27

3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Para a realização deste estudo, foram utilizadas 24 imagens, 12 retratando

uma vista facial completa e outras 12 uma visão mais aproximada do sorriso, de

quatro indivíduos adultos, sendo dois brancos, um do gênero masculino e outro

do feminino, e dois negros, também de ambos os gêneros. A caracterização racial

destes indivíduos foi feita através da classificação utilizada pela Fundação IBGE

(Estado da Saúde de São Paulo/USP/FSP, IBGE, 2000). Essas quatro pessoas

foram selecionadas por possuírem bom alinhamento dentário, exposição dos

incisivos superiores ao sorrir, coincidência das linhas médias dentárias superior e

inferior com a linha média facial, e ausência de assimetrias faciais evidentes. Os

participantes foram informados dos objetivos da pesquisa e assinaram um termo

de consentimento esclarecido (Anexo 1).

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28

3.2 PADRONIZAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS

As fotografias foram obtidas em norma frontal sorrindo, e com os indivíduos

sentados, com o plano de Frankfort e a linha bipupilar paralelos ao solo,

utilizando-se os posicionadores auriculares de um cefalostato. Foram orientados

para que removessem óculos, brincos e colar, assim como qualquer maquiagem.

Os que possuíam cabelos compridos foram orientados a colocá-los para trás, de

forma a deixar a face em destaque. Além disso, foi solicitado que eles

mantivessem os dentes em máxima intercuspidação habitual, ao tempo em que

produziam um sorriso espontâneo, embora forçado, com o objetivo de se obter

uma melhor visualização da face vestibular das unidades posteriores.

Foi utilizado o equipamento fotográfico digital EOS Cannon Rebel-XT, com

lente Canon Macro EF100 e flash circular Canon MR14EX, mantido a 0, fixado

sobre um tripé F1RST Horizon 8900. A distância indivíduo-filme foi de 1,47m e a

velocidade utilizada de 125. A abertura do diafragma variou de acordo com a

caracterização racial do modelo fotográfico, tendo sido os negros fotografados

com abertura ƒ8 e os brancos com ƒ10. Todas as fotografias foram armazenadas

em arquivo PSD.

3.3 MANIPULAÇÃO DAS IMAGENS

Após a realização das tomadas fotográficas, as imagens foram

manipuladas no computador, utilizando o programa Adobe Photoshop® 9.0, com o

intuito de se obter um sorriso harmônico. A fim de padronizar e tornar mais

precisas as análises e as alterações das fotografias, em todas as imagens

originais foram corrigidas inclinações dentárias e contornos gengivais, e obtidas

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29

proporção dentária próxima à proporção áurea em uma das metades do sorriso. A

metade da face, onde foram feitas estas manipulações, foi duplicada e invertida,

de forma que a face e, conseqüentemente, o sorriso ficassem simétricos. Além

disto, removeram-se evidências desta simetria, como sinais, fios de cabelo,

acnes, entre outros.

A partir de cada sorriso harmônico, o corredor bucal foi alterado de forma a

produzir três gradações: estreito, médio e amplo. Para definir estas gradações,

calculou-se a distância entre as comissuras externas de cada sorriso e

estabeleceu-se um espaço entre a comissura externa e a face vestibular do último

molar superior visualizado. No corredor bucal estreito, definiu-se que este espaço

corresponderia a 6% da medida referente à distância entre as comissuras

externas, sendo 3% para cada lado; no médio, a 16%, sendo 8% para cada lado;

e no amplo, a 26%, sendo 13% para cada lado. Durante esta segunda etapa da

manipulação, foram modificadas apenas as posições dos dentes e,

conseqüentemente, de seus rebordos gengivais.

3.4 CONFECÇÃO DO ÁLBUM FOTOGRÁFICO

Após obtidas as imagens, foram montados dois álbuns, com quatro páginas

cada, de 29,7cmx42,0cm, em papel fotográfico. Em cada página, foram

organizadas três imagens, de forma linear, oriundas de um mesmo indivíduo. Um

álbum possuía imagens medindo 12cmx18cm, que enquadravam a face inteira de

cada um dos indivíduos. No outro, foram dispostas imagens de 7cmx12cm,

enquadrando apenas o sorriso aproximado. Todas as imagens foram nomeadas

por letras e as páginas foram numeradas, o que facilitou as respostas dos

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30

avaliadores ao questionário. Porém, a identificação da gradação do corredor bucal

somente foi possível de ser feita pelos autores da pesquisa. A ordem para

disposição de cada imagem foi definida aleatoriamente, sendo esta, também, a

forma escolhida para a seqüência de imagens de cada indivíduo no álbum. No

Anexo 2, pode-se visualizar o conteúdo dos álbuns fotográficos.

3.5 AVALIAÇÃO DA ATRATIVIDADE DO SORRISO

Para avaliação da atratividade do sorriso das 24 imagens, foram utilizados

60 julgadores, sendo 20 ortodontistas, sócios da Associação de Ortodontia da

Bahia (SOBA); 20 protesistas, com especialização em Prótese reconhecida pelo

Conselho Federal de Odontologia (CFO); e 20 leigos, com terceiro grau completo

ou incompleto, excluindo aqueles que cursaram ou estão cursando Odontologia,

que eram funcionários de clínicas odontológicas ou pacientes ortodônticos. Os

avaliadores foram instruídos a respeito dos objetivos da pesquisa e assinaram um

termo de consentimento esclarecido (Anexo 3).

Juntamente com os álbuns, cada examinador recebeu um formulário

contendo oito réguas (escala visual analógica), uma para cada página, na qual

foram solicitados a marcar com um ponto e identificar com a letra correspondente

à imagem, o grau de atratividade que ele considerasse para cada uma. A cada

julgador foi explicado que era possível marcar o ponto em qualquer região,

podendo-se também colocar duas ou mais letras em um mesmo ponto. A escala

visual analógica (KOKICH et al., 1999; MAPLE et al., 2005; PAREKH et al., 2006;

RODEN-JOHNSON et al., 2005) possuía 10cm, estando escrito, em seu extremo

esquerdo “MUITO RUIM”, e, no direito, “MUITO BOM”. No centro da régua, como

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31

na escala diferencial semântica descrita por Orsini et al. (2006), foi escrita a

palavra “REGULAR”. A distância entre a marca feita pelo avaliador da imagem e o

ponto da extrema esquerda foi medida com um paquímetro digital (Mitutoyo) e

servia como medida, em milímetros, do grau de atratividade de cada sorriso

avaliado, equivalendo a nota de cada examinador (SCOTT e JOHNSTON, 1999).

O formulário pode ser observado no Anexo 4.

Os dados de cada questionário foram compilados em uma planilha para,

em seguida, serem tratados estatisticamente, tendo sido utilizados os testes

estatísticos ANOVA e T-Teste.

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32

4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA

4.1 ARTIGO 1

Influência da dimensão do corredor bucal na estética do sorriso. Diana

Cunha Nascimento. Marcos Alan Vieira Bittencourt. Artigo a ser enviado para a

Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial.

Objetivo: como a estética do sorriso influencia sobremaneira na integração

social do indivíduo e muitos pacientes procuram por tratamento ortodôntico

motivados pelo desejo de melhorar sua aparência, esta pesquisa teve a finalidade

de avaliar, através de fotografias manipuladas no computador, a influência do

corredor bucal na estética do sorriso em uma visão facial completa e em uma

visão aproximada da boca. Metodologia: sorrisos de um homem negro, um

homem branco, uma mulher negra e uma mulher branca foram fotografados e

manipulados a fim de produzir, a partir de cada sorriso original, três outros

simulando gradações distintas de corredor bucal: estreito, médio e amplo. As 24

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33

imagens geradas, 12 retratando uma vista facial completa e outras 12 uma visão

mais aproximada da boca, foram avaliadas por um grupo populacional de 60

examinadores, composto por ortodontistas, protesistas e leigos. Resultados:

houve concordância entre os avaliadores na escolha do sorriso mais atrativo que

foi, tanto para os sorrisos masculinos quanto femininos, o que possuía o corredor

bucal médio. Em uma vista aproximada da boca, os valores médios conferidos

aos sorrisos que apresentavam corredor bucal estreito, médio e amplo foram

49,1, 77,0 e 38,1, respectivamente; e, na vista facial completa, as notas médias

foram 48,9, 76,7 e 36,4, respectivamente. Conclusão: o corredor bucal exerceu

forte influência na avaliação estética do sorriso, não havendo, contudo,

interferência da face, da raça ou do gênero dos indivíduos avaliados.

Palavras-chave: Estética dentária. Ortodontia. Sorriso.

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34

INTRODUÇÃO

O sorriso representa a forma mais primitiva da capacidade humana de

comunicação, ampliando a beleza da face e fazendo parte das qualidades e

virtudes da personalidade (MONDELLI, 2003). Seu impacto visual, contudo, não

está associado exclusivamente à beleza individual do dente (ONG et al., 2006).

Um sorriso agradável depende, diretamente, além da aparência dos elementos

dentários e gengivais, de sua conformidade com os padrões de beleza estrutural,

da relação entre os dentes e os lábios e de sua integração na composição facial

(MONDELLI, 2003).

Maganzini et al. (2000) e Maple et al. (2005) ressaltaram a importância da

avaliação da harmonia estética no diagnóstico e no plano de tratamento. Contudo,

um completo exame facial deve incluir não somente conhecimentos clínicos do

que é normal, mas também a percepção do paciente do que é uma face atraente

(MAGANZINI et al., 2000). Angle, em 1907, foi um dos primeiros ortodontistas a

escrever sobre a harmonia e beleza faciais, enfatizando a importância da boca

nesta composição. Desta forma, a Ortodontia tem focado, com mais ênfase, os

tecidos moles que circundam a boca (SARVER, 2001). Segundo pessoas leigas,

é o sorriso o grande determinador do sucesso do tratamento ortodôntico

(ESPELAND e STENVIK, 1991). Por isso, é essencial o conhecimento de

princípios relacionados ao manejo e equilíbrio entre dentes e tecidos moles

durante o mesmo (GRABER e LUCKER, 1980).

As características consideradas mais importantes no sorriso são: o arco do

sorriso; o alinhamento dos dentes, suas cores e formas; a regularidade da

extremidade incisal; a quantidade de exposição de incisivos e de gengiva; e o

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35

corredor bucal (ACKERMAN, 2005; GRACCO et al., 2006; PAREKH et al., 2007).

Recentemente, duas destas características têm sido alvos de grande interesse: o

arco do sorriso e o corredor bucal (ISIKSAL et al., 2006; PAREKH et al., 2007).

O conceito de corredor bucal surgiu durante a década de 1950, pela

preocupação de proporcionar um aspecto natural às próteses dentárias (FRUSH e

FISHER, 1958; SARVER e ACKERMAN, 2003). Este item da estética do sorriso,

também denominado espaço escuro lateral, espaço negativo lateral ou túnel de

sombra, corresponde ao espaço dinâmico existente, durante o sorriso, entre a

superfície vestibular dos dentes superiores posteriores e a mucosa interna dos

tecidos moles que formam o canto da boca e as bochechas (FRUSH e FISHER,

1958; HULSEY, 1970; JOHNSON e SMITH, 1995; MAIER, 1981; McNAMARA,

2000; MONDELLI, 2003; RODEN-JOHNSON et al., 2005). Este espaço é

conseqüência do fundo escuro da boca e depende da forma e largura do arco

superior e da musculatura facial responsável pela amplitude do sorriso (MENDES

et al., 1996).

Ricketts (1982) afirma que o corredor bucal ideal deve seguir a proporção

áurea, princípio matemático para definir a harmonia nas proporções de diversas

estruturas existentes na natureza. Segundo Mondelli (2003), essa relação áurea é

encontrada nas pessoas que apresentam os sorrisos mais bonitos, mas não

existe fórmula única que funcione para todos os casos, pois as dimensões da

face, das arcadas, da boca e do sorriso variam enormemente. Além disto, de

acordo com Ong et al. (2006), a proporção áurea não é um fator determinante na

atratividade dentária.

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Existem diferentes opiniões sobre a percepção do corredor bucal e a

influência deste na estética do sorriso (GRACCO, 2006). Segundo Mondelli

(2003), o espaço negativo lateral, além de ser um dos elementos mais

importantes para proporcionar à composição dentária uma aparência natural e

dinâmica, é um ponto-chave na harmonia do sorriso e na relação entre o sorriso e

as outras estruturas faciais. Moore et al. (2005) consideram o corredor bucal tão

importante que sugerem a inclusão deste na lista de elementos a serem

considerados durante o diagnóstico ortodôntico e o planejamento do tratamento.

Por outro lado, apesar destes relatos, alguns trabalhos questionam o fato

de o corredor bucal ser significante na estética do sorriso. Hulsey (1970), Johnson

e Smith (1995), Gianelly (2003), Roden-Johnson (2005) e Ritter et al. (2006)

afirmam que o julgamento estético do sorriso produzido por qualquer tratamento

não está relacionado à largura do mesmo, ou seja, não é influenciado pelo espaço

negativo lateral. Da mesma forma, segundo Isiksal et al. (2006) e Bowman et al.

(2007), a característica transversal do sorriso parece ser de pouca significância

em sua atratividade. De acordo com Hulsey (1970), uma leve expansão da arcada

dentária durante o tratamento ortodôntico não afeta a beleza do sorriso, na

maioria dos casos. Neste contexto, os pesquisadores afirmam que o espaço

negativo lateral só influencia na estética do sorriso quando se torna

excessivamente largo (HULSEY, 1970; RITTER et al., 2006).

No passado, estudar a estética do sorriso era uma tarefa mais complexa,

pois havia dificuldade em padronizar modelos reais e em alterar as variáveis de

interesse. Mais recentemente, com o surgimento das fotografias digitais, e a

possibilidade de manipulação das imagens de um mesmo indivíduo, alterar a

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região do espaço escuro lateral e submeter as imagens produzidas à avaliação de

profissionais e pacientes é uma metodologia que vem sendo aplicada por alguns

pesquisadores (GRACCO et al., 2006; MOORE et al., 2005; PAREKH et al., 2007;

RODEN-JOHNSON et al., 2005). Contudo, apesar de poucos, estes trabalhos

apresentam discordâncias significativas entre eles. Além disto, o conhecimento da

atratividade relativa ao espaço negativo lateral é importante porque este provém

de uma hierarquia na preferência estética (PAREKH et al., 2007). Por estes

motivos, e por não haver estudos que revelem a preferência estética da

população brasileira, composta de forma bastante heterogênea, no que se refere

à influência do corredor bucal na composição do sorriso, decidiu-se realizar este

trabalho.

MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizadas 24 imagens, 12 retratando uma vista facial completa e

outras 12 uma visão mais aproximada da boca, de quatro indivíduos adultos,

sendo dois brancos, um do gênero masculino e outro do feminino, e dois negros,

também de ambos os gêneros. A caracterização racial destes indivíduos foi feita

através da classificação utilizada pela Fundação IBGE (Estado da Saúde de São

Paulo/USP/FSP, IBGE, 2000). Essas quatro pessoas foram selecionadas por

possuírem bom alinhamento dentário, exposição dos incisivos superiores ao

sorrir, coincidência das linhas médias dentárias superior e inferior com a linha

média facial, e ausência de assimetrias faciais evidentes. Os participantes foram

informados dos objetivos da pesquisa e assinaram um termo de consentimento

esclarecido (Anexo 1).

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As fotografias foram obtidas em norma frontal sorrindo, e com os indivíduos

sentados, com o plano de Frankfort e a linha bipupilar paralelos ao solo,

utilizando-se os posicionadores auriculares de um cefalostato. Foi utilizado o

equipamento fotográfico digital EOS Cannon Rebel-XT, com lente Canon Macro

EF100 e flash circular Canon MR14EX fixado sobre um tripé F1RST Horizon

8900.

Após a realização das tomadas fotográficas, as imagens foram

manipuladas no computador, utilizando o programa Adobe Photoshop® 9.0, com o

intuito de se obter um sorriso harmônico. A fim de padronizar e tornar mais

precisas as análises e as alterações das fotografias, em todas as imagens

originais foram corrigidas inclinações dentárias e contornos gengivais, e obtidas

proporção dentária próxima à proporção áurea em uma das metades do sorriso. A

metade da face, onde foram feitas as manipulações, foi duplicada e invertida, de

forma que a face e, conseqüentemente, o sorriso ficassem simétricos. Além disto,

removeram-se evidências desta simetria, como sinais, fios de cabelo, acnes, entre

outros.

A partir de cada sorriso harmônico, o corredor bucal foi alterado de forma a

existirem três gradações: estreito, médio e amplo. Para definir estas gradações,

calculou-se a distância entre as comissuras externas de cada sorriso e

estabeleceu-se um espaço entre a comissura externa e a face vestibular do último

molar superior visualizado. No corredor bucal estreito, definiu-se que este espaço

corresponderia a 6% da medida referente à distância entre as comissuras

externas, sendo 3% para cada lado; no médio, a 16%, sendo 8% para cada lado;

e no amplo, a 26%, sendo 13% para cada lado. Durante esta segunda etapa da

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39

manipulação, foram modificadas apenas as posições dos dentes e de seus

rebordos gengivais. As três imagens, representando o corredor bucal estreito,

médio e amplo, da mulher branca, em vista facial completa, podem ser

observadas na Figura 1.

Dois álbuns fotográficos foram organizados com as três imagens de cada

indivíduo localizadas em uma mesma página. Um álbum possuía imagens que

enquadravam a face inteira de cada um dos indivíduos. No outro, foram dispostas

imagens enquadrando apenas o sorriso aproximado. A ordem para a disposição

de cada fotografia na página foi escolhida aleatoriamente, sendo esta, também, a

forma escolhida para a seqüência de fotografias de cada indivíduo no álbum. As

três imagens enquadrando apenas o sorriso aproximado, representando o

corredor bucal estreito, médio e amplo, da mulher branca, podem ser observadas

na Figura 2.

Para avaliação da atratividade do sorriso das 24 imagens, foi utilizado um grupo

populacional de 60 julgadores, composto por 20 ortodontistas, sócios da

Associação de Ortodontia da Bahia (SOBA); 20 protesistas, com especialização

em Prótese reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia(CFO); e 20

leigos, com terceiro grau completo ou incompleto, excluindo aqueles que

cursaram ou estão cursando Odontologia, que eram funcionários de clínicas

odontológicas ou pacientes ortodônticos. Os avaliadores foram instruídos a

respeito dos objetivos da pesquisa e assinaram um termo de consentimento

esclarecido. Juntamente com os álbuns, cada examinador recebeu um formulário

contendo oito réguas (escala visual analógica), uma para cada página, na qual

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40

A B C

Figura 1 Imagens do sorriso da mulher branca enquadrando toda a face, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e amplo (C).

A B C

Figura 2 Imagens do sorriso da mulher branca enquadrando o sorriso aproximado, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e amplo (C).

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foram solicitados a marcar com um ponto e identificar com a letra correspondente

à imagem, o grau de atratividade que ele considerasse para cada uma. A cada

julgador foi explicado que era possível marcar o ponto em qualquer região,

podendo-se também colocar duas ou mais letras em um mesmo ponto. A escala

visual analógica (KOKICH et al., 1999; MAPLE et al., 2005; RODEN-JOHNSON et

al., 2005) possuía 10cm, estando escrito, em seu extremo esquerdo “MUITO

RUIM”, e, no direito, “MUITO BOM”. No centro da régua, como na escala

diferencial semântica descrita por Orsini et al. (2006), foi escrita a palavra

“REGULAR”. A distância entre a marca feita pelo avaliador da imagem e o ponto

da extrema esquerda foi medida com paquímetro digital (Mitutoyo) servia como

medida, em milímetros, do grau de atratividade de cada sorriso avaliado,

equivalendo à nota de cada examinador (SCOTT e JOHNSTON, 1999).

Os dados de cada questionário foram compilados em uma planilha para,

em seguida, serem tratados estatisticamente, tendo sido utilizados os testes

estatísticos ANOVA e T-Teste.

RESULTADOS

A estatística descritiva foi utilizada para comparar o total das notas dos 60

avaliadores, referentes a cada sorriso analisado e, assim, examinar a influência

do corredor bucal na estética do sorriso, em uma visão aproximada da boca e

uma visão facial completa.

Na Tabela 1 e nos Gráficos 1, 2, 3 e 4, pode-se analisar a média e o

intervalo de confiança do grau de atratividade que as diferentes gradações de

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corredor bucal exercem no total de avaliadores, nos homem negro e branco, e

nas mulheres negra e branca.

Tabela 1 Média e desvio padrão do grau de atratividade dos sorrisos dos homens negro e branco, e das mulheres negra e branca, de acordo com o corredor bucal, em uma visão aproximada do

sorriso e em uma visão facial completa.

Negro Branco Negra Branca Corredor

bucal x DP x DP x DP x DP

Estreito 48,37 28,96 44,51 27,91 54,49 29,98 49,03 27,81

Médio 76,46 21,28 75,06 22,69 80,51 22,06 75,90 22,97 Visão aproximada

Amplo 39,00 27,10 43,50 25,39 31,72 24,35 38,12 24,39

Estreito 49,40 27,66 43,50 25,39 31,72 24,35 38,12 24,39

Médio 77,94 20,14 72,10 24,30 84,39 19,39 72,24 23,32 Visão facial completa

Amplo 33,35 25,09 40,96 27,56 35,39 23,46 35,81 25,00

f Amplof Médiof Estreitos Amplos Médios Estreito

90

80

70

60

50

40

30

20

40,8918

55,8519

70,9657

81,958

31,9994

46,0022

42,2576

56,5474

72,7331

83,1379

26,8631

39,8279

48,3718

76,4618

39,0008

49,4025

77,9355

33,3455

Gráfico 1 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s) e em uma visão facial

completa (f), no homem negro.

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f Amplof Médiof Estreitos Amplos Médios Estreito

80

70

60

50

40

30

37,3033

51,7223

69,1996

80,9204

36,9426

50,0594

42,4217

55,8876

65,8224

78,3762

33,8449

48,0838

44,5128

75,06

43,501

49,1547

72,0993

40,9643

Gráfico 2 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s) e em uma visão facial

completa (f), no homem branco.

f Amplof Médiof Estreitos Amplos Médios Estreito

90

80

70

60

50

40

30

20

46,7433

62,2337

74,8103

86,2083

25,4308

38,0095 42,4874

55,8956

79,3815

89,3982

29,3285

41,4475

54,4885

80,5093

31,7202

49,1915

84,3898

35,388

Gráfico 3 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s) e em uma visão facial

completa (f), na mulher negra.

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f Amplof Médiof Estreitos Amplos Médios Estreito

80

70

60

50

40

30

41,8463

56,2131

69,9701

81,8375

31,8192

44,4214

40,5249

54,9294

66,2108

78,2615

29,3469

42,2648

49,0297

75,9038

38,1203

47,7272

72,2362

35,8058

Gráfico 4 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s) e em uma visão facial

completa (f), na mulher branca.

Nos Gráficos 5 e 6, pode-se observar o grau de atratividade que cada

gradação de corredor bucal exerce nos diferentes grupos de avaliadores, nos

homens negro e branco e nas mulheres negra e branca, individualmente.

categoriaindiv iduo cat

s Amp lo

s Méd

io

s Estr

eito

Protesi

stas

O rtodo

n tistas

Leig os

P rotes

istas

Ortodo

ntista

s

Leigo

s

Pro tes

istas

Ortodon

tistas

Leigo

s432143214321432143214321432143214321

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Gráfico 5 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s), no homem negro (1),

homem branco (2), mulher negra (3) e mulher branca (4).

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categoriaindiv iduo cat

f Amp lo

f Méd

io

f Estr

eito

Prote

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n tistas

Leig os

P rotes

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Ortodo

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Prote

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Ortodon

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s432143214321432143214321432143214321

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Gráfico 6 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão facial completa (f), no homem negro (1), homem

branco (2), mulher negra (3) e mulher branca (4).

DISCUSSÃO

No presente estudo, fotografias coloridas da face e do sorriso aproximado

foram utilizadas, pois há correlação entre a avaliação feita diretamente nos

indivíduos e em registros fotográficos padronizados (SHAW et al., 1985). Parekh

et al. (2007) afirmaram que as imagens fotográficas permitem a avaliação de um

determinado aspecto ou combinação de elementos, que podem ser modificados

de forma precisa e confiável. Para um correto julgamento, deve haver

padronização das imagens, procurando-se eliminar elementos que desviem a

atenção do examinador. De acordo com a literatura, um sorriso esteticamente

agradável mostra simetria e proporção entre dentes, gengiva e lábios (JERROLD

et al., 1990; MARGOLIS, 1997). Por este motivo, em todas as imagens originais,

foram feitas correções e simetria, semelhante ao que foi realizado no estudo de

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Parekh et al. (2007); além de se remover detalhes que poderiam extrair a

naturalidade da fotografia.

Em diversos estudos, os autores comparam fotografias de sorrisos com

diferentes dimensões de corredor bucal (GRACCO et al., 2006; MOORE et al.,

2005; PAREKH et al., 2007; RITTER et al., 2006; RODEN-JOHNSON et al., 2005;

YANG et al. 2008). Alguns criaram diferentes gradações de corredor bucal no

mesmo sorriso, acrescentando ou removendo dentes (PAREKH et al., 2007;

RODEN-JOHNSON et al., 2005), alterando a largura das unidades a partir dos

primeiros pré-molares superiores (GRACCO et al., 2006), ou alterando o número

e a dimensão transversa dos dentes posteriores (MOORE et al., 2005). Outros

compararam sorrisos de indivíduos distintos que não tinham semelhança na

região do espaço escuro lateral, seja por exodontias de pré-molares ou não

(RITTER et al., 2006; YANG et al. 2008). Neste estudo, manipulou-se o espaço

escuro lateral modificando a posição dos dentes a partir dos caninos superiores,

pois, de acordo com Frush e Fisher (1958), a posição e a inclinação destas

unidades controlam o tamanho e a forma do corredor bucal, apesar de só ser

visualizado posteriormente a elas. Segundo Telles et al. (2003), isto ocorre porque

o canino é um dente-chave no estabelecimento do formato da arcada, o que pode

ser comprovado durante a montagem dos dentes na prótese total.

De acordo com Gracco et al. (2006), para se avaliar a estética do sorriso

através de fotografias, é mais indicado utilizar imagens limitadas aos lábios, com

o intuito de focar o exame no sorriso e não distraí-lo com aspectos faciais. Muitos

trabalhos foram conduzidos desta forma (GRACCO et al., 2006; PAREKH et al.,

2007; RITTER et al., 2006; RODEN-JOHNSON et al., 2005; YANG et al. 2008).

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Flores-Mir et al. (2004) afirmam ainda que o impacto estético da visão dental é

reduzido na vista facial completa. No entanto, nesta pesquisa, foram obtidos os

mesmos resultados nas análises do sorriso aproximado e da vista facial total,

concordando com Sarver e Ackerman (2003) que afirmam que, tanto a fotografia

de face completa como a da boca são ótimas para a análise dos aspectos

transversais do sorriso. Esta avaliação pode ser verificada nos Gráficos 1, 2, 3 e

4.

Para a análise da percepção da estética das imagens manipuladas,

utilizou-se a escala visual analógica, o que permitiu uma medição rápida e

simples, sendo de fácil leitura e entendimento por parte dos avaliadores.

Recentemente, esta escala tem ganhado popularidade para mensurar diferenças

sutis na atratividade dentária e facial (KOKICH et al., 1999; MAPLE et al., 2005;

RODEN-JOHNSON et al., 2005). Maple et al. (2005) afirmaram que o registro dos

resultados como variável contínua, em milímetros, permite maior liberdade na

análise dos dados. Além disso, o método possui maior sensibilidade, podendo

evitar vieses referentes aos valores preferidos, como ocorre na escala de

intervalos numéricos. Orsini et al. (2006) concordam com a utilização de uma

escala com palavras de significados contrastantes em cada extremo, afirmando

que é ideal para aferir reações das pessoas a estímulos específicos.

Ao se tentar obter valores normais ou estéticos, segundo Pogrel (1991),

quatro diferentes grupos de pessoas devem opinar a respeito: ortodontistas,

cirurgiões, artistas plásticos e o público em geral. Para o julgamento da influência

do corredor bucal na estética do sorriso, estudos têm utilizado somente leigos

(MOORE et al., 2005), leigos e dentistas clínicos (GRACCO et al., 2006), leigos e

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ortodontistas (PAREKH et al., 2007; RITTER et al., 2006), e leigos, dentistas

clínicos e ortodontistas (RODEN-JOHNSON et al., 2005). No entanto, quando se

refere ao corredor bucal, pode-se afirmar que a avaliação dos protesistas é de

grande importância, pois foram os primeiros a introduzir, na Odontologia, este

conceito, além de utilizá-lo, freqüentemente, ao tentar proporcionar, à prótese

dentária total, um aspecto de naturalidade (FRUSH e FISHER, 1958; SARVER e

ACKERMAN, 2003). Por esta razão, para o julgamento dos sorrisos, nesta

pesquisa, foram utilizados, além dos ortodontistas e leigos, os protesistas. Flores-

Mir et al. (2004) dizem não haver influência do nível de educação na percepção

estética do sorriso. Porém, Maple et al. (2005) constataram que esta influência

existe. A fim de controlar esta variável, todos os leigos possuíam grau de

escolaridade próximo daquele referente aos integrantes dos demais grupos, ou

seja, possuíam ou estavam em vias de obter formação universitária.

Hulsey (1970) e Parekh et al. (2007) encontraram que o espaço do

corredor bucal não contribui significativamente na atratividade do sorriso.

Contudo, no estudo de Hulsey (1970), foram usados somente os dentes

anteriores e foram incluídas, no de Parekh et al. (2007), alterações no arco do

sorriso e no espaço escuro lateral na mesma análise. Johnson e Smith (1995) e

Gianelly (2003) compararam a estética do sorriso após tratamentos com e sem

extrações e não encontraram diferenças. Roden-Johnson et al. (2005) e Ritter et

al. (2006) relataram que o corredor bucal não influencia na avaliação estética de

fotografias de sorrisos.

Ao contrário destes achados e estando de acordo com Dunn et al. (1996),

que afirmam que, se o túnel de sombra não é o fator mais importante, é um

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49

elemento de muita significância na estética do sorriso, os resultados do presente

trabalho demonstram que a variação da quantidade de corredor bucal influencia

na opinião dos avaliadores. Essa influência não foi afetada pelo gênero,

coincidindo com os achados de Moore et al. (2005), nem pela raça dos modelos

fotográficos, uma vez que foram indicados, como mais ou menos atrativos,

sorrisos com espaços negativos laterais semelhantes, em cada face analisada, o

que pode ser percebido nos Gráficos 5 e 6. Desta forma, estes achados

corroboram com o estudo de Tedesco et al. (1983), que encontraram que a raça e

o gênero não são fatores que interferem no julgamento da atratividade dento-

facial.

Em todas as categorias de indivíduos da amostra, o corredor bucal

considerado mais agradável foi o médio, isto é, o correspondente a 16% da

distância entre as comissuras externas, sendo 8% para cada lado, como se pode

observar na Tabela 1. Este resultado foi similar ao encontrado na pesquisa

realizada por Gracco et al. (2006), que observaram preferência pela imagem com

corredor bucal equivalente a 18,46% da largura do sorriso. Porém, a presente

pesquisa divergiu do estudo feito por Moore et al. (2005), no qual os avaliadores

escolheram como mais atraente o sorriso com espaço negativo lateral de 2%.

Esta diferença pode ter ocorrido porque, no estudo de Moore et al. (2005), o

corredor bucal foi calculado a partir das comissuras internas, o método utilizado

para alterar a variável foi diferente, mantendo a distância intercaninos inalterada e

modificando tanto o número como a largura dos dentes posteriores, e o

julgamento foi efetivado apenas por leigos.

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De modo geral, comparando-se o espaço escuro lateral estreito com o

amplo, foi observada preferência pelo estreito, havendo diferença estatisticamente

significante na análise em vista aproximada do sorriso e em vista facial completa

da mulher negra (p=0,000 e p=0,003, respectivamente) e da mulher branca

(p=0,024 e p=0,015, respectivamente), e em vista facial completa do homem

negro (p=0,001), como pode ser observado na Tabela 1. Esses achados

coincidem com o de muitos estudos, nos quais a maioria dos avaliadores

considera maior número de dentes expostos durante o sorriso, ou seja, menor

corredor bucal, mais atraente que o contrário (BRISMAN, 1980; DUNN et al.,

1996; GRACCO et al., 2006; MARGOLIS, 1997; MOORE et al., 2005; PAREKH et

al., 2007). Todavia, o próprio Brisman (1980) afirma que, quando os avaliadores

são dentistas, estes não gostam da aparência de “teclado de piano”.

Ghafari (1997), Sarver e Ackerman (2003) e Moore et al. (2005) relatam

que o espaço escuro lateral pode prejudicar a estética facial, tornando a expansão

de arcadas superiores atrésicas, ortodonticamente, ortopedicamente ou

cirurgicamente, indicação para a melhoria da estética do sorriso. Há, inclusive,

uma corrente ortodôntica que defende a expansão maxilar, na ausência de

mordida cruzada, como alternativa para reduzir o espaço do corredor bucal

(McNAMARA, 2000). Porém, deve-se ter cuidado com estes procedimentos, para

não obliterar o corredor bucal, dando ao sorriso uma aparência artificial de

prótese dentária (SARVER e ACKERMAN, 2003).

Isiksal et al. (2006) afirmam que os ortodontistas que criticam o tratamento

com extração dentária julgam ser o sorriso com corredor bucal amplo mais pobre

esteticamente.

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Observando os resultados desta pesquisa, foi visto que o corredor bucal é

um fator de grande influência na estética do sorriso. Desta forma, torna-se claro

que ele é de fato uma característica estética de grande relevância no

planejamento ortodôntico. As regras estéticas para o sorriso são diretrizes,

servindo apenas para orientar a reconstrução deste, devendo ser aplicadas com

cautela, levando em consideração, principalmente, as características individuais

de cada paciente.

CONCLUSÃO

De acordo com os dados analisados neste trabalho, o sorriso considerado

mais atrativo foi o que simulava o corredor bucal médio. Analisando as outras

duas gradações de espaço escuro lateral, constatou-se predileção pelo sorriso

que apresentava o corredor bucal estreito, em detrimento do amplo.

Na presente pesquisa, a escolha do sorriso mais atrativo feita pelos

avaliadores sugere não haver influência da raça ou do gênero dos modelos

fotográficos.

Ao se confrontar as análises feitas em vista aproximada e em vista facial

completa, verificou-se que elas apresentavam os mesmos resultados.

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57

4.2 ARTIGO 2

Avaliação estética da influência do corredor bucal no sorriso, segundo

ortodontistas, protesistas e leigos. Diana Cunha Nascimento. Marcos Alan Vieira

Bittencourt. Artigo a ser traduzido e enviado para a revista The International

Journal of Prosthodontics.

Objetivo: como o conhecimento sobre a percepção estética do paciente,

relacionada aos aspectos dento-faciais, é uma ferramenta importante para o

alcance do sucesso no tratamento odontológico, o propósito deste artigo foi

comparar a avaliação feita por ortodontistas, protesistas e leigos, através de

fotografias de sorrisos manipuladas no computador na região do corredor bucal.

Metodologia: sorrisos de um homem negro, um homem branco, uma mulher

negra e uma mulher branca foram fotografados e alterados a fim de produzir, a

partir de cada sorriso original, três outros simulando gradações distintas de

corredor bucal: estreito, médio e amplo. As imagens, 12 retratando uma vista

facial completa e outras 12 uma visão mais aproximada da boca, foram avaliadas

por 20 ortodontistas, 20 protesistas e 20 leigos, que indicaram o grau de

atratividade de cada sorriso. Resultados: houve concordância entre os

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58

avaliadores na escolha do sorriso mais atrativo que foi, tanto para os sorrisos

masculinos quanto femininos, o que possuía o corredor bucal médio. Em uma

vista aproximada da boca, os valores médios conferidos aos sorrisos que

apresentavam corredor bucal estreito, médio e amplo foram 49,1, 77,0 e 38,1,

respectivamente; e, na vista facial completa, as notas médias foram 48,9, 76,7 e

36,4, respectivamente. Conclusão: o corredor bucal exerceu forte influência na

avaliação estética do sorriso, não havendo, contudo, interferência da face, da raça

ou do gênero dos indivíduos avaliados.

Palavras-chave: estética dentária, ortodontia, sorriso.

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59

INTRODUÇÃO

O sorriso é um ato complexo, resultante de intricada coordenação

muscular, através da qual os lábios se separam e os cantos da boca se estendem

ou se afastam lateralmente, provocando a exposição dos dentes e de áreas

circunvizinhas no interior da boca. O sorriso representa a forma mais primitiva da

capacidade humana de comunicação, ampliando a beleza da face e fazendo parte

das qualidades e virtudes da personalidade (MONDELLI, 2003).

O impacto visual do sorriso não está associado exclusivamente à beleza

individual do dente (MORLEY e EUBANK, 2001; ONG et al., 2006), mas também

sua conformidade com os lábios e sua integração na composição facial

(MONDELLI, 2003). Maganzini et al. (2000) e Maple et al. (2005) ressaltaram a

importância da avaliação da harmonia estética no diagnóstico e no plano de

tratamento. Contudo, um completo exame facial deve incluir não somente

conhecimentos clínicos do que é normal, mas também a percepção do paciente

do que é uma face atraente (MAGANZINI et al., 2000).

Torna-se claro, então, que não é suficiente considerar somente a dentição

e os ossos maxilares se são almejadas estabilidade, boa função periodontal e

total harmonia facial (JANZEN, 1977). Existem determinantes para alcançar os

dois primeiros objetivos, mas a estética do sorriso assume variações no

julgamento individual e por isso é muito difícil de ser mensurada (GRABER e

LUCKER, 1980). Segundo pessoas leigas, é o sorriso o grande determinador do

sucesso do tratamento (ESPELAND e STENVIK, 1991). Desta forma, é essencial

o conhecimento de princípios relacionados ao manejo e equilíbrio entre dentes e

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60

tecidos moles durante o mesmo (GRABER e LUCKER, 1980; PECK e PECK,

1970).

As características consideradas mais importantes no sorriso são: o arco do

sorriso; o alinhamento dos dentes, suas cores e formas; a regularidade da

extremidade incisal; a quantidade de exposição de incisivos e de gengiva; e o

corredor bucal (ACKERMAN, 2005; GRACCO et al., 2006; PAREKH et al., 2006;

PAREKH et al., 2007). Recentemente, duas destas características têm sido alvos

de grande interesse: o arco do sorriso e o corredor bucal (ISIKSAL et al., 2006;

PAREKH et al., 2007).

O conceito de corredor bucal surgiu durante a década de 1950, pela

preocupação de proporcionar um aspecto natural às próteses dentárias (FRUSH e

FISHER, 1958; SARVER e ACKERMAN, 2003). Este ítem da estética do sorriso,

também denominado espaço escuro lateral, espaço negativo lateral ou túnel de

sombra, corresponde ao espaço dinâmico existente durante o sorriso, entre a

superfície vestibular dos dentes superiores posteriores e a mucosa interna dos

tecidos moles que formam o canto da boca e as bochechas (FRUSH e FISHER,

1958; HULSEY, 1970; JOHNSON e SMITH, 1995; MAIER, 1981; McNAMARA,

2000; MONDELLI, 2003; RODEN-JOHNSON et al., 2005).

Ricketts (1982) afirma que o corredor bucal ideal deve seguir a proporção

áurea, princípio matemático para definir a harmonia nas proporções de diversas

estruturas existentes na natureza. A confecção de restaurações com

sobrecontorno vestibular acentuado, a rotação de molares superiores, os dentes

vestibularizados que invadem o espaço negativo lateral e quebram o princípio de

gradação e o sentido de proporcionalidade em direção aos dentes posteriores, e a

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expansão rápida da maxila são algumas das causas do estreitamento do corredor

bucal (ACKERMAN, 1998; ACKERMAN e ACKERMAN, 2002; McNAMARA, 2000;

MONDELLI, 2003).

Existem diferentes opiniões sobre a percepção do corredor bucal e a

influência deste na estética do sorriso (GRACCO, 2006). Segundo Mondelli

(2003), o espaço negativo lateral, além de ser um dos elementos mais

importantes para proporcionar à composição dentária uma aparência natural e

dinâmica, é um ponto-chave na harmonia do sorriso e em sua relação com as

outras estruturas faciais. Moore et al. (2005) consideram o corredor bucal tão

importante que sugerem sua inclusão na lista de elementos a serem considerados

durante o diagnóstico e o planejamento do tratamento.

Por outro lado, apesar destes relatos, alguns trabalhos questionam o fato

de o corredor bucal ser significante na estética do sorriso. Hulsey (1970), Johnson

e Smith (1995), Gianelly (2003), Roden-Johnson (2005) e Ritter et al. (2006)

afirmam que o julgamento do sorriso produzido por qualquer tratamento não está

relacionado com a largura do mesmo, ou seja, não é influenciado pelo espaço

negativo lateral. Da mesma forma, segundo Isiksal et al. (2006) e Bowman et al.

(2007), a característica transversal do sorriso parece ser de pouca significância

em sua atratividade.

No passado, estudar a estética do sorriso era uma tarefa mais complexa,

pois havia dificuldade em padronizar modelos reais e em alterar as variáveis de

interesse. Mais recentemente, com o surgimento das fotografias digitais, e a

possibilidade de manipulação das imagens de um mesmo indivíduo, alterar a

região do espaço escuro lateral e submeter as imagens produzidas à avaliação de

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profissionais e pacientes é uma metodologia que vem sendo aplicada por alguns

pesquisadores (GRACCO et al., 2006; MOORE et al., 2005; PAREKH et al., 2006,

2007; RODEN-JOHNSON et al., 2005). Contudo, apesar de poucos, estes

trabalhos apresentam discordâncias significativas entre si. Além disto, o

conhecimento da atratividade relativa ao espaço negativo lateral é importante

porque este provém de uma hierarquia na preferência estética (PAREKH et al.,

2007). Por estes motivos, e por não haver estudos que revelem a preferência

estética da população brasileira, composta de forma bastante heterogênea, no

que se refere à influência do corredor bucal na composição do sorriso, decidiu-se

realizar este trabalho.

MATERIAL E MÉTODO

Foram utilizadas 24 imagens, 12 retratando uma vista facial completa e

outras 12 uma visão mais aproximada da boca, de quatro indivíduos adultos,

sendo dois brancos, um do gênero masculino e outro do feminino, e dois negros,

também de ambos os gêneros. A caracterização racial destes indivíduos foi feita

através da classificação utilizada pela Fundação IBGE (Estado da Saúde de São

Paulo/USP/FSP, IBGE, 2000). Essas quatro pessoas foram selecionadas por

possuírem bom alinhamento dentário, exposição dos incisivos superiores ao

sorrir, coincidência das linhas médias dentárias superiores e inferiores com a linha

média facial, e ausência de assimetrias faciais evidentes. Os participantes foram

informados dos objetivos da pesquisa e assinaram um termo de consentimento

esclarecido (Anexo 1).

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As fotografias foram obtidas em norma frontal sorrindo, e com os indivíduos

sentados, com o plano de Frankfort e a linha bipupilar paralelos ao solo,

utilizando-se os posicionadores auriculares de um cefalostato. Foi utilizado o

equipamento fotográfico digital EOS Cannon Rebel-XT, com lente Canon Macro

EF100 e flash circular Canon MR14EX fixado sobre um tripé F1RST Horizon

8900.

Após a realização das tomadas fotográficas, as imagens foram

manipuladas no computador, utilizando o programa Adobe Photoshop® 9.0, com o

intuito de se obter um sorriso harmônico. A fim de padronizar e tornar mais

precisas as análises e as alterações das fotografias, em todas as imagens

originais foram corrigidas inclinações dentárias e contornos gengivais, e obtidas

proporção dentária próxima à proporção áurea em uma das metades do sorriso. A

metade da face, onde foram feitas as manipulações, foi duplicada e invertida, de

forma que a face e, conseqüentemente, o sorriso ficassem simétricos. Além disto,

removeram-se evidências desta simetria, como sinais, fios de cabelo, acnes, entre

outros.

A partir de cada sorriso harmônico, o corredor bucal foi alterado de forma a

existirem três gradações: estreito, médio e amplo. Para definir estas gradações,

calculou-se a distância entre as comissuras externas de cada sorriso e

estabeleceu-se um espaço entre a comissura externa e a face vestibular do

segundo molar. No corredor bucal estreito, definiu-se que este espaço

corresponderia a 6% da medida referente à distância entre as comissuras

externas, sendo 3% para cada lado; no médio, a 16%, sendo 8% para cada lado;

e no amplo, a 26%, sendo 13% para cada lado. Durante esta segunda etapa da

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manipulação, foram modificadas apenas as posições dos dentes e,

conseqüentemente, de seus rebordos gengivais. As três imagens, representando

o corredor bucal estreito, médio e amplo, da mulher negra, em vista facial

completa, podem ser observadas na Figura 1.

Dois álbuns fotográficos foram organizados com as três imagens de cada

indivíduo localizadas em uma mesma página. Um álbum possuía imagens que

enquadravam a face inteira de cada um dos indivíduos. No outro, foram dispostas

imagens enquadrando apenas o sorriso aproximado. A ordem para a disposição

de cada fotografia na página foi escolhida aleatoriamente, sendo esta também, a

forma escolhida para a seqüência de fotografias de cada indivíduo no álbum. As

três imagens enquadrando apenas o sorriso aproximado, representando o

corredor bucal estreito, médio e amplo, da mulher negra, podem ser observadas

na Figura 2.

Para avaliação da atratividade do sorriso das 24 imagens, foram utilizados

60 julgadores, sendo 20 ortodontistas, sócios da Associação de Ortodontia da

Bahia (SOBA); 20 protesistas, com especialização em Prótese reconhecida pelo

Conselho Federal de Odontologia (CFO); e 20 leigos, com terceiro grau completo

ou incompleto, excluindo aqueles que cursaram ou estão cursando Odontologia,

que eram funcionários de clínicas odontológicas ou pacientes ortodônticos. Os

avaliadores foram instruídos a respeito dos objetivos da pesquisa e assinaram um

termo de consentimento esclarecido.

Juntamente com os álbuns, cada examinador recebeu um formulário

contendo oito réguas (escala visual analógica), uma para cada página, na qual

foram solicitados a marcar com um ponto e identificar com a letra correspondente

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A B C

Figura 1 Imagens do sorriso da mulher negra enquadrando toda a face, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e amplo (C).

A B C

Figura 2 Imagens do sorriso da mulher negra enquadrando o sorriso aproximado, representando o corredor bucal estreito (A), médio (B) e amplo (C).

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à imagem, o grau de atratividade que ele considerasse para cada uma. A cada

julgador foi explicado que era possível marcar o ponto em qualquer região,

podendo-se também colocar duas ou mais letras em um mesmo ponto. A escala

visual analógica (KOKICH et al., 1999; MAPLE et al., 2005; PAREKH et al., 2006;

RODEN-JOHNSON et al., 2005) possuía 10cm,estando escrito, em seu extremo

esquerdo “MUITO RUIM”, e, no direito, “MUITO BOM”. No centro da régua, como

na escala diferencial semântica descrita por Orsini et al. (2006), foi escrita a

palavra “REGULAR”. A distância (em milímetros) entre a marca feita pelo

avaliador da imagem e o ponto da extrema esquerda foi medida com paquímetro

digital (Mitutoyo) e servia como medida, em milímetros do grau de atratividade de

cada sorriso avaliado, equivalente à nota de cada examinador (SCOTT e

JOHNSTON, 1999).

Os dados de cada questionário foram compilados em uma planilha para,

em seguida, serem tratados estatisticamente, tendo sido utilizados os testes

estatísticos ANOVA e T-Teste.

RESULTADOS

A análise estatística ANOVA foi utilizada com o objetivo de comparar a

opinião dos diferentes grupos populacionais, ou seja, leigos, ortodontistas e

protesistas, em relação à influência do corredor bucal na estética do sorriso, em

uma visão aproximada da boca e uma visão facial completa.

Na Tabela 1 e nos Gráficos 1 e 2, pode-se observar o grau de atratividade

que cada tipo de corredor bucal exerceu, nos diferentes grupos de avaliadores.

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Tabela 1 Média e desvio padrão do grau de atratividade do sorriso, de acordo com cada grupo de avaliadores.

Leigo Ortodontista Protesista

Corredor Bucal x DP x DP x DP

Estreito 54,28 29,96 54,87 27,82 38,15 25,33

Médio 67,19 23,90 80,72 15,13 83,05 23,34 Visão aproximada

Amplo 44,79 25,84 29,04 21,15 40,42 26,87

Estreito 50,56 27,30 56,26 28,01 39,79 22,18

Médio 67,93 23,97 79,19 17,86 82,87 22,18 Visão facial total

Amplo 48,78 26,56 27,67 20,05 32,68 24,20

categoria

s Amplo

s Méd

io

s Estr

eito

P rotes

istas

Ortodo

ntista

s

Leigo

s

Protesi

stas

Ortodo

ntista

s

Leig os

P rotes

istas

O rtodo

n tistas

Leigo

s

90

80

70

60

50

40

30

20

32,5159

43,788848,6791

61,0609

47,613

60,9465

77,8523

88,2409

77,3503

84,0824

61,8696

72,5069

34,4406

46,4001

24,3365

33,74939,0441

50,5432

Gráfico 1 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão aproximada do sorriso (s), de acordo com cada grupo

de avaliadores.

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categoria

f Amplo

f Méd

io

f Estr

eito

P rotes

istas

O rtodo

ntista

s

Leigo

s

Prote

sistas

Ortodo

ntista

s

Leigos

P rotes

istas

O rtodo

n tistas

Leigo

s

90

80

70

60

50

40

30

20

34,8552

44,726850,0218

62,4884

44,4848

56,6367

77,9328

87,8029

75,2174

83,1684

62,6005

73,2693

27,2919

38,0616

23,2093

32,1325

42,8696

54,6907

Gráfico 2 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal, em uma visão facial completa (f), de acordo com cada grupo de

avaliadores.

Nos Gráficos 3 e 4, pode-se observar o grau de atratividade que cada

gradação de corredor bucal exerce nos diferentes grupos de avaliadores, nos

homens negro e branco, e nas mulheres negra e branca, individualmente.

categoriaindiv iduo cat

s Amp lo

s Méd

io

s Estr

eito

Protesi

stas

O rtodo

n tistas

Leig os

P rotes

istas

Ortodo

ntista

s

Leigo

s

Pro tes

istas

Ortodon

tistas

Leigo

s432143214321432143214321432143214321

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Gráfico 3 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal em uma visão aproximada do sorriso (s), de acordo com cada grupo

de avaliadores, no homem negro (1), homem branco (2), mulher negra (3) e mulher branca (4).

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categoriaindiv iduo cat

f Amp lo

f Méd

io

f Estr

eito

Prote

sistas

O rtodo

n tistas

Leig os

P rotes

istas

Ortodo

ntista

s

Leigo

s

Prote

sistas

Ortodon

tistas

Leigo

s432143214321432143214321432143214321

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Gráfico 4 Média e intervalo de confiança da relação entre o grau de atratividade e as diferentes gradações de corredor bucal em uma visão facial completa (f),de acordo com cada grupo de avaliadores, no homem negro (1), homem branco (2), mulher negra (3) e mulher branca (4).

DISCUSSÃO

Como a estética do sorriso é um importante componente do diagnóstico e

do plano de tratamento, diversos estudos têm sido conduzidos com o intuito de

avaliar se há diferença na avaliação da atratividade do mesmo, entre os

profissionais e os leigos (BRISMAN, 1980; DUNN et al., 1996; FLORES-MIR et

al., 2004; GRACCO et al., 2006; KOKICH et al., 1999; PAREKH et al., 2006;

PRAHL-ANDERSEN et al., 1979). Com este propósito, no presente estudo,

fotografias coloridas da face e do sorriso aproximado foram utilizadas, pois há

correlação entre a avaliação feita diretamente nos indivíduos e em registros

fotográficos padronizados (SHAW et al., 1985). Parekh et al. (2007) afirmou que

as imagens fotográficas permitem a avaliação de um determinado aspecto ou

combinação de elementos que podem ser modificados de forma precisa e

confiável.

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Para uma correta avaliação, deve haver padronização das imagens,

procurando-se eliminar elementos que desviem a atenção do examinador. De

acordo com a literatura, um sorriso esteticamente agradável mostra simetria e

proporção entre dentes, gengiva e lábios (JERROLD et al., 1990; MARGOLIS,

1997; PECK e PECK, 1970). Por este motivo, em todas as imagens originais,

foram feitas correções e simetria, semelhante ao que foi realizado no estudo de

Parekh et al. (2006, 2007); além de se remover detalhes que poderiam extrair a

naturalidade da fotografia.

Diversos estudos foram conduzidos comparando-se fotografias de sorrisos

com diferentes dimensões de corredor bucal (GRACCO et al., 2006; MOORE et

al., 2005; PAREKH et al., 2006, 2007; RITTER et al., 2006; RODEN-JOHNSON et

al., 2005; YANG et al. 2008). Alguns criaram gradações de corredor bucal no

mesmo sorriso, acrescentando ou removendo dentes (PAREKH et al., 2006,

2007; RODEN-JOHNSON et al., 2005), alterando a largura das unidades a partir

dos primeiros pré-molares superiores (GRACCO et al., 2006), e alterando tanto

número quanto a dimensão transversa dos dentes posteriores (MOORE et al.,

2005). Outros compararam sorrisos de indivíduos distintos que não eram

semelhantes na região do espaço escuro lateral, seja por exodontias de pré-

molares ou não (RITTER et al., 2006; YANG et al. 2008). Neste estudo,

manipulou-se o espaço escuro lateral modificando a posição dos dentes a partir

dos caninos superiores, pois, de acordo com Frush e Fisher (1958), a posição e a

inclinação destas unidades controlam o tamanho e a forma do corredor bucal,

apesar de só ser visualizado posteriormente a elas. Segundo Telles et al. (2003),

isto ocorre porque o canino é um dente-chave no estabelecimento do formato da

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arcada, o que pode ser comprovado durante a montagem dos dentes da prótese

total.

De acordo com Gracco et al. (2006), para se avaliar a estética do sorriso

através de fotografias, é mais indicado utilizar imagens limitadas aos lábios, com

o intuito de focar o exame no sorriso e não distraí-lo com aspectos faciais. Muitos

trabalhos foram conduzidos desta forma (GRACCO et al., 2006; PAREKH et al.,

2006, 2007; RITTER et al., 2006; RODEN-JOHNSON et al., 2005; YANG et al.

2008). Flores-Mir et al. (2004) afirmam ainda que o impacto estético de uma

visão dental é reduzido em uma vista facial completa. No entanto, em nossa

pesquisa, obtivemos os mesmos resultados nas análises do sorriso aproximado e

da vista facial total, concordando com Sarver e Ackerman (2003) que afirmam

que, tanto a fotografia de face completa como a da boca, são ótimas para a

análise dos aspectos transversais do sorriso. Esta avaliação pode ser verificada

nos Gráficos 1 e 2.

Para a análise da percepção estética das imagens manipuladas, utilizou-se

a escala visual analógica, que permitiu uma medição rápida e simples, sendo de

fácil leitura e entendimento por parte dos avaliadores. Recentemente, esta escala

tem ganhado popularidade para mensurar diferenças sutis na atratividade

dentária e facial (KOKICH et al., 1999; MAPLE et al., 2005; PAREKH et al., 2006;

RODEN-JOHNSON et al., 2005). Maple et al. (2005) afirmaram que o registro dos

resultados como variável contínua, em milímetros, permite maior liberdade na

análise dos dados. Além disso, o método possui maior sensibilidade, podendo

evitar vieses referentes aos valores preferidos, como ocorre na escala de

intervalos numéricos. Orsini et al. (2006) concordam com a utilização de uma

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escala com palavras de significados contrastantes em cada extremo, afirmando

que é ideal para aferir reações das pessoas a estímulos específicos.

Ao se tentar obter valores normais ou estéticos, segundo Pogrel (1991),

quatro diferentes grupos de pessoas devem opinar a respeito: ortodontistas,

cirurgiões, artistas plásticos e o público em geral. Para o julgamento da influência

do corredor bucal na estética do sorriso, estudos têm utilizado somente leigos

(MOORE et al., 2005), leigos e dentistas clínicos (GRACCO et al., 2006), leigos e

ortodontistas (PAREKH et al., 2006, 2007; RITTER et al., 2006), e leigos,

dentistas clínicos e ortodontistas (RODEN-JOHNSON et al., 2005). No entanto,

quando se refere ao corredor bucal, pode-se afirmar que a avaliação dos

protesistas é de grande importância, pois foram os primeiros a introduzir, na

Odontologia, o conceito de corredor bucal, além de utilizá-lo, freqüentemente, ao

tentar proporcionar, à prótese dentária total, um aspecto de naturalidade (FRUSH

e FISHER, 1958; SARVER e ACKERMAN, 2003). Nesta pesquisa, por este

motivo, a avaliação foi produzida por ortodontistas, leigos e protesistas. Flores-Mir

et al. (2004) dizem não haver influência do nível de educação na percepção

estética do sorriso. Porém, Maple et al. (2005) constataram que esta influência

existe. A fim de controlar esta variável, todos os leigos possuíam grau de

escolaridade próximo daquele referente aos integrantes dos demais grupos, ou

seja, todos possuíam ou estavam em vias de obter formação universitária.

Dunn et al. (1996) afirmam que, se o túnel de sombra não é o fator mais

importante, é um elemento de muita significância na estética do sorriso. Os

resultados do presente trabalho demonstram que a variação da quantidade de

corredor bucal influencia na opinião dos avaliadores. Essa influência não foi

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afetada pelo gênero, coincidindo com os achados de Moore et al. (2005), nem

pela raça dos modelos fotográficos, uma vez que foram indicados, como mais ou

menos atrativos, sorrisos com espaços negativos laterais semelhantes, em cada

face analisada, o que pode ser percebido nos Gráficos 3 e 4. Desta forma, estes

achados corroboram com o estudo de Tedesco et al. (1983b), que encontraram

que a raça e o gênero não são fatores que interferem no julgamento da

atratividade dento-facial.

Em todas as categorias de indivíduos da amostra, o corredor bucal

considerado mais agradável foi o médio, isto é, o correspondente a 16% da

distância entre as comissuras externas, sendo 8% para cada lado, como se pode

observar na Tabela 1. Este resultado foi similar ao encontrado em uma pesquisa

realizada por Gracco et al. (2006), que observaram preferência pela imagem com

corredor bucal equivalente a 18,46% da largura do sorriso. Porém, a presente

pesquisa divergiu do estudo feito por Moore et al. (2005), no qual os avaliadores

escolheram como mais atraente o sorriso com espaço negativo lateral de 2%.

Esta diferença pode ter ocorrido porque, no estudo de Moore et al. (2005), o

corredor bucal foi calculado a partir das comissuras internas, o método utilizado

para alterar a variável foi diferente, mantendo a distância intercaninos e

modificando o número e a largura dos dentes posteriores, e o julgamento foi

efetivado apenas por leigos.

De modo geral, comparando-se o espaço escuro lateral estreito com o

amplo, foi observada preferência pelo estreito. Houve diferença estatisticamente

significante entre a análise em vista aproximada da boca e em vista facial

completa, na mulher negra (p=0,000 e p=0,003, respectivamente) e na mulher

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branca (p=0,024 e p=0,015, respectivamente), e em vista facial completa no

homem negro (p=0,001), como pode ser visualizado na Tabela 1. Esses achados

coincidem com muitos estudos, nos quais os avaliadores consideram maior

número de dentes expostos durante o sorriso, ou seja, menor corredor bucal,

mais atraente que o contrário (BRISMAN, 1980; DUNN et al., 1996; GRACCO et

al., 2006; JOHNSON e SMITH, 1995; MARGOLIS, 1997; MOORE et al., 2005;

PAREKH et al., 2006; PAREKH et al., 2007). Todavia, o próprio Brisman (1980)

afirma que, quando os avaliadores são dentistas, estes não gostam da aparência

de “teclado de piano”.

No passado, a visão da estética dento-facial de ortodontistas e pacientes,

freqüentemente, diferia bastante (ACKERMAN et al., 1998). Isto se devia ao fato

de que os ortodontistas avaliavam seus resultados através de fotografias intra-

orais, faciais de frente com lábios em repouso e faciais de perfil, além de

radiografias cefalométricas laterais. Os pacientes, por outro lado, avaliam ao

olhar-se no espelho, ou seja, observam seu sorriso de forma ampla, no contexto

facial, e de forma aproximada, relacionando os dentes com os tecidos moles

adjacentes (ACKERMAN et al., 1998). Neste trabalho, contudo, os resultados

demonstraram que houve concordância entre as opiniões dos três grupos de

avaliadores na escolha do sorriso mais atrativo, tanto para negros quanto para

brancos, e independente do gênero, estando de acordo com Gracco et al. (2006),

Parekh et al. (2006) e Parekh et al. (2007). Isto pode estar relacionado ao fato de

que, neste estudo, a forma de visualização do sorriso foi a mesma para todos os

examinadores, aproximando-se mais da maneira com que o paciente faz sua

auto-análise.

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Contrariamente, alguns trabalhos relatam julgamentos não semelhantes

entre ortodontistas, dentistas clínicos e leigos (BRISMAN, 1980; JOHNSON e

SMITH, 1995; PRAHL-ANDERSEN et al., 1979; KOKICH et al., 1999; RODEN-

JOHNSON et al., 2005). Neste trabalho, a depender do sorriso avaliado, as

opiniões dos ortodontistas, protesistas e leigos diferiram um pouco. A

concordância entre os cirurgiões dentistas foi maior na avaliação do sorriso com

corredor bucal médio. Neste, protesistas e ortodontistas deram notas semelhantes

e maiores que os leigos, com diferença estatisticamente significante (p=0,000). No

exame do sorriso com corredor bucal amplo, pôde-se notar que leigos e

protesistas tiveram opiniões semelhantes, conferindo notas maiores que as

emitidas pelos ortodontistas, também com diferença estatisticamente significante

(p=0,000). Já no sorriso com corredor bucal estreito, os protesistas deram notas

menores, com diferença estatisticamente significante (p=0,000) em relação às

notas ditadas pelos ortodontistas e leigos, as quais foram similares.

Um sorriso de molar a molar era considerado característica de prótese

dentária deficiente (SARVER e ACKERMAN, 2003). Quando se ressalta a

avaliação feita pelos protesistas nos sorrisos com corredor bucal amplo e estreito,

observa-se que o sorriso com arco dentário amplo ainda é rejeitado por estes

especialistas. Isto pode ser explicado pelos princípios protéticos descritos por

Frush e Fisher, em 1958, os quais determinam que a presença do corredor bucal

é um critério-chave para se criar um sorriso natural. De acordo com Telles et al.

(2003), na confecção de prótese total, em casos nos quais o rebordo

remanescente inferior, que determina a posição vestibulolingual dos dentes

superiores, possui uma dimensão transversa grande, pode haver invasão do

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espaço do corredor bucal. Quando isto acontece, segundo Telles et al. (2003), as

unidades posteriores são posicionadas em uma relação de mordida cruzada, o

que é mais uma evidência do cuidado dos protéticos com o espaço negativo

lateral, discordando, desta forma, de Gianelly (2003), que descreve o túnel de

sombra como indesejável.

Pesquisas têm tentado determinar se há diferença na percepção estética

do sorriso entre profissionais e leigos (BRISMAN, 1980; DUNN et al., 1996;

FLORES-MIR et al., 2004; GRACCO et al., 2006; KOKICH et al., 1999; PAREKH

et al., 2006; PRAHL-ANDERSEN et al., 1979; TEDESCO et al., 1983b). Ao

considerar este aspecto em nosso estudo, percebe-se que todos os grupos

possuem sensibilidade às alterações, ou seja, leigos, ortodontistas e protesistas,

de modo geral, perceberam as modificações no sorriso, seja sua imagem

aproximada ou não. Esta observação coincide com a afirmação de Moore et al.

(2005) de que o indivíduo é capaz de detectar variações sutis no sorriso, ainda

que seja em um contexto de face inteira. Contudo, difere do exposto por Gracco

et al. (2006) e Parekh et al. (2007), os quais afirmam que dentistas clínicos e

pessoas leigas só conseguem identificar diferentes percentuais de corredor bucal

quando estes não são muito próximos.

Entretanto, verifica-se também que os valores atribuídos pelos leigos aos

diferentes sorrisos foram mais próximos que aqueles conferidos pelas outras

categorias de examinadores, o que pode ser notado na Tabela 1 e nos Gráficos 1

e 2. Este dado corrobora com os achados de Cochrane et al. (1999), que

concluíram que o público em geral é mais abrangente em relação ao que

considera atrativo; e com alguns estudos como o de Isiksal et al. (2006), que

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consideram os ortodontistas mais criteriosos que os leigos na avaliação da

estética dental, quando se refere às mínimas discrepâncias, e o de Kokich et al.

(1999), no qual afirmam que os ortodontistas são mais perceptivos que os

dentistas clínicos, os quais notam mais que os leigos. Contudo, segundo Tedesco

et al. (1983a), julgadores leigos demonstram ser mais sensíveis ao prejuízo

estético dento-facial que ortodontistas.

Este trabalho revela que tanto ortodontistas, quanto protesistas e leigos

consideram o corredor bucal um fator de grande influência na avaliação estética

do sorriso. Além disso, os achados da pesquisa dão confiança clínica ao aspecto

estético dos planejamentos ortodônticos e protéticos, uma vez que o padrão

considerado bom é o mesmo para profissionais e leigos.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram concordância entre os leigos, protesistas e

ortodontistas na escolha do sorriso mais atrativo, tanto para negros quanto para

brancos, e independente do gênero. Entretanto, a depender do sorriso avaliado,

as opiniões dos ortodontistas, protesistas e leigos diferiram um pouco. No sorriso

com corredor bucal estreito, os protesistas deram notas menores que os

ortodontistas e leigos. Quando o corredor bucal foi médio, as notas emitidas pelos

leigos foram menores que a dos ortodontistas e os protesistas. No sorriso com

corredor bucal amplo, os ortodontistas conferiram valores menores em relação

aos ditados pelos protesistas e leigos. Pôde-se observar, também, que os

ortodontistas e os protesistas são mais perceptivos que os leigos quando se

refere à estética do sorriso.

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De acordo com os dados analisados neste trabalho, o sorriso considerado

mais atrativo foi o que simulava o corredor bucal médio. Analisando as outras

duas gradações de espaço escuro lateral, constatou-se predileção pelo sorriso

que apresentava o corredor bucal estreito em detrimento do amplo.

Ao se confrontar as análises feitas em vista aproximada e em vista facial

completa, verificou-se que elas representavam os mesmos resultados.

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5 CONCLUSÃO

De acordo com os dados analisados neste trabalho, pode-se concluir que:

5.1 A estética do sorriso é influenciada expressivamente pelo corredor

bucal. O sorriso considerado mais atrativo foi o que simulava o espaço escuro

lateral médio. Analisando-se as outras duas gradações de corredor bucal,

constatou-se predileção pelo sorriso que apresentava o espaço negativo lateral

estreito, em detrimento do amplo;

5.2 Os resultados demonstraram concordância entre os ortodontistas,

protesistas e leigos, na escolha do sorriso mais atrativo, tanto para negros quanto

para brancos, e independente do gênero. Entretanto, a depender do sorriso

avaliado, as opiniões diferiram um pouco. No sorriso com corredor bucal estreito,

os protesistas deram notas menores que os ortodontistas e leigos. Quando o

sorriso possuiu corredor bucal médio, as notas emitidas pelos leigos foram

menores que a dos ortodontistas e dos protesistas. No sorriso contendo corredor

bucal amplo, os ortodontistas conferiram valores menores em relação aos ditados

pelos protesistas e leigos. Pôde-se observar, também, que os ortodontistas e os

protesistas são mais perceptivos que os leigos quando se refere à estética do

sorriso;

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5.3 Ao se confrontar as análises feitas em vista aproximada da boca e em

vista facial completa, verificou-se que elas apresentavam os mesmos resultados,

ou seja, a percepção estética não apresentou diferença estatisticamente

significante.

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ANEXOS

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ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar a influência do corredor bucal na

estética do sorriso.

Os indivíduos utilizados neste estudo serão informados dos benefícios

advindos deste trabalho. Além disso, qualquer indivíduo, a qualquer momento

pode retirar seu consentimento, sem ônus para si ou seu tratamento ortodôntico,

se for o caso.

Eu, ________________________________________(nome do paciente),

portador do documento de identidade R.G. no ___________, emitido pela

______(órgão expedidor), aceito participar da pesquisa acima descrita.

Salvador, _____de____________ 2007.

_____________________________________________

(assinatura do paciente)

Responsável pela pesquisa: Diana Cunha Nascimento

Tel: (71) 3235-7969 / 9966-7969

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ANEXO 2

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ANEXO 3

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar a influência do corredor bucal na

estética do sorriso.

Eu, _______________________________________(nome do avaliador),

portador do documento de identidade R.G. no ___________, emitido pela

______(órgão expedidor), aceito participar da pesquisa acima descrita.

Salvador, _____de____________ 2007.

_____________________________________________

(assinatura do avaliador)

Responsável pela pesquisa: Diana Cunha Nascimento

Tel: (71) 3235-7969 / 9966-7969

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ANEXO 4

AVALIAÇÃO DO GRAU DE ATRATIVIDADE DO SORRISO

AVALIADOR: ________________________________________________

CATEGORIA:________________________________________________

Utilizando a régua abaixo, marque com um ponto e identifique com a letra correspondente, o

grau de atratividade que você considera para cada um destes sorrisos. A escala foi configurada

sendo, da esquerda para a direita, o menos agradável ao mais agradável. Observe que é

possível marcar o ponto em qualquer região, podendo-se também colocar duas ou mais letras

em um mesmo ponto.

PÁGINA 1

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 2

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 3

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

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PÁGINA 4

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 5

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 6

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 7

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM

PÁGINA 8

MUITO RUIM REGULAR MUITO BOM