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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES SISTEMAS ADESIVOS UTILIZADOS EM ORTODONTIA CAROLINA FREIRE DE CARVALHO CALABRICH CD SALVADOR 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL

PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE

DIFERENTES SISTEMAS ADESIVOS UTILIZADOS

EM ORTODONTIA

CAROLINA FREIRE DE CARVALHO CALABRICH

CD

SALVADOR

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

CENTRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL

PROF. JOSÉ ÉDIMO SOARES MARTINS

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES SISTEMAS ADESIVOS UTILIZADOS EM ORTODONTIA

CAROLINA FREIRE DE CARVALHO CALABRICH

CD

Salvador

2008

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CAROLINA FREIRE DE CARVALHO CALABRICH

CD AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES

SISTEMAS ADESIVOS UTILIZADOS EM ORTODONTIA

ORIENTADOR: PROF. MARCELO DE CASTELLUCCI E BARBOSA

CO-ORIENTADORA: PROFª. MARIA REGINA LORENZETTI

SIMIONATO

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial.

Salvador

2008

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C141 CALABRICH, Carolina Freire de Carvalho Avaliação da atividade antimicrobiana de diferentes sistemas adesivos utilizados em ortodontia./ Carolina Freire de Carvalho Calabrich. - Salvador: UFBA/ Faculdade de Odontologia, 2008. 91f.:il.

Orientador: Marcelo de Castellucci e Barbosa Co-Orientador: Maria Regina Lorenzetti Simionato Dissertação de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial.

1. Produtos com ação antimicrobiana 2. adesivos 3. Desmineralização 4.Dissertação I. BARBOSA, Marcelo de Castellucci e, SIMIONATO, Maria Regina Lorenzetti. II. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia, III. Título.

617.64 616.314.089

Ficha Catalográfica

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Para meus pais,

Jorge e Lia,

A quem devo tudo que sei, tenho e sou.

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AGRADECIMENTOS

Nosso processo de formação é longo, cheio de idas e vindas, de surpresas.

Entretanto, é nesse caminho que criamos a visão de mundo que nos orienta

diariamente. Muitos aparecem aqui e ali como co-responsáveis, co-produtores,

companheiros em qualquer coisa que surja entre nossas mãos como objeto

nosso, como produto do nosso trabalho. Agradeço a todos que contribuíram e se

tornaram essenciais, direta ou indiretamente, para o desenvolvimento deste

trabalho. A alguns, sinto-me no dever de um agradecimento especial. Sem

necessariamente obedecer alguma ordem, agradeço:

A Deus, força maior, por me conceder sabedoria.

A meus pais, Jorge e Lia, minhas maiores fontes de inspiração, por terem

tornado possível toda minha educação sem nunca medirem esforços. Admiro

muito vocês.

A meus irmãos, Bruno e Aknar, meus amigos, pelo incentivo, amor e por

sempre acreditarem em mim. A Ricardo, pela torcida contínua.

A meus familiares, em especial minha Vozinha, pelo apoio.

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A meu orientador, Prof. Marcelo Castellucci, pela excelente orientação e

por ter, ao longo do curso e da elaboração deste trabalho, ultrapassado o status

de professor para tornar-se um amigo.

A minha orientadora, Profª. Maria Regina Simionato, por ter aberto as

portas e me acolhido para execução deste trabalho.

Aos professores do curso de especialização em ortodontia da UFBA, Profs

Telma Martins de Araujo, Carlos Jorge Vogel, André Machado, Fernando Habib,

Lucianna Gomes, Marcos Alan Bittencourt, Fernanda Catharino, Myrela Galvão,

em especial Prof. Rogério Ferreira, quem primeiro me abriu as portas na

ortodontia, e Profs. Márcio Sobral e Rivail Brandão, pelos momentos de amizade

compartilhados. Levo comigo um pouco de cada um de vocês, não só pela parte

profissional, mas também a participação na minha formação pessoal.

A Profª Maria Cristina Cangussu, pelas orientações e análise estatística.

A meus maravilhosos colegas de turma: Dadá, Didi, Lari, Lilica e Beta.

Cada um de vocês, à sua maneira, tornou as coisas melhores para mim. Os vejo,

hoje, como uma família para mim. Sei que a falta do convívio irá nos afastar, mas

vocês serão eternos dentro de mim.

A amigos de curso das 5ª, 6ª e 8ª turmas, pelos dias que convivemos e

aprendemos juntos. Vocês são muito especiais.

A minhas amigas Érica, Larissa, Larisse, Carina, Aline e Paloma, ainda que

reclamando minha ausência, compreenderam e não deixaram de estar por perto e

à disposição.

A Clarissa Gurgel, grande amiga, que, mesmo sem nos encontramos tanto,

esteve sempre disponível e me ajudou imensamente na execução da pesquisa.

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Aos cirurgiões que me ajudaram na obtenção das doações para pesquisa,

em especial Rodrigo Mendia.

A Daniela Higashi, pelo apoio durante meus dias no laboratório.

A Jorge Ribeiro, pela ajuda na definição da metodologia.

A Lívia, André, Damião, D. Lúcia, D. Ginalva, pela eterna disposição.

A todos meus pacientes, essenciais para minha formação.

A Morelli, IvoclarVivadent e Kurary, pela doação de material para a

pesquisa.

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“A maldição de certos espíritos

é não poderem nunca estar satisfeitos

quando se sentem capazes de

concluir uma obra. Nem mesmo são

felizes depois que a executaram. É

preciso que saibam e que mostrem

aos outros como se dedicaram a ela.”

Edgar Allan Poe

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RESUMO

A utilização de aparelhos ortodônticos fixos associa-se, muitas vezes, a

áreas de descalcificação ao redor do bracket. Com o intuito de reduzir os riscos a

essas lesões, pode-se adicionar ao adesivo substâncias antimicrobianas. Este

estudo se propôs a avaliar, in vitro, a atividade antimicrobiana de sistemas

adesivos utilizados em ortodontia associados à clorexidina e ao brometo de

metacriloiloxidodecilpiridínio (MDPB) sobre Streptococcus mutans. Foram

utilizados 56 pré-molares humanos divididos em 7 grupos. Os grupos 2, 4 e 6

foram colados com um sistema adesivo associado a um verniz de clorexidina e

timol. Os grupos 3, 5 e 7 foram colados com um sistema adesivo contendo MDPB.

Os grupos 2 e 3 foram cultivados logo após a colagem, enquanto que os grupos 4

e 5 foram armazenados em água, antes do cultivo, por 7 dias e os grupos 6 e 7,

por 30 dias. Os corpos de prova foram cultivados em ágar com cultura de

Streptococcus mutans por 48h, 37ºC, em estufa bacteriológica. O método de

avaliação foi pro difusão em ágar por ágar-inóculo. Após cultivo, era feita a

medição do diâmetro do halo de inibição de crescimento bacteriano nos casos em

que estivesse presente. A partir dos resultados obtidos, pôde-se observar que os

grupos experimentais que associaram ao adesivo ortodôntico o verniz de

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clorexidina apresentaram atividade antimicrobiana com tendência de redução do

seu potencial de ação com o passar do tempo. Já para os grupos associados ao

sistema adesivo com MDPB em sua composição, não foi verificada atividade

antimicrobiana. A partir deste estudo pôde-se verificar que a associação do verniz

de clorexidina a um sistema adesivo utilizado em ortodontia apresenta-se

vantajosa pela sua atividade antimicrobiana, enquanto que a utilização em

ortodontia do sistema adesivo contendo em MDPB em sua composição não se

mostrou justificada em relação à atividade antimicrobiana.

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SUMMARY

The use of fixed orthodontics appliances is often related to tooth

desmineralization around the bracket. With the purpose of reducing the risks of

these lesions, it is possibible to add antimicrobial agents to the orthodontic

adhesive. The aim of this study was to evaluate, in vitro, the antimicrobial activity

against Streptococcus mutans of orthodontic adhesives systems associated to

chlorhexidine and methacryloyloxydodecylpyridinium bromide (MDPB). Fifty six

human premolars, divided into 7 groups. Group 1 was the control group, where no

antimicrobial agent was present. Groups 2, 4 and 6 were bonded with an adhesive

system associated with a chlorhexidine-thymol varnish. Groups 3, 5 and 7 were

bonded with an adhesive containing MDPB on its formulation. Groups 2 and 3

were cultivated immediately after bonding, while groups 4 and 5 remained

immersed in water, before culture, for 7 days and groups 6 e 7 for 30 days. The

specimens were cultivated in agar with Streptococcus mutans culture and

incubated for 48h at 37ºC. After incubation, the diameters of the antimicrobial

inhibition zones were measured where they were present. From the results

obtained, it could be observed that the experimental groups associated the

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orthodontic adhesive with cholrhexidine showed antimicrobial activity, tendig to

reduce the activity with time. The groups associated with MDPB, however, did not

demonstrated antimicrobial activity. From this study it is possible to afirm that tha

association of chlorhexidine varnish with orthodontics adhesives is advantageous

becouse of its antimicrobial activity, while the use of adhesives with MDPB in the

orthodontics practice is not justified in relation to its antimicrobial activity.

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO

2 PROPOSIÇÃO

3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL

4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA

4.1 ARTIGO 1 - Avaliação da atividade

antimicrobiana de adesivo ortodôntico associado a

verniz de clorexidina e timol na colagem de bráquetes.

4.2 ARTIGO 2 - Avaliação da atividade

antimicrobiana de adesivo contendo o brometo de

metacriloiloxidodecilpiridínio (MDPB) na colagem de

brackets ortodônticos

6 CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

Página

13

23

24

32

32

52

74

75

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a utilização de aparelhos ortodônticos fixos está bastante

difundida. Contudo, estes aparelhos associam-se a dificuldades de higienização.

Durante a terapêutica, são criadas áreas retentivas que favorecem o acúmulo de

biofilme e o crescimento bacteriano (ZACHRISSON e ZACHRISSON, 1971).

Uma das grandes dificuldades evidenciadas na Ortodontia tem sido a manutenção

de uma correta higienização bucal durante o tratamento. A presença de brackets,

bandas e demais acessórios funcionam como retentores adicionais de biofilme,

podendo levar a gengivites e desmineralizações do esmalte, causando manchas

brancas e cáries dentárias (DERKS et al., 2004).

Estudos microbiológicos têm determinado que, após a colocação do

aparelho ortodôntico fixo, ocorrem aumentos significantes do número de

bactérias, principalmente lactobacilos e estreptococos, sujeitando o ambiente

bucal a um desequilíbrio e possibilitando o aparecimento de doenças

(ROSENBLOOM e TIANOFF, 1991; SCHEIE et al., 1984 ZACHRISSON e

ZACHRISSON, 1971). Embora o biofilme dental seja constituído de numerosas

espécies de bactérias, acredita-se no envolvimento do Streptococcus mutans no

desenvolvimento inicial das lesões de cárie (MARSH, 2003). A porosidade da

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superfície dos compósitos utilizados para a colagem de brackets predispõe

também a rápidos adesão e crescimento dos microrganismos orais (GWINNETT e

CEEN, 1979).

Estudos confirmaram o aumento na incidência de lesões cariosas durante o

tratamento com o uso de aparelho fixo (BOERSMA et al., 2005; ØGAARD, 1989).

Øgaard et al. (2001) sugerem que a alta prevalência de cárie pode ser causada

pelo alto potencial cariogênico presente no biofilme circunjacente ao aparelho

ortodôntico, na qual se verifica uma medida de pH inferior a 4,5. Na presença de

carboidratos fermentáveis, a desmineralização ao redor dos brackets é um

processo muito rápido (ØGAARD et al., 1988). O biofilme é um pré-requisito para

o desenvolvimento da descalcificação, a qual surge por causa da mudança

ecológica na população bacteriana resultante das alterações ambientais (BADAWI

et al., 2003). Nos dentes com brackets colados, as superfícies críticas são

aquelas nos lados mesial e distal da base do bracket por serem estas superfícies

localizadas abaixo do arco, dificultando o acesso das cerdas da escova

(HEINTZE, 1996). Já para Gwinnett e Ceen (1979), os sítios mais comuns de

desmineralização são na junção entre a resina e o esmalte, periférica e

gengivalmente à base do bracket. Sinais de descalcificação surgem já a partir da

quarta semana após a montagem do aparelho (MOREIRA e SAMPAIO, 2001;

SHANNON, 1981).

Os pacientes portadores de aparelhos ortodônticos devem ser instruídos a

manterem uma boa higiene bucal, em virtude do maior risco a que estão sujeitos

(SILVA FILHO et al., 1989). Para os tecidos duros e periodonto, a época de maior

risco a danos corresponde àquela da instalação do aparelho fixo e os quatro

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meses seguintes (PETERSSON et al., 1991). Neste período, aumenta o acúmulo

de biofilme, mesmo em pacientes que apresentam uma boa higiene bucal

(HEINTZE, 1996). Na época inicial do tratamento, como regra geral, os pacientes

apresentam falta de destreza na higienização do meio bucal. Este período

corresponde a uma fase de aprendizagem e treinamento de novas rotinas de

higienização bucal, específicas para paciente ortodôntico, inclusive com a

utilização de recursos auxiliares. Conseqüentemente, a cada dia, há uma

tendência do paciente executar os movimentos com maior eficácia e, por volta do

terceiro ou quarto meses, espera-se melhor desempenho, sobretudo em

pacientes colaboradores e bem instruídos, suficiente para manter baixo o índice

de biofilme acumulado, reduzindo o risco de desmineralização dentária

(REZENDE et al., 2001).

Assim, o sucesso do tratamento ortodôntico está em corrigir a oclusão da

maneira mais satisfatória possível, sem, contudo, alterar a higidez pré-existente

dos dentes e tecidos de suporte. Caso contrário, os benefícios do tratamento

podem ser questionados (TAMBURUS et al., 1998; ZIMMER e ROTTWINKEL,

2004). Face aos possíveis e não raros efeitos iatrogênicos causados pelo

tratamento ortodôntico, vários autores concordam ser indispensável a instituição

de métodos preventivos para os pacientes submetidos à terapia ortodôntica

(BACCHI et al., 1997; DUBEY et al., 1993). A prática ortodôntica está em

constante avanço no uso de novas técnicas e materiais que beneficiem tanto o

paciente quanto o clínico (BISHARA et al., 2005). Tentativas de inibir o

desenvolvimento de lesões cariosas em pacientes ortodônticos têm sido focadas

no controle do biofilme bacteriano ao redor dos brackets (DERKS et al., 2004).

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Durante a terapia, a prevenção da cárie é de responsabilidade, também, do

ortodontista (ØGAARD et al., 2001).

No intuito de reduzir o aparecimento de áreas de descalcificação ao redor

dos brackets, autores têm sugerido adesivos para colagem ortodôntica contento

agentes antimicrobianos ou associados a estes (BISHARA et al., 1996;

KORBMACHER et al., 2006).

Em ortodontia, materiais compósitos são geralmente utilizados para a

colagem de brackets. Esses compósitos podem agir como fonte de nutrição e

agregação de bactérias oportunistas (MATASA, 1995). Hahn et al. (1993)

concluíram que microrganismos se acumulam ao redor dos materiais

restauradores. No entanto, foi relatado previamente que compósitos não

apresentam atividade antibacteriana após a polimerização (ORSTAVIK e

HENSTEN-PETTERSEN, 1978). Efeitos de inibição de crescimento bacteriano

nos materiais de colagem e sistemas adesivos são considerados benéficos na

prevenção da colonização bacteriana (TOBIAS, 1988). Desta forma, seria

oportuno modificar os materiais já utilizados para apresentarem função adicional.

Haja vista que estes materiais estarão presentes em boca, eles poderiam servir

ou como reservatórios ou como plataformas de dispersão de agentes

terapêuticos, adicionando, assim, uma função aos compósitos (RAWLS, 1991).

De acordo com Korbmacher et al. (2006), sistemas de colagem

ortodônticos que liberam agentes antimicrobianos para as áreas adjacentes são

úteis, pois reduzem a necessidade de colaboração e apresentam potencial de

reduzir a descalcificação.

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Um agente antimicrobiano ideal deve ter a capacidade de matar ou inibir e

crescimento dos microrganismos, ser solúvel em água ou outros solventes em

quantidades necessárias para uso efetivo, ter estabilidade, apresentar ausência

de toxicidade, homogeneidade e inativação mínima por material estranho,

atividade em temperatura corporal, poder de penetração, ausência de poderes

corrosivos e tintoriais, poder desodorizante, capacidade detergente,

disponibilidade e baixo custo. Desta forma, o agente antimicrobiano apresenta

eficiência sob todas as condições (PELCZAR et al., 1996).

A clorexidina tem se mostrado um excelente agente antimicrobiano, sendo

usada, desde 1950, em diferentes concentrações, como antisséptico oral, gel,

pasta de dente, chicletes, além de seu grande uso nas áreas médicas e

odontológicas. Seu grande espectro contra bactérias gram-positivas e gram-

negativas, sua capacidade em aderir ao tecido dentário e à mucosa bucal por

prolongado tempo, assim como sua biocompatibilidade, são algumas

propriedades clínicas que justificam o seu largo uso na odontologia (LEONARDO

et al., 1999). A clorexidina é uma clorofenilbiguanida catiônica com propriedades

antimicrobianas com afinidade pelas estruturas orais (RIJKOM et al., 1996). Este

composto adsorve as superfícies orais e depois é liberada lentamente na forma

ativa. A sua atividade anticariogênica está relacionada à afinidade por mucinas

salivares e hidroxiapatita (ROSA e ROCHA, 1993). Ela tem característica de

inibição na formação do biofilme bacteriano e redução no número de bactérias

orais (RIJKOM et al., 1996).

A inibição da formação do biofilme deve-se pela competição da clorexidina

com o cálcio, prejudicando a aderência bacteriana à superfície dentária. A

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clorexidina se liga aos grupos aniônicos das glicoproteínas salivares, reduzindo a

formação da película adquirida e a colonização bacteriana. Ela também se

adsorve fortemente aos grupos negativos da superfície de bactérias Gram

positivas, interferindo na sua ligação aos dentes. Além disso, ela pode inativar a

glicosiltransferase, importante na aderência bacteriana e deslocar cálcio dos

grupos sulfatos do biofilme, desintegrando-o (ROSA e ROCHA, 1993). Sua

atividade bactericida se dá através da coagulação do citoplasma bacteriano, com

posterior rompimento da membrana celular (MELO et al., 1999).

A clorexidina está disponível nas formas de sais de gluconato, digluconato

e acetato. O digluconato de clorexidina é a forma mais indicada por apresentar

maior solubilidade em água e, em pH fisiológico, dissociar-se, liberando o

componente catiônico (SINNES et al., 1997). Ela é um dos agentes

antimicrobianos mais usados em odontologia e comprovadamente apresenta

efetividade na manutenção do controle do biofilme e gengivite sem o

desenvolvimento de organismos resistentes na microbiota oral (MANDEL, 1994).

A clorexidina inibe a produção de ácido no biofilme e reduz a queda de pH na

presença de açúcares (RØLLA e MELSEN 1975). Este agente é considerado o

“padrão ouro” em comparação às demais substâncias desenvolvidas para agir

sobre a formação do biofilme e desenvolvimento da gengivite (BOWEN, 1999).

Seu espectro de ação é amplo (SREENIVASAN et al., 2003), abrangendo

bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, leveduras, dermatófilos e alguns

vírus lipofílicos (JONES, 1997), além de seu efeito seletivo sobre Streptococcus

mutans (ROSA e ROCHA, 1993). Alguns efeitos adversos do uso da clorexidina

que limitam seu uso prolongado incluem manchamento extrínseco dos dentes,

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aumento na deposição de cálculo, descamação reversível da mucosa e

alterações do paladar (FLOTRA et al., 1971).

No mercado, são encontrados alguns vernizes que contêm clorexidina.

Esta apresentação oferece a vantagem de liberar a clorexidina durante um

período prolongado. O Cervitec (Vivadent) é um verniz que contém, além de 1%

de clorexidina, 1% de timol, o qual também gera efeitos antimicrobianos

(OLYMPIO et al., 2006). Essa concentração aumenta para, aproximadamente,

6,5% após a evaporação do solvente (ARENDS e RUBEN, 1993). O timol é um

potente anti-séptico do grupo fenol (BERTINI et al., 2005) e tem propriedade

desinfetante e fungicida (ARAÚJO et al., 2001). O timol pode ser utilizado como

agente antimicrobiano tanto para prolongar a fase de latência quanto para reduzir

o índice de crescimento bacteriano (FALCONE et al., 2007). Entretanto, esse

agente mostra-se consideravelmente menos eficiente contra Streptococcus

mutans do que a clorexidina (BALANYK e SANDHAM, 1985). Sua ação

antimicrobiana se dá pela disrupção da parede celular bacteriana e funções da

membrana, o que leva também a um extravasamento do citoplasma (HAMMER et

al, 1999).

De forma a prover atividade antibacteriana aos compósitos, foi sugerido

incorporar clorexidina às resinas (JEDRYCHOWSKI et al., 1983). Contudo, as

resinas compósitas são consideradas clinicamente insolúveis, tendo os

componentes aprisionados no seu interior dificuldade de serem liberados, pois os

componentes resinosos limitam esse deslocamento (COUTO JR et al., 2000).

Ribeiro e Ericson (1991), no entanto, observaram atividade antimicrobiana da

associação da resina compósita com clorexidina pela liberação do componente

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antimicrobiano, mas essa ação diminuiu com o tempo. Ehara et al. (2000),

contudo, concluíram que resinas que liberam o agente bactericida apresentam a

desvantagem por ser seu efeito transitório e que reduz ao longo do tempo, além

de comprometer as propriedades mecânicas e apresentar potencial tóxico para a

saúde (EBI et al., 2001).

Damon et al. (1997) e Bishara et al. (1998) concluíram que a associação da

clorexidina, sob a forma de verniz, a adesivos ortodônticos resultou em resistência

ao cisalhamento satisfatória para utilização em Ortodontia desde que o verniz seja

pré-misturado ao adesivo, aplicado ao esmalte condicionado e fotopolimerizado.

Karaman, Uysal (2004) concordaram afirmando que a resistência ao cisalhamento

torna-se clinicamente aceitável quando o verniz é misturado ao adesivo na

proporção de 2:1, respectivamente. Ribeiro (2006), após avaliar a resistência

adesiva e atividade antimicrobiana de diferentes sistemas de colagem cujos

adesivos foram pré-misturados ao verniz de clorexidina Cervitec, concluíram que

não houve alteração estatisticamente significante da resistência adesiva, além de

ser verificada atividade antimicrobiana deste composto.

Outro agente que tem apresentado atividade contra Streptococcus mutans

é o brometo de metacriloiloxidodecilpiridínio (MDPB), desenvolvido por Imazato et

al. (1994). O MDPB é uma amônia quaternária que copolimeriza com outros

monômeros durante a cura e se liga covalentemente com a rede polimérica da

resina (IMAZATO et al., 1994). Considera-se que seu mecanismo de ação

antimicrobiana seja através de ligação catiônica aos componentes da parede

celular, interferindo na função da membrana e induzindo o extravasamento de

material citoplasmático. A amônia quaternária causa a lise das células bacterianas

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e apresenta forte efeito bactericida na sua forma não-polimerizada contra certas

bactérias (IMAZATO et al., 1999).

A incorporação desse monômero nas resinas demonstra efeito inibitório

contra o crescimento de S. mutans na superfície, apesar de não haver liberação

dos seus componentes (IMAZATO et al., 1994). O agente antimicrobiano é

imobilizado pela matriz polimérica. Isso representaria vantagem quanto ao efeito

em longo prazo e durabilidade em ambiente úmido (IMAZATO e MCCABE, 1994).

Imazato et al. (1994) relatam não haver deterioração das propriedades mecânicas

após a imersão em água por 3 meses. Compósitos com MDPB apresentam efeito

inibitório apenas contra as bactérias que venham ao contato das moléculas

antibacterianas imobilizadas, sendo seu efeito incapaz de alcançar a área em

torno do compósito, ainda que a inibição do acúmulo de biofilme na superfície do

material reduza o total de bactérias em torno da área do compósito (IMAZATO et

al., 1995, 1998). Antes da cura, o MDPB atua como bactericida, desinfetando a

superfície. Contudo, mais do que 250µg/mL de MDPB precisam ser incorporados

aos materiais resinosos para obter-se uma atividade antimicrobiana efetiva

(IMAZATO, 1999). A atividade bactericida do MDPB é reduzida após imobilização,

mas este, na superfície de materiais resinosos, apresenta efeito bacteriostático e

propriedades anti-aderentes contra estreptococos orais (IMAZATO et al., 1995). O

primer contendo MDPB apresenta ação bactericida em microrganismos

anaeróbios estritos. Foi demonstrado in vitro que o primer com 5% de MDPB

apresenta atividade bactericida contra o Streptococcus mutans com 30 segundos

de contato antes da cura. Mesmo após a diluição do MDPB em 100 vezes, o

primer contendo este composto apresenta efeito bactericida significante

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(IMAZATO et al., 2001). Segundo Imazato et al. (2007), a adição do componente

MDPB, em sua forma comercial, não afeta, de forma adversa, a capacidade de

adesão do sistema adesivo.

Além disso, segundo Bishara et al. (2005), Korbmacher et al. (2006) e

Martinez (2006), o uso do adesivo com MDPB resulta em uma resistência ao

cisalhamento satisfatória dos brackets ortodônticos colados ao esmalte.

Poucos estudos foram realizados avaliando a ação antimicrobiana dos

adesivos ortodônticos, contendo agentes antibacterianos. Mesmo a matriz sendo

a mesma dos materiais utilizados na dentística restauradora, o volume do material

utilizado em ortodontia é menor, reduzindo, consequentemente, a quantidade

existente do agente antimicrobiano.

A associação dos materiais de colagem ortodônticos a agentes com

potencial antimicrobiano é interessante por ser um método coadjuvante na

prevenção do aparecimento de lesões de manchas brancas e cárie ao redor dos

brackets. Torna-se, portanto, importante o estudo de novas formulações utilizadas

em Ortodontia contendo agente antimicrobiano, a fim de proporcionar ao paciente

ortodôntico, sobretudo os portadores de aparelhos fixos, controle químico do

biofilme dental. Isso poderá significar uma ferramenta auxiliar importante na

prevenção à desmineralização da superfície do esmalte dentário, preservando as

unidades dentárias ao longo do tratamento ortodôntico.

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2 PROPOSIÇÃO

2.1 GERAL

Avaliar a ação antimicrobiana, in vitro, sobre Streptococcus mutans, dos

seguintes sistemas adesivos utilizados na colagem ortodôntica de brackets

metálicos

1 Ortho Primer Morelli misturado ao verniz Cervitec

2 Clearfil Protect Bond

2.2 ESPECÍFICA

Avaliar a ação antimicrobiana, in vitro, sobre Streptococcus mutans desses

sistemas adesivos até 4 horas, 7 dias e 30 dias após a colagem e imersos em

água.

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3 ABORDAGEM EXPERIMENTAL

Foi realizado um estudo laboratorial, experimental e transversal a fim de

avaliar a ação antimicrobiana, in vitro, de adesivos utilizados em ortodontia

colados a dentes e brackets.

Foram utilizados 56 pré-molares humanos, com faces vestibulares hígidas,

extraídos por indicações ortodônticas.

Esse trabalho foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Maternidade Climério de Oliveira sob o parecer de número 39/2007 (Anexo 1). Os

pacientes doadores dos dentes utilizados assinaram um Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (Anexo 2) autorizando a utilização desses órgãos na pesquisa.

O termo foi entregue a cada doador pelo Cirurgião-dentista que realizava a

exodontia na mesma consulta em que o procedimento foi realizado.

Para a realização desta pesquisa, foi utilizada a técnica descrita por Ribeiro

(2006), com modificações.

Com auxílio de micromotor, peça reta, mandril e discos de lixa em aço, as

faces linguais dos dentes foram aplainadas, tanto a coroa quanto a raiz, de forma

que os dentes apresentaram uma largura vestíbulo-lingual de aproximadamente

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7mm (Figura 1), e puderam ser assentados em uma superfície plana, com face

vestibular voltada para cima. Os dentes também foram desgastados em suas

faces mesiais e distais de forma que apresentassem 3,8mm, correspondentes à

largura do bracket a ser colado. Foi feita profilaxia na face vestibular da coroa

com pedra pomes, água e escova de Robbinson em baixa rotação. Os dentes

foram lavados com água, secos com ar. Foi colada fita adesiva para autoclave

perfurada na face vestibular de cada unidade dentária, expondo apenas a área

correspondente à base do bracket, delimitando, desta forma, a área onde o

material a ser avaliado foi aplicado ao dente (Figura 2a). Os dentes foram

acondicionados em pacotes selados de filme termoplástico de polietileno e

submetidos a um ciclo completo de esterilização em autoclave. Após

esterilização, foram divididos, aleatoriamente, em sete grupos de oito dentes.

Foi feito o processo de colagem de brackets Morelli estéreis em fluxo

laminar e operador devidamente enluvado. O operador não tocava diretamente

nos dentes, apenas pinças estéreis entravam em contato direto com o material de

pesquisa. O condicionamento ácido do centro da face vestibular com ácido

fosfórico a 37% foi feito por 15 segundos, seguido de lavagem com água

apirogência estéril e secagem do esmalte condicionado com filtro de papel estéril.

A colagem propriamente dita, utilizando pinça ortodôntica estéril, seguiu as

características de cada grupo, com 8 dentes em cada um. Os brackets foram

colados dente a dente (Figura 2b). Para a colagem, foi seguido o protocolo

descrito por Martinez (2006). Para o grupo 1 (controle), foi utilizado o primer

(Ortho Primer Morelli) aplicado ao dente, com auxilío de micropipeta, na

quantidade de 9µL, aguardava-se por 30 segundos para uma leve secagem e a

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Figura 1 – Pré-molar aplainado em sua face lingual, em toda a extensão, apresentando largura vestíbulo-lingual final de 7mm.

Figura 2: a – Delimitação da área de colagem com fita adesiva para autoclave perfurada nas dimensões da base do bracket.b – Bracket colado ao dente estéril na área delimitada.

a a b

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polimerização foi feita por 20 segundos. Os brackets metálicos (Morelli), já com o

compósito (Transbond XT, 3M), foram levados ao encontro do dente com o auxílio

de uma pinça ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados por 10 segundos em

cada face (Quadro 1).

Os grupos 2, 4 e 6 apresentaram a mistura de verniz de clorexidina

(Cervitec, IvoclarVivadent) com o primer (Ortho Primer Morelli) na proporção de

2:1, sendo 6µL do verniz e 3 µL do adesivo. A mistura foi aplicada à superfície de

esmalte condicionada e fotopolimerizada por 20 segundos. Os brackets metálicos

(Morelli), já com o compósito (Transbond XT, 3M), foram levados ao encontro do

dente com o auxílio de uma pinça ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados

por 10 segundos em cada face (Quadro 1).

Os grupos 3, 5 e 7 foram colados com o primer contendo o brometo de

metacriloiloxidodecilpiridínio, na concentração de 5%, já em sua fabricação

(Clearfil Protect Bond, Kuraray). Foi aplicado 4,5µL do primer, aguardava-se 40

segundos. Depois, foram colocados 4,5µL do adesivo e a polimerização foi feita

por 10 segundos. Os brackets metálicos (Morelli), já com o compósito (Transbond

XT, 3M), foram levados ao encontro do dente com o auxílio de uma pinça

ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados por 10 segundos em cada face

(Quadro 1).

Após a colagem dos brackets, as fitas adesivas foram removidas.

Os corpos de prova dos grupos 4 e 5 foram mantidos, separadamente, em

água apirogênica estéril por sete dias em frascos hermeticamente fechados. Já os

corpos de prova dos grupos 6 e 7 foram mantidos, sob mesmas circunstâncias,

por 30 dias, havendo troca da água após 15 dias. Os grupos 1, 2 e 3 foram

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colados e cultivados em até 4 horas após a colagem. Todos os grupos foram

cultivados no mesmo momento, utilizando a mesma cultura bacteriana.

Quadro 1 Sistemas adesivos e agentes antimicrobianos associados

A cultura bacteriana foi obtida a partir de uma cultura purificada de

Streptococcus mutans ATCC 25175 congelada. Para a reativação das bactérias,

foram colocados 50µL da cultura purificada em cada um dos 5 tubos contendo

5mL de Caldo Tríptico de Soja (TSB) (Difco). Após incubação na jarra com vela

em estufa bacteriológica, a 37º, por 24 horas, a cultura foi homogeneizada e

transferida para 120mL de TSB, onde foi cultivada por mais 24 horas, sob as

mesmas condições. Antes de ser semeada, a cultura foi isolada através de uma

série de centrifugações de 5000G por 5 minutos a 4ºC. O sobrenadante sempre

foi removido até se obter apenas bactérias. A cultura foi lavada em solução salina

GRUPO

TEMPO DE

ARMAZENAGEM

EM ÁGUA

ADESIVO

ASSOCIAÇÃO

COM AGENTE

ANTIMICROBIANO

AGENTE

ANTIMICROBIANO

1

-

Ortho

Primer Ausente Ausente

2

4

6

-

7 dias

30 dias

Ortho

Primer

No momento da

colagem

Clorexidina e Timol

(Cervitec®)

3

5

7

-

7 dias

30 dias

Clearfil

Protect

Bond

Feita pelo fabricante

Brometo de

Metacriloiloxidodecilpiridínio

(MDPB)

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de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%. Removeu-se o sobrenadante e a cultura foi

ressupendida em solução salina de NaCl a 0,9%. Parte desta suspensão final foi

utilizada para medir a absorbância (espctofotometria), parte para a contagem da

concentração bacteriana através da distribuição de gotas da suspenção em

diferentes diluições na placa de Petri com Ágar Tríptico de Soja (TSA) (Difco) e

parte foi utilizada para semear as placas com TSA contendo os corpos de prova.

Com o objetivo de fixar cada corpo de prova em placa de Petri (100mm de

diâmetro por 15mm de altura) estéreis, foi fundido o meio de cultura TSA. Durante

o resfriamento, com meio de cultura ainda em estado fluido, foram distribuídos

cerca de 40mL do meio em cada placa totalizando 7 placas de Petri. Em seguida,

com o auxílio de pinças estéreis, retirava-se, um a um, cada corpo de prova do

seu respectivo invólucro ou frasco, posicionando-o em uma das placas, de acordo

com cada grupo, com a face lingual aplainada assentada no fundo da placa.

Consequentemente, as faces vestibulares permaneciam voltadas para cima, de

forma que o bracket e o esmalte dentário contíguo a ele mantinham-se isentos de

contato com o meio de cultura (Figura 3a). Aguardava-se a solidificação completa

do meio para então fazer a fundição de novo meio de cultura TSA. Depois de

fundido, foi esperado o resfriamento parcial até que fosse atingida uma

temperatura em torno de 45ºC, quando foi adicionada a cultura purificada de

Streptococcus mutans ATCC 25175. O inóculo consistiu de uma suspensão de

8,13 X 1012 UFC/mL de Streptococcus mutans de meio, numa densidade ótica de

1,6 em Do 600, que foi distribuído nas placas contendo os corpos de prova. Cada

placa recebeu quantidade de ágar com a cultura de Streptococcus mutans

suficiente para recobrir a base dos brackets e superfície do esmalte circunjacente

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à área de colagem, sem recobrir as aletas (Figura 3b). Aguardava-se a secagem

do meio e, posteriormente, as placas foram incubadas em estufa bacteriológica

por 48 horas a 37ºC. Após cultivo, foi feita a leitura da presença (Figura 4a) ou

ausência (Figura 4b) do halo de inibição de crescimento bacteriano. Nos casos

em que houve formação de halo de inibição, foi feita a medida do diâmetro deste

halo, com auxílio de compasso de pontas secas e régua milimetrada.

Os resultados foram submetidos à análise estatística descritiva e o t-teste.

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Figura 3: a - Corpo de prova fixado à placa de Petri com TSA, sem haver contato com base do bracket. b- Corpo de prova incluso no meio TSA com cultura de Streptococcus mutans em contato

com a base do bracket.

Figura 4: a - Ausência de halo de inibição de crescimento bacteriano após cultivo em estufa bacteriológica. b - Formação de halo de inibição de crescimento bacteriano após incubação em

estufa bacteriológica por 48horas, a 37ºC.

a b

a b

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4 DESENVOLVIMENTO SEQÜENCIAL DA PESQUISA

4.1 ARTIGO 1

Avaliação da atividade antimicrobiana de adesivo ortodôntico associado a

verniz de clorexidina e timol na colagem de bráquetes. Carolina Freire de

Carvalho Calabrich, Maria Regina Lorenzetti Simionato, Marcelo de Castellucci e

Barbosa.

Objetivo: Avaliar a atividade antimicrobiana da associação de um adesivo

ortodôntico com um verniz de clorexidina e timol. Metodologia: Foram utilizados

32 pré-molares humanos divididos em 4 grupos. O grupo 1 consistiu do grupo

controle, em que o adesivo utilizado para a colagem do bráquete não estava

associado a nenhum agente antimicrobiano. Os grupos 2, 3 e 4 foram colados

com um sistema adesivo associado a um verniz de clorexidina e timol. O grupo 2

foi cultivado logo após a colagem, enquanto que os grupos 3 e 4 foram

armazenados em água, antes do cultivo, por 7 dias e 30 dias, respectivamente.

Os corpos de prova foram cultivados em ágar com cultura de Streptococcus

mutans por 48h, 37ºC. Resultados: Os grupos experimentais, com exceção do

grupo controle, apresentaram atividade antimicrobiana com tendência de redução

do seu potencial de ação com maior tempo de imersão em água. Conclusão: A

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associação do verniz de clorexidina a um sistema adesivo utilizado em ortodontia

apresenta-se vantajosa pela sua atividade antimicrobiana.

Palavras-chave: Clorexidina, adesivo, agentes antimicrobianos.

Abstract:

Objective: Evaluate the antimicrobial activity from the association of one

orthodontic adhesive with a chlorhexidine-thymol varnish. Methodology: There

have been used 32 human premolars divided into four groups. Group 1 was the

control group, where no antimicrobial agent was present. Groups 2, 3 and 4 were

bonded with an adhesive system associated with a chlorhexidine-thymol varnish.

Group 2 was cultivated immediately after bonding, while groups 3 and 4 remained

immersed in water, before culture, for 7 and 30 days, respectively. The specimens

were cultivated in agar with Streptococcus mutans culture for 48h, 37ºC. Results:

The experimental groups, with the exception of the control group, showed

antimicrobial activity, tending to a reduction at their action as the time immersed in

water increased. Conclusion: The association of a chlorhexidine-thymol varnish to

an orthodontic adhesive is advantageous based on its antimicrobial activity.

Key-words: chlorhexidine, adhesives, antimicrobial agents

INTRODUÇÃO

Atualmente, a utilização de aparelhos ortodônticos fixos está bastante

difundida. Contudo, estes aparelhos associam-se a dificuldades de higienização.

Durante a terapêutica, são criadas áreas retentivas que favorecem o acúmulo de

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biofilme e o crescimento bacteriano (ZACHRISSON e ZACHRISSON, 1971).

Uma das grandes dificuldades evidenciadas na Ortodontia tem sido a manutenção

de uma correta higienização bucal durante o tratamento. A presença de

bráquetes, bandas e demais acessórios funcionam como retentores adicionais de

biofilme dentário, podendo levar a gengivites e desmineralizações do esmalte,

causando manchas brancas e cáries dentárias (DERKS et al., 2004).

Estudos microbiológicos têm determinado que, após a colocação do

aparelho ortodôntico fixo, ocorrem aumentos significantes do número de

bactérias, principalmente lactobacilos e estreptococos, sujeitando o ambiente

bucal a um desequilíbrio e possibilitando o aparecimento de doenças

(ROSENBLOOM e TIANOFF, 1991). Embora o biofilme dentário seja constituído

de numerosas espécies de bactérias, acredita-se no envolvimento do

Streptococcus mutans no desenvolvimento inicial das lesões de cárie (MARSH,

2003).

Assim, o sucesso do tratamento ortodôntico está em corrigir a oclusão da

maneira mais satisfatória possível, sem, contudo, alterar a higidez pré-existente

dos dentes e tecidos de suporte. Caso contrário, os benefícios do tratamento

podem ser questionados (ZIMMER e ROTTWINKEL, 2004). A prática ortodôntica

está em constante avanço no uso de novas técnicas e materiais que beneficiem

tanto o paciente quanto o clínico (BISHARA et al., 2005). Tentativas de inibir o

desenvolvimento de lesões cariosas em pacientes ortodônticos têm sido focadas

no controle do biofilme bacteriano ao redor dos bráquetes (DERKS et al., 2004).

Durante a terapia, a prevenção da cárie é de responsabilidade, também, do

ortodontista (ØGAARD et al., 2001).

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No intuito de reduzir o aparecimento de áreas de descalcificação ao redor

dos bráquetes, autores têm sugerido adesivos para colagem ortodôntica contento

agentes antimicrobianos ou associados a estes (BISHARA et al., 1996;

KORBMACHER et al., 2006).

Em ortodontia, materiais compósitos são geralmente utilizados para a

colagem de bráquetes. Esses compósitos podem agir como fonte de nutrição e

agregação de bactérias oportunistas (MATASA, 1995). Hahn et al. (1993)

concluíram que microorganismos se acumulam ao redor dos materiais

restauradores. No entanto, foi relatado previamente que compósitos não

apresentam atividade antibacteriana após a polimerização (ORSTAVIK e

HENSTEN-PETTERSEN, 1978). Desta forma, seria oportuno modificar os

materiais já utilizados para apresentarem função adicional. Haja vista que estes

materiais já estariam presentes na boca, eles poderiam servir ou como

reservatórios ou como plataformas de dispersão de agentes terapêuticos

(RAWLS, 1991).

De acordo com Korbmacher et al. (2006), sistemas de colagem

ortodônticos que liberam agentes antimicrobianos para as áreas adjacentes são

úteis, pois reduzem a necessidade de colaboração e apresentam potencial de

reduzir a descalcificação.

De forma a prover atividade antibacteriana aos compósitos, foi sugerido

incorporar clorexidina às resinas (JEDRYCHOWSKI et al., 1983). A clorexidina é

uma clorofenilbiguanida catiônica com propriedades antimicrobianas e afinidade

pelas estruturas orais (RIJKOM et al., 1996). Sua atividade bactericida se dá

através da coagulação do citoplasma bacteriano, com posterior rompimento da

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membrana celular (MELO et al., 1999). Este agente é considerado o “padrão

ouro” em comparação às demais substâncias desenvolvidas para agir sobre a

formação do biofilme e desenvolvimento da gengivite (BOWEN, 1999). Seu

espectro de ação é amplo (SREENIVASAN et al., 2003), abrangendo bactérias

Gram-positivas e Gram-negativas, leveduras, dermatófilos e alguns vírus

lipofílicos (JONES, 1997), além de seu efeito seletivo sobre Streptococcus mutans

(ROSA e ROCHA, 1993).

Contudo, as resinas compostas são consideradas clinicamente insolúveis,

tendo os componentes aprisionados no seu interior dificuldade de serem

liberados, pois os componentes resinosos limitam esse deslocamento (COUTO

JR et al., 2000). Ribeiro e Ericson (1991), no entanto, observaram atividade

antimicrobiana da associação da resina composta com clorexidina pela liberação

do componente antimicrobiano, mas essa ação diminuiu com o tempo. Ehara et

al. (2000), contudo, concluíram que resinas que liberam o agente bactericida

apresentam a desvantagem por ser seu efeito transitório e que reduz ao longo do

tempo, além de comprometer as propriedades mecânicas e apresentar potencial

tóxico para a saúde (EBI et al., 2001).

Bishara et al. (1998) e Damon et al. (1997) concluíram que a associação da

clorexidina a adesivos ortodônticos resultou em resistência ao cisalhamento

satisfatória para utilização em Ortodontia desde que o verniz seja pré-misturado

ao adesivo, aplicado ao esmalte condicionado e fotopolimerizado. Karaman, Uysal

(2004) concordaram afirmando que a resistência ao cisalhamento torna-se

clinicamente aceitável quando o verniz foi misturado ao adesivo na proporção de

2:1, respectivamente.

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A associação dos materiais de colagem ortodônticos à clorexidina é

interessante por ser um método coadjuvante na prevenção do aparecimento de

lesões de manchas brancas e cárie ao redor dos bráquetes. Isso poderá significar

uma ferramenta auxiliar importante na prevenção à desmineralização da

superfície do esmalte dentário, preservando as unidades dentárias ao longo do

tratamento ortodôntico.

O objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antimicrobiana da

associação de um adesivo ortodôntico com um verniz de clorexidina e timol.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo laboratorial, experimental e transversal onde foram

utilizados 32 pré-molares humanos, com faces vestibulares hígidas, extraídos por

indicações ortodônticas.

Para a realização desta pesquisa, foi utilizada a técnica descrita por Ribeiro

(2006), com modificações.

As faces linguais dos dentes foram aplainadas, tanto a coroa quanto a raiz,

de forma que os dentes apresentaram uma largura vestíbulo-lingual de

aproximadamente 7mm (Figura 1A), e puderam ser assentados em uma

superfície plana, com face vestibular voltada para cima. Os dentes também foram

desgastados em suas faces mesiais e distais de forma que apresentassem

3,8mm, correspondentes à largura do bráquete a ser colado. A área de colagem

foi delimitada por fita adesiva de forma que apenas a área da base do bráquete

ficava exposta e entrava em contato com o material a ser avaliado. Foram, então,

submetidos a um ciclo completo de esterilização em autoclave (120oC por 20

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minutos). Foi feito o processo de colagem de bráquetes Morelli em fluxo laminar,

com todo material de colagem clínica utilizado estéril. O condicionamento ácido

do centro da face vestibular com ácido fosfórico a 37% foi feito por 15 segundos,

seguido de lavagem com água apirogênica estéril e secagem do esmalte

condicionado com filtro de papel estéril.

Para a colagem, foi seguido o protocolo descrito por Martinez (2006). Para

o grupo 1 (controle), foi utilizado o primer (Ortho Primer Morelli) aplicado ao dente

numa quantidade de 9µL, aguardava-se por 30 segundos para uma leve secagem

e a polimerização foi feita por 20 segundos. Os bráquetes metálicos (Morelli), já

com o compósito (Transbond XT, 3M), foram levados ao encontro do dente com o

auxílio de uma pinça ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados por 10

segundos em cada face.

Os grupos 2, 3 e 4 apresentaram a mistura de verniz de clorexidina

(Cervitec, IvoclarVivadent) com o primer (Ortho Primer Morelli) na proporção de

2:1, sendo 6µL do verniz e 3 µL do adesivo. A mistura foi aplicada à superfície de

esmalte condicionada e fotopolimerizada por 20 segundos. Os bráquetes

metálicos (Morelli), já com o compósito (Transbond XT, 3M), foram levados ao

encontro do dente com o auxílio de uma pinça ortodôntica, posicionados e

fotopolimerizados por 10 segundos em cada face (Figura 1B). Após a colagem

dos bráquetes, as fitas adesivas foram removidas (Quadro 1).

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Os corpos de prova do grupo 3 foram mantidos, separadamente, em água

apirogênica estéril por sete dias em frascos hermeticamente fechados. Já os

corpos de prova do grupo 4 foram mantidos, sob mesmas circunstâncias, por 30

dias, havendo troca da água após 15 dias. Os grupos 1 e 2 foram colados e

cultivados em até 4 horas após a colagem. Todos os grupos foram cultivados no

mesmo momento, utilizando a mesma cultura bacteriana.

Com o objetivo de fixar cada corpo de prova em placa de Petri (100mm de

diâmetro por 15mm de altura) estéril, foi fundido o meio de cultura Ágar Tríptico

de Soja (TSA) (Difco). Durante o resfriamento, com meio de cultura ainda em fase

líquida ou gelatinosa, foram distribuídos cerca de 40mL do meio em cada placa

totalizando 4 placas. Em seguida, retirava-se cada corpo de prova do seu

respectivo invólucro ou frasco, posicionando-o em uma das placas, de acordo

com cada grupo, com a face lingual aplainada assentada no fundo da placa.

Consequentemente, as faces vestibulares permaneciam voltadas para cima, de

forma que o bráquete e o esmalte dentário contíguo a ele mantinham-se isentos

GRUPO

TEMPO DE

ARMAZENAGEM

EM ÁGUA

ADESIVO

ASSOCIAÇÃO COM

CLOREXIDINA E TIMOL

(CERVITEC®)

1

-

Ortho

Primer Ausente

2

3

4

-

7 dias

30 dias

Ortho

Primer Presente

Quadro 1 Descrição dos grupos avaliados

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de contato com o meio de cultura (Figura 1C). Aguardava-se a solidificação

completa do meio para então fazer a fundição d e novo meio de cultura TSA.

Depois de fundido, foi esperado o resfriamento parcial até que fosse atingida uma

temperatura em torno de 50ºC, quando foi adicionada a cultura purificada de

Streptococcus mutans ATCC 25175. O inóculo consistiu de uma suspensão de

8,13 X 1012 UFC de Streptococcus mutans/ mL de meio, numa densidade ótica de

1,6 em Do 600, que foi distribuindo nas placas contendo os corpos de prova.

Cada placa recebeu quantidade de ágar com a cultura de Streptococcus mutans

suficiente para recobrir a base dos bráquetes e superfície do esmalte

circunjacente à área de colagem, sem recobrir as aletas. Aguardava-se a

secagem do meio e posteriormente as placas foram incubadas em estufa

bacteriológica por 48 horas a 37º C. Após cultivo, foi feita a leitura da presença ou

ausência do halo de inibição de crescimento bacteriano. Nos casos em que houve

formação de halo de inibição (Figura 1D), foi feita a medida do diâmetro deste

halo, com auxílio de compasso de pontas secas e régua milimetrada.

Figura 1 A Desgaste da face palatina B Bráquete colado em área delimitada por fita adesiva C Dente fixado em ágar sem contato com aletas do bráquete

D Halo de inibição ao redor do dente

A B

C D

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Os resultados foram submetidos à análise estatística descritiva e t-teste.

RESULTADOS

O grupo controle não apresentou qualquer indício de formação de halo de

inibição. Para o grupo 2, a média dos valores encontrados foi de 4,125mm, com a

mediana de 4 mm e desvio padrão de 0,991. A média de valores apresentada no

grupo 3 foi 3mm, com mediana de 3mm e desvio padrão de 0,756. Para o grupo

4, a média dos valores apresentados foi de 2,625mm, com desvio padrão de

0,518 e mediana de 3mm. A partir do t-teste, verificou-se diferença

estatisticamente significante entre os grupos 2 e 3, com p valor igual a 0,024.

Contudo, entre os grupos 3 e 4 não foi obtida diferença estatisticamente

significante, apesar de ser possível verificar a tendência de redução nos valores

apresentados, como observado no gráfico 1.

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

imediato sete dias trinta dias

tempo

mm

Gráfico 1 Tendência de redução no halo formado verificada a partir das médias apresentadas por cada grupo.

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DISCUSSÃO

Ainda não existe um método padrão ouro para avaliação in vitro das

propriedades antimicrobianas dos agentes de colagem (SCHMIDLIN et al., 2003).

Diversos estudos in vitro têm avaliado a efetividade antimicrobiana de materiais

de colagem através do método de difusão em ágar (HERRERA et al., 2000;

KARANIKA-KOUMA et al., 2001). O teste de difusão em ágar é um método

aceitável para inicialmente diferenciar a atividade antimicrobiana de substâncias

(TOBIAS, 1988). As zonas de inibição de crescimento dependem da toxicidade do

material contra a bactéria testada e da difusibilidade do material pelo meio de

cultura utilizado (ESTRELA et al., 2000). Neste estudo, foi utilizado o método de

difusão em ágar para observação da atividade do agente estudado contra uma

das bactérias mais comumente associadas à doença cárie: Streptococcus

mutans. Esta bactéria apresenta, também, boa afinidade por resinas compostas

(PEDRINI et al., 2001).

Foi utilizado o verniz Cervitec por se tratar de um composto amplamente

utilizado como fonte de clorexidina em muitos estudos (DAMON et al., 1997;

BISHARA et al., 1998; MARTINEZ, 2006; RIBEIRO, 2006).

Com este estudo, foi possível observar ação antimicrobiana da clorexidina,

cuja efetividade está bastante estabelecida na Odontologia (CLEGHORN e

BOWDEN, 1989), quando esta é associada a adesivos utilizados em Ortodontia.

Contudo, mais estudos in vitro e in vivo são necessários para determinar a

significância clínica e duração das propriedades antimicrobianas sobre uma

variedade de microrganismos presentes na cavidade bucal com participação na

patogenicidade do biofilme bacteriano e doença cárie.

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Assim como os achados de Ribeiro (2006), verifica-se a partir da formação

de halo de inibição, que a associação do verniz de clorexidina ao adesivo

ortodôntico apresenta atividade antimicrobiana ao liberar a substância

antimicrobiana para o meio, inibindo, in vitro, o crescimento bacteriano nas áreas

circunjacentes ao bráquete. Provavelmente, foi liberada uma pequena quantidade

de clorexidina da porção abaixo do bráquete, pois apenas uma fina camada da

associação adesivo/verniz foi exposta ao meio (CHAN et al., 1990).

A redução dos efeitos da clorexidina com o tempo pode ser devido à

redução na taxa de liberação ou à própria redução na quantidade de material

presente. Segundo Couto Júnior et al. (2000), apesar da liberação do componente

parecer maior inicialmente, a diminuição nesta taxa indica que os componentes

da camada externa esgotam-se, ou seja, dissolvem com a armazenagem em

água. Já os componentes aprisionados no interior da massa resinosa têm

grandes dificuldades de se liberarem, pois os componentes resinosos limitam

esse deslocamento (COUTO JÚNIOR et al., 2000). Na literatura, encontram-se

relatos de liberação contínua, em ambiente aquoso, de compostos localizados

inicialmente no interior de adesivos resinosos ortodônticos por cento e quinze dias

(THOMPSON et al., 1982) ou mesmo dois anos (FERRACANE e CONDON,

1990). Muitas vezes, os agentes terapêuticos dos biomateriais dentários são

liberados dos materiais e apresentam taxa de liberação decrescente. A água da

cavidade bucal se difundi dentro da matriz resinosa. O agente aprisionado pelo

adesivo dissolve e se dispersa em concentrações cada vez menores. Com o

passar do tempo, o agente é liberado e extraído de uma camada da matriz cada

vez mais profunda, significando que o tempo necessário para a difusão para o

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meio externo aumenta enquanto que a taxa de liberação diminui (RAWLS, 1991).

Esta pode ser também a explicação da ausência de diferença estatisticamente

significante entre a atividade antimicrobiana do grupo que ficou estocado em água

por sete dias e o grupo estocado por trinta dias. No entanto, foi possível verificar

significante redução na atividade antimicrobiana entre o grupo que não foi

estocado em momento algum em água e o grupo estocado por sete dias. Foi

relatado que a imersão em água nas três primeiras horas faz com que 50% dos

componentes a serem liberados da resina assim o sejam (TANAKA et al., 1991).

Não é possível afirmar por quanto tempo o sistema apresentará atividade

antimicrobiana, principalmente em meio bucal. Percebe-se, contudo, que se trata

de uma associação cujos efeitos antimicrobianos apresentam uma tendência à

redução, provavelmente, sendo uma fonte esgotável de clorexidina. Logo, estes

benefícios não duram por todo o tratamento ortodôntico e pode haver

modificações nas propriedades mecânicas após a liberação da substância.

Entretanto, é provável que esta atividade abranja o período mais crítico de

acúmulo de biofilme e de maiores dificuldades na realização de uma higienização

bucal adequada, que corresponde à época de instalação do aparelho fixo e os

quatro meses que a seguem (PETERSSON et al., 1991), justificando assim seus

benefícios. Uma outra vantagem dessa associação é a ação localizada, de grande

interesse clínico.

Mais estudos são necessários para estudar a resistência mecânica após a

liberação da clorexidina, estabilidade de cor, compatibilidade celular e tissular

local e sistêmica para a utilização da associação adesivo/verniz na prática clínica

diária.

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CONCLUSÃO

A partir deste estudo é possível concluir que a associação de verniz de

clorexidina a um adesivo ortodôntico apresenta atividade antimicrobiana, in vitro,

mesmo após a imersão do conjunto em água por sete ou trinta dias, sendo

possível perceber uma tendência de redução da ação antimicrobiana com o

aumento do tempo de imersão em meio aquoso.

Gostaríamos de agradecer à Morelli e à IvoclarVivadent pela contribuição

com parte do material utilizado para a realização desta pesquisa.

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52

4.2 ARTIGO 2

Avaliação da atividade antimicrobiana de adesivo contendo o brometo de

metacriloiloxidodecilpiridínio (MDPB) na colagem de brackets ortodônticos

Carolina Freire de Carvalho Calabrich, Maria Regina Lorenzetti Simionato,

Marcelo de Castellucci e Barbosa.

Objetivo: Avaliar a atividade antimicrobiana da utilização de um adesivo

contendo MDPB na colagem de brackets ortodônticos.

Materiais e Métodos: Foram utilizados 32 pré-molares humanos divididos

em 4 grupos. O grupo 1 consistiu do grupo controle, em que o adesivo utilizado

para a colagem do bracket não estava associado a nenhum agente

antimicrobiano. Os grupos 2, 3 e 4 foram colados com um sistema adesivo

contendo MDPB. O grupo 2 foi cultivado logo após a colagem, enquanto que os

grupos 3 e 4 foram armazenados em água, antes do cultivo, por 7 dias e 30 dias,

respectivamente. Os corpos de prova foram cultivados em ágar TSA com cultura

de Streptococcus mutans por 48h, 37ºC.

Resultados: Após cultivo, foi verificada a ausência de formação de halo de

inibição de crescimento bacteriano em todos os grupos estudados.

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Conclusão: Não foi verificado neste estudo in vitro, atividade

antimicrobiana do sistema adesivo contendo MDPB quando utilizado na colagem

de brackets ortodônticos.

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INTRODUÇÃO

A utilização de aparelhos ortodônticos fixos está bastante difundida.

Contudo, a instalação destes aparelhos, muitas vezes, levam a um maior risco de

danos às estruturas orais. Uma das grandes dificuldades evidenciadas na

Ortodontia tem sido a manutenção de uma correta higienização bucal durante o

tratamento. A presença de brackets, bandas e demais acessórios funcionam

como retentores adicionais de biofilme, podendo levar a gengivites e

desmineralizações do esmalte, causando manchas brancas e cáries dentárias

(Derks et al., 2004).

Verifica-se um aumento na incidência de lesões de manchas brancas na

superfície dentária nesses pacientes (Zachrisson, Zachrisson, 1971). Estudos

confirmaram o aumento na incidência de lesões cariosas durante o tratamento

com o uso de aparelho fixo (Øgaard, 1989; Boersma et al., 2005). O biofilme é um

pré-requisito para o desenvolvimento da descalcificação ao redor do bracket, a

qual surge por causa da mudança ecológica na população bacteriana resultante

das alterações ambientais (Badawi et al., 2003). Embora o biofilme dental seja

constituído de numerosas espécies de bactérias, acredita-se no envolvimento do

Streptococcus mutans no desenvolvimento inicial das lesões de cárie (Marsh,

2003).

Assim, o sucesso do tratamento ortodôntico está em corrigir a oclusão da

maneira mais satisfatória possível, sem, contudo, alterar a higidez pré-existente

dos dentes e tecidos de suporte. Caso contrário, os benefícios do tratamento

podem ser questionados (Tamburus et al., 1998; Zimmer, Rottwinkel, 2004). Os

pacientes portadores de aparelhos ortodônticos devem ser instruídos a manterem

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uma boa higiene bucal, em virtude do maior risco a que estão sujeitos (Silva Filho

et al., 1989). Tentativas de inibir o desenvolvimento de lesões cariosas em

pacientes ortodônticos têm sido focadas no controle do biofilme bacteriano ao

redor dos brackets (Derks et al., 2004). Durante a terapia, a prevenção da cárie é

de responsabilidade, também, do ortodontista (Øgaard et al., 2001).

Em ortodontia, materiais compostos são geralmente utilizados para a

colagem de brackets. Esses compósitos podem agir como fonte de nutrição e

agregação de bactérias oportunistas (Matasa, 1995). Hahn et al. (1993)

concluíram que microorganismos se acumulam ao redor dos materiais

restauradores. No entanto, foi relatado previamente que compósitos não

apresentam atividade antibacteriana após a polimerização (Orstavik, Hensten-

Pettersen, 1978). Desta forma, seria oportuno modificar os materiais já utilizados

para apresentarem função adicional. Haja vista que estes materiais já estariam

presentes na boca, eles poderiam servir ou como reservatórios ou como

plataformas de dispersão de agentes terapêuticos (Rawls, 1991).

No intuito de reduzir o aparecimento de áreas de descalcificação ao redor

dos brackets, autores têm sugerido adesivos para colagem ortodôntica contento

agentes antimicrobianos ou associados a estes (Bishara et al., 1996; Korbmacher

et al., 2006). Sistemas de colagem ortodônticos que liberam agentes

antimicrobianos para as áreas adjacentes são úteis, pois reduzem a necessidade

de colaboração e apresentam potencial de reduzir a descalcificação (Korbmacher

et al., 2006).

Um agente que tem apresentado atividade contra S. mutans é o brometo

de metacriloiloxidodecilpiridínio (MDPB), desenvolvido por Imazato (1994), para

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ser incorporado ao sistema adesivo. O MDPB é uma amônia quaternária que

copolimeriza com outros monômeros durante a cura e se liga covalentemente

com a rede polimérica (Imazato, 1994). Considera-se que seu mecanismo de

ação antimicrobiana seja através de ligação catiônica aos componentes da

parede celular, interferindo na função da membrana e induzindo o

extravasamento de material citoplasmático (Scheie, 1984). A amônia quaternária

causa a lise das células bacterianas e apresenta forte efeito bactericida na sua

forma não-polimerizada contra certas bactérias (Imazato et al., 1999).

A incorporação desse monômero nas resinas demonstra efeito inibitório

contra o crescimento de S. mutans em sua superfície, apesar de não haver

liberação dos seus componentes (Imazato et al., 1994). O agente antimicrobiano

é imobilizado pela matriz polimérica. Isso representaria vantagem quanto ao efeito

em longo prazo e durabilidade em ambiente úmido (Imazato, Mccabe, 1994).

Quando o agente antimicrobiano é dispensado da matriz, existem as

desvantagens de alterar as propriedades mecânicas do material, efetividade de

curto prazo e possibilidade de toxicidade (Ebi et al., 2001). Imazato et al. (1994)

relatam não haver deterioração das propriedades mecânicas após a imersão em

água por 3 meses. O MDPB presente na superfície de um material resinoso

apresenta efeito bacteriostático e propriedade de antiadesão contra estreptococos

bucais (Imazato et al., 1995, 1998).

Segundo Imazato et al. (2007), a adição do componente MDPB, em sua

forma comercial, não afeta, de forma adversa, a capacidade de adesão do

sistema adesivo. Além disso, segundo Bishara et al. (2005), Korbmacher et al.

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(2006) e Martinez (2006), o uso do adesivo com MDPB não afeta a resistência ao

cisalhamento dos brackets ortodônticos colados ao esmalte.

A associação dos materiais de colagem ortodônticos com agentes com

potencial antimicrobiano é interessante por ser um método coadjuvante na

prevenção do aparecimento de lesões de manchas brancas e cárie ao redor dos

brackets. Torna-se, portanto, importante o estudo de novas formulações utilizadas

em Ortodontia contendo agente antimicrobiano, a fim de proporcionar ao paciente

ortodôntico, sobretudo os portadores de aparelhos fixos, controle químico do

biofilme dental. Isso poderá significar uma ferramenta auxiliar importante na

prevenção à desmineralização da superfície do esmalte dentário preservando as

unidades dentárias ao longo do tratamento ortodôntico.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana da utilização

de um adesivo contendo MDPB na colagem de brackets ortodônticos.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo laboratorial, experimental e transversal onde foram

utilizados 32 pré-molares humanos, com faces vestibulares hígidas, extraídos por

indicações ortodônticas.

Para a realização desta pesquisa, foi utilizada a técnica descrita por Ribeiro

(2006), com modificações.

As faces linguais dos dentes foram aplainadas, tanto a coroa quanto a raiz,

de forma que os dentes apresentaram uma largura vestíbulo-lingual de

aproximadamente 7mm (Figura 1), e puderam ser assentados em uma superfície

plana, com face vestibular voltada para cima. Os dentes também foram

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desgastados em suas faces mesiais e distais de forma que apresentassem

3,8mm, correspondente à largura do bracket a ser colado. A área de colagem foi

delimitada por fita adesiva de forma que apenas a área da base do bracket ficava

exposta e entrava em contato com o material a ser avaliado. Foram, então,

submetidos a um ciclo completo de esterilização em autoclave (120oC por 20

minutos). Foi feito o processo de colagem de brackets Morelli em fluxo laminar,

com todo material de colagem clínica utilizado estéril. O condicionamento ácido

do centro da face vestibular com ácido fosfórico a 37% foi feito por 15 segundos,

seguido de lavagem com água apirogênica estéril e secagem do esmalte

condicionado com filtro de papel estéril.

Para a colagem, foi seguido o protocolo descrito por Martinez et al. (2006).

Para o grupo 1 (controle), foi utilizado o primer (Ortho Primer Morelli) aplicado ao

dente numa quantidade de 9µL, aguardava-se por 30 segundos para uma leve

secagem e a polimerização foi feita por 20 segundos. Os brackets metálicos

(Morelli), já com o compósito (Transbond XT, 3M), foram levados ao encontro do

dente com o auxílio de uma pinça ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados

por 10 segundos em cada face.

Os grupos 2, 3 e 4 foram colados com o primer contendo o brometo de

metacriloiloxidodecilpiridínio, na concentração de 5%, já em sua fabricação

(Clearfil Protect Bond, Kuraray). Foi aplicado 4,5µL do primer, aguardava-se 40

segundos. Depois, foram colocados 4,5µL do adesivo e a polimerização foi feita

por 10 segundos. Os brackets metálicos (Morelli), já com o compósito (Transbond

XT, 3M), foram levados ao encontro do dente com o auxílio de uma pinça

ortodôntica, posicionados e fotopolimerizados por 10 segundos em cada face

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(Figura 2). Após a colagem dos brackets, as fitas adesivas foram removidas

(Quadro 1).

Os corpos de prova do grupo 3 foram mantidos, separadamente, em água

apirogênica estéril por sete dias em frascos hermeticamente fechados. Já os

corpos de prova do grupo 4 foram mantidos, sob mesmas circunstâncias, por

trinta dias, havendo troca da água após 15 dias. Os grupos 1 e 2 foram colados e

cultivados em até 4 horas após a colagem. Todos os grupos foram cultivados no

mesmo momento, utilizando a mesma cultura bacteriana.

Com o objetivo de fixar cada corpo de prova em placa de Petri (100mm de

diâmetro por 15mm de altura) estéril, foi fundido o meio de cultura Ágar Tríptico

de Soja (TSA) (Difco). Durante o resfriamento, com meio de cultura ainda em fase

líquida ou gelatinosa, foram distribuídos cerca de 40mL do meio em cada placa

totalizando 4 placas. Em seguida, retirava-se cada corpo de prova do seu

respectivo invólucro ou frasco, posicionando-o em uma das placas, de acordo

com cada grupo, com a face lingual aplainada assentada no fundo da placa.

Conseqüentemente, as faces vestibulares permaneciam voltadas para cima, de

forma que o bracket e o esmalte dentário contíguo a ele mantinham-se isentos de

contato com o meio de cultura (Figura 3). Aguardava-se a solidificação completa

do meio para então fazer a fundição d e novo meio de cultura TSA. Depois de

fundido, foi esperado o resfriamento parcial até que fosse atingida uma

temperatura em torno de 50ºC, quando foi adicionada a cultura purificada de

Streptococcus mutans ATCC 25175. O inoculo consistiu de uma suspensão de

8,13 X 1012 UFC/mL de Streptococcus mutans no meio, numa densidade ótica de

1,6 em Do 600, que foi distribuído nas placas contendo os corpos de prova. Cada

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60

placa recebeu quantidade de ágar com a cultura de Streptococcus mutans

suficiente para recobrir a base dos brackets e superfície do esmalte circunjacente

à área de colagem, sem recobrir as aletas. Aguardava-se a secagem do meio e

posteriormente as placas foram incubadas em estufa bacteriológica por 48 horas

a 37º C. Após cultivo, foi feita a leitura da presença ou ausência o halo de inibição

de crescimento bacteriano. Nos casos em que houvesse formação de halo de

inibição, foi feita a medida do diâmetro deste halo, com auxílio de compasso de

pontas secas e régua milimetrada.

RESULTADOS

Em nenhum dos grupos foi possível observar formação de halo de inibição

de crescimento bacteriano, apesar de ser possível observar a redução da

concentração bacteriana ao redor do bracket em todos os grupos, exceto o

controle. Esta diferença entre as concentrações bacterianas foi avaliada

visualmente, com auxílio de lupa, percebida pela diferença entre as cores e

texturas das áreas. Contudo, não foi uma alteração passível de ser medida.

DISCUSSÃO

Segundo alguns estudos (Ozer et al., 2003, Imazato et al., 1997, Imazato et

al., 2001), a incorporação do monômero antimicrobiano MDPB no sistema adesivo

foi efetiva em fornecer atividade antimicrobiana substancial. Imazato et al. (2003)

afirmaram que o crescimento celular bacteriano é mantido inibido com o contato

com as moléculas do biocida MDPB imobilizadas na matriz resinosa a menos que

o crescimento seja reativado por alguns fatores. Não foi esclarecido se o

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crescimento é mantido inibido ou apenas retardado com o contato com o adesivo.

Esses resultados vão de encontro aos resultados apresentados nesta pesquisa,

que não confirmou a atividade antimicrobiana do sistema adesivo contendo MDPB

após polimerização do sistema e colagem do bracket com resina.

De acordo com Rolland et al. (2006), um agente antimicrobiano, como o

MDPB, aprisionado na resina, é improvável que afete a formação da película

protéica e, logo, a menos que o agente antimicrobiano seja liberado e penetre a

camada da película, pode ser que seja incapaz de afetar a formação do biofilme o

que justifica os resultados aqui apresentados.

Como no presente estudo apenas a região circunjacente ao bracket podia

ser avaliada, os achados concordam então com os achados de Rolland et al.

(2006) que observaram que a resina contendo MDPB tende a reduzir a carga

bacteriana, principalmente nas áreas centrais, o que não foi observado nas

camadas próximas à superfície da resina. Compósitos com MDPB apresentam

efeito inibitório apenas contra as bactérias que venham ao contato das moléculas

antibacterianas imobilizadas, sendo seu efeito incapaz de alcançar a área em

torno do compósito, ainda que a inibição do acúmulo de biofilme na superfície do

material reduza o total de bactérias em torno da área do compósito (Imazato et

al., 1995, 1998). O efeito antimicrobiano do MDPB pode não se estender ao redor

do bracket (Eminkahyagil et al., 2005), levando a uma limitação da sua utilização

em Ortodontia, quando seria desejável haver inibição de biofilme bacteriano na

área ao redor do bracket, onde há evidências de formação deste e

desmineralizações (Ortendahl et al., 1997). Como a área crítica em pacientes

ortodônticos é a região ao redor dos brackets, os clínicos geralmente se

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defrontam com descalcificações nestes sítios (Artun, Brobakken, 1986). Desta

forma, os efeitos antimicrobianos apresentados pelo adesivo contendo MDPB não

justificam a sua utilização em ortodontia.

A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, não é possível afirmar que

o adesivo contendo MDPB quando utilizado na colagem de brackets ortodônticos

apresente atividade antimicrobiana. Apesar de ter sido possível observar uma

redução na densidade bacteriana ao redor do bracket, não houve a formação de

halo nítido, impossibilitando a medição.

Para ter sua ação desejada, é exigida de um agente antimicrobiano uma

concentração mínima necessária para inibir a multiplicação de um isolado

bacteriano (Pelczar et al., 1996). A mínima concentração inibitória (MIC) do MDPB

contra Streptococcus mutans foi definida como 15,6µg/mL por Imazato et al.

(2003). A concentração de MDPB presente no sistema adesivo utilizado nesta

pesquisa é descrita pelo fabricante como sendo de 5%, no primer, maior do que a

MIC descrita na literatura. Desta forma, o agente deveria ter apresentado inibição

no crescimento bacteriano, o que não foi observado nesta pesquisa. Outras

pesquisas são necessárias para definir a real MIC para o MDPB contra as

bactérias bucais.

Ainda não existe um método padrão-ouro para avaliação in vitro das

propriedades antimicrobianas dos agentes de colagem (Schmidlin et al., 2003).

Diversos estudos in vitro têm avaliado a efetividade antimicrobiana de materiais

de colagem através do método de difusão em ágar (Emilson, Bergenholtz, 1993;

Herrera et al., 2000; Imazato et al., 1998; Karanika-Kouma et al., 2001; Palenik,

Setcos, 1996). O teste de difusão em ágar é um método aceitável para

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inicialmente diferenciar a atividade antimicrobiana entre os materiais (Tobias,

1988; Meryon, Johnson, 1989). O teste de difusão em ágar baseia-se no fato de

um antibiótico depositado sobre uma gelose nutritiva se difundir segundo um

gradiente de concentração (Pelczar et al., 1996). Isquith et al. (1972) afirmaram

que agentes antimicrobianos quimicamente ligados a uma substância e que não

são liberados para o meio inibem o crescimento bacteriano sem, contudo, formar

halo de inibição nos testes por difusão em ágar, o que justificaria os resultados

encontrados nesta pesquisa. Entretanto, segundo Imazato et al. (2006), o primer

contando MDPB demonstrou claramente ação antimicrobiana nos testes de

difusão em ágar, apesar de não ser possível definir se o efeito foi bactericida ou

bacteriostático.

O MDPB é uma amônia quaternária que copolimeriza com outros

monômeros durante a cura e se liga covalentemente com a rede polimérica

(Imazato et al., 1994). Um composto quaternário de amônio apresenta alta

solubilidade em água e bom poder de penetração. Um agente químico ideal

precisa apresentar solubilidade em água ou outros solventes para seu uso efetivo,

bem como um poder de penetração (Pelczar et al., 1996). O fato de o MDPB ficar

aprisionado na matriz resinosa limita sua ação como agente químico

antimicrobiano.

Alguns aspectos que justificariam os resultados encontrados neste estudo

seriam a falta de difusibilidade do agente MDPB, falta de solubilidade do mesmo

ou a própria falta de ação antimicrobiana. A concentração e quantidade utilizadas,

que se aproximam de uma realidade clínica em Ortodontia, pode também ser

insuficiente para apresentar atividade antimicrobiana.

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Ainda são necessários novos estudos para determinar o mecanismo de

ação do MDPB, sua MIC, a interação com outros compostos presentes nos

adesivos dentários para que, então, seu uso possa ser indicado na Ortodontia.

CONCLUSÃO

Não foi verificado neste estudo in vitro, atividade antimicrobiana do sistema

adesivo contendo MDPB quando utilizado na colagem de brackets ortodônticos.

Gostaríamos de agradecer à Morelli e à Kuraray pela contribuição com

parte do material utilizado para a realização desta pesquisa.

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LEGENDAS DAS FIGURAS

Figura 1 – Pré-molar aplainado em sua face lingual, em toda a extensão,

apresentando largura vestíbulo-lingual final de 7mm.

Figura 2 – Bracket colado ao dente estéril na área delimitada.

Figura 3 - Corpo de prova fixado à placa de Petri com TSA, sem haver contato

com base do bracket.

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ARQUIVOS DE TABELAS

Tabela 1 Descrição dos grupos estudados.

Grupo

Tempo de

armazenagem

em água

Adesivo Associação com

MDPB

1

- Ortho Primer Ausente

2

3

4

-

7 dias

30 dias

Clearfil Protect

Bond Presente

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73

ARQUIVOS DE FIGURAS

Figura 1

Figura 2

Figura 3

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74

5 CONCLUSÃO

De acordo com as condições experimentais deste estudo, pôde-se

concluir:

5.1 O sistema adesivo acrescido de verniz de clorexidina (Cervitec)

apresentou atividade antimicrobiana sobre Streptococcus mutans na colagem

de brackets metálicos.

5.2 O sistema adesivo contendo MDPB (Clearfil Protect Bond) não

apresentou potencial antimicrobiano quando utilizado na colagem de brackets

ortodônticos.

5.3 O sistema adesivo acrescido de verniz de Clorexidina (Cervitec)

apresentou ação antimicrobiana imediatamente após a colagem e mesmo

após imersão em água por sete ou trinta dias, apresentando, contudo, uma

tendência de redução nesta atividade com maior tempo de imersão em água.

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ANEXOS

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Anexo 1

I

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP/MCO/UFBA MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAmA IORG 0003460, April 1,2004 - IRB 00004123, April8, 2007

lN!i_~_~_"1 __ ',"!!;,,1'>' iIJ'l/'''.~$ !.!I-~ F.ll-; 1l;Ml!i/;!r6~'j~llli)!,lf;.'lj::ttT_f#'t. _____:-·U"M;'~@~~~ Rua Padre Feij6 240, Canela- Amb-n1atório :Magalliães Neto 3.0 andar, Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde.

Cepo 40.160-170 - Salvaoor-Bahia !elefux.: (71) 3203-2740 e-mail: =wcolâ'rofua.Qr

PARECER/RESOLUÇÃO N° 3912007

Registro CEP: 171-12.12.06

CAAE: 0160.0.054.000-06

Título do Projeto. "Avaliação da ação antimicl'obiana de diferentes sistemas adesivos utilizados em ortodontia". Patrocínio/Financiamento. Recursos próprios. Sem orçamento. Pesquisadora Responsável. Carolina Freire de Carvalho Calabrich, Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, FO/UFBA. Orientador. Marcelo de Castellucci e Barbosa, Professor, Mestre. Co-orientadora Doutora, Maria Regina Lorenzetti Simionato, Instituto de Ciências de Saúde, Biomédica., Universidade de São Paulo. Entidade. Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal da Bahia., (COOFIFO/UFBA) e Departamento de Microbiologia do ICB/USP. Área do conhecimento. 4.02, Níveis D/P, Grupo m. Objetivos. Geral - avaliar a ação antimicrobiana, in vitro, contra Streptococcus mutans, dos sistemas adesivos utilizados na colagem de brakets metálicos: Ortho Morelli, Clearfil Protect Bond, Ortho Prime Morelli misturado ao verniz Cervitec utilizando-se corno compósito o Transbond™ XT. Específicos - avaliar a ação antirnicrobiana, in vitro, contra Streptococcus mutans dos sistemas adesivos logo após colagem e 90 dias após a colagem. Súmula. Estudo laboratorial, experimental e transversal será realizado para avaliar, em 48 (quarenta e oito) dentes pré-molares humanos hígidos e extraídos por indicação ortodôntica, a ação antimicrobiana "in vitro" contra o "streptococcus mutans" de 03 (três) sistemas adesivos utilizados na colagem de "brackets" metálicos com frnalidade corretora. Materiais e métodos descritos, cientificamente corretos. Computação Estatística prevista, mas não descrita. Resultados esperados estabelecidos. Cronograma, Referências Bibliográficas suficientes ao suporte da proposição, atualizadas. Termos de compromisso da Co-orientadora, para realização de parte do Estudo em seu Laboratório do DMlICBIUSP, e da Investigadora., garantindo o sigilo, confidencialidade e uso exclusivo do material para os fins propostos. Comentários, Ao Termo de Consentimento Livre e Pré-Esc1arecido, TCLPE, a ser obtido por Cirurgiões-Dentistas não necessariamente pertencentes ao "stajj" investigatório, no exato momento da evulsão dentária - o que indispensavelmente

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COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP/MCO/UFBA MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA IORG 0003460, April 1,2004 - IRB 00004123, April8, 2007

Rua Padre Feijó 240, Canela - Ambulatório MagBThãe, Neto 3," andar, Progmma de Pós-Graduação em Medicina e Saúde.

Cep: 40,160-170 - Salvador-Bahia telefilJe: (71) 3203-2740 e-mail: cepmco@u1ba-br

requer um processo de transmissão das normas e sua fiel aceitação, posto que será ele o vínculo inicial de todo o processamento ético - deverão ser acrescentados o endereço completo deste Institucional para dirimição de dúvidas que ocorram aos "investigandos" e, no caso destes serem capazes, com qualquer idade, o espaço correspondente à sua obrigatória assinatura no "TCLPE". Protocolo aprovável com recomendações. Relatório para este CEP quando ,:tingida a metade da população prevista e ao término.

Observações importantes. Toda a documentação anexa ao Protocolo proposto e rubricada pelo (a)Pesquisador (a), arquivada neste CEP, e também a outra devolvida com a rubrica da Secretária deste (a) ao (à) mesmo (a), faz parte intrínseca deste ParecerlResolução e nas "RecomendaçõesAdicionais" apensas, bem como a impostergável entrega de relatórios parciais e final comoconsta nesta liberação, (Modelo de Redação para Relatório de Pesquisa, anexo).

Sàlvador, 12 de fevereiro de 2007

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Anexo 2

Avaliação da ação antimicrobiana de adesivos utilizados em Ortodontia,

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E PRÉ-ESCLARECIDO

Os aparelhos ortodônticos, ainda hoje, associam-se a problemas e

dificuldades de higienização. Essa dificuldade aumenta a possibilidade de

aparecimento de lesões de cárie em pacientes ortodônticos. A cárie se inicia com

a colonização de bactérias, que se fixam nos dentes mal higienizados.

Esta pesquisa tem o objetivo de avaliar se materiais utilizados para colagem

dos brackets ortodônticos possuem o potencial de inibir o crescimento bacteriano

ao redor dos brackets, o que auxiliaria na prevenção do aparecimento de lesões

de cárie.

Não haverá qualquer risco para o paciente doador relacionados à pesquisa.

Não haverá qualquer identificação dos doadores participantes da pesquisa.

Os pacientes utilizados neste estudo serão informados dos benefícios

advindos deste trabalho. Além disso, qualquer paciente, a qualquer momento,

pode retirar seu consentimento, sem ônus para si ou seu tratamento ortodôntico,

se for o caso.

Eu, __________________________________________________, portador

do documento de identidade R.G. no ___________________, emitido pela

_____________________, aceito doar meus dentes extraídos por indicação do

ortodontista para utilização na pesquisa acima descrita.

____________________________.

Local, data

_____________________________________________

(assinatura do paciente)

_____________________________________________

(assinatura do responsável – caso o paciente seja menor e assinatura)

Responsável pela pesquisa: Carolina Calabrich – Tel: 3336-6973